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PAEBES 2012 REVISTA PEDAGÓGICA 3ª série do Ensino Médio Ciências Humanas ISSN 2237-8324 SEÇÃO 1 Avaliação: o ensino-aprendizagem como desafio SEÇÃO 2 Interpretação de resultados e análises pedagógicas SEÇÃO 3 Os resultados desta escola SEÇÃO 4 Desenvolvimento de habilidades EXPERIÊNCIA EM FOCO

Paebes revista pedagogica-ch_3_em_2012

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PAEBES2012

REVISTA PEDAGÓGICA3ª série do Ensino MédioCiências Humanas

ISSN 2237-8324

SEÇÃO 1

Avaliação:o ensino-aprendizagem como desafio

SEÇÃO 2

Interpretação de resultadose análises pedagógicas

SEÇÃO 3

Os resultados desta escola

SEÇÃO 4

Desenvolvimento de habilidades

EXPERIÊNCIA EM FOCO

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Paebes

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PaebesCiências Humanas

3ª série do Ensino Médio

Revista Pedagógica

Programa de Avaliação da Educação Básica do Espírito Santo

ISSN 2237-8324

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govErnAdor do ESTAdo do ESPíriTo SAnToJOsÉ ReNaTO CasaGRaNDe

vicE-govErnAdor do ESTAdo do ESPíriTo SAnToGIVaLDO VIeIRa Da sILVa

SEcrETário do ESTAdo dA EdUcAçãoKLINGeR MaRCOs baRbOsa aLVes

SUBSEcrETário dE ESTAdo dE PlAnEJAmEnTo E AvAliAçãoeDUaRDO MaLINI

gErEnTE dE informAção E AvAliAção EdUcAcionAlaLINe eLIsa COTTa D`ÁVILa

SUBgErÊnciA dE AvAliAção EdUcAcionAlMaRIa aDeLaIDe TÂMaRa aLVes (sUbGeReNTe)DeNIse MORaes e sILVaGLORIeTe CaRNIeLLIMaRILDa sURLO GRaCIOTTIsILVIa MaRIa PIRes De CaRVaLHO LeITe

SUBgErÊnciA dE ESTATíSTicA EdUcAcionAlDeNIse PeReIRa Da sILVa (sUbGeReNTe)aNa PaULa aPaReCIDa RaIMUNDODaNIeL seRaFIM GROssI DIaseLZIMaR sObRaL sCaRaMUssaMONICa KeLLeY bOTTONI De sOUZaMONIQUe MaRINHO NOIa

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Klinger Marcos Barbosa Alves, Secretário de Estado da Educação

Ao EdUcAdorapós um trabalho árduo para garantir o acesso de todas as crianças às escolas, o desafi o de hoje é

assegurar a qualidade do ensino. a sociedade exige melhorias nos níveis de aprendizagem e o Programa

de avaliação da Educação básica do Espírito Santo (Paebes) é um importante instrumento no processo

de planejamento das ações pedagógicas que vão contribuir para alcançar as metas estabelecidas.

o diagnóstico do sistema de ensino do Espírito Santo, obtido por meio do Paebes ao longo dos últimos

anos, subsidia a defi nição de políticas educacionais. assim, o Paebes torna-se imprescindível de tal

modo que, a cada nova edição, surge a necessidade de ampliar sua abrangência.

No ano de 2012, além das provas de língua Portuguesa, Matemática, os alunos também fi zeram testes

de História e geografi a. ao todo, mais de 260 mil estudantes das redes estadual, particular e municipal

foram avaliados, nos anos iniciais e fi nais do Ensino fundamental e na 3ª série do Ensino Médio.

dessa maneira, esperamos que as informações contidas nas publicações possam auxiliar os educadores

do estado na busca permanente que é de todos nós: garantir aos alunos o direito de aprender.

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1. avalIação: o ENSINo-aPRENdIzagEM CoMo dESafIo PágINa 10

2. INtERPREtação dE RESultadoS E

aNálISES PEdagógICaS PágINa 16

SuMáRIo

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3. oS RESultadoS dESta ESCola PágINa 41

4. dESENvolvIMENto dE HabIlIdadES PágINa 43

EXPERIÊNCIa EM foCo

PágINa 56

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AvAliAção: o EnSino-APrEndizAgEm como dESAfio

caro(a) Educador(a), a revista Pedagógica apresenta os fundamentos, a metodologia e os resultados da avaliação,

com o objetivo de suscitar discussões para que as informações disponibilizadas possam ser debatidas e utilizadas

no trabalho pedagógico.

1

um importante movimento em busca da qualidade da educação

vem ganhando sustentação em paralelo às avaliações tradicionais:

as avaliações externas, que são geralmente em larga escala e

possuem objetivos e procedimentos diferenciados daquelas

realizadas pelos professores nas salas de aula. Essas avaliações são,

em geral, organizadas a partir de um sistema de avaliação cognitiva

dos estudantes e aplicadas, de forma padronizada, a um grande

número de pessoas. os resultados aferidos pela aplicação de testes

padronizados têm como objetivo subsidiar medidas que visem

ao progresso do sistema de ensino e atendam a dois propósitos

principais: prestar contas à sociedade sobre a eficácia dos serviços

educacionais oferecidos à população e implementar ações que

promovam a equidade e a qualidade da educação.

a avaliação em larga escala deve ser concebida como instrumento

capaz de oferecer condições para o desenvolvimento dos estudantes

e só tem sentido quando é utilizada, na sala de aula, como uma

ferramenta do professor para fazer com que os estudantes avancem.

o uso dessa avaliação de acordo com esse princípio demanda o

10 Paebes 2012

Page 11: Paebes revista pedagogica-ch_3_em_2012

seguinte raciocínio: por meio dos dados levantados, é possível

que o professor obtenha uma medida da aprendizagem de seus

estudantes, contrapondo tais resultados àqueles alcançados no

estado e até mesmo à sua própria avaliação em sala de aula. verificar

essas informações e compará-las amplia a visão do professor quanto

ao seu estudante, identificando aspectos que, no dia a dia, possam

ter passado despercebidos. desta forma, os resultados da avaliação

devem ser interpretados em um contexto específico, servindo para a

reorientação do processo de ensino, confirmando quais as práticas

bem-sucedidas em sala de aula e fazendo com que os docentes

repensem suas ações e estratégias para enfrentar as dificuldades

de aprendizagem detectadas.

a articulação dessas informações possibilita consolidar a

ideia de que os resultados de desempenho dos estudantes,

mesmo quando abaixo do esperado, sempre constituem uma

oportunidade para o aprimoramento do trabalho docente,

representando um desafio a ser superado em prol da qualidade

e da equidade na educação.

revista Pedagógica 11

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Paebes - TrAJETóriA

língua Portuguesa e Matemática

4ª Série/5° ano Ef

8ª Série/9° ano Ef

1ª Série EM

língua Portuguesa e Matemática

1ª série do EM

14.446

2008

106.830

2009

o Paebes

o Programa de avaliação da Educação básica do Espírito Santo (Paebes) avaliou em 2012

as escolas estaduais, municipais e Escolas Particulares Participantes (EPP) do Espírito

Santo nas áreas do conhecimento de língua Portuguesa, Matemática e Ciências Humanas

(geografi a e História). o Programa avaliou estudantes da 4ª série/5° ano e 8ª série/9º ano

do Ensino fundamental e da 3ª série do Ensino Médio. Na linha do tempo a seguir, pode-

se verifi car a trajetória do Paebes e, ainda, perceber como tem se consolidado diante das

informações que apresentam sobre o desempenho dos estudantes.

língua Portuguesa, Matemática,

geografi a e História

4ª Série/5° ano Ef

8ª Série/9° ano Ef

2ª Série EM

3ª Série EM

língua Portuguesa, Matemática,

biologia, física e Química

4ª Série/5° ano Ef

8ª Série/9° ano Ef

1ª Série EM

3ª Série EM

* foram avaliados apenas os estudantes da região metropolitana da grande vitória: 1ª série

do EM em 2011 e 2ª série do EM em 2012.

*

língua Portuguesa e Matemática

4ª Série/5° ano Ef

8ª Série/9° ano Ef

1ª Série EM

3ª Série EM

106.525

2012*

114.254

2011*

83.471

2010

12 Paebes 2012

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Paebes - TrAJETóriA

língua Portuguesa e Matemática

4ª Série/5° ano Ef

8ª Série/9° ano Ef

1ª Série EM

língua Portuguesa e Matemática

1ª série do EM

14.446

2008

106.830

2009

o Paebes

o Programa de avaliação da Educação básica do Espírito Santo (Paebes) avaliou em 2012

as escolas estaduais, municipais e Escolas Particulares Participantes (EPP) do Espírito

Santo nas áreas do conhecimento de língua Portuguesa, Matemática e Ciências Humanas

(geografi a e História). o Programa avaliou estudantes da 4ª série/5° ano e 8ª série/9º ano

do Ensino fundamental e da 3ª série do Ensino Médio. Na linha do tempo a seguir, pode-

se verifi car a trajetória do Paebes e, ainda, perceber como tem se consolidado diante das

informações que apresentam sobre o desempenho dos estudantes.

língua Portuguesa, Matemática,

geografi a e História

4ª Série/5° ano Ef

8ª Série/9° ano Ef

2ª Série EM

3ª Série EM

língua Portuguesa, Matemática,

biologia, física e Química

4ª Série/5° ano Ef

8ª Série/9° ano Ef

1ª Série EM

3ª Série EM

* foram avaliados apenas os estudantes da região metropolitana da grande vitória: 1ª série

do EM em 2011 e 2ª série do EM em 2012.

*

língua Portuguesa e Matemática

4ª Série/5° ano Ef

8ª Série/9° ano Ef

1ª Série EM

3ª Série EM

106.525

2012*

114.254

2011*

83.471

2010

revista Pedagógica 13

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A AvAliAção EdUcAcionAl Em lArgA EScAlA

A educação apresenta um grande desafio: ensinar com qualidade e de forma equânime, respeitando a individualidade e a diversidade.

A avaliação em larga escala surge como um importante instrumento para reflexão sobre como melhorar o ensino.

Para realizar a avaliação, é necessário definir o conteúdo a ser avaliado. Isso é feito por especialistas, com base em um recorte do currículo e nas especialidades educacionais.

Esse recorte se traduz em habilidades consideradas essenciais que formam a Matriz de Referência para avaliação.

(Matriz de Referência) Página 16

Para ter acesso a toda a Coleção e a outras informações sobre a avaliação e seus resultados, acesse o site www.paebes.caedufjf.net.

o diagrama a seguir apresenta, passo a passo, a lógica do sistema de avaliação de forma sintética,

indicando as páginas onde podem ser buscados maiores detalhes sobre os conceitos apresentados.

(Composição dos cadernos) Página 19

14 Paebes 2012

Page 15: Paebes revista pedagogica-ch_3_em_2012

(Experiência em foco) Página 54

(Padrões de Desempenho) Página 20

(Itens) Página 32

(Resultados desta Escola) Página 39

Através de uma metodologia especializada, é possivel obter resultados precisos, não sendo necessário que os estudantes realizem testes extensos.

(Composição dos cadernos) Página 19

Com base nos objetivos e nas metas de aprendizagem estabelecidas, são definidos os Padrões de Desempenho.

A análise dos itens que compõem os testes elucida as habilidades desenvolvidas pelos estudantes que estão em determinado Padrão de Desempenho.

As informações disponíveis nesta Revista devem ser interpretadas e usadas como instrumento pedagógico.

