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MÁRIO LEITE PEREIRA FILHO APLICAÇÃO DO MÉTODO DE IMAGENS COMPLEXAS AO CÁLCULO DE MALHAS DE ATERRAMENTO EM SOLOS COM ESTRATIFICAÇÃO HORIZONTAL Dissertação apresentada à Escola Politécnica da USP para obtenção do título de Mestre em Engenharia Elétrica. São Paulo 1999

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  • MRIO LEITE PEREIRA FILHO

    APLICAO DO MTODO DE IMAGENS COMPLEXAS AOCLCULO DE MALHAS DE ATERRAMENTO EM SOLOS COM

    ESTRATIFICAO HORIZONTAL

    Dissertao apresentada Escola Politcnica daUSP para obteno do ttulo de Mestre emEngenharia Eltrica.

    So Paulo

    1999

  • MRIO LEITE PEREIRA FILHO

    APLICAO DO MTODO DE IMAGENS COMPLEXAS AOCLCULO DE MALHAS DE ATERRAMENTO EM SOLOS COM

    ESTRATIFICAO HORIZONTAL

    Dissertao apresentada Escola Politcnica daUSP para obteno do ttulo de Mestre emEngenharia Eltrica.

    rea de Concentrao:Sistemas de Potncia

    Orientador:Prof. Dr. Jos Roberto Cardoso

    So Paulo

    1999

  • 1. INTRODUO.............................................................................................................1

    2. ESTADO DA ARTE NO CLCULO DE MALHAS DE ATERRAMENTO.............4

    3. FORMULAO GERAL DO MTODO DAS IMAGENS COMPLEXAS PARA

    SOLOS MULTICAMADAS......................................................................................12

    3.1 Formulao das equaes ntegro-diferenciais .....................................................13

    3.2 Discretizao do Domnio ....................................................................................14

    3.3 Resistncias mtuas de eletrodos lineares ............................................................16

    3.3.1 Eletrodos Verticais - Hastes..........................................................................16

    3.3.2 Eletrodos Inclinados ou horizontais - Cabos.................................................19

    3.4 Introduo de Eletrodos Passivos .........................................................................21

    4. DETERMINAO DAS FUNES DE GREEN ....................................................23

    4.1 Fonte pontual em meio homogneo......................................................................23

    4.2 Fonte pontual em meio estratificado horizontalmente, fonte e objeto na mesma

    camada .................................................................................................................25

    4.2.1 Coeficientes de Reflexo e Transmisso ......................................................27

    4.2.2 Soluo para a funo kernel ........................................................................28

    4.3 Fonte pontual em meio estratificado horizontalmente, fonte e objeto em camadas

    diferentes..............................................................................................................29

    4.4 Soluo por integrao direta ...............................................................................31

    5. IMAGENS COMPLEXAS..........................................................................................36

    5.1 Imagens Complexas tal como apresentadas por Chow et all [29]........................36

  • 5.2 Generalizao da Tcnica de Imagens Complexas...............................................39

    5.3 Separao de variveis..........................................................................................40

    5.3.1 Fonte e objeto na mesma camada. ...............................................................41

    5.3.2 Fonte e o objeto em camadas diferentes. .....................................................43

    5.4 Determinao dos Plos e Resduos das Imagens ................................................45

    5.4.1 Mtodo de Prony como apresentado por Chow et all ...................................46

    5.4.2 Mtodo de Prony com soluo por autovalores ............................................48

    6. ASPECTOS COMPUTACIONAIS ............................................................................50

    6.1 Entrada de Dados da Malha e do Solo..................................................................50

    6.2 Discretizao do domnio .....................................................................................51

    6.3 Determinao das imagens complexas .................................................................51

    6.4 Montagem da matriz de resistncias mtuas ........................................................52

    6.5 Clculo dos potenciais e explorao dos resultados .............................................53

    7. RESULTADOS OBTIDOS.........................................................................................54

    7.1 Exemplo de Chow et all [29]................................................................................54

    7.1.1 Modelo utilizado ...........................................................................................55

    7.1.2 Clculo do potencial na superfcie ................................................................57

    7.2 Solo de 2 camadas Exemplo de Li e Dawalibi ..................................................60

    7.3 Exemplo de Vujevic e Kurtovic ...........................................................................62

    7.4 IEEE-80 / 1986 .....................................................................................................64

    7.4.1 Caso C-4 : 2 camadas com espaamento uniforme.......................................64

    7.4.2 Caso C-6 : Solo uniforme com espaamento varivel ..................................67

  • 7.5 Anlise de Sensibilidade da Discretizao ...........................................................69

    8. CONCLUSO.............................................................................................................74

    9. REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS ........................................................................75

  • Lista de Smbolos

    h : espessura da camada do solo (m)

    H : profundidade do final da camada (m)

    I, i : Corrente (A)

    : Resistividade do solo (.m)

    P : Posio de um ponto com coordenadas (x, y, z)

    r, r : distncia (raio) entre pontos

    : Funo potencial (V)

    : Condutividade do solo (.m)-1

    J : Vetor densidade de corrente (A / m2)

    S, s : Fronteira

    f : funo que descreve a condio de contorno na fronteira

    Vp : Potencial em um ponto (V)

    g : funo que descreve as fontes

    G : Funo de Green

    , u : variveis auxiliares

    : Densidade de corrente linear ( A / m)

    L : Comprimento de um eletrodo (m)

    Rij : Resistncia mtua entre elemento i e elemento j ()

    zm : profundidade mdia de um eletrodo.

    rh : raio de uma haste

    G~ : Transformada de Fourier da funo de Green

    a , b : Resduos e plos respectivamente de imagens complexas

  • F : Funo kernel para obteno da funo de Green

    k0, kz, k : coeficientes de propagao de onda

    J0 : Funo de Bessel de ordem 0

    rxy ; distncia entre pontos projetada no plano xy

    kij : Coeficiente de reflexo da camada i para camada j

    tij : Coeficiente de transmisso da camada i para camada j

    Kij : Coeficiente de reflexo generalizado da camada i para camada j

    Tij : Coeficiente de transmisso generalizado da camada i para camada j

    Ak : amplitude do campo na fronteira k

  • Para Paulo Chaves

    in memoria

  • AGRADECIMENTOS

    A meu orientador Jos Roberto Cardoso pelo contnuo incentivo e pela confiana.

    A ngelo Pssaro e Nancy Abe pelos clculos com o Ground-3D.

    A Jlio Carlos Teixeira pela ajuda na reviso do texto.

    A todos os amigos que me concederam apoio e incentivo para a realizao deste

    trabalho.

  • RESUMO

    O projeto de malhas de aterramento requer o clculo da resistncia de aterramento e dos

    potenciais na superfcie do solo. Quando o mtodo das imagens utilizado para este

    clculo o modelo tpico do solo uma estratificao horizontal em 2 camadas.

    A extenso do mtodo das imagens para solos com mltiplas camadas horizontais

    apresenta problemas numricos importantes, de forma que a tcnica de imagens

    complexas foi utilizada para permitir este clculo, porm restringindo a posio dos

    eletrodos primeira camada.

    Este trabalho objetiva a aplicao do mtodo de imagens complexas a eletrodos situados

    em qualquer camada de solos com estratificao horizontal, deduzindo as funes

    kernel para posies arbitrrias da fonte e do objeto e determinando os resduos e plos

    das imagens utilizando a decomposio em autovalores e autovetores.

    Foi desenvolvido um programa que calcula a resistncia de aterramento e os potenciais

    na superfcie do solo para solos com at 4 camadas. Foram realizadas comparaes com

    outros trabalhos publicados e os resultados obtidos permitem validar o uso do programa

    para esta aplicao.

  • ABSTRACT

    Ground grid design requests the evaluation of both ground grid resistance and surface

    voltages. When this evaluation is done using image based methods, the soil model is

    typically a two-layer horizontally stratified model.

    Analyzing ground grids buried in horizontally stratified multilayer soil model presents

    major numerical procedures challenges. Complex image approach allowed some

    improvement but restricting electrodes position to first layer only.

    This work aims modeling ground grid electrodes buried in multilayer horizontally

    stratified soil model for any position of the buried electrodes, using complex image

    approach to deduct general kernel functions. The image amplitude and location are

    determined through an improved Prony method, using singular value technique.

    A software package was developed for numerical analysis of ground grid electrodes

    buried in multilayer horizontally stratified soil model with 4 layer or less. Some ground

    grids with published results was analyzed and the results validate the developed

    software package.

  • 11. INTRODUO

    O projeto de malhas de aterramento em baixa freqncia deve considerar dois aspectos

    bsicos, um de desempenho, associado ao valor da resistncia de aterramento, e outro de

    segurana de pessoal, associado distribuio de potencial na superfcie do solo.

    Devido s dimenses e complexidade destas malhas este projeto auxiliado por

    ferramentas computacionais.

    As ferramentas disponveis no mercado mundial podem ser divididas em dois grandes

    grupos, um deles utilizando o mtodo dos elementos finitos, com grande flexibilidade

    para modelar os eletrodos e o solo e mais encontrado em grupos de pesquisas de

    universidades (Cardoso, J. R. et all, [1] - [3]), e outro utilizando o mtodo das imagens,

    com maior disseminao entre os projetistas de malhas de aterramento, porm com

    maiores limitaes de modelamento.

    Os pacotes computacionais mais conhecidos que utilizam o mtodo das imagens so o

    SGA do Electric Power Research Institute, o CYMGRD da CYME International e o

    CEDEGS da Safe Engineering Services & Technologies. No Brasil a produo de

    pacotes computacionais desta natureza para uso por projetistas ainda rara. O autor

    desta monografia desenvolveu o cdigo de clculo do programa Tecat IV [4], que

    calcula estratificao de solos em at quatro camadas e malhas de aterramento em solos

    de duas camadas.

    Dentre os pacotes citados que utilizam o mtodo das imagens somente o CEDEGS

    executa clculos em solos estratificados em mais de duas camadas. Considerando que

  • 2uma estratificao em duas camadas impe limitaes severas no modelo dos solos em

    anlise, justificvel e interessante expandir o domnio de aplicao de tcnicas

    baseadas no Mtodo das Imagens para solos com mais de duas camadas.

    Em 1992 Chow e Srivastava [29] apresentaram um trabalho sobre imagens complexas

    indicando que seria possvel superar algumas dificuldades ligadas ao modelamento de

    malhas em solos estratificados em mais de duas camadas. Caso esta abordagem possa

    ser utilizada em malhas genricas, um ganho qualitativo importante pode ser obtido na

    utilizao do Mtodo das Imagens neste tipo de problema.

    O objetivo deste trabalho investigar a aplicao do Mtodo das Imagens ao clculo de

    malhas de aterramento utilizando a tcnica de imagens complexas, viabilizando a

    criao de uma ferramenta computacional que permita o clculo de uma malha de

    aterramento em solos estratificados horizontalmente em mais de duas camadas.

