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174 S. Paulo, 13 de Fevereiro de 1915 AN NO IV /o ««ppltt. £\ b í&SnS ?1 momo e>m íoi UMBMQI. '' ?'«gy^ —ets^I^-tt-.-—^-pSS.^S-^HPWI^V ¦ æ- ,.tfc ¦'"..0„^^Ê^.mTÍÍ^BB^'''"'"''^'^ ^-T^fir*—"—~JWff^^^^BHtí*-'-wÊ*fV*^f¦^BL ií^"t.T^vv^Èi "**i)1 Oama^ral o ti sal>l^oclo cio Alloitiitté

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N° 174 S. Paulo, 13 de Fevereiro de 1915 AN NO IV

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UMBMQI. '' ?'«gy^ —ets^I^-tt-.-—^-pSS .^S -^HPWI^V ¦ - ,.tfc ¦'".. „^^Ê^. mTÍÍ^BB^'''"'"''^'^ ^-T^fir*—"—~ JWff^^^^BHtí*-'-wÊ*fV*^f¦^BL ií^"t.T^ vv^Èi 'í "** i)1 "í

Oama^ral o ti sal>l^oclo cio Alloitiitté

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rr _fgB|==: O PIRRALHO „Ü||^!^M*TS-—ii--T i .ii ..li i i ¦-.. .i ¦— i — ' ' -—' ' ' ' "¦

A FELIC ftffi m«™ ESociedade Mutua de Pecúlios por NASCIMENTOS, CASAMENTOS e MORTALIDADE

Approvada e autorizada a funccionar em toda a Republica pelos decretos Ns. 10.470 e 10.706

PECÚLIOS PAGOS MAIS DE 350:000$000

Todos os que se inscreverem até 31 de Dezembro de 1914, nas séries de casamentoreceberão os pecúlios um armo depois da inscripção.

T)epois da inscripção os muíualistas podem casar quando quitarem.

Quem se inscrever nas séries de nascimento, até o fim do corrente amio, será chamado íOmezes depois da inscripção e receberá de uma só vez o pecúlio que lhe couber.

õ nascimenio pode dar-se em qualquer tempo.

Todo o sócio que propuzer outro para a sua série terá a seu credito a importância decinco contribuições. Depois de completas as séries, por cada oito chamadas feitas, a sociedadedispensará as contribuições dos mutualistas para as duas chamadas immediatas.

Sede Social: RUA S. BENTO N. 47 (sob.) - Caixa Postal, U - TeIephoi?e, 2588SÃO PAULO}Af>QA '*> >»

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Das marcas mais conhecidasSão estas que causam fé:As mais fortes, mais queridas,São marcas Renault e gerlief

São os melhores da praça! .Pasmem todos! Vejam só!Pois custam quasi de graçaOs autos }$erliet e Renault.

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Pedidos: CASA ANTUNES DOS SANTOS - Rua Direita N. 41

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$¦ Paulo, 13 de Fevereiro de 1915Numero 174•J. wi Semanário lllustrado

de Importância: : : : : evidente

V-

Caixa do Correio, 1026

Recai aoç&oRUA 15 DE NOVEMBRO, 50-B

110 CONTRAPRODUCENTE COISAS DA RUA

Fai um golpe em falso vibrado pelossrs. vereadores, a moção de protestoapresentada na ultima sessão da Ca-mara Municipal, contra o acto daCommissão executiva do Theatro Mu-nicipal, que houve por bem permittirse realizassem bailes carnevalescos nonosso sumptuoso templo de arte. ..

Esse protesto veio motivar um con-fiicto muito dispensável nesta épocaem que fervilham as conflagrações.

Afinal de contas a commissão exe-cutiva do theatro tem ou não tempoderes para resolver sobre tal as-sumpto?

Não queremos absolutamente discutira essência do acto, porquanto paranós elle não assume as proporçõesgigantescas com que o viram os olhosvigilantes dos senhores edis.

Si á commissão compete a soluçãodo assumpto, para que a moção deprotesto ?

Si a Câmara entendeu que, emboradentro dos seus encargos e funcçõesa commissão não andou bem, paraque a moção de protesto, em vez detratar de regular a matéria por umalei?

A nosso vêr seria mais acertadoque os senhores camaristas elaboras-sem uma lei reguladora do assumpto,evitando assim dissenções e animosi-dades desagradabilissimas.

Em que pese, portanto, o respeitoque nos merecem os srs. vereadores,pedimos licença para discordar do seumodo de vêr e achar inopportuna amoção por elles apresentada.

--»«-

No rubro oceano que alaga a Europaneste instante, sobrenadam gloriosa-mente viçosos, sumptuosamente desa-brochados, dois grandes nenupharesde grande significação: o nacionalismoe a reacção catholica.

Nada os destruirá.Os possantes canhões 42 da germa-

nica gente, o tilintar das bayonetas,o retinir das esporas, o incessante es-poucar das metralhadoras, as grossasgranadas que vomitam as grandesboceas de fogo dos possantes vasosde guerra, o galopar das cava lia rias,as incessantes cargas de arma brancae o reluzir das dragonas e dos capa-cetes, não conseguirão destruil-os. Aocontrario, são esses os elementos dasua seiva, são esses os elementos dasua vitalidade.

A que dura prova, submette o des-tino, essas cultas nações, dando-lhesem recompensa, a meu vêr, essas duasalavancas para a grandeza dos povos.

Falsas philosophias da época, pre-conceitos vãos, idéias anarchicas, athe-ismo, preconceitos de raça, grandeza,arte, construcções, fortuna, pujança,cultura, tudo isso os canhões arrazame reduzem a nada.

O socialismo, que vive mudando decôr ao sói de cada época, o decantadosocialismo que fortalecido pela fé dosseus pregoeiros medrava na Europa,foi como um castello de areia que osopro das batalhas derribou.

Nacionalismo e reacção catholica sãoas duas únicas coisas que resistem aopavoroso cataclysma, os dois velhosmonumentos, que ficam de pé nesseconstante desmoronar de tudo.

A França que gargalhava com Vol-taire, o satânico, que sorria ainda ha

pouco com as heresias de Anatole, operverso artista, a França que expul-sou do seu seio as corporações reli-giosas é a mesma França que mandacelebrar missas nos campos de bata-lha, é a mesma França que vio tombarvarado pelas balas, o grande vulto deJaurés, o apóstolo como o chamaram.

E assim a Rússia do nihilismo, aAllemanha do socialismo, a Áustriado anarchismo encapotado, todas, unase indivisíveis nações, se acercam nesteinstante, dos seus soberanos, invocan-do o nome de Deus, partindo para aguerra, cheias de coragem e de fé.

E pensando no sumptuoso especta-culo que nos offerece uma missa re-zada n;um acampamento, como nol-adescreve um jornalista italiano; pen-sando na grandeza do ora pro nobisque um milhão de boceas muram-ram no acampamento, na hora daelevação da hóstia branca; pensandona extrema grandeza com que o padrese vira para os regimentos que seperdem de vista, ajoelhados e apoia-dos sobre as carabinas e lhes diz:orate, fratres!

Pensando nessa grande reacção ca-tholica que só a dôr da guerra podiaprovocar no mundo, acho inconcebívelessa glorificação a Satan, personifi-cado em Momo, no infernal triduoque esse resto de paganismo archaicoe inconsistente nos legou.

