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“SEX-SHOP” DESCONHECE A CRISE www.reporterdomarao.com.pt [email protected] Telf. 255 521 307 Preço: 1,00€ IVA 5% incluído O JORNAL DA REGIãO DO TâMEGA E SOUSA 29 de Janeiro a 11 de Fevereiro 2009 Quinzenário Edição n.º 1211 Ano 25 Publica-se à quinta-feira Director: Vítor Almeida Director Adjunto: Alexandre Panda CELORICO DE BASTO 35 MILHÕES EM PROJECTOS RURAIS CINFãES CâMARA LANÇA CARTãO JOVEM MUNICIPAL MARCO DE CANAVESES BOMBEIROS FESTEJARAM 85º ANIVERSÁRIO VALE DO SOUSA CAVACO SILVA VISITA CASTELO DE PAIVA Obras no Palácio da Justiça continuam adiadas. Humidade no edifício põe em causa o nornal funcionamento da justiça. CÂMARA DE BAIÃO CRIA REDE DESCENTRALIZADA DE SERVIÇOS Empresário da loja confessou ao RM aumento de venda de vibradores na época natalícia. Pág. 8/9 REGIÃO P.7 DOLMEN APRESENTOU PROJECTOS PARA A REGIÃO NO VALOR DE 154 MILHÕES DE EUROS MAU TEMPO BOMBEIROS DA REGIÃO DESCONTENTES COM COORDENAÇÃO NACIONAL RESENDE P.10 ANTÓNIO BORGES ACREDITA NO FUTURO DA CIM DO TÂMEGA E SOUSA AMARANTE Vão cantar-se as Janeiras este fim-de- semana AMARANTE P. 4 TRIBUNAL DA COMARCA CONTINUA A METER ÁGUA

Jornal Repórter do Marão - 29-01-2009

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O Jornal do Tâmega e Sousa

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Page 1: Jornal Repórter do Marão - 29-01-2009

“SEX-SHOP”DESCONHECE A CRISE

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O J O r n a l d a r e g i ã O d O T â m e g a e S O u S a29 de Janeiro a 11 de Fevereiro 2009 • Quinzenário • Edição n.º 1211 • Ano 25 • Publica-se à quinta-feira • Director: Vítor Almeida • Director Adjunto: Alexandre Panda

CelOriCO de BaSTO35 milHÕeS em

PrOJeCTOS ruraiS

CinFãeSCâmara lanÇa CarTãO

JOVem muniCiPal

marCO de CanaVeSeSBOmBeirOS FeSTeJaram

85º aniVerSÁriO

Vale dO SOuSaCaVaCO SilVa ViSiTa

CaSTelO de PaiVa

Obras no Palácio da Justiçacontinuam adiadas. Humidade no edifício põe em causa o nornal funcionamento da justiça.

CÂMARA DE BAIÃO CRIA REDEDESCENTRALIZADA DE SERVIÇOS

Empresário da loja confessou ao RM aumento de venda de vibradores na época natalícia. Pág. 8/9

REGIÃO P.7

DOLMEN APRESENTOU PROJECTOS PARAA REGIÃO NO VALOR DE 154 MILHÕESDE EUROS

MAU TEMPO

BOMBEIROS DA REGIÃO DESCONTENTESCOM COORDENAÇÃO NACIONAL

RESENDE P.10

ANTÓNIO BORGES ACREDITA NO FUTURO DA CIM DO TÂMEGA E SOUSA

amaranTe

Vãocantar-se

as Janeiraseste fim-de-

semana

AMARANTE P. 4

TRIBUNAL DA COMARCA CONTINUA A METER ÁGUA

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Repórter do Marão 29 Janeiro 20092 Sociedade [email protected]

alexandre Panda

Agostinho Leal, o indivíduo natural de Penafiel que se fez passar por inspector da polícia judiciária durante cerca de um ano, foi encaminhado para a cadeia de Custóias, depois da Relação do Porto ter confirmado a pena de quatro anos do Tribunal de Pa-redes. O falso investigador tinha recorri-do da decisão do colectivo de Paredes, mas a Relação decidiu contra o indivíduo de 51 anos, julgado por vários crimes de ameaça, usurpação de funções, falsificação de do-cumentos e ainda lenocínio, num processo em que a PJ e ainda duas vítimas se consti-tuíram assistentes da acusação. A Relação validou a decisão da comarca de Paredes que considerou provado que “Agostinho Leal se fez passar por inspector utilizando um carro com artefactos normalmente uti-lizados pelos agentes do Estado e falsa do-cumentação, para obter proveitos próprios e também favores sexuais, em alguns ca-sos.

O indivíduo de 51 anos foi julgado por vários crimes de ameaça, usurpação de funções, falsificação de documentos e ain-da lenocínio, num processo em que a PJ e ainda duas vítimas se constituíram assis-tentes da acusação. Agostinho Leal foi de-tido em finais de 2006 pelo Núcleo de In-vestigação Criminal da GNR de Penafiel

depois de um ano de averiguações sobre queixas implicado um indivíduo que se in-titulava de inspector. Na altura, para além de coletes semelhantes aos das autorida-des, foi-lhe apreendido um carro com piri-lampos e um dístico falsificado. A PJ tinha-se constituído assistente da acusação neste processo, uma vez que a estrutura policial entendeu que as alegadas usurpações de identidade do indivíduo denegriram a ima-

gem da judiciária. Auto-intitulado inspector da PJ, Agos-

tinho Leal convencia as pessoas que podia resolver processos pendentes em tribu-nal e também ajudar em situações de co-branças difíceis. Também foi considera-do provado um crime de lenocínio, em que Agostinho Leal incentivou a própria com-panheira da altura a prostituir-se.

TRibunal da Relação confiRMou senTença do TRibunal de PaRedes

Falso PJ de Penafiel vai cumprir pena de quatro anos em Custóias

a gnr apreendeu ao indivíduo um carro com pirilampos e um dístico falsificado

raPTOradO BeBÉ dePenaFielJulgada nOFinal demarÇO

o julgamento de simone ferreira, a jovem de 21 anos acusada de ter raptado um bebé do Hospital de Penafiel em Ju-nho do ano passado, está marcado para o próximo dia 31 de Março, no tribunal de lousada. Para além da alegada raptora, também um antigo namorado, césar al-meida de 25 anos, é acusado de seques-tro. este jovem, segundo a acusação do MP, foi contactado pela arguida na vés-pera do rapto para a ajudar a levar um bebé do Hospital de Penafiel. césar e si-mone passaram a noite juntos num apar-tamento de felgueiras e na tarde do dia seguinte deslocaram-se, no veículo de cé-sar, à unidade hospitalar e fugiram juntos com o bebé para felgueiras, onde o actu-al namorado da jovem, Márcio, a veio bus-car. em casa dos sogros, simone foi detida pela PJ, na mesma noite, na posse de um impresso da segurança social com vista à obtenção de abono de família, um bole-tim individual de saúde onde constavam o registo de vacinas e ainda um impresso de certificação de gravidez. documentos que serviam para credibilizar a falsa gra-videz. aP

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Repórter do Marão 29 Janeiro 2009 [email protected] Sociedade

alexandre Panda

Um atirador armado de uma arma de chumbo de recreio está a disparar para as ruas do centro do Marco de Canaveses, as-sustando as pessoas que passam na zona do parque radical e da avenida Avelino Ferreira Torres. Os tiros já começaram no verão, durante o Festival do Anho Assado e Feira das Colectividades, altura em que chegaram as primeiras denúncias às au-toridades. Perante as movimentações dos militares da GNR, o atirador decidiu pa-rar durante uns meses, mas voltou recen-

temente ao ataque. Fonte policial adian-tou ao RM que até agora nenhuma queixa formal foi apresentada, mas que as auto-ridades tiveram conhecimento do caso por simples denúncias de pessoas que viram o “sniper” em acção.

Os alvos do atirador são pessoas, pássa-ros, edifícios e lojas. Uma vez que o atira-dor limita-se a disparar com uma arma de chumbo, a partir de um prédio alto, já lo-calizado pela GNR, os projecteis ainda não resultaram em nenhum ferido, limitando-se a magoar os populares. “Já fui atingido numa perna, mas como estava com umas

calças de ganga, acabou por não mago-ar muito. Na altura fiquei muito perplexo porque não percebia de onde é que podia vir o projéctil”, adiantou ao RM, uma das vítimas que preferiu manter o anonimato.

Com o atirador a disparar novamente para as ruas do centro da cidade de Mar-co de Canaveses, as autoridades estão no-vamente em campo para identificar um suspeito. O caso está a irritar quem dia-riamente passa pelo palco do atirador, pro-vocando o medo e o receio dos habitantes e clientes das lojas daquela zona da cida-de marcoense.

marCO: CenTrO de Saúde aSSalTadO

o centro de saúde da feira nova em Marco de canaveses foi assaltado durante o fim-de-semana entre 17 e 19 de dezem-bro. desconhecidos roubaram os compu-tadores da secretaria da unidade de saúde o que provocou pequenos constrangi-mentos no atendimento, segundo alguns utentes. Para penetrar nas instalações os ladrões partiram uma janela, situada na secretaria. Há cerca de 15 dias, a mesma janela tinha sido arrombada, mas na al-tura nada tinha sido furtado, pelo que se presume que a primeira abordagem tenha sido um “reconhecido” à casa. o centro de saúde não tem nem alarme nem sistema de videovigilância pelo que não se sabe em que dia do fim-de-semana em que os larápios actuaram. nenhum vizinho se apercebeu do assalto nem de movimen-tações suspeitas durante os mesmos dias. a GnR tomou conta da ocorrência e está a investigar o caso. aP

FelgueiraS:derrOCadaPrOVOCa um FeridO

a derrocada de uma parede exterior do cine-teatro fonseca Moreira, no cen-tro da cidade de felgueiras, provocou no passado dia 21 de Janeiro, cerca das 17 h00, um ferido. um operário da constru-ção civil que estava a trabalhar na reno-vação do edifício foi apanhado pela pare-de. os bombeiros de felgueiras assistiram a vítima no local e transportaram-na para o hospital de Guimarães.

lOuSada:mOTOCiCliSTaaBalrOadO POrVeíCulO em Fuga

um motociclista de 69 anos ficou gra-vemente ferido depois de ter sido abalro-ado por uma viatura, cerca das 16h00 do passado dia 21 de Janeiro, no cruzamen-to de bairros em casais, no concelho de lousada. José Martins foi assistido no lo-cal pelos bombeiros de lousada e pelo ineM e transportado para o hospital de são João do Porto.

alexandre Panda

Duas mulheres, mãe e filha suspeitas de liderar um esquema de venda de droga aos consumidores do Vale do Sousa, foram detidas no passado dia 21 de Janeiro pelo Núcleo de Investigação Criminal da GNR de Penafiel, em Paços de Ferreira e Pare-des, na posse de 240 doses de heroína.

A mãe de 60 anos residente em Lorde-lo, Paredes, que já tem cinco filhos presos por tráfico de droga, é suspeita de ter li-derado o negócio familiar nos últimos me-ses, depois do último membro da família

ter sido detido pelas autoridades. A famí-lia é conhecida pelas forças policiais como sendo traficante de droga. A filha de 28 anos também foi detida pelo NIC de Pe-nafiel quando estava a sair de casa, cerca das 7h30, para se dirigir ao emprego. Ti-nha cerca de 700 euros e uma centena de doses de droga.

O esquema era simples. A filha, resi-dente em Carvalhosa, Paços de Ferreira, que seria o elemento que guardava a droga e o dinheiro, passava todos os dias de ma-nhã, antes de se deslocar para o emprego, em casa da mãe para reabastece-la. Já em

Lordelo, durante o dia, a mãe vendia a dro-ga aos toxicodependentes, a partir da re-sidência. A filha regressava à noite à casa da mãe para recuperar o dinheiro, fruto da venda do dia e para apurar qual era a quantidade necessária para o dia seguinte. Em media, as autoridades acreditam que a venda diária rondava as 200 doses, o equi-valente a 1000 euros por dia.

Desde de 2005 que a família das duas mulheres estava sob uma intensa vigilân-cia das autoridades, que já levaram às de-tenções dos filhos da mulher de 60 anos.

