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Barroso - AOutraVoz · de 79 anos, casado com Maria ... que era natural de Tourém e, desde há muitos anos fixara ... Pedro, a maioria, de Contim,

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Director: Carvalho de Moura

Ano XXXII, Nº 495Montalegre, 16.06.2016

Quinzenário

E-mail:[email protected]

0,90 € (IVA incluído) BarrosoNoticias dei

Vergonhoso crime ambiental em Montalegre

45.o Aniversário da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Boticas

Boticas esteve em festa assinalando o 45.o aniversário dos «Soldados da Paz».

Além das cerimónias usuais, os Bombeiros receberam duas preciosas prendas, duas ambulâncias, uma das quais ofertada pela Iberdrola.

P13

Casa do Cerrado epicentro de nobres gerações

Barroso da Fonte conclui hoje a série de trabalhos que apresentou aos nossos leitores acerca da Casa do Cerrado, por sinal carregada de história de que muito se deve orgulhar a nossa terra. Um sensibilizado agradecimento do director do NB por mais este contributo em prol da história de Barroso.

P3

4II “Pisões Carp Classic” teve grande sucesso

De acordo com as informações recolhidas a «Pisões carp Classic» esteve bem acima das melhores expectativas. Os aficionados quase todos vindos de fora da região não se cansaram de tecer elogios à organização e sobretudo às condições que a albufeira dos Pisões oferece.

P15

Chega do boi do povo de Viade

As Chegas de bois fazem parte da génese do povo barrosão que, nos séculos passados, passavam por ser os maiores e mais apreciados acontecimentos da região. Para memória futura, se vai dar conhecimento de mais uma chega que houve em Viade de Baixo e da autoria do Dr. António Leal do Paço a quem se agradece a sua prestimosa colaboração.

P4

Barroseilandia

Se o leitor viu o filme «O Padrinho» de Francis Ford Copolla tem aqui uma excelente réplica que o vai fazer sorrir. Os que nunca viram este excelente filme, têm neste artigo uma boa oportunidade de ficar com a ideia do que é um ditador que tudo quer controlar à sua volta, até o ar que se respira.

P5

A Pedra de armas da Fonte do castelo

O Dr. João Soares Tavares, autêntico barroso adoptivo, não pára de nos surpreender.

Desta vez, estudou a pedra de armas da fonte do Castelo e concluiu que não são as de D. Afonso III.

P9

Os Encontros de (Des)Educação de Basto e Barroso

Não estiveram bem os Encontros de Educação Basto e Barroso. Manuel Ramos, professor universitário, esteve presente e atento às matérias expostas de extraordinário interesse para a educação em Portugal. No sua crónica habitual Política Municipal vista de fora, no artigo «Ripadas no Dia do Município» relata-nos alguns aspectos ali focados e também se refere a cenas tristes praticadas pelos responsáveis da Câmara Municipal e pelo partido socialista. Faltar ao respeito a quem se convida para vir à nossa terra e, ainda por cima, faltar ao respeito a um governante é miserável. O leitor veja o que se passou e tire conclusões.

(Ver excertos do discurso de Paulo Alves na P14)

Do lado nor-nordeste da pista de Rallycross, a Câmara Municipal de Montalegre está a depositar toda a espécie de lixos tal como a imagem bem documenta. Trata-se dum crime ambiental praticado por quem tem a missão de zelar e

defender o ambiente por forma a se preservar o futuro do planeta.

O caso é tanto mais grave quanto se sabe que a autarquia incentiva os particulares a depositar ali os lixos. Depois, numa acção de aparente zelo, queima esses lixos e

de seguida serve-se das máquinas para esconder tal vergonha. O caso que reveste contornos de crime contra a saúde pública vai ser presente ao Ministério Público para que tome as medidas que julgue adequadas. (Ver última página)

António Tecelão de Sousa foi, no dia 9 de Junho

condecorado pelo Comandante do RI 19, de Chaves, na

cerimónia do «Juramnento de bandeira» desta unidade militar.

O acto ocorreu na Praça Camões e, além das autoridades

locais, teve a presença de muitos flavienses que assistiram à

parada militar.

Barrosão de Tourém condecorado

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16 de Junho de 20162 BarrosoNoticias de

85 – MARIA DA CONCEIÇÃO FERNANDES DE CARVALHO, de 76 anos, casada com António dos Santos Garcia, natural e residente em Gralhas, faleceu no dia 3 de Junho.86 – HEITOR LOPES GONÇALVES SEARA, de 80 anos, casado com Elisa do Nascimento Esteves Branco, natural e residente em Padroso, faleceu no Hospital de Chaves, no dia 3 de Junho.87 – JOSÉ LAGE RODRIGUES, de 79 anos, casado com Maria de Fátima Magno Pereira, natural de Fervidelas e residente em Reigoso, faleceu no Hospital de Chaves, no dia 5 de Junho, sendo enterrado no cemitério de Reigoso.88 – ARMINDA FERNANDES PEREIRA, de 68 anos, viúva de Manuel Fernandes, natural e residente em Salto, faleceu no dia 5 de Junho.89 – MARIA FERNANDES, de 92 anos, viúva de José António Vilabril, natural e residente em Vilar de Perdizes (S. Miguel), faleceu no Hospital de Chaves, no dia 6 de Junho.90 – DELMIRO AFONSO, de 87 anos, casado com Elisa Pereira André, natural da freguesia de Reigoso e residente em Clermont-Ferrand, França, onde faleceu no dia 28 de Maio e foi sepultado.91 - JOSÉ ALVES, de 82 anos, casado com Maria Borges, natural da freguesia de Salto e residente na Borralha, desta freguesia, faleceu no Hospital de Chaves, no dia 12 de Junho e foi a sepultar no cemitério de Salto.92 – MARIA PIRES MIRANDA, de 92 anos, viúva de José Luiz de Miranda, natural de Outeiro e residente em Montalegre, faleceu num Lar de Vila Pouca de Aguiar, no dia 13 de Junho, sendo sepultada no cemitério de Montalegre.93 – EZEQUIEL ANTÓNIO LOPES SEARA, de 85 anos, casado com Ana das Neves Esteves, natural de Padroso e residente em Waterbury, Connecticut, USA, faleceu no dia 9 de Maio, sendo enterrado no cemitério de All Saints, Waterbury.

PAZ ÀS SUAS ALMAS!

Nota – A numeração corresponde ao total de falecidos, no corrente ano, até à presente data

CORTEJO CELESTIALTOURÉMA morte de Amadeu Barqueiro

Faleceu, no dia 12 de Maio, Amadeu Pires Barqueiro, que era natural de Tourém e, desde há muitos anos fixara residência em Lisboa. Amadeu Barqueiro fez a sua vida profissional na capital mas, sempre que podia, vinha à sua Tourém onde tem uma boa residência adquirida ao Estado pois que, noutros tempos, fora Quartel da Guarda Fiscal desta conhecida terra raiana.

Amadeu tinha com o irmão Manuel, mais conhecido por «Necas» uma relação que ia além da familiaridade. Dois irmãos muito amigos com total e absoluta confiança um no

outro. Eles eram um verdadeiro exemplo do que deve ser o relacionamento entre irmãos. Amadeu, mais velho, chegou a ser gestor de alguns negócios do irmão «Necas» que reside na cidade de Goiânia, do Brasil, e tem interesses também e sobretudo em S. Paulo. Quando em Portugal era necessário resolver alguma coisa, o irmão Amadeu era sempre o primeiro a ser contactado. Por isso que a morte de Amadeu foi

dolorosa demais para o Necas, tal como este o demonstrou no dia do funeral, inconsolável perante os muitos seus amigos que em vão tentavam consolá-lo. Na companhia do filho Cláudio que muito o ajudou neste transe, Necas regressou ao Brasil mais pobre porque perdeu o seu maior amigo.

SIDRÓS – FERRALFesta da Ponte da Misarela

A Junta de Freguesia de Ferral organiza a 2 de Julho a

Festa da Ponte da Misarela, que se situa em Sidrós, desta freguesia de Ferral, nos limites do concelho de Montalegre

com o de Vieira do Minho.

O programa da Festa começa logo pelas 9H00 com uma caminhada pelo trilho da Misarela. Detarde, a partir das 14H00 abre a já tradicional Feirinha Medieval da Misarela acompanhada por dois grupos musicais.

Mas, o espectáculo começa a animar a partir das 21H30 com a descida para a Ponte do Diabo a que se seguem representações alusivas às lendas que se contam sobre a mítica Ponte da Misarela.

O grupo musical L&S e o Dj White Lewis completam a Festa pelo resto da noite adiante.

S. PEDRO – VILA D’ABRILConvívio Luso-galaico

Foi no dia 11 passado que, no paradísíaco santuário da Vila d’Abril, realizou-se um Encontro que juntou amigos de S. Pedro, a maioria, de Contim, de Sezelhe, Paredes e também de Allhariz, da Galiza, veio um casal que pela parte da esposa tem as suas raizes em S. Pedro e outros amigos. O referido casal, César e Maria, por sinal grandes empresários no ramo do mobiliário sediado em Alhariz, uma terra de referência da província de Ourense sobretudo no sector do turismo, veio à Vila d’Abril e trouxe de lá um pulpeiro que apresentou ali um polvo «à feira» de comer, comer e chorar por mais. Mas não só. A acompanhar umas quantas «empanadas» do tamanho

da roda dum carro de bois preparadas lá por gente especializada. Tudo isto regado com vinho tinto e a cerrar um caldo verde à nossa maneira preparado por mulheres sabidas ali da terra, sem estrelas michelin. Bom, como resultado de tal menu, imagine-se! Pela parte que

me toca, vim de lá bem compostinho porque já não comia polvo como este há muitos meses, se calhar anos.

Mas, o que mais me impressionou foi a união daquela gente de S. Pedro e da freguesia que tem ali um lugar muito lindo e que dele tratam como se fosse coisa própria. Na conversa com alguns e, em particular com o amigo de longa data, José Fernando Moura, fiquei a conhecer o santuário, a sua história, a forma como dele cuidam todos os vizinhos, os

seus projectos, etc. Está ali um exemplo a seguir. Fiquei agradado com o que vi, dou os parabéns a todos

e agradeço a amabilidade do trato daquela gente boa e prometo lá voltar.

C de Moura

MONTALEGREEM 508, de Montalegre a Meixide

A rectificação da estrada municipal nº 508, de Montalegre a Meixide, foi entregue, na última reunião, à firma de José Moreira Fernandes & Filhos, mais conhecida entre nós por “Matos”. Desta decisão do executivo poderá haver reclamação da parte de algum concorrente.

A obra orçada em cerca de 5 milhões de euros vai beneficiar o trânsito que flui de Montalegre para Chaves e vice-versa.

A largura da plataforma, rectificação nalgumas das curvas existentes e repavimentação de todo o traçado são algumas das beneficiações a levar a cabo.

Recuperada a OPP pela COOPBARROSO Está de volta ao concelho de Montalegre a Organização

de Produtores Pecuários (OPP). O reconhecimento, obtido pela Cooperativa Agrícola do Barroso (COOPBARROSO), trouxe acalmia ao estado de espírito dos agricultores. A autarquia fala de uma vitória «arrancada a ferros» que

venceu «muita oposição e muitas mobilizações, que se lamentam, de pessoas que se dizem conhecedoras e ligadas ao mundo rural, com responsabilidades no setor agropecuário, e que tudo fizeram para que a OPP de Montalegre não vingasse».

Depois do governo ter reconhecido, em março último, a COOPBARROSO como Organização de Produtores Pecuários (OPP), chegou o momento de irem para o terreno os trabalhos de sanidade animal das mais de 12 mil “cabeças normais” de gado existentes no concelho de Montalegre, universo que engloba bovinos, caprinos e ovinos, espalhados pelas 1.223 explorações agrícolas registadas. Para trás, fica um impasse de anos - desde 2010 que o concelho não possuía uma OPP própria - que muito prejudicou o setor primário.

O líder do município não disfarçou a angústia que sentia ao longo destes anos quando vinha à baila o dossier OPP. Só agora, confessa Orlando Alves, «fico inteiramente sossegado». O edil lembra que estamos perante «uma vitória arrancada a ferros» porque «houve muita oposição e muitas

mobilizações, que se lamentam, de pessoas que se dizem conhecedoras e ligadas ao mundo rural, com responsabilidades no setor agropecuário, e que tudo fizeram para que a OPP de Montalegre não vingasse». Um coro de críticas que só agora ganha paz: «isto já há muito tempo que podia estar resolvido, mas as “forças do mal” juntaram-se na tentativa de liquidar esta nossa pretensão.

Refira-se, a propósito, que a anterior OPP de Montalegre deixou de funcionar no tempo da Câmara socialista do Dr. Joaquim Pires.

Fonte: cm-montalegre

Dia do Município

O Dia do Município, 9 de Junho, fica na história pelo péssimo planeamento da Câmara de Montalegre. Para esse Dia festivo, a Câmara agendou duas sessões solenes no salão nobre dos Paços do Concelho, uma às 11H30 – Homenagem a Artur Gonçalves (Cepeda) e Fernando Moura (Barracão) e outra às 15h00 Lançamento do livro “Ripadas do Padre Domingos Barroso” de Dias Vieira.

