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DIREITO AMBIENTAL Daniel Martini, Promotor de Justiça. Master Direito Ambiental Internacional – CNR – ROMA/ITÁLIA -2008/2009; Doutorando em Direito Ambiental – Universidade de Roma3/ITÁLIA – 2008/2012 1

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DIREITO AMBIENTAL

Daniel Martini,Promotor de Justiça.

Master Direito Ambiental Internacional – CNR – ROMA/ITÁLIA -2008/2009;

Doutorando em Direito Ambiental – Universidade de Roma3/ITÁLIA – 2008/2012

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“CRISE AMBIENTAL”

Sociedades antigas: perigos externos...

Sociedade de riscos: decorre das próprias decisões e os riscos gerados pela sofisticação da tecnologia que, agora, não

consegue reagir... (Ulrich BECK)

Quem é (somos) o vilão?

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SISTEMA DO DIREITO E SISTEMA ECONÔMICO

“every economic action can have some effect on theenvironment, and every environmental change can have animpact on the economy..”

(Hanley; Shogren & White – 1997)

Ferrajoli diz que o mercado é o lugar das liberdadesindividuais, refrattario al paradigma dello stato di diritto,mas é o direito que vai garantir as liberdades (PrincipiaIuris, 2007, vol. II, p. 253/4)

Por que o mercado (globalizado) não aceita bem ainterferência do direito, se ambos perseguem objetivossemelhantes: AUMENTO DE BEM-ESTAR?

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Corrigir estas falhas é difícil: as dificuldades surgem porque o ar, a água etc são bens de

“propriedade comum” e os direitos de propriedade não são bem definidos...

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OS BENS DE USO COMUM

• Problema: falta de definição da propriedade – bensde propriedade comum são não-excludentes –tendem ao esgotamento.

• Ex: lago usado para pesca ou campo de pastagensacessíveis a todos

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A Tragédia dos Comuns (Garret Hardin, 1968)

Comportamento Free Rider

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A Tragédia dos Comuns (Garret Hardin – 1968)

• As pessoas, ao utilizarem os recursos naturais, como o ar, a água, asflorestas, os animais, que são de propriedade comum ou não têm umapropriedade bem definida para fins econômicos, comportam-se como sedonos únicos fossem, sem, no entanto, preocuparam-se com apreservação destes recursos.

• Ou seja, como se donos únicos fossem, esgotam-nos e após abandonam;no momento de chamar à ordem a responsabilização pela preservação ouaté pela recuperação destes recursos, não há quem o faça, não há umsujeito responsável.

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A Tragédia dos Comuns (Garret Hardin – 1968)

• Quando algo não tem propriedade defina, ou não tem um dono que cobre pelo seu uso, nãonos preocupamos em mantê-lo, já que não possui, para nós, um valor econômico. O proveitoeconômico destes bens comuns é muito superior para quem deles se utiliza até oesgotamento do que os custos que recebe, por serem rateados por todos; logo, como o custoda “matéria prima” será muito baixo, o agente o explorará até o limite da sua necessidade ouesgotamento, sem se preocupar em preservar. Ou seja, como o custo para o agente serámuito baixo (pois rateado por toda a sociedade), explorará até o esgotamento.

• Exemplo da camada de ozônio. Como não há quem cobre pelo seu uso (definição do direitode propriedade), eventual deterioração da camada de ozônio prejudicará a todos igualmente,independentemente de ter contribuído para a destruição. Assim, provavelmente quemfabrica geladeiras, sprays, isopor, ou outros produtos que contenham gases agressivos àcamada de ozônio, não se importará com isto, pois estará lucrando com esta atividade e osprejuízos estarão sendo distribuídos a todos os indivíduos do planeta, de forma igual.

• (COSTA, Simone S. Thomazi. Análise, v. 16., nº 2. Porto Alegre, ago/dez 2005, p. 301/323)

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AS EXTERNALIDADES...

São falhas no sistema de mercado (deseconomia) eocorrem quando as atividades de produção e ouconsumo geram custos ou benefícios que não sãocontabilizados pelo mercado.

Exemplos:- externalidades negativas (custos sociais): poluição ou

esgotamento dos recursos naturais.- ext. positiva: lucro imobiliário decorrente da construção deum parque – PSA???

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Comportamento free rider

• Tendencialmente, os indivíduos ou agenteseconômicos utilizar-se-ão dos recursosnaturais na medida em que estes lhes estejamdisponíveis gratuitamente. Quando, todavia,algum ônus lhe seja imposto, ou tenderão areduzir ou a eliminar o seu uso.

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Comportamento free rider

Ex.: uma dada empresa lança poluentes (seus efluentes líquidos, porexemplo) não tratados e de forma clandestina em um rio. Como ela nãotem custos com este comportamento, não se preocupará em adotarmedidas de prevenção ou minimização dos impactos, com a construção deuma estação de tratamento de efluentes.

Então, com este comportamento, ela estará “tomando carona” nos custossociais de despoluição dos rios. Ou seja, a poluição produzida pela suaatividade industrial não é internalizada; ao contrário, todo o custo será dogoverno, que necessitará de investimentos e políticas públicas adequadaspara a despoluição dos rios (Simone da Costa).

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CORREÇÃO...

• Ainda que a propriedade permaneça de todos(comum), a decisão do uso deve ser de um únicoagente (governo), para garantir que não sejasuperexplorado e estabeleça um preço pela suautilização (internalização).

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AS EXTERNALIDADES...

São falhas no sistema de mercado (deseconomia) eocorrem quando as atividades de produção e ouconsumo geram custos ou benefícios que não sãocontabilizados pelo mercado.

Exemplos:- externalidades negativas (custos sociais): poluição ou

esgotamento dos recursos naturais.- ext. positiva: lucro imobiliário decorrente da construção deum parque – PSA???

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A INTERNALIZAÇÃO...

• A internalização corrige um defeito do mercado (aexternalidade) e estabelece uma situação “ótima”(Ótimo de Pareto) – não é possível melhorar asituação de alguém sem que se piore a situação deoutrem.

• Eficiência no uso dos recursos naturais• Quando o mercado não corrige estas imperfeições

(normalmente não faz), o que fazer?

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INTERNALIZAÇÃO

• O E deve atuar para fazer com que o meioambiente (e seus custos) seja incorporado aomercado:

– Arthur Pigou e a Correção do Mercado;– Ronald Coase e a Extensão do Mercado.

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Arthur Pigou e a Correção do Mercado

O E deve introduzir um sistema de impostoem caso de deseconomia externa (efeitossociais negativos) e de subvenção ou incentivoem caso de economia externa (efeitos sociaispositivos).

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Ronald Coase e a Extensão do Mercado

• Estado atribui direitos de propriedade epressupõe acordo entre os sujeitos envolvidospara internalizar os efeitos externos.– Disposição pagar: poluidor pode se dispor a pagar

um preço para continuar poluindo, mas a “vítima”pode também pagar um preço para o poluidordiminuir a poluição (soluções de mercado).

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ECONOMIA AMBIENTAL

• A economia preocupa-se com o meio ambiente quanto sentea necessidade de controlar o mau uso dos bens ambientais(dec. 70) - ESCASSEZ

• Inicialmente a ideia era a adoção de políticas de controle eposteriormente desenvolvimento tecnológico para corrigir adistorção e fazer o mercado internalizar os custos.

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ECONOMIA ECOLÓGICA

Não é suficiente apenas internalizar asexternalidades, mas sim ...

...buscar a estabilidade das funções ecológicas,particularmente ...a capacidade do ambiente em oferecer os recursos naturais para ofuncionamento do sistema econômico e

absorver os rejeitos, delineando “os limites do crescimento”.(Maurício de Carvalho Amazonas)

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QUAL O PAPEL DO DIREITO?

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• REGULAÇÃO ?

• COMANDOS E CONTROLES ?

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INSTRUMENTOS DE POLÍTICA AMBIENTAL

• Políticas de comandos e controles – determinaçõeslegais que não dão aos agentes econômicos outras opçõespara solucionar o problema. Resultado: burla da lei.

• Incentivos de mercado – visam dar maior flexibilidade aosagentes envolvidos, sem comprometer a eficiência dosresultados ambientais esperados. Resultado: adequação

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ANÁLISE ECONÔMICA DO DIREITO

• A aplicação do instrumental analítico e empírico daEconomia, em especial da microeconomia e daeconomia do bem-estar social, para se tentarcompreender, explicar e prever as implicaçõesfáticas, bem como a lógica (racionalidade) do próprioordenamento jurídico.

• AED é a utilização da abordagem econômica paratentar compreender o Direito no mundo e o mundono Direito.

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Exemplo....

• OBJETIVO: abater 40% da poluição• FORMAS:

– Reduzir linearmente em 40% os lançamentos porregulação.

– Análise custo-efetividade• Custo por setor: 100 (indústria); 20 (domésticos); 10

(agricultura)• Taxa: 20• Qual o comportamento de cada setor? Onde será mais

eficiente investir?26

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COMO ADEQUAR A TEORIA DO DIREITO?

• Teoria do Ordenamento (atos conformes e atos desviantes):

•Ordenamento protetivo-repressivo (três modos de impedir uma ação não desejada):

– Torná-la impossível, difícil ou desvantajosa.

• Ordenamento promocional (como obter a ação desejada [direito-moral?]):

– Torná-la necessária, fácil ou vantajosa.

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• Ex. “se desejo que meu filho faça umatradução difícil do latim, posso prometer-lhe,se ele a fizer, irmos ao cinema, ou entãoposso permitir que utilize uma traduçãobilíngue.” (Bobbio).

• Com isto, o direito (como subsistema social)interfere nos demais subsistemas (economia,política etc) de modo a projetar um fim.

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TÉCNICA DO ENCORAJAMENTO• “...La tecnica dell’incoraggiamento mira non soltanto

a tutelare ma anche a provocare l’esercizio degli atticonformi, spareggiando nel caso di atti permessi lapossibilittà di fare con quella di non fare, rendendoparticolarmente allettanti gli atti obbligatori eparticolarmente ripugnanti quelli proibiti.”

(BOBBIO, Norberto – Dalla Struttura alla Funzione –Nuovi Studi di Teoria del Diritto. Editori Bari: EditoriLaterza - 2007).

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COMO SE DÁ?

• FACILITAÇÃO

• SANÇÃO POSITIVA

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FACILITAÇÃO

• A técnica da facilitação precede ou acompanha o comportamento que se pretende encorajar.

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SANÇÕES POSITIVAS

• Bobbio aponta que o novo direito(promocional) não se limita a permitir ouproibir, mas promover.

• Para tanto, a sanção (a quem realizar opreceito da norma) assume uma dimensãonão mais de pena, mas positiva, sob a formade incentivos e prêmios (recompensa).

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Norberto Bobbio

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Lei 12305/10 – Política Nacional dos Resíduos Sólidos

Princípio do protetor-recebedor (Art. 6º, II)

• Remunera quem preserva os deixa de explorar um recursoque “era seu” em benefício da sociedade.

• Lógica inversa ao princípio do poluidor-pagador (consumidor-pagador), já consagrado no direito ambiental.

• Pagamento por serviços ambientais.

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• Enquanto isto...

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FORÇA-TAREFA: atribuições

• RESPONSABILIDADE ADMINISTRATIVA– FEPAM/PATRAM/SEC. MUNICIPAIS

• INSTRUMENTOS: LICENCIAMENTO/AUTO DE INFRAÇÃO/EMBARGO DA ATIVIDADE

• RESPONSABILIDADE CIVIL– MP

• INSTRUMENTOS: IC/TAC/ACP

• RESPONSABILIDADE PENAL– PATRAM/PC-DEMA/MP

• INSTRUMENTOS: APF/IP/TC

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BEBÊS ENCONTRADOS NO LIXO NOVO HAMBURGO – CENTRAL

DE RECICLAGEM DE LIXO

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Assunto: Mortandade de Peixes no Rio do Sinos Solicitante: PROMOTORIA REGIONAL DE MEIO AMBIENTE (Sinos e Gravataí)IC nº 01393.00001/2010IMPACTOS AMBIENTAIS CAUSADOS PELO LANÇAMENTOS DE ESGOTOS E EFLUENTESAvaliação dos Resultados dos 44 pontos amostrados no Sinos e Paranhana (maio/11)Biólogo Jackson Müller

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DADOS ESGOTO BACIA DO SINOS

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I – MONITORAMENTO DA ÁGUA BRUTA EM TEMPO REAL DO RIO DOS SINOS

II – FISCALIZAÇÃO INDUSTRIAL/AGRÍCOLA

III – AUDITORIAS AMBIENTAIS

IV – FISCALIZAÇÃO DO CORRETO TRATAMENTO E DESTINAÇÃO DO ESGOTO DOMÉSTICO

V – DOS PLANOS MUNICIPAIS DE SANEAMENTO

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PACTO PELO SINOS

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PROJETO INTEGRADO DE SANEAMENTO BÁSICO E RESÍDUOS SÓLIDOS

PROJETO RESsanear (MP/RS)

DESENVOLVIMENTO DO PROJETO - 4 eixos de atuação:

1º EIXO DE ATUAÇÃO: ELABORAÇÃO DOS PLANOS MUNICIPAIS DE SANEAMENTO BÁSICO EDE GESTÃO INTEGRADA DE RESÍDUOS SÓLIDOS;

2º EIXO DE ATUAÇÃO: FISCALIZAÇÃO DA DESTINAÇÃO E TRATAMENTO DO ESGOTODOMÉSTICO;

3º EIXO DE ATUAÇÃO: ACOMPANHAMENTO DA IMPLANTAÇÃO DO PLANO DE SANEAMENTOBÁSICO E PLANO INTEGRADO DE RESÍDUOS SÓLIDOS;

4º EIXO DE ATUAÇÃO: PROJETO PILOTO REFERENTE À EXECUÇÃO DE DOIS INSTRUMENTOS DAPOLÍTICA NACIONAL DE RESÍDUOS SÓLIDOS: LOGÍSTICA REVERSA E REDUÇÃO DEEMBALAGENS.

