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30 de abril a 6 de maio de 2015 • distribuição gratuita Ano 2 | edição 94 Agência/Paraná PM reprime com violência educadores no Paraná Trabalhadores resistem contra mudanças na previdência propostas por Beto Richa (PSDB) Desinformémonos Brasil pág.7 Trabalhadores contra terceirização Centrais sindicais e movimentos sociais convocam ato unificado na Lapa para 1/5 Juventude contra redução da maioridade Movimentos fizeram intervenções em 23 estados brasileiros contra mudança na lei Cidades pág.4 Pablo Vergara/Brasil de Fato Divulação Rafael Stedile No dia 1º de maio de 2013 foi lançada a versão tabloide do Brasil de Fato no Rio de Janeiro. Em dois anos de existência nosso esforço é para construir uma comunicação pautada pelas demandas do povo, com a cara do povo. Um jornal que possibilite ao leitor uma visão popular do Brasil e do mundo. Especial págs.8 e 9 Ingressos esgotados para Botafogo e Vasco Maracanã estará lotado para grande final do Carioca no domingo (3) “Sociedade ignora racismo”, diz Danny Glover Ator concedeu entrevista exclusiva ao Brasil de Fato Esporte pág.16 Cultura pág.11 Brasil pág.7 Divulgação/CUT Mundo pág.6 População se revolta contra violência da PM nos EUA Movimento negro se insurge contra racismo da polícia que matou jovem em Baltimore Brasil de Fato RJ comemora 2 anos nas ruas do Rio Marcelo Sadio/Vasco

Brasil de Fato RJ - 094

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30 de abril a 6 de maio de 2015 • distribuição gratuita

Ano 2 | edição 94

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PM reprime com violência educadores no ParanáTrabalhadores resistem contra mudanças na previdência propostas por Beto Richa (PSDB)

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Brasil pág.7

Trabalhadorescontra terceirização

Centrais sindicais emovimentos sociais convocam ato unificado na Lapa para 1/5

Juventude contra reduçãoda maioridadeMovimentos fizeramintervenções em 23estados brasileiros contra mudança na lei

Cidades pág.4

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Rafael Stedile

No dia 1º de maio de 2013 foi lançada a versão tabloide do Brasil de Fato no Rio de Janeiro.Em dois anos de existência nosso esforço é para construir uma comunicação pautadapelas demandas do povo, com a cara do povo. Um jornal que possibilite ao leitor umavisão popular do Brasil e do mundo. Especial págs.8 e 9

Ingressos esgotados

para Botafogoe Vasco

Maracanã estará lotado para grande final do Carioca no

domingo (3)

“Sociedade ignora

racismo”, dizDanny Glover

Ator concedeu entrevistaexclusiva ao Brasil de Fato

Esporte pág.16

Cultura pág.11

Brasil pág.7

Divulgac a o/CUT

Mundo pág.6

População se revolta contraviolência da PM nos EUAMovimento negro se insurge contra racismo da polícia que matou jovem em Baltimore

Brasil de FatoRJ comemora 2 anos nas ruas do Rio

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PREVISÃO DO TEMPO Quinta-feira, 30 abril • Rio de Janeiro, Brasil

24 ºC | F

Chuva

Rio de Janeiro, 30 de abril a 6 de maio de 2015 02 | opinião

CONSELHO EDITORIAL:

Alexania Rossato,

Antonio Neiva, Joaquín Piñero,

Kleybson Andrade, Mario

Augusto Jakobskind, Rodrigo

Marcelino, Vito Giannotti

EDITORA:

Vivian Virissimo (MTb 13.344)

REPÓRTERES:

André Vieira, Bruno Porpetta,

Fania Rodrigues e Pedro

Rafael Vilela

REVISÃO:

Núbia Pimentel

COLUNA SINDICAL:

Claudia Santiago

FOTÓGRAFO:

Pablo Vergara

ADMINISTRAÇÃO:

Carla Guindani

DISTRIBUIÇÃO:

Kleybson Andrade

DIAGRAMAÇÃO:

Stefano Figalo

TIRAGEM MENSAL:

200 mil exemplares

Desde 1º de maio de 2013

EDITORIAL

O 1º de Maio deste anovai ser um dia perigoso. Oupior ainda, PERIGOSÍSSI-MO. Perigo de quê? Sim-plesmente de perder todosos direitos trabalhistas queos trabalhadores brasileirosconquistaram durante 100anos. Sim, essa é a realidadehoje, mas poucos entendeme se preocupam com isso.Na TV e no rádio se fala, as-sim por cima, do tal Projetode lei 4330 (o tal PL 4330). Enada mais. Não se explicanada, não se diz nada. Porquê? Porque os patrões, osempresários, os donos detodas as riquezas do paísvão ganhar rios de dinheiroa mais com ele. Esse é oProjeto de lei da TERCEI-RIZAÇÃO. Por causa dessalei, as empresas vão poderterceirizar à vontade. E ter-ceirização para os trabalha-dores significa: DESEMPRE-GO, RETIRADA DE QUAL-QUER DIREITO, REBAIXA-MENTO DE SALÁRIO E FIMDOS SINDICATOS. Ou seja,significa voltar a cem anosatrás. Sem direitos algum. É

por isso que os patrões estãotodos a favor dela.

1º DE MAIO É PARALUTAR POR NOSSAS VIDAS

100 anos atrás, no Brasilnão havia nenhuma lei tra-balhista. Foram feitas cen-tenas de greves e a partirdos anos 1930 começou ase regularizar direitos. Oque temos hoje foi fruto de50 anos de lutas dos sindi-catos, da época. Assim, Ge-túlio cedeu e concedeu as

tais leis trabalhistas queexistem até hoje. Não deude graça, foi devido a mi-lhares de trabalhadores emgreve. E hoje? Está claro: ospatrões querem aproveitarpara retirar direitos e assimter maiores lucros.

E AÍ O QUE FAZER?É sempre a velha lição de

sempre. Se unir e lutar paranão perder o que foi ganhocom muita luta. Juntar todosos sindicatos que estão comcoragem de lutar. Se unir em

grandes greves unificadas.Fazer passeatas, manifesta-ções, piquetes. Ocupar fá-bricas e não ceder. E a gentesabe que a maior arma queos trabalhadores têm é aGREVE GERAL. Sim, vamosparar tudo e derrubar esseplano dos patrões, dos go-vernos e da imensa maioriados deputados que estão dolado dos patrões. Para issovamos juntar Sindicatos, As-sociações, Centrais Sindicais,Partidos de esquerda e todosos movimentos e vamos lutarjuntos. Até a VITÓRIA!

