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IFSULDEMINAS 2017 EAC/Inconfidentes
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EAC-082: Geodésia Física
Prof. Paulo Augusto Ferreira Borges
Aula 5
Teoria do Potencial e PVCG
https://intranet.ifs.ifsuldeminas.edu.br/~paulo.borges/
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Potencial Gravitacional
Vimos anteriormente que o potencial gravitacional de atração
ou newtoniano é uma função escalar dada pela seguinte
equação:
𝑉 =𝐺 ∙ 𝑚
𝑙
O potencial gravitacional é concebido pela massa 𝑚 𝑥′, 𝑦′, 𝑧′no ponto 𝑃 𝑥, 𝑦, 𝑧 . No caso de um sistema discreto de
partículas:
𝑉 = 𝐺 ∙
𝑖=1
𝑛𝑚𝑖
𝑙𝑖
Considerando uma distribuição contínua, tem-se:
𝑉 = 𝐺 ∙ න𝑚
𝑑𝑚
𝑙= 𝐺 ∙ න
𝑣
𝜌𝑑𝑣
𝑙= 𝐺 ∙ න
𝑣
𝜌 𝑑𝑥′𝑑𝑦′𝑑𝑧′
𝑙
(1)
(2)
(3)
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Potencial Gravitacional
Considerando o potencial gravitacional de atração V
gerado por um sistema discreto de partículas e introduzindo um
sistema de coordenadas cartesianas na determinação da
distância 𝑙 , as derivadas parciais de primeira ordem serão
dadas por:
𝜕𝑉
𝜕𝑥= −𝐺 ∙
𝑖=1
𝑛𝑚𝑖 ∙ 𝑥 − 𝑥𝑖′
𝑙𝑖3
𝜕𝑉
𝜕𝑦= −𝐺 ∙
𝑖=1
𝑛𝑚𝑖 ∙ 𝑦 − 𝑦𝑖′
𝑙𝑖3
𝜕𝑉
𝜕𝑧= −𝐺 ∙
𝑖=1
𝑛𝑚𝑖 ∙ 𝑧 − 𝑧𝑖′
𝑙𝑖3
(4)
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Potencial Gravitacional
Já as derivadas parciais de segunda ordem serão dadas por:
𝜕2𝑉
𝜕𝑥2= 𝐺 ∙
𝑖=1
𝑛𝑚𝑖
𝑙𝑖3 − 3𝐺 ∙
𝑖=1
𝑛𝑚𝑖 ∙ 𝑥 − 𝑥𝑖′
2
𝑙𝑖5
𝜕2𝑉
𝜕𝑦2= 𝐺 ∙
𝑖=1
𝑛𝑚𝑖
𝑙𝑖3 − 3𝐺 ∙
𝑖=1
𝑛𝑚𝑖 ∙ 𝑦 − 𝑦𝑖′
2
𝑙𝑖5
𝜕2𝑉
𝜕𝑧2= 𝐺 ∙
𝑖=1
𝑛𝑚𝑖
𝑙𝑖3 − 3𝐺 ∙
𝑖=1
𝑛𝑚𝑖 ∙ 𝑧 − 𝑧𝑖′
2
𝑙𝑖5
Somando-as membro a membro temos:
𝜕2𝑉
𝜕𝑥2+𝜕2𝑉
𝜕𝑦2+𝜕2𝑉
𝜕𝑧2= 3𝐺 ∙
𝑖=1
𝑛𝑚𝑖
𝑙𝑖3 − 3𝐺 ∙
𝑖=1
𝑛𝑚𝑖
𝑙𝑖3 = 0
(5)
(6)
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Equação de Laplace
Ou simplesmente:
∆𝑉 =𝜕2𝑉
𝜕𝑥2+𝜕2𝑉
𝜕𝑦2+𝜕2𝑉
𝜕𝑧2= 0
A equação (7) é conhecida como Equação de Laplace. Ela nos
diz ser nulo o laplaciano do potencial gravitacional em pontos
externos às massas atrativas (GEMAEL, 1999). Por essa razão
ela é denominada função harmônica, pois satisfaz a equação
de Laplace em todos os pontos no exterior do corpo.
