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1 Curso de Arquitetura Artigo Original PROTEÇÃO ESTATAL DAS PESSOAS ENVOLVIDAS NA RELAÇÃO CONCUBINÁRIA STATE PROTECTION OF PERSOS INVOLVED IN RELATION CONCUBINÁRIA Antônio Marcos Ferreira do Ouro 1 , Pedro Antônio Ribeiro de Andrade 2. ¹ Aluno do Curso de Direito ² Professor Especialista do Curso de Direito Resumo O artigo aborda a questão das mulheres que convive em uma relação paralela ao casamento, conhecidas como concubinato impuro. Bem como relatar as inovações trazidas pela Constituição Federal do Brasil de 1988 em relação à família e as entidades familiares, nesse contexto a pesquisa tem por finalidade, verificar se com inovações do instituto da família o Estado tem tutelado as pessoas que convivem em uma relação paralela ao casamento. A metodologia aplicada abordagem indutivo, com coleta de dados e informações de livros, artigos e julgados dos tribunais. Palavras-Chave: Entidades familiares; relação paralela; proteção Estatal. Abstract The article addresses the issue of women who lives in a parallel to marriage, known as impure concubinage. As well as reporting the innovations brought by the Federal Constitution of Brazil 1988 in relation to the family and family organizations in this context the research aims, check with family institute innovations the state has tutored people living in a parallel relationship the wedding. The methodology applied inductive approach to data collection and information from books, articles and sentences of the Keywords: Family entities; parallel relationship; State protection. Contato: [email protected] 1 - Introdução A finalidade da abordagem do tema é retratar as relações paralelas ao casamento, mostrando a trajetória da idéia de família, os momentos históricos vivenciados e a aplicação das leis em relação ao concubinato impuro. Busca-se nesse artigo uma boa compreensão do tema, cuja metodologia que foi aplicada ao contexto geral da pesquisa, teve por meio da abordagem indutivo, com coleta de dados e informações de livros, artigos e julgados dos tribunais. Com o objetivo de retratar as mudanças que ocorrem tanto na sociedade como nas leis, e mostrar as polemicas advindas de tais mudanças. Será relatado o modelo de família dos nossos antepassados, do estabelecido pelo código de 1916 e as inovações trazidas pela Constituição de 1988 e o código Civil de 2002. Diante dessas inovações serão discutidas as relações paralelas ao casamento, aquelas consideradas como o concubinato impuro, aonde vem com grandes polemica referente aos direitos dessa relação. Hoje no Brasil há varias discussões sobre ações ingressadas pelas amantes, onde muitas delas se encontram há anos como a outra da relação, e convive em uma situação de dependência e após a ruptura da relação ou a morte do homem elas buscam na justiça um amparo legal. Entretanto, este tema aborda um assunto que e bastante polêmico, onde se necessita de discussões mais extensas, ficando uma complexidade não sendo este artigo capaz de esgotá-lo, devido suas limitações. Contudo busca- se trazer os temas e assuntos mais relevantes em que se refere à relação paralela ao casamento, trazer os posicionamentos das doutrinas, e o que esta sendo aplicado nos tribunais e o que esta sendo aceito. 2-Aspectos Históricos da Idéia de Família Para César Fiuza 1 , devemos retroagir no tempo em busca de nossas raízes greco-romanas. Tanto na cultura grega quanto em sua continuadora, a cultura romana, a idéia de família era bastante diferente da atual. Para nossos antepassados culturais, a família era corpo que ia muito além dos pais e dos filhos. Sob a liderança do pai, a família era o conglomerado composto da esposa, dos filhos, das filhas solteiras, das noras, dos netos e demais descendentes, além dos escravos e clientes. As filhas e netas que se casassem se transferiam 1 FIUZA, Cesar. Direito Civil: curso completo. 17. ed. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais; Belo Horizonte: Del Rey Editora, 2014, p. 1.153.

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Curso de Arquitetura Artigo Original

PROTEÇÃO ESTATAL DAS PESSOAS ENVOLVIDAS NA RELAÇÃO CONCUBINÁRIA

STATE PROTECTION OF PERSOS INVOLVED IN RELATION CONCUBINÁRIA

Antônio Marcos Ferreira do Ouro

1, Pedro Antônio Ribeiro de Andrade

2.

¹ Aluno do Curso de Direito ² Professor Especialista do Curso de Direito

Resumo

O artigo aborda a questão das mulheres que convive em uma relação paralela ao casamento, conhecidas como concubinato impuro.

Bem como relatar as inovações trazidas pela Constituição Federal do Brasil de 1988 em relação à família e as entidades familiares,

nesse contexto a pesquisa tem por finalidade, verificar se com inovações do instituto da família o Estado tem tutelado as pessoas que

convivem em uma relação paralela ao casamento. A metodologia aplicada abordagem indutivo, com coleta de dados e informações de

livros, artigos e julgados dos tribunais.

Palavras-Chave: Entidades familiares; relação paralela; proteção Estatal.

Abstract

The article addresses the issue of women who lives in a parallel to marriage, known as impure concubinage. As well as reporting the

innovations brought by the Federal Constitution of Brazil 1988 in relation to the family and family organizations in this context the

research aims, check with family institute innovations the state has tutored people living in a parallel relationship the wedding. The

methodology applied inductive approach to data collection and information from books, articles and sentences of the Keywords: Family entities; parallel relationship; State protection.

Contato: [email protected]

1 - Introdução A finalidade da abordagem do tema é

retratar as relações paralelas ao casamento, mostrando a trajetória da idéia de família, os momentos históricos vivenciados e a aplicação das leis em relação ao concubinato impuro.

Busca-se nesse artigo uma boa compreensão do tema, cuja metodologia que foi aplicada ao contexto geral da pesquisa, teve por meio da abordagem indutivo, com coleta de dados e informações de livros, artigos e julgados dos tribunais. Com o objetivo de retratar as mudanças que ocorrem tanto na sociedade como nas leis, e mostrar as polemicas advindas de tais mudanças.

Será relatado o modelo de família dos nossos antepassados, do estabelecido pelo código de 1916 e as inovações trazidas pela Constituição de 1988 e o código Civil de 2002. Diante dessas inovações serão discutidas as relações paralelas ao casamento, aquelas consideradas como o concubinato impuro, aonde vem com grandes polemica referente aos direitos dessa relação.

Hoje no Brasil há varias discussões sobre ações ingressadas pelas amantes, onde muitas delas se encontram há anos como a outra da relação, e convive em uma situação de dependência e após a ruptura da relação ou a morte do homem elas buscam na justiça um

amparo legal. Entretanto, este tema aborda um assunto

que e bastante polêmico, onde se necessita de discussões mais extensas, ficando uma complexidade não sendo este artigo capaz de esgotá-lo, devido suas limitações. Contudo busca-se trazer os temas e assuntos mais relevantes em que se refere à relação paralela ao casamento, trazer os posicionamentos das doutrinas, e o que esta sendo aplicado nos tribunais e o que esta sendo aceito.

