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X EXAME DE ORDEM UNIFICADO
Coordenação Pedagógica OAB
DAMÁSIO EDUCACIONAL 2ª Fase OAB – X EXAME DE ORDEM UNIFICADO
X EXAME DE ORDEM UNIFICADO – 2ª FASE DIREITO PENAL
Gabarito do Estudo Dirigido 01
Crimes Ação Penal Rito Sursis
Processua
l
1.homicídio doloso simples (art. 121, caput)
Pública incondicionada Júri Não
2.homicídio culposo (art. 121, §3º) Pública incondicionada Sumário Sim
3.homicidio culposo (art 302 CTB) Pública incondicionada Ordinário Não
4.auto-aborto (art. 124) Pública incondicionada Júri Sim
5.lesão corporal leve (art. 129, caput)
Pública Condicionada Sumaríssimo Sim
6.lesão corporal grave (art. 129, §1º) Pública incondicionada Ordinário Sim
7.lesão corporal seguida de morte (art. 129, §3º)
Pública incondicionada Ordinário Não
8.lesão corporal c/ violência doméstica (art. 129, §9º)
Pública Condicionada * (se a vítima for
homem); Pública Incondicionada (se a
vítima for mulher)
Sumário Sim/Não **
9.lesão corporal na direção de veículo automotor (at. 303 CTB)
Pública Condicionada ***
Sumaríssimo ****
Sim
10.perigo de contágio de doença venérea (art. 130, caput)
Pública Condicionada Sumaríssimo Sim
11.calúnia simples (art. 138) Privada Sumaríssimo Sim
12.calúnia X Presidente da República (art. 138 c.c art. 141, I)
Requisição Min. Just. Honra Sim
13.difamação X funcionário público razão da função (art. 139 c.c. art. 141, II)
Pública Condicionada *****
Sumaríssimo Sim
14.injúria (art. 140) Privada Sumaríssimo Sim
15.injúria real (art. 140, §2º) ****** Sumaríssimo Sim
16.injúria preconceituosa (art. 140. §3º)
Pública Condicionada Honra Sim
17.ameaça (art. 147) Pública Condicionada Sumaríssimo Sim
18.furto (art. 155) Pública incondicionada Ordinário Sim
19.furto de coisa comum (art. 156) Pública Condicionada Sumaríssimo Sim
20.furto contra o patrimônio de irmão (art. 155 c.c art. 182)
Pública Condicionada Ordinário Sim
21.roubo (art. 157, caput) Pública incondicionada Ordinário Não
22.latrocínio (art. 157, §3º, 2º parte) Pública incondicionada Ordinário Não
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23.peculato (art. 312 caput) Pública incondicionada Funcionário público
Não
24.peculato culposo (312, §3º) Pública incondicionada Sumaríssimo Sim
25.concussão (316) Pública incondicionada Funcionário público
Não
26.prevaricação (319) Pública incondicionada Sumaríssimo Sim
27.crime contra a ordem econômica (art. 4º Lei 8.137/90)
Pública incondicionada Ordinário Sim *******
28.porte de drogas para uso pessoal (art. 28 Lei 11.343/06)
Pública incondicionada Sumaríssimo Sim
29.tráfico de drogas (art. 33 da Lei 11.343/06)
Pública incondicionada Especial Não
30.Fornecimento eventual para consumo compartilhado (art. 33, §3º Lei 11.343/06)
Pública incondicionada Sumaríssimo Sim
* e ** Quando do julgamento da ADI 4424 e a ADC 19, o STF reafirmou a constitucionalidade do art. 41 da Lei 11.340/06, conferindo a tal dispositivo interpretação conforme a Constituição, no sentido de que a toda e qualquer infração penal abrangida pela tutela especial da Lei Maria da Penha não se apliquem os institutos previstos na Lei 9.099/95, conforme se pode verificar do seguinte trecho do voto proferido pelo Ministro Luiz Fux:
“Justifica-se, portanto, o preceito do art. 41 da Lei nº 11.343/06, afastando-se todas as
disposições da Lei nº 9.099/95 do âmbito dos crimes praticados contra a mulher no
âmbito doméstico e familiar. Ao suposto ofensor, não serão conferidos os institutos da
suspensão condicional do processo, da transação penal e da composição civil dos danos.