Pelas 14h00, no Auditório do Multiusos, agendou os “Encontros de educação de Basto e Barroso” e pelas 21h00 também no Auditório a exibição da Academia das Artes de Chaves / Escola de Gaitas de Foles de Montalegre e mais tarde, 21h30, o Concerto da Orquestra do Norte. É obra!

Comentando, é claro que, em Montalegre, com tão pouca gente a participar nestes actos culturais, dividindo-se por eles, deu lugar a que as salas ficassem quase vazias.

O pior, porém, foi a falta de respeito da câmara e seu séquito para com os convidados quando, no meio da sessão dos Encontros de Basto e Barroso, se levantam para ir participar noutro acto oficial e deixam o Secretário de Estado da Educação só sentado na primeira fila do Auditório. Isto não é só falta de respeito, é também falta de educação.

(Ver Política vista de fora, de Manuel Ramos, pág. 7)

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16 de Junho de 2016 3BarrosoNoticias de

Barroso da Fonte

Casa do Cerrado epicentro de nobres gerações (7)

Prometi na anterior nota de leitura sobre este tema anunciar uma decisão muito importante acerca do mesmo tema. E começo por aqui. Antes de mais, para confessar aos leitores que têm a paciência de me ler que a genealogia é uma atividade social e cultural que se inscreve na área do conhecimento, ligada à história, à toponímia, à comunidade e até à linguística. Toca vários domínios e preocupa-se, essencialmente, com os nomes das famílias, com a ligação que esses nomes estabelecem com o parentesco e com a ramificação que cada vez mais acabam com as fronteiras, terrestres, políticas e culturais. Em tempos recuados o conceito de família era diferente: as famílias estabeleciam-se a partir dos familiares diretos. Casavam com primos, com

sobrinhos e às vezes até com irmãos. Assim surgiram os lugares, depois as freguesias, mais tarde vilas e cidades. Nos nossos tempos,com a facilidade de viajar, os casamentos fazem-se fora dos concelhos, das regiões e até dos países. Assim nasceram as comunidades internacionais e as chamadas «aldeias globalizadas».

Em Montalegre foi a Casa de Bragança a gerar o exemplo de uma Instituição muito poderosa, a partir do direito de propriedade. Nasceu em 1401, com o casamento de D. Brites com D. Afonso, filho de D. João I. Essa poderosa Casa fez-se à custa do património dos pais dos noivos. De norte a sul do país, a Casa de Bragança, passou a ter laços com os representantes dos Condes e dos Duques. Na maior parte dos casos não eram família direta. Mas ser representante dessa Casa constituía uma estrutura social: a nobreza.

A Casa do Cerrado foi um bom exemplo. Algumas dessas Casas que se diferenciavam pela qualidade arquitetónica, eram depósitos dos bens (centeio, batata, feijão, gado, terras, lameiros e seus frutos). De norte a sul do país, eram muitas as pessoas que beneficiavam

desses sortilégios. A dada altura eram esses representantes que casavam, entre si.

E dessa nobreza se encheu o país. Em 1910, com a implantação da República, caiu a monarquia. E ainda que haja muita gente que aspira, pelo regresso à monarquia, enquanto não for revista e consagrada a possibilidade de a legalizar, a monarquia não poderá renascer.

Em Trás-os-Montes houve muitas casas monárquicas. Muitas delas se reconverteram em casas de Turismo de habitação. Os fundos comunitários chegaram, envergonhados. Nunca se soube que este ou aquele tenha prevaricado. Mas sabe-se que, um pouco por todo o lado, a pretexto de preencher a falta de quartos para alugar a visitantes, muitos modernos exploradores, cuidaram de receber esses muitos milhões e, em muitos casos, a fundo perdido. Nunca se saberá como e com que fundamento, pessoas de fora do turismo, se auto-promoveram a proprietários de casas dessas. E não foi somente em Barroso. Mas pelo país fora.

Acerca da Casa do Cerrado, cujos proprietários foram, honrosa exceção a esta corrida

aos fundos comunitários, um autor Barrosão que já tem obra editada, que o credencia para elaborar uma monografia completa sobre essa casa histórica, autorizou-me a anunciar que vai reunir em livro tudo o que souber sobre ela.

Paleólogo Bento Miranda Pereira é um cotado investigador de Cabril que há quatro anos publicou a História e Património Religioso de S. Lourenço de Cabril e, em Setembro de 2015, regressou à ribalta «A Gesta de Gualtar», volume de 269 páginas, com impressão em quadricomia. Ainda usa no seu nome o apelido de Miranda, a comprovar que um seu antepassado pertenceu a essa nobre Família que ocupou, como proprietária, a Casa do Cerrado.

Pelo que conheço das suas obras já editadas e pela sua propensão para se envolver na genealogia, a conversa que tivemos na visita que me fez, para me dar conta deste seu propósito, satisfez-me imenso porque esta sua pronta aceitação do meu apelo vem suprir as minhas incapacidades e limitações para levar a bom porto, este meu grande desejo.

Tenho uma enorme vontade

de aclarar algumas biografias de personalidades Barrosãs que nasceram nos montes que rodearam a nossa meninice e que levaram longe, através do casamento com outras famílias nobres, o nome, a identidade e o orgulho telúrico de conhecermos a dimensão social, cultural e humana dos nossos ancestrais.

Não vamos permitir que outros Zés Cid´s nos venham chamar nomes feios como eles são.

Uma coisa é sermos simples, hospitaleiros, prestáveis e tolerantes. Outra coisa é permitir que nos venham ofender, a casa, a pretexto de cantarolas que dispensamos, porque são interpretadas com má fé, ruindade e profunda hipocrisia.

Espero que o Paleólogo Miranda Pereira, dentro de alguns anos nos apresente o fruto deste seu trabalho. Se eu ainda por cá andar e tiver saúde e a lucidez, que tenho vindo a perder, a passos largos, tudo farei por estar presente, para abraçar este Barrosão cujo nome próprio é uma curiosíssima coincidência.

No dia 9 de Junho, Artur Gonçalves e Fernando Moura foram homenageados pela Câmara Municipal que os distinguiu com a medalha de Mérito Municipal.

O “Notícias de Barroso” só tem a congratular-se com tal iniciativa pois que foi a reportagem feita no n.º 489, de 15 de março, sobre «Artur Gonçalves, o Cepeda», que deu origem a que este barrosão fosse reconhecido. Estou em crer que o presidente da Câmara nunca tinha ouvido falar no Cepeda e tão pouco conhecia os seus méritos.

No entanto, com base na referida reportagem houve

logo lugar a comezainas e à boa maneira provinciana até se promoveu o Restaurante que o referido Artur tem em Chaves.

Mas, passando à frente, o que me leva a criticar a tal homenagem é só o caso de ali não ter sido feita nenhuma referência ao jornal que divulgou a vida e os méritos do Artur. Isto é elementar. Como diz a sabedoria popular, «a César o que é de César».

E virá a propósito denunciar o desplante da Câmara Municipal de Montalegre que não dá um único cêntimo de pubicidade ao Notícias de Barroso mas dele se serve para fazer o que o jornal lhe sugere.

Seria fastidioso enumerar todos os casos por nós denunciados que logo têm a resposta da Câmara Municipal, o que se por um lado mostra estar atenta ao que os munícipes denunciam por outro revela uma fragilidade de comportamento gritante.

O presidente da Câmara já foi acusado de malcriado, incompetente, esbanjador dos dinheiros de todos nós e eu, desta vez, digo que ele é também um usurpador dos direitos de autor.

O caso, porém, nada tem de novo. Nelson Zumel, pintor de méritos consagrados, “nuestro hermano” de Tozende, Baltar, teve idêntico reconhecimento

pela Câmara de Montalegre no último mandato de Fernando Rodrigues. Tal só foi possível porque eu, subscritor destas linhas, como prometi ao pintor, me empenhei pessoalmente junto da Câmara para que tal acto de justiça fosse feito ao ilustre pintor. Contributo semelhante deu o Dr. José Manuel Rodriguez, amigo pessoal de Nelson.

O presidente da Câmara de então que nunca quis saber do relacionamento com Galiza nem com os espnhóis, não conhecia o pintor nem dele ouvira falar até então. O que é certo é que a Câmara vendo ali mais uma oportunidade de

se promover, decidiu, e bem neste capítulo, atribuir-lhe a medalha de mérito municipal. Contudo, no acto da cerimónia da atribuição da condecoração nem uma só palavra foi dita sobre o promotor da homenagem nem feita qualquer referência ao jornal que dera notícias acerca do caso.

Resumindo: o Orlando Alves que, antes de eleito, dizia que “isto vai mudar”, afinal não mudou literalmente nada. Como diziam os latinos «Talis pater, qualis filius».

Carvalho de Moura

ARTUR GONÇALVES e NELSON ZUMEL

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16 de Junho de 20164 BarrosoNoticias de

I - Os Preparativos e a Chega

Corria a Primavera do ano

de 1933 e, na aldeia de Viade

de Baixo, os rapazes em idade

muito próxima de irem para a

tropa iam tocar diariamente

o sino da Igreja depois da

ceia para o povo rezar pelas

benditas almas. Este costume

já vinha de há longos anos e foi

respeitado até final da década

de oitenta do seculo passado.

O “toque” das almas, como

então o povo lhe chamava, era

muito respeitado e toda a gente

parava para rezar pelos seus e

pelos amigos que já partiram.

A Paróquia havia sido entregue

ao Padre António Mourão, de

Melhe – Ribeira de Pena, um

sacerdote cheio de qualidades

com obra feita a quem a

freguesia muito deve.

O tocar dos sinos para

se rezar pelas almas servia

também para marcar encontros

com os amigos e namoradas,

sobretudo no inverno, ao

serão. Num desses encontros

ao serão na casa da Brasileira

onde se juntavam muitos

rapazes e raparigas, um grupo

de jovens planeou realizar

secretamente uma chega de

bois entre o boi do Povo de

Viade e o boi do Povo do

Antigo para verem quem era o

vencedor.

Desta forma, o Bernardino,

o Brasileiro, o Marques,

o Domingos Marijuana, o

Cancelas e o jovem Firmino de

Parafita, pelo Santo António, combinaram encontrar-se pelas 2 horas da manhã de um Domingo para Segunda Feira no Largo do Paço em Viade e daí avançaram para a casa do Calhelhas onde o boi do Povo era tratado e guardado, cabendo então ao jovem Firmino, criado de servir do Calhelhas e sem que o patrão soubesse, a tarefa de abrir a porta da corte e deitar o boi cá para fora.

Era sabido que, na corte onde o boi dormia, raramente a porta ficava fechada à chave e neste sentido foi fácil abrir a porta da corte do boi, tendo este logo saído sem fazer qualquer barulho, dado conhecer o pastor e daí foi encaminhado para o cimo do Alto do Calvo já muito próximo do Antigo.

O Cancelas trabalhou durante anos numa das melhores casas de lavoura do Antigo e como tal foi incumbido juntamente com o Marques de irem à frente para abrir a corte e encaminharem o boi do Antigo para as bandas do Seixal, próximo do ALTO DO CALVO.

Como tinha trabalhado no Antigo, o Cancelas sabia bem onde era a corte do boi e, mesmo estreando um fato novo de cotim, foi forçado a entrar dentro da corte, pois o Boi do Povo do Antigo não pretendia sair. Só após ter levado duas vergastadas no lombo é que o boi saiu da corte contrariado. Pelo caminho, o Cancelas

verificou que o seu fato novo se encontrava cheio de bosta e além do mais rasgado por ter tropeçado e caído no esterco durante a operação da saída do boi da corte.

Os bois do Povo de Viade e do Antigo lidaram durante cerca de 15 minutos nas terras do Seixal cerca das 2 horas da manhã e, após uma luta renhida, o de Viade acabou por vencer o seu adversário.

Seguiu-se a festa entre os presentes com vivas ao boi de Viade, mas esqueceram-se de levar o boi do Antigo à sua corte, limitando-se a dar-lhe duas pancadas no lombo e encaminhá-lo para esta povoação, facto este que lhes viria a dar bastantes problemas.

Segunda feira pela manhã, o boi do Antigo foi visto a vaguear pela aldeia e como tinha sinais bem visíveis de ter lutado, os do Antigo aperceberam-se que tinha sido organizado uma Chega clandestina com o boi rival de Viade e desde então começou a caça para apanhar os autores da proeza, sendo certo que, em Viade, toda a gente ficou a saber quem foram os organizadores da chega, mas ninguém os denunciou às autoridades.

II - A Procura dos Organizadores da Chega

Naquela época, o Regedor

da Freguesia de Viade morava no Antigo e bem assim o seu ajudante Cabo de Ordens e neste sentido munidos cada um com sua espingarda deslocaram-se a Viade no dia seguinte no intuito de indagarem quem foram os autores da chega para os deterem. Como o povo de Viade se manteve unido dizendo que nada sabiam, nem mesmo da chega, as referidas autoridades locais foram a casa do Calhelhas e prenderam o jovem Firmino, o qual não tinha mais que 15 anos e levavam-no preso, no meio de ambos, a caminho do Antigo.

Quando passavam em frente das Alminhas da Costarela saiu-lhes ao caminho o Bernardino, o qual afrontando o Regedor e o Cabo disse o seguinte : -“Para onde vais, rapaz, volta para trás, anda comigo”.

