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FACULDADE DE ENSINO SUPERIOR DO PIAUÍ – FAESPI
CURSO DE BACHARELADO EM PSICOLOGIA
RENATA THAÍSE DE ARAÚJO RIBEIRO
QUEM TEM MEDO DO LOBO MAU? O DIVÓRCIO NO EMOCIONAL INFANTIL
TERESINA – PI
2018
RENATA THAÍSE DE ARAÚJO RIBEIRO
QUEM TEM MEDO DO LOBO MAU? O DIVÓRCIO NO EMOCIONAL INFANTIL
Monografia apresentada à Faculdade de
Ensino Superior do Piauí – FAESPI, como
requisito parcial para a obtenção do grau
de Bacharel em Psicologia.
Orientadora: Profª. Me. Odete Guimarães
Cajueiro da Silva Neta.
TERESINA – PI
2018
RENATA THAÍSE DE ARAÚJO RIBEIRO
QUEM TEM MEDO DO LOBO MAU? O DIVÓRCIO NO EMOCIONAL INFANTIL
Monografia apresentada à Faculdade de
Ensino Superior do Piauí – FAESPI, como
requisito parcial para a obtenção do grau
de Bacharel em Psicologia.
Aprovada em: _____/_____/2018.
BANCA EXAMINADORA
Profª. Me. Odete Guimarães Cajueiro da Silva Neta Orientadora
Faculdade de Ensino Superior do Piauí – FAESPI
Esp. Myrla Sirqueira Soares 1ª Examinadora
Faculdade de Ensino Superior do Piauí – FAESPI
Profª. Esp. Larisse Miranda Cruz 2ª Examinadora
Faculdade de Ensino Superior do Piauí – FAESPI
Dedico esse trabalho à minha trajetória de vida representada através da letra desta música ''Tocando em Frente'' (Maria Bethânia): Ando devagar porque já tive pressa e levo esse sorriso porque já chorei demais. Hoje me sinto mais forte, mais feliz, quem sabe, eu só levo a certeza de que muito pouco eu sei e nada sei. Conhecer as manhas e as manhãs, o sabor das massas e das maçãs. É preciso amor pra poder pulsar, é preciso paz pra poder sorrir, é preciso chuva para florir. Penso que cumprir a vida seja simplesmente compreender a marcha e ir tocando em frente. Como um velho boiadeiro levando a boiada eu vou tocando os dias pela longa estrada, eu sou estrada eu vou. Todo mundo ama um dia, todo mundo chora, um dia a gente chega no outro vai embora. Cada um de nós compõe a sua história e cada ser em si carrega o dom de ser capaz e ser feliz.
AGRADECIMENTOS
Agradeço primeiramente a Deus por ser minha fonte de forças ocultas, me
socorrendo e me concedendo respaldos o suficiente para elaborar este trabalho.
Agradeço aos amores de minha vida, meus pais Renato e Francisca por ter
me proporcionado uma boa educação e paciência ao longo de cada passo dado em
minha vida e aos meus irmãos Roberta e Fabrício por perdoarem à minha ausência
aos finais de semana.
Ao querido esposo José Augusto, que durante todo o percorrer da graduação
aguentou minhas depressões quando me via estressada com excesso de bagagem
de estudos, me deu grande apoio para que eu nunca desistisse da carreira de
psicologia.
À minha supervisora top das galáxias Odete Cajueiro, sempre com muito
respaldo, por ter me mostrado o melhor caminho a ser trilhado, sempre com
cuidados e dedicação para que todo esse trabalho saísse da melhor forma possível.
Aos meus parentes, em especial Vó Luiza, Vó Teresa, Tia Elizane que
sempre tiveram bem próximo da minha pessoa, acompanhando cada vitória vencida
em cada período da graduação.
As minhas amigas de faculdade e vida, e aos colegas de turma que sempre
me fizeram rir mesmo quando tudo parecia desmoronar. E aos demais, a instituição
FAESPI e coordenação por dispor para o curso de psicologia professores de
excelência no qual todos conseguiram contribuir de alguma forma para meu
crescimento profissional e pessoal.
Não me cabe conceber nenhuma necessidade tão importante durante a infância de uma pessoa que a necessidade de sentir-se protegido por um pai.
Sigmund Freud
RESUMO
As diversas transformações ocorridas na sociedade têm implicado grandes transformações nos indivíduos, bem como nas novas configurações familiares que se estabelecem. Este conteúdo vem trazer quais as implicações de uma configuração familiar de divórcio vêm trazer para o desenvolvimento psíquico dos filhos. Tendo como objetivo em investigar a partir da literatura o impacto e os fatores associados da separação conjugal no desenvolvimento emocional e psicológico dos filhos na contemporaneidade, avaliar a produção científica existente acerca dos e feitos e consequências psicológicas do divórcio nos filhos, dentro do contexto familiar, bem como verificar como os filhos enfrentam esse processo de dissolução conjugal na contemporaneidade. Todo este conteúdo está dividido em capítulos com embasamento na construção familiar, configurações familiares, como se dá o processo do divórcio, os tipos de guarda parental, os efeitos da alienação parental, e as competências do psicólogo jurídico nesse contexto. Trazem-se na metodologia como foram realizados os processos desta pesquisa, sendo esta bibliográfica de caráter sistemática. Os resultados foram obtidos a partir da seleção dos artigos expostos em um fluxograma e logo em seguida a análise destes. Por fim, as considerações do contexto geral.
Palavras-chaves: Família. Divórcio. Desenvolvimento emocional. Filhos.
ABSTRACT
The various transformations that have taken place in society have led to great transformations in the individuals, as well as in the new family configurations that are established. This content comes to bring about the implications of a familiar setting of divorce come to bring to the psychic development of children. Aiming to investigate from the literature the impact and the associated factors of the conjugal separation in the emotional and psychological development of the children in the contemporaneity, to evaluate the existent scientific production on the facts and psychological consequences of the divorce in the children, within the familiar context, as well as to verify how the children face this process of conjugal dissolution in contemporaneity. All this content is divided into chapters based on family building, family settings, divorce proceedings, types of parental custody, parental alienation effects, and the legal psychologist's competencies in this contexto.The methods used in this research are brought to the methodology, being this bibliographical of a systematic nature. The results were obtained from the selection of the articles exposed in a flow chart and soon after the analysis of these. Finally, the considerations of the general context.
Keywords: Family. Divorce. Emotional development. Children.
