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FICHA PARA CATÁLOGO DE PRODUÇÃO DIDÁTICO PEDAGÓGICA PROFESSOR PDE 2010
Título: Escola e Inclusão: desafios para a Educação
Autor Maria Lucia Pacheco Salamanca Coelho.
Escola de Atuação: Colégio Estadual Antônio José Reis – Ensino Fundamental
e Médio.
Município da escola Toledo
Núcleo Regional de
Educação
Toledo
Orientador Profª MSc. Lucia Terezinha Zanato Tureck.
Instituição de Ensino
Superior
Universidade do Oeste do Paraná – UNIOESTE.
Disciplina/Área (entrada
no PDE)
Educação Especial
Produção Didático-
pedagógica
Caderno Pedagógico
Relação Interdisciplinar
(indicar, caso haja, as
diferentes disciplinas
compreendidas no
trabalho)
Todas as disciplinas do Currículo.
Público Alvo
(indicar o grupo com o
qual o professor PDE
desenvolveu o trabalho:
professores, alunos,
comunidade...)
Professores da rede estadual de ensino (séries finais do
ensino fundamental e ensino médio), de Colégio Estadual
Antônio José Reis.
Localização
(identificar nome e
endereço da escola de
implementação)
Colégio Estadual Antônio José Reis – Ensino Fundamental
e Médio.
Apresentação: Esta Unidade de trabalho constitui em um momento de
(descrever a justificativa,
objetivos e metodologia
utilizada. A informação
deverá conter no máximo
1300 caracteres, ou 200
palavras, fonte Arial ou
Times New Roman,
tamanho 12 e
espaçamento simples)
aprofundamento teórico sobre a Inclusão Escolar,
repensando o processo ensino aprendizagem para
alternativas e práticas pedagógicas que atendam
efetivamente a aprendizagem significativa. Abordaremos
a inclusão do ponto de vista da escola, discutindo e
fundamentando com propostas inclusivas. Para isso
faremos revisão de literaturas que contemplem pesquisas
sobre inclusão de alunos com necessidades especiais
numa tentativa de entender melhor como fazer uso destas
descobertas.
Palavras-chave (3 a 5
palavras)
Escola; Inclusão; Práticas Pedagógicas; Aprendizagem;
Redes de Apoio.
GOVERNO DO PARANÁ SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO
NRE DE TOLEDO
Maria Lucia Pacheco Salamanca Coeho
CADERNO PEDAGÓGICO
TEMA DE ESTUDO:
INCLUSÃO ESCOLAR DE ALUNOS COM NECESSIDADES ESPECIAIS
ESCOLA E INCLUSÃO: DESAFIOS PARA A EDUCAÇÃO
TOLEDO 2011
MARIA LUCIA PACHECO SALAMANCA COELHO
ESCOLA E INCLUSÃO: DESAFIOS PARA A EDUCAÇÃO.
Produção didática apresentada ao Programa de Desenvolvimento Educacional – PDE da Secretária de Estado da Educação do Paraná, vinculado à Universidade do Oeste do Paraná – UNIOESTE, Campus de Cascavel/PR, sob a orientação da professora MSc. LUCIA TEREZINHA ZANATO TURECK
TOLEDO 2011
SUMÁRIO
1 - APRESENTAÇÃO ............................................................................................................. 1
2 - DADOS DE IDENTIFICAÇÃO ......................................................................................... 1
3 - TEMA DE ESTUDO DO PROFESSOR PDE. ............................................................... 2
4 - TÍTULO ................................................................................................................................ 2
5 – OBJETIVOS: ..................................................................................................................... 2
5.1 OBJETIVO GERAL: ..................................................................................................... 2
5.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS: ..................................................................................... 2
6 – JUSTIFICATIVA: .............................................................................................................. 3
7 – PROCEDIMENTOS .......................................................................................................... 4
CARGA HORÁRIA TOTAL: .............................................................................................. 5
CRONOGRAMA: ................................................................................................................. 5
CONTEÚDOS: ..................................................................................................................... 5
METODOLOGIA: ................................................................................................................. 6
8 – ENCAMINHAMENTOS METODOLÓGICOS: ............................................................. 6
UNIDADE l ............................................................................................................................ 6
Uma educação para todos .......................................................................................... 6
UNIDADE lI ........................................................................................................................... 9
Pessoa com deficiência na história, concepções e tratamentos ..................... 9
UNIDADE III ....................................................................................................................... 11
Legislação atual a respeito da educação inclusiva ........................................... 11
UNIDADE lV ....................................................................................................................... 16
Contribuições da Psicologia Histórico-Cultural para o processo de ensino-
aprendizagem ............................................................................................................... 16
UNIDADE V ........................................................................................................................ 22
O público - alvo da Educação Inclusiva ................................................................ 22
UNIDADE Vl ....................................................................................................................... 23
O Atendimento Educacional Especializado como programa de apoio
complementar e ou suplementar e a rede de apoio ........................................... 23
UNIDADE VlI ...................................................................................................................... 26
Construção de uma possível proposta metodológica embasada na
abordagem reflexiva conforme os conteúdos trabalhados ............................. 26
9 – REFERÊNCIAS: ............................................................................................................. 27
1
1 - APRESENTAÇÃO
Caros Colegas de trabalho, cumprindo compromisso de atividades do
Programa de Desenvolvimento Educacional – PDE, apresento esta proposta de
trabalho através de um Caderno Pedagógico com o tema Inclusão Escolar de Alunos
com Necessidades Especiais, que considero oportuno e necessário porque, embora
o debate da educação nas últimas duas décadas esteja voltado para a Educação
Inclusiva, percebe se que a inclusão escolar na forma atual parece apresenta caráter
apenas socializador.
Esta Unidade de Trabalho constitui em um momento de aprofundamento
teórico sobre a Inclusão Escolar para além da legalidade instituída pelas políticas
publicas, repensando o processo ensino aprendizagem para alternativas e práticas
pedagógicas que atendam efetivamente a aprendizagem significativa.