Foi tão simples como isso, o rapaz voltou sem qualquer oposição por parte das autoridades, as quais ficaram inertes e sem dizer palavra, descendo a calçada em direcção ao Antigo.

O caso não ficou por ali e poucos dias depois veio a Viade uma patrulha da GNR para prender os responsáveis. Nessa altura, os do Antigo já suspeitavam quem eram os eventuais delinquentes, mas a GNR apesar de vir várias vezes a Viade para os deter voltava para Montalegre sem a missão

cumprida.

O caso passou a ser muito

falado no concelho e a GNR

embora levasse mais efectivos

não lograva encontrar os

possíveis infractores.

A casa da Quelha em

Viade situada entre o Paço e

a Portela é composta de duas

grandes divisões, uma com

entrada para o pátio e outra

com saída para outra rua,

separadas por uma canelha,

mantendo-se até aos nossos

dias com esta configuração,

sendo nesta casa que os jovens

se escondiam das autoridades.

Com efeito, aquela casa

tem uma janela virada a

nascente para a Rua do Paço

onde se via a chegada dos

militares da GNR sem que

estes se apercebessem e se,

porventura estes se dirigissem

àquela Casa pelo lado do

pátio, os jovens saiam pelo

lado oposto e vice versa.

Se eventualmente a GNR

cercasse a casa, os jovens

desciam pela canelha para

uma corte, onde era difícil

serem detectados. Esta corte

serviu mais tarde para abrigar

Galegos fugidos da Guerra

Civil Espanhola.

(CONTINUA)

António Leal do Paço

(13-05-2016)

(Texto deliberadamente

escrito de harmonia com o

anterior acordo ortográfico)

Chega do Boi do Povo de Viade com o do Antigo (1)

“Um concelho pode ter recursos naturais abundantes, um clima favorável ou uma população determinada a trabalhar arduamente, se não houver uma base que garanta a distribuição do poder político e oportunidades económicas ao maior número possível de cidadãos, mais cedo ou mais tarde, rumará para a estagnação. A boa notícia é que, como a formação das instituições não é um processo imutável, nenhum concelho está condenado a empobrecer para sempre.”

São as instituições

económicas que através do investimento, inovação, disponibilidade de recursos e incentivos económicos determinam o desenvolvimento e a prosperidade.

Dentro das instituições, temos as chamadas - instituições económicas inclusivas, que criam um ambiente de igualdade de condições, apoiam o cumprimento de contratos, o crescimento económico, estimulam o emprego e a propriedade privada para todos e as - instituições extrativas, que concentram o poder e as

oportunidades nas mãos de uma minoria, monopolizam o poder político, exploram o emprego precário. Enquanto as primeiras reforçam os direitos de propriedade, criam condições de concorrência equitativas, e incentivam os investimentos em novas tecnologias e conhecimento, e por isso são mais propícias à inovação e ao crescimento económico. Pelo contrário, as segundas existem sobretudo para extrair recursos de muitos e distribuí-los por poucos, e nessa medida, dissipam valor numa economia e tornam-se um

obstáculo ao desenvolvimento económico. Na maior parte das vezes, esse poder, encontra-se centralizado num grupo restrito, com ligações familiares constituindo-se verdadeiros monopólios de poder político e controlo centralizado.

Embora as instituições económicas sejam cruciais para determinar a pobreza ou a prosperidade, são a política e as instituições políticas a determinar o tipo de instituições económicas.

Podemos então dizer que as instituições inclusivas são decisivas, já que são necessárias

para promover a inovação e o empreendedorismo, fatores centrais no processo de desenvolvimento económico avançado, no emprego. São instituições pluralistas e abrangentes, livres onde o direito de propriedade, de iniciativa e o acesso a um sistema de justiça é verdadeiramente igual para todos.

Então, por que não escolher a prosperidade?

Paulo Delgado, major

Por que não escolher a prosperidade?

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16 de Junho de 2016 5BarrosoNoticias de

Barroseilândia: a força de Don Barrusanus

“No fundo, por que haveria Don Barrusanus de se preocupar com o Reinado, proporcionando condições para que todos pudessem singrar na vida, se também tem filhos e estes precisam de emprego?”

“Mas porque me lembrei eu disto tudo? Porque a história de Don Barrusanus, salvaguardadas as devidas distâncias, tem muitas semelhanças com a de Don Vito Corleone. Ambos tinham a noção de que o poder tinha de estar todo concentrado em si. Mesmo para respirar, entendiam eles que se lhes devia pedir licença”.

No periodo compreendido entre esta e a próxima edição do Noticias de Barroso, fáz exactamente seis meses que Marcelo Rebelo de Sousa foi eleito Presidente da República. Ao longo deste periodo, quando olho para ele e para a sua postura, não vejo o PSD, o PS, o BE, o PCP ou os verdes. Não vejo as cores que tantas vezes contaminam a missão de certos políticos que nunca passaram de aprendizes, mas vejo pelo contrário e finalmente, um Presidente de todos os portugueses. Fazendo fé nas sondagens que vão sendo por aí publicadas nos dias que correm, certamente que Marcelo Rebelo de Sousa aumentaria a percentagem

de votos que o dispensou da segunda volta em 24 de Janeiro deste ano.

O seu discurso de posse foi notável de simplicidade formal, de conteúdo político e de simbólismo, com a repetida declaração de cumprir e fazer cumprir a Constituição, além de ter utilizado citações de Miguel Torga, de António Lobo Antunes e de Mouzinho de Albuquerque, todas elas com óbvios destinatários. Mas Marcelo não se ficou por aqui!... Destaque-se também as suas contínuas declarações sobre a identidade nacional, que segundo as suas palavras, é “feita de solo e sangue”, mas que deverá ser alicerçada e defendida com apostas na Língua, na Educação, na Ciência e na Cultura, bem como na capacidade de saber conjugar o futuro com o passado.

Em boa verdade, vivemos numa democracia baseada na liberdade política e na vontade popular, tal como resulta das eleições. Mas na concepção republicana – a que Marcelo se quis referir - a democracia

é muito mais do que isso!... Implica uma cidadania activa, empenhada e responsável, mas que ainda sabe a pouco, como decorre do desprezo pela coisa pública, do clientelismo e da “cunha” nas relações com o poder, do vandalismo sobre os equipamentos públicos, da evasão aos impostos, da fraude e do incivismo reinante.

Da mesma forma e ao longo deste periodo, têm sido também importantíssimas, as suas referências à necessidade de termos de sair do clima de crise, sublinhando que os Portugueses têm igual dignidade e estatuto, e a afirmação sobre o esforço que deve ser feito para moralizar e credibilizar o sistema político, pelo combate à corrupção, ao clientelismo e ao nepotismo. Já em Abril, quando das comemorações do 42.º aniversário da Revolução, não se inibiu de no seu discurso lhe fazer referência, ao lembrar “como os jovens capitães resgataram a liberdade, anunciaram a democracia e permitiram converter o Império Colonial em Comunidade de Povos e Estados independentes,

prometendo a paz, o desenvolvimento e a justiça para todos”.

É verdade que ainda é muito cedo para se fazerem avaliações mais concretas, mas os discursos pronunciados e as iniciativas promovidas pelo novo Presidente da República, que pela primeira vez na História da democracia, teve a ousadia e a lucidez de partilhar as comemorações do dia de Portugal e das Comunidades com os nossos emigrantes em França, estão a gerar uma onda de simpatia que supera tudo quanto se pudesse imaginar. Então aquela de se propôr visitar as 3.000 freguesias do país durante o seu mandato, é a “cereja no topo do bolo”.

Dito isto, é saudável pois verificar, que o ambiente político que começara a desanuviar-se com a posse do actual Governo, está agora cada vez mais limpo. Temos um Presidente “à Obama” e o sisudo Cavaco já foi esquecido. Muitos dos apoiantes de Passos Coelho e Paulo Portas, que tão submissos foram às imposições estrangeiras e que

tão insensíveis foram com os seus desmandos autoritários e arrogantes, já estão a meter a viola no saco, enquanto as respectivas estruturas partidárias já verificaram que terão que mudar de vida e de protagonistas, acabando de vez com os caceteiros ignorantes que têm inundado as suas hostes. Talvez Marcelo Rebelo de Sousa os inspire.

Quem acompanha a política e conhece o passado e o pensamento de Marcelo Rebelo de Sousa, não poderá pois esperar dele, que o político social-democrata se confunda com a direita ou a esquerda que cada um deseja. E isso ele já o demonstrou face ao comportamento exemplar de cooperação enquanto Presidente da República, que tem mantido com os outros órgãos de soberania. Um Presidente a sério, é assim mesmo...

(texto escrito segundo os ditâmes da antiga ortografia)

POLITICAMENTE FALANDO

- OS PRIMEIROS 6 MESES DE MARCELO!... CAVACO JÁ FOI ESQUECIDO...

Estava eu, altamente descontraído e relaxado, a passear os olhos pelos milhares de livros expostos na FNAC/Braga quando, de repente, fixo a atenção na história de Don Pedro que relata a vida criminosa de seu pai, transformando, embevecido, os hediondos crimes do seu progenitor num ato heróico.

Pela minha cabeça passou, de imediato, uma das muitas histórias que a minha avó me contava sobre aqueles tristes

trastes que gostavam de mostrar toda a sua força para com os mais frágeis.

Sempre tive um fraquinho pelo “Padrinho” de Mário Puzo, que Francis Ford Coppola imortalizou no cinema, e que retrata a vida familiar do patriarca da família mafiosa Corleone, desde a ascensão do clã siciliano à sua quase perda de poder na América,

construído através dos negócios criminosos.

Don Ciccio foi o verdadeiro Don – dono – de Corleone, a aldeia Siciliana onde nasceu Vito Andoline - que se tornou Don Vito Corleone - o verdadeiro padrinho, que assassinou Don Ciccio com as suas próprias mãos. E porquê?

Porque o pai de Vito recusou prestar tributo a Don Ciccio que, melindrado, o mandou matar e, não satisfeito, mandou também liquidar um

dos filhos, Paolo, irmão de Vito, no dia do funeral do pai. A mãe dos rapazes, desesperada, com Vito nos braços, foi pedir a Don Ciccio que poupasse a vida do miúdo. Mas este, que de burro nada tinha, disse-lhe que quando o rapaz crescesse haveria de querer vingar-se, pelo que tinha de o eliminar.

A pobre mulher, num ato de coragem a que o desespero

não foi alheio, na vã tentativa de proteger o filho, apontou uma faca a Don Ciccio que, impávido, mandou o capanga disparar sobre a mulher que morreu de imediato. A criança conseguiu escapar, fugiu para a América e o resto é História.

Eram assim os Sicilianos: não gostavam de deixar pontas soltas e, à sua volta, secavam tudo.

Mas porque me lembrei eu disto tudo? Porque a história de Don Barrusanus, salvaguardadas as devidas distâncias, tem muitas semelhanças com a de Don Vito Corleone.

Ambos tinham a noção de que o poder tinha de estar todo concentrado em si. Mesmo para respirar, entendiam eles que se lhes devia pedir licença. A natureza, essa, é que não o permitia. Disso mesmo lhes deu conhecimento, embora a medo, um dos seus mais chegados correligionários.

Foi pois a contragosto que tanto Don Vito como Don Barrusanus permitiram ao comum dos mortais respirar sem pedir autorização. No entanto, para tudo o mais, era necessário fazer a devida vénia e, com muito respeitinho, pedir autorização.

Don Barrusanus nunca facilitou. Para arranjar um humilde trabalho que, terminada a jornada, permitisse aos seus súbditos receber o magro salário capaz de alimentar toda a família, tinha de se lhe pedir autorização.

Os jovens da terra, esses, já há muito rumaram ao estrangeiro. De tempos-a-tempos, sobretudo pelas alturas do verão, regressavam à pátria amada carregados de saudades e embutidos do espirito de

que só têm deveres. No fundo, pensavam eles, já tiveram a sorte de conseguir emigrar, arranjar trabalho, comprar “um topo de gama” e amealhar uns cobres.

Dom Barrusanus, para além de proteger os que por cá ficaram, tinha o direito de dividir a riqueza do Reino por aqueles que lhe são mais próximos. No fundo, por que

haveria Don Barrusanus de se preocupar com o Reinado, proporcionando condições para que todos pudessem singrar na vida, se também tem filhos e estes precisam de emprego?

Don Barrusanus era assim: primeiro ele, depois ele, a seguir a família dele e, mais à frente ainda, a família dele. Para estes não podia faltar nada. Depois de todos estarem “colocadinhos”, ainda havia

espaço para a tropa que lhe prestava vassalagem.

Ao Povo dava festa, pão e muito vinho. Assim se vivia no Reino da Barroseilândia!

Bento Monteiro

Nota: qualquer semelhança com a realidade é

pura imaginação do leitor.

