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BLOG UNIVERSITY GRUPO: Inteligência Competitiva PROFESSOR: Jônatas C. Dias ASSUNTO: O que é “Inteligência Competitiva” Versão: Edição 1 Volume 2

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BLOG UNIVERSITY GRUPO: Inteligência Competitiva PROFESSOR: Jônatas C. Dias ASSUNTO: O que é “Inteligência Competitiva” Versão: Edição 1 – Volume 2

@2013 Jônatas C. Dias - Edição 1 - Volume 2 Página i

INTELIGÊNCIA COMPETITIVA Assunto: O que é “Inteligência Competitiva”

Sumário:

1. Introdução ..................................................................................................................................1

2. Definições e Conceitos de “Inteligência Competitiva” ..................................................................1

2.1. Definições nos Dicionários .......................................................................................................1

2.2. Definições Bibliográficas ..........................................................................................................2

2.3. As Diferentes Terminologias ....................................................................................................4

2.4. Processo, Ferramenta ou Função .............................................................................................5

2.5. Etapas do ciclo de Inteligência Competitiva .............................................................................6

2.6. Posicionamento da IC na estrutura da organização. .................................................................6

2.7. Conceito Adotado Neste Estudo ..............................................................................................6

3. O que é Não Inteligência Competitiva..........................................................................................7

4. Objetivos e Vantagens na Implantação da Inteligência Competitiva.............................................9

4.1. Objetivos da I.C. ......................................................................................................................9

4.2. Principais Vantagens da I.C. ....................................................................................................9

5. Bibliografia ................................................................................................................................ 10

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O que é “Inteligência Competitiva”

1. Introdução Este volume apresenta uma síntese da

discussão sobre o conceito de IC - Inteligência Competitiva que pode ser observada na literatura atual de gestão. Uma vez que o conceito tem sido tratado de forma diversa por diferentes autores, considerou-se importante, para os objetivos do presente estudo, a realização desta revisão comparativa.

Além disso, são abordados os fundamentos que suportam as práticas da IC, bem como o surgimento na história do Brasil e no mundo.

A sigla IC será utilizada para representar o termo “Inteligência Competitiva”

2. Definições e Conceitos de “Inteligência Competitiva” Observa-se uma diversidade de

definições do que é “IC - Inteligência Competitiva”, bem como diferentes terminologias. Esta seção apresenta o que é “Inteligência competitiva”, bem como o que é não é “IC - Inteligência Competitiva”, comparando com termos como: Espionagem, Contra-inteligência, Gestão do Conhecimento e BI – “Business Intelligence” e conclui com a definição adota pelo presente estudo e para o restante do curso.

2.1. Definições nos Dicionários Marcial (2005) explica que a palavra

“Inteligência” no contexto da gestão origina-se do termo em inglês “intelligence” e não do latim “intelligentia”, como consta nos dicionários brasileiros. Segundo a autora, a origem do termo em inglês é latina, porém, os ingleses acrescentaram a essa

origem o sentido de “obtenção de informação secreta”. Na tradução para o português, o sentido de Inteligência Competitiva que permaneceu foi o do termo em inglês.

Contudo, não é este o sentido que transparece para a grande maioria das pessoas no Brasil. Segundo Marcial (2005) e Felix Jr. (2003) o que transparece nos dicionários brasileiros é a origem latina do termo, refletida em diferentes significados, os quais seriam evasivos quanto a caracterizá-la exatamente como um processo de tratamento de informação que se transforma em conhecimento aplicável a objetivos organizacionais.

O Dicionário Aurélio (1985)1 apresenta a seguinte definição para “Inteligência”: “capacidade de aprender, apreender e interpretar; entendimento secreto, conluio, trama”.

O Dicionário Michaelis (1998)2, define Inteligência como “a faculdade de entender, pensar, raciocinar e interpretar; entendimento, intelecto”, na origem latina e como “fazer ciente, informar circunstanciadamente”, na origem inglesa.

Observa-se nas definições tanto uma caracterização na linha do “Conhecimento” quanto na linha de “Espionagem”.

