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Guia de livros didáticos ENSINO MÉDIO Ministério da Educação Secretaria de Educação Básica Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação HISTÓRIA

Pnld 2015 Historia

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  • Guia delivros didticos

    ENSINO MDIO

    Ministrio da EducaoSecretaria de Educao BsicaFundo Nacional deDesenvolvimento da Educao

    HISTRIA

  • Presidncia da RepblicaMinistrio da EducaoSecretaria ExecutivaSecretaria de Educao Bsica

  • Ministrio da EducaoSecretaria de Educao Bsica

    Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educao

    Braslia2014

    HISTRIA

  • MINISTRIO DA EDUCAO

    Secretaria de Educao Bsica SEBDiretoria de Formulao de Contedos EducacionaisCoordenao Geral de Materiais Didticos

    Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educao FNDEDiretoria de Aes EducacionaisCoordenao Geral dos Programas do Livro

    Equipe Tcnico-pedaggica SEBAndrea Kluge PereiraCeclia Correia LimaEdivar Ferreira de Noronha JniorJos Ricardo Alberns Lima

    Equipe Tcnico-administrativa e de apoio SEBGabriela Brito de ArajoGislenilson Silva de MatosLuiz Octavio Pereira GomesPaulo Roberto Gonalves da Cunha

    Equipe do FNDESonia SchwartzAuseni Peres Frana MillionsEdson MarunoAna Carolina Souza LuttnerRicardo Barbosa dos SantosGeov da Conceio Silva

    Projeto Grfico e DiagramaoSilvestre Linhares

    Tiragem 25.869

    MINISTRIO DA EDUCAOSECRETARIA DE EDUCAO BSICA

    Esplanada dos Ministrios, Bloco L, Sala 500CEP: 70047-900 | Tel: (61) 2022-8419

    Guia de livros didticos : PNLD 2015 : histria : ensino mdio. Braslia : Ministrio da Educao, Secretaria de Educao Bsica, 2014.140p. : il.

    ISBN: 978-85-7783-164-7

    1. Livro didtico. 2. Programa Nacional do Livro Didtico. 3. Histria. I. Brasil. Ministrio da Educao. Secretaria de Educao Bsica.

    CDU 371.671

    Johnathan Pereira Alves Diniz Bibliotecrio CRB1/2376

  • EQUIPE RESPONSVEL PELA AVALIAO

    Comisso Tcnica Flvia Eloisa Caimi (UPF)

    Coordenao InstitucionalMargarida Maria Dias de Oliveira (UFRN)

    Coordenao de reaMaria Ins Sucupira Stamatto (UFRN)

    Assessoria PedaggicaItamar Freitas de Oliveira (UFS)

    Coordenao AdjuntaDilton Cndido Santos Maynard (UFS)Marta Margarida Andrade Lima (UFRPE)Sandra Regina Ferreira de Oliveira (UEL)Wesley Garcia Ribeiro Silva (UFF)

    Apoio TcnicoDavid Tafnes de Oliveira Silva (UFRN)Felipe Tavares de Arajo (UFRN)Jandson Bernardo Soares (UFRN)Wendell de Oliveira Souza (UFRN)

    AvaliadoresAlexia Pdua Franco (UFU)Ana Luiza Arajo Porto (IFAL)Ana Maria Mauad Sousa Andrade Essus (UFF)Anderson Ribeiro Oliva (UnB)Andr Victor Cavalcanti Seal da Cunha (UERN)Anita Lucchesi (CECIERJ)Aryana Lima Costa (UERN)Carina Martins Costa (UERJ)Carla Beatriz Meinerz (UFRGS)Carmem Zeli de Vargas Gil (UFRGS)Clarcia Otto (UFSC)Cristiani Bereta da Silva (UDESC)Dbora Souza Cruz Martins (UFS)Dcio Gatti Jnior (UFU)Edilson Aparecido Chaves (IFPR)Edna Maria Matos Antonio (UFS)Elison Antonio Paim (UFSC)Francisco das Chagas Fernandes Santiago Jnior (UFRN)Francisco Egberto de Melo (URCA)Gilvan Ventura da Silva (UFES)Helenice Aparecida Bastos Rocha (UERJ)Humberto da Silva Miranda (UFRPE)Isade Bandeira da Silva (UECE)Jane Derarovele Semeao e Silva (URCA)Joo Maurcio Gomes Neto (UNIR)Juara Luzia Leite (UFES)Juliana Pirola da Conceio Balestra (UNICAMP)Juliana Teixeira Souza (UFRN)Karla Karine de Jesus Silva (UFS)Kleber Luiz Gavio Machado de Souza (UFRN)

  • Lucas Victor Silva (UFRPE)Luiz Henrique dos Santos Blume (UESC)Lyvia Vasconcelos Baptista (UFRN)Marcella Albaine Farias da Costa (UFRJ)Mrcia Elisa Tet Ramos (UEL)Marisa Noda (UENP)Mnica Martins da Silva (UFSC)Muirakytan Kennedy de Macdo (UFRN)Nathalia Helena Alem (IFBA)Nilton Mullet Pereira (UFRGS)Olvia Morais de Medeiros Neta (IFRN)Renilson Rosa Ribeiro (UFMT)Robson William Potier (UnP)Ronaldo Cardoso Alves (UNESP)Tatyana de Amaral Maia (USS)Wicliffe de Andrade Costa (UFRN)

    Grupo Focal Professores do Ensino Mdio da Rede PblicaAntnia Geza Costa BizerraSumara Leide da SilvaVerbena Nidiane de Moura RibeiroVictor Gabriel Camplo Assuno

    Leitura CrticaAndra Ferreira Delgado (UFSC)Snia Regina Miranda (UFJF)

    Reviso Fabola Barreto (UFRN)Risoleide Rosa Freire de Oliveira (UERN)

    Instituio Responsvel pela AvaliaoUniversidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN)

  • APRESENTAO

    INTRODUO

    ENSINO MDIO E PNLD

    Ensino Mdio em debate

    O PNLD e a Histria no Ensi-

    no Mdio

    Avaliao

    Critrios de avaliao

    Procedimentos e etapas de

    avaliao

    O ENSINO MDIO E A APRENDI-

    ZAGEM HISTRICA

    Devemos ensinar todo o

    contedo?

    Do Ensino Fundamental ao

    Ensino Mdio: quais mudanas

    podemos destacar?

    Por que enfatizarmos a interdis-

    ciplinaridade?

    Ensino Mdio e culturas juvenis

    Culturas digitais

    UMA SNTESE DA AVALIAO

    Resenha das colees

    REFERNCIAS

    RESENHAS DAS COLEES

    Caminhos do Homem

    Conexo Histria

    SUMRIO

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  • Histria

    Integralis - Histria

    Histria: Cultura e Socie-

    dade

    Histria em Debate

    Histria em Movimento

    Histria Geral e do Brasil

    Histria Global - Brasil e

    Geral

    Histria para o Ensino

    Mdio

    Histria Sociedade & Cidadania

    Histria

    Nova Histria Integrada

    Novo Olhar Histria

    Oficina de Histria

    Por dentro da Histria

    Ser Protagonista Histria

    Histria: das Cavernas ao Tercei-

    ro Milnio

    Conexes com a Histria

    CONTEDOS DA FICHA DE AVA-

    LIAO PEDAGGICA DOS LIVROS

    IMPRESSOS

    CONTEDOS DA FICHA DE AVA-

    LIAO PEDAGGICA DOS LIVROS

    DIGITAIS

    CONTEDOS DA FICHA DE AVALIA-

    O PEDAGGICA DOS SITES

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    APRESENTAO

    Caro(a) professor(a)

    com satisfao que a rea de Histria apresenta o Guia 2015 do Livro Di-dtico do Ensino Mdio, um meio auxiliar escolha das obras que voc utilizar nos prximos anos.

    A exemplo das outras edies, este Guia do Programa Nacional do Livro Di-dtico (PNLD) disponibiliza as resenhas das colees de Histria. Tambm infor-ma sobre o processo de avaliao e o(a) convida a pensar sobre alguns desafios que caracterizam as relaes de ensino-aprendizagem na escola brasileira.

    Este ano, pela primeira vez para este nvel de ensino, as colees puderam ser inscritas no PNLD tambm em formato de livro digital. Tal inovao permite ampliar as possibilidades de acesso a novas tecnologias. Agora, alm das obras impressas, vocs e seus alunos podero usufruir, em alguns casos das ferramen-tas da informtica que viabilizam outros recursos pedaggicos para auxiliar no ensino e aprendizagem da Histria.

    O processo de avaliao e a divulgao dos resultados no Guia do PNLD uma importante etapa. Mas necessrio considerar tambm as necessidades e finalidades que singularizam cada classe, de cada escola, em cada regio deste pas. Ressaltamos que a sua experincia o principal fator de orientao na es-colha das obras.

    Por fim, lembramos que o livro didtico um instrumento sua disposio no trabalho de ensinar Histria cujos usos devem ser submetidos ao seu planeja-mento, ao projeto pedaggico da instituio e aos interesses da sua comunidade.

    Boa leitura!rea de Histria

  • 8 GUIA DE LIVROS DIDTICOS PNLD 2015

    INTRODUO

    O que, efetivamente, este Guia do Livro Didtico pode oferecer a voc, professor(a)?Nas pginas que se seguem, apresentamos trs blocos de informao. A

    parte 1 Ensino Mdio e PNLD discute o crescimento do interesse na discus-so sobre o tema Ensino Mdio em diferentes lugares da sociedade. Tambm descreve a ao do PNLD e os desdobramentos dessa poltica para o ensino de Histria. Por fim, informa sobre os procedimentos e etapas da avaliao dos livros didticos desse nvel de ensino. O propsito situar o lugar do Ensino Mdio no debate educacional e solucionar algumas dvidas sobre a natureza e o funciona-mento do PNLD.

    A parte 2 Ensino Mdio e aprendizagem histrica um convite reflexo sobre alguns dos temas que tm movimentado a agenda dos que se ocupam des-sa modalidade. Confessamos no ser tarefa simples abordar os assuntos que se seguem. Contudo, no nos furtamos de convid-los experimentao em termos de contedos histricos, progresso das aprendizagens, interdisciplinaridade, culturas juvenis e culturas digitais. A problematizao desses assuntos pode tam-bm contribuir para o bom uso do material adotado na escola.

    A parte 3 Sntese da avaliao como o prprio ttulo anuncia, fornece, inicialmente, os dados relativos ao nmero de obras inscritas e os resultados da avaliao. Em seguida, apresenta as resenhas que descrevem as especificidades e indicam os potenciais usos das colees.

    Por onde comear? Voc decide.

    Bom trabalho!

  • 9HISTRIA

    ENSINO MDIO E PNLD

    Ensino Mdio em debate

    Nos ltimos anos, o Ensino Mdio brasileiro tem sido alvo de muito interesse por parte de associaes profissionais, universidades e institutos de pesquisa, le-gisladores, instituies governamentais nacionais e de organismos transnacionais.

    Todos esto preocupados com o fortalecimento do carter formativo dessa modalidade de ensino e a designao de uma finalidade coerente com os desafios sociais enfrentados pelo Brasil contemporneo. Uma tarefa nada fcil, concorda?

