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 Alexandre Brito da Silva Flávio Aparecido dos Reis Giovani Idivan Manosso PROJETO E IMPLEMENTAÇÃO DE UMA FONTE GERADORA DE AFUNDAMENTO DE TENSÃO CURITIBA 2009 Ministério da Educação Universidade Tecnológica Federal do Paraná Departamento Acadêmico Eletrotécnica Projeto de Conclusão de Curso

Monografia Minha

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    Alexandre Brito da Silva

    Flvio Aparecido dos Reis

    Giovani Idivan Manosso

    PROJETO E IMPLEMENTAO DE UMA FONTE GERADORA DE

    AFUNDAMENTO DE TENSO

    CURITIBA

    2009

    Ministrio da Educao

    Universidade Tecnolgica Federal do Paran

    Departamento Acadmico Eletrotcnica

    Projeto de Concluso de Curso

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    Alexandre Brito da Silva

    Flvio Aparecido dos Reis

    Giovani Idivan Manosso

    PROJETO E IMPLEMENTAO DE UMA FONTE GERADORA DE

    AFUNDAMENTO DE TENSO

    Trabalho de graduao apresentado na disciplina

    de Projeto Final 2 do curso de Engenharia

    Industrial Eltrica Eletrotcnica da

    Universidade Tecnolgica Federal do Paran.

    Orientador: Prof. Eduardo Romaneli, Dr. Eng.

    CURITIBA

    2009

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    Alexandre Brito da Silva

    Flvio Aparecido dos Reis

    Giovani Idivan Manosso

    PROJETO E IMPLEMENTAO DE UMA FONTE GERADORA DE

    AFUNDAMENTO DE TENSO

    Este Trabalho de Concluso de Curso de Graduao foi julgado e aprovado como requisito parcial para

    a obteno do Ttulo de Engenheiro Eletricista, do curso de Engenharia Industrial Eltrica nfase em

    Eletrotcnica do Departamento Acadmico de Eletrotcnica (DAELT) da Universidade Tecnolgica Federal do

    Paran (UTFPR).

    Curitiba, 30 de junho de 2009.

    ____________________________________

    Prof. Paulo Srgio Walenia

    Coordenador de Curso

    Engenharia Industrial Eltrica Eletrotcnica

    ____________________________________

    Prof. Emerson Rigoni, Dr. Eng.

    Coordenador de Projeto Final de Graduao

    Engenharia Industrial Eltrica Eletrotcnica

    ORIENTAO BANCAEXAMINADORA

    ______________________________________

    Prof. Eduardo Flix Ribeiro Romaneli, Dr. Eng.

    Universidade Tecnolgica Federal do Paran

    Orientador

    _____________________________________

    Prof. Antnio Carlos Pinho, Dr. Eng

    Universidade Tecnolgica Federal do Paran

    _____________________________________

    Prof. Walter Cruz Sanchez, Dr. Eng

    Universidade Tecnolgica Federal do Paran

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    Dedicamos este trabalho Deus, que o

    Senhor de todas as coisas. Sem Ele nada

    possvel, mas graas a Ele, que nos deu foras

    para chegar at aqui, este trabalho est

    concludo.

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    AGRADECIMENTOS

    Agradecemos a todos os professores que tivemos a honra de sermos alunos, desde a infncia,

    at os professores da Universidade Tecnolgica Federal do Paran, por compartilhar conosco

    os seus conhecimentos, proporcionando a nossa entrada em uma Universidade de renome e a

    nossa formao como profissionais.

    Agradecemos aos pais, que sempre estiveram ao nosso lado nesta caminhada, nos apoiando e

    incentivando.

    Agradecemos aos familiares pelo apoio e pela confiana que nos foram depositadas.Agradecemos aos nossos amigos de faculdade, pois sempre estivemos dando apoio uns aos

    outros na nossa jornada estudantil. Sobretudo as pessoas que cursaram a maior parte da

    faculdade junto conosco.

    Agradecemos aos grandes amigos que fizemos ao longo do tempo, pelos anos de amizade

    sincera e pela presena em todos os momentos importantes de nossas vidas.

    E, agradecemos as namoradas, que nos apoiaram muito nos anos em que estivemos juntos,

    tanto pelas suas companhias, pelos seus conhecimentos, sobretudo, por estarem ao nosso ladonos momentos de dificuldade ao longo da graduao.

    Agradecemos a empresa National Instruments, em especial aos engenheiros Antonio Medina

    e Andre Oliveira, pelo emprstimo da placa de aquisio usada nesse projeto, a qual foi de

    grande valia ao desenvolvimento deste.

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    RESUMO

    A simulao com afundamentos de tenso para ensaios no destrutivos de diferentes

    equipamentos, como eletroeletrnicos, conversores e rels estticos, importante, pois uma

    forma de verificar a sensibilidade destes quando sujeitos a esse distrbio, que ocorre

    frequentemente na rede eltrica.

    A presente monografia prope um projeto e implementao de uma fonte geradora de

    afundamentos de tenso para que possam ser realizados os ensaios de imunidade nos

    equipamentos. A topologia de um conversor CC-CA com modulao senoidal foi utilizada

    para a gerao da senide de sada da fonte geradora de afundamentos de tenso.

    So apresentados detalhes a respeito da simulao, atravs do programa Multisim,

    para o total entendimento do conversor CC-CA. Utilizou-se a linguagem de programao

    LabVIEW para o desenvolvimento de um programa o qual comanda, atravs de uma senide

    de referncia, o conversor. Este sinal gerado atravs de uma placa de aquisio do fabricante

    National Instruments. Posteriormente so evidenciados detalhes de projeto e construo do

    conversor CC-CA senoidal com potncia de 1000W. Por fim, apresenta-se o prottipo

    construdo e os resultados alcanados com sua experimentao.

    Palavras-chave: Afundamentos de Tenso, conversor CC-CA, senoidal, LabVIEW.

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    ABSTRACT

    The simulation with Voltage Sags to non-destructive tests of different equipments,

    such as electronics, converters and relays, it is important because it is a way to check the

    equipments sensibility.

    This article proposes a project and implementation of a Voltage Sag Generator, to

    make some tests for immunity in equipments. The topology of a DC-AC converter with

    sinusoidal modulation has been used to generate the sinusoidal output of the Voltage Sag

    Generator.

    The simulation has been done through Multisim software to the comprehension about

    DC-AC converter. The sinusoidal reference to the control of DC-AC converter has been

    developed using the LabVIEW programming language. This signal is generated by a National

    Instruments acquisition board. And, finally, the construction details and results obtained with

    this prototype are shown.

    Keywords: Voltage Sags, DC-AC converter, sinusoidal, LabVIEW.

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    LISTAS DE FIGURAS

    Figura 2.1 Exemplo de uma curva CBEMA..............................................................13

    Figura 2.2 - Topologia do conversor CC-CA em Ponte Completa...............................14

    Figura 2.3 Modulao PWM senoidal a) a dois nveis e b) a trs nveis de tenso de

    sada..........................................................................................................................................15

    Figura 2.4 Primeira etapa semiciclo positivo. ........................................................16

    Figura 2.5 - Segunda etapa com tenso nula sobre o filtro de sada.............................17

    Figura 2.6 - Terceira etapa de operao igual primeira...........................................18

    Figura 2.7 - Quarta etapa de operao do semiciclo positivo.......................................18

    Figura 2.8 - Primeira etapa do semiciclo negativo. ......................................................19

    Figura 2.9 - Segunda etapa do semiciclo negativo. ......................................................20

    Figura 2.10 - Terceira etapa de operao repete a primeira..........................................20

    Figura 2.11 - Quarta etapa do semiciclo negativo. .......................................................21

    Figura 2.12 - Principais formas de onda do inversor em ponte completa. ...................21

    Figura 3.1 Frequncia de operao das chaves semicondutoras................................25

    Figura 3.2 Topologia do retificador de entrada. ........................................................28

    Figura 3.3 Topologia do filtro L0C0...........................................................................29

    Figura 3.4 Slew ratepara o amplificador operacional LM311..................................33

    Figura 3.5 Funcionamento da porta notcom histerese. .............................................33

    Figura 3.6 Soft-startimplementado atravs doLabVIEW.........................................34

    Figura 3.7 - Viso geral do circuito simulado. .............................................................35

    Figura 3.8 - Circuito gerador do PWM a 3 nveis. .......................................................36

    Figura 3.9 - Sinais do PWM a trs nveis, enviados s chaves semicondutoras...........37

    Figura 3.10 Tenso de sada sem o filtro LC.............................................................37

    Figura 3.11 Tenso de sada com o filtro LC. ...........................................................38

    Figura 4.1 - Senide distorcida gerada atravs da porta paralela (LPT1).....................41

    Figura 4.2 - Placa de aquisio NI................................................................................42

    Figura 4.3 - Fluxograma referente ao programa gerador da senide de referncia ao

    afundamento. ............................................................................................................................43

    Figura 4.4 - Painel de interface com usurio. ...............................................................44

    Figura 4.5 - Viso geral do cdigo de programao.....................................................46Figura 4.6 - Stacked sequence structure. ......................................................................47

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    Figura 4.7 - Bloco para separao dos segundos em inteiros e fracionrios. ...............47

    Figura 4.8 - Varivel de incio do afundamento e case structure.................................48

    Figura 4.9 - Diagrama de blocos referente ao afundamento de tenso com tempo

    menor do que 1 segundo. ..........................................................................................................49

    Figura 4.10 - Cdigo de programao interno SubVIreferente gerao de senides

    menores do que um segundo. ...................................................................................................49

    Figura 4.11 - Gerador de forma de onda senoidal. .......................................................50

    Figura 4.12 - Diagrama de blocos referente ao afundamento de tenso com tempo

    maior do que 1 segundo............................................................................................................50

    Figura 4.13 - Cdigo de programao interno SubVIreferente gerao de senides

    maiores do que um segundo. ....................................................................................................51

    Figura 4.14 - Gerador de onda senoidal de referncia..................................................51

    Figura 4.15 Soft-startgerado via programa...............................................................52

    Figura 5.1 Esquema de montagem.............................................................................54

    Figura 5.2 Fonte Simtrica. .......................................................................................55

    Figura 5.3 Amplificador operacional isolador AD210N. ..........................................57

