124
Engº Civil Antônio Victorino Avila Custos – Encargos Sociais - Precificação Tributos, Encargos, Precificação ~ Versão 2012.docx 1 Antonio Victorino Avila Eng.º Civil, MSc. Versão – 2.5 http://pet.ecv.ufsc.br Florianópolis 2012

Eng.º Civil, MSc. - pet.ecv.ufsc.brpet.ecv.ufsc.br/arquivos/apoio-didatico/tributos_encargos... · 15.3.6 – Exercícios resolvidos. ..... 90 15.3.7 – A influência dos tributos

  • Upload
    buitruc

  • View
    218

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: Eng.º Civil, MSc. - pet.ecv.ufsc.brpet.ecv.ufsc.br/arquivos/apoio-didatico/tributos_encargos... · 15.3.6 – Exercícios resolvidos. ..... 90 15.3.7 – A influência dos tributos

Engº Civil Antônio Victorino Avila Custos – Encargos Sociais - Precificação

Tributos, Encargos, Precificação ~ Versão 2012.docx 1

Antonio Victorino Avila Eng.º Civil, MSc.

Versão – 2.5 http://pet.ecv.ufsc.br

Florianópolis 2012

Page 2: Eng.º Civil, MSc. - pet.ecv.ufsc.brpet.ecv.ufsc.br/arquivos/apoio-didatico/tributos_encargos... · 15.3.6 – Exercícios resolvidos. ..... 90 15.3.7 – A influência dos tributos

Engº Civil Antônio Victorino Avila Custos – Encargos Sociais - Precificação

Tributos, Encargos, Precificação ~ Versão 2012.docx 2

Homenagem aos Engenheiros

de 1971

Catalogação na publicação por Graziela Bonin – CRB14/1191.

A958c AVILA, Antonio Victorino.

Custos, Encargos Sociais & precificação / Antonio Victorino Avila; Antonio Edésio Jungles. – Florianópolis.

"Programa de Educação Tutorial da Engenharia Civil - UFSC",

2011. 276 p. : il. color. ; 24 cm Inclui Bibliografia. ISBN 1. Custos industriais. 2. Precificação. 3. Contabilidade. I. Jungles, Antônio Edésio. II. Título. CDU 624

Page 3: Eng.º Civil, MSc. - pet.ecv.ufsc.brpet.ecv.ufsc.br/arquivos/apoio-didatico/tributos_encargos... · 15.3.6 – Exercícios resolvidos. ..... 90 15.3.7 – A influência dos tributos

Engº Civil Antônio Victorino Avila Custos – Encargos Sociais - Precificação

Tributos, Encargos, Precificação ~ Versão 2012.docx 3

SSSSUMÁRIOUMÁRIOUMÁRIOUMÁRIO

12 – O LUCRO & A LUCRATIVIDADE ......................................... 6

12.1 – INTRODUÇÃO ..................................................................................................6 12.2 - VISÃO COMERCIAL ..........................................................................................6

12.2.1 - Definições. ..............................................................................................6 12.2.2 - Caso do comércio. ..................................................................................7 12.2.3 – Caso da construção. ...............................................................................8

12.3 – MÉTODO DUPONT. ..........................................................................................9 12.4 – EXEMPLOS DE CASOS .....................................................................................9 12.5 – APLICAÇÃO DO SISTEMA DUPONT. ............................................................... 11 12.6 – PARADIGMA DO LUCRO ................................................................................ 11 12.7 - EXERCÍCIO..................................................................................................... 12

13 - TRIBUTOS .................................................................................. 14

13.1 – INTRODUÇÃO. ............................................................................................... 14 13.2 – TIPOS DE TRIBUTOS ...................................................................................... 14

13.2.1 - Impostos ............................................................................................... 15 13.2.2 - Contribuições ........................................................................................ 15 13.2.3 - Taxas. ................................................................................................... 15 13.2.4 - Fundos. ................................................................................................. 15

13.3 – CALCULO DO TRIBUTO E BASE DE CÁLCULO ................................................ 16 13.3.1 – Enquadramento tributário. ................................................................... 16 13.3.2 – Ramo da Empresa ................................................................................ 17 13.3.3 – Regimes de tributação .................................................................... 17

13.4 – IMPOSTO SOBRE SERVIÇOS – ISS. .................................................................. 19 13.5 – O ICMS. ....................................................................................................... 20

13.5.1 – Do Imposto .......................................................................................... 20 13.5.2 – Exemplo ............................................................................................... 21

13.6 – O IPI. ............................................................................................................ 22 13.6.1 - Conceituação ........................................................................................ 22

13.7 – REGIME DO LUCRO REAL. ............................................................................. 24 13.8 – O IMPOSTO DE RENDA – LUCRO REAL. ......................................................... 26

13.8.1 – Conceituação ........................................................................................ 26 13.8.2 – EXERCÍCIO I. RENDA - LUCRO REAL .......................................................... 27 13.9 – CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE O LUCRO LÍQUIDO – LUCRO REAL ............... 28

13.9.1 – Conceitos e alíquotas ........................................................................... 28 13.9.2 – Exercícios de aplicação ........................................................................ 28

13.10 – COFINS E PIS-PASEP ............................................................................... 29 13.10.1 - Regime de incidência cumulativa ....................................................... 29

Tributos, Encargos Sociais e Precificação

Este opúsculo é um excerto de outra obra denominada Custos

Industriais e Precificação, visando atender às exigibilidades de disciplinas do curso de Engenharia Civil.

O objetivo é contribuir para que o aluno disponha, antecipadamente, do conteúdo a ser ministrado em sala de aula. A assim tenha condições de conhecer, acompanhar a evolução do programa e discutir a matéria durante a sua apresentação. É intenção do autor evitar que o aluno copie conteúdo ou teoria apresentada em quadro negro. Deste modo, ao findar o curso, o discente disporá de uma expressão documental contínua e coerente com o que foi discutido, apresentado ou resolvido durante em sala de aula. Ela não dispensa a consulta e o estudo da bibliografia em referência ou complementar, pois representa simples notas de aula, resumo do conteúdo tratado. O autor recomenda ao aluno resolver os exercícios constantes da apostilha e, refazer, aqueles solvidos em sala de aula visando à devida fixação do conteúdo discutido. Florianópolis, março de 2012.

Antonio Victorino Avila Engenheiro Civil, MSc. Engª de Produção

Versão 2.5 – março de 2.012

Copyright do Autor Permitida cópia e reprodução, citada a fonte.

Page 4: Eng.º Civil, MSc. - pet.ecv.ufsc.brpet.ecv.ufsc.br/arquivos/apoio-didatico/tributos_encargos... · 15.3.6 – Exercícios resolvidos. ..... 90 15.3.7 – A influência dos tributos

Engº Civil Antônio Victorino Avila Custos – Encargos Sociais - Precificação

Tributos, Encargos, Precificação ~ Versão 2012.docx 4

13.10.2 - Regime de incidência não-cumulativa ............................................... 29 13.11 – REGIME DO LUCRO PRESUMIDO ................................................................. 30

13.11.1 – Conceituação ..................................................................................... 30 13.11.2 – Imposto de Renda – Lucro Presumido. ............................................. 32 13.11.2.2 - Percentuais de presunção. ....................................................... 33 13.11.2.3 – Construção Civil. ....................................................................... 34 13.11.3 – CSLL – Lucro Presumido. ................................................................ 34 13.11.4 - Conceito de Receita Bruta ................................................................. 36 13.11.5 - Valores Integrantes da Base de Cálculo ............................................ 36 13.11.6 - Receitas Tributadas na Fonte ..................................................... 38 13.11.7 – Exemplos de Aplicação. .................................................................... 40

13.12 – O SIMPLES NACIONAL. .............................................................................. 42 13.12.1 – Definições. ........................................................................................ 42 13.12.2 – Calculo do Tributo ............................................................................ 43 13.12.3 – Exemplo ............................................................................................ 44

13.13 – DA INCORPORAÇÃO DE EDIFÍCIOS. ............................................................ 45 13.14 – CONSTRUÇÃO CIVIL ................................................................................... 45

13.14.1- Composição dos tributos sobre o faturamento. ................................... 45 13.14.2 - Análise de Sensibilidade .................................................................... 46

13.15 – EXERCÍCIOS ............................................................................................... 51 13.15.1 - Exercícios Resolvidos ........................................................................ 51 13.15.1 - Exercícios Propostos.......................................................................... 56

14 - ENCARGOS SOCIAIS E TRABALHISTAS. .......................... 58

14.1 - INTRODUÇÃO. ............................................................................................... 58 14.2 – CÁLCULO DOS ENCARGOS. .......................................................................... 59 14.2.1 – OS TIPOS DE ENCARGOS. .......................................................................... 59

14.2.2 – Metodologia. ....................................................................................... 59 14.2.3 – Índice de Encargos. ............................................................................. 60 14.2.4 – Horas normais e extraordinárias. ........................................................ 60

14.3 – DEFINIÇÃO DOS ENCARGOS ........................................................................ 63 14.3.1 - Contribuição ao INSS ......................................................................... 63 14.3.2 - Encargos Previdenciários Básicos. ...................................................... 63 14.3.3 – Descanso Semanal Remunerado - DSR. ............................................. 64 14.3.4 - Auxílio-doença. ................................................................................... 65 14.3.5 - Encargos mensais sobre 13º Salário. ................................................... 66 14.3.6 – Encargo sobre Férias. .......................................................................... 66 14.3.7 - Reincidência de Encargos Previdenciários. ......................................... 67 14.3.8 - Multa FGTS – Rescisão sem justa causa ............................................. 67 14.3.9 – Aviso Prévio Indenizado. .................................................................... 68 14.3.10 - Adicional de Periculosidade. ............................................................. 69

14.3.11 - Adicional da insalubridade. ................................................................ 69 14.3.12 - Salário Família. .................................................................................. 70

14.4 – EXEMPLOS DE CALCULO DE ENCARGOS........................................................ 70 14.4.1 – Caso do Trabalhador Permanente – Mensalista ................................... 70 14.4.2 - Caso de Trabalhador Temporário. ........................................................ 72

14.5 – EXERCÍCIO .................................................................................................... 73 14.5.1 – Salário Líquido. ................................................................................... 73 14.5.2 – Custo do empregado. ........................................................................... 73

15.1 – INTRODUÇÃO. ............................................................................................... 77 15.2 - PREÇO POR COMPOSIÇÃO DE CUSTOS. ........................................................... 78

15.2.1 – Preço sob regime do lucro real. ............................................................ 78 15.2.2 – Preço sob regime do lucro presumido .................................................. 80 15.2.3 – Preço sob o regime do simples nacional ........................................... 81 15.2.4 – Exercício ............................................................................................. 82

15.3 – CASO DO PROFISSIONAL LIBERAL – PREÇO POR PROJETO. ............................. 82 15.3.1 – Produção e mercado. ............................................................................ 82 15.3.2 - O preço por projeto ............................................................................ 85 15.3.3 – Produção Anual de Equilíbrio - PAE. .............................................. 87 15.3.4 - A Produção Anual Máxima. ................................................................ 89 15.3.5 – Resumo da Metodologia. ................................................................... 90 15.3.6 – Exercícios resolvidos. .......................................................................... 90 15.3.7 – A influência dos tributos e o lucro. ...................................................... 91 15.3.8 – Exercício ............................................................................................. 93

15.4 - PROFISSIONAL LIBERAL – PREÇO POR VISITA ................................................. 95 15.4.1 – Metodologia. ........................................................................................ 95 15.4.2 – Exercício proposto. .............................................................................. 95

15.5 – INDÚSTRIA E COMÉRCIO – MARK-UP ............................................................ 96 15.5.1 – Definição do mark-up. ......................................................................... 96 15.5.2 – Metodologia de formação do mark-up ............................................. 97 15.5.3 – Exemplo. .............................................................................................. 97 15.5.4 – Exercício proposto ............................................................................. 98

15.6 – PREÇO HORÁRIO DE EQUIPAMENTO. .............................................................. 99 15.6.1 – Custos administrativos e financeiros.................................................... 99 15.6.2 – Custos de manutenção. ........................................................................ 99 15.6.3 – Custos de operação. ............................................................................. 99 15.6.4 – Impostos e Taxas. .............................................................................. 100 15.6.5 – Metodologia. ...................................................................................... 100 15.6.6 – Exercício. ........................................................................................... 101

15.7 – PREÇOS DE SERVIÇOS POR ENCOMENDA – BDI .......................................... 103 15.7 1. - Metodologia....................................................................................... 103 15.7.2 – Exemplo de aplicação ........................................................................ 105

Page 5: Eng.º Civil, MSc. - pet.ecv.ufsc.brpet.ecv.ufsc.br/arquivos/apoio-didatico/tributos_encargos... · 15.3.6 – Exercícios resolvidos. ..... 90 15.3.7 – A influência dos tributos

Engº Civil Antônio Victorino Avila Custos – Encargos Sociais - Precificação

Tributos, Encargos, Precificação ~ Versão 2012.docx 5

15.7.3 – Exercícios propostos ......................................................................... 106 15.8 – FORMAÇÃO DO PREÇO INDUSTRIAL. .......................................................... 107 15.9 – PREÇO DE VENDA DE PRODUTOS. .............................................................. 109

15.9.1 – Metodologia ..................................................................................... 109 15.9.2 - Exemplo – Caso de um Produto ..................................................... 110

15.10 - PREÇO DE MIX DE PRODUTOS. .................................................................. 111 15.10.1 – Teoria. ............................................................................................. 111 15.10.2 - Aplicação. ........................................................................................ 113

15.11 – PREÇO DE SERVIÇOS PROFISSIONAIS. ....................................................... 115 15.11.1 – Metodologia ................................................................................... 115

15.12 – EXERCÍCIOS PROPOSTOS. ......................................................................... 116

16 - PREÇO ESTRATÉGICO DE MERCADO. ........................... 120

16.1 – ATRIBUIÇÃO DE PREÇOS DISTINTOS. ......................................................... 120 16.2 – PREÇOS COMPETITIVOS. ............................................................................ 120 16.3 – PREÇOS POR LINHA DE PRODUTO. ............................................................. 121 16.4 - COMENTÁRIOS. ........................................................................................... 122

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS. ........................................... 123

Page 6: Eng.º Civil, MSc. - pet.ecv.ufsc.brpet.ecv.ufsc.br/arquivos/apoio-didatico/tributos_encargos... · 15.3.6 – Exercícios resolvidos. ..... 90 15.3.7 – A influência dos tributos

Engº Civil Antônio Victorino Avila Custos – Encargos Sociais - Precificação

Tributos, Encargos, Precificação ~ Versão 2012.docx 6

12 – O LUCRO & A LUCRATIVIDADE 12.1 – Introdução. Atualmente é reconhecido pelos estudiosos da administração e por executivos de empresas líder, que o maior objetivo de uma organização é a captação de clientes, pois estes propiciam a sobrevivência da empresa como entidade prestadora de bens e serviços, a médio e longo prazo. O lucro, por sua vez, mede o sucesso obtido pelos serviços prestados, ou melhor, pelo desempenho da capacidade gerencial. Para analisar como acontece a realização desta medida, o lucro, serão apresentados dois pontos de vista, um comercial e outro financeiro que, como não poderiam deixar de ser, levam a mesma conclusão quanto à formação do lucro.

12.2 - Visão Comercial Do ponto de vista comercial, o lucro ou a lucratividade de

um obtido na realização de uma aplicação financeira, de um negócio ou na operação de uma empresa é função direta da margem de lucro desejada e do número de vezes que o capital empatado é movimentado durante um dado exercício.

Visando caracterizar a importância do entendimento e o impacto que a movimentação do capital, ou giro, causa na formação do lucro de uma empresa, alguns conceitos serão, a

seguir, definidos para que haja um bom entendimento do assunto. 12.2.1 - Definições. a) Lucro é definido como o ganho, expresso em expressão monetária, obtido na realização de uma aplicação financeira, um negócio ou na operação de uma empresa. b) Giro do capital, tendo como nomenclatura ρ, é definido como o número de vezes em que um dado capital é movimentado num certo período de tempo. Período esse adotado, normalmente, como sendo um mês ou um ano.

icadoCapitalAploFaturament=ρ

c) Margem de Lucro, µ – corresponde à porcentagem de ganho desejada e estabelecida a talante do interessado e aplicada sobre cada unidade de produto ofertado pela empresa ou de capital. Ou seja, a priori, ao ser determinado o preço. d) Lucratividade, Retorno do Capital, ou Taxa de Lucro, £, é definida como a razão entre o lucro total obtido e o capital aplicado durante certo período de tempo. A lucratividade também é expressa em porcentagem e, comumente, se refere ao período de tempo de um mês ou ao ano. Alerta-se que a lucratividade corresponde ao percentual medido após a realização de um empreendimento ou a aplicação de um capital. Ou seja, a posteriori, quando da apuração do lucro obtido.

Page 7: Eng.º Civil, MSc. - pet.ecv.ufsc.brpet.ecv.ufsc.br/arquivos/apoio-didatico/tributos_encargos... · 15.3.6 – Exercícios resolvidos. ..... 90 15.3.7 – A influência dos tributos

Engº Civil Antônio Victorino Avila Custos – Encargos Sociais - Precificação

Tributos, Encargos, Precificação ~ Versão 2012.docx 7

£ =�����

��� � ����

Dado as definições acima, é possível estabelecer o modelo da lucratividade em função do giro e da margem de lucro.

£ = µ × ρ Esta expressão define lucratividade como função do número de vezes em que um capital é movimentado num certo período de tempo. É comum haver equivoco no entendimento e na utilização dos dois conceitos: taxa e margem de lucro. Matematicamente, os dois conceitos são equivalentes quando o giro do capital, em determinado período de tempo, for igual à unidade. Analisando a variação do giro e considerando que a margem seja preestabelecida e constante para o período, tem-se: Quando o giro = 1, a margem de lucro e a lucratividade são iguais no período de tempo considerado. Então, a margem de lucro expressa a lucratividade desejada para o período considerado. Quando o giro > 1, a lucratividade é superior à margem de lucro pré-estabelecida, aumentando a capacidade da empresa em realizar lucro – L. Tal fato demonstra que houve competência da administração da empresa em utilizar os

recursos disponíveis, pois ela movimentou mais de uma vez o capital disponível no exercício considerado.

Sendo o giro < 1, ocorre a redução da lucratividade, com expressão direta na redução do volume monetário do lucro esperado. Assim sendo, a margem de lucro pode ser maior do que a lucratividade no período considerado. Isto quer dizer, que o resultado final foi inferior àquele pré-definido.

12.2.2 - Caso do comércio. No caso de empresas comerciais e especialmente

aquelas que atuam na venda de bens, podem ver incrementada a sua competitividade e aumentado o volume de vendas quando se aplica o conceito de lucratividade por produto.

Ao se considerar a margem de contribuição equivalente

à lucratividade, pode-se alterar a margem de lucro com vistas a promover um maior giro de capital, fato que propicia uma maior lucratividade.

Fazendo então: MC(%) ≡ £(%), tem-se que

MC(%) = µ × ρ

Margem de lucro - % Tipo de Negócio

Pequena Negócio para produção em massa. Ganho no giro do capital. Exemplo: pão, farinha, promoção de roupa

Grande Negócio de artigos de luxo ou diferenciados. Ganho na margem de lucro. Exemplo: roupas de luxo, automóveis, imóveis,

Page 8: Eng.º Civil, MSc. - pet.ecv.ufsc.brpet.ecv.ufsc.br/arquivos/apoio-didatico/tributos_encargos... · 15.3.6 – Exercícios resolvidos. ..... 90 15.3.7 – A influência dos tributos

Engº Civil Antônio Victorino Avila Custos – Encargos Sociais - Precificação

Tributos, Encargos, Precificação ~ Versão 2012.docx 8

Da expressão acima pode-se concluir ser possível reduzir a margem de lucro por produto e manter ou mesmo aumentar a margem de contribuição quando ocorre, ou se força, um aumento no giro do produto. 12.2.3 – Caso da construção. No caso da construção civil ou de empresas que forneçam bens por encomenda, o giro de capital pode ser estabelecido sob o modelo abaixo, em que o Tempo Planejado corresponde aquele definido em orçamento. E, o Tempo Real, o tempo efetivamente utilizado para o cumprimento de um contrato ou de qualquer serviço.

alReTempojadoTempoPlane=ρ

Neste caso, estabelecidos o Tempo Planejado e a Margem de Lucro de um contrato, a garantia de obtenção da Lucratividade esperada passa a ser função do tempo de execução, isto é, do Tempo Real de execução. Similarmente à análise efetuada no item anterior, porém analisando o giro em função do Tempo de Execução ou Tempo Real têm-se os seguintes casos:

ρ > 1 O Tempo Real foi inferior ao Tempo Planejado, o que demonstra uma capacidade técnica maior do que a esperada e, consequentemente, a obtenção de uma Lucratividade superior à Margem de Lucro pré-estabelecida.

ρ = 1 Sendo o Tempo Real igual ao Tempo Planejado, o empreendimento, em termos de tempo ocorreu

segundo as expectativas realizadas na fase de projeto ou planejamento, o que demonstra segurança quanto ao domínio do processo de construção adotado.

ρ < 1 O Tempo Real foi superior ao Tempo Planejado, o que demonstra uma capacidade técnica inferior à desejada, com decorrência em uma Lucratividade inferior à Margem de Lucro pré-estabelecida. Nessas condições, o empreendimento frustrou o ganho financeiro esperado.

Analisando o modelo abaixo, conclui-se que a obtenção da taxa de lucro ou lucratividade - £, uma vez definida a margem de lucro - µ , é função apenas do giro do capital.

£ = µ × ρ O giro, deste modo, passa a ser uma variável a ser gerenciada durante um exercício fiscal ou em qualquer período de tempo em que foi dividido o projeto. O desafio, então, é atuar com forte capacidade gerencial, fazendo acontecer o giro previsto e, consequentemente, alcançar a lucratividade desejada. E o giro previsto é aquele que iguala a lucratividade com a margem, ou seja, 1. Nas obras e serviços de engenharia, o planejamento e o controle de desempenho são os instrumentos disponíveis para gerenciar empreendimentos e contribuindo tanto para o acompanhamento da evolução dos custos orçados como para cumprimento dos prazos previstos. Assim, permitem a análise e o conhecimento do desempenho havido, em termos de giro do capital e da realização dos prazos estabelecidos.

Page 9: Eng.º Civil, MSc. - pet.ecv.ufsc.brpet.ecv.ufsc.br/arquivos/apoio-didatico/tributos_encargos... · 15.3.6 – Exercícios resolvidos. ..... 90 15.3.7 – A influência dos tributos

Engº Civil Antônio Victorino Avila Custos – Encargos Sociais - Precificação

Tributos, Encargos, Precificação ~ Versão 2012.docx 9

Como exemplo de instrumentos de planejamento tem-se: o PERT-CPM, o PERT- Custo, a Linha de Balanço, o Fluxo de Caixa Projetado, A Curva S, etc.

12.3 – Método Dupont.

Partindo do ponto de vista financeiro, o sistema Dupont de análise, muito utilizado em análise financeira de balanços, permite determinar a taxa de retorno – lucratividade - alcançada por uma empresa, sob a forma de lucro/investimento e é obtida a partir das seguintes condições:

Taxa de Retorno = Rotação × Margem

Considerando que, contabilmente, rotação e margem são definidas como:

Rotação=Receita de Vendas

Investimentos

Margem=Lucro no Período

Receita de Vendas

Efetuando as substituições na equação da Taxa de Retorno:

alizadoRetoInvestimenLucro

tornoReTaxaDe =

Ou, como contabilmente é mais utilizada,

LíquidoPatrimônioLAIR

tornoReTaxaDe =

Em que LAIR é o lucro após a realização do imposto de renda e o Patrimônio Líquido corresponde ao montante, tomado em média anual, do capital disponível conforme disposto no balanço patrimonial. Analisando a expressão:

Taxa de Retorno = £ = margem x rotação,

Fica fácil visualizar que a obtenção da lucratividade ou taxa de lucro de uma empresa é possível de ser medida através, principalmente, do comportamento de duas variáveis, a margem de lucro definida pela direção da empresa e a rotação do capital, medida pela relação receita/investimentos. 12.4 – Exemplos de Casos. a) Caso do Combustível. Um posto de serviços tem capacidade instalada de um (01) tanque de gasolina, vende 1,5 tanques por semana e a

Page 10: Eng.º Civil, MSc. - pet.ecv.ufsc.brpet.ecv.ufsc.br/arquivos/apoio-didatico/tributos_encargos... · 15.3.6 – Exercícios resolvidos. ..... 90 15.3.7 – A influência dos tributos

Engº Civil Antônio Victorino Avila Custos – Encargos Sociais - Precificação

Tributos, Encargos, Precificação ~ Versão 2012.docx 10

empresa pratica uma margem de 3% sobre o custo do combustível. Deseja-se saber qual a taxa mensal!

£mês = µ × ρ = 0,03 x 1,5 x 4,34 ⇒0,1958 ou 19,58% ao mês.

b) Caso da Concessionária. Uma concessionária de tratores constatou ser o tempo de permanência, da sua entrada em loja até o momento de venda, de dado equipamento em 50 dias. A empresa pratica uma margem de 17% sobre o valor de compra. Qual a lucratividade anual na venda desse equipamento?

£ = 0,17 × 50

365 ⇒ 124,10% ao ano.

c) Caso da Construtora. Uma empresa construtora executa seus imóveis com recursos próprios, os vende depois de concluídos praticando uma margem de 15% na venda de seus produtos. Considerando que um dos prédios em execução tem um cronograma previsto para dezoito meses de construção, pergunta-se: I - Qual a lucratividade anual sobre o empreendimento?

£ = 0,15 x ( 12 ÷ 18 ) = 0,10 ou 10% ao ano II - Havendo um atraso de quatro meses na entrega da mencionada obra, qual será a lucratividade anual final?

£ = 0,15 x ( 12 ÷ 22 ) = 0,0818 ou 8,18% ao ano

d) Caso da Incorporadora. Uma empresa incorporadora, a medida que recebe as prestações de seus clientes, as aplica na execução de um edifício construído em condomínio.

Considerando que o contrato da referida edificação estabelece o pagamento em prestações mensais e iguais durante 24 meses e a empresa pratica uma margem de 10% relativa a taxa de administração, pergunta-se: I – Qual a lucratividade anual da mesma?

£ = 12 × 10 = 120% II - Sendo o valor da prestação de 2.300,00 reais e a carteira de unidades habitacionais dispõe de 78 apartamentos, qual o lucro anual? d) Calcular o giro de capital da Floman, cujo balanço patrimonial e DRE estão disponíveis no Capítulo 1. e) Uma empresa atuante no ramo de vendas a varejo adquiriu R$ 320 mil de um dado produto. No final do exercício fiscal, somadas as notas fiscais de vendas, verificou ter vendido um montante de R$ 860 mil deste produto. Pergunta-se qual o giro de capital ocorrido no período.

Page 11: Eng.º Civil, MSc. - pet.ecv.ufsc.brpet.ecv.ufsc.br/arquivos/apoio-didatico/tributos_encargos... · 15.3.6 – Exercícios resolvidos. ..... 90 15.3.7 – A influência dos tributos

Engº Civil Antônio Victorino Avila Custos – Encargos Sociais - Precificação

Tributos, Encargos, Precificação ~ Versão 2012.docx 11

12.5 – Aplicação do Sistema Dupont. É solicitado analisar o comportamento da lucratividade de uma empresa nos quatro exercícios considerados, após dispor dos seguintes dados extraídos de balanços.

Elaborar um gráfico que expresse o comportamento da rotação da margem e da taxa de retorno para os exercícios considerados.

Item do Balanço 1997 1998 1999 2.000 Faturamento 28.620,0 37.508,0 49.344,0 46.491,0 Lucro 504,4 615,1 841,2 795,4 Patrimônio Líquido 4.200,0 5.350,3 6.618,8 6.930,5

Valores em R$ mil

Ano Rotação Margem Taxa de Retorno 1997 28.620÷4.200,0= 6,81 504,4÷28.620= 1,76% 6,81×0,0176= 0,1199 1998 37.508÷5.350,3= 7,01 615,1÷37.508= 1,64% 7,01×0,0164= 0,1150 1999 2000

12.6 – Paradigma do Lucro A formação do preço e, em decorrência dele, o lucro, é função do regime prevalente da indústria onde a empresa se situa. O reconhecimento desse fato induz a um comportamento distinto na formulação de proposta de preços, atuando a

empresa em regime de livre concorrência, em oligopolizado ou monopolizado. No caso da construção civil e especialmente quanto as empresas que trabalham sob regime de empreitada, de modo geral, pode-se afirmar que os preços dos bens e serviços praticados se formam no seio de seu mercado, isto é, em regime de livre concorrência. Tal situação propicia a formação de preços através do embate das forças de mercado, o que leva a imposição da prática de determinado patamar de preço para o fornecimento de bens e serviços. Desta forma, os agentes de mercado, contratantes, contratados e concorrentes, pressionam para praticar um preço que lhes convém, provocando a ocorrência de um equilíbrio que será sempre instável. ( Lima Jr,1993). E esse fato se agrava em setores econômicos cuja exigência de capital de giro para as operações é pequena, ou nos quais não existam tecnologias exclusivas de difícil ou custoso domínio. E, reconhecidamente, essa é a situação da construção civil. Além disso, quando o contratante é o governo, que realiza seguidamente obras de construção civil, ele tende a definir os preços praticados, reduzindo a margem de lucro dos contratados. Historicamente, e principalmente no caso da indústria, o paradigma para a formação do preço era compor o mesmo em função do custo incorrido acrescido da margem de lucro

Page 12: Eng.º Civil, MSc. - pet.ecv.ufsc.brpet.ecv.ufsc.br/arquivos/apoio-didatico/tributos_encargos... · 15.3.6 – Exercícios resolvidos. ..... 90 15.3.7 – A influência dos tributos

Engº Civil Antônio Victorino Avila Custos – Encargos Sociais - Precificação

Tributos, Encargos, Precificação ~ Versão 2012.docx 12

desejada, sendo nesses custos embutidos os custos e despesas indiretas de produção.

Preço = ƒ ( Custo + Margem de Lucro ) A expressão acima expressa um tipo de comportamento tradicionalmente aceito e normalmente praticado, em que o preço era uma variável dependente, sendo o custo e a margem de lucro variáveis independentes, em que a primeira era estabelecida pelos fornecedores de insumos e a segunda definida pela empresa ou o profissional interessado. Quando o lucro, as despesas e os custos são englobados num único fator, ocorre o que se denomina de mark-up - µ. Esse fator, aplicado sobre os custos diretos dos produtos, define o preço desejado.

Preço = µ × CD Atualmente, devido à concorrência, a implementação de novas tecnologias e processos, vem ocorrendo um forte embate entre os atores do mercado, situação que propiciou o aparecimento de um novo paradigma, fato que estreitou as margens de lucro praticadas pelas empresas. Neste novo paradigma, atingindo principalmente as empresas que atuam sob regime de livre concorrência, o preço vem se comportando como variável independente. O custo continua estabelecido pelos fornecedores de insumos e a margem de lucro, em consequência, passou a se comportar como variável dependente, o que acarretou a muitas empresas perderem a capacidade de arbitragem sobre seus preços. O novo paradigma apresenta o seguinte o modelo:

Margem de Lucro = ƒ ( Preço – Custos )

Ele mostra que a Margem de Lucro e, em decorrência, o lucro a ser auferido, passou, a ser função do Preço praticado pelo mercado e dos Custos incorridos. Nessa situação, garantir a margem de lucro estabelecida a priori, requer um forte acompanhamento e controle nos custos incorridos e de todas as etapas dos processos envolvidos na elaboração de produtos e serviços, já que o Preço esta fora da gestão da empresa.

12.7 - Exercício a) Sua empresa consegue vender toda a produção elaborada, dentro do próprio exercício. Pelos valores apropriados contabilmente, ela apresenta um faturamento mensal de R$ 3.800.000, montando o capital investido em R$ 1.350.000,00. Você, como gerente da fábrica, descobriu que consegue aumentar a produção em 17%, apenas efetuando pequenos ajustes no processo produtivo, o que quer dizer, a um custo considerado como irrisório. Considerando que sua empresa pratica uma margem de lucro na ordem de 35%, em quantos pontos percentuais poderá reduzir esta margem, de forma a manter a lucratividade anual e, concomitantemente, aumentar a competitividade de seus produtos?

Page 13: Eng.º Civil, MSc. - pet.ecv.ufsc.brpet.ecv.ufsc.br/arquivos/apoio-didatico/tributos_encargos... · 15.3.6 – Exercícios resolvidos. ..... 90 15.3.7 – A influência dos tributos

Engº Civil Antônio Victorino Avila Custos – Encargos Sociais - Precificação

Tributos, Encargos, Precificação ~ Versão 2012.docx 13

RESUMO Ponto de Equilíbrio L = Σ Rec - Σ (C+D) = 0

Margem de Contribuição

MC($) = Vendas – Σ( C. Var + D. Fixas )

dasceitadeVenRecionalLucroOpera

(%)MC =

Giro de Capital Invest.Cap

oFaturament=ρ

alizadoReTempooTempoOrçad=ρ

Lucratividade £ = µ × ρ Taxa de Desconto i = Lucro ÷ ( PL + ELP)

Page 14: Eng.º Civil, MSc. - pet.ecv.ufsc.brpet.ecv.ufsc.br/arquivos/apoio-didatico/tributos_encargos... · 15.3.6 – Exercícios resolvidos. ..... 90 15.3.7 – A influência dos tributos

Engº Civil Antônio Victorino Avila Custos – Encargos Sociais - Precificação

Tributos, Encargos, Precificação ~ Versão 2012.docx 14

13 - TRIBUTOS.

13.1 – Introdução.

O objeto deste capítulo é permitir um entendimento e uma visão geral sobre o sistema tributário brasileiro, de modo a cumprir três objetivos:

I - Contribuir para que o interessado possa avaliar o impacto dos tributos na composição de orçamentos e considerar, adequadamente os tributos na formação do preço de produtos e serviços;

II - Discutir qual a melhor decisão quanto à opção tributária a ser definida junto a Receita Federal;

III - E, elaborar a projeção dos DRE’s e efetuar análise de sensibilidade do lucro considerando a tributação devida.

Seu conteúdo abrangerá, apenas, conceitos gerais, quanto aos tributos mais comumente utilizados na indústria, no comercio e em serviços, especialmente na construção civil, bem como os regimes de tributação instituídos pela legislação fiscal.

Por fugir do objetivo proposto, não serão abordadas especificidades da legislação, tais como: isenções tributárias; benefícios fiscais; regimes tributários especiais; etc. Foge da pretensão do autor esgotar o assunto, já que este não é um curso versado em tributação ou direito tributário. Mas, simplesmente, permitir ao interessado avaliar a influencia dos tributos na composição de custos e realizar uma adequada composição dos seus preços.

13.2 – Tipos de Tributos. (1) Por definição, tributo corresponde a todo numerário recolhido aos cofres públicos nos termos da lei. Em seu artigo 145, a Constituição Federal prevê a existência de três tipos de tributos, sejam de competência da União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios: os impostos, as taxas e as contribuições de melhoria. Há, porém, tributaristas e mesmo o entendimento do STF que asseveram serem cinco os tipos de tributos: impostos, taxas, contribuições de melhoria, contribuições e empréstimos compulsórios. Alerta-se, também, quanto à existência de diversas contribuições e fundos que mesmo levando essa denominação tem caráter de imposto. Está pacificado na doutrina e também na jurisprudência o entendimento de que as contribuições especiais têm natureza tributária. (FERREIRA, 2007). Fato este que, acrescido ao acima exposto, demonstra o emaranhado da legislação tributária brasileira e as múltiplas oportunidades que o Estado dispõe para realizar sua arrecadação. Os tributos são criados para preencher diferentes necessidades ou finalidades, podendo ser de caráter geral ou

(1) O conteúdo deste item 13.1 e do 13.2 são excertos dos artigos veiculado nos portais: - web HTTP//www.anjut.com.br. Em 15.11.2007. - http://www.sebraesp.com.br//principal: Quais são os impostos que incidem sobre as atividades operacionais das empresas?. Em 15.11.2007.

Page 15: Eng.º Civil, MSc. - pet.ecv.ufsc.brpet.ecv.ufsc.br/arquivos/apoio-didatico/tributos_encargos... · 15.3.6 – Exercícios resolvidos. ..... 90 15.3.7 – A influência dos tributos

Engº Civil Antônio Victorino Avila Custos – Encargos Sociais - Precificação

Tributos, Encargos, Precificação ~ Versão 2012.docx 15

específico. Ou seja, com ou sem fim específico quanto à sua destinação. Definindo os tributos: 13.2.1 - Impostos. Imposto corresponde ao tributo cobrado das pessoas e das empresas para que os governos tenham condições de realizar obras e serviços públicos, manutenção da administração bem como o pagamento dos salários das pessoas que trabalhem no governo. Os impostos não têm um motivo ou objetivo único e definido e servem para pagamentos em geral. 13.2.2 - Contribuições. As contribuições são criadas para atender a necessidades específicas. Como exemplo seja a contribuição de melhoria cobrada dos moradores de uma rua quando a mesma é asfaltada, ou uma praça é feita, valorizando os imóveis que estão próximos. Nesse caso, os donos desses imóveis são chamados a pagar uma “contribuição de melhoria” para os cofres da municipalidade, em função da valorização que o serviço realizado causou ao imóvel. 13.2.3 - Taxas.

As taxas correspondem a uma série de tributos cobrados diretamente da pessoa quando demanda por um serviço realizado por órgão público. A taxa, portanto é um pagamento específico e direto como contraprestação pela demanda de determinado serviço. Exemplos de Taxas são as de lixo, a de água e esgoto, a de pedágio. 13.2.4 - Fundos. Os fundos, da mesma forma que as contribuições, são destinados ao desenvolvimento ou implantação de algum serviço específico. Finalizando, os principais tributos incidentes sobre as atividades operacionais das empresas que atuam em território nacional em operações internas são:

• IR - Imposto de Renda; • CSLL - Contribuição Social sobre o Lucro Líquido; • PIS - Programa de Integração Social; • COFINS - Contribuição Financeira Social; • IPI - Imposto sobre Produtos Industrializados; • II - Imposto de Importação; • IE – Imposto sobre exportação; • ICMS - Imposto de Circulação de Mercadorias e Serviços; • ISS - Imposto sobre Serviços;

Os sete primeiros tributos acima nomeados são de competência federal. O ICMS é atribuição do fisco estadual e o ISS, de competência municipal.

Page 16: Eng.º Civil, MSc. - pet.ecv.ufsc.brpet.ecv.ufsc.br/arquivos/apoio-didatico/tributos_encargos... · 15.3.6 – Exercícios resolvidos. ..... 90 15.3.7 – A influência dos tributos

Engº Civil Antônio Victorino Avila Custos – Encargos Sociais - Precificação

Tributos, Encargos, Precificação ~ Versão 2012.docx 16

13.3 – Calculo do Tributo e Base de Cálculo. 13.3.1 – Enquadramento tributário.

O cálculo do valor dos tributos é efetuado depois de estabelecido o enquadramento tributário de cada empresa o que permite definir a base de calculo e a alíquota específica.

Genericamente, o valor do tributo é calculado

multiplicando a alíquota do tributo, α, pela respectiva base de cálculo, BC.

Matematicamente:

TRI = α × BC

A base de calculo e a alíquota são definidas em função

de três parâmetros:

• O ramo da empresa; • O regime de tributação; • A base de calculo do tributo;

O valor de qualquer tributo parte da definição e consequente quantificação da base de calculo, base esta que varia segundo o regime de tributação adotado.

Conforme o regime de tributação adotado, a base de calculo pode ser o faturamento e o lucro. Comentando:

• O FATURAMENTO ou o total da receita, considerado com acréscimos ou deduções permitidas por lei;

• E, o LUCRO. Neste caso a base de cálculo corresponderá ao lucro real antes da provisão para imposto de renda, o LAIR.

• Ou ambos como base de calculo: o faturamento e o lucro.