    Indicadores desse interesse so os espaos concedidos pelas grandes re-des de televiso aberta, de jornais e revistas de circulao nacional, enfim, de re-des sociais blogs e listas de discusso to frequentes no mundo digital. Podemos afirmar, ento, que o tema do Ensino Mdio est na ordem do dia. Mas, por que cresceu tanto o interesse nesse nvel de escolarizao?

    Voc conhece bem as respostas. Embora o nmero de matriculados tenha se mantido na casa do 8.300.000, entre 2007 e 2012, intensificou-se o debate e at as veementes crticas ao Ensino Mdio, sobretudo devido aos seguintes acon-tecimentos: a criao de oportunidades de integrao ao ensino profissional; a introduo da avaliao por escala e de novos mecanismos de acesso ao ensino superior pblico Exame Nacional do Ensino Mdio (Enem) ; a reestruturao dos currculos em torno de uma perspectiva multidisciplinar e a integrao da cultura geral com o mundo do trabalho.

    Essas transformaes tambm vieram acompanhadas de respostas do Esta-do no sentido de melhorar as condies de trabalho e estudo, principalmente no que diz respeito oferta de material didtico.

    O PNLD e a Histria no Ensino Mdio

    Institudo em 1985 e reestruturado em 1993, o PNLD estendeu suas aes ao Ensino Mdio em 2007, promovendo a avaliao de dezenas de colees, ad-quirindo e distribuindo centenas de milhes de exemplares em todos os estados brasileiros.

    Esse esforo se justifica pela importncia do livro didtico na escolarizao bsica dos brasileiros. Ele um instrumento empregado em situao de ensino e aprendizagem, estando presente em salas de aula, bibliotecas, nos lares dos alunos, servindo, sobretudo, como instrumento de formao continuada para o professor e, at mesmo, como orientao curricular.

    Por essa razo, o PNLD se constituiu em um dos principais programas de pol-tica educacional, com grande repercusso no cotidiano dos professores e alunos de Histria. O primeiro resultado, evidentemente o acesso universal ao livro didtico.

    Alm disso, os livros didticos de Histria fazem circular alguns princpios de carter mais geral, institudos legalmente e frutos de demandas sociais, a exemplo da legislao sobre a experincia africana, afro-brasileira e indgena, das ideias de interdisciplinaridade, da atividade com fontes histricas. Tambm atualizam a rela-o entre a escola e o seu entorno, introduzindo o uso de objetos digitais.

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    Por fim, os livros didticos tambm estimulam modificaes de prticas de ensino quando enfatizam a superao do preconceito tnico, racial, regional e de gnero, explicitam a proposta terica e metodolgica para o professor e aproxi-mam o universo da sala de aula do exterior da escola, introduzindo novas tem-ticas e abordagens historiogrficas, como a recente histria do tempo presente.

    Certamente, muitos elementos permanecem, a exemplo da distribuio do conhecimento histrico fundado na cronologia e da frgil articulao entre os tex-tos principal e suplementar. Contudo, tais permanncias foram detectadas so-bretudo as sugestes positivas para a Histria no Ensino Mdio no contexto da avaliao que regularmente o Ministrio da Educao tem promovido.

    Avaliao

    Os livros didticos de Histria do Ensino Mdio so avaliados constantemente e de modo sistemtico. Voc os avalia durante anos, da hora da escolha ao planeja-mento, do momento de capacitao ao uso com os alunos. No mbito do PNLD, uma equipe de profissionais trabalha no mesmo sentido, durante meses, meticulosamen-te.

    Tal equipe composta por profissionais com formao inicial em Histria e experincia docente no Ensino Mdio, no ensino tcnico, na formao de pro-fessores de Histria em modalidades presencial e a distncia e na orientao de mestres e doutores radicados em todas as regies do pas. Alm disso, desenvol-vem pesquisas sobre Histria, ensino de Histria e novas tecnologias.

    Por que to variado grupo? Essa uma preocupao da Comisso Tcnica do Ministrio da Educao e tambm das universidades que sediam a avaliao. Ambos promovem a incorporao dos benefcios que a diversidade - em termos de qualifi-cao, ambientes de trabalho e local de origem - pode agregar avaliao. Ambos esforam-se, assim, para respeitar, na avaliao, a pluralidade cultural do nosso pas.

    Desse modo, voc j pode perceber que a avaliao no inclui apenas os docentes-avaliadores radicados em todas as regies brasileiras. Dezenas de pro-fissionais esto envolvidos na avaliao do livro didtico do Ensino Mdio, atuan-do, por exemplo, na Secretaria de Educao Bsica (SEB) do MEC e no Instituto de Pesquisa em Tecnologia (IPT) da Universidade de So Paulo (USP).

    Critrios de avaliao

    Professor(a), voc conhece bem as virtudes e dificuldades do trabalho co-letivo. Por isso, no vai estranhar que uma numerosa e variada equipe como a que apresentamos tenha de seguir algumas diretrizes. Entretanto, quem fornece o caminho? Quem estabelece os critrios e procedimentos?

    A avaliao dos livros didticos promovida pelo PNLD obedece a critrios di-vulgados em Edital, produzido pela Comisso Tcnica que assessora o Ministrio da Educao e por tcnicos da SEB e do FNDE, pelo menos, dois anos antes de os livros chegarem s suas mos. Tais critrios so de dois tipos: os comuns a todas

  • 11HISTRIA

    as reas do conhecimento e os especficos de cada componente curricular. Os critrios comuns, por exemplo, aos livros de Matemtica, Ingls e His-

    tria, so extrados da legislao brasileira que trata direta ou indiretamente da formao escolar. Eles levam em conta os princpios ticos, estticos e de cida-dania prescritos pela Constituio Federal de 1988 e replicados em uma srie de dispositivos como a Lei de Diretrizes e Bases da Educao Nacional (LDBEN, n. 9.394/1996) e as Orientaes Curriculares para o Ensino Mdio (OCEM, 2006). Tambm incorporam a legislao resultante das mudanas de sensibilidade da sociedade brasileira a proteo criana e ao adolescente uma delas. Esses dispositivos so traduzidos em termos de prescries que devem ser obedecidas, sob pena de a coleo no ser incorporada ao Guia do Livro Didtico. O Quadro n. 1 lista esses critrios. Acompanhemos:

    Quadro 1 - Critrios eliminatrios comuns do Edital do PNLD 2015

    Respeito legislao, s diretrizes e s normas oficiais relativas ao Ensino Mdio.1. Observncia de princpios ticos necessrios construo da cidadania e

    ao convvio social republicano.

    2. Coerncia e adequao da abordagem terico-metodolgica assumida pela obra no que diz respeito proposta didtico-pedaggica explicitada e aos objetivos visados.

    3. Respeito perspectiva interdisciplinar na apresentao e abordagem dos contedos.

    4. Correo e atualizao de conceitos, informaes e procedimentos.

    5. Observncia das caractersticas e finalidades especficas doManual doProfessor e adequao da obra linha pedaggica nela apresentada.

    6. Adequaodaestruturaeditorialedoprojetogrficoaosobjetivosdidtico-pedaggicos da obra.

    7. Pertinncia e adequao do contedo multimdia ao projeto pedaggico e ao texto impresso.

    J os critrios especficos do componente curricular Histria, estes so pro-duzidos a partir da posio dos especialistas. Eles resultam de padres historio-grficos e pedaggicos vigentes no momento de produo do Edital. O Quadro n. 2 apresenta uma sntese dos critrios resultantes da contribuio dos profissionais da Histria que, inclusive, so corresponsveis pela transformao do Manual do Professor em um efetivo instrumento de formao continuada.

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    Quadro 2 Sntese dos critrios especficos da Histria para a avaliao dos li-vros didticos do Ensino Mdio

    PARA O LIVRO DO ALUNO Utilizar a produo de conhecimento nas reas da Histria e da Peda-

    gogia, elaborada nos ltimos anos, considerando-a efetivamente como ponto de reflexo e de discusso no conjunto da abordagem.

    Orientar os alunos a pensarem historicamente, a reconhecerem as dife-rentes experincias histricas das sociedades e, a partir desse enten-dimento, compreenderem as situaes reais da sua vida cotidiana e do seu tempo.

    Estimular os alunos para a historicidade das experincias sociais, tra-balhando conceitos, habilidades e atitudes, com vista construo da cidadania.

    Contribuir para o aprofundamento dos conceitos estruturantes da disci-plina, tais como histria, fonte, historiografia, memria, acontecimento, sequncia, durao, sucesso, periodizao, fato, processo, simulta-neidade, ritmos de tempo, medidas de tempo, sujeito histrico, espao, historicidade, trabalho, cultura, identidade, semelhana, diferena, contradio, permanncia, mudana, evidncia, causalidade, multicau-salidade, fico, narrativa.

    Desenvolver abordagens qualificadas sobre a Histria da frica, histria e cultura dos afrodescendentes e dos povos indgenas.

    Incorporar possibilidades efetivas de trabalho interdisciplinar e de inte-grao da reflexo histrica com outros componentes curriculares das cincias humanas e tambm com outras reas do conhecimento.

    PARA O MANUAL DO PROFESSOR Apresentar informaes complementares e orientaes que possibilitem

    a conduo das atividades de leitura das imagens, sobretudo, como fon-tes para o estudo da Histria, extrapolando sua utilizao como elemen-to meramente ilustrativo e/ou comprobatrio.

    Orientar o professor sobre as possibilidades oferecidas para a implanta-o do ensino de Histria da frica, da histria e cultura afro-brasileira e das naes indgenas.

    Estimular o professor a considerar o seu local de atuao como fonte de anlise histrica e como recurso didtico, levando em conta as diferen-tes condies de acesso e a diversidade nacional.

    Perceber e compreender do espao construdo e vivido pelos cidados, alm de toda a cultura material e imaterial a envolvida.

  • 13HISTRIA

    Procedimentos e etapas da avaliao

    No item anterior afirmamos que os critrios de avaliao tm origem na le-gislao educacional e tambm nos consensos estabelecidos entre os profissio-nais que se ocupam da produo dos conhecimentos histrico e pedaggico. Os procedimentos, entretanto, so atualizados pelas equipes avaliadoras.

    A esse respeito, os principais instrumentos so as fichas de avaliao apli-cadas aos materiais impresso, digital e aos sites. Elas so elaboradas a partir dos critrios estabelecidos no Edital (ao final, apresentamos integralmente as trs fi-chas de avaliao).

    Para os impressos, a ficha do PNLD 2015 apresenta 40 indicadores em for-ma de questo, distribudos em cinco blocos temticos: Manual do Professor, Componente curricular Histria, Proposta pedaggica, Formao cidad e Projeto grfico-editorial.

    Para os livros digitais, a ficha recolhe suas caractersticas gerais, apresenta dados quantitativos acerca da presena, por exemplo, de infogrficos, audiovi-suais, hipermdia, imagens e grficos e, a exemplo do que ocorre com o material impresso, submete os livros avaliao pedaggica.

    No que diz respeito aos sites, a ficha compreende a insero de critrios como a coerncia e a adequao aos projetos pedaggicos da coleo, o apoio oferecido ao professor e ao aluno, a qualidade do material em termos de interati-vidade e complexidade, considerando o pblico que dever acess-lo.