Numa perspectiva de desafio abordaremos a inclusão do ponto de vista da
escola, discutindo e fundamentando com propostas inclusivas.
Temos consciência de que não esgotaremos o tema pela complexidade do
mesmo, mas pretendemos iniciar uma reflexão. Para tanto, a proposta centra-se em
revisão de literaturas que contemplem pesquisas sobre inclusão de alunos com
necessidades especiais numa tentativa de entender melhor como fazer uso destas
descobertas e fazer uso delas no dia-a-dia escolar.
2 - DADOS DE IDENTIFICAÇÃO
Professor PDE: Maria Lucia Pacheco Salamanca Coelho.
Área PDE: Educação Especial.
NRE: Toledo.
2
Escola de Implementação: Colégio Estadual Antônio José Reis – Ensino
Fundamental e Médio.
Público objeto da intervenção: Professores da rede estadual de ensino (séries
finais do ensino fundamental e ensino médio), de Colégio Estadual Antônio José
Reis.
Orientador: Profª Ms. Lucia Terezinha Zanato Tureck.
Instituição de Ensino Superior: Universidade do Oeste do Paraná – UNIOESTE.
3 - TEMA DE ESTUDO DO PROFESSOR PDE.
Inclusão escolar de alunos com necessidades especiais
4 - TÍTULO
Escola e Inclusão: desafios para a Educação .
5 – OBJETIVOS:
5.1 OBJETIVO GERAL:
Estudar a inclusão educacional em seu contexto histórico aprofundando a
reflexão sobre a escola e o processo de ensino e aprendizagem.
5.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS:
1- Discutir a política pública de educação inclusiva, inserida na dinâmica da própria
sociedade e sua configuração na escola.
2- Analisar o contexto da sala de aula com alunos com necessidades educacionais
especiais, na dinâmica do fazer pedagógico.
3
3- Refletir sobre os fundamentos teóricos metodológicos que subsidiam o processo
ensino aprendizagem inclusivo com destaque para a psicologia histórico cultural.
4- Produzir propostas para enriquecimento pedagógico considerando a efetivação da
educação inclusiva (material didático, formas de relacionamento professor/aluno,
tecnologia assistiva, acessibilidade...)
5- Interagir com as unidades básicas das políticas pública de saúde, assistência e
outras que compõem a rede de apoio a inclusão.
6 – JUSTIFICATIVA:
A escola é um lugar onde convivemos com todos os tipos de diferenças:
raça, sexo, crença, saúde, nível social, econômico e cultural, nacionalidade,
moradia, personalidade, entre outras.
Dentre todas as diferenças escolhemos falar sobre as pessoas com
necessidades especiais que vivenciaram a sua negação perante a sociedade, e que
somente no final do século XX, através de lutas das pessoas com necessidades
especiais diversas, seus familiares e de movimentos sociais, pedindo
transformações nas atitudes preconceituosas e segregacionistas, conseguiram que
as nações pensassem nelas num contexto de direito.
O direito, e não a obrigatoriedade, à educação dos educandos com
necessidades especiais está garantido em inúmeros documentos, dentre eles:
Constituição Federal de 1988, em seu artigo 208; - Lei nº 9394/96 – Lei de Diretrizes
e Bases da Educação Nacional – LDBN; Diretrizes Curriculares da Educação
Especial para a Construção de Currículos Inclusivos da Secretaria de Estado da
Educação do Paraná (2006); Lei nº 8069/90 - Estatuto da Criança e do Adolescente;
Declaração de Salamanca (1994) e outros.
4
O Ministério da Educação, por intermédio da Secretaria de Educação
Especial, considerando documentos que estabelecem o direito a uma educação
inclusiva baseada em direitos humanos, lançou a Política Nacional de Educação
Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva (BRASIL, 2008). Após o Decreto nº
6.571, de 18 de setembro de 2008, o Conselho Nacional de Educação - CNE
instituiu as Diretrizes Operacionais da Educação Especial para o Atendimento
Educacional Especializado – AEE na educação básica (BRASIL, 2009),
regulamentando-o.
O presente trabalho busca promover a informação, a reflexão e o debate
entre os professores do Colégio Estadual Antônio José Reis, com o objetivo de
construir condições para que a inclusão de alunos com necessidades especiais
aconteça, sendo possível seu acesso ao conhecimento e a consequente
permanência na escola. A metodologia proposta é de um roteiro de estudos,
contemplando leitura de textos selecionados, debate e sínteses relacionadas ao
contexto da sala de aula, ao processo ensino-aprendizagem das diversas disciplinas
do currículo escolar.
7 – PROCEDIMENTOS
O Roteiro de Estudos será oferecido na forma de Curso de Formação de
Professores para a Educação Inclusiva como atividade de extensão do Programa
Institucional de Ações Relativas às Pessoas com Necessidades Especiais – PEE, da
Unioeste, em articulação com o Programa de Desenvolvimento da Educação - PDE,
da SEED/PR, no qual a Unioeste participa com a orientação científica aos
professores estaduais. Na formação em Educação Especial para esses professores,
o PEE tem contribuído através de alguns de seus integrantes e este Curso é mais
5
uma participação nessa atividade que este Programa desenvolve periodicamente,
tendo neste a atuação direta de professores PDE na área de Educação Especial. O
Curso destina-se a professores da rede estadual de ensino, propõe-se a discutir e
debater as concepções e formas de tratamento historicamente postas às pessoas
com deficiência, os processos de ensino-aprendizagem, a fundamentação teórica da
Psicologia Histórico-Cultural, a legislação e documentos normativos da educação
inclusiva e propostas de práticas pedagógicas inclusivas, articuladas com rede de
apoio intersetorial; a metodologia prevê a análise e debate de textos científicos e
documentos legais, bem como a elaboração de propostas pedagógicas inclusivas. A
certificação será concedida a partir da freqüência a 75% da carga horária realizada e
do cumprimento das atividades propostas.