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FORÇA-TAREFA

• + de 200 vistorias em locais de interesse

– Empresas, aterros sanitários, rios

– + de 50 prisões em flagrante por crimes ambientais

– vídeo operações

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O ESTADO (moderno)

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FEUDALISMOATÉ SEC XVI(ordens jurídicas paralelas)Fim: Jean Bodin, 1576: “Soberania”

ESTADO MODERNO (unidade de poder, poder legítimo)

ABSOLUTISMO(poder pessoal e concentrado na pessoa do Rei –direito divino)

LIBERALISMO – Rev. Francesa (vontade da lei, que submete o poder)*Estado mínimo (LEI)*Estado intervencionista(EXECUTIVO): bem-estar social ou WelfareState – inicia com a doutrina de Marx e a Revolução Russa (1917) e declina nos anos 80 pela doutrina do neoliberalismo

-Liberdade do homem perante o Estado, com esteio na separação dos poderes;

-O conceito de liberdade do liberalismo seria correto se o homem fosse dotado de igual capacidade

(Vierkandt);

-O Estado Social visa superar a contradição prática entre igualdade política e desigualdade social, conferindo direitos do trabalho, previdência,

educação, intervém na economia...;

-Quando o E dilata a sua intervenção ingressa do socialismo

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NEOLIBERALISMO(anos 80)- absoluta liberdade de

mercado;- restrição à intervenção

estatal no mercado (CF, Art. 173.Ressalvados os casos previstos nesta Constituição, aexploração direta de atividade econômica pelo Estado sóserá permitida quando necessária aos imperativos dasegurança nacional ou a relevante interesse coletivo,conforme definidos em lei.);

- aumento dos tributos eredução da atividade estatal;

- abandono do pensamentode Keynes, depois retomadonos anos 2000;

- maior importância doJudiciário, em detrimento doLegislativo e do Executivo

NEOFEUDALISMO(sec. XXI)-termo pejorativo paradesignar diversas ideologias ecorrentes políticas;-má distribuição de riquezasproduz profundas diferençasentre ricos/pobres, classealta/baixa, norte/sul,elite/massa;-novos feudos formados pormultinacionais, graças àglobalização;-grupos “independentes” compráticas terroristas para atingirseus fins (Basco, ETA)

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Estado Liberal – Estado Social

• Estado Liberal (mínimo): garantir os direitos de liberdade,através de prestações eminentemente negativas e queincorporava vedações;

• Estado Social: pressupõe prestações positivas do Estado,modo a proporcionar a igualdade, sendo sua obrigação nãoapenas não piorar as condições de vida dos cidadãos (EstadoLiberal, compreendendo “direitos de”) mas também aindamelhorar (Estado Social, de bem-estar, que especifica “direitosa”).

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Bibliografia: Paulo Bonavides

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Estado Legal – Estado (Democrático) de Direito

• Estado meramente Legal para o Estado(Democrático) de Direito (Revolução dosCravos – 1974/1976[CF]), que vê diferençasentre validade e vigor, considerando, pois, queexistem normas vigentes, porém inválidas, e,ainda, que se preocupa com as questõessociais (Welfare State).

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CONSTITUIÇÃO FEDERALArt. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúveldos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em EstadoDemocrático de Direito e tem como fundamentos:

I - a soberania;II - a cidadania;III - a dignidade da pessoa humana;IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa;V - o pluralismo político.

Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio derepresentantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição.

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CONSTITUIÇÃO FEDERAL

• Art. 225. Todos têm direito ao meio ambienteecologicamente equilibrado, bem de uso comum dopovo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever dedefendê-lo e preservá-lo para as presentes e futurasgerações.

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Estado de Direito Ambiental• “Estado de Direito Ambiental é definido como a

forma de Estado que se propõe a aplicar o princípioda solidariedade econômica e social para alcançarum desenvolvimento sustentável*, orientado abuscar a igualdade substancial entre os cidadãos,mediante o controle jurídico do uso racional dopatrimônio natural.”Vicente Bellver Capella (Ecología: de las razones a los derechos)

* O desenvolvimento que satisfaz as necessidades presentes, sem comprometer a capacidade dasgerações futuras de suprir suas próprias necessidades.

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Estado de Direito Ambiental(Umweltrechts- staat)

“Estado de Direito Ambiental quer dizer indispensabilidade das regras e princípios do Estado de direito para

se enfrentarem os desafios impostos pelos desafios da sustentabilidade

ambiental.”(J.J. Gomes Canotilho)

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Como nasce o direito ambiental?

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HISTÓRIA DO MOVIMENTO AMBIENTALISTA E DO DIREITO INTERNACIONAL DO MEIO AMBIENTE

• 1941: Trail Smelter – nenhum Estado pode utilizar ou consentir ouso do próprio território para causar dano ao território oupropriedade individual de um outro Estado.

• 1945: Estatuto da ONU – não há referência em matéria ambiental.• 1950, 1960: alguns tratados bilaterais (T. de Paris, 1950, tratado

sobre pássaros selvagens; T. de Londes, 1954, sobre poluiçãomarinha; T. de Washington, 1959, sobre lixo radioativo naAntártida).

• 1962: livro Silent Spring, de Rachel Louise Carson, sobre osmalefícios do pesticida DDT. (quais pesticidas são perigosos? e nãomais se os pest. podem ser perigosos?)

• 1968: Clube de Roma – “Os Limites do Crescimento” – 1972: OPlaneta Terra não suportaria o crescimento populacional.

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CONFERÊNCIA DAS NAÇAÕES UNIDAS SOBRE O MEIO AMBIENTE HUMANO – ESTOCOLMO, SUÉCIA, 1972

• Abre a primeira fase do direito internacional ambiental: fase dofuncionalismo, baseada no princípio da prevenção do dano (obrigação deresultado)

• Institui o UNEP (United Nations Environment Programme)

• Estimula os países a adotar legislações nacionais ambientais.

• Declaração de Estocolmo– Direito de desfrutar dos próprios recursos naturais segundo sua política

ambiental– Proibição da poluição transfronteiriça

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COMISSÃO BRUNDTLAND.

• Relatório Our Common Future – 1987

• Conceito de desenvolvimento sustentável: “odesenvolvimento que satisfaz as necessidades presentes, semcomprometer a capacidade das gerações futuras de suprirsuas próprias necessidades”.

• O relatório aponta para a incompatibilidade entredesenvolvimento sustentável e os padrões de produção econsumo vigentes.

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• Tese: Clube de Roma – crescimento zero• Antítese: Estocolmo – crescimento sustentado• Síntese: Comissão Bruntland –

desenvolvimento sustentável

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CONFERÊNCIA DAS NAÇÕES UNIDAS SOBRE O MEIO AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO –

RIO 92 (CÚPULA DA TERRA)

• Abre a segunda fase do Dto. Internacional: globalismo ambiental, fundado sob osprincípios da cooperação internacional e princípio da precaução.

• Problemas de ordem global: falta de água, mudanças climáticas• Firmadas diversas convenções internacionais: Convenção sobre clima (Protocolo de

Kyoto); Conv. sobre biodiversidade etc.

• Declaração do Rio (sobre meio ambiente e desenvolvimento) – 27 princípios gerais

• Agenda 21 – programa de ação voltado a identificar as ações necessárias a realizar odesenvolvimento sustentável endereçando recomendações aos estados para regular oscomportamentos.

• Nascem princípios do dto ambiental– Princípio da precaução (inversão do ônus da prova)– Poluidor-pagador– Avaliação do impacto ambiental– Responsabilidade comum porém diferenciada

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DIREITO AMBIENTAL INTERNACIONAL

• O DIP• O consentimento• As obrigações de cooperação• Responsabilidade internacional por atos lícitos, porém

perigosos (resp. objetiva) e responsabilidade por ato ilícito.• Resolução das controvérsias: acordo ou juiz internacional,

além dos meios diplomáticos (mediação, bons ofícios,conciliação etc)

• Falta de órgão mundial de tutela ambiental• A Corte Internacional de Justiça

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O Problema da soft law e da hard law

• Para evitar um vazio normativo, dada a incerteza dos temasenvolvidos, usam-se normas com conteúdo a ser preenchidoposteriormente.

• Assim, no DAI usam-se instrumentos da hard law comconteúdo soft law, ou, propriamente, instrumentos da softlaw;

• Não significa que o Direito tenha perdido o seu prestígio, aocontrário, os Estados preocupam-se em qualificar comexatidão os compromissos que assumem, rendendohomenagem à superioridade do direito (Michel Virally)

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O Problema da soft law e da hard law• Usam-se instrumentos hard com conteúdo soft, mas que geram

obrigações jurídicas e uma força persuasiva importante, inclusiveconduzindo à criação de outros instrumentos hard, internacionais(tratados) ou nacionais (leis nacionais).

• Tratados quadro e umbrella treaties (no primeiro existem órgãoslegisladores, como as COPs, enquanto que nos segundos os Estados nacionaiscumprem esta função).

• São documentos firmados em momentos políticos quepropiciem um acerto inicial, deixando os detalhes maisespecíficos para o futuro, mediante negociações.

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O DIREITO AMBIENTAL NACIONAL NASCE PELO DIREITO AMBIENTAL

INTERNACIONAL

• Transposição para o direito interno

• Surgem as leis internas do País, em decorrência do cumprimento de tratados internacionais.

• Estruturas de tutela ambiental (órgãos do SISNAMA)

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BREVE HISTÓRICO DA LEGISLAÇÃO AMBIENTAL NO BRASIL

• Ordenações Manuelinas – proibição da caça de algumas espécies e corte de árvores;• Regimento do Pau-Brasil (1605) – exigia autorização para corte;• Carta Régia (1797) – defesa da fauna, águas e solo;• Código Civil (1916) – trouxe com ele outros códigos, como o Código de Águas, de Caça, de

Pesca;• Estatuto da Terra (Lei 4.504/64) – função social da propriedade rural, tendo como uma das

características assegurar a conservação dos recursos naturais; desapropriação por interessesocial (preservar os recursos naturais contra atividades predatórias);

• Código Florestal (Lei 4771/1965), depois Lei 12.651/12)• Lei da Política Nacional do Meio Ambiente (1981) – instituiu o SISNAMA.• Constituição Federal 1988 (As CF’s antecedentes deram tratamento pouco sistemático com

enfoque voltado para a infraestrutura da atividade econômica)• Lei dos Crimes Ambientais (9605/98)• Lei Complementar 140/11 (competências ambientais)

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CONSTITUIÇÃO FEDERAL

• Art. 225. Todos têm direito ao meio ambienteecologicamente equilibrado, bem de uso comum dopovo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever dedefendê-lo e preservá-lo para as presentes e futurasgerações.

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Conceito de meio ambiente e características

• Natural (art. 225, caput, § 1º, I e II)

• Artificial (arts. 225; 182 e 21, XX)

• Cultural (art. 216)

• Trabalho (arts. 7º, XXII e 200, VIII)

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Conceito de meio ambiente e características

• Natural:

– Água, solo, ar atmosférico, flora e fauna;– Consiste no equilíbrio dinâmico entre os seres

vivos e o meio em que vivem;– Art. 225, caput, § 1º, I e II, CF.

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Conceito de meio ambiente e características

• Artificial:

– Espaço urbano construído, consistente no conjunto de edificações públicas e privadas;

– Relacionado com o ambiente urbano;– Art. 225; art. 182; art. 21, XX, dentre outros.

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Conceito de meio ambiente e características

• Cultural:

– Patrimônio histórico, artístico, arqueológico, paisagístico, turístico;

– Traduz a história de um povo, sua formação cultural;

– Art. 216, CF.