    Professor(a), as tarefas de ler, reler, transcrever, destacar, comparar o dito com o feito, localizar incorrees tpicas e cronolgicas, flagrar anacronismos, como tambm de identificar solues inovadoras, no resumem o trabalho de avaliao. O processo estende-se para alm e aqum desse momento, como de-monstrado a seguir.

    Etapas da avaliao do PNLD

    Elaborao do Edital pelas equipes tcnico-pedaggicas do MEC e do FNDE

    Avaliao das resenhas e pareceres por leitores crticos, que atuam em instituies de pesquisa

    Elaborao da primeira verso do Guia do PNLD

    Inscrio das Obras pe-los editores e autores

    Produo e reviso das resenhas, dos pareceres de excluso ou de aprovao

    Avaliao do Guia do PNLD por leitores crticos que lecionam na educao bsica

    Avaliao da materia-lidade dos livros pelo IPT/USP - resistncia do papel, funcionamen-to dos softwares etc.

    Capacitao dos pare-ceristas e subsequente avaliao das obras

    Elaborao final do Guia do PNLD e disponibilizao aos professores

    Planejamento da ava-liao, conduzido pelo coordenador da rea e pelo coordenador Institucional

    Leitura e a pr-anlise dos livros, identifican-do as positividades e limitaes mais destacadas

    Leitura do Guia e esco-lha do livro didtico.

  • 14 GUIA DE LIVROS DIDTICOS PNLD 2015

    As tarefas representadas nesse histograma confluem para duas outras, quais sejam: contribuir na qualificao das prticas de ensino e aprendizagem e garantir a pluralidade terico-metodolgica na formao escolar. por isso que iniciamos este Guia com informaes bsicas sobre a natureza da avaliao.

    tambm por esta razo a melhoria da qualidade da aprendizagem hist-rica no Ensino Mdio que propomos, a seguir, algumas reflexes e experimenta-es oportunas para voc refletir no processo de escolha do livro didtico: devemos ensinar tudo que o livro didtico apresenta? Qual a importncia da progresso das aprendizagens? Por que a abordagem interdisciplinar importante? Qual a natureza do jovem que frequenta o Ensino Mdio? O que se espera de um livro digital?

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    O ENSINO MDIO E A APRENDIZAGEM HISTRICA

    Devemos ensinar todo o contedo?

    Democracia na Grcia Antiga, Histria de Gnero, Iluminismo, Histria da frica, Imprio Carolngio, relaes de trabalho no sculo XIX, nova ordem mundial so recortes usuais dos livros didticos de Histria. E eles aumentam a cada ano. Governo Dilma, Primavera rabe e Jornadas de Junho, por exemplo, foram acres-centados no ltimo trinio, abastecendo a interminvel lista de estruturas ou acon-tecimentos. Mas, ser mesmo necessrio apresentar todo o conhecimento sobre o processo histrico registrado pelos historiadores aos alunos do Ensino Mdio?

    Ainda que aprendamos na universidade que a cincia da Histria o estudo das sociedades humanas no tempo e, por isso mesmo, aceitemos que ela abar-que experincias dos mbitos poltico, econmico, social e cultural, em qualquer tempo ou lugar do planeta, necessrio tambm lembrar que o trabalho de escre-ver e estudar Histria conserva obrigatoriamente um exerccio de seleo. E no nos enganemos: uma seleo interessada.

    Um breve olhar para a trajetria da Histria como disciplina no Brasil reve-la diferentes recortes e interesses. Os livros didticos j estiveram comprometi-dos com os eventos fundadores da nao brasileira e divulgaram personagens do mundo poltico e militar, como os pais da ptria. J substituram os grandes homens pelas classes sociais na condio de sujeito histrico e incorporaram a experincia das culturas afro-brasileira e indgena, por exemplo.

    Nesta perspectiva, no s o exame secular da escrita didtica que revela a mudana no sentido de contedo. No passado recente, percebemos como as diretrizes, os parmetros e os programas de ensino de Histria apresentam di-ferentes entendimentos. Uns mais focados no conhecimento da memria local, outros ocupados com os jogos de escala entre o local e o transnacional, todos, ao seu modo, respeitando a dinmica da legislao educacional e as transformaes da historiografia acadmica.

    No entanto, legislao federal e comunidade de historiadores no esgotam as fontes de critrios de seleo dos contedos. necessrio considerar uma s-rie de fatores intervenientes na relao ensino-aprendizagem que somente voc, professor(a), pode perceber. Um livro didtico atualizado ajuda muito, entretanto produzido para um leitor nacional, isto , deve atingir pblicos cada vez mais numerosos. Por essa razo, h vrias semelhanas que podemos encontrar em muitos contedos, em diferentes colees, como tambm um certo distanciamen-to de problemticas locais.

    Nossa sugesto, professor(a), a de que voc reflita no momento de plane-jar a unidade ou o curso anual: qual a relevncia do contedo para o aluno? Em que medida determinados conhecimentos podem auxiliar no cumprimento das finalidades da disciplina, do nvel de ensino ou da escola? Qual tipo de contedo pode ser enfatizado no seu plano, o conceitual, o atitudinal e/ou o procedimen-tal? De que maneira se pode articular a unidade anterior com a posterior?

    Os contedos do livro didtico so importantes, mas devem estar a servio da problematizao da realidade dos alunos. Nesse trabalho, sua experincia, as demandas da comunidade escolar e seu interesse tm primazia sobre os demais.

  • 16 GUIA DE LIVROS DIDTICOS PNLD 2015

    Que fazer ento? Retornamos questo inicial. necessrio desenvolver todo o programa sugerido pela obra?

    A essa altura, voc j pode ter percebido que a mesma liberdade concedida aos escritores de livros didticos deve ser estendida aos profissionais da educa-o bsica. Na verdade, no se trata apenas do gozo da liberdade. mais que isso. Devemos e podemos inverter o foco. No tanto o que o livro oferece, e sim, o que a comunidade escolar e a situao didtica exigem que seja importante.

    Do ensino fundamental ao Ensino Mdio: quais mudanas podemos destacar?

    Aqui, professor(a), mais uma vez nos defrontamos com a problematizao dos contedos histricos. No basta intervirmos na seleo. necessrio refle-tirmos sobre os modos de distribuio dos contedos, os nexos que devem ser estabelecidos entre unidades, cursos e nveis de ensino.

    Quantas vezes ao planejar a aula, solitariamente ou no dilogo com os cole-gas, no somos tomados por questionamentos desse tipo: o que os alunos entendem como aprender Histria? O que sabemos sobre a aprendizagem histrica dos alunos? O que fazer para dar conta da heterogeneidade daquela turma do 2 ano, composta por 35-40 jovens to diferentes? Como mobiliz-los para aprender Histria, quando muitos a veem como uma disciplina pouco interessante, que s estuda um passado esttico, repetido exausto desde os primeiros anos do ensino fundamental?

    Voc sabe que essas preocupaes no caracterizam apenas o trabalho do Ensino Mdio. Contudo, na lida com essa modalidade que as indagaes desse tipo se avolumam. Ao ingressar neste segmento, os jovens o fazem munidos por uma infinidade de experincias socioculturais, construdas na sua trajetria de vida. Alm disso, conservam vivncias escolares constitudas ao longo de aproxi-madamente dez anos, que constituem o seu capital escolar.

    Na transio do ensino fundamental para o Ensino Mdio, esse capital mobilizado, gerando alguns conflitos comportamentais. Isso ocorre, sobretudo, porque o aluno entra em contato com novos professores, disciplinas, sistemas de normas, atividades. Em poucos meses, ao passar do 9 ano do ensino fundamen-tal para o 1 ano do Ensino Mdio, deixam de ser veteranos e transformam-se em novatos; em dezembro eram tratados como adolescentes e em maro esperamos deles comportamento de adulto.

    Como enfrentar essas situaes? Nesse sentido, mais uma vez, a reflexo sobre os fins do Ensino Mdio, as singularidades emocional e cognitiva do aluno e os modos de planejar a distribuio dos contedos o caminho sensato. Alm disso, novas questes vm tona: quais habilidades de pensamento histrico esperamos que os jovens j dominem ao ingressarem no Ensino Mdio? Como desdobramento, quais avanos qualitativos almejamos desenvolver nessa lti-ma etapa da educao bsica? O livro didtico que estamos escolhendo apre-senta distines significativas quanto ao aprofundamento dos contedos, quanto construo de conceitos e noes, quanto proposta curricular, quanto aos aportes metodolgicos, em relao ao livro do ensino fundamental? Esse livro

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    possibilitar a continuidade e a progresso do conhecimento histrico, em novos patamares, condizentes com as caractersticas e necessidades dos alunos?

    O que propomos, professor(a), que voc reflita sobre as diferentes formas de progresso do conhecimento histrico. Que perceba a necessidade de experimentar a gradual diferenciao curricular entre os segmentos, tendo em vista o desenvolvi-mento das habilidades de pensamento dos alunos. Essas atitudes, entretanto, nos obrigam a considerar a apropriao do contedo e as capacidades cognitivas dos es-tudantes como dois processos articulados e indissociveis, que exigem adequada sequenciao dos contedos, progressiva complexificao dos conceitos e noes, incremento gradual das exigncias cognitivas, enfim, esforos para garantir ritmos de aprendizagem adequados, dentro da zona de desenvolvimento de cada turma.

    Por que enfatizarmos a interdisciplinaridade?

    Aos problemas da seleo e da progresso dos contedos histricos acres-centamos a necessidade de refletirmos sobre o carter interdisciplinar da escolari-zao bsica e, especificamente, sobre a aprendizagem histrica no Ensino Mdio.

    Voc j deve ter ouvido ou lido muito sobre o tema da interdisciplinaridade, que um caminho promissor para um processo de aprendizagem, uma mistura de contedos que torna at superficial o ensino de qualquer matria, embora nos cursos de formao docente, as prticas privilegiem a fragmentao das reas do conhecimento e a ausncia de dilogos entre as prprias disciplinas do curso.

    Essa contradio entre os elogios abordagem interdisciplinar e as prti-cas compartimentalizadas da formao repercutem no cotidiano da escolarizao bsica: como desenvolver o meu trabalho? Como construir outros saberes? Como lidar com o desconhecimento sobre temticas que possam ser tratadas de forma interdisciplinar? Vou perder carga horria na escola?

    Voc sabe que no h resposta nica para essas questes. Porm, a necessi-dade do trabalho interdisciplinar no novidade para ns, nem para os pensado-res do sculo XIX, que foram escolhidos, inclusive, como pais das atuais disci-plinas, Histria, Sociologia, Biologia entre outras. Algum duvida que a discusso sobre preservao do meio ambiente, produo e destinao do lixo domstico, desigualdade socioeconmica e sobre gnero, por exemplo, deva exigir o envol-vimento de diferentes ramos do saber para se chegar a uma compreenso mais abrangente sobre problemas desse tipo? Se esse raciocnio vlido na produo do conhecimento cientfico, por que deve ser diferente no ambiente escolar?

    No PNLD 2015 a interdisciplinaridade ganhou espao importante como cri-trio de avaliao das obras. O Edital (2013, p. 46-47) destaca que a produo do conhecimento s possvel quando so rompidos os limites das disciplinas, e completa: o trabalho coletivo que possibilita a superao de vises redutoras e segmentadas sobre o mundo.