Do mesmo modo, os delitos de lesão corporal leve e culposa domésticos contra a mulher
independem de representação da ofendida, processando-se mediante ação penal pública
incondicionada. O condicionamento da ação penal à representação da mulher se revela
um obstáculo à efetivação do direito fundamental à proteção da sua inviolabilidade
física e moral, atingindo, em última análise, a dignidade humana feminina. Tenha-se em
mente que a Carta Magna dirige a atuação do legislador na matéria, por incidência do
art. 5º, XLI (“a lei punirá qualquer discriminação atentatória dos direitos e liberdades
fundamentais”) e do art. 226, § 8º (“O Estado assegurará a assistência à família na
pessoa de cada um dos que a integram, criando mecanismos para coibir a violência no
âmbito de suas relações”).”
Assim, chama-se a atenção para o fato de que, em tal julgamento, o STF não determinou que todas as ações no âmbito da Lei Maria da Penha sejam públicas incondicionadas, mas tão somente as lesões corporais, pois a previsão de que passaria a ser pública condicionada está na Lei 9.099/95, a qual restou afastada do âmbito da Lei Maria da Penha conforme exposto no julgamento retro colacionado.
Atenção: ainda existem hipóteses de crimes contra a mulher, no âmbito doméstico ou familiar, que continuam dependentes de representação, por exemplo: estupro (ver art. 225, caput do CP) e ameaça (ver art. 147, p. único do CP), ao que segue o disposto no art. 16 da Lei Maria da Penha.
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***Lesão corporal na direção de veículo automotor: ação penal
É condicionada à representação excetuando as hipóteses do artigo 291, do Código de Trânsito, se estiverem presentes a ação passa a ser pública incondicionada.
Art. 291. Aos crimes cometidos na direção de veículos automotores, previstos neste Código, aplicam-se as normas gerais do Código Penal e do Código de Processo Penal, se este Capítulo não dispuser de modo diverso, bem como a Lei nº 9.099, de 26 de setembro de 1995, no que couber. § 1o Aplica-se aos crimes de trânsito de lesão corporal culposa o disposto nos arts. 74, 76 e 88 da Lei no 9.099, de 26 de setembro de 1995, exceto se o agente estiver: (Renumerado do
parágrafo único pela Lei nº 11.705, de 2008) II - sob a influência de álcool ou qualquer outra substância psicoativa que determine dependência; (Incluído pela Lei nº 11.705, de 2008) II - participando, em via pública, de corrida, disputa ou competição automobilística, de exibição ou demonstração de perícia em manobra de veículo automotor, não autorizada pela autoridade competente; (Incluído pela Lei nº 11.705, de 2008) III - transitando em velocidade superior à máxima permitida para a via em 50 km/h (cinqüenta quilômetros por hora). (Incluído pela Lei nº 11.705, de 2008) § 2o Nas hipóteses previstas no § 1o deste artigo, deverá ser instaurado inquérito policial para a investigação da infração penal. (Incluído pela Lei nº 11.705, de 2008)
**** Lesão corporal na direção de veículo automotor: rito
Se estiverem presentes as hipóteses do artigo 291 do Código de Trânsito não se aplica transação penal, composição civil, nem se lavra termo circunstanciado.
***** Crime contra a honra de funcionário público em razão da função: ação penal
Embora a lei estabeleça ação penal pública condicionada a jurisprudência permite também a ação penal privada.
Súmula 714 do STF: “É concorrente a legitimidade do ofendido, mediante queixa, do Ministério Público, condicionada à representação do ofendido, para a ação penal por crime contra a honra de servidor público em razão do exercício de suas funções.”
****** Injúria real
Se não houver lesão corporal: Privada.
Se houver lesão corporal: Segundo a lei a ação é pública incondicionada. Mas parte da doutrina defende que, se houver apenas lesão leve ou vias de fato a ação deverá ser pública condicionada à representação.
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*******Crime contra a economia popular e sursis processual
Embora a pena mínima privativa de liberdade seja de 2 anos, havendo pena alternativa de multa a jurisprudência do STJ tem admitido a suspensão condicional do processo.
