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INUNDAÇÕES URBANAS: A PERCEPÇÃO SOBRE A PROBLEMÁTICA SOCIOAMBIENTAL PELA COMUNIDADE DO BAIRRO JARDIM NATAL – JUIZ DE
FORA (MG)
Graziella Martinez Souza Universidade Federal Fluminense [email protected]
Sanderson dos Santos Romualdo
Universidade Federal de Juiz de Fora [email protected]
Resumo A inundação urbana é uma ocorrência tão antiga quanto os primeiros aglomeramentos urbanos. Este fenômeno natural é causado normalmente pela dinâmica da natureza, sendo intensificados pela intervenção antrópica no ambiente. Os efeitos socioambientais são agravados à medida que o processo de uso e ocupação do solo urbano for feito de maneira inadequada, onde a população de baixa renda que ocupa locais inadequados à moradia, expõe-se a riscos ambientais e patológicos presentes geralmente em locais de habitação de risco. O presente trabalho é resultado de um estudo realizado sobre os principais problemas socioambientais do bairro Jardim Natal, situado na cidade de Juiz de Fora. Através de pesquisas feitas em torno da percepção ambiental dos moradores em relação ao ambiente onde vivem que é vulnerável principalmente às enchentes, o objetivo da pesquisa foi inferir o grau de consciência destes frente às consequências danosas desses alagamentos, tanto ao ambiente quanto à saúde coletiva. Para a realização desta pesquisa, foram feitos trabalhos de campo para identificação dos ambientes de possível ocorrência de enchentes, entrevistas e aplicação de questionários, análise de dados de saúde coletados junto à Unidade Básica de Saúde (UBS) do bairro, além de um minucioso levantamento bibliográfico, inclusive em arquivos e mapas disponibilizados pela Prefeitura Municipal de Juiz de Fora. Ao término do trabalho, constatou-se que a resolução e/ou minimização dos problemas socioambientais verificados, deve estar atrelada à participação direta e consciente de toda a comunidade, onde a Educação Ambiental auxiliará neste processo de reflexão e tomada de consciência. Os principais problemas percebidos pelos moradores como, alagamentos em períodos de chuvas intensas, inexistência de rede de tratamento de esgotos, doenças veiculadas pela água, presença de animais transmissores de doenças, prejuízos econômicos e serviços de saúde de má qualidade, dentre outros, são uma reflexão do descaso social e político existente no local. Palavras-chave: Inundações Urbanas, Percepção Ambiental, Problemas Socioambientais. Abstract The urban flood is an event as old as the first urban cluster. This natural phenomenon is usually caused by the dynamics of nature, and intensified by anthropic intervention in the environment. The social environment effects are exacerbated the measure that the process of use and occupation of urban land is done in an inadequate way, where the low income population that occupies the unsuitable for local housing, exposes to environmental risks and pathological generally present in local housing risk. This work is the result of a study on the main social environment problems of the neighborhood Jardim Natal, located in the city of Juiz de Fora (MG), Brazil. Through search around the environmental perception of residents on the environment where they live which is mainly vulnerable to flooding, the objective of the research was to infer the degree of conscience these front of the harmful consequences of flooding, both to the environment on public health. For this research, were carried out field work to identify areas of possible occurrence of floods, application of questionnaires and interviews, analysis of health data collected with Basic Health Unit (BHU) in the neighborhood, beyond a thorough bibliographical survey, included in files and maps provided by the city of Juiz de Fora. At the end of work, noted that the resolution and/or minimizing of social environment problems verified, it must be tied to the direct and conscious participation of the whole community, where the Environmental Education help in this process of reflection and awareness of. The main problems perceived by residents as flooding during periods of intense rainfall, lack of sewer treatment system, diseases transmitted by water, the presence of animals transmitters of disease, prejudice economic and health services of poor quality, among others, are a reflection of neglect social and political existing in place. Keywords: Urban floods. Environmental perception. Social problems.
Introdução
A inundação urbana é uma ocorrência tão antiga quanto os primeiros aglomeramentos urbanos. Este
fenômeno natural é causado normalmente pela dinâmica da natureza, sendo intensificados pela
intervenção antrópica no ambiente. Os efeitos socioambientais são agravados à medida que o processo
de uso e ocupação do solo urbano for feito de maneira inadequada, onde a população de baixa renda
que ocupa locais inadequados à moradia, expõe-se a riscos ambientais e patológicos presentes
geralmente em locais de habitação de risco.
