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PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ FUNDAÇÃO EDUCACIONAL DE SÃO JOSÉ CENTRO UNIVERSITÁRIO MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ USJ CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS BRUNO MIOR FERNANDES A VIABILIDADE DA IMPLEMENTAÇÃO DOS BENEFÍCIOS FISCAIS FEDERAIS NA EMPRESA X, OPTANTE PELO LUCRO REAL, DO MUNICÍPIO DE FLORIANÓPOLIS, (SC). São José 2013

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PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ

FUNDAÇÃO EDUCACIONAL DE SÃO JOSÉ

CENTRO UNIVERSITÁRIO MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ – USJ

CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS

BRUNO MIOR FERNANDES

A VIABILIDADE DA IMPLEMENTAÇÃO DOS BENEFÍCIOS FISCAIS FEDERAIS

NA EMPRESA X, OPTANTE PELO LUCRO REAL, DO MUNICÍPIO DE

FLORIANÓPOLIS, (SC).

São José

2013

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PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ

FUNDAÇÃO EDUCACIONAL DE SÃO JOSÉ

CENTRO UNIVERSITÁRIO MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ – USJ

CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS

BRUNO MIOR FERNANDES

A VIABILIDADE DA IMPLEMENTAÇÃO DOS BENEFÍCIOS FISCAIS FEDERAIS

NA EMPRESA X, OPTANTE PELO LUCRO REAL, DO MUNICÍPIO DE

FLORIANÓPOLIS, (SC).

Trabalho elaborado para a disciplina de Estágio III

do Curso de Ciências Contábeis do Centro

Universitário Municipal de São José – USJ.

Orientador: Profª. Esp. Stela Bueno

São José

2013

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BRUNO MIOR FERNANDES

A VIABILIDADE DA IMPLEMENTAÇÃO DOS BENEFÍCIOS FISCAIS

FEDERAIS NA EMPRESA X, OPTANTE PELO LUCRO REAL, DO MUNICÍPIO DE

FLORIANÓPOLIS, (SC).

Trabalho de Conclusão de Curso elaborado como requisito parcial para obtenção do grau de

bacharel em Ciências Contábeis do Centro Universitário Municipal de São José – USJ

avaliado pela seguinte banca examinadora:

Orientadora: Profª. Stela Bueno

Prof. Dr. Fernando Nitz de Carvalho

Prof. Esp. Luiz Carlos Jung

São José, 28 de junho de 2013.

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AGRADECIMENTO

Agradeço em primeiro lugar a Deus que iluminou o meu caminho durante toda a minha

vida, bem como nesses quatro anos do Curso de Ciências Contábeis. Ele me deu a vida, a força,

a coragem e energia para realizar esta pesquisa. Além disso, colocou pessoas maravilhosas na

minha vida que contribuíram para o resultado desta monografia. E a estas pessoas também

quero deixar registrado meu agradecimento.

Agradeço a toda paciência e contribuição dadas pela minha namorada Letícia Oliveira

Demétrio, ao qual sabe todo o tempo que deixei de passar com ela para poder concluir esta

monografia e sempre foi muito compreensiva. Por todo amor, carinho, compreensão e acima

de tudo paciência para me aturar na difícil tarefa de concluir este trabalho. Especialmente nos

momentos mais adversos desse estudo.

Aos meus pais José Joaquim Fernandes e Fátima Mior Fernandes, também agradeço

muito por terem me ensinado, desde sempre, a ser uma pessoa responsável, educada,

esforçada e a correr atrás dos meus sonhos, o que contribuiu muito para a formação desta

monografia. Além disso, sempre me apoiaram e me deram forças em cada etapa. Estavam

sempre dispostos a me ouvir e sempre me motivaram a ir em frente e concluir esta etapa final.

Agradeço aos outros familiares e aos colegas do trabalho que contribuíram direta ou

indiretamente com a pesquisa e compreenderam a ausência em alguns eventos em decorrência

da realização desta pesquisa.

Agradeço aos professores, por todo o conhecimento que compartilharam para a

formação deste trabalho, principalmente a minha querida orientadora, a professora Stela, que

dedicou seu tempo desde a formulação do projeto até esta etapa final.

Por fim, agradeço a todos que de alguma forma contribuíram com a formação deste

trabalho, fico muito feliz com a conclusão desta etapa da graduação, foi uma grande

oportunidade de aprofundar meus conhecimentos nesta temática.

Obrigado a todos!

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RESUMO

Esta pesquisa tem o objetivo analisar a viabilidade implementação dos benefícios fiscais,

numa empresa optante pelo lucro real, localizada em Florianópolis. Para maior entendimento

a pesquisa foi subdivida em três etapas, inicialmente é apresentado os conceitos e a legislação

vigente de cada benefício fiscal, em seguida é apresentado um comparativo para ver a

viabilidade de implementação, e por último a viabilidade dos mesmos. Percebeu-se que os

benefícios fiscais federais aos quais foram abordados na pesquisa, têm cada um sua

particularidade, objetivo e benefício fiscal ao qual a empresa que queira adotar pode escolher

qual é mais viável e que tem características da empresa, os benefícios alcançados são a

redução no imposto de renda, alguns a possibilidade de divisão de dividendos gerados, outros

não possuem benefícios financeiros, mas repassam parcela do imposto devido para os

projetos, obtendo um reconhecimento de cidadania. Usufruindo apenas o que a legislação

permite, ou seja, utilizando o planejamento tributário, para reduzir os seus impostos em troca

de um ganho financeiro ou até mesmo reconhecimento social, de forma lícita. Os benefícios

fiscais ao qual foram abordados nessa pesquisa são realizados apenas para as empresas

optantes pelo lucro real, motivo pelo qual os benefícios gerados são com base no imposto de

renda, de âmbito federal. Os resultados apresentados obtém uma resposta positiva tanto para a

empresa como para a sociedade, pela qual é a que mais ganha com a inserção desses

benefícios. A ideia é disseminar como os benefícios fiscais podem ser alocados nas empresas,

como forma de cartilha através de dados reais como desses benefícios fiscais podem trazer

benefício para a empresa. Uma explanação do conhecimento para os que ainda não conhecem

os incentivos fiscais estudados.

Palavra-chave: Benefícios fiscais. Lucro Real. Imposto de renda.

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LISTA DE SIGLAS

CF – Constituição Federal

CFC – Conselho Federal de Contabilidade

CRC – Conselho Regional de Contabilidade

CSLL – Contribuição Social sobre o Lucro Líquido

CTN – Código Tributário Nacional

FUNCINE – Fundos de Financiamento da Indústria Cinematográfica Nacional

FUNCRIANÇA – Fundo dos Direitos a Criança e do Adolescente

IR – Imposto sobre a Renda

IRRF – Imposto de Renda Retido na Fonte

ISS – Imposto Sobre Serviços de qualquer natureza

LALUR – Livro de Apuração do Lucro Real

NBC – Norma Brasileira de Contabilidade

OSCIP – Organização da Sociedade Civil de Interesse Público

PAT – Programa de Alimentação ao Trabalhador

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1: Comparativo da Carga Tributária mundial......................................................... 42

Quadro 2: Elisão, Elusão e Evasão Fiscal............................................................................ 46

Quadro 3: Os benefícios às partes envolvidas...................................................................... 66

Quadro 4: Comparativo com o incentivo e sem o incentivo fiscal, Lei Rouanet, dedução

total de 100% do limite........................................................................................................ 75

Quadro 5: Comparativo com o incentivo e sem o incentivo fiscal, Lei Rouanet, dedução

parcial de 40% do limite...................................................................................................... 76

Quadro 6: Comparativo com o incentivo e sem o incentivo fiscal, Lei Rouanet, dedução

parcial de 30% do limite...................................................................................................... 77

Quadro 7: Benefício fiscal, do incentivo Audiovisual......................................................... 79

Quadro 8: Comparativo com o incentivo e sem o incentivo fiscal, Audiovisual................. 80

Quadro 9: Comparativo com o incentivo e sem o incentivo fiscal, Funcriança.................. 82

Quadro 10: Comparativo com o incentivo e sem o incentivo fiscal, OSCIP....................... 83

Quadro 11: Comparativo com o incentivo e sem o incentivo fiscal, Doações a entidades

sem fins lucrativos................................................................................................................ 85

Quadro 12: Comparativo com o incentivo e sem o incentivo fiscal, Funcines.................... 87

Quadro 13: Comparativo com o incentivo e sem o incentivo fiscal, Incentivo ao

Desporto............................................................................................................................... 89

Quadro 14: Dedução sobre a despesa operacional............................................................... 91

Quadro 15: Dedução limite pelo número de refeições......................................................... 92

Quadro 16: Dedução limite diretamente do imposto de renda............................................. 92

Quadro 17: comparativo entre as possíveis deduções.......................................................... 93

Quadro 18: Comparativo com o incentivo e sem o incentivo - PAT................................... 93

Quadro 19: Comparativo Incentivo Fiscal x Benefício Fiscal............................................. 95

Quadro 20: Recuperação dos valores investidos nos incentivos fiscais............................... 96

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................. 10

1.1 OBJETIVOS ................................................................................................................. 12

1.1.1 Objetivo Geral ......................................................................................................... 12

1.1.2 Objetivos Específicos ............................................................................................... 12

1.2 JUSTIFICATIVA ......................................................................................................... 12

2.METODOLOGIA........................................................................................................... 14

2.1 CLASSIFICAÇÃO DA PESQUISA ............................................................................ 14

2.2 LIMITAÇÕES............................................................................................................... 16

3 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ................................................................................ 17

3.1 HISTÓRICO DOS TRIBUTOS ................................................................................... 17

3.1.1Conceitos dos Tributos ............................................................................................. 18

3.1.2 Função do Tributo ................................................................................................... 19

3.2 SISTEMA TRIBUTÁRIO BRASILEIRO.................................................................... 20

3.2.1 Impostos Federais .................................................................................................... 21

3.2.2 Impostos Estaduais .................................................................................................. 25

3.2.2.1 Substituição Tributária ........................................................................................... 26

3.2.3 Impostos Municipais ............................................................................................... 28

3.3.1 Imposto .................................................................................................................... 30

3.3.1.1 Imposto cumulativo................................................................................................. 29

3.3.1.2 Imposto não cumulativo.......................................................................................... 30

3.3.1.3 Taxa ........................................................................................................................ 31

3.3.1.4 Contribuição de melhoria ....................................................................................... 31

3.3.1.5 Contribuições sociais .............................................................................................. 31

3.3.1.6 Empréstimo Compulsório ....................................................................................... 32

3.4 TIPOS DE TRIBUTAÇÃO .......................................................................................... 34

3.4.1 Lucro Real ................................................................................................................ 33

3.4.2 Lucro Presumido ..................................................................................................... 35

3.4.3 Lucro arbitrado ....................................................................................................... 36

3.4.4 Simples Nacional ...................................................................................................... 36

2.5 PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO.............................................................................. 37

3.5.1 Objetivo do planejamento Tributário ................................................................... 40

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3.5.2 Fato Gerador do Planejamento Tributário ........................................................... 40

3.6 CARGA TRIBUTÁRIA BRASILEIRA....................................................................... 42

3.7 DIFERENÇA ENTRE FRAUDE OU SONEGAÇÃO FISCAL .................................. 43

3.8 ELISÃO, EVASÃO E ELUSÃO FISCAL ................................................................... 43

3.8.1 Elisão Fiscal .............................................................................................................. 44

3.8.2 Evasão Fiscal ............................................................................................................ 45

3.8.3 Elusão fiscal .............................................................................................................. 45

3.9 BENEFÍCIOS E INCENTIVOS FISCAIS ................................................................... 46

3.9.2 Incentivo Financeiro ................................................................................................ 49

3.10 INCENTIVOS FEDERAIS ........................................................................................ 50

3.10.1 Âmbito Cultural: .................................................................................................. 50

3.10.1.1 Lei Rouanet .......................................................................................................... 50

3.10.1.2 Lei do Audiovisual ............................................................................................... 56

3.10.2 Âmbito Social: ....................................................................................................... 57

3.10.2.1 Doações aos Fundos dos Direitos da Criança e do Adolescente........................... 58

3.10.2.2 Doações a Organização da Sociedade Civil de Interesse Público......................... 60

3.10.2.3 Doações para Entidade sem Fins Lucrativos......................................................... 61

3.10.2.4 Fundos de Financiamento da Indústria Cinematográfica Nacional....................... 62

3.10.2.5 Fundo Desportivo.................................................................................................. 63

3.10.2.6 Programa de Alimentação ao Trabalhador............................................................ 64

3.11PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO E AS PRÁTICAS DE RESPONSABILIDADE

SOCIAL............................................................................................................................... 68

3.12 MARKETING CULTURAL ...................................................................................... 71

4 ESTUDO DE CASO ...................................................................................................... 73

4.1 LEI ROUANET............................................................................................................. 73

4.1.1 Dedução de 100%..................................................................................................... 74

4.1.1 Dedução de 40%....................................................................................................... 75

4.1.1 Dedução de 30%....................................................................................................... 76

4.2 AUDIOVISUAL............................................................................................................ 78

4.3 DOAÇÕES AOS FUNDOS DOS DIREITOS DA CRIANÇA E DO

ADOLESCENTE................................................................................................................ 81

4.4 DOAÇÕES A ORGANIZAÇÃO DA SOCIEDADE CIVIL DE INTERESSE

PÚBLICO............................................................................................................................ 82

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4.5 DOAÇÕES PARA ENTIDADE SEM FINS LUCRATIVOS...................................... 84

4.6 FUNDOS DE FINANCIAMENTO DA INDÚSTRIA CINEMATOGRÁFICA

NACIONAL........................................................................................................................ 86

4.7 INCENTIVO AO DESPORTO..................................................................................... 88

4.8 PROGRAMA DE ALIMENTAÇÃO AO TRABALHADOR...................................... 90

4.9 COMPARATIVO INCENTIVO FISCAL X BENEFÍCIO FISCAL ........................... 94

4.10 RECUPERAÇÃO DOS VALORES INVESTIDOS NOS INCENTIVOS

FISCAIS.............................................................................................................................. 96

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS......................................................................................... 97

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS................................................................................ 100

ANEXOS............................................................................................................................. 105

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1 INTRODUÇÃO

Para a manutenção de um governo é necessário obter receitas, essas receitas serviriam

para suprir as necessidades básicas, fundamentais da sobrevivência e a manutenção das

sociedades. Essas receitas originam-se dos tributos arrecadados por diversas formas.

Nos dias atuais, observa-se que o imposto tem como característica arrecadação de

verbas para custear os serviços que são prestados para a sociedade, essa verba arrecadada

também deve ser utilizada para investimentos em obras públicas, onde todos podem desfrutar

desse bem já que todos contribuíram.

Sabe-se que hoje em dia no Brasil a carga tributária é complexa e elevada, com isso as

empresas que possuem um conhecimento maior, toma a frente do problema da alta carga

tributária e vem a exercer um objetivo, a de diminuir a carga tributária fazendo um estudo

com o intuito de pagar menos impostos de forma legal, sem risco dos órgãos reguladores

atuarem e notificarem.

O contribuinte tem o direito de estruturar seus negócios de forma que fique mais

adequado para ele, isso incidi na sua tributação também, seguindo a legislação. O fato do

contribuinte obter essa liberdade de fazer um estudo, no caso de planejamento tributário, em

determinadas situações não pode dizer que ele está sonegando impostos, entende-se que é

uma forma lícita de reduzir a sua carga tributária, caso esteja seguindo a legislação, ou o que a

mesma não proíbe, observado nas brechas da lei.

Nesses instantes pode-se tratar da elisão fiscal, que é um ato lícito de diminuir a

incidência de tributos, que podem seguir duas linhas de raciocínio, a primeira é aquela que

está prescrita na lei, e a segunda o aproveitamento das lacunas e brechas existentes na lei, que

cabe o fisco de intervir da medida adotada. Mas a elisão fiscal não pode ser confundida com a

evasão fiscal. A evasão fiscal é a prática adotada de diminuir a arrecadação de tributos de

forma ilícita, ou seja, ato que faz o descumprimento da lei, fazendo falsas declarações,

omitindo valores e informações.

Outra maneira de diminuir a carga tributária é se beneficiar com os incentivos fiscais,

que fazem parte de um conjunto de políticas econômicas. Onde facilita o aquecimento no

volume industrial de uma determinada área através da cobrança de menos impostos ou de até

a não cobrança do mesmo, visando o aquecimento econômico do respectivo território,

principalmente em territórios que visam o crescimento econômico futuro.

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Há também medidas tributárias que auxiliam no desenvolvimento direto da sociedade,

uma dessas medidas, é a lei Rouanet conhecida como a lei do incentivo a cultura. Em paralelo

vem outros benefícios fiscais, com a Lei Audiovisual, com intuito principal incentivar a

produção audiovisual de filmes brasileiros; o Programa de Alimentação ao Trabalhador (PAT)

que visa melhorar as condições nutricionais dos trabalhadores, principalmente os de baixa

renda, o Fundo dos Direitos da Criança e do Adolescente com a finalidade é beneficiar a

criança e do adolescente, as Doações para Entidade sem Fins Lucrativos este incentivo tem

por finalidade aumentar a participação das empresas na participação em projetos de inclusão

social; os Fundos de Financiamento da Indústria Cinematográfica Nacional – FUNCINES tem

como objetivo desenvolver projetos de valorização da arte, educação e cultura no País, através

da indústria cinematográfica e audiovisual brasileira. Fundo Desportivo tem como objetivo de

promover as atividades de caráter desportivo.

Retratando assim que através dos benefícios cedidos pelo governo é possível abater

certa quantia do seu tributo devido ou talvez não cause diferença no seu orçamento, mas o

valor agregado em cima dos projetos que envolvem sua marca trazendo uma série de

benefícios para a organização.

Diante do exposto, apresenta-se o seguinte problema de pesquisa: Qual a viabilidade

da implementação dos benefícios fiscais federais na empresa X optante pelo lucro Real, do

Município de Florianópolis,(SC)?

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1.1 OBJETIVOS

Representando os objetivos a serem traçados no decorrer do trabalho, aborda-se o

objetivo geral e os objetivos específicos.

1.1.1 Objetivo Geral

Demonstrar a viabilidade de inserir os benefícios fiscais federais de cunho social,

numa empresa optante do lucro real, situada no município de Florianópolis, através de um

estudo de caso, analisando os relatórios contábeis em dois períodos consecutivos, 2011 e

2012.

1.1.2 Objetivos Específicos

Apresentar a importância social de cada benefício fiscal;

Demonstrar como inserir cada incentivo fiscal;

Investigar a viabilidade de implantar o benefício fiscal na empresa estudada;

Demonstrar através de um comparativo tributário, a inserção do incentivo fiscal.

1.2 JUSTIFICATIVA

Observa-se no cenário atual brasileiro que possuí uma alta carga tributária imposta

pelo governo, comparado com outros países, o contribuinte na maioria das vezes quando tem

informação, tentam fazer o possível para pagar a menor quantia de tributos, com isso as

empresas que usufruem do planejamento tributário agem de forma lícita nas suas atividades.

Paras as empresas que não possuírem um lugar fixo, ou estão abrindo suas atividades é

interessante fazer uma pesquisa de mercado e ir em busca de áreas que introduzem em sua

política econômica, os incentivos fiscais para alocação da empresa numa área de crescimento

econômico da região. Aderindo a política da redução da carga tributária ou até mesmo o não

pagamento de certos tributos.

O governo também dá à possibilidade de repassar parte da verba destinada ao imposto

de renda das empresas e alocar esse valor em incentivos à cultura e de cunho social, visando à

interação com a sociedade e obtendo um retorno na aceitação da sociedade e até mesmo

reduzir sua carga tributária, através dos benefícios cedidos pelo governo observado de âmbito

federal, no âmbito cultural destaca-se a Lei Rouanet e a Audiovisual, e de cunho social

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Funcriança, Doações a entidades civis sem fins lucrativos, fundo esportivo, as OSCIP, Pat,

Funcines.

O importante é fazer com que as pessoas tenham acesso das informações descritas

nesse trabalho acadêmico, para que eles possam refletir e talvez implantar o planejamento

tributário com intuito de diminuir a carga tributária das empresas e até mesmo a suas finanças

pessoais, de forma lícita, sem o descumprimento da lei. O acesso á essas informações pode

possibilitar no aumento do ganho financeiro das medidas adotadas para os contribuintes.

Existe muita informação sobre o planejamento tributário, mas de forma muito

superficial, com nomenclaturas difíceis ou pouco conhecidas. Todavia muitas empresas

possuem resistência em aderir o planejamento tributário, uma pela cultura da empresa quando

é muito familiar onde há mais resistência do que as demais, outro é a inserção de novos

cargos dentro da empresa para fazer o controle do planejamento tributário, mas é uma

possibilidade de diminuir a carga tributária e alavancar seus lucros, de forma correta.

Este presente trabalho trará benefícios para as empresas que ainda não trabalham com

a metodologia do planejamento tributário, a sociedade por completo, pois as instituições que

aderirem aos benefícios fiscais que poderão obter retornos, tanto financeiro quanto social.

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2 METODOLOGIA

Esta pesquisa será realizada numa empresa situada no município de Florianópolis,

demonstrando um estudo do comportamento dos incentivos fiscais federais aos quais ainda

não utiliza, fazendo um estudo da viabilidade da implementação dos mesmos a serem

absorvidas pela administração da empresa, com o objetivo principal tentar reduzir a sua carga

tributária e visar os benefícios agregados em recação com a sociedade ao seu redor,

analisando os dados entre dois períodos consecutivos comparando com o período 2011/2012.

Utilizando as informações contábeis cedidas pelas empresas para analisar se há viabilidade da

implementação neste estudo. Tendo como objetivo analisar como será instituído o benefício

na empresa e quais os ganhos gerados pelas mesmas e para a sociedade, fazendo um essa

análise isolada para cada benefício através dos dados disponibilizados para a pesquisa.

Foram utilizados nesta pesquisa, dados através das pesquisas bibliográficas citados em

jornais, manuais, revistas e livros assim como dados da internet. As leis ganham destaque

nessa pesquisa pelas quais apresentam as principais informações para o processo deste

trabalho, além dos periódicos pelos quais foram citados.

Foram levados em consideração os dados teóricos e práticos para realização da

pesquisa, o primeiro passo foi realizado a partir de um levantamento de informações por meio

de bibliografia. Posteriormente foi realizado a aplicação dos dados bibliográficos nas

demonstrações contábeis cedidas pela empresa estudada, alinhando as metas destinadas pelos

objetivos as pesquisa.

2.1 CLASSIFICAÇÃO DA PESQUISA

A presente pesquisa é de natureza aplicada de acordo com as premissas de Silva e

Karkotli (2011, p. 10) “[...] gera conhecimentos para aplicação prática dirigidos à solução de

problemas específicos [...].” e Lehfeld (2000, p. 78), a pesquisa aplicada tem como motivação

a necessidade de produzir conhecimento para aplicação de seus resultados, com o objetivo de

“[...]contribuir para fins práticos, visando à solução mais ou menos imediata do problema

encontrado na realidade [...]”.

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É uma pesquisa aplicada, por objetivar a geração de conhecimentos para aplicação

práticos dirigidos à solução de problemas específicos. Envolve verdades e interesses locais

(SILVA, 2001, p. 20).

É uma pesquisa de abordagem qualitativa por ter sido realizada no próprio ambiente

natural, e o pesquisador é o instrumento-chave, dispensando-se o uso de métodos e técnicas

estatísticas. O processo e seu significado são o centro da abordagem (SILVA, 2001, p. 20).

Esta pesquisa usa o tipo qualitativo, pois visa analisar a interação de certas variáveis,

observando representações numéricas, porém estudando somente um determinado sujeito

como proposta de implementação do tema abordado analisando-o profundamente. Pesquisa

exploratória tem como objetivo proporcionar maior familiaridade com o problema, com vistas

a torná-lo mais explícito ou a construir hipóteses. A grande maioria dessas pesquisas envolve:

(a) levantamento bibliográfico; (b) entrevistas com pessoas que tiveram experiências práticas

com o problema pesquisado; e (c) análise de exemplos que estimulem a compreensão (GIL,

2007). Essas pesquisas podem ser classificadas como: pesquisa bibliográfica e estudo de caso

(GIL, 2007).

O presente trabalho adéqua-se como exploratória, pois irá explorar os dados já

existentes e cedidos pela empresa pesquisada, com o fato de tentar agregar valores nas suas

demonstrações através de uma simulação de implementar os benefícios fiscais nas suas

demonstrações. Com base em exemplos já existentes e não precisando de dados estatísticos

para análise do estudo.

Esta presente pesquisa tem como procedimento um estudo de caso contribui para

compreender melhor os fenômenos individuais, os processos organizacionais e políticos da

sociedade. É uma ferramenta utilizada para entender a forma e os motivos que levaram a

determinada decisão. Conforme Yin (2001) o estudo de caso é uma estratégia de pesquisa que

compreende um método que abrange tudo em abordagens específicas de coletas e análise de

dados. O fato de constituir como um estudo de caso é decorrente ao fato de analisar

restritamente apenas uma empresa e mostrará a realidade e as possíveis alterações a serem

realizadas através dos dados cedidos pela mesma, fazendo então um estudo único e específico

da empresa.

Os dados da pesquisa são as demonstrações contábeis cedidas pela empresa através da

publicação dos seus demonstrativos contábeis em um periódico diário no município de

Florianópolis, onde essas demonstrações representam a sua situação no mercado, através dos

números evidenciados a presente pesquisa obtém dados suficientes para atingir os objetivos

traçados. O universo de amostra não é estatístico, pois a empresa foi escolhida pelo acesso as

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informações e pela influência mercadológica que a mesma oferece, não utilizando nenhum

critério estatístico para a sua escolha. O instrumento de coleta de dados foi às demonstrações

contábeis da empresa com balanço patrimonial e as demonstrações do resultado do exercício.

Evidencias dos períodos consecutivos de 2011 e 2012, com característica atual e subseciva.

2.2 LIMITAÇÕES

A presente pesquisa será realizada como um estudo de caso de uma empresa na região

de Florianópolis, esse estudo trará a tentativa de implementar os benefícios fiscais federais

nesta empresa. Esse estudo fica limitado a investigações futuras apenas as empresas optantes

pelo lucro real e utilizando apenas os benefícios fiscais federais. Deixando então de fora a

área de atuação para as empresas de lucro presumido, simples nacional e arbitrado, além dos

benefícios fiscais estaduais e municipais. Não será levado em consideração as demonstrações

contábeis da empresa de períodos distintos aos quais não foram abordadas. A apresentação da

viabilidade da inserção dos benefícios fiscais, não condiz com futuros acontecimentos

mediante a algum dos benefícios cedidos bem como a atual situação do mercado que de

alguma forma pode retardar a tentativa de implementar esses benefícios. A ideia é demonstrar

se é viável a implantação dos benefícios federais na empresa estudada de forma que

primeiramente ocorra um benefício financeiro e posteriormente um benefício para a sociedade

de forma social.

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3 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Neste capítulo serão apresentados os conceitos necessários à compreensão da

pesquisa. Será retratado o histórico dos tributos, o sistema tributário brasileiro, tipos de

tributação, planejamento tributário, carga tributária brasileira, diferença entre fraude e

sonegação, elisão, evasão e elusão fiscal, benefícios e incentivos fiscais, incentivos federais,

planejamento tributário e a responsabilidade social marketing cultural. Esses conceitos serão

de extrema importância para o desenvolvimento do trabalho.

3.1 HISTÓRICO DOS TRIBUTOS

O desenvolvimento dos tributos está relacionado com a evolução do homem, desde a

antiguidade observa-se o seu desenvolvimento o aperfeiçoamento das suas técnicas racionais.