2. Direito Material
01. O principio da intervenção mímina, também chamado da subsidiariedade ou da
“ultima ratio” constitui princípio limitador do jus puniendi estatal. Preconiza que a
“criminalização de uma conduta só é legítima se constituir meio necessário à proteção
de determinado bem jurídico. Se outras formas de sanção ou outros meios de controle
social revelarem-se suficientes para a tutela desse bem, a sua criminalização é
inadequada e não recomendável. Se para o restabelecimento da ordem jurídica
violada forem suficientes medidas civis e administrativas, são essas que devem ser
empregadas e não as penais” (Cezar Roberto Bitencourt. Tratado de Direito Penal –
volume 1. 11ª edição. São Paulo, Editora Saraiva, 2007, p. p. 13)
02. Desde 2004 o STF tem adotado 4 vetores para a determinação da insignificância
penal. São eles: (a) a mínima ofensividade da conduta do agente, (b) a nenhuma
periculosidade social da ação, (c) o reduzidíssimo grau de reprovabilidade do
comportamento e (d) a inexpressividade da lesão jurídica provocada
“E M E N T A: PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA - IDENTIFICAÇÃO DOS VETORES CUJA PRESENÇA
LEGITIMA O RECONHECIMENTO DESSE POSTULADO DE POLÍTICA CRIMINAL - CONSEQÜENTE
DESCARACTERIZAÇÃO DA TIPICIDADE PENAL EM SEU ASPECTO MATERIAL - DELITO DE FURTO -
"RES FURTIVA" (UM SIMPLES BONÉ) NO VALOR DE R$ 10,00 - DOUTRINA - CONSIDERAÇÕES
EM TORNO DA JURISPRUDÊNCIA DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL - MERA EXISTÊNCIA DE
INQUÉRITOS OU DE PROCESSOS PENAIS AINDA EM CURSO - AUSÊNCIA DE CONDENAÇÃO
PENAL IRRECORRÍVEL - PRINCÍPIO CONSTITUCIONAL DA NÃO-CULPABILIDADE (CF, ART. 5º,
LVII) - PEDIDO DEFERIDO. O PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA QUALIFICA-SE COMO FATOR DE
DESCARACTERIZAÇÃO MATERIAL DA TIPICIDADE PENAL. - O princípio da insignificância - que
deve ser analisado em conexão com os postulados da fragmentariedade e da intervenção
mínima do Estado em matéria penal - tem o sentido de excluir ou de afastar a própria
tipicidade penal, examinada na perspectiva de seu caráter material. Doutrina. Tal postulado
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- que considera necessária, na aferição do relevo material da tipicidade penal, a presença de
certos vetores, tais como (a) a mínima ofensividade da conduta do agente, (b) a nenhuma
periculosidade social da ação, (c) o reduzidíssimo grau de reprovabilidade do
comportamento e (d) a inexpressividade da lesão jurídica provocada - apoiou-se, em seu
processo de formulação teórica, no reconhecimento de que o caráter subsidiário do sistema
penal reclama e impõe, em função dos próprios objetivos por ele visados, a intervenção
mínima do Poder Público. O POSTULADO DA INSIGNIFICÂNCIA E A FUNÇÃO DO DIREITO
PENAL: "DE MINIMIS, NON CURAT PRAETOR". - O sistema jurídico há de considerar a
relevantíssima circunstância de que a privação da liberdade e a restrição de direitos do
indivíduo somente se justificam quando estritamente necessárias à própria proteção das
pessoas, da sociedade e de outros bens jurídicos que lhes sejam essenciais, notadamente
naqueles casos em que os valores penalmente tutelados se exponham a dano, efetivo ou
potencial, impregnado de significativa lesividade. O direito penal não se deve ocupar de
condutas que produzam resultado cujo desvalor - por não importar em lesão significativa a
bens jurídicos relevantes - não represente, por isso mesmo, prejuízo importante, seja ao titular
do bem jurídico tutelado, seja à integridade da própria ordem social. A MERA EXISTÊNCIA DE
INVESTIGAÇÕES POLICIAIS (OU DE PROCESSOS PENAIS EM ANDAMENTO) NÃO BASTA, SÓ POR
SI, PARA JUSTIFICAR O RECONHECIMENTO DE QUE O RÉU NÃO POSSUI BONS ANTECEDENTES. -
A só existência de inquéritos policiais ou de processos penais, quer em andamento, quer
arquivados, desde que ausente condenação penal irrecorrível - além de não permitir que, com
base neles, se formule qualquer juízo de maus antecedentes -, também não pode autorizar, na
dosimetria da pena, o agravamento do "status poenalis" do réu, nem dar suporte legitimador à
privação cautelar da liberdade do indiciado ou do acusado, sob pena de transgressão ao
postulado constitucional da não-culpabilidade, inscrito no art. 5º, inciso LVII, da Lei
Fundamental da República. (HC 84687, Relator(a): Min. CELSO DE MELLO, Segunda Turma,
julgado em 26/10/2004, DJ 27-10-2006 PP-00063 EMENT VOL-02253-02 PP-00279 RTJ VOL-
00202-02 PP-00682 LEXSTF v. 29, n. 337, 2007, p. 333-346)”
03. Entendido como corolário da intervenção mínima, segundo ele, nem todas as condutas
que lesionam bens jurídicos merecem a tutela penal, mas tão somente aquelas que afetam de
forma mais violenta os bens jurídicos mais relevantes para a sociedade, daí ter o Direito Penal
um caráter fragmentário,
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04. O princípio da culpabilidade, “nullapoenasine culpa” deve ser entendido sob três enfoques.