O acelerado processo de urbanização das cidades brasileiras, ocorrido a partir da década de 1960,
associado à falta de planejamento e à consequente existência de ocupações irregulares, originou
inúmeros problemas socioambientais, além de condições paisagísticas deletérias, acarretando vários
desafios a serem enfrentados pelo planejamento urbano hodierno. Esse crescimento urbano
desordenado, acompanhado das mudanças bruscas na paisagem, tem produzido grandes impactos
socioambientais, implicando na queda da qualidade ambiental e de vida da sociedade.
Esse rápido crescimento e redirecionamento da população acarretaram em uma série de problemas
estruturais relacionados à habitação, com o aumento dos processos de favelização e dos índices de
violência e marginalidade, assim como a precariedade dos serviços públicos oferecidos, como
transporte, saúde e educação. Em decorrência da especulação imobiliária e dos baixos salários, a
periferia das cidades tem sido cada vez mais densamente ocupada pela população menos favorecida,
na qual sem alternativas se vê obrigada a residir em locais com pouca ou nenhuma infra-estrutura.
Para Guerra & Cunha (2006, p.39), “quando o crescimento urbano não é acompanhado por aumento e
distribuição equitativa dos investimentos em infra-estrutura e democratização do acesso aos serviços
urbanos, as desigualdades socioespaciais são geradas ou acentuadas”. Nesse sentido, o presente
trabalho teve por objetivo analisar o atual processo de produção do espaço urbano da cidade de Juiz de
Fora (MG), assim como os principais problemas socioambientais do bairro Jardim Natal, situado na
Zona Norte da cidade. Através de pesquisas feitas em torno da percepção ambiental dos moradores em
relação ao ambiente onde vivem que é vulnerável principalmente às enchentes, o objetivo da pesquisa
foi inferir o grau de consciência destes frente às consequências danosas desses alagamentos, tanto ao
ambiente quanto à saúde coletiva.
Materiais e Métodos
Para a realização deste trabalho, adotou-se uma pesquisa qualitativa, para Minayo, (1996) “as
pesquisas qualitativas trabalham com: significados, motivações, valores e crenças e estes não podem
ser simplesmente reduzidos às questões quantitativas, pois que, respondem a noções muito
particulares. Entretanto, os dados quantitativos e os qualitativos acabam se complementando dentro
de uma pesquisa”. Foram realizados trabalhos de campo para análise de uso e ocupação do solo e
identificação dos ambientes de possível ocorrência de enchentes, entrevistas semi-estruturadas com os
moradores das áreas afetadas, pois de acordo com Triviños (1987) a entrevista semi-estruturada,
É aquela que parte de certos questionamentos básicos, apoiados em
teorias e hipóteses, que interessam à pesquisa e que, em seguida,
oferecem amplo campo de interrogativas, junto de novas hipóteses que
vão surgindo à medida que recebem as respostas do informante. Desta
maneira o informante, seguindo espontaneamente a linha de seu
pensamento e de suas experiências dentro do foco principal colocado
pelo investigador, começa a participar na elaboração do conteúdo da
pesquisa.
Análise de dados de saúde coletados junto à Unidade Básica de Saúde (UBS) do bairro, além de uma
minuciosa pesquisa bibliográfica, inclusive em arquivos e mapas disponibilizados pela Prefeitura
Municipal de Juiz de Fora. A pesquisa foi realizada entre os meses de fevereiro e março de 2009, onde
foram entrevistados 30 moradores.
Inundações Urbanas
O intenso desenvolvimento urbano brasileiro tem agravado os diversos problemas socioambientais,
afetando a freqüência das inundações, da produção de sedimentos e na deterioração da qualidade da
água superficial e subterrânea. À medida que a cidade se urbaniza, ocorre o aumento das vazões
máximas devido à impermeabilização e canalização. A produção de sedimentos também aumenta de
forma significativa, associada aos resíduos sólidos e a qualidade da água chega a ter 80% da carga de
um esgoto doméstico (TUCCI, 2003). Tucci (2003) ainda afirma que,
A inundação ocorre quando as águas dos rios, riachos, galerias pluviais saem do leito de escoamento devido à falta de capacidade de transporte de um destes sistemas e ocupa áreas onde a população utiliza para moradia, transporte (ruas, rodovias e passeios), recreação, comércio, indústria, entre outros. (p. 51)
Estes impactos têm produzido um ambiente degradado, afetando a qualidade de vida da população que
nas condições atuais da realidade brasileira, sem o amparo de políticas públicas que visem solucionar
ou mitigar esses impactos, a tendência é um provável agravamento da situação. De acordo com
Acselrad (1999),
A crise da legitimidade das políticas urbanas poderá ser atribuída também à incapacidade de se fazer frente aos riscos tecnológicos e naturais. Na perspectiva da equidade, o risco culturalmente construído, apontará a desigualdade intertemporal no acesso aos serviços urbanos com a prevalência de riscos técnicos para as populações menos atendidas pelos benefícios dos investimentos públicos ou afetadas pela imperícia técnica na desconsideração de especificidades do meio físico das cidades, tais como declividades, acidentes topográficas, sistemas naturais de drenagem. (p.86)
Contudo, além da crise da legitimidade das políticas urbanas, para Guerra & Cunha (2006, p.58) “a
gravidade dos desastres naturais está diretamente relacionada com o nível de desenvolvimento
econômico dos países”, ou seja, os países subdesenvolvidos estão mais propensos a sofreram com as
vulnerabilidades socioambientais. Tucci (2003, p. 11) complementa que, “da forte tendência de
concentração demográfica urbana no mundo, a América do Sul está se destacando, ou seja, a
concentração urbana nas cidades principais tem apresentado o ritmo de crescimento mais alto entre
todas as regiões do mundo e o maior de todos os tempos”. Esta tendência de concentração
metropolitana se contrapõe a um lento ritmo de crescimento econômico e com uma estrutura de
distribuição crescentemente desigual, o que conduz a um processo de urbanização desordenada, com
um incremento da pobreza e agravamento dos problemas socioambientais.
