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Ano XV - nº 163 - outubro de 2009 - Saquarema, Araruama, Cabo Frio, Arraial do Cabo, S. Pedro da Aldeia, Petrópolis, Teresópolis, Rio de Janeiro Literatura, Pensamento & Arte MARAJOANDO IMPRESSO www.jornalpoiesis.com Caixa Postal 110.912 - Bacaxá Saquarema - RJ - CEP 28993-970 [email protected] Avenida Saquarema, 5245 - Bacaxá - Saquarema - ( (22) 2653-4444 Encomende seu livro escolar conosco! Exposição em Petrópolis revela os encantos da Ilha de Marajó Paulo P. de Carvalho O designer gráfico e fotógrafo Paulo P. Carvalho expõe durante o mês de outubro na Galeria Djanira o resultado de sua experiência de cinco anos na região marajoara. A mostra traz painéis, fotos e filmes que revelam a riqueza cultural e ambiental de uma das regiões mais remotas do país. Página 7. O leite derramado O escritor Gerson Valle escreve sobre o novo romance de Chico Buarque. Página 9. Novos paradigmas para a politica em saquarema Em entrevista ao Jornal Poiésis, o presidente do PPS de Saquare- ma, Marcos Fernandes, fala sobre a importância da participação política, sobre o voto consciente e da necessidade de se discutirem temas que levem ao desenvolvi- mento do município de maneira harmoniosa. Página 3. Arraial do Cabo terá semana da poesia em outubro Evento acontece de 26 a 31 de outubro. Confira a programação na página 8.

Jornal Poiésis - 163

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Edição do Jornal Poiésis publicada em outubro de 2009

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Ano XV - nº 163 - outubro de 2009 - Saquarema, Araruama, Cabo Frio, Arraial do Cabo, S. Pedro da Aldeia, Petrópolis, Teresópolis, Rio de Janeiro

Literatura, Pensamento & Arte

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www.jornalpoiesis.comCaixa Postal 110.912 - Bacaxá

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Avenida Saquarema, 5245 - Bacaxá - Saquarema - ( (22) 2653-4444

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Exposição em Petrópolis revela os encantos da Ilha de Marajó

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O designer gráfico e fotógrafo Paulo P. Carvalho expõe durante o mês de outubro na Galeria Djanira

o resultado de sua experiência de cinco anos na região marajoara. A mostra traz painéis, fotos e filmes

que revelam a riqueza cultural e ambiental de uma das regiões mais remotas do país. Página 7.

O leite derramadoO escritor Gerson Valle escreve sobre o novo romance de Chico Buarque. Página 9.

Novosparadigmaspara a politica em saquaremaEm entrevista ao Jornal Poiésis, o presidente do PPS de Saquare-ma, Marcos Fernandes, fala sobre a importância da participação política, sobre o voto consciente e da necessidade de se discutirem temas que levem ao desenvolvi-mento do município de maneira harmoniosa. Página 3.

Arraial do Cabo terá semana da poesia em outubroEvento acontece de 26 a 31 de outubro. Confira a programação na página 8.

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sia Alberto de Oliveira decidiu mo-dificar seu calendário de ativida-des. O projeto “Poesia na Rua”, que acontece no calçadão da Rua Pro-fessor Souza, em Bacaxá, em frente à Lanchonete Mucho Loco, aconte-cerá sempre no segundo sábado do mês. Em outubro, o evento aconte-ce dia 10, a partir das 16 horas. Em novembro, o Poesia na Rua será realizado nos dias 14 e 15 durante a Feira Cultural de Saquarema, na Praça da Orla da Lagoa, no Centro. O grupo volta a montar o varal cul-tural no calçadão em dezembro.

Poesia no Corredor – A atriz Beth Araújo (acima) organizou o projeto Poesia no Corredor, que estreou dia 2 de setembro na Ca-feteria Sapori d’Italia, em Maricá. A intenção é promover no local, quinzenalmente, encontros poéti-cos e musicais, valorizando o in-tercâmbios entre artistas da região. De Saquarema, participaram como convidados especiais os escritores Camilo Mota, Charles Soares e Jota de Jesus.

Teatro em Arraial do Cabo - A peça “Magui na Terra de Não Sei Quem” estará em cartaz nos dias 9, 10 e 11 de outubro, às 20 horas, na Arena da Praça Vitorino Carriço, em Arraial do Cabo. Com texto e direção de Wi-dayon Camargo, o espetáculo traz em

2 nº 163 - outubro de 2009

EXPEDIENTEO Jornal Poiésis - Literatura, Pensa-mento & Arte é uma publicação da Mota e Marin Editora e Comunica-ção Ltda.

Editor: Camilo MotaDiretora Comercial: Regina Mota

Conselho Editorial:Camilo Mota, Regina Mota, Fer-nando Py, Sylvio Adalberto, Gerson Valle, Marcelo J. Fernandes, Marco Aureh, Celso Caciano Brito, Fran-cisco Pontes de Miranda Ferreira

Jornalista Responsável:Francisco Pontes de Miranda Fer-reira, Reg. Prof. 18.152 MTb

Diagramação: Camilo Mota

CAIXA POSTAL 110.912BACAXÁ - SAQUAREMA - RJCEP 28993-970

( (22) 2653-3597( (22) 9201-3349( (22) 8818-6164( (22) 8836-8483( (22) 9982-4039

[email protected]

Distribuição dirigida em: Saquarema, Araruama, São Pedro da Aldeia, Iguaba Grande, Cabo Frio, Arraial do Cabo, Petrópolis, Teresópolis e Rio de Janeiro.

Fotolito e Impressão:Tribuna de Petrópolis

Colaborações devem ser enviadas preferencialmente digitalizadas, em formato A4, espaço simples, fonte Times New Roman ou Arial, com dados sobre vida e obra do autor. Os originais serão avaliados pelo conselho editorial e não serão de-volvidos. Colaborações enviadas por e-mail devem ser anexadas como arquivo do Word (.doc ou .docx). Os textos assinados são de inteira responsabilidade de seus autores e não representam a opinião do Jornal Poiésis.

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ACONTECE AQUI E NOS ARREDORESA maconha está bêbada – Lan-çado em agosto passado pela Edi-tora Mirabolante, “A maconha está bêbada” é o oitavo livro de Marcio Paschoal. O volume de crônicas está recheado de humor e de reflexões sobre nosso tempo, seus persona-gens e aconte-cimentos nem sempre críveis embora reais. Leitura recomendada para quem aprecia um bom texto. Marcio Pas-choal é colaborador do Jornal Poi-ésis, e algumas das crônicas inseri-das no novo livro foram publicadas em nossas páginas anteriormente.

Poesia brasileira na Bulgária - Acaba de sair, em Sófia, Bulgária, a antologia poética Lua da Fonte / Elegia de Varna, de Anderson Bra-ga Horta, com seleção, prólogo e tradução para o búlgaro de Rumen Stoyanov. O lançamento ocorreu em 5 de agosto. A edição, bilíngüe, a cargo da Ogledalo, sediada na capi-tal búlgara, contou com o apoio do nosso Ministério das Relações Exte-riores e da Embaixada do Brasil em Sófia.

Dança premiada - O Grupo de Dança da Daumas Academia sob a direção de Rita Daumas ficou em 3º lugar no II Festival Com-Passos de Dança, realizado no Teatro da UERJ, no Rio de Janeiro, com as coreografias “Anjos” e “Família”, ambas com poemas do editor do Jornal Poiésis, Camilo Mota.