Funções harmônicas são definidas como aquelas que
satisfazem a equação diferencial parcial de segunda ordem
(HEISKANEN & MORITZ, 1967).
(7)
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Equação de Poisson
Vimos que o potencial de atração é uma função harmônica
apenas no espaço vazio (exterior às massas atrativas). Mas
qual seria o valor do laplaciano do potencial no interior das
massas atrativas?
Considerando-se uma esfera homogênea de massa M e de raio
r, temos que:
a) Em um ponto exterior à esfera:
𝑉 =𝐺𝑀
𝑙
b) Em um ponto interior à esfera:
𝑉 =2𝐺𝜋𝜌 3𝑟2 − 𝑙2
3
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Equação de Poisson
Consideremos um ponto P no interior de uma distribuição
contínua de massas, sendo estas divididas em duas partes:
a) uma esfera E, de raio r suficientemente pequeno para que a
densidade 𝜌 no seu interior possa ser admitida constante e
que contenha P;
b) O restante das massas
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Equação de Poisson
O potencial em será: 𝑉 = 𝑉1 + 𝑉2, sendo 𝑉1 e 𝑉2 representando
o potencial engendrado pelas massas que circundam a esfera
E, e o potencial engendrado pela esfera E, respectivamente.
Como ao operador de Laplace pode ser aplicado a propriedade
distributiva, podemos escrever:
∆𝑉 = ∆𝑉1 + ∆𝑉2
Exprimindo l em função das coordenadas do ponto P, podemos
calcular o laplaciano da função 𝑉1:
∆𝑉1 = ∆2𝐺𝜋𝜌 3𝑟2 − 𝑙2
3= −4𝐺𝜋𝜌
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Equação de Poisson
Como ∆𝑉2 = 0 temos que:
𝜕2𝑉
𝜕𝑥2+𝜕2𝑉
𝜕𝑦2+𝜕2𝑉
𝜕𝑧2= ∆𝑉 = −4𝐺𝜋𝜌
A equação apresentada é a famosa equação de Poisson (1812)
válida para pontos interiores às massas atrativas.
Em resumo:
Exterior: ∆𝑉 = 0 Equação de Laplace
Interior: ∆𝑉 = −4𝐺𝜋𝜌 Equação de Poisson.
Estas duas últimas equações são extremamente importantes
em geodésia. A primeira é utilizada na solução do PVCG no
exterior das massas atrativas. A segunda oferece a
possibilidade de resolver o PVCG no interior das massas desde
que se conheça um modelo de distribuição de densidades.
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Problemas Direto e Inverso
A teoria do Potencial admite:
Problema DIRETO: “determinação do potencial a partir das
massas geradoras”;
Problema INVERSO: “a partir do potencial remontar às massas
geradoras”.
O problema inverso não admite uma solução única, pois
existem infinitas distribuições de massa que conduzem ao
mesmo potencial. Imaginando-se esferas concêntricas de raios
e densidades diferentes pode-se obter a mesma massa. Ao
geodesista interessa o problema inverso.
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Problemas de Contorno
a) Da Teoria do Potencial (Problemas Internos)
Primeiro problema (Dirichlet): a partir do conhecimento dos
valores de uma função V sobre uma superfície S, determina-se
essa função V de tal maneira que ela seja harmônica no interior
de S quando são conhecidos os valores que a função assume
sobre a superfície (contorno):
ቐ∆𝑉 = 0 𝑟 > 𝑅
𝑉 = ത𝑉 𝑟 = 𝑅
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Problemas de Contorno
a) Da Teoria do Potencial (Problemas Internos)
Segundo problema (Neumann): a partir do conhecimento dos
valores da derivada normal da função V sobre a superfície S,
Τ𝜕𝑉𝜕𝑟, determina-se a função V de modo que ela seja harmônica
interna a S:
∆𝑉 = 0 𝑟 > 𝑅
𝜕𝑉
𝜕𝑟= −𝛿𝑔 𝑟 = 𝑅
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Problemas de Contorno
a) Da Teoria do Potencial (Problemas Internos)
Terceiro problema (Hilbert): a partir dos valores da combinação
linear da função V com sua derivada normal sobre a superfície
S, determina-se a função V nas condições anteriores:
∆𝑉 = 0 𝑟 > 𝑅
𝜕𝑉
𝜕𝑟+2
𝑟∙ 𝑉 = −∆𝑔 𝑟 = 𝑅
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Problemas de Contorno
b) Da Geodésia Física
Problema 1: “conhecidos os valores do potencial gravífico e de
sua derivada normal sobre a superfície Física da Terra
determinar essa superfície”.