    Figura 5.4 Utilizao do AD210N como seguidor de tenso. ...................................57

    Figura 5.5 Gerador de onda triangular.......................................................................58Figura 5.6 Inversor de fase, desacoplamento e comparadores para gerao dos sinais

    PWM.........................................................................................................................................59

    Figura 5.7 MOSFET ..................................................................................................60

    Figura 5.8 Gerao dos PWMs complementares e tempo morto.............................60

    Figura 5.9 Indutncias parasitas e circuito grampeador. ...........................................62

    Figura 5.10 Topologia de controle. ............................................................................63

    Figura 5.11 Diagrama de ganho e fase respectivamente. ..........................................64Figura 5.12 Topologia do compensador PID.............................................................65

    Figura 5.13 Diagrama de Bode do sistema compensado...........................................69

    Figura 5.14 Circuito da fonte geradora de afundamentos de tenso..........................70

    Figura 5.15 Serigrafia da placa de controle. ..............................................................71

    Figura 5.16 Camada de cobre da placa de controle. ..................................................72

    Figura 5.17 Serigrafia do estgio de potncia............................................................72

    Figura 5.18 Camada de cobre sobre a placa. .............................................................73

    Figura 5.19 Camada de cobre inferior placa...........................................................73

    Figura 5.20 Prottipo da fonte geradora de afundamentos de tenso........................74

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    Figura 5.21 Ondas triangulares portadoras................................................................75

    Figura 5.22 CH1 amostra do sinal de sada atravs do sensor Hall.CH2 senide de

    referncia obtida via microcomputador....................................................................................75

    Figura 5.23 Sinal de erro obtido na sada do compensador.......................................76

    Figura 5.24 Sinais de PWM complementares............................................................76

    Figura 5.25 Sada do driver. ......................................................................................77

    Figura 5.26 Sada do inversor modulado a trs nveis de tenso sem o filtro de sada.

    ..................................................................................................................................................78

    Figura 5.27 Sada do inversor....................................................................................78

    Figura 5.28 Afundamento de 50% da tenso com durao de um ciclo....................79

    Figura 5.29 Afundamento de 50% da tenso com durao de dez ciclos..................79

    Figura 5.30 Afundamento de 10% da tenso com durao de dez ciclos..................80

    Figura 5.31 Corrente de recarga do capacitor............................................................81

    Figura 9.1 - A onda quadrada passando pelo filtro ativo produzindo uma onda senoidal

    de baixa distoro. ....................................................................................................................90

    Figura 9.2 - Onda senoidal aps o filtro bandpass, sem a componente DC.................90

    Figura 9.3 - Circuito equivalente do componente UAF42. ..........................................91

    Figura 9.4 Tenso sada para uma entrada de 3V......................................................92Figura 9.5 Tenso sada para uma entrada de 5V......................................................92

    Figura 9.6 - Onda quadrada a ser filtrada para obteno da senide............................93

    Figura 9.7 - Senide de sada........................................................................................93

    Figura 9.8 Forma de onda aps a insero de um capacitor de 150nF na sada para

    eliminao de rudos. ................................................................................................................94

    Figura 8.9 Configurao bsica do oscilador ponte de Wein. ...................................97

    Figura 9.10 - Circuito completo Ponte de Wein, testado e ajustado numa frequnciade 80Hz.....................................................................................................................................98

    Figura 9.11 - Senide grampeada em 2,6V. .................................................................99

    Figura 9.12 - Sinal aps retirada da tenso de grampo...............................................100

    Figura 9.13 - Layout da placa do oscilador. ...............................................................101

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    SUMRIO

    1. Captulo I ....................................................................................................................8

    1.1. Introduo ................................................................................................................8

    1.2. Problema..................................................................................................................9

    1.3. Justificativa ..............................................................................................................9

    1.4. Objetivos................................................................................................................10

    1.4.1. Objetivo geral ..........................................................................................10

    1.4.2. Objetivos especficos ...............................................................................10

    1.5. Mtodo de pesquisa ...............................................................................................11

    1.6. Estrutura do trabalho .............................................................................................11

    2. Captulo II.................................................................................................................12

    2.1. Introduo ..............................................................................................................12

    2.2. Caracterizao dos afundamentos de tenso .........................................................12

    2.3. Conversores CC-CA com modulao senoidal a trs nveis de tenso.................13

    2.3.1. PWM (pulsewidth modulation)...............................................................13

    2.3.2. Conversor CC-CA com modulao senoidal a trs nveis de tenso....... 14

    2.3.3. Operao do inversor em ponte completa ...............................................16

    2.4. Concluso ..............................................................................................................22

    3. Captulo III................................................................................................................23

    3.1. Introduo ..............................................................................................................23

    3.2. Especificaes da fonte geradora de afundamentos de tenso ..............................23

    3.2.1. Especificaes de projeto ........................................................................23

    3.2.2. Escolha da carga ......................................................................................24

    3.3. Especificao das chaves semicondutoras e dos diodos roda livre .......................24

    3.3.1. Tipo de chave semicondutora a ser utilizada ...........................................24

    3.3.2. Especificao do MOSFET .....................................................................25

    3.3.3. Diodos roda livre .....................................................................................27

    3.4. Barramento em corrente contnua..........................................................................27

    3.5. Filtro de sada ........................................................................................................29

    3.5.1. Indutor......................................................................................................29

    3.5.2. Capacitor..................................................................................................313.6. Comparadores e porta not com histerese...............................................................32

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    3.7.Soft-startdo conversor CC-CA .............................................................................33

    3.8. Simulaes.............................................................................................................34

    3.8.1. Viso geral do circuito .............................................................................34

    3.8.2. PWM a trs nveis de tenso....................................................................36

    3.8.3. Tenso de sada do filtro LC....................................................................37

    3.9. Concluso ..............................................................................................................39

    4. Captulo IV ...............................................................................................................40

    4.1. Introduo ..............................................................................................................40

    4.2. Programa e circuito para gerao do sinal de referncia.......................................40

    4.2.1. Escolha do Programa e do Circuito .........................................................40

    4.2.2. Desenvolvimento do programa................................................................42

    4.2.3. Painel de interface com usurio ...............................................................44

    4.2.4. Cdigo de programao ...........................................................................45

    4.2.5. Soft-start..................................................................................................52

    4.3. Concluso ..............................................................................................................53

    5. Captulo V.................................................................................................................54

    5.1. Introduo ..............................................................................................................54

    5.2. Fonte de alimentao.............................................................................................555.3. Isolao entre o conversor e o microcomputador..................................................56

    5.4. Circuitos de comando do inversor.........................................................................58

    5.5. Acionamento dos MOSFETs ...............................................................................59

    5.6. Controlador PID ....................................................................................................62

    5.7. Implementao prtica...........................................................................................69

    5.7.1. Circuito geral ...........................................................................................69

    5.7.2. Montagem do prottipo ...........................................................................715.8. Resultados obtidos .................................................................................................74

    5.9. Concluso ..............................................................................................................81

    6. Consideraes finais .................................................................................................83

    7. Sugestes para projetos futuros ................................................................................84

    8. Referncias bibliogrficas ........................................................................................85

    9. Apndices outras solues para gerao da onda senoidal de referncia..............88

    Apndice A Alternativa para reduzir o custo da placa de aquisio. ........................89

    9.1.1. Introduo................................................................................................89

    9.1.2. Simulao ................................................................................................91

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    9.1.3. Montagem ................................................................................................92

    9.1.4. Concluso ................................................................................................94

    Apndice B Oscilador ponte de Wein. Opo para gerao de um sinal de referncia

    para um conversor CC-CA ...................................................................................................96

    10. Anexo....................................................................................................................102

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    1.CAPTULO I

    1.1.INTRODUO

    Energia eltrica um produto que precisa satisfazer especficos requisitos de

    qualidade, obedecendo a certos parmetros como frequncia e amplitude. Com os avanos

    tecnolgicos dos equipamentos e dispositivos eletro-eletrnicos, h uma necessidade de

    garantir que os parmetros da energia utilizada na alimentao desses, estejam de acordo com

    os parmetros de projeto para seu correto funcionamento (MEHL, 2007).A partir da dcada de 1980, no Brasil, a caracterstica da carga a ser suprida pelas

    concessionrias de energia eltrica mudou significativamente. Com o crescente interesse em

    racionalizar e conservar energia eltrica, comandos eletrnicos passaram a compor as cargas,

    dando-lhes caracterstica no linear, diferentemente do antigo consumidor cuja carga era

    essencialmente linear. A partir desta poca, tambm, cargas cada vez maiores passaram a

    compor o cenrio industrial (MEHL, 2007).

    Devido a esta no linearidade das cargas e o aumento da potncia demandada,

    surgiram na rede eltrica efeitos indesejveis, tais como alto nvel de distoro harmnica,

    interrupes na alimentao, transitrios, desequilbrios de tenso, oscilaes de tenso,

    variao da frequncia do sistema, flutuao de tenso (flicker), variao de tenso de curta

    ou longa durao.

    Um dos principais e mais freqentes distrbios que ocorrem na rede eltrica o

    chamado afundamento de tenso, tambm conhecido na literatura internacional como Voltage

    Sag, e, especificamente na Europa, como Voltage dip. Geralmente este efeito pode ser

    causado devido partida de equipamentos de grande potncia, energizao de

    transformadores, faltas de qualquer tipo na linha ou desequilbrio entre as tenses, falhas em

    equipamentos ou manobras da concessionria. Esse distrbio pode provocar alguns problemas

    tais como desligamento de equipamentos, oscilaes em motores, perda de dados e erros de

    processamento. Existem mtodos para minimizar esses problemas, como a utilizao de UPS

    (no-breaks) e reguladores de tenso.

    Segundo o ONS (OPERADOR NACIONAL DO SISTEMA ELTRICO, 2002, p.11)

    o afundamento de tenso definido como uma variao de tenso de curta durao, e este

    distrbio citado em dois itens de seu submdulo 2.2.

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    11.8 Denomina-se Afundamento Momentneo de Tenso (AMT) o evento em que ovalor eficaz da tenso seja superior ou igual a 0,1 e inferior a 0,9 pu da tensonominal durante um intervalo de tempo com durao superior ou igual a um ciclo

    (16,67 ms) e inferior ou igual a trs segundos.11.11 Denomina-se Afundamento Temporria de Tenso (ATT) o evento em que ovalor eficaz da tenso seja superior ou igual a 0,1 e inferior a 0,9 pu da tensonominal durante um intervalo de tempo com durao superior a trs segundos einferior ou igual a um minuto.

