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Versão On-line ISBN 978-85-8015-075-9 Cadernos PDE OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE Produções Didático-Pedagógicas

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Versão On-line ISBN 978-85-8015-075-9Cadernos PDE

OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE

Produções Didático-Pedagógicas

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1 FICHA PARA IDENTIFICAÇÃO DA PRODUÇÃO DIDÁTICO-PEDAGÓGICA Título: PERÍODO INTEGRAL NA ESCOLA: QUAIS AS DIFICULDADES E POSSIBILIDADE PARA SUA

EFETIVAÇÃO DE FORMA CONCRETA?

Autor Neide Alves Silva

Disciplina/Área Pedagogia

Escolas de Implementação do Projeto e sua localização

Colégio Estadual “Profª Olympia Morais Tormenta”

Rua Rudolf Keilhold, 173. (Cjto. Habitacional João Paz)

Colégio Estadual “Ubedulha Correa de Oliveira”

Rua Júlio Farináceo 110. (Cjto Luiz de Sá)

Colégio Estadual “Adélia Dionísio Barbosa”

Rua: Aurélio Buarque de Holanda, 670.( Cjto Parigot de Souza )

Município da escola Londrina-PR

Núcleo Regional de Educação Londrina-PR

Professor Orientador Sandra Aparecida Pires Franco

Instituição de Ensino Superior Universidade Estadual de Londrina – UEL

Relação Interdisciplinar

Resumo Pensando no contexto da Escola atual seus fracassos e descontinuidades, colocada nos termos da lei, como para todos, mas que não cumpre seu papel social aquele , onde os conhecimentos historicamente construídos são instrumentos de formação e transformação do homem, que ao se transformar, transforma também o meio onde vive, e que não vemos esta transformação ocorrer de forma dinâmica sinalizando que a Educação Brasileira passa por um período que poderíamos denominar de crítico . Os fatores que interferem nesta questão são vários, sendo necessário o estudo e a avaliação juntamente com propostas pedagógicas que possam reinventar o projeto, a educação, melhorando e ampliando o nível Educacional no Brasil. O objetivo deste estudo é a busca de caminhos para a superação desta problemática que gera o não aprendizado, apresenta uma modalidade de educação, no qual o horário pudesse ser ampliado para um atendimento mais abrangente de possibilidades pedagógicas que integrem diversos conteúdos, por meio de estratégias e dinâmicas para a construção de uma proposta em que a ampliação do horário com atividades diversificadas fortaleçam o trabalho de ensino e de aprendizagem com currículos integrados, que contemplem múltiplas linguagens para mudanças e construção de novos paradigmas, pautados na união dos conteúdos científicos nas mais diversas dimensões, em que estejam presentes a cultura, a arte, a ciência, a lógica, a qualidade de vida e a cidadania.

Palavras-chave Escola; Educação; Período Integral; Formação;Atividades diversificadas.

Formato do Material Didático Unidade Didática.

Público Alvo Professor, Equipe Pedagógica, representantes do Núcleo Regional da Educação de Londrina e APP Sindicato.

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Este material didático é uma Unidade Didática destinado a professores,

Equipe Pedagógica, representantes do Núcleo Regional e representantes da APP

Sindicado. Tem por objetivo a fomentação de discussão e reflexão acerca da

temática “PERÍODO INTEGRAL NA ESCOLA: QUAIS AS DIFICULDADES E

POSSIBILIDADES PARA SUA EFETIVAÇÃO DE FORMA CONCRETA?” bem como

possibilitar o encontro de diversos segmentos com os responsáveis pelo trabalho

pedagógico nas Escolas Públicas do Paraná e neste caso específico Escolas

Públicas da região Norte de Londrina.

Pensar sobre o processo educacional nas Escolas Públicas no presente

século obriga-nos, em primeiro lugar, a refletir sobre o nosso trabalho no seio destas

escolas. Como atores neste processo histórico que se desenrola no dia a dia,

precisamos pensar em todas as contradições que vivenciamos. A educação que

antes era privilégio de uma classe social, agora é para todos, permeando uma das

grandes contradições, pois a escola dita para todos, hoje não é considerada

preocupação central. Esta constatação pode ser confirmada pelo alto índice de

analfabetos funcionais e de alunos aprovados, ano a ano, por Conselho de Classe.

Se o papel da escola é a transmissão dos conhecimentos historicamente

sistematizados e se estes conhecimentos são instrumentos de formação e de

transformação do homem, proporcionando uma real assimilação e ou vinculação

com a prática social, por que estas ações não são percebidas em nível geral pela

sociedade atual, que banaliza e sobre julga o trabalho da escola por meio do

descompromisso generalizado com os conhecimentos escolares acadêmicos,

enfatizado pelas mídias e governos que alegam que nossa educação em nível geral

não está bem?

1.1 APRESENTAÇÃO

UNIDADE 1

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Propomos que um dos caminhos para a superação desta problemática que

gera o não aprendizado seja por meio de um Projeto de Educação Integral, no qual o

horário pudesse ser ampliado para um atendimento mais abrangente de

possibilidades pedagógicas, que integrem diversos conteúdos, por meio de

estratégias e dinâmicas diferenciadas para a construção de uma proposta em que a

ampliação do horário com atividades diversificadas fortaleça o trabalho de ensino e

de aprendizagem com currículos integrados, que contemplem múltiplas linguagens

para mudanças e construção de novos paradigmas. Trata-se de uma proposta

vinculada ao contexto educacional e social, pautada na união dos conteúdos

científicos nas mais diversas dimensões, com atividades diversificadas em que

estejam presentes a cultura, a arte, a ciência, a lógica, a qualidade de vida e a

cidadania, uma escola com equipe de educadores com o propósito de reinventar o

Projeto Político Pedagógico, com novos encaminhamentos educacionais e sociais,

oportunizando aprendizagens significativas, de caráter significador e transformador,

mesmo diante das controvérsias sociais, estruturais e governamentais que se

apresentam no cenário atual.

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Para que haja transformações reais na educação faz-se necessária a

participação de todos de forma efetiva e dinâmica. Somente dizer que a educação

precisa de transformações urgentes e não agir de forma concreta é o mesmo que

não se responsabilizar pelas problemáticas educacionais diante das situações com

as quais nos deparamos no dia a dia. A participação coletiva de forma sistematizada

e pautada nos desafios e visão contemporânea é um dos melhores caminhos para a

transformação do sujeito, que ao transformar-se transforma também o meio em que

vive dentro de um contexto social onde a responsabilidade é de todos por meio do

desempenho de cada um. O estudo será dividido em cinco unidades conforme

quadro abaixo.

Un.

Assunto/atividade Nº de encontros

Total de horas

Materiais e recursos

. 01

1.1 Apresentações do Projeto de Intervenção na Escola 1.2 Orientações teórico-metodológicas 1.3 Fundamentações Teóricas 1.4 Análise e síntese

02 8 h Data Show

Un. 02

2.1 O que diz a lei 2.2 Problemas sociais, econômicos e familiares que envolvem esta escola. 2.3 Leitura de Mundo real papel da Escola

02 8 h Data Show

Un. 03

3.1- Como pensar uma escola de Período Integral? 3.2- Reflexões 3.3- Quadro de respostas

Data Show Cartões para Resposta

Un. 04

4.1- Mostra de Experiências de escolas de Período Integral 4.2- Escola Municipal de período semi integral ( 1992) 4.3- Escola Municipal Implantação de Período Integral (2010) 4.4-Escola Estadual Projeto Mais Educação (2012/2013) 4.5- Apresentação de Professores, pais e alunos sobre suas experiências com a Escola Integral.

02 8h -Data Show - Painéis

Un. 05

5.1- Pensando no Problema 1,2,3. 5.2- Notícias e quadro de respostas . 5.3- Plenária

01

04 Data Show Cartão de respostas

Quadro 1- As autoras, 2013

1.2 ORIENTAÇÕES TEÓRICO-METODOLÓGICAS

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Em seu livro História(s) da Educação Integral, Coelho (2009) traz algumas

reflexões acerca de voltar nossos olhos para a Antiguidade, em que na Paideia

Grega já se discutia a formação do homem integral, por meio de uma Educação

ampliada, nas dimensões físicas espirituais, em que poesia e a música interagiam

ao lado da gramática, da retórica e da dialética, política e ética. Neste contexto, não

se considerava o homem como um ser abstrato, mas como parte de uma sociedade

e como alguém que precisava se desenvolver em todos os seus aspectos.

No século XVIII, com a Revolução Francesa aparece novamente a Escola

Integral com o movimento anarquista; uma vez concretizada sob a perspectiva

jacobina de formação do homem completo – o que "[...] significava abarcar o ser

físico, o ser moral e o ser intelectual de cada aluno” (COELHO, 2009, p. 86).

Evidenciando mais a reflexão sobre a concepção de Educação Integral trazida

pelo pensamento revolucionário francês, os jacobinos instituem a escola primária

pública para todas as crianças, no mesmo caminho do projeto de Lepeletier, que

propunha uma educação comum, radicada na formação integral (COELHO, 2009, p.

86).

Já no pensamento revolucionário francês, a escola primária pública era para

todas as crianças e de formação integral como ocorre até hoje em toda a Europa e

grande parte da América do Norte.

No presente século, discutimos com ênfase a inserção dos sujeitos dentro de

uma sociedade em que o conhecimento para ser científico precisa ser elaborado

tendo como objeto o contexto histórico social. Gasparin (2005) e Saviani (1992)

abordam estas questões em suas pesquisas, explicitando de forma enfática o papel

da Pedagogia Histórico-Crítica para a formação destes sujeitos, com a finalidade de

uma aprendizagem concreta e significativa para a transformação da sociedade.

1.3 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

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Desta maneira, os conteúdos não seriam mais apropriados como um produto fragmentado, neutro, aistórico, mas como uma expressão complexa da vida material, intelectual, espiritual dos homens de um determinado período da história. Os conhecimentos científicos necessitam, hoje, ser reconstruídos em suas plurideterminações, dentro das novas condições de produção da vida humana, respondendo, quer de forma prática, aos novos desafios propostos (GASPARIN, 2005, p.3)

No Brasil, a escola de Período Integral não é um assunto novo a ser debatido.