Quanto à palavra “Competitiva”, o mesmo Dicionário Michaelis (1998, p. 546) registra a seguinte definição: “diz-se do produto que tem capacidade para competir com similares, em preço e/ou qualidade”. O vocábulo não ajuda a transmitir a idéia de cooperação com os demais processos organizacionais que a

1 AURÉLIO: Minidicionário. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1985. p. 272. 2 MICHAELIS: moderno dicionário da língua portuguesa. São Paulo: Companhia Melhoramentos, 1998. p. 1165.

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literatura apregoa, mas sim a de competição interna.

Além disso, sugere que a atividade se dedica, fundamentalmente, a monitorar competidores quando é mais ampla - cobre todos os aspectos do ambiente competitivo.

2.2. Definições Bibliográficas Em relação à definição de Inteligência

Competitiva, não há, até o presente momento, uma doutrina suficientemente consolidada a respeito, sendo inúmeras as definições, algumas das quais serão mostradas a seguir.

a) Arik Johnson3 define IC como: “o deliberado e bem coordenado monitoramento do(s) competidor(es), onde quer que esteja(m) ou quem quer que seja(m), em um mercado específico”.

b) (KAHANER, 1996) "programa institucional sistemático para garantir e analisar informações sobre as atividades da concorrência e as tendências do setor específico e do mercado em geral, com o propósito de levar a organização a atingir seus objetivos e metas." c) Para Coelho (1999), trata-se de um: “processo sistemático de coleta, tratamento, análise e disseminação da informação sobre as atividades dos concorrentes, tecnologias e tendências gerais dos negócios, visando a subsidiar a tomada de decisão e atingir as metas estratégicas da empresa”. d) Prescott e Miller (2002) a caracterizam

como: “o processo de coletar, analisar e aplicar, legal e eticamente, informações relativas à

3 JOHNSON, Arik. What is Competitive Intelligence? http://www.aurorawdc.com/arj_cics_whatisci.htm

capacidade, deficiência e intenção dos concorrentes, bem como monitorar os acontecimentos do ambiente competitivo geral, com o objetivo de subsidiar o processo de tomada de decisões e o planejamento competitivo”. e) Tyson (1998) a vê como: “uma disciplina capaz de integrar o planejamento estratégico, a atividade de marketing e de informação, objetivando o monitoramento constante do ambiente externo, com respostas rápidas e precisas à empresa, no que diz respeito aos movimentos do mercado”.

f) Na opinião de Jakobiak (1991), é: ”a atividade de gestão estratégica da informação que tem como objetivo permitir que os tomadores de decisão se antecipem às tendências dos mercados e à evolução da concorrência, detectem e avaliem ameaças e oportunidades que se apresentem em seu ambiente de negócio para definirem as ações ofensivas e defensivas mais adaptadas às estratégias de desenvolvimento da organização”.

g) Segundo o Núcleo de Inteligência

Competitiva da Universidade de Brasília (1999):

“Trata-se de um processo sistemático de coleta e análise de informações sobre a atividade dos concorrentes e tendências gerais dos ambientes econômico, social, tecnológico, científico, mercadológico e regulatório, para ajudar na conquista dos objetivos institucionais na empresa pública ou privada”.

h) De acordo com a Sociedade dos

Profissionais de Inteligência Competitiva4 (SCIP, 2005):

4 Society of Competitive Intelligence Professionals.

Disponível em: http://www.scip.org. Acesso em: 20/09/2005

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“Trata-se de um programa sistemático e ético de coleta, análise e gerenciamento de informação externa, os quais podem afetar planos, decisões e operações de uma empresa. Especificamente, trata-se da coleta e análise legais de informação quanto às capacidades, vulnerabilidades e intenções dos concorrentes, conduzida pelo uso de banco de dados e outras fontes abertas e por meio de investigações éticas”.

i) A ABRAIC (2004)5, na linha da SCIP,

entende que: “Se trata de um processo informacional pró-ativo que conduz à melhor tomada de decisão, seja ela estratégica ou operacional. Segundo a entidade, visa descobrir as forças que regem os negócios, reduzir o risco e conduzir o tomador de decisão a agir antecipadamente, bem como proteger o conhecimento gerado”.

