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1 PROJETO PEDAGÓGICO A VONTADE DOS COMETAS Rua Tito, 479 – Lapa – São Paulo – SP CEP 05051-000 DIVULGAÇÃO ESCOLAR (11) 3874-0884 [email protected] www.editoramelhoramentos.com.br www.facebook.com/melhoramentos

PL Vontade dos Cometas FINAL - Editora Melhoramentoseditoramelhoramentos.com.br/.../2013/03/A-VONTADE-DOS-COMETAS.pdf · Tanto quanto para apagar-se outra vez. Para enfrentar outra

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PROJETO PEDAGÓGICO

A VONTADE DOS COMETAS

Rua Tito, 479 – Lapa – São Paulo – SP

CEP 05051-000

DIVULGAÇÃO ESCOLAR

(11) 3874-0884

[email protected]

www.editoramelhoramentos.com.brwww.facebook.com/melhoramentos

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A Vontade dos CometasPR

OJE

TO P

EDAG

ÓG

ICO Autor: Luiz Antonio Aguiar

Título: A Vontade dos CometasIlustradora: Graça LimaFormato: 13,5 x 20,5 cmN.º de páginas: 64Elaboração: Luiz Antonio Aguiar

Ficha

Temas principais: relação familiar e respeitoTemas transversais: éticaInterdisciplinaridade: Português, Geografi a e História

Quadro sinóptico

Giggio e seu avô se adoram. Mas agora o avô precisa contar ao neto uma coisa triste: ele está muito doente e logo vai morrer. É uma conversa tão difícil que para acontecer vai da vida dos bichos aos cometas. Revela segre-dos e descobre tesouros. Uma conversa para Giggio nunca mais esquecer.

Resumo

PRO

JETO

PED

AGÓ

GIC

O Luiz Antonio Aguiar nasceu em 1955, no Rio de Janeiro (RJ). Mes-tre em Literatura Brasileira pela Pon-tifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RJ), com tese so-bre leitura na cultura de massas, é resenhista em cadernos literários, tradutor, redator, sócio da Veio Li-bre Produções Literárias e animador de ofi cinas de redação e de criação literária. Trabalhou durante muito tempo como roteirista de histórias em quadrinhos e atuou na área de publicidade e marketing.É autor de 70 títulos publicados e

ganhou diversos prêmios com seus livros, inclusive o Jabuti de Melhor Título Infantil e Juvenil, em 1994, com Confi dências de um Pai Pedin-do Arrego. Visite o site do escritor: www.luizantonioaguiar.com.br.

O autor

12anos

INDICAÇÃO:

Leitor crítico:

a partir de

ensinofundamental

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“Minha vontade não é u m sol ofus-cante.

Nem um cometa passageiro. Difícil defi nir. Comparar. Ou talvez seja um cometa que só é

passageiro para os que o veem. Para os que o

esperam brilhar, sem às vezes sequer querer saber,

sem adivinhar, todo o esforço, a determinação que

lhe permitiu viajar através da solidão e do frio por

anos, séculos, pela vontade de alcançar aquela es-

trela que o incendeia. Lá, então, é tão fácil. Não precisa mais confi ar que vai

chegar; já está. E tão brevemente, se comparado ao

todo do caminho. Minha vontade é o trajeto, é o fogo

latente e tácito, pronta para incandescer. Explodir. Tanto quanto para apagar-se outra

vez.

Para enfrentar outra longa jornada de silêncio

sem que ninguém testemunhe, con-forte,

nem admire, nem incentive sua tena-cidade em prosseguir.

Sei lá eu dos cometas, mas, curioso! A escuridão do cometa, suas déca-

das de quietude, seu abandono a si mesmo, são sua força, sua vontade! e não o seu brilho.”

através da solidão e do frio por

pela vontade de alcançar aquela es-

Não precisa mais confi ar que vai

E tão brevemente, se comparado ao

Minha vontade é o trajeto, é o fogo

Tanto quanto para apagar-se outra

são sua força, sua vontade! e não o seu brilho.”