Não pode haver alegria sã nestestempos que correm. Lá fora, é o im-menso mar de sangue é a miséria ea fome. Aqui.,.. -. a emminencia degrandes perigos, o coafcraste da nossainvalidez diante dos paizes ^m lucta,a prova de que não somos nada, "âevnidecia da vida artificial que leva-vamos, alentados pela veThvJ]uropa.

O riso de quem vae amanhã se en-tregar aos loucos folguedos do cama-

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vai, é como o riso do palhaço daopera: o estrugir de uma gargalhadapara fora dos lábios, o arrebentar deuma borrasca dentro d'alma. Semsinceridade é melhor não se rir...

Lembremo-nos de que, no rubrooceano que alaga a Europa, neste ins-tante, sobrenadam gloriosamente de-sa brochados os dois grandes nenupha-res do nacional;smo e da, reaccào ca-tholica e... cuidemos mais do que énosso, pensando mais na nossa vida. . .

Marcus Piuscus

Hota Politica

Estrada de Ferro Conceição dos Guarulhos

Zé Machado Pinheiro agonisa......O caso do Estado do Rio, o celebre

caso7 foi o causador da sua primeiraagonia.

O honrado snr. Presidente da Re-publica, attendendo aos incessantesreclamos da opinião publica e ao es-tado de penúria do thezouro nacional,resolveu sensatamente encerrar a ses-são extraordinária do congresso, quenos seus trinta dias e pouco de traba-lho, consumio mil e tantos contos,sem nada resolver.

Diz o general Zé Gomes, que depleno acci-rdo com o snr. WenceslauBraz, nada oppoz á ideia de encerra-mento do Congresso, não querendoassim, assumir attitude anti-patrioticae de aggravo á penúria do thezouro-

É esse justamente o critério adop"tado pelo pavoroso caudilho, quandoé derrotado.

No em tanto «O Paiz» dedicado or-gão defensor dos interesses do P. R. C.e do caudilho, continua não achandodireito o encerramento do Congressoe affirma cathegoricamente que o casodo Rio não se resolverá assim,

O medico Erico Coelho, que por des-fastio é senador começa o seu dis-curso no Senado, protestando indigna-do, e exclamando sinceramente: « Con-sumatum est!»

E, emquanto isso, na Câmara o de-dicado cavalheiro Soares dos Santos,promove com insistência odiosa a as-

: " , ' . ^ 'V.

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\jm aspecto da estação

signatura de soldados do P. R. C. numalista, abaixo assignado. ou subscripçãopró Zé Gomes.

97 individuos collocaram o jamegãona folha de papel. Desses muitos nãoforam eleitos, outros não pleitearam,outros não teêm firmeza de principios,de forma que em Maio essa lista teráno máximo 80 nomes e... não sabe-mos o que fará com esse batalhão, odesprestigiado general Zé Machado.

As nossas felicitações ao snr. NiloPeçanha,

D.

Palcos & Fitas

São José — Es-treou neste theatroa companhia de o-peretas dirigida pe-Io actor LeopoldoFròes.

A Companhia|J| parece ter agrada-

do pois o visinhodo municipal tem tido boas enchentes.

W 1

lllfât

Quer dizer, portanto, que o aramena zona não anda escasso. Parabéns.

Brasil Cinema — Esta bellissimacasa de diversões continua a s°r oponto predilecto de muita gente chie.

E isso nãoè de extranhar, porquantoa empreza cuida, bem da organizaçãodos programmas e não poupa esforçospara bem servir o publico.

Amanhã grandiosa matinée.

Íris — Este simpathico cinema to-cias as noites apanha collossaes en-clientes. E é um publico fino o quefreqüenta o íris. O Pirralho que é ha-bitué tem tido oceasião de observaresse facto.

¦»-a-a-a-afc--»5--$H3-<-

Do Estabelecimento graphicodos snrs. Colombo & C.ia residentes áRua Tupinambá 58, recebemos umafolhinha com um bello trabalho dealto relevo em celulóide.

Gratos ao lhe Chromographic.

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O PIRRALHO

A JiOSSR "E^iQUÊTE" SOB^E FRADIQUE JVIEflDESPAMPOS PEDRO RODRIGUES DE ALMEIDA

Curiosa e interessante é, sem duvida, ae.nquête do Pirralho sobre Fradique Mendes.Curiosa e interessante, não pelo seu pontode partida, que é a obra pliantasiosa de Eça,mas pela forma múltipla de interpretação,que se pode dar a esse breve e a um tempo,amplo questionário, em que se ella moldae apresenta.

E assim é; bem complexa se nos afiguiaa resposta e muito mais nos houvera de pa-recer complicada, si, para logo, nos não con-vencêssemos de que a nossa opinião, o nossomodo de ver pessoal é só, é unicamente oque se nos pede e exige.

E para encurtar preâmbulos, que pream-bular é dos indecisos — já o disse um an-t go de bom humor — ent emos espalma-damente a considerar essas transcendentesinterrogações, que se nos alinham diantedos olhos.

Será Fradique Mendes um typo represen-tativo de vida superior?

Não. E para aduzir as razões, que dictamtão de prompto essa terrivel negativa, urgeque se estabeleça, sem tardam.a, o que, emnossa muneirr do visionar as coisas, se pôdechamar um typo representativo de vida superior, ou mais resumidamente, um homemsuperior no largo sentido da expressão Ohomem superior, nós o encaramos sol)dois aspectos: em si, na sua organisaçãopsychica, na sua vida int ma, ou socialmente,em as relações que mantém t om o mundoem cujo contacto vive.

Para que um homem seja intimamente,organicamcute, digamos assim, espirituali-sando o vocábulo, verdadeiramente superior,é necessário que nelle exista perfeita a har-monia das faculdades; é necessário que se-jam harmônicas as suas diveisas manifesta-ções de actividade.

Expliquemos: intelligencia, caracter e co-ração devem contrabalançar-se, para dar aoindividuo a unidade distinctiva, a saliênciavisível, que se procura.

Uma das faculdades sobreieva ás outras,isso é inevitável quasi; preciso se faz, porém,que com o alargar-se d'esta, cujo vigor émais intenso, não se deixem as outras estiolar.O homem psychico conhece se pelas suasobras; assim, pois, è superior aquelle que,tendo em si o equilíbrio desejado, singular-mente se evidencia ou pelo espirito, ou pe-lo coração ou pelo caracter. D'onde, pordifierentes modos se revela a superioridade.

E' superior o especialista, o que se aper-feiçou num ramo da arte ou da sciencia e,

pelo t abalho productivo, nessa espe.-ialidadese salienta com empolgante relevância, desdeque lhe não faltem qualidades de vontadee de sentimento; nobreza nos a;tos e firme-za nas convicções.

¦E' superior aquel e que leva a intransi-gencia do caracter ao heroísmo do sacrificio,si o não faz com mesquinhez de coração etem no espirito as luzes precisas para pesar e comprehender o alcance do que pra-ticou.

E' superior o que leva a caridade á ab-negação, .sabendo manter-se integro e agindolucidamente, isto é conservando a darados

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pela razão os magníficos exces os do cora-ção donoso

Visto assim o homem superio ,em si, exa-minemol o sob o ponto de vista sócia'.

