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Director: Carvalho de Moura Ano XXXI, Nº 474 Montalegre, 30.06.2015 Quinzenário E-mail:[email protected] 0,90 € (IVA incluído) Barroso Noticias de Visita da Imagem de Nossa Senhora de Fátima a Montalegre A nobreza barrosã e o que representa na vida social Barroso da Fonte sempre na descoberta de personalidades ilustres das terras de Barroso e, a cada passo, confrontado com novas e fascinantes histórias. P3 ‘Ouro branco’ a 20 cêntimos o quilo O Dr. Manuel Ramos volta-se agora para o “ouro branco”, assim dito em referência à batata. Mas ele prova que a propaganda municipal não corresponde à realidade. P4 A Floresta fonte geradora de emprego Um trabalho de Bento Monteiro acerca duma das potencialidades de Barroso. É das crónicas mais esperadas pelos leitores deste periódico que, por razões profissionais ou outras, nem sempre surge no nosso jornal. Do facto se pede a melhor compreensão dos nossos leitores. P5 Uma Incursão da PIDE no Norte Inicia-se hoje a publicação dum trabalho de pesquisa de Enes Gonçalves sobre a PIDE no norte do país. O que poderá parecer algo ultrapassado, em nosso entender, servirá para conhecer um pouco esta polícia do Estado Novo e, sobretudo, apreciar as convicções inabaláveis de muitos servidores do comunismo. P4 OS VENDILHÕES DO TEMPLO!... O que ganhou afinal o país com as privatizações?!... No POLITICAMENTE FALANDO desta edição, Domingos Chaves aborda o caso das privatizações que o Governo, mesmo em cima das eleições, tem em curso. Ele contesta no seu estilo inconfundível. P7 20.º Aniversário da Vila de Salto A Junta de Freguesia, em boa hora, decidiu comemorar a data da elevação de Salto a vila. A Câmara esteve presente e as comemorações, ensombradas pela morte recente dum saltense, estiveram à altura da efeméride. Parabéns! P8 Repensar as Festas Cristãs «Vem aí o tempo do Verão, estação pródiga em festas. Este mesmo mês de Junho, que chegou ao fim, foi um fartote de patuscadas e de pândega com os denominados santos populares. Será que as nossas festas cristãs são verdadeira expressão da fé cristã?» É a reflexão que nos coloca hoje o Pe Victor Pereira. P11 Na data de fecho da edição deste jornal, a imagem de Nossa Senhora de Fátima corria pelo concelho de Montalegre. Vinda de Ribeira de Pena deu entrada no concelho por Cervos daí seguiu para Sarraquinhos, Pedrário, Meixide e o Santuário de Nossa Senhora da Saúde de Vilar de Perdizes onde o povo presente assistiu às primeiras celebrações litúrgicas. Dali seguiu em cortejo até à entrada da vila de Montalegre com paragem na Rotunda dos Bois até à Praça do Município. No palco instalado pela Câmara Municipal foi celebrada a Missa campal finda a qual teve lugar uma procissão de velas até à Igreja Matriz concluindo com a adoração ao Santíssimo. No dia 1 de Julho, nova celebração na Praça do Município dedicada aos idosos e doentes dali seguindo para S. Vicente da Chã, Viade de Baixo, Vila da Ponte, Borralha na consagração à Igreja ali construida a si dedicada, concluindo- se a visita, a meados da tarde, em Salto para rumar ao vizinho concelho de Boticas. Plataforma “Montalegre Alert” A partir de agora contactar com o município de Montalegre passa a ser mais fácil. No sítio do município existe o «Montalegre Alert», um sistema de alertas pioneiro que permite ao cidadão reportar, de forma fácil, no dia-a-dia, pequenos problemas, desde a rede viária à rede de águas, iluminação pública, recolha de resíduos, limpeza urbana, etc., sendo os respetivos alertas reencaminhados para as áreas municipais responsáveis pela resolução dos problemas reportados. P2 CÂMARA DE MONTALEGRE Em Gralhas obras é só p’ra amigos Melhoramento de uma valeta pública a meio da Rua Central, mas só frente a uma casa que até nem está habitada. Tudo muito estranho! Ver escrito assinado por um vizinho idoso de 90 anos. P4

Barroso - AOutraVoz · 2 Barroso 30 2015 Noticias de MANUEL DIAS, de 92 anos, viúvo de Eufrásio das Dores, natural da freguesia de Santa Cruz do Bispo, Matosinhos e residente em

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Director: Carvalho de Moura

Ano XXXI, Nº 474Montalegre, 30.06.2015

Quinzenário

E-mail:[email protected]

0,90 € (IVA incluído) BarrosoNoticias de

Visita da Imagem de Nossa Senhora de Fátima a Montalegre

A nobreza barrosã e o que representa na vida social

Barroso da Fonte sempre na descoberta de personalidades ilustres das terras de Barroso e, a cada passo, confrontado com novas e fascinantes histórias.

P3

‘Ouro branco’ a 20 cêntimos o quilo

O Dr. Manuel Ramos volta-se agora para o “ouro branco”, assim dito em referência à batata. Mas ele prova que a propaganda municipal não corresponde à realidade.

P4

A Floresta fonte geradora de emprego

Um trabalho de Bento Monteiro acerca duma das potencialidades de Barroso. É das crónicas mais esperadas pelos leitores deste periódico que, por razões profissionais ou outras, nem sempre surge no nosso jornal. Do facto se pede a melhor compreensão dos nossos leitores.

P5

Uma Incursão da PIDE no Norte

Inicia-se hoje a publicação dum trabalho de pesquisa de Enes Gonçalves sobre a PIDE no norte do país. O que poderá parecer algo ultrapassado, em nosso entender, servirá para conhecer um pouco esta polícia do Estado Novo e, sobretudo, apreciar as convicções inabaláveis de muitos servidores do comunismo.

P4

OS VENDILHÕES DO TEMPLO!... O que ganhou afinal o país com as privatizações?!...

No POLITICAMENTE FALANDO desta edição, Domingos Chaves aborda o caso das privatizações que o Governo, mesmo em cima das eleições, tem em curso. Ele contesta no seu estilo inconfundível.

P7

20.º Aniversário da Vila de Salto

A Junta de Freguesia, em boa hora, decidiu comemorar a data da elevação de Salto a vila. A Câmara esteve presente e as comemorações, ensombradas pela morte recente dum saltense, estiveram à altura da efeméride. Parabéns!

P8

Repensar as Festas Cristãs

«Vem aí o tempo do Verão, estação pródiga em festas. Este mesmo mês de Junho, que chegou ao fim, foi um fartote de patuscadas e de pândega com os denominados santos populares. Será que as nossas festas cristãs são verdadeira expressão da fé cristã?» É a reflexão que nos coloca hoje o Pe Victor Pereira.

P11

Na data de fecho da edição deste jornal, a imagem de Nossa Senhora de Fátima corria pelo concelho de Montalegre.

Vinda de Ribeira de Pena deu entrada no concelho por Cervos daí seguiu para Sarraquinhos, Pedrário, Meixide e o Santuário de Nossa Senhora da Saúde de Vilar de Perdizes onde o povo presente assistiu às

primeiras celebrações litúrgicas.Dali seguiu em cortejo até à

entrada da vila de Montalegre com paragem na Rotunda dos Bois até à Praça do Município. No palco instalado pela Câmara Municipal foi celebrada a Missa campal finda a qual teve lugar uma procissão de velas até à Igreja Matriz concluindo com a adoração ao Santíssimo.

No dia 1 de Julho, nova celebração na Praça do Município dedicada aos idosos e doentes dali seguindo para S. Vicente da Chã, Viade de Baixo, Vila da Ponte, Borralha na consagração à Igreja ali construida a si dedicada, concluindo-se a visita, a meados da tarde, em Salto para rumar ao vizinho concelho de Boticas.

Plataforma “Montalegre Alert”A partir de agora contactar com o

município de Montalegre passa a ser mais fácil. No sítio do município existe o «Montalegre Alert», um sistema de alertas pioneiro que permite ao cidadão reportar, de forma fácil, no dia-a-dia, pequenos problemas,

desde a rede viária à rede de águas, iluminação pública, recolha de resíduos, limpeza urbana, etc., sendo os respetivos alertas reencaminhados para as áreas municipais responsáveis pela resolução dos problemas reportados. P2

CÂMARA DE MONTALEGRE

Em Gralhas obras é só p’ra amigosMelhoramento de uma valeta pública a meio da Rua Central, mas só frente a uma casa que até nem está habitada. Tudo muito estranho! Ver escrito assinado por um vizinho idoso de 90 anos. P4

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30 de Junho de 20152 BarrosoNoticias de

MANUEL DIAS, de 92 anos, viúvo de Eufrásio das Dores, natural da freguesia de Santa Cruz do Bispo, Matosinhos e residente em Covelo do Gerês, faleceu no passado dia 21 de Junho no Hospital de Chaves.MARIA LUISA PIRES PEREIRA, de 56 anos, viúva de Luís Alberto Machado da Cunha, natural e residente em Codeçoso, freguesia de Meixedo, faleceu no Hospital de Vila Real, no passado dia 20 de Junho.ALBINO FONSECA DE OLIVEIRA, de 56 anos, casado com MariaJosé Barros Ferreira Oliveira, natural da freguesia de Ferral e residente em Encosta do Pinhal Miudo, Vila Nova de Gaia, faleceu no passado dia 20 de Junho.FELISMINA AZEVEDO MARTINS, de 80 anos, solteira, natural e residente em Fiães do Rio, faleceu no dia 22 de Junho.ARTUR CARVALHO, de 94 anos, viúvo de Maria Rosa Lopes Pereira, natural e residente em Currais, freguesia de Reigoso, faleceu no dia 24 de Junho.ISMAEL FLORES PORTELA, de 59 anos, casado com Jacinta Maria Paulo Portela, natural da freguesia de Sarraquinhos e residente em Bridgeport, USA, faleceu no dia 27 de Fevereiro sendo enterrado no cemitério desta cidade de Connericut, EUA.MARIA PEREIRA AFONSO, de 62 anos, casada com Bento Pires Alves Pereira, natural da freguesia da Chã e residente em Lyon, França, faleceu no passado dia 10 de Janeiro, sendo enterrada em Lyon, França.CARLOS DE JESUS FERNANDES PEREIRA DA MOTA, de 60 anos, casado com Maria Leonilde de Carvalho Oliveira Mota, natural e residente em Salto, faleceu no Centro de Saúde de Montalegre, no passado dia 15 de Junho.JOÃO AFONSO, de 93 anos, viúvo de Maria Joaquina Gonçalves Videira, natural e residente em Antigo da freguesia de Viade de Baixo, faleceu no Hospital de Chaves, no dia 17 de Junho.MARIA JÚLIA DIAS TEIXEIRA, de 68 anos, viúva de Abílio da Silva Martins de Almeida, natural de Montalegre e ultimamente residente em Crevecouer-Le-Grand (Oise), França, faleceu nesta cidade, no dia 17 de Outubro de 2014.ABÍLIO DA SILVA MARTINS DE ALMEIDA, de 71 anos, casado com Maria Júlia Dias Teixeira, natural de Lousado, Vila Nova de Famalicão e residente em Beauvais, França, faleceu nesta cidade donde foi sepultado, no dia 25 de Julho de 2008.MANUEL AUGUSTO DE OLIVEIRA RODRIGUES, de 49 anos, divorciado de Ana Belén Otero Calles, natural de Vilar de Perdizes e residente em Elgoibar, Guipuscoa, Espanha, faleceu no dia 1 de Junho de 2015, sendo sepultado em Mendaro, Guipuscoa, Espanha.JOSÉ ALBINO PIRES MACHADO, de 85 anos, viúvo, natural e residente em Cambezes do Rio, faleceu no dia 29 de Junho.

PAZ ÀS SUAS ALMAS!

CORTEJO CELESTIALMONTALEGREPlataforma “Montalegre Alert”

Reportar um buraco na rua, um poste sem iluminação, ou fazer uma outra reclamação é agora mais fácil para os munícipes do concelho de Montalegre. Acessível tanto no sítio da autarquia como em aplicação para telemóveis e tablets, o “Montalegre Alert” permite a qualquer pessoa reportar, de forma fácil no dia-a-dia, pequenos problemas, sendo os respetivos alertas reencaminhados para as áreas municipais responsáveis pela resolução dos problemas

reportados. Trata-se de uma plataforma objetiva, intuitiva e rápida, que exige a identificação do autor da reclamação para ajudar na resolução da mesma. Este sistema de alertas pioneiro foi apresentado publicamente na comemoração do feriado municipal.

A partir de agora contactar com o município de Montalegre passa a ser mais fácil. No sítio do município existe o Montalegre Alert, um sistema de alertas pioneiro que permite ao cidadão reportar, de forma fácil no dia-a-dia, pequenos problemas, desde a rede viária, na rede de águas, iluminação pública, na recolha de resíduos, na limpeza urbana, etc., sendo os respetivos alertas reencaminhados para as áreas municipais responsáveis pela resolução dos problemas reportados. Trata-se de uma plataforma objetiva, intuitiva e rápida, que exige a identificação do autor da reclamação para ajudar na resolução da mesma. Isto é possível graças ao sistema Infracontrol onde essas comunicações, para além do sítio da câmara, podem ser efetuadas facilmente através de telemóvel ou tablet, bastando para isso descarregar as aplicações gratuítas, tanto para dispositivos Android (disponível na loja Google Play) e Apple iOS (disponível na App Store). Esta aplicação móvel, além de permitir juntar instantaneamente fotos tiradas ao local da ocorrência com o telemóvel, nos dispositivos equipados com GPS permite a comunicação imediata da localização do mesmo. Caso o dispositivo não possua esta funcionalidade, existe sempre a opção de identificarmos e marcarmos manualmente no mapa o ponto em questão.