Observa-se que a Inteligência

Competitiva é definida a partir de diferentes tipos de informações tais como:

• Ambiente • Competidores (Concorrentes); • Clientes • Mercado • Produtos • Tecnologia • Tendências A inteligência competitiva surge como

um processo de agregação de valor que envolve a coleta e disseminação de informação em todos os níveis da organização, é um processo sistemático que transforma peças de dados em conhecimento estratégico. É a informação estratégica a respeito da posição competitiva dos concorrentes, tanto atual

5 Associação Brasileira dos Profissionais de

Inteligência Competitiva. Disponível em: http://www.abraic.org. Acesso em: 20/09/2004.

quanto de seus planos futuros específicos, das forças que interagem no mercado, de produtos específicos e de novas tecnologias.

Da mesma forma, são informações externas do meio ambiente: econômicas, legais, políticas e demográficas, que tenham um impacto no mercado.

Além desses dados fatuais, a IC envolve também a competência organizacional para desenvolver um entendimento das estratégias e potencial de inteligência de seus concorrentes chave. Um dos fatores chave do sucesso, neste tipo de processo de inteligência, é desenvolver um senso de reação competitiva provável para um desenvolvimento industrial ou uma iniciativa própria. Isso reflete a ligação entre a pesquisa e a estratégia anteriormente definida.

Monitoramento contínuo dos concorrentes, clientes, fornecedores e outras forças produtivas, devem fazer parte de todo um processo da gestão estratégica das empresas.

Monitoramento contínuo previne as empresas da ocorrência de surpresas. Pelo monitoramento do desenvolvimento empresarial e atividades de inteligência, uma empresa pode tornar uma ação estratégica apropriada e oportuna.

Figura 01: Ambientes de vigilância do “Sistema Competitivo”. Fonte: (Thomas, 2000, apud Costa, 2002)

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Finalmente, no sentido mais amplo, um sólido processo de IC permite manter as competências da empresa, continuamente, focalizada no mundo exterior. Isso é comum para empresas multinacionais que implodiram virtualmente suas estruturas no mundo, seus produtos e culturas organizacionais.

2.3. As Diferentes Terminologias Não bastassem as inúmeras definições,

à Inteligência Competitiva também são atribuídos inúmeros focos que se traduzem em diferentes tipos e terminologias.

Marcial (2005), Miller (2002), Sawka (2002) argumenta que, em parte, isso acontece porque embora tenha surgido para apoiar a Estratégia, a realidade do Sistema Competitivo tem levado ao desenvolvimento de vários tipos de Inteligência: estratégica, de concorrente, de mercado, tecnológica, entre outras.

Assim, se o foco da decisão for estratégico, ter-se-á a Inteligência Estratégica. Se for o desenho do perfil de um cliente, ter-se-á a Inteligência Competitiva de Cliente. Também poderão existir a Inteligência Financeira, a Inteligência Tributária entre outras.

A seguir, apresenta-se como alguns autores se referem ao conteúdo da Inteligência Competitiva, comparando-a com outras formas de inteligência organizacional, as quais podem ser entendidas como subdivisões ou como conceitos complementares a ela, de acordo com o tipo de definição adotada de autor.

a) Deschamps e Nayak (1995)

categorizam a Inteligência em: de Mercado, Concorrente e Tecnológica.

Inteligência de mercado - oferece um panorama das tendências atuais e futuras das necessidades

de clientes, novos mercados e oportunidades de segmentação criativa, bem como melhoria em marketing e distribuição.

Inteligência de concorrentes - avalia a evolução da estratégia competitiva através das mudanças na estrutura de competidores, produtos substitutos e novos entrantes.

Inteligência tecnológica - assegura a relação custo/benefício das tecnologias atuais e novas e prevendo futuras descontinuidades. b) Vieira (1999), tendo por

base as idéias de Choo (1995), menciona as seguintes terminologias, baseadas na sua especificidade: Inteligência Estratégica, Inteligência de Marketing, Inteligência Social e Econômica, Inteligência Competitiva, Inteligência do Concorrente, Inteligência Tecnológica.

Inteligência Estratégica - provê informação para tomada de decisão estratégica, de longo prazo.

Inteligência de Marketing ou de Negócios - provê informação de curto prazo, voltada para o mercado.

Inteligência Social e Econômica - provê uma visão ampla do macro-ambiente de negócio, partindo da perspectiva da sociedade.