Em alguns estados esta modalidade de ensino tem sido realizada de diferentes

enfoques e alguns exemplos são que nos anos 30 a 60, Anísio Teixeira defendia

uma concepção de escola que se aproximava de Escola Integral; no Estado do Rio

de Janeiro, nos anos 80 são construídos os Centros de Educação Integral Públicos

(CIEPs), mas com a mudança de governo, muda também todo o contexto

pedagógico destas escolas. No Estado de São Paulo, nos anos 80, aparece o

Programa de Formação Integrada (Profic); em Belo Horizonte desde 2006, o

Programa de Escola Integrada; em Santa Catarina foi criado em 2003 a Escola

Integrada da Comunidade. No Paraná, criado em 2007, surge o Programa Mais

Educação; em Londrina, anos 90, acontece na Escola Municipal “Profª Aurea Alvim

Toffoli”, com oficinas pedagógicas diversificadas e período de seis horas diárias com

ensino do Pré a 4ª série; e, um pouco depois no CAIC da Região Sul.

As regiões Sul e Sudeste criam, em diversos municípios, diferentes

concepções de escolas de período integral. Todos estes estados e municípios

buscam o cumprimento da Lei de Diretrizes e Bases, sobre a oferta de Escola de

Período Integral. São experiências que acontecem em diversos contextos e de

diferentes modalidades, mesmo no estado do Paraná em alguns municípios. Mas

qual seria a concepção e estruturação que caracteriza uma Escola Integral?

Em resposta a esta indagação, Cavaliere (2009, p.53) apresenta dois

modelos:

A escola de tempo integral e o outro como aluno em tempo integral. No primeiro, a ênfase estaria no fortalecimento da unidade escolar, com mudanças em seu interior pela atribuição de novas tarefas, mais equipamentos e profissionais com formação diversificada, pretendendo propiciar a alunos e professores uma vivência institucional de outra ordem. No segundo, a ênfase estaria na oferta de atividades diversificadas aos alunos no turno alternativo ao da escola, fruto da articulação com instituições multissetoriais, utilizando espaços e agentes que não os da própria escola, pretendendo propiciar experiências múltiplas e não padronizadas.

Podemos dizer também que a ênfase da Escola de Período Integral seria a

ampliação do tempo que o aluno permanece na escola com atividades diversificadas

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e que a Educação Integral seria o atendimento ao aluno em toda sua dimensão,

física, social, psicológica e cognitiva.

Não se trata apenas de um simples aumento do que já é ofertado, e sim de um aumento quantitativo e qualitativo. Quantitativo porque considera um número maior de horas, em que os espaços e as atividades propiciadas têm intencionalmente caráter educativo. E qualitativo porque essas horas, não apenas as suplementares, mas todo o período escolar, são uma oportunidade em que os conteúdos propostos possam ser ressignificados, revestidos de caráter exploratório, vivencial e protagonizados por todos os envolvidos na relação ensino-aprendizagem (GONÇALVES, 2006, p.5).

Observando o contexto da História da Educação no Brasil referente às

tentativas de organização de escola de Período Integral, é possível notar que este

histórico é marcado pela descontinuidade de ação, e se não fosse pela constatação

da funcionalidade desta concepção de Educação em outros países, com certeza

poderíamos justificar a descontinuidade como um reflexo de uma proposta de

educação que não tem como dar certo. O questionamento é: se em outros países

principalmente os considerados desenvolvidos, a educação é integral, não é uma

modalidade a mais, ou plano de um governo e outro, mas como política

governamental?

No Brasil, embora conste na Lei de Diretrizes e Bases como propostas a ser

implantada conforme a organização de cada estado ou município é possível

observar que são modestas as iniciativas neste sentido, levando-se em

consideração o tamanho e a situação educacional do Brasil e as discussões e

tentativas iniciadas nos anos 30 com o professor Anísio Teixeira.

Apesar de todas as tentativas ocorridas ao longo da História da Educação,

não conseguimos avançar quantitativamente ou qualitativamente, ou mesmo

concretizar por muito tempo um modelo de escola de tempo integral, de forma

concreta e objetiva que se sustentasse como proposta de diretriz governamental.

São tentativas frustradas por mudança de governos ou mesmo pela falta de uma

sistematização pedagógica concreta, com organização curricular diversificada, ao

contrário, os objetivos educacionais são organizados como medidas paliativas para

a problemática socioeconômica, ou seja, uma escola para pobre, uma escola

“cuidadora” neste contexto, a Escola é vista como solução para os males e

problemas sociais, um local para deixar crianças e adolescentes, enquanto os pais

trabalham, ou mesmo para tirar as crianças e adolescentes das ruas, afastando-as

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de todos os tipos de riscos, deixando de cumprir seu papel fundamental de ampliar o

conhecimento.

Como exemplo de países que primam por um ensino de qualidade e que

buscam a formação total do cidadão, temos a Finlândia, que é considerada como o

melhor nível de educação do mundo; os Estados Unidos com alto índice de

pesquisadores e de tecnologia avançada; a Alemanha, que tem na educação um de

seus principais suportes; no Japão os professores são muito respeitados e

valorizados e os alunos consideram muito importantes a educação, uma vez que

todos estes países tem por hábito que haja um acompanhamento efetivo dos pais,

como forma de incentivar a apresentação de conhecimentos sempre acima de nível

educacional que estão habituados.

Outro exemplo disso é a Coreia do Sul, onde o Ensino Fundamental é tão

importante que o professor precisa ter formação de mestrado para atuar nas escolas

e sua remuneração é condizente ao seu grau de formação, conforme corrobora o

texto apresentado a seguir.

Os melhores alunos do mundo Não são superdotados. Deram a sorte de estar na melhor escola do país que tem o melhor ensino básico do planeta. Por fora, a escola não tem nada de mais: 1,3 mil alunos, 35 por classe. Veja o que faz diferença: A senhora Park tem mestrado em Educação, como a maioria dos professores lá. O karaokê é só um dos recursos educativos. Na sala de aula, tudo o que é preciso para educar com motivação. São oito horas por dia na escola. Estressante? Não, é divertido, dizem eles. Todos têm notas acima de oito. O segredo é nunca permitir que o aluno passe um dia sem entender a lição, diz a professora, que ganha o equivalente a R$ 10,5 mil por mês. É a média na Coréia, onde os professores precisam ter curso superior e são atualizados e avaliados a cada dois anos (PORTAL SÃO FRANCISCO, 2005).

Nestes países, observamos que não existe escola de horário diferente, para

diferentes alunos e a formação e a valorização do professor são fórmulas eficientes

para a motivação, que resulta em um trabalho educativo de qualidade, atendendo a

comunidade com responsabilidade social, compromisso e seriedade educacional de

forma democrática, sem corporativismo ou clientelismo.

O envolvimento do professor também precisa ser integral, se sua função já é

imprescindível no Ensino Regular normal, no trabalho de Período Integral seu papel

é fundamental para o pleno desenvolvimento de todas as atividades pedagógicas,

portanto, é necessário que pense neste aluno e na necessidade e de uma formação

integralizada, e com uma pedagogia hegemônica, em que a escolaridade e

atividades pedagógicas caminhem sempre objetivando a formação integral deste

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aluno. Para a realização de um trabalho diferenciado e comprometido, Maurício

(2006). em escritos acerca das representações se pressupostos da Escola Pública

de Horário Integral expõe que:

O professor não deve ir para esta escola para ajeitar situação funcional, como acumular matrícula, ou para aumentar sua carga horária. Ele precisa estar disposto a inventar esta escola, a encontrar soluções, a buscar alternativas. Tanto o professor quanto o aluno devem querer passar por esta experiência, devem estar disponíveis para enfrentar este desafio, que implica convivência de longas horas todos os dias. À medida que a escola tenha sucesso, contando com todos os recursos que ela deve ter, a demanda aumenta e a oferta poderá ser ampliada (MAURÍCIO, 2006, p.26).

A autora cujas concepções foram evidenciadas demonstra, com bastante

propriedade, a importância do comprometimento do professor com a proposta de

Educação em Tempo Integral. “Neste caminhar, professor e alunos refazem-se a

cada instante, desafiando-se reciprocamente na busca de respostas para os

problemas que a prática social e os conteúdos lhes vão apresentando” (GASPARIN,

2005, p. 23).

É importante destacar que o artigo 37 da Resolução nº 07 sobre A educação

de Tempo Integral no Paraná menciona que:

Art. 37 A proposta educacional da escola de tempo integral promoverá a ampliação de tempos, espaços e oportunidades educativas e o compartilhamento da tarefa de educar e cuidar entre os profissionais da escola e de outras áreas, as famílias e outros atores sociais, sob a coordenação da escola e de seus professores, visando alcançar a melhoria da qualidade da aprendizagem e da convivência social e diminuir as diferenças de acesso ao conhecimento e aos bens culturais, em especial entre as populações socialmente mais vulneráveis (BRASIL, 2010, p.153).

Não podemos negar que “as populações socialmente mais vulneráveis”

(BRASIL, 2010, p.153) não podem ser deixadas de lado, mas a escola, seja ela qual

for, precisa ser para todos. É fato inconteste que esta parcela da população precisa

ser vista e atendida, mas não da forma que vemos hoje, principalmente nos

discursos e objetivos que apresentam estes projetos que acabam gerando uma

visão discriminatória e clientelista de educação. Propostas nem sempre levadas a

sério pela própria comunidade escolar por ser entendidas como projetos políticos

paliativos e sem continuidade de ação.

O questionamento é como e o que fazer para que todos os nossos alunos

tenham direito a uma Educação Integral de qualidade sem a necessidade de ficar à

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mercê de projetos e planos políticos que mudam a cada troca de governo.

O direito à educação de qualidade é um elemento fundamental para ampliação e para garantia dos demais direitos humanos e sociais [...].Considerando-se a complexidade e a urgência das demandas sociais que dialogam com os processos escolares, o desafio está posto, [...] (BRASIL, 2009, p.10).

Importante destacar que, aa Lei de Diretrizes e Bases da Educação LDB, Lei

n° 9.394/96, em seus artigos 34 e 87, prevê a ampliação progressiva da jornada

escolar do Ensino Fundamental para o regime de tempo integral, a critério dos

sistemas de ensino, ou seja, conforme a vontade política ou valorização da

Educação Integral dos Estados e Municípios.

Art. 34º. A jornada escolar no ensino fundamental incluirá pelo menos quatro horas de trabalho efetivo em sala de aula, sendo progressivamente ampliado o período de permanência na escola. § 2º. O ensino fundamental será ministrado progressivamente em tempo integral, a critério dos sistemas de ensino (BRASIL, 1996).