    1.2.PROBLEMA

    A simulao com afundamentos de tenso para ensaios no destrutivos de diferentes

    equipamentos, como conversores e rels estticos, importante, pois uma forma de verificar

    a sensibilidade desses equipamentos quando sujeitos a esse distrbio. Embora seja possvel

    obter afundamentos de tenso apenas chaveando elementos passivos, por exemplo,

    manobrando os taps de um transformador ou cargas resistivas, este mtodo no satisfatrio,

    pois no se tem um controle adequado do afundamento de tenso.

    A fonte chaveada o equipamento adequado para a simulao de eventos de variaes

    de tenso, entretanto, os equipamentos comerciais disponveis so de elevado custo e no

    permitem acesso para o entendimento tcnico da estrutura dessas fontes. A abordagem tcnica

    referente construo de uma fonte geradora de afundamentos de tenso, permite levantar

    questes tcnicas relacionadas a esses equipamentos no que se refere ao circuito de potncia,

    controle e integrao de circuito e programa para a parametrizao do afundamento de tenso.

    1.3.JUSTIFICATIVA

    Pelo distrbio de afundamento de tenso se tratar de um problema de grande

    relevncia no que se refere qualidade de energia, por haverem poucos estudos que abordem

    de maneira mais especfica esse fenmeno e tambm pelo alto custo relacionado aquisio

    de equipamentos para sua simulao, faz-se necessrio efetuar estudos mais aprofundados,

    bem como propor o desenvolvimento de um equipamento simulador de afundamentos de

    tenso, tecnicamente compatvel com algumas exigncias e economicamente vivel.

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    1.4.OBJETIVOS1.4.1. OBJETIVO GERAL

    Em virtude da grande influncia do afundamento de tenso na rede eltrica, carncia

    de estudos objetivando a resposta dos equipamentos quando sujeitos a este fenmeno, e a

    dificuldade de se encontrar equipamentos que simulem este tipo de perturbao, pretendeu-se

    implementar uma fonte geradora de afundamentos de tenso que permita ser parametrizada de

    forma que atenda parte dos requisitos estipulados pelas normas no que diz respeito

    caracterizao do afundamento, isto , durao e amplitude.

    1.4.2. OBJETIVOS ESPECFICOS

    Definir as caractersticas da fonte geradora a ser implementada.

    Estudar e projetar todos os parmetros necessrios ao funcionamento do circuito

    modulador.

    Simular o circuito eletrnico projetado atravs do programaMultisimverso 10.0.1.

    Utilizando o programaLabVIEWverso 8.5, elaborar um programa com interface ao

    usurio, para definio da amplitude e durao do afundamento de tenso, assim como

    a visualizao prvia da forma de onda a ser modulada.

    Montar um prottipo da fonte geradora para testes.

    Comparar os dados coletados atravs da simulao, com os dados obtidos com o

    prottipo.

    Confeccionar a placa definitiva do circuito, utilizando o programa Protel DXP2004.

    Realizar ensaios com cargas resistivas e em um circuito retificador (carga no linear),

    testando a fonte quando submetida a essas cargas, observando a resposta dos

    componentes da fonte envolvidos na gerao do afundamento de tenso controlado.

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    1.5.MTODO DE PESQUISA

    Pesquisa sobre normas nacionais e internacionais que citem o fenmeno em estudo

    (afundamento de tenso).

    Pesquisa sobre o comportamento de equipamentos eletro-eletrnicos quando

    submetidos aos afundamentos de tenso.

    Comparar e fazer uma anlise minuciosa dos vrios resultados obtidos.

    Reviso bibliogrfica.

    Redao e monografia para prvia apresentao.

    1.6.ESTRUTURA DO TRABALHO

    A monografia de nosso projeto final de graduao foi composta de seis captulos:

    O primeiro captulo conter uma introduo geral, objetivos gerais e objetivos

    especficos, justificativas e estrutura do trabalho.

    O segundo captulo ser composto de uma reviso bibliogrfica, onde ter os

    embasamentos tericos para o desenvolvimento do projeto.

    O terceiro captulo ser destinado aos clculos relacionados ao projeto e s

    simulaes.

    No quarto captulo ser abordado a implementao do programa para interface com o

    usurio.

    No quinto captulo sero descritas as etapas de construo do prottipo. Sero

    apresentados os dados coletados aps os testes com o prottipo, comparando esses

    dados aos dados obtidos da simulao.

    No sexto e ltimo captulo constaro concluses, consideraes finais e sugestes para

    continuidade do projeto e para projetos futuros.

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    2.CAPTULO II2.1.INTRODUO

    Neste captulo sero abordados as caractersticas dos afundamentos de tenso e os

    aspectos tericos do conversor CC-CA com modulao senoidal, o qual ser utilizado no

    projeto da fonte.

    2.2.CARACTERIZAO DOS AFUNDAMENTOS DE TENSO

    Antes de especificar as caractersticas da fonte geradora de afundamentos de tenso,

    necessrio entender melhor este fenmeno, que causado geralmente por partida de

    equipamentos de grande potncia, energizao de transformadores, faltas de qualquer tipo na

    linha ou desequilbrio entre as tenses, falhas em equipamentos ou manobras da

    concessionria (LEBORGNE, 2003). Alm da caracterizao da ONS (Operador Nacional do

    Sistema Eltrico) citada na introduo desta monografia, outras normas tambm so

    aplicveis para definio deste distrbio, e sero comentadas abaixo.

    Segundo a norma IEEE 1159 (1995) IEEE Recommended Pratice for Monitoring

    Electric Power Quality, afundamento de tenso (voltage sags) uma reduo do valor RMS

    da tenso nominal para um nvel entre 0,1 a 0,9 pu, com durao de meio ciclo a sessenta

    segundos. Fazendo ainda uma classificao do afundamento segundo sua durao, entre meio

    e trinta ciclos so considerados instantneos, entre trinta ciclos e trs segundos so

    momentneos e entre trs segundos e um minuto so temporrios. Se durante um

    afundamento a tenso nominal reduza para um valor RMS menor que 0,1pu, ser considerado

    uma interrupo. No se considera um voltage sag quando o valor RMS diminui para um

    nvel acima de 0,9pu (IEEE, 1995).

    Segundo a norma IEC 61000-2-1 (1990) clause 8 Voltage Dips and Short Supply

    Interruption, o afundamento de tenso uma queda do valor RMS da tenso entre 0,10 a

    0,99pu. Fora deste intervalo a reduo da tenso nominal pode ser considerada como

    interrupo ou condio normal de operao. A durao do fenmeno entre meio ciclo e

    alguns segundos (IEC, 2008).

    H ainda as normas industriais SEMI F47-0200 Specification for Semiconductor

    Processing Equipment Voltage Sag Immunity e CBEMA (ITIC) (anteriormente conhecida

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    como Associao dos Fabricantes de Equipamentos de Computao), as quais visam

    determinar a imunidade de equipamentos frente aos afundamentos de tenso, bem como

    descrever os procedimentos para os ensaios utilizados na determinao da imunidade. O

    objetivo final de ambas as normas o levantamento de uma curva tenso versusdurao do

    afundamento, para um equipamento especfico, em que se verificam as condies em que o

    mesmo opera normalmente, em que apresenta alguma avaria ou ainda em que no opere.

    Abaixo apresentado um exemplo de uma curva de tolerncia frente a afundamentos de

    tenso. A parte superior curva representa as condies na qual o equipamento deveria operar

    normalmente e a parte inferior onde o funcionamento do mesmo poderia ser afetado

    (LEBORGNE, 2003).

    Figura 2.1 Exemplo de uma curva CBEMA.

    Fonte: Leborgne (2003).

    2.3.CONVERSORES CC-CACOM MODULAO SENOIDAL A TRS NVEIS DE TENSO2.3.1. PWM(PULSEWIDTH MODULATION)

    A modulao PWM se d atravs da comparao entre uma onda triangular portadora

    e uma onda senoidal de referncia, originando um sinal de pulsos retangulares de largura

    varivel e cuja frequncia fundamental acompanha a senide de referncia (PINHEIRO

    FILHO, 2005).

    O PWM uma tcnica de modulao por largura de pulso, ou seja, um circuito, pormeio de comparaes de sinais, gera um sinal quadrado de largura varivel, com frequncia

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    igual ao da onda portadora. Esta frequncia de modulao normalmente elevada acaba

    necessitando de filtros LC para suavizar o trem de pulsos. (PINHEIRO FILHO, 2005)

    2.3.2. CONVERSOR CC-CACOM MODULAO SENOIDAL A TRS NVEIS DE TENSO

    Para a converso da tenso proveniente da fonte de alimentao, j retificada, para CA

    torna-se necessrio a insero de um conversor esttico CC-CA ou inversor. Este conversor

    CC-CA adotado, ter a sua configurao de acordo com a Figura 2.2, o qual ser formado por

    uma estrutura em ponte completa com filtro na sada, possuindo modulao senoidal em trs

    nveis de tenso (PINHEIRO FILHO, 2005).

    Este inversor formado por quatro interruptores dispostos em forma de ponte os quaissero controlados por meio da variao senoidal da razo cclica. O inversor ter a funo de

    gerar, a partir de um barramento em CC, uma tenso senoidal de 127V eficaz e frequncia de

    60Hz.

    O formato da tenso entregue pelo conversor CC-CA composta por uma seqncia

    de pulsos dado pelo valor da sua tenso CC de entrada. Para recuperar a frequncia

    fundamental da onda senoidal de referncia, ser utilizado um filtro LC. Este filtro, utilizado

    para eliminao de harmnicos gerados na onda de 60Hz, acaba encarecendo e aumentando otamanho do conversor. (PINHEIRO FILHO, 2005).

    Figura 2.2 - Topologia do conversor CC-CA em Ponte Completa.

    Fonte: Pinheiro Filho (2005).

