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GUIA DO PROFESSOR

GUIA DO PROFESSOR - :: PROJETO MEMÓRIA · 2014-05-06 · Prezado(a) Professor(a), Os professores, ao lerem o Almanaque Histórico sobre a trajetória de vida de Cândido Mariano

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PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA

Presidente

Luiz Inácio Lula da Silva

MINIStéRIo DA JuStIçA

Ministro

Tarso Genro

FuNDAçÃo BANCo Do BRASIL

Presidente

Jorge Alfredo Streit

Diretores Executivos

Eder Melo

Dênis Corrêa

Gerente de Educação e Cultura

Marcos Fadanelli Ramos

Assessoria técnica

Juliana Mary M. Ganimi Fontes

FuNDAçÃo NACIoNAL Do ÍNDIo – FuNAI

Presidente

Márcio Augusto Freitas de Meira

MuSEu Do ÍNDIo

Diretor

José Carlos Levinho

Serviço de Administração

Rosilene de Andrade Silva

SoCIEDADE DE AMIGoS Do

MuSEu Do ÍNDIo – SAMI

Presidenta

Bruna Franchetto

Diretora Executiva

Valéria Luz da Silva

Diretor Financeiro

José Ribamar Bessa Freire

PRoDutoRA CuLtuRAL

Abravideo

Elaboração de texto

Cristina Massadar Morel

Eliane Dias de Franco Trigo

Consultoria de texto

Marco Morel

Coordenação Geral

Elizabete Braga

Coordenadores de Pesquisa

Carlos Augusto da Rocha Freire

Denise Portugal Lasmar

Auxiliares de Pesquisa

Antonio Venâncio

Cleide Rodrigues

Fabio Maciel

Lucas Zelesco

Patricia C. Grigório

Rodrigo Piquet S. Mello

Rossana C. Leone

Consultoria em Ciências

Eliane Dias de Franco Trigo

Análise de Produto

Simone Melo

Revisão de textos

Cely Curado

Veridiana Steck

Pesquisa de Imagens

Denise Portugal Lasmar

Design Gráfico

Ruth Freihof | Passaredo Design

Christiane Krämer

tratamento de Imagem

Trio Studio

Supervisão Geral

Ruy Godinho

Imagem Capa

General Rondon na base de rádio de

um acampamento |

Acervo Museu Histórico do Exército

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Apresentação 4

1 Caminhos do Brasil 6

Traçando caminhos: o trabalho com mapas 6

Natureza em risco 7

Preservar o meio ambiente 8

Vidas em perigo – desequilíbrio ecológico 8

Tartarugas protegidas 10

Paisagens do Brasil 10

Percorrendo caminhos: meios de transporte 11

Testemunho histórico 12

Testemunho histórico 13

A medicina da mata 14

A “língua de mariano” e outras linguagens 14

2 Índios no Brasil 16

As culturas dos índios 16

O desconhecido 18

Palavras 18

Cultura 19

Testemunho histórico 19

3 Palavras e imagens 20

Explorações científicas 20

Lendas 21

Lembranças da comissão Rondon – fotografia e pintura 21

Testemunho histórico 22

Memórias e culturas dinâmicas – datas comemorativas, museus 22

A força dos meios de comunicação – rádio, televisão, internet 23

4 Homem público 25

Direitos humanos, cidadania, participação política 25

Testemunho histórico 26

Defesa de pontos de vista 27

Bibliografia 28

ÍNDIce

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Prezado(a) Professor(a),

Os professores, ao lerem o Almanaque Histórico sobre a trajetória de vida de

Cândido Mariano da Silva Rondon (1865-1958), poderão aprimorar seus conheci-

mentos sobre questões importantes da formação nacional. Ao mesmo tempo, vão

identificar elementos interessantes para serem abordados em sala de aula. A vida

longa e a atuação intensa do Marechal Rondon envolvem questões ligadas à natu-

reza, à cultura, a inovações técnicas e à história do País.

Com certeza, ninguém melhor do que cada professor ou grupo de professores

para inserir de forma criativa os elementos apresentados no Almanaque no coti-

diano de sua sala de aula. O objetivo deste Guia do Professor é, portanto, oferecer

algumas sugestões de atividades que poderão ser adequadas à realidade de cada

turma (levando em conta a faixa etária e o nível de conhecimento dos alunos) e de

cada escola.

Este Guia sugere atividades destinadas a turmas do Ensino Fundamental, en-

focando as diferentes áreas do conhecimento, com ênfase em História, Geografia,

Ciências e Língua Portuguesa, sem deixar de abordar Matemática e Artes.

A questão indígena tem lugar de destaque no Almanaque. A Lei n.º 11.645, de

10 de março de 2008, inclui no currículo oficial da rede de ensino a obrigatoriedade

da temática “História e Cultura Afro-Brasileira e Indígena”. No entanto, é muito co-

mum que o tema seja abordado, nas escolas, de forma estereotipada e superficial,

sendo os grupos indígenas vistos como figuras do passado, folclóricas, distantes.

Esta é, portanto, a ocasião conveniente para tratar, no âmbito do Projeto Memória,

de um tema que, embora apareça habitualmente no material didático utilizado em

sala de aula, ainda não foi suficientemente abordado. É a oportunidade de mostrar

que os grupos indígenas fazem parte de nossa cultura e de nosso tempo.

A maioria das atividades propostas no Guia do Professor está baseada em ima-

gens, relatos, curiosidades, mapas e quadros que constam do Almanaque. Este

apresenta vários relatos de época que oferecem rico material para que os alunos

possam refletir sobre como as pessoas viviam em outros tempos e qual a relação

dessas formas de viver com os modos de vida atual. Esses relatos estão apresen-

tados no Guia como “testemunho histórico”.

As questões desenvolvidas no Almanaque Histórico são enfocadas pelo Guia de

ApresentAção

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forma interdisciplinar, com a apresentação de sugestões de atividades organizadas

na mesma sequência dos quatro eixos temáticos do Almanaque:

CAMINHoS Do BRASIL

ÍNDIoS No BRASIL

PALAVRAS E IMAGENS

HoMEM PÚBLICo

A estrutura do Almanaque inclui ainda, como nas edições anteriores do Projeto

Memória, os seguintes BOXES:

Você sabia que... curiosidades.

Por dentro da história... informações e episódios que vão além do conteúdo

essencial do Almanaque, direta ou indiretamente ligados ao biografado.

Nos dias de hoje... ligação entre a história e algumas questões atuais.

Na ponta da língua... explicação e significado da origem de palavras.