Neste capítulo sobre tributos e no de encargos sociais, a seguinte nomenclatura será adotada:

BC = Base de calculo do tributo; CD = Custo direto dos insumos; CI = Custos indiretos; CT = Custo total orçado; ES = Encargos Sociais Fi = Custo financeiro IRLP = Imposto de renda sob o regime do lucro presumido; IRLR = Imposto de renda sob o regime do lucro real; ML = Lucro expresso em valor monetário - $; MO Valor da mão de obra – folha básica; P = Preço PB = Preço bruto – considera tributos sobre o lucro PL = Preço líquido, preço sem a incidência dos tributos; R = Retirada mensal do profissional liberal, pró-labore. TRI = Tributo, de modo genérico; µ = Margem de lucro, expressa em %; α = Alíquota do tributo - genérica; αSN = Alíquotas do Simples Nacional ΣαFAT = Somatório das alíquotas dos tributos incidentes sobre

o faturamento; ΣαLUCRO = Somatório das alíquotas dos tributos incidentes sobre

o lucro; Σε Índice do total dos Encargos Sociais;

Page 17: Eng.º Civil, MSc. - pet.ecv.ufsc.brpet.ecv.ufsc.br/arquivos/apoio-didatico/tributos_encargos... · 15.3.6 – Exercícios resolvidos. ..... 90 15.3.7 – A influência dos tributos

Engº Civil Antônio Victorino Avila Custos – Encargos Sociais - Precificação

Tributos, Encargos, Precificação ~ Versão 2012.docx 17

ProcessoTributário

Indústria Comércio Serviços

Lucro RealLucro

ArbitradoLucro

PresumidoSimplesNacional

BaseFaturamento

BaseLucro

BaseFaturamento

ISSICMSPIS

COFINSIPI

I. Import.I. Export.

Imp. RendaCSLL ISS - ICMS

PIS - COFINSIPI

I. Import - I. ExportImp. Renda

CSLL

13.3.2 – Ramo da Empresa. As empresas podem ser enquadradas como atuantes nos ramos: de serviços, comercial, ou industrial.

Conforme o ramo em que se enquadra a empresa, os tributos e as alíquotas incidentes sobre produtos e serviços podem ser distintos, mesmo sendo o mesmo tributo. Ver. Fig. 13.1. Como exemplo, sejam os tributos que incidem sobre o faturamento:

• O PIS e o COFINS são tributos que obrigam a todas as empresas indistintamente;

• O ISS, o ICMS ou o IPI incidirão, respectivamente, sobre o ramo de serviços, comercial ou industrial.

Quanto aos tributos que incidem sobre o lucro, o Imposto de Renda e a Contribuição Social sobre o lucro líquido, incidem indistintamente sobre todas elas. Porém, as alíquotas podem ser distintas conforme o regime de tributação adotado. 13.3.3 – Regimes de tributação. A legislação tributária federal, ora em vigor, prevê a possibilidade de opção pelos seguintes regimes de tributação a serem adotados antes do inicio do ano fiscal:

• O lucro real; • O lucro presumido; • O Simples; • E, o Lucro Arbitrado.

Nos itens a seguir serão discutidos os três primeiros regimes de tributação acima discriminados.

Fig. 13.1 – Sistema de Enquadramento Tributário

Page 18: Eng.º Civil, MSc. - pet.ecv.ufsc.brpet.ecv.ufsc.br/arquivos/apoio-didatico/tributos_encargos... · 15.3.6 – Exercícios resolvidos. ..... 90 15.3.7 – A influência dos tributos

Engº Civil Antônio Victorino Avila Custos – Encargos Sociais - Precificação

Tributos, Encargos, Precificação ~ Versão 2012.docx 18

Quanto ao Regime do Lucro arbitrado (2) e considerando ser este um regime excepcional de tributação e aplicável quando o contribuinte descumpre obrigações fiscais, não serão efetuados maiores comentários sobre este regime no transcorrer deste capítulo. O arbitramento de lucro é uma forma de apuração da base de cálculo do imposto de renda utilizada pela autoridade tributária ou pelo contribuinte. É aplicável pela autoridade tributária quando a pessoa jurídica deixar de cumprir as obrigações acessórias relativas à determinação do lucro real ou presumido, conforme o caso. Quando conhecida a receita bruta e, desde que ocorrida qualquer das hipóteses de arbitramento previstas na legislação fiscal, o contribuinte poderá efetuar o pagamento do imposto de renda correspondente com base nas regras do lucro arbitrado.

(2) Do site: http://www.receita.fazenda.gov.br/PessoaJuridica/DIPJ/2005/PergResp2005/pr556a585.htm

Tipo de Imposto Tipo de Atividades Alíquota Base de

Cálculo Observação

IR - Imposto de Renda sobre o Lucro Líquido

Comércio, Indústria e Serviços

15% Lucro líquido

Se o lucro líquido for superior a R$

240.000 por ano, incide um adicional

de 10% sobre o excedente.

CSLL -Contribuição Social sobre o Lucro

Líquido

Comércio, Indústria e Serviços

9% Lucro Líquido -------------------

PIS - Programa de Integração Social

Comércio, Indústria e Serviços

1,65% Valor da Venda

O imposto sobre a venda deverá ser

compensado com o imposto sobre a

compra.

COFINS - Contribuição Financeira Social

Comércio, Indústria e Serviços

7,6% Valor da Venda

O imposto sobre a venda deverá ser

compensado com o imposto sobre a

compra.

IPI - Imposto Produtos Industrializados

Indústria Variável Valor da Venda

O imposto sobre a venda deverá ser

compensado com o imposto sobre a

compra. II - Imposto de

Importação Importação Variável Valor da

Importação Varia segundo o tipo

de produto.

IE - Imposto de Exportação Exportação Variável

Valor da Exportação

Varia segundo o tipo de produto.

ICMS - Imposto de Circulação de

Mercadorias e Serviços

Indústria e Comércio

Variável De 0% a 25%

Valor da Venda

O imposto sobre a venda deverá ser

compensado com o imposto sobre a

compra.

ISS - Imposto sobre Serviços Serviços

Variável De 2% a 5%

Valor da Venda

Fig. 13.3 – Tributos e Alíquotas incidentes sobre o Lucro Real.

Page 19: Eng.º Civil, MSc. - pet.ecv.ufsc.brpet.ecv.ufsc.br/arquivos/apoio-didatico/tributos_encargos... · 15.3.6 – Exercícios resolvidos. ..... 90 15.3.7 – A influência dos tributos

Engº Civil Antônio Victorino Avila Custos – Encargos Sociais - Precificação

Tributos, Encargos, Precificação ~ Versão 2012.docx 19

13.4 – Imposto sobre serviços – ISS. O ISS, tributo de competência municipal, incide sobre a prestação de serviços. Sua competência não atinge empresas comerciais e industriais. A prestação de serviços é conceituada pelo legislador como sendo o produto de esforço humano que se apresenta sob a forma de bem imaterial ou, no caso de implicar utilização de algum material, preserve a sua natureza no sentido de expressar uma obrigação de fazer, isto é, ter como objeto da prestação a própria atividade. A legislação entende que este imposto deva ser recolhido à municipalidade do local onde o serviço foi prestado, sendo que cada municipalidade dispõe de competência constitucional para estabelecer as alíquotas do mesmo. Matematicamente o valor do tributo é calculado:

ISS = αISS x BCMO A base de calculo deste tributo pode ser o valor do serviço prestado ou o total de nota fiscal. a) Valor da nota fiscal. Quando a base de calculo é, simplesmente, o valor da nota fiscal, há municipalidades que distinguem os serviços eminentemente de lavor daqueles em que haja a concorrência de mão de obra e fornecimento de materiais. As alíquotas nesta situação podem ser diferenciadas.

Ver Tab.13.12 e 13.13, exemplo da P.M. de Florianópolis, SC, em que esta municipalidade estabelece em 3% do valor da nota fiscal a alíquota do serviço quando ocorre o fornecimento de material. E, em 5%, para serviços quando este fato não ocorre.

Não se inclui na base de cálculo do imposto o valor dos materiais fornecidos pelo prestador dos serviços. Para tanto, na nota fiscal deverá ser discriminado o valor total da mão de obra e dos materiais empregados.

Quando os serviços de empreitada forem prestados em territórios de mais de um município, a base de cálculo será proporcional à extensão do serviço prestado no município. Como exemplo sejam as obras da ferrovia, rodovia, dutos e condutos de qualquer natureza, cabos de qualquer natureza, ou ao número de postes, existentes em cada Município. b) Valor da Mão de Obra. Ressalta-se que muitas prefeituras recomendam a discriminação em separado, no corpo da nota fiscal, do valor da mão de obra e o valor dos materiais utilizados em empreitadas de material e mão de obra. A base de calculo do ISS, neste caso, corresponde ao valor da mão de obra discriminada em separado. Em casos de empreitadas com fornecimento de material, há municipalidades que entendem ser o montante da mão de obra equivalente entre 30 a 40% do valor da nota fiscal.

Page 20: Eng.º Civil, MSc. - pet.ecv.ufsc.brpet.ecv.ufsc.br/arquivos/apoio-didatico/tributos_encargos... · 15.3.6 – Exercícios resolvidos. ..... 90 15.3.7 – A influência dos tributos

Engº Civil Antônio Victorino Avila Custos – Encargos Sociais - Precificação

Tributos, Encargos, Precificação ~ Versão 2012.docx 20

No caso de notas fiscais de projetos, o recolhimento pode ser efetuado na localidade onde se encontra o escritório da empresa. Recomenda-se, deste modo, a conhecer os procedimentos adotados em cada município antes de se efetuar qualquer orçamento, já que o tributo deve ser recolhido no local onde o serviço foi prestado.

13.5 – O ICMS. 13.5.1 – Do Imposto. O ICMS – Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços, incide sobre operações relativas à circulação de mercadorias e sobre as prestações de serviços de transporte interestadual, intermunicipal, de energia e de comunicação. É um tributo de competência dos Estados e do Distrito Federal. (3). Sua regulamentação constitucional está prevista na Lei Complementar 87/1996 (a chamada “Lei Kandir”), alterada posteriormente pelas Leis Complementares 92/97, 99/99 e 102/2000.

Cada Estado da Federação tem liberdade para adotar regras próprias, e aí se inserem os valores das alíquotas, relativas à cobrança deste imposto respeitado os requisitos mínimos fixados na Constituição Federal e pelo Código Tributário Nacional.

(3 ) O item 13.6 foi extraído do site: http://www.portaltributario.com.br/tributos/icms.html

O imposto é não-cumulativo. Ou seja, compensa-se o que for devido em cada operação relativa à circulação de mercadorias ou prestação de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação com o montante cobrado nas operações anteriores pelo mesmo ou por outro Estado.

Alíquota do ICMS - α Coeficientes* 7%

12% 17% 18% 25%

1,07527 1,13636 1,20481 1,21951 1,33333

Tab.13.5– Alíquotas do ICMS

Em decorrência da assertiva acima, alerta-se ao interessado verificar qual a alíquota adequada ao produto ou o serviço em orçamento. É assegurado àquela pessoa jurídica que deve recolher o tributo, o direito de creditar-se do imposto anteriormente cobrado em operações de que tenha resultado a entrada de mercadoria, real ou simbólica, no estabelecimento. Como exemplo desta compensação, seja uma empresa cujo total do ICMS a recolher ao fisco estadual, num determinado mês, seja de R$ 50.000,00. Sabe-se que o valor do imposto anteriormente cobrado, decorrentes de entradas de mercadorias foi de R$ 10.000,00. O valor do ICMS a pagar, então é de:

ICMS = R$ 50.000,00 – R$ 10.000,00 = R$ 40.000,00.

Page 21: Eng.º Civil, MSc. - pet.ecv.ufsc.brpet.ecv.ufsc.br/arquivos/apoio-didatico/tributos_encargos... · 15.3.6 – Exercícios resolvidos. ..... 90 15.3.7 – A influência dos tributos

Engº Civil Antônio Victorino Avila Custos – Encargos Sociais - Precificação

Tributos, Encargos, Precificação ~ Versão 2012.docx 21

A base de cálculo do ICMS, regra geral, corresponde ao preço de venda da mercadoria. É o que determina o art. 13 da Lei Complementar 87/96.

Assim sendo deve-se saber que:

i) nas vendas à vista, a base de cálculo do ICMS é o preço de venda da mercadoria, com as exceções previstas. Não se pode falar em inclusão ou não de juros na referida base de cálculo;

ii) nas vendas financiadas por instituição financeira ou administradora de cartão de crédito, a base de cálculo do imposto não deve, da mesma forma, incluir o montante relativo aos juros;

iii) nas vendas a prazo, por outro lado, deve-se incluir os juros na respectiva base de cálculo do ICMS.

Como falado, a base de calculo deste tributo é o preço de venda da mercadoria ou serviço. Porém, a legislação prevê que o tributo integra a sua base de calculo, nisto decorre ser o valor real da alíquota do tributo superior àquele expresso na letra da lei. Demonstrando a assertiva acima se pode escrever, matematicamente:

Preço Vendas = Preço Orçado + ICMS Considerando que o tributo integra a própria base de cálculo, o imposto a pagar pode ser escrito em função do preço orçado, PL, sob o seguinte modelo:

ICMS = αICMS (PO + ICMS) ∴ ICMS = αICMS PO + αICMS ICMS

PO1 I

CMS

ICMS

×−

=)α(

α ICMS

Da expressão acima se deduz que a alíquota real do ICMS é dada por:

)α(α

αICMS

ICMS

REAL

1−=

Considerando que o tributo integra sua base de cálculo, tem-se:

PO = PV - ICMS ∴ PO = PV - ICMS

α PV

PO = PV (1 - ICMS

α )

�� =��

(1 − ICMS

α )

13.5.2 – Exemplo. Seja calcular o preço de venda e o valor do ICMS de um produto sujeito à alíquota de 25%. O preço orçado do produto (preço líquido) sem a incidência do ICMS montou em R$ 40.000,00. Sendo: Preço Venda = Preço Orçadoo + ICMS

Então, PO1

PO

PV I

CMS

ICMS

×−

+=)α(

α ∴

Page 22: Eng.º Civil, MSc. - pet.ecv.ufsc.brpet.ecv.ufsc.br/arquivos/apoio-didatico/tributos_encargos... · 15.3.6 – Exercícios resolvidos. ..... 90 15.3.7 – A influência dos tributos

Engº Civil Antônio Victorino Avila Custos – Encargos Sociais - Precificação

Tributos, Encargos, Precificação ~ Versão 2012.docx 22

$,.),(

.,. R3

3333

532

501

000

40

25

0000

40

PV

=−×+=

Ao ser aplicada a alíquota de 25% sobre o preço do produto, tem-se o valor do ICMS, R$ 13.333,33.

13.6 – O IPI. 13.6.1 - Conceituação. O IPI - Imposto Sobre Produtos Industrializados, tributo de competência da União Federal, como o próprio nome sugere, incide sobre operações com produtos industrializados, nacionais e estrangeiros, obedecidas, contudo, as especificações relacionadas na TIPI (tabela de incidência do imposto sobre produtos industrializados). Decreto Nº. 4544 de 26 /12 /2002. O fato gerador deste imposto é a industrialização conforme artigo 46, parágrafo único, do Código Tributário Nacional, que considera industrializado o produto que tenha sido submetido a qualquer operação que lhe modifique a natureza ou a finalidade, ou o aperfeiçoe para o consumo.

São obrigados ao pagamento do imposto como contribuinte ou contribuinte autônomo (4):

(4) Considera-se contribuinte autônomo qualquer estabelecimento de importador, industrial ou comerciante, em relação a cada fato gerador que decorra de ato que praticar. Fonte: http://www.receita.fazenda.gov.br/PessoaJuridica/IPI/conceito.htm. 10.10.2008

• O importador, em relação ao fato gerador decorrente do desembaraço aduaneiro de produto de procedência estrangeira;

• O industrial, em relação ao fato gerador decorrente da saída de produto que industrializar em seu estabelecimento, bem assim quanto aos demais fatos geradores decorrentes de atos que praticar;

• O estabelecimento equiparado a industrial, quanto ao fato gerador relativo aos produtos que dele saírem, bem assim quanto aos demais fatos geradores decorrentes de atos que praticar;

• Os que consumirem ou utilizarem em outra finalidade, ou remeterem a pessoas que não sejam empresas jornalísticas ou editoras, o papel destinado à impressão de livros, jornais e periódicos, quando alcançado pela imunidade prevista na Constituição Federal.

A alíquota do IPI varia conforme o produto, segundo expresso na Tabela de Incidência do IPI – TIPI, sendo o tributo calculado segundo o modelo abaixo:

IPI = αIPI × Preço de Venda O valor do IPI pode variar caso ele integre ou não a base de calculo do ICMS.

Nos termos do art. 155, parágrafo 2º, inciso XI, da Constituição Federal, e o art. 13, parágrafo 2º, da Lei Complementar nº. 87/96, o valor do IPI não integra a base de cálculo do ICMS quando a operação, realizada entre contribuintes e relativa a produto destinado a industrialização ou comercialização, configurar o fato gerador de ambos os impostos.

Page 23: Eng.º Civil, MSc. - pet.ecv.ufsc.brpet.ecv.ufsc.br/arquivos/apoio-didatico/tributos_encargos... · 15.3.6 – Exercícios resolvidos. ..... 90 15.3.7 – A influência dos tributos

Engº Civil Antônio Victorino Avila Custos – Encargos Sociais - Precificação

Tributos, Encargos, Precificação ~ Versão 2012.docx 23

Portanto, segundo as mencionadas disposições, o montante do IPI:

• Não integra a base de cálculo do ICMS quando o produto é destinado à industrialização ou à comercialização;

• Integra a base de cálculo do ICMS quando o produto é destinado a uso ou consumo, independentemente de o destinatário ser ou não contribuinte.

Para melhor compreensão e aplicação do acima exposto (5): a) Quando não se inclui o IPI na base de cálculo do ICMS.

Neste caso uma empresa recebe um insumo, transforma e o remete para nova empresa que dará segmento ao processo de industrialização.

Considerando que o valor do tributo é calculado sobre o valor da nota fiscal, o preço de vendas deve ser definido por fora, utilizando o modelo abaixo, em que PO expressa a base de calculo para o tributo, ou seja, o preço orçado: Assim sendo tem-se: PO = PV - αIPI × PV ∴

(5) Extraído do site: Informe B&C em 25.11.2007. http://www.barbacovi.com.br/informes/inf0400.htm#BC

PO1

1PV II

P

×−

Ressalta-se que PO, preço orçado, contempla todos os custos incidentes sobre o produto e o lucro desejado. Não inclui os tributos como ICMS e IPI. a) Quando se inclui o IPI na base de cálculo do ICMS. Neste caso o produto vai a consumo final, havendo a incidência do ICMS sobre o valor do IPI.

Do mesmo modo que o anterior, o valor do tributo é calculado sobre o valor da nota fiscal. Para determinar o valor da operação (base de cálculo com o ICMS embutido, calculado inclusive sobre o montante do IPI), teremos de aplicar um dos coeficientes (ver como calcular abaixo) sobre o preço líquido do produto, conforme as alíquotas do ICMS/IPI a que estiver sujeito.

Assim sendo, o preço final deve ser definido por fora, utilizando o modelo abaixo:

PO = PV – ICMS – IPI

∴ PO = PV – PV × ( αICMS + αICMS × αIPI)

Page 24: Eng.º Civil, MSc. - pet.ecv.ufsc.brpet.ecv.ufsc.br/arquivos/apoio-didatico/tributos_encargos... · 15.3.6 – Exercícios resolvidos. ..... 90 15.3.7 – A influência dos tributos

Engº Civil Antônio Victorino Avila Custos – Encargos Sociais - Precificação

Tributos, Encargos, Precificação ~ Versão 2012.docx 24

PV =PO

1 − [ ICMS

α × (1 + α� �)]

13.6.2 – Exercício – Calculo do IPI. a) Como exemplo de aplicação, seja o caso de um produto

cujo preço orçado, monta a R$ 7.500,00. Seja calcular o preço final do mesmo sabendo que sofre a incidência dos seguintes tributos: 25% ICMS e 10% IPI.

item R$ Preço Orçado 7.500,00 Coeficiente para determinação do preço do produto com o ICMS embutido

1,3793

Preço do produto com o ICMS embutido PV = 1,3793 x R$ 7.500,00 =

10.344,75

IPI = 10% × 10.344,75 = 1.034,48 Valor total 11.379,23 ICMS = R$ 11.379,23 x 25% = 2.844,81

Tab.13.6 – Exemplo de Calculo de Tributos ICMS e IPI

b) Para um mesmo produto, o seu preço final poderá variar

em função da obrigatoriedade, ou não, de incluir na base de cálculo do ICMS o montante relativo ao IPI.

O exemplo exposto nas tabelas 13.6 e 13.7 mostra a

diferença no preço final do produto, caso ocorra, ou não, a obrigatoriedade de incluir na base de calculo do ICMS o valor do IPI.

Considerando, então, a hipótese de um produto cujo custo orçado foi de R$ 6.500,00 sujeito às seguintes alíquotas: 7% de ICMS e 8% de IPI.

item IPI incluído na base do

ICMS

IPI não incluído na base do ICMS

Preço do produto sem o ICMS embutido

6.500,00 6.500,00

Coeficiente p/ determinação do preço do produto com o ICMS embutido

1,08178 1,07527

Preço do produto com o ICMS embutido

7.031,57 6.989,26

IPI 8% 562,53 559,14 Valor total da operação 7.594,10 7.548,40 Valor do ICMS (alíquota 7%) 531,59 489,25

Tab.13.7 – Exemplo de variação de preço

Comparando o resultado final (valor total da operação) segundo o apurado neste exemplo, verifica-se que, para o mesmo produto, o seu preço pode ser de R$ 7.594,10 ou R$ 7.548,40. 13.7 – Regime do Lucro Real.

Sob este regime, os tributos são calculados sobre o faturamento e sobre o lucro líquido.

É importante notar que a legislação do imposto de renda

considera como sendo o lucro líquido, o lucro antes do imposto de renda, LAIR. Assim sendo, incide sobre o LAIR o Imposto de Renda e a CSLL segundo apurado no Demonstrativo de Resultados do Exercício.

Page 25: Eng.º Civil, MSc. - pet.ecv.ufsc.brpet.ecv.ufsc.br/arquivos/apoio-didatico/tributos_encargos... · 15.3.6 – Exercícios resolvidos. ..... 90 15.3.7 – A influência dos tributos

Engº Civil Antônio Victorino Avila Custos – Encargos Sociais - Precificação

Tributos, Encargos, Precificação ~ Versão 2012.docx 25

O LAIR, como já visto, é apurado considerando-se todas as receitas, tributos incidentes sobre o faturamento, taxas, custos de produção, despesas da empresa, atendendo a legislação específica. Para tanto, a empresa deverá dispor de um sistema de escrituração contábil segundo princípios e normais legalmente instituídas.

Sobre o faturamento incidem: o Imposto sobre Serviços – ISS, de competência municipal; o ICMS - Imposto de Circulação de Mercadorias e Serviços, de competência estadual; e, de exigibilidade federal: o IPI - Imposto sobre Produtos Industrializados; o PIS - Programa de Integração Social; o COFINS - Contribuição Financeira Social; o II - Imposto de Importação; e, o IE - Imposto sobre Exportação.

Sobre o lucro, incidem o Imposto de Renda, IR, e a

Contribuição Social sobre o Lucro Líquido, CSLL. Neste caso, a base de cálculo do tributo corresponde ao lucro do exercício, também denominado de lucro antes da incidência do Imposto de Renda, LAIR, devidamente apurado no DRE segundo as normas e procedimentos contábeis aceitos.

A maioria das empresas pode adotar o regime do lucro real. Algumas, porém, são obrigadas pela legislação a adotar este regime. A empresa não sujeita à obrigatoriedade de adotar o regime do lucro real ou que não desejar o fazer, poderá recolher seus tributos sob o regime do lucro presumido. Ou, aderir ao sistema do Simples Nacional, caso possa ser enquadrada como micro ou pequenas empresas segundo estabelecido na legislação federal.

Estão obrigadas à apuração do Lucro Real as pessoas jurídicas (Lei 9.718/98, art. 14):

I – cuja receita bruta total, no ano-calendário anterior, seja superior a R$ 48 milhões de reais ou a R$ 4 milhões de reais mensais ( Lei 10.637/2002);

II – cujas atividades sejam de: bancos comerciais; bancos de investimentos; bancos de desenvolvimento; caixas econômicas; sociedades de crédito; financiamento e investimento; sociedades de crédito imobiliário; sociedades corretoras de títulos; valores mobiliários e câmbio; distribuidora de títulos e valores mobiliários; empresas de arrendamento mercantil; cooperativas de crédito; empresas de seguros privados e de capitalização; e entidades de previdência privada aberta;

III – que tiverem lucros, rendimentos ou ganhos de capitais oriundos do exterior. Neste caso não se enquadram a venda de produtos ou serviços ao exterior;

IV – que, autorizadas pela legislação tributária, usufruam de benefícios fiscais relativos à isenção ou redução do imposto;

V – que, no decorrer do ano-calendário, tenham efetuado pagamento mensal pelo regime de estimativa, na forma do art. 2 da Lei 9.430/96;

VI – que explorem as atividades de prestação cumulativa e contínua de serviços de assessoria creditícia, mercadológica, gestão de crédito, seleção e riscos, administração de contas a pagar e a receber, compras de

Page 26: Eng.º Civil, MSc. - pet.ecv.ufsc.brpet.ecv.ufsc.br/arquivos/apoio-didatico/tributos_encargos... · 15.3.6 – Exercícios resolvidos. ..... 90 15.3.7 – A influência dos tributos

Engº Civil Antônio Victorino Avila Custos – Encargos Sociais - Precificação

Tributos, Encargos, Precificação ~ Versão 2012.docx 26

direitos creditórios resultantes de vendas mercantis a prazo ou de prestação de serviços (factoring).

Também estão obrigadas ao Lucro Real as empresas imobiliárias, enquanto não concluídas as operações imobiliárias para as quais haja registro de custo orçado (IN SRF 25/99). O custo orçado é entendido como a modalidade de tratamento contábil dos custos futuros de conclusão de obras.

O regime do lucro real tem por vantagens: • Os tributos incidentes sobre o lucro, o IR e a CSLL, terão

seus valores definidos quando do fechamento do balanço tendo por base de cálculo valores realmente apurados segundo o DRE e efetivamente devidos;

• Os tributos poderão ser recolhidos segundo valores efetivamente devidos, parceladamente, durante o exercício seguinte, ou seja, após aquele em que ocorrer a apuração do lucro.

Como desvantagem, a empresa deverá dispor de um

sistema de escrituração contábil necessário a atender a legislação específica e manter a guarda da documentação durante determinado período, cinco anos.

Na tabela da Fig. 13.3 – Tributos e Alíquotas incidentes sobre o Lucro Real são relacionados os tributos e a variação das alíquotas dos mesmos. No caso das alíquotas serem variáveis, recomenda-se ao interessado acessar a legislação específica visando determinar o valor das mesmas.

Quando a empresa opta pelo regime do lucro real, basicamente, os tributos são calculados seguindo os modelos: I - Base de calculo o valor do faturamento:

TRI = αFAT × Faturamento II - Base de calculo o lucro:

TRI = αLUCRO × Lucro 13.8 – O Imposto de Renda – Lucro Real. 13.8.1 – Conceituação. A base de calculo do imposto de renda difere quando a empresa opta pelo regime do lucro real, do lucro presumido ou do simples nacional. A definição, nos dois primeiros casos, será efetuada nos itens 13.9 e 13.11 No caso do Simples Nacional, sua consideração ocorrerá no item 13.12. A base de cálculo do tributo, neste caso, é o lucro real líquido apurado no DRE antes da provisão para o Imposto de Renda, ou seja, o LAIR. ( BC=LAIR). O IR quando calculado sob o lucro real, apresenta dois patamares de calculo ( Ver Tab.13.4):

• Uma alíquota de 15% do valor do LAIR;

Page 27: Eng.º Civil, MSc. - pet.ecv.ufsc.brpet.ecv.ufsc.br/arquivos/apoio-didatico/tributos_encargos... · 15.3.6 – Exercícios resolvidos. ..... 90 15.3.7 – A influência dos tributos

Engº Civil Antônio Victorino Avila Custos – Encargos Sociais - Precificação

Tributos, Encargos, Precificação ~ Versão 2012.docx 27

• Uma alíquota adicional de mais 10% sobre o excesso, ocorrendo um lucro líquido anual superior a R$ 240 mil.

O valor do Imposto de Renda devido, então, será calculado sob o seguinte modelo:

IRLR= 0,15 × LAIR + 0,10 × (LAIR – 240.000,00) Ressalta-se que, o tributo sobre o excesso a pagar, isto é, {0,10 × (LAIR – 240.000,00)}, não pode ser negativo, pois ocorreria uma redução do imposto a pagar, o que é incompatível tributariamente falando.

O tributo devido, sob o regime do lucro real, é recolhido ao tesouro nacional após apurado o balanço do exercício de uma única vez ou parcelado, nos termos da legislação do imposto de renda. O regime do lucro real pode ser financeira e economicamente interessante à empresa, pois, além de recolher o tributo durante o exercício seguinte à realização do lucro, o efetua sobre montante do lucro apurado.

13.8.2 – Exercício I. Renda - Lucro Real

Como exemplo de calculo do Imposto de Renda, seja uma empresa que auferiu num dado exercício um lucro (Lair) no montante de 530.000,00 R$. O tributo apurado, no montante de R$ 108.500,00 foi calculado sob o seguinte procedimento:

TRI = αLUCRO × Lucro

530.000,00 × 0,15 = 79.500,00 (530.000,00 – 240.000,00) × 0,10 = 29.000,00 Tributo = R$ 108.500,00

I – Imposto de Renda

Enquadramento Base de Cálculo Alíquota Excesso

1 – Empresário ou Pessoa Física

Desconta o imposto diretamente na fonte pagadora, segundo a tabela progressiva

mensal. Tabela Progressiva Mensal

2012 - em R$ Alíquota

% Parcela do IR

em R$ Até 1.637,11 isento - De 1.637,12 até 2.453,50 7,5 122,78 De 2.453,51 até 3.271,38 15,0 306,80 De 3.271,39 até 4.087,65 22,5 552,15 Acima de 4.087,65 27,5 756,53

2 - Sociedade Civil ou Limitada Lucro Real 15%

Acima de R$ 240.000,00 por

ano, sobre o excesso, incide

mais 10%.

II – Contribuição Social sobe o Lucro Líquido - CSLL Todas as empresas Lucro Real 9,00% -

III – PIS – PASEP Todas as empresas Faturamento 1,65% -

IV - COFINS Todas as empresas Faturamento 7,60% - Fonte: Receita Federal 12/2012.

Tab. 13.4 – Lucro Real – Alíquotas Tributos Federais

Page 28: Eng.º Civil, MSc. - pet.ecv.ufsc.brpet.ecv.ufsc.br/arquivos/apoio-didatico/tributos_encargos... · 15.3.6 – Exercícios resolvidos. ..... 90 15.3.7 – A influência dos tributos

Engº Civil Antônio Victorino Avila Custos – Encargos Sociais - Precificação

Tributos, Encargos, Precificação ~ Versão 2012.docx 28

13.9 – Contribuição Social sobre o Lucro Líquido – Lucro Real A Contribuição Social sobre o Lucro Líquido foi instituída pela Lei nº 7.689 de 15.12.1988 e segundo o seu Art. 3º: Este tributo pode ter como base de calculo o lucro ou o faturamento caso a empresa opte, respectivamente, pelo regime do lucro real ou do lucro presumido. Ver alíquotas na Tab. 13.4. 13.9.1 – Conceitos e alíquotas. Quando opta pelo regime do Lucro Real a alíquota do tributo é estabelecida em 9% (nove por cento) incidente sobre a base de calculo. No caso, o lucro bruto antes do imposto de renda.

CSLL(LR) = α CSLL x LAIR

No caso da empresa ter optado pelo regime de tributação sob o lucro real, a base de calculo do tributo é o lucro real apurado no final do exercício fiscal, do mesmo modo que a do Imposto de Renda.

Segundo o Art. 2º da Lei anteriormente citada, a base de cálculo da contribuição corresponde ao valor do resultado do exercício, LAIR, antes da provisão para o imposto de renda, com acréscimos e deduções na forma da lei. 13.9.2 – Exercícios de aplicação.

Uma empresa optante pelo regime do lucro real apresentou um lucro líquido antes do imposto de renda, LAIR, no montante de R$ 365.780,00. Ela deseja saber qual o percentual do faturamento comprometido com a provisão para o imposto de renda e com a CSLL. a) Provisão para o Imposto de Renda. Nesta situação, o imposto de renda a pagar é de, R$ 67.445,00 conforme abaixo calculado. LAIR:..................................... 365.780,00 R$ Imposto de Renda = 365.780,00 × 0,15 = 54.867,00 R$ Excesso de Imp. Renda = 125.780,00 × 0,10 = 12.578,00 R$ Imposto de Renda a pagar = 54.867,00+12.578,00 = 67.445,00 R$ A alíquota final do Imposto de Renda, então, corresponde a 18,44% do Lucro Real ou LAIR.

%,.

.FAT

IRTOTAL 4418

780365

44567⇒==α

b) Provisão para a CSLL.

$R,..,LAIRCSLL CSLL 2092032780365090 =×=×α= c) Percentual Total. Considerando que o Imposto de Renda e a Contribuição Social dispõem da mesma base da calculo, a tributação total realizada sobre o lucro líquido antes do imposto de renda, LAIR, correspondem, no caso, a 27,44% do mesmo:

Page 29: Eng.º Civil, MSc. - pet.ecv.ufsc.brpet.ecv.ufsc.br/arquivos/apoio-didatico/tributos_encargos... · 15.3.6 – Exercícios resolvidos. ..... 90 15.3.7 – A influência dos tributos

Engº Civil Antônio Victorino Avila Custos – Encargos Sociais - Precificação

Tributos, Encargos, Precificação ~ Versão 2012.docx 29

%,.

,..

,.,.LAIR

CSLLIRTOTAL 4427

780365

20365100

780365

20920320044567⇒=+=+=α

13.10 – COFINS e PIS-PASEP. (6)

Tanto o COFINS como o PIS-PASEP tem por base de cálculo o faturamento. O valor destes tributos é definido pelo modelo:

TRI = αFAT × Faturamento

As contribuições para o PIS/PASEP e a COFINS são efetuadas segundo duas regras gerais de apuração, denominadas de incidência cumulativa e incidência não-cumulativa. Sob cada um desses regimes, as alíquotas dos tributos são distintas. Ver. Tab. 13.4. Porém, alerta-se que esses tributos possuem, ainda, diversos regimes especiais de apuração.

Finalizando, seja sob a opção do Lucro Real como a do Lucro Presumido, tanto o PIS-PASEP como o COFINS são tributos pagos mensalmente.

(6) Fonte: excertos do site http://www.receita.fazenda.gov.br/PessoaJuridica/PisPasepCofins/RegIncidencia.htm - Em 15.11.2007. COFINS: LC nº 70 de 1991 – Art. 2º - Lei nº 9718 de 1998 – Art. 8º.

13.10.1 - Regime de incidência cumulativa. Sob o regime de incidência cumulativa a base de cálculo corresponde ao total das receitas da pessoa jurídica, sem haver deduções relativas a custos, despesas e encargos. Neste regime, as alíquotas da contribuição para o PIS/PASEP e da COFINS são, respectivamente, de 0,65% e de 3%. Ver Tab.13.7. Enquadram-se neste regime as pessoas jurídicas de direito privado, e as que lhe são equiparadas pela legislação do imposto de renda, que apuram o IRPJ com base no lucro presumido ou arbitrado. 13.10.2 - Regime de incidência não-cumulativa. Nesse regime, as alíquotas da Contribuição para o PIS/PASEP e da COFINS são, respectivamente, de 1,65% e de 7,6%. Sob este regime, a apuração da COFINS e do PIS-Pasep a pagar será efetuada depois de deduzido os créditos de 7,6% e 1,65%, respectivamente, incidentes sobre os insumos já adquiridos e os serviços de terceiros contratados de outras pessoas jurídicas. O regime de incidência não cumulativa da contribuição para o PIS/PASEP e da COFINS foram instituídos em dezembro de 2002 e fevereiro de 2004, respectivamente. O diploma legal da Contribuição para o PIS/PASEP não cumulativa é a Lei nº 10.637, de 2002, e o da COFINS a Lei nº 10.833, de 2003.

Page 30: Eng.º Civil, MSc. - pet.ecv.ufsc.brpet.ecv.ufsc.br/arquivos/apoio-didatico/tributos_encargos... · 15.3.6 – Exercícios resolvidos. ..... 90 15.3.7 – A influência dos tributos

Engº Civil Antônio Victorino Avila Custos – Encargos Sociais - Precificação

Tributos, Encargos, Precificação ~ Versão 2012.docx 30

Enquadram-se neste regime as pessoas jurídicas de direito privado, e as que lhe são equiparadas pela legislação do imposto de renda, que apuram o IRPJ com base no lucro real estão sujeitas à incidência não-cumulativa. O enquadramento neste regime exclui:

− As instituições financeiras, − As cooperativas de crédito, − As pessoas jurídicas que tenham por objeto a

securitização de créditos imobiliários e financeiros, − As operadoras de planos de assistência à saúde, − As empresas particulares que exploram serviços de

vigilância e de transporte de valores (Lei nº 7.102, de 1983),

− E, as sociedades cooperativas. As sociedades cooperativas de produção agropecuária e as sociedades cooperativas de consumo, porém, podem adotar este regime.

Outrossim, alerta-se que alguns tipos de despesas incorridas pela pessoa jurídica, mesmo que sujeitas á incidência não-cumulativa, se submetem à incidência cumulativa. Essas são elencadas no art. 10, VII a XXV da Lei nº 10.833, de 2003. Ver Receitas excluídas do regime de incidência não-cumulativa. Regimes especiais. 13.11 – Regime do Lucro Presumido. 13.11.1 – Conceituação.

O lucro presumido(7) é uma forma de tributação simplificada destinada a determinação da base de cálculo do imposto de renda, IR, e da CSLL das pessoas jurídicas que não estiverem obrigadas, no ano-calendário, à apuração pelo lucro real.

Sob o regime do Lucro Presumido a base de cálculo da tributação é obtida por meio de aplicação de um percentual definido em lei, sobre a receita bruta auferida.

O entendimento deste regime é quanto a presunção de

que um percentual da receita bruta a ser auferida, φLP, será convertido em lucro.

Para efeitos da sistemática de tributação pelo Lucro Presumido, a receita bruta presumida compreende(8): o produto da venda de bens nas operações de conta própria; o preço dos serviços prestados; e o resultado auferido nas operações de conta alheia (Lei 8.541/1992, art. 14, § 3°). O resultado auferido nas operações de conta alheia são aquelas decorrentes de comissões obtidas sobre representação de bens ou serviços de terceiros.

Independentemente de haver a apuração ou não de lucro, o IR e a CSLL serão considerados sobre o faturamento e recolhidos durante o exercício fiscal.

(7 ) Fonte do item 13.7: site do Ministério da Fazenda – Receita Federal, em 15.11.2007. http://www.receita.fazenda.gov.br/PessoaJuridica/DIPJ/2000/Orientacoes/DeterminacaoLucroPresumido.htm#percentuais. (8)Fonte: http://www.portaltributario.com.br/guia/lucro_presumido_irpj.html. Em 22.09.2011

Page 31: Eng.º Civil, MSc. - pet.ecv.ufsc.brpet.ecv.ufsc.br/arquivos/apoio-didatico/tributos_encargos... · 15.3.6 – Exercícios resolvidos. ..... 90 15.3.7 – A influência dos tributos

Engº Civil Antônio Victorino Avila Custos – Encargos Sociais - Precificação

Tributos, Encargos, Precificação ~ Versão 2012.docx 31

O imposto de renda é recolhido trimestralmente. E, o valor do imposto de renda devido apurado trimestralmente deverá ser pago em quota única, até o último dia útil do mês subsequente ao do encerramento do período de apuração. (9) O modelo de calculo básico para a definição do valor do tributo, seja no caso do Imposto de Renda ou da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido, é definido pela seguinte expressão:

TRIB = αLP × φLP × Receita Bruta Auferida Em que:

• αLP corresponde à alíquota do tributo a incidir sobre a base de cálculo;

• φLP corresponde ao percentual a incidir sobre a receita bruta auferida para a definição da base de calculo do tributo.

