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Ano XV - nº 162 - setembro de 2009 - Saquarema, Araruama, Cabo Frio, Arraial do Cabo, S. Pedro da Aldeia, Petrópolis, Teresópolis, Rio de Janeiro Literatura, Pensamento & Arte JORNAL POIÉSIS COMEMORA 15 ANOS Rodovia Amaral Peixoto, Km 71 - Bacaxá - Saquarema Em setembro o Fly Shopping faz aniversário. Venha comemorar conosco! Estacionamento próprio e coberto. IMPRESSO www.jornalpoiesis.com Caixa Postal 110.912 - Bacaxá Saquarema - RJ - CEP 28993-970 [email protected] No dia 4 de setembro, a partir das 19 horas, o Jornal Poiésis promove uma festa cultural no Teatro Muni- cipal Mario Lago, em Saquarema, em comemoração a seus 15 anos de circulação. O evento, além de homenagear empresários, profissio- nais liberais e parceiros que tornam possível a existência da publicação, terá apresentações de dança, música e poesia, numa confraternização de pessoas que acreditam nos valores da transformação social e individual que a arte e a cultura proporcionam quando investimentos são feitos em prol da coletividade. Surgido na década de 90, em Pe- trópolis-RJ, a partir de uma iniciati- va do poeta e escritor Camilo Mota, o Jornal Poiésis é um dos poucos focos de resistência do jornalismo cultural alternativo no país. Em tempos de disseminação cada vez maior de uma cultura da frivolida- de, nossa conduta aponta para uma outra vertente, em que os valores do bom gosto, da qualidade e da expe- riência estética e reflexiva tornam- se signos da esperança da constru- ção cotidiana de um mundo melhor, em que a educação seja colocada em seu devido lugar. Uma educação que passa pela escola, sim, mas que, principalmente, deve nascer e ser cultivada dentro de cada família. Estamos nadando contra a corren- te, mas isso ajuda a fortalecer nossa “musculatura” e nosso fôlego. Ao longo dos anos, tivemos nosso trabalho reconhecido de várias ma- neiras. Recebemos diploma de mé- rito cultural da União Brasileira de Escritores (UBE) — numa solenida- de inesquecível na Academia Brasi- leira de Letras —, fomos escolhidos como o melhor tablóide literário do país pela International Writers and Artists Association, mas o mais im- portante nessa caminhada toda são os amigos e cúmplices de sonhos que vamos cultivando. É sempre uma surpresa feliz encontrar nossos leitores pelas esquinas do mundo e trocarmos ideias, dialogarmos pela primeira vez como se já o fizéramos centenas e centenas de vezes, pes- soalmente. Nossa esperança? Que consiga- mos prosseguir por mais anos a frente, e que novas iniciativas cul- turais surjam e se fortaleçam em todo o país. BOLOS & DOCES (22) 2653-0693 / 9269-8898 Rua José Beijo Amorim, 100 - Bacaxá Aceitamos encomendas: bolos de casamento e aniversário, bolos em papel arroz, doces finos.

Jornal Poiésis - 162

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Edição 162, publicada em setembro de 2009

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Page 1: Jornal Poiésis - 162

Ano XV - nº 162 - setembro de 2009 - Saquarema, Araruama, Cabo Frio, Arraial do Cabo, S. Pedro da Aldeia, Petrópolis, Teresópolis, Rio de Janeiro

Literatura, Pensamento & Arte

JORNAL POIÉSIS COMEMORA 15 ANOS

Rodovia Amaral Peixoto, Km 71 - Bacaxá - Saquarema

Em setembro o Fly Shoppingfaz aniversário.

Venha comemorar conosco!

Estacionamento próprio e coberto.

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www.jornalpoiesis.comCaixa Postal 110.912 - Bacaxá

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No dia 4 de setembro, a partir das 19 horas, o Jornal Poiésis promove uma festa cultural no Teatro Muni-cipal Mario Lago, em Saquarema, em comemoração a seus 15 anos de circulação. O evento, além de homenagear empresários, profissio-nais liberais e parceiros que tornam possível a existência da publicação, terá apresentações de dança, música e poesia, numa confraternização de pessoas que acreditam nos valores da transformação social e individual que a arte e a cultura proporcionam quando investimentos são feitos em prol da coletividade.

