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ISBN978850263823-5
Estefam,AndrDireitopenalesquematizado:partegeral/AndrEstefameVictorEduardoRiosGonalves;coordenadorPedroLenza.5.ed.SoPaulo:Saraiva,2016.(Coleoesquematizado)Bibliografia.1.Direitopenal2.Direitopenal-BrasilI.Gonalves,VictorEduardoRios.II.Lenza,Pedro.III.Ttulo.IV.Srie.15-09109CDU-343
ndicesparacatlogosistemtico:
1.Direitopenal343
DireoeditorialLuizRobertoCuriaGernciaeditorialThasdeCamargoRodriguesEditoriadecontedoEvelineGonalvesDenardi
AssistnciaeditorialBrunaGimenezBoaniCoordenaogeralClarissaBoraschiMaria
PreparaodeoriginaisMariaIzabelBarreirosBitencourtBressaneAnaCristinaGarcia(coords.)
Arte,diagramaoerevisoKnow-howEditorialConversoparaE-pubGuilhermeHenriqueMartinsSalvadorServioseditoriaisElaineCristinadaSilva|KelliPriscilaPinto
CapaAeroComunicao
Datadefechamentodaedio:23-11-2015
Dvidas?
Acessewww.editorasaraiva.com.br/direito
Nenhumaparte desta publicao poder ser reproduzida por qualquermeio ou forma sem a prviaautorizaodaEditoraSaraiva.AviolaodosdireitosautoraiscrimeestabelecidonaLein.9.610/98
http://www.editorasaraiva.com.br/direito
epunidopeloartigo184doCdigoPenal.
SUMRIO
HistricodaObra
AGRADECIMENTOS
AGRADECIMENTOS
METODOLOGIAESQUEMATIZADO
NOTADOSAUTORES5EDIO
1.INTRODUOAODIREITOPENAL
1.1.DireitoPenal
1.2.ConceitodeDireitoPenal
1.2.1.Direitopenalobjetivoesubjetivo
1.2.2.Direitopenalcomumeespecial
1.2.3.Direitopenalsubstantivoeadjetivo
1.2.4.Direitopenalinternacionaledireitointernacionalpenal
1.2.5.Direitopenaldofatoedireitopenaldoautor
1.3.Relaododireitopenalcomoutrosramosjurdicos
1.3.1.Direitoconstitucional
1.3.2.Direitointernacionalpblico
1.3.2.1.Conceito
1.3.2.2.Posiohierrquicadostratadosedasconvenesinternacionaissobredireitoshumanos
1.3.2.3.OEstatutodeRomaTribunalPenalInternacional
1.3.2.3.1.Previsoconstitucional
1.3.2.3.2.Origem
1.3.2.3.3.Competnciasupletivaoucomplementar(subsidiariedade)
1.3.3.Direitoprocessualpenal
1.3.4.Direitocivil
1.3.4.1.Breveconceito
1.3.4.2.Diferenasentreosdireitoscivilepenal
1.3.4.3.Pontosdecontato
1.3.5.Direitoadministrativo
1.3.6.Direitotributrio
1.3.7.Sntese
1.4.PosioenciclopdicadoDireitoPenal
1.4.1.Ocartercientficododireitopenal
1.4.2.Adogmticapenal
1.4.3.Apolticacriminal
1.4.4.Acriminologia
1.4.4.1.Oberodacriminologia
1.4.4.1.1.CriminologiadaEscolaClssica
1.4.4.1.2.CriminologiadaEscolaPositiva
1.4.4.1.3.Sociologiacriminal36
1.4.4.1.4.Criminologiasocialista
1.4.4.1.5.Sociologiacriminalnorte-americana
1.4.4.1.6.Criminologiacrticaoucriminologianova
1.4.4.1.6.1.Labellingapproach
1.4.4.1.6.2.Etnometodologia
1.4.4.1.6.3.Criminologiaradical
1.4.4.2.Criminologianaatualidade
1.4.4.2.1.Criminologiadeconsensoedeconflito
1.5.Sntese
1.6.MovimentosPenais
1.6.1.Abolicionismopenal
1.6.2.Garantismopenal
1.6.3.Movimentoleieordem
1.6.4.Sntesereflexiva
1.7.QUESTES
2.BREVEHISTRIADODIREITOPENAL
2.1.Aimportnciadacompreensohistrica
2.2.Apr-histriadoDireito
2.2.1.Odireitopenalpr-histricoouprimitivo
2.2.2.Apr-histriadodireitopenalbrasileiro
2.3.Osurgimentodaescritaedosprimeirostextosjurdicos
2.4.Afasedavinganapenal
2.4.1.Avinganadivina
2.4.2.Avinganaprivada
2.4.3.Avinganalimitada(Talio)
2.4.4.Avinganapblica
2.5.Sntese
2.6.Ossistemasjurdicosdaatualidade
2.6.1.Osistemadacommonlaw
2.6.1.1.Elementosessenciaisdocrimenacommonlaw
2.6.2.Aquesistemajurdicopertencemos?
2.6.3.Asorigensdosistemaromano-germnico(civillaw)
2.7.Antiguidaderomana
2.8.ODireitoPenalnaIdadeMdia
2.9.ODireitoPenalnaIdadeModernaeasOrdenaesdoReinodePortugal
2.10.Sntese
2.11.HistriadoDireitoPenalpositivobrasileiro
2.11.1.AsOrdenaesdoReinodePortugal
2.11.2.OCdigoCriminaldoImprio(1830)
2.11.3.OCdigoPenalde1890
2.11.4.AConsolidaodasLeisPenais(1932)
2.11.5.OCdigoPenalde1940
2.11.6.AReformade1984
2.11.6.1.EstruturadoCdigoPenal
2.12.Snteseconclusiva
2.13.AsrecentesreformasdoDireitoPenal
2.14.Panoramadalegislaopenalespecial
2.15.Sntese
2.16.Questo
3.ACONSTITUCIONALIZAODODIREITOPENAL
3.1.IntroduodoEstadoLegalistaaoEstadoConstitucionaldeDireito
3.2.OdeclniodoEstadoLegalista
3.3.OEstadoConstitucionaldeDireito
3.3.1.OrigemdoEstadoConstitucionaldeDireito
3.3.2.AsbasesdoEstadoConstitucionaldeDireito
3.4.ONeoconstitucionalismoeoDireitoPenal
3.5.Sntese
3.6.Questo
4.DIREITOPENALCONSTITUCIONAL
4.1.Conceito
4.2.Premissa(neoconstitucionalismo)
4.3.VisoGeral
4.4.Princpiosconstitucionais
4.4.1.Consideraesgerais
4.4.1.1.Princpiosenquantonormasjurdicas
4.4.1.2.Diferenasentreprincpioseregras98
4.4.1.2.1.Quantohierarquia
4.4.1.2.2.Quantoaocontedo
4.4.1.2.3.Quantoestruturaformal
4.4.1.2.4.Quantoaomododeaplicao
4.4.1.2.5.Quantoabstraoevagueza
4.4.1.2.6.Quantodensidadenormativa
4.4.1.2.7.Quantoplasticidadeoupoliformia
4.4.1.2.8.Quantoesferadeincidncia
4.4.1.2.9.Quantosoluodeconflitos
4.4.1.2.10.Quantofuno
4.4.1.2.11.Quantoaoimpedimentodoretrocesso
4.4.1.3.Sntesedasdiferenasentreprincpioseregras
4.4.2.Princpiosconstitucionaisemespcie
4.4.2.1.Princpiosbasilaresouestruturanteseprincpiosderivadosoudecorrentes(hierarquiaentreosprincpios)
4.4.2.2.Princpiosbasilaresouestruturantes
4.4.2.2.1.Princpiodadignidadedapessoahumana
4.4.2.2.1.1.Conceito
4.4.2.2.1.2.Jurisprudncia
4.4.2.2.2.Princpiodalegalidade
4.4.2.2.2.1.Enunciado
4.4.2.2.2.2.Legalidadepenalelegalidadeemsentidoamplo
4.4.2.2.2.3.Origemhistrica
4.4.2.2.2.4.Clusulaptrea
4.4.2.2.2.5.Aspectopoltico
4.4.2.2.2.6.Aspectojurdico
4.4.2.2.2.7.Relativizaodoprincpiodalegalidade?
4.4.2.2.2.8.Desdobramentosdoprincpiodalegalidade
4.4.2.2.2.8.1.Legepraeviaouanterioridade
4.4.2.2.2.8.2.Legescriptaoureservalegal
4.4.2.2.2.8.2.1.Reservalegaleespciesnormativas
4.4.2.2.2.8.3.Legestricta(proibiodeanalogia)
4.4.2.2.2.8.4.Legecerta,taxatividadeoumandatodecerteza
4.4.2.2.2.9.Oprincpiodalegalidadeseestendesmedidasdesegurana?
4.4.2.2.2.10.Oprincpiodalegalidadeaplica-seexecuopenal?
4.4.2.2.2.11.Aquemoprincpiodalegalidadeprotege?
4.4.2.2.2.12.Quaisosfundamentosdoprincpiodalegalidade?
4.4.2.2.2.13.Competncialegislativasuplementar
4.4.2.2.2.14.Jurisprudncia
4.4.2.2.3.Princpiodaculpabilidade
4.4.2.2.3.1.Conceito
4.4.2.2.3.2.Fundamentoconstitucional
4.4.2.2.3.3.Compreensodoprincpioemsuaorigem
4.4.2.2.3.4.Princpiodaresponsabilidadepenalsubjetiva
4.4.2.2.3.5.Versariinreillicita
4.4.2.2.3.6.Culpabilidadenocontextoatual
4.4.2.2.3.7.Culpabilidadecomomedidadapena
4.4.2.2.3.8.Asmodalidadesdeerrojurdico-penal
4.4.2.2.3.9.Sntesedosreflexosdoprincpiodaculpabilidade
4.4.2.2.3.10.Jurisprudncia
4.4.2.2.4.Sntese
4.4.2.3.Princpiosderivadosoudecorrentes
4.4.2.3.1.Princpiodaretroatividadebenficadaleipenal
4.4.2.3.2.Princpiodainsignificnciaoudabagatela
4.4.2.3.2.1.Conceito
4.4.2.3.2.2.Origem
4.4.2.3.2.3.Naturezajurdica
4.4.2.3.2.4.VetoresdainsignificnciasegundooSupremoTribunalFederal
4.4.2.3.2.5.Portededrogaparaconsumopessoal155
4.4.2.3.2.6.Descaminhoecrimescontraaordemtributria
4.4.2.3.2.7.Roubo
4.4.2.3.2.8.CrimecontraaAdministraoPblica
4.4.2.3.2.9.CrimepraticadoporPrefeitoMunicipal
4.4.2.3.2.10.Atoinfracional
4.4.2.3.2.11.Princpiodabagatelaimprpria
4.4.2.3.2.12.Matriainfraconstitucional
4.4.2.3.2.13.Furtosemcontinuidadedelitiva(ausnciadeumdosvetoresreduzidograudereprovabilidadedocomportamento)
4.4.2.3.2.14.Registroscriminaispretritosimpedemaaplicaodoprincpiodainsignificncia
4.4.2.3.2.15.Furtocometidomedianteingressosubreptcioemresidnciadavtimadescabimentodoprincpiodainsignificncia
4.4.2.3.2.16.Furtoqualificadoinaplicabilidadedoprincpiodainsignificncia
4.4.2.3.2.17.Diretrizesdetalhadasacercadaaplicaodoprincpio
4.4.2.3.3.Princpiodofato
4.4.2.3.4.Princpiodaalteridadeoutranscendentalidade
4.4.2.3.5.Princpiodaexclusivaproteodebensjurdicos
4.4.2.3.5.1.Conceitoeexemplos
4.4.2.3.5.2.Bensjurdicosconstitucionais
4.4.2.3.6.Princpiodaofensividadeoulesividade
4.4.2.3.7.Princpiodaintervenomnima
4.4.2.3.7.1.Odireitopenalcomoultimaratio
4.4.2.3.7.2.Origem
4.4.2.3.7.3.Fundamentoconstitucional
4.4.2.3.7.4.Exemplosdenormasatentatriasintervenomnima
4.4.2.3.7.5.Subsidiariedade
4.4.2.3.7.6.Fragmentariedade
4.4.2.3.8.Princpiodaadequaosocial
4.4.2.3.8.1.Origemeconceito
4.4.2.3.8.2.Jurisprudncia
4.4.2.3.9.Princpiodonebisinidem
4.4.2.3.9.1.Avedaododuploapenamentonoscasosdeextraterritorialidadedaleipenalbrasileira
4.4.2.3.9.2.Detrao
4.4.2.3.9.3.Dosimetriadapena
4.4.2.3.9.4.Aspectoprocessualpenal
4.4.2.3.9.5.Conflitoaparentedenormas
4.4.2.3.10.Princpiodahumanidade
4.4.2.3.11.Princpiodaproporcionalidade
4.4.2.3.11.1.Histrico
4.4.2.3.11.2.Fundamentoconstitucional
4.4.2.3.11.3.Contedoanalticodoprincpiodaproporcionalidade
4.4.2.3.11.4.Aproibiodoexcesso(bermassverbot)
4.4.2.3.11.5.Aproibiodeproteodeficiente(untermassverbot)
4.4.2.3.12.Princpiosligadospena
4.5.Osvaloresconstitucionais(cargaaxiolgica)
4.5.1.Valoresconstitucionais
4.5.2.Bemjurdico-penalevoluo
4.5.3.Funesdobemjurdico
4.6.Mandadosconstitucionaisdecriminalizaooupenalizao
4.6.1.Conceito
4.6.2.Mandadosexpressosdepenalizao
4.6.3.Mandadosimplcitosdecriminalizaooupenalizao
4.7.OslimitesaoexercciododireitodepunirdoEstado
4.7.1.Imunidadesparlamentares
4.7.1.1.Imunidadeparlamentarfederal
4.7.1.1.1.Imunidadematerial,realousubstantiva(inviolabilidade)
4.7.1.1.2.Imunidadeprocessual,formalouadjetiva
4.7.1.1.2.1.Competnciaporprerrogativadefuno
4.7.1.1.2.2.Imunidadeprisional
4.7.1.1.2.3.Imunidadeparaoprocesso
4.7.1.1.2.4.Sigilodefonte
4.7.1.2.Imunidadeparlamentarestadual
4.7.1.3.Imunidadeparlamentarmunicipal
4.7.2.Imunidadepresidencial
4.7.2.1.GovernadordeEstadoedoDistritoFederalePrefeitosMunicipais
4.8.Asinfraespenaisdemenorpotencialofensivo
4.8.1.Fundamentoconstitucional
4.8.2.Conceitodeinfraesdemenorpotencialofensivo
4.8.2.1.Introduo
4.8.2.2.Definiolegal
4.8.2.2.1.Regra
4.8.2.2.2.Exceo
4.8.3.Medidasdespenalizadoras
4.9.Questes
5.ESCOLASPENAIS
5.1.Conceito
5.2.Origemeprincipaisescolas
5.3.AEscolaClssica,IdealistaouPrimeiraEscola
5.3.1.Introduo
5.3.2.Denominao
5.3.3.Perodohumanitrio
5.3.4.Perodocientfico
5.4.AEscolaPositivaouPositivista
5.4.1.Introduo
5.4.2.Mtodocientfico
5.4.3.Fundamentodapena
5.5.ATerceiraEscola
5.6.AsdemaisEscolaseasuasuperao
5.7.Sntese
6.DIREITOPENALDOINIMIGO
6.1.Introduo
6.2.Origem
6.3.Fasecrtica
6.4.Fasedescritiva
6.5.Faselegitimadora
6.6.Oinimigo
6.7.Caractersticas
6.8.Questionamentos
6.9.Pressupostoselimites
6.10.Harmonizaocomprincpiosconstitucionais
6.11.DireitoPenaldoAutor
6.12.Concluso
6.13.Sntese
6.14.QuestO
7.CONCEITOSFUNDAMENTAIS
7.1.FontesdoDireitoPenal
7.1.1.Fontesmateriais,substanciaisoudeproduo
7.1.2.Fontesformais,deconhecimentooudecognio
7.2.AnalogiaemDireitoPenal
7.2.1.Naturezaeconceito
7.2.2.Analogiainbonampartemeinmalampartem
7.2.3.Espcies
7.3.Hermenuticaeinterpretao
7.3.1.Mtodosdeinterpretao
7.3.2.Interpretaoquantoorigem
7.3.3.Interpretaoquantoaoresultado
7.4.Infraopenalclassificaobipartidaetripartida
7.4.1.Diferenasentrecrimeecontravenopenal
7.4.2.Elementosecircunstnciasdocrime
7.4.3.Comunicabilidadedaselementaresecircunstnciasnoconcursodeagentes
7.4.4.Circunstnciaselementares
7.5.Sujeitosdocrime
7.5.1.Sujeitoativo
7.5.1.1.Capacidadeespecialdosujeitoativo(crimesprpriosedemoprpria)
7.5.1.2.Responsabilidadepenaldapessoajurdica
7.5.2.Sujeitopassivo
7.5.2.1.Prejudicadooulesadocomocrime
7.5.2.2.Podeumapessoaser,aumstempo,sujeitoativoepassivodeummesmocrime?