Poesia na Rua - O Núcleo de Poe-

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ilo M

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seu elenco Luiza Guimarães, Widayon Camargo, Raquel Santos, Diego Sá, Kaique Galiza e Rafael de Paula. In-gressos antecipados a R$ 5 já a venda na Lanchonete Di Luise ou através do telefone (22) 9862-1123.

Teatro Mario Lago - O destaque do mês fica por conta de Maria Maya (filha de Wolf Maya), atriz da rede Globo que atuou na novela Caminho das Índias. Confira: dia 10, 21h, PLAY, sexo e ví-deo tape, com Maria Maya e grande elenco (A3 Produções e Eventos); dia 11, 17h, Popeye (Arte no Tom Produ-ções); dia 18, 17h, Barbie Rapunzel (Grupo Capas), dias 23 e 24, 21h, Na Catraca (Cristiane Régis Produções); dia 25, 17h, Baney, o dinossauro roxo (VHS Produções)

EDITAL DE CONVOCAÇÃO para eleição da diretoria e conselho fiscal da Associação de Moradores e Amigos do

Boqueirão – AMAB

Pelo presente Edital faço saber que no dia 31/10/2009 no período de 16:00 às 19:00 será realizada eleição comunitária na sede da As-sociação de Moradores e Amigos do Boquei-rão – AMAB – à rua Azevedo Pinto, 2032, Boqueirão – para a composição da diretoria e conselho fiscal para o biênio 2009-2011. Por determinação dos Estatutos foi constituída a comissão eleitoral com os seguinte associa-dos: presidente, Darci Friggo; secretária, Nil-ce Mary de Souza Cezar Machado; mesária, Sandra Sant’Anna Alves de Almeida. CHAPA AZUL: Presidente, Lédio Coelho; Vice-presi-dente, Antonio Claro de Mello Filho; Secretá-ria, Nilce Mary de Souza Cezar Machado; Te-soureira, Marilene Ribeiro Milagres; Diretor Social, Sandra Sant’Anna Alves de Almeida; Diretora Artística, Maria Clara Motta Maia Machado da Silva; Diretor de Comunicação, Darci Friggo. CONSELHO FISCAL: Alvaro Vaz da Silva, Edmar Souza Gomes, Maria Correia da Glória.Saquarema, 1 de outubro de 2009.Lédio Coelho - presidente da AMAB

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Paulo Melo (PMDB), pela candidatura da Franciane Motta. Esse projeto foi encampa-do pelo PPS. Hoje fazemos parte do grupo de apoio ao governo municipal, e a contra-partida que nós temos é uma discussão de que na cidade nós temos muitas pessoas com capacidade para desenvolver vários projetos, pessoas essas que não eram parti-cipantes do grupo político do deputado. Um exemplo que nós temos claro hoje em dia é o Saulo Borner, que é o atual vice-presi-dente do PPS, foi candidato a vereador nas últimas eleições, não conseguiu se eleger, mas por conta do apoio que nós demos à candidatura da Franciane Motta, o deputado convidou-o para ser diretor administrativo do Hospital Regional, em Araruama, e ele está fazendo um excelente trabalho, isso é reconhecido por todos, não só pela cidade de Araruama, como pela cidade de Saqua-rema. Também o Roberto Carlos Martinelli, que era o presidente do PPS anteriormente, hoje é o Administrador Regional de Baca-xá, e está fazendo um ótimo trabalho. Eu acho que o principal nisso tudo é mostrar que o PPS conta no seu quadro com pessoas capazes, com qualificação, com condições de fazer um trabalho em prol da população de Saquarema e essa população vai reco-nhecer o trabalho que nós estamos fazendo.

Poiésis - Está havendo algum diálogo intra-partidário hoje? Com iniciativa do PPS?Marcos Fernandes - Nós estamos come-çando a elaborar a idéia de um fórum de pre-sidentes de partidos políticos em Saquarema. No meu entendimento, o partido político é uma entidade que engloba não só verea-dores na hora em que querem se eleger. O partido político é feito durante o ano intei-ro, 24 horas no dia. Infelizmente em cidades do interior, isso não é só em Saquarema, o partido político só é lembrado na época da eleição, quando a pessoa quer se candida-tar e aí obrigatoriamente tem que se filiar a um partido com um ano de antecedência. A

3nº 163 - outubro de 2009

Entrevista: Marcos Fernandes – presidente do PPS de Saquarema

Partido político não existe somente em ano eleitoralÀ frente do Partido Popular Socialista (PPS) de Saquarema desde maio de 2009, Marcos Fernandes vem trabalhando na construção de um novo paradigma no fazer política no município. Firmado em princípios democráticos, em que o coletivo é mais importante do que o individual, ele defende que o partido político não seja apenas um mecanismo que se usa em época de campanha eleitoral para benefício próprio ou para atender aos interesses do “dono” do partido. Marcos também anuncia a noite dançante promovida pelo PPS no dia 10 de outubro, no Paredão Club.

Poiésis - O Brasil inteiro tem assistido nos últimos meses pelos noticiários aos inúmeros escândalos da política brasileira, principalmente no Congresso Nacional. Ainda é possível acreditar na política e nos políticos de nosso país?Marcos Fernandes - Infelizmente no nosso país a política sofreu um descrédito muito grande nos últimos anos, basica-mente por questões de políticos corrup-tos, políticos que legislam em causa pró-pria e que são eleitos pela população, para que façam projetos para a própria popu-lação, mas isso não acontece. Agora, nós temos em nosso país, mesmo assim, muitos exemplos de políticos que não são corruptos e que realmente tentam visar uma melhor qualidade de vida para a po-pulação no Brasil. Eu poderia citar vários, de outros partidos e do meu mesmo. Eu acho que a população tem que acreditar sempre, até porque a política faz parte da vida de cada um, 24 horas por dia. O po-lítico — seja ele deputado federal, depu-tado estadual, vereador ou prefeito — é que comanda as regras da cidade, do esta-do ou do país, e é a essas regras que nós nos enquadramos para poder viver. Então é necessário que a gente esteja sempre presente, acompanhando a atuação desses políticos. E os maus políticos, que sejam banidos da situação. Se ele não corres-pondeu àquilo que a população desejava, que ela então não vote mais nele, e que o exclua desse quadro, dando oportunidade para novos nomes, para pessoas que te-nham projetos, que tenham ambição de fazer coisas melhores para a política no Brasil. Portanto, existe, sim, esperança de que nós tenhamos uma política me-lhor nesse país. Basta que a população, na hora de escolher os seus representantes, escolha com critério e não coloque nova-mente no poder aquelas pessoas que ou já foram comprovadamente ineficazes ou que sejam pessoas que não têm a mínima

condição de estar no local, representando uma população.

Poiésis - Nós tivemos casos bem próximos, como em Saquarema e na maioria dos pequenos municípios do país, em que a gente vê muito assistencialismo em política e pouco pragmatismo político. Como você vê isso?Marcos Fernandes - A política hoje em dia no Brasil é muito “toma lá, dá cá”. Na realidade eu acredito num outro tipo de po-lítica, e é exatamente isso que nós quere-mos fazer dentro de Saquarema. O ideal é que o candidato perceba as necessidades da população, que são muito localizadas. Isso tem que ser discutido não só com o próprio candidato, mas num modo geral, num deba-te, para que, independente de quem ganhe uma eleição, ele já saiba exatamente o que cada área necessita e precisa, para que você possa harmonizar a cidade de tal maneira que não tenhamos mais áreas extremamen-te desenvolvidas e áreas pouco desenvol-vidas. A partir do momento que se ganha uma eleição, é preciso colocar sua equipe de governo para trabalhar em prol desse de-senvolvimento.