1ºde Maio: lutar contraa terceirização

“A maior arma que os trabalha-dores têm é aGREVE GERAL.Sim, vamos parartudo e derrubaresSe plano dospatrões_________________

O jornal Brasil de Fato circulasemanalmente em todo o paíse agora com edições regionaisem Minas Gerais e no Rio deJaneiro. Queremos contribuirno debate de ideias e na análisedos fatos do ponto de vista danecessidade de mudançassociais em nosso país e emnosso estado.

(21) 4062 [email protected]

EXPEDIENTE

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Adeus ao provocador Antônio Abujamra

­­­

Professores deSão Paulo emgreve há quase50 dias

Trabalhadoras e tra-balhadores da rede es-tadual de ensino de SãoPaulo decidem nestaquinta (30) se continuamou não a greve que jádura quase 50 dias. As-sembleias realizadas du-rante a greve chegarama reunir 60 mil pessoas.Os professores reivindi-cam aumento salarial de75,33% para equiparaçãocom demais categoriasde nível superior, contra-tação de professores tem-porários com garantia dedireitos, entre outrositens. A greve tem a ade-são de 59% da categoria,segundo o Sindicato.

Trabalhadoresdo IBGE fazemato nacional deprotesto

Nesta quarta (29) ostrabalhadores do IBGEfizeram ato em frente àsede do IBGE, no Rio.Foi organizado jogral,teatro, música. Partici-param representantes detrabalhadores de 15 es-tados e do DF. Os traba-lhadores do IBGE reivin-dicam, entre outras coi-sas, concurso público einvestimento do governofederal no Instituto.

Rio de Janeiro, 30 de abril a 6 de maio de 2015 geral | 3

GARIS QUE FIZERAM GREVE SÃO DEMITIDOSAté esta quarta-feira(29) cerca de 20 traba-lhadores que partici-param da greve foram demitidos pelaComlurb. Entre os de-mitidos consta Brunoda Rosa, uma dasprincipais liderançasda greve. Os traba-lhadores denunciamperseguição política.

SINDICALClaudia Santiago

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mandoubem

As principais centrais sin-dicais decidiram unificaras ações em comemoraçãoao dia dos trabalha do res(as). Esse é um golaço deplaca em defesa dos di-reitos da classe. Vem juntopara esse ato Político Cul-tural, no dia 01/05, nos Ar-cos da Lapa, às 15h.

FRASE DA SEMANA

Pablo Vergara

Divulgação

O ator, dramaturgo e di-retor de teatro Antônio Abu-jamra morreu nesta terça-feira (28), aos 82 anos, nacasa dele, em São Paulo. Oapresentador do programaProvocações, da TV Cultura,era conhecido no meio ar-tístico como Abu e deixa doisfilhos e dois netos.

Em sua página no Face-book, consta que a irreve-rência era um traço marcante

das suas encenações, alémde um humor crítico em re-lação a tabus sociais. A car-reira de Abujamra começouem Porto Alegre, onde atuouna peça Assim é que “Parece”,uma produção do teatroamador universitário da ca-pital gaúcha.

O trabalho deAbujamra ins-pirou paren-tes. Ele tem

um filho ator e músico, An-dré Abujamra; além de duas

sobrinhas, asatrizes ClarisseAbujamra e Ia -ra Jamra. (ABr)

Agência Senado

A Câmara dos Deputadosaprovou o projeto que aca-ba com a obrigação de for-necedores colocarem naembalagem dos produtoso símbolo de transgênico.É um direito do consumidorsaber se o alimento contémingredientes transgênicosem sua composição.

disse Letícia Sabatella em recente entrevista.

“Tudo que empodere o cidadão é necessário. Por isso a reforma política é necessária”,

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Seguindo a onda daspautas conservadoras queavançam no Congresso nesteano, a discussão acerca daimputabilidade penal vol-tou à tona neste mês, após aapro vação da Proposta deEmenda Constitucional (PEC)171/1993, na Comissão deConstituição e Justiça e deCidadania (CCJC) da Câmarados Deputados. O texto, quepropõe a redução da maio-ridade penal de 18 para 16anos de idade, expôs a ur-gência do debate na socie-dade e motivou uma série deações pelo país.

Entre debates e audiênciaspúblicas, nesta quarta-feira(29), diversas coletivos pro-moveram o "Amanhacer con-tra a Redução", como parteda campanha "Redução Nãoé Solução". Ao todo, 23 esta-dos acordaram com o colo-rido das faixas, cartazes, fitase símbolos em praças e locaispúblicos contra proposta.

Iniciada no Rio de Janeiro,as ações tomaram o Brasilapós a articulação com ou-tros coletivos. "As pessoasestão bem animadas de po-der ajudar em uma coisa queelas acreditam. A reduçãonão é eficiente, não é a solu-ção. Tem muita gente quenem participa ativamente demovimentos sociais, não tra-balha na ação política dire-tamente, mas está muito ani-mada de poder dar esta con-

tribuição", relata a estudanteMorena Pérez Ribeiro, queintegra a campanha.

A mobilização brasileiratenta seguir alguns dos motesda campanha "No a La Baja",que no Uruguai, conseguiumudar a opinião pública eimpedir a redução da maio-ridade penal. Em 2011, antesda campanha, cerca de 70%dos uruguaios apoiavam aredução da inimputabilidadepenal de 18 para 16 anos.Um plebiscito foi realizadoem outubro de 2014, e quan-do a população foi às urnas,53% disseram "não" à pro-posta. "A campanha queaconteceu no Uruguai foimuito bonita e muito bemsucedida. Ela mostra comoé possível mobilizar uma ci-dade inteira", diz Morena.

Rio de Janeiro, 30 de abril a 6 de maio de 2015 4 | Cidades

Quem vai pagar a conta? | Darlan Montenegro

Não há muito o que co-memorar nesse Primeirode Maio. O ajuste fiscaladotado pelo Governo Fe-deral colocou nas costasdos trabalhadores o custopela crise econômica dediversas formas.

O aumento dos juros re-duzirá o nível de emprego.O aumento do número dedesempregados pressionaráos trabalhadores emprega-dos a aceitarem saláriosmais baixos e piores condi-ções de trabalho. Além disso,aumenta o nível de endivi-damento dos trabalhadores.

AUMENTO DO CUSTO DE VIDA

O corte de gastos para opagamento da dívida pú-blica, por sua vez, tambémaumenta o desemprego, aoreduzir os investimentos dogoverno. Também provocaperdas para os servidorespúblicos, que não terão cor-reção salarial, enquanto ocusto de vida sobe. A con-sequência mais grave doscortes, porém, é a reduçãoda oferta e da qualidadedos serviços públicos, comosaúde e educação, forçandoos trabalhadores a busca-rem serviços particularesou, simplesmente, deixan-do-os sem serviço algum.

