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Literatura, Pensamento & Arte Ano XIX- nº 201 - dezembro de 2012 - Saquarema, Araruama, Cabo Frio, Arraial do Cabo, S. Pedro da Aldeia e Petrópolis www.jornalpoiesis.com.br Página 8 Saquarema terá grande coral de Natal Daumas se apresenta no Teatro Mario Lago Página 3 Segurança Artesanato Camilo Mota Divulgação Rua 96, nº 2018 - esquina com R. 14 Jaconé - Saquarema - RJ ( (22) 2652-3848 - 9286 -0515 Informe Publicitário Saúde Política No mês de aniversário, quem ganha o presente é você! 50% até de desconto Um conto de Natal O Jornal Poiésis encerra 2012 trazendo para seus leitores o conto “O Natal de João Ventania”, escri- to por Ivan Herzog (1933- 2012), publicado na colu- na da Academia Brasileira de Poesia - Casa de Raul de Leoni. O texto, além de seu inestimável valor lite- rário, é um símbolo de um tempo em que a vida se renova na consciência das pessoas. Nós, que fizemos nascer este periódico a par- tir da vivência com a lite- ratura e com uma filosofia humanista e transpessoal, não poderíamos deixar de celebrar tal momento se- não através da arte. É esta mesma arte que nos ensina o quanto ainda temos que caminhar para estarmos em harmonia com o lega- do de Jesus e de todos os profetas, com a vibração do Amor e suas consequên- cias para a humanidade e o planeta, com o compromis- so de conhecermos a nós mesmos a cada novo dia e estabelecermos firmeza e constância em nossa meta de viver a vida como uma dádiva. Página 7. Conselho discute o problema das drogas em Saquarema O uso de drogas e ações para sua inibição no município foram os temas principais da reunião do Conselho Comu- nitário de Segurança de Sa- quarema no mês de novem- bro. As reuniões acontecem sempre na primeira quarta- feira do mês na sede da OAB e são abertas à participação da comunidade. Página 3. Escola Corujinha promove curso sobre emergências O 3º Sargento do Corpo de Bombeiros Mauro Gomes deu orientações à equipe de funcionários da Casa Esco- la Corujinha sobre preven- ção de acidentes e ações de evacuação em casos de emergências. A iniciativa da direção da escola é uma das pioneiras no país e vai ser levada também para seus alunos. Página 4. Em recente pesquisa divul- gada por um jornal flumi- nense, as preferências de consumo do carioca cha- maram a atenção pela falta de conhecimento acerca de sua própria cultura e carac- terísticas mais peculiares e significativas. O fenômeno será reflexo de uma visão cada vez mais globalizada e estratificada, em que o con- sumo de marcas é mais im- portante do que a própria qualidade de vida? O ques- tionamento é respondido pelo jornalista Francisco Pontes de Miranda Ferrei- ra, em artigo na página 5. “Necessitamos de um tra- balho de conscientização e um crescimento da autoes- tima do carioca, antes dele se tornar um mero consu- midor de artigos e serviços supérfluos, industriais e muito pouco saudáveis”, afirma ele. Violência contra a mulher é tema de audiência pública na Alerj Página 5 Artesãs criam novas formas para colorir o Natal Terezinha Ruade e Marcia Pires estão sempre inovan- do em produtos artesanais. Guirlandas, panôs e até pa- nos de prato ganham novas formas, cores e texturas atra- vés de suas mãos. Página 5. Os homens e o Yôga Apesar da grande presença fe- minina atualmente no Yôga, a pratica milenar teve origem entre os homens e prossegue através dos séculos como uma filosofia que auxilia no desen- volvimento da determinação, aprimoramento das funções mentais, auto-superação, de- senvolvimento pessoal e mui- ta saúde. Página 4. Miguel Jeovani busca recursos para Araruama em Brasília Página 3 Rio de Janeiro, esse desconhecido Divulgação Regina Mota

Jornal Poiésis 201

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Edição de dezembro de 2012

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Page 1: Jornal Poiésis 201

Literatura, Pensamento & ArteAno XIX- nº 201 - dezembro de 2012 - Saquarema, Araruama, Cabo Frio, Arraial do Cabo, S. Pedro da Aldeia e Petrópolis

www.jornalpoiesis.com.br

Página 8

Saquarema terá grande coral de Natal

Daumas se apresenta no Teatro Mario LagoPágina 3

Segurança

Artesanato

Cam

ilo M

ota

Div

ulga

ção

Rua 96, nº 2018 - esquina com R. 14Jaconé - Saquarema - RJ

( (22) 2652-3848 - 9286 -0515

Informe Publicitário

Saúde

Política

No mês de aniversário,quem ganha o presente

é você!

50%até

de desconto

Um conto de Natal

O Jornal Poiésis encerra 2012 trazendo para seus leitores o conto “O Natal de João Ventania”, escri-to por Ivan Herzog (1933-2012), publicado na colu-na da Academia Brasileira de Poesia - Casa de Raul de Leoni. O texto, além de

seu inestimável valor lite-rário, é um símbolo de um tempo em que a vida se renova na consciência das pessoas. Nós, que fizemos nascer este periódico a par-tir da vivência com a lite-ratura e com uma filosofia humanista e transpessoal,

não poderíamos deixar de celebrar tal momento se-não através da arte. É esta mesma arte que nos ensina o quanto ainda temos que caminhar para estarmos em harmonia com o lega-do de Jesus e de todos os profetas, com a vibração

do Amor e suas consequên-cias para a humanidade e o planeta, com o compromis-so de conhecermos a nós mesmos a cada novo dia e estabelecermos firmeza e constância em nossa meta de viver a vida como uma dádiva. Página 7.

Conselho discute o problema das drogas em Saquarema

O uso de drogas e ações para sua inibição no município foram os temas principais da reunião do Conselho Comu-nitário de Segurança de Sa-quarema no mês de novem-bro. As reuniões acontecem sempre na primeira quarta-feira do mês na sede da OAB

e são abertas à participação da comunidade. Página 3.

Escola Corujinha promovecurso sobre emergências

O 3º Sargento do Corpo de Bombeiros Mauro Gomes deu orientações à equipe de funcionários da Casa Esco-la Corujinha sobre preven-ção de acidentes e ações

de evacuação em casos de emergências. A iniciativa da direção da escola é uma das pioneiras no país e vai ser levada também para seus alunos. Página 4.

Em recente pesquisa divul-gada por um jornal flumi-nense, as preferências de consumo do carioca cha-maram a atenção pela falta de conhecimento acerca de sua própria cultura e carac-terísticas mais peculiares e significativas. O fenômeno será reflexo de uma visão cada vez mais globalizada e estratificada, em que o con-sumo de marcas é mais im-portante do que a própria

qualidade de vida? O ques-tionamento é respondido pelo jornalista Francisco Pontes de Miranda Ferrei-ra, em artigo na página 5. “Necessitamos de um tra-balho de conscientização e um crescimento da autoes-tima do carioca, antes dele se tornar um mero consu-midor de artigos e serviços supérfluos, industriais e muito pouco saudáveis”, afirma ele.

Violência contra a mulher é tema de audiência pública na Alerj

Página 5

Artesãs criam novas formaspara colorir o Natal

Terezinha Ruade e Marcia Pires estão sempre inovan-do em produtos artesanais. Guirlandas, panôs e até pa-nos de prato ganham novas formas, cores e texturas atra-vés de suas mãos. Página 5.

Os homens e o YôgaApesar da grande presença fe-minina atualmente no Yôga, a pratica milenar teve origem entre os homens e prossegue através dos séculos como uma filosofia que auxilia no desen-volvimento da determinação, aprimoramento das funções mentais, auto-superação, de-

senvolvimento pessoal e mui-ta saúde. Página 4.

Miguel Jeovani busca recursospara Araruama em Brasília

Página 3

Rio de Janeiro,esse desconhecido

Divulgação Regina Mota

Page 2: Jornal Poiésis 201

2 nº 201 - dezembro de 2012

O Jornal Poiésis - Literatura, Pensamento & Arte é uma publicação da Mota e Marin Editora e Comunicação Ltda.