7.6.Objetodocrime
7.7.Leipenalenormapenal
7.7.1.Espciesdenormapenal
7.7.2.Leipenalembranco
7.7.2.1.Espcies
7.7.3.Leipenalincompleta
7.8.Resultadodocrime
7.9.Questes
8.CLASSIFICAODECRIMES
8.1.Introduo
8.2.Critriosdeclassificao
8.2.1.Quantoaodiplomanormativo
8.2.2.Quantoaosujeitoativo
8.2.2.1.Quantopluralidadedesujeitoscomorequisitotpico
8.2.2.2.Quantoqualidadeespecialdosujeitoativo
8.2.2.3.Quantopossibilidadedecoautoria
8.2.3.Quantoaosujeitopassivo
8.2.4.Quantoaoresultado
8.2.5.Quantoaoresultadonaturalsticooumaterial
8.2.6.Quantoaoresultadojurdicoounormativo
8.2.7.Quantoconduta
8.2.8.Quantoaomomentoconsumativo
8.2.9.Quantoautonomia
8.2.10.Quantoexistnciadecondies
8.2.11.Quantoobjetividadejurdica
8.2.12.Quantoaoitercriminis
8.2.13.Quantocondutatpica
8.2.13.1.Quantopossibilidadedefracionamentodacondutatpica
8.2.13.2.Quantonaturezadocomportamentonuclear
8.2.13.3.Quantopluralidadedeverbosnucleares
8.2.14.Quantoaocartertransnacional
8.2.15.Quantoaoelementosubjetivoounormativo
8.2.16.Quantoposiotopogrficanotipopenal
8.2.17.Critriosrelacionadoscomotemadoconflitoaparentedenormas
8.2.17.1.Princpiodaespecialidade
8.2.17.2.Princpiodasubsidiariedade
8.2.17.3.Princpiodaconsunoouabsoro
8.2.18.Quantoaopenal
8.2.19.Quantoconexo
8.2.20.Quantocondiodefuncionriopblicodosujeitoativo
8.2.21.Quantohabitualidade
8.2.22.Quantoaocarterpoltico
8.2.23.Quantoestruturadotipopenal
8.3.Outrasclassificaes
8.3.1.Crimesmultitudinrios
8.3.2.Crimesdeopinio
8.3.3.Crimesdeimprensa
8.3.4.Crimesdempeto
8.3.5.Crimesadistnciaoudeespaomximo
8.3.6.Crimesplurilocais
8.3.7.Delitosdetendncia
8.3.8.Crimesdeimpresso
8.3.9.Crimesdesimplesdesobedincia
8.3.10.Crimesfalimentaresoufalitrios
8.3.11.Crimesaprazo
8.3.12.Crimesgratuitos
8.3.13.Delitosdecirculaooudetrnsito
8.3.14.Delitostranseuntesenotranseuntes
8.3.15.Crimesdeatentadooudeempreendimento
8.3.16.Crimeemtrnsito
8.3.17.Quasecrime
8.3.18.Crimesderesponsabilidade
8.3.19.Crimeshediondos
8.3.20.Crimeputativoouimaginrio
8.4.Sntese
8.5.QUESTES
9.APLICAODALEIPENAL
9.1.LeiPenalnoTempo
9.1.1.Introduo
9.1.2.possvelaplicarleipenalantesdeconsumadasuavacncia?
9.2.Conflitodeleispenaisnotempo
9.2.1.Introduo
9.2.2.Novatiolegisinmelliuseabolitiocriminis
9.2.3.Novatiolegisinpejusenovatiolegisincriminadora
9.2.4.Dvidaarespeitodaleipenalmaisbenfica
9.2.5.Combinaodeleispenais
9.2.6.Sucessodeleispenais
9.2.7.Medidasdesegurana
9.2.8.Competnciaparaaplicaodaleipenalbenfica
9.2.9.Crimepermanenteecrimecontinuado
9.3.Leiexcepcionaleleitemporria(CP,art.3)
9.4.Retroatividadedaleipenaleleipenalembranco
9.5.Retroatividadebenficadoentendimentojurisprudencial
9.6.Tempodocrime
9.7.LeiPenalnoEspao
9.7.1.Territorialidade
9.7.1.1.Territrionacional
9.7.2.Lugardocrime
9.7.3.Forocompetente
9.7.4.Extraterritorialidadedaleipenalbrasileira
9.7.4.1.Princpiosaplicveis
9.7.4.1.1.Princpiodauniversalidade,dajustiapenaluniversaloucosmopolita
9.7.4.1.2.Princpioreal,daproteo(ouproteodeinteresses)oudadefesa
9.7.4.1.3.Princpiodapersonalidadeounacionalidade
9.7.4.1.4.Princpiodarepresentaooudabandeira
9.7.4.2.Extraterritorialidadeincondicionada
9.7.4.3.Extraterritorialidadecondicionada
9.7.4.4.Extraterritorialidadenaleidetortura
9.7.4.5.Extraterritorialidadedaleipenalmilitar
9.7.5.TribunalPenalInternacionalouCortePenalInternacional
9.7.6.Aaplicaodaleipenalestrangeiraafatoscometidosemterritrionacional
9.7.7.Extradio
9.7.7.1.Conceito
9.7.7.2.Espcies
9.7.7.3.Disciplinaconstitucional
9.7.7.4.Requisitos
9.7.8.Expulso
9.8.Imunidadediplomtica
9.9.Imunidadesconsulares
9.10.Embaixadasestrangeiras
9.11.Eficciadasentenaestrangeira
9.12.Contagemdeprazospenais
9.13.Fraesnocomputveisnapena
9.14.Princpiodaespecialidade
9.15.Questes
10.CONFLITOAPARENTEDENORMAS
10.1.Introduo
10.2.Pressupostos
10.3.Conflitoaparentedenormasepluralidadedefato
10.3.1.Antefatoimpunvel
10.3.2.Ps-fatoimpunvel
10.4.Princpiosparasoluodeconflitoaparentedenormas
10.4.1.Introduoaosprincpiosparasoluodeconflitoaparentedenormas
10.4.2.Princpiodaespecialidade(lexspecialisderogatgeneralis)
10.4.3.Princpiodasubsidiariedade(lexprimariaderogatlegisubsidiariae)
10.4.4.Princpiodaconsunooudaabsoro(lexconsumensderogatlegiconsumptae)
10.4.5.Princpiodaalternatividade
10.5.Sntese
10.6.Questes
11.CONCEITODeCRIME
11.1.Conceito
11.2.Utilidadedosdiversosconceitosdecrime
11.3.Conceitoanaltico
11.4.Teoriabipartida
11.5.Teoriatripartida
11.6.Sntese
12.SISTEMASPENAIS
12.1.Sistemapenaleoconceitoanalticodecrime
12.2.Panoramadosprincipaissistemaspenais
12.3.Sistemaclssico
12.3.1.Origemebasefilosfica
12.3.2.Principaisteorias
12.3.3.Aestruturadocrimenosistemaclssico
12.3.4.Crticasaosistemaclssico
12.4.Sistemaneoclssico
12.4.1.Origemebasefilosfica
12.4.2.Principaisteorias
12.4.3.Aestruturadocrimenosistemaneoclssico
12.4.4.Crticasaosistemaneoclssico
12.5.Sistemafinalista
12.5.1.Origemebasefilosfica
12.5.2.Principaisteorias
12.5.3.Aestruturadocrimenosistemafinalista
12.5.4.Esquemadaestruturadocrimenofinalismo
12.5.5.Crticasaofinalismo
12.5.6.Ofinalismoencontra-sesuperado?
12.6.Sistemafuncionalista
12.6.1.Origemebasefilosfica
12.6.2.Principaisteorias
12.6.3.Estruturadocrimenosistemafuncionalista
12.6.4.Esquemadaestruturadocrimenofuncionalismo
12.6.5.Crticasaofuncionalismo
12.7.Questes
13.FATOTPICO
13.1.Introduo
13.2.Diviso
13.3.Conduta
13.3.1.Elementosdaconduta
13.3.2.Diferenaentrecondutaeato
13.3.3.Formasdeconduta
13.3.3.1.Omissopenalmenterelevante
13.3.3.1.1.Teoriasdaomisso
13.3.3.1.2.Espciesdecrimesomissivos
13.3.3.2.Crimesdecondutamista
13.3.3.3.Teoriasdaao(resumo)
13.4.Tipicidade
13.4.1.Conceito
13.4.2.Adequaotpica
13.4.3.Tipicidadeconglobante(Zaffaroni)
13.4.4.Funesdotipopenal
13.4.5.Tipoobjetivoetiposubjetivotiposnormaiseanormais
13.4.6.Tipoabertoetipofechado
13.5.Resultado
13.5.1.Classificaodoscrimesquantoaoresultadonaturalstico
13.5.2.Classificaodoscrimesquantoaoresultadojurdico
13.6.Nexodecausalidadeourelaodecausalidade
13.6.1.Introduo
13.6.2.Asteoriassobrearelaodecausalidade
13.6.3.AteoriaadotadaemnossoCdigoPenal
13.6.4.Ateoriadaequivalnciadosantecedentesoudaconditiosinequanoneascausasindependentes
13.7.Imputaoobjetiva
13.8.Dolo
13.8.1.Introduo
13.8.2.Espciesdedolo
13.9.Culpa
13.9.1.Elementosdofatotpicodocrimeculposo
13.9.2.Deverdecuidadoobjetivoeprevisibilidadedoresultado
13.9.3.Oprincpiodoincrementodorisco
13.9.4.Modalidadesdeculpa
13.9.5.Culpaconscienteeinconsciente.Diferenaentreculpaconscienteedoloeventual
13.9.6.Culpaprpriaeculpaimprpria
13.9.7.Culpamediataouindireta
13.9.8.Grausdeculpa
13.9.9.Concorrnciaecompensaodeculpas
13.9.10.Excepcionalidadedocrimeculposo
13.10.Preterdolo
13.11.Sntese
13.12.Questes
14.TEORIADAIMPUTAOOBJETIVA
14.1.Introduo
14.2.Oquearelaodeimputaoobjetiva(objektivenZurechnung)?
