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Produção Animal | Avicultura 3 · 2012. 6. 11. · 8 Produção Animal | Avicultura Painel do Leitor Escreva para: [email protected] Dados do USDA com previsões para 2010

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Produção Animal | Avicultura 3

Sumário

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eDITORIAL

O que falta e o que não falta para a avicultura brasileira

Agradecimentos

Mais uma vez abordando o tema

saúde avícola em um caderno especial, a

Revista do AviSite, enfoca, agora, a Sal-

monella Heidelberg. Como afirma Luiz

Sesti, da Ceva, este é um importante

agente de toxi-infecção alimentar em

humanos e tem sido muito comumente

isolada em rebanhos da avicultura indus-

trial brasileira, principalmente em lotes

de matrizes pesadas e frangos de corte.

Falando sobre o trabalho “Tempo de pe-

netração da Salmonella Heidelberg atra-

vés da casca de ovos comerciais” (página

28), de autoria de Paulo Lourenço, da

Universidade Federal de Uberlândia, Ses-

ti afirma que os resultados sobre o tem-

po de penetração da SH indicam que os

produtores devem estar atentos às nor-

mas de manejo e biosseguridade utiliza-

das na granja. É mais uma grande contri-

buição da ciência para a avicultura.

Devemos reconhecer o que já foi fei-

to, mas sem esquecer o que falta acon-

tecer! E, segundo afirma Guilherme de

Castro, do CAPTAA/ Descalvado, em

texto da coluna Ponto Final (página 62),

falta o Brasil aumentar a produção de

antígenos para o trabalho de rotina nos

laboratórios de diagnóstico para acom-

panhar o nível de excelência em sanida-

de e produção do setor avícola. “Produ-

zimos hoje todas as vacinas

indispