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ORIENTAÇÃO EDITORIAL E INSTRUÇAO PARA OS COLABORADORES I. A REVISTA DO TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DO PARANÁ tem por objetivo divulgar as decisões do Tribunal de maior interesse pú- blico, assim como publicar artigos e legislação relativos às áreas de sua competência. 2. A direção da Revista aceitará com agrado trabalhos de investigação, co- municações técnicas e revisões de Literatura que tratem de assuntos de área de interesse do Tribunal. 3. Os originais submetidos para publicação não devem exceder de 15 pági- nas datilografadas com espaço duplo, numa única face do papel; tamanho ofício. O cargo e a Instituição onde trabalha o autor devem ser incluídos logo após a título do artigo. Deve ser incluído um resumo do trabalho com aproximadamente 100 palavras, em folha separada. 4. Os originais de artigos e Livros para recensão devem ser enviados à Dire- ção da Revista do Tribunal de Contas do Estado do Paraná, na sede do T.C. I,' I ',,- , " <ti" .- \ , I , II I t- "11 J I , ," , " •I VOLUME 14 1 CÓPIA DIGITAL CONFERIDA COM O DOCUMENTO FÍSICO

COLABORADORES I. A REVISTA DO TRIBUNAL DE CONTAS DO … · 2019-12-16 · paraná. - curitiba:tc,janeiro 1983 (vai. 14, nq 77) - 22 em trimestral issnoioi-7160 tribunal de contas

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ORIENTAÇÃO EDITORIAL E

INSTRUÇAO PARA OS

COLABORADORES

I. A REVISTA DO TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DO PARANÁtem por objetivo divulgar as decisões do Tribunal de maior interesse pú­blico, assim como publicar artigos e legislação relativos às áreas de suacompetência.

2. A direção da Revista aceitará com agrado trabalhos de investigação, co­municações técnicas e revisões de Literatura que tratem de assuntos deárea de interesse do Tribunal.

3. Os originais submetidos para publicação não devem exceder de 15 pági­nas datilografadas com espaço duplo, numa única face do papel; tamanhoofício. O cargo e a Instituição onde trabalha o autor devem ser incluídoslogo após a título do artigo. Deve ser incluído um resumo do trabalhocom aproximadamente 100 palavras, em folha separada.

4. Os originais de artigos e Livros para recensão devem ser enviados à Dire­ção da Revista do Tribunal de Contas do Estado do Paraná, na sede do T.C.

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CDU 33612655 (816.2) (05)

1. Tribunal de Contas - Paraná - Periódicos

2. Paraná. Tribunal de Contas - Periódicos

Revista do Tribunal de Contas do Estado doParaná. - Curitiba: TC,janeiro 1983

(VaI. 14, nq 77) - 22 emTrimestralISSNOIOI-7160

TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DO PARANÁ

CORPO DELIBERATIVO

CONSELHEIROS:

CANDIDQ MARTINS DE OUVEI RA PRESI DENTEJOÃO FÉDER VICE-PRESI DENTE

RAFAEL IATAURO CORREGEDOR-GERALLEüNIDAS HEY DE OLIVEIRA

JOSE ISFERANTONIO FERREIRA RüPElL

ARMANDO QUEI ROZ DE MORAES

CORPO ESPECIAL

AUDITORES:ALOYSIO BLASI

RUY BAPTISTA MARCONDESOSCAR FEUPPE LOUREIRO DO AMARAL

IVO THOMAZQNIROBERTO MACEDO GUIMARÃES

NEWTON LUIZ PUPPI

PROCURADORIA DO ESTADO JUNTO AO TRIBUNAL DE CONTAS

PROCURADORES:IVAN XAVIER VIANNA PROCURADOR GERAL

ALI DE ZENEDINANTONIO NELSON VIEIRA CAlABRESI

PEDRO STENGHEL GUIMARÃESBElMIRD VAlVEROE JOBIM CASTOR

LUIZ GABRIEL SAMPAIORAUL VIANA JUNIOR

TULlO VARGAS

CORPO INSTRUTIVO

DI RETOR GERAL CARLOS ceSAR SALES DE ALBUQUERQUE MARANHAoDIRETOR DE GABINETE DA PRESIDENCIA MARIO COELHO JUNIOR

DI RETORIA DE PESSOAL E CONTABILIDADE UBIRAJARA COSTÓDIODIRETORIA DE TOMADA DE CONTAS LUIZ ERALDO XAVIER

DI RETORIA REVISORA DE CONTAS RUTH CAMARGO SCHEIBEDIRETORIA DE CONTAS MUNICIPAIS DUIÜO LUIZ BENTO

DIRETORIA DE EXPEDIENTE,ARQUIVO E PROTOCOLO GIL RüPPELDI RETORIA DE ADMINISTRAÇÃO DO MATERIAL E PATRIMÔNIO NAMUR PRINCE PARANÁ JUNIOR

INSPETORIA GERAL DE CONTROLE PAULO CEZAR PATRIANIH INSPETORIA DE CONTROLE EXTERNO NEWTON PYTHAGORAS GUSSO

2~ INSPETORIA DE CONTROLE EXTERNO PAULO ROBERTO TROMPCZYNSKI.3~ INSPETORIA DE CONTROLE EXTERNO ANTONIO FERREIRA RüPPEL FILHO

4~ INSPETORIA DE CONTROLE EXTERNO WILSON ADOLFOSTEDILE5~ INSPETORIA DE CONTROLE EXTERNO ERNANI AMARAL

6ij11NSPETOAIA DE CONTROLE EXTERNO MURILlO MIRANDA ZETOlA

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1970, 1-41971, 5-81972, 9-121973,13-171974, 18-25

1975,26-361976,37-481977,49--591978,60-631979,64-67

1980,68-711981,72-751982.76­1983,77-

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ISSN 0101·7160

R. Tribun. Cont. Est. Paraná Curitiba v.14 n.77 p. 1-44 1983

p.

JANEIRO 1983

EDIÇÃO ESPEOALVol. 14 - N'I77

SUMÂRJO

REVISTA DOTRIBUNAL DE CONTAS

DO ESTADO DO PARANÁ

t-_..:.r-,~'''"_._._._. DA TA

-Ufir /I/h! 1999

EDITORIAL .NOTICIÁRIO

Posse do Novo Presidente do TC ' : 3Seminários Regionais de Prefeitos, Vereadores, Técnicosem Contabilidade e Estudantes 11OLIVEIRA FRANCO SOBRINHO - Tribunal de Contas,Orgão ou Poder?Entrevista e Conferência 13'

conto

Supervisão:Editoração:Redação:Programação visual:Revisão:Divulgação:

José Carlos AlPendrei " '3Judimar Carias de AraujoAntonio Nogueira e Alberto Zitomir CavazzaniMarco Antonio Noronha de BrumEna Barros e Aristides AthaYder;-~Maria Madalena Hirata Fabri 0

----------------=-.\f;0~Çl.SDÇ- vPublicação Oficial do Tribunal de Contas do Estado do Par~.\ \}~p..\.. -Nr..Centro Cívico -~-n'~.,,·, 01\.1 t'"'\ '"I ,?~\\t'"'80.000 - Curitiba - Pr. c.C b 'I) 'r DGTiragem: ~OO exemplares \0,\)0\ t, .,'" 1,:.::·\p·D\jDistribuição Gratuita ~\U DO .... J

Impressão: Comunicare

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ATUALIDADESRAFAEL IATAURO - Haja cinto para apertar!Artigo. 19Cândido Martins de Oliveira. Marciano Paraboczy. Laurade Camargo Savi c Luiz Casrão Cordeiro - O Fundo Pcni­tcnciarioArtigo. . . . 23

DOCUMENTÁRIOVIDAL DA FONTOURA - Um Paranucnsc no TCU .29Te amplia suas instalações. . 31

CONSULTAS - VOTOS - DECISÕESVerba de Representação. . 33

LEGISLAÇÃOLei Orgânica dos MunicípiosProcesso Legislativo. .44

Provimento 1/8I do TC ... 46Decreto-Lei no 1875 - Dispõe sobre a simplificnção denormas gerais de direito financeiro aplicáveis à Municí-pio com pop. inferior a 50.000 hab . _50

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R Tribun. Cone Est. Paraná 14 (77) Jan. 1983

EDITORIAL

Revista do Tribunal de Con tas doEstado do Paraná é uma publicação oficialcontendo informações, dados, decisões enoticiário de caráter Federal. Estadual e

Municipal.Em REVISTA DO TRIBUNAL DE

CONTAS DO ESTADO DO PARANÁ,reformulou-se a apresentação gráfica da

ediçao , como também foram acrescidasinformações e dados ao seu conteúdo.

Como a Administração do Tribunalde Contas tem um mecanismo ágil de mo­vimentação. eventualmente, teremos, nestapuhlicação , falhas involuntárias.

Assim ocorrendo, procuraremos saná­las à medida em que forem registradas,através da próxima edição. a ser, oportu­namente, distribuída.

Qualquer observação ou sugestão a res­peito pode ser enviada à Assessoria Espe­

cial de Relações Públicas do Tribunal deContas do Paraná.

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NOTICIÁRIO

Posse do novo Presidente do Te.

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R. Tribun. Cont. Est. Paraná t4 (77) Jao. 1983

o Conselheiro Cândido Martins deOliveira assumiu, no dia 6 de janeiro, emsessão plenária a Presidência do Tribunalde Contas do Paraná. Na oportunidade,foram empossados, ainda, o Vice-Presiden­te, Conselheiro João Féder e o CorregedorGeral, Conselheiro Rafael latauro.

PrestigiamentoA solenidade de posse dos novos diri­

gentes da Corte de Contas do Paraná, con­tou com as presenças do GovernadorHosken de Novaes, do Presidente do Tri­bunal de Justiça. Desembargador Helian­lho Camargo, do Comandante da 5~ R.M.,General Paulo Campos Paiva, do ArcebispoMetropolitano. Dom Pedro Fedalto, doVice-Presidente do Tribunal de Contas daUnião. Ministro Vidal da Fontoura c doPrefeito Municipal de Curitiba, ArquitetoJayme Lerner, além de Desembargadores,Secretários de Estado e inúmeras outrasautoridades e convidados especiais.

Pronunciamentos

O Conselheiro José lsfer , Presidentedo Tribunal de Contas, ao dar posse ao

novo Presidente. e conselheiro Cândido Mar­tins de Oliveira, apresentou relato de suagestão, onde procurou ressaltar a edição daLei n9 7.594, de 19 de maio de 1982,quepropiciou o enquadramento do pessoal su­plementar, regularizando uma situação ina­dequada do corpo funcional do Tribunal,bem como da Lei n97.665, de 28 de

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outubro de 1982, que trata da equiparaçãodos vencimentos dos funcionários daCasa aos dos Poderes Legislativo e Judi­ciário; além de agradecer a colaboração eapoio dispensados do Corpo Deliberativoe Instrutivo.

Concretizada a transmissão do cargo,sob a Presidência do Conse1beiro CândidoMartins de Oliveira, tomaram posse osConselheiros João Féder, na Vice-Presí­dência e o Conselheiro Rafael Iatauro. naCorregedoria Geral.

A seguir, foi concedida a palavra aoConselheiro Leõnídas Hey de Oliveirapara a saudação aos novos administradoresdo Tribunal de Contas do Paraná.

Designado pelo Excelenttssimo SenhorPresidente deste Egrégio Tribunal, para sau­dar, em nome dos Senhores Conselheiros,os novos dirigentes desta Casa, (] faço commuita satisfação.

Em principio ressaltamos (] fecundotrabalho desenvolvido pelo Eminente Presi­dente, Conselheiro José 1sfer que, com aserenidade que lhe é peculiar, soube seconduzir durante o ano que passou e queora deixa a Presidência ainda mais admira­do por todos os seus pares.

Perante os Senhores Conselheiros,

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Auditores e Procuradores desta Casa e dasmais alta autoridades do Estado, bem co­mo, aos olhos dos seus amigos, familiarese de todos os funcionários que a integram,frente a todos aqueles que se interessampela causa pública, tomaram posse os Emi­nentes Conselheiros, Cândido Manuel Mar­tins de Oliveira, como Presidente; Joãofeder, na qualidade de Vice-Presidente; eRafael 1atauro como Corregedor; eleitosque foram em sesstio do dia quatorze dedezembro último, para uma gestão duranteo corrente ano de 1983.

Memorável em todos os seus aspectosa presente sessão, que traduz mais um passoglorioso na vida deste Tribunal, eis que osnovos dirigentes, por possuirem excepcio­nais qualidades de cultura e honradez,contam, desde logo, com a satisfação detodos.

Evidentemente, Cândido Martins deOliveira, apesar de ainda moço, conta comlargo trabalho prestado à administraçãopública do Estado, pois entre outras einúmeras funções públicas, já exerceu cargode Secretário de Estado e perante esteTribunal, antes de ser alçado ds altas fun­ções de Conselheiro, foi Procurador do Es­tudo junto a este Tribunal, tendo sempre sedestacado por sua inteligência e cultura, comprofunda sensibilidade aos problemas daadministração publica.

Como bacharel em Direito, exerceua advocacia com raro brilho, por longoespaço de tempo, brilhando junto aos tri­bunais pátrios, na defesa de seus inúmerosconstituintes, que os conquistou sempre,por suas qualidades pessoais e profissionais.

Como jornalista, esteve sempre voltadoà moral administrativa, desencadeando cam­panhas junto à imprensa, em beneficio dopovo, o que o tomou bastante conhecido.

Nesta oportunidade, Eminente Conse­lheiro Cândido Manuel Martins de Olivei­ra, V Excía. foi muito feliz, porque ocapricho do destino lhe proporcionou

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urna equipe de homens que em conjuntocom V: Excia. , vão permitir, a este Tri­bunal, uma administraçao das mais fecun­das, brilhante, sadia e justa, eis que contacom a colaboração dos Eminentes Conse­lheiros João Féder e Rafael latauro, quejá exerceram aqui as altas funções de Pre­sidente, Vice-Presidente e Corregedor, emoutras gestões, conduzindo-se brilhante­mente, de cujas formações pessoais jicaramgravadas nas páginas gloriosas da vida desteTribunal.

Os dirigentes deste Tribunal, quehoje iniciam sua administraçao, tem sobresi uma grande e importante missão a cum­prir, em 'vista de que, por coincidência,iniciando o Brasil uma nova fase democrá­tica, em que o povo pode diretamente es­colher os seus representantes, nos Estadose Munícipios, transformaram-se os aspec­tos da administraçao estadual e municipal,com novo governo, vindo de todos os rin­cões da pátria, prometendo nova filosofiade gestão da coisa pública,

A luta pelo desenvolvimento, a von­tade de tudo fazer, não irão perturbar asnormas constitucionais e legais que regema administraçao pública, pois estamos cer­tos de que, responsáveis como o são, osnovos governos vão fazer uma adminis­tração fecunda e sadia, dentro das normasconstitucionais, orçamentárias, financeirase administrativas, facilitando assim, a mis­são deste Tribunal, em sua competênciaconstitucional de fiscalizaçao daquelesaspectos da gestão da coisa pública, quesempre se tem colocado, acima de tudo,como órgão superior de colaboraçao aoproprio poder público, pois, fiscalizando,este Tribunal coopera para o desenvolvi­mento do Estado, que em última análise,redunda no bem comum do povo.

Luiz Golotti. um dos mais brilhantesintegrantes Ministros de Colendo SupremoTribunal Federal, num episódio da vida daSuprema Corte, respondendo às criticas de

R. Tnbun. Cont. Est. Paraná 14 (77) Jan. 1983

João Mangabeira, sobre como vinha seconduzindo a mesma Corte, assim se ex­pressou: "soube sempre cumprir a suaalta missão constitucional, impávida e sere­namente, mesmo nas horas mais âiftceise de mais perigo, usando, na [alta de outra,da sua imensa força moral e jamais deser­tando ao seu nobre dever de guarda impe­

térrito da Constituição e das leis "Que suas palavras ressoem sempre

entre nós, para a grandeza e o respeitodeste Tribunal, que não tem outro obje­tivo, senão o da grandeza de nossa pátriae do nosso querido Estado.

Concedida, a seguir, a palavra aoAuditor Aloysio Blasi, na sessão de possedos novos dirigentes, assim se expressou,em nome do Corpo Especial do Tribunalde Contas.

Em virtude de honrosa delegação dossenhores Auditores desta Corte de Contas,dirijo-me a Vossa Excelência para saudá-lo,Conselheiro Cândido Martins de Oliveira.

Ao instante em que Vossa Excelênciaassume a presidência do Tribunal de Con­tas do Estado do Paraná, vem, à minhalembrança o consenso dos observadoresdedicados à observaçao do curso da histó­ria polüica paranaense, consenso, segundo

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o qual, Cândido Martins de Oliveira seria,certamente, uma das mais proeminentes eexpressivas figuras da politica estadual,graças a uma série de condições pessoais,dentre as quais, naturalmente, 'notávelcapacidade de trabalho e absoluta ínte­gridade de caráter, aliás, uma constantena fanulía Cândido Martins de Oliveira.

Na chefia da Casa Civil do GovernoEstadual, no exercicio de mandatos legis­lativos, na condução dos negócios da Se­cretaria de Educação e Cultura ou, então,como Procurador desta Corte de Contase, posteriormente como Conselheiro, con­firmou Vossa Excelência, de maneira ine­quívoca aquele julgamento a que nosreferimos.

Dai, porque, a certeza de que estamospossuidos, segundo a qual, Vossa Exce­léncia haverá de conduz ir os destinosdesta Casa durante o periodo que ora seinicia, conforme os mais altos interessesdo Estado. da coletividade e naturalmente,o proprio Tribunal.

Será, por certo, 1983, ano dificil eáspero, diante da complexidade da conjun­tura sócio-econômica que domina o paise que, fatalmente. Se refletirá sobre o nossoEstado.

Todavia, a experiência e a sensibili­dade politica do novo Presidente serãoelementos que irao facilitar consideravel­mente a ação desta Corte de Contas, nodesempenho de suas altas finalidades,quais sejam, em sintese, a de bem fisca­lizar o emprego do -dinheiro público, querno plano da administraçüo estadual, comona área municipal.

Querem expressar, também, os A udí­tores, todo o apreço e apoiamento aosdignos Conselheiros João Féder e RafaelIatauro.

Do registro de administrações ante­riores. inclusive na Presidência desta Casa,fica a certeza de que Vossas Excelênciasestarão altamente capacitados para o exer-

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cicio da Vice-Presidência e da Corregedoriada nova administração do Tribunal deContas.

Senhor Presidente: Desejamos, ao con­cluir, assegurar a Vossa Excelência, a ga­rantia de que os Auditores deste Tribunalsentem-se profundamente compromissados,no sentido de oferecer a mais ampla eleal colaboraçâo. quando do desempenhodas atividades que lhes SUo atribuidas porlei.

Este é o pensamento dos membrosdo Corpo Especial desta Corte de Contas, oqual, sinteticamente, procurei traduzir.

Por delegação do Procurador Geral,Doutor Ivan Xavier Vianna, foi concedidaa palavra ao Procurador do Estado juntoao Tribunal, Dr. Belmiro Valverde JobimCastor.

Honrou-me o Procurador Geral IvanXavier Vianna, com a. míssao de saudar,em nome da Procuradoria do Estado juntoa este Tribunal. o Conselheiro CândidoManuel Martins de Oliveira. que hoje assu­me a Presidência desta Corte e os Conse­lheiros João Féder e Rafael Iatauro, queCOm ele formam a alta direção deste Tri­bunal ora empossada.

R. Tribun. Cont. Est. Paraná 14 {77) Jan. 1983

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Nenhuma tarefa poderia ser maisagradável e menos espinhosa de que esta,facilitada pelos elevados predicados pes­soais daqueles a quem me cabe dirigiresta homenagem, os quais já foram lem­brados pelo Conselheiro l.eônidas Hey deOliveira e pelo Dr. Aloysio Biasi. CândidoManuel Martins de Oliveira, JOGO Feder eRafael Iatauro têm sido pródigos em suacontribuição pessoal e intelectual a esteTribunal como julgadores. E todos siloexperimentados administradores da coisapública, seja no âmbito desta Casa onde() novo Vice-Presidente e o IIOVO Corre­gedor já exerceram a Presidência, seja na

área do Poder Executivo e do Poder Legis­lativo, onde {) Conselheiro Cândido ManuelMartins de Oliveira C0I1StnlÍu uma car­reira extremamente profúua e distinguida,

ocupando. sempre muito jovem, posiçõespotüicos e administrativas de grande

destaque.Nenhuma dificuldade haveria, portan­

to, em exaltar muitos de seus atributospessoais e inúmeros aspectos de suas indi­

F/dualidades. Porém, se fosse necessáriodestacar apenas um deles COntO qualifica­tivo defínttívo para o exercicio da direçãodesta Corte, eu diria que tanto o Conse­

lheiro Cândido Manuel Martins de Oliveiracomo os Conselheiros João Feder e RafaelIotouro se caracterizam pela clara e exatacompreensão do papel que e destinado àinstituição dos Tribunais de Contas do Bra­sil e, mais importante ainda, dos obstáculosque os rnesmos enfrentam para cumprir,na sua plenitude, a missão institucionalque lhes cabe.

E que importância tem tal compreen­são? São em suma, homens capazes deentender, plenamente, a lição de Disraeli:

"Individuas podem formar uma comu­nidade, mas só as instituições podem criaruma nação"

Por entenderem claramente este pre­ceito, é que estão, também. capacitados a

R. Tribun. Cont. Est. Paraná 14 (77) Jan. 1983

entender o momento crucial que vivem osorganismos de controle externo na Admi­nistraçao Brasileira, que necessitam, urgen v

temente, encontrar novas fontes de vitali­dade para exercer um eficaz controle pú­blico sobre a operação da máquina admí­nistrativa brasileira que se distancia, cadavez mais dos padrões ortodoxos burocrá­ticos. A máquina administrativa do Es­tado brasileiro está hoje largamente dis­tanciada dos padrões que a caracterizaramdurante longo tempo. Impulsionadaspela falência dos modelos burocráticostradicionais, que resultaram em puro esimples ritualismo e formalismo imobi­lizando a máquina pública; legitimadaspela busca de padrões de eficiência geren­cial até então só posstveis nas empresasprivadas, as entidades paraestatais, passa­ram a ocupar um espaço crescentementeinfluente na Administração Brasileira e

hoje já a dominam amplamente em termosde seu peso politico, orçamentário efinanceiro.

Com elas, vieram para o âmbito daAdministração Pública, práticas adminis­

traiívas e gerenciais até então desconheci­das e é fora de dúvida que a ampliação dopapel do Governo na sociedade pode .'16 serealizar com um grau minimo de eficáciagraças à flexibilidade e agilidade operacio­nal que tais mecanismos introduziram naação do Estado, Porem, com elas instaurou­se na Administração um ritmo alarmante­mente crescente, um novo ethos. muitomais preocupado com a eficiência, a expe­riência e a racionalidade instrumental doque corn os Falares mais elevados que de­Fem guiar a Administração Pública, como aigualdade, a equanimidade, a ausência de

privilégios, a responsabilidade do adminis­trador público perante a comunidade geral,e a qualidade dos fins da ação administra­tiva.

É evidente, mesmo para o observadormenos atento, que enquanto as estruturas

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administrativas governamentais se moderni­zaram aceleradamente, as estruturas decontrole externo, como os Tribunais deContas não se atualizaram, conceitual­mente, na mesma velocidade e com isto,tiveram sua eficácia no controle públicoda gestão administrativa e financeira am­plamente comprometida. A té agora, ocontrole público sobre o aparelho para­estatal é extremamente precário. E este éo desafio e a ameça aos Tribunais deContas.

Este não é o momento para umaanálise profunda deste ponto mas apenasde ressaltar a clara percepção que deletem os novos dirigentes desta Casa, bemcomo a disposição que demonstram emenfrentá-lo.

Nós da Procuradoria do Estado juntoao Tribunal de Contas partilhamos damesma preocupação, uma vez que a missãoque nos é deferida e que procuramoszelosamente cumprir, não consiste nadefesa incritica e rotineira de todos equaisquer atos do Poder Executivo peranteeste Tribunal mas sim, na continua orien­tação e na mediação entre este último eaquele para assegurar a probidade e lega­lidade dos aros administrativos praticadosno âmbito do Executivo.

Quero finalizar estas palavras, queespero tenham sido ao menos breves, comuma muito merecida homenagem aosConselheiros José Isfer e Armando Queirozde Moraes, que hoje deixam a Presidênciae a Corregedoria desta Corte. Da mesmaforma que aqueles que hoje assumem adireção do Tribunal, são os Conselheirosque a deixam, marcantes exemplos dededicação à causa pública, continuamentereafirmada ao longo de proftcuas e bri­lhantes carreiras que, certamente conti­nuarão a enriquecer esta Casa. A eles,a muito merecida homenagem dos mem­bros da Procuradoria, que neles sempreencontraram exemplos de dignificação des-

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ta Casa de que tantos nos orgulhamos.

Discurso de agradecimento Pessoal eem nome dos Conselheiros J0:1"0 Féder eRafael latauro. proferido pelo novo Presi­dente, Conselheiro Cândido Manuel Mar­tins de Oliveira, no cncerramen to da Ses­sâo Solene de posse, realizada no dia 6 dejaneiro de 1983.

Em nome dos Conselheiros João Fédere Rafael Iatauro, Vice-Presidente e Corre­gedor Geral ora empossados e no meupróprio, agradecemos as palavras do Emi­nente Auditor Aloysio BIasi e do PrezadoProcurador Belmiro Valverde Jobim Castor.

Aos nossos Eminentes pares, que seexpressaram através da figura impar doConselheiro Leônidas Hey de Oliveira,cuja experiência, capacidade e saber [urt­dica honram e orgulham este Colegiado,o penhor da nossa gratidão, pela amizadee pela confiança, certos de que o consensodas eleições permanecerá no desempenhodas nossas atribuições, na tarefa que nosé comum, de dignificar, com lealdade etrabalho, esta insiituiçâo, que tanto ama­mos e respeitamos.

Assumir a Presidência do Tribunalde Contas do Estado, sucedendo o Emi­nente Conselheiro José Isfer, representa

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grande honra, a par de significar enormeresponsabilidade por substituir quem nachefia desta Corte soube se conduzir comserenidade e singular esptrito público,merecendo" o respeito e a gratidão de'quantos com ele conviveram e trabalharamno último ano.

Senhoras e Senhores, desejamos queeste ato, além de transferir o comandodo Tribunal de Contas, tenha a força deum compromisso, voluntário e solene,com a própria sociedade paranaense.

Se é verdade que a sociedade organi­zada deve controlar O Estado e as suasautoridades, não menos verdade é que oTribunal de Contas deve ser o instrumentodesse controle. Só ele e apenas ele temcondições e poderes para tanto.

Os poderes nos vêm da Lei Maior eas condições dos recursos técnicos deque dispomos.

Não importa o que digam ou o quepensem os menos preparados ou os maismal intencionados.

A Constituição Federal determina quea fiscalização orçamentária e financeiraincumbe ao Tribunal de Contas, bem comoo julgamento dos ordenadores das des­pesas públicas e o controle da moralidadee da legalidade dos atos administrativos.

Ninguém discorda, que de cada cen­tavo do erário, contas devem ser prestadas.Não importa quem recebeu ou quem gas­tou. Todos estão sujeitos a fiscalizaçãoda Corte de Contas, nos limites da suacompetência.

Os poderes que ternos, portanto, es­tão ai: na Constituição, fias Leis e, prin­cipalmente, na consciência iurtdíca dósque crêem no Estado de direito.

Ao arbttrio repugna prestar contas.Às ditaduras, amedronta a fiscalização.

A história da nossa instituiçüo é sin­gela: na liberdade e na democracia ela é;na força e na ilegalidade ela queria ser.

Este Tribunal não quer nada além do

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que deve. Devemos à sociedade o que ga­nhamos e o que somos. Somos um poucodo que sonharam os nossos instituidorese ganhamos o que nos paga a sociedade.

O nosso débito não está, pois, nocrédito deste ou daquele Governo, desteou daquele partido. Somos devedores doscidadãos do Parando

Não nos atemoriza a critica e somoscapazes da autocntica.

Sabemos dos nossos erros e dos nos-sos pecados. Criaturas faliveis, enganosnos destrilham e falhas nos maculam.

A ceitamos com humildade as criticase os açoites, no propósito de fazer doserros e dos pecados, o reintcío do caminhoda virtude, pois guardamos a fé e 110.'1 ins­piramos NAQUELE, que crucificado e in­sultado, voltou para perdoar e salvar atodos.

Ao reconhecer as falhas, é preciso querealcemos os acertos.

No anonimato, no silêncio e na modés­tia, esta Corte de Contas sempre atuoucom dign idade e desassombro. Não se con­tam em crüzeíros os desmandos evitados,os abusos coibidos, os contratos impugna­dos e os erros corrigidos, pela ação prontae firme deste Tribunal. Desde o seu alvo­recer até os nossos dias são milhões, por­que a ânsia de realizar ou a ambição deamealhar, às vezes, descamínha o reto esempre incentiva o (mprobo.

O percurso que até aqui vencemoscomo Orgão Constitucional, sem embargodas dificuldades e incompreensões, dá-nosa tranqüilidade do dever cumprido. Vis­lumbramos, agora, um horizonte promissor,em termos institucionais, com a promessade um novo ordenamento juridico maior,que retrate a alma da naçffo e fixe, defini­tiva e corretamente, a posição dos orga­nismos, que entre os povos mais adiantadose cultos têm a relevante missão de zelarpela boa aplicação dos recursos públicos.

Este Tribunal jamais se prestará a ser

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uma "instituíçâo de ornato aparatoso einútil", que Ruy Barbosa, nosso patronoe inspirador, temia e repudiava.

A Corte de Contas dos EminentesConselheiros Leônidas Hey de Oliveira,José Isfer, Antônio Ferreira Rüppel, JoaoFéder, Rafael latauro e Armando Queirozde Moraes, com o Corpo de Auditores eProcuradores de quilate dos que aqui temassento e sustentado por uma equipe fim­cional de escol, fi, porque está na Lei econtinuará a ser "um instrumento conce­bido no estado de direito como meio deaferiçao da legitimidade no desempenhoda atividade administrativa do Estado,exercida por um ou por outro poder". Nadefinição do Prof. Celso Antônio Bandeirade Melo.

Temos a consciência do momento epercebemos a encruzilhada do tempo,vislumbrando a virada da página no livroda humanidade, muito menos pelo passardos anos e pelo amanhecer de um nOlloséculo, e muito mais pelo sentimento,a cada instante mais forte, das exigênciassociais e das aspirações indtviauai« decada cidadão.

"As velhas práticas já não servem" nodizer de Brecht, assim como "não devemoster medo de colocar coisas novas diantedo povo".

Termômetro isento e insuspeito docomportamento do Estado e da sua gente,refletido na receita e na despesa dos orça­mentos da administração direta e indireta,esta Corte sabe do seu papel e não se fur­tará a cumpri-lo.

Com um passado a dignificar, pelalição de cultura e de trabalho, com umpresente a preservar, a hora é de buscaro futuro. com determinação e competên­cia, pois no mundo que se avizinha, esta­mos convictos, pessoas ou instituiçõessobreviverão na medida da sua aptidão eem razão da sua utilidade social.

Assim como a visão do tempo e a

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marcha da história dimencionam e orien­tam o mmo do amanhã, esta Corte deContas, com os pés plantados no chão, nãoesquece o território e a gente, que formame dão vida ao Estado, onde age e atua.O Paraná, pelo trabalho do seu povo ecapacidade dos seus dirigentes, de onteme de hoje, é um Estado sob controle, [ir­me, moderno, seguro e estuante de espe­rança.

Com. uma receita diversificada, trans­fere para a União o resultado da sua pro­dução, dá ao Brasil a força da sua naturezae a potencia da sua capacidade. enquantoespera uma reforma tributária que lhe faça

justiça na repartição das rendas públicase devolva aos seus Municipios parcela cor­respondente aos' encargos econômicos esociais que lhes incumbe.

Ninguém haverá de nos apontar omis­sões, por fraqueza ou por temor; todoshaverão de nos identificar na firmeza eno labor.

Muito temos a buscar na clareza dasatribuições, no aperfeiçoarnen to do desem­penho, mas é certo que os limites legaisque nos cercam e os quadros que nossustentam, possibilitam, já e agora, umTribunal acima das paixões, livre das iniun­ções, que oriente e julgue, sancione e re­leve, puna e aprove, ajude e cobre, perdoee condene, sempre, por amor à justiça erespeito ao direito.

Senhoras e Senhores,Presenças tão marcantes a esta sole­

nidade, de autoridades, amigos e funcioná­rios, aos quais em nome do Tribunal deContas agradeço profundamente, animame dão forças a quem espera em Deus,poder corresponder às esperanças detodos.

Muito Obrigado.

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SEMINÁRIO

Te planeja seminanosde orientação Municipal.

Esta consolidado o planejamento deSeminários Regionais de Orientação Muni­opa!' elaborado pelo Te c as ASSOeIA­ÇOES DE MUNICIÍ'IOS DO PARANÁ, ob­jetivando o debate sobre os aspectos bási­cos da Prestação de Contas c a troca de in­

formações essenciais acerca dos atos admi­

nistrativos c execução orçamentária <I nívelmunicipal.

Além dos Prefeitos vcccm-empossados.

estarão participando desses Seminários, osnovos Vereadores c os técnicos em conta­bilidade responsáveis de cada municfpio,

constituindo-se 110 ponto alto do referido

evento, o diálogo entre os representantesmunicipais c os dirigentes do Te. quantoao papel do Tribunal e o cuidado que to­

dos devem ter na correta aplicação do dl­nhciro público.

Os 310 municlpios paranaenses estarãodistribuídos em Ii palas regionais. a fim

de facilitar o acesso dos participantes, con­forme calendário.

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CALENDÁRIOMunicípio Sededo Evento

União da Vitória

Francisco Bettrão

Guarapuava

Cascavel

Jacarezinho

Londrina

Data

04.03.1983

05.03.1983

18.03.1983

19.03,1983

25.03.1983

26.03.1983

Associações de Municípios ConvidadasTotalizando 310 Municípios

Sul Persnsense e Região Suleste do Paraná

Sudoeste do Panmá

Região dos Campos Gerais e Centro Oeste do Par.mâ

Oeste do Paraná

Norte Pioneiro e Norte do Paraná

Médio Psrsnepeneme

Umuereme 08.04.1983

,iI

hp

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Campo Mourão

Maringá

Paranaval

Paranaguá

09.04.1983

15.04.1983

16.04.7983

22.04.1983

Regiãu de Campo Mourão

Setentriêo Paranaense e Vale do {vai

Noroeste do Parana

ütoret do Paranáe Região Metropolitana

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R. Tribun. Cont. Est. Paraná 14 (71) Jan. 1983

ENTREVISTA

Como convidado e conferencista, onosso entrevistado, Professor Oliveira Fran­co, catedrático da Universidade do Paraná,participou de SIMPÚSIO DE TRIBUNAISDE CONTAS, realizado na Cidade do Riode Janeiro, em 1982.

O tema principal foi "Os Tribunais deContas e sua Jurisdição" e contou com re­presentantes do Tribunal de Contas daUnião e de todos os Tribunais de Contas doPaís.

Oportunizou que fossem abordados,com realismo e objetividade, assuntos quedizem respeito ao ordenamento constitu­cional, assim como, debates sobre proble­mas fundamentais de caráter institucional.

Com a reconhecida capacidade, quelhe é peculiar, o nosso entrevistado, dandoprovas de conhecedor profundo da organi­zação político-constitucional brasileira,discorreu, naquele Simpósio, sobre "TRI­BUNAL DE CONTAS, ÚRGÃO ou PO­DER", sendo vigorosamente aplaudido.

Com base em sua palestra, concedeu àREVISTA DO TRIBUNAL DE CONTASa seguinte entrevista:

P. Prof'. Oliveira Franco, o que pensa osenhor, em termos conclusivos, acercado Simpósio do Rio de Janeiro?

R. Simplesmente, que foi um encontro de

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alto ntvel intelectual, como não podiadeixar de ser, no qual os debates e asconclusões correspondem à realidadedas instituições politicas nacionais.Não é diftcil saber, que não só na Bra­sil, as Cortes de Contas devem assumiruma posição constitucional e não sim­plesmente administrativa. Estamos,sem dúvida, dada a natureza das fun­ções, diante de um poder não enqua­drado na clássica tripartição montes­quiana.

P. Não haverá com isso conflito com osdemais Poderes?

R" Não acredito. A questão é de organi­zação; na organizaçãode competênciasespecializadas. Definidas as competên­cias, cada jurisdiçiio ficará devidamen­te qualificada. Evidente que os Tribu­nais de Contas, ficando nos limites dafiscalização orçümentdria e financeira,estão na obrigação constitucional deapreciar e julgar, com .exação proces­sual, tudo quanto disser respeito à boaou má aplicação, não só dos dinheirospúblicos como, também, da normalexecução da receita com respeito àdespesa programada.

P. Seria, nesse caso, o Tribunal de Con­tas, um Poder sobre os outros Poderes?

R. Não. Não é o que se quer. Daí a razãoda necessidade, no tocante à organiza­ção do Estado, de uma ampla e racio­nal reforma das estruturas constitucio­nais. Defendo a criação de um Tribu­nal Constitucional capaz de examinaratos infringentes da Constituição.Eis que, acima do Legislativo, do Ju­diciário e do Executivo, está a "Lex­Prima". A tripartição clássica dividin­do tarefas é boa, porém, já não esgotano mundo de hoje e nas relações iun­dicas, toda a gama de atividades per­tinentes à plenitude da ação estatal.

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P. Nwna reformulação conslitucional éentão possível harmonizar prerroga·tívas?

R. Não discutindo pessoas ou nomes, obom ou mau exerctcio da função judi­dícante, o que importa nas estruturashormônlcas interpenetradas, é saberonde um poder possa conter outro po­der, evitando consumação da ilegalida­de, do arbttrio e da licenciosidade. Asprerrogativas se definem pelos munusoutorgados, na prática de atos enqua­drados num sistema de leis. Elas seprojetam conforme permitam os man­damentos constitucionais e jamais seconfundem nas esferas públicas.

P. Como se poderá colocar os Tribunaisde Contas na organização político­constitucional?

R. Em pé de igualdade com o Legislativo,o Executivo e o Judiciário, tendo emapreço: somente, regime que determi­ne a finalidade na jurisdição. Tudo éuma questão de fins nas relações [uri­dica-públicas. Igual ao Executivo, °Legislativo e o Judiciário, também, li­dam com recursos financeiros aplicá­veis. A tomada de contas, sem dúvida,é que faz dos Tribunais de Contas umajurisdição exclusiva. Cabendo a eles"in casu", apreciar responsabilidadesatravés da prática geral de onde partamos atos executorios.

P. Acha, professor, que a sua tese tempossibilidade de vingar?

R. Não sei. A tese não é só minha. Enten­do, porém, em sintese, que esse foi opensamento dos especialistaspresentesno Simpósio do Rio de Janeiro. Nofundo, foi o que depreendi das lúcidasmanifestações dos Ministros AmaralFreire e Ewald Sizenando Pinheiro. Dedoutrinadores do porte de Caio Tácito,Cotrim Neto, Seabra Fagundes e Celso

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Antonio Bandeira de Mello. De todauma assembléia culta e sensivel ao pro­blema da fiscalização e tu tela dos di­nheiros públicos. Quanto às [onnes defazer, a questão é outra.

P. Professor, a sua tese não sofrerá, tam­bém, repercussões negativas?

R. Quem sabe, sim; quem' sabe, não. Oimportante é que há uma semente bemplantada nos espúitos. Quero que sai­bam que a minha posição nada tem depessoal. Meu interesse reside no aper­feiçoamento das instituições funda­mentais básicas. Quando não se estáisolado, as conquistas naturais ficammenOS árduas. Aliás] o começo da lula

vem do grande Ruy Barbosa, que fezseguidores. De minha parte, acho queadministradores, em qualquer área,não tenham porque temer prestaçõesde contas.

P. Como pode ser colocada, hoje, a ques­tão dos Tribunais de Contas, em facedo seu pensamento?

R. O pensamento, repito, nau é meu, por­que decorre da análise das profundasraizes institucionais, já "interna-corpo­ris" sensibilizando os Tribunais deContas do pai«. Antes do Simpósio,em reunião congressual realizada emFlorianopolis, o ilustre Conselheiro Or­lando Morais, que é professor da Uni­versidade Federal de Pernambuco, commuita objetividade, ex teriorizou a pro­blemática em termos lógicos, quantoaos princípios regedores dos mecanis­mos constitucionais.

P. Prof. Oliveira Franco, sua opinião so­bre os resultados do Simpósio do Riode Janeiro.

R. Foram ótimos. Que falem, por mim,assim querendo, os ilustres Conselhei­ros João Féder, Armando Queiroz de

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Moraes, Rafael Iatauro e Cândido Mar­

tins de Oliveira, que lá atuaram combrilho e estiverem presentes. Fomostodos testemunhas participantes de umalto concíave politico-constítucional­administrativo. Os pronunciamentos,em debates no Simpósio, visaram duascoisas principais: a licitude no compor­tamento governamental e as lés rege­doras da exação na conduta dos admi­nistradores públicos.

P. Algo mais, professor?R. Sim. Fiquei honrado com o convite re­

cebido e com as manifestações de apre­ço pessoal a mim tribu tadas. Ganhei,com isso, ânimo para novas lutas, dita­das pelo interesse público. Foi gratifi­cante o convtvio com figuras expoên­tes como as dos Conselheiros Reynal­do Sant'Anna e Carlos Costa, atualPresidente do Egrégio do Tribunal deContas do Rio de Janeiro. Não tenhoreservas para aplaudir a iniciativa do"Instituto Ruy Barbosa" e do seu Pre­sidente, Conselheiro Ivan Gualberto do

Couto.

P. E para encerrar?

R. É, vamos encerrar, embora haja muitomais que falar. Sou imensamente gratoao Conselheiro João Féder, pelas pala­Vras comoventes introdutórias à minhamodesta participação. Também, aosConselheiros Nelson Siqueira, AêcioMennucci, Luis de Magalhães Mello,David Alves de Mello e ao MinistroA maral Freire, possibilitando que daminha palestra se tirassem conclusõesindispensáveis à clareza dos conceitosemitidos. Ao concluir, digo porqueestou certo, um grande passo foi dadono sentido de colocar os Tribunais deContas na sua verdadeira posição,diante da organização constitucionalbrasileira.

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TRIBUNAL DE CONTAS,ÚRGÃO OU PODER?

ProfessorManoel de Oliveira Franco Sobrinho

Não é necessário, diante de problemá­tica tão ampla "O Tribunal de Contas e suaJurisdição", sobretudo no diálogo com es­pecialistas altamente credenciados, remon­tar às origens históricas para dizer da imoportância nacional deste Simpósio. Ele éatualíssimo. Como o foram os éditos deLuiz IX, da França, no ano de 1256.

Como instituição, vamos afirmar, nasConstituições antigas, contemporâneas emodernas, possui textos que lhe vão defíníra competência em toda extensão dos regi­mes de controle, de fiscalização financeirae orçamentária. Uns dizem que é um órgãode funções específicas. Outros órgão auxi­liar dos Legislativos. Não é bem assim.

No meu entender, mesmo nos limitesda fiscalização frnanceira e orçamentária, éum poder não enquadrado na clássica tri­partição constitucional. Poder pela autono­mia de gestão, pelo direito que aplica, pelajuridicidade dos atos, peio conteúdo jurídi­co das decisões, pela própria existência dejurisdição exclusiva.

Não so eu penso dessa maneira. Figu­ras ilustres do país, procuraram nos escri­tos, colocar o Tribunal de Contas na verda­deira posição constitucional: Alberto Tor­res, Alfredo Valladão , Tavares de Lyra,Agenor de Roure, Mattos de Vasconcellos,sem esquecer os que ainda oferecem sábiaslições, Rubem Rosa e Alfredo Cecilio Lopes.

Nas funções de julgamento a índole éjudiciária, pois pela organização institucio­nal, prevíníndo-se embargos e revisões, ins­trução e ritos processuais, prescrição e jul­gados, o exame do mérito e a sentença, em­bora acórdãos condenatórios sejam levadosa outra jurisdição-poder, nada inibe a veri­ficação da legalidade.

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Mattos de Vasconcellos, aqui nomea­do, ilustre administrativista, lamentava pe­los idos de 1936, que a instituição não exe­cutasse "suas próprias sentenças" ,nada ha­vendo àquela época que impedisse "que ofizesse", pois pela, inquestionável compe­tência, o Tribunal quando julga, o faz den­tro da jurisdição privativa.

Os estudiosos anotam esse ponto, por­que o importante não é discutir sistemas,fiscalização a priori ou a posteriori, ordena­dores ou executores da despesa, registro ourecusa de registro, mas a legalidade dasoperações financeiras, mas a exação admi­nistrativa no cumprimento. dos misteresgovernamentais.

Aliás, como Tribunal de natureza ad­ministrativa, não raras vezes enfrenta ques­tões contenciosas, conflitos jus dicere, im­propriedades na aplicação de normas, nãos6 quando julga as contas dos responsáveis,matéria pertinente a objeto de direitos, as­sentando sua atuação no conhecimento depreceitos constitucionais.

Explico, porém, que estou falando deum modo geral, porque no espaço de umapalestra, o que interessa é a unidade deprincípios comuns universalizados, não leisorgânicas, regulamentos, legislações estan­ques, diferenças de sistema, critérios proce­dimentais ou mesmo discórdias de pensa­mento hermenêutica.

A luta, em defesa de uma jurisdiçãoprópria e funções jurisdicionais específicas,vem de longe. Em oposição à colocação dePedro Lessa, de que as sentenças dos Tribu­nais de Contas "só têm valor jurídico desimples informações", com o que não con­cordavam juízes da estatura de Lyra, Octa­via Tarquínio, Roure e depois Rosa.

Destarte, conforme dito, o que esta­mos fomentando é continuado choque dejurisdições, en tre os tribunais judiciários eos tribunais administrativos. Autorizandoconfronto entre W"lS e outros, diante de as­suntos peculiares pertinentes que chegam a... Conferência proferida por ocasião do Simpósio"O TRIBUNAL DE CONTAS E SUA JURISDI­çÃO" no Rio de Janeiro, em 1982.

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· caracterizar usuparção de funções, ferindoo sentido jurídico dos julgados.

Ratione materiae, questões à fiscaliza­ção financeira e orçamentária devem ou-de­veriam exaurir-se nos Tribunais de Contas.Se há vícios de funcionamento nestes, tam­bém os há nos judiciais. Ante a questõesprévias, incidentais ou prejudiciais.

Por outro lado, esposados princípiosconstitucionais, não se pode no tocante aosproblemas institucionais de organização,tomar posições conforme ponto de vistaem que cada.um se coloca. Quando as leisdizem, dizem necessariamente para valer. Édesejável atender à experiência na organi­zação e o que ela represe~ta.

Urge tirar do espírito da Constituiçãoo que mais cabalmente satisfaça os fins ins­titucionais. Não se recomenda por ilegíti­mo o excesso, mas, circunscrição nos limi­tes constitucionais. Com respeito aos Tri­bunais de Contas o que pretendem as nor­mas? Apenas exprimir sob reserva que exa­minem a despesa em razão da receita?

Não e não. As implicações, decorrentesda Constituição e seu espírito, são muitomais amplas, porque envolvem questões defato e de direito, distribuição e aproveita­mento dos recursos públicos, obrigações àcargo de funções e serviços, operações rela­cionando pessoas e valores, atos de gestão eresponsabilidade.

A eficácia da fiscalização, em termosconstitucionais, não se resume na prática adecisões simplesmente declaratórias, mas adecisões cujo conteúdo interna corporis ga­nham na ordem jurídica geral e positiva, re­percussões abrangentes do exercício totalda atividade administrativa nos aspectos va­riáveis dos negócios públicos.

Ap6s a República, o Decreto legislati­vo nç 392, de 8 de outubro de 1896, con­forme Regulamento n92.409, de 23 dedezembro do mesmo ano, constitui umaLei Orgânica do Tribunal de Contas, foiuma obra objetiva de construção jurídica,

R Tribun. Conto Est. Parané 14 (77) Jan. 1983

marcada de elevado senso jurídico, de realadequação constitucional.

Recordo o fato-episódio-lei, porque alegislação de então sem ferir a esfera doPoder Judiciário, dava contribuições judi­ciárias ao Tribunal de Contas, para exem­plo não se devendo confundir in casu, aprisão preventiva determinada na área ad­ministrativa, com outras situações resultan­tes de condenação penal.