Pautados nesta ideia de Escola Integral, podemos inferir que o tempo

ampliado de permanência do aluno na escola com atividades pedagógicas

diversificadas permite realizar também um acompanhamento mais efetivo do

aprendizado deste educando e por meio de um trabalho coletivo diminuir ou eliminar

a repetência gradativamente, principalmente nos sextos anos, onde ocorre o maior

índice de repetência e evasão pela mudança de escola e pela mudança do tipo de

atendimento de um ou dois professores para um professor por disciplina,

recuperando e melhorando este aprendizado por meio de acompanhamentos

sistemáticos e paralelos de todo trabalho pedagógico.

Neste momento, a professora PDE solicitará aos participantes do estudo que

façam comentários acerca da temática debatida. Após os posicionamentos dos

participantes, serão registrados os comentários para que se fixem as sugestões, as

contribuições e argumentações dos participantes para que se possa retomar nos

encontros subsequentes.

1.4 ANÁLISE E SÍNTESE

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A lei de Diretrizes e Bases LDB apresenta a estruturação de Escola de Tempo

Integral. Frente a esse dado, podemos inferir que é somente uma questão de tempo

para que as escolas no Brasil sejam em sua maioria de período integral, e para que

a medida não seja tomada de cima para baixo, faz-se necessário que avaliemos a lei

seu contexto histórico e a realidade atual de nossas instituições de ensino.

Importa, em primeiro plano, avaliar os termos da Resolução nº 7, de 14 de

dezembro de 2010, a qual estabelece critérios para a educação em escola de tempo

integral:

Art. 36 Considera-se como de período integral a jornada escolar que se organiza em 7 (sete) horas diárias, no mínimo, perfazendo uma carga horária anual de, pelo menos, 1.400 (mil e quatrocentas) horas. Parágrafo único. As escolas e, solidariamente, os sistemas de ensino, conjugarão esforços objetivando o progressivo aumento da carga horária mínima diária e, consequentemente, da carga horária anual, com vistas à maior qualificação do processo de ensino-aprendizagem, tendo como horizonte o atendimento escolar em período integral (BRASIL, 2010, p. 123).

É possível perceber que, além da elevação do número de horas de

permanência na escola, a referida Resolução sinaliza uma maior qualificação do

processo ensino aprendizagem.

Percebemos que a jornada de trabalho pedagógica e de aprendizagem

2.1 O QUE DIZ A LEI

UNIDADE 2

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escolar de 4 horas dificulta o aprofundamento das atividades realizadas nas escolas,

bem como o trabalho com as atividades diversificadas e o aumento da carga horária

proporcionaria uma melhora qualitativa no trabalho da escola.

Nesta mesma direção, prossegue a Resolução nº 7/10:

Art. 37 A proposta educacional da escola de tempo integral promoverá a ampliação de tempos, espaços e oportunidades educativas e o compartilhamento da tarefa de educar e cuidar entre os profissionais da escola e de outras áreas, as famílias e outros atores sociais, sob a coordenação da escola e de seus professores, visando alcançar a melhoria da qualidade da aprendizagem e da convivência social e diminuir as diferenças de acesso ao conhecimento e aos bens culturais, em especial entre as populações socialmente mais vulneráveis (BRASIL, 2010, p. 123).

A ampliação poderá favorecer a interação entre professores e alunos,

melhorando qualitativamente os modos e tempos de aprendizagem, sem contar que

para as famílias, principalmente de pais trabalhadores que não possuem condições

financeiras de pagar cursos de formação diferenciados para seus filhos, teriam esta

oportunidade, ficando em um espaço de formação humana enquanto os pais

trabalham.

1§ 1º O currículo da escola de tempo integral, concebido como um projeto educativo integrado, implica a ampliação da jornada escolar diária mediante o desenvolvimento de atividades como o acompanhamento pedagógico, o reforço e o aprofundamento da aprendizagem, a experimentação e a pesquisa científica, a cultura e as artes, o esporte e o lazer, as tecnologias da comunicação e informação, a afirmação da cultura dos direitos humanos, a preservação do meio ambiente, a promoção da saúde, entre outras, articuladas aos componentes curriculares e às áreas de conhecimento, a vivências e práticas socioculturais. § 2º As atividades serão desenvolvidas dentro do espaço escolar conforme a disponibilidade da escola, ou fora dele, em espaços distintos da cidade ou do território em que está situada a unidade escolar, mediante a utilização de equipamentos sociais e culturais aí existentes e o estabelecimento de parcerias com órgãos ou entidades locais, sempre de acordo com o respectivo projeto político-pedagógico. § 3º Ao restituir a condição de ambiente de aprendizagem à comunidade e à cidade, a escola estará contribuindo para a construção de redes sociais e de cidades educadoras. § 4º Os órgãos executivos e normativos da União e dos sistemas estaduais e municipais de educação assegurarão que o atendimento dos alunos na escola de tempo integral possua infraestrutura adequada e pessoal qualificado, além do que, esse atendimento terá caráter obrigatório e será passível de avaliação em cada escola (BRASIL, 2010, p. 123).

Percebemos que um grande problema a ser resolvido para a implantação da

Escola de Período Integral é quanto à questão do espaço físico, tendo com base que

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nossas escolas, além de lotadas, não possuem espaços específicos para atividades

diversificadas.

A grande ênfase hoje é o descompromisso, a defasagem de aprendizagem de

uma grande parte dos alunos, que não apresentam conhecimentos básicos para a

série em que estão inseridos e que interfere no ritmo de ensino e de aprendizagem

de toda a turma, em dois sentidos: ou o professor segue em frente com as

disciplinas, aumentando a defasagem de alguns alunos; ou realiza revisões

sistemáticas para todos, protelando a apresentação de novos conteúdos, não

avançando com o outro grupo de alunos.

Hoje também há uma grande problemática em nossas escolas, são os alunos

com algum tipo de envolvimento de risco pessoal e social, ou aqueles que não

valorizam a escola, que só a frequentam como um espaço social ou de

disseminação de drogas e outros. E mais uma vez, a escola que é para todos, acaba

desgastando muito por uma minoria, cuja responsabilidade de atendimento não

deveria ser somente da Escola.

Inúmeras tentativas já foram feitas no intuito de superar esta crise e melhorar a qualidade do ensino. Para tanto, os objetivos foram redefinidos, conteúdos mais atualizados foram acrescidos ao currículo, enquanto o antigo acervo de técnicas didáticas foi revisto, com novas estratégias de ação sendo sucessivamente implantadas. Mas isto não resolveu o problema [...] (HAYDT,1997, p. 24).

A escola, fazendo parte de uma comunidade e de uma realidade concreta,

convive com todas as problemáticas que para ela convergem e aquelas que se

constituem em seu bojo. As questões que permeiam este cenário não são

simplesmente pedagógicas e didáticas, fazem parte de um universo no qual a

cotidianidade ganha aspectos que por si só transformam a realidade e valores, por

meio de vivências sociais que mesmo banalizando o trabalho pedagógico da escola

vão inserindo em seu contexto as vivências de seu cotidiano. “Não existe vida

2.2 PROBLEMAS SOCIAIS, ECONÔMICOS, FAMILIARES

QUE ENVOLVEM A ESCOLA

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humana sem o cotidiano e a cotidianidade. O cotidiano está presente em todas as

esferas de vida do individuo, seja no trabalho, na vida familiar, nas suas relações

sociais, lazer etc” (FALCÃO e NETO, 1987, p. 23).

A globalização e a economia, bem como os meios de comunicação em nossa

atual forma capitalista de viver empregam recursos que norteiam nosso modo de

vida, sem que não nos percebamos de quão radicais e enfáticos eles são. “O ritmo

que esta modernização e progresso imprimem á vida cotidiana é tal que parece que

nada de antigo se mantém e nada de novo chega a criar raízes; parece que tudo se

encontra de passagem e não vem para ficar” (FALCÃO e NETO, 1987, p. 37).

Então os objetivos educacionais de uma escola que não é neutra, influenciada

pela visão de uma sociedade capitalista e consumista, em busca constante, muitas

vezes sem mesmo saber o que se busca, vão se perdendo no dia a dia. Nesta

direção, busca-se respaldo em Paulo Freire, quando postula que “O ser alienado

não olha para a realidade com critério pessoal, mas com olhos alheios. Por isso vive

uma realidade imaginária e não a sua própria realidade objetiva ( FREIRE, 1979, p.

35).”

Vivendo nesta realidade imaginária e fugaz, educandos e educadores perdem

de vista seus sonhos e anseios, influenciados por uma realidade mais ampla que a

escola, e não valorizam a pequeno ou médio prazo conhecimento historicamente

construído. “É preciso partir de nossas possibilidades para sermos nós mesmos. O

erro não está na imitação, mas na passividade com que se recebe a imitação ou na

falta de análise ou de autocrítica”(FREIRE, 1979, p. 35).

Na verdade, vivenciamos uma sociedade de ilusões, em que as conquistas

sonhadas e buscadas arduamente se perdem em outros sonhos, outras realidades

que não são nossas, mas que são inseridas em nosso cotidiano como algo real, e a

sensação que nos permeia é que sem essa ilusão talvez não pudéssemos

sobreviver, e o cotidiano neste contexto se transforma em disfunção funcional da

escola.

Falcão (1987, p.159) lembra que: “Para transformar a realidade se faz

necessário trabalhar o cotidiano em toda a sua complexidade” (FALCÃO, 1987, p.

159).

Este mesmo autor nos ainda lembra de que a educação também faz parte

deste cotidiano e como tal precisa ser vista e trabalhada em todas suas diferenças e

similaridades para que o aluno se aproprie de forma concreta de sua realidade,

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conquistando assim a capacidade de transformá-la.

Paulo Freire completa: “Quando o homem compreende sua realidade, pode

levantar hipóteses sobre o desafio dessa realidade e procurar soluções”(FREIRE,

1979, p. 30). Ao levantar hipóteses, o homem tem condições de se deparar com o

seu próprio eu, suas necessidades, anseios e desilusões, na busca de soluções, ele

se depara com suas responsabilidades na elaboração desta realidade, que, sendo

social, também é sua por consequência.