Cerca das 7h30 da mesma quarta-fei-

ra, o NIC montou duas vigilâncias às ca-sas das suspeitas que não ofereceram re-sistência. A filha guardava a droga num porta lápis e, em casa da mãe, o NIC en-controu a heroína numa almofada. Ambas foram presentes ao tribunal de Paredes no dia seguinte para o primeiro interrogató-rio judicial, que determinou a proibição de se ausentar dos concelhos de residência, a proibição de contactar entre si e com toxi-codependentes e também a apresentação diária nos postos da GNR das áreas onde residem.

faMília das susPeiTas foRTeMenTe RefeRenciada Pelas auToRidades PoR TRáfico

mãe e filha detidas por tráficode droga em Paredes

TiRos de cHuMbo no MaRco de canaveses

atirador disparasobre pessoas elojas no centroda cidade

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Repórter do Marão 29 Janeiro 20094 Amarante [email protected]

alexandre Panda / Jorge Sousa

As obras de remodelação do tribunal de Amarante, prometidas pelo Governo no Ve-rão passado, continuam adiadas, apesar de o Estado já estar a pagar a renda no edifí-cio dos escritórios da antiga Tapoban, onde irá funcionar o órgão judicial durante cer-ca de um ano.

A infiltração da água das chuvas no edi-fício, que afecta diversas áreas do tribu-nal, casos de uma sala reservada para as ví-deo-conferências e outra de audiências, é o problema mais grave do imóvel, sobretudo durante o actual Inverno, pródigo em plu-viosidade.

O perigo para quem utiliza estas salas, público, funcionários, advogados e magis-trados, é constante porque as instalações eléctricas também são afectadas pela hu-midade.

O piso, feito de tacos de madeira, é ir-regular dada à deformação provocada pela humidade. Num dos casos, o piso de tacos está praticamente desfeito.

Esta situação arrasta-se há nove anos,

mas o Governo decidiu no ano passado abrir um con-curso para renovar as ins-talações, empreitada que, apurou o RM, ainda não foi adjudicada.

“As infiltrações são um perigo para a integridade fí-sica das pessoas e já foi ne-cessário montar tendas para proteger os processos”, ex-plicou uma fonte ao RM.

A humidade é tanta que em dias de forte pluviosida-de a água escorre pelas pa-redes e inunda pavimentos, tornando-os escorregadios e propícios a quedas.

O primeiro concurso para renovar o edifício foi aberto há vários anos, mas foi sucessivamente adiado. Ape-sar da promessa do secretário de Estado da Justiça, Conde Rodrigues, aquando da visi-ta ao tribunal em Fevereiro de 2008, de ini-ciar as obras em Junho passado, ninguém ainda consegue confirmar, sete meses de-

pois, a data da mudança de instalações ou o arranque das obras.

O RM apurou que o Estado já está a pa-gar a renda do espaço arrendado desde Ja-neiro, que necessita ainda de algumas obras de adaptação para receber provisoriamente o tribunal.

Face ao andamento do processo poucos

acreditam que a mudança se ve-rifique na interrupção da Pás-coa, existindo quem augure que a mudança só se vai realizar nas férias judiciais do Verão, ou seja, com um ano de atraso.

O custo da intervenção, a aguardar adjudicação, é de cer-ca de 1,2 milhões de euros, es-tando previsto que as obras de-correm durante um ano.

Além de uma reformula-ção geral, o tribunal passará a dispor de três salas de audiên-cia construídas de raiz, uma de grande capacidade e duas de média dimensão.

A área ocupada pelo arqui-vo vai ser reaproveitada e aque-

le vai ser organizado no sótão do edifício.No novo mapa judiciário, o tribunal de

Amarante, que tem uma pendência anual de cerca de 3500 processos, vai ser sede da circunscrição do Baixo Tâmega Norte, uma das duas que integram a NUTS Tâmega e Sousa.

esTado Já esTá a PaGaR Renda das insTalações PRovisóRias Mas a Muda ainda não esTá PRevisTa

Salas de audiências dotribunal continuam à chuva

Desde Dezembro que o Município tem enriquecida a sua oferta formativa, com a abertura do Centro de Formação de Amarante do Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP), onde são leccionados cursos pelo Centro de For-mação de Vila Real do IEFP e pelo CEN-FIM - Centro de Formação Profissional da Indústria Metalúrgica e Metalomecâ-nica.

Instalado num dos pavilhões do Tâ-

mega Park e ocupando uma área superior a quatro mil metros quadrados, o Cen-tro de Formação tem em leccionação, por parte do IEFP, os cursos de Horticultu-ra e Fruticultura Biológica; Acção Edu-cativa e de Técnicas Aplicadas ao Serviço Pessoal e à Comunidade, devendo iniciar, em breve, um curso de nível B1 (1º ciclo), dirigido a desempregados sem escolari-zação.

Por sua vez, o CENFIM oferece sete

cursos: Desenho Técnico; Serralharia Mecânica; Electricidade e Instalações; Formação de Formadores (dois); Inglês e Informática e Desenho e Soldadura.

Com mais de uma centena e meia de formandos já inscritos, o Centro de For-mação de Amarante deverá vir a acolher bastantes mais nos próximos meses, es-tando a ser estudadas, pelo Município, soluções de transporte entre a cidade e o Tâmega Park, por forma a facilitar a sua mobilidade.

CenFim cria núcleo de amarante

Direccionado para uma área empre-sarial com significativa implantação em Amarante – a metalomecânica – o CEN-FIM abriu o seu núcleo no Município em Dezembro passado e conta já com cerca de uma centena de formandos.

O Centro de Formação Profissional da Indústria Metalúrgica e Metalomecânica foi criado em Janeiro de 1985 pelas duas associações do sector, do Norte e do Sul, hoje designadas AIMMAP - Associação dos Industriais Metalúrgicos Metalome-cânicos e Afins de Portugal e ANEMM - Associação Nacional das Empresas Me-talúrgicas e Electromecânicas e pelo IEFP - Instituto do Emprego e Forma-ção Profissional.

Pelo CENFIM passaram já mais de 100.000 formandos, sendo 15.000 jovens, dos quais mais de 8.000 conseguiram em-prego no Sector Metalúrgico e Electro-mecânico e mais de 85.000 activos de em-presas.

acTualMenTe coM dez cuRsos disPoníveis

Tâmega Park acolhe formandos do Centrode Formação Profissional de amarante

5º enCOnTrO deCanTadOreS deJaneiraS nO SÁBadO

o Tâmega Park vai ser o palco do 5º en-contro de cantadores de Janeiras, sábado 31 de Janeiro, organizado pela câmara Municipal de amarante. a exemplo dos anos anteriores, o evento vai contar com ranchos folclóricos, bandas de música, tunas, grupos corais, as-sociações culturais e recreativas e estabeleci-mentos de ensino. o início das actuações está marcado para as 21:30, com entrada livre.

ex-miniSTrO aPelaà reBeldia dOS JOVenS

o ex-ministro couto dos santos lembrou sexta-feira 23 de Janeiro, em amarante, o epi-sódio do “rabo mostrado pelos estudantes”, numa célebre manifestação quando era titu-lar da pasta da educação, para apelar à rebel-dia dos jovens face à crise generalizada que atravessa o país. “os jovens andam adorme-cidos”, afirmou o antigo membro do governo de cavaco silva.

couto dos santos falava no primeiro de-bate de um conjunto de conferências organi-zadas por um grupo de cidadãos de amaran-te, agregadas sob a sigla “forum amarante”.

além de couto dos santos, participaram neste primeiro debate o docente universitário Paulo santos e também faria Paulino, um an-tigo capitão do Movimento do 25 de abril.

ao primeiro debate, sobre a necessidade de uma nova cidadania, faltou João Teixeira lopes, docente universitário e figura de rele-vo do bloco de esquerda.

o facto de a maioria das pessoas que in-tegram a organização serem oriundas da área social-democrata e democrata-cristã terá le-vado a pressões de dirigentes locais para que o bloquista não participasse neste encontro, decisão que pode também colocar em cau-sa a participação de outros elementos de es-querda que foram convidados para as sessões seguintes, nomeadamente de ana drago. JS

Page 5: Jornal Repórter do Marão - 29-01-2009

Repórter do Marão 29 Janeiro 2009 [email protected] Baião

De novo, o concelho de Baião foi polvilhado com neve desde o passado Domingo 25 de Janeiro ao final da tarde até a madrugada de segunda-feira, cerca das 4h30. A queda de neve, embora com menor intensidade que o nevão histó-rico que paralisou toda a região no início no mês, obrigou a Protecção Civil a encerrar, entre as 21h30m e as 8h45m, as Estradas Nacionais 101 (Amarante – Baião), 321 ( Alto da Boavista – Queimada) e a 304-3 (Fojo- Carvalhais).

Quanto às Estradas Municipais estiveram também en-cerradas, durante o mesmo período, a EM 578 ( Valadares – Avezudes), EM 579 (Entre Várzea- Campelo e Valdares) e a EM 580 (Avezudes – Gestaçô).

O presidente da Câmara Municipal de Baião e da Pro-tecção Civil Municipal, José Luís Carneiro, accionou os mecanismos de Protecção Civil, tendo sido envolvidos nas operações 27 homens e 11 viaturas do Serviço Municipal da Protecção Civil, dos Bombeiros Voluntários de Baião e de Santa Marinha do Zêzere, da GNR de local e das Estra-das de Portugal,

Na segunda-feira, a partir das 9h00, circulava-se em to-das as estradas nacionais e municipais cortadas na mesma madrugada, embora com alguma prudência, principalmen-te nas zonas mais altas.

De referir ainda que durante o mesmo fim-de-semana, devido às condições climatéricas adversas (vento e chuva forte), o Serviço Municipal de Protecção Civil de Baião re-solveu cerca de 100 situações de derrocadas, quedas de ár-vores e deslizamento de terras.

Jorge Sousa

A Câmara Municipal de Baião vai criar uma rede de balcões de serviços públicos e au-tárquicos, destinada a fa-cilitar a vida aos cidadãos do concelho e evitar deslo-cações e gastos em trans-portes.

O presidente da au-tarquia, José Luís Car-neiro, em declarações ao RM, adiantou tratar-se “de um passo importante na estratégia de desenvol-vimento descentralizado e participado do concelho”.

O autarca acrescentou “que o objectivo é dotar de serviços descentrali-zados todos os núcleos populacionais com mais de 1.500 eleitores, nalguns casos abrangendo duas ou mais fre-guesias”.

Actualmente funcionam duas des-sas estruturas autárquicas nos pólos urbanos de Santa Marinha do Zêzere e de Ancede, mas o autarca de Baião promete alargar o serviço, nos próxi-mos anos, aos núcleos populacionais de Gove, Santa Cruz do Douro, Ges-taçô e Teixeira/Teixeiró.

“Estamos a instalar uma rede multipolar de serviços autárquicos no concelho”, salientou José Luís Car-neiro, acrescentando que “é impor-tante aproximar a população da ad-ministração e dos serviços públicos”.

“Baião não pode centralizar todo o

seu desenvolvimento na sede de con-celho, deve antes apostar em todas as freguesias, mas especialmente nos

núcleos de Santa Marinha do Zêzere e Ancede”, sustentou o autarca.

À excepção de processos urbanís-ticos mais complexos, que envolvam o PDM (Plano Director Municipal) ou licenciamentos de obras particulares, bem como operações de tesouraria relativas a pagamentos, a generali-dade dos serviços autárquicos poderá ser prestada nesses balcões, dotados também de um PAC (Posto de Aten-dimento ao Cidadão), uma espécie de miniloja do Cidadão.

Segundo o autarca, a cobrança de taxas ou tarifas de serviços, que hoje já é feita por Multibanco ou pe-los Correios, também vai ser tratada nesses balcões, o mesmo acontecendo a todo o tipo de requerimentos e de

informações.“A rede digital que está a ser

construída no concelho [financiada no âmbito do projecto Tâme-ga Digital] vai permitir, a curto prazo, a circulação digital de documentos”, acrescentou José Luís Carneiro.