Base de calculo = φLP × RBA

Em princípio, todas as pessoas jurídicas podem optar pelo Lucro Presumido, salvo aquelas obrigadas à apuração do Lucro Real.

Recomenda-se, porém, verificar se este é o regime mais benéfico para a empresa. Assim, antes de iniciar o exercício contábil, a empresa deve presumir a receita bruta a ser auferida para o exercício seguinte.

(9)Fonte: http://www.receita.fazenda.gov.br/PessoaJuridica/DIPJ/2005/PergResp2005/pr556a585.htm. Em 10.02.2009

Para tanto, é necessário realizar simulações entre o regime do lucro real e o do lucro presumido visando analisar qual dos dois permite mais geração de caixa.

Isto porque, caso a empresa disponha de valores consideráveis de despesas dedutíveis para o IRPJ, é muito provável que o lucro real seja o mais econômico. Podem optar pelo regime do lucro presumido as pessoas jurídicas: a) cuja receita bruta total tenha sido igual ou inferior a R$ 48.000.000,00 (quarenta e oito milhões de reais), no ano-calendário anterior, ou a R$ 4.000.000,00 (quatro milhões de reais) multiplicado pelo número de meses em atividade no ano-calendário anterior (Lei nº 10.637, de 2002, art. 46);

b) e que não estejam obrigadas à tributação pelo lucro real em função da atividade exercida ou da sua constituição societária ou natureza jurídica. O conceito de receita bruta auferida corresponde ao total das receitas provenientes das vendas dos produtos, sejam eles bens ou serviços, somadas aos ganhos de capital e às demais receitas e resultados positivos decorrentes de receitas não compreendidas na atividade.

As alíquotas referentes aos tributos federais na opção do

lucro presumido estão relacionadas na tabela 13.8 - Lucro Presumido – Alíquotas Tributos Federais.

Page 32: Eng.º Civil, MSc. - pet.ecv.ufsc.brpet.ecv.ufsc.br/arquivos/apoio-didatico/tributos_encargos... · 15.3.6 – Exercícios resolvidos. ..... 90 15.3.7 – A influência dos tributos

Engº Civil Antônio Victorino Avila Custos – Encargos Sociais - Precificação

Tributos, Encargos, Precificação ~ Versão 2012.docx 32

13.11.2 – Imposto de Renda – Lucro Presumido.

13.11.2.1 – Conceituação. A base de calculo do imposto, neste caso, corresponde a uma fração, φ LP, da receita bruta auferida.

TRIB = αLP × φLP × Receita Bruta Auferida Da mesma forma que o caso do lucro real, o valor do tributo apresenta dois patamares de tributação, porém em relação à base de cálculo que é a receita presumida.

• Uma alíquota de 15% incidente sobre a base de cálculo; • Uma alíquota adicional de mais 10% sobre o excesso,

quando ocorrer um lucro líquido trimestral superior a R$ 60 mil o que equivale a R$ 240 mil por ano. (10).

O valor do Imposto de Renda é calculado sob o modelo

abaixo em φLP que corresponde ao percentual de presunção da receita bruta auferida, RBA, conforme exposto no item 13.12.2.2 – Percentuais de Presunção.

Visando o planejamento anual, utiliza-se o modelo:

IRLP = 0,15 x φ LP x RBA + 0,10 x φ LP (RBA – 240.000)

Como o tributo é apurado e recolhido aos cofres públicos

trimestralmente, o valor a pagar é calculado por:

10 http://www.cmpcontabil.com.br/lucropresumido.html

IRLP = 0,15 x φ LP x RBA + 0,10 x φ LP (RBA – 60.000)

I - Imposto de Renda

Enquadramento Base de Cálculo Alíquota Excesso

Sociedade Civil ou Limitada

% de presunção

Receita Bruta Conferir item

13.10.1

15%

Acima de R$ 60.000 por

trimestre, sobre o excesso, incide mais

10%. II - Contribuição Social Sobre o Lucro Líquido

Todas as Empresas

% de presunção

Receita Bruta 9,00% -

III - PIS - PASEP Todas as Empresas Faturamento 0,65% -

IV - COFINS Todas as Empresas Faturamento 3,00% -

Fonte: RIR/2011

Tab. 13.8 - Lucro Presumido – Alíquotas Tributos Federais Da mesma forma que no caso anterior, ressalta-se que,

no modelo acima, o excesso (RPB – 60.000) não pode ser negativo, pois ocorreria uma redução do imposto a pagar, fato que é incompatível com a legislação.

Assim sendo, caso a base de cálculo, BC, seja igual ou

inferior a R$ 60.000,00, o tributo é calculado adotando o seguinte modelo:

Page 33: Eng.º Civil, MSc. - pet.ecv.ufsc.brpet.ecv.ufsc.br/arquivos/apoio-didatico/tributos_encargos... · 15.3.6 – Exercícios resolvidos. ..... 90 15.3.7 – A influência dos tributos

Engº Civil Antônio Victorino Avila Custos – Encargos Sociais - Precificação

Tributos, Encargos, Precificação ~ Versão 2012.docx 33

IRLP = 0,15 x φ LP x RBA

A Tab. 13.8 mostra as alíquotas do Imposto de Renda a serem adotadas no caso do regime do lucro presumido. Ressalta-se que, neste caso do Imposto de Renda, o tributo é recolhido trimestralmente. 13.11.2.2 - Percentuais de presunção. A partir do ano-calendário de 1999 (Em vigor em 12/2007), a legislação do Imposto de Renda previa a incidência dos percentuais de presunção, relacionados na Fig.13.9, a serem aplicados na definição da base de calculo do tributo.

Esclarece-se que as atividades de corretagem (seguros, imóveis, etc.) e as de representação comercial são consideradas atividades de intermediação de negócios. Caso a empresa disponha de atividades diversificadas, a definição da base de calculo será efetuada somando o percentual correspondente sobre a receita proveniente de cada atividade específica.

% Percentuais de Presunção - Imposto de Renda

1,6% a) Sobre a receita bruta mensal auferida na revenda,

para consumo, de combustível derivado de petróleo, álcool etílico carburante e gás natural;

8%

b) Sobre a receita bruta mensal proveniente:

b.1. Da venda de produtos de fabricação própria; b.2. Da venda de mercadorias adquiridas para revenda; b.3. Da industrialização de produtos em que a matéria-

prima, ou o produto intermediário ou o material de embalagem tenham sido fornecidos por quem encomendou a industrialização;

b.4. Da atividade rural; b.5. De serviços hospitalares; b.6. Do transporte de cargas; b.7. De outras atividades não caracterizadas como

prestação de serviços;

16% c) Sobre a receita bruta mensal auferida pela prestação de

serviços de transporte, exceto o de cargas;

32%

d) Sobre a receita bruta mensal auferida com as atividades de: d1 - Prestação de serviços, pelas sociedades civis, relativos ao exercício de profissão legalmente regulamentada; d.2 - Intermediação de negócios; d.3 - Administração, locação ou cessão de bens imóveis, móveis ou direitos de qualquer natureza; d.4 - Construção por administração ou por empreitada unicamente de mão-de-obra (empreitada de Lavor); d.5 - Prestação de qualquer outra espécie de serviço não mencionada anteriormente.

Fig.13.9 - Lucro Presumido – Imposto de Renda

Page 34: Eng.º Civil, MSc. - pet.ecv.ufsc.brpet.ecv.ufsc.br/arquivos/apoio-didatico/tributos_encargos... · 15.3.6 – Exercícios resolvidos. ..... 90 15.3.7 – A influência dos tributos

Engº Civil Antônio Victorino Avila Custos – Encargos Sociais - Precificação

Tributos, Encargos, Precificação ~ Versão 2012.docx 34

13.11.2.3 – Construção Civil. Considerando o caso da construção civil, mais especificamente quando a empresa atua sob o regime de empreitada, os percentuais de presunção a serem adotados para a determinação da base de cálculos relativa a diversos tipos de contratos são aqueles listados na Tab. 13.10 – Percentual de Presunção Construção Civil.

Caso de Construção Civil

Enquadramento Base de Cálculo

Percentual Presunção Excesso

1 – Empreitada de Material + Mão de Obra 2 – Empreitada de Lavor

3 – Construções por

Administração

4 - Projetos

Receita Bruta

Receita Bruta

Receita Bruta

Receita Bruta

8%

32%

32%

32%

O lucro que

ultrapassar a R$ 60 mil no trimestre é

tributado em mais 10%.

Tab. 13.10 – Percentual de Presunção Construção Civil 13.11.2.4 - Base de Cálculo com Percentual Favoreci do . As pessoas jurídicas exclusivamente prestadoras de serviços em geral mencionadas nas alíneas "d.2" a "d.5", tabela 13.9 acima, cuja receita bruta anual seja de até R$ 120.000,00, poderão utilizar, para determinação da base de cálculo do

imposto de renda trimestral, o percentual de 16% (dezesseis por cento). A pessoa jurídica, cuja receita bruta anual acumulada até determinado trimestre do ano-calendário exceder o limite anual de R$120.000,00 (cento e vinte mil reais), deverá determinar nova base de cálculo do imposto com a aplicação do percentual de 32% (trinta e dois por cento), de acordo com o disposto no § 4° do art. 36 da IN SRF n° 93, de 1997, e apurar a diferença do imposto postergado em cada trimestre transcorrido, no trimestre em que foi excedido o limite. Esta diferença deverá ser paga em quota única, por meio de Darf separado, no código 2089, até o último dia útil do mês subsequente ao trimestre em que ocorrer o excesso. Após este prazo, a diferença será paga com os acréscimos legais (IN SRF n° 93, de 1997, art. 36, §§ 5° e 6°). 13.11.3 – CSLL – Lucro Presumido. 13.11.3.1 – Conceituação.

Ao optar pelo regime do lucro presumido, o valor do imposto de renda, assim como a CSLL, deverá ser apurado trimestralmente e pago em quota única, até o último dia útil do mês subsequente ao do encerramento do período de apuração. Para haver uma decisão segura entre optar pelo regime de lucro real ou o do lucro presumido, o gestor deve ser prever o percentual de lucro que espera ter em relação ao faturamento bruto, visto ser este a base para o cálculo do imposto.

Page 35: Eng.º Civil, MSc. - pet.ecv.ufsc.brpet.ecv.ufsc.br/arquivos/apoio-didatico/tributos_encargos... · 15.3.6 – Exercícios resolvidos. ..... 90 15.3.7 – A influência dos tributos

Engº Civil Antônio Victorino Avila Custos – Encargos Sociais - Precificação

Tributos, Encargos, Precificação ~ Versão 2012.docx 35

Quando uma empresa explorar mais de uma atividade, por exemplo, venda de bens e serviços, a receita bruta será definida aplicando o percentual relativo a cada faturamento individualmente. No item 13.10.1 estão relacionadas as alíquotas e o enquadramento fiscal para diversas atividades. Hausmann, 2001, comenta que, na maioria dos casos, o regime do lucro presumido mostra-se mais vantajoso que o do lucro real. Especialmente no caso da construção civil, indústria em que o faturamento ocorre com grande variação a cada mês. Porém tal situação deve ser verificada antes do início do exercício fiscal através de um processo de planejamento tributário. E, especialmente, quando o lucro trimestral previsto ultrapassar, significativamente, o limite de R$ 60.000,00. Pois, acima deste limite incide mais 10% sobre o valor do excesso. Como já comentado, a decisão sobre qual dos regimes é o mais benéfico para a empresa requer a realização de simulações, pois caso a empresa disponha de valores consideráveis de despesas dedutíveis para o IRPJ, é muito provável ser o lucro real o mais econômico. No caso da construção civil ou de empresas que trabalhem sob o regime de empreitada, aumenta a exigibilidade de um criterioso planejamento financeiro visando definir o sistema mais interessante para a empresa dada a sazonalidade do mercado e as possíveis oscilações no volume mensal de faturamento. Além disso, considerando ser comum as empresas atuantes no setor da construção civil assumirem diversas modalidades de contratos, seja por administração, empreitada de material e mão de obra ou, simplesmente, empreitada de

“lavor”, há que se efetuar um consistente planejamento tributário, pois sobre cada um deles pode incidir distintas alíquotas quando se opta pelo lucro presumido, fato que torna complexo a sua utilização. Quando a pessoa jurídica opta pelo regime do Lucro Presumido, a alíquota da contribuição corresponde a 9% (nove por cento) da base de calculo.

Esta base de calculo, por sua vez, corresponde a um percentual do faturamento presumido conforme estabelecido a seguir.

CSLL(LP) = α CSLL x φ LP x RB 13.11.3 2 – CSLL – Percentuais de Presunção. A partir de 01.09.2003, por força do art. 22 da Lei 10.684/2003, a base de cálculo da CSLL, devida pelas pessoas jurídicas optantes pelo lucro presumido passou a ser de 12% e 32%, conforme especificado na tabela a seguir.

E, depois de sancionada a Lei nº 11.196/2005, as receitas financeiras passaram a ser tributadas em 12% quando a empresa é optante do lucro presumido.

A prestação de serviços de construção civil por empreitada na modalidade total, com fornecimento de todos os materiais indispensáveis à execução da obra, está sujeita ao percentual de 12% na determinação da base de cálculo da CSLL, pela

Page 36: Eng.º Civil, MSc. - pet.ecv.ufsc.brpet.ecv.ufsc.br/arquivos/apoio-didatico/tributos_encargos... · 15.3.6 – Exercícios resolvidos. ..... 90 15.3.7 – A influência dos tributos

Engº Civil Antônio Victorino Avila Custos – Encargos Sociais - Precificação

Tributos, Encargos, Precificação ~ Versão 2012.docx 36

sistemática do lucro presumido, pois se caracteriza como atividade industrial. (11)

% - Presunção - Contribuição Social s/ o Lucro Líquido

12%

Da receita bruta nas atividades comerciais, industriais, serviços hospitalares e de transporte.

(Da receita da prestação de serviços de construção civil por empreitada na modalidade total)

32%

a) Prestação de serviços em geral, exceto a de serviços hospitalares e transporte;

b) Intermediação de negócios; c) Administração, locação ou cessão de bens

imóveis, móveis e direitos de qualquer natureza.

Fig.13.10 - Lucro Presumido – CSLL

13.11.4 - Conceito de Receita Bruta A receita bruta compreende o produto da venda de bens nas operações de conta própria, o preço dos serviços prestados e o resultado auferido nas operações de conta alheia, excluídas as vendas canceladas, as devoluções de vendas, os descontos incondicionais concedidos e os impostos não cumulativos cobrados, destacadamente do comprador ou contratante, e dos quais o vendedor dos bens ou prestador dos serviços seja mero depositário.

(11)Vera Lúcia Ribeiro Conde. Portal: http://www.empresario.com.br/legislacao/edicoes/2008/irpj_csll_constru_civ_empr.html

A pessoa jurídica, optante pelo regime de tributação com base no lucro presumido, poderá adotar o critério de reconhecimento de suas receitas de venda de bens ou direitos ou de prestação de serviços pelo regime de caixa ou de competência, observando-se o disposto na IN SRF n° 104, de 1998. 13.11.5 - Valores Integrantes da Base de Cálculo. O lucro presumido, apurado trimestralmente, será a soma dos seguintes valores:

a) do valor obtido pela aplicação dos percentuais, especificados no subitem percentuais, sobre a receita bruta;

b) dos valores correspondentes aos demais resultados e ganhos de capital, assim considerados:

b.1) os ganhos de capital, nas alienações de bens e direitos, inclusive de aplicações em ouro não caracterizado como ativo financeiro. O ganho corresponderá à diferença positiva verificada, no mês, entre o valor da alienação e o respectivo custo de aquisição, diminuído dos encargos de depreciação, amortização ou exaustão acumulada; b.2) os ganhos de capital auferidos na alienação de participações societárias permanentes em sociedades coligadas e controladas, e de participações societárias que permanecerem no ativo da pessoa jurídica até o término do ano-calendário seguinte ao de suas aquisições; b.3) os ganhos de capital auferidos na devolução de capital em bens ou direitos (IN SRF nº 11, de 1996, art. 60, § 1º);

Page 37: Eng.º Civil, MSc. - pet.ecv.ufsc.brpet.ecv.ufsc.br/arquivos/apoio-didatico/tributos_encargos... · 15.3.6 – Exercícios resolvidos. ..... 90 15.3.7 – A influência dos tributos

Engº Civil Antônio Victorino Avila Custos – Encargos Sociais - Precificação

Tributos, Encargos, Precificação ~ Versão 2012.docx 37

b.4) os rendimentos auferidos nas operações de mútuo realizadas entre pessoas jurídicas controladoras, controladas, coligadas ou interligadas; b.5) os ganhos auferidos em operações de cobertura (hedge) realizadas em bolsas de valores, de mercadorias e de futuros ou no mercado de balcão; b.6) a receita de locação de imóvel, quando não for este o objeto social da pessoa jurídica; b.7) os juros equivalentes à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e Custódia - Selic, para títulos federais, acumulada mensalmente, relativos a impostos e contribuições a serem restituídos ou compensados; b.8) as variações monetárias ativas; c) dos rendimentos e ganhos líquidos auferidos em aplicações financeiras de renda fixa e de renda variável; d) dos juros sobre o capital próprios auferidos; e) de 2,5% (dois e meio por cento), no mínimo, do saldo do lucro inflacionário acumulado existente em 31/12/1995, caso a pessoa jurídica tenha apurado o imposto com base no lucro presumido nos anos-calendário de 1996, 1997 e 1998; f) dos valores recuperados correspondentes a custos e despesas, inclusive com perdas no recebimento de créditos, salvo se a pessoa jurídica comprovar não os ter deduzido em período anterior no qual tenha se submetido ao regime de tributação com base no lucro real ou tenha optado pela tributação na forma do art. 1º do Decreto-lei nº 2.397, de 1987,

ou que se refiram a período no qual tenha se submetido ao regime de tributação com base no lucro presumido ou arbitrado; g) o valor resultante da aplicação dos percentuais, de que trata o subitem 7.2.6.1 – Percentuais, sobre a parcela das receitas auferidas nas exportações às pessoas vinculadas ou aos países com tributação favorecida que exceder ao valor já apropriado na escrituração da empresa, na forma da IN SRF n° 38, de 1997; h) o valor dos encargos suportados pela mutuária que exceder ao limite calculado com base na taxa Libor, para depósitos em dólares dos Estados Unidos da América, pelo prazo de seis meses, acrescido de três por cento anuais a título de "spread", proporcionalizados em função do período a que se referirem os juros, quando pagos ou creditados a pessoa vinculada no exterior e o contrato não for registrado no Banco Central do Brasil; i) a diferença de receita, auferida pela mutuante, correspondente ao valor calculado com base na taxa a que se refere o inciso anterior e o valor contratado, quando este for inferior, caso o contrato, não registrado no Banco Central do Brasil, seja realizado com mutuária definida como pessoa vinculada domiciliada no exterior; j) as multas ou qualquer outra vantagem recebida ou creditada, ainda que a título de indenização, em virtude de rescisão de contrato;

k) a diferença entre o valor em dinheiro ou o valor dos bens e direitos recebidos de instituição isenta, a título de devolução de patrimônio, e o valor em dinheiro ou o valor dos bens e direitos

Page 38: Eng.º Civil, MSc. - pet.ecv.ufsc.brpet.ecv.ufsc.br/arquivos/apoio-didatico/tributos_encargos... · 15.3.6 – Exercícios resolvidos. ..... 90 15.3.7 – A influência dos tributos

Engº Civil Antônio Victorino Avila Custos – Encargos Sociais - Precificação

Tributos, Encargos, Precificação ~ Versão 2012.docx 38

que tenha sido entregue para a formação do referido patrimônio (Lei n° 9.532, de 1997, art. 17, § 3°, e art. 81, I I).

Atenção:

1º - O resultado negativo ou perda apurada em uma operação não poderá ser compensado com os resultados positivos auferidos em outras operações. 2º - Consideram-se resultados positivos as receitas auferidas diminuídas das despesas necessárias à sua obtenção, quando efetivamente realizadas. 3º - Quanto à alínea "b.8", a partir do 4° trimest re de 1999, a pessoa jurídica poderá excluir a parcela das receitas financeiras decorrentes da variação monetária ativa dos direitos de crédito e das obrigações, em função da taxa de câmbio, submetida à tributação, segundo o regime de competência, relativa a períodos compreendidos no ano-calendário de 1999, excedente ao valor da variação monetária efetivamente realizada, ainda que a operação tenha sido liquidada (MP n° 1.858-10, de 26 de outubro de 1999, art. 31, parágrafo único, e reedição; MP n° 1.991-12, de 1999, e reedições). 4º - Quanto a alínea "b.8", a partir de 1° de jane iro de 2000, as variações monetárias ativas dos direitos de crédito e das obrigações do contribuinte, em função da taxa de câmbio, serão consideradas, para efeito de determinação da base de cálculo, quando da liquidação da correspondente operação. À opção da pessoa jurídica, as variações monetárias poderão ser consideradas na determinação da base de cálculo pelo regime de competência, sendo que a opção aplica-se a todo ano-calendário (MP n° 1.858-10, de 29 de outubro de 199 9, art. 30 e reedição; MP n° 1.991-12, de 1999, e reedições).

5º - Quanto à alínea "l", deverão ser aplicadas as normas do inciso I do art. 17 da Lei n° 9.249, de 1995 aos valores entregues até o final de 1995 (Lei n° 9.532, de 199 7, art. 17, § 1°). 6º - A partir de edição do Decreto n° 3.342, de 25 de janeiro de 2000, a pessoa jurídica que optar pelo regime de tributação com base no lucro presumido, durante o período em que submetida ao REFIS, deverá acrescer à base de cálculo o valor correspondente aos lucros, oriundos do exterior, no trimestre em que forem disponibilizados, nos termos do art. 1° da Lei n° 9.532, de 1997. Deverá, ainda, acrescer à base de cálculo o valor correspondente aos rendimentos e ganhos de capital, oriundos do exterior, no trimestre em que forem auferidos (Decreto n° 3.342, de 2000, art. 9° ). 7º - Nas atividades de compra e venda, loteamento, incorporação e construção de imóveis, as variações monetárias ativas a que se refere o art. 9° da Lei n° 9.718, d e 1998, serão adicionadas ao próprio lucro, pelo regime de competência ou de caixa, conforme opção do contribuinte, estando o mesmo vedado à opção pelo lucro presumido enquanto não concluídas as operações imobiliárias para as quais haja registro de custo orçado (IN SRF n° 25, de 1999, art. 1° , I, e art. 2° ). 13.11.6 - Receitas Tributadas na Fonte. As importâncias pagas ou creditadas à pessoa jurídica, sujeitas à incidência do imposto na fonte, terão o seguinte tratamento:

Page 39: Eng.º Civil, MSc. - pet.ecv.ufsc.brpet.ecv.ufsc.br/arquivos/apoio-didatico/tributos_encargos... · 15.3.6 – Exercícios resolvidos. ..... 90 15.3.7 – A influência dos tributos

Engº Civil Antônio Victorino Avila Custos – Encargos Sociais - Precificação

Tributos, Encargos, Precificação ~ Versão 2012.docx 39

a. Quando decorrentes da prestação de serviços caracterizadamente de natureza profissional, de comissões, corretagens ou quaisquer outras remunerações pela representação comercial ou pela mediação na realização de negócios civis e comerciais e da prestação de serviços de propaganda e publicidade serão incluídas como receitas de prestação de serviços e o imposto retido na fonte poderá ser compensado com o devido trimestralmente. Para efeito de compensação, o imposto pago ou retido, constante de documento hábil, será compensado pelos valores originais, sem qualquer atualização (art. 75, parágrafo único da Lei nº 9.430, de 1996).

Quando o imposto a compensar for superior ao imposto devido no trimestre, o excesso poderá ser compensado nos trimestres subsequentes, acrescido dos juros equivalentes à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e Custódia - Selic, para títulos federais, acumulada mensalmente, a partir do primeiro dia do trimestre subsequente até o mês anterior ao da compensação e de 1% (um por cento) no mês da compensação; a) Os rendimentos de aplicações financeiras de renda fixa,

renda variável ou juros sobre o capital próprio serão incluídos na base de cálculo e o imposto pago ou retido incidente sobre esses rendimentos poderá ser compensado com o imposto devido trimestralmente. Para efeito de compensação, o imposto pago ou retido, constante de documento hábil, será compensado pelos valores originais, sem qualquer atualização (art. 75, parágrafo único da Lei nº 9.430, de 1996).

b) Serão considerados tributados exclusivamente na fonte

os rendimentos decorrentes de participações societárias,

sempre que tais rendimentos sofrerem tributação na fonte observada a legislação da época em que os mesmos forem gerados.

Imposto Tipo de Atividades Alíquota Base de

Cálculo Observação

IR - Imposto de Renda sobre o Lucro Líquido

Comércio, Indústria e Serviços

1,2% Valor da Venda

CSLL -Contribuição

Social sobre o Lucro Líquido

Comércio, Indústria e Serviços

1,08% Valor da Venda

PIS - Programa de Integração

Social

Comércio, Indústria e Serviços

0,65% Valor da Venda

COFINS - Contribuição Financeira Social

Comércio, Indústria e Serviços

3,0% Valor da Venda

IPI - Imposto sobre Produtos Industrializados

Indústria

Variável

Valor da Venda

O imposto sobre a venda deverá ser

compensado com o imposto sobre a

compra.

II - Imposto de Importação Importação Variável Valor da

Importação

ICMS - Imposto de Circulação de Mercadorias e Serviços

Indústria e Comércio

Variável De 0% a

25%

Valor da Venda

O imposto sobre a venda deverá ser

compensado com o imposto sobre a

compra.

ISS - Imposto sobre Serviços

Serviços Variável de 2% a

5%

Valor da Venda

Tab. 13.11 – Alíquotas dos Tributos - Lucro Presumido.

Page 40: Eng.º Civil, MSc. - pet.ecv.ufsc.brpet.ecv.ufsc.br/arquivos/apoio-didatico/tributos_encargos... · 15.3.6 – Exercícios resolvidos. ..... 90 15.3.7 – A influência dos tributos

Engº Civil Antônio Victorino Avila Custos – Encargos Sociais - Precificação

Tributos, Encargos, Precificação ~ Versão 2012.docx 40

13.11.7 – Exemplos de Aplicação. a) Caso geral. Seja calcular o imposto de renda devido por uma empresa optante pelo regime do lucro presumido cujo faturamento bruto anual foi previsto em R$ 520.000,00. A base de calculo do tributo, segundo o enquadramento da mesma, é calculada considerando um percentual de presunção de 8% do faturamento. Sendo a alíquota do Imposto de Renda no caso do lucro presumido de 15%, tem-se:

Base de cálculo = Faturamento bruto x percentual de presunção Imposto de Renda = base de cálculo x alíquota

IR = 520.000,00 x 0,08 x 0,15 = 6.240,00 R$ Considerando que o IR foi calculado em bases anual, a empresa deverá recolher, a cada trimestre, ¼ do valor devido qual seja: IR(trimestre) = 6.240 ÷ 4 = 1.560,00 R$. b) Lucro Presumido – trimestral. Seja calcular o montante do IR e da CSLL a ser pago no primeiro trimestre por uma empresa da construção civil que opera sob o sistema de empreitada. A empresa é optante pelo regime do lucro presumido e projetou os seguintes níveis de faturamentos para os dois primeiros semestres do exercício seguinte:

Faturamento Projetado para o Exercício Seguinte

Mês Janeiro Fevereiro Março Abril Maio Junho Faturamento 987 1.250 1.400 1.420 1.420 1.450 R$ mil Base de Cálculo: BC = φLP × RB. Valor do Tributo: IRLP = 0,15 x BC + 0,10 x ( BC – 60.000) a) Imposto de Renda Operação R$ 10 Receita Bruta no trimestre: 987+1250+1400 = 3.637,00 Base de cálculo: 8% RB 0,08 × 3.637 = 290,96 Imposto de Renda 0,15 × 290,96 = 43.644,00 Excesso do imposto = 290,96 - 60 0,10 × 230,96 = 23.096,00 Total do Imposto de Renda 43.644,00+23.096,00= 66.740,00

Do quadro acima se verifica que o imposto de renda devido no trimestre é de R$ 66.740,00. b) CSLL Operação R$ Base de Calculo: 9% RB 0,09 × 3.637.000,00 327.330,00 CSLL: 12% BC 0,12 × 327.330,00 39.279,60 Do quadro acima se verifica que a CSLL devida no trimestre é de R$ 39.279,00. Finalizando, o total de tributo devido no trimestre monta a 106.019,60 R$. c) Alíquota Final. Uma empresa que vende produtos de fabricação própria e optante pelo regime do lucro presumido deseja conhecer a alíquota final ou real a incidir sobre o preço de seus produtos. A

Page 41: Eng.º Civil, MSc. - pet.ecv.ufsc.brpet.ecv.ufsc.br/arquivos/apoio-didatico/tributos_encargos... · 15.3.6 – Exercícios resolvidos. ..... 90 15.3.7 – A influência dos tributos

Engº Civil Antônio Victorino Avila Custos – Encargos Sociais - Precificação

Tributos, Encargos, Precificação ~ Versão 2012.docx 41

empresa presume faturar, no próximo exercício R$ 4.600.000,00. Assim sendo solicita-se: o montante do imposto de renda a pagar no próximo exercício e o percentual do mesmo sobre o faturamento previsto. - Case de cálculo

BC = φ LP x RB = 0,08 x 4.600.000,00 = 368.000,00 R$

- Imposto de Renda a pagar Como se esta trabalhando em base anual, o valor a deduzir do excesso é de R$ 240.000,00. IRLP = 0,15 x BC + 0,10 x (BC – 240.000) IRLP = 0,15 x 368.000 + 0,10 x (368.000 – 240.000) IRLP = 68.000,00 R$ - Percentual de tributação:

%,,,..

,.oFaturament

IRLP*LP 48101480

000006004

0000068⇒===α

d) Tributação do Excesso. (12)

(12) Exemplo extraído do portal: http://www.consultorfiscal.com.br/frames/assuntos/federais/federais13.htm Vide Lei nº 11.196 de 2005.

Seja o caso de uma empresa construtora que faturou R$ 4.500.000,00 no trimestre e teve rendimentos provenientes de aplicações financeiras no montante de R$ 100.000,00.

E, que se enquadra na faixa de 8% quanto ao Lucro Presumido. Quando houver receitas financeiras e outros ganhos de capital deve-se aplicar a alíquota de 15% para o cálculo do Imposto de Renda (IRPJ) e de 12% para a Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) sobre o valor bruto destas receitas. Como a empresa apurou "lucro presumido" superior a R$ 60.000,00, no trimestre, deve ainda calcular o valor do Adicional de Imposto de Renda.

Aplica-se então a alíquota complementar de 10% sobre o valor que exceder a R$ 60 mil. Assim sendo, haverá um acréscimo adicional no IRPJ de R$ 30 mil e R$ 10 mil, respectivamente, referentes à receita bruta e à receita financeira. É interessante notar que, tanto a CSLL como o IRPJ, e eventual adicional, devem ser pagos trimestralmente, enquanto o PIS e o COFINS têm vencimento mensal. Por norma da legislação tributária federal, eventuais receitas financeiras não integram a base de cálculo da receita bruta sobre a qual incidem os tributos devidos. Assim os tributos incidentes sobre os dois tipos de receitas são calculados separadamente, e os tributos oriundos das duas receitas, somados.

Page 42: Eng.º Civil, MSc. - pet.ecv.ufsc.brpet.ecv.ufsc.br/arquivos/apoio-didatico/tributos_encargos... · 15.3.6 – Exercícios resolvidos. ..... 90 15.3.7 – A influência dos tributos

Engº Civil Antônio Victorino Avila Custos – Encargos Sociais - Precificação

Tributos, Encargos, Precificação ~ Versão 2012.docx 42

Os tributos a serem recolhidos, então, são: PIS; COFINS; CSLL sobre o faturamento (1,08%) e sobre os juros auferidos (12%); O IRPJ e o adicional do IRPJ. A tabela em segmento demonstra o cálculo dos tributos citados e que montam a importância de R$ 337.500,00, que corresponde o valor a pagar.

Lucro Presumido - Tributos

Tributo/Receita Receita Bruta

Receita Financeira

Receita Total R$ 10³

Valor 4.500.000,00 100.000,00 4.600.000,00 Luc. Presumido 8% 360.000,00 100.000,00 460.000,00 Parcela Excedente 300.000,00 100.000,00 400.000,00

Memória de Cálculo PIS = 0,65% 29.250,00 650,00 29.900,00 COFINS = 3,00% 135.000,00 3.000,00 138.000,00 CSLL = 1,08% CSLL = 12%

48.600,00 -

- 12.000,00 60.600,00

IRPJ = 15% 54.000,00 15.000,00 69.000,00 Adicional IRPJ = 10% 30.000,00 10.000,00 40.000,00 Valor a Pagar – R$ 337.500,00

13.12 – O Simples Nacional.

O Simples Nacional é uma forma especial de tributação, instituída para simplificar o recolhimento de tributos federais e beneficiar micro e pequenas empresas quanto o sistema de escrituração contábil, conforme estabelecido pela respectiva legislação. (Ver Lei Complementar nº 123, de 14.12.2006).

Este regime de tributação visa simplificar e facilitar o recolhimento de tributos pelas micro e pequenas empresas utilizando um único documento.

Essas empresas poderão recolher os impostos federais, estaduais e municipais, segundo alíquotas estabelecidas por faixa de receita bruta. 13.12.1 – Definições. O Simples Nacional implica no recolhimento mensal, mediante documento único de arrecadação, dos seguintes tributos:

• Imposto sobre a Renda da Pessoa Jurídica (IRPJ); • Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI); • Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL); • Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social

(COFINS); • Contribuição para o PIS/Pasep; • Contribuição Patronal Previdenciária (CPP); • Imposto sobre Operações Relativas à Circulação de

Mercadorias e Sobre Prestações de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação (ICMS);

• Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISS).

Micro Empresa < R$ 360.000,00. Empresa de Pequeno Porte < R$ 3.600.000,00.

Receita Bruta Anual

Page 43: Eng.º Civil, MSc. - pet.ecv.ufsc.brpet.ecv.ufsc.br/arquivos/apoio-didatico/tributos_encargos... · 15.3.6 – Exercícios resolvidos. ..... 90 15.3.7 – A influência dos tributos

Engº Civil Antônio Victorino Avila Custos – Encargos Sociais - Precificação

Tributos, Encargos, Precificação ~ Versão 2012.docx 43

Consideram-se microempresas ou empresas de pequeno porte (13): a sociedade empresária, a sociedade simples e o empresário (14) devidamente inscritos no Registro de Empresas Mercantis ou no Registro Civil de Pessoas Jurídicas, conforme o caso, desde que:

I – no caso das microempresas, o empresário, a pessoa jurídica, ou a ela equiparada, aufira, em cada ano-calendário, receita bruta igual ou inferior a R$ 360.000,00 (trezentos e sessenta mil reais);

II – no caso das empresas de pequeno porte, o empresário, a pessoa jurídica, ou a ela equiparada, aufira, em cada ano-calendário, receita bruta superior a R$ 360.000,00 (trezentos e sessenta mil reais) e igual ou inferior a R$ 3.600.000,00 (três milhões e seiscentos mil reais).

Essas empresas poderão recolher os impostos federais, IR, CSLL, PIS, COFINS, IPI e ISS de forma unificada. O valor do tributo é calculado em função da faixa de faturamento e da respectiva alíquota.

No caso da construção de imóveis e obras de engenharia em geral, inclusive sob a forma de subempreitada, execução de projetos e serviços de paisagismo, bem como decoração de interiores; e, nos serviços de vigilância, limpeza ou conservação, as alíquotas a serem adotadas, por faixa de faturamento, são estabelecidas no Anexo IV da Lei Complementar nº 139, de 10 de novembro de 2011 que altera os valores da Lei

(13) Segundo estabelece o Art. 3º da Lei Complementar nº 123 e o Anexo IV de 14 de dezembro de 2006. Alterada pela Lei Complementar nº 139, de 10 de novembro de 2011. (14) Segundo o art. 966 da Lei no 10.406, de 10 de janeiro de 2002.

Complementar nº 123/2006. A Tabela nº 13.12 - Alíquotas do Simples Nacional mostra as faixas de valores e as respectivas alíquotas. (15)

Alerta-se que nem todas as atividades empresariais ou de serviços podem adotar o simples, a exemplo dos profissionais liberais. E, conforme o enquadramento tributário, a alíquota também pode variar caso a empresa seja do ramo industrial, comercial ou de serviços. Assim, recomenda-se consultar o texto integral da Lei Complementar nº 123 e de sua alterações efetuadas pela Lei Complementar nº 139. (16)

Estão, também, as micro e pequenas empresas enquadradas no Simples Federal isentas da contribuição ao INSS da parte do Empregador. (SEBRAE-SP. 2007).

É interessante notar que, segundo os parágrafos 9º e 10º do Art. 3º da LC nº 123, a micro e a empresa de pequeno porte que, no ano-calendário, exceder o limite de receita bruta anual prevista fica excluída, no ano-calendário seguinte, do regime diferenciado e favorecido previsto por esta Lei Complementar. 13.12.2 – Calculo do Tributo. (15) Anexo IV da Lei Complementar No 123, de 14.12.2006, alterada pela Lei Complementar nº 139 de 2011. (16)http://www8.receita.fazenda.gov.br/simplesnacional/sobre/perguntas.asp. Acesso em 23.11.2011. Para ver toda a Legislação Brasileira, recomenda-se acessar o portal WWW.senado.gov.br.

Page 44: Eng.º Civil, MSc. - pet.ecv.ufsc.brpet.ecv.ufsc.br/arquivos/apoio-didatico/tributos_encargos... · 15.3.6 – Exercícios resolvidos. ..... 90 15.3.7 – A influência dos tributos

Engº Civil Antônio Victorino Avila Custos – Encargos Sociais - Precificação

Tributos, Encargos, Precificação ~ Versão 2012.docx 44

Adotando com nomenclatura: TSN correspondendo ao valor do tributo a ser pago; αSN a alíquota do Simples Nacional conforme estabelecido na Tab.13.12; e PV o preço de vendas ou faturamento, O valor do tributo, TSN, é dado por:

TSN = αSN x PV

13.12.3 – Exemplo. Seja calcular o valor dos tributos devidos sobre uma nota fiscal no valor de R$ 15.200,00, considerando ser o contribuinte uma empreiteira de construção civil e optante pelo Simples Nacional. O faturamento anual previsto se enquadra na faixa de R$ 540.000,01 a R$ 720.000,00. Nesta situação, a alíquota do Simples Nacional é de 8,49% e o ISS devido à prefeitura da municipalidade de 3,87%. Considerando, a incidência de dois tributos sobre o valor da nota, ou seja, a mesma base de calculo, estas alíquotas incidentes sobre o faturamento devem ser somadas. Então:

TSN = (αSN + αISS) x PB

TSN = 0,0849 x 15.200,00 = 1.290,48 R$.