14.3.Histricodateoriageraldaimputaoobjetiva
14.4.AimputaoobjetivasegundoClausRoxin
14.4.1.OsnveisdeimputaoconformeRoxin
14.4.1.1.Primeironveldeimputao:produo(ouincremento)deumriscorelevanteeproibido
14.4.1.2.Segundonveldeimputao:repercussodorisconoresultado
14.4.1.3.Terceironveldeimputao:resultadodentrodoalcancedotipo
14.5.AimputaoobjetivasegundoJakobs
14.5.1.PrincpiosexcludentesdeimputaosegundoJakobs
14.5.1.1.Princpiodoriscopermitido
14.5.1.2.Princpiodaconfiana
14.5.1.3.Princpiodaproibiodoregresso
14.5.1.4.Princpiodacapacidadeoucompetnciadavtima
14.6.Umavisopossvelluzdoordenamentopenalptrio
14.6.1.Aimputaoobjetivanajurisprudncia
14.7.Sntese
14.8.Questes
15.ERRODETIPO
15.1.OerroemDireitoPenal(errodetipoeerrodeproibio)
15.2.OerroantesdaReformade1984
15.3.Distinoentreerrodetipoeerrodeproibio
15.4.Errodetipoconceito
15.4.1.Diferenaentreerrodetipoedelitoputativoporerrodetipo
15.4.2.Espciesdeerrodetipo
15.4.2.1.Errodetipoessencial
15.4.2.1.1.Efeito
15.4.2.1.2.Diferenaentreerrodetipoincriminador(art.20,caput)epermissivo(art.20,1)
15.4.2.1.3.Errodetipoincriminador
15.4.2.1.4.Errodetipopermissivo
15.4.2.1.4.1.Disciplinalegal
15.4.2.1.4.2.Aculpaimprpria(noerrodetipopermissivo)
15.4.2.1.4.3.Controvrsiaacercadanaturezadoart.20,1,doCP
15.4.2.1.4.4.Descriminantesputativasespciesenaturezajurdica
15.4.2.2.Errodetipoacidental
15.4.2.2.1.Errosobreoobjetomaterial
15.4.2.2.1.1.Errosobreapessoa
15.4.2.2.1.2.Errosobreoobjetoousobreacoisa
15.4.2.2.2.Erronaexecuodocrime
15.4.2.2.2.1.Aberratioictus,desvionaexecuoouerronogolpe
15.4.2.2.2.2.Aberratiocriminis,aberratiodelictiouresultadodiversodopretendido
15.4.2.2.3.Errosobreonexocausalouaberratiocausae
15.5.Errosobreexcludentesdeculpabilidade
15.5.1.Coaomoralirresistvelputativaeobedinciahierrquicaputativa
15.5.2.Errosobreainimputabilidade
15.6.Errodeterminadoporterceiro
15.7.Sntese
15.8.Questes
16.ITERCRIMINIS
16.1.Conceito
16.2.Fasesdoitercriminis
16.2.1.Faseinterna(cogitao)
16.2.2.Faseexterna(preparao,execuoeconsumao)
16.2.2.1.Preparao
16.2.2.2.Execuo
16.2.2.3.Consumao
16.2.3.Exaurimento
16.3.Crimetentado(CP,art.14)
16.3.1.Introduo
16.3.2.Naturezajurdica
16.3.3.Punibilidadedatentativa
16.3.4.Teoriaadotada
16.3.5.Espciesdetentativa
16.3.6.Dolonatentativaesuacompatibilidadecomodoluseventualis
16.3.7.Infraesquenoadmitematentativa
16.4.Desistnciavoluntriaearrependimentoeficaz(CP,art.15)
16.4.1.Requisitos
16.4.2.Naturezajurdica
16.4.3.Efeito
16.4.4.Obstculoerroneamentesuposto
16.5.Arrependimentoposterior(CP,art.16)
16.6.Crimeimpossvel(CP,art.17)
16.6.1.Requisitos
16.6.2.Impropriedadeouineficciarelativas
16.6.3.Naturezajurdica
16.6.4.Teorias
16.6.5.Crimeimpossvelporobradoagenteprovocador
16.7.Sntese
16.8.Questes
17.ANTIJURIDICIDADE
17.1.Introduo
17.1.1.Conceito
17.1.2.Classificao
17.1.3.Relaocomatipicidade
17.2.Excludentesdeilicitude
17.2.1.Ailicitudediantedateoriadaimputaoobjetiva
17.2.2.Excesso
17.2.3.OexcessoeoTribunaldoJri
17.3.Estadodenecessidade
17.3.1.Teorias
17.3.2.Faculdadeoudireito
17.3.3.Requisitos
17.3.3.1.Requisitosvinculadossituaodenecessidade
17.3.3.1.1.Perigoatual
17.3.3.1.2.Ameaaadireitoprpriooualheio
17.3.3.1.3.Conhecimentodasituaojustificante
17.3.3.1.4.Perigonoprovocadovoluntariamentepelosujeito
17.3.3.2.Requisitosligadosreaodoagente
17.3.3.2.1.Inexigibilidadedosacrifciodobemameaado(princpioda
ponderaodebens)
17.3.3.2.2.Inevitabilidadedalesoaobemjurdicoemfacedoperigo
17.3.3.2.3.Inexistnciadedeverlegaldearrostaroperigo(art.24,1)
17.3.4.Classificao
17.4.Legtimadefesa
17.4.1.Requisitos
17.4.1.1.Agresso
17.4.1.2.Atualidadeouiminncia
17.4.1.3.Injustiadaagresso
17.4.1.4.Odireitodefendido
17.4.1.5.Elementosubjetivoconhecimentodasituaojustificante
17.4.1.6.Meiosnecessrios
17.4.1.7.Moderao
17.4.2.Commodusdiscessus
17.4.3.Excesso
17.4.4.Classificao
17.4.5.Ofendculos
17.4.6.Diferenasentrelegtimadefesaeestadodenecessidade
17.4.7.Legtimadefesadahonra
17.5.Exerccioregulardedireitoeestritocumprimentodedeverlegal
17.5.1.Introduo
17.5.2.Exerccioregulardeumdireito
17.5.2.1.Imputaoobjetiva
17.5.3.Estritocumprimentododeverlegal
17.6.Sntese
17.7.Questes
18.CULPABILIDADE
18.1.Introduo
18.2.Evoluodoconceitodeculpabilidade
18.2.1.Princpiodacoincidncia
18.3.Elementosdaculpabilidade
18.3.1.Imputabilidade
18.3.1.1.Causaslegaisdeexclusodaimputabilidade
18.3.1.2.Sistemasoucritriosdeaferiodainimputabilidade
18.3.1.3.Causaslegaisdeinimputabilidade
18.3.1.3.1.Doenamentaloudesenvolvimentomentalincompletoouretardado(CP,art.26)
18.3.1.3.2.Embriaguezcompletaeinvoluntria,decorrentedecasofortuitoouforamaior(CP,art.28,1)
18.3.1.3.2.1.Introduo
18.3.1.3.2.2.Nveisdeembriaguez
18.3.1.3.2.3.Origemdaembriaguez(voluntriaversusinvoluntria)
18.3.1.3.2.4.Embriaguezpatolgica
18.3.1.3.3.Dependnciaouintoxicaoinvoluntriadecorrentedoconsumodedrogasilcitas(Lein.11.343/2006,art.45,caput)
18.3.1.3.4.Menoridade(CP,art.27,eCF,art.228)
18.3.1.3.5.Ateoriadaactioliberaincausa
18.3.2.Potencialconscinciadailicitude
18.3.2.1.Introduo
18.3.2.2.Odoloeaconscinciadailicitude
18.3.2.3.Exclusodaculpabilidade
18.3.2.4.Errodeproibioevitveleinevitvel
18.3.2.5.Errodeproibiodiretoeindireto
18.3.2.6.Erromandamental
18.3.2.7.Demaismodalidadesdeerrodeproibio
18.3.3.Exigibilidadedeoutraconduta
18.3.3.1.Introduo
18.3.3.2.Causaslegaisdeexclusodaexigibilidadedeoutraconduta
18.3.3.2.1.Coaomoralirresistvel
18.3.3.2.2.Obedinciahierrquica
18.3.3.3.Causassupralegaisdeexclusodaculpabilidade
18.4.Emooepaixo
18.5.Sntese
18.6.Questes
19.CONCURSODEPESSOAS
19.1.Conceito
19.2.Classificaodoscrimeseoconcursodepessoas
19.3.Teoriasquantoaoconceitodeautor
19.4.Modalidadesdeconcursodeagentes
19.4.1.Coautoria
19.4.2.Participao
19.4.2.1.Espciesdeparticipao
19.4.2.2.Naturezajurdicadaparticipao
19.4.2.3.Noidentificaodoautorepossibilidadedepuniodopartcipe
19.4.2.4.Participaoposterioraocrime
19.4.2.5.Participaoincua
19.4.2.6.Participaoporomisso
19.4.2.7.Conivncia
19.4.2.8.Possibilidadedecoautoriaeparticipaoemcrimesomissivospr-prioseimprprios
19.4.2.9.Coautoriaeparticipaoemcrimeculposo
19.4.2.10.Participaodolosaemcrimeculposoevice-versa
19.4.2.11.Hiptesesemquealeitransformaaparticipaoemautoria
19.4.2.12.Participaodaparticipaoouemcadeia
19.4.2.13.Participaosucessiva
19.4.2.14.Coautoriasucessiva
19.5.Autoriamediata
19.6.TeoriasquantoaoconcursodePESSOAS
19.7.RequisitosparaaexistnciadeconcursodeAGENTES
19.7.1.Pluralidadedecondutas
19.7.2.Relevnciacausaldascondutas
19.7.3.Liamesubjetivo
19.7.4.Identidadedecrimesparatodososenvolvidos
19.8.Autoriacolateral
19.9.Autoriaincerta
19.10.Comunicabilidadeeincomunicabilidadedeelementaresecircunstncias
19.11.Participaoimpunvel
19.12.Delaopremiada
19.13.Questes
20.DASPENAS
20.1.Conceito
20.2.Finalidadesdapena
20.3.Fundamentosdapena
20.4.Princpiosrelacionadosspenas
20.5.Penasprincipais
21.PENASPRIVATIVASDELIBERDADE
21.1.Reclusoedeteno
21.2.Prisosimples
21.3.Histricodossistemasdecumprimentodapenaprivativadeliberdade
21.4.Regimeinicialdecumprimentodepena
21.4.1.Crimesapenadoscomrecluso
21.4.2.Crimesapenadoscomdeteno
21.4.3.Crimeshediondoseequiparados
21.5.Cumprimentodaspenasprivativasdeliberdade
21.5.1.Cumprimentodapenaemregimefechado
21.5.1.1.Regimedisciplinardiferenciado
21.5.2.Cumprimentodapenaemregimesemiaberto
21.5.3.Cumprimentodapenaemregimeaberto
21.5.4.Progressoderegime
21.5.4.1.Progressodoregimefechadoparaosemiaberto
21.5.4.2.Progressodoregimesemiabertoparaoaberto
21.5.4.3.Progressodepenaparacrimeshediondoseequiparados
21.6.Quadrodosrequisitosparaaprogressoderegime
21.7.Progressoderegimeeexecuoprovisria
21.8.Regressoderegime
21.9.Direitosdopreso
21.10.Detraodapena
21.11.Remio
21.12.Questes
22.PENASRESTRITIVASDEDIREITOS
22.1.Conceito
22.2.Espcies
22.3.Caractersticas
22.4.Requisitosparaaconcessodapenarestritivadedireitos
22.5.Regrasparaasubstituio
22.6.Duraodaspenasrestritivas
22.7.Conversoempenaprivativadeliberdade
22.8.Penasrestritivasdedireitoemespcie
22.8.1.Prestaopecuniria
22.8.2.Perdadebensouvalores
22.8.3.Prestaodeservioscomunidade
22.8.4.Interdiotemporriadedireitos
22.8.4.1.Interdiesespecficas
22.8.4.2.Interdiogenrica
22.8.5.Limitaodefimdesemana
22.9.Quadrocomasprincipaisregrasdaspenasrestritivasdedireitos
22.10.Questes
23.PENADEMULTA
23.1.Conceito
23.2.Espciesdemulta
23.3.Clculodovalordamulta
23.4.Cumulaodemultas
23.5.Atualizaodovalordamulta
23.6.Pagamentodamulta
23.7.Execuodapenademulta
23.8.Prazoprescricional,interrupoesuspensodaprescrio
23.9.Penademultaeconcursodecrimes
23.10.Detraoepenademulta
23.11.Quadrocomasprincipaisregrasreferentespenademulta
23.12.Questes
24.DAAPLICAODAPENA
24.1.Introduo
24.2.Sistemasdeindividualizaodapena
24.3.Procedimentonafixaodapena
24.4.Fixaooudosimetriadapena
24.5.Vedaodobisinidem
24.6.Primeirafasedafixaodapena
24.7.Segundafasedafixaodapena
24.7.1.Agravantesgenricas
24.7.2.Agravantesgenricasnocasodeconcursodeagentes
24.7.3.Atenuantesgenricas
24.7.3.1.Atenuantesgenricasemespcie
24.7.3.2.Concursodecircunstnciasagravanteseatenuantesgenricas
24.7.4.Terceirafasedafixaodapena
24.8.Quadrocomresumodasfasesdedosimetriadapena
24.9.Questes
25.CONCURSODECRIMES
25.1.Conceito
25.2.Espcies
25.3.Concursomaterial
25.3.1.Espcies
25.3.2.Asomadaspenas
25.3.3.Concursomaterialepenasrestritivasdedireitos
25.3.4.AsomadaspenasprevistaemdispositivosdaParteEspecialdoCdigoPenal
25.4.Concursoformal
25.4.1.Concursomaterialbenficonoconcursoformalheterogneo
25.4.2.Critrioparaaexasperaodapena
25.4.3.Concursoformalperfeitoeimperfeito