Os resultados da avaliação oferecem um diagnóstico do ensino e servem de subsídio para a melhoria da qualidade da educação.

revista Pedagógica 15

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2

mATriz dE rEfErÊnciA

Para realizar uma avaliação, é necessário definir o

conteúdo que se deseja avaliar. Em uma avaliação

em larga escala, essa definição é dada pela

construção de uma MatRIz dE REfERÊNCIa,

que é um recorte do currículo e apresenta as

habilidades definidas para serem avaliadas. No

brasil, os Parâmetros Curriculares Nacionais

(PCN) para o Ensino fundamental e para o Ensino

Médio, publicados, respectivamente, em 1997 e

em 2000, visam à garantia de que todos tenham,

mesmo em lugares e condições diferentes, acesso

a conhecimentos considerados essenciais para o

exercício da cidadania. Cada estado, município e

escola tem autonomia para elaborar seu próprio

currículo, desde que atenda a essa premissa.

diante da autonomia garantida legalmente

em nosso país, as orientações curriculares

do Espírito Santo apresentam conteúdos com

características próprias, como concepções e

objetivos educacionais compartilhados. desta

forma, o estado visa a desenvolver o processo de

ensino-aprendizagem em seu sistema educacional

com qualidade, atendendo às particularidades de

seus estudantes. Pensando nisso, foi criada uma

Matriz de Referência específica para a realização

da avaliação em larga escala do Paebes.

a Matriz de Referência tem, entre seus fundamentos,

os conceitos de competência e habilidade. a

CoMPEtÊNCIa corresponde a um grupo de

Esta seção traz os fundamentos da metodologia de avaliação externa do Paebes 2012, a matriz de referência, a Teoria

de resposta ao item (Tri) e a Escala de Proficiência. os conceitos apresentados são tratados com maior detalhamento

no site www.paebes.caedufjf.net.

Em 2012, o Paebes avaliou, pela primeira vez, a área de ciências Humanas, envolvendo as disciplinas: História e geografia.

como essa foi a primeira aplicação, destinada aos estudantes dessa série, a interpretação dos resultados de ciências

Humanas nas revistas Pedagógicas será feita através dos intervalos de proficiência dos Padrões de desempenho. Sendo

assim, registramos que não haverá a representação gráfica da escala de proficiência nessa edição.

inTErPrETAção dE rESUlTAdoS E AnáliSES PEdAgógicAS

16 Paebes 2012

Page 17: Paebes revista pedagogica-ch_3_em_2012

AUTO ESCOLA

CARTEIRA DE HABILITAÇÃO

habilidades que operam em conjunto para a obtenção

de um resultado, sendo cada HabIlIdadE entendida

como um “saber fazer”.

Por exemplo, para adquirir a carteira de motorista

para dirigir automóveis é preciso demonstrar

competência na prova escrita e competência na

prova prática específica, sendo que cada uma

delas requer uma série de habilidades.

a competência na prova escrita demanda

algumas habilidades, como: interpretação de

texto, reconhecimento de sinais de trânsito,

memorização, raciocínio lógico para perceber

quais regras de trânsito se aplicam a uma

determinada situação etc.

a competência na prova prática específica, por

sua vez, requer outras habilidades: visão espacial,

leitura dos sinais de trânsito na rua, compreensão

do funcionamento de comandos de interação

com o veículo, tais como os pedais de freio e de

acelerador etc.

É importante ressaltar que a Matriz de Referência

não abarca todo o currículo; portanto, não deve ser

confundida com ele nem utilizada como ferramenta

para a definição do conteúdo a ser ensinado em sala de

aula. as habilidades selecionadas para a composição

dos testes são escolhidas por serem consideradas

essenciais para o período de escolaridade avaliado

e por serem passíveis de medição por meio de

testes padronizados de desempenho, compostos,

na maioria das vezes, apenas por itens de múltipla

escolha. Há, também, outras habilidades necessárias

ao pleno desenvolvimento do estudante que não se

encontram na Matriz de Referência por não serem

compatíveis com o modelo de teste adotado. No

exemplo acima, pode-se perceber que a competência

na prova escrita para habilitação de motorista inclui

mais habilidades que podem ser medidas em testes

padronizados do que aquelas da prova prática.

a avaliação em larga escala pretende obter

informações gerais, importantes para se pensar a

qualidade da educação, porém, ela só será uma

ferramenta para esse fim se utilizada de maneira

coerente, agregando novas informações às já

obtidas por professores e gestores nas devidas

instâncias educacionais, em consonância com a

realidade local.

revista Pedagógica 17

Page 18: Paebes revista pedagogica-ch_3_em_2012

(G110041E4) Leia o texto abaixo.

Ó bela pedra furada, onde pousa o sol do crepúsculo!Ilumina qual farol diurno os caminhosdaqueles que te avultam.Petrifica as mazelas que te acenam.Florifica os amores que te cruzam.Vila acanhada, filha da areia e do esmeraldo mar!Acolhe solícita os visitantes de toda parte!Espraia para o mundoque és quadro por Deus pintado.Cercada de dunas, de mangue e de luar.Anuncia que és Jeri e que ficas para além da terra,Num cantinho escondido do paraíso no Ceará.

Francisco Eliton Meneses Fortaleza, CE

Disponível em: <http://www.mundojovem.com.br/poesias-poemas/regionalismo/Jericoacoara>. Acesso em: 6 ago. 2012. (G110041E4_SUP)

Nesse texto, em relação à construção das territorialidades destaca-se a A) conexão do local com o global.B) descrição de um lugar imaginário.C) destruição do meio ambiente.D) formação de paisagens naturais.E) relação do autor com o lugar.

Elementos que compõem a matriz

item

o item é uma questão utilizada nos testes de uma

avaliação em larga escala e se caracteriza por avaliar uma

única habilidade indicada por um descritor da matriz

de referência.

mATriz dE rEfErÊnciA dE ciÊnciAS HUmAnAS3ª série do Ensino médio

MATRIZ DE REFERÊNCIA PAEBES – GEOGRAFIA – 3ª SéRIE DO ENSINO MéDIO

DOMíNIO DESCRITOR DESCRIçãO

I - MEMóRIA E REPRESENTAçõES

D1Correlacionar diferentes linguagens (arte gráfica, literatura, cinema, fotografia) como possibilidades de representação do mundo e de suas realidades socioespaciais.

D2Correlacionar dados geográficos a partir de diferentes linguagens (mapas, textos, tabelas, gráficos, blocos diagramas, perfis topográficos etc.).

D3Reconhecer que os mapas são concebidos como documentos que revelam as intencionalidades de um grupo social.

II - FORMAS DE CONhECER E SuAS APROPRIAçõES

D4 Relacionar as transformações territoriais promovidas pelo meio técnico científico informacional.

D5 Reconhecer as expressões culturais que caracterizam a territorialização de diversos povos.

III - SujEITOS, IDENTIDADES E AlTERIDADES

D6Interpretar dados e informações (gráficos, tabelas, mapas ou textos) representativos das consequências socioculturais advindas de processos migratórios.

D7Associar aspectos populacionais com as condições de desenvolvimento sócio econômico de diferentes países.

D8 Reconhecer as causas e consequências dos principais conflitos mundiais.

D9Compreender os processos e as estratégias de resistência territorial de grupos sociais e culturais diversos.

domínio

o domínio agrupa por afinidade um conjunto

de habilidades indicadas pelos

descritores.

Descritores

os descritores associam o conteúdo curricular a operações cognitivas,

indicando as habilidades que serão avaliadas por

meio de um item.

18 Paebes 2012

Page 19: Paebes revista pedagogica-ch_3_em_2012

MATRIZ DE REFERÊNCIA PAEBES – GEOGRAFIA – 3ª SéRIE DO ENSINO MéDIO

DOMíNIO DESCRITOR DESCRIçãO

I - MEMóRIA E REPRESENTAçõES

D1Correlacionar diferentes linguagens (arte gráfica, literatura, cinema, fotografia) como possibilidades de representação do mundo e de suas realidades socioespaciais.

D2Correlacionar dados geográficos a partir de diferentes linguagens (mapas, textos, tabelas, gráficos, blocos diagramas, perfis topográficos etc.).

D3 Reconhecer que os mapas são concebidos como documentos que revelam as intencionalidades de um grupo social.

II - FORMAS DE CONhECER E SuAS APROPRIAçõES

D4 Relacionar as transformações territoriais promovidas pelo meio técnico científico informacional.

D5 reconhecer as expressões culturais que caracterizam a territorialização de diversos povos.

III - SujEITOS, IDENTIDADES E AlTERIDADES

D6Interpretar dados e informações (gráficos, tabelas, mapas ou textos) representativos das consequências socioculturais advindas de processos migratórios.

D7 Associar aspectos populacionais com as condições de desenvolvimento sócio econômico de diferentes países.

D8 Reconhecer as causas e consequências dos principais conflitos mundiais.

D9 Compreender os processos e as estratégias de resistência territorial de grupos sociais e culturais diversos.

IV - RElAçõES E FORMAS DE PODER

D10 Identificar como as redes sociais afetam as práticas econômicas, políticas e sociais no espaço geográfico global.

D11Compreender a importância dos diferentes agentes políticos, sociais e econômicos na constituição de diferentes formações territoriais.

D12 Reconhecer as diferentes formas de regionalização (Brasil, blocos econômicos) do espaço geográfico.

V - INSTITuIçõES E ORDEM SOCIAl

D13Compreender o papel de organismos e instituições internacionais na formação e organização dos espaços geográficos. (ONu, uNESCO, uNICEF, OEA, OTAN, FMI, Banco Mundial, G8, G20, Brics).

VI - ESPACIAlIDADES, TEMPORAlIDADES E SuAS DINâMICAS

D14 Compreender os processos de globalização e fragmentação do espaço geográfico.

D15 Relacionar a ordem mundial contemporânea ao papel exercido pelas potências hegemônicas

D16 Compreender os conceitos de fluxos e redes no espaço geográfico.

VII - NATuREZA, AMBIENTE E CulTuRA

D17 Analisar as consequências da urbanização do espaço mundial.

D18 Compreender as dinâmicas e os processos constituidores dos espaços rurais e urbanos.

D19 Relacionar as mudanças ambientais globais aos impactos ambientais locais.

D20 Reconhecer formas de intervenção humana no ambiente visando a prevenção de situações de risco ambiental..

D21 Reconhecer as mudanças tecnológicas que ressignificam o uso de recursos da natureza pelas atividades produtivas.

VIII - TRABAlhO, ECONOMIA E SOCIEDADE

D22Reconhecer as transformações espaciais a partir das dinâmicas do fordismo, taylorismo, toyotismo e pós-fordismo nas atividades produtivas.

D23 Relacionar as transformações técnicas científicas, informacionais e geográficas às mudanças no mundo do trabalho.

IX - éTICA, CIDADANIA E DIREITO

D24 Compreender o papel do cidadão nas práticas de preservação ambiental.

MATRIZ DE REFERÊNCIA PAEBES – hISTóRIA – 3ª SéRIE DO ENSINO MéDIO

DOMíNIO DESCRITOR DESCRIçãO

I – MEMóRIA E REPRESENTAçõES

D1Compreender as representações e manifestações sociais e culturais de diferentes sociedades sob o princípio da diversidade.

D2 Compreender a construção e as representações sociais e culturais como instrumentos de formação das identidades.

II - SujEITOS, IDENTIDADES E AlTERIDADES

D3 Compreender a história a partir dos conceitos de sujeito, identidade, alteridade e diversidade.

D4 Reconhecer as diferentes manifestações sociais e culturais como produtos e práticas materiais e discursivas.

D5Reconhecer os conceitos de nação, comunidade, subjetividade na análise das relações entre sociedades americanas, africanas e euro-asiáticas.

III - RElAçõES E FORMAS DE PODER

D6 Reconhecer as diferentes formas e relações de poder ao longo da história.

D7 Identificar as características das diferentes formas, regimes e sistemas de governo, em momentos históricos distintos.

D8 Compreender as relações entre Estado e Sociedade.

D9 Identificar discursos e práticas políticas dos diferentes grupos e movimentos sociais.

D10 Reconhecer diferenças entre público e privado nas relações sociais.

IV - TEMPORAlIDADES E SuAS DINâMICAS

D11 Compreender a noção de tempo e suas dimensões.

D12 Identificar diferentes ritmos temporais em momentos históricos distintos.

D13 Analisar as permanências e transformações dos grupos sociais.

V - TRABAlhO, ECONOMIA E SOCIEDADE

D14 Reconhecer a importância do trabalho humano e as formas de organização em diferentes contextos históricos.

D15 Compreender o desenvolvimento técnico e científico e suas implicações no mundo.

VI - éTICA, CIDADANIA E DIREITO

D16 Reconhecer direitos dos indivíduos-cidadãos como forma de constituição da cidadania ao longo do tempo.

