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O PROFESSOR PDE E OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE 2009 Produção Didático-Pedagógica Versão Online ISBN 978-85-8015-053-7 Cadernos PDE VOLUME I I

DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE 2009 · 2013. 6. 14. · DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE 2009 Produção Didático-Pedagógica Versão Online ISBN 978-85-8015-053-7 Cadernos PDE ... Recorremos

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O PROFESSOR PDE E OS DESAFIOSDA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE

2009

Produção Didático-Pedagógica

Versão Online ISBN 978-85-8015-053-7Cadernos PDE

VOLU

ME I

I

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II-PRODUÇÃO DIDÁTICO-PEDAGÓGICA UNIDADE DIDÁTICA DE LÍNGUA PORTUGUESA O Gênero Literário Épico e o Dramático: Uma Perspectiva no Método Recepcional ORIENTANDA: Sandra Melo ORIENTADOR: Marcio Roberto Do Prado

Maringá-PR 2009

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ UEM

CENTRO DE CIÊNCIA HUMANA

PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL

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Sandra Melo

O Gênero Literário Épico e o Dramático: Uma Perspectiva no Método Recepcional

Produção Didático-Pedagógica: Unidade Didática desenvolvida por meio do Programa de Desenvolvimento Educacional-PDE. Na área de Língua Portuguesa. Universidade Estadual de Maringá-UEM.

Orientador: Marcio Roberto do Prado

Maringá -PR

2009.

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A) Dados de identificação:

Professor PDE: Sandra Melo Área PDE: Os Gêneros do Discurso e o Ensino da Língua Portuguesa NRE: Maringá, PR. Professor Orientador IES: Marcio Roberto do Prado IES vinculada: UEM Escola de Implementação: Colégio Estadual do Parque Itaipu Público objeto da intervenção: Aluno do Ensino Médio Noturno (3ºAno) PDE-Área de Estudo: Os gêneros do discurso e o ensino da Língua Portuguesa.

B) Tema de estudo do professor PDE: O Gênero Literário Épico e Dramático Na

Prosa de Ariano Suassuana.

Unidade didática

O Gênero Literário Épico e o Dramático: Uma Perspectiva no Método Recepcional 1 APRESENTAÇÃO

Pretendemos, nesta produção didático-pedagógica, buscar um ponto de saída e

um ponto de chegada do conhecimento científico elaborado. Neste sentido priorizamos

a produção desta uma unidade didática, para tanto é de suma importância que

retomemos alguns pressupostos do aporte teórico metodológico pertinente à produção

do material para refletirmos sobre nossa prática.

Nesta unidade didática, apresentamos algumas atividades para o trabalho com o

gênero textual épico e o dramático em Ariano Suassuna. Nosso objetivo é explorar o

uso de estratégias de leitura, perpassando pela escrita e oralidade para que possam

contribuir com o trabalho do professor em sala de aula. O desenvolvimento das

atividades se pautará no Método da Estética da Recepção, visto primar pela tríade

autor/ obra /leitor. Sendo o leitor considerado o centro, o sujeito principal, nessa

interação, porque lhe compete preencher os vazios, as lacunas, no ato da leitura,

constituída pela própria obra literária. Compete ao leitor atribuir à obra o efeito de

sentido, a leitura no mundo real, transformando-se em um leitor responsivo. Propicia

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aos discentes a interação autor-texto-leitor, estabelece uma relação dialógica e

polifônica com o gênero literário.

Para tanto, sugerimos que o aluno perpasse pelos conteúdos estruturantes de

Língua Portuguesa—leitura, escrita e oralidade como prática social discursiva—, a fim

de ampliar o horizonte de expectativas do novo leitor.

Quanto ao material aqui produzido, objetivamos abrir novos caminhos,

especialmente para a questão metodológica, que é um dos objetos de discussão da

escola pública e também representa nos últimos anos, um papel importante nas

manifestações da literatura. É um auxílio efetivo para que o professor possa mediar esse

conteúdo com maior segurança e conciliar a relação (teoria/prática) em seu cotidiano na

sala de aula.

O professor tem a tarefa de ser o mediador desse diálogo e promover o

horizonte de expectativa do novo leitor. Desta forma, é muito importante que o

educador conceba a linguagem como um significado amplo e dinâmico e considere o

texto literário ou não literário, em sua dimensão textual-discursiva e as práticas

discursivas.

