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Curitiba, terça-feira, 26 de agosto de 2008 | Ano IX | nº 424| [email protected]| Jornal-Laboratório do Curso de Jornalismo da Universidade Positivo | Estudo mostra que variação de preços pode ser o dobro de um lugar para outro O ensaio fotográfico do LONA vai até o litoral paranaense para des- vendar as comunidades distantes que vivem perto do Porto de Paranaguá. Caiçaras mantêm mitos, crenças e superstições Divulgação Rita Lee trouxe maiores sucessos da carreira Página 6 Durante o show em Curitiba, a cantora que tem uma trajetó- ria de quarenta anos de músi- ca fez sua declaração de amor a Curitiba. No repertório estive- ram canções como Amor e Sexo, Doce Vampiro, Mania de Você, Ovelha Negra e Jardins da Ba- bilônia. Confira mais detalhes na entrevista exclusiva da ar- tista ao LONA. Pesquisa realizada pela Fun- dação Getúlio Vargas mostra que a variação entre o preço dos alimentos pode chegar a 100% de um estabelecimento para outro. Os economistas atribuem essa variação a fatores como o custo do frete, tanto no transporte de mercadorias quanto no de maté- ria-prima. Para que o consumidor não seja prejudicado, o conselho é uma mudança de hábito. Para os especialistas, dedicar mais tem- po à pesquisa de custos é uma sa- ída para fugir dos preços altos. Página 3 A VIII Conferência Estadual de Direitos Humanos do Paraná busca a promoção da conscien- tização social e de políticas pú- blicas participativas no Estado, que assegurem a proteção e a de- fesa de direitos. O objetivo prin- cipal é a revisão e a atualização dos Programas Estadual e Naci- onal de Direitos Humanos. Conferência discute temas relacionados a direitos humanos Página 3 Evento internacional discute desenvolvimento sustentável e conservação de animais do solo Página 7 Priscila Paganotto/ LONA Página 8 DIÁRIO d o B R A S I L

LONA 424- 26/08/2008

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JORNAL- LABORATÓRIO DIÁRIO DO CURSO DE JORNALISMO DA UNIVERSIDADE POSITIVO.

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Curitiba, terça-feira, 26 de agosto de 2008 | Ano IX | nº 424| [email protected]|Jornal-Laboratório do Curso de Jornalismo da Universidade Positivo |

Estudo mostra que variação de preçospode ser o dobro de um lugar para outro

O ensaio fotográfico do LONA vai até o litoral paranaense para des-vendar as comunidades distantes que vivem perto do Porto deParanaguá.

Caiçaras mantêm mitos, crenças e superstições

Divulgação

Rita Lee trouxe maiores sucessos da carreira

Página 6

Durante o show em Curitiba,a cantora que tem uma trajetó-ria de quarenta anos de músi-ca fez sua declaração de amor aCuritiba. No repertório estive-ram canções como Amor e Sexo,Doce Vampiro, Mania de Você,Ovelha Negra e Jardins da Ba-bilônia. Confira mais detalhesna entrevista exclusiva da ar-tista ao LONA.

Pesquisa realizada pela Fun-dação Getúlio Vargas mostraque a variação entre o preço dosalimentos pode chegar a 100% deum estabelecimento para outro.Os economistas atribuem essavariação a fatores como o custodo frete, tanto no transporte demercadorias quanto no de maté-ria-prima.

Para que o consumidor nãoseja prejudicado, o conselho éuma mudança de hábito. Para osespecialistas, dedicar mais tem-po à pesquisa de custos é uma sa-ída para fugir dos preços altos.

Página 3

A VIII Conferência Estadualde Direitos Humanos do Paranábusca a promoção da conscien-tização social e de políticas pú-blicas participativas no Estado,que assegurem a proteção e a de-fesa de direitos. O objetivo prin-cipal é a revisão e a atualizaçãodos Programas Estadual e Naci-onal de Direitos Humanos.

Conferência discutetemas relacionadosa direitos humanos

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Evento internacional discute desenvolvimentosustentável e conservação de animais do solo

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Priscila Paganotto/ LONA

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DIÁRIO

do

BRASIL

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Curitiba, terça-feira, 26 de agosto de 2008Curitiba, terça-feira, 26 de agosto de 2008Curitiba, terça-feira, 26 de agosto de 2008Curitiba, terça-feira, 26 de agosto de 2008Curitiba, terça-feira, 26 de agosto de 200822222

O LONA é o jornal-laboratório diário do Curso de Jornalismo daUniversidade Positivo – UP

Rua Pedro V. Parigot de Souza, 5.300 – Conectora 5. CampoComprido. Curitiba-PR - CEP 81280-330. Fone (41) 3317-3000

“Formar jornalistas com abrangentes conhecimentos ge-rais e humanísticos, capacitação técnica, espírito criativo eempreendedor, sólidos princípios éticos e responsabilidade so-cial que contribuam com seu trabalho para o enriquecimentocultural, social, político e econômico da sociedade”.

Missão do curso de Jornalismo

Expediente

Reitor:Reitor:Reitor:Reitor:Reitor: Oriovisto Guimarães.VVVVVice-Reitor:ice-Reitor:ice-Reitor:ice-Reitor:ice-Reitor: José Pio Mar-tins. Pró-Reitor Pró-Reitor Pró-Reitor Pró-Reitor Pró-Reitor Adminis-Adminis-Adminis-Adminis-Adminis-trativo:trativo:trativo:trativo:trativo: Arno Antônio Gnoat-to; Pró-Reitor de Gradua-Pró-Reitor de Gradua-Pró-Reitor de Gradua-Pró-Reitor de Gradua-Pró-Reitor de Gradua-ção:ção:ção:ção:ção: Renato Casagrande;;;;;Pró-Reitora de Extensão:Pró-Reitora de Extensão:Pró-Reitora de Extensão:Pró-Reitora de Extensão:Pró-Reitora de Extensão:Fani Schiffer Durães; Pró-Pró-Pró-Pró-Pró-Reitor de Pós-GraduaçãoReitor de Pós-GraduaçãoReitor de Pós-GraduaçãoReitor de Pós-GraduaçãoReitor de Pós-Graduaçãoe Pesquisa:e Pesquisa:e Pesquisa:e Pesquisa:e Pesquisa: Luiz HamiltonBerton; Pró-Reitor de Pla-Pró-Reitor de Pla-Pró-Reitor de Pla-Pró-Reitor de Pla-Pró-Reitor de Pla-