Há registros antigos que mencionam a cobrança de tributos. Sobre o tema o livro Sistema

Tributário Nacional do Ministério da Fazenda (2004 p.21)

[...] O texto mais antigo encontrado e que retrata a cobrança de tributos na

Antiguidade é uma placa de 2.350 a.C., em escrita cuneiforme, que descreve as

reformas empreendidas pelo rei Urukagina na cidade-estado de Lagash, localizada

na antiga Suméria, entre os rios Tigre e Eufrates. O documento relata a cobrança de

impostos extorsivos e leis opressivas, exploração de funcionários corruptos e

confisco de bens para o rei.[...]

Desde os primórdios onde o homem vivia em tribos e para poder sobreviver e que

tinha que caçar e pescar, até lutar pelo seu alimento. Neste período o homem descobre os

metais dando-os valores, e nessa época, os mais fortes e valentes conquistavam tribos vizinhas

e assim eram presenteados com tributos, determinando: “Povo vencido tem que pagar! Quero

o meu peso em ouro!” (SECRETARIA DA FAZENDA, 2010). Foi na Grécia, onde foram

criadas leis para todos havendo a vitória da razão sobre a força, mas nem todos se beneficiam.

Os estrangeiros e escravos são excluídos da democracia ateniense. Mas ainda assim,

estrangeiro, enquanto comerciante, paga impostos.

A força da história estaria mesmo em Roma, que disciplinaram a convivência entre os

homens através de um código de leis, aprenderam, também, com os gregos a ideia dos

impostos para ir e vir, comprar e vender. Eram os povos conquistados que sustentavam o

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Estado. A república custava muito caro aos vencidos. “A César o que é de César. Ao povo

pão e circo”. (SECRETARIA DA FAZENDA, 2010).

Após a forte opressão dos nobres aos camponeses, observou-se que houve um

aumento no êxodo rural, onde estes foram em busca das artimanhas exercidas pelo estado de

forma menos invasiva para a sobrevivência. O comércio começa a ganhar definição, mas os

produtos importados são taxados beneficiando as cooperativas. Na França de Luiz XIV era

assim, os pobres eram taxados e não os ricos. O povo francês tinha os seus direitos limitados

pelos reis. Sob a bandeira da liberdade, igualdade e fraternidade toda uma nação se ergue

contra a exploração. Cabeças voltaram a rolar para que nascesse a primeira declaração dos

direitos humanos (SECRETARIA DA FAZENDA, 2010). O feudalismo começava a

extinguir-se na Europa Ocidental. Não somente na França, mas em todos os países

conquistados: “Todos são iguais perante a lei independente da nacionalidade, cor ou credo”

(SECRETARIA DA FAZENDA, 2010).

Em 04 de julho, o povo americano declara independência à Inglaterra. No Brasil,

Felipe dos Santos e Tiradentes lideram revoltas contra Portugal, contra a cobrança do quinto,

das pedrarias e das casas de fundição. “Liberdade ainda que tardia”. Felipe dos Santos e

Joaquim José da Silva Xavier morreram pela independência do Brasil, sendo sacrificados pela

liberdade que só viria anos depois. (SECRETARIA DA FAZENDA, 2010). No Brasil, quase

no século 20, foram criadas as primeiras leis tributárias, que se constituíram em 1966, no

código tributário nacional. O objetivo do que se arrecada é que fique no próprio país, ter

destinação social. Foram estabelecidas as condições para o crescimento da nação através do

uso social dos tributos (SECRETARIA DA FAZENDA, 2010).

Observando-se a evolução dos tributos esse tempo até os dias de hoje, pode-se dizer

que houve uma evolução no seu conceito, trazendo o tributo como uma das principais

arrecadações financeiras do governo, tendo o objetivo gerar benefícios aos seus contribuintes,

fazendo melhorias em torno da sua sociedade.

3.1.1 Conceitos dos Tributos

Conforme o Código Tributário Nacional (CTN), Lei nº 5.172, de 25 de outubro de

1966 (BRASIL, 1966), em seu art. 3º, “Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em

moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída

em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada”.

Difini (2003, p. 17) explicita que “Tributos são prestações obrigatórias, em espécie,

exigidas pelo Estado, em função de seu poder de império, sem caráter sancionatório.

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Normalmente visam à finalidade fiscal: obter os recursos necessários para o regular

funcionamento do Estado [...]”.

Concluso, o tributo é o valor pago em moeda de forma obrigatória, onde é uma

ferramenta de captação de receita, que deverá ser destinada aos contribuintes em geral.

Fazendo com que o estado se mantenha seu funcionamento. Carvalho (2007, p. 18), ao tratar

do artigo 3º, do Código Tributário Nacional, e do conceito de tributo, tece os seguintes

comentários:

[...] Esse conceito quis explicitar: a) o caráter pecuniário da prestação tributária

(como prestação em moeda); b) a compulsoriedade dessa prestação, ideia com a qual

o Código Tributário Nacional buscou evidenciar que o dever jurídico é imposto pela

lei, abstraída a vontade das partes que vão ocupar os pólos ativo e passivo da

obrigação tributária, apondo-se, dessa forma, a compulsoriedade do tributo à

voluntariedade de outras prestações pecuniárias; c) a natureza não sancionatória de

ilicitude, o que afasta da noção de tributo certas prestações também criadas por lei,

como as multas por infração de disposições legais, que têm natureza de sanção de

ilícitos, e não de tributos; d) a origem legal do tributo (como prestação “instituída

em lei”), repetindo o Código a ideia de que o tributo é determinado pela lei e não

pela vontade das partes que irão configurar como credor e devedor da obrigação

tributária; e) a natureza vinculada (ou não discricionária) da atividade

administrativa mediante a qual se cobra o tributo[...].

Mas o Estado não fica restrito apenas na arrecadação dos tributos, o mesmo pode

buscar recursos oriundos de outras fontes, alocando-se diretamente no comércio por meio de

empresas ou até mesmo buscar auxílio às leis civis.

3.1.2 Função do Tributo

O tributo é a principal forma de receita do estado, consigo obtém um montante para

ser alocado em prol da sociedade com isso precisou saber qual a função do tributo. O tributo

tem uma função estrutural, pois viabiliza todas as instituições, a formação do ser humano, sua

proteção e desenvolvimento. Sem ele a sociedade se desintegra (WEISS, 2006, p. 120). Sidou

(1978, p. 40), considerando a função inicial do tributo, pagar despesas, nos traz outras papéis

a serem realizadas por ele, vejamos:

[...] Em sua função fiscal ou compulsiva, se não há como negar que o tributo reveste

basicamente a característica financeira, representada na busca do necessário para

contingenciar as despesas públicas, não há também como subestimar que exercita

preponderantemente objetivo econômico e social, indispensável à estrutura do

próprio Estado, seja como instrumento regulador da produção, seja como reagente

sobre a repartição das riquezas, seja, finalmente, como fluidificador da

circulação.[...]

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Logo após, Sidou (1978, p. 41), assegurando o papel distributivo do tributo, avalia que

o tributo corrigirá os desníveis de riqueza da população, chegando a uma maior arrecadação

em face do aumento da capacidade contributiva dos mais pobres. Assim, vejamos:

[...] Atuando sobre a repartição, o objetivo equilibrador do imposto é diretamente

social e indiretamente econômico, porque, compensando as desigualdades de fortuna

– resultantes de injustiças legais acumuladas, no justo conceito de Paul Hugon –

função imediata, objetiva o crescimento da capacidade econômica do contribuinte,

função diferida. A função diferida decorre de que o desestímulo aos desníveis da

fortuna privada num grupo social, à medida que reduz aritmeticamente o poder

econômico das classes mais abastadas, aumenta geograficamente a capacidade

contributiva das menos abastadas, assim propiciando maior potencialidade

tributária.[...]

O estado tem a função de arrecadar os tributos de sua competência, onde após o fato

gerador ocorre à dívida á ser paga pelo contribuinte, isso faz com que o estado tenha uma

política de fiscalização efetiva para que possa está recebendo os tributos devidos e poder fazer

o uso dessa receita para pagar suas despesas, ocasionar melhorias para a população, com

construção de rodovias, melhoria de acesso, saúde educação entre outros tipos de serviços que

almejam a satisfação da sociedade como um todo, não fazendo diferenças por raças ou

crenças, agindo de forma transparente e que a própria sociedade tenha confiança no serviço

oferecido.

3.2 SISTEMA TRIBUTÁRIO BRASILEIRO

A organização do tributo numa região exige regras e regulamentos para que possa

fazer o controle do que é arrecadado e onde poderá ser investido. Para que os usuários do

sistema tributário possam ter um embasamento correto nas normas do governo, assim

qualquer fato diferente do que está estabelecido pela lei poderá ser alvo de fiscalização. Hoje

no Brasil conforme o artigo 2 da Lei Nº 5.172, de 25 de outubro de 1966:

[...] O sistema tributário nacional é regido pelo disposto na Emenda Constitucional

n. 18, de 1º de dezembro de 1965, em leis complementares, em resoluções do

Senado Federal e, nos limites das respectivas competências, em leis federais, nas

Constituições e em leis estaduais, e em leis municipais. [...]

Em relação da carga tributária brasileira comparada a outros países, COCHRANE

(2004), descreve:

[...] A carga tributária per capita no País cresceu 341.6% na última década. O País

ocupa a 54ª posição entre os países que dão o maior retorno para o cidadão. Os

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40,01% de carga tributária no Brasil ficam atrás somente da Suécia, Noruega, França

e Itália. O peso dos tributos brasileiros é o maior da América Latina e dos países em

desenvolvimento, é, portanto, uma das cargas tributárias mais elevadas do mundo, e

o Sistema Tributário Nacional é também um dos mais complexos. [...]

Observando o crescimento do país, a facilidade de créditos instituídos pelo governo

incentivando o povo comprar cada vez mais, obtendo um crescimento econômico. A carga

tributária brasileira complexa e alta, sem um retorno satisfatório e imediato para a melhoria da

sociedade de forma geral. Sobre o tema, ensina Coêlho (1998, p. 46):

Podemos estudar a Constituição Tributária em três grupos temáticos:

a) o da repartição das competências tributárias entre a União, os Estados e os

Municípios;

b) o dos princípios tributários e das limitações ao poder de tributar;

c) o da partilha direta e indireta do produto da arrecadação dos impostos entre as

pessoas políticas da Federação (participação de uns na arrecadação de outros).

Para que haja um desenvolvimento econômico do país o sistema tributário brasileiro

foi descompactado e distribuído repassando competência tributária para as partes, com o

intuito de fazer com que cada órgão consiga se estruturar da melhor forma do ganho gerado

pelos impostos, objetivando o crescimento da região e obtendo um benefício para a sociedade

como um todo. Essa descompactação foi feita e destinada à competência dos impostos para

união, os estados e os municípios, cada um tem sua parcela nos tributos com o intuito de se

manter e crescer de acordo com o progresso da determinada região.

3.2.1 Impostos Federais

Os impostos de competência da União, segundo a CF (BRASIL, 1988) são:

a) Imposto sobre a Importação de produtos estrangeiros (II);

Imposto de importação é um imposto que incide sobre o valor de bens e

produtos/mercadorias vindos do exterior, sendo competência da Constituição Federal à União,

que deve instituí-lo, e cobrá-lo quando da sua entrada no território nacional. O Imposto de

importação, também é conhecido, como tarifa aduaneira, direitos de importação, tarifa das

alfândegas, direitos aduaneiro.

A União, desde a Constituição de 1891, tem a competência sobre o imposto, tanto para

“decretá-lo” como para “instituí-lo”, como para cobrá-lo, fiscalizá-lo. Nesse sentido, Hugo de

Brito Machado prescreve:

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O imposto de importação é da competência da União Federal, e assim se justifica

que seja porque, em se tratando de imposto com implicações no relacionamento do

País com o exterior, seu trato deve caber na verdade à União, responsável por esse

relacionamento, que há de ser uniforme, pois no âmbito internacional não se deve

projetar a personalidade jurídica dos Estados-membros, mas a própria Federação

como um todo.

Assim sendo, visualizando que a União tem a responsabilidade de implementar o

imposto nas mercadorias e representar o Brasil como um todo no relacionamento com os

outros países sobre os imposto arrecadados. No Código Tributário Nacional, o artigo 19 a

disposição sobre a competência para instituir o imposto sobre a importação de produtos

estrangeiros e sobre a ocorrência do fato gerador, in verbis: “Art. 19. O imposto, de

competência da União, sobre a importação de produtos estrangeiros tem como fato gerador a

entrada destes no território nacional”.

A função do imposto de importação é fundamentalmente extrafiscal, isto é, visa muito

mais a regulamentação do comércio exterior, como um recurso de proteção da indústria

nacional, do que instrumento de arrecadação de tributos aos cofres do tesouro. Então estes

impostos que incidem nas mercadorias que são importadas de estrangeiros, a União tem

responsabilidade de arbitrar o imposto, de forma que proteja a economia do país aplicada

regras de segurança da economia do país.

b) Imposto sobre a Exportação para o Exterior de produtos nacionais ou nacionalizado (IE);

O Imposto de Exportação é o inverso do Imposto de Importação. Enquanto o Imposto

de Importação se preocupa com a entrada de produtos estrangeiros no território nacional, o

Imposto de Exportação se preocupa com a saída de produtos nacionais ou nacionalizados

desse mesmo território. A Competência do imposto sobre as Exportação é da União instituir e

cobrar o imposto sobre exportação de produtos nacionais ou nacionalizados que se destinam

ao exterior (CF, art. 153, II). Sua função é de controlar a política econômica, regulando as

decorrências monetárias ocasionadas pela variação de preços no exterior e agindo na proteção

ao mercado brasileiro. Tem função predominantemente extra-fiscal e é de caráter

exclusivamente monetário e cambial. O fato gerador do imposto sobre a exportação é à saída

de produtos nacionais ou nacionalizados do território nacional (CTN, art. 23).

c) Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural (ITR);

O ITR está previsto constitucionalmente, através do inciso VI do artigo 153 da

Constituição Federal. O Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural - ITR, de apuração

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anual, tem como fato gerador a propriedade, o domínio útil ou a posse de imóvel por natureza,

localizado fora da zona urbana do município, em 1º de janeiro de cada ano. Considera-se

imóvel rural a área contínua, formada de uma ou mais parcelas de terras, localizada na zona

rural do município. A legislação que rege o ITR é a Lei 9.393/1996 e alterações subsequentes.

Contribuinte do ITR é o proprietário de imóvel rural, o titular de seu domínio útil ou o

seu possuidor a qualquer título. O domicílio tributário do contribuinte é o município de

localização do imóvel, vedada à eleição de qualquer outro.

d) Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI);

O IPI – é um imposto não-comulativo, compensando o que for devido nas entradas de

insumo, matéria-prima, adquirida para emprego na industrialização de produtos cuja saída do

estabelecimento industrial sejam tributadas. O IPI é obrigatório às empresas industriais e as

equiparadas a industrial. Incidem sobre os produtos industrializados. O imposto sobre

produtos industrializados (IPI) é disciplinado basicamente pelas seguintes legislação: Art.

153, IV e § 3º, da Constituição Federal; Lei nº 4.502/64; 4.544/02 que regulamenta a

tributação do IPI, 4.542/02 aprova a Tabela de incidência do IPI – TIPI.

Tem com fato gerador, na operação interna (operação em território nacional) a saída

de produto do estabelecimento industrial, ou equiparado a industrial. Na importação, no

desembaraço aduaneiro de produto de procedência estrangeira sua base de cálculo na

operação interna o valor total da operação de que decorrer à saída do estabelecimento

industrial ou equiparado a industrial;

Na importação, é o preço de venda da mercadoria, acrescido do II – Imposto de

Importação e demais taxas exigidas (frete, seguro, etc.). São várias as alíquotas e estão

presentes na Tabela de Incidência do Imposto sobre Produtos Industrializados (TIPI).

Determinado produto tanto pode ser isento (NT – não tributado), quanto ter alíquota de mais

de 300%. Ex.: Cigarro. Todos os produtos têm um código de classificação NBM/SH

(nomenclatura brasileira de mercadoria) idêntica a NCM (Norma Comum do Mercosul). A

alíquota é seletiva em função da essencialidade do produto, quanto mais essencial o produto,

menor será sua alíquota.

e) Imposto sobre a Renda e proventos de qualquer natureza (IR);

O Imposto sobre a Renda e proventos de qualquer natureza (IR, ou Imposto de Renda)

é um imposto de competência da União, é um imposto existente em vários países, em que

cada contribuinte, tanto pessoa física quanto pessoa jurídica, é obrigado a deduzir uma

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porcentagem de sua renda média anual para o governo federal. A dedução é realizada com

base nas informações financeiras de cada contribuinte. É um imposto federal, ou seja,

somente a União tem competência para instituí-lo (Art.153, III, da Constituição Federal). O

fato gerador do Imposto de Renda, conforme o Código Tributário Nacional (CTN) é a

aquisição da disponibilidade econômica ou jurídica de renda, assim entendido o produto do

capital, do trabalho ou da combinação de ambos; de proventos de qualquer natureza, assim

entendidos os acréscimos patrimoniais.

A base de cálculo é o montante real, arbitrado ou presumido, da renda ou dos

proventos tributáveis. Para as pessoas físicas, a base de cálculo são os rendimentos, tudo o

que foi recebido. Alguns tipos de despesas são possíveis de serem abatidos, como os com

saúde e, para os profissionais liberais, os gastos necessários à sua atividade registrados em

livro caixa. As despesas com educação e com dependentes, no passado, permitiam generosos

descontos, mas, ano após ano, a legislação se tornou menos permissiva e hoje só é possível

um pequeno desconto relativo a esses gastos.

Para as pessoas jurídicas, a base de cálculo é o lucro - a receita menos a despesa. Na

prática, somente as grandes empresas realizam essa conta, o chamado regime de apuração do

lucro real. As empresas menores quase todas apuram o imposto pelo montante de lucro

presumido - um percentual aplicado sobre o total da receita, conforme o ramo de atividade.

As microempresas têm um tratamento tributário privilegiado, o Simples Nacional, que

abrange os mais importantes tributos federais (IRPJ, CSLL, PIS, COFINS e IPI), além de

tributos estaduais e municipais, e é pago também sobre uma porcentagem das receitas,

crescente conforme o tamanho da empresa. A principal vantagem do SIMPLES é para as

empresas com atividade intensiva em mão de obra, pois, nesta modalidade, elas não sofrem a

incidência da cota patronal da contribuição previdenciária (20% sobre os salários).

Imposto de renda sobre o lucro real anual e estimativa, forma de apuração do imposto

de renda da pessoa jurídica no qual se recolhe o imposto antecipadamente com base em

percentuais sobre a receita bruta ou em balancetes mensais de redução/suspensão, com alguns

ajustes. Ao final do exercício, apura-se o lucro real anual e o imposto devido, podendo

deduzir as antecipações já recolhidas. Imposto de renda sobre o lucro real trimestral: Se

recolhe os impostos sobre balanços trimestrais, ou seja, nesse caso não se considera uma

antecipação, mas o imposto devido da pessoa jurídica.

Imposto de renda sobre o Lucro Presumido: Imposto trimestral em definitivo, mas

calculado sobre as Receitas escrituradas na contabilidade ou em um Livro Caixa expandido

(que inclui a movimentação bancária). Dispensa a manutenção de um sistema contábil

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completo e de um contabilista, o que acaba por ser polêmico pois aos contabilistas se

reservam as atribuições contábeis, mesmo quando simplificadas. Além disso para fins de uso

do mercado bancário e outros, sempre se exige das empresas um balanço assinado por

contabilista responsável.

f) Imposto sobre Operações de Crédito, Câmbio, Seguro e Relativas a Títulos e Valores

Mobiliários (IOF).

O Imposto sobre Operações de Crédito, Câmbio e Seguros (IOF, que incide sobre

operações de crédito, de câmbio e seguro e operações relativas a títulos e valores mobiliários).

É um imposto federal, ou seja, somente a União tem competência para instituí-lo (Art.153, V,

da Constituição Federal). O fato gerador do IOF é a entrega do montante ou do valor que

constitua o objeto da obrigação, ou sua colocação à disposição do interessado. Os

Contribuintes do IOF são as pessoas físicas ou jurídicas tomadoras de crédito. São

responsáveis pela cobrança do IOF e pelo seu recolhimento ao Tesouro Nacional:

I - as instituições financeiras que efetuarem operações de crédito;

II - as empresas de factoring adquirentes do direito creditório;

III - a pessoa jurídica que conceder o crédito, nas operações de crédito correspondentes a

mútuo de recursos financeiros.

3.2.2 Impostos Estaduais

Já os impostos de competência dos Estados e Distrito Federal, segundo a CF

(BRASIL, 1988) são:

a) Imposto sobre a Transmissão Causa Mortis e Doação de quaisquer Bens ou Direitos

(ITCMD);

O imposto de transmissão causa mortis e doação é um imposto competência estadual,

devido por toda pessoa física ou jurídica quando a transferência de bens ou direitos como

herança, diferença de partilha ou doação. Possui função fiscal, ou seja, tem a finalidade de

arrecadar recursos financeiros para os estados e Distrito Federal. O lançamento do crédito

tributário é feito por declaração. A legislação regida em Santa Catarina é a Lei 13.136, de 25

de novembro de 2004, que dispõe sobre o Imposto sobre Transmissão “Causa Mortis” e

Doação de Quaisquer Bens ou Direitos - ITCMD.

Ocorre o fato gerador na transmissão de qualquer bem ou direito havido por sucessão

legítima ou sucessão testamentária, inclusive a sucessão provisória; na transferência por

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doação, a qualquer título, de quaisquer bens ou direitos; na aquisição de bem ou direito em

excesso pelo herdeiro ou cônjuge meeiro, na partilha, em sucessão causa mortis ou em

dissolução de sociedade conjugal.

A base de cálculo é o valor venal dos bens ou direitos transmitidos. A Fazenda Pública

deve avaliar o bem transmitido ou doado para se chegar ao quanto há de ser tributado. Incidirá

ITCMD sobre os bens imóveis, móveis, títulos e créditos da seguinte forma: Imóveis, será

recolhido o imposto no local onde se encontra o bem. Outros bens recolherão onde for lavrado

o documento. O fato-gerador do ITCMD é pendente, significa que ele fica aguardando que o

direito civil diga o momento da sucessão. Na doação, recolherá no domicilio do doador. "o

cálculo será feito separado para cada herdeiro".

b) Imposto sobre Operações relativas à Circulação de Mercadorias e sobre Prestações de

Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação (ICMS);

O ICMS (imposto sobre operações relativas à circulação de mercadorias e sobre

prestações de serviços de transporte interestadual, intermunicipal e de comunicação) é de

competência dos Estados e do Distrito Federal. Sua regulamentação constitucional está

prevista na Lei Complementar 87/1996 (a chamada “Lei Kandir”), alterada posteriormente

pelas Leis Complementares 92/97, 99/99 e 102/2000. Já a regulamentação do estado de Santa

Catarina é a Lei 10.297/96 e o Regulamento do ICMS, aprovado pelo Decreto n. 2.870/01.

O imposto incide sobre: operações relativas à circulação de mercadorias, inclusive o

fornecimento de alimentação e bebidas em bares, restaurantes e estabelecimentos similares;

prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal, por qualquer via, de

pessoas, bens, mercadorias ou valores; e outras.

O imposto não incide sobre as operações com livros, jornais, periódicos e o papel

destinado a sua impressão; operações e prestações que destinem ao exterior mercadorias,

inclusive produtos primários e produtos industrializados semi-elaborados, ou serviços;

operações interestaduais relativas à energia elétrica e petróleo, inclusive lubrificantes e

combustíveis líquidos e gasosos dele derivados, quando destinados à industrialização ou à

comercialização; e outras.

3.2.2.1 Substituição Tributária

A Lei estadual poderá atribuir a contribuinte do imposto ou a depositário a qualquer

título a responsabilidade pelo seu pagamento, hipótese em que o contribuinte assumirá a

condição de substituto tributário.

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A responsabilidade poderá ser atribuída em relação ao imposto incidente sobre uma ou

mais operações ou prestações, sejam antecedentes, concomitantes ou subsequentes, inclusive

ao valor decorrente da diferença entre alíquotas interna e interestadual nas operações e

prestações que destinem bens e serviços ao consumidor final localizado em outro Estado, que

seja contribuinte do imposto. A atribuição de responsabilidade dar-se-á em relação a

mercadorias ou serviços previstos em lei de cada Estado. É assegurado ao contribuinte

substituído o direito à restituição do valor do imposto pago por força da substituição

tributária, correspondente ao fato gerador presumido, que não se realizar. Considera-se

ocorrido o fato gerador do imposto no momento:

I – da saída de mercadoria de estabelecimento de contribuinte, ainda que para outro

estabelecimento do mesmo titular;

II – do fornecimento de alimentação, bebidas e outras mercadorias por qualquer

estabelecimento;

III – da transmissão à terceiro de mercadoria depositada em armazém geral ou em

depósito fechado, no Estado do transmitente;

IV – da transmissão de propriedade de mercadoria, ou de título que a represente,

quando a mercadoria não tiver transitado pelo estabelecimento transmitente;

V – do inicio da prestação de serviços de transporte interestadual e intermunicipal,

de qualquer natureza;

VI – do ato final do transporte iniciado no exterior;[...]

O imposto é não cumulativo, compensando-se o que for devido em cada operação

relativa à circulação de mercadorias ou prestação de serviços de transporte interestadual e

intermunicipal e de comunicação com o montante cobrado nas anteriores pelo mesmo ou por

outro Estado. É assegurado ao sujeito passivo o direito de creditar-se do imposto

anteriormente cobrado em operações de que tenha resultado à entrada de mercadoria, real ou

simbólica, no estabelecimento.

c) Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA).

É um imposto de competência estadual, ou seja, somente os Estados e o Distrito

Federal têm competência para instituí-lo (Art.155, III da Constituição Federal). Do total

arrecadado por cada veículo, 50% é destinado ao governo estadual, enquanto que os outros

50% são destinados ao município onde o veículo foi registrado. O IPVA tem como fato

gerador a propriedade do veículo automotor (automóveis, motocicletas etc.).

Conforme entendimento do Supremo Tribunal Federal, a propriedade de veículos de

natureza hídrica ou aérea não é fato gerador desse imposto, sendo tão somente veículos de

circulação terrestre (RE 134.509-AM - rel. orig. Min. Marco Aurélio, red. p/ acórdão Min.

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Sepúlveda Pertence, 29.05.2002). Os contribuintes do imposto são os proprietários de

veículos automotores. A alíquota utilizada é determinada por cada governo estadual, com base

em critério próprio. A base de cálculo é o valor venal do veículo, estabelecido pelo Estado

que cobra o imposto. A função do IPVA é exclusivamente fiscal.