O primeiro deles é o de repúdio a qualquer espécie de responsabilidade objetiva (não há crime
sem dolo ou culpa). Em sua segunda concepção, a culpabilidade atua como o terceiro
elemento do conceito analítico de crime (ao lado da tipicidade e da antijuridicidade) e consiste
na reprovabilidade do injusto praticado pelo sujeito que podia agir de outro modo, mas não o
fez. Por fim, a terceira face da culpabilidade atua como fundamento e limite da imposição da
pena, justificando a punição imposta e impedindo que esta seja além do referencial da própria
culpabilidade.
05. Princípio da humanidade das penas: A pena não deve servir a instrumentalizar o cidadão,
deve mantê-lo em sua dignidade, respeitando sua integridade física e moral (ver artigo 5º,
XLVII e XLIX da CF). É também por esse princípio que se considera o Regime disciplinar
direfernciado (RDD) inconstitucional.
Princípio da individualização das penas: A pena deve ser singular, apropriada para cada
indivíduo determinado em sua condição de único. Tal princípio se apresenta em três fases:
legislativa, jurisdicional e quando da execução da pena.
Princípio da personalidade da pena: A pena não passará da pessoa do condenado, podendo a
obrigação de reparar o dano e a decretação do perdimento de bens ser, nos termos da lei,
estendidas aos sucessores e contra eles executadas, até o limite do valor do patrimônio
transferido (artigo 5º, XLV da CF).
3. Direito Processual
01. As formas a princípio são: de ofício pelo delegado (mediante portaria), por requisição do
MP ou do juiz, por requerimento do ofendido/representante legal ou por auto de prisão em
flagrante.Em se tratando de ação penal pública condicionada o IP para ser instaurado precisa
da representação do ofendido ou de seu representante legal.Em se tratando de ação penal de
iniciativa privada, será instaurado mediante requerimento do ofendido ou de seu
representante legal.
02. O sigilo não se aplica ao advogado (Súmula vinculante nº 14 e artigo 7º, XIV do Estatuto da
OAB). A exceção recai apenas sobre os elementos de prova ainda não documentados ou não
concluídos (por exemplo, uma interceptação telefônica ainda em andamento).
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03. É possível sim o trancamento do IP, nos casos de ausência de justa causa para a persecução
penal (por exemplo, quando o fato for abstratamente atípico ou a punibilidade estiver
claramente extinta), sendo a medida adequada o habeas corpus.
04. Pode ser reaberto, desde que surjam provas materialmente novas (artigo 18, CPP). A
respeito, a súmula 524 do STF
5. Não há previsão de qualquer recurso. Em sendo a titularidade do MP a vítima poderia atuar
apenas (oferecendo a ação penal privada subsidiária) se houvesse por inércia por parte do
parquet, o que não ocorre quando é solicitado o arquivamento. Deve-se recordar que na lei de
crimes conta a economia popular (Lei 1521/51) está previsto que o juiz recorrerá de oficio da
decisão que determinar o arquivamento do IP:
Art. 7º. Os juízes recorrerão de ofício sempre que absolverem os acusados em
processo por crime contra a economia popular ou contra a saúde pública, ou
quando determinarem o arquivamento dos autos do respectivo inquérito policial.