Surgido na década de 90, em Pe-trópolis-RJ, a partir de uma iniciati-va do poeta e escritor Camilo Mota, o Jornal Poiésis é um dos poucos focos de resistência do jornalismo cultural alternativo no país. Em tempos de disseminação cada vez maior de uma cultura da frivolida-de, nossa conduta aponta para uma outra vertente, em que os valores do bom gosto, da qualidade e da expe-riência estética e reflexiva tornam-se signos da esperança da constru-ção cotidiana de um mundo melhor, em que a educação seja colocada

em seu devido lugar. Uma educação que passa pela escola, sim, mas que, principalmente, deve nascer e ser cultivada dentro de cada família. Estamos nadando contra a corren-te, mas isso ajuda a fortalecer nossa “musculatura” e nosso fôlego.

Ao longo dos anos, tivemos nosso trabalho reconhecido de várias ma-neiras. Recebemos diploma de mé-rito cultural da União Brasileira de Escritores (UBE) — numa solenida-de inesquecível na Academia Brasi-leira de Letras —, fomos escolhidos como o melhor tablóide literário do país pela International Writers and Artists Association, mas o mais im-portante nessa caminhada toda são os amigos e cúmplices de sonhos que vamos cultivando. É sempre uma surpresa feliz encontrar nossos leitores pelas esquinas do mundo e trocarmos ideias, dialogarmos pela primeira vez como se já o fizéramos centenas e centenas de vezes, pes-soalmente.

Nossa esperança? Que consiga-mos prosseguir por mais anos a frente, e que novas iniciativas cul-turais surjam e se fortaleçam em todo o país.

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(22) 2653-0693 / 9269-8898Rua José Beijo Amorim, 100 - Bacaxá

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2 nº 162 - setembro de 2009

EXPEDIENTEO Jornal Poiésis - Literatura, Pensa-mento & Arte é uma publicação da Mota e Marin Editora e Comunica-ção Ltda.

Editor: Camilo MotaDiretora Comercial: Regina Mota

Conselho Editorial:Camilo Mota, Regina Mota, Fer-nando Py, Sylvio Adalberto, Gerson Valle, Marcelo J. Fernandes, Marco Aureh, Celso Caciano Brito, Fran-cisco Pontes de Miranda Ferreira

Jornalista Responsável:Francisco Pontes de Miranda Fer-reira, Reg. Prof. 18.152 MTb

Diagramação: Camilo Mota

CAIXA POSTAL 110.912BACAXÁ - SAQUAREMA - RJCEP 28993-970

( (22) 2653-3597( (22) 9201-3349( (22) 8818-6164( (22) 8836-8483( (22) 9982-4039

[email protected]

Distribuição dirigida em: Saquarema, Araruama, São Pedro da Aldeia, Iguaba Grande, Cabo Frio, Arraial do Cabo, Petrópolis, Teresópolis e Rio de Janeiro.

Fotolito e Impressão:Tribuna de Petrópolis

Colaborações devem ser enviadas preferencialmente digitalizadas, em formato A4, espaço simples, fonte Times New Roman ou Arial, com dados sobre vida e obra do autor. Os originais serão avaliados pelo conselho editorial e não serão de-volvidos. Colaborações enviadas por e-mail devem ser anexadas como arquivo do Word (.doc ou .docx). Os textos assinados são de inteira responsabilidade de seus autores e não representam a opinião do Jornal Poiésis.

DentistaDr. Guilherme

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O Teatro Municipal Mario Lago, em Saquarema, está com programação variada em setembro e tem como destaque o menestrel do Brasil, Juca Chaves. Confira abaixo a programação completa.

04/09 - Aniversário Jornal Poiésis, com apresentações de música, dança e poesia - 19h12 e 13/09 - O Noviço - 20h30 (Grupo Operários da Arte)13/09 - Fifi e os Floriguinhos - 17h (Menta 02 Produções)18/09 - Show com Juceir Junior - 21h19/09 - A Velha na Janela - 21h (Cia Baiana de Risos)20/09 - Desfile Curso Miriam Grizzi - 19h26/09 - Juca Chaves, o menestrel do Brasil - 21h (A3 Produções Eventos)27/09 - O Corcunda de Notre Dame - 17h (Grupo Capas)

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Foi realizado dia 16 de agosto, na Colônia de Pesca de Saquarema, o 1º Bingoloso Dançante promo-vido pelo Projeto Primeiro Passo. Durante o evento vários brindes foram sorteados entre os presen-tes, que brincaram e dançaram a tarde inteira, ao som de música ao vivo, e saborearam o delicioso churrasco servido, acompanhado de sobremesas diversas.Já no dia 23, aconteceu o Primeiro Passo na Saúde, com aplicação de flúor nas crianças, numa parceria com o Projeto Dentinho Brilhante, da dentista Aline Ramos. Também foram disponibilizados os serviços de aferição de pressão e verificação de glicose.