Editor: Camilo Mota. Diretora Comercial: Regina Mota. Conselho Editorial: Camilo Mota, Regina Mota, Fernando Py, Sylvio Adalberto, Gerson Valle, Marcelo J. Fernandes, Marco Aureh, Francisco Pontes de Miranda Ferreira, Charles O. Soares. Jornalista Responsável: Francisco Pontes de Miranda Ferreira, Reg. Prof. 18.152 MTb. Diagramação: Camilo Mota.

CAIXA POSTAL 110.912 BACAXÁ - SAQUAREMA - RJ CEP 28993-970 ( (22) 2653-3597 ( (22) 9201-3349 ( (22) 8818-6164 ( (22) 9982-4039 E-mail: [email protected] Site: www.jornalpoiesis.com.br.

Distribuição dirigida em: Saquarema, Araruama, São Pedro da Aldeia, Iguaba Grande, Cabo Frio, Arraial do Cabo e Petrópolis. Fotolito e Impressão: Tribuna de Petrópolis.

Colaborações devem ser enviadas preferencialmente digitalizadas, espaço simples, fonte Times New Roman ou Arial, corpo 12, com dados sobre vida e obra do autor. Os originais serão avaliados pelo conselho editorial e não serão devolvidos. Colaborações enviadas por e-mail devem ser anexadas como arquivo .doc ou .docx. Os textos assinados são de inteira responsabilidade de seus autores e não representam a opinião do Jornal Poiésis.

EXPEDIENTE CONTOA BAO A QU

Márcio Salerno

O BALCÃO DA TOR-RE mais alta da cidade de Chitor, afirmam, é o local de onde se pode divisar a paisagem mais bela do mundo, seja urbana, seja selvagem.

Eu estou aqui, mas tam-bém estou lá. Ali está a es-cada, o início dos muitos degraus até chegar à meta pretendida. E nem todo mundo que começa a subi-da, termina.

A paisagem mais des-lumbrante, sim. Mas tem algo mais. Algo que sinto, colado a meus calcanha-res, enquanto subo. Não dá para divisar ela (ele?) em toda sua extensão, mas consigo perceber alguns de seus olhos piscando, aqui e ali, acima e ao lado de mi-nha pessoa.

Não tenho medo de ani-mais mitológicos, nem se fosse o Manticore quem ali estivesse, eu seguiria em frente. Pois o que são seres imaginários, comparados com a dureza do dia-a-dia nesta terra de muitos deu-ses?

Mas o tempo passa, os degraus são vencidos, um a um, o cansaço não me do-mina, pois quero chegar lá em cima. E ela (ele?) con-tinua me seguindo, posso sentir sua presença, embo-ra os olhos estejam quase apagados.

Finalmente, chego ao fim da escadaria, ganho

a sacada e olho ao redor. Sim, a paisagem é bela. Mas não tão mais bela que a vista que se estende ante nós quando você chega ao cimo de um monte qual-quer, nem precisa ser o Everest ou o K2.

É difícil se deixar seduzir pela Natureza, quando sa-bemos bem do que é feita nossa espécie. A humana, quero dizer. Animais são diferentes. Bem melhores.

Olho para trás, na espe-rança de vê-la (vê-lo?) por inteiro, mas só consigo di-visar um vislumbre de al-guma coisa que se arrastou até ali, mas não conseguiu se recompor por inteiro, como reza sua lenda.

Ouço um som que pa-

rece seda sendo arrasta-da sobre si própria, uma, duas, algumas vezes, até que o vulto desaparece es-cada abaixo. Ela (ele?) vai se colocar aos pés do pri-meiro degrau outra vez, esperando que o próximo visitante consiga chegar até o fim e fazer com que a criatura surja em toda sua plenitude.

Olho para a paisagem a meu redor e abaixo, mais uma vez, antes de retor-nar ao convívio de meus iguais, oh! Destino! Não me sinto feliz, nem reali-zado. Ela (ele?) não conse-guiu se recompor porque seu guia espiritual, ou seja, eu, estou fragmentado por dentro e por fora. Eu não

estou inteiro, eu frustrei suas expectativas, sou eu o culpado.

As portas da percepção, às vezes, se abrem para mim, sem necessidade de drogas ou de hipnose. Mas eles se abriam para William Blake, também, e quem o compreende hoje,

à exceção de alguns pou-cos?

Vou embora. Piso em cima dela (dele?) ao che-gar ao último degrau, pois me esqueci que estava ali. Muitos olhos tristes, ver-tendo lágrimas, me obser-vam, em meio à penumbra. Acho que aquelas lágrimas são para mim. Ela (ele?) se recomporá quando a pes-soa certa a (o) levar até o cimo. Mas quem ou o que vai ME recompor?

Ao longe, o grito estri-dente e triste da Banshee soa.

Acho que só eu posso es-cutar.

Márcio Salerno é escritor, artista plástico, jornalis-ta e tradutor. Atualmente edita o JORNAL DE PE-TRÓPOLIS. Como artista participou, entre setem-bro e outubro de 2012, da exposição MUNICIPAL – UMA EXPOSIÇÃO COLE-TIVA, na Galeria Aloísio Magalhães do Centro de Cultura Raul de Leoni, em Petrópolis.

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Page 3: Jornal Poiésis 201

3nº 201 - dezembro de 2012

SEGURANÇA

Drogas são tema de debate no Conselho de Segurança de SaquaremaNo dia 07/11, a Ordem

dos Advogados do Brasil, subseção de Saquarema, sediou mais uma vez o en-contro do Conselho Comu-nitário de Segurança. Um dos problemas mais graves que está tomando conta de todo o território nacional foi tema de discussão: as drogas.

O evento, presidido por Almir Pereira da Sil-va, contou com a partici-pação de populares e de autoridades locais como o secretário municipal de Segurança Pública, coro-nel Jorge Romeu, além de representantes das polí-cias Militar e Civil, Cor-

Regina Mota

po de Bombeiros e Defe-sa Civil. O presidente da Comissão de Segurança da OAB , Gilvandro de Araújo Aguiar, distribuiu uma circular abordando o aumento do consumo de maconha, considerada uma droga “democrata”, que não discrimina pobre ou rico, celebridade ou simples mortal. Segundo o advogado, em matéria de droga, a maconha vem concentrando a atenção mundial com posiciona-mentos divergentes entre os governos e os estudio-sos, uns classificando-a de erva maldita e outros de produto orgânico. O

texto faz referência a um dos mais renomados psi-quiatras do país, Valen-tim Gentil Filho, que nun-ca fez uso da droga e que chegou a afirmar que se

fosse escolher uma droga a ser banida, seria a ma-conha.

O idealizador do Pro-jeto Ser Feliz com Prazer Saudável, pastor Pedro

Paulo Januário, falou am-plamente sobre o assun-to. O projeto funciona na Rua Professor Francisco Fonseca, 305, em Baca-xá e atende aos que têm problemas com bebida al-coólica, cigarro ou outro produto químico. O horá-rio de funcionamento é de segunda e terça-feira, das 9 às 17 horas.

A advogada Telma Gue-des também discorreu so-bre o tema. “As drogas são de fato muito preocupan-tes, pois são grandes mo-tivadoras das agressões. Não temos que desistir jamais, temos que persis-tir na luta contra elas, ir

às escolas, fazer palestras instrutivas e dar orien-tações aos jovens. Nós como cidadãos temos que fazer nossa parte”, disse. “O problema maior está na família, os jovens e adolescentes banaliza-ram a questão. A nossa legislação causa sensação de impunidade”, comple-tou o comandante da PM, capitão Ricardo David Lima e Silva.

O Conselho Comunitá-rio de Segurança se reúne toda primeira quarta-feira do mês, na sede da OAB-Saquarema, de 19h às 21 horas, aberto à participa-ção popular.

POLÍTICA

Miguel Jeovani vai a Brasília em busca de recursos para Araruama Luigi do Valle

O deputado estadual e prefeito eleito de Ararua-ma, Miguel Jeovani (PR), junto com o vice Ander-son Moura, estiveram em Brasília buscando apoio de políticos que atuam no Congresso Nacional. Miguel e Anderson reali-zaram um cronograma de reuniões na capital fede-ral para solicitar apoio na inclusão de emendas par-lamentares ou de bancada para a cidade e definir as prioridades da Prefeitu-ra de Araruama após sua posse em janeiro de 2013.