2-Aspectos Históricos da Idéia de Família

Para César Fiuza1, devemos retroagir no

tempo em busca de nossas raízes greco-romanas. Tanto na cultura grega quanto em sua continuadora, a cultura romana, a idéia de família era bastante diferente da atual. Para nossos antepassados culturais, a família era corpo que ia muito além dos pais e dos filhos. Sob a liderança do pai, a família era o conglomerado composto da esposa, dos filhos, das filhas solteiras, das noras, dos netos e demais descendentes, além dos escravos e clientes. As filhas e netas que se casassem se transferiam

1 FIUZA, Cesar. Direito Civil: curso completo. 17. ed.

São Paulo: Editora Revista dos Tribunais; Belo Horizonte: Del Rey Editora, 2014, p. 1.153.

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para o poder do marido ou do sogro, se fosse vivo. O paterfamilias era, assim, senhor absoluto

da domus. Era o sacerdote que presidia o culto aos antepassados; era o juiz que julgava seus subordinados; era o administrador que comandava os negócios da família. Com o passar dos séculos, o poder desse paterfamilias deixou de ser tão absoluto. Não obstante, a estrutura familiar continuou sendo extremamente patriarcal.

De acordo com Maria Berenice Dias2 O

Código Civil de 1916 era uma codificação do século XIX, pois foi no ano de 1899 que Clóvis Beviláqua recebeu o encarrego de elaborá-lo. Retratava a sociedade da época, marcadamente conservadora e patriarcal. A família se identificava pelo nome do varão, sendo a mulher obrigada a adotar os apelidos do marido. O casamento era indissolúvel. Só havia o desquite – significando não quites, em débito para com a sociedade – que rompia a sociedade conjugal, mas não dissolvia o casamento. Só o casamento constituía a família legítima. Os vínculos extramatrimoniais, além de não reconhecidos, eram punidos. Com o nome de concubinato, eram condenados à clandestinidade e à exclusão não só social, mas também jurídica não gerando qualquer direito. Em face da posição da mulher, às claras, era ela a grande prejudicada.

Dias ainda relata que a condição matrimonial dos pais levava a uma cruel divisão entre os filhos. Era alijada de qualquer direito a prole concebida fora do casamento. Nominados de naturais, adulterinos, incestuosos, todos eram rotulados como filhos ilegítimos, sem direito de buscar sua identidade. Não podiam ser reconhecidos enquanto o pai fosse casado. Só o desquite ou morte permitia a demanda investigatória de paternidade. Os filhos eram punidos pela postura do pai que saia premiado, pois não assumia qualquer responsabilidade pelo fruto de sua aventura extramatrimonial. Quem era onerada era a mãe que acabava tendo que sustentar sozinha o filho, pagando o preço pela “desonra” de ter um filho “bastardo”.

Nosso Código Penal criado pelo decreto-lei N. 2.848, de 1940, também trazia alguns artigos conservadores em relação à família, ate a sua revogação em 2005 havia a previsão do artigo 240 Código Penal Brasileiro que punia quem praticasse a infidelidade no casamento. “Art. 240 CP: Cometer adultério: Pena- detenção, de quinze dias a seis meses.”

Nota-se, que este dispositivo vem de uma época conservadora, onde se aplicava uma pena para quem violasse o instituto do matrimonio. Porem os legisladores verificou que a estrutura da sociedade estava em constantes mudanças, com uma necessidade de novas regras.

2 DIAS, Maria Berenice. A Mulher no Código Civil.

www.mariaberenice.com.br/ Acesso: 27/05/2015

3- Inovações Advindas Após a Constituição de 1988 e Código Civil Brasileiro

Como relata César Fiuza3, com a

constituição de 1988, atentou-se para um fato importante: não existe apenas um modelo de família, como queriam crer o Código Civil de 1916 e a Igreja Católica. A idéia de família plural, que sempre foi uma realidade, passou a integrar a pauta jurídica constitucional. Reconhecem-se hoje não só a família modelar do antigo Código, formado pelos pais e filhos.

Maria Helena Diniz4 relata que são inúmeros

os sentidos do termo família, pois a plurivalência semântica é fenômeno normal no vocábulo jurídico. Na seara jurídica encontram-se três acepções fundamentais do vocábulo família: a) a amplíssima; b) a lata e c) a restrita.

No sentido amplíssimo o termo abrange todos os indivíduos que estiverem ligados pelo vinculo da consangüinidade ou da afinidade, chegando a incluir estranhos, como no caso do art. 1412, § 2º, do Código Civil, em que as necessidades da família do usuário compreendem também as das pessoas de seu serviço domestico. A Lei n. 8.112/90, Estatuto dos Servidores Públicos Civis da União, no art.241, considera como família do funcionário, alem do cônjuge e prole, quaisquer pessoas que vivam a suas expensas e constem de seu assentamento individual.

Na acepção “lata”, alem dos conjugues ou companheiros, e de seus filhos, abrange os parentes da linha reta ou colateral, bem como os afins (os parentes do outro cônjuge ou companheiro), como a concebem os arts.1.591 e s. do Código Civil, o Decreto-Lei n.3.200/41 e a Lei n. 8.069/90, art. 25, parágrafo único,acrescentado pela Lei n.12.010/2009. Na significação restrita é a família (CF, art.226, §§ 1º e 2º) o conjunto de pessoas unidas pelos laços do matrimônio e da filiação, ou seja, unicamente os cônjuges e a prole (CC, arts. 1.567 e 1.716), e entidade familiar a comunidade formada pelos pais, que vivem em união estável, ou por qualquer dos pais e descendentes, como prescreve o art. 226,§§ 3º e 4º da Constituição Federal, independentemente de existir o vinculo conjugal, que a originou.

E para fortalecer e dar um apoio surge-se os princípios, com a finalidade de valorar as decisões, princípios esses que vem com força normativa 4-Princípios do Direito de Família O ordenamento jurídico não é composto apenas de normas regras. Atualmente, os princípios

3 FIUZA, Cesar. Direito Civil: curso completo. 17. ed.

São Paulo: Editora Revista dos Tribunais; Belo Horizonte: Del Rey Editora, 2014. p. 1.156 4 DINIZ, Maria Helena. Curso de Direito Civil Brasileiro.

Direito de Família. 26. ed. São Paulo: Saraiva, 2011, p. 23 e 24.

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passaram a fazer parte do arcabouço jurídico, oferecendo ao aplicador do direito uma liberdade de valoração, a fim de aplicar o direito com mais justiça.Segundo Robert Alexy

5 “os princípios são

normas jurídicas que se distinguem das regras não só porque tem alto grau de generalidade, mas também por serem mandatos de otimização”.

Sobre a relevância dos princípios, Cristiano Chaves de Farias e Nelson Rosenvald

6, citando

Paulo Benevides, afirma que.

Deriva a idéia de princípio da linguagem geométrica, onde concerne às “verdades primeiras”, constituindo as premissas fundamentais de um sistema que se desenvolve more geométrico. Exatamente por isso, os princípios revestem-se de grande relevância porque marcam, basicamente, todo o sistema jurídico. São proposições genéricas que informam uma ciência. Enfim, a sua base valorativa. São, portanto, as bases sobre as quais se constrói o sistema jurídico.