25.4.4.Aberratioictuscomduploresultado
25.4.5.Aberratiocriminiscomduploresultado
25.5.Crimecontinuado
25.5.1.Aplicaodapena
25.5.2.Naturezajurdica
25.5.3.Requisitos
25.5.4.Crimecontinuadoqualificadoouespecfico
25.5.5.Denominaesdocrimecontinuado
25.5.6.Superveninciadeleinovamaisgravosanointerregnoentreascondutasquecompemocrimecontinuado
25.5.7.Unificaodaspenas
25.5.8.Prescriodoscrimescometidosemcontinuaoouemconcursoformal
25.6.Concursodecrimesesuspensocondicionaldoprocesso
25.7.Diferenaentrepluralidadedeaesepluralidadedeatosesuaimportncianaconfiguraodecrimenico,concursoformaloucrimecontinuado
25.8.Concursodecrimesepenademulta
25.9.Limitedaspenasprivativasdeliberdadenoscrimes
25.10.Concursoentrecrimesecontravenes
25.11.Questes
26.DASUSPENSOCONDICIONALDAPENA
26.1.Conceito
26.2.Naturezajurdica
26.3.Sistemas
26.4.Oportunidadeparaaconcesso
26.5.Espcies
26.5.1.Sursissimples
26.5.1.1.Requisitosdosursissimples
26.5.1.1.1.Requisitosobjetivos
26.5.1.1.2.Requisitossubjetivos
26.5.1.2.Sursisecrimeshediondos,torturaeterrorismo
26.5.1.3.Sursisetrficoilcitodeentorpecentes
26.5.1.4.Condies
26.5.1.5.Omissonafixaodascondiespelojuizoutribunal
26.5.2.Sursisespecial
26.5.3.Sursisetrioesursishumanitrio
26.6.Execuodosursis
26.7.Perododeprova
26.8.Revogaodosursis
26.8.1.Revogaoobrigatria
26.8.2.Revogaofacultativa
26.8.3.Relevnciadadistinoentrecassaoerevogaodosursis
26.9.Prorrogaodoperododeprova
26.10.Sursissimultneos
26.11.Sursisedetraopenal
26.12.SursiseLeidasContravenesPenais
26.13.SursiseLeiAmbiental
26.14.Distinoentreasuspensocondicionaldapena(sursis)easuspensocondicionaldoprocesso(sursisprocessual)
26.15.Questes
27.DOLIVRAMENTOCONDICIONAL
27.1.Conceito
27.2.Naturezajurdica
27.3.Requisitos
27.3.1.Requisitosobjetivos
27.3.2.Requisitossubjetivos
27.4.Examecriminolgico
27.5.Procedimentoparaaobtenodolivramento
27.6.Especificaodascondiesdolivramentocondicional
27.6.1.Condiesobrigatrias
27.6.2.Condiesfacultativas
27.7.ACerimniadeconcessoeoacompanhamentodoperododeprova
27.7.1.Oestudoduranteoperododeprova
27.8.Revogaodolivramento
27.8.1.Causasobrigatriasderevogao
27.8.2.Causasderevogaofacultativa
27.9.Noimplantaodolivramento
27.10.Suspensodolivramentocondicional
27.11.Prorrogaodoperododeprova
27.12.Extinodapena
27.13.Livramentocondicionaleexecuoprovisriadapena
27.14.Distinesentrelivramentocondicionalesursis
27.15.Livramentocondicionalhumanitrio
27.16.LivramentocondicionalAcondenadoestrangeiro
27.17.Questes
28.DOSEFEITOSDACONDENAO
28.1.Efeitoprincipal
28.2.Efeitossecundrios
28.2.1.Efeitossecundriosdenaturezapenal
28.2.2.Efeitossecundriosdenaturezaextrapenal
28.2.2.1.Efeitosextrapenaisgenricos
28.2.2.2.Efeitosextrapenaisespecficos
28.2.2.3.Efeitosextrapenaisdenaturezahbrida
28.3.Questes
29.REABILITAOCRIMINAL
29.1.Sigilodosregistros
29.2.Recuperaodosdireitosatingidoscomoefeitoextrapenalespecficodacondenao
29.3.Pressupostos
29.4.Competncia,procedimentoerecursos
29.5.Condenadoqueostentadiversascondenaes
29.6.Revogaodareabilitao
29.7.Questes
30.DASMEDIDASDESEGURANA
30.1.Conceito
30.2.Distinesentreaspenaseasmedidasdesegurana
30.3.Sistemasdeaplicaodasmedidasdesegurana
30.4.Pressupostoseaplicaodamedidadesegurana
30.5.Espciesdemedidadesegurana
30.6.Duraodamedidadesegurana
30.7.Execuodasmedidasdesegurana
30.8.Internaoprovisriaoupreventiva
30.9.Detraopenalemedidadesegurana
30.10.Prescriodasmedidasdesegurana
30.11.Superveninciadedoenamental
30.12.Inimputabilidadepordependnciadesubstnciaentorpecente
30.13.Semi-imputabilidadeemrazodedependnciadesubstnciaentorpecente
30.14.Questes
31.DAAOPENAL
31.1.Conceito
31.2.Classificao
31.3.Condiesgeraisdaao
31.4.AOPENALPBLICA
31.4.1.Princpiosespecficosdaaopblica
31.4.2.Espciesdeaopblica
31.4.2.1.Aopblicaincondicionada
31.4.2.2.Aopblicacondicionadarepresentao
31.4.2.2.1.Aspectosformaisdarepresentao
31.4.2.2.2.Titularidadedodireitoderepresentao
31.4.2.2.3.Prazoparaarepresentao
31.4.2.2.4.Retratao
31.4.2.3.AopblicacondicionadarequisiodoMinistrodaJustia
31.4.2.3.1.Prazo
31.4.2.3.2.Retratao
31.5.AOPENALPRIVADA
31.5.1.Princpiosespecficosdaaoprivada
31.5.2.Espciesdeaoprivada
31.5.2.1.Aoprivadaexclusiva
31.5.2.1.1.Aspectosformaisdaqueixa
31.5.2.1.2.Titularidadedodireitodequeixa
31.5.2.2.Aoprivadapersonalssima
31.5.2.3.Aoprivadasubsidiriadapblica
31.6.Especificaodamodalidadedeaopenalemdispositivodiversodaquelequedefineainfraopenal
31.7.Legitimidadeconcorrente
31.8.Lesocorporaldenaturezalevequalificadapelaviolnciadomstica
31.9.Questes
32.DAEXTINODAPUNIBILIDADE
32.1.Classificao
32.2.Efeitosdaextinodapunibilidade
32.3.Causasextintivasdapunibilidadeemespcie
32.3.1.Mortedoagente(art.107,I,doCP)
32.3.2.Anistia,graaeindulto(art.107,II,doCP)
32.3.2.1.Anistia
32.3.2.1.1.Espciesdeanistia
32.3.2.2.Graaeindulto
32.3.2.2.1.Efeitos
32.3.2.2.2.Procedimentoparaagraa
32.3.2.2.3.Procedimentoparaoindulto
32.3.3.Abolitiocriminis(art.107,III,doCP)
32.3.3.1.Abolitiocriminisenormapenalembranco
32.3.4.Prescrio(art.107,IV,1parte,doCP)
32.3.4.1.Naturezajurdica
32.3.4.2.Fundamentosparaaexistncia
32.3.4.3.Aprescritibilidadecomoregraconstitucional
32.3.4.4.Espciesdeprescrio
32.3.4.4.1.Prescriodapretensopunitiva
32.3.4.4.1.1.Prescriodapretensopunitivapelapenaemabstrato
32.3.4.4.1.1.1Fatoresqueinfluenciamequenoinfluenciamnomontantedoprazoprescricional
32.3.4.4.1.1.2.Contagemdoprazoprescricional
32.3.4.4.1.1.3.Termosiniciaisdoprazodaprescriodapretensopunitiva
32.3.4.4.1.1.4.Causasinterruptivasdaprescriodapretensopunitiva
32.3.4.4.1.1.5.Alcancedosefeitosinterruptivosnoscasosdecontinncia(art.117,1,1parte,doCP)
32.3.4.4.1.1.6.Alcancedosefeitosinterruptivosnoscasosdeconexodecrimesapuradosnosmesmosautos(art.117,1,2parte,doCP)
32.3.4.4.1.1.7.Causassuspensivasdaprescriodapretensopunitiva
32.3.4.4.1.2.Prescriodapretensopunitivapelapenaemconcreto(retroativaeintercorrente)
32.3.4.4.1.2.1.Vedaodaprescrioretroativaanterioraooferecimentodadennciaouqueixa
32.3.4.4.1.2.2.SubsistnciaealcancedaprescrioretroativaapsasmodificaesdaLein.12.234/2010
32.3.4.4.1.2.3.Prescrioantecipada,virtualoupelapenaemperspectiva
32.3.4.4.2.Prescriodapretensoexecutria
32.3.4.4.2.1.Termosiniciaisdoprazodaprescriodapretensoexecutria
32.3.4.4.2.2.Causasinterruptivasdaprescriodapretensoexecutria
32.3.4.4.2.3.Impossibilidadedeextensodosefeitosdascausasinterruptivas
aoscomparsas
32.3.4.4.2.4.Concursodecrimes
32.3.4.4.2.5.Causasuspensivadaprescriodapretensoexecutria
32.3.4.4.3.Prescrioemcrimesprevistosemleisespeciais
32.3.4.4.4.Prescriodapenademulta
32.3.4.4.5.Prescriodapenarestritivadedireitos
32.3.4.4.6.Prescriodasmedidasdesegurana
32.3.5.Decadncia(art.107,IV,2figura,doCP)
32.3.6.Perempo(art.107,IV,3figura,doCP)
32.3.7.Renncia(art.107,V,1figura,doCP)
32.3.8.Perdodoofendido(art.107,V,2figura,doCP)
32.3.8.1.Quadroscomparativosdascausasextintivasdapunibilidadeexclusivasdaaoprivada
32.3.9.Retrataodoagente(art.107,VI,doCP)
32.3.10.Casamentodavtimacomoagentenoscrimessexuais(art.107,VII,doCP)
32.3.11.Casamentodavtimacomterceironoscrimessexuais(art.107,VIII,doCP)
32.3.12.Perdojudicial(art.107,IX,doCP)
32.3.12.1.Hiptesesdeperdojudicialnalegislaoeseusrequisitos
32.3.12.2.Naturezajurdicadasentenaconcessivadoperdo
32.4.Autonomiadascausasextintivasdapunibilidade
32.5.Causasextintivasdapunibilidadeeescusasabsolutrias
32.6.Condiesobjetivasdepunibilidade
32.7.Quadrodascausasextintivasdapunibilidade
32.8.Questes
REFERNCIAS
HistricodaObra
1.edio:abr./2012;2.tir.,ago./2012
2.edio:nov./2012;2.tir.,maio/2013
3.edio:jan./2014;2.tir.,ago./2014
4.edio:jan./2015;2.tir.,maio/2015
5.edio:jan./2016
Dedicamosestaobraatodososnossosalunoseleitoresqueestudamdiuturnamenteembuscadeseusonhoprofissional,abrindomo,porvezes,dovaliosoconvviofamiliar,certosdequeatingiro,comseuesforopessoale
aajudadeDeus,otoalmejadoobjetivo:aaprovao!
Osautores
AGRADECIMENTOS
Arealizaodestetrabalho,emconjuntocomVictorEduardoRiosGonalvesesobacoordenaode Pedro Lenza, foi para mim uma grande honra e um desafio, tanto porque se trata de juristasconsagrados como pelo fato de serem diletos companheiros cuja amizade cultivamos h quase duasdcadas.
Quanto ao Victor, conheci-o como professor do Curso do Damsio e, na condio de seu aluno,aprendiarespeit-loporsuadidticaeconhecimentosjurdicos.Semprefuiseuadmiradore,athoje,sou-lhegratopelasliestransmitidas,pelacartaderecomendaoqueredigiuquandodemeuingressoaoMPSPe,agora,porsuaspertinentescrticasaosCaptulos1a18destaobra,osquaisficaramsobminhadiretaresponsabilidade.
PedroLenzafoimeucolegadesalanaFaculdade,do2ao5ano,e,desdeessapoca,jnotavaseuinigualveltalentoparaadocnciaeparaaliteraturajurdica.OconviteparaescreveremcoautoriaaParteGeral deDireito Penal do Esquematizado foi uma agradvel surpresa e, de certomodo, areediodeumahistriaantiga,quando,no4anodagraduao,convidei-opara,juntoscomoutracolegadecurso,escrevermosumprojetodepesquisafinanciadopeloCNPq.
Espero,enfim,corresponderconfianadepositadapeloLenza,alturadodesafioquefoiescreverjunto com o Victor e, sobretudo, expectativa dos exigentes leitores da j consagrada ColeoEsquematizado.
AndrEstefam
AGRADECIMENTOS
Inicialmenteagradeoimensamenteminhaesposa,minhasfilhasemeusfamiliarespeloapoioepelocarinho e, principalmente, pela compreenso em relao aomeu esforo na elaborao da presenteobra.
Agradeotambmonobrecoordenador,PedroLenza,peloconviteepelaoportunidadedefazerpartedesta Coleo de imenso sucesso, no esquecendo ainda as valiosas orientaes por ele prestadasduranteaelaboraodolivro.