Para Guerra & Cunha (2006, p.78) “esse processo histórico de ocupação do espaço urbano gerou
sérios problemas espacialmente diferenciados que resultam num quadro ambiental atual crítico”, em
que as questões ligadas às enchentes e inundações ocupam posição de destaque e suscitam soluções
emergenciais. As inundações urbanas tem se tornado um problema cada vez mais frequente
acarretando sérios prejuízos ambientais, sociais e econômicos, onde as políticas públicas não
conseguem abranger a dimensão da problemática, às vezes por falta de investimentos públicos, muitas
vezes por negligencia, o que agrava ainda mais o quadro. Tucci (2003) afirma que,
O ambiente institucional de controle de inundações não leva a uma solução sustentável. Existem, apenas, poucas ações isoladas de alguns poucos profissionais. Em geral, o atendimento a enchente somente é realizado depois de sua ocorrência. A tendência é que o problema fique no esquecimento após cada ocorrência, retornando na seguinte. (p. 49)
Nesse contexto, a população sofre as consequências dessa negligencia, com evidentes prejuízos e
perdas materiais e humanas, interrupção da atividade econômica das áreas inundadas, contaminação
por doenças de veiculação hídrica como leptospirose, cólera, entre outros, contaminação da água pela
inundação de depósitos de material tóxico, estações de tratamentos entre outros. Mas, segundo
(Bentes, 2006), outros fatores também podem ser associados à ausência de políticas mitigadoras da
problemática das enchentes e inundações como a falta de conhecimento sobre controle de enchentes
por parte dos planejadores urbanos, desorganização, a níveis federal e estadual, sobre gerenciamento
de enchentes, falta da implantação de programas de Educação Ambiental para população sobre
controle de enchentes, falta de interesse na prevenção em alguns países considerando que quando a
mesma ocorre é declarada calamidade pública pelo Estado e o município pode receber recursos a
fundo perdido e para o gasto destes valores não é necessário concorrência pública. A junção de todos
esses fatores acarreta na perpetuação dos problemas das enchentes e inundações urbanas.
Nesse viés classifica-se segundo Tucci (2003) dois tipos de inundações: a primeira classificada como
inundação ribeirinha, assim definida:
Quando a precipitação é intensa e o solo não tem capacidade de infiltrar, grande parte do volume escoa para o sistema de drenagem, superando sua capacidade natural de escoamento. O excesso do volume que não consegue ser drenado ocupa a várzea inundando de acordo com a topografia das áreas próximas aos rios. Estes eventos ocorrem de forma aleatória em função dos processos climáticos locais e regionais. (p. 45)
Os rios geralmente possuem um ou mais leitos. O leito menor corresponde à seção de escoamento em
regime de estiagem, ou de níveis médios. O leito maior pode ser influenciado pela topografia da várzea
inundável e é geralmente inundado em períodos de intensa precipitação atmosférica, ocasionando as
enchentes. A ocupação da área que corresponde ao leito maior do rio, por ocasião das cheias, gera
grandes danos aos ocupantes dessas áreas e, também, às populações a montante, que são afetadas pelas
elevações de níveis decorrentes da obstrução ao escoamento natural causada pelos primeiros ocupantes
Tucci (2003).