Apresentado publicamente na comemoração do feriado municipal - onde foram inaugurados o Balcão Único e o Espaço do Cidadão - o Montalegre Alert foi explicado aos presentes pelo técnico da Câmara de Montalegre, José Alves, que destacou a importância desta nova ferramenta no acesso à «comunicação de ocorrências e anomalias públicas». Entre as inúmeras vantagens, está o acompanhamento de todo o processo: «além de podermos indicar no mapa onde está a ocorrência, podemos seguir todo o processo ao sermos alertados tanto por sms como por email e também podemos interagir». Uma nova forma de diagnóstico municipal que irá desvendar os «pontos críticos» que obrigam a intervenção ao mesmo tempo que pode servir de «pressão a entidades externas» para que a celeridade na resolução dos problemas seja mais efetiva.

Refira-se que a Infracontrol AB é uma empresa sueca, líder de mercado nos países nórdicos, sendo fornecedor da aplicação de comunicação digital de reclamações de praticamente 100% dos municípios da Suécia, Noruega e Finlândia. Montalegre encontra-se entre os seis municípios pioneiros da implementação desta plataforma em Portugal.

Texto e foto: cm-montalegre.pt

SIDRÓS + 474Festa da Ponte da Misarela (Cartaz)Festa da Ponte da Misarela

Nos dias 3 e 4 de Julho, realiza-se a já tradicional festa da Ponte da Misarela em Sidrós, freguesia de Ferral, concelho de Montalegre. É um evento com um programa variado de atividades como pode ser comprovado no

cartaz anexo.A Ponte de Mizarela divide dois lugares, dois

concelhos, Sidrós, freguesia de Ferral concelho de Montalegre (Vila Real) e Frades, freguesia de Ruivães, concelho de Vieira do Minho (Braga). Atravessa o Rio Rabagão que divide estes dois Municípios e consecutivamente os Distritos.

É conhecida pelas suas crenças, lendas e também pela fama de que foi palco, como serviu de passagem em 1809 às tropas de francesas comandadas por Soult, fugindo à perseguição dos soldados de Wellesley.

A Ponte da Misarela é conhecida também por Ponte do Diabo, e, em sentido contrário, há nela a crença da fertilidade... «Se fores menina terás o nome de Senhorinha, se fores rapaz vais-te chamar Gervaz».

Está classificada como Imóvel de Interesse Público (Coordenadas GPS: N 41 41.520’ W 008 01.170’)

OUTEIROViagem pelas Freguesias

O projeto da Câmara Municipal de Montalegre, “Viagem pelas Freguesias”, passou pela bela freguesia de Outeiro. Cheia de encantos naturais, este pedaço do concelho foi muito elogiado pelo presidente da edilidade: «Outeiro é uma lindíssima freguesia onde dá gosto viver aqui». O aplauso foi estendido ao jovem presidente da Junta de Freguesia, Paulo Pereira: «estamos perante um jovem presidente de junta que tem a energia necessária para enfrentar os problemas que vão surgindo e que não são de fácil resolução». Orlando Alves destaca o bom

trabalho que vem sendo realizado na freguesia: «quero felicitá-lo por ser o primeiro presidente de junta a levar a cabo a limpeza de ruas este ano». Trata-se, sublinha o líder do executivo, de «um belíssimo exemplo de um autarca jovem, empenhado e com sentido de oportunidade. É bom ver que a limpeza das ruas é uma preocupação a ter em conta».

Com uma área considerável, Outeiro tem quatro lugares (Cela, Outeiro, Parada e Sirvoselo) que exigem intervenção. Orlando Alves ouviu e anotou. No final

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30 de Junho de 2015 3BarrosoNoticias de

Barroso da Fonte

A nobreza Barrosã e a Casa do Cerrado

A humanidade, na evolução própria da espécie, ao longo dos milhões de anos, não se contentou com o grau da normalidade. A razão que distingue os humanos dos restantes animais, foi sempre atrevida. E, desse atrevimento ou insatisfação de não ser igual aos outros, brotaram sortilégios para uns, vícios para outros, com consequências para o bem ou para o mal. Uns primaram pelo sucesso, evoluindo e progredindo à escala local, nacional ou mundial. Outros regrediram, animalizaram-se no corpo e no espírito, destruindo tudo à sua passagem. Sempre as forças contraditórias do bem e do mal, do saber e da ignorância, da riqueza e da pobreza, do luxo e do lixo.

Essa insatisfação que sempre acompanhou o ser humano hierarquizou uns e outros. Ao nível da família, da

comunidade local, nacional e internacional.

A esse escalonamento chamou títulos da nobreza. Vêm de longe esses graus hierárquicos. Essa classificação generalizou-se e estendeu-se a todas as civilizações. Já ao tempo da Fundação da nacionalidade Portuguesa existiam estatutos convencionais que se transfeririam para a sociedade portuguesa e, mais tarde, para a Brasileira. Na monarquia o grau máximo eram o rei ou a rainha. Estes titulares institucionalizaram-se e, mais tarde, esses graus, sujeitos a regras, deram origem a constituições e a regimes eleitorais. Platão, cerca de 500 anos antes de Cristo, já elaborara a sua República, obra que ainda hoje serve de base às mais modernas constituições para os mais diversos regimes.

Com a transferência da Corte real Portuguesa para o Brasil, entre 1808 e 1820, o rei D. João VI originou naquele país irmão a nobreza brasileira. Em 1821 já tinha agraciado 28 marqueses, 8 condes, 16 viscondes e 21 barões. A cada título nobre correspondia uma determinada verba pecuniária.

Esses títulos nobiliárquicos não eram hereditários. A árvore genealógica de cada cidadão não poderia apresentar qualquer motivo adverso à nobreza: bastardia, desobediência à coroa real ou sangue estranho à pureza dos graus nobiliárquicos.

A perenidade nos cargos por parte dos filhos obrigava ao pagamento de verbas previstas em tabela afixada superiormente. Em 2 de Abril de 1860, por exemplo, o grau de Duque custava 2:450$000, o de Marquês, custava: 2:020$000, o de Conde valia: 1:575$000, Visconde correspondia a 1: 025$000 e o Barão tinha que pagar 750$000. A wikipédia fornece esta informação e esclarece ainda que as custas para a obtenção destes títulos tinha também valores acrescidos: 366$000 para os papéis da petição e 170$000 para custear o brasão correspondente ao grau. Esses graus eram registados no Cartório de Nobreza e Fidalguia. Mas, segundo se lê naquela mesma fonte, em 1848, «desapareceram misteriosamente todos os documentos do Cartório de

Nobreza e Fidalguia» de que era responsável Possidónio da Fonseca Costa, ao tempo, rei de Armas Principal.

O signatário desta nota, confessa ser mero aprendiz desta temática, faltando-lhe a linguagem técnica que os genealogistas manobram com a maior destreza. Quando já tinha a reedição de dois/três volumes em fase de paginação, para vir a público em meados de 2015, do Dicionário dos mais ilustres Transmontanos e Alto Duriensese, resvalei eu, para este ramo das ciências sociais, deparando-me com alguns autores barrosões e outros de barrosões descendentes, que seria uma tremenda lacuna não selecionar. Nas pesquisas que fiz às famílias mais conhecidas de Montalegre e de Trás-os-Montes, encontrei personalidades inimagináveis.

Eu que nasci numa aldeia que raramente aparece nos mapas, apenas me alegrando a existência de um naco de calceta romana da via XVII e aí nascer o Rio Rabagão, acabei de saber que nesse chão etéreo nasceu Josefa Álvares de Moura (1790-1863) que casou, em primeiras núpcias, com

João Gomes da Silva. Ficando viúva voltou a casar com José Joaquim Ferreira Caldas. Este nasceu em Lisboa em 17810 e faleceu, em Montalegre, em 1849, com «um coro de corpo presente com 50 clérigos». Uma biografia riquíssima. Tiveram uma única filha: Maria Isabel Ferreira Caldas que casou com Sebastião José de Miranda Ataíde de Melo e Castro. Tiveram duas filhas: Maria Isabel e Maria da Assunção. Estas duas senhoras foram donas da Casa do Cerrado e estiveram ligadas às casas nobres da Região: Bragado (Vila Pouca), Carrazedo da Cabugueira, Morgados de Casas Novas, etc.

A Casa do Cerrado que hoje é pertença do simpático casal: Sebastião/Isabel Caldas Afonso, foi berço de muita e nobre Gente de Barroso. Luís Miguel de Castro Filipe Osório Mora e o Diogo de Paiva e Pona, genealogistas de grande curso, nos seus muitos estudos sobre Famílias notáveis de Trás-os-Montes, ensinam-nos muito e neles iremos beber elementos para novas crónicas. Há muitas estórias neste Histórico concelho da Terra Fria.

confessou que «há aqui muitas e pequenas coisas a fazer que vão ser calendarizadas a seu tempo». Um conjunto de intervenções que pedem paciência e algum “jogo de cintura” isto porque, conclui o presidente, estamos perante «um povoamento muito concentrado» com «ruas estreitas» o que, só por si, exige um rigor acrescentado na resolução dos problemas.

Paulo Pereira, presidente da Junta de Freguesia de Outeiro, ficou muito agradado com a visita do executivo. Considera que «estas visitas são muito importantes» porque aproxima a Câmara das freguesias: «isto é uma excelente ideia e

uma boa forma de trabalho porque eles (Câmara) estão próximos de nós e nós (Freguesia) deles». Acrescentou ainda: «penso que foram bem recebidos e eu fui bem atendido e esperamos que nos ajudem no que precisarmos». Nesta ótica referiu: «temos muita obra! Algumas já são antigas e outras em perigo eminente. Gostava de ultrapassar estes problemas no meu mandato...». Interrogado para explicar melhor o teor das dificuldades, o jovem autarca disse: «temos alguns caminhos com muros

prestes a cair e uma casa em perigo de derrocada e queremos proceder à renovação de caminhos e calcetas».

Texto e fotos: cm-montalegre.pt

VENDA NOVAQuartel da GNR poderá mudar para Salto

O Quartel da GNR da Venda Nova, instalado nesta localidade há 20 anos atrás, sob a influência da Cãmara de então de Carvalho de Moura que teve em seu apoio a posição do Cor. Dias Vieira, à altura Comandate distrital da corporação, poderá, ao que consta, mudar-se para Salto.

A Junta de Freguesia da Venda Nova já fez saber que não concorda com tal medida pois que, segundo diz, lhe assiste o direito de continuar com o Quartel na sede da freguesia já que se mantêm as condições que levaram à sua criação: estar numa posição central em relação a todo o Baixo Barroso, os seus agentes terem facilidades de deslocação para os lugares mais afastados e situar-se à beira da EN 103 que é um corredor importante da região de pessoas e mercadorias.

O presidente da Câmara de Montalegre a quem os da Venda Nova acusam de querer levar tudo para Salto desculpa-se com uma carta do Comandante Geral da GNR que entretanto abandonou o cargo, carta essa que autoriza a que o novo Quartel da GNR da Venda Nova se localize em Salto.

Certo é que o Quartel da Venda Nova, depois de construido, nunca teve verbas para obras de renovação e beneficiação e passou a um estado de degradação tal que não houve outro remédio senão encerrar e retirar dali os agentes para outros Postos vizinhos.

A Junta da Venda Nova já propôs ao Comando

que o Destacamento ocupasse uma casa situada no centro da aldeia para provisoriamente servir de Quartel mas também a Junta de Freguesia da Vila de Salto tomou idêntica medida.

Não se sabe ao certo como é que o processo poderá evoluir, no entanto, esta medida, a concretizar-se, terá consequências políticas nada favoráveis à administração do concelho.

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GRÉCIAComo a crise grega ameaça Portugal

Os verdadeiros riscos para a economia portuguesa não se ficam pela dívida pública ou pelas bolsas, que, dia 29, afundaram - e de que maneira - e com Lisboa a bater recordes negativos.

A lista de potenciais estilhaços na economia portuguesa é imensa, a começar pelas taxas de juro que podem afetar seriamente o financiamento externo dos nossos bancos e empresas. De forma indireta, isso também terá tradução nas taxas cobradas nos créditos bancários. Tudo isto quando o crédito malparado está atualmente no valor mais alto de sempre.

Além disto tudo, ainda temos que contar com inevitáveis efeitos psicológicos, a contração da economia europeia e o consequente efeito nas nossas exportações e variação na taxa de câmbio euro, que favorece as exportações (o que é bom), mas afeta negativamente as importações, nomeadamente o petróleo.

Até domingo, dia do referendo, a incerteza é imensa. E depois disso continuam a existir muitas dúvidas.

In Expresso

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30 de Junho de 20154 BarrosoNoticias de

POLÍTICA MUNICIPAL VISTA DE FORA

‘Ouro branco’ a 20 cêntimos o quiloFoi numa tarde de muito

calor, e eu vinha passar o fim-de-semana à aldeola. Ao chegar perto de Ruivães, sintonizei por acaso a Rádio Montalegre no aparelho do meu carro, mas apenas ouvi três palavras: “Montalegre” e “ouro branco”, já que naquele lugar cavado é difícil captar o sinal radiofónico. Pouco depois, numa curva e contracurva da sinuosa estrada EN 103, ouvi de novo o sintagma “ouro branco”.

Foi muito pouco o que ouvi, mas o suficiente para aguçar a minha curiosidade. Quis saber que filão era aquele.

Ao subir em direção a Ruivães, depois de passar a ponte de um regato onde no inverno as águas correm céleres, pus-me a imaginar que, por certo, tinha sido descoberto em Montalegre um rico filhão aurífero e que, como nos tempos do velho Oeste Americano (ou como na corrida ao volfrâmio das minas da Borralha), iria agora acorrer à região grande número de aventureiros, munidos de carripanas e picaretas. Montalegre iria de novo encher-se de gente!