Qual é o mundo que vivemos hoje e qual é o papel da escola? Diríamos que

em uma sociedade capitalista, a escola acaba reproduzindo este modo capitalista de

ser, embora se apresente como um capitalismo mais humanizado, que também

pode ser refletido na escola. Célebres pesquisadores na área da educação, da

psicologia, da sociologia, da filosofia buscam e delineiam caminhos, e sem oferecer

receitas vão nos apontando os rumos de como o homem, a educação e a sociedade

são constituídos. Somos conscientes que sociedade, homem e escola são

historicamente constituídos e que para esta constituição seja universal precisa antes

ser pessoal, fragmentada e que para ser teórica passa pelo senso comum. Mas, e o

real papel da escola passa por onde?

Fazendo uma leitura de mundo do contexto atual, deparamo-nos com

inúmeros caminhos, que apontam à família, o descompromisso geral, a formação do

professor que também passa por esta escola, os planos governamentais de cunho

estritamente políticos, e lá na sala de aula sentado em uma carteira encontramos o

aluno, meu filho? Teu filho? Seu sobrinho, vizinho conhecido? Ou mesmo alguém

sem nenhuma ligação parental, afetiva! Mas alguém que por motivos próprios ou

empurrados por uma família, não necessariamente pai ou mãe, têm o direito a uma

educação que teoricamente é garantida pelo Estado com qualidade e igualdade de

condições. Mas, este aluno - também fruto de uma sociedade fragmentada - traz

consigo toda uma vivência que de forma positiva ou negativa vai influenciar ser

2.3 LEITURA DE MUNDO: REAL PAPEL DA

ESCOLA

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desempenho na escola e fora dela.

Os problemas que vivenciamos ou os problemas sociais vividos por nossos

alunos são de toda ordem, domésticos e de contexto social, que passam pelos

econômicos, valores sociais e morais, atendimentos básicos etc. A escola como local

de transmissão de conhecimentos historicamente construídos não tem como, e nem

porque pairar sobre toda esta realidade historicamente construída, como uma bolha

hermeticamente fechada e esterilizada, isenta de todas esta problemáticas vividas,

estabelecidas, fundadas no ser humano racional. “Com a ruptura da sociedade, as

massas começam a emergir e esta emersão se traduz numa exigência das massas

por participar: é a sua presença no processo [...] e descobrem que a educação lhes

abre uma perspectiva.” (FREIRE, 1979, p. 37).

Descobrem que as perspectivas abertas pela escolaridade podem mudar

suas vidas e tirá-los do ciclo que perpetuaria o estilo de vivência dos pais, não uma

mudança de classe social, mas mudanças de qualidade de vida dentro destas

classes.

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Um dos caminhos para a superação desta problemática que gera o não

aprendizado pode ser por meio de um projeto de Educação, no qual o horário

pudesse ser ampliado para um atendimento mais abrangente de possibilidades

pedagógicas que integrem diversos conteúdos, por intermédio de estratégias e

dinâmicas para a construção de uma proposta em que a ampliação do horário com

atividades diversificadas fortaleçam o trabalho de ensino e de aprendizagem com

currículos integrados, que contemplem múltiplas linguagens para mudanças e

construção de novos paradigmas. Trata-se de uma proposta não desvinculada do

contexto educacional e social, portanto, bastante pertinente para o encaminhamento

da solução de alguns problemas hoje encontrados na escolar regular.

O grande problema é como realizar uma escola de período integral sem

estrutura física necessária para as diversas atividades diferenciadas que precisam

compor uma escola com currículo diferenciado e espaços diferenciados?

Uma saída seria que estas mudanças se efetivem de forma satisfatória ser

implantadas gradativamente, iniciando, como por exemplo, com os sextos anos, de

forma organizada e sistematizada, reavaliando e replanejando para que o projeto

não se perca e para que os educadores envolvidos construam paulatinamente a

mediação da prática pedagógica com uma proposta teórico metodológica nos

3.1 PROPOSTA: COMO PENSAR UMA ESCOLA DE

PERÍODO INTEGRAL?

UNIDADE 3

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diversos campos de conhecimento e não percam o ânimo diante de um processo

educacional implantado para todas os anos ao mesmo tempo caracterizando o caos

e não o desenvolvimento. Da mesma forma que precisamos ter cuidado com a

questão de uma implantação para todos os anos, ao mesmo tempo, é preciso

elaborar gradativamente, uma matriz curricular, na qual os conhecimentos básicos

da escolaridade e as atividades complementares sejam trabalhados paralelamente,

sem a divisão em períodos distintos das mesmas. É o que acontece quando

organizamos o bloco das disciplinas escolares em um período; e o bloco de

atividades complementares em outro, caracterizando para alunos, pais e mesmo

professores a importância de uma, em detrimento das outras, ou a distinção das

atividades pedagógicas como não relevantes para o contexto geral da

aprendizagem:

No quadro a seguir aponta-se uma organização que consideramos

inadequada para a escola de tempo integral.

Manhã

Tarde

01 Português Música

02 Matemática Dança

03 História Arte

04 Filosofia Ecologia

05 Sociologia Xadrez

06 Geografia Esporte

07 Educação Física Artesanato

08 Ciências Jornal

Quadro 2: Uma possibilidade inadequada

Fonte: As autoras, 2013.

Porém, se as atividades forem trabalhadas sistematicamente, umas

integrando-se às outras, sem a ruptura do horário matutino para as atividades ditas

da escolaridade e vespertino para as atividades ou oficinas pedagógicas

perceberemos que:

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Desta forma, o conteúdo que os educandos vão adquirindo ou reconstruindo não é apenas o proposto pelo programa; vai muito além, pois envolve o conhecimento da própria estrutura social capitalista dentro da qual se conforma o conteúdo específico da cada área. Este saber constitui um instrumento, uma ferramenta de trabalho e de luta social. Por isso, não é qualquer conteúdo, mas sim aquele conhecimento que se mostra adequada para construir uma nova postura mental e uma resposta apropriada aos problemas sociais (GASPARIN, 2005, p. 54).

Uma grade curricular para ser em si um instrumento de organização

educacional integral precisa integrar os conteúdos de forma dinâmica, sem divisão

de horários, de forma que as disciplinas e atividades pedagógicas estejam

interligadas, conforme o modelo abaixo:

Manhã Tarde

01 Música História

02 Matemática Dança

03 Ecologia Filosofia

04 Xadrez Português

05 Geografia Sociologia

06 Esporte Ciências

07 Educação Física Arte

08 Artesanato Jornal

Quadro 3: Uma possibilidade adequada Fonte: As autoras, 2013.

Observa-se que as disciplinas e atividades pedagógicas estão interligadas,

misturadas e se pensarmos na situação do educador, é um fator que facilita também

pois estes estariam na escola durante todo o dia, atendendo suas turmas, realizando

os planejamentos e acompanhando todo o processo educacional de forma concreta.

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Não podemos negar que as necessidades de mudanças são urgentes e a

necessidade de um currículo elaborado em uma didática contextualizada

dialeticamente, que acompanhe e oportunize um desenvolvimento mais pleno do

aluno e, consequentemente, de toda comunidade escolar, se faz urgente.

Situamos nossa proposta na perspectiva abordada por Makarenko (1989, p.

9), em sua obra Poema Pedagógico, quando expõe que: “Exigir o máximo da

pessoa é respeitá-la ao máximo”.

Outra questão também séria são os discursos acerca da implantação desta

escola envolvem os comentários apresentados na sequência.

Diante deste contexto surgem algumas reflexões. Neste momento, a

pesquisadora distribui cartões de questionamentos para os participantes, a fim de

que registrem as suas ideias e depois exponham para um diálogo acerca do

assunto.

3.2 REFLEXÕES

Para criança e ou adolescente seria muito difícil ou sofrido permanecer dentro de uma escola o dia todo.

Não gostaria que meu filho (a) ficasse o dia todo em uma escola.

Quem cuidaria destes alunos no intervalo do almoço?

Onde e como funcionar as atividades pedagógicas se nas escolas falta espaço

físico até para as atividades normais?

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Após o diálogo, a pesquisadora recolhe os cartões e elabora em

conjunto com os participantes um quadro referente às repostas semelhantes.

1. Por que alguns pais ou mesmos professores não

colocam seus filhos na escola de Período Integral

Pública, mas os colocam em escolas particulares com as

mesmas características?

2. Por que os bebês ou crianças de até 5 anos são

deixadas em Centros de Educação Infantil ( creches) o

dia todo?

3. Por que no Brasil o ensino ou atendimento em horário

integral é voltado para crianças de 0 a 5 anos ou crianças

em situação de risco social e pessoal?

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Quadro 1- Motivos que não deixam os pais colocarem os filhos na escola de

Período Integral Pública.

Professores/pedagogos (pessoal da escola)

- - -

Núcleo

Sindicato

Comunidade

Quadro 2- Motivos que levam os pais a deixarem crianças de 0 a 6 anos em Centro de Educação Infantil (creches) .

Professores/pedagogos (pessoal da escola)

- - -

Núcleo

Sindicato

Comunidade

3.3 QUADROS DE RESPOSTAS

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Quadro 3- Motivos que levam o sistema educacional no Brasil a oferecer atendimento em horário integral voltado para crianças de 0 a 5 anos ou crianças em situação de risco social e pessoal, e não para as outras idades?

Professores/pedagogos (pessoal da escola)

- - -

Núcleo

Sindicato

Comunidade

Quadro 4- Quais seriam os encaminhamentos possíveis para a solução destes problemas?

Professores/pedagogos (pessoal da escola)

- - -

Núcleo

Sindicato

Comunidade

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Neste tópico, são relatadas ações realizadas pela pesquisadora,

anteriormente, em escolas com propostas de Ensino integral.