O segundo tipo de inundação é devido à urbanização ou drenagem urbana:
Na medida em que a população impermeabiliza o solo e acelera o escoamento através de condutos e canais a quantidade de água que chega ao mesmo tempo no sistema de drenagem aumenta produzindo inundações mais freqüentes do que as que existiam quando a superfície era permeável e o escoamento se dava pelo ravinamento natural. (p. 45)
A freqüência e magnitude das enchentes aumentam a cada período chuvoso, devido a desordenada
distribuição do uso e ocupação do solo, assim como redes de drenagem urbana inadequadas que
merecem estudos urgentes de adequação à vazão. O desenvolvimento urbano pode também produzir
obstruções ao escoamento como aterros e pontes, drenagens inadequadas e obstruções ao escoamento
junto a condutos e assoreamentos. Estas enchentes ocorrem, principalmente, pelo processo natural no
qual o rio ocupa o seu leito maior, em decorrência de períodos de fortes precipitações atmosféricas e
agravados pela intervenção antrópica.
Dessa maneira, compreendendo a dinâmica das inundações e enchentes concomitante ao processo de
ocupação do solo urbano, podem-se elaborar planos de mitigação e soluções para essa crescente
problemática que afeta grande parte da população urbana, resultando em uma perda da qualidade de
vida e gerando grandes impactos socioambientais, para isso basta o poder público juntamente com as
políticas urbanas voltarem suas atenções para essa problemática, com intuito de impedir a deterioração
das condições de vida da população que é afetada por esse infortúnio.
Caracterização da área de estudo
O município de Juiz de Fora (MG), pertence à Zona da Mata Mineira, sendo pólo atrativo dessa região
e uma das principais cidades do estado. Segundo o Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano, PDDU
(PJF, 2004), ocupa uma área total de 1.429,8 km2 dividido em 4 distritos, sendo que o Distrito-Sede
abrange uma área de 724, 385 km2. O Decreto Municipal 4047/88 descreveu o seu Perímetro Urbano e
estabeleceu os limites da Área Urbana, que abrange cerca de 400 km2. Da população total do
município, 99,16% é considerada urbana, ultrapassando a marca dos 500.000 habitantes, de acordo
com as projeções do IBGE para 2007.
Contudo, sua mancha urbana ocupa apenas 93,5 km2 (cerca de 28% da Área Urbana), o que deixa
desocupados quase 72% do espaço legalmente considerado urbano e que se apresenta repleto de
contrastes, tanto nos aspectos físicos, sociais e econômicos, que privilegia uma parcela da população e
desfavorece outra, pois o processo de densificação e super-ocupação dos bairros periféricos da cidade
tem sido um dos efeitos negativos de um setor habitacional desorganizado, mercado imobiliário
especulativo e diferentes níveis de infra-estrutura entre os bairros, consolidando assim um processo de
exclusão social e de segregação espacial.
Segundo o Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano, PDDU (PJF, 2004), a área de estudo, o bairro
Jardim Natal, está inserida na Região de Planejamento1 Benfica (RP-11), que localiza-se na Região
Norte da cidade de Juiz de Fora. A RP-11 de acordo com o PDDU (PJF, 2004), é composta por outros
dezenove bairros e devido a sua grande dimensão territorial, apresenta, em geral, baixa densidade
demográfica (menos de 50 hab./ha.). Esta RP congrega 17,06% da população total, cerca de 64.500
habitantes (IBGE 2000), sendo a terceira mais populosa da cidade.
Caracteriza-se por um modelo de ocupação predominantemente residencial, contudo, segundo, PDDU
(PJF, 2004, p.75) “a presença na região de uma ocupação subnormal mostra que a população carente
da cidade não invade somente as áreas mais centrais, se deslocando para as regiões mais afastadas
da cidade e dificultando mais ainda a implantação de infra-estrutura e saneamento para estas
1 Na tentativa de melhor gerir o espaço urbano, a cidade foi dividida em 12 Regiões de Planejamento (RP’s) de acordo com os principais vetores de crescimento, as características socioambientais e econômicas de cada área, uso e ocupação do solo, a estruturação espacial e as propostas de atuação administrativas, a fim de estabelecer regras para uma ocupação equilibrada do solo tendo em vista as questões sociais, técnicas e econômicas, preservando o meio ambiente e otimizando os recursos investidos em infra-estrutura (PDDU, 2004).
famílias”. Entretanto, a RP-11 está se caracterizando como a região que apresenta o maior potencial
para expansão urbana, tanto do ponto de vista populacional quanto para o industrial, se configurando
como um importante vetor de crescimento devido sua grande disponibilidade de áreas para expansão
habitacional.
Em função de todas essas características, considerando a expansão das atividades industriais, a
existência de áreas favoráveis à ocupação, o grande número de lotes e de vazios urbanos, as melhorias
implantadas na malha viária estruturadora, constitui-se na RP estratégica para o crescimento, razão
pela qual as questões ligadas ao meio ambiente e aos equipamentos públicos, principalmente os de
lazer, hoje escassos, tornam-se muitos especiais.