E' superior socialmente falando, o homemque transplantado para o grande mundo, pa-ra os centros requintadamente chies, guardaas suas grandes qualidades interiores e semtransigir com as exigências, que o meio im-põe, atravessa os salões, conservando noplasma da elegância exterior e da etiqueta,o natural perfeito; é o homem que, despre-tenciosamente, entre as graças descuidadasdo sorriso fácil, deixa cahir pérolas de finaespiritualidade, e congregando as attençõesporque sabe encontrar o X dos pgrupamen-tos, porque percebe logo o segiedo de fun-dir todos os antagonismos, vae, senhor dosseus princípios, conquistando, sem irritar, assympathias do coração e as adhesões da in-telligencia; é o que tem para tudo a obser-

vação justa, a interpretação exacta, e ostentana conversação, uma visão nitida da vida,de envolta com engastes preciosos de erudi-ção; é o que, nas galas do baile revela,em serena despretenção de li ornem e sedu-ções expontâneas de caus ur, a personalida-de inteira, sem uma falha, que a deformeou uma poso, que a complique.

Tomemos essa extranha e imponderávelfigura de Carlos Fradique Mendes e analy-semol-a, sem tocaias de pensamento, á luzdesfe critério.

Em primeiro logar, falta-lhe a harmonia:a sua versatilidade, assaz observada ror to-dos que o estudaram, é uma falha de ca-raeter, que, si não tem o re'evo das grandesjacas que inutilisam, ó sufíi iente e bastantepara desconcertar lhe a inteireza. Fradiqueé, na accepção mais lata da palavra, ume/''-IcJtfinfe e todo o dilefianie absoluto é umfalho

Si passarmos da questão do equilíbrio aestudal-o em cada uma das .suas faculdades,acha'emos, sem minimo esforço, que nadao recommenda para tomar lugar no p ntheond a rigorosamente su eriores,

Intelectualmente, nada produzio, não teveobras que o revê assem e o que deixou, emcorrespondência, são paginas de brilho fugaz,erudição exótica e preo cupação de verve,onde, não rar , pelo mero prazer de epaier,impulsivamente se arvora em conselheiroextravagante, como naquella carta em quese elle derrama em satyra abundante contra oestudo das línguas e, pelo simples gosto de fazerpilhéria, colloca uma velha tia, em attitudesgrotescas, por todos os hotéis do mundo, acantar de gallinha, diante dos garçons, parapedir ovos.

Inconstante e curioso, percorreu como tou-viste os continentes do mundo e as proviu-c as do saber humano.

Como homem de caracter nada fez, que odistinguisse; faltou-lhe até a coragem pre-cisa para, vendo os defeitos de seu paiz,verberal os publicamente, num nobre intentode saneamento moral. Feio apenas na in-timidade.

Como homem de coração, foi vulgarmentecaridoso, caridoso como o é quem tem di-nheiro abundante e possue um fundo me-dianamente com passivo e bom, porque issode parar « sob a chuva e sob o vento e des-apertar pacientemente o paletot e descalçarpacientemente a luva» para dar esmola êum pormenor que pouco significa e não bastapara caracterisar a superioridade por essa

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face; e demais, nunca ninguém pensou emcollocar Fradique-coração acima de Fradique-intelligencia.

Em si, elle não é, pois, um homem superior.E socialmente, sel-o-á?A nosso vêr, não o é também. No trato

social, falta-lhe o natural pei feito, como,aliás, em tudo, por ser elle apenas uma som-bra de homem.

A suti passagem pelos salões, pelo tratode seus pares resente-se do rebuscado e doartificia'; freqüentemente, tem Fi adique ges-tos amaneirados e attitudes de pose.

E é sobie o mais, um cultor apaixonadodo paradoxo. Hoje, é o paradoxo, em ver-dade, uma instituição; adquirio elle, nossalões, foros de soberano. O homem superior,porem, não pode e não deve abusar dessaliberdade.

Temos para nós que o paradoxo lhe épermittido; assiste-lhe o direito de usal-o,mas, unicamente como uma transição, comouma plaisanterie da intelligencia em que re-pousa o espirito das syntheses elevadas, dasanalyses minuciosas, das observações origi-naes, como um recurso, quando lhe falta o chãono correr da causerie; referimo-nos, aindaassim, ao paradoxo jocoso, ao paradoxo paradivertir, ao paradoxo pilhéria ou trocadilho cnão ao paradoxo pretencioso, que tanto se-duzio ao nosso heroe.

Esse é intolerável.Será Fradique um elegante perfeito ?Considerando nós a elegância perfeita como

sendo um resultado do exterior e do interior;do perfeito interior e do exterior perfeito,pare e-nos que só pode ser elegante perfeitoo homem superior.

Donde, Fradique. um grande elegante,um requintado, um acabadissimo elegante,não é um elegante perfeito.

Qual o typo ideal de homem?Estribando-nos nas considerações que, so-

bre o homem superior, anteriormente, exa-ramos, a no?sa resposta sahc clara e simples:o typo idersl de homem será o que, em maisalto gráo, realizar a harmonia de todas asfaculdades c revelar em trabalho, em acçãoe em vida a unidade do ser; será o queequilibradamente uno e superior, nas ten-dencias e nos actos, conseguir a visão nitidadas coisas, a comprehensão perfeita das res-ponsabilidades, a noção clara do dever, oinstineto definido da fecundidade consciente

O typo ideal de homem será pois o quemais oompletamente viver, no grande sentido,no sentido nobre, elevado e inteiro da palavra.

AS CARTAS D'ABAM 0 PIQUES

Tffffí

H tajge das Tabuletta

0 « Stado » im-pubricô o meisepasaato um bimi-to artigolo ingop-pa a «a leggedas tabuletta»che stá una leggefazida ingop pa aCâmara Munici-pala,dooinlustrovereadore bar.

rado, o gorunello Piedadó.Ista legge stá pruibindo spressamen-

te c'oa pena di murta i ottos dia digadêa tuttos nigoziante chi butá ta-buletta co nomino straniére inzima daa gaza. Pur istu amutive tuttos pis-soalo che tenia o nomino straniére giápigáro da fazê a traduçó co inlustropidigrotta dottore Spensere Vampréche també tive di atraduzi o nominop'ra non paga murta; aóra illo si xa-me o dott. Vapr'elli.

A « Casa Allemã » fui intimada pr'amuda imediatamente o nomino porcausa chi «allemã» é straniéro, i oVapr'elli mando atraduzi: Casa Bra-zilêra.

A «Casa Xique» do Elia Turco,c'oa nova legge si xame áora a « Casado Xico.»

Istas duas só traduçós du pé dalettra, ma una traduçó molto xiquefiz a gaza «Au Bon Diable» che ficosi axamano «O Cusarunhes» i non énu pé da lettra ma tê o mesimo sin-tido. A «x Laite» tambê mudo; inveizdi «Light and Power Company Limi-ted» fico « Leite di páu i gampanignasmartada.»

Tê argumas traduçó chi non cum-pagna o «vernaco» (vernáco é a lin-gua brazilére du tempo de Camonhes).Ma as traduçó du Vapr'elli só tuttasvernaca come ista per insempio: «Ga-rage Auto-Omnia» che o Vapr'elliatraduzi p'ra «Garagia Autonia.»