Problema 2: “conhecidos os valores do potencial gravífico e de
sua derivada normal sobre a superfície Física da Terra
determinar o campo gravífico externo à superfície”.
⚫ Se forem conhecidos os valores de 𝑊 sobre o contorno, o
problema se enquadra a DIRICHLET;
⚫ Se forem conhecidos os valores de 𝑔𝑛 , o problema se
enquadra a NEUMANN;
⚫ Se forem conhecidos os valores de 𝑊 e de sua derivada
normal, o problema se enquadra a HILBERT.
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Propriedades do Potencial Gravitacional
➢ é uma função harmônica no exterior das massas;
➢ satisfaz a equação de Poisson no interior de tais
massas;
➢ é uma função escalar de ponto cujo gradiente
representa a força de atração produzida pelas
massas sobre a partícula de massa unitária;
➢ é uma função contínua;
➢ tem derivadas primeiras contínuas;
➢ tem derivadas segundas contínuas exceto sobre a
superfície limitante das massas;
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Propriedades do Potencial Gravitacional
➢ tende a zero quando o ponto se afasta para o infinito;
➢ é uma função harmônica no interior e exterior de
uma superfície material;
➢ é uma função cuja derivada direcional representa a
componente da força de atração nessa direção; e
➢ é constante no interior de uma superfície material
esférica.
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O vetor gravidade, em um ponto
da superfície terrestre, é
resultante da força de atração
gravitacional Ԧ𝐹 e da força
centrífuga Ԧ𝐶 . Estas duas forças
atuam sobre o corpo, onde a
gravidade Ԧ𝑔 é expressa como
resultante da soma vetorial de
ambas ( Ԧ𝐹 e Ԧ𝐶):
Ԧ𝑔 = Ԧ𝐹 + Ԧ𝐶
Potencial Gravífico
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Designando por 𝑥, 𝑦, 𝑧 as coordenadas da partícula de massa
unitária e por d a sua distância ao eixo de rotação, a força centrífugaԦ𝐶 (vetorial) é dada por:
Ԧ𝐶 = 𝜔2 ∙ Ԧ𝑑
𝜔 =magnitude da velocidade de rotação da Terra;
𝑑 = vetor definido pela separação entre o ponto e o eixo de rotação
terrestre, cujo módulo é dado por:
Ԧ𝑑 = 𝑥2 + 𝑧2
A força centrífuga Ԧ𝐶 é devida ao chamado potencial centrífugo (𝑄),
dado por:
𝑄 =1
2∙ 𝜔2 ∙ Ԧ𝑑2
Potencial Gravífico
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O potencial da gravidade (𝑊), potencial gravífico ou geopotencial é
expresso pela soma do potencial gravitacional (𝑉) e do potencial
centrífugo (𝑄), conforme equação:
𝑊 = 𝑉 + 𝑄 =𝐺∙𝑚
𝑙+
1
2∙ 𝜔2 ∙ Ԧ𝑑2
Potencial Gravífico
Por qualquer ponto do espaço passa uma
superfície cujo potencial de gravidade da
Terra real é constante em todos os seus
pontos. Trata-se de uma superfície
equipotencial ou superfície de nível.