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Camilo Mota*

A cada dia sinto que a melhor ati-tude é jamais falar sobre aquilo que desconheço. Como emitir uma opinião se não domino o as-sunto ou se não tenho informação su-ficiente para fazer algum juízo de va-lor? Parece óbvio, mas ao meu redor as coisas não são bem assim. Encon-tro gente tão “bem informada” que me assusto diante da minha ignorân-cia de homem silencioso. Fico quieto no meu canto prestando atenção.

Aqui neste pedaço de chão beiran-do o Atlântico, há pessoas que pas-sam a vida inventando histórias para romper seus silêncios. Acho que o mundo está perdendo sua capacidade de contemplação e precisa de muito barulho para se sentir confortável. Daí, também, a necessidade de inven-tar histórias ou de chegar em casa e ligar a televisão ou rádio ao invés de simplesmente sentar e sentir o corpo repousando no sofá. E quem ainda se detém a ouvir a água da torneira en-chendo a mão de umidade cristalina pronta para amar a nossa face tão su-ada num fim de tarde de verão?

Soube há dias do desaparecimento de uma criança. Cartazes se espalham pela cidade, pela internet, por todo canto. Há uma rede de solidarieda-de para tentar encontrar a pequena Pâmela. Triste sina. Mundo cruel esse. No entanto, em apenas algumas poucas horas, ouvi histórias diver-sas, com versões as mais dramáticas sobre o encontro do corpo da meni-na. Estuprada, violentada, descrições com requintes de uma boa história de terror policial. E as pessoas fala-vam com uma convicção que parecia verdade! E ela, no entanto, ainda não voltou para casa. Histórias vão sendo

O poder do silêncioinventadas para alimentar não sei que sentimento sádico. Hoje, de Pâmela, há apenas a saudade dos pais e a es-perança de reencontrá-la.

Essa onda de fantasias parece que faz parte da cultura de nossa terra. Foi assim que meses atrás falou-se muito sobre a existência de um suposto es-tuprador rondando alguns bairros da cidade. Também suposições são feitas sobre os mandos e desmandos de um certo deputado. Em recente depoi-mento na Câmara Municipal, ele mes-mo fez troça com o tema. Afinal, tudo de ruim que acontece na cidade tem o dedo do deputado, dizem os fantasis-tas de plantão. E de mentira em men-tira, Pinóquio parece ser bem mais real entre nós do que apenas uma his-tória de moral infantil. O pior é que as pessoas acreditam. Será mesmo que uma mentira bem contada vale mais do que mil verdades?

Cada vez mais amo o silêncio. Não apenas o silêncio físico, a ausência de ruído, mas, principalmente, o va-zio da mente que se abre para con-templar a si mesma e ao mundo sem julgamentos, sem expectativas, sem mágoas, sem fantasias. Um amigo me convidou para, numa reunião fami-liar, dizer um poema, de improviso. “A poesia nasce do silêncio”, eu dis-se – e a voz foi seguindo os espaços vazios entre um acorde, um sorriso, um olhar atento. Eu não precisava inventar ou falar do que não sei. Era só deixar que a palavra fosse a guia do sentimento que me parecia mais puro. Minha convicção maior é esta: o mundo é feito de silêncios, de espaços em branco, daquilo que sentimos e chamamos de luz. O que é a luz senão o silêncio brilhando sobre e dentro de nós?

*Camilo Mota é poeta, editor do Jor-nal Poiésis, membro da Academia Brasileira de Poesia.

Saquarema terá encontro de educadores em setembro

O professor consciente de sua importância como agente trans-formador da sociedade e o for-talecimento do vínculo afetivo entre professor e aluno. Estes são alguns dos objetivos do 2º Motivar – Educação: Encontro de Educado-res, que será realizado dia 12 de setem-bro, na Esco-la Municipal P r e s i d e n t e Castelo Bran-co, no bairro do Boqueirão, em Saquarema.

Com apoio da Prefeitura de Sa-quarema, através da Secretaria Municipal de Educação, o even-to pretende resgatar a impor-tância do papel social do pro-fessor e é aberto a educadores da educação infantil e do ensino fundamental da rede pública do município. O projeto também tem como objetivos a contri-buição para o desenvolvimento da auto-estima do professor, a conscientização da importância da formação continuada, além de possibilitar novos conheci-mentos teóricos para o enten-

dimento dos atuais rumos da educação no país. Para isso, foi montada uma grade de ativida-des que se iniciam às 7h30 e se prolongam até as 17 horas, con-tando com temas como “O des-pertar do professor” (por Luiz

Sérgio Brito), “Motivar e Educar” (Au-gusto Mussi), “Avaliar e for-mar” (Geraldo Francisco), “O ser professor” (Luiz Sérgio Brito), “Educar

e amar” (Gilcilea Costa), “Pro-fessor, mestre do amor” (Luiz Sergio Brito). Na parte da tar-de estão previstas diversas ofi-cinas de prática pedagógica.