Com as inovações do mundo moderno, e o aparecimento de novos valores no meio social, o legislador deu-se uma proteção a mais às famílias. Assim como Maria Berenice Dias

7, relata que, “É

no direito das famílias onde mais se sente o reflexo dos princípios que a Constituição Federal consagra como valores sociais fundamentais, e que não podem se distanciar da atual concepção da família, com sua feição desdobrada em múltiplas facetas”.

Assim, podemos destacar alguns princípios Constitucionais do direito de famílias, que o legislador trouxe para viabilizar o alcance da dignidade humana nas relações jurídicas. 4.1-Princípio da Dignidade da Pessoa Humana

Em sua obra, Maria Helena Diniz8 traz o

conceito do princípio que está estampado já no primeiro artigo da Constituição Federal.

Princípio da dignidade da pessoa humana (CF, art. 1º da, III), que constitui base da comunidade familiar (biológica ou socioafetiva), garantido, tendo por parâmetro a afetividade, o pleno desenvolvimento e a realização de todos os seus membros, principalmente da criança e do adolescente (CF, art 227).

5 Robert. Teoria de los derechos fundamentales. Madrid:

Centro de Estudios Constitucionales, 2001, p. 84. 6 FARAIS, Cristiano Chaves; ROSENVALD, Nelson.

Curso de Direito Civil. Famílias. 5. ed. Salvador: Jus Podivm, 2013, p. 77 e 78. 7 DIAS, Maria Berenice; Manual de Direito das Famílias.

9. ed. rev., atualizada e ampliada. São Paulo: ed. Revista dos Tribunais, 2013, p. 64 8 DINIZ, Maria Helena. Curso de Direito Civil Brasileiro.

Direito de Família. 5. ed. São Paulo: Saraiva, 2015, p. 37

4.2-Princípio da Liberdade e Igualdade

Par banir todos os tipos de discriminação na sociedade e garantir os mesmos direitos e deveres tem se o principio da liberdade e da igualdade, como relata Maria Berenice Dias

9, “Em face do

primado da liberdade, e assegurado o direito de constituir uma relação conjugal, uma união estável hétero ou homossexual. Há a liberdade de dissolver o casamento e extinguir a união estável, bem como o direito de recompor novas estruturas de convívio”.

Dias, ainda relata sobre o princípio da igualdade, que “E imprescindível que a lei em si considere todos igualmente, ressalvados as desigualdades que devem ser sopesadas para prevalecer à igualdade material”. “A supremacia do princípio da igualdade alcançou também os vínculos de filiação, ao ser proibido qualquer designação discriminatória com relação aos filhos havidos ou não da relação de casamento ou por adoção (CF 227 § 6.º)”.

4.3-Princípio da “RATIO” do Matrimônio

Quando falamos em uma relação de

convivência, devemos nos atentar, para a existência de um afeto continuo e duradouro, para que essa relação não venha perde sua característica principal.

Maria Helena Diniz10

, citando Orlando Gomes, na sua obra trás a relevância do princípio da “ratio” do matrimônio e da união estável.

Segundo qual o fundamento básico do casamento, da vida conjugal e do companheirismo é a afeição entre os cônjuges ou conviventes e a necessidade de que perdure completa comunhão de vida, sendo a ruptura da união, uma decorrência da extinção da affectio, uma vez que a comunhão espiritual e material de vida entre marido e mulher ou entre conviventes não pode ser mantida ou reconstituída.

4.4-Princípio da Consagração do Poder Familiar

Miguel Daladier Barros11

, em seu artigo fala que, “O poder familiar, que antigamente era chamado “pátrio poder” também passou a ter novo conceito e nova aplicação, sendo que aquele princípio de superioridade do “pater

9 DIAS, Maria Berenice; Manual de Direito das Famílias.

9. ed. rev., atualizada e ampliada. São Paulo: ed. Revista dos Tribunais, 2013, p. 67, 68 10

DINIZ, Maria Helena. Curso de Direito Civil Brasileiro. Direito de Família. 5. ed. São Paulo: Saraiva, 2015, p.33 11

Disponível em: http://www.oprogressonet.com/blogs/prof-doutor-miguel-daladier-barros/principio-da-igualdade-no-direito-de-familia/51457.html: acesso em 05/06/2015

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familias” passou a ser entendido após o advento do Código Civil de 2002, como o poder-dever quanto à direção da família”.

Maria Helena Diniz12

, também fala sobre a essência desse artigo que é “O poder-dever de dirigir a família, é exercido conjuntamente por ambos os genitores, desaparecendo o poder marital e paterno”.

Diante da visão desse principio, mostra que a divisão de tarefas deveres e cuidado fica a cargo de ambos os genitores, conferindo não mais um deles como responsável pela família. 4.5-Principio da Afetividade

Quando se fala em famílias, devemos nos atentar para uma relação muito forte de carinho e amparo de ambos os membros, e andando junto ao principio da dignidade da pessoa humana temos o principio da afetividade, que busca os laços da convivência entre os membros da entidade familiar.

Maria Berenice Dias13

relata que “O princípio jurídico da afetividade faz despontar a igualdade entre os irmãos biológicos e adotivos e o respeito a seus direitos fundamentais”. Acrescenta ainda que, “A família transforma-se na medida em que se acentuam as relações de sentimento entre seus membros”. 4.6-Princípio da Solidariedade

O principio da solidariedade por sua vez, estabelece que cada membro da família, deve prestar amparo aos demais. De modo que ele pode ser invocado em varias situações, conferindo o direito de pedir uma pensão entre familiares ou mesmo de uma relação já desfeita. 4.7-Princípio do Pluralismo Familiar

Como já mencionado anteriormente, que após a Constituição Federal de 1988 e o Código Civil de 2002, vieram novos modelos de entidades familiares. A nossa lei maior fala no seu artigo 226 que “A família, base da sociedade, tem especial proteção do Estado”. Acrescentando ainda nos §

3º e § 4º a proteção e o reconhecimento das

entidades familiares, a união estável e a família monoparental.

O princípio do pluralismo familiar veio para confirmar e encarar a existência de novos modelos familiares, trazendo uma visão real para o Estado e para a sociedade de que não existe somente a família casamenteira, como fala Cristiano Chaves

12

DINIZ, Maria Helena. Curso de Direito Civil Brasileiro. Direito de Família. 5. ed. São Paulo: Saraiva, 2015, p. 41 13

DIAS, Maria Berenice; Manual de Direito das Famílias. 9. rev., atualizada e ampliada. São Paulo: ed. Revista dos Tribunais, 2013, p. 73.

de Farias e Nelson Rosenvald14

. De fato, o legislador constituinte apenas normatizou o que já representava a realidade de milhares de famílias brasileiras, reconhecendo que a família é um fato natural e o casamento uma solenidade, uma convenção social, adaptando assim, o Direito aos anseios e às necessidades da sociedade.

Maria Berenice Dias

15, citando Carlos

Cavalcanti de Albuquerque filho fala que “O princípio do pluralismo das entidades familiares é encarado como o reconhecimento pelo Estado da existência de várias possibilidades de arranjos familiares”.

Desta forma a família deve ser reconhecida e amparada independente de sua formação, o Estado deve preservar os direitos e garantias das pessoas envolvidas nessa relação.