A proposta de desenvolvimento do gênero épico e do dramático em Ariano

Suassuna para um novo enunciado discursivo preconiza o texto literário como objeto de

transposição didática e requer clareza da totalidade do processo. Um trabalho coletivo,

uma proposta de trabalho com um dramaturgo universal, que deixa claro sua concepção

de arte que dá peso ao seu projeto estético. Ariano Suassuna afirma em seu depoimento:

É por isso que dou tanta importância à Literatura popular por um lado, e à História do Brasil por outro. Porque a conquista e o estabelecimento da cultura barroco-ibérica no Brasil, pelos sertanistas, foi, e está sendo ainda, um acontecimento épico. Tenho a franqueza de, num tempo em que se valoriza somente a nivelação e o cosmopolitismo, num tempo em que se tem vergonha das particularidades e diferenças de povo pobre, misturado, castanho — tenho a franqueza, repito, de amar e admirar nosso Povo como ele foi e é, procurando identificar-me com suas qualidades e com aquilo que consideram seus graves defeitos. Creio que é somente cultivando nossas originalidades que poderemos contribuir com uma nota realmente brasileira e importante para o concerto universal, que não deve ser uniformemente monótono, na busca de um impossível e indesejável “esperanto cultural”, mas sim enriquecido harmoniosamente por todas as vozes. (SUASSUNA, 2007, p.254).

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A literatura nordestina, vista como uma literatura coletiva de raízes erudita

popular, que surge naturalmente por amor e identificação, dotada de grande poder de

comunicação, por responder aos anseios do povo brasileiro e com um estilo próprio.

Acreditamos na importância dessa literatura popular para o Brasil, que abre caminhos

para uma literatura erudita nossa.

Como os espetáculos populares do Nordeste formam um teatro vivo e vigoroso

destacamos o “Mamulengo” para a transposição da produção do material didático-

pedagógica. Recorremos a recortes realizados para desenvolver a unidade didática.

O texto teatral O rico avarento (entremez, peça curta, que originou a de criação

das peças maiores) e, foi um dos pontos de partida para a criação da Farsa da boa

preguiça. E o recorte feito na ficção a partir do conto O casamento, também obra

Ariano Suassuna, que, desde 1958, vem escrevendo uma trilogia, cujo conto faz parte

da segunda parte da citada trilogia, sob o título geral de O Rei degolado.

Sabe-se que o teatro não pode cumprir com a função social que não lhe confere.

Mas, pode fazer a sociedade refletir criticamente acerca de seus problemas políticos e

socioeconômicos. Portanto, o teatro pode ser um símbolo social, pois sua matéria é a

ação coletiva.

Esperamos que esta unidade didática, pensada e planejada de forma singela e

concisa, mobilize o processo ensino-aprendizagem da leitura do texto literário, que tem

como prioridade o leitor, que emite opiniões a respeito do que leu e amplia seu

horizonte de expectativa enquanto leitor.

2 Fundamentos Teórico-Metodológicos

2.1 Concepção de Linguagem

As Diretrizes ora propostas assumem uma concepção de linguagem que não se

fecha “na sua condição de sistema de formas (...), mas abre-se para a sua condição de

atividade e acontecimento social, portanto estratificada pelos valores ideológicos”

(RODRIGUES, 2005, p. 156). Nesse sentido, a linguagem é vista como fenômeno

social, pois nasce da necessidade de interação (política, social, econômica) entre os

homens. Tendo como base teórica as reflexões do Círculo de Bakhtin a respeito da

linguagem, defende-se que:

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A verdadeira substância da língua não é constituída por um sistema abstrato de formas linguísticas nem pela enunciação monológica isolada, nem pelo ato psicofisiológico de sua produção, mas pelo fenômeno social da interação verbal, realizada através da enunciação ou das enunciações. Interação verbal constitui assim a realidade fundamental da língua (BAKHTIN/VOLOCHINOV, 1999, p.123).

Tais pressupostos fundamentaram as Diretrizes Curriculares de Língua

Portuguesa—DCEs—(PARANÁ, 2008). Trata-se de uma proposta que dá ênfase à

língua viva, dialógica, em constante movimentação, permanentemente reflexiva e

produtiva. Tal ênfase traduz-se na adoção das práticas de linguagem como ponto central

do trabalho pedagógico. Este aspecto será mais amplamente explicitado quando for

abordado o Conteúdo Estruturante da disciplina.

2.2 Literatura e a Leitura

A literatura, como produção humana, está intrinsecamente ligada à vida social.

Presume-se o entendimento de que o produto literário está sujeito a modificações

históricas, portanto, não pode ser apreensível somente em sua constituição, mas em

suas relações dialógicas com outros textos e sua articulação com outros campos: o

contexto de produção, a crítica literária, a linguagem, a cultura, a história, a economia,

entre outros.

Para Candido (1972), a literatura é vista como arte que transforma/humaniza o homem

e a sociedade. Segundo ele:

A literatura pode formar; mas não segundo a pedagogia oficial. [...] Longe de ser um apêndice da instrução moral e cívica, [...], ela age como o impacto indiscriminado da própria vida e educada como ela. [...] Dado que a literatura ensina na medida em que com toda sua gama, é artificial querer que ela funcione como os manuais de virtude e boa conduta. E a sociedade não pode senão escolher o que em cada momento lhe parece adaptado aos seus fins, pois mesmo as obras consideradas indispensáveis para a formação do moço trazem frequentemente aquilo que as convenções desejariam banir. [...] É um dos meios porque o jovem entra em contato com realidades que se tenciona escamotear-lhe. [...] Ela não rompe nem edifica portanto; mas, trazendo livremente em si o que chamamos o bem o que chamamos o mal, humaniza em sentido profundo, porque faz viver.(CANDIDO,1972,p.805-806).