CARGA HORÁRIA TOTAL:
40 horas/aula
CRONOGRAMA:
Agosto a novembro de 2011.
CONTEÚDOS:
– Apresentação do Projeto do Curso; levantamento das maiores dificuldades
encontradas na prática pedagógica cotidiana
– Pessoa com deficiência na história, concepções e tratamento;
– Legislação atual a respeito da educação inclusiva
– Documentos normativos a respeito do Atendimento Educacional Especializado – a
sala de recursos multifuncionais
6
– Contribuições da Psicologia Histórico-Cultural para o processo de ensino-
aprendizagem
– A rede de apoio à inclusão escolar; articulações interinstitucionais
– Construção de uma possível proposta metodológica embasada na abordagem
reflexiva conforme os conteúdos trabalhados
– Elaboração de síntese coletiva do Curso e avaliação dos cursistas e do Curso.
METODOLOGIA:
Os encontros serão precedidos de leituras indicadas, para melhor
acompanhamento da exposição oral do conteúdo, dialogada com os cursistas e
acompanhada de esquemas, ilustrações (uso de equipamentos multimídia) e
questões provocativas de reflexão e debate; também serão exibidos filmes que
tratam da temática, seguidos de discussão.
8 – ENCAMINHAMENTOS METODOLÓGICOS:
UNIDADE l
Uma educação para todos
DURAÇÃO: 8 horas.
OBJETIVO: Refletir a inclusão a partir do contexto escolar.
ROTEIRO DE ESTUDO:
7
• 1 - Apresentação da proposta do projeto de Implementação: Slides com:
Título, Tema, Justificativa, Problematização, Objetivos e Conteúdos.
• 2 - Filme: “Meu pé esquerdo”.
Sinopse:
Christy Brown (Daniel Day-Lewis), o filho de uma humilde família irlandesa,
nasce com uma paralisia cerebral que lhe tira todos os movimentos do corpo, com a
exceção do pé esquerdo. Com apenas este movimento Christy consegue, no
decorrer de sua vida, se tornar escritor e pintor.
Informações Técnicas:
Título no Brasil: Meu Pé Esquerdo
Título Original: My Left Foot: The Story of Christy Brown
País de Origem: Irlanda
Gênero: Drama
Classificação etária:14 anos
Tempo de Duração:103 minutos
Ano de Lançamento: 1989
Site Oficial:
Estúdio/Distrib.: Fox Filmes
Direção: Jim Sheridan
Baseado em fatos reais – livro escrito por Christy Brown.
Questionamentos sobre o filme para nortear debate:
- Temática do filme;
- Paralelo entre o filme e o papel da escola;
8
- Relações vividas: afetivas, sociais e mediadoras;
- Papel da família;
- Sentimentos que aparece no filme em relação a Christy;
- Percepção das possibilidades;
- Conceito sobre deficiência.
• 3 - Leitura do texto de: Maria Tereza Egler Mantoan - Todas as crianças são
bem vindas à escola.
Mantoan, neste texto enfatiza que a viabilidade da Inclusão está em inovar e
que necessariamente não tem que ser no sentido inusitado e sim no sentido do
óbvio, do simples, do que é possível fazer.
Questões para debate:
- O que é acessível e possível para que a inclusão aconteça?
- O que limita e impossibilita a inclusão?
• 4 - Questionário com objetivo de refletir com o grupo de professores a
respeito de sua prática pedagógica diante do contexto inclusivo.
– Considerando que um ou mais alunos com deficiência intelectual ou dificuldades
de aprendizagem integrem a turma, quais as maiores dificuldades encontradas na
sua prática pedagógica? Descreva-as.
– Na busca de maior envolvimento dos alunos, que tipo de aula o proporciona?
Quais as metodologias e recursos você utiliza?
– Como você trabalha sua aula de forma que os alunos com Deficiência Intelectual
possam interagir com demais, sem prejudicar algum outro aluno?
9
– De que forma os responsáveis pelo aluno, podem contribuir para melhorar a
aprendizagem e o interesse pelos estudos? Você estabelece relações com eles para
conversar e orientar sobre isso? Se a resposta for afirmativa, indique com que
freqüência ocorre.
– Você percebe se os alunos com alguma deficiência necessitariam de atenção de
saúde ou mesmo se suas famílias precisariam de atendimento social? Há alguma
ação da escola no sentido de articular a saúde e a assistência social para, junto com
a educação, orientar as famílias em suas necessidades? Você acredita que essas
ações poderão influir positivamente sobre seus alunos com necessidades especiais?
UNIDADE lI
Pessoa com deficiência na história, concepções e tratamentos
DURAÇÃO: 4 horas.
OBJETIVO: Analisar a inclusão educacional em seu contexto histórico.
ROTEIRO DE ESTUDO:
• 1 - Textos:
“Inclusão social e as pessoas com deficiência: uma análise na perspectiva
critica” - Alfredo Roberto de Carvalho.
CARVALHO , Alfredo Roberto de. Inclusão social e as pessoas com deficiência:
uma análise na perspectiva critica. Dissertação (Mestrado em Educação) -
Universidade Estadual do Oeste do Paraná. Campus de Cascavel. Cascavel, PR: [s.
10
n.], 2009. Disponível em: (http://cac-php.unioeste.br/pos/media/File/Dissertacao_Al
fredo.pdf).
“Terminologia sobre deficiência na era da inclusão” - Romeu Kazumi Sassaki
(2003) Disponível em: (http://www.mp.pe.gov.br/uploads/kW3CahiaDqoM7XQvftRx
HQ/MtoCzxLxzPWZN1IZIHhyuw/terminologia_inclusiva.pdf).
Leitura coletiva, debate e anotações sobre: como se constituiu a história das
pessoas com deficiências ao longo da história.