Experiência ocorrida entre 1992 a 1996, em uma Escola de período semi-

integral com crianças de 06 a 12 anos da 1ª a 4ª série, em que o período de aula

era de seis horas e as oficinas ocorriam para todos no horário das 11h30 às 13h30

com as seguintes oficinas grade de atividades e divisão de turmas:

4.1 EXPERIÊNCIAS ANTERIORES

4.1.1 MOSTRA 1

UNIDADE 4

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Oferta de Ensino

Oficina de Escolaridade

Nº de

Turmas

Nº de

Alunos

Horário

Pré- Escola 01 30 07h30 min/ 13h30min

1ª Série 02 74 11h30min/17h30min

2ª Série 03 106 11h30min/17h30min

3ª Série 02 70 07h30 min/ 13h30min

4ª Série 02 71 07h30 min/ 13h30min

Total 10 351

Quadro 4: Organização do período integral da Escola Municipal “Aurea Alvim Toffoli” Fonte: FÁVERO e SILVA, 1993, p. 34

No período das 11h30min às 13h30min funcionavam as oficinas de trabalho,

de maneira que os dois turnos eram atendidos ao mesmo tempo, abaixo o quadro

dos horários de funcionamento das oficinas de Escolaridade e oficinas de trabalho:

11h30min/12h30min 12h30min/13h30min 13h30min/17h30min

Oficina de

Escolaridade

Oficina 2

Almoço

Oficina 1

Oficina 1 Almoço 2

Oficina

Oficina de

Escolaridade

Quadro 5: Quadro de horário de funcionamento do período integral da Escola Municipal “Aurea Alvim Toffoli”

Fonte: FÁVERO e SILVA, 1993, p. 34

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Atividades/Manhã 2ª feira 3ª feira

4ªfeira 5ª feira 6ªfeira

01 Costura Almoço Artesanato

Pré 3ªB 4ªA 3ªA 4ª B

02 Ecologia/ Rec. do lixo Almoço Artes

4ª B Pré 3ªB 4ªA 3ªA

03 Imprensa Almoço Biblioteca

3ªA 4ªA Pré 4ª B 3ªB

04 Educação Religiosa Almoço Cozinha Experimental

4ªA 4ª B 3ª B 3ªB Pré

05 Curiosidades Almoço Jogos

3ªB 3ªA 4ª B Pré 4ªA

06 Horticultura e jardinagem 12:20/13:10 4ª B

8:30 3ªA 9:20 3ªB 10:10 4ª A 11:00 Pré

Quadro 6: Horário das oficinas na Escola Municipal “Aurea Alvim Toffoli” Fonte: FÁVERO e SILVA, 1993, p. 35

Atividades/Tarde 2ª feira 3ª feira 4ªfeira 5ª feira 6ªfeira

01 Artesanato Almoço Costura

1º A 1º B 2º C 2ª A 2ºB

02 Artes Almoço Ecol. Rec. Lixo

1º B 1º A 2ºB 2º C 2ª A

03 Biblioteca Almoço Imprensa

2ª A 2º C 1º A 2º B 1º B

04 Coz.Experimental Almoço Educação Religiosa

2º C 2ºB 2ª A 1º B 1º A

05 Jogos Almoço Curiosidades

2º B 2ª A 1º B 1º A 2º C

06 Horticultura e Jardinagem

14:30 2º A 15:30 2ºB 16:30 2º C

14:30 1º A 15:30 1º B

Quadro 7: Organização do período integral da Escola Municipal “Aurea Alvim Toffoli” Fonte: FÁVERO e SILVA, 1993, p. 34

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Para confirmar a repercussão da proposta de ensino em tempo integral, é

apresentada na sequência reportagem da Folha de Londrina do dia 28 de maio de

1992.

ESCOLA COM NOVA METODOLOGIA SERÁ INAUGURADA NO JARDIM

EUCALIPTOS

A secretaria de Educação de Londrina inaugura oficialmente amanhã, a partir das 9h30min, no Jardim Eucaliptos, a Escola Municipal Professora Àurea Alvim Toffoli. Com 351 alunos matriculados em 10 turmas, a escola vem funcionando desde março deste ano com dois turnos diurnos de seis horas. Na escola, os alunos têm, além das aulas tradicionais, atividades recreativas, desportivas e oficinas de escolaridade, trabalho e apoio, que tem o objetivo de promover uma formação integral ao aluno. Segundo a direção do estabelecimento, este é um dos projetos da Secretaria de Educação para adaptar a rede municipal de ensino no papel de atender as reais necessidades da criança e do adolescente. Escola de ensino integral será inaugurada hoje Apesar de já estar em funcionamento há quase 3 meses, será inaugurada hoje, ás 9h30m, a Escola Municipal Professora Áurea Alvim Tóffoli, no Conjunto Habitacional Maurício Barroso, no Jardim Eucaliptos. O estabelecimento oferece ensino pré-escolar e de 1º grau a 351 alunos E é a primeira a ter implantado, em caráter experimental, o sistema de educação integral , com ampliação da carga horária de meio período para jornada de 6 horas diárias. Construída através de convênio entre a Prefeitura e o Estado, a escola funciona em 2 turnos: das 7h30m ás 13h30m e das 11h30m ás 17h30m. A novidade para os alunos , além da 3 refeições servidas em cada período, fica por conta das 2 horas de aula a mais que são dadas nas oficinas de escolaridade, trabalho e de apoio. De acordo com a diretora do Departamento de Educação da Prefeitura, [....] “ a experiência nessa escola está dando certo”. Além do ensino regular, ela diz há a preocupação em desenvolver as potencialidades de cada aluno, através das oficinas de iniciação para o trabalho. Os alunos matriculados em 10 turmas, passam pela oficinas de cozinha, artes, artesanato, horticultura e jardinagem, jogos e palavras. Nesta última, as crianças são orientadas pelos professores a opinar sobre os problemas que enfrentam e avaliar as atividades desenvolvidas na escola. A nova proposta educacional, informa a diretora, foi implantada a partir de estudos que indicaram a viabilidade de se adaptar a estrutura da rede municipal de ensino “ ás reais necessidade de atendimento á criança e ao adolescente”. A escola possui 5 salas de aula e 5 salas para funcionamento das oficinas. Tem 24 professores, uma supervisora de ensino, 2 merendeiras e 5 auxiliares de serviços gerais. A diretora do Departamento de Educação informa que a intenção da Prefeitura é de ampliar o sistema de educação integral de forma gradativa, “ já que é um projeto bastante oneroso e exige mudanças (NASCIMENTO,1992) .

Em outra reportagem, a Folha de Londrina, do dia 9 de junho de 1992, aborda

a questão de procura de vagas de uma escola com modalidade de atendimento

diferenciado, ou seja, de horário ampliado e com atividades diferenciadas.

A reportagem transcrita abaixo mostra que muitos pais buscam escolas com

períodos ampliados e com atividade diversificada.

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A Escola Municipal Professora Áurea Alvim Toffoli ainda não completou três meses de funcionamento e já recebe diariamente mais de cinco pedidos de reserva de vaga. A maioria dos pais da Zona Leste de Londrina quer matricular os filhos na única escola da Prefeitura que funciona em período semi-integral, com dois turnos de seis horas, duas a mais do que os colégios públicos de 1º grau. Localizada no Conjunto Eucaliptos, foi inaugurada oficialmente no dia 23 de Maio, apesar de estar em atividade desde março. Naquela época, a procura foi bem maior do que as 350 vagas ofertadas e a direção fez uma triagem dando preferência para as crianças que residem na região. “Todos os nossos alunos moram no bairro”, afirma a diretora do colégio, Neide Alves Silva. “Segundo ela, “um dos principais objetivos da experiência já foi alcançado”.” A gente esta percebendo que o índice de faltas é baixíssimo e até as crianças que moram em sítios aqui perto perdem poucas aulas e vêm á escola com chuva ou frio”. Neide conta que mesmo na época de colheita do algodão não foram registradas muitas ausências: “ As pesquisas mostram que antigamente as crianças deixavam de vir á escola para trabalhar. Isto não aconteceu este ano”. Além das matérias normais que constam de currículo das escolas públicas de pré a 4ª série do primeiro grau, os alunos da escola-modelo da Prefeitura têm atividades em 10 oficinas de trabalho: arte, artesanato, cozinha experimental, horta e jardim, impressa, jogos , leitura, costura , ecologia e reciclagem de lixo e ensino religioso. Está prevista também a instalação de mais duas oficinas: datilografia, com início no segundo semestre, e eletricidade, sem data para entrar em funcionamento porque depende da construção de um barracão (FOLHA DE LONDRINA, 1992)

Em outra escola municipal, nos anos de 2009/2010/2011, foi realizado um

trabalho de início de implantação de escola de período integral na região norte de

Londrina em que por meio da realização de diversificadas atividades culturais,

esportivas e pedagógicas de forma dinâmica e satisfatória, era oportunizado um

aprendizado mais significativo para estas crianças, que permaneciam na escola das

8h às 17h, participando no período da manhã da escolaridade e no período da tarde

nas oficinas pedagógicas; e, os alunos da escolaridade da tarde realizavam as

oficinas no período da manhã com espaço físico diferente onde acontecia a

escolaridade e atividades pedagógicas. O local era um clube que era de uso da

comunidade em geral, mantido pela COHAB-LD. Para terem as atividades, os

alunos saiam da escola para o centro esportivo onde ocorriam as oficinas

pedagógicas.

O trabalho de Ensino Integral foi iniciado em fevereiro de 2010. Eram

4.1.2 MOSTRA 2

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desenvolvidas dezesseis oficinas pedagógicas dentro de três eixos temáticos.

Quadro 07 : Oficinas Pedagógicas

01 Linguagem Oral e Escrita e Matemática

02 Linguagem Artística, Lúdica e Esportiva

03 Formação Pessoal, Socioambiental e Ciência e Tecnologia

Quadro 8: Oficinas pedagógicas Fonte: As autoras, 2013

Eram atendidas 160 crianças no período matutino e 160 no período

vespertino. O trabalho era realizado por professores da Rede Municipal e parceiros

da Secretaria de Cultura através do Promic (Programa Municipal de Incentivo a

cultura) e Alga ( Associação Londrinense de Ginástica Artística), como também a

colaboração de estagiários contratados pela Prefeitura. O trabalho Pedagógico era

acompanhado pela Direção, Coordenação Pedagógica e Coordenação de Esportes,

embasados teoricamente por meio de projetos que são elaborados e realimentados

constantemente nos grupos de estudos e planejamento que eram realizados uma

vez ao mês. As diversas oficinas trabalhadas objetivam desenvolver as múltiplas

inteligências bem como a formação pessoal e social, favorecendo a vivência nas

diversas esferas de atuação humana, por meio das oficinas pedagógicas dentro dos

03 eixos:

EIXOS OFICINAS PEDAGÓGICAS

Linguagem Oral e Escrita

e Matemática

Ética e Leitura *

Jogos de Reforço

Jogos de Salão*

Tarefa

Linguagem Artística, Lúdica e Esportiva

Arte

Reciclando e Brincando *

Capoeira Expressiva

Dança ( Street Dance)

Ginástica Artística

Jogos Populares

Jogos de Salão

Mini Voley

Música

Natação /Arborismo

Brincando na Escola

Formação Pessoal, Socioambiental e Ciência

e Tecnologia

Reciclando e Brincando *

Cartografia

Ecologia

Ética e Leitura *

Quadro 9 : Eixos das Oficinas Pedagógicas Fonte: Secretaria Municipal de Educação de Londrina

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As crianças tinham cinco refeições diárias (café da manhã, lanche da manhã,

almoço, lanche da tarde e jantar) com orientação nutricional através de empresa

terceirizada.