Algumas traduçós ficáro molto feiacome per insempio o «Skating Pala-co» che fico «Palazzo Catinga» i a«Casa Garraux» che fico seno «CasaAgarro. * Até aparece o Lacarato chivive agarrano a genti p'ra buttá nagadêia.

A «Rotisserie» o Vapr'elli non fuigapaze di traduzi pur causa che illonon sabi ingreiz, ma io chi só gotúbanu ingreiz atraduzi i mande p'rellis:«Otello do Arroiz co Siri.»

Lá nu abaix'o Pígues tenia unaarfaiataria d'un tale Gioachino che sixamava « Tailleur pour Dames »; intóo Gioachino mi apago cinco e io atra-duzi pr'elli: — «Tai, madama!» (Tra-duçó nu pé da lettra).

A «Casa Excelsior» i a «Casa Mi-chel» ficáro si xamáno «Casa duCerco» i «Casa du Miguele»

0 banque «Le Crédit Foncier» tairi-bê fui io chi atraduzi i ganhedozemillequinhento. Fico acusai: «Noncredite no Fonseca!» Videntemcnteistu Funseca é o Funseca Hermeze...

A «Casa Germano» fico a « CasaGargamano» i o bondi «Lamcda,Glette» si xame aóra o bondi do« Armêda Netto.»

Come si dexemos vê os inlettorealgumas traduçó furo fazida co pé da,lettra, otras só co sintido ma tê ar-gumos chi non si podi atraduzi sinomolto adifferentementi come: «DiárioPopular,» chi fico « Giurná das Guzi-gnêra» o «Giurná das Asnêra.»

Ma o piore di tuttos fui a «Gade-mia Baolista di letras» chi non tétraduçó né co pé da letra, né co sin-tido i né sê sintido.

0 migno saló che si xamavo « Salód'Abax'o Pigues» io puteva atraduzi:«Saló im baxo do Piques» ma axêmigliore muda o nomino che si xameaóra: — Saló dos Aluado.

Juó Bananére.

O PIRRALHO... NO RIO

Por estar enfermo o redactor do «OPirralho no Rio,» deixa de sahir hojeesta nossa apreciada secção.

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jllll iiiiii—_ ° PIRRALHO lllll

"PIRRALHO" SOCIAIO Carna-

vai, este an*no, comoem líh^ —dizia-se —tinha umgrande ad-ve sario acombater—a cr se. Eraella, segun-do a opinião

insuspeita dos foliões, a liydrafamelica que, de fauces escan-caradas, esperava a melhor op-portunidade para devorar, con-sumir de vez o lendário Momo,o impagável, o excêntrico, o di-vertidissimo rei da Folia.

Mas o facto é que le roi s'a-muse. Momo se ri até da pro-pria Crise o a Crise, que paramuita gente é como a hydra deLerna, imposs'vel de se abatercom um só golpe, encontrou nodeus eterno da Loucura, o Her-cules possante e façankudo quea prostrou, vencida e exangue,a seus pés, dando assim umatrégua áquelles que constituema legião immensa dos adep-tos dessa religião da Folia, quenão acaba nunca, porque nasceucom o homem e com elle sómorrerá. Estamos, pois, em pie-no reinado da Loucura. Somostodos subditos fieis de S. Ma-gestade o rei Momo A elle obe-deçamos, a elle prestemos ho-menagens. E' o único impei anteque não tem, nunca teve e ja-mais terá opposição, poque elle

governa de accordo eom o sen-tir, com o pensar e com o que-rer dos governados.

Olhae um pouco para essasruas coalhadas de gente, e di-

zei-me si é ou não verdade oque vos affirmo, si são ou nãosão physionomias de loucos asque vêcles estampadas no rostode cada individuo, por mais si-

£aliada antigaEdifiquei certo castello,

¦por uma explendida manhã:brincava o sol, quente e amarello,numa alegria incauta e sã.E eu quiz fazer,'o' louco anhelofdesse palácio encantadoro ninho rico, mas singelo,do teu, do meu, do nosso amor!

Porisso, em vez do som do duellotinindo em lueta, heróica e vã,fiz soluçar um ritornelloem cada ameia ou barbacan...Depois, tomando o camartello,alto esculpi, dominador,esse brazão sumptuoso e bellodo teu, do meu, do nosso amor!

De que serviu, si elo por élodessa paixão acalma paga,rompeste a golpes de cutello,o' minha loira castellãf!... Hoje estou só, sosmho, e velo,por este immenso corredorque corre ... corre paralelloao teu, ao meu, ao nosso amor!

Offerta:A ti, Princeza, eu te revelo

está ednção que um trovadorvirá cantar pelo castellodo teu, do meu, do nosso amor!

Ç. de jGndrade e jÇlnjeida.

sudo, por mais pacato que seja.Esquecemo-nos até de que somosseres vivos e que temos de « co-mer para viver». Muita genteha que, nestes dias, nem se lem-bra do estômago. Mas é neces-sario que assim seja. E' neces-sario afogar toda essa magua,todo esse soflrer, que em maiorou menor dose todos temos, nosfolguedos carnavalescos que co-meçam. E como todos assim pen-sam, não é de extranhar que,daqui a algumas horas o corsoda Avenida seja uma verdadeiraapotheose ao grande rei. O corsoda Avenida, como sabem, é ociou dos nossos carnavaes. Allise concentra tudo quanto ha dechis. de distineto, de entlmsiasta,na Paulicéa.

E depois do Corso... o bailedo Internacional. Que deliciavae ser esse baile! Tanto maisagora, que a directoria do Club,num gesto digno de encomios,estabe eceu rigorosa syndicancia

para a entrada, prohibindo-a ab-solutamente a quem não estivermunido do seu ingresso. Assim,a directoria do Internacionalvisa evitar a «invasão indébita »no seu território. E faz muitobem. E que a commissão queficaiá á porta, seja uma trin-cheira belga...

Terça-feira, os bailes do SãoPaulo Club, do Circolo Italianoe do Cercle Français.

Moços! Ahi está o Carnaval!Preparai-vos para a peleja, comtodo o vosso ardor, com todas-

LANTERNA MÁGICA-00-

A Pedro Kodrigues de Almeida.

HISTORIA DE MASCARAS

No balcão central do castello, guinda-se uma miniatura de quartotodo branco, e entre açafates e bahus oblongos marchetados de ma-dreperola, dorme a joven castellã de nove annos. Ao lado a velhaaia reza.

Fora, vae deserta a payzagem, onde só a lua trota.E no scenario de devastação do parque, a lagoa esverdeada man-

«ka-se de nenuphares abertos.

Mas lá em baixo, ha vagamente um clarão que caminha. Dir-se-iam luzes que se ofluscam a cada batida do vento.

Cinco homens com lanternas, conduzindo em procissão um andor,

penetraram na avenida de olmos seculares, passaram a ponte de

pedra sobre o regato.E, na sombra que o castello derrama pelo chão; pararam deante

da grande porta.A aia vigilante perseruta a noite cheia de latidos ferozes dos

cães.Em baixo distinguiu a imagem rodeada das lanternas, peeignou-se,

e cerrando o auvent, desceu.A' supplica humilde dos irmãos, fatigades da romaria, e que

tinham ainda três léguas a caminhar — a aia. piedosa fez escancarara velha porta de carvalho e bronze.