“Estivemos esta se-mana na capital federal para interceder junto aos deputados federais a dis-ponibilidade de emendas parlamentares ou de ban-cada para o município de Araruama, que visem projetos de grande alcan-ce social para a nossa po-pulação, principalmente no que tange aos progra-mas de trabalho na saúde, educação, infraestrutura urbana e turismo”, disse Miguel Jeovani.

Esses pedidos foram fei-tos aos deputados federais Garotinho e Paulo Feijó, ambos do Partido da Re-pública, através do ofício nº 278, de 6 de novembro

de 2012. “Da mesma for-ma protocolamos junto aos senadores Eduardo Lopes (PRB) e Lindberg Farias (PT) os pedidos de emendas. Enfim, junto aos senadores e deputados fe-derais, nós conquistamos total apoio. O trabalho e a responsabilidade farão a diferença para construir-mos uma Araruama muito

melhor”, contou. Na ocasião, também fo-

ram abordadas as restri-ções do município de Ara-ruama no Cadastro Único de Convênios (CAUC), o que impede a prefeitura de receber os recursos de convênios e de emendas importantes para o cres-cimento e desenvolvi-mento do município.

Anderson Moura, Miguel Jeovani e Baltazar Gomes, chefe de gabinete do deputado federal Eduardo Lopes (PRB)

Divulgação

ESPORTE

Karateca saquaremense é campeão estadual 2012

O jovem Luiz Fernando Pa-lermo sagrou-se campeão estadual de karatê. A com-petição aconteceu dia 25/11, no Cen-tro Esportivo Mié-cimo da Silva, em Campo Grande, na capital flumi-nense. Com apre-sentações precisas na modalidade katá, ele garantiu a medalha de ouro para a equipe de Saquarema. Ou-

tros atletas saquaremen-ses também conquistaram medalhas: Débora Oliveira

(ouro, kumite), Jor-ge Velasque (bronze, kata), Pedro Costa (bronze, kata), Ma-xsuel Silva (bronze, kata), Douglas Santos (prata, kata; bronze, kumite), Layla Iecker (prata, kumite; bron-ze, kata), Patrik Oli-veira (prata, kumite), Ana Oliveira (bronze, kumite), Pedro Ma-chado (prata, kata; bronze, kumite), Ben-

to Rodrigues (bronze, ku-mite).

Divulgação

Daumas Academia apresentaBem Viver a Vida

DANÇA

A Daumas Academia apresenta seu espetácu-lo de fim de ano no Tea-tro Municipal Mario Lago nos dias 14, 15 e 16 de de-zembro. Em “Bem Viver a Vida”, o grupo liderado por Rita Daumas faz um agra-decimento à natureza bem aventurada de Saquarema e à liberdade de atos e ati-tudes advindos do bem vi-ver adquirido com a quali-dade de vida no município. No palco, um movimento de beleza contínua entre gnomos, água, frutas e es-

Divulgação

peranças. As apresenta-ções serão às 20 horas na

sexta e no sábado, e às 18h no domingo.

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A peça “Alice no país das maravilhas” será encena-da no dia 2 de dezembro pelos alunos da Oficina de Teatro Raphael Tavares, no Teatro Municipal Mario Lago, em Saquarema. O es-petáculo terá duas sessões, às 18h e às 19h30.

Após dez meses de en-saio, os 18 alunos, com fai-xa etária entre 7 e 11 anos,

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LEA SAQUAREMA comunica que no dia 25 de dezembro vai solicitar que Deus passe em cada lar, com seus anjos, levando muita paz, amor, fraternidade e união. E para 2013, pedirá ao Pai que toque no coração das pessoas para que reflitam sobre o seguinte: “Se houver conduta correta no coração, haverá beleza no caráter; se houver be-leza no caráter, haverá harmonia no lar; se houver harmonia no lar, haverá ordem na nação; se houver ordem na nação, haverá paz no mundo.”

FELIZ 2013 a todos!

TEATRO

Alunos de Raphael Tavares encenam Aliceapresentarão a peça que foi adaptada por Raphael, com cenário bem divertido e que completa o trabalho feito com dedicação e cari-nho, especialmente para as crianças, mas que muitos adultos também se deixam envolver pela magia das cores, falas e musicalidade.

Os ingressos estão à venda na banca de revistas

da Praça de Skate, na Praia da Vila. Os ante-cipados c u s t a m R$ 10. Já no dia será esse valor para a meia entrada, R$15, com a filipeta e R$20, a in-teira.

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Page 4: Jornal Poiésis 201

4 nº 201 - dezembro de 2012

EDUCAÇÃO

VEROLOGIAEVOLUÇÃO PSICOLÓGICA

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Corujinha inova e leva curso de prevenção para a escola

Escola é lugar de edu-cação, cidadania, conhe-cimento, convivência e segurança. Tendo em mente estes conceitos, a Casa Escola Corujinha mais uma vez se sobres-sai em Saquarema com a iniciativa de levar para sua equipe e alunos um curso de prevenção e eva-cuação de emergência. A iniciativa da direção está baseada na portaria 1444/2002 do Corpo de Bombeiros, que estabe-lece as normas de segu-rança contra incêndio em unidades escolares.

O Corujinha é uma das primeiras escolas no país a se preocupar com o assunto e a colocar em prática a portaria. No dia 27 de outubro a equipe de funcionários partici-pou do treinamento re-alizado pelo 3º Sargento do Corpo de Bombeiros, Mauro Sergio Santos Go-mes. “A primeira parte foi direcionada à equi-pe, para que eles saibam dos seus papeis na hora

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de socorrer as crianças num possível sinistro. Na próxima etapa, serão as crianças que receberão noções de primeiros so-corros e procedimentos como o uso do telefone para pedir ajuda, caso aconteça algo na escola e o que ela deve fazer até a evacuação”, disse ele. Entre as emergências en-volvidas no curso estão incêndio, vendaval, ame-aça de bomba, tentativa de sequestro, pane elétri-ca e catástrofes naturais.

A diretora Maria José Alves de Melo Sá se preo-

cupou em levar o plano de prevenção e evacuação de emergência à escola após assistir a uma palestra na cidade do Rio de Janeiro, o que a fez despertar para a necessidade de também fazer parte do rol de es-tabelecimentos de ensi-no que visam uma maior proteção e bem estar de funcionários e alunos. “Apesar de não fazer par-te da disciplina escolar, acho de extrema impor-tância que todos aqui es-tejamos preparados para um possível sinistro”, completou.

Banda Natus sustenta a força do rockMÚSICA

Próximo show será no reveillon da Pousada Catavento

A Banda Natus conti-nua apostando no valor das raízes do rock, le-vando para seus shows o peso das guitarras e o ritmo contagiante que não deixa ninguém pa-rado. Foi assim na apre-sentação realizada no Teatro Municipal Mario Lago em Saquarema no dia 22/11. Formada por Lorraine Pitaluga (voz e guitarra), Daiane Pitalu-ga (guitarra solo), Zadak Vicente (baixo), Denil-son Canno (teclado) e Jonatas Brasil (bateria), a Natus apresentou can-ções próprias e sucessos clássicos de Led Zeppe-

Fotos: Regina Mota

lin, Van Hallen, Roxette, Cazuza, entre outros.

O grupo agora se pre-para para animar a festa de reveillon na Pousada

Catavento, no dia 31 de dezembro. Mais informa-ções sobre a banda po-dem ser obtidas no site www.bandanatus.com.br

CRÔNICA

A-mor-teAna Suy Sesarino Kuss

Amava como quem res-pirava sem pirar, como quem andava, como quem piscava - sem esforço. Não era um amor doído, doido ou louco. Não era paixão e nem essas coisas que a mídia e a ciência adoram explicar. Não é você quem ama, são os seus hormô-nios, feromônios neuro-transmissores e substân-cias que blá-blá-blá estão desregulados.