Poiésis - Dentro dessa perspectiva, de que forma o PPS em Saquarema está contribuindo para criar esse novo paradigma de fazer política no município?Marcos Fernandes - Eu não entendo a po-lítica como uma ação individual. Existem equipes que trabalham juntas, caminhando num mesmo caminho em cima de objetivos. Então eu deixei claro, quando eu lancei a minha candidatura à presidência do PPS, que eu não iria ser o dono do partido. Eu gosto muito de trabalhar em grupo, não gosto de decisões individuais. Então todas as questões políticas que o nosso partido tem que desenvolver, eu levo para o nosso grupo, para a nossa diretoria executiva — composta por mim, Saulo Borner, Carlos Navarro, Laercio Melo, Luis Carlos Brasil e Lissandra Garcia — e é ela quem toma a decisão. Muitas vezes, eu posso ser voto vencido, mas eu vou defender aquela que venceu como se fosse a minha. Assim que eu entendo a democracia. As nossas reuni-ões são abertas, todos podem participar, dar sugestões, todos têm direito à fala.

Poiésis – Então, a decisão de fazer parte do atual governo municipal também sur-giu de uma decisão coletiva...Marcos Fernandes - Na época, por orien-tação da presidência anterior, foi compreen-dido que o melhor projeto para Saquarema era o apresentado pelo deputado estadual

minha idéia é fazer um fortalecimento dos partidos políticos. O fórum de presidentes que representam esses partidos criará um conglomerado de idéias e projetos para se-rem apresentados na prefeitura e nas suas secretarias. Isso tem um peso muito maior do que uma pessoa ir à secretaria, ou ir à prefeitura e apresentar um projeto indi-vidualmente. Porque uma pessoa é uma pessoa somente. Um partido político que tem nas suas costas, digamos assim, a re-presentatividade de mil, duas, três, quatro, cinco mil pessoas, é muito maior. Eu tenho certeza absoluta que isso vai ser um suces-so. Nós estamos caminhando para poder, ainda este ano, fazer o primeiro encontro. O fórum será muito importante não só para as questões partidárias, mas também para a participação da própria população.

Poiésis - O Partido está realizando atividades e reuniões regulares, inclusive para confraternização e melhor apresentação de suas propostas na cidade. Quais os próximos eventos programados?Marcos Fernandes - Quando assumi o partido tivemos que começar do zero, in-clusive financeiramente. A primeira coisa que nós fizemos foi um evento para que pudéssemos reunir os filiados do partido e passar as idéias da nova diretoria e chamá-los para trabalhar conosco para que vies-sem somar forças, para que pudéssemos ter um volume maior de pessoas. De ago-ra em diante nós vamos continuar a fazer alguns eventos. O próximo será no dia 10 de outubro, no Paredão Club, próximo ao DPO, em Saquarema, com a primeira noi-te dançante do PPS, com música ao vivo e sorteio de brindes... mas basicamente a idéia principal dessas reuniões é que a gente possa sempre reunir o nosso grupo e pessoas que não fazem e que queiram participar. Com isso o PPS vai crescendo dentro do município de uma forma tal, que tenhamos em 2012 — é esse o nosso objetivo — o partido mais organizado na cidade, não só administrativamente, mas também politicamente. Hoje entendemos que a população só vai votar em alguém se o seu governo foi correto, foi justo, foi participativo e fez aquilo que a população esperava. Então, dentro disso tudo, nós precisamos ter um grupo forte, unido, para que possamos mostrar para a prefeitura as ações a serem realizadas. O município de Saquarema necessita de várias atuações, de várias ações, ações localizadas, e essas ações devem ser implementadas e com a nossa força, com a força da população junto conosco, a gente tem a certeza abso-luta de que isso vai acontecer.

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4 nº 163 - outubro de 2009

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ACALANTO PARA O MENINO DE RUA Gerson Valle Dorme, menino, na rua,por entre surras,tomando chuvas,dorme na rua que é tua,do teu temor,da tua fome,mas que não sabes o nome,como não sabes tambémdos rumos melhores que vêmdo mundo educado, poupado, separado de teu recanto de dor, desabrigo, espanto.Dorme que o bicho papãonão amedrontaa cabeça tontado cheiro de cola e da falta de pão.Dorme. Dormindo não vêsque te querem prenderpor dormires embaixo da lua nuacoberto no jornalque o guarda acha imoral,sobre o chão que te restade tudo que não presta,sem ter outro lugarpara dormir e sonhar,roubar e fugir,sem ter para onde ir...Dorme enquanto o guarda não bateem teu pé machucadona desgraça a todo lado,correndo sobre os cacos,piso incerto dos buracos,como o cão alvoroçado que late,sob os tapas que o mundo te bate,bicho das cidades sem rosto,dorme no travesseiro do desgosto,e dormindo construaso sonho de não estar mais na rua...Dorme, pedaço de bicho,dorme, dorme, menino jogado no lixo...

Gerson Valle é membro do conselho editorial do Jornal Poiésis, reside em Petrópolis-RJ.

QUIMERAS Anderson Braga Horta

Andei lendo e sonhando, em tempos esquecidos,declarações de amor e quiméricas frasesde algum gênio gentil, de modos atrevidos,a alguma fada envolta em transparentes gazes.

Vivi de fantasia e sonhos coloridos,com você junto a mim, nesses reinos falazes.Mas isso aconteceu nos velhos tempos idosquando falava o amor por descoradas frases...

Hoje em dia o florir de palavras limadasna boca dos heróis de aventuras galantesjá não tem o sabor das épocas passadas.

E só o coração grita e soluça e fala,no silêncio loquaz que envolve os dois amantes,todo o poema de um beijo, a ecoar pela sala!

Anderson Braga Horta reside em Brasília-DF e é autor de “Soneto antigo” (Thesaurus Editora, 2009), de onde selecionamos o texto acima.

OS CÃES

Eustáquio Gorgone de Oliveira

perdemos muitas oitavas de ourona fundição de nossas almas.

temos um ano a menos na contagemcomo se nos faltasse o tempo de vidade um esquilo ou galo china.

(as estrelas sobrevivem aos séculos:elas são de outra estirpe.)

só os cães do campo-santochegam ao fim da existênciauivando a mesma nota.

Eustáquio Gorgone de Oliveira é autor de “A fortaleza de feno”, de onde extraímos o poema acima. O poeta reside em Caxambu-MG.

RECOMEÇO

Jota de Jesus

Não seicomo aconteceu,mas creioque seu corpojá foi meu,

deixou de ser...e de novovoltou a ser.

Sem você reconhecerque é o mesmodo seu começo.

Jota de Jesus é membro do Núcleo de Po-esia Alberto de Oliveira, em Saquarema, e autor do livro”Tudo acaba em poesia” (Tupy Comunicações, 2008).

A FESTA

Charles O. Soares

A mocidade em seu traje de galaestende os braços, leva-me ao salãoonde uma música meu corpo embalalevando-me aos sonhos...perco o chão.

As luzes, vozes, sons preenchem a salaMeus poros se embriagam de emoçãoos olhos já não vêem, a boca calanum beijo de entrega e obsessão.

Por esta moça fico apaixonadonem noto que ela me seduz...que mentejurando amor sem fim, eternos laços.