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Logo, o geopotencial será dado pela seguinte equação:
𝑊 = 𝐺 ∙ම𝑀
𝑑𝑚
𝑙+1
2∙ 𝜔2 ∙ Ԧ𝑑2
O gradiente do geopotencial proporciona a aceleração da gravidade:
Ԧ𝑔 = 𝛻𝑊
O potencial centrífugo Q não é uma função harmônica pois:
∆𝑄 = 2𝜔2
Aplicando-se o operador de Laplace (∆) na equação 𝑊 = 𝑉 + 𝑄obtém-se a equação de Poisson Generalizada que permite o cálculo
do potencial no interior das massas atrativas.
∆𝑊 = −4𝜋𝐺𝜌 + 2𝜔2
Potencial Gravífico
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Integral de Poisson
O problema de Dirichlet, particularizado para uma esfera de raio R,
encontra solução na chamada Integral de Poisson, dada por:
𝐹 𝑟, 𝑣, 𝜆 =𝑅
4𝜋න𝑠
𝑟2 − 𝑅2 𝐹 𝑅, 𝑣′, 𝜆′
𝑙3𝛿𝑠
𝐹 𝑟, 𝑣, 𝜆 e 𝐹 𝑅, 𝑣′, 𝜆′ são funções
harmônicas no exterior e sobre a superfície
de raio R;
𝛿𝑠 = elemento de área de uma esfera de raio R
A distância 𝑙 é dada por:
𝑙2 = 𝑅2 + 𝑟2 − 2𝑅𝑟 cosΨ
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O valor de cosΨ é dado por:
cosΨ = cos 𝑣 cos 𝑣′ + sen 𝑣 sen 𝑣′ cos 𝜆 − 𝜆′
Integral de Poisson
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Equação de Laplace em Coordenadas Esféricas
As funções harmônicas
esféricas são importantes em
soluções de problemas da
Geodésia.
No desenvolvimento, faz-se
necessário expressar o
potencial em coordenadas
esféricas. Na figura abaixo, as
coordenadas retangulares
(𝑥, 𝑦, 𝑧) estão relacionadas
com as esféricas (𝑟, 𝜃, 𝜆) ,
mediante as expressões:
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Equação de Laplace em Coordenadas Esféricas
Lembrando que as
coordenadas Cartesianas
Geocêntricas podem ser
obtidas a partir das
coordenadas geodésicas
𝜑, 𝜆, ℎ .
Com:
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Equação de Laplace em Coordenadas Esféricas
Assim, o laplaciano de uma função escalar 𝐸 = 𝐸 𝑥, 𝑦, 𝑧
Δ𝐸 =𝛿2𝐸
𝛿𝑥2+𝛿2𝐸
𝛿𝑦2+𝛿2𝐸
𝛿𝑧2
Expresso em coordenadas esféricas assume a seguinte forma:
Δ𝐸 =𝛿2𝐸
𝛿𝑟2+2
𝑟∙𝛿𝐸
𝛿𝑟+
1
𝑟2∙𝛿2𝐸
𝛿𝑣2+cotg 𝑣
𝑟2∙𝛿𝐸
𝛿𝑣+
1
𝑟2𝑠𝑒𝑛2𝑣∙𝛿2𝐸
𝛿𝜆2
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Equação de Laplace em Coordenadas Esféricas
Assim, a equação de Laplace transformada para coordenadas
esféricas será dada por:
Δ𝑉 =𝛿2𝑉
𝛿𝑟2+2
𝑟∙𝛿𝑉
𝛿𝑟+
1
𝑟2∙𝛿2𝑉
𝛿𝜙2+tan𝜙
𝑟2∙𝛿𝑉
𝛿𝜙+
1
𝑟2𝑠𝑒𝑛2𝜙∙𝛿2𝑉
𝛿𝜆2= 0
Onde 𝜙 é a latitude geocêntrica, 𝜆 é a longitude, e 𝑟 é a
distância para a origem (centro de massa da Terra).
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O potencial gravitacional de um corpo que tem distribuição
de massa homogênea e forma geométrica simples, em
geral, permite uma representação matemática exata. Mas o
potencial de um corpo com distribuição de massa
heterogênea e forma geométrica complexa como a Terra,
por exemplo, somente poderá ser obtido por aproximação.
