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Estudo de opinião sobre a Lei do Tabaco em Portugal

Estudo de opinião sobre a Lei do Tabaco em Portugal de Opiniao... · eficaz por parte desta entidade fiscalizadora. ... número significativo de pontos de venda – cerca de 20%

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Estudo de opinião sobre a Lei do Tabaco em Portugal

Agenda

Enquadramento do projeto

Principais resultados

Satisfação com a atual lei do tabaco

Adequação da lei à realidade portuguesa

Evolução dos estabelecimentos

Investimentos realizados no espaço para fumadores

Impacto da lei no volume de negócios dos estabelecimentos

com espaço para fumadores

Fiscalização

Impacto da implementação de uma lei mais restritiva em Portugal

Impacto da alteração da lei espanhola na economia portuguesa

Participação em estudos de mercado e campanhas de sensibilização

Conclusões

ENQUADRAMENTO

A AHRESP – Associação da Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal encomendou a uma conceituada empresa de estudos de

mercado a realização de um projeto de investigação de mercado, cujo principal objetivo foi aferir do impacto da aplicação da Lei do

Tabaco em Portugal, em vigor desde o dia 1 de Janeiro de 2008.

Em particular, com este estudo pretendeu-se obter informação sobre os seguintes temas:

Caracterização dos estabelecimentos atuais face à sua prevalência (para fumadores - total ou parcial e para não fumadores) e

respectivas motivações;

Nível de satisfação com a atual lei do tabaco existente em Portugal;

Impacto que a implementação da lei do tabaco, atualmente existente em Portugal, teve na rentabilidade e no número de clientes

por estabelecimento;

Resultados das ações de fiscalização levadas a cabo nos estabelecimentos;

Análise da amortização do investimento financeiro;

Opinião dos responsáveis dos estabelecimento sobre o impacto de uma alteração da atual lei para uma lei do tabaco mais restritiva;

Adequação da atual lei à realidade portuguesa.

Face aos objetivos enumerados para este projeto, optou-se por uma metodologia de caráter quantitativo, que passamos a

descrever:

O Universo é constituído por associados da AHRESP.

A amostra é constituída por 800 estabelecimentos de Restauração ou de Bebidas, com a seguinte distribuição proporcional

por zona geográfica (Delegações da AHRESP) e área de atividade:

A informação foi recolhida através de entrevista telefónica, pelo sistema CATI (Computer Assisted Telephone Interviewing) e

decorreu entre o dias 3 de Março e 4 de Abril de 2011.

Ramo de Atividade:

Total Zona Geográfica

Porto Aveiro Viseu Santarém Lisboa Setúbal Mafra Évora Albufeira

Animação (Casinos, bares, discotecas e estabelecimentos de animação equiparados)

30 2 0 2 1 10 2 1 5 7

Empreendimentos Turísticos 80 1 10 5 15 26 3 2 16 2

Pastelarias 187 3 4 5 27 86 13 15 27 7

Restaurantes de serviço rápido 22 7 2 2 3 4 1 0 1 2

Restaurantes tradicionais 481 20 14 19 61 195 21 36 59 56

Total 800 33 30 33 107 321 40 54 108 74

PRINCIPAIS RESULTADOS

10%

2%

1%

2% 13% 4% 5% 11% 6% 45% 2%

0 - Nada satisfeito 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 - Muito satisfeito Ns/Nr

Total de

estabelecimentos

L2B (0+1) = 10%

Média

7,39

Base: Total (800)

T2B (9+10) = 51%

Pontos negativos da escala

Pontos positivos da escala

Opinião sobre a lei de tabaco em vigor:

Cerca de metade dos responsáveis dos estabelecimentos afirmam estar muito satisfeitos com a atual lei do tabaco (em vigor desde 1 Janeiro 2008). Agregando todos os pontos positivos da escala, constata-se que cerca de 71% do total dos responsáveis dos estabelecimentos estão satisfeitos com a atual lei, por oposição a 15% que não estão satisfeitos.