Amor, ali não era doen-ça moderna. Era uma exis-tência alheia que morava levemente em si mesmo. Como um pedaço de boca vermelho-feminino que fora cuidadosamente guar-dado dentro do peito dele. Como um olhar-masculino capturado e guardado no tornozelo dela. Como uma madeixa de cabelos dela cheirando a xampu, apri-sionados na nuca dele. Como um suspiro que sai do próprio corpo e visita a casa do vizinho, é rece-bido com chá com bolo e fica pra jogar conversa fora. Um suspiro fora do corpo, era só isso o amor, um sentimento despreten-sioso e sem ambição. Não demandava correspondên-cia, prova ou coisa alguma. Não era neurose, era amor. Você me dá sono, ele disse. Ela respondeu entortando a testa de susto, e ele ex-plicou que era porque ela o deixava tranquilo. Parece bom. E era. A existência de um justificava a respira-ção do outro sem que eles se fundissem num só. Ti-nham dores e frustrações, mas deixavam as poeiras d’alma para o mundo, e não para o outro.

Num dia quente e en-solarado ela morreu. Seu corpo parou de funcionar, o sangue deixou de correr e passou a caminhar, de-vagar, mais devagar e ain-

da mais d e v a g a r – até que parou e quase começou a andar de ré, num movi-mento inverso à vida. Só que a morte não é o avesso da vida, é apenas uma con-dição para ela. Quando se começa a amar, o amor é infinito. Ainda que a vida termine, o amor é sempre

infinito. A correspondência termina, o arrepio na es-pinha da existência acaba, as palavras se calam. Não é porque você morreu que deixarei de amá-la. E não é porque você morreu que irei amá-la ainda mais. O amor não está inscrito no tempo, está escrito na mi-nha alma. Não comia. Não dormia. Não bebia. O cor-po parara de funcionar em plena vida. Virou estrela, que em plena morte se vê o brilho. Tal como o amor. É num instante que ele acon-tece, depois nos alimenta-mos do brilho de um morto. O amor é infinito e por isso sempre morto, pois nada do que é vivo é sem fim.

Ana Suy Sesarino Kuss é psicóloga, psicanalista, especialista em psicologia clínica e mestranda em psicologia clínica na linha de pesquisa da psicanálise.

“Só que a morte não é o avesso

da vida, é apenas uma condição

para ela. Quan-do se começa a amar, o amor é infinito. Ainda que a vida ter-mine, o amor é

sempre infinito.”

Camilo Mota / 12-11-2010

YÔGA

Rosangela de Castro

Tudo indicava que seria uma modinha passageira. Mas não foi, pois as técni-cas do yôga desenvolvem o que o indivíduo mais pre-cisa neste momento, para acompanhar o ritmo do pla-neta: foco, determinação, aprimoramento das funções mentais, auto-superação, desenvolvimento pessoal e muita saúde. Por isso, a cada dia, um número maior de pessoas adere ao estilo de vida proposto por esta filo-sofia que existe há cinco mil anos.

Há uma avalanche de reportagens sobre o tema, mas o detalhe que nunca foi mencionado é que du-rante milênios foi praticado apenas por homens, como nas artes marciais - era raro encontrar uma presen-ça feminina no ambiente. Desde a antiguidade, prati-camente todos os mestres mais conhecidos foram ho-mens: Patañjali, autor do Yôga Sútra que viveu no século II AC; Matseyndra , Gorakshanath, Gheranda, Swatmarama, Purnananda, todos autores de importan-

Yôga, uma arte de cavalheiros

tes tratados do período me-dieval; e os contemporâneos Ramakrishna, Sivananda, Vivekananda, Aurobindo, Satyananda, entre muitos outros.

Na literatura mais antiga nota-se que a informação é direcionada ao sexo mascu-lino. Num tratado medieval, descreve-se uma importan-te posição de meditação da seguinte forma: “posicione o calcanhar abaixo do pênis e o outro (calcanhar) acima deste” (Hatha Yôga Pradi-pika, tradução de Satyanan-da). Outro livro, também desse período, menciona uma observação curiosa: “O principal dos Yôgis é sem-pre mais querido que o mais querido pelas mulheres. É preeminente sábio e reple-

to de nobres ações.” (Sat Chakra Nirupana, tradução de Sri John Woodroffe). O registro mais antigo é o de um sinete com a figura de um yôgi sentado numa po-sição de meditação, com atributos nitidamente mas-culinos. Este foi encontrado nas escavações de Mohenjo Daro e Harappa, cidades do Vale do Hindu, que tiveram o seu apogeu entre 3500 a 2000 AC.

Mas, e as mulheres? Na-quela época não se sabe, mas hoje, elas estão por toda parte: no futebol, no surf, nas artes marciais, no yôga, no poder.

Para mais informações sobre Yôga e o Método De-Rose em Saquarema, acesse www.yogario.com.br.

Divulgação

Anuncieno Poiésis!

(22) 2653-3597(22) 9982-4039

Page 5: Jornal Poiésis 201

5nº 201 - dezembro de 2012

SOCIOLOGIA

O Carioca ignora o Rio: o que está acontecendo?Francisco Pontes de Miranda Ferreira

O jornal “O Globo” pu-blicou em outubro um ca-derno especial sobre as preferências do consumi-dor carioca. O carioca está ignorando o que há de mais característico e belo na cidade e região. O Rio de Janeiro é uma cidade que tem o privilégio de possuir uma natureza exuberante que invade a própria área urbana, proporcionando uma qualidade de vida ex-cepcional. Possui também um Centro e diversos bair-ros de valor histórico único como Catete, Lapa, Santo Cristo, Santa Teresa e mui-to outros. O Rio de Janeiro tem um clima tropical que incentiva a vida ao ar livre e o consumo de sucos, fru-tas, água de coco e cerveja e chope. A Região Serrana do Rio de Janeiro que é res-ponsável por cerca de 70% da produção de alimen-tos frescos consumidos na Região Metropolitana, por sua vez, vem passando por transformações importan-tes onde cresce a produ-ção orgânica e artesanal de verduras, hortaliças, queijos e cervejas. Em to-das as grandes cidades do mundo assistimos uma forte tendência pela opção a favor dos produtos regio-nais e agroecológicos. In-felizmente, a reportagem de “O Globo” aponta uma tendência contrária dos

Regina Mota

cariocas. Segunda a repor-tagem, a bebida favorita do Rio é a Coca-Cola. A cida-de do Rio, justamente, tem como marca as maravi-lhosas casas de suco, onde é possível obter-se uma bebida natural e fresca. Meus amigos estrangeiros visitando a cidade sempre ficaram encantados com a oferta de um suco tro-pical, feito na hora e uma água de coco gelada em quase qualquer esquina. A reportagem apontou como a cerveja favorita do carioca uma industrializa-da que é produzida para todo o país. Característica do Rio, certamente, é um Chope gelado num bar da esquina. Hoje a Região Serrana do Rio de Janeiro produz cervejas artesanais de altíssima qualidade. A reportagem nem mencio-na. O sorvete favorito, se-gundo a reportagem, é um embalado e industrial tam-bém servido igual em todo o país. Entretanto, existem muitos outros fabricados em pequenos estabeleci-mentos, artesanais e que privilegiam as frutas tro-picais tão abundantes em nosso país. Em reporta-gem recente no caderno de turismo de “O Globo” foi elogiada a escolha de To-ronto, no Canadá, por pro-dutos frescos, orgânicos e regionais. Restaurantes de Londres, Paris e Nova Ior-que destacam em suas en-tradas e cardápios a opção

por produtos frescos, or-gânicos e regionais. O Rio tem um cinturão verde na Região Serrana que produz isso e que o carioca igno-rou na pesquisa.

Ainda, segundo a repor-tagem, uma empresa de petróleo é citada entre as que mais contribuem para o meio ambiente. Absurdo total. Não há nada mais in-sustentável e perigoso para o ambiente do que a extra-ção, o refino e o transporte de petróleo e gás. A baía de Guanabara em 2000 foi atingida por um gra-ve vazamento de óleo de uma refinaria. A produção de derivados de petróleo ameaça os manguezais, a própria água da baía de Guanabara e a população

tradicional de pescadores e caranguejeiros com oleo-dutos, gasodutos e o trans-porte de óleo e equipamen-tos. Está em construção, no entorno da baía de Gua-nabara, o Complexo Petro-químico do Rio de Janeiro (COMPERJ). Empreendi-mento que vai contra todas as teorias das ciências am-bientais contemporâneas. Hoje se defende investi-mentos a favor de energias renováveis e locais. A era das mega usinas está ultra-passada e os impactos ne-gativos sociais e ambien-tais do COMPERJ já estão sendo sentidos em Itabo-raí, São Gonçalo e Magé, como muito bem docu-mentados em reportagens recentes do jornal “O Glo-

bo”. O carioca não sabe disso? Na reportagem os cariocas estão preocupa-dos em classificar os me-lhores shoppings. Enfa-tizamos novamente que o Rio sempre teve como característica e privilégio a vida, até noturna, ao ar livre e possui um dos centros históricos mais interessantes do mun-do. Nunca vi um cidadão de Lisboa, Barcelona ou Roma recomendar um shopping. Academias de ginástica também apare-cem na pesquisa de con-sumo. O Rio tem como símbolo as praias, as flo-restas e as montanhas. Podemos citar um monte de trilhas, caminhadas, parques e praias do Rio.