Em geral, as aproximações são expressas na forma de
séries, onde o número de termos depende da resolução dos
dados disponíveis e indica o grau de aproximação.
Polinômios de Legendre
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Os polinômios de Legendre 𝑃𝑛 ou harmônicos esféricos zonais,
pertencem à classe das funções especiais, e foram
desenvolvidos por Legendre, em 1782, quando investigava
expansões em séries de funções potenciais.
Polinômios de Legendre
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A distância 𝑙 na figura abaixo pode ser dada por:
𝑙 = 𝑟2 + 𝑠2 − 2𝑟𝑠 cos 𝜓
Fazendo t = cos 𝜓 tem-se:
𝑙 = 𝑟2 + 𝑠2 − 2𝑟𝑠𝑡
𝑙 = 𝑟 1 +𝑠2
𝑟2−2𝑟𝑠𝑡
𝑟2= 𝑟 1 − 2
𝑠
𝑟𝑡 +
𝑠
𝑟
2
Polinômios de Legendre
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Invertendo a posição de cada membro:
1
𝑙=
1
𝑟 1 − 2𝑠𝑟𝑡 +
𝑠𝑟
2
1
𝑙=1
𝑟1 − 2
𝑠
𝑟𝑡 +
𝑠
𝑟
2 −12
Desenvolvendo a equação acima em expansão binomial resulta
em:
1
𝑙=1
𝑟1 +
𝑠
𝑟𝑡 +
𝑠
𝑟
2 3
2𝑡2 −
1
2+
𝑠
𝑟
3 5
2𝑡3 −
3
5𝑡 + ⋯
Polinômios de Legendre
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Ou ainda:
1
𝑙=1
𝑟1 +
𝑠
𝑟𝑃1 +
𝑠
𝑟
2
𝑃2 +𝑠
𝑟
3
𝑃3 +⋯
Generalizando:
1
𝑙=1
𝑟
𝑛=0
∞𝑠
𝑟
𝑛
𝑃𝑛 𝜓 𝑝𝑎𝑟𝑎 𝑟 ≥ 𝑠
onde, 𝑃𝑛 𝜓 ≡ 𝑃𝑛 𝑐𝑜𝑠 𝜓 são os polinômios de Legendre, de
grau 𝑛, dados por:
Polinômios de Legendre
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𝑃𝑜 𝜓 = 1
𝑃1 𝜓 = cos 𝜓
𝑃2 𝜓 =1
23cos2 𝜓 − 1
𝑃3 𝜓 =1
25cos3 𝜓 − 3cos 𝜓
⋮
Ou pela fórmula de recorrência, a partir de 𝑃𝑜 e 𝑃1:
𝑃𝑛 𝜓 = −𝑛 − 1
𝑛𝑃𝑛−2 𝜓 +
2𝑛 − 1
𝑛cos 𝜓 𝑃𝑛−1 𝜓
Polinômios de Legendre
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𝑃𝑛 pode ainda, ser obtido a partir da fórmula de Rodrigues:
𝑃𝑛 𝑡 =1
𝑛! 2𝑛𝜕𝑛
𝜕𝑡𝑛𝑡2 − 1 𝑛.
Com 𝑡 = cos𝜓.
Polinômios de Legendre
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Polinômios de Legendre 𝑃0 𝑡 …𝑃25 𝑡 em função do
argumento 𝑡 = sen𝜙.
Polinômios de Legendre
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Harmônicos Esféricos de Superfície
Os harmônicos esféricos sólidos são um conjunto
ortogonal de soluções para a equação de Laplace
representada em um sistema de coordenadas esféricas
(Hofmann-Wellenhof & Moritz, 2005).
Assim, cada potencial harmônico, isto é, o que satisfaz a
equação de Laplace, pode ser expandido em um conjunto
de harmônicos esféricos sólidos.