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A Vontade dos Cometas conta o difícil di-álogo entre um homem e seu neto de oito anos. Há algo que o avô quer dizer ao meni-no, Giggio, algo que vai interromper a forte ligação de amizade que há entre os dois. O avô não sabe como vai dizer isso, e o me-nino, muito esperto, fi ca o tempo todo ora evitando o que ele já adivinha que o avô quer lhe contar, ora cercando-o para que diga de vez, sem mais rodeios – e nesses momentos parece faltar coragem ao avô.Construída em diálogos emoldurados por um poema que Giggio escreveria anos de-pois, a narrativa de A Vontade dos Cometas compõe com originalidade esse drama im-pregnado de ternura e de beleza literária. Cada argumento utilizado pelo avô para fu-gir da questão principal é uma imagem fei-ta de palavras e de sugestões; cada respos-ta de Giggio é um momento do confron-to da espontaneidade com a vivência lon-ga, rica, do avô. Enfi m, este suplemento foi elaborado com vistas a ampliar algumas questões e principalmente aguçar a leitura dessa novela singular.

• O fato de o livro ser construído princi-palmente com diálogos difi culta a lei-

tura de A Vontade dos Cometas ou o autor escolheu o recurso correto para contar a história desse momento de Giggio com o avô?

• Existe uma ironia na forma da nar-rativa? Afi nal, é um diálogo em que o ponto principal é a difi culdade do diálogo ou de dizer algo difícil de ser explicitado? Ou haveria um pla-no mais sugerido do que explícito no texto, no qual o entendimento entre os dois personagens se dá nas entreli-nhas, no sentimento que se manifes-ta por meio do que é dito e do que não é dito?

• Você acha essas interpretações acima válidas, ou seria complicar demais a questão? O que lhe diz, ou faz sentir, a maneira como foi construída a história?

• Aparentemente, o avô é genioso, uma pessoa difícil de lidar, com pro-blemas de relacionamento com o fi -lho e com a ex-esposa. Será que a história transmitiu a você uma im-pressão real da relação do avô com o neto? Quais as peculiaridades desse relacionamento?

Sob a vontade dos cometas...

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• Os cometas são, além de objetos es-paciais interessantíssimos, um capítu-lo importante na história da astrono-mia. Antigamente, eram vistos como sinal de catástrofes, de terremotos, de queda de reis, de pestes e revoluções. Mas, quando Edmund Halley previu a data certa em que passaria o cometa que recebeu seu nome, toda essa cren-dice se desfez, já que foi provado que os cometas desenvolvem órbitas regu-lares, independentemente dos eventos terrestres. Pesquisar a história das des-cobertas astronômicas e como foi se modifi cando a concepção do Universo e das leis que o regem pode servir de aprofundamento dessa história.

• A ciência substitui as superstições e as crenças que os cientistas geralmente consideram tolas? Ou nem tudo cabe à ciência explicar? Como você lida com a oposição entre o científi co e o sobrenatural?

• O pai de Giggio acusa o próprio pai de ser comunista. Nos tempos da di-tadura, essa acusação levaria uma pes-soa à prisão, ou pelo menos à perda do emprego ou a sofrer discrimina-ções. Depois da queda do Muro de Berlim, ser comunista tornou-se algo anacrônico, ou seja, an-tiquado para a maior parte das pessoas. Você conhece os episódios históricos citados aqui? Que signifi cado tem para você ser comunista?

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O ideal comunista é atrelado à refl exão teó-rica de Marx e Engels, cientistas sociais e fi lóso-fos do século XIX, que preconizavam uma nova ordenação cultural, social, política e econômi-ca. As desigualdades seriam sistematicamente abolidas; o controle da propriedade seria prer-rogativa do Estado, controlado por organismos de democracia direta formados por represen-tações de operários, camponeses e outros tra-balhadores. Os preceitos do marxismo foram lapidados por Wladimir Ilitch Lenin, líder da Re-volução Russa de novembro de 1917.

No Brasil, o Partido Comunista foi funda-do em 1922, e dele nasceram diversos ou-

tros, por conta de divergências e rachas, defendendo compreensões diferentes do co-munismo e do socialismo (uma etapa prepa-ratória para o comunismo, segundo Marx e Lenin). Esses partidos atuaram fortemente na oposição à ditadura do Estado Novo, na dé-cada de 1930, e à ditadura militar, período que vai de 1.º de abril de 1964 às eleições di-retas de 1989.

