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Rached Centeno 1 Resumo para Prova I – Penal I – Professor Ângelo Ilha da Silva -UFRGS Aluno: Rached da Silva Centeno PÁG 2 PROPEDÊUTICA 2 PRINCÍPIOS LIMITADORES DO IUS PUNIENDI 4 INTERPRETAÇÃO DA LEI PENAL E ANALOGIA 6 FONTES DO DIREITO PENAL 6 PRINCÍPIO DA LEGALIDADE 7 BINDING X MAYER (NORMA PENAL) 8 CONFLITOS DE LEIS PENAIS NO TEMPO 13 QUESTÕES 25 QUESTÕES SEM COMENTÁRIOS E GABARITO

Direito Penal I - Resumo I

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Resumo direito penal: Princípios, fontes, princípio da legalidade, lei penal no tempo.

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Rached Centeno

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Resumo para Prova I – Penal I – Professor Ângelo Ilha da Silva -UFRGS

Aluno: Rached da Silva Centeno

PÁG

2 PROPEDÊUTICA

2 PRINCÍPIOS LIMITADORES DO IUS PUNIENDI

4 INTERPRETAÇÃO DA LEI PENAL E ANALOGIA

6 FONTES DO DIREITO PENAL

6 PRINCÍPIO DA LEGALIDADE

7 BINDING X MAYER (NORMA PENAL)

8 CONFLITOS DE LEIS PENAIS NO TEMPO

13 QUESTÕES

25 QUESTÕES SEM COMENTÁRIOS E GABARITO

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Rached Centeno

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1. PROPEDÊUTICA

1. Direito penal objetivo é o conjunto das normas penais propriamente ditas. Segundo Franz

Von Liszt, direito penal objetivo é “ o conjunto das prescrições emanadas do estado que ligam

ao crime como fato e a pena como consequência” - CFPC , ou ainda, no pensamento de Anibal

Bruno, “ direito penal é o conjunto das normas jurídicas que regulam a atuação estatal nesse

combate contra o crime através de medidas aplicáveis aos criminosos”.

2. Direito penal subjetivo é o dever-poder do estado de punir, o Jus Puniendi. É a

possibilidade do estado de criar e de executar as normas penais. A doutrina o classifica em

positivo, atribuído ao poder legislativo para criação das normas penais, e negativo, de

derrogação da legislação penal, especialmente atribuída ao STF.

3. A principal função do direito penal é a de proteger, subsidiariamente, isto é, quando outro

ramo do direito não o possa fazer, os bens jurídicos, materiais e imateriais, previamente

definidos pelo poder competente.

4. Alguns autores divergem acerca da função do direito penal, atribuindo-lhe tarefa diversa

como: Função ético-social, de fomentar o respeito aos valores ético-sociais. Função de

confirmação da vigência da norma, protegendo-a. Função de controle social. Função de

manutenção da paz. Função promocional (transformação da sociedade). De acordo com

Alessandro Baratta, o direito penal tem uma função simbólica, ou seja, de aplacar os ânimos

sociais, mostrar que o direito está fazendo alguma coisa. Essas funções não são defendidas

como complementares, pois é um tanto óbvio, por exemplo, a transformação ou influência

que o direito penal exerce na sociedade, o que se discute não é isso, mas qual a função

primordial do direito penal.

2. PRINCÍPIOS LIMITADORES DO IUS PUNIENDI

2.1. Princípio da dignidade da pessoa humana Considerado por grande parte da doutrina

como princípio basilar, não apenas do direito penal, mas do direito com um todo, deve ser

observado na formação e aplicação das normas penais.

2.2. Princípio da proporcionalidade A norma penal deve ter aptidão para sua finalidade

(adequação/idoneidade), só deve intervir quando necessário (necessidade/exigibilidade),

deve fazer o prognóstico de justa medida entre o resultado e a medida coativa

(proporcionalidade em sentido estrito).

2.3. Princípio da ofensividade Há três níveis de ofensa aos bens juridicamente protegidos,

conforme Faria Costa, Lesão, concreto pôr-em-perigo e cuidado de perigo(abstrato).

Para Nilo Batista, a ofensividade tem quatro funções:

Proibir a incriminação de uma atitude interna ou não exteriorizada – como o

pensamento, por exemplo.

Proibir a incriminação de condutas que não ultrapassem o âmbito do próprio agente,

como a tentativa de homicídio. Nulla necessitas sine injuria.

Proibir a incriminação de simples estados ou condições, proibindo, por exemplo, que

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o indivíduo fique desocupado, e por fim,

Proibir que a incriminação de condutas que não atinjam qualquer bem jurídico, Nulla

lex sine necessitate.

4. Princípio da intervenção mínima ou do direito penal mínimo Destaca o caráter

subsidiário do direito penal, de agir apenas quando outro ramo não o seja capaz. Além disso,

ressalta o direito penal apenas como mero fragmento, de menor proporção em relação aos

outros ramos do mundo jurídico, portanto com uma esfera de atuação limitada. Direito penal

como a ultima ratio.

5. Princípio da adequação social O direito penal não pode incriminar condutas socialmente

aceitas ou adequadas. Nulla actio sine culpa.

6. Princípio da insignificância O direito penal não deve se preocupar com todo e qualquer

fato do cotidiano social (bagatelas). Afasta-se a tipicidade do furto de uma coisa de pequeno

valor (R$ 0,50), por exemplo. Porém há casos que, independente do valor ou ação, a

jurisprudência não aceita a aplicabilidade desse princípio, como no caso de falsificação de

moedas e o contrabando.

7. Princípio da igualdade Os iguais devem ser tratados de forma igual e os desiguais de

forma desigual na medida das suas desigualdades.

8. Princípio do direito penal de fato Em contraposição ao direito penal do autor, o agente

deve ser julgado pelo que praticou e não pelo que é. O juiz não deve levar em consideração a

atributos pessoais (condição econômica, sexo, gênero, idade...) do agente quando for julgá-lo,

salvo se assim previsto em lei.

9. Princípio da culpabilidade Desse princípio podemos extrair:

O fundamento da pena: Se culpado, deve receber a pena. Se não culpado, não deve

receber a pena.

O limite da pena: A pena deve ser determinada de acordo com o grau de

responsabilidade (ou de culpabilidade).

A vedação da responsabilidade objetiva: O agente só será punido se agir com DOLO

(intenção) ou CULPA. Um terceiro não pode responder pelo crime de outrem por ter

com este alguma ligação. Um empresário, que se encontra em viajem para estudos em

outro país, não pode responder por crime praticado por sócio de sua empresa

simplesmente pelo vínculo jurídico que os une.

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3. INTERPRETAÇÃO DA LEI PENAL E ANALOGIA

3.1 CRITÉRIOS DE INTERPRETAÇÃO DA LEI PENAL

3.1.1 QUANTO AOS MEIOS EMPREGADOS (CRITÉRIOS CLÁSSICOS)

Interpretação Literal Também chamada de gramatical. Busca o sentido da lei

através da análise das palavras, seus significados e relações entre si. Nem sempre é

suficiente e deve ceder espaço a outro meio de interpretação, quando com este

colidente.

Interpretação Lógica Busca a real vontade do legislador ao prescrever a norma

jurídica, resolvendo eventuais antinomias.

Interpretação Sistemática (ou sistêmica) considera o ordenamento jurídico como

um todo, não analisando as normas de modo isolado.

Teleológica Supera a lógica formal e busca a real finalidade da norma, voltando a

atenção para o bem tutelado.