D18 Reconhecer a relação existente entre legislação e cidadania ao longo da história.

revista Pedagógica 19

Page 20: Paebes revista pedagogica-ch_3_em_2012

TEoriA dE rESPoSTA Ao iTEm (Tri)

a teoria de Resposta ao Item (tRI) é, em termos gerais, uma forma de analisar e avaliar os

resultados obtidos pelos estudantes nos testes, levando em consideração as habilidades

demonstradas e os graus de dificuldade dos itens, permitindo a comparação entre testes

realizados em diferentes anos.

ao realizarem os testes, os estudantes obtêm um determinado nível de desempenho nas

habilidades testadas. Esse nível de desempenho denomina-se PRofICIÊNCIa.

a tRI é uma forma de calcular a proficiência alcançada, com base em um modelo estatístico

capaz de determinar um valor diferenciado para cada item que o estudante respondeu

em um teste padronizado de múltipla escolha. Essa teoria leva em conta três parâmetros:

• Parâmetro "A"

a capacidade de um item de discriminar, entre os estudantes avaliados, aqueles que

desenvolveram as habilidades avaliadas daqueles que não as desenvolveram.

• Parâmetro "B"

o grau de dificuldade dos itens: fáceis, médios ou difíceis. os itens estão distribuídos

de forma equânime entre os diferentes cadernos de testes, possibilitando a criação de

diversos cadernos com o mesmo grau de dificuldade.

• Parâmetro "c"

a análise das respostas do estudante para verificar aleatoriedade nas respostas: se for

constatado que ele errou muitos itens de baixo grau de dificuldade e acertou outros de

grau elevado – o que é estatisticamente improvável –, o modelo deduz que ele respondeu

aleatoriamente às questões.

o Paebes utiliza a tRI para o cálculo de acerto do estudante. No final, a proficiência não

depende apenas do valor absoluto de acertos, depende também da dificuldade e da

capacidade de discriminação das questões que o estudante acertou e/ou errou. o valor

absoluto de acertos permitiria, em tese, que um estudante que respondeu aleatoriamente

tivesse o mesmo resultado que outro que tenha respondido com base em suas habilidades.

o modelo da tRI evita essa situação e gera um balanceamento de graus de dificuldade

entre as questões que compõem os diferentes cadernos e as habilidades avaliadas em

relação ao contexto escolar. Esse balanceamento permite a comparação dos resultados dos

estudantes ao longo do tempo e entre diferentes escolas.

20 Paebes 2012

Page 21: Paebes revista pedagogica-ch_3_em_2012

comPoSição doS cAdErnoS PArA A AvAliAção

CaDeRNO

Na 3ª série do Ensino Médio, em Ciências Humanas são 77 itens, divididos em 7 blocos, com 11 itens cada.

4 blocos formam um caderno totalizando 44 itens, sendo 22 itens de História e 22 itens de geografia.

ao todo, são 21 modelos diferentes de cadernos.

= 1 item

i i i i i i ii i i i i i ii i i i i i ii i i i i i ii i i i i i ii i i i i i ii i i i i i ii i i i i i ii i i i i i ii i i i i i ii i i i i i i

i i i i i i ii i i i i i ii i i i i i ii i i i i i ii i i i i i ii i i i i i ii i i i i i ii i i i i i ii i i i i i ii i i i i i ii i i i i i i

iiiiii

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i

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História

geografia

iiiiiiiiiii

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i

iiiiiiiiiiiiiiii

iiiiiiiiiii

iiiiiiiiiii

revista Pedagógica 21

Page 22: Paebes revista pedagogica-ch_3_em_2012

PAdrÕES dE dESEmPEnHo ESTUdAnTil

os Padrões de desempenho são categorias

definidas a partir de cortes numéricos que

agrupam os níveis da Escala de Proficiência, com

base nas metas educacionais estabelecidas pelo

Paebes. Esses cortes dão origem a quatro Padrões

de desempenho – abaixo do básico, básico,

Proficiente e avançado –, os quais apresentam o

perfil de desempenho dos estudantes.

desta forma, estudantes que se encontram em um

Padrão de desempenho abaixo do esperado para

sua etapa de escolaridade precisam ser foco de

ações pedagógicas mais especializadas, de modo

a garantir o desenvolvimento das habilidades

necessárias ao sucesso escolar, evitando, assim, a

repetência e a evasão.

Por outro lado, estar no Padrão mais elevado

indica o caminho para o êxito e a qualidade da

aprendizagem dos estudantes. Contudo, é preciso

salientar que mesmo os estudantes posicionados

no Padrão mais elevado precisam de atenção,

pois é necessário estimulá-los para que progridam

cada vez mais.

São apresentados, a seguir, exemplos de itens*

característicos de cada Padrão.

Além disso, as competências e habilidades agrupadas nos Padrões não esgotam tudo aquilo que os estudantes

desenvolveram e são capazes de fazer, uma vez que as habilidades avaliadas são aquelas consideradas essenciais

em cada etapa de escolarização e possíveis de serem avaliadas num teste de múltipla escolha. cabe aos

docentes, através de instrumentos de observação e registro utilizados em sua prática cotidiana, identificarem outras

características apresentadas por seus estudantes e não são contempladas pelos Padrões. isso porque, a despeito

dos traços comuns a estudantes que se encontram em um mesmo intervalo de proficiência, existem diferenças

individuais que precisam ser consideradas para a reorientação da prática pedagógica.

Abaixo do básico Básico Proficiente Avançado

*o percentual de respostas em branco e nulas não foi contemplado na análise.

22 Paebes 2012

Page 23: Paebes revista pedagogica-ch_3_em_2012

ABAixo do BáSicoaté 250 pontos

0 25 50 75 100 125 150 175 200 225 250 275 300 325 350 375 400 425 450 475 500

os estudantes que se encontram nesse Padrão de desempenho

desenvolveram habilidades consideradas elementares ao

conhecimento geográfico do mundo. os estudantes conseguem

correlacionar diferentes linguagens (arte gráfica, literatura, cinema,

fotografia) como possibilidades de representação do mundo e de

suas realidades socioespaciais, assim como também correlacionam

dados geográficos a partir de diferentes linguagens (mapas,

textos, tabelas, gráficos, blocos diagramas, perfis topográficos,

demonstrando conhecimentos sobre a leitura e interpretação

elementar de diferentes representações da superfície terrestre.

ainda conseguem compreender os processos e as estratégias de

resistência territorial de grupos sociais e culturais diversos e, também,

compreendem os conceitos de fluxos e redes no espaço geográfico.

as habilidades avaliadas dentro do domínio Natureza, ambiente e

cultura, os estudantes conseguem reconhecer formas de intervenção

humana no ambiente visando à prevenção de situações de risco

ambiental. Eles também reconhecem as mudanças tecnológicas que

ressignificam o uso de recursos da natureza, também compreendem

o papel do cidadão nas práticas de preservação ambiental.

Geografia

revista Pedagógica 23

Page 24: Paebes revista pedagogica-ch_3_em_2012

(G120036E4) Observe as imagens abaixo.

Moinhos

Disponível em: <http://terrorismoclimatico.blogspot.com.br/2011/10/conferencia-collor-20.html>. Acesso

em: 28 jul. 2012.

Aerogeradores

Disponível em: <http://dererummundi.blogspot.com.br/2012/02/o-dinheiro-que-move-moinhos.html>. Acesso

em: 28 jul. 2012.

(G120036E4_SUP)

Dos moinhos para os aerogeradores, a tecnologia permitiu o aproveitamento diferenciado

A) da água.

B) da chuva.

C) do sol.

D) do solo.

E) do vento.

Geografia

24 Paebes 2012

Page 25: Paebes revista pedagogica-ch_3_em_2012

Neste item avalia-se a habilidade de os estudantes perceberem, a

partir da observação de imagens, como os recursos naturais podem

ser melhor aproveitados, através do uso de novas tecnologias.

É importante que entendam os benefícios que esse tipo de

empreendimento gera para o dia a dia das populações, como,

por exemplo, a redução dos custos da energia em que o sistema

estiver implantado. É preciso, ainda, que os estudantes relacionem

as duas imagens com o período em que surgiram e compreendam

a necessidade de adequação do uso dos recursos naturais às

inovações tecnológicas, juntamente com a crescente demanda

populacional por um uso mais consciente dos recursos naturais.

ao escolher a alternativa E como correta, 83,9% dos estudantes

demonstrou um nível de conhecimento satisfatório sobre o melhor

aproveitamento dos recursos naturais, no caso da questão proposta,

o vento. fica claro ainda a capacidade de comparar as imagens

apresentadas, relacionando-as com conhecimentos já adquiridos e

a outras informações necessárias para resolver a questão.

os estudantes que optaram pelas demais respostas – a, 4,6%, b, 4,4%

C, 3,4% ou d, 3,3% – não conseguiram associar os recursos naturais

disponíveis, apresentados nas alternativas de resposta, às imagens

disponíveis para análise. desconhecem, ainda, as diferentes formas

de aproveitamento dos recursos naturais disponíveis na geração de

energia. É importante, no trabalho pedagógico, trabalhar a questão

da geração de energia, suas possibilidades, suas fontes e, ainda,

os problemas gerados no processo de produção energética. o uso

de imagens, por exemplo, torna-se uma interessante estratégia

para o professor, considerando a diversidade da matriz energética

brasileira, uma vez que o território nacional é muito grande e muitos

estudantes podem nunca ter visto os sistemas técnicos geradores

da energia (aerogeradores) e seus equipamentos.

83+17A B C D E

4,6% 4,4% 3,4% 3,3% 83,9%

percentual de acerto

83,9%

Geografia

revista Pedagógica 25

Page 26: Paebes revista pedagogica-ch_3_em_2012

BáSico

0 25 50 75 100 125 150 175 200 225 250 275 300 325 350 375 400 425 450 475 500

de 250 a 325 pontos

Geografia

Nesse Padrão de desempenho concentram-se os estudantes que

desenvolveram habilidades básicas fundamentais para compreensão

dos fenômenos geográficos. observa-se, assim, que os estudantes

transitam entre as habilidades de compreenderem processos

e dinâmicas e do reconhecimento de fenômenos geográficos.

Relacionar as transformações territoriais promovidas pelo meio

técnico científico informacional. São capazes de interpretar dados

e informações representativos das consequências socioculturais de

processos migratórios. Compreendem a importância dos diferentes

agentes políticos, sociais e econômicos na constituição de diferentes

formações territoriais e compreendem o papel de organismos e

instituições internacionais na formação e organização dos espaços

geográficos. São capazes também de compreenderem os processos

de globalização e fragmentação do espaço geográfico. São capazes

de reconhecer as características dos principais conflitos mundiais e

reconhecer as diferentes formas de regionalização (brasil, blocos

econômicos) do espaço geográfico. Esses estudantes também

são capazes de analisar as consequências da urbanização do

espaço mundial.

26 Paebes 2012

Page 27: Paebes revista pedagogica-ch_3_em_2012

Geografia

(G120077C2) Observe o mapa abaixo.

Esse mapa representa a região

A) amazônica.

B) central.

C) leste.

D) nordeste.

E) sudeste.

revista Pedagógica 27

Page 28: Paebes revista pedagogica-ch_3_em_2012

a habilidade avaliada na questão envolve a capacidade de o

estudante decodificar, compreender e interpretar uma imagem – uma

região mapeada –, fazendo uma relação com os conhecimentos que

já dispõe sobre diferentes representações da superfície terrestre.

os estudantes que marcaram a opção a – 58,2% – fizeram uma análise

correta do mapa e souberam fazer correlações entre distribuição

territorial, presença dos povos indígenas e demarcações de terras.

Eles analisaram corretamente o mapa apresentado, com enfoque na

subdivisão do território brasileiro em regiões geoeconômicas, em

especial a região amazônica.

um total de 11% dos estudantes marcou a opção b como sendo a

correta. ao analisar o mapa, possivelmente levaram em consideração

a extensão da área e sua abrangência dentro do território nacional. a

presença do estado de Mato grosso, que faz parte da região Centro-

oeste dentro da divisão em regiões político-administrativas, também

deve ter sido motivo de dúvida para muitos estudantes.

apenas 13,2% dos estudantes escolheram a opção C. Provavelmente,

por desconhecerem as direções cardeais, além de não possuírem

o conhecimento da representação territorial do brasil, com suas

divisões em regiões político-administrativas ou geoeconômicas.

um total de 13% dos estudantes marcou a alternativa d. assim

como aconteceu na opção b, provavelmente se equivocaram com a

presença do estado do Maranhão, que faz parte da região Nordeste.