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO............................................................................................. 10
2 REFERENCIAL TEÓRICO.......................................................................... 13 2.1 TRANSFORMAÇÕES DO CONCEITO DE FAMÍLIA.................................. 13 2.1.1 Novas configurações familiares e o ciclo vital....................................... 14 2.2 SUBJETIVIDADE DO CASAL E CASAMENTO.......................................... 17 2.2.1 Crises conjugais e o divórcio................................................................... 19 2.3 MODALIDADES DE GUARDA.................................................................... 21 2.3.1 A alienação parental e síndrome de alienação parental........................ 22 2.3.2 Competências do psicólogo jurídico....................................................... 23
3 METODOLOGIA.......................................................................................... 26
4 ANÁLISE E DISCUSSÕES DOS RESULTADOS....................................... 28
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS........................................................................ 32
REFERÊNCIAS........................................................................................... 33
10
1 INTRODUÇÃO
O título desse trabalho ‘‘Quem tem medo do lobo mau’’ é uma metáfora
utilizada para designar o possível efeito que o divórcio pode desenvolver no
emocional infantil; logo abaixo, se traz o significado que o divórcio possui, tendo em
vista que ao longo de todo o desenvolvimento do conteúdo, saberemos se o divórcio
pode ou não ser um fator causador de algum efeito nas crianças.
A família vem sofrendo profundas transformações durante as últimas
décadas, por face da evolução que está ocorrendo nas sociedades. Somos movidos
a todo o momento por novas configurações que se estabelecem nos
comportamentos, bem como no âmbito familiar e principalmente no que se diz
respeito ao relacionamento conjugal (JURAS; COSTA, 2011).
A palavra "divórcio" vem do latim divortium, que quer dizer "separação".
Nesse sentido, entende-se o divórcio como uma dissolução conjugal que ocorre na
vida de um casal, desafiando toda sua estrutura, bem como sua dinâmica,
principalmente quando há filhos envolvidos (JURAS, COSTA, 2011).
Quando a separação envolve a existência de filhos da união do casal, a
dinâmica se complexifica, porque não significa apenas um fim de uma relação a
dois, e sim de uma divisão de coparentalidade, pois os filhos ainda precisarão de
cuidados (GRZYBOWSKI; WAGNER, 2010). Essas mesmas autoras ainda
ressaltam sobre o significado de coparentalidade:
A coparentalidade trata-se, portanto, de um Inter jogo de papéis que se relaciona com o cuidado global da criança, incluindo valores, ideais, expectativas que são dirigidas à mesma, numa responsabilidade conjunta
pelo bem-estar desta (GRZYBOWSKI; WAGNER, 2010, p. 77).
A coparentalidade é a divisão de papéis entre duas pessoas no qual são
responsáveis pelo o cuidado da criança, e não é apenas um processo do pai e da
mãe, e sim equivale aos parentes que tomam conta desta mesma, ou seja, um
parente que toma como medidas protetivas a guarda da criança, dando-lhe toda a
assistência necessária (GRZYBOWSKI; WAGNER, 2010).
O divórcio é uma realidade que tem se tornado cada vez mais comum na
sociedade. Contudo, sabe-se que quando há filhos na relação do casal a situação
pode se tornar mais delicada (ISOTTON; FALCKE, 2014).
11
Quando uma família desempenha um bem-estar psicológico e emocional à
criança essa tem maiores chances de crescer de forma saudável, mas quando a
relação do casal não vai bem e esses decidem tomar providências pensando em si
mesmos na atitude de optar pela separação, é necessário analisar também os filhos
e verificar até que ponto essa atitude pode ser ou não um fator saudável para os
filhos. Nessa situação, a relação dos cônjuges tem como base constantes conflitos,
permeados por brigas dificultando os cuidados com os filhos colocando como
necessidade de ganhar e desvalorizar a imagem um do outro e com todos esses
conflitos à situação fica complexa trazendo efeitos psicológicos e emocionais à
criança (JURAS; COSTA, 2011).
Quando se depara com o divórcio em uma família, procura-se entender se
este evento pode ser ou não impactante na vida dos filhos, é essencial considerar a
dinâmica desse casal com o filho e o desenvolvimento etário decorrentes da idade.
O divórcio não implica forçosamente maior impacto numa dada idade, mas sim efeito
diferente consoante no estágio de desenvolvimento da criança (RAPOSO et al.,
2011).
É essencial que os pais no momento de ruptura, estejam seguros
emocionalmente para poder ajudar a promover um bom desenvolvimento psicológico
da criança, é necessário que os pais estejam com suas capacidades de resolução
de conflitos e controle da raiva e da perda contidas, bem como conscientes dos
sentimentos da criança para que possam se mostrar compreensivos e oferecer
apoio, já que os filhos precisarão para compreender o que está acontecendo
(ISOTTON, FALCKE, 2014).
Quando os pais estão separados e exercem seu papel sem se sentirem
obrigados, passando a impressão de cooperatividade e afeto a criança, com certeza
trará um bem-estar emocional a essa filho, ampliando suas percepções quanto à
dissolução de forma positiva (RAPOSO et al., 2011).
O contexto geral desse trabalho objetiva-se em investigar a partir da literatura
o impacto e os fatores associados da separação conjugal no desenvolvimento
emocional e psicológico dos filhos na contemporaneidade, avaliar a produção
científica existente acerca dos efeitos e consequências psicológicas do divórcio nos
filhos, dentro do contexto familiar, bem como verificar como os filhos enfrentam esse
processo de dissolução conjugal na contemporaneidade.
12
Esse trabalho irá consistir capítulos no qual será embasada a construção de
uma família; Subjetividade do casal até a decisão do casamento; O
processo de dissolução conjugal, a alienação parental, modalidades de guarda e as
competências do psicólogo jurídico no processo de alienação e guarda parental.
Como resultados, serão expostos os possíveis efeitos que o divórcio pode
desenvolver na psiquê da criança e a discussão de todos eles, e por fim a conclusão
do contexto geral.
13
2 REFERENCIAL TEÓRICO
2.1 TRANSFORMAÇÕES DO CONCEITO DE FAMÍLIA
Do ponto de vista histórico e sociológico, a palavra ‘‘família’’ não era
representada por cônjuges ou filhos. Este nome foi originado a um conjunto de
escravos pertencentes a um mesmo homem, foi criado a fim de denominar uma
classe social no qual abrangia mulheres, filhos e escravos possuindo direito inclusive
em suas vidas (SILVA et al., 2012).
No decorrer da história, devido a várias transformações ocorridas, o termo
‘‘família’’ passou por novos conceitos aplicando-se a denominar uma gama
diferenciada de grupos sociais, em termos de estrutura e função.