    O Captulo 2 apresenta uma reviso bibliogrfica e o estado da arte para o clculo de

    malhas de aterramento utilizando o mtodo das imagens. No foram considerados

    mtodos baseados em frmulas aproximadas e, devido grande quantidade de

    publicaes sobre o tema, so citados apenas os trabalhos pioneiros em cada vertente,

    ordenados pela data de publicao. As referncias bibliogrficas no Captulo 9 esto

    classificadas pela ordem de citao.

    O Captulo 3 apresenta a formulao geral do problema com nfase nos aspectos mais

    fundamentais tal como equaes ntegro-diferenciais, hipteses do modelo utilizado e

    discretizao do domnio.

  • 3O Captulo 4, sobre a determinao das funes de Green, o captulo mais

    especificamente ligado tcnica das imagens complexas e tambm onde o autor

    apresenta sua maior contribuio ao estado da arte da tcnica, deduzindo funes de

    Green para posies arbitrrias da fonte e do objeto em solos estratificados

    horizontalmente.

    O Captulo 5 mostra as tcnicas numricas para clculo dos coeficientes das imagens

    complexas. Neste captulo o autor introduz uma forma de uso da decomposio em

    autovalores que aumenta a eficcia e exatido do mtodo e expande a aplicao das

    imagens complexas a posies arbitrrias da fonte e do objeto.

    O Captulo 6 aborda os aspectos de implementao computacional descrevendo a

    arquitetura bsica do programa e os principais algoritmos utilizados.

    O Captulo 7 apresenta os resultados obtidos como uma comparao de resultados de

    clculo de malhas disponveis na literatura com os clculos efetuados pelo programa

    aqui apresentado. H tambm anlise de resultados e finalmente a concluso no captulo

    8.

  • 42. ESTADO DA ARTE NO CLCULO DE MALHAS DE ATERRAMENTO

    Dwight [5] em 1936 apresentou um mtodo de clculo de malhas de aterramento de

    grande porte utilizando o mtodo do potencial mdio. Esta abordagem utilizava tcnicas

    de clculo empregadas na determinao da capacitncia de antenas. A distribuio de

    corrente em cada haste ou cabo era considerada constante.

    Em 1953 Gross et all [6] apresentaram o clculo de uma malha de grande porte, no qual

    pela primeira vez os eletrodos eram segmentados e a densidade de corrente em cada

    segmento era calculada. Embora sua formulao fosse limitada a solos uniformes e,

    conforme os autores, originada do mtodo das sub-reas de Maxwell, ela j contm

    todos os elementos bsicos utilizados hoje no clculo de malhas de aterramento pelo

    Mtodo das Imagens. Em 1963 Thapar e Gross [7] apresentaram uma extenso deste

    mtodo para um solo de duas camadas com estratificao exponencial.

    Em 1964 Tagg [8] analisou mais detalhadamente a resistncia de aterramento de

    eletrodos individuais em solos de duas camadas e em 1965 Sunde [9] apresentou as

    funes de potencial geradas por uma fonte pontual em solo de N camadas

    estratificadas horizontalmente, evidenciando que a dificuldade importante dos solos

    multicamadas a integrao numrica da funo kernel.

    Em 1972 Giao e Sarma [10] apresentaram um artigo analisando um eletrodo de

    aterramento de corrente contnua situado na primeira camada de um solo estratificado

    em duas camadas horizontais. A anlise incluiu a resistncia de aterramento e a

  • 5distribuio de potenciais na superfcie do solo de um eletrodo formado por cabos

    retilneos e em anis. Toda a abordagem de segmentao de eletrodos e a montagem do

    sistema matricial para determinao das densidades de corrente j est presente.

    apresentada pela primeira vez uma forma geral para funes de potencial de eletrodos

    no pontuais em solos de duas camadas horizontais.

    Entre 1975 e 1979 Dawalibi e Mukhedkar [11] - [17] apresentaram uma srie de artigos

    delineando uma nova forma de abordagem dos problemas de malhas de aterramento

    onde, embora utilizando as mesmas funes elementares de potencial j vistas em Giao

    e Sarma, a soluo das densidades de corrente no estabelecida por meio de um

    sistema matricial mas sim de uma funo ponderao dos eletrodos segmentados,

    evitando o problema de necessidade de memria associado ao mtodo matricial

    clssico. Esta abordagem originou o programa Malt, precursor do atual CEDEGS da

    Safe Engineering, permitindo o clculo de hastes profundas atravessando a interface

    entre a primeira e a segunda camada. No foram explicitadas funes de potencial de

    fontes na segunda camada.

    Em 1979 Heppe [18] apresentou um artigo onde foram explicitados as funes de

    potencial de cabos situados na primeira e segunda camada de solos estratificados em

    duas camadas horizontais, com soluo das densidades de corrente pelo mtodo

    matricial. O programa Tecat IV [4] utiliza esta formulao proposta por Heppe para o

    clculo de malhas.

    Em 1980 Kouteynikoff [19] apresentou um novo mtodo de segmentao de eletrodos

    cilndricos horizontais denominado microsegmentao, permitindo uma representao

  • 6mais exata de cabos horizontais na anlise de malhas de aterramento. Sua aplicao

    ficou restrita a solos uniformes no ocorrendo desenvolvimentos futuros deste mtodo.

    Em 1985 Nagar at all [20] e Loeloeian et all [21] apresentaram uma reviso

    bibliogrfica de mtodos de clculo de malhas de aterramento, comparando as

    metodologias de Dawalib e Mukhedkar, Heppe e Kouteynikoff. Nesta reviso so

    explicitadas funes de clculo de potencial de cabos e fontes situadas em qualquer

    camada de um solo estratificado em duas camadas horizontais. Verificou-se que os

    resultados dos trs mtodos apresentaram boa concordncia nos casos estudados.

    Ainda em 1985 Garret e Pruitt [22] realizaram uma anlise de sensibilidade da

    abordagem de potencial constante e densidade de corrente varivel em eletrodos

    segmentados, apontando como um fator crtico as dimenses da segmentao utilizada,

    particularmente nos valores do potencial prximos ao eletrodo. A segmentao tambm

    impacta fortemente as dimenses do sistema linear associado, com a correspondente

    demanda de memria de mquina.

    Em 1986 foi publicada a segunda edio do ANSI / IEEE Std 80 [23]. Este guia foi

    utilizado desde sua primeira edio em 1976 com uma obra de referncia para os

    projetistas da rea, utilizando frmulas aproximadas para o clculo de resistncias e

    potenciais em solos uniforme. A segunda edio expandiu o domnio de aplicao das

    frmulas mantendo a restrio de solo uniforme e inclui o Apndice C que, embora no

    faa parte do corpo do Guia, apresenta resultados de clculos em solos uniformes e de

    duas camadas utilizando o programa SGA desenvolvido pelo EPRI.

  • 7Em 1986 Joy e Wilson [24] usaram um programa que utiliza o mesmo algoritmo do

    SGA do EPRI, realizando uma anlise sistemtica da exatido dos resultados em solos

    estratificados em duas camadas horizontais similar ao de Garret e Pruitt [22], na qual

    apresentam algumas concluses sobre a exatido e domnio de validade do mtodo.

    Em 1988 Kovarski et all [25] calcularam o perfil de potenciais gerados por um eletrodo

    toroidal situado na primeira camada de solos multicamadas. As funes potenciais

    utilizadas so derivadas do trabalho de Sunde [9]. Os autores expandiram a funo

    kernel da integral em uma somatria de exponenciais, transformando a integrao

    numrica em uma operao analtica. A dificuldade apresentada residiu na determinao

    dos coeficientes das exponenciais, tarefa que foi realizada com uma abordagem

    emprica de ajuste de curvas.

    Ainda em 1988 Lagace et all [26] estudaram um problema similar ao de Kovarski et all

    [25], s que utilizando imagens refletidas nas vrias interfaces da estratificao do solo.

    A contribuio de cada imagem foi calculada utilizando coeficientes de transmisso e

    reflexo semelhantes aos empregados em linhas de transmisso.

    Em 1991 Takahashi e Kawase [27] calcularam a resistncia de aterramento e o potencial

    gerado na superfcie do solo por uma haste profunda atravessando vrias interfaces de

    um solo multicamada. As funes de potencial foram deduzidas com uma abordagem

    semelhante de Sunde mas com todos os potenciais calculados somente na superfcie

    do solo. A integral da funo kernel foi efetuada numericamente.

  • 8Ainda em 1991 Dawalibi e Barbeito [28] apresentam pela primeira vez o clculo de

    resistncias e de potenciais na superfcie do solo de uma malha de aterramento em solo

    multicamadas sem restrio da localizao dos eletrodos. A metodologia declarada

    pelos autores foi inspirada em trabalhos de geofsica e teoria de gerao de imagens de

    ptica. As frmulas empregadas nas funes potenciais e na gerao de imagens no

    foram explicitadas.

    Em 1992 Chow et all [29] aplicam a tcnica denominada imagens complexas aos casos

    estudados por Kovarski et all [25] e Legace et all [26]. Embora apresente semelhana

    com as expanses exponenciais utilizadas por Kovarski esta abordagem provm da rea

    de microondas, onde os coeficientes e expoentes da srie exponencial so associados

    aos resduos e plos da funo de transferncia do sistema linear, sendo determinados

    pelo Mtodo de Prony e no por um simples ajuste de curvas. Os exemplos analisados

    continuam restringindo os eletrodos primeira camada de um solo multicamadas.

    Em 1994 Dawalibi at all [30] publicam uma extensa anlise paramtrica de malhas de

    aterramento em solos estratificados em N camadas horizontais, demonstrando a

    robustez dos algoritmos desenvolvidos em [28] e levantando questes de segurana

    relacionadas a situaes de alto contraste de resistividades prximo superfcie do solo.

    Embora este trabalho no apresente inovaes tcnicas importantes representou a

    consolidao do que hoje o pacote CEDEGS da Safe.

    Em 1995 Chow et all [31] demonstram que a partir de medidas do potencial na

    superfcie do solo possvel calcular a resistncia de aterramento e a distribuio de

    potenciais na superfcie do solo, sem necessidade de efetuar explicitamente uma

  • 9estratificao do solo convencional, utilizando o mtodo das imagens complexas. Os

    eletrodos devem estar situados na primeira camada de um modelo de estratificao

    horizontal em N camadas.

    Ainda em 1995 Elsherbiny et all [32] apresentam um mtodo simplificado de clculo de

    aterramento de eletrodos formados apenas por hastes de aterramento em solos de duas

    camadas, onde cada haste segmentada em apenas dois segmentos. Esta segmentao

    simplificada reduz substancialmente a dimenso do sistema linear associado mas s

    pode ser empregada para o clculo de resistncias.

    Em 1997 Li et all [33] apresentam um clculo de malhas de aterramento utilizando o

    mtodo proposto por Chow [29] em solos de duas camadas. Apresentam funes

    potencial para fontes na segunda camada e declaram ter desenvolvido esta formulao

    tambm para solos de trs camadas. A principal diferena em relao a Chow [28] que

    utilizam um algoritmo mais sofisticado para a determinao dos resduos e plos da

    expanso exponencial, permitindo estimar o nmero N de termos da expanso.