A festa acaba, sou abandonadosem brilho, fraco, exausto...impotente.O tempo me sorri com ela nos braços.

Charles O. Soares é professor de língua portuguesa em Saquarema, é membro do Núcleo de Poesia Alberto de Oliveira.

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5nº 163 - outubro de 2009

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FELICIDADE

Camilo Mota

Para o amigo e poeta Jota de Jesus

Há dias de felicidade intensa:enorme horizonte contemplado do farol de Saquarema.

Pescadores jogam bola no convés do barco. Depois, arremessam a rede que lhes sustenta o dia. Há uma felicidade para cada coisa boa na vida.

O sol nasce manso e quente.A mulher sorri ao seu lado, e deseja e ama e vê e vive: pássaros, folha, areia, água, pedaços de espaços em forma de gente.

O amor é a mais pura das dádivas para fazer os homens olharem-se como irmãos, amigos e cúmplices da vida.

Um abraço apertado no meio da manhã! Um verso é lido, ao longe, na mesa de bar. Uma palavra sincera ao chegar a noite! O beijo reacende a paixão pela vida.

Há também uma felicidade boba, que se encontra a um palmo do nariz da gente.Há uma felicidade simples em cada amanhecer,em cada lua que volta, em cada criança que sorri.

Mesmo que o verso nunca venha, que o poema não se faça, que a crônica não seja escrita, a felicidade esculpe aos poucosa poesia da vida...

Camilo Mota é editor do Jornal Poiésis, membro titular da Academia Brasileira de Poesia - Casa de Raul de Le-oni, membro honorífico da International Writers and Artists Association (IWA), membro fundador da Aca-demia de Letras e Artes da Região dos Lagos (Aleart).

Agradecimentos aos participantes

da festa de 15 anos do Poiésis

“A união faz a força”, assim diz o velho ditado.

Muitos foram os amigos que deram força para que a festa de 15 anos do Jornal Poiésis acontecesse. Muitos foram os artistas que acei-taram de imediato o convite para participarem da come-moração.

Agradecemos imensamen-te ao Projeto Primeiro Passo, a Céia Festas, a Sandra G. dos Santos (boleira), Vídeo Lagos, Dudu do Som, Ra-phael Tavares, Horto Cleidia-ne, Fly Shopping & Services, Janaína Coelho, Biancha Ma-mede, que deram todo apoio técnico. Também somos gra-tos pelo apoio de Zezinho Amorim, Sanfer e Sinucas Rocha.

Sinceros agradecimentos aos artistas da Daumas Aca-demia, ao Núcleo de Poesia Alberto de Oliveira, à bailari-na da Dança do Ventre, Mar-cia, ao CNEC in Dance, ao músico Pablo Reis, à Casa do Nós, ao Curso de Música Barcellos, ao Conselho Edito-rial do Poiésis (de Petrópolis), e a todo o público que presti-giou o evento. Não podemos esquecer da mídia presente: jornais O Saquá e Litoral de Saquarema.

XLIV

Rubim Feingold (1924-2008)

Felicidade não ia e vinha,escorria por baixo da portaao coágulos e cinzas, natureza morta.Levantei as mãos para alcançá-laprofano, mundano, mas intenso a caçá-la.Deu-se o acaso, arritmia de amor,vesti um corpo novo, aleluia.

Felicidade é você me fitando,sorrindo, me dizendo, com os olhosé o baile de um só carnaval,que não acaba nunca, vendavalde comida na boca em rodopios,lábios na pele, toque das maçãs,mão na coisa, nariz no cheiro,água nos olhos, bafo no peito,suor melado, cabelos espalhados.

É a música interior que não para,não para de tocar,numa explosão de notas novas,sibilantes, vem a parada e a meditação.Acalento-a terna e eternaabrigo-a doce e depentedenteno meu pequeno pedaço,tão pequeno, que para recebê-lative de largar um pouco de mim.

ENTARDECER

Sylvio Adalberto

A Ge Ferreira Aves de arribação gesticulandoO céu da tarde é mesmo um mar escuroSumindo nos abismos dessas rotasAtrás da última luz, frágil e finaQue na prisão do espaço resplandeçaNo resto do crepúsculo transluzA derradeira luz que transfiguraO olhar perdido nesse céu sem fundo.A luz do sol agora é coisa vagaE morre lentamente mais um dia.

Meu peito é uma praia escuraOnde uma vaga negra silencia.

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6 nº 163 - outubro de 2009

Estacionamento próprio e coberto.

As imagens das comemorações dos 15 anos do Poiésis4 de setembro de 2009. Foi uma sex-

ta-feira inesquecível. No Teatro Mu-nicipal Mario Lago, em Saquarema, reuniram-se artistas, poetas, músicos, todos unidos para celebrarem os 15 anos de circulação do Jornal Poiésis. Com presença especial de alguns dos membros do conselho editorial, que re-sidem em Petrópolis — Fernando Py, Gerson Valle e Sylvio Adalberto —, o evento contou também com participa-ções de Renato Barcelos e Ana Pau-la Lima, Pablo Reis, Centro Cultural Casa do Nós, Projeto Primeiro Passo, Daumas Academia, Grupo de Dança do Colégio Cenecista, a dançarina do ventre Marcia, e poetas do Núcleo de Poesia Alberto de Oliveira.

Apresentado por Regina Mota e Camilo Mota, o evento resultou num grande festival marcado pela emoção. Poetas como Antonio Francisco Alves Neto e José Lucio Souza apresentaram poemas feitos especialmente para a ocasião. O jovem Leonardo, um me-nino ainda franzino mas com voz de ouro, cantou à capela em acompanha-mento a coreografia assinada por Patrí-cia Beltrão. Houve lágrimas na platéia em vários momentos.

Nesta página, o registro fotográfico de alguns desses belos momentos. Mais fo-tos no site www.novasaquarema.com.br.Jeferson e Barbara (Daumas Academia) apresentaram um pas des deux

Gerson Valle, Fernando Py, Sylvio Adalberto e Camilo Mota Poetas do Núcleo de Poesia Alberto de Oliveira

Projeto Primeiro PassoOlivia Mitidieri (Casa do Nós)

Grupo de dança do Colégio Cenecista Pablo Reis Marcia

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Page 7: Jornal Poiésis - 163

7nº 163 - outubro de 2009

( 2653-3470

A primavera chegou na

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Marajó, para ver, ouvir e tocar

Paul

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valh

oNatural do Rio de Janeiro, Paulo P. de Carvalho, ao longo de cinco anos de via-gens de pesquisa e lazer no interior do Pará, mergulhou no encantamento da Ilha de Marajó, e dali extraiu um conjunto de imagens e sons através de fotografias, vídeos curtos e objetos manipuláveis que formam um painel de ver-ouvir-tocar. A esse conjunto polimorfo ele batizou de “Marajoando”, a exposição audiovisual que está em cartaz na Galeria Djanira do Centro de Cultura Raul de Leoni em Pe-trópolis (Praça Visconde de Mauá, 305, Centro), de 3 a 25 de outubro. O próprio artista estará presente no local toda terça-feira, às 16 horas, para uma visita guiada pela instalação.