    Professor(a), fica, ento, o nosso convite: construir, a partir da contribuio de diferentes reas, um conhecimento que nos possibilite explicar e agir frente complexidade do mundo contemporneo.

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    Claro que no tarefa simples, j que fomos estimulados a tomar a Histria como o principal intrprete do real. fato que no ousamos envolver a Histria em projetos coletivos, durante a nossa formao na prtica, no entanto, j perce-bemos um primeiro movimento nesse sentido e os livros apresentados neste Guia podem contribuir muito. Ainda que as propostas avancem vagarosamente em ter-mos de ensino de Histria como a leitura do mundo sob mltiplas perspectivas , elas abordam o trabalho interdisciplinar, majoritariamente, em forma de ativi-dades ao final dos captulos e/ou das unidades, estimulando-nos a olhar para o nosso entorno e a pensar sobre os complexos problemas que se nos apresentam.

    Ensino Mdio e culturas juvenis

    No item anterior tratamos da necessidade de planejar a progresso das aprendizagens e levantamos o problema das singularidades do aluno do Ensino Mdio. Ele , sobretudo, um sujeito histrico que partilha de culturas juvenis. O que constitui essas culturas? Os especialistas falam em uma variedade de cdi-gos, desejos, expectativas e perspectivas que povoam as sociedades contempo-rneas e que migram para o ambiente escolar.

    So essas diferentes formas de expresso, experimentadas entre os jovens, que desafiam a nossa compreenso a seu respeito, sobretudo, quando tratamos do que fazem na escola ou esperam dela, a partir do que eles prprios querem dizer ou mostrar. E voc, o que pensa sobre as ideias, os sentimentos e aes dos jovens da sua escola?

    No improvvel que lhe venha lembrana as imagens relacionadas com a euforia, rebeldia ou apatia para sintetizar as prticas sociais desses grupos. Tam-bm no raro que se surpreenda diante dos questionamentos e posies desses jovens. Perplexidade a palavra que bem define o nosso sentimento diante das culturas juvenis.

    Alm disso, o fato de a expresso culturas juvenis estar no plural no gratuito. No h uma nica juventude. No identificamos um mesmo jovem, tam-pouco encontramos traos definidores de uma cultura que circunscreva todos os jovens. Por conseguinte, capturar um padro de conduta que nos ajude a compreen-der mais amplamente as suas ideias e atitudes ainda um desafio a ser enfrentado.

    Que fazer, ento? Uma sada pensar sobre os caminhos que temos trilha-do para conhecer os jovens com os quais trabalhamos em nossas escolas. Quem experimentou o dilogo, j deve ter usufrudo das possibilidades que essa estra-tgia apresenta para a almejada compreenso. Observar, ouvir, partilhar infor-maes colhidas em diferentes suportes, a exemplo do livro didtico de Histria, alm de ampliar o nosso conhecimento sobre os jovens, pode nos conduzir a uma prtica pedaggica que valoriza o espao de fala to reivindicado pelos prprios jovens e potencializar o seu protagonismo no contexto escolar.

    Outra sada prestar ateno s reflexes da historiografia recente sobre uma singularidade do nosso tempo: a acelerao do tempo ou a presentificao da vida. Como trabalhar, por exemplo, com jovens que partilham sensibilidades

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    e raciocnios de que a experincia se resume ao agora, de que o conhecimento passado ganha o equivocado sentido de inutilidade para a vida prtica? Nesse sentido, os livros didticos do Ensino Mdio tm muito a contribuir, sobretudo quando sugerem que exploremos o valor dos passados individuais nas tomadas de posio e nas expectativas de futuro de cada aluno.

    Culturas digitais

    Acelerao do tempo e presentificao da vida so temas frequentemen-te relacionados com a revoluo cientfico-tecnolgica que envolveu quase todo o planeta no final do sculo passado. O mundo digital encurtou os espaos e possibilitou experimentaes simultneas. Buscando adequar-se a essa transfor-mao, que tem afetado o cotidiano escolar de modo intenso, o MEC incluiu na edio do PNLD 2015, a possibilidade de oferta de colees com livros digitais. Mas qual o significado dessa nova ferramenta?

    O livro digital um recurso que pode colaborar para uma experincia ino-vadora, j que a natureza do artefato amplia a interatividade e o trabalho colabo-rativo. Essa interao enriquece o processo de ensino-aprendizagem e amplia o estoque de instrumentos pedaggicos j disponveis no livro didtico impresso.

    Contudo, importante compreender que o digital no outro livro, em relao ao impresso. Ele foi avaliado com a mesma ateno e a partir dos mesmos critrios pedaggicos expressos no Edital do PNLD. A verso digital, entretanto, amplia as potencialidades pedaggicas do impresso, pois torna acessveis alguns trechos de filmes, reportagens, alm de apresentar grficos animados, jogos, ex-certos de documentos, imagens ampliadas e detalhadas passveis de experin-cias com atividades mais estimulantes e enriquecedoras.

    Esse novo recurso tambm permite aos professores uma relao, aparen-temente invivel, quando pensamos no livro impresso, a exemplo do retorno de exerccios em situaes extraclasse, a possibilidade de marcar trechos sem causar danos ao livro, a possibilidade de acompanhar, mediante links, infogrfi-cos e vdeos, a prpria construo dos argumentos dos historiadores.

    A introduo do livro digital, enfim, tem o objetivo de manter o padro de qualidade alcanado pelo impresso, de ampliar a mobilidade, capacidade de ma-nipulao dos dados e a interatividade nos processos de ensino-aprendizagem. Assim, acreditamos que importante manter em dilogo contnuo os dois tipos de mdia, pois, independentemente dos suportes e formatos, a meta do recurso didtico ser sempre oferecer aos alunos e professores um instrumento de boa qualidade.

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    UMA SNTESE DA AVALIAO

    Conhecidos os parmetros da avaliao dos livros didticos, e algumas dis-cusses caras ao cotidiano da escola no Ensino Mdio, chegou a hora de informar os resultados do processo. Eles aparecem aqui sob duas formas: de modo sint-tico, mediante o balano das obras aprovadas e de maneira detalhada, no corpo textual de cada resenha.

    J vimos que o Edital PNLD 2015 possibilitou a inscrio de dois tipos de obras para serem adotadas no Ensino Mdio: Tipo 1, a obra multimdia composta de livros digitais e livros impressos; e Tipo 2, a obra impressa composta de livros impressos e em Formato Porttil de Documento (PDF) .

    Na rea de Histria foram 21 as colees inscritas e 19 as aprovadas no pro-cesso de avaliao. Dessas 19, duas submeteram-se avaliao do Ensino Mdio pela primeira vez e 17 j haviam participado da edio anterior do PNLD Ensino Mdio. Do total de inscritas, trs foram Tipo 2 e as demais Tipo 1.

    No que diz respeito s formas de organizao dos contedos, classificamos as colees aprovadas em integradas e temticas. Todas, entretanto, explici-tam a trajetria das sociedades humanas no tempo, ou seja, empregam a clssica cronologia, dos primeiros agrupamentos humanos globalizao, por exemplo. Alm disso, seis privilegiam temas como terra e trabalho, a construo da cida-dania, urbanizao e outras 13 optaram pela sequncia temporal Histria Geral, Histria do Brasil, Histria da Amrica e Histria da frica.

    Sobre o quesito interdisciplinaridade, algumas colees propem ativida-des partilhadas com outras disciplinas ou inserem pequenos textos, relacionando determinado assunto com os conhecimentos de outras reas. Em menor nmero, so tambm sugeridos projetos interdisciplinares.

    Um ponto problemtico das colees o reduzido espao concedido aproximao dos contedos ao cotidiano dos alunos. Nesse sentido, os textos principais pouco dialogam com os aspectos relacionados com o mundo juvenil. Esse objetivo cumprido pelas atividades, que estimulam o relacionamento com o presente da juventude. Por isso, professor(a), sugerimos que voc aprofunde as possibilidades oferecidas pelas colees, principalmente no desenvolvimento das habilidades de analisar imagens, examinar diferentes vises sobre o proces-so histrico, ler e interpretar diferentes gneros de fontes, refletir, compreender e emitir posio sobre os problemas que cercam o mundo jovem.

    Resenha das colees

    A resenha um texto breve e informativo sobre as singularidades de cada coleo, incluindo os pontos destacados em termos de qualidades positivas e das eventuais limitaes. Ela tambm informa sobre modos e cuidados de uso dos impressos e dos digitais.

    As resenhas obedecem a alguns critrios como as dimenses e a estrutura do texto. A ideia fornecer o mesmo espao e tipo de informao para todas as colees, a fim de que voc possa compar-las e melhor exercer o seu direito de

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    escolha. Por isso, todas as resenhas so iniciadas com uma viso geral da coleo, seguida de uma descrio com um sumrio sinttico, das consideraes acerca do Manual do Professor, do componente curricular Histria, da proposta pedaggica, e das questes relacionadas formao cidad e ao projeto grfico-editorial.

    Apresentam tambm comentrios sobre os usos dos sites sugeridos visi-tao do professor e do aluno e descrevem as potencialidades e limitaes dos objetos digitais. Alm disso, os textos destacam algumas orientaes e cuidados a serem seguidos, em caso de escolha de determinada coleo na seo Em sala de aula.

    Quanto organizao neste Guia, as resenhas apresentam as colees em ordem crescente da numerao codificada, correspondente ordem de inscrio no Edital do PNLD 2015.

    Boa escolha!

    REFERNCIAS

    BRASIL. Presidncia da Repblica. Constituio da Repblica Federativa do Brasil de 1988.

    BRASIL. Presidncia da Repblica. Lei n 8.069, de 13 de julho 1990. Estatuto da Criana e do Adolescente.

    BRASIL. Presidncia da Repblica. Lei n 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Dire-trizes e Bases da Educao Nacional.

    BRASIL. Presidncia da Repblica. Lei n 10.639, de 9 de janeiro de 2003. Incluso no currculo da Histria e Cultura Afro-Brasileira.

    BRASIL. Presidncia da Repblica. Lei n 10.741, de 1 de maro de 2003. Estatuto do Idoso.

    BRASIL. Presidncia da Repblica. Lei n 11.645, de 10 de maro de 2008. Incluso no currculo da Histria e Cultura Afro-Brasileira e Indgena.

    BRASIL. Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Mdio, Resoluo n 2, de 30 de janeiro de 2012.

    BRASIL. Ministrio da Educao. Edital de convocao para o processo de inscri-o e avaliao de obras didticas para o Programa nacional do Livro Didtico PNLD 2015. Braslia: MEC/SEB; FNDE, 2014.

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    RESENHAS DAS

    COLEES

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    Viso geral

    A coleo apresenta contedos selecionados a partir de critrios temticos baseados na Matriz de Referncia para o Enem (ncleo de Cincias Humanas e suas tecnologias), mas organizados cronologicamente, que tomam a histria europeia como base, incluindo referncias da histria africana, americana e brasileira.

    O Manual do Professor aborda a prtica docente e a valorizao do professor ao discorrer sobre a metodologia de ensino e as propostas de atividades, enten-dendo-o como mediador da relao ensino-aprendizagem. Contm proposta teri-co-metodolgica atualizada, incorporando diferentes proposies historiogrficas.