    Em 1998 Vujevic e Kurtovic [34] apresentam um mtodo de clculo de malhas baseado

    no mtodo das imagens para solos multicamadas sem restries da posio dos

    eletrodos. O princpio bsico a expanso da funo kernel em somatria de

    exponenciais mas, ao invs de imagens complexas utilizou-se uma expanso com at 15

    imagens reais. As imagens so calculadas com um algoritmo que realiza amostragem da

    funo kernel em pontos determinados experimentalmente.

    A reviso dos trabalhos publicados permite apontar como principais concluses:

  • 10

    a)

    O mtodo matricial com segmentao linear dos eletrodos utilizado em todas as

    abordagens para eletrodos de grande porte, pois permite calcular a distribuio de

    corrente no uniforme entre os eletrodos. A segmentao utilizada tem impacto

    importante nos erros e no tamanho do sistema linear associado.

    b)

    A tarefa principal na montagem do sistema matricial a obteno das resistncias

    mtuas e prprias dos segmentos de eletrodos. necessrio realizar a integral de

    funes de Green por mtodos analticos ou numricos.

    c)

    O mtodo das imagens permite representar o problema original por um conjunto de

    imagens que reproduz o potencial da fonte sobre uma fronteira especificada,

    tipicamente a superfcie dos eletrodos.

    d)

    Para solos de duas camadas a integral expandida em uma somatria infinita de

    imagens refletidas nas interfaces. A exatido da somatria depende do nmero de

    termos utilizados que por sua vez funo do coeficiente de reflexo k entre as

    camadas e da espessura da primeira camada.

    e)

    Para solos multicamadas a expanso em somatria mais difcil devido formao

    de mltiplas seqncias de imagens infinitas. Sintomaticamente os artigos que

    utilizam esta tcnica no explicitam os algoritmos de gerao de imagens utilizados.

    f)

    O mtodo das imagens complexas ou imagens equivalentes substitui a somatria de

    imagens infinitas por um conjunto finito de imagens, quer para um solo de duas

  • 11

    camadas quer para solos multicamadas, simplificando substancialmente o clculo

    das resistncias mtuas.

    g)

    O mtodo das imagens complexas para solos multicamadas s aplicado a eletrodos

    situados na primeira camada sem uma justificativa explcita para esta limitao. O

    domnio do qual extrada a amostragem para a obteno das imagens no

    discutido explicitamente, dificultando a verificao de resultados.

  • 12

    3. FORMULAO GERAL DO MTODO DAS IMAGENS COMPLEXASPARA SOLOS MULTICAMADAS

    A formulao geral do problema ser feita com auxlio do Mtodo dos Momentos e de

    funes de Green tal como descrito em Sadiku [35].

    O problema ser apresentado em termos de uma equao diferencial e transformado em

    uma equao integral.

    O domnio ser discretizado e as condies de contorno sero utilizadas para montar um

    sistema matricial cujos coeficientes da matriz sero calculados pelo Mtodo das

    Imagens. A soluo deste sistema ser a densidade de corrente em cada regio discreta

    do domnio.

    Uma vez conhecidas as densidades de corrente, o potencial em um certo ponto pode ser

    calculado por integrao.

  • 13

    3.1 Formulao das equaes ntegro-diferenciais

    A Figura 1 mostra uma malha de aterramento constituda por eletrodos cilndricos

    imersa em um solo estratificado com N camadas horizontais.

    Figura 1 - Malha de aterramento imersa no solo

    A equao geral que descreve este arranjo :

    0).( = em todos os pontos exceto no interior dos eletrodos. (1)

    f= sobre a superfcie dos eletrodos.

    IsdJ = . sobre a superfcie dos eletrodos

    h1

    superfcie

    1

    2

    m

    N-1

    N

    X P

    h2

    hm

    hN-1

    Ix

    yz

  • 14

    Utilizando a funo de Green o potencial gerado pela malha em um ponto P ser:

    =R

    p 'dv)'r,r(G).'r(gV (2)

    g(r') representa a distribuio de corrente das fontes e G(r,r') corresponde resposta do

    sistema estimulado por uma funo impulso.

    3.2 Discretizao do Domnio

    O potencial deve ser determinado na superfcie dos eletrodos e no solo, no havendo

    interesse, neste caso, pelo potencial no interior dos eletrodos.

    Hipteses assumidas para a discretizao:

    a)

    A densidade de corrente em cada segmento constante;

    b)

    A somatria da corrente de cada segmento igual corrente injetada I;

    c)

    O potencial sobre a superfcie dos segmentos constante em todo o eletrodo;

    d)

    A distribuio de corrente em eletrodos cilndricos simulada por um filete de

    corrente ao longo do eixo do cilindro.

    Considerando as hipteses, a distribuio de corrente das fontes ser nula em todas as

    regies exceto no eixo de cada segmento de comprimento Li, onde ter o valor i. O

    potencial gerado por cada segmento em um ponto P(r) dado por:

  • 15

    ==ii Li

    i

    Lii drrrGL

    idrrrGr ')',(')',()( (3)

    A equao (2) ser aproximada por:

    =

    =

    N

    i Li

    ip

    i

    drrrGLi

    V1

    ')',( (4)

    O potencial na superfcie de cada segmento j pode ser obtido pela integrao de (4)

    sobre a superfcie do segmento. Utilizando a condio de contorno de potencial

    constante obtm-se:

    ==

    ==

    N

    1iiij

    N

    1i L Liji

    oj i.Rdt'dr)'r,r(GL.Li

    Vj i

    (5)

    Rij a conhecida resistncia mtua entre os segmentos i e j.

    Uma vez calculados os valores de Rij o sistema de equaes lineares em (5) pode ser

    resolvido obtendo-se a distribuio de correntes ii, a qual utilizada na equao (4) para

    determinao do potencial em qualquer ponto.

  • 16

    3.3 Resistncias mtuas de eletrodos lineares

    Os elementos tpicos de malhas de aterramento so cabos e hastes. Neste item sero

    desenvolvidas as frmulas bsicas de resistncias mtuas entre estes eletrodos.

    3.3.1 Eletrodos Verticais - Hastes

    A Figura 2 mostra um segmento de haste de comprimento L, situada nas coordenadas

    x0, y0 e com profundidade mdia zm injetando uma corrente I em solo uniforme. Se

    consideramos um elemento dI da haste o potencial em um ponto P (x,y,z) ser:

    Figura 2 - Haste em solo uniforme

    superfcie

    P

    x

    y

    z

    zm

    zm-L/2

    zm+L/2

    dI

    r

  • 17

    r

    dIdV p1

    .

    4.

    pi

    = (6)

    Se considerarmos o segmento discretizado, tal que a densidade de corrente seja

    constante ( dzLIdI .= ), o potencial gerado pela haste ser:

    pi

    pi

    dzzyyxxL

    IdzrL

    IVL

    L m

    L

    Lp

    +++==

    2/

    2/22

    02

    0

    2/

    2/ ))(()()(1

    .

    ..4.1

    .

    ..4. (7)

    fazendo 202

    02 )()( yyxxa += e )( += mzzu ento

    2

    1

    2

    1

    u

    u

    u

    u22p a

    uharcsen.L..4I.du

    ua

    1.

    L..4I.V

    pi

    =

    +pi

    =

    +

    pi

    =

    a

    )2L

    z(zharcsen

    a

    )2L

    z(zharcsen.

    L..4I.V

    mm

    p (8)

    Esta a frmula bsica de clculo do potencial de uma haste em um ponto.

    Integrando o valor deste potencial sobre a superfcie de uma haste Lh situada em xh, yh ,

    a uma profundidade mdia zmh e com raio rh teremos, denominando L0 o comprimento

    da haste fonte e zm0 a profundidade mdia:

  • 18

    pi

    da

    Lzz

    ha

    Lzz

    hLI

    LV

    h

    h

    L

    L

    hmhmh

    hmhmh

    hh

    ++

    +

    =

    2/

    2/ 00

    )2

    (arcsen

    )2

    (arcsen.

    ..4.1

    (9)

    Fazendo )2

    Lz(zu hmhmh += no primeiro integrando teremos:

    22)(arcsen.arcsen aua

    uhudua

    uha

    uf +=

    =

    (10)

    usando a definio de f(u/a) em (10) ento a resistncia mtua entre as hastes ser:

    +

    +

    =

    a

    Lz

    Lz

    fLL

    Rm

    hmh

    hoh

    22.

    ...4

    00

    0pi

    (11)

    +

    +a

    2L

    z2

    Lz

    f

    00m

    hmh

    +

    ++

    +a

    2L

    z2

    Lz

    f

    00m

    hmh

    +

    +a

    2L

    z2

    Lz

    f

    00m

    hmh

    Para calcular a resistncia prpria de uma haste basta fazer a igual ao raio da haste na

    frmula (11).

  • 19

    3.3.2 Eletrodos Inclinados ou horizontais - Cabos

    Os cabos sero modelados por segmentos lineares em qualquer ngulo com a superfcie

    exceto verticais, quando se aplica a frmula anterior para hastes.

    A Figura 3 mostra a disposio de um segmento genrico:

    Figura 3 - Cabo inclinado em solo uniforme

    Para obtermos o potencial gerado pelo cabo faremos uma integrao similar utilizada

    para hastes porm empregando uma equao generalizada da reta.

    Sendo Pm(xm, ym, zm) o ponto mdio do cabo e x = x2-x1, y = y2-y1 e z = z2-z1 ento,

    sendo u uma varivel paramtrica (|u|

  • 20

    Usando as coordenadas em (12) para a integrao teremos:

    ( ) ( ) ( ) +++++=5,0

    5,0222 ).().().(

    1.

    .4. du

    zuzzyuyyxuxx

    IVmmm

    ppi

    (13)

    O termo sob a raiz de (13) pode ser posto na forma:

    ( ) ( ) ( ) ( )22222 ).().().(..2.mmmmmm zzzzxxzzzyyyxxxuLut ++++++=

    ( )cubuL

    t ++= ..1 2

    2 , com:

    ( ))zz.(z)yy.(y)xx.(x.L2b mmm2 ++=

    ( ) ( ) ( )[ ]2m2m2m2 zzzzxxL1c ++=O potencial ser:

    ++=

    5,0

    5,02

    .

    1.

    ..4. du

    cubuLIV p

    pi

    5,0

    5,02

    .4.2

    arcsen...4

    .

    +=

    bcbuh

    LIV p

    pi

    ou ainda

    += 22

    .41

    arcsen.4

    1arcsen.

    ..4.

    bcbh

    bcbh

    LIVp

    pi

    (14)

    A resistncia mtua entre cabos e entre cabos e hastes ser calculada por integrao

    numrica da frmula (14).

  • 21

    3.4 Introduo de Eletrodos Passivos

    As malhas de aterramento em situaes prticas sempre incluem elementos passivos tais

    como cercas metlicas e eletrodutos no solo. Nestes casos a formulao dada em (5)

    deve ser alterada para um caso mais genrico tal como descrito em Haffner et all [36].

    A equao (5) em forma matricial pode ser colocada como:

    =

    0

    0

    0

    0

    1

    2

    1

    121

    ,11,12,11,1

    2122221

    1111211

    .......

    ...

    ...

    ...............

    ...

    ...