“Marajoando” é a tentativa do artista em traduzir o que viu, ouviu e tocou em suas andanças pela Ilha Grande de Joa-nes, como assim era chamada pelos eu-ropeus colonizadores do século XVI, ou Marinatambalo, como queriam seus ha-bitantes naquela mesma época. A insta-lação de Paulo P. de Carvalho conta com nove painéis temáticos (60x135cm) enfo-cando boi-bumbá, carimbó, pesca artesa-nal, vaqueiros, Círio de Nossa Senhora, Festividade de São Sebastião, Museu do Marajó, ribeirinhos e ceramistas. Tam-bém fazem parte da mostra um conjunto de sólidos manipuláveis composto por seis cubos plotados com um total de 30 fotos. A exposição se completa ainda com cerca de dez pequenos filmes, representa-tivos de situações diversas do dia a dia do povo marajoara e seu ambiente. Enfim, é um caminho de aprendizado sobre mais um pedaço de grande riqueza cultural e ambiental do Brasil.

Localizada na foz do rio Amazonas, no estado do Pará, a Ilha do Marajó foi ocupada pelos europeus ainda no início do século XVII, através de ordens reli-giosas que deram início à catequização de seus habitantes e implantaram as primeiras fazendas de gado que deram origem aos latifúndios de hoje em dia, em seus quase cinquenta mil quilôme-tros quadrados - área equivalente à do estado do Rio de Janeiro. Dividida em duas microrregiões – à oeste densas flo-restas e à leste campos de várzea, secos no verão e alagados no inverno – e com uma população de cerca de 300 mil ha-bitantes distribuídos em doze municí-

pios, o Marajó apresenta uma diversi-dade cultural construída no sincretismo dos saberes de seus habitantes naturais, africanos e europeus, como em todo o país. No entanto, fatores como sua lo-calização e conformação geográfica na-tural, a inerente dificuldade de comu-nicação e transporte entre suas cidades e a capital do estado, Belém, e sua re-alidade sócio-política quase feudal em pleno século XXI, tornam o Marajó um lugar ímpar, onde seu povo construiu um universo cultural próprio que sur-preende e maravilha aqueles que por lá transitam, sem a ótica, o preconceito e a prepotência dos colonizadores.

Naturezaaldeense

Com o tema “Natureza Aldeense”, a Casa de Cultura Gabriel Joaquim dos Santos, em São Pedro da Aldeia, promove a exposição da artista plástica Elizabeth Franco, com visitação até 30 de outubro, , de segunda a sexta-feira, das 8h30 às 17h, e sábados, do-mingos e feriados, das 14h às 19h.

A mostra conta com 44 trabalhos das mais variadas técnicas como óleo sobre tela, acrílica sobre tela, mista sobre tela, grafite, nanquim e pastel a óleo. Segundo a artista, a exposição tenta resgatar tanto a parte eco-lógica quanto a humana do município. “De-senho desde que aprendi a segurar o lápis, mas com a pintura a cada dia descubro uma nova forma, uma técnica diferente. Estou me redescobrindo como artista”, salientou Elizabeth que nunca fez curso artístico. (As-com/PMSPA)

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Page 8: Jornal Poiésis - 163

8 nº 163 - outubro de 2009

Elzo Souza Silveira*No dia 17 de outubro acontecerá em

Saquarema o IV Saquá Gicap, com ba-tizados e troca de cordas de capoeira. A organização do evento é do contra-mestre Canela.

O início está marcado para as 15h. Estarão presente capoeiristas de todo o Brasil, bem como de toda a Região dos Lagos.

O IV Gicap acontece na Rua João Laureano da Silva, próximo ao Centro Educacional Aldeia, em Bacaxá.

Academia Brasileira de Poesia

Casa de Raul de Leoni

DIA 26 – SEGUNDA FEIRA18 horasCORAL MAREARTEINAUGURAÇÃO DA EXPOSIÇÃO DE FO-TOS DO 1º CONCURSO DE FOTOGRAFIA “Revelando a Poesia” e PREMIAÇÃO dos fo-tógrafosINAUGURAÇÃO DA EXPOSIÇÃO “CENTI-SEGUNDOS” DA ARTISTA PLÁSTICA Pau-lina SepulvédaLocal: Espaço Cultural Amazônia Azul – Praça do Covas s/n

DIA 27 – TERÇA FEIRA 19 HORAS ENCONTRO DOS ESCRITORES com a par-ticipação de:Lenir Mattos de Moura, Wilnes Martins Pereira, Fernando Fortes, José Maria Carneiro, Alexan-dre Acampora Local: Estalagem do Porto– Rua Santa Cruz - 12

DIA 28 - QUARTA FEIRA 17 horas“ARRAIAL DO CABO E A CULTURA BRA-SILEIRA” Palestra do Prof. Alex Cortes, seguida da expo-sição do filme “PATATIVA DO ASSARÉ-AVE POESIA ”Local: Espaço Cultural Amazônia Azul – Praça do Covas s/n19 horasRECITAL MUSICAL DE PROFESSORES E ALUNOS DO CENTRO CULTURAL MANO-EL CAMARGO

Palestras programadas - A Aca-demia Brasileira de Poesia promove ainda este ano mais duas palestras no Silogeu Petropolitano (Praça da Liberdade, 247). No dia 15 de outu-bro, às 18 horas, o acadêmico Joa-quim Eloy Duarte dos Santos falará sobre “A Literatura de Cordel”. Em novembro, no dia 12, também às 18 horas, o acadêmico e professor universitário Marcelo J. Fernandes fará palestra com o tema “Mario Quintana: um poeta fora da acade-mia”. O ano acadêmico também já tem data para encerramento. Será dia 11 de dezembro, a partir das 17 horas.

Natureza poética - Nem só de poesia vive o homem. O acadêmi-co Sylvio Adalberto é também um dedicado amante da arte da foto-grafia. Em seu site (www.sylvioa-dalberto.com) encontra-se um belo apanhado de uma de suas especia-lidades fotográficas: a captura de imagens de pássaros da mata atlân-tica. O ofício já lhe rendeu convites para palestras e exposições sobre o tema. No site, além das fotos, há informações sobre cada uma das es-pécies fotografadas.

Academia online - O site da Aca-demia Brasileira de Poesia (www.rauldeleoni.org) já se tornou um ponto de referência no mundo da literatura no país. São centenas de acessos diariamente, promovendo um intenso intercâmbio de poetas de todo o país. Perfil e antologia po-ética dos poetas acadêmicos titula-res e correspondentes, entrevistas, divulgação de novos talentos, infor-mações técnicas sobre técnicas do verso, e muito mais pode ser aces-sado, com conteúdo atualizado com frequência.

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PROGRAMA 3ª SEMANA DA POESIA EM ARRAIAL DO CABO

26 a 31 de outubro de 2009Local: Casa da Poesia – Rua Nilo Peçanha - 2

DIA 29 – QUINTA FEIRA16 horas“A EXPEDIÇÃO DE AMERICO VESPÚCIO E AS ORIGENS DE ARRAIAL DO CABO”Palestra do Prof. Wilnes Martins Pereira Local: Espaço Cultural Amazônia Azul – Praça do Covas s/n20 horasBALÉ DOS ALUNOS DO CENTRO CULTU-RAL MANOEL CAMARGOLocal: Casa da Poesia – Rua Nilo Peçanha - 2

DIA 30 – SEXTA FEIRA 21 horasLANÇAMENTO DO LIVRO “AMERICO VESPÚCIO O NAVEGANTE QUE DESCO-BRIU ARRAIAL DO CABO” : AUTOR: Wi-lnes Martins PereiraLocal: Casa da Poesia - Rua Nilo Peçanha - 2

DIA 31 – SÁBADOdas 9hs às 13hsPOÉTICA PERIPATÉTICA – aos cuidados do escritor Alexandre Acampora – Passeio por loca-lidades de Arraial do Cabo declamando e lendo poemasLocal: Casa da Poesia – Rua Nilo Peçanha - 219 horasTEATRO DE RUA “MAREAMAR”Local : Casa da Poesia – Rua Nilo Peçanha – 220:30 horasLUAU DA POESIALocal: Casa da Poesia – Rua Nilo Peçanha - 2

IV Saquá GICAP será dia 17

Reg

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15 de Outubro dia do Professor

As homenagens aos professores não deveriam se restrin-gir somente ao dia 15. Elas deveriam ser constantes, pois o árduo trabalho de educar é diário. O professor não mede es-forços para estar em sala de aula e passar aos alunos os seus conhe-cimentos.