Construção de Imóveis e Obras de Engenharia Receita Bruta em 12 meses – R$ Alíquota IRPJ CSLL Cofins PIS/Pasep ISS

Até 180.000,00 4,50% 0,00% 1,22% 1,28% 0,00% 2,00% De 180.000,01 a 360.000,00 6,54% 0,00% 1,84% 1,91% 0,00% 2,79%

De 360.000,01 a 540.000,00 7,70% 0,16% 1,85% 1,95% 0,24% 3,50%

De 540.000,01 a 720.000,00 8,49% 0,52% 1,87% 1,99% 0,27% 3,84%

De 720.000,01 a 900.000,00 8,97% 0,89% 1,89% 2,03% 0,29% 3,87%

De 900.000,01 a 1.080.000,00 9,78% 1,25% 1,91% 2,07% 0,32% 4,23%

De 1.080.000,01 a 1.260.000,00 10,26% 1,62% 1,93% 2,11% 0,34% 4,26%

De 1.260.000,01 a 1.440.000,00 10,76% 2,00% 1,95% 2,15% 0,35% 4,31%

De 1.440.000,01 a 1.620.000,00 11,51% 2,37% 1,97% 2,19% 0,37% 4,61%

De 1.620.000,01 a 1.800.000,00 12,00% 2,74% 2,00% 2,23% 0,38% 4,65%

De 1.800.000,01 a 1.980.000,00 12,80% 3,12% 2,01% 2,27% 0,40% 5,00%

De 1.980.000,01 a 2.160.000,00 13,25% 3,49% 2,03% 2,31% 0,42% 5,00%

De 2.160.000,01 a 2.340.000,00 13,70% 3,86% 2,05% 2,35% 0,44% 5,00%

De 2.340.000,01 a 2.520.000,00 14,15% 4,23% 2,07% 2,39% 0,46% 5,00%

De 2.520.000,01 a 2.700.000,00 14,60% 4,60% 2,10% 2,43% 0,47% 5,00%

De 2.700.000,01 a 2.880.000,00

15,05% 4,90% 2,19% 2,47% 0,49% 5,00%

De 2.880.000,01 a 3.060.000,00 15,50% 5,21% 2,27% 2,51% 0,51% 5,00%

De 3.060.000,01 a 3.240.000,00 15,95% 5,51% 2,36% 2,55% 0,53% 5,00%

De 3.240.000,01 a 3.420.000,00

16,40% 5,81% 2,45% 2,59% 0,55% 5,00%

De 3.420.000,01 a 3.600.000,00 16,85% 6,12% 2,53% 2,63% 0,57% 5,00%

Tab. 13.12 – Alíquotas do Simples Nacional

Page 45: Eng.º Civil, MSc. - pet.ecv.ufsc.brpet.ecv.ufsc.br/arquivos/apoio-didatico/tributos_encargos... · 15.3.6 – Exercícios resolvidos. ..... 90 15.3.7 – A influência dos tributos

Engº Civil Antônio Victorino Avila Custos – Encargos Sociais - Precificação

Tributos, Encargos, Precificação ~ Versão 2012.docx 45

13.13 – Da Incorporação de Edifícios. No caso de incorporações imobiliárias realizadas segundo o disposto na Lei de Incorporações e Condomínios, Lei nº 4.591, de 16.12. 1964. E, tendo em vista o que dispões a Lei nº 10.931, de 2.08.2004 relativa à vinculação do patrimônio de afetação das incorporações imobiliárias e, também, o que reza o art. 111 da Lei nº 11.196, de 21 de novembro de 2005, ficou instituído a unificação dos tributos relativos às receitas vinculadas à incorporação e escrituradas em livro específico para cada obra. Deste modo foi estabelecida uma alíquota única, tendo por base de calculo as receitas mensais da incorporação, no valor de 6% (seis por cento). (17). Esta alíquota de 6% corresponderá ao pagamento unificado dos seguintes tributos: IRPJ; CSLL; PIS/PASEP; e do COFINS. O pagamento do tributo unificado deverá ocorrer até ao 10º dia do mês subsequente ao do auferimento da receita.

13.14 – Construção Civil 13.14.1- Composição dos tributos sobre o faturamento. Nas tabelas 13.13 e 13.14, são mostrados dois exemplos de composição dos tributos incidentes sobre o faturamento de empreitadas, caso a empresa tenha optado, respectivamente, pelo regime do lucro real ou do lucro presumido.

(17) Alíquota estabelecida pelo Art. 4º da Lei nº 12.024, de 27 de agosto de 2009.

No caso mostrado nas citadas tabelas, o ISS é o

praticado pela Prefeitura Municipal de Florianópolis – SC. Esta municipalidade estabelece duas alíquotas: 3% do valor da nota fiscal quando ocorre fornecimento de material; 5% sobre o valor da nota fiscal para o caso de empreitada eminentemente “de lavor”.

Analisando os dois exemplos, constata-se uma variação

do somatório dos tributos incidentes sobre o faturamento ocorrendo entre 7,61% a 14,25% do valor da nota fiscal. São valores expressivos a serem adequadamente considerados na formação do preço de venda.

Ocorrendo erro ou falta de entendimento quanto à adoção

da alíquota correta, pode ocorrer prejuízo, ou redução do lucro esperado, e também perca de competitividade quando adotada uma alíquota superior à devida.

Construção Civil – Empreitada Empresa Optante pelo Lucro Real

Imposto – Alíquota Com

fornecimento de material

Sem fornecimento de material

• Imposto s/ Serviços – ISS 3,00% 5,00% • COFINS 7,60% 7,60% • PIS (18) 1,65% 1,65% Total dos Tributos 12,25% 14,25%

Tab. 13.13 – Tributos Incidentes sobre o Faturamento

(18) Lei nº 11.196 de 21.11.2005 – Art. 46.

Page 46: Eng.º Civil, MSc. - pet.ecv.ufsc.brpet.ecv.ufsc.br/arquivos/apoio-didatico/tributos_encargos... · 15.3.6 – Exercícios resolvidos. ..... 90 15.3.7 – A influência dos tributos

Engº Civil Antônio Victorino Avila Custos – Encargos Sociais - Precificação

Tributos, Encargos, Precificação ~ Versão 2012.docx 46

Construção Civil – Empreitada

Empresa Optante pelo Lucro Presumido

Imposto – Alíquota Com

fornecimento de material

Sem fornecimento de

material • Imposto s/ Serviços – ISS 3,00% 5,00% • COFINS 3,00% 3,00% • PIS 0,65% 0,65% • Contribuição Social 0,96% 0,96%

Total dos Tributos 7,61% 9,61% Fonte: Receita Federal 2007.

Tab. 13.14 - Tributos Incidentes sobre o Faturamento Finalizando, ao ser efetuado orçamento para obra nova, em município fora da sede da empresa, recomenda-se reconhecer o ISS praticado pela municipalidade local. 13.14.2 - Análise de Sensibilidade. Seja o caso de uma empresa constituída em cotas de responsabilidade limitada, atuante na indústria da construção civil cujos contratos, predominantemente, são de empreitada de material e mão de obra. O objetivo da análise é definir se a empresa, com um faturamento previsto para o próximo exercício montando a R$ 10,70 milhões, deverá optar pelo regime do lucro real ou do lucro presumido. O estudo de decisão recomenda a elaboração do DRE sob diversos cenários, visando verificar qual deles oferece a possibilidade de alcançar o maior lucro do exercício.

Cenários propostos: 1º. A empresa considera grande a possibilidade de alcançar a

previsão de receita orçada ( 1º cenário); 2º. Poderá ocorrer uma redução de faturamento na ordem de

20%, mantidos os custos fixos (2º cenário); 1º Cenário: Neste cenário é desenvolvido o demonstrativo do lucro da empresa, considerando uma receita operacional prevista no montante de R$ 10.700.000,00, calculada sob o regime do lucro real e do lucro presumido. Ver Tab. 13.15 – Caso do Lucro Real e Tab.13.16 – Caso do Lucro Presumido, ambas correspondendo à realização de 100% do faturamento previsto. Na definição dos valores do PIS-Pasep e do COFINS, no caso de apuração pelo lucro real, Tab.13.15, foi considerado o regime de incidência não-cumulativa, o que permite o desconto de créditos apurados com base em custos, despesas e encargos já pagos a outros fornecedores. Para efetuar o calculo do desconto de créditos apurados, foi considerado que 25% dos dispêndios efetuados com o custo de produtos vendidos possam ter os valores de PIS e Confins compensados, respectivamente em R$ 17.737,50 e R$ 81.700,00. Ou seja, estes créditos foram calculados do seguinte modo:

COFINS = 4.300.000,00 × 0,25 × 0,0165 = 17.737,50 R$ PIS = 4.300.000,00 × 0,25 × 0,0760 = 81.700,00 R$

Page 47: Eng.º Civil, MSc. - pet.ecv.ufsc.brpet.ecv.ufsc.br/arquivos/apoio-didatico/tributos_encargos... · 15.3.6 – Exercícios resolvidos. ..... 90 15.3.7 – A influência dos tributos

Engº Civil Antônio Victorino Avila Custos – Encargos Sociais - Precificação

Tributos, Encargos, Precificação ~ Versão 2012.docx 47

Então, os valores em questão orçados para 2.008 são: PIS-Pasep = 10.700.000,00×0,0165–17.737,00 = 158.813,00 R$ COFINS = 10.700.000,00 × 0,076 – 81.700,00 = 731.500,00 R$

No caso da empresa ser optante pelo lucro real, o cálculo dos tributos: Imposto de Renda e Contribuição Social Sobre o Lucro Líquido; é realizado como abaixo:

IR = (LAIR × 0,15) + (LAIR – 240.000 ) × 0,10 IR = 639.321,75 R$. Atenção: No caso da análise pelo Lucro Real, ao ser elaborada a projeção do DRE, recomenda-se ao final do processo, somar a depreciação ao Lucro do Exercício. Justifica-se tal procedimento por ser a depreciação um benefício fiscal que, se por um lado, permite reduzir os tributos a pagar incidentes sobre o lucro imposto. Por outro, não realiza uma saída de caixa. Logo, seu montante deve ser somado ao lucro do exercício. Procedimento exposto conforme o item 3.10 da Tab.13.15.

Demonstrativo do Resultado do Exercício Previsão para 2.00x 100% Faturamento

Item CR$ 3.1. Receita Operacional 10.700.000,00 3.2. Deduções

• ISS 3,00% 321.000,00

• COFINS 7,60% - desc 731.500,00

• PIS-Pasep 1,65% - desc 158.813,00

• ICMS - -

• IPI - - 3.3. Receita Líquida 9.448.687,00 3.4. Custos de Produtos Vendidos 4.300.000,00 3.5. Lucro Operacional Bruto 5.188.687,00 3.6. Despesas Operacionais 2.535.400,00 - Despesas Administrativas 1.640.400,00 - Despesas de Vendas 360.000,00

- Depreciação 135.000,00 - Encargos Financeiros 400.000,00

3.7. Lucro Operacional ou LAIR 2.653.287,00 3.8. Provisões

• Imp. De Renda 15% + 10% 639.321,75 • CSLL 9% do LAIR 238.795,83

3.9. Lucro do Exercício 1.775.169,42 3.10. Depreciação (+) 135.000,00 3.11 – Geração anual de caixa 1.910.169,42

Tab. 13.15 – Caso do Lucro Real

Page 48: Eng.º Civil, MSc. - pet.ecv.ufsc.brpet.ecv.ufsc.br/arquivos/apoio-didatico/tributos_encargos... · 15.3.6 – Exercícios resolvidos. ..... 90 15.3.7 – A influência dos tributos

Engº Civil Antônio Victorino Avila Custos – Encargos Sociais - Precificação

Tributos, Encargos, Precificação ~ Versão 2012.docx 48

Demonstrativo do Resultado do Exercício Previsão para 200x 100% Faturamento

Item CR$ 3.1 – Receita Operacional – Presumida 10.700.000,00 3.2 – Deduções

• ISS 3,00% 321.000,00

• COFINS 3,00% 321.000,00

• PIS 0,65% 69.550,00

• ICMS - -

• IPI - -

• Imp. de Renda 8% da Rec. Pré. 856.000,00

• CSSL 12% BC × 8% 102.720,00 3.3- Receita Líquida 9.029.730,00 3.4 – Custos de Produtos Vendidos 4.300.000,00 3.5 – Lucro Operacional Bruto 4.729.730,00 3.6 – Despesas Operacionais

• Despesas Administrativas 1.640.400,00 • Despesas de Vendas 360.000,00 • Depreciação 0,00 • Encargos Financeiros 400.000,00

3.7 - Lucro Operacional ou LAIR 2.329.330,00 3.8 - Provisões -

• Imp. de Renda - - • CSLL - -

3.9. Lucro do Exercício 2.329.330,00 3.10. Depreciação 0,00 3.11 – Geração anual de caixa 2.329.330,00

Tab.13.16 – Caso do Lucro Presumido

A CSLL é dada por: CSLL = 0,09 X LAIR = 238.795,83

Depois de projetadas as possíveis despesas operacionais, e calculados os lucros previstos, conforme demonstrado nas Tab. 13.15 e Tab.13.16, constata-se uma desvantagem econômica da opção do lucro real em relação à opção do lucro presumido no valor de 419.160,58 R$, pois:

∆VA = LR – LP.

∆VA =1.910.169,42 – 2.329.330,00= - 419.160,58 R$.

O valor final a ser considerado para a análise de sensibilidade é a Geração Anual de Caixa. Justifica este procedimento por ser a depreciação um benefício fiscal (despesa) que não promove saída de caixa.

O valor da Geração Anual de Caixa, então, é definido somando o valor da depreciação ao lucro do exercício. Este procedimento só deve ser efetuado no caso da análise pelo Lucro Real, pois o valor da depreciação é considerado na formação do Lucro do Exercício. Fato este que não ocorre no caso do Lucro Presumido já que não ocorre a incidência de tributos sobre o lucro. 2º Cenário: Neste caso foi analisado haver uma frustração do faturamento previsto na ordem de 20%. Com a redução do faturamento foi prevista uma redução nos custos dos produtos vendidos, na mesma ordem.

Page 49: Eng.º Civil, MSc. - pet.ecv.ufsc.brpet.ecv.ufsc.br/arquivos/apoio-didatico/tributos_encargos... · 15.3.6 – Exercícios resolvidos. ..... 90 15.3.7 – A influência dos tributos

Engº Civil Antônio Victorino Avila Custos – Encargos Sociais - Precificação

Tributos, Encargos, Precificação ~ Versão 2012.docx 49

As demais despesas foram mantidas conforme a previsão inicial, a menos dos encargos financeiros. A definição dos valores do PIS-Pasep e do COFINS, no caso de apuração pelo lucro real, foi previsto ocorrer sob o regime de incidência não-cumulativa, o que permite o desconto de créditos apurados com base em custos, despesas e encargos já pagos a outros fornecedores. Do mesmo modo que efetuado no Cenário-1, foi considerado que 25% dos dispêndios efetuados com o custo de produtos vendidos possam ter os valores de PIS e Confins compensados, respectivamente, em R$ 14.190,00 (3.440.000 × 0,25 × 0,0165 =14.190,00) e, R$ 65.360,00 (3.440.000 × 0,25 × 0,076 = 65.360,00). Então, os valores em questão orçados para o exercício seguinte foram: COFINS = 8.560.000,00 × 0,076 – 65.360,00 = 585.200,00 PIS-Pasep = 8.560.000,00 × 0,0165 – 14.190,00 = 127.050,00

No lucro real, a CSLL corresponde a 9% do LAIR e o Imposto de Renda é calculado como abaixo:

IR = (1.657.550,00× 0,15) + (1.657.550,00 – 240.000) × 0,10

IR = 429.555,50 R$. Comparando o resultado da demonstração do lucro obtido

nas Tab. 13.17 e Tab.13.18, constata-se uma vantagem econômica da opção do lucro real em relação à opção do lucro presumido no valor de 591.653,00 R$, pois:

∆VA = LR - LP

∆VA = 1.252.983,00 – 661.330,00 = 591.653,00 R$ Ocorrendo uma frustração de faturamento, a diferença havida na geração anual de caixa em favor lucro real aumenta significativamente. Ainda mais, os tributos, no caso do lucro presumido, deverão ser recolhidos aos cofres públicos trimestralmente com base na receita presumida, ou seja: R$ 10.700.000,00.

Financeiramente, no caso de frustração de receita, a vantagem do lucro real aumenta, pois os tributos sobre o lucro somente serão recolhidos após apurado o lucro real e no exercício seguinte.

Page 50: Eng.º Civil, MSc. - pet.ecv.ufsc.brpet.ecv.ufsc.br/arquivos/apoio-didatico/tributos_encargos... · 15.3.6 – Exercícios resolvidos. ..... 90 15.3.7 – A influência dos tributos

Engº Civil Antônio Victorino Avila Custos – Encargos Sociais - Precificação

Tributos, Encargos, Precificação ~ Versão 2012.docx 50

Demonstrativo do Resultado do Exercício Realizado – 2008 - 80% do Faturamento

Item CR$ 3.1 -Receita Operacional (-) 20% 8.560.000,00 3.2 - Deduções

• ISS 3,00% 256.800,00 • COFINS 7,60% - desc 585.200,00 • PIS 1,65% - desc 127.050,00 • ICMS - -

• IPI - - 3.3 - Receita Líquida 7.590.950,00 3.4 - Custos de Produtos Vendidos 3.440.000,00 3.5 - Lucro Operacional Bruto 4.150.950,00 3.6 - Despesas Operacionais

• Despesas Administrativas 1.640.400,00 • Despesas de Vendas 360.000,00 • Depreciação 135.000,00 • Encargos Financeiros 358.000,00

3.7 - Lucro Operacional ou LAIR 1.657.550,00 3.8 - Provisões

• Provisão IR 15% + 10% ex 390.387,50 • Provisão CSLL 9% do LAIR 149.179,50

3.9 – Lucro do exercício 1.117.983,00 3.10 – Depreciação (+) 135.000,00 3. 11 - Geração anual de caixa 1.252.983,00

Tab. 13.17 – Caso do Lucro Real

Demonstrativo do Resultado do Exercício Realizado – 2008 - 80% do Faturamento

Item CR$ 3.0 – Receita Presumida 10.700.000,00 3.1 – Receita Realizada ( -20%) 8.560.000,00 3.2 – Deduções

• ISS 3,00% 321.000,00

• COFINS 3,00% 321.000,00

• PIS 0,65% 69.550,00

• ICMS - -

• IPI - -

• Imp. De Renda 8% da Rec Pre 856.000,00

• CSSL 12% BC × 8% 102.720,00 3.3 – Receita Líquida 6.889.730,00 3.4 – Custos de Produtos Vendidos 3.870.000,00 3.5 – Lucro Operacional Bruto 3.019.730,00 3.6 – Despesas Operacionais

• Despesas Administrativas 1.640.400,00 • Despesas de Vendas 360.000,00 • Depreciação 0,00 • Encargos Financeiros 358.000,00

3.7 - Lucro Operacional ou LAIR 661.330,00 3.8 - Provisões -

• Provisão IR - - • Provisão CSLL - -

3.9. Lucro do Exercício 661.330,00 3.10. Depreciação 0,00 3.11 – Geração anual de caixa 661.330,00

Tab.13.18 – Caso do Lucro Presumido

Page 51: Eng.º Civil, MSc. - pet.ecv.ufsc.brpet.ecv.ufsc.br/arquivos/apoio-didatico/tributos_encargos... · 15.3.6 – Exercícios resolvidos. ..... 90 15.3.7 – A influência dos tributos

Engº Civil Antônio Victorino Avila Custos – Encargos Sociais - Precificação

Tributos, Encargos, Precificação ~ Versão 2012.docx 51

Ao serem comparados os quatro resultados obtidos, verifica-se a diferença dos resultados em favor do lucro real ou do lucro presumido conforme a realização da previsão do planejamento. Ver. Tab. 13.19.

Opção Realização Geração de Caixa Lucro Real 100% do Faturamento 1.910.169,42 R$ Lucro Presumido 100% do Faturamento 2.329.330,00 R$ Lucro Real 80% do Faturamento 1.252.983,00 R$ Lucro Presumido 80% do Faturamento 661.330,00 R$

Tab.13.19 – Comparando Opções

Concluindo, cabe ao gestor acompanhar as oscilações e o comportamento do mercado visando decidir por um sistema de apuração tributária que melhor favoreça a geração anual de caixa.

13.15 – Exercícios 13.15.1 - Exercícios Resolvidos

c) Seja calcular o valor percentual a pagar de imposto de renda incidente sobre um salário de R$ 6.000,00.

� Analisar qual a melhor opção de enquadramento fiscal

junto à Receita Federal de uma empresa que atua no ramo da construção civil e trabalha com serviços, primordialmente com mão de obra.

� A empresa tem um faturamento estimado para o próximo exercício no montante de R$ 65.883,00 e projeta um lucro

líquido para o exercício de 8% ao ano, considerando uma opção pela regime do lucro real.

Salário Alíquota Incidência Tributo – R$

Até 1.499,15 isento 0,00 0,00 de 1.499,16 até 2.246,75 7,50% 747,59 56,07 de 2.246,75 até 2.995,71 15,00% 748,96 112,34 de 2.995,71 até 3.743,19 22,50% 747,48 168,18 Acima de 3.743,19 27,50 % 2.256,82 620,63 Valor do imposto a pagar : Σ 957,22 Percentual a Pagar = 957,22 ÷ 6.000,00 = 0,16%

Efetuar, também, uma análise de sensibilidade, para

cada opção, considerando uma oscilação (+) 5% e (-) 10% sobre o valor previsto para o faturamento. Elaborando a projeção dos DRE’s para cada regime e possibilidade de faturamento, chega-se à previsão das margens de lucro a ser atingida a cada nível de faturamento conforme a tabela abaixo. (19). Considerando que a empresa se enquadra como de pequeno porte. E, analisando os resultados expressos na tabela, conclui-se que a melhor opção é pelo regime do Simples nacional pois para tosos os níveis de faturamento previsto a rentabilidade é maior do que os 8% estabelecidos como margem de lucro da empresa.

(19) Resolução proposta por Renata Varela Kretzer.

Page 52: Eng.º Civil, MSc. - pet.ecv.ufsc.brpet.ecv.ufsc.br/arquivos/apoio-didatico/tributos_encargos... · 15.3.6 – Exercícios resolvidos. ..... 90 15.3.7 – A influência dos tributos

Engº Civil Antônio Victorino Avila Custos – Encargos Sociais - Precificação

Tributos, Encargos, Precificação ~ Versão 2012.docx 52

Previsão da Margem de Lucro Sobre o Faturamento

Regime 100% do Previsto

(+) 5% do Previsto

(-) 10% do Previsto

Lucro Real 8,00% 9,41% 4,71% Lucro Presumido 7,76 % 9,61 3,44% Simples Nacional 12,34% 14,19% 8,02%

Page 53: Eng.º Civil, MSc. - pet.ecv.ufsc.brpet.ecv.ufsc.br/arquivos/apoio-didatico/tributos_encargos... · 15.3.6 – Exercícios resolvidos. ..... 90 15.3.7 – A influência dos tributos

Engº Civil Antônio Victorino Avila Custos – Encargos Sociais - Precificação

Tributos, Encargos, Precificação ~ Versão 2012.docx 53

Lucro Real Faturamento Faturamento Faturamento Nº Item 100% do Previsto (+) 5% do Previsto (-) 10% do Previsto

1 RECEITA OPERACIONAL R$ 65.883,00 R$ 69.177,15 R$ 59.294,70 2 DEDUÇÕES R$ 10.758,69 R$ 9.384,23 R$ 8.043,62

2.1 ISS R$ 3.294,15 R$ 3.458,86 R$ 2.964,74 2.2 COFINS R$ 1.976,49 R$ 5.257,46 R$ 4.506,40

2.3 CRÉDITO COFINS (BC 20% sobre custo de produtos vendidos)

R$ 428,24 R$ 389,05 R$ 333,47

2.4 PIS R$ 3.162,38 R$ 1.141,42 R$ 978,36

2.5 CRÉDITO PIS (BC 20% sobre custo de produtos vendidos)

R$ 1.897,43 R$ 84,47 R$ 72,40

3 RECEITA LÍQUIDA R$ 55.124,31 R$ 59.792,92 R$ 51.251,08 4 CUSTOS DE PRODUTOS VENDIDOS R$ 24.376,71 R$ 25.595,55 R$ 21.939,04

4.1 Material de expediente R$ 985,40 R$ 1.034,67 888,04 4.2 Ensaios de laboratório R$ 3.520,00 R$ 3.696,00 3.168,00 4.3 Reprografia R$ 1.200,00 R$ 1.260,00 1.080,00 4.4 Mão de obra R$ 18.671,31 R$ 19.604,88 R$ 16.803,00

5 LUCRO OPERACIONAL BRUTO R$ 30.747,60 R$ 34.197,38 R$ 29.312,04 6 DESPESAS OPERACIONAIS

6.1 DESPESAS DE VENDAS R$ 6.403,60 R$ 6.403,60 R$ 6.403,60 6.1.1 Locação de veículo sedan R$ 2.400,00 R$ 2.400,00 R$ 2.400,00 6.1.2 Combustíveis e lubrificantes R$ 1.250,00 R$ 1.250,00 R$ 1.250,00 6.1.3 Deslocamentos / estadias R$ 862,60 R$ 862,60 R$ 862,60 6.1.4 Estacionamentos R$ 84,00 R$ 84,00 R$ 84,00 6.1.5 Refeições R$ 579,00 R$ 579,00 R$ 579,00 6.1.6 Comunicação – telefonia móvel R$ 378,00 R$ 378,00 R$ 378,00 6.1.7 Marketing R$ 850,00 R$ 850,00 R$ 850,00

6.2 DESPESAS ADMINISTRATIVAS R$ 16.634,28 R$ 16.634,28 R$ 16.634,28 6.2.1 Aluguel R$ 1.050,00 R$ 1.050,00 R$ 1.050,00 6.2.2 Energia elétrica R$ 249,00 R$ 249,00 R$ 249,00 6.2.3 IPTU R$ 126,00 R$ 126,00 R$ 126,00 6.2.4 Comunicação – telefonia fixa R$ 245,00 R$ 245,00 R$ 245,00 6.2.5 Vigilância R$ 624,00 R$ 624,00 R$ 624,00 6.2.6 Material de expediente R$ 846,00 R$ 846,00 R$ 846,00 6.2.7 Pessoal Administrativo R$ 11.271,90 R$ 11.271,90 R$ 11.271,90 6.2.8 Seguro R$ 762,00 R$ 762,00 R$ 762,00 6.2.9 Cartório R$ 258,00 R$ 258,00 R$ 258,00

6.2.10 Material de higiene e limpeza R$ 64,78 R$ 64,78 R$ 64,78 6.2.11 Copa e cozinha R$ 97,60 R$ 97,60 R$ 97,60 6.2.12 Motoboy R$ 150,00 R$ 150,00 R$ 150,00 6.2.13 Assessoria jurídica R$ 890,00 R$ 890,00 R$ 890,00

6.3 DESPESAS FINANCEIRAS R$ 2.596,00 R$ 2.596,00 R$ 2.596,00 6.3.1 Multas contratuais R$ 1.587,00 R$ 1.587,00 R$ 1.587,00 6.3.2 Comissões / corretagens R$ 683,00 R$ 683,00 R$ 683,00 6.3.3 Juros (empréstimos) R$ 326,00 R$ 326,00 R$ 326,00

7 LUCRO OPERACIONAL – LAIR R$ 6.935,05 R$ 8.563,50 R$ 3.678,16 8 PROVISÕES R$ 1.664,41 R$ 2.055,24 R$ 882,76

8.1 IR R$ 1.040,26 R$ 1.284,52 R$ 551,72 8.2 CSLL R$ 624,15 R$ 770,71 R$ 331,03

9 LUCRO LÍQUIDO DO EXERCÍCIO R$ 5.270,64 R$ 6.508,26 R$ 2.795,40

Lucro Percentual Sobre o

Faturamento 8,00% 9,41% 4,71%

Demonstrativo do Resultado do Exercício Opção pelo Lucro Real

Page 54: Eng.º Civil, MSc. - pet.ecv.ufsc.brpet.ecv.ufsc.br/arquivos/apoio-didatico/tributos_encargos... · 15.3.6 – Exercícios resolvidos. ..... 90 15.3.7 – A influência dos tributos

Engº Civil Antônio Victorino Avila Custos – Encargos Sociais - Precificação

Tributos, Encargos, Precificação ~ Versão 2012.docx 54

Lucro Presumido Faturamento Faturamento Faturamento

Nº Item 100% do Previsto a (+) 5% a (-) 10% 1 RECEITA OPERACIONAL R$ 65.883,00 R$ 69.177,15 R$ 59.294,70 2 DEDUÇÕES R$ 10.758,69 R$ 11.296,63 R$ 9.682,82

2.1 ISS = 5,00% R$ 3.294,15 R$ 3.458,86 R$ 2.964,74 2.2 COFINS = 3,00 % - desc R$ 1.976,49 R$ 2.075,31 R$ 1.778,84 2.3 PIS = 0,65% - desc R$ 428,24 R$ 449,65 R$ 385,42 2.6 IR = 15% * 32 % R$ 3.162,38 R$ 3.320,50 R$ 2.846,15 2.7 CSSL = 32%* 9% R$ 1.897,43 R$ 1.992,30 R$ 1.707,69

3 RECEITA LÍQUIDA R$ 55.124,31 R$ 57.880,52 R$ 49.611,88 4 CUSTOS DE PRODUTOS VENDIDOS R$ 24.376,71 R$ 25.595,55 R$ 21.939,04

4.1 Material de expediente R$ 985,40 R$ 1.034,67 R$ 886,86 4.2 Ensaios de laboratório R$ 3.520,00 R$ 3.696,00 R$ 3.168,00 4.3 Reprografia R$ 1.200,00 R$ 1.260,00 R$ 1.080,00 4.4 Mão de obra R$ 18.671,31 R$ 19.604,88 R$ 16.804,18

5 LUCRO OPERACIONAL BRUTO R$ 30.747,60 R$ 32.284,98 R$ 27.672,84 6 DESPESAS OPERACIONAIS

6.1 DESPESAS DE VENDAS R$ 6.403,60 R$ 6.403,60 R$ 6.403,60 6.1.1 Locação de veículo sedan R$ 2.400,00 R$ 2.400,00 R$ 2.400,00 6.1.2 Combustíveis e lubrificantes R$ 1.250,00 R$ 1.250,00 R$ 1.250,00 6.1.3 Deslocamentos / estadias R$ 862,60 R$ 862,60 R$ 862,60 6.1.4 Estacionamentos R$ 84,00 R$ 84,00 R$ 84,00 6.1.5 Refeições R$ 579,00 R$ 579,00 R$ 579,00 6.1.6 Comunicação – telefonia móvel R$ 378,00 R$ 378,00 R$ 378,00 6.1.7 Marketing R$ 850,00 R$ 850,00 R$ 850,00

6.2 DESPESAS ADMINISTRATIVAS R$ 16.634,28 R$ 16.634,28 R$ 16.634,28 6.2.1 Aluguel R$ 1.050,00 R$ 1.050,00 R$ 1.050,00 6.2.2 Energia elétrica R$ 249,00 R$ 249,00 R$ 249,00 6.2.3 IPTU R$ 126,00 R$ 126,00 R$ 126,00 6.2.4 Comunicação – telefonia fixa R$ 245,00 R$ 245,00 R$ 245,00 6.2.5 Vigilância R$ 624,00 R$ 624,00 R$ 624,00 6.2.6 Material de expediente R$ 846,00 R$ 846,00 R$ 846,00 6.2.7 Pessoal Administrativo R$ 11.271,90 R$ 11.271,90 R$ 11.271,90 6.2.8 Seguro R$ 762,00 R$ 762,00 R$ 762,00 6.2.9 Cartório R$ 258,00 R$ 258,00 R$ 258,00

6.2.10 Material de higiene e limpeza R$ 64,78 R$ 64,78 R$ 64,78 6.2.11 Copa e cozinha R$ 97,60 R$ 97,60 R$ 97,60 6.2.12 Motoboy R$ 150,00 R$ 150,00 R$ 150,00 6.2.13 Assessoria jurídica R$ 890,00 R$ 890,00 R$ 890,00

6.3 DESPESAS FINANCEIRAS R$ 2.596,00 R$ 2.596,00 R$ 2.596,00 6.3.1 Multas contratuais R$ 1.587,00 R$ 1.587,00 R$ 1.587,00 6.3.2 Comissões / corretagens R$ 683,00 R$ 683,00 R$ 683,00 6.3.3 Juros (empréstimos) R$ 326,00 R$ 326,00 R$ 326,00

7 LUCRO OPERACIONAL – LAIR R$ 5.113,72 R$ 6.651,10 R$ 2.038,96 8 PROVISÕES - - -

8.1 IR - - - 8.2 CSLL - - -

9 LUCRO LÍQUIDO DO EXERCÍCIO R$ 5.113,72 R$ 6.651,10 R$ 2.038,96 Lucro Percentual Sobre o Faturamento 7,76 % 9,61 3,44%

Demonstrativo do Resultado do Exercício Opção pelo Lucro Presumido

Page 55: Eng.º Civil, MSc. - pet.ecv.ufsc.brpet.ecv.ufsc.br/arquivos/apoio-didatico/tributos_encargos... · 15.3.6 – Exercícios resolvidos. ..... 90 15.3.7 – A influência dos tributos

Engº Civil Antônio Victorino Avila Custos – Encargos Sociais - Precificação

Tributos, Encargos, Precificação ~ Versão 2012.docx 55

Simples Nacional Faturamento Faturamento Faturamento Nº Item 100% do Previsto (+) 5% do Previsto (-) 10% do Previsto 1 RECEITA OPERACIONAL 65.883,00 69.177,15 59.294,70 2 DEDUÇÕES 7.741,25 R$ 8.128,32 R$ 6.967,13 2.1 Impostos = 6,75% R$ 4.447,10 R$ 4.669,46 R$ 4.002,39 2.2 ISS = 5,00% R$ 3.294,15 R$ 3.458,86 R$ 2.964,74 3 RECEITA LÍQUIDA R$ 58.141,75 R$ 61.048,83 R$ 52.327,57 4 CUSTOS DE PRODUTOS VENDIDOS R$ 24.376,71 R$ 25.595,55 R$ 21.939,04 4.1 Material de expediente R$ 985,40 R$ 1.034,67 R$ 886,86 4.2 Ensaios de laboratório R$ 3.520,00 R$ 3.696,00 R$ 3.168,00 4.3 Reprografia R$ 1.200,00 R$ 1.260,00 R$ 1.080,00 4.4 Mão de obra R$ 18.671,31 R$ 19.604,88 R$ 16.804,18 5 LUCRO OPERACIONAL BRUTO R$ 33.765,04 R$ 35.453,29 R$ 30.388,53 6 DESPESAS OPERACIONAIS 6.1 DESPESAS DE VENDAS R$ 6.403,60 R$ 6.403,60 R$ 6.403,60 6.1.1 Locação de veículo sedan R$ 2.400,00 R$ 2.400,00 R$ 2.400,00 6.1.2 Combustíveis e lubrificantes R$ 1.250,00 R$ 1.250,00 R$ 1.250,00 6.1.3 Deslocamentos / estadias R$ 862,60 R$ 862,60 R$ 862,60 6.1.4 Estacionamentos R$ 84,00 R$ 84,00 R$ 84,00 6.1.5 Refeições R$ 579,00 R$ 579,00 R$ 579,00 6.1.6 Comunicação – telefonia móvel R$ 378,00 R$ 378,00 R$ 378,00 6.1.7 Marketing R$ 850,00 R$ 850,00 R$ 850,00 6.2 DESPESAS ADMINISTRATIVAS R$ 16.634,28 R$ 16.634,28 R$ 16.634,28 6.2.1 Aluguel R$ 1.050,00 R$ 1.050,00 R$ 1.050,00 6.2.2 Energia elétrica R$ 249,00 R$ 249,00 R$ 249,00 6.2.3 IPTU R$ 126,00 R$ 126,00 R$ 126,00 6.2.4 Comunicação – telefonia fixa R$ 245,00 R$ 245,00 R$ 245,00 6.2.5 Vigilância R$ 624,00 R$ 624,00 R$ 624,00 6.2.6 Material de expediente R$ 846,00 R$ 846,00 R$ 846,00 6.2.7 Pessoal Administrativo R$ 11.271,90 R$ 11.271,90 R$ 11.271,90 6.2.8 Seguro R$ 762,00 R$ 762,00 R$ 762,00 6.2.9 Cartório R$ 258,00 R$ 258,00 R$ 258,00 6.2.10 Material de higiene e limpeza R$ 64,78 R$ 64,78 R$ 64,78 6.2.11 Copa e cozinha R$ 97,60 R$ 97,60 R$ 97,60 6.2.12 Motoboy R$ 150,00 R$ 150,00 R$ 150,00 6.2.13 Assessoria jurídica R$ 890,00 R$ 890,00 R$ 890,00 6.3 DESPESAS FINANCEIRAS R$ 2.596,00 R$ 2.596,00 R$ 2.596,00 7 LUCRO OPERACIONAL – LAIR R$ 8.131,16 R$ 9.819,41 R$ 4.754,65 8 PROVISÕES - - - 8.1 IR - - - 8.2 CSLL - - - 9 LUCRO LÍQUIDO DO EXERCÍCIO R$ 8.131,16 R$ 9.819,41 R$ 4.754,65 Lucro Percentual Sobre o

Faturamento 12,34% 14,19% 8,02%

Demonstrativo do Resultado do Exercício Opção pelo Simples Nacional

Page 56: Eng.º Civil, MSc. - pet.ecv.ufsc.brpet.ecv.ufsc.br/arquivos/apoio-didatico/tributos_encargos... · 15.3.6 – Exercícios resolvidos. ..... 90 15.3.7 – A influência dos tributos

Engº Civil Antônio Victorino Avila Custos – Encargos Sociais - Precificação

Tributos, Encargos, Precificação ~ Versão 2012.docx 56

13.15.1 - Exercícios Propostos. a) Percentual Limite. Considerando a análise de sensibilidade realizada no item 13.14.2, efetue um estudo definindo o nível de faturamento em que ocorra indiferença em se optar pelo regime do lucro real ou do lucro presumido. b) Empreiteira de Mão de Obra. Seja o caso de uma pequena empreiteira que atua no ramo da construção civil, mais especificamente oferecendo serviços de recuperação, reforma e impermeabilização de edificações.

O preço dos serviços é orçado fazendo incidir um BDI sobre os custos dos materiais e da mão de obra necessária a cumprir os contratos. O seu objetivo é analisar o balanço projetado da empresa para o próximo exercício, visando analisar se ela deve optar pelo regime do lucro real, do lucro presumido ou do simples nacional. Os dados dos custos previstos estão relacionados no DRE em anexo a ser complementado para cada análise.

ATENÇÃO: A DEPRECIAÇÃO É UM BENEFÍCIO FISCAL INCIDENTE

APENAS NA OPÇÃO DO LUCRO REAL

DRE Item R$

1. Faturamento 2.350.000,00 2. Deduções à Receita

• • • • • •

3. Custos Diretos • Salários 364.000,00 • Encargos Sociais 240.000,00 • Aluguel de Veículos 32.000,00 • Aluguel de equipamentos 60.000,00 • Materiais 210.000,00

4. Lucro Operacional Bruto 5. Despesas Gerais e Administrativas

• Pró labore 106.000,00 • Salários 36.000,00 • Encargos Sociais 25.000,00 • Serviços Públicos 24.000,00 • Materiais de expediente 8.000,00 • Diárias 15.000,00

6. Lucro Operacional Líquido 7. Depreciação 20.400,00 8. Resultado Financeiro

• Juros pagos – Serv. Bancos 4.500,00 • Juros recebidos 31.000,00

9. Lucro Operacional ou LAIR 10. Provisões

• Imposto de Renda • CSLL

11. Lucro Líquido do Exercício

Page 57: Eng.º Civil, MSc. - pet.ecv.ufsc.brpet.ecv.ufsc.br/arquivos/apoio-didatico/tributos_encargos... · 15.3.6 – Exercícios resolvidos. ..... 90 15.3.7 – A influência dos tributos

Engº Civil Antônio Victorino Avila Custos – Encargos Sociais - Precificação

Tributos, Encargos, Precificação ~ Versão 2012.docx 57

c) Empresa Industrial.

Você atua, profissionalmente, como assistente do superintendente da Efluviol Ltda., empresa que atua no segmento industrial. Transcorria o mês de outubro quando o superintendente lhe atribuiu os seguintes encargos: 1º - Avaliar o nível de faturamento para o próximo exercício. 2º - Verificar qual dos regimes contábeis seria o mais favorável para a empresa. Se o do lucro real ou o do lucre presumido. Isto porque no próximo mês de dezembro, segundo a legislação fiscal, a empresa deveria optar por qual dos regimes a adotar no próximo exercício. Para tanto, você dispõem das seguintes informações: a) Custos totais para o próximo exercício, R$ 850 mil mensais; b) Depreciação legal anual, R$ 375 mil; c) IPI, alíquota de 15%; d) ICMS: na venda 17% e na compra 12%; e) Margem de contribuição de 18%. f) A empresa não é inscrita no ISS. g) Os custos com insumos e serviços de terceiros monta a 47%

do faturamento.