    O conhecimento histrico abordado a partir das relaes entre presente e passado, privilegiando os conhecimentos prvios dos alunos e problematizando questes contemporneas em uma dimenso temporal. Conceitos importantes da disciplina Histria organizam a insero dos contedos, destacando-se o trabalho com fontes histricas diversas, textuais e visuais. O texto principal concentra-se em referncias da histria poltica e econmica e as sees discutem outras di-menses, apontando diferentes vises sobre aspectos do passado considerando mltiplos sujeitos.

    As sees fundamentam a proposta pedaggica da coleo, com atividades que estimulam o pensar historicamente e o desenvolvimento da postura crtica dos alunos, apesar de algumas atividades possurem comandos genricos restringindo-se a perguntar a opinio dos alunos sobre determinados aspectos abordados.

    Promovem-se estratgias para a convivncia cidad, fomentando a cons-truo de conceitos de cidadania e democracia em sua dimenso histrica, com-batendo o preconceito e discriminao de carter tnico-racial, social e de g-nero, e incentivando o respeito pela diversidade. Principalmente nas sees, h referncias esparsas sobre a histria das mulheres.

    Inserem-se temticas sobre a Histria da frica, histria e cultura dos afro-descendentes e dos povos indgenas que incorporam a produo historiogrfica recente, centrando-se nos aspectos relacionados com o perodo colonial, a es-cravido e as diversas formas de luta e resistncia dos negros no passado e no presente. A Histria dos grupos indgenas restringe-se ao contexto da colonizao

    Adhemar Marques Flvio Berutti

    27513COL06Coleo Tipo 2

    Base Editorial2 edio 2013

    www.baseeditorial.com.br/pnld2015/caminhosdohomem

    CAMINHOS DO HOMEM

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    da Amrica, inserindo pontualmente aspectos contemporneos sobre tais grupos. No projeto grfico-editorial da coleo, destacam-se as legendas das ima-

    gens, com descries e comentrios detalhados, oferecendo informaes com-plementares para o trabalho em sala de aula. As sees ocupam a maior parte dos captulos, recortando o texto principal com elementos grficos que as demarcam minimamente. A coleo indica alguns sites.

    Descrio

    Cada volume da coleo dividido em unidades, sendo a quantidade de captulos varivel. A organizao das sees no segue uma estrutura fixa ou de-terminada, sendo sua padronizao variada. Na abertura das unidades, h uma apresentao dos contedos e uma imagem associada aos assuntos estudados. Na obra, existem seis sees destinadas a atender aspectos especficos: inician-do os captulos h uma seo intitulada Presente Passado, que apresenta aos leitores temas do presente relacionados com os contedos em aprendizagem; Discutindo a Histria, que insere o discente no universo dos debates historiogr-ficos, envolvendo temas considerados em aberto; Hiperlink, que analisa diferen-tes linguagens, sendo elas relacionadas com temas transversais que permitem um dilogo interdisciplinar; Trabalhando com Fontes Histricas, que possibilita ao discente uma aproximao com os processos de produo do conhecimen-to histrico; Sabendo um Pouco Mais, que apresenta textos que se destinam a complementar os contedos. No final dos captulos, a seo Atividades Finais foi subdividida em Revendo o Captulo, Pensando o ENEM e Pensando o Vestibular. Existe ainda uma seo de encerramento, Lendo, Assistindo e Navegando, que sugere filmes, sites e livros. H tambm, ao trmino dos captulos, um glossrio para a explicao de palavras consideradas mais distantes do universo vocabular dos discentes.

    O Manual do Professor possui 112 pginas que foram acrescentadas par-te ps-textual dos volumes do Livro do Aluno, totalizando 400 laudas na verso destinada ao docente. O Manual divide-se em dez tpicos, dentre os quais oito compem sua parte geral. Dessa forma, os seguintes tpicos foram comuns aos volumes da coleo: O sentido do conhecimento histrico; Metodologia de ensino-aprendizagem; A perspectiva interdisciplinar; Importncia de ensino de Histria e Cultura afro-brasileira e indgena; Conhecendo melhor o ENEM; Descrio geral da Obra A coleo e estrutura interna; Sugestes de atividades com filmes; Su-gestes de leitura para uma formao continuada dos colegas professores. Alm disso, dois tpicos ganharam configuraes especficas para cada livro da obra: Respostas e orientaes s questes abertas e Gabarito e comentrios das ques-tes do ENEM e dos exames vestibulares. A parte ps-textual do Manual traz tam-bm a Bibliografia de Referncia para a elaborao do Manual do Professor e a Bibliografia de Referncia para a Elaborao do volume.

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    Sumrio sinttico

    1 ANO - 288 pginas 2 Unidades 7 Captulos: Antiguidade clssica e mundo feudal: Relao homem-natureza: das origens do homem ao neoltico; Diferentes formas de organizao da produo: escravismo antigo; Cidadania e democracia na Antiguidade; Diferentes formas de organizao da produo: o feudalismo; A Europa, a Amrica e a frica na modernidade: A conquista da Am-rica; Os povos indgenas e a formao sociocultural brasileira; Histria cultural dos povos africanos no contexto da modernidade: a luta dos negros no Brasil e a sua presena na formao da sociedade brasileira colonial.

    2 ANO 288 pginas 2 Unidades 6 Captulos: A Europa na Era das Revolues: Revolues sociais e polticas na Europa Moderna; Revoluo indus-trial: criao do sistema de fbrica na Europa e transformaes no processo de produo; O desenvolvimento do pensamento liberal na sociedade capitalista e seus crticos no sculo XIX; A Amrica no sculo XIX: independncia, ao do Estado e grupos sociais em conflito: A economia agroexportadora brasileira: o complexo aucareiro e minerao no perodo colonial; As lutas pela conquista da independncia poltica das colnias da Amrica; Grupos sociais em conflito no Brasil Imperial e a construo da nao.

    3 ANO - 288 pginas 2 Unidades 4 Captulos: O Mundo Contemporneo: do Imperialismo Nova Ordem Mundial: O Imperialismo, as guerras mundiais e os grandes processos revolucionrios do sculo XX; Guerra Fria e conflitos poltico-cul-turais; O Brasil nos sculos XX e XXI: a construo da cidadania: O Brasil nos scu-los XX e XXI: ao do Estado, movimentos sociais e transformaes das estruturas produtivas; Cultura material e imaterial: patrimnio e diversidade cultural no Brasil.

    Anlise

    O Manual do Professor embasa sua proposta metodolgica em variadas cor-rentes historiogrficas contemporneas e nos pressupostos do currculo vigente para o Ensino Mdio, pretendendo trabalhar com as competncias, habilidades e atitudes dos alunos. Aponta que a abordagem da cultura histrica deve relacionar presente e passado, problematizando mudanas e permanncias que constroem o sentido histrico das sociedades.

    Discute a importncia da ampliao e do uso no ensino de diferentes fontes, indicando estratgias de atividades que enfatizam o trabalho de leitura e inter-pretao de documentos escritos e visuais. Aponta a superao de uma narrativa pautada na celebrao dos grandes personagens, incorporando ao ensino de His-tria a diversidade de sujeitos sociais. H tambm sugestes e comentrios de respostas das atividades dos livros, alm de questes interdisciplinares, apesar de a fundamentao terica das relaes entre as disciplinas ser pontual.

    O componente curricular Histria tratado no texto principal com base na

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    histria poltica e econmica, inserindo outras abordagens nas sees, que com-pem a parte majoritria dos captulos. Os contedos so introduzidos a partir do dilogo entre as temporalidades, partindo dos conhecimentos prvios dos alu-nos. H destaque no trabalho com conceitos fundamentais disciplina histrica, sendo que as unidades e os captulos dos livros esto estruturados e organizados a partir da apresentao, contextualizao e problematizao de conceitos funda-mentais da disciplina histrica, principalmente o de tempo e o de fontes.

    A seo Discutindo a Histria, ao longo dos trs volumes, dedica-se mais es-pecificamente produo do conhecimento histrico. Abordam-se interpretaes histricas distintas, questes pouco debatidas na produo didtica e mesmo no mbito da academia, que conferem um olhar atento a setores da sociedade pouco divulgados pela cultura histrica, contribuindo para o desenvolvimento de atitude crtica e para a formao da cidadania.

    A proposta pedaggica da coleo valoriza a manifestao dos conhecimen-tos prvios dos alunos, principalmente na abertura dos captulos, promovendo a percepo de problemticas atuais relacionadas com a dimenso pretrita, prin-cipalmente sobre as questes de convivncia democrtica e a preservao do pa-trimnio cultural. Ao longo dos volumes, mantm-se estratgias adequadas de progresso do conhecimento histrico.

    Algumas atividades apresentam comandos pouco precisos, especialmente as questes interdisciplinares, que oferecem tmidas reflexes sobre as especifi-cidades dos saberes e suas inter-relaes. As imagens dos livros so referencia-das como fonte para a produo do conhecimento histrico, com atividades que promovem um trabalho de contextualizao dos recursos visuais. Os comentrios ou descries que os acompanham merecem ser valorizados na coleo, pelo de-talhamento apresentado com riqueza de informaes sobre autoria, contexto de produo e significados e usos na construo do conhecimento histrico. Indica uma concepo qualitativa do processo avaliativo, ancorando-se nas noes de contextualizao e continuidade.

    A coleo dedica-se construo e ao aprofundamento de conceitos e precei-tos ticos em sua dimenso temporal, principalmente a noo de cidadania, reto-mada e entendida luz de diferentes experincias histricas, com destaque para a realidade brasileira e para a noo de democracia. H preocupaes em promover a percepo e o respeito das diferenas dos grupos sociais, mostrando sua cons-truo histrica, fazendo comparaes crticas entre o tempo presente e o passado, reconhecendo mudanas e permanncias. Incentiva-se a compreenso dos proble-mas sociais que afetam determinados segmentos da sociedade, mantendo o res-peito s distintas formas de viver e s lutas contra a desigualdade social.

    H estimulo reflexo dos alunos sobre questes do seu cotidiano, como a te-mtica do preconceito e discriminao social e tnica. Sujeitos sociais diversificados so abordados ao longo das sees, inserindo, por exemplo, discusses sobre gnero.

    As temticas da Histria da frica, histria e cultura dos afrodescendentes e dos povos indgenas so destacadas a partir do Manual do Professor, discutindo a legislao pertinente e incentivando a desconstruo de esteretipos e precon-

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    ceitos que fundamentam a discriminao cotidiana de tais grupos. As histrias dos afrodescendentes e dos indgenas so abordadas principalmente a partir do processo de expanso, conquista e colonizao da frica e Amrica, havendo re-ferncias pontuais sobre esses continentes antes do contato com os europeus.

    H referncias s sociedades e tradies culturais africanas, histria do trfico e da escravido, s lutas e resistncias dos negros no passado e no pre-sente, como a questo das comunidades quilombolas e a importncia do Dia da Conscincia Negra como espao de afirmao dos afro-brasileiros e de luta contra o racismo. Procura-se valorizar a cultura indgena na formao do Brasil, porm os contedos sobre tais grupos esto ligados principalmente experincia colonial, privilegiando-se a questo da luta pelo direito ao acesso terra, em ter-mos contemporneos.