Processo de ocupação do bairro Jardim Natal
Inicialmente, o processo de ocupação da RP-11, na qual está inserida o bairro Jardim Natal, se deu de
forma linear, ao longo do Rio Paraibuna e da linha férrea, o que proporcionou certa descontinuidade da
mancha urbana, ocasionando certos vazios com grande potencialidade de adensamento.
O processo de ocupação do bairro Jardim Natal, se inicia em 1906, induzido pela inauguração da
estação e usina de Creosotagem2, no qual atraiu um grande contingente populacional em busca de
emprego. Foi nesse contexto que o bairro Jardim Natal surgiu e começou a se urbanizar, tendo como
ponto referencial a ocupação das margens do córrego Humaitá.
Atualmente, segundo o PDDU (PJF, 2004) pode-se dizer que a região apresenta relativa
homogeneidade em relação ao uso e ocupação do solo e ao parcelamento, dada à predominância de
lotes de pequenas dimensões, ocupados por residências unifamiliares ou conjuntos habitacionais
constituídos de unidades isoladas ou de prédios de 3 ou 4 pavimentos. Apresenta-se historicamente,
receptor de investimentos em habitação popular, que inicialmente se direcionaram a construção de
grande número de casas térreas e posteriormente à construção de inúmeros blocos de apartamentos,
além de outras iniciativas do Poder Público Municipal que atende a um grande número de habitações
populares bem como de indústrias de pequeno e médio porte.
Apesar dessas iniciativas, ainda podem ser observadas a existência de áreas de ocupação de risco e
assentamento irregulares, com construções em locais de encostas íngremes e às margens do rio e
córregos, para Bentes (2006, p. 52), “isso decorre da combinação de alguns fatores, como a falta de
oferta como lotes populares e, portanto, da inexistência de políticas públicas habitacionais, voltadas
principalmente para a população de baixa renda”. A falta de alternativas de moradia popular levou a
população pobre a ocupar espaços, muitas vezes impróprios para assentamentos. Nesse sentido,
Maricato (2002) evidencia que:
2 Método de Franz Moll, que consiste em um tratamento para preservação da madeira, no caso, dormentes para ferrovia, através do tratamento com alcatrão. A usina, hoje está desativada, com risco de ser desmontada pela RFFSA.
As cidades caracterizam-se cada vez mais pela elevada densidade
demográfica, pela concentração de áreas construídas e pela extensiva
impermeabilização do solo. Esta ocupação desordenada do espaço
resulta na perda de qualidade de vida urbana, com o surgimento de
áreas de sub-habitações, poluição das águas e do ar, enchentes,
desmoronamentos, violência e epidemias, dentre outros problemas.
O contingente populacional do bairro segundo o PDDU (PJF, 2004), caracteriza-se como de baixa
renda, com rendimentos até 2 salários mínimos, o que justifica a predominância de casas e loteamentos
de baixo padrão e habitações de risco.
Dessa maneira, para a realização do trabalho, foram delimitadas quatro ruas do bairro (Rua Abílio
Gomes, Tomás Gonzaga, Dr. Augusto Eckman e Stela Paleta de Alencar) por se situarem em uma área
de risco, visto a proximidade das residências ao córrego Humaitá, onde ocorrem constantes inundações
no período de precipitações intensas. As inundações têm como principal causa a diminuição da vazão
do córrego em decorrência do intenso processo de assoreamento devido ao grande volume de entulho e
lixo nas margens e dentro do córrego, a presença muros de contenção construídos dentro do córrego
pelos próprios moradores, a fim de evitar que a água entre nas casas e a falta de implantação de planos
e estudos que visem mitigar essa situação.
A área tem como característica a presença de habitações de baixo padrão, o lançamento de esgoto in
natura oriundo das residências, além da presença de resíduos sólidos que propiciam o aparecimento de
animais como ratos, cobras, baratas, e insetos em geral, que de acordo com o PDDU (PJF, 2004 p.74),
“o lançamento de esgoto diretamente nos cursos d’água, o lixo que sem a destinação correta fica
exposto nos terrenos baldios ou depositados nos leitos dos córregos e ainda as crescentes erosões, são
fatores que comprometem a qualidade ambiental”. Como agravante, soma-se a falta de limpeza das
margens do córrego que contribuem para o agravamento da situação.