nejamento e nejamento e nejamento e nejamento e nejamento e AAAAAvaliação Ins-valiação Ins-valiação Ins-valiação Ins-valiação Ins-titucional:titucional:titucional:titucional:titucional: Renato Casagran-de; Coordenador do CursoCoordenador do CursoCoordenador do CursoCoordenador do CursoCoordenador do Cursode Jornalismo: de Jornalismo: de Jornalismo: de Jornalismo: de Jornalismo: Carlos Ale-xandre Gruber de Castro; Pro-Pro-Pro-Pro-Pro-fessores-orientadores:fessores-orientadores:fessores-orientadores:fessores-orientadores:fessores-orientadores: AnaPaula Mira, Elza Aparecida deOliveira e Marcelo Lima; Edi-Edi-Edi-Edi-Edi-tores-chefes:tores-chefes:tores-chefes:tores-chefes:tores-chefes: Anny Carolin-ne Zimermann e Antonio Car-los Senkovski

Ana Pellegrini Costa

Nada de novo no front faz-nos voltar à velha questão. Per-gunta essa que nos diz muitorespeito, caros colegas de jorna-lismo. Vamos a ela: “Assessoriade Imprensa é jornalismo ounão?” Estão lançadas as apostas.Quem dá mais? De um lado háaqueles que defendem as asses-sorias ferrenhamente. Do outro,há os que as criticam como sefosse um mal a ser extinto pelahumanidade. E agora?

Podemos levar em conside-ração a velha máxima que nosdiz que o “mercado de jornalis-mo está saturado”. Será? Issofoi o que mais escutei quandodecidi por minha carreira. Po-rém, fazendo um retrospectode meu curso e das oportuni-dades de estágio que foram ofe-recidas a mim e a meus cole-gas, penso diferente. Não, omercado não está saturado.Entretanto, também não estáaberto a qualquer um. É pre-ciso parcimônia. E um pouco

do bom e velho “semancol”.Um pouco de cultura útil,

para fundamentar meu texto enão ficar apenas no falatório.Sabemos desde o primeiro se-gundo que colocamos os pés nanossa universidade que o prin-cipio básico do jornalismo é aboa imparcialidade. Imparcia-lidade essa que escapa das mãosdos jornalistas que escrevemreleases. E por quê? Porque agênese das assessorias de im-prensa encontra-se na ditadu-ra militar brasileira. É fatoque, com a regulamentação daprofissão de Relações Públicasno país, foi criada a AssessoriaEspecial de Relações Públicasda Presidência da República(Aerp), encarregada de divulgar“verdades oficiais”.

Os mais afobados poderãodizer que isso foi há algum tem-po e que, de lá pra cá, a situa-ção já mudou. O caráter hojeem dia é muito mais jornalísti-co. Mas e a objetividade e a im-parcialidade ficam onde? Des-de aquela época até os dias atu-ais, os textos, impreterivelmen-

te, são carregados de propagan-da. Mesmo que não se queira.

O funcionamento básico dasassessorias é ser procurado porum cliente ou empresa que bus-ca se expor no mercado e ocu-par espaço nos meios de comu-nicação de massa. A função dosassessores é dourar a pílula docontratante, abafar determina-das falhas, e gritar aos quatrocantos os êxitos daquele quepaga. O que passa muito longedo preceito de ouvir todos os la-dos, fazer com que o leitor/es-pectador/ouvinte forme sua opi-nião por meio da absorção e re-flexão da informação.

E quer saber mais? Nós, quearduamente estudamos hoje, de-vemos procurar ocupar o espaçodos preguiçosos dos jornais queapenas copiam e colam os relea-ses enviados pelas assessorias. Dêuma olhada em qualquer jornal eforme sua opinião. Com bom tex-to e qualidade, pode-se ter certezade que espaço no mercado jorna-lístico - digo basicamente em rá-dios, jornais e emissoras de tele-visão - é o que menos falta.

Assessoria de imprensa é jornalismo?

Não

Bárbara Pombo

Ser ou não ser, eis a ques-tão. Os profissionais de comu-nicação, em especial os jorna-listas, têm se perguntado so-bre a validade das assessori-as de imprensa como exercí-cio da profissão. Esse ramosurgiu no mercado de comu-nicação na década de 50,quando gradativamente omercado de trabalho nos peri-ódicos deixava de ser tão pro-missor. Onde estaria o futurodos incontáveis recém-forma-dos jornalistas do Brasil coma queda de circulação dos jor-nais? Embora a assessoria sedestine a pessoas e empresasjunto à imprensa, os escritó-rios de assessorias foram to-mados também por publicitá-rios e relações públicas. Issoem conjunto com a discussãosobre a obrigatoriedade do di-ploma de jornalista evocouuma, digamos, crise de meia-idade da profissão.

SimNão é à toa que em grande

parte dos cursos de Jornalis-mo a grade de “assessoria deimprensa” se encontra no úl-timo ano. Uma contradição, jáque o primeiro estágio da mai-oria dos alunos é justamentena tão indesejada assessoria.Bem ou mal, é lá que treina-mos o ofício de sermos jorna-listas. Exercitamos o texto jor-nalístico a partir do release -embora seja uma matériamais voltada a profissionais damídia, mas que não pode dei-xar de “falar” com o leitor - ,aprendemos a escrever umtexto acesssível com informa-ções, nos é ensinado (às vezesna marra) a lidarmos com nos-sos colegas, e mesmo de lon-ge, nos integrarmos à rotinamaçante de uma redação. Ade-mais, aprendemos a “vender”pautas. E com elas, produtos,marcas, idéias e valores. Tra-balho que necessita, mais doque nunca, de um jornalistade formação, que tenha sensoético e responsabilidade sobre