Num quadro de maiorameaça ao emprego, os tra-balhadores têm mais difi-

culdade de se organizar ede lutar por melhores con-dições de vida. Essa situaçãoé agravada ainda mais pelo

Projeto de Lei 4330, queamplia de forma dramáticaa possibilidade de utilizaçãode mão-de-obra terceiriza-da. Os terceirizados têm me-nos direitos e ganham me-nos do que os trabalhadorescontratados diretamente.

HORA DE LUTARA continuidade da polí-

tica de ajuste fiscal e a apro-vação do PL 4330 criariamuma situação extrema-mente negativa para os tra-balhadores. Nesse Primeirode Maio, não há muito oque comemorar. Mas há ra-zões de sobra para lutar. Lu-tar para que a saída da criseeconômica não seja finan-ciada ao custo dos direitose do salário dos trabalha-dores. Que os banqueiros eos grandes empresários pa-guem a conta.

“Nesse Primeiro de Maio, nãohá muito o quecomemorar. Mashá razões desobra para lutar_________________“Iniciada no Rio, as ações tomaram

o Brasil após aarticulação comoutros coletivos_________________

Livro alertasobre o uso deagrotóxicos

Um grito de alerta paraa sociedade e a defesa dareforma agrária. Esse foio tom do lançamento doDossiê Abrasco – Um Aler-ta sobre os impactos dosagrotóxicos na Saúde rea-lizado na terça-feira (28),na Uerj, no Rio de Janeiro.Segundo a Anvisa, 64%dos alimentos estão con-taminados por agrotóxi-cos. O faturamento dessaindústria no Brasil em2014, de acordo com a As-sociação Nacional de De-fesa Vegetal (Andef), foide mais de U$ 12 bilhões.

Esses são alguns dosdados levantados pela pu-blicação, que já pode seracessada na internet:http://abrasco.org.br/dossieagrotoxicos/. (EduardoSá, da Articulação Nacio-nal de Agroecologia)

Cidades brasileirasamanhecem contraredução

Praça Tiradentes foi colorida por faixas e cartazes contra a redução

Pablo Vergara/Brasil de Fato

Lucio Bernardo Jr./Câmara dos Deputados

Trabalhadores não podem pagar a conta da crise econômica

Primeiro de maio contra aofensiva do grande capital

Nesta quarta (29),centenas de cidadesamanheceram comações da campanha"Redução Não é a Solução"

Simone Freirede São Paulo (SP)

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•O primeiro-ministro doNepal, Sushil Koirala, decre-tou na terça-feira (28) trêsdias de luto nacional em me-mória das vítimas do terre-moto que atingiu o país nosábado (25) e provocou pelomenos 5 mil mortes.

“Em memória dos nepa-leses, dos irmãos e das irmãsestrangeiras, dos idosos edas crianças que perderama vida no sismo, decidimos

observar três dias de lutonacional a partir de hoje”,disse Sushil Koirala, em pro-nunciamento transmitidopela televisão, no qual agra-deceu aos doadores inter-nacionais que prestaram aju-da ao povo nepalês.

Segundo o mais recentebalanço do Ministério do In-terior nepalês, existem, atéo momento, mais de 450 mildesalojados.

Nepal registra mais de 5.000 mortes em função de terremoto

British Red Cross

Morte de jovem negro gerou revolta popular contra ação da polícia

Terremoto noNepal: três dias de luto

Rio de Janeiro, 30 de abril a 6 de maio de 2015 6 | mundo

O presidente Barack Oba-ma condenou nesta terça-feira (28) os atos de violênciaem Baltimore, mas reconhe-ceu que os Estados Unidosenfrentam uma crise na re-lação da polícia com a co-munidade negra.

Baltimore iniciou nesta ter-ça o toque de recolher porcausa dos atos de vandalis-mo. As manifestações na ci-dade começaram há uma se-mana, depois da morte dojovem negro Freddie Gray,25 anos, morto após ter sido

ferido na coluna, por um po-licial da cidade.

Sobre os protestos, Obamaafirmou que os ativistas dosdireitos civis e os manifes-tantes têm aspirações legí-timas, mas caberia à políciacoibir atos de vandalismo ede violência.

Ele convocou a polícia a fa-zer um exame de consciência.“Nós, como país, temos defazer um exame de consciên-cia. Isto não é novo. Isto vemacontecendo há décadas",concluiu Obama. (ABr)

­­­Obama reconhececrise da polícia comnegros nos EUA

EM FOCO

ONU responsabiliza Israel por ataques a escolas em Gaza

A Organização das NaçõesUnidas (ONU) responsabi-lizou Israel por sete ataquesa escolas da instituição naFaixa de Gaza, durante aofensiva militar no verão de2014 contra o reduto pales-tino, em relatório divulgado

nessa terça-feira (28). Osataques israelenses a essasescolas, de 16 de julho a 26de agosto de 2014, provo-caram pelo menos 44 mortose 227 feridos entre os civispalestinos que as usavamcomo abrigo.

Reprodução Desinformémonos

Um funeral foirealizado para os 24imigrantes que foramencontrados afogados,após naufrágio no MarMediterrâneo, emMalta. Estima-se queaté 900 pessoaspossam ter morrido. Agrande maioria dasvítimas ainda não foiencontrada.

Matin Attard/DOI

BrasileiroRodrigo Gularte é fuzilado naIndonésia

Preso desde 2004,em Jacarta, capital daIndonésia, por tentarentrar no país com 6quilos de cocaína empranchas de surfe econdenado à pena demorte em 2005, o bra-sileiro Rodrigo Gularte,de 42 anos, foi fuziladonesta terça-feira (28).

Segundo o encarre-gado de Negócios daEmbaixada do Brasilem Jacarta, LeonardoCarvalho Monteiro,antes do fuzilamento,Gularte recebeu a vi-sita de um padre quetambém era seu guiaespiritual.

Divulgação

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Mais de cem pessoas fi-caram feridas em cerca deuma hora e meia de repressãoda polícia do governador BetoRicha (PSDB) a servidoresque protestam desde o inícioda semana contra um projetode lei que altera as regras decusteio da Paraná Previdên-cia, em frente à AssembleiaLegislativa. O projeto promo -ve perdas em direitos previ-denciários do funcionalismoa pretexto de socorrer as fi-nanças do estado. Os profes-sores, em greve, estão acam-pados desde segunda-feira(27) no local.

Ambulâncias tiveram difi-culdade de se aproximar parasocorrer os feridos, uma vezque a Tropa de Choque daPolícia Militar fez um cordãopara isolar o prédio da As-sembleia e lançou bombasde gás lacrimogêneo, de efeitomoral e jatos de água.