3.2.3 Impostos Municipais

Os impostos de competência dos Municípios, segundo a CF (BRASIL, 1988) são:

a) Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana (IPTU);

O Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana (IPTU) é uma espécie de

tributo previsto no inciso I do artigo 156 da Constituição Federal vigente, de competência dos

Municípios e do Distrito Federal, que incide sobre a propriedade, o domínio útil ou a posse de

bem imóvel por natureza ou por acessão física, como definido na lei civil, localizado na zona

urbana dos Municípios e do Distrito Federal, ou seja, quem é proprietário titular de domínio

útil ou possuidor de imóvel (terreno ou prédio) localizado em zona considerada como urbana,

em determinada data prevista em lei, é obrigado ao pagamento do imposto.

b) Imposto sobre a Transmissão Inter Vivos, a qualquer títulos, por ato oneroso, de Bens

Imóveis, por natureza ou acessão física, e de direitos reais sobre imóveis, exceto os de

garantia, bem como a cessão de direitos a sua aquisição (ITBI);

O imposto sobre a transmissão de bens imóveis e de direitos a eles relativos (ITBI) é

um imposto de competência municipal, ou seja, somente os municípios têm competência para

instituí-lo (Art.156, II, da Constituição Federal). O ITBI tem como fato gerador a transmissão,

‘‘inter vivos’’, a qualquer título, de propriedade ou domínio útil de bens imóveis; quando há a

transmissão a qualquer título de direitos reais sobre imóveis, exceto os direitos reais de

garantia; ou quando há a cessão de direitos relativos às transmissões acima mencionadas. O

contribuinte do imposto, segundo o disposto no artigo 42 do Código Tributário Nacional (Lei

nº 5. 172, de 25 de Outubro de 1966) é qualquer das partes na operação tributada, como

dispuser a lei, que, no caso, será lei municipal. No caso da transmissão ser por herança

(‘‘Causa mortis’’), o ITBI não é cobrado; ao invés dele, será cobrado o ITCMD (que é um

imposto estadual).

A alíquota utilizada é fixada em Lei ordinária do município competente. A base de

cálculo é o valor venal dos bens ou direitos transmitidos à época da operação. A função do

ITBI é predominantemente fiscal. Sua finalidade é a obtenção de recursos financeiros para os

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municípios. Para que se possa fazer o registro de um imóvel adquirido, é obrigatório que antes

se pague o ITBI.

c) Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISSQN).

O Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza, de competência dos Municípios e do

Distrito Federal, tem como fato gerador a prestação de serviços constantes da lista anexa à Lei

Complementar 116/2003, ainda que esses não se constituam como atividade preponderante do

prestador. A partir de 01/08/2003, o ISS é regido pela Lei Complementar 116/2003.

Contribuinte é o prestador do serviço. O serviço considera-se prestado e o imposto devido no

local do estabelecimento prestador ou, na falta do estabelecimento, no local do domicílio do

prestador, exceto nas hipóteses previstas nos itens I a XXII do artigo 3º da Lei Complementar

116/2003.

A Emenda Constitucional 37/2002, em seu artigo 3º, incluiu o artigo 88 ao Ato das

Disposições Constitucionais Transitórias, fixando a alíquota mínima do ISS em 2% (dois por

cento), a partir da data da publicação da Emenda (13/06/2002). A alíquota mínima pode ser

reduzida para os serviços a que se referem os itens 32, 33 e 34 da lista de serviços anexo ao

Decreto-Lei nº 406, de 1968. A alíquota máxima de incidência do ISS foi fixada em 5% pelo

artigo 8º, II, da Lei Complementar 116/2003. Conforme Difini (2008, p. 69):

[...] O sistema constitucional tributário é o conjunto desses princípios e regras sobre

tributos, postos na Constituição do País. No Brasil, a partir da Emenda

Constitucional n. 18, de 1965 (à Constituição de 1946), passamos a ter um sistema

constitucional tributário. Até ali havia, nas Constituições brasileiras, disposições

esparsas sobre matéria tributária, sem a organicidade, harmonia, interdependência e

enunciação de princípios que caracterizam um sistema. [...]

Conforme citado o sistema tributário ficou mais organizado após a ementa

constitucional, fazendo que cada região obtivessem benefícios com a destinação formal dos

impostos gerado no país, evitando assim alguns conflitos que poderiam ser gerados. O sistema

tributário nacional ele se divide em cinco espécies tributárias, sendo elas os impostos, as

taxas, as contribuições de melhoria, as contribuições especiais e os empréstimos

compulsórios.

3.3.1 Imposto

É o tributo que tem como fato gerador uma situação independente de qualquer

atividade estatal específica relativa ao contribuinte, conforme se lê no Art. 16 do Código

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Tributário Nacional (CTN), ou seja, o imposto é para o benefício da sociedade em geral, sem

fazer méritos aos contribuintes que realizaram o pagamento, dando-se que a receita originada

pelo imposto seja usufruída para o crescimento da sociedade em geral e não do crescimento

de um único indivíduo. Segundo o Glossário do Portal Tributário (2010), os impostos podem

ser divididos em:

3.3.1.3 Imposto cumulativo:

Aquele que incide em sua totalidade a cada fase de circulação do mesmo produto ou

serviço. Segundo Neto (2001, p. 3) “Diz-se que é cumulativo o tributo que incide em duas ou

mais etapas da circulação de mercadorias, sem que na etapa posterior possa ser abatido

montante pago na etapa anterior. Exemplos típicos destes tributos são a COFINS, a

contribuição para o PIS e a CPMF.”

Sendo assim o imposto cumulativo refere-se o pagamento do imposto em todas as

operações realizadas, independente da quantidade de transações a serem realizadas, cogitando

com exemplo o ISS, o cliente faz um pedido de prestação de serviço, esse serviço custará para

o consumidor R$: 1.000,00 (um mil reais), o prestador terá que emitir uma nota no valor do

serviço, já embutido o valor do imposto referido, estima-se que o ISS seja de 5%. O prestador

de serviço pagará R$: 50,00 (cinquenta reais) de ISS, mas o prestador de serviços terceirizou

este mesmo serviço com um custo de R$: 800,00 (oitocentos reais), sendo que o serviço

terceirizado também irá emitir uma nota ao prestador de serviço, então esta nota terá a mesma

incidência do imposto tendo com os mesmo 5% de ISS, ou seja, R$: 40,00 (quarenta reais),

observando neste exemplo que o imposto ISS tendo como característica um imposto

cumulativo, ele vem incidindo em todas as operações, operações estas, do serviço terceirizado

para o prestador de serviço e do prestador de serviço para o cliente, e também irá incidir nas

demais operações que forem ocorridas.

Resumindo o ente arrecadador do imposto, ela vai faturar em todas as notas emitidas

recebendo o imposto integralmente de cada nota.

3.3.1.4 Imposto não cumulativo:

É feito o abatimento a cada fase de circulação o imposto pago na etapa anterior, como

exemplo, o ICMS. Neto comenta que “O tributo é não cumulativo quando o montante do

tributo pago numa etapa da circulação da mercadoria pode ser abatido do montante devido na

etapa seguinte. Os exemplos brasileiros são o IPI e o ICMS.”

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De uma forma mais clara os impostos não cumulativos, são aqueles que não são

efetuados o pagamento de duas ou mais vezes do mesmo imposto, ou seja, somente é feito um

pagamento por operação, sendo que houver acréscimo no valor do produto, o mesmo terá que

fazer o recolhimento do imposto, mas somente do valor agregado na operação. Servindo de

exemplo temos o IPI, o fabricante recebe uma mercadoria no valor de R$: 1.000,00 (um mil

reais), sendo que 4% são de IPI, recolhendo então R$: 40,00 (quarenta reais), mas o fabricante

fez melhorias na mercadoria e revendeu à mesma mercadoria, o fabricante fará uma nova nota

para o revendedor no valor de R$: 1.250,00 ( um mil e duzentos e cinquenta reais) sendo que

o imposto a ser recolhido apenas será acrescido o valor agregado na mercadoria, sendo assim

o imposto devido de R$: 40,00 (quarenta reais) mais R$: 10,00 (dez reais) da bem feitoria

realizada, total do imposto a ser pago será de R$: 50,00 (cinquenta reais), ou seja, não

acumula em cada operação, visando a não comutatividade de imposto em cada operação.

Imposto real é aquele em que legislação considera somente as características objetivas do

evento ou do bem envolvidos no fenômeno tributário. A quase totalidade dos impostos

brasileiros é real. Imposto pessoal é aquele cuja legislação leva também em consideração as

peculiaridades individuais da pessoa do contribuinte.

3.3.1.3 Taxa

É o tributo que pode ser cobrado pela União, Estados, Distrito Federal ou Municípios,

no âmbito de suas respectivas atribuições, que tem como fato gerador o exercício do poder de

polícia ou a utilização, efetiva ou potencial, de serviço público específico e divisível prestado

ao contribuinte ou posto a sua disposição (Art. 77 do CTN).

3.3.1.4 Contribuição de melhoria

É o tributo cobrado pela União, Estados, Distrito Federal e Municípios, no âmbito de

suas respectivas atribuições, com o objetivo de fazer face ao custo de obra pública de que

decorra valorização imobiliária, tendo como limite total a despesa realizada e como limite

individual o acréscimo de valor que da obra resultar para cada imóvel beneficiado (Art. 81 do

CTN).

3.3.1.5 Contribuições sociais

São tributos cobrados para custeio de atividades paraestatais e podem ser: sociais, de

intervenção no domínio econômico e de interesse de categorias econômicas ou profissionais

(Arts. 149 e 149-A da CF/1988).

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3.3.1.6 Empréstimo Compulsório

É o tributo que somente pode se instituído pela União, através de Lei Complementar,

como definido no Art. 148, inciso I e II da CF/1988, nos casos de calamidade pública ou

guerra externa ou sua iminência, que exijam recursos extraordinários, isto é, além dos previsto

no orçamento fiscal da União, investimento público de caráter urgente e de relevante interesse

nacional.

O Brasil está constituído com uma estrutura federativa, onde se encontra variedade de

órgãos que obtém as funções típicas de administração tributária. Na esfera da União, a

Secretaria da Receita Federal do Brasil é o seu principal órgão, sendo responsável pela

administração de todos os tributos da competência da União. Assim como no Brasil, em

muitos países a administração tributária abrange quatro funções básicas, descritas a seguir na

visão de Gaudereto (2005, p. 32-43):

Tributação – elaboração de normas e procedimentos tributários, aplicação da

legislação tributária, contencioso fiscal e consultas.

Informações econômico-fiscais – programação, registro e armazenamento de

informações econômico-fiscais, controle dos cadastros de contribuintes e controle de

documentos fiscais.

Arrecadação – previsão da receita, aperfeiçoamento das técnicas de arrecadação,

controle de lançamentos de créditos tributários, controle dos agentes arrecadadores e

cobrança administrativa.

Fiscalização – programação das atividades de fiscalização, aperfeiçoamento das

técnicas de fiscalização, auditorias e controles fiscais.

Com essas quatro funções básicas o sistema tributário brasileiro funciona de forma

regular, tendo em vista que os contribuintes tem o entendimento de como tudo funciona nesse

sistema, fazendo que o mesmo faça as obrigações regidas na legislação. A estrutura da

legislação que foi delineada em Lei Complementar, Leis, Decretos, Instruções Normativas e

Portarias, fazer obedecer à ocorrência de cada um dos tributos definidos na Constituição

Federal de 1988. Esta mesma legislação que vai originar os contornos de tal maneira que um

determinado tributo passe a existir, definindo, fato gerador, base de cálculo, contribuinte e a

alíquota correspondente.

3.4 TIPOS DE TRIBUTAÇÃO

Todas as pessoas jurídicas que obtenham renda durante o ano calendário são obrigadas

fazer o recolhimento do Imposto de Renda Pessoa Jurídica. Para um melhor entendimento

sobre os tipos de tributação das pessoas jurídicas, serão descritos abaixo os regimes de

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tributação, subdivididos em Lucro Real, Lucro Presumido, Lucro Arbitrado e o Simples

Nacional.

3.4.1 Lucro Real

O lucro real é apurado a partir do resultado contábil do período base, podendo obter

lucro (saldo positivo) ou prejuízo (saldo negativo), sendo que para isto a empresa deve manter

a sua escrituração contábil regular e mensal. Fabretti (2001, p. 280) diz que “uma vez apurado

o resultado contábil, dele são deduzidos os valores referentes a provisões para o Imposto de

Renda (IR) e a Contribuição Social sobre o Lucro Liquido (CSLL)”.

Ainda, conforme Santos (2009, p.103) “lucro real é o lucro líquido do período de

apuração ajustado pelas adições, exclusões ou compensações prescritas ou autorizadas na

legislação”. O mesmo considera o lucro real, um lucro fiscal na qual incidirá efetivamente o

Imposto de Renda Pessoa Jurídica, para as empresas tributadas nessa modalidade seja por

opção ou por estarem obrigadas.

As pessoas jurídicas tributadas pelo lucro real poderão determinar o lucro com base

em balanço anual levantado no dia 31 de dezembro ou mediante levantamento de balancetes

trimestrais, na forma da Lei 9.430/96. Se a sua opção for o lucro real trimestral os períodos

serão encerrados em 31 de março, 30 de junho, 30 de setembro e 31 de dezembro.

Após a apuração do lucro real será aplicada a alíquota de 15% (quinze por cento)

referente ao Imposto de Renda e um adicional de 10% (dez por cento) se exceder a receita de

R$ 240.000,00 (duzentos e quarenta mil reais) no exercício ou de R$ 60.000,00 (sessenta mil

reais) no trimestre. A alíquota do Imposto de Renda Pessoa Jurídica é definida no art. 541 do

RIR/99 definindo que “a pessoa jurídica, seja comercial ou civil o seu objeto, pagará o

imposto à alíquota de quinze por cento sobre o lucro real, presumido ou arbitrado”.

A pessoa jurídica que enquadrar-se em qualquer dos incisos do art. 14 da Lei nº

9.718/98 terá obrigatoriamente que ser tributada com base no lucro real, e para as demais será

uma opção. Conforme o art. 14 estão obrigadas a apuração do lucro real as pessoas jurídicas:

[...] cuja receita total, no ano-calendário anterior seja superior ao limite de R$

48.000.000,00 (quarenta e oito milhões de reais), ou proporcional ao número de

meses do período, quando inferior a 12 (doze) meses;

- cujas atividades sejam de bancos comerciais, bancos de investimentos, bancos de

desenvolvimento, caixas econômicas, sociedades de crédito, financiamento e

investimento, sociedades de crédito imobiliário, sociedades corretoras de títulos,

valores mobiliários e câmbio, distribuidoras de títulos e valores mobiliários,

empresas de arrendamento mercantil, cooperativas de crédito, empresas de seguros

privados e de capitalização e entidades de previdência privada aberta;

- que tiverem lucros, rendimentos ou ganhos de capital oriundos do exterior;

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- que, autorizadas pela legislação tributária, usufruam de benefícios fiscais relativos

à isenção ou redução do imposto;

- que, no decorrer do ano-calendário, tenham efetuado pagamento mensal pelo

regime de estimativa;

- que explorem as atividades de prestação cumulativa e contínua de serviços de

assessoria creditícia, mercadológica, gestão de crédito, seleção e riscos,

administração de contas a pagar e a receber, compras de direitos creditórios

resultantes de vendas mercantis a prazo ou de prestação de serviços (factoring).

- que explorem as atividades de securitização de créditos imobiliários, financeiros e

do agronegócio.

No lucro real trimestral, o lucro do trimestre anterior não pode ser compensado com o

prejuízo fiscal de trimestres seguintes, ainda que dentro do mesmo ano-calendário. O prejuízo

fiscal de um trimestre só poderá reduzir até o limite de 30% (trinta por cento) do lucro real

dos trimestres seguintes. Já no lucro real anual, a empresa poderá compensar integralmente os

prejuízos com lucros apurados dentro do mesmo ano-calendário. Assim, o lucro de janeiro

poderá ser compensado com o prejuízo de fevereiro ou dezembro e o lucro de março poderá

ser compensado com o prejuízo de qualquer mês.

Para apuração do lucro real, deve-se ajustar o lucro por meio das adições e das

exclusões determinadas pelo RIR/99. As adições são representadas por valores retirados do

resultado contábil para obter-se o lucro líquido, sendo consideradas indedutíveis para a

legislação do IRPJ, sendo elencadas no art. 249 da referida lei da seguinte forma:

I – “... as quantias tiradas dos lucros ou de quaisquer fundos ainda não tributados

para aumento do capital, para distribuição de quaisquer interesses ou destinadas a

reservas, quaisquer que sejam as designações que tiverem...”;

II – os pagamentos efetuados a sociedades civis de prestação de serviços

profissionais relativos ao exercício de profissão legalmente regulamentada, quando a

mesma for controlada, direta ou indiretamente, por pessoas físicas que sejam

diretores, gerentes, controladores da pessoa jurídica que pagar ou creditar

rendimentos, bem como pelo cônjuge ou parente de primeiro grau desta pessoas;

III – “os encargos de depreciação, apropriados contabilmente, correspondentes ao

bem já integralmente depreciado em virtude de gozo de incentivos fiscais previstos

neste Decreto”;

IV – “as perdas incorridas em operações iniciadas e encerradas no mesmo dia (Day

trade), realizadas em mercado de renda fixa ou variável”;

V – “as despesas com alimentação de sócios, acionistas e administradores”;

VI – “as contribuições não compulsórias, exceto as destinadas a custear seguros e

planos de saúde, e benefícios complementares assemelhados aos da previdência

social, instituídos em favor dos empregados e dirigentes...”;

VII – “as doações”;

VIII – “as despesas com brindes”;

IX – “o valor da contribuição social sobre o lucro líquido, registrado como custo ou

despesa operacional”;

X – “as perdas apuradas nas operações realizadas nos mercados de renda variável e

de swap, que excederem os ganhos auferidos nas mesmas operações”;

XI – “o valor da parcela da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social

– COFINS, compensada com a Contribuição Social sobre o Lucro Líquido, de

acordo com o art. 8º da Lei nº 9.718, de 1998”;

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As exclusões representam valores que compõem o lucro líquido das instituições e que

não são considerados tributáveis pelo IRPJ, e são elencados no art. 250 do RIR/99, como

sendo as seguintes:

I - os valores cuja dedução seja autorizada por este Decreto e que não tenham sido

computados na apuração do lucro líquido do período de apuração;

II - os resultados, rendimentos, receitas e quaisquer outros valores incluídos na

apuração do lucro líquido que, de acordo com este Decreto, não sejam computados

no lucro real;

III - o prejuízo fiscal apurado em períodos de apuração anteriores, limitada a

compensação a trinta por cento do lucro líquido ajustado pelas adições e exclusões

previstas neste Decreto, desde que a pessoa jurídica mantenha os livros e

documentos, exigidos pela legislação fiscal, comprobatórios do prejuízo fiscal

utilizado para compensação, observado o disposto nos arts. 509 a 515 (Lei nº 9.065,

de 1995, art. 15 e parágrafo único).

Ainda, segundo o parágrafo único do art. 250 do RIR/99 é permitido às empresas

excluir: “os rendimentos e ganhos de capital nas transferências de imóveis desapropriados

para fins de reforma agrária, quando auferidos pelo desapropriado (CF, art. 184, § 5º);”; “os

dividendos anuais mínimos distribuídos pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento (Decreto-

Lei nº 2.288, de 1986, art. 5º, e Decreto-Lei nº 2.383, de 1987, art. 1º);”; “os juros produzidos

pelos Bônus do Tesouro Nacional - BTN e pelas Notas do Tesouro Nacional – NTN”; “os

juros reais produzidos por Notas do Tesouro Nacional - NTN, emitidas para troca

compulsória no âmbito do Programa Nacional de Privatização – PND”;

Pode-se observar que para a determinação do lucro real das empresas é necessário à

obtenção do lucro líquido do período e, após, sejam efetuadas as adições e as exclusões

permitidas e elencadas em lei. O contribuinte do IRPJ com base no lucro real deverá elaborar

Demonstração do Lucro Real que deverá ser transcrita no Livro de Apuração do Lucro Real

(LALUR), o qual é obrigatório para empresas tributadas pelo imposto de renda nesta

modalidade, conforme previsão contida do Regulamento do Imposto de Renda (RIR)/99. Essa

demonstração deve discriminar o lucro líquido do período de apuração, os lançamentos de

ajustes do lucro líquido com a indicação dos registros correspondentes na escrituração

comercial ou fiscal e o respectivo lucro real apurado pela entidade no período.

3.4.2 Lucro Presumido

O lucro estimado ou presumido é um tipo de tributação menos complexa, o cálculo do

imposto devido é diferenciado e mais prático de ser aplicado, diferentemente a apuração do

lucro real, a qual seu cálculo é mais complexo, que pressupõe contabilidade eficaz. Somente

as pessoas jurídicas que não estiverem obrigadas a adotar o lucro real poderão optar pelo lucro

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presumido. O período de apuração do lucro presumido é trimestral, conforme a redação do art.

516 do RIR/99:

§ 5º O imposto com base no lucro presumido será determinado por períodos de

apuração trimestrais, encerrados nos dias 31 de março, 30 de junho, 30 de setembro

e 31 de dezembro de cada ano-calendário, observado o disposto neste Subtítulo (Lei

nº 9.430, de 1996, arts. 1º e 25).

Somente é aceito esse tipo de tributação se a pessoa jurídica não se enquadra em

nenhum dos impedimentos elencados no art. 14 da Lei nº 9.718/1998, que mostram as

situações de obrigatoriedade do lucro real. Segundo, a Lei nº. 9.718/1998 podem optar pela

tributação do lucro presumido:

Art. 13 - A pessoa jurídica cuja receita bruta total, no ano-calendário anterior, tenha

sido igual ou inferior a R$ 48.000.000,00 (quarenta e oito milhões de reais), ou a R$

4.000.000,00 (quatro milhões de reais) multiplicado pelo número de meses de

atividade do ano-calendário anterior, quando inferior a 12 (doze) meses, poderá

optar pelo regime de tributação com base no lucro presumido.

§ 1º - A opção pela tributação com base no lucro presumido será definitiva em

relação a todo o ano-calendário.

§ 2º - Relativamente aos limites estabelecidos neste artigo, a receita bruta auferida

no ano anterior será considerada segundo o regime de competência ou caixa,

observado o critério adotado pela pessoa jurídica, caso tenha, naquele ano, optado

pela tributação com base no lucro presumido.

A lei elegeu o momento da opção pelo lucro presumido no ato do pagamento da

primeira ou única quota do imposto de renda. A data do pagamento de outros tributos ou

contribuições não é o momento da opção.

3.4.3 Lucro arbitrado

O lucro arbitrado é a forma de apuração utilizada pelas pessoas jurídicas que não

mantém sua escrituração na forma das leis comerciais e fiscais, ou na hipótese de não

apresentação de livros comerciais e fiscais, arquivos ou sistemas de escrituração e o livro

razão. É importante resalvar que o arbitramento do lucro não exclui a aplicação de

penalidades cabíveis. A base de cálculo será determinada mediante a aplicação dos mesmos

percentuais estabelecidos para o lucro real por estimativa e para o lucro presumido, com

acréscimo de 20% (vinte por cento) sobre a receita bruta quando a mesma for conhecida.

3.4.4 Simples Nacional

O SIMPLES é uma forma simplificada e englobada de recolhimento de tributos e

contribuições, tendo como base de apuração a receita bruta. O Simples Nacional foi instituído,

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a partir de 01/07/2006, pela Lei Complementar 123/2006. As pessoas jurídicas que se

enquadram na condição de microempresa ou empresa de pequeno porte poderão optar pela

inscrição no "Sistema Integrado de Pagamento de Impostos e Contribuições das

Microempresas e Empresas de Pequeno Porte – SIMPLES".

O SIMPLES poderá incluir o ICMS e o ISS, desde que a unidade Federada ou o

Município em que esteja estabelecida a empresa venha a ele aderir mediante convênio. O

pagamento do imposto unificado não exclui a incidência dos seguintes impostos ou

contribuições, devidos na qualidade de contribuinte ou responsável, em relação aos quais será

observada a legislação aplicável às demais pessoas jurídicas. A partir de 01/01/2012,

considera-se microempresa a pessoa jurídica que, aufira, em cada ano-calendário, receita

bruta igual ou inferior a R$ 360.000,00 (trezentos e sessenta mil reais); base na Lei

Complementar 139/2011

A partir de 01/01/2006, considera-se microempresa (sigla ME), a pessoa jurídica que

tenha auferido, no ano-calendário imediatamente anterior, receita bruta igual ou inferior a

R$ 240.000,00 (duzentos e quarenta mil reais), base na Lei 11.196/2005. A partir de

01/01/2012, considera-se empresa de pequeno porte, a pessoa jurídica que aufira, em cada

ano-calendário, receita bruta superior a R$ 360.000,00 (trezentos e sessenta mil reais) e igual

ou inferior a R$ 3.600.000,00 (três milhões e seiscentos mil reais), base na Lei Complementar

139/2011 A partir de 01/01/2006, considera-se empresa de pequeno porte (sigla EPP), a

pessoa jurídica que tenha auferido, no ano-calendário imediatamente anterior, receita bruta

superior a R$ 240.000,00 (duzentos e quarenta mil reais) e igual ou inferior a R$ 2.400.000,00

(dois milhões e quatrocentos mil reais), base na Lei 11.196/2005. No caso de início de

atividades no próprio ano-calendário, os limites serão proporcionais ao número de meses em

que a pessoa jurídica houver exercido atividade, desconsideradas as frações de meses.

A Partir de 01/01/2012 na hipótese de início de atividade no ano-calendário

imediatamente anterior ao da opção, os valores proporcionais serão, respectivamente, de

R$ 30.000,00 (trinta mil reais) para ME e R$ 300.000,00 (trezentos mil reais) para EPP,

multiplicados pelo número de meses de funcionamento naquele período, desconsideradas as

frações de meses.

3.5 PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO

O planejamento tributário é a forma de amenizar a carga tributária, em prol da

minimização dos impostos instituídos pelo governo e maximizar a lucro das organizações,

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visando um retorno maior da atividade produzida, através das alternativas e lacunas existentes

na legislação, com a intenção de reduzir gastos e despesas tributárias, de forma lícita.

Segundo Nascimento e Reginato (2007, p. 239):

[...] O planejamento tributário consiste em uma técnica gerencial que visa avaliar até

que ponto as operações industriais, os negócios mercantis e as prestações de serviços

são impulsionadores das obrigações e dos encargos tributários inseridos em cada

uma das respectivas alternativas legais pertinentes, para que, mediante meios e

instrumentos legítimos, se possa adotar aquele que possibilita a anulação, redução

ou adiantamento do ônus fiscal. [...]

De acordo com de Oliveira, (2009, p. 29):

[...] Entende-se por planejamento tributário uma forma lícita de reduzir a carga

fiscal, o que exige alta dose de conhecimento técnico e bom senso dos responsáveis

pelas decisões estratégicas no ambiente corporativo. Trata-se do estudo prévio á

concretização dos fatos administrativos, dos efeitos jurídicos, fiscais e econômicos

de determinada decisão gerencial, com o objetivo de encontrar a alternativa menos

onerosa para o contribuinte. [...]

Para confirmar este entendimento, Corrêa (2006, p. 59), expressa da seguinte forma:

[...] Pode-se definir o planejamento tributário como o estudo, a organização e a

implementação de ações que permitam às empresas garantir a economia nos gastos

com tributos, em conformidade com os normativos que regem o sistema tributário

nacional, por meio da prática de atos e negócios jurídicos na mais estrita legalidade

e que se apresentem como opções com o menor ônus fiscal. [...]

Contudo o planejamento tributário é um a ferramenta de altíssima importância para as

organizações pelo fato de conseguir administrar os fatos tributários de forma que o principal

objetivo é reduzir ao máximo a incidência do gasto referente despesa tributária amenizando os

custos da tributação da organização. Com isso a empresa tende-se que obter de uma estrutura

adequada com profissionais adequados e qualificados principalmente na parte tributária para

que possam usufruir e administrar o planejamento tributário da empresa e se beneficiar do

planejamento cedido pelo estado ou municio, decorrente de cada tipo de tributação. Conforme

se lê em Pesce (2005, p. 3):

[...] denomina-se planejamento tributário a construção de um conjunto de operações,

consubstanciadas em negócios ou atos jurídicos ou situações materiais que, em

relação a outro conjunto de operações, com o mesmo resultado econômico,

representa carga tributária menor e, portanto, resultado econômico maior. [...]