No entanto, depois de cruzar aquela aldeia que já foi vila, eu tomei conhecimento da verdadeira realidade. O “ouro branco” era o epíteto por que a Rádio e a Câmara designavam a batata ágria que está a ser semeada na Quinta da Veiga, fruto de um protocolo estabelecido entre os outorgantes Cooperativa / Câmara e um

empresário da batata pelo qual o primeiro deles se compromete a produzir algumas toneladas deste tubérculo e o segundo compromete-se a comprá-la para a transformar em batata frita. Também os lavradores de Montalegre poderão associar-se e vender a batata ao mesmo empresário. A fábrica ficará sediada em Ribeira de Pena.

Segundo a reportagem, este protocolo era apresentado como um caso de sucesso, uma mina de ouro, uma genialidade operada pela Câmara e Cooperativa…

Parece que tinham descoberto o algoritmo para ser rico! Só faltava uma coisa: na longa reportagem nunca era referido o preço a que o “ouro branco” era vendido ao Sr. Batata Frita, como ele é agora conhecido. Por vezes parecia que iam falar em preços, mas depois a conversa sofria uma cabriola e já não diziam.

Mas eu quis saber e não descansei enquanto não soube qual o preço a que a batata iria ser vendida, a qual iria fazer dos lavradores, quer quisessem quer não, uns ricalhaços. Encontrei

a resposta no sítio da Câmara, no final de uma notícia: são 20 cêntimos o quilo, isto é, “o ouro branco do Barroso” será vendido a 20 cêntimos. Não vamos agora discutir o “do Barroso” (porque não é assim que se diz, é “de Barroso”, porque “do Barroso” significa outra coisa) e vamos concentrar-nos no protocolo e na notícia, tal como ela foi apresentada pela RM.

Andar a produzir batata a 20 cêntimos o quilo não vai tornar os lavradores ricos, mas pobres; a 20 cêntimos o quilo só vai

tornar uma pessoa rica: é quem a vai comprar, o tal Sr. Bata Frita, que depois de a transformar vai vendê-la a 3 euros o quilo, isto é, 15 vezes mais; apresentar o protocolo como um caso de sucesso e de riqueza é andar a gozar com os produtores; por 20 cêntimos o quilo as pessoas pedem é que a Câmara produza batatas e as venda a si, que são conterrâneos, e que não ande a fazer favores aos de fora com dinheiro público; a 20 cêntimos o quilo significa que o dinheiro não dá para pagar os custos

da produção e, por isso, quem enveredar pela aventura de produzir batata para vender vai ter prejuízo.

Efetivamente, em Montalegre, onde a propriedade é minúscula e, por isso, os custos de produção são elevados, andar a semear batatas para depois as vender a 20 cêntimos o quilo é andar a trabalhar para aquecer ou querer ser generoso para com o dito empresário. Sim, porque os custos de produção são, na maioria dos casos, superiores aos 20 cêntimos. Primeiro é preciso comprar a semente (que é cara), depois comprar o adubo (que é caro), depois lavrar, depois semear e engradar, depois aplicar o herbicida (que é caro e tem grande impacto ambiental), depois aplicar o inseticida, depois regar, depois arrancar e ensacar e só depois as vender; e, com a venda, o dinheiro não chega imediatamente mas só passado alguns meses, quando o lavrador já nem se lembra dele! E mais ainda: se vier o míldio ou outra calamidade, os riscos são por conta do lavrador, porque o tal capitalista não corre nenhum risco!

Isto não é nada; elaborar um protocolo nestas condições é andar a gozar com as pessoas, que merecem respeito. Não ponho em causa a boa vontade da Cooperativa e da Câmara em querer ajudar as pessoas e querer revitalizar a batata que já foi um produto que trouxe dinheiro e urge revitalizar, mas não é assim, nem é a qualquer custo que se

faz. Não vou agora explanar o que eu acho que devia ser feito (porque sobre isso tenho uma opinião que neste momento reservo para mim), apenas digo uma coisa: ou o preço de venda é justo e os lavradores ficam salvaguardados, ou é melhor não assinar protocolo nenhum, nem andar com espalhafates. Ai que saudades eu tenho do tempo em que os presidentes da Câmara e os presidentes das cooperativas eram filhos de lavradores e percebiam de lavoura!

O mesmo é válido para a Rádio Montalegre: não fica bem induzir as pessoas em erro com a tal associação entre batata e ouro; não fica bem ser obscuro e pouco rigoroso, só porque agrada muito à Câmara; não fica bem, é espalhafate e denuncia a promiscuidade entre Câmara e Rádio Montalegre. No meu ponto de vista, a reportagem devia ter em conta pelo menos os seguintes tópicos: não fazer a associação entre batata e ouro porque induz em erro e é incorreto; apresentar o preço de venda desse “ouro branco”, que é 20 cêntimos, e não ter receio de o apresentar; falar nos custos de produção e, finalmente, entrevistar lavradores e perguntar-lhes se estão dispostos a vender batata de qualidade a 20 cêntimos o quilo. Ai que saudades eu tenho de uma imprensa livre, isenta e profissional!

MANUEL RAMOS

“Andar a semear batatas para vender a 20 cêntimos o quilo é andar a trabalhar para aquecer e a enriquecer o empresário que as vai comprar; a 20 cêntimos o quilo significa que o dinheiro não dá para pagar os custos da produção e, por isso, os lavradores vão ter prejuízo; apresentar este protocolo como um caso de sucesso e de riqueza é andar a gozar com as pessoas!”

A EDP Distribuição, no âmbito das ações de melhoria contínua que vem efetuando nas suas redes energéticas, procedeu à renovação da rede de Baixa Tensão que serve as localidades de Viveiro e Pardieiros, freguesia de Ferral, concelho de Montalegre.

Este investimento significativo, compreendeu a renovação da rede elétrica em cerca de 834 metros, possibilitando a substituição por cabo troçada isolado, de um extenso troço de rede aérea de cobre nu que já apresentava fragilidades

mecânicas, originando avarias em presença de condições atmosféricas adversas.

A nova rede em condutores isolados é mais robusta e de secção adequada, perspectivando melhor qualidade de serviço e permitindo uma maior flexibilidade na exploração da rede de baixa tensão, possibilitando reconfigurações alternativas de alimentação aos clientes, garantindo sempre, a observância dos níveis de tensão regulamentares, ficando também garantida reserva de potência para fazer face a futuros aumentos de consumos.

FERRAL

EDP Distribuição renova a rede de Baixa Tensão nas localidades de Viveiro e Pardieiros, na Freguesia de Ferral, Concelho de Montalegre, melhorando a qualidade de serviço disponibilizada aos seus clientes.

Antes Depois

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30 de Junho de 2015 5BarrosoNoticias de

cont. P7

Os números não mentem: cerca de 35% do território rural do Norte de Portugal continua por aproveitar, ao mesmo tempo que a população ativa no setor primário, no pós 25 de abril, reduziu para perto de metade, recuando o emprego florestal para os 15%.

A floresta, riqueza natural, cobre 39% do Continente, pertencendo 92% a pequenos proprietários, 6% às autarquias e comunidades e apenas 2% ao Estado. Por outro lado, a floresta representa mais de 9% das exportações, empregando perto de 135 000 funcionários.

Mas mais importante do que a percentagem com que contribui para o PIB é o seu enorme contributo para a proteção do meio ambiente, devido ao sequestro do carbono, podendo vir a contribuir ainda mais para a diminuição de gases com efeito estufa se soubermos aproveitar convenientemente os vários milhares de terrenos incultos

ou em regime de set-aside que aguardam reconversão.

Vem aí mais uma “época de incêndios” e com ela mais encargos para o erário público, no desleal combate aos fogos, na sua esmagadora maioria com origem em mão criminosa ou em queimadas mal planeadas. Montalegre, aliás, tem sido bastante fustigada pelos incêndios.

Urge, deste modo, encontrar soluções nacionais, centradas em dinâmicas locais, capazes de assumir a gestão destas áreas evitando a destruição desta reserva natural da nação, fonte de enorme riqueza, potencial criadora de muitos postos de trabalho. Há concelhos competitivos, como por exemplo o de Leiria, que sempre viram a floresta como um fator de desenvolvimento local. Eu, olho para o concelho de Montalegre, e vejo a floresta, a par da agricultura, como a sua salvação.

Investir quantias avultadas no turismo em Montalegre, só se justifica se houver falta de

visão estratégica associada a eleitoralismo fácil. E isso, a história não nos perdoará. Montalegre não tem restauração, muito menos hotelaria, que justifique investimento avultado no turismo. Aliás, quantos empregos criam o turismo no nosso concelho?

É necessário desenvolver políticas capazes de fixar pessoas. E só se fixam pessoas, se houver emprego. Ora, a floresta pode-nos proporcionar este condimento.

Floresta significa gente, que dantes tudo fazia à custa do seu próprio suor. Gente que plantou, que moldou a paisagem, antecipando em décadas, embora sem o saber, os esforços da humanidade em suster o aumento do aquecimento global, devido à emissão de gases com efeito estufa, que tanto nos preocupa, devido à ameaça de destruição do planeta.

Hoje, a floresta necessita de investimento em formação profissional e na aquisição

de máquinas e equipamentos para a preparação dos terrenos. Precisa também de técnicos, de gestores e trabalhadores capazes de aumentar a produtividade florestal, diminuindo os custos de exploração e transporte de madeira e biomassa.

É sabido que uma floresta bem gerida pode render, a longo prazo, quatro vezes mais que um bosque sem gestão, sendo a gestão Silvopastoril uma boa maneira de o alcançar, aproveitando as suas várias valências, incluindo os subsídios. Melhor ainda será fazer emparcelamentos de terras, evitando o seu abando, e aumentando a produtividade.

Ao Estado cabe-lhe assumir o papel organizador, criando instrumentos que estimulem o investimento florestal bem como rever o código do IMI rústico, impondo que quem gere a terra não paga, pois contribui para a economia, e quem não gere paga pela produção potencial

que aquela terra podia dar, sem fazer perigar a dos outros. Aos Municípios, em particular ao nosso, cabe a tarefa de apoiar e incentivar as dinâmicas locais favorecendo a proteção dos riscos ou apoiando a identificação fundiária, que tanto as limita e desincentiva.

A propósito: há uns meses atrás foram muitos os camiões que vimos sair, carregados de madeira, das nossas florestas. Alguém apresentou contas públicas? E quando é que foram divulgados os concursos para a aquisição dessa mesma madeira?

O futuro da nossa floresta constrói-se no presente, com a vantagem de ajudar a salvar o planeta, ao mesmo tempo que permite criar os tão desejados empregos, capazes de fixar as nossas gentes. Deitemos mãos à obra!

Bento Monteiro

A Floresta: fonte geradora de emprego

Assinalou-se no dia 15 de junho o Dia Mundial de Luta contra a Violência sobra a Pessoa Idosa. Esta foi uma data instituída em 2006, pelas Nações Unidas e pela Rede Internacional de Prevenção da Violência à Pessoa Idosa.

Com esta celebração, pretende-se motivar a consciência mundial, política e social da existência da violência contra a pessoa idosa e disseminar a ideia de não a aceitar como normal.

A violência contra idosos deve ser encarada como uma grave violação dos Direitos Humanos. A sociedade deve encarar o envelhecimento da população como um desafio para a melhoria da qualidade de vida dos mais velhos e uma vida com mais dignidade.

Neste sentido, o secretário-geral das Nações Unidas alerta

que “infelizmente demasiados idosos podem estar em risco.”

Deve a sociedade em geral promover a luta contra a discriminação baseada na idade e lutar pelo respeito dos direitos das pessoas idosas.

Todo este trabalho de consciencialização deve ser promovido desde sempre, começando por ensinar aos mais novos o respeito pelos cidadãos mais velhos, respeitando a sua sabedoria, condição e contributo que deram à sociedade.

Quando falamos na violência contra idosos, os dados são preocupantes e, de acordo com a Federação das Instituições da Terceira Idade, 39,4% dos idosos em Portugal são vítimas de violência doméstica.

O ano de 2014 foi, sem dúvida, um ano dramático no que diz respeito a este tipo

de violência. De acordo com APAV, foram registados 852 casos de violência contra idosos, traduzindo-se num aumento de 10,1% em relação a 2013.

De acordo com o relatório anual da APAV, em média, todas as semanas 16 idosos são vítimas de violência doméstica em Portugal.

Segundo a OMS, 32,9% dos idosos são vítimas de abusos psicológicos, 16,5% são vítimas de extorsão, 12,8% vêm os seus direitos desrespeitados, 9,9% são vítimas de negligência, 3,6% são vítimas de abusos sexuais e 2,8% são vítimas de abusos físicos.

A par destes dados, segundo o INE, 21% destes idosos encontram-se em risco de pobreza.

Perante estes dados, a Federação das Instituições da Terceira Idade defende que é

necessário chamar atenção da sociedade para esta realidade e promover um maior convívio entre gerações. Para a FITI, existem exemplos que explicam que a sociedade “ não está configurada com a população idosa.”

Assim, a FITI prepara-se para criar uma parceria com a Guarda Nacional Republicana no sentido de criar o Observatório para as Pessoas Idosas, a qual será uma estrutura idêntica as Comissões de Proteção de Crianças e Jovens, com o objetivo de “ sinalizar as situações de isolamento” e promover o contacto dos idosos com as diferentes entidades envolvidas.

Todos estes dados colocam o nosso país numa situação delicada no que toca à violência contra idosos.

A OMS analisou mais de

50 países e Portugal surge entre os 6 países com a situação mais delicada. No nosso país, os idosos correm 10 vezes mais o risco de sofrerem violência em relação aos restantes parceiros europeus.