Inteligência Competitiva - provê visão ampla da perspectiva da concorrência.

Inteligência do Concorrente - foco limitado a um concorrente.

Inteligência Tecnológica - analisa a concorrência sob o foco da inovação tecnológica.

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c) Para Lodi (2005), são definidos a Inteligência de Mercado (ou de Marketing); Inteligência Tecnológica e Inteligência Estratégica onde:

Inteligência de Mercado (ou de Marketing) - deve prover, em curto espaço de tempo, informações sobre os consumidores e concorrentes para a empresa ajustar níveis de preços, mudar mix de ofertas, deflagrar campanhas promocionais ou gerir seu relacionamento com os canais de distribuição.

Inteligência Tecnológica - deve, em um horizonte mais longo, identificar as fontes de inovação para o desenvolvimento de novos produtos e serviços.

Inteligência Estratégica - voltada para os executivos seniores e gestores do planejamento estratégico, deve monitorar fatos portadores de mudança (preferencialmente, de ordem estrutural ou que representem possíveis rupturas) e analisar seus impactos na organização.

Alguns autores preferem um conceito

mais amplo da Inteligência, preferindo chamá-la de “Inteligência Competitiva”, “Inteligência Empresarial” ou “Inteligência de Negócios”, entendendo este último como relacionado aos sistemas internos, isto é, às bases de dados relativas aos clientes, enquanto que a Inteligência Competitiva estaria relacionada às pessoas e aos dados externos.

É nesta linha que seguem McGonagle e Vella (2002). Para esses autores, haveria apenas “Inteligência Competitiva” e sua classificação se daria em função de sua orientação como segue:

Inteligência Competitiva Tecnológica

Inteligência Competitiva Tática

Inteligência Competitiva para Concorrência

Inteligência Competitiva Estratégica

2.4. Processo, Ferramenta ou Função Da mesma forma que não há definição

única, também não há consenso se a Inteligência Competitiva é um processo, ou ferramenta, sistema, produto, processo, função, competência ou habilidade.

Alguns a consideram função e a tratam como tal, outros como produto. Outros a vêem como processo e produto e há aqueles que estão começando a vê-la como competência essencial. Finalmente, há aqueles que ainda não se decidiram.

Para efeitos deste estudo, a Inteligência Competitiva será entendida como um processo. A Inteligência Competitiva ocorre em um ciclo (idéia de continuidade), conforme a figura 02, que começa com o planejamento e a coleta de dados, que são organizados e transformados em informação e conhecimento, e depois analisados, contextualizados e transformados em inteligência por um especialista, visando à antecipação e à previsão.

Figura 02 – Ciclo básico de inteligência competitiva Fonte: Marcial (2007) modificado.

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2.5. Etapas do ciclo de Inteligência Competitiva

Também em relação ao ciclo de inteligência é possível observar na literatura uma variação no número de etapas que compõem este ciclo que variam de quatro e sete etapas.

Contudo, o modelo de quatro etapas proposto por Jan Herring em 1996 é o mais aceito, abrangendo as etapas de:

Planejamento

Coleta

Análise

Disseminação. Talvez por haver inúmeras definições,

tipos, terminologias e focos, seu entendimento seja difícil e, por isso, a confusão com outros conceitos correlatos tais como Business Intelligence, Espionagem, Contra-Inteligência e Gestão do Conhecimento seja muito comum. Tanto a SCIP quanto a ABRAIC tem se esforçado para dirimir essas confusões conceituais.

2.6. Posicionamento da IC na estrutura da organização.

Outro aspecto interessante da inteligência competitiva se reporta ao seu posicionamento nas estruturas organizacionais: enquanto alguns autores defendem que ela constitui um processo, como Kahaner (1997), outros argumentam que ela deve ser tratada como uma função com estrutura formal nas organizações, como Prescott e Miller (2001).

McGee e Prusak (1994) e Porter (1986)

tendem a encaixar a inteligência competitiva numa visão de planejamento estratégico, como a da necessidade de se desenvolver um sistema de inteligência sobre os concorrentes, e Davenport (2000) prevê a inteligência competitiva como uma visão em sua concepção holística de

ambiente informacional (ecologia da informação). Outra visão interessante é a de Santos (2000), que define o problema de modo bastante simples e didático: em geral, as organizações têm dificuldade não para coletar e armazenar informações para tomada de decisão, mas sim para processá-las de modo a se tornarem úteis no processo. Ou seja, o problema se deve à falta de entendimento sobre o fim a que se destina a informação: o consumo e não o estoque.