A maioria das vítimas eracomposta de manifestantes:

107. Havia entre os feridosidosos, crianças e deficientes.O deputado Rasca Rodrigues(PV) e um repórter forammordidos por um cachorroda PM. Entre as forças de re-pressão, 25 soldados intoxi-

caram-se com o gás lacrimo-gêneo lançado por seus co-legas. “Parece uma praça deguerra”, publicou no Twittero prefeito Gustavo Fruet(PDT). “Os professores estãosendo massacrados”, denun-ciou o presidente do sindicatoda categoria, Hermes Leão.(Rede Brasil Atual)

Rio de Janeiro, 30 de abril a 6 de maio de 2015 brasil | 7

Truculência da PM deixa107 servidores feridos no PR

Age ncia Brasil

O 1º de maio desse anoacontece em um momentocomplicado para os trabalha-dores. A Câmara dos Deputa-dos aprovou, na semana pas-sada, o projeto de lei (PL) nº4330, que autoriza empresas aterceirizar o emprego em qual-quer área da produção, inclu-sive os trabalhadores contra-tados diretamente. A medidaé considerada um grave retro-cesso não apenas por sindicatose centrais sindicais, mas atémesmo por juízes do trabalho.

Para o presidente da Cen-tral Única dos Trabalhadores(CUT), Vagner Freitas, o PL4330 “vai rasgar a Consoli-dação das Leis do Trabalho(CLT) e precarizar ainda maiso trabalhador”. Ele rebate oargumento dos empresários,que dizem que o projeto vairegularizar os 12 milhões deterceirizados no país. “Nãose trata de regularizar essestrabalhadores, mas de abrircaminho para precarizar ain-

da estes 12 milhões e os ou-tros 35 milhões de trabalha-dores que, hoje, são contra-tados diretamente”, aponta.

A secretária de comunica-ção e imprensa da Central deTrabalhadores do Brasil (CTB),Raimunda Gomes, a Doqui-nha, acha que as manifesta-ções do dia 1º de maio, pro-

gramadas em todo o país, de-vem servir para alertar os tra-balhadores do que está emjogo. “Vamos levar a pauta emdefesa do trabalho, do em-prego e dos direitos dos traba -lhadores, mas também em fa-vor da democracia”, afirma.Os atos ocorrerão de formaunificada.(Pedro Rafael Vilela)

No dia do trabalhador, protestos contra terceirização

Terceirizado: acidentes de trabalho e menor salário

Pesquisa recente do De-partamento Intersindicalde Estudos e EstatísticasSocioeconômicas (Dieese),em parceria com a CUT,comprovou em númeroso que já se percebia no diaa dia. Trabalhadores ter-ceirizados ganham, emmédia, 25% menos do queum trabalhador diretamen-te contratado. Mesmo re-cebendo salário menor,

esse empregado costumatrabalhar três horas a maispor semana. Além disso, apesquisa revela que 91%das empresas que tercei-rizam querem apenas re-duzir custo com a mão-de-obra e não modernizaras relações de trabalho e aprodução, como argumen-ta a Confederação Nacionalda Indústria (CNI), que de-fende os empresários.

Professores foram atacados com violência pela Policia Militar do Paraná

“Ambulânciastiveram dificul-dade de se aproxi-mar para socorreros feridos_________________

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Nossa história começaem 2003 durante o FórumSocial Mundial realizado emPorto Alegre, no Rio Grandedo Sul. Naquele evento, di-versos movimentos sociaisdecidiram criar seu próprioinstrumento de comunica-ção: o Jornal Brasil de Fato.De circulação nacional, apublicação vem servindocomo ferramenta para darvoz e vez aos trabalhadores.

Dez anos depois o projetonão parou de tomar outrasformas. No dia 1º de maiode 2013 foi lançada umanova versão: o Brasil de FatoRJ. Com conteúdo local, a

edição estadual do jornal es-teve presente em importan-tes momentos da história re-cente brasileira.

Fomos a voz daqueles quegritaram contra o aumentodas passagens nas jornadasde 2013, dos profissionais daeducação que ocuparam asruas em defesa de uma edu-cação de qualidade, do ca-melô que denunciou a tru-culência da guarda e do mo-rador de favela que pediu ofim da Polícia Militar.

Em dois anos de existênciano Rio, nosso esforço é paraconstruir uma comunicaçãopautada pelas demandas dopovo, com a cara do povo.Um jornal que possibilite aoleitor uma visão popular doBrasil e do mundo.

Redaçãodo Rio de Janeiro (RJ)

Rio de Janeiro, 30 de abril a 6 de maio de 2015 8 | especial

•Conteúdo Popular

“Precisamos distribuir ojornal e dialogar com ostrabalhadores para queeles utilizem o Brasil deFato como instrumento

de sua luta. Debater como povo o conteúdo do jor-

nal”. Vito Gianotti, NúcleoPiratininga de Comunicação.

No Rio, distribuição acontece na Central do Brasil, nas barcas em Niter

Na

Venha celebrar!Quando? Quinta-feira (30), às 22h.Onde? Centro de Arte Maria Teresa Vieira. Rua da Carioca, 89 - CentroQuanto? 0800

Brasil de Fato comem2 anos de resistência

Sebastian Soto Coll/Tatuzaroio

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Rio de Janeiro, 30 de abril a 6 de maio de 2015 especial | 9

•Voz paraos trabalha-dores

“Várias coisas que acon-tecem com os camelôs são ignoradas por grandeparte da mídia, mas o Brasil de Fato sempre estácom a gente, abrindo espaço para nossa voz”.Mariados Camelôs, trabalhadora autônoma.

•Disputarvalores

“O jornal é um ins-trumento para dispu-

tar os valores da sociedadeem tempos de intolerância e de forças conservadorasque rondam o país”. Camila Marins, dirigente sin-dical e colaboradora do jornal.

roi e em algumas estações do metrô

•Lutas e anseios “Para nós da classe traba-lhadora é muito importanteporque através dele esta-mos nos comunicandocom as camadas populares

sobre nossas principais lu-tas e anseios”. Emanuel Can-cella, Secretário-geral do

Sindipetro-RJ e da Federaçãoacional dos Petroleiros (FNP).

• Democratizaçãoda mídia “O jornal é parte da resis-tência popular na construçãode uma sociedade demo-

crática a partir da demo-cratização da informação e

dos meios de comunicação”.João Pedro Stédile, direção do MST.

•Para aumentar o alcance

“O Brasil de Fato é umcontraponto a tudo deruim que nós temos nagrande mídia. Continua-remos apoiando paraque mais trabalhadores

conheçam esse projeto”.José Maria Rangel, secre-

tário-geral da FederaçãoÚnica dos Petroleiros.

• Popularizar nos-sos pensamentos

“Apoiamos o projeto por-que ele é a possibilidadedos trabalhadores teremuma informação mais ade-quada. É forma de popu-

larizar nossos pensamentosna disputa social”. Olímpio

dos Santos, presidente doSind. dos Engenheiros do RJ.