Além disso a Lei 1508/51 que regula o processo para julgamento das contravenções de jogo do
bicho e jogo sobre corrida de cavalo fora do hipódromo (arts. 58 e 60 do Decreto-Lei 6259/44)
prevê a possibilidade de recurso em sentido estrito
Art. 6º Quando qualquer do povo provocar a iniciativa do Ministério Público, nos
têrmos do Art. 27 do Código do Processo Penal, para o processo tratado nesta lei,
a representação, depois do registro pelo distribuidor do juízo, será por êste
enviada, incontinenti, ao Promotor Público, para os fins legais.
Parágrafo único. Se a representação fôr arquivada, poderá o seu autor interpôr
recurso no sentido estrito.
3. Direito Material
01. O tipo penal fechado contém, na porção objetiva, apenas elementos descritivos, ou seja,
descrevem a ação proibida de forma completa, em todos os seus aspectos fáticos. Por
exemplo: artigo 121 do CP (homicídio). Já o tipo aberto contém, na porção objetiva, também
elementos normativos, ou seja, elementos que exigem uma valoração do julgador. Por
exemplo: o artigo 233 do CP (ato obsceno) e a maioria dos delitos culposo.
02. Há nas hipóteses de leis temporárias e excepcionais, conforme lista o artigo 3º do CP.
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03. Segundo a posição majoritária, sim O que se verifica do entendimento consolidado na
Súmula nº 711 do STF.
04. Para o tempo do crime é a teoria da atividade, já para o local do crime é a teoria da
ubiqüidade (artigos 4º e 6º do CP).
05. Nos prazos processuais penais despreza-se o primeiro dia e conta-se o último. Nos prazos
penais conta-se o primeiro dia e despreza-se o último (artigo 10 do CP).
04. Direito Processual
01. São de iniciativa pública e privada. Aquela é de titularidade do MP e esta é de titularidade
do ofendido ou de seu representante legal. A ação penal incondicionada à representação, por
ser incondicionada, também é de iniciativa pública, cuja titularidade pertence ao MP.
02. As características da ação penal de iniciativa pública são: obrigatoriedade,
indisponibilidade, oficialidade, divisibilidade para o concurso de agentes e intranscendência.
Destaque-se que, segundo posição majoritária, a transação penal, criada pela lei 9.099/95 e
aplicável aos delitos de menor potencial ofensivo, configura mitigação do principio da
obrigatoriedade da ação penal pública, ou, em outras palavras, configura a adoção do princípio
da discricionariedade regrada a essas infrações.
A ação penal privada, por sua vez, não é obrigatória (regendo-se pelos princípios da
oportunidade ou conveniência), é disponível, indivisível e intranscendente.
03. A indivisibilidade se aplica à ação penal de iniciativa privada. Consiste na obrigação de o
ofendido propor a queixa-crime em relação a todos os agentes da infração penal de que tenha
ciência serem dela autores, ou seja, não pode escolher relativamente a quem pretende fazê-lo
(artigo 48 do CPP). Caso o ofendido não proponha a ação com relação a algum dos agentes da
infração penal ocorrerá renúncia tácita que se estende a todos os autores da ação penal,
ensejando a extinção da punibilidade. Prevalece que o principio da indivisibilidade não se
aplica à ação penal pública:
HABEAS CORPUS. CRIMES DE CALÚNIA CONTRA JUIZ DE DIREITO. TRANCAMENTO DA AÇÃO
PENAL. DECADÊNCIA. SUPRESSÃO DE INSTÂNCIA. REEXAME DE PROVAS. PRINCÍPIO DA
INDIVISIBILIDADE. AÇÃO PENAL PÚBLICA, CONDICIONADA A REPRESENTAÇÃO.
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INAPLICABILIDADE. ORDEM DENEGADA.1. A alegação de decadência do direito de
representação em relação a alguns dos crimes de calúnia - pelos quais o Paciente foi
condenado em continuidade delitiva - não foi analisada pelo Tribunal a quo, sendo, desse
modo, vedado o pronunciamento deste Superior Tribunal de Justiça, sob pena de indevida
supressão de instância. E não merece reparos o acórdão recorrido, que denegou a ordem
originária porque o Impetrante não demonstrou o transcurso do prazo decadencial nos autos
da ação penal, que já contava com sentença condenatória na data da impetração do writ
originário.2. O princípio da indivisibilidade da ação penal é aplicável, apenas, à ação penal
privada. Precedentes do Supremo Tribunal Federal e do Superior Tribunal de Justiça.3.