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Realizando uma interpretação ordenada da CF/1988 e do Código Tributário Nacional,

infere-se que a interpretação econômica dos tributos, desde que lícita, encontra-se resguardada

no direito tributário pátrio. Todo contribuinte tem o direito constitucional de gerir seus

negócios com liberdade, conforme artigos da Constituição Federal do Brasil de 1988

(BRASIL, 1988) citados abaixo:

Art. 1º. A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos

Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de

Direito e tem como fundamentos:

IV – os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa;

Art. 170. A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho humano e na livre

iniciativa, tem por fim assegurar a todos existência digna, conforme os ditames da

justiça social, observados os seguintes princípios:

II – propriedade privada;

IV – livre concorrência;

Parágrafo único. É assegurado a todos o livre exercício de qualquer atividade

econômica, independentemente de autorização de órgãos públicos, salvo nos casos

previstos em lei.

Fazer planejamento tributário não é apenas um direito garantido na CF/1988, mas

também um dever legal determinado pelo Art. 153 da Lei n.º 6.404/76, que define “ao

administrador da companhia o dever de empregar, no exercício de suas funções, o cuidado e

diligência que todo homem ativo e probo costuma empregar na administração dos seus

próprios negócios”.

Vê-se o planejamento tributário é um ato legal que pode e deve ser feito pelas

empresas desde que se respeite a legislação, utilizando o planejamento tributário como um

benefício e de forma lícita. E sabendo usufruir desses benefícios os retornos para as

organizações são ainda melhores trazendo resultados positivos.

Para YOUNG (2006, p.91), o planejamento divide-se em duas etapas diferentes,

quando é anterior a ocorrência do fato gerador, onde o colaborador irá analisar os mecanismos

para desconto do imposto. A etapa seguinte ocorre posteriormente à ocorrência do fator

gerador e constitui-se em examinar se há algum tributo que possa ser compensado, ou se há

algum procedimento administrativo ou judicial. O planejamento tributário nasce a partir que

as leis são criadas, e à medida que o estado vai exigindo mais tributos, a forma que o

contribuinte tenta se defender é adotando o planejamento tributário.

Para atuar na área de planejamento tributário, alguns pré requisitos devem ser

anotados, como obter conhecimento na área, especialista em planejamento tributário,

advogados, contadores, economistas, administradores até mesmo docentes de ensino superior,

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desde que entendam do assunto. A legislação tributária varia de uma área para outra, possui

particularidades, trâmites e conhecê-los é fundamental.

3.5.1 Objetivo do planejamento Tributário

Com o planejamento tributário o colaborador começa atuando de forma preventiva,

projetando os atos e fatos para a tomada de decisão, fazendo com que as informações geradas

se encaixem dentro do seu planejamento tributário almejando a redução dos seus débitos dos

tributos devidos, de forma licita e que a legislação vigente permita. Para Oliveira (2008, p.

198) o planejamento tributário tem como objetivo:

[...] a redução ou transmissão do ônus econômico dos tributos. Igualmente, pode

ocorrer situação em que o ônus não provenha direto da obrigação tributária principal

e, sim, dos deveres fiscais acessórios, como a manutenção de escrituração contábil, a

apresentação de documentos etc. [...]

Conforme explica Nascimento e Reginato (2007, p. 241):

[...] o planejamento tributário tem como premissa básica a adequação das operações

e dos empreendimentos, mediante o emprego de estruturas e formas jurídicas

capazes de bloquear a concretização da hipótese de incidência tributária ou, então,

de fazer com que a materialidade ocorra na medida ou no tempo que lhe sejam mais

propícios. Pode por vezes visar á exclusão, á redução ou o adiantamento dos

respectivos encargos tributários. [...]

Munaretto (2002, p. 40) comenta que “o planejamento tributário objetiva a diminuição

da carga tributária pela análise das (brechas) existentes da legislação, proporcionando uma

redução de custos, o que torna os produtos e serviços de uma organização mais competitivos”.

Percebe-se que o objetivo do planejamento tributário é fazer a redução, exclusão ou o

adiantamento da carga tributária devida, desde que feita de forma lícita, utilizando as brechas

da lei e outros benefícios cedidos pelo estado ou município.

3.5.2 Fato Gerador do Planejamento Tributário

Para que o planejamento tributário ocorra dentro da legalidade no cenário da economia

de tributos, terá que ser analisado o período anterior à ocorrência do fato gerador. De acordo

com Fabretti (2006, p. 280) “O estudo feito preventivamente, ou seja, antes da realização do

fato gerador, pesquisando-se seus efeitos jurídicos e econômicos e as alternativas legais

menos onerosas”. Munaretto (2002, p. 51) explicita que planejamento é “um estudo

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preventivo, feito antes do fato gerador dos tributos e contribuições que visam, direta ou

indiretamente, a economia tributária sem infringir a legislação”.

O contribuinte que possui a ferramenta do planejamento tributário na sua organização

pode fazer um estudo par amenizar a carga tributária de forma lícita, com virtude de diminuir

as suas despesas com os tributos, isso antes que ocorra o fato gerador do mesmo, ou seja,

prevendo a redução do imposto antes da ocorrência do fato gerador do imposto, tendo com

embasamento na legislação regente. Fabretti (2006, p. 29) explica:

[...] Denomina-se fato gerador a concretização da hipótese de incidência tributária

prevista em abstrato na lei, que gera (faz nascer) a obrigação de pagar o tributo. [...]

A concretização do fato gerador faz nascer uma relação jurídica denominada

obrigação principal, que tem sempre por objeto uma prestação de caráter

patrimonial, isto é, pagar um tributo. [...]

Conforme a CTN:

Art. 114. Fato gerador da obrigação principal é a situação definida em lei como

necessária e suficiente à sua ocorrência.

Art. 115. Fato gerador da obrigação acessória é qualquer situação que, na forma da

legislação aplicável, impõe a prática ou a abstenção de ato que não configure

obrigação principal.

Observa-se que o fato gerador é onde faz ocorrer o nascimento da obrigação, onde

assim se acontece a empenho de pagar os tributos devidos. O contribuinte torna-se

responsável pela liquidação do imposto posteriormente a ocorrência do fato gerador, não

realizando o pagamento dos tributos devido após o fato gerador, o mesmo estará ocultando a

matéria tributável, caracterizando ação contra as normas da legislação.

O planejamento tributário deve satisfazer à legislação, ocorrendo o contrário, poderá

gerar consequências fiscais, conforme destaca o parágrafo único do art. 116 do CTN:

[...] A autoridade administrativa poderá desconsiderar atos ou negócios jurídicos

praticados com a finalidade de dissimular a ocorrência do fato gerador do tributo ou

a natureza dos elementos constitutivos da obrigação tributária, observados os

procedimentos a serem estabelecidos em lei ordinária. [...]

Sendo assim, a autoridade tributária poderá vir e tirar satisfações do ocorrido, pelo

descumprimento da lei, para salientar-se do fato ocorrido sem a prévia autorização da

legislação, que deve ser seguida, caso observando irregularidades a autoridades pode tomar as

medidas cabíveis ao caso avaliado.

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3.6 CARGA TRIBUTÁRIA BRASILEIRA

Hoje em dia com a alta carga tributária, as empresas estão obrigando-se a fazer um

planejamento tributário, que nada mais é do que um estudo focado na tentativa de amenizar a

carga tributária, tentando pagar o mínimo possível de tributos de forma lícita.

Quadro 1: Comparativo da Carga Tributária mundial.

Fonte: Amaral, 2011.

Comprovando esses fatos Amaral (2011, p. 24), mostra que o Brasil subiu de décimo

oitavo para décimo quarto no ranking mundial dos países com maior carga tributária em 2009,

segundo dados divulgados em 15 de dezembro de 2010 pela OCDE.

[...] A Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico – OCDE

divulgou, no dia 15 de dezembro de 2010, os dados de 2009 sobre a arrecadação

tributária em comparação ao Produto Interno Bruto - PIB, a chamada Carga

Tributária, dos países que dela fazem parte. Em geral, houve uma queda na carga

tributária da maioria dos países listados, em comparação com os dados de 2008, em

razão do declínio da atividade econômica e do corte de tributos, motivados pela

recessão que seguiu a crise econômica mundial iniciada em 2008.

Caso o Brasil integrasse o rol de membros da OCDE (composto atualmente de 33

países), estaria ocupando o 14º lugar no ranking geral dos países com o maior

percentual de carga tributária (34,41%, segundo dados divulgados pelo Instituto

Brasileiro de Planejamento Tributário – IBPT) [...]

Observa-se que o Brasil perde apenas para os países desenvolvidos da Europa,

contudo possui uma carga tributária elevada em relação aos outros países. Apesar da carga

tributária elevada, o Brasil ainda não possui os serviços essenciais para a população, diferente

dos países que estão na sua frente em relação à carga tributária. Não é que os brasileiros não

querem pagar os tributos devidos, mais sim ter um retorno satisfatório. Além dos fatores que

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pioram a alocação desses recursos, que são o desvio de verba pública, a má gestão dos

comandantes do governo e a sonegação tributária. (Amaral, 2011, p. 25).

3.7 DIFERENÇA ENTRE FRAUDE E SONEGAÇÃO FISCAL

O planejamento tributário deve dar apoio para que se tome decisão fundamentando-se

em dados anteriormente ao episódio do tributo, permitindo o contribuinte tomar as escolhas

legais disponíveis a fim de gerar a economia tributária. A forma legal de diminuir da carga

tributária não pode ser confundida com fraude ou sonegação fiscal empregada a fim de

diminuir os relativos tributos de forma ilícita. Segundo Oliveira (2008, p. 192):

Sonegação é caracterizada como toda ação ou omissão dolosa tendente a impedir, ou

retardar, total ou parcialmente, o conhecimento por parte da autoridade fazendária da

ocorrência do fato gerador da obrigação tributária principal, da natureza ou

circunstâncias materiais desse fato ou das condições pessoais do contribuinte,

capazes de afetar a obrigação tributária principal ou o crédito tributário

correspondente.

Fabretti conceitua fraude (2006, p. 284):

Fraude: ato de burlar a lei, usando de procedimento aparentemente lícito. Por

exemplo: venda de bens a descendente, sem ausência dos demais descendentes,

deforma indireta, por meio de interposta pessoa que depois passa o bem àquele

descendente.

Tendo como entendimento a sonegação é o fato de eu possuir um débito tributário,

onde é feito o pagamento de parte deste débito tributário, “escondendo, esquecendo” a parte

que falta pagar, isso é sonegação. Já a fraude é o ato de enganar, burlar, tendo a intenção criar

maneiras de não pagar o débito do tributo devido. Sendo assim o planejamento tributário não

pode ser confundido com os conceitos de sonegação e fraude, pelo fato de que o planejamento

é constituído de forma lícita onde à lei permite o somente nas brechas da lei, fazendo a

redução do tributo de forma legal.

3.8 ELISÃO, EVASÃO E ELUSÃO FISCAL

O direito tributário tende a expressar o que seja lícito ou ilícito através de três

conceitos, a elisão fiscal a evasão fiscal e a elusão fiscal, tendo seus conceitos com

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características bem distintas, e de grande repercussão qual pode ser seguido e o porquê não

deve ser seguido. Disseminando os conceitos abaixo.

3.8.1 Elisão Fiscal

A elisão fiscal são as medidas adotada pela instituição que visa fazer a redução,

postergar, ou até mesmo anular o valor do tributo antes mesmo de acontecer o fato gerador

dos tributos, isso de maneira lícita, seguindo a legislação e as brechas deixadas pela mesma.

De acordo com Nascimento e Reginato (2007. p, 240), a elisão fiscal pode ser

abordada como “a prática que visa obstar a hipótese de incidência tributária antes da

ocorrência do fato gerador, através de um procedimento lícito realizado pelo contribuinte,

com o objetivo de eliminar, reduzir ou postergar o montante devido da obrigação tributária”.

A fim de esclarecer o conceito de elisão fiscal, Marins (2002, p. 31) afirma que:

A adoção pelo contribuinte de condutas lícitas que tenham por finalidade diminuir,

evitar ou retardar o pagamento do tributo é considerada como prática elusiva. Dá-se

através de expedientes, omissivos ou comissivos, que evitam licitamente a prática do

fato imponível da obrigação tributária.

Segundo Gutierrez (2006), a elisão fiscal pode ser entendida como a redução da carga

tributária dentro da legalidade, na qual o contribuinte procura, dentro do leque de

possibilidades que o sistema legal lhe permite, alternativas para atingir os resultados

econômicos pretendidos.

Pode-se confirmar com os conceitos deixados pelos autores, consiste em retratar que a

elisão fiscal como o procedimento que, antes da ocorrência do fato gerador, evita que este

ocorra ou então que ocorra de maneira mais econômica trazendo maior retorno para a

instituição visando maior retorno do seu lucro, considerado um comportamento lícito das

praticas adotadas.

A Elisão Fiscal tem sua origem pela economia tributária, antes mesmo de ocorrer o

fato gerador, resgatando as lacunas na lei fiscal e se beneficiando disso. A elisão fiscal é

legítima e lícita, organizada de forma planejada e estudada por um planejamento jurídico e

tributário. Fazendo com que os administradores mais querer, maximizar os lucros e minimizar

ao máximos as perdas e os custos com certos tributos. Sendo assim o desenvolvimento do

planejamento tributário dentro de uma organização é de extrema importância e de relevância

para o desenvolvimento mais rentável de uma organização.

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3.8.2 Evasão Fiscal

Ao contrário que acontece com a elisão fiscal, a evasão são as medidas adotadas para

fazer a redução da obrigação tributária geralmente após o fato gerador dos tributos e de forma

que a lei proíbe, ou seja, de forma ilícita, contra a legislação. Para Oliveira (2008, p. 188)

evasão é “[...] a fuga do cumprimento da obrigação tributária já existente a tentativa de sua

eliminação por forma ilícita [...]”. Conforme Pereira (2001, p. 66), a evasão tributária se

caracteriza: “[...] sempre que o sujeito passivo utilize formas jurídicas anormais, inadequadas

ou atípicas para alcançar efeito econômico, obtendo vantagem tributária, sem que tais formas

jurídicas sejam justificáveis senão pelo interesse em obter a vantagem tributária[...]”.

De acordo com Marins (2001, p. 30): “A evasão tributária é a economia ilícita ou

fraudulenta de tributos porque sua realização passa necessariamente pelo descumprimento de

regras de conduta tributária ou pela utilização de fraudes. A transgressão às regras tributárias

caracteriza a evasão”.

A evasão fiscal é conceituada por Gubert (2003, p. 43) “como toda e qualquer ação ou

omissão tendente a reduzir, retardar ou evitar o real cumprimento de obrigação tributária.”

Como pressuposto de existência da evasão, a doutrina fiscal tem colocado a vontade do

sujeito passivo de retardar, reduzir ou eliminar o recolhimento do tributo. Dessa forma, a mera

conduta omissiva do contribuinte não seria suficiente, mas sim o ato demonstrativo da

vontade de fraudar o Fisco.

Huck (1997, p. 32) cita algumas das características que identificam um

comportamento evasivo por parte do contribuinte:

- a presença de um negócio artificial, o qual ocorreria de outra forma não fosse a

preocupação do agente fraudador com o não pagamento do tributo devido, ou seja, a

economia fiscal;

- a utilização de lacunas da lei para a obtenção de vantagens ilícitas e a utilização de

institutos jurídicos para finalidades diversas das que se destinam;

- o sigilo nas operações evasivas.

No planejamento tributário pode-se trabalhar nas brechas na legislação, e de forma

lícita, utilizando a elisão fiscal. E não podendo confundir com evasão fiscal, que é um ato

ilícito, não permitido pela legislação.

3.8.3 Elusão fiscal

Discorrendo da terceira maneira de organizar tributos é a elusão fiscal, tem como sua

característica a decisão do contribuinte de assumir o risco do resultado, objetivando de uma

tributação com um custo menor, usufruindo de meios atípicos evitando a ocorrência do fato

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gerador. Sendo assim, a elusão tributária é um meio onde o fisco não consegue visualizar,

porque atende as condições formais, intermediando entre a elisão e a evasão fiscal. Porém,

não se enquadra como evasão, pois seus atos não são ocultos e nem nulos, e nem como elisão,

pois a economia tributária verificada nessa modalidade, após sua ocorrência, incide de uma

infração da lei tributária. Também é conhecida como elisão ineficaz, pois permite que o fisco,

quando descoberto o erro, ele pode autuar e lançar o tributo devido.

Conforme Oliveira (2009, p. 187) a elusão fiscal se refere aos atos atípicos do

contribuinte a fim de evitar a subsunção do negócio praticado ao fato típico imponível,

diferindo da elisão, que é lícita, e da evasão, por essa se utilizar de ilícitos típicos. Por

conseguinte, não se trata de economia de tributos e, ainda, ocorre sem que tal atitude

constitua-se em uma modalidade de simulação, em agir impulsionado por escapatória, ardil,

escamoteação, estratagema, subterfúgio, visando prejudicar a aplicação da legislação

tributária.

A elusão fiscal ele fica entre a elisão e evasão fiscal, fazendo uma ponte entre os dois

conceitos, mas se autuado será tradado como um ato ilícito, mas é uma forma mais dificultosa

para o fisco conseguir observar a fraude pelo motivo de modificar ou alterar antes do fato

gerador. Fazendo então uma ponte entre os três conceitos destaque a tabela a seguir fazendo

uma correlação e entre as mesmas.

Quadro 2: Elisão, Elusão e Evasão Fiscal.

Fonte: LUKIC, Melina De Souza Rocha, p. 29, 2012.

3.9 BENEFÍCIOS E INCENTIVOS FISCAIS

A política de benefícios e incentivos fiscais está diretamente relacionada com a

responsabilidade social adotada pela empresa, através das carências cedidas pelo governo

sendo assim se beneficiando dessa carência atrelando a imagem da sua empresa como

precursora e solidária a tal área destinada, usufruindo essa responsabilidade social como

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estratégia de marketing em prol da maximização dos seus resultados. O Instituto Ethos define

responsabilidade social empresarial como:

Responsabilidade social empresarial é a forma de gestão que se define pela relação

ética e transparente da empresa com todos os públicos com os quais ela se relaciona

e pelo estabelecimento de metas empresariais que impulsionem o desenvolvimento

sustentável da sociedade, preservando recursos ambientais e culturais para as

gerações futuras, respeitando a diversidade e promovendo a redução das

desigualdades sociais. (INSITUTO ETHOS, 2010)

Várias empresas se favorecem das deficiências para alocarem suas marcas em pontos

de impacto social. Essas empresas se utilizam da responsabilidade social conforme pode ser

percebido a seguir:

Assim, pode-se dizer que realiza responsabilidade social a empresa que “antevê” e

potencializa os vetores legais atinentes à sua atividade, adotando opções estratégicas

que se dirigem a produzir ou a prestar serviço de maneira a promover melhor

desempenho social, ambiental, concorrência saudável e leal, utilizando-se dos

incentivos fiscais disponíveis e relacionados à sua atividade. (ESTIGARA;

PEREIRA; LEWIS, 2009, p. 69).

Os Benefícios fiscais são estão sendo atribuídas pelas leis de incentivo que são normas

definidas pelo Governo cujo objetivo é fazer o abatimento dos impostos das empresas, desde

que em contrapartida façam investimentos em determinadas atividades (ZENONE, 2006). Em

relação com o Brasil, não se chega a obter uma isenção ou abdicação total do imposto,

isenção fiscal, segundo Pozzobon (2003), é uma isenção cedida por lei do pagamento de

tributo, sendo de lei ordinária.

A legislação brasileira nos exprime e resalva vários incentivos fiscais, através de leis,

como para doações às entidades sem fins lucrativos e de utilidade pública federal, doações a

instituições de ensino e pesquisa; Lei de incentivo à cultura (Lei Rouanet) Lei º 8.313/91; Lei

do audiovisual; Fundo dos direitos da criança e do adolescente; Programa Universidade para

Todos (PROUNI); Lei do esporte; Fundo de defesa dos Direitos Difusos (FDD); Incentivos à

ciência, tecnologia e inovação (diversas leis e programas); doações e que preveem

abatimentos no imposto de renda, mas este parece ser um dos fatores não relevantes. Zenone

(2006) expõe que isto acontece por diversos motivos, desde a falta de conhecimento do gestor

da empresa em relação aos incentivos cedidos, esgotamento da possibilidade de isenção,

burocracia regida pelo governo alavancando na perda de tempo que é preciso para empresa,

limites de isenção considerados muito baixos, entre outros.

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A Constituição Federal aponta que ao referir-se a estas matérias, tratam-nas de forma

específica e autônoma, em evidência, incentivo, incentivo fiscal, benefício fiscal e, isenções

não se confundem, tratando-se de institutos jurídicos diversos. Com base nisso se argumenta

em diversos dispositivos:

Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à

melhoria de sua condição social: [...]

XX - proteção do mercado de trabalho da mulher, mediante incentivos específicos,

nos termos da lei; [...]

Art. 43. Para efeitos administrativos, a União poderá articular sua ação em um

mesmo complexo geoeconômico e social, visando a seu desenvolvimento e à

redução das desigualdades regionais. [...]

§ 2º - Os incentivos regionais compreenderão, além de outros, na forma da lei: [...]

Art. 151. É vedado à União:

I - instituir tributo que não seja uniforme em todo o território nacional ou que

implique distinção ou preferência em relação a Estado, ao Distrito Federal ou a

Município, em detrimento de outro, admitida a concessão de incentivos fiscais

destinados a promover o equilíbrio do desenvolvimento socioeconômico entre as

diferentes regiões do País; [...]

Esta medida adotada pelo governo trata se restringir os benefícios apenas no território

nacional, e obedecendo as entidades governamentais, com o intuito de promover um

equilíbrio econômico no país.

Art. 155. Compete aos Estados e ao Distrito Federal instituir impostos [...]

XII - cabe à lei complementar: [...]

g) regular a forma como, mediante deliberação dos Estados e do Distrito Federal,

isenções, incentivos e benefícios fiscais serão concedidos e revogados. [...]

Através da lei complementar cada Estado deve instruir como deve ser realizado os

incentivos e benefícios fiscais cedidos pelo governo.

Art. 156. Compete aos Municípios instituir impostos sobre: [...]

III - serviços de qualquer natureza, não compreendidos no art. 155, II, definidos em

lei complementar. [...]

§ 3º Em relação ao imposto previsto no inciso III do caput deste artigo, cabe à lei

complementar: [...]

III - regular a forma e as condições como isenções, incentivos e benefícios fiscais

serão concedidos e revogados. [...]

Art. 174. Como agente normativo e regulador da atividade econômica, o Estado

exercerá, na forma da lei, as funções de fiscalização, incentivo e planejamento,

sendo este determinante para o setor público e indicativo para o setor privado.

Art. 195. A seguridade social será financiada por toda a sociedade, de forma direta e

indireta, nos termos da lei, mediante recursos provenientes dos orçamentos da

União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, [...]

3º - A pessoa jurídica em débito com o sistema da seguridade social, como

estabelecido em lei, não poderá contratar com o Poder Público nem dele receber

benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios.

Fica de responsabilidade aos estados e municípios fiscalizar e regulamentar os

incentivos e benefícios fiscais cedidos, caso haja um débito de imposto devido, a entidade

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devedora não poderá se beneficiar desses incentivos cedidos pelo governo até que seja

regulamentada a situação. Para que as empresas possam usufruir dos benefícios e incentivos

fiscais, ela tem que passar por um processo de adequação e algumas exigências e até mesmo

paciência por parte do governo dentre elas estão: a necessidade de acompanhamento de

Auditoria Externa Independente (IN MINC 1, de 03.05.2000). Para que seja feito o

acompanhamento do devido benefícios, fazendo fiscalização das contas contábeis conforme a

legislação autoriza. Verificando a regularidade da captação, garantindo compatibilidade entre

a execução e orçamento, comprovar que foram cumpridas as obrigações contratuais do

projeto, e somente a auditoria poderá ser realizada por auditores independentes registrados na

CVM podem auditar projetos culturais. (RODRIGUES; MARTINS, 2006).

Capacidade de realização do projeto pelo seu responsável quando da solicitação de

liberação das parcelas dos recursos. (RODRIGUES; MARTINS, 2006). TCU (Tribunal de

Contas da União) exerce fiscalização sobre o Ministério da Cultura.

Infrações incorridas: Recebimento de vantagem financeira ou material pelo

incentivador em decorrência da doação e/ou patrocínio, inexecução do projeto sem

motivo justificável, aplicação incorreta dos recursos (inabilita por 3 anos.) As

infrações sujeitam o doador e/ou patrocinador ao pagamento do valor atualizado do

IR devido, sendo considerado responsável solidário pela inadimplência ou

regularidade da pessoa física ou jurídica responsável pelo projeto.( RODRIGUES;

MARTINS, 2006).

Além de obter uma elevada burocracia no processo. Historicamente a renúncia fiscal

está bem abaixo do limite anual acatado. Os projetos culturais podem captar incentivos fiscais

das diversas leis de incentivo simultaneamente. Os projetos devem ser realizados com

contrato, para recebimento de doação e/ou patrocínio. (RODRIGUES; MARTINS, 2006).

3.9.2 Incentivo Financeiro

Incentivo Financeiro é relação entre poder público, empresa ou cidadão, sem a

renúncia fiscal de certo tributo. Dessa forma, não há isenção ou abatimento de impostos, mas

sim um prazo maior para o recolhimento, que é feito em parcelas. (RODRIGUES;

MARTINS, 2006). Os incentivos fiscais são uma ferramenta financeira importante para

viabilizar a implementação de diferentes projetos sociais e culturais. Os incentivos juntamente

com as parcerias colaboram para que as ações e projetos sejam realizados servindo de uma

fonte alternativa e atrativa de captação de recursos.

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3.10 INCENTIVOS FEDERAIS

As leis Federais que abrangem o incentivo fiscal estão diretamente relacionadas como

o imposto de renda das pessoas jurídicas e também das pessoas físicas. As leis federais que

obtém apoio a incentivos fiscais federais são:

3.10.1 Âmbito Cultural:

– Lei Rouanet (Lei 8.313/91, alterada pela Lei 9.874/99).

– Lei do Audiovisual (Leis 8.685/93 e 11.329/06).

A presente pesquisa estará voltada diretamente aos incentivos fiscais federais citados

anteriormente de âmbito cultural e social.

3.10.1.1 Lei Rouanet

No Brasil existem diversidades de cultura, cada região encontra-se culturas e etnias

diferentes. Isso ocorre por alguns fatores, sendo eles, a geografia do país, tendo seu território,

extenso, o clima diferenciado e as influências culturais dos colonizadores de cada região.

Sendo assim o Brasil apresenta uma diversidade cultural incrível atraindo muitos turistas para

conhecer nossa região. E para conservar os aspectos culturais ficou-se instituído na legislação

que o governo apoiara e incentivará a cultura no Brasil, garantindo assim o conservação

cultural do Brasil.