o mundo em que vive.As assessorias de imprensa

são vistas como as inimigas daapuração e do jornalismo impar-cial. Mas os profissionais, e atémesmo os assessores, ainda nãose deram conta de que ela não éa culpada. A origem da apura-ção preguiçosa, da troca de fon-tes reais pelos assessores e di-vulgação de eventos, pessoas,idéias e tendências ao léu vêmda má formação do profissionalde jornalismo, que desde cedonão aprendeu a ler. Assessoriade imprensa faz a ponte entre aimprensa e o assessorado ouentre o assessorado e a impren-sa, não todo o trajeto do percur-so para alcançar o leitor. Sem aapuração mais ampla e a con-textualização do assunto “ven-dido” pela assessoria, o que so-bra para a publicação são ape-nas releases e mais releases.Produzidos por jornalistas queganham um bom dinheiro peloserviço, enquanto o leitor sóperde em qualidade informati-va e análise de fatos.

Márcio Brüggemann

Há mais ou menos dois me-ses surgiu a lei seca, que apavo-rou muitos motoristas. De acor-do com ela, um motorista nãopode beber nem mesmo uma cer-veja em lata, o que podia ser feitoantes. Com uma lata, o teor alco-ólico pode bater o mínimo de con-sumo que a lei seca definiu, que é0,3 miligramas de álcool expeli-dos pelo ar, o que já leva o moto-rista à prisão e a responder pro-cesso criminal por dirigir sob efei-to de álcool. Mas caso não atinjao mínimo, a pessoa terá de pagaruma multa de R$ 957 e ter a car-teira apreendida, ou seja, umacerveja meio cara, não?

Segundo o Batalhão de Polí-cia de Trânsito de Curitiba (Bp-tran), 30 dias antes de a lei secaentrar em vigor 1.025 acidentesforam registrados nas ruas deCuritiba. Destes, 704 fizeram ví-timas e nove pessoas morreram.No mês seguinte, o número deacidentes foi reduzido para 822 eo de vítimas para 579, tendo umaredução de 19,8%.

O Corpo de Bombeiros regis-trou uma queda de 8,3% de aci-dentes em todo o Estado em rela-ção ao mesmo período do ano pas-sado. Os quatros tipos de aciden-tes mais comuns (atropelamen-to, capotamento, colisão contraanteparo e colisão entre dois au-tomóveis) relacionados à embria-

guez caíram de 273 para 228.Então vamos começar a dei-

xar o carro em casa e pegar asbicicletas para ir beber aquelacervejinha tão esperada depois dotrabalho. Pois além de não cor-rer o risco de tomar multa, serpreso e esquentar a cabeça commais problemas, o gasto calóricodo ciclismo costuma variar en-tre 300 a 600 Kcal por hora, parauma pessoa de 70Kg. Vendo poresse lado, a pessoa começa a re-gular aquela barriga de cerveja,indesejável para muitos.

Também tem outro lado bomde deixar o carro em casa: cui-dar do ar que respiramos. Nadamais justo do que cuidar do queé nosso! Não? As principais subs-tâncias emitidas por um carrosão gás nitrogênio (N2), dióxidode carbono (CO2) e vapor de água(H2O). Para um carro movido agasolina, a proporção de queimaé de aproximadamente 14,7:1.Isso significa que, para cada gra-ma de gasolina, serão queima-dos 14,7 gramas de ar.

Vejam nos bares a que cos-tumam ir se eles possuem lu-gar para guardar bicicletas, oque já é feito em alguns locaisem Curitiba, como o Kitinete,no bairro São Francisco, 92ºnas Mercês, Tubas e Sal Gros-so, no Largo da Ordem e aCasa Amarela, no Parque Ba-rigüi. Então aí já ficam algu-mas dicas para você ir peda-lando.

Pedala, bebum!

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33333Curitiba, terça-feira, 26 de agosto de 2008Curitiba, terça-feira, 26 de agosto de 2008Curitiba, terça-feira, 26 de agosto de 2008Curitiba, terça-feira, 26 de agosto de 2008Curitiba, terça-feira, 26 de agosto de 2008

Geral O frete integra grande parte dos custos que elevam os preços dos alimentos

Pesquisa revela oscilação de preçosdos alimentos entre estabelecimentosLuis Gustavo Fonseca

Estudo realizado em julhonos estados de São Paulo, Riode Janeiro e Minas Gerais pelaFundação Getúlio Vargas (FGV)mostra que o preço dos alimen-tos pode variar até 100% de umlugar para o outro. Em Curiti-ba, o processo é o mesmo e adona-de-casa precisa tirar umtempinho para escolher o me-lhor lugar para fazer suas com-pras. Os ecomistas dizem que,para não sair no prejuízo, é im-portante pesquisar.

Segundo o coordenador doCurso de Economia da Univer-sidade Positivo, Jackson Bitten-court, um dos principais respon-sáveis pela diferença de preçosé o frete. E não apenas o fretedos produtos acabados, mastambém o dos fornecedores. Oscustos variam de acordo com olocal onde o produto é feito eonde ele é comercializado. Umalimento cultivado no Rio Gran-de do Sul custa mais caro quan-do vendido em Belo Horizonte,por exemplo. “Você faz umaimportação de outro estado e isso

gera um custo mais elevado”,diz o economista.

Isso acontece principalmentenas grandes metrópoles, onde aprocura é maior. “O preço dos pro-dutos alimentícios varia por di-versos motivos: o transporte, alogística e a falta de um produtoem determinado Estado ocasio-na altos custos e uma injeção deimpostos”, completa Bittencourt.

Em dois supermercados deCuritiba o preço da cenoura, porexemplo, varia quase 30%. Umdeles cobra R$ 2,37 por uma ban-deja com seis cenouras, no outroo preço cai para R$ 1,66. Os pre-ços do arroz e do feijão, da mes-ma marca, também variam bas-tante. Em um dos supermerca-dos, o quilo do arroz custa R$2,80, e no outro cai para R$ 2,37,uma diferença de quase 20%. Avariação no custo do feijão é ain-da maior. Em um lugar é preci-so desembolsar R$ 3,78 por umquilo, enquanto que com umasimples pesquisa se pode econo-mizar quase 25% do valor e pa-gar R$ 2,89 em outro estabeleci-mento.