No âmbito deste pro-jecto descentralizador foi lançado, sábado, um novo edifício em Santa Mari-nha do Zêzere que, além dos serviços autárquicos, vai albergar a sede da jun-ta de freguesia, o Posto de Atendimento ao Cidadão (PAC), o Posto de Atendi-mento ao Munícipe (PAM) e uma biblioteca com Es-

paço Internet.

investimento de 750 mil eurosA construção de novos edifícios

autárquicos nos pólos urbanos de Santa Marinha do Zêzere e de An-cede é também justificada por José Luís Carneiro “devido à relação de charneira e de proximidade destas freguesias com os municípios vizi-nhos de Resende, Mesão Frio e Cin-fães”.

O autarca anunciou ainda ao RM que na actual sede da Junta de Fre-guesia de Ancede serão investidos 250 mil euros para remodelação e am-pliação do edifício, tornando-o mais funcional e dotando-o também de no-vos serviços públicos e autárquicos.

CandidaTO dO PSd à Câmara diz que auTarquia FalHOu nO COmBaTe à neVe Presidente da câmara afirma que JoséCarlos Póvoas desconhece o concelho.

José carlos Póvoas, candidato à câmara de baião pelo Psd, acusa o actual edil de fazer folclore em volta dos ser-viços de protecção civil accionados pela autarquia duran-te os nevões que paralisaram a região. o candidato do Psd disse ao RM que a câmara deveria ter um plano de emer-gência actualizado: “quem falhou foi o actual presidente da câmara que deveria ter uma protecção civil pró-activa. José luís carneiro fez um folclore a seu gosto para as televisões”, afirmou José carlos Póvoas, contactado pelo RM.

num comunicado enviado para as redacções que lan-çou a polémica, a candidatura social democrata adiantou que “apesar de ter sido interpelado na última reunião de câmara pelo vereador social-democrata para o cumpri-mento da lei – a existência de um comando operacional municipal, bem como um plano de emergência para o con-celho – José luís carneiro, de uma forma arrogante disse que não precisava de cumprir a lei, porque ele próprio as-sumia o comando das operações”. “a vida das pessoas não tem custo, mas José luís carneiro colocou em risco a vida de cidadãos devido à sua inoperância em prol da sua pro-paganda pessoal”, diz o candidato à câmara, no mesmo co-municado

contactado pelo RM para comentar as críticas do futu-ro adversário do Psd nas próximas autárquicas, José luís carneiro começou por agradecer a todos os bombeiros e comandos, assim como elementos da GnR, presidentes de agrupamentos e iPss, direcção do centro de saúde e todos os colaboradores da câmara, “pelo excelente desempenho nas operações da protecção civil”. o presidente da câma-ra também fez questão de contradizer José carlos Póvoas, afirmando que baião tem um plano de emergência Muni-cipal: “é importante dizer que recebemos agradecimentos de entidades nacionais e distritais pela forma como condu-zimos os socorros. Por outro lado, tenho de dizer que es-sas afirmações (de José carlos Póvoas) apenas mostram um desconhecimento do território. Mas o comunicado do can-didato do Psd é visto como uma nota de boa disposição, à semelhança de anteriores aparições públicas”, disse ao RM, José luís carneiro. aP

Queda de neve volTou a RevesTiR o concelHo de bRanco

Chuva e vento obrigaram protecção civila cerca de 100 intervenções

Câmara instala rede descentralizada debalcões de serviços públicos e autárquicos

Page 6: Jornal Repórter do Marão - 29-01-2009

Repórter do Marão 29 Janeiro 20096 Celorico / Cinfães [email protected]

emPregada de lOJa SequeSTrada erOuBada POrdOiS CaSaiS

a empregada de uma loja de roupa, em fermil, celorico de basto, foi, na tar-de do passado 19 de Janeiro, sequestra-da por quatro assaltantes: duas mulheres e dois homens, encapuzados, que a ame-açaram com uma pistola. a vítima de 47 anos foi manietada com fita-cola e fecha-da na casa de banho. os ladrões levaram cerca de 350 euros, entre o dinheiro da caixa e a carteira da funcionária. a meio da tarde, os dois casais entraram na loja, localizada junto da en 205, disfarçados de clientes. Queriam experimentar sapatos.

depois de ter experimentado vários pares de sapatos, os larápios mostraram o verdadeiro objectivo da visita. “estoiro-te os miolos e depois vai o teu marido”, foi com essas palavras que a funcionária per-cebeu que os jovens não estavam para brincadeiras.

os assaltantes apanharam a cartei-ra da funcionária, de onde retiraram cer-ca de 170 euros e o cartão multibanco. o resto do dinheiro foi roubado da caixa re-gistadora. depois de terem roubado o di-nheiro, os jovens preparam a fuga, amor-daçando a mulher. Prenderam lhe os pés e as mãos e trancaram-na na casa-de-ba-nho. cerca de meia-hora depois é que uma vizinha estranhou a ausência da fun-cionária e ligou com a proprietária da loja. entretanto, os jovens já se tinham posto em fuga num opel corsa com o qual fo-ram ao centro de celorico de basto para levantar 150 euros com o cartão multi-banco da vítima. a PJ de braga está a in-vestigar o caso.

Celorico de Basto apresentou 31 pro-jectos ao Programa de Valorização Eco-nómica de Recursos Endógenos (PRO-VERE), através de um consórcio formado pelos municípios do Baixo Tâmega e por agentes privados da região que se propõe investir cerca de 150 milhões de euros em projectos de valorização de espaços ru-rais.

A região vai apresentar uma candida-tura ao Programa PROVERE, que con-templa 155 intenções de investimento em

diferentes ramos de actividade, dos quais 31 são de Celorico de Basto, 20 privados e 11 públicos.

Dos cerca de 70 projectos privados apresentados, 20 (28,6%) pertencem ao concelho de Celorico de Basto e represen-tam um investimento de cerca de 15 mi-lhões de euros (29,33%) do total do investi-mento (51 milhões de euros).

No que concerne a investimentos pú-blicos, Celorico de Basto, apresentou cer-ca de 20 milhões de euros, de um total de

103 milhões de euros.Os projectos vão de encontro aos objec-

tivos do programa que prevê a valorização do património arquitectónico e cultural, recursos ambientais, certificação de activi-dades económicas tradicionais e projectos de hotelaria são as áreas prioritárias des-ta candidatura do Baixo Tâmega, designa-da “Paisagens Milenares”.

Albertino Mota e Silva, presidente da Câmara Municipal de Celorico de Basto acredita que é uma excelente oportunida-de para dar início à construção de alguns projectos importantes para o concelho, re-lacionados com turismo, ambiente e ener-gias renováveis e realçou a importância da construção da ecopista que ligará Celorico de Basto a Amarante.

De realçar que o PROVERE é um ins-trumento desenvolvido pelo Ministério do Ambiente, Ordenamento do Território e Desenvolvimento Regional para estimular iniciativas dos agentes económicos orien-tadas para a melhoria da competitividade territorial de baixa densidade populacio-nal. O projecto é liderado pela Cooperati-va de Desenvolvimento do Baixo Tâmega (Dolmen) e conta com o envolvimento di-recto dos municípios de Celorico de Bas-to, Amarante, Baião, Marco de Canave-ses, Cinfães, Resende e Penafiel, além de 68 entidades privadas e públicas. Entre es-tas encontram-se a Associação de Municí-pios do Baixo-Tâmega e várias juntas de freguesia de diferentes concelhos.

As obras do Parque de Lazer de Mou-rilhe, na freguesia de S. Cristóvão de No-gueira, arrancaram na segunda-feira 19 de Janeiro.

A instalação de bar de apoio com espla-nada, de parque de merendas e de bancas para a comercialização de fruta; a coloca-ção de mobiliário urbano e de ecopontos; a criação de percursos pedonais, de ciclovia e de zonas de jogos tradicionais, de espec-

táculos e de lazer; e a arborização do espa-ço, com espécimes adequados ao local, são as intervenções previstas. A plataforma existente no local será aproveitada. O Par-que de Lazer de Mourilhe será implantado em terrenos da Rede Eléctrica Nacional, entidade com quem a Câmara Municipal de Cinfães celebrou protocolo de colabora-ção para proceder à empreitada.

A localização do futuro Parque, numa

área com cerca de 20 mil m2, enquadra-se no recorte paisagístico da Albufeira do Carrapatelo, no Rio Douro. Os trabalhos obedecerão às determinações do Plano de Ordenamento das Albufeiras da Régua e do Carrapatelo (POARC).

A empreitada foi adjudicada à empre-sa IberSilva, Sucursal em Portugal, por 342.139,18 euros. O prazo de execução é de 150 dias.

70 VOlunTÁriOSnO BanCO dOVOlunTariadO

o banco local de voluntariado (blv) de cinfães está a iniciar o segundo ano de actividade com 75 inscrições: 70 voluntá-rios e 5 instituições promotoras. no próxi-mo mês de fevereiro, 29 dos voluntários inscritos irão frequentar formação em vo-luntariado, já frequentada por um primeiro grupo. 22 dos voluntários aguardam entrevis-ta. o tra-balho de “i nte re s -se social e comuni-tário” será desenvol-vido pelos voluntários nas institui-ções pro-motoras de voluntariado inscritas no banco. du-rante o pri-meiro ano de actividade, 2008, o blv de cinfães realizou, entre outras actividades, acções de sensibilização em juntas de fre-guesia, instituições Particulares de solida-riedade social (iPss), em escolas e junto da população local; e recolha e distribui-ção de livros e de brinquedos. o blv de cinfães continua a apelar à inscrição de pessoas e de instituições para desenvolvi-mento de trabalho voluntário, através do contacto 255 560 560 ou então por e-mail: [email protected]

Celorico de Basto pretende investir 35 milhões de euros em projectos de valorização rural

Os jovens residentes no município de Cinfães já podem aderir ao Cartão Jovem Municipal e usufruir de descontos e van-tagens a nível municipal, nacio-nal e europeu. O acordo entre a Câmara Municipal de Cinfães e a Movijovem, detentora da marca Cartão Jovem Euro<26, foi assi-nado no passado dia 23 de Janei-ro, na Casa da Cultura.

O Cartão Jovem Municipal Euro<26, para além de propor-cionar os tradicionais descontos do Cartão Jovem clássico (em ci-nema, festivais de música, via-gens, pousadas de juventude, eventos desportivos, museus, monumentos, em estabelecimen-tos comerciais, entre outros), proporciona benefícios exclusi-vos no município de Cinfães. No Espaço Internet municipal o desconto é de 100%, tal como no que diz respeito aos Re-

síduos Sólidos Urbanos. Nas licenças de Obras particulares o desconto que propor-ciona o Cartão Jovem é de 50%. No gimno-

desportivo e nas piscinas coberta e desco-berta o desconto é de 20%.

Para além dos descontos em servi-ço municipais, o Cartão Jovem de Cin-fães também prevê vantagens entre 10 à

21 % em diversas lojas localiza-das no município. Desde livros a fios de ouro ou relógios e roupas o jovens terão direito a descon-tos, desde que seja apresentado o Cartão Jovem. As lojas aderen-tes também passam por oculis-ta, sapataria, material eléctrico, transportes públicos, material informático, mobiliário de escri-tório e muito mais.

O Cartão pode ser adquiri-do na Câmara Municipal de Cin-fães, por jovens com idades en-tre os 12 e os 25 anos (inclusive), mediante pagamento de 8 eu-ros, entrega de uma fotogra-fia e apresentação do Bilhete de

Identidade. O documento tem a validade de um ano.

PRoPoRciona desconTos eM bens e seRviços no concelHo

Câmara de Cinfães lança Cartão Jovem municipal

Cinfães: Obras do Parque de lazer de mourilhe já arrancaram

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Repórter do Marão 29 Janeiro 2009 [email protected] Região

Mais de 150 milhões é quanto um con-sórcio formado por entidades públicas e privadas, sete municípios do Baixo Tâme-ga, Basto, Douro Sul e Vale do Sousa – to-dos integrantes da nova Comunidade In-termunicipal (CIM) do Tâmega e Sousa –, se propõe investir, em projectos de valori-zação de espaços rurais.