Conforme a Constituição, no “Art. 215. O Estado garantirá a todos o pleno exercício

dos direitos culturais e acesso às fontes da cultura nacional, e apoiará e incentivará a

valorização e a difusão das manifestações culturais”. A lei Rouanet é um incentivo fiscal

nacional de incentivo a cultura, onde as empresas podem repassar parte da dos tributos

arrecadados pela mesma, a fim de incentivar o desenvolvimento cultural da sua região. Este

incentivo fiscal é regulamentado pela Lei Nº 8.313, de 23 de dezembro de 1991, que no seu

artigo 1°, fica instituído o Programa Nacional de Apoio à Cultura (Pronac), com a finalidade

de captar e canalizar recursos para o setor de modo a:

I - contribuir para facilitar, a todos, os meios para o livre acesso às fontes da cultura

e o pleno exercício dos direitos culturais;

II - promover e estimular a regionalização da produção cultural e artística brasileira,

com valorização de recursos humanos e conteúdos locais;

III - apoiar, valorizar e difundir o conjunto das manifestações culturais e seus

respectivos criadores;

IV - proteger as expressões culturais dos grupos formadores da sociedade brasileira

e responsáveis pelo pluralismo da cultura nacional;

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V - salvaguardar a sobrevivência e o florescimento dos modos de criar, fazer e viver

da sociedade brasileira;

VI - preservar os bens materiais e imateriais do patrimônio cultural e histórico

brasileiro;

VII - desenvolver a consciência internacional e o respeito aos valores culturais de

outros povos ou nações;

VIII - estimular a produção e difusão de bens culturais de valor universal,

formadores e informadores de conhecimento, cultura e memória;

IX - priorizar o produto cultural originário do País.

Art. 2° O Pronac será implementado através dos seguintes mecanismos:

I - Fundo Nacional da Cultura (FNC);

II - Fundos de Investimento Cultural e Artístico (Ficart);

III - Incentivo a projetos culturais.

O principal objetivo da lei é incentivar, promover, apoiar a produção cultural e

artística brasileira. Com o intuito de interagir com a sociedade a produção cultural da região,

beneficiando a própria sociedade e também as empresas parceiras. A Lei Nº 8.313, de 23 de

dezembro de 1991, no seu artigo 18 refere-se:

Com o objetivo de incentivar as atividades culturais, a União facultará às pessoas

físicas ou jurídicas a opção pela aplicação de parcelas do Imposto sobre a Renda, a

título de doações ou patrocínios, tanto no apoio direto a projetos culturais

apresentados por pessoas físicas ou por pessoas jurídicas de natureza cultural, como

através de contribuições ao FNC, nos termos do art. 5º, inciso II, desta Lei, desde

que os projetos atendam aos critérios estabelecidos no art. 1º desta Lei.

Para que haja um controle mediante a lei, existe uma base legal para que seja

cumprida, e através dessas bases que são instituídas estes incentivos. Demonstrando a seguir:

• Lei nº 8.313, 23 de dezembro de 1991;

• Decreto nº 3.000, de 26 de março de 1999 (arts.475 a 483);

• Decreto nº 5.761, de 27 de abril de 2006;

• Instrução Normativa SRF nº 267, de 23 de dezembro de 2002 (arts. 15 a 26);

• Instrução Normativa SRF nº 390, de 30 de janeiro de 2004;

• Instrução Normativa RFB nº 1.131, de 21 de fevereiro de 2011.

De acordo com o Artigo 18 da Lei nº 8.313-91, demonstra os projetos especiais, pelo

qual abrangem em diversas áreas tais como: artes cênicas: teatro, dança, circo, ópera, mímica;

livros de valor artístico, literário ou humanístico: biblioteca, livros; música erudita ou

instrumental; circulação de exposições de artes plásticas: pintura, escultura, gravura,

exposição itinerante; doações de acervos para bibliotecas públicas ou museus; preservação

do patrimônio cultural: arquitetônico, museu, acervo, folclore, artesanato, compreendendo a

construção, manutenção de museus, bibliotecas, coleções, arquivos e acervos culturais;

conservação e restauração de prédios, monumentos, logradouros públicos; e restauração de

obras de arte, bens móveis e imóveis de reconhecido valor cultural.

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No Ministério da Cultura, disponibiliza após o projeto serem aprovadas três

modalidades as seguem seguidas, o Mecenato, Fundo Nacional de Cultura e o Ficart.

Conforme demonstrado na lei 8.313-91 no Art. 2° o Programa Nacional de Apoio à Cultura

(Pronac) será praticado através dos seguintes mecanismos: Fundo Nacional da Cultura (FNC);

Fundos de Investimento Cultural e Artístico (Ficart); Incentivo a projetos culturais

(Mecenato).

a) o “Mecenato”, que trabalha através do mecanismo de incentivo fiscal, permitindo que

empresas do âmbito público ou privado possam diminuir um percentual de seus impostos de

renda em contrapartida faça patrocínio nos projetos culturais. É, atualmente, a modalidade

mais empregada;

b)O Fundo Nacional de Cultura (FNC), direcionado a projetos que a prioridade não apresente

“atratividade ao mercado”. Projetos financiados pelo FNC recebem até 80% do valor total

para a consolidação do projetos. Podem utilizar parte do investimento apenas as empresas

privadas sem fins lucrativos, empresas públicas e pessoas físicas. Essa modalidade, até o

presente momento vem sendo empregada de forma mais pontual, em ações e programas como

o DOCTV, de incentivo à produção de documentários no país.

c) O Ficart, fundo de investimento voltado a atividades comerciais, onde o incentivador

participa dos lucros e riscos do projeto. Desde a implementação da Lei Rouanet, em 1991,

esta modalidade nunca foi utilizada. As pessoas físicas e jurídicas tem a possibilidade de

deduzir do imposto de renda devido até 100% dos valores aplicados nestes projetos culturais,

analisar os limites de dedutibilidade a seguir:

Pessoas físicas: até 6% do imposto de renda devido. As pessoas físicas poderão

deduzir o incentivo fiscal exclusivamente na Declaração de Ajuste Anual, desde que

apresentem a declaração completa. Este limite deve ser considerado em conjunto com as

doações ao Fundo do Direito da Criança e do Adolescente, a Atividades Audiovisuais e ao

Incentivo ao Desporto. O valor excedente ao limite de dedução admitido no ano-calendário da

consumação da doação e do patrocínio fica impedido de ser deduzido em ano posterior.

A dedução, feita com base na declaração completa, poderá ser de:

I) Até 100% (cem por cento) do valor da doação ou patrocínio, respeitado o limite de 6% (seis

por cento) do imposto devido, e enquadrado no art. 18 da lei 8313/91;

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II) Até 80% (oitenta por cento) do valor da doação e 60% (sessenta por cento) do valor do

patrocínio, respeitado o limite máximo de 6% (seis por cento) do imposto devido, quando

enquadrado no art. 26 da lei 8313/91;

Pessoas jurídicas: até 4% do imposto de renda devido, calculado à alíquota de 15%.

Este incentivo fiscal alcança somente as empresas que apuram seu imposto de renda pelo

lucro real. Os valores deverão ser contabilizados como Despesa Operacional, devendo ser

adicionados no LALUR para fins de cálculo do Imposto de Renda e também na base de

cálculo da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (art. 38 da IN nº 390-2004). Poderão

abater do Imposto de Renda referente à importância correspondente:

I) Até 40% (quarenta por cento) do valor das doações e 30% (trinta por cento) do valor dos

patrocínios realizados no período de apuração do imposto, em favor de projetos culturais

previamente aprovados pelo Ministério da Cultura, com enquadramento no art. 26 da lei nº

8313/91;

II) Até 100% (cem por cento) do valor das doações e patrocínios realizados no período de

apuração do imposto, em favor de projetos culturais previamente aprovados pelo Ministério

da Cultura, com base no art. 18 da lei 8313/91. Deve ser observado que apenas é enquadrado

neste artigo os segmentos de: artes cênicas; livros de valor artístico; literário ou humanístico;

música erudita ou instrumental; circulação de exposições de artes plásticas; doações de

acervos para bibliotecas públicas e para museus. A empresa que se submete à apuração anual

do lucro real deve seguir os quesitos abaixo:

a) a parcela do incentivo, que exceder ao limite de 4% (quatro por cento) do imposto normal

devido no mês em que forem realizadas as doações ou patrocínios, poderá ser deduzida nos

meses seguintes, até dezembro do mesmo ano, sempre respeitado esse limite;

b) do imposto devido sobre o lucro real anual poderá ser deduzido o incentivo calculado com

base nas doações e patrocínios realizados no ano-calendário, até o limite de 4% (quatro por

cento) do imposto anual;

c) o valor do incentivo que não puder ser aproveitado no ano-calendário da realização das

doações e dos patrocínios, em face da limitação, não poderá ser deduzido do imposto devido

em ano-calendário subsequente;

Para fins de determinação do lucro real, o valor das doações e patrocínios realizados

terão o seguinte tratamento:

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a) as doações (40%) e os patrocínios (30%) em favor dos projetos culturais são integralmente

dedutíveis como despesa operacional, sem prejuízo do aproveitamento de incentivo fiscal;

b) as doações e patrocínios (100%) em favor de produção cultural não poderão ser deduzidos

como despesa operacional, ou seja, deverão ser adicionados ao lucro liquido, para fins de

determinação do lucro real.

Além deste incentivo da Lei Rouanet com dedução no imposto de renda, até o

equivalente a 4% deste, as pessoas jurídicas com a apuração pelo lucro real poderão também

utilizar, simultaneamente, dois outros incentivos, com dedução integral no imposto de renda,

calculado na alíquota de 15%: Projetos desportivos: até 1% do imposto de renda para os

projetos previamente aprovados, nos termos da Lei n° 11.438-06; Fundo dos Direitos da

Criança e do Adolescente: até 1% do imposto de renda, nos termos da Lei nº 8.069-90.

As contribuições realizadas pelas pessoas jurídicas ao abrigo do art. 26 da Lei Rouanet

podem ser contabilizadas como DESPESA OPERACIONAL, pela totalidade do valor

aplicado, para fins de cálculo do IRPJ e da CSLL, não havendo limite, conforme estabelece o

§ 4º do art. 475 do Decreto nº 3.000-99.

É um fundo proveniente de arrecadação e outros recursos públicos, que permite ao

Ministério da Cultura investir diretamente em projetos culturais, mediante celebração de

convênios e outros instrumentos similares. Mediante o FNC o Minc além de aprovar o projeto

torna-se responsável direto pela verba financeira, ou seja, o dinheiro vem diretamente do

Minc. Destina-se a custear a promoção de concursos (através de divulgação de editais para

esse fim). Os recursos oferecidos são principalmente destinados a bolsas de estudos e

passagens áreas. Podendo se habilitar tanto a pessoa jurídica, como também a pessoa física.

Os financiamentos podem alcançar até 80% (oitenta por cento) do valor do projeto, o

restante, 20% (vinte por cento), esse restante será por conta do criador do projeto.

A contrapartida é a parte que é de responsabilidade do autor do projeto deverá ser

detalhada em planilhas de custos. O proponente precisa comprovar que possui o montante que

ficará por sua responsabilidade, que poderá ser em recursos ou em bens e serviços, com

despesas de custeio nos projetos ou despesa de capital nos projetos. Somente podem

apresentar projetos ao FNC: Pessoa jurídica de natureza cultural: de direito privado sem fins

lucrativos; de direito público, de qualquer esfera; Pessoa física de natureza cultural. (nesse

caso serão apoiadas somente mediante concessão de passagens e bolsa de estudos). Este

programa está temporariamente suspenso.

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É o investimento em projetos culturais, mediante doações, patrocínios, ou

contribuições ao FNC, com a possibilidade de abatimento no Imposto de Renda devido do

contribuinte investidor. Além da isenção fiscal as empresas obtém um benefício a mais,

colocando a imagem da sua empresa, utilizando o marketing.

Através do Mecenato o Minc aprova o projeto, e com a cópia da aprovação publicada

no Diário Oficial da União (DOU) o proponente que obteve tal aprovação vai atrás do

incentivo. A dedução fiscal depende diretamente da iniciativa privada.

O contribuinte pessoa jurídica pode aplicar em projetos culturais até 4% (quatro por

cento) do Imposto de Renda devido, calculado com base no lucro real. Enquanto o

contribuinte pessoa física pode aplicar até 6% (seis por cento) do devido no Imposto de

Renda, calculando-se através dos valores constantes na declaração completa. Podem

apresentar projetos ao MECENATO: Pessoa física de natureza cultural; Pessoa jurídica de

natureza cultural: de direito privado, com ou sem fins lucrativos; de direito público da

Administração Indireta. Considerando que há regras diferenciadas para o cálculo do incentivo

fiscal, devem-se classificar os dispêndios como doações ou patrocínios.

Segundo o Código Civil Brasileiro (artigos 538 e 553) “considera-se doação o contrato

em que uma pessoa, por liberalidade, transfere do seu patrimônio bens ou vantagens para o de

outro” e “o donatário é obrigado a cumprir os encargos da doação, caso forem a benefício do

doador, de terceiro, ou do interesse geral”. Mas é vedada a o seu uso de publicidade para

divulgação das atividades objeto do respectivo projeto cultural.

O patrocínio consiste na transferência definitiva e gratuita de recursos financeiros para

a realização de projetos culturais. Mas tem a finalidade de promoção e publicidade para o

incentivador. É um incentivo menor, mas como há essa possibilidade de publicidade por parte

do incentivador torna-se mais atrativo a ele. Podem investir em doações e patrocínios: Pessoa

jurídica tributada com base no lucro real; Pessoa física que faça a declaração completa do

Imposto de Renda;

O incentivador – doador/patrocinador - não pode beneficiar projetos de pessoas a ele

vinculadas até o terceiro grau de parentesco, ou participar simultaneamente da empresa

patrocinadora e da proponente como dirigente, sócio, quotista, acionista ou administrador. A

única exceção é quando a entidade patrocinada é uma entidade de natureza cultural sem fins

lucrativos oficialmente criada pela empresa patrocinadora. Como o doador ou patrocinador

pode obter os incentivos fiscais, fazendo doação ou patrocínio em favor de projetos culturais

de terceiros, em dinheiro, bens ou serviços, depositando recursos na conta do FNC com

destinação prévia do projeto cultural beneficiado ou de livre indicação, essas doações devem

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ser efetuadas por meio de guia de recolhimento da união (GRU), que se encontra disponível

na secretaria de tesouro nacional – STN/MF; adquirindo ingressos de espetáculos culturais

para distribuição gratuita aos empregados da empresa do doador e seus dependentes legais, se

feita através de associação de empregados, despesas efetuadas na restauração e preservação de

bens tombados pela União, de propriedade do próprio doador, desde que aberta à visitação

pública.

As infrações ás normas que regem o incentivo fiscal, sem prejuízo das sanções penais

cabíveis, sujeitam o doador ou patrocinador ao pagamento do valor do Imposto de Renda

devido em relação a cada período de apuração, além de penalidades e demais acréscimos

legais. Para esse efeito considera-se solidariamente responsável por inadimplência, ou

irregularidade verificada, a pessoa propositora do projeto. Na hipótese de dolo, fraude ou

simulação, inclusive no caso de desvio de objeto, será aplicada aos infratores a multa

correspondente a duas vezes o valor da vantagem recebida indevidamente. No caso de

conluio, a multa será aplicada ao doador ou patrocinador e ao beneficiário.

3.10.1.2 Lei do Audiovisual

O beneficio fiscal Audiovisual é regida pela Lei 8.685 de 20 de julho de 1993, em seu

artigo 1º autoriza que sejam abatidos do imposto de renda das pessoas jurídicas e físicas os

valores utilizados na compra de certificados de investimentos das obras cinematográficas de

produção independente, até o limite de até 3% do Imposto de Renda das pessoas jurídicas. De

acordo com o CRC/RS (2009 p. 65), trata-se de um incentivo fiscal federal para assegurar as

condições de equilíbrio e competitividade para a obra audiovisual, bem como para estimular

sua produção, distribuição, exibição e divulgação no Brasil e no exterior, possuindo como

objetivo principal incentivar a produção audiovisual de filmes brasileiros.

Abaixo a Base legal principal do beneficio fiscal federal – Audiovisual: Lei nº 8.685, de 20 de

julho de 1993; Decreto nº 974, de 08 de novembro de 1993; Decreto nº 3.000, de 26 de março

de 1999, arts. 484 a 489; Instrução Normativa SRF nº 267, de 23 de dezembro de 2002 (arts.

27 a 37); Lei nº 11.329, de 25 de julho de 2006; Instrução Normativa RFB nº 1.131, de 21 de

fevereiro de 2011.

É importante destacar que esse limite de 3% está dentro do teto de 4% da Lei Federal

de Incentivo à Cultura junto com a Lei Rouanet (Lei 8.313/91). Os projetos de audiovisual

podem também captar recursos tanto da lei do Audiovisual quanto da Lei Rouanet, desde que

para financiar despesas distintas. Além do abatimento direto no imposto a pagar e registro dos

certificados como investimento no ativo, a pessoa jurídica tem ainda um benefício adicional

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de abater o valor para fins fiscais como despesa operacional, ou seja, do valor total investido

recupera 125%.

Além de ajudar os projetos e abater do imposto de renda certa porcentagem a empresa

também pode se usufruir do uso de merchandising, mídia e participação no resultado da

comercialização da obra, fazendo com que o retorno da pessoa jurídica seja expressivo. Do

ponto de vista social, a Lei oferece oportunidades diretas bem mais limitadas do que da Lei

Rouanet, no entanto utilização em ações indiretas é possível, sessão beneficente com renda

revertida para um projeto ou instituição; doação dos certificados para instituição repassando

os resultados da comercialização no filme; elaboração de um filme envolvendo a comunidade

como feito no filme premiado filme Cidade de Deus. Exibir filmes em locais públicos para

comunidades carentes. Documentários envolvendo temas relacionados à Responsabilidade

Social como foi realizado no premiado “Os Carvoeiros” que aborda o trabalho infantil ou

temas ou questões relacionadas ao Desenvolvimento Sustentável.

A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) regulamenta a emissão dos certificados e

sua colocação no mercado. Os certificados de investimentos ainda não tem valor de mercado.

Existe ainda outra forma de uso da Lei do Audiovisual que envolve uma autorização

para que os contribuintes do Imposto de Renda sobre crédito ou remessa para o exterior de

rendimentos decorrentes da exploração comercial de obras audiovisuais estrangeiras no

Brasil, utilizem 70% do imposto devido para investimento na coprodução de obras

audiovisuais cinematográficas brasileiras de produção independente (artigo 3º).

A ANCINE é hoje a responsável pela aprovação de projetos de longa metragem, séries

e telefilmes, apresentados por produtoras que queiram se beneficiar dos incentivos previstos

na Lei 8.313/91. Em resumo, a lei audiovisual tem como objetivo principal conceder e

assegurar condições de equilíbrio e competitividade para as obras audiovisuais desenvolvidas

no país, concedendo para a empresa doadora a dedutibilidade limitada a 3% (três por cento)

do seu IRPJ devido. Os aplicadores em projetos culturais de Audiovisual receberão um

Certificado de Investimento, representando seu direito de comercialização. Por esta razão, o

lançamento contábil da aplicação não transita por conta de Despesa Operacional, mas sim por

conta de Investimento, no Ativo Permanente.

3.10.2 Âmbito Social:

– Fundo dos Direitos a Criança e do Adolescente (Funcriança) – (Lei Federal nº. 8.069/1990).

– Doações a Organização da Sociedade Civil de Interesse Publico (OSCIP) - (Lei nº

9.790/1999).

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– Doações a Entidades Civis sem fins lucrativos - (Lei n.º 9.249/95).

– Fundo de Financiamento da Indústria Cinematográfica Nacional (Funcines) – (Lei nº

11.437/06).

– Fundo desportivo – ( Lei 11.438/06)

– Programa de Alimentação do Trabalhador – (PAT) – ( Lei nº 6.321/76).

3.10.2.1 Doações aos Fundos dos Direitos da Criança e do Adolescente

O Fundo dos Direitos da Criança e do Adolescente foi criado pela Lei Federal nº.

8.069/1990 e fica sendo responsável pelo controle os Conselhos Municipais, Estaduais e

Federais, a qual a sua finalidade é beneficiar a criança e do adolescente, visando assegurar aos

mesmos o direito à vida, saúde, alimentação, educação, lazer, profissionalização, cultura,

respeito, liberdade e à convivência familiar e comunitária. Além de manter os mesmos

protegidos de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e

repressão.

Os Estados e Municípios tem o controle concedido pelo Governo Federal para

estabelecer o regramento sobre a distribuição dos recursos para as entidades que aderiram ao

fundo, obedecendo à legislação municipal ou estadual. Têm alguns municípios, a legislação

cede ao doador à possibilidade de indicar diretamente as entidades que serão beneficiadas

com as doações. Este benefício o doador tem a possibilidade de fazer a doação tanto em

dinheiro como também em doações de bens, respeitando sempre os limites e a legislação.

As empresas, tributadas com base no Lucro Real, pode contribuir com o

FUNCRIANÇA, através de dinheiro ou por meio de doações em bens. Nesse caso, é

recomendável consultar o Conselho dos Direitos da Criança e do Adolescente para certificar-

se de que o mesmo aceita receber doação de bens, observando alguns critérios, a propriedade

dos bens tem que ser comprovada; o valor dos bens é o valor contábil; alternativamente

poderá ser adotado o valor de mercado, desde que apurado em laudo técnico emitido por

perito ou empresa especializada reconhecida para a aferição do valor; para bens imóveis

admite-se a adoção do valor que serviu de base para o imposto de transmissão (ITBI).

Este benefício tem como base legal, as leis e decretos descritos á baixo:

Decreto n° 3000/99 em seu artigo 591;

A pessoa jurídica poderá deduzir do imposto devido, em cada período de apuração,

o total das doações efetuadas aos fundos dos Direitos da Criança e do Adolescente -

nacional, estaduais ou municipais-devidamente comprovadas, obedecidos os limites

estabelecidos pelo Poder Executivo, vedada a dedução como despesa operacional

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(Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990, art. 260, Lei nº 8.242, de 12 de outubro de

1991, art. 10, e Lei nº 9.249, de 1995, art. 13, inciso VI). (PLANALTO, 2009)

Lei n° 8069/90 que cria o estatuto da criança e do adolescente em seu artigo 260;

Art. 260. Os contribuintes poderão deduzir do imposto devido, na declaração do

Imposto sobre a Renda, o total das doações feitas aos Fundos dos Direitos da

Criança e do Adolescente - nacional, estaduais ou municipais - devidamente

comprovadas, obedecidos os limites estabelecidos em Decreto do Presidente da

República. (Redação dada pela Lei nº 8.242, de 12.10.1991)

I - limite de 10% (dez por cento) da renda bruta para pessoa física;

II - limite de 5% (cinco por cento) da renda bruta para pessoa jurídica.

(PLANALTO, 2009)

A lei 9532/97 que altera a legislação tributária federal e revoga o parágrafo II do artigo

260 da lei 8069/90 e que fixa limites para a dedução do imposto de renda. A lei n° 8242/91

em seu artigo 6° que institui o fundo nacional da criança e do adolescente. A Instrução

normativa SRF n° 86 de 26 de Outubro de 1994 que dispõem sobre procedimentos no gozo de

benefícios fiscais para doações ao Funcriança e que finalmente estabelece o limite da

dedutibilidade do imposto; “Art. 3º O total das doações efetuadas pelas pessoas jurídicas

tributadas com base no lucro real poderá ser deduzido do imposto de renda mensal ou anual,

desde que não exceda 1% do imposto devido, diminuído do adicional.” (Funcriança, 2013) A

Instrução Normativa SRF n° 311, de 28 de março de 2003 que institui a declaração de

benefícios fiscais (DBF) e A Instrução Normativa SRF n° 390, de 30 de janeiro de 2004 que

inclui o valor das doações no LALUR para constituir a base de cálculo da CSLL.

Então como visto na legislação, de forma alterada o valor das doações houve uma

redução, mas o valor considerado despesa dedutível do IRPJ devido mensal (estimado),

trimestral ou anual, calculado na alíquota de 15% (quinze por cento), ficou limitado a 1% (um

por cento), no caso se o incentivo ultrapassar 1% (um por cento) do imposto de renda mensal,

a empresa poderá deduzir nos meses seguintes, desde que dentro do período-base de apuração,

seja anual ou trimestral.

As doações devem ser contabilizadas como despesa operacional. Mas como se trata de

uma despesa não dedutível para fins de Imposto de Renda e Contribuição Social sobre o

Lucro Líquido, o valor da contribuição deverá ser adicionado no LALUR, uma vez que a

dedução do benefício incide diretamente sobre o Imposto de Renda devido, e ser adicionado à

base de cálculo para a Contribuição Social sobre o Lucro Líquido.

Resumidamente o incentivo promove a viabilização do Estatuto da Criança e do

Adolescente, dando o direito às empresas participantes fazer a dedução de 1% (um por cento)

do Imposto de Renda devido no mês do pagamento. Caso ultrapasse esse limite à empresa

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poderá deduzir o restante nos meses seguintes, desde que dentro do período-base de apuração.

Mas o fato que a empresa não terá nenhum tipo de desembolso em seu ciclo financeiro, pois

respeitando os limites de dedução a empresa repassará o valor que seria destinado ao governo

o imposto de renda repassando esse limite do imposto para esse fundo, apenas na sofrerá

alterações no fluxo financeiro da empresa, quando ultrapassar o limite da dedução e não

conseguindo recuperar nos exercícios futuros, e quando houver doações de forma voluntária

às essas instituições.

3.10.2.2Doações a Organização da Sociedade Civil de Interesse Público

O beneficio tem como base legal o Decreto nº 3.100, de 30 de Junho de 1999 veio

regulamentar a Lei nº 9.790/1999. O objetivo desse incentivo é fortalecer do terceiro setor. O

incentivo tem como característica as doações feitas ás entidades sem fins lucrativos

certificados como OSCIP. Estas entidades são Organizações Não Governamentais (ONGs) –

ou seja, entidades criadas pela iniciativa privada – que devem obter o certificado emitido pelo

poder público federal que comprova o cumprimento de várias condições, principalmente de as

normas de transparência administrativa.

Conforme o art.3º, da Lei nº.9.790/1999, podem enquadrar-se como OSCIP as pessoas

jurídicas de direito privado sem fins lucrativos, nas quais o objeto social seja a consecução de

uma das seguintes finalidades: assistência social, cultura, defesa e conservação do patrimônio

histórico e artístico, educação, saúde, voluntariado, desenvolvimento socioeconômico,

combate à pobreza, preservação e conservação do meio ambiente.

A contabilização pelo lucro real permite as entidades deduzirem o montante da

contribuição como despesa, reduzindo a base da calculo para o IRPJ e CSLL, desde que seja

respeitado o limite de dedução de 2% (dois por cento) do seu resultado operacional, antes de

contabilizar a sua dedução.

Alguns requisitos que estabelece as finalidades dos objetivos sociais para o

enquadramento de OSCIP de acordo com a lei n° 9.790/99 de acordo com o artigo 3° são:

(Planalto, 2009)

I – Promoção à assistência social;

II – Promoção da cultura, defesa e conservação do patrimônio histórico cultural e

artístico; [...]

V – Promoção da segurança alimentar e nutricional;

VII – Promoção do voluntariado;

XI – Promoção da ética, da paz, da cidadania, dos direitos humanos, da democracia,

e de outros valores universais. [...]

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De acordo com o artigo 2° da referida lei não se enquadram como OSCIP:

I – As sociedades comerciais;

II – Os sindicatos, as associações de classe ou de representação de categoria

profissional;

III – Instituições religiosas ou voltadas para disseminação de credos, práticas, e

visões devocionais e confessionais; [...]

VII – Instituições hospitalares privadas não gratuitas e suas mantenedoras; [..]

X – As cooperativas;

XI – As fundações públicas [...]