O 2º Motivar – Educação é organizado pela equipe técni-ca-pedagógica da E.M. Castelo Branco, formada pelas profes-soras Sandra Sant’Anna, Re-nata Borba, Marilda Rodrigues e Maria Cristina Morgado. Maiores informações sobre o projeto podem ser obtidas na secretaria da escola ou através do telefone (22) 2651-3545. (Ascom/PMS)

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Page 4: Jornal Poiésis - 162

4 nº 162 - setembro de 2009

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Derivação de DelfosFernando Magno

Do fundo dessa hora,olho o mundo e ele me olha.Frente ao patéticome penetro e interrogo:fui eu ou foi elequem se perdeu no profundoprecipício dessa hora?

Acho – é melhor pensar – as laranjas e framboesas é que ficarampresas no chão desse asco,tão amargas se tornaramno azedo dessa hora.

Afinal, a quem mais interrogar:ao mundo que nos ouvemas não nos escuta?Aos velhos ponteiros do tempo,que se repetem e se repeteme nos repetem?À nevoenta paisagem quenos impede de ver,que nos impede de conhecera transfiguração dos sentidos?Ou a esse rosto de seda e salque a História nos aponta?

Vá lá! Vá lá!Façamos de conta queo relógio quebrou-see todas as laranjas e framboesasde novo se tornaram doces.

UMLuís Augusto Cassas

quando estou em tie tu estás em miminverte-se o princípiodo início e fimno primeiro momentohá movimentoeu sou tu ésno segundo momentohá desfalecimentonão sei quem souacaso és?no terceiro momentoviramos fragmentos:o nós e o vóshabitam em nósdepois não há nadae o espírito do sórecolhe-se ao pó

JOANA DAS MADRUGADASGerson Valle

Joana duronavira as noites nas ruasde freguês em freguêscom a navalha pronta a se defender dos abusos testemunhadospor tanta injustiça a todo lado.

Não pede docilidade por troco.Não doa sinceridade por conforto.Não dorme enquanto não lucrao quanto precisa para si e sua filha.

Um santo humanista quis lhe abrandar a ferida.Vendo-a como mártir mulherde mérito e beleza na sua durezaquis com ela se casarna igreja com tetoque tape a nudez da madrugada.

Joana se torna mais dura:- Se o cara é babaca o bastantepara se casar com uma puta,eu não darei à minha filhaeste padastro banana,um péssimo exemplo para a fibra requerida na madastra dessa vida!

E continua à noite nas calçadasfazendo psiu aos homens que servemao sustento da filha, ou, nalguma falha, à sua navalha.

ENCONTROOswaldo Lino Soares

Percorro as curvas do teu corpo em busca do riso de tua alma. Caminho por ondulações de montes, vales e planícies de um solo sagrado, próprio de oferendas, onde o amor frutifica e há floração espontânea ao mais leve toque. Surpreende-nos descobertas renovadas que nos levam sempre ao mergulho mais fundo de nós mesmos.

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Sereias se disfarçam nesse vento suave que vem me buscar em final de tarde. Caminho em direção à beira do Atlântico para ver ondas, pessoas, areias e cães consumindo-se no derradeiro brilho do sol. O mar nunca se esconde. Mesmo à noite — lua nova, es-puma branca — o som invade almas com seu canto de acalanto. Há quem passe indiferente a tudo, cabeça baixa, murmurando dores de amores que não tem. E uma maresia suave, como lágri-ma distribuída ao vento, percorre a face do homem triste que ao longe desaparece. As ondas preenchem o tempo novo de buscar a terra firme. E trazem no alto, desafiadoras, pranchas multicores numa luta desigual e constante pelo equilíbrio do mundo. Surfar é um estado de espírito. (Homem que voa nos cabelos de Ieman-já). A praia é lugar de horizonte aberto para o céu de onde sereias-estrelas refazem o tempo.