71% dos responsáveis dos estabelecimentos estão satisfeitos com a atual lei

do tabaco em vigor em Portugal

71%

Base: Total (800)

Total de

estabelecimentos

T2B= 42% L2B = 10%

Média

7,13

66% dos responsáveis dos estabelecimentos consideram a atual lei do tabaco

adequada à realidade Portuguesa

Adequação da lei à realidade Portuguesa: Tal como em relação à satisfação com a lei, existe consenso no que diz respeito à adequação da lei do tabaco à realidade portuguesa: 66% consideram a lei adequada sendo que 42% consideram mesmo muito adequada.

9%

1%

2%1%

2%14% 4% 7% 13% 7% 35% 5%

0 - Nada adequada 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 - Muito adequada Ns/Nr

66%

Pontos negativos da escala

Pontos positivos da escala

Estabelecimento tinha espaço para fumadores e agora é um estabelecimento apenas para não fumadores

74%

Estabelecimento tinha espaço para fumadores e agora é um estabelecimento com zona diferenciada

11%

Estabelecimento não tinha espaço para fumadores e agora é um espaço para não fumadores

9%

Estabelecimento tinha espaço para fumadores e agora é um estabelecimento apenas para fumadores

6%

Estabelecimento não tinha espaço para fumadores e agora é um espaço para fumadores

0%

Estabelecimento não tinha espaço para fumadores e agora é um estabelecimento com zona diferenciada

0%

Base: Estabelecimentos existentes aquando da implementação da lei (715)

Houve uma forte conversão dos estabelecimentos: 74% dos estabelecimentos que, antes da implementação da lei, eram estabelecimentos para fumadores, passaram a ser estabelecimentos livres de fumo – entre os restaurantes esta percentagem é de 78%.

Existe uma oferta alargada de espaços para não fumadores, com a consequente oportunidade de escolha para estes indivíduos

83%

6%

A maioria dos estabelecimentos para fumadores fez investimentos que ainda não estão amortizados

Com a implementação da lei fez algum tipo de investimento no seu estabelecimento para cumprir a lei ou já tinha o

equipamento necessário? O investimento financeiro feito no estabelecimento já está completamente amortizado?

Base: Estabelecimentos para fumadores que fizeram investimentos para cumprir a lei (88)

Base: Estabelecimentos para fumadores (total ou parcial) (145)

Fiz

investimento

61%

Não fiz investimento,

já tinha o equipamento

39%

61% dos atuais estabelecimentos declararam ter tido necessidade de realizar investimentos para cumprimento da lei do tabaco. 71% dos estabelecimentos que tiveram de realizar investimentos, ainda não os amortizaram.

Sim, está

amortizado

30%

Não, não está

amortizado

71%

A entrada em vigor da nova lei do tabaco resultou numa redução efetiva do número de clientes nos estabelecimentos que não criaram de imediato um espaço para fumadores

A maioria dos meus clientes são fumadores 57%

Para evitar uma redução (mais significativa) de clientes 35%

O estabelecimento tem área suficiente e permitiu ter espaço para fumadores

11%

O estabelecimento já tinha espaço para fumadores 5%

Para atrair novos clientes 4%

Outras respostas 2%

Base: Estabelecimento para fumadores (145)

Motivos para terem optado por ter espaço para fumadores

Reduziu

55%Aumentou

6%

Nem aumentou

nem reduziu

38%

Alteração no número de clientes entre a implementação da lei e o momento em que passaram a ter espaço para fumadores

Base: Estabelecimentos para fumadores (total ou parcial) que não passaram a ter um espaço para fumadores (total ou parcial) no momento da implementação da lei

A redução de clientes foi sentida num número significativo de estabelecimentos após a entrada da nova lei do tabaco e antes de terem um espaço para fumadores. O fato de a maioria dos clientes serem fumadores condicionou em larga medida a opção por ter espaço para fumadores (57% dos estabelecimentos). Cerca de um terço dos estabelecimentos fizeram-no para não perder (mais) clientes.

Existe um claro cumprimento das regras impostas pela lei do tabaco, uma vez

que, mais de 95% dos estabelecimentos fiscalizados pela ASAE não foram advertidos

Base: Estabelecimentos para fumadores (total ou parcial) (145)

92% dos estabelecimentos entrevistados considera não haver necessidade de mais

entidades fiscalizadoras nesta matéria, para além da ASAE, revelando um trabalho eficaz por parte desta entidade fiscalizadora.