Page 58: Eng.º Civil, MSc. - pet.ecv.ufsc.brpet.ecv.ufsc.br/arquivos/apoio-didatico/tributos_encargos... · 15.3.6 – Exercícios resolvidos. ..... 90 15.3.7 – A influência dos tributos

Engº Civil Antônio Victorino Avila Custos – Encargos Sociais - Precificação

Tributos, Encargos, Precificação ~ Versão 2012.docx 58

14 - ENCARGOS SOCIAIS E TRABALHISTAS.

14.1 - Introdução. O objetivo deste Capítulo é dispor ao responsável pela gestão de orçamentos e preços na indústria da construção civil de uma metodologia que facilite a definição de índices de encargos sociais. Definidos esses índices será possível estabelecer o preço da mão de obra e a política de pessoal, ou seja, quais os salários a serem praticados por cada cargo integrante do orçamento de pessoal. Sob o título encargos sociais é apropriada uma série de custos sociais e trabalhistas a serem suportados por patrões e empregados. Os empregadores são responsáveis pelo cumprimento de obrigações sociais e trabalhistas. Obrigações ou encargos trabalhistas são aqueles pagos aos empregados além do salário pactuado, mensalmente ou por motivo de rescisão contratual. As obrigações sociais são devidas à seguridade social, o INSS, e ao Fundo de Garantia por Tempo de Serviço, o FGTS. Ao empregado cumpre, apenas, o pagamento da seguridade social, o INSS.

Alerta-se que os encargos sociais a serem recolhidos ou pagos devem ser calculados para cada empregado isoladamente.

Isto porque, numa mesma empresa, as condições de trabalho variam conforme: o local de atividade do indivíduo; do nível salarial; do número de horas extras realizadas; do turno de trabalho; do trabalho realizado em área de risco; da opção da empresa em adotar a contabilidade pelo lucro real ou ser optante do Simples; etc.. Assim sendo, dois trabalhadores que tenham o mesmo salário hora ou o mesmo salário básico mensal, podem receber importâncias distintas no final do mês. Como rápido exemplo da assertiva acima, seja o caso de pagamento de periculosidade a trabalhadores que atuam em locais ou serviços considerados de risco e que percebem um adicional de 30% sobre o valor do salário.

Page 59: Eng.º Civil, MSc. - pet.ecv.ufsc.brpet.ecv.ufsc.br/arquivos/apoio-didatico/tributos_encargos... · 15.3.6 – Exercícios resolvidos. ..... 90 15.3.7 – A influência dos tributos

Engº Civil Antônio Victorino Avila Custos – Encargos Sociais - Precificação

Tributos, Encargos, Precificação ~ Versão 2012.docx 59

Trabalhadores da mesma empresa que não atuem em área de risco, porém percebam o mesmo salário base, não fazem jus a este percentual. 14.2 – Cálculo dos Encargos. 14.2.1 – Os Tipos de Encargos.

Para o cálculo do custo da mão-de-obra, é necessário determinar o valor dos encargos sociais, dos encargos do trabalho e outras contribuições incidentes sobre a folha salarial, possíveis de serem reunidos em cinco grupos:

I - Encargos Sociais são recolhidos à previdência social

ou ao governo e que são: o INSS, o FGTS, o salário educação; o SESI; o SENAI; o INCRA e o seguro acidente;

II – Encargos Trabalhistas: hora extra, hora noturna, hora

extra cumprida em domingos e feriados, e a hora de sobreaviso; o salário família, o auxílio maternidade, os adicionais de periculosidade e insalubridade, o descanso semanal remunerado e comissões pagas por produção.

III – Os aprovisionamentos visam formar um fundo para

quitar encargos e são calculados como um percentual incidente sobre o salário total de cada mês. São eles: as férias; o abono constitucional (⅓) de férias; o 13º salário; a indenização para a demissão sem justa causa (aviso prévio indenizado) e o auxilio doença.

IV – A reincidência de encargos. O INSS incide, também, sobre o valor das férias, do abono de férias, do 13º salário e do descanso semanal remunerado quando o trabalhador é horista.

Somente não ocorre reincidência do INSS sobre

encargos considerados como verbas indenizatórias e procedentes de rescisão imotivada do contrato de trabalho quais sejam: o aviso prévio remunerado; a indenização relativa à dispensa sem justa causa e a indenização de férias.

V – Acordos e Liberalidades. Existem algumas despesas

que são classificadas como encargos sociais provenientes de acordos sindicais ou mesmo liberalidades da empresa a exemplo de: vale transporte; o vale refeição; e as despesas com assistência médica complementar.

14.2.2 – Metodologia. Sugere-se a seguinte metodologia ao se calcular o montante dos encargos sociais atribuídos a cada empregado:

1º) Definir o valor da hora normal e das extraordinárias; 2º) Calcular os encargos do trabalho – horas extraordinárias; 3º) Calcular os Encargos Sociais Básicos; 4º) Calcular o aprovisionamento de encargos do trabalho; 5º) Calcular o aprovisionamento dos Encargos Sociais; 6º) Calcular a reincidência de encargos sociais sobre os

encargos trabalhistas; 7º) Somar as despesas oriundas de acordos sindicais ou

liberalidades da empresa;

Recomenda-se efetuar o cálculo dos encargos do trabalho, dos aprovisionamentos, dos encargos sociais básicos e das

Page 60: Eng.º Civil, MSc. - pet.ecv.ufsc.brpet.ecv.ufsc.br/arquivos/apoio-didatico/tributos_encargos... · 15.3.6 – Exercícios resolvidos. ..... 90 15.3.7 – A influência dos tributos

Engº Civil Antônio Victorino Avila Custos – Encargos Sociais - Precificação

Tributos, Encargos, Precificação ~ Versão 2012.docx 60

reincidências dos encargos, partindo do valor unitário da hora normal, seja para o caso do trabalhador horista ou do mensalista. 14.2.3 – Índice de Encargos. Havendo o interesse em estabelecer um índice único de encargos sociais para a empresa como um todo, especialmente quando se compõem orçamentos de mão de obra, este pode ser definido adotando o seguinte modelo:

ntohadePagameTotaldaFolosSociaisargcTotaldosEn

IES =

No modelo acima, em numerador são agregados todos os encargos sociais incorridos o que corresponde à soma dos encargos pagos aos trabalhadores, sejam horistas ou mensalistas, e aqueles devidos à seguridade social. Em denominador, somente devem ser considerados a soma dos salários segundo o pactuado em carteira de trabalho, ou seja, o salário base do trabalhador. ( Avila & Jungles, 2006). Ao ser calculado o total dos encargos sociais devidos pelo empregador quando este orça custos e preços, alerta-se que não se deve considerar a parte do assalariado, já que este montante é retido. Ao empregador cabe a obrigação legal do recolhimento e o repasse aos cofres da previdência social. Como exemplo, seja uma empresa cuja folha básica de pagamentos (salários base) monte a 234 mil reais e os encargos sociais de sua atribuição montem a R$ 346.320,00. O índice de encargos sociais, neste caso, é de 1,48, pois:

48100000234

00320346,

,.,.

IES ==

Neste modelo, a folha básica de pagamentos corresponde o somatório dos salários base. Neste salário base não são computados: os demais encargos decorrentes do trabalho; os encargos sociais; os acordos sindicais; a reincidência dos encargos sociais sobre os encargos do trabalho; os provisionamentos; e outras despesas definidas como liberalidade da empresa. Ao ser calculado o total dos encargos sociais devidos pelo empregador quando este orça custos e preços, alerta-se que não se deve considerar a parte do assalariado, já que este montante é retido do salário do empregado. Ao empregador cabe a obrigação legal do recolhimento e o repasse aos cofres da previdência social. 14.2.4 – Horas normais e extraordinárias. O salário mensal ou total é calculado sobre o número de horas trabalhadas durante o mês, sejam elas computadas como horas normais ou horas extraordinárias, tanto no caso do empregado horista como no caso do mensalista. Assim sendo, o salário total, ST, a ser pago mensalmente a um empregado é função do somatório das horas normais trabalhadas e das horas extraordinárias efetivamente realizadas. As horas normais correspondem a uma carga de trabalho, diurna, constitucionalmente estabelecida em 44 horas semanais.

Page 61: Eng.º Civil, MSc. - pet.ecv.ufsc.brpet.ecv.ufsc.br/arquivos/apoio-didatico/tributos_encargos... · 15.3.6 – Exercícios resolvidos. ..... 90 15.3.7 – A influência dos tributos

Engº Civil Antônio Victorino Avila Custos – Encargos Sociais - Precificação

Tributos, Encargos, Precificação ~ Versão 2012.docx 61

As horas extraordinárias são:

• Hora extra normal; • Hora noturna normal; • Hora extra cumprida em domingos ou feriados; • E, as horas de sobreaviso.

Ao cumprir jornada de trabalho superior a carga semanal de 44 horas. Ou, conforme o caso, se cumprir jornada diária superior a 8 horas ou 8 horas e 48 minutos de trabalho, o empregado fará jus à hora extra, cujo valor é superior ao da hora normal.

E, também, se trabalhar em horário noturno e em finais de semana ou feriados.

Hora Diurna ou Hora Normal: entende-se como hora diurna

àquela praticada entre as 05h00min e 22h00min. Hora Noturna: A CLT preceitua no art. 73 § 2º que o

horário noturno é aquele praticado entre as 22h00min horas e 05h00min. Alerta-se que a indústria da construção civil se enquadra neste horário, porém este fato não ocorre para todas as categorias profissionais.

Dado o acima exposto, a legislação definiu como período

noturno uma jornada de trabalho de 7 (sete) horas sendo a hora noturna equivalente a 52 minutos e 30 segundos. Nesse caso um trabalhador só pode ter mais 1 (uma) hora acrescida à sua jornada, visando o período para descanso ou refeição. I – Horas Normais.

a) Trabalhador Horista. O valor da hora normal do horista é aquela registrada na carteira profissional. Como previsão da carga de trabalho mensal de um trabalhador horista pode-se considerar uma carga semanal de 44 horas e um mês contendo 4,34 semanas. Então:

HH = = 44 x 4,34 = 191 horas por mês. b) Trabalhador Mensalista. A hora normal do mensalista é definida, também, em função do número mensal de horas trabalhadas. Porém, com uma metodologia que define o número de horas mensais em 220 horas, calculadas como abaixo. (20) A jornada máxima legal é de 44 horas semanais. Dessa forma, se um empregado for admitido para laborar em jornada de 44 horas semanais, o divisor para se encontrar o salário-hora do empregado é de 220 horas. TEFLUS, 20008.

• Jornada de 44 horas semanais = 220 horas semanais HM = 44 x 4 (jornada mensal) + 44 (repouso) = 220 horas Caso o mesmo seja admitido para laborar em jornada de 40 horas semanais, esse divisor deverá ser reduzido para 200 horas, que pode ser calculado da seguinte forma:

(20) CLT Art. 486 § 3º - Se pago por hora, a indenização apurar-se-á na base de 220 (duzentas e vinte) horas por mês. http://www.teflus.com.br/contabil/informativo.27.11.2008.

Page 62: Eng.º Civil, MSc. - pet.ecv.ufsc.brpet.ecv.ufsc.br/arquivos/apoio-didatico/tributos_encargos... · 15.3.6 – Exercícios resolvidos. ..... 90 15.3.7 – A influência dos tributos

Engº Civil Antônio Victorino Avila Custos – Encargos Sociais - Precificação

Tributos, Encargos, Precificação ~ Versão 2012.docx 62

• Jornada de 40 horas semanais = 200 horas mensais HM = 40 x 4 (jornada mensal) + 40 (repouso) = 200 horas II – Horas Extraordinárias.

O valor das horas extraordinárias é calculado como um percentual de acréscimo no valor das horas normais seja o empregado horista ou mensalista.

São elas: a hora extra normal, a hora extra cumprida em

domingos e feriados, a hora noturna e a hora paga por empregado em regime de sobreaviso.

Comentando a avaliação dessas horas: a) A hora extra normal é realizada após uma jornada de

trabalho num máximo de duas horas por dia, segundo reza a CLT.

b) A hora noturna é definida legalmente como um tempo

inferior daquele cumprido na hora normal, correspondendo a uma duração de 52’ e 30“. Ver Art. 73 da CLT.

c) No caso do profissional fazer jus ao adicional de

periculosidade, a base de cálculo da hora extra é o resultado da soma do salário contratual mais o adicional de insalubridade, nos termos do art. 3º da Súmula nº 228/TST.

Como exemplo de calculo de remuneração de horas

noturnas, seja o caso um indivíduo que trabalhe 2 horas relógio, o que corresponde a 120 minutos. E, que o valor de sua hora normal seja de 6,50 R$/hora.

O pagamento dessas horas, VH, corresponderá ao

equivalente de 2,25 horas normais, definidas como a seguir:

20% de acréscimo sobre 2 horas noturnas:...... 105 minutos. 20% de acréscimo sobre 0,25 horas:................. 15 minutos.

Total .................................................................. 120 minutos.

VH = 1,2 × 2,25 × 6,50 = 17,55 R$ c) Se o indivíduo trabalhar em horário noturno realizando

hora extra, além das duas horas extras normais, fará jus à soma das horas extras com as horas noturnas, o que perfaz um adicional de 70% ( 20% + 50%). (21).

(21) HORA EXTRA NOTURNA = Havendo prestação de horas extras no horário noturno, o empregado fará jus aos adicionais noturno e extra (20% + 50%), cumulativamente, conforme Enunciado II da Súmula nº 60 TST: "Cumprida integralmente a jornada no período noturno e prorrogada esta, devido é também o adicional quanto às horas prorrogadas. Exegese do art. 73, § 5º, da CLT." Do site: www.buchner.com.br. Em 30.09.2008

• Hora extra normal..........................................50% • Hora noturna normal .....................................20% • Hora extra em domingos e feriados............100% • Sobreaviso.................................. 1/3 hora normal

Horas Extraordinárias

Page 63: Eng.º Civil, MSc. - pet.ecv.ufsc.brpet.ecv.ufsc.br/arquivos/apoio-didatico/tributos_encargos... · 15.3.6 – Exercícios resolvidos. ..... 90 15.3.7 – A influência dos tributos

Engº Civil Antônio Victorino Avila Custos – Encargos Sociais - Precificação

Tributos, Encargos, Precificação ~ Versão 2012.docx 63

d) Aquele que cumprir hora extra em domingos e feriados será remunerado cumulativamente. A remuneração das horas nessas condições é de 150% (100% + 50%) sobre o valor da hora normal.

e) Considera-se em "sobreaviso" o empregado que

permanecer em sua própria casa, aguardando a qualquer momento o chamado para o serviço.

Cada escala de "sobreaviso" será, no máximo, de 24 (vinte

e quatro) horas. As horas de "sobreaviso", para todos os efeitos, serão contadas à razão de 1/3 (um terço) da hora relativa ao salário normal.

14.3 – Definição dos Encargos (22). 14.3.1 - Contribuição ao INSS

A contribuição ao INSS é devida por empregados e

empregadores, estes, como pessoa física. A contribuição do empregado ao INSS é recolhida sobre o

salário total e tem suas alíquotas o de 8, 9 e 11%, conforme a faixa salarial em que o mesmo estiver enquadrado, porem até a um limite máximo, conforme exposto na Tab. 14.1 – Contribuição ao INSS.

(22) Este item é um excerto do site http://sindcontagem.com.br/index. Em 13.07.2008. Fonte: Guia Trabalhista. Ver Decreto-lei nº 5.452, de 1º de maio de 1943. CLT - Consolidação Das Leis Do Trabalho.

Ao empregador como pessoa física a contribuição ao INSS é de 12% sobre o pró-labore, mantido o mesmo limite dos empregados.

Faixas Salariais & Alíquotas INSS - 2012 Contribuinte Faixa – R$ Alíquota - % Assalariado

Até 1.174,86 8,00 1.174,87 a 1.958,10 9,00 1.958,11 a 3.916,20 11,00

Empregador ≤ 3.916,20 20,00 Tab. 14.1 – Contribuição ao INSS.

14.3.2 - Encargos Previdenciários Básicos.

Os encargos previdenciários básicos são tributos devidos à Seguridade Social e a outras instituições especificadas em lei.

Integram estes encargos: a contribuição devida ao INSS; o

FGTS – Fundo de garantia por Tempo de Serviço; o Salário Educação; os recolhimentos ao SESI, SENAI e INCRA; a contribuição ao SECONCI(23) no caso de empresas de construção civil, e, também o Seguro Acidente de Trabalho – SAT.

Os encargos acima relacionados incidem sobre o total da remuneração recebida pelo trabalhador, seja ele horista ou mensalista, a que título for. Porém não incidem sobre verbas consideradas como indenizatórias, como o aviso prévio indenizado.

(23) Serviço Social do Sindicato da Indústria da Construção Civil

Page 64: Eng.º Civil, MSc. - pet.ecv.ufsc.brpet.ecv.ufsc.br/arquivos/apoio-didatico/tributos_encargos... · 15.3.6 – Exercícios resolvidos. ..... 90 15.3.7 – A influência dos tributos

Engº Civil Antônio Victorino Avila Custos – Encargos Sociais - Precificação

Tributos, Encargos, Precificação ~ Versão 2012.docx 64

Na Tab. 14.2 – Encargos Sociais Básicos estão demonstrados os encargos e as respectivas alíquotas suportados pelo empregador da construção civil.

Relação de Encargos Alíquota - %

Horistas Mensalistas 1. INSS 2. FGTS 3. Salário Educação 4. SESI 5. SENAI 6. INCRA 7. Seguro Acidente – SAT 8. Seconci

20,00 8,00 2,50 1,80 1,30 0,20 3,00 1,00

20,00 8,00 2,50 1,80 1,30 0,20 3,00 1,00

Total dos Encargos 37,80 37,80 Tab.14.2 – Encargos Sociais Básicos

A alíquota do empregador foi instituída pela Lei n.º 8.212,

de 24.07.1991, em seu Art. 22, que reza em seu no inciso I - vinte por cento sobre o total das remunerações pagas, devidas ou creditadas a qualquer título, durante o mês, aos segurados empregados e trabalhadores avulsos que lhe prestem serviços, destinadas a retribuir o trabalho, qualquer que seja a sua forma, inclusive as gorjetas, os ganhos habituais sob a forma de utilidades e os adiantamentos decorrentes de reajuste salarial, quer pelos serviços efetivamente prestados, quer pelo tempo à disposição do empregador ou tomador de serviços, nos termos da lei ou do contrato ou, ainda, de convenção ou acordo coletivo de trabalho ou sentença normativa. (Nova Redação dada pela Lei nº 9.876, de 1999).

Alerta-se que, na relação de encargos exposta na Tab.14.2, a alíquota do INSS corresponde apenas à contribuição do empregador, como empresa.

O empregador, porém, tem a responsabilidade legal de recolher à seguridade social os encargos de sua competência e a dos empregados. O Seguro Acidente de Trabalho, SAT, varia entre 1% e 3% segundo o ramo da indústria. O percentual de cada empresa depende do grau de periculosidade em que é enquadrada, conforme determinado pela legislação trabalhista. No caso da construção civil, a alíquota é de 3%.

Como já comentado, não recebem a incidência desses encargos previdenciários as seguintes verbas indenizatórias: o aviso prévio remunerado; a indenização relativa à dispensa sem justa causa e a indenização de férias. (24).

Ao Seconci é apropriada uma alíquota de 1% sobre o salário dos empregados.

Finalizando, no caso da indústria da construção civil. O total dos encargos sociais básicos incidentes sobre os salários de horistas e mensalistas monta a 37,80%. 14.3.3 – Descanso Semanal Remunerado - DSR. O Descanso Semanal Remunerado – DSR é devido, apenas, ao empregado horista e incide sobre o somatório das horas normais (HN) e das horas extras trabalhadas (HE) no período. No caso do trabalhador mensalista, este encargo já integra o salário base.

(24) Já existe sumula do TST confirmando este procedimento.

Page 65: Eng.º Civil, MSc. - pet.ecv.ufsc.brpet.ecv.ufsc.br/arquivos/apoio-didatico/tributos_encargos... · 15.3.6 – Exercícios resolvidos. ..... 90 15.3.7 – A influência dos tributos

Engº Civil Antônio Victorino Avila Custos – Encargos Sociais - Precificação

Tributos, Encargos, Precificação ~ Versão 2012.docx 65

∑ += )HEHN(TH

O DSR, então, é calculado em função das horas totais,

TH, do número de dias úteis trabalhados e do número de domingos e feriados. Há, porém, dois procedimentos adotados pelas empresas visando a sua determinação: i) por média mensal; ii) por fração de semana. 1º Procedimento: Por média mensal. Neste caso é considerada a ocorrência de uma média mensal de 25 (vinte e cinco) dias úteis por mês e 5 (cinco) domingos/feriados também por mês. O DSR, então corresponde a 20% das horas pagas.

êsasUteisdoMNúmerodeDiFeriados/gosminTotalDo

DSR =

TH%20TH255

DSR ⇒=

2º Procedimento: Por fração da semana. Há empresas, porém, que estabelecem, apenas, o domingo como dia de descanso, já que o sábado também é considerado dia de trabalho. Neste caso o DSR é calculado em base semanal. O DSR então é estabelecido como 1/6 do salário devido, ou seja, 16,67%. No entanto, a prática adotada pela maioria é aquela demonstrada no 1º procedimento.

TH%67,16TH61

DSR ⇒=

Muitas empresas incluem o valor do DSR no valor da hora pactuada com o empregado. Neste caso deve-se desconsiderar o percentual de acréscimo referente ao DSR no cálculo dos encargos sociais.

14.3.4 - Auxílio-doença.

O auxílio doença é um provisionamento efetuado pelo empregador visando cobrir os custos inerentes ao afastamento do empregado do trabalho, motivado por doença.

E, a recomendação do autor é que este provisionamento

seja rateado sobre o total da folha de pagamentos. No caso do auxílio doença se utiliza a mesma sistemática

do aviso prévio indenizado, ou seja, é necessário que cada empresa saiba quantos dias/ano/empregado foram pagos aos empregados devido a afastamento do trabalho motivado por doença. E, com esta informação calcular, estatisticamente, qual o percentual mensal a ser atribuído a cada empregado.

Exemplo: No ano anterior, uma empresa pagou um total

de 400 dias de atestados/auxílio doença/afastamentos, tendo desembolsado por este motivo um total de R$ 14.800,00 no exercício.

Trabalharam na empresa, no ano em pauta, 200 funcionários, ai considerado os que foram admitidos, os demitidos e aqueles que permaneceram na empresa. O total da folha salários, no ano, foi de R$ 1.530.000,00.

Page 66: Eng.º Civil, MSc. - pet.ecv.ufsc.brpet.ecv.ufsc.br/arquivos/apoio-didatico/tributos_encargos... · 15.3.6 – Exercícios resolvidos. ..... 90 15.3.7 – A influência dos tributos

Engº Civil Antônio Victorino Avila Custos – Encargos Sociais - Precificação

Tributos, Encargos, Precificação ~ Versão 2012.docx 66

SalarialTotalFolhatomAfastamenDespesasco

AD =

Então o "índice" de atestados sobre a folha de pagamentos foi de 0,96732%, que corresponde a dividir R$ 14.800,00 por R$ 1.530.000,00.

Deve-se, então, acrescer a este índice os respectivos

encargos sociais e trabalhistas. 14.3.5 - Encargos mensais sobre 13º Salário. Os encargos mensais incidentes sobre o 13º salário são calculados, diferentemente, para os casos de empregados mensalistas e horistas. a) Trabalhador mensalista.

O 13º salário corresponde a 1/12 da remuneração total recebida durante o ano. Assim sendo, a provisão para o 13º salário deve ser efetuada mensalmente sobre o salário recebido, segundo o modelo:

ST%33,8ST121

Salárioº13/s.ovPr ⇒×=

b) Trabalhador horista.

O calculo dos encargos incidentes sobre o 13º salário do trabalhador horista é efetuado do mesmo modo que o do mensalista, porém acrescido do percentual do DSR. Como o DSR é calculado sob duas metodologias, o calculo do 13º deve ser compatível com o procedimento normalmente adotado.

1º Procedimento - média mensal:

ST%ST),,(ST,

º 10016700833012

200

12

113 ⇒×+=×

+=

2º Procedimento – fração da semana:

ST%,ST),,(ST,

º 669013300833012

160

12

113 ⇒×+=×

+=

14.3.6 – Encargo sobre Férias. Os encargos mensais incidentes sobre as férias são calculados, diferentemente, para os casos de empregados mensalistas e horistas. Nos dois casos, os encargos sociais sobre férias são compostos por duas parcelas e incidem sobre: i) as férias; ii) e, o abono constitucional sobre as férias correspondente a 1/3 do valor das mesmas. a) Encargo Mensal sobre as férias - mensalista.

Page 67: Eng.º Civil, MSc. - pet.ecv.ufsc.brpet.ecv.ufsc.br/arquivos/apoio-didatico/tributos_encargos... · 15.3.6 – Exercícios resolvidos. ..... 90 15.3.7 – A influência dos tributos

Engº Civil Antônio Victorino Avila Custos – Encargos Sociais - Precificação

Tributos, Encargos, Precificação ~ Versão 2012.docx 67

As férias do trabalhador horista correspondem a 1/12 do salário recebido durante o ano, acrescidas do abono constitucional correspondente a 1/3 do valor do salário de férias.

312

1

12

1ST

STFM +=

FM = 0,0833 ST + 0,0277 ST = 0,1111 ST

FM = 11,11% x ST.

b) O encargo mensal sobre férias - horista.

O calculo deste encargo é efetuado do mesmo modo que o do mensalista, porém acrescido do percentual do DSR. Para este encargo também ocorrem duas situações:

1º Procedimento - média mensal

FH= {11,11% + 0,20 x 11,11% } x ST

FH = 13,33% x ST. 2º Procedimento – fração da semana

FH= {11,11% + 0,1667 x 11,11% } x ST

FH = 12,96% x ST.

14.3.7 - Reincidência de Encargos Previdenciários. Os seguintes encargos trabalhistas recebem a incidência dos encargos previdenciários básicos devidos ao INSS e que são:

− O 13º salário, − As férias; − Adicional de férias; − E, o DSR.

O total da reincidência dos encargos previdenciários, REC, segue, então, o seguinte modelo:

REC = 20% × Σ(13º Salário + Férias + ⅓ Férias + DSR ) ST a) Caso de Horistas:

RECHOR = 0,20 x (10,00% + 13,33% + 20,00%) ST = 8,87% ST

b) Caso de Mensalistas: considerando que neste caso não existe DSR,

RECMEN = 0,20 x (8,33% + 11,11%) ST = 3,89% ST

14.3.8 - Multa FGTS – Rescisão sem justa causa.

Page 68: Eng.º Civil, MSc. - pet.ecv.ufsc.brpet.ecv.ufsc.br/arquivos/apoio-didatico/tributos_encargos... · 15.3.6 – Exercícios resolvidos. ..... 90 15.3.7 – A influência dos tributos

Engº Civil Antônio Victorino Avila Custos – Encargos Sociais - Precificação

Tributos, Encargos, Precificação ~ Versão 2012.docx 68

A rescisão sem justa causa incorre, a partir de 2001, em uma multa calculada sobre o saldo do FGTS e correspondente a 50% (cinquenta por cento) deste saldo. Considerando que o recolhimento ao FGTS é de 8% (oito por cento) tem-se, matematicamente:

Multa FGTS/Rescisão = percentual da multa x percentual

mensal depositado.

Multa FGTS/Rescisão = 50% x 8%.

Multa FGTS/Rescisão = 4% ST. Para fazer frente a esta despesa, cabe ser efetuada uma provisão mensal sobre o salário de cada empregado. A provisão é função do percentual de multa e do índice de rotatividade do pessoal na empresa, conforme apresentado no item 14.2.10. Então:

Provisão Multa FGTS = 4% x IRot 14.3.9 – Aviso Prévio Indenizado.

A provisão para o aviso prévio indenizado, API, é efetuada mensalmente sobre um percentual do salário do empregado em função do "índice de rotatividade" da empresa.

IRotSTAPI ×=

É interessante notar que no índice de rotatividade

não devem ser considerados os casos de empregados que se

aposentam ou pedem demissão. Nestes dois casos não cabe esta provisão, já que indevida.

O índice de rotatividade pode ser definido de dois

modos: pelo número de demissões realizadas no período ou pelo tempo médio de permanência dos empregados na empresa.

a) Número de Demissões. Neste caso considera-se o número de empregados demitidos com relação ao número de empregados da empresa.

EmpregadosºNDemitidosºN

IRot =

Como exemplo, seja calcular a provisão para cobertura do aviso prévio indenizado incidente sobre o salário mensal total de R$ 970,00. O trabalhador em pauta atua em uma empresa que dispõe de 250 empregados e no ultimo ano demitiu 37. Então:

ano

R50

145

15

000

970

250

370

0970

IRot

ST

API

/$,,,, =×=×=×=

b) Tempo de Permanência

Neste caso considera-se o tempo médio de permanência

dos empregados na empresa.

diomanenciaMéMesesdePerIRot

1=

Page 69: Eng.º Civil, MSc. - pet.ecv.ufsc.brpet.ecv.ufsc.br/arquivos/apoio-didatico/tributos_encargos... · 15.3.6 – Exercícios resolvidos. ..... 90 15.3.7 – A influência dos tributos

Engº Civil Antônio Victorino Avila Custos – Encargos Sociais - Precificação

Tributos, Encargos, Precificação ~ Versão 2012.docx 69

Por exemplo: se a média de permanência dos empregados na empresa é de 29 meses, então o índice de rotatividade mensal corresponde a IRot = 1/29=0,0345 ou seja 3,45% ao mês.

Finalizando, ressalta-se que sobre o valor do aviso prévio indenizado não cabe a incidência dos encargos sociais básicos. A jurisprudência entende que no caso de demissão sem justa causa este encargo tem caráter indenizatório. (25). 14.3.10 - Adicional de Periculosidade. Trabalhadores que atuam em serviços considerados de risco (26) fazem jus a um adicional de periculosidade sobre o valor do salário. Reza o Art. Nº 193 da CLT em seu § 1º - O trabalho em condições de periculosidade assegura ao empregado um adicional de 30% (trinta por cento) sobre o salário.

APer = 0,30 × Σ (Horas normais + horas extras)

O adicional de periculosidade incide também sobre as horas extras, porém não incide sobre gratificações, prêmios ou participações nos lucros realizados pela empresa. Vide Lei nº 6.514, de 22.12.1977.

(25) Sobre o aviso prévio indenizado não há incidência do INSS e IR-Fonte, somente se realiza o recolhimento para o FGTS. Fonte: http://www.guiatrabalhista.com.br/guia/aviso_previo_calculo.htm. 10.09.2008. (26) Ver Art. nº 193 da CLT Decreto Lei nº 5.452/43 e Lei nº 6.514/77. E, o Art. 68 da Lei nº 8.112.

14.3.11 - Adicional da insalubridade. Trabalhadores que atuam em condições insalubres fazem jus a um adicional sobre o salário. Adicional esse variável segundo a atividade seja classificada de alta, média ou baixa insalubridade. Segundo o Art. 189 da CLT, “Serão consideradas atividades ou operações insalubres aquelas que, por sua natureza, condições ou métodos de trabalho, exponham os empregados a agentes nocivos à saúde, acima dos limites de tolerância fixados em razão da natureza e da intensidade do agente e do tempo de exposição aos seus efeitos.” ( vide Lei nº 6.514, de 22.12.1977) A definição do nível de insalubridade é estabelecida pelo Ministério do trabalho.

Segundo estabelece a CLT em seu Art. 192 - O exercício de trabalho em condições insalubres, acima dos limites de tolerância estabelecidos pelo Ministério do Trabalho, assegura a percepção de adicional, respectivamente, de: 40% (quarenta por cento), 20% (vinte por cento) e 10% (dez por cento) do salário-mínimo da região, segundo se classifiquem nos graus: máximo, médio e mínimo. (Redação dada pela Lei nº 6.514, de 22.12.1977).

A partir de 9 de maio de 2008, data da publicação da

Súmula Vinculante nº 4 do Supremo Tribunal Federal, o adicional de insalubridade passou a ser calculado sobre o salário básico, salvo critério mais vantajoso fixado em instrumento coletivo.

Page 70: Eng.º Civil, MSc. - pet.ecv.ufsc.brpet.ecv.ufsc.br/arquivos/apoio-didatico/tributos_encargos... · 15.3.6 – Exercícios resolvidos. ..... 90 15.3.7 – A influência dos tributos

Engº Civil Antônio Victorino Avila Custos – Encargos Sociais - Precificação

Tributos, Encargos, Precificação ~ Versão 2012.docx 70

É interessante notar que “O direito do empregado ao adicional de insalubridade ou de periculosidade cessará com a eliminação do risco à sua saúde ou integridade física, nos termos desta Seção e das normas expedidas pelo Ministério do Trabalho.” (ART. Nº 194 da CLT). 14.3.12 - Salário Família.

O salário família é um benefício previdenciário pago ao trabalhador assalariado ou avulso, entendido como trabalhador de baixa renda, por cada filho que tiver. O valor do salário família corresponderá a 5% do salário mínimo.

Este salário é estabelecido em dois valores (27), a saber:

- No exercício de 2012, o trabalhador que receber até R$ 608,80 fará jus ao valor de R$ 31,22 por cada filho/tutelado com até 14 anos incompletos ou inválido.

- Aquele que ganhar entre R$ 608,80 até R$ 915,05 o valor será de R$ 22,00 por cada filho/tutelado com até 14 anos incompletos ou inválido.

27 - Portaria MT/Previdência Social nº 77, de 12.03.2008.

14.4 – Exemplos de calculo de encargos. 14.4.1 – Caso do Trabalhador Permanente – Mensalista.

Seja calcular o índice dos encargos sociais e o custo do trabalhador suportado por uma empresa construtora atuante no setor de terraplenagem, quando contrata um motorista de caminhão.

Considerando que a empresa vai participar de uma

licitação para a construção de uma rodovia e que os empregados são contratados para a duração do contrato, há a seguinte previsão:

a) Salário motorista: 950,00 R$/mês; b) devido ao regime de chuvas e para compensar os dias

inoperantes, mensalmente deverão ser realizadas horas extraordinárias assim distribuídas:

• Domingos 8 - horas normais

• Sábados 12 - horas extras

• Dias úteis 20 - horas extras

a) Seguro Acidente Trabalho/SAT – Construção Civil: 3%; b) O motorista tem três filhos menores de 14 anos; c) O vale transporte é fornecido, em média, 26 dias por mês,

no valor de R$ 5,50 por dia; d) A empresa fornece vale refeição, ai incluídas refeições

completas e mínimas, no valor de R$ R$9,40 por dia. e) O tempo médio de permanência na empresa é de 20

meses. - Aviso Prévio Indenizado: API = ST x IRot.

Calcular Encargos e Horas Extras sobre o

valor das Horas Normais

Horistas e Mensalistas

Page 71: Eng.º Civil, MSc. - pet.ecv.ufsc.brpet.ecv.ufsc.br/arquivos/apoio-didatico/tributos_encargos... · 15.3.6 – Exercícios resolvidos. ..... 90 15.3.7 – A influência dos tributos

Engº Civil Antônio Victorino Avila Custos – Encargos Sociais - Precificação

Tributos, Encargos, Precificação ~ Versão 2012.docx 71

%diomanenciaMéMesesdePer

IRot 520

11⇒==

Respostas: � Monta a R$ 2.422,10 o custo total despendido pela

empresa para dispor de um motorista cujo salário em carteira é de R$ 950,00;

� O índice dos encargos sociais no caso é de 1,61.

%,,

,, 161

61

100

950

00

950

81

2474

IES

⇒=−=

Motorista Mensalista – Construção Civil 1 – Encargos Trabalhistas Valor Horas R$ Hora Normal - 4,32 220 950,00 Hora Noturna – 20% 5,18 - Hora Extra Normal – 50% 6,48 20+12 = 32 207,36 Hora Extra Dom/Fer – 100% 8,64 8 69,12 DSR = 20% (HN+HE) - - 0,00 Comissões - Adicional de Insalubridade - Adicional de Periculosidade 5,62 - Auxilio Maternidade - Salário Família - Outros Encargos - Salário Total ST 1.226,48 2 – Encargos Sociais Básicos - ESB % R$ INSS 20% x ST 245,30 FGTS 8% x ST 98,12 Demais Encargos Básicos 9,8% x ST 109.93 Total dos Encargos Sociais Básicos 37,80 % 463,61 3 – Provisionamento Mensal de Encargos Anuais. Férias 1/12 ST 102,21 1/3 de Férias 1/3 Ferias 34,07 ESB sobre ( Férias + 1/3 Férias) 37,80%(102,21+34,07) 51,51 13º Salário 1/12 ST 102,21 ESB sobre 13º Salário 37,80% x 13º 38,64 Aviso Prévio Indenizado – API IRot x ST 61,32 FGTS sobre API 8% x API 4,91 Multa FGTS 4% x IRot x ST 2,45 Provisionamento Total 397,32 4 – Despesas fixas

Page 72: Eng.º Civil, MSc. - pet.ecv.ufsc.brpet.ecv.ufsc.br/arquivos/apoio-didatico/tributos_encargos... · 15.3.6 – Exercícios resolvidos. ..... 90 15.3.7 – A influência dos tributos

Engº Civil Antônio Victorino Avila Custos – Encargos Sociais - Precificação

Tributos, Encargos, Precificação ~ Versão 2012.docx 72

Vale transporte 26 x 5,50 143,00 Vale refeição 26 x 9,40 244,40 Assistência médica complementar Total de Despesas Fixas 387,40 5 – Total dos Encargos. 2.474,81

14.4.2 - Caso de Trabalhador Temporário.

Segundo a legislação em vigor, no caso do trabalhador temporário não há o recolhimento da multa de 50% sobre o FGTS e a incidência do aviso prévio. Os demais encargos são definidos sob a mesma metodologia do trabalhador permanente. Ver Lei nº 6.019 de 3.01.74 e Decreto nº 73.841, de 13.03.1971.

O trabalho temporário é definido como aquele prestado

por pessoa física a uma empresa, para atender à necessidade transitória de substituição de seu pessoal regular e permanente ou a acréscimo extraordinário de serviços. (28)

O contrato em relação a um mesmo empregado, não poderá exceder de três meses, salvo autorização de prorrogação conferida pelo órgão local do MTE. Porém, poderá o contrato de trabalho temporário ser prorrogado uma única vez, pelo mesmo período.

Seja, então, calcular o total dos encargos de um

trabalhador temporário que cumpre turno de serviço diurno e não realiza horas extras, nem trabalha em áreas de risco ou perigosa.

(28) Site: http://www.mte.gov.br/trab_temp/Default.asp. 25.10.2009.

Sendo o salário em carteira deste trabalhador de R$ 950,00, o custo mensal do empregador com este empregado monta a R$ 1.851.06/mês. E, o índice de encargos sociais será de:

"#$ =1851,06

950− 1 = 0,95 → 95%

Trabalhador Temporário - Mensalista 1 – Encargos Trabalhistas Valor Horas R$ Hora Normal - 4,32 220 950,00 Hora Noturna – 20% - - - Hora Extra Normal – 50% - - - Hora Extra Dom/Fer – 100% - - - DSR = 20% ( HN+HE) - - - Comissões - - - Adicional de Insalubridade - - - Adicional de Periculosidade - - - Auxilio Maternidade - - - Salário Família - - - Outros Encargos - - - Salário Total ST 950,00 2 – Encargos Sociais Básicos % R$ INSS 20,0% x ST 190,00 FGTS 8,0% x ST 76,00 Demais Encargos Básicos 9,8% x ST 93,10 Total dos Encargos Sociais Básicos 37,80 359,10 3 – Provisionamento Mensal de Encargos Anuais. Férias 1/12 ST 79,17 1/3 de Férias 1/3 Férias 26,39 ESB sobre (Férias + 1/3 Férias) 0,3780 (79,17+26,39) 39,90 13º Salário 1/12 ST 79,17 ESB 13º Salário 0,3780 x 13º 29,93 Aviso Prévio Indenizado – API IRot x ST - FGTS sobre API 8% x API - Multa FGTS 4% x IRot x ST -

Page 73: Eng.º Civil, MSc. - pet.ecv.ufsc.brpet.ecv.ufsc.br/arquivos/apoio-didatico/tributos_encargos... · 15.3.6 – Exercícios resolvidos. ..... 90 15.3.7 – A influência dos tributos

Engº Civil Antônio Victorino Avila Custos – Encargos Sociais - Precificação

Tributos, Encargos, Precificação ~ Versão 2012.docx 73

Provisionamento Total 254,56 4 – Despesas fixas Vale transporte 26 x 5,50 143,00 Vale refeição 26 x 9,40 244,40 Assistência médica complementar - Total de Despesas Fixas 387,40 5 – Total dos Encargos. 1.851,06 14.5 – Exercício. 14.5.1 – Salário Líquido. Uma empresa aceitou sua proposta de trabalho e lhe pagará, mensalmente, um salário de R$ 3.000,00 líquidos.