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5nº 162 - setembro de 2009

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Reúne–se, pela primeira vez em livro, toda a poesia e uma parte substancial da prosa do pernambucano Joaquim Cardozo (1897–1978). Além de engenheiro calculista de nomeada, tornando realidade várias concepções arquitetônicas de Oscar Niemeyer, p. ex., Cardozo se distinguiu também como poeta de excelente sensibilidade e cuidadosa fatura. O livro a que me refiro é: Joaquim Cardozo – Poesia completa e prosa (Rio de Janeiro: Editora Nova Aguilar / Recife: Editora Massangana, 2008). O conjunto da poesia de Cardozo está publicado nos seguintes livros: Poemas (1947), Prelúdio e elegia de uma despedida (1952), Signo estrelado (1960), Poesias completas (1971), O interior da matéria (1975), Um livro aceso e nove canções sombrias (póstumo, 1981). Além desses, a Nova Aguilar acrescenta Outros poemas, coletânea de textos inéditos do autor.

Já em Poemas o poeta se apresenta como

POESIA E PROSA DE JOAQUIM CARDOZO (1ª parte)

alguém constantemente preocupado com a província natal e as questões sociais. Seja escrevendo sobre o Recife, seja mostrando o aspecto tecnológico da vida em ‘Autômatos’, ou descrendo da possibilidade de uma paz armada (‘Os anjos da paz’), seja ainda especulando sobre razões do espírito ou questões existenciais, Cardozo nunca se deixa trair pelo lirismo fácil ou pela fascinação de uma poesia “científica”. Poemas trabalha com uma linguagem popular e ritmos soltos. Volta–se para aspectos marcadamente regionalistas, valorizando os nomes de embarcações de pesca e as velhas ruas do Recife. Porém mesmo neste livro já se nota o aprofundamento de seu material: há uma espécie de “prospecção psicológica” no poema ‘Imagens do Nordeste’, e o poeta se vale da especulação metafísica e da indagação existencial com ênfase no sentimento da morte: ‘O relógio’, ‘O espelho’, etc.

O poema ‘Prelúdio e elegia de uma

despedida’, que teve edição autônoma, é um dos três que compõem o conjunto Trivium – editado na íntegra apenas em Poesias completas. Os outros dois são ‘Visão do último trem subindo ao céu’ e ‘Canto da Serra dos Órgãos’. O ‘Prelúdio...’oferece uma estrutura cíclica na qual o tema–palavra “noite”, de aspecto multissêmico, é explorado de diversas formas por efeito de metonímia e de metáfora, inclusive com alusões fantásticas adequadas ao clima de mistério

e magia expresso nos versos. Por outro lado, ‘Visão do último trem subindo ao céu’ é um poema imenso em tamanho e significado1. Nele, Cardozo alcança, a meu ver, o seu ponto máximo de criação poética, com a maior carga de matrizes oriundas da Matemática, da Física, da Astronomia,

da Química, da Lógica, etc. Configura um trem fantástico levando os últimos passageiros para o céu. Aproveita noções da teoria da relatividade, joga com motivos fonéticos e musicais, com problemas da Língüística e da Retórica – tudo isto servido por um lirismo denso, abstrato, e o poema prossegue admiravelmente coeso e harmônico até o fim. ‘Canto da Serra dos Órgãos’ é uma prosopopéia em que a própria serra fluminense dá seu depoimento desdenhoso e melancólico para os homens da planície.

Signo estrelado centra–se numa reformulação dos processos poéticos do autor. Pois justamente dentro do espaço dos poemas de forma fixa é que reside sua renovação: partindo para teorizações revolucionárias no terreno das rimas2, Cardozo modifica por completo a sua convencional noção secular e abre caminho a uma total reformulação da matéria. São notáveis os sonetos da coletânea, sobretudo os três de ‘A aparição da rosa’.

continua na página 6

Page 6: Jornal Poiésis - 162

6 nº 162 - setembro de 2009

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Opinião

Elzo Souza Silveira*

Em Poesias completas foi publicada pela primeira vez, além de Trivium, a coletânea Mundos paralelos. A partir das noções básicas do duplo (o Eu e o Outro), e das de matéria e antimatéria, constrói Cardozo uma série de poemas e procura ver “o dentro” das coisas e dos fenômenos. Assim, as mulheres amadas num outrora distante se convertem em menos que memória; os meninos que na rua lhe fazem sinais são para ele a própria vida se despedindo; as contradições aparentes, os paradoxos, a necessidade da presença e companhia da mãe e da mulher amada, tudo são contribuições para o tema maior – a matéria se completa na antimatéria, reduzindo–se a nada e a ele se integrando, e o Outro é a realização psicológica do Eu.

De certo modo, O interior da matéria desenvolve a noção de pesquisar ”o dentro” das coisas e fenômenos já tratado em Mundos paralelos. Poemas como ‘Espaço fibrado’, ‘Formas neutras e texturas’, ‘Caprichos entre a linha e a cor’ ou ‘A tarde sobe’ realizam à perfeição uma especulação acerca do sentido “interno” de objetos e fenômenos, de modo a extrair do banal a sua entidade mais própria e transcendente. O conjunto de Um livro aceso e nove canções sombrias divide–se em duas partes antitéticas. Na primeira, ‘Um livro aceso’, vemos poemas centrados em efeitos de luz.