Domingos Chaves

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16 de Junho de 20166 BarrosoNoticias de

MAPC

UM PARÁGRAFOUm Parágrafo # 74 – Paralaxe

A diversidade intrínseca de toda e qualquer coisa só é passível de ser

verdadeiramente apreciada se observada através de todos os pontos de

vista. Compreendendo, então, o quão próximos estamos da impossibilidade

de realizar tal tarefa por uma única vez que seja, resta-nos o consolo de

sabermos que podemos tentar tudo o que estiver ao nosso alcance para que,

ainda que temporariamente, possamos minorar os erros de paralaxe que nos

tolhem o juízo e aprisionam a perspectiva. Apreciamos mal, vemos com

distorção, ouvimos com ruído, analisamos com poucos factos e, com tudo

isto bem presente mas como somos bons, julgamos… No entanto, julgamos

mal porque não conseguimos ver o quadro completo. Falta-nos a capacidade

de compreender a plenitude das coisas, mesmo quando estão à nossa frente.

Razão tinha o filósofo quando alertou para as grilhetas que amarram a uma

existência que nos condena a vislumbrar somente e ao de leve as sombras

daquilo que realmente é a essência das coisas. Uma única perspectiva. Uma

forma demasiado linear de observação. Será, porventura, isso mesmo que

tolhe a nossa capacidade analítica e nos impede de ir mais além no fabuloso

mundo da compreensão.

João Nuno Gusmão

Para a História da 1ª República em Montalegre(Continuação do n.º anterior)

O Montalegrense, 24 de Julho

“Comissão de Remonta Para examinar e registar

as éguas que se destinam à produção de cavalos para o exército, veio no passado sábado a esta vida a Comissão de Remonta (...) que ficou agradavelmente impressionada pelo número e qualidade das éguas apresentadas e aprovou 32, lamentando ter de regeitar algumas que na verdade eram magníficas, mas estavam legalmente excluídas pelo facto de terem sido destinadas à produção de gado muar.’’

1 de Julho“Realizou-se no dia 28 de

Junho o concurso de gadoMais concorrida ainda

que no último ano, correu regularmente, apesar da autoridade administrativa (1) se ter recusado a pôr à disposição do juri a força de infantaria que propositadamente tinha vindo, a pedido do intendente de pecuária do distrito a fim

de impedir que o recinto reservado à disposição do gado fosse invadido pela multidão.

O juri teve o valioso auxílio do Exm.º Sr. José Miranda do Valle, ilustre professor da cadeira de Zootecnia da Escola de Medicina Veterinária de Lisboa, e dos seus alunos, que vieram assistir ao concurso.’’

(1) autoridade administradora = Dr. Victor Branco

15 de Julho“Capela do Senhor da

PiedadeA expensas de um devoto,

começaram na semana passada as obras de ampliação da capela do Senhor da Piedade, estando, segundo nos informam, justos os serviços de pedreiro’’

A Questão de SaltoA partir dos meados de

Julho, “O Montalegrense’’ vai dando, com preocupação, notícias sobre a Questão de Salto. Tanto o jornal, como o Dr. Abel de Mosquita

Guimarães foram incausáveis na tarefa de mobilizar influências e conquistar aliados para esta luta.

Ainda no dia 27 de Julho ‘’O Montalegrense’’ noticiava que “a Câmara Municipal convocara uma reunião extraordinária, a fim de resolver a atitude a seguir perante a ameaça da iminente extorsão da freguesia de Salto que pretendem levar a efeito os políticos de Cabeceiras auxiliados por meia dúzia de indivíduos estranhos à freguesia. (...)

Montalegre deu mais uma vez a prova da sua muita cordura, reclamando com energia sim, mas o mais ordeiramente possível. A grande quantidade de povo que veio assistir a essa sessão da Câmara, portou-se admiravelmente.

Foram enviados telegramas para: Presidente do Senado, Presidente da Câmara dos Deputados e Presidente do Conselho de Ministros.’’

No dia 26 de Agosto “O Montalegrense”’publica uma extensa reportagem sobre

os graves acontecimentos ocorridos em Montalegre, em protesto por a Câmara dos Deputados ter aprovado o projeto de lei que desanexava a freguesia de Salto do concelho de Montalegre anexando-a ao de Cabeceiras de Basto. Dessa reportagem, se transcrevem alguns trechos:

“Desanexação da Freguesia de Salto

Graves acontecimentosO povo irritado invade

as repartições públicas e queima toda a papelada relativa à freguesia de Salto. Os populares revoltados por a Câmara dos Deputados ter aprovado o projecto de lei que desanexava a freguesia de Salto do concelho de Montalegre, anexando-o ao de Cabeceiras de Basto, reuniram-se e dirigiram-se para os Paços do Concelho onde entraram depois de arrombada a porta.

Dentro do edifício, arrombaram as repartições de finanças, tesouraria, registo civil, administração do concelho, tribunal e câmara municipal. Tiraram a papelada que dizia respeito à freguesia

de Salto e outra que veio junta, que depois queimaram no largo do Toural.

Dali dirigiram-se aos três cartórios dos escrivães do Juízo de Direito que arrombaram e tiraram de lá vários maços de processos.

A cadeia também foi arrombada e libertadas duas presas e um preso.

Por fim arrombaram a porta de uma taberna(2) e tiraram de lá uma pipa de vinho, que transportaram para o largo do Pelourinho, que serviu para matar a sede a todos que quiseram. Quando a pipa ficou seca, os manifestantes retiraram-se para suas casas, seriam 3 ou 4 horas da manhã.

A multidão foi calculada entre 1.500 e 2.000 indivíduos residentes na vila e em diversas aldeias’’

(2)- Propriedade de Abel Pinheiro

(Continua)

José Enes Gonçalves

A Importância dos Frutos Vermelhos

Aí estão “eles “ os milagrosos : ingeridos nos intervalos das refeições vão de

seguida lubrificar os vasos sanguíneos.

Uma alimentação correta não só contribui para uma melhoria da qualidade

de vida e para uma sensação de bem-estar, como também previne muitas

doenças. É assim que podemos definir estes alimentos, lembrando Hipócrates:

“que o teu alimento seja o teu primeiro medicamento”.

Indicações terapêuticas: - Amora: doenças cardíacas e neurológicas,

neoplasias e cancro, envelhecimento precoce da pele, falta de visão, anemia,

ansiedade, hipertensão. Cereja: artrite, reumatismo, arteriosclerose, anemia.

Framboesa: reforça a função do coração e do fígado, depurativa. Morango: stress

e ansiedade, obstipação, inflamações. Mirtilo: problemas de visão, hemorróidas,

infecções, urinárias, doenças neurológicas.

Os frutos vermelhos devem ser consumidos regularmente, porque ajudam a

prevenir o cancro , o envelhecimento precoce e reforçam o sistema imunitário de

forma a torna-lo mais forte e resistente a bactérias e vírus.

João Damião

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16 de Junho de 2016 7BarrosoNoticias de

O dia do município de Montalegre, celebrado no passado 9 de junho, tinha condições, pela variedade e importância do programa, para ser um dos melhores de sempre, mas não foi. A variedade do programa englobava uma sessão de homenagem a dois desportistas, lançamento do livro “As Ripadas do Padre Domingos Barroso” da autoria do Cor. Dias Vieira, o encerramento de umas jornadas sobre educação (XIX Encontros de Basto e Barroso), que contou com a presença de David Justino, ex-Ministro da Educação, entre outros peritos em educação, e um painel sobre a obra de Bento da Cruz, entre outras coisas, como a atuação da Orquestra do Norte.

As coisas começaram logo mal de manhã, quando o Secretário de Estado da Educação devia estar presente, mas chegou várias horas atrasado. Só chegou por volta das 15h15, aquando do início das jornadas sobre educação.

O primeiro interveniente das Jornadas foi o Presidente Orlando Alves. Traçou um retrato negro da região, assolada pela desertificação, e disse ainda que ia fechar mais uma escola, a de Ferral, diminuindo ainda mais o parque escolar. O Presidente não se deu conta de que a Câmara que ele representa (como n.º 2 durante muito tempo e como n.º 1 nos últimos anos) é co-responsável pela desertificação por muitas razões que têm sido expostas na imprensa e na assembleia municipal.

As ripadas chegaram depois. O próximo interveniente foi a

direção do Agrupamento de Escolas Dr. Bento da Cruz que deu a conhecer aos presentes, incluindo naturalmente ao Secretário de Estado, o desleixo com que a Câmara trata o Agrupamento e a educação concelhia em geral: o parque escolar está degradado, durante o inverno não há aquecimento,

parte-se um vidro e não é substituído; acresce outro tipo de problemas: a distância entre escolas é longa, as deslocações dos alunos para irem à escola são enormes e há um conflito aberto entre a Escola e a Câmara. Sobre este último ponto julgo que a Direção (do Agrupamento de Escolas) se referia ao facto de a Câmara ter abandonado as reuniões do Conselho Geral, que é o órgão máximo concelhio sobre educação.

Em parte, os recados da Direção responderam ao discurso do Presidente. Este disse: “Vamos fechar a escola de Ferral”; a Direção respondeu: “O Governo não obriga os municípios a fecharem escolas de 1.º Ciclo; se a de Ferral fechar, isso é da inteira responsabilidade

da Câmara de Montalegre; os municípios vizinhos (Vila Pouca e Chaves) não fecham escolas”. O Presidente disse: “A desertificação é avassaladora”; a Escola respondeu: “A política da Câmara aumenta a desertificação”.

O Secretário de Estado, que foi o próximo a falar, em parte,

respondeu ao Presidente e à direção da Escola. O Presidente disse: “Vamos fechar a escola de Ferral”; o Secretário de Estado respondeu: “As questões da educação devem ser debatidas no seio da comunidade para serem mais sensatas”, querendo indicar que uma escola não deve ser fechada unilateralmente sem antes ouvir o Agrupamento e a comunidade. A Direção disse: “Estamos em conflito com a Câmara e pedimos a intervenção do Secretário de Estado”. Este respondeu: “Nos conflitos havidos pensem naquilo que é melhor para os estudantes”, querendo dessa forma dar razão à direção da Escola por fazer o melhor que pode em prol das crianças e a Câmara não; esta só pensa em vinganças e,

ao querer atingir a direcção do Agrupamento com as suas represálias, lesa os estudantes. Por fim o Secretário de Estado apresentou uma medida boa e que já está a ser posta em prática no Agrupamento: “Queremos que os cursos profissionais sejam uasados no combate à desertificação. Deverá haver cursos de que o concelho precise para que os estudantes aí se fixem”.

Quando o Secretário de Estado acabou de falar, começou a falar David Justino, mas nessa altura todo o executivo camarário se levantou e saiu para ir ao lançamento do livro “As Ripadas…” no salão nobre, ficando o Secretário de Estado sozinho na primeira fila. O pessoal, que não era muito, dividiu-se, de tal forma que ambas as sessões tiveram falta de participantes. Ficou muito mal.

Haja boa educação, meus senhores. Teria sido preferível apresentar o livro da parte de manhã ou então, melhor ainda, no dia seguinte, 10 de junho e Dia de Portugal, e não ter optado por duas sessões paralelas que se prejudicaram mutuamente.

“As Ripadas do Padre Domingos Barroso” mostram-nos uma faceta diferente da sua obra: a obra jornalística e de crítica sócio-política, por vezes mordaz e contundente. Julgo que se ele ainda fosse vivo e observasse o que se passa à sua volta, não se reveria na política desta Câmara e seria um opositor declarado, mas isso ficará para outra altura. A faceta jornalística do Padre Domingos Barroso vem juntar-se ao trabalho de

investigação cinegética que ele fez com a publicação de “O Perdigueiro Português” que foi um sucesso editorial. Falta ainda (e ninguém fala disso) a obra historiográfica. Não sei se sabem, mas a família do Padre Domingos Barroso reivindicou como do seu familiar o livro “Guerrilheiros Antifranquistas em Trás-os-Montes” (2003) de Bento da Cruz. O manuscrito foi vendido pela família do Padre Domingos ao Dr. Bento da Cruz por alguns (poucos) contos e depois publicado apenas em nome de Bento da Cruz, sem que se saiba o que é de um e o que é do outro e sem que haja uma nota a dar conta desse facto.

Este é um assunto que eu gostaria de ver esclarecido.

Para que o Dia do Município tivesse corrido bem, teria sido necessário um bom planeamento das atividades programáticas, que não passasse pela existência de sessões paralelas. Exige-se agora que a Câmara saiba acolher e pôr em prática todas as recomendações que os peritos em educação lhe deixaram. Temo, todavia, que nem uma só seja cumprida. Não estou a ver a Câmara, prepotente como é, a pedir uma opinião sobre educação à direcção da Escola, aos peritos sobre educação e à comunidade em geral, especialmente a quem tem filhos na Escola. Não o fez no passado e não o fará no presente. A Câmara impõe medidas e nem sequer a oposição ouve. É por isso que depois tudo lhe corre mal.

MANUEL RAMOS

POLÍTICA MUNICIPAL VISTA DE FORA

“Ripadas” no Dia do Município

Integrado no programa de celebração do “Dia do Município”, foi tornado público o livro “As Ripadas do Padre Domingos Barroso”, uma compilação de textos, sinalizados por Dias Vieira, que dá luz à obra deste famoso pároco, natural de Sanguinhedo, Venda Nova.

Para o líder do município, Orlando Alves, estamos perante «um homem que não podia continuar

na penumbra da nossa história».