O professor não é um simples instrutor das matérias perten-centes ao currículo escolar, mas também prepara as pessoas para enfrentar a vida, abrindo os hori-zontes, em direção à edificação de cada um.

Parabéns, professores! Que to-dos os dias de suas vidas sejam re-pletos de realizações. A vocês que fizeram do Magistério uma profis-são pela qual podem chegar até o povo e assim poderem auxiliá-lo, tornando-o digno e nobre, meus sinceros agradecimentos e meu respeito a todos.

Como disse Cora Coralina: “Professor, faz de tua cadeira a cátedra de um mestre. Se souberes elevar teu magistério, ele te eleva-rá à magnificência. Feliz aquele que transfere o que sabe e apren-de o que ensina. Melhor professor nem sempre é o de mais saber e, sim, aquele que, modesto, tem a faculdade de manter o respeito e a disciplina da classe”.

*Elzo Souza Silveira (Elzinho) é Secre-tário Municipal de Serviços Públicos e de Transporte de Saquarema.

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Page 9: Jornal Poiésis - 163

exemplo, deixa de ser Mahler, o mesmo acontecendo com um soneto de Camões se lhe mudam as palavras. No caso de Chi-co Buarque, diverge o escritor do poeta/músico?

A minha reflexão estava por aí quando li, agora, de um fôlego, encantado, o ro-mance “Leite derramado” (Companhia das Letras, 2009). Que obra-prima! De repente, no desenvolvimento de outros ro-mances, parece que Chico foi superando sua admiração culta pela narrativa subje-tiva da modernidade, e encontrou o seu eu próprio, onde as experiências de seu tem-po e lugar, aliados ao conhecimento histó-rico, formaram fios narrativos condutores à reflexão do que somos e onde estamos. A Literatura toma seu sentido maior. Não mais um simples formalismo, arte pela arte, parnasiana e chata! A narrativa toma um sentido de história viva, reconhecível, e nos moldes de quem sabe construí-la, não simplesmente repetindo a linearidade fechada de um academismo. Ao contrário. Cada capítulo reconta histórias sob novas perspectivas, numa construção para o ar-cabouço geral. Sim, um novo contador de história, o que, também, tal como ocorre com suas canções, tem um vivo sentido na tradição brasileira.

Em vez de lugares vagos ou uma Bu-dapest que o próprio autor declarou não conhecer, o romance se passa no Rio de Janeiro, com todas as características de certa sociedade carioca. E mais, de certa família brasileira. Não é, no entanto, como li em alguma referência ao livro, uma saga de família. Eu diria que é, antes, um “vol d’oiseau” sobre o Brasil dos últimos dois séculos. Se alguma saga nele pode lembrar é a da descrição da Inglaterra por 4 séculos da Virginia Woolf de “Orlando”, através de um personagem (Curiosamente o nar-rador de Chico é também centenário). O Brasil desde a chegada da família real por-tuguesa, passando pelas fazendas de café, escravidão, e um século vinte de decadên-cia de certa riqueza que sempre se abaste-cera no ócio. O adágio popular “pai rico, filho nobre, neto pobre” que já o pai de Chico, Sérgio Buarque de Hollanda, mos-

9nº 163 - outubro de 2009

O novo romance de Chico BuarqueGerson Valle

Desde final da déca-da de 60 que o nome de Chico Buarque de Hollanda encontra-se estreitamente vincu-lado à música popular brasileira como autor de bem sucedidas letras e melodias e cantor. Desta forma, seus escritos têm sido mais lembrados como “letras” de música, gênero que al-guns encaram como um “tipo inferior de poesia”. De fato, existem “letras” que servem, de forma “impressionista”, à criação de um sentido às frases musicais, possuindo, isoladas, um valor relativo. O grande Manuel Bandeira não parece ter escrito diferentemente, por exemplo, quando “letrou” a “Dança (Martelo)” das 5as Bachianas Brasileiras de Villa-Lobos, obedecendo-lhe a prosódia e enveredan-do por palavras que descrevem o sentido nordestino e de ânimo geral da melodia e ritmo (O Villa lhe deu a melodia para “letrar”). Isto, no entanto, não prova, evidentemente, que toda “letra” de mú-sica não tenha um valor literário isolado. Como cancioneiro, Chico Buarque, em muitas de suas “letras”, completa o “sen-timento” rítmico-melódico de sua música. Mas, sempre houve nele, desde o primeiro grande sucesso, “A Banda” (cuja “letra” foi elogiada pelo mesmo Bandeira como que saudando o aparecimento de um novo poeta) uma preocupação que atenta para a construção literária.

Chamo a atenção para o envolvimen-to com a Literatura que se pode deduzir de algumas de suas composições. Mui-tas delas são da melhor poesia, e até uma manifestação rara em nosso tempo da capacidade narrativa neste gênero, usan-do de meios descritivos e observações de absolutas contemporaneidades, sem se fe-char num formalismo com medo da prosa de nossos versejadores “ditos eruditos” e cheios de metáforas pernósticas para se expressarem diferentemente da prosa (quando não de mofados academismos). Isto o destaca dentre os nossos poetas, in-clusive com uma consciência do meio, ter-ra, costumes, vivências, bem maiores que muitos que lhe torcem o nariz. Cito um exemplo (dentre muitos) da bem elabora-da poesia da canção (ou madrigal?) “Geni e o zepelim”, paráfrase excepcionalmen-te bem feita do famoso conto “Bola de Sebo”, de Guy de Maupassant. E já por aí se percebe sua vivência literária signi-ficativa. Neste exemplo, a brasilidade dos termos e composição geral da personagem se “adaptam” a uma ficção curiosa. É o poeta brasileiro dotado de uma formação

contemporânea abrangente. Apesar de conhecido mais

por suas canções, desde o início de carreira Chico Bu-arque tem também escrito para teatro. Tão forte é seu talento literário, que ouso afirmar que após Nelson Ro-drigues um dos momentos de maior expressividade no teatro moderno brasileiro deu-se com sua peça “Gota d’água”, só não sabendo até onde vai a sua responsabili-dade no texto e a colaboração com Paulo Pontes.