A doutrina e os conceitos políticos e econômicos do marxismo foram bastante questionados em vários momentos, princi-palmente a partir do fi m da União Soviéti-ca, em 1991.

Umas palavras sobre o comunismo

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O fi lme Adeus, Lenin!, de Wolfgang Becker, é uma abordagem de grande origi-nalidade sobre a queda do Muro de Berlim e seus refl exos nas questões econômicas e sociais, mesclando informação histórica so-bre a Alemanha Oriental e a Ocidental e os detalhes do processo de reunifi cação das duas nações.

Trata-se de uma crítica bem original ao co-munismo e ao capitalismo por meio de um jovem que vive no lado oriental. A mãe, co-munista, ao vê-lo preso, sofre um ataque car-

díaco e entra em coma. Os dias em que fi ca desacordada marcaram o triunfo do regime capitalista. Quando desperta, em meados de 1990, a cidade de Berlim está completamen-te mudada. Seu fi lho, com medo de que as mudanças drásticas causem mais prejuízos à saúde da mãe, resolve esconder dela todo o colapso de um sistema ao qual estava habi-tuada e engajada.

O fi lme é uma forte crítica ao estalinismo e à introdução do capitalismo na ex-Alema-nha Oriental. Vale a pena conferir!

Para ilustrar o comunismo x capitalismo

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Mostre um mapa com a antiga União Sovi-ética e com os países da Cortina de Ferro que se curvaram diante dos olhos ocidentais, de-vido às mudanças impostas pelo mundo ca-

pitalista, que passaram a ter uma roupagem de globalização; informe o que as mudan-ças signifi caram, de forma a dar uma ideia ao aluno do que é antigo e do que é moderno.

Visualizando o antigo e o moderno no mapa

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• Grande parte da literatura tem como tema central a incompreen-são, às vezes a difi culdade, a inca-pacidade ou o desconforto de li-dar com a inevitabilidade da mor-te. Você pode citar e comentar al-guns exemplos de obras que con-templariam esse aspecto?

• No livro, em grande parte, a questão da morte é “desdrama-tizada”, já que o afeto que mo-vimenta o diálogo se sobrepõe (embora não anule nem dissimu-le) ao medo, à incompreensão e à tristeza da perda. Essa seria uma maneira de discutir a morte com a criança, por meio da asso-ciação com outros eventos simi-lares na natureza? Ou você acha que o avô de Giggio subestimou o neto? Ou deixou-se enganar pela própria sensação de perda (de separação)? Você faria consi-derações diferentes? Quais?

• O cometa, que passa pela Terra num espetáculo de brilhos e par-te para a escuridão do sistema solar, mas que retornará um dia, depois de cumprida sua órbita, tem importância na história? Em sua opinião, qual seria a articula-ção dessas duas instâncias?

Na cauda do cometaO mais famoso cometa do sistema

solar ganhou seu nome em homena-gem ao astrônomo inglês Edmond Halley, que previu com exatidão o re-torno dele para o ano de 1758. Foi daí que começaram a se desfazer as cren-dices a respeito do percurso dos co-metas, já que a indicação de Halley provou que suas órbitas eram regu-lares e calculadas matematicamente, com a aplicação dos conhecimentos de astronomia. Edmond Halley não pôde testemunhar a comprovação de sua teoria, já que morreu em 1742, aos oitenta e cinco anos. A última passagem do Halley foi em 1986.

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“Posso ser cometa,que brotou de uma explosão já

esquecidae se aprofunda na noite

sonhandocom um certo amanhecer;

posso ser cometa,que segue e segue correndoe que se importa apenas em

seguir e seguir...descobrindo histórias;

posso ser cometa,que desconhece paradas,que beija gentes e vai embora;

posso ser cometa,destino: passageiro(como tudo, não é?),mas rastro tocadopelas estrelas do meu caminho;

posso ser cometa,ser, precisamente,mas carregar para sempre a

lembrança da luz;

posso ser cometa,mas guardar constânciaa quem revolveu minha crostae me permitiu querer – tanto e

tanto! – existir.”

mas carregar para sempre a lembrança da luz;

posso ser cometa,mas guardar constânciaa quem revolveu minha crostae me permitiu querer – tanto e