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA:
Segundo Carvalho (2009), ao longo da história, as pessoas com deficiência,
como também outros grupos desviantes do padrão aceito pela sociedade, passaram
por vários estágios de tratamento, decorrentes das concepções possíveis e
existentes em cada época, e situa:
1 extermínio / abandono ( nas sociedades primitivas e escravistas);
2 institucionalização (em asilos, manicômios e institutos há mais de 500 anos, com
o desenvolvimento da sociedade capitalista);
3 Integração (segunda metade do século XX, em escolas especiais entidades
assistenciais e centros de reabilitação);
4 Inclusão (final do século vinte, onde a pessoa com deficiência tem direito à
convivência não segregada).
Da análise histórica, observamos que as pessoas com deficiência e com
necessidades educacionais especiais passaram da condição de excluídos e
segregados para o direito de inclusão e participação em seu meio social.
11
Sassaki (2003, s/p), no texto “terminologia sobre deficiência na era da
inclusão”, faz um resgate histórico que podemos assim esquematizar:
ÉPOCA TERMINOLOGIA
No começo da história, durante séculos. Os inválidos
Século XX até +ou – 1960 Os incapacitados (excepcionais)
De +- 1960 até +-1980. “Os defeituosos”
De 1981 até +- 1987. “Pessoas deficientes”
De +- 1988 até +-1993. Pessoas portadoras de deficiência.
De +- 1990 até hoje. Pessoas com necessidades especiais. Pessoas especiais
Em maio de 2002. Portadores de direitos especiais
De +- 1990 até hoje e além. “Pessoas com deficiência”
Segundo o autor, os tratamentos e terminologias referentes às pessoas com
deficiência fazem parte da maneira como a sociedade as vê em cada momento
histórico e justifica que jamais houve ou haverá um único termo correto para
denominar os deficientes.
UNIDADE III
Legislação atual a respeito da educação inclusiva
DURAÇÃO: 4 horas.
OBJETIVO: Conhecer as legislações que tratam da educação inclusiva.
ROTEIRO DE ESTUDO:
Textos indicados: Leis.
12
No laboratório de informática pesquisar nos sites oficiais, as leis que tratam
da Inclusão através de um roteiro indicativo.
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA:
O tema inclusão compreende a idéia de uma população excluída, exclusão
esta construída em favor dos interesses da sociedade capitalista. Em cada momento
histórico este discurso é divulgado pela mídia reforçando o interesse da classe
dominante, que detém o poder em todas as instâncias.
No momento atual, as escolas vivem a inclusão dos alunos com
necessidades educacionais especiais na rede regular de ensino. Respaldando este
momento trazemos a fala de alguns pesquisadores sobre o assunto.
A educação especial, no discurso e nas ações dos educadores e pesquisadores, tem enfrentado uma luta grande e corajosa... diante de ações ainda limitadas do poder público... há uma enorme probabilidade de inversões enquanto a lógica capitalista neoliberal permanecer sem ser tocada, sem ser alterada (PADILHA, 2007, p 138 e 139). Uma das coisas que mais me intriga no Brasil de hoje é o uso epidêmico da palavra “inclusão”. Ela está na mídia, no discurso político, em documento de Ministérios, de Secretarias estaduais e municipais e de organizações não governamentais: ela está na produção acadêmica e no senso comum. E intriga porque o uso acontece num momento cruel da história do capitalismo... (PATTO, 2008, p. 25 – grifo no original).
A luta em favor da inclusão é necessária e justa, porém não esconde a
ideologia capitalista que perpassa estes discursos.
O discurso inclusivo e as medidas tomadas para sua implantação não são
uma iniciativa nacional, mas integram um movimento de mobilizações internacionais
ocorrido nas décadas finais do século XX, mas que tem suas raízes na sociedade
pós-guerra.
13
Essa mobilização provocou a realização de várias conferências mundiais,
das quais decorreram documentos internacionais norteadores da política de inclusão
social para os governos nacionais. Apresentamos a seguir algumas das principais
declarações:
- Declaração Universal dos Direitos Humanos – publicada pela ONU em 1948.
Assegura a todas as pessoas, independente da raça, cor, sexo, religião, sem
distinção nenhuma, os mesmos direitos à liberdade, a uma vida digna, à educação
fundamental, ao desenvolvimento e social, enfim à livre participação na vida em
comunidade;
- Declaração Mundial Sobre Educação para Todos - em Jomtiem, na Tailândia,
em 1990, em que apresenta a luta pelo acesso aos meios de satisfação das
necessidades básicas de aprendizagem de todos os cidadãos, sejam eles, crianças,
jovens e adultos.
- Declaração de Salamanca – assinada em Salamanca, na Espanha, em 1994,
resultante da Conferência Mundial sobre Necessidades Educativas Especiais,
promovida pela UNESCO, assegurando que a educação de pessoas com
deficiências seja parte integrante dos sistemas educacionais. Reconhecendo a
necessidade e urgência de providenciar a educação das pessoas com necessidades
especiais dentro do sistema regular de ensino;
- Convenção de Guatemala – Convenção Interamericana para a Eliminação de
Todas as Formas de Discriminação contra Pessoa Portadora de Deficiência – na
Guatemala, em 1999, condena qualquer forma de discriminação, exclusão ou
restrição por causa da deficiência que impeça o exercício dos direitos das pessoas
com deficiência, inclusive à educação;
14
- Convenção da ONU, lançada em 2006 e promulgada no Brasil pelo Decreto
Legislativo nº 138 - O propósito da presente Convenção é promover, proteger e
assegurar o exercício pleno e eqüitativo de todos os direitos humanos e liberdades
fundamentais por todas as pessoas com deficiência e promover o respeito pela sua
dignidade inerente. Pessoas com deficiência são aquelas que têm impedimentos de
longo prazo de natureza física, mental, intelectual ou sensorial, os quais, em
interação com diversas barreiras, podem obstruir sua participação plena e efetiva na
sociedade em igualdades de condições com as demais pessoas.