Histórias de vidas... pequenas biografias de personagens relacionados à traje-

tória do biografado.

Para enriquecer seu trabalho, os professores poderão ter acesso a mais infor-

mações sobre o Marechal Rondon e às questões relacionadas à sua história no livro

fotobiográfico, no site do Projeto Memória (www.fundacaobancodobrasil.org.br) e

no filme.

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Nesse capítulo do Almanaque, as regiões percorridas por Rondon e pelos indi-

víduos e grupos que integraram as equipes são abordadas, o que nos oferece ele-

mentos para trabalhar temas como: ecossistemas, meios de transporte, dimensão

social da saúde e invenções tecnológicas.

O trabalho com o Almanaque Histórico pode se iniciar com uma breve apresen-

tação para os educandos de quem foi o Marechal Rondon.

Sugerir que cada aluno confeccione um mapa da própria sala de aula. A turma,

em seguida, vai comparar as produções e observar a sala novamente, para

depois refazer o mapa, procurando ser o mais fiel possível ao observado.

No mapa com os ecossistemas do Brasil (p. 11), localizar onde moram os alu-

nos e escolher destinos a seguir. Pode-se trabalhar, então, as noções de distân-

cia e direção.

A partir desse mesmo mapa, realizar um jogo de percurso – jogo que tem um

caminho a ser percorrido por um pino, com início e chegada bem definidos.

SuGEStÃo DE ELABoRAçÃo Do JoGo:

Material: mapa do Brasil semelhante ao apresentado no Almanaque (p. 11);

pinos, que podem ser feitos com bolinhas de papel de cores diferentes; fichinhas

com perguntas, elaboradas previamente pelo professor, que desafiem o aluno em

relação tanto a seus conhecimentos quanto a sua imaginação. Exemplo de pergun-

ta de conhecimento: qual a característica do clima na Amazônia? Exemplo de per-

gunta de imaginação: se você fosse um animal, qual gostaria de ser e por quê?

Regras: algumas “casas” estarão numeradas e, quando alguém parar nelas,

deverá responder às perguntas das fichinhas. Para as perguntas que indagam so-

bre os conhecimentos do aluno, pode-se criar regras como: quem acerta anda

duas “casas”, quem erra fica parado até a próxima jogada.

Pode-se, também, envolver os alunos na elaboração das perguntas do jogo.

Para isso, uma boa alternativa seria dividir a turma em grupos de três ou, no

máximo, quatro alunos. O professor pediria a cada grupo que criasse pergun-

tas sobre determinado tema envolvido no jogo (por exemplo: características da

fauna e flora do Cerrado, Pantanal ou Floresta Amazônica; adaptações desses

1 Caminhos do BRasiL

Traçando caminhos: o trabalho com mapas

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organismos aos biomas citados etc.). Desse modo, estariam sendo fixados con-

ceitos abordados anteriormente. Caberia ao professor selecionar as perguntas

e formar com elas o “banco de perguntas” do jogo.

Propor que analisem diferentes mapas, observando a maneira como são repre-

sentados os variados aspectos (clima, vegetação, ocupação econômica, por

exemplo). Levá-los a observar a função das legendas e escalas.

Sugerir que elaborem mapas de ruas, bairros, cidades ou países, utilizando

legendas e escalas.

O Almanaque nos informa sobre a criação do Estado de Rondônia. O mapa

atual é diferente do da época de Rondon. O que mudou desde aquela época?

Existem, ainda hoje, propostas de criação de novos Estados?

Rondon, por meio de suas expedições, contribuiu com muitos dados geográfi-

cos para a elaboração do mapa do então Estado de Mato Grosso, bem como

para a delimitação das fronteiras brasileiras. Se, na primeira metade do sé-

culo XIX, a identificação dos acidentes geográficos dependia da presença de

equipes nos locais, enfrentando inúmeras dificuldades de deslocamento, hoje

em dia, existem variados recursos para a exploração dos espaços geográficos,

como as imagens aéreas. Atualmente, que profissionais são responsáveis pela

confecção de mapas? Em que se baseiam para elaborá-los? Realizar com os

alunos uma pesquisa sobre o tema.

“Rondon possuía desde criança familiaridade com a nature-

za. Nas várias expedições de que participou, manteve contato

com a diversidade da flora e fauna brasileira.”

(Almanaque, p. 9)

O respeito ao meio ambiente é a base da consciência ecológica. Rondon de-

senvolveu essa atitude no contato direto com a natureza, mas ela também pode ser

despertada pela educação escolar.

Em vários momentos, o Almanaque informa sobre a ação predatória do ser

humano em sua busca incessante por recursos naturais. A partir disso, refletir

com os alunos a respeito dos problemas ambientais ocasionados por ações

predatórias: que áreas estão sendo desmatadas e em que velocidade? Que

motivos movem essas ações? O que se faz com a soja plantada nas Regiões

Centro-Oeste e Norte? Quais as consequências ambientais do extrativismo

mineral? Em que consiste a biopirataria?

Natureza em risco

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Analisar com a turma as condições precárias e desrespeitosas nas quais ani-

mais são transportados ilegalmente para outras regiões do País ou para o exte-

rior: de que interesses se revestem essas ações? Quais as consequências da

biopirataria para os animais envolvidos? E para os ecossistemas locais? Há me-

didas proibitivas a tais práticas? De quem é a responsabilidade da fiscalização?

Até que ponto essa fiscalização tem funcionado? É correto criar papagaios, ara-

ras ou micos como bichos de estimação? Em que condições isso é possível?

O Almanaque se refere ao Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), na

página 16. Esse órgão faz um trabalho de monitoramento da floresta, de modo a

detectar a extração ilegal de madeira. Pode-se aproveitar esse tema, pedindo que

os estudantes pesquisem sobre alternativas viáveis à utilização de árvores para

fabricar móveis e papel. Existem madeiras nobres na Amazônia? Estão ameaçadas

de extinção?

Discutir com a turma a possibilidade de mudança de hábitos para reduzir o con-

sumo de bens. O que pode ser reutilizado? Existem produtos produzidos com

material reciclado em sua localidade? O preço desses produtos é semelhante

ao dos produtos feitos com material não reciclado?

O que é coleta seletiva de lixo? Existem vantagens nesse procedimento? Quais?

Existe coleta seletiva em sua localidade?

Se for possível, fazer com os alunos visitação ao órgão responsável pela coleta

de lixo da cidade: a coleta de lixo abrange todas as localidades da cidade? O

que fazem com o lixo coletado? O que são aterros sanitários? Eles são a melhor

solução para o lixo da cidade?