Não obstante divergências, na maiorianascidas de posições políticas ou judiciáriasradicais para preservação de prerrogativas,dada a importância do patrimônio público,quer econômico, quer financeiro , requer-separa os Tribunais de Contas duas funçõesessenciais na jurisdição:

de fiscal da administração flnancei­ra no tocante à legitimidade daatuação administrativa;de jurisdição graciosa e con tenciosapara efeito de unidade de jurisdição.

Sem contencioso jurisdicional, as nor­mas constitucionais não corresponderão àspráticas jurídico-administrativas. A subal­ternidadc dos julgados das Cortes de Con­tas atenta contra a especialização necessa­

ria, como distorce regras de conhecimentonas questões de direito financeiro e de con­tabilidade pública.

O confronto da receita arrecadada coma despesa efetuada, empréstimos públicos,ativos e passivos, operações de tesouraria,contratos, concessões, despesas reservadas,créditos adicionais, obrigações do tesouro,rendas industriais, custeios extraordinários,são alguns enfoques a exigir tutela jurisdi­cional própria.

Veracidade das contas, emprego exatodas dotações públicas, anãlíse da previsãoorçamentária, adequação da despesa à re­ceita, precedência da receita sobre a despe­sa, os resíduos ativos ou passivos, a legiti­midade nos pagamentos, fazem uma tantasquestões objetivas que pedem unidade dejurisdição.

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A expressão "boa administração",usada por Maurice Hauriou e seu discípuloHenri Welter, justificando o controle damoralidade administrativa, tem um sentidojurídico todo especial porque leva ao exa­me dos Tribunais de Contas aquelas opera­ções na aparência legais, porém prejudi­ciais, onerosas ou inoportunas.

Todavia fique claro que, mesmo comopoder na jurisdição, em virtude da influén­cia do Executivo, pode ocorrer que os Tri­bunais de Contas não tenham com relaçãoa outros poderes, força de coação jurídicapara cumprimento dos julgados.

Entra aí então o Legislativo para im­por de plano a verificação ou não da legali­dade.

O que não tem essência jurídica na or­ganização estatal é ficarem os Tribunais deContas como prepostos do Poder Legisla­tivo, embora os julgados na esfera legisla­tiva possam sofrer reavaliação de méritopolítico. A questão aqui é de ordem políti­ca, não é de administração em qualquer dosgrause níveis.

A jurisdição, por sua vez, não é fenô­meno somente de qualificação geográfica, éinstitucional, de poderes, orgânica, de fun­ções. Ativa-se, nos corpos jurídicos, con­forme energia de poder legal. A iurisdictiodefine na prenoção unidade de normas des­tinadas a fíns exclusivos, uma ordenaçãointegrando prerrogativas.

Demarcada em qualquer instituição oumesmo órgão, a jurisdição surge espontâneaporque natural, jurídica porque constitu­cional. Antes de tudo, não há como nasinstituições vivas, tiraração ou impedir querelações necessariamente produzam efeitos.O sistema de meios completa-se no direitode fazer ou dizer.

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demandas oriundas do crescimento e desen­volvimento. Em funçao disso, o recursoà dívida tem se constituído na saída lógicapara nao permitir soluçao de continuidadena execuçao de objetivos fundamentais.

A deterioração das relações de trocaprovocada pelos países ricos e a violentaalta das taxas de juros cobrados pelos ban­queiros internacionais agravaram substan­cialmente as condições de conduçao eco­nômica. Basta lembrar que para 1983,mesmo com a perspectiva de queda nastaxas de juros ~ o prime-rate poderá cairpara 11,5% - o Brasil necessita gastar15,2 bilhões de dólares, enquanto que osbanqueiros se dispõem a emprestar apenas9 bilhões. Isto implica, sem dúvida, a queo País economize, cortando importaçõesda ordem de 6,2 bilhões de dólares.

Ademais, os desencontros e o fracassoda última reunião do GATT, onde as dis­sençoes e o conflito de interesses sobre­pujaram as idéias básicas de retomada defluxo comercial, dimensionam perfeita­mente a precariedade da conjuntura mun­dial. Volta-se às idéias mercantilistas eà liçao de Montchrêtien de que no comér­cio externo "o ganho de uns representa,necessariamente, a perda de outros".

Quanto à ida do Brasil ao FundoMonetário Jnternacional, onde vai captarcerca de 5 bilhões de dólares, ao longo detrês anos - com dez para pagar e juros bemfavorecidos - não significa, obrigatoria­mente, subserviência e submissão a esseorganismo. Afinal, o Brasil é sócio-cotistado Fundo, com obrigações e direitos. Eentre esses direitos está o de tomar emprés­timos. Por isso, tal atitude reflete antesde tudo o realismo das dificuldades e ne­cessidades nacionais e a responsabilidadede quem deseja saldar compromissos assu­midos. Tivesse o governo brasileiro enfren­tado a situação com naturalidade desde ocomeço e tudo teria passado despercebido,por normal que é. A insistência descabida

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de alguns porta-vozes oficiais em negar oóbvio, na tentativa de esconder as conver­saçoes, fez com que o fato se tomassepolêmico e deu oportunidade para que ademagogia sobre ele derramasse falação.Finalmente, a publícaçao da Carta de Inten­çoes propiciou conhecimento exato daextensão das dificuldades.

O Brasil nao foi o único - nem estafoi a primeira vez - a primeira vez - arecorrer ao FMI. Países considerados for­tes também já o fizeram, com absolutanormalidade porque nao fugiram aodebate. Depois, nao havia o que esconder:o problema existe e tem de ser enfrentadoe o País vinha adotando quase todas asmedidas cautelares exigidas pelo Fundo.

Seja como for, as expressões austeri­dade e .aperto econômico serao comunse até necessárias, nos próximos dias. Épreciso, todavia, muito espírito e muitapaciência. do governo e dos governados,pois, diferentemente da biologia humana,na área econômica as terapêuticas naotêm efeito rápido, exigindo demoradotempo de maturaçao para apresentarresultados.

Além disso, os fatores internos guar­dam elevado grau de simetria com os acon­tecimentos externos e deles recebem in­fluência para a estruturação de pai íticasespecíficas.

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Fundo Penitenciário *

No exame da documentação do FUN·DO PENITENCIÁRIO, realizado em 1980,pela 1a Inspetoria de Controle Externo doTe, foram constatadas irregularidades denatureza substantiva e formal, as quais le­varam à convicção de que regras rudimen­tares de gestão financeira, orçamentária cpatrimonial não foram obedecidas.

Aquela Inspetoria se houve com juste­za em não aceitar como legais, despesasque foram realizadas com absoluta inob­servância de regras Jicitatórias e adjudica­tórias a que está obrigada a Administra­ção Pública, assim como receitas que nãoforam manipuladas de acordo com as re­gras usuais de controle.

Tentativas para a normalização doFUNDO foram feitas junto aos responsá­veis. Esgotadas as possibilidades de regula­rização c visando preservar o erário públi­co de possíveis danos, o inspetor externoNewton Pythagoras Gusso, submete à con­sideração superior a questão, sugerindo pe­la IMPUGNAÇAO, medida legal que a Ins­petoria Geral de Controle, numa prelimi­nar, ratifica.

Mediante tais informes, que somadosao Parecer da Procuradoria do Estado juntoao Tribunal de Contas e nos termos do vo­to do Relator, Conselheiro João Féder, oPlenário resolveu constituir a COMISSÃOESPECIAL DO FUNDO PENITENCIÁRIOpara proceder auditagem na documentaçãodaquele FUNDO, sob a presidência do Con-

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selheiro Cândido Martins de Oliveira (Reso­lução nO 501/82).

Após 11 meses de ingentes trabalhos, aComissão Especial designada pela Portariano 85/82-TC apresentou relatório, cujo ex­trato, a REVISTA DO TRIBUNAL DECONTAS DO PARANÁ ora apresenta.

Com a posse do Conselheiro CândidoMartins de Oliveira na presidência do Tri­bunal de Contas, a presidência da ComissãoEspecial passou à responsabilidade do Con­selheiro José lsfer.

A sua Excelência, pois, caberá a análi­se da questão, bem como, relatório finale VOTO para decisão do Plenário da Casa.

DA CONSTITUIÇÃO.DO FUNDOPENITENCIÁRIO

O Fundo Penitenciário criado pela Lein9 4.955, de 13 de novembro de 1964, éuma entidade de natureza contãbil com afinalidade de prover os recursos necessáriosao Departamento de Estabelecimentos Pe­naís do Estado - DEPE - atualmente Co­ordenação do Sistema Penitenciário ­COOSIPE - e destinados à melhoria dascondições da vida carcerária nos respectivosestabelecimentos especializados do Estado,de conformidade com as atribuições especi­ficadas no artigo 20 , do Decreto n9 16.541,de 26 de novembro de 1964, cujo ato apro­vou o regulamen to do Fundo Penitenciário.

DA ADMINISTRAÇÃO DO FUNDO

O § único, do Art. 19, da Lei n94955,de 13.11.64, estabelece que o Fundo Peni­tenciário será administrado por um Canse­UlO, presidido pelo Diretor do Departa­mento de Estabelecimentos Penais do Es­tado.

Com o advento do Decreto n9 I .533,de 23 de janeiro de 1976, o Chefe da Co-

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ordenação do Sistema Penitenciário pas­sou a presidir as reuniões do Conselho doFundo Penitenciário (Art. 43, alínea c).

A partir do exercício de 1981, con­forme Resolução nv 26, de 18 de fevereirode 1981, baixada pelo Exmo. Sr. Secretário

da Justiça, a participação do Chefe da Co­ordenação do Sistema Penitenciário ficourestrita à presidência das sessões do Conse­lho que administra o Fundo Penitenciário,e em conseqüência sendo designado umSuperintendente para desempenhar as fun­ções administrativas.

DA ESTRUTURA ORGANIZACIONALDO FUNDO

O Decreto n9 16.541, de 26 de no­vembro de 1964, que regulamentou o Fun­do Penitenciário, além de se referir a suaadministração propriamente dita, estabele­ceu a estrutura organizacional, que compre­ende os seguintes setores:

Secretaria,Contabilidade eTesouraria.

Em termos de controle, a Tesourariapassou a desempenhar, embora precária­mente, quase todas as atividades correspon­dentes, pois o Fundo não dispõe siquer deum sistema elementar, confiável, de contro­le, desde a sua criação inexistindo quais­quer livros ou fichas de Contabilidade e deTesouraria, ficando efetivamente eviden­ciada a ausência de urna escrituração con­tábil regular e autêntica, estabelecendo-seaí um perfeito paradoxo, pois a lei de cria­ção do Fundo Penitenciário consigna que omesmo é essencialmente uma entidade denatureza contábil. Em decorrência dessascircunstâncias, a Tesouraria centralizou to­das as atividades referentes a pagamentos,recebimentos e a guarda de documentos,geralmente sem qualquer registro regular,pois basta dizer que nem livro-caixa existe.

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DOS RECURSOS FINANCEIRODO FUNDO

Constituem recursos do Fundo Peni­tenciário, segundo o art. 39, do Decreton916.541,de26.l1.64:

I - Parte de dotações orçamentárias eadicionais atribuídas ao D.E.P.E.;

11 - O produto de juros, comissões eoutras receitas resultantes da aplicação dosrecursos do próprio Fundo ;

III - O resultado da venda de animaise de produtos agrícolas ou industriais daPenitenciária Central, Prisão Provisória deCuritiba. Escola de Recuperação de Meno­res e Colônia Penal Agrícola;

IV - Donativos, contribuições e lega­dos;

V - O numerário correspondente aossaldos da "Caixa de Produção" e "Caixa daCantina" à data da instalação do Conselhodo Fundo;

VI - Quaisquer outras rendas even­tuais.

Os atuais recursos financeiros do Fun­do, são constituídos quase que exclusiva­mente do produto da receita industrial ge­rada pelas Unidades do Sistema Penitenciá­rio, eventualmente de créditos adicionais,como ocorreu no exercício financeiro de1979.

DO FUNCIONAMENTO DA ATIVIDADEFINANCEIRA DO FUNDO

PENITENCIÁRIO

Sob este título faz-se necessário, fun­damentalmente, distinguir as responsabili­dades inerentes às Unidades que integram oSistema Penitenciário do Estado do Paraná,a saber:

Penitenciária Central do Estado;Prisão Provisória de Curitiba;Colônia Penal Agrícola;Manicômio Judiciário ePenitenciária Feminina, no que se refe-

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rem a produção e venda de materiais e ser­viços, a arrecadação do numerário corres­pendente e o seu recolhimento à Tesoura­ria do Fundo e as inerentes à administraçãodo próprio Fundo, que se resume, basica­mente, no registro da entrada da ReceitaIndustrial arrecadada pelas Unidades jáespecificadas; no recolhimento desse nume­rário ao Tesouro Geral do Estado; no rece­bimento dos recursos financeiros destina­dos à aplicação de conformidade com umplano previamente elaborado e, finalmente,o pagamento das despesas realizadas.

Evidenciada essa distinção, faz-se ne­cessário abordar, separadamente, essas duassituações:

19 - A Atividade financeira das Uni­dades abrange as fases retro enumeradas,sendo aqui necessário ressaltar os aspectosessenciais dessas etapas, que resultam na re­ceita industrial, a qual é destinada ao Fun­do Penitenciário exclusivamente.

Então,a) a produção de materiais e serviços é

fruto do trabalho desenvolvido pelos sen­tenciados nas respectivas Unidades;

b) a venda de materiais e serviços é fei­ta diretamente aos interessados, extraindo­se na ocasião as respectivas nulas de en­trega;

c) existem duas modalidades de pa­ga- menta: A vista e a prazo (às vezes par­celado), não obstante as vendas devessemser somente à vista, sobretudo face a inexis­tência de uma estrutura adequada para talfun. Em decorrência dessa circunstância etambém da ausência de controles e de nor­mas regulamentares correspondentes, con­fiáveis e regulares, estabelece-se aí umgrande impasse, pois não se comprova comexatidão que todo o produto das vendasrealizadas foi devidamente arrecadado, co­nhecendo-se somente o real arrecadado,pois para isso são extraídos talões de recei­ta em três vias, de blocos tipograficamentenumerados, sendo a l ê do interessado, a

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2i! do Fundo Penitenciário, que deve seranexada à Nota de Recolhimento do Nu­merário, por ocasião da entrega da mesma àTesouraria do Fundo e a 3~, da respectivaUnidade.

d) na última fase, as Unidades efetuamo recolhimento da Receita Industrial ar­recadada à Tesouraria do Fundo em espa­ços de tempo desordenados, localizando-seaí outro grande problema, pois, via de re­gra, os recolhimentos são realizados combastante atraso, cuja média é, no mínimo,de três meses. Para se efetuar o recolhimen­to, relacionam-se em impresso próprio de­nominado "Nota de Recolhimento do Nu­merário", as 2~s vias dos talões de receitaemitidas pelas respectivas Unidades, aoqual devem ser anexadas, o que geralmentenão ocorre, ocasionando conseqüenternen­te, mais um obstáculo para se atestar a fide­lidade funcional dos respectivos responsa­veis. Além disso, cabe aqui frisar, que ocor­rem ainda outras anomalias. no preenchi­mento do referido formulário, sendo asmais comuns as seguintes: As 2!ls vias dostalões de receita, muito embora sejam seria­das, não obedecem qualquer ordem, sejanumérica, cronológica, de arrecadação,etc., Se examinarmos os recolhimentos deReceita Industrial à Tesouraria do Fundo,referentes a um determinado mês, encon­tram-se talões de receita de precedentesmeses e até de exercício já encerrado, sen­do que este atraso rotineiro jamais foi jus­tificado, nem tampouco questionado peloTribunal de Contas até o exercício de1979.

A sistemática acima descrita pela pre­cariedade de sua estrutura e face a inexis­tência de controle e de normas bem defini­das, possibilitam o aparecimento das irregu­laridades já referidas, facilitando integral­mente o desvio da receita industrial e difi­cultando, conseqüentemente, qualquer de­finição a respeito da sua regularidade, pois

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os dados registrados são elementares e par­ciais.

Entre a documentação que foi enca­minhada para exame, encontrou-se casual­mente alguns volumes intitulados de "Pres­tação de Contas Interna", constituídosde notas fiscais e recibos pagos no exer­cício de 1974, com recursos provenientesdiretamente da receita industrial arrecada­da pelas Unidades, a qual deveria regular­mente ser recolhida à Tesouraria do Fundo,fato esse que evidencia a facilidade em semanipular tais recursos, e em contraparti­da, a dificuldade em se verificar a extensãodessas anormalidades.