Pergunta-se: qual deverá ser o seu salário bruto considerando a incidência de Imposto de Renda e da contribuição ao INSS:

Imposto de Renda 2011 Pessoa Física

Base de cálculo mensal em R$

Alíquota %

Parcela a deduzir do imposto em R$

Até 1.499,15 - - De 1.499,16 até 2.246,75 7,5 112,43 De 2.246,76 até 2.995,70 15,0 280,94 De 2.995,71 até 3.743,19 22,5 505,62 Acima de 3.743,19 27,5 692,78

14.5.2 – Custo do empregado. Seja calcular o valor a ser despendido por uma empresa para dispor de um empregado cujo salário hora é de 5,25 R$. Informações disponíveis: − É prevista a realização de 16 (dezesseis) horas extras

normais; − Trabalho em 02 (dois) domingos por mês; − Não existe trabalho insalubre; − A empresa dispõe de 440 empregados; − No exercício passado 31 foram demitidos sem justa causa. − Vale transporte, R$ 4,20/dia, por 25 dias. − Vale refeição, R$ 9,50/dia. Analisar o valor solicitado para os seguintes casos: � Empregado horista; � Empregado mensalista; � Empregado mensalista que não cumpre hora extra nem

trabalha em domingos; � Empregado mensalista atuando em área de risco e

recebendo adicional de periculosidade de 30% sobre o salário. Não cumpre hora extra nem trabalha em domingos;

Page 74: Eng.º Civil, MSc. - pet.ecv.ufsc.brpet.ecv.ufsc.br/arquivos/apoio-didatico/tributos_encargos... · 15.3.6 – Exercícios resolvidos. ..... 90 15.3.7 – A influência dos tributos

Engº Civil Antônio Victorino Avila Custos – Encargos Sociais - Precificação

Tributos, Encargos, Precificação ~ Versão 2012.docx 74

Para cada um dos casos acima, calcular o índice de encargo social:

regadoSalárioEmposSociaisargEnc

IES =

I - Tratorista Horista – Construção Civil

1 – Encargos Trabalhistas Valor Horas R$ Hora Normal - 5,25 191 Hora Noturna – 20% Hora Extra Normal – 50% Hora Extra Dom/Fer – 100% DSR = 20% ( HN+HE) Comissões Adicional de Insalubridade Adicional de Periculosidade Auxilio Maternidade Salário Família Outros Encargos Salário Total ST 2 – Encargos Sociais Básicos - ESB % R$ INSS 20,0% x ST FGTS 8,0% x ST Demais Encargos Básicos 9,8% x ST Total dos Encargos Sociais Básicos 37,8% x ST 3 – Provisionamento Mensal de Encargos Anuais. Férias 1/12 ST 1/3 de Férias 1/3 Ferias ESB sobre ( Férias + 1/3 Férias) 37,80% ( + ) 13º Salário 1/12 ST ESB 13º Salário 37,80% x 13º Aviso Prévio Indenizado – API IRot x ST FGTS sobre API 8% x API Multa FGTS 4% x IRot x ST

Provisionamento Total 4 – Despesas fixas Vale transporte Vale refeição Assistência médica complementar Total de Despesas Fixas 5 – Total dos Encargos.

II - Tratorista Mensalista – Construção Civil

1 – Encargos Trabalhistas Valor Horas R$ Hora Normal - 5,25 220 Hora Noturna – 20% Hora Extra Normal – 50% Hora Extra Dom/Fer – 100% DSR = 20% ( HN+HE) Comissões Adicional de Insalubridade Adicional de Periculosidade Auxilio Maternidade Salário Família Outros Encargos Salário Total ST 2 – Encargos Sociais Básicos % R$ INSS 20,0% x ST FGTS 8,0% x ST Demais Encargos Básicos 9,8% x ST Total dos Encargos Sociais Básicos 37,80% ST 3 – Provisionamento Mensal de Encargos Anuais. Férias 1/12 ST 1/3 de Férias 1/3 Férias ESB sobre (Férias + 1/3 Férias) 0,378 ( + ) 13º Salário 1/12 ST ESB 13º Salário 37,80% x 13º Aviso Prévio Indenizado – API IRot x ST FGTS sobre API 8% x API Multa FGTS 4% x IRot x ST

Page 75: Eng.º Civil, MSc. - pet.ecv.ufsc.brpet.ecv.ufsc.br/arquivos/apoio-didatico/tributos_encargos... · 15.3.6 – Exercícios resolvidos. ..... 90 15.3.7 – A influência dos tributos

Engº Civil Antônio Victorino Avila Custos – Encargos Sociais - Precificação

Tributos, Encargos, Precificação ~ Versão 2012.docx 75

Provisionamento Total 4 – Despesas fixas Vale transporte Vale refeição Assistência médica complementar Total de Despesas Fixas 5 – Total dos Encargos.

- III - Tratorista Mensalista – Sem Horas Extras – Construção Civil

1 – Encargos Trabalhistas Valor Horas R$ Hora Normal - 5,25 220 Hora Noturna – 20% ------ Hora Extra Normal – 50% ------ Hora Extra Dom/Fer – 100% ------ DSR = 20% ( HN+HE) ------ Comissões ------ Adicional de Insalubridade ------ Adicional de Periculosidade ------ Auxilio Maternidade Salário Família Outros Encargos Salário Total ST 2 – Encargos Sociais Básicos % R$ INSS 20,0% x ST FGTS 8,0% x ST Demais Encargos Básicos 9,8% x ST Total dos Encargos Sociais Básicos 37,8% x ST 3 – Provisionamento Mensal de Encargos Anuais. Férias 1/12 ST 1/3 de Férias 1/3 Ferias INSS sobre (Férias + 1/3 Férias) 37,80% ( + ) 13º Salário 1/12 ST INSS 13º Salário 37,80% x 13º Aviso Prévio Indenizado – API IRot x ST FGTS sobre API 8% x API Multa FGTS 4% x IRot x ST

Provisionamento Total 4 – Despesas fixas Vale transporte Vale refeição Assistência médica complementar Total de Despesas Fixas 5 – Total dos Encargos.

- IV - Tratorista Mensalista – Periculosidade – Construção Civil

1 – Encargos Trabalhistas Valor Horas R$ Hora Normal - 5,25 220 Hora Noturna – 20% Hora Extra Normal – 50% Hora Extra Dom/Fer – 100% DSR = 20% ( HN+HE) Comissões Adicional de Insalubridade Adicional de Periculosidade Auxilio Maternidade Salário Família Outros Encargos Salário Total ST 2 – Encargos Sociais Básicos % R$ INSS 20,0% x ST FGTS 8,0% x ST Demais Encargos Básicos 9,8% x ST Total dos Encargos Sociais Básicos 37,8% x ST 3 – Provisionamento Mensal de Encargos Anuais. Férias 1/12 ST 1/3 de Férias 1/3 Ferias INSS sobre (Férias + 1/3 Férias) 0,378 ( + ) 13º Salário 1/12 ST INSS 13º Salário 37,80% x 13º Aviso Prévio Indenizado – API IRot x ST FGTS sobre API 8% x API Multa FGTS 4% x IRot x ST

Page 76: Eng.º Civil, MSc. - pet.ecv.ufsc.brpet.ecv.ufsc.br/arquivos/apoio-didatico/tributos_encargos... · 15.3.6 – Exercícios resolvidos. ..... 90 15.3.7 – A influência dos tributos

Engº Civil Antônio Victorino Avila Custos – Encargos Sociais - Precificação

Tributos, Encargos, Precificação ~ Versão 2012.docx 76

Provisionamento Total 4 – Despesas fixas Vale transporte Vale refeição Assistência médica complementar Total de Despesas Fixas 5 – Total dos Encargos.

Page 77: Eng.º Civil, MSc. - pet.ecv.ufsc.brpet.ecv.ufsc.br/arquivos/apoio-didatico/tributos_encargos... · 15.3.6 – Exercícios resolvidos. ..... 90 15.3.7 – A influência dos tributos

Engº Civil Antônio Victorino Avila Custos – Encargos Sociais - Precificação

Tributos, Encargos, Precificação ~ Versão 2012.docx 77

15. PRECIFICAÇÃO

15.1 – Introdução. Neste capítulo é discutida a formação do preço de produtos e serviços, quando já se dispõe dos custos e das despesas que concorrem para a sua formação. O orçamento de preços dos produtos realizados por profissionais liberais, por empresas de serviços, pela indústria manufatureira, ou pelo comércio visando, pode ser realizado sob metodologias distintas. Para tanto, há que se orçar, a priori, os custos diretos, os custos indiretos, os encargos sociais e os tributos incidentes sobre cada tipo de produto, sejam estes referentes a bens ou serviços. Tal fato ocorre dado às peculiaridades e características da formação dos custos, do regime de tributação adotado e do setor da economia onde estiver inserido cada um deles. O objetivo, então, é discutir e analisar a formação do preço dos seguintes casos:

• Preço por composição de custos • Profissional liberal – preço por projeto; • Profissional liberal – preço por atendimento; • Indústria e comercio – mark-up; • Preço de equipamentos; • Preço de empreitada ou serviços por encomenda –

BDI; • Composição do custo de produto industrial; • Preço de venda de produtos;

• Preço do mix de produtos; • Preço de serviços profissionais; • A influência dos tributos e o lucro na formação do

preço. Considerando os paradigmas comentados no item 12.6, os preços podem ser definidos, basicamente, segundo duas estratégias:

� Por Composição de Custos – PCC; � Por Estratégia de Mercado – PEM.

A primeira delas diz respeito ao processo tradicional de orçamentação e composição de custos previstos, tributos e lucro. A segunda, formação do preço por estratégia de mercado, refere-se ao acompanhamento ou adoção do preço praticado por firmas lideres de mercado por aquelas que não dispõem de tal condição. Esta situação é comumente verificável em mercados crescentemente competitivos, assunto este a ser discutido no Capítulo 16. Recomenda-se analisar as duas estratégias simultaneamente. É de capital importância conhecer a própria meta de preço e a comparar com aquele praticado pelo marcado. Com esses dados, há reais condições em se verificar a competitividade de qualquer produto, de uma linha de produção ou mesmo de uma unidade de negócios inteira.

Page 78: Eng.º Civil, MSc. - pet.ecv.ufsc.brpet.ecv.ufsc.br/arquivos/apoio-didatico/tributos_encargos... · 15.3.6 – Exercícios resolvidos. ..... 90 15.3.7 – A influência dos tributos

Engº Civil Antônio Victorino Avila Custos – Encargos Sociais - Precificação

Tributos, Encargos, Precificação ~ Versão 2012.docx 78

15.2 - Preço por Composição de Custos. Este é o caso geral, sendo discutida a formação do preço quando a empresa é optante pelo regime do lucro real, do lucro presumido ou do simples nacional. Basicamente, o preço de um produto ou serviço é função: do custo direto dos insumos, do custo indireto, do custo financeiro, do valor da mão de obra, dos encargos sociais, dos tributos incidentes sobre o valor do faturamento, dos tributos incidentes sobre o lucro e do montante do lucro desejado.

PBn= f (CT + ML) = f (CD; CI; FI; MO; ES; TRI) + ML Conforme o regime de opção tributária adotado pela empresa, seja pelo lucro real, lucro presumido ou simples nacional, recomenda-se adotar um modelo de formação de preço que atenda às características da incidência dos tributos. 15.2.1 – Preço sob regime do lucro real. O objeto deste item é propor um modelo de calculo do preço de vendas ou preço bruto, PB, quando a empresa optou pelo regime do lucro real. Já discutido no Capítulo 13 - Tributos, sob o regime do lucro real ocorre tributação sobre o lucro e sobre o faturamento. A metodologia proposta visa garantir que, depois de descontados os tributos devidos, o preço líquido desejado seja alcançado. Noutras palavras, que a margem de lucro estabelecida em orçamento seja alcançada.

O modelo em pauta considera o preço em três situações distintas, cuja diferença é função da base de calculo do tributo, a saber: a) O Preço Líquido, PL, que engloba todos os custos

necessários para levar o produto ou serviço ao mercado, da mão de obra e dos encargos sociais, acrescidos do lucro desejado.

b) O Preço Operacional, PO, que corresponde ao preço

líquido acrescido dos tributos incidentes sobre o lucro. c) O Preço de Vendas, PV, denominado de preço de vendas

ou preço ao consumidor. Corresponde ao preço operacional majorado pelos tributos incidentes sobre o faturamento.

Metodologia: 1º Passo – Calcular o custo total – CT.

CT = (CD + CI + FI + MO + ES) O custo total é obtido somando todos os custos incorridos; diretos e indiretos; financeiros; de mão de obra; e os encargos sociais. 2º Passo – Calcular o montante do lucro. O montante do lucro, ML, corresponde ao quantum do lucro desejado e expresso em valor monetário, a ser obtido sobre o valor dos custos movimentados. É função do produto da margem de lucro pelo somatório dos custos incorridos.

ML = µ (CD + CI + FI + MO + ES)

Page 79: Eng.º Civil, MSc. - pet.ecv.ufsc.brpet.ecv.ufsc.br/arquivos/apoio-didatico/tributos_encargos... · 15.3.6 – Exercícios resolvidos. ..... 90 15.3.7 – A influência dos tributos

Engº Civil Antônio Victorino Avila Custos – Encargos Sociais - Precificação

Tributos, Encargos, Precificação ~ Versão 2012.docx 79

3º Passo: Calcular o preço líquido, PL. O Preço Líquido, PL, é obtido ao somar o lucro sobre o custo total.

PL = CT + ML

Exprimindo a expressão acima em função dos custos tem-se:

PL = CD+CI+FI +MO+ES+ µ (CD+CI+FI +MO+ES) ∴

PL = (1+ µ) × (CD+CI+FI +MO+ES) 4º Passo: Calculo do preço operacional, PO. O objetivo do modelo é permitir que, depois de provisionados os tributos sobre o lucro, este se mantenha no valor planejado. Para tanto, o procedimento proposto é que a margem de lucro seja majorada pelo fator 1/(1-ΣαLUCRO), correspondente à soma das alíquotas dos tributos que tenham por base de cálculo o lucro (29). Então, a fórmula do lucro pode ser escrita sob seguinte expressão:

)ESMOFiCICD()(

MLLUCRO

++++×

αΣ−µ=

1

(29) Comercialmente falando, este procedimento é denominado: “por fora”.

Levando a expressão acima na expressão do preço líquido, chega-se a expressão do preço operacional, PO.

)ESMOFiCICD()(

ESMO FICICDPOLUCRO

++++×

αΣ−µ+++++=

1

( )ESMOFiCICD)(

1POLUCRO

++++×

αΣ−µ+=

1

5º Passo: Calculo do preço de vendas, PV. Finalizando o processo, o preço de vendas é definido segundo procedimento idêntico àquele adotado para o calculo do preço operacional. Ou seja, majorando o preço operacional com um fator equivalente ao somatório das alíquotas dos tributos incidentes sobre o faturamento. Então:

∑=

−= N

IFAT

FAT

1

POP

V α

Substituindo PO da expressão acima pelas suas variáveis componentes, chega-se a expressão final do preço de vendas ou preço bruto, PB:

Page 80: Eng.º Civil, MSc. - pet.ecv.ufsc.brpet.ecv.ufsc.br/arquivos/apoio-didatico/tributos_encargos... · 15.3.6 – Exercícios resolvidos. ..... 90 15.3.7 – A influência dos tributos

Engº Civil Antônio Victorino Avila Custos – Encargos Sociais - Precificação

Tributos, Encargos, Precificação ~ Versão 2012.docx 80

∑=

++++×

Σ−+

= N

IFAT

FAT

LUCRO

1

ES

MO

Fi

CI

CD1

PV α

)()α(

µ 1

Analisando o modelo de calculo do preço de vendas, acima, pode-se inferir: 1º. A margem de lucro, µ, incide somente sobre os custos e os

encargos sociais pagos pelo empregador; 2º. A margem de lucro, µ, deve ser majorada, por fora,

considerando como fator de majoração a soma dos tributos incidentes sobre o lucro. Deste modo, depois de quitados esses tributos, a margem de lucro permaneça como pré-estabelecida;

3º. Depois de estabelecidos todos os custos e calculado o lucro,

estes valores devem ser somados e majorados, por fora. Como fator de majoração considera-se o somatório dos tributos incidentes sobre o faturamento, ΣαFAT. Deste modo, descontados os tributos a serem pagos, o saldo permite cobrir, exatamente, os custos orçados e obter o lucro desejado, L.

4º. Taxas de cartão de credito, como incidem sobre o

faturamento, recomenda-se ser tratada como sendo um tributo incidente sobre o faturamento.

5º. A assertiva acima pode ser adotada quando se efetua,

permanentemente, operações de descontos de duplicatas.

Finalizando, recomenda-se comparar o preço de vendas ou preço com aquele praticado pelo mercado, visando analisar o interesse da empresa em participar do mesmo. 15.2.2 – Preço sob regime do lucro presumido. Sob o regime do lucro presumido, a base de calculo dos tributos federais, estadual e municipal é a receita bruta total ou o faturamento. Assim o Imposto de Renda e a CSLL passam a ter por base de calculo o faturamento ou a receita bruta, na forma da lei. Como se conhece o montante anual do faturamento, pois presumido antes do inicio do exercício fiscal, e o pagamento deste é efetuado mensalmente em parcelas iguais, ele pode ser associado a um custo. O objetivo da metodologia, então, é amortizar em cada nota fiscal ou faturamento uma parcela do tributo previsto. Como se sabe, a base de cálculo do Imposto de Renda corresponde a um percentual do faturamento ou da receita bruta presumida, RBP, sendo o tributo devido uma fração desta base:

BC = φ LP x RBP ∴ IRLP = αLP × φ LP x RBP

Como metodologia para a definição do preço de vendas, tem-se os seguintes procedimentos: 1º Passo: Calcular o preço líquido, PL:

PL = CD + CI + FI + MO + ES + µ (CD+CI+FI +MO+ES) ∴

Page 81: Eng.º Civil, MSc. - pet.ecv.ufsc.brpet.ecv.ufsc.br/arquivos/apoio-didatico/tributos_encargos... · 15.3.6 – Exercícios resolvidos. ..... 90 15.3.7 – A influência dos tributos

Engº Civil Antônio Victorino Avila Custos – Encargos Sociais - Precificação

Tributos, Encargos, Precificação ~ Versão 2012.docx 81

PL = (1+ µ) x (CD+CI+FI +MO+ES) 2º Passo: Calculo do tributo, IRLP. Como exposto no Capítulo 13, o tributo a ser pago anualmente pela empresa é calculado sob o modelo:

IRLP = 0,15 x BC + 0,10 x ( BC – 240.000) 3º Passo: Calcular a alíquota final, α*LP , do imposto de renda. Como existem dois níveis de alíquotas para o calculo do imposto devido, o processo recomendado é definir uma única alíquota, denominada de alíquota final, a ser utilizada no calculo do preço operacional. A alíquota final é dada por:

oFaturament

IRLP*LP =α

4º Passo: Calcular o preço operacional, PO:

PO= PL + IRLP ∴ PB = PL + α*LP x PL ∴

PO = (1+ α*LP ) x PL 5º Passo: Calcular o preço de preço bruto, PB: Considerando que os demais tributos incidem sobre o faturamento, o preço de vendas ou preço bruto, PB, proposto é obtido ao se majorar o preço operacional, PO.

∑=

α−=

N

IfatOFATURAMENT

POPB

1

Substituindo a variável PO pelas suas variáveis constitutivas, o modelo proposto para a determinação do preço de vendas, PB, sob o regime do lucro presumido é dado por:

∑=

α−

+++++α+=

N

IfatFAT

*LP ES)MO FICI(CD x µ) (1 x ) (1

PB1

Analisando o modelo acima se constata: 1º. Os custos e o lucro são majorados uma única vez, já que a

base de calculo dos tributos é o faturamento; 2º. Os custos e o lucro são acrescidos no valor da alíquota final

do IR incidente sobre o faturamento presumido: (1+ α*LP). 3º. Como os tributos municipais e estaduais incide sobre o valor

da nota fiscal, suas alíquotas integram o somatório dos tributos sobre o faturamento.

4º. Caso a empresa utiliza cartões de crédito ou desconte

duplicatas, estes podem ser considerados como tributos incidentes sobre o faturamento.

15.2.3 – Preço sob o regime do simples nacional .

Page 82: Eng.º Civil, MSc. - pet.ecv.ufsc.brpet.ecv.ufsc.br/arquivos/apoio-didatico/tributos_encargos... · 15.3.6 – Exercícios resolvidos. ..... 90 15.3.7 – A influência dos tributos

Engº Civil Antônio Victorino Avila Custos – Encargos Sociais - Precificação

Tributos, Encargos, Precificação ~ Versão 2012.docx 82

O calculo do preço quando há a opção pelo Simples Nacional as alíquotas dos tributos federais variando segundo o ramo da indústria e da faixa de faturamento anual. Ver Tab.13.9 – Alíquotas do Simples Nacional. Neste caso, o preço bruto é obtido majorando o preço líquido pelo montante do somatório das alíquotas dos tributos incidentes. Sejam elas relativas a tributos federais, estaduais ou municipais, segundo o enquadramento fiscal tipo do bem ou serviço. Partindo, do modelo exposto no item 15.2.1, tem-se,

)()MOESFiCICD()(

PBFATSN α+αΣ−

++++×µ+=1

1

Atenção, no modelo acima, na variável αFAT deve ser acrescida, também, a alíquota do ISS, sendo um serviço tributado pelo município ou a alíquota do ICMS, para bens e serviços tributados pelo estado. A variável αSN corresponde à alíquota do simples nacional, que varia segundo o faturamento anual previsto, conforme mostrado na Tab.13.12 15.2.4 – Exercício . Analise qual a melhor opção de regime tributário a ser adotado por uma empresa de construção: lucro real, lucro presumido ou simples nacional.

A empresa costuma participar de empreitadas de material e mão de obra. Considere as informações abaixo: I – Custos Diretos: a) Mão de Obra - MO 130.000,00 R$ b) Materiais 35.400,00 R$ c) Encargos Sociais 68% II – Custos Indiretos: a) Rateados 42.110,00 R$ III – Informações Gerenciais: a) Margem de lucro 15,00% b) Tributos s/ o lucro 17,43% c) Faturamento anual 2.970.000,00

15.3 – Caso do profissional liberal – preço por projeto. 15.3.1 – Produção e mercado. Este item foi desenvolvido visando atender questionamentos de alunos formandos dos cursos de arquitetura e de engenharia que desejam atuar, principalmente, nas áreas de projetos e do calculo estrutural, como profissional liberal quanto à formação do preço próprio. A metodologia deste item também pode ser adotada por profissionais que atuem no campo de projetos, fiscalização de obras, elaboram laudos, pareceres, enfim, serviços de cunho intelectual.

Page 83: Eng.º Civil, MSc. - pet.ecv.ufsc.brpet.ecv.ufsc.br/arquivos/apoio-didatico/tributos_encargos... · 15.3.6 – Exercícios resolvidos. ..... 90 15.3.7 – A influência dos tributos

Engº Civil Antônio Victorino Avila Custos – Encargos Sociais - Precificação

Tributos, Encargos, Precificação ~ Versão 2012.docx 83

O objetivo deste item é discutir três assuntos de capital importância para a sobrevivência e sucesso profissional quais sejam:

• O custo ou o preço horário de seu serviço, pu. • O nível da produção de equilíbrio, PAE; • Sua máxima capacidade anual de produção, PMAX;

Os dois primeiros assuntos tratam da capacidade de produção do profissional. O segundo, de competitividade. A seguir serão discutidos esses dois aspectos de atuação profissional e para tanto, será adotada a seguinte nomenclatura:

A = Área do projeto arquitetônico; C = Custos: gastos com empregados, viagens, cópias, etc.; CAB = Custo anual básico; Ch = Custo horário de serviço do profissional em R$/hora; CMB = Custo mensal básico; CUB = Custo unitário básico da construção publicado pelo

SINDUSCON, em R$/m²; D = Despesas: salário ou retirada mensal programada; HAT = Horas anuais disponíveis para o trabalho; HDP = Horas diárias de produção efetiva; PAE = Produção anual de equilíbrio em m². PMAX = Produção Anual Máxima; Po = Preço orçado; pu = Preço unitário de serviço profissional em R$/hora; R = Retirada ou pró-labore; SAT = Semanas anuais disponíveis para o trabalho; SIMP = Semanas anuais indisponíveis ou improdutivas; π = Produtividade em horas/m².

15.3.1.1 - Capacidade de Produção.

A capacidade de produção do profissional é função direta da sua produtividade e das condições ou características do mercado onde atua. Com o objetivo de avaliar sua capacidade de competitividade e estimar sua geração anual de caixa, necessita conhecer duas quantidades de produção: a Produção Anual de Equilíbrio – PAE; e a Produção Anual Máxima, PMAX. O nível de produção de equilíbrio ou produção anual de equilíbrio, PAE, é definido como aquela quantidade de produção capaz de atender às necessidades de sobrevivência do profissional, dentro do padrão de vida estabelecido. A produção anual máxima, PMAX, corresponde àquele nível de produção possível de ser realizado por um profissional considerando o número de horas efetivamente disponíveis para o trabalho, ou seja, horas efetivas de produção. E, a sua produtividade. Ao avaliar suas condições de competitividade, cabe ao profissional analisar três situações ao comparar a Produção Anual de Equilíbrio e a sua Produção Anual Máxima possível de ser realizada. 1ª situação: PMAX > PAE. Quando constatado ser PMAX superior à PAE, fica caracterizado haver condições de expansão do nível de produção, pois o profissional dispõe de capacidade para tanto. Seja em termos de produtividade ou de possibilidades de mercado.

Page 84: Eng.º Civil, MSc. - pet.ecv.ufsc.brpet.ecv.ufsc.br/arquivos/apoio-didatico/tributos_encargos... · 15.3.6 – Exercícios resolvidos. ..... 90 15.3.7 – A influência dos tributos

Engº Civil Antônio Victorino Avila Custos – Encargos Sociais - Precificação

Tributos, Encargos, Precificação ~ Versão 2012.docx 84

Conseguindo isto, passará a dispor de receitas superiores às suas necessidades básicas pré-determinadas, passando a haver acumulação de capital, o que pode ser caracterizado como lucro. 2ª situação: PMAX = PAE. Esta é uma situação de equilíbrio. É uma situação delicada e merece acompanhamento cuidadoso. Neste caso há que pensar, seriamente, em aumentar sua produtividade tendo como meta atingir a situação comentada acima. Qualquer descuido pode passar a coexistir com a situação abaixo. 3ª situação: PMAX < PAE. Ocorrendo uma Produção Anual Máxima inferior à Produção Anual de Equilíbrio, evidencia-se uma situação crítica que o pode levar ao desequilíbrio financeiro. Nessas condições, recomenda-se ao profissional autônomo reavaliar a real possibilidade de aumentar sua produtividade ou em reduzir substancialmente os custos em que incorre. Caso não consiga tal intento, há que repensar o entendimento ou o comportamento em que vem pautando sua atuação profissional. Mudar de mercado ou mesmo passar a atuar dentro de uma organização maior podem ser opções a serem estudadas. Finalizando, ressalta-se que pode parecer obvia ou mesmo prosaica a discussão acima. Mas, recomenda-se

periodicamente uma avaliação adequada quanto ao próprio desempenho, para que não fique preso, durante considerável lapso de tempo, a situações financeiramente desconfortáveis. Ao acadêmico em particular, alerta-se que a análise acima não levou em consideração situações de evolução do mercado ou a reação do profissional frente ao mesmo, seja em vendas ou marketing. Tal fato foge ao escopo deste curso. 15.3.1.2 - Competitividade . Atuando o profissional num mercado extremamente competitivo, o preço orçado, isto é, o seu próprio preço, deve atender a duas premissas, quais sejam: a competitividade e a sobrevivência. A competitividade refere-se à pratica de preço compatível com o praticado pelo mercado. A sobrevivência, diz respeito ao preço necessário a cobrir os custos com a subsistência do profissional e os custos incorridos com a realização de seus serviços. Assim sendo, o preço orçado será competitivo quando for inferior ou igual àquele praticado pelo mercado.

Preço Orçado ≤ Preço Mercado Cabe ao profissional, visando efetuar suas propostas de preço, reconhecer e calcular o valor dos dois preços acima comentados, visando avaliar a sua competitividade

Page 85: Eng.º Civil, MSc. - pet.ecv.ufsc.brpet.ecv.ufsc.br/arquivos/apoio-didatico/tributos_encargos... · 15.3.6 – Exercícios resolvidos. ..... 90 15.3.7 – A influência dos tributos

Engº Civil Antônio Victorino Avila Custos – Encargos Sociais - Precificação

Tributos, Encargos, Precificação ~ Versão 2012.docx 85

15.3.2 - O preço por projeto. A análise do preço por projeto ou preço ao cliente, parte da comparação entre aquele orçado e o preço de mercado, já comentado anteriormente. 15.3.2.1 - Preço Orçado. O preço orçado é função da produtividade, da quantidade de serviço expressa em área (A) e do preço unitário calculado. Matematicamente:

PO = π × A × pU Elaborando a equação dimensional do modelo acima visando demonstrar sua compatibilidade e considerando que o preço é dado em unidades monetárias, tem-se: [Po] = [R$]. Sendo, por definição, PO = π × A × pu (h) Exprimindo cada variável do modelo acima em função das suas unidades constitutivas, chega-se à:

[ ] [ ] [ ] [ ]$RPh$R

²m²m

hP =∴

××

= 00 c.q.d.(30)

Como exemplo de orçamento definido por produção, seja um profissional liberal cujo preço unitário da hora trabalhada foi orçado em R$ 98,00 e ele sabe que sua produtividade é de 0,15

30 C.q.d significa: “como queríamos demonstrar”.

h/m² de projeto. Qual será o preço de uma proposta para um projeto com área estimada de 737 m²?

PO = 0,15 × 98 × 737 = 10.833,90 R$ 15.3.2.2 - Preço unitário – pu(h). Em escritório de consultoria júnior o preço unitário da hora trabalhada pode ser efetuado por uma conta simples. Primeiro, estipula-se quais as necessidades financeiras mensais, ai incluindo todas as despesas fixas como aluguel de sala, telefone e locomoção, etc., acrescidas de um valor equivalente a sua retirada ou pró-labore. (IAVELBERG , 2007). Obtido o valor mensal das necessidades, neste estudo denominado de Custo Mensal Básico - CMB, divide-se este pelo número total de horas disponíveis para o trabalho durante o mês.

nívelTempoDispotiradaRexasDespesasFi

)h(pu+=

Se, por exemplo, sua necessidade de ganho é 4.000 reais e você trabalha 100 horas no mês, sua hora vale 40 reais. Considerando que os contratos, comumente, são cumpridos em período superior a um mês e o respectivo fluxo de caixa é defasado do cronograma de serviços, recomenda-se que o profissional avalie suas necessidades de receita e do seu tempo de produção em bases anuais.

Page 86: Eng.º Civil, MSc. - pet.ecv.ufsc.brpet.ecv.ufsc.br/arquivos/apoio-didatico/tributos_encargos... · 15.3.6 – Exercícios resolvidos. ..... 90 15.3.7 – A influência dos tributos

Engº Civil Antônio Victorino Avila Custos – Encargos Sociais - Precificação

Tributos, Encargos, Precificação ~ Versão 2012.docx 86

Partindo da expressão apresentada acima definida, o custo ou preço da hora de trabalho, é função da razão entre o do custo anual básico do profissional pelas horas anuais efetivamente disponíveis para o trabalho. Matematicamente:

CAB = 12 × CMB ∴

∑∑=

ATH

CAB)h(pu

O Custo Anual Básico – CAB corresponde aos custos a serem incorridos pelo profissional durante um exercício fiscal, capazes de cobrir suas necessidades de sobrevivência. Logo, compatível com o ponto de equilíbrio. O número anual de horas efetivamente disponíveis para o trabalho, HAT, é obtido com certo grau de subjetividade pois depende da avaliação dos seguintes fatores:

• Número de horas diárias de produção (31), HDP; • Do número de dias da semana que vai se dedicar à

realização de sua produção, NDS; • E, do número de semanas anuais disponíveis para o

trabalho, SAT . Pode-se, então, escrever o modelo matemático: (31) HDP = número de horas diárias de produção: corresponde ao número de horas efetivamente empregadas na realização do produto. Logo, ela é inferior ao número de horas que o profissional se encontra no local de trabalho. Assim sendo, no caso do profissional liberal, não constam de horas efetivamente produtivas: tempo de atendimento a clientes; reuniões administrativas; ida a bancos, etc.

ΣHAT = HDP × NDS× SAT

O número de semanas anuais disponíveis para o trabalho, SAT, por sua vez, é obtido ao se deduzir do número total de semanas do ano, o número de semanas improdutivas, SIMP. Estas semanas improdutivas podem ocorrer por motivos de: festas de natal e ano novo; treinamento; visitas técnicas; afastamento por doença ou férias.

SAT = 52 - SIMP ∴

ΣHAT = HDP × NDS× (52 - SIMP)

Demonstrando, agora, a correção do modelo de calculo do preço unitário, pu(h).

A equação dimensional de pu(h) por definição é:

=hora

$R)h(pu . Exprimindo as variáveis do modelo de

cálculo de preço unitário em função de suas variáveis constitutivas tem-se:

d.q.chora

$R

anohorasano

$R

H

CAB)h(pu

AT

=

==∑∑

Page 87: Eng.º Civil, MSc. - pet.ecv.ufsc.brpet.ecv.ufsc.br/arquivos/apoio-didatico/tributos_encargos... · 15.3.6 – Exercícios resolvidos. ..... 90 15.3.7 – A influência dos tributos

Engº Civil Antônio Victorino Avila Custos – Encargos Sociais - Precificação

Tributos, Encargos, Precificação ~ Versão 2012.docx 87

Nesta metodologia, o mais difícil, sem dúvida, é estipular o ganho mensal, que é subjetivo. Mesmo assim, é possível levar em conta alguns parâmetros. Como exemplo da determinação do número de horas disponíveis para o trabalho, HAT, tem-se:

HAT = HDP × NDS× (52 - SIMP) Estabelecendo então os seguintes parâmetros:

• HDP = 5 horas diárias efetivas de trabalho; • NDS = 5 dias de trabalho por semana; • SIMP = 6 semanas improdutivas por ano. (32)

Assim, o número de horas anuais disponíveis para o trabalho

é dado por:

HAT = 5 × 5 × (52 - 6) = 1.150 horas anuais de trabalho.

Via de regra, um consultor júnior, que está apenas começando na carreira, não tem condições de cobrar o mesmo preço de uma consultoria convencional ou cobrada por profissional sênior, dado a demanda de seus serviços pelo mercado. 15.3.2.3 - Preço de mercado.

(32) Corresponde à soma de: 1 semana de festas de final de ano; 1 semana de carnaval; 1,5 semanas de treinamentos ou congressos; 1,5 semanas improdutiva devido a doenças; 1 semana de férias.

Como já comentado, sendo este item mais voltado aos profissionais do campo da engenharia civil, a metodologia de orçamento do preço unitário dos serviços será efetuada em função do CUB, pois este é um índice consagrado na indústria da construção e na engenharia. O preço unitário dos serviços pode ser expresso como fração percentual do CUB. Matematicamente:

pu(s) = k (%)× CUB (R$/m²) O preço de mercado, então, é estabelecido multiplicado a área do projeto pelo preço unitário do serviço:

PM = k × CUB × A Como exemplo de procedimento, seja avaliar o preço de mercado de um projeto com área de 737 m², cujo preço orçado foi calculado no item anterior, sabendo o valor do CUB, na data da proposta, era de 850 R$/m². A tabela de preços da associação de classe recomenda que o projeto em pauta seja remunerado a 2% do valor do CUB por metro quadrado de área projetada. Então:

PM = 0,02 × 850 × 737 = 12.529,00 R$ Comparando os dois preços, PO = 10.833,90 R$ e PM = 12.529,00 R$, verifica-se que o profissional dispõe de um preço próprio, ou orçado, competitivo. 15.3.3 – Produção Anual de Equilíbrio - PAE.

Page 88: Eng.º Civil, MSc. - pet.ecv.ufsc.brpet.ecv.ufsc.br/arquivos/apoio-didatico/tributos_encargos... · 15.3.6 – Exercícios resolvidos. ..... 90 15.3.7 – A influência dos tributos

Engº Civil Antônio Victorino Avila Custos – Encargos Sociais - Precificação

Tributos, Encargos, Precificação ~ Versão 2012.docx 88

A produção anual de equilíbrio, por definição, corresponde àquela quantidade de produção em que as receitas cobrem os custos incorridos. Logo, o profissional não tem lucro nem prejuízo. Em termos de teoria da produção, a produção anual de equilíbrio corresponde ao ponto de equilíbrio em que RT=CT. Ver Fig. 15.1

Recomenda-se definir a quantidade de produção de equilíbrio em base anual, PAE, dado que a produção, o faturamento e o recebimento ocorrerem em tempos distintos, o que dificulta a previsão mensal.

CUB(%)kCAB

)s(puCAB

PAE ==

O modelo acima é compatível com o objetivo de desejado, ou seja, o estabelecimento da quantidade de metros quadrados a serem produzidas anualmente e necessárias para cobrir os custos e despesas incorridos no período. Efetuando a demonstração da definição da equação dimensional do modelo visando constatar a assertiva acima se tem:

=

anom

PAE2

.d.q.canom

m$R

ano$R

CUB(%)KCAB

PAE ⇒

=

=2

2

Como demonstrado, a produção anual de equilíbrio, PAE, é dada em m²/ano e estabelece a quantidade correspondente ao ponto de equilíbrio.

Lucro = RT – CT

Lucro = zero ∴ RT = CT

Ponto de Equilíbrio - Condições

R$

qEQUIL qMAX q Fig.15.1 – Curvas de Receita e Custos Totais

Receitas

Custos

Ponto de Equilíbrio

Page 89: Eng.º Civil, MSc. - pet.ecv.ufsc.brpet.ecv.ufsc.br/arquivos/apoio-didatico/tributos_encargos... · 15.3.6 – Exercícios resolvidos. ..... 90 15.3.7 – A influência dos tributos

Engº Civil Antônio Victorino Avila Custos – Encargos Sociais - Precificação

Tributos, Encargos, Precificação ~ Versão 2012.docx 89

Neste caso, pode-se considerar que a PAE é definida em função do preço justo, já que o fator “k” é um parâmetro estabelecido e aceito por entidades de classe. Quanto à ocorrência no mercado da pratica de preços simbólicos, irrisórios ou irreais, não são considerados neste estudo, pois passam a integrar situações discutidas sob a ótica da ética profissional. 15.3.4 - A Produção Anual Máxima. No caso do profissional atuar na área de serviços, seja em arquitetura ou em calculo estrutural, e o orçamento desses trabalhos efetuados por metro quadrado, é interessante definir a capacidade máxima de produção em metros quadrados por mês ou ano. Por definição, a produção anual máxima, PMAX, corresponde ao nível máximo de produção possível de ser realizado por um profissional durante um ano de atividade. A definição da produção anual máxima é função da produtividade do profissional. Esta, expressa em horas/m². Matematicamente, a produção anual máxima é obtida efetuando a razão entre o número anual de horas efetivamente disponíveis para o trabalho pela produtividade do profissional.