Para a técnica em enferma-gem Maria da Luz, os preços

dos alimentos estão muito ca-ros, mas ela não se preocupa emfazer pesquisas antes. “Dá mui-to trabalho. Cada dia eu vounum mercado diferente fazercompra. Faltou margarina, euvou lá e compro; faltou pão, euvou lá e compro. Acho muito

mais prático do que fazer umplanejamento”, confessa Maria.

O economista Bittencourtafirma que é fundamental umamudança de hábito dos consu-midores. Para ele, fazer compa-rações de preços é importantepara o melhor aproveitamento

do dinheiro. “Alguns supermer-cados rapidamente se ajustamaos preços estabelecidos pela in-flação e isso acaba variando emalguns estabelecimentos, porisso, é importante o consumi-dor fazer pesquisas para não serprejudicado”, diz.

Anny Zimermann

Democracia, desenvolvi-mento e direitos humanospara superar desigualdades éo tema da VIII ConferênciaEstadual de Direitos Huma-nos do Paraná, que acontecenos dias 30 e 31 de agosto noColégio Estadual do Paraná.A Conferência tem como obje-tivo principal a revisão e atu-alização dos Programas Esta-dual e Nacional de DireitosHumanos.

O evento busca a promo-ção da conscientização soci-al e de políticas públicasparticipativas no Estado,

que assegurem a proteção e adefesa dos direitos humanos.Segundo o site da Coordenado-ria dos Direitos da Cidadania,o programa permite estabele-cer um forte consenso em tor-no da universalidade, interde-pendência e indivisibilidadedesses direitos. Diversos ato-res estão envolvidos no proces-so, como representantes de or-ganizações e movimentos quelutam por objetivos comuns,como o respeito e a defesa daigualdade para todos os cida-dãos.

A vice-presidente do Conse-lho Permanente de DireitosHumanos do Paraná e repre-sentante da Associação Cultu-

ral de Negritude e Ação Popu-lar, Maria de Lourdes Santade Souza, afirma que é percep-tível o avanço do Brasil e doParaná, nos últimos anos, noque diz respeito às políticaspúblicas para garantir os di-reitos das pessoas. Ela cita oexemplo das cotas para negrose índios nas universidades e da

abertura de espaços para de-bates sobre crimes de tortura,o que não era possível no pas-sado.

Embora o Paraná tenha de-monstrado avanço, há questõespassíveis de reflexão. “Ainda oEstado não tem Defensoria Pú-blica acessível a todas as pesso-as que precisam. Outro ponto aser discutido é a questões dosjovens e as drogas, o que é bas-tante preocupante”.

A sociedade ainda é muitoconservadora em âmbito naci-onal. Maria de Lourdes expli-ca que existe uma certa cri-minalização dos movimentossociais. Conforme esses movi-mentos se organizam, a clas-

se dominante tende a inter-pretar isso como ameaça:“Gera um revanchismo. Aspessoas se mobilizam em prolde uma causa, mas a eliteconservadora acaba inviabili-zando o acesso desses movi-mentos em diversos espaços”.

A Conferência vai apresen-tar diretrizes para a melho-ria e avanço dos processospara superar a desigualdadesocial. “Nós precisamos fazera diferença para a construçãode um Brasil melhor”, afirmaMaria de Lourdes.Serviço

Para mais informações so-bre a Conferência acesse o site:www.codic.pr.gov.br

VIII Conferência Estadual de Direitos Humanos prevê revisão e atualização de programas“Nós precisamosfazer a diferençapara a construçãode um Brasilmelhor”MARIA DE LOURDES

Arquivo/LONA

Os custos variam de acordo com o local de fabricação de determinados produtos

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Fundação O Boticário faz investimentoem exposição sobre biodiversidadeAline Rakko

Heloisa Garrett

A Estação Natureza da Fun-dação O Boticário, localizadano Shopping Estação, foi inau-gurada no ano de 2001 comapoio da lei de incentivo cultu-ral do Ministério da Cultura.

No ano passado, quase 24mil pessoas (23.895) visitarama estação, que tem como obje-tivo mostrar um pouco sobreos biomas (Amazônia, MataAtlântica, Cerrado, Caatinga,

Pantanal e Pampa) do país econscientizar a população so-bre a importância de conser-vação ambiental.

Segundo a coordenadora deeducação e mobilização daFundação O Boticário de Pro-teção à Natureza e responsá-vel pelas Estações Natureza,Rebeca Daminelli, a idéia sedeu principalmente para faci-litar o acesso do público ao tra-balho da empresa com o meioambiente. “Desde o surgimen-to da Fundação O Boticário,várias pessoas solicitavam vi-sitas à nossa sede para conhe-

cer de perto o trabalho.Somado a isso, tínhamos

uma grande demanda por ma-teriais sobre conservação danatureza para escolas. Nessecenário, em 2001 decidimoscriar um local onde as pesso-as entendessem o que é con-servação e porque é importan-te”. Através desta ação acre-ditam que contribuem de fatopara o equilíbrio ecológico doplaneta e para a manutençãodas condições de vida para estae para as futuras gerações.“Acreditamos que essa apro-ximação possibilita reflexões

sobre a responsabilidade dohomem na manutenção doequilíbrio do planeta”, diz ela.

EscolasO principal público que fre-

qüenta a estação são escolasde ensino fundamental, ouseja, crianças de seis a qua-torze anos. Isso porque estãoinseridas na proposta inicialdesse projeto. Já no começo doano as escolas recebem umconvite informando datas dosencontros pedagógicos, queprecedem as visitas. “Desdeinício decidimos trabalhar

com dois públicos distintos: es-colas e visitantes do públicogeral para ampliar oportuni-dades de disseminação de nos-sa missão. Assim, poderíamosatuar de forma pró-ativa como público escolar e estaríamosmais próximos das pessoas in-teressadas em meio ambiente”,comenta Rebeca.