3.1.2 QUANTO AO SUJEITO QUE EMANA

Autêntica Feita pelo próprio legislador. Pode ser:

o Contextual Realizada no mesmo momento da edição da norma. Quando lei

determina ou esclarece algum conceito em seu próprio texto.

o Posterior Surge para afastar eventuais dúvidas, após a edição da norma em

questão. Quando é editada outra lei detalhando ou conceituando algo que não

Critérios de interpretação da

lei penal

Quanto aos meios empregados

(Critérios clássicos)

Literal

Lógica

Sistemática

Teleológica

Quanto ao sujeito que emana

Autêntica

Judicial

Doutrinária

Quanto aos resultados

Declaratória

Extensiva

Restritiva

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ficou claro o suficiente.

Judicial Realizada pelos juízes e tribunais nos casos concretos.

Doutrinária Realizada especialistas em ciência penal.

3.1.3 QUANTO AOS RESULTADOS

Declaratória Intérprete não amplia nem restringe o alcance da norma, apenas

declara a vontade da lei.

Restritiva O alcance da lei é limitado, “o legislador disse mais do que pretendia

dizer”.

Extensiva O alcance da lei é alargado, para que se conheça sua real amplitude.

3.2 INTERPRETAÇÃO ANALÓGICA

Decorre da natural impossibilidade jurídica de prever todos os casos que podem

ocorrer no cotidiano da sociedade. Interpretação analógica é uma FÓRMULA que o legislador

cria, com a finalidade de servir de auxílio ao intérprete, para que este, ao deparar-se com

casos semelhantes porém não previstos expressamente (nos termos exatos), possa ter um

norte na aplicação ou não da norma.

Exemplo: 121, § 2º , III, CP § 2º Se o homicídio é cometido: III - com emprego de

veneno, fogo, explosivo, asfixia, tortura ou outro meio insidioso ou cruel, ou de que possa

resultar perigo comum.

Nesse caso, o legislador determina o termo “insidioso ou cruel” através de exemplos

do que é considerado “insidioso ou cruel”, dada impossibilidade de descrever todas as

condutas insidiosas ou cruéis.

Interpretação analógica não se confunde com a interpretação extensiva. Enquanto aquela trás

um rol exemplificativo para orientar o intérprete, se necessário em casos futuros, a

interpretação extensiva apenas amplia o alcance da norma sem seguir um modelo ou padrão

pré-estabelecido.

3.3 ANALOGIA

Segundo o artigo 4º da Lei de introdução ao direito brasileiro (LINDB – DL 4627/42):

“Quando a lei for omissa, o juiz decidirá o caso de acordo com a analogia, os costumes e os

princípios gerais de direito”. Analogia não é método de interpretação e sim de integração.

Decorre do princípio da inafastabilidade da jurisdição, o qual determina que o poder judiciário

não pode deixar de apreciar um caso alegando falta de norma. O juiz decidirá por analogia

quando, diante de omissão legislativa, aplica disposição legal que regula caso semelhante.

INTERPRETAÇÃO ANALÓGICA FÓRMULA

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Porém, em direito penal, tudo que não for expressamente proibido é permito, logo

há restrições para o uso da analogia. Essa restrição consiste na proibição de sua aplicação em

prejuízo do réu. O juiz poderá usar a analogia diante de lacuna legal, em benefício do réu,

somente.

4. FONTES DO DIREITO PENAL

Material ou substancial ESTADO. Só o Estado pode editar tipos penais

Formal:

o Imediata: LEI

o Mediata: COSTUMES E PRINCÍPIOS GERIAS DO DIREITO.

Só a lei (em sentido estrito) pode estabelecer crimes e cominar penas

5. PRINCÍPIO DA LEGALIDADE

nullum crimen, nulla poena sine praevia lege

É o principal princípio do direito penal, fundamental em um estado de direito. Está

previsto no artigo 1º do código penal:

Não há crime sem lei anterior que o defina. Não há pena sem prévia cominação legal.

E também expressamente na constituição federal, artigo 5º, XXXIX:

Não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal.

Tem como principais funções: A) Proporcionar segurança jurídica. B) Proteger os indivíduos de

ações abusivas do estado (limitação do poder)

5.1 DESDOBRAMENTOS/ COROLÁRIOS / FUNÇÕES DO PRINCÍPIO DA LEGALIDADE

nullum crimen nulla poena sine lege praevia

nullum crimen nulla poena sine lege scripta

nullum crimen nulla poena sine lege stricta

nullum crimen nulla poena sine lege certa

nullum crimen nulla poena sine lege praevia Proíbe a retroatividade de lei penal, salvo

Analogia

in bonam partem Beneficía o réu Permitida

in malam partem Prejudica o réu Proibida

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em benefício do réu. Isso quer dizer que, em regra, a lei penal só atinge fatos posteriores a sua

vigência. Este princípio busca estabelecer segurança jurídica, pois os indivíduos precisam

saber com antecedência o que podem ou não fazer.

Cabe ressaltar a vedação constitucional prevista no artigo 62, § 1º, b: “É vedada a edição de

medidas provisórias sobre matéria: direito penal (...).”

Somente a lei em sentido estrito, ordinária ou complementar (esta em casos excepcionais),

pode criar tipos penais ou cominar penas.

Exceções a retroatividade: (pode retroagir)

o Lex mitior Mais benéfica ao réu

o Abolitio Criminis Determinada conduta deixa de ser considerada crime.

nullum crimen nulla poena sine lege scripta Proíbe a admissão costume em desfavor do

destinatário. O costume não pode: A) Criar crime; B) Piorar a situação do réu.

nullum crimen nulla poena sine lege stricta Proíbe a admissão da analogia in malam

partem.

nullum crimen nulla poena sine lege certa Trata da taxatividade da lei penal. A lei penal

precisa ser clara e precisa, não trazendo conceitos vagos, indeterminados ou que demandem

conhecimentos demasiadamente técnicos. (Princípio da reserva legal).

PORTANTO,

6. A NORMA PENAL - BINDING X MAYER

6.3 MAYER

“Adere à teoria de Binding e a complementa, formulando a teoria das normas de cultura,

segundo a qual o delinquente, com sua ação, infringe ditas normas que são aceitas e

reconhecidas pelo estado. Tais normas de cultura compreendem todas as normas de ordem

religiosa, ética, estética, material, econômica, política, técnica, científica... E toda sorte de

A LEI PENAL

Não retroage

Não admite Costume

Não admite Analogia

Deve ser taxativa

Salvo em

benefício do

réu

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formas orientadoras do convívio social”

6.2 BINDING

“ O delinquente realiza o tipo penal da lei, ou seja, não viola a lei, mas sim a norma (que se

encontra por trás da lei “. Binding distingue a norma da lei da seguinte maneira:

AGENTE

6.4 ESTRUTURA LÓGICA DA NORMA PENAL (Doutrina espanhola e italiana)

7. CONFLITOS DE LEIS PENAIS NO TEMPO

7.1 REGRAS GERAIS TEMPUS REGIT ACTUM – O TEMPO REGE O ATO

A) Os atos jurídicos são regidos pela lei do momento em que ocorreram.

B) A lei mais grave não retroage

C) A mais benéfica retroage e é ultrativa.

Ao contrário das demais normas do ordenamento jurídico (salvo caso de repristinação), as

Doutrina Espanhola

MATAR ALGUÉM

PENA - X

Doutrina Italiana

MATAR ALGUÉM

PENA - X

Art 131 CP Matar alguém

Pena: reclusão, de 6 (seis) a 20

(vinte) anos.

NÃO MATARÁS

LEI NORMA

AGE DE ACORDO VIOLA

SUPORTE FÁTICO CONS. JURÍDICA PRECEITO SANSÃO

BRASIL

RETOATIVIDADE DA LEI PENAL ULTRATIVIDADE DA LEI PENAL

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leis penais podem ter eficácia mesmo após sua revogação por lei posterior. A retroatividade

só poderá ser usada para beneficiar o réu, contudo a ultratividade poderá prejudicar o réu

nos casos de lei temporária ou excepcional (ponto 7.2.5).