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Nas Diretrizes, compreende-se a leitura como um ato dialógico, interlocutivo,

que envolve demandas sociais, históricas, políticas, econômicas, pedagógicas e

ideológicas de determinado momento. Ao ler, o indivíduo busca as suas experiências,

os seus conhecimentos prévios, a sua formação familiar, religiosa, cultural, enfim, as

várias vozes que o constituem.

Perfeito (2005, p.54-55) acrescenta que o ato da leitura se efetiva no ato da

recepção, configurando o caráter individual que ela possui, “[...] depende de fatores

linguísticos e não-linguísticos: o texto é uma potencialidade significativa, mas necessita

da mobilização do universo de conhecimento do outro — o leitor — para ser

atualizado”.

Esse processo implica uma resposta do leitor ao que lê, é dialógico, acontece

num tempo e num espaço. No ato de leitura, um texto leva o outro e orienta para uma

política de singularização do leitor que, convocado pelo texto, participa da elaboração

dos significados, confrontando-o com o próprio saber, e com a sua experiência de vida.

Para Silva (2005, p. 24),

[...] a prática de leitura é um princípio de cidadania, ou seja, o leitor cidadão, pelas diferentes práticas de leitura, pode ficar sabendo quais são suas obrigações e também pode defender os seus direitos, além de ficar aberto ás conquistas de outros direitos necessários para uma sociedade justa, democrática e feliz.

Praticar a leitura em diferentes contextos requer que se compreendam as esferas

discursivas em que os textos são produzidos e circulam, bem como se reconheçam as

intenções e os interlocutores do discurso.

É nessa dimensão dialógica discursiva, que a leitura deve ser experienciada,

desde a alfabetização. O reconhecimento das vozes sociais e das ideologias presentes

no discurso, tomadas nas teorizações de Bakhtin (1999), ajudam na construção de

sentido de um texto e na compreensão das relações de poder a ele inerentes.

2.3 O Método da Estética da Recepção

Este é o método proposto por Jauss (1979), Parte dos pressupostos teóricos

apresentados na Estética da Recepção e na Teoria do Efeito, elaborado por Iser (1999).

Optou-se por este encaminhamento devido ao papel que se atribui ao leitor, uma vez

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que este é visto como um sujeito ativo no processo de leitura, tendo voz em seu

contexto. Além disso, esse método proporciona momentos de debates, reflexões sobre a

obra lida, possibilitando ao aluno a ampliação dos seus horizontes de expectativas.

O Método Recepcional, elaborado por Maria da Glória Bordini e Vera Teixeira

de Aguiar (1993), para o trabalho com a literatura e orientados pelos pressupostos

teóricos da Estética da Recepção e da Teoria de Efeito, foca o leitor como centro, uma

vez que ele é o sujeito ativo do processo de leitura. O método propicia momentos de

reflexão e discussão sobre a obra lida e possibilita aos alunos a ampliação dos seus

horizontes de expectativas.

Trabalhar com a literatura dentro dessa proposta, segundo Bordini e Aguiar

(1993), tem objetivos bem claros, como:

-Efetuar leituras compreensivas e críticas;

-Ser receptivo a novos textos;

- Questionar as leituras efetuadas em relação a seu próprio horizonte cultural;

-Transformar os próprios horizontes de expectativas além dos do professor, da escola,

da comunidade familiar e social.

Na constituição do sujeito-leitor, não devemos esquecer que ele está aquém do

texto, ou seja, fora dele. Os aspectos textuais implicam, portanto, não só um horizonte

de sentido, mas ao mesmo tempo o ponto de vista do leitor a ser ocupado pelo leitor

real, para que o horizonte de sentido desenvolvido possa agir sobre o sujeito. A

constituição de sentido e a do sujeito-leitor são duas operações entrelaçadas nos

aspectos textuais. Conforme afirma Iser (1999, p.83):

O método desenvolvido por Bordini e Aguiar (1993) é composto por cinco

etapas:

1ª Etapa: Determinação do horizonte de expectativa do leitor;

2ª Etapa: Atendimento do horizonte de expectativa;

3ªEtapa:Ruptura do horizonte de expectativa;

4ª Etapa: Questionamento do horizonte;

5ª Etapa: Ampliação do horizonte de expectativa.

Ante a metodologia proposta, vale destacar vale que a constituição do

sujeito-leitor responsivo requer mais do que ler e dar sentido ao texto lido. Implica na

atitude do leitor ampliando seu horizonte de expectativa agindo sobre o que leu e

modificando sua ação a partir do texto. O desafio consiste em despertar o trabalho

literário por intermédio da “Arte da ideia do Belo” e da Poética.