    Sendo assim, isto pode ser resolvido utilizando uma modulao PWM senoidal em alta

    frequncia, pois se obtm uma forma de onda que desloca o contedo harmnico para altas

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    frequncias, sendo que, os harmnicos presentes so todos de frequncia superior frequncia

    de comutao adotada. Haver assim uma reduo nos filtros de tal forma que haja a

    passagem apenas da componente fundamental de 60Hz (PINHEIRO FILHO, 2005).

    Atravs da modulao PWM senoidal ser possvel obter uma modulao a dois ou

    trs nveis da tenso.

    A modulao a trs nveis faz uma comparao entre uma onda triangular e dois sinais

    usados como referncia e defasados de 180, isto far com que as frequncias presentes no

    contedo harmnico na sada do conversor CC-CA sejam duas vezes maiores, conforme

    Figura 2.3b, isto sendo ocasionado pelo uso de comandos defasados. (PINHEIRO FILHO,

    2005)

    Figura 2.3 Modulao PWM senoidal a) a dois nveis e b) a trs nveis de tenso de sada.

    Fonte: Pinheiro Filho (2005).

    Os conversores CC-CA na topologia onda completa, possuem oito etapas de operao,quatro no semiciclo positivo e as outras quatro no semiciclo negativo da senide, sendo que

    esta configurao utiliza transistores do tipo MOSFETs ou IGBTs como interruptores. A

    configurao adotada para o conversor CC-CA ser a em ponte completa com filtro LC

    modulada senoidalmente. Com o filtro adequadamente dimensionado e projetado aliado

    correta variao da razo cclica torna-se possvel aplicar carga uma onda senoidal com uma

    amplitude controlada e com baixa taxa de distoro harmnica. (PINHEIRO FILHO, 2005).

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    2.3.3. OPERAO DO INVERSOR EM PONTE COMPLETA

    2.3.3.1.ETAPAS DE COMUTAO

    Para incio da anlise das etapas de funcionamento do inversor, considerado que

    todos os elementos ativos e passivos do circuito sejam ideais e que estejam trabalhando em

    regime permanente. Esta topologia do inversor em ponte completa modulado a trs nveis

    composta por oito etapas de operao, das quais, quatro comeam a partir de comutaes no

    dissipativas, ao passo que as outras quatro so realizadas com tenso positiva, causando

    razovel desgaste nos componentes. (PINHEIRO FILHO, 2005)

    Semiciclo positivo da tenso de sada

    Etapa I t0a t1

    Nesta etapa fecham-se os interruptores S1e S4, que comeam a conduzir, fazendo a

    conexo entre o barramento CC e a carga. Nesta topologia, a tenso Vab positiva com a

    corrente circulando atravs destes interruptorres e do filtro de sada at a carga conforme a

    Figura 2.4. Como a tenso de sada sempre inferior tenso do barramento de entrada, a

    tenso aplicada sobre o indutor de filtro positiva, fazendo com que a corrente cresalinearmente. Esta primeira etapa do semiciclo positivo termina quando a chave S4 recebe o

    comando de bloqueio, cessando a corrente que circula no interruptor (PINHEIRO FILHO,

    2005).

    Figura 2.4 Primeira etapa semiciclo positivo.

    Fonte: Pinheiro Filho (2005).

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    Etapa II t1a t2

    Com o interruptor S4 aberto, quem assume a corrente do indutor o diodo em

    antiparalelo ao MOSFET S2, fazendo com que a tenso Vabse anule, pois a conexo entre a

    carga e a fonte foi desfeita. A chave S2 recebe o comando para conduzir, entretanto devido

    ao sentido da corrente imposto pelo indutor L0, a mesma passa a circular pelo seu diodo em

    antiparalelo, fazendo uma comutao no dissipativa, pois a conduo do diodo espontnea.

    Nesta segunda etapa Figura 2.5, a nica tenso presente no indutor de filtro a tenso de

    sada. A tenso de sada neste componente negativa, fazendo com que sua corrente decresa

    linearmente. A razo cclica controla, nesta etapa de conduo, o perodo de tempo em que a

    tenso positiva ou nula na entrada do filtro (PINHEIRO FILHO, 2005).

    Figura 2.5 - Segunda etapa com tenso nula sobre o filtro de sada.

    Fonte: Pinheiro Filho (2005).

    Etapa III t2a t3

    Nesta etapa (semiciclo positivo) o interruptor S4 recebe novamente o comando para

    conduzir, fazendo com que a configurao seja a mesma da primeira etapa. Este interruptorfechado, sob tenso positiva, provoca uma comutao dissipativa ao submeter uma tenso

    reversa no valor da tenso do barramento CC no diodo um antiparalelo chave S2,

    bloqueando-o. A chave S4assume a corrente do indutor, fazendo a tenso aplicada na entrada

    do filtro (Vab) fique positiva, conforme Figura 2.6 (PINHEIRO FILHO, 2005).

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    Figura 2.6 - Terceira etapa de operao igual primeira.

    Fonte: Pinheiro Filho (2005).

    Etapa IV t3a t0O interruptor S1 que recebe o comando de bloqueio nesta etapa de operao, fazendo

    a corrente do indutor circular pelo diodo em antiparalelo chave S3. Isto far com que a

    tenso Vab se anule novamente. Da mesma forma que na segunda etapa, a chave S3passa a

    conduzir, e devido ao sentido da corrente imposta pelo indutor, a corrente se mantm

    circulando pelo diodo em antiparalelo a S3, at que a chave S1 volte a fechar. Levando o

    conversor novamente a primeira etapa de operao com o bloqueio desse diodo, devido

    aplicao reversa da tenso de entrada Vinsobre o mesmo (PINHEIRO FILHO, 2005).

    Figura 2.7 - Quarta etapa de operao do semiciclo positivo.

    Fonte: Pinheiro Filho (2005).

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    Semiciclo negativo da tenso de sada

    Etapa I t0a t1

    Nesta primeira etapa do semiciclo negativo quem recebe o comando de conduo so

    as chaves S2 e S3 realizando uma conexo entre o barramento CC e a sada. A corrente

    circula por meio dos interruptores na direo da carga e a tenso Vab negativa. Da mesma

    forma que no semiciclo positivo da tenso de sada, a tenso sobre o indutor L0 dada pela

    diferena entre a tenso do barramento da entrada e a tenso aplicada carga. A Figura 2.8

    mostra a primeira etapa de operao do conversor no semiciclo negativo. Sendo assim, a

    corrente sobre o indutor cresce linearmente, entretanto com sentido oposto ao sentido do

    semiciclo positivo da senide de referncia e da senide de sada (PINHEIRO FILHO, 2005).

    Figura 2.8 - Primeira etapa do semiciclo negativo.

    Fonte: Pinheiro Filho (2005).

    Etapa II t1a t2

    Esta etapa, similar a segunda etapa do semiciclo positivo, iniciada pela comutao

    no dissipativa provocada pela abertura da chave S2. A corrente do indutor assumida pelo

    diodo em antiparalelo a S4, o qual desconecta o barramento CC e anula a tenso na entrada do

    filtro. A chave S4 recebe o comando de conduo, porm, devido ao sentido da corrente no

    indutor, esta continua a circular pelo diodo e passa a decrescer linearmente (PINHEIRO

    FILHO, 2005).

    Esta etapa apresentada na figura a seguir.

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    Figura 2.9 - Segunda etapa do semiciclo negativo.

    Fonte: Pinheiro Filho (2005).

    Etapa III t2a t3

    Na terceira etapa de operao do semiciclo negativo a chave S2recebe o comando de

    conduo, de maneira anloga ao semiciclo positivo. A comutao dissipativa e provocada

    pelo fechamento do interruptor S2, impondo uma tenso reversa no valor da tenso do

    barramento CC ao diodo em antiparalelo a S3, bloqueando-o, fazendo com que os

    interruptores S2 e S3assumam a corrente do indutor (PINHEIRO FILHO, 2005).

    Figura 2.10 - Terceira etapa de operao repete a primeira.

    Fonte: Pinheiro Filho (2005).

    Etapa IV t3a t0

    Nesta etapa de operao a chave S3 comandada a bloquear, fazendo a corrente do

    indutor circular sobre o diodo em antiparalelo chave S1. Desta forma a tenso de entrada do

    filtro se anula novamente. Assim como na segunda etapa, o interruptor S1passa a conduzir,

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    todavia a corrente continua a circular pelo diodo em virtude do sentido da corrente do indutor.

    Isto ocorre at que a chave S3passe a conduzir novamente, fazendo com que a configurao

    seja a mesma j observada na primeira etapa (PINHEIRO FILHO, 2005).

    Figura 2.11 - Quarta etapa do semiciclo negativo.

    Fonte: Pinheiro Filho (2005).

    2.3.3.2.FORMAS DE ONDA

    Uma vez feito o detalhamento das etapas de operao ou comutao do inversor CC-CA modulado a trs nveis de tenso possvel traar as principais formas de onda referentes

    ao seu funcionamento, conforme Figura 2.12.

    Figura 2.12 - Principais formas de onda do inversor em ponte completa.

    Fonte: Pinheiro Filho (2005).

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    2.4.CONCLUSO

    Foi utilizada uma modulao senoidal a trs nveis com o intuito de se obter uma

    reduo no tamanho do indutor de filtro e uma menor distoro no sinal de sada. H uma

    reduo no custo do filtro pois os harmnicos presentes na entrada do filtro s so vistos a

    partir de frequncias duas vezes maiores que a frequncia de comutao das chaves. Quase

    todo o contedo harmnico eliminado pelo filtro de sada, dessa forma a carga receber uma

    forma de onda senoidal com baixo nvel de harmnicos e com amplitude controlada.

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    3.CAPTULO III3.1.INTRODUO

    Neste captulo sero apresentados algumas consideraes e clculos relacionados ao

    projeto do conversor CC-CA com modulao senoidal a trs nveis de tenso, bem como

    simulaes para a validao do projeto.

    3.2.ESPECIFICAES DA FONTE GERADORA DE AFUNDAMENTOS DE TENSO3.2.1. ESPECIFICAES DE PROJETO

    A fonte geradora de afundamento de tenso ser um conversor CC-CA senoidal com

    as seguintes caractersticas:

    Conversor CC-CA configurao em ponte completa.

    Tenso nominal de sada do conversor CC-CA, monofsica a 127VRMSe 60Hz.

    Potncia de sada: 1000W.