7.2 CONFLITOS DE LEIS PENAIS NO TEMPO

7.2.1 Abolitio criminis: Quando determinado fato ou conduta deixa ser considerado crime,

por se considerar não mais necessária a proteção de determinado bem jurídico. O abolitio

criminis está previsto no artigo 2º do código penal:

Art. 2º Ninguém pode ser punido por fato que lei posterior deixa de considerar crime,

cessando em virtude dela a execução e os efeitos penais da sentença condenatória.

Os efeitos do abolitio criminis surtem tanto nas fases policiais quanto nas fases

judiciais, mas após sentença transita em julgado seu reconhecimento cabe ao juízo das

execuções (juiz de execução). Ainda que tenha ocorrido a exclusão da tipicidade penal, os

efeitos civis não são alcançados pela abolição do crime. Se, por exemplo, alguém emitir

cheque sem fundo e tal conduta deixar de ser considerada crime (estelionato), os efeitos da

obrigação civil perante o credor permanecem.

7.2.2 Novatio legis incriminadora: Ocorre nos casos em que determinada conduta não tinha

previsão legal que a caracterizasse como crime, e o ordenamento jurídico, por entender

necessário, a tipifica. A regra da não retroatividade, nesse caso, é absoluta. Não há exceções,

pois a retroatividade sempre prejudicaria o réu (a situação jurídica do réu já é a melhor

possível).

Exemplo: Lei 12.737/2012 (Lei Carolina Dieckmann)

7.2.3 Novatio legis In pejus: Nesse caso a lei penal já prevê a incriminação de tal conduta,

porém a consequência jurídica (pena) é agravada. Como não age em benefício do réu, a

irretroatividade é a regra a ser adotada.

7.2.4 Novatio legis In mellius ou Lex mitter: A situação do agente é melhorada. Alcança os

fatos ocorridos anteriormente a sua vigência (retroatividade), mesmo os que já produziram

coisa julgada, ou seja, aqueles em que o agente já está cumprindo sua pena. Só não será

aplicada se o agente, com a nova lei, já tiver cumprido a pena integralmente. Além de retroagir

a Lex mitter é ultrativa, alcançando fatos posteriores a sua revogação por lei mais gravosa. Se

o agente comete crime no dia 2 de fevereiro de 2015 , sob a vigência da lei A, que prevê pena

de 1 a 2 anos, e no dia 5 de fevereiro de 2015 a lei A é revogada pela lei B, mais gravosa,

prevendo pena de 3 a 5 anos para o mesmo crime, a lei A será ultrativa, pois está revogada

mas será a lei que julgador deverá ter por base em sua decisão.

7.2.5 Leis excepcionais ou temporárias: Lei excepcional é fruto de situação incomum,

extraordinária, como por exemplo, durante período de guerra, calamidade pública, período de

seca... Já lei temporária é criada para ter vigência durante período certo, com data de início e

de término predeterminados, a exemplo da lei Lei 12.663/12 (Lei geral da copa), a qual trouxe

alguns tipos penais com vigência até o dia 31 de dezembro de 2014.

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Independente de ser temporária ou excepcional, as mesmas regras são aplicadas para

solução do conflito no tempo. Esse é caso mais especial, pois foge a regra de que lei penal

não pode ser ultrativa em prejuízo do réu. Leis excepcionais ou temporária possuem

ultratividade ainda que para agravar a situação do réu.

Para ilustrar, uma lei temporária é criada com a finalidade de controlar forçosamente

a inflação, determinando que em dados períodos as mercadorias não poderão sofrer X

aumento. De Janeiro a fevereiro não poderá ocorrer aumento algum, de março a agosto

aumento máximo de 15% e de setembro a dezembro aumento máximo de 20%. Paulo possui

uma mercearia e, em agosto do ano de vigência da lei, aumenta seus produtos em 17 %. A

pergunta é Paulo será punido, mesmo que no próximo mês o aumento de seus produtos seja

permitido? SIM. E se Paulo aumentasse seus produtos no mês de dezembro em 21%? Seria

punido mesmo que no mês seguinte a lei perdesse a sua vigência? SIM. Em ambos os casos

Paulo sofreria a cominação de tal lei, pois o que importa é o momento da prática. Se praticou

determinada conduta no dia X, é com base na lei vigente nesse exato dia X que o julgador

deverá tomar sua decisão.

Independente da data do julgamento, se no período de setembro a dezembro ou mesmo após

a vigência da lei, a pena de Paulo será de 3 a 4 meses.

7.3 TEMPO DO CRIME

Três teorias tratam do tema relativo ao tempo do crime: A) Teoria do resultado; B) Teoria da

atividade; C) Teoria da ubiquidade. Conforme a teoria do resultado, o crime é praticado no

momento da consumação dos resultados, assim, se um agente dispara contra uma pessoa

causando-lhe ferimentos no dia 1º de março e a vítima vem a falecer no dia 30 de março, é

JAN – FEV

VEDADO

AUMENTO

PENA 1 A 2 MESES.

MAR – AGO

AUMENTO

MÁXIMO 10%

PENA 3 A 4 MESES

SET – DEZ

AUMENTO

MÁXIMO 20%

PENA 5 A 6 MESES.

PAULO AUMENTA SEUS

PREÇOS EM 17%.

CP Art. 3º - A lei excepcional ou temporária, embora decorrido o período de sua duração

ou cessadas as circunstâncias que a determinaram, aplica-se ao fato praticado durante

sua vigência

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esta última data que deverá ser considerada como tempo do crime. Já teoria da atividade,

adotada pelo código penal brasileiro, considera tempo do crime o exato momento da ação

ou omissão tipificada. No mesmo exemplo acima, ainda que a vítima viesse a falecer dias após

a ação, para a teoria da atividade, o tempo do crime seria 1º de março. Por fim, a teoria da

ubiquidade considera tempo do crime tanto o momento da ação ou omissão quando o

momento da consumação dos resultados.

Todavia, ainda que o tempo do crime seja o momento da ação ou omissão, uma consequência

posterior pode agravar a pena.

7.4 CRIME PERMANENTE e CRIME CONTINUADO

CP, Art. 71 - Quando o agente, mediante mais de uma ação ou omissão, pratica dois ou mais

crimes da mesma espécie e, pelas condições de tempo, lugar, maneira de execução e outras

semelhantes, devem os subseqüentes ser havidos como continuação do primeiro, aplica-se-

lhe a pena de um só dos crimes, se idênticas, ou a mais grave, se diversas, aumentada, em

qualquer caso, de um sexto a dois terços.

Crime permanente A consumação se estende no tempo. Exemplo: Sequestro.

Crime continuado O gente comente diversas infrações, que se assemelham no

tempo, modo e lugar, gerando aparência de continuação. Exemplo: Diversos roubos

de carros no mesmo parque durante o mesmo mês.

No crime permanente, será aplicada a lei mais gravosa que entre em vigor durante

sua execução. Ainda no mesmo exemplo, se um sequestro ocorre segunda-feira, prolongando-

se até domingo, e uma lei entrar em vigor agravando a pena de tal crime no sábado (ou

qualquer outro dia da mesma semana), será aplicada ao caso em questão.

Com o crime continuado a situação é semelhante. Caso a lei venha a agravar a

consequência jurídica de determinada conduta, que está sendo praticada continuamente, será

aplicada ao caso, salvo se a prática cessar antes da entrada em vigência da lei mais gravosa.

Assim, se diversos roubos de carros no mesmo parque, alguns sob a vigência de uma lei e

outros sob a vigência de outra, mais gravosa, esta última será aplicada, se, sob sua vigência, ao

menos um roubo tenha ocorrido.