Eles levaram em consideração a divisão regional e deixaram

de analisar a questão das reservas indígenas, que ultrapassam

esses limites.

o percentual de estudantes que marcou a opção E foi de apenas 3,7%.

Eles não souberam observar a distribuição do território brasileiro,

ignorando sinais explícitos no mapa, como as siglas representando

os estados mapeados. também desconhecem o fato de que na

região Sudeste a presença de terras indígenas é muito pequena,

ficando a maior parte concentrada na região amazônica.

58+42A B C D E

58,9% 11% 13,2% 13% 3,7%

percentual de acerto

58,9%

Geografia

28 Paebes 2012

Page 29: Paebes revista pedagogica-ch_3_em_2012

ProficiEnTE

0 25 50 75 100 125 150 175 200 225 250 275 300 325 350 375 400 425 450 475 500

de 325 a 375 pontos

os estudantes que se encontram nesse Padrão de desempenho

desenvolveram habilidades importantes para a compreensão

dos fenômenos geográficos e da sua importância na leitura e

interpretação do mundo, tais habilidades caracterizam o Padrão de

desempenho Proficiente.

Esses estudantes são capazes de, a partir do uso de imagens,

identificar a linha de montagem como inovação técnica introduzida

pelo fordismo e a influência do relevo na ocupação do espaço urbano.

Identificam, também, as características dos blocos econômicos

mundiais, assim como a constituição do mundo bipolar a partir do

contexto da guerra fria. os estudantes compreendem os conceitos

de ilha de calor e de tecnopolos. também são capazes de identificar

as ações do Estado na transformação do espaço urbano.

Nesse Padrão os estudantes vão da identificação de fenômenos à

compreensão de conceitos mais elaborados na leitura e interpretação

da realidade geográfica.

Geografia

Para o intervalo “proficiente” da 3ª série do Ensino médio em ciências Humanas, não é possível publicação de exemplo

de item, pois dentro da faixa equivalente, foram utilizados apenas itens sigilosos. o teste contou com itens distribuídos ao

longo de todas as faixas, cobrindo toda a matriz de referência da avaliação. Sendo assim, para alguns intervalos, de forma

a respeitar a curva característica de proficiência do estado do Espírito Santo, temos quantidade exclusiva de itens para

os testes, implicando na impossibilidade da utilização dos mesmos, como exemplo na revista, nessa primeira aplicação.

revista Pedagógica 29

Page 30: Paebes revista pedagogica-ch_3_em_2012

AvAnçAdo

0 25 50 75 100 125 150 175 200 225 250 275 300 325 350 375 400 425 450 475 500

acima de 375 pontos

No Padrão de desempenho avançado, os estudantes se destacam

pela consolidação de habilidades mais sofisticadas para a

compreensão dos fenômenos geográficos. Eles são capazes de

identificar um conjunto de fenômenos geográficos relacionados

às diferenciações entre paisagens e territórios de um conjunto

de lugares. dessa forma, identificam regiões propícias a sofrerem

consequências devido a presença da diminuição do ozônio da

atmosfera. Identificam, também, regionalizações diversas da

superfície terrestre e os diferentes agentes transformadores do

espaço geográfico. São capazes de identificar, através de imagens,

o processo de segregação urbana. Identificam, ainda, os agentes

industriais como importantes transformadores do espaço geográfico

e as características dos processos de migrações mundiais. os

estudantes são capazes, também, de compreenderem as influências

da 1ª Revolução Industrial no processo de urbanização mundial.

Compreendem o papel das redes sociais e o papel do banco

Mundial, do fMI e da oMC na economia mundial. os estudantes

são capazes de compreender o ordenamento geopolítico após o

esfacelamento da antiga uRSS e o papel das redes de computadores

na consolidação da globalização. Como habilidade mais sofisticada,

os estudantes analisam, a partir de mapas, características da ordem

mundial contemporânea e analisam, ainda, diferentes tipos de

representação ideológica da superfície terrestre.

Geografia

30 Paebes 2012

Page 31: Paebes revista pedagogica-ch_3_em_2012

Geografia

(G110041E4) Leia o texto abaixo.

Ó bela pedra furada, onde pousa o sol do crepúsculo!Ilumina qual farol diurno os caminhosdaqueles que te avultam.Petrifica as mazelas que te acenam.Florifica os amores que te cruzam.Vila acanhada, filha da areia e do esmeraldo mar!Acolhe solícita os visitantes de toda parte!Espraia para o mundoque és quadro por Deus pintado.Cercada de dunas, de mangue e de luar.Anuncia que és Jeri e que ficas para além da terra,Num cantinho escondido do paraíso no Ceará.

Francisco Eliton Meneses Fortaleza, CE

Disponível em: <http://www.mundojovem.com.br/poesias-poemas/regionalismo/Jericoacoara>. Acesso em: 6 ago. 2012. (G110041E4_SUP)

Nesse texto, em relação à construção das territorialidades destaca-se a

A) conexão do local com o global.

B) descrição de um lugar imaginário.

C) destruição do meio ambiente.

D) formação de paisagens naturais.

E) relação do autor com o lugar.

Geografia

revista Pedagógica 31

Page 32: Paebes revista pedagogica-ch_3_em_2012

a habilidade avaliada neste item é a capacidade de o estudante

identificar, através de um poema, características de uma região,

onde o autor descreve seu amor pela terra natal, tendo como base

uma região natural. o uso de diferentes narrativas espaciais é muito

importante na geografia escolar, uma vez que o mundo pode ser

representado de diferentes maneiras e os estudantes precisam

apreender, pela leitura, produção de textos, mapas, fotografias,

dentre outros recursos, a diversidade espacial dos lugares. dessa

forma, é fundamental que os estudantes consigam operar com

diferentes formas de representação das realidades geográficas.

ao optar pela opção a, 9,6% dos estudantes fez uma análise de parte

do poema, em que o autor enfatiza a presença de visitantes de toda

a parte. dessa forma, o estudante considerou que uma pequena

porção territorial se expandiu, através da incursão de pessoas,

culturas e hábitos em seu interior, num processo contínuo de troca

e crescimento, e não se ateve ao fato de as relações descritas pelo

autor se referirem ao seu vínculo com o lugar.

os estudantes que marcaram a opção b como correta, 21,2%,

analisaram o poema como sendo uma imaginação do autor. É

provável que desconheçam essa região, muito mencionada nos

livros didáticos, assim como em revistas de viagem, programas de

tv, entre outros.

os estudantes que elegeram a opção C como correta, 10,3%,

analisaram a questão da destruição ambiental, talvez influenciados

pelas diversas mídias ou pelo próprio debate acadêmico, que

apresentam amplo debate relacionado ao tema.

a opção d, ao ser escolhida por 32,1% dos estudantes, enfatiza a

formação de paisagens naturais. Na leitura, levaram em consideração

a descrição minuciosa do lugar, como dunas, mangue, mar, mas não

relacionaram o poema com a proposta da questão.

os estudantes que marcaram a opção E 26,6% acertaram a resposta,

pois exerceram a habilidade de correlacionar o poema apresentado

com a construção das territorialidades. levaram em conta que o

processo de identificação territorial envolve a relação direta com os

lugares, as tradições envolvidas, o sentimento de pertencimento e a

construção da identidade, por exemplo.

26+74A B C D E

9,6% 21,2% 10,3% 32,1% 26,6%

percentual de acerto

26,6%

Geografia

32 Paebes 2012

Page 33: Paebes revista pedagogica-ch_3_em_2012

ABAixo do BáSicoaté 250 pontos

0 25 50 75 100 125 150 175 200 225 250 275 300 325 350 375 400 425 450 475 500

História

os estudantes que se encontram nesse Padrão de desempenho

desenvolveram habilidades consideradas elementares ao

conhecimento histórico. Eles conseguem compreender as

representações e manifestações sociais e culturais de diferentes

sociedades sob o princípio da diversidade e a construção e as

representações sociais e culturais como instrumentos de formação

das identidades. os estudantes compreendem a História a partir

dos conceitos de sujeito, identidade, alteridade e diversidade;

reconhecem as diferentes manifestações sociais e culturais como

produtos e práticas materiais e discursivas e os conceitos de nação,

comunidade, subjetividade na análise das relações entre sociedades

americanas, africanas e euro-asiáticas. também conseguem

identificar as características das diferentes formas, regimes e

sistemas de governo, em momentos históricos distintos. Conseguem

compreender a noção de tempo e suas dimensões; identificar

diferentes ritmos temporais em momentos históricos distintos e

analisar as permanências e transformações dos grupos sociais.

Reconhecem as importância do trabalho humano e as formas de

organização em diferentes contextos históricos e compreendem o

desenvolvimento técnico e científico e suas implicações no mundo.

Conseguem também reconhecer direitos dos indivíduos-cidadãos

como forma de constituição da cidadania ao longo do tempo, além da

relação existente entre legislação e cidadania ao longo da História.

revista Pedagógica 33

Page 34: Paebes revista pedagogica-ch_3_em_2012

(H120041E4) Observe a imagem abaixo.

Disponível em: <http://4anocolegioceb.blogspot.com.br/2011/03/linha-do-tempo.html>. Acesso em: 2 jul. 2012. (H120041E4_SUP)

O que ocorreu no mesmo tempo da compra da primeira televisão pelo pai de Talita?

A) A chegada da Apolo 11 à Lua.

B) A construção do Muro de Berlim.

C) A inauguração de Brasília.

D) O bicampeonato mundial do Brasil.

E) O Golpe Militar.

História

34 Paebes 2012

Page 35: Paebes revista pedagogica-ch_3_em_2012

a construção do conceito de tempo é uma das

tarefas mais complexas inerentes ao ensino de

História e o pilar central daquilo que constitui

um trabalho de educação histórica. Essa

construção, genericamente, situa-se em duas

grandes dimensões: o tempo histórico e o tempo

cronológico. Por tempo cronológico, entendemos o

conjunto de categorias que envolvem a contagem

do tempo e a percepção de sua passagem,

duração e ritmos. Nesse aspecto, enquadram-

se a construção das noções de ordenação e

simultaneidade, variabilidade, permanência,

rapidez e lentidão. o tempo cronológico tem sua

dimensão mais usual nas unidades de medida e

permite a compreensão das noções de sucessão

e de simultaneidade. Quando o estudante não

domina a ideia relativa à simultaneidade, sua

ideia de tempo restringe-se à noção de sucessão.

assim, ao estudar temáticas históricas específicas,

tende sempre a pensar a História no sentido de

evolução e, por consequência, do progresso, o

que cria dificuldades profundas na construção da

ideia de tempo histórico.

a habilidade que se avalia através deste item,

é a compreensão da noção de tempo e suas

dimensões, centralmente a dimensão temporal e

histórica da simultaneidade.

Este item solicita aos estudantes que relacionem, a

partir de linhas de tempo, informações sobre a vida

familiar de talita e percebam qual fato histórico

ocorreu ao mesmo tempo em que o pai da menina

comprou a primeira televisão. Para solucionar o

item, é necessário o cruzamento de dois suportes

informativos para estabelecer a relação entre as

informações apresentadas.

os estudantes que escolheram a alternativa a,

gabarito, 81,4%, acertaram o item, pois conseguiram

identificar no suporte histórico das linhas de tempo

os eventos simultâneos.

aqueles que escolheram as alternativas b, 5,5%,

C, 5,3%, d, 3,5% e E, 3,9%, utilizaram a categoria

temporal de anterioridade. Portanto, apresentaram

dificuldades na compreensão do conceito de

simultaneidade, identificado a partir do princípio

de que fatos e acontecimentos históricos podem

ocorrer ao mesmo tempo e no mesmo contexto.