As pessoas Jurídicas podem realizar as doações de bens numerários, em dinheiro, e

bens móveis e imóveis, quando esta for o caso da citada por último, a empresa tem que emitir

Nota Fiscal em nome da entidade favorecida, pelo valor residual contábil do bem, e também

pelo valor de mercado, mediante laudo de avaliação assinado por perito ou empresa

especializada. (Manual do Incentivo Fiscal)

3.10.2.3 Doações para Entidade sem Fins Lucrativos

Este incentivo tem por finalidade aumentar a participação das empresas na

participação em projetos de inclusão social, atraindo o empresário com as vantagens fiscais

cedidas pelo governo federal. O beneficio tem como característica a doação voluntária da

pessoa jurídica para uma entidade civil sem fins lucrativos de cunho social. Base legal

principal: Lei nº 9.249, de 26 de dezembro de 1995 – art. 13; Instrução Normativa SRF nº 87,

de 31 de dezembro de 1996; Decreto nº 3.000, de 26 de março de 1999 – art. 365.

Segundo a Lei 9.249, de 26 de dezembro de 1995, que é a legislação do imposto de

renda e contribuição social, ou seja, um imposto de responsabilidade federal, autoriza as

pessoas jurídicas a fazerem doações para as entidades sem fins lucrativos ou às qualificadas

como Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIPs) que prestem serviços

gratuitos em benefício à sociedade como um todo.

Essa doação somente é aceita paras as pessoas jurídicas tributadas pelo lucro real para

usufruírem do incentivo fiscal. No artigo 13 permite que as entidades façam a dedução

integral das doações efetuadas pela pessoa jurídica, obedecendo o limite de 2% do lucro

operacional.

Realizando a dedução diretamente base cálculo do Imposto de Renda e da

Contribuição Social sobre o Lucro Líquido, não podendo ser feita diretamente do imposto a

pagar. Este benefício não é vinculado aos outros incentivos do imposto de renda.

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Segundo a Secretaria da Receita Federal (SRF), as entidades devem obedecer alguns

procedimentos importantes:

a) as doações, quando em dinheiro, serão feitas mediante crédito em conta corrente

bancária diretamente em nome da entidade beneficiária;

b) a pessoa jurídica doadora manterá em arquivo, à disposição da fiscalização,

declaração, segundo modelo aprovado pela Secretaria da Receita Federal, fornecida

pela entidade beneficiária, em que esta se compromete a aplicar integralmente os

recursos recebidos na realização de seus objetivos sociais, com identificação da

pessoa física responsável pelo seu cumprimento, e a não distribuir lucros,

bonificações ou vantagens a dirigentes, mantenedores ou associados, sob nenhuma

forma ou pretexto;

c) a entidade civil beneficiária deverá ser reconhecida de utilidade pública por ato

formal de órgão competente da União.

3.10.2.4 Fundos de Financiamento da Indústria Cinematográfica Nacional

O FUNCINE, criado pela Medida Provisória 2.228-1 e Lei nº 11.437/06, este

benefício tem como objetivo desenvolver projetos de valorização da arte, educação e cultura

no País, através da indústria cinematográfica e audiovisual brasileira através do investimento

em Fundos de Participação exclusivamente voltados para o setor, os FUNCINEs. É um

beneficio de âmbito federal, tem como foco o setor áudio visual. É permitida a dedução fiscal

correspondente a 100% (cem por cento) do valor do investimento no FUNCINES limitando-

se de 3% (três por cento) do imposto de renda a pagar, já incluindo o adicional.

Temos duas modalidades para os fundos: FUNCINE Dedicado e o FUNCINE

Diversificado. O FUNCINE Dedicado tem como objetivo apoio a empresa(s) e/ou projeto(s)

pré-identificado(s); e FUNCINE Diversificado, que investe em uma carteira diversificada,

incluindo projetos de diferentes elos e empresas, visando reduzir o risco inter-setorial.

Os projetos captados pelos FUNCINES devem ser enquadrar como exposto a seguir:

a)obras cinematográficas brasileiras de produção independente: construção reforma e

recuperação das salas de exibição;

b) obra cinematográfica ou videofonográfica seriada produzida com no mínimo três e no

máximo vinte e seis capítulos e telefilmes brasileiros de produção independente: aquisição de

ações de empresas nacionais de capital aberto constituídas para a produção, comercialização,

distribuição ou exibição de obras cinematográficas brasileiras de produção independente.

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3.10.2.5 Fundo Desportivo

O fundo desportivo é um benefício fiscal federal, tem como objetivo de promover as

atividades de caráter desportivo. A base legal da lei é a Lei nº 11.438/06 q obtiveram

alterações promovidas por meio da Lei nº 11.472/07, bem assim, as disposições

complementares trazidas pelo Decreto nº 6.180/07.

A Lei de Incentivo ao Esporte tem como finalidade fundamental é incentivar e

proporcionar a execução de Projetos Desportivos e Para desportivos, almejando à

implementação, ensino, estudo, prática, pesquisa e desenvolvimento do desporto, através de

patrocínios e doações. Definido no art. 3°, I, do Decreto nº 6.180/07, entende-se por projeto

desportivo o plano elaborado pela entidade de natureza esportiva, apresentado nos formulários

fornecidos pelo Ministério do Esporte e enquadrado em uma das manifestações desportivas:

desporto educacional, de participação ou de rendimento.

Não há exigências de regras formais para a participação ao desporto, objetivando o

desenvolvimento do sujeito através do esporte. Tendo o esporte como lazer. Assim definidos

nos termos do Decreto 6.180/07:

II – desporto de participação, caracterizado pela prática voluntária, compreendendo

as modalidades desportivas com finalidade de contribuir para a integração dos

praticantes na plenitude da vida social, na promoção da saúde e da educação e na

preservação do meio ambiente (Decreto 6.180/07, art. 4º).

Este incentivo fiscal tem um período de vigência do incentivo, de acordo com a Lei nº

11.472/07, que a partir do ano calendário de 2007, até o ano calendário de 2015, é possível ser

deduzidos do imposto de renda devido, apurado pela pessoa jurídica. A lei permite para as

pessoas físicas e jurídicas realizarem a isenção fiscal através de patrocínios e doações na

realização de projetos desportivos e para desportivos. Para as pessoas jurídicas,é permitido a

isenção de 1% do imposto devido, observado o disposto no § 4º do art. 3º, da Lei nº 9.249, de

26 de dezembro de 1995, a cada período de apuração. E para a pessoa física a isenção fica

limitada a 6% do imposto devido na declaração de ajuste anual.

Para fazer parte deste benéfico à pessoa jurídica deverá ser obrigatoriamente ter sua

tributação através do Lucro Real ou Formulário Completo, no caso de pessoa física. A

doação ou patrocínio feito em prol aos projetos que beneficiem pessoa física ou jurídica

vinculada ao doador não poderão fazer uso de incentivos fiscais.

Os valores das doações e patrocínios são indedutíveis para fins de determinação do

lucro, ou seja, não poderá ser considerada como uma despesa. O incentivo atua diretamente

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no montante do IR a pagar, não devendo afetar sua base de cálculo. Dessa forma, deve-se

adicionar à base de cálculo o valor despendido com as doações e patrocínios; e somente após

o IR calculado é que deve ser diminuído, do montante devido, o valor do incentivo, respeitado

o limite tratado anteriormente (Lei nº 11.438/2006, art. 1º, § 2º).

3.10.2.6 Programa de Alimentação ao Trabalhador

O PAT é um incentivo fiscal, de natureza Federal, que permite a dedução do Imposto

de Renda devido para as pessoas jurídicas, a título de incentivo fiscal. É um programa de

complementação alimentar, beneficiando as três partes interessadas, o empregado, a empresa

e o governo. A Secretaria de Inspeção do Trabalho e o Departamento de Segurança e Saúde

no Trabalho, são as entidades que gerenciam esse programa.

O Programa de Alimentação ao Trabalhador - PAT foi criado pela Lei nº 6.321 de 14

de abril de 1976, e, regulamentado pelo Decreto nº 5 de 1991. O PAT tem como objetivo

principal melhorar as condições nutricionais dos trabalhadores, principalmente os de baixa

renda. Entretanto, as empresas favorecidas pelo incentivo poderão incluir no programa os

trabalhadores com renda mais elevada, porém, respeitando as limitações do art. 3º, parágrafo

único, da Portaria SIT 3/2002:

[...] desde que esteja garantido o atendimento da totalidade dos trabalhadores que

percebam até cinco salários-mínimos e o benefício não tenha valor inferior àquele

concedido aos de rendimento mais elevado, independentemente da duração da

jornada de trabalho.

A pessoa jurídica que queira participar do programa, deverá ter o PAT previamente

aprovado pelo Ministério do Trabalho e Emprego - MTE. Esta aprovação é feita de maneira

automática, desde que a empresa providencie, junto a Empresa Brasileira de Correios e

Telégrafos – ECT ou via internet, no site do Ministério do Trabalho e Emprego, o registro de

formulário próprio contendo informações a respeito do programa a ser desenvolvido. Uma vez

efetivada a adesão ao PAT, esta será por prazo indeterminado (Portaria Interministerial nº

05/1999, art. 3º).

Mas, anualmente a empresa deverá informar sua participação junto ao PAT na Relação

Anual de Informações Sociais – RAIS. Além de informar as informações sobre o programa na

DIPJ, conforme art. 65 da IN SRF 267/02:

Art. 65. A DIPJ deverá conter ficha específica para indicação da natureza do

benefício fiscal (isenção ou redução), espécie do projeto beneficiado (novos

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empreendimentos, modernização, ampliação e diversificação), o número do ato

concessório e o respectivo prazo de vigência.

Segundo a legislação do PAT, o benefício concedido ao trabalhador não poderá ser

dada em espécie (dinheiro), pois se trata de uma administração de um benefício

regulamentado por órgãos públicos e não uma doação. A empresa pode adotar diversas

modalidades que se encaixem dentro do programa conforme o MTE (2013):

- Serviço Próprio – A empresa prepara e distribui a alimentação do seu trabalhador

no próprio estabelecimento;

- Administração de Cozinha – Outra empresa (terceirizada) produz a alimentação

dentro do refeitório da empresa;

- Alimentação-Convênio – Tíquete alimentação, o funcionário o utiliza para comprar

os alimentos no supermercado;

- Refeições-Convênio – Tíquete refeições, o funcionário poderá

almoçar/jantar/lanchar em qualquer restaurante conveniado ao PAT;

- Refeições transportadas – Outra empresa prepara a alimentação e leva até os

funcionários […];

- Cesta de Alimentos – A empresa compra cestas de alimentos de empresas

credenciadas ao PAT e fornece aos seus funcionários.

Independente da modalidade de serviço, “as pessoas jurídicas beneficiárias serão

responsáveis por quaisquer irregularidades resultantes dos programas de alimentação

executados”, conforme o art. 583, § 1º do RIR/99. Toda a documentação relacionada aos

gastos com o programa e aos incentivos dele decorrentes deverá ser mantida à disposição da

fiscalização federal do trabalho, de forma a possibilitar seu exame e confronto com os

registros contábeis e fiscais exigidos pela legislação. O PAT não possui finalidade

assistencialista, diferentemente dos outros programas sociais. O PAT tem seu custo dividido

entre as partes envolvidas: as empresas assumem parcela dos custos de alimentação de seus

empregados, os trabalhadores contribuem com um percentual de seus salários e o governo

concede incentivo fiscal às entidades cadastradas. O programa prevê benefícios para todas as

partes envolvidas, o quadro a seguir demonstra as vantagens à empresa, aos funcionários e

para o governo.

Os benefícios às partes envolvidas

Para o Trabalhador Para as Empresas Para o Governo

- Melhoria de suas condições

nutricionais e de qualidade de

vida;

- Aumento de produtividade;

- Maior integração entre

trabalhador e empresa;

- Redução de despesas e

investimentos na área da

saúde;

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- Aumento de sua capacidade

física;

- Aumento de resistência à

fadiga;

- Aumento de resistência a

doenças;

- Redução de riscos de

acidentes de trabalho.

- Redução do absenteísmo

(atrasos e faltas);

- Redução da rotatividade;

- Isenção de encargos sociais

sobre o valor da alimentação

fornecida;

- Incentivo fiscal (dedução de até

quatro por cento no imposto de

renda devido).

- Crescimento da

atividade econômica;

- Bem-estar social.

Quadro 3: Os benefícios às partes envolvidas.

Fonte: MTE: 2013. Adaptado pelo Autor.

Verifica-se que para o trabalhador o PAT contribui na melhoria das condições

nutricionais e na qualidade de vida. Já, para a empresa, os benefícios são: isenção de encargos

sociais (INSS e FGTS) sobre o valor da alimentação fornecida e incentivo fiscal de até 4% no

imposto devido. O governo é beneficiado através da redução de despesas e investimentos na

área de saúde, crescimento da atividade econômica e bem-estar social (MTE, 2013). O

incentivo foi incorporado pelos artigos 581 e 583 do RIR/99 e consiste na dedução direta do

Imposto de Renda devido pelas pessoas jurídicas de parte do valor pago a título de despesas

com alimentação de seus empregados.

As despesas de custeio admitidas na base de cálculo do incentivo são aquelas que

venham a constituir o custo direto e exclusivo do serviço de alimentação, podendo ser

considerados, além da matéria-prima, mão de obra, os encargos decorrentes de salários, asseio

e os gastos de energia elétrica diretamente relacionados ao preparo e distribuição das refeições

(RIR/99, art. 581, Parágrafo Único). A partir de 01/01/1992, para efeito de utilização do

incentivo fiscal, o custo máximo da refeição previsto na Portaria Interministerial nº 326/77 foi

fixado em 3 UFIR. Em 01/01/1996, os valores da legislação tributária expressos em

quantidades de UFIR foram convertidos em Reais pelo valor da UFIR de R$ 0,8287 (Lei nº

9.249/95, art. 30). Com isso, três UFIR correspondem a R$ 2,49.

O § 2º do art. 585 do RIR/99 aponta que a participação do trabalhador fica limitada a

20% do custo direto da refeição. Com isso, o custo máximo para cálculo do incentivo será de

80% de R$ 2,49, que corresponde a R$ 1,99. O incentivo fiscal será sempre calculado sobre a

parcela do custo da alimentação depois de deduzido o que foi cobrado do trabalhador. Ou

seja, o trabalhador fica restrito em pagar no seu limite Maximo o valor de R$ 1,99 (um real e

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noventa e nove centavos), na sua parcela de contribuição, já a empresa ficará com o restante

da despesa. Podendo apenas aproveitar 80% das despesas com alimentação via o programa

PAT, já que o restante os 20 % será paga pelo trabalhador. O valor total do incentivo fiscal a

ser deduzido do imposto de renda devido pela empresa será aquele que corresponder ao

menor valor entre os três seguintes limites:

a) Resultado da multiplicação da alíquota básica do IRPJ (15%) pelas despesas de custeio

com a PAT no período de apuração:

Limite = 15% x Despesas com PAT;

b) Resultado da multiplicação da alíquota básica do IRPJ (15%) pelo produto do número de

refeições servidas em cada período de apuração por R$ 1,99:

Limite = (R$ 1,99 x número de refeições) x 15%;

Dentre os limites referidos nos itens “a” e “b”, somente poderá ser considerado o menor valor;

c) Limite individual correspondente a 4% do Imposto de Renda devido sem considerar o

adicional de IRPJ:

Limite = 4% x IR devido à alíquota normal;

Resumindo a empresa tem como benefício à dedutibilidade limitada de: 4% (quatro

por cento) do IRPJ devido, ou 15% (quinze por cento) sobre as despesas com o programa, ou

15% (quinze por cento) sobre a base fixada multiplicado pelo número de refeições fornecidas.

Higuchi (2008, p. 429) comenta sobre o excedente do incentivo: “Quando o valor

resultante da aplicação de 4% sobre o IR devido sobre o lucro real for o menor dos três

cálculos efetuados, a diferença entre este e o segundo menor valor poderá ser deduzida nos

dois exercícios financeiros subsequentes”.

O excesso do incentivo fiscal do PAT não aproveitado em um período, poderá ser

transferido para dedução do imposto devido nos dois anos-calendários subsequentes àqueles

em que ocorreram os gastos, observados os limites do benefício, nos períodos em que o

excesso for utilizado. As empresas que adotarem o regime de pagamento do imposto mensal

sob a forma de estimativa, calculado com base na receita bruta e acréscimos ou balanço ou

balancete de suspensão ou redução, poderão utilizar a parcela excedente do incentivo fiscal

em cada mês, nos meses subsequentes do mesmo ano-calendário, observando também os

limites legais. As empresas deverão controlar a parcela excedente na parte “B” do LALUR.

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3.11 PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO E AS PRÁTICAS DE RESPONSABILIDADE

SOCIAL

Nos dias de hoje é fácil identificar a competitividade entre as empresas, há muita

concorrência, o consumidor cada vez mais procura o preço mais baixo e de qualidade, pelo

fato de possuírem uma variedade de escolha sobre os produtos alocados no mercado, assim as

empresas tendem a se adaptar aos riscos expostos no seu mercado. Com isso tendem a ter uma

preocupação em relação aos seus gastos e repassar ao seu consumidor, tentando não amenizar

sua margem de lucro estipulada. Desde os gastos com a produção, como também os gastros

tributários, além da sua Responsabilidade Social. Há diversos benefícios fiscais

regulamentados pelo governo que dão a oportunidade se reduzir seus impostos com os limites

permitidos, e dando a oportunidade da empresa fazer sua Responsabilidade social em prol da

sociedade a qual está inserida. Para entender o que significa diminuir os gastos tributários e

investimentos sociais, é preciso conhecer alguns conceitos importantes no entendimento da

união desses dois assuntos.

O planejamento tributário é um conjunto de sistemas legais que visam diminuir o

pagamento de tributos. O contribuinte tem o direito de estruturar o seu negócio da maneira

que melhor lhe pareça, procurando a diminuição dos custos de seu empreendimento, inclusive

dos impostos. (Portal Tributário, 2007).

Com o planejamento tributário, a empresa precisa obter uma estrutura capaz de captar

e implantar as medidas cabíveis para amenizar a carga tributária, usufruindo da capacidade de

um contador e/ou com um profissional da área jurídica. Hoje a ideia as empresas buscarem

implantar uma equipe de planejamento tributário dentro da sua estrutura organizacional é uma

alternativa para fazer um trabalho em prol à redução dos tributos.

A Função da empresa, na avaliação de Drucker (apud Karkotli, 2008, p.62); “é

satisfazer a uma necessidade social e, ao mesmo tempo, servir à sua instituição ao transformar

a solução de um problema social numa oportunidade de negócios.” A empresa observando a

atual situação da sociedade em determinados problemas sociais, tende-se a observar que esses

problemas poderão afetar diretamente ao seu colaboradores,esses problemas sejam eles

considerados na área da educação, saúde, cultura, esporte entre outros, com isso esses

problemas poderão ser amenizados ou talvez até extingui-los primeiramente no ambiente

interno da instituição como posteriormente afetar o ambiente externo também.

Programas de inclusão de trabalhadores com necessidades especiais, inserção de

jovens aprendizes, alimentação aos funcionários, são atitudes que começam dentro da

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empresa, objetivando a possibilidade de realizar outros projetos fora do ambiente da empresa,

almejando parcerias com patrocinadores e realizar projetos de ação social em prol da

sociedade alavancando o nível de preocupação com seus consumidores tanto diretamente com

indiretamente, fazendo com que os mesmos tenham uma ideia mais positiva da empresa à

frente desses projetos.

Segundo Paul Stanley apud Costa (2004, p.70); “os patrocínios de eventos tendem a

tornar-se sponsownerships – algo como “patrocínio proprietário”- quando o patrocinador tem

a propriedade e o controle sobre todo o evento [...].”

Para Ashley (apud Karkotli, 2008, p. 67); Responsabilidade Social è:

O compromisso que uma organização deve ter para com a sociedade, expresso por

meio de atos e atitudes que a afetem positivamente de modo amplo e a alguma

comunidade de modo específico, atingindo proativamente e coerentemente no que

tange a seu papel específico na sociedade e a sua prestação de contas com ela.

Segundo Fontes (apud Karkotli, 2008, p.67); “o social não pode ser visto como um

mero gasto, mas como um importante investimento. Isso principalmente quando estiver

vinculado a promoção do desenvolvimento humano e social.”

A Responsabilidade Social vem sendo uma ferramenta importante nas instituições,

realçando compromisso constante com a sociedade, visando à continuidade em longo prazo,

com a intenção de ajudar a criar um mundo mais sustentável tanto ambientalmente quanto

socialmente. Segundo Karkotli (2008, p. 68,);

[...] a ideia de responsabilidade social é uma obrigação das empresas. Alguns

mecanismos já estão sendo propostos em forma de lei para que se assegure a

alocação de recursos para gastos sociais por todas as empresas. Logicamente o

exemplo mais recente dessa tendência é o estabelecimento do conceito de balanço

social das empresas.

O Balanço Social é uma demonstração criada para apresentar as ações sociais

realizadas pela empresa. Deu-se a obrigação desta demonstração através da resolução do

CFC 1.003/2004 que aprovou NBC T 15 - Informações de Natureza Social e Ambiental,

tratando especificamente dos procedimentos para evidenciação de informações de natureza

social e ambiental, com o objetivo de demonstrar à sociedade a participação e a

responsabilidade social da entidade. Lembrando que as Normas Contábeis são de utilização

obrigatória pelas empresas e profissionais, independentemente do porte empresarial.

O balanço social é um instrumento que, quando construída por múltiplos profissionais,

tem a capacidade de explicitar e medir a preocupação da empresa com as pessoas e a vida no

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planeta [...] O Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas (IBASE) desenvolveu um

modelo que tem a vantagem de estimular todas as empresas de divulgar seu balanço social,

independente do tamanho ou setor. Este modelo aborda os indicadores em três enfoques:

(Publique seu Balanço Social, 2013) Indicadores Sociais Internos: Nível de Valores

Aplicados; Indicadores Ambientais; Indicadores Sociais Externos: recursos aplicados para a

sociedade.

A ação social no Brasil a cada dia ganha mais adeptos, mesmo com as diferenças

sociais, a natureza entre outras características que levam a adotar medidas responsáveis,

através dos balanços sociais as empresas que os constituem as ações sociais, demonstram seu

lado social obtendo uma visão positiva no mercado internacional tendo uma posição mais

competitiva, almejando o crescimento do mercado interno e por consequência obter mais

credibilidade com o mercado.

De acordo com Comark (apud Karkotli, 2008, p.2);

Responsável social é ser sempre em qualquer hora ou momento, em todos os

projetos sociais; faz parte do dia-a-dia da pessoa física ou jurídica, já social

responsável é “fazer” algo em benefício do social para aquele momento, aquele

projeto, ajudar naquela situação, mas não faz parte do dia-a-dia da pessoa física ou

jurídica.

As medidas adotadas pela empresa em prol da sociedade torna-se um ponto positivo

em relação às instituições que não tenham essas medidas. A sociedade tende a dar mais valor

a quem se preocupa com ela. Estar sendo bem vista pela sociedade através de atitudes e

programas sociais acarreta numa aceitação maior no seu publico, utilizado a ferramenta do

planejamento tributário e os benefícios fiscais, pode-se amenizar alguns impostos, ou seja,

reduzir a carga tributária, cultivar e cativar a sociedade através desses benéficos, e ainda obter

uma imagem positiva no âmbito social, sendo um diferencial competitivo em relação ao

mercado.

A questão da responsabilidade social, é importante salientar que aplicação do mesmo

na empresa, agrega-se valor a instituição por completo, pelo fato de cumprir normas e regras

que preservam e desenvolvem o meio social. E para evidenciar essa pratica é preciso utilizar o

balanço social que é um instrumento de demonstração das atividades das empresas, que tem

por finalidade conferir maior transparência e visibilidade às informações que interessam não

apenas aos sócios e acionistas das companhias, mas também a um número maior de atores:

empregados, fornecedores, investidores, parceiros, consumidores e comunidade.

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3.12 MARKETING CULTURAL

A intenção de se adotar os benefícios ficais em uma empresa se dá não apenas a

redução do imposto devido, mas também uma estratégia para associar a marca entre os

projetos sociais e com a sociedade. Utilizamos o conceito de marketing que é uma estratégia

de grande utilidade pelas empresas e instituições em todo o mundo. Então se faz o uso do

marketing dentro dos benefícios fiscais a qual seria implantado, pode-se obter um beneficio

fiscal que não traga uma grande redução dos tributos, mas apenas está com a marca envolvida,

tendo seu nome estampado nos projetos sociais e culturais, torna-se atrativo a correlação dos

benefícios fiscais com o marketing trazido pelo projeto. Kotler e Keller (2006) definem o

marketing como sendo arte e ciência na escolha de mercados-alvos e da captação, manutenção

e fidelização de clientes, através da criação, inovação, distribuição e comunicação de um

valor superior para o cliente.

Envolvendo o temo "cultura" abrange todo o modo de vida de um povo, sua estrutura

social, crenças, costumes, linguagem, artes, moral e direito, ou seja, leis que traduzem ações,

sentimentos e modo de pensar de uma comunidade (MUYLAERT: 2001). Demonstrando a

importância da ferramenta comunicação e apoiando a cultura Gil Nuno Vaz comenta:

O Marketing Cultural é o conjunto de ações de marketing utilizadas no

desenvolvimento de um projeto cultural aplicadas tanto em relação aos objetivos e

critérios que orientam a concessão de fundos como quanto aos procedimentos para

arrecadação de recursos." (Vaz: 1998; p.248)

Machado Neto (2005) define marketing cultural como sendo uma atividade viável,

tanto física como financeiramente de produtos ou serviços, na qual comercializados ou até

mesmo franqueados, venham a atender às demandas no que se refere a usufruir e a enriquecer

culturalmente uma sociedade.

Entende-se que o marketing cultural é uma ferramenta de divulgação da marca da

empresa associada com a cultura, sendo assim há uma ligação à empresa que apoia a cultura e

faz parte dos projetos, associa-se a sua marca evidenciando sua participação no projeto. Tendo

como retorno a imagem positiva da sociedade. o marketing cultural está diretamente ligado

com alguns benefícios fiscais cedidos pelo governo, onde podem auxiliar nos projetos

culturais, reduzirem os impostos, beneficiando a sociedade e tendo um reconhecimento

perante a sociedade. Um exemplo de marketing cultural bem aplicado é o Instituto Itaú

Cultural, criado e mantido pelo Banco Itaú, que contribui para a valorização da cultura

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brasileira através do incentivo, difusão, pesquisa e mapeamento de manifestações artístico-

intelectuais. Fundado há 25 anos, ele se apresenta como uma das organizações culturais mais

vigorosas do Brasil. Além de ser o proponente que mais capta recursos via Lei Rouanet. Além

do Instituto, o Itaú investe fortemente em diversas ações de marketing cultural, como o

patrocínio ao Festival de Curitiba, a gestão do Auditório Ibirapuera, o Itaú Cinemas (antigo

Espaço Unibanco), as promoções que os correntistas do banco possuem em casas de

espetáculo e entretenimento, entre outros.

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4 ESTUDO DE CASO

O presente estudo de caso retratará os alcances dos objetivos resalvados no trabalho,

aplicado a uma empresa situada no município de Florianópolis, e possui algumas filiais

espalhadas no litoral catarinense, atuando no ramo de comércio, é tributada pelo lucro real e

constituída como uma S.A.. Não será divulgado o nome da empresa, por não obter

autorização, por isso o presente estudo de caso torna-se aplicável em uma empresa fictícia

com base em dados reais. O objetivo do estudo de caso é demonstrar os reflexos causados nas

demonstrações da empresa com a inserção dos incentivos fiscais de âmbito federal, ao qual

serão demonstrados os impactos causados e mostrar sua viabilidade. Assim os incentivos

fiscais pelo qual será abordado no estudo de caso são: Lei Rouanet; Lei do Audiovisual;

Fundo dos Direitos a Criança e do Adolescente (Funcriança); Doações a Organização da

Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP); Doações a Entidades Civis sem fins lucrativos;

Fundo de Financiamento da Indústria Cinematográfica Nacional (Funcines); Fundo

desportivo; Programa de Alimentação do Trabalhador – (PAT).