NopoderiaaindadeixardemencionarmeucolegaMrioFernandoParizeosestagirios:FlvioLeoCarvalhoeRafaeleInesFonseca,quetantomeapoiaram.
Por fim, quero prestar uma especial homenagem ao querido amigo Andr Estefam, salientando oprazer e a satisfao de t-lo como parceiro nesta obra, registrando, outrossim, que sua enormesabedoriatemsidofontedeinspiraoparamilharesdealunoseprofissionaisdareajurdicaeque,porisso,sintoimensahonradet-lotidocomoalunonoCursodoDamsio.
VictorGonalves
METODOLOGIAESQUEMATIZADO
Duranteoanode1999,pensando,naqueleprimeiromomento,nosalunosqueprestariamoexamedaOAB,resolvemoscriarumametodologiadeestudoquetivesselinguagemfcile,aomesmotempo,oferecesseocontedonecessriopreparaoparaprovaseconcursos.
OtrabalhofoibatizadocomoDireitoconstitucionalesquematizado.Emnosso sentir, surgia aliuma metodologia pioneira, idealizada com base em nossa experincia no magistrio e buscando,sempre,otimizarapreparaodosalunos.
Ametodologiasematerializounosseguintespilares:
esquematizado:apartetericaapresentadadeformaobjetiva,divididaemvriositensesubitenseempargrafoscurtos.Essaestruturarevolucionriarapidamenteganhouaprefernciadosconcurseiros;
superatualizado:doutrina,legislaoejurisprudnciaemsintoniacomasgrandestendnciasdaatualidadeenalinhadosconcursospblicosdetodooPas;
linguagemclara:aexposiofciledireta,aleituradinmicaeestimulantetrazemasensaodequeoautorestconversandocomoleitor;
palavras-chave (keywords):osdestaquesnacorazulpossibilitama leiturapanormicadapgina,facilitandoafixaodosprincipaisconceitos.Orealcecoloridorecaisobreostermosqueoleitorcertamentegrifariacomasuacanetamarca-texto;
recursosgrficos:esquemas,tabelasegrficosfavorecemaassimilaoeamemorizaodosprincipaistemas;
questesresolvidas:aofinaldecadacaptulo,oassuntoilustradocomquestesdeconcursosouelaboradaspelosprpriosautores,oquepermiteconhecerasmatriasmaiscobradasetambmchecaroaprendizado.
Depoisdemuitosanosdeaprimoramento,otrabalhopassouaatingirtantooscandidatosaoExame
deOrdemquantotodosaquelesqueenfrentamosconcursosemgeral,sejamdasreasjurdicaounojurdica,denvelsuperioroumesmoosdenvelmdio,assimcomoosalunosdegraduaoedemaisprofissionais.
Ada Pellegrini Grinover, sem dvida, anteviu, naquele tempo, a evoluo do Esquematizado.SegundoaProfessoraescreveuem1999,aobradestina-se,declaradamente,aoscandidatossprovasdeconcursospblicoseaosalunosdegraduao,e,porissomesmo,apscadacaptulo,oautorinserequestes para aplicao da parte terica. Mas ser til tambm aos operadores do direito maisexperientes, como fonte de consulta rpida e imediata, por oferecer grande nmero de informaesbuscadas em diversos autores, apontando as posies predominantes na doutrina, sem eximir-se decriticaralgumasdelasedetrazersuaprpriacontribuio.Daleituraamenasurgeumlivrofcil,semserreducionista,masquerevela,aocontrrio,umgrandepoderdesntese,difcildeencontrarmesmoemobrasdeautoresmaismaduros,sobretudonocampododireito.
AtendendoaoapelodeconcurseirosdetodooPas,semprecomoapoioincondicionaldaEditoraSaraiva, convidamos professores das principaismatrias exigidas nos concursos pblicos dasreasjurdicaenojurdicaparacomporaColeoEsquematizado.
Metodologiapioneira,vitoriosa,consagrada,testadaeaprovada.Professorescomlargaexperinciana rea dos concursos pblicos.Estrutura, apoio, profissionalismo e know-how daEditora Saraiva.Semdvida,ingredientesindispensveisparaosucessodanossaempreitada!
ParaoDireitoProcessualCivil, tivemosahonradecontarcomocompetente trabalhodeMarcusViniciusRiosGonalves,quesoube,commaestria,aplicarametodologiaesquematizado suavastaereconhecidaexperinciaprofissionalcomoprofessorextremamentedidtico,juizdedireitohmaisde20anoseautordeconsagradasobras.
O autor, desde 1994, tem lecionado Direito Processual Civil no Damsio Educacional, o que ocredenciacomoumdosmaioresemaisrespeitadosprofessoresdarea.
OprofessorMarcusVinicius,mestrepelaPontifciaUniversidadeCatlicadeSoPaulo(PUC/SP),autor, entre outros trabalhos, doNovo curso de direito processual civil, bem como deProcesso deexecuoecautelar(v.12),Procedimentosespeciais(v.13)eTuteladeinteressesdifusosecoletivos(v.26)davitoriosaColeoSinopsesJurdicasdaEditoraSaraiva.
O grande desafio, em nossa opinio concretizado com perfeio, foi condensar todo o DireitoProcessualCivilemumnicovolume,cumprindo,assim,oobjetivodacoleo.
No temosdvidadequeeste livrocontribuirparaencurtarocaminhodo ilustreeguerreiroconcurseironabuscadosonhodourado!
Esperamos que aColeoEsquematizado cumpra o seu papel. Em constante parceria, estamos
juntoseaguardamossuascrticasesugestes.
Sucessoatodos!PedroLenza
MestreeDoutorpelaUSP
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NOTADOSAUTORES5EDIO
Ao aceitarmos o honroso convite que nos foi dirigido pelo Professor Pedro Lenza, para queaplicssemos ao estudo do Direito Penal o consagrado mtodo concebido pelo citado mestre,descortinou-seapossibilidadedeoferecermosaosestudanteseoperadoresdodireitoumadiferenciadafontedeestudoedeconsulta,queprimassepelaabrangnciadocontedoepelaclarezanaformadesuaexposio.
Paraqueessametafossealcanada,aobrateriadecontemplaroextensoprogramaqueusualmenteexigidonosconcursospblicosdeingressonascarreirasjurdicas,semque,noentanto,deslustrasse-secom divagaes ou com repeties desnecessrias. Alm disso, deveria servir de repositrio deinformaes atualizadas tambm a profissionais j experientes, que buscam, por exigncia dasatividadesdirias,manancialdessanatureza.
ConvictosdaeficciadidticadomtodoEsquematizadoecontandocomasvalorosassugestesde seu idealizador, entregamo-nos ao estimulante trabalho de oferecer, em uma obra, anlisepormenorizadadosprincpiosedasnormasqueregemoDireitoPenal,bemcomoexamedasvariantesdoutrinrias sobre cada um dos temas e, ainda, informao sobre o entendimento adotado pelosTribunaisSuperiores.
A esse esforo somou-se a preocupao de garantir, com a utilizao de recursos grficos, asistematizaodoestudodadisciplinaemaiorfacilidadedememorizaodasmatrias.Areuniodequestesde concursospblicos tevepor escopoexaltar a importnciadevriosdos temasque, comfrequncia,constituemobjetodasprovase,tambm,estimularaaplicaocriteriosadosconhecimentoshauridos.
Oscrimesqueassolamasociedadecontemporneasediferenciamdrasticamentedaquelescometidosduas ou trs dcadas atrs, principalmente no que pertine criminalidade organizada. Por isso,procuramosserespecialmentecriteriososnaescolhadosexemplosdos ilcitospenais relacionadosacadaumdosinstitutosabordados.NoobstanteapreocupaocomoDireitoPenalmoderno,nonos
olvidamosdeminuciosaanlisedahistriadoDireitoCriminaledasescolaspenais,darelaocomoutrosramosdodireito,doestudodaCriminologiaetc.TambmforamobjetodeespecialdestaqueoDireito Penal Constitucional e a teoria do crime, alm das novas leis penais, como, por exemplo,aquelasquetratamdosregimesdeexecuopenal(Leisns.11.464/2007,12.258/2010,12.433/2011),daprescrio(Lein.12.234/2010)edaspenasrestritivasdedireitos(Lein.12.550/2011).
Nesta 5 edio, por sua vez, foram inseridos e comentados osmais recentes julgados e asmaisrecentes smulas dos tribunais superiores (STF e STJ). Foram ainda inseridas novas questes deconcursos pblicos. A obra foi tambm atualizada em relao a leis recentes que inseriram novasinfraespenaisnoroldoscrimeshediondos(Leisns.13.104/2015e13.142/2015).
Resta-nos,enfim,ofereceressasingelaobraaoseletopblicoleitor,comaesperanadequepossaauxili-loemsuajornada,visandoaprovaonosexames.
AndrEstefam
VictorGonalves
1
INTRODUOAODIREITOPENAL
1.1.DIREITOPENAL
AdisciplinadequeseocupaestaobradenominadaDireitoPenal.Pergunta-se,porm,porquenoDireitoCriminal?Asexpresses,abemdaverdade,equivalem-seepodem,semqualquerrisco,sersubstitudas uma pela outra1. Quando falamos em Direito Penal, estamos mirando suasconsequncias, isto ,a pena; quando dizemosDireito Criminal, porm, voltamos nossos olhos causa,ouseja,aocrime.
Alega-se,emfavordaltima,quenoincorrenoequvocodelimitaroalcancedamatria,jqueumfatocriminosonoacarretasomenteaimposiodeumapena(arts.32a76doCP),maspodeimplicartambmainfliodeumamedidadesegurana(arts.96a99doCP).
Embenefciodaprimeira, invoca-seaharmonia terminolgica,pois,se temosumCdigoPenal,soamaisadequadoreferir-sematriacomoDireitoPenal.
Sevoltarmosnotempo,porm,notaremosquenumpassadoremoto(sculoXIX)vigoravanoBrasilo Cdigo Criminal do Imprio; naquela poca, a linguagem corrente, em sintonia com o textolegislativo,eraDireitoCriminal.
ComaproclamaodaRepblica,entretanto,ganhamosnossoprimeiroCdigoPenal,expressoqueatosdiasatuaisseconservaemnossalegislao.OprincipaldiplomasobreamatriaoDecreto-lein.2.848,de7dedezembrode1940 (intitulado, repise-se,CdigoPenalbrasileiro), aindaemvigor,emboraprofundamentealteradoporleisposterioressuaedio.
Ora,setemosumCdigoPenal,nohporquerotularmosadisciplinadesarmonicamente.
No direito comparado, percebe-se, desdemeados do sculo passado, uma preferncia pela ltima
denominao, podendo citar-se, para ilustrar, pases como Alemanha2, Argentina, Chile, Espanha,Frana, Itlia3, Portugal etc. Todos, alis, possuemumCdigoPenal (e noCriminal).H, contudo,excees,presentessobretudoemnaesdetradioanglo-saxnica,notadamenteInglaterraesuasex-colnias,ondeseoptapelaexpressoCriminalLaw.
No vernculo forense, o termo criminal muito utilizado. Assim, por exemplo, diz-se VaraCriminal para designar o juzo de primeiro grau comcompetncia penal e CmaraCriminal parareferir-seaorgofracionriodesegundainstncia,responsvelpelojulgamentodosrecursos.Fala-se,ainda,emcriminalista,emalusoaoprofissional(advogadooujurista)especializadonessesetor.
1.2.CONCEITODEDIREITOPENAL
Cuida-sedoramodoDireitoPblico,queseocupadeestudarosvalores fundamentais sobreosquais seassentamasbasesdaconvivnciaedapazsocial,os fatosqueosviolam eoconjunto denormasjurdicas (princpiose regras)destinadasaprotegertaisvalores,mediantea imposiodepenasemedidasdesegurana4.
CumprelembrarqueacompartimentaodoDireitoemramosd-semaisparafinsdidticosdoqueporrazesoutras.QuantosummadivisioentreDireitoPblicoePrivado(cujasorigensremotasvmdodireitoromano,emboratenhaseconsolidadocomaclassificaopropostaporJeanDomat),sabe-seque,comastransformaessociaisexperimentadasnosltimosanoseosurgimentodenovosdireitos(notadamenteosdifusosecoletivos),talseparaovemsendocolocadaemxeque5.
Apesardisso,nonosconvencemosdesuaimprocedncia,e,sobretudoemmatriapenal,nohporquedeixarmosdeconsideraresseramodoDireitoumcaptulopartedentrodocampounitriodosistema jurdico. Isto porque s ele pode privar o indivduo de um de seusmais preciosos bens: aliberdadedelocomoooudeambulao(direitodeir,vireficar).NoseignoraqueoDireitoCivilpossui a excepcionalmedida coercitivadaprisododevedordepensoalimentcia, autorizadapelaConstituio Federal (art. 5, inc. LXVII6). Ocorre, porm, que se cuida de providncia de curtadurao,cabvelnessenicoeexclusivocaso,enquantooDireitoPenalsevaledapriso,notadamentenosdelitosmaisgraves,comosuafrmulamaisusual.
1.2.1.Direitopenalobjetivoesubjetivo
Entende-sepordireitopenalobjetivooconjuntodenormas (princpiose regras)queseocupamda definio das infraes penais e da imposio de suas consequncias (penas ou medidas de
segurana).
CuidaodireitopenalsubjetivododireitodepunirdoEstadoouiuspuniendiestatal.Divide-seemdireitodepuniremabstratoou iuspuniendi inabstractoedireitodepuniremconcreto ou iuspuniendi inconcreto.Oprimeiro surge coma criaodanormapenal e consiste naprerrogativadeexigir de todos os seus destinatrios que se abstenham de praticar a ao ou omisso definida nopreceitoprimrio7.Osegundonasce,deregra8,comocometimentodainfraopenal;pormeiodele,oEstadopassaateropoder-deverdeexigirdoinfratorquesesujeitesanoprevistanotipopenal.