Na primeira metade do século XX, o termo família era denominado como
tradicional, sendo constituída por pai, mãe e os filhos. Nesse período, havia divisão
do trabalho por gênero, onde os papéis dos cônjuges já eram determinados de
forma social e cultural. Desse modo, os homens eram o provedor da família, tinham
um espaço de atuação social, enquanto as mulheres eram reservadas ao ambiente
privado e doméstico, cuidando da casa e dos filhos, sendo que nesta configuração
familiar a educação era pautada na moral religiosa, socialmente aceita, e no controle
quanto ao cumprimento das normas sociais (SILVA, 2015).
Já na segunda metade do século XX, iniciam-se os processos de
transformações sociais, econômicas e trabalhistas. Tais mudanças vêm balançando
a estrutura e o modo de organização familiar tradicional, sendo estes por conta do
processo de urbanização e industrialização, o avanço da tecnologia, a inserção da
mulher no mercado de trabalho e as alterações na dinâmica dos papéis parentais e
de gênero (SILVA, 2015).
Essas transformações, por sua vez, vêm propor uma relação mais simétrica
nos papéis e obrigações dos cônjuges, a partir de uma perspectiva na quais ambos
devem realizar tarefas domésticas e atribuições externas, além de participar do
processo educativo e do cuidado com os filhos (BRUSCHINI; RICOLDI, 2012).
14
2.1.1 Novas configurações familiares e o ciclo vital
Até os dias atuais, ainda é difícil apresentar os reais significados de uma
família, já que durante muitos anos ela vem se reformulando cada vez mais. Com
novos conceitos apresentados, a literatura aponta a família como um microssistema
fundamental para interação dos envolvidos. É nessa constituição que ocorre o
desenvolvimento humano, nela as pessoas tanto constroem sua história quanto são
constituídas por ela, através dos valores, tradições e segredos intergeneracional e
do que dela herdam (KOLLER; ANTONI; CARPENA, 2012).
As autoras Féres-Carneiro e Magalhães (2011), apontam que nas últimas
décadas as inúmeras transições sociais levaram a redefinição e o conceito de
família, dentro dela temos múltiplos arranjos conjugais o que chamamos de novas
configurações familiares, que muitas vezes é considerado formal diante do contexto
social e pela legislação.
Dentre as múltiplas configurações familiares, podemos apresentar as mais
conhecidas:
Família Tradicional: Nessa instituição é considerada as famílias casadas cujo
aquela em que os pais estejam vivenciando o primeiro casamento, ou a primeira
união estável, com os primeiros filhos e que estejam coabitando (sem formalização
em termos legais) (FÉRES-CARNEIRO; MAGALHÃES, 2011).
Família Divorciada/Separada: Aquelas cujos pais estão separados legalmente
ou não. Nesse aspecto é muito importante que os pais valorizem o relacionamento
com os ex-cônjuges na medida em que a exigência de que os filhos ‘‘escolham um
lado’’ para que não ocorram sentimentos de ambivalência nos mesmos (FÉRES-
CARNEIRO; MAGALHÃES, 2011).
Família Recasada: Essas famílias se enquadram em um espaço familiar
reconstituído após a separação dos pais e a nova união de um deles ou de ambos,
ou após a viuvez de um deles e sua nova união conjugal (FÉRES-CARNEIRO;
MAGALHÃES, 2011).
Famílias Monoparental: Esta é formada por apenas um dos genitores pai ou
mãe e os filhos onde o genitor (a) será responsável pelo sustento, educação e
criação dos filhos (FÉRES-CARNEIRO; MAGALHÃES, 2011).
Família Homoparental: Caracterizado por um vínculo conjugal entre duas
pessoas do mesmo sexo. Este arranjo vem tomando espaço cada vez mais dentro
15
da sociedade (FÉRES-CARNEIRO; MAGALHÃES, 2011). Essas mesmas autoras
ainda acrescentam sobre a homoparentalidade:
São muitos empasses na consolidação de uma nova ordem familiar, como homoparental, visto que, apesar das transformações ocorridas, nossa sociedade ainda é marcada pelo poder do patriarcado, com muitas premissas que ainda persistem fortemente, como a ideia do homem como provedor e a mulher como cuidadora dos filhos (FÉRES-CARNEIRO; MAGALHÃES, 2011,p. 126-127)
Considerando os diversos tipos de configuração de familiar, a homoparental
ainda é um tabu diante de muitos olhares, porém aos poucos está ganhando seu
espaço na sociedade.
Independente das diversas configurações que se estabelecem enquanto
família, esta deve ser um espaço de afeto e conforto no qual garante a criança
saúde, igualdade, educação, bem como outros fatores constituintes de proteção
(ASSIS; LIMA, 2014).
A participação da família na vida dos filhos é de suma importância e cumpre
uma função básica de cuidado. Uma boa vinculação com pessoas próximas,
relações afetivas estáveis, olho no olho, comunicação e manutenção do respeito são
essenciais e apontadas na literatura como protagonistas na construção de uma
estrutura emocional segura (KOLLER; ANTONI; CARPENA, 2012).
A importância da família seja ela nas relações sociais ou na vida emocional
de cada membro inserido nessa constituição é indiscutível. Essa constituição é a
mediadora entre o sujeito e o ambiente onde se aprende a perceber o mundo e a
ganhar espaço nele. Sendo esta a primeira formadora de uma identidade social e a
qual os seres humanos aprendem a fazer referência (KOLLER; ANTONI; CARPENA,
2012).
Estudos evidenciam que os brasileiros de modo geral, conceituam a família
de forma muito positiva. Consideram que é a instituição mais importante acima da
Igreja e do Estado. E são atribuídas como um espaço onde há amor incondicional e
união (CERVENY; BERTHOUD, 2008).
Ainda sobre a importância da família, as autoras Koller, Antoni e Carpena
(2012, p.159) soma:
Para cumprir o compromisso de acompanhar o desenvolvimento dos filhos requer compreensão e flexibilidade dos adultos, assim como respeito à
16
individualidade das crianças. A família é um grupo dinâmico que precisa reformular-se internamente para se adequar à passagem de seus membros pelo ciclo vital e às inúmeras mudanças da própria vida e da sociedade.
O ciclo vital que as autoras acima citam, são várias etapas definidas sob
alguns critérios pelas quais as famílias passam, desde sua constituição
propriamente dita até a morte. Esses critérios podem ser a idade dos pais ou filhos,
o tempo da união do casal, a entrada e saída dos membros considerando-se suas
diversas configurações (CERVENY; BERTHOUD, 2008).
Diante da literatura, podemos considerar as fases do ciclo vital:
A fase de aquisição: caracterizada como o período da união do casal, a entrada dos filhos até a adolescência. Um período onde há a definição de um modelo próprio familiar, o casal se organiza para ter a casa própria, poupanças para os estudos dos filhos buscam a estabilidade emocional e financeira propriamente dita (CERVENY; BERTHOUD, 2008, p. 11).