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Conceito de meio ambiente e características

• Cultural

• “Enquanto o patrimônio natural é a garantia desobrevivência física da humanidade, que necessitado ecossistema – ar, água e alimentos – para viver, opatrimônio cultural é garantia de sobrevivênciasocial dos povos, porque é produto e testemunhode sua vida”. (Carlos F. Marés)

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Conceito de meio ambiente e características

• Trabalho:

– Baseado na salubridade do meio e na ausência de agentes que comprometam a incolumidade físico-psíquica do trabalhador;

– Art. 200, VIII, CF.

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Conceito de meio ambiente e características

• Necessidade de um “conceito conglobante”

– “O conceito de meio ambiente há de ser, pois,globalizante, abrangente de toda a natureza original eartificial, bem como os bens culturais correlatoscompreendendo, portanto, o solo, a água, o ar, a flora, asbelezas naturais, o patrimônio histórico, artístico,turístico, paisagístico e arqueológico”. (José Afonso daSilva)

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Conceito de meio ambiente e características

• Necessidade de um “conceito conglobante”

– “Assim, meio ambiente é composto pela terra, pelaágua, pelo ar, pela flora e pela fauna, as edificações,as obras-de-arte e os elementos subjetivos evocativoscomo a beleza da paisagem ou a lembrança dopassado, inscrições, marcos ou sinais de fatosnaturais, ou da passagem dos seres humanos.” (CarlosF. Marés)

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Conceito de meio ambiente e características

• Conceito legal:– “o conjunto de condições, leis, influências e

interações de ordem física, química e biológica,que permite, abriga e rege a vida em todas as suasformas” (art. 3º, I, Lei nº 6.938/81).

– Compreende o espaço e o conjunto de relações entre fatores vivos e não vivos nele ocorrentes.

– Visão biocêntrica/ecocêntrica.

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Direito Ambiental

• CONCEITO - É um conjunto de normas (regras eprincípios) pertencentes a vários ramos doDireito reunidos por sua função instrumentalpara o estudo das relações do homem com omeio que o circunda e envolve.

• CARACTERÍSTICAS - Direito difuso(indeterminação dos sujeitos e indivisibilidade doobjeto), trata do “bem ambiental” (macro).

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Direito Ambiental

• Bem ambiental (macrobem)– Terceiro gênero – não se confunde com bens

públicos e tampouco com bens privados (bem deuso comum do povo e esencial à sadia qualidade de vida –art. 225) – bem difuso (indeterminação dos sujeitos eindivisibilidade do objeto).

– Características: indivisibilidade,extrapatrimonialidade, inalienabilidade,indisponibilidade e essencialidade à todas asformas de vida.

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ATENÇÃO

• MACROBEM AMBIENTAL: natureza difusa• MICROBENS AMBIENTAIS (componentes):

– Públicos: ex. recursos minerais– Privados: ex. meu gato– De uso comum do povo: ex. ar

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Conceito de meio ambiente e características

• A autonomia jurídica do bem ambiental possibilita asua tutela independentemente dos bens que ointegram, dando proteção jurídica à qualidadeambiental (características físicas, químicas ebiológicas do ecossistema)

• “Bem juridicamente autônomo que não se confundecom os componentes ambientais.” (Marcelo AbelhaRodrigues)

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• EFICÁCIA DO DIREITO AMBIENTAL?

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• Quais as obrigações do Estado em defesa do meioambiente?

• Historicamente, como evolui o comparecimento doEstado em suas obrigações?

• O Estado está tendo êxito?

• Como compreender a tarefa do Estado?

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A constitucionalização do meio ambiente

• Degradação consciência ambientalista necessidade de proteção jurídica do ambiente cidadania ambiental estado de direito ambiental.

• Estado de direito do ambiente é um Estado atento àsnecessidades de preservação e proteção do ambientepara as presentes e futuras gerações.

• A construção desse novo modelo de Estado conferiu aoambiente caráter de direito fundamental.

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A constitucionalização do meio ambiente

"A necessidade de proteção jurídica do meioambiente despertou a consciência ambientalistapor toda parte, até com certo exagero, masexagero produtivo, porque chamou a atenção dasautoridades públicas para o problema dadegradação e destruição do meio ambiente,natural e cultural de forma sufocante" (JoséAfonso da Silva).

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Benefícios da Constitucionalização (inDireito Constitucional Ambiental Brasileiro – J. J. Gomes Canotilho e José Rubens

Morato Leite)

• Benefícios Substantivos– Estabelecimento de um dever constitucional genérico de não degradar, base do

regime de exploralidade limitada e condicionada;– Ecologização da propriedade e da sua função social;– Proteção ambiental com direito fundamental;– Legitimação constitucional da função estatal reguladora;– Redução da discricionariedade administrativa;– Ampliação da participação pública.

• Benefícios Formais– Máxima preemência (hierarquia) e proeminência (visibilidade) dos direitos, deveres

e princípios ambientais;– Segurança normativa;– Substituição do paradigma da legalidade ambiental;– Controle da constitucionalidade da lei;– Reforço exegético pró-ambiente das normas infraconstitucionais.

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A constitucionalização do meio ambiente

• Direitos fundamentais

“(...) São as posições jurídicas da pessoa – na sua dimensão individual,coletiva ou social – reconhecidas e positivadas, por vontade dolegislador-constituinte, contidas ou não no catálogo.” (Ingo Sarlet)

“...na fórmula de direito fundamental ao meio ambienteecologicamente equilibrado, a constitucionalização presta-separa contrabalançar as prerrogativas tradicionais do direitode propriedade, o que enseja novas e fortalece velhaslimitações implícitas e explícitas...” (Antônio HermanBenjamin)

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A constitucionalização do meio ambiente

• Dentro de um caráter de historicidade a sociedadealtera os seus valores na medida em que asdemandas se apresentam.

• Por isso:– Direitos fundamentais de primeira geração,– Direitos fundamentais de segunda geração,– Direitos fundamentais de terceira geração,– Direitos fundamentais de quarta geração (minorias).

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A constitucionalização do meio ambiente

• O Supremo Tribunal Federal, no julgamentodo MS nº 22164/SP, relatado pelo Min. Celsode Mello, reconheceu o meio ambiente comosendo um direito fundamental de terceirageração.

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A constitucionalização do meio ambiente

• Também na ADI-MC 3540 / DF, Rel. Min. Celsode Mello, julgada em 01/09/2005, ondeassentada a tese de que “A ATIVIDADEECONÔMICA NÃO PODE SER EXERCIDA EMDESARMONIA COM OS PRINCÍPIOSDESTINADOS A TORNAR EFETIVA A PROTEÇÃOAO MEIO AMBIENTE”

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A constitucionalização do meio ambiente

• STJ - REsp 1.094.873/SP – Rel. Min. HumbertoMartins - Queima da cana de açucar em SãoPaulo – Afirmado que quando houver formasmenos lesivas de exploração, o interesseeconômico não pode prevalecer sobre aproteção ambiental. Também destaca ocaráter transdisciplinar do Direito Ambiental.

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A constitucionalização do meio ambiente

• Reserva do possível – STJ - REsp 1.185.474-SC,Rel. Min. Humberto Martins, j. em 20/04/2010– a tese não pode ser utilizada para justificar anão efetivação de direitos fundamentais,notadamente os de cunho social.

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FUNÇÃO PROJETUAL DA TEORIA DO DIREITO (Ferrajoli – Principia Iuris)

• A teoria do direito deve ser construídaatendendo ao paradigma constitucional

• Estado de Direito Ambiental• Assim, a proteção ao meio ambiente deve

projetar-se sobre a teoria do direito, asociologia jurídica, a filosofia jurídica, aeconomia etc

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O meio ambiente como direito fundamental

• Conseqüências:– É condição sine qua non para o desenvolvimento da vida

humana;– Integra a esfera dos valores permanentes e indisponíveis da

sociedade brasileira;– Não admite desconsideração ou flexibilização;– Possui força vinculante plena, cogente, sendo imune à

discricionariedade estatal ou à livre disposição individual;– É norma de eficácia plena (art. 5º, § 1º, CF);– Assume a condição de cláusula pétrea (art. 60, § 4º, CF);– Maior visibilidade;

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O meio ambiente como direito fundamental

• Conseqüências:– Mais respeitabilidade; – Substitui o paradigma da legalidade ambiental;– Mitiga direitos tradicionais;– Legitima intervenções estatais;– Maior segurança normativa;– Importante ferramenta exegética;– É um padrão para a formulação de políticas públicas;– Permite o controle da constitucionalidade;– Proíbe o retrocesso social;– Cria um direito ao procedimento.

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O meio ambiente como direito fundamental

• Meio Ambiente x Constituição– Regras de garantia - arts. 5º, LXXIII (ação popular);

129, III (IC, ACP);– Regras de competência - arts. 23, VI (material

comum); 24, VI; 24, VIII (legislativa concorrente); etc...

– Regras gerais - definem princípios/condutas - arts. 170, VI; 173, § 5º; 174, § 3º; 186, II; 200, VIII; 216, V e 231, § 1º

– Regras específicas - art. 225

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Princípios de Direito Ambiental

• Norma– princípios– regras

• grau de generalidade• aspecto qualitativo (“tudo ou nada”)• colisão

• Funções dos princípios: fundamentadora,interpretativa, limitativa, diretiva, “normas-chaves” (verdadesprimeiras), estão “ao princípio”.

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DWORKIN/ALEXY• REGRAS (meios) – normas que podem ser cumpridas ou não. Se

válida, então deve-se fazer o que ela exige. Estabelecem meios, determinando comportamentos a eles adequados de modo mais preciso e definido. TUDO OU NADA.

• PRINCÍPIOS (fins) – mandados de otimização, algo que deve ser realizado na maior medida possível. Definem fins a serem atingidos sem apresentarem esclarecimentos acerca dos procedimentos a serem adotados neste desiderato. PESO.

• COLISÃO DE PRINCÍPIOS – dimensão de peso, um cede frente ao outro, mas continua válido

• CONFLITO DE REGRAS – dimensão da validez

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Princípios de Direito Ambiental• “Princípio, já averbamos alhures, é, por definição, mandamento nuclear

de um sistema, verdadeiro alicerce dele, disposição fundamental que seirradia sobre diferentes normas compondo-lhes o espírito e servindo decritério para sua exata compreensão e inteligência, exatamente pordefinir a lógica e a racionalidade do sistema normativo, no que lheconfere a tônica e lhe dá sentido humano. É o conhecimento dosprincípios que preside a intelecção das diferentes partes componentes dotodo unitário que há por nome sistema jurídico positivo. Violar umprincípio é mais grave que transgredir uma norma. É a mais grave formade ilegalidade ou inconstitucionalidade, conforme o escalão do princípioatingido, porque representa insurgência contra todo o sistema,subversão de seus valores fundamentais, contumélia irremissível e a seuarcabouço e corrosão de uma estrutura mestra.” (Celso Antônio Bandeirade Mello)

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Princípios de Direito Ambiental

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Princípios de Direito Ambiental• Princípios de interpretação ajudam o STJ a fundamentar

decisões na área ambientalEm busca de soluções justas e constitucionalmente adequadas para ascausas jurídicas nas quais intervém, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) temrecorrido à aplicação de importantes princípios do Direito Ambiental, dando-lhes uma interpretação mais integrativa e atual.“São os princípios que servem de critério básico e inafastável para a exatainteligência e interpretação de todas as normas que compõem o sistemajurídico ambiental, condição indispensável para a boa aplicação do Direitonessa área”, defende o ministro Herman Benjamin, uma das maioresautoridades do STJ no ramo ambiental.Além de dar suporte na resolução dos conflitos normativos que chegam aoTribunal, essa “hermenêutica jurídica esverdeada”, na definição doespecialista José Rubens Morato Leite, pós-doutor em Direito Ambiental eprofessor da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), tempossibilitado mais transparência e objetividade no processo decisório,conferindo maior legitimidade às argumentações judiciais proferidas. (...)

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Princípios de Direito Ambiental

• Supremacia do interesse público– Princípio implícito contido na CF.– “Trata-se de verdadeiro axioma reconhecível no moderno Direito

Público. Proclama a superioridade do interesse da coletividade,firmando a prevalência dele sobre o do particular, como condição, atémesmo, da sobrevivência e asseguramento deste último.” (Celso B.Mello).

– Meio ambiente é bem de uso comum (público) e sua proteção éirrenunciável (poder x dever de atuação). Sempre que houver conflitoentre um interesse individual e um interesse público coletivo, deveprevalecer o interesse público, inclusive com a restrição de direitosigualmente fundamentais (propriedade x função social; lucro xrelação de consumo; poluição x meio ambiente).