Um dos principais retornosdesse investimento social paraa coordenadora é a possibilida-de de disseminação do conteú-do: “Para as escolas sempre te-mos a preocupação de realizaratividades que possam desper-tar interesse para continuida-de e aprofundamento no tema.Gerando ações de pesquisa emobilização”.

Além disso, Ela complemen-ta: “esse é um resultado bas-tante importante.”

EstruturaO local utilizado pela Esta-

ção Natureza foi cedido peloshopping e internamente é di-vido em diferentes espaços nosquais existe a simulação domeio ambiente através de sen-sações, de espaço lúdico, utili-zando uma linguagem acessí-vel, contendo maquetes, sonse cheiros para sensibilizar osvisitantes.

Para a elaboração desseprojeto, afirma Rebeca, houvea participação de várias pes-soas: “A pesquisa foi feita pornossa equipe, composta por bi-ólogos e engenheiros florestais,com apoio de consultores vo-luntários, especialistas nasmais diversas áreas.” Depen-dendo da programação existemmudanças no espaço físico.

“Como trabalhamos compúblicos diversos, desenvolve-mos roteiros de visita com en-foque variável das questõesambientais de acordo com afaixa etária e interesse dosgrupos. Sempre buscando am-pliar o número de pessoas quepraticam a conservação danatureza.”Crianças ficam maravilhadas em poder participar da exposição. Interatividade unida com a biodiversidade

A preocupação é formar crianças defensoras do meio ambiente através do ensino

Heloisa Garrett/LONA

Meio ambiente

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55555Curitiba, terça-feira, 26 de agosto de 2008Curitiba, terça-feira, 26 de agosto de 2008Curitiba, terça-feira, 26 de agosto de 2008Curitiba, terça-feira, 26 de agosto de 2008Curitiba, terça-feira, 26 de agosto de 2008

Interatividade e conscientização ambiental“Achava esse negócio de

proteção à natureza umagrande besteira, gastar di-nheiro com isso sendo quetanta gente morre defome...”, era assim que Fe-lipe Peres pensava quandocomeçou a trabalhar comosegurança na Fundação OBoticário. O tempo passou enas horas vagas ele ia até abiblioteca da Fundação e liasobre a natu-reza, a fauna ea flora brasi-leira.

“A vontadede aprender iaaumentando ecomecei a per-ceber que aproteção aomeio ambienteé fundamentalpara o homem,sem ela não vi-vemos”. Vendoesse esforço, adireção daFundação OBoticário con-vidou Felipepara ser o re-cepcionista da Estação Na-tureza e em pouco tempo elebuscou se especializar no as-sunto. Há quatro anos é oguia da Estação.

A cada meia hora a Esta-ção Natureza é aberta paraos visitantes. O valor do in-gresso é R$1,00 aos domin-gos e R$3,00 por pessoa deterça a sábado. A entrada é

através de um elevador queem uma das paredes mostraimagens de plantas e animaisdando uma noção do que aEstação Natureza vai apre-sentar.

O foco é a biodiversidadebrasileira, mas a primeira Es-tação Natureza do Brasil, a deCuritiba, mostra já na entra-da a importância da árvoresímbolo do Paraná: o pinheiro

de Araucá-ria. Depoisde uma ex-planação so-bre a plantaque dá o de-licioso frutotípico do in-verno: o pi-nhão, Feli-pe passa afalar sobreos ecossiste-mas brasi-leiros, mes-clando ex-p l i c a ç õ e sentre ani-mais eplantas.

“Confor-me o grupo eu faço minhas in-tervenções. Tem pessoas quechegam aqui e dão uma pas-sadinha rápida, outras que-rem saber tudo nos detalhes.Além de transmitir informa-ções também aprendo muitoporque cada pessoa que passapor aqui sabe sempre algumacoisa diferente”, explica.

A exposição é multimídia.

Globos giratórios, telescópios,jogos, painéis, maquetes, víde-os são mecanismos diferenci-ados de mostrar a importân-cia da biodiversidade do Bra-sil. O mais importante que aexposição, além multimídia, étambém interativa.

A Estação Natureza recebevisitas programadas de esco-las, e a média é de quatro tur-mas por dia. “O professor temacesso a um material de apoioantes da visita e escolhe sobreque temática quer mostrar aEstação Natureza para os alu-nos”, explica o guia.

Toda a exposição tambémfoi pensada para alunos comnecessidades especiais que,por meio do toque, conseguemsaber como é a pegada de umajaguatirica em um molde deargila, em um globo giganteconseguem sentir a água queé abundante no planeta e sen-tir como é um cupinzeiro. Umadas etapas mais impressionan-tes da Estação Natureza é asala dos espelhos, onde depoisde passar por painéis que mos-tram os animais e as plantasbrasileiras, o visitante chega aum espaço onde um globo mos-tra imagens tristes de desmata-mento, queimadas, poluição e

SerSerSerSerSer viçoviçoviçoviçoviço

A Estação Natureza Curitiba está localizada no ShoppingEstação. Av. 7 de Setembro, 2775. Horário de funcionamento:de terça a sexta-feira, das 13h às 18h. Sábado e domingo, das15h às 19h. Mais informações: (41) 3232-809 e-mail:[email protected]

Na Estação Natureza é possível fazer uma viagem pelos ecossistemas brasileiros

Felipe mostrou determinação, é hoje é guia da EstaçãoNatureza, mostrando domínio sobre todas as temáticas

Heloisa Garrett/LONA

“Acreditamos queessa aproximaçãopossibilita reflexõessobre aresponsabilidadedo homem namanutenção doequilíbrio doplaneta”RRRRREBECAEBECAEBECAEBECAEBECA D D D D DAMINELLIAMINELLIAMINELLIAMINELLIAMINELLI,,,,,RESPONSÁVELRESPONSÁVELRESPONSÁVELRESPONSÁVELRESPONSÁVEL PELASPELASPELASPELASPELASEEEEESTAÇÕESSTAÇÕESSTAÇÕESSTAÇÕESSTAÇÕES N N N N NATUREZAATUREZAATUREZAATUREZAATUREZA

Para o engenheiro ambi-ental Kornad Janzen, aconsciência ecológica já nafase inicial de vida deve per-manecer na sociedade, paraevitar o que os adultos fa-zem hoje: “A consciência dacriança é fundamental paramanter a existência raçahumana e a qualidade de

Pensando no futuro

destruição. O cheiro do ambien-te é desagradável e faz a pessoarefletir sobre o que está fazendopara mudar esta realidade.