Diante da problemática, e inúmeras doenças registradas na UBS do bairro, geralmente após os
períodos chuvosos, constatando-se muitos casos de dermatites e micoses, alergias, diarréias, alguns
casos de leptospirose, foi criado um programa, visando levar informação à população, onde os agentes
de saúde visitam as casas informando a população como evitar a ocorrência de doenças. Devido os
sérios problemas apresentados no local estudado, o programa citado foi implementado na UBS local
onde os agentes de saúde fazem visitas aos moradores informando-os de como proceder na época das
inundações, e distribuindo cloro para o tratamento da água das residências afetadas.
A percepção ambiental da população frente aos problemas socioambientais
O estudo da percepção ambiental é de fundamental importância para melhor compreendermos as inter-
relações entre o homem e o ambiente, suas expectativas, satisfações e insatisfações, julgamentos e
condutas. Nesse sentido, TUAN (1980) afirma que:
Para compreender a preferência ambiental de uma pessoa,
necessitaríamos examinar sua herança biológica, criação, educação,
trabalho e os arredores físicos. No nível de atitudes e preferências de
grupo, é necessário conhecer a história cultural e a experiência de um
grupo no contexto de seu ambiente físico. (p. 68)
O estudo da percepção é de extrema importância porque o comportamento das pessoas é baseado na
interpretação que fazem da realidade e não na realidade em si. Por este motivo, a percepção do mundo
é diferente para cada um de nós, cada pessoa percebe um objeto ou uma situação de acordo com os
aspectos que têm especial importância para si própria.
Para Schiel et al (2003, p.17), essas diversas leituras da realidade “estão vinculadas à história de vida,
às vivências, à formação e ao registro do ambiente onde tudo ocorre. Em outras palavras, podemos
dizer que, mesmo vivendo em grupo, cada indivíduo percebe e interpreta os fatos segundo sua
bagagem cultural, social, intelectual ou econômica”.
Nos estudos de percepeção ambiental, o ambiente físico precisa ser estudado junto com sua dimensão
social, condição indispensável das inter-relações homem-ambiente, e ainda, os diferentes aspectos do
ambiente devem ser considerados ao lado de seus atributos simbólicos, pois cada pessoa atribui valores
diferentes para os mesmos objetos.
Nesse sentido, visando conhecer a percepção ambiental dos moradores que vivem no entorno do
córrego Humaitá, sobre a problemática socioambiental ali presenciada, foram realizadas entrevistas
com 30 moradores adotando o método de entrevistas semi-estruturas que permitiram que o
entrevistado tivesse liberdade para desenvolver as respostas segundo a direção que consideraram mais
relevantes, onde pode-se explorar, de uma forma flexível e aprofundada, os principais pontos da
pesquisa. Durante os trabalhos de campo, procurou-se localizar quais as ruas e casas são afetadas pelas
enchentes, para que posteriormente, pudesse obter uma boa amostragem de moradores entrevistados.
Os principais pontos abordados na entrevista visaram identificar, o sentimento do entrevistado em
relação ao local, pois para Tuan (1980) “a partir do estabelecimento de relações afetivas com o
ambiente, cada indivíduo obtém informações que interferem nas formas de relacionamento dele com
seu entorno, podendo promover mudanças de atitude a partir de certo grau de envolvimento”. Tentou-
se verificar também a percepção dos moradores em relação aos problemas que as inundações causam,
se eles associam a presença de animais (veículos de doenças) com a presença de lixo, se percebem a
contaminação da água, se conseguem fazer uma associação entre lixo/doenças/inundações, e se eles
enxergam alguma solução para o problema. Além destas questões, incitou-se os moradores a discorrer
livremente sobre os principais problemas do bairro.
Resultados e discussões
Os entrevistados, moradores do bairro Jardim Natal, que sofrem com a problemática das enchentes,
revelaram imenso descontentamento com a situação periclitante na qual se encontram. Muitos deles
informaram que já entraram com processo na Prefeitura Municipal de Juiz de Fora e que solicitaram
inúmeras vezes que a Prefeitura enviasse fiscais da antiga Secretaria de Política Urbana (SPU) e da
Defesa Civil, mas por enquanto não obtiveram nenhuma resposta dos órgãos competentes.
Foram entrevistados 30 moradores, sendo 18 mulheres e 12 homens. Cabe aqui ressaltar que em alguns
aspectos a percepção entre gêneros se diferenciou o que pode enriquecer ainda mais a pesquisa. A
faixa etária dos entrevistados variou de 27 a 79 anos. Das mulheres entrevistadas todas eram donas de
casa e os homens em sua maioria trabalhavam com obras (pedreiros, ajudantes e mestres de obra).
Pode-se perceber um baixo poder aquisitivo dos entrevistados, pelo padrão humilde das casas e pelo
ganho mensal familiar da maioria que não excedeu a 2 salários mínimos.