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Princípios de Direito Ambiental• Desenvolvimento sustentável

– “(...) aquele que atende às necessidades do presentesem comprometer a possibilidade de as geraçõesfuturas satisfazerem as suas próprias necessidades...”(Comissão Mundial sobre Meio Ambiente eDesenvolvimento).

– Princípio 4 da ECO/92 (art. 170, VI, CF).– “As presentes gerações não podem deixar para as

futuras gerações uma herança de déficits ambientais oudo estoque de recursos e benefícios inferiores aos quereceberam das gerações passadas.” (eqüidadeintergeracional - José Adércio Leite Sampaio)

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Princípios de Direito Ambiental

• Prevenção– É basilar Reconstituição é praticamente impossível

Evitar medidas que impliquem atentados ao meio ambiente.

– Prevenção (prae + venire = vir antes) = cautela– Trata de riscos e danos já conhecidos.– Instrumento administrativo (licenciamento,

zoneamento, tombamento, interdição administrativa) e jurisdicional (tutela de urgência).

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Princípios de Direito Ambiental

• Precaução– Ausência de certeza científica Providências acautelatórias. Trata

do risco incerto, desconhecido.

– “De modo a proteger o meio ambiente, o princípio da precauçãodeve ser amplamente observado pelos Estados, de acordo com assuas capacidades. Quando houver ameaça de danos sérios ouirreversíveis, a ausência de absoluta certeza científica não deve serutilizada como razão para postergar medidas eficazes eeconomicamente viáveis para prevenir a degradaçãoambiental”. (Princípio 15, Rio/92).

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Princípios de Direito Ambiental

• Precaução– FONTE - perigo/risco e ausência de conhecimento científico.– “A Política Nacional do Meio Ambiente tem por objetivo a preservação,

melhoria e recuperação da qualidade ambiental propícia à vida, visandoassegurar, no País, condições ao desenvolvimento sócio-econômico, aosinteresses da segurança nacional e à proteção da dignidade da vidahumana, atendidos os seguintes princípios: I - ação governamental namanutenção do equilíbrio ecológico, considerando o meio ambientecomo um patrimônio público a ser necessariamente assegurado eprotegido, tendo em vista o uso coletivo; IV - proteção dos ecossistemas,com a preservação de áreas representativas; IX - proteção de áreasameaçadas de degradação;” (Art. 2º, Lei n.º 6.938/81)

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Princípios de Direito Ambiental

• Princípio da Precaução

– Preconiza que as ações positivas em favor do meioambiente devem ser tomadas mesmo sem evidênciacientífica absoluta de perigo de dano grave e irreversível. Aprecaução, assim, é anterior à própria manifestação doperigo, garantindo margem de segurança da linha de risco,em prol da sustentabilidade. Nos casos em que háconhecimento prévio das lesões que determinada atividadepode causar no ambiente, aplica-se outro princípio: o daprevenção.

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Princípios de Direito Ambiental

• Precaução x Prevenção– “A precaução é tomada mesmo sem saber se

existem os riscos. Se já são conhecidos, trata-se depreveni-los (...) Enquanto que a prevençãorelaciona-se com a adoção de medidas quecorrijam ou evitem danos possíveis, a precauçãotambém age prevenindo, mas antes disso, evita-seo próprio risco ainda imprevisto.” (Marcelo AbelhaRodrigues)

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Princípios de Direito Ambiental

• Poluidor pagador• “O princípio a ser usado para alocar custos das medidas de prevenção e controle da

poluição, para encorajar (estimular) o uso racional dos recursos ambientaisescassos e para evitar distorções do comércio internacional e investimentos édenominado de princípio do poluidor pagador. Este princípio significa que opoluidor deve suportar os custos do implemento das medidas acima mencionadas,decididas pelas autoridades públicas para assegurar que o ambiente possa ficarnum nível aceitável. Em outros termos, o custo dessas medidas deveriam refletir-se no preço dos bens e serviços, cuja produção e consumo são causadores depoluição. Tais medidas não deveriam ser acompanhadas de subsídios, porquecriariam distorções significativas ao comércio e investimentos internacionais.”

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Princípios de Direito Ambiental

• Poluidor pagador– Inspirado na teoria econômica - busca a internalização

das externalidades negativas.• Externalidade = desvio de mercado• negativa perdas e/ou ganhos sociais derivados

• positiva da produção e consumo

– Interpretação jurídica preservação da funçãoambiental cabendo ao empreendedor controlar,prevenir e reparar as agressões ao meio ambiente.

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Princípios de Direito Ambiental• Poluidor pagador

– características• Preventivo - fixação de tarifas ou preços e/ ou da exigência de

investimento na prevenção do uso do recurso natural• Repressivo - reparação integral do dano causado e custos das

medidas de prevenção/precaução (arts. 225, § 3º, CF e 4º, VII, LPNMA).

– conseqüências• Reparação específica• Responsabilidade civil objetiva• Inversão da ilicitude e do ônus da prova• Irrelevância da intenção danosa• Irrelevância da licitude da atividade• Atenuação do nexo causal• Ausência de causas da exclusão• Usuário pagador - art. 4º, VII, in fine, LPNMA

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Princípios de Direito Ambiental

• USUÁRIO PAGADOR- é complementar ao poluidor pagador;- visa evitar o custo zero e a hiperexploração do recurso ambiental que leva à escassez;

- Art. 4º, VII, Lei 6.938/81.

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Princípios de Direito Ambiental

• PROTETOR-RECEBEDOR

– Princípio novo, inserido pela Lei 12305/2010, que trata daPolítica Nacional dos Resíduos Sólidos

– A ideia é remunerar todo aquele que, de uma forma ou outra,deixou de explorar um recurso natural que “era seu”, embenefício do meio ambiente e da coletividade, ou promoveualguma coisa, com o mesmo propósito (neste caso, pagamentopor serviços ambientais).

– Pagamento por serviços ambientais prestados (Art. 80, VI, doDec. 7404/10)

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Princípios de Direito Ambiental

• Participação– informação - arts. 5º, XXIII e XXIV, CF e 9º, VII e XI, Lei

nº 6.938/81.– educação - Lei nº 9.795/99 e Dec. 4281/2002.– Convenção de Aahrus

• Função ambiental da propriedade– arts. 5º, XXIII; 170, III; 182, § 2º e 186, CF.– propriedade deve ser exercida em benefício da

coletividade.– impõe condutas negativas e positivas.

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Princípios de Direito Ambiental

• Consideração da variável ambiental na tomada de decisões (ubiquidade ou transversalidade) - Princípio 17, Declaração do Rio

• Cooperação– efeitos transfronteiriços da poluição/degradação

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Princípios de Direito Ambiental

• Princípio da Solidariedade (art. 225, CF, e Princípio 3, Decl. Rio)

– Intergeracional (diacrônica) – futuras gerações

– Intrageracional (sincrônica) – presentes gerações

– Princípio-base do moderno Direito Ambiental, pressupõe aampliação do conceito de “proteção da vida” como fundamento paraa constituição de novos direitos. Para tanto, impõe oreconhecimento de que a vida humana que se protege no textoconstitucional não é apenas a vida atual, nem é somente a vidahumana. Tudo está inserido no conjunto global dos interesses edireitos das gerações presentes e futuras de todas as espécies vivasna Terra.

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Princípios de Direito Ambiental

• Princípio da Proibição do Retrocesso Ecológico

– Pressupõe que a salvaguarda do meio ambiente tem caráterirretroativo: não pode admitir o recuo para níveis deproteção inferiores aos anteriormente consagrados, a menosque as circunstâncias de fato sejam significativamentealteradas. Essa argumentação busca estabelecer um piso deproteção ambiental, para além do qual devem rumar asfuturas medidas normativas de tutela, impondo limites aimpulsos revisionistas da legislação.

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Princípios de Direito Ambiental

• Princípio do Mínimo Existencial Ecológico

– Postula que, por trás da garantia constitucional domínimo existencial, subjaz a ideia de que a dignidade dapessoa humana está intrinsecamente relacionada àqualidade ambiental. Ao conferir dimensão ecológica aonúcleo normativo, assenta a premissa de que não existepatamar mínimo de bem-estar sem respeito ao direitofundamental do meio ambiente sadio.

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Princípios de Direito Ambiental

• Princípio da Responsabilidade (art. 225, § 3º, CF –tríplice responsabilidade)

– Sua premissa básica é: quem causa dano ao meioambiente deve por ele responder, ficando sujeito asanções cíveis, penais ou administrativas. É aplicado comocorolário da gestão antecipatória do risco ambiental, jáque, sem possibilidade de reparação do dano, as ações deprecaução e prevenção teriam pouca ou nenhumautilidade. A responsabilização supõe o reconhecimento deuma nova face da responsabilidade civil em matériaambiental: trata-se de reparar prevenindo.

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REGIMES DE RESPONSABILIDADE PELO DANO AMBIENTAL

• CF: Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamenteequilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade devida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-loe preservá- lo para as presentes e futuras gerações.

• § 3º - As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambientesujeitarão os infratores, pessoas físicas ou jurídicas, a sanções penais eadministrativas, independentemente da obrigação de reparar os danoscausados.

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REGIMES DE RESPONSABILIDADE PELO DANO AMBIENTAL

LEI Nº 6.938, DE 31 DE AGOSTO DE 1981

Art 14 - Sem prejuízo das penalidades definidas pela legislação federal, estadual e municipal,o não cumprimento das medidas necessárias à preservação ou correção dos inconvenientes edanos causados pela degradação da qualidade ambiental sujeitará os transgressores:I - à multa simples ou diária, nos valores correspondentes, no mínimo, a 10 (dez) e, no

máximo, a 1.000 (mil) Obrigações Reajustáveis do Tesouro Nacional - ORTNs, agravada emcasos de reincidência específica, conforme dispuser o regulamento, vedada a sua cobrançapela União se já tiver sido aplicada pelo Estado, Distrito Federal, Territórios ou pelosMunicípios.

II - à perda ou restrição de incentivos e benefícios fiscais concedidos pelo Poder Público;III - à perda ou suspensão de participação em linhas de financiamento em estabelecimentosoficiais de crédito;

IV - à suspensão de sua atividade.

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§ 1º - Sem obstar a aplicação das penalidades previstas neste artigo, é o poluidor obrigado, independentemente da existência de culpa, a indenizar ou reparar os danos causados ao meio ambiente e a terceiros, afetados por sua atividade. O Ministério Público da União e dos Estados terá legitimidade para propor ação de responsabilidade civil e criminal, por danos causados ao meio

ambiente.

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REGIMES DE RESPONSABILIDADE PELO DANO AMBIENTAL

• “ A Tríplice Responsabilização• “A CF/88 não se contentou com a mera reparação do dano,

embora essa também seja uma das tônicas da Lei dos CrimesAmbientais. O art. 225, § 1º, na esteira do que já apregoava oart. 14, § 1º, da Lei 6938/81, enfatiza a possibilidade de opoluidor ser simultaneamente responsabilizado nas esferascivil, administrativa e penal, o que desde já exclui a conclusãode que o poluidor que posteriormente veio a reparar o danoestá isento das sanções de índole penal.”

• (Marchesan, Steigleder e Cappelli, p. 226 – 6ª ed.)

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INDEPENDÊNCIA DAS INSTÂNCIAS

• APELAÇÃO CÍVEL. TRIBUTÁRIO. MULTA AMBIENTAL. TERMO DE AJUSTAMENTO COM OMINISTÉRIO PÚBLICO. DUPLA PENALIDADE. PRELIMINAR. CERCEAMENTO DE DEFESA.PRECLUSÃO. In casu, o magistrado indeferiu o pedido de produção de prova do embarganteem decisão de fl. 87v. Desta decisão, o embargante restou intimado em novembro de 2002(fl. 88). Contra essa decisão deveria o embargante ter interposto agravo de instrumento. Nãotendo assim procedido, preclusa a questão, não cabendo sua análise neste grau recursal.Preliminar rejeitada. MÉRITO. O fato de o apelante ter pago uma multa em virtude doTermo de Ajustamento de Conduta firmado com o Ministério Público em 26 de janeiro de2000 não o isenta do pagamento da multa administrativa que teve origem no auto deinfração nº 000039040 lavrado em 28 de janeiro de 1999. Isso porque a multa paga emvirtude do Termo de Ajustamento de Conduta é medida substitutiva a uma sanção penal,decorrente do procedimento da Lei nº 9.099/99, ao passo que a multa relativa ao auto deinfração nº 000039040 é administrativa. Assim, resta claro que o ilícito praticado peloembargante surtiu, simultaneamente, efeitos na esfera civil e penal, não havendo falar emexclusão da multa aplicada no auto de infração nº 00039040. Preliminar rejeitada, apelodesprovido. (Apelação Cível Nº 70009956426, Segunda Câmara Cível, Tribunal de Justiça doRS, Relator: João Armando Bezerra Campos, Julgado em 16/11/2005)

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INDEPENDÊNCIA DAS INSTÂNCIAS

• DIREITO PÚBLICO NÃO ESPECIFICADO. AÇÃO CIVIL PÚBLICA. DANOAMBIENTAL. NATUREZA DA RESPONSABILIDADE DO TRANSPORTADOR PELODERRAMAMENTO DE CARGA TÓXICA. PROVA PERICIAL BEM COLETADA.Acidente entre veículos que resultou em derramamento de carga tóxica na BR392, na altura do Km 33,4, no Município de Rio Grande. Responsabilidade civilobjetiva da transportadora quanto ao dano sistêmico causado ao ecossistemaque circunda a rodovia naquele ponto. Inexistência de bis in idem napenalização administrativa, civil e penal. Independência das esferas ecumulatividade das sanções. Sentença que julgou procedente a ação quemerece ser prestigiada. APELAÇÃO IMPROVIDA. (TJRS, 3ª Câmara Cível, AC nº70010213890, Rel. Des. Nélson Antônio Monteiro Pacheco, j. em09/06/2005).