Em declarações à imprensa, José Luís Carneiro, presidente da Câmara Municipal de Baião e da Dolmen, cooperativa que li-dera o processo, explicou que a região vai apresentar uma candidatura ao Progra-ma de Valorização Económica de Recursos Endógenos (PROVERE), que contempla 155 intenções de investimento em diferen-tes áreas de actividade, sendo 85 oriundas de promotores públicos (103 milhões de eu-ros) e 70 de promotores privados (51 mi-lhões de euros).

O PROVERE é um instrumento do QREN - Quadro de Referência Estraté-gico Nacional, desenvolvido pelo Ministé-rio do Ambiente, Ordenamento do Terri-tório e Desenvolvimento Regional “para estimular iniciativas dos agentes económi-cos orientadas para a melhoria da competi-tividade territorial de baixa densidade po-pulacional”.

Valorização do património arquitectóni-co e cultural, recursos ambientais, certifi-cação de actividades económicas tradicio-nais e projectos de hotelaria são as áreas prioritárias desta candidatura, designada por “Paisagens Milenares”.

O projecto é liderado pela Cooperati-va de Desenvolvimento do Baixo Tâmega (Dolmen) e conta com o envolvimento di-recto dos municípios de Baião, Amaran-te, Marco de Canaveses, Cinfães, Resen-de, Penafiel e Celorico de Basto, além de 70 entidades privadas.

Valorizar os recursos endógenose únicos da região

O autarca de Baião e presidente da Dol-men explicou na sessão de apresentação de candidatura, que decorreu no passado sá-bado, 17 de Janeiro, que este conjunto de projectos “pretende dar valor económico a recursos endógenos e únicos do território”. Na sessão pública, participaram os presi-dentes das câmaras de Amarante, Baião, Celorico de Basto, Marco de Canaveses e Resende e os vice-presidentes de Penafiel e Cinfães.

José Luís Carneiro mostrou-se espe-rançado de que os recursos financeiros previstos nesta candidatura possam con-tribuir para a concretização de projectos que ajudem a inverter alguns indicadores negativos da região, considerada uma das mais pobres do país.

A concretização dos projectos criará 220 postos de trabalho, um indicador real-çado pelo presidente da Dolmen a propósi-to das elevadas taxas de desemprego.

Entre os projectos mais emblemáticos, designados como projectos âncora, con-tam-se intervenções na antiga cidade ro-mana de Tongobriga, em Marco de Cana-veses, valorização da Serra da Aboboreira, onde existe um importante campo arque-ológico, estudado há quase três décadas, uma ecopista a ligar Celorico de Basto a Amarante, um centro interpretativo das artes e ofícios rurais em Marco de Cana-veses, o lançamento de um canal de Web-TV regional, bem como algumas unidades hoteleiras e de turismo rural a desenvolver na região.

rota do românico no Baixo Tâmega

A candidatura também prevê a imple-mentação da Rota do Românico dos muni-

cípios do Tâmega (já existe uma na área do Vale do Sousa, criada antes da criação da NUTS Tâmega e Sousa), um projecto de turismo de aldeia, em Baião, e acções de in-terligação com o Douro Vinhateiro.

Produtos da agricultura, pecuária ou artesanato da região, como a cereja de Re-sende, o vinho verde, os doces regionais ou a carne de raças autóctones, também pode-rão ser valorizados no âmbito de projectos contemplados no programa de acção.

Esta candidatura, a apresentar na Co-missão de Coordenação e Desenvolvimen-to Regional do Norte (CCDR-N), não ga-rante financiamento directo aos projectos, mas pode, em caso de aprovação, permitir uma majoração até 10 por cento das candi-daturas a apresentar a outros programas.

Para José Luís Carneiro, só a coesão entre os vários municípios, em articulação com os investidores privados incluídos nes-te consórcio, tornou possível avançar com uma candidatura que considerou “muito forte”. “Temos de conseguir uma rede sóli-da para vencer as dificuldades”, insistiu.

Também presente na apresentação es-teve Ricardo Magalhães, antigo secretário de Estado do Ambiente e actual responsá-vel pela Unidade de Missão do Douro.

Ricardo Magalhães elogiou a candida-

tura do Baixo Tâmega e defendeu as van-tagens das parcerias entre os sectores pú-blico e privado e entre os diversos níveis da administração.

“Estas coisas fazem-se caminhando, não se decretam”, vincou.

Ricardo Magalhães lembrou as dificul-dades que a região teve há alguns anos para apresentar um Pacto Territorial de Desen-volvimento, em contraste com a abrangên-cia desta candidatura. Lembrou, por outro lado, que a candidatura vai ter a concorrên-cia de outras propostas de todo o norte do país, nomeadamente do Douro, do Minho e do Nordeste Transmontano. “Face à qua-lidade das várias candidaturas, não queria estar na pele de quem vai ter a responsabi-lidade de as seleccionar”, concluiu.

A finalizar a sessão, Manuel Moreira, enquanto presidente da assembleia-geral da Dolmen, salientou a importância des-ta candidatura, apelando à união para que surjam “cada vez mais sinergias para, de uma vez por todas, darmos um salto qua-litativo”.

Para o autarca do Marco de Canaveses, “o Governo deve avaliar esta candidatura de acordo com a mérito que ela comporta”, e “só vencendo esta candidatura é que a re-gião pode vencer e progredir”, disse.

cooPeRaTiva de desenvolviMenTo dolMen lideRa o PRocesso

intenções de investimentode 154 milhões na região

Candidaturas das autarquias aderentes e projectos privados foram apresentados a 17 de Janeiro, em Baião.

A partir do próximo 31 de Janeiro a nova região administrativa, a Comuni-dade Intermunicipal do Tâmega e Sou-sa (CIM) vai ganhar competência legal com a instalação dos seus órgãos, o Con-selho Executivo e a Assembleia Inter-municipal.

A CIM do Tâmega e Sousa é cons-tituída pelos municípios de Amarante, Baião, Castelo de Paiva, Celorico de Bas-to, Cinfães, Felgueiras, Lousada, Marco de Canaveses, Paços de Ferreira, Pare-des, Penafiel e Resende, correspondendo a um território de 1.988 km2 e a uma po-

pulação de cerca de 527 mil habitantes.O Conselho Executivo é o órgão de

direcção da CIM, composto pelos 12 Pre-sidentes de Câmara dos municípios inte-grantes e a sua instalação está agendada na sede da Comunidade Intermunicipal.

A Assembleia Intermunicipal é o ór-

gão deliberativo da CIM, sendo compos-to por 66 membros, de entre os membros directamente eleitos das doze assem-bleias municipais e decorrente do acto eleitoral que ocorreu no final do ano pas-sado naquelas mesmas assembleias.

Comunidade intermunicipal do Tâmegae Sousa instalada a 31 de Janeiro

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Repórter do Marão 29 Janeiro 20098 Destaque [email protected]

alexandre Panda

O ambiente cor-de-rosa é propício ao que os clientes vão procurar. À porta de entrada uma tabuleta obrigatória por lei que avisa: entrada proibida a menores. A Sex Brinca, a única sex-shop que concen-tra todos os produtos para poder adoptar esse nome está aberta há três anos e os clientes não têm faltado. Os clientes são de todas as faixas da sociedade, desde a mais elevada até a classe mais baixa. São advo-gados, empregadas de escritório ou operá-rios da construção civil. Procuram provar o fruto proibido, apimentar a relação entre o casal, comprar brincadeiras para despe-didas de solteiro ou, simplesmente matar a curiosidade sobre sexo.

Uma segunda-feira de Janeiro não cos-tuma ser um bom dia de negócio mas Al-fredo Silva, proprietário da Sex-Shop de Penafiel, não se pode queixar. Em cerca de uma hora realizou duzentos euros em pro-dutos como gel, lingerie ou vibrador. “Mui-tos clientes não se deslocam à minha loja apenas para comprar, ou seja não me limi-to a ser um vendedor de produtos íntimos. Em muitas situações, aconselho os clien-tes para que consigam ultrapassar tabus. Faço o papel de psicólogo, sexólogo ou te-rapeuta, porque ainda há muita vergonha entre os casais e tenho o dever de os de-sinibir quando cá aparecem à procura de algo”, explicou Alfredo Silva ao RM.

A conversa com o proprietário toma ra-pidamente um rumo fálico: “para dar um exemplo dessa vergonha posso dizer que

há muito poucos casais que fazem mastur-bação individual um em frente ao outro. Têm de ultrapassar essa etapa para poder apreciar os prazeres da vida e ter uma ver-dadeira relação de cumplicidade”, acres-centou.

A loja tem uma multifacetada oferta de produtos destinados à relação amoro-sa ou simplesmente à brincadeira em tor-no do sexo. São aventais alusivos ao peito das mulheres ou atributo dos homens, lin-gerie para todos os gostos e tamanhos, ge-les de lubrificação ou óleo para massagens. No fundo do estabelecimento, um espaço mais resguardado concentra os vibradores e filmes para adultos.

“O que mais se vende são vibradores, mas a lingerie e os lubrificantes não ficam atrás”, garante Alfredo Silva, sempre com um sorriso de malícia no canto da boca quando apresenta os produtos.

Três clientes em meia-hora

A campainha da porta toca. Um homem de meia-idade entra na loja com um olhar decidido. Dirige-se directamente para a estante das lingeries. “É para oferecer à minha mulher”, explica ao vendedor. De-pois de ter escolhido o estilo e o tamanho, o cliente que pela primeira vez entrou na-quela sex-shop, mas que já frequentou ou-tros estabelecimentos, dirige-se à caixa para pagar, acompanhado de Alfredo. Já com um maço de notas na mão, o jovem lembra-se: “tenho de ir ver outra coisa”, e dirige-se para o espaço mais ousado da loja, de onde regressa com um vibrador.

Entretanto, um jovem casal entrou – ela com um passo mais firme e ele um pou-co reservado – à procura de um gel lubrifi-cante. “Não é para nós. É uma brincadeira para oferecer a um casal amigo”, explicam

RePoRTaGeM do RM no inTeRioR de uMa loJa eM Penafiel

Sex-SHOP da regiãOdO Tâmega e SOuSanãO COnHeCe a CriSe

Preços:• Gel: a partir de 10€

• Vibradores: 13 até 120€• Cuecas comestíveis: 10€

• Óleos: a partir de 10€• Algemas: 10 até 50€

alfredo Silva é um comerciante satisfeito com o negócio

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Repórter do Marão 29 Janeiro 2009 9

ao vende-dor, com um sorri-so. “E que tal uma l i n g e r i e ? Uma vez que que-rem ofere-cer mais alguma coi-sinha ao vosso ca-sal ami-go?”, diz o vendedor. “Não, é tudo muito caro” res-ponde o ca-sal.

Vendeu maisvibradores no natal

Para além das prendinhas para as crianças, para os adultos, o Pai Natal trou-xe objectos íntimos para satisfazer as fan-tasias dos maiores de 18. Os namorados procuram essencialmente lingeries, en-quanto que os casais estavam mais vira-dos para os lubrificantes. “Esta época foi boa. Para além do costume, tivemos muita saída de vibradores, mas também de esti-mulantes sexuais tanto para homem como para mulheres”, explicou Alfredo Silva que se referia as cápsulas tipo viagra ou vitaminas sexuais para os machos e gel ex-citante apelidados de “orgasmo fácil” para as mulheres.

“Temos clientes gays, lésbicas e hete-rossexuais. Solteiros e solteiras e casais. Muitas vezes são elas que se deslocam à loja. Eles ficam no carro, no parque de es-tacionamento, com vergonha de serem vis-tos a entrar neste tipo de loja. Elas aca-bam por ser mais desinibidas”, confessou o proprietário.

Alguns rapazes, recentemente promo-vidos a adultos por força da lei, ficam-se pela montra. Param, observam os objectos expostos e arrancam num passo apressado, antes que alguém os veja. “Muitos acabam por regressar e perder o medo de entrar

aqui. E n t r a m para ver os pro-dutos de brincadeira, mas acabam por deslocar-se onde encontram objectos mais ou-sados”.