Diferencial que o Rio ofe-rece. Quase nenhuma ci-dade grande do mundo tem esse potencial. Sho-ppings e academias de gi-nástica são ambientes fe-chados e semelhantes em qualquer local do planeta.

Certamente, não se tra-ta de uma matéria paga e enganosa dos produtos e serviços selecionados. Deve ser mesmo a opinião do consumidor carioca que está ignorando o que há de mais bonito, sau-dável e interessante na cidade e em seu entorno. Metrópole que pretende receber visitantes para a Copa e a Olimpíada para conhecerem de perto a Coca Cola, bebidas e ali-mentos industrializados e artificiais, shoppings e os efeitos negativos da indústria de petróleo? Necessitamos de um tra-balho de conscientização e um crescimento da au-toestima do carioca, antes dele se tornar um mero consumidor de artigos e serviços supérfluos, in-dustriais e muito pouco saudáveis. Fato que pre-judica a própria cidade que, justamente, possui um potencial enorme e excepcional para ser van-guarda de uma nova ten-dência, de uma nova era.

Francisco Pontes de Mi-randa Ferreira é jornalis-ta, membro do conselho editorial do Jornal Poiésis.

MULHER

MAMAS participa de audiência pública na Alerj

O Movimento Articu-lado de Mulheres Amigas de Saquarema – MAMAS participou no dia 27 de novembro da audiência pública que marcou os 16 dias (de 25 de novembro a 10 de dezembro) de ati-vismo pela não violência contra a mulher, realizada na Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), através da Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher, presidida pela de-putada estadual Inês Pan-deló (PT).

O tema da audiência foi “A questão da reforma do Código Penal e os Direi-tos da Mulher”, havendo discussão e debates sobre as mudanças da legisla-ção. De acordo com Inês Pandeló, há emendas que, se concretizadas, inviabi-lizam as leis de proteção às mulheres. “Além da questão da Lei Maria da Penha, que pode sofrer al-terações, nós, junto com a Associação dos Magistra-dos Brasileiros, também temos emendas a propor. Uma delas é o femicídio (sic), tipificar esse tipo de homicídio, para que haja uma estatística melhor de quantas mulheres es-tariam morrendo só pelo fato de serem mulheres”, disse a parlamentar.

A juíza Adriana Ramos de Mello, do 1º Juizado de Violência Doméstica e Familiar Contra a Mulher, defendeu a criação da ti-

Divulgação / Gabriel Telles

A deputada estadual Inês Pandeló (PT) preside a Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher

pificação do homicídio de mulheres, o “femicídio”. “O Brasil é o sétimo país em homicídio de mulhe-res, em um quantitativo de 84 países. É muito im-portante que a gente te-nha um tipo específico de homicídio, para obtermos mais dados oficiais e, a partir daí, implementar-mos políticas públicas”, disse.

Para a presidente do MAMAS, Terezinha Rua-de, o assunto é de extre-ma importância e merece uma atenção especial. “É importante continuar dis-cutindo a questão da vio-lência contra a mulher, ela existe sim, e não atinge somente a mulher, ela leva consigo a falência da famí-lia. Essa discussão é muito ampla, nós do Movimento de Mulheres continuamos defendendo a idéia de que para garantir os direitos das mulheres é preciso

combater a violência, uma das piores violações aos direitos humanos”, afir-mou.

O evento, realizado no Auditório Senador Nelson Carneiro, prédio anexo ao Palácio Tiradentes, con-tou também com a presen-ça da juíza do 1º Juizado de Violência Doméstica e Familiar Contra a Mulher, Adriana Ramos de Mello, e da diretora executiva do Conselho de Cidadania, Estudo, Pesquisa, Infor-mação e Ação (Cepia), Lei-la Linhares.

Atividade em Saqua-rema - Dentro da propos-ta dos 16 dias de ativismo pela não violência contra a mulher, o MAMAS estará atuando durante a IV Fei-ra Cultural de Saquarema, nos dias 1 e 2 de dezembro, distribuindo panfletos in-formativos e prestando esclarecimentos sobre o assunto.

ARTESANATO

A beleza do artesanato do Entre Nós

É na apresentação de telas pintadas com deli-cadeza, bordados minu-ciosamente aplicados, detalhes trabalhados em cada peça que se resume o belíssimo artesanato feito pelo Entre Nós, das ami-gas Terezinha Ruade e Maria Marcia Trece Pires.

Com a aproximação do

Natal, vários trabalhos fo-ram voltados para o tema, aumentando ainda mais o colorido das linhas, tintas e miçangas. Muitos desses artesanatos poderão ser apreciados durante a IV Feira Cultural de Saquare-ma, quando estarão sendo expostos ao lado da barra-ca do Mamas.

A Feira será realizada nos dias 1 e 2 de dezem-bro, na praça Oscar de Macedo Soares, em Sa-quarema. Após essa data os interessados poderão telefonar para agendar uma visita e fazer enco-mendas, através dos tele-fones (22) 2651-1291 ou 2655-2825.

Fotos: Camilo Mota

Page 6: Jornal Poiésis 201

6 nº 201 - dezembro de 2012

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POR UMA POESIA HOLÍSTICAGerson Valle

Holos, do grego, signifi-ca todo, inteiro. O holismo é a interação das partes com o todo. Acredito que a visão holística, que não perde o conjunto da exis-tência, encerre a melhor tendência à coexistência pacífica na renovação do mundo em nosso tempo. A globalização já prefigu-ra um sentimento holísti-co que leva a pensarmos numa integração entre os povos, e não mais em se-parações incentivando ri-validades, em partes que não atingem a essência do todo. Parece-me que o mundo da Poesia, por sua representação simbólica subjetiva, saída do âmago do indivíduo em sintonia com o universo, pode ser-vir como melhor paradig-ma numa virada histórica da Humanidade rumo à concórdia universal.

No mundo ociden-tal, mais que no oriente tradicional, os sucessi-vos “modismos” sempre contrapõem o novo a seu antecessor. Se uma épo-ca é voltada ao equilíbrio classicista, a seguinte vê com melhores olhos o aventuresco romântico, e vice-versa. Quase que ha-vendo uma guerra entre gerações, de filhos contra pais, comentanto sarcas-ticamente suas diferenças como sendo primarismos ou barbarismos. No século XX, quando a corrida pela transformação, conside-rada “progresso”, a par do desenvolvimento da pró-pria ciência que aí também se acelerou, veio atingir obrigações de posições su-cessivamente antagônicas no curso da mesma vida de uma pessoa. Aí o velho ri-se de suas convicções da mocidade como se fossem primárias, bárbaras, não pelo conhecido amadureci-mento trazido pela experi-ência, mas pelo reflexo da

necessidade imposta pelas modas.