A atividade financeira do Fundo pro­priamente dito, se resume no seguinte:

I - Na arrecadação pela Tesouraria doFundo da Receita Industrial produzida pe­las Unidades e provenientes da venda demateriais e da prestação de serviços.

II - No recolhimento ao Tesouro Ge­ral do Estado da Receita Industrial arreca­dada.

IH - No recebimento dos recursos fi­nanceiros correspondentes aos créditosconsignados no Orçamento Geral do Esta­do a favor do Fundo Penitenciário, sendoos mesmos processados regularmente atra­vés da Secretaria de Estado da Justiça (em­penho, liquidação e pagamento), cujos va­lores quase se1!1pre correspondem com asimportâncias recolhidas pelo Fundo aoTesouro Geral do Estado, referentes a Re­ceita Industrial.

IV - No pagamento das despesas reali­zadas pelo Fundo, cujas aplicações devemobedecer a um plano previamente elabora­do e aprovado pelo Exmo. Senhor Gover­nador do Estado.

DA MOVIMENTAÇÃO DOS RECURSOSFINANCEIROS DO FUNDO

O Fundo Penitenciário movimenta sórecursos fmanceiros, pois não possui orça-

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menta próprio e os planos de aplicaçõesanuais dos repasses monetários feitos pelaSecretaria de Justiça à conta dos seus re­cursos orçamentários,' sistematicamente,nos últimos exercícios não foram elabora­dos.

Para pavimentação regular desses re­cursos, simplesmente bastava utilizar umaconta bancária, aliás. o art. 39, do regula­mento do FW1do assim estabelece e a con­ta Caixa necessária para pequenos e ímedia-

.- tos pagamentos sob a responsabilidade di­reta da Tesouraria. Parao .controle, da mo­vimentação da receita industrial bastava,igualmente, utilizar uma só conta bancária.As coisas, no entanto, não transcorreramdessa maneira, e inexplicavelmente foramabertas diversas contas no Banco do Estadodo Paraná, sendo wnas na Agência Muricy eoutras na Agência XV, estabelecendo-se emdecorrência, nos últimos exercícios, umautêntico imbróglio financeiro, a saber:

1. O produto da receita industrial ar­

recadada era recolhida ao BANESTADOnas seguintes contas:

a) Na Agência Muricy: Contas nos263151-6 e 2631524:

b) Na Agência XV: Contas nos19591·7 e 6874-5.

Eventualmente algumas arrecadaçõesde receita industrial também eram feitasdiretamente' pela Tesourariado Fundo, fi­cando esse numerário indevidamente emcaixa.

2. As transferências da Receita Indus­trial ao Tesouro Geral do Estado, via deregra, eram feitas através da conta nc2631524 - Ag. Muricy, à qual convergiam,periodicamente, recursos provenientes dasfontes especificadas no ítem anterior, cujaoperação passou a ser denominada pelosfuncionários do Fundo de "giro".

3. Para o pagamento das despesas rea­lizadas, existe uma conta específica noBANESTADO, Agência Muricy de no263153·2, sob a responsabilidade do gestor

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do FW1do, sendo conhecida como "contamovimento", onde são depositados pelaSecretaria da Justiça todos os recursos fi­nanceiros que o Fundo pode legalmenteutilizar.

Esboçada essa situação, ressalta-se asocorrências mais esdrúxulas a respeito damovimentação desses recursos:

a) a Tesouraria até o exercício de1980 não possui livro caixa;

b] os saldos das contasbancãrias eramcontroladas somente nos próprios talões decheques e aínda de maneirairregular:

c) a Contabilidade e a Tesouraria nosseus demonstrativos só registram a existên­cia da Conta Caixa e da Conta Bancária no263152·2 (conta movimento), muito em­bora, oficialmente , existam outras.

d) os pagamentos das despesas doFundo que deveriam ser efetuados única­mente, através das contas mencionadas naalínea anterior, isto é, pela conta bancárianç 263153-2 e pelo Caixa, também eramfeitos pela conta bancária n9 2631521-6,embora fosse essa uma conta destinada ex­clusivamente à arrecadação da receita in­dustrial.

e) em contrapartida a situação comen­tada na alúiea anterior durante o exercíciode 1980, .foram retirados da conta movi-mente , recursos no valor de CrS .5.409.362,78 (cinco milhões, quatrocentose nove mil, trezentos e sessenta e dois cru­zeiros e setenta.e oito centavos), que retor­naramaos cofres do Tesouro Geral do Esta­do a título de receita industrial através daconta n9 2631524, cujo fato evidencia ecaracteriza o caos financeiro reinante noFundo Penitenciário.

CONCLUSÕES

No relatório, consta minuciosa análisedas prestações de contas do Fundo Peniten­ciário a partir dos exercícios de 1973 a1980, com a comprovação de inúmeras e

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flagrantes irregularidades, com o que a Co­missão Especial culminou por concluir:

Considerando que o Fundo Penitenciá­rio não manteve nesses exercícios uma escri­

turação contábil, regular e autêntica, capazde atender pelo menos o estabelecido noart. 83, da Lei Federal n9 4.320, de 17 demarço de 1964, que diz:

"A contabilidade evidenciará perante aFazenda Pública a situação de todosquantos, de qualquer modo, arrecademreceitas, efetuem despesas, adminis­t.rem ou guardem bens a ela pertencen­tes ou confiados";Considerando, também, a inexistência

de controles confiáveis e regulares, referen­tes a manipulação da Receita Industrialproduzida pelos sentenciados das UnidadesPenais do Estado do Paraná, principal fontede recursos do Fundo Penitenciario , cujosdados são imprescindrveis para plena ins­trução e julgamento dos processos de pres­tações de contas do Fundo Penitenciário;

Considerando, ainda, as irregularidadesenumeradas detalhadamente neste Relató­rio, muitas delas repetidas sistematicamen­te na maioria dos exercícios examinados;

Considerando, finalmente, a existênciade v rcios administrativos explicitados nesteRelatório e a arcaica estrutura organizacio­nal do Fundo Penitenciário, pois data doexercício de 1964, cujos fatos desvirtuamaté suas finalidades, sendo essa situaçãoreconhecida, inclusive, pela própria admi­nistração do Fundo, que elaborou e enca­minhou recentemente à apreciação doExmo , Sr. Governador do Estado um ante­projeto visando a sua total reforrnulação;

A Comissão Especial chegou a seguinteconclusão:

Jq - Opinar pela desaprovação dasprestações de contas do Fundo Penitenciá­rio, referentes aos exercícios financeiros de1973, 1975, 1976, 1977 e 1979, e dosdemonstrativos do exercício de 1980, ten-

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do em vista as irregularidades encontradasna aplicação dos seus recursos financeiros,mas, sobretudo, face a impossibilidade emse atestar a regularidade da arrecadação erecolhimento da Receita Industrial e a fide­lidade funcional dos respectivos responsa.veis.

29 - Responsabilizar os respectivosOrdenadores de Despesas pelas irregulari­dades apontadas

39 - Encaminhar expediente aoExmo. Sr. Governador do Estado, anexan­do cópia deste Relatório, sugerindo a extin­ção do Fundo Penitenciário e propondo,paralelamente, que as suas atribuições se­jam desempenhadas individualmente pelaspróprias Unidades Penais do Estado, cujasolução se evidencia como a mais racionale menos burocrática.

* O FUNDO PENITENCIÁRIO

Extrato de relatório elaborado por Co­missão Especial designada pela Portaria n985/82-1C., constituida pelo ConselheiroCândido Martins de Oliveira, (*) Presidentec pelos técnicos Marciano Paraboczy, Laurade Camargo Savi e. Luiz Gastão Cordeiro.

(') Com a posse do Conselheiro CândidoMartins de Oliveira na Presidência do TC,assumiu a Comissão Especial o Conselheiro] osé Isfer.

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DOCUMENTÁRIO

Vida! da Fontoura,um paranaense no TeU

Homem de singular cultura, larga ex­periência e comprovada capacidade, o Mi­nistro Vidal da fontoura, Vice-Presidentedo Tribunal de Contas da União, para hon­ra de todos os paranaenses, nasceu no Mu­nicípio de Colombo, a 10 krn da Capital.Aqui bacharelou-se em Ciências Jurídicase Sociais, pela Faculdade de Direito da Uni­versidade Federal do Paraná e cursou, tam­bém, Ciências das Finanças, no InstitutoComercial do Paraná. Transferindo-se parao Rio de Janeiro, cursou no Instituto Bra­sileiro, Ciências Políticas e Sociais, bemcomo, Geografia Econômica, Política eCultural, no Instituto Rio Branco.

Militou como advogado e, comotécnico do Conselho Técnico de Economiae Finanças do Ministério da Fazenda, tevepapel importante pois, entre outros muitostrabalhos, colaborou no reescalonamentoda dívida externa do Brasil e na padroní­zaçao dos orçamentos estaduais com baseno da União.

No TCU, onde desempenhou as fun­çoes de Auditor, de 1949 até 1981, teveurna atuação destacada, que lhe valeu a as­censão ao honroso cargo de Ministro e,atualmente, à Vice-Presidéncia do TCU.

O Ministro Vidal da Fontoura parti­cipou com brilhantismo de vários congres­sos e atos públicos no País e no estrangeiro,nas condições de delegado do Brasil e repre­sentante do Tribunal de Contas da União.Nesta condiçao é que veio, neste iníciode ano, para prestigiar a posse do Canse-

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lheíro Cândido Martins de Oliveira, naPresidência do Tribunal de Contas doParaná, e dos Conselheiros João Féder eRafael Iatauro, na Vice-Presidência e Cor­regedoria Geral, respectivamente.

Sua presença no referido ato público,revestiu-se da maior importância e repre­sentou o reconhecimento de um para­naense que veio trazer sua palavra de apoio,estímulo e solidariedade aos Conselheirosempossados.

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R Tribun. Conto Est. Paraná 14 (77) Jan. 1983

Com prédio anexo,TC amplia as instalações

Com instalações inauguradas em 19 dedezembro de 1972, portanto já aos 25anos de funcionamento, o Tribunal deContas do Paraná vive hoje a necessidadede ampliar seu espaço físico e, assim,melhor atender aos interesses de sua clien­tela e à própria finalidade para a qual foicriado, .com trabalhos que vêm sempre cres­cendo ao correr dos anos.

Assim, foi iniciada em 1982 a cons­trução do prédio anexo à atual sede destaCorte, obra com 6.839,02 metros quadra­dos de área construída, dispostos em seispavimentos, onde, em princípio, serãolocalizados o Corpo Instrutivo e as sedesdas Inspetorias de Controle Externo doTC, Serviço de Documentação e Biblio­teca, permitindo a fixação de todo apoiologístico indispensável ao perfeito desem­penho das finalidades jurídico-constitucio­nais atribuídas a Corte do Tribunal de Con­tas do Paraná.

A construção da obra, de responsabili­dade do Poder Executivo, sob supervisãodo Serviço de Engenharia do TC, deverá es­tar conclu ida até o final do ano e, neste inf­cio de exercício de 1983, apresenta-secom as fundações concluídas, pronta,portanto, para o início da edificaçãopropriamente dita.

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No desenho de plano de massa a seta indica aampliação do Tribunal de Contas do Estado

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I.CONSULTAS • VOTOS • DECISÕES

Verba de Representação

Decisório contrário, peloTribunal Pleno, ao pagamentode verba de representação.

É bem verdade que, em se tratando dedecisório contrário pelo Tribunal Pleno,algumas vezes por unanimidade, outros,por maioria, o assunto tem merecido fre­quente destaque em nossa REVISTA.

Nesta oportunidade, apresentamos amatéria de forma integral, ou seja, voto porvoto de cada Conselheiro que apreciou aConsulta, acompanhado da respectiva de­cisão.

RELATOR: Conselheiro Armando Queirozde Moraes.

CONSULTA: Interessada: Câmara Mu­nicipal de Santa Cruz de MonteCastelo.

VOTO

Consulta a Câmara Municipal de SantaCruz de Monte Castelo para saber se a Câ­mara Municipal pode fixar verba de repre­sentação ao Presidente.

I - A Análise feita pela Diretoria deContas Municipais diz que a legislação anoterior proibia, pelo art. 39 da Lei Comple­mentar nç 25 e que a Lei Complementarnç 38, hoje vigente, revogou em seu art.30 , da Lei nc 25.

A conclusão é pela impossibilidade de

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se atribuir verba de representação de cara­ter pessoal aos Presidentes de CâmarasMunicipais. Aduz, ainda, a Diretoria deContas Municipais, que a Presidência, comoórgão impessoal pode, contudo, autorizardespesas de representação, através de dota­ções específicas do Gabinete e que os Pre­sidentes que receberam verbas, a título pesosoal , devem repor.

11- A Procuradoria acompanha, adota,a informação da Diretoria de Contas Muni­cipais e é pela devolução de importâncias járecebidas, citando julgados do Tribuna! deContas de São Paulo.

Hl - Efetivamente, a Lei anterior proi­bia a percepção de ajuda de ~usto, repre­sentação ou gratificação - art. 39 da LeiComplementar nc 25 (2.7.75), princípiopresente também na Lei Orgânica dos Mu­nicípios (art. 51).

IV - Com o advento da Lei Comple­mentar na 38, de 13.11.79, alteraram ocritério e os limites para a fixação da remu­neração dos vereadores, o art. 39 da Lein9 2S, foi revogado pelo art. 39 da Leina 38.

Pela Lei antiga a remuneração do Ve­reador era calculada sobre os subsídios doDeputado (art. 49 da Lei nc 25).

Pela Lei a remuneração do Vereadorpassou a ser calculada sobre a remuneraçãodo Deputado (art. 49 da Lei Complemen­tar no 38).

Há uma diferença entre esses dois cri­térios, mesmo porque, subsídio é pratica­mente, o vencimento do Deputado. Com­preende a parte fixa e parte variável. E re­muneração compreende não só os subsr­dios, como também, outras vantagens pecu­niárias recebidas pelo Deputado.

Sobre WTI novo total, portanto, calcu­la-se a remuneração do Vereador. E paraque ele pudesse receber ajuda de custo eparcelas correspondentes aos diversos auxí­lios foi preciso revogar a proibição contidano art.39 da Lei n9 25, porque, se isso

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não ocorresse, vedada continuaria a percep­ção dessas vantagens, através do novo cãl­culo .

V - A verdade é que o Vereador, como advento da Lei Complementar n938,teve um substancial aumento em sua remu­neração. O Deputado, ao que se sabe, nãopercebe verba de representação. Pelo me­nos, na sua remuneração não entra impor­tância alguma, a título de representação.Se ele não tem, não é justo que o vereadora tenha. Se tem, mesmo a outro título, elafaz parte de sua remuneração e fazendo oVereador terá um percentual sobre ela.

Se o Deputado não tem essa verba derepresentação, e se o Vereador-Presidente ativer, burla-se o art. 29 da Lei n9 38, quediz que a remuneração do Vereador, no seutotal, não pode ultrapassar os limites que aseguir fixa.

VI - Finalmente, se a proibição foi re­vogada pela Lei n9 38, não há, nessa mes­ma lei, dispositivo que autorize expressa­mente a percepção dessa gratificação ouverba. E se não há, é evidente que elanão pode ser percebida.

Dessa forrna, entendo que o Tribunalde Contas deve responder negativamenteà consulta formulada pela Câmara MW1j·

cipal de Santa Cruz do Monte Castelo.

Resolução no 2385/80

O Tribunal Pleno decide respondernegativamente à consulta formulada pelaCâmara Municipal de Cianorte.

Participaram do julgamento os Conse­lheiros LEONIDAS HEY DE OLIVEIRA,JOsE: ISFER, RAFAEL IATAURO, AR­MANDO QUEIROZ DE MORAES (Re­lator) e Auditores ALOYSIO BLASI eFRANCISCO BORSARI NETTO. Foipresente o Procurador Gera! TULIOVARGAS_

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RELATOR: Conselheiro Cândido ManuelMartins de Oliveira

CONSULTAS. Interessadas. CâmarasMunicipais de Cianorte e Ponta Grossa.

VOTO

\. Nos protocolados nO 4.915/82 e n?6.804/82, os Senhores Vereadores Reinal­do de Almeida e Ubirajara Cury, Presiden­tes das Câmaras Municipais de Cianortee de Ponta Grossa, respectivamente, for­mulam Consulta a este Egrério Tribunalde Contas sobre a legalidade do pagamentoda "verba de reprsentação" aos Presidentede Câmaras Municipais.