4.1 LEI ROUANET

Este incentivo fiscal originado pela Lei Rouanet visa incentivar, promover, apoiar a

produção cultural e artística brasileira. Com o intuito de interagir com a sociedade a produção

cultural da região, beneficiando a própria sociedade e também as empresas parceiras. É

permitida a dedução máxima de 4% do imposto de renda apurado. Somente será aplicado esse

benefício nas empresas optantes pelo lucro real. Existem 3 (três) formas de utilizar este

benefício, a diferença está a qual tipo de projeto a empresa está disposta a participar e as

deduções permitidas, uma das formas é pelas doações e patrocínios que incidirá na dedução

de 100% do valor destinado a Lei Rouanet, que estará voltada em favor de produção cultural.

Essa modalidade o valor doado não poderá ser deduzido como despesa operacional, ou seja,

deverão ser adicionados no LALUR para fins de base de cálculo dos imposto de renda e

contribuição social. Deve ser observado que apenas será enquadrado neste artigo os

segmentos de: artes cênicas; livros de valor artístico; literário ou humanístico; música erudita

ou instrumental; circulação de exposições de artes plásticas; doações de acervos para

bibliotecas públicas e para museus. A segunda modalidade é as doações com dedução direta

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do imposto de 40% do limite sem fazer uso de publicidade, e a terceira modalidade é uso do

patrocínio com a possibilidade de deduzir 30% diretamente do imposto observando o limite.

O fato de realizar a dedução de 30% ou 40%, descontado diretamente do imposto devido é

possível utilizar o valor integral, ou seja, o limite de 4% do imposto devido com despesa

operacional, reduzindo a base de cálculos para a apuração dos impostos mais a dedução direta

do imposto.

Para fins de contabilização desse incentivo fiscal deve-se alertar que todas as

modalidades devem ser lançadas como despesa operacional. Mas para o efeito da apuração

dos impostos deverá ser realizado a adição no LALUR, à modalidade de dedução de 100%

diretamente do imposto. Deve ser realizada a contabilização mensalmente desse benefício, ou

seja, por estimativa, e os créditos gerados poderão somente ser utilizados dentro do mesmo

período de apuração. A contabilização deste incentivo fiscal deve ser realizada pela empresa

da seguinte forma:

Doações em dinheiro:

D – Despesa Operacional (DO)

Projetos Culturais – Lei Rouanet

C – Depósitos Bancários (AC)

Banco xxx

Em caso de doação de bens deve ser realizado da seguinte forma. O valor do bem registrado

deve ser abatido o valor da depreciação, restando apenas o valor residual do bem.

D – Despesa Operacional (DO) .......... ( valor residual)

C – Bem/Equipamento (AP) ........... (valor do bem)

D – Depreciação Acumulada (AP) ............. (valor da depreciação acumulada)

Lembrando que os valor doados dever ser adicionado no LALUR para efeito dos impostos,

quando a modalidade é exigida.

Através dessas informações demonstra-se um comparativo dos três modelos

apresentados, e verifica-se qual oferece mais vantagem para a empresa:

4.1.1 Dedução de 100%

Foi analisado um projeto da Lei Rouanet, enquadrado na primeira modalidade

apresentada, que permite deduzir 4% do valor do imposto de Renda, com a dedutibilidade de

100%, destacando que esta modalidade o valor da doação não pode ser considerada como

despesa operacional, devendo ser adicionado no LALUR para fins dos impostos. Para fins

comparativos observa-se as mutações geradas nas demonstrações apresentadas abaixo:

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75

Quadro 4: Comparativo com o incentivo e sem o incentivo fiscal, Lei Rouanet, dedução total

de 100% do limite.

Fonte: CRC-RS, 2009. Adaptado pelo Autor.

Observa-se que com adoção dessa modalidade, não houve alteração no lucro líquido

da empresa, isso ocorreu pelo fato que o valor destinado para projeto foi adicionado no

LALUR, ou seja, a despesa gerada foi adicionada, com isso não obteve reflexo nas

demonstrações. A parcela pelo qual foi doada para o projeto foi descontado diretamente do

imposto devido. Observando que a empresa terá que pagar o imposto no valor total, não

reduziu o valor do imposto, a empresa apenas destinará parte desse imposto devido ao projeto

escolhido.

Para empresa estudada esta modalidade de incentivo, garante a participação nos

projetos de âmbito cultural, fazendo uma contribuição para sociedade sem desembolsar

valores nos projetos, apenas alocando parte do imposto devido para o os projetos voltados à

lei Rouanet. Como não houve nenhum custo para empresa à ideia de implantar esse incentivo

é viável.

4.1.2 Dedução de 40%

O segundo projeto analisado, enquadra-se na segunda modalidade onde é possível

fazer por meio de doação, que garante a dedução de 4% do imposto de renda devido, mas

apenas 40% desse valor poderão ser deduzidos diretamente do imposto devido, para fins de

doações ao projeto sem o uso de publicidade. Observando os dados verificam-se as mutações

das demonstrações a aplicado na empresa estuda:

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Quadro 5: Comparativo com o incentivo e sem o incentivo fiscal, Lei Rouanet, dedução

parcial de 40% do limite.

Fonte: CRC-RS, 2009. Adaptado pelo Autor.

Nesta modalidade de doação a empresa apresentou uma diferença nas demonstrações

com o incentivo e sem o incentivo. Observou-se que houve uma redução do lucro na

implementação do incentivo fiscal. Essa redução foi causada pelo não abatimento integral o

valor investido no projeto. A empresa apresenta nas suas demonstrações, a dedução como

despesa o limite de 4% do imposto de renda, ou seja, fez a doação limite regido por lei, com a

aplicação do valor doado como despesa operacional foi observado à redução para base de

cálculo do imposto de renda e contribuição social, mas a dedução realizada diretamente do

imposto de renda, foi de 40% conforme prevista na descrita na modalidade do projeto. Então

quando é realizada esta modalidade percebe-se que o empresário terá que desembolsar parte

do valor ao qual foi destinado ao projeto. Para fins comparativos a empresa conseguiu

absorver 74% do valor doado para esse projeto, contudo a empresa e/ou sócios deverão

desembolsar 26% do valor doado pra financiar os projetos dessa modalidade.

A implementação dessa modalidade da lei Rouanet não trará retornos positivos para

empresa, pois há uma redução no seu lucro líquido. O fato de diminuir o lucro líquido da

empresa implica na inviabilidade de implementar esses incentivo fiscal, observando o lado

financeiro. Mas como essa modalidade é de caráter voluntário, ou seja, por meio de doação, é

possível ver a implementação como algo possível e viável, como será realizada uma doação à

empresa e/ou sócios não bancarão 100% da doação e sim apenas 26%, observando os limites.

4.1.3 Dedução de 30%

O terceiro projeto analisado tem a característica da terceira modalidade apresentada,

essa modalidade está voltada ao patrocínio, ou seja, há a possibilidade que implantar a

publicidade envolvendo a marca da empresa nos projetos, este incentivo garante a dedução de

4% do imposto de renda devido como as demais modalidades, mas apenas 30% desse valor

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poderão ser deduzidos diretamente do imposto devido, para fins de doações ao projeto. Mas o

diferencial dessa modalidade é a possibilidade de alocar a marca da empresa nesse projeto,

usufruindo da publicidade. Observando os dados verificam-se as mutações das demonstrações

a aplicado na empresa estuda:

Quadro 6: Comparativo com o incentivo e sem o incentivo fiscal, Lei Rouanet, dedução

parcial de 30% do limite.

Fonte: CRC-RS, 2009. Adaptado pelo Autor.

Nesta modalidade de doação a empresa apresentou uma diferença nas demonstrações

com o incentivo e sem o incentivo. Observou-se que houve uma redução do lucro na

implementação do incentivo fiscal. Essa redução foi causada pelo não abatimento integral o

valor investido no projeto. A empresa apresenta nas suas demonstrações, a dedução como

despesa o limite de 4% do imposto de renda, ou seja, fez a doação limite regido por lei, com a

aplicação do valor doado como despesa operacional foi observado à redução para base de

cálculo do imposto de renda e contribuição social, mas a dedução realizada diretamente do

imposto de renda foi de 30% conforme prevista na descrita na modalidade do projeto. Então

quando é realizada esta modalidade percebe-se que o empresário terá que desembolsar parte

do valor ao qual foi destinado ao projeto. Para fins comparativos a empresa conseguiu

absorver 64% do valor doado para esse projeto, contudo a empresa e/ou sócios deverão

desembolsar 36% do valor doado pra financiar os projetos dessa modalidade. Mas essa

modalidade de projeto da lei Rouanet tem uma diferença dentre as outras modalidades, é

possível fazer o uso de publicidade no projeto, fazendo a divulgação da marca da empresa

onde o projeto será realizado, disseminando a marca da empresa onde o projeto for

apresentado.

A implementação dessa modalidade da lei Rouanet não trará retornos positivos para

empresa, pois há uma redução no seu lucro líquido. O fato de diminuir o lucro líquido da

empresa implica na inviabilidade de implementar esses incentivo fiscal, observando o lado

financeiro. Mas como essa modalidade é voltada ao patrocínio, ou seja, por meio de doação

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em troca fazer o uso da publicidade, é possível ver a implementação como algo possível e

viável, como será realizada uma doação à empresa e/ou sócios não participarão com 100% da

doação, mas sim apenas 36%, observando os limites. Essa modalidade tem a possibilidade de

usar o projeto para divulgar a marca da empresa onde os projetos percorrerão, contudo uma

boa alternativa de divulgar sua marca e de forma gratuita, além de fazer um trabalho social

através desse projeto.

Analisando as três modalidades apresentadas, é possível visualizar alternativas

diferentes de realizar projetos sociais em prol da sociedade. Existem diferentes projetos e um

deles pode ser viável para empresa. Observando o lado financeiro destaca-se a primeira

modalidade onde não aufere o lucro da empresa, ela apenas repassa parte do imposto de renda

para os projetos. Mas as outras duas modalidades são vista como viável também pela

ocorrência de fazer uma doação a esse projeto e pagar apenas parte do montante destinado ao

projeto, ou seja, destinando um montante e desembolsando parte desse montante, além de

poder usufruir o uso da publicidade. Sendo assim o empresário terá alternativas de escolher a

modalidade ao qual se adéqua de acordo com as estratégias da empresa.

4.2 AUDIOVISUAL

O beneficio fiscal audiovisual tem como objetivo incentivar a produção audiovisual de

filmes brasileiros. Este incentivo fiscal tem o limite de dedução de 3% do imposto renda. O

fator principal desse incentivo é a possibilidade de diminuir o imposto devido e ainda poder

gerar lucro para a empresa. Isso acontece porque o valor destinado ao projeto audiovisual é

classificado como um investimento do ativo permanente, ou seja, não transita como uma

conta de resultado. Somente será contabilizado como despesa ou receita o efeito sobre este

investimento, quer seja por ocasião do recebimento de dividendos ou quando de sua

alienação. Além disso, o valor pelo qual foi investido no projeto audiovisual deverá ser

excluído no LALUR, para cálculo do imposto de renda e adicional. Já para contribuição social

deve ser calculado com base do lucro antes do imposto de renda e contribuição social,

resalvando que o beneficio incidirá apenas no imposto de renda. A dedução de 3% do imposto

de renda será destinada ao projeto audiovisual, outro benefício é o ganho de 25% do valor

doado, através da redução na base de cálculo e adicional. Através desses projetos a empresa

alocará sua marca de forma voluntária na divulgação do projeto realizado. Então teoricamente

a implementação deste beneficio fiscal tem as seguintes benefícios:

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Benefício %

Abatimento do imposto devido 3%

Aproveitamento do valor investido 125%

Merchandising Valor expressivo para empresa

Quadro 7: Benefício fiscal, do incentivo Audiovisual.

Fonte: CRC-RS, 2009. Adaptado pelo Autor.

Para empresa estudada será aplicado à totalidade do incentivo fiscal, usufruindo o

limite de dedução juntamente do aproveitamento do valor investido, observa-se também a

possibilidade de utilizar o merchandising do projeto obtendo a divulgação da sua marca de

forma gratuita, um grande benefício pelo alto valor de mercado na aquisição do marketing. A

contabilização deste incentivo fiscal deve ser realizada pela empresa da seguinte forma:

Pelo pagamento do valor investido/contratado:

D – Depósito Para Incentivos Fiscais (AC)

Projetos Culturais – Lei do Audiovisual

C – Depósitos Bancários (AC)

Banco XXXX

Pelo recebimento do Certificado do Investimento:

D – Outros Investimentos (AP)

Investimentos em Incentivo Fiscal – Audiovisual

C – Depósito Para Incentivos Fiscais (AC)

Projetos Culturais – Lei do Audiovisual

Como esse incentivo fiscal pode receber dividendos, em virtude do sucesso de sua

comercialização /veiculação. Descreve como deve ser contabilizado.

D – Disponibilidades (AC)

Caixa/Banco

C – Receitas Operacionais (RO)

Dividendos auferidos

Obs.: a receita com dividendos deve ser excluída no LALUR, para fins de cálculo do imposto

de renda, uma vez que este valor corresponde à distribuição de resultado de outra empresa, já

devidamente tributado.

O método de apuração desse incentivo fiscal deve ser por estimativa, ou seja, apurado

mensalmente, com recolhimento do imposto mensal, não podendo antecipar o imposto, deve

ocorrer dentro do período base de forma definitiva, e poderá efetuar a dedução no saldo do

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imposto apurado na declaração anual. Com base nas informações acima, verifica-se a

viabilidade deste incentivo nas demonstrações da empresa estudada.

Quadro 8: Comparativo com o incentivo e sem o incentivo fiscal, Audiovisual.

Fonte: CRC-RS, 2009. Adaptado pelo Autor.

Observou-se que realmente houve um retorno financeiro por parte do incentivo,

ocorreu um ganho no lucro líquido da empresa estudada. Aplicou-se o limite de dedução do

incentivo de 3% do imposto de renda, o qual foi deduzido 100% do limite no imposto de

renda, repassando para o projeto do audiovisual. Mas com a alocação do valor destinado ao

projeto excluindo no LALUR, ocorreu também à redução da base de cálculo do imposto de

renda e adicional, isto resultou num ganho de 25% do valor destinado ao projeto audiovisual.

Já a contribuição social foi calculada com base no lucro antes do imposto de renda, não

alterando seus valores. A possibilidade do projeto em longo prazo começar a gerar lucro, a

empresa pela qual investiu no projeto tem o direito de participar dos dividendos gerados pelo

projeto. Observando também que a empresa que investir nesse projeto deve vincular sua

marca ao projeto, mostrando a parceira que a empresa tem com o projeto em prol da

sociedade.

Através dos demonstrativos calculados, observou-se que há viabilidade de implantar

este incentivo na empresa, primeiramente pelo fato de gerar retornos financeiros em curto

prazo e a possibilidade de longo prazo através de dividendos relativo aos lucros futuro desse

projeto. O uso do da marca ao projeto também é um aspecto relativo e de grande aceitação

realizando a divulgação da marca de empresa, correlacionada aos projetos voltados para a

sociedade.

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4.3 DOAÇÕES AOS FUNDOS DOS DIREITOS DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE

(FUNCRIANÇA)

O presente benefício fiscal tem o caráter voluntário por parte do empresário, esse

benefício é feito por meio de doações. Para gerar os benefícios ficais desse incentivo, a

empresa deverá ser optante pelo lucro real. Esse incentivo tem como objetivo de beneficiar a

criança e do adolescente, visando assegurar aos mesmos o direito à vida, saúde, alimentação,

educação, lazer, profissionalização, cultura, respeito, liberdade e à convivência familiar e

comunitária.

Este benefício dá o direito ao empresário fazer a dedução de até 1% do imposto de

renda devido, o desconto apenas será aceito no imposto de renda, não usufruindo a dedução

no adicional e na contribuição social. O valor pelo qual será destinado para o fundo da criança

e do adolescente é alocado como uma despesa operacional de caráter não dedutível, ou seja,

para cálculo dos impostos deverá ser adicionado no LALUR. O valor das doações ao

Funcriança, obedecidas às regras fiscais, é dedutível do imposto de renda devido, apurado

mensalmente (estimativa), trimestral ou anualmente. O valor da doação deve ser pago dentro

do próprio período-base, isto é, até 31 de dezembro. Caso o incentivo pago ultrapasse a 1% do

imposto de renda devido no mês do pagamento, a empresa poderá deduzir nos meses

seguintes, desde que dentro do período-base de apuração. A contabilização deste incentivo

fiscal deve ser realizada pela empresa da seguinte forma:

Doações em dinheiro:

D – Despesa Operacional (DO)

Doações - Funcriança

C – Depósitos Bancários (AC)

Banco xxx

Em caso de doação de bens deve ser realizado da seguinte forma. O valor do bem registrado

deve ser abatido o valor da depreciação, restando apenas o valor residual do bem.

D – Despesa Operacional (DO) .......... ( valor residual)

C – Bem/Equipamento (AP) ........... (valor do bem)

D – Depreciação Acumulada (AP) ............. (valor da depreciação acumulada)

Lembrando que os valores doados dever ser adicionado no LALUR para efeito dos impostos.

Como esse incentivo te caráter de doação, deve levar em consideração o papel

solidário da empresa e dos sócios em relação às doações a esse projeto. Verifica-se a

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viabilidade de implementar esse incentivo fiscal na empresa estudada através do comparativo

citado abaixo:

Quadro 9: Comparativo com o incentivo e sem o incentivo fiscal, Funcriança.

Fonte: CRC-RS, 2009. Adaptado pelo Autor.

Observa-se que com adoção desse incentivo fiscal, não houve alteração no lucro

líquido da empresa, isso ocorreu pelo fato que o valor destinado para projeto foi adicionado

no LALUR, ou seja, a despesa gerada foi adicionada, com isso não obteve reflexo nas

demonstrações. A dedução de 1% do imposto de renda pelo qual foi doada para o projeto foi

descontado diretamente do imposto devido. Fazendo com que a empresa não faça nenhum

tipo de desembolso relativo a esse incentivo fiscal, apenas repasse o limite de dedução pra as

entidades que beneficiam a criança e o adolescente.

Este incentivo tem caráter viável caso venha da própria vontade dos sócios de fazer

alguma doação para o FUNCRIANÇA, não houve mutação no seu lucro líquido, ou seja, não

auferiu o lucro do exercício, mas também não houve nenhum ganho sobre o benefício. O fato

é que a empresa estará apenas repassando parte do seu imposto devido á esse incentivo fiscal.

Então a empresa que apoia o FUNCRIANÇA faz um serviço de cidadania sem gastar nada

com isso, apenas repassa um percentual do seu imposto a essa fundação. Podendo obter

pontos positivos em relação à concorrência pelo exercício de cidadania a qual participa e

apoia.

4.4 DOAÇÕES A ORGANIZAÇÃO DA SOCIEDADE CIVIL DE INTERESSE PÚBLICO

Este benefício fiscal visa ao fortalecimento do terceiro setor, mediante a simplificação

das exigências e procedimentos. O incentivo tem como característica as doações feitas ás

entidades sem fins lucrativos, certificadas como OSCIP. Enquadram-se como OSCIP as

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pessoas jurídicas de direito privado, sem fins lucrativos, cujo objetivo social tenha, dentre

outras, a promoção de uma das seguintes finalidades: de assistência social; da cultura, defesa

e conservação do patrimônio histórico e artístico; gratuita da educação; gratuita da saúde; do

voluntariado; do desenvolvimento econômico e social e combate à pobreza; e a defesa,

preservação e conservação do meio ambiente. A contabilização deste incentivo fiscal deve ser

realizada pela empresa da seguinte forma:

Doações em dinheiro:

D – Despesa Operacional (DO)

Doações - OSCIP

C – Depósitos Bancários (AC)

Banco xxx

Em caso de doação de bens deve ser realizado da seguinte forma. O valor do bem registrado

deve ser abatido o valor da depreciação, restando apenas o valor residual do bem.

D – Despesa Operacional (DO) .......... ( valor residual)

C – Bem/Equipamento (AP) ........... (valor do bem)

D – Depreciação Acumulada (AP) ............. (valor da depreciação acumulada)

O cálculo para esse benefício tem uma formatação diferente, ele não é calculado

diretamente no imposto de renda devido, ele atua diretamente no lucro operacional da

instituição, ou seja, apenas no lucro ligado diretamente a sua área de atuação, esse percentual

fica limitado em 2% do lucro operacional. Não ocorrendo à dedução direta do imposto de

renda, mas sim na sua base de cálculo, e consequentemente reduzirá o imposto devido. A

contabilização desse incentivo deverá ser considerada o limite de dedução de 2% da despesa

operacional como despesa operacional e apurar os impostos normalmente. De acordo com as

demonstrações da empresa estudada, abaixo verifica-se o comportamento desse incentivo:

Quadro 10: Comparativo com o incentivo e sem o incentivo fiscal, OSCIP.

Fonte: CRC-RS, 2009. Adaptado pelo Autor.

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Observou-se que este incentivo fiscal obteve um calculo diferenciado dos demais

incentivos até agora apresentados, conforme as demonstrações, o calculo efetivo desse

incentivo foi originado pela dedução limite regido por lei de 2% da despesa operacional, com

isso houve uma redução na base de cálculo paro o imposto de renda, adicional e contribuição

social, não ocorreu à dedução direta do imposto de renda. Foi percebido que houve uma

redução no lucro líquido da empresa. Com a implementação desse incentivo a empresa terá

que financiar 66% do valor doado para esse incentivo fiscal, observando que os 34% restante

foram da redução da base de cálculo dos impostos.

Observando o lado financeiro da empresa, esse incentivo seria inviável, pelo fato da

empresa terá que desembolsar 66% do valor doado para essas instituições. Mas se a empresa

visar exercer o exercício de cidadania e mostrar para a sociedade seu lado social, este

incentivo seria viável, mesmo tendo que desembolsar 66% do valor da doação, mas terá um

diferencial competitivo na visão da sociedade, tento para seus clientes, e concorrentes como

seus fornecedores, mostrando que a empresa se preocupa com esse tipo de instituição e tende

ajudar financeiramente para a manutenção desses projetos. A questão da viabilidade desse

incentivo vem do interesse dos sócios participarem e doarem esses valores e demonstrando o

lado cidadão da instituição.

4.5 DOAÇÕES PARA ENTIDADE SEM FINS LUCRATIVOS

Este benefício fiscal tem como principal objetivo aumentar a participação das

empresas na participação em projetos de inclusão social, atraindo o empresário com as

vantagens fiscais cedidas pelo governo federal. O benefício tem como característica a doação

voluntária da pessoa jurídica para uma entidade civil sem fins lucrativos de cunho social, ou

seja, um incentivo fiscal, mas de caráter de doação, um ato voluntário ao qual a empresa pode

exercer em prol da sociedade. A contabilização deste incentivo fiscal deve ser realizada pela

empresa da seguinte forma:

Doações em dinheiro:

D – Despesa Operacional (DO)

Doações para Entidades sem fins Lucrativos

C – Depósitos Bancários (AC)

Banco xxx

Em caso de doação de bens deve ser realizado da seguinte forma. O valor do bem registrado

deve ser abatido o valor da depreciação, restando apenas o valor residual do bem.

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D – Despesa Operacional (DO) .......... ( valor residual)

C – Bem/Equipamento (AP) ........... (valor do bem)

D – Depreciação Acumulada (AP) ............. (valor da depreciação acumulada)

O cálculo para esse benefício segue a mesma formatação do benefício fiscal OSCIP,

não é calculado diretamente no imposto de renda devido, ele atua diretamente no lucro

operacional da instituição, ou seja, apenas no lucro ligado diretamente a sua área de atuação,

esse percentual fica limitado em 2% do lucro operacional. Não ocorrendo à dedução direta do

imposto de renda, mas sim na sua base de cálculo, e consequentemente reduzirá o imposto

devido. A contabilização desse incentivo deverá ser considerada o limite de dedução de 2% da

despesa operacional como despesa operacional e apurar os impostos normalmente. De acordo

com as demonstrações da empresa estudada, abaixo verifica-se o comportamento desse

incentivo:

Quadro 11: Comparativo com o incentivo e sem o incentivo fiscal, Doações a entidades sem

fins lucrativos.

Fonte: CRC-RS, 2009. Adaptado pelo Autor.

Observou-se que este incentivo conforme as demonstrações, o calculo efetivo desse

incentivo foi originado pela dedução limite regido por lei de 2% da despesa operacional, com

isso houve uma redução na base de cálculo paro o imposto de renda, adicional e contribuição

social, não ocorreu à dedução direta do imposto de renda. Foi percebido que houve uma

redução no lucro líquido da empresa. Com a implementação desse incentivo a empresa terá

que financiar 66% do valor doado para esse incentivo fiscal, observando que os 34% restante

foram da redução da base de cálculo dos impostos.

Observando o lado financeiro da empresa, esse incentivo seria inviável, pelo fato da

empresa terá que desembolsar 66% do valor doado para essas instituições. Mas se a empresa

visar exercer o exercício de cidadania e mostrar para a sociedade seu lado social, este

incentivo seria viável, mesmo tendo que desembolsar 66% do valor da doação, mas terá um

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diferencial competitivo na visão da sociedade, tento para seus clientes, e concorrentes como

seus fornecedores, mostrando que a empresa se preocupa com esse tipo de instituição e tende

ajudar financeiramente para a manutenção desses projetos. A questão da viabilidade desse

incentivo vem do interesse dos sócios participarem e doarem esses valores e demonstrando o

lado cidadão da instituição.

4.6 FUNDOS DE FINANCIAMENTO DA INDÚSTRIA CINEMATOGRÁFICA

NACIONAL

Este benefício tem como objetivo desenvolver projetos de valorização da arte,

educação e cultura no País, através da indústria cinematográfica e audiovisual brasileira

através do investimento em Fundos de Participação exclusivamente voltados para o setor, os

FUNCINES. É um benefício de âmbito federal, tem como foco o setor áudio visual. A

realização deste benefício fiscal é a mesma metodologia aplicada no audiovisual. Este

incentivo fiscal tem o limite de dedução de 3% do imposto renda. O fator principal desse

incentivo é a possibilidade de diminuir o imposto devido e ainda poder gerar lucro para a

empresa. Isso acontece porque o valor destinado ao projeto audiovisual é classificado como

um investimento do ativo permanente, ou seja, não transita como uma conta de resultado.

Somente será contabilizado como despesa ou receita o efeito sobre este investimento, quer

seja por ocasião do recebimento de dividendos ou quando de sua alienação. Além disso, o

valor pelo qual foi investido no projeto audiovisual deverá ser excluído no LALUR, para

cálculo do imposto de renda e adicional. Já para contribuição social deve ser calculado com

base do lucro antes do imposto de renda e contribuição social, ressalvando que o beneficio

incidirá apenas no imposto de renda. A dedução de 3% do imposto de renda será destinada ao

projeto audiovisual, outro benefício é o ganho de 25% do valor doado, através da redução na

base de cálculo e adicional. Através desses projetos a empresa alocará sua marca de forma

voluntária na divulgação do projeto realizado.

Para empresa estudada será aplicado à totalidade do incentivo fiscal, usufruindo o

limite de dedução juntamente do aproveitamento do valor investido, observa-se também a

possibilidade de utilizar o merchandising do projeto obtendo a divulgação da sua marca de

forma gratuita, um grande benefício pelo alto valor de mercado na aquisição do marketing. A

contabilização deste incentivo fiscal deve ser realizada pela empresa da seguinte forma:

Pelo pagamento do valor investido/contratado:

D – Depósito Para Incentivos Fiscais (AC)

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Projetos Funcines

C – Depósitos Bancários (AC)

Banco XXXX

Pelo recebimento do Certificado do Investimento:

D – Outros Investimentos (AP)

Investimentos em Incentivo Fiscal – Funcines

C – Depósito Para Incentivos Fiscais (AC)

Projetos Funcines

Como esse incentivo fiscal pode receber dividendos, em virtude do sucesso de sua

comercialização /veiculação. Descreve como deve ser contabilizado.