Depois desta, o visitantechega a uma sala com umcheiro agradável de mato fres-co, onde são abordadas as me-didas simples que cada umpode fazer para ajudar na pre-servação do planeta terra.

O passeio é encerrado com um“quizz” onde o visitante pode tes-tar os conhecimentos que rece-beu durante o passeio pela Esta-ção Natureza. As crianças podemainda se divertir em uma salade recreação especialmente mon-tada para alertas os futuros for-madores de opinião sobre a im-portância dessa geração em con-servar e respeitar a natureza.

vida para as futuras gera-ções. Com isso elas tomarãodecisões sempre tendo emmente a importância domeio ambiente diferente-mente das gerações atuais.”O engenheiro entende que aconsciência sobre o assuntodeve andar juntamente como crescimento populacional.Heloisa Garrett/LONA

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Curitiba, terça-feira, 26 de agosto de 2008Curitiba, terça-feira, 26 de agosto de 2008Curitiba, terça-feira, 26 de agosto de 2008Curitiba, terça-feira, 26 de agosto de 2008Curitiba, terça-feira, 26 de agosto de 200866666

Pauline Machado

O rock da cantora Rita Leeaqueceu a noite fria do últimosábado. Aos 62 anos de idade, aroqueira se apresentou no pal-co do Teatro Positivo junto comseu filho, Beto Lee, e marido,Roberto de Carvalho. O showPicnic trouxe a Curitiba osgrandes sucessos dos 40 anos decarreira, como Flagra, Mutan-tes, Saúde, Buana Buana,Amor e Sexo, Doce Vampiro,Mania de Você, Ovelha Negra,Jardim da Babilônia. Duranteo show de quase duas horas deduração, Rita Lee também fezsua declaração de amor à cida-de e criticou a prática do uso deanimais em circo. Em entrevis-ta concedida ao LONA dias an-tes da apresentação, a cantorafalou sobre o sonho de ser Vete-rinária, e sobre o privilégio decompletar 40 anos de carreira.

Como está a sua expec-Como está a sua expec-Como está a sua expec-Como está a sua expec-Como está a sua expec-tativa para voltar ao frio-tativa para voltar ao frio-tativa para voltar ao frio-tativa para voltar ao frio-tativa para voltar ao frio-zinho de Curitiba, agorazinho de Curitiba, agorazinho de Curitiba, agorazinho de Curitiba, agorazinho de Curitiba, agoraem apenas uma apresenta-em apenas uma apresenta-em apenas uma apresenta-em apenas uma apresenta-em apenas uma apresenta-ção? Como é a sua relaçãoção? Como é a sua relaçãoção? Como é a sua relaçãoção? Como é a sua relaçãoção? Como é a sua relaçãocom a cidade?com a cidade?com a cidade?com a cidade?com a cidade?

Rita Lee: Estou ouvindomaravilhas sobre esse novo te-atro, dizem que a acústica émuito boa, penso que vamos noslambuzar com as guloseimasmusicais da cesta do nosso pi-quenique. Vou chegar um diaantes e quero visitar novamen-te o Teatro de Arame e se tivertempo fazer um piquenique deverdade no Parque Barigüi.

Por que o show leva oPor que o show leva oPor que o show leva oPor que o show leva oPor que o show leva onome Picnic?nome Picnic?nome Picnic?nome Picnic?nome Picnic?

Pic nic me remete aos me-lhores dias da infância quandomeus pais me levavam ao Par-que do Ibirapuera com uma ces-ta cheia de surpresas e um ra-dinho de pilha de trilha sonora.

Como você vê hoje oComo você vê hoje oComo você vê hoje oComo você vê hoje oComo você vê hoje omercado fonográfico? mercado fonográfico? mercado fonográfico? mercado fonográfico? mercado fonográfico? AchaAchaAchaAchaAchaque a tendência de produ-que a tendência de produ-que a tendência de produ-que a tendência de produ-que a tendência de produ-ções independentes veioções independentes veioções independentes veioções independentes veioções independentes veiopara ficar ou existem ain-para ficar ou existem ain-para ficar ou existem ain-para ficar ou existem ain-para ficar ou existem ain-da aqueles que preferem ada aqueles que preferem ada aqueles que preferem ada aqueles que preferem ada aqueles que preferem a“garantia” das gravadoras?“garantia” das gravadoras?“garantia” das gravadoras?“garantia” das gravadoras?“garantia” das gravadoras?

Hoje as gravadoras maioressó servem para artistas que sãograndes vendedores de discos.Para quem está começando ouprefere ser independente a net

Cultura A cantora apresentou o show Picnic no Teatro Positivo e aqueceu a noite curitibana

Rita Lee canta seus maiores sucessosé a grande vitrine do planeta.

Aos 62 anos de vida e 40Aos 62 anos de vida e 40Aos 62 anos de vida e 40Aos 62 anos de vida e 40Aos 62 anos de vida e 40de carreira, como é parade carreira, como é parade carreira, como é parade carreira, como é parade carreira, como é paravocê trabalhar com algo tãovocê trabalhar com algo tãovocê trabalhar com algo tãovocê trabalhar com algo tãovocê trabalhar com algo tãofascinante como a música?fascinante como a música?fascinante como a música?fascinante como a música?fascinante como a música?Como é a sensação de sa-Como é a sensação de sa-Como é a sensação de sa-Como é a sensação de sa-Como é a sensação de sa-ber que o seu trabalho mo-ber que o seu trabalho mo-ber que o seu trabalho mo-ber que o seu trabalho mo-ber que o seu trabalho mo-tiva a vida de milhares detiva a vida de milhares detiva a vida de milhares detiva a vida de milhares detiva a vida de milhares depessoas?pessoas?pessoas?pessoas?pessoas?