    VV

    VV

    ii

    ii

    RRRRRRRR

    RRRRRRRR

    N

    N

    NNNNNN

    NNNNNN

    NN

    NN

    (15)

    Mais a condio de contorno adicional para as correntes :

    =

    =

    N

    kk Ii

    1(16)

    Se agruparmos as frmulas (15) e (16) teremos:

    =

    IVi

    i

    ii

    RRRRRRRR

    RRRRRRRR

    N

    N

    NNNNNN

    NNNNNN

    NN

    NN

    00...

    00

    ...

    .

    011...111...1...

    ..................

    1...1...

    0

    1

    2

    1

    121

    ,11,12,11,1

    2122221

    1111211

    (17)

  • 22

    A matriz [R] simtrica, pois Rij = Rji.

    Observar que a tenso V0 agora uma das incgnitas do sistema, pois conhecemos de

    fato a corrente de curto-circuito na subestao e no o potencial mdio nos eletrodos.

    Para introduzirmos eletrodos passivos basta observar que a somatria das correntes dos

    segmentos do eletrodo nula. Usando o ndice a para eletrodo ativo e p para passivo

    teremos:

    =

    0

    0...

    00...

    0

    ...

    ...

    .

    001...10...0000...01...110......

    ........................

    10......01..............................

    01......

    1

    1

    11

    111111

    11

    111111

    a

    p

    a

    pNp

    p

    aNa

    a

    pNpNppNppaNpNapaNp

    NpppNapapa

    apNaNpapNaaNNaaNa

    NpapapNaaa

    IVVi

    ii

    i

    RRRR

    RRRRRRRR

    RRRR

    (18)

    Obteremos como soluo da equao (18) a corrente em cada segmento dos eletrodos

    ativos e passivos e os potenciais nos dois eletrodos, permitindo, por exemplo, o clculo

    da diferena de potencial entre a cerca e a malha.

    Veremos no prximo captulo a deduo das funes G(r, r') da equao (4) e a soluo

    da integral pelo mtodo das imagens complexas.

  • 23

    4. DETERMINAO DAS FUNES DE GREEN

    A funo de Green G(r,r') representa a resposta do sistema a uma fonte impulsiva. Para

    um campo de correntes estacionrias a funo potencial gerada por uma carga pontual.

    O potencial de uma fonte pontual de corrente I, situada na origem em um solo

    homogneo sem fronteiras, pode ser calculado integrando-se a densidade de corrente

    sobre uma superfcie esfrica a uma distncia r da fonte e aproveitando a simetria

    esfrica :

    22

    4ou 4..

    r

    IJrJdIS pi

    pi === sJ (19)

    a funo de Green ser :

    r

    IJdrrGr

    pi

    4

    '.)( == (20)

    Para um solo estratificado em N camadas horizontais no possvel uma integrao

    analtica simples como a de (19) e (20) e ser necessrio o uso de abordagens mais

    genricas como a utilizada por Chew [37].

    4.1 Fonte pontual em meio homogneo

    Supondo uma fonte de corrente pontual situada na origem o potencial gerado em um

    ponto r ser, usando a identidade de Sommerfeld:

  • 24

    pi

    pi

    dkekJkk

    iIeIrV zikz

    rik z==0

    0 )(44)(0 (21)

    onde k e zk so os coeficientes de propagao na direo radial e de z

    respectivamente e 2220 zkkk += .

    Os estudos de propagao de onda feitos por Chew so voltados para a rea de

    microondas, onde o principal componente dos campos est ligado variao com o

    tempo. As frmulas devero ser adaptadas para o caso de campo de correntes de

    freqncia nula ou muita baixa, como o caso do presente estudo.

    Para o caso de freqncia nula o nmero de onda k0 igual a zero. Assumindo que a

    fonte est em uma posio x', y', z' teremos que o potencial em um ponto x, y, z:

    kikkkkk zzz .0222

    ===+ , substituindo em (21):

    pi

    dkeJkik

    iIzV zzkii ')...(0

    0 )(.4

    ),( =

    Utilizando a varivel de integrao k= teremos:

    '

    00 )(4),(

    zzxyxy erJ

    IzrV

    = pi , com ( ) ( )22 '' yyxxrxy += (22)

  • 25

    A funo ')',( zzezzF = a funo kernel desta integral, e depende apenas dos

    parmetros do solo e da posio da fonte e do objeto.

    Efetuando esta integral obteremos novamente:

    ( ) ( ) ( ) rI

    zzyyxx

    IrV

    pi

    pi

    4

    '''

    14

    )(222

    =

    ++= (23)

    Se a fonte estiver em um semiespao, tal como o de um solo uniforme, basta somarmos

    a imagem substituindo (z-z')2 por (z+z')2 em (23).

    4.2 Fonte pontual em meio estratificado horizontalmente, fonte e objeto namesma camada

    A Figura 4 mostra uma fonte pontual A imersa em uma camada m de um solo

    estratificado em N camadas horizontais e um ponto objeto P, situado na mesma camada

    m, com o eixo z com origem na superfcie e orientado para cima:

    Figura 4- Fonte pontual na camada m de um solo estratificado

    h1

    superfcie

    1

    2

    m

    N-1

    N

    P A

    h2

    hm

    hN-1

    x

    yz

    -H1

    -H2

    -Hm

    -Hn-1

  • 26

    Observar que o ar constitui a primeira camada nesta formulao, com ar=, e o nmero

    de camadas total M = N+1.

    A soluo do potencial ter a forma:

    pi

    dzzFrJIzzrV )',()(4

    )',,(0

    0= (24)

    A soluo dever atender s condies de contorno:

    -

    Corrente na direo z na superfcie nula: 00

    =

    =zz

    V

    -

    O potencial contnuo em cada interface.

    -

    O componente normal da densidade corrente contnuo em cada interface:

    ii hzihziz

    Vz

    V

    =+=

    =

    1

    11

    Chew [37] resolve este problema utilizando abordagem de propagao de ondas entre as

    camadas, lanando mo de coeficientes generalizados de reflexo e transmisso.

    A soluo geral para a equao (24) em cada camada ser dada pela soma do efeito da

    fonte em meio uniforme mais o efeito de ondas viajantes:

    pi

    dzzFrJIzzrV mimi )',()(4)',,( 00= , com (25)

  • 27

    zm

    zm

    zz

    mi eDeBezzF ++= ')',(

    O coeficiente Bm est associado reflexo do campo na fronteira Hm-1 e o coeficiente

    Dm fronteira Hm. Para explicitarmos a soluo utilizaremos coeficientes de reflexo e

    transmisso generalizados.

    4.2.1 Coeficientes de Reflexo e Transmisso

    Sendo i-1, i, i+1 as resistividades de 3 camadas adjacentes Chew define os

    coeficientes:

    a)

    Coeficiente de reflexo visto da camada i

    ascendente : ii

    iiiii kk

    +

    ==

    1

    11, , descendente:

    ii

    iiiii kk

    +

    ==

    +

    +++

    1

    11, (26)

    b)

    Coeficiente de transmisso visto da camada i para a camada j

    ti,j=1+ki,j

    c)

    Coeficiente de reflexo generalizado visto da camada i

    Estes coeficientes so calculados de forma recursiva:

  • 28

    1

    1

    2)1(

    2)1(

    1,

    1

    seno , 2i se , 1

    +

    +

    ===

    i

    i

    hii

    hii

    iii

    eKkeKk

    KK

    (27)

    1

    1

    2)1(

    2)1(

    1,

    1

    seno , i se , 0

    +

    +

    +++

    +++

    ++

    +

    +

    ===

    i

    i

    hii

    hii

    iii

    eKkeKk

    MKK

    4.2.2 Soluo para a funo kernel

    Devemos utilizar as condies de fronteira para determinar Bm e Dm. Olhando na

    Figura 4 podemos observar que a onda descendente entre o ponto P e a fronteira Hm-1

    totalmente devida reflexo da onda ascendente na fronteira Hm-1:

    ]..[. 111 .'.1,. += + mmm HmzHmmHm eDeKeB (28)

    Analogamente a onda ascendente entre P e a fronteira Hm totalmente devida reflexo

    da onda descendente na fronteira Hm:

    ]..[. .'.1,. mmm HmzHmmHm eBeKeD ++ += (29)

    Resolvendo para Fm obtemos:

    [ ][ ] z' z se , .)',( 1,)12(1,)2'(' >++= ++++ mmmHmzzmmHmzzm MKeeKeezzF (30)

  • 29

    [ ][ ] z' z se , .)',( 1,)2(1,)12'('

  • 30

    ).(.21,1,

    ,11

    1..1

    .

    +

    ++

    +=

    ii HHiiii

    iiii

    eKkt

    AA (34)

    Definindo ).(.21,1,

    ,1,1

    1..1

    +

    ++

    +=

    ii HHiiii

    iiii

    eKkt

    S ento:

    iiii SAA ,11. ++= (35)

    A frmula (35) coloca o valor do campo na camada i em funo do valor do campo na

    camada imediatamente abaixo i+1. Usando esta frmula recursivamente desde a camada

    m at a n teremos:

    mmmmmnnnnn ASSSSA ...... 1,2,11,2,1 +++= ou

    =

    =

    1

    1,.m

    njmmmn SAA (36)

    Mas o valor de Am dado pelo primeiro termo entre colchetes da frmula (30), da:

    [ ][ ] =

    ++

    ++> ++=

    1-m

    njj1,j

    )12(1,

    )2'(1,

    ' S.....)',(m

    Hnznn

    zHmzmm

    znm MeKeeKezzF

    (37)

    Utilizando o mesmo raciocnio para o ponto P situado em uma camada n abaixo da

    camada m da fonte teremos:

    [ ][ ] =

    ++

    ++< ++=

    1-n

    j1jj,

    )12'(1,

    ')2(1, S.....)',(

    m

    mHmz

    mmzHnz

    nnz

    nm MeKeeKezzF

    (38)

  • 31

    Novamente podemos observar a simetria entre as frmulas (37) e (38).

    4.4 Soluo por integrao direta

    Fazendo a substituio das funes kernel na funo potencial (25) pode-se observar

    que no possvel efetuar integrao analtica direta exceto para o caso de 2 camadas,

    quando as frmulas da funo kernel degeneram.

    Para o caso de 2 camadas teremos, para o caso da fonte e objeto na primeira camada:

    Km,m-1 = 1, pois a resistividade do ar considerada infinita.