“nunca pensei entrar nesse negócio”

Alfredo Silva tem 56 anos e abriu a pri-meira sex-shop em 2004, em Vila Nova de Gaia. Hoje é proprietário de três estabele-cimentos. “Antes de trabalhar nesse ramo, numa tinha entrado numa sex-shop. Lan-cei-me nesse negócio de forma fortuita, nada foi premeditado. O espaço da minha primeira “sex-shop” em Grijó era destina-do a uma cafetaria, mas por força de cer-tas circunstâncias, não obtive fumo bran-co para abrir e foi aí que decidi lançar-me neste negócio”, explicou o proprietário.

Em Penafiel, a loja existe há três anos e o volume de negócio tem crescido. Re-centemente o quinquagenário, que este-ve emigrado na Suíça durante largos anos, abriu uma loja perto de Albergaria-a-Ve-lha.

[email protected] Destaque

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Repórter do Marão 29 Janeiro 200910 Resende [email protected]

O presidente da Câmara de Resende não tem dúvidas de que o município a que preside não podia estar numa outra comunidade in-termunicipal que a do Tâmega e Sousa. Em entrevista ao RM, António Borges explicou que desde sempre os habitantes de Resende têm uma grande relação com os municípios do Distrito do Porto: “Não podíamos estar com Viseu ou Vila Real, uma vez que estamos mais próximos de territórios como Baião, Amaran-te, Cinfães ou Marco de Canaveses. São con-celhos do nosso espaço e numa lógica de novo desenho político-administrativo é para o Por-to que temos de nos virar. A população está mais virada para estes concelhos de que para Viseu ou Vila Real”, explicou ao RM, o pre-sidente da câmara, que também confidenciou ao nosso jornal a intenção de se recandida-tar ao cargo nas próximas autárquicas. Quan-do questionado sobre o qual é o lugar de Re-sende na nova Comunidade Intermunicipal do Tâmega e Sousa, António Borges explicou que “Resende é a porta de entrada do Alto Douro Vinhateiro, o que faz do concelho um património ímpar nessa nova região adminis-trativa. É nesse novo espaço que queremos dar o nosso contributo para poder fazer dessa região um espaço mais forte e mais capaz”.

Sobre a falta de acessibilidades de que sofre Resende, António Borges explicou ao RM que já há algum tempo que o município está a tratar de uma nova ligação à A4, atra-vés de Baião e Marco de Canaveses e também de uma nova estrada que ligue o concelho à A24. “Resende e Baião têm estado a traba-lhar com a Estradas de Portugal para resol-ver a questão das acessibilidades da região e as perspectivas são boas. Ao concluirmos a 321-2 (Baião – Ponte da Ermida) e a 222-2 (Ponte de Erminda e A24) estamos a criar um eixo poderoso que pode ajudar a desencravar

esta região do Douro e sobretudo pode tam-bém melhorar as acessibilidades às dinâmi-cas que se instalam na própria via fluvial. Há razões de carácter politica que nos deixam esperança. Com esta ligação o próprio con-junto dos municípios do Tâmega terão a ga-nhar”, adiantou António Borges.

autarca quer a certificaçãodas Cavacas de resende

Para além de ser conhecido como o con-celho da cereja, fruto que já está em proces-so de certificação, Resende está a tratar do reconhecimento da cavaca local. Neste mo-mento o processo de certificação está pen-dente da produção em quantidade e também da aderência dos produtores: “A denomina-ção de produtos de origem e a certificação dos produtos de origem é algo que defende o produto e os produtores. Mas é um cami-nho que passa pela vontade dos produtores em assumir compromissos com o mercado. Nos últimos anos, o fabrico das cavacas de Resende tem crescido de forma exponen-cial, em resultado da própria promoção das cavacas. Estamos num momento em que já se percebeu que é um produto que escoa com facilidade, o que é bom para os produto-res, o concelho e a economia local, mas esta-mos ainda num processo de consciencializa-ção para o problema da qualidade e para com a forma com que o nome da cavacas de Re-sende está a ser utilizado fora do concelho”, explicou o Presidente da câmara. É que em qualquer zona do país encontram-se as cava-cas, mas nem sempre com a qualidade que deveriam ter, o que leva António Borges a in-centivar os produtores de cavacas de Resen-de para o caminho da certificação, como for-ma de diferenciar o concelho. aP

A exposição de pintura intitula-da “Fragmentos” do artista Fernan-do Direito vai estar patente ao públi-co até dia 22 no próximo mês.

Segundo as palavras de Rodri-gues Vaz, trata-se de uma “exposição antológica integrando especialmente obras da série “Iconografias”, a que juntou algumas significativas da fase “Empório do Meio”, estes mais re-centes trabalhos de Fernando Direi-to aprofundam a reflexão sobre uma nova expressividade pictórica(...)”.

Acrescenta ainda que esta ex-pressividade “multiplica as possíveis interrogações em sugestões ricas de vibrações líricas, com recurso recor-rente aos efeitos da chamada Gran-de Pintura, num misto de figurativo e abstracto, que umas vezes se inclina para um lado e outras vezes para ou-tro, num equilíbrio fugaz onde o que interessa é o resultado visual, sempre

de grande impacto. No trabalho plás-tico de Fernando Direito tudo pare-ce surgir com extrema liberdade, se bem que nada esteja disposto ao aca-so. Trata-se, ao contrário, de soluções muito meditadas, onde as transparên-

cias de algumas manchas e os poten-tes empastelamentos de outras con-vivem graças à sua notável mestria compositiva, carregando a sua obra

de uma profunda dimensão expressi-va, que não só responde a uma impe-tuosa poética gestual como também a uma meditação em torno da massa pictórica e o seu desenvolvimento no suporte”.

Fernando Direito nasceu em 1944, é natural de Vila Nova de Foz Côa, vive e tra-balha em Lisboa, iniciou a sua carreira nos anos sessenta em Moçambique.

Expôs diversas vezes a tí-tulo individual e colectivo por todo o país e possui diversas colecções, estando represen-tado na Embaixada em Ma-drid, Paris, Atenas, Moscovo e Cidade do México. De des-

tacar ainda que se encontra referen-ciado no Dicionário de Pintores e Es-cultores Portugueses, Fernando de Pamplona.

muSeu muniCiPalPrOmOVe “rOTeirinHO”

o Museu Municipal promove o “Roteirinho do Museu”, através de uma série de actividades dirigidas às crianças que frequentam as escolas básicas do 1.ª ciclo do conce-lho. o “Roteirinho” é uma edição lúdico-pedagógica que tem como objectivo orientar os mais novos na visita às ex-posições permanentes de etnografia e arqueologia, pren-dendo a sua atenção para os objectos do passado e, con-sequentemente, desencadear o sentimento de pertença e salvaguarda em relação ao património cultural resendense. assim, através de uma visita curta, descontraída, informal e divertida, os alunos ficarão a conhecer as exposições pa-tentes e serão presenteados com o “Roteirinho”. com esta iniciativa pretende-se transmitir, numa perspectiva educa-tiva e de animação, o conceito de que o Museu é não só um espaço de saberes mas também de diversão.

PaTenTe ao Público aTé 22 de feveReiRo

“Fragmentos” em exposiçãono museu municipal

anTónio boRGes, PResidenTe da cÂMaRa MuniciPal:

“não estar na Comunidade doTâmega e Sousa era contra natura”

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Repórter do Marão 29 Janeiro 2009 [email protected] Marco de Canaveses

gruPO de CanTareSda aSSOCiaÇãO dOS FunCiOnÁriOS daCâmara muniCiPalaCTuam na TVi

o Grupo de cantares da associação dos funcionários da câmara Municipal do Marco de canaveses vai estar presente no programa “você na Tv”, no canal televisivo Tvi, na próxima sexta-feira, dia 30 de Ja-neiro. este foi criado em 2007, como for-ma de promover o salutar convívio entre os funcionários daquela instituição e inte-gra 15 elementos.

o seu reportório assenta na divulga-ção da música popular portuguesa, recor-rendo à utilização de instrumentos tradi-cionais representativos da região: violão, cavaquinhos, ferrinho, etc. a tipicidade dos seus cantares e do seu instrumental resultam numa sonoridade que reforça o espírito alegre das gentes desta região.

ÁreA ArqueolÓGiCAdO FreixO analiSa “TOngOBriga”

a direcção Regional de cultura do norte, área arqueológica de freixo, a as-sociação de amigos de Tongobriga, a uni-versidade de brown e investigadores con-vidados vão realizar uma breve reunião de análise avaliativa do projecto “TonGo-bRiGa, cinco anos de intercâmbio científi-co - cultural”, no auditório da estação ar-queológica do freixo, dia 29 Janeiro, pelas 16:00 horas.

a reunião vai contar com as interven-ções de antónio lima, da estação arque-ológica do freixo; filipa cortesão silva, universidade de coimbra; Jason urbanus, universidade de brown (eua); Jorge M. araújo, estação arqueológica do freixo; Katerina Thomas , deRee college de ate-nas (Grécia); lino T. dias, estação arqueo-lógica do freixo; Rudolf Winkes, universi-dade de brown (eua); silvana Trombetta, universidade de são Paulo (brasil); e vag-ner Porto, universidade de são Paulo (bra-sil). desde 2004 que está em curso um projecto de intercâmbio científico -cultu-ral entre a estação arqueológica do frei-xo/direcção Regional de cultura do norte e a universidade de brown (estados uni-dos da américa). decorre, actualmente, nos laboratórios da estação arqueológica de freixo uma study season, com a partici-pação das várias equipas de investigação.

Câmara adJudiCOu elaBOraÇãO de nOVO PlanO de reequilíBriO FinanCeirO POr50 mil eurOS

a câmara Municipal de Marco de ca-naveses adjudicou a elaboração e forne-cimento do novo plano de reequilíbrio financeiro do município de Marco de ca-naveses, a uma empresa privada pelo va-lor de 50 mil euros. a empresa Marques da cunha, arlindo duarte e associados, so-ciedade de Revisores oficiais de contas, vai ter de elaborar um novo plano, para o reequilíbrio financeiro da autarquia, no prazo de 58 dias. o registo desta adjudi-cação é datado de 18 de dezembro passa-do, segundo informação constante no site www.base.gov.pt, onde está publicado o anúncio do concurso público, por ajuste directo, efectuado entre a empresa e au-tarquia marcoense.

Sandra Teixeira

O mau tempo que se fez sentir no fim-de-semana de 24 e 25 de Janeiro não estra-gou a festa reservada para a comemoração dos 85 anos do Bombeiros Voluntários do Marco de Canaveses.

Sob o tema “lado a lado consigo”, as co-memorações iniciaram por volta das 9 ho-ras da manhã, com a formatura geral, se-guindo-se o hastear de bandeiras, ao som das sirenes, a bênção de uma viatura e a homenagem aos Bom- beiros e Asso-ciados falecidos, com deposição de uma co-roa de flores junto ao monumento ao Bom-beiro.

A sessão solene teve lugar pelas 10h30, com uma mesa de honra com-posta por Miguel Lemos, em representação do Go-verno Civil do Porto, Alí-pio Mesquita, presiden-te da Mesa da Assembleia Geral dos Bombeiros Vo-luntários do Marco, Ma-nuel Moreira, presidente da Câmara Municipal de Mar-co de Canaveses, José Campos, repre-sentante da Liga de Bombeiros Portugue-ses, Teixeira Leite, comandante distrital dos Bombeiros do Distrito do Porto, An-tónio Coutinho, presidente da Assembleia Municipal de Marco de Canaveses, José Miranda, presidente da Federação dos Bombeiros do Distrito do Porto, Cláudio Ferreira, presidente da Associação Huma-nitária dos Bombeiros do Marco e Fernan-do Nazário, comandante do corpo de Bom-

beiros do Marco.Abriu a sessão, Alípio Mesquita, lem-

brando os bombeiros que já partiram, mas sobretudo os que estão no activo, “nem sempre sabem ao que vão, mas vão”, dis-se o dirigente.

Durante a sessão foram entregues os capacetes a 19 novos bombeiros e meda-lhas de cinco, 10, 15, 20 e 25 anos de de-dicação e mérito, bem como medalhas de ouro a quatro bombeiros da corporação, já com mais de 35 anos de serviço.