O espaço físico utilizado eram três salas, parque e casa de boneca, espaço

arborizado, campo suíço, bem como espaços improvisados tais como

churrasqueiras, refeitório, e tenda da Ecologia. Era utilizado também o Centro

Comunitário para realização da oficina de Capoeira Expressiva, havia quatro

piscinas e um ginásio de esportes. Os alunos eram divididos por grupos conforme a

série em que estavam conforme os quadros de atividades a seguir.

HORÁRIO/ MANHÃ

Série: ____1º e 2º______ Grupo: ____01____________

Horário / Dias

Segunda Terça Quarta Quinta Sexta

8:00 / 9:00

JOGOS PO-PULARES

GINÁSTICA

ECOLOGIA

ARTES

JOGOS DE SALÃO

9:00 / 9:50

PARQUE

NATAÇÃO

JOGOS PO-PULARES

ARTES

TAREFA

9:50 / 10:10

INTERVALO INTERVALO INTERVALO INTERVALO INTERVALO

10:10 / 11:00

MÚSICA

JOGOS DE SALÃO

MÚSICA

ÉTICA

PARQUE

11:00 / 11:50

TAREFA

JOGOS DE REFORÇO

JOGOS DE REFORÇO

CIRCO

NATAÇÃO

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Série: ___1º_________ Grupo: ________2_________________

Horário / Dias

Segunda Terça Quarta Quinta Sexta

8:00 / 9:00

PARQUE

JOGOS DE SALÃO

JOGOS PO-PULARES

ÉTICA

NATAÇÃO

9:00 / 9:50

JOGOS PO-PULARES

GINÁTICA

ECOLOGIA

CIRCO

PARQUE

9:50 / 10:10

INTERVALO INTERVALO INTERVALO INTERVALO INTERVALO

10:10 / 11:00

JOGOS DE REFORÇO

NATAÇÃO

JOGOS DE REFORÇO

ARTES

JOGOS DE SALÃO

11:00 / 11:50

MÚSICA

MÚSICA

TAREFA

ARTES

TAREFA

Série: ___2º__________ Grupo: _____3____________________

Horário / Dias

Segunda Terça Quarta Quinta Sexta

8:00 / 9:00

MÚSICA

MÚSICA

JOGOS DE SALÃO

CIRCO

ARTES

9:00 / 9:50

JOGOS DE REFORÇO

JOGOS DE SALÃO

JOGOS DE REFORÇO

ÉTICA

ARTES

9:50 / 10:10

INTERVALO INTERVALO INTERVALO INTERVALO INTERVALO

10:10 / 11:00

JOGOS PO-PULARES

GINÁSTICA

ECOLOGIA

NATAÇÃO

TAREFA

11:00 / 11:50

PARQUE

NATAÇÃO

JOGOS PO-PULARES

TAREFA

PARQUE

Page 33: OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA ......Versão On-line ISBN 978-85-8015-075-9Cadernos PDE OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE Produções

Série: _______2º ANO______ Grupo: ___4_________________________

Horário / Dias

Segunda Terça Quarta Quinta Sexta

8:00 / 9:00

JOGOS DE REFORÇO

NATAÇÃO

TAREFA

TAREFA

PARQUE

9:00 / 9:50

JOGOS DE SALÃO

MÚSICA

MÚSICA

NATAÇÃO

JOGOS DE SALÃO

9:50 / 10:10

INTERVALO INTERVALO INTERVALO INTERVALO INTERVALO

10:10 / 11:00

PARQUE

JOGOS DE REFORÇO

JOGOS PO-PULARES

CIRCO

ARTES

11:00 / 11:50

JOGOS PO-PULARES

GINÁSTICA

ECOLOGIA

ÉTICA

ARTES

Série: ______3ª SÉRIE____ Grupo: ______5______________________

Horário / Dias

Segunda Terça Quarta Quinta Sexta

8:00 / 9:00

TAREFA

JOGOS DE REFORÇO

9:00 / 9:50

MÚSICA

DANÇA

ÉTICA

PARQUE

ECOLOGIA

9:50 / 10:10

INTERVALO INTERVALO INTERVALO INTERVALO INTERVALO

10:10 / 11:00

MINI-VOLEI

MINI-VOLEI

ARTES

JOGOS DE SALÃO

MÚSICA

11:00 / 11:50

NATAÇÃO

JOGOS DE SALÃO

ARTES

JOGOS DE REFORÇO

DANÇA

Page 34: OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA ......Versão On-line ISBN 978-85-8015-075-9Cadernos PDE OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE Produções

Série: ___3ª________ Grupo: ___6_________________________

Horário / Dias

Segunda Terça Quarta Quinta Sexta

8:00 / 9:00

JOGOS DE SALÃO

ÉTICA

MÚSICA

JOGOS DE REFORÇO

MÚSICA

9:00 / 9:50

NATAÇÃO

CARTOGRAFIA

TAREFA

MINI-VOLEI

NATAÇÃO

9:50 / 10:10

INTERVALO INTERVALO INTERVALO INTERVALO INTERVALO

10:10 / 11:00

TAREFA

ARTES

DANÇA

PARQUE

DANÇA

11:00 / 11:50

JOGOS DE REFORÇO

ARTES

MINI-VOLEI

JOGOS DE SALÃO

ECOLOGIA

Série: _____4ª________ Grupo: _____7_______________________

Horário / Dias

Segunda Terça Quarta Quinta Sexta

8:00 / 9:00

NATAÇÃO

MINI-VOLEI

ARTES

PARQUE

ECOLOGIA

9:00 / 9:50

TAREFA

MINI-VOLEI

ARTES

TAREFA

JOGOS DE REFORÇO

9:50 / 10:10

INTERVALO INTERVALO INTERVALO INTERVALO INTERVALO

10:10 / 11:00

JOGOS DE SALÃO

CAPOEIRA EXPRESSIVA

CARTOGRAFIA

CAPOEIRA EXPRESSIVA

NATAÇÃO

11:00 / 11:50

JOGOS DE SALÃO

CAPOEIRA EXPRESSIVA

ÉTICA

CAPOEIRA EXPRESSIVA

MÚSICA

Page 35: OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA ......Versão On-line ISBN 978-85-8015-075-9Cadernos PDE OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE Produções

Série: _______4ª____ Grupo: __________8__________________

Horário / Dias

Segunda Terça Quarta Quinta Sexta

8:00 / 9:00

DANÇA

ARTES

JOGOS DE REFORÇO

MINI-VOLEI

JOGOS DE REFORÇO

9:00 / 9:50

DANÇA

ARTES

NATAÇÃO

JOGOS DE SALÃO

MÚSICA

9:50 / 10:10

INTERVALO INTERVALO INTERVALO INTERVALO INTERVALO

10:10 / 11:00

NATAÇÃO

ÉTICA

TAREFA

TAREFA

ECOLOGIA

11:00 / 11:50

MINI-VOLEI

CARTOGRAFIA

MÚSICA

PARQUE

JOGOS DE SALÃO

HORÁRIO/ TARDE

Série: ___1º e 2º________ Grupo: __________01_______________

Horário / Dias

Segunda Terça Quarta Quinta Sexta

13:00 / 13:50

BRINQUEDOS

NATAÇÃO

ECOLOGIA

JOGOS PO-PULARES

CIRCO

13:50 / 14:40

BRINQUEDOS

TAREFA

MÚSICA

PARQUE

ÉTICA

14:40 / 15:00

INTERVALO INTERVALO INTERVALO INTERVALO INTERVALO

15:00 / 15:50

MÚSICA

PARQUE

NATAÇÃO

JOGOS PO-PULARES

ARTES

15:50 / 16:40

TAREFA

GINÁSTICA

JOGOS DE SALÃO

JOGOS DE SALÃO

ARTES

Page 36: OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA ......Versão On-line ISBN 978-85-8015-075-9Cadernos PDE OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE Produções

Série: ___1º ANO________ Grupo: __________02________________

Horário / Dias

Segunda Terça Quarta Quinta Sexta

13:00 / 13:50

ARTES

JOGOS PO-PULARES

MÚSICA

NATAÇÃO

ÉTICA

13:50 / 14:40

ARTES

GINÁSTICA

ECOLOGIA

JOGOS PO-PULARES

CIRCO

14:40 / 15:00

INTERVALO INTERVALO INTERVALO INTERVALO INTERVALO

15:00 / 15:50

PARQUE

JOGOS DE SALÃO

PARQUE

JOGOS DE SALÃO

BRINQUEDOS

15:50 / 16:40

MÚSICA

TAREFA

NATAÇÃO

TAREFA

BRINQUEDOS

Série: ___2º________ Grupo: __________03________________

Horário / Dias

Segunda Terça Quarta Quinta Sexta

13:00 / 13:50

MÚSICA

PARQUE

JOGOS DE SALÃO

JOGOS DE SALÃO

ARTES

13:50 / 14:40

TAREFA

NATAÇÃO

PARQUE

NATAÇÃO

ARTES

14:40 / 15:00

INTERVALO INTERVALO INTERVALO INTERVALO INTERVALO

15:00 / 15:50

BRINQUEDOS

GINÁSTICA

ECOLOGIA

TAREFA

CIRCO

15:50 / 16:40

BRINQUEDOS

JOGOS PO-PULARES

MÚSICA

JOGOS PO-PULARES

ÉTICA

Page 37: OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA ......Versão On-line ISBN 978-85-8015-075-9Cadernos PDE OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE Produções