Com esforço, o andor levantado subiu os degraos de pedra e

penetrou pelo solar, ao passo arrastado dos farricôcos.

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O PIRRALHO

as energias que ti verdes armazenado.« Al ons! enfants de Ia PatrieArrivé déja le jour de Ia Folie...»

2ÍC &- 2ÍC

Passou a semana finda o anniversario na-talicio de Wladimir de Carvalho, o Mimí,como o chamamos nós, distincto e operosoauxiliar do Gabinete de Identificação daSecretaria da Just ça. O Mimí foi alvo demuitas manifestações de sympathia por partede seus amigos, e merecidas felicitações.

Wladimir de Carvalho é uma bella alma,um formosíssimo espirito, e como tal foram

justíssimas as saudações que recebeu. Comellas envolvemos também as nossas.

Os nossos instantâneos

Ml MM mam M JpffVjQ íj |Í/Í

^Ic. .ale. A^

0«íra pagina triste doa Diário de um Namorado".

Hontem vi a minha amada. Toda de bran-co, a pureza de sua alma reüectindo-se nassuas vestes, ella ainda rne olhava com! osseus olhos ternos, olhos de santa que euadmiro e amo, porque elles são as janellasde uma alma cândida. Quem-diria qne eumereci dessa creafcura o coração de oaro,

quem diria que ella me dedicou todo o seuamor e que eu, misero mortal que sou, numincomprehendido orgulho, desprezei-a comouma cousa vil... Hoje as minhas visões sãoas de um torturado da sorte. Vou repousar

pensando na minha doce amada. Praza aDeus que com ella sonhe, e, sonhando, eua veja sorrindo para mim, na sua pureza ena sua graça excelsa...

2àC .SfcL ^C

Vimos, domingo utimo, fazendo o'corso deHygienopo1is, as seguintes famílias e cava-lheiros:

Dr. Nilo Costa e esposa, num bello tor-

pedo; dr. Horacio Sabino e m.lles Sabino eAida S. Brandão; m.lle Annita Prado e dr.Armando Prado, numa elegante Umousine;dr. Aureliano do Amaral, exma. esposa aonaJenny Amaral e filhos, num elegante dovble-

phaeton; família Prado Chaves; m.lle Syl-via Valladão, dr. Mareio Munhoz e família;família Queiroz Lacerda; dr. Henrique deSouza Queiroz Meyer e família; dr. Sam-

paio Vianna e família; Luiz Alves, Cardosode Almeida e Gumercindo Cintra; dr. Fir-miano Pinto e familia; m.mes Sarah Pinto eCandinha Prates; m.me Affonso Arinos;dr. Cláudio de Souza e familia; dr. Henri-

que Lindemberg e familia; drs. Alberto No-broga, Schmidt Forster, João Ferraz; m.meJunqueira Netto e dr. Gabriel Ribeiro dos

Os nossos instantâneos

¦¦¦¦¦¦¦¦¦¦(«¦¦¦aDnBW

Santos e esposa, além de muitíssimas fami-lias e cavalheiros, cujos nomes não nosvem agora á memória.

.ite. zic ite-

L. S.

Ao traçar o perfil elegante de m.lle L. S.,acodem-nos á lembrança os primorosos ver-sos do poeta mavioso:

« Passas cantando, rouxinol de trancas,Essa eterna alegria gargalhando... »

M.lle é uma creatura graciosíssima, umcheru1 im formoso, alado das regiões do ether,

A' luz dos fachos que os lacaios estremunhados empunham, vacillaum Senhor dos Passos ajoelhado sob a cruz enorme.

Descançam-no no fundo do grande salão do castello, e vão-se os

irmãos repousar para os quartos de cima.No silencio, em meio dos estofos e dos crystaes, o Senhor dos

Passos engrandece a sua figura de martyrio.Rodeia-o um pri nor de mobilia, na gloria decorativa das grandes

épocas. As sete velas esculpidas d'um castiçal de serpentinas deouro refiectem-se no espelho sobre a chaminé colossal. Dos lados— dois panneaitx, ambos de payzagem lunar com arvores esguias.Sobre o tapete fofo, mostram-se modelos preciosos — poltronasde nogueira lavrada, cadeiras de tapeçaria e dorso alto, mesas,Iiautc-lices. E uma extensa janella cava-se na pedra entre aladasdecorações.

*• *

Tudo dorme. Apenas no quarto da torre secular, ornado de phan-tasticas rosaceas, na promiscuidade de adagas, hachas d'armas,floretes e couraças, o herdeiro da baronia atavia-se de mascarado.

Experimenta a veste de sed t que lhe trouxeram para os bailesdo Carnaval. - _

O velho servo contou-lhe a tarda visita do Senhor, e tão intensa lhevae na alma a alegria de moço, que pede a meia-mascara, indagamais uma vez da belleza do traje e sahe pelo mudo corredor. A'lua que penetra por aberturas da muralha, coincide-lhe a veste en

jeu de dames de arlequim com o chão formado também de cubos

pretos e brancos. E, solo e figura parecem feitos do mesmo arranjo

paciente de pedras combinadas.Quedou-se n'um banco o velho servo, e como vae alta a madru-

gada, alli se prostra e adormece.Emtanto, o baronete mascarado desceu; erra pelas salas.Depois passou pelo vestibulo, penetrou no salão. E de pé, fitando

pelas aberturas dos olhos a grande imagem roxa e maguada, falou-lhe:Hoje é Carnaval, não censures, Senhor, a phantasia e a mas-

cara...Sempre tive um respeito quasi medroso por ádvinhos e santos.

E conhecedor da tua presença no castello, não quero me deitarsem piimeiro fazer-te as honras da casa.

E achegando-se, e pondo-se a cavalleiro d'umn nobre cadeira:Vaes pagar-me a hospedagem fidalga, prestando me um pequeno

serviço ... Sabes tudo, pois que és Deus! Eu amo Ophelia ... acon-selha-me, que devo fazer para que ella me ame?

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O PIRRALHOi -1

Estrada de Ferro Conceição dos Guarulhos— =-¦ ^Sz££zZi^ESSSSS£S£5E£SSSSSSf '' m——himiimb

Os dr*s. Washington liais e Paulo JVtoí?aes Barbos, queassistiram á inauoufacão da estrada

Da Madonna do Ticiano, M.lle tem o olhar,esse olhar que prende, que attráe, que do-mina, abate e vence quem quer que se en-leve por essa «celeste yara, que com a suatrama clara de luz »,• encarcera todas as almas.

E já estamos a vêr m.lle, a sorrir, na suamodéstia incomparavel, e a dizer: «Exaggero.

Exaggero tudo isso? Pois sàibam-n'o osleitores que é tarefa bem difficil traçar operfil de M.lle, justamente porque, com pa-lavras assim é impossível dar-se o coloridopreciso, exacto a esse perfil insinuante eraro.

M.lle gosta muito de dançar.Si quizerem coühecel-a melhor, é só irem

aos bailes do Internacional ou do S. PauloClub. Eeparem bem numa phantasia de . . .não, não digo M.lle; não morra desse susto...