“Se o paciente praticou a série de crimes sob o império de duas leis, sendo mais

grave a posterior, aplica-se a nova disciplina penal a toda ela, tendo em vista

que o delinquente já estava advertido da maior gravidade da sanção e persistiu

O código penal Brasileiro adota a TEORIA DA ATIVIDADE relação ao TEMPO do crime

(Art 4º)

Considera-se praticado o crime no momento da ação ou omissão, ainda que outro seja o

momento do resultado

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na prática da conduta delituosa" (STF - HC 76680 – 1ª Turma – Rel. Min. Ilmar

Galvão -DJU de 12/6/1998)”

Súmula 711 do STF: "A lei penal mais grave aplica-se ao crime continuado e

permanente, se a sua vigência é anterior à cessação da continuidade ou da

permanência".

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8. QUESTÕES

1. (Ano: 2015 Banca: CESPE Órgão: TCU Prova: Auditor Federal de Controle

Externo - Conhecimentos Gerais) Em consequência da fragmentaridade do

direito penal, ainda que haja outras formas de sanção ou outros meios de

controle social para a tutela de determinado bem jurídico, a criminalização,

pelo direito penal, de condutas que invistam contra esse bem será adequada

e recomendável.

Conforme princípio da fragmentaridade do direito penal, este só deve agir quando não

houver outro mecanismo capaz de proteger os bens jurídicos dignos de maior

proteção. É uma decorrência do princípio da intervenção mínima, que o considera o

direito penal ultima ratio. Se há outras formas de sansão capazes de proteger o bem

jurídico, a criminalização pelo direito penal não será adequada nem recomendável.

Errado

2. (Ano: 2014 Banca: UFMT Órgão: MPE-MT Prova: Promotor de Justiça) No que

concerne ao princípio da insignificância, Seu reconhecimento exclui a

tipicidade material da conduta.

O princípio da insignificância aponta que o direito penal não deve se preocupar com

bagatelas. Afasta a tipicidade MATERIAL da conduta, ou seja, o ato praticado deixa de

ser considerado crime, tendo por consequência a absolvição do réu e não a simples

diminuição ou substituição da pena.

Por fim, são requisitos para aplicação desse princípio:

mínima ofensividade da conduta do agente;

nenhuma periculosidade social da ação;

reduzido grau de reprovabilidade do comportamento;

inexpressividade da lesão jurídica provocada.

Certo

3. (Ano: 2013 Banca: FGV Órgão: TJ-AM Prova: Analista Judiciário - Direito) O

princípio da insignificância autoriza o afastamento da tipicidade material.

O direito penal não deve se preocupar com bagatelas, assuntos insignificantes

juridicamente. Princípio da insignificância afasta a tipicidade material de determinadas

condutas que não merecem a sua proteção.

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Certo

4. (Ano: 2015 Banca: FUNIVERSA Órgão: SEAP-DF Prova: Agente de Atividades

Penitenciárias ) No que se refere ao direito penal, segundo entendimento do

STJ, do STF e da doutrina dominante, o princípio da insignificância deve ser

analisado em correlação com os postulados da fragmentariedade e da

intervenção mínima do direito penal para excluir ou afastar a própria

tipicidade da conduta.

"O princípio da insignificância - que deve ser analisado em correlação com os

postulados da fragmentariedade e da intervenção mínima do direito penal - tem o

sentido de excluir ou afastar a própria tipicidade penal, examinada na perspectiva de

seu caráter material."

HC 92.463/RS, rel Min. Celso de Mello, 2ª Turma, j. 16.10.2007 Informativo 348, STJ

Certo

5. (Ano: 2015 Banca: CESPE Órgão: DPE-PE Prova: Defensor Público) O Estado,

para garantir a segurança dos cidadãos, deve proibir ou restringir todas

aquelas ações que se refiram, de maneira imediata, só a quem as realize, das

quais derive lesão aos direitos dos outros, isto é, que atinjam sua liberdade e

propriedade, sem o seu consentimento ou contra ele, ou das que haja de

temê-las provavelmente; probabilidade na qual haverá de considerar a

dimensão do dano que se quer causar e a importância da limitação da

liberdade produzida por lei proibitiva.

Wilhem Von Humboldt. Los límites de la acción del estado. 1792, p. 122 (com

adaptações).

Com relação ao fragmento de texto acima, aos princípios de direito penal e às

teorias do bem jurídico, julgue o item a seguir.

o fragmento em questão, seu autor, há já mais de duzentos anos, se referia

ao que hoje se entende como princípios jurídico-penais da intranscendência e

da fragmentariedade.

A trecho acima vai de encontro princípio da fragmentariedade quando afirma que “O

Estado, para garantir a segurança dos cidadãos, deve proibir ou restringir todas

aquelas ações que se refiram, de maneira imediata (...)”

O princípio em questão busca restringir a esfera de atuação do direito penal, limitando

a sua atuação àquelas condutas que mereçam tal proteção, e, além disso, que não

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possam recebê-la de outro ramo jurídico.

Errado

6. (Ano: 2015 Banca: CESPE Órgão: TJ-PB Prova: Juiz Substituto) Depreende-se

do princípio da lesividade que a autolesão, via de regra, não é punível.

O princípio da lesividade orienta o legislador na determinação de quais condutas NÃO

poderão sofrer os rigores da lei penal.

Segundo Nilo Batista (int. ao estudo do direito penal brasileiro, p92-94), o princípio da

lesividade possui quatro funções:

a) proibir a incriminação de uma atitude interna; (Ex. Pensamento)

b) proibir a incriminação de uma conduta que não exceda o âmbito do próprio

autor; (Ex. AUTOLESÃO)

e) proibir a incriminação de simples estados ou condições existenciais (Ex.: Alguém que

não quer trabalhar)

d) proibir a incriminação de condutas desviadas que não afetem qualquer bem

jurídico. (Por condutas desviadas entende-se aquelas que a sociedade trata com certo

desprezo)

A autolesão, via de regra, não é punível, pois não excede o âmbito do próprio autor.

Certo

7. (Ano: 2015 Banca: CESPE Órgão: TRF - 5ª REGIÃO Prova: Juiz Federal

Substituto) Embora o princípio da legalidade proíba o juiz de criar figura típica

não prevista na lei, por analogia ou interpretação extensiva, o julgador pode,

para beneficio do réu, combinar dispositivos de uma mesma lei penal para

encontrar pena mais proporcional ao caso concreto.

O Juiz não pode, ainda que para beneficiar o réu, combinar dispositivos de uma mesma

lei, pois isso seria criar uma terceira norma. Deve, contudo, aplicar a lei que mais

beneficie o réu.

Errado

8. (Ano: 2015 Banca: CESPE Órgão: TRF - 5ª REGIÃO Prova: Juiz Federal

Substituto) O princípio do ne bis idem está expressamente previsto na CF e

preconiza a impossibilidade de uma pessoa ser sancionada ou processada

duas vezes pelo mesmo fato, além de proibir a pluralidade de sanções de

natureza administrativa sancionatórias.

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Ne Bis in Idem Ninguém pode ser punido duas vezes pelo mesmo fato

Não está expressamente prevista na CF.

Tem natureza penal e não administrativa.

Errado

9. (Ano: 2014 Banca: VUNESP Órgão: TJ-P Prova: Auxiliar Judiciário) Artigo 1.º

do Código Penal Brasileiro: “Não há crime sem lei anterior que o defina. Não

há pena sem prévia cominação legal.” O dispositivo legal ora transcrito

explicita, dentre outros, o princípio da taxatividade.

O artigo primeiro do CP nos trás dois importantes princípios:

Primeira parte Não há crime sem lei anterior que o defina. (anterioridade)

Segunda parte Não há pena sem prévia cominação legal (Legalidade)

Cabe lembrar que o princípio da legalidade se subdivide em: Legalidade estrita e

taxatividade (a lei deve ser precisa, clara). Certo

10. (Ano: 2014 Banca: ACAFE Órgão: PC-SC Prova: Agente de Polícia) O princípio

da adequação social restringe a abrangência do tipo penal, limitando sua

interpretação e dele excluindo as condutas consideradas socialmente

adequadas e aceitas pela sociedade.