Pode-sedizer,ento,queodireitodepunirabstratoretiraseufundamentodopreceitoprimriodanormaeoconcreto,deseupreceitosecundrio9.
tambm no instante em que a infrao cometida que surge a punibilidade, entendida como apossibilidadejurdicadeaplicaodasanopenal.
1.2.2.Direitopenalcomumeespecial
Adenominaodireitopenalcomumeespecialutilizadaparadesignar,deumlado,oDireitoPenalaplicvelpela justia comuma todasaspessoas, demodogeral, e, de outro, um setor doDireitoPenalqueseencontrasobumajurisdioespeciale,porconseguinte,somenteregeacondutadeumgrupodeterminadodesujeitos.
Odireitopenalcomumfunda-senoCdigoPenalenasdiversasleispenaisextravagantes,comoaLeideDrogas(Lein.11.343/2006),oEstatutodoDesarmamento(Lein.10.826/2003),oCdigodeTrnsito(Lein.9.503/97)etc.
Odireitopenalespecialencontra-sesobaresponsabilidadedajustiaespecializada,que,emnossopas, circunscreve-se justia militar ou castrense, a quem cumpre aplicar as normas contidas noCdigoPenalMilitar (Decreto-lei n. 1.001/69). Pode-se dizer, ento, que direito penal especial, noBrasil,correspondeaodireitopenalmilitar.
1.2.3.Direitopenalsubstantivoeadjetivo
Direitopenalsubstantivooumaterialsinnimodedireitopenalobjetivo, ou seja, conjuntodenormas(princpioseregras)queseocupamdadefiniodasinfraespenaisedaimposiodesuasconsequncias(penasoumedidasdesegurana).
Direitopenaladjetivoouformalcorrespondeaodireitoprocessualpenal.
1.2.4.Direitopenalinternacionaledireitointernacionalpenal
H diversas normas penais que promanam do direito interno e se projetam para alm de nossasfronteiras,bemcomoexistemaquelasque,oriundasdefontesexternas,irradiamsobrefatosocorridosnoslindesdenossoterritrio.
O direito penal internacional corresponde justamente ao direito produzido internamente, cujaaplicao se d sobre fatos ocorridos fora do Brasil. O Cdigo Penal, no art. 7, ao tratar daextraterritorialidade,contmumasriederegrasquedisciplinamaincidnciadaleipenalbrasileiraaatosocorridosnoexteriortrata-sedodireitopenalinternacional,ouseja,aqueledodireitointernocomincidnciaexterna.
O direito internacional penal, de sua parte, diz respeito s normas externas (tratados econvenes internacionais),quevigoramdentrodenossopas cuida-se do direito externo comincidnciainterna.TalramodoDireitoInternacional,nodizerdeKaiAmbos,compreendeoconjuntodetodasasnormasdedireitointernacionalqueestabelecemconsequnciasjurdico-penaiseconsistenumacombinaodeprincpiosdedireitopenalededireitointernacional10.
SuasfontesprecpuassoasconvenesmultilateraisfirmadaspelosEstadosinteressados.Humaimportante parcela do direito internacional penal fundada emdireito consuetudinrio e, notadamente,pelajurisprudnciadetribunaisinternacionais.SeuinstrumentojurdicomaisimportanteoTratadodeRoma,quefundouaCorteouTribunalPenalInternacional(TPI)veritem1.3.2.3.2,infra.
1.2.5.Direitopenaldofatoedireitopenaldoautor
Naprimeirametadedosculopassado,oDireitoPenalvoltouseusolhosparaoautordocrimee,com isso, iniciou-se uma fase designada comodireito penal do autor. Nesse contexto,uma pessoadeveria ser punidamais pelo que e menos pelo que fez. A sano penal fundava-se menos nagravidadedacondutaemaisnapericulosidadedoagente. Justificavam-se,em talambiente,penasdelongaduraopara fatos de poucagravidade, caso ficasse demonstradoqueo sujeito trazia riscos sociedade. Esse pensamento teve seu apogeu durante a Segunda Grande Guerra e influenciougrandementealegislaocriminaldaAlemanhanaqueleperodo.
ComofinaldaSegundaGuerraMundial,omodelofilosficorepresentadoporessaconcepocaiuemderrocada,retornandoalumeumadiferentevisododireitopenal,conhecidacomodireitopenaldofato.Trata-se,sinteticamente,depuniralgumpeloquefez,enopeloque.Agravidadedoatoque devemensurar o rigor da pena.Nos dias atuais, esse omodelo vigorante emmatria penal e,segundoaquaseunanimidadedosautores,onicocompatvelcomumEstadoDemocrticodeDireito,
fundadonadignidadedapessoahumana.
Dever,contudo,que,muitoemboravigore(comrazo)atesedodireitopenaldofato,hinflunciasesparsas(e,cremos, inevitveis)dedireitopenaldoautorna legislaobrasileira(emundial),comoocorre com as regras de dosimetria da pena que levam em conta a conduta do agente, seucomportamento social, a reincidncia etc. Tambm se pode dizer derivada da concepo do direitopenal do autor a previso das medidas de segurana, espcies de sano penal fundadas napericulosidade.Nadaobstante,paraquenohajavulneraodospreceitosconstitucionais,misterquesecompreendamextensveisaelastodososprincpiospenaisasseguradosnaLeiMaior.
1.3.RELAODODIREITOPENALCOMOUTROSRAMOSJURDICOS
1.3.1.Direitoconstitucional
Trata-se, no dizer de Jos Afonso da Silva, do Direito Pblico fundamental por referir-sediretamenteorganizaoefuncionamentodoEstado,articulaodoselementosprimriosdomesmoeaoestabelecimentodasbasesdaestruturapoltica11.
AConstituio Federal situa-se no pice da pirmide do ordenamento jurdico, de modo que oDireitoConstitucionalrelaciona-seintimamentecomosdemaisramosdoDireito.Talenlacecoloca-seno plano vertical, de maneira que todos os setores do ordenamento jurdico devem retirar seufundamentodevalidade,formalematerial,daConstituio,servindoestacomofonteprimeiraelimiteinsuperveldesuaatuao.
A profunda e necessria correlao entre osDireitos Penal e Constitucionalmerecer abordagemespecialnestaobranoCaptulo4.
1.3.2.Direitointernacionalpblico
1.3.2.1.Conceito
Cuida-sedoconjuntodenormasconsuetudinriaseconvencionaisqueregemasrelaes,diretasouindiretas, entre os Estados e organismos internacionais (ONU, UNESCO, OIT, OMS, FAO), que asconsideramobrigatrias12.
1.3.2.2.Posiohierrquicadostratadosedasconvenesinternacionaissobredireitoshumanos
Os tratados e as convenes internacionais sobre direitos humanos, de acordo com o TextoConstitucional e com a atual orientao do Supremo Tribunal Federal, podem ocupar posio dedestaquenombitointerno.
Quandotaisdocumentosforemaprovados,emcadaCasadoCongressoNacional,emdois turnos,portrsquintosdosvotosdosrespectivosmembros,seroequivalentessemendasconstitucionais(art.5,3,daCF,includopelaECn.45/2004).
Caso sua ratificao interna se d sem o qurum qualificado acima previsto, situar-se-o suasnormas num plano de supralegalidade, dizer, acima das leis ordinrias, que queles devero seconformar,emboraabaixodaConstituio.
1.3.2.3.OEstatutodeRomaTribunalPenalInternacional
1.3.2.3.1.Previsoconstitucional
OBrasilsesubmetejurisdiodeTribunalPenalInternacionalacujacriaotenhamanifestado
adeso(art.5,4,daCF,acrescidopelaECn.45/2004).
1.3.2.3.2.OrigemOTribunalPenalInternacionalfoicriadoemjulhode1998,naConfernciadeRoma,eencontra-se
sediadoemHaia,nosPasesBaixos.
Cuida-sedergopermanente,aoqualincumbeojulgamentodecrimescontraahumanidade,crimesdeguerra,degenocdioedeagresso,assimdefinidosnotextodoEstatutodeRoma(promulgadonoBrasilpormeiodoDecreton.4.388,de25.09.2002).
AcriaodestaCorte Internacional sedeuparaatenderaumaantiga reivindicao,consistentenaexistnciadeumtribunal,decarterpermanente,emsubstituioprticacriticveldostribunaisexpostfacto,destinadosajulgarcrimesdeguerra,depoisdeseutrmino,pelasnaesvencedoras.FoiassimcomoTribunaldeNuremberg, institudodepoisdaSegundaGrandeGuerrapara julgardelitoscometidos pelos nazistas. Estes organismos sofriam duras crticas por constiturem, supostamente, aJustiadosvencedores.
AjurisdiodesteTribunalcompreendeapenasfatoscometidosapssuaefetivainstalao,quesedeuem1dejulhode2002.
1.3.2.3.3.Competnciasupletivaoucomplementar(subsidiariedade)Suacompetnciasupletiva,poissomentepoderjulgarfatoscriminososquandoopasemquefoi
cometido no os tenha investigado ou processado, no pretenda faz-lo, no rena as condiesnecessriasparaissoounosemostreimparcialehonestaaconduodoprocessoinstaurado.
Assim j o reconheceu o Supremo Tribunal Federal: Estatuto de Roma. Incorporao dessaconvenomultilateralaoordenamentojurdicointernobrasileiro(Decreto4.388/2002).InstituiodoTribunalPenalInternacional.Cartersupraestataldesseorganismojudicirio.Incidnciadoprincpioda complementaridade (ou da subsidiariedade) sobre o exerccio, pelo Tribunal PenalInternacional,desuajurisdio13.
1.3.3.Direitoprocessualpenal
Segundo Fernando daCosta Tourinho Filho, constitui-se do conjunto de normas e princpios queregulamaaplicaojurisdicionaldoDireitoPenalobjetivo,asistematizaodosrgosdejurisdioerespectivosauxiliares,bemcomodapersecuopenal14.
Cabeaodireitoprocessualpenalditarasnormassegundoasquaisodireitopenalseexterioriza;esteenergiapotencialeaquele,omodopeloqualsuaforaseconcretiza15.
Nopodehaver,numEstadoDemocrticodeDireito,outromeiodeseaplicarapenasenopormeiodeumprocesso.
OdireitodepunirdoEstado(iuspuniendi),portanto,porta-secomoumdireitodecoaoindireta,desprovidodeautoexecutoriedade,dependendo,parasuaplenasatisfao,dodevidoprocessolegaldue process of law. No outra a concluso que se retira do art. 5, inc. LIV, da CF, quandodeterminaqueningumserprivadodesualiberdadeoudeseusbenssemodevidoprocessolegal.
OcometimentodeumfatocriminosodesencadeiaparaoPoderPblicoodeverdepuniroagente,tornandorealidadeasanocominada infraoperpetrada.Para talconcretizao,porm,oEstadodeve necessariamente socorrer-se do Poder Judicirio, mediante um procedimento solene,assegurando-seocontraditrioeaampladefesa,paraque,aofinal,desdequeplenamentedemonstradaaculpabilidadedoagente,possaoEstado lhe imporumapena (ou,ainda,umamedidadesegurana,quandosetratardeindivduoperigosopadecedordedficitmental).
Lembre-se,ainda,dequeaLeiMaiorautorizaaaplicaoimediatadepenasalternativas,pormeiodatransaopenal,passveleminfraesdepequenopotencialofensivo,atualmentedefinidascomoas contravenes penais e os crimes cuja pena mxima no exceda dois anos (art. 61 da Lei n.9.099/95).Nessescasos,d-seodevidoprocessolegalconsensual,emqueaconsecuodamedidapressupe, alm da proposta formulada pelo rgo da acusao, sua aceitao pelo autor do fato,assistidoobrigatoriamentepordefensor.
1.3.4.Direitocivil
1.3.4.1.Breveconceito
Entende-se por Direito Civil, na definio de Maria Helena Diniz, o ramo do direito privadodestinado a reger relaes familiares, patrimoniais e obrigacionais que se formam entre indivduosencarados como tais, ou seja, enquanto membros da sociedade. Ainda segundo a autora, seusprincpiosbasilaressoodapersonalidade,autonomiadavontade,liberdadedeestipulaonegocial,propriedade individual, intangibilidade familiar, legitimidade da herana e do direito de testar, esolidariedadesocial16.
1.3.4.2.Diferenasentreosdireitoscivilepenal
HrelevantestraosdistintivosentreoDireitoCivileoPenal,nocampodoilcito,dasanoeda
responsabilidade.
DeacordocomoCdigoCivil,entende-seporilcito:a)oatodealgumque,poraoouomissovoluntria,neglignciaouimprudncia,violadireitoecausadanoaoutrem,aindaqueexclusivamentemoral(art.186);b)oexerccioabusivodeumdireitoporseutitular,quandoexcedermanifestamenteoslimitesimpostospeloseufimeconmicoousocial,pelaboa-foupelosbonscostumes(art.187).
Assanespreconizadasaestesvodesdeaobrigaoderepararodano,aimposiodemulta,arescisocontratual,anulidadedoatoounegciojurdicoat,emcarterexcepcional,abreveprisocoercitiva,quandosetratardedevedordealimentos17.
Oilcitopenal,aseugiro,distingue-sedocivil,primeiramente,dopontodevistaontolgico,poissomente se reputar como talaquele capazde lesar oupr emrisco, demodomais intenso, bensjurdicosconsideradosfundamentaisparaapazeoconvviosocial.
Difere,ainda,noplanoformal,pelasua taxativaecerradaconstruo, jquespodehavercrimeondeexistircondutalesivaabensjurdicos,descritacomotalemleianterior.