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Trabalhar o artista quer se trate das regras do teatro ou do conto, fazendo surgir

uma “ciência da arte” que apresente métodos e organize, de certa forma um terreno que

seduz o aluno para a aprendizagem. Conforme afirma Luiz Costa Lima (2002, p.34):

A necessidade de contemplar e de responder pelo simétrio ou pelo semelhante, a mobilizar um compasso vago ou um espaço nu, de compreender uma lacuna, uma expectativa ou de esconder o presente fastidioso por meio de imagens favoráveis, são as múltiplas manifestações de poder que, desdobrado pelas transformações que o intelecto sabe efetuar, armado de uma variedade de procedimentos e meios tomados de empréstimos à experiência da ação prática, pôde elevar-se a grandes obras de alguns indivíduos que conseguem atingir, vez por outra, o mais alto grau de necessidade que a natureza humana pode obter da posse de seu arbitrário, como que respondendo á própria variedade e indeterminação de todo o possível que está em nós.

Nessa perspectiva, em função de uma da natureza puramente dialógica, duas

afirmações de mesmo peso sobre o mesmo assunto não se podem alinhar numa fileira

como dois objetos: devem, sim, criar um contexto interno, isto é, deve entrar em uma

relação de significação dentro do contexto, tomando-a como o todo e pode utilizar-se

da leitura, da oralidade ou da escrita do outro buscando seus próprios objetivos para

seus próprios fins.

3 Plano de Aula

3.1 Conteúdo

Conteúdo estruturante: Discurso como prática social.

Conteúdos básicos: Gêneros do discurso para o trabalho das práticas de leitura, escrita

e oralidade e análise linguística conforme sua esfera de circulação social.

Conteúdos específicos:

-Gênero épico a partir do o conto “O casamento”;

-Gênero dramático a partir da peça “O rico avarento”.

3.2 Objetivos Gerais

- Aprofundar, por meio da leitura de textos literários ou não literários, a capacidade de

pensamento crítico e a sensibilidade estética, permitindo a expansão lúdica da

oralidade, da leitura e da escrita;

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-Promover o texto teatral como arte produzida coletivamente e de forma colaborativa,

adequar a linguagem ao contexto de uso (e ao novo enunciado discursivo), ser um

sujeito responsivo do processo de modo a perceber a importância do Gênero Literário

Dramático na Escola.

3.3 Objetivos Específicos

-Trabalhar com a leitura de textos do gênero literário épico e o dramático com um

recorte específico (a partir do conto e da peça teatral), propiciando aos alunos a uma

leitura crítica e responsiva para que os mesmos sejam capazes de enxergar os implícitos

e compreendam as reais intenções que cada texto traz;

-Discutir em cada gênero o tema (conteúdos ideológicos), a forma composicional e o

estilo (marcas linguísticas e enunciativas de produção);

-Analisar e definir o objetivo e a intenção com que vai escrever; prever os possíveis

interlocutores, pensar sobre à situação em que seu texto irá circular, organizar as idéias;

-Revisar o texto em função dos objetivos estabelecidos e da intenção comunicativa;

-Reescrever o texto levando em conta a intenção que teve ao produzi-lo e analisar se o

texto está claro, se atende a finalidade, gênero, suporte, ao contexto de circulação e as

normas padrão da língua.

-Promover o texto teatral como arte produzida coletivamente e de forma colaborativa,

adequar a linguagem ao contexto de uso (ao novo enunciado discursivo), ser um sujeito

responsivo do processo e perceber a importância do Gênero Dramático na Escola.

3.4 Avaliação

Ao iniciar a aplicação da unidade didática, um registro do comportamento do

aluno durante processo pedagógico colaborativo deve ser feito pelo professor ou pelo

relator do grupo. Refletir e avaliar os procedimentos adotados pelo grupo ou pelo

indivíduo na resolução de questões ou desafios apresentados.

Além das avaliações coletivas e autoavaliações, que devem ocorrer

imediatamente após a apresentação das soluções cênicas encontradas pelas equipes, o

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professor deve considerar que não existe uma maneira certa ou errada de solucionar um

problema. Isto é particularmente válido no teatro.

Como sugestão, o uso do vídeo-registro é uma ferramenta poderosa de

autoavaliação que fornece aos alunos uma visão descentrada de si mesmos e contribui

para autoconhecimento e a autocrítica de sua atuação.

3.5 Cronograma de Ações

3.6 Esquemas de tópicos da Unidade Didática

Com base nos estudos realizados, efetivamos a nossa proposta de produção didático-

pedagógica a unidade didática intitulada O Gênero Literário Épico e o Dramático: Uma

Perspectiva no Método Recepcional. Esta planejada em um esquema tópicos e propõe

desenvolver as atividades dentro das etapas do método recepcional.