A fase adolescente: É um período onde as famílias tem tendência a
adolescerem. Os pais estão na faixa dos 40 anos e parecem reviver o momento da
adolescência, preocupando-se com o aspecto físico. Quando apenas um dos
cônjuges incorpora essa fase, pode acabar sobrecarregando o que não adolescer
com a sensação de ter mais um filho, já que uma vez que isso acontece, a
hierarquia familiar se dissolve entre pais e filhos, e as regras da primeira fase já não
dão conta do bom funcionamento da família (CERVENY; BERTHOUD, 2008).
A fase madura: Essa fase pode ser considerada a mais longa do ciclo vital
considerada também como a casa cheia. É nessa fase que os filhos saem de casa e
a entrada de novas pessoas, como os netos, o período em que começam a cuidar
das gerações mais antigas e cuidar da aposentadoria, vista que já estão chegando
ao envelhecimento (CERVENY; BERTHOUD, 2008).
A fase última: Essa fase é considerada a consequência das fases anteriores.
Se o casal conseguiu plantar bons frutos é a fase da colheita, onde poderão
vivenciar tudo aquilo que plantaram, tendo em vista que a viuvez pode ser
vivenciada nessa fase e se tornar também um período muito doloroso (CERVENY;
BERTHOUD, 2008).
Essas fases composta no ciclo vital são direcionadas apenas aos brasileiros
já que na fase madura quando se considera a ‘‘casa cheia’’, para os americanos é o
17
‘‘ninho vazio’’, uma vez que a cultura de lá permite que os filhos saem de casa muito
cedo (CERVENY; BERTHOUD, 2008).
O Ciclo Vital vem para apresentar a construção e fases que a família passa
ao longo de toda a vida. A partir dessa perspectiva, pode-se perceber que as
famílias brasileiras de modo geral, apresentam o objetivo de construir seu próprio
modelo de família, priorizando as atividades comuns e o bom convívio entre si.
2.2 SUBJETIVIDADE DO CASAL E CASAMENTO
A necessidade do ser humano de estar com outro são imprescindíveis. Essa
necessidade inicia-se quando ainda bebês, nas primeiras relações com as figuras de
referência.
As relações primárias são importantes para que o individuo possa criar novos
e importantes laços em um processo contínuo que permeia por todo o ciclo vital
(ROLIM; WENDLING, 2013).
Sabemos que as pessoas se formam a partir de suas relações, tanto com
pessoas quanto com objetos e símbolos que o permeiam. A literatura aponta, que
uma vez que o homem vive fora da sociedade fica impossibilitado de sobreviver.
Compreender o que rege aquele indivíduo é muito importante para entender os
possíveis eventos psicossociais de tal sujeito (ROLIM; WENDLING, 2013).
Scorsolini-Comin e Santos (2010, p.525) afirmam que:
Somos constituídos pelos relacionamentos que estabelecemos, motivo pelo qual é muito importante investigarmos como se dão esses vínculos. A nova ordem cultural na contemporaneidade valoriza os laços emocionais e sentimentais, as trocas íntimas entre as pessoas e a proximidade comunicacional com o outro. O despeito de, na modernidade, o casamento ter sido locus da vida comum e ponto de partida para a formação da família, atualmente há um estágio no qual as relações são marcadas por um aprofundamento do individualismo, que estimula a instabilidade do relacionamento íntimo e leva a constantes reformulações dos projetos conjugais; esses fenômenos contemporâneos evidenciam a necessidade de aceitação das heterogeneidades, das descontinuidades e efemeridades das relações.
Mesmo com a cultura individualista que predomina nos dias atuais, as
pessoas ainda procuram parceiros para dividir uma vida no intuito de não ficarem
sozinhas.
18
O casamento contemporâneo passa por muitas significações intensas na vida
das pessoas, já que por sua vez, encontrar alguém para compartilhar sua vida
parece ser uma busca incansável, mas os sujeitos consideram que buscar a
felicidade sem casamento pode levar a uma vida solitária e isolada (SCORSOLINI-
COMIN; SANTOS, 2010).
Atualmente, devido às várias transformações na sociedade, os sujeitos por se
sentirem menos ligados as tradições familiares, sentem-se mais livres para
buscarem um parceiro que esteja ligado as suas expectativas sociais, pessoas e
familiares (ROLIM; WENDLING, 2013).
Trazendo o casamento como um conceito, este pode ser considerado como
uma construção onde dois ‘‘estranhos’’ carregados de subjetividade e de um
passado individual diferentes, se encontram e redefinem. Na vida conjugal, a
realidade subjetiva é sustentada pelos parceiros, que confirmam e reconfirmam a
realidade objetiva internalizada por eles. O casal constrói assim, não somente a
realidade presente, mas reconstrói a realidade passada, fabricando uma nova
construção de vida que integra os dois passados individuais (FÉRES-CARNEIRO;
MAGALHÃES, 2011).
''O casamento não é apenas a união de dois indivíduos; representa a
modificação de, no mínimo, dois sistemas diferentes, as famílias de origem dos
cônjuges, e o desenvolvimento de um terceiro subsistema, o casal'' (ROLIM;
WENDLING, 2013).
A diferença entre os cuidados parentais e socioculturais reflete na construção
da subjetividade do pai e da mãe assim havendo um encontro de subjetividades,
esse encontro define a relação intersubjetiva entre pai, mãe e os filhos (FÉRES-
CARNEIRO; MAGALHÃES, 2011).
O que as pessoas mais pontuam no sentido de estarem casadas é a vivência
da conjugalidade, no compartilhamento da experiência de uma vida a dois
(SCORSOLINI-COMIN et al., 2015). Este mesmo autor apresenta mais sobre a
conjugalidade:
A conjugalidade pode ser definida como dimensão psicológica compartilhada, com uma dinâmica inconsciente regulada por leis e funcionamento específicos. É um processo de construção de uma realidade comum. A conjugalidade é constituída por um sistema com funcionamento autônomo, sujeito a conflitos ou crises que remetem à dinâmica inconsciente compartilhada. A vinculação na díade é importante para a intimidade e para o investimento na relação amorosa, o que está associado
19
à satisfação conjugal. A intimidade é uma experiência que tem início nas primeiras relações estabelecidas na infância e, como tal, ultrapassa a noção de proximidade afetiva. Contempla um conjunto de percursos desenvolvimentais e implica em movimentos constantes de autonomia e diferenciação. (SCORSOLINI-COMIN et al., 2015, p. 481)
Quando nos deparamos com uma díade de subjetividade, logo se consegue
perceber uma diferenciação, que cabe ao casal tentar equilibrar.