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INDEPENDÊNCIA DAS INSTÂNCIAS

• AÇÃO CIVIL PÚBLICA. INDENIZAÇÃO. DANO AMBIENTAL.DERRAMAMENTO DE ÓLEO NO MAR. CF, ART, 225. LEIS6.938/81 E 9.605/98. RESPONSABILIDADE OBJETIVA.INDEPENDÊNCIA DE INSTÂNCIAS CIVIL, PENAL EADMINISTRATIVA. PORTARIA DA CETESB. ESTIMATIVA DODANO. PRINCÍPIO DA RAZOABILIDADE. PRECEDENTES. (TRF 3,6ª Turma, AC 401518, Relatora Salette Nascimento, DJU de07/01/2002)

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INDEPENDÊNCIA DAS INSTÂNCIAS

• AÇÃO CIVIL PÚBLICA. REPARAÇÃO DE DANO AMBIENTAL – AGRAVO RETIDO – METÓDICAESTRUTURANTE E TÓPICA – PRESTABILIDADE DO LAUDO OFICIAL – NATUREZA DO PRODUTODERRAMADO (ESTIRENO) – CUMULAÇÃO DE RESPONSABILIDADES ADMINISTRATIVA E CIVIL –NORMA DECISÃO.1 – A ação civil pública para reparação de dano ambiental provocado por derramamento deproduto químico no mar, estuário de Santos.2 – É de ser rejeitado o agravo retido interposto contra a decisão que rejeitou preliminar decoisa julgada, uma vez que essa não ocorre quando no primeiro feito foi discutida penalidadeadministrativa e no segundo, reparação civil de dano ambiental.(...)7 - O fato de a ré ter sofrido a imposição de multa administrativa não exclui aresponsabilização civil pelo mesmo fato. A primeira, decorre do comportamento adversoaos regulamentares, enquanto que a segunda, da ocorrência do dano. (TRF 3, 1ª Turma, ACnº 292359, Rel. David Diniz, DJU de 223/10/2001)

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STJ - HABEAS CORPUS HC 82911 MG 2007/0109542-7 (STJ)

• Data de Publicação: 15/06/2009• Ementa: PROCESSUAL PENAL. HABEAS CORPUS. CRIME AMBIENTAL.

POLUIÇÃO. TRANCAMENTO DA AÇÃO PENAL. IMPOSSIBILIDADE. TERMODE AJUSTAMENTO DE CONDUTA QUE NÃO IMPEDE AINSTAURAÇÃO DA AÇÃO PENAL. INDEPENDÊNCIA ENTRE ASESFERAS ADMINISTRATIVA E PENAL. ACEITAÇÃO DE SURSISPROCESSUAL. ORDEM DENEGADA. 1. A suspensão condicional do processonão obsta o exame da alegação de trancamento da ação penal.Precedentes do STJ. 2. O trancamento de ação penal em sede de habeascorpus reveste-se sempre de excepcionalidade, ...

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“MAS, VEJA BEM....”

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TJ/MG, AC 1.000.04.410063-4/000 (1), rel. Des. Antônio Carlos Cruvinel, DJ 08.10.2004

• “Nos termos do art. 79-A da citada Lei, o referido termo de acordo temforça de título executivo extrajudicial, extinguindo-se a punibilidade doagente, impedindo, de fato, a propositura da ação criminal. Nesse caso,feita a transação, apenas o descumprimento avençado deve ser objeto deexecução, pois a matéria penal ficou definitivamente desconstituída, nãose mostrando justa a instauração da ação penal. Além disso, acrescentou orelator, não há justa causa para a instauração da ação penal,uma vez que o Termo de Compromisso vem sendoestritamente cumprido, não se mostrando justa a instauração da açãopenal. “

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ENTRETANTO, ADI que trata do artigo 79-A

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“MAS, VEJA BEM (2)....”

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Lei 12651/2012 (Código Florestal)

• Art. 60. A assinatura de termo de compromisso pararegularização de imóvel ou posse rural perante o órgãoambiental competente, mencionado no art. 59, suspenderáa punibilidade dos crimes previstos nos arts. 38, 39 e 48da Lei no 9.605, de 12 de fevereiro de 1998, enquanto o termoestiver sendo cumprido.

• § 1o A prescrição ficará interrompida durante o período desuspensão da pretensão punitiva.

• § 2o Extingue-se a punibilidade com a efetiva regularizaçãoprevista nesta Lei.

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Crimes Ambientais e TAC• Correntes: • (a) o ato de firmar o compromisso já significaria falta de justa causa para a

persecução penal ou afetaria o dolo e a culpa-, cabendo o trancamento deeventual ação penal em curso (TJMG e Delmanto);

• (b) o compromisso (TAC ou TCA) constituiria causa supralegal de exclusão dailicitude (JOSÉ LUIZ DE MOURA FALEIROS);

• (c) o compromisso (TAC ou TCA) não teria nenhum reflexo penal se ocompromissário dá continuidade aos atos criminosos (STJ, HC 61.199-BA, j.04.10.07, rel. min. Jane Silva);

• (d) se a reparação do dano acontece antes do recebimento da denúncia ocorreriauma causa de extinção da punibilidade (tal como no crime tributário - GilbertoPassos de Freitas: de lege ferenda);

• (e) o compromisso (TAC ou TCA) não tem nenhum reflexo penal (autonomia dasinstâncias) – Akaoui, José Roberto Marques.

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Luiz Flávio Gomes

• “Para nós, o TAC ou TCA, enquanto em execução, impede aação penal por falta de justa causa; depois de devidamentecumprido, torna a pena desnecessária (princípio dairrelevância da pena).”

• “A reparação do dano ambiental não pode ser causa extintivada punibilidade por falta de base legal. Logo, a melhorcorrente (s.m.j.) é a que estamos sustentando: princípio dadesnecessidade da pena (ou da irrelevância da pena), quetem fundamento legal no art. 59 do CP.”

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Pontos de contato entre as instâncias na Lei 9605/98

• Art. 19. A perícia de constatação do dano ambiental,sempre que possível, fixará o montante do prejuízocausado para efeitos de prestação de fiança e cálculode multa.

• Parágrafo único. A perícia produzida no inquérito civilou no juízo cível poderá ser aproveitada no processopenal, instaurando-se o contraditório.

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Pontos de contato: Lei 9605/98

• Art. 27. Nos crimes ambientais de menor potencial ofensivo, a proposta deaplicação imediata de pena restritiva de direitos ou multa, prevista no art. 76 daLei nº 9.099, de 26 de setembro de 1995, somente poderá ser formulada desdeque tenha havido a prévia composição do dano ambiental, de que trata oart. 74 da mesma lei, salvo em caso de comprovada impossibilidade.

• Art. 28. As disposições do art. 89 da Lei nº 9.099, de 26 de setembro de 1995,aplicam-se aos crimes de menor potencial ofensivo definidos nesta Lei, com asseguintes modificações:

I - a declaração de extinção de punibilidade, de que trata o § 5° do artigoreferido no caput, dependerá de laudo de constatação de reparação dodano ambiental, ressalvada a impossibilidade prevista no inciso I do § 1° domesmo artigo;

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RESPONSABILIDADE ADMINISTRATIVA

• Fundamento comum:

• CF: Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida,impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá- lo para as presentes e futuras gerações.

• § 3º - As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente sujeitarão os infratores, pessoas físicas ou jurídicas, a sanções penais eadministrativas, independentemente da obrigação de reparar os danos causados.

• Lei 6938: Art 14 - Sem prejuízo das penalidades definidas pela legislação federal, estadual e municipal, o não cumprimento das medidas necessárias àpreservação ou correção dos inconvenientes e danos causados pela degradação da qualidade ambiental sujeitará os transgressores:

• I - à multa simples ou diária, nos valores correspondentes, no mínimo, a 10 (dez) e, no máximo, a 1.000 (mil) Obrigações Reajustáveis do TesouroNacional - ORTNs, agravada em casos de reincidência específica, conforme dispuser o regulamento, vedada a sua cobrança pela União se já tiver sidoaplicada pelo Estado, Distrito Federal, Territórios ou pelos Municípios.

• II - à perda ou restrição de incentivos e benefícios fiscais concedidos pelo Poder Público;• III - à perda ou suspensão de participação em linhas de financiamento em estabelecimentos oficiais de crédito;• IV - à suspensão de sua atividade.• § 1º - Sem obstar a aplicação das penalidades previstas neste artigo, é o poluidor obrigado, independentemente da existência de culpa, a

indenizar ou reparar os danos causados ao meio ambiente e a terceiros, afetados por sua atividade. O Ministério Público da União e dos Estados terálegitimidade para propor ação de responsabilidade civil e criminal, por danos causados ao meio ambiente.

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RESPONSABILIDADE ADMINISTRATIVA

• Fundamento específico:

• Art 9º - São instrumentos da Política Nacional do Meio Ambiente:• IX - as penalidades disciplinares ou compensatórias ao não cumprimento das medidas necessárias à preservação ou

correção da degradação ambiental.

• Art. 70. Considera-se infração administrativa ambiental toda ação ou omissão que viole as regras jurídicas de uso, gozo,promoção, proteção e recuperação do meio ambiente.

• § 1º São autoridades competentes para lavrar auto de infração ambiental e instaurar processo administrativo osfuncionários de órgãos ambientais integrantes do Sistema Nacional de Meio Ambiente - SISNAMA, designados para asatividades de fiscalização, bem como os agentes das Capitanias dos Portos, do Ministério da Marinha.

• § 2º Qualquer pessoa, constatando infração ambiental, poderá dirigir representação às autoridades relacionadas noparágrafo anterior, para efeito do exercício do seu poder de polícia.

• § 3º A autoridade ambiental que tiver conhecimento de infração ambiental é obrigada a promover a sua apuraçãoimediata, mediante processo administrativo próprio, sob pena de co-responsabilidade.

• § 4º As infrações ambientais são apuradas em processo administrativo próprio, assegurado o direito de ampla defesa eo contraditório, observadas as disposições desta Lei.

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RESPONSABILIDADE ADMINISTRATIVA

• DECRETO Nº 6.514, DE 22 DE JULHO DE 2008.

• Art. 1o Este Capítulo dispõe sobre as condutas infracionais ao meio ambiente e suas respectivas sanções administrativas.

• Art. 2o Considera-se infração administrativa ambiental, toda ação ou omissão que viole as regras jurídicas de uso, gozo, promoção, proteção e recuperação do meio ambiente, conforme o disposto na Seção III deste Capítulo.

• Parágrafo único. O elenco constante da Seção III deste Capítulo não exclui a previsão de outras infrações previstas na legislação.

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RESPONSABILIDADE ADMINISTRATIVA

• “A responsabilidade administrativa resulta de infração a normasadministrativas sujeitando o infrator a uma sanção de natureza tambémadministrativa: advertência, multa, interdição de atividade, suspensão debenefícios, etc. [...] Fundamenta-se na capacidade que têm as pessaosjurídicas de direito público de impor condutas aos administrados. Essepoder administrativo é inerente à Administração de todas as entidadesestatais – União, Estados, Distrito Federal e Municípios – nos limites dasrespectivas competências consititucionais”.

• José Afonso da Silva

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Responsabilidade Administrativa por Infrações Ambientais

• Instrumento de repressão a condutas eatividades consideradas lesivas ao meioambiente

• Coibir condutas que apresentam merapotencialidade de dano ou mesmo de risco delesão a recursos ambientais (Milaré);

• Decorre do poder-dever de políciaadministrativa.