Como país signatário desses documentos, o Brasil vem incluindo esses
princípios na legislação. Assim, a partir da Constituição de 1988, que em seu artigo
208 preconiza a freqüência do ensino regular aos alunos com deficiência, a
legislação infraconstitucional vem sendo reformulada dentro desses princípios de
direitos humanos, apesar de sua concretização não ocorrer na mesma proporção.
A regulamentação dos direitos constitucionais para pessoas com deficiência
é o conteúdo da lei nº 7.853/89, que além de defini-los de forma mais explícita,
particularmente os direitos à educação, saúde, trabalho, criminaliza o preconceito e
instrui a atuação do Ministério Público.
A lei nº 8069/90, que constitui o Estatuto da Criança e do Adolescente, faz
valer o direito das crianças e adolescentes, no capítulo IV; no artigo 53, garantindo a
igualdade de condições para o acesso e permanência na escola e atendimento
educacional especializado aos portadores de deficiência, preferencialmente na rede
regular de ensino.
A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, lei nº 9394/96, dedicou o
capítulo V à Educação Especial, garantindo aos alunos com necessidades especiais
15
o direito de matrícula na rede regular de ensino, serviço de apoio especializado e
currículos que atendam às suas necessidades.
Também a respeito da acessibilidade, duas leis estabelecem a amplitude da
questão, leis nº 10.048/2000 e nº 10.098/2000, regulamentadas pelo Decreto nº
5.296/2004.
Neste contexto, a Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da
Educação Inclusiva (BRASIL, 2008) vem definir a implantação, em todo território
nacional, dessa educação, indicando os procedimentos a serem tomados pelos
Estados e Municípios em suas redes escolares. Duas providências capitais foram
tomadas: uma, com o Decreto nº 6.571/2008, institui a dupla matrícula – na classe
comum e no AEE, e a outra diz respeito à regulamentação exarada pelo Conselho
Nacional de Educação, com o Parecer nº 13 e a Resolução nº 04/2009, e pela
própria Secretaria de Educação Especial do MEC, na Nota Técnica nº 9/2010.
Anteriormente, no Estado do Paraná, a Secretaria Estadual de Educação
publica as “Diretrizes Curriculares da Educação Especial para a Construção de
Currículos Inclusivos” (PARANÁ, 2006).
O desafio da participação e aprendizagem, com qualidade, dos alunos com necessidades educacionais especiais, seja em escolas regulares, seja em escolas especiais, exige da escola a prática da flexibilização curricular que se concretiza na análise da adequação de objetivos propostos, na adoção de metodologias alternativas de ensino, no uso de recursos humanos, técnicos e materiais específicos, no redimensionamento do tempo e espaço escolar, entre outros aspectos, para que esses alunos exerçam o direito de aprender em igualdade de oportunidades e condições (p. 9).
As escolas, de modo geral, têm conhecimento a respeito das leis sobre
inclusão quanto à obrigatoriedade da garantia da vaga; no entanto, encontram
dificuldades para a sua implementação, como limite da própria formação
16
profissional, do número elevado de alunos por turmas, da rede física inadequada, do
despreparo para ensinar os alunos que fogem do padrão “normal”. Na realidade,
estas mudanças são profundas e gradativas, e necessitam principalmente de
políticas públicas coerentes e não somente garantia da vaga, conforme assinala
Silveira Bueno (1993):
É necessário, para que a educação especial se insira efetivamente na democratização do ensino, que ela se incorpore não só na luta pela melhoria da escola pública, como também nos movimentos que buscam a extensão dos direitos de cidadania à população em geral (p. 140).
Nessa perspectiva, entendemos que há necessidade e urgência em se
buscar o entendimento e formas de viabilização para a inclusão escolar dos alunos
com necessidades educacionais especiais, que vão para além da questão legal. Há
que se buscar mudanças e a escola tem um papel relevante nesse processo de
inclusão, pois é de sua responsabilidade específica o processo ensino-
aprendizagem.
UNIDADE lV
Contribuições da Psicologia Histórico-Cultural para o processo de ensino-
aprendizagem
DURAÇÃO: 8 horas.
OBJETIVO: Refletir sobre os fundamentos teóricos metodológicos que subsidiam o
processo ensino aprendizagem inclusivo com destaque para a psicologia histórico
cultural.
17
ROTEIRO DE ESTUDO:
• 1 – Textos:
- A Criança cega.
VIGOTSKI, L. S. Fundamentos de defectologia. In: Obras completas. Tomo V.
Trad. de Maria del Carmen Ponce Fernandez. Havana: Editorial Pueblo y Educación,
1997. p. 74 - 87.
- Os Princípios do Desenvolvimento Psiquismo na Criança e o Problema dos
Deficientes Mentais.
LEONTIEV, Aléxis. O desenvolvimento do psiquismo. São Paulo: Centauro, 2004.
(p. 337 – 352).
- O homem e a cultura.
LEONTIEV, Alexis. O desenvolvimento do psiquismo. São Paulo: Centauro, 2004.
p. 277 – 302.
• 2 - Apresentação de Slides com idéias de autores diferentes que interpretam
Vygotsky, intercalado com debates entre a teoria e a realidade escolar.
• 3 - Filme: “O garoto selvagem” – debater a relação da teoria vigotskiana e o
filme.
L'enfant sauvage (O Garoto Selvagem, título no Brasil, ou O Menino
Selvagem, título em Portugal) é um filme francês de 1970, do gênero drama, dirigido
por François Truffaut e baseado em livro de Jean Itard, um médico psiquiátrico
francês que se torna responsável pela educação de uma criança selvagem.