• Instrumento para nova informação

“O jornal é nosso instru-mento. Distribuir esse ins-trumento é levar outro tipode informação para a po-pulação carioca, levar nos-

sas lutas, nosso outro projetode sociedade”. Priscila Mello,

distribuidora do jornal e in-tegrante do Levante Popular da

Juventude.

mora

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Nelson Sargento na Caixa CulturalO que?Um dos mais im-portantes sambistas brasi-leiros, Nelson Sargento,comemora seus 90 anosjunto ao público.

Onde? Av. Almirante Bar-roso, 25 - CentroQuando?Quinta (30) adomingo (3), às 19h30Quanto? R$ 20 (estudan-tes, idosos e clientes Caixapagam meia).

ZoasomO que? Programa de rádioabordará sexo e internet, operigo da exposição. Parti-cipe pelas redes sociais,

facebook e twitter. Onde? Sintonize RádioMEC AM (800KhZ) ou Ro-quete Pinto FM (94.1)Quanto? Toda quinta-feira, das 14h às 15h.

CHEGAÊO que? Três bandas inde-pendentes, dois Djs, Cole-tivo de Malabares deUbatuba, Grupo de DançaCLANM e Miguel Bandeira

fazendo projeção.Onde? Praia VermelhaQuando? Sábado (9), às 21hQuanto? 0800

Irmãos Brothers O que? Companhia apresenta “Eureka!!!”,espetáculo com muita cor,efeitos visuais, acrobacias,malabarismo, trapézio,contorcionismo e princi-palmente humor.Onde? Parque das Ruínas.Rua Murtinho Nobre, 160 -Santa Teresa Quando? Sábado e domingo, às 18h. Quanto?Grátis

DebretO que? Exposição mostra 120 gravurasdo artista francês que retratou a cidade do Rioentre 1816 e 1831Onde? Centro CulturalCorreios. Rua Visconde de Itaboraí, 20 - CentroQuando? Até domingo (3),das 12h às 19h.Quanto? 0800

Rio de Janeiro, 30 de abril a 6 de maio de 2015 10 | cultura

AGENDA DA SEMANA

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Sacco e VanzettiO que? Peça conta a história do julgamento de dois trabalhadores anarquistasacusados injustamente de homicídio condenados à morte nos EUA.Onde? Armazém da Utopia – Cais do PortoQuando? Sextas-feiras, às 21h e sábados e domingos, às 19h. Quanto? R$ 40,00Dica: Vans gratuitas saem da Candelária a partir das 18h.

Para ouvir

Para assistir

Para ver

Quem levar a carteira de trabalho ou esta ediçãodo Brasil de Fato RJ paga apenas R$ reais

Promoção EXCLUSIVA para 1º de maio – Dia do Trabalhador 5

Divulgação/Ensaio Aberto

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Confira entrevista com oator e ativista Danny Gloverao Brasil de Fato. Ele falasobre o racismo nos EstadosUnidos, sua trajetória comomilitante e o potencial do ci-nema para conscientizar aspessoas. A entrevista foi con-cedida em visita à Escola Na-cional Florestan Fernandes(ENFF), um colégio do Mo-vimento dos TrabalhadoresRurais Sem Terra.

Brasil de Fato - Você nas-ceu no período em que osnegros eram segregados dasociedade americana. Comoera ser negro nessa época?Danny Glover -Nasci em

1946, oito anos depois da de-cisão da suprema corte ame-ricana ter dito que “igual nãoé igual”. A ideia de criar locaise acomodações diferentespara negros e brancos viroulei. Essa segregação, que afe-tou meus pais imediatamen-te, tornou-se o que me feziniciar o processo de entendera relação que tenho com omeu país como um cidadão.

Sou de São Francisco, Ca-lifórnia, uma cidade muitoradical, progressista. Tinhao sindicato mais progressistado país, formado por traba-lhadores de armazéns e por-tos. Foi o primeiro a boicotarbens sul-africanos, dizendoque não descarregariam pro-dutos do país do Apartheid.As políticas estudantis, nasduas universidades da Cali-fórnia, a cultura que emergiucom os hippies, os panterasnegras foram parte em es-pecial do meu modo de en-

tender o que estava aconte-cendo no mundo.

Brasil de Fato - Como aarte pode levar questõessociais às pessoas e sertransformadora?

Quando era jovem,trabalhava numa áreadiferente do teatro con-siderado “arte negra”. Elas erampeças de agitação e propa-ganda, curtas, que tinhamcomo objetivo passar umamensagem ideológica.

Fiz muitos filmes popula-res e comerciais, mas sempretive essa inclinação de quererfazer filmes menores, que te-nham um significado.

Só nos últimos dez anos,consegui fazer o tipo de artecom caráter político similarao do que tinha me forma-do ou do via em documen-tários e narrativas.

Brasil de Fato - Como vocêvê o racismo hoje nos EUA,principalmente após o queocorreu em Ferguson?

O que penso é que muitasvezes se ignora que a raçaestá ligada, tangencialmente,a muitos outros temas, comopobreza, saúde, procura deempregos. Prestamos aten-ção no racismo explícito, masacabamos ignorando esseracismo mais sutil. Assim, oracismo tem uma relaçãofuncional com o capitalismo,na exploração dos negroscomo mão de obra barata. Epara romper com isso, pre-cisamos pensar em outrossistemas e formas. Que po-tencial outro sistema, comoo socialismo, poderia ter nes-sa questão? Como falar deraça sobre outro ponto devista e criar uma estruturaque melhore o planeta e ahumanidade? Quais ferra-mentas e políticas que pre-cisamos para isso?

Brasil de Fato - Você estáengajado na luta sindicaldos EUA. Qual a situaçãodos trabalhadores no país,em especial os negros?

Estatisticamente, há 40anos, a renda dos traba-lhadores vem diminuindo.Não só isso, os trabalha-dores americanos traba-lham mais horas.

O número de mulheresque compõem a força de tra-balho mais que dobrou nessetempo, não porque há novasoportunidades para mulhe-res, mas porque o dinheiroque elas ganham é crucialpara manter a casa.

Brasil de Fato - Como vocêenxerga o racismo no país?Um garoto negro de 10 anosfoi assassinado recentementeem uma favela do Rio pelaPolícia Militar...

O racismo e a militariza-ção da polícia nas comuni-dades negras é algo queocorre em várias partes domundo e temos que nospreocupar com isso. A mortedesse garoto é emblemática.

Esse tipo de violênciaacontece com tanta regula-ridade que o Estado deveser responsabilizado. Nãome interessa se o Estado éde direita ou esquerda, eletem de tomar medidas, de-senvolver políticas públicaspara melhorar a vida nascomunidades e das crian-ças negras e pobres, valori-zando a vida delas.

Rio de Janeiro, 30 de abril a 6 de maio de 2015 cultura | 11

A NOVELA COMO ELA É | Joaquim Vela

Bem-vindas sejam as diferenças!