    Modulao senoidal obtida com PWM a trs nveis de tenso.

    Frequncia de chaveamento: 30kHz.

    Tenso do barramento em corrente contnua de entrada: 191V.

    O controle da fonte ser feito a partir de uma interface em LabVIEW, na qual o usurio

    poder escolher a amplitude e a durao do afundamento de tenso. Esta interface ser

    responsvel por gerar a senide de referncia para a modulao PWM. Esta senide

    proveniente da interface, ser comparada no circuito de comando do conversor CC-CA com

    duas ondas triangulares portadoras, complementares, de 30kHz. O resultado desta comparao

    ser uma modulao PWM senoidal a trs nveis de tenso, que ser levado at as chaves

    semicondutoras de potncia. Por fim, um filtro LC dever ser projetado para que se consiga

    restaurar a frequncia fundamental da senide de referncia (60Hz).

    Com essas caractersticas, espera-se que a fonte geradora de afundamento de tenso

    atenda, pelo menos parcialmente, aos requisitos das normas aplicveis (descritas no Erro!

    Fonte de referncia no encontrada.) no que diz respeito durao e amplitude dosafundamentos. No entanto, devido dificuldade de se implementar um conversor CC-CA

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    trifsico (pois seria necessrio fazer um controle isolado do afundamento em cada uma das

    fases), optou-se em projetar um conversor com sada monofsica e de menor potncia do que

    os equipamentos utilizados em ensaios, os quais visam a determinao de imunidade frente

    aos afundamentos de tenso, descritos pela norma SEMI F42-0999 Test Method For

    Semiconductor Processing Equipment Voltage Sag Immunity (SEMI F42-0999, 2008).

    Contudo, acredita-se que seja possvel fazer um levantamento aproximado da

    imunidade de equipamentos com potncia inferior a 1000W frente a afundamentos de tenso,

    utilizando esta fonte.

    3.2.2. ESCOLHA DA CARGA

    Para validar o funcionamento da fonte geradora de afundamentos de tenso, as cargas

    a serem alimentadas pela mesma ser, em uma primeira anlise, uma carga puramente

    resistiva e posteriormente um circuito retificador. Desta forma, ser possvel verificar as

    caractersticas de respostas do conversor CC-CA.

    3.3.ESPECIFICAO DAS CHAVES SEMICONDUTORAS E DOS DIODOS RODA LIVRE3.3.1. TIPO DE CHAVE SEMICONDUTORA A SER UTILIZADA

    Para o chaveamento do elo em corrente contnua sobre a carga, necessrio

    especificar o tipo da chave semicondutora empregada (MOSFETou IGBT), com base em

    algumas das caractersticas iniciais do projeto, tais como:

    Potncia de sada: 1000W.

    Tenso do barramento CC: 191V.

    Frequncia de sada: 30kHz.

    Segundo Blake e Bull da International Rectifier(BLAKE; BULL, 2008) as chaves

    semicondutoras de potncia apresentam as seguintes caractersticas e aplicaes:

    MOSFET:

    Melhor operao com longas razes cclicas.

    Aplicaes em baixa tenso (menor que 250V).

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    Potncias menores que 500W.

    IGBT:

    Melhor operao com razes cclicas curtas.

    Aplicaes em alta tenso (maior que 1000V).

    Potncias superiores a 5kW.

    Quanto frequncia de operao as chaves se comportam conforme o grfico a

    seguir:

    Figura 3.1 Frequncia de operao das chaves semicondutoras.

    Fonte: Blake e Bull (2008).

    Nota-se, a partir do grfico da Figura 3.1, que a frequncia do chaveamento definido

    para este projeto (30kHz) est na regio de operao tanto do MOSFET quanto do IGBT.

    Embora seja indicado a utilizao de IGBTs em potncias acima de 500W, optou-se, devidoao custo e facilidade de aquisio, por MOSFETs, os quais atendem as caractersticas de

    projeto mencionadas a seguir.

    3.3.2. ESPECIFICAO DO MOSFET

    Com base nas especificaes do projeto j mencionadas, pode-se calcular a corrente

    mdia do conversor CC-CA conforme Equao 3.1, admitindo que este possua um

    rendimento de 80%.

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    AV

    PI

    out

    out

    out87,7

    127

    1000=== (3.1)

    Para calcular a corrente nos interruptores necessrio determinar o ndice de

    modulao. Este pode ser definido como a razo entre o valor de pico da tenso senoidal de

    sada do conversor Voutp pela tenso do barramento em corrente contnua Vin mostrada na

    Equao 3.2 (PINHEIRO FILHO, 2005).

    94,0191

    2127=

    ==

    in

    outp

    iV

    Vm (3.2)

    Para que este conversor CC-CA opere como gerador de afundamento de tenso,

    conforme j especificado, a tenso de sada variar. Considerando os nveis de tenso que a

    fonte poder fornecer carga entre 127VRMS e 12,7VRMS (10% do valor nominal), a variao

    do ndice de modulao ficar entre 0,94 e 0,094.

    A mxima corrente eficaz sobre os MOSFETs pode ser obtida pela Equao 3.3

    (PINHEIRO FILHO, 2005), considerando o pior caso para o interruptor quando o ndice de

    modulao for mximo:

    ioutpkS mII3

    1

    8

    1+= (3.3)

    Em que Ioutpk a corrente de pico na sada, obtida pela Equao 3.4:

    AII outoutpk 14,112 == (3.4)

    Portanto:

    AIS 28,594,03

    1

    8

    114,11 =+=

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    Sero utilizados quatro MOSFETs IRFP460, os quais suportam uma corrente mdia

    de 20A e tenso direta de 500V (DATASHEET MOSFET IRFP460, 2008). E possuem diodos

    ultrarpidos em antiparalelo.

    3.3.3. DIODOS RODA LIVRE

    A corrente mdia em cada diodo roda livre interno aos MOSFETs dada pela

    Equao 3.5:

    = ioutpkDmed mII 8

    121

    (3.5)

    Portanto:

    AIDmed 46,094,08

    1

    2

    114,11 =

    =

    A corrente mxima nos diodos a mesma dos MOSFETs: 11,14A. Considerando a

    situao de mximo ndice de modulao. Contudo ser utilizado o diodo intrnseco presente

    no encapsulamento do prprio MOSFET IFRP460.

    3.4.BARRAMENTO EM CORRENTE CONTNUA

    Para alimentao da etapa de potncia do conversor CC-CA ser retificado, atravs de

    quatro diodos dispostos em ponte completa com filtro capacitivo na sada, uma tenso

    senoidal de 135VRMS e 60Hz obtida com o auxlio de um transformador com secundrio

    varivel. As equaes utilizadas na seqncia so com base em Barbi ( 2001).

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    +E

    -E

    Figura 3.2 Topologia do retificador de entrada.

    Fonte: ProgramaProtel DXP.

    Clculos para especificao dos diodos retificadores, considerando o conversor com

    rendimento de 80%:

    in

    in

    medV

    PI = (3.6)

    Em que Imed a corrente mdia (Equao 3.6) entregue pelo retificador, Vmed a tenso

    do barramento em corrente contnua e Pin a potncia de entrada do conversor considerando o

    rendimento citado. Portanto:

    AImed 55,6191

    1250==

    Cada par de dois diodos da ponte completa responsvel por metade da corrente

    mdia. Portanto cada diodo dever suportar:

    AID 27,3=

    Ser utilizado quatro diodos modelo 6A10 que suportam 6A de corrente mdia e uma tenso

    reversa de 1000V (DATASHEET DIODO 6A10, 2008).

    Para o filtro capacitivo, adota-se que a tenso de sada tenha uma ondulao mxima

    de 15%. Utilizando a Equao 3.7:

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    29

    )( 2min2

    cpk

    in

    VVf

    PC

    = (3.7)

    Em que f a frequncia da tenso de entrada (60Hz), Vpk a tenso de pico sobre o

    filtro (191V) e Vcmin a mnima tenso de sada para o retificador admitindo a ondulao de

    15%, ou seja, 85% de Vpk (162V). Portanto:

    ( )mFC 06,2

    16219160

    125022

    =

    =

    Com o objetivo de diminuir o efeito da resistncia srie equivalente dos capacitores

    sobre a ponte retificadora, sero utilizados quatro capacitores eletrolticos de 470F, que

    suportam uma tenso de 400V. O que resultar em uma capacitncia equivalente de 1,88mF.

    3.5.FILTRO DE SADA3.5.1. INDUTOR

    Tem-se, na sada do conversor CC-CA, uma modulao por largura de pulsos

    retangulares em 30kHz de uma senide em 60Hz. Faz-se necessrio inserir um filtro na sada

    do conversor para eliminar as componentes em alta frequncia, restaurando o sinal senoidal

    com a frequncia fundamental. Para isto, ser utilizado um filtro L0C0, conforme a Figura 3.3.

    Seus parmetros so calculados a seguir. As equaes e as consideraes a seguir foram

    segundo Pinheiro Filho (2005).Lo

    Co

    Vin Vo

    Figura 3.3 Topologia do filtro L0C0.

    Fonte: ProgramaProtel DXP.

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    30

    Tenso direta mxima VSmaxsobre os interruptores:

    VVV inS 191max ==

    Corrente de carga outI de acordo com a Equao 3.8:

    AV

    PI

    out

    outout 87,7

    127

    1000=== (3.8)

    Mxima ondulao de corrente max0LI (Equao 3.9) e corrente de pico no indutorpkLI 0 (Equao 3.10):

    AII outL 98,187,725,025,0max0 === (3.9)

    AI

    IIL

    outpkpkL 13,122

    98,114,11

    2

    00 =+=

    += (3.10)

    Corrente mxima maxSI e eficaz SrmsI (Equao 3.11) nos interruptores:

    AIII outpkDS 14,11maxmax ===

    AmII ioutpkSrms 28,594,03

    1

    8

    114,11

    3

    1

    8

    1=+=+=

    (3.11)

    Corrente eficaz atravs do indutor:

    AII outLoef 87,7==

    Existem diversas formas para determinar um filtro de sada de um conversor CC-CA.