Promover uma oficina de reciclagem de papel. Há sites educativos com várias instru-

ções para a reciclagem de papel, como, por exemplo, o www.cienciamao.if.usp.br.

Depois de pronto, pode-se confeccionar com o papel blocos, capas de cader-

no, cartões etc.

A partir do BOX Vidas em perigo (Almanaque, p. 12), propor o “Jogo da cadeia

alimentar”. A criançada costuma adorar! Nessa atividade pedagógica, são viven-

ciadas situações que simulam a relação predador/presa de tal modo que levem os

alunos a observar a interdependência existente entre os seres vivos de uma cadeia

alimentar e o quanto é importante a manutenção do equilíbrio na quantidade de

Preservar o meio ambiente

Vidas em perigo – desequilíbrio ecológico

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seres que dela participam. Além disso, é uma ótima oportunidade para a prática de

exercícios como a corrida.

VAMoS PRECISAR DE:

Fitinhas verdes, azuis e amarelas; um apito; um relógio ou cronômetro para mar-

car o tempo de cada jogada; papel; lápis ou caneta para anotar; um espaço fora da

sala de aula, que pode ser o pátio da escola; giz para marcar o chão.

PREPARAçÃo PARA o JoGo:

1. A turma deverá ser dividida em quatro partes: 50% dos alunos da turma repre-

sentarão ALFACES; 30% serão COELHOS; 10% serão ONÇAS; os 10% restantes

serão organizadores do jogo.

2. Os organizadores deverão amarrar fitinhas verdes no braço dos alunos que se-

rão alfaces, fitas azuis nos braços dos que serão coelhos e amarelas nos braços

dos que serão onças.

3. Os organizadores farão dois grandes círculos no chão, sendo que um represen-

tará a toca dos coelhos e o outro, a das onças. Coelhos e onças deverão, nesse

momento, se colocar dentro de suas tocas.

4. Alfaces ficarão espalhadas pelo espaço onde for acontecer o jogo. Sugere-se

que esses alunos fiquem organizados em grupos de três.

REGRAS Do JoGo:

1. O jogo terá rodadas de 30 segundos cada. O professor, ou um dos alunos orga-

nizadores, deverá cronometrar o tempo das rodadas. Outro organizador anota o

número de onças, coelhos e alfaces antes da primeira rodada.

2. Em cada rodada, as onças deverão sair da toca para caçar os coelhos (cada

onça só poderá caçar um coelho por rodada) e os coelhos deverão sair da toca

para comer alface (cada coelho só poderá comer uma alface por rodada).

3. Ao final dos 30 segundos da rodada:

Onças que conseguiram pegar um coelho permanecerão como onças na próxi-

ma rodada. Onças que não caçaram serão alfaces na próxima rodada e devem

mudar a cor da fita no braço (de amarela para verde).

Coelhos que conseguiram alcançar uma alface permanecerão como coelhos na

próxima rodada. Coelhos que não comeram virarão alfaces na próxima rodada

e deverão trocar a fita do braço (de azul para verde). Coelhos que foram captu-

rados por onças serão onças na outra rodada e mudam a fita do braço (de azul

para amarelo).

Alfaces que não foram pegas por coelhos permanecem como alfaces na outra

rodada. Alfaces que foram pegas transformam-se em coelhos na próxima roda-

da e trocam a fita do braço (de verde para azul). 9

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4. Antes de cada rodada, o organizador responsável por anotar os dados deve

contar qual o número de alfaces, coelhos e onças da próxima rodada.

5. O jogo acaba quando não houver mais coelhos, alfaces ou onças, ou seja, as

rodadas só acontecem quando há esses três elementos presentes (e não ape-

nas dois).

De posse dos dados (número de coelhos, alfaces e onças por rodada), deve-se

pedir que os alunos montem gráficos (se já tiverem noções matemáticas para

isso). Com o auxílio dos gráficos, ou pela simples observação, no caso de crian-

ças pequenas, discutir algumas questões: o que é cadeia alimentar? Quem fez

o papel de produtor nessa cadeia alimentar? E quem foi o consumidor primário?

E o secundário? O que ocorre com a quantidade de predadores se aumentar o

número de presas? E se o número de presas diminuir?

Transpor a situação do jogo da cadeia alimentar para as condições atuais do

veado-campeiro e da onça-pintada descritas no BOX do Almanaque, página 12:

qual deles seria o consumidor primário e qual seria o secundário? Algum deles

seria produtor? Refletir sobre os efeitos da extinção desses dois animais para o

ecossistema que habitam.

O BOX dedicado ao Projeto Tamar (Almanaque, p. 12) pode ser utilizado para

refletir com os alunos sobre soluções viáveis para a proteção de espécies amea-

çadas de extinção. Que projetos semelhantes ao Projeto Tamar existem no Brasil?

Quem os apoia financeiramente? O que é consumo consciente? Existe alguma van-

tagem em ser consumidor consciente?

“A princípio, ainda os olhos fixavam o revestimento deste

tronco e de outro, e outro, e outro, mas depois, abandona-

vam-se ao conjunto, porque não havia memória nem pupila que

pudesse recolher tão grande variedade. Só de frutos que não

se comiam e apodreciam na terra, porque nunca ninguém se ar-

riscara a saber se eles davam volúpia ou também intoxicação,

havia mais espécies do que todas as que se cultivavam nos

pomares europeus.”

(Ferreira de Castro, A Selva, Obra Completa, vol. 1. Rio de Janeiro:

Ed José Aguilar, 1958. p.142) (Almanaque, p. 14)

Tartarugas protegidas

Paisagens do Brasil

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A diversidade das florestas tropicais, como a Amazônia, ou subtropicais, como

a Mata Atlântica (quase totalmente devastada nos dias de hoje), chama a atenção

de quem só está acostumado a ver outro tipo de ambiente, como o europeu.

Refletir com os alunos sobre as características da flora e da fauna das flores-

tas brasileiras: o que significa diversidade animal e vegetal? Por que, nesses

ambientes, há maior diversidade do que em ambientes temperados, como os

encontrados na Europa? Por que é importante lutar pela preservação de am-

bientes com diversidade de seres vivos? É possível utilizar os recursos naturais

provenientes da floresta sem comprometer sua sobrevivência?

Promover um passeio com a turma pelas redondezas da escola para observar,

na localidade em que vivem, as características do ambiente. Em seguida, pro-

por que desenhem o que viram.