TV Globo

Na semana passada, nanovela “Babilônia”, Laís (Lui-sa Arraes) descobre que Te-resa (Fernanda Montene-gro) e Estela (Nathalia Tim-berg) são mães de Rafael(Chay Suede).

“Eu conheci a mãe, ops,a avó do Rafael outro dia,ninguém tem duas mães,não é?”, diz a garota quandoé apresentada a Teresa. “Cla-ro, ninguém tem duas mães”,responde a mãe, esquivan-do-se: “sou uma mãe hono-rária, de consideração”. O fi-lho, sem titubear, explicaque as mães são um casal,que se amam e são suasmães.  A menina arregala osolhos, não dá conta do queouve e logo dispara: “isso éimoral, é pecado, é doença,é perversão”. Uma discussãoentre os jovens namoradossegue, meio ao embate de(contra) valores e percepçõesde mundo. A cena repercutiuà beça, foi publicada na pá-gina “Cenas da Teledrama-turgia Brasileira”.

Laís fica em choque, mui-ta gente também ainda sechoca ao descobrir a dife-rença. Será que, no lugar deTeresa, eu também contor-naria a situação para evitaro meu sofrimento e o domeu filho? Talvez sim, mas

quando a gente vai amadu-recendo e reconhecendo ospróprios preconceitos écomo um tapa na cara quemotiva a mudança. 

Não é minimamente to-lerante e razoável ensinarque a homossexualidade éperversão. Se isso é dogma

religioso, então regras reli-giosas são discriminatóriase equivocadas. Aprendi queser cristão é amar e respei-tar ao próximo. Portanto, épreciso separar o joio dotrigo. Quando qualquer pes-soa diz que apoia os bolso-naros, os felicianos, os ma-lafaias e afins está repro-duzindo a intolerância e osfundamentalismos.   

Como diz Teresa, “o pre-conceito é uma força brutadifícil de derrubar”. Eu ve-nho derrubando os meus.

“Não é minimamenterazoávelensinar quea homossexuali-dade é perversão_________________

Mães de Rafael enfrentam preconceito de Laís

José Coutinho Júniorde São Paulo (SP)

Ator do filme MáquinaMortífera visitou oBrasil neste mês

“Sociedade ignora o racismo sutil”, dizDanny Glover

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Page 12: Brasil de Fato RJ - 094

Incentivar a construçãode uma política pública decomunicação etnorracialcom a abertura de um canalde diálogo com comunica-doras(es) de mídias negrase jornalistas atuantes naquestão racial foi a propostada ministra da Secretaria dePolíticas de Promoção daIgualdade Racial, NilmaLino Gomes, na coletiva doúltimo dia 8, em Brasília. Atransmissão online permitiuo envio de questionamentosde todo o país. E eles foram,em especial, sobre as res-

trições para o acesso às ver-bas publicitárias da União,apoio às iniciativas midiá-ticas afro-alternativas e com-bate ao racismo nos meiosde comunicação.

Tais reivindicações nãosão novidades. Desde Fran-cisco de Paula Brito, editor

de O Homem de Cor (1833),são veiculadas denúnciasde racismo e do não reco-nhecimento da importânciadas (os) profissionais e dosveículos de comunicaçãocomprometidos com a di-versidade racial e a efetivademocratização da comu-nicação no Brasil.

IGUALDADE RACIALTratados e documentos

não faltam, como a Confe-rência Nacional de Comu-nicação (I CONFECOM). E,iniciativas também não,como a inserção da questãoracial junto às entidades clas-sistas com a rede Cojira/Nú-cleo – Comissão de Jornalistaspela Igualdade Racial e Nú-cleo de Jornalistas Afro-bra-sileiros, que pautaram a au-sência de conteúdos na im-prensa que promovessem aigualdade racial; a criação doPrêmio Nacional JornalistaAbdias Nascimento. Essascontribuições não podem enão devem ficar no eternocampo do ativismo, sem com-prometimentos do Estado.

Profunda conhecedorados abismos entre os Brasis,a acadêmica, agora ministra,mais escutou do que se com-prometeu. Ela fez interes-

santes pontuações diante decerta ambiguidade da SEP-PIR, por ser um órgão dogoverno federal, fruto da lutado movimento negro, aindaincompreendido pelos seuspares federais por conta doracismo institucional. Porisso solicitou que continuás-semos a apoiá-los e fortale-cê-los para que possam am-pliar diálogos e parceriascom os demais ministériosem prol das lutas pretas.

O certo é que já fazemosnossa parte. Mas o Estadobrasileiro também faz suaparte? Porque o legado atéentão construído o foi prati-camente apartado de umBrasil que detém recursos.

RACISMO INSTITUCIONAL

Enfim, recorro ao pensa-mento da ministra Nilma, te-mos de apoiar e defender oque construímos com muitoesforço, caso contrário o ra-cismo institucional inviabi-lizará todas as iniciativas querespeitem e defendem a realdemocracia brasileira.

Sandra Martins é jornalista e integra a

Cojira-Rio/SJPMRJ.

Rio de Janeiro, 30 de abril a 6 de maio de 2015 12 | opinião

A fim de papo | Mc Leonardo

Alô galera! Venho estasemana comunicar que o fil-me “O Estopim” já está dis-ponível na internet. Já faleiaqui, sobre esse filme, quan-do o mesmo estreou comsucesso, no Festival de Ci-nema do Rio. Mas de lá pracá muita coisa aconteceu.

Além do Festival, o filmefoi exibido em algumas uni-versidades, além de algumasfavelas ditas pacificadas,como o Alemão, Cerro Coráe a própria Rocinha. Paraquem não sabe, “O Estopim”é um filme feito de maneiracolaborativa e que conta ahistória da tortura e mortedo pedreiro Amarildo.

O QUE A IMPRENSANÃO DIVULGA

Essa obra está fazendocom que as pessoas enten-dam o momento que todosnós (favelados ou não) es-tamos passando e contandoo que a imprensa não di-vulga. O filme está mostran-do que a Unidade de PolíciaPacificadora é só um braçodo Estado policial que estáinstalado no Rio de Janeiro.

Com fortes depoimentosde moradores da Rocinha,inclusive o da esposa doAmarildo e o meu, o ele traz

ainda o olhar de algumaspessoas que estiveram di-retamente ligadas ao caso,como o do delegado Orlan-do Zaccone, do advogadoJoão Tancredo e dos repre-sentantes da comissão dosdireitos humanos Guilher-me Pimentel e Mariele.

PRÁTICAS DA UPPTenho que destacar a fala

do morador Eduardo, co-nhecido como Duda, quese expôs de uma maneiramuito corajosa ao denunciaras práticas da UPP da Roci-nha, mesmo antes do casodo Amarildo acontecer.

Então fica a dica, “O Es-topim” já pode ser visto naíntegra, na tela do seu com-putador. Até semana quevem e “Vamu que Vamu”!