•Procedimento didático segundo o método da estética da recepção e adequado ao uso do recurso tecnológico • Leitura do texto A e do texto B.

• Estudo do texto (sentido do texto).

• Produção textual e reescrita.

Meses 2009 Meses 2010 Cronograma de Desenvolvimento

Maio Jun Jul Ago set Out Nov Dez Jan Fev Mar Abr Maio Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

Produção Material Didático-

Pedagógico

x x x x x x x x x

Implementação do Projeto

Pedagógico na Escola

x x x

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• Oralidade (Apresentação do espetáculo teatral).

• Reflexão e avaliação do processo.

• Ampliação do horizonte de expectativa do leitor.

Unidade Didática:

TÍTULO: O Gênero Literário Épico e o Dramático: Uma Perspectiva no Método Recepcional

Concebe-se a teatralidade algo intrínseco ao ser humano na medida em que o teatro tem sua origem em rituais como danças tribais, ritos religiosos ou cerimônias públicas oi ainda na tendência humana, particularmente infantil, de exprimentar o mundo por meio do jogo, do lúdico. Aristóteles (1993, p.27; 1448b 5-9) adverte na Poética que a imitação — que não deixa de ser uma forma de teatralidade, de percepção da vida social como representação e aprendizado — é natural ao ser humano e fonte de prazer.

1 Procedimento didático segundo o método da estética da recepção e

adequado ao uso do recurso tecnológico

1ª Etapa: Determinação do horizonte de expectativa do leitor; diagnóstico prévio do

conhecimento do aluno, ou seja, o ponto de partida.

Sugestão de atividades orais: Primeiro o professor abre um diálogo com a turma

sobre os respectivos gêneros por meio de uma conversa informal.

A- O que vocês sabem sobre os gêneros o conto e o teatro?

B- Você já foi ao teatro? Caso a resposta seja positiva, a qual peça assistiu?

C- Os dois gêneros são relativamente iguais? Sim, não, por quê?

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D- Há, no gênero teatral, um narrador que conta a história?

E- Quando um texto teatral é encenado, quem é o interlocutor?

(O professor registra no quadro a resposta dos alunos às questões em discussão um

relator da turma registra as respostas e entrega ao professor).

Objetivo: utilizar os conhecimentos prévios dos alunos para, em seguida, introduzir os

gêneros a serem estudados.

(De posse dos resultados da diagnose de continuidade as atividades a serem

desenvolvidas).

F. Consulte o dicionário e transcreva o significado das seguintes

palavras:

a - drama:

b - dramatizar:

c - dramaturgia:

d - dramaturgo:

e- rubricas:

G. Logo após a consulta das palavras no dicionário, discuta com os alunos, a função

especifica das notações cênicas ou da rubrica nos textos teatrais.

2ª Etapa: Atendimento do horizonte de expectativa: proporcionar à classe textos

literários que os satisfaçam e sejam de seu agrado como espetáculo teatral de humor.

A- Leitura complementar do vídeo: O Santo e a Porca Parte 4 de Ariano Suassuna. (2009). Disponível: http://www.youtube.com/watch?v=JAPY54j5tWU. Acesso em 3/9/2009 ás 20h55min e em 23/6/2010 ás 10h48min. Espetáculo teatral "O Santo e a Porca", de Ariano Suassuna, encenado pelo Grupo Oxente de Teatro, de Aracaju/SE, no Teatro da Caixa em Curitiba/PR, dentro da programação do Festival de Curitiba 2009. Parte 4 B-Leitura complementar do vídeo: O Rico Avarento de Ariano Suassuna pelo 2º “B”

no Festival de teatro JMJ (2008).

Disponível:http://www.youtube.com/watch?v=ORqU5-iHzkM&feature=related.

Acesso em 25/04/2010 às 10h e em 23/6/2010 às 10h23min.

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C-Leitura complementar do vídeo: “O Auto da Compadecida” pt1 de Ariano Suassuna.

(2006).

Disponível: http://www.youtube.com/watch?v=JiXOMqrwwco.Acesso em 25/4/2010

às 13:h e em 23/6/12010 às 10h18min.

D- Você acredita que um texto literário ou não literário permite qualquer interpretação?

Justifique a resposta. Qual a sua interpretação sobre os vídeos assistidos.

E- Dividir a sala em quatro grupos, a atividade agora é de pesquisa no laboratório de

informática da escola. Um representante de cada grupo relata oralmente o resultado da

pesquisa para a sala. Cada grupo recebe um elemento composicional para a pesquisa

sobre os dois gêneros: o épico e o dramático.

a - Narrador: grupo 1

b-Personagem: grupo 2

c-Conflito: grupo 3

d-Espaço: grupo 4

F- Todos os grupos (1,2,3 e 4), deverão pesquisar a definição do gênero épico e do

gênero dramático.