As relações humanas são como jogos colaborativos onde todos os jogadores
possam obter benefícios das relações, mas é necessário que os mesmos respeitem
as regras sem expandir o leque de possibilidades para as suas ferramentas afiadas,
ou seja, os casais devem respeitar a subjetividade e
as limitações um do outro para que possam tornar ilimitado o tempo de união estável
(BOAS; DESSEN; MELCHIORI, 2010).
No fenômeno da conjugalidade, estão presentes duas forças, desejo e amor: o amor, como um impulso centrífugo, caracterizado pela vontade de cuidar e de preservar o objeto cuidado, e o desejo como uma força centrípeta, caracterizada pelo impulso de expandir-se, ir além. Essas forças permeiam várias esferas da sociedade atual, que é uma sociedade eminentemente de consumo, e também as relações conjugais, que cada vez mais também se caracterizam por “relações de bolso”, pois “você as guarda no bolso de modo a poder lançar mão delas quando for preciso”. São relações instantâneas, das quais as pessoas têm controle e que são descartadas quando não atendem mais as expectativas (ROLIM; WENDLING, 2013, p.,172).
À esse cenário percebe-se o quanto as relações de nível conjugal passa por
momentos fragilizados, onde o casal prefere optar muitas vezes pelo
desmembramento da relação do que buscar melhoras para a relação.
2.2.1 Crises conjugais e o divórcio
A literatura traz que é bastante comum nos depararmos com casais que
tenham um nível de insatisfação conjugal altíssimo e esses não conseguem lidar de
formar positiva. Os homens mesmo insatisfeitos, não querem romper o laço conjugal
e, porventura, buscam satisfação em relações extraconjugais. As mulheres buscam
uma relação de cooperatividade, também acabam tornando-se insatisfeitas, pois se
sentem sozinha em um casamento onde não existe mais equilíbrio na relação,
aumentando cada vez mais a insatisfação e muitas vezes buscando sair desse ciclo
optando pela separação. (NETO; STREY; MAGALHÃES, 2011).
20
‘‘A crise conjugal tende a afetar significativamente todo o funcionamento da
família, incluindo as relações parentais além de estarem associados a problemas de
comportamento dos filhos’’(BOAS; DESSEN; MELCHIORI, 2010).
Independente das crises do casal é necessária flexibilidade, em que as
negociações devem ser realizadas para que a família possa lidar de maneira
funcional, garantindo sua continuidade e permitindo o crescimento de seus
membros, mas quando se percebe que não há mais estabilidade para continuar, a
melhor solução é a dissolução conjugal apesar de afetar significativamente a
criança, o pior poderá ser o sofrimento desse filho diante de tantos conflitos
(SOARES; COLOSSI, 2016).
A dissolução conjugal é um evento complexo tanto para os pais quanto para
as crianças. Nessa perspectiva, sobre o processo de dissolução, dados do IBGE
(2015, p. 1), trazem que:
328.960 divórcios concedidos em 1 instância ou por escrituras extrajudiciais. Houve um declínio no número de divórcios contabilizados pela pesquisa em relação à 2014, quando o total de divórcios concedidos em 1 instância ou por escrituras extrajudiciais foi de 341.181.
No Brasil, os índices de divórcios de 2015 ocorreram um declínio comparado
ao ano de 2014, mas, nesse sentido, percebe-se que ainda há muitas dissoluções, e
os filhos de pais separados são os que mais sofrem com essa dissolução conjugal
(IBGE, 2015).
A literatura agrega alguns dos fatores que podem levar a separação conjugal,
apontando a hipervalorização do individualismo, a busca de realização pessoal e a
independência econômica, principalmente pelas mulheres; depois vem a infidelidade
masculina. Toda vivência de separação passa por um processo doloroso já que uma
vez os parceiros passa por um processo de luto, uma sensação de morte recíproca
(ROLIM; WENDLING, 2013).
''Nesse sentido, verifica-se que as relações conjugais estão cada vez mais
fragilizadas, rápidas e cristalizadas. Apesar de ser um processo complexo muitas
vezes é considerado um fator positivo para constituintes da relação'' (ROLIM;
WENDLING, 2013).
Percebe-se que o divórcio se desenvolve a partir de expectativas egóicas não
atendidas por um ou ambos os cônjuges.
21
2.3 MODALIDADES DE GUARDA
Quando ocorre a separação conjugal e há filhos envolvidos, deve-se procurar
a melhor forma de lidar com a situação e como farão com as crianças. Para tanto,
quando os pais entram em litigio o ideal é definir o melhor para os filhos. Sendo
assim, pode-se pontuar os tipos de guarda parental e como se dá esse processo.
Existem dois tipos de modalidades de guarda, o exclusiva e compartilhada:
• Guarda Exclusiva: É aquela onde uma só pessoa detém o direito sobre
a criança (GADONI-COSTA; FRIZZO; LOPES, 2015).
• Guarda Compartilhada: É aquela onde os cuidadores dividem a
custódia dos filhos, os direitos aos cuidados e convivência mantendo-
se dois lares para os filhos (GADONI-COSTA; FRIZZO; LOPES, 2015).
A literatura salienta que no Brasil, na maioria dos casos de guarda, a
exclusiva ainda é a mais comum e muitas vezes concedida à mãe, ficando o pai com
o direito de visita. A própria literatura ainda aponta que a guarda compartilhada
ainda é a mais saudável, considerando o melhor interesse da criança (GADONI-
COSTA; FRIZZO; LOPES, 2015).
Independente do tipo de guarda que será estabelecido, há um consenso atual
de que as divergências entre os genitores enquanto aos cuidados dos filhos
deveriam ser resolvidas por eles mesmo, de forma a chegar a um acordo quanto à
definição das responsabilidades em relação ao suporte emocional e financeiro da
criança. No entanto, a realidade mostra que nem sempre os progenitores estão
disponíveis, ou até mesmo possuem capacidade para chegar a um acordo sobre a
definição da guarda da criança (ROVINSKI, 2007).
Rovinski (2007, p.121-122) acrescenta:
Os diversos motivos e sentimentos associados à ruptura da relação, as questões financeiras, e as próprias limitações na capacidade emocional de lidar com fatores de estresse, podem criar situações de impasse e até de risco à integridade da criança, sendo necessária a intervenção jurídica.
Sabe-se que o processo de dissolução conjugal é complexo. Vista ao exposto
acima, quando os genitores não conseguem lidar de forma saudável, é necessário
22
uma das partes fazer uma solicitação judicial no intuito de resolver o quanto antes
este conflito, priorizando sempre o bem estar da criança.