Por outro lado, o relatório da OMS conclui que os principais abusadores tendem a ser da própria família, por norma, filhos e netos das vítimas.

Na Europa, 4 milhões de idosos são vítimas de humilhações físicas e psicológicas.

Perante toda esta realidade, é urgente agir no sentido de acabar com esta estatística e por fim à violência contra idosos, usando todos os meios necessários e envolvendo toda a sociedade nesta luta.

Paulo Delgado, Cap.

Portugal e a violência contra os idosos

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30 de Junho de 20156 BarrosoNoticias de

MAPC

UM PARÁGRAFOUm Parágrafo # 53 – Luz

Deixas-me na penumbra, quando olhas para mim. Cegas-me com esse brilho de um sorriso matreiro mas sincero. Sufocas-me os sentidos com a alvura de gestos naturais e sem preparação. O teu luzir ofusca-me e transporta-me para noites perdidas no turbilhão dos tempos, onde só a tua luz reinava e tudo à volta era um manto cinzento de mágoas passadas. Noites em claro e dias em branco, aspirando somente sorver um pouco dessa tua claridade que me alimenta. Um sonho de claridade, por entre os raios difusos de uma luz de sonho. Pensamentos de uma realidade onírica que procura a atenção do teu brilho. Suspiros dispersos que remetem sempre para um luzeiro terno e doce. Vontade de sentir a luz derramada sobre a pele e deixar correr o murmúrio de um orvalho que sempre tardou em vir. Um orvalho de mel que se esconde nas sombras do teu brilho e escorre por entre os anseios de noites futuras. Um saciar da sede há muito anunciada e perpetuamente adiada. Um percorrer de sonhos em noites múltiplas e quimeras de um azul absurdo. Um mar de doçura e um suspiro, enfim, quando me brindas com um sorriso e o meu corpo se enche com o teu luar...

João Nuno Gusmão

De Padroso, p’ró MundoHoje, o Sol Chorou!

O Sol é a vida! Aquece as nossas almas, os nossos corpos e a terra onde cultivamos os

alimentos e as plantas que nos permitem manter o equilíbrio físico e emocional.

Quando o Sol chora faz germinar todas as plantas incluindo as fruteiras.

Hoje, 21 de Maio, o Sol chorou. Maio é o mês da exuberância das flores nos jardins

(orquídeas, gladíolos, e rosas) e nas encostas dos montes (giestas amarelas e brancas e urzes

de cor lilás). É também o mês das cerejas.

A cereja, como fruta saborosa e bonita que é, tem o direito a ser caprichosa. Assim, escolhe

os planaltos para viver e poder dar-nos um sabor açucarado com uma ligeira pitada de acidez.

Não é por capricho ou mania de superioridade que a cerejeira faz esta opção.

Não, é porque tem a ilusão de que viverá mais tempo e que será mais independente sem

ter que se submeter a elementos estranhos à sua identidade.

A única Troica que aceita é formada por: chuvas abundantes em épocas adequadas,

terrenos ácidos e um Sol que brilhe bem lá no alto.

Tem sido assim desde que Portugal nasceu, é assim ainda hoje e será assim por muitos e

longos anos. Para que as cerejas continuem a ser um fruto colorido, bonito e apetitoso para

todos aqueles que desfrutarem do seu maravilhoso sabor.

Algés, 21 de Maio de 2014

Gusto, neto do Paulino

[email protected]

Uma Incursão da PIDE no Norte de PortugalO ano de 1952 teve um

início azarado, consequência

da PIDE lançar uma incursão

em Trás-os-Montes e Minho

para prender cerca de 30

pessoas acusadas de conjurar

contra a segurança do Estado

por meio de associação secreta

e uso de falsos nomes.

O facto da PIDE aparecer

assim de supetão e fectuar

prisões simultâneas em várias

localidades, sugere que terá

havido delação. Porém,

da consulta do processo

judicial não se pode tirar essa

conclusão, nem encontrar

qualquer outra explicação.

Pouco conheço dessa

polícia, mas quer-me parecer

que não foi a sua competência,

que era pouca, que a levou

a executar esta acção bem

coordenada.

Esta acção policial deu

origem a um processo enorme

composto de muitas centenas,

ou mesmo milhares, de folhas

e documentos. A sua consulta

é complicada sobretudo por

uma pessoa que desconhece

os trâmites dos processos

judiciais. Por essa razão e para

abreviar, a minha atenção

incidiu principalmente sobre as

pessoas que nos dizem respeito,

as de Montalegre, Boticas e

Chaves. Mas para suprir este

inconveniente publica-se uma

lista com os nomes dos presos,

profissões e naturalidade.

Fiz duas excepções para os

dois funcionãrios do PCP

responsáveis pelo recrutamento

de militantes.

Com este trabalho também

pretendo dar a conhecer que a

repressão da ditadura do Estado

Novo também se abateu sobre

a nossa terra.

Veja-se a Relação das

pessoas presas pela PIDE em

Janeiro de 1952

NOME PROFISSÃO NATURALIDADE

Carlos Augusto Gaspar Carpinteiro Samora Correia (Benavente)Salvador Pereira Amália Industrial fundidor Anunciada (Setúbal)M.ª Odete Gonçalves Lopes Doméstica Setúbal Albertino Mendes Sapateiro Vilas Boas (Chaves)Albino da Silva Comerciante BoticasAntónio Monteiro Sapateiro Eiró (Boticas)Arnaldo Marques Mateus Alfaiate Codeçoso (Boticas)Germinal Alves Vieira Padeiro VidagoJoão António Landeiro Borges Médico Aldeia do Bispo (Idanha a Nova)João José Canavarro Médico Bornes (Vila Pouca de Aguiar)Júlio Pereira Mesquita Comerciante ChavesElísio Pereira Brites “ “Florêncio Pinto Teixeira FafeIlídio Alves Gomes Electricista Silvares, S. Martinho (Fafe)Armando da Silva “ S. Sebastião (Guimarães)Adelino de Castro Alfaiate FafeJoaquim da Silva Sequeira Chapeleiro S. Victor (Braga)Manuel Fernandes “ S. Victor (Braga)Hirondino dos Santos Isaias Factor caminho ferro VimiosoAlexandre Vieira Soares Padeiro Azurara (Vila do Conde)António dos Santos Almeida Médico LamegoFrancisco Ribeiroda Fonseca Madeireiro PenafielAbílio Olímpio Pinto Salgado Professor primário Meirinhos (Mogadouro)Raul dos Santos Prof. Primário LisboaArnaldo Augusto Pereira Chefe da Estação da CP Duas Igrejas (Miranda do Douro)Francisco Augusto Neves – MoncorvoJosé Mendes dos Santos Ferreira – Viseu

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30 de Junho de 2015 7BarrosoNoticias de

O episódio é bíblico e ocorreu no Templo de Heródes!... A ganância dos cambistas pela venda e troca da pecúnia grega e romana, era a clara profanação de um lugar sagrado, governado e protegido pelos fariseus em benefício dos saduceus.

Transposto para os “templos” modernos, a parábola assenta que nem uma luva no solo pátrio. Esta terra sagrada que nos pertence, é hoje objecto de cobiça da alta finança internacional. Como os fariseus de hoje não diferem dos fariseus de há milénios, eis que vários quinhões de riqueza pátria vai sendo vendida a retalho. Agora porém, com a agravante de sabermos que os acólitos destes fariseus, partem e repartem entre si o óbolo da profanação.

“Ontem” foi a GALP, a CIMPOR, a EDP, a REN, a PT, a Fidelidade e a Tranquilidade a chineses e angolanos; a ANA a franceses; o Pavilhão Atlântico ao genro do professor Cavaco; os hospitais da Caixa Geral de Depósitos a brasileiros; os CTT`s a fundos e financeiros suiços, americanos, alemães, franceses e até irlandeses; “hoje”, segue-se-lhes a TAP, sem se saber ainda muito bem a “quem”; a concessão do Oceanário de Lisboa ao Grupo Jerónimo Martins; e à porta ficam para já, os transportes de Lisboa – Carris e Metro, os STCP do Porto, a CP e até a RTP e as Águas de Portugal.

Dito isto, aquilo que efectivamente ressalta aos olhos do cidadão comum, é que em boa verdade as preocupações com a soberania nacional e a defesa de um património que é nosso, ficam para planos secundários, e pelo que se tem visto, não têm eco nos partidos que têm passado pelo Governo.

Entre os ideólogos que estão a preparar o programa económico da actual maioria, há mesmo a convicção, de que “desde que o centro de decisão nacional, em relação aos sectores estratégicos se mantenha em Portugal, e desde que se assegure a concorrência e a regulação forte do Estado, é possível privatizar quase tudo”. Mau de mais para ser verdade...

Mas voltando ao tema que hoje aqui cabe abordar, e sabendo-se que a totalidade das privatizações renderam ao Estado cerca de 9,2 mil milhões de euros - que para pouco mais serviram do que para pagar juros à tróika durante um ano -, há duas questões que se impõe serem desde já equacionadas.

PRIMEIRA: o Programa de Ajustamento com a tróika, impunha como meta privatizar activos até 5,5 mil milhões de euros. O Governo porém, resolveu ir “além da tróika” e optou não só por vender o dobro, como continuar tal saga até ao final do seu mandato!... Perante os factos, como vai então ser, quando se acabarem os “anéis”?!...

SEGUNDA: sabendo-se que ainda assim, o Estado Português criou em nosso nome a astronómica dívida de cerca de 225.000.000.000€ (duzentos e vinte e cinco mil milhões de Euros), que ninguém consegue explicar em concreto aos bolsos de quem foi parar tanto dinheiro; que tal valor significa 130,3% do Produto Interno Bruto (PIB), ou seja, toda a produção de bens e serviços de Portugal durante 1 ano e 3 meses; que cada português vivo, qualquer que seja a sua idade, tem uma dívida de 22.630,00 € que não sabe a quem deve, nem porque deve, mas que deve; que só de juros desta dívida, o Estado paga por ano 8.000.000.000€ (oito mil milhões de Euros) a quem pediu e continua a pedir emprestado, dinheiro que alguém gastou, mas ninguém sabe explicar quem, nem onde; que diariamente

cada português vivo tem um encargo só com juros de 2,19 € relativos a essa dívida que não sabe que deve, e que nos últimos quatro anos, a mesma está a aumentar à média de 9 mil milhões por cada ano, como fazer-lhe então frente e aos respectivos juros, que alguns vêm classificando como sustentável, partindo do pressuposto de que as privatizações atingiram o seu limite e num futuro próximo, já nem dinheiro para juros conseguem gerar?!...

Será que o país, como alguns vêm afirmando “está melhor” e já não precisa de almofadas provenientes de tais receitas?!...

É evidente que tal não é verdade!... E tanto assim é, que não estando ainda satisfeitos com a chamada reforma estrutural dos anos do ajustamento, as novas/velhas fórmulas ditadas do exterior, foram já recentemente lembradas como ainda necessárias, pelo chefe da missão do FMI, senhor Subir Lall que assiduamente visita Portugal, as quais pese embora não tenham sido do agrado do Governo – alegadamente pelo facto de estarmos em periodo pré-eleitoral – nem por isso deixaram de as inscrever no Programa de Estabilidade para o quadriénio 2015-2019 e no DEO recentemente enviado a Bruxelas.

Nada de estranhar, tendo em conta a qualidade de “bons alunos” dos nossos governantes, a subserviência sempre demonstrada que aliás não é novidade para ninguém, e até o profundo afastamento dos partidos da coligação à matriz social-democrata e democrata-cristã, que marcou os últimos anos de governação, em benefício claro de uma visão ultra-conservadora e revanchista, para quem as pessoas não representam mais que números.

Não tenhamos por isso ilusões!... Com a tutela da tróika que continua bem presente por cá, e a continuidade no poder

de figuras menores que esquecendo Sá Carneiro e Freitas do Amaral, resolveram optar por politicas neo-liberais, aquilo que espera os portugueses é mais do mesmo, isto é: austeridade sobre a austeridade.

Com esta gente, os cortes nos salários dos funcionários públicos são para continuar; a reversão da sobretaxa do IRS prometida por Paulo Portas à custa do orçamento de 2016 (quem não se lembra da sua promessa e das informações trimestrais aos contribuinte que serviram de alibi para aprovar o aumento da carga fiscal no OE2015?!...), não passou de um “mito urbano”; a intenção de introdução de uma “medida para a chamada sustentabilidade da Segurança Social, que se traduz num corte de 600 milhões de euros já no próximo ano, é uma ameaça que paira sobre os reformados e pensionistas; e para compôr o ramalhete face ao estrondoso falhanço que foi o famoso Guião de Paulo Portas, avança-se com uma nova versão da “Reforma do Estado”, o que significa que depois de quatro anos de nada, afinal em 2015-2019 é que vai ser. Números ou medidas concretas neste particular, ficam no “segredo dos deuses”.

O que espanta, é que depois de conhecidas todas estas “promessas”, ainda há gente por aí, que descaradamente quer convencer os portugueses de que o país “vai de vento em popa” e de que esta dívida - ao contrário da existente hà quatro anos atrás, inferior em 36% do PIB nacional - é sustentável.

No meio de todo este “emaranhado”, a grande verdade é que os problemas nacionais não se resolvem com “almofadas transitórias”, hipotecando o património do país ou apostando em politicas de empobrecimento. Temos de facto, um problema grave de sustentabilidade de toda a sociedade, mas tal

não é resolúvel com receitas e “remendos” decorrentes da alienação de património!... Obriga pelo contrário, a uma transformação radical da sociedade ao nível político, ao nível social e da participação política, que imponha que os recursos públicos servem para o enriquecimento do país, para o bem comum e nunca para o capital financeiro, que em versão chinesa até já se dão ao luxo de classificar Portugal, como uma “loja dos trezentos”.