    Km,m+1 = k12 = k = 12

    12

    +

    : fator de reflexo

    Hm = h1 = h : espessura da primeira camada

    Hm-1 = 0

    1..2.11

    hm ekM

    =

    A frmula (32) ser simplificada para:

    ( ) ( ) ( )h

    zzhzzhzzzz

    ekekeeke

    zzF..2

    '.2'.2''

    11.1

    ..)',(

    +++

    +++= (39)

    rearranjando:

  • 32

    ( ) ( ) ( )h

    zzzzzzzzhhzzzz

    ekeeeeekekee

    zzF..2

    '.'''..2..2''

    11.1

    ).(.).1).(()',(

    +++

    +++++=

    extraindo o termo da fonte e da primeira imagem refletida na superfcie do solo:

    ( ) ( ) ( )h

    zzzzzzzzhzzzz

    ekeeeeek

    eezzF..2

    '.'''..2''

    11.1

    ).(.)',(

    +++

    +++++= (40)

    O termo fracionrio de (40) pode ser posto na forma:

    ( ) ( ) ).(.1

    .)',( '.'''..2

    ..2

    11zzzzzzzz

    h

    h

    eeeeek

    ekzztf ++

    +++

    =

    mas 1. ..2 = hekx , da podemos expandir

    [ ]...).().().(1..).(1. 3..22..2..2..2

    ..2

    ..2

    ++=+

    hhhhh

    h

    ekekekekek

    ek

    =

    =

    + 1

    ...2..2

    ..2.).(1

    .

    j

    hnnh

    hek

    ekek

    (41)

    Substituindo (40) e (41) em (25) teremos a funo potencial:

    ( ) ++= + ''0

    01

    1 .[)(4)',,(zzzz

    xyxy eerJI

    zzrV pi

  • 33

    ( ) ( ) deeeeek zzzzzzzzj

    hnn )]).(.( '.'''1

    ...2 ++

    =

    ++++

    Mas 22

    .

    00

    1.).(

    baebJ a

    +=

    , portanto:

    +++

    ++

    =

    22221

    1 )'(1

    )'(1

    .[4

    )',,(zzrzzr

    IzzrV

    xyxy

    xypi

    (42)

    =

    ++++

    +++1 2222 )2'(

    1)2|'(|

    1.(

    jxyxy

    n

    nhzzrnhzzrk

    )])2|'(|

    1)2'(

    12222

    nhzzrnhzzr xyxy ++

    +++

    A frmula (42) citada em todas as abordagens de imagens em solos de duas camadas.

  • 34

    A Figura 5 mostra a representao fsica da frmula (42) com o posicionamento das

    imagens:

    Figura 5- Reflexes de uma fonte em solos de duas camadas

    Para solos com mais de duas camadas cada uma das imagens da Figura 5 provoca novas

    reflexes nas outras interfaces entre camadas tornando o mtodo invivel. A integral

    I.k

    I

    I.k

    I.k

    I

    I.kn

    I.kn

    I.kn

    I.kn

    I.k

    P xzz'

    -2.H

    -H

    -2.n.H

    H

    2.H

    2.n.H

    z

    x' xH 1

    2

  • 35

    deve ento ser obtida atravs de tcnicas numricas tal como a de imagens complexas

    que ser apresentada no prximo captulo.

  • 36

    5. IMAGENS COMPLEXAS

    A tcnica de imagens complexas foi empregada pela primeira vez em sistemas de

    aterramento por Chow et all [29] para obter a funo de Green a partir da integral da

    funo kernel.

    5.1 Imagens Complexas tal como apresentadas por Chow et all [29]

    A inovao apresentada por Chow em [29] foi a de utilizar a transformada de Fourier da

    funo de Green em (5) na forma:

    +

    +=

    +exp

    )'()'(1)(1

    )(2.~ S

    eRR

    eediG h

    zzzz

    (43)

    com:

    ))2'(())2'(())2'(())2'((exp

    1111 hzzhzzhzzhzz eeeeS ++++ +++=

    A frmula (43) vlida para a fonte localizada na primeira camada e expandida numa

    somatria de exponenciais, podendo tomar duas formas:

    a)

    Profundidades da fonte e do ponto de clculo constantes:

    A expanso ser

    =

    =

    +

    N

    i

    bih

    ieaSeR

    R

    1exp

    1)(1)(

    (44)

  • 37

    Substituindo (44) em (43) e aplicando a transformada inversa obtemos a funo de

    Green:

    ++=

    =

    N

    i i

    i

    r

    a

    rr

    IG100 '

    114pi (45)

    com:

    2220 )'()'()'( zzyyxxr ++= , 2220 )'()'()'(' zzyyxxr +++=

    222 )'()'( ii byyxxr ++=

    A Figura 6 mostra a disposio esquemtica das imagens:

    Figura 6 - Imagens complexas de fonte pontual

    superfcie

    ro Ponto P

    x

    yz

    Fonte I

    imagem realr'o

    r1

    r2

    Imagem complexa 1

    Imagem complexa 2

  • 38

    Como G real os ai's e bi's devem ser reais ou em pares conjugados. A parte real dos

    bi's deve ser negativa para atender condio do potencial nulo quando z tende a

    infinito.

    b) Profundidades z e z' variveis

    Neste caso a funo Sexp no expandida:

    =

    =

    +

    N

    i

    bih

    ieaeR

    R

    11)(1)(

    (46)

    Substituindo (46) em (643 e executando a transformao inversa teremos

    +++++= =

    N

    i iiiii

    rrrra

    rr

    IG1 432100

    1111'

    114pi

    , com: (47)

    [ ]21221 )2'()'()'( ii bhzzyyxxr +++=

    [ ]21222 )2'()'()'( ii bhzzyyxxr ++++=

    [ ]21223 )2'()'()'( ii bhzzyyxxr ++++=

    [ ]21224 )2'()'()'( ii bhzzyyxxr +++=

  • 39

    Esta frmula corresponde exatamente frmula do potencial de uma fonte pontual em

    solo de duas camadas apresentada em [9], exceto pela presena das imagens complexas

    e por apresentar uma quantidade finita de imagens, no sendo necessrio efetuar

    somatrias infinitas.

    Os ai's e bi's so calculados por mtodos de extrao de plos e resduos, como o

    mtodo de Prony em [29] ou mtodos baseados em autovalores em [33].

    5.2 Generalizao da Tcnica de Imagens Complexas

    Para que possamos superar a limitao de eletrodos na primeira camada de Chow [29] e

    a de solos de duas camadas de Liu [33] devemos analisar mais detidamente os

    fundamentos da tcnica de imagens complexas.

    O princpio bsico da tcnica aplicar uma separao de variveis sobre a funo kernel

    F(z,z') e em seguida expandi-la em uma somatria de exponenciais:

    )',().()',( zzfesolouzzF =

    u(solo) funo somente dos parmetros do solo e f(z,z') somente da profundidade da

    fonte e do objeto. Fazendo a expanso em u(solo):

    =

    =

    N

    j

    bj

    zzf jeaezzF1

    .)',(...)',,( (48)

    A integral ser ento:

  • 40

    == =

    deaerJzzItgdzzFrJN

    j

    bj

    zzfxyxy

    j...)..()',()',,()..(

    1

    .)',(.00

    =

    = dearJzzItgN

    j

    bzzfjxy

    j..)..()',(

    1

    ))',(.(0

    =

    +=

    N

    j jxyj

    bzzfrazzItg

    1 22 ))',((1

    .)',( (49)

    A integral da funo kernel ser ento substituda por uma somatria finita, onde os

    coeficientes bj e aj representam os plos e os resduos da resposta do solo a uma fonte

    pontual de corrente. A soluo do potencial ser dada por:

    )))',((

    1.

    )'(1

    )'(1

    .(4

    )',,(1 222222

    = +

    +++

    ++

    =

    N

    j jxyj

    xyxy

    ixyi

    bzzfra

    zzrzzr

    IzzrV

    pi

    (50)

    Ser necessrio a determinao da funo f(z,z') e dos coeficientes das imagens

    complexas para que possamos explicitar a funo potencial. O primeiro passo a ser dado

    a separao de variveis.

    5.3 Separao de variveis

    Efetuaremos a separao de variveis nas frmulas (32) e (37) do captulo 4 para z e z'

    como variveis independentes.

  • 41

    5.3.1 Fonte e objeto na mesma camada.

    A frmula (32) pode ser posta na forma:

    ( )[ ++++= ++ mmhzzzzzzzzmm KKeeeeezzF m ..)',( 2'')'(' ( ) ( )+++

    ++ 11 222'

    ....

    mmm Hm

    Hmm

    Hzz eKeKKee

    ( ) ] mmHzz MKee m ... 2' +++ (51)

    Observar que quando o solo uniforme o termo entre colchetes de (51) nulo,

    revelando que este o termo que deve ser expandido na somatria. Veremos alguns

    casos particulares.

    a)

    Fonte situada na primeira camada em solo com 3 ou mais camadas

    Neste caso teremos m =2, K-m=1, Hm-1=0, Hm = h1 , obtendo:

    ( ) ( )( )''''22,1

    22,1)'('

    11 1

    1

    1)',( zzzzzzzzh

    hzzzz eeee

    eKeK

    eezzF ++

    + +++

    ++=

    (52)

    Esta a formulao de Chow [29].

    b)

    Fonte situada na ltima camada em solo com 3 ou mais camadas

    Neste caso teremos m =N+1, K+m=0, Hm-1= HN, obtendo:

    ( ) ( )NN HmHzzzzzzmm eKeeeezzF 22')'(' ..)',( ++ ++= (53)Neste caso podemos tambm realizar a expanso da forma proposta por Chow dado que

    h apenas 01 termo para u(solo).

  • 42

    c)

    Para os casos em que a fonte e o objeto ocupam camadas intermedirias entre a

    primeira e a ltima camada de um solo de mais de duas camadas, no possvel

    efetuar a separao de variveis na forma proposta por Chow [29] com apenas um

    conjunto de imagens, sendo este o motivo da restrio dos eletrodos na primeira

    camada ou solos com duas camadas. Para levantar esta restrio deve-se considerar

    cada linha do termo entre colchetes da frmula (51) como uma expanso

    independente, obtendo assim 3 conjuntos de imagens para representar o potencial

    dentro desta camada:

    ( ) mmhzzzzmm KKeeezzF m + += ..)',( 2''1 (54)

    ( ) ( ) mHmHmmHzzmm MeKeKKeezzF mmm .....)',( 11 222'2 ++ += (55)

    ( )mm

    Hzzmm MKeezzF m ...)',( 2'3 ++= (56)

  • 43

    Aps a expanso a funo potencial ser ento:

    +++

    ++

    =2222 )'(

    1)'(

    1.[

    4)',,(

    zzrzzr

    IzzrV

    xyxy

    mxym

    pi

    (57)

    +++

    +++

    =

    1

    1 2122

    121

    )).2'(

    1).2'(

    1.(

    N

    j jmxyjmxyj

    bhzzrbhzzra

    +++++

    =

    2

    1 22122

    )).2'(

    1.(

    N

    j jmxyj

    bHzzra

    ])).2'(

    1.(

    3

    1 2323

    = +++

    N

    j jmxyj

    bHzzra

    5.3.2 Fonte e o objeto em camadas diferentes.

    Faremos a expanso somente para a fonte abaixo do objeto, m > n; para a outra

    condio podemos usar a simetria da funo kernel:

    Definindo = +

    +=

    1-m

    nj j1,j

    j1,j, t

    S' nmT e

    =

    +=

    1-m

    njj1,j, tnm teremos:

  • 44

    ++= ++> nmHzzzz

    nmneezzF

    ,

    ).2'()'( ).()',( 1

    + ).'

    11.([,

    )'(

    mnm

    zz

    MTe

    ( ) ++

    ++ )

    .'