2.3.1 A alienação parental e síndrome de alienação parental
A família é um processo que está em constante mudança e por esse fator,
pode sofrer alterações em sua configuração.
Um dos fatores mais complexo para uma família é o processo de divórcio,
como visto no segundo capítulo, tendo em vista que deve haver dos pais uma maior
flexibilidade quanto o manejo da relação com os filhos, já que nesse conflito
conjugal, pode haver a alienação parental e uma possível síndrome de alienação
parental induzidas por uma das partes e desenvolvida nos filhos (FERMANN;
HABIGZANG, 2018).
Jesus e Cotta (2016) traz que a definição de uma alienação parental (AP), é
um fenômeno que decorre de um litígio de separação do casal, sendo apresentado
quando estes têm filhos juntos e quando há uma guarda unilateral, sendo que o não
guardião tende a ser alvo de difamação e acusações indevidas. O genitor detentor
usa a manipulação, na desqualificação do outro genitor, na intenção de limitar ou
cessar o convívio familiar dos filhos com o mesmo.
Pode-se perceber a alienação parental na criança, quando ela apresenta
rejeição de um dos genitores através de explicações infundadas para a rejeição,
ausência de ambivalência, apoiar apenas um dos pais no conflito parental, ausência
de culpa pela rejeição e difamação do genitor, relato de experiências não vividas ou
reprodução do discurso do alienador pela criança, rejeição e difamação a outros
membros familiares do genitor alienado (FERMANN; HABIGZANG, 2018).
Já a síndrome de alienação parental (SAP), são os sintomas decorrentes da
alienação parental, que podem aparecer através de doenças somáticas, ansiedade,
medo, insegurança, depressão, comportamento hostil, falta de organização,
frustração, irritabilidade e culpa (FERMANN; HABIGZANG, 2018).
Existe a lei 12.318, de 26 de Agosto de 2010 que vai trabalhar em cima das
questões de alienação parental, nela está estipulada:
Art. 2º Considera-se ato de alienação parental a interferência na formação psicológica da criança ou do adolescente promovida ou induzida por um dos
23
genitores, pelos avós ou pelos que tenham a criança ou adolescente sob a sua autoridade, guarda ou vigilância para que repudie genitor ou que cause prejuízo ao estabelecimento ou à manutenção de vínculos com este. Parágrafo único. São formas exemplificativas de alienação parental, além dos atos assim declarados pelo juiz ou constatados por perícia, praticados diretamente ou com auxílio de terceiros: I - realizar campanha de desqualificação da conduta do genitor no exercício da paternidade ou maternidade; II - dificultar o exercício da autoridade parental; III - dificultar contato de criança ou adolescente com genitor; IV - dificultar o exercício do direito regulamentado de convivência familiar; V - omitir deliberadamente o genitor informações pessoais relevantes sobre a criança ou adolescente, inclusive escolares, médicas e alterações de endereço; VI - apresentar falsa denúncia contra genitor, contra familiares deste ou contra avós, para dificultar a convivência deles com a criança ou adolescente; VII - mudar o domicílio para local distante, sem justificativa, visando a dificultar a convivência da criança ou adolescente com o outro genitor, com familiares deste ou com avós. Art. 3o A prática de ato de alienação parental fere direito fundamental da criança ou do adolescente de convivência familiar saudável, prejudica a realização de afeto nas relações com genitor e com o grupo familiar, constitui abuso moral contra a criança ou o adolescente e descumprimento dos deveres inerentes à autoridade parental ou decorrentes de tutela ou guarda (BRASIL, 2010, p. 1).
A prática da alienação parental pode fazer com que o genitor perca o direito
sobre a criança além causar profundas consequências psíquicas e emocionais para
esta.
2.3.2 Competências do psicólogo jurídico
Aqui iremos abordar o que é a psicologia jurídica e o modo de atuação em
processos de guarda e alienação parental.
A psicologia jurídica é uma área de especialidade da Psicologia que estuda
vários fatores do campo jurídico com enfoque no comportamento humano
associados aos fatores psíquicos (SHINE, 2010).
O psicólogo jurídico atuará realizando atendimentos às partes fazendo
investigações e perícias psicológicas, algumas entrevistas, aconselhamentos,
elaboração de laudos. O psicólogo jurídico poderá contribuir para políticas
preventivas, estudando a subjetividade do indivíduo, entre outras atuações. O
psicólogo jurídico poderá atuar junto à uma equipe multidisciplinar, de forma
integrada, junto aos juizados de família, para atendimento dos membros do núcleo
familiar. Fazendo atendimento aos pais, às crianças e jovens, facilitando
24
esclarecimentos, tirando dúvidas e trabalhando ansiedades, visualizando a criança
como um sujeito que tem direito à expressão e à informação (SHINE, 2010).
A psicologia jurídica é subdividida em vários setores. Dentro desta
perspectiva, foi selecionada uma das subdivisões, ‘‘a psicologia jurídica e o direito
de família’’, no qual o psicólogo poderá trabalhar nas (Varas de famílias, divórcio,
disputa de guarda, investigar a alienação parental entre outros associados).
Nesta subdivisão de atuação do psicólogo, este só poderá atuar designado
pelo o juiz, como perito oficial ou assistente técnico (que pode ser contratado
também por uma das partes) (SHINE, 2010). Nas competências de:
Perito oficial: este faz uma investigação pericial sobre o caso dado pelo
juiz, a fim de responder algum quesito proposto pelo o mesmo. O perito
utilizará todos os recursos metodológicos possíveis e adequados para
o tipo de investigação. Ao final, emitirá um laudo com as informações
necessárias de acordo com a pergunta do caso (ROVINSKI, 2007).
Assistente técnico: este irá investigar o trabalho do perito oficial,
avaliando cada passo criteriosamente, e ao final emitirá um relatório
com os pontos que este considera relevantes (ROVINSKI, 2007).
Nos casos de guarda ou a alienação parental, de maneira geral, espera-se
que o perito realize entrevistas individuais com cada progenitor, a fim de coletar
dados pessoais (construção da família, relação do casal e com os filhos e etc). Na
coleta de informações com os filhos (quem passa maior parte do tempo com este,
quem cuida quando fica doente, quem ajuda nas atividades escolares, como
manejam situações de problema etc.) Após esse processo da entrevista deve-se
partir para uma avaliação de personalidade de cada progenitor, através da utilização
de instrumentos de testes de nível intelectual e de personalidade. Para as crianças
são utilizados os testes gráficos, pois este aliviam as tensões em crianças que
apresentam muitas resistências e defesas internas devido ao elevado nível de
conflito em que estão inseridas (ROVINSKI, 2007).