Falta de sinalização das áreas para fumadores

Separação entre as áreas para fumadores e as restantes áreas

Falta de garantia de uma ventilação directa para o exterior através de sistemas de extracção de ar que proteja dos efeitos

do fumo os trabalhadores e os clientes não fumadores

Advertências pela ASAE

3%

2%

3%

97%

98%

97%

Foram advertidos

Não foram advertidos

Caso fosse aprovada em Portugal uma lei de total proibição de fumar em espaços públicos…

A implementação de uma lei nacional do tabaco mais restritiva poderá ter um impacto fortemente negativo no sector

40% dos estabelecimentos admitem que a implementação de uma lei mais restritiva resultaria numa quebra do seu volume de negócios superior a 25%. Em relação aos restantes estabelecimentos, a percepção é de que iria fechar um número significativo de pontos de venda – cerca de 20% acham que iriam fechar mais de 50% dos estabelecimentos.

Estabelecimentos do mesmo ramo de actividade que preveem que iriam fechar

23%

18%

23%

17%

19%

Não estima perder volume de negócios

]0%,25%] do volume de negócios actual

]25%,50%] do volume de negócios actual

Mais de 50% do volume de negócios actual

Ns/Nr

Não iria fechar nenhum

]0%,25%] do total de estabelecimentos

]25%,50%] do total de estabelecimentos

Mais de 50% do total de estabelecimentos

Ns/Nr

Volume de negócios que o estabelecimento estima perder

24%

20%

15%

19%

31%

A alteração da lei espanhola em relação ao tabaco, que implicou a proibição total de fumar em espaços públicos, é vista pela maioria dos estabelecimentos como potenciadora de oportunidades de negócio para as empresas portuguesas das zonas fronteiriças.

64% 19%

Média

3,73

Total de

estabelecimentos

Pontos negativos da escala

Pontos positivos da escala

8% 11% 10% 32% 32% 6%

1 - Discorda completamente 2 3 4 5 - Concorda totalmente Ns/Nr

Concordância com a seguinte afirmação:

“Nas zonas fronteiriças entre Portugal e Espanha, a possibilidade dos fumadores espanhóis virem a Portugal beber café, almoçar, jantar em espaços para fumadores é uma oportunidade de aumento de negócio, para as empresas portuguesas destas zonas”.

A revisão da lei do tabaco em Espanha é entendida como uma oportunidade para

os pontos de venda fronteiriços por 64% dos estabelecimentos

Apenas 9% dos inquiridos foram chamados a participar em estudos sobre a temática do impacto da lei e 4% em alguma campanha de sensibilização anti-tabágica

% de inquiridos que participaram em estudos, na qualidade de representantes do seu estabelecimento, sobre a temática do impacto da implementação da lei do tabaco

% de estabelecimentos contactados por alguma entidade para participar em alguma campanha de sensibilização anti-tabágica

Total de estabelecimentos – 9%

Estabelecimentos para fumadores – 13%

Estabelecimentos para não fumadores – 8%

Com zona diferenciada para fumadores e não fumadores – 15%

Total de estabelecimentos – 4%

Estabelecimentos para fumadores - 4%

Estabelecimentos para não fumadores – 3%

Com zona diferenciada para fumadores e não fumadores – 6%

Base: Total (800); Total para Fumadores (47); Para não fumadores (655); Com zona diferenciada para fumadores e não fumadores (98)

CONCLUSÕES

Dado que a grande maioria dos espaços atualmente existentes são espaços para não fumadores, que 71% do total dos responsáveis dos estabelecimentos estão satisfeitos com a

lei e que 66% a consideram adequada à realidade portuguesa, e tendo em conta a atual

conjuntura económica, pode-se concluir ser inoportuno alterar a lei atual do tabaco.

A maioria dos estabelecimentos considera suficiente a existência de uma única entidade fiscalizadora – a ASAE - e revelam-se cumpridores da lei,

uma vez que nunca foram advertidos por esta entidade.

Na opinião dos estabelecimentos, a implementação em Portugal de uma lei do tabaco mais restritiva poderá ter um impacto bastante negativo neste sector.

Por outro lado, a proibição total de fumar em espaços públicos vigente em Espanha

poderá funcionar como uma oportunidade para os estabelecimentos fronteiriços.

Data: Julho 2011

Estudo encomendado a: Grupo GFK

Project Manager Director: António Gomes