O filme foi produzido por Marcel Berbert para os estúdios Les Productions
Artistes Associés / Les Films du Caross e distribuído pela United Artists. A trilha
18
sonora é de Antoine Duhamel, a fotografia de Néstor Almendros, o desenho de
produção de Jean Mandaroux, os figurinos de Gitt Magrini e a edição de Agnès
Guillemot.
Sinopse
Narra a história de um garoto do final do século XVIII que supostamente
nunca teve contato com a sociedade, não anda como um bípede, nem fala, lê ou
escreve. Ele é resgatado com cerca de doze anos de idade e passa a ser objeto de
estudo de um professor ávido pelo conhecimento da condição humana. O filme
baseia-se em factos verídicos. E que o mesmo possuia uma linguagem totalmente
rudimentar e anti-social, por ter sido afastado da sociedade, por um logo período, e
que afetou seu nível intelectual, ja que no período em que ele poderia ter sido
socializado, e assim atingindo uma linha de raciocinio funcional, na idade em
desenvolvimento.
Debater a relação da teoria vigotskiana e o filme.
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA:
Contribuições da pedagogia histórico-crítica e da psicologia histórico-cultural
para a construção do conhecimento.
Segundo Saviani (2000, p.31), “o papel de uma teoria crítica da educação é
dar substância concreta a essa bandeira de luta de modo a evitar que ela seja
apropriada e articulada com os interesses dominantes”.
Leontiev (2004) resgata de forma crítica como as diferenças se constituem
no processo histórico, situando a exclusão social como alienante e com muitos
entraves.
19
A unidade da espécie humana parece ser praticamente inexistente não em virtude das diferenças de cor da pele, forma dos olhos ou de quaisquer outros traços exteriores, mas sim, das enormes diferenças e condições do modo de vida, da riqueza da atividade material e mental, do nível de desenvolvimento das formas de aptidões intelectuais (p. 277).
Paulo Ross (2003), também tratando das diferenças, dá um enfoque aos
alunos com necessidades educacionais especiais:
Todos os alunos tem direito de que lhes sejam oferecidos as oportunidades educacionais que favoreçam interações com os colegas da mesma faixa etária e que lhes permitam, no futuro participar na sociedade. Esse é o processo de inclusão, benéfico tanto aos alunos com necessidades educacionais, quanto aos outros alunos, que dispõe de mais recursos e adquirem atitudes de respeito e solidariedade em relação aos seus colegas (p. 77).
Toda essa heterogeneidade grita na escola, sendo necessárias mudanças
para atender aos aspectos cognitivos e sociais. Dominar os conteúdos da disciplina
específica, não significa dar conta do processo ensino/aprendizagem, os
fundamentos teóricos metodológicos são necessários em nosso trabalho. Nesta
perspectiva procuramos fazer a relação entre a Pedagogia Histórico Critica e a
Psicologia Histórico Cultural.
Na pedagogia histórico-critica, o método parte de uma relação direta da experiência do aluno confrontada com o saber sistematizado e na relação professor/aluno: fica o papel do aluno como participado e o professor é o mediador entre o saber e o aluno. Neste processo a aprendizagem acontece baseada nas estruturas cognitivas já estruturadas nos aluno (http://pedagogia.tripod.com/ 2011).
Se pensarmos na aprendizagem do aluno com necessidades educacionais
especiais incluso na sala comum em nada muda, pois a mediação do professor
acontecerá nas possibilidades desse aluno e não na sua deficiência. Nesta
abordagem, não é só o aluno com deficiência que se beneficia, mas todos os alunos,
20
uma vez que em grupo aprendem a trabalhar suas diferenças, conhecendo cada
qual as suas limitações e potencialidades. Segundo Moser (2003), no mundo
contemporâneo teorias do desenvolvimento cognitivo e da aprendizagem
continuarão com projeções como:
A pedagogia sociointeracionista de Vygotsky é de cunho marxista, foi introduzida antes nos EUA e depois, a partir de 1985, no Brasil. Fundamenta se nos estudos psicológicos e psicopedagógicos da formação social da mente. A aprendizagem é um fenômeno social que se processa em duas etapas: 1- por meio da interação com o grupo social, os alunos aprendem pela comunicação, falando entre si; 2- Em seguida, processa-se a fase de interiorização em os estudantes introjetam o que aprenderam, apropriando-se do que estudaram em grupo (p 48).
Vygotski, interpretado por Rosseto (2010) traz na concepção histórico
cultural um novo olhar para o aluno com deficiência, vê possibilidades de
aprendizagem a partir da inclusão:
Preocupado com a educação das pessoas com deficiência e sustentado pelo princípio de que todo ser humano pode aprender, mesmo apresentando condições físicas, mentais, sensoriais, neurológicas ou emocionais diferentes, Vigotski discute o processo de desenvolvimento humano na perspectiva de que as leis de desenvolvimento são as mesmas para todas as crianças. Assim, para explicar o processo de desenvolvimento, Vigotski faz uso do conceito de nível de desenvolvimento atual e zona de desenvolvimento próximo. Afirma que ao analisar o desenvolvimento de uma criança, é necessário não se deter naquilo que já amadureceu, mas no que está em processo de formação. Para tanto, trabalha com o nível de desenvolvimento atual (em algumas traduções aparece como real ou efetivo) e com a zona de desenvolvimento próximo (ou proximal). O primeiro diz respeito aos problemas que a criança resolve de forma independente, autônoma. O segundo se refere a problemas que a criança soluciona com ajuda, com a colaboração do adulto ou de uma criança mais experiente (p. 25).
Estar na escola de ensino regular, na perspectiva desta teoria é muito
importante para o aluno incluso, pois é através das interações sociais que o outro
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colabora com a aprendizagem. Sendo o professor um elemento que já incorporou os
conhecimentos, no seu fazer pedagógico, dialogar e escutar é uma ação
importantíssima para conhecer as dificuldades dos alunos, procurar melhorar as
formas de interação e comunicação, propor estratégias de ação capazes de
amenizar os problemas e as necessidades e elaborar atividades que possam
verdadeiramente ensinar o conteúdo a todos os alunos.