D – Disponibilidades (AC)

Caixa/Banco

C – Receitas Operacionais (RO)

Dividendos auferidos

Obs.: a receita com dividendos deve ser excluída no LALUR, para fins de cálculo do imposto

de renda, uma vez que este valor corresponde à distribuição de resultado de outra empresa, já

devidamente tributado.

O método de apuração desse incentivo fiscal deve ser por estimativa, ou seja, apurado

mensalmente, com recolhimento do imposto mensal, não podendo antecipar o imposto, deve

ocorrer dentro do período base de forma definitiva, e poderá efetuar a dedução no saldo do

imposto apurado na declaração anual. Com base nas informações acima, verifica-se a

viabilidade deste incentivo nas demonstrações da empresa estudada.

Quadro 12: Comparativo com o incentivo e sem o incentivo fiscal, Funcines.

Fonte: CRC-RS, 2009. Adaptado pelo Autor.

Observou-se que realmente houve um retorno financeiro por parte do incentivo,

ocorreu um ganho no lucro líquido da empresa estudada. Aplicou-se o limite de dedução do

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incentivo de 3% do imposto de renda, o qual foi deduzido 100% do limite no imposto de

renda, repassando para o projeto do audiovisual. Mas com a alocação do valor destinado ao

projeto excluindo no LALUR, ocorreu também à redução da base de cálculo do imposto de

renda e adicional, isto resultou num ganho de 25% do valor destinado ao projeto audiovisual.

Já a contribuição social foi calculada com base no lucro antes do imposto de renda,

não alterando seus valores. A possibilidade do projeto em longo prazo começar a gerar lucro,

a empresa pela qual investiu no projeto tem o direito de participar dos dividendos gerados

pelo projeto. Observando também que a empresa que investir nesse projeto deve vincular sua

marca ao projeto, fazendo uma divulgação de forma gratuita e mostrando a parceira que a

empresa tem com o projeto em prol da sociedade.

Através dos demonstrativos calculados, observou-se que há viabilidade de implantar

este incentivo na empresa, primeiramente pelo fato de gerar retornos financeiros em curto

prazo e a possibilidade de longo prazo através de dividendos relativo aos lucros futuro desse

projeto. O uso do da marca ao projeto também é um aspecto relativo e de grande aceitação

realizando a divulgação da marca de empresa. Observado a metodologia utilizada é

comparada com o beneficio fiscal audiovisual, a diferença relacionada entre os incentivos é

apenas os objetivos propostos em cada um deles.

4.7 INCENTIVO AO DESPORTO

Este incentivo fiscal tem o objetivo de promover as atividades de caráter esportivo. É

permitido a dedução de 1% do valor do imposto de renda. O valor destinado ao fundo

desportivo devem ser contabilizados como despesa operacional, não dedutível, devendo ser

adicionados no LALUR para fins de cálculo dos impostos de renda e da contribuição social.

O presente benefício fiscal tem o caráter voluntário por parte do empresário, esse benefício é

feito por meio de doações.

Este benefício dá o direito ao empresário fazer a dedução de até 1% do imposto de

renda devido, o desconto apenas será aceito no imposto de renda, não usufruindo a dedução

no adicional e na contribuição social. O valor das doações ao fundo desportivo, obedecidas às

regras fiscais, é dedutível do imposto de renda devido, apurado mensalmente (estimativa),

trimestral ou anualmente. O valor da doação deve ser pago dentro do próprio período-base,

isto é, até 31 de dezembro. Caso o incentivo pago ultrapasse a 1% do imposto de renda devido

no mês do pagamento, a empresa poderá deduzir nos meses seguintes, desde que dentro do

período-base de apuração. Este incentivo tem as mesmas características do incentivo fiscal da

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Funcriança. Como esse incentivo te caráter de doação, deve levar em consideração o papel

solidário da empresa e dos sócios em relação às doações a esse projeto. A contabilização deste

incentivo fiscal deve ser realizada pela empresa da seguinte forma:

Doações em dinheiro:

D – Despesa Operacional (DO)

Incentivo ao desporto

C – Depósitos Bancários (AC)

Banco xxx

Lembrando que os valores doados dever ser adicionado no LALUR para efeito dos impostos.

Esse benefício possui duas modalidades, a de doação que almeja a doação de valores

aos projetos esportivos, desde que não empregados em publicidade; e a de patrocínio que

almeja a doação de valores aos projetos esportivos: com a finalidade promocional e

institucional de publicidade. Mas as duas modalidades tem as mesmas característica na

implementação dana empresa. Assim demonstrada na empresa estudada, vale tanto pra doação

como patrocínio.

Quadro 13: Comparativo com o incentivo e sem o incentivo fiscal, Incentivo ao Desporto.

Fonte: CRC-RS, 2009. Adaptado pelo Autor.

Observa-se que com adoção desse incentivo fiscal, não houve alteração no lucro

líquido da empresa, isso ocorreu pelo fato que o valor destinado para projeto foi adicionado

no LALUR, ou seja, a despesa gerada foi adicionada, com isso não obteve reflexo nas

demonstrações. A dedução de 1% do imposto de renda pelo qual foi doada para o projeto foi

descontado diretamente do imposto devido. Fazendo com que a empresa não faça nenhum

tipo de desembolso relativo a esse incentivo fiscal, apenas repasse o limite de dedução pra as

entidades que beneficiam a criança e o adolescente.

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Este incentivo tem caráter viável caso venha da própria vontade dos sócios de fazer

alguma doação aos projetos voltados ao esporte, não houve mutação no seu lucro líquido, ou

seja, não auferiu o lucro do exercício, mas também não houve nenhum ganho sobre o

benefício. O fato é que a empresa estará apenas repassando parte do seu imposto devido á esse

incentivo fiscal. Então a empresa que apoia o esporte na sua região, garante que parte do

imposto devido será destinada aos projetos esportivos, beneficiando a sociedade e tendo a

possibilidade de vincular sua marca nesse projeto caso seja feito com caráter de patrocínio.

Podendo obter pontos positivos em relação à concorrência pelo exercício de cidadania a qual

participa e apoia.

4.8 PROGRAMA DE ALIMENTAÇÃO AO TRABALHADOR

O programa de alimentação ao trabalhador é um benefício fiscal cedido pelo governo

para as empresas enquadradas pelo lucro real, nos quais são cedidos benefícios fiscais paras a

empresas que aderirem ao incentivo. A dedução é feita em cima do imposto de renda pessoa

jurídica. O programa PAT é um incentivo fiscal que permite a dedução do Imposto de Renda

devido para as pessoas jurídicas, a título de incentivo fiscal. É um programa de

complementação alimentar, beneficiando as três partes interessadas, o empregado, a empresa

e o governo. A Secretaria de Inspeção do Trabalho e o Departamento de Segurança e Saúde

no Trabalho são as entidades que gerenciam esse programa. As empresas que adquirem vale-

refeição para distribuir aos seus funcionários devem contabilizar da seguinte forma:

- Pela aquisição de vale-refeição:

D - Despesas antecipadas (AC)

Vale-refeição

C - Fornecedores (PC)

Empresa “X”

- Pelo fornecimento de vale-refeição aos funcionários:

D - Despesas Operacionais (CR)

Programa de Alimentação do Trabalhador.

C - Despesas Antecipadas (AC)

Vale-refeição

- Pela participação dos funcionários no custo das refeições:

D - Obrigações c/o Pessoal (PC)

Salários e Ordenados a pagar

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C - Despesas Operacionais (CR)

Programa de Alimentação do Trabalhador

Os dados apresentados 2011 foram realizados 300 refeições anuais por funcionário, à

média de funcionários da empresa foi de 1010 funcionários, totalizando 303.000 refeições

durante o ano de 2011, com custo médio de R$: 10,00 por refeição. Em 2012 foram realizados

300 refeições anuais por funcionário a média de funcionários da empresa foi de 1050

funcionários, totalizando 315.000 refeições durante o ano de 2012, com custo médio de R$:

11,00 por refeição.

Com base nesses dados é possível fazer uma análise e fazer o comparativo com

incentivo fiscal e sem o incentivo e avalia-se a viabilidade da sua implantação. Para a

realização do beneficio, o valor pelo qual deve ser deduzido através do beneficio fiscal deve

ser o menor valor das três formas de cálculo apresentada abaixo:

a) Resultado da multiplicação da alíquota básica do IRPJ (15%) pelas despesas de custeio

com a PAT no período de apuração:

Quadro 14: Dedução sobre a despesa operacional.

Fonte: MET 2013. Adaptado pelo Autor.

O cálculo realizado para essa modalidade foi o número de refeições realizadas no

período multiplicado pelo valor unitário da refeição, sendo que 20% faz parte da obrigação do

trabalhador é deve-se ser descontado, limitando a 20%, e a base de cálculo é apenas 80% das

despesas com alimentação, parte responsável pela empresa. Encima desse valor são

calculados os 15% permitidos. No ano de 2012 obteve o montante de R$ 415.800,00

(quatrocentos e quinze mil oitocentos reais). E no ano de 2011 totalizou R$ 363.600,00

(trezentos e sessenta e três mil seiscentos reais). Finalizando o cálculo dessa modalidade.

b) Resultado da multiplicação da alíquota básica do IRPJ (15%) pelo produto do número de

refeições servidas em cada período de apuração por R$ 1,99:

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Quadro 15: Dedução limite pelo número de refeições.

Fonte: MET 2013. Adaptado pelo Autor.

A segunda forma de calcular é através pela dedução máxima por refeição, que é

definida por lei por (3 UFIR), cada UFIR equivale R$ 0,8287 totalizando R$ 2,49, mas para o

cálculo apenas poderá ser usado à parte pertencente à empresa, ou seja, 80% de R$: 2,49, que

será de R$: 1,99, multiplicado pelo numero total de refeições, este valor deverá ser

multiplicado por 15%. Em 2012 o valor calculado foi de R$ 626.850,00 (seiscentos e vinte e

seis mil, oitocentos e cinquenta reais). Em 2011 o montante total foi de R$ 90.445,50

(noventa mil, quatrocentos e quarenta e cinco reais e cinquenta centavos), finalizando o

cálculo da segunda hipótese.

Dentre os limites referidos nos itens “a” e “b”, somente poderá ser considerado o menor valor;

c) Limite descontado diretamente do imposto de renda é de 4%

Quadro 16: Dedução limite diretamente do imposto de renda.

Fonte: MET 2013. Adaptado pelo Autor.

Na terceira hipótese o cálculo é realizada de forma simplificada, a base de cálculo é o

próprio imposto devido, pelo qual a dedução máxima é de 4%. Aplicando este percentual em

2012 totalizou-se o montante de R$ 94.590,00 (noventa e quatro mil quinhentos e noventa

reais). Já em 2011 obteve o valor R$ 95.550,00 (noventa e cinco mil quinhentos e cinquenta

reais). Finalizando a terceira modalidade.

Depois de realizar as três hipóteses, deve-se escolher a hipótese de menor valor:

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Quadro 17: comparativo entre as possíveis deduções.

Fonte: MET 2013. Adaptado pelo Autor.

Com o comparativo deve ser escolhido à dedução que possuir o menor valor, e a qual

obteve menor valor foi à dedução por número refeições para os dois anos estudados na

empresa. Conforme legislação o valor máximo a ser abatido poderia ser 4 % do imposto

devido, observa-se que o valor escolhido foi menor que o deste limite, a diferença poderá ser

aproveitada nos dois períodos posteriores, observando que este benefício somente é válido

quando no período apresentado haja lucro. Definida a hipótese de redução utilizada no

benefício, realiza-se um comparativo com o incentivo fiscal e sem o incentivo fiscal, nos dois

períodos estudados, de acordo com a tabela abaixo:

Quadro 18: Comparativo com o incentivo e sem o incentivo - PAT.

Fonte: MET 2013. Adaptado pelo Autor.

Ao fazer esse comparativo, algumas situações devem ser analisadas, o empresário que

não tem incluso o benefício fiscal do PAT, ele deve observar que as despesas com

alimentação dos funcionários incidem encargos sociais, que na empresa estudada é calculada

em 35,8% do valor da despesa de alimentação do trabalhador além de não poder usufruir do

desconto do imposto de renda. Já com o benefício fiscal o empresário fica isento dos encargos

sociais em cima das despesas com alimentação, ainda pode deduzir parte do imposto devido.

De acordo com os cálculos demonstrados pelo quadro acima o valor economizado em 2012

foi de R$ 748.995,66 (setecentos e quarenta e oito mil, novecentos e noventa e cinco reais e

sessenta e seis centavos), uma economia de mais de 30% do custo da alimentação total,

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comparado a quem não utiliza o benefício fiscal. Em 2011 ocorreu uma economia de

R$ 663.188,22 (seiscentos e sessenta e três mil, cento e oitenta e oito reais e vinte e dois

centavos), uma economia de mais de 30% do custo da alimentação total, comparado a quem

não utiliza o benefício fiscal, igualmente observada em 2012.

Depois de observar as análises é possível perceber a viabilidade de implementar esse

beneficio fiscal pela economia dos encargos sociais, a dedução do incentivo e uma série de

fatores em prol da empresa que são, dedução de até 4% do imposto de renda devido (para

empresas de lucro real), aumento da produtividade de seus trabalhadores; maior integração

entre trabalhadores e a empresa; redução de atrasos e faltas ao trabalho; redução da

rotatividade; redução do número de doenças e acidentes do trabalho; isenção de encargos

sociais sobre o valor do benefício concedido. Para o trabalhador, melhoria de suas condições

nutricionais e de qualidade de vida; aumento da capacidade física; aumento de resistência à

fadiga e doenças; redução de riscos de acidentes de trabalho; benefício financeiro, por meio

da redução das despesas pessoais, implicando em maior disponibilidade no orçamento

doméstico. Para o governo, redução de despesas e investimentos na área de saúde;

crescimento da atividade econômica; bem-estar social.

4.9 COMPARATIVO INCENTIVO FISCAL X BENEFÍCIO FISCAL

Através do quadro a seguir será possível obter as principais informações de cada

benefício estudado no presente trabalho.

Âmbito Cultural

Inventivo fiscal Benefício fiscal

Lei Rouanet (Lei 8.313/91,

alterada pela Lei 9.874/99).

- Dedução de até 4% do imposto de renda

Três modalidades:

a- Doação como despesa não operacional – dedução de

100% valor doado; (despesa adicionada no LALUR

pra fins de impostos).

b- Doação como despesa operacional – dedução de

40% do valor doado (sem vinculo de publicidade)

c- Doação como despesa operacional – dedução de 30%

do valor doado (vinculação de publicidade)

Lei do Audiovisual (Leis

8.685/93 e 11.329/06).

- Dedução de até 3% do imposto de renda

- Dedução como despesa operacional – dedução de 100% do

valor doado.

- redução da base de cálculo do imposto de renda e adicional,

- Exclusão do valor do incentivo para fins de CSLL

- retorno de 25% do valor doado

- Vinculação de merchandising

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Âmbito Social

Fundo dos Direitos a Criança

e do Adolescente (Funcriança)

– (Lei Federal nº. 8.069/1990).

- Dedução de até 1% do imposto de renda

- Dedução como despesa operacional – dedução de 100% do

valor doado. (despesa adicionada no LALUR pra fins de

impostos).

- Caráter de doação

- não afeta o lucro líquido da empresa

- não gera receita

Doações a Organização da

Sociedade Civil de Interesse

Publico (OSCIP) - (Lei nº

9.790/1999).

- Dedução de até 2 % do lucro operacional

- valor doado registra-se como despesa operacional

- Não ocorre dedução diretamente do imposto de renda

- Abatimento do valor doado é de 34% em virtude da

diminuição da base de cálculo para fins de impostos

- Caráter de doação

- 66% do valor doado serão bancados pela empresa

– Doações a Entidades

Civis sem fins lucrativos -

(Lei n.º 9.249/95).

- Dedução de até 2 % do lucro operacional

- valor doado registra-se como despesa operacional

- Não ocorre dedução diretamente do imposto de renda

- Abatimento do valor doado é de 34% em virtude da

diminuição da base de cálculo para fins de impostos

- Caráter de doação

- 66% do valor doado serão bancados pela empresa

Fundo de Financiamento da

Indústria Cinematográfica

Nacional (Funcines) – (Lei

nº 11.437/06).

- Dedução de até 3% do imposto de renda

- Dedução como despesa operacional – dedução de 100% do

valor doado.

- redução da base de cálculo do imposto de renda e adicional,

- Exclusão do valor do incentivo para fins de CSLL

- retorno de 25% do valor doado

- Vinculação de merchandising

- Participação em dividendos oriundos de receitas dos

projetos

Fundo desportivo –

(Lei 11.438/06)

- Dedução de até 1% do imposto de renda

- Dedução como despesa operacional – dedução de 100% do

valor doado. (despesa adicionada no LALUR pra fins de

impostos).

- Caráter de doação

- não afeta o lucro líquido da empresa

- não gera receita

Programa de Alimentação

do Trabalhador – (PAT) –

(Lei nº 6.321/76).

- Para fins de dedução escolher o menor valor das opções

abaixo: (limitado a 4% do imposto devido)

a - Dedução de até 4% do imposto de renda

b - Dedução de R$: 0,2985 por refeição

c - Dedução de 15% sobre as despesas com alimentação

- Isenção de encargos sociais sobre o valor da alimentação

fornecida;

Quadro 19: Comparativo Incentivo Fiscal x Benefício Fiscal.

Fonte: Elaborado pelo Autor.

Ao fazer a análise dos incentivos fiscais, na empresa estudada, observou-se que é

possível ajudar e participar em projetos de cunho cultural e social, em prol da organização do

governo e da sociedade, de acordo com os benefícios fiscais cedidas pelo governo. Verificou-

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se que todos são viáveis ao implementar na empresa, desde que a empresa esteja disposta a

participar desses projetos. Alguns incentivos obtiveram retorno para a organização já

apresentada nas suas demonstrações. Outros incentivos não alteraram a situação financeira da

empresa, não apresentando mutações nas suas demonstrações, e que ao longo prazo poderia

trazer retorno para a instituição.

4.10 RECUPERAÇÃO DOS VALORES INVESTIDOS NOS INCENTIVOS FISCAIS

Será demonstrado através um quadro qual o retorno que cada benefício pode gerar e o

percentual de recuperação do valor investido.

Quadro 20: Recuperação dos valores investidos nos incentivos fiscais

Fonte: CRC-RS, 2009. Adaptado pelo Autor.

Conforme o quadro apresentado é possível verificar que os incentivos fiscais

estudados possuem características diferentes, aos quais produzem impactos nas

demonstrações financeiras da empresa. Esse impacto pode ser positivo ou seja possui retorno

pra empresa, ou seja, há um ganho financeiro como o caso do Funcines e o audiovisual. Outro

impacto visualizado é a neutralidade de alguns incentivos, onde não afetam o resultado

financeiro da empresa, esses são apresentados pelas doações ao fundo desportivo, Funcriança

e a modalidade de doações à lei Rouanet do artigo 18. E outros obtiveram um impacto

negativo nas demonstrações como o caso da doação e patrocínio da lei Rouanet, OSCIP e a

doação às entidades sem fins lucrativos. E de forma separa é relatado o PAT que oferece

benefícios financeiros em relação aos encargos sociais, e outros benefícios.

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5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O objetivo da pesquisa foi identificar a viabilidade de inserir os benefícios fiscais

federais de cunho social, numa empresa optante do lucro real, situada no município de

Florianópolis, com base nas demonstrações contábeis da empresa e na legislação de cada

incentivo fiscal, analisados de forma isolada. Para o alcance do objetivo da pesquisa foram

desenvolvidos os objetivos específicos. Foi apresentada a importância de cada benefício

fiscal, demonstrar como inserir cada incentivo fiscal; investigar a viabilidade de implantar o

benefício fiscal na empresa estudada e Demonstrar através de um comparativo tributário, a

inserção do incentivo fiscal. É importante registrar ainda que todos os conceitos relacionados

à pesquisa também foram desenvolvidos na fundamentação teórica, objetivando esclarecer

todos os conceitos utilizados para o desenvolvimento dos objetivos propostos.

Observa-se a importância da alocação dos incentivos fiscais nas empresas, pelo fato

que cada incentivo fiscal tem um objetivo, todos de cunho social e cultural, em prol da

sociedade, para tornar mais atrativo para as empresas o governo tenta estimular essa prática

em forma de benefícios aos quais as empresas participem e obterem um ganho com isso. Mas

a adoção dessas práticas nas empresas é pouco comum, muitas vezes pela falta de

conhecimento da legislação ou até mesmo do fechamento cultural de uma empresa, que não é

adepta a mudanças. Alguns incentivos fiscais geram retornos positivos para as empresas,

outros apenas repassa parte do imposto devido no projeto, mas ganha o reconhecimento do

exercício de cidadania.

Por tais aspectos, foi apresentado um comparativo entre a inserção do incentivo fiscal

com a não alocação do mesmo, para que fosse possível ver a viabilidade da inclusão dos

benefícios fiscais na empresa. Apresentando as comparações e obtendo resultados positivos,

viabilizando a inserção da maioria dos incentivos fiscais na empresa. Apresentando os

percentuais que podem servir de base para outras empresas aplicarem o mesmo processo e

também se beneficiar desses incentivos.

O estudo de caso é aplicado numa empresa optante pelo lucro real, pelo fato que os

benefícios fiscais observados refletindo no imposto de renda que faz parte desse tipo de

tributação. Na empresa estudada não obtendo autorização da divulgação do seu nome, apenas

é retratado as demonstrações da mesma, tornando-se um estudo de caso fictício com base em

dados reais. As demonstrações utilizadas foram de dois períodos seguidos, para comprovação

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dos índices gerados oferecessem o mesmo coeficiente descrevendo a mesma situação para as

empresas que aderirem ao processo de inserção desses benefícios fiscais.

Cada incentivo fiscal tem sua particularidade tanto o benefício gerado quanto o seu

objetivo. Cabe salientar que a empresa pode alocar esses benefícios fiscais pelo qual deve

estar vinculado com o órgão que garante a implantação doas projetos pré-propostos.

Respeitando a legislação vigente é possível inserir esses benefícios fiscais, de forma lícita,

sem prejuízos, apenas registrando os quais benefícios fiscais identificam com a instituição.

Observou-se que os incentivos fiscais como o audiovisual e o FUNCINEs, é possível

obter um retorno financeiro de 25% do valor investido, o qual é obtido incentivo de excluir o

valor repassado para o projeto da base de cálculo do imposto de renda e adicional, e o valor

destinado ao projeto deve ser abatido diretamente do imposto de renda calculado, sendo assim

a totalidade do imposto de renda devido deve ser repassado parte para o projeto. Possuindo

ainda a possibilidade divulgar a sua marca nesse projeto bem com participar na divisão dos

dividendos. Tornando assim esses benefícios fiscais viáveis para empresa estudada bem como

para as empresas que aderirem esses projetos.

Percebeu-se ao implantar os benefícios fiscais, Funcriança, Fundo desportivo e a

modalidade da lei Rouanet de doação segundo o artigo 18, obteve a viabilidade, não pelo

retorno financeiro, mas pelo fato de não reter prejuízos financeiros ao participar nesses tipos

de projetos, ocorreu que o valor ao qual foi destinado ao projeto será apenas repassado parte

do imposto de renda para os projetos determinados previamente, não ocorrendo mutação no

lucro líquido da empresa. Sendo viável no âmbito exercer uma boa ação em prol da sociedade,

podendo atrair consumidores e fornecedores em virtude dessa doação.

Mas alguns desses benefícios fiscais como as outras duas modalidades da lei Roaunet,

que é a de doação e patrocínio, junto com as OSCIP e as doações a entidades sem fins

lucrativos, os mesmos atraem um prejuízo financeiro, pelo qual é apenas uma parcela do valor

doado deve ser pago pela empresa. Esses benefícios fiscais serão apenas vantajoso caso o

empresário queria fazer doações a essas entidades, esses incentivos fiscais tem caráter

voluntário por meio de doação, à viabilidade está que do montante total que pode ser doado

pela empresa o empresário apenas pagará parte desse valor doado, tornando atrativo a quem

exerce a ação voluntaria.

E por fim o incentivo fiscal ao PAT, onde se torna vantajoso a inserção desse

incentivo fiscal para as empresas que aderirem em dar a alimentação para o funcionário, ou

seja, destinará recursos para a alimentação do trabalhador, com isso a empresa pode

aproveitar o valor da alimentação como despesa e diminuir do imposto de renda, além de

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eliminar os encargos sociais sobre o valor da alimentação. Tendo os funcionários motivados,

bem alimentados e aumentando o nível de produção, dentre essas justificativa torna-se viável

sua implementação.

Conclui-se, portanto que a implementação dos incentivos fiscais pelos quais foram

abordados, a maioria traz retornos para empresa, tanto financeiro como também

reconhecimento social em prol da sociedade, originando um diferencial com os seus

fornecedores, clientes, colaboradores e financiadores.

Analisando os resultados positivos da presente pesquisa, em uma empresa pelo qual se

enquadra de grande porte optante pelo lucro real, é importante salientar que este mesma

pesquisa pode servir de base para a compreensão e inserção desses incentivos fiscais em

outras empresas optantes pelo lucro real, independente do seu porte, a presente pesquisa

facilitará na aplicação desses benefícios fiscais.

Com base nessa pesquisa, fica de sugestão para trabalhos futuros, estudar os benefícios

fiscais de âmbito cultural e social, para as empresas optantes pelo lucro presumido, arbitrado e

simples nacional, ou trazer os benefícios fiscais estaduais e municipais, demonstrando a

viabilidade de implementar esses benefícios fiscais.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

_____. Decreto nº 5, de 14 de janeiro de 1991 - Regulamentou a Lei no 6.321, de 14 de abril

de 1976, que trata do Programa de Alimentação do Trabalhador, revoga o Decreto no 78.676,

de 8 de novembro de 1976.

_____. Decreto n.º 6.180, de 03 de agosto de 2007. Regulamenta a Lei no 11.438, de 29 de

dezembro de 2006, que trata dos incentivos e benefícios para fomentar as atividades de caráter

desportivo. Brasília, DF: Presidência da República, 2007. Disponível em:

<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2007/Decreto/ D6180.htm>. Acesso

em 10 abr. 2013.

_____. Lei nº 11.438, de 29 de dezembro de 2006. Dispõe sobre incentivos e benefícios para

fomentar as atividades de caráter desportivo e dá outras providências. Brasília, DF:

Presidência da República, 2006. Disponível em:

<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2006/Lei/L11438.htm>. Acesso em:

10 abr. 2013.

______. Lei n.º 1.954, de 26 de janeiro de 1992. Dispõe sobre a concessão de incentivos

fiscais para realização de projetos culturais e dá outras providências. Rio de Janeiro, RJ:

Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro, 1992.

______. Lei n.º 6.404, de 15 de dezembro de 1976. Dispõe sobre as sociedades por ações.

Brasília, DF: Senado, 1976.

_____. Lei n.9.718, de 27 de novembro de 1998. Altera a Legislação Tributária Federal.

Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 27 nov. 1998. Disponível

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ANEXOS

ANEXO A: Balanço patrimonial da empresa X.

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ANEXO B: Demonstrações do Resultado da empresa X.

ANEXO C: Cálculo efetivo do IR e CSLL da empresa X.