Ordem denegada.(HC 108.341/BA, Rel. Ministra LAURITA VAZ, QUINTA TURMA, julgado em
09/11/2010, DJe 06/12/2010)
PRINCÍPIOS DA INDIVISIBILIDADE E OBRIGATORIEDADE DA AÇÃO PENAL.PRECEDENTES DO STJ.
PARECER DO MPF PELO DESPROVIMENTO DO RECURSO. RECURSO ORDINÁRIO DESPROVIDO.1.
Por se tratar de ação pública incondicionada, o fato de, eventualmente, existirem outros
agentes não denunciados, que teriam participado dos crimes em questão, não induz à
anulação do processo já instaurado, porquanto os princípios da indivisibilidade e da
obrigatoriedade da ação penal não obstam o ajuizamento, em separado, de outra ação pelo
Ministério Público, ou mesmo o aditamento da denúncia, em momento oportuno, depois de
coligidos elementos suficientes para embasar a acusação. A nulidade pretendida só teria
lugar se fosse o caso de ação penal privada, nos termos do art. 48 do Código de Processo
Penal. Precedentes do STJ e do STF (HC 59.302/PE, Rel(a). Min(a). LAURITA VAZ, DJU 07.02.08).
2. Parecer do MPF pelo desprovimento do recurso.3. Recurso Ordinário desprovido. (RHC
21.502/SC, Rel. Ministro NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO, QUINTA TURMA, julgado em
29/04/2010, DJe 07/06/2010)
É de se notar que o acórdão do STJ apresentado a seguir, que parece acolher o principio da
indivisibilidade da ação pública, na realida usa de forma inadequada esse conceito. O que ali se
reconhece é tão somente a regra básica do concurso de pessoas, segundo a qual, sendo atípica
a conduta do autor, também não há crime por parte de supostos partícipes:
PROCESSO PENAL. HABEAS CORPUS. GESTÃO TEMERÁRIA. FALTA DE JUSTA CAUSA.
ATIPICIDADE. (1) AÇÃO PENAL. VÁRIOS INVESTIGADOS. UM DELES, O ARTÍFICE DO INDIGITADO
PLANO, POSSUIDOR DE PRERROGATIVA DE FORO, SOBRE CUJA ESPECÍFICA CONDUTA HOUVE
MANIFESTAÇÃO DO PGR PELA ATIPICIDADE. IMPOSSIBILIDADE LÓGICA DE PROSSEGUIMENTO
DA AÇÃO EM RELAÇÃO AOS DEMAIS. PRINCÍPIO DA INDIVISIBILIDADE. (2) CRIME DOLOSO.
DESCRIÇÃO DE FATO CULPOSO. ATIPICIDADE. (3) ORDEM CONCEDIDA. OUTRAS ALEGAÇÕES
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PREJUDICADAS. 1. A manifestação da Procuradoria Geral da República, destacando a
atipicidade da conduta daquele que seria considerado o principal artífice da operação
financeira em foco, inviabiliza, logicamente, a responsabilização daqueles que seriam apenas
partícipes. Quando o Parquet se pronuncia em relação a um, ou alguns dos corréus,
destacando a atipicidade do fato, tal manifestação, de caráter objetivo, estende-se aos
demais, pelo princípio da indivisibilidade da ação penal.2. A denúncia que emprega os termos
imprudência e negligência, descrevendo, pois, comportamento culposo, apesar da imputação
de crime punível apenas a título de dolo, conduz ao reconhecimento da atipicidade.3.
Concedida a ordem em razão de dada alegação, o exame das demais resta prejudicado. 4.
Sendo o motivo da concessão do writ de caráter objetivo - atipicidade do fato - devem seus
efeitos ser estendidos aos demais corréus.5. Ordem concedida para trancar a ação penal n.
2002.5101.501869-1, da 3.ª Vara Federal Criminal da Seção Judiciária do Rio de Janeiro,
estendido o trancamento, nos moldes do art. 580 do CPP, aos demais corréus.(HC 101.570/RJ,
Rel. Ministra MARIA THEREZA DE ASSIS MOURA, SEXTA TURMA, julgado em 21/09/2010, DJe
11/10/2010)
04. A renúncia é unilateral, enquanto que o perdão é bilateral. A renúncia se dá antes de
iniciada a ação penal, enquanto que o perdão ocorre após o início da ação penal.