Nas etapas seguintes, o professor, oportunizará aos alunos a experiência de leitura,

escrita e oralidade. O professor não deverá ficar preso a linha do tempo ou a

historiografia, mas sim a análise contextualizada da obra literária e buscar aprofundar o

conhecimento dos alunos, fazendo com que eles se distanciem do senso comum em que

se encontravam e tenham seu horizonte de expectativa ampliado.

2 Leitura do texto A e do texto B 3ª Etapa: Ruptura do horizonte de expectativa: Nesse momento, o leitor tenta

encaixar o texto literário dentro de seu horizonte de valores, porém a obra literária pode

“confirmar ou perturbar esse horizonte, em temos de expectativas do leitor, o que

percebe, o julga por tudo que já conhece e aceita” (BORDINI; AGUIAR, 1993, p.87).

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1-Primeira atividade de leitura: Primeiro junte a sala em dois grupos, o conto será

lido pelo (Grupo 1 e 2 ) e o teatro será lido pelo ( Grupo 3 e 4):

TEXTO A: O casamento, de Ariano Suassuna TEXTO B: O rico avarento, de Ariano Suassuna Leitura do texto A O CASAMENTO1 No tempo em que o Exmo. Sr. Dr. Gratuliano de Brito era Interventor em nosso

estado da Paraíba, viveu aqui, em Taperoá, um amigo e comprade, Seu Corsino de

Almeida Tejo, homem nobre mas de posses curtas em relação à sua qualidade. Era

casado com uma grande dama, Dona Perpétua, da família Corrêa de Queiroz, que, como

se sabe, ainda vem a ser aparentada comigo e é uma das linhagens mais ilustres da

fidalga Vila Real de São João do Cariri, deste nosso sertão da Paraíba.

Seu Corsino Tejo tinha duas filhas, Mercedes e Aliana, das quais a primeira,

mais velha e menos bonita, era minha afilhada. Ambas estavam noivas e já para casar.

Mercedes, que tinha ido passar uma temporada na Vila de São João do Egito, Sertão do

Pajeú, em Pernambuco, voltara de lá noiva de um pajeuzeiro de boas posses, um jovem

e disposto boiadeiro, chamado Quintino Estrela. Alina noivara com um primo,

originário da Vila de Cabaceiras, mas, já há uma boa porção de tempo morador na

nossa, onde exercia a digna profissão de caixeiro da loja de tecidos de Seu Antônio

Fragoso.

Como sabem todos os bons genealogistas brasileiros, a grande família sertaneja

dos Almeidas é espalhada por todo Cariri, subdividindo-se em dois ramos principais, os

Almeida-Tejo e os Almeida - Peba. O noivo de Aliana, Laércio, era do segundo ramo,

sendo por isso, seu nome completo, Laércio Almeida Peba. De fato, Laércio era filho de

um primo legítimo de seu Corsino; mas, seguindo o velho costume sertanejo, chamava

meu comprade de Tio Corsino.

Tinha-se combinado que o casamento das duas moças seria realizado no mesmo

dia, 22 de março de 1933. Como Laércio Peba morava em nossa Vila, o jovem

1 Excerto do conto O casamento de Ariano Suassuna.

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boiadeiro Quintino Estrela deveria viajar do Pajeú para cá no dia 21, hospedando-se no

nosso conceituado Vesúvio Hotel.

Como de fato: lá no dia 21 de março, mais ou menos às dez horas da manhã,

pela estrada que nos liga à Vila do Teixeira, entravam em Taperoá cinco cavaleiros. Na

frente, isolado, vinha Quintino Estrela, noivo de Mercedes. Dois que seguiam

imediatamente vinham escoltando o jovem boiadeiro, à guisa de padrinhos do

casamento e escudeiros da viagem. Por isso, viajavam juntos e uns dois passos atrás do

noivo. Eram, como soubemos depois, Seu Aristides Chicó, homem de certa idade,

fazendeiro e respeitável apostador; e o Cigano Pereira, cavalariano e famoso trocador de

cavalos, que diziam ser descendente bastardo do célebre fidalgo sertanejo Dom

Andrelino Pereira, Barão do Pajeú.(SUASSUNA,2007,p.193-194).

Leitura do texto B

O Rico Avarento2

O TIRATEIMA (aparecendo na à guisa de Prólogo) — Meus senhores e

minhas senhoras, vai começar o espetáculo.E, para começar, apresento uma comédia

“demorosa”, chamada O rico avarento. Minhas comédias são de dois tipos, as

“ligeiras”, as que passam mais ligeiro, e as “demorosas”, as mais demoradas.

Está, é “demorosa”. Mas, antes, é preciso que eu me apresente.