Também na abordagem histórico-cultural, Góes (2008) aponta as
possibilidades do educando e a responsabilidade do meio social:
Se o educador não atua de modo a trazer o educando para o campo da significação, não há como construir um funcionamento psíquico de ordem superior. Esses problemas da interação com alunos especiais tem efeitos muito prejudiciais, justamente por se tratar de sujeitos que precisam mais que os outros (ainda que todos precisem) da disposição do educador para se manterem imersos nos processos de significação. Fazendo uma inferência das proposições de Vygotski, entendedo que, se a esses sujeitos não se deve oferecer uma pedagogia menor, também não oferecer experiências de um diálogo menor (p. 42).
A aquisição dos significados está relacionada com a interação social. Na
escola, a utilização de instrumentos e signos usados através da fala do professor, de
outros de recursos didáticos pedagógicos específicos de acordo com as
necessidades de cada individuo ou de um grupo, possibilitarão o desenvolvimento
do pensamento, da linguagem, da atenção e da memória, condições necessárias
para o nível de abstração de significados, ou seja, aprendizagem e a formação das
próprias funções psicológicas superiores.
É sobre a pessoa com deficiência e o processo de aprendizagem na
abordagem histórico-cultural que Anache (2008) descreve:
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Se considerarmos que a criança com deficiência mental grave está dominada pelos rudimentos do pensamento, da linguagem humana e das formas primitivas de trabalho, ela pode e deve receber da educação um tratamento qualitativamente distinto, para além de uma série de práticas automáticas. É necessário considerar que o curso de desenvolvimento desse sujeito passa pela colaboração, pela ajuda social de outra pessoa, que inicialmente é sua razão, sua vontade, sua atividade. Essa tese coincide plenamente com o curso normal do desenvolvimento da criança (p. 52).
A importância do professor para o aluno, no processo da educação inclusiva
é muito grande, ele representa o elo entre o conhecimento e o aluno, seu papel
colabora na construção da aprendizagem e na formação de atitudes e valores
fazendo as inferências necessárias levando em consideração as especificidades da
turma. Às vezes, basta uma atenção especial, um momento compartilhado para
compreender determinado aluno e possibilitar a ajuda necessária e instigar o
próximo passo.
UNIDADE V
O público - alvo da Educação Inclusiva
DURAÇÃO: 4 horas.
OBJETIVO: Conhecer sobre o que os caracterizam como público alvo da Inclusão.
ROTEIRO DE ESTUDO:
• Apresentação em slides sobre: Deficiências, Transtornos Globais de
Desenvolvimento (TGD), Altas habilidades/ superdotação e Transtornos
Funcionais Específicos.
• Trazer para o grupo um profissional da saúde para falar sobre o TGD.
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• Textos complementares:
- Transtornos Globais do Desenvolvimento e Educação: um discurso sobre
possibilidades - Carla K. Vasques e Claudio Roberto Baptista Disponível em
www.rizoma.ufsc.br/pdfs/343-of4-st2.pdf.
- Pessoa com Deficiência: Aspectos Teóricos e Práticos - Livro do PEE.
- Coleção: A educação Especial na Perspectiva da Inclusão Escolar – MEC.
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA:
O documento da Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da
Educação Inclusiva (BRASIL, 2008) define o público alvo da educação inclusiva:
alunos com deficiência, com transtornos globais do desenvolvimento e com altas
habilidades/superdotação. Especifica, ainda, as características de cada grupo:
Consideram-se alunos com deficiência àqueles que têm impedimentos de longo prazo, de natureza física, mental, intelectual ou sensorial, que em interação com diversas barreiras podem ter restringida sua participação plena e efetiva na escola e na sociedade. Os alunos com transtornos globais do desenvolvimento são aqueles que apresentam alterações qualitativas das interações sociais recíprocas e na comunicação, um repertório de interesses e atividades restrito, estereotipado e repetitivo. Incluem-se nesse grupo alunos com autismo, síndromes do espectro do autismo e psicose infantil. Alunos com altas habilidades/superdotação demonstram potencial elevado em qualquer uma das seguintes áreas, isoladas ou combinadas: intelectual, acadêmica, liderança, psicomotricidade e artes. Também apresentam elevada criatividade, grande envolvimento na aprendizagem e realização de tarefas em áreas de seu interesse. Dentre os transtornos funcionais específicos estão: dislexia, disortografia, disgrafia, discalculia, transtorno de atenção e hiperatividade, entre outros (p.15).
UNIDADE Vl
O Atendimento Educacional Especializado como programa de apoio
complementar e ou suplementar e a rede de apoio
24
DURAÇÃO: 4 horas.
OBJETIVO: Conhecer e interagir com as redes de apoio a inclusão.
ROTEIRO DE ESTUDO:
• Slides sobre o Atendimento Educacional Especializado -AEE, na perspectiva
da Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação
Inclusiva (BRASIL, 2008).
• Trazer para o grupo um Assistente Social para falar da Rede de Apoio.
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA:
A educação especial na perspectiva de educação inclusiva é uma
modalidade de ensino que perpassa todos os níveis, etapas e modalidades, realiza o
Atendimento Educacional Especializado - AEE, disponibilizando os recursos e
serviços e orientando quanto a sua utilização no processo de ensino e aprendizagem
nas turmas comuns do ensino regular. O AEE vem contribuir com a educação
inclusiva como um programa para complementar ou suplementar a ação pedagógica
e a sua utilização nas turmas comuns do ensino regular, identificando, elaborando e
organizando recursos pedagógicos e de acessibilidade que eliminem as barreiras
para a plena participação dos alunos, não sendo substitutivas à escolarização. O
atendimento educacional especializado disponibiliza programas de enriquecimento
curricular, o ensino de linguagens e códigos específicos de comunicação e
sinalização, ajudas técnicas e tecnologia assistiva, dentre outros. Constituindo oferta
obrigatória dos sistemas de ensino, deve ser realizado no turno inverso ao da classe
comum, na própria escola ou centro especializado que realize esse serviço
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educacional. Também a educação de jovens e adultos, educação profissional,
educação indígena, do campo e quilombola tem garantido que os recursos, serviços
e atendimento educacional especializado estejam presentes nos projetos
pedagógicos construídos com base nas diferenças socioculturais desses grupos.