NkL 2&£L 2ÍC.

Os jornaes do Eio, entre os quaes os nos-sos prezados coüegas do « Correio da Manhã»,verberaram, e com justas razões, o facto dealgumas moças cariocas sahirem ás ruas ves-tidas de homem, por occasião das battalhasde confetti na Avenida Eio Branco. E tive-ram elles carradas de razão. Isto de umasenhorita metter-se em trajes masculinos,muito embora seja carnaval, é realmente,não direi feio, mas, pelo menos, muito des-airoso. As cariocas, desta vez, levaram muitolonge o seu desembaraço...

«que Deus, por descuido, deixou fugir um diatio Paraíso. E' uma figurinha insinuante, at-trahente, immensamente sympathica, e vivesempre a sorrir, como si a vida fosse, paraella, um explendido crysol, cheio de rouxi-noes, de primavera e flores.

Desembaraçada, sem perder entretanto alinha de sua educação primorosa, m.lle é«empre, em todas as reuniões a que empresta

o brilho de sua presença, a alma e o encantodas festas.

Certo, já contemplastes aquelle quadrocelebre que ó a Madonna do Ticiano ou acelebre Gioconda do museu do Louvre. DaGioconda M.lle tem os cabellos negros eluzidios, a bocea pequenina e bem feita,guarnecida por esse conjuneto de pérolasopalinas, que são os seus alvissimos dentes.

jsJc zic ÜC

Nota: Devido a um atrazo lamentávelna nossa officina de clichês não podemospublicar hoje o costumado retiato de umadas elegantes senhoritas da nossa hai.de.

No próximo numero recomeçaremos a pu-blicação.

Euy Blas

O anno passado, comprei uma rica vestimenta de Hamlet. . . an-<lei decorando versos de Shkespeare inútil tudo creio

que ella sabia mal o inglez ... ou era eu que pronunciava mal.. .Attentando no Christo sob a cruz, assustara-se o bironete. Vira

um movimento humano na imagem. Ella como que descerrara osolhos e fechara-os de novo.

Afastou-se alarmado pelo grande salão quedou-se depois junto á

porta muito calmo. E transfigurando-se de súbito, arrancando amascara;

Ou será verdade! Milagre!E avançando para ella:-- Senhor! Desfaze a minha angustia. Que queres? Castigar-me

¦com a tua presença real esta noite no castello de meu pae? Ouredimir-me ...

E fazendo a vóz plangente e rodeando o andor, e beijando asfitas que cabiam até o chão:

Senhor! Por tua grande cruz perdoa a minha duvida! Por¦tuas chagas aberta, perdoa! Por tua carne flagelada ! .. .

Um dos pés da imagem fugia das vestes para traz, nú e branco.Acercou se d'elle e, fazendo gesto de beijar, trincou com a sualarga dentada, o calcanhar descoberto.

O pé retirara-se, a enorme cruz pendera para o lado e o Senhorse levantara sobre o andor, enorme e ossudo na sua camisola roxacom cordões dourados. Tinha os olhos abertos, profundos e tristes,e os braços cabidos.

Cortou o silencio uma gargalhada canalha do arlequim.Em saltos, elle alcançara a velha panoplia que ornava a parede

ao lado do reposteiro, e arrancando com violência um florete, e

brandindo o .Ah! Ah! E' Carnaval hoje, vês, duas horas, duas badaladas

na torre, ouviste ? E' domingo de Carnaval! Esplendido 1" Eu (te

phantasia, tu de barbas postiças, o salão é vasto, nobre, vamos

dançar...Fazendo maneiras de espadachim approximara-se do andor. E o

homem feito Christo, desesperado, com sons surdos escapadosda garganta, atirou se para baixo da mesa, bateu rudemente no

soalho, rolou, e foi levantar-se longe, de encontro ás tapeçarias da

parede, tremulo, perdido de pavor.Carnaval! continuava o mascarado. Eu de arleqnim e de fio-

vete, tu de Senhor dos Passos... Vamos dançar! Depois, quandocahires extenuado do baile, irei bailar, com cada irmão da tua con-traria. Será esplendido o meu Carnaval! íj.:,\a. ,w-

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O PIRRALHO

A MORTE DE PIERROT Os nossos instantâneos

Comedia triste em um acto,em verso.Julio César da Silva.

Em elegante «plaquette» primoro-samente editada pelos srs. Pocai Weiss& G. o fino poeta Julio César da Silvaacaba de dar á estampa o poema a

que intitulou « A morte de Pierrot» .Lemol-o com especial carinho, com

o enlevo que nos despertam as obrasde mérito, e tentaremos expor, nesteligeiro cavaco, a nossa rude opinião,sem nos arrogarmos a qualidade decritico.

De resto, já o disse Kemy de Gour-niont nos seus «conselhos Íntimos aum jovem escriptor» — «não façaisnunca critica literária... Nada maisperigoso do que imprimir-se as pro-prias opiniões.»

Trata-se de uma comedia triste, emverso, como se lê no subtitulo do livro.

Julio César reeditou o velho typode Pierrot, desse Pierrot eternamentesuggestivo, que emigrou da Itália paraa França, onde o celebrou o pincel bu-eólico de Watteau e mais tarde o lápisincisivo e enigmático de Willette, que,melhor que ninguém, o soube espiri"tualisar, atravez do seu traço delicioso,nas ephemeras paginas do «Pierrot.»

Mostra-nos o poeta um Pierrot tor-turado, que mistura a sua ironia amargaás derradeiras explosões do seu amor-

WmWmmmmmS3Sm^^^^^S mWmW** ——. „^^^^Wi^—- —¦- . .*—

É um Pierrot que agonisa, mas rindo,rindo sempre, dolorosamente, da tra-hicão de Colombina.

Em conjuneto o poema, é perfeita-mente harmônico; a urdidura, theatralé tanto natural quanto possivel, semque se lhn note o minimo hiato, con-correndo grandemente para que aemoção se exerça em toda, a sua pie-nitude.

Seu verso, polido e facetado convpaciente esmero, trahe o poeta de-raça, que verseja por temperamento,,com uma superior preocupação d'Arte..

Priva-nos a carência de espaço de^transcrever muitos dos seus versosonde a nossa, emoção palpitou maisforte, onde uma nota mais sonora emais intensamente artística nos tocoua sensabilidade, e, Analisando, diremosque o poema de Julio César valeu-nospor um armistício delicioso, nestes-tempos ominosos em que ingerimos,diariamente toda uma literatura san-grenta, cheirando a chamusco, impor-tada, lá do outro lado do Atlântico.

A. L. Silveira da Motta..

Drs.

Rntonio Define

Raul Corrêa da Siloa— e

Dolor Brito francoADVOGADOS

k 15 is Novembro, 5Q-B - (Sala 7)'

ATTE1EM DAS 12 ÂS15

A bocea torcia-se-lhe de ironia violenta. E no cruel assalto, o

seu longo corpo formado de cubos pretos e brancos, gingava dia-

bolicamente deante da figura macilenta do Christo.O outro batia os dentes e fixava-o com terrível angustia. Ten-

tou dizer qualquer coisa mas o arlequim ria-se nervosamente.— Em Carnaval brinca-se, em guarda! Vamos.. .Lançara uma firme estocada. Espetado no braço, perdido de

horror, o outro agitou-se, quiz fugir para a porta, agarrando se ás

cadeiras, interpondo-as, tropeçando...Mas a lamina o alcançou em pleno corpo.E emqnanto o livido Christo se debatia e rolava, o arlequim

com o florete pingando de sangue, recuava na impressão d'um

tremendo sacrilégio...Alli ficou, gelado... E ante a agonia da figura sagrada, se foi,

allucinado, roçando pelas paredes ...