Série: ___3ª________ Grupo: __________04________________

Horário / Dias

Segunda Terça Quarta Quinta Sexta

13:00 / 13:50

TAREFA

GINÁSTICA

PARQUE

MINI-VOLEI BRINQUEDOS

13:50 / 14:40

MINI-VOLEI

CARTOGRAFIA

TAREFA

JOGOS DE SALÃO

BRINQUEDOS

14:40 / 15:00

INTERVALO INTERVALO INTERVALO INTERVALO INTERVALO

15:00 / 15:50

NATAÇÃO

ARTES

MÚSICA

PARQUE

ÉTICA

15:50 / 16:40

JOGOS DE SALÃO

ARTES

ECOLOGIA

NATAÇÃO

CIRCO

Série: ___3ª________ Grupo: __________05_______________

Horário / Dias

Segunda Terça Quarta Quinta Sexta

13:00 / 13:50

MINI-VOLEI

CARTOGRAFIA CAPOEIRA EXPRESSIVA

TAREFA

ECOLOGIA

13:50 / 14:40

MÚSICA

ÉTICA

CAPOEIRA EXPRESSIVA

MINI-VOLEI

NATAÇAO

14:40 / 15:00

INTERVALO INTERVALO INTERVALO INTERVALO INTERVALO

15:00 / 15:50

CAPOEIRA EXPRESSIVA

NATAÇÃO

JOGOS DE SALÃO

ARTES

PARQUE

15:50 / 16:40

CAPOEIRA EXPRESSIVA

JOGOS DE SA-LÃO

PARQUE

ARTES

TAREFA

Page 38: OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA ......Versão On-line ISBN 978-85-8015-075-9Cadernos PDE OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE Produções

Série: ___3ª________ Grupo: __________06________________

Horário / Dias

Segunda Terça Quarta Quinta Sexta

13:00 / 13:50

CAPOEIRA EXPRESSIVA

JOGOS DE SALÃO

CARTOGRAFIA PARQUE

MÚSICA

13:50 / 14:40

CAPOEIRA EXPRESSIVA

JOGOS DE SALÃO

ÉTICA

TAREFA

TAREFA

14:40 / 15:00

INTERVALO INTERVALO INTERVALO INTERVALO INTERVALO

15:00 / 15:50

MINI-VOLEI

MINI-VOLEI

ARTES

CAPOEIRA EXPRESSIVA

ECOLOGIA

15:50 / 16:40

PARQUE

NATAÇÃO

ARTES

CAPOEIRA EXPRESSIVA

NATAÇÃO

Série: ___4ª___ _____ Grupo: __________07_______________

Horário / Dias

Segunda Terça Quarta Quinta Sexta

13:00 / 13:50

JOGOS DE SALÃO

MINI-VOLEI

ARTES

CAPOEIRA EXPRESSIVA

TAREFA

13:50 / 14:40

JOGOS DE SALÃO

PARQUE

ARTES( CAPOEIRA EXPRESSIVA

ECOLOGIA

14:40 / 15:00

INTERVALO INTERVALO INTERVALO INTERVALO INTERVALO

15:00 / 15:50

TAREFA

CAPOEIRA EXPRESSIVA

CARTOGRAFIA

MINI-VOLEI

NATAÇÃO

15:50 / 16:40

NATAÇÃO

CAPOEIRA EXPRESSIVA

ÉTICA

PARQUE

MÚSICA

Page 39: OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA ......Versão On-line ISBN 978-85-8015-075-9Cadernos PDE OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE Produções

Série: ___4ª________ Grupo: __________08______________

Horário / Dias

Segunda Terça Quarta Quinta Sexta

13:00 / 13:50

PARQUE

CAPOEIRA EX-PRESSIVA

TAREFA

ARTES

PARQUE

13:50 / 14:40

NATAÇÃO

CAPOEIRA EX-PRESSIVA

JOGOS DE SALÃO

ARTES

MÚSICA

14:40 / 15:00

INTERVALO INTERVALO INTERVALO INTERVALO INTERVALO

15:00 / 15:50

JOGOS DE SALÃO

ÉTICA

CAPOEIRA EXPRESSIVA

NATAÇÃO

TAREFA

15:50 / 16:40

MINI-VOLEI

CARTOGRAFIA

CAPOEIRA EXPRESSIVA

MINI-VÔLEI

ECOLOGIA

Fonte: Centro Municipal de Educação Integral Moacyr Teixeira 2011

A Folha de Londrina datada do dia 15 de Março de 2011 veicula uma reporta-

gem de página inteira na Folha Cidadania Política Pública. A seguir transcrevemos

alguns trechos desta reportagem, objetivando apresentar o contexto visualizado e

apresentado por um veículo de comunicação sobre a temática. A manchete dizia:

DESAFIO DA EDUCAÇÃO INTEGRAL

Implantado desde o ano passado em Londrina sistema ainda enfrenta dificuldades, como falta de estrutura física.

Melhorar o nível de aprendizagem dos alunos municipais de Londrina tem sido a principal meta da educação integral, mas o desafio ainda é grande: dos 30 mil alunos da rede municipal, apenas sete mil estão inseridos nesse sistema [...] atualmente 19 escolas da cidade, incluindo algumas rurais, são de período integral, oferecendo, atendimento das 8h ás 17 horas, com cinco refeições diárias e oficinas pedagógicas e recreativas no contra turno.

As escolas dependem de adequação estrutural e pessoal para se adaptarem ás exigências da nova política pública. “ Há demanda principalmente de espaço físico e ,se tratando do setor público, temos de lidar com questões burocráticas, como as licitações, para andamento aos

4.2 ATIVIDADE : NOVAS NOTÍCIAS

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Projetos”[...] “Sobre o risco de o sistema integral deixar de ser prioridade na próxima gestão municipal, Luciana avalia:” isso não deve acontecer porque a educação integral não é moda, é uma necessidade; e já está comprovado que o rendimento do aluno é muito melhor nesse sistema, que está previsto pela nova Lei de diretrizes e Bases”.

A E.M “Moacyr Teixeira” ainda não consegue atender todos os seus 736 alunos de 1º á 4ª série. Hoje são atendidos no período integral 160 alunos de manhã e 160 á tarde, totalizando 320 estudantes. Os critério para a seleção desses alunos englobam situações de risco ( crianças que ficam sozinhas, risco de acidente doméstico), dificuldade de aprendizagem e irmãos que estudam na mesma escola. As atividades do contra turno são realizadas no Centro Municipal de Educação Integral Professor Moacyr Teixeira, antigo clube do Conjunto habitacional Maria Cecília, que fica próximo á escola, sendo que os estudantes são transportados de ônibus logo que acabam as aulas curriculares. Lá os alunos participam de diversas oficinas.

O espaço, que possui piscinas e ginásio esportivo, foi adaptado para a proposta pedagógica, mas ainda precisa de mais seis salas de aula e uma passarela para o refeitório. Até as churrasqueiras viraram salas de aula improvisadas.

Em sistema de rodizio, os alunos vão passando pelas mais diferentes oficinas previamente organizadas por série. “A cada mudança de atividade, um aluno fica responsável pela liderança do grupo e outro, o fecha trilha verifica se ninguém ficou para trás.” O interessante é que no ano passado realizamos uma pesquisa com os alunos sobre a preferência das oficinas e nenhuma teve menos de 85% de aprovação lembra Maria Lúcia Oliveira, coordenadora de projetos. [... ] O refeitório também vira sala de aula e nele acontecem duas vezes por semana as aulas de tarefa, onde os alunos – sob a supervisão da professora têm oportunidade de sua dúvidas e serem mais organizados na hora de fazer o dever de casa.” O objetivo é que eles adquiram o hábito de fazer diariamente a tarefa e que os pais também assumam a responsabilidade de auxiliar os filhos nessa atividade” observa a professora.

Com base na leitura do texto do jornal, o que podemos

analisar?

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Na rede estadual de ensino do Paraná, as experiências que estão sendo

realizadas em diversas escolas são oriundas do Programa Mais Educação com

algumas atividades diferenciadas no contraturno para um número limitado de alunos.

O manual Operacional de Educação Integral 2012 coloca que:

O Programa Mais Educação instituído pela Portaria Interministerial nº 17/2007 e pelo Decreto n° 7.083, de 27 de janeiro de 2010, integra as ações do Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE), como uma estratégia do Governo Federal para induzir a ampliação da jornada escolar e a organiza-ção curricular1, na perspectiva da Educação Integral. Trata-se da construção de uma ação intersetorial entre as políticas públicas educacionais e sociais, contribuindo, desse modo, tanto para a diminuição das desigualdades educacionais, quanto para a valorização da diversidade cultural brasileira. Essa estratégia promove a ampliação de tempos, espaços, oportunidades educativas e o compartilhamento da tarefa de educar entre os profissionais da educação e de outras áreas, as famílias e diferentes atores sociais, sob a coordenação da escola e dos professores. Isso porque a Educação Integral, associada ao processo de escolarização, pressupõe a aprendizagem conectada à vida e ao universo de interesses e de possibilidades das crianças, adolescentes e jovens (BRASIL, 2010, p. 03).

E o Manual operacional esclarece que:

O Programa Mais Educação visa fomentar, por meio de sensibilização, in-centivo e apoio, projetos ou ações de articulação de políticas sociais e im-plementação de ações socioeducativas oferecidas gratuitamente a crianças, adolescentes e jovens, e que considerem as seguintes orientações: I. contemplar a ampliação do tempo e do espaço educativo de suas redes e escolas, pautada pela noção de formação integral e emancipadora; II. promover a articulação, em âmbito local, entre as diversas políticas públi-cas que compõem o Programa e outras que atendam às mesmas finalida-des; III. integrar as atividades ao projeto político-pedagógico das redes de ensino e escolas participantes; IV. promover, em parceria com os Ministérios e Secretarias Federais partici-pantes, a capacitação de gestores locais; V. contribuir para a formação e o protagonismo de crianças, adolescentes e jovens; VI. fomentar a participação das famílias e comunidades nas atividades desenvolvidas, bem como da sociedade civil, de organizações não-governamentais e esfera privada;

4.3 MAIS EDUCAÇÃO NAS ESCOLAS

Page 42: OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA ......Versão On-line ISBN 978-85-8015-075-9Cadernos PDE OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE Produções

VII. fomentar a geração de conhecimentos e tecnologias sociais, inclusive por meio de parceria com universidades, centros de estudos e pesquisas, dentre outros; VIII. desenvolver metodologias de planejamento das ações, que permitam a focalização da ação do Poder Público em territórios mais vulneráveis; e IX. estimular a cooperação entre União, Estados, Distrito Federal e Municípios (BRASIL, 2010, p. 4).