Realmente trabalhar commúsica e sobreviver dela há tan-to tempo é um privilégio parapouquíssimos. O melhor de tudoé quando as pessoas falam queuma música minha mudousuas vidas.

É prazeroso fazer showÉ prazeroso fazer showÉ prazeroso fazer showÉ prazeroso fazer showÉ prazeroso fazer showem qualquer lugar do mun-em qualquer lugar do mun-em qualquer lugar do mun-em qualquer lugar do mun-em qualquer lugar do mun-do ou você tem alguma pre-do ou você tem alguma pre-do ou você tem alguma pre-do ou você tem alguma pre-do ou você tem alguma pre-ferência em particular?ferência em particular?ferência em particular?ferência em particular?ferência em particular?

Quando subo no palco écomo se estivesse em outro pla-neta, mesmo que apenas trêsgatos pingados estejam na pla-téia eu me sinto nas nuvens.

VVVVVocê já pensou em pa-ocê já pensou em pa-ocê já pensou em pa-ocê já pensou em pa-ocê já pensou em pa-rar de cantar e viver so-rar de cantar e viver so-rar de cantar e viver so-rar de cantar e viver so-rar de cantar e viver so-mente para a família?mente para a família?mente para a família?mente para a família?mente para a família?

Desde que comecei na mú-sica pensava em parar para co-meçar uma carreira "séria", amúsica começou como um ho-bby e que um belo dia eu esta-ria estudando veterinária, queera o meu sonho (pensando bemainda posso estudar veteriná-ria), mas foi o hobby que virouminha carreira séria.

Divulgação/ www.ritalee.com.br

Rita Lee está comemorando 40 anos de carreira

Renan Colombo

Subir ao altar é uma dasdecisões mais sérias que osujeito pode tomar. O pactofirmado ali, diante do vigárioe do que se supõe ser Deus, éselado com a idéia de que só amorte tem força para rompê-lo. É bem verdade que odivórcio é uma possibilidadeque sempre permaneceráaberta, embora seja o últimodos pensamentos que povoama cabeça do casal recém-matrimoniado.

Pois que há outro compro-misso passional cuja fidelida-

CRÔNICA

É pra semprede se equipara às obrigações docasamento: a escolha do timede futebol. E com um agravan-te: ao contrário da primeira,esta não é uma decisão tomadana maturidade da vida adulta;faz-se na infância, precedendo,em certos casos, a própria fala– nem o simplório sim querepresenta a aceitação docônjuge é capaz de ser dito comclareza.

Assim, por razões lógicas(o proselitismo do pai) ousubjetivas (a preferência pelacores de um determinadoclube), o menino precocemen-te dá contorno a um dostraços de sua identidade. E

tal qual o casamento, essarelação não há de ser eterna-mente estável. Crises virão;no pênalti perdido, na expul-são desnecessária ou noinaceitável gol contra. E é aíque o peso da decisão semanifesta. Mesmo diante dador, há de se manter fiel,continuar usando a camisa edefendendo o seu camisa 10nas discussões da rodada.

Exemplo bastante clarodesse prazeroso suplício vemdo futebol carioca. Imaginemosum torcedor do Bangu: nainfância, a glória dos muitosclássicos vencidos; na vidaadulta, o orgulho de freqüentar

decisões de campeonatosnacionais; agora, na velhice,o desgosto de ver o timelonge de aspirar qualquercoisa que não a fuga dosrebaixamentos.

Vêem? É a musa cujosencantados o tempo e aconcorrência das mais jovenstratou de obscurecer. Masnão há alternativa – pelomenos para quem é sujeitosério. A decisão está tomada enão tem jeito de apagar ostons alvi-rubros que coloremessa personalidade. Temosentão, ao contrário do quetemem as desconfiadas, umhomem fiel.

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77777Curitiba, terça-feira, 26 de agosto de 2008Curitiba, terça-feira, 26 de agosto de 2008Curitiba, terça-feira, 26 de agosto de 2008Curitiba, terça-feira, 26 de agosto de 2008Curitiba, terça-feira, 26 de agosto de 2008

Meio ambiente

Anne Lise Ale

Danielly Ortiz

Começou ontem, na Uni-versidade Positivo, o 15ºColóquio Internacional sobreZoologia do Solo, que discutea biodiversidade, conservaçãoe desenvolvimento sustentávelde animais do solo.

Os pesquisadores partici-param de palestras que abor-daram a hipótese de leitura decódigos de DNA para identifi-cação de animais de solo, o quemostra como a tecnologia e odesenvolvimento estão auxi-liando as pesquisas com estasespécies.

Os animais do solo estuda-dos pelos pesquisadores são asformigas, minhocas, ácaros,nematóides e protozoários, querepresentam 25% de todas as360 mil espécies conhecidasna fauna mundial.

Estes animais são funda-

mentais para o ser humano,pois auxiliam, indireta ou di-retamente, na produção de ali-mentos, decomposição de ma-téria orgânica, controle de pra-gas e doenças, estruturaçãodos solos e até mesmo alimen-tação.

Saber utilizar estes ani-mais ajuda a proteger a inte-gridade física dos solos, o quepode minimizar o uso de pes-ticidas e fertilizantes, aumen-tar a produtividade e os recur-sos orgânicos dos solos.

O evento conta com a par-ticipação de 150 especialistasde 25 países do mundo todo.Pela primeira vez o Colóquioacontece na América Latina,e está sob coordenação da Em-brapa - Florestas, unidade de-Colombo, das UniversidadesPositivo, Federal do Paraná eda Universidade Estadual deLondrina.

A pró-reitora de Pesquisa ePós-graduação da UFPR, MariaConsuelo Marques, diz que a im-

portância de eventos como esseé contribuir para o avanço do co-nhecimento que será contribui-rá para tomadas de decisões. “Aspalestras e os trabalhos selecio-nados oportunizam a atualiza-ção e o aprofundamento de as-suntos na área”.