    1.(

    ,

    .2' 1

    mnm

    n

    Hzz

    MTKe n

    ( ) ++ +++ mHzz Ke m ..2'

    ( )mnmmnmn

    HHzz MTKKe mn ..']....2.2' 1 ++ + (58)

    Para o caso geral sero necessrios 4 conjuntos de imagens para representar o potencial

    gerado em camada diferente daquela da fonte:

    +

    ++++

    +=

    21

    222, ).2'(1

    )'(1

    ..

    4)',,(

    nxyxy

    nm

    m

    xymnHzzrzzr

    IzzrV

    pi

    (59)

    +

    ++

    =

    1

    1 2121 )'(

    1.(

    N

    j jxyj

    bzzra

    +++++

    + =

    2

    1 22122

    )).2'(

    1.(

    N

    j jnxyj

    bHzzra

    ++++

    + =

    3

    1 2323

    )).2'(

    1.(

    N

    j jmxyj

    bHzzra

    +++

    + =

    mnm

    N

    j jmnxyj MT

    bHHzzra .'.)

    ).2.2'(1

    .(,

    1 24124

    4

  • 45

    Pode-se observar na frmulas (51) e (58) que quando K+m / K+n for nulo ou K-n / K-m

    for unitrio sero necessrios apenas 02 conjuntos de imagens, que correspondem a

    fonte ou objeto na primeira ou ltima camada. Caso a condio seja simultnea ento

    ser necessrio apenas um conjunto de imagens.

    A Tabela 1 mostra o nmero de conjuntos de imagens necessrios em funo da posio

    relativa da fonte e objeto:

    fonte / objeto 1 2 --- N-1 N

    1 1 2 2 2 1

    2 2 3 4 4 2

    --- 2 4 3 4 2

    N-1 2 4 4 3 2

    N 1 2 2 2 1

    Tabela 1 - Nmero de conjuntos de imagens

    5.4 Determinao dos Plos e Resduos das Imagens

    O item 5.4.1 apresenta o Mtodo de Prony clssico usado por Chow et all [29] para a

    determinao dos plos e resduos das imagens. Devido a limitaes importantes deste

  • 46

    mtodo, ser apresentada no item 5.4.2 uma adaptao do Mtodo de Prony com o uso

    de autovalores e autovetores para superar estas limitaes.

    5.4.1 Mtodo de Prony como apresentado por Chow et all

    Se a funo f(x) pode ser expandida em uma somatria de exponenciais do tipo:

    xN

    xx NeAeAeAxf .1.1.0 110 ......)( +++ (60)

    ento, se f(x) for amostrada em pontos igualmente espaados xj = j.x cada uma das

    exponenciais:

    ( ) 1 ..., ,1 ,0 ,. == Niee jijj ii

    satisfaz uma equao linear de diferenas de ordem N com coeficientes constantes:

    y(j+N) +CN-1.y(j+N-1) + CN-2.y(j+N-2)+...+ C0.y(j)=0

    A equao caracterstica deste sistema um polinmio de grau N :

    0..... 02

    21

    1 =++++

    CCC NNN

    NN (61)

  • 47

    Como cada termo individual satisfaz a equao de diferenas homognea, ento

    qualquer combinao linear dos termos tambm satisfar a equao, em particular a

    funo expandida original:

    f(j+N) +CN-1.f(j+N-1) + CN-2.f(j+N-2)+...+ C0.y(j)=0

    Sero ento necessrias 2N amostras para determinao unvoca das 2N incgnitas da

    equao (60).

    Sendo f1, f2 ... f2N os pontos amostrados da funo f deveremos executar os seguintes

    passos:

    a)

    Encontrar os coeficientes do polinmio caracterstico resolvendo o sistema linear:

    =

    ++ =

    1

    0.

    N

    jkNkjj ffC , k =1, 2,...N

    Os coeficientes Cj so todos reais pois os fs so reais.

    b)

    Obter as N razes do polinmio:

    0..... 02

    21

    1 =++++

    CCC NNN

    NN

    As razes j podem ser reais ou complexas em pares conjugados.

    c)

    Determinar os plos do sistema:

    ( )x

    Ln jj

    =

    (62)

  • 48

    d)

    Com os valores obtidos em (62) montar outro sistema linear de ordem N a partir da

    frmula (60) e dos primeiros N valores amostrados:

    =

    =

    N

    jj

    x

    j feA j1

    .

    .

    Os valores Aj so os resduos associados aos plos j e podem ser reais ou em pares

    conjugados.

    Uma das limitaes deste mtodo que o nmero de ordem N no conhecido a priori,

    de forma que a estimativa feita pode provocar erros significativos sem que haja uma

    forma de quantific-los.

    Outra limitao importante que como o nmero de amostras o dobro da ordem do

    sistema, se for necessrio aumentar a taxa de amostragem para acompanhar variaes

    rpidas da funo a ordem do sistema crescer proporcionalmente, aumentando

    desnecessariamente os requisitos de memria e de tempo de processamento.

    Para contornar estas dificuldades foi utilizada uma adaptao do mtodo de Prony

    proposto por Blaricum e Mittra [39], resolvendo o sistema linear inicial do passo a)

    usando o mtodo da decomposio em autovalores e autovetores.

    5.4.2 Mtodo de Prony com soluo por autovalores

    A diferena neste caso que o sistema linear inicial amostrado com um nmero maior

    que o dobro da ordem esperada do sistema resultando em um sistema com mais

    equaes do que incgnitas.

  • 49

    O valor da taxa de amostragem fixada em funo da maior espessura de camada

    existente no modelo, e o ponto final da amostragem em funo do menor valor de

    espessura de camada existente, sem dependncia da ordem do sistema, observando-se

    sempre que o nmero de amostras deve ser maior do que o de incgnitas.

    Estima-se um valor inicial N0 para a ordem do sistema e decompe-se a matriz

    retangular, obtendo-se os autovalores e os autovetores. O algoritmo de decomposio

    utilizado foi o de Press et all [38].

    Se algum autovalor for nulo ou, em casos prticos, for menor que o limite especificado

    (10-6 a 10-8), a ordem do sistema reduzida pela quantidade de autovalores nulos e o

    sistema recalculado. Se no existirem autovalores nulos ento a ordem do sistema

    aumentada de 1 e os autovalores so determinados novamente. Este processo repetido

    at que se encontre pelo menos um autovalor nulo.

    Uma vez definida a ordem do sistema pode-se continuar no passo b) de 5.2.1 para

    determinar os plos e resduos.

  • 50

    6. ASPECTOS COMPUTACIONAIS

    A implementao da metodologia apresentada envolve alguns aspectos gerais de

    arquitetura de software e tambm problemas especficos de cdigo. Sero feitas

    consideraes sobre os aspectos principais da implementao.

    O programa foi escrito com um compilador Borland Delphi 2.0, com linguagem Pascal

    orientada a objetos e ambiente visual para utilizao em PCs com Windows 95 ou

    superior e Windows NT 4.0 ou superior .

    Todas as matrizes e vetores so armazenadas em variveis dinmicas para otimizar o

    uso da memria.

    O programa em sua verso final tem cerca de 1,5 Mb e necessita de 12 Mb de memria

    livre em sua capacidade mxima para evitar o uso do arquivo de troca do Windows.

    6.1 Entrada de Dados da Malha e do Solo

    Entrada das informaes relativas aos eletrodos, com posio inicial e final, raio e

    tipo , se ativo ou passivo.

    As camadas foram limitadas a 4, quantidade suficiente para permitir comparao

    com outros resultados da literatura. No h limitaes tcnicas para a quantidade de

    camadas.

  • 51

    6.2 Discretizao do domnio

    A discretizao foi feita dividindo-se os eletrodos de tal maneira a preservar a

    hiptese de densidade de corrente constante, implicando em segmentar mais os

    trechos na periferia da malha e nos pontos de cruzamento no caso de cabos e sempre

    segmentando as hastes com o primeiro segmento da ordem da profundidade de

    cravao. Um sintoma tpico de segmentao inadequada a existncia de potenciais

    na superfcie maiores do que o potencial mdio sobre os eletrodos.

    Para preservar a hiptese de filamento de corrente o menor segmento foi mantido da

    ordem de 50 vezes o raio do condutor.

    Devido forma de soluo genrica das equaes de potencial em (11) e (14) foram

    introduzidas singularidades ao longo do eixo dos segmentos. Estas singularidades so

    resolvidas numericamente pelo deslocamento radial do ponto de clculo por um valor

    igual ao raio do segmento.

    6.3 Determinao das imagens complexas

    As funes de Green so amostradas e as imagens so calculadas.

    O intervalo da amostragem foi fixado em 1/20 da menor espessura existente. O ponto

    final da amostragem foi estabelecido em 20 vezes o valor da maior espessura de

    camada. Esta condio implica no clculo de pelo menos 400 pontos, mas garante

  • 52

    que todos os componentes de freqncia relevantes sero considerados no clculo

    das imagens. O programa pode calcular at 50.000 pontos.

    O nmero de imagens inicial foi estimado como o nmero de camadas mais 2. O

    valor mnimo dos autovalores foi fixado em 10-6.

    Foram implementadas apenas as funes com fonte abaixo do objeto. O clculo

    inverso utiliza a simetria das funes de Green.

    Foi necessrio implementar bibliotecas de rotinas complexas para o clculo das

    imagens pois os plos e resduos podem ser complexos.

    6.4 Montagem da matriz de resistncias mtuas

    As frmula (9) e (14) so implementadas para calcular as resistncias mtuas da

    matriz e o sistema linear de ordem M resolvido.

    A ordem M igual ao produto do nmero de eletrodos pela segmentao mdia

    utilizada. Por exemplo, se tivermos 50 eletrodos com uma segmentao mdia de 10

    teremos M = 500. Esta matriz simtrica e cheia, portanto os requisitos de memria

    necessria para o armazenamento dos dados pode ser uma limitao importante para

    malhas muito grandes. O programa pode manipular at matrizes de ordem 1000 x

    1000, ocupando cerca de 8 Mb de memria RAM.

  • 53

    Devido introduo dos eletrodos passivos a fatorao de Cholesky no pode ser

    utilizada porque a matriz deixou de ser positiva definida. Foi utilizado o algoritmo de

    decomposio LU de Press et all [38] para a soluo do sistema linear.

    6.5 Clculo dos potenciais e explorao dos resultados

    As frmulas (8) e (14) so implementadas para o clculo do potencial gerado pela

    malha.

    A sada mais habitual a de traar perfis de potenciais ao longo de algumas linhas,

    por exemplo a diagonal da malha, e plotar os valores do potencial de toque,

    superfcie e de passo.

    O uso dos eletrodos passivos permite a determinao de potenciais de transferncia

    para cercas ou eletrodutos e tambm os potenciais de toque na vizinhana destes

    eletrodos.

  • 54

    7. RESULTADOS OBTIDOS

    Para verificao da metodologia apresentada sero feitas comparaes de resultados

    com trabalhos publicados.

    7.1 Exemplo de Chow et all [29]

    O eletrodo toroidal descrito em [29] e [30] ser simulado para verificao dos

    resultados.