Batista e Mantoan (2007) falam que o AEE para as pessoas com deficiência
mental deve privilegiar o desenvolvimento e a superação de seus limites como para
as demais deficiências. O aluno deve sair de uma situação passiva para apropriação
ativa do saber. O AEE não deve ser reforço escolar e deve acontecer de forma que
contemple a interface entre o ensino comum onde os professores pensem e
planejem a melhor forma de beneficiar este aluno.
O Atendimento Educacional Especializado decorre de uma nova concepção da Educação Especial, sustentada legalmente, e é uma das condições para o sucesso da inclusão escolar dos alunos com deficiência. Esse atendimento existe para que os alunos possam aprender o que é diferente dos conteúdos curriculares do ensino comum e que é necessário para que possam ultrapassar as barreiras impostas pela deficiência (p. 22)
Na busca de uma escola inclusiva, o trabalho deve ser colaborativo entre os
diversos segmentos da sociedade, entre eles, a rede de apoio. Nessa rede, situam-
se políticas públicas como a assistência social, de saúde, justiça, transporte, cultura,
lazer, como elementos que contribuem no desenvolvimento do aluno e apóiam a
escola e a família.
É nos termos apresentados que o presente trabalho busca, através de
fundamentação teórica e metodológica, compreender a educação inclusiva,
possibilitando a reflexão da escola quanto à prática pedagógica no processo ensino
aprendizagem.
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UNIDADE VlI
Construção de uma possível proposta metodológica embasada na abordagem
reflexiva conforme os conteúdos trabalhados
DURAÇÃO: 8 horas.
OBJETIVO: Produzir propostas para enriquecimento pedagógico considerando a
efetivação da educação inclusiva (material didático, formas de relacionamento
professor/aluno, tecnologia assistiva, acessibilidade...)
ROTEIRO DE ESTUDO:
• Em pequenos grupos, os cursistas produzirão e registrarão propostas
metodológicas a partir dos conteúdos trabalhados.
27
9 – REFERÊNCIAS:
ANACHE, Alexandra Ayach. As contribuições da abordagem histórico-cultural
para a pesquisa sobre os processos de aprendizagem da pessoa com
deficiência mental. Educação especial: diálogo e pluralidade. Porto Alegre: Editora
Mediação, 2008.
BATISTA, C. A. M., MANTOAN, M.T.E. Atendimento educacional especializado em
deficiência mental. In: GOMES, Adriana L. Limaverde et al. Atendimento
Educacional Especializado em deficiência mental. São Paulo: MEC/SEESP,
2007. p. 13 – 41.
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil, Brasil, 1988.
_______ Lei nº 7.853, de 24 de outubro de 1989. Estabelece os direitos das
pessoas com deficiência, criminaliza o preconceito e dá outras providências.
_______ Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990. Estatuto da Criança e do
Adolescente.
_______ Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Lei de Diretrizes e Bases da
Educação Nacional – LDBEN
______ Decreto nº 5.296, de 02 de dezembro de 2004. Regulamenta as Leis nos
10.048, de 8 de novembro de 2000, que dá prioridade de atendimento às pessoas
que especifica, e 10.098, de 19 de dezembro de 2000, que estabelece normas
gerais e critérios básicos para a promoção da acessibilidade das pessoas portadoras
de deficiência ou com mobilidade reduzida, e dá outras providências.
______ Lei nº 10.098, de 19 de dezembro de 2000. Estabelece normas gerais e
critérios básicos para a promoção da acessibilidade das pessoas portadoras de
deficiência ou com mobilidade reduzida, e dá outras providências.
_______ Ministério da Educação. Conselho Nacional de Educação. Resolução n°
02. Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na Educação Básica. Brasília:
MEC/CNE, 2001.
28
_______ Ministério da Educação. Secretaria de Educação Especial. Política
Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva. Brasília,
MEC/SEESP, 2008.
_______ Decreto nº 6.571, de 17 de setembro de 2008. Dispõe sobre o
atendimento educacional especializado, regulamenta o parágrafo único do art. 60 da Lei
no 9.394, de 20 de dezembro de 1996, e acrescenta dispositivo ao Decreto no 6.253, de
13 de novembro de 2007.
_______ Ministério da Educação. Conselho Nacional de Educação. Resolução nº
04/09 e Parecer nº 13/09. Institui as Diretrizes Operacionais da Educação Especial
para o Atendimento Educacional Especializado – AEE na educação básica.
_______ Ministério da Educação. Secretaria de Educação Especial. Nota Técnica
nº 09, de 09 de abril de 2010. Orientações para a organização dos Centros de
Atendimento Educacional Especializado – AEE.
_______ Ministério da Educação. Coleção: A Educação Especial na Perspectiva da
Inclusão Escolar de 2010.
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DECLARAÇÃO DE JOMTIEN. Plano de ação para satisfazer as necessidades
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para Todos. Jomtien, Tailândia - 5 a 9 de março de 1990.
DECLARAÇÃO DE GUATEMALA. Convenção interamericana para a eliminação
de todas as formas de discriminação contra as pessoas portadoras de
deficiência. Aprovado pelo Conselho Permanente da OEA, na sessão realizada em
26 de maio de 1999. (Promulgada no Brasil pelo Decreto nº 3.956, de 8 de outubro
de 2001).
29
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das necessidades educativas especiais. Salamanca, Espanha, 10 de junho de
1994.
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