Eu sou Tirateima conhecido, o Tirateima falado!Meu nome todo é Tirateima José de

Carvalho Almeida Tibibúrcio Tinoco Francisco de Lima Machado Graveto da

Purificação. Pois bem, o negócio é esse, “escreveu, não leu, o cacete comeu!” Dizem

que aqui mora um homem muito rico. Eu vou ver se ele me dá um emprego! É até bom

mesmo, oba! Estou parado! Ô de casa!

O RICO (aparecendo) — Ô de fora! Quem é?

TIRATEIMA—É!

O RICO— Por que pergunta? Você quer se empregar é?

TIRATEIMA—É!

2 Excerto da peça O rico avarento de Ariano Suassuna.

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O RICO— Está bem, talvez eu lhe dê um emprego! Mas você já sabe como é

meu sistema de vida? Já sabe como é o negócio aqui? Quero você para Mestre-sala

meu!

TIRATEIMA— Pois está certo, eu fico! Lascado do jeito que eu estou, até

emprego de quebrar pedra de bofete me serve!

O RICO— Onde é que você mora?

TIRATEIMA— Na zona, no “Rói-Couro”, na Rua da Carniça!

O RICO—E como é seu nome?

TIRATEIMA—Eu sou o Tirateima falado, aprovado pelo Laboratório

Bromatológico da Chapuletada! Minha lei é “escreveu, não leu, o cacete comeu!”.

(SUASSUNA, 2007, p.35-36).

3 Estudo do Texto (sentido do texto)

A- Qual o tema abordado no texto? Explique sua resposta.

B- Quais questões éticas o texto apresenta?

C- Qual o conflito que o texto apresenta?

D- Quais elementos composicionais compõem o texto lido pelo grupo?

E-O grupo concorda com a seguinte afirmativa: Os textos escritos por Ariano Suassuna

são universais. Justifique a resposta.

F - Qual o objetivo do autor ao escrever este texto? Explique.

G-A leitura foi o que o grupo esperava? Justifique a resposta.

H- Com essa experiência de leitura, o grupo aprofundou seus conhecimentos. Quais?

I- Após a leitura, o leitor chega a uma interpretação pelo que o texto permite por meio

de suas pistas e marcas. O leitor interage com o texto preenchendo as lacunas, vazios.

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Levando em consideração os valores, ideologias e experiência de vida. Qual é a

interpretação do grupo ao texto lido?

J-O grupo de leitores deve identificar dimensões ideológicas no texto: Acredita-se que

reações impiedosas nos levam a castigos. O que o grupo pensa a respeito? Justifique.

(As questões formuladas tentam atingir, em uma sequência respectiva, uma tríade de

leitura dialógica centrada no autor-texto-leitor:

1º questões centradas no texto A, B, C, D;

2º questões centradas no autor E, F;

3º questões centradas no leitor G, H, I, J).

4 Produção textual e reescrita textual:

Logo após a leitura e a interpretação dos dois textos, os grupos (1 e 2) que leram o

conto farão a transposição escrita para o teatro e os grupos (3 e 4) que leram a peça, ou

seja a entremez, farão a transposição escrita para o conto. Os dois grupos deverão

seguir as orientações de seu mediador, levando em consideração a situação para a

produção escrita:

•As vozes sociais presentes nos textos;

•Os elementos composicionais dos referidos gêneros;

•Garantir o tema abordado pelo gênero;

•Ideologia presente no texto;

•A finalidade e intenções do texto;

•Quem será o interlocutor do texto;

•Qual o suporte de escrita;

•Qual o efeito de sentido da nova produção;

•As marca linguísticas de coerência e coesão.

Há tantos outros apontamentos, que o mediador, ao observar o desenrolar do processo,

deve fazer, como: realizar as inferências necessárias no momento de produção,

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acompanhar o desenvolvimento da produção escrita, garantir a primeira produção

escrita dos alunos de cada grupo e a função comunicativa socialmente.

Em Seguida deve ser feito o aperfeiçoamento dessa produção, por ser o grupo sujeito

da produção, portanto, um sujeito que tem algo a dizer e deve se preocupar com e como

diz esse algo.

Essa reflexão deverá ser feita com os grupos, porque para escrever, devemos planejar

revisar e reescrever o texto sem constrangimento por ser esse o processo da produção

escrita. É o ato da reescrita que permite análise da forma, do conteúdo, das marcas

linguísticas e dos estilos, os quais levam o texto à unidade de sentido. O discurso se

evidencia na manifestação das vozes que falam no texto.

5 Oralidade (Apresentação do espetáculo teatral)

•Nesse momento há uma integração dos grupos, formando apenas dois grupos, para a

apresentação do espetáculo teatral. Como sugestão, os dois textos podem ser

encenados, o conto O casamento, já transposto para o teatro, e o texto original: O rico

avarento que poderá ser reescrito em um novo enunciado discursivo e também

encenado. Cabe aqui o bom senso do mediador ao propor que mais alunos se envolvam

na apresentação teatral.