    No projeto grfico da coleo, a maioria das imagens traz legendas com descries e comentrios detalhados sobre a produo, contextualizao e arti-culao da iconografia com as temticas abordadas, adensando as informaes do texto principal. Mesmo que de forma pontual, representa-se visualmente a di-versidade social brasileira, tanto em termos tnicos quanto sociais ou de gnero.

    Os sumrios refletem a organizao dos contedos e a hierarquizao entre as temticas. H glossrio ao final dos captulos, entretanto no segue uma or-dem alfabtica nem as palavras esto sempre destacadas ao longo do texto.

    A coleo investe moderadamente no uso de sites. Ainda, constam links bastante longos, o que pode ocasionar a digitao equivocada dos endereos.

    Em sala de aula

    Professor, as sees ocupam lugar central no projeto editorial da coleo, nas quais h variedade de fontes, imagens, debates e temas historiogrficos ino-vadores, que podem ser aprofundados em sala de aula.

    Voc encontrar, no decorrer da obra, referncias produo do conheci-mento histrico na perspectiva dos conceitos, do debate historiogrfico e da leitu-ra e interpretao de fontes. A partir dessas referncias, voc poder estabelecer dilogo entre a historiografia e as fontes no desenvolvimento dos contedos.

    A temtica sobre a constituio da Comisso da Verdade destacada pela coleo, oportunidade que pode servir de mote para discutir a questo da cida-dania e dos direitos humanos, estabelecendo relaes no s com problemticas contemporneas como tambm com as formas de produo historiogrfica.

    Ao abordar a Histria dos grupos indgenas nas diversas sociedades, formu-lam-se algumas generalizaes sobre seus modos de vida. Seria importante bus-car referncias mais atualizadas sobre tal temtica, principalmente em relao a questes contemporneas.

    Nos volumes, h insero de propostas de atividades interdisciplinares, mas com comandos que indicam pontualmente as inter-relaes das disciplinas e que fi-cam a cargo basicamente do aluno. Voc poderia retomar essas atividades aprofun-dando-as, o que seria interessante no trabalho em conjunto com outros professores.

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    Viso geral

    A coleo apresenta os contedos a partir de unidades temticas, como, por exemplo, Viver nas cidades (v.1), Poltica: revoluo e cidadania (v.2) e Cidadania e relaes de poder (v.3), mantendo uma sequncia cronolgica da Histria Geral, com base na histria europeia, integrada Histria do Brasil.

    No Manual do Professor, h auxlio para o desenvolvimento das atividades apresentadas no Livro do Aluno que fomentam reflexes sobre o ensino de Hist-ria na contemporaneidade. Possibilita apoio ao trabalho didtico dos captulos, sees e atividades com suas respectivas respostas. Destaca-se o papel do pro-fessor como mediador capaz de garantir a interatividade e favorecer a autonomia do aluno em seu processo de aprendizagem.

    No componente curricular Histria, a obra proporciona o contato com ideias e opinies de diferentes historiadores, inclusive de especialistas de outras reas do conhecimento, o que contribui para a proposta interdisciplinar. Os contedos privilegiam as aes dos sujeitos coletivos e individuais, os fatores econmicos, as disputas de poder e os aspectos culturais como fundamentais no desenrolar do processo histrico.

    A proposta pedaggica favorece o desenvolvimento de habilidades e compe-tncias importantes para a construo do conhecimento histrico escolar, propondo atividades que instrumentalizam o estudante para a argumentao e para a refle-xo crtica, alm de mobilizar diferentes linguagens e estratgias de aprendizagem.

    A formao cidad est presente em todos os volumes, em uma perspectiva que incentiva a diversidade e o tratamento respeitoso aos diversos sujeitos en-volvidos no processo histrico da humanidade. A obra apresenta questes para a crtica do racismo e do preconceito tnico, fomentando uma educao voltada promoo dos Direitos Humanos que refora a visibilidade de mulheres, povos indgenas e afrodescendentes.

    A Histria da frica, dos afrodescendentes e dos indgenas concentra-se nos perodos colonial e imperial da Histria do Brasil. A Histria indgena tem uma ateno especial para a regio da Amaznia. H um captulo especfico para tratar de cada uma dessas temticas. A historiografia utilizada atual e propor-ciona muitos recursos que contribuem para uma reviso crtica da escravido e identificao da presena dos ndios na sociedade brasileira.

    Roberto Catelli Junior 27517COL06 Coleo Tipo 1

    AJS1 edio 2013

    www.editoraajs.com.br/pnld2015/conexao_historia

    CONEXO HISTRIA

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    O projeto grfico-editorial apresenta-se com uma grande variedade de tex-tos, imagens de pinturas, fotografias, mapas e outras fontes iconogrficas inter-caladas ao texto bsico e com propostas de atividades que podem ser explorados em sala de aula. A obra indica, ao final de cada captulo, diversas possibilidades de usos de sites como objeto de aprendizagem.

    Os livros digitais desta coleo possuem um ndice apropriado para os obje-tos educacionais digitais (OEDs) presentes. As imagens apresentadas so de boa qualidade, podem ser ampliadas e esto devidamente referenciadas. Os OEDs da coleo tambm proporcionam um dilogo interdisciplinar.

    Descrio

    A coleo apresenta-se em trs volumes, um para cada ano do Ensino M-dio. As unidades iniciam-se com uma imagem referente ao tema que ser tratado, seguida da seo Contexto. As sees dos captulos so: Pesquisa; Ponto de vista, Documentos, Interdisciplinaridade, sempre acompanhadas de um Roteiro de Tra-balho e Linha do Tempo. Ao final de todos os captulos, h a seo Vestibulando; e, em alguns captulos, encontram-se as sees: Releitura e Ler, Assistir e Nave-gar. Ao final de cada volume, h um Gabarito, de cada captulo, com a indicao da alternativa correta das questes de mltipla escolha de vestibulares e ENEM, mas sem orientaes procedimentais para o professor.

    O Manual do Professor, com 112 pginas anexadas ao final do Livro do Alu-no, apresenta uma parte geral comum para os trs volumes, com 47 pginas, con-tendo a Apresentao, o Sumrio, e as sees: O ensino de Histria no sculo XXI, A possibilidade de um trabalho interdisciplinar, ENEM, Aspectos metodolgicos e o funcionamento da obra, Recomendaes prticas para a utilizao da obra e Alguns pressupostos para a avaliao na disciplina de Histria. Em cada volume, h uma parte especfica, com 65 pginas, apresentando orientaes e sugestes para o desenvolvimento das atividades e modelos de respostas esperadas dos alunos s atividades propostas, alm das Referncias Bibliogrficas.

    A coleo composta por trs livros digitais. No total so 86 objetos edu-cacionais digitais, sendo as imagens e os infogrficos aqueles que mais predomi-nam. Os OEDs esto classificados da seguinte forma: 35 Infogrficos, 16 Audio-visuais e 35 Galerias de Imagens. Possui um sumrio especfico para os objetos educacionais digitais e cada um deles representado por um cone.

    Sumrio sinttico

    1 ANO 264 pginas 2 unidades 10 captulos: Viver nas cidades: O coti-diano nas cidades contemporneas; Cidades da Antiguidade; Os muros, os feudos e o cristianismo; A reconstruo do espao na sociedade capitalista; Dominao, resistncia e conflito cultural: conquistas espanholas e portuguesas na Amrica; A prtica colonizadora na Amrica portuguesa; As prticas colonizadoras espanholas

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    e britnicas; Viajantes e naturalistas no Brasil: a viso do outro mundo; Diferentes formas de escravido em diversos tempos; A escravido ainda existe?

    2 ANO 288 pginas 2 unidades 11 captulos: Poltica: revoluo e cidadania: Histria poltica e vida cotidiana; O prncipe e o Leviat: o Estado ab-solutista e a construo do Estado-nao moderno; Os princpios do liberalismo e a construo do cidado moderno; As revolues burguesas; Industrializao e trabalho assalariado; A cultura burguesa, as repblicas liberais e os conflitos na Europa; A crtica ao capitalismo e o caminho para o socialismo; Relaes de poder e a construo do Brasil independente: Relaes de poder e vida cotidiana; Mo-vimentos anticolonialistas e independncias na Amrica; A construo do Brasil independente; A Repblica autoritria no Brasil.

    3 ANO 272 pginas 2 unidades 8 captulos: Conflitos e diversidade cultural no Brasil: O Brasil do serto; O Brasil Amaznico; Afro-brasileiros; Cida-dania e relaes de poder: Nacionalismos, guerras mundiais e autoritarismo; A revoluo vanguardista: da Revoluo de 1930 ao Estado Novo; Ensaios demo-crticos no Brasil; Da ditadura democracia: golpe, guerrilha e abertura; Cidado contemporneo: um roteiro de estudo.

    Anlise

    O Manual do Professor apresenta crticas ao ensino de Histria fundamen-tado na repetio e memorizao de contedos cristalizados. Oferece orientaes para a consecuo dos exerccios, indicando as possveis respostas das questes, bem como as atitudes esperadas dos alunos frente s atividades propostas nos captulos. Ainda, traz orientaes adicionais relacionadas com os temas da obra, feitas por especialistas da rea. H sugestes para a avaliao e indicao das competncias e habilidades esperadas para alunos do Ensino Mdio. Os Roteiros de Trabalho so destaque para a compreenso histrica, para os quais o Manual traz algumas orientaes a fim de que o professor proceda em sua execuo.

    Ao apresentar a estrutura da coleo, constam orientaes gerais para que o professor utilize os diversos documentos escritos e visuais como fontes de aprendiza-gem histrica significativa. As sees so descritas com informaes que facilitam o desenvolvimento do trabalho do professor no uso da obra e na explorao das suas propostas. H algumas sugestes para o trabalho interdisciplinar, principalmente com as disciplinas de Geografia, Filosofia e rea de Cincias Naturais, e outras, para o contedo da Histria da frica, cultura afro-brasileira e dos povos indgenas.

    A seleo e a organizao do conhecimento histrico so definidas de for-ma temtica, considerando a cronologia e comparando espaos e tempos dife-renciados da Histria do Brasil, Europa, frica e Amrica. As orientaes e infor-maes sobre as estratgias e os recursos de ensino, metodologias para o ensino de Histria, utilizao de imagens e documentos empregados no Livro do Aluno, referentes aos textos e propostas de atividades e tarefas, so condizentes com os objetivos elencados no Manual do Professor.

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    Nas atividades, o uso de trechos de textos historiogrficos e de outros campos do conhecimento favorece temticas da Histria social e cultural, aproximando-se da realidade do aluno. Muitas imagens potencializam o trabalho com o aluno para que ele compreenda como se realiza o ofcio do historiador e como a Histria pode ser apresentada em diferentes verses. A obra apropria-se da produo historiogr-fica recente, trabalhando com conceitos de narrativa, memria e sujeito histrico.

    A proposta pedaggica da obra centrada em atividades que se intercalam com o texto-base e exploram recursos diversos, como textos complementares, imagens, grficos e mapas, contribuindo para desenvolver vrias habilidades do aluno, de forma integrada e articulada aos temas e contedos dos captulos e unidades. A abordagem comparativa de tempos e espaos diferentes permite a formao dos conceitos de semelhana, diferena, contradio e ruptura.