81+19A B C D E

81,4% 5,5% 5,3% 3,5% 3,9%

percentual de acerto

81,4%

História

revista Pedagógica 35

Page 36: Paebes revista pedagogica-ch_3_em_2012

BáSico

0 25 50 75 100 125 150 175 200 225 250 275 300 325 350 375 400 425 450 475 500

de 250 a 325 pontos

História

Nesse Padrão de desempenho concentram-se os estudantes que

desenvolveram habilidades básicas fundamentais para compreensão

do conhecimento histórico. Esses estudantes compreendem as

representações e manifestações sociais e culturais de diferentes

sociedades sob o princípio da diversidade e a construção e as

representações sociais e culturais como instrumentos de formação

das identidades. também reconhecem as diferentes manifestações

sociais e culturais como produtos e práticas materiais e discursivas

e os conceitos de nação, comunidade, subjetividade na análise das

relações entre sociedades americanas, africanas e euro-asiáticas.

Nesse Padrão os estudantes, ainda, reconhecem as diferentes formas

e relações de poder ao longo da História; identificam as características

das diferentes formas, regimes e sistemas de governo, em momentos

históricos distintos; compreendem as relações entre Estado e

sociedade, assim como, identificam discursos e práticas políticas dos

diferentes grupos e movimentos sociais. também compreendem a

noção de tempo e suas dimensões e identificam diferentes ritmos

temporais em momentos históricos distintos. Constata-se ainda

que, reconhecem a importância do trabalho humano e as formas de

organização em diferentes contextos históricos e compreendem o

desenvolvimento técnico e científico e suas implicações no mundo.

Conseguem também reconhecer direitos dos indivíduos-cidadãos

como forma de constituição da cidadania ao longo do tempo, além da

relação existente entre legislação e cidadania ao longo da História.

36 Paebes 2012

Page 37: Paebes revista pedagogica-ch_3_em_2012

(H120011E4) Observe as imagens abaixo.

Disponível em:<http://a-1000.net/blog/tag/semana-arte-moderna>. Acesso em: 4 jul. 2012.Disponível em:<http://www.pitoresco.com.br/art_data/semana/index.htm>. Acesso em 4 jul. 2012. (H120011E4_SUP)

Essas duas imagens representam expressões artísticas doA) Barroco.B) Modernismo.C) Parnasianismo.D) Realismo.E) Romantismo.

o item acima teve por objetivo principal avaliar

a habilidade dos estudantes em compreender a

construção e as representações sociais e culturais

como instrumentos de formação das identidades.

Este item apresenta as imagens do quadro de

tarsila do amaral, o abaporu, recorrente nos livros

didáticos de História e da capa do catálogo da

Semana de arte Moderna, datado de 1922, o que

permite relacionar as duas imagens ao mesmo

período histórico.

os estudantes que escolheram a alternativa

b, 67,7%, acertaram o item. Eles conseguiram

relacionar a pintura de tarsila do amaral ao

Movimento Modernista que teve na Semana

de arte Moderna – no teatro Municipal de

São Paulo, entre os dias 13 e 18 de fevereiro

de 1922 – o principal propósito de renovar,

transformar o contexto artístico e cultural urbano,

tanto na literatura, quanto nas artes plásticas,

na arquitetura e na música, criando uma arte

essencialmente brasileira.

a escolha pelas alternativas a 16,6%, C, 6,6%, d,

4,7%, e E, 4,1%, indica a ausência de uma análise das

imagens e da percepção do momento histórico em

que essas representações foram produzidas, bem

como das características centrais dos diversos

movimentos artísticos e culturais que marcaram a

arte brasileira.

É tarefa imprescindível do ensino de História,

ressignificar essas representações, situando-as

em relação ao tempo e ao espaço de produção

social e cultural. Isso significa, sobretudo, abordar

as imagens presentes nos diferentes meios

didáticos enquanto documentos e não como

meros instrumentos de ilustração.

67+33A B C D E

16,6% 67,7% 6,6% 4,7% 4,1%

percentual de acerto

67,7%

História

revista Pedagógica 37

Page 38: Paebes revista pedagogica-ch_3_em_2012

ProficiEnTE

0 25 50 75 100 125 150 175 200 225 250 275 300 325 350 375 400 425 450 475 500

de 325 a 375 pontos

História

os estudantes que se encontram nesse Padrão de desempenho

desenvolveram habilidades importantes para a compreensão do

conhecimento histórico e da importância na leitura e interpretação

do mundo, caracterizando, assim, um Padrão de desempenho

Proficiente. Esses estudantes são capazes de reconhecer as diferentes

manifestações sociais e culturais como produtos e práticas materiais

e discursivas e os conceitos de nação, comunidade, subjetividade na

análise das relações entre sociedades americanas, africanas e euro-

asiáticas. Conseguem, ainda, reconhecer as diferentes formas e

relações de poder ao longo da História; identificar as características

das diferentes formas, regimes e sistemas de governo, em momentos

históricos distintos; compreender as relações entre Estado e

sociedade, assim como, reconhecer diferenças entre público e

privado nas relações sociais. além dessas habilidades, os estudantes

ainda conseguem identificar diferentes ritmos temporais em

momentos históricos distintos. também reconhecem as importância

do trabalho humano e as formas de organização em diferentes

contextos históricos e compreendem o desenvolvimento técnico e

científico e suas implicações no mundo. além disso, reconhecem a

relação existente entre legislação e cidadania ao longo da História.

Para o intervalo “proficiente” da 3ª série do Ensino médio em ciências Humanas, não é possível publicação de exemplo

de item, pois dentro da faixa equivalente, foram utilizados apenas itens sigilosos. o teste contou com itens distribuídos ao

longo de todas as faixas, cobrindo toda a matriz de referência da avaliação. Sendo assim, para alguns intervalos, de forma

a respeitar a curva característica de proficiência do estado do Espírito Santo, temos quantidade exclusiva de itens para

os testes, implicando na impossibilidade da utilização dos mesmos, como exemplo na revista, nessa primeira aplicação.

38 Paebes 2012

Page 39: Paebes revista pedagogica-ch_3_em_2012

AvAnçAdo

0 25 50 75 100 125 150 175 200 225 250 275 300 325 350 375 400 425 450 475 500

acima de 375 pontos

História

No Padrão de desempenho avançado, os estudantes se

destacam pela consolidação de habilidades mais sofisticadas

para a compreensão do conhecimento histórico. os estudantes

compreendem as representações e manifestações sociais e

culturais de diferentes sociedades sob o princípio da diversidade.

Eles conseguem, também, compreender a História a partir dos

conceitos de sujeito, identidade, alteridade e diversidade e

reconhecem os conceitos de nação, comunidade, subjetividade na

análise das relações entre sociedades americanas, africanas e euro-

asiáticas. Nesse Padrão de desempenho os estudantes conseguem

reconhecer as diferentes formas e relações de poder ao longo da

História; identificar as características das diferentes formas, regimes e

sistemas de governo, em momentos históricos distintos; compreender

as relações entre Estado e sociedade e identificar discursos e

práticas políticas dos diferentes grupos e movimentos sociais.

também compreendem a noção de tempo e suas dimensões. além

disso, reconhecem as importância do trabalho humano e as formas

de organização em diferentes contextos históricos e compreendem

o desenvolvimento técnico e científico e suas implicações no mundo.

também reconhecem direitos dos indivíduos-cidadãos como forma

de constituição da cidadania ao longo do tempo, além da relação

existente entre legislação e cidadania ao longo da História.

revista Pedagógica 39

Page 40: Paebes revista pedagogica-ch_3_em_2012

(H120077E4) Leia o texto abaixo.

Conferência de Bandung é o nome com o qual ficou conhecido historicamente o encontro ocorrido nesta cidade indonésia entre 18 e 24 de abril de 1955 e que reuniu os líderes de 29 estados asiáticos e africanos, responsáveis pelos destinos de 1 bilhão e 350 milhões de seres humanos. Patrocinaram esta conferência Indonésia, Índia, Birmânia, Sri Lanka e Paquistão, e tinha como objetivo promover uma cooperação econômica e cultural de perfil afro-asiático, buscando fazer frente ao que na época se percebia como atitude neocolonialista das duas grandes potências, Estados Unidos e União Soviética, bem como de outras nações influentes que também exerciam o que consideravam imperialismo, ou seja, promoção indiscriminada de seus próprios valores em detrimento dos valores cultivados pelos povos em desenvolvimento. [...]

Disponível em: <http://www.infoescola.com/historia/conferencia-de-bandung/>. Acesso em: 2 jul. 2012. Fragmento. (H120077E4_SUP)

Nessa conferência, os países presentes pretendiam se afirmar a partir da ideia deA) autonomia nacional.B) centralização política.C) dominação colonial.D) superioridade racial. E) unificação cultural.

a habilidade avaliada neste item consiste no

reconhecimento por parte dos estudantes dos

conceitos de nação, comunidade, subjetividade

na análise das relações entre as sociedades

americanas, africanas e euro-asiáticas. Este

item destaca o fato histórico conhecido como

Conferência de bandung, que teve como principal

característica a busca da autonomia dos países

asiáticos, após os movimentos de libertação

nacional.

Para resolução deste item, os estudantes deveriam

ser capazes de identificar os movimentos

nacionalistas ocorridos nos países asiáticos,

relacionando-os a um contexto histórico mais

amplo, conhecido como imperialismo.

os estudantes que optaram pela letra a,

20,4%, gabarito, reconheceram a relação entre

a Conferência de bandung e seu preceito

fundamental, impresso sob a ótica da autonomia

nacional, ou seja, o rompimento com os

princípios imperialistas.

os estudantes que escolheram a letra b, 18,2%,

relacionaram o princípio da autonomia nacional

com centralização política, fato esse não prescrito

no suporte do item.

os estudantes que marcaram a letra C, 14,9 %, não

perceberam o princípio histórico da posterioridade,

visto que a Conferência de bandung foi realizada

após a dominação colonial, ou seja, pós-

independência dos países asiáticos.

os estudantes que optaram pela letra d, 9,8%,

relacionaram o princípio da independência, da

autonomia e da libertação nacional dos países

asiáticos como forma de reação ao preconceito racial,

elemento esse não previsto na referida Conferência.

os que marcaram a letra E, 36,5%, concluíram

que a Conferência de bandung representou a

unificação cultural de todos os países asiáticos

participantes, já que tais países sofreram anos de

dominação histórica, social e cultural.

20+80A B C D E

20,4% 18,2% 14,9% 9,8% 36,5%

percentual de acerto

20,4%

História

40 Paebes 2012

Page 41: Paebes revista pedagogica-ch_3_em_2012

oS rESUlTAdoS dESTA EScolA

os resultados desta escola no Paebes 2012 são apresentados sob seis aspectos, sendo que quatro deles estão impressos

nesta revista. os outros dois, que se referem aos resultados do percentual de acerto no teste, estão disponíveis no cd

em anexo à revista da gestão Escolar e no Portal da Avaliação, pelo endereço eletrônico www.paebes.caedufjf.net. o

acesso ao Portal da Avaliação é realizado mediante senha enviada ao gestor da escola.

3

revista Pedagógica 41

Page 42: Paebes revista pedagogica-ch_3_em_2012

rESUlTAdoS imPrESSoS nESTA rEviSTA• Proficiência média

apresenta a proficiência média desta escola. É possível comparar a proficiência

com as médias do estado, da sua Superintendência Regional de Ensino (SRE) e do

seu município para as diferentes redes* . o objetivo é proporcionar uma visão das

proficiências médias e posicionar sua escola em relação a essas médias.

• Participação

Informa o número estimado de estudantes para a realização do teste e quantos,

efetivamente, participaram da avaliação no estado, na sua SRE, no seu município e na

sua escola.

• Percentual de estudantes por Padrão de desempenho

Permite acompanhar o percentual de estudantes distribuídos por Padrões de

desempenho na avaliação realizada pelo estado.

• Percentual de estudantes por nível de proficiência e Padrão de desempenho

apresenta a distribuição dos estudantes ao longo dos intervalos de proficiência no

estado, na sua SRE/município e na sua escola. os gráficos permitem identificar o

percentual de estudantes para cada nível de proficiência em cada um dos Padrões de

desempenho. Isso será fundamental para planejar intervenções pedagógicas, voltadas

à melhoria do processo de ensino e à promoção da equidade escolar.

rESUlTAdoS diSPonívEiS no PorTAl dA AvAliAção• Percentual de acerto por descritor

apresenta o percentual de acerto no teste para cada uma das habilidades avaliadas.