Kahaner (1997, p. 23-30) argumenta

que a inteligência competitiva deve constituir um programa formalizado e ter como objetivos, entre outros:

a) antecipar mudanças no mercado e nas ações dos competidores;

b) descobrir novos ou potenciais competidores;

c) aumentar as opções e a qualidade das empresas alvo de aquisições;

d) aprender sobre novas tecnologias, produtos e processos que afetam os negócios da organização;

e) aprender sobre mudanças políticas, legislativas ou regulatórias que podem afetar os negócios;

f) entrar num novo negócio; g) olhar as próprias práticas de negócio

com mente aberta; h) auxiliar na implementação das mais

atuais ferramentas de gestão.

2.7. Conceito Adotado Neste Estudo Com base nas diversas visões

apresentadas na literatura e discutidas nesta seção, optou-se por adotar, como conceito de “Inteligência Competitiva”, para fins de atender aos objetivos deste estudo, uma definição inspirada, principalmente em Coelho (1999), Prescott e Miller (2002) e Jakobiak (1991) como segue:

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Inteligência Competitiva é o processo sistemático e contínuo de monitoração do ambiente competitivo (Mercado, Competidores, Clientes, Tecnologia) através da coleta, tratamento, análise e disseminação de dados e informações provenientes deste, de forma ética e legal, com o objetivo de identificar antecipadamente ameaças e oportunidades, reduzir riscos no processo de tomada de decisão, levando assim, à criação de vantagem competitiva baseada em um maior conhecimento do próprio negócio e na construção de uma cultura voltada para monitoramento do mercado, obtida através da participação das pessoas no processo.

Observações: a) Nessa definição destacam-se as

seguintes características da Inteligência

É um processo estruturado, contínuo e não esporádico

b) Processo de quatro etapas proposto

por Jan Herring em 1996, abrangendo as etapas de:

Planejamento

Coleta

Análise

Disseminação

c) Ético e Legal

É um processo ético de coleta de informações;

Visa antecipação e uma postura pró-ativa do decisor;

Gera conhecimento sobre o ambiente externo trazido para dentro da organização e melhora o conhecimento do negócio => conhecimento torna-se uma competência essencial e uma vantagem competitiva;

Processo social, pois sem as pessoas para coletar, analisar e

compartilhar informação o processo não existe.

3. O que é Não Inteligência Competitiva É importante distinguir IC de termos

como: Espionagem, Contra-inteligência, Gestão do Conhecimento e BI – “Business Intelligence”.

a) Espionagem

A SCIP deixa claro que IC não é espionagem , pois espionagem é o uso de meios ilegais para reunir informações , e em IC não é necessário usar métodos ilegais ou anti-éticos. Estas ações representam uma falha, já que muitas informações que não podem ser coletadas através de fontes abertas ou investigações éticas podem ser deduzidas a partir do uso de uma variedade de ferramentas analíticas.

b) Contra-inteligência

Pode ser definida como "a atividade que objetiva prevenir,

detectar, obstruir e neutralizar a inteligência adversa de espionagem e ações de qualquer natureza que constituam ameaça à salvaguarda de dados, informações, conhecimento de interesse e da segurança ou patrimônio da empresa".

Atividades de inteligência e de contra- inteligência ocorrem não apenas entre países mas também entre entidades comerciais e industriais assim como entre organizações policiais e grupos criminosos.

Ainda segundo a SCIP “O termo contra-inteligência descreve os passos que uma organização dá para proteger a informação procurada por coletores de inteligência ‘hostis’. Uma das medidas mais efetivas de contra-inteligência é definir quais as informações ‘secretas’ e controlar sua disseminação”.

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A contra-inteligência tem por objetivo

neutralizar as ações de inteligência ou de espionagem da concorrência. Suas ações buscam detectar o invasor, neutralizar sua atuação ou mesmo contra-atacar por meio da produção de desinformação. O conhecimento deve ser protegido em toda a sua esfera, e ainda deve-se garantir a segurança dos recursos humanos, das áreas e instalações, dos documentos e materiais, dos sistemas de informação, das comunicações e das informações.