    Para este projeto optou-se por determinar a ondulao mxima de corrente que se deseja

    permitir circular pelo indutor do filtro de sada para obter a indutncia. Com este parmetro

    definido, calcula-se o capacitor de sada, de modo que a frequncia de corte do filtro sejabastante superior a 60Hz, valor que se deseja na sada, e seja tambm suficientemente inferior

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    31

    frequncia dos harmnicos produzidos pelas comutaes presentes na entrada do filtro,

    garantindo praticamente a quase completa eliminao das mesmas.

    Com base neste raciocnio, tendo definido um valor paraILomax,definimos o valor doindutor, conforme Equao 3.12:

    HIf

    VL

    Ls

    in92,400

    98,1300008

    191

    8 max00 =

    =

    = (3.12)

    Ser utilizado um indutor de 500H.

    3.5.1.1.PROJETO FSICO DO INDUTOR

    Para dimensionar construtivamente o indutor do filtro de sada, utilizou-se a

    metodologia apresentada em (BARBI, 2001), bem como os dados relativos a ncleos de

    ferrite e bitola dos condutores esmaltados. Contudo, deve-se escolher alguns parmetros

    iniciais do indutor baseado no tipo de material ferromagntico, com o objetivo de evitar a

    saturao do mesmo durante a operao. Estes parmetros so definidos na seqncia:

    Densidade de fluxo mxima: 0,30T.

    Fator de ocupao da rea da janela: 0,70.

    Densidade mxima de corrente nos enrolamentos: 450,00A/cm.

    Com base nestes parmetros, deve-se utilizar um ncleo tipo E tamanho 42/20 com 44

    espiras de 3 fios de 21AWG e com entreferro de 0,26cm.

    3.5.2. CAPACITOR

    Determinado o valor do indutor, parte-se para a determinao do capacitor de sada.

    Para isso, necessrio adotar a frequncia de corte do filtro, a qual, segundo a literatura, deve

    ser um sexto da frequncia de chaveamento, conforme a Equao 3.13 a seguir:

    kHzf

    fzs

    56

    30000

    6 === (3.13)

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    32

    Enfim, pode-se calcular o capacitor pela Equao 3.14 a seguir:

    ( ) ( )F

    LfzC

    49,41092,40050002

    1

    2

    1620

    0 =

    == (3.14)

    Ser utilizado um capacitor de 5F, com isolamento de 250V em polipropileno.

    3.6.COMPARADORES E PORTANOT COM HISTERESE.

    Conforme j mencionado, para gerar os sinais de PWM modulados senoidalmente atrs nveis de tenso, faz-se necessrio comparar uma onda portadora triangular com duas

    ondas senoidais de referncia defasadas entre si de 180. No entanto pode-se obter o mesmo

    efeito comparando-se uma onda senoidal de referncia com duas ondas portadoras

    triangulares, tambm defasadas de 180. Para comparar estes sinais, utilizar-se-o dois

    circuitos integrados comparadores LM311P.

    Antes de enviar os sinais de PWM ao driver (que ser discutido na seqncia)

    necessrio condicionar os sinais para impedir que o efeito de slew rate, dos amplificadores

    operacionais utilizados como comparadores, seja repassado ao driver.

    Segundo Sedra (1999), o slew rate [...] a mxima variao de tenso de sada em

    um amp op real [...] e definida como

    mxdt

    dvSR 0=

    Sendo usualmente especificada nos catlogos de amp ops em V/s. (SEDRA; SMITH, 1999,

    p. 94).

    A Figura 3.4, a seguir apresenta a curva caracterstica de slew rate, para uma entrada

    em degrau, do amplificador operacional LM311 (DATASHEET LM339N, 2008), o qual ser

    utilizado como comparador na gerao dos PWMs.

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    33

    Figura 3.4 Slew ratepara o amplificador operacional LM311.

    Fonte: Folha de dados do componente LM311N (2008).

    Cada pulso do PWM ser a composio das curvas de subida e de descida, conforme a Figura

    3.4, resultando em um pulso trapezoidal ao invs de retangular, que era esperado. Para

    corrigir o efeito do slew rate sobre o PWM, ser utilizado o circuito integrado CD40106B,

    que atua como porta notcom histerese. Portanto suas funes sero modelar a forma de onda

    dos pulsos enviados ao driver e produzir os sinais de PWM complementares para o

    acionamento dos MOSFETs. A atuao na modelagem da onda conforme a figura a seguir:

    Figura 3.5 Funcionamento da portanotcom histerese.

    Fonte: Folha de dados do componente CD40106B (2008).

    3.7.SOFT-STARTDO CONVERSOR CC-CA

    Segundo Barbi (2001, p. 205):

    Quando se energiza uma fonte chaveada, imperativo que a razo cclica progrida

    lentamente, desde o valor nulo at o valor necessrio para suprir a potncia de carga.Caso contrrio h risco de destruio do interruptor, saturao do transformador eovershootde sada.

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    34

    Optou-se por implementar o soft-startatravs doLabVIEW, por ser fcil de ajustar e

    tambm com o intuito de economizar componentes e espao na placa de circuito impresso. A

    senide de referncia foi programada para que, ao energizar o circuito, comece com um valor

    nulo e aumente linearmente sua amplitude at o valor mximo, conforme mostrado a seguir:

    Figura 3.6 Soft-startimplementado atravs doLabVIEW.

    Fonte: ProgramaLabview.

    3.8.SIMULAES3.8.1. VISO GERAL DO CIRCUITO

    Para constatar o funcionamento e validar o projeto, algumas simulaes, utilizando o

    programa Multisim 10.0.1, foram feitas para a verificao de algumas formas de onda de

    extrema importncia para um conversor CC-CA, tais como: PWM a trs nveis de tenso para

    o chaveamento dos interruptores e a resposta do filtro de sada. O circuito utilizado parasimulao apresentado conforme a Figura 3.7. Este circuito baseado na topologia bsica de

    um conversor CC-CA.

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    Figura 3.7 - Viso geral do circuito simulado.Fonte: ProgramaMultisim.

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    36

    Para efeito de simulao o modelo do transistor MOSFET usado como chave de

    potncia foi substitudo por chaves ideais (J1, J2, J3, J4) em srie com os diodos D2, D1, D4,

    D7 respectivamente.

    3.8.2. PWMA TRS NVEIS DE TENSO

    O circuito PWM est conforme mostra a Figura 3.8. A onda triangular portadora foi

    criada atravs de um gerador de funo (XFG1), com uma frequncia de 30kHz. Esta

    frequncia tambm repassada ao chaveamento dos interruptores.

    Esta onda triangular comparada a uma onda senoidal de referncia com frequncia60Hz para a modulao PWM. Ser necessrio utilizar dois circuitos integrados LM311. No

    entanto um comparador receber uma onda triangular proveniente do gerador de funo e o

    outro far a comparao com uma onda triangular complementar. Esta inverso da onda

    portadora ser feita utilizando um simples CI (LM324N), em configurao inversora com

    ganho unitrio.

    V15

    15 V

    V3

    15 V

    V4

    5 Vrms

    60 Hz

    0

    U1

    LM311N

    B/STBVS+

    GND

    BAL

    VS-

    2

    3

    4

    8

    7

    1

    5 6

    R3

    1k U3A

    U3B

    XFG1

    U4A

    LM324N

    3

    2

    11

    4

    1

    V2

    15 V

    V5

    15 V

    R5

    10k

    R6

    10k

    V6

    15 V

    V7

    15 V U2

    LM311N

    B/STBVS+

    GND

    BAL

    VS-

    2

    3

    4

    8

    7

    1

    5 6

    R4

    1k

    Onda senoidal

    de referncia

    U5A

    U5B

    J1

    J3

    J4

    J2

    40

    44

    43

    42

    0

    0

    0

    41

    39

    0

    0

    0

    38

    37

    0

    36

    0

    0

    0

    35

    34

    33

    0

    3

    5

    Figura 3.8 - Circuito gerador do PWM a 3 nveis.

    Fonte: ProgramaMultisim.

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    Na sada de cada comparador h uma porta lgica inversora para criar pulsos

    complementares para acionamento das chaves semicondutoras. De acordo com a Figura 3.9,

    possvel notar que os sinais em amarelo e roxo so complementares assim como os sinais azul

    e verde.

    Figura 3.9 - Sinais do PWM a trs nveis, enviados s chaves semicondutoras.

    Fonte: ProgramaMultisim.

    3.8.3. TENSO DE SADA DO FILTRO LC

    A Figura 3.10 a seguir, apresenta a resposta do conversor CC-CA modulado a trs

    nveis de tenso sem o filtro LC. A resposta ser ento pulsos iguais ao do PWM, mas com

    tenso igual ao do barramento CC.

    Figura 3.10 Tenso de sada sem o filtro LC.

    Fonte: ProgramaMultisim.

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    Aps a insero do filtro LC previamente dimensionado e projetado, a resposta do

    conversor CC-CA que antes era um trem de pulsos de PWM, passa a ser uma senide na

    frequncia 60Hz, ou seja, recuperando a frequncia fundamental da onda de referncia

    conforme a Figura 3.11.

    Figura 3.11 Tenso de sada com o filtro LC.

    Fonte: ProgramaMultisim.

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    39

    3.9.CONCLUSO

    O filtro dimensionado para a situao em que a fonte entrega tenso corrente

    nominais, realiza a sua funo de limitar a ondulao em alta frequncia gerada pelo

    conversor CC-CA, mantendo-a em nveis admissveis e restaurando a componente

    fundamental.

    Optou-se por utilizar MOSFETs para o chaveamento do circuito de potncia devido

    ao custo e facilidade de aquisio se comparado aos IGBTs. Sendo assim, foi projetado um

    conversor CC-CA a trs nveis de tenso com um filtro LC, e sada senoidal em 60Hz.

    Todos os circuitos eletrnicos utilizados para modular o sinal senoidal de referncia

    para obteno do PWM a trs nveis de tenso foi simulado computacionalmente, obtendo-se

    xito. Assim validou-se o projeto, podendo partir para a etapa de implementao.

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    40

    4.CAPTULO IV4.1.INTRODUO

    Neste captulo ser feito o detalhamento da implementao da interface da fonte

    geradora de afundamento de tenso, a qual funcionar como uma interface para o usurio

    especificar as caractersticas do afundamento que deseja obter, e tambm gerar o sinal de

    referncia senoidal para a obteno do PWM a trs nveis de tenso.