As paisagens são objeto de interesse não somente dos estudiosos de Geografia

ou Ciências. Pinturas, filmes ou romances podem também dar destaque aos

elementos da natureza. No Almanaque, faz-se referência ao filme Dersu Uzala

(p. 19), com belas imagens da Sibéria. Que outros filmes apresentam um olhar

mais detido sobre a questão da paisagem?

Muitos outros romancistas, além de Ferreira de Castro, incluíram em sua obra

literária a descrição das paisagens características da região onde sua história

se desenvolve: Jorge Amado, na Bahia, e Érico Veríssimo, no Rio Grande do Sul.

Selecionar pequenos trechos de romances para que os alunos identifiquem,

somente a partir da narrativa, que região está sendo retratada. Em seguida,

solicitar que os educandos a localizem no mapa do Brasil.

Transporte fluvial: esse é o meio de transporte que predomina na Amazônia?

Os rios dessa região são navegáveis? Quais as dificuldades? Em que medida

o relevo e o clima interferem no transporte fluvial? Os rios sofrem intervenção

humana para serem navegáveis?

Os meios de transporte fazem a ligação entre diferentes regiões, permitindo a

circulação de pessoas e mercadorias. A história dos lugares também é a história

dos meios de transporte. O que a canção Ponta de Areia, de Milton Nascimento

e Fernando Brandt, sugere sobre o tema?

Percorrendo caminhos: meios de transporte

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Ponta de areia

Ponta de areia, ponto final

Da Bahia–Minas, estrada natural

Que ligava Minas ao porto ao mar

Caminho de ferro, mandaram arrancar

Velho maquinista com seu boné

Lembra o povo alegre, que vinha cortejar

Maria-fumaça não canta mais

Para moças, flores, janelas e quintais

Na praça vazia, um grito, um ai

Casas esquecidas, viúvas nos portais

testemunho histórico“Tive inspiração de crismar o Caiamo-doguê-itugo-botuie

(rio de ponta de flecha de caiapó, em bororo) com o nome

do Fundador da República, aproximando a majestosa grandeza

de ambos. Declarei solenemente perante os companheiros de

construção, entre os quais alguns índios: ‘quando a cons-

trução chegar a este rio, passará ele a chamar-se Benjamin

Constant’.”

(Almanaque, p. 9)

Os alunos poderão fazer uma análise do relato do Marechal Rondon, procurando

compreendê-lo em seu tempo histórico. O que importa é estimular os educandos a

formularem hipóteses sobre os testemunhos históricos, procurando refletir sobre os

elementos que tais relatos oferecem. Por que o Marechal Rondon quis homenagear

Benjamin Constant? Por que Rondon não manteve o mesmo nome que os índios

usavam para denominar o rio? Onde viviam os bororo? E onde vivem atualmente?

Ponto interessante a investigar: como as pessoas se orientavam para se

deslocar no início do século XX, e que recursos temos atualmente para essa

orientação?12

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testemunho histórico“(...) além dos fatores climáticos como a umidade constante

na selva, dos inúmeros brejos e lagoas de água parada, ver-

dadeiros laboratórios produtores de mosquitos, da ingestão

de águas ‘malsãs’ de alguns córregos por onde passavam, era

preciso considerar os efeitos da alimentação inadequada e às

vezes em quantidades insuficientes e até impróprias para o

consumo, devido às dificuldades de transportes (...)”

(Maciel, p. 135/136) (Almanaque, p. 21)

Quais as doenças predominantes à época das expedições de Rondon nas regi-

ões por ele percorridas? Quais seus agentes causadores? Por que muitas delas

até hoje não foram erradicadas?

Doenças emergentes (AIDS, gripe H1N1), doenças reemergentes (tuberculo-

se, dengue): esse pode ser o momento oportuno para mostrar aos alunos a

poesia de cordel que era utilizada por Noel Nutels em suas ações para preve-

nir a tuberculose. Fazer comparação com as campanhas atuais de prevenção

e tratamento de doenças.

Aproveitando esses versos de cordel, propor pesquisa a respeito de três ger-

mes responsáveis por doenças infectocontagiosas importantes: vírus, bactérias

e protozoários. Quais as diferenças quanto ao tamanho, à forma e aos hábitos

de vida de cada um? Quanto ao combate a doenças, para qual ou quais tipos

há vacinas disponíveis? Quando o soro deve ser utilizado? Antibióticos podem

combater todos os tipos de germes? Hábitos de higiene podem prevenir essas

doenças? O saneamento básico influencia na erradicação dessas doenças? Há

saneamento básico em sua comunidade? Todos os germes são responsáveis

por doenças? Existem germes que são utilizados em benefício do ser humano?

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O Almanaque informa sobre práticas curativas indígenas utilizando ervas da flo-

resta. O texto pode ilustrar a importância da Floresta Amazônica como reservatório

de substâncias ainda desconhecidas pela medicina tradicional.

Solicitar pesquisa, na comunidade onde moram os alunos, para verificar se são

utilizadas ervas medicinais no tratamento caseiro de problemas de saúde. Com-

parar essas informações com a lista de ervas usadas por índios que consta no

Almanaque.

Solicitar pesquisa a respeito dos nomes científicos das ervas informadas. Dis-

cutir com os alunos: quais dessas ervas já foram testadas por cientistas? Houve

comprovação de sua eficácia? Alguma delas desperta interesse comercial? Al-

guma é objeto de biopirataria?

O Código Morse e a literatura de cordel podem ser o ponto de partida para um

trabalho sobre as diferentes formas de linguagem.

No Código Morse, as letras do alfabeto são representadas por traços e pontos.

Essa é uma boa oportunidade para trabalhar em sala de aula as diferentes for-

mas de se comunicar por meio de signos, compreendendo sua função. Pode-se

propor aos educandos que se apropriem desse código, escrevendo seu pró-

prio nome com ele. Dependendo do seu domínio da linguagem escrita, podem

escrever até mesmo mensagens. Além do trabalho com traços e linhas, seria

interessante explorar a própria linguagem telegráfica, apresentando o seguinte

desafio: o quanto podemos reduzir de uma frase sem tirar-lhe o sentido? Os alu-

nos poderiam se comunicar utilizando diferentes tipos de mensagens (urgentes,

afetivas, comerciais etc). Seria possível indagar, para aqueles que estão fami-

liarizados com a linguagem da Internet, se eles identificam, na maneira como

muitas pessoas se comunicam por e-mail, uma forma semelhante à telegráfica,

abreviando várias palavras para tornar a comunicação mais rápida.

Ampliando esse trabalho, linguagens de épocas e lugares variados podem

ser abordados: as pinturas rupestres, os hieróglifos, a linguagem com outros

alfabetos.