Curiosamente, na Po-esia, os “modernismos” atidos ao século XX des-pontam já no meio do sé-culo XIX. Tematicamente, podem ser caracterizados pela oposição ao lirismo tradicional. Assim, contra-riamente à grandiloquên-cia romântica de um Victor Hugo (que entre nós pode ser detectada na escola condoreira de um Castro Alves) aparece na poesia a vida urbana com um Char-les Baudelaire, que não canta as flores idealiza-das, mas como o título de seu livro, as flores do mal (1857). As preocupações ambientais com a poluição das cidades grandes vão direto às “Cidades Tenta-culares” (1895) do belga Émile Verhaeren. Já na dé-cada de 1870, a poesia con-testatória à visão acomo-dada e burguesa do mundo aparece no jovem rebelde Arthur Rimbaud. O forma-lismo parnasiano eviden-temente veio contrariar o não formalismo românti-co, mas logo contrariado (e aí o tempo da moda se vai encurtando) com o desvai-rado simbolismo, que vai, na França dos pintores e músicos impressionistas “fin-de-siècle”, esgarçando o significado racional do poema, e, com Stéphane Mallarmé é levado quase ao término do verso tradi-cional. O poema considera-do marco deste fenômeno é “Un coup de dès jamais n’abolira le hazard” (“Um lance de dados jamais abolirá o acaso”), onde o branco da página cria im-portância entre palavras esparsas que refletem in-tenções musicais sem ha-ver nenhum relato, con-forme o próprio Mallarmé alertava para uma edição de 1897. Este tipo de subje-tividade será crescente no início do século XX, vindo logo nos diversos manifes-

tos futuristas do italiano Marinetti que reivindicará pelo esquecimento de todo o passado artístico em prol de uma arte mais significa-tiva da pressa dos automó-veis, aviões, aglomerados urbanos, etc. O poeta fran-cês Guillaume Apollinaire (1880-1918), conhecido como “cubista”, desejava remover pela poesia o que considerava a “monoto-nia da natureza”. O russo Maiakóvski foi um impor-tante adepto do futurismo, usando de uma linguagem dinâmica em que a Poesia se expande em constantes metáforas. Mas, o mais re-volucionário movimento, que transformará de vez a Poesia no contrário de qualquer espécie de nar-rativa da prosa, virá com o surrealismo na década de 1920. Seu manifes-to procura, com reflexo da então nova psicanáli-se freudiana, incentivar a “escrita automática”, onde as palavras surgidas do inconsciente vão se con-catenando sem a mínima preocupação com a lógica consciente. O subjetivis-mo poético das metáforas, sonoridades musicais sem significados claros, jogos do inconsciente vão mar-car fundamente, a partir dos movimentos diversos do início do século XX a Poesia de toda a parte, pas-sando por obras consagra-das como, por exemplo, de T. S. Elliot, Ezra Pound, E. E. Cummings, Saint-John Perse, Pablo Neruda, ou, entre nós as últimas fases de Murilo Mendes ou Jor-ge de Lima. Mesmo um po-eta admirado em todo can-to do mundo como García Lorca por seus poemas “gi-tanos”, tem uma parte de sua obra, menos popular, de nítida tendência surrea-lista. E assim se prorrogará certo “nonsense” subjeti-vista, pela segunda metade do século XX e agora no XXI, em grande parte dos

poetas considerados pela crítica como mais repre-sentativos da contempora-neidade.

O primeiro modernis-mo brasileiro das décadas de 20, 30 e 40, entretanto, conviveu ainda com poetas que aceitavam a narrativa e situações verossímeis, onde a metáfora e os signi-ficantes sem significados expressos apareciam com parcimônia. O que traziam de modernidade era mais voltado ao verso livre, in-dependente de métrica ou rima, e de um lingua-jar mais coloquial, repro-duzindo melhor o modo brasileiro de ser. Acredi-to que isto faz de Drum-mond, Bandeira e Cecília os mais queridos poetas nacionais. Mas, na década de 1950, os concretistas levaram ao extremo a con-cepção gráfica da poesia enquanto espalhavam pa-lavras no branco do papel. Argumentavam, inclusive, que esta desfragmentação do verso representaria a última etapa possível da evolução da Poesia – eles, assim, seriam os últimos poetas. Curiosamente, uns trinta anos depois, um de-les, Augusto de Campos, escreveu um poema inti-tulado “Pós-tudo”, como sendo uma possibilidade de existir poesia depois de toda poesia passada... Evi-dentemente que se con-tinuava a escrever poesia em toda parte, indepen-dentemente da conside-ração que faziam de ser o Concretismo o movimento que despedia a poesia des-te mundo... E as escolas continuavam a se renovar. Passa-se pelo Poema-prá-xis, pela Poesia semiótica, pelo Poema-processo, pela Poesia marginal, às ve-zes atropelando-se umas “escolas” sobre outras, na necessidade imensa de renovação por modismos e afirmações não mais de gerações, mas de grupos

diversos. Entretanto, não se pode deixar de obser-var que, à medida que se chega ao final do século, algumas escolas parecem repetir inovações já con-sagradas. E na passagem do século XX para o XXI não parece haver novida-des muito grandes em no-mes de escolas, apesar da postura vanguardista de grande parte dos poetas que se consideram de pri-meira linha. É mais uma questão de pose do que de renovação efetiva. Re-novou-se tanto que já não há o que renovar? Este fe-nômeno, de resto, parece ocorrer simultaneamente em todas as artes. Os ar-tistas plásticos assumem pose vanguardista nas “propostas” que expõem e que não estão tão dis-tantes assim dos “objetos” de Duchamp de 1916... Na Música, após as transfor-mações do sistema tonal para o serial, e introdução da eletroacústica e uso de instrumentos tradicionais de forma preparada para lhes tirar sons diferentes, como a percussão na tam-pa do piano ou jogada de bolinhas de gude em suas cordas, formando sons aleatórios, os vanguardis-tas continuam usando tais efeitos como se fossem no-vidades. E eles já têm mais de sessenta anos!

Há que se considerar que se os artistas que se dizem contemporâneos re-petem efeitos um dia con-siderados revolucionários, tais manifestações ainda são estranhadas pela maior parte do público. E aí as artes que parecem mais de acordo com o seu tempo, por explorarem as últimas conquistas da estética e da técnica, se afastarem da real finalidade delas exis-tirem. O que significa uma arte sem público? Para a maioria os artistas se ex-pressam numa linguagem hermética, muitas vezes

por ser simples arte pela arte. O que há de mais inú-til do que a contemplação hermética, não participati-va dos anseios da socieda-de?

As necessidades de nosso íntimo estão aci-ma da exclusividade de um tempo delimitado. As sensações poéticas nos chegam de diversas épocas e lugares. Somos seres da entrada de um novo milênio, carregan-do uma grande riqueza de referenciais estéticas e simbólicas. Muitos dos poetas atuais já se aperce-beram disto, e escrevem sem a preocupação de re-novar, mas com a consci-ência de possuírem séculos de experiência de que po-dem lançar mão. Há mui-tos modernismos, roman-tismos, classicismos. Hoje em dia, com a visão que nossa cultura nos lega, po-demos seguir todos esses caminhos! A visão de pós-modernidade alarga-se também por certa conver-gência de gêneros, às vezes a prosa interferindo na po-esia, a filosofia e a narrati-va no lirismo, as diversas partes do poeta se encon-trando com o todo de que é constituído. Um mundo ecologicamente equilibra-do. Uma poesia saída do íntimo universal e atem-poral que há em nós. Meu desejo é que ela seja, cada vez mais, composta com a intenção de transmitir todo seu potencial arma-zenado pelos milênios por experiências múltiplas de gêneros, espécies e luga-res. Seguida e sentida pelo público. Que seja holística!

Gerson Valle é membro do conselho editorial do Jornal Poiésis e membro titular da Academia Bra-sileira de Poesia - Casa de Raul de Leoni. Reside em Petrópolis-RJ.

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Page 7: Jornal Poiésis 201

7nº 201 - dezembro de 2012

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Poema inacabado

Luiz Vidal

Não há tanta comida para tantas bocasNem há tanta comida para tantos pratosNão há tantos médicos para tantos doentesNem tanto remédio para tantos malesNão há tanto amor em tantos coraçõesNem há tantos corações para tanto ódioNão há tantas palavras de perdão para tantos errosNem há tantos erros que não possam ser perdoadosNão há tantos sábios para tantas interrogaçõesNem tantas interrogações que não possam ser sabiamente respondidasNão há tantos pecadores com tantos pecados assimNem tanto assim pecadoresNão há Nem tantoEnquantoHá

Luiz Vidal é poeta e advogado, membro da Academia de Letras e Artes da Região dos Lagos (Aleart)

APRENDIZADOS

Affonso Romano de Sant’Anna

Uns aprendem a nadarOutros a dançar, tocar piano,Fazer tricô e a esperar.

Na infância cai-sePara se aprender a andar.Cai-se do cavalo e do empregoAprendendo a viver e a cavalgar.

Em alguns aprendizadosChega-se à perfeição.

Em alguns.

No amor, não.

Affonso Romano de Sant’Anna é natural de Belo Horizonte (1937). O poema acima faz par-te de seu livro “Textamentos” (Rocco).