    4.2.PROGRAMA E CIRCUITO PARA GERAO DO SINAL DE REFERNCIA4.2.1. ESCOLHA DO PROGRAMA E DO CIRCUITO

    A escolha do programa a ser utilizado para a gerao da senide de referncia do

    conversor CC-CA levou em conta alguns aspectos importantes. Um deles a interao entre

    usurio e a interface de comando, ou seja, de extrema importncia uma interface simples e

    de agradvel visualizao. Os parmetros do afundamento de tenso devem ser facilmente

    identificados e deve possuir certa facilidade na mudana destes valores. H tambm uma

    visualizao prvia do sinal a ser gerado.

    Outro aspecto a ser considerado em relao comunicao entre o computador que

    processar o sinal senoidal a ser gerado e o conversor CC-CA da fonte geradora. necessrio

    definir essa forma de comunicao, se esta seria, por exemplo, atravs da porta paralela do

    microcomputador (LPT1), da porta serial (COM1, COM2, etc), da USB, atravs de um

    circuito microcontrolado ou utilizando uma placa de aquisio.

    A linguagem de programao que atende a todos os requisitos exigidos pelo programa a linguagem LabVIEW, do fabricante de placas de aquisio e desenvolvedor National

    Instruments(NI).

    OLabVIEW um ambiente de desenvolvimento grfico que possibilita a simulao, a

    aquisio de dados, o controle de instrumentos, a anlise de medida e apresentao de dados.

    Esta programao possui a flexibilidade de uma linguagem de programao poderosa sem a

    complexidade de ambientes de desenvolvimento tradicionais, ou seja, uma linguagem de

    alto nvel, totalmente visual e de fcil aprendizagem (LABVIEW, 2008).

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    Esse ambiente possui ferramentas poderosas para criar aplicaes sem escrever

    qualquer linha de cdigo textual. possvel especificar a funcionalidade do sistema desejado

    montando diagramas de blocos, o que uma notao de desenho natural para os cientistas e

    engenheiros (LABVIEW, 2008).

    Com relao ao aspecto de comunicao entre o microcomputador e a fonte, tentou-se,

    a princpio, gerar uma sada analgica atravs da porta paralela do computador. O programa

    processava o sinal a ser gerado e a porta paralela fazia a comunicao. Atravs dos 8 bits

    disponveis na porta paralela gerou-se digitalmente os valores da amplitude da senide. Esse

    sinal digital foi convertido, atravs de um conversor digital-analgico feito com uma rede de

    resistores R-2R, em um sinal analgico.

    Analisou-se o sinal gerado e concluiu-se que devido ao ambiente LabVIEWnecessitar

    de uma grande velocidade de processamento, no foi possvel gerar uma senide sem

    deformaes atravs da porta paralela (LPT1) com frequncia superior a 7 Hz. A senide de

    60 Hz gerada atravs da sada paralela apresentou uma grande deformao, no assemelhando

    ao sinal desejado, conforme ilustrado na figura 4.1.

    Figura 4.1 - Senide distorcida gerada atravs da porta paralela (LPT1).

    Aps descartada a possibilidade de gerao da senide atravs da porta paralela,

    optou-se em utilizar uma placa de aquisio da NI (figura 4.2). Esta placa uma modelo E

    series, a qual comunica com o microcomputador atravs do slotPCI. Possui duas sadas e

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    quatorze entradas, todas analgicas. Como foi definido no programa uma velocidade de

    escrita de 10 mil pontos por segundo, conclui-se que a placa srie E atende plenamente nosso

    objetivo, j que a mesma pode gerar at 400 mil pontos por segundo em cada sada analgica.

    A folha de dados desta placa de aquisio, na qual so apresentadas todas as suas

    caractersticas, est apresentada no Anexo I.

    Figura 4.2 - Placa de aquisio NI.

    Fonte:National Instruments (2008).

    4.2.2. DESENVOLVIMENTO DO PROGRAMA

    Aps a escolha do programa e circuito a serem utilizados para a gerao da senide de

    referncia, necessrio a implementao do cdigo do programa de afundamento tenso emLabVIEW.

    Um fluxograma foi elaborado visando facilitar essa programao, e demonstra de uma

    maneira simplificada o funcionamento do programa e sua lgica de programao, conforme

    ilustrado na Figura 4.3.

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    Figura 4.3 - Fluxograma referente ao programa gerador da senide de referncia ao afundamento.

    Fonte: Autoria Prpria.

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    4.2.3. PAINEL DE INTERFACE COM USURIO

    No painel de interface do usurio desta primeira verso do programa, buscou-se

    simplificar ao mximo sua operao, tendo neste painel frontal apenas os parmetros

    necessrios ao afundamento, sem informaes adicionais.

    Neste painel o usurio escolhe qual o tempo desejado de afundamento. Este tempo

    definido em ciclos ou em segundos. Se por acaso o usurio definir um tempo que no

    composto por ciclos inteiros de 16,667ms, o programa corrigir automaticamente esse valor,

    adicionando no tempo escolhido pelo usurio o tempo faltante para completar um ciclo

    inteiro.

    O painel de interface da primeira verso do programa est mostrado na Figura 4.4.

    Figura 4.4 - Painel de interface com usurio.

    Fonte: ProgramaLabview.

    H 12 botes com valores previamente determinados, onde o usurio simplesmente opressiona e o valor estar parametrizado. Uma barra rolante est disponvel para a escolha dos

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    valores de ciclo. E tanto os ciclos desejados, quanto os segundos, podem ser escolhidos

    atravs de duas caixas de texto, onde este valor pode ser escrito diretamente.

    Todas essas possibilidades de escolha so interativas, ou seja, quando o valor de um

    boto, ou barra, ou caixa de texto modificado, as outras variveis de tempo so

    automaticamente modificadas a esse valor escolhido.

    Outro parmetro varivel do painel frontal do programa a amplitude. Essa amplitude

    medida em porcentagem, ou seja, calculada em relao amplitude nominal da senide.

    Um grfico foi adicionado para mostrar o sinal gerado em tempo real, o qual ser

    produzido pela placa de aquisio e levado at o conversor CC-CA.

    O boto de incio do afundamento tambm est presente neste painel frontal, e

    utilizado para dar incio ao afundamento. Um boto de Parada do programa foi adicionado ao

    painel frontal para desligar o programa e a gerao da senide da placa de aquisio.

    4.2.4. CDIGO DE PROGRAMAO

    A programao em LabVIEWfoi feita, baseada no fluxograma acima descrito. Foram

    desenvolvidos dois laos principais que compem a estrutura da programao.Uma viso geral do cdigo de programao da fonte geradora de afundamento de

    tenso est mostrada na Figura 4.5.

  • 5/22/2018 Monografia Minha

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    46

    Figura 4.5 - Viso geral do cdigo de programao.

    Fonte: ProgramaLabview.

    No lao superior so feitas as interaes entre os botes de segundos e ciclos da

    parametrizao do afundamento de tenso, e tambm a correo dos tempos dos ciclos, ou

    seja, quando o usurio escolher tempos fracionrios ao ciclo de 16,667ms, o programa

    automaticamente corrigir esse valor para o prximo valor superior.

    Essa correo necessria devido ao funcionamento do conversor CC-CA. Caso

    houvesse a possibilidade de alterar a amplitude da senide no seu ponto de mxima

    amplitude, por exemplo, isto introduziria um degrau no sinal de referncia. Este degrau seria

    repassado ao PWM e consequentemente aos MOSFETs, tornando a comutao dos mesmos

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    47

    perigosa devido aos efeitos relacionados ao chaveamento destes componentes, descritos em

    outra seo desta monografia.

    J o lao inferior o mais importante do programa. Nele encontra-se toda a lgica de

    programao para a gerao do afundamento de tenso e a senide de amplitude nominal.

    Tanto o lao superior quanto o lao inferior so envoltos por outro lao. Esse lao

    global faz o programa ser executado continuamente at o boto de stopser pressionado.

    Dentro do lao inferior encontra-se uma estrutura chamada de Stacked sequence

    (Figura 4.6). Dentro dessa estrutura foram colocados outros laos. Um destes o lao de

    separao da varivel de tempo em segundos inteiros e fracionrios.

    Figura 4.6 - Stacked sequence structure.

    Fonte: ProgramaLabview.

    Como o cdigo interpreta de maneiras diferentes os tempos dados por segundos

    inteiros e fracionrios, necessrio separar esse tempo para poder utiliz-lo. O nmero inteiro

    e o fracionrio so levados para blocos diferentes, onde no programa haver uma seqncia de

    utilizao. Primeiramente sero gerados tempos de afundamento com os segundos inteiros e

    depois de completado este ciclo ser gerado o afundamento referente aos segundos

    fracionrios. O bloco da Figura 4.7 separa a varivel tempo dado em segundos, em nmeros

    inteiros e fracionrios.

    Figura 4.7 - Bloco para separao dos segundos em inteiros e fracionrios.

    Fonte: ProgramaLabview.

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    48

    A segunda etapa do stacked sequence structurepossui uma varivel chamada de Start

    do afundamento. Essa varivel alterada atravs de um boto no painel frontal, e pode

    assumir os valores booleanos: verdadeiro ou falso. Esta varivel d incio ao afundamento

    quando, aps este ser definido pelo usurio.

    Este boto est ligado diretamente em uma case structure (estrutura condicional). O

    valor vinculado varivel ligada no terminal seletor (start do afundamento) da estrutura,

    determina qual caixa executar. Ou ser executada a caixa referente ao valor verdadeiro ou a

    do valor falso. O terminal seletor representado por um ponto de interrogao na cor verde.

    Como se trata de uma boto virtual, pode-se considerar que essa varivel

    normalmente aberta, ou seja, atribudo ao boto um valor de falso. Se selecionar este boto,

    atribumos a este um valor de verdadeiro.

    Quando essa varivel assumir um valor verdadeiro o afundamento da senide ser

    iniciado. A varivel de incio do afundamento da senide e a estrutura condicional case

    structure esto, de uma maneira simplificada, mostradas na Figura 4.8.

    Figura 4.8 - Varivel de incio do afundamento ecase structure.

    Fonte: ProgramaLabview.