* *

'Quando a torre bateu as três baladas, o bando de irmãos desceu

de manso as escadarias escuras e, junto no pavimento térreo, pene-trou na sala.

Apenas duas das velas esculpidas se refiectiam no grande espe-

lho. A' luz frouxa, no fundo, o andor estava vasio, com a grandecruz debruçada.

A mobília juntara-se desordenadamente, havia uma cadeira tom-

bada. E no tapete immenso, deitado de costas, os ladrões viram o

seu chefe na túnica de disfarce, convulso e duro, com a bocea

aberta no meio da barba, morto. Adeante um florete com sangue

e a meia mascara preta.E no confuso bastidor da vasta janella, de pé e fulgurante, o

grande arlequim olhava com olhos de louco.

Recuaram os cinco tomados do mesmo súbito pavor. E atrope-

lnido-se na cega retirada, de roldão, elles se foram empurrando-

pelo vestibulo, pelos corredores escuros, e, na sala de jantar, pro-curando sabida pelas janellas, esbarravam aterrados nos corpos de-

mulher em estuque que subiam alto pelas paredes, brotando de-

folhas de vinha.Oswald de àndradr

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O PIRRALHO — l^sa

PRELÚDIO\$^r

Tu ficaste a scismar nesse Palácio antigo,Que a hera merencorea envolve de numidade,Como em sonho apoiada ao teu longínquo amigo.

Moradora gentil da morna soledade,Única a se reflectir nesses espelhos quietos,Em mysterio*os tons de magua e de saudade:

Do fundo dos salões sinistramente pretosTeu olhar me seguiu como um pássaro fiel,Como em volta da luz pairam loucos insectos.

Meu sangue se oflerec? ao Destino cruel:

Que elle corra,, glorioso, ou na espuma, ou no vento,Por ti, que abandonei, alva pomba sem fcl,

Tua única rival, a Morte, num momentoElla, a impassível, Ella, uma outra Amada —

Vem ás vezes dourar meu frio pensamento. ¦

Cinzas onde existiu a chamma apaixonada!Nas ruínas da illusão ha goivos florescendo

Presagio a que tua fé resiste contristada.

Teu eterno enxoval, maguada vaes fazendo,Monótono e sem fim, inútil e fatal.Mas o outomno se foi e o estio vem nascendo:

Çâ{. J{égnier)

O luxo vae coroar tua ponte virginalCom opalas, rubis, esmeraldas e encantos.

Mais triste brilhará tua, belleza ideal —

Tu, minha esfrella triste, em teus fulgores santos;Tu, estranho scismar e sombra de minha alma;Tu, miragem de ausência entrevista, em meus prantos,

Por quem fulgura o glaclio e ao longe ac?na a palma;E a mão febril procura, ousada, o velo de ouro;E o bergantim do sonho, ardente, não se acalma,

Vê: a Hydra esbanjou o sinistro thesouroOs abutres no ar fiechados com firmezaGaniram de um em um lá no horizonte louro.

O touro incontentado atrôa a redondeza,O javali resiste ao tigre esfomeado

Que se irrita., rugindo, ao ver fugir-lhe a presa;

A aurora, ainda, conserva um reflexo maguado,Lembrando-se que foi uma noute sem luar

Porta escura que se abre a exhausto condemnado —

A mysteriosa Dor começa a agonisar;As doze Provações esmagaram o Sonho.Uma luz soluçante espraia-se no Altar.

Theophilo Dias de Andrada

—-v>V

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O PIRE A LHO

VENTURA ESQUIVA

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Bem sei que me desprezas. EntretantoTua algidez augmenta o meu ardor.Ha risos de esperança no meu prantoE sonhos de ventura em meu amor.

Bem sei que toda a luz, que todo o encantoDo teu rosto divino e seductor,Buscam fugir-me sempre, tanto quantoEu busco ser o seu perseguidor.

r

Bem sei que, da Ventura, o almo semblanteBrilha ainda longe de meus olhos, sei,Como estrella formosa em céo distante;

Mas, por mais que de mini se aparte ou diste,Conforta-me a esperança de que ireiBuscal-a onde estiver, - porque ella existe.

Rio, 1915.

0^^

II

A QUELQUE CHOSE...

Como viver assim, sem ter ao menosa aspiração de uma velhice doce,ao lado de uma esposa, ambos já plenosde realidade, a rir, como si fosseo fim da vida o bem que se procurae só se encontra junto a sepultura?

Como viver assim, no desconfortodo solteiro já velho, sem ter lar,cheio de tédio, sceptico, já mortopara a esperança vã, para sonharcom o dia de amanhã que é sempre o mesmo,porque elle passará vagando a esmo ?

/«>

E assim pensando quasi que me esqueçode sustentar que soumas surge a crise... e logo me arrefeçoresolvido a manter-me solitário...Que é bem melhor ser velho-semi-moço,do que á corda entregar o meu pescoço!

15 - 8 - 9H-(«LIO PIRES.

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O PIRRALHO

'SP 1

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"Pirralho" Carteiro fl^JSS;

Mr. V. A.: Recebemos a sua carta ulti-ma e o perfil. O perfildesta ultima Mlle. jáfoi feito ha pouco tem-po Fhotogr.iphia ei Ianão tem pois é muitonossa, aniiguinha e setivesse já nol-a teriadado. Ainda esta semana estivemos em suacasa " ei Ia nos disseisso Em fim, gratos eao seu d spô;-.

M.He Cecy: Esperei que o tempo a a-gasse a raiva de Mlle. contra mim e, náoesperava que se interrompesse definitiva-mente, a nossa covi espondencia.

Agora, snpplico, peço, imploro clemência.Porque zangar-se commigo? não faça isso...

Escreva-me. Sou muito seu amiguinho e,se um leve gracejo meu a susceptibilisou,peço perdão.

Conto pois com o reatamento da nossadoce correspondência.

Sempre ao seu dispor.

Mr. S. B. A.: Não é possível o que de-seja. O seu soneto está muito máo. Agrade-cidos.

Mr. Le Docteur Mello Nougueira: Foiaquillo mesmo. Comtudo, ella não vio. Sevisse... Fui ver o seu dominó.

Está bom. Como vae a mulher dos charutos ? Vamos rifar aquella possoa? Até logo.

M- Pereira Barbosa: Errou a porta,Não é aqui. E' com o Dr. Eloy Chaves.

M.me Eudóra: Pode ser que sim, podeser que não. Tente. Gratos.

M.,le Brigida: Vae ficar muito linda asua pkantasia. As noticias que dei'a já tivesão muito boas.

Não se animou ainda a tirar o retrato enos enviai o para publicarmos ? Feliz Car-naval.