Anjo negro

João Costa

Tomando-me pela mãoum Anjo de vestes negras me conduziu a um túmulo [em ruínas e me disse:– Aqui jaz a ventura que existiu outroraquando ainda havia aurora e primavera no mundoquando havia flores, pássaros e borboletas nos camposquando havia campos na Terra...

– Aqui jaz a ventura que existiu outroraquando crianças brincavam livremente nas calçadase casais de namorados passeavam [despreocupadamente nas praçasquando havia calçadas e praças nas cidadesquando havia cidades...

– Aqui jaz a Ventura de um sol de Verãoque a poluição apagoua ventura de uma noite de lua e estrelasque a fumaça ocultou...

– Aqui jaz a ventura que existiu outrorae que o homem impiedosamente matou...

João Costa é jornalista, editor da Revista Horizonte, resi-de em Saquarema-RJ.

Seja o nada meu tudo

Júlio Polidoro

Dentro de mimecoa tua fala sem ruídos.Algumas vezes ouço,tantas vezes surdo.

Buscandoa coerência das pessoasamiúdecego aos teus sinais.

E me perco no olvido,buscando a coerênciade pessoascomo euesquecidas.

Te encontrona incoerência dos homensdebaixo dos atos postiçosde gente que dorme.

Tento bradaracordem!mas os lábiosnão se moveme apenas meio acordadoouço parte, não tudoque ecoa da tua vozsem ruídos.

Sou uma multidãode máscaras que usosem pensar,ou pensandotambém usoconforme a situação.

Sou ninguémna vastidãode entidadesque caminhampara lugar algum.

Todos muitoconcentradossisudose enganadospela ideiade que sabempara onde seguir.

Também surdospara as vozesque ecoamde dentrona pantomimado agorae os agrilhoa por foraa motivos tão postiçosse desfazem na poeiradas aparências do mundo.

Eu aspiroa outra históriaque se escrevecom as glóriasde uma página sem grifos.

Júlio Polidoro reside em Juiz de Fora-MG, é autor de “Ou-tro Sol” (Nankin Editorial / Funalfa, 2004), entre outros.

A dupla face

João Carlos Taveira

Dentro do verso,meu universo:tudo é possívele tudo é nada.

Dentro de mim,dor e cetim:minha loucura,meu alicerce.

Sou e não sou,ao mesmo tempo,voz e luxúria.

Não basta ao ventoa sua fúria?Basto-me louco.

João Carlos Taveira é natural de Caratinga-MG (1947), au-tor de “A Flauta em Constru-ção” (Thesaurus, 1993), de onde foi extraído o poema acima

ARQUÉTIPO NÚMERO 5

Camilo Mota

Quem morre é a ilusão.Seu vestido de nuvem abrigava meus olhos,saciava a sede presente,arrastava o véu para dentro de mim.No laço indelével entre o saber e o pensar,pendia meu corpo, vagava o olhar.Sepultada como a sombra que se desfaz na água,senti-lhe ainda o carinho e o peso:arriscou-se a beijar minha face.Tudo que havia era o encanto da vida.

Camilo Mota é editor do Jornal Poiésis, membro titu-lar da Academia Brasileira de Poesia.

EM NÓS

Luiz Otávio Oliani

o que há em nósé a esperaque não finda

o que há em nósé o desejode ver no outroo que nos falta

o que há em nósé a espera do porvirque nunca chega

o que há em nósé a fomeque não sacia

Luiz Otávio Oliani é autor de “A eternidade dos dias” (Multifo-co, 2012), de onde extraímos o poema acima.

COISA E PALAVRA

Anderson Braga Horta

Esfera fechadaa avelãaberta exibe outra esfera:uma esfera comestívelporém chã.

A avelãnão tem o etéreo da avenem a maciez da lã.

Mas a palavra avelãé concha de poesia.

Anderson Braga Horta reside em Brasília-DF. O poema acima faz parte de seu mais recente livro, “De viva voz” (Thesaurus, 2012)

O NATAL DE JOÃO VENTANIAIvan Herzog

Silenciosamente, João Ven-tania forçou a janela. De um pulo, transpôs o parapeito e ei-lo dentro da sala. Na escu-ridão, o facho de sua lanterna traçou cones de luz e projetou sombras fantasmagóricas nas paredes. Os objetos de prata, o relógio, o videocassete, fariam boa colheita daquela noite de Natal.

Os donos da casa ausentes, os empregados dispensados, lhe davam a previsão de um serviço fácil. Uma enorme ár-vore de Natal, com muitos em-brulhos ao redor, chamou sua atenção: sem hesitar, escolheu os menores. Deviam ser os mais valiosos...

De repente, no alto da escada, um leve ruído. Um menino de seus seis anos, mais ou menos, de pijama e chinelos, tocou o comutador da luz. Tão rápido, que o assustado João Ventania não pôde esquivar-se, quando o menino lhe perguntou:

- É você, Papai Noel?O João, com sua roupa rasgada, sua barba por fazer, assustado pelo inespe-

rado, positivamente, não era a imagem de Papai Noel e nada respondeu.A pergunta foi refeita:- É você, Papai Noel? Cadê sua roupa vermelha, sua barba branca?O atordoado João Ventania só soube balbuciar:- Sou eu mesmo. Tenho andado tão atarefado, que não consegui trocar de

roupa e minha barba se queimou quando eu fazia os brinquedos. Se eu espero ela crescer, as crianças do mundo inteiro ficariam sem os seus presentes.

- Você trouxe o que eu pedi? A bola, o trem elétrico, o avião a jato, metra-lhadora espacial?

- Está tudo aqui nesses embrulhos; quando você chegou, estava acabando de arrumar seus presentes ao pé dessa bela árvore que você fez para mim.

- Posso abrir? E antes da resposta, o menino pegou dois embrulhos. O trem elétrico e a metralhadora espacial saíram de suas caixas.

A alegria estampada em seu rosto, seus gritos de entusiasmo, fizeram passar o susto que havia tomado, ao ver um Papai Noel tão mal ajambrado.

O pobre João sentiu um nó na garganta. Nunca tivera infância. Nunca tive-ra presentes de Natal. Seu mundo fora cruel, os mais fortes engolindo os mais fracos, na luta contra a miséria e a fome, que só conseguira driblar tornando-se ladrão. Um ladrão com certos princípios, que respeitava a vida humana e tinha lá a sua filosofia.

Pois, quando o menino viu que no saco ainda restavam dois presentes, pe-diu-os. Num estava escrito “Para Mamãe”, e no outro, “Para Papai”.

-Ah! Devem ser o barbeador elétrico e o secador de cabelos que eu pedi para você trazer para eles!

- Isso mesmo; vamos deixá-los aqui, para quando seus papais chegarem.- Posso brincar com o meu trem elétrico?- Não, menino. Você deve dormir e esperar pela manhã. Amanhã será um

lindo dia e você vai poder brincar à vontade. Vai dormir, meu filho...- Eu estou com medo de subir. Você me leva?João Ventania assentiu. Pegou o menino no colo e levou-o escada acima.

Colocou-o na cama, cobriu-o com carinho e beijou-o no rosto.- Dorme, meu filho, mas não conta a ninguém que viu o Papai Noel, se não

seus brinquedos vão todos sumir. Quando eu chegar lá embaixo, vou arrumar tudo de novo.

- Obrigado, Papai Noel. Pode deixar. Vai depressa, que tem muita criança es-perando tua visita. Feliz Natal, Papai Noel!

João Ventania saiu do quarto, desceu à sala, arrumou tudo direitinho e não teve coragem de mexer em mais nada. Saiu como entrara, pela janela, silencio-samente.

Já na rua, pensava: “Sujeito burro, frouxo!”.À sua frente, uma igreja. Muita gente entrava para a Missa do Galo. Movido

por força irresistível, João foi atrás.Foi ver o presépio. “Que lindo!”, pensou. Olhou a imagem do Menino Jesus.

Mas, que coisa!O menino do presépio tinha o rosto do menino da casa que “visitara”. Era

ele, escritinho.Apertou os olhos, para segurar uma lágrima. Esfregou as costas da mão ne-

les: não era possível!O menino do presépio, aquela imagem de barro, estava sorrindo para ele!