O direito penal não pode incriminar condutas socialmente aceitas e adequadas

(princípio da adequação social).

Certo

11. (Ano: 2014 Banca: ACAFE Órgão: PC-SC Prova: Agente de Polícia) Nenhuma

pena passará da pessoa do condenado, não podendo a obrigação de reparar o

dano e a decretação do perdimento de bens ser estendidas aos sucessores.

Art. 5º ,CF:

XLV - nenhuma pena passará da pessoa do condenado, podendo a obrigação de

reparar o dano e a decretação do perdimento de bens ser, nos termos da lei,

estendidas aos sucessores e contra eles executadas, até o limite do valor do

patrimônio transferido;

Errado

12. (Ano: 2013 Banca: FUNCAB Órgão: PC-ES Prova: Escrivão de Polícia) Pode-se

afirmar que a interpretação teleológica provém do próprio órgão do qual

emana a lei, podendo ser no próprio texto (contextual) ou posterior, ou seja,

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por meio de uma lei nova.

A interpretação que provém do próprio órgão que emana é a interpretação autêntica,

que pode ser contextual ou posterior.

Errado

13. (Ano: 2013 Banca: CESPE Órgão: TRF - 2ª REGIÃO Prova: Juiz Federal) A

interpretação analógica não é admitida em direito penal porque prejudica o

réu.

Interpretação analógica é diferente de analogia. Ocorrer interpretação analógica

quando o magistrado faz uso de “fórmula” pré-determinada pelo legislador. Essa

fórmula expressa a “ideia” a ser seguida pelo julgador, dada impossibilidade de prever

todos os casos. O legislador anuncia um rol exemplificativo de condutas, do qual se

extrai uma espécie de “gênero” fórmula casuística que se aplique a casos análogos.

Errado

14. (Ano: 2013 Banca: CESPE Órgão: TRF - 2ª REGIÃO Prova: Juiz Federal) A

interpretação teleológica consiste em extrair o sentido e o alcance da norma

de acordo com a posição da palavra na estrutura do texto legal.

A interpretação que busca o alcance da norma de acordo com a posição da palavra na

estrutura do texto legal é a interpretação gramatical e não teleológica, que busca

justamente não se ater a mera análise gramatical e encontrar os fins da norma.

Errado

15. (Ano: 2013 Banca: CESPE Órgão: TRF - 2ª REGIÃO Prova: Juiz Federal) A lei

penal admite a realização de interpretação analógica pelo legislador, como,

por exemplo, ao dispor que os crimes serão qualificados se cometidos com o

emprego de veneno, fogo, explosivo, asfixia, tortura ou outro meio insidioso

ou cruel.

Artigo 121, § 2º , III, CP. O legislador buscou estabelecer através de uma fórmula

casuística o que seria considerado meio insidioso e cruel, para servir de norte ao

intérprete na aplicação do citado dispositivo. (Interpretação analógica)

Certo

16. (Ano: 2013 Banca: VUNESP Órgão: MPE-ES Prova: Agente de Promotoria –

Assessoria) A lei penal posterior ao fato criminoso se mais benéfica ao

agente, aplica-se-lhe, a menos que o fato tenha sido praticado durante

vigência de lei excepcional ou temporária

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Como regra, a lei penal não retroage. Como exceção temos a retroatividade para

beneficiar o réu. Essa exceção não é observada nas leis excepcionais ou temporárias,

onde sempre se observará a lei em vigência no momento da ação ou omissão

tipificada, independente de lei posterior mais benéfica ou mesmo revogação da lei

tipificadora.

Certo

17. (Ano: 2011 Banca: CESPE Órgão: DPE-MA Prova: Defensor Público) A analogia,

método pelo qual se aplica a lei de algum caso semelhante ao que estiver

sendo analisado, é classificada como fonte formal mediata do direito penal.

Analogia não é fonte do direito penal e sua aplicação é restrita a casos que beneficia o

réu. São fontes do direito penal:

MATERIAL Estado

FORMAL: Imediata Lei. FORMAL mediata Costumes e princípios gerais do direito.

Errado

18. (Ano: 2014 Banca: CESPE Órgão: TJ-DF Prova: Titular de Serviços de Notas e de

Registros) Os costumes não são considerados pela doutrina como fonte

formal do direto penal.

Assim como a lei (imediata) e os princípios gerais do direito, os costumes figuram no

rol de fontes formais do direito.

Errado

19. (Ano: 2013 Banca: CESPE Órgão: TRF - 2ª REGIÃO Prova: Juiz Federal) A lei

penal posterior ao fato criminoso

A analogia in bonam partem (que beneficia o réu) é permitida.

Certo

20. (Ano: 2012 Banca: UEG Órgão: PC-GO Prova: Delegado de Polícia) o criminoso

na realidade não viola a lei penal, e sim a proposição que lhe prescreve o

modelo de sua conduta, que é um preceito não escrito.

A banca adotou como correta a teoria de binding, a qual encontra divergências

doutrinárias. Binding afirma que o agente não viola a lei, mas age de acordo com a sua

proposição (ex.: Não matar), violando o seu preceito, extraível da lei (norma – ex.: Não

matarás).

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Certo

21. (Ano: 2015 Banca: VUNESP Órgão: Câmara Municipal de Itatiba – SP Prova:

Advogado) A lei posterior, que de alguma forma favorecer o agente, será

aplicada aos fatos anteriores, desde que não decididos por sentença

condenatória transitada em julgado.

Art. 2º Parágrafo único A lei posterior, que de qualquer modo favorecer o agente,

aplica-se aos fatos anteriores, ainda que decididos por sentença condenatória

transitada em julgado

Errado

22. (Ano: 2015 Banca: FUNIVERSA Órgão: SEAP-DF Prova: Agente de Atividades

Penitenciárias) Segundo o disposto no Código Penal (CP), a lei posterior que,

de qualquer modo, favorecer o agente se aplica aos fatos anteriores, ainda

que decididos por sentença condenatória transitada em julgado. Trata-se do

princípio da novatio legis in mellius.

CP , Art. 2º, Parágrafo único - A lei posterior, que de qualquer modo favorecer o

agente, aplica-se aos fatos anteriores, ainda que decididos por sentença condenatória

transitada em julgado.

novatio legis in mellius:

Não incrimina novas condutas

Diminui a pena do tipo

Favorável ao réu. (MELhora a situação do réu)

Certo

23. (Ano: 2015 Banca: FCC Órgão: TCM-RJ Prova: Auditor-Substituto de

Conselheiro) Determinada lei dispõe: “Subtrair objetos de arte. Pena: a ser

fixada livremente pelo juiz de acordo com as circunstâncias do fato". Para

um fato cometido após a sua vigência, é correto afirmar que a referida

lei fere os princípios da legalidade e da anterioridade.

A referida lei não fere o princípio da anterioridade CP, Art. 1º - Não há crime

sem lei anterior que o defina. (primeira parte), pois que a lei foi aplicada a caso

ocorrido após a sua vigência.

Todavia, fere o princípio da legalidade, pois deveria trazer a possível pena em seu

próprio texto ou apontar outro dispositivo que a contenha.

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Art. 1º -. Não há pena sem prévia cominação legal. (segunda parte)

Errado

24. (Ano: 2014 Banca: FCC Órgão: TJ-AP Prova: Técnico Judiciário - Área Judiciária

e Administrativa) Não há crime sem lei anterior que o defina. Não há pena

sem prévia cominação legal.

Art. 1º - Não há crime sem lei anterior que o defina. Não há pena sem prévia

cominação legal.

Certo

25. (Ano: 2011 Banca: FCC Órgão: TCE-SP Prova: Procurador) O princípio

constitucional da legalidade em matéria penal exige a taxatividade da lei

incriminadora, admitindo, em certas situações, o emprego da analogia.

nullum crimen nulla poena sine lege certa exigência de taxatividade da lei penal,

que deve ser clara e precisa.

nullum crimen nulla poena sine lege stricta Proíbe o uso da analogia in malam

partem, mas permite sua aplicação para beneficar o réu.