Dito isto, ninguém tem pois o direito de concorrer para a falência de um Estado, alienando as suas principais empresas, tornando a vida dos cidadãos mais difícil, reduzir os seus rendimentos, dificultar-lhes o acesso a bens e serviços essenciais, “empurrar” milhares de jovens qualificados país fora, e descurar soluções que permitam recolocar parte substancial dos 1,2 milhões de pessoas no mercado de trabalho, como forma de tornar a economia nacional mais forte. Privatizar apenas por razões ideológicas, é “crime lesa-pátria”...

É por tudo isto e sem prejuízo de me enganar muito, que não me canso de afirmar, que na vida existem duas espécies de “homens”: os que sim e os que não!... Uns são corajosos e determinados, os outros não passam de “mitos urbanos”. Infelizmente e para nossa desgraça, estes últimos, sempre foram em maior número, o que explica o mundo “miserável” que criámos.

Há por isso que “expulsá-los do Templo de Salomão”, com urgência e sem contemplações, para que não fiquemos à míngua do que é nosso e que vai sendo devorado pelos sacrílegas que usurpam bens colectivos em benefício de interesses que certamente não são os dos portugueses em geral.

(Texto escrito segundo o antigo acordo ortográfico)

POLITICAMENTE FALANDO!...

OS VENDILHÕES DO TEMPLO!... O que ganhou afinal o país com as privatizações?!...

Domingos Chaves

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BarrosoNoticias de

8 30 de Junho de 2015

A Junta de Freguesia de Salto assinalou o 20.º aniversário de elevação de Salto a vila.

A sessão ficou marcada pela atuação do grupo de cantares, em homenagem a Carlos Mota, um filho da terra recentemente falecido, e pela apresentação dos dois primeiros livros “Espelho” e “Memórias de Salto do século XX”,de José Carril.

Foi no auditório da Casa do Capitão, pólo do Ecomuseu de Barroso em Salto, que encheu para assinalar os 20 anos de ascensão da freguesia à categoria de vila.

A primeira publicação dos referidos livros narra as vivências pessoais do autor e na segunda apresenta tradições e informações sobre a freguesia.

O presidente do município de Montalegre referiu que continua, deste modo, a «perpetuar-se a importância desta grande terra», uma localidade antiquíssima que no século VI pertencia à diocese de Braga «com usos e costumes muito característicos que vêm expressos num destes livros» explicou Orlando Alves. O autarca afirmou ainda que se trata de informação que vem da «tradição oral e deste saber de experiência feito».

Uma data de destaque para Salto que Alberto Fernandes, presidente da Junta de Freguesia, não deixou passar em branco definindo-a como «um dos dias mais importantes ao longo destes anos à frente desta maravilhosa terra». No seguimento do desafio que lançou às suas gentes, para que escrevessem sobre Salto, resultou «o lançamento destes livros maravilhosos». Nesta sessão «também não quisemos deixar de lembrar o Carlos Mota, um saltense de gema, que sempre esteve envolvido nas nossas organizações» rematou Alberto Fernandes.

Por fim, José Carril que aos 86 anos lança, de uma só vez, dois volumes. O autor revelou surpresa com «o interesse de tanta gente pelas minhas obras». Depois de agradecer a presença de familiares e amigos, este saltense prometeu continuar a escrita, tendo já alguns temas em mente.

Fonte: cm-montalegre.pt

XIII Circuito Inter Clubes de Tiro Desportivo

Realizou-se em Salto, a 10.ª prova do circuito Inter Clubes de Tiro Desportivo. Reuniu durante dois dias cerca de 100 participantes. Para Fátima Fernandes, vereadora da educação da Câmara Municipal de Montalegre, isso mostra «o profissionalismo, empenho e dedicação encontrados neste espaço desportivo barrosão».

O campo de tiro desportivo de Salto é já uma referência da modalidade na região. Voltou a receber uma prova da maratona de 12 torneios de tiro aos pratos, nas modalidades de fosso universal e trap, que mexe com os clubes da região e potencia o tiro desportivo. Durante um fim de semana, a vila barrosã acolheu cerca de uma centena de atiradores que, para além da competitividade, mostraram, sobretudo, camaradagem, amizade e boa disposição.

Fátima Fernandes, vereadora da educação do município de Montalegre, testemunhou «a satisfação dos participantes que se mostraram agradados com as nossas instalações e com a nossa gastronomia».

In cm-montalegre

Carlos Mota

Faleceu no dia 15 de Junho Carlos de Jesus Fernandes Pereira da Mota com a idade de 60 anos. O povo de Salto e o de todas as localidades em redor ficaram em estado de choque por se tratar de pessoa muito conhecida, porque tinha sido funcionário municipal, bombeiro e sobretudo um saltense sempre pronto a ajudar no que fosse necessário para o bem da freguesia.

Carlos Mota era casado e pai do jornalista Sérgio Mota que segue as pisadas do pai como profissional empenhado, bairrista e solidário.

O Notícias de Barroso cumpre o dever de apresentar sentidas condolências a toda a família MOTA e em particular ao amigo Sérgio.

Que o Carlos descanse em paz!

Salto

Junta de Freguesia assinalou o 20.º aniversário de elevação a vila

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30 de Junho de 201510 BarrosoNoticias de

NNNNN OOOOOTÍCT ÍCT ÍCT ÍCT ÍCIAS DIAS DIAS DIAS DIAS DE BARE BARE BARE BARE BARR O S OR O S OR O S OR O S OR O S OSeja um amigo da sua terra,

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“Bom filho, bom marido,excelente pai, bom amigo e colega”

Vítima de doençaprolongada desde o dia 5 deJunho de 2002 faleceu nopassado dia 25 de Fevereiro oTito. Tina 59 anos de idade.Funcionário das Finanças deMontalegre, por isso conhecidoem todo o concelho, o Tito eranatural de Sabuzedo. Casoucom Mariana Francisca AnjoAfonso Freitas, da Vila daPonte, de quem teve duas filhas,a Alexandra e a Ana Margaridaque ajudou a criar e educoucom muita dedicação, não sepoupando a sacrifícios para quenada lhes faltasse. Conseguiudar a cada uma delas umestatuto social para enfrentarema vida com mais facilidade, umaenfermeira e a outra analista.

Devido às fragilidades comque vivia em consequência da

doença que o obrigou a deixaro emprego com 54 anos deidade, passou a viver na sua casade Vila da Ponte sob oscuidados da extremosa esposa,Mariana, funcionária da ZonaAgrária de Barroso que, por sua

vez, se viu obrigada a pedir areforma antecipada para sededicar a tempo inteiro, de alma

e coração, ao seu marido Tito.Asua esposa Mariana e as

filhas Alexandra e Ana Maria erestante família vêm por estemeio agradecera todos quantosse dignaram assistir ao funerale missa de sétimo dia ou que deoutra forma lhe manifestaramo seu pesar e solidariedad.Agradecem de modo especialaos seus dois médicos defamília, Drs António Sousa eCarlos Reis, pessoas muitohumanas, dedicadas e sempredisponíveis, bem como aossenhores enfermeiros e pessoalauxiliar do Centro de Saúde quecom carinho o trataram duranteos últimos 5 dias da sua vida.

O Tito foi bom filho, bommarido, excelente pai, bomamigo e colega.

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Tito Cruz Gonçalves de Freitas24.05.1948 - 25.02.2008

Vendem-seApartamentos T3 e Lojas Comerciais

Rua do Salgado, s/n 5470-239 Montalegre

Contactos: 0034 – 988 460 4250034 – 66 416 6214

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BarrosoNoticias de

Conservatória dos Registos Civil, Predial e Cartório Notarial de Montalegre

EXTRATO

Para efeitos de publicação certifico que, por escritura lavrada em 22 de junho de 2015, na Conservatória dos Registos Civil, Predial e Cartório Notarial de Montalegre, a cargo da Lic. Maria Carla de Morais Barros Fernandes, exarada a folhas 73 e seguintes do livro 981-A, Rui da Cruz Coimbra, solteiro, maior, natural da freguesia de Vilar de Perdizes (São Miguel), concelho de Montalegre, residente na Rua Cruz do Muro, nº. 2, lugar de Vilar de Perdizes, freguesia de Vilar de Perdizes e Meixide, concelho de Montalegre, na qualidade de procurador de MANOEL ALVAR DE BARROS, NIF: 188 173 277 e mulher, RICARDINA BERNARDES GOMES, NIF: 224 008 889, casados no regime da Comunhão geral, naturais da dita freguesia de Vilar de Perdizes(São Miguel), residentes na Travessa do Muro, nº. 16, dito lugar de Vilar de Perdizes, declararou:

Que os seus representados são donos, com exclusão de outrém, doseguinte bem imóvel, situado na freguesia de Vilar de Perdizes e Meixide, concelho de

Montalegre:Prédio urbano situado em Muro, lugar de Vilar de Perdizes, composto de terreno, com a área

de quinhentos e três, virgula, setenta e nove metros quadrados, a confrontar do norte e poente com caminho público, do sul e nascente com João Barros Pinto Pires, inscrito na respetiva matriz sob o artigo 910.

Que o prédio está inscrito na matriz em nome do justificante marido, estava inscrito na matriz sob o artigo 780, da freguesia de Vilar de Perdizes (S. Miguel) (Extinta), nunca esteve inscrito na matriz rústica e encontra-se ainda por descrever na Conservatória do Registo Predial de Montalegre.

Que não têm qualquer título de onde resulte pertencer-lhes o direito de propriedade do prédio, mas iniciaram a sua posse em mil novecentos e oitenta e um, ano em que o adquiriram por partilha meramente de seus pais e sogros, José de Barros e Maria do Alvar Couteiro, residentes que foram na dita freguesia de Vilar de Perdizes (São Miguel).

Que desde essa data, por si ou por intermédio de alguém, sempre têm usado e fruído o indicado prédio, cultivando-o, colhendo os seus frutos, pagando todas as contribuições por ele devidas e fazendo essa exploração com a consciência de serem os seus únicos donos, à vista de todo e qualquer interessado, sem qualquer tipo de oposição, há mais de vinte anos, o que confere à posse a natureza de pública, pacífica, contínua e de boa fé, razão pela qual adquiriram o direito de propriedade sob o prédio por USUCAPIÃO, que expressamente invocam para efeito de ingresso do mesmo no registo predial.

Montalegre, 22 de junho de 2015 .

A Ajudante, (Maria José Fernandes Carapenha)Conta: Artº 20º 4.5.------ 23,00 € Conta Registada sob o nº 359/

Notícias de Barroso, 30 de Junho de 2015

GomorraSe alguma situação na minha vida causou um momento hilariante forte, essa situação foi a do

visionamento de um desembarque de droga numa praia espanhola repleta de gente. E, como teria de dar-se, para lá do vídeo, ninguém fez o que quer que fosse. Uma atitude que tem de compreender-se por parte de muitas centenas de pessoas que sabem bem o terrível estado a que chegou hoje o poder no seio da União Europeia.

Sem preocupações, um conjunto de bandidos trouxe um daqueles botes de borracha com mais de dez metros de comprimento, ali desembarcando, nas calmas, os maços de droga que tinham de vir a entregar aos recetadores. Até um vídeo pôde ser realizado, sem que daí adviesse qualquer risco para o seu autor ou para os bandidos. Polícia Marítima? Nem vê-la! Nadadores-salvadores? Não surgiram. Guardia Civil? Ora, ora... Gente do Combate à Droga – o quê?! –, nem pitada!

A verdade é que lá acabou por surgir a explicação da Associação Espanhola de Guardas Civis: é preocupante falta de efetivos e meios naquela zona. Bom, caro leitor foi o momento da minha primeira gargalhada. Se por lá não existem meios humanos, por cá, no dizer das palavras de Maria José Morgado, faltam toner e impressoras a cores... O momento da segunda gargalhada.

E então, os homens – e as mulheres, claro – da Associação Espanhola de Guardas Civis logo explicaram que estão preocupados com a segurança dos cidadãos. Deve ser esta a realidade, embora convenha, a este respeito, ler a obra de Arturo Pérez-Reverte, A RAINHA DO SUL, por onde se percebe facilmente ser esta a realidade no Sul de Espanha. E se a esta obra juntarmos GOMORRA, do jornalista Roberto Saviano, que está agora a passar na RTP 2, nas noites dos dias úteis, ficamos com uma ideia precisa do valor daquelas palavras.

Como é evidente e também aqueles guardas referem, hoje é esta a objetiva e visível realidade, por lá, por cá e por tantos outros lugares da União Europeia: o contrabando de algumas drogas naquela zona não é novo, mas converteu-se, nos últimos tempos, numa das principais formas de subsistência de muitas famílias, pelo que o fenómeno passou a ser aceite socialmente e apoiado por uma grande parte dos cidadãos. É caso para que se diga: onde é que nós já vimos tudo isto?...

Por fim, formulo votos para que a TVI 24 volte a passar o excelente documentário, A CIA E OS NAZIS, onde nos surge o antigo Ministro da Defesa da República Federal da Alemanha, Andreas von Bülow, a explicar que o combate à droga é um modo de enganar os cidadãos e que nada é como sempre se disse. Pois, este caso ora surgido em Espanha mostra isto mesmo...

Hélio Bernardo Lopes

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30 de Junho de 2015 11BarrosoNoticias de

Já aqui escrevi sobre as festas cristãs e volto de novo a abordar o tema porque há alguns aspetos que devem ser repensados. Faço-o, aproveitando uma nota pastoral que o Bispo de Bragança-Miranda, D. José Cordeiro, dirigiu à sua Diocese, nota que me parece oportuna. Vem aí o tempo do Verão, estação pródiga em festas. Este mesmo mês de Junho, que chegou ao fim, foi um fartote de patuscadas e de pândega com os denominados santos populares. Será que as nossas festas cristãs são verdadeira expressão da fé cristã?