Suas sanes so aquelas quemais severamente atingem a liberdade individual, notadamente aprivao ou restrioda liberdade, aperdadebens, amulta, aprestao social alternativa e asuspensoouinterdiodedireitos(art.5,inc.XLVI,daCF).
Assim,porexemplo,seocontratantedeixardepagarasprestaesdevidas,darcausarescisocontratual, ficando responsvel por ressarcir os prejuzos decorrentes de seu ato, bem como pelocumprimento de eventual multa estipulada na avena. De igual modo, se a esposa trair o marido,cometendoadultrio,poderocnjugerequereradissoluodasociedadeconjugalpelodivrcio.Emnenhumdoscasosseimporaoinfratorsanopenal,postoquetaissituaes,almdenomacularemacentuadamentevaloresfundamentais,noseencontramtipificadasemleipenalalguma18.
Diz-setambmqueasanocivilvisa,primacialmente,repararodano,restabelecendoostatusquoante,aopassoqueapenalobjetivaumfimsuperior(porexemplo,aretribuiopelomalcometido,apreveno,aassecuraodeexpectativasnormativasetc.19).
Veja,porm,quemodernamentealgunsdogmasvmsendocolocadosemxeque.
H penas criminais com ntido carter reparatrio, como a prestao pecuniria, pena alternativacominada no art. 45, 1, do CP, pela qual se obriga o ru a pagar uma quantia em dinheiro,preferencialmente vtima ou a seus dependentes, no valor de um a trezentos e sessenta salriosmnimos,deduzindo-seomontantepagonasentenapenaldeeventualindenizaocivil.
Existem,soboprismadaresponsabilidadecivil,concepesqueadvogamatesedequenobastarecuperar o estado anterior, devendo se conferir indenizao carter pedaggico, notadamente nocampodosdanosmorais.FlviaPortellaPscheleMartaRodriguezdeAssisMachadocitamdeciso
proferida pelo SuperiorTribunal de Justia, relativa inscrio indevida em cadastro de devedoresinadimplentes,aqualelevouomontanteestipuladoparaosdanosmorais,a fimdequeacondenaodesestimulassearepetiodesemelhantesatos20.
1.3.4.3.Pontosdecontato
OsDireitos Penal e Civil intrincam-se por diversas frentes, entre as quais a da licitude, a daresponsabilidadedoagente,bemcomopelaproteoadiversosvalores, albergados tanto nas leiscivisquantonascriminais.
No que se refere licitude, dada a unidade do sistema jurdico, reconhecendo-se permitidadeterminadacondutaluzdedisposiocontidaemnormacivil,aindaqueoatopossacorresponderaalgumtipopenal,nohavercrime.Istoporqueaexistnciadeumaautorizao,mesmoprevistaforado campo das normas penais, constituir um comportamento produtor de riscos permitidos, ou seja,juridicamenteaprovadose,portanto,semqualquerconotaocriminosa.
Comrefernciasresponsabilidadespenalecivil,emboraindependentesumadaoutra,casoshemqueafixaodaquelainfluencianesta.Nostermosdoart.935doCC,oreconhecimentodaexistnciado fatooude suaautoria,quandoestasquestes seacharemdecididasno juzocriminal,vincularadeciso cvel. Quer dizer que, se o juiz penal,mediante deciso transitada em julgado, definiu, porexemplo,queumfurtofoicometidoeAopraticou,taisquestesnopoderoserdebatidasnaesferacvel.Asentenapenalcondenatria,bemporisso,tornacertaaobrigaoderepararodano(art.91,inc.I,doCP),constituindo-sedettuloexecutivojudicial(art.475-N,inc.II,doCPC).
Frise-se,todavia,quearesponsabilidadepenalindividualepersonalssima(art.5,inc.XLV,daCF),aopassoqueoDireitoCiviladmitearesponsabilidadeporatodeterceiro, comoocasodospais que respondem por condutas dos filhos menores, dos tutores em relao aos tutelados, doscuradores em face dos curatelados, do empregador ou comitente por seus empregados, serviais eprepostosetc.(art.932doCC).
Dever,ainda,queumaamplagamadeinstitutosdeDireitoCivil,comoapropriedade,aposseeafamlia, encontram especial proteo em determinados setores da legislao penal, como os crimescontra o patrimnio, contra a propriedade imaterial e contra a famlia (Ttulos II, III eVII da ParteEspecial do CP). So casos considerados mais graves, em que se reconhece a necessidade dainterveno penal. Desta forma, v.g., se um marido for infiel, cometendo adultrio, ficar sujeito aconsequnciasmeramente civis,mas, se alm de trair o dever de fidelidade conjugal, casar-se comoutra mulher na constncia do primeiromatrimnio, dar-se- o crime de bigamia (art. 235 do CP),
acarretandoapunionarbitapenal.
1.3.5.Direitoadministrativo
CelsoAntnioBandeiradeMellodefine-ocomooramododireitopblicoquedisciplinaafunoadministrativa,bemcomopessoasergosqueaexercem21.
ODireitoAdministrativo possui pontos de contato com o Penal. Pode-se citar, por exemplo, atutelapenaldaAdministraoPblica(TtuloXIdaParteEspecialdoCP),osefeitosextrapenaisdacondenao,dentreosquaishaperdadocargo,funopblicaoumandatoeletivo(art.92,I,doCP)e apenarestritivadedireitos, consistente na proibio do exerccio de atividade, cargo ou funopblicos,bemcomodemandatoeletivo(art.47,II,doCP).
Lembre-se, ainda, das leis penais em branco, cujo complemento se localiza em atosadministrativos, comoo tipopenaldefinidordo trficodedrogas (art.33daLein.11.343/2006),oqual no cita quais so as substncias psicoativas capazes de constituir seu objetomaterial, tendo olegisladortransferidoestatarefa(art.66damesmalei)Administrao(videPortariaSVS/MSn.344,de12demaiode1998).
1.3.6.Direitotributrio
SegundoPaulo deBarrosCarvalho, o ramodidaticamente autnomodo direito, integrado peloconjuntodasproposiesjurdico-normativas,quecorrespondam,diretaouindiretamente,instituio,arrecadaoefiscalizaodetributos22.
A finalidade desses ramos do Direito acentuadamente distinta. O Penal visa proteger valoresfundamentaisda sociedadeeoTributrio,provereconomicamenteoscofresdoEstado,a fimdequeestepossaconcretizarsuasfinalidadesconstitucionalmenteprevistas.
O Direito Tributrio conecta-se com o Penal sob vrios ngulos, j que ambos pertencem, natradicional classificao, ao Direito Pblico e se valem de sanes para punir quem infringe seuspreceitos.
Omodomaisclaroemqueseentrelaam,porm,ocorreporintermdiodochamadoDireitoPenalTributrio,setorresponsvelpelaincriminaodeilcitosrelativosaoinadimplementodetributos.
Diversos so os chamadosdelitos tributrios,muitos dos quais se encontram definidos na Lei n.8.137/90, cujoart. 1 contmosmais importantes,poisenvolvemareduoousupressodo valorcorrespondenteaotributodevido.Nessescasos,alis,oaperfeioamentodocrimesomentepodeser
reconhecido depois do lanamento definitivo do tributo, conforme entendimento consolidado doSupremoTribunalFederal(SmulaVinculanten.24:Nose tipificacrimematerialcontraaordemtributria, previsto no art. 1, incisos I a IV, da Lei n. 8.137/90, antes do lanamento definitivo dotributo).
1.3.7.Sntese
RELAODODIREITOPENALCOMOUTROSRAMOS
DireitoPenaleConstitucional
DasupremaciadasnormasevaloresdaConstituioqueoDireitoPenalretiraseufundamento.
DireitoPenaleInternacionalPblico
ODireitoPenal internosubmete-sesnormasprevistasemTratadosouConvenesInternacionaissobredireitoshumanos,squaisseoutorgahierarquiaconstitucional(quandoratificadasnoBrasilpelomesmoqurumdasemendasConstituio)ousupralegal.
DireitoPenaleProcessualPenal
ODireito Penal um direito de coao indireta (isto , no possui autoexecutoriedade), de talmodo que sua efetiva concretizaodependenecessariamentedodevidoprocessolegal.
DireitoPenaleCivil
Oconceitodeilcitocivilmaisamploqueodeinfraopenal,poisestarepresentaagressesmaisintensasavaloresfundamentaissociedadee,portalmotivo,apenadamaisseveramente.
Asresponsabilidadespenalecivilsoindependentes,emboraoreconhecimentodefinitivodaquelapossaacarretarefeitosdeordemcivil(comoareparaodosdanoseoconfiscodebens).
DireitoPenaleAdministrativo
Osilcitospenaleadministrativonoseconfundem.Oprimeiromaisgravequeoltimo,acarretandosanesmaisrigorosas.
As responsabilidades penal e administrativa so independentes, mas a condenao penal pode gerar consequncias na rbitaadministrativa(comoaperdadocargooudafunopblica).
DireitoPenaleTributrio
A finalidade desses ramos do Direito acentuadamente distinta. O primeiro visa proteger valores fundamentais e o outro, provereconomicamenteoscofresdoEstado,afimdequeestepossaconcretizarasfinalidadesconstitucionalmenteprevistas.
OpontodecontatomaisprximoentreambossedpormeiodoDireitoPenalTributrio(isto,adisciplinadoscrimesdesonegaofiscal).
1.4.POSIOENCICLOPDICADODIREITOPENAL
1.4.1.Ocartercientficododireitopenal
No h dvida, modernamente, que Direito Cincia. A famosa crtica de Kirchmann (1847),promotordejustiaalemo,emseutextoironicamenteintituladoOcarteracientficodaCinciadoDireito, jsedemonstroutotalmenteinfundada.Diziaoautorquetodaobradoutrinria,sentenabemelaborada, trabalho jurdico, enfim, tornava-se papel descartvel com algumas poucas palavras dolegisladormodificandoalegislao,motivopeloqualnosepoderiaoutorgarcientificidadeaoDireito.
Equivocava-se,contudo,justamenteporconfundiroDireito(conjuntodenormaseprincpios)comaCinciadoDireito(oestudododireito,calcadonummtodoprprio,sistematicamenteorganizadoapartirdeseuobjetoefincadonabuscaporsualegitimidade) 23.
Dessaforma,otrabalhoqueseocupardaCinciadoDireitojamaissetornarletramorta,pormaisamplaquesemostreeventualmodificaolegislativa.Naverdade,seasalteraes introduzidaspeloparlamentonoestiveremdeacordocomo fundamentocientficodoDireito,este simqueno terproduzidomaisdoqueleisdescartveis.
AconstruodacientificidadedoDireito, reconhecendo-senesteum fenmenocultural, deve serdeduzidadaconfiguraodeumadadasociedade,dondehaverdesemoldaroplexonormativo-penal,varivelnotempoenoespao,tendoemmiraseusrespectivosvalores24.
Cremosqueomtodo jurdicohde serohistrico-cultural.ODireitono seno resultadodaculturavigenteemumasociedadedeterminada.Nohcomocompreend-losemquesetenhaemmenteessas amarras temporais e espaciais. Seu objeto h de ser trplice: o fato, o valor e a norma,estudando-seoDireitonatotalidadedosfenmenosqueoconstituem.AlegitimidadedoDireitoPenal,por fim,devesercalcadaem trsbases:o respeitodignidadehumana,apromoodosvaloresconstitucionaiseaproteosubsidiriadebensjurdicos.
1.4.2.Adogmticapenal
Dogmticasignificaoestudodosdogmas.Dogmaderivadogregodoxa,isto,qualqueropiniooucrena.Adogmtica,portanto,refere-seaumconjuntodeopinies,doutrinasouteorias25arespeitodavalidadeedainterpretaodoDireito.
Por dogmtica penal, entende-se disciplina que se ocupa da interpretao, sistematizao edesenvolvimento(...)dosdispositivoslegaisedasopiniescientficasnombitododireitopenal26.
Apresenteobra,portanto,representaumtrabalhoeminentementerelacionadodogmticapenal.
1.4.3.Apolticacriminal
Apolticacriminal,porsuavez,correspondemaneiracomooEstadodeveenfrentarecombateracriminalidade:aqueleaspectodocontrolepenalquedizrelaocomopoderquetemoEstadodedefinirumconflitosocialcomocriminal27.
Atoinciodosculopassado,preponderavaatesedequeapolticacriminalconstituamonoplioprivativodoEstado,queaimplementavapormeiodasleisaprovadaspeloparlamentoedasmedidasadotadaspeloExecutivoparasuafielexecuo.Ojurista,poroutro lado,deveriaapenasestud-laedescrev-la, dedicando-se exclusivamente sua tarefa dogmtica. Desse modo, poltica criminal edogmticapenalnoseimiscuam.
Na atualidade, todavia, esse ponto de vista encontra-se superado. A dogmtica penal deve serinfluenciadapelapolticacriminal.OpenalistatemdeconstruirumsistemapenalteleologicamenteorientadoparaaconsecuodafunodoDireitoPenal.Denadaadiantaproduzirumbeloedidticosistema, uma teoria do crime harmonicamente construda, se as solues nem sempre forem justas econdizentescomamissodesseramojurdico.
ComoafirmaEnriqueBacigalupo,ospostuladosdapolticacriminalservem,ento,comocritriosdedecisoarespeitodossistemasdogmticosparaaplicaododireitopenal28.
AntnioCarlosdaPonte,destacandooduplosentidodaexpressopolticacriminal,esclarecequeeladevesignificar,deumlado,aatividadedoEstadoe,deoutro,aatividadecientfica.