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REGIME DA RESPONSABILIDADE ADMINISTRATIVA

• Posições:– Não é necessária culpa lato sensu, basta o comportamento voluntário

– resp. obj. (Vladimir, Paulo Affonso e outros);– STJ: teoria do risco – resp. objetiva, como na resp. civil.;– Cód. Estadual: resp. objetiva.– Isolado: Ricardo Carneiro – culpabilidade– Dec. 6514/08: Art. 3º, § 2o A caracterização de negligência ou dolo

será exigível nas hipóteses previstas nos incisos I e II do § 3o do art. 72da Lei no 9.605, de 12 de fevereiro de 1998. Logo, nos demais casos,resp. objetiva.

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§ 3º A multa simples será aplicada sempre que o agente, por negligência ou dolo:I - advertido por irregularidades que tenham sido praticadas, deixar de saná-las, no prazo assinalado por órgão competente do SISNAMA ou pela Capitania dos Portos, do Ministério da Marinha;II - opuser embaraço à fiscalização dos órgãos do SISNAMA ou da Capitania dos Portos, do Ministério da Marinha.

§ 3º A multa simples será aplicada sempre que o agente, por negligência ou dolo:I - advertido por irregularidades que tenham sido praticadas, deixar de saná-las, no prazo assinalado por órgão competente do SISNAMA ou pela Capitania dos Portos, do Ministério da Marinha;II - opuser embaraço à fiscalização dos órgãos do SISNAMA ou da Capitania dos Portos, do Ministério da Marinha.

§ 3º A multa simples será aplicada sempre que o agente, por negligência ou dolo:I - advertido por irregularidades que tenham sido praticadas, deixar de saná-las, no prazo assinalado por órgão competente do SISNAMA ou pela Capitania dos Portos, do Ministério da Marinha;II - opuser embaraço à fiscalização dos órgãos do SISNAMA ou da Capitania dos Portos, do Ministério da Marinha.

§ 3º A multa simples será aplicada sempre que o agente, por negligência ou dolo:I - advertido por irregularidades que tenham sido praticadas, deixar de saná-las, no prazo assinalado por órgão competente do SISNAMA ou pela Capitania dos Portos, do Ministério da Marinha;II - opuser embaraço à fiscalização dos órgãos do SISNAMA ou da Capitania dos Portos, do Ministério da Marinha.

§ 3º A multa simples será aplicada sempre que o agente, por negligência ou dolo:I - advertido por irregularidades que tenham sido praticadas, deixar de saná-las, no prazo assinalado por órgão competente do SISNAMA ou pela Capitania dos Portos, do Ministério da Marinha;II - opuser embaraço à fiscalização dos órgãos do SISNAMA ou da Capitania dos Portos, do Ministério da Marinha.

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Responsabilidade Administrativa por Infrações Ambientais

• Poder de polícia (CTN):Art. 78. Considera-se poder de polícia atividade da administração pública que,

limitando ou disciplinando direito, interêsse ou liberdade, regula a prática deato ou abstenção de fato, em razão de intêresse público concernente àsegurança, à higiene, à ordem, aos costumes, à disciplina da produção e domercado, ao exercício de atividades econômicas dependentes de concessãoou autorização do Poder Público, à tranqüilidade pública ou ao respeito àpropriedade e aos direitos individuais ou coletivos. (Redação dada pelo AtoComplementar nº 31, de 28.12.1966)

Parágrafo único. Considera-se regular o exercício do poder de polícia quandodesempenhado pelo órgão competente nos limites da lei aplicável, comobservância do processo legal e, tratando-se de atividade que a lei tenhacomo discricionária, sem abuso ou desvio de poder.

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Responsabilidade Administrativa por Infrações Ambientais

• Infração ambiental– “Considera-se infração administrativa ambiental toda ação

ou omissão que viole as regras jurídicas de uso, gozo,promoção e recuperação do meio ambiente” (art. 70,“caput”, Lei nº 9.605/98).

– “Considera-se infração administrativa ambiental, toda açãoou omissão que viole as regras jurídicas de uso, gozo,promoção, proteção e recuperação do meio ambiente,conforme o disposto na Seção III deste Capítulo” (art. 2º,Dec. 6.514/2008).

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Responsabilidade Administrativa por Infrações Ambientais

• Infração ambiental– Princípio da legalidade.– Autêntica norma em branco – não define especificamente

as infrações.– Infração ambiental é a conduta ilícita (contra ou fora da lei)

e que independe do dano propriamente dito.– Não exige outra forma de responsabilização, e vice-versa.– Pode ser material ou formal.

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RESPONSABILIDADE CIVIL

• Fundamento: art. 225, parágrafo 3º, da CF, que recepcionou o artigo 14, parágrafo 1º da Lei 6938/81.

• Regime: responsabilidade objetiva • teoria do risco integral [não admite excludentes], • teoria do risco criado [causalidade adequada – admite excludentes].

• Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica obrigado arepará-lo.

• Parágrafo único. Haverá obrigação de reparar o dano, independentemente de culpa, noscasos especificados em lei, ou quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor dodano implicar, por sua natureza, risco para os direitos de outrem.

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Responsabilidade Civil Ambiental

• A responsabilidade civil é forma de proteger aautonomia privada dos indivíduos, com oestabelecimento de limites externos.

• A ambiental está baseada no princípio da co-responsabilidade (art. 225) e nafuncionalização da autonomia privada

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Responsabilidade Civil Ambiental

• Funções:– prevenção dos danos– supressão do fato lesivo– reparação integral– internalização das externalidades negativas– compensação da sociedade e da vítima

• Amplitude do conceito de dano ambiental– art. 3º, II e III, Lei nº 6.938/81– art. 14, Lei Estadual nº 11.520/2000

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Responsabilidade Civil Ambiental

• Dano ambiental– conteúdo ambivalente - significa tanto as alterações

quanto os efeitos que provoca – Prieur - danos ecológicos propriamente ditos e danos

individuais– é autônomo em relação aos danos privados– está indicado pelo artigo 3º, II e III, LPNMA– “(...) deve ser compreendido como toda lesão intolerável

causada por qualquer ação humana ao meio ambiente, diretamente (...) e indiretamente, a terceiros (...)” MoratoLeite

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Responsabilidade Civil Ambiental

• Dano material• Dano moral difuso

– FUNDAMENTOS - art. 5º, V e X, CF; art. 6º, VI, CDC; Súmula37 do STJ; Lei 8.884/94; Lei 7347/85 (ACP) – art. 1º

– “é a injusta lesão da esfera moral de uma dadacomunidade, ou seja, é a violação antijurídica de umdeterminado círculo de valores coletivos (...)” Bittar Fº

– dano moral ambiental - repara-se o sofrimento, dor,desgosto de diversas pessoas dispersas

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Responsabilidade Civil Ambiental

• Formas de reparação– recuperação in natura e in situ

• art. 225, § 1º, I - restaurar os processos ecológicos• arts. 2º, VIII, e 4º, VI, LPNMA• Lei nº 9.605/98

– compensação ecológica• art. 84, CDC - resultado prático equivalente

– indenização

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RESPONSABILIDADE PENAL AMBIENTAL

• Fundamento: art. 225, parágrafo 3º, da CF, que recepcionou o artigo 14, parágrafo 1º da Lei 6938/81.

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RESPONSABILIDADE PENAL

• A Responsabilidade Penal Ambiental é subjetiva (exige-seculpa ou dolo para incidir penalidade), como bem prescreve oartigo segundo da lei 9605/98:

• “Quem, de qualquer forma, concorre para prática dos crimesprevistos nesta Lei, incide nas penas a estes cominadas, namedida de sua culpabilidade....”.

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Instrumentos de Política Nacional do Meio Ambiente

• DOS INSTRUMENTOS DA POLÍTICA NACIONAL DO MEIO AMBIENTE• Art. 9º - São Instrumentos da Política Nacional do Meio Ambiente:• I - o estabelecimento de padrões de qualidade ambiental;• II - o zoneamento ambiental; (Regulamento)• III - a avaliação de impactos ambientais;• IV - o licenciamento e a revisão de atividades efetiva ou potencialmente poluidoras;• V - os incentivos à produção e instalação de equipamentos e a criação ou absorção de tecnologia, voltados para a

melhoria da qualidade ambiental;• VI - a criação de espaços territoriais especialmente protegidos pelo Poder Público federal, estadual e municipal, tais

como áreas de proteção ambiental, de relevante interesse ecológico e reservas extrativistas; (Redação dada pela Lei nº 7.804, de 1989)

• VII - o sistema nacional de informações sobre o meio ambiente;• VIII - o Cadastro Técnico Federal de Atividades e Instrumento de Defesa Ambiental;• IX - as penalidades disciplinares ou compensatórias ao não cumprimento das medidas necessárias à preservação ou

correção da degradação ambiental.• X - a instituição do Relatório de Qualidade do Meio Ambiente, a ser divulgado anualmente pelo Instituto Brasileiro do

Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis - IBAMA; (Incluído pela Lei nº 7.804, de 1989)• XI - a garantia da prestação de informações relativas ao Meio Ambiente, obrigando-se o Poder Público a produzí-las,

quando inexistentes; (Incluído pela Lei nº 7.804, de 1989)• XII - o Cadastro Técnico Federal de atividades potencialmente poluidoras e/ou utilizadoras dos recursos

ambientais. (Incluído pela Lei nº 7.804, de 1989)• XIII - instrumentos econômicos, como concessão florestal, servidão ambiental, seguro ambiental e outros. (Incluído pela

Lei nº 11.284, de 2006)

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Etapas de políticas ambientais

• Primeira fase, dos fins do séc. XIX até o períodoanterior à II Guerra: resolução de conflitosindividuais – direito civil.

• Segunda Fase, de 1950 em diante: Políticas decomandos e controles

• Terceira Fase, hoje, nos países desenvolvidos:padrões progressivos e instrumentos econômicos.

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INSTRUMENTOS DE POLÍTICA AMBIENTAL

• Políticas de comandos e controles – determinaçõeslegais que não dão aos agentes econômicos outrasopções para solucionar o problema. Resultado: burlada lei.

• Incentivos de mercado – visam dar maiorflexibilidade aos agentes envolvidos, semcomprometer a eficiência dos resultados ambientaisesperados.

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Quais são utilizados no Brasil na gestãoambiental?• Basicamente a regulação (leis), que são os

instrumentos de comandos e controles, em 4categorias:– Padrões ambientais de qualidade e de emissão;– Controle do uso do solo;– Licenciamento (EIA/RIMA);– Penalidades (multas, compensações).

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Padrões ambientais de qualidade e de emissão

• Estabelecidos pelos órgãos ambientais de umaregião e normalmente determinado emfunção dos efeitos para o homem, dificilmenteleva em consideração os efeitos para anatureza.

• O não-cumprimento enseja multa.

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Controle do uso do solo

• Dizem respeito a saneamento e áreas de proteção

• APPs., reserva legal etc

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Licenciamento Ambiental• Obrigação de licenciar determinadas atividades

potencialmente poluidoras:• Lei 6938/81. Art. 10 –Art. 10. A construção, instalação, ampliação e funcionamento de

estabelecimentos e atividades utilizadores de recursos ambientais, efetiva ou potencialmentepoluidores ou capazes, sob qualquer forma, de causar degradação ambiental dependerão deprévio licenciamento ambiental. (Redação dada pela Lei Complementar nº 140, de 2011)

• § 1o Os pedidos de licenciamento, sua renovação e a respectiva concessão serão publicadosno jornal oficial, bem como em periódico regional ou local de grande circulação, ou em meioeletrônico de comunicação mantido pelo órgão ambiental competente. (Redação dadapela Lei Complementar nº 140, de 2011)

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Da Política Nacional do Meio Ambiente

• Licenciamento ambiental

– Natureza jurídica

• serviço público - exercido pelo Poder Público e de formaindelegável, sendo que atende aos administrados (Daniel Fink,Hamilton Alonso Jr. E Marcelo Dawalbi)

• poder de polícia - tem objeto negativo, de não fazer, de evitardanos ao ambiente (Adriana de Oliveira Molina)

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Da Política Nacional do Meio Ambiente

• Licença ambiental

– Natureza jurídica possibilidade de recusa, duração, possibilidade de retirada do ato administrativo (formas e condições) e conseqüências jurídico-econômicas da retirada

• Licença (ato vinculado e defitivo) - José Afonso da Silva e LúciaValle Figueiredo

• Autorização (ato discricionário e precário) - Paulo Affonso LemeMachado e Toshio Mukai

• permissão• ato discricionário sui generis - Celso Fiorillo e Marcelo Abelha

Rodrigues

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(CONAMA 237) Art. 8º - O Poder Público, no exercíciode sua competência de controle, expedirá as seguintes licenças:

I - Licença Prévia (LP) - concedida na fase preliminar doplanejamento do empreendimento ou atividade aprovando sualocalização e concepção, atestando a viabilidade ambiental eestabelecendo os requisitos básicos e condicionantes a serematendidos nas próximas fases de sua implementação;

II - Licença de Instalação (LI) - autoriza a instalação doempreendimento ou atividade de acordo com as especificaçõesconstantes dos planos, programas e projetos aprovados, incluindoas medidas de controle ambiental e demais condicionantes, da qualconstituem motivo determinante;

III - Licença de Operação (LO) - autoriza a operação da atividade ouempreendimento, após a verificação do efetivo cumprimento do queconsta das licenças anteriores, com as medidas de controleambiental e condicionantes determinados para a operação.Parágrafo único - As licenças ambientais poderão ser expedidasisolada ou sucessivamente, de acordo com a natureza,características e fase do empreendimento ou atividade.