5. Embora haja certa discussão a respeito, é majoritário que a perempção ocorre na ação penal
privada exclusiva e na ação penal privada personalíssima.
OAB SP 2009 EXAME 137º
Assinale a alternativa correta de acordo com o que dispõe o CPP acerca da perempção:
a) Na ação penal pública a perempção é causa extintiva da puniblidade
b) A perempção se aplica á ação penal privada subsidiária da pública
c) Considerar-se-á perempta a ação penal privada quando, iniciada esta, o querelante deixa
de promover o andamento do processo durante 30 dias seguidos ALTERNATIVA CORRETA
d) A ausência de pedido de condenação, nas alegações finais, por parte do querelante, não
enseja perempção
05. Direito Penal
01. No crime omissivo próprio é descrita no tipo a própria omissão, tratam-se de delitos de
mera conduta, nos quais a obrigação é de tão somente agir (ex: artigo 135 – omissão de
socorro). A omissão imprópria é punida por adequação típica mediata, pois combina-se um
tipo penal comissivo (daí que se falar na ocorrência dacomissão por omissão) com alguma das
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posições de garantidor do artigo 13, § 2º, do CP.Odever é de agir para evitar o resultado (ex:
mãe que sai para trabalhar e deixa o filho recém nascido sem alimentação na residência ou
mergulhador experiente que conduz o novato nadador ao fundo do mar)
02. O crime material apresenta a descrição do resultado naturalístico, de modo que este se faz
necessário para que se consume o crime. No crime formal também há tal descrição, porém o
delito se consuma com a prática da conduta lesiva, neste caso, ocorrendo o resultado, há mero
exaurimento. Por fim, no crime de mera conduta não há descrição no tipo do resultado
naturalístico, de modo que se consuma também tão somente com a prática da conduta.
03. É a teoria da “conditio sinequa non” ou equivalência dos antecedentes adotada no artigo
13 do CP. É excepcionada pelo § 1º do mesmo artigo, (causa superveniente relativamente
independente), que, segundo posição majoritária, adotada a teoria da causalidade adequada.
04. No dolo eventual o agente prevê a possibilidade de ocorrência do resultado lesivo e tolera,
aceita que este ocorra. Na culpa consciente o indivíduo também tem tal previsão, no entanto
não aceita, e, sinceramente, acredita que o resultado lesivo não ocorrerá.
05. O princípio da confiança baseia-se na expectativa de que as outras pessoas ajam de um
modo já esperado, ou seja, de acordo com a normalidade. Consiste, portanto, na realização da
conduta de uma determinada forma na confiança de que o comportamento do outro agente
se dará conforme o que acontece normalmente. Ex.: Motorista “A” atravessa cruzamento no
semáforo verde e se choca com veículo de “B” que, na transversal, desrespeita semáforo
vermelho. Muito embora, no caso em concreto, o motorista “A” pudesse ter agido com
prudência excepcional ao verificar se estaria alguém infringindo o farol vermelho, antes de
cruzar, não poderia “A” ser punido caso não agisse de acordo com essa excepcional prudência,
uma vez que dele não seria exigível tal ação, pois o papel de cada um dos condutores é
respeitar as regras de trânsito, devendo os motoristas ter confiança em seu cumprimento
pelos demais.
06. Direito Processual
01. Sim, nos moldes do artigo 63 do CPP, uma vez que é título executivo judicial (artigo 584, II
do CPC).
X EXAME DE ORDEM UNIFICADO
Coordenação Pedagógica OAB
DAMÁSIO EDUCACIONAL 2ª Fase OAB – X EXAME DE ORDEM UNIFICADO
02. Em regra não, salvo quando tenha reconhecido que o fato não existiu (artigo 66 do CPP),
ou que foi praticado com amparo em excludente de ilicitude se deu em estado de necessidade,
legítima defesa, estrito cumprimento do dever legal ou exercício regular do direito (artigo 65
do CPP).
03. Incisos I, IV e na primeira parte do inciso VI (segundo entendimento majoritário na
doutrina).
04. Ele apenas pode fixar o valor mínimo para reparação dos danos causados pela infração e,
entendendo cabível, poderá o interessado pleitear maior reparação perante o juízo cível.
05. Embargos de declaração, com fulcro no artigo 382 do CPP.