Nos ‘Versos reversos’ que abrem essa parte, temos oito poemas sem título, de grande harmonia interna na composição, no ritmo e no tipo de versos e até no tema. Compõem–se todos de sextilhas e versam sobre pequenos nadas da vida cotidiana, mas com forte substrato filosófico. Os três conjuntos seguintes são extraordinários exercícios de aproveitamento de temas e formas populares nordestinas, todos “cantáveis”, isto é, passíveis de serem musicados. A segunda parte, ’Nove canções sombrias’, está centrado em efeitos de sombra e sua tônica é a escuridão, a obscuridade, o pessimismo. Temas que decorrem não só das idéias de noite, morte, desesperança, desastre, não–nascimento, ignorância, etc., mas também de uma atitude de extrema negação de um estado de coisas imperante no Brasil daquele tempo.3 Tanto na ‘Canção para um fim de abril’, como na devastadora ‘Canção para os que nunca irão nascer’, Cardozo configura uma situação de extrema repressão – que hoje, felizmente, é só amarga lembrança4 – mas admite que as coisas poderão mudar para melhor.

Já nos Outros poemas entremeiam–se versos circunstanciais e criações mais arrojadas. Assim, temos, a par de sonetos e outros tipos de poesia em versos, compostos com mestria e finura, os chamados ‘Poemas caligráficos’, nos quais as palavras se distribuem segundo linhas sinuosas

continuação da página 5fechadas, ou formam traços irregulares, dos quais já existem exemplos em Signo estrelado. A coletânea finaliza com a transcrição de textos de alguns poetas que Cardozo traduziu: Ezra Pound, William Carlos Williams, Conrad Aiken e Bertolt Brecht.

NOTAS1. O poema ‘Visão do último trem

subindo ao céu’ foi um dos textos cuja leitura deu origem ao meu longo poema ‘Antiuniverso’.

2. Introduzindo o poema ‘Arquitetura nascente & permanente’, Cardozo se refere a “zonas de rimas, toantes e consoantes, à direita e à esquerda, rimas antecipadas, rimas transitivas e reflexivas, rimas em diagonal, em composição triangular etc.”. Em A rima na poesia de Carlos Drummond de Andrade (1968), Hélcio Martins (1929–1966) registra a incidência de “zonas de rimas” no famoso poema ‘José’, onde defende essa conceituação mais ampla da rima.

3. Época da ditadura militar, iniciado em 1964, e cujo fim Cardozo não pôde assistir.

4. Embora finda, a ditadura militar deixou seqüelas várias. Uma delas foi a quase completa destruição da classe política brasileira, cujo nível intelectual e moral hoje é dos mais baixos.

O mês de setembro para a po-pulação de Saquarema é um dos mais importantes do ano. A tradi-cional festa em honra da padroei-ra do município, Nossa Senhora de Nazareth, é comemorada no dia 8, sendo que a programação religiosa é iniciada no dia 30 de agosto.

Manter a cidade limpa, não jogar lixo ou entulho nas ruas, são atos simples que colaboram com a ordem e a beleza, deixando moradores e turistas satisfeitos, principalmente nessas datas tão importantes.

Para cada setor do município existem dias específicos da sema-na onde o caminhão passa cole-tando o lixo residencial e comer-cial, prestar atenção nessas datas e respeitá-las é compromisso de todo cidadão.

Aproveito a oportunidade para desejar uma feliz festa a todos, com muita paz, serenidade e saú-de.

*Secretário de Serviços Públicos e Transporte da Prefeitura Mu-nicipal de Saquarema

Festa de N.S. de Nazareth:manter a cidade limpa é

responsabilidade de todos

Poesia na Rua prossegue em Bacaxá

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O Projeto Poesia na Rua é desenvolvido pelo Núcleo de Poesia Alberto de Oliveira, com apoio do Curso de Música Barcelos e do Jornal Poiésis. O evento acontece todo primeiro sábado de cada mês, à tarde, no calçadão da Rua Professor Souza, em Bacaxá, em frente à Lanchonete Mucho Loco. Todos os poetas estão convidados a participar, levar seus textos para ler e colocar no varal de poesias. O Poesia na Rua conta também com participação de músicos locais.