2. O Senhor Presidente da CâmaraMunicipal de Cianorte, após afirmar co­nhecer a posição negativa desta Corte emface de pronunciamentos anteriores, pleiteareconsideração em razão de argumen tosque experide , dentre os quais sobressaem oscalcados no fato de que os Presidentes deCâmaras estão praticamente compelidos adespesas que não são comuns aos demaisVereadores, porque ocupam posição dedestaque na comunidade o que os-obrigaa gastos com livros de ouro, listas de ajuda,donativos, auxílios a formaturas, convites,etc. Refere a circunstância do Prefeitofazer juz a verba de representação, bemcomo o Vice-Prefeito, sendo que este,"quando não está ocupando o cargo dePrefeito, muito raramente é procuradopara participar das despesas de rcprcscn­tação" citadas acima.

Quanto ao aspecto legal da questão,diz ° Consulente, "não atinamos porqueo Presidente da Câmara não pode perce­ber a Verba de Representação, pois o dis­positivo legal que proibia essa concessãoque era o artigo 39 da Lei Complementarn9 25, de 02.07.75, foi revogado pela LeiComplementar nç 38, de 13.11.79, e

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segundo o nosso entendimento, o PoderLegislativo ficou com poderes para resolversobre a concessão ou não da Verba deRepresentação" .

3. Já o Senhor Presidente da CámaraMunicipal de Ponta Grossa, após abordar arevogação do artigo 30, da Lei Cornple­mentar n9 25, pela Lei Complementarn9 38, cita que os Presidentes dos Poderesa nivel estadual e federal fazem juz a Verbade Representação, argumentando que osTribunais de Contas de São Paulo, SantaCatarina, entre outros, conhecem o direitodos Presidente das Câmaras Municipais apercepção de tal beneficio, terminandopor pleitear esclarecimentos desta Casasobre o assunto, "que servirão ao regularprocedimento de todas as Câmaras Muni­cipais do Paraná".

4. Anexadas as duas Consultas, a Di­retoria de Contas Municipais exarou a ins­trução nç 37/82, da lavra do Técnico deControle Externo, DI. Noedi BittencourtMartins, que conclue sugerindo o conheci­mento delas por este Egrério Tribunal e aresposta, no mérito, que a Lei Complemen­tar no 38, ao revogar expressamente o art.39 da Lei Complementar n9 25, tornoupermissível a Vereador conduzido .à Presi­dência da Câmara Municipal o recebimentoda Verba de Representação e, ainda, que adespesa está sujeita às limitações impostaspelo art. 7q e parágrafo único da Lei Com­plementar n9 25, de 2 de julho de 1975.

5. A Procuradoria do Estado junto aoTribunal de Contas emitiu o Parecer nç5.067/82, da lavra do Procurador Dr. PedroStenghel Guimarães, opinando pela res­posta negativa em vista de decisões anterio­res desta Corte, "a contar da Resoluçãon92385/80, que respondem, negativa­mente, idêntica consulta, baseando-se emParecer da Procuradoria e em bem funda-

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mentado voto do nobre Conselheiro Ar­mando Queiroz de Moraes".

6. Efetivamente, esta Corte de Contas,até agora, tem respondido pela negativa asConsultas sobre a possibilidade do paga­mento de representação aos Presidentes deCâmaras Municipais. Tais deliberações ba­seam-se no voto do eminente ConselheiroArmando Queiroz de Moraes emitido noprotocolo n94.341/80, em que estavainteressada a Câmara Municipal de SantaCruz de Monte Castelo, deste Estado, aca­tado unanimemente, por este Plenário. Estevoto, xerox anexo, após o relatório dofeito, entrou no mérito da Consulta paradizer textualmente:

"IV - Com o advento da Lei Com­plementar n938, de 13.11.79, alteraramo critério e os limites para a fixação da re­muneração dos Vereadores. O art. 39 daLei n9 25, foi revogado pelo art.39 daLei n9 38.

Pela Lei an tiga a remuneração doVereador era calculada sobre os subsídiosdo Deputado (art. 49 da Lei nç 25).

Pela Lei nova a remuneração doVereador passou a ser calculada sobre aremuneração do Deputado (art. 4 0 daLei Complementar n9 38).

Há uma diferença entre esses doiscritérios, mesmo porque subsídio é pra­ticamente, o vencimento do Deputado.Compreende a parte fixa e a parte variável.E remuneração compreende não só os sub­sídios, como também vantagens pecuniáriasrecebidas pelo Deputado.

Sobre um novo total, portanto, cal­cula-se remuneração do Vereador. E paraque ele pudesse receber ajuda de custo eparcelas correspondentes aos diversos au­xilias foi preciso revogar a proibição conti­da no art. 39 da Lei n9 25, porque, se issonão ocorresse, vedada con tinuaria a percep­ção dessas vantagens, através do novo cal­cuIa.

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V - A verdade é que o vereador,com o advento da Lei Complementar 0938, teve um substancial aumento em suaremuneração. O Deputado, ao que se sabe,não percebe verba de representação. Pelomenos, na sua remuneração não entra im­portância alguma, a título de representa­ção. Se ele não tem, não é justo que o Ve­reador a tenha. Se tem, mesmo a outro tí·tulo, ela já é parte de sua remuneração, eo fazendo, o Vereador terá um percentualsobre ela.

Se o Deputado não tem essa verbade representação, e o Vereador a tiver, bur·la-se o art. 29, da Lei n9 38, que diz: aremuneração do Vereador, no seu total,não pode ultrapassar os limites que a se·guir fixa.

VI - Finalmente, se a proibição foirevogada pela Lei n? 38, não há nessa mes­ma Lei, dispositivos que autorize expressa­mente a percepção dessa gratificação ouverba. E se não há, é evidente que ela nãopode ser percebida."

7. Para o deslinde do mérito do as­sunto tratado, há que se analisar a questãoda Lei Maior, visto C?ffiO, este e outros pro­blemas referentes aos Municípios e suas Câ­maras estão balisados em dispositivos cons­titucionais.

A Constituição Federal fala em remu­neração de Vereadores no parágrafo 29, doart. 15, afirmando textualmente:

"A remuneração dos vereadoresserá fixada pelas respectivas Câma­ras Municipais para a legislatura se­guinte, nos limites e segundo crité­rios estabelecidos em Lei Comple­mentar."

Verifica-se aí ser este assunto de intei­ra competência da Câmara, respeitados oslimites e critérios legais. Não há nenhumareferência a verba de representação. Nem

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autorização e nem proibição.Ainda, quanto à Constituição Federal,

convém lembrar seu arl. 15, que asseguran­do a autonomia municipal, o faz, item 11 ­pela administração própria, no que respeiteao seu peculiar interesse, especialmentequanto, letra "a" " à aplicação desuas rendas", letra "b" "à organização dosserviçõs públicos locais".

Diante do exposto, cremos indiscutívelque a Constituição Federal em nenhum ins­tante entrou na minudência da verba de re­presentação, deixando tal assunto para sertratado em lei complementar, mas, poroutro lado, assegurando aos Municípiosautonomia para aplicar seus recursos eorganizar seus serviços públicos, onde seinclue '0 funcionamento da Câmara de Ve·readores.

De outra parte, a Constituição Esta­dual do Paraná, no que respeita a remune­

ração dos Vereadores, no parágrafo 19 doart. 107, repete o mandamento da CartaMagna Federal, sem nada acrescentar ouretirar, remetendo o problema para a LeiComplementar Federal.

8. Quanto a Lei Complementar Fede­ral, realmente a de n9 25, de 2 de julho de1975, após repetir em seu artigo I Q o co­mando constitucional, em seu artigo 39fazia referência expressa a chamada repre­sentação ou gratificação, para proibr-la,peremptoriamente ao Vereador, nestestermos:

"É vedado o pagamento ao Verea­dor de qualquer vantagem pecuniá­ria, como ajuda de custo, represen­tação ou gratificação, não autori­zada expressamente por esta Lei".

Note-se, entretanto, desde já, que talvedação fazia referência expressa ao Verea­dor, isto é, ao ocupante do cargo, eleitoregulamente para tal fim como membro do

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Colegiado, sem abordar o caso do Vereadorque nos termos da Lei Orgânica dos Muni­cípios e do Regimento Interno de cada cor­poração fosse guindado à função de Presi­dente. Entendemos de fundamental impor­tância essa distinção: a análise da remune­ração do Vereador, que estava proibido deperceber representação pela Lei Comple­mentar n9 25 e a situação do Vereador-Pre·sidente , sobre o qual não havia nenhumareferência, proibindo ou autorizando a re­presentação.

A nosso juízo, considerando-se os dis­positivos da Constituição Federal, da Cons­tituição Estadual, da Lei Orgânica dos Mu­nicípios e os ditames da Lei ComplementarnQ 25, muito embora o seu art. 39, discu­tível seria o direito da percepção de verbade representação pelo Presidente da Câma­ra, tendo em vista o disposto no art. 6Q, daLei n9 2, de 18 de junho de 1973 que diz:

"Art. 60 - À Câmara compete, pri­vativamente, entre outras, as seguin­tes atribuições:

XIII - Deliberar, mediante resolu­ção sobre assuntos da sua economiainterna e nos demais casos de suacompetência privativa por meio dedecreto legislativo".

Esta análise, entretanto, é agora dis­pensável, uma vez que 0[0 mais existe oarl. 39 da Lei Complementar Federaln925.

9. Na verdade, em 13.11.79, veio à luza Lei Complementar n9 38, com dois obje­tivos fundamentais, explícitos.

ar pelo art. 1o substituia nos arti:gos 19, 29 e seu parágrafo 19 e artigo 59da Lei Complementar n9 25, a palavra "re­muneração" pela palavra "subsídio".

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Buscou-se, com essa alteração, segundoo lúcido entendimento do ConselheiroArmando Queiroz de Moares, possibilitarao Vereador a percepção de vantagens au­feridas pelo Deputado Estadual, além dossubsídios, calculando-se sua remuneraçãosobre um novo total.

b) Para chegar a este objetivo, a LeiComplementar citada houve por bem revo­gar expressamente o art. 39 da Lei Comple­mentar n9 25, 'facultando, assim, ao Verea­dor, a percepção de vantagens pecuniáriastais como ajuda de custo, representação ougratificação.

É claro que caindo a vedação do art.39 da Lei n9 25, permaneceram por outrolado, as demais limitações à remuneraçãodo Vereador, tendo como paradigma os li­mites do ganho dos Deputados Estaduais.conforme fixa o art. 49 da Lei nl? 38.

Parece óbvio, pois, que, não perceben­do o Deputado Estadual, verba de represen­tação, a ela não faria juz o vereador, vistocomo deve ele receber tão somente, nos li­mites legais, o que percebe o LegisladorEstadual a qualquer título.

Aqui, entra de novo a distinção ante­rionnente feita: o Deputado Estadual e oVereador, enquanto integrantes do colegía­do, e o Deputado Estadual Presidente e oVereador Presidente. O Deputado Esta­dual Presidente da Assembléia Legislativafaz juz e percebe verba de representação.O Deputado Estadual que não presidea Casa Legislativa não recebe verba de re­presentação. A verba de representaçãoauferida pelo Deputado-Presidente é umavantagem de quem ocupa temporariamenteo cargo, a título de representação em facedos encargos de representação do Poderque impõe maiores despesas e compromis­sos, não suportados por quem está na fun­ção e atua somente como legislador e nãocomo chefe de um dos Poderes do Estado.

Igual raciocínio serve para o Vereador.Este, enquanto Vereador s6, não tem a

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representação do colegiado. Mas, no instan­te em que é eleito pelos seus pares parapresidir a Casa, recebe novas responsabili­dades e novos compromissos, 'merecendo,por isso, uma vantagem pecuniária pessoal,conforme ocorre, salvo melhor ju izo , emtodos os colegiados, quer se fale da Assem­bléia Legislativa, da Câmara dos Deputa­dos, do Senado Federal, dos Tribunais deJustiça, das Cortes Federais de Justiça e,também dos Tribunais de Contas.

Entendemos que a redação da LeiComplementar n938, modificando a de09 25, embora não determine a percepçãode verba de represen tação pelo Presiden teda Câmara Municipal, não vedando comofazia a anterior, a possibilita, obedecidos osdemais critérios que continua a fixar.

10. Convém esclarecer, também, que aLei Complementar n9 38 ao suspender aproibição da verba de representação, nãofazendo referência a gratificação que aqualquer título possa ser percebida pelovereador, desde que a receba o Deputado,foi sábia e inteligente, uma vez que tais as­suntos dizem respeito a economia internadas Câmaras de Vereadores, à sua indepen­dência e à própria autonomia do Municí-

: pio, assegurada e resguardada pela Cons-

Itítuíção Federal. Enquanto o legisladorcomplementar não entendia cabível o pa­gamento da verba de representação a Ve-reador, mesmo ao Presidente - ad argu­mentandum - dizia isso com todas as letrasno art. 39 da Lei n9 25, legislando em as­sunto da iniciativa e da competência da Cá­mara, mas den tro dos seus poderes em vistado art. 15, parágrafo 29 da ConstituiçãoFederal. No momento, todavia, em quepassados 4 anos da Lei anterior, com abusca de novos caminhos para instituciona­Iização democrática do país, com a revalo­rização dos corpos legislativos em todas assuas esferas, entendeu o legislador descabertal tipo de proibição, revogando-a textual­mente, não vemos como impedir que nos

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limites de sua competência, possam as Câ­maras Municipais outorgar vantagem pecu­niária, a título de representação, a quemocupar a sua Presidência.

Parece absolutamente clara a intençãoda Lei Complementar n9 38 no sentido debeneficiar o Vereador, quer possibilitando­lhe a percepção de remuneração de um per­centual sobre todos os ganhos do Deputa­do, conforme a população do Município,quer restituindo-lhe prerrogativas no quese refere aos assuntos do seu peculiar inte­resse.

É útil lembrar a evolução nítida e mar­cante sofrida nos últimos tempos pela legis­lação norteadora da questão salarial dosvereadores. Há não muito, o exercício detal mandato era gratuito, salvo raras exce­ções. Evoluiu-se para a retribuição mínimae [ungida a parâmetros extrítos com relaçãoaos legisladores estaduais e estes por suavez subordinados aos ganhos dos legislado­res federais. No instante em que os Depu­tados Federais passaram a ampliar sua mar­gem de remuneração, com a retribuição decustos de passagens, telefones, correspon­dência, moradia, etc., os Deputados Esta­duais, também tiveram aumentados seusganhos, por força de dispositivo constitu­cional. E, em boa hora, tal abertura socor­reu os Vereadores por meio de wna LeiComplementar, a de n9 38 que, mesmobalizando rigidamente os limites da remu­neração do Vereador, descortinou novasperspectivas, no sentido de reconhecer aindependência dos colegiados municipais ea própria autonomia dos Municípios.

11. O argumento de que se a Lei Fe­deral não permite expressamente a per­cepção da verba de representação peloPresidente da Câmara, ela está vedada e éilegal, muito embora haja deliberação daCâmara nesse sentido, esbarra no fato deque em outros assuntos referentes a salá-

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rios, contudo não haja dispositivo legalautorizatório, respeitando-se a autonomiamunicipal, reconhece-se ao Munícipío apossibilidade de sobre ele legislar, haja vis­ta, o pagamento do 139 salário, a transfor­mação das férias em pecúnia e o pagamentoem dinheiro da licença prêmio não gozadaa servidores públicos municipais, emboratais benefícios não estejam regulados e emprática para os funcionários estaduais e fe­derais.

12. É oportuno referir a circunstânciade que com as Consultas sob análise, estaCasa já foi alvo de mais de uma dezena deexpedientes de teor semelhante, demons­trando inquietude e a perplexidade exis­tentes nas Câmaras Municipais sobre aquestão analisada. Tal fato evidencia, nomínimo, que as corporações legislativasmunicipais, algumas municiadas de respei­táveis assistentes jurídicos, não aceitaram,pacificamente, a interpretação adotadapor este Tribunal com relação ao assunto.Mais ainda, feito um levantamento cuida­doso junto a.o órgão técnico competentedesta Corte de Contas, constataremos queno mínimo 90% das Câmaras Municipaisatribuem verba de representação aos seusPresidentes, com crítérios os mais diversos,mas imbuidas de boa fé que a dubiedadeinterpretativa da Lei possibilita. Isso querdizer que há um fato social e políticodecorrente de interpretação legal, - quei­ramos ou não no mínimo passível de dis­cussão -, a sustentar a validade e jurisdici­dade do pagamento da verba de represen­tação dos Presidentes de Câmaras de Verea­dores. E, na medida em que o Direito deveespelhar as aspirações polrticas e a Lei ade­quar-se ao fato social, a flm de que ambos,Lei e Direito, sejam contemporâneos dosnovos tempos, não vemos como os Tribu­nais possam permanecer impermeáveis adecisões mais conscentâneas com as aspi­rações de quem bate às suas portas, sus-

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tentados por sérios e profundos argumen­tos jurídicos, mesmo que isso importe emalteração de procedimento anteriormenteadotado.