5-Das Entidades Familiares e a Proteção do Estado

Diante das transformações a Constituição

Federal no seu artigo 226 § 3º apresentou a União estável, que é a união de duas pessoas com o objetivo de conviver em uma relação continua e duradoura buscando constituir uma família e no § 4º família monoparental que e a formada por qualquer um dos pais e seus descendentes. De acordo com Maria Berenice Dias

16 “os tipos de

entidades familiares explicitados são meramente exemplificativos, sem embargo de serem os mais comuns, por isso mesmo merecendo referência expressa”.

Como visto a família e reconhecida pelos laços de afetividade e da convivência, diante disso temos novos modelos implícitos que não esta expressa na constituição, mas e amparado pela mesma, no seu artigo, “a pluralidade das entidades familiares” o professor Clever Jatobá

17

descreve alguns modelos.

“A família homoafetiva consiste na entidade

familiar, que estabelece uma comunhão de vida por meio de um convívio público, contínuo e duradouro, com alicerces sólidos no afeto, mas estabelecido por pessoas do mesmo sexo”. Adequando o conceito de família à noção sedimentada na sociedade, passou-se a

14

FARAIS, Cristiano Chaves; ROSENVALD, Nelson. Curso de Direito Civil. Famílias. 5. ed. Salvador: Jus Podivm, 2013, p. 88 15

DIAS, Maria Berenice; Manual de Direito das Famílias. 9. rev. atualizada e ampliada. São Paulo: ed. Revista dos Tribunais, 2013, p. 70 16

DIAS, Maria Berenice; Manual de Direito das Famílias. 9. rev., atualizada e ampliada. São Paulo: ed. Revista dos Tribunais, 2013, p. 40. 17

Disponível em http://cleverjatoba.blogspot.com.br/2014/03/a-pluralidade-das-entidades-familiares.html#more: acesso em 11/06/2015

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reconhecer que os vínculos de parentesco integram uma concepção familiar própria, diante desta realidade, há por sedimentado as famílias parentais como um agrupamento

familiar próprio e importantíssimo na edificação da personalidade do indivíduo. A compreensão social da família pelo viés do parentesco concebeu a família extensa ou ampliada, reconhecida expressamente

pelo ECA. Trata-se da ampliação do conceito de família, transcendendo ao núcleo formado por pais e filhos, albergando, assim, os parentes próximos, com os quais a criança ou adolescente tenham estabelecido um vínculo de afinidade e afetivo sólido. Por sua vez, a maior ebulição da família contemporânea ocorre diante das famílias recompostas ou reconstituídas. Consiste

na idéia de se conceber juridicidade à relação familiar firmada por pessoas que já tiveram outra família, mas que buscam reconstruir suas vidas em outro ambiente familiar. Nesta realidade as pessoas se unem levando filhos de outros relacionamentos. Assim, o convívio entre padrastos ou madrastas e seus enteados, bem como entre os filhos de cada um deles, passam a reclamar uma tessitura legal própria que ampare novos direitos e até uma nova compreensão dos laços de parentesco por afinidade.

Todas essas entidades estão sobre a

proteção do Estado e amparadas pelos princípios constitucionais, envolvidas por direito extrapatrimonial ou personalíssimo, direitos esses que são irrenunciável, intransmissível, não admitindo condição, termo ou exercício por meio de procuração.

Maria Berenice Dias18

relata que, “O direito das famílias é identificado a partir de três grandes eixos temáticos: (a) direito matrimonial - cuida do casamento, sua celebração efeitos, anulação, regimes de bens alem de sua dissolução: (b) direito parental - volta-se para a filiação, adoção e relações de parentesco; e (c) direito protetivo ou assistencial – inclui poder familiar, alimentos, tutela e curatela”. 6-Do Concubinato impuro (Relação Paralela ou Simultânea)

Concubinato impuro e a relação entre um homem e uma mulher que estão impedidos de se casar, pois ambos ou um deles já contraíram o matrimonio ou convivem em uma união estável. O artigo 1.727 do Código Civil diz que: “As relações não eventuais entre o homem e mulher, impedidos de casar, constituem concubinato”.

São muitas as expressões usadas para identificar a relação paralela ao casamento ou da união estável, muitos falam em concubinato adulterino, impuro, impróprio, espúrio, de má-fé ou

18

DIAS, Maria Berenice; Manual de Direito das Famílias. 9. rev., atualizada e ampliada. São Paulo: ed. Revista dos Tribunais, 2013, p. 35.

mesmo de concubinagem. Essa relação por mais repudiada que seja não deixa de existir, e cada vez mais em alta escala. Mesmo com essa demanda de casos envolvendo essa relação, há uma negatória por parte da sociedade e dos dispositivos da lei.

Temos algumas normas que reprovam e vedam os direitos da relação paralela ao casamento, vejamos a seguir alguns exemplos:

a) O artigo 550 do Código Civil, que proíbe

a doações do cônjuge adultero ao seu cúmplice, possibilitando que possam ser anuladas pelo consorte enganado a do artigo.

b) Temos o artigo 1.642, V, do Código Civil que da o direito ao cônjuge de reivindicar os bens comuns móveis ou imóveis, doados ou transferidos pelo outro cônjuge ao concubino.

c) O artigo 1.801, III, do Código Civil, dizendo que, não pode ser nomeado herdeiro ou legatário o concubino do testador casado, salvo se este, sem culpa sua estiver separado de fato do cônjuge há mais de cinco anos.

d) A do artigo 1.694 do Código Civil, que vem estabelecendo dever recíproco entre os parentes, cônjuge e companheiro para pedir uns aos outros os alimentos de que necessitar. Não reconhecendo a concubina.

Esses são alguns dos dispositivos que vedam direitos de quem convivem em uma relação concubinária. Impossibilitando o reconhecimento das uniões estáveis paralelas ao casamento. Com base monogâmica do Estado brasileiro e os impedimentos do Código Civil Brasileiro.

7- Da Proteção Estatal

Apesar das vedações descritas em lei e da reprovação da sociedade, no meio jurídico e alguns doutrinadores têm buscado entendimentos contrários ao presenciados aos longos dos anos anteriores. Como relata Maria Berenice Dias

19.

“negar a existência de famílias paralelas – quer um casamento e uma união estável, quer duas ou mais uniões estáveis – é simplesmente não ver a realidade. Com isso a justiça acaba cometendo enormes injustiças. (...) São relações que repercutem no mundo jurídico, pois os companheiros convivem, muitas vezes têm filhos, e há construção patrimonial em comum. Não ver essa relação, não lhe outorgar qualquer efeito, atenta contra a dignidade dos partícipes e da prole porventura existente.

19

DIAS, Maria Berenice; Manual de Direito das Famílias. 9. rev., atualizada e ampliada. São Paulo: ed. Revista dos Tribunais, 2013, p. 48

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Como não mais admite a Constituição tratamento discriminatório dos filhos, negar à mãe os direitos decorrentes da união que ela manteve com o genitor é excluir o direito sucessório da prole comum. Ou seja,

deixar de reconhecer o direito da mãe, pela via inversa e reflexamente, é não reconhecer o direito que o filho teria à herança dela. Assim mesmo que o filho não mais possa ser considerado ilegítimo, acaba sujeitando-se a tratamento diferenciado, que a justiça não pode chancelar. Alem disso, reconhecer apenas efeitos patrimoniais, como sociedade de fato, consiste em uma mentira jurídica,

porquanto os companheiros não se uniram para constituir uma sociedade”.