Para a edição de 5 de setembro estão sendo espera-dos os poetas Gerson Valle, Fernando Py, Marcelo J. Fernandes e Sylvio Adalberto, que virão de Petró-polis para as comemorações dos 15 anos do Jornal Poiésis, e farão participação especial no evento.

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7nº 162 - setembro de 2009

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LUÍS AUGUSTO CASSAS - Santa Ce-cília Meireles da Poesia Brasileira mostrou a opção primeira da nos-sa infância: ou Isto ou Aquilo. O poeta Luís Augusto Cassas é um pouco Isto e um tanto Aquilo. Mesmo porque já não é pioneiro. Seu verso parte de incubadas partes de todos os cantos do universo. É a encarnação do amor à mulher e a mu-lher. É casal e apenas uma parte do par. É o objeto que se vê. A visão múltipla do Todo e o enquadramento do rosto da na-morada. E como vê! Que múltiplas faces e corpos desnudados e comparados aos traços de Modi! Quantas vezes desce ao Hades por não poder subi-lo, só por que-rer encontrar eurídices com sua lira de cantor. A mulher lhe é sempre múltipla, vinda da Grécia, Idade Média ou Litera-tura diversa... Tanto a leu que a escorreu em versos fluidos, determinados em rit-mos e rimas, as mais diversas, como ela. E de mulher “boeing” encontrada escreve na página aberta de seu corpo: “amor vul-cão fúria”. A Poesia do tempo que nasceu oblíquo pela marginalidade dos anos 70, mas se reagrupou com a totalidade des-cendente de todos os tempos. Tange, as-sim, simplicidades de “padaria”, sempre com encanto: “minha namorada / é mais bela que um brioche, / mais elegante que um croissant / e mais transcendental / que pão quente c/ manteiga”. E de outra “fornada” sua matéria se aproxima de re-flexão cristã, à luz do paganismo helêni-co da poesia pancultural: “Pode um peixe que é poeta / tornar multiplicação / a luz que brilha e o resgata / sob o mistério do pão?” Aí já não me atrevo em resenha sintética, pois o versejar casseiro abre campo a uma dissertação mais fecunda, multiplicante, necessitada de espaço de tese, doutorado, livro pesado, por mais que sua leitura seja tão agradável! Assim se passa “A mulher que matou Ana Paula Usher – poema-romance” (Imago, 2008).

DOIS POETASComo num desenvolvimento da idéia do peixe-poeta, mistério, cristianismo, saído de outro livro “Evangelho dos peixes para a ceia de aquário” (Imago, 2007).

Aí evangelho é a boa nova não de uma só pregação, mas de milênios de forma-ções esotéricas, piedosas, religiosas, em encarnação tangível, física, da necessi-dade do quotidiano, vivente do momento sem medo do vulgar e do divino, colo-quial, humanamente existencial... Emble-mático o fato de uma orelha ser assinada por Leonardo Boff e outra por Frei Beto. Dois transmissores de boas novas mais amplas que a concepção que se tem nor-malmente dos 4 evangelhos... Mais que evangelho, o livro revê as origens, como nova Gênese. E vai à criação das águas, habitat igual em toda parte por onde pas-samos, sem piso de sustentação imutável, na fluidez de nossos nados. E aos primei-ros seres viventes mais desenvolvidos. Os peixes, de que somos descendentes, e nos transmitem o todo de nossa Poesia. A boa nova é ecumênica: “meu nome é cristo-buda / da consagração / dos hippies e yup-pies / do poder da flor // meu nome é cris-to-lampeão / do sertão da dor / vingança: fazer o bem e semear o amor // agora / dai notícia ao povo / quem não assumiu o lado peixe / não nascerá de novo”.

De certa forma “A mulher que matou Ana Paula Usher” prossegue a Gênese apontada no “Evangelho dos peixes para a ceia de aquário”, com a criação do ho-mem-poeta e da mulher em sua multipli-cidade, Adão e Eva do salmista ecumêni-co. Mais dois recentes livros da espantosa obra do nosso excelente poeta contem-porâneo de tempos vários Luís Augusto Cassas. Merecedor de adjetivos!