13. Por outro lado, enriquecendo as

razões dos que entendem legal a percepçãoda verba de representação pelos Presidentesde Câmaras Municipais encontramos deci­sões solidificadas em reiterados julgamen­tos de expressivos Órgãos de Contas doPaís, todos alicerçados em inquestionáveisargumentos legais e jurídicos.'

No vizinho Estado de Santa Catarina,por exemplo, desde 25 de junho de 1980,vigora a Lei Complementar 09 11, oriundade Projeto do Deputado Horst Domininghoje Conselheiro do Egrério Tribunal deContas Catarinense, que assim reza:

"A representação do Presidente daCâmara será fíxada em até 50%(cinquenta por cento) de sua remu­neração, respeitados os limites dalegislação federal."

Aparando desde já o eventual aspectode que o caso de Santa Catarina é especialem face da existência da Lei Estadual queregulamenta a matéria, trazemos à colaçãoo julgado de uma das Cortes de Contasmais respeitadas do País, a do Estado deSão Paulo, que nos autos n9s 137/80 e1.287/80, respectivamente, de interesse daCâmara Municipal de Ourinhos e CâmaraMunicipal de Catanduvas, expendeu enten­dimento permíssivo ao pagamento da par­cela objeto das consultas em estudo. Estasdecisões estão publicadas no Diário Oficialdo Estado de São Paulo de 29.05.80, pá­gina 57 e de 13 .03 .80, página 55.

Idêntica decisão adotou o Tribunal deContas do Estado de Minas Gerais ao res­responder a Consulta nQ 23/81, formuladapela Prefeitura Municipal de Fama e rela­tada pelo Conselheiro José de Faria Tava­res, atual Presidente daquela Corte.

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Igual procedimento tem seguido o Tri­bunal de Contas do Rio Grande do Sul que,recentemente, julgando contas do Munici­pio de Jaguari, exercício de 1979, con­siderou legal o pagamento da verba de re­presentação ao Presidente da Câmara deVereadores.

Salienta-se, na mesma linha de argu­mentação, que por ocasião do Semináriosobre a Fiscalização Financeira e Progra­mática dos Fundos de Participação, patro­cinado pelo Centro de Coordenação dosTribunais de Contas do Brasil, realizadoem Brasüia , de 29 de junho a 02 de julhode 1981, com participação de Ministros eTécnicos do Tribunal de Contas da Uniãoe da SEPLAN, destinado a estudar a trans­ferência do julgamento da aplicação dosfundos federais dos Estados e Municípiosdo Tribunal de Contas da União para osTribunais de Contas do Estado, esclare­cendo os participantes sobre o assunto emtela o Inspetor Geral do Órgão de Contasda União asseverou haver aquele Tribunaljulgado legal o pagamento de verba derepresentação aos Presidentes de CâmarasMunicipais de vários municípios do Nortee do Nordeste do Brasil com recursos dopróprio Fundo de Participação dos Muni­cípios. Corroborando essa afirmação,encontramos no boletim do Instituto Bra­sileiro de Administração Municipal deno­minado "Noticiário do IBAM",n9 165, denovembro de 1979, esta notícia:

"O Tribunal de Contas da União,respondendo consulta formuladapela Presidência da Câmara Munici­pal de Ladainha (M.G.), firmouentendimento de que a verba derepresentação paga ao Presidente daCâmara Municipal não se confundecom a remuneração de vereador,que é vedada no artigo 39 da LeiComplementar n9 25 de 2 de julhode 1975. Desta forma, poderá ser

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paga e custeada, inclusive, comrecursos do Fundo de Participaçãodos Munic ípios. Para que possaocorrer o pagamento, é preciso,entretanto, que a despesa tenhasido prevista no Plano de Aplicaçãodo F.P.M."

14. Tendo em vista os argumentos

acima expostos, a revogação do artigo 39.da Lei Complementar n9 25, de 2 de julhode 1975, pela Lei Complementar n938,de 13 de novembro de 1979, o dispostonas letras "a" e "b", do item 11, do Art. 15,da Constituição Federal e, finalmente, o

contido no artigo 60, item XIII, da LeiComplementar Estadual n9 2, de 18.06.73(Lei Orgânica dos Municípios), votadas nasCâmaras Municipais de Cianorte e de PontaGrossa sejam respondidas afirmativamente,considerando legal o pagamento da verbade representação aos Presidentes de Câma­ras Municipais, respeitados os critérios e oslimites da legislação federal, com a rigorosaobservância no art. 79 da Lei Cornplemen­tar nç 25 de 02.07.75, recomendando-se afixação da representação em até 50% (cin­qüenta por cento) da sua remuneração

como Vereador.

Sala das Sessões, em 27 de julho de1982.

Conselheiro Cândido Martins de OliveiraCONSELHEtRO

R. Tnbun. Cont. Est. Paraná 14 (77) Jan. 1983

RELATOR: Conselheiro Leonidas Hey deOliveira

CONSULTA: Interessada. CâmaraMunicipal de Cianorte.

VOTO

O Presidente da Câmara Municipal deCianortc , consulta este Tribunal, da pos­sibilidade de perceber Verba de Represen­tação, em face de ter sido revogado expres­samente pela Lei Complementar FederalnO 38, de 13 dc novembro de 1.979, oartigo 39, da também Lei ComplementarFederal no 25, de 2 de julho de 1.975,que proibia o recebimento da referida van­tagem.

Feita a instrução do processo pela Di­retoria de Contas Municipais. conclui amesma pela resposta afirmativa à consulta,por en tender que há que se distinguir asatividades do Vereador e do Vereador Pre­sidente da Câmara. para os efeitos dos parâ­metros a que se refere o artigo 49, da LeiComplementar n9 25/75, entendendo quesomente ao Vereador se aplicam aquelesmáximos al í dispostos, o que não acontececom o Vereador Presidente da Câmara quepode ter acrescido aos seus subsidios aVerba de Representação. citando decisõesde Tribunais de Contas em abono à sua tese.

"Data-vênia" dos que assim entendem,não me parece que a matéria possa ser jul­gada assim, pois este Tribunal de Contasjá decidiu, pelo voto do Eminente Con­selheiro Armando Queiroz de Moraes,que foi seguido pelos demais componentesdo Plenário, consoan te se vê dos docu­mentos de fls. Ii a 15. (Trata-se do VOTOà Consulta formulada pela Câmara Muni­cipal de Santa Cruz do Monte Castelo,apresentado anteriormente). Firmando oprincípio da impossibilidade do Presidenteda Câmara Municipal poder perceber, alémdos seus subsídios, mais a Verba de Repre-

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sentação , sob os fundamentos ali expostosem seu voto proferido no protocoladona 4341/80, de cujos fundamentos adotocomo razões de decidir. .

Evidentemente, em última análise, aLei Complementar nc 38/79, que alteroudispositivos legais da Lei Complementarnc 25/75. entre outras alterações, deunova redação ao artigo 49, que passoua vigorar nos seguintes termos:

"A remuneração dos Vereadoresnão pode ultrapassar, no seu total,os seguintes limites em relação àdos Deputados à Assembléia Le­gislativa do respectivo Estado:I - nos municípios com populaçãoaté 10.000 (dez mil) habitantes,10%(dez por cento);11 - nos municípios com populaçãode mais de 10.000 (dez mil) habi­tantes a 50.000 (einquenta mil)habitan tes , 15% (quinze por een to);ll í" - etc., etc.

Ora, se a lei nova ~ Lei Complementarn9 38/79 - determinou que a remuneraçãodos Vereadores, ou melhor, tudo o quepossam perceber, não pode ultrapassar oslimites fixados percentualmente pelo artigo49, da Lei Complementar nç 25/75, e queteve como base expressa a remuneraçãodos Deputados Estaduais, é evidente queo parâmetro entre ambos não permiteadicionar outra importância, outra vanta­gem - a Verba de Representação nocaso, ao Vereador Presidente da CâmaraMunicipal -, não percebia pelos Depu­tados Estaduais, estranha aos Deputados,eis que O conceito de remuneração dizrespeito ao total percebido, à qualquertítulo, por ambos, levando-se em contaque não se tem notícia de que os Deputa­dos Estaduais percebam a referida gratifi­cação constituída da Verba de Represen­tação em questão.

As referidas Leis Complementares,nenhuma exceção fizeram com relação ao

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Vereador Presidente da Câmara, mas sem­pre se referiram ao Vereador, o que valedizer, abrangendo a todos os Vereadores,quer Presidentes ou não das CâmarasMunicipais, sem permissivo à estes de remu­neração outra ou diferente, levando-se emconta que todas as leis objetivaram a limi­tação das remunerações - subsídios e van­tagens - dos integrantes delas, no sentidode não honerarem mais a administraçãomunicipal, tudo de conformidade com oparágrafo 29, do artigo 15, da ConstituiçãoFederal, que consagra:

"A remuneração dos vereadoresserá fixada pelas respectivas Câma­ras Municipais para a legislaturaseguinte, nos limites e segundocritérios estabelecidos em lei com­plementar". (Redação dada pelaEmenda Constitucional n9 4, de1.975).

Assim, se as referidas Leis Complemen­tares, que dispuseram sobre a remuneraçãodos Vereadores, não inceriram a possibili­dade dos mesmos poderem perceber aVerba de Representação, quando do exer­cício da Presidência da Câmara, não podemreceber dita vantagem, eis que trata-se depermissivo de Lei Complementar Federal,na forma constitucional, que só ela podeautorizar.

Assim, o que a Lei vigente atual deter­mina - Lei Complementar n9 38/79 -, éque o cálculo percentual para a fixaçãodos subsídios dos Vereadores, em relaçãoaos Deputados Estaduais, deve ser feitopelo valor total da remuneração destes(subsídios e vantagens), o que vale a dizerque somente o que os Deputados Esta­duais recebem, a qualquer título, é queserve de base para a aplicação dos percen­tuais para fixar remuneração dos Verea­dores, a que alude o artigo 49, da Lei Com­plementar 09 25/75, com a nova redaçãodada pela Lei Complementar n9 38/79 e

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nenhuma outra importância pode seracrescida.

A revogação do artigo 39, da Lei Com­

plementar n926/75. que determinava aproibição dos Vereadores perceberam ajuda

de custo. representação ou gratificação.

feita pela Lei Complementar 119 38/79.emseu artigo 39. só teve um único objetivo,

que foi o de poder incluir no calculo paraa fixação dos subsídios dos Vereadores em

relação aos Deputados Estaduais, tudo

aquilo que perceberem estes. seja à título

de subsúlios. seja como outras vantagens.

eis que o cálculo atualmente. pela Lei

Complementar ll~) 38/79. é em relação aremuneração e não mais. tão somente.

aos subsrdics dos Deputados. como o erapela Lei anterior.

Por fim. a Douta Procuradoria doEstado. em seu parecer de fls. lO. (A pro­

curadoria do Estado. emi tiu ° purcccr n95.067/82 onde opinou pela resposta nega­

tiva à consulta sobre a legalidade de paga­mento da verba de representação aos prc­

sidentes de Câmaras Municipais). concluitambém pela resposta negativa à consulta,

incluindo no processo os elementos defls. I I a 15. sobre os quais se alicerca.

Nestas condições. "data-véniu", não

me parece que deva mudar a orientaçãoque este Tribunal vem dando em relação à

matéria da consulta em questão e, por isso,voto pela resposta negativa à mesma. faceas normas legais aqui expostas.

I':: u meu voto.Sala de Sessões, aos 21 de outubro de

1982.

Leonidas Hcy de Oliveira

Conselheiro.

RESOLUÇÃO NO 5502/82

O TRIBUNAL DE CONTAS DO ES·':'ADO DO PARANÁ, nos termos do voto

R Tribull. (Orlt. Esl. Paraná 14 (77) Ja11. 19113

do Conselheiro LEONIDAS HEY DE OLI·

VEIRA, acompanhado pelos Conselheiros

JOf\O FfDER c ARMANDO QUEIROZ

DE MORAES, contra o voto do Conse­

lheiro CÂNDIDO MARTINS DE OLIVEI­RA (Relator), seguido pelo ConselheiroANTONIO FERREIRA RUPPEL e Audi­tor convocado OSCAR FELIPPE LOUREI·RO DO AMARAL, pelo voto de desempate

do Senhor Presidente,

R E S O L V E:

Responder negativamente às consultas.

Foi presente o Procurador Geral juntoao Tribunal de Contas, IVAN XAVIER

VIANNA.Sala das Sessões, em 21 de outubro de

1982.

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Os prefeitos e vereadores eleitos em15 de novembro último, antes mesmo desua posse. em lQ/02/83, estão profunda­mente preocupados com a problemáticamunicipal. que está a merecer a atençãoespecial e eficaz do poder público.

Ao lado disso, soma-se a responsabili­dade c o zelo que deverão te r nos atosadministrativos e na gestão financeira. orça­mentária e patrimonial do erário público.

R. Trfbun. Cont. Est. Paraná 14 (77) Jan. 1983

LEGISLAÇÃO

Neste sentido. REVISTA DO TRIBU·NAL DE CONTAS DO PARANÁ pretendelevar ao Executivo. Legislativo Municipal csuas entidades. a primeira de uma série deAtos Oficiais. que poderão contribuir parao êxito de sua importante missão.

Lei Complementar N~ 2PAR ANÃ. Leis Estaduais. Lei Complemen­tar »o 2 de 18 de junho de 1973. Dispõesobre a Lei Orgânica dos Municípios. Se­ç50 4~, Do Processo Legislativo. Diário Ofi­ctal. Curitiba, 11 de junho de 1973 (.)

SEÇAo 5~

Do Processo Legislativo

Art . 62 - O Prefeito poderá enviar à Câma­ra projetos de lei sobre qualquer matéria. os quais,se assim o solicitar, deverão ser apreciados den­tro de quarenta c cinco dias, :.I contar do rece­bimento.

§ I~) - A fixação de prazo deverá ser sem­pre expressa e poderá ser Feita depois da remessado projeto, em qualquer fase de seu andamento,considerando-se a data do recebimento dessepedido como seu termo inicial.

§ 29 - Esgotado o prazo sem deliberação,serão os projetos considerados aprovados.

§ 3~) - O prazo previsto neste artigo aplica­se também aos projetos de lei para os quais seexija aprovação por quorum qualificado.

§ 4~) - O prazo fixado neste artigo n50 cor­rc nos períodos de recesso da Câmara.

~ 59 - O disposto neste artigo não é apli­cável à tramitação dos projetos de codificação.

Art. 63 - A iniciativa dos projetos de leicabe a qualquer vereador. à Mesa, às Comissõesda Câmara e ao Prefeito.

~ 19 - I:: da competência exclusiva do Pre­feito a iniciativa dos projetos de lei que:

I. disponham sobre matéria financeira:2. criem cargos, funções ou empregos públicos,

e aumentem vcncuneruos ou vantagens dos ser­vidcrcs.

(.) Redeçso dada pela Leí Complementar Es­tadual n.0 5, de 06/1/76. A redação orígínaln30 fixava prazo.