A pró-reitora finaliza dizen-do que o ensino de qualidade jáestá consolidado, o que está seestabelecendo agora é a pesqui-sa e a atividades da extensão.

A conferência trouxe profis-sionais e estudiosos de muitospaíses, como Nicole Schon,PHD em Zoologia, que veio daNova Zelândia para participardas palestras. Nicole diz que oclima quente do Brasil a agra-da, e que pretende voltar, masa passeio, não para estudos.

O Colóquio atrai tambémpesquisadores brasileiros. Zai-da Inês Antoniolli, professorada Universidade Federal deSanta Maria, compareceu pelaimportância que tem um even-to internacional acontecendono Brasil. “Esta é uma opor-tunidade de entrar em conta-to com pesquisadores de outrospaíses. Nós vamos ter pales-tras desde áreas básicas até asáreas de DNA, que são impor-

Cássia Morghett

Ao contrário do que mui-tos pensam, o solo não é umambiente sem vida. Formigas,ácaros, minhocas, protozoári-os e nematóides - esses e mui-tos outros seres vivos fazemcom que o solo seja como umreservatório da diversidade bi-ológica. A Zoologia é o ramo daciência que estuda os animaise seu habitat, por isso o estu-do do solo é algo de extremaimportância.

Pesquisas comprovam queem um metro quadrado de ter-ra encontram-se mais de ummilhão de seres vivos, eles sãoindicadores da qualidade doambiente. Esses organismosrealizam uma série de pro-cessos que são fundamentais

para o ser humano. A decom-posição é um deles, disponi-bilizando nutrientes na terra,responsáveis pelo crescimen-to de plantas, acúmulo de cál-cio e até o adubo. Por isso es-ses animais são responsáveisdiretos pela produção dos ali-mentos, o controle das pragase doenças contidas no solo. Osmicrorganismos são os prin-cipais agentes na terra, elesdigerem substratos como acelulose e lignina (presentenas árvores) transformandoem nitrogênio.

O estudo das funções dosolo e o cuidado apropriadocom esses animais é a chavepara diminuir o uso de quí-micas nas plantações, au-mentando a qualidade da ter-ra e dos produtos essenciaispara a vida dos humanos.

Os animais do solo

tantes na biologia e zoologia”.A canadense Zoe Lindo,

que também é PHD em zoolo-gia, diz que é muito impor-tante esse evento acontecer naAmérica Latina, principal-mente em um país como o Bra-sil, conhecido por sua grandebiodiversidade, e que recebeatenção do mundo atualmen-te, em especial para a Amazô-nia.

Assim como Zoe, o francêsPatrick Lavelle, presidente daComissão Internacional, acre-dita que o Brasil foi uma boaescolha para sediar o Coló-quio: “Eu trabalho no Brasilfaz alguns anos e temos proje-tos muito importantes naAmazônia”.

Lavelle foi o primeiro pa-lestrante na manhã de ontem.“Fiz uma apresentação geraldo que esse grupo tem feitonos últimos quatro anos equais são as coisas que pode-mos fazer no futuro, para aju-dar a sociedade com aquilo queestudamos”, explicou ele.

Às 18h aconteceu uma con-ferência especial com HenriAndré, do Royal Museum forCentral Africa (Bélgica), ten-do como principal tema, “Bio-

diversidade de animais dosolo: a fronteira final”. A apre-sentação contou com imagense animações sobre o assunto.

Os particiantes que vieramde longe já têm programadasviagens e passeios. Na quar-ta-feira, por exemplo, um gru-po vai fazer uma excursão aolitoral paranaense. Depois dedescer de trem até Morretes,os pesquisadores farão umavisita ao projeto SoloBioma,que estuda a Mata Atlântica .

Patrick Lavelle finaliza di-zendo que, “o Brasil é um paísonde a ecologia está se desen-volvendo”. Sendo assim, já éconsiderado um exemplo parao resto da comunidade cientií-fica do mundo, “mostrandoque incorporar os efeitos dosbichos do solo na problemáti-ca da agricultura e do manejodo solo é uma coisa boa”.

Edson Tadeu, um dos re-presentantes da Embrapa –Florestas no evento, diz que asempresas e universidades es-tão orgulhosos de sediar e or-ganizar o Colóquio Internaci-onal e ressalta a importânciadesse tipo de evento para umpaís com tamanho potencialecológico.

Anne Lise Ale/LONA

Pesquisadores discutem biodiversidadee conservação de animais do solo

Saber utilizar os animais do solo é fundamental para proteger a integridade da terra

Evento conta com participação de 150 especialistas de 25 países

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Texto e fotos: Priscila Paganotto

A comunidade caiçara é marcada pelo seu estilo de vida.Hoje, existem pequenas comunidades afastadas no litoral pa-ranaense, perto do Porto de Paranaguá. Renato Pereira deSiqueira, morador da Ilha das Peças e oriundo da comuni-dade caiçara, diz que “a população é simples e trabalhado-ra”.

Renato é guia turístico, e o grupo de excursão que visita ailha com ele sempre leva brinquedos para doar às crianças.Cada criança pode escolher um brinquedo que está no bar-co. O que sobra é distribuído entre todas as comunidadesexistentes ao longo da ilha. São pessoas de fisionomias di-versas, vindas da mistura de índios, colonizadores europeuse negros escravos. Sobrevivem através da pesca e do artesa-nato. A crença em mitos e superstições é comum na popula-ção caiçara.

Crenças como a do “Pai do Mato”, um velho de barba ecabelos longos. Essa lenda é para as pessoas que desrespei-tam a natureza, entrando na mata à noite e fazendo derru-bada de árvores sem necessidade. O Pai do Mato confisca asferramentas desses infratores. As crianças caiçaras crescemouvindo os mitos.

Hoje, já existem programas para preservar a história dascomunidades caiçaras. O projeto é realizado pelo Grupo In-tegrado de Aqüicultura e Estudos Ambientais da UFPR e apoi-ado pela Petrobras e pelo Instituto HSBC Solidariedade. Mes-mo assim, a população caiçara é cada vez menor.

Os caiçaras do Paraná