M.He (iaby: Está boazinha? Tenho aquinma carta de um Mr., com um perfil seu.Quer vela? Quem sabe se me dirá quem éelle... Ha outras cartas que Mlle. Gaby de-veiia ver. Mostrar-lhas hei quando quizer.Quer?

M.I,e A.: Sumio-se? Porque?

M.,,e Flor de Lyo: Lei» o que está es-cripto acima.

M.,le Dolly: Até que emfim, respirei. Jáestava eu indignado commigo mesmo, porpresentir que estavas amuada commigo.

Trato-te por tu ao passo que me trataspor Snr. caro mestre. Que injustiça!

Não ó mordaz isso? Só o que eu faço éque é mordaz? Só tu podes brincar com-

migo? Já te quero muito e serei incapaz defazer propositalmente coisas que te magoem.

Jacintlio Góes, acha o seu soneto lleciir-so extremo uma das suas peores producções.O erro daquelle outro soneto, conforme fa-cilmente se verá pela quebra do verso, foiproduzido pela fome "do typographo que,vorazmente engulio o que. Conta o verso everás que está que' rado.

Sejamos então muito bons amiguinhos enão tratemo- mais desse assumpto pau. Ostypographos e os r.visores são os peoreselementos com que contam os rabiscadoresde jornal. Depois de Mlle. brincar tantocommigo, sem que eu me zangasse, achomuito humano o meu espirito nada mordas,tão humano quanto a sua confissão huma-n ssima de q e «estou indignada commigomesma, justamente porque lhe reconheço aia ao».

E, por hoje é só.Amigos sempre.

AZAMBUJA .. Administrador

fio Joekey Clab

-^-^-^£-£-£-£-4

AOS CRÍTICOS

Sem querer fazer arte, meus senhores,

Uns sonetos rachiticos escrevo.

Desisto dos aplausos e louvores

E na gloria pensar jamais me atrevo,

Pallidos versos, versos incolores,

Pobre forma sem brilho e sem relevo:

Ponho nelles meus males, minhas dores,

E todos os meus júbilos descrevo.

Eu sei, no emtanto, ò críticos malignos,

Oue de vòs os meus versos não são dignos,

Nem os fiz para serem por vòs lidos.

Simples, triviaes, modestos, corriqueiros,

Fil-os para os garçons, para os caixeiros,

Portanto, não sejaes entromettidos.,.

Jacintho Góes.

ii =fi '

. .,

'" ' ¦IIM"wl)y'r—• ^1

O joekey Vencedor do grandeprêmio Dr. ELOY CHAVES

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O PIRRALHO ^S

QUBRRM A FEJIvIClDADR?S a B NADA MAIS FACII,!

E' em S. PAULO, á Rua S. Bento N. 38 - Caixa Postal, io63Agenciai em todo o Brazil - Snccunal no RIO á Rua Marechal Florlano, 15 - Caixa Postal. 697ALCANÇA-SE ISTO INSCREVENQO-SE Q MAIS BREVE POSSÍVEL NA"CAIXA. DOXAI^ E>E> S. PAULO

Approvada e autorisada pelo Decreto N. 10996, do Governo FederalEsta caixa constitue ôotes par?, Casamentos, Nascimentos e tem uma Seccão At Jejuros contra Fofo

===-_____ A tabeliã paura ossaLS séries é:

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CASAMENTOS

Serie A — 2:ooo$oooJoia . 20$000 — Contribuição para cada casamento

lípOOO — Sello e diploma 4§000.Serie B — 5:ooo$ooo

Joia . 50$000 — Contribuição para cada casamento2$500 — Sello e diploma 5*200.

Serie C — lo:ooo$oooJoia . 100$000 - Contribuição para cada casamento

5$000 — Sello e diploma 6$30t)Serie D — 2o:ooo$ooo

Joia . 150$000 •— Contribuição para cada casamento10$00p - Sello e diploma 7$100.

Serie Especial — 5o:ooo$oooJoia . 500$000 — Contribuição para cada casamento

30$000 - Sello e diploma 15$100.

NASCIMENTO

Serie I — 2:ooo$oooJoia . 20$000 — Contribuição para cada nascimento

1$000 — Sello e diploma 4$ 100.

Serie II — 5:ooo$oooJoia . 50$000 — Contribuição para cada nascimento

2$500 — Sello e diploma 5$200.

Serie III — 10:ooo$oooJoia . 100$000 — Contribuição para cada nascimento

5$000 - Sello e diploma 6$3

A pedido inviamos estatutos, e prospectos - F^odigçios do AdEnti^aHsmo !!

Banco ie Credito Hypothecario e igricola do Estado de S. PauloLOCAÇÃO DE COFRES-FORTES

O Banco de Credito Hipothecario e Agrícola, do Estado de S. Paulo, tem a disposição do Commercio c doPublico, compartimentos de cofres fortes para a guarda de objectos preciosos, títulos, dinheiro, papeis de valoresjóias, etc.

A eonstrucção destes Compartimentos fechados ein cofres fortes de 2m 34 x lm 69 x 0,m75 construídospela grande casa «Fichet» de Paris, é idêntica á dos grandes estabelecimentos do mundo.

Esses compartimentos fecham-se por meio de uma fechadura de toda segurança com chaves especiaes echaves de controle que exige sempre a dupla intervenção do locatário e do Banco para a abertura ou fechamentodo compartímento.

Cada compartímento tem seu segredo Systema, de combinação «Fichet» com três botões que permítte formarum segredo que annula completamente o uso da chave de abertura a vontade do possuidor do compartímento.

Este systema de combinações «Fichet» é o mesmo adoptado em geral em todos os grandes estabelecimentosda França.

Os cofres de locação acham-se depositados na caixa fortesituada no sub-solo do Banco, e a sua eonstrucção garante amais completa segurança.

A caixa forte acha-se aberta, á disposição do Publicodas 9 1/2 ás 17 horas, todos os dias úteis.

A tabeliã de locação dos compartimentos de cofres fortesé a seguinte:

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Dimensões preços

| Profundidade 0,50

Altura Largura 3 mezes 6 mezes 1 anuo

Modelo n. 1 0,13 0,25 15*000 25$00(> 404000* » 2 0,20 0,25 181000 30*000 50*000

» o 0,25 0,25 20*000 35*000 60*000» 4 0,25 0,51 40g000 70*000 120*000

» » 5 0,50 0,25 40*000 70*000 120*000» 6 0,50 0,51 80$000 140*000 240*000

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o «PIRRALHO" eM 1915-E_"7T-E3-

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O Pirralho tem um excelleqte programma de reformas para o anqo

Be 1915. ... ..Conservando o seu caracter de revista leve,, literana e humorística,

iniciará, no emtanio, secções de interesse variado, procurando ezte^er o

seu publico aos que se preoccupam com as questões vilães cio estado e

do paiz — lavoura, conjmercio, industria, etc. .....

Promoverá novas enquétes, visto o grande successo da muwi* **>

tre mídkàuaes e mundanos da nossa cidade sobre a persona.dade de

fradiaue Mendes e a questão da vida superior. fdesenvolverá a secção «Pirralho Social"; aumentara a reportagem

photographica; publicará collaborações inéditas dos nossos minores Ac-

mens de letras; entrevistará, sobre variado assumpfo, as Muras do oia.

Redacção: Rua 15 de Novembro, 50-B