O fato é que Chico Buarque de Hollanda é dos artistas mais talentosos e bem forma-dos da sua geração. Por isto não estranhei quando, em 1991, surgiu o romance “Estor-vo”. Estranhei, sim, que ele, que em suas canções mostrava-se tão mais solto, natu-ral em sua brasilidade e contemporaneida-de que o comum dos poetas e intelectuais da terra, no gênero romance se fechasse dentro de um expressionismo meio ka-fkiano ou dinobuzzatiano. Demonstra não desconhecer certos caminhos traçados nas vanguardas do século XX, mas não abre sua própria experiência e visão emotivo/cultural como faz nas canções. É um fato curioso isto. Os nossos intelectuais são ca-pazes de dissertar filosófica, literária, arte-plasticamente, sociologicamente, de forma séria, com conhecimentos profundos, mas quando falam de música restringem-se à popular. Um dos mais consagrados de nos-sos cancioneiros se mostra “complexo” na escrita literária, e relaxa com simplicidade nas melodias sem necessidade de maiores desenvolvimentos e renovações do seu tempo... Não o critico por isto. Acho que ele encontrou das mais expressivas formas de atualidade brasileira na canção que faz. E este gênero, aliás – “lied”, “mélodie” ou “seresta” – é importante em obras como as de Schubert, Schumann, Fauré, Villa-Lobos... Porém, não pude deixar de notar certa contradição entre a linguagem retor-cida, metafórico-expressionista em “Estor-vo” e a comunicação direta das melodias e ritmos nas canções. Observo que no caso da canção erudita, há uma “composição” escrita, onde o autor é como o escritor, criando uma forma fixa de melodia, ritmo, harmonia, escolha tímbrica insrumental, a ser impressa e repetida como ele a criou, ao passo que na canção popular, o chama-do “compositor” apenas tece uma melo-dia, no máximo com certo ritmo, que vai sendo “variada” pelos intérpretes cantores e músicos acompanhantes e/ou arranjado-res. Mudando qualquer nota no canto ou na orquestração de um “lied” de Mahler, por

trara em suas “Raízes do Brasil”, com as origens portuguesas valorizando a nobreza do “far niente”, sendo o trabalho entregue ao escravo. Este era alguém da casa, com quem os sinhozinhos eram criados, daí o personagem-narrador do romance dizer não ter preconceito de cor. O escravo, no entanto, ao ser libertado, não estava pre-parado para coisa alguma, a não ser imitar o ócio do senhor. As gerações se acomo-daram entre modas ignorando os percursos passados, como as dos netos e bisnetos do narrador, com seus brinquinhos da con-temporaneidade e pobreza.

Observo certa semelhança no caráter do narrador, Eulálio Assumpção, com a do Braz Cubas machadiano, que passou a vida sem buscar o trabalho, entre as modas tam-bém de seu tempo, inutilmente. Da mesma forma que Machado, Chico descreve com naturalidade a maneira de ser do persona-gem, não o atacando diretamente, parecen-do até simpático na, talvez, e aí cito outra vez a obra de seu pai, “cordialidade brasi-leira”. Apenas deixa dados para a reflexão do leitor. Há nele um pouco do Bentinho também, e sua paixão pela mulher, Matil-de, aparece com a dubiedade na descrição do comportamento desta, uma multiplica-da Capitu, se assim se pode dizer (o que se acentua com a descrição do entendimento dúbio sobre o comportamento do “outro”, mesmo dentro da estreiteza das relações de um casal, com a interpretação variada pelo tempo diversificado da observação, ou seja, o próprio modo de encarar varia-do pelo observador em formas sucessivas). Não acredito que sejam coincidências. São, antes, mesmo que não tenha havido intenção de citação machadiana, identida-des do caráter em certa burguesia nacional. O que torna o romance ainda mais signi-ficativo. E a Literatura, quando “conta histórias”, com dados sociológicos, psico-lógicos, históricos, na aparente despreocu-pação de um simples lazer, bem construída como em “Leite Derramado”, é, de fato, a expressão mais completa e significativa para a reflexão da realidade. Sendo que Chico Buarque não deixa nunca de ser o bom poeta, tocando, em diversos pontos, imagens fugidias na descrição realista. O cancioneiro que narra histórias é o mesmo ficcionista que doura metáforas, sem, no entanto, delas abusar, nunca fazendo com que o leitor se enfade com o expressionis-mo pouco claro de tudo. Decididamente, uma obra-prima.

Gerson Valle é poeta e escritor, membro da Academia Brasileira de Poesia, autor de “Vozes novas para velhos ventos” (Thesau-rus, 2007)

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Page 10: Jornal Poiésis - 163

10 nº 163 - outubro de 2009

POESIA E PROSA DE JOAQUIM CARDOZO (2ª parte)

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A parte da prosa de Joaquim Cardozo se inicia com seus contos, aqui reunidos pela primeira vez. São apenas doze, alguns já publicados em periódicos. Em geral traem experiências pessoais do autor e, em certos casos, são essencialmente narrativos. Os contos nascidos dessas experiências são basicamente três: ‘Voltando da marcação’, ‘Perdidos nos tabuleiros’ e ‘Tramataia’. Todos são narrados na primeira pessoa, sem a preocupação de fazer “literatura”. Neles, Cardozo evoca episódios ocorridos quando trabalhava como topógrafo em locais agrestes de Pernambuco e Paraíba. Embora os demais contos igualmente respirem uma atmosfera de experiência pessoal, nem sempre a narrativa – mesmo na primeira pessoa – se desenvolve como relato puro e simples. Em ‘O rugido’, história narrada numa conversação, cria–se um ambiente fantasmagórico, onde se ressalta o acontecimento insólito que adquire contornos de fatalidade. ‘De novo em Cabedelo’ representa uma espécie de retorno à narrativa linear dos três primeiros contos. O texto se enriquece com descrições bem feitas e a relação da luta dos marinheiros contra a maré e os ventos. ‘Em busca do marco das balanças’, que também relata experiências de Cardozo como topógrafo, recupera em parte o clima fantástico de ‘O rugido’. Com as incertezas que aflora, o conto respira ima atmosfera de mistério.

A partir de ‘Minha tia Dondon, os contos de Cardozo mostram uma contínua valorização, onde se encontram peças de maior densidade,

tendendo para o universal. Este conto é uma admirável mistura de realidade e fantasia, em que o retrato da velha Dondon, tia–avó de Cardozo, é traçado com finura, leveza e segurança. ‘Na estação’ é outro conto em que se instaura o clima fantástico através do onírico, a dominar inteiramente o narrado. Nele se compõe uma atmosfera fantástica de um mundo paralelo ao real, que guarda muita afinidade com os poemas de Mundos paralelos. ‘A pesca do lagostim’, no entanto, é um conto dramático que se desenvolve em clima de suspense contínuo. Cardozo cria uma expectativa no leitor, ma sem nada de fantástico. Os personagens e a própria ambiência da narrativa estão muito bem descritos e o autor aborda, com felicidade, a questão da eterna luta do homem contra o mar. Em ‘O caminho’, também aparece a natureza inóspita em permanente conflito com o ser humano. O simples depoimento de um engenheiro vai se transformando aos poucos numa aventura em que o narrador se vê às voltas com dificuldades noturnas. O texto dramático é admiravelmente conduzido, fazendo deste conto um dos melhores da coletânea.

‘Brassávola’ e ‘Variações sobre uma vida’ expõem dois sugestivos exemplos de um mundo virtual, paralelo, que tanto fascínio exerce sobre Cardozo. No primeiro, o leitor é levado a penetrar em um universo sensorial que serve de base psicológica para a narrativa, e onde o que importa são as sensações que estimulam e podem desorientar os sentidos. Em ‘Variações sobre uma vida’, única narrativa na terceira pessoa, o elemento fantástico volta a predominar, a par da noção de inanidade diante de fenômenos naturais e sensoriais (ou extra–sensoriais). O protagonista é, sucessivamente, assediado pela sombra

de uma nuvem que age como se tivesse vida própria5, uma luz fria que lhe penetra no pensamento, uma voz lívida (note–se a adjetivação inusitada do fenômeno), voz de fato apenas virtual, que somente ele ouve. Sucedem–se diversas afecções psicossomáticas e sensoriais, a que não resiste, principalmente por serem puramente virtuais. Assim, estes contos, embora à primeira vista pareçam simples narrativas e descrições de fatos pessoais e ambientes familiares, evoluem para a exposição e análise de estados psicológicos, onde se revelam os enormes abismos que todo ser humano carrega consigo, e muitas vezes o dominam. Cardozo teve a qualidade e a ciência de nos chamar a atenção para tais abismos.