A proteção da informação competitiva por meio de um programa de contra-inteligência permite a uma organização tornar-se significativamente menos vulnerável aos concorrentes. (ABRAIC).

c) Gestão do conhecimento

A discussão sobre gestão do conhecimento surgiu na década de 90 e tem como objetivo gerenciar o conhecimento acumulado de funcionários a fim de transformá-los em ativos da empresa.

Ela cria condições para que o conhecimento seja criado, socializado e exteriorizado dentro da empresa, transformando-o de tácito a explícito. Já a IC está mais voltada para a produção de conhecimento referente ao ambiente externo da empresa. Entretanto, cabe salientar que a implantação da gestão do conhecimento nas empresas facilita a atuação da área de IC e vice-versa.

d) BI - Busines Intelligence

“Business Intelligence” pode ser traduzido como inteligência de negócios, ou inteligência empresarial. Isto significa que é um método que visa ajudar as empresas a tomar as decisões inteligentes, mediante dados e informações recolhidas pelos diversos sistemas de informação. Sendo assim, BI é uma tecnologia que permite às empresas transformar dados

guardados nos seus sistemas em informação qualitativa e importante para a tomada de decisão.

Apesar de muitos se referirem a BI e IC como sinônimos, a ABRAIC afirma categoricamente que são termos diferentes.

Na maioria das vezes o primeiro está sendo empregado pelas empresas de tecnologia da informação para designar o conjunto de ferramentas utilizadas para auxiliar nos negócios, tais como: Data Warehouse, Data Mining, CRM, ferramentas OLAP e outras. Quando se fala de inteligência competitiva, faz-se referência a um processo muito maior que engloba a obtenção e o tratamento de informações advindas das redes mantidas pelos sistemas de IC, nas quais as informações de BI estão inseridas.

A Inteligência Empresarial, ou Business Intelligence, é um termo do Gartner Group. O conceito surgiu na década de 80 e descreve as habilidades das corporações para aceder a dados e explorar informações (normalmente contidas em um Data Warehouse / Data Mart), analisando-as e desenvolvendo percepções e entendimentos a seu respeito, o que lhes permite incrementar e tornar mais pautada em informações a tomada de decisão (JFF).

Data Warehouse: Um “Data warehouse” ou armazém de

dados, ou ainda depósito de dados, é um sistema de computação utilizado para armazenar informações relativas às atividades de uma organização em bancos de dados, de forma consolidada. O desenho da base de dados favorece os relatórios, a análise de grandes volumes de dados e a obtenção de informações estratégicas que podem facilitar a tomada de decisão.

O data warehouse possibilita a análise de grandes volumes de dados, coletados

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dos sistemas transacionais (OLTP). São as chamadas séries históricas que possibilitam uma melhor análise de eventos passados, oferecendo suporte às tomadas de decisões presentes e a previsão de eventos futuros. Por definição, os dados em um data warehouse não são voláteis, ou seja, eles não mudam, salvo quando é necessário fazer correções de dados previamente carregados. Os dados estão disponíveis somente para leitura e não podem ser alterados.

Data mart (repositório de dados): É sub-conjunto de dados de um Data

warehouse (armazém de dados). Geralmente são dados referentes a um assunto em especial (ex: Vendas, Estoque, Controladoria) ou diferentes níveis de sumarização (ex: Vendas Anual, Vendas Mensal, Vendas 5 anos), que focalizam uma ou mais áreas específicas. Seus dados são obtidos do DW, desnormalizados e indexados para suportar intensa pesquisa. Data marts extraem e ajustam porções de DWs aos requisitos específicos de grupos/departamentos.

As questões de planejamento, projeto e implementação são as mesmas encontradas em qualquer fase da implementação de um DW, pois uma parte dos especialistas argumenta que o DW é uma evolução natural de um Data mart que começou localizado e cresceu para atender um escopo maior. Essa visão tem defesa menos técnica e mais intuitiva do que sua contra-parte: o Data mart é criado a posteriori do DW, pois ele seria montado com dados extraídos do DW para atender especificamente um setor da organização.”.