    Este eletrodo um toride de 300 m de raio, seo transversal com raio de 30 cm,

    profundidade de 2,75 m, injetando uma corrente de 2.000 A no solo. A hiptese de fonte

    linear de corrente utilizada.

    O solo foi estratificado em 4 camadas. A Tabela 2 mostra os valores de resistividades e

    espessuras:

    Camada 1 2 3 4

    Resistividade (.m) 200 230 110 20

    Espessura (m) 3 15 5

    Tabela 2 - Dados do Solo

    No caso de um toride a simetria impe que a densidade de corrente seja uniforme, no

    sendo necessria a resoluo de um sistema matricial.

  • 55

    A Figura 7 mostra a posio do toride.

    Figura 7- Toride na primeira camada

    7.1.1 Modelo utilizado

    A funo de Green derivada a partir da frmula (51) para N =4 :

    ( ) ( )( )'zz'zz'zz'zzh23,2

    h23,2)'zz('zz

    11 eeeeeK1

    eKee)'z,z(F

    1

    1++

    + +++

    ++= (63)

    A expanso exponencial de (30) foi feita com o mtodo de Prony usado por Chow [29],

    utilizando 8 amostras igualmente espaadas entre =0 e =1 para determinao de 4

    imagens.

    h1

    SUPERFCIE

    1

    2

    3

    4

    Rh2

    h3

    Z

  • 56

    A Tabela 3 mostra os valores dos ai's e bi's para este caso:

    i 1 2 3 4

    ai 0,069768 0,0049189 -0,26234 + j0,15429 -0,26234 - j0,15429bi (m) 0 -6,01680 -31,191 + j3,8654 -31,191 - j3,8654

    Tabela 3 - Plos e Resduos

    Observar que quando h uma imagem complexa existe seu conjugado correspondente.

    A Figura 8 mostra o grfico dos valores analticos de (30), os valores reconstrudos com

    a expanso de Chow [29], Tabela II e com os valores da Tabela 3.

    AnalticoChowTab. 3

    0,0001 0,001 0,01 0,1

    F

    0,1

    0,05

    0

    -0,05

    -0,1

    -0,15

    -0,2

    -0,25

    -0,3

    -0,35

    -0,4

    -0,45

    -0,5

    Figura 8- Valores reconstrudos

    Analtico

    Chow

    Tab. 3

    (1/m)

  • 57

    7.1.2 Clculo do potencial na superfcie

    O potencial na superfcie (z=0) foi calculado para R entre 280 m e 315 m para

    comparao com a Fig. 4 de [28].

    O clculo foi realizado a partir da integrao do potencial da fonte pontual da frmula

    (10) sobre o anel situado no centro da seo transversal do toride.

    A Figura 9 mostra o potencial calculado com os dados da Tabela II de Chow [28], os

    valores retirados das curvas dadas em Legace [25] (marcados com cruz) e os calculados

    com os plos e resduos da Tabela 2.

    LegaceChowTab. 3

    R (m)315310305300295290285280

    Vsu

    p (V

    )

    23022021020019018017016015014013012011010090

    Figura 9- Potenciais na superfcie do solo sobre o eletrodo.

    Tab. 3

    Chow

  • 58

    A Figura 10 mostra uma comparao com os resultados obtidos para valores de R entre

    0 e 600 m:

    LegaceChowTab. 3

    R (m)6005004003002001000

    Vsu

    p (V

    )

    220

    200

    180

    160

    140

    120

    100

    80

    60

    40

    20

    Figura 10 - Potenciais na superfcie do solo sobre o eletrodo

    Os grficos mostrados nas Figuras 9 e 10 mostram boa reproduo dos potenciais

    quando comparados com [29] e [28], evidenciando que as imagens complexas podem

    ser efetivamente utilizadas nesta aplicao.

    O clculo de potenciais para eletrodos complexos apresentar a mesma seqncia que o

    caso do toride, exceto que ser necessrio segmentar o eletrodo e resolver o sistema

    matricial.

  • 59

    7.1.3 Imagens para o solo de Kovarski

    A estrutura do solo citado em Kovarski at all [25] evidencia a limitao do mtodo de

    Prony clssico utilizado por Chow et all [29].

    A Tabela 4 mostra as 04 imagens usados por Chow e as 7 calculadas pelo AMAICom 4.

    Chow AMAICom

    N Resduos Plos Resduos Plos

    1 +1,1293 -3680,23 -0,33116 -1573395

    2 -0,4564 -1995,46 +1,33509 -1069959

    3 +0,6049 -1000,0 -2,95778 -558694,6

    4 -0,7778 0,0 +1,72283 -131326,3

    5 --- --- +1,03496 -35420,8

    6 --- --- +0,47384 -1106,67

    7 --- --- -0,777778 0,0

    Tabela 4 Imagens para o Solo de Kovarski

    A Figura 11 mostra a funo kernel analtica, a aproximao de Chow e a do

    AMAICom. Observar que para valores pequenos de (1/m) entre 10-5 e 10-6 ,

    equivalentes a distncias de 105 e 106 m do eletrodo, a expanso de Chow apresenta

    erros de mais de 100%. Notar que a distncia ao ponto com erro mximo cerca de 10

    vezes a profundidade da ltima camada.

  • 60

    Figura 11 Valores reconstrudos do kernel de Kovarski

    Notar que para o clculo das 7 imagens foram usadas 24000 amostras da funo kernel

    contra apenas 08 amostras para as 4 imagens de Chow.

    7.2 Solo de 2 camadas Exemplo de Li e Dawalibi

    Este eletrodo estudado nos trabalhos de Li et all [33] e Dawalibi [17]; constitudo

    por uma malha quadrada com lado de 20 metros com 04 meshs e 9 hastes a uma

    profundidade de 0,5 m. Cada haste tem 10 m de comprimento e 2 cm de dimetro. Cada

    cabo tem dimetro de 1 cm.

    A Figura 12 mostra a vista superior da malha. A linha na diagonal do primeiro mesh o

    caminho onde foi calculado o potencial de toque.

    1E-8 1E-7 1E-6 1E-5 1E-4 1E-3 1E-2

    1,5

    1

    0,5

    0

    -0,5

    -1

    Analtico

    AMAICom

    Chow

    (m-1)

    F()

  • 61

    A resistividade da primeira camada foi fixada em 100 .m e a espessura em 5 m. A

    resistividade da segunda camada foi fixada variando-se o fator de reflexo de 0,9 a

    + 0,9.

    FIGURA 12 VISTA SUPERIOR DA MALHA

    A Tabela 5 mostra os valores da resistncia de aterramento e o valor do potencial de

    toque mximo em percentagem em relao elevao de potencial da malha.

    A discretizao utilizada foi a padro com 3 subdivises para os cabos e 7 para as

    hastes.

    Linha de clculo dopotencial

  • 62

    Resistncia () Vtoque (%)

    k Li Dawalibi AMAICom Li Dawalibi AMAICom

    0,9 7,70 7,78 8,02 6,51 6,60 7,04

    0,5 3,46 3,50 3,50 12,9 13,4 14,2

    0,0 1,79 1,81 1,78 20,8 21,0 21,7

    -0,5 0,80 ---- 0,787 27,0 ---- 29,7

    -0,9 0,15 0,16 0,153 34,1 35,0 37,1

    Tabela 5 Comparao com solos de 2 camadas

    Os resultados da resistncia de aterramento e do potencial de toque mostram variaes

    menores que 3 % entre os trs conjuntos de resultados.

    Para uma verificao adicional destes resultados o Ground-3D foi utilizado com os

    valores extremos de k = 0,9 e k = -0,9, obtendo-se respectivamente resistncias de

    7,38 e 0,12 e potenciais de toque de 6,3 % e 37 %.

    7.3 Exemplo de Vujevic e Kurtovic

    Este eletrodo [34] composto por hastes e cabos com 11 mm de dimetro a uma

    profundidade de 0,5 m e cabos com 5 mm de dimetro simulando uma cerca metlica.

    O solo apresenta uma estrutura de 03 camadas, com resistividades de 10, 100 e 500 .m

    respectivamente e espessuras de 2 e 10 m.

  • 63

    A Figura 13 mostra uma vista superior da malha. A linha na segunda metade da malha

    o caminho de clculo do potencial na superfcie.

    Eletrodo passivo

    Eletrodo ativo

    Linha de clculoDo potencial

    Figura 13 - Exemplo de Vujevic e Kurtovic

    A Tabela 6 mostra valores da elevao de potencial dos eletrodos ativos e passivos e o

    valor do potencial em alguns pontos na superfcie do solo, com referncia 0 no centro da

    malha. A corrente injetada no eletrodo interno foi de 1000 A .

  • 64

    Grandeza Vujevic e Kurtovic AMAIComElevao de potencial do

    eletrodo ativo (V)1968 1972

    Elevao de potencial doeletrodo passivo (V)

    1765 1766

    Potencial x=0 1835 1838

    Potencial x=5 1820 1822

    Potencial x=6 1770 1772

    Potencial x=10 1551 1552

    Potencial x=20 1206 1206

    Tabela 6 Comparao com 03 camadas

    Os resultados mostram excelente concordncia entre os dois mtodos.

    7.4 IEEE-80 / 1986

    Sero estudados dois casos do Anexo C do IEEE-80 / 1986, o caso C4, com solo de

    duas camadas e espaamento uniforme e o C6, com solo uniforme e espaamento

    varivel.

    7.4.1 Caso C-4 : 2 camadas com espaamento uniforme

    Malha quadrada com lado de 60,96 m, 04 meshs, 09 hastes. Cabos com 10 mm de

    dimetro e hastes com 0,5 de dimetro e 9,144 m de comprimento. A profundidade da

  • 65

    malha de 0,5 m; a resistividade da primeira e segunda camada de 300 .m e 100

    .m respectivamente e a espessura da primeira camada de 4,572 m.

    A Figura 14 mostra uma vista superior da malha:

    Figura 14 Eletrodo Figura C4 IEEE-80 /1986

    A Tabela 7 mostra os valores da resistncia de aterramento e do potencial de toque do

    IEEE-80, de Haffner [36] e os obtidos com o AMAICom:

    Linha de clculo dopotencial

  • 66

    Resistncia () Potencial de toque (%)

    IEEE-80 / 1986 1,353 49,66

    Haffner et all [36] 1,169 45,06

    AMAICom 1,141 44,04

    Tabela 7 Eletrodo C4 do IEEE-80 / 1986

    A diferena percentual do potencial de toque mximo foi de 4,6 % em relao ao

    IEEE-80 e de 1 % em relao a Haffner.

    A diferena percentual da resistncia de aterramento foi de 16 % em relao ao IEEE-80

    e de 2,4 % em relao a Haffner.

    A Figura 15 mostra o potencial na superfcie sobre o caminho mostrado na Figura 13.