O EstopimDivulgação

Estopim conta a história de Amarildo, torturado e morto por PMS

Política pública paraigualdade racial

“O filme traz ainda o olhar de algumas pessoas que estiveram diretamente ligadas ao caso_________________

“O atual sistemacarcerário a cadadia demonstramais que está ultrapassado_________________

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Ingredientes

1 maço de manjericão

2 colheres (café) de sal grosso

3 dentes de alho

1/4 de xícara de nozes

Pimenta-do-reino a gosto

Queijo parmesão ralado

grosso a gosto

2/3 de xícara de azeite

500 g de fusili (ou outra mas-

sa de sua preferência)

A violência doméstica émais comum do que ima-ginamos. Em geral, os ho-mens ameaçam as mulhe-res, seus filhos, sua família.Por isso, elas têm medo dedenunciar ou de terminaro relacionamento. Às vezestambém pode existir umadependência econômicaem relação a esse agressor,o que dificulta a situação.Procure conversar com ela.Saiba o que está aconte-cendo. É muito importanteque ela faça denúncia, pois,enquanto nada é feito, ohomem se sente dono dasituação e mais ele agride.Caso ela precise de maior

proteção, poderá procuraruma Casa Abrigo. Ligue180, você pode fazer a de-núncia (com sigilo abso-luto do denunciante) e pro-curar saber qual serviçobuscar no caso dela.

•Uma vizinha minha apanha do marido quasetodas as semanas. Já tem muitos anos que ela sofreisso, mas ela não o larga e nem faz a denúncia napolícia. Ela fica triste o tempo todo. Não sei o quefazer. Por favor, Amiga da Saúde, me ajude. Nãoconsigo mais ficar sem fazer nada nessa situação.

Anônima

Rio de Janeiro, 30 de abril a 6 de maio de 2015 variedades | 13

BOA E BARATA

Todas as semanasnas ruasdo Rio

(21) 4062 7105Dúvidas sobre saúde? Encaminhe e-mail para [email protected]

AMIGA DA SAÚDE

Tempo de preparo30 minutos

Rendimento4 porções

Divulgação

Modo de preparoLave e seque bem as folhas demanjericão. Em um pilão, junteas folhas de manjericão, o sal, apimenta-do-reino, o alho e me-tade do azeite. Macere com osocador. Junte as nozes (pinho-le, castanha-de-caju ou outranoz de sua preferência), o res-tante do azeite e o queijo par-mesão ralado. Para um molhopedaçudo, amasse pouco. Senão gosta dos pedaços maiores,pode usar o processador de ali-mentos (mixer) ou o liquidifica-dor. Experimente e corrija o sal.Prepare a massa conforme asinstruções da embalagem e es-corra. Envolva o macarrão como pesto. Sirva imediatamente

Massa ao pestoDivulgação

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ABRIL E MAIOFASES DA LUA

Rio de Janeiro, 30 de abril a 6 de maio de 2015 14 | variedades

LUA DA SEMANACHEIA

HORÓSCOPO SEMANAL

Qualquer que seja a sua forma deatuar ela irá se refletir fortementeno seu cotidiano.

Os seus dias serão sempre animadoscom um sorriso estampado no rosto,envoltos em ternura e carinho.

Um fim de semana no campo ou atémesmo numa praia mais deserta farárejuvenescer a sua relação amorosa.

Se está de coração livre, um novo rela-cionamento poderá romper o desertoda sua vida sentimental.

Será com grande prazer que descobriráque algumas das suas aplicações finan-ceiras o ajudam a assegurar o seu futuro.

O seu maior objetivo nestes dias será ode assegurar a estabilidade dos seusfamiliares ou amigos mais queridos.

No âmbito da sua atividade profis-sional poderá festejar uma nova associação ou sociedade.

Tome todas as precauções para nãocorrer o risco de perder o seu posto detrabalho.

Algumas propostas familiarespoderão interferir nos seus pro-jetos profissionais.

Oportunidades surgidas do nada pode-rão afastá-lo de um futuro profissionalenfadonho e isento de êxito

Para uma boa evolução da suarelação afetiva, deverá agircom inteligência.

Há que prestar atenção aoscomentários que sejam feitos e quepossam manchar a sua imagem.

Minguantedia 11/5, 07h36

Novadia 18/5, 1h15

Crescentedia 25/5, 14h20

Cheiadia 4/5, 00h44

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Pelo histórico, Jobson já começa culpado. É justo?

Dias após anunciar a in-clusão de Anderson Silvanas seletivas que definirãoa equipe brasileira que dis-putará os Jogos Olímpicosdo Rio 2016, o presidente daCBTKD – Carlos Fernandes –foi julgado em segunda ins-tância na Justiça do Rio porfraudar o estatuto da entidade.

A ação acusa o mandatá-rio de fraudar o estatutopara desfiliar três federaçõesestaduais que faziam oposi-ção a Carlos Fernandes naentidade. A Justiça determi-nou que as três sejam refi-liadas à CBTKD.

Além disso, o estatuto po -

de ser anulado e Fernandesafastado de seu cargo. Deacordo com as Federações deRondônia, São Paulo e MinasGerais, que propuseram aação, o presidente da CBTKDestá sendo investigado pelaPolícia Federal. (BP)

A FIFA puniu o atacanteJobson, do Botafogo, por terse recusado a realizar umexame antidoping quandojogava pelo Al Ittihad, daArábia Saudita. Aplicou umasuspensão de quatro anosno atleta.

O absurdo da punição severifica em uma equaçãosimples. Jobson é um garotodividido entre o futebol e adroga. Se lhe tiram o futebol,o que sobra?

Não se levou nada emconsideração, a não ser aestupidez dos dirigentes daentidade e a hipocrisia quetoma conta do esporte e dasociedade. Qual o sentidoda punição?

Uma punição só faz sentidose educa e ajuda no tratamen -to da doença. Porque é issoque está em questão. Um vi-ciado em drogas é um doente.Tal como os dependentes deDiasepan para dormir, de an-fetaminas para emagrecer eoutras substâncias tão co-muns quanto perigosas.

Não há nenhuma com-provação de qualquer efeitoauxiliador no desempenhode um jogador de futebolusuário das chamadas dro-gas sociais. Muito pelo con-trário, quase todos os estudosdizem o contrário. Elas, nãosó, não ajudam como atra-palham a prática do futebol.

Outra questão foram ascircunstâncias ainda nebu-losas em que se deu o tal doexame que Jobson se recusou

a fazer. Sem receber por me-ses, sem entender patavinaso que se falava por ali, o jo-gador alega que o clube que-ria “armar uma para ele”.

Na situação de Jobson –que pelo histórico teria di-ficuldades em dizer quefocinho de porco não eratomada – o que você faria?Produziria uma prova – fa-cilmente passível de fraude– contra si?