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Provimento N° 1/8]

Dispõe sobre a FISCALIZAÇÃO ORÇA­~IEN"TÃRIA, FINANCEIRA c PATRI~10­

NIAL DOS ~IUNICrpIOS E SUAS r;-.:TI­DADES,

o TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADODO PARANÁ, em Sessão de 03 de setembro UI.'1981, em cumprimento das disposições estabe­lecidas nas Constituições Federal e Estadualvigentes. com fundamento no inciso X. do artigo19 da Lei no 5.615. de 11 de agosto de 1967, c

Considerando que o artigo 16. § 19. da Cons­tituiçâo Federal, determina o controle externoda fiscalização financeira c orçamentária dosMunicfpios ;

Considerando a competência do Tribunalde Contas para auxiliar as Câmaras Municipaisno controle externo. determinada no § 19 doartigo 113 c artigo 149. c seu parágrafo único.da Constituição Estadual, e no panigrato primeirodo artigo 130 lia Lei Complementar n9 2. de 18de junho de 1973;

Considerando que a Lei Federal n9 6.223,de 14 de julho de 1975, artigo 79 e seus pará­grafos e artigo 89. submete ao Tribunal de Con­tas a üscalizaçro financeira das entidades públicascom personalidade jurídica de direito privado:

Considerando que, segundo o artigo 76. daLei Federal n9 4.32U, sem prejuízo da açao doExecutivo, o controle da execução orçamentáriaé da competência do Tribunal de Contas:

Considerando o disposto nos arts. 1Çl e 69,I do Decreto-Lei no 1.805, de 19 de outubro de1980, art. I~ Decreto-Lei no [,833, de 23 dedezembro de 1980, e do estabelecido no Decreto­Lein91.875,de 15 de julho de 1981:

RESOLVE baixar o seguinte Provimento:Art. 19 - Est50 obrigados a prestar contas:

I - Prefeito Municipal;11 - Câmara Municipal;

111 - Autarquias;IV - 'Empresas Públicas pertencentes ao

Município:V Sociedades de Economia Mista que

pertençam ao Municipio ou a qual­quer entidade da respectiva admi­nistração indireta;

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I,

I,~.I".~

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VIIVIII

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XIX

dades financeiras e econômicas rea­lizadas durante o exercício;

II - Anexos estabelecidos por Portariasda Secretaria de Planejamento daPresidência da República. consoan­te modelos integrantes da Lei Fe­deral n9 4.320/64 e atualizadosconforme determinação Ministerial;

III - Comprovação de registro do respon­sável pela contabilidade no Conse­lho Regional de Contabilidade doParaná;

IV - Anexo no 1 - Demonstrativo daReceita e Despesa segundo as Cate­

.gerias Econômicas:Anexo n9 10 - Comparativo daReceita Orçada com a Arrecadada;Comparativo da Despesa Autori-zada com a Realizada, contendoa denominação dos Órgãos, Uni­dades Orçamentárias, Funções. Pro­gramas, Subprogramus. Projetos eAtividades;Balanço Orçamentário - Anexon!l 12;Balanço Financeiro - Anexo n9 13;Balanço Patrimonial - Anexo n914;Demonstração das Variações Patri­moniais - Anexo n~) 15:Demonstração da Dívida FundadaInterna - Anexo n9 16:Demonstrativo da Divida Flutuante- Anexo n9 17;Termo de Conferência de Caixa;Extratos de Contas Bancárias com­pletas, evidenciando o saldo em 31de dezembro e do mês de janeirodo ano seguinte;Conciliações de saldos bancários;Demonstrativo sintético das contascomponentes do Ativo Permanente,contendo o saldo inicial, inscrições,'baixas no exercício c saldo a trans­ferir ;

XVII - Relação dos bens inscritos nas con­tas do Ativo Permanente, à exce­ção da Dívida Ativa, até o exerci­cio anterior. dos incorporados edos baixados no excr cfcio ;

XVIII - Cópias de Leis e Decrc tos de naru­reza orçamentária, financeira e pa­trimonial, salvo se já foram reme­tidas durante o exercício;Demonstrativo das alterações orça­mentárias.

Art. 79 - A prestação de contas dos Muni­cípios com população inferior a 50.000 (cin­qüenta mil) habitantes compor-se-á de:

I - Relatório das atividades financeirase econômicas realizadas durante oexercrcio:

Fundações instituídas ou mantidaspelo Poder Público;Órgãos descentralizados;Administradores de Fundos Es­peciais.

Art. 29 - O Prefeito Municipal deve enca­minhar, até 31 de março de cada ano, ao T ribu­nal de Contas do Estado, as prestações de contasdo Executivo, Câmara Municipal, Autarquias,Fundações Municipais P Demonstrativo dasTransferências Federais c Fundos Especiais, rela­tivas ao exercício financeiro anterior.

Art. 39 - A Câmara Municipal, através daMesa, deve enviar a sua prestação de contas anualao Prefeito, até o dia 19 de março do ano seguin­te, para o encaminhamento conjunto das contasmunicipais ao Tribunal de Contas, conforme dis­põe o § 59 do art. 113 da Constituição doEstado.

Art. 49 As prestações de contas dasEmpresas Públicas e Sociedades de EconomiaMista sento encaminhadas ao Tribunal de Contaspejos respectivos representantes legais, obede­cidos os requisitos peculiares de cada uma e pre­vistos neste Provimento, até noventa dias após oencerramento do exercício social.

Art. 59 - O Prefeito deverá encaminhar aoTribunal de Contas do Estado:

I - até 31 de janeiro de cada ano:a) o orçamen to municipal em vigor

no exercício;b) os orçamentos' das Autarquias e

Fundações Municipais de acordocom o disposto no art. 107 daLei Federal n9 4.320, de 17 demarço de 1964;

Il - dentro de 10 (dez) dias, contadosda respectiva publicação, cópia dosatos que alterem o orçamento mu­nicipal e referentes a abertura decréditos adicionais ou a operaçõesde créditos;

III - no prazo de 10 (dez) dias, contadosda data de sua publicação, cópiadas leis, decretos, instruções e por­tarias de natureza financeira e tri­butária municipal;

IV - até o último dia do mês seguinte,o balancete financeiro municipal,discriminando a receita e a des­pesa orçamentária realizadas noper iodo, bem como os recebimen­tos e OS pagamentos de naturezaextra-orçamentária nele efetuados,conjugados com os saldos em caixae em bancos, provindos do mêsanterior e com os transferidos parao mês seguinte.

Art. 69 - A prestação de contas dos Muni­cípios com população superior a 50.000 (cin­qüenta mil) habitantes compor-se-ri de:

I - Relatório circunstanciado das ativi-

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II - Comprovação de registro do res­ponsável pela contabilidade, noConselho Regional de Contabili­dade do Estado do Parané ;

111 - Anexo n!Js 1, 2, 3,4,5,6 e 7, doDecreto-Lei n9 1.875, de 15 dejulho de 1981;

IV Anexo n9 15 - Demonstração dasVariações Patrimoniais;

V Termo de Conferência de Caixa;VI Extratos de Contas Bancárias com­

pie tas, evidenciando o saldo em 31de dezembro e do mês de janeirodo ano seguinte;

VII - Demonstrativo sintético das contascomponentes do Ativo Permanente,contendo o saldo inicial, inscriçõese baixas no exercício e o saldo atransferir;

VIlI - Cópia de Leis e Decretos de natu­reza orçamentária, financeira e pa­trimonial;

IX Demonstrativo-das alterações orça­mentárias.

Art. 8.° - A Prestação de Contas da Câ­mara Municipal será composta dos seguintesdocumentos;

I - Comparativo da Despesa Autori­zada com a Realizada, contendoas mesmas informações referidas noAnexo 11;

li - Balanço Financeiro, do qual cons­tarão os recebimentos e os paga­mentos, tanto orçamentários comoos extra-orçamentários; a contra­partida, na coluna de recebimento,dos Restos a Pagar; os saldos pro­venientes do ano anterior e os quese transferem para o ano seguinte;

III Extratos bancários completos e con-ciliações; i

IV Relação nominal de credores, a qual­quer título;

V Relação dos bens móveis e imóveis.Art. 9.0 - No caso de a Câmara Municipal

não possuir contabilidade própria, seu Presidentejuntará declaração de que as despesas são pro­cessadas diretamente na Prefeitura Municipal.

Art. 10 - Os documentos a serem enviadosao Tribunal de Contas pelas Autarquias, Funda­ções e outros órgãos descentralizados, são, noque couber, idênticos aos citados nos artigos69 e 79, observada a população do Município.

Art. J I - Deverão ser encaminhadas aoTribunal de Contas, pelo Prefeito Municipal, até31 de março de cada ano, em conjunto com aPrestação de Contas geral, Demonstrativos ati­nentes às quotas-partes relativas às seguintestransferências:

I Fundo Rodoviário Nacional - FRN;11 Taxa Rodoviária Única - TRU;

III Adicional do Imposto Único Sobre

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Lubrificantes e Combustíveis lí­quidos e Gasosos - IULCLG;

IV Imposto Único Sobre Energia Elé­tricac- IUEE;

V Imposto Único Sobre Minerais ­IUM;

VI Fundo de Participação dos Muni­cípios - FPM;

VII Fundo Especial - FE.Art. 12 - Os Demonstrativos far-se-ao con­

forme Modelos próprios aprovados pelo Tribunalde Contas.

Art. 13 - Os Municípios, a fim de possibi­litarem o efetivo desempenho da auditoria finan­ceira e orçamentária realizada pelo Tribunal deContas, manterão controle interno sobre a apli­cação das transferências federais.

Art. 14 - Os recursos oriundos das transfe­rências federais deverão ser depositados, pnori­tarimente, em estabelecimentos oficiais de cré­dito, com especificação da sua origem e movi­mentados através de "conta especial".

Art. 15 - Integrarão as Contas de Gestãodos Prefeitos Municipais, extratos de todas ascontas bancárias, atinentes às transferências fe­derais, referentes ao mês de dezembro e do mêsde janeiro do ano seguinte:

Ar t. 16 - Os recursos oriundos das transfe­rências federais constituem receita orçamentáriados Municípios e, obedecidas as vinculações de­Correntes de lei, poderão ser aplicados em despe­sas orçamentárias de qualquer categoria econô­mica.

Art. 17 - Não havendo o regular encami­nhamento das contas dos Prefeitos Municipais,onde se incluem as decorrentes das transferên­cias federais, o Tribunal solicitará ao Banco doBrasil o bloqueio dos respectivos recursos atéque seja sanada a irregularidade.

Art. 18 - A Prestação de Contas das enti­dades públicas com personalidade jurídica dedireito privado, cujo capital pertença, exclusivaou majoritariamente ao Município ou a qualquerentidade da respectiva administração indireta,será composta de:

I - Relatórios da Diretoria, demons­trando os fatos ocorridos duranteo excrcfcio social;

11 - Demonstrações Financeiras, con­forme disposição do artigo 176 daLei Federal n9 6.404/76;

111 Certificado de Auditoria, se houver;IV Certificado de regularidade de si­

tuação do profissional responsávelpela contabilidade da entidade,junto ao Conselho Regional deContabilidade;

V Balancetes do exercício social;VI Extratos bancários que apresentem

o saldo no último dia útil do exer­cício social;

VII - Demonstrativo das contas compo-

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nentes do grupo Ativo Circulantee Realizável:

VIII - Relação nominal de devedores ins­critos no Ativo Circulante e Reali­zável a longo prazo, importânciasdos débitos e datas de vencimentos;

IX Demonstrativo das contas compo­nentes do grupo Ativo Permanente;

X Relação analítica dos bens compo­nentes do Ativo Permanente, sujei­tos à depreciação. corrigidos mone­tariamente de acordo com a lcgis­laçao federal.;

XI - Demonstrativo das contas compo­nentes do Passivo Circulante e Exi­gível a Longo Prazo, com as respec­tivas relações nominais dos cre­dores;

XII - Relação nominal dos acionistas esuas posições quanto ã integrali­zação do capital;

XIII - Cópia das Convocações e das Atasdas Assembléias, realizadas no exer­cício social;

XIV Outros documentos que a direçãoda entidade entender demonstrar.

ArI. 19 - Na fiscalização das Empresas PÚ'blicas e Sociedades de Economia Mista, o Tri­bunal de Contas:

I - respeitará as peculiaridades de fun­cionamento das. entidades fisca­lizadas;

11 - verificará:a) a exatidão das contas;b) a legitimidade dos atos;

111 - levará em conta, relativamente àsempresas sob fiscalização:a) os objetivos;b) a natureza e a operação. segun­

do os métodos do setor privadoda economia.

ArI. 20 - A fiscalização das entidades pú­blicas com personalidade jurfdica de direito pri­vado será feita igualmente, através de inspeçõesdesignadas pelo Presidente do Tribunal de Contas.

ArI. 21 - Os documentos de que trata esteProvimento considerar-se-ao encaminhados no diaem que tiverem sido postados, sob registro. emagência dos Correios ou, se apresentados direta­mente, na data de entrega no serviço de Proto­colo do Tribunal de Contas.

ArI. 22 - As contas anuais sento elaboradasem conformidade com as normas de DireitoFinanceiro expedidas em leis federais e pelalegislação estadual supletiva, salvo as das enti­dades públicas de caráter empresarial que po­derão seguir os métodos do setor privado da eco­nomia. segundo a natureza de suas operações.

Art. 23 - Os resultados da gestão financeirade Município referentes a cada exercício tece­berro Parecer Prévio do Tribunal de Contas e.com este. serão encaminhados ao legislativo Mu-

R. Tribun. Cont. Est. Paraná 14 (77) Jan. 1983

nicipal para julgamento.Art. 24 - Os resultados da gestão finan­

ceira e patrimonial das Sociedades de EconomiaMista e Empresas Públicas Municipais serão jul­gados pelo Tribunal de Contas de acordo como disposto no art. 10 da Lei Federal n9 n.223.de 14 de julho de 1975.

ArI. 25 - Os Fundos de Desenvolvimento,de natureza contábil, geridos pelas Sociedadesde Economia Mista e Empresas Páublicas, deverãoter suas contas apresentadas, em separado. junta­mente com as dessas entidades, com a demons­tração do resultado orçamentário, do cumpri­mento do programa de trabalho expresso em ter­mos monetários e de realização de obras e pres­tação de serviços.

Art. 26 - O Tribunal de Contas verificara.através de inspeção, a eficiência do sistema decontrole interno mantido pelo Município e ór­gsos descentralizados.

Art. 27 - O Tribunal de COIltas do Es­tado poderá requisitar processos ou documen­tação para exame em sua sede, devolvendo-os ;lorigem, posteriormente ao exame.

ArI. 28 - Nenhum processo. documentaçãoou informação poderão ser sonegados ao Tn­bunul de Contas do Estado, sob pena de rcspon­sabilização do detentor.

Art. 29 - Este Provim ente entrará em vigorna data de sua publicação. revogadas as dispo­sições em contrário. e em especial. o Provimen­to n9 1/70-Te.

Sala das Sessões do Tribunal de Contas doEstado do Paraná. em Curitiba, 03 de setembrode 1981.

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Decreto-Lei N? 1875BRASIL. Leis, decretos, etc. Decreto-Lei1875. de 15 de julho de 1981. Dispõesobre a simplif'icaçao de normas gerais dedireito financeiro aplicáveis à Municípiocom população inferior a 50.000 (cinqüentamil) habitantes. Diário Oficial da Uni30.Brasília 16 de julho de 1981. 1 Direitofinanceiro - Brasil. Decreto n!J 1875, de15 de julho de 1981.

O Decreto-Lei o? 1.875 representou impor­tante etapa no conjunto de modificações ope­radas nas áreas orçamentárias c financeira dosMuniclpios. Através dele. a elaboração do orça­mento, nos Municípios com população residenteinferior a 50.000 habitantes, foi extremamentesimplificada, em relação ao sistema anteriormentevigente, baseado na classificação funcional pro­gramática. Esta última, complexa por si mesma- à luz do modelo municipal brasileiro - tinhaainda como agravante a dificuldade de seu inte­gral cumprimento.

No Paraná, 282 Municípios têm menos de50.000 (cinqüenta mil) habitantes, o que dá bema exata dimensão da medida decorrente doDecreto-Lei. Na prática, ela teve a virtuõe defacilitar a programação do orçamento, agoralimitada a consignar a receita por fontes e a des­pesa a nível de categorias econômicas c seu des­dobramento por elementos.

A proposta orçamentária que o Poder Ex"e­cutivo Municipal encaminha à Câmara de Verea­dores compõe-se agora, simplificadamente, de:

- Mensagem justificando a receita e adespesa do exercício financeiro subseqüente,com ênfase para as despesas de capital.

- Projeto-de-Lei do orçamento.- Demonstração da receita e _ despesa

segundo as categorias econômicas, na forma doAnexo I deste Decreto-Lei.

- Demonstração da despesa por unidadesorçamentárias segundo as categorias econômicas,na forma do Anexo 2 deste Decreto-Lei.

- Demonstração da receita arrecadada nosdois exercícios anteriores e a estimada para oexercício de elaboração da proposta; e

- A despesa realizada no exercício ante­rior e a fixada para o exercício de elaboraçãoda proposta.

R. Trlbun. Cont. Est. Paraná 14 (77) Jan. 1983

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