D u r a n - te as várias inter-v e n - ções, Fernando Nazá-

rio dirigiu uma pala-vra especial aos novos

bombeiros e aos meda-lhados. O comandante incidiu o seu discurso

essencialmente sobre a nova legislação dos bom-

beiros e formação, algo que diz ser essencial para os bombeiros. São 275 ho-ras por ano que cada bom-beiro vai ter de formação, Fernando Nazário foi pe-

remptório neste tema: “só é bombeiro quem pode ter

formação, quem não pode, cus-ta-lhe ir embora, mas tem de ir”, referiu.

Aproveitando a presença dos altos diri-gentes da Liga e Federação de Bombei-ros, Nazário apelou à atribuição de mais meios para o quartel de Marco de Canave-ses, dois veículos de combate a incêndio e uma ambulância de socorro.

Seguiram-se outras intervenções, as quais assentaram sobretudo nas boas rela-ções existentes entre os vários órgãos pre-sentes e, no futuro, com a integração dos

novos bombeiros, também o pedido de no-vas viaturas foi tema das várias interven-ções, reforçando o pedido do Comandante dos Bombeiros do Marco. Cláudio Ferrei-ra referiu alguns dos melhoramentos já le-vados a cabo nas instalações do quartel e apelou “à mobilização de todos em torno da Associação Humanitária”.

Quem também subscreveu as reivindi-cações de Fernando Nazário quanto à for-mação e à atribuição de novas viaturas, foi Manuel Moreira, salientando a necessida-de da criação de um posto de socorros a náufragos, dado os dois rios que banham o concelho.

O autarca marcoense deu conta da nova equipa de intervenção permanente, que está a ser formada, com cinco bombeiros. Um projecto que está já na fase de recruta-mento e que resulta de uma parceria entre a Câmara Municipal do Marco, os Bombei-ros do Marco e a Autoridade Nacional da Protecção Civil. De acordo com Moreira, “o município de Marco de Canaveses é um dos primeiros do distrito e do país a assu-mir esta responsabilidade, numa parceria que a autarquia terá de arcar com 50 por cento da despesa com estes funcionários e a Autoridade da Protecção Civil com os ou-tros 50 por cento, num total de 70 mil Eu-ros ano”. A finalizar o seu discurso, o Pre-sidente da Câmara sublinhou que “a única política que espero ver nesta casa deve ser a política da protecção civil, as outras têm de ficar fora destas portas”.

A parte da tarde deste dia festivo foi reservada a um desfile, no qual participou o corpo de bombeiros e todas as viaturas pertencentes aos Bombeiros do Marco. A festa culminou com o cantar dos parabéns e o cortar do bolo de aniversário.

no Passado doMinGo, 25 de JaneiRo

Bombeiros Voluntáriosfestejaram 85.º aniversário

Page 12: Jornal Repórter do Marão - 29-01-2009

Repórter do Marão 29 Janeiro 200912 Opinião [email protected]

Helder Ferreira

A menos que se acredite que é possível transferir para as Azenhas o Porto de Leixões, para a helipis-ta o Aeroporto Sá Carneiro e para a Estação de Amarante a Estação de S. Bento, é que se pode continu-ar a insistir no argumento bafien-to de que Amarante não avança por-que não atrai indústria de grande dimensão. Ou então, fazendo tábua rasa das nossas condições morfoló-gicas, continuar a insistir na instala-ção de grandes empresas agrícolas no concelho.

Naturalmente não se concebe Amarante como um concelho iso-lado do país e do mundo e por isso imune às recentes alterações eco-nómicas. Nesse contexto, admite-se numa perspectiva imediata de re-configuração das estratégias rumo à manutenção/reforço da empregabi-lidade, por exemplo, para as PME’s da construção civil, uma viragem da construção de novas habitações para a recuperação e manutenção das existentes. Na agricultura também uma viragem assente no incremen-to da pequena agricultura de sub-sistência como forma de auxiliar nos orçamentos familiares e de geração de emprego local. Na indústria das urnas funerárias a adopção urgente de uma estratégia comum de refor-ço da capacidade concorrencial do negócio, procurando novas formas

de produção; incorporação de no-vos materiais; novas criações e de-sign de produto; novas estratégias de marketing…

Por outro lado, o recente refor-ço da oferta formativa nas áreas da metalurgia e metalomecânica assu-mem-se como factor determinante para o reforço da competência dos nossos Recursos Humanos e factor concorrencial para as empresas lo-cais.

Já para os desempregados a partir dos 30 / 35 anos sem escola-ridade mínima obrigatória, a incur-são pela oferta dos Centros Novas Oportunidades será sempre opção a ter em conta como forma de refor-çar a sua capacidade concorrencial no acesso ao emprego.

Mas a janela de oportunida-des imediata de geração de traba-lho para 2009, está em nossa opinião na rápida mudança de postura face ao Turismo, para o qual se exige um investimento na diversificação da oferta e qualidade de serviço, apos-tando em estratégias tão elementa-res como por exemplo:

- Abertura do comércio tradicio-nal em horários e dias que satisfa-çam as necessidades dos turistas;

- Profissionalizar a decoração das montras e exposição de artigos;

- Criar merchandising alusivo às nossas singularidades e disponibili-zá-lo de forma massiva nas lojas co-merciais (Ex. réplicas do convento

de S. Gonçalo e da ponte; miniaturas das nossas guigas, dos nossos dia-bos…);

- Disponibilizar na cidade pas-seios em charrete dotados de co-cheiros com conhecimentos históri-cos, patrimoniais e linguísticos para apresentação da cidade a turistas;

- Disponibilizar na cidade sis-tema de aluguer de automóveis an-tigos para visitas à cidade e envol-vente;

- Disponibilizar serviço de Guias Turísticos na cidade;

- Disponibilizar Guias Turísticos para realização da Rota dos Vinhos Verdes, Rota do Românico, Rota dos Artesãos; Rota dos Artistas Ama-rantinos… garantindo-se que todos os intervenientes: Adegas; quintas; casas senhoriais; empreendimentos de turismo rural; igrejas; casas mu-seu; atelier’s; museus rurais; igre-jas; capelas; monumentos; lojas de artesanato; oficinas de artesanato… dispõem de pessoas com competên-cias linguísticas; conhecimentos nas áreas que representam e que nos horários convencionados têm os es-paços abertos e disponíveis para vi-sita e comercialização de produtos;

- Disponibilizar em sistema de aluguer de veículos todo-o-terreno para passeios nos diversos pontos de interesse do concelho;

- Oferecer em todos os Hotéis e pontos de interesse turístico servi-ços de baby-siting com educadores

de infância e animadores sociais;- Dispor em S. Gonçalo (como

por exemplo em Santiago de Com-postela) de figurante trajado de S. Gonçalo, com conhecimentos lin-guísticos para apresentação da cida-de a turistas e aconselhamento de ofertas gastronómicas e outras;

- Devolver as guigas ao rio, pro-porcionando passeios musicados no rio;

- Incrementar em complemento aos passeios de guigas ou gaivotas um serviço de fotografia na hora;

- Proporcionar aos turistas a ex-ploração dos afluentes do Tâmega para banhos e momentos de repouso e lazer em contacto com a natureza;

- Oferecer aos turistas amantes da pesca programas que incluam a deslocação acompanhada a pesquei-ros previamente definidos;

- …

A missão da manutenção e cria-ção de postos de trabalho compete a todos, basta que para tal se interio-rize como inevitável a competitivida-de na prestação do trabalho por par-te dos activos e da pró-actividade face ao desemprego dos que preten-dem aceder ao mercado de trabalho, sobretudo num cenário de oferta de mão-de-obra em que os emprega-dores tendem a seleccionar os mais competentes.

Amarante

Amarante e os desafios da nova economia

José Carlos Pereira

As eleições autárquicas deste ano vão ser mais disputadas do que nunca em Marco de Canaveses, uma vez que se anunciam pelo menos quatro candidaturas com ambição de vencer. PSD, PS e dois movimen-tos independentes entram na luta com o propósito de ganhar as elei-ções, não se sabendo ainda o que vai suceder com o CDS, que dominou a autarquia durante mais de vinte anos, muito embora o líder distrital tenha garantido publicamente que o partido apresentaria listas próprias. Já a CDU não aspira a mais do que vencer uma ou duas freguesias e a garantir presença na Assembleia Municipal (AM).

Manuel Moreira, actual presi-dente da Câmara, parte na frente e dispõe de todas as condições para poder renovar o seu mandato. Terá necessidade de fazer alguns ajustes no executivo, desde logo porque o seu vice-presidente está a meio tem-po devido a compromissos empresa-riais, mas a grande aposta passará por tentar segurar a maioria na Câ-mara e procurar alcançá-la na AM. O empresário António Coutinho quererá continuar a presidir a este órgão e será assim um apoio funda-mental para Moreira, nomeadamen-te ao nível da máquina de campa-nha. Ao presidente da Câmara resta

o desafio de tentar unir o PSD, já que a actual concelhia tem um lon-go percurso de divergência com os autarcas e com destacados militan-tes locais.

O PS, que ambicionava ganhar, acaba por surgir muito debilitado por razões internas. O líder local Ar-tur Melo e Castro, depois de se ter incompatibilizado com o vereador em funções, retirando-lhe a confian-ça política, e de não convergir esfor-ços com os autarcas eleitos, não con-seguiu convencer a distrital de que era o melhor candidato para o par-tido. Se a concelhia votou maiorita-riamente o seu nome, já o presiden-te da distrital veio a público diversas vezes assumir que preferia ter Nor-berto Soares, vereador eleito pelo CDS, como candidato. Essa atitu-de inqualificável da distrital provo-cou, a meu ver, danos irreparáveis para a candidatura de Artur Melo e Castro. Dirigentes socialistas da re-gião ainda tentaram encontrar uma alternativa consensual, mas tal não foi possível.

Quanto a Norberto Soares, de-pois de se ter deixado tentar pela possibilidade de concorrer pelo PS, voltou atrás e apresenta-se a elei-ções pelo movimento “Um Marco de Verdade”. Soares começou a carrei-ra autárquica numa importante jun-ta de freguesia pelo PSD e foi mais tarde vice-presidente de Ferrei-

ra Torres. Nas últimas eleições foi o candidato à presidência pelo CDS, com o beneplácito de Ferreira Tor-res e dos seus apoiantes, e alcançou 30% dos votos. Durante o manda-to em curso, distanciou-se do CDS e passou a independente, muito embo-ra permanecesse ligado aos autar-cas do CDS na AM e nas freguesias. Para poder ganhar, Soares precisa-ria de reunir à sua volta personali-dades com peso eleitoral específico, capazes de atrair eleitorado descon-tente com a maioria PSD, além de ter de neutralizar as prováveis in-vestidas de Ferreira Torres, que não deve digerir com facilidade a deser-ção do seu entronizado sucessor.

Avelino Ferreira Torres será a grande incógnita das eleições em Marco de Canaveses. Depois da der-rota sofrida em Amarante, Torres procura a derradeira oportunida-de de regressar ao poder. Constituiu o movimento “Marco Confiante” e aposta na reconquista dos marcoen-ses. Leva consigo o seu antigo nú-mero dois, Lindorfo Costa, e ten-ta recuperar os apoios que deixou quando foi candidatar-se a Amaran-te. Torres não tem tido vida fácil na angariação de candidatos prestigia-dos para as freguesias, mas em con-trapartida parece ainda suscitar en-tusiasmos na população mais idosa e rural. As condenações em primeira instância de que foram alvo Ferreira

Torres e Lindorfo Costa fazem mos-sa, mas o resultado do julgamento em curso, em que Torres é acusado de seis crimes, será ainda mais deci-sivo. Num sentido ou noutro. Saber quanto vale neste momento Ferreira Torres, bem como os meios que con-segue mobilizar, pode ser a chave para encontrar o vencedor das elei-ções em Marco de Canaveses.

Espero que os marcoenses sai-bam dar uma lição de democracia e de participação cívica. Que saibam dizer não a quem condenou Marco de Canaveses a um longo calvário. Não podem ser premiados aqueles que contraíram uma dívida superior a 70 milhões de euros, já com os res-pectivos encargos, deixando o con-celho com taxas terceiro-mundis-tas de cobertura das redes de água e saneamento – só esses compromis-sos com a dívida representam mais de 11.000 euros por dia, que podiam ser aplicados em benefício de todos. Não pode ficar impune quem provo-cou danos irreparáveis para o futuro – hoje, 28% do orçamento da Câma-ra é gasto em despesas com pessoal! Não pode sair vitorioso quem siste-maticamente arrasta para os tribu-nais o nome e a honorabilidade da autarquia. Os marcoenses saberão travar o populismo e a demagogia.