Certo

26. (Ano: 2012 Banca: VUNESP Órgão: TJ-SP Prova: Titular de Serviços de Notas e

de Registros - Provimento) Pode-se afirmar que o princípio da legalidade tem

índole constitucional e tem por finalidade proteger o cidadão contra o

arbítrio do poder punitivo estatal, já que deve haver perfeita correspondência

entre a conduta praticada e a previsão legal.

O princípio da legalidade está previsto no artigo 5º, XXXIX, da CF, com dispositivo

quase idêntico no artigo 1º do código penal. Tem por finalidades: proporcionar

segurança jurídica e limitação do arbítrio estatal, estabelecendo que a lei penal deve

ser anterior ao crime, não admite em prejuízo ao réu nem a analogia nem os costumes,

devendo ser clara e precisa, só podendo ser aplicada com perfeita correspondência

entre a conduta praticada pelo agente e a tipificada.

Certo

27. (Ano: 2008 Banca: FAE Órgão: TJ-PR Prova: Juiz) NÃO constitui situação de

violação do princípio de legalidade a incriminação com base em analogia.

nullum crimen nulla poena sine lege stricta: Proíbe a admissão da analogia in malam

partem.

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Portanto a incriminação com base em analogia viola o princípio da legalidade.

Errado

28. (Ano: 2011 Banca: INSTITUTO CIDADES Órgão: DPE-AM Prova: Defensor

Público) pelo princípio da legalidade compreende-se que ninguém responderá

por um fato que a lei penal preveja como crime e, pelo princípio da

anterioridade compreende-se que alguém somente responderá por crime

devidamente previsto em lei que tenha entrado em vigor um ano

anteriormente à prática da conduta;

Dois erros:

1. Pelo princípio da legalidade compreende-se que ninguém responderá por um fato

que a lei penal NÃO preveja.

2. Não há tempo mínimo de vigência da lei para que possa alcançar fatos posteriores.

Errado

29. (Ano: 2014 Banca: CESPE Órgão: Polícia Federal Prova: Agente de Polícia

Federal) Sob a vigência da lei X, Lauro cometeu um delito. Em seguida, passou

a viger a lei Y, que, além de ser mais gravosa, revogou a lei X. Depois de tais

fatos, Lauro foi levado a julgamento pelo cometimento do citado delito.

Nessa situação, o magistrado terá de se fundamentar no instituto da

retroatividade em benefício do réu para aplicar a lei X, por ser esta menos

rigorosa que a lei Y.

O magistrado deverá aplicar a lei X por ser menos gravosa que a lei Y, todavia é o

instituto da ULTRATIVIDADE (lei com vigência para caso posterior a sua revogação) e

não da RETROATIVIDADE (lei com vigência para caso anterior a sua vigência), como

afirma a questão.

Errado

30. (Ano: 2014 Banca: VUNESP Órgão: TJ-PA Prova: Auxiliar Judiciário) A lei

posterior, que de qualquer modo favorecer o agente, não se aplicará aos

fatos anteriores, desde que condenado por sentença condenatória transitada

em julgado.

Art. 2º Parágrafo único A lei posterior, que de qualquer modo favorecer o agente,

aplica-se aos fatos anteriores,

ainda que decididos por sentença condenatória transitada em julgado.

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Errado

31. (Ano: 2015 Banca: VUNES PÓrgão: Câmara Municipal de Itatiba – SP Prova:

Advogado) A lei excepcional ou temporária aplica-se ao fato praticado

durante sua vigência, ainda que decorrido o período de sua duração ou

cessadas as circunstâncias que a determinaram.

Art. 3º - A lei excepcional ou temporária, embora decorrido o período de sua duração

ou cessadas as circunstâncias que a determinaram, aplica-se ao fato praticado durante

sua vigência.

Certo

32. (Ano: 2015 Banca: VUNESP Órgão: MPE-SP Prova: Analista de Promotoria)

para os crimes permanentes, aplica-se a lei nova, ainda que mais severa, pois

é considerado tempo do crime todo o período em que se desenvolver a

atividade criminosa.

Súmula 711 do STF “a lei penal mais grave aplica-se ao crime continuado ou ao

permanente, se a sua vigência é anterior à cessação da continuidade ou da

permanência”

Certo

33. (Ano: 2015 Banca: FUNIVERSA Órgão: SEAP-DF Prova: Agente de Atividades

Penitenciárias) Segundo entendimento do STJ, do STF e da doutrina

dominante acerca do direito penal, as leis temporárias, diversamente das leis

excepcionas, têm ultra-atividade.

Ambas possuem ultratividade.

Lei temporária Termo final explicitamente previsto (calendário)

Lei excepcional Tem duração enquanto durar período excepcional ou anormalidade

determinada. (ex.: guerra, catástrofe)

Art. 3º –> A lei excepcional ou temporária, embora decorrido o período de sua

duração ou cessadas as circunstâncias que a determinaram, aplica-se ao fato praticado

durante sua vigência.

Errado

34. (Ano: 2014 Banca: VUNESP Órgão: TJ-PA Prova: Auxiliar Judiciário) A lei

temporária aplicar-se-á ao fato praticado durante sua vigência, desde que

dentro do período de sua duração.

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CP, Art. 3º - A lei excepcional ou temporária, embora decorrido o período de sua

duração ou cessadas as circunstâncias que a determinaram, aplica-se ao fato praticado

durante sua vigência.

Se assim não fosse, bastaria o agente se esconder até que o período de vigência da lei

cessasse.

Errado

35. (Ano: 2014 Banca: FCC Órgão: TJ-AP Prova: Técnico Judiciário - Área Judiciária

e Administrativa) A lei excepcional ou temporária, embora decorrido o

período de sua duração ou cessadas as circunstâncias que a determinaram,

aplica-se ao fato praticado durante sua vigência.

CP, Art. 3º A lei excepcional ou temporária, embora decorrido o período de sua

duração ou cessadas as circunstâncias que a determinaram, aplica-se ao fato praticado

durante sua vigência.

Certo

36. (Ano: 2009 Banca: CESPE Órgão: PC-RN Prova: Delegado de Polícia) Bira,

auxiliado por Giovane, sequestrou sua própria vizinha. Ocorreu que, em

virtude de a família da vítima se negar a pagar o resgate, passaram-se mais de

15 dias desde o início do cativeiro. Nesse termo, ou seja, durante o período

em que a vítima esteve sob a custódia dos réus, foi publicada lei nova (com

vigência e eficácia imediata), aumentando a pena do crime em questão.

Nessa situação, de acordo com a posição sumulada do STF, não será aplicada a lei

nova em virtude da obrigatória aplicação da lei mais benéfica.

Aplicação da súmula 711 do STF “A lei penal mais grave aplica-se ao crime continuado

ou ao crime permanente, se a sua vigência é anterior à cessação da continuidade ou da

permanência.”

O sequestro em questão trata-se de crime permanente, logo, a lei nova, ainda que

mais gravosa, aplicar-se-á ao caso de Bira e Giovane.

Errado

37. (Ano: 2015 Banca: VUNESP Órgão: Câmara Municipal de Itatiba – SP Prova:

Advogado) Quanto ao tempo do crime, o Código Penal adotou a teoria mista

ou da ubiquidade.

Quanto ao tempo do crime, o código penal adotou a teoria da atividade e não da

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ubuiquidade (teoria adotada para determinar o lugar do crime – art. 6º ).

Errado

38. (Ano: 2015 Banca: VUNESP Órgão: Câmara Municipal de Itatiba – SP Prova:

Advogado) Considera-se praticado o crime no momento do resultado.

Art. 4º - Considera-se praticado o crime no momento da ação ou omissão, ainda que

outro seja o momento do resultado.