    A coleo traz conceitos, textos e atividades que se apresentam em quanti-dade e qualidade compatveis com o nvel cognitivo dos alunos do Ensino Mdio. Favorece ao aluno o desenvolvimento de sua identidade, autonomia e insero em seu meio social como sujeito de pensamento crtico. Ao final de cada captulo, apresentada uma relao de materiais audiovisuais, sites e livros que podem ser acessados pelo aluno para complementar as informaes da obra.

    Promovendo a construo da cidadania, destacam-se as imagens de mulheres em vrios contextos histricos e sociais. A obra trata, ainda, de temas relacionados com os movimentos e problemas sociais, questes ambientais, relaes de gnero e de luta pela terra. A coleo traz aspectos positivos para a construo de preceitos ticos na sua historicidade, buscando trabalhar na perspectiva de que os processos histricos se do de formas distintas, em pocas e espaos historicamente situa-dos, de modo a historicizar os conceitos que operamos no ensino de Histria.

    As questes sociais so abordadas em sees que analisam o cotidiano e a relao entre o passado e o presente, na tentativa de fomentar a compreenso do contexto social em que os estudantes vivem. Algumas sees discutem especifi-camente temas relacionados com a cidadania, ou contm abordagens que levam a essa discusso, principalmente na seo Ponto de Vista, o que torna expressiva tal temtica na obra. Algumas atividades so dedicadas organizao social e s relaes de trabalho em tempos e espaos distintos.

    A temtica da Histria da frica, histria e cultura dos afrodescendentes e dos povos indgenas abordada a partir dos contextos dos perodos colonial e im-perialbrasileiroedasprticasdaescravido.Constaumcaptuloespecficosobrea Histria da frica e seus descendentes e outro que aborda aquele continente aps a chegada dos europeus. H algumas passagens que ressaltam a luta dos afro-brasileiros no Brasil, a cultura africana e suas descendncias, bem como sua importncia na formao econmica e poltica de nossa sociedade.

    A abordagem da questo indgena possibilita a denncia da discriminao e favorece o desenvolvimento de atitudes positivas dos alunos em respeito aos gru-pos historicamente excludos. As temticas sobre esses povos e etnias traduzem-se em orientaes pontuais de atividades, sugestes bibliogrficas e de sites, notadamente em dois captulos.

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    A estrutura grfica organizada de forma clara e compatvel com a faixa etria do pblico para o qual se destina. No entanto, a diferena no nmero de captulos das unidades de cada volume pode dificultar o trabalho do professor. O glossrio reduzido, mas apresenta corretamente os significados das palavras. As referncias bibliogrficas recentes e indicadas em todos os captulos e unida-des so um bom aporte de complemento de aprendizagem, tanto para os alunos como para os professores.

    A obra apresenta recursos grficos como imagens de fotografias, pinturas, charges, mapas, tabelas e grficos que favorecem a aprendizagem. Algumas ima-gens so pouco legveis, mas no prejudicam o desenvolvimento das atividades propostas e a compreenso de seu contexto histrico. Destaque da obra, por ou-tro lado, o considervel emprego de fontes histricas textuais para o desenvol-vimento da compreenso sobre o trabalho do historiador.

    A coleo apresenta uma significativa quantidade de sites institucionais: museus, bibliotecas, arquivos e galerias so utilizados no decorrer da obra e po-dem ser explorados na sala de aula.

    O livro digital destaca-se pelo seu prtico e fcil acesso. Possui cones em todas as pginas. Ao clicar no cone correspondente a cada OED, o usurio au-tomaticamente direcionado ao mesmo, fazendo com que seu acesso ocorra de forma imediata. Apresenta tambm uma diversidade de fontes que podem ser utilizadas na rea de Histria como pinturas, esculturas, documentos escritos, msicas, filmes e entre outras. A coleo ainda se preocupa em contextualizar os contedos com a realidade vivenciada pelos alunos.

    Em sala de aula

    Professor, o principal potencial da obra a grande quantidade de excertos de textos historiogrficos, literrios, jornalsticos, documentos oficiais e fontes iconogrficas, o que favorece o desenvolvimento de atividades voltadas para o desenvolvimento do pensamento histrico.

    Podem-se cotejar diferentes verses historiogrficas, de forma contextua-lizada em seu tempo e espao e dentro da perspectiva temtica da obra, o que auxilia o aluno a se posicionar diante do contexto em que vive, assumindo postu-ras de interveno consciente frente ao seu lugar social. Esse potencial pode ser utilizado para que o aluno elabore uma narrativa prpria em relao aos conte-dos abordados e assuma reflexo e atitude crtica e autnoma, potencializando prticas cidads de afirmao dos direitos e da igualdade entre os homens, tra-tando-os com respeito e de forma positiva.

    importante destacar a possibilidade de o professor ampliar os debates sugeridos em relao cultura africana, afrodescendente e indgena, buscando inseri-la, sempre que possvel, nos diversos acontecimentos histricos que a obra contempla, o que pode ser aproveitado para discutir a importncia de combate aos preconceitos e esteretipos de toda ordem. interessante desenvolver ativi-dades que favoream a superao dos preconceitos regionais, conforme a obra

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    aponta, notadamente sobre as regies Nordeste e Amaznica. A obra apresenta vrias oportunidades de trabalhos interdisciplinares ao

    propor dilogos entre os professores e as disciplinas de Geografia, Filosofia e da rea de Cincias da Natureza, o que pode ser aproveitado para a construo de conceitos, habilidades e competncias que sejam congruentes aos diversos cam-pos do conhecimento.

    O glossrio, denominado Vocabulrio, organizado junto aos textos, favorece a aprendizagem, mas ainda h palavras e conceitos que necessitam de explica-es compatveis com a faixa etria do aluno.

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    Viso geral

    A coleo apresenta um contedo organizado cronologicamente do incio da espcie humana crise da Idade Mdia no volume 1; dos primeiros habitantes do Brasil ao capitalismo no sculo XIX no volume 2; e da economia dos anos 1920 nos EUA ao governo atual brasileiro no volume 3, intercalando-se a Histria do Brasil, da Amrica e Geral Europa, frica e sia.

    O Manual do Professor contm a proposta de ensino-aprendizagem apoiada em documentos elaborados pelo MEC, com destaque para a Matriz de Referncia para o ENEM, e na perspectiva de que o material didtico deve prover um currcu-lo mnimo que garanta o trabalho com contedos consagrados na Histria escolar.

    O contedo histrico apresentado por meio de um texto central com fins expositivos, que se articula a boxes contendo glossrio, ilustraes com legen-das, mapas e tabelas e que segue cortes temticos associados Histria poltica ou econmica, intercalando regies geopolticas.

    Na proposta pedaggica, trabalham-se alguns conceitos centrais para a compreenso do conhecimento histrico nas atividades sugeridas. Orientaes e propostas para leitura e interpretao das imagens como documento histrico so disponibilizadas e trabalhadas na abertura e no encerramento das unidades dos trs volumes.

    Nas estratgias voltadas para a formao cidad deve ser destacada a quali-dade das atividades, que estimulam a compreenso, por parte do aluno, de como o conhecimento histrico produzido.

    No conjunto da coleo, observa-se o tratamento dos temas relacionados com a Histria da frica, histria e cultura dos afrodescendentes e dos povos in-dgenas, em captulos e itens destacados, com menor nfase para assuntos volta-dos para a cultura afrodescendente e para a Histria das comunidades indgenas.

    O projeto editorial apresentado compatvel com o pblico escolar de En-sino Mdio. A proposta grfica adotada dinmica, com a utilizao de cones para demarcar a abertura das sees de atividades e os ttulos das unidades e dos captulos por meio de cores padronizadas.

    Acompanha a coleo um conjunto de atividades organizadas em sees, em que se disponibilizam diferentes tipos de fontes e textos de variadas procedncias para leitura e debate em sala de aula. Tambm h indicao de variados sites.

    Jos Geraldo Vinci de Moraes

    27561COL06 Coleo Tipo 2

    Editora Positivo 1 edio 2013

    www.editorapositivo.com.br/pnld2015/historia

    HISTRIA

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    Descrio

    Os volumes da coleo esto organizados de forma padronizada em unida-des e captulos com uma estrutura fixa que contempla exerccios, boxes e outras atividades. As atividades, por sua vez, so divididas em sees intituladas: Ga-leria de Imagens situada na abertura e no fechamento de cada unidade, insere perguntas sobre uma ou vrias imagens relacionadas com o tema do texto central; Conexes trabalha a interpretao de trechos de documentos e textos historio-grficos; Pensando bem organiza o contedo do captulo por meio de perguntas; Historiador e seu ofcio trata de temas relacionados com a prtica e o trabalho do historiador com base em trechos de textos historiogrficos de carter terico ou metodolgico; Ponto e contraponto inclui textos de distintas procedncias sobre uma temtica especfica para que se comparem posies seguindo um ro-teiro de perguntas; Passado no presente relaciona questes atuais com temti-cas trabalhadas na unidade, com o intuito de ponderar sobre a relao passado e presente, apoiando-se em textos de natureza diversa. A unidade se conclui com uma seo denominada Para... que contm indicaes de leitura, filmes e stios na internet para complementar o conhecimento sobre os temas apresentados.

    O Manual do Professor tem 79 pginas nos volumes 1 e 3; e no volume 2, 80 pginas apresentadas ao final de cada volume do Livro do Aluno. O suplemen-to composto por tpicos que apresentam a proposta terico-metodolgica da obra, comum a todos os volumes, e uma parte especfica que fornece subsdios pontuais ao desenvolvimento das atividades, textos complementares, sugestes de leitura e a proposta de uma atividade temtica. No Manual so apresentados, na parte comum a todos os volumes, os princpios gerais da proposta de ensino-aprendizagem; orientaes sobre a funo das sees que compem as ativida-des de abertura e fechamento das unidades; sugestes metodolgicas acompa-nhadas de modelos de fichas para o trabalho com documentos escritos e flmicos. Na parte especfica a cada volume, apresentam-se orientaes para as atividades de abertura e fechamento das unidades, incluindo-se passagens de textos para leitura complementar do professor e atividades de avaliao alternativas. Desta-ca-se a ausncia de orientaes para o trabalho com as sees Conexes e Pen-sando bem inseridas em todos os captulos.

    Sumrio sinttico

    1 ANO 272 pginas 5 unidades 23 captulos: Pr-histria: Primeiros representantes da espcie humana; Povoamento humano da Amrica; Ancestrais dos brasileiros; Primeiras sociedades urbanas: Mesopotmia e a formao das so-ciedades urbanas; frica Antiga; Sociedades do Oriente: a China e a ndia; Povos do Mediterrneo ao Planalto Asitico; Nascimento do mundo ocidental: Grcia: formao e transformaes; Grcia Clssica e o helenismo; Roma: Monarquia e Repblica; Imprio Romano; Formao do mundo medieval europeu; Mundo ra-be-muulmano; As vrias fricas; Sociedades americanas; Feudalismo Europeu;

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    Transformaes e crises na Idade Mdia; poca Moderna: Renascimento: em di-reo Idade Moderna; Expanso martima europeia; Europeus no Novo Mundo; Reviso e crise da cristandade; Estado Moderno: centralizao e conflitos.