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DECRETO No 99.274, DE 6 DE JUNHO DE 1990.

• Art. 19. O Poder Público, no exercício de sua competência de controle,expedirá as seguintes licenças:

• I - Licença Prévia (LP), na fase preliminar do planejamento de atividade,contendo requisitos básicos a serem atendidos nas fases de localização,instalação e operação, observados os planos municipais, estaduais oufederais de uso do solo;

• II - Licença de Instalação (LI), autorizando o início da implantação, deacordo com as especificações constantes do Projeto Executivo aprovado; e

• III - Licença de Operação (LO), autorizando, após as verificaçõesnecessárias, o início da atividade licenciada e o funcionamento de seusequipamentos de controle de poluição, de acordo com o previsto nasLicenças Prévia e de Instalação.

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EIA/RIMA

• Diagnóstico do empreendimento em vias de serlicenciado, confrontando-o com as prováveismodificações das diversas característicassocioeconômicas e biofísicas do meio ambiente.

• Fundamento Constitucional:• Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e

essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo epreservá- lo para as presentes e futuras gerações.

• § 1º - Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao Poder Público:

• IV - exigir, na forma da lei, para instalação de obra ou atividade potencialmente causadora designificativa degradação do meio ambiente, estudo prévio de impacto ambiental, a que sedará publicidade; (Regulamento)

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EIA/RIMA• RESOLUÇÃO CONAMA Nº 001, de 23 de janeiro de 1986

• Artigo 1º - Para efeito desta Resolução, considera-se impacto ambientalqualquer alteração das propriedades físicas, químicas e biológicas do meioambiente, causada por qualquer forma de matéria ou energia resultantedas atividades humanas que, direta ou indiretamente, afetam:

• I - a saúde, a segurança e o bem-estar da população;• II - as atividades sociais e econômicas;• III - a biota;• IV - as condições estéticas e sanitárias do meio ambiente;• V - a qualidade dos recursos ambientais.

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EIA/RIMA• RESOLUÇÃO CONAMA Nº 001, de 23 de janeiro de 1986

• Artigo 2º - Dependerá de elaboração de estudo de impacto ambiental e respectivo relatório de impacto ambiental - RIMA, a serem submetidos à aprovação do órgão estadual competente, e do IBAMA em caráter supletivo, o licenciamento de atividades modificadoras do meio ambiente, tais como:

• I - Estradas de rodagem com duas ou mais faixas de rolamento; • II - Ferrovias; • III - Portos e terminais de minério, petróleo e produtos químicos; • IV - Aeroportos, conforme definidos pelo inciso 1, artigo 48, do Decreto-Lei nº 32, de 18.11.66; • V - Oleodutos, gasodutos, minerodutos, troncos coletores e emissários de esgotos sanitários; • VI - Linhas de transmissão de energia elétrica, acima de 230KV; • VII - Obras hidráulicas para exploração de recursos hídricos, tais como: barragem para fins hidrelétricos, acima de 10MW, de saneamento ou de irrigação, abertura de

canais para navegação, drenagem e irrigação, retificação de cursos d'água, abertura de barras e embocaduras, transposição de bacias, diques; • VIII - Extração de combustível fóssil (petróleo, xisto, carvão); • IX - Extração de minério, inclusive os da classe II, definidas no Código de Mineração; • X - Aterros sanitários, processamento e destino final de resíduos tóxicos ou perigosos; • Xl - Usinas de geração de eletricidade, qualquer que seja a fonte de energia primária, acima de 10MW; • XII - Complexo e unidades industriais e agro-industriais (petroquímicos, siderúrgicos, cloroquímicos, destilarias de álcool, hulha, extração e cultivo de recursos

hídricos); • XIII - Distritos industriais e zonas estritamente industriais - ZEI; • XIV - Exploração econômica de madeira ou de lenha, em áreas acima de 100 hectares ou menores, quando atingir áreas significativas em termos percentuais ou de

importância do ponto de vista ambiental; • XV - Projetos urbanísticos, acima de 100ha. ou em áreas consideradas de relevante interesse ambiental a critério da SEMA e dos órgãos municipais e estaduais

competentes; • XVI - Qualquer atividade que utilize carvão vegetal, em quantidade superior a dez toneladas por dia.

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A Lei Complementar nº A Lei Complementar nº 140/2011 140/2011

(“Lei de Competências”)(“Lei de Competências”)

Colaboração: Gustavo Trindade

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Constituição Federal:

Art. 23. É competênciacompetência comumcomum da União, dos Estados, do DistritoFederal e dos Municípios:

(...)III - proteger os documentos, as obras e outros bens de valor histórico,

artístico e cultural, os monumentos, as paisagens naturais notáveis e os sítiosarqueológicos;

IV - impedir a evasão, a destruição e a descaracterização de obras dearte e de outros bens de valor histórico, artístico ou cultural;

VI - proteger o meio ambiente e combater a poluição em qualquer desuas formas;

VII - preservar as florestas, a fauna e a flora;

Parágrafo único. Leis complementares fixarão normas para acooperação entre a União e os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, tendoem vista o equilíbrio do desenvolvimento e do bem-estar em âmbito nacional.

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Licenciamento Ambiental- principais dispositivos legais

Lei nº 6.938/81– Política Nacional do Meio Ambiente.

Estado – em regra, é o órgão licenciador;

IBAMA – empreendimentos de impacto nacional e regional, bem comodeve atuar supletivamente;

Resolução CONAMA n° 237/97 – disciplina os procedimentos do licenciamentoambiental;

IBAMA - empreendimentos de impacto direto nacional e regional,localizadas em terras indígenas, UCs Federais, mar territorial, plataforma continental.

Estado – em regra, é o órgão licenciador;

Municípios - empreendimentos cujo impacto direto não extrapole oslimites do município;

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O Licenciamento Ambiental no LC nº 140/2011

Alteração do art. 10 da Lei nº 6.938/1981:Art. 10 - A construção, instalação, ampliação e funcionamento de estabelecimentos e atividades utilizadoras derecursos ambientais, considerados efetiva e potencialmente poluidores, bem como os capazes, sob qualquer forma,de causar degradação ambiental, dependerão de prévio licenciamento de órgão estadual competente,integrante do Sistema Nacional do Meio Ambiente - SISNAMA, e do Instituto Brasileiro do MeioAmbiente e Recursos Naturais Renováveis - IBAMA, em caráter supletivo, sem prejuízo de outraslicenças exigíveis. (Redação dada pela Lei nº 7.804, de 1989)(...)

LC 140 - Art. 20. O art. 10 da Lei no 6.938, de 31 de agosto de 1981, passa a vigorar com aseguinte redação:Art. 10. A construção, instalação, ampliação e funcionamento de estabelecimentos eatividades utilizadores de recursos ambientais, efetiva ou potencialmente poluidores oucapazes, sob qualquer forma, de causar degradação ambiental dependerão de préviolicenciamento ambiental.§ 1o Os pedidos de licenciamento, sua renovação e a respectiva concessão serão publicadosno jornal oficial, bem como em periódico regional ou local de grande circulação, ou em meioeletrônico de comunicação mantido pelo órgão ambiental competente.

((União, Estados e Municípios são responsáveis pelo licenciamento ambiental)

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COMPETÊNCIA DA UNIÃO (LC 140/11)

• Art. 7o São ações administrativas da União:• XIV - promover o licenciamento ambiental de empreendimentos e atividades:• a) localizados ou desenvolvidos conjuntamente no Brasil e em país limítrofe;• b) localizados ou desenvolvidos no mar territorial, na plataforma continental ou na zona econômica

exclusiva;• c) localizados ou desenvolvidos em terras indígenas;• d) localizados ou desenvolvidos em unidades de conservação instituídas pela União, exceto em Áreas de

Proteção Ambiental (APAs);• e) localizados ou desenvolvidos em 2 (dois) ou mais Estados;• f) de caráter militar, excetuando-se do licenciamento ambiental, nos termos de ato do Poder Executivo,

aqueles previstos no preparo e emprego das Forças Armadas, conforme disposto na Lei Complementar no 97, de 9 de junho de 1999;

• g) destinados a pesquisar, lavrar, produzir, beneficiar, transportar, armazenar e dispor material radioativo, em qualquer estágio, ou que utilizem energia nuclear em qualquer de suas formas e aplicações, mediante parecer da Comissão Nacional de Energia Nuclear (Cnen); ou

• h) que atendam tipologia estabelecida por ato do Poder Executivo, a partir de proposição da Comissão Tripartite Nacional, assegurada a participação de um membro do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama), e considerados os critérios de porte, potencial poluidor e natureza da atividade ou

empreendimento;

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Compete ao Município licenciar:

Art. 9o São ações administrativas dos Municípios:

• XIV - observadas as atribuições dos demais entes federativos previstasnesta Lei Complementar, promover o licenciamento ambiental dasatividades ou empreendimentos:

• a) que causem ou possam causar impacto ambiental de âmbito local,conforme tipologia definida pelos respectivos Conselhos Estaduais deMeio Ambiente, considerados os critérios de porte, potencial poluidore natureza da atividade; ou

• b) localizados em unidades de conservação instituídas pelo Município,exceto em Áreas de Proteção Ambiental (APAs);

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Compete ao Estado licenciar - atribuição residual

Art. 8o São ações administrativas dos Estados:

• XIV - promover o licenciamento ambiental de atividades ouempreendimentos utilizadores de recursos ambientais, efetiva oupotencialmente poluidores ou capazes, sob qualquer forma, de causardegradação ambiental, ressalvado o disposto nos arts. 7o e 9o;

• XV - promover o licenciamento ambiental de atividades ouempreendimentos localizados ou desenvolvidos em unidades deconservação instituídas pelo Estado, exceto em Áreas de ProteçãoAmbiental (APAs);

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Critérios de definição do ente competente:

•• localização do empreendimento;

• tipo de atividade (militar, material radioativo,energia nuclear);

• conforme tipologia fundada nos critérios deporte, potencial poluidor e natureza daatividade ou empreendimento: i) no caso daUnião estabelecida por ato do Poder Executivo,a partir de proposição da Comissão TripartiteNacional; ii) no caso dos Municípios definidapelos Conselhos Estaduais de Meio Ambiente;

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Um empreendimento – um licenciamento ambiental:Art. 13. Os empreendimentos e atividades são licenciadosou autorizados, ambientalmente, por um único entefederativo, em conformidade com as atribuiçõesestabelecidas nos termos desta Lei Complementar.

Demais órgãos ambientais semanifestam de maneira nãovinculante sobre a concessão dolicenciamento:Art. 13. §1º. Os demais entes federativos interessadospodem manifestar-se ao órgão responsável pela licença ouautorização, de maneira não vinculante, respeitados osprazos e procedimentos do licenciamento ambiental.

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Quem licencia autoriza a supressão de vegetação:

Art. 13. §2º A supressão de vegetação decorrente de licenciamentos ambientais éautorizada pelo ente federativo licenciador.

Exceção : Supressão de vegetação abrangida pela Lei da Mata Atlântica.

Art. 11. A lei poderá estabelecer regras próprias para atribuições relativas à autorizaçãode manejo e supressão de vegetação, considerada a sua caracterização como vegetaçãoprimária ou secundária em diferentes estágios de regeneração, assim como a existênciade espécies da flora ou da fauna ameaçadas de extinção.

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LICENCIAMENTO AMBIENTAL EM UNIDADES DE CONSERVAÇÃO

• UNIDADES DE CONSERVAÇÃO –• Licenciamento e fiscalização em Ucs: órgão instituidor.

• Exceção: APA’s, dar-se-ão pela regra geral trazida pela Lei Complementar, ou seja,pelo grau de impacto, seja ele regional ou local.

• ANTES: No caso de Área de Preservação Ambiental – APA, que é uma Unidade deConservação de Uso Sustentável – UC, aplica-se a Resolução CONAMA nº 237/1997,Resolução CONAMA nº 13/90 e Resolução CONAMA nº 428/10, em que o órgão queinstituiu a Unidade de Conservação deveria se manifestar sobre o licenciamento deatividades inseridas na UC ou no seu entorno.