Deputado independente pelo PSna AM de Marco de Canaveses

Uma disputa singularem Marco de Canaveses

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Repórter do Marão 29 Janeiro 2009 [email protected] Opinião

BeJa santos

O nome de Amadeo de Sou-

za Cardoso aparece em várias cir-cunstâncias ligado a alguns dos mais significativos eventos da Fundação Calouste Gulbenkian: o seu Cen-tro de Arte Moderna possui a maior colecção de obras do artista, é aqui que se guarda o seu valioso espó-lio documental, o próprio Centro foi inaugurado em 1983 com uma mostra dedicada a esta primeiríssi-ma figura da arte moderna portu-guesa, a exposição Diálogo de Van-guardas foi um dos acontecimentos emblemáticos do Cinquentenário da Fundação, em 2006. Nessa altu-ra teve lugar a edição em fac-simile do livro manuscrito e ilustrado pelo artista La Legende de Saint Ju-lien L´Hospitalier, a par do valioso catálogo da exposição “Diálogo de Vanguardas”. Seguiu-se a Fotobio-grafia, primeiro volume do catálo-go que se pretende exaustivo e que precede os dois volumes que serão dedicados à pintura e ao desenho do malogrado artista nascido em Ma-nhufe em 1887. A memória de Ama-deo de Souza Cardoso tem estado em boas mãos, talvez nas melhores mãos .

A sua Fotobiografia é um traba-lho excepcional a que se afoitaram a Gulbenkian e a Assírio & Alvim. A investigadora Helena de Freitas tem cuidado da coordenação científi-ca e no caso da Fotobiografia, Cata-rina Alfaro é a responsável pelo ri-gor historiográfico e a escolha das ilustrações mais poderosas e suges-tivas.

Uma fotobiografia é um exer-

cício sempre temerário: procura-se entrar na vida de alguém com o intuito de relevar as facetas de-finitivas, incontornáveis, eloquen-tes. Com uma fotobiografia preten-de-se a exposição inquestionável, das imagens e dos factos, nada de mais significativo pode ficar na som-bra ou no olvido. No caso de Ama-deo, é indispensável para os nossos olhos a versatilidade das suas as-sinaturas, comprovante de um es-pírito versátil, complexo, incansá-vel. Os documentos visuais têm que comportar a criança e o seu meio, a abundância em que foi criado, a edu-cação que recebeu, os seus primei-ros atrevimentos artísticos, os locais de férias, as primeiras amizades. A criança é talentosa, dá um adoles-cente virtuoso que vem estudar para Lisboa num curso preparatório de desenho, na Real Academia de Be-las-Artes. Descobre que a arquitec-tura o enfastia, empolga-se com a caricatura, o retrato-desenho. A ca-minho dos 19 anos, parte para Paris, acompanhado por Francisco Smith. Frequenta tertúlias em diversos ate-liês, estuda e cultiva a caricatura. Os seus desenhos começam a ser co-nhecidos, discutidos. A fotobiografia a tudo faz alusão para nos dar um Amadeo de corpo inteiro: as cartas para a mãe, sobretudo, os primeiros desenhos, os amigos como Manuel Laranjeira, a propriedade em Ma-nhufe, as casas em que vai viver em Paris, as férias na Bretanha, a fre-quência das galerias de arte e a lei-tura de Henri Bergson. Diverte-se e trabalha, decide ser artista, tem ateliê na Cité Falguière, num bair-ro onde é possível encontrar-se Mo-

digliani, Foujita, Soutine. Conhece Lucie Pecetto na Crèmerie Chaude, 96, Boulevard de Montparnasse. Co-meça uma relação que se extinguirá com a morte de Amadeo.

Faz 21 anos e o pai saúda-o com uma carta muito bela. Depois das férias entre a Póvoa e Espinho re-gressa a Paris, retoma as caricatu-ras, entra nos círculos de artistas como Brancusi, Léger, Zadkine, Ar-chipenko, Gontcharova. Nenhum deles por ventura sabe, eles são no-mes de vanguarda, estão no centro do vulcão das vanguardas artísti-cas. O pai, abastado viticultor, cons-trói-lhe um ateliê em Manhufe, em Abril de 1910. Amadeo viaja, quer conhecer mais que Paris ou a Bre-tanha, vai até Inglaterra, Holan-da e Bélgica. A sua fotobiografia in-clui obrigatoriamente as revelações da sua evolução estética, aonde é que ele se sente moderno, não cubis-ta nem futurista. 1911 é um ano em que Amadeo passa a ser um nome indispensável. Em 5 de Março, Mo-digliani e Amadeo inauguram uma exposição juntos, com o contributo de Brancusi. Aparecem por lá, en-tre outros, Picasso, Derain, Apolli-naire, Max Jacob. No mês seguin-te, Amadeo participa em Paris na primeira grande exposição cubis-ta. Em 1912, logo em Março, Ama-deo aparece noutra exposição deter-minante no âmbito das vanguardas artísticas do século XX. A publica-ção do álbum XX Dessins concre-tiza-se em Agosto e o seu traba-lho é enviado para toda a Europa, EUA e Canadá. As suas relações ga-nham amplitude, são estreitas com os futuristas italianos, faz amizade

com Otto Freundlich, que o divulga-rá na Alemanha. Expõe nos salões franceses e vai participar na Amé-rica na Armory Show. Em 1913, en-quanto os seus quadros circulam na América, a sua pintura renova-se, o que era talento e modernidade en-tra na rota da genialidade e da pura antecipação com múltiplos recursos experimentais. Tudo terá começa-do com a Procissão Corpus Christi. Em 1914, entra nas exposições ale-mãs. Vive crises espirituais, lê San-to Agostinho, viaja com Lucie, fa-la-se em mais exposições, começa a Primeira Grande Guerra. Em Se-tembro, casa-se no Porto e vão para Manhufe. Robert e Sonia Delaunay vêm fixar-se em Vila do Conde, re-força-se a sua amizade com o casal. Amadeo trabalha infatigavelmente. A guerra afasta-o de tudo e de to-dos, mas ele escreve, publica o ál-bum 12 Reproductions, expõe no Porto, milhares de pessoas afluem, os insultos não faltam. Vem até Lis-boa, por iniciativa de Almada Ne-greiros. Em 1918, Amadeo sonha regressar a Paris, mas a guerra con-tinua brutal. Tentando fugir à gripe espanhola, que nesse ano matara 20 milhões de pessoas, abandona Ma-nhufe e refugia-se na casa da famí-lia em Espinho, onde morrerá a 25 de Outubro, vitima precisamente da pneumónica, com 30 anos, morre a interrogar a sua arte.

Esta Fotobiografia é um mo-numento gráfico de que nos pode-mos orgulhar, certifica onde e como Amadeo está entre os primeiros ar-tistas portugueses de todos os tem-pos.

Um Monumento Cultural:A Fotobiografia de Amadeo de Souza Cardoso

José luís Carneiro

Sete municípios e sessenta e oito entidades privadas constituíram um consórcio destinado à apresentação de uma candidatura ao Programa de Valorização Económica dos Recur-sos Endógenos - «PROVERE».

Trata-se de uma candidatura com um valor estimado de investi-mento na ordem dos 150 milhões de euros e que prevê a criação de 220 postos de trabalho. Este programa não financia directamente os projec-tos, porém, em caso de aprovação por parte da CCDR-N, confere uma “certificação” a cada uma das inicia-tivas de investimento incorporadas na candidatura, abrindo-lhes as por-tas a vários instrumentos de finan-ciamento comunitário.

Esta candidatura, subordinada à temática “Paisagens Milenares no Douro Verde”, conceitos criados e desenvolvidos pelo Doutor Lino Ta-vares Dias e pelo Dr. Rolando Pi-menta, aposta na valorização do pa-trimónio histórico, cultural, natural e ambiental, assim como na quali-ficação das pessoas, do território e dos produtos locais.

No contexto da mesma, foram ainda definidos onze «projectos-ân-

cora», ou seja, iniciativas que, pela sua natureza, âmbito e finalidades, poderão contribuir para a dinami-zação integrada do território e do seu potencial. São elas: “A Valoriza-ção das Paisagens Milenares – Ton-góbriga”; “O Património Natural e Cultural como Factor de Desenvol-vimento e Competitividade – Serra da Aboboreira”; “Web-TV – Douro Verde”; “Turismo de Aldeia – Casas da Lage”; “Unidade Hoteleira de 5 Estrelas – Pala/Ribadouro”; Hotel Solar Quinta da Boavista”; “Casas de Caseiro – Agroturismo”; “Eco-pistas da Linha do Tâmega”; “Hotel Rural «ARSDURIUM»; “Rota do Românico”; “Centro de Artes e Ofí-cios Rurais Tradicionais”.

Parte do trabalho das entida-des públicas e privadas está reali-zado. Agora, e como assinalou o co-ordenador da “Unidade de Missão para o Douro”, Eng.º Ricardo Ma-galhães, a candidatura apresentada pela Cooperativa «Dólmen» vai con-frontar-se com outras, provenien-tes de regiões e em que os actores já há muito desenvolvem trabalho em parceria e cooperação. Também elas procurarão valorizar as identidades e o valor dos produtos locais. Mui-tos desses espaços territoriais têm

inclusivamente uma história de pro-jectos e iniciativas que demonstra uma boa articulação com as instân-cias decisórias regionais e nacionais. Como foi reconhecido, a nossa can-didatura é forte e ilustra coesão ter-ritorial e institucional.

Independentemente do resulta-do que consigamos obter e, natural-mente, confiando na sua aprovação, há ilações muito positivas a retirar deste caminho comum que os acto-res da região têm vido a fazer:

- em primeiro lugar, consegui-mos apresentar uma estratégia defi-nida e inscrita no âmbito de um Pla-no de Desenvolvimento Territorial (PDT) que, embora não tivesse al-cançado uma natureza supra-mu-nicipal, permitirá à região avançar com um investimento superior a 100 milhões de euros na qualificação das pessoas, do território e das suas ins-tituições, públicas e privadas;

- em segundo lugar, uma par-te dos mesmos actores e com a li-derança da Cooperativa «Dólmen», envolveu-se numa candidatura ao Programa de Desenvolvimento Ru-ral (PRODER) que alcançou uma boa qualificação e permitirá trazer para o território cerca de 25 milhões de euros de investimento em pro-

jectos de dinamização social, cultu-ral e económica de um espaço rural no âmbito da “abordagem leader” e que envolve parceiros públicos e pri-vados de Amarante, Baião, Cinfães, Marco de Canaveses, parte de Pena-fiel e de Resende;

- por último, apresentamos – Co-operativa «Dólmen» - agora esta candidatura ao PROVERE com um valor estimado de investimento su-perior a 150 milhões de euros.

Como se conclui há razões para a esperança no futuro desta região. Os mais directos responsáveis pelo desenvolvimento local e regional, de natureza pública e privada, com-preenderam que o desenvolvimen-to se promove numa óptica de coo-peração e parceria. O espírito que hoje enquadra os interesses e as es-tratégias locais de desenvolvimento resultará num interesse comum de desenvolvimento da região do «Dou-ro Verde», valorizando para o efei-to a sua “identidade”, assente nas suas “Paisagens Milenares”, históri-ca e culturalmente definidas, embo-ra sempre abertas ao mundo e aos seus sinais.

Presidente da CâmaraMunicipal de Baião

A Região tem Motivos de Esperança

Page 14: Jornal Repórter do Marão - 29-01-2009

Repórter do Marão 29 Janeiro 200914 Vale do Sousa [email protected]

fundado em 1984Quinzenário Regional • Publica-se à quinta-feiraRegisto/Título: eRc 109918depósito legal: 26663/89

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impressão: Gráfica diário do Minho - bragaTiragem desta edição: 7.000 exemplares

as opiniões expressas nos artigos assinados podem não corresponder necessariamente à opinião da direcção deste jornal.

alexandre Panda

Os presidentes de junta das fre-guesias de Penafiel deslocaram-se nos últimos dias 15 à 17 de Janeiro à Sainte Genevieve des Bois, uma cida-de situada a cerca de 30 quilómetros e Paris no âmbito de uma geminação, com aquele município francês. As da-tas da viagem correspondiam a uma festa local : “les voeux du maire”: “os votos de bom ano do presidente da câmara local, que o RM acompanhou, a convite da autarquia penafidelense.