Esse posicionamento favorável de amparo as famílias paralelas, estão sendo apreciados nos tribunais, e por parte de alguns juízes e ministros tem se dado uma atenção diferenciada. Nota-se, que há um amadurecimento no que se refere a essa relação.

Em um julgamento de um Recurso Extraordinário de Nº 397.762-8/BA no STF

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que negou à concubina o direito de dividir a pensão previdenciária com a viúva, o Ministro CARLOS BRITTO, em seu voto tratou sobre a complexidade do tema, e ao proteger a família, a maternidade, a infância, a Constituição não faz distinção quanto a sua forma de união. Em seu voto ele diz “a luz do Direito Constitucional brasileiro o que importa e a formação em si de um novo e duradouro núcleo domestico. A concreta disposição do casal para construir um lar com um subjetivo ânimo de permanência que o tempo objetivamente confirma. Isto é família, pouco importa se um dos parceiros mantém uma concomitante relação sentimental a dois”.

Para os não favoráveis a essa proteção tem

por base o artigo 1.723 C/C art. 1.521 inc., VI do Código Civil 2002 e o principio monogâmico do Estado. Alem da lei maior, Constituição Federal de 1988, que ao tratar desse tema no seu artigo 226 § seguintes não fazer referencia de proteção a essa relação. Casos em que a suprema corte (STF) já deu parecer em casos semelhantes nas apreciações de recursos.

COMPANHEIRA E CONCUBINA - DISTINÇÃO. Sendo o Direito uma verdadeira ciência, impossível é confundir institutos, expressões e vocábulos, sob pena de prevalecer à babel. UNIÃO ESTÁVEL - PROTEÇÃO DO ESTADO. A proteção do Estado à união estável alcança apenas as situações legítimas e nestas não está incluído o concubinato. PENSÃO - SERVIDOR PÚBLICO - MULHER - CONCUBINA - DIREITO. A titularidade da pensão decorrente do falecimento de servidor público pressupõe

20

Disponível em: http://www.stf.jus.br/portal/processo/verProcessoAndamento.asp?incidente=2150768: acesso em 18/06/2015

vínculo agasalhado pelo ordenamento jurídico, mostrando-se impróprio o implemento de divisão a beneficiar, em detrimento da família, a concubina. (STF - RE: 590779 ES, Relator: MARCO AURÉLIO, Data de Julgamento: 10/02/2009, Primeira Turma, Data de Publicação: DJe-059 DIVULG 26-03-2009 PUBLIC 27-03-2009 EMENT VOL-02354-05 PP-01058)

21

Acompanhado de um posicionamento conservador de um modelo de família afinada no casamento, ha decisões que despreza os efeitos jurídicos dessa relação.

APELAÇÃO CÍVEL EM AÇÃO ORDINÁRIA. UNIÃO ESTÁVEL. NÃO RECONHECIMENTO. DE CUJUS CASADO. RELAÇÃO DE CONCUBINATO. CONFIGURAÇÃO. PENSÃO POR MORTE. INADMISSIBILIDADE. PRECEDENTES DO STJ E DO TJMA. I. O casamento de um dos companheiros constitui impedimento para a configuração da união estável. (inteligência dos arts. 1.723, § 1º e 1.521 do CC). II. "O concubinato não pode ser erigido ao mesmo patamar jurídico da união estável, sendo certa que o reconhecimento dessa última é condição imprescindível à garantia dos direitos previstos na Constituição Federal e na legislação pátria aos companheiros, inclusive para fins previdenciários."(RMS nº 30414/PB (2009/0173443-9), 5ª Turma do STJ, Rel. Min. Laurita Vaz, j. 17.04.2012, unânime, DJe 24.04.2012) III. "A titularidade da pensão decorrente do falecimento de servidor público pressupõe vínculo agasalhado pelo ordenamento jurídico, mostrando-se impróprio o implemento de divisão a beneficiar, em detrimento da família, a concubina."(Processo nº 0011844-13.2008.8.10.0001 (134114/2013), 2ª Câmara Cível do TJMA, Rel. Des. Marcelo Carvalho Silva, j. 20.08.2013, unânime, DJe 26.08.2013). Original sem grifos IV. Apelação improvida. (TJ-MA, Relator: VICENTE DE PAULA GOMES DE CASTRO, Data de Julgamento: 10/02/2015, SEGUNDA CÂMARA CÍVEL)

22

Devido o grande numero de relações paralelas ao casamento e a necessidade de ajustar a proteção, o Estado já vem se posicionado por meio dos governantes, favoráveis à proteção de quem convive nessa situação. A Senadora baiana Lídice da Mata (PSB) apresentou no Senado um projeto de lei Nº 470 /2013

23.

21

Disponível em http://stf.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/3258605/recurso-extraordinario-re-590779-es: acesso em 22/06/2015 22

Disponível em: http://tj-ma.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/168398332/apelacao-apl-65092013-ma-0025761-3620078100001/inteiro-teor-168398340: acesso em 22/06/2015 23

Disponível em: http://www.ibahia.com/detalhe/noticia/projeto-de-lei-que-tramita-no-senado-garante-direitos-para-

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7

O artigo 14 diz que “as pessoas

integrantes da entidade familiar têm o dever recíproco de assistência, amparo material e moral, sendo obrigadas a concorrer, na proporção de suas condições financeiras e econômicas, para a manutenção da família”. Essa responsabilidade - e a de danos morais e materiais - se estende a quem é casado ou vive em união estável, mas tem um

relacionamento paralelo.

“Para Lídice, as novas formatações de família não decorrem apenas do casamento e torna a vinculação afetiva mais importante, citando os casos de união estável, homoafetiva e até adoções. (...) o Consultor do projeto apresentado pela senadora Lídice da Mata (PSB), o advogado Rodrigo da Cunha Pereira, presidente do Instituto Brasileiro de Direito de Família (IBDFam), diz que o estatuto vai beneficiar as mulheres. “É ela que é marginalizada, que é a invisível. Essas pessoas (contra o projeto) querem deixar na invisibilidade jurídica e social essas famílias. Se fosse assim, haveria até hoje filhos ilegítimos”.

24

. Nem todas as sentenças tem sido

desfavorável, quando se trata de uma convivência duradoura com finalidade de construir uma família. Existindo os requisitos de dependência financeira, ou mesmo se houve um esforço em comum para a construção do patrimônio fica caracterizada a boa fé das partes.

Ha decisões que vem fundada na Sumula 380 do STF

25, que diz que quando comprovado a

existência de sociedade de fato entre os concubinos, e cabível sua dissolução judicial com a partilha do patrimônio adquirido pelo esforço comum.

E por meio dos princípios da dignidade da pessoa humana, da solidariedade familiar e da afetividade que os magistrados têm aplicado o direito, em julgamento, o entendimento que ocorreu na 3ª Turma do Superior Tribunal de Justiça, foi que, a mulher que manteve uma relação por 40 anos, chegando a interromper sua vida profissional para se dedicar a essa relação, e aos 70 anos quando o seu companheiro colocou fim no ato amoroso. O tribunal reconheceu essa convivência e dependência, e ela receberá pensão alimentícia do parceiro, baseando no principio da dignidade e da solidariedade. Reportagem que esta disponível no Site ConJur (ANEXO A).