Segundo Dias Vieira, o título “ripadas” foi extraído de um texto do padre Domingos Barroso. Curiosamente, esse texto não está neste livro. Se escolhesse “farpas” podia ser considerado plágio (referindo-se a Ramalho Ortigão), então decidi escolher este termo engraçado. Os textos é estar a dar sempre “ripada” às pessoas a quem ele dirigiu os artigos. Destaco os dirigidos ao

MontalvãoMachado e ao Ferreira

de Castro... Há muitos textos em jornais que deviam ser compilados. É uma pena esse trabalho não ser realizado. Há muita coisa que se perde nos jornais».

Barroso Magalhães que apresentou a obra disse: «O livro é dividido em três partes. Na primeira parte, as “ripadas” zurzem sobre coisas de Barroso. São 33 artigos, publicados

entre 1948 e 1951. Na segunda parte, com 14 textos ao de leve, publicados em 1952, muda o título mas mantém o estilo e os temas de crítica social e de ataque cerrado aos falsos amigos de Barroso, sejam escritores ou autoridades. Manifesta-se preocupado com o marasmo das populações e das famílias; a falta de apoios para o desenvolvimento regional, na criação de gado e na conservação e aprimoramento da raça barrosã; na agricultura,

na floresta, na caça e pesca e na reduzida rede de comunicações. Na terceira parte, não menos acutilante e cáustica, aparecem 32 poesias, publicadas entre 1950 e 1952. Em suma, são um enlevo os escritos de Domingos Barroso. São um poço de sabedoria, transmitidos com graça e ironia».

Fonte: cm-montalegre

Livro “As Ripadas do Padre Domingos Barroso”

“As ripadas chegaram depois. A direção do Agrupamento de Escolas Dr. Bento da Cruz deu a conhecer aos presentes o desleixo com que a Câmara trata o Agrupamento e a educação concelhia em geral: o parque escolar está degradado, durante o inverno não há aquecimento, parte-se um vidro e não é substituído; acresce outro tipo de problemas: a distância entre escolas é longa, as deslocações dos alunos para irem à escola são enormes e há um conflito aberto entre a Escola e a Câmara”.

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BarrosoNoticias de

916 de Junho de 2016

A crónica de hoje já estava alinhavada há muito. Porém, por que foram surgindo outros temas que num determinado momento considerei prioritários passaram-lhe à frente, a sua finalização foi retardada. Reencontrei o esboço e decidi aplicar-lhe o reboco final. Aqui vai.

*

Quem se deslocar ao castelo de Montalegre para visita ou estudo, se não for prevenido provavelmente passa-lhe despercebida uma fonte encoberta por duas frondosas árvores, distante poucas dezenas de metros daquele monumento. (Fig. 1) Aconteceu comigo. Foi a leitura casual em tempos idos de uma frase em livro ou em jornal regional cujo título ignoro, que me alertou. Uma frase sensivelmente do seguinte teor: “a fonte junto do castelo de Montalegre possui uma pedra com as armas de D. Afonso III”.

Quando revisitei Montalegre fui conhecer in loco a referida fonte que geralmente passa ao lado de quem conforme referi, pretende apenas visitar o castelo.

Trata-se de uma fonte inutilizada, de linhas simples, construída em granito rocha característica da região, cujo principal interesse é a pedra de armas incrustada. (Fig. 2)

Quando há precisamente 7 anos durante uma deslocação

a Montalegre obtive as fotografias aqui reproduzidas, a gravação apresentava-se já em condições precárias devido ao desenvolvimento de musgos, líquenes e, ao desgaste provocado pelos agentes atmosféricos, embora esteja persuadido que houve ali também mão humana destruidora. Contudo, tem valor para a História de Montalegre.

Regressando à frase referida que motivou esta crónica, se quisermos ser rigorosos tendo por base a História e em particular a Heráldica, a frase não está correcta, porque as armas reais gravadas na pedra não correspondem a D. Afonso III. Por uma razão simples: a gravação da fonte ostenta uma coroa superiormente, enquanto o brasão real desse monarca não tem coroa. A coroa somente “entrou” no brasão dos reis de Portugal anos mais tarde conforme irei documentar.

Na figura 3 está o brasão de D. Afonso III desenhado. Constata-se a inexistência de qualquer coroa a encimar o escudo real. A Torre do Tombo e outros arquivos, até monumentos espalhados pelo país possuem testemunhos com as armas reais de D. Afonso III. A coroa está sempre ausente. Como exemplo, na fig. 4 revela-se o selo real daquele monarca preservado na Torre do Tombo. Conforme se observa não possui coroa a encimar o escudo. Pelo contrário, repito, a gravação da fonte ostenta uma coroa na

parte superior. Este pormenor é fundamental e permite-nos concluir: a pedra de armas da fonte não identifica D. Afonso III.

Nos “Diálogos de Vária História” uma obra de Pedro de Mariz impressa em Coimbra em 1594, encontrei a reprodução de um retrato de D. Afonso III coroado (e retratos de outros reis também coroados). Todavia, as suas armas reais apresentam-se sem coroa em todos os documentos credíveis. Vamos ver a seguir qual a razão.

Continuando a apoiar-me na Heráldica, é possível assegurar: a coroa a encimar o brasão real aparece apenas no século XV, na 2ª dinastia ou dinastia de Avis, com D. Duarte (1433-1438). Podemos precisar, a adjunção da coroa ao brasão dos reis de Portugal aconteceu entre 1433 e 1434, conforme se constata na figura 5 que revela o selo real de D. Duarte datado de Abril de 1434. Esta transformação verificada apenas no reinado desse rei, (introdução da coroa) não foi por acaso, mas, influenciada pela tradição vigente noutros países europeus nessa época.

Vejamos o que a gravação da fonte tem mais para nos contar.

Desloquemos a nossa atenção para uma orla com sete castelos. Esta orla, bordadura ou cercadura, foi realmente introduzida por D. Afonso III no seu brasão quando iniciou o reinado para o distinguir

do brasão de seu irmão, D. Sancho II, filho primogénito de D. Afonso II a quem substituiu no governo. A introdução de uma “diferença”, a referida cercadura, está de acordo com as práticas heráldicas da época. Manteve-se até ao final da monarquia, ou se quisermos ser exactos, continuou durante a república até à actualidade. Inicialmente o número de castelos era indeterminado. Estabilizaram em 7 nos meados do século XVI.

Terá a pedra de armas algo mais para contar?

Ainda que na área interior da bordadura de castelos os escudetes estejam desgastados, ainda é perceptível o que restou do escudete do lado direito do brasão. Está vertical. Tal não se verifica nos escudetes laterais das armas reais de D. Afonso III (Ver figuras 3 e 4) cujos escudetes laterais estão horizontais e orientados para o centro com um número indeterminado de besantes. Aquele pormenor é importante para ajudar a datar a pedra de armas, porque o endireitamento dos escudetes laterais verificou-se com D. João II, mais propriamente a partir da reforma de 1485 implementada pelo referido rei. Até essa data os escudetes laterais mantiveram-se sempre horizontais.

Sabe-se, D. Afonso III instituiu o primeiro foral a Montalegre em 9 de Junho de 1273. (1) Porém, posso

garantir: a pedra de armas da fonte nada tem a ver com D. Afonso III, conforme se provou históricamente.

A documentação existente não nos permite ir mais longe quanto à datação exacta da pedra de armas. Baseando-me nos dados históricos disponíveis, seguramente é posterior a 1485, conforme se referiu. Provavelmente, estão gravadas as armas reais de D. Manuel I, monarca também ligado a Montalegre pois outorgou-lhe foral Novo em 18 de Janeiro 1515. (2) Foram elaborados 3 exemplares: um destinou-se à vila de Montalegre, outro aos oficiais régios, e o 3º foi reservado à Torre do Tombo. Dois extraviaram-se. Resta um exemplar preservado na Torre do Tombo do qual se extraiu o brasão real de D. Manuel, que se reproduz na figura 6. As semelhanças verificadas com a gravação na pedra são evidentes.

NOTAS:Livro I de Doações de D.

Afonso III, f. 110, Col.I (IAN/Torre do Tombo)

Livro de Forais Novos de Trás-os-Montes, f. 40 V. e seg., Col. I (IAN/Torre do Tombo)

(João Soares Tavares escreve segundo o anterior acordo ortográfico)

A PEDRA DE ARMAS DA FONTE DO CASTELOAchegas para a História de Montalegre

Fonte do castelo Pedra de armas da fonte Reprodução do brasão de D. Afonso III

Selo real de D. Afonso III (IAN/Torre do Tombo)

Selo real de D. Duarte com a coroa a encimar o escudo

(IAN/Torre do Tombo)

Armas reais de D. Manuel I no foral novo outorgado a Montalegre em 1515. (IAN/Torre do Tombo)

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16 de Junho de 201610 BarrosoNoticias de

1-Assinaturas

Os valores das assinaturas são os seguintes:

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Espanha 30,00 €urosResto da Europa e Mundo 35,00 €uros

2 – Serviços:

Extracto de 1 prédio 35,00 €urosAgradecimento por óbito 20,00 “Agradecimento s/foto 20,00 “Publicidade 1 P 200,00 “

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Ajude-nos a fazer um jornal ainda melhor.

BarrosoNoticias de

NOTÁRIOLic. RODRIGO ANTÓNIO PRIETO DA ROCHA

PEIXOTOCartório Notarial

Largo Barão de S. Martinho, nº 13, 4.º 4700-306 – Braga

Tel. 253265216 Fax [email protected]

JUSTIFICAÇÃOCERTIFICO, para efeitos de publicação que por escritura outorgada em 03 de Junho de

dois mil e dezasseis, lavrada a folhas 111 e seguintes, do livro 226-E deste Cartório, a cargo do Notário Lic. Rodrigo António Prieto da Rocha Peixoto, compareveu:

SÍLVIA MARIA BARROSO AFONSO, NIF 278 462 120, CC nº 06692713 9ZZ2, válido até 18/05/2017, emitido pela República Portuguesa, natural da freguesia de Salto, concelho de Montalegre, residente na Rua Padre Manuel Batista, nº 12, freguesia e concelho de Montalegre, casada sob o regime de separação de bens com Domingos Pereira de Moura

Que é actualmente, com exclusão de outrem, dona e legítima possuidora do prédio rústico, composto de cultura de sequeiro, com a área de três mil e quinhntos metros quadrados, sito no lugar de Outeiro do Poço, freguesia de Chã, concelho de Montalegre, a confrontar do Norte com caminho, do Sul com Estrada, do Nascente com caminho e do Poente com Domingos Moura, não descrito na Conservatória do Registo Predial de Montalegre, inscrito na matriz sob o artigo 9044, com o valor patrimonial tributário e o atribuido de 450,00.

Que este prédio veio à posse da justificante por doação verbal que lhes foi feita no ano de mil novecentos e noventa, pelos pais dela, José Maria Marques Pereira, viúvo, ao tempo residente no Lugar de Torgueda, freguesia da Chã, concelho de Montalegre, actualmente falecido.

Todavia nunca chegou a realizar a escritura de doação, não possuindo assim qualquer título formal que legitime o domínio sob o referido prédio.

No entanto, desde logo, ela entrou na posse do referido prédio, cultivando-o e dele retirando todas as suas utilidades e proveitos, pagando os respectivos impostos, à vista de toda a gente, sem oposição de ninguém, sem violência, fazendo-o de boa fé, pacificamente, contínua e publicamente.

É assim tal posse pacífica, pública e contínua e durando há mais de vinte anos, facultando-lhe a aquisição do direito de propriedade do citado prédio por usucapião.

Esse direito, pela sua própria natureza, não pode ser comprovado por qualquer título formal extrajudicial.

Nestes termos, não tendo qualquer outra possibilidade de levar o seu direito ao registo, vêm justificá-lo, nos termos legais.

ESTÁ CONFORME O ORIGINAL NA PARTE TRANSCRITA.Braga, 03 de Junho de 2016.O Notário(Ilegível)Factura/Recibo nº 806/001/2016-2

Notícias de Barroso, nº 495, de 16 de Junho de 2016

AGRADECIMENTO

AMADEU PIRES BARQUEIRO(Tourém, 14-03-1932 //12-05-2016

A família de AMADEU PIRES BARQUEIRO falecido no Hospital de Santa Maria, em Lisboa, e em particular seu irmão Manuel Pires Barqueiro, vem por este único meio agradecer a todas as pessoas que estiveram presentes com atitudes de generosa e amiga solidariedade tanto nas cerimónias do funeral e seu acompanhamento até ao cemitério como na missa de 7.º dia realizada na igreja de Tourém.Agradece ainda a todas as pessoas que, impossibilitadas de participar nas cerimónias fúnebres, se lhe dirigiram com sentimentos de amizade e de pesar.

A todos MUITO OBRIGADO!

P’ A Família Manuel Pires Barqueiro «Necas»

CERTIFICADO Certifico que no dia nove de junho de dois mil e dezasseis, perante mim, Notária, Leonor da Conceição Moura, com cartório sito na rua 25 de abril,

12-A, Refojos, Cabeceiras de Basto, foi outorgada uma escritura de JUSTIFICAÇÃO notarial, iniciada a folhas 26 do Livro 91 – A, intervindo como justificantes:

Jaime Pereira Mateus NIF 165.428.929. e esposa Ana Pereira Gonçalves Mateus NIF 165.428.937. casados sob o regime da comunhão de adquiridos, naturais ele da freguesia de Pondras e ela da freguesia de Salto, ambas do concelho de Montalegre, e residentes na rua da Estrada, nº11, São Fins, freguesia de Venda Nova e Pondras, concelho de Montalegre.

b) Domingos Pereira Mateus, NIF 101.035.047. e mulher, Maria Lúcia Rodrigues Freira Mateus, NIF 115.133.097. casados sob o regime da comunhão geral de bens, naturais, ele da dita freguesia de Pondras e ela da freguesia de Pinelo, concelho de Vimioso e residentes na rua Vasco da Gama, nº36, freguesia de Gualtar, concelho de Braga.