A maioria dos entrevistados reside no bairro há muitos anos, onde a média foi de 40 anos de
residência, entretanto, havia moradores que estavam apenas 6 anos no local e outros há mais de 56
anos, o que permitiu uma ampla comparação entre a percepção dos antigos e novos moradores.
O primeiro ponto abordado na entrevista foi conhecer a preferência do morador e o sentimento de
pertencimento que ele desenvolvia com área de estudo, onde ele pode responder se gostava ou não de
residir no local, pois para Tuan (1980) “todo lugar tem um valor relativo atribuído a ele em função
das experiências individuais criadas a partir de uma complexa relação entre sentimentos e idéias
formados ao longo da vida do indivíduo”. Pode-se perceber, que apesar da problemática das
enchentes, os moradores das ruas Abílio Gomes, Tomás Gonzaga e Stela Paleta de Alencar,
desenvolveram certa afetividade com o local, onde a maioria revelou que não tem a intenção de se
mudar, mesmo porque são proprietários dos terrenos onde algumas casas nestas ruas apresentam um
padrão superior às demais, algumas com segundo pavimento, que em partes estão livre das enchentes.
Contudo, a realidade apresentada é totalmente diferente dos moradores da rua Dr. Augusto Eckman,
onde as casas dos entrevistados desta rua foram construídas às margens do córrego Humaitá, sem
nenhum planejamento, segurança e infra-estrutura (ver foto 1). Todos os moradores desta rua
revelaram grande desejo de serem remanejados pela prefeitura para outras áreas da cidade como tinha
ocorrido com moradores cujas casas tinham sido interditadas pela defesa civil. Uma das entrevistadas
que mora na rua há 27 anos revelou que este problema sempre existiu e complementou “é muito triste
agente ter que correr pra salvar nossas coisas, já perdi muita coisa na enchente.” Percebe-se a total
ausência do poder público que em todos esses anos nunca houve uma intervenção para a melhoria
efetiva das condições do local.
FOTO 1
Foto 1: Casas na margem do córrego Fonte: SOUZA
No local estudado, além da regularidade das inundações nos períodos chuvosos, todos os entrevistados
evidenciaram a presença de animais e insetos como ratos, sapos, baratas, aranhas e cobras, além de
moscas e pernilongos, uma moradora revelou que “todo dia agente tem que por panos embaixo da
porta da gente, se não entra cada ‘cuíca’ (aqui refere-se a rato grande)”. A maioria dos entrevistados
conseguiu associar a presença destes vetores de doenças com a grande quantidade de lixo jogado pela
população local no leito e às margens do córrego. Nenhum entrevistado assumiu que jogava ou já
jogou lixo alguma vez no córrego, entretanto, um caso peculiar ocorreu onde todos os entrevistados
acusaram seus vizinhos de jogarem lixo no córrego. Uma moradora afirmou que antes da rua receber a
coleta de lixo, que ocorre três vezes por semana, ela queimava todo o lixo produzido em sua residência
e complementou dizendo “além dos meus vizinhos o pessoal do morro desce e joga lixo no córrego”.
Todos os moradores reclamaram do odor desagradável do córrego, principalmente em dias muito
quentes, eles levantaram questões interessantes sobre saneamento e esgotamento sanitário, onde uma
moradora fez a seguinte observação “você pode ver, a água do esgoto, cai desse cano direto no
barranco, nem chega direto na água” e complementou, “e ainda tem vizinhos que plantam sua
hortinha nas margens do córrego, eu acho que ‘tá’ tudo contaminado”. O esgoto é lançado in natura
no córrego, afetando ainda mais a qualidade ambiental da água (ver foto 2), uma moradora ainda
destacou que a montante do córrego existe uma fábrica que lança seus efluentes diretamente na água,
“cada dia o córrego ‘tá’ de uma cor, isso é poluição”, afirmou ela.
FOTO 2
Foto 2: Esgoto lançado in natura no córrego Fonte: SOUZA
Em relação às causas da inundação, alguns moradores levantaram uma questão interessante, nos
últimos 5 anos houve um agravamento da situação em decorrência da instalação da uma tubulação da
GASMIG3 nas margens no córrego. Os moradores alegaram que a terra removida da obra foi jogada às
margens do córrego, assoreando ainda mais, um morador disse “falaram que iam tirar essa
‘terraiada’, mas não tiraram nada”. Uma moradora evidenciou que a instalação da tubulação estreitou
o córrego, agravando a situação.
Outro problema percebido pelos moradores foram as doenças que aparecem após as enchentes. A
maioria declarou que tem ou já teve doenças de pele em decorrência do contato com a água
contaminada, contudo, o caso mais crítico foi relatado por um morador que revelou “minha menina
esteve desenganada pelos médicos, pegou ameba dessa água suja, foi muito sofrimento”. Não foi
relatado nenhum caso de dengue pelos moradores.