26

No site do Tribunal de Justiça do Estado do Goiás (TJGO). A notícia de um julgado que

amante/?cHash=44bb0168ef8fb01dfc3be19029c46782 acesso em:22/06/2015 24

Disponível em: http://www.ibahia.com/detalhe/noticia/projeto-de-lei-que-tramita-no-senado-garante-direitos-para-amante/?cHash=44bb0168ef8fb01dfc3be19029c46782 acesso em:22/06/2015 25

SUMULA 380 STF 26

CONJUR-CONSULTOR JURIDICO

ocorreu em 2013, “Juíza nega reconhecimento de união estável, mas manda aposentado pagar pensão a ex-amante” invocando o principio da afetividade e da solidariedade, do Direito de família (ANEXO B).

27

Notadamente verifica que os tribunais de todo Brasil estão com uma aceitação maior, julgando além das normas e acolhendo o lado afetivo. Exemplo de mais uma decisão, relatado em um artigo do Portal Metrópole (ANEXO C).

28

“A 2ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Maranhão (TJMA), por maioria, reconheceu como união estável o relacionamento de uma mulher que ingressou na Justiça pleiteando direitos patrimoniais após a morte de um homem casado com outra pessoa e com quem manteve um relacionamento paralelo por 15 anos.”

Recentemente a Turma Regional de

Uniformização (TRU) dos Juizados Especiais Federais (JEFs) da 4ª Região realizou na data 15/06/2015 a 3ª seção do ano que julgou o pedido de uniformização e decidiu que Mulher que mantinha caso extraconjugal com segurado falecido dividirá pensão com esposa (ANEXO D)

29.

“IUJEF nº 5001063-102012.404.7112 /RS

INCIDENTE DE UNIFORMIZAÇÃO DE JURISPRUDÊNCIA REGIONAL. PENSÃO POR MORTE. CONCUBINATO. UNIÃO ESTÁVEL. RATEIO DO BENEFÍCIO. A Turma Regional de Uniformização uniformizou o entendimento de que presentes alguns pressupostos como a afetividade, estabilidade e ostentabilidade, é possível presumir boa-fé, de maneira que em tais casos não há obstáculo ao reconhecimento de entidade familiar, no modelo estruturado sob a forma de concubinato. Relator: Juiz Federal Marcelo Malucelli

30”.

Vale ressaltar que Com essas transformações do mundo moderno, a justiça vem inovando, analisando as relações de um modo a garantir o direito individual. E gradativamente assegurar o bem estar de todos mesmo quando houver conflitos. Ressaltando que a relação concubinária não deve ser colocada em igual com o casamento ou união estável, sendo que estas duas estão com suas garantias previstas em nossa constituição.

27

NOTICIAS DO TJGO 28

PORTAL METROPOLE 29

NOTICIAS- Justiça Federal TRF4 30

Disponível em: http://www2.trf4.jus.br/trf4/controlador.php?acao=pagina_visualizar&id_pagina=turm_regional_unifor: acesso em 23/06/2015

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8

8 – Conclusão

O objetivo desse estudo foi retratar a relação paralela ao casamento, abordando a proteção que o Estado exerce em favor das pessoas envolvida. Com o objetivo de mostrar as vedações descritas em lei, e as divergências no meio jurídico e a repulso no meio social. Traça-se uma idéia de família buscando as origens dos antepassados, mostrando a evolução que houve do Código Civil de 1916 para a Constituição Federal de 1988 e por seguinte adotado pelo Código de 2002, quando veio instituir novos modelos de entidades familiares e os direitos adquiridos dessa nova formação, baseando nos princípios norteadores do direito de família. Entretanto, com a tutela dessas novas entidades familiares, a sociedade evoluiu surgindo novos arranjos de família não aparados por lei, conseqüentemente surge se uma demanda de pedidos de pensão ou rateio de benefícios nos tribunais por parte das amantes. Elas que sempre foi excluída da sociedade buscam a tutela do Estado.

E notável que ha uma divergência, tanto

doutrinaria quanto jurídica sobre o provimento da concessão dos benefícios para as concubinas. O contrário apega-se nos dispositivos da lei, já para aquele favorável aplicam-se os princípios da proteção da pessoa. E com base nos princípios da Solidariedade e da afetividade entre outros, que o Estado esta provendo a proteção para as amantes, julgando com base no vinculo afetivo acompanhado do período de convivência somando se a dependência dos envolvido na relação. Por meio desse estudo, confirmam que o Estado vem tutelando em alguns casos as pessoas envolvida na relação concubinária, mas não a relação em si. Sendo que ha o que muito se discutir e debater sobre tema tão polêmico, para alcançar um consenso em comum por se tratar de vidas. Agradecimentos:

A Deus primeiramente, ao meu Pai e a minha família, o meu orientador, aos meus mestres e a todos que direta ou indiretamente contribuiu para a conclusão deste sonho.

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9

Referências:

1- ALEXY, Robert. Teoria de los derechos fundamentales. Madrid: Centro de Estudios Constitucionales, 2001. 2 - BRASIL, Constituição Federal Brasileira, 1988 3 - DINIZ, Maria Helena. Curso de Direito Civil Brasileiro. Direito de Família. 26. ed. São Paulo: Saraiva, 2011. 4 - DINIZ, Maria Helena. Curso de Direito Civil Brasileiro. Direito de Família. 5. ed. São Paulo: Saraiva, 2015. 5 - DIAS, Maria Berenice; Manual de Direito de Família. 9. ed. rer., atual e ampl. São Paulo: ed. Revista dos Tribunais, 2013 5 - DIAS, Maria Berenice. A Mulher no Código Civil. http://www.mariaberenice.com.br: acesso em 27/05/2015 7 - FARAIS, Cristiano Chaves; ROSENVALD, Nelson. Curso de Direito Civil. Famílias. 5. ed. Salvador: Jus Podivm, 2013 8 - FIUZA, César. Direito Civil- Curso Completo. 17. ed. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, Belo Horizonte: Del Rey Editora, 2014 9 - SUMULA 380 STF 10 - http://cleverjatoba.blogspot.com.br/2014/03/a-pluralidade-das-entidades-familiares.html#more: acesso em 11/06/2015 11 - http://www.oprogressonet.com/blogs/prof-doutor-miguel-daladier-barros/principio-da-igualdade-no-direito-de-familia/51457.html: acesso em 05/06/2015 12 - http://www.stf.jus.br/portal/processo/verProcessoAndamento.asp?incidente=2150768: acesso em 18/06/2015 13 - http://stf.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/3258605/recurso-extraordinario-re-590779-es: acesso em 22/06/2015 14 - http://tj-ma.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/168398332/apelacao-apl-65092013-ma-0025761-3620078100001/inteiro-teor-168398340: acesso: 22/06/2015 15- http://www.ibahia.com/detalhe/noticia/projeto-de-lei-que-tramita-no-senado-garante-direitos-para-amante/?cHash=44bb0168ef8fb01dfc3be19029c46782 :acesso em:22/06/2015 16- http://www.ibahia.com/detalhe/noticia/projeto-de-lei-que-tramita-no-senado-garante-direitos-para-amante/?cHash=44bb0168ef8fb01dfc3be19029c46782: acesso em: 22/06/2015 17- http://www2.trf4.jus.br/trf4/controlador.php?acao=pagina_visualizar&id_pagina=turm_regional_unifor: acesso em 23/06/2015

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ANEXOS

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ANEXO-A:

http://www.conjur.com.br/2015-abr-19/amante-40-anos-recebera-pensao-alimenticia-parceiro

PREÇO DO AMOR

Mulher que foi amante por 40 anos receberá pensão alimentícia de parceiro 19 de abril de 2015, 8h30

Mulher que foi amante por 40 anos e era sustentada pelo parceiro deve receber pensão alimentícia. O entendimen-

to é da 3ª Turma do Superior Tribunal de Justiça que levou em consideração os princípios da dignidade e solidari-

edade humanas.