As festas são momentos importantes da vida. O ser humano sente necessidade da festa. Quebram a rotina, retiram a vida da vulgaridade, favorecem a alegria, o encontro e a fraternidade entre as pessoas. Enfim, são momentos de celebração da vida, que ajudam

a crescer em humanidade e alegria de viver e ser com os outros. Na nossa memória, não podemos deixar de conservar a vibração, ou até mesmo a comoção, e as ressonâncias agradáveis das festas que nos vão passando pela vida, como eu tenho por exemplo da grandiosidade da Senhora da Livração de Boticas ou do Senhor do Monte de Pinho, ou até da festa da minha terra e das festas que já vou celebrando como pároco.

É importante que a festa seja mesmo festa, momentos de verdadeiro encontro com Deus e com os outros, que acrescentam força, vida, alegria e esperança autênticas à vida, momentos que ajudam a fazer da vida uma experiência admirável. Isto é que é o essencial de uma festa digna desse nome. Como diz D. José Cordeiro, «falamos da festa cristã e não apenas de um mero passatempo festivo e que hoje, como é frequente, faz parte do circuito comercial. A festa traz em si mesma a afirmação do valor da vida e da criação, tornando o nosso viver mais humano e mais digno». A motivação mais profunda da festa cristã é o amor de Deus. «Festejar é próprio de quem sente que é amado por Deus. Deus ama e chama, no quotidiano, no trabalho e na

festa, a participar do Seu Amor.»

Nas festas cristãs, tudo deve ser organizado para se agradecer, celebrar e fortalecer o valor da fé, dom de Deus, com toda a sua riqueza e exigência. Estamos ali porque somos cristãos, porque somos Igreja, que deseja celebrar e cantar a obra de Jesus Cristo e as maravilhas que Ele faz naqueles que o seguem (os santos) e o papel e exemplo de Nossa Senhora na História da Salvação. Não estamos ali apenas como meros amigos que se juntam para comer e beber, como, infelizmente, sobressai demasiadas vezes, com muito ruído e barafunda.

O momento central de uma festa cristã, dentro da configuração habitual, é a celebração da Eucaristia, em que celebramos o acontecimento central da vida de Jesus Cristo, e por isso mesmo, também de todos os cristãos, a sua Morte e a sua Ressurreição, fonte de toda a festa cristã. Nas festas, tudo parte de Cristo e tudo é para chegar a Cristo. Mesmo nas festas dos santos, o objetivo não é fixarmo-nos no santo, mas celebrarmos momentos solenes que «proclamam as grandes obras de Cristo nos seus servos e oferecem aos fiéis os bons exemplos a imitar», como diz o Documento do Vaticano II,

Sacrosanctum Concilium , no seu número 111. A Eucaristia deve ser participada por todos, preparada com todo o esmero e solenidade e celebrada com piedade e não com desordem, desinteresse, displicência e aridez, como impacientemente se vai vendo em algumas festas. A procissão não é o momento mais importante da festa. É um cortejo solene, onde se manifesta publicamente a fé e onde deve imperar o canto e o louvor a Deus. É inaceitável que em muitas festas cristãs se secundarize a importância e a celebração da missa ou que se deseje a sua celebração rápida, para se realizar a procissão.

É preciso repensar o espírito meramente comercial e lúdico com que se fazem muitas festas cristãs. Como afirma D. José Cordeiro, «verificamos que alguns mordomos e comissões de festas se movem mais nas vertentes económica e lúdica das festas do que na sua dimensão cristã fundamental. É um enorme desafio para nós, superar o aspeto pagão, comercial, utilitarista e laicista da festa. Algumas organizações ou comissões de festas chegam até a contradizer o Evangelho e a fé da comunidade cristã, devido ao desequilíbrio, às vezes escandaloso, nos seus gastos com os elementos

exteriores, entre eles a excessiva quantidade de foguetes ou as somas avultadas para conjuntos musicais.»

Não podemos deixar de sentir o incómodo pelos objetivos balofos de algumas comissões de festas: buscar pura e simplesmente diversão, disputa com outras comissões anteriores, realização da festa para se fazer ver a não sei quem, recolha de receita a todo o custo (seria bom que se começasse a retirar o dinheiro dos andores, é um triste espetáculo) para ser gasta em atos e ações de duvidoso valor e importância. Não é esta a motivação para a realização de uma festa cristã. As comissões de festas fazem parte da Igreja e as prioridades e as necessidades desta, como Igreja universal, devem estar sempre em primeiro lugar. Por isso, como afirma D. José Cordeiro, «precisamos de recuperar ou não deixar perder o sentido cristão da festa. Temos de ter o maior cuidado com a gestão das esmolas, salientando bem que as colectas (ofertórios) e as promessas levadas ao altar da Eucaristia devem reverter exclusivamente para o culto, a evangelização e a caridade. O Papa Francisco diz claramente: «o dinheiro faz adoecer o pensamento e a fé e faz-nos ir por outros caminhos».

Repensar as Festas Cristãs

Pe Vítor Pereira

BOTICASXVII Encontro do Idoso juntou cerca de 2000 pessoas

O Pavilhão Multiusos acolheu, no passado domingo, dia 21 de junho, mais uma edição do Encontro do Idoso do Concelho de Boticas, organizado pela Câmara Municipal com o apoio da Santa Casa da Misericórdia, Agrupamento de Escuteiros de Boticas e Núcleo de Boticas da Cruz Vermelha.

A iniciativa, que já vai na 17ª edição, contou com a presença de cerca de 2000 participantes, entre idosos das freguesias do concelho botiquense, utentes da Santa Casa da Misericórdia e do CADAT.

O encontro, que teve início às 10H00, começou com a receção dos idosos no Pavilhão Multiusos, seguindo-se a habitual celebração da Santa Missa, presidida pelo Padre Domingos Teixeira e pelo Monsenhor Silvério Guimarães.

O Presidente da Câmara Municipal de Boticas, Fernando Queiroga, confirmou que o Encontro do Idoso é para manter até porque é uma das iniciativas mais importantes do Município e que, felizmente, graças à boa gestão financeira da autarquia, estão reunidas todas as condições para que este convívio se repita nos próximos anos.

Durante o almoço o Presidente do Município botiquense, Fernando Queiroga, entregou a cada um dos idosos

uma pequena lembrança alusiva ao dia, fazendo questão de cumprimentar individualmente todos os participantes.

A animação da 17ª edição do Encontro do Idoso do Concelho de Boticas ficou a cargo do Grupo de Cantares da Associação Cultural, Recreativa e Desportiva da Serra do Leiranco – Sapiãos e do Rancho Folclórico do Centro Cultural e Recreativo de Beça.

Troféu Downhill Boticas 2015

Boticas recebe no próximo fim-de-semana, 4 e 5 de julho, a primeira edição do Trofeu Downhill Boticas 2015, uma organização do Município que conta com o apoio da UVP/Federação Portuguesa de Ciclismo e da Associação Regional de Ciclismo de Vila Real.

Os atletas terão à sua espera uma pista, criada propositadamente para a prova, com 1600 metros de comprimento e um desnível de 300 metros. A prova será marcada por grande exigência técnica e física dos participantes, mas está garantida a adrenalina característica do Downhill.

A pista tem ponto de partida no Miradouro de Seirrãos sendo a meta junto aos armazéns do município.

O público tem, ao longo de todo o percurso, vários pontos para poder ver os atletas em competição sendo que o melhor local para o efeito é junto à

meta.Ao longo dos dois dias

de prova, a estrada de acesso ao miradouro estará bastante condicionada pelo que se pede a compreensão de todos os utilizadores da via.

As inscrições para o Trofeu Downhill Boticas 2015 podem ser feitas até 30 minutos antes do início da prova, no secretariado.

O Programa do evento pode ser consultado no website do Município de Boticas (http://www.cm-boticas.pt/) e/ou na página do facebook da prova (www.facebook.com/DownhillBoticas).

Workshop Plantas Aromáticas e Medicinais no Vale do Terva

A Casa do Conhecimento de Boticas – Município de Boticas em parceria com a Associação Ambiental e Cultural Celtiberus organizou mais uma atividade, desta vez dedicada às Plantas Aromáticas e Medicinais do PAVT - Parque Arqueológico do Vale do Terva, e que teve lugar no passado dia 20 de junho. Tratou-se do Workshop Plantas Aromáticas e Medicinais no Vale do Terva, onde o Biólogo Duarte Silva fez uma apresentação das variedades de plantas aromáticas e medicinais do PAVT, seguida de uma visita de campo para recolha de alguns exemplares.

A utilização de plantas aromáticas, medicinais e condimentares é parte integrante da cultura portuguesa,

possibilitando variadíssimas formas de utilizações e usos. Hoje em dia, apesar da presença dos “medicamentos convencionais”, em praticamente todo o mundo, as plantas medicinais continuam a ocupar um espaço importante na vida de milhares de pessoas. Neste sentido, é necessário que se tomem como referência dois elementos fundamentais – conhecer e utilizar.

As plantas aromáticas também continuam a ser bastante utilizadas sendo a base de muitos perfumes como de uma forma mais caseira através dos sacos de cheiro “poutpourris”. Assim,

é necessário que se conheçam estas espécies para que seja possível a sua utilização por todos.

O PAVT integra uma variedade significativa deste tipo de plantas já inventariadas no “Atlas da Flora do PAVT” e os participantes tiveram a oportunidade de conhecer um pouco mais desta grande diversidade e puderam recolher alguns exemplares existentes na natureza.

E depois de uma saída de campo com um calor abrasador, foi uma agradável surpresa para os participantes, chegarem ao CI PAVT e encontrarem um lanche e bebidas à sua espera!

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30 de Junho de 201512 BarrosoNoticias de

Vou falar no antigamentePorque ainda não esqueciSó vou falar simplesmente

Da aldeia onde nasci.

Havia ricos com dinheiroE remediados com algum

A maior parte eram pobresEstes não tinham nenhum.

Também não tinham tristezaE sabem qual a razão?

Tinham boas ferramentas P’ra na serra fazer carvão.

Cada qual tinha vaidadeEm ser o melhor carvoeiro

Uns mais outros menosTodos faziam dinheiro.

Todos o guardavam bemOu os pais que lho guardassem

P’ra ir à Xironda às comprasSe os Guardas não lhas tirassem.

Havia um casal de forretasQue eu muito bem conhecia

Por morar lá perto deleSei bem como ele vivia.

Quando passava à porta deleIa sempre muito atento

Gostava imenso de os ouvirA fazer o orçamento.

Diz o Manuel p’ra a MiquelinaNada de passos em falso

Compro cabedal p’ra uns socosÉ que não posso andar descalço.

Comprou na Feira cabedalMas comprou do mais ruim

P’ra comprar um metro de riscadoE metro e meio de cotim.

Foi p’ra casa mui contenteA Miquelina ficou zangada

Compraste tudo p’ra tiP’ra mim não compraste nada.

O Manel deu-lhe razãoEle voltou à Feira à pressaFoi comprar-lhe uma socasUm cochiné(1) e a travessa.

Estavam ambos vendo as comprasQue eram bonitas e boasForam contar o dinheiro

Já só tinham 5 c’roas.

Manel no dia seguintePôs-se a pé de madrugadaBotou o sacholo às costasFoi fazer uma carvoada

Miquelina sorridente:Agora já temos dinheiroP’ra o petróleo e o azeiteQuando vier o azeiteiro.

Um quartilho de petróleoDe azeite um quarteirãoMeio quartilho de vinho

P’ra beber à refeição.

O Manel resmunga e diz:Meio quartilho não é nadaOu se compra uma remeia

Ou então meia canada.

À Miquelina deu-lhe uma coisa:Manel, pede aí ao vizinho

Os odres e aparelha o burroVais por uma carga de vinho.

- Tu sabes bem quanto trazesTraz dois almudes e meio

É quanto leva o barrilE é para ficar bem cheio.

Assim os pobres empipavamIncluindo o amigo ManelOs médios era uma pipa

E os ricos um tonel.

Havia ricos e pobresEsse tempo não volta maisAgora nos supermercados

Parecem todos iguais.

José A. Lopes dos Santos (Gralhas)

Cachené – manta ou lenço com que se agasalha o pescoço

Vou falar do antigamente

Em meados do mês de junho, num dia de manhã, dois senhores, funcionários da autarquia, apresentaram-se em Gralhas e, pouco depois de chegarem, deram início ao trabalho que ali os trouxera. Consistia esse trabalha no melhoramento de uma valeta pública a meio da Rua Central, mas só frente a uma casa que até nem está habitada. Tudo muito estranho!

Aquele insólito trabalho não passou despercebido aos membros da actual Junta, e na aldeia não se fala agora de outra coisa. Tendo sido pedido que a valeta miserável da Rua Central (que também é estrada municipal) fosse toda arranjada, acharam estranho que só fosse arranjada frente a uma casa (com um pouco mais de um lado), que até está desabitada! Diga-se desde já que essa casa é propriedade do Sr. José Garcia, ex-presidente da Junta pelo Partido Socialista.

Então os membros do executivo da Junta tiveram a ousadia de se lhes dirigir para indagar o propósito da obra. Depois de se apresentarem e de mostrarem a idoneidade para os questionar, perguntaram-lhes quem eram eles? Disseram que

eram trabalhadores da Câmara. Quem os tinha enviado?

Disseram que foi o Sr. Presidente da Câmara.

Que trabalho estavam ali a fazer? Disseram que estavam a arranjar a valeta, concretamente a colocação de manilhas e arranjos gerais, mas que só o iriam fazer frente a uma casa (um pouco mais de um lado) e não em toda a rua.

Porque o faziam sem autorização da Junta de freguesia? Disseram que o faziam com autorização do Sr. Presidente da Câmara.