4. Objetivos e Vantagens na Implantação da Inteligência Competitiva

4.1. Objetivos da I.C. Kahaner (1997, p. 23-30) argumenta

que a inteligência competitiva deve constituir um programa formalizado e ter como objetivos, entre outros: a) Antecipar mudanças no mercado e nas

ações dos competidores; b) Descobrir novos ou potenciais

competidores; c) Aumentar as opções e a qualidade das

empresas alvo de aquisições; d) Aprender sobre novas tecnologias,

produtos e processos que afetam os negócios da organização;

e) Aprender sobre mudanças políticas, legislativas ou regulatórias que podem afetar os negócios;

f) Apoiar a entrada da organização em novos negócios;

g) Examinar as próprias práticas de negócio (com mente aberta); e

h) Auxiliar na implementação das mais atuais ferramentas de gestão.

4.2. Principais Vantagens da I.C. Estruturando um processo de I.C. a

organização vai experimentar várias vantagens que vão chegar com o tempo. Lidando com o intangível, informação, essas vantagens são difíceis de valorar financeiramente para as empresas. a) Antecipação e reação rápida frente às

mudanças do ambiente Sendo informada rapidamente a

respeito de uma determinada situação, a organização tem uma capacidade de reação muito maior. Ela pode adaptar-se à mudança que está ocorrendo, ou tentar influenciar a mudança num sentido mais favorável para ela (normas, lobying...).

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Resumido, a IE permite adotar uma atitude realmente pro-ativa. b) Identificação de oportunidades ou de

ameaças Ficando atenta e fazendo circular a

informação, a organização poderá identificar mais facilmente novas oportunidades e ameaças. c) Redução de riscos

A tomada de decisões num ambiente mais conhecido e mapeado é menos arriscada. Cabe nessa vantagem o lado de proteção das informações da organização. d) Avaliação do grau de independência

ou de dependência A I.C. permite a avaliação, numa visão

estratégica, o grau de dependência de uma tecnológica ou o grau de independência de um fornecedor. e) Transversalidade

A I.C. é um processo que necessita de troca de informações dentro das empresas, em particular, entre funções diferentes. Ela pode facilitar uma mudança cultural progressiva para uma organização mais aberta. f) Funcionários comprometidos

O fator humano é central na I.C. ela se apóia e permite formar funcionários abertos, pragmáticos que sabem em que jogo global eles estão atuando. A I.C. é uma filosofia que pode se compartilhar entre todos.

5. Bibliografia a) MARCIAL, Elaine Coutinho. Utilização

de modelo multivariado para identificação dos elementos-chave que HESSEN, Johannes. Teoria do conhecimento. Tradução de Antônio Correia. 7. ed. Coimbra: Arménio

Amado; Brasil: Martins Fontes, 1976. [ Links ] 123

b) ABRAIC – Associação Brasileira dos Analistas de Inteligência Competitiva, 2008, Brasília. Glossário de IC. Disponível em: < http://www.abraic.org.br/v2/glossario. Acesso em: 12 Dez. 2012.

c) SOCIETY OF COMPETITIVE INTELLIGENCE PROFESSIONAL. Disponível em: <http://www.scip.org>. Acesso em: 07 Dez. 2008

d) AURÉLIO: Minidicionário. Rio de

Janeiro: Nova Fronteira, 1985. p. 272. e) MICHAELIS: moderno dicionário da

língua portuguesa. São Paulo: Companhia Melhoramentos, 1998. p. 1165.

f) JOHNSON, Arik. What is Competitive

Intelligence? http://www.aurorawdc.com/arj_cics_whatisci.htm

g) KAHANER, Larry. Competitive

intelligence: how to gather, analyze, and use information to move your business to the top. New York: Touchstone, 1997.

h) PRESCOTT, John E.; MILLER, Stephen

H. (Ed.). Proven strategies in competitive intelligence: lessons from the trenches. [S.l.]: John Wiley & Sons, 2001.

i) SANTOS, Raimundo Nonato Macedo

dos. Métodos e ferramentas para gestão de inteligência e do conhecimento. Perspectivas em Ciência da Informação, Belo Horizonte, v. 5, n. 2, p. 205-215, jul./dez. 2000.