Nas práticas das Varas de família permite dizer que o sofrimento dos pais
advindos do processo do divórcio pode produzir uma resposta somática até mesmo
o aparecimento de sintomas psíquicos graves. Muitos destes conflitos gerados pelas
25
partes quando chegam a processos judiciais, acaba atingindo as crianças e os
adolescentes (ROVINSKI, 2007).
Para melhores resoluções destes conflitos dos pais o psicólogo jurídico
poderá desenvolver atividades de mediação para a busca de soluções conjuntas
entre os ex-cônjuges, grupos focais de atendimentos a famílias, com o objetivo de
resolução dos impasses surgidos no processo judicial (ROVINSKI, 2007).
É de competência de o psicólogo jurídico na vara de família utilizar de sua
capacidade profissional, para subsidiar possíveis conflitos psíquicos com os filhos
menores em processo de alienação ou guarda parental, sempre pautado a proteger
a integridade da criança ou adolescente, assim, trazendo para os autos do processo
a realidade psicológica das partes, e o real comportamento dos pais ou
responsáveis que foram devidamente avaliados pelo psicólogo, contribuindo na
decisão judicial final.
26
3 METODOLOGIA
Trata-se de uma pesquisa bibliográfica de caráter sistemática, no qual Galvão
e Pereira (2014), afirmam que as revisões sistemáticas são amplas e trazem
informações gerais sobre o tema em questão, sendo comuns em livros-texto. Os
métodos para elaboração de revisões sistemáticas são: elaboração da pergunta de
pesquisa, busca na literatura, seleção dos artigos, extração dos dados, avaliação da
qualidade metodológica, síntese dos dados, avaliação da qualidade das evidências,
publicação dos resultados.
Para o levantamento de dados, foram utilizados alguns quesitos nas etapas a
seguir:
1ª Fontes:
I. Foram lidos 7 capítulos de livros diferentes em idioma português para
fundamentar os capítulos deste trabalho e que tivessem como foco a
formação da família e seus parâmetros. Estes livros estão entre os
anos de 2007 a 2015. Ainda como fundamentações, foram utilizadas
monografia, dissertação e artigos originais. A seleção dos artigos
passaram por critérios de inclusão e exclusão, foram selecionados 17
para o embasamento teórico de modo geral deste trabalho, a partir do
ano de 2010 a 2018 em língua portuguesa. Os demais critérios estão
nos tópicos a seguir.
II. Adotou-se como fontes de informações as bases de dados eletrônicas:
• Scielo: A Scientific Electronic Library Online - é uma biblioteca eletrônica
que abrange uma coleção selecionada de periódicos científicos brasileiros.
• Lilacs: é um componente da Biblioteca Virtual em Saúde em contínuo
desenvolvimento, constituído de normas, manuais, guias e aplicativos,
destinados à coleta, seleção, descrição, indexação de documentos e
geração de bases de dados.
III. Utilizou-se como descritores: família, divórcio,
desenvolvimento emocional e filhos.
27
IV. Foram excluídos da pesquisa: resenhas, artigos duplicados e relatos de
experiências.
2ª Coleta de Dados:
I. Nesta etapa foi feita uma leitura exaustiva de todo o material selecionado,
com o intuito de clareza e objetividade, analisando se os conteúdos apresentados
eram relevantes para a produção da pesquisa.
3ª Análise dos Resultados:
I. Nesta etapa, foi realizada uma leitura bem mais ampliada, verificando-se, as
informações contidas nas fontes utilizadas, tendo como objetivo discutir e responder
o problema da pesquisa.
4ª Discussão dos Resultados:
I. Nesta etapa os resultados serão apresentados em forma de um fluxograma,
sendo pontuado e discutido se há efeitos pós-divórcio, se sim quais. Concluindo
então, o resultado daquilo em que este trabalho se propõe a trazer.
28
4 ANÁLISE E DISCUSSÕES DE RESULTADOS
Os resultados foram coletados da seguinte forma: Foram identificados na
base de dados Scielo, 6.143 artigos para o descritor ‘‘família’’, 48 artigos para o
descritor ‘‘divórcio’’, 1.216 artigos para o descritor ‘‘filhos’’ e 161 artigos para
desenvolvimento emocional. Em virtude da amplitude dos termos optou-se usar o
termo booleano and para as combinações ‘‘família and divórcio’’; família and filhos’’,
resultando respectivamente, 10 a 226 estudos.
Na base de dados Lilacs, 8.089 artigos para o descritor ‘‘família’’, 52 artigos
para o descritor ‘‘divórcio’’, 1.680 para o descritor ‘‘filhos’’ e 292 para o descritor
‘‘desenvolvimento emocional’’. Como o Scielo, este, também obteve a utilização do
termo booleano and, obtendo 30 artigos para a combinação ‘‘família and divórcio’’ e
591 para ‘‘família and filhos’’.
Após critérios de inclusão e exclusão na base de dados do Scielo, obteve-se
17 artigos, e no Lilacs resultou 0 artigo. No total obteve-se 17 artigos recuperados
para a pesquisa, como segue o fluxograma.
Fluxograma: levantamento e seleção dos artigos para análise .
Fonte: autoria própria
29
Diante da seleção de pesquisa, foram eleitos 17 artigos de estudos no qual a
maioria descreve o divórcio como um causador do estresse emocional da criança,
quando os pais não conseguem lidar de forma saudável, pois os filhos nunca
estarão preparados para receber esse impacto emocional.
Todo divórcio afeta a dinâmica familiar e os membros envolvidos. A
literatura retrata diferentes perspectivas que podem ser observadas em crianças que
vivem nesse tipo de processo. Em face desse aspecto, será pontuada aqui a
discussão dos pontos encontrados durante a pesquisa.
Todos os artigos que se referiam ao divórcio na vida da criança pontuaram
como um fator negativo. Os autores que mais destacam esses pontos são Viega e
Ramires (2012), Raposo et al. (2011), Juras e Costa (2011).
Um dos pontos encontrados onde Viega e Ramires (2012) também colocam,
refere-se ao temperamento da criança. Quando esses possuem temperamento fácil,
inteligentes, responsáveis e socialmente sensíveis conseguem evidenciar uma
melhor capacidade de adaptação positiva em meia transição familiar. Caso contrário,
pode apresentar raiva, medo, depressão e culpa que pode persistir por volta de um
ano após a separação, quando começa a emergir a redução da tensão e um
crescente senso de bem-estar. A criança tem aquele momento conflituoso consigo
mesma por não entender o que está acontecendo na família, porém dependendo do
manejo dos pais os efeitos de mal estar emocional podem ir desaparecendo aos
poucos.