Mais certifico que foi declarado o seguinte:Que são donos e legítimos possuidores, em comum e partes iguais e com exclusão de outrem, do seguinte prédio sito no lugar da Solheira, freguesia

de Venda Nova e Pondras, concelho de Montalegre:- Rústico – armazém para arrumos com a área de duzentos e quatro virgula dezasseis metros quadrados e área descoberta de três mil quatrocentos

e cinco virgula oitenta e quatro metros quadrados, o que perfaz uma área total de três mil seiscentos e dez metros quadrados, a confrontar de norte e sul com estrada pública e de nascente e poente com caminho, OMISSO na conservatória, e inscrito na matriz em nome dos justificantes sob o artigo 1792, omisso na extinta freguesia de Pondras e desconhecendo-se qualquer proveniência na antiga matriz, e com o valor patrimonial e atribuído de € 1.100,00.

Que os justificantes, no ano de mil novecentos e oitenta e três, adquiriram por compra e venda verbal, já no estado de casados, a Américo Gonçalves Pereira Afonso, solteiro, maior e já falecido, residente que foi no lugar de São Fins, freguesia Pondras referida, o referido prédio, tendo entrado nessa data na posse do mesmo, mas não dispondo de qualquer título formal para o registar na conservatória, em seu nome.

No entanto, os justificantes passaram, desde essa data, a usufrui-lo, limpando-o, vedando-o, utilizando o armazém para fins agrícolas, nomeadamente para recolher e guardar produtos e alfaias agrícolas, pagando os respetivos impostos e gozando todas utilidades por ele proporcionadas, com ânimo de quem exercita de direito próprio, de boa fé, por ignorar lesar direito alheio, pacificamente porque sem violência, continua e publicamente, com conhecimento de toda a gente e sem oposição de ninguém – e isto por lapso de tempo superior a vinte anos.

Que, dadas as enunciadas características de tal posse, os justificantes adquiriram aquele prédio, por usucapião - título esse que, por natureza, não é suscetível de ser comprovado pelos meios normais.

Cabeceiras de Basto, nove de junho de dois mil e dezasseis.

A NOTÁRIA,

(Leonor da Conceição Moura)

Emitido recibo

Notícias de Barroso, n.º 495, de 16 de Junho de 2016

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16 de Junho de 2016 11BarrosoNoticias de

É indisfarçável que o Ocidente, e mais concretamente a Europa, está a passar por uma crise de fé. De uma sociedade que facilmente aceitou ou coabitou com a ideia de Deus e a doutrina e a moral da fé, de tal forma que negar Deus era quase ofensivo e delituoso, passamos para uma sociedade que deixou de se importar com Deus, alheada da vivência religiosa e indiferente à sabedoria e às propostas das religiões, em que negar Deus ou assumir o agnosticismo é um sinal de modernidade, uma exigência para se pertencer aos «novos tempos». Alguns estudiosos sugerem que a Europa está a passar por um certo «enjoo» religioso ou por um «cansaço»

da fé. Outros procuram apontar outras causas, que têm a sua relevância: o niilismo contemporâneo, que questiona tudo e não aceita nenhuma verdade como absoluta, o predomínio de uma mentalidade positivista e cientificista, que não sabe pensar para lá do laboratório e mede tudo pelo alcance do microscópio, o comodismo contemporâneo, que adota estilos de vida sem grande pensamento e exigência, a terrível e dura experiência que foi o século XX, com as suas guerras e barbaridades, com um caudal de destruição, morte e desumanidade inimaginável, que deixou marcas muito profundas na alma humana, suscitando um questionamento e uma dúvida persistente sobre todos os princípios, ideias, convicções, doutrinas, sistemas de pensamento e ideologias. Digamos que a Europa está a passar por «uma noite escura», que os místicos cristãos penosamente descrevem nos seus livros, em que Deus parece ausente e não responde senão com um silêncio inquietante.

Mas, na verdade, pode haver indiferença para com a

vivência religiosa e para com as religiões, mas a fé não está assim tão esquecida no íntimo das pessoas. Muitas com quem vou falando, que não tiveram a formação religiosa que almejariam ter, afirmam que não se limitam a pensar a vida com os olhos voltados para a terra, mas que acreditam em «algo acima de nós», que possivelmente «nos criou, nos deu a vida e nos governa» e não deixará de nos «chamar a participar numa vida para sempre», «para além da morte». É o que os teólogos chamam o algoísmo, talvez a religião mais popular atualmente, acreditar em algo, sem saber muito bem o que isso é, mas acredita-se, o que prova que a fé em Deus não se apaga e não se elimina facilmente do pensamento e da reflexão humana e que o ser humano consegue formular sempre uma ideia de Deus a partir da experiência e da perceção que tem da vida e da realidade. Claro que é muito cómodo ficar-se pelo algoísmo, mas um crente a sério esforça-se por compreender esse «algo» em que acredita e procura relacionar-se com Ele, fonte da vida, sem o querer dominar ou

entender tudo. Como afirmam alguns

teólogos, talvez não esteja tanto em crise a fé em si, a capacidade e o desejo que a pessoa humana tem de procurar a razão de ser da vida e das coisas, de procurar uma transcendência que seja a fonte, o sustento e a plenitude da vida, mas está em crise a fé numa certa ideia ou conceito de Deus, a crença numa determinada identidade de Deus. E se assim é, as crises de fé, como tantas que já houve ao longo da história humana, são benéficas para a fé, porque obrigam as religiões a refletir sobre a imagem que comunicam de Deus, obrigam a repensar o discurso, a doutrina e a moral das propostas religiosas, eivadas de exageros e inconsistências, forçam a mudar esquemas, costumes, métodos, fórmulas e soluções, aprofundam a espiritualidade. As crises acabam por ser oportunidades e filtros epocais, que purificam, maturam e robustecem a fé. Andam por aí muitas imagens de Deus, que temos de erradicar do discurso e da vivência religiosa. Já não tem qualquer sentido falar do deus castigador e vingativo,

que nós inventámos, numa blasfema antropomorfização de Deus, que criou a religiosidade do medo e um sem número de pessoas oprimidas, permanentemente assoladas por escrúpulos e perturbações. Já é tempo de questionarmos a imagem de um deus que exige sacrifícios sem mais nem menos, que exige expiações e penitências para sanar a culpa e dar prémios, parecendo que se compraz com a dor humana, já é tempo de se repensar no deus milagroso, que temos de despertar e convencer pela oração ou qualquer ato heroico, dando a impressão de que anda distraído e não conhece a vida das pessoas, salvando uns e a outros deixa-os morrer, já é tempo de nos interrogarmos sobre a imagem demasiado humana de Deus que ensinamos e pregamos, um deus de humores e caprichos, que se ofende e que está muito ofendido…Não acho que seja esta a linguagem correta e a melhor imagem de Deus.

Como todas estas ideias e imagens de Deus andam muito longe do Deus santo, bom, misericordioso e amoroso que Jesus ensinou!

O Algoísmo

Pe Vítor Pereira

BOTICAS45.º Aniversário da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários

A Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Boticas comemorou, no passado domingo, dia 5 de junho, 45 anos de vida.

A cerimónia contou com a presença de bombeiros, familiares, sócios, membros de

várias corporações de bombeiros e representantes das instituições e organismos da Proteção Civil,

nomeadamente, o Comandante Operacional Distrital de Operações de Socorro (CODIS), Álvaro Ribeiro, da Liga dos Bombeiros Portugueses, José Morais, e da Federação Distrital dos Bombeiros de Vila Real, José Pinheiro.

As celebrações foram marcadas pela promoção, a Bombeiros de 3.ª Classe, de oito elementos da corporação. Foram também condecorados pelo excelente serviço prestado três soldados da Paz, um com Medalha Grau Prata pelos 10 anos de serviço e dois com Medalha Grau Ouro, pelos 15 anos ao serviço da corporação botiquense.

As comemorações do 45.º Aniversário ficaram marcadas pela bênção, no final da missa, de duas novas viaturas, uma Ambulância de Transporte de Doentes Não Urgentes (ABTD) e um Veículo de Comando Tático (VCOT).

A bênção dos veículos realizou-se logo após a celebração eucarística, sendo que uma das viaturas foi amadrinhada pela responsável ambiental do Projeto Tâmega da IBERDROLA, Sara Hoya.

O Presidente dos Bombeiros Voluntários de Boticas, Fernando Queiroga, afirmou que “a aquisição de mais duas viaturas é fundamental para que os serviços prestados à população do concelho de Boticas sejam de qualidade”.

De seguida, realizou-se o tradicional desfile apeado e motorizado pelas ruas da vila de Boticas e a homenagem a todos os bombeiros junto ao monumento dedicado aos soldados da Paz,

localizado na rotunda do Largo Conde Vila Real.

Por último, decorreu no Pavilhão Multiusos um almoço convívio onde não faltou o habitual bolo de aniversário e o cantar dos Parabéns à Associação Humanitário dos Bombeiros Voluntários de Boticas, pelo seu 45.º aniversário.

Dia Mundial do Ambiente assinalado

A Associação Ambiental e Cultural Celtiberus em parceria com a Câmara Municipal assinalaram, no passado dia 6 de junho, no Parque de Natureza e Biodiversidade, o Dia Mundial do Ambiente com várias atividades dirigidas aos alunos do 1.º ciclo do Agrupamento de Escolas Gomes Monteiro.

O Dia Mundial do Ambiente que se celebra, anualmente, no dia 5 de junho tem como missão sensibilizar as pessoas para a proteção e preservação do meio ambiente e de todos os ecossistemas, nomeadamente os aquáticos.

Neste sentido, as crianças tiveram a possibilidade de passear livremente pelo Boticas Parque e de plantar árvores de fruto, o que contribuiu para o aumento e diversidade do número de árvores existentes no parque. De seguida visitaram a Truticultura e o Parque de Pesca da Relva, onde ficaram a conhecer as caraterísticas e ciclo de vida de uma das espécie autóctones do rio Beça, a Salmo

Trutta. Para além disso, visitaram o Centro Interpretativo onde puderam conhecer outras espécies de peixes existentes nos rios do concelho, como é o caso dos Escalos e das Bogas.

Regeneração Urbana na Freguesia de Boticas e Granja

O Auditório Municipal de Boticas recebeu na passada quarta-feira, dia 8 de junho, uma sessão de esclarecimentos sobre a Regeneração Urbana da Freguesia de Boticas e Granja.

Os proprietários de imóveis abrangidos pela Área de

Reabilitação Urbana poderão vir a beneficiar de um conjunto de apoios, benefícios fiscais e incentivos na realização de obras de recuperação de habitações e/ou edifícios.

O Presidente da Câmara Municipal, presente na sessão de esclarecimentos, afirmou que “é importante que os proprietários dos prédios usufruam dos apoios e benefícios previstos para a requalificação desta freguesia”. “Todos os incentivos são essenciais para que possamos revitalizar as nossas freguesias, neste caso, a freguesia de Boticas e Granja”, acrescentou o autarca.

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16 de Junho de 201612 BarrosoNoticias de

No passado dia 9 de Junho, na Praça Camões, teve lugar a cerimónia do “Juramento de Bandeira” do Regimento de Infantaria 19, de Chaves.

Como é da tradição que estes actos oficiais do Exército re realizem intra-muros, ou seja, nos quarteis que reunem para o efeito todas ascondições, tal cerimónia decorrer na Praça Camões, bem de frente do edifício da Câmara Municipal de Chaves, suscitou uma maior curiosidade de grande parte da população flaviense que ali acorreu para assistir aos desfiles

e a todos os momentos da parada militar.

O comandante do Regimento, Armando dos Santos Ramos, valpacense, e já com o posto de Coronel, decidiu trazer os militares para a rua e fazer as ditas cerimónias no lugar mas nobre do município, o que é de enaltecer para se mostrar o verdadeiro serviço que os militares prestam à nação.

A Banda de Música da Região Militar do Norte esteve presente para animar e engrandecer o acto solene que no desfile fez subir a adrenalina

a todos os presentes.

António Tecelão de Sousa

António Tecelão de Sousa, de Tourém, que foi 1.ºCabo Mecânico Auto-Rodas na CICA, do Porto, e que prestou serviço militar em Angola, de 1967 a 1969, na guerra colonial, depois de mobilizado pelo BC 10 de Chaves, foi ali condecorado com a medalha comemorativa das campanhas de mérito aos ex-militares.