πΣ

= ATHPMAX

A produtividade, π, é um paramento a ser medido continuamente pelo profissional e é função do tipo ou complexidade do trabalho que executa. Exprimindo o número anual de horas efetivamente disponíveis para o trabalho, HAT, em função de suas variáveis constitutivas, tem-se como modelo de cálculo da produção anual máxima considerando: o número de horas diárias efetivamente disponíveis para o trabalho; do número de dias semanais de produção; e do número de semanas produtivas por ano:

π××

=)S - 52(N H

PMAX IMPDSDP

Como já comentado, o cálculo do número de horas diárias de produção, HDP, possíveis de serem dedicadas ao trabalho exprime certo grau de subjetividade. A avaliação diária ou semanal dessas horas deve considerar, apenas, o tempo dedicado à elaboração de projetos ou trabalhos intelectuais, noutras palavras, ao esforço de produção. Recomenda-se desconsiderar as horas de atendimento a clientes e fornecedores, visitas a obras e dedicação a tarefas administrativas, pois estas impedem ao profissional de se dedica, exclusivamente, ao esforço de produção. O modelo acima é compatível com o objetivo de desejado, ou seja, o estabelecimento da quantidade de metros quadrados a serem produzidas anualmente e necessárias para cobrir os custos e despesas incorridos no período.

Page 90: Eng.º Civil, MSc. - pet.ecv.ufsc.brpet.ecv.ufsc.br/arquivos/apoio-didatico/tributos_encargos... · 15.3.6 – Exercícios resolvidos. ..... 90 15.3.7 – A influência dos tributos

Engº Civil Antônio Victorino Avila Custos – Encargos Sociais - Precificação

Tributos, Encargos, Precificação ~ Versão 2012.docx 90

Visando demonstrar a correção da assertiva acima utilizando a equação dimensional do modelo tem-se:

=

anom

PMAX2

d.q.canom

mh

anoh

HPMAX AT ⇒

=

=2

2

15.3.5 – Resumo da Metodologia. A metodologia proposta para a análise da competitividade e da produção anual do profissional autônomo segue os seguintes passos: 1º Passo – Calcula-se o custo mensal básico - CMB.

CMB = f Σ (C+ D + ES + R) 2º Passo – Define-se o custo anual básico - CAB

CAB = 12 × CMB

3º Passo – Calcula-se a produção anual de equilíbrio - PAE.

CUB(%)kCAB

)s(puCAB

PAE ==

4º Passo – Definem-se as horas anuais de trabalho, produtivas.

HAT = HDP × NDS× SAT e,

SAT = 52 - SIMP 5º Passo - Calcula-se a produção anual máxima – PMAX.

π= ATH

PMAX

6º Passo – Calcula-se o preço unitário

∑∑=

ATH

CAB)h(pu

7º Passo – Comparam-se os preços dos projetos:

Preço Orçado: PO = π × A × pU Preço Mercado: PM = k × CUB × A

15.3.6 – Exercícios resolvidos. a) Um profissional junior, pretende se estabelecer na área de projetos. Para tanto, deseja conhecer a mínima produção anual a ser cumprida visando manter um padrão de vida compatível com suas necessidades e se estabelecer como profissional autônomo. O custo mensal de manutenção foi orçado em R$ 4 mil/mês. Além disto, considerando o escopo dos serviços que

Page 91: Eng.º Civil, MSc. - pet.ecv.ufsc.brpet.ecv.ufsc.br/arquivos/apoio-didatico/tributos_encargos... · 15.3.6 – Exercícios resolvidos. ..... 90 15.3.7 – A influência dos tributos

Engº Civil Antônio Victorino Avila Custos – Encargos Sociais - Precificação

Tributos, Encargos, Precificação ~ Versão 2012.docx 91

deseja oferecer, verificou que a tabela de preços da associação de classe estabelece um preço mínimo de 4,5% do CUB e que, nesta data, o CUB médio relativo a edificações esta orçado em 890 R$/m².

ano/²m.CUB,CUB(%)k

CABPAE 00012

0450

400012 ≅×==

b) Dois profissionais se associaram para montar um escritório de projetos. Dado as características pessoais de cada um, concluíram que um deles permaneceria tempo integral no escritório, supervisionando a produção, e o outro seria responsável pelo relacionamento, atendimento e visita a clientes. Deseja-se saber qual deverá ser o custo horário dos serviços profissionais do escritório, já que pretendem descansar ou viajar nas semanas de carnaval, das festas de final de ano e da páscoa. (Obs: considerar uma semana de 40 horas de atividade). Além disso, o ajuste social pactuado previu uma retirada mensal de R$ 4.000,00 para cada um. Dado as características das funções a serem assumidas, o primeiro poderia ter uma dedicação de 75% das horas semanais disponíveis para o desenvolvimento dos projetos e serviços técnicos. E, o segundo, 50% devido a perdas de tempo relativas a deslocamento, serviços externos e espera.

hora/$R,),,()(

)(H

CABCh

AT

183950075040352

4000212 =+××−

××==∑∑

c) Um profissional liberal, já estabelecido no mercado, conseguiu uma série de contratos que montam a 18.900 m². Visando cumprir os prazos pactuados dentro do exercício, esta analisando a necessidade, ou não, de se associar ou contratar outro profissional para lhe ajudar a dar cumprimento ao pactuado. Para tanto, dispõe das seguintes informações:

- Disponibilidade de quatro semanas de férias por ano; - Sua produtividade é de 0,085 m²/hora de trabalho; - 45% do tempo semanal disponível é dedicado a atender clientes e visitar obras.

²m.,

),()(HPMAX AT 66613

0850

450144452 =−××−=π

=

Pelo exposto, há a necessidade do concurso de outro profissional, pois dispõe de uma capacidade máxima, anual, de trabalho de 13 mil metros quadrados, e necessita produzir, aproximadamente, 19 mil m². 15.3.7 – A influência dos tributos e o lucro. 15.3.7.1 – Definição do preço e do lucro.

Page 92: Eng.º Civil, MSc. - pet.ecv.ufsc.brpet.ecv.ufsc.br/arquivos/apoio-didatico/tributos_encargos... · 15.3.6 – Exercícios resolvidos. ..... 90 15.3.7 – A influência dos tributos

Engº Civil Antônio Victorino Avila Custos – Encargos Sociais - Precificação

Tributos, Encargos, Precificação ~ Versão 2012.docx 92

Nos itens anteriores, o calculo do preço foi realizada em função das necessidades de remuneração do profissional, desconsiderando a influencia de tributos e o estabelecimento do lucro. Neste item, será estudada a formação do preço face ao interesse em estabelecer uma margem de lucro e frente à exigibilidade dos tributos. O conhecimento da questão é de capital importância para o profissional, especialmente ao associado a empresas de projetos, visando manter a lucratividade desejada. O preço, então, é função das variáveis conforme abaixo:

P = f (C + ES + L + R + T ) O lucro, por sua vez, deve ser visto como a remuneração do empreendedor ou da prestação de serviço em função dos custos e despesas previstos. E função direta da margem de remuneração desejada pelo profissional. Ou, então, definido como a remuneração desejada calculada sobre o capital movimentado. Então:

L = µ (C + R + ES) Em segmento é discutida a formação do preço para três situações de incidência de tributos: 15.3.7.2 – Pagamentos contra recibo.

Neste caso, o profissional não emitirá nota fiscal. Logo, não haverá o recolhimento de tributos, pois atua como pessoa física.

P =( C + ES + R) + L ∴

P = (C + D + ES) +µ (C + D + ES)

P = (1+µ) × (D+C+ES) 15.3.7.3 – Resultado apurado pelo lucro real. Neste caso haverá a emissão de nota fiscal e a tributação ocorrerá pela apuração do lucro real. O profissional é considerado empresário e seu escritório se constitui em pessoa jurídica. Há que se entender que, no Brasil, dois são os tipos de incidência de tributos: o primeiro tipo incide sobre o total do valor da nota fiscal; o segundo sobre o lucro apurado.

)(

)ESCD()(

)ESCD(P

FAT

IR

α−

++α−

µ+++=

1

1 ∴

)(

))(

()ESCD(

PFAT

IR

α−α−

µ+×++=

1

11

Page 93: Eng.º Civil, MSc. - pet.ecv.ufsc.brpet.ecv.ufsc.br/arquivos/apoio-didatico/tributos_encargos... · 15.3.6 – Exercícios resolvidos. ..... 90 15.3.7 – A influência dos tributos

Engº Civil Antônio Victorino Avila Custos – Encargos Sociais - Precificação

Tributos, Encargos, Precificação ~ Versão 2012.docx 93

15.3.7.4 – Retenção na fonte. Neste caso ocorre a retenção dos tributos na fonte. Assim, se propõe que o preço seja majorado proporcionalmente à soma das alíquotas dos tributos incidentes sobre a nota fiscal e sobre o lucro.

)()()ESCD(

PBIRFAT α+α−

µ+×++=1

1

15.3.8 – Exercício . a) Sendo você um profissional liberal autônomo e considerando

suas despesas incorridas mensalmente, calcule o valor do seu preço considerando opção pelo lucro real e o lucro presumido. Preencha os quadros de orçamento abaixo e informe:

• A sua produção mensal de equilíbrio; • O preço de sua hora de trabalho.

Item de custo R$ 1. Aluguel de moradia 2. Condomínio residência 3. Aluguel de sala comercial 4. Condomínio Escritório 5. Telefone 6. Internet 7. Água 8. Energia elétrica 9. Alimentação 10. Combustível 11. Manutenção Veículo 12. Consórcio veículo 13. Vestimenta 14. Secretária 15. Encargos Sociais: 56% 16. Atualização e treinamento 17. Depreciação equipamentos 18. Outros Total dos Custos Lucro ( %): L = µ x ST Preço Líquido Nota Fiscal (PMF: 14,25% ou 5%) Imposto de Renda + CSLL Preço Bruto

Caso de Lucro Real

Page 94: Eng.º Civil, MSc. - pet.ecv.ufsc.brpet.ecv.ufsc.br/arquivos/apoio-didatico/tributos_encargos... · 15.3.6 – Exercícios resolvidos. ..... 90 15.3.7 – A influência dos tributos

Engº Civil Antônio Victorino Avila Custos – Encargos Sociais - Precificação

Tributos, Encargos, Precificação ~ Versão 2012.docx 94

Item de custo R$ 1. Aluguel de moradia 2. Condomínio residência 3. Aluguel de sala comercial 4. Condomínio Escritório 5. Telefone 6. Internet 7. Água 8. Energia elétrica 9. Alimentação 10. Combustível 11. Manutenção Veículo 12. Consórcio veículo 13. Vestimenta 14. Secretária 15. Encargos Sociais: 56% 16. Atualização e treinamento 17. Depreciação equipamentos 18. Outros Total dos Custos Lucro ( %): L = µ x ST Preço Líquido Nota Fiscal (PMF: 14,25% ou 5%) Imposto de Renda Preço Bruto

Caso de Lucro Presumido b) Você é formando e deseja atuar como profissional liberal na

área de projetos de engenharia ou arquitetura

(arquitetônico ou estrutural). Para tanto esta analisando seus custos de produção.

Assim, pergunta-se: • Quanto você deve cobrar, por metro quadrado de projeto? • Qual a sua produção anual de modo que possa adotar os

preços praticados no mercado? ( Verificar valores do CREA e IAB).

• Você dispõe de condições, sejam sociais, profissionais ou familiares, para se estabelecer no mercado?

• Qual seria sua estratégia para se estabelecer no mercado? Obs: Avaliar seus custos de subsistência; custos de manutenção de escritório; produtividade; tempos de atendimento ao cliente; tributos incidentes sobre a nota fiscal, enfim todas as variáveis necessárias ao seu estabelecimento.

Page 95: Eng.º Civil, MSc. - pet.ecv.ufsc.brpet.ecv.ufsc.br/arquivos/apoio-didatico/tributos_encargos... · 15.3.6 – Exercícios resolvidos. ..... 90 15.3.7 – A influência dos tributos

Engº Civil Antônio Victorino Avila Custos – Encargos Sociais - Precificação

Tributos, Encargos, Precificação ~ Versão 2012.docx 95

15.4 - Profissional liberal – preço por visita. 15.4.1 – Metodologia. Este é o caso em que o preço é calculado por visita do profissional, sendo recomendado para o caso de serviços de manutenção ou visitas técnicas efetuada por profissionais liberais autônomos quando atende serviços a serem realizados fora de suas instalações. A metodologia proposta é similar a anterior, sendo o preço definido por visita. Caso ocorra fornecimento de material, este deverá ser cobrado separadamente. Neste caso há que se estabelecer a produção anual máxima. Para tanto, duas variáveis devem ser conhecidas a priori: 1º) o número máximo de visitas possíveis de serem realizadas diariamente; 2º) o número dias anuais de trabalho. A metodologia proposta, então, segue os seguintes procedimentos: 1º Passo - Definir o custo anual básico – CAB. O custo anual básico corresponde ao montante do valor

das despesas que o profissional necessita para cobrir, anualmente, a sua manutenção e sobrevivência.

2º Passo - Definir o número de semanas anuais indisponíveis

para o trabalho, NSI.

O NSI corresponde ao número de semanas improdutivas, pois ocorre a previsão de paralisação do trabalho devido a: descanso anual; carnaval; festas natalinas, cursos ou treinamentos, etc.

3º Passo - Definir o número de visitas possíveis de serem

realizadas por semana, nvs; 4º Passo - Estabelecer o número possível de visitas anuais -

NVA; NVA= nvs × (52 - NSI) 5º Passo - Estabelecer o custo médio de transporte, segundo a

região de atuação do profissional = CMT; 6º Passo - Calcular o custo por visita = CPV.

15.4.2 – Exercício proposto. Calcular o custo por visita de um profissional autônomo no caso de utilizar como meio de locomoção uma moto 125 e um veículo Fiat-1000. Como dado complementar sabe-se que: a) o raio de atuação é de 40 km; b) o profissional emite nota fiscal de serviço cuja alíquota do ISS é de 12%.

CMTNVACAB

CPV +=

Custo por Visita

Page 96: Eng.º Civil, MSc. - pet.ecv.ufsc.brpet.ecv.ufsc.br/arquivos/apoio-didatico/tributos_encargos... · 15.3.6 – Exercícios resolvidos. ..... 90 15.3.7 – A influência dos tributos

Engº Civil Antônio Victorino Avila Custos – Encargos Sociais - Precificação

Tributos, Encargos, Precificação ~ Versão 2012.docx 96

15.5 – Indústria e Comércio – Mark-up 15.5.1 – Definição do mark-up. O mark-up é definido como um índice que aplicado ao custo direto do produto ou do serviço permite estabelecer, expeditamente, o preço de vendas a ser praticado. A formação do preço adotando a técnica do mark-up facilita a sua determinação, já que engloba os custos e as despesas indiretas incorridas pela empresa, aí incluídas as despesas de vendas, administrativas ou financeiras, bem como a margem de lucro estabelecida. Estabelecido o mark-up por produto ou por linha de produtos, torna-se possível delegar o calculo do preço para escalões subordinados, fato que facilita e libera a atividade do gestor para outras atividades. Matematicamente, então, o preço é calculado por:

Preço = mark-up × Σ custos diretos Demonstrando a formação do mark-up em função dos Custos Diretos tem-se:

P = ƒ( Σ Custos Diretos) Definindo as variáveis abaixo, como nomenclatura, visando a determinação do mark-up:

Assim sendo, pode-se considerar que o preço seja função do somatório dos custos diretos, dos custos indiretos, do montante do lucro desejado e dos tributos incidentes. Matematicamente:

P = Σ (CD + CI + ML + Tr) ∴ P = Σ CD + Σ (CI + ML + Tr)

Considerando que Σ (CI + ML + Tr) pode ser considerado como um percentual do Preço de Venda, P, pode-se escrever:

P = ΣCD + k × P ∴ P - k P = ΣCD ∴ P× (1 – k) = ΣCD

Sendo o objetivo desejado definir o preço em função dos custos diretos, pode-se escrever:

)k(

CDPCD)k(P

−Σ=∴Σ=−×1

1

Substituindo na expressão acima o valor de (1-k), por δ e φ, respectivamente, a expressão do mark-up divisor e do mark-up multiplicador, em que:

• δ = (1- k) é denominado de mark-up divisor e • φ = 1/(1- k) é denominado mark-up multiplicador.

Então, o preço pode ser definido por:

δΣ=

Σ×ϕ=CD

eçoPr

CDeçoPr

Page 97: Eng.º Civil, MSc. - pet.ecv.ufsc.brpet.ecv.ufsc.br/arquivos/apoio-didatico/tributos_encargos... · 15.3.6 – Exercícios resolvidos. ..... 90 15.3.7 – A influência dos tributos

Engº Civil Antônio Victorino Avila Custos – Encargos Sociais - Precificação

Tributos, Encargos, Precificação ~ Versão 2012.docx 97

15.5.2 – Metodologia de formação do mark-up. A metodologia para a definição do mark-up, parte da técnica da margem de contribuição. Ver Tab.15.1 – Modelo de cálculo do Mark-up. Os procedimentos propostos são: 1º Passo: Estabelece-se, como artifício, o valor do preço de vendas como sendo 100%; 2º Passo: Exprime-se todos os custos, despesas, impostos e o lucro como fração, ou porcentagem, do valor do preço de venda. 3º Passo: - Calcula-se o Mark-up.

δ = 100% - ITV (%) – MC (%)

Sob esse procedimento, é garantida a manutenção da margem de lucro desejada, já que todas as despesas e tributos passam a ser caracterizados como uma parcela do valor de vendas. Dessa forma, diminuindo do Preço (estabelecido em 100%) cada percentagem de custos, despesas, impostos e do lucro a ele referidos, obtém-se o valor do mark-up divisor.

δ = 100% - ITV (%) – MC (%) O preço, por sua vez, é definido pela expressão:

ϕ×=δ

= CDCD

P

A obtenção do mark-up é realizada ao se definir, inicialmente, o mark-up divisor, δ. A partir deste é definido o mark-up multiplicador, já que φ= 1/δ.

15.5.3 – Exemplo. Calcular o preço de venda de um produto, utilizando o mark-up divisor e o multiplicador, quando uma empresa incorre nos seguintes custos para levar seu produto ao mercado:

item Valor Matérias Primas Outros Custos Diretos

R$ 420,00 R$ 380,00

IMPOSTOS E TAXAS DE VENDAS - ITV ICMS PIS Cofins Comissões de vendas Total do ITV....................................................

--- 18,00 %

0,65% 2,00% 5,00%

25,65% MARGEM DE CONTRIBUIÇÃO - MC Despesas Administrativas Despesas de Vendas Custos Indiretos de Produção Margem de Lucro Total da Margem de Contribuição = MC..............

--- 4,00% 7,00% 4,50%

14,50% 30,00%

item valor em % (+) Preço de Vendas - definido em 100% 100,00 % (-) Impostos e taxas sobre vendas - ITV (-) Margem de Contribuição - MC

X % Y %

= Mark-up divisor – em porcentagem δ = Mkup % Mark-up multiplicador - em decimal 1/ Mkup

Tab. 15.1 - Modelo de Cálculo do Mark-Up

Page 98: Eng.º Civil, MSc. - pet.ecv.ufsc.brpet.ecv.ufsc.br/arquivos/apoio-didatico/tributos_encargos... · 15.3.6 – Exercícios resolvidos. ..... 90 15.3.7 – A influência dos tributos

Engº Civil Antônio Victorino Avila Custos – Encargos Sociais - Precificação

Tributos, Encargos, Precificação ~ Versão 2012.docx 98

1. - Calculo do markup em % Preço de Vendas 100,00 (-) ITV (-) Margem de Contribuição - MC

25,65 30,00

Mark-up divisor = δ 44,35 Mark-up multiplicador ( 100÷ Mark-up divisor) 2,2548

Tab.15.2 – Exemplo de Calculo do Markup

2. - Calculo do Preço de Vendas

item Mark-up Divisor

δ Mark-up Multiplicador

φ= 1/δ Matérias Primas Outros

420,00 380,00

420,00 380,00

Total 800,00 800,00 Mark-up ÷÷÷÷ 44,35% ×××× 2,2548 Preço de Vendas 1.803,83 1.803,83

Tab.15.3 – Preço e Markup

15.5.4 – Exercício proposto . Determine o markup a ser utilizado por uma empresa comercial sabendo que: P= CD × φ.

Item Valor/porcentagem Valor das vendas 159.000,00 R$ Depreciação de móveis e do imóvel 1.450,00 R$/mês IPTU 360,00 R$/mês ICMS 18,00 % Cartão de crédito 3,00 % PIS 0,65 % COFINS 2,00 %

CPMF 0,38% Comissão vendedores 3,00 % Despesas administrativas 10.700,00 R$/mês Despesas de vendas 4.800,00 R$/mês Salários empregados 2.800,00 R$/mês Encargos sociais 43,50 % Margem de lucro 16,00 %

Page 99: Eng.º Civil, MSc. - pet.ecv.ufsc.brpet.ecv.ufsc.br/arquivos/apoio-didatico/tributos_encargos... · 15.3.6 – Exercícios resolvidos. ..... 90 15.3.7 – A influência dos tributos

Engº Civil Antônio Victorino Avila Custos – Encargos Sociais - Precificação

Tributos, Encargos, Precificação ~ Versão 2012.docx 99

15.6 – Preço horário de equipamento. Neste item se discute uma metodologia visando à composição do custo horário e a determinação do preço de equipamentos. Considera duas situações: o custo da disponibilização do equipamento parado; e o da hora operante. A metodologia proposta recomenda subdividir os custos a serem incorridos em três principais grupos:

I – Custos administrativos e financeiros; II – Custos de manutenção; III – Custos de operação.

15.6.1 – Custos administrativos e financeiros. Neste grupo se considera uma serie de custos tais como: a) Custo de capital, ou seja, os juros que seriam pagos pelo

capital investido no equipamento caso fosse efetuada outra aplicação em idêntica taxa de risco. Corresponde ao custo de remuneração do capital da empresa, também denominado de taxa de oportunidade ou taxa de mínima atratividade;

b) Custo de depreciação do capital e necessário à reposição do mesmo;

c) Seguros por ventura contratados visando à redução dos riscos de operação ou com terceiros;

d) Impostos anuais incidentes sobre a propriedade e uso de veículos.

15.6.2 – Custos de manutenção. Nos custos de manutenção são separados os custos de manutenção do equipamento e do material rodante, pois submetidos a diferentes condições de desgaste. No modelo de cálculos dos custos de reparos de equipamentos é proposta a adoção de um índice de manutenção, (I%), correspondente à apropriação do valor da manutenção efetuada durante a vida do bem em operação normal de produção. 15.6.3 – Custos de operação. Estes custos são incorridos quando o equipamento estiver em operação. No caso das horas inoperantes, somente são considerados o custo do pessoal de operação. Os custos de operação podem ser subdivididos em dois grupos quais sejam:

i) os custos unitários de operação; ii) e os custos mão de obra e dos encargos sociais incidentes sobre as mesmas.

O custo unitário de operação é calculado em função do custo horário e do consumo horário. Integram o custo horário de produção os custos incorridos na aquisição de combustíveis, óleos, graxas e lubrificantes, no caso de equipamentos movidos a combustível. Sendo um equipamento elétrico, o consumo horário de energia.

Page 100: Eng.º Civil, MSc. - pet.ecv.ufsc.brpet.ecv.ufsc.br/arquivos/apoio-didatico/tributos_encargos... · 15.3.6 – Exercícios resolvidos. ..... 90 15.3.7 – A influência dos tributos

Engº Civil Antônio Victorino Avila Custos – Encargos Sociais - Precificação

Tributos, Encargos, Precificação ~ Versão 2012.docx 100

O consumo horário é um parâmetro a ser fornecido pelo fabricante. Recomenda-se, porém, que a empresa aproprie seus próprios dados, baseados no desempenho real de cada equipamento. Efetuada a composição de custos, o preço é definido após o produto do mesmo pelo mark-up ou pelo BDI – Benefício e Despesas Indiretas, índices que já consideram os impostos a serem recolhidos pelas empresas, os custos indiretos administrativos e o lucro desejado. 15.6.4 – Impostos e Taxas. No caso de automóveis e caminhões, deve-se considerar o IPVA, cuja alíquota o fisco estadual vem definindo em 2% sobre o valor do bem já depreciado. E, também, a taxa de administração e o seguro obrigatório. 15.6.5 – Metodologia. Seja calcular a formação do preço horário de aluguel, com relação à hora operando e hora parada, de um veículo sobre pneus utilizado em serviços de terraplenagem. Sob esta metodologia alerta-se que, para ser estabelecido o preço de utilização de equipamentos, além dos custos e tributos a serem incorridos, há que se conhecer o BDI ou mark-up adotado pela empresa. Como informações necessárias para a determinação do custo horário tem-se:

• Preço Total da Compra do Caminhão • Preço de Reposição dos Pneus • Preço Total da Compra sem Pneus • Valor Residual depois de depreciado • Valor líquido para depreciação • Vida útil expressa no catalogo do

fabricante • Juros • Tributos s/ propriedade de

equipamentos • Estimativa anual de horas trabalhada

R$ 79.000,00 R$ 4.200,00 R$ 74.800,00 R$ 8.000,00 R$ 71.000,00

10.000 horas

24,0 % ao ano

2,0 % ao ano 1.500 horas

Ficha de Composição de Custos Hora Operando

Hora Parada

I – Depreciação, Juros, Seguros, etc.: a) Depreciação Técnica: Valor a Depreciar = 71.000,00 Vida útil em horas 10.000 b) Rateio Anual: Juros de 24% ao ano + Impostos de 2% ao ano = 26 % ao ano. Horas de Trabalho Anual estimadas em 1.500 h. Rateio:

Preço Equip. x % Invest. X Rateio Anual = Horas de Trabalho Anual

79.000,00 x 1,0 x 0,26 =

1.500

7,10

13,69

7,10

13,69

Page 101: Eng.º Civil, MSc. - pet.ecv.ufsc.brpet.ecv.ufsc.br/arquivos/apoio-didatico/tributos_encargos... · 15.3.6 – Exercícios resolvidos. ..... 90 15.3.7 – A influência dos tributos

Engº Civil Antônio Victorino Avila Custos – Encargos Sociais - Precificação

Tributos, Encargos, Precificação ~ Versão 2012.docx 101

II – Manutenção. a) Reparos:

I% x Preço sem Pneus = 1,00 x 74.800,00 = Vida Útil em Horas 10.000

b) Pneus: Custo de Reposição = 4.200,00 = Vida Útil em Horas 1.000

7,48

4,20

0,00

0,00

III – Operação: C.U. Oper = Custo horário x Consumo Horário a) Combustível: 0,36 R$/l x 10 l/h b) Lubrificantes, etc.: - Óleo Motor 120,00 R$ x 0,30 l/h = 3,60 - Graxa 5,00 R$ x 0,05 = 0,25 - Filtros 50,00 R$ x 0,01 = 0,50 c) Mão de Obra com Encargos Sociais de 88,49%.

- Operador: 2,40 R$/hora x 1,00 = 2,40 - Auxiliar: ...............................................

3,60

4,35

2,40 0,00

0,00

0,00

2,40 0,00

IV - Preços do Aluguel Horário

a) Somatório dos Custos b) BDI calculado em 42%

c) Preço Horário Final

42,82 17,98 60,80

23,19 9,74

32,93 5 - Preços a Adotar em Reais pôr hora 61,00 33,00 Preços de novembro/98

Tab.15.4 - Composição do Custo Horário

15.6.6 – Exercício. a) Com os dados relativos a um equipamento de terraplenagem abaixo relacionado, pergunta-se:

- Qual a o preço unitário que você praticaria? - Qual a taxa de depreciação legal?

item Dado 1. Preço de compra 2. Depreciação legal 3. Valor residual 4. Horas anuais trabalhadas – previsão 5. Vida útil 6. Consumo dos pneus 7. Combustíveis 8. Lubrificantes 9. Mão de Obra c/ Encargos Sociais 10. BDI

R$ 50.000,00 5 anos

R$ 7.900,00 2.000,00 horas

17.800,00 horas 5,05 R$/hora 6,88 R$/hora 3,33 R$/hora

26,26 R$/hora 55%

b) Seja orçar o preço horário, parado e operando, relativo a um equipamento de terraplenagem a ser alugado por uma empresa, dispondo das seguintes informações.

A empresa adquirirá o equipamento em questão através de um contrato de leasing, efetuado diretamente com o fabricante, ao custo de 2,5% ao mês.

Por política, a empresa costuma manter comissionados os seus ativos móveis pelo prazo de cinco anos, pois, a partir deste tempo de operação, os custos com manutenção crescem sensivelmente.

Outrossim, a empresa pratica uma taxa de oportunidade sobre a aplicação de seus ativos de 15% ao ano e adota um BDI

Page 102: Eng.º Civil, MSc. - pet.ecv.ufsc.brpet.ecv.ufsc.br/arquivos/apoio-didatico/tributos_encargos... · 15.3.6 – Exercícios resolvidos. ..... 90 15.3.7 – A influência dos tributos

Engº Civil Antônio Victorino Avila Custos – Encargos Sociais - Precificação

Tributos, Encargos, Precificação ~ Versão 2012.docx 102

de 38% para a região onde os serviços serão prestados. Sabe-se, também que: - Preço do veículo novo 185.000,00 R$ - Desvalorização anual – linear 12% ao ano - Custo do equipamento rodante 10% do preço - Vida útil do bem 15.000 horas - Vida útil do equipamento rodante 5.000 horas - Custo financeiro 2,5% ao mês - Produção anual 1.800 horas - Manutenção de equipam. Similares 17% ao ano - Operador 9,30 R$/hora - Auxiliar 2,70 R$/hora - Encargos sociais 132% - Óleo diesel: consumo = 0,37 l/h 1,90 R$/l - Graxa: consumo = 0,085 l/hora 8,60 R$/l - Filtros: consumo = 0,12 un/h 107 R$/un

Page 103: Eng.º Civil, MSc. - pet.ecv.ufsc.brpet.ecv.ufsc.br/arquivos/apoio-didatico/tributos_encargos... · 15.3.6 – Exercícios resolvidos. ..... 90 15.3.7 – A influência dos tributos

Engº Civil Antônio Victorino Avila Custos – Encargos Sociais - Precificação

Tributos, Encargos, Precificação ~ Versão 2012.docx 103

15.7 – Preços de Serviços por Encomenda – BDI 15.7 1. - Metodologia Na indústria de bens por encomenda, fato corrente na construção civil, o mark-up multiplicador pode receber a denominação de BDI – Benefícios e Despesas Indiretas. Porém, dado a peculiaridade e tradição desta indústria, a metodologia a ser utilizada difere da anteriormente discutida.

A metodologia ora apresentada, desenvolvida por AVILA & JUNGLES , 2006, de modo semelhante à anterior, parte da definição do preço e, para tanto, são efetuadas as seguintes definições:

Preço = CD + BDI ou Preço = IBDI × CD

BDI = ƒ (CI + VR + ML + TRIB. )

CI = ( CGP + CGA + CFI + CDM + CPV ) ML = µ Liquido ( ΣCI + ΣCD + ΣVR )

a) Impostos Incidentes sobre o Lucro

)α1(µ

µL

LIQUIDO

−= e, αL = ƒ (αIR; αCS )

b) Impostos Incidentes sobre o Faturamento.

)α1(I

IF

*BDIBRUTO

BDI −=

A utilização desta metodologia requer que a empresa disponha de um bom acompanhamento das despesas, ou custos indiretos, pois estas variáveis participam do modelo de modo rateado. Além disto, este rateio é proporcional à participação de cada contrato na carteira de obras da empresa. A metodologia proposta pelos autores recomenda calcular e trabalhar com os valores de custos, e do BDI, em termos de valores monetários. Assim sendo o BDI é, inicialmente, calculado em termos de valores monetários. A partir deste valor, é definido o índice de BDI ou seja, o BDI multiplicativo, de modo análogo o efetuado para a determinação do mark-up. A seguir, Tabelas de nº 15.5 e 15.6, são apresentadas duas metodologias para o cálculo do IBDI, considerando a

Custos Indiretos

Orçamentação

Custos Diretos

Avaliação do Risco

Margem de Lucro

BDI

Preço

Fig.15.2. – Fluxograma de Composição de Preço

Page 104: Eng.º Civil, MSc. - pet.ecv.ufsc.brpet.ecv.ufsc.br/arquivos/apoio-didatico/tributos_encargos... · 15.3.6 – Exercícios resolvidos. ..... 90 15.3.7 – A influência dos tributos

Engº Civil Antônio Victorino Avila Custos – Encargos Sociais - Precificação

Tributos, Encargos, Precificação ~ Versão 2012.docx 104

empresa ser optante pelo sistema de tributação pelo lucro real ou pelo lucro presumido.

I - Opção pelo Lucro Real 1º Passo: Definições:

a) A administração superior define a µLIQUIDO b) Calcular o fator de majoração da margem:

αL= αIR + αCS a) Calcular o fator de majoração do faturamento: ( 1 - αF )

2º Passo: Calcular o BDI, em valor monetário:

BDILíquido = CI + VR + µ (CI + CD + VR )

)VRCD(CI)α(1

µVRCIBDI

L

LIQUIDOBRUTO ++−

++=

3º Passo: Calcular o índice líquido– I*BDI

CDBDI

kBRUTO

= ∴ )1K(I *BDI +=

4º Passo: Calcular o índice bruto - IBDI

)α1(I

IF

*BDIBRUTO

BDI −=

5º Passo: Calcular o Preço do Produto ou Serviço. Preço = CD × IBDI

Tab.15.5 – Metodologia BDI pelo Lucro Real

II - Opção pelo Lucro Presumido 1º Passo: Definições:

a) A administração superior define o µLIQUIDO

b) Calcular o fator de majoração do faturamento: ( 1 - αF )

2º Passo: Calcular o BDI, em valor monetário: - Verificar o montante do tributo a ser recolhido e o

adicionar na expressão abaixo em IMP.

BDI BRUTO = CI + VR + ML + IMP

3º Passo: Calcular o índice líquido– I*BDI

CDBDI

kBRUTO

= ∴ )1K(I *BDI +=

4º Passo: Calcular o índice bruto - IBDI

)1(

II

F

*BDI

BDI α−=

5º Passo: Calcular o Preço do Produto ou Serviço.

Preço = CD × IBDI

Tab.15.6 – Metodologia do BDI pelo Lucro Presumido

Page 105: Eng.º Civil, MSc. - pet.ecv.ufsc.brpet.ecv.ufsc.br/arquivos/apoio-didatico/tributos_encargos... · 15.3.6 – Exercícios resolvidos. ..... 90 15.3.7 – A influência dos tributos

Engº Civil Antônio Victorino Avila Custos – Encargos Sociais - Precificação

Tributos, Encargos, Precificação ~ Versão 2012.docx 105

15.7.2 – Exemplo de aplicação Uma empresa de pequeno porte, optante pelo lucro presumido, deseja saber qual BDI deve ser aplicado ao custo de uma pequena obra a ser executada em área próxima ao escritório da mesma, não havendo necessidade de implantação de canteiro de obra. Em inspeção ao local, verificou-se que o empreendimento não apresenta riscos a terceiros em sua execução. Outras informações sobre a empresa e a obra em questão estão a seguir:

- Tipo de obra: empreitada global - Faturamento médio mensal: R$200.000,00 - Custo médio mensal de administração da empresa:

R$30.000,00 - Margem de lucro planejada: 15% - Custos diretos da obra: R$60.000,00 - Custo de desconto de duplicatas: 4% ao mês - A empresa estima que esta obra represente 40% do

valor dos custos gerais de administração da empresa - A empresa investe em torno de 1% do seu

faturamento bruto com propaganda. 1º Passo: cálculo do fator de majoração do faturamento ( )Fα−1 :

( ) 91990100

01811 ,

,F =

−=α−

2º Passo: cálculo dos custos indiretos:

∑ ++++= CMVCMRCFICGACGPCI

Onde: CGP = Custos Gerais do Processo Por se tratar de uma obra pequena e próxima à sede administrativa, não haverá custo administrativo direto da obra. Sendo assim, CGP = R$0,00 CGA = Custos Gerais de Administração da Empresa

00,000.12$00,000.30$%40 RRCGA =⋅= CFI = Custos Financeiros

00,400.2$000.6004,0%4 RCDCGA =⋅=⋅= CMR = Custo de Manutenção, Depreciação, Operação e Reposição Por se tratar de uma obra de pequena monta, na qual os equipamentos foram terceirizados, este valor foi incluído nos custos diretos da obra. CMV = Custos de Comercialização, Propagandas e Promoção de Vendas CMV = 200.000 × 1% × 40% = 800,00R$, correspondendo 1% ao valor investido em propaganda e 40% a parcela proporcional da obra.

0020015

008000000040020000012000

,.$RCI

,,,.,.,CI

CMVCMRCFICGACGPCI

=++++=

++++=∑

Page 106: Eng.º Civil, MSc. - pet.ecv.ufsc.brpet.ecv.ufsc.br/arquivos/apoio-didatico/tributos_encargos... · 15.3.6 – Exercícios resolvidos. ..... 90 15.3.7 – A influência dos tributos

Engº Civil Antônio Victorino Avila Custos – Encargos Sociais - Precificação

Tributos, Encargos, Precificação ~ Versão 2012.docx 106

3º Passo: cálculo do BDI em valor monetário:

IMPMLVRCIBDI bruto +++= Onde: CI = Custos Indiretos = R$15.200,00 VR = Valor de Risco = adotado como 0

( )( )

00,280.11$

00,000,000.6000,200.1515,0

RML

ML

VRCDCIML

=++⋅=

++= µ

IMP = impostos sobre a margem de lucro. Como se trata de uma empresa optante pelo lucro presumido, os valores do imposto de renda e da contribuição social são definidos em função da receita bruta.

00,550.2$00,920.100,630 RCSIRIMP =+=+=

( ) ( )00,630$

00,000.180%10%300,000.20%15%3

RIR

IR

=⋅⋅+⋅⋅=

00,920.1$

00,000.200%8%12

RCS

CS

=⋅⋅=

Foi estimado que esta obra representasse 40% do valor dos custos gerais de administração da empresa. Portanto, será adotada a mesma proporção de pagamento dos impostos sobre

a margem, ou seja, o imposto relativo a esta obra será de 40% do imposto total sobre a margem

00,020.1$00,550.2%40 RIMPobra =⋅=

00,500.27$

00,020.100,280.1100,000,200.15

RBDI

BDI

IMPMLVRCIBDI

bruto

bruto

bruto

=

+++=

+++=

4º Passo: cálculo do índice líquido *

BDII

4583,000,000.60

00,500.27 ===CD

BDIk

bruto

4583,11* =+= kI BDI

5º Passo: cálculo do índice bruto BDII

5852,19199,0

4583,1

1

*

==−

=F

BDIBDI

II

α

6º Passo: cálculo do valor da obra

0011295585210000060 ,.$R,,.ICDeçoPr BDI =⋅=⋅= 15.7.3 – Exercícios propostos.

Page 107: Eng.º Civil, MSc. - pet.ecv.ufsc.brpet.ecv.ufsc.br/arquivos/apoio-didatico/tributos_encargos... · 15.3.6 – Exercícios resolvidos. ..... 90 15.3.7 – A influência dos tributos

Engº Civil Antônio Victorino Avila Custos – Encargos Sociais - Precificação

Tributos, Encargos, Precificação ~ Versão 2012.docx 107

a) Seja calcular o IBDI e o preço de um produto visando participar de uma licitação. Para tanto se sabe que:

− A empresa é optante pelo lucro real; − Duração do contrato: 10 meses; − A margem de lucro desejada é de 18%; − Os custos diretos montam a R$ 2.300 mil; − Os impostos sobre faturamento somam 13,65%; − Alíquota do Imposto de Renda: 10%; − Alíquota da Contribuição Social: 9,0% do Lucro Bruto; − Montante do Risco: R$ 350 mil; − Custos Administrativos Indiretos: R$ 440 mil; − Custos Financeiros: 3% ao mês, equivalente ao desconto

de duplicadas relativas a três meses de produção. b) Calcule um índice de BDI baseado na realidade de sua empresa.

15.8 – Formação do Preço Industrial.