O CAMINHO MAIS FÁCIL

Pois bem, dado o histó-rico de Jobson, é muito maisfácil apontar-lhe o dedo nacara e cravar sua culpa. Cul-pa pelo quê?

Ou fazer piada, como es-ses jornaizinhos que impres -sionam pela capa.

Difícil é refletir e chegar aconclusões que lhe estendama mão e não lhe tirem a únicaalternativa a essa doença.

“Sem receber por meses, sementender patavi-nas o que se falava por ali, o jogador alegaque o clube queria armaruma pra ele_______________

Rio de Janeiro, 30 de abril a 6 de maio de 2015 esporte | 15

toques curtos | Bruno Porpetta

BINÓCULO

Anderson Silva liberado

Para a AgênciaMundial Antidoping

(WADA), o brasileiroAnderson Silva poderádisputar as seletivas dotaekwondo para os JogosOlímpicos do Rio 2016.Mesmo suspenso pre-ventivamente no UFC, a Comissão Atlética deNevada – responsávelpelos exames que apon-taram o doping do luta-dor – não é regulamen-tada pela WADA, quenão reconhece a vali-dade dos exames.

O presidente da CBTKD, Carlos Fernandes, sofreu derrota no TJ-RJ

Dirigente do Taekwondo pode serafastado do cargo

Divulgação

Pergunte antes de atirar

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Carlos Fernandes foi criticado por anunciar Anderson Silva na seletiva

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Câmara fará audiênciapública sobre Baía deGuanabara

Após vistoria de membrosda Comissão de Turismo daCâmara dos Deputados àsinstalações que serão utili-zadas nos Jogos Olímpicosdo Rio 2016, decidiu-se rea-lizar uma audiência públicapara tratar da situação daBaía de Guanabara e da La-goa Rodrigo de Freitas.

A questão do lixo em am-bos os locais, que serão uti-lizados nas competições de

vela e remo, respectivamente,preocupa as autoridades e,em especial, atletas e diri-gentes das modalidades. Fe-derações internacionais de-monstram receio de que aságuas não tenham condiçõesde receber as competições.

No entanto, a CBVela acu-sa as demais federações detentar tirar a Baía dos Jogospara obterem vantagens nascompetições. Segundo a en-tidade, levar as provas paraalto mar favorecem os bar-cos mais rápidos dos paíseseuropeus. (BP)

Situação da Baía paraos Jogos Olímpicospreocupa deputados

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Divulgação/Ceara

O Nordeste é do Ceará!

Se alguém ainda pensaem conseguir ingresso paraa grande final do Campeo-nato Carioca, neste domin-go (3), pode tirar o cavali-nho da chuva. Os ingressosse esgotaram em menos de24 horas, tempo recordedesde a reabertura do Ma-racanã, em 2013.

No fim da tarde desta quar-ta-feira (29), o restante dosingressos no setor Norte,onde ficarão os botafoguen-ses, já estava sendo adquiridopelos vascaínos, que esgota-ram seu setor já pela manhã.Esse fato, inclusive, está preo-cupando tanto os responsá-veis pelo consórcio que ad-ministra o estádio, além daPolícia Militar. O mais pro-vável é que a PM não permitaa entrada para o setor Nortecom a camisa do Vasco.

Segundo o relatório doconsórcio a respeito da vendados ingressos, foram vendi-dos todos os 56.249 ingressos,o segundo maior público em

2015. Perde apenas para agrande final da Copa do Nor-deste, com 63.399 pagantesno Castelão, em Fortaleza.

O preço dos ingressos, quechegavam a custar apenas30 reais, e a ansiedade datorcida vascaína pelo títuloque não conquista desde2003 contribuíram para essenúmero. O Vasco precisaapenas do empate para le-vantar a taça, já o Botafogoprecisa vencer por dois golsde diferença. Vitória por umgol do Fogão leva a decisãopara os pênaltis.

COPA DO BRASILO Botafogo foi à Capiva-

ri-SP, enfrentar o Capivaria-no com um time reserva –apenas o goleiro Renan foia campo – e venceu por 2 a1, com gols de Sassá e doestreante Daniel Carvalho.O zagueiro Marllon descon-tou para o time da casa. Ojogo de volta é semana quevem, no Engenhão.

O Ceará entrou em cam -po com uma vantagem deum gol, construída na Fon -te Nova, após vencer o Ba-hia por 1 a 0. Já o Bahia, de-vido a dificuldades de che- gar ao estádio, somou à des -vantagem um atraso de qua -se 15 minutos, ficando pas-sível de punição.

Quando a bola rolou, oBahia buscou o ataque, pres -sionado pela necessidadedo resultado, mas não de-morou muito para o Cearáequilibrar o jogo e abrir oplacar. Aos 16, o zagueiroCharles fez de cabeça.

O gol desestabilizou oBahia, que não conseguiumais se organizar no jogo.Errava muitos passes e che-gava sem muito perigo àmeta de Luis Carlos.

Na etapa final, logo aos6 minutos o Ceará amplioucom Gilvan, também decabeça. O que era necessi-dade virou desespero doBahia. Nem o gol de MaxiBiancucchi, aos 43, impe-diu o título do Vozão e afesta dos mais de 60 miltorcedores presentes noCastelão. (BP)

Ingressos parafinal entre Botafogo e Vasco no domingo, no Maracanã estão esgotados

16 | esporte Rio de Janeiro, 30 de abril a 6 de maio de 2015

Bruno Porpettado Rio de Janeiro (RJ)

CAMPEONATO CARIOCA FINAL

Maracanã – Rio de Janeio03/05/2015 - 16h

Doriva terá apoio maciço da torcida para seu segundo estadual

Marcelo Sadio/Vasco

Maracanã lotadona grande final

A CBF convocou os 20clubes da primeira divisãonacional nesta terça-feira(28), para uma reunião emsua sede, no Rio. O objetivodesse encontro era obtermeios de melhorar o Bra-sileirão enquanto “produto”,

estabelecendo um padrãosemelhante ao da Liga dosCampeões da UEFA.

No entanto, um dos te-mas mais debatidos foi arelação com a imprensa.Uma proposta que ganhoucoro entre os clubes foi a

diminuição do número dejornalistas dentro do campo.

A ideia é privilegiar asemissoras que detém direitosde transmissão que teriamentrevistas exclusivas comapenas um jogador por equi-pe na partida. Os demais veí-

culos ficariam restritos à cha-mada “zona mista”, onde to-dos os jogadores passampara sair do estádio. Ali, asentrevistas seriam livres.

A CBF já havia reunidoos 20 treinadores na segun-da-feira (27). (BP)

“Modernização” da CBF fere imprensa•

Ceará é campeão da“LampionsLeague”Vozão vence o Bahia por 2 a 1 noCastelão e leva Copado Nordeste

XBOTAFOGO VASCO