Ao todo foram cinquenta portu-gueses que presenciaram as festivi-dades da irmã francesa de Penafiel, numa viagem oferecida pela Câmara de Penafiel, representada pelo presi-dente Alberto Santos e dois vereado-res.

Há cerca de 10 anos que Penafiel e Sainte Genevieve estão ligados por uma geminação e todos os anos uma comitiva de Penafiel voa para terras francesas.

Este ano, a câmara de Pena-fiel decidiu convidar os presidentes de junta para representar o municí-pio e também “para dar um premio a quem se dedica diariamente à causa pública”, explicou ao RM, Mário Ma-galhães, vereador com o pelouro das freguesias, da câmara de Penafiel.

Durante os três dias, os autarcas contactaram com os políticos france-ses, para perceberam qual é o funcio-namento de uma “mairie” (câmara), mas também apreciaram os vinhos e a gastronomia local. Ao longo dos três dias, para além de uma tarde de visita de monumentos em Paris e de

diversas iniciativas da câmara france-sa, a comitiva também esteve reunida com uma associação de portugueses sediada em Sainte Genevieve e que conta com cerca de 2000 mil mem-bros. Os emigrantes ofereceram um almoço à portuguesa e um espectácu-lo de rancho aos autarcas que respon-deram com o hino nacional, cantando por todos os elementos da comitiva.

Para muitos dos presidentes de junta, esta viagem de avião entre Porto e Paris constituiu também o baptismo de voo. Alguns apreensi-vos, outros mais a vontade, todos en-tusiastas por voar.

A comitiva da cidade de Sainte Genevieve deverá ser recebida na al-tura do três de Março em Penafiel, durante as comemorações da eleva-ção de Penafiel a cidade.

cHefe de esTado vai inauGuRaR edifício daassociação dos faMiliaRes das víTiMasda TRaGédia da PonTe de enTRe-os-Rios

CaVaCO SilVa ViSiTaCaSTelO de PaiVa Para inaugurar ediFíCiO

o Presidente da República, cavaco silva, vai estar na tarde do próximo dia 6 de fevereiro (sexta-feira), no con-celho de castelo de Paiva, naquela que será a primeira vi-sita ao município como chefe de estado.

do programa da visita, destaca-se a inauguração da nova biblioteca Municipal, localizada na Rua emídio na-varro (centro da vila) e do centro de apoio Temporário para crianças e Jovens em Risco, em oliveira do arda, na freguesia da Raiva, uma obra pertencente á associação dos familiares das vítimas da Tragédia de entre-os-Rios.

cavaco silva deverá chegar ao início da tarde na câ-mara de castelo de Paiva para uma recepção oficial no salão nobre dos Paços do concelho. depois o chefe de estado irá deslocar-se à nova biblioteca municipal para depois terminar com a inauguração do centro de apoio Temporário para crianças e Jovens em Risco, na fregue-sia da Raiva.

“PrÉmiO de POeSia daniel Faria” 2009 em PenaFiel COm PrazO PrOlOngadO

foi prorrogado o prazo para a entrega de trabalhos no âmbito do “Prémio de Poesia daniel faria”, concurso instituído anualmente pela câmara Municipal de Pena-fiel, a Quasi edições e os herdeiros de daniel faria.

o prazo para a entrega de candidaturas é, agora, até 30 de Janeiro de 2009.

as obras concorrentes devem ser enviadas para “Pré-mio de Poesia daniel faria”, avenida carlos bacelar, 968 salas 3a e 4a, 4760-103, vila nova de famalicão.

os resultados serão publicados em Março de 2009.Recorde-se que o Prémio é atribuído na modalidade

de poesia, visando estimular a criação poética e, em espe-cial, o aparecimento de novos autores.

assim, podem concorrer ao Prémio trabalhos inéditos de autores com idade inferior a 35 anos.

são admitidas a concurso exclusivamente obras iné-ditas em língua portuguesa, com o mínimo de 30 pági-nas.

GeMinação enTRe sainTe-Geneviève-des-bois e Penafiel levou coMiTiva de 50 Pessoas

Presidentes de junta dePenafiel em terras francesas

Na passada sexta-feira 23 de Ja-neiro, na Biblioteca Municipal de Lousada, foi apresentada a Carta Ar-queológica do Concelho.

A apresentação da obra esteve a cargo de João Pedro Ribeiro, Subdi-rector do Instituto de Gestão do Pa-trimónio Arquitectónico e Arqueoló-gico (IGESPAR), também autor do prefácio da obra.

Para o Vice-Presidente da Câma-ra de Lousada, Pedro Machado, “os trabalhos de prospecção arqueológica têm vindo a decorrer, no concelho de Lousada, de forma sistemática e con-tinuada, desde há cerca de 15 anos,

com resultados francamente motiva-dores. O reconhecimento dos sítios inventariados e o resultado das con-clusões obtidas justificam, plenamen-te, a sua partilha, permitindo à popu-lação, em geral, e aos investigadores e demais interessados, em particular, aceder a instrumentos que possibili-tam a reconstituição da paisagem an-tiga do concelho de Lousada”.

A primeira redacção da Carta Ar-queológica data de 1992, aquando da elaboração do Plano Director Munici-pal, sendo o actual documento consi-derado de “grande significado histó-rico, cultural e científico, que, muito

mais do que uma lista exaustiva de sí-tios de interesse arqueológico e patri-monial, surge como uma referência para novos projectos de investiga-ção”- realçou o Pedro Machado. Para o Prof. Doutor João Pedro Ribeiro (IGESPAR), a Carta Arqueológica de Lousada “é um livro oportuno que corresponde ao inventário possível e desejável de realizar em 2008. Serve este documento para dar a conhecer à população o seu património e, acima de tudo, melhorar o ordenamento do território com conhecimento do pas-sado projectado no futuro”.

Carta arqueológica de lousadafoi apresentada em livro

Page 15: Jornal Repórter do Marão - 29-01-2009

Repórter do Marão 29 Janeiro 2009 [email protected] Fecho

Os reforços de corporações de bombei-ros de Lisboa e Setúbal para a zona do Tâ-mega e Sousa, no norte país, para intervir-nas estradas daquelas zonas devido à neve e ao gelo, causaram mal-estar nos bombei-ros do distrito do Porto e particularmente junto dos voluntários da Região do Tâme-ga e Sousa.

É que enquanto os bombeiros do sul es-tavam a trabalhar, no passado dia 20 de Ja-neiro na zona do IP4, onde estavam as te-levisões, os voluntários das corporações do distrito do Porto estavam parados, nos quartéis.

“Isto é passar-nos um atestado de in-competência. Até parece que não consegui-mos dar conta dos serviços no último nevão. Nem esgotamos 10 por cento dos nossos meios”, desabafavam no mesmo dia ao RM os voluntários de várias corporações.

Contactado pelo RM, o comandante dos Bombeiros de Baião, José Costa, onde a neve obrigou ao encerramento de algumas escolas, não quis fazer comentários, dizen-do apenas que manifestou o desagrado ge-neralizado junto do presidente da Fede-ração Nacional dos Bombeiros. José Luís Carneiro, líder da autarquia baionense con-siderou que “caso os bombeiros de Lisboa tenham melhores meios que os do distrito do Porto para responder às necessidades,

trata-se de uma mais-valia. Caso contrário, não se percebe a deslocação dos meios”.

Na zona do IP4 os bombeiros de Lis-boa e de Setúbal, apoiados com duas deze-nas de viaturas de combate a incêndio, es-tiveram a auxiliar automobilistas e ajudar na remoção da neve, enquanto que o lim-pa neve, já utilizado no último nevão, lim-pava as vias.

Pelo que o RM conseguiu apurar, o úni-

co meio que os bombeiros do distrito do Porto não dispõem, e que estava a ser on-tem utilizada, era uma ambulância todo o terreno.

Em Baião, no mesmo dia 20, cerca de 850 alunos do ensino básico tiveram de re-gressar a casa prematuramente, devido à queda de neve, que condicionava a circu-lação automóvel. A estrada municipal 579, que liga a vila de Baião a Santa Marinha do

Zêzere, foi cortada ao trânsito. Nas estra-das nacionais 101, 321, 321-1 e na varian-te à 321-1 entre Baião e Marco de Cana-veses, a circulação estava condicionada. Ao final da tarde, José Luís Carneiro adian-tava ao RM que a mistura entre queda de neve e aguaceiros estava a melhor as con-dições de circulação nas estradas do conce-lho de Baião.

No dia seguinte, o presidente da Fede-ração de Bombeiros do Porto reagiu à des-locação para o Marão de um contingente de 70 homens e de 12 viaturas de quatro cor-porações da Península de Setúbal. “Uma decisão incompreensível e uma despesa desnecessária”, foram essas as primeiras palavras do dirigente que garantiu ainda que a população “pode continuar a confiar nos bombeiros da sua região, sempre pron-tos e capazes de auxiliar”. José Miranda explicou ainda que “a direcção nacional da Protecção Civil quis passar a ideia de gran-de prontidão e coordenação, mas, na ver-dade, revelou total desorganização, já que, enquanto os bombeiros do Sul estavam no Marão, os da região estavam a descansar nos quartéis”. A operação obrigou à reali-zação de nove mil quilómetros. Os bombei-ros dos distritos do Porto e Vila Real falam de “um desperdício incompreensível”. aP

alexandre Panda

Um solitário armado de uma pistola assaltou, em apenas 20 minutos, um arma-zém de calçado em Lustosa, no concelho de Lousada e uma sapataria da localidade de Figueiró, em Paços de Ferreira, no passa-do dia 26 de Janeiro.

Cerca das 18h40, o encapuzado, todo vestido de preto, entrou no armazém de venda ao público da empresa de calçado Rucoline, onde se encontravam a funcio-nária e uma cliente. Com a arma em pu-nho, exigiu o dinheiro da caixa registado-ra, cerca de 100 euros, e pôs-se em fuga a pé. Apesar de estar apeado, tudo aponta para que o solitário tivesse uma mota es-tacionada junto ao armazém e eventual-mente com um cúmplice, uma vez que ape-nas 20 minutos depois assaltou outra loja de calçado a cerca de cinco quilómetros de Lustosa. Já na sapataria Calcinext, cerca das 19h00, o mesmo assaltante, ameaçou a funcionária e uma cliente, para obter o di-

nheiro do apuro do dia. “Estava com a senhora no fundo da sa-

pataria quando ele entrou e apontou-me logo a arma. Gritava que queria o dinheiro para eu abrir a caixa. Dei-lhe cerca de 200 euros mas ele queira mais”, contou ao RM a funcionária da loja que preferiu manter o anonimato. O solitário aproveitou para re-mexer todas as gavetas do balcão de pa-gamento, na tentativa de encontrar mais dinheiro, mas sem sucesso. O encapuzado fugiu da loja com os 200 euros e o telemó-vel da funcionária. “Fui procurar auxílio ao stand de automóveis ao lado para ligar às autoridades. Entretanto o assaltante já ti-nha desaparecido”, explicou ainda ao RM, a funcionária.

A GNR ainda tentou localizar o indi-víduo suspeito mas sem sucesso. A inves-tigação está entregue à PJ do Porto. As autoridades acreditam que este solitário possa ter protagonizado um outro assal-to, durante o último fim-de-semana, a uma bomba de gasolina na zona de Fafe.

eM lousada e Paços de feRReiRa

Solitário assalta duas sapatarias em meia hora

O assalto ficou registado em vídeo

PResidenTe da fedeRação dos boMbeiRos do disTRiTo do PoRTo Já PRoTesTou JunTo do coMando GeRal eM lisboa

Bombeiros do Tâmega e Sousa criticamreforços desnecessários no combate à neve

Page 16: Jornal Repórter do Marão - 29-01-2009