    Dentro desse case structureencontra-se outra estrutura igual, mas a varivel ligada ao

    terminal seletor diferente da varivel conectada estrutura externa. Esse case interno

    executa os tempos, dados em segundos, menores do que um, ou os maiores, dependendo do

    valor da varivel do terminal seletor. Essa separao em segundos inteiros e fracionrios foi

    descrita anteriormente.

    Quando solicitado um afundamento de tenso o programa inicia o afundamento no

    instante em que a senide passa por zero e termina os ciclos pr-determinados de

    afundamento quando essa senide passa por zero novamente. Isso foi feito para evitar spikes

    de tenso e problemas no chaveamentos dos Mosfets. Para tempos inteiros de segundos a

    senide gerada diretamente com um bloco gerador de senides da biblioteca do Labview.

    O cdigo utilizado para gerar uma senide com tempo menor do que um segundo est

    mostrado na Figura 4.9.

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    Figura 4.9 - Diagrama de blocos referente ao afundamento de tenso com tempo menor do que 1 segundo.

    Fonte: ProgramaLabview

    Para simplificar a programao foi gerado um bloco chamado SubVI (bloco branco da

    figura anterior). Dentro deste bloco h outro cdigo de programao (Figura 4.10) que tem a

    funo de gerar as senides com tempo menor do que um segundo.

    Figura 4.10 - Cdigo de programao interno SubVIreferente gerao de senides menores do que um

    segundo.

    Fonte: ProgramaLabview.

    Dentro da estrutura dessa SubVI esto contidos dois blocos (Figura 4.10) que tm a

    funo de gerar senides. Algumas constantes so adicionadas a esses blocos para definir

    certos parmetros da onda. No caso do bloco superior temos duas constantes atreladas ao

    gerador de senide. O valor de 60 define a frequncia da senide a ser gerada e o valor de 4,5

    a amplitude desta. Os dois nmeros dez mil presentes nos geradores de senide so

    responsveis pela escolha da qualidade do sinal a ser gerado. Outros parmetros podem ser

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    adicionados conforme mostra a Figura 4.11, o que no caso deste programa, no so

    necessrios.

    Figura 4.11 - Gerador de forma de onda senoidal.

    Fonte: ProgramaLabview.

    O gerador de forma de onda senoidal inferior o responsvel pelo afundamento de

    tenso. Nele possui uma varivel chamada Amplitude, que referente amplitude do

    afundamento de tenso. A forma de onda deste gerador substitui a onda senoidal do gerador

    superior no tempo definido pelo usurio. Como resultado, teremos uma forma de onda com

    um afundamento. Neste caso o afundamento ser de valor de tempo menor do que um

    segundo.

    Para tempos maiores ou iguais a 1 segundo, outros blocos com outra SubVI (Figura

    4.12), habilitada a gerar a forma de onda senoidal. O cdigo referente gerao de senides

    com tempo maior do que um segundo est ilustrado abaixo.

    Figura 4.12 - Diagrama de blocos referente ao afundamento de tenso com tempo maior do que 1 segundo.

    Fonte: ProgramaLabview.

    Dentro dessa SubVIh um contador regressivo de tempo e executa o afundamento at

    esse valor chegar a zero. O cdigo interno da SubVI est mostrado na Figura 4.13.

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    Figura 4.13 - Cdigo de programao interno SubVIreferente gerao de senides maiores do que um

    segundo.

    Fonte: ProgramaLabview.

    H a possibilidade de o usurio optar em afundar a senide em um tempo composto

    por valores inteiros e fracionrios. Neste caso o programa seleciona a varivel chamada

    maior impondo a essa um valor true, com isso habilitado primeiramente a execuo das

    senides de tempo maior do que um segundo e depois de concluda essa etapa, o programa

    altera o valor da varivel maior parafalse, e quando ser executado as senides de tempo

    fracionrio.

    Essas formas de onda de afundamento de tenso geradas atravs dos blocos descritos

    acima, substituem uma senide de referncia a qual est externa s estruturas referentes ao

    afundamento.

    O gerador senoidal de referncia, apresentado na Figura 4.14, o responsvel em gerar

    a senide de amplitude nominal quando o usurio no desejar um afundamento de tenso.

    Nesta situao o conversor CC-CA opera como uma fonte senoidal alimentando a carga com

    tenso nominal.

    Figura 4.14 - Gerador de onda senoidal de referncia.

    Fonte: ProgramaLabview.

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    4.2.5. SOFT-START

    Optou-se em fazer o soft-startno prprio programa ao invs de utilizar componentes

    eletrnicos no circuito modulador.

    O cdigo referente ao soft-start ser executado apenas uma vez, somente quando o

    programa ligado. Esse cdigo gera nove ciclos da senide de referncia. Comea com dois

    ciclos com zero Volt de amplitude, incrementando nos prximos sete ciclos o valor de 0,5

    Volts em cada ciclo. Aps esse soft-starto programa gera a senide com amplitude nominal.

    Figura 4.15 Soft-startgerado via programa.

    Fonte: ProgramaLabview.

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    4.3.CONCLUSO

    A linguagem de programaoLabVIEW apresentou um rendimento satisfatrio quanto

    sua programao e as interfaces geradas so de agradvel visualizao. uma linguagem

    que possibilita uma fcil programao e entendimento, por se tratar de um desenvolvimento

    baseado em blocos.

    O programa desenvolvido para o controle e gerao dos afundamentos de tenso, gera

    o sinal senoidal atravs de uma placa de aquisio, devido ao fato desta linguagem de

    programao exigir um bom processamento computacional.

    Tentativas em se utilizar o programa sem a placa de aquisio foram feitas, mas no

    apresentaram resultados aceitveis. Essas tentativas foram feitas utilizando-se a porta paralela

    do computador e um conversor Digital Analgico.

    A placa de aquisio utilizada apresentou uma boa resoluo do sinal gerado e uma

    boa flexibilidade quanto quantidade de portas de entradas e sadas, tanto analgicas quanto

    digitais. A isolao da placa foi feita para isol-la do circuito da fonte geradora de

    afundamentos de tenso, o qual ser abordada no captulo 5.

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    5.CAPTULO V5.1.INTRODUO

    Tendo finalizado a etapa de projeto e simulao, parte-se para a montagem do

    prottipo, seguindo a topologia de ligao da Figura 5.1, onde V0 a tenso de sada.

    Figura 5.1 Esquema de montagem.

    Fonte:Protel DXP.

    AMOSTRA

    SENIDE

    LABVIEW

    ISOLADOR

    COMPENSADOR

    TRIANGULAR

    Lo

    Co

    INVERSOR

    BLOQUEIOCC

    COMPARADOR

    DRIVER

    BARRAMENTO

    MOSFETS

    BLOQUEIOCC

    COMANDO

    COMPARADOR

    COMANDO

    DRIVER

    FILTRO

    GERADOR

    SENIDE

    Vo

    SINAL ERRO

    PWM1

    PWM1

    PWM2

    PWM2

    PWM1

    PWM1

    PWM2

    PWM2

    Vo

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    Neste captulo sero abordados detalhes do circuito do conversor CC-CA, a

    implementao do prottipo, a integrao do programa de interface ao estgio de potncia e

    por fim os resultados obtidos.

    5.2.FONTE DE ALIMENTAO

    Para a alimentao dos circuitos de controle e driversdo conversor CC-CA utilizou-se

    uma fonte simtrica 15V, obtida atravs de um transformador com derivao central, um

    retificador a diodos em ponte completa, dois reguladores lineares de tenso e filtros

    capacitivos, conforme Figura 5.2.

    0 Vac

    -15 Vac

    15 Vac 2200uF25V

    C41

    100nF50V

    C22

    IN2

    1

    OUT 3

    GND

    U11 MC7915

    100nF50V

    C24

    47uF25V

    C39

    D121N4007

    -15V

    2200uF25V

    C43

    D81N4007

    D91N4007

    D61N4007

    D51N4007

    IN1

    2

    OUT 3

    GND

    U6 LM7815

    100nF50V

    C21

    47uF25V

    C38

    +15V

    LD5

    1k2R15

    100nF50V

    C23

    D71N4007

    LD4

    1k2R16

    Fonte simtrica

    127 Vac

    N

    220 Vac

    Figura 5.2 Fonte Simtrica.

    Fonte:Protel DXP.

    Optou-se por alimentar o circuito com as tenses simtricas de 15V, pois todos os

    circuitos integrados utilizados e os drives do estgio de potncia so tolerantes a estes nveis.

    A simetria foi utilizada para facilitar a comparao entre os sinais triangulares com a senide

    de referncia, e desta com o sinal de realimentao, pois todos, com auxlio de capacitores de

    desacoplamento, no apresentam nvel mdio.

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    5.3.ISOLAO ENTRE O CONVERSOR E O MICROCOMPUTADOR

    Conforme abordado no Captulo IV, a senide de referncia utilizada no conversor

    CC-CA obtida atravs de uma placa de aquisio do fabricante National Instruments

    conectada ao barramento PCI do microcomputador, e implementada e controlada atravs de

    uma interface emLabView.

    Contudo, a sada da placa de aquisio no isolada do circuito de microcomputador,

    tornando muito perigosa a ligao direta desta com o circuito de controle do inversor,

    havendo riscos de queima tanto do microcomputador quanto da placa de aquisio. Houve

    ento a necessidade de isolar de maneira efetiva os circuitos, mas sem perder a preciso do

    sinal senoidal de referncia, pois este ser fundamental para gerao dos sinais de PWM.

    Primeiramente avaliou-se a possibilidade de utilizar o opto acoplador Siemens IL300,

    porm no foi possvel utiliz-lo pela dificuldade de aquisio e tambm pela pequena regio

    de linearidade do mesmo, o que comprometeria um pouco o funcionamento do circuito, uma

    vez que, espera-se que o sinal senoidal de referncia tenha uma grande excurso sobre o seu

    valor nominal, sem perder a preciso.

    Ento, utilizou-se o amplificador operacional isolador AD210N, cuja amostra fora

    adquirida junto a Analog Devices, o qual, segundo a folha de dados do componente,disponibiliza uma completa isolao galvnica entre a entrada e a sada, opera com

    frequncias de at 20kHz, apresenta no linearidade mxima de apenas 0,012%, alm de ser

    alimentado com uma fonte simples de 15V. A Figura 5.3 apresenta o di