•Logo a seguir, decidem o encenador, personagens, indumentária, sonoplastia cenário,

atores, bastidores, enfim, planejamento e ensaios cênicos.

•Nesta fase, dar-se-á o foco principal, a apresentação do espetáculo teatral, em um novo

enunciado discursivo, no Colégio Estadual do Parque Itaipu em Maringá, PR pelos os

alunos do 3º Ano Do Ensino Médio Noturno.

•É nesse momento que acontece a interação do interlocutor com o público alvo; para os

alunos do Ensino Médio Noturno do Colégio Estadual do Parque Itaipu, Maringá, PR.

-Os alunos leitores são levados a uma atitude responsiva perante a obra literária

encenada;

•O leitor estabelece diálogo com o objeto de estudo, o texto literário, por meio do

suporte teatro;

•O grupo compreende que a grande escrita teatral é coletiva, e só se realiza como

atitude artística nova, compreende também que o processo colaborativo é um lugar

experimental de acordo com a força do grupo e sua capacidade. E que práticas de

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leitura, oralidade e escrita os transformam em cidadãos capazes de proliferar o

pensamento e conceber a leitura do gênero dramático como instauradora de diálogos.

6 Reflexão e Avaliação do Processo

4ª Etapa: Questionamento do horizonte: Estabelecida a ruptura, o sujeito, no caso, os

alunos são direcionados a um questionamento do horizonte de expectativas. O

mediador orienta os alunos/leitores a uma autoavaliação a partir dos textos oferecidos.

O grupo compara as fases percorridas até aqui.

A - Atividade de Reflexão e Relato

1-Na fase anterior, de leitura do texto, cada grupo deverá registrar os trechos do texto

que lhes proporcionaram satisfação. Justificar por quê?

2-O grupo também deverá registrar os problemas encontrados, dificuldades, superações

ou avanços ao longo do processo. Os registros devem ser entregues ao professor.

7 Ampliação do horizonte de expectativa do leitor

5ª Etapa: Ampliação do horizonte de expectativa:

Neste momento, é importante uma reflexão sobre o que acontece com o leitor após a

fruição da obra literária.

1-A leitura oferecida para seu grupo possibilitou a você uma tomada de consciência

crítica em relação a problemas sociais como o capital? Justifique.

2-Você considera que uma pessoa pode operacionar ou estratejar uma situação sinistra

ou maquiavélica? E que elementos ela dispõe para criar essa situação?

3-Qual é o símbolo do bem e do mal? Por que eles ainda permanecem os mesmos na

história da humanidade?

4-Uma vida fora dos princípios da caridade deve ou não ser punida? Comente

.

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5-Entre os personagens descritos no texto que você leu, qual lhe chamou a atenção? Por

quê?

6-Após sua participação ora colaborativa ora individual no processo ensino-

aprendizagem do gênero dramático, aponte os pontos positivos e negativos do processo.

7-Você concorda que os elementos fundamentais do texto dramático são: ação, diálogo

e o conflito dramático. Que este é o tripé sobre o qual o drama se alicerça. Justifique.

8-Em sua análise, o método de leitura aplicado, contribuiu para ampliar seu

conhecimento e sua visão de mundo? Justifique sua resposta.

Sugestões de Leituras em Ariano Suassuna:

Acreditamos que tal sugestão estabeleça um contínuo texto-puxa-texto. É relevante

sugerir leituras na prosa como: A Farsa da boa preguiça, Torturas de um coração, O

Santo e a porca, Auto da Compadecida. E na poesia leituras como: Soneto a meus

antepassados, Infância, A onça e outros...

Referências

ARISTÓTELES. Poética. Tradução Eudoro de Souza. São Paulo: ARS Poética, 1993. Edição bilíngue grego-português.

PONTOS POSITIVOS PONTOS NEGATIVOS

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BAKHTIN, Mikhail Volochinov. Marxismo e filosofia da linguagem. São Paulo: Hucitec, 1999. BORDINI, Maria da Glória; AGUIAR, Vera Teixeira. Literatura e a formação do leitor: alternativas metodológicas. Porto Alegre: Mercado Aberto, 1993. CANDIDO, Antonio. A literatura e a formação do homem. Ciência e cultura, São Paulo, v.4, n.9, p.803-809. Set.1972. ISER, Wolfgang. O ato da leitura: Uma teoria do efeito estético. v.2 São Paulo: 34, 1999. JAUS, Hans Robert. A estética da recepção: Colocações gerais. In: COSTA Luiz Lima. (Ogr). A literatura e o leitor. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1979. LIMA, Luiz, Costa. Teoria da literatura em suas fontes. v.2. Rio de Janeiro. Civilização Brasileira, 2002. O AUTO da compadecida. Ano. 2006.1 vídeo (8min13s). Disponível em < http://www.youtube.com/watch?v=JiXOMqrwwco>. Acesso em 25 abr.2010 e 23 jun.2010.

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