• DEPOIS: Conforme dispõe o inciso XIV, “alínea d”, do art. 9º da Lei Complementar é quepara Área de Preservação Ambiental – APA, o texto atual utiliza a regra para competênciavinculada ao impacto ambiental e não à dominialidade do órgão que instituiu a UC. Oart. 12 esclarece de qualquer forma que “o critério do ente federativo instituidor daunidade de conservação não será aplicado às Áreas de Proteção Ambiental (APAs).”

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Resumo da Fiscalização Ambiental na LC 140/2011 – art. 17

• Art. 17. Compete ao órgão responsável pelo licenciamento ouautorização, conforme o caso, de um empreendimento ou atividade, lavrarauto de infração ambiental e instaurar processo administrativo para aapuração de infrações à legislação ambiental cometidas peloempreendimento ou atividade licenciada ou autorizada.

• § 1o Qualquer pessoa legalmente identificada, ao constatar infraçãoambiental decorrente de empreendimento ou atividade utilizadores derecursos ambientais, efetiva ou potencialmente poluidores, pode dirigirrepresentação ao órgão a que se refere o caput, para efeito do exercíciode seu poder de polícia.

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Resumo da Fiscalização Ambiental na LC 140/2011 – art. 17

• Art. 17. § 2o Nos casos de iminência ou ocorrência de degradação daqualidade ambiental, o ente federativo que tiver conhecimento do fatodeverá determinar medidas para evitá-la, fazer cessá-la ou mitigá-la,comunicando imediatamente ao órgão competente para as providênciascabíveis.

• § 3o O disposto no caput deste artigo não impede o exercício pelos entesfederativos da atribuição comum de fiscalização da conformidade deempreendimentos e atividades efetiva ou potencialmente poluidores ouutilizadores de recursos naturais com a legislação ambiental em vigor,prevalecendo o auto de infração ambiental lavrado por órgão que detenhaa atribuição de licenciamento ou autorização a que se refere o caput.

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Resumo da Fiscalização Ambiental na LC 140/2011 – art. 17

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•• CompeteCompete aoao órgãoórgão queque emitiuemitiu aa licençalicença ambientalambiental fiscalizarfiscalizar ooempreendimento,empreendimento, sobsob penapena dede responsabilidaderesponsabilidade porpor omissãoomissão..

•• NoNo casocaso dede empreendimentoempreendimento licenciadolicenciado porpor outrooutro órgãoórgãoambientalambiental havendohavendo iminênciaiminência ouou ocorrênciaocorrência dede danodano ambiental,ambiental, ooórgãoórgão ambientalambiental queque tivertiver conhecimentoconhecimento dodo fatofato devedeve determinardeterminarmedidasmedidas parapara evitáevitá--la,la, cessácessá--lala ouou mitigámitigá--la,la, comunicandocomunicandoimediatamenteimediatamente aoao órgãoórgão licenciadorlicenciador parapara asas providênciasprovidências cabíveiscabíveis..

•• NoNo casocaso dede empreendimentosempreendimentos nãonão licenciadoslicenciados aa competênciacompetência paraparafiscalizarfiscalizar éé comum,comum, prevalecendoprevalecendo oo autoauto dede infraçãoinfração dodo órgãoórgãoambientalambiental queque primeiroprimeiro agir,agir, atéaté aa respectivarespectiva autuaçãoautuação dodo órgãoórgãocompetentecompetente..

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.... segue... instrumentos de política ambiental.... Penalidades (multas, compensações).

• Infrações administrativas e penais• Obrigação de reparar o dano ambiental• Medidas compensatórias• Compensação ambiental

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• Mas, outros instrumentos estão sendo introduzidos, com bons resultados.

• Veja exemplo....

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LEILÃO DE CRÉDITOS DE CARBONO DA PREFEITURAMUNICIPAL DE SÃO PAULO

quarta-feira, 26 de setembro de 2007, 13:21

Banco holandês paga R$ 34 milhões por créditos de carbono

• BM&F conclui o primeiro leilão e Fortis Bank NV/SA paga 16,20 euros por tonelada de carbonoequivalente

• Ricardo Leopoldo, da Agência Estado

• SÃO PAULO - A Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F) realizou nesta quarta-feira, 26, o primeiro leilãode crédito de carbono no âmbito do Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL) instituído peloProtocolo de Kyoto. Pelo documento, países desenvolvidos, além de se comprometerem com metasinternas de redução de gases poluentes, têm condições de comprar crédito de carbono gerado porpaíses em desenvolvimento.

• O banco holandês Fortis Bank NV/SA foi o vencedor do leilão, pois pagou 16,20 euros por tonelada decarbono equivalente. Como foram negociados 808.405 créditos de carbono da Prefeitura de São Paulo,a instituição financeira pagou ao equivalente aos 13,096 milhões de euros, montante próximo a R$ 34milhões. Participaram do evento 14 instituições estrangeiras.

• Esse crédito de carbono foi arrecadado pela Prefeitura de São Paulo através do controle dogás metano que deixou de ser lançado na atmosfera pelo Aterro Sanitário Bandeirantes,localizado em Perus, na zona norte, que representou um volume correspondido a 808.405toneladas de dióxido de carbono. Nesse aterro foi instalado um sistema de captação dos gasesproduzidos pela decomposição das sete toneladas de lixo depositadas por dia.

• http://www.estadao.com.br/economia/not_eco57056,0.htm

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http://www.mafiadolixo.com/2009/11/lei-municipal-de-biguacu-mexe-nos-bolsos-dos-contribuintes-de-florianopolis/

• “É para lá que a COMCAP envia todo dia o lixo da Ilha e do Continente deFlorianópolis. Algo em torno de 350 toneladas diárias na baixa temporadaturística. Biguaçu passa em janeiro do próximo ano a cobrar R$ 20,00 portonelada de lixo que ingressa em aterro sanitário no município.Considerando a tonelada de lixo coletada no mês de baixa temporadaturística em Florianópolis, além do preço já contratado pela COMCAP paraenterrar as 350 toneladas diárias de resíduos sólidos urbanos no aterrosanitário da Proactiva, terá o Município de “Floripa” (comocarinhosamente é conhecida) que recolher aos cofres de Biguaçu omontante mensal aproximado de R$ 182.000,00 (350 ton/dia X 26 dias xR$ 20,00). Ou seja, algo em torno de R$ 2.184.000,00 a cadaano, sem falar em correções e aumentos da taxa nos anosseguintes. E esse valor anual será repassado para oscontribuintes de Florianópolis.”

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Mas, que outros instrumentos são estes?

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• Art 9º - São instrumentos da Política Nacionaldo Meio Ambiente:

XIII - instrumentos econômicos, comoconcessão florestal, servidão ambiental,seguro ambiental e outros. (Incluído pela Leinº 11.284, de 2006)

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INSTRUMENTOS ECONÔMICOS

• Reduzem a regulamentação (não excluem),• dão maior flexibilidade aos agentes envolvidos

(alternativas),• reduzem os custos de controle de problemas

ambientais e• estimulam tecnologias mais limpas.

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Lei 12305/10 – Política Nacional dos Resíduos Sólidos

• CAPÍTULO V• DOS INSTRUMENTOS ECONÔMICOS

• Art. 42. O poder público poderá instituir medidas indutoras e linhas de financiamento para atender, prioritariamente, às iniciativas de:

• I - prevenção e redução da geração de resíduos sólidos no processo produtivo;• II - desenvolvimento de produtos com menores impactos à saúde humana e à qualidade ambiental em seu

ciclo de vida;• III - implantação de infraestrutura física e aquisição de equipamentos para cooperativas ou outras formas

de associação de catadores de materiais reutilizáveis e recicláveis formadas por pessoas físicas de baixa renda;

• IV - desenvolvimento de projetos de gestão dos resíduos sólidos de caráter intermunicipal ou, nos termos do inciso I do caput do art. 11, regional;

• V - estruturação de sistemas de coleta seletiva e de logística reversa;• VI - descontaminação de áreas contaminadas, incluindo as áreas órfãs;• VII - desenvolvimento de pesquisas voltadas para tecnologias limpas aplicáveis aos resíduos sólidos;• VIII - desenvolvimento de sistemas de gestão ambiental e empresarial voltados para a melhoria dos

processos produtivos e ao reaproveitamento dos resíduos.

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Lei 12305/10 – Política Nacional dos Resíduos Sólidos

• Art. 44. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, no âmbito de suas competências, poderão instituir normas com o objetivo de conceder incentivos fiscais, financeiros ou creditícios, respeitadas as limitações da Lei Complementar no 101, de 4 de maio de 2000 (Lei de Responsabilidade Fiscal), a:

• I - indústrias e entidades dedicadas à reutilização, ao tratamento e à reciclagem de resíduos sólidos produzidos no território nacional;

• II - projetos relacionados à responsabilidade pelo ciclo de vida dos produtos, prioritariamente em parceria com cooperativas ou outras formas de associação de catadores de materiais reutilizáveis e recicláveis formadas por pessoas físicas de baixa renda;

• III - empresas dedicadas à limpeza urbana e a atividades a ela relacionadas.

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Lei 12305/10 – Política Nacional dos Resíduos Sólidos

Princípio do protetor-recebedor (Art. 6º, II)

• Remunera quem preserva os deixa de explorar um recursoque “era seu” em benefício da sociedade.

• Lógica inversa ao princípio do poluidor-pagador (consumidor-pagador), já consagrado no direito ambiental.

• Pagamento por serviços ambientais.

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PAGAMENTO POR SERVIÇOS AMBIENTAIS

• Serviços ecossistêmicos

• Serviços ambientais

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LEI Nº 12.512, DE 14 DE OUTUBRO DE 2011.

“Institui o Programa de Apoio à Conservação Ambiental e o Programa deFomento às Atividades Produtivas Rurais”

Art. 3º Poderão ser beneficiárias do Programa de Apoio à Conservação Ambiental as famílias emsituação de extrema pobreza que desenvolvam atividades de conservação nas seguintesáreas:

I - Florestas Nacionais, Reservas Extrativistas e Reservas de Desenvolvimento Sustentávelfederais;

II - projetos de assentamento florestal, projetos de desenvolvimento sustentável ou projetos deassentamento agroextrativista instituídos pelo Instituto Nacional de Colonização e ReformaAgrária - Incra;

III - territórios ocupados por ribeirinhos, extrativistas, populações indígenas, quilombolas e outrascomunidades tradicionais; e

IV - outras áreas rurais definidas como prioritárias por ato do Poder Executivo.

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PAGAMENTO POR SERVIÇOS AMBIENTAIS

• 1. uma transação voluntária, na qual, • 2. um serviço ambiental bem definido ou um uso da terra que

possa assegurar este serviço • 3. é comprado por, pelo menos, um comprador • 4. de, pelo menos, um provedor, • 5. sob a condição de que o provedor garanta a provisão deste

serviço.

(WUNDER, S. Payments for Environmental Services: Some Nuts and Bolts. Jakarta: Center for International Forestry Research, 2005. 24p. (CIFOR Occasional Paper) v. 42)

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PAGAMENTO POR SERVIÇOS AMBIENTAIS

• 6. “que o potencial provedor dos serviços tenha outras opções de uso da terra, além do uso conservacionista”.

(VEIGA NETO e PETER MAY, p. 312.)

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CRÍTICAS AO USO DOS INSTRUMENTOS ECONÔMICOS

02/02/2012Afinando o discurso contra a Economia VerdeRaquel Júnia - Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio (EPSJV/Fiocruz)Seminário debate os conceitos e negócios por trás do modelo que será defendido pela ONU na Rio+20 e expoe os riscos daEconomia Verde para a qualidade de vida no planeta.

No "esboço zero", documento divulgado pela Organização das Nações Unidas (ONU) como base das discussões da Rio+20 -Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável - fica claro que a proposta defendida pela Organizaçãodurante o evento será a da Economia Verde. ...."Disfarçada de uma agenda ambiental, a Rio+20 traz uma agenda política muito importante. Podemos fazer uma comparação comos ajustes estruturais neoliberais que aconteceram na década de 90. Naquela época, se formou o famoso Consenso deWashington, para liberalizar os serviços públicos e colocar em curso todos os processos de privatização que nós vimos nasdécadas de 1990 e 2000. E agora que o capitalismo está em crise, ele tenta se inovar e forjar novas formas de acumulação queprecisam dos Estados, das políticas públicas e de leis para oferecer novas fronteiras de acumulação. E essas fronteiras estão emgrande parte no meio ambiente. A economia verde consiste em ‘comodificar', tornar papel moeda, todosos componentes da natureza, seja a biodiversidade, a água ou o carbono", explicou Lúcia Ortiz, doNúcleo Amigos da Terra Brasil, durante o Seminário Rumo a Rio+20: por uma outra economia, realizado em Porto Alegre, duranteos dias 23 e 24 de janeiro.

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M u i t o O b r i g a d o !

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