E por fim, os moradores apontaram algumas diretrizes e soluções para a mitigação da problemática.
Para evitar que as enchentes inundassem as casas da Rua Tomáz Gonzaga, os próprios moradores
fizeram um mutirão para a construção de muro de contenção das águas, visto que a Prefeitura não
realizou nenhuma obra para a melhoria da situação. Já os moradores da Rua Dr. Augusto Eckman,
afirmaram que para solucionar a crítica situação da falta de limpeza nas margens do córrego, eles se
reuniram e pagaram um capinador para retirar o grande volume de mato nas margens do córrego, uma
moradora falou “a prefeitura ‘num’ faz, agente tem que se unir e fazer, porque a situação é ruim pra
gente mesmo”. Uma moradora apontou como solução que as bananeiras deveriam ser retiradas das
margens dos córregos.
Entretanto, a solução mais interessante que alguns moradores deram foi a retirada de uma pequena
ponte, pois segundo eles, a ponte causa um efeito de afunilamento do córrego e a água fica represada
3 Empresa pertencente à CEMIG e associada à PETROBRAS que se destina à instalação e distribuição de gás natural
agravando a situação (ver foto 3). Eles afirmaram que o antigo prefeito, prometera a dragagem do
córrego de 2 em 2 anos, contudo, essa dragagem só fora realizada uma única vez.
FOTO 3
Foto 3: Rua Tomáz Gonzaga Fonte: SOUZA
Em relação às diferentes percepções entre os gêneros, cabe destacar, que as mulheres enfatizaram
muito mais a questão dos animais e insetos dentro de casa e a poeira resultante do grande volume de
entulho depositado às margens do córrego, onde elas têm que redobrar o cuidado com a limpeza e a
higiene em seus domicílios, já os homens deram maior ênfase aos projetos de drenagem e dragagem do
córrego, por estarem mais familiarizados com obras.
Conclusões
Durante o estudo de caso, pode-se constatar que a falta de um planejamento urbano eficaz e efetivo
tem ocasionado efeitos ambientais desastrosos, além do agravamento das disparidades sociais e perda
da qualidade de vida da população. A sustentabilidade urbana é prioridade e tem que ser construída dia-
a-dia, e parte dessa construção está baseada na legitimidade das políticas urbanas, que devem ser
constantemente atualizadas. Estas políticas devem se adaptar às demandas de serviços urbanos, bem como
às demandas sociais e ambientais.
Fica evidente o descaso do poder público, com o local estudado, onde o cidadão contribuinte do IPTU
(Imposto Predial e Territorial Urbano), visando o bem estar e a melhoria da qualidade de vida local,
executa as obras de mitigação dos problemas supracitados, que na teoria seria obrigação da
administração pública local executar. Essa situação revela uma total insustentabilidade das políticas
públicas e total desrespeito ao ser humano, ferindo os seus direitos e negando uma condição aceitável
de vida.
A Constituição Federal Brasileira de 1988 evoca o conceito de desenvolvimento sustentável, onde
“todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e
essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao poder público e à coletividade o dever de defendê-
lo e preservá-lo para as presente e futuras gerações”. No entanto, a complexidade da questão da
sustentabilidade aumenta a necessidade e importância de ações de todos os setores da gestão do meio
ambiente para a busca de soluções integradas e sustentáveis e que abranjam todos os setores da
sociedade (Philippi Jr. et al, 2005).
Contudo, o poder público sozinho não representa uma panacéia para a solução desses problemas
socioambientais, em conjunto com políticas públicas eficientes, outra esfera deve atuar em prol de uma
mudança efetiva da situação, e essa esfera é representada pela educação. Para TUAN (1980), “a
atitude em relação à natureza pode mudar com o tempo”, através do estudo da percepção ambiental,
teremos uma importante ferramenta que dará diretrizes à implantação de um trabalho de Educação
Ambiental, onde poderá se promover uma mudança na escala de atitudes e resgate de valores, que
promovam mudanças comportamentais e transformações sociais, tão importantes para a construção de
sociedades sustentáveis, onde a educação ambiental pode desempenhar um importante papel na
reflexão dos problemas ambientais através da conscientização e sensibilização social, que implica em
um processo de reflexão e tomada de consciência dos processos ambientais, conduzindo à participação
e ao resgate da cidadania nas tomadas de decisões. Dessa forma, a educação ambiental permite um
processo que propicia ao indivíduo visão mais abrangente, que requer continuidade, e por meio das
quais atitudes e habilidades são desenvolvidas visando à atuação crítica e participativa do cidadão no
meio ao qual ele interage.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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