Esses resultados são apresentados por SRE, município, escola, turma e estudante.

• resultados por estudante

É possível ter acesso ao resultado de cada estudante na avaliação, sendo informada

a categoria de desempenho alcançada e quais habilidades ele possui desenvolvidas

em Ciências Humanas (geografia e História) para a 3ª série do Ensino Médio. Essas

são informações importantes para o acompanhamento de seu desempenho escolar.

*Para as Escolas Particulares Participantes (EPP), a comparação é realizada entre a média da escola e a média de todas as escolas particulares participantes.

42 Paebes 2012

Page 43: Paebes revista pedagogica-ch_3_em_2012

dESEnvolvimEnTo dE HABilidAdES

o artigo a seguir apresenta uma sugestão para o trabalho de determinadas habilidades em sala de aula. A proposta

é que o caminho percorrido nessa análise seja aplicado para outras habilidades. com isso, é possível adaptar as

estratégias de intervenção pedagógica ao contexto escolar no qual atua para promover uma ação focada nas

necessidades dos estudantes.

4

revista Pedagógica 43

Page 44: Paebes revista pedagogica-ch_3_em_2012

A gEogrAfiA E oS dESAfioS do EnSino médio: rEflExÕES SoBrE AS TrAnSformAçÕES doS ESPAçoS gEográficoS

os Parâmetros Curriculares Nacionais destacam a importância da inserção da geografia

no contexto das Ciências Humanas no Ensino Médio. o documento enfatiza que o trabalho

com os conceitos geográficos na interpretação e compreensão dos processos e dinâmicas

do espaço geográfico é fundamental para o desenvolvimento de diversas habilidades e

competências. Para tanto, é preciso que os estudantes construam conhecimentos, dominem

categorias, operem com conceitos e procedimentos básicos com os quais esse campo do

conhecimento trabalha e constitui suas teorias e explicações, de modo que possam não

apenas compreender as relações socioespaciais e o funcionamento da natureza às quais

historicamente pertencem, mas que também procurem conhecer e saber utilizar uma forma

singular de pensar e inferir sobre a realidade.

Entendida por essa perspectiva, a geografia escolar deve permitir ao estudante

compreender o espaço geográfico onde ele está inserido para nele viver e conviver com

outros sujeitos em sociedade. desde os anos iniciais da educação escolar, os estudantes

têm contato com conteúdos curriculares e, através deles, passam a produzir saberes que

lhes possibilitam fazer uma leitura do mundo segundo as diversas linguagens utilizadas pela

ciência geográfica.

Quanto às especificidades curriculares, as diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino

Médio indicam que o ensino da geografia deve fundamentar-se em um corpo teórico-

metodológico baseado nos conceitos de natureza, paisagem, espaço, território, região,

rede, lugar e ambiente, incorporando também dimensões de análise que contemplam os

conceitos de tempo, cultura, sociedade, poder e relações econômicas e sociais. Considera

ainda como referência os pressupostos da geografia como ciência que estuda as formas,

os processos, as dinâmicas dos fenômenos que se desenvolvem por meio das relações

entre a sociedade e a natureza, constituindo o espaço geográfico.

Considerando o Ensino Médio como a fase da Educação básica em que o estudante adquire

uma cultura geral, abarcando todas as áreas do conhecimento, entende-se que esse seja o

44 Paebes 2012

Page 45: Paebes revista pedagogica-ch_3_em_2012

momento de sistematização dos saberes, abrindo um leque de perspectivas na busca não

só de sua formação para cidadania, mas também de possibilidades de profissionalização. o

conteúdo das ciências trabalhado nas diversas disciplinas dá ao estudante uma visão geral

do funcionamento do mundo e da vida.

Habilidades fundamentais na leitura de mundo pela geografia

a Matriz de Referência das avaliações na área de Ciências Humanas e suas tecnologias

traz um conjunto de temas que se desdobram em habilidades a serem avaliadas nos

testes de geografia do Ensino Médio e que envolvem os conteúdos fundamentais para

a compreensão das complexas realidades socioespaciais, resultantes de diferentes

processos e dinâmicas geográficas. diversos agentes atuam para que, no atual período

de globalização e fragmentação do espaço geográfico, as fronteiras, os limites, as regiões,

os territórios, enfim, estejam em constantes e profundas mutações. São essas realidades,

mutantes em suas dinâmicas e processos, que os estudantes precisam compreender,

identificar, caracterizar, analisar, classificar, cartografar etc.

Características marcantes do meio técnico-científico-informacional do mundo contemporâneo,

a velocidade, a instantaneidade e a simultaneidade com que são transmitidas informações

entre diferentes lugares, próximos ou distantes, fazem deles lugares mundiais, possíveis de

intensas conexões. a comunicação e a circulação de informações – dados, ideias, decisões,

normas, dinheiro, pessoas e ações – ocorrem, instantaneamente, nos mais variados lugares

e com intensidades e forças diferenciadas.

Isso nos ajudar a clarear o entendimento de que a análise geográfica e sua função

alfabetizadora, no Ensino Médio, deve aprofundar a leitura das contínuas relações das

sociedades com o espaço geográfico, nos seus mais diversos lugares da superfície terrestre.

a geografia contemporânea tem privilegiado o saber sobre o espaço geográfico em suas

diferentes escalas de análise. Reafirmamos, portanto, que, como disciplina escolar, pode

propiciar aos estudantes a leitura, a compreensão e a representação do espaço geográfico

como uma formação histórico-social, fruto das relações estabelecidas entre os homens e

seus lugares, entre a sociedade e a natureza.

No Ensino Médio, a geografia deve priorizar, de maneira geral, as aprendizagens por

meio de propostas de trabalhos que possam indicar o avanço do grau de síntese atingido

revista Pedagógica 45

Page 46: Paebes revista pedagogica-ch_3_em_2012

pelos estudantes, explicitados em sua capacidade de leituras e escritas geográficas.

Essa concepção assinala a crucial importância do trabalho pedagógico com os conceitos

geográficos. dessa maneira, é fundamental a análise das interações que se estabelecem

entre as sociedades e seus espaços, assim como dos diferentes agentes que constituem,

transformam e são transformados pelo espaço geográfico. daí uma das habilidades

importantes de serem desenvolvidas é a dos estudantes compreenderem as transformações

promovidas pelo desenvolvimento de tecnologias informacionais.

vivemos em um mundo marcado por profundas mudanças. as informações chegam a

nossas casas em tempo real, simultaneamente aos acontecimentos cujas imagens são

imediatamente captadas pelos satélites e difundidas por um vasto conjunto de diferentes

lugares. as pessoas, ao portarem aparelhos de telefonia celular, por exemplo, entram em

uma rede de comunicação rápida e móvel capaz de promover uma intensa fluidez territorial

da informação. Esse e outros fenômenos tecnológicos têm provocado a emergência de

uma nova perspectiva em relação ao tempo e ao espaço. Com todas essas mudanças,

o trabalho do professor deve formar cidadãos que saibam interpretar os acontecimentos

em escala local, nacional, regional e global, contribuindo para o entendimento do mundo

atual, das apropriações, usos e transformações dos lugares realizadas pelos homens. deve

ainda considerar a capacidade de os estudantes articularem os diferentes conhecimentos

cotidianos, acadêmicos e escolares, produzindo com eles uma geografia de significados.

dessa forma, promover uma constante associação entre o mundo vivido pelos estudantes,

permeado pela técnica, pela ciência e pela informação, e as transformações territoriais

é uma das estratégias para a aprendizagem a ser perseguida pelos professores de

geografia no Ensino Médio. À medida que os estudantes constroem um conhecimento

de si mesmo, igualmente edificam um conhecimento do espaço geográfico que os

constitui cotidianamente.

Sem o conhecimento anterior dos históricos avanços da ciência, o estudante não é capaz

de compreender as associações entre desenvolvimento tecnológico e transformações

territoriais. É importante que os estudantes consigam associar os avanços em ciência e

tecnologia com as mudanças no espaço geográfico, para que façam as relações entre

diferentes territorialidades, seus usos, culturas e apropriações, por exemplo.

46 Paebes 2012

Page 47: Paebes revista pedagogica-ch_3_em_2012

desafios e perspectivas na aprendizagem geográfica

a compreensão dos processos e dinâmicas do mundo contemporâneo pelos estudantes

de geografia no Ensino Médio decorre da implementação de um conjunto de estratégias

pedagógicas para sua apreensão. tais estratégias envolvem o trabalho rigoroso para a que

os estudantes compreendam, ainda, as transformações relacionadas às dinâmicas conexas

entre os espaços urbanos e rurais. o estudo das temáticas sobre os espaços urbanos e

rurais tem representado grande desafio aos professores, uma vez que, muitas vezes, o

tratamento didático dos conteúdos de ensino pertinentes a essa área depende ainda da

memorização de dados, da cópia de livros didáticos, do uso de concepções prévias sobre

a constituição do espaço rural e da dissociação territorial dessas realidades socioespaciais.

Para se trabalhar com a questão das transformações dialéticas entre espaços rurais e

urbanos, deve-se explorar, então, a variedade de dinamismos das diversas atividades sociais,

econômicas e culturais das distintas sociedades. também é possível explorar, em aulas

dinâmicas, as múltiplas velocidades das mudanças tecnológicas e seu espraiamento pelo

território, o impacto diferenciado das formas de produção e dos circuitos de acumulação

do capital pelo espaço, lançando mão, por exemplo, da produção, com os estudantes, de

uma cartografia dessas mudanças na cidade e no campo. a intenção pedagógica consiste

em apresentar aos estudantes a ideia de conexão intrínseca entre os espaços urbanos e

os rurais, a interdependência entre eles, as conexões geográficas capazes de promover a

urbanização de espaços rurais, dotando-os de atributos das cidades.

desde o momento em que o homem inicia seu processo de domínio das forças naturais,

começam as intensas transformações da superfície terrestre. Por meio de diversos

tipos de técnicas, as relações do homem com a natureza se intensificam, modificando o

espaço geográfico, conferindo novas formas, novos conteúdos, portanto, novas dinâmicas

e possibilidades.

um bom exemplo das ações humanas na superfície terrestre e suas transformações é a

construção das cidades. atualmente a maioria da população mundial vive em espaços

urbanos que agregam, além de pessoas, empresas, instituições, entre outras materialidades,

que produzem muitos problemas devido às alterações no espaço provocadas pelo homem.

Para que os estudantes compreendam as questões relativas às consequências sociais e

ambientais geradas pelos processos de urbanização, primeiramente precisamos lembrar

revista Pedagógica 47

Page 48: Paebes revista pedagogica-ch_3_em_2012

que o ambiente das cidades apresenta particularidades, trazendo consigo as marcas

das construções humanas. desta forma, devemos considerar o ambiente urbano e suas

particularidades a partir de uma concepção social e, portanto, geográfica, que inclua,

concomitantemente, aspectos culturais, econômicos e ambientais.

os problemas urbanos são vários e bem diversificados, as grandes e médias cidades sofrem

principalmente com poluição, engarrafamentos, violência, desemprego, desigualdade

social, falta de moradia, saúde e educação. Esses problemas já atingem também cidades

de pequeno porte, constituindo uma realidade vivenciada cotidianamente pelos estudantes

do Ensino Médio.

os diversos tipos de poluição (hídrica, visual, do solo, sonora, atmosférica) são causados

principalmente pelo modo de produção e consumo estabelecidos pelo capitalismo. a

poluição atmosférica é, por exemplo, um grande problema detectado nas cidades: o intenso

fluxo de automóveis e as indústrias são os principais responsáveis pelo lançamento de

gases tóxicos na atmosfera.

os Parâmetros Curriculares Nacionais alertam para o fato de que não mais se justifica

trabalhar com definições prontas ou mesmo com conteúdos acabados e engessados da

geografia. as transformações constantes e velozes dos espaços urbanos impulsionam

o redimensionamento dos conceitos de urbanização, cidade, meio ambiente, problemas

ambientais, entre outros, que vêm sendo construídos ao longo dos tempos. Nesse sentido,

o trabalho pedagógico a partir da construção conceitual permite uma abertura, na medida

em que, por princípio, o conceito não é algo acabado, comportando redefinições e

reajustes que se compatibilizam com as visões que se deve ter, a cada momento, do mundo

em transformação.