Por fim, porque o faziam para gozo de uma única casa, que até está desabitada, e não em toda a rua como tinha sido pedido? Eles disseram que não sabiam e que cumpriam ordens.

Postos ao corrente da situação, o executivo da Junta foi nesse dia a Montalegre falar com o Sr. Presidente. Já no gabinete dele perguntaram-lhes porque estava a renovar a valeta só frente à casa do ex-presidente da Junta de Gralhas, companheiro de partido, e não em toda a extensão da rua, principalmente frente às casas das pessoas doentes e idosas, onde a ambulância e

bombeiros não podem manobrar. Deu a seguinte resposta:

“- Só faço obras frente à casa dele porque só ele me pediu”. O executivo da Junta respondeu que não era verdade, pois tinha

sido feito o pedido para toda a rua e não exclusivamente para um único freguês que, por acaso, nem habita na casa. Além disso há pessoas mais necessitadas, como é o meu caso (José David, de 90 anos), tanto por velhice como por doença.

Depois, o executivo da Junta convidou o Sr. Presidente para

ver o estado da tal Rua Central, mas ele até hoje não apareceu. As obras também foram suspensas e permanecem no estado em que a foto anexa documenta.

Este facto merece o seguinte comentário dos moradores da Rua Central e em particular a mim, José David, de 90 anos, que o subscrevo:

1) É censurável, no nosso ponto de vista, o comportamento do Sr. Presidente Orlando Alves por ter violado o princípio da igualdade ao favorecer um amigo socialista em detrimento da colectividade, especialmente das pessoas idosas e doentes; violou ainda o princípio da justiça, o princípio da imparcialidade e o princípio da boa-fé.

2) É censurável, no nosso ponto de vista, o comportamento do Sr. José Garcia, por se valer do seu antigo posto de presidente da Junta pelo Partido Socialista para agora colher um benefício particular da Câmara socialista e para ver valorizado o seu imóvel que, por acaso, nem é habitado.

3) Pela resposta que o Sr. Presidente Orlando Alves deu “Só ele é que me pediu”, dá a entender que a política da Câmara é fazer obras somente

a quem lhe entra pela porta do gabinete. É de novo censurável, porque não é assim que se faz política em nenhum país civilizado e não queremos que se faça em Montalegre.

4) Por este facto percebemos agora como se faz política em Montalegre e porque certa gente anda na política: ou é para fazer favores aos amigos, ou é para governar os interesses particulares. Em ambas as situações é, no nosso ponto de vista, censurável.

5) Este facto leva ainda as pessoas, segundo o nosso ponto de vista, a não terem confiança nos políticos e a pensar deste modo: se é assim que acontece numa situação pública e patente, o que não fará nas particulares e reservadas?

6) Os moradores da Rua Central querem tornar este facto público, tanto para que as pessoas vejam como é a política em Montalegre, como para que não volte a acontecer e ainda para as pessoas não tenham medo de denunciar os abusos que vêem à sua volta.

Assina: José David (90 anos), Gralhas

CÂMARA DE MONTALEGRE

Em Gralhas obras só p’ra amigos

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30 de Junho de 2015 13BarrosoNoticias de

Lita Moniz

Domingos Dias

A medicina alternativa na região de Barroso sempre esteve presente na vida da nossa gente. O clima, a vida tipicamente rural favorecia vida longa e saudável para seus habitantes.

Claro que doenças surgiam, o frio castigava o corpo e lá vinham as gripes, as doenças que afetavam as vias respiratórias e até os pulmões. Trabalhar a terra exigia esforços muitas vezes além do que o corpo podia aguentar. Partos difíceis e tantas outras coisas a pedir médicos, especialistas, um posto de urgências.

Mas nada disso existia. Um ou dois médicos particulares, e um povo sem dinheiro para se consultar com eles, triste realidade daquela gente sofrida. Era a medicina popular

o remédio que havia para aliviar o sofrimento de quem por ali nasceu.

Hoje muita coisa mudou: há um hospital que se esforça para atender da melhor forma possível os utentes que a ele recorrem. A medicina alternativa não desapareceu, continua a caminhar junto. Não faltam chás para todo o mal, xaropes, licores, enfim, uma infinidade de ervas medicinais que a sabedoria popular foi armazenando ao longo da vida daquela região.

Padre Fontes, um padre que acompanhou bem de perto o sofrimento daquela gente. Até para não deixar cair no esquecimento tanta dor, tanta agonia. Ou para transformar sofrimento em alegria, teve a feliz ideia de criar a Sexta-Feira 13, um culto que nos transporta para o mundo medieval. Uma festa popular que já ultrapassou as fronteiras de Portugal, ganhou caráter internacional, um dia em que as ruas de Montalegre se enchem de gente vinda do Portugal inteiro, Espanha, França e outros países

da Europa.Uma festa tipicamente

medieval: toda a vila se veste com trajes medievais, bruxos, bruxas, toda a magia medieval a desfilar pelas principais ruas da vila. As praças são palco de apresentações teatrais e musicais, a música Celta a entoar por toda a vila de Montalegre.

O ponto alto da festa é em volta do Castelo, outro mais medieval não há: Bruxas descem pelas paredes do Castelo e saem voando em suas vassouras sobre a vila. Um teatro ao ar livre. As peças ali apresentadas sempre remetendo à vida medieval, seja do povo, ou das Cortes ou de ambos.

O Padre Fontes vestido a caráter, quase sempre de bruxo, esconjura, enquanto, prepara a queimada, todo o mal que ainda insiste em assombrar a vila.

A festa termina quando a queimada é servida de graça, uma mistura de ervas esconjuradas pelo padre exorcista.

A par deste evento acontece em Vilar Perdizes uma feira onde são vendidas ervas medicinais: os chás mais tradicionais da região, licores, xaropes, toda a tradição da medicina alternativa é ali colocada à venda.

Oradores de qualidade, famosos, alguns mundialmente conhecidos, dão palestras, colocam temas relacionados ao bem-estar da saúde física e mental, em debate. Este evento já ganhou status de Congresso. Como o Padre Fontes disse no último congresso, espera que o Congresso de Medicina Popular de Vilar de Perdizes continue. Que haja um empenho crescente da parte da autarquia, da Junta da freguesia, das associações e da população de Vilar de Perdizes.

Segundo Padre Fontes, um momento favorável para vender produtos da terra, bem no momento da colheita dos mesmos.

Para além da medicina popular, o mel sempre esteve presente nas mesas do nosso povo. Produzido nas encostas

das serras onde as florações da urze, sargaço, sangorinho, carvalho, amoreiras e outras espécies vegetais de Barroso oferecem um mel de excelente qualidade com várias propriedades medicinais. O Mel do Larouco, assim chamado por ser produzido nas encostas da serra do Larouco, está presente nas feiras gastronômicas e da medicina alternativa de Barroso, além de ser um alimento de alto valor nutritivo, são por demais conhecidas as propriedades terapêuticas deste santo remédio.

Graças ao Sr. Carvalho de Moura, que entre outras atividades, uma delas é o diretor do Notícias de Barroso.

Um homem de visão, que percebeu que não se podia deixar de lado a apicultura. Uma atividade, que também tem lá seus espinhos, e muitas recompensas. O mel foi por muito anos o rebuçado das crianças, o doce que a mãe tinha para oferecer aos seus filhos, o mel misturado ao leite ia adoçando a vida daquela gente sofrida.

Medicina alternativa na Região de Barroso

Sara Silva Adão, de 101

anos, faleceu a 11 de Junho,

2015, em Pompano, Florida.

Antes tinha sido residente

em Bridgeport, Connecticut,

durante a maior parte da sua

vida. Enquanto jovem, residiu

em Ludlow, Massachusetts. Era

natural de Lisboa, filha de João

da Silva Pinheiro e de Rosa

de Jesus Ribas, descendente

de Padroso, concelho de

Montalegre.

Deixou de luto o seu filho

John Adão, com quem viveu

quase sempre, e a sua filha Rose

Adão, três netos , três bisnetos,

duas irmãs, Tina da Silva, de

Bridgeport, e Ethel Hall, de

Atlanta, Georgia, a cunhada

Alice Pinheiro, de Bridgeport, e

nove sobrinhos e sobrinhas.

O funeral realizou-se a 27

de Junho da agência funerária

Parente-Lauro para a Igreja

Nossa Senhora de Fátima, de

Bridgeport.

Foi sepultada no jazigo da

família no cemitério Mountain

Grove, desta cidade.

Apresentamos os nossos

sentidos pêsames a toda a

família enlutada e, de modo

particular, ao seu filho John

Adão um carinhoso abraço

de pesar e solidariedade nesta

altura tão dura da sua vida.

Dos Estados Unidos

Faleceu a Sra Sara Adão com 101 anos

MEL DO LAROUCO O mel do Larouco é produzido nas encostas da serra com o mesmo

nome e resulta das florações da urze, sargaço, sangorinho, carvalho e outras espécies ve-getais da região de Barroso Apicultor nº 110796J. A. Carvalho de MouraRua Miguel Torga, nº 4925470-211MONTALEGRETels: +351 91 452 1740 e 276 412 285Fax: +351 276 512 281Mail: [email protected]

Page 14: Barroso - AOutraVoz · 2 Barroso 30 2015 Noticias de MANUEL DIAS, de 92 anos, viúvo de Eufrásio das Dores, natural da freguesia de Santa Cruz do Bispo, Matosinhos e residente em

30 de Junho de 201514 BarrosoNoticias de

SOS – Número nacional 112Protecção à Floresta 117Protecção Civil 118Câmara Municipal de Boticas 276 410 200Câmara Municipal de Montalegre 276 510 200Junta de Freguesia de Boticas 276 410 200Junta de Freguesia de Montalegre 276 512 831Junta de Freguesia de Salto 253 750 082Bombeiros Voluntários de Boticas 276 415 291Bombeiros Voluntários de Montalegre 276 512 301Bombeiros Voluntários de Salto 253 659 444GNR de Boticas 276 510 540 GNR de Montalegre 276 510 300GNR de Venda Nova 253 659 490 Centro de Saúde de Boticas 276 410 140 Centro de Saúde de Montalegre 276 510 160Extensão de Saúde de Cabril 253 652 152Extensão de Saúde de Covelães 276 536 164Extensão de saúde de Ferral 253 659 419Extensão de Saúde de Salto 253 659 283Extensão de Saúde de Solveira 276 536 183Extensão de Saúde de Tourém 276 579 163Extensão de Saúde de Venda Nova 253 659 243Extensão de saúde de Viade de Baixo 276 556 130Extensão de saúde de Vilar de Perdizes 276 536 169Hospital Distrital de Chaves 276 300 900

Agrupamento de Escolas G. M. de Boticas 276 415 245Agrupamento de Escolas de Montalegre 276 510 240Agrupamento de Escolas do Baixo Barroso 253 659 000Escola Profissional de Chaves 276 340 420Centro de Formação Profissional de Chaves 276 340 290Tribunal Judicial de Boticas 276 510 520Tribunal Judicial de Montalegre 276 090 000Instituto de Emprego de Chaves 276 340 330Região de Turismo do Alto Tâmega e Barroso 276 340 660ADRAT (Chaves) 276 340 920ACISAT (Chaves) 276 332 579Direcção Regional de Agricultura (Chaves) 276 334 359EDP – Electricidade de Portugal 276 333 225Cruz Vermelha Portuguesa Boticas 276 410 200Cruz Vermelha Portuguesa Montalegre 276 518 050APAV – Apoio à Vítima 707 200 077SOS – Criança 800 202 651SOS – Grávidas 800 201 139SOS – Deixe de Fumar 808 208 888SOS – Voz Amiga 800 202 669Linha SIDA 800 266 666Intoxicações 808 250 143NOTÍCIAS DE BARROSO 91 4521 740NOTÍCIAS DE BARROSO 276 512 285Conservatória dos Registos Civil, Predial e Cartório Notarial de Montalegre 276 512 442

Informações úteis

O ZÉ DO BALDE

Um velho senhor tinha um bonito lago na sua enorme propriedade

Depois de algum tempo sem ir ao local, decidiu naquele dia dar uma olhada geral para ver se estava tudo em ordem.

Pegou um balde para aproveitar o passeio e trazer umas frutas das árvores pelo caminho, e ao aproximar-se do lago, escutou vozes femininas, animadas, divertidas....

Então viu um grupo de jovens mulheres a tomar banho no lago, completamente nuas.

Chegou mais perto e, com isso, todas elas fugiram para a parte mais funda do lago, deixando apenas a cabeça fora de água.

Uma das mulheres gritou:- Não saímos daqui enquanto o

senhor não for embora !O velho respondeu:- Calma moças, eu não vim até

aqui para vê-las nadar ou para vê-las sair nuas do lago!

Levantando o balde, ele disse:Eu só vim dar comida ao jacaré...As moças, espavoridas e aos gritos,

ah, pernas, p’ra que vos quero!...

Moral da História: Idade, experiência e esperteza, sempre triunfarão sobre a juventude e o entusiasmo.

ALTA SEGURANÇA

Na prisão de máxima segurança em Robert Island um prisioneiro perde um dedo, depois uma orelha depois um dente.

Então, um policia diz ao colega:

- “vigia bem esse gajo, tá fugindo aos poucos!

NOTÍCIAS TODOS OS MESES

A mulher despede-se do marido que vai trabalhar noutro país e diz-lhe, carinhosa:

- quero notícia tuas todos os meses, prometes?

Ele: - Por carta ou por e-mail?Ela: - Por cheque.

CÃO DA POLÍCIA SECRETA

Um homem comprou um cão, mas com o tempo foi reparando que ele nunca ladrava nem às pessoas nem a outros animais. Surpreendido com caso tão insólito, foi ter com a pessoa que lho vendeu

- Olhe lá, o cão que me vendeste não ladra nada, e disseste-me que era cão-polícia.