OSWALDO LINO SOARES - Fala-se em poeta bissexto quando ele não se dedica continuadamente à escrita. Aquele que escreve uma vez ou outra. Oswaldo Lino Soares é um poeta bissexto por es-crever não somente pouco, mas também por ter passado o centro de sua vida sem escrever poesia. Esta apareceu na juven-

tude. E retornou após aposentar-se de empregos que puderam manter a poesia viva da existência familiar. Os cargos que ocupou de advogado e professor de Direi-to preencheram completamente o tempo disponível para passar para o papel, em forma de versos, sua grande sensibilida-de. É bissexto também por não ser poeta que perquira constantemente o significa-do intrínseco da poesia em todas as coi-sas, mas, como que num toque de graça, tenha seus momentos de iluminação que registra no papel com a intuição de quem percebe o valor de tais momentos. Sua musicalidade, que o tornou num gran-de melômano, com imensa discoteca no passado e hoje “cedeteca” e “videoteca” com obras de tempos e complexidades di-versos, talvez o predisponha à percepção do instante certo de registrar em poemas algumas observações tiradas da sua expe-riência vivida, assim como abre espaço à imaginação, outro campo onde sua poesia se afirma certeira. Acredito que a Músi-ca nos traga a compreensão do tempo em que as coisas ocorrem e nos predisponha a viajar por ele. Assim, uma pessoa sensível embarca no tempo pelo passar da Música, alimentando-se com a Poesia necessária para a vida.

Juntando os poemas da juventude com os da maturidade, publicou o livro “Caminho interrompido” (Prazerdeler Editora, 2009) em duas partes: “Versos da Juventude (1950-1962)” e “Versos da Maturidade (2004-2009)”. Os pri-meiros subdivididos em “A Partida”, “Aceno Futurista” e “Às Vésperas da Interrupção”. E os segundos: “O Reiní-cio”, “Poemas Sacrílegos”, “Os Eróticos Bem comportados”, “O Amor Contido” e “Versos Contemporâneos”. Nos títulos das partes quase que um roteiro facilita-dor para o leitor. Dir-se-ía mesmo haver uma sobentendida autobiografia, se não totalmente objetiva, ao menos de percur-so subjetivo de sua vivência aumentada com a imaginação. A tal ponto ambas se entrelaçam que o leitor poderá mesmo confundi-lo com personagens e situa-

ções criados na escrita. Daí um neces-sário distanciamento, como quem ouve música, para a percepção exata da in-tenção de seus versos.

Por serem poucos os poemas de toda uma vida, eles tocam momentos e as-suntos essenciais. O leitor não irá nun-ca, neste livro, perder-se em conjecturas dispersas de uma obra volumosa. Cada poema, um instante significante. E no conjunto, um equilíbrio de estilo. Tal-vez por sua formação com a poesia sim-bolista, parnasiana e do modernismo que todos vivemos, marcada no início e continuada como convicção, entre a metrificação e rima obrigatória e os le-ves versos livres entre rimas esparsas, toantes e soantes. Mas, também, pare-ce-me, por um amadurecimento preco-ce que já o predispôs, na juventude, a observar com acuidade a existência, se-guindo os passos próprios necessários.

A poesia é “síntese”. Oswaldo Lino Soares é um “poeta-síntese”. Para não me perder em citações, exemplifico seu olhar aguçado com observações origi-nais em dois poemas, um da juventude outro da maturidade. O primeiro, “Mo-notonia”: “Neste jardim em que nossos pais namoraram, / nós namoramos / e nossos filhos namorarão. / E tudo mais / é segunda, terça, quinta, sexta, / sába-do e domingo, / no parentesco dos dias / desta vida vazia. / Monotonia.” O da maturidade, um poema emblemático do Tempo, da Vida, da Morte, “Poema do Tempo”: “O tempo passa. / Frase sem sentido. / O tempo não passa. / O tem-po é repetido. / O tempo se renova / em cada dia findo. / O tempo não tem cova. / Segue apenas indo e vindo. // Nós é que passamos. / O tempo jamais corre. / Por mais que não queiramos, / a verda-de nós sabemos: / o tempo não morre, / nós é que morremos.”

Com estes dois expressivos exem-plos espero ser útil ao leitor perspicaz para que corra à leitura do livro dos poucos e bons poemas de Oswaldo Lino Soares.

Page 8: Jornal Poiésis - 162

8 nº 162 - setembro de 2009

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Rodrigo Poeta e Luiz Vidal organizam o evento que acontece sempre na terceira terça-feira de cada mês.

Terceira Terça, o sarau de Cabo Frio

O primeiro Sarau de Poesia de Cabo Frio aconteceu no dia 18 de agosto, com diversas apresentações culturais, não se atendo somente à poesia em si, mas, abrindo espaço para o teatro, a música e à dança.

O “Terceira Terça – Sarau de Cabo Frio”, que tem à frente o advogado e poeta Luiz Vidal e Rodrigo Poeta, foi realizado na Pousada e Espaço Cul-tural Villa Rosada, no Jardim Excel-sior. Poetas de Lumiar, Saquarema, Arraial do Cabo e da própria cidade de Cabo Frio mostraram poesias de suas autorias.

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