A literatura de cordel narra de forma poética, por meio de versos bastante rit-

mados, fatos populares que se relacionam a romance, humor, aventura, heroís-

mo e encantamento. Os versos são impressos e reunidos em um folheto, com

A medicina da mata

A “língua de Mariano” e outras linguagens

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uma xilogravura (gravação em madeira) na capa. Costumam ser cantados por

violeiros, o que permite sua transmissão oral – essencial para aqueles que não

sabem ler. Pode-se propor aos educandos que produzam sua própria literatura

de cordel, inclusive elaborando o desenho da capa, e depois a exponham, pen-

durada em uma corda (essa é a origem do nome “cordel”). Por que não utilizar

como tema alguma passagem da vida do Marechal Rondon?

Talvez algum aluno, professor ou funcionário da escola conheça um cordelista

ou ainda um repentista (cantador) que possa fazer uma visita à escola, apresen-

tando um pouco da sua arte.

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O Almanaque nos dá elementos para conhecer, junto com os alunos, um pouco

mais sobre os grupos indígenas no Brasil. As populações com as quais Rondon

entrou em contato nos levam a dimensionar a presença indígena na cultura e na

sociedade brasileiras, com as formas de relação pacíficas ou violentas, bem como

a riqueza cultural desses povos. Além desse capítulo, é possível encontrar, ao lon-

go de todo o Almanaque, informações e questionamentos a serem abordados com

os alunos sobre o tema.

“(...) A escola dos ‘juruá’ (dos brancos) não ensina pros

seus alunos quem somos nós e nem mostra a importância dos

índios para o Brasil. Aí, o aluno que sai dessa escola trata

o índio com desprezo, com preconceito e aí acaba ensinando a

gente a ter vergonha de ser índio, estragando todo o trabalho

da escola guarani (...)”

(professor guarani Algemiro Poty, em Bessa Freire, A representação

da escola em um mito indígena) (Almanaque, p. 36)

Em várias passagens do Almanaque, alerta-se para a necessidade de evitarmos

as visões pré-concebidas sobre os índios ou a simples negação de sua existên-

cia. O BOX Na ponta da língua. Descobrimento? (p. 32) chama a atenção para

o fato de que, comumente, a chegada dos europeus no território brasileiro do

século XVI é abordada de forma equivocada, não levando em conta a presença

indígena.

Da mesma maneira, encontramos com muita frequência em materiais didáticos,

nos meios de comunicação e em produções culturais, visões distorcidas sobre

os grupos indígenas. Depois de lido o Almanaque e identificadas as diferen-

tes visões construídas historicamente sobre os índios, os professores poderiam

pesquisar as concepções sobre os grupos indígenas nos livros didáticos e pa-

radidáticos e na literatura infanto-juvenil.

Investigar o que os alunos já conhecem sobre os grupos indígenas. Que infor-

mações e impressões os educandos têm a respeito dos indígenas? Tiveram já

alguma oportunidade de contato com eles?

2 ÍNDIOS NO BRASIL

As culturas dos índios

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No início desse capítulo, há referências às características genéticas da popu-

lação brasileira. Alguém da turma tem notícias de ser descendente de índios?

Proponha aos alunos que construam a sua árvore genealógica, identificando

bisavós, avós, tios, primos, pais, irmãos. Quem veio de outro país, outra região

ou estado do Brasil?

Há pessoas que pensam que o povo brasileiro é composto pela mistura de

raças. Essa é uma visão equivocada, pois confunde raça com etnia. Enquanto

o conceito de raça leva a pensar em tipos bem distintos entre si, inclusive gene-

ticamente, a noção de etnia congrega a variedade física dos humanos em uma

mesma raça: a raça humana. De fato, somos uma só espécie, Homo sapiens,

e não há raças, do ponto de vista biológico e genético, que nos distingam uns

dos outros. Seria bom discutir isso com os alunos: o povo brasileiro é composto

por raças? E os povos do mundo inteiro? Quais animais vocês conhecem que

possuem várias raças?

Propor que façam cartazes contendo animais e suas raças e seres humanos e

suas diferentes etnias, mostrando que as diferenças entre os tipos humanos são

bem menos acentuadas que as apresentadas entre as raças de uma espécie.

Fazer, em seguida, uma pesquisa sobre os índios no Brasil, a partir do material

apresentado no Almanaque, utilizando o seguinte roteiro: quantos são (quantos

eram antes da chegada dos europeus), onde vivem, suas línguas (quantas exis-

tiam antes da chegada dos europeus), medicina indígena, presença indígena na

cultura brasileira (língua, culinária etc.), seus direitos (à terra, à educação etc.),

o que é a escola indígena, como anda a saúde indígena.

Pesquisar em jornais e revistas da atualidade as notícias sobre os índios. Quais

os temas em destaque (direitos, questão da terra, cultura etc.)? Que visões se

destacam (“índio puro”, “índio violento” etc.)?

Essa seria uma boa oportunidade para trabalhar a linguagem jornalística: levar

jornais para a sala de aula, analisar as diferentes sessões de política, esporte,

cultura etc. Ajudar os educandos a identificar os elementos que compõem um

jornal: editorial, artigo, reportagem, entrevista, charge, quadrinhos, carta do lei-

tor. Pode-se criar um jornal que aborde as expedições de Rondon.

Completar essa pesquisa com uma análise das imagens dos índios em diferen-

tes períodos históricos. Por exemplo, confrontando-se as fotos da época de Ron-

don com as atuais, podemos nos indagar sobre que imagem o fotógrafo parece

querer transmitir sobre o índio, observando o que está em destaque e o que está

em plano secundário, as informações que as fotos revelam sobre cada época,

qual o ambiente retratado e o que as legendas informam sobre a imagem. 17

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Todo esse trabalho poderia culminar com uma exposição aberta à comunidade

do entorno da escola, apresentando, por meio de diferentes recursos (mapas,

desenhos, dramatizações), todo o material levantado e analisado.

Os comentários de Jean de Léry sobre o abacaxi, no BOX Por dentro da história. A

descoberta de uma fruta (p. 35), expressam a reação de estranhamento que ocor-

re quando entramos em contato com algo que nos é desconhecido e a necessi-

dade que temos de procurar compreender esse “estranho” a partir dos nossos

conhecimentos prévios. Em que época Jean de Léry esteve no Brasil? O que ca-

racterizava esse período? Esse pode ser o início de um estudo sobre a presença

dos franceses em nosso país. Que tipo de influência deixaram os franceses?