Ivan Herzog (1933-2012) foi a minha primeira referência na Academia Bra-sileira de Poesia. Ao ser indicado e eleito, recebi, em 2005, uma carta oficial acu-sando a minha eleição. Vinha assinada por ele. Ao me dirigir pela primeira vez para lá, fui recebido polida e afetivamente por ele. Ivan era onipresente na ABP. Não houve sequer uma vez que eu lá fosse e ele não estivesse, indefectivelmente fumando, elegantemente, e ainda, nos dias frios - quase todos - com uma de suas boinas de feltro. Foi, nas últimas duas décadas, um incansável colabora-dor - o maior deles - da Academia Brasileira de Poesia, como Secretário-Geral, Tesoureiro, Bibliotecário etc.

Ivan era também, naturalmente, um notável escritor. Desses mais avizinha-dos à agilidade e objetividade jornalística, sem se omitir de belos versos, haicais (vários e sublimes) e acrósticos. Ganhei dele, de uma tacada só, seus dois livros: “A Arca de Não É” (1993), de contos, crônicas bem humoradas e poesia; e “É do Ivan, não é?” (2001), de crônicas e histórias curtas, alguns epigramas. Notáveis, ambos.

Do primeiro retiramos “O Natal de João Ventania”, que reputo, sem grandes rodeios, de um dos melhores contos de Natal que já li, de toda literatura brasi-leira. É uma pequena joia de construção, breve enredo, dois personagens e um desfecho de uma beleza surpreendente e profunda, com notas de fantástico e maravilhoso. Não cabe aqui qualquer análise, sobretudo à guisa de introdução.

Tive, em certa ocasião, próxima às festas de fim de ano, a felicidade de ou-vir essa história, narrada sob forte emoção pelo próprio autor, finalizando-a aos prantos, acompanhado de todos os confrades ouvintes.

Quis, mais de uma vez, tornar esse conto público, por tão belo e bem feito, chegando a propor que fizesse parte como hors-concours, do tradicional concur-so de Contos de Natal da cidade, mas não consegui. Foi necessário que o bom Ivan partisse, para que essa ideia tomasse forma e sentido, e junto a essa singela homenagem e os nossos votos de Boas Festas, esse pequeno mimo: um dos mais belos contos de Natal de nossa literatura. (Marcelo J. Fernandes)

Page 8: Jornal Poiésis 201

8 nº 201 - dezembro de 2012

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Só Ofertas comemora 21 anos

Coral Misto Eclésia - A comemoração de quinto ano do coral aconteceu no Restaurante Pimenta Vermelha dia 14 e pros-seguiu na Igreja Evangélica Congregacional em Bacaxá, dia 22/11. O tema desse ano foi “Experiência com Deus”. Sob a direção do pastor Oberis Miranda Balga, o coral está em atividade na Igreja sob a regência da maestrina Hilde Garcia.

Vereador em Araruama - Carlinhos Dutra, que irá compôr a Câmara dos Vereadores de Araruama, foi um dos homenage-ados com Moção de Congratulação durante a reinauguração do Plenário Thiófyla Soares de Bragança. Carlinhos faz parte da família Só Ofertas, que comemora 21 anos esse ano.

Atores globais no Teatro Mario Lago - Ivan Mendes e Daniela Carvalho (Malhação de 2010) estiveram em Saquarema dia 11/11 para interpretarem a peça Caixa de Phosphorus. Na foto, à direita, a diretora do teatro Janaina Coelho, responsá-vel por trazer grandes artistas à cidade. A comédia arrancou ótimas gargalhadas do público presente.

CIEP 258- A Feira Cultural deste ano revelou a criatividade dos alunos que homenagearam o centenário de Luiz Gon-zaga e Jorge Amado. O evento aconteceu nos dias 12, 13 e 14/11 e contou com a participação de todos os alunos do CIEP Brizolão Astrogildo Pereira, de Bacaxá, Saquarema.

Yôga - Os praticantes de Yôga da Unidade Itaúna do Método DeRose realizaram um Sat Chakra no dia 21/11, sob a coorde-nação da instrutora Rosangela de Castro. A atividade é uma prática de meditação em grupo, feita em círculo, culminando com uma agradável confraternização entre os participantes.

Futebol - Começou em novembro o Torneio de Futebol de Guardas Municipais, com participação de 6 equipes: Saqua-rema, Macaé, Rio de Janeiro, Iguaba Grande, Maricá e Cabo Frio. A equipe saquaremense estreou com vitória de 3 a 0 sobre Maricá. A grande final está marcada para dia 8 de de-zembro, em Macaé.

Ao Vivo - Newton Valadão leva o melhor do pop rock dos anos 60, 70 e 80 em todas as apresentações que faz na Região dos Lagos. Os próximos shows serão dia 8/12 no Boteco Chic (Ara-ruama) e dia 14/12 no Garota de Itaúna (Saquarema)

Saquá Instrumental - No dia 12/11 aconteceu mais um evento no calçadão de Bacaxá, promovido por uma união de músicos que resolveram levar cultura à população saquare-mense, mesmo sem ter apoio algum, somente dos proprie-tários da lanchonete que cedeu a energia elétrica para ligar as aparelhagens de som. Podia-se dizer que só tinham feras tocando. Essa foi a segunda vez que o público parou para vê-los executando músicas de Tom Jobim, João Bosco, Ste-ve Ray Vaughan, entre outros. Parabéns ao baterista Tiago Perninha, mentor do projeto e a todos que se apresentaram!

O clima de Natal vai to-mar as ruas de Saquarema. Sob a regência do maestro Moisés Santos formou-se um Grande Coral, cujas apresentações acontecerão durante todo o mês em di-versos pontos da cidade. Ao todo são 80 integrantes, oriundos dos corais Vo-zes de Saquarema, Escola Que Canta e Coro Cênico da Faetec, que farão um verdadeiro passeio sorono através de canções clássicas e populares. Um dos des-taques é a música “Canção para Saquarema”, compos-ta por Moisés Santos. “Mi-nha motivação para unir esse grupo foi o fato de eu ser o maestro de 3 corais que compreendem 3 gera-ções diferentes de cantores; tenho no mesmo grupo co-ristas de 10 anos de idade e coristas de mais de 80 anos. Reunir essas pessoas de idades tão diferentes, can-

Coral de Natal faz apresentações em Saquarema

tando o mesmo repertório é realmente emocionante, principalmente nesta época de Natal”, conta o maestro.

A estreia será no dia 2, às 18 horas, na programação da Feira Cultural promovi-da pela Secretaria Munici-pal de Educação e Cultura. No dia 6, o coral visita o asilo de idosos no Porto da Roça, às 16h. No dia 7, faz a abertura oficial do Natal, apresentando-se na esca-daria da Prefeitura, às 18h. No dia 8, às 19h, é a vez de Bacaxá ouvir as canções na-talinas, no auditório da Fa-etec. O distrito terá ainda uma apresentação dos can-tores no dia 18, às 20h, na escadaria da Igreja de San-to Antonio. O Grande Co-ral de Natal de Saquarema também fará apresentações em Belo Horizonte, no perí-odo de 14 a 16/12, durante o Festival Internacional de Corais. (Camilo Mota)

Integrantes do Vozes de Saquarema e do Escola Que Canta se unem ao Coro Cênico da Faetec para as apresentações

Camilo Mota

MÚSICA

A rede Só Ofer-tas de supermer-cados comemorou seu 21º aniversário com grandes sho-ws no Parque de Exposição de Ara-ruama nos dias 24, 25 e 26/11. Na pro-gramação, Claudia Leitte, Pique Novo e Bruna Karla, além de grupos locais, como a Banda Fug-ga, de Saquarema.

Os anfitriões Miguel e Marcia Jeovanirecepcionaram com requinte no camarote

vip amigos, convidados e imprensa.

Claudia Leitte cantou para uma multidão de 50 mil pessoas

A diretora de marketing Mariana Jeovani (dir.), o irmão Matheus e a namorada Verônica Ferrari se divertiram nos três dias de evento.

A chuva não atrapalhou a fes-ta e o público lotou o Parque

de Exposições de Araruama

Que o Natal seja pleno de alegria e que 2013 seja repleto de realizações.

Feliz Natal e Próspero Ano Novo!São os votos de Chico Peres