Mais do que reproduzir dados, denominar classificações ou identificar símbolos, os estudos

em geografia no Ensino Médio devem conduzir o estudante a se informar, se comunicar,

argumentar, enfrentar problemas de qualquer natureza, participar socialmente e ser capaz

de elaborar críticas e propostas e, especialmente, adquirir uma postura de permanente

aprendizado. Para tanto, a formação geográfica exige métodos de aprendizado compatíveis,

ou seja, que ofereçam as condições para que os estudantes façam escolhas e proposições,

tomem gosto pelo conhecimento, aprendam a aprender.

48 Paebes 2012

Page 49: Paebes revista pedagogica-ch_3_em_2012

uma formação geográfica com tal ambição exige métodos de aprendizado compatíveis,

ou seja, condições efetivas para que os estudantes possam comunicar-se e argumentar,

deparar-se com problemas, compreendê-los e enfrentá-los, participar de um convívio social

que lhes dê oportunidade de se realizarem como cidadãos, fazerem escolhas e proposições,

tomarem gosto pelo conhecimento, aprenderem a aprender.

assim, o uso de diferentes metodologias de ensino torna-se importante para a aquisição

dos conhecimentos elaborados pela geografia. as habilidades destacadas acima, por

exemplo, requerem para o seu desenvolvimento um empenho do professor no sentido

de, inicialmente, averiguar o conhecimento já construído pelos estudantes acerca das

transformações dos espaços geográficos como produto das relações socioeconômicas e

culturais de poder.

É importante que, no Ensino Médio, os professores trabalhem com diversos tipos de

textos com seus estudantes, principalmente aqueles que possam confrontar diferentes

argumentos sobre as temáticas estudadas. além disso, é importante que os estudantes,

nesse momento da escolarização, já dominem a linguagem cartográfica como possiblidade

de representação dos fenômenos geográficos. Isso favorece a compreensão das

dinâmicas e dos processos socioespaciais, capturados por atividades de mapeamento das

realidades vivenciadas por eles, podendo, inclusive, promover a comparação entre distintas

territorializações da superfície terrestre.

os trabalhos de campo, as visitas técnicas, as viagens temáticas podem constituir poderosos

instrumentos pedagógicos no desenvolvimento das habilidades geográficas. Essas

atividades são momentos significativos de aprendizagens dos conceitos geográficos, uma

vez que, bem elaboradas, permitem ao estudante a observação sistemática do espaço.

tais atividades requerem do professor um planejamento pedagógico minucioso, devendo

cuidar para que os estudantes em campo observem o espaço geográfico, registrando suas

experiências através de fotografias, relatos de campo, diários de bordo, coleta de dados,

entrevistas, produção de relatórios, entre outros procedimentos.

o trabalho com as diferentes mídias, a literatura, a música, os jogos, a internet deve ser

valorizado. a diversificação dos métodos utilizados no trabalho com os conceitos da

geografia abre uma possibilidade do desenvolvimento de importantes habilidades de

comparação, interpretação, análise, classificação e compreensão do espaço geográfico.

revista Pedagógica 49

Page 50: Paebes revista pedagogica-ch_3_em_2012

A HiSTóriA no EnSino médio

competências e habilidades relacionadas ao tópico “relações

e formas de Poder” nas aulas de História do Ensino médio

o acesso ao Ensino Médio é direito de todo cidadão. Esse segmento constitui uma

etapa conclusiva da Educação básica e se traduz, em muitos casos, como a porta de

entrada para o mundo do trabalho.

Essa conscientização acerca dos deveres dos cidadãos, da compreensão dos direitos

universais, da igualdade formal, das identidades sociais, das formas de inserção dos

indivíduos na vida social e no mundo do trabalho fica, em grande parte, a cargo do

ensino de História. É tarefa dessa disciplina, sobretudo, garantir que o estudante tenha

as ferramentas disponíveis para tornar-se um cidadão mais reflexivo e crítico quanto

ao mundo que o rodeia.

Por isso, a atual referência nacional curricular orienta os planejamentos de aulas

em geral para a construção de uma nova cidadania. Propõe-se uma ruptura com

uma História centrada na cultura branca e europeia, e, por muitas vezes, distante da

realidade de nossos estudantes.

Nas últimas décadas ocorreu um movimento de crítica à tradicional historiografia,

focada no eurocentrismo, na História verdade, na neutralidade do historiador e nas

temáticas exclusivas para o estudo da História. tal mudança de paradigma ocorreu, em

muito, devido à renovação dos Programas de Pós-graduação em História, com o foco

voltado para a pesquisa, o ensino e a extensão. a aproximação da História com outros

campos, como a Sociologia, a antropologia, a Economia, a Pedagogia etc., cedeu aos

professores as ferramentas necessárias para garantir a visão mais completa sobre as

relações e as formas de poder.

o poder é a realização da vontade própria e individual na sociedade e se traduz nas

relações entre os seres humanos. diante disso, podemos concluir que o desempenho

abaixo do esperado dos estudantes no tópico “Relações e formas de Poder” pode

ser explicado por outros pontos, mas, sobretudo, pela complexidade que envolve

a temática e a interdisciplinaridade que ela abrange. E, também, pelo modo como

esse tópico está presente nas salas de aula. No entanto, a capacidade criativa dos

professores ao aproximar esse tema da realidade dos estudantes potencializa as

possibilidades de compreensão.

50 Paebes 2012

Page 51: Paebes revista pedagogica-ch_3_em_2012

o professor de História do Ensino Médio deve deixar claro para seus estudantes que

o poder existe nas relações e que ele, enquanto cidadão, também é responsável por

construir, significar e instituir esse poder.

ao (re) significar o conceito de poder, os estudantes, consequentemente, se incluirão

dentro das relações de poder. Independente das suas inserções econômicas, culturais,

sociais, eles conseguirão se situar numa determinada posição das relações de poder.

Seja de domínio, seja de resistência. desta forma, o professor poderá também analisar,

junto com os estudantes, em qual perspectiva de poder eles se inserem.

Seguindo a proposta dos Parâmetros Curriculares para História, essa temática permite

abordar a questão a partir de uma interlocução entre a situação atual dos estudantes e

o conhecimento a ser produzido e analisado em sala de aula. Isso garante ao educando

uma reflexão mais complexa sobre o tema, o qual extrapola o tempo pretérito e

alcança o presente, e por assim dizer, a sua realidade. dessa forma, será permitida aos

estudantes uma participação ativa na relação de ensino-aprendizagem.

desenvolvimento de habilidades do tópico

“relações e formas de Poder”

dentre as habilidades relativas ao tópico “Relações e formas de Poder”, abordaremos

as seguintes habilidades: “Identificar as características das diferentes formas, regimes

e sistemas de governo, em momentos históricos distintos” e “Compreender as relações

entre Estado e Sociedade”.

a habilidade “Identificar as características das diferentes formas, regimes e sistemas

de governo, em momentos históricos distintos” relaciona-se à capacidade de o

estudante compreender como as diferentes formas, regimes e sistemas de governo se

constituem. ademais, permite ao estudante compreender os conceitos de forma, de

regime e de sistemas de governo em diferentes momentos, espaços e representações.

Por fim, trata-se de uma habilidade capaz de identificar as principais situações políticas,

acontecimentos e atores envolvidos, não somente no passado como no presente.

Nessa habilidade o estudante deve compreender, primeiramente, os conceitos de

formas, de regime e de sistemas de governo. Mais que isso, deve saber claramente

a diferença entre eles. É necessário também que o estudante consiga distinguir por

quem, onde, quando e como a forma, o regime e o sistema de governo se formaram

e se articulam. Por fim, ele deve ser capaz de utilizar essas etapas cognitivas para

avaliação de novas situações semelhantes.

revista Pedagógica 51

Page 52: Paebes revista pedagogica-ch_3_em_2012

Como atividade didática que aborde esses temas, o professor poderá solicitar que o

estudante esquematize um quadro com o conceito de forma, de regime e de sistema

de governo, seguido de exemplos (monárquico, democrático, parlamentarista etc.). a

seguir, poderá ser pedido que os estudantes identifiquem qual era a forma, o regime e

o sistema de governo no brasil entre os anos de 1822 a 1889. Para uma maior fixação,

recomenda-se pedir que os estudantes identifiquem também a forma, o regime e o

sistema de governo a partir de abril de 1964. o professor poderá solicitar, ainda, que

os estudantes identifiquem a atual forma, regime e sistema de governo. ao final da

atividade poderá ser escolhido um desses períodos para que o estudante caracterizar,

descrevendo as especificidades da forma, do regime e do sistema de governo

escolhido.

assim, o estudante deverá conseguir identificar as diferentes formas, regimes e sistemas

de governos ao longo da História brasileira. além disso, por se tratar de uma temática

que envolve a memória dos familiares dos discentes, isso trará o conhecimento para

mais perto dos estudantes e tornará mais interessante, mais envolvente e permitirá a

participação deles no processo de ensino-aprendizagem.

a segunda habilidade destacada neste texto – “Compreender as relações entre

Estado e Sociedade” – aborda a relação existente entre a formação dos Estados e

suas relações com a sociedade. Para desenvolver tal habilidade, o estudante deverá

ter domínio dos diferentes tipos de Estado; dessa forma, o professor precisará

fundamentar teoricamente as relações políticas que permeiam as sociedades

ocidentais. além disso, essa habilidade inclui a distinção dos diferentes Estados, dos

atores sociais envolvidos, das situações políticas e dos acontecimentos fundamentais

para conformação dessas instituições tal como elas se apresentam em determinado

tempo/espaço.

o estudante precisará compreender, em um primeiro momento, o conceito de Estado e

sociedade; em um segundo momento será necessário distinguir os principais Estados

e relacionar o período histórico em que aconteceu a interferência da sociedade

nessas transformações. Importante será o exercício de sempre responder, oralmente

ou por escrito, por quem, onde, quando e como os Estados se constituíram. ainda

será necessário que os estudantes compreendam como a sociedade se articula com

Estado para a constituição de novo Estado ou a permanência do mesmo. Por fim, o

estudante do Ensino Médio deverá ser capaz de utilizar essas etapas cognitivas para

avaliação de novas situações semelhantes.

Para trabalhar os conceitos expostos acima, recomenda-se, inicialmente, que o

professor leve o estudante a realizar uma análise do período da Constituição brasileira

de 1988. assim, o estudante desenvolverá a habilidade de compreender a participação

52 Paebes 2012

Page 53: Paebes revista pedagogica-ch_3_em_2012

da sociedade na formulação da Carta Magna brasileira, a caracterização de um novo

Estado vigente e as transformações recorrentes dessa mudança.

É interessante que o professor, após explicar as principais características do modelo de

bem Estar Social, apresente aos estudantes artigos da Carta de 1988. Nesses artigos

fica garantido que a saúde é universal, gratuita, direito de todos e dever do Estado.

Num segundo momento, o professor poderá demonstrar, sucintamente, aos estudantes

a forte participação dos movimentos sociais, sobretudo o movimento sanitário, nas

décadas de 1970 e 1980, em prol de mudanças na assistência médica brasileira.

Propõe-se que o estudante compreenda, a partir do exemplo da saúde, os avanços

trazidos para a cidadania brasileira com a assinatura da Carta. o estudante deverá ter

claro que o texto da Constituição de 1988 é profícuo em tratar de direitos civis, políticos

e sociais e em criar mecanismos para que eles estejam ao nosso alcance.

a compreensão desses conceitos permitirá ao estudante obter o repertório necessário

para analisar o meio em que vive e o conhecimento adequado para o aprendizado de

novas temáticas. dessa forma, o estudante deverá ser capaz de distinguir e classificar

essas nomenclaturas e relacionar com o atual contexto e outras situações diferentes

das abordadas.