Segundo o processo, a concubina, hoje com mais de 70 anos

de idade, dependia financeiramente do réu porque desistiu da carreira profissional para se dedicar ao parceiro. Ele

admitiu tê-la sustentado espontaneamente durante todo o relacionamento amoroso. “Foi ele quem deu ensejo a

essa situação e não pode, agora, beneficiar-se dos próprios atos”, declarou o relator do processo, ministro João

Otávio de Noronha (foto).

Com o fim da relação, a mulher pediu o reconhecimento e a dissolução de união extra conjugal para requerer par-

tilha de bens e alimentos, além de indenização pelos serviços prestados ao ex-parceiro.

A ação foi julgada parcialmente procedente, e a sentença condenou o réu a custear alimentos mensais no valor de

dois salários mínimos e meio. Ambas as partes apelaram, a mulher pedia a partilha dos bens do ex-parceiro

e homem foi contrário a obrigação de pagar a pensão alimentícia.

O Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul negou o recurso do réu. Quanto aos pedidos da autora, a corte estadu-

al entendeu que a partilha de bens não procedia, pois a concubina não apresentou prova de esforço comum para

aquisição do patrimônio. A indenização também não foi concedida porque os desembargadores entenderam que

“troca de afeto, amor, dedicação e companheirismo” não poderia ser mensurada monetariamente. Os dois recorre-

ram ao STJ.O homem questionou a obrigação de prestar alimentos com base nos artigos 1.694 e 1.695 do Código

Civil, que fazem menção ao direito alimentício apenas entre parentes, cônjuges ou companheiros, nada dispondo

sobre situações de concubinato.O relator, ministro João Otávio de Noronha, explicou que ambos os dispositivos

foram estabelecidos para dar máxima efetividade ao princípio da preservação da família, mas afastou o risco de

desestruturação familiar para o recorrente, por conta do “longo decurso de tempo”.

“No caso específico, há uma convergência de princípios, de modo que é preciso conciliá-los para aplicar aqueles

adequados a embasar a decisão, a saber, os princípios da solidariedade e da dignidade da pessoa humana”, ponde-

rou. Com informações da Assessoria de Imprensa do STJ

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ANEXO-B:

http://www.tjgo.jus.br/index.php/home/imprensa/noticias/161-destaque1/2595-juiza-nega-reconhecimento-

de-uniao-estavel-mas-manda-aposentado-pagar-pensao-a-ex-amante

Notícias do TJGO

Juíza nega reconhecimento de união estável mas manda

aposentado pagar pensão a ex-amante 11/06/2013 15h06

A juíza Maria Cristina Costa, da 4ª Vara de Família e Sucessões de Goiânia,

negou pedido de reconhecimento de união estável e partilha de bens ajuizado pela manicure X contra o odontólogo aposentado Y, de

quem foi amante por 30 anos. Por outro lado, a magistrada condenou-o a pagar pensão alimentícia no valor de um salário mínimo a

ela.

Para a juíza, não se pode reconhecer a união estável porque a relação dos dois, embora duradoura, não era pública e, além disso, o

odontólogo era casado e nunca se separou. Quanto à pensão, entendeu ser ela devida à manicure com base nos princípios da afeti-

vidade e solidariedade, do Direito de Família.

De acordo com os autos do processo, o relacionamento dos dois começou em 1963. Apesar de casado desde 1954, o odontólogo

investiu na relação extraconjugal, tendo auxiliado a manicure financeiramente, acomodando-a, inclusive, em um imóvel registrado em

nome de sua esposa. Na ação judicial, ela alega que o conheceu muito jovem e que durante todos os anos em que estiveram juntos

ele prometia que um dia se casariam, pedindo-lhe para que tivesse paciência pois sua mulher era doente e não podia se divorciar

dela enquanto não se curasse. Na expectativa, a manicure não teve outros relacionamentos tampouco filhos, e decidiu romper a rela-

ção depois de se tornar “cristã”.

Com o reconhecimento da união estável a manicure queria ver, garantido, seu direito à partilha de bens do ex-amante, inclusive do

imóvel onde vivia. Ao negá-lo, a juíza explicou que a jurisprudência tanto do Supremo Tribunal Federal (STF) quanto do Superior Tri-

bunal de Justiça (STJ) não reconhece como união estável a relação concubinária simultânea ao casamento. Como observou Maria

Cristina na sentença, era do pleno conhecimento de X que Y era casado, além disso, a relação extraconjugal era mantida em segre-

do, já que provas testemunhais demonstraram que apenas algumas pessoas do relacionamento da manicure sabiam do caso.

“Não se fizeram presentes os demais elementos exigidos para a configuração da união estável: publicidade e o ânimo de constituição

de família, pois não há provas de que ele (Y) era visto em convivência pública com a requerente (X) nem de que ele a apresentava

para a sociedade como sua companheira, ou de que tenha assumido com ela uma convivência como se marido e mulher fossem,

muito embora tenham mantido um relacionamento amoroso”, salientou a juíza.

Ao determinar, contudo, que Y pague pensão alimentícia a X, a magistrada ponderou ter ficado claro que, entre os dois, foi formado,

pelo afeto, um vínculo forte, duradouro e contínuo, que gerou expectativas que não podem ser ignoradas. Como destacou a juíza, a

relação dos dois “resultou num núcleo sócio-afetivo, o qual, muito embora não apresente os elementos objetivos para configuração de

casamento ou união estável, deve ser igualmente reconhecido e protegido pelo Estado, como meio onde seus componentes se reali-

zaram como pessoas e do qual podem resultar relações jurídicas”.

A juíza observou que, atualmente com 66 anos, baixa escolaridade e exercendo profissão informal, X não tem condições de se inserir

no competitivo mercado de trabalho de modo a garantir sua própria subsistência. Além disso, considerou o fato de haverem provas,

nos autos, de que Y a ajudava financeiramente.