No caso da formação do preço industrial há que se considerar a composição dos custos de:

• Mão de obra direta; • Insumos; • Custos de supervisão; • Custos de manutenção; • Custo de utilização de equipamentos; • Custos Indiretos • Tributos incidentes sobre o lucro; • Tributos incidentes sobre o faturamento; • Etc.

O preço do produto pode ser efetuado por dois procedimentos distintos, porém ambos devendo chegar ao mesmo resultado. a) O primeiro procedimento, mais simplificado, corresponde em multiplicar o custo direto total pelo mark-up.

Preço = CDT × Mark-up. b) O segundo procedimento toma como exemplo o modelo de

composição de custo industrial conforme exposto na Tab.14.7, e segue os seguintes passos:

1º Passo - Define-se o custo total; 2º Passo - Calcula-se o preço base. O valor do preço base corresponde ao montante do custo total acrescido da margem de lucro desejada majorada pelos tributos incidentes sobre o lucro.

Page 108: Eng.º Civil, MSc. - pet.ecv.ufsc.brpet.ecv.ufsc.br/arquivos/apoio-didatico/tributos_encargos... · 15.3.6 – Exercícios resolvidos. ..... 90 15.3.7 – A influência dos tributos

Engº Civil Antônio Victorino Avila Custos – Encargos Sociais - Precificação

Tributos, Encargos, Precificação ~ Versão 2012.docx 108

∑α−µ+×=

)()(

CTPBLUCRO1

1

3º Passo - O preço do produto é definido majorando o preço base pelo somatório das alíquotas dos tributos que incidem sobre o faturamento. Logo:

∑α−=

)(PB

PPoFaturament1

Exprimindo o preço do produto em função do custo total tem-se:

α−α−

×µ+×=∑

∑)(

)()(CTPP

LUCRO

oFaturament

1

11

Ao se compor o preço do produto, ver Tab.15.7 e Fig. 15.3, recomenda-se evitar a incidência do lucro sobre o valor dos encargos sociais, seja aqueles relativos à mão de obra direta seja à mão de obra indireta. O autor justifica a assertiva acima por entender ser ilógica a incidência de lucro sobre os encargos sociais. Dada a alta carga tributária ora em vigor no País e a expressão dos encargos sociais, este procedimento evita a perda de competitividade devido à redução do preço final do produto.

item un $/un q Custo Total Σ

item M.O MAT

1. Insumos 1.1. Insumo A 1.2. Insumo B 1.3. Insumo C

m³ m² l

238 97 44

522 900 110

124.236,0

87.300,0 4.840,0

216.376,00 2. M. Obra Direta

2.1 Função A 2.2 Função B 2.3 Função C

h h h

5,14 6,33 7,38

1231

933 245

6.327,34 5.905,89 1.808,10

14.041,33 3. Supervisão

3.1 Mestre 3.2 Supervisor

h h

12,36 17,68

1231

570

15.215,16 10.077,60

25.292,76 4. Manutenção h 9,45 400 3.780,00 3.780,00

5. Equipamentos h 72,14 850 61.319,00 61.319,00

6. Soma 43.114,09 277.695,0 320.809,09 7. Encargos Sociais = 48,00 % Encargos Soc × ΣMO

20.694,76 20.694,76

8. CUSTO DIRETO TOTAL 341.503,85

9. CUSTOS INDIRETOS (rateados) 28.900,00

10. CUSTO TOTAL 370.403.85

11. Margem de Lucro/ (1- Tributos sobre o Lucro) =

12. Preço base

13. Tributos sobre o faturamento

14. PREÇO DO PRODUTO

Tab. 15.7 – Modelo de Composição de Preço Industrial

Page 109: Eng.º Civil, MSc. - pet.ecv.ufsc.brpet.ecv.ufsc.br/arquivos/apoio-didatico/tributos_encargos... · 15.3.6 – Exercícios resolvidos. ..... 90 15.3.7 – A influência dos tributos

Engº Civil Antônio Victorino Avila Custos – Encargos Sociais - Precificação

Tributos, Encargos, Precificação ~ Versão 2012.docx 109

15.9 – Preço de Venda de Produtos. A metodologia para preços de vendas de produtos desenvolvida neste item foi proposta por CÁSSIA, 2006. Podendo-se constatar que o modelo a seguir é compatível com o proposto no item 13.3. 15.9.1 – Metodologia . O modelo matemático para o calculo do preço de venda de produtos - PV é dado abaixo. O preço de vendas é calculado majorando o custo das mercadorias vendidas. Então:

100100

×µ++−

=%)%DF%DV(

CMVPV

Em que:

� CMV – corresponde ao custo das mercadorias vendidas, depois de deduzido o valor do ICMS pago e acrescido o custo do IPI, fretes, seguros e outras despesas afins;

� DV – expresso em percentagem, corresponde ao percentual de despesas variáveis incidentes sobre as vendas tais como impostos e comissões de vendas. Isto é, despesas que só ocorrerão caso vendas sejam realizadas.

� DF – expressa em percentagem, corresponde ao percentual das despesas fixas em relação ao faturamento. Como exemplo de despesas fixas tem-se: aluguel, IPTU, água, luz, salários e encargos sociais, etc.

Page 110: Eng.º Civil, MSc. - pet.ecv.ufsc.brpet.ecv.ufsc.br/arquivos/apoio-didatico/tributos_encargos... · 15.3.6 – Exercícios resolvidos. ..... 90 15.3.7 – A influência dos tributos

Engº Civil Antônio Victorino Avila Custos – Encargos Sociais - Precificação

Tributos, Encargos, Precificação ~ Versão 2012.docx 110

� µ - corresponde à margem de lucro desejada e expressa em percentagem

15.9.2 - Exemplo – Caso de um Produto . Seja calcular o preço de venda de um único produto, efetuado ao consumidor final. Dispõem-se das seguintes informações: • Custo de aquisição unitário do produto: R$ 25,00. • Valor do frete: R$ 1,50/unidade; • Alíquota do ICMS: 18%; • Alíquota do IPI: 10%. 1º Passo - Calculo do Custo da Mercadoria.

o Crédito do ICMS: ICMS = 25,00 × 0,18=4,50 R$ o Montante do IPI: IPI = 25 × 0,10 = 2,50 R$

CMV = Custo Aquisição + Frete – Crédito ICMS + IPI

CMV = 25+ 1,50 – 4,50 + 2,50 = 24,50 R$ 2º Passo - Calculo das Despesas Variáveis - %.

• Comissões de vendas = 3% • ICMS = 18% • CPMF = 0,38% • PIS/COFINS = 3,65%

DV = Comissões de vendas + ICMS + CPMF + PIS/COFINS.

DV = 3%+18%+0,38%+3,65% = 25,03%

3º Passo - Calculo das Despesas Fixas - %. Quando da determinação do percentual de despesas fixas incidentes sobre mercadoria a ser vendida no comercio, é recomendável que o percentual das despesas fixas sobre o faturamento seja avaliado considerando um período significativo de tempo. E, o percentual a ser adotado corresponderá à média ponderada dos custos incorridos nesse período. Para tanto a contabilidade deve disponibilizar os custos diretos incorridos e o faturamento relativos a um período de seis meses a um ano.

Mês 1 2 3 4 5 6 ΣΣΣΣ C. Fixo 4,5 4,5 4,7 4,8 4,8 5,0 28,3

Faturam 55 64 59 57 65 64 364 Valores em R$ mil

O percentual de despesas fixas, então, é definido pela razão entre somatório das despesas fixas incorridas e o total do faturamento, ambos realizados no período.

%8,7078,000,36430,28

oFaturamentxasDespesasFi

DF ⇒===

4º Passo – Calculo do Preço de Venda - PV Do modelo:

100%)%DF%DV(100

CMVPV ×

µ++−=

Page 111: Eng.º Civil, MSc. - pet.ecv.ufsc.brpet.ecv.ufsc.br/arquivos/apoio-didatico/tributos_encargos... · 15.3.6 – Exercícios resolvidos. ..... 90 15.3.7 – A influência dos tributos

Engº Civil Antônio Victorino Avila Custos – Encargos Sociais - Precificação

Tributos, Encargos, Precificação ~ Versão 2012.docx 111

Antes de calcular o preço, o gestor deve estabelecer qual a margem de lucro deseja. No caso, µ = 15%. Então:

un/$R,,

,

%)%,%,(

,PV 9646

52170

5024100

15870325100

5024==×

++−=

Da metodologia proposta, chega-se à conclusão que um produto nas condições em questão e adquirido por R$ 25,00, deve ser vendido a R$ 46,96 por unidade.

15.10 - Preço de Mix de Produtos. O objetivo deste item é mostrar uma metodologia para o calculo de preços de uma cesta de produtos, que apresentem distintas margens de contribuição. Do comercio, sabe-se que uma margem de lucro maior é realizada em produtos de menor giro. E, a margem de lucro menor em produtos de maior giro.

Margem de Lucro Giro ALTA ⇒ BAIXO BAIXA ⇒ ALTO

Assim sendo, é possível praticar margens de lucro distintas, mantendo a lucratividade desejada para a empresa como um todo.

15.10.1 – Teoria. O calculo do preço, neste caso de se dispor de muitos produtos, requer que seja conhecido o giro de cada produto singular. O objetivo do processo é definir o volume de vendas por produto que atenda à margem de contribuição desejada, já que cada produto pode apresentar uma margem distinta. Assim sendo, tem-se matematicamente que: Considerando que a lucratividade de um produto corresponde ao produto da margem de lucro arbitrada e do giro realizado, o artifício proposto é igualar a margem desejada pela empresa à margem de cada produto singular. Matematicamente:

£n=µn × ρn

£= µ1×ρ1= µ2×ρ2= ······ = µn × ρn O objetivo, então, é praticar para cada produto uma margem de contribuição ajustada - Mc*, que é função da margem de contribuição calculada - Mc e do giro de capital apresentado por cada um dos produtos, de modo a manter o ponto de equilíbrio no econômico e manter, no global, a margem desejada.

Page 112: Eng.º Civil, MSc. - pet.ecv.ufsc.brpet.ecv.ufsc.br/arquivos/apoio-didatico/tributos_encargos... · 15.3.6 – Exercícios resolvidos. ..... 90 15.3.7 – A influência dos tributos

Engº Civil Antônio Victorino Avila Custos – Encargos Sociais - Precificação

Tributos, Encargos, Precificação ~ Versão 2012.docx 112

No caso em questão, a margem de contribuição - Mc, de cada produto corresponde à soma do percentual das despesas fixas com o percentual da margem de lucro.

Mc = DF(%) + µ(%) E, a margem de contribuição ajustada - Mc*, corresponde à razão entre a margem de contribuição calculada e o giro do capital (Ver Capítulo12):

g

)u(Mc

talGirodeCapi

emDesejadaargM*Mc ==

Por sua vez, a expressão do Ponto de Equilíbrio Econômico é dada por:

VTP)VPMCp(

LUDF

VTP)VPMcp(

LuDFPEE ×

×Σ+=

×Σ+=

Em que:

PEE = Ponto de Equilíbrio Econômico; DF = despesas fixas apropriadas, em valor monetário; Lu = Montante do lucro desejado em valor monetário; Mcp = margem de contribuição unitária, por produto; VP = quantidade de venda prevista, em unidades por

produto;

VTP = venda total prevista no mês, em quantidade de unidades.

A aplicação da abordagem em questão segue a seguinte metodologia: Metodologia 1º Passo – Calcular o custo das mercadorias vendidas, as

despesas fixas e as despesas variáveis. As despesas fixas e as despesas variáveis devem ser expressas em porcentagem do faturamento previsto.

2º Passo – Calcular a margem de contribuição única para todos os produtos, expressa em porcentagem: Mc(u) = DF+µ

3º Passo – Disponíveis os valores das variáveis acima, Calcular o Preço de Venda mantendo a mesma margem de lucro para todos os produtos.

4º Passo – Definir o giro para cada produto, g. (ver capítulo 12)

5º Passo – Calcular a margem de contribuição ajustada para cada produto, segundo o giro. Mc*=Mc(u) ÷ giro

7º Passo – Calcular o preço de venda ajustado para cada produto

8º Passo – Definir o valor monetário das despesas Fixas e do Lucro Desejado. O valor monetário do lucro desejado é função do produto do faturamento previsto e da margem de lucro arbitrada. Lu = Faturamento × µ

9º Passo – Estimar o número de unidades de cada produto a ser vendida no mês. E, calcular a percentagem de cada produto sobre o número total das vendas.

Page 113: Eng.º Civil, MSc. - pet.ecv.ufsc.brpet.ecv.ufsc.br/arquivos/apoio-didatico/tributos_encargos... · 15.3.6 – Exercícios resolvidos. ..... 90 15.3.7 – A influência dos tributos

Engº Civil Antônio Victorino Avila Custos – Encargos Sociais - Precificação

Tributos, Encargos, Precificação ~ Versão 2012.docx 113

10º Passo – Calcular o ponto de equilíbrio. 11º Passo – Definir o número de unidades a serem vendidas no

próximo período. QV= PEE × % Qvendas

Tab.15.8 – Preço de Mix de Produtos 15.10.2 - Aplicação. Seja calcular o preço de vendas de uma cesta de cinco produtos conhecendo-se o custo das mercadorias vendidas estabelecendo uma margem de lucro em 15%. Demais dados são expressos no Quadro 1.

Quadro 1 – Preço com Margem de Contribuição Única

Produto CMV R$

DF %

DV %

µ %

Mc(u) %

PV R$

P1 17,00 7,80 25,03 15 22,8 35,56 P2 25,50 7,80 25,03 15 22,8 53,35 P3 14,40 7,80 25,03 15 22,8 30,12 P4 12,00 7,80 25,03 15 22,8 25,10 P5 8,95 7,80 25,03 15 22,8 18,72

DF= Despesas Fixas; DV= Despesas Variáveis; PV = Preço de venda.

a) Calculo da Margem de Contribuição e do Preço de Vendas: Mc(u) = DF+ µ = 7,80+15,00 =22,8%

giro

uMcM

c)(

* =

100100

×+−

=*)Mc%DV(

CMVPV

Quadro 2 – Preço com Margem de Contribuição Ajustada

Produto CMV R$

DV %

Mc(u) % giro Mc*

% PV R$

P1 17,00 25,03 22,8 0,70 32,57 40,09 P2 25,50 25,03 22,8 1,00 22,80 53,35 P3 14,40 25,03 22,8 1,80 12,67 23,11 P4 12,00 25,03 22,8 2,00 11,40 18,88 P5 8,95 25,03 22,8 3,40 7,60 13,28

b) Calculo do Ponto de Equilíbrio e Participação nas Vendas.

Quadro 3 – Quantidades por Produto

Produto PV R$

Mc* %

Mcp R$

VP(mês) un

% Total

P1 40,09 32,57 13,06 455 11 P2 53,35 22,8 12,16 650 15 P3 23,11 12,67 2,93 960 22 P4 18,88 11,4 2,15 1.055 24 P5 13,28 7,60 1,01 1.200 28

Soma 4.320 100 VP é uma estimativa de vendas por produto

VTP)VPMCp(

LuDFPEE ×

×Σ+

=

Page 114: Eng.º Civil, MSc. - pet.ecv.ufsc.brpet.ecv.ufsc.br/arquivos/apoio-didatico/tributos_encargos... · 15.3.6 – Exercícios resolvidos. ..... 90 15.3.7 – A influência dos tributos

Engº Civil Antônio Victorino Avila Custos – Encargos Sociais - Precificação

Tributos, Encargos, Precificação ~ Versão 2012.docx 114

Como já considerado anteriormente, o valor monetário das despesas fixas apropriadas foi de DF= 5.000 R$. E, o montante do valor monetário do lucro correspondendo a 15% do faturamento, ou seja, Lu = 0,15× 64.000,00 = 9.600,00 R$, o ponto de equilíbrio é dado por:

)120001,1()105515,2()96093,2()65016,12()45506,13(

4320)96005000(PEE

×+×+×+×+××+

=

unidades132.335,20139

000.072.63PEE ≅=

c) Calculo das Quantidades a serem vendidas por produto.

Quadro 4 – Unidades a serem vendidas no mês.

Produto Ponto de Equilíbrio

% do Total de Vendas

Quantidades a serem vendidas

P1 3.132 11 345 P2 3.132 15 470 P3 3.132 22 689 P4 3.132 24 752 P5 3.132 28 877

Se o esforço gerencial conseguir vender a quantidade de mercadorias expressas no quadro acima, a empresa atingirá o ponto de equilíbrio desejado com um lucro no valor de R$ 9.600,00.

Page 115: Eng.º Civil, MSc. - pet.ecv.ufsc.brpet.ecv.ufsc.br/arquivos/apoio-didatico/tributos_encargos... · 15.3.6 – Exercícios resolvidos. ..... 90 15.3.7 – A influência dos tributos

Engº Civil Antônio Victorino Avila Custos – Encargos Sociais - Precificação

Tributos, Encargos, Precificação ~ Versão 2012.docx 115

15.11 – Preço de Serviços Profissionais. Este item mostra a metodologia adotada para a formação do preço de serviços proposta por CÁSSIA, 2.006 . Este caso abrange a formação do preço quando fornecido material e mão de obra necessários à realização do contrato. Como poderá ser constatado, a metodologia é muito similar a proposta em itens anteriores. O objetivo maior da apresentação deste conteúdo é dispor ao interessado de mais uma ferramenta a ser adotada para a composição de seus preços. 15.11.1 – Metodologia . 1º Passo: Definir o custo direto da hora trabalhada - CHT. 2º Passo: Definir o custo do material a ser empregado - CME. 3º Passo: Calcular o custo total dos serviços – CS. O custo total dos serviços corresponde à soma do custo direto da hora trabalhada com o custo do material empregado.

CS = CHT+CME 4º Passo: Calcular a porcentagem das despesas fixas sobre o valor do faturamento – DF%.

$)R(oFaturament$)R(xasDespesasFi

%DF =

5º Passo: Calcular a porcentagem das despesas variáveis sobre o valor do faturamento – DV%. As despesas variáveis sobre o faturamento correspondem aos impostos, às comissões e outras despesas sobre vendas, porém não considerados nos custos do material empregado. 6º Passo: Calculo do Preço do Serviço – PS. Para calcular o preço de serviços - PS, o gestor deve definir, antecipadamente, a margem de lucro deseja - µ %. O modelo matemático proposto para calcular o preço de vendas é função da majoração do custo total dos serviços pela soma dos percentuais das despesas fixas, das despesas variáveis e da margem de lucro. Então:

%)%%( BDV

DF

CSP

S µ++−=

100

A margem de lucro deseja, neste caso, já deve considerar a incidência do Imposto de Renda sobre pessoa física.

Para tanto, deverá efetuar seu preço considerando uma margem de lucro bruta. Esta margem é definida ao majorar a margem líquida pelo valor da alíquota do Imposto de Renda. Matematicamente:

-. =-/

1 − 012

Page 116: Eng.º Civil, MSc. - pet.ecv.ufsc.brpet.ecv.ufsc.br/arquivos/apoio-didatico/tributos_encargos... · 15.3.6 – Exercícios resolvidos. ..... 90 15.3.7 – A influência dos tributos

Engº Civil Antônio Victorino Avila Custos – Encargos Sociais - Precificação

Tributos, Encargos, Precificação ~ Versão 2012.docx 116

O procedimento de majoração da margem de lucro desejada, ou margem líquida visa permitir que o profissional disponha de uma margem de lucro conforme o previsto, após o recolhimento do imposto devido. Além disso, é comum que a retenção do valor do Imposto de Renda seja realizada na fonte. Em ambos os casos, não havendo precaução da majoração, a margem de lucro realizada será inferior à prevista.

Base de cálculo mensal em R$

Alíquota %

Parcela a deduzir do imposto R$

Até 1.499,15 - - De 1.499,16 até 2.246,75 7,5 112,43 De 2.246,76 até 2.995,70 15,0 280,94 De 2.995,71 até 3.743,19 22,5 505,62 Acima de 3.743,19 27,5 692,78

Alíquotas do Imposto de Renda Pessoa Física Exercício 2010

15.12 – Exercícios Propostos. a) Calcular o preço de venda de um serviço quando o lucro

desejado é de 15%. Sabe-se que:

− Salário do profissional: R$ 1.700,00 por mês. − Horas de Trabalho legais: 44 horas semanais. − Duração do serviço a ser realizado: 15 horas. − Custo do material empregado: 144,00 R$. − Média do Faturamento: R$ 50.000,00 por mês. − Despesas Administrativas: 7.700,00 por mês. − Taxas e Impostos previstos:

Tributo ISS IPMF Simples Alíquota 5% 0,38% 11,1%

c) Considerando o serviço do exercício anterior, calcular o

preço do serviço a ser realizado para uma empresa instalada num município situado a 250 km de sua sede. Neste município a alíquota do ISS é de 2%.

Obs: defina a cidade da referida empresa, o tempo de permanência e as despesas com estadia e translado. c) Você abriu uma empresa para conserto e manutenção de EFUSIVOS e deseja saber, qual o preço a cobrar pelos serviços, dado os custos atualmente incorridos.

Page 117: Eng.º Civil, MSc. - pet.ecv.ufsc.brpet.ecv.ufsc.br/arquivos/apoio-didatico/tributos_encargos... · 15.3.6 – Exercícios resolvidos. ..... 90 15.3.7 – A influência dos tributos

Engº Civil Antônio Victorino Avila Custos – Encargos Sociais - Precificação

Tributos, Encargos, Precificação ~ Versão 2012.docx 117

Até esta data, você vinha adotando preços de manutenção então praticados pela empresa em que trabalhava como funcionário, a Efusion Data Corp. S/A, e que encerrou os atendimentos para este tipo de serviço, fato que permitiu a abertura de sua empresa. Para tanto, você dispõe dos seguintes dados: o faturamento tem sido, em média, de R$ 64.000,00 nos últimos meses e a margem de lucro desejada é de 15%. Outrossim, sua jornada de trabalho é de 220 horas mensais. I - Tipo de Efusivos Tipo EP FO SE Custo – US$ 350,00 550,00 780,00 Horas Manutenção 4,00 6,00 8,00 II - Custos Diretos

Mês Agosto Setembro Outubro Novembro Dezembro Pro

Labore 6.000,00 6.000,00 6.000,00 6.000,00 6.000,00

Secretária 380,00 380,00 380,00 380,00 760,00 Telefone 196,00 204,00 235,00 258,00 247,00 Aluguel 250,00 250,00 250,00 25000 250,00 Outros 150,00 180,00 165,00 179,00 195,00

III - Custos Indiretos Tributo ISS IPMF Simples Alíquota 5% 0,38% 11,1% d) Com os dados abaixo, calcular:

− O mark-up multiplicador; − O preço a ser praticado;

item R$ ou % - Preço das matérias primas - Mão de obra direta - Energia elétrica de fabricação - ICMS - PIS/PASEP - Cofins - IPMF - Comissões de vendas - Margem de Lucro

456.000,25 399.976,12 122.321,00

17,50% 0,65% 2,00% 0,85% 3,50%

15,00%

Dados de Balanço - mês/ anterior R$ - Salários e encargos sociais - Despesas Administrativas - Serviços Públicos - Despesas de Propaganda - Faturamento

426.346,00 390.432,00

6.324,70 42.497,00

2.934.567,89

e) Você deseja, depois de formado, se estabelecer como profissional autônomo. Assim sendo, deseja estabelecer a sua meta de produção, em metros quadrados. Para tanto, há que definir as seguintes premissas:

• Custo unitário de produção segundo a tabela adotada pelo IAB ou pela associação dos Engenheiros existente onde pretende se estabelecer;

• A sua produtividade e o número de horas semanais de produção,

Page 118: Eng.º Civil, MSc. - pet.ecv.ufsc.brpet.ecv.ufsc.br/arquivos/apoio-didatico/tributos_encargos... · 15.3.6 – Exercícios resolvidos. ..... 90 15.3.7 – A influência dos tributos

Engº Civil Antônio Victorino Avila Custos – Encargos Sociais - Precificação

Tributos, Encargos, Precificação ~ Versão 2012.docx 118

• O escopo dos serviços que pretende oferecer aos clientes.

f) Você abriu um escritório de projetos e gerenciamento de serviços de construção cujos clientes são, preferencialmente, pessoas jurídicas que exigem o fornecimento de nota fiscal. Dentro deste cenário profissional deseja saber o preço horário dos serviços; Seu contador lhe informou que os tributos incidentes sobre a nota fiscal, em Florianópolis, são os seguintes:

Tributos Incidentes sobre o Faturamento Empresa Optante pelo Lucro Real

Tributo - Alíquota Com

fornecimento de material

Sem fornecimento de material

• Imposto sobre Serviços - ISS 3,00% 5,00% • COFINS 7,60% 7,60% • PIS 0,67% 0,67% • IPMF 0,38% 0,38% Total dos Tributos – Lucro Real 11.65% 13,65%

g) Você sente que sua clientela esta crescendo e deseja aumentar o tamanho de seu escritório, com a contratação de dois novos profissionais. Nestas condições deseja saber:

• Qual a máxima capacidade de trabalho disponível; • O preço da hora a ser cobrada pelo escritório

Para tanto dispõe das seguintes informações:

Equipe Ganhos R$/mês

Produtividade m²/h

Você 6.500,00 0,095 Arqº Carlos 3.800,00 0,080 Engª Rosana 3.500,00 0,105

h) Sua empresa dispõe de cinco produtos em oferta e que apresentam distintas rotações de capital. Considerando que a lucratividade estabelecida é de 18% ao ano, estabeleça a margem de lucro de cada um, dada às informações contidas na tabela a seguir.

Produto Capital

Investido R$ mil

Faturamento Anual R$ mil

Giro do Produto

Margem proposta

% A 28 484 B 32 122 C 44 697 D 86 1050 E 120 1350

Total da Empresa

h) A empresa TCE – Engenharia e Construções Ltda. realiza

sua contabilidade sob o regime do lucro real. Considerando seu DRE, solicita-se

Page 119: Eng.º Civil, MSc. - pet.ecv.ufsc.brpet.ecv.ufsc.br/arquivos/apoio-didatico/tributos_encargos... · 15.3.6 – Exercícios resolvidos. ..... 90 15.3.7 – A influência dos tributos

Engº Civil Antônio Victorino Avila Custos – Encargos Sociais - Precificação

Tributos, Encargos, Precificação ~ Versão 2012.docx 119

• A dedução relativa aos tributos incidentes sobre o faturamento;

• A provisão para o Imposto de Renda e a CSLL; • O lucro líquido do exercício; • A lucratividade realizada no exercício; • O valor percentual dos tributos incidentes sobre o

lucro calculados sobre a receita operacional bruta; • O valor percentual dos tributos incidentes sobre o

lucro calculados sobre a receita operacional bruta; • O valor percentual total dos tributos incorridos

calculados sobre a receita operacional bruta;

TCE - Engenharia e Construções Ltda. - 2008 3 - Demonstrativo de Resultados do Exercício

item R$

3.1 Receita Operacional Bruta 4.751.357,21

3.2 Deduções à Receita 3.2.1 - Tributos 3.2.2 - Descontos 12.421,00

3.3 Receita Operacional Líquida 3.4 Custo de Produtos Vendidos 1.158.321,12 3.5 Lucro Operacional Bruto 3.6 Despesas Operacionais.

3.6.1 - Despesas com Vendas 281.129,00 3.6.2 - Despesas Gerais e Administrativas 629.058,14

3.7 Lucro Operacional Líquido 3.8 Depreciação 75.850,00 3.9 Amortizações

26.700,00 3.10 Resultado Financeiro

3.10.1 – Juros Recebidos (+) 4.194,35 3.10.2 – Juros Pagos (-) 6.422,89

3.11 Lucro Operacional 3.12 Resultado Não Operacional 6.953,00

3.12.1 - Receitas Não Operacionais 3.650,00 3.12.2 - Despesas Não Operacionais 3.303,00

3.13 Lucro Antes do Imposto de Renda - LAIR 3.14 Provisão p/ o Imposto de Renda e CSLL 3.15 Lucro Líquido do Exercício

Page 120: Eng.º Civil, MSc. - pet.ecv.ufsc.brpet.ecv.ufsc.br/arquivos/apoio-didatico/tributos_encargos... · 15.3.6 – Exercícios resolvidos. ..... 90 15.3.7 – A influência dos tributos

Engº Civil Antônio Victorino Avila Custos – Encargos Sociais - Precificação

Tributos, Encargos, Precificação ~ Versão 2012.docx 120

16 - Preço Estratégico de Mercado. O estabelecimento do preço por Estratégica de Mercado pode ser efetuado atendendo a diversas estratégias, basicamente sendo (COGAN,1999, pg. 125):

� Atribuição de Preços Distintos; � Preços Competitivos; � Preço por Linha de Produto; � Preço Imagem ou Psicológico.

16.1 – Atribuição de Preços Distintos. Esta estratégia visa oferecer um mesmo produto por preços distintos em vários segmentos de mercado. a) Desconto em Segundo Mercado – via de regra, havendo

excesso de produção ou o objetivo de esgotar capacidade ociosa, um produto é vendido a um preço num mercado principal e com desconto num mercado secundário. Para não haver transferência de clientes entre mercados pode-se adotar como estratégia a troca de embalagens ou a adoção de “griffes”.

b) Desnatação – este tipo de estratégia visa adotar um preço

mais alto no início da vida de um produto, decaindo durante sua vida útil. Este tipo de estratégia vem sendo utilizada para produtos de base tecnológica ou novos lançamentos, quando objetivo é recuperar rapidamente os investimentos realizados em P&D e implementação de novo processo produtivo. Como exemplos: telefones celulares, DVD, etc..

c) Descontos – duas são as formas de descontos. Os descontos sistemáticos, a exemplo dos serviços de telefonia, quando em determinados horários ou dias da semana as tarifas tem seus preços reduzidos. E, os descontos promocionais, que ocorrem de forma não previsível, visando à renovação, redução de estoques ou aumentar o giro das vendas.

16.2 – Preços Competitivos. As estratégias de preços competitivos são orientadas visando o atingir o comportamento ou a reação dos concorrentes. a) Preço Igual aos Competidores – neste caso, o objetivo é

oferecer produtos com os mesmos preços dos competidores. Dessa forma é possível evitar uma competição predatória, ou guerra de preços, transferindo a diferenciação dos produtos para outras áreas, a exemplo do atendimento diferenciado.

b) Preço Inferior aos Competidores – neste caso o objetivo da

estratégia é a comparação de preços. É o caso da empresa cuja estratégia é obter seus lucros através da venda em grandes volumes, procurando manter a lucratividade do período, através de um expressivo aumento do giro em detrimento da margem de lucro por unidade.

£ = µ × ρ

c) Preço de Liderança – este é o caso de empresas líder de

mercado, quando tem capacidade para estabelecer preços. As empresas mais fracas, da mesma indústria, procuram seguir os preços praticados pela líder.

Page 121: Eng.º Civil, MSc. - pet.ecv.ufsc.brpet.ecv.ufsc.br/arquivos/apoio-didatico/tributos_encargos... · 15.3.6 – Exercícios resolvidos. ..... 90 15.3.7 – A influência dos tributos

Engº Civil Antônio Victorino Avila Custos – Encargos Sociais - Precificação

Tributos, Encargos, Precificação ~ Versão 2012.docx 121

d) Preço de Penetração – é o preço definido no intuito de

estabelecer rapidamente um produto no mercado. Após esse período, o preço é praticado em condições normais, mais alto. É uma estratégia perigosa, pois pode levar à perdas no período de implantação. A recomendação para esta estratégia é quando o mercado de um produto é sensível à uma redução de preços conexo a uma substancial economia de escala.

e) Preço Predatório – a adoção de estratégia com preço

predatório visa domínio de mercado, permitindo deflagrar guerra de preços que, no longo prazo, pode ser prejudicial para todos os concorrentes.

16.3 – Preços Por Linha de Produto. A precificação por linha de produto visa maximizar o lucro de uma linha inteira e não por produto específico. É o caso em que a demanda por um produto leva, inexoravelmente, a demanda por outros produtos complementares da mesma linha, a exemplo de lapiseiras e os respectivos grafites. E, também, a de produtos levemente diferenciados, a exemplo de modelos de televisores ou rádios de automóveis. a) Preço Cativo – este tipo de estratégia atrela a venda de

produtos complementares ou essenciais para o funcionamento de outro produto denominado de básico. Atualmente, um exemplo clássico, é a lâmina de barbear, onde o lucro conexo ao produto básico, o cabo, é irrisório ou mesmo inexistente. Outro caso, já antigo, foi quanto ao

consumo de querosene de iluminação, quando o lampião era dado, pois o interesse era manter o consumo do combustível.

b) Preço Isca – diz respeito à oferta de um produto de baixo

preço visando à venda de outros produtos de maior rentabilidade. Como exemplo cita-se o caso do pãozinho francês em que, sua sessão de vendas fica disposta, geralmente, no fundo dos supermercados, visando atrair o desejo dos clientes à aquisição de outros produtos.

c) Preço Pacote – neste caso, a estratégia é fazer com que um

grupo de produtos idênticos seja vendido a preço menor que a soma dos preços individuais. Exemplo: “leve 5 e pague 4 unidades”. Ou então, a promoção efetuada por cadeias de fast food ao ofertar vários produtos a um custo inferior à soma dos preços dos produtos individuais. Seja, como exemplo, uma promoção de lanche composto por: um pacote de batatas fritas, um cachorro quente e um refrigerante. O preço da promoção é menor do que o preço de cada um dos produtos somados.

d) Preço Prestígio – quando o mercado considera um produto

como sinônimo de alta qualidade e, principalmente, prestígio, o preço do bem pode ser diferenciado reduzindo o numero de potenciais consumidores, tornando o seu acesso como símbolo de “status”.

e) Falsa Percepção – consiste em efetuar redução insignificante

de preço, na crença de que os consumidores gravem como menor um preço praticamente semelhante. Exemplo: em vez de cobrar $ 40,00 por uma camisa, a vender por $ 39,55.

Page 122: Eng.º Civil, MSc. - pet.ecv.ufsc.brpet.ecv.ufsc.br/arquivos/apoio-didatico/tributos_encargos... · 15.3.6 – Exercícios resolvidos. ..... 90 15.3.7 – A influência dos tributos

Engº Civil Antônio Victorino Avila Custos – Encargos Sociais - Precificação

Tributos, Encargos, Precificação ~ Versão 2012.docx 122

f) Preço Referência – este caso é mais uma estratégia de vendas do que de fixação de preços. Consiste em colocar um produto de menor preço ao lado de um idêntico de maior preço, na esperança que sua venda aumente, dado a comparação de preços efetuada. Exemplo: o quilo do sabão Povão é vendido a R$ 2,99 enquanto o quilo do sabão Status oferecido a R$ 4,10.

16.4 - Comentários. É possível, sobre um mesmo produto ou linha de produto, ser considerados diversos modelos de Preço Estratégico de Mercado – PEM. Porém, é preciso cautela quanto ao comportamento dos fluxos de caixa futuros. Adotando uma estratégia de maior risco, é possível que os fluxos de caixa próximo sejam negativos. Se os fluxos mais distantes não anularem os efeitos negativos dos fluxos mais próximos, o Valor Presente do fluxo de caixa do produto, ou projeto, pode se mostrar negativo ou desinteressante a estratégia estabelecida. Do ponto de vista de definição de preço, como anteriormente já comentado, é imprescindível estabelecê-lo cotejando aquele definido pela metodologia do Preço por Composição de Custos – PCC e do Preço Estratégico de Mercado – PEM. Sendo o PCC ≥ PEM, há que se decidir entre o lançamento ou manutenção do produto no mercado, mesmo havendo prejuízo durante algum período de tempo. Neste caso,

é recomendável efetuar um estudo de viabilidade do produto, podendo ser adotado como um dos métodos de decisão o Método do Valor Presente.

Page 123: Eng.º Civil, MSc. - pet.ecv.ufsc.brpet.ecv.ufsc.br/arquivos/apoio-didatico/tributos_encargos... · 15.3.6 – Exercícios resolvidos. ..... 90 15.3.7 – A influência dos tributos

Engº Civil Antônio Victorino Avila Custos – Encargos Sociais - Precificação

Tributos, Encargos, Precificação ~ Versão 2012.docx 123

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.

1. AÇÃO Nacional Pela Justiça Tributária. Portal:

WWW.anjut.org.br. 2007.

2. ANTHONY, Robert N. “Contabilidade Gerencial”. Editora Atlas.

São Paulo. 1976.

3. AVILA, Antonio Victorino. JUNGLES, Antônio Edésio.

Administração da Construção. Gerenciamento na Construção

Civil. Editora ARGOS. Chapecó. SC. 2006.

4. BORNIA, Antônio César. “Análise Gerencial de Custos”.

Bookman. Porto Alegre. 2002.

5. CARVALHAES, Martelene. Contabilidade Gerencial. Revista

Construção Mercado. Editora Pini. São Paulo. SP.

Novembro/2005.

6. CASSIA, Sandra de. “Você Cobra o Preço Certo?”. Revista Meu

Próprio Negócio. On Line Editora. Edição nº. 36. 2006.

7. COGAN, Samuel. “Custos e Preços”. Editora Pioneira. São

Paulo. SP. 1999.

8. FERREIRA, Fabiana F. A natureza tributária e as espécies de

contribuições especiais. Portal Jus Navigandi.

http://jus2.uol.com.br. 2007.

9. FLORENTINO, Américo M. “CUSTOS – Princípios, Cálculo e

Contabilização”. Rio de Janeiro – RJ, Editora da FGV. 1983.

10. GUERREIRO, Eziquiel. Teoria da Firma. Fonte:

http://www.uepg.br/uepg_departamentos/deecon/. 2009.

11. HAUSMANN, Nilton. Contabilidade Gerencial em 10 Aulas.

Editora Plus Saber. Florianópolis, SC. 2001.

12. IUDÍCIBUS, Sergio de. Teoria da Contabilidade. Editora Atlas

S/A. São Paulo. SP. 1980.

13. KLIEMANN NETO, F.J. Custos Industriais – Apostilha de

Custos Industriais EPS 3219. Universidade Federal de Santa

Catarina. Florianópolis. SC. 1986.

14. LIMA JUNIOR, João da Rocha. BDI no Preço das Empreitadas:

uma Pratica Frágil. Boletim Técnico da Escola Politécnica da

USP. Departamento de Engenharia de Construção Civil. BT/

PCC/95. São Paulo. SP. 1993.

15. MEGLIORINI, Evandir. “Custos”. Makron Books, São Paulo.

2001.

16. MILONE, Giuseppe & Angelini, Flávio. “Estatística Aplicada”.

Editora Atlas. São Paulo. SP. 1995.

17. NASCIMENTO, Jonilton Mendes. Custos – Planejamento,

Controle e Gestão na Economia Globalizada. Editora Atlas S.A.

São Paulo. SP. 2001.

18. SANTOS, Joel J. “Análise de Custos”. Editora Atlas. São Paulo.

1990.

Page 124: Eng.º Civil, MSc. - pet.ecv.ufsc.brpet.ecv.ufsc.br/arquivos/apoio-didatico/tributos_encargos... · 15.3.6 – Exercícios resolvidos. ..... 90 15.3.7 – A influência dos tributos

Engº Civil Antônio Victorino Avila Custos – Encargos Sociais - Precificação

Tributos, Encargos, Precificação ~ Versão 2012.docx 124

19. SEBRAE – SP. Quais são os impostos que incidem sobre as atividades operacionais das empresas? Portal WWW.sebraesp.com.br . 15.11.2007.

20. ORSSATTO, Maria Taisa C. “Custos para Decisão”. Apostilha

de Custos 2. Não publicada. 2000.

21. PIZZOLATO, Nélio Domingues. “Introdução À Contabilidade

Gerencial”. Makron Books. São Paulo. 1997.

22. VANDERBECK, Edward J., NAGY, Charles F. “Contabilidade

de Custos”. Editora Thomson-Pioneira. São Paulo. SP. 2003.

23. WERNKE, Rodney; ORSSATTO, Carlos H.; BORNIA, Antonio

Cézar. “Relatórios Gerenciais para Empresas Varejistas Com

ênfase na Margem de Contribuição”. EPISTEME N.º7/18.

Editora Unisul. Tubarão. SC.1999.