Proposta de atividades

Conforme os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs), o estudante deverá estudar,

na 3ª série do Ensino Médio, as competências e habilidades relacionadas ao tópico

“Relações e formas de Poder”. Nessa etapa de escolaridade, as habilidades “Identificar

as características das diferentes formas, regimes e sistemas de governo, em momentos

históricos distintos” e “Compreender as relações entre Estado e Sociedade”, embora

ensinados em momentos diferentes, são absolutamente complementares.

a primeira habilidade relaciona-se, sobretudo, com a capacidade de o estudante

distinguir os conceitos de forma, de regime e de sistemas de governo ao longo dos

séculos. Existem duas formas de governo, monarquia e república. Na república,

o poder é exercido por meio de votos e por um tempo determinado, enquanto na

monarquia o poder é hereditário e exercido por tempo indeterminado. os regimes

políticos caracterizam-se pelas regras e instituições que regulam a disputa pelo poder

político e o seu exercício entre os cidadãos ou grupos sociais, tendo como exemplo os

regimes democráticos e autocráticos.

revista Pedagógica 53

Page 54: Paebes revista pedagogica-ch_3_em_2012

Para compreender a relação entre esses conceitos, os professores, usualmente,

trabalham com uma metodologia comparativa entre as formas, os regimes e os sistemas

de governo em diferentes regiões e ao longo do tempo. assim, os professores podem

criar uma ligação entre a atual forma, sistema e regime de governo, com as anteriores

vivenciadas no brasil, tornando a dinâmica da sala de aula mais próxima dos estudantes.

diferentes textos teóricos podem ser utilizados pelo professor como apoio para esse

trabalho. além disso, é possível utilizar nas salas de aula outros recursos, como: mapas,

jornais, blogs e literatura. Passeios a museus e exibição de filmes que mostram as

transformações entre as formas, os regimes e os sistemas de governo ao longo dos

séculos também são estratégias didáticas ricas.

Para distinguir as formas de governos, o professor poderia agendar uma visita a

um museu, como aqueles que possuem acervo do brasil imperial. dessa forma,

o estudante poderia vivenciar os costumes, os modos e as peculiaridades daquele

período, para que, uma vez desfrutadas essas experiências, consigam, ao estudarem

sobre a monarquia na sala de aula, criar relações claras e concretas sobre o que seriam

as formas de governo. filmes também são ótimas opções para ilustrar esses conceitos.

os filmes “Carlota Joaquina, princesa do brasil”, de Carla Camurati, e “Maria antonieta”,

de Sophia Cappola, mostrados em conjunto, remetem à mesma forma de governo,

porém em espaços diferentes. Para além desses, os filmes que relembram a ditadura

brasileira também são um importante mecanismo para entender o conceito de regime.

“Para frente brasil”, do diretor Roberto farias, e “o que é isso companheiro”, de bruno

barreto, se fazem interessantes.

É relevante para a conclusão da relação ensino-aprendizagem dessa habilidade que

o professor recorra a estratégias de ensino capazes de correlacionar a vida cotidiana

e presente do estudante aos temas abordados. Nesse caso, o professor pode propor

aos estudantes a caracterização da forma, do regime e do sistema de governo em que

eles vivem e a observação das diferenças com relação à forma, ao regime e ao sistema

de governo na década de 1960, 1970 e 1980, por exemplo.

a segunda habilidade citada relaciona-se, sobretudo, ao estudo dos Estados constituídos

ao longo dos séculos e sua intrínseca relação com a participação da sociedade. os

Estados, por sua vez, caracterizam-se, entre outros aspectos, pela conformação de

um povo, um passado, uma língua e um território correspondes entre si. E, ainda, pela

participação da sociedade neste momento.

Para conceituar e compreender a relação entre o Estado e a sociedade, os professores

usualmente trabalham com metodologia comparativa entre as formas que esse Estado

assume em diferentes regiões e ao longo do tempo. assim, os professores podem,

54 Paebes 2012

Page 55: Paebes revista pedagogica-ch_3_em_2012

em primeiro momento, pontuar qual era a sociedade naquele período, quais eram as

classes sociais e quais eram seus principais problemas e, assim, correlacionar com a

formação dos Estados.

Como atividade que envolva o tópico “Compreender as relações entre Estado e

Sociedade”, sugerimos que o professor recorra à vivência dos familiares dos estudantes

sobre como era o atendimento à saúde na década de 1980, bem como a jornais do

final da década de 1980. a apresentação do filme “Políticas de Saúde no brasil”, do

diretor Renato tapajós, disponível no site do Ministério da Saúde, também é uma

ótima ferramenta de ilustração. assim, os estudantes poderão recorrer às experiências

da sua família, aos jornais, ao filme e às explicações do professor para atingirem a

compreensão dos avanços trazidos pela Carta de 1988. os professores não devem

deixar de ressaltar que, embora tenham ocorridos avanços na cidadania, como o

acesso gratuito à saúde, ainda estamos em processo de conquista desses direitos.

Como podemos notar, as duas habilidades: “Identificar as características das

diferentes formas, regimes e sistemas de governo, em momentos históricos distintos”

e “Compreender as relações entre Estado e Sociedade” estão nitidamente ligadas e

se complementam. ao professor cabe o papel de atingir os estudantes com exemplos

e ferramentas próximas a sua realidade, através de jornais, blogs, filmes atuais que

remetem aos conceitos de formas, regimes e sistemas de governo, e também, da

relação entre Estado e Sociedade. o professor pode solicitar aos estudantes que

identifiquem as principais reivindicações na sua comunidade e analisem se essas

solicitações encontram eco em outros espaços públicos, e qual é o potencial de

elas atingirem o Estado. Pode-se também pedir que estudante localize nos jornais

e domínios da internet notícias sobre a mobilização da sociedade em prol das mais

diferentes reivindicações. a partir desse repertório inicial, o professor pode proceder

ao questionamento das motivações que levaram os grupos noticiados a cometerem

tais atos e de como os estudantes imaginam terem sido os movimentos de contestação

em outros períodos históricos e quais foram as consequências na forma, no regime do

sistema de governo.

revista Pedagógica 55

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Um mUndo dE PoSSiBilidAdESPráTicAS PEdAgógicAS ESTimUlAm o inTErESSE E A PArTiciPAção do ESTUdAnTE

utilizar os resultados da avaliação externa

para analisar as próprias práticas pedagógicas.

Esse é o pensamento de Elaine Cristina Rossi,

professora de geografia há mais de 12 anos.

Profissional múltipla, ela investe fundo em

formação: é graduada em geografia, Especialista

em Educação Inclusiva, Educação Comunitária

e Educação Profissionalizante Integrada ao

Ensino Médio, além de mestranda em geografia

e Educação simultaneamente. Para dar conta de

tudo isso, revela: “Eu me identifico com a função

de professora, optei por seguir a carreira de

educadora”. Nesse caminho, ela busca sempre

novas possibilidades de aperfeiçoamento.

Entre livros e cadernos, Elaine divide seu tempo

entre as Redes Municipal e Estadual de Educação do

Espírito Santo. bem estruturada, a escola em que atua

atende aproximadamente 1.000 estudantes e conta

com uma equipe de 70 professores, funcionando em

três turnos. a educadora encara a avaliação externa

como indicador que serve de parâmetro para medir

o grau de eficiência das ações educativas que estão

sendo desenvolvidas por diferentes unidades de

ensino. “É um instrumento de coleta de dados sobre

o aproveitamento de educandos e educadores, a

partir de investimentos públicos e privados”, afirma.

Elaine acredita que é possível aperfeiçoar o

trabalho do professor com os resultados do

sistema de avaliação, “na medida em que eles

utilizarem esses resultados para refletir sobre suas

práticas pedagógicas, e, sobretudo, suas formas

de avaliar”. Em 2012, as avaliações de geografia

foram aplicadas pela primeira vez aos estudantes

do Ensino Médio da Rede Estadual de Ensino

do Espírito Santo. “Quando forem divulgados os

resultados, vou compará-los com as demais escolas

para verificar se as minhas práticas caminham na

mesma perspectiva das outras instituições”, diz.

ExPEriÊnciA Em foco

Elaine Cristina Rossi,Professora de Geografia

A avaliação é apenas um instrumento nesta

caminhada, cujo desafio principal é melhorar

qualitativamente a educação

56 Paebes 2012

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Mas essa reflexão deve ser uma rotina para o

profissional da educação, já que os estudantes não

têm prática de leitura e um dos maiores desafios

é fazer com que eles relacionem os conteúdos

ministrados em sala de aula com os assuntos

do cotidiano. Por isso, o educador deve buscar

alternativas para despertar o interesse do estudante.

resultados incentivam práticas pedagógicas

“a avaliação é apenas um instrumento nesta

caminhada, cujo desafio principal é melhorar

qualitativamente a educação”, afirma Elaine.

Muitos desafios ainda serão enfrentados, inclusive

a busca de apoio e de acompanhamento das

famílias dos educandos. a professora acredita

que é possível planejar as aulas considerando o

resultado das avaliações. “Podemos fazer a análise

de gráficos com os educandos, estimulando um

debate sobre as responsabilidades de cada um no

processo ensino-aprendizagem”.

o desenvolvimento de ações pedagógicas,

segundo Elaine, é fundamental para melhorar

efetivamente esse processo. “acredito que

ações da escola visando aproximar as famílias

dos educandos deveriam estar entre os itens

prioritários”. Para ela, uma equipe qualificada,

motivada e que saiba trabalhar em conjunto é o que

realmente faz a diferença no sistema educativo.

Para o ensino de geografia, Elaine considera

fundamentais práticas como as aulas de campo. “É

um recurso didático que propicia uma constatação

dos assuntos tratados em sala de aula. o processo

ensino-aprendizagem se torna muito mais prazeroso

e atrativo”, considera. No último ano, Elaine fez 16

aulas de campo com nove turmas de Ensino Médio.

Entre as atividades, aconteceram visitas a ouro

Preto (Mg), ao Pico da bandeira e a uma fazenda

de produção leiteira em vila velha. a partir das

vivências, os estudantes produziram vídeos, painéis

fotográficos, relatos de experiência e compartilharam

fotos e comentários nas redes sociais. “Nós,

enquanto instituição de ensino, passamos a fazer

parte da vida dos estudantes, mesmo fora do

ambiente escolar”, comemora.

Para a professora, a melhoria na comunicação, a

maior integração entre as escolas, a formação de

uma equipe gestora para as unidades educativas, a

ampliação dos acervos das bibliotecas, o incentivo

à leitura e pesquisa também são ações que podem

complementar o processo educativo.

revista Pedagógica 57

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rEiTor dA UnivErSidAdE fEdErAl dE JUiz dE forAHENRIQUE DUQUE DE MIRANDA CHAVES FILHO

coordEnAção gErAl do cAEdLINA KÁTIA MESQUITA DE OLIVEIRA

coordEnAção TécnicA do ProJEToMANUEL FERNANDO PALÁCIOS DA CUNHA E MELO

coordEnAção dA UnidAdE dE PESQUiSATUFI MACHADO SOARES

coordEnAção dE AnáliSES E PUBlicAçÕESWAGNER SILVEIRA REZENDE

coordEnAção dE inSTrUmEnToS dE AvAliAçãoRENATO CARNAÚBA MACEDO

coordEnAção dE mEdidAS EdUcAcionAiSWELLINGTON SILVA

coordEnAção dE oPErAçÕES dE AvAliAçãoRAFAEL DE OLIVEIRA

coordEnAção dE ProcESSAmEnTo dE docUmEnToSBENITO DELAGE

coordEnAção dE dESign dA comUnicAçãoJULIANA DIAS SOUZA DAMASCENO

rESPonSávEl PElo ProJETo gráficoEDNA REZENDE S. DE ALCÂNTARA

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ESPÍRIto SaNto. Secretaria de Estado da Educação do Espírito Santo.

PaEbES – 2012/ universidade federal de Juiz de fora, faculdade de Educação, CaEd.

v. 1 ( jan/dez. 2012), Juiz de fora, 2012 – anual.

aRaÚJo, Carolina Pires; MElo, Manuel fernando Palácios da Cunha e; olIvEIRa, lina Kátia Mesquita de; REzENdE, Wagner Silveira.

Conteúdo: Revista Pedagógica de Ciências Humanas – 3ª série do Ensino Médio.

ISSN 2237-8324

Cdu 373.3+373.5:371.26(05)

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Casa da Cultura Domingos Martins