AatividadedoEstado,explica,fazpartedapolticageral,tendocomofinalidadeaconvivnciafraterna e harmnica entre as pessoas. Ao estabelecer as condutas proibidas caracterizadoras dasinfraespenaiseassanespenaiscorrespondentes,oEstadoestexercendosuapolticacriminal,quenoserestringeapenasaoDireitoPenal,postoqueaprevenododelitotambmsedpormeiodemedidasextrapenais,comosaneamentobsico, iluminaopblica,urbanizaodefavelas,proibiodo funcionamento de bares durante a madrugada, melhor distribuio de renda, emprego, educao,incursodaescolanocotidianodaspessoas,etc..
Comoatividadecientfica,prossegueoautor,apolticacriminalestabeleceomodelodesistemapunitivoaserseguidoeosfinsqueomesmoprocuraalcanarporintermdiodoDireitoPenal,quesesubmeteaprincpioslimitadores29.
1.4.4.Acriminologia
ACriminologiaconstituicinciaemprica,que,combaseemdadosedemonstraesfticas,buscaumaexplicaocausaldodelitocomoobradeumapessoadeterminada.
Seufocopodesertantoapersonalidadedoinfratorquantoseudesenvolvimentopsquico,asdiversasformasdemanifestaodofenmenocriminal,seusignificadopessoalesocial.Deacordocomoobjetoqueela investigue,pode-se falar emAntropologia criminal, que sedivide em:Biologia ePsicologiacriminal;eSociologiacriminal.
Comoresultadodesuasinvestigaes,preocupa-seemfornecerascausasdaprticadocrimee,comisso,auxiliarnocombatecriminalidade.
1.4.4.1.Oberodacriminologia
HquematribuaonascimentodaCriminologiaEscolaClssica30(sculosXVIIIeXIX),surgidaapartirdoIluminismo.
Seuspensadores(Feuerbach,Beccaria,Bentham,Carrara,Rossieoutros),defato,preocuparam-seemestudarsistematizadamenteocrimeeocriminoso,debruando-sesobreascausasdadelinqunciaeosmeiosadequadosparacombat-la.
certo,porm,queoberodaCriminologiamoderna,enquantocinciaocupadaemconhecerofenmeno criminal, sua gnese, seudiagnstico e seu tratamento, foi a obradeLombroso (hojeprofundamentecriticada),L`Uomodelinquente,de187631.
Atualmente,vistacomoumacinciamultidisciplinar,quesevaledaantropologia,dabiologia,dapsicologia,dapsiquiatria,dasociologiaetc.
1.4.4.1.1.CriminologiadaEscolaClssicaAEscolaClssica,IdealistaouPrimeiraEscolasurgiunaItlia,deondeseespalhouparaomundo,
principalmenteparaaAlemanhaeaFrana.Podeserdivididaemdoisperodos:a)tericoouterico-filosfico(cujomarcoaobradeBeccaria);eb)prticooutico-jurdico(FrancescoCarraraeEnricoPessina).
SuagrandemarcafoiomtodoempregadonaCinciadoDireitoPenal,defundodedutivo,emqueojuristadeveriapartirdoabstrato(i.e.,odireitopositivo)para,ento,passaraoconcreto(ouseja,squestesjurdico-penais).
Osclssicosadotavamprincpiosabsolutos(queinvocavamoidealdeJustia)esesobrepunhamsleis em vigor; compreende-se que assim o fizessem, pois, no contexto em que tal Escola aflorou,predominavamleisdraconianas,excessivamenterigorosas,depenasdesproporcionais,detipospenais
vagos,enfim,deumasituaodeviolncia,opressoeiniquidade32.IstosepodeverjnoprefciodaobradeBeccaria:(...)essasleis(referindo-sesnormasvigentesnaEuropa),produtodossculosmaisbrbaros,soexaminadasneste livronoquediz interesseaosistemacriminal;eousa-seexpor-lhesasdesordensaosresponsveispelafelicidadepblica,pormeiodeumestiloqueafastaovulgoilustradoeimpaciente33.E,maisadiante,arremata:Seria,pois,umerroatribuirprincpioscontrriosleinatural(...)34.
Inspirando-se na filosofia iluminista, considerava-se que os homens se reuniram em sociedade demodoa sofrer omnimopossvel, e, comvistas ao exercciode sua liberdade, abrirammodeumaparceladestapormeiodocontratosocial.Apenacriminal,portanto,nopoderiaservircomocastigo,mas comomecanismopara inibir delitos.A exemplaridadeda pena e o temor do castigo afastariam,portanto,atentaododelito.
1.4.4.1.2.CriminologiadaEscolaPositivaNo decorrer do sculo XIX, a preocupao social deixou de ser a defesa das pessoas contra o
arbtrio estatal, centrando-se na proteo da sociedade contra o crime e o criminoso. Os homenssentiam-sesolidrioscomaordemsocialejurdica,edesejososdeoporproteoeficazameaadocrime35.
Para atender a este anseio legtimo,ocorreumaprofundamudanade foco naCincia doDireitoPenal,quedeixadesevoltarparaosistemalegal,deslocando-separaodelinquenteeapesquisadascausasdocrime.
EnquantoaEscolaClssicaempregavaomtododedutivo,delgicaabstrata,aEscolaPositivasesocorriadomtodo indutivoeexperimental.Os clssicos conclamavamohomemaolharpara aJustia;ospositivistasconcitavama Justiaaolharparaohomem.AEscolaClssicaviaocrimecomoentidadejurdica,enquantoaEscolaPositivaoencaravacomofatosocialehumano.
Com referncia ao fundamentoda pena, aEscolaPositivista discordava seriamente daClssica, aqual acreditava no livre-arbtrio das pessoas como fundamento moral da pena, enquanto aquelarejeitava essa raiz em nome de um verdadeiro determinismo, decorrente de fatores biolgicos(Lombroso),sociais(Ferri)oupsicolgicos(Garofalo).
A pena deveria cumprir um papel eminentemente preventivo, atuando como instrumento de defesasocial. A sano, portanto, no se balizava somente pela gravidade do ilcito, mas, sobretudo, pelapericulosidadedoagente.
1.4.4.1.3.Sociologiacriminal36No final do sculoXIX, via-se umpredomnio das ideias sociolgicas no campo da explicao
causaldodelito(Lacassagne,TardeeDurkheim).
Suas obras encontraram grande aceitao, enxergando o crime como fenmeno coletivo, cujasrazes poderiam ser encontradas nasmais variadas causas sociais, como a pobreza, a educao, afamlia, o ambientemoral. Investigando-se esses focos, poderia se prever, com alguma segurana, oaumentodacriminalidadee,ento,combatendo-seessascausas,seriapossvelobteralgumsucessoemsuareduo.
1.4.4.1.4.CriminologiasocialistaA Criminologia socialista (Marx e Engels) considerava que as causas do crime prendiam-se
misria,cobiaeambio,queeramasbasesdosistemacapitalistae,portanto,aocombat-lo,pormeiodosocialismo,seporiaumfimstragdiassociaiseaocrime.
1.4.4.1.5.Sociologiacriminalnorte -americanaDuranteosculoXX,nosEstadosUnidos,floresceu,comoemnenhumoutropasnoMundo,oestudo
daCriminologiamarcadamentederivadadaSociologiaCriminal, emqueodelito visto como fatosocial. As regras de funcionamento do sistema social desencadeiam comportamentos adequados edesviantes,emquesenotam,nosdoiscasos,maneirasdiferentesoucaminhosdistintosdebuscapelosucessomaterialepelaascensosocial.
ComaobradeEdwinH.Sutherland(Whitecollarcrime), reforou-sea tesedequeocrimeumcomportamento inerenteaoconvvio social edequeno surge somentecomoobradapobrezaoudamarginalidade, mas tambm praticado por pessoas em condies socioeconmicas vantajosas eelevadograudeescolaridade.Essescrimesdecolarinhobrancososempredeliberados,planejados,organizadose,comoregra,cometidosnodesempenhodealgumaatividadeempresarial 37.
Porvoltadosanos1920e1930,floresceuachamadateoriaecolgicaoudadesorganizaosocial,nascidanaUniversidadedeChicago,paraaqualocrimeumfenmenoligadoareasnaturais.Aelase seguiu a teoria culturalista, em que o cerne do comportamento criminoso est na formao dapersonalidade como processo de socializao e assimilao de padres culturais, os quais secontrapemaosinstintosindividuais.Houve,porfim,ateoriadaanomia,queenxergaodelitocomooresultadodeumadefasagementreasestruturascultural(queatodosdeterminaabuscapelosmesmosfins e com idnticos meios) e social (a qual priva uns em detrimento de outros dos recursos persecuo destes objetivos, fazendo com que aqueles procurem meios ilegtimos de igualar asdiferenas).
1.4.4.1.6.Criminologiacrticaoucriminologianova
Referidavertentesurgiunofinaldadcadade1960,nosEstadosUnidos,erepresentouumaradicalmudana de base e rumo em relao ao pensamento criminolgico de ento. Isto porque, em vez deolharparaocriminosoeperquirirascausaseosmotivosqueo impulsionam,dirigesuaatenoaosmecanismoseinstnciasdecontrolesocial.
Humabandonodoparadigmadeterminista,substitudoporumavisoemqueseadotaummodeloestatsticodeabordagem.
Odireitoeoprocessopenal,destaforma,moldadosapartirdosgrupossociaisdominantes,tornam-semecanismosutilizadospelosdonosdopoder.
A Criminologia Crtica ou Criminologia Nova possui trs vertentes: o labelling approach, aetnometodologiaeacriminologiaradical.
1.4.4.1.6.1.LabellingapproachCuida-se de uma abordagem que no enxerga no comportamento criminoso razes ontolgicas ou
intrnsecas para sua qualificao como tal, mas o encara como o resultado de uma abordagemdecorrentedosistemadecontrolesocial.
Asinstituies,portanto,querotulamouetiquetamumagircomodesviante.
Asociedade tornaoagente criminoso,poisdecideoque aceito eoque proibido. Inexiste,nestaperspectiva,odelinquente,senocomopersonagemsocialque,porcritrioseleitospelasforasdominantes,ditanormativamenteoagirconformeasregraseoagirdesviante.
1.4.4.1.6.2.EtnometodologiaProcuraestudarocotidianoecomoelerealmentevivenciado,dadestacandoasregraseosrituais
das pessoas envolvidas e como interagem seus partcipes e as organizaes (polcia, ministriopblico,judicirio,sistemaprisionaletc.).
Essaabordagemnofazqualquerjuzocrticoacercadasnormasoudaestruturasocial.
1.4.4.1.6.3.Criminologiaradical
Sobinflunciadacriminologiamarxista,propeque,numasociedadecapitalista,cujaordemjurdicaopressora,ocrimeumproblemainsolvel.Ocaminhonoresideemtratarocriminoso,emtalcontexto,masemmodificarasociedade,transformando-a.
1.4.4.2.Criminologianaatualidade
OsestudoscriminolgicosnosculoXXIconvergemparaos seguintespontos:aamplitudede seualcanceeamultiplicidadedesuasinvestigaes.
CumpreCriminologianoapenasbuscarumaexplicaocausalparaodelito,mas tambmdevededicarsuaatenoaosmodelosdecontrolesocialecomosuasinstituiesagem,reagemeinteragemcomocriminoso.
Deveseocupar,ainda,dequestesrelevantesdepolticacriminal,poisestasinterferemnocombateao fenmeno e, deste modo, a ela interessam. necessrio que fixe premissas e critrios para acriminalizaoeadescriminalizaodecondutas.
Os processos de elaborao, violao e reao violao das leis penais tambm participam doobjetodeseuestudo.
O conceito criminolgico de delito, por sua vez, no pode abrirmo de bases jurdicas, devendomesclardadosdodireitopositivoereferenciaissociolgicos.
1.4.4.2.1.CriminologiadeconsensoedeconflitoEssasvertentesdamodernacriminologiadivergem,emprimeiro lugar, sobreabasedaproteoa
quesededicariaosistemadejustiapenale,porforadisso,produzemmodelosestticosoudinmicosdecontrolesocial.
Paraachamadacriminologiadeconsenso,haveriadeterminadosvalorescomunsa todoocorpo,atodasascamadasdasociedade.Acoesosocialdar-se-iaemtornodestes,detalmodoqueconflitoscapazesdeamea-losdeveriamserexcludos,emnomedogrupo.Essemodelotemnaturezaesttica,justamenteporqueseassentana ideiadequehumconjuntodevalores imutveisecomungadosportodos.Deledecorreaaceitaodasnormas jurdico-penais,porqueconstituiriamomeiode tutelaroncleodecoesoeoprpriofuncionamentodosistema.
Para a criminologia de conflito, todas as relaes sociais so, por definio e em sua essncia,conflitivas, justamenteporqueaautoridadedistribudadesigualmenteentreaspessoas,gerandoporpartedaquelesmenosaquinhoadosresistnciaaessadesproporcionalsituao.Acoesosocialnosedporumconsenso,massomenteseobtmporcoero.Dessemodo,osistemadejustiapenalnoconstrudoparaeliminarconflitos,mascomvistasafazercomqueosvalorescomungadospelosgruposdepoderdominantesprevaleamsobreasdemaiscamadassociais.
Os conflitos, por sua vez, produzem constantes mudanas na distribuio de poder e autoridade,motivopeloqualesteummodelodinmico,enoesttico,emquepodehavercmbiodevaloresqueosistemadejustiapenalbusqueproteger.
Acriminologiadeconflitoanicaqueconsegueesclarecerarazopelaqualosistemadejustia
penal, a englobados o direito e o processo penal, sempre se caracterizou por direcionar sua maisvigorosareaoacondutasilcitaspraticadaspelascamadassociaiseconomicamentemaisfragilizadas,como se nota, ainda