O vendedor na maior calma diz-lhe:

O cão é da polícia secreta.

AS PRÓXIMAS LEGISLATIVAS

O barco navegava há meses no alto mar, e os marinheiros, sujos, há muito que não tomavam banho nem trocavam de roupa. O navio cheirava muito mal. Então o capitão chamou o imediato e ordenou-lhe:

- “O navio cheira mal, mande os seus homens trocar de roupa!”

O imediato obedeceu, gritando aos marinheiros:

- “O capitão queixa-se de que o navio cheira muito mal e manda que

todos troquem de roupa. David, troca a tua camisa com a do João, João troca a tua com a do Pedro, Pedro troca a tua com a do Alfredo, Alfredo troca a tua com a do Luís…”, e assim prosseguiu até ao último marujo do navio.

Quando todos haviam cumprido as suas ordens, o impedido voltou ao Capitão e garantiu-lhe:

- “Meu capitão, já todos trocaram de roupa.”

O Capitão, visivelmente aliviado, mandou seguir viagem.

Conclusão: Vai ser isto que acontecerá em Portugal nas próximas eleições legislativas?

JOÃOZINHO E OS CUBANOS

A turma de alfabetização da escola recebe a visita de um representante de Cuba junto com os puxas do Partidão, PCs, etc..., e a professora está preocupadíssima com o Joãozinho, que é sempre desbocado.

- Joãozinho, atenção, não vai me envergonhar na presença do político estrangeiro, hein?

É melhor ficar de boca fechada.- Tá bem, professora!O Político chega e conversa com

os alunos, pergunta se já sabem ler, se gostam da professora e toda aquela balela de sempre...

Dirigindo-se ao Joãozinho, fala:- E você, já lê bem?- Leio sim senhor.- E qual a palavra mais bonita que

você aprendeu?A professora gela...E, Joãozinho responde:- Cubanos.Ela respira aliviada. O Secretário

insiste:- E porquê?- Porque começa com CU, acaba

com ANUS, e ninguém me tira da cabeça que esse B do meio não seja de BOSTA.

NOTA: Esta secção ATÃO BÁ! Foi criada com o fim de publicar ditos, anedotas, histórias e historietas das nossas terras de Barroso. Colabore conosco e envie-nos as passagens que fizeram história nas vossas terras.

ATÃO BÁ!

AGRADECIMENTOJOSÉ ALBINO PIRES MACHADO(Cambezes do Rio, 85 Anos)

A família FONTES, de Cambezes do Rio, agradece a todas as pessoas que lhe manifestou pesar pelo falecimento em 29.06.2015 do seu ente querido, José Albino. Agradece em especial a todo o quadro do pessoal e à Direcção da Irmandade da Santa Casa da Misericórdia de Montalegre pelo excelente carinho, amizade e dedicação que lhe prestaram em todo o tempo que ali se encontrou internado.

BEM HAJA a Todos!

MUITO OBRIGADO!

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30 de Junho de 2015 15BarrosoNoticias de

BarrosoNoticias de

Sede: Rua Miguel Torga, nº 492 5470-211 Montalegre Tel: +351 276 512 285 e 91 452 1740 email: [email protected] http://omontalegrense.blogspot.comPropriedade: José António Carvalho de Moura, Contribuinte nº 131 503 324, Rua Miguel Torga, nº 492 5470-211 Montalegre Tels: +351 276 512 285 e 91 452 1740 FAX: +351 276 512 281 Email: [email protected]

Editor: Nuno Moura, Rua Miguel Torga, nº 492 5470-211 Montalegre, email: [email protected]: Maria de Lourdes Afonso Fernandes Moura

Paginação e composição: [email protected], Rua Miguel Torga, 492 5470-211 MontalegreRegisto no ICS: 108495

Impressão: Empresa Diário do Minho, Lda Rua de Santa Margarida, 4 A, 4710-306 Braga email: [email protected] http://www.diariodominho.pt

Colaboradores: António Chaves, António Pereira Alves, Barroso da Fonte, Carlos Branco, Custódio Montes, Dias Vieira, Domingos Cabeças (Inglaterra), Domingos Dias (USA), Duarte Gonçalves, Fernando Moura, Fernando Rosa (USA), Francisco Laranjeira, João Soares Tavares, José dos Reis Moura, José Manuel Vaz, José João Moura, Hélder Alvar, Lita Moniz (Brasil), João Adegas, José Duarte (França), José Rodrigues (USA), Lobo

Sentado, Manuel Machado, Maria José Afonso, Norberto Moura, Nuno Carvalho, Ricardo Moura, Sérgio Mota e Victor Pereira

Assinaturas: Nacionais: 20,00 € Estrangeiros: 35,00 €

Tiragem: 2.000 exemplares por edição

(Os artigos assinados são da inteira responsabilidade dos seus autores não vinculando necessariamente a orientação do jornal ou da sua direcção)

A serra do Larouco volta a ser o palco escolhido para a realização duma prova do Campeonato Nacional de Parapente. As provas terão início já na próxima semana, dia 5, e, até ao dia 11, Montalegre e Baltar terão oportunidade de ver os melhores pilotos não só de Portugal como de todo o

mundo. Isto porque, na semana seguinte haverá uma etapa da Taça do Mundo de Parapente (PWC).

Será interessante estar atento aos céus das terras de Barroso que, nas próximas duas semanas, vão proporcionar a possibilidade de ver e apreciar pilotos em voo com asas das

mais diferentes cores. Como também a sempre agradável agitação e dinâmica da gente jovem que faz parte deste tipo de realizações.

O Campeonato Nacional de Parapente é uma prova Open Categoria FAI 2 na qual são apurados os campeões nacionais e do Open de

Portugal. Prova esta que conta com prémios monetários num total de 3.150€.

Dada a grande afluência de interessados, a organização limitou as inscrições para 130 lugares, dando prioridade aos pilotos nacionais interessados em competir.

À organização preside

Samuel Lopes e todos os detalhes sobre a mesma poderão ser consultados no sítio da Fedração Nacinal de Voo Livre (FNVL).

A organização da prova conta com os apoios das Câmaras de Montalegre e Baltar e com a participação e apoio do Clube Papaventos.

Campeonato Nacional de ParapenteTaça do Mundo de Parapente (PWC)

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ENTREVISTAJose Antonio Feijoo Alonso, Zantónio

para os amigos, foi um dos autarcas eleitos nos sufrágios que tiveram lugar no passado dia 24 de Maio, em Espanha. Eleições, como se sabe, marcadas pelo aparecimento de partidos emergentes saidos dos “Indignados” que, durante os anos de 2010-2014, ocuparam as ruas e praças de Espanha a contestar as medidas do governo e a corrupção reinante nos governantes do país. Partidos que alcançaram nalgumas Comunidades autonómicas votações que surpreenderam os espanhóis e o mundo.

Após o apuramento dos votos, viu-se que o grande objectivo desses Grupos emergentes e do próprio PSOE era retirar o poder ao Partido Popular, partido maioritário em Espanha que governava grande parte das Comunidades autonómicas e grandes

cidades como Madrid, Leon, Corunha, Valencia e Múrcia.

Porque a lei eleitoral de Espanha assim o permite, os pactos estabelecidos entre os partidos levou a que esse objectivo fosse alcançado em muitos lugares, apesar do PP ter sido o partido mais votado.

Na Galiza, o PP tremeu mas o panorama político-partidário pouco ou nada se alterou, manteve a grande maioria dos seus redutos e nalguns concelhos até aumentou a votação. Foi o caso de Baltar onde a equipa liderada por José António reforçou o poder com a eleição de mais um “concejal” que no mandato anterior. De 7 – 2 passou para 8 – 1, sendo este único opositor do PSOE.

José António é ainda Deputado Provincial de Ourense tal como no anterior mandato. O presidente da Diputation, José Manuel Baltar, fez neste orgão uma renovação quase total mas, José António foi um dos cinco resistentes que continua neste honroso cargo composto por 15 Deputados de toda a província de Ourense.

Tal feito, levou-nos a ouvir José António, reeleito Alcalde de Baltar pelo PP por uma avantajada maioria absoluta.

Zantónio (ZA) para os amigos, também conhecido por “Coisa”. Porque esta alcunha familiar? Dê também a conhecer aos leitores do Notícias de Barroo o que tem sido o percurso da sua vida como cidadão e político.

O nome de «Coisa» vem do meu avô que depois de estar a trabalhar em Lisboa montou uma loja em San Payo onde as pessoas iam procurar uma “Coisa”. Era, à época, uma espécie de “Corte Inglês” onde realmente se podia encontrar de tudo. O meu pai continuou com esse comércio e eu ainda tenho essa Loja bem cuidada que, do meu ponto de vista, é um autêntico museu. E também prezo a alcunha familiar de que me sinto muito orgulhoso.

Penso que sou um cidadão normal, profissionalmente fiz vida na Banca em diversos cargos até chegar a gerente e director e também tenho feito vida de empresário de algumas empresas do imobiliário, seguros e construção civil que acumulo com cargos políticos.

Como político, tenho um percurso que em termos de cargos se iniciou em Xinzo onde primeiro fui um dos membros da Coaligação Galega que depois das eleições em 2003 fez pactos com o PSOE conseguindo assim representação na Câmara como “concejal” das Obras e, mais tarde, presidente daquela Câmara limiana.

Em Baltar, a minha terra ou concelho de que muito gosto, fui agora eleito para o 3.º mandato, o que me deixa muito honrado porque sinto que o povo do concelho está satisfeito com o meu trabalho.

Qual a razão ou razões porque a Galiza passou ao lado do terramoto verificado noutras Comunidades Autonómicas?

A razão, segundo eu penso, é que na Galiza os governantes estiveram mais perto do povo. Talvez também porque Galiza tem um presidente da Junta, Sr. Alberto Nuñez Feijoó, que é um presidente exemplar, trabalhador, sério, bom companheiro e referente para todos. Na Diputacion de Ourense também o seu presidente é outro referente, igualmente trabalhador, bom amigo, e que é o responsável por eu estar hoje no PP.

Que pensa o ZA destes grupos políticos emergentes que marcaram a agenda política em Espanha?

Penso que esses Grupos (Podemos, Ciudadanos, etc.) estão no seu direito de defender as suas ideias, mas o que a mim me parece é que se nota neles muita falta de experiência e que as suas propostas ou a maior parte delas são utópicas e irrealizáveis.

Como foi possível o ZA ganhar de forma tão categórica em Baltar contrariando o que se passou na generalidade dos concelhos de Espanha e da própria Galiza?

Eu tenho tido o cuidado de tratar os cidadãos com muito respeito e humildade e tentar que sejam eles os protagonistas em apresentar-nos propostas, em dialogar conosco pois que assim nos podem ajudar a fazer as coisas melhor e mais bem feitas. Devo dizer que no mandato anterior fui denunciado por prática lesiva. Nessa altura pedi a suspensão do partido a que voltei depois do Tribunal me ter absolvido.

Pode enunciar-nos as obras que conseguiu concretizar no concelho durante o mandato que findou e destacar alguma delas pelo seu interesse social ou económico?

Apesar da crise, em Baltar trabalhou-se muito, trabalho que foi valorado pelos cidadãos. Vejam-se algumas das obras mais importantes:

As Piscinas, o Centro de Interpretação do Couto Mixto, a Remodulação da Casa do Cocelho, Velatório ou Casa Mortuária, Pavilhão dos Desportos, Parques de Lazer em algumas aldeias, a Beneficiação da Estrada Baltar – Calvos de Randín, pavimentação de ruas, e beneficiação de caminhos vicinais, depósitos nas aldeias, locais públicos adaptados para reuniões, a Banda de Gaitas, o Grupo de Pandareteiros e outros grupos culturais.

Mas, é de relevar ainda que se reduziu a dívida em mais de 60% e que hoje os pagamentos da Câmara se fazem num prazo de 15 dias.

E com que planos se apresentou aos eleitores para os próximos tempos?

Os nossos objectivos principais são travar a saida da nossa população com medidas que contribuam para tal, tais como gerar postos de trabalho, dar facilidades e todo o tipo de apoios às empresas que pretendam cá investir, tentar fazer de Baltar uma “porta” importante de entrada e saída da Galiza, dar atenção especial aos Maiores nos Centros de Dia e outras medidas afins, construir parques públicos

na paróquias onde não existam, aquisição dum prédio situado ao lado da Casa da Cultura destinado a armazém Municipal entre outras. Dar uma partiular atenção ao Parapente já que a nossa serra do Larouco é das preferidas da Europa para esta prática desportiva.

Que relações tem mantido com a Câmara de Montalegre e que projectos gostaria de implementar com este

concelho de Portugal e, em particular, entre Montalegre e Baltar, as duas vilas raianas tão cercanas uma da outra.

Eu entendo que nós somos a mesma gente com usos e costumes iguais e que temos uma vida em comum secular por isso não podemos estar de costas voltadas. Eu gostaria de entrar em projectos comuns com a Câmara de Montalegre. Será preciso encontrar fórmulas de colaboração estreita nas áreas do turismo, da cultura e do desporto

Quer deixar uma mesagem aos leitores do Notícias de Barroso?

Eu que me habituei a admirar os

barrosões na casa dos meus pais, gosto das gentes de Montalegre porque compartilham conosco a mesma cultura, e por isso aproveito para saudar todos de forma especial. Portugal é para mim como que a minha própria casa e gostaria que os de Barroso se sentissem de igual modo em Baltar e arredores. As nossa raizes são as mesmas por isso temos de viver como irmãos.

Texto e fotos de Carvalho de Moura

José António Feijoó AlonsoNaturalidade: San Payo (BALTAR)Residência: Xinzo de LimaProfissão: Prejubilado da Banca, empresário Actual Presidente do Concelho de Baltar e Deputado Provincial na Diputacion de Ourense