    Potencial da MalhaP1

    x (m)302520151050

    Pote

    nci

    al na

    Supe

    rfci

    e (V

    )

    1.100

    1.000

    900

    800

    700

    600

    500

    400

    300

    200

    100

    0

    Figura 15 Potencial na superfcie do solo

  • 67

    7.4.2 Caso C-6 : Solo uniforme com espaamento varivel

    Malha quadrada com lado de 91,44 m, 08 meshs, 25 hastes. Cabos com 10 mm de

    dimetro e hastes com 0,5 e 9,144 m de comprimento. A profundidade da malha de

    0,5 m; a resistividade do solo de 300 .m . O espaamento dos meshs varivel. A

    Figura 16 mostra uma vista superior da malha:

    Figura 16 Eletrodo Figura C4 IEEE-80 /1986

    A Tabela 8 mostra os valores da resistncia de aterramento e do potencial de toque do

    IEEE-80 e os valores obtidos com o AMAICom:

    Linha de clculo dopotencial

  • 68

    Resistncia () Potencial de toque (%)

    IEEE-80 / 1986 C6 1,416 17,08

    AMAICom 1,468 15,86

    Tabela 8 Eletrodo C6 do IEEE-80 / 1986

    O potencial de toque mximo ocorreu no mesh central e no no mesh do canto.

    A diferena percentual de 3,6 % entre os valores de resistncia e de 1,2 % para o

    potencial de toque.

    A figura 17 mostra a curva de potencial na superfcie do solo:

    Figura 17 Potencial na superfcie do solo

    Podemos observar que a segmentao utilizada produziu um valor de potencial na

    superfcie do solo maior do que o potencial sobre os eletrodos, indicando que a

    segmentao est inadequada. No caso do IEEE-80, a Fig. C7 mostra potenciais acima

    Potencial da MalhaP1

    x (m)454035302520151050

    Pote

    nci

    al na

    Supe

    rfci

    e (V

    )

    1.5601.5401.5201.5001.4801.4601.4401.4201.4001.3801.3601.3401.3201.3001.2801.2601.240

  • 69

    do valor dos eletrodos j na passagem sobre o terceiro cabo (x = 12,44 m), indicando

    que foi utilizada uma segmentao ainda mais grosseira.

    7.5 Anlise de Sensibilidade da Discretizao

    Ser utilizado o exemplo da Figura C6 do IEEE-80 /1986, malha em solo uniforme com

    espaamento varivel para uma anlise de sensibilidade aos parmetros da

    discretizao.

    Sero analisadas as variaes do valor da resistncia de aterramento, do valor mximo

    do potencial na superfcie e do valor do potencial de toque mximo.

    A discretizao dos cabos ser feita em 1, 9, 17 e 33 subdivises, correspondentes a

    nenhuma subdiviso, 1, 2 e 4 subdivises por mesh respectivamente.

    A discretizao das hastes ser feita em 1, 3, 5 e 11 subdivises.

    A Figura 18 mostra a variao da resistncia de aterramento.

    Figura 18 - Variao do valor da resistncia de aterramento

    1 3 5 111

    17

    1,455

    1,46

    1,465

    1,47

    1,475

    R (o

    hms)

    Sub. hastes

    Sub. cabos

    1

    9

    17 33

  • 70

    A variao entre o menor valor e o maior foi de 0,7%, indicando que o valor da

    resistncia depende pouco da discretizao.

    A Figura 19 mostra a variao do valor do potencial de toque mximo.

    Figura 19 Potencial de toque mximo

    A variao entre o menor e o maior valor foi de 5,8 %, com os valores menores

    acontecendo com um nmero maior de subdivises.

    Para que o valor fique dentro de 1% do valor assinttico a subdiviso dos cabos deve ser

    de 17 ou 2 subdivises por mesh e a subdiviso de hastes deve ser 3, minimizando o

    nmero total de segmentos discretos.

    Observar que neste caso a concluso de Garret em [22] de que a subdiviso das hastes

    tem um impacto maior sobre os potenciais na superfcie no aplicvel, mostrando que

    malhas de forma complexa devem ser analisadas caso a caso.

    13511

    117

    220

    225

    230

    235

    240

    Pot.

    Toqu

    e (V

    )

    Sub. hastes

    Sub. cabos

    1

    9

    17

    33

  • 71

    A Figura 20 mostra a variao do valor do potencial mximo na superfcie.

    Figura 20 Potencial mximo na superfcie

    A variao entre o maior e o menor valor foi de 4,9 % com valores menores

    acontecendo com um nmero maior de subdivises. Os valores maiores que 100% so

    incorretos, pois a superfcie no pode estar a um potencial maior do que o da prpria

    malha.

    Para que a diferena fique dentro de 1 % do valor assinttico devemos ter a mesma

    condio necessria para o potencial de toque, subdiviso dos cabos de 2 por mesh e 03

    subdivises para as hastes.

    Esta correlao tem significado fsico, pois como h pequena variabilidade no valor da

    resistncia de aterramento e uma discretizao mais grosseira aumenta os valores

    mximos e mnimos do potencial na superfcie, se a discretizao reproduz

    13511

    117

    949698

    100102104

    Pot.

    Sup.

    (V)

    Sub. hastes

    Sub. cabos

    1

    9

    17

    33

  • 72

    adequadamente o valor mximo do potencial na superfcie ela tambm reproduzir

    adequadamente o valor mnimo, associado ao potencial de toque.

    Uma conseqncia imediata desta correlao que o potencial na superfcie pode ser

    usado como um indicador da qualidade da discretizao.

    interessante verificar o efeito da discretizao no valor do potencial sobre a superfcie

    dos eletrodos, pois uma das hipteses fundamentais que o potencial sobre a superfcie

    dos eletrodos constante.

    A Figura 21 mostra o potencial sobre a superfcie do cabo central da malha em

    percentagem do valor mdio para nenhuma subdiviso de cabos e hastes e para 2

    subdivises por mesh para os cabos e 3 subdivises para as hastes, segmentao que

    produziu valores dentro de 1% dos valores assntotas.

    Figura 21 Potencial sobre a superfcie do cabo central

    0

    20

    40

    60

    80

    100

    120

    0 9,144 18,288 27,432 36,576 45,72x (m)

    V C

    abo

    (%)

    Sem subdiviso

    Com subdivisoSem subdiviso

    Com subdiviso

  • 73

    Pode-se observar que a subdiviso mais fina proporcionou uma melhor aderncia

    hiptese, com o potencial da superfcie do cabo se aproximando mais do valor mdio.

    A forma dos potenciais na Figura 21 indica que a ocorrncia de potenciais na superfcie

    do solo com valores superiores ao valor mdio do potencial da malha decorre

    justamente da falta de aderncia hiptese bsica de potencial constante em todo o

    eletrodo.

  • 74

    8. CONCLUSO

    Os resultados apresentados permitem concluir que a tcnica de imagens complexas pode

    ser utilizada com sucesso para o clculo de malhas de terra em solos com mltiplas

    camadas horizontais.

    A anlise terica realizada permitiu uma explicitao indita das funes kernel para

    posies arbitrrias da fonte e do objeto, possibilitando que outros trabalhos futuros

    possam ser realizados com base nas funes kernel.

    O programa AMAICom desenvolvido superou as limitaes existentes em trabalhos

    anteriores de imagens complexas, permitindo o clculo de malhas com eletrodos

    situados em qualquer camada e a determinao das imagens complexas por um mtodo

    mais robusto e estvel.

    Ainda existem pontos importantes a serem aprofundados tais como:

    -

    reduo do nmero de amostras da funo kernel;

    -

    propagao do erro proveniente do uso das imagens complexas para o clculo dos

    potenciais e, consequentemente, para o clculo das resistncias mtuas e

    -

    efeitos da discretizao dos eletrodos em malhas com topologia irregular.

  • 75

    9. REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS

    [ 1] Cardoso, J. R. O Mtodo dos Elementos Finitos Aplicado na Determinao da

    Resistncia de Aterramento. Anais do Seminrio sobre Clculo de Campo Eltrico com

    Mtodos Numricos, Santo Andr, 1985.

    [ 2] Cardoso, J. R. ; Ribeiro, F. S. ; Gambirasio, G. O Mtodo dos Elementos Finitos no

    Modelamento de Sistemas de Aterramento em Solos de Mltiplas Camadas. Anais do

    IX SNPTEE, Belo Horizonte, 1987.

    [ 3] Cardoso, J. R. ; Oliveira, J. B. Ground-3D: Um Sistema CAD / CAE para Anlise

    de Sistemas de Aterramento. Anais do XI SNPTEE, Rio de Janeiro, 1991.

    [ 4] Leite, C. M. ; Pereira Fo , M. L. Tcnicas de Aterramentos Eltricos. So Paulo,

    Officina de Mydia, 1995.

    [ 5] Dwight, H. B. Calculation of Resistances to Ground. AIEE Transaction, Vol 55,

    Dec 1936, pg 1318-1328.

    [ 6] Gross, E. T. B.; Chitnis, B. V.; Stratton, L. J. Grounding Grids for High-Voltage

    Stations. AIEE Trans. Vol 72, pt. III (Power Apparatus and Systems), Aug 1953, pg

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    [ 7] Thapar, B. ; Gross, E. T. B. Grounding Grids for High Voltage Stations IV -

    Resistance of Grounding Grids in Nonuniform Soil. AIEE Transactions, Oct 1963, pg

    782-788.

    [ 8] Tagg, G. F. Earth Resistances. London, George Newnes, 1964.

  • 76

    [ 9] Sunde, E. D. Earth Conduction Effects in Transmission Systems. New York, Dover,

    1968.

    [ 10] Giao, T. N. ; Sarma, M. P. Effect of a Two-Layer Earth on the Electric Field near

    HVDC Ground Electrodes. IEEE Trans. on PAS, 1972, N 6, Nov/Dec, pg 2356 - 2365.

    [ 11] Dawalibi, F. ; Mukhedkar, D. Optimum Design of Substation Grounding in a Two

    Layer Earth Structure Part I - Analytical Study. IEEE Trans on PAS, Vol 94, N 2,

    mar/apr 1975, pg 252-261.

    [ 12] Dawalibi, F. ; Mukhedkar, D. Optimum Design of Substation Grounding in a Two

    Layer Earth Structure Part II - Comparison between Theorethical and Experimental

    Results. IEEE Trans on PAS, Vol 94, N 2, mar/apr 1975, pg 262-266.

    [ 13] Dawalibi, F. ; Mukhedkar, D. Optimum Design of Substation Grounding in a Two

    Layer Earth Structure Part III - Study of Grounding Grids Perfomance and New

    Electrodes Configuration. IEEE Trans on PAS, Vol 94, N 2, mar/apr 1975, pg 267-272.

    [ 14] Dawalibi, F. ; Mukhedkar, D. Multi Step Analysis of Interconnected Grounding

    Electrodes. IEEE Trans on PAS, Vol 95, N 1, Jan/Feb 1976, pg 113-119.

    [ 15] Dawalibi, F. ; Mukhedkar, D. Resistance Calculation of Interconnected

    Grounding Electrodes. IEEE Trans on PAS, Vol 96, N 1, Jan/Feb 1977, pg 59-65.

    [ 16] Dawalibi, F. ; Mukhedkar, D. Transferred Earth Potentials in Power Systems.

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    [ 17] Dawalibi, F. ; Mukhedkar, D. Influence of Grounds Rods on Grounding Grids.

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