Quem é António Tecelão de

Sousa?Em Montalegre e Tourém e

em todas as aldeias do Rio todos o conhecem. O «Sousa» é na tural de Tourém mas reside em Montalegre onde é proprietário do Stand Auto Cávado, situado na Rua do Avelar. Tem um vasto currículo, que começou na Mocidade Portuguesa em 1965. Fez a vida militar no Porto e em Sacavém. Mobilizado no BC 10, de Chaves, exerceu em Angola a função de mecânico com elevado profissionalismo que lhe valeu ser distinguido pela Região Militar de Angola onde prestou

serviço desde 1967 a 1969. Tirou vários cursos de

formação profissional no CEPRA e não só de mecânica mas também de outras áreas como Gestão Electrónica de Sistemas Auto e Reparação de Carroçarias, entre outras.

É em Montalegre delegado da Associação Portuguesa dos Veteranos da Guerra. Em Chaves, no passado dia 9, foi condecorado pelo Comandante Cor. Armando Ramos com a medalha comemorativa das campanhas de mérito concedida a alguns ex-militares.

«Juramento de bandeira» do RI 19 de ChavesBarrosão de Tourém condecorado

CERTIFICADO

Certifico que no dia nove de junho de dois mil e dezasseis, perante mim, Notária, Leonor

da Conceição Moura, com cartório sito na rua 25 de abril, 12-A, Refojos, Cabeceiras de Basto,

foi outorgada uma escritura de JUSTIFICAÇÃO notarial, iniciada a folhas 28 do Livro 91 – A,

intervindo como justificantes:

Jaime Pereira Mateus NIF 165.428.929. e esposa Ana Pereira Gonçalves Mateus NIF

165.428.937. casados sob o regime da comunhão de adquiridos, naturais ele da freguesia de

Pondras e ela da freguesia de Salto, ambas do concelho de Montalegre, e residentes na rua da

Estrada, nº11, São Fins, freguesia de Venda Nova e Pondras, concelho de Montalegre.

Mais certifico que foi declarado o seguinte:

Que são donos e legítimos possuidores, e com exclusão de outrem, do seguinte prédio sito no

lugar de Cortinha, freguesia de Venda Nova e Pondras, concelho de Montalegre:

- Rústico – cultura arvense de sequeiro com a área de mil e cem metros quadrados, a

confrontar de norte e poente com herdeiros de António Batista Barroso, de sul com João

Evangelista Gonçalves e de nascente com estrada municipal, omisso na conservatória, e inscrito

na matriz em nome do justificante sob o artigo 75, que proveio do artigo 76 da extinta freguesia

de Pondras, desconhecendo-se qualquer proveniência na antiga matriz, e com o valor patrimonial

e atribuído de € 3.79.

Que os justificantes, no ano de mil novecentos e setenta e cinco, adquiriram por compra e

venda verbal, no estado de casados, a Américo Gonçalves Pereira Afonso, solteiro, maior e já

falecido, residente que foi no lugar de São Fins, freguesia Pondras referida, o referido prédio,

tendo entrado nessa data na posse do mesmo, mas não dispondo de qualquer título formal para o

registar na conservatória, em seu nome.

No entanto, os justificantes passaram, desde essa data, a usufrui-lo, limpando-o, vedando-o,

cultivando-o e colhendo seus frutos, pagando os respetivos impostos e gozando todas utilidades

por ele proporcionadas, com ânimo de quem exercita de direito próprio, de boa fé, por ignorar lesar

direito alheio, pacificamente porque sem violência, continua e publicamente, com conhecimento

de toda a gente e sem oposição de ninguém – e isto por lapso de tempo superior a vinte anos.

Que, dadas as enunciadas características de tal posse, os justificantes adquiriram aquele

prédio, por usucapião - título esse que, por natureza, não é suscetível de ser comprovado pelos

meios normais.

Cabeceiras de Basto, nove de junho de dois mil e dezasseis.

A NOTÁRIA,

(Leonor da Conceição Moura)

Emitido recibo

Notícias de Barroso, n.º 495, de 16 de Junho de 2016

AGRADECIMENTO

JOSÉ ALVES(Salto, 24-01-1934 //12-06-2016

A família de JOSÉ ALVES vem por este único meio agradecer a todas as pessoas que a acompanharam em atitudes de generosa e amiga solidariedade tanto nas cerimónias do funeral e seu acompanhamento até ao cemitério como na missa de 7.º dia.Agradece ainda a todas as pessoas que, impossibilitadas de participar nas cerimónias fúnebres, se lhe dirigiram com sentimentos de amizade e de pesar.

A todos MUITO OBRIGADO!

A Família

AGRADECIMENTO

HEITOR LOPES GONÇALVES SEARA(Padroso, 12-03-1936 //03-06-2016

A família de HEITOR LOPES GONÇALVES SEARA, de Padroso, vem por este único meio agradecer a todas as pessoas que a acompanharam em atitudes de generosa e amiga solidariedade tanto nas cerimónias do funeral e seu acompanhamento até ao cemitério como na missa de 7.º dia na Igreja de Padroso.Agradece ainda a todas as pessoas que, impossibilitadas de participar nas cerimónias fúnebres, se lhe dirigiram com sentimentos de amizade e de pesar.A todos MUITO OBRIGADO!

A Família

AGRADECIMENTO

MARIA PIRES MIRANDA(Montalegre, 22-11-1923 //13-06-2016

A família de MARIA PIRES MIRANDA, de Montalegre, vem por este único meio agradecer a todas as pessoas que a acompanharam em atitudes de generosa e amiga solidariedade tanto nas cerimónias do funeral e seu acompanhamento até ao cemitério como na missa de 7.º dia na Igreja de Montalegre.Agradece ainda a todas as pessoas que, impossibilitadas de participar nas cerimónias fúnebres, se lhe dirigiram com sentimentos de amizade e de pesar.A todos MUITO OBRIGADO!

A Família

Page 13: Barroso - AOutraVoz · de 79 anos, casado com Maria ... que era natural de Tourém e, desde há muitos anos fixara ... Pedro, a maioria, de Contim,

16 de Junho de 2016 13BarrosoNoticias de

Lita Moniz

Domingos Dias

No dia 10 de Junho, a

comunidade portuguesa de

Bridgeport, celebrou, mais

uma vez, o Dia de Portugal,

com uma cerimónia formal na

Câmara Muncipal que incluiu

o içar da bandeira portuguesa.

Estiveram presentes o

presidente da Câmara, Joseph

Ganim, o presidente da

assembleia, Thomas McCarthy,

o consul de Portugal em

Connecticut, advogado Bill

Gouveia, o director geral do

Centro Cultural Português

Vasco da Gama, Victor Frazão,

assim como outras figuras

importantes da cidade e da

nossa comunidade.

No dia 12, foi celebrado

o Dia de Portugal no Centro

Cultural Português Vasco da

Gama. Houve também outras

celebrações dedicadas ao Dia

de Portugal e das Comunidades

Portuguesas em várias cidade

de Connecticut, como Danbury,

Hartford, Waterbury, etc.

Os emigrantes portugueses

, espalhados pelo mundo, ao

celebrarem o dia de Portugal,

mostram que continuam a ser

patriotas e não se esquecem do

seu país de origem.

Os dados publicados no

Índice Global da Paz de 2016

produzidos pelo Instituto para

a Economia e Paz com sede em

Sidney apresentam Portugal

como o 5º País mais pacífico do

Mundo. Um salto substancial:

o índice anterior apontava

Portugal em 14º lugar entre os

países mais pacíficos.

Os indicadores qualitativos

e quantitativos utilizados para

se chegar a este índice incluem

segurança pública, taxa de

homicídios, justiça social,

terrorismo, participação em

conflitos, grau de militarização

e gastos com armas.

Estar entre os primeiros

cinco lugares ao lado de

Islândia - º lugar, Dinamarca -

2º lugar, Áustria - 3º lugar, Nova

Zelândia - 4º lugar e Portugal -

5º lugar.

Um progresso significativo

dentro e fora do país. Um

orgulho a mais para o povo

português. Quantos países a se

queixarem da falta de segurança

pública, quantos crimes seriam

evitados por este mundo

afora se a segurança pública

realmente fosse eficiente?

É sem dúvida um

termômetro seguro para

se aferir a quantas anda a

criminalidade, que em muitos

e muitos países vai tão mal.

A taxa de homicídios: feliz

o país que consegue baixar este

índice, quantas vidas seriam

salvas principalmente entre os

jovens, é uma triste realidade.

Todos os dias a conviver com

toda a sorte de violência, e

quando se pensa que pior

não poderia ser, aparece mais

um, dois ou mais tipos de

violência com a qual nem

sequer se sonhava: estupro

coletivo, crianças de dez anos

fazendo uso de armas atirando

para matar. A bala que sai da

arma que está na mão de uma

criança também mata. E essa

criança assim exposta à vida

do crime terá muita sorte se

não acabar morta por uma bala

também.

Justiça social: aqui está o

calcanhar de Aquiles, a injustiça

social gera no ser humano uma

revolta sem medida; os jovens

não têm estrutura suficiente

para suportar a injustiça social,

revoltam-se contra todos e

contra tudo, algumas vezes

essa revolta nem se justifica:

antes roubava-se para comer,

hoje é para ter um tênis de

marca que o outro tem e ele

não; um celular com mais

aplicativos. Nem é bem querer

o que o outro tem, é ser o que

o outro é, mas chegar lá pela lei

do menor esforço.

Justiça social se resolve com

práticas que vão desde apoio aos

pais mais carenciados; práticas

educativas direcionadas para

minimizar esta questão e muito

investimento em áreas sociais

em qualquer setor.

Terrorismo, participação

em conflitos, grau de

militarização e gastos com

armas: Portugal nestes itens vive

relativa calma, foram-se os dias

das guerrilhas nas colônias da

África, o terrorismo parece não

ter chegado aí, embora todo o

cuidado seja pouco, e muito se

deve estar fazendo para manter

o país em relativa paz.

Os governos de São Paulo

e outros Estados que têm a

mesma dimensão territorial

e até mais habitantes do que

Portugal inteiro por Estado,

gostariam muito de estar na

posição que Portugal com

mérito conquistou.

Dos Eatados Unidos, Bridgeport, CT

DIA DE PORTUGAL EM BRIDGEPORT

Portugal é o 5.º País mais Pacífico do Mundo

A contar da esquerda: Victor Frazão, director geral do Centro Cultural Português

Vasco da Gama; Adv. Bill Gouveia, Consul de Portugal em Connecticut; Joseph Ganim,

Presiente da Câmara Municipal de Bridgeport.

Bill Gouveia, Consul de Portugal em Connecticut, discursando na celebração do

DIA de Portugal na Câmara Municipal de Bridgeport.

Membros da comunidade portuguesa de Bridgeport com o Mayor Josepf Ganin, no DIA de POrtugal.

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16 de Junho de 201614 BarrosoNoticias de

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Nome do Centro de Emprego Nome da Profissão Nº Oferta

Distribuidor 588692817 contrato a termo certo de 12 meses Boticas

Empregado de Bar 588692731 contrato a termo certo de 3 meses, Beça/ Boticas

Empregado de Bar 588692869 contrato a termo certo de 12 meses Beça/Boticas.

As ofertas de emprego divulgadas fazem parte da Base de Dados do Instituto do Emprego e Formação, IP. Para obter mais informações ou candidatar-se dirija-se ao Centro de Emprego indicado ou pesquise no portal http://www.netemprego.gov.pt/ utilizando a referência (Ref.) associada a cada oferta de emprego.

Alerta-se para a possibilidade de ocorrência de

situações em que a oferta de emprego publicada já foi

preenchida devido ao tempo que medeia a sua

disponibilização e a sua publicação.

Indicação do Regime de Trabalho ( a tempo parcial ou

completo) e Informações Complementares

Nome da Freguesia/Concelho a que respeita

o Posto Trabalho a ser preenchido

Centro de Emprego e Formação

Profissional do Alto Tâmega

Serviço de Emprego de Chaves Rua Bispo Idácio nº 50/54

5400 303 Chaves Telefone: 276340330

E-mail: [email protected]

Os Encontros de Educação de Basto e Barroso, este ano, realizados em Montalegre, tiveram a presença do Secretário de Estado da Educação, João Costa. Para além do governante, marcaram presença outras figuras nacionais ligadas ao ensino das quais será justo destacar o Dr David Justino, presidente do Conselho Nacional de Educação, o Delegado Regional de Educação do Norte (José Mesquita), Presidente do Conselho Geral (Dores Pinheiro), os Presidentes das Câmara Municipais de Montalegre, Cabeceiras de Basto, Celorico de Basto, Mondim de Basto e Ribeira de Pena, Diretor do Centro de Formação de Basto os Presidentes das diferentes Associações de Pais e EE.

Deixando de parte a triste cena de os responsáveis camarários e seu séquito abandonarem a sessão e deixarem o Secretário de Estado da Educação sentado

sozinho na primeira fila, caso que irá dar que falar por mais algum tempo, limitamo-nos a dar conhecimento do trabalho do Dr. Paulo Alves que, devido a motivos de saúde, ali foi lido pela Dra Graça Martins.

Agradeceu a todas as associações culturais presentes e em particular a Sua Excelência o Senhor Secretário de Estado da Educação, Dr. João Costa, ilustre e destacado governante e a todos os conferencistas, moderadores e comentadores, «que se deslocaram de tão longe para connosco partilhar os seus saberes. A todos, o nosso muito obrigado!»

Adiante, referindo-se ao SE, João Costa: «Quero endereçar-lhe os meus parabéns, extensíveis, naturalmente, ao Senhor Ministro da Educação, pela forma corajosa como têm enfrentado os grandes lóbis ligados à Educação, de que os Contratos de Associação com os Colégios Privados são o mais recente caso».