O Manual Operacional apresenta os macros campos bem como suas

atividades pertinentes:

2.1 MACROCAMPOS E ATIVIDADES 2.1.1 ACOMPANHAMENTO PEDAGÓGICO (Obrigatória pelo menos uma atividade) • Ciências • História e Geografia • Letramento/Alfabetização • Línguas Estrangeiras • Matemática • Tecnologias Educacionais 2.1.2 EDUCAÇÃO AMBIENTAL E DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL • Educação Ambiental e Desenvolvimento Sustentável • Tecnologias Educacionais 2.1.3 ESPORTE E LAZER • Atletismo • Basquete de Rua • Basquete • Corrida de Orientação • Futebol • Futsal • Ginástica Rítmica • Handebol • Judô • Karatê • Natação • Recreação e Lazer/Brinquedoteca • Taekwondo • Tênis de Campo • Tênis de Mesa (p. 6) • Voleibol • Xadrez Tradicional • Xadrez Virtual • Yoga/Meditação • Tecnologias Educacionais 2.1.4 EDUCAÇÃO EM DIREITOS HUMANOS • Educação em Direitos Humanos • Tecnologias Educacionais 2.1.5 CULTURA, ARTES E EDUCAÇÃO PATRIMONIAL • Artesanato Popular • Banda Fanfarra • Canto Coral • Capoeira • Cineclube • Danças • Desenho • Educação Patrimonial • Ensino Coletivo de Cordas

Page 43: OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA ......Versão On-line ISBN 978-85-8015-075-9Cadernos PDE OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE Produções

• Escultura • Iniciação Musical por meio da Flauta Doce • Grafite • Hip-Hop • Leitura e Produção Textual • Mosaico • Percussão • Pintura • Práticas Circenses • Teatro • Tecnologias Educacionais 2.1.6 CULTURA DIGITAL • Ambiente de Redes Sociais • Tecnologias Educacionais 2.1.7 PROMOÇÃO DA SAÚDE • Promoção da Saúde e Prevenção de Doenças e Agravos • Tecnologias Educacionais 2.1.8 COMUNICAÇÃO E USO DE MÍDIAS • Fotografia • Histórias em Quadrinhos • Jornal Escolar • Rádio Escolar • Vídeo • Tecnologias Educacionais 2.1.9 INVESTIGAÇÃO NO CAMPO DAS CIÊNCIAS DA NATUREZA • Laboratórios, Feiras e Projetos Científicos • Robótica Educacional • Tecnologias Educacionais 2.1.10 EDUCAÇÃO ECONÔMICA/ECONOMIA CRIATIVA • Educação Econômica/Economia Criativa • Tecnologias Educacionais (BRASIL,2012, p.5,6,7)

Sobre a escolha das atividades e estudantes inscritos no Programa Mais

Educação estabelece-se que:

A escola poderá escolher três ou quatro macrocampos, dentro destes, po-derá optar por cinco ou seis atividades para serem desenvolvidas com os estudantes. Porém, o macrocampo “Acompanhamento Pedagógico” é obri-gatório para pelo menos uma atividade. É fundamental que a escola estabe-leça relações entre as atividades do Programa Mais Educação e as ativida-des curriculares (BRASIL, 2012, p. 9).

ATENÇÃO! Todos os estudantes inscritos no Programa Mais Educação devem partici-par de todas as atividades selecionadas no Plano de Atendimento elabora-do pela UEX. Formação das turmas Cada turma deve ter 30 estudantes, que poderão ser de idades e séries va-riadas, conforme as características de cada atividade (BRASIL,2012 , p. 9- 10).

Embora os documentos oficiais preconizem que o Programa Mais Educação

seja um início ou um modo de educação integral, na visão pedagógica, não se

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apresenta como um modelo funcional, pois os alunos precisam participar das

atividades, todos os dias no mínimo três horas diárias, sendo que a carga horária

para o professor é de 4 horas semanais , e cada professor tem um monitor que dá

continuidade ao trabalho planejado pelo mesmo. Este monitor recebe uma ajuda de

custo de R$ 240,00 mensais para três dias semanais, quatro horas por dia para

atendimento de turmas 03 vezes por semana, sem contar que na maioria dos casos

a formação didática pedagógica não existe por serem acadêmicos ou mesmo

pessoas da comunidade sem formação específica, atuando como voluntários.

São relatadas duas experiências vivenciadas pela pesquisadora em Escolas

Estaduais onde funciona o Projeto Mais Educação.

Na primeira são trabalhadas as seguintes atividades:

Macro Campo Atividade

01 Acompanhamento Pedagógico Letramento

Matemática

02 Meio Ambiente

Horta

03 Educomunicação Jornal Escolar

04 Esporte e Lazer Atletismo

Quadro 10: Atividades do Mais Educação 2012 na primeira escola Fonte: As Autoras, 2013

Os alunos são divididos em 03 grupos e participam de 03 atividades por dia,

passando por todas as atividades durante a semana.

4.4 MOSTRA 3

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Na segunda escola são trabalhadas as seguintes atividades:

Macro campo

Atividade

01 Acompanhamento Pedagógico

Letramento

02 Meio Ambiente

Agenda 21

03 Esporte e Lazer Handebol Xadrez

04 Prevenção e Promoção da Saúde

Promoção da Saúde

05 Meio Ambiente Agenda 21

Quadro 11: Atividades do Mais Educação 2012 na segunda escola Fonte: As Autoras, 2013

Os alunos são divididos em 04 grupos e participam de 04 atividades por dia,

passando por todas as oficinas durante a semana.

Neste momento os professores pais e alunos convidados deverão socializar o

que vivenciaram de Escola de Período Integral

4.5 MOSTRA 4

4.6 APRESENTAÇÃO DOS PROFESSORES,

PAIS E ALUNOS

Page 46: OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA ......Versão On-line ISBN 978-85-8015-075-9Cadernos PDE OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE Produções

Avaliando todo este contexto e levando em consideração o interesse do

Governo Estadual de implantar nas escolas o período integral e a necessidade

urgente de reformulação de práticas pedagógicas, nos propomos em realizar este

Projeto de Intervenção Pedagógica na Escola com o seguinte questionamento: É

possível melhorar o nível de ensino nas Escolas Estaduais do Município de

Londrina, por meio da institucionalização progressiva do Período Integral na Escola?

Problema 1: Quais as

experiências que o grupo conhece de escolas de

Período Integral?

Problema 2:

É possível a construção de um projeto de escola integral

para nossas escolas?

Problema 3:

Se a resposta for não. Por quê? Se for sim, como poderia ser

estruturado o projeto?

5.1 PENSANDO NOS PROBLEMAS

UNIDADE 5

Page 47: OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA ......Versão On-line ISBN 978-85-8015-075-9Cadernos PDE OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE Produções

Quadro de respostas – Problema 1- Quais as experiências que o grupo

conhece de escolas de período integral?

Professores/pedagogos (pessoal da

escola)

-

-

-

Núcleo

Sindicato

Comunidade

Quadro de respostas Problema 2- É possível a construção de um projeto de

escola integral para nossas escolas?

Professores/pedagogos (pessoal da

escola)

-

-

-

Núcleo

Sindicato

Comunidade

Page 48: OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA ......Versão On-line ISBN 978-85-8015-075-9Cadernos PDE OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE Produções

Quadro de respostas Problema 3- Se a resposta for não. Por quê? Se for sim,

como poderia ser estruturado o projeto?

Professores/pedagogos (pessoal da

escola)

-

-

-

Núcleo

Sindicato

Comunidade

Objetivando uma visão atual de experiência concreta com o trabalho de

Escola de Período Integral, a pesquisadora propõe a releitura de notícias

apresentadas neste caderno, e após a leitura, realizaremos uma discussão com o

grupo sobre sua significação diante de todo o trabalho até aqui realizado.

5.2 NOTÍCIAS

Page 49: OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA ......Versão On-line ISBN 978-85-8015-075-9Cadernos PDE OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE Produções

Os melhores alunos do mundo Não são superdotados. Deram a sorte de estar na melhor escola do país que tem o melhor ensino básico do planeta. Por fora, a escola não tem nada de mais: 1,3 mil alunos, 35 por classe. Veja o que faz diferença: A senhora Park tem mestrado em Educação, como a maioria dos professores lá. O karaokê é só um dos recursos educativos. Na sala de aula, tudo o que é preciso para educar com motivação. São oito horas por dia na escola. Estressante? Não, é divertido, dizem eles. Todos têm notas acima de oito. O segredo é nunca permitir que o aluno passe um dia sem entender a lição, diz a professora, que ganha o equivalente a R$ 10,5 mil por mês. É a média na Coréia, onde os professores precisam ter curso superior e são atualizados e avaliados a cada dois anos (PORTAL SÃO FRANCISCO, 2005).

O professor não deve ir para esta escola para ajeitar situação funcional, como acumular matrícula, ou para aumentar sua carga horária. Ele precisa estar disposto a inventar esta escola, a encontrar soluções, a buscar alternativas. Tanto o professor quanto o aluno devem querer passar por esta experiência, devem estar disponíveis para enfrentar este desafio, que implica convivência de longas horas todos os dias. À medida que a escola tenha sucesso, contando com todos os recursos que ela deve ter, a demanda aumenta e a oferta poderá ser ampliada (MAURÍCIO, 2006, p. 26)

Não se trata apenas de um simples aumento do que já é ofertado, e sim de um aumento quantitativo e qualitativo. Quantitativo porque considera um número maior de horas, em que os espaços e as atividades propiciadas têm intencionalmente caráter educativo. E qualitativo porque essas horas, não apenas as suplementares, mas todo o período escolar, são uma oportunidade em que os conteúdos propostos possam ser ressignificados, revestidos de caráter exploratório, vivencial e protagonizados por todos os envolvidos na relação ensino-aprendizagem (GONÇALVES, 2006, p. 5)

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Chegamos até aqui, lendo compartilhando procurando entender um pouco

mais sobre esta modalidade de ensino chamada de Período Integral nosso

compromisso agora é coletivamente socializar nossas dúvidas e compreensão

objetivando apontar sugestões para uma organização efetiva de uma modalidade de

escola que precisa ser pensada por todos para todos.

5.3 PLENÁRIA

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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