Em Joaquim Cardozo, o crítico e ensaísta são ainda pouco divulgados. Esta edição apresenta seus principais textos ensaísticos sob duas rubricas: ‘Sobre literatura e arte’, e ‘Sobre

arquitetura e urbanismo’. No primeiro, Cardozo analisa, entre outros, a poesia de Manuel Bandeira, Toda a América, livro de poemas de Ronald de Carvalho, a pintura de Telles Júnior e a antiga pintura religiosa de Pernambuco, a escola de desenho de Ulm, a pintura de Rembrandt. Comenta a retrospectiva Goeldi em 1956, a obra de Picasso, as gravuras de Carlos Scliar, faz uma crítica literária ao livro Memorial do errante, de Afonso Félix de Sousa e ao volume Agenda poética do Recife6, escreve sobre Pancetti, Djanira, etc. Em ‘Sobre arquitetura e urbanismo’, entre outros estudos, faz observações sobre o Recife da época do domínio holandês, os azulejos empregados na nossa arquitetura, a figura e a obra de Oscar Niemeyer, e a construção de Brasília, etc. O volume se encerra com dois discursos de paraninfo: ‘Discurso ao concluintes de engenharia de 1939’ e ‘Discurso ao novos arquitetos’ (1957).

Portanto, reunindo em livro quase toda a obra de Joaquim Cardozo, a Nova Aguilar presta grande serviço à literatura e ao leitor brasileiros. Talvez, em edição futura, seja possível acrescentar a esses textos todo o teatro de Cardozo.

___

NOTAS5. Cf. o poema”’ A nuvem

Carolina’, de Mundos paralelos.6. Agenda poética do Recife. Rio

de Janeiro: Coordenada Editora de Brasília, 1968. Apresentação e seleção de Cyl Gallindo.

Fernando Py (1935) é poeta, tradu-tor e crítico literário, membro da Academia Petropolitana de Letras, da Academia Brasileira de Poesia e do conselho editorial do Jornal Poiésis.

Page 11: Jornal Poiésis - 163

11nº 163 - outubro de 2009

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Bahá’ís participam de caminhada em Copacabana

“A paz não é somente possível, mas inevitável”, essas foram as pala-vras que estamparam a presença dos Bahá’ís na II Caminhada em Defesa da Liberdade religiosa, que reuniu milhares de pessoas na orla de Copa-cabana, Rio, no dia 19 de setembro.

O evento também contou com a presença de adeptos de vários seg-mentos religiosos como Hare Krish-na, Católicos, Evangélicos, Judeus, Muçulmanos, Budistas, Hinduístas, e de origens africanas como o Can-domblé e a Umbanda. “Foi um ato de Fé Universal”, segundo o ministro da Igualdade Racial, Edson Santos, que também esteva presente na manifes-

Projeto Primeiro Passo é premiado em festival no Rio

AULAS DE DANÇAna Colônia de Pescadores de Saquarema

Jazz - Balé Clássico - Dança LivreGinástica e Capoeira

O Projeto Primeiro Passo, grupo de dança que faz seus ensaios na Colônia de Pescadores Z-24, em Saquarema, há apenas alguns meses, já tem o que co-memorar. Os bailarinos foram premia-dos com o troféu de terceiro lugar no festival de dança realizado em agosto no Teatro Odilon Costa, na UERJ, com a coreografia assinada por Patrícia Bel-trão. Integrantes do projeto estiveram na última terça-feira, 15/09, na Prefei-tura de Saquarema, para um encontro com a prefeita Franciane Motta. O ob-jetivo foi agradecer a ela o apoio dado para que o grupo pudesse estar presen-te na competição. “Para nós, que esta-mos começando, é muito importante contar com o apoio para o transporte quando vamos representar o município em festivais importantes como esse”, disse Valéria Beltrão, integrante do Pri-meiro Passo.

O Projeto Primeiro Passo ministra aulas de dança a preços populares na

Colônia de Pescadores. O grupo tem procurado fazer um trabalho bastante voltado para o desenvolvimento social, promovendo, também, atividades so-ciais, educativas e de saúde, ampliando assim sua atuação junto à comunidade. No final de agosto, o grupo promoveu, com auxílio da dentista Aline Ramos, um dia voltado inteiramente para a saúde, com aplicação de flúor em crianças, além de serviços de aferição de pressão e verificação de níveis de glicose para adultos.

Reg

ina

Mot

a

tação.A Fé Bahá’í nasceu no Irã, país

que até nos dias atuais persegue os seguidores de Bahá’u’lláh, funda-dor da religião. Muitos ainda en-contram-se em cárcere, vivendo de forma sub humana, sem direito a se expressar, presos pelo simples fato de serem Bahá’ís.

“A Fé Bahá’í ensina o amor a to-das as religiões, sem preconceito de raça ou posição social. Muitos ami-gos estão sendo perseguidos, mas tenho fé em Deus que tudo isso irá passar e a paz maior chegará”, disse Regina Mota, seguidora da religião há 25 anos.

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Emygdia Melo expõe no Rio em novembro - A advogada e artista plástica Emygdia Gomes de Melo irá expor seus trabalhos no Clube Militar, na Avenida Rio Branco, Centro do Rio. Os dois quadros escolhidos foram: “Velha Amendoeira de Saquarema” e “Fogão a Lenha”.

Juca Chaves em Saquarema - o menestrel visitou nossa cidade no último final de se-mana de setembro. Na foto acima, Cisa Cruz, proprietária da Frutíssima, An-gela Feingold, da Pousada Ayuruoca, Franciane Mot-ta, prefeita de Saquarema e Juca Chaves. Na outra foto a empresária Mara Azeredo, da Liliputi Modas, ao lado do simpatissíssimo artista. Nesse dia a equipe do Jornal Poiésis participou do delicioso almoço feito por Cisa com muito carinho, em homenagem ao “Juquinha”, na acon-chegante Frutíssima.

Odete em Nova Iorque A artista plástica Odete Figueiredo, que reside em Saquarema, expôs seus trabalhos na Ward-Nasse Galery, em Nova Iorque, nos meses de julho, agosto e setembro. As escultu-ras “Gertrudes”, feita em resina, e “Valentina”, em bronze, tiveram destaque na renomada galeria.

Conselho de Municipal de Segurança de Saquarema - Acima, a nova diretoria com-posta por Emygdia Gomes de Melo, presi-dente, Almir Pereira da Silva, vice-presiden-te, Adriana Carvalho, primeira secretária, Adelina Fonseca de Aragão, segunda secre-tária e Ivone Maia Araújo, diretora social.

Polícia Civil - Dr. Aglausio Batista (centro) passou o cargo de delegado da Delegacia Legal de Saquarema para Sergio Lorenzi (esq.). A solenidade, ocorrida no dia 29/09, contou com a presença de Celso Couto, co-ordenador regional da Polícia Civil.

Delícia de bolo - O bolo de niver do Poiésis foi feito por Sandra e até hoje rende elogios. Aos inte-ressados basta ligar para: (22) 2653.0693 e fazer sua encomenda!