Propor um jogo de identificação de frutas e animais. Um aluno sai da sala e o

grupo escolhe uma fruta ou um animal para que o aluno que saiu tente descobrir

qual é a partir de perguntas formuladas sobre suas características (cor, formato,

cheiro). O grupo deverá responder às perguntas apenas com “sim” ou “não”.

Portanto, as perguntas devem ser diretas, como em “Esta fruta é vermelha?” (e

não, por exemplo, “Que cor tem esta fruta?”).

O “jogo do sabor”: com os olhos vendados, as crianças deverão identificar ali-

mentos com diferentes sabores (ácido, amargo, doce etc.).

Promover um jogo de mímica, em que um aluno vai imaginar que está comendo

alguma coisa e os outros vão tentar adivinhar o que é: alguma coisa gostosa,

algo azedo, algo que nunca provou.

Analisar o quadro com palavras de origem indígena (p. 37). Pedir que cada alu-

no liste em uma coluna aquelas que conhece e, em outra, as que não conhece.

Fazer, em seguida, um levantamento do que foi listado, identificando as pala-

vras que não são conhecidas por ninguém da turma.

A partir das palavras desconhecidas, fazer o “jogo do dicionário”: cada educando

inventa um significado para a palavra. Depois, os significados inventados são

misturados juntamente com os significados verdadeiros, escritos pelo professor.

Quem consegue identificar o significado correto? Quem foi criativo o bastante

para conseguir que sua sugestão de significado fosse convincente a ponto de ter

sido escolhida por muitos colegas? Por fim, o professor apresenta à turma o qua-

dro com a classificação das palavras, que se encontra no final do Almanaque.

O desconhecido

Palavras

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Várias passagens do Almanaque nos permitem trabalhar com os alunos o fato

de que, muitas vezes, assumimos conhecimentos, valores e atitudes, acreditando

serem naturais, sem nos darmos conta de que foram construídos histórica e cultu-

ralmente.

“(...) qualquer criança humana normal pode ser educada em qualquer cultura,

se for colocada desde o início em situação conveniente de aprendizado.” (Felix

Keesing, apud Laraia, p. 17).

testemunho histórico

“Dei ao cacique uma corneta, que foi entregue a um índio

por ele designado para os toques, que, segundo combinamos,

seriam dados do modo que ele julgasse mais perceptível ao

ouvido da sua gente. Fato curioso. Aquele chefe indígena,

querendo mostrar-se que havia conveniência em que fossem os

seus toques dados à sua guisa, procurou convencer-me de que

a minha corneta falando braire (brasileiro), a dele falaria

bororo.”

(Cândido Mariano da Silva Rondon. Relatórios dos trabalhos realizados de

1900-1906. p. 1.949) (Almanaque p. 8)

Esse relato pode ser o ponto de partida para uma reflexão sobre a importância

da cultura. As diferenças culturais estão presentes não somente entre grupos de

épocas diferentes ou de culturas variadas, como entre os índios, mas também

entre pessoas que convivem no mesmo período e ambiente. (ver BOX Etnografia

p.49). Por que os grupos humanos são diferentes? A diversidade pode ser cons-

tituída em função do gênero, da idade, do local de moradia, da classe social.

Ao conhecer outras formas de viver, os alunos estarão também compreendendo

melhor a sua própria cultura.

Elementos de outras nacionalidades na nossa cultura: folheando revistas e jor-

nais, identificar palavras estrangeiras incorporadas à nossa língua; identificar

influências estrangeiras em nossos hábitos e nos objetos que usamos. Fazer

uma colagem com esse material.

Fazer um levantamento, com os educandos, sobre seus hábitos alimentares.

Que alimentos são valorizados? Há alimentos proibidos?

Cultura

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Podem ser abordados, a partir desse capítulo, temas relacionados aos saberes e

às produções culturais surgidas em consequência da atuação de Rondon (ciências

naturais, etnografia, fotografia, museus) e sua relação com os modernos meios de

comunicação.

As expedições lideradas por Rondon foram também oportunidades para realizar

explorações científicas.

Caso haja um horto ou jardim botânico no local onde se encontra a escola, de-

senvolver uma atividade interdisciplinar que envolva um grupo de professores.

Para isso, é necessário que esses profissionais planejem previamente os objeti-

vos que desejam alcançar com a atividade. Ir antes ao local para verificar suas

possibilidades pedagógicas pode ajudar nesse planejamento.

Pode-se aproveitar o contato com a natureza para propor atividades como cor-

rida de saco, pula-corda, gincanas.

Propor, antes da visita, que os alunos façam um levantamento de espécies ve-

getais possivelmente encontradas por Rondon e sua equipe durante as expe-

dições ao Cerrado, ao Pantanal e à Floresta Amazônica, procurando por seus

nomes populares e científicos. Essa é uma boa oportunidade para levantar al-

gumas questões: o que são e para que servem os nomes científicos? Qualquer

pessoa pode dar nome a um ser vivo? Em que língua os nomes científicos são

escritos? Por que sempre são escritos com dois nomes? O Almanaque fornece

informações a respeito da nomenclatura científica dos seres vivos. Caso sejam

necessários outros subsídios, livros didáticos de ciências para o ensino funda-

mental são boas fontes.

O levantamento da flora do Cerrado, do Pantanal e da Amazônia servirá de

base para a visita ao horto ou jardim botânico: quais dos vegetais pesquisa-

dos podem ser encontrados nesse local? Como é seu aspecto (tamanho, cor,

presença de flores e frutos, tipo de folha etc.)? Há alguma relação entre essas

características e o ambiente do qual são originários? Há alguma adaptação

desses vegetais à ocorrência de chuvas, à luz? Se houver possibilidade, podem

ser tiradas fotos das plantas. Se não for possível, podem ser feitos desenhos

3 PALAVRAS E IMAGENS

Explorações científicas

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dos vegetais. Após a visita, que tal fazer uma exposição de fotos ou desenhos

do material produzido pelos alunos a partir da excursão?

Pedir que os alunos pesquisem a origem do horto ou do jardim botânico: o que

havia antes da implantação do horto? Quem idealizou o projeto? Houve envol-

vimento de algum órgão governamental? Esse lugar é um centro de pesquisa

científica?

Na lenda da mandioca e na história do Uirapuru há, respectivamente (nos BO-

XES: Você sabia que ... Conta a lenda e Você sabia que ... Uirapuru), a trans-

formação do ser humano em planta e em pássaro. As lendas abordam temas

universais por meio da tradição oral. Muitas vezes, os personagens são seres

mágicos que se transformam a partir da natureza. Contar para os alunos a lenda

da mandioca e a história do Uirapuru. Identificar quais são as lendas conheci-

das pelos educandos, ou por pessoas da região onde vivem. Sugerir que os

alunos, se apropriando da linguagem fantástica, criem histórias sobre a origem

de alguma planta ou de algum animal.