    2 ANO 288 pginas 4 unidades 28 captulos: Formao da Amrica portuguesa: Os habitantes do Brasil; Ocupao da Amrica Portuguesa; O Atlnti-co negro e o Brasil; Empreendimento colonial na Amrica portuguesa; Expanso e diversificao da colonizao; O ouro e o apogeu da Colnia; Aspectos da socie-dade colonial; Tempo de revolues: Iluminismo; Revoluo Industrial; Indepen-dncia dos Estados Unidos; Revoluo Francesa; Revoltas coloniais na Amrica; Revoluo e Restaurao; Amrica espanhola: independncia e fragmentao; Fim da ordem colonial na Amrica portuguesa; Primeiro Reinado; Regncias e revoltas; Era industrial: Nova dinmica social; Estado Nacional e nacionalismo; Expanso dos Estados Unidos; Segundo Reinado: o Estado Nacional; Crise do Im-prio e proclamao da Repblica; Expanso e mudanas do capitalismo; Mundo em conflito: Era dos imprios; Primeira Guerra Mundial; Revoluo Russa; Primei-ra Repblica; Industrializao e urbanizao.

    3 ANO 288 pginas 4 unidades 29 captulos: Crise e guerra mundial: Faces do capitalismo no Perodo Entreguerras; Tenses polticas no Entreguerras; Avano do fascismo e do nazismo; Abalo da Repblica Oligrquica; Era Vargas; Segunda Guerra Mundial; Perodo da Guerra Fria: Guerra Fria; Expanso do so-cialismo real; Tempo de prosperidade capitalista; Lutas anticoloniais na sia; Conflitos no Oriente Mdio; Lutas anticoloniais na frica; Amrica Latina das oligarquias ao ciclo militar; Democracia populista no Brasil; Crise da democracia; Mudanas no final do sculo XX: em direo s mudanas sociais; O regime mili-tar no Brasil; Crises econmicas e neoliberalismo; Abertura poltica no Brasil; Fim da bipolarizao; Impasses na Europa; Brasil em direo democracia; Sculo XXI em construo: em direo ao mundo global; Ascenso do Oriente; frica na passagem para o sculo XXI; Tenses no Oriente Mdio; Amrica Latina na virada do sculo XXI; Panorama do tempo presente; Brasil em transio.

    Anlise

    O Manual do Professor apresenta sua fundamentao terica pautado em referncias bibliogrficas adequadas reflexo do conhecimento histrico. Ex-pe possibilidades de avaliao diferenciadas e descreve as propostas de ativi-dades dispostas ao longo do Livro do Aluno. Em relao interdisciplinaridade, reserva-se um item intitulado Trabalho interdisciplinar. As sees Ponto e Contra-ponto, Passado no presente e, principalmente, O historiador e seu ofcio tambm apontam para a interdisciplinaridade, dialogando com Literatura, Artes Visuais, Arqueologia, Sociologia, Poltica, Comunicao e Msica.

    Observa-se no Manual a defesa do material didtico como instrumento de apoio ao processo de aprendizagem, embora no haja aprofundamento no di-

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    logo com a produo historiogrfica atual. As orientaes para o trabalho com a Histria da frica, a Histria e a cultura afro-brasileira e a histria indgena so abordadas na parte especfica do Manual. Tambm se apresenta um conjunto de textos complementares para o professor, acompanhado de informaes sobre os autores e da relao de contedos selecionados para a unidade.

    O componente curricular Histria fundamenta-se na adoo do modelo ex-positivo apoiado em texto linear que orienta o estudo dos contedos dos captu-los. A abordagem expositiva complementada por um conjunto de atividades de abertura e fechamento da unidade, em que se oportuniza o exerccio de pensar historicamente. Nas sees que integram as atividades, encontram-se situaes em que se desenvolve o pensamento histrico de forma crtica apoiado em textos variados e fontes histricas.

    Empregam-se pinturas, fotografias, charges, gravuras, desenhos, acompa-nhados de textos introdutrios com informaes que auxiliam o estudante no processo de anlise. Algumas dessas imagens, todavia, so subaproveitadas, pois, se, em alguns momentos, tais textos atuam para a qualificao do trabalho analtico da imagem, discutindo sua historicidade, em muitos outros, os textos introdutrios so superficiais, dificultando a interpretao das imagens como re-presentao.

    A proposta pedaggica organiza-se com base no princpio de que o livro didtico deve apoiar professores e alunos no cotidiano escolar. Esse princpio se traduz em uma obra em que um texto central orienta o processo de ensino-apren-dizagem, complementado pelas atividades de fechamento das unidades. O Livro do Aluno tambm apresenta atividades que exploram as habilidades de leitura de imagem e outros tipos de fontes, compreenso e construo do conhecimento histrico, comparao de verses histricas, compreenso da noo de tempo histrico e ampliao do conhecimento mediante o emprego de livros, filmes e pginas da internet.

    Nas atividades complementares sugeridas ao professor ao final dos volu-mes, textos e imagens abordam estratgias de avaliao, embora no venham acompanhados de orientaes precisas. As atividades tambm apoiam o trabalho interdisciplinar, notadamente na seo O historiador e seu ofcio e na Galeria de Imagens, em que se propem abordagens interdisciplinares com a Histria da arte e a comunicao para o estudo das representaes visuais. Porm, as estra-tgias para a implementao da interdisciplinaridade no vm acompanhadas de orientaes detalhadas quanto ao seu planejamento e desenvolvimento.

    Questes pertinentes formao cidad so apresentadas na obra, com desta-que para a noo de trabalho, a constituio histrica da cultura juvenil e a importn-cia da valorizao dos fundamentos de construo da cidadania como competncia a ser desenvolvida no Ensino Mdio. A abordagem dessas questes concentra-se no terceiro volume, no qual se discutem direitos civis, especificamente, sobre o movi-mento negro nos EUA, o feminismo, a defesa do meio ambiente e a juventude.

    As temticas relacionadas com o estudo da Histria da frica, histria e cul-tura dos afrodescendentes e dos povos indgenas so trabalhadas em todos os

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    volumes da coleo, de forma pontual nos captulos e atividades. Apresentam-se, ainda, uma variedade de imagens de diferentes agentes histricos e um conjunto de textos complementares para apoiar o estudo da temtica africana e indgena.

    A obrigatoriedade legal no tratamento desses temas destacada no Manual do Professor e as orientaes especficas para a sua abordagem so apresentadas na forma de comentrios sobre as atividades ou por meio de textos complementares.

    O projeto grfico apoia-se em opes formais adequadas ao pblico jovem, em que se destaca o uso de cones e tipologias textuais variadas. O texto central devidamente formatado, bem como os boxes e textos complementares, resul-tando em legibilidade da proposta grfica. O aspecto visual dinmico e as cores utilizadas facilitam a distribuio do contedo.

    De forma geral, as imagens so utilizadas como recurso didtico na seo Galeria de Imagens, presente em todas as unidades, mas, principalmente, como ilustrao acessria do texto central, acompanhada de legenda nem sempre com-pleta. As imagens respeitam as propores reais dos objetos e seres e retratam certa diversidade cultural e social brasileira. Porm, a maior incidncia de ima-gens recai sobre a mulher branca e a populao negra visualmente representada pelo gnero masculino.

    A coleo possui variados sites recomendados ou indicados como fontes de suas imagens e textos. O professor pode se valer destes endereos, pois em sua maioria pertencem a instituies educacionais ou de pesquisa, jornais e revistas. Porm, ser preciso cuidado: em alguns casos os links remetem a ambientes sem a possibilidade de navegao com orientaes em portugus.

    Em sala de aula

    Professor, a proposta de atividades com filmes um ponto positivo a ser destacado, pois, alm do modelo de uma ficha filmogrfica e sugestes de filmes, a coleo apresenta o material bibliogrfico consultado. Para complementar seu trabalho em sala de aula, voc poder contar com modelos de fichas, inseridas no Manual, para o tratamento de documentos histricos, textos historiogrficos e filmes.

    Nas atividades de fechamento das unidades, encontra-se uma gama de es-tratgias em que se acionam situaes-problema, relao passado e presente e se provoca o confronto de ideias e posies em debate.

    No que diz respeito questo da formao cidad, o professor precisar buscar material de apoio para compreenso da problemtica das relaes tnicas e raciais presentes no debate atual da sociedade brasileira. De modo semelhante voc poder proceder em relao Histria indgena, que ser valorizada pela consulta bibliografia complementar e outros recursos.

    Professor, destacam-se, nessa obra, atividades de fechamento das unida-des as quais exploram o exerccio do pensar historicamente, tornando-se uma oportunidade para relacionar o trabalho dos textos com as atividades, visto que predomina a abordagem poltica na exposio dos contedos.

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    Viso geral

    A coleo apresenta os contedos organizados cronologicamente, de forma a integrar a Histria da Europa, da Amrica e do Brasil, do Oriente e da frica. Des-tacam-se atividades que atuam como integradoras de contedos, possibilitando a construo e aplicao de conceitos ao cotidiano, bem como o aprofundamento da reflexo crtica dos estudantes.

    O Manual do Professor explica a estruturao da obra, incorpora discusses a respeito da importncia da abordagem dos processos histricos e trata de te-mticas relevantes ao fazer docente, a exemplo das questes tnico-raciais, dos eixos cognitivos e das competncias e habilidades a serem desenvolvidas pela disciplina de Histria.

    O componente curricular Histria visto como uma rea do conhecimento que contribui para o desenvolvimento da cidadania, principalmente em ativida-des que requerem a necessidade de consultas a fontes e enunciados, os quais possibilitam a discusso dessa temtica, relacionando conceitos e processos his-tricos com situaes do presente.

    A proposta didtico-pedaggica lana mo de referenciais socioconstruti-vistas no tocante s estratgias metodolgicas, que priorizam o desenvolvimento do raciocnio e do esprito crtico, a resoluo de problemas, a aproximao dos contedos ao cotidiano vivenciado pelos alunos, o trabalho interdisciplinar, e as atividades em grupo.

    A formao cidad destaca-se no sentido de fomentar a construo de uma sociedade democrtica a partir dos textos e atividades. Abrange as transforma-es histricas ocorridas no mundo do trabalho e os processos formativos que possibilitam reflexes a respeito da convivncia e valorizao dos movimentos sociais, organizaes representativas da sociedade civil e diversidade cultural que marcam o pas.

    Trata das desigualdades e contradies que tm caracterizado o processo de formao e constituio da sociedade brasileira, valorizando a Histria e cul-tura afro-brasileira e indgena, com vistas a reconhecer a luta desses grupos pela conquista da cidadania plena.

    O projeto grfico da coleo estruturado em unidades e captulos, apre-

    Divalte Garcia Figueira 27562COL06 Coleo Tipo 1

    IBEP Instituto Brasileirode Edies Pedaggicas1 edio 2013

    www.editoraibep.com.br/pnld2015/historiaintegralis

    INTEGRALIS HISTRIA

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    sentando homogeneidade. H sumrio com a indicao das unidades e captulos, em que esto inclusos os contedos abordados, as propostas de atividades, as referncias bibliogrficas e uma lista das siglas de vestibulares dos quais foram retirados alguns exerccios incorporados obra. As sees, subsees e boxes presentes ao longo da obra, mesmo no estando indicadas no sumrio, possuem fcil localizao pela presena de recursos grficos, como diferenciao de cores e formato de letras. H indicao de sites.

    Os livros digitais da coleo possuem O