Outro ponto importante a ser colocado aqui são as questões escolares. As
crianças que provém de famílias cujos pais estão separados, podem ser menos
capazes de terminar tarefas escolares, possuem maiores dificuldades em
concentrarem-se nas tarefas complexas, piores resultados comparados aos de
família intactas, além de terem menor responsabilidade. Estudos evidenciam que os
baixos rendimentos acadêmicos de filhos de pais divorciados, estão ligados por um
lado ao pouco envolvimento parental e, por outro lado, as adaptações dos pais à
própria separação (JESUS; COTTA, 2016).
Quando as crianças estão em idade pré-escolar elas apresentam maior risco
de desenvolver trajetórias sociais e emocionais desadaptativas em comparação às
crianças das demais idades. Algumas tarefas desenvolvimentais podem ficar
comprometidas, pois a sua imaturidade cognitivo-emocionais faz com que sejam
30
menos capazes de avaliar os processos e as consequências da separação e
centralizam em si a responsabilidade pela ruptura dos pais (RAPOSO et al., 2011)
Raposo et al. (2011, p.31) ainda coloca que:
[...] as crianças de pais separados apresentam maior probabilidade de desenvolver perturbações de depressão e ansiedade, mais comportamentos oposicionais, menor autoestima, pior comportamento social, pior rendimento acadêmico, maiores défices de atenção e maiores dificuldades de relacionamento interpessoal.
Ainda sobre os efeitos da separação conjugal na vida dos filhos, estes podem
desenvolver suas relações interpessoais de forma negativa, podendo ter dificuldades
em estabelecer relações de confiança e de maior intimidade com outras pessoas.
Essas mesmas podem desenvolver problemas no sono e na alimentação, grande
sentimento de culpa por idealizarem que os pais estão se separando por conta
deles, sentimento de impotência e baixa auto-estima. (JURAS; COSTA, 2011).
Apesar de alguns pais tentarem resguardar a criança do sofrimento psíquico
causado pelo divórcio, o desgaste dessa situação é inevitável, uma vez que a
criança é muito sensível e consegue perceber que há algo de errado, só não
consegue ainda elaborar todo esse conflito desencadeando sentimentos de
desproteção, tristeza e angústia.
Outro ponto importante sobre os efeitos do divórcio na criança, onde Raposo
et al. (2011) coloca, são os problemas financeiros dos pais. Estas dificuldades
normalmente surgem após divórcio, sendo este um problema que atinge a criança
de forma direta e indiretamente.
Atingirá de forma direta porque quanto menos recursos econômicos tiver,
menor a qualidade de vida da criança, como viver em bairros com problemas ou até
mesmo ter menos oportunidades educacionais, interferindo na sua realização
acadêmica. Já na forma indireta, as questões financeiras podem afetar muitas vezes
o ajustamento pós-divórcio no genitor detentor da guarda, influenciando o seu
estado de humor, funcionamento e capacidade para providenciar cuidados
apropriados à criança, ou seja, se o detentor e da guarda não estiver em condições
emocionais, psicológicas ou financeiras para ficar com a criança, pode ainda mais
complexificar os conflitos da criança atingindo até mesmo seu comportamento.
A coparentalidade cooperativa como já se sabe, é envolvimento conjunto e
recíproco dos ambos os pais na educação, cuidados e decisões sobre a vida dos
31
filhos, é igualmente decisiva no ajustamento da criança ao divórcio. Ainda
considerada a melhor solução para diminuição das frustrações emocionais da
criança.
Diante de todos os estudos realizados, percebe-se que o divórcio é um
causador de efeitos negativos no desenvolvimento psíquico da criança. O
senso comum geralmente traz que o divórcio muitas vezes pode ser positivo, aqui
não se discorda dessa hipótese, já que uma vez que ele seja destrutivo o ideal é
afastar a criança desses conflitos, porém, independente dos conflitos gerados dentro
de casa quando os pais ainda estão juntos, a criança não deixa de sofrer ao ver os
genitores em casas separadas, podendo refletir todo esse sentimentos em efeitos
negativos em longo prazo, podendo apresentar-se nas questões acadêmicas, vida
pessoal, vida afetiva ou em qualquer outro âmbito da vida destes.
Como questões de enfrentamento de todo esse processo conflituoso, é
interessante os pais buscarem orientações psicológicas para que eles saibam
conduzir esta situação, de tal maneira a não prejudicar o bem estar dos filhos, afinal
de contas as crianças têm necessidades emocionais a serem supridas de forma que
esta possa adquirir melhor, uma segurança psíquica, constituída na primeira
infância, favorecendo assim, a capacidade de enfrentar traumatismos posteriores,
aumentando a chance de superá-los.
32
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
A esses traços pode-se concluir que o divórcio pode desenvolver uma
alteração negativa no emocional da criança a partir da dimensão conflituosa em que
se encontra no ambiente familiar. Como o intuito desta pesquisa foi trazer a criança
como alvo do divórcio, sabe-se que esta não tem a cognição completa, ou seja,
ainda não tem entendimento suficiente para elaborar o contexto conflituoso que se
encontram os pais, acabam gerando maiores angústias e sofrimento, sendo
apresentados em comportamentos ‘‘inadequados’’, dentro dos padrões sociais.
Como é um processo de separação e os profissionais que lidam com estas
questões familiares são do contexto jurídico, o importante são estes profissionais
priorizarem o bem-estar dos filhos e, em razão disso, privilegiar os papéis parentais
em detrimento dos conjugais em uma situação de divórcio destrutivo.
Desta forma, pode-se trazer o profissional de psicologia que trabalha junto às
varas de família com uma tarefa de orientação e de conscientização junto às
famílias, no sentido da real importância da função dos genitores na vida dos filhos e
do seu impacto no desenvolvimento cognitivo, social e emocional, já que uma vez os
pais que estão em conflito acabam esquecendo do cumprimento de seus deveres na
vida da criança, tendo como foco a imagem destrutiva um do outro.
Embora existam muitos estudos trazendo a família e suas adversidades,
principalmente relacionadas aos aspectos do divórcio, observa-se a escassez de
estudos quando se refere aos efeitos que o divórcio possa trazer aos filhos. É
interessante que se crie mais pesquisas metodológicas de intervenção, pautando
também o trabalho dos profissionais que atuam na área psicológica e em como
trabalhar a criança nesse contexto de conflito, abrindo novos espaços empíricos e
dando luz de um entendimento mais amplo quanto à temática.
Assim, o “Quem tem medo do lobo mal”, o divórcio, quando for tratado com as
crianças se tornará uma temática mais branda e saudável para ser tratada neste
contexto familiar. Fazendo com que a criança não crie “lobos” diante de uma
situação que pode acontecer em qualquer contexto familiar.
33
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