O Almanaque Histórico se refere à origem da fotografia, à evolução dos recur-

sos técnicos, aos componentes de uma foto (ambientação, enquadramento,

pose), às diferentes funções da fotografia (documental, artística). Observar

com os alunos as fotos apresentadas no Almanaque, a partir das característi-

cas indicadas.

Analisar com os educandos as fotografias de crianças apresentadas no Alma-

naque (p.30). Que imagem da criança o fotógrafo parece querer transmitir? Que

impressões nos causam cada fotografia? Podemos deduzir algo sobre a vida

dessas crianças a partir das fotos?

Contar aos alunos que, na época do surgimento da fotografia, muitos acredita-

vam que ela poderia substituir a pintura. De forma semelhante, com o surgimen-

to da Internet – que facilita e agiliza o acesso às produções escritas –,questiona-

se se esse meio de comunicação substituirá os livros. Será que isso poderá

acontecer?

Lendas

Lembranças da Comissão Rondon – fotografia e pintura

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testemunho histórico“Pesados pacotes, então, de chapas de vidro que escapavam

de se desfazerem em cacos, nos rudes transportes por terra ou

na travessia de cachoeiras e corredeiras, onde tantas canoas,

materiais e vidas preciosas ficaram para sempre sepultados,

era quase por milagre que chegavam aos nossos gabinetes fo-

tográficos nas cidades!”

(Cândido Mariano da Silva Rondon. Índios do Brasil do Norte do rio Amazonas.

Conselho Nacional de Proteção aos Índios, Rio de Janeiro, 1953, p. 4)

(Almanaque p. 54)

Aproveitar o relato de Rondon sobre a dificuldade de transporte do material fo-

tográfico para apresentar a transformação dos recursos técnicos na fotografia.

Ressaltar que, desde o daguerreótipo até a câmera digital, muita coisa mudou.

No BOX Você sabia que... Dia da mentira, somos informados sobre a origem do

hábito de fazer brincadeiras no dia primeiro de abril. É interessante fazer com os

alunos um levantamento das datas comemorativas que costumam estar presen-

tes no Calendário Escolar, identificando sua origem e seu sentido.

Nesse capítulo, por exemplo, podemos conhecer em que circunstâncias foi cria-

do o Dia do Índio. O objetivo era “valorizar e difundir a imagem histórica dos

povos indígenas e integrá-la às celebrações nacionais” (Almanaque, p. 57). Sua

escola comemora o Dia do Índio? Se a resposta for sim, seria o momento ade-

quado para refletir com os alunos sobre o sentido dessa comemoração. É inevi-

tável que ela se dê a partir da nossa visão, que é a dos “não índios”(como seria

a comemoração do “Dia dos não índios” pelos índios?). Mas isso não impede

que seja uma boa oportunidade de conhecer e valorizar a presença histórica

das populações indígenas na formação do Brasil.

“Cada um de nós é quem é porque tem suas memórias.” (A arte de esquecer,

Ivan Izquierdo, Rio de Janeiro: Vieira & Lent, 2007, p. 58 )

A formação de nossas identidades individual e social está relacionada com aqui-

lo que preservamos na nossa memória. O que é valorizado? O que é esquecido?

Pedir aos educandos que tragam para a sala de aula elementos que estejam

guardados em suas casas (objetos, fotos, registros escritos), entre aqueles que

considerem significativos sobre sua vida ou de sua família, que mostrem um

Memórias e culturas dinâmicas – datas comemorativas, museus

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pouco sobre quem são. Podem-se criar histórias ou dramatizações a partir do

material trazido de casa.

Investigar também a história local. Qual a origem da cidade onde vivem? Que

pessoas do lugar poderiam ajudá-los a resgatar essa história?

Quem já foi a um museu? Que museus existem na sua localidade? Seria inte-

ressante relatar como os ticuna criaram seu próprio museu, o Museu Magüta.

Destacar que os museus não se limitam, atualmente, a preservar a memória de

heróis nacionais e lideranças políticas. O museu é também o espaço para con-

servar a memória dos movimentos populares ou dos diferentes grupos étnicos.

Dependendo das possibilidades do local, poderia ser organizada uma visita a um

museu, uma exposição de fotografias ou obras de arte. Se tiverem acesso à In-

ternet, os alunos poderiam conhecer o site do Museu do Índio. A partir das visitas

reais ou virtuais, observar como é realizado o trabalho de preservação e divulga-

ção do acervo histórico e cultural: pesquisar como se conservam os documentos,

como são montadas exposições, que critérios são utilizados para selecionar as

fotos, que profissionais estão envolvidos nesse trabalho. Lembrar que a conser-

vação do patrimônio inclui também a preservação do meio ambiente.

A linha do tempo Comunicações no Brasil (p. 55) é oportunidade para discutir a

história dos meios de comunicação e comparar diferentes veículos. Há, cada vez

mais, um aumento na velocidade e no volume de informação. Atualmente, as in-

formações chegam quase em tempo real para muita gente, ao mesmo tempo, em

diferentes partes do mundo. Entretanto, a qualidade da informação melhorou?

Há também a coexistência de meios de comunicação que não necessariamente

se substituem: o uso da Internet não substituiu o do telefone, por exemplo.

O acesso não é o mesmo para todos, depende do poder aquisitivo e do local de

moradia de cada um. A que meios de comunicação os alunos têm acesso?

Comparar como uma mesma notícia é veiculada por diferentes meios de comu-

nicação.

Realizar uma pesquisa sobre a presença do rádio na vida das pessoas e no

lugar onde vivem. Quem tem o hábito de escutar rádio? Em que circunstâncias

isso ocorre (em casa, enquanto trabalha etc.)? Que tipo de emissora e progra-

mas prefere escutar (noticiário, música etc.)? Transformar em gráficos os dados

levantados.

A força dos meios de comunicação – rádio, televisão, internet

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Combinar com os alunos que têm acesso à TV a atividade de, no mesmo dia,

observarem os diferentes programas (novela, propaganda, noticiário ou dese-

nho animado), procurando refletir sobre estas questões: como a mídia trata a

questão da diversidade humana? Todos são apresentados da mesma forma? E

as crianças e jovens, como são apresentados? E os índios?