«Saudar também a decisão

do Ministério da Educação, que nos foi transmitida pelo senhor Delegado Regional de Educação da Região Norte, Dr. José Mesquita, na reunião do passado dia 12 de abril, na Escola Secundária Dr. Júlio Martins, em Chaves, de só fechar as escolas do Primeiro Ciclo que as Câmaras Municipais entendessem que deviam fechar. Esta é uma boa medida de combate à desertificação do interior do País. Os nossos Parabéns!

Queremos, no entanto, Sr. Secretário de Estado, aproveitar a sua presença na Capital de Barroso, para lhe transmitir algumas das nossas principais preocupações, solicitando-lhe o seu empenhamento na rápida resolução.

· Este Agrupamento é constituído por duas escolas básicas e secundárias cujas instalações se apresentam muito degradadas. A agravar tudo isto, o isolamento das paredes, janelas e portas é muito fraco, entrando o frio

“por todos os lados”. Alunos, professores e funcionários têm sido uns autênticos heróis por terem aguentado trabalhar, durante todo este tempo, nestas condições. Urge pois, tomar medidas urgentes para resolver a situação. Aguentar mais um inverno nestas condições pode não ser possível;

· Existem problemas institucionais entre o Agrupamento e a Câmara Municipal que, dada a natureza deste evento, entendemos não dever aqui focar. No entanto, para bem das nossas crianças, urge tomar medidas para que, quem criou o problema, saiba estar à altura das suas responsabilidade, vindo a jogo lutar pela qualidade do ensino na sua terra. Ao Ministério da Educação, exige-se que, rapidamente, saiba pôr um travão nesta problemática;

· Encontre-se, também, uma solução para os docentes em Mobilidade por Doença. Se é verdade que existem muitos professores a necessitar

desta ajuda, não é menos

verdade que existe a suspeita

de que muitos se aproveitam

deste mecanismo legal para

se aproximarem de casa. Se

fosse obrigatória a confirmação

da doença por uma junta

médica, por exemplo, estou

certo que muito aumentaria

a transparência, com claros

benefícios para todos;

· Termino, Senhor Secretário

de Estado, pedindo-lhe que o

Ministério da Educação envolva

mais as Direções Escolares

na procura de soluções para

a melhoria da qualidade de

ensino. Ao mesmo tempo,

solicito-lhe, que se tomem

medidas para a criação de uma

linha telefónica direta entre os

vários organismo do Ministério

da Educação e as Direções

Escolares para que, em tempo

útil, se possam resolver os reais

problemas com que as escolas

se vão debatendo».

Os Encontros de (Des)Educação de Basto e Barroso

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16 de Junho de 2016 15BarrosoNoticias de

CHEGAS DE BOIS

Realizou-se no passado dia 12 mais uma jornada de Chegas de Bois de acordo com o calendário definido pela Associação Etnográfica «O boi do povo». Assim, no Campo de Chegas do Sr da Piedade, os amantes da modalidade tiveram a oportunidade de assistir a duas Chegas.

A primeira opôs o boi do

António Carneiro, de Paio Afonso, ao do Zé de Paredes, de Salto. Foi uma luta renhida durante quase um quarto de hora, e que o boi do Zé de Paredes acabou por ganhar.

Na segunda, os bois do Zé Ribeiro, de Montalegre, e da Catarina Teixeira, de Bagulhão, de Salto, liaram menos tempo. E também nesta Chega a “bandeira” foi para Salto. O boi da Catarina Teixeira, mais possante, não deu hipóteses ao boi de Montalegre que não resistiu mais de poucos minutos.

No próximo Domingo, continuam as Chegas realtivas aos quartos de final do Torneio.

BTT “Gerês Granfondo” 2016 em Montalegre

Montalegre recebeu a

edição deste ano do “Gerês Granfondo”, evento que iniciou na vila do Gerês e que conta com os já habituais GRANFONDO 153km (2700 +D) e MEDIOFONDO 96km (1900 +D), passando por cinco barragens: Salamonde, Venda Nova, Pisões, Sezelhe, Paradela e as aldeias de Fafião, Cabril, Ponteira e lagoas do Taithi.

Ao todo, estiveram mais de 2.000 atletas em estrada.

CONCURSO PECUÁRIO DA VENDA NOVA

Realiza-se no último

sábado deste mês, dia 25, o tradicional concurso pecuário de raça barrosã da Venda Nova que é uma iniciativa promovida pelo executivo da União das Freguesias de Venda Nova e Pondras e que conta com o apoio, entre outros, da autarquia.

PESCA DESPORTIVA

II “Pisões Carp Classic” teve grande sucesso

Pelo segundo ano

consecutivo, a Associação Portuguesa de Carp Fishing, com o apoio da Câmara Municipal de Montalegre, organizou a prova internacional de pesca desportiva “Pisões Carp Classic”. Durante quatro dias, mais de 80 participantes recolheram excelentes exemplares que, no peso final, contabilizaram mais de uma tonelada. Entre outros considerandos, deixaram

rasgados elogios à barragem do Alto Rabagão.

A barragem do Alto Rabagão, mais conhecida por barragem dos Pisões, recebeu a prova internacional “Pisões Carp Classic” 2016, evento que contou com cerca de 80 participantes, distribuídos por 30 equipas (três espanholas). Tal como tinha acontecido na edição anterior mas desta vez a uma outra escala -, o encontro possibilitou o convívio, a

troca de impressões e a salutar competição desportiva entre carpistas experientes e menos experientes, carpistas do mundo da competição (em que Portugal tem alcançado resultados excelentes) e carpistas lúdicos, do centro, do norte e do sul de Portugal, e até de diversas províncias do país vizinho. Além de outros atletas com provas dadas nas competições oficiais nacionais e internacionais, deve-se destacar a presença dos atuais campeões nacionais (a dupla Nuno Pereira/Nelson Oliveira) e do selecionador nacional, Gonçalo Teodósio, que além de terem alcançado um lugar no pódio ficaram particularmente impressionados com o local.

A organização esclarece: «os que ainda não conheciam o potencial da albufeira para a modalidade ficaram rendidos com a beleza da paisagem, a extensão impressionante do

espelho de água (que poderia acomodar bastantes mais pesqueiros), mas sobretudo com a dimensão média das capturas, bem acima daquilo que vulgarmente se captura em provas nacionais da especialidade». No mesmo tom, afirma: «tendo-se capturado e devolvido à água – como ditam as regras da modalidade - mais de uma tonelada de carpas, praticamente não houve exemplares abaixo das dimensões mínimas de 3,5 kg. Dois exemplares ultrapassaram os 10 kg e houve muitos a rondar os oito e nove quilos». O peso final do pescado ultrapassou uma tonelada.

Mais de 1 Tonelada de Pescado

Gabriel Pereira, presidente

da Associação Portuguesa de Carp Fishing, explicou que este ano «o número de participantes aumentou 50% e as capturas superaram todas as expetativas, com mais de uma tonelada de pescado». Para além destes bons resultados, o responsável, adiantou ainda, que «foram estabelecidos contactos», nomeadamente, com o selecionador nacional de pesca à carpa, que também participou nesta prova, de forma «a realizar na barragem dos Pisões outras provas importantes». O objetivo passa ainda pela apresentação de uma candidatura para a realização de uma prova do Campeonato do Mundo.

PISÕES CARP CLASSIC O enduro PISÕES CARP

CLASSIC é uma prova internacional de pesca

desportiva na modalidade de carp fishing ou pesca moderna à carpa, que busca os maiores exemplares e pratica a pesca sem morte. Foi lançada e é organizada pela A.P.C.F. (Associação Portuguesa de Carp Fishing), sempre em estreita parceria com a Câmara Municipal de Montalegre, que, além dos patrocinadores oficiais, tem dado um apoio significativo à prova, sem o qual esta não teria a projeção, fama e prestígio que agora tem para os apreciadores da modalidade.

CLASSIFICAÇÃO FINAL

1 - Ricardo Silva/Tiago Gonçalves/Cláudio Ribeiro - 197,550kg 2 - Gonçalo Teodósio/Carlos Nunes - 153,600kg 3 - Nuno Pereira/Nelson Oliveira - 134,375kg… … ... Peso total: 1.171665 Número de peixes: 222 Regulamento – Peso mínimo pontuável: 3,500kg– Proibido o uso de todo o tipo de barcos.– Opção de a equipa inscrever um terceiro elemento, mas o pesqueiro continua limitado a um máximo de 4 canas em ação de pesca.– As inscrições são limitadas e só são válidas após recebermos os boillies das mesmas. Boillies:Sócios da APCF – 40€Não-sócios – 50€Terceiro elemento sócio da APCF – 20€Terceiro elemento não-sócio – 25€

Fonte: cm-montalegre

BarrosoNoticias de

Sede: Rua Miguel Torga, nº 492 5470-211 Montalegre Tel: +351 276 512 285 e 91 452 1740 email: [email protected]: José António Carvalho de Moura, Contribuinte nº 131 503 324, Rua Miguel Torga, nº 492 5470-211 Montalegre Tels: +351 276 512 285 e 91 452 1740 FAX: +351 276 512 281 Email: [email protected]

Editor: Nuno Moura, Rua Miguel Torga, nº 492 5470-211 Montalegre, email: [email protected]: Maria de Lourdes Afonso Fernandes Moura

Paginação e composição: [email protected], Rua Miguel Torga, 492 5470-211 MontalegreRegisto no ICS: 108495

Impressão: Empresa Diário do Minho, Lda Rua de Santa Margarida, 4 A, 4710-306 Braga email: [email protected] http://www.diariodominho.pt

Colaboradores: António Chaves, António Pereira Alves, Barroso da Fonte, Carlos Branco, Custódio Montes, Dias Vieira, Domingos Cabeças (Inglaterra), Domingos Dias (USA), Duarte Gonçalves, Fernando Moura, Fernando Rosa (USA), João Soares Tavares, José dos Reis Moura, José Manuel Vaz, José João Moura, Lita Moniz (Brasil), João Adegas, José Duarte (França), José Rodrigues (USA), Lobo Sentado, Domingos Chaves, José Fernando Moura, José Manuel Rodriguez,

Manuel Machado, Maria José Afonso, Norberto Moura, Nuno Carvalho, Ricardo Moura e Victor Pereira

Assinaturas: Nacionais: 20,00 € Estrangeiros: 35,00 €

Tiragem: 2.000 exemplares por edição

(Os artigos assinados são da inteira responsabilidade dos seus autores não vinculando necessariamente a orientação do jornal ou da sua direcção)

DESPORTO

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A Câmara Municipal de Montalegre vem, desde há há muitos anos a esta parte, utilizando a vertente nor-nordeste da Pista de Rallycross para ali depositar toda a espécie de lixos, desde plásticos a utensílios domésticos fora de uso, colchões velhos, sofás, mobílias e diversos produtos orgânicos em decomposição.

Há dias atrás, um cidadão atento pôde ver e registar através de imagens que esses lixos a céu aberto, se espalhavam pelo terreno anexo à referida Pista e estavam a ser

consumidos pelo fogo. Uma carrinha, supostamente da Câmara Municipal, vigiava de perto a operação.

Ou seja, está ali instalada uma enorme lixeira da responsabilidade da Câmara de Montalegre que, de tempos a tempos, uma máquina retroescavadora se encarrega de fazer desaparecer enterrando esses lixos expostos.

Trata-se dum grave atentado ao ambiente que já foi publicamente denunciado pelos vereadores da oposição nas reuniões da Câmara e pelo

próprio PSD em comunicado recentemente divulgado na comunicação social e nas redes sociais.

O degradante espectáculo toma medidas mais expressivas quando da realização dos grandes eventos como a SEXTA 13, Feira do Fumeiro e Campeontato de Ralicross.

Entretanto o Ecoponto do Valdoso, construido para receber este tipo de lixos, continua encerrado, o que contribui para que a população seja incentivada à prática de fazer os despejos naquele sítio

da Pista sobre as barreiras de terra ali existentes.

Nos tempos que correm em que o esforço a nível nacional e mundial se está a implementar para se conseguir um ambiente mais saudável e preservar o futuro do planeta para os vindouros, a atitude da Câmara Municipal de Montalegre, além de vergonhosa, é um verdadeiro acto criminoso de que o Ministério Público e entidades ambientais dele devem tomar o devido conhecimento e aplicar as medidas adequadas que permitam por termo a esta

situação.«A região de Barroso

que porventura terá uma das paisagens mais típicas e mais lindas de Portugal não pode tolerar um atentado desta natureza e, deste modo, dar a imagem de ser um reino selvagem, civicamente atrasado, administrado por gente incompetente e sem preocupação ambiental», tal como se refere num comunicado acusatório.

Vergonhoso crime ambiental em Montalegre

MEL DO LAROUCO O mel do Larouco é produzido nas encostas da serra com o mesmo

nome e resulta das florações da urze, sargaço, sangorinho, carvalho e outras espécies ve-getais da região de Barroso Apicultor nº 110796J. A. Carvalho de MouraRua Miguel Torga, nº 4925470-211MONTALEGRETels: +351 91 452 1740 e 276 412 285Fax: +351 276 512 281Mail: [email protected]