Por esta razão, a parte estacionária do potencial gravífico
(ou geopotencial) da Terra W (a parte de atração apenas)
em qualquer ponto (r, λ, ϕ) sobre e acima da superfície da
Terra é expressa em uma escala global convenientemente
somando o grau e a ordem de uma expansão harmônica
esférica.
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Harmônicos Esféricos de Superfície
Os harmônicos esféricos de superfície, que
caracterizam o comportamento do potencial
gravitacional sobre a esfera unitária, são dependentes
dos polinômios de Legendre, 𝑃𝑛𝑚. Os zeros dessas
funções dividem a superfície em regiões que contêm
valores positivos e negativos, distribuídas como zonas
(faixas de latitude), setores (faixas de longitude) ou
mosaicos (valores alternados tanto na latitude como na
longitude).
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Harmônicos Esféricos de Superfície
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Harmônicos Esféricos de Superfície
A função Sn, dependente apenas das coordenadas (v, λ)
do ponto P, é denominada harmônico esférico de
superfície de grau n e contém 2n + 1 constantes
arbitrárias, anm e bnm.
Com:
𝑎𝑛𝑚 = 𝑃𝑛𝑚 𝑣′ cos𝑚𝜆′
e
𝑏𝑛𝑚 = 𝑃𝑛𝑚 𝑣′ sen𝑚𝜆′
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Harmônicos Esféricos de Superfície
As parcelas, função de 𝒗 e 𝝀, que compõem 𝑆𝑛, são também
conhecidas como harmônicos esféricos de superfície
(particulares), recebendo denominações especiais:
a) Pno ou simplesmente Pn são ditos harmônicos
esféricos de zona ou zonais;
b) 𝑃𝑛𝑚 𝑣 cos𝑚𝜆 e 𝑃𝑛𝑚 𝑣 sen𝑚𝜆 são chamados de
funções associadas de Legendre de grau n e
ordem m:
• Se n ≠ m são ditos tesserais;
• Se n = m são ditos sectoriais.
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Harmônicos Esféricos de Superfície
a) Zonal
b) Tesseral
c) Sectorial
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Harmônicos Esféricos de Superfície
Os coeficientes das funções de LEGENDRE associadas,
tesserais e sectoriais, podem ser calculados a partir da
Fórmula de Ferrers:
𝑃𝑛𝑚 𝑣 = 1 − 𝑡2𝑚2𝜕𝑚
𝜕𝑡𝑚𝑃𝑛 𝑣
Com 𝑡 = 𝑐𝑜𝑠𝑣
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Harmônicos Esféricos de Superfície
Exemplo:
𝑛 = 𝑙
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Harmônicos Esféricos de Superfície
Exemplo:
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Harmônicos Esféricos de Superfície
Exemplo:
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Harmônicos Esféricos de Superfície
Exercício Exemplo:
Exprima os polinômios de Legendre desde 𝑛 = 1 até 𝑛 = 6,
utilizando a Fórmula de Recorrência e a Fórmula de
Rodrigues.
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Harmônicos Esféricos de Superfície
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Harmônicos Esféricos de Superfície
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Referências Bibliográficas
FREITAS, S.R.C.; BLITZKOW, D. Altitudes e Geopotencial. IGeS
Bulletin N.9 – International Geoid Service, June 1999, 47 – 62, Milan.
GEMAEL, C. Introdução à geodésia física – Ed. da UFPR, Curitiba,
1999.
HEISKANEN, W. A., MORITZ, H. Physical Geodesy. San Francisco:
W.H. Freeman and Company, 1967.
MEDINA, A. S.; GEMAEL, C.; FREITAS, S. R. C. A Altitude e o
Sistema de Referência Vertical. Anais do Simpósio Brasileiro de
Geomática, Presidente Prudente - SP, 9-13 de julho de 2002. p.001-004.
SEVERO, T. C. Estudo das Altitudes Físicas Aplicado à Rede
Altimétrica Fundamental do Brasil no Estado do Rio Grande do Sul.
Dissertação de Mestrado. Porto Alegre. 2013.