B RA

SI

L

E Q U A D O R

U R U G U A I

P A R A G U A I

B O L Í V I A

C O L Ô M B I A

24

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Este capítulo dá ênfase à figura de Rondon em sua dimensão política, no senti-

do amplo, de alguém que exerceu com intensidade sua cidadania e defendeu suas

ideias, marcando presença em episódios históricos importantes, inclusive em torno

dos (ainda hoje) disputados direitos dos índios e das ações destes em defesa de

suas vidas e culturas.

Os hospitais, as escolas, os museus, todos estão sujeitos a transformações em

função da vontade e das ações de pessoas e grupos. Os alunos podem eleger

uma instituição pública de sua localidade e estudar sobre qual seria a sua fun-

ção, como funciona, como afeta suas vidas e de sua comunidade e que grau de

participação poderiam ter na mesma.

A partir das informações do Almanaque Histórico sobre a Guerra do Paraguai

(p. 64 e p. 65 pintura), realizar um estudo sobre as origens e consequências

desse conflito. Essa é uma boa ocasião para abordar temas como violência,

nacionalismo, dominação econômica da Inglaterra, delimitação de fronteiras.

Lembrar que, tempos depois da Guerra do Paraguai, Rondon esteve à frente da

Inspeção de Fronteiras.

De que guerras o Brasil já participou? Qual o papel dos militares? Seria a manu-

tenção da ordem interna? Seria a proteção das fronteiras? Discutir a função dos

uniformes no Exército, nas escolas e no trabalho.

Caracterizar o País entre fins do século XIX e começo do século XX (movimento

abolicionista, movimento republicano, exportação da borracha e do café, cres-

cimento das cidades, modernização tecnológica, novos meios de transporte,

imigração europeia). Ver ainda o material do Projeto Memória Oswaldo Cruz,

que aborda, em detalhe, esse período.

4 O HOMEM PÚBLICO

Direitos humanos, cidadania, participação política

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testemunho histórico“Aliás, não tinha eu muito tempo para brincar. Quando não

estava agarrado aos livros, ia ajudar o tio na venda – venda

de roça, onde de tudo se vendia, inclusive peixe frito que,

com farinha, constituía a alimentação dos trabalhadores.”

(Esther de Viveiros. Rondon conta sua vida. 1969, p. 25)

(Almanaque, p. 66)

Para Rondon, as obrigações tomavam mais tempo que o lazer. Investigar com os

alunos como é distribuído seu tempo: tempo da escola, tempo de lazer. Fazem eles

algum tipo de trabalho? Conhecem alguém que realize trabalho infantil? Pesquisar

com os educandos sobre como a legislação regulamenta essa questão. O Estatuto

da Criança e do Adolescente, no Livro I, Título II, Capítulo V, Artigos 60 a 69, regu-

la a questão do direito à profissionalização e à proteção no trabalho, bem como

estabelece a proibição de trabalho a menores de 14 anos, salvo na condição de

aprendiz.

Utilizar a linha do tempo com fotos dos presidentes do Brasil (p. 70) para dis-

cutir eleições. Realizar com os alunos uma pesquisa sobre como se deram as

eleições para presidente no Brasil em diferentes períodos. Quando as mulheres

passaram a votar? Quando o voto passou a ser universal? Como eram esco-

lhidos os presidentes durante o primeiro governo Vargas e a ditadura militar?

Relatar o período em que passamos a ter eleições diretas novamente.

Organizar uma eleição na turma, ou na escola, para presidente e outros repre-

sentantes.

O que é ser brasileiro? É só ter nascido no País? Todos falam a mesma língua?

Todos têm direitos iguais?

Abordar diretamente com os alunos a questão da discriminação. Organizados

em grupos, eles devem contar, por meio de dramatização, uma situação de dis-

criminação vivida por alguém da turma ou por alguém que conhecem. Discutir

com a turma os motivos que levaram tal fato a acontecer. Os grupos devem, en-

tão, realizar nova dramatização, propondo como poderia o caso ter acontecido

de forma diferente. Os alunos devem retratar, na primeira dramatização, como

a pessoa – vítima da discriminação – reagiu e, na segunda, como poderia ter

reagido.

Aproveite a ocasião para abordar a questão da discriminação nas escolas. To-

das as vezes em que um aluno sofre de forma contínua, por parte dos colegas, 26

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professores ou funcionários da escola, situações que envolvem intimidação, hu-

milhação, perseguição, ameaças e isolamento, dentre outras, está sendo vítima

de algum tipo de discriminação. Cabe aos professores criarem mecanismos de

discussão para evitar que isso aconteça.

Realizar uma pesquisa sobre as pessoas mencionadas nos BOXES Retratos de

vidas no Almanaque que, de alguma forma, compartilharam com Rondon seu

interesse em lidar com os grupos indígenas de forma diferente da dominante

em sua época. Noel Nutels, Francisco Meirelles, Darcy Ribeiro e os irmãos Villas

Bôas são alguns deles. A pesquisa poderia ser completada investigando-se os

órgãos atuais governamentais e não governamentais que se ocupam da ques-

tão indígena, como a Fundação Nacional do Índio (FUNAI), a Fundação Nacio-

nal de Saúde (FUNASA) e o Conselho Indigenista Missionário (CIMI).

No Capítulo 1 do Almanaque, no BOX Os limites da floresta, se discute o embate

entre defensores do agronegócio e ambientalistas. Cada posição defende veemen-

temente seus pontos de vista e considera que está do lado certo da questão. Eis

aí boa oportunidade para simular uma espécie de julgamento desses dois pontos

de vista em sala de aula. Tal atividade desenvolve a capacidade de argumentação

e deve-se deixar bem claro que o que mais importa, nesse caso, é tecer uma boa

defesa em torno da qual estará quem poderá vencer o embate, pelo menos em sala

de aula. As discussões geradas pela simulação de debate certamente servirão para

uma reflexão a respeito desse tema:

1. A turma deverá ser dividida em três grupos:

I. Defensores do agronegócio

II. Defensores do ambientalismo

III. Comissão julgadora

2. o julgamento ocorrerá em quatro etapas:

I. Defesa do agronegócio: serão apresentados argumentos a favor dessa

postura.

II. Defesa da preservação ambiental: apresentação dos argumentos favoráveis

a essa posição.

III. A comissão julgadora fará perguntas a ambos os grupos, de modo a testar

a consistência dos argumentos dos dois defensores.

IV. A comissão discutirá sobre qual dos dois grupos defendeu melhor suas

ideias. O grupo que conseguiu argumentar melhor vencerá a discussão.

Defesa de pontos de vista

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