O Brasil adotou a teoria da atividade considerando o crime praticado no momento da

ação ou omissão.

Errado

39. (Ano: 2015Banca: CESPE Órgão: TRE-GO Prova: Analista Judiciário - Área

Judiciária) A revogação expressa de um tipo penal incriminador conduz a

abolitio criminis, ainda que seus elementos passem a integrar outro tipo

penal, criado pela norma revogadora.

Esse é fenômeno da continuidade típico-normativa, onde a lei é revogada mas passa a

integrar outro tipo penal – o CP , por exemplo, e não abolitio criminis.

Errado

40. (Ano: 2013 Banca: CESPE Órgão: SEFAZ-ES Prova: Auditor Fiscal da Receita

Estadual) A abolitio criminis configura exceção ao princípio da

irretroatividade da lei penal.

Qualquer retroatividade da lei é exceção ao princípio da irretroatividade (regra). Logo

a abolição do abolitio criminis configura tal exceção.

Cabe ressalvar que o abolitio criminis exclui a punibilidade, com permanência dos

efeitos civis.

Certo

41. (Ano: 2008 Banca: FMP-RS Órgão: MPE-MT Prova: Promotor de Justiça) A

edição de lei caracterizadora de abolitio criminis faz cessar os efeitos penais e

os efeitos civis da sentença condenatória.

Abolitio criminis faz cessar apenas os efeitos penais, pois os civis permanecem.

Errado

42. (Ano: 2014 Banca: FCC Órgão: TJ-AP Prova: Técnico Judiciário - Área Judiciária

e Administrativa) Pode-se ser punido por fato que lei posterior deixe de

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considerar crime, se já houver sentença penal definitiva.

CP, Art. 2º - Ninguém pode ser punido por fato que lei posterior deixa de considerar

crime, cessando em virtude dela a execução e os efeitos penais da sentença

condenatória.

Trata-se do abolitio criminis

Errado

8. QUESTÕES SEM COMENTÁRIOS

1. (Ano: 2015 Banca: CESPE Órgão: TCU Prova: Auditor Federal de Controle Externo -

Conhecimentos Gerais) Em consequência da fragmentaridade do direito penal, ainda

que haja outras formas de sanção ou outros meios de controle social para a tutela de

determinado bem jurídico, a criminalização, pelo direito penal, de condutas que

invistam contra esse bem será adequada e recomendável.

2. (Ano: 2014 Banca: UFMT Órgão: MPE-MT Prova: Promotor de Justiça) No que

concerne ao princípio da insignificância, Seu reconhecimento exclui a tipicidade

material da conduta.

3. (Ano: 2013 Banca: FGV Órgão: TJ-AM Prova: Analista Judiciário - Direito) O princípio

da insignificância autoriza o afastamento da tipicidade material.

4. (Ano: 2015 Banca: FUNIVERSA Órgão: SEAP-DF Prova: Agente de Atividades

Penitenciárias ) No que se refere ao direito penal, segundo entendimento do STJ, do

STF e da doutrina dominante, o princípio da insignificância deve ser analisado em

correlação com os postulados da fragmentariedade e da intervenção mínima do

direito penal para excluir ou afastar a própria tipicidade da conduta.

5. (Ano: 2015 Banca: CESPE Órgão: DPE-PE Prova: Defensor Público) O Estado, para

garantir a segurança dos cidadãos, deve proibir ou restringir todas aquelas ações que

se refiram, de maneira imediata, só a quem as realize, das quais derive lesão aos

direitos dos outros, isto é, que atinjam sua liberdade e propriedade, sem o seu

consentimento ou contra ele, ou das que haja de temê-las provavelmente;

probabilidade na qual haverá de considerar a dimensão do dano que se quer causar

e a importância da limitação da liberdade produzida por lei proibitiva.

Wilhem Von Humboldt. Los límites de la acción del estado. 1792, p. 122 (com adaptações).

Com relação ao fragmento de texto acima, aos princípios de direito penal e às teorias do

bem jurídico, julgue o item a seguir.

o fragmento em questão, seu autor, há já mais de duzentos anos, se referia ao que hoje se

entende como princípios jurídico-penais da intranscendência e da fragmentariedade.

6. (Ano: 2015 Banca: CESPE Órgão: TJ-PB Prova: Juiz Substituto) Depreende-se do

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princípio da lesividade que a autolesão, via de regra, não é punível.

7. (Ano: 2015 Banca: CESPE Órgão: TRF - 5ª REGIÃO Prova: Juiz Federal Substituto)

Embora o princípio da legalidade proíba o juiz de criar figura típica não prevista na

lei, por analogia ou interpretação extensiva, o julgador pode, para beneficio do réu,

combinar dispositivos de uma mesma lei penal para encontrar pena mais

proporcional ao caso concreto.

8. (Ano: 2015 Banca: CESPE Órgão: TRF - 5ª REGIÃO Prova: Juiz Federal Substituto) O

princípio do ne bis idem está expressamente previsto na CF e preconiza a

impossibilidade de uma pessoa ser sancionada ou processada duas vezes pelo

mesmo fato, além de proibir a pluralidade de sanções de natureza administrativa

sancionatórias.

9. (Ano: 2014 Banca: VUNESP Órgão: TJ-P Prova: Auxiliar Judiciário) Artigo 1.º do

Código Penal Brasileiro: “Não há crime sem lei anterior que o defina. Não há pena

sem prévia cominação legal.” O dispositivo legal ora transcrito explicita, dentre

outros, o princípio da taxatividade.

10. (Ano: 2014 Banca: ACAFE Órgão: PC-SC Prova: Agente de Polícia) O princípio da

adequação social restringe a abrangência do tipo penal, limitando sua interpretação

e dele excluindo as condutas consideradas socialmente adequadas e aceitas pela

sociedade.

11. (Ano: 2014 Banca: ACAFE Órgão: PC-SC Prova: Agente de Polícia) Nenhuma pena

passará da pessoa do condenado, não podendo a obrigação de reparar o dano e a

decretação do perdimento de bens ser estendidas aos sucessores.

12. (Ano: 2013 Banca: FUNCAB Órgão: PC-ES Prova: Escrivão de Polícia) Pode-se afirmar

que a interpretação teleológica provém do próprio órgão do qual emana a lei,

podendo ser no próprio texto (contextual) ou posterior, ou seja, por meio de uma lei

nova.

13. (Ano: 2013 Banca: CESPE Órgão: TRF - 2ª REGIÃO Prova: Juiz Federal) A

interpretação analógica não é admitida em direito penal porque prejudica o réu.

14. (Ano: 2013 Banca: CESPE Órgão: TRF - 2ª REGIÃO Prova: Juiz Federal) A

interpretação teleológica consiste em extrair o sentido e o alcance da norma de

acordo com a posição da palavra na estrutura do texto legal.

15. (Ano: 2013 Banca: CESPE Órgão: TRF - 2ª REGIÃO Prova: Juiz Federal) A lei penal

admite a realização de interpretação analógica pelo legislador, como, por exemplo,

ao dispor que os crimes serão qualificados se cometidos com o emprego de veneno,

fogo, explosivo, asfixia, tortura ou outro meio insidioso ou cruel.

16. (Ano: 2013 Banca: VUNESP Órgão: MPE-ES Prova: Agente de Promotoria –

Assessoria) A lei penal posterior ao fato criminoso se mais benéfica ao agente,

aplica-se-lhe, a menos que o fato tenha sido praticado durante vigência de lei

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excepcional ou temporária

17. (Ano: 2011 Banca: CESPE Órgão: DPE-MA Prova: Defensor Público) A analogia,

método pelo qual se aplica a lei de algum caso semelhante ao que estiver sendo

analisado, é classificada como fonte formal mediata do direito penal.