“A requerida (X) dedicou sua juventude e maturidade ao requerido, conduzindo sua vida orientada por uma promessa que nunca se

concretizou (o casamento): ele foi para ela seu homem, sua segurança e seu provedor, destinatário de todo seu afeto, dedicação e

fidelidade, depositário de suas expectativas, motivos pelos quais não se pode negar ao relacionamento estabelecido entre as partes o

status de vínculo afetivo familiar “, frisou Maria Cristina, para quem negar o auxílio alimentício no caso seria premiar o odontólogo

aposentado por seu adultério. (Texto: Patrícia Papini – Centro de Comunicação Social do TJGO)

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ANEXO- C:

http://www.portalmetropole.com/2015/06/juiz-decide-e-viuva-vai-dividir-pensao.html

Juiz decide e viúva vai dividir pensão com amante do marido no Maranhão

COTIDIANO MARANHÃO 20.6.15 - Comente este artigo

Mulher manteve relacionamento com homem casado por 15 anos. Ela entrou na Justiça pleiteando direitos patrimoniais.

Por Redação

A 2ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Maranhão (TJMA), por maioria, reconheceu como união estável o relacionamento de uma

mulher que ingressou na Justiça pleiteando direitos patrimoniais após a morte de um homem casado com outra pessoa e com quem

manteve um relacionamento paralelo por 15 anos.

A decisão do colegiado não é mais inédita na Corte, pois no ano passado a 3ª Câmara Cível do TJ-MA deu parecer semelhante. No

entanto, assim como em 2014, o desembargador Marcelo Carvalho Silva, relator do processo, considerou plausível o pedido formulado

pela apelante para participar das partilhas dos bens do companheiro falecido.

“Garantir a proteção a esses grupos familiares não ofende o princípio da monogamia, pois são situações peculiares, idôneas, que se

constituem, muitas vezes, com o conhecimento da esposa legítima”, disse o relator ao citar julgamento semelhante do desembargador

Lourival Serejo (TJMA), especialista em Direito de Família.

O desembargador defendeu que o direito de família, por envolver questões afetivas, deve focar no contexto social e refletir a evolução

da sociedade, o que também se aplica à união estável. Ele destacou a revolução da Constituição Federal de 88 ao conferir ‘status’ de

entidade familiar a uniões antes tidas como “ilegítimas ou moralmente inadequadas”.

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“Não se afigura razoável que a mulher, que dedicou sua vida ao companheiro, fique totalmente desamparada no momento em que ela

e o filho mais necessitam de auxílio, não se tratando, de forma alguma, de retirar os direitos da esposa”, observou.

Voto contrário

O desembargador José de Ribamar Castro não acompanhou o voto de Marcelo Carvalho Silva, entendendo que a união estável não

ficou caracterizada por não preencher os requisitos previstos no Código Civil, como a necessidade da separação de fato.

Para configurar a união estável, é preciso que haja a comprovação de convivência pública, contínua e duradoura, estabelecida com o

objetivo de constituir família, conforme prevê o artigo 1.723 do Código Civil.

Entenda o caso.

A autora recorreu para buscar a declaração da união estável em recurso, após o pedido ter sido julgado improcedente pelo juízo da 4ª

Vara da Família de São Luís. A recorrente afirmou que conviveu publicamente e de forma contínua e duradoura com o falecido, por

mais de 15 anos, em condição de marido e mulher, advindo um filho da relação, período no qual ele estaria separado de fato da

primeira esposa.

A primeira esposa sustentou que a autora não teria qualquer direito à herança do marido, uma vez que não comprovou a convivência,

além do fato de sua relação com ele contrariar os termos do Código Civil que definem a união estável, que precisa ser estabelecida

com o objetivo de constituir família.

O relator do recurso, desembargador Marcelo Carvalho Silva, considerou presentes os requisitos da união estável entre o homem e a

companheira, apesar de reconhecer que ele possivelmente não se separou de fato da esposa, concluindo pela existência de duas

famílias paralelas [G1]

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ANEXO- D:

http://www2.trf4.jus.br/trf4/controlador.php?acao=noticia_visualizar&id_noticia=11091

Juizados: Mulher que mantinha caso extraconjugal com segurado falecido dividirá

pensão com esposa

16/06/2015 18:13:53

Juízes federais reuniram-se no Plenário do TRF4, em Porto Alegre, e por videoconferência (no telão), de Florianópolis e Curitiba

A Turma Regional de Uniformização (TRU) dos Juizados Especiais Federais (JEFs) da 4ª Região realizou ontem (15/6), no

Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4), em Porto Alegre, a 3ª Sessão Ordinária do ano. A sessão, por videoconferên-

cia, interligou os três estados da 4ª Região, possibilitando que os juízes que atuam em Santa Catarina e Paraná permaneces-

sem em seus locais de trabalho.

Entre os processos julgados, destacam-se dois incidentes de uniformização que tratam de concubinato presumido e de revisão

da Renda Mensal Inicial (RMI) quando o segurado recebeu benefícios diversos.

No primeiro caso, a parte pediu pensão por morte de segurado com quem mantinha uma relação extraconjugal. A autora

alega que o “concubinato impuro” não tira dela o direito ao benefício. Depois de ter a ação negada pela 2ª Turma Recursal do

Rio Grande do Sul, ela ajuizou pedido de uniformização de jurisprudência com prevalência do entendimento da 2ª TR de Santa

Catarina, que concedeu pensão em caso semelhante.

A TRU julgou procedente o pedido de uniformização, concluindo que em casos de coexistência de relação conjugal e extracon-

jugal, tanto esposa como companheira devem receber a pensão.

“Quando se verificam presentes alguns pressupostos tais como a afetividade, a estabilidade e a ostentabilidade, é possível

presumir a boa-fé da requerente, de maneira que em tais casos não há obstáculo ao reconhecimento de entidade familiar, no

modelo estruturado sob a forma de concubinato”, afirmou o relator da decisão, juiz federal Marcelo Malucelli.

Benefícios continuados e DIB

No segundo processo, a TRU uniformizou entendimento de que em casos de benefícios diversos recebidos pela mesma pessoa,

por exemplo, aposentadoria por invalidez derivada de auxílio-doença, os prazos decadenciais devem ser computados de forma

autônoma, cada qual a contar da data da concessão do benefício que se pretende revisar.

Conforme a decisão, isso deve ocorrer mesmo que os efeitos de uma pretendida revisão no benefício originário prolonguem-se

para o benefício derivado e que se pretenda obter apenas os reflexos neste.

Especificamente quando se pretende a revisão do benefício de aposentadoria por invalidez decorrente da conversão do auxílio-

doença originário, conta-se o prazo decadencial de 10 anos a partir da concessão do benefício originário.

O processo que originou o incidente de uniformização foi movido por uma segurada que teve sua ação extinta pela 2ª TR/RS

sob entendimento de que teria havido decadência de seu direito à revisão do auxílio-doença, cuja data inicial passava de dez

anos. Ela pediu a uniformização de jurisprudência conforme decisão proferida pela 4ª TR/RS, em sentido contrário.

A TRU julgou procedente o incidente. Conforme a decisão, de relatoria da juíza federal Jacqueline Michels Bilhalva, “no caso

desta ação, existe uma peculiaridade, visto que o INSS publicou memorando circular reconhecendo o direito à revisão em abril

de 2010. Ainda que o benefício de auxílio-doença tenha sido concedido à autora há mais de 10 anos, deve-se calcular o tempo

transcorrido entre a data inicial deste (29/10/2000) e o memorando da autarquia (15/04/2010), período que resultou inferior

ao prazo decadencial.