18. (Ano: 2014 Banca: CESPE Órgão: TJ-DF Prova: Titular de Serviços de Notas e de

Registros) Os costumes não são considerados pela doutrina como fonte formal do

direto penal.

19. (Ano: 2013 Banca: CESPE Órgão: TRF - 2ª REGIÃO Prova: Juiz Federal) A lei penal

posterior ao fato criminoso

20. (Ano: 2012 Banca: UEG Órgão: PC-GO Prova: Delegado de Polícia) o criminoso na

realidade não viola a lei penal, e sim a proposição que lhe prescreve o modelo de sua

conduta, que é um preceito não escrito.

21. (Ano: 2015 Banca: VUNESP Órgão: Câmara Municipal de Itatiba – SP Prova:

Advogado) A lei posterior, que de alguma forma favorecer o agente, será aplicada

aos fatos anteriores, desde que não decididos por sentença condenatória transitada

em julgado.

22. (Ano: 2015 Banca: FUNIVERSA Órgão: SEAP-DF Prova: Agente de Atividades

Penitenciárias) Segundo o disposto no Código Penal (CP), a lei posterior que, de

qualquer modo, favorecer o agente se aplica aos fatos anteriores, ainda que

decididos por sentença condenatória transitada em julgado. Trata-se do princípio

da novatio legis in mellius.

23. (Ano: 2015 Banca: FCC Órgão: TCM-RJ Prova: Auditor-Substituto de Conselheiro)

Determinada lei dispõe: “Subtrair objetos de arte. Pena: a ser fixada livremente pelo

juiz de acordo com as circunstâncias do fato". Para um fato cometido após a sua

vigência, é correto afirmar que a referida lei fere os princípios da legalidade e da

anterioridade.

24. (Ano: 2014 Banca: FCC Órgão: TJ-AP Prova: Técnico Judiciário - Área Judiciária e

Administrativa) Não há crime sem lei anterior que o defina. Não há pena sem prévia

cominação legal.

25. (Ano: 2011 Banca: FCC Órgão: TCE-SP Prova: Procurador) O princípio constitucional

da legalidade em matéria penal exige a taxatividade da lei incriminadora, admitindo,

em certas situações, o emprego da analogia.

26. (Ano: 2012 Banca: VUNESP Órgão: TJ-SP Prova: Titular de Serviços de Notas e de

Registros - Provimento) Pode-se afirmar que o princípio da legalidade tem índole

constitucional e tem por finalidade proteger o cidadão contra o arbítrio do poder

punitivo estatal, já que deve haver perfeita correspondência entre a conduta

praticada e a previsão legal.

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27. (Ano: 2008 Banca: FAE Órgão: TJ-PR Prova: Juiz) NÃO constitui situação de violação

do princípio de legalidade a incriminação com base em analogia.

28. (Ano: 2011 Banca: INSTITUTO CIDADES Órgão: DPE-AM Prova: Defensor Público)

pelo princípio da legalidade compreende-se que ninguém responderá por um fato

que a lei penal preveja como crime e, pelo princípio da anterioridade compreende-se

que alguém somente responderá por crime devidamente previsto em lei que tenha

entrado em vigor um ano anteriormente à prática da conduta;

29. (Ano: 2014 Banca: CESPE Órgão: Polícia Federal Prova: Agente de Polícia Federal) Sob

a vigência da lei X, Lauro cometeu um delito. Em seguida, passou a viger a lei Y, que,

além de ser mais gravosa, revogou a lei X. Depois de tais fatos, Lauro foi levado a

julgamento pelo cometimento do citado delito. Nessa situação, o magistrado terá de

se fundamentar no instituto da retroatividade em benefício do réu para aplicar a lei

X, por ser esta menos rigorosa que a lei Y.

30. (Ano: 2014 Banca: VUNESP Órgão: TJ-PA Prova: Auxiliar Judiciário) A lei posterior,

que de qualquer modo favorecer o agente, não se aplicará aos fatos anteriores,

desde que condenado por sentença condenatória transitada em julgado.

31. (Ano: 2015 Banca: VUNES PÓrgão: Câmara Municipal de Itatiba – SP Prova:

Advogado) A lei excepcional ou temporária aplica-se ao fato praticado durante sua

vigência, ainda que decorrido o período de sua duração ou cessadas as circunstâncias

que a determinaram.

32. (Ano: 2015 Banca: VUNESP Órgão: MPE-SP Prova: Analista de Promotoria) para os

crimes permanentes, aplica-se a lei nova, ainda que mais severa, pois é considerado

tempo do crime todo o período em que se desenvolver a atividade criminosa.

33. (Ano: 2015 Banca: FUNIVERSA Órgão: SEAP-DF Prova: Agente de Atividades

Penitenciárias) Segundo entendimento do STJ, do STF e da doutrina dominante

acerca do direito penal, as leis temporárias, diversamente das leis excepcionas, têm

ultra-atividade.

34. (Ano: 2014 Banca: VUNESP Órgão: TJ-PA Prova: Auxiliar Judiciário) A lei temporária

aplicar-se-á ao fato praticado durante sua vigência, desde que dentro do período de

sua duração.

35. (Ano: 2014 Banca: FCC Órgão: TJ-AP Prova: Técnico Judiciário - Área Judiciária e

Administrativa) A lei excepcional ou temporária, embora decorrido o período de sua

duração ou cessadas as circunstâncias que a determinaram, aplica-se ao fato

praticado durante sua vigência.

36. (Ano: 2009 Banca: CESPE Órgão: PC-RN Prova: Delegado de Polícia) Bira, auxiliado

por Giovane, sequestrou sua própria vizinha. Ocorreu que, em virtude de a família da

vítima se negar a pagar o resgate, passaram-se mais de 15 dias desde o início do

cativeiro. Nesse termo, ou seja, durante o período em que a vítima esteve sob a

custódia dos réus, foi publicada lei nova (com vigência e eficácia imediata),

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aumentando a pena do crime em questão.

Nessa situação, de acordo com a posição sumulada do STF, não será aplicada a lei nova em

virtude da obrigatória aplicação da lei mais benéfica.

37. (Ano: 2015 Banca: VUNESP Órgão: Câmara Municipal de Itatiba – SP Prova:

Advogado) Quanto ao tempo do crime, o Código Penal adotou a teoria mista ou da

ubiquidade.

38. (Ano: 2015 Banca: VUNESP Órgão: Câmara Municipal de Itatiba – SP Prova:

Advogado) Considera-se praticado o crime no momento do resultado.

39. (Ano: 2015Banca: CESPE Órgão: TRE-GO Prova: Analista Judiciário - Área Judiciária) A

revogação expressa de um tipo penal incriminador conduz a abolitio criminis, ainda

que seus elementos passem a integrar outro tipo penal, criado pela norma

revogadora.

40. (Ano: 2013 Banca: CESPE Órgão: SEFAZ-ES Prova: Auditor Fiscal da Receita Estadual)

A abolitio criminis configura exceção ao princípio da irretroatividade da lei penal.

41. (Ano: 2008 Banca: FMP-RS Órgão: MPE-MT Prova: Promotor de Justiça) A edição de

lei caracterizadora de abolitio criminis faz cessar os efeitos penais e os efeitos civis

da sentença condenatória.

42. (Ano: 2014 Banca: FCC Órgão: TJ-AP Prova: Técnico Judiciário - Área Judiciária e

Administrativa) Pode-se ser punido por fato que lei posterior deixe de considerar

crime, se já houver sentença penal definitiva.

1 E 22 C

2 C 23 E 3 C 24 C 4 C 25 C 5 E 26 C 6 C 27 E 7 E 28 E 8 E 29 E 9 C 30 E 10 C 31 C 11 E 32 C 12 E 33 E 13 E 34 E 14 E 35 C 15 C 36 E 16 C 37 E 17 E 38 E 18 E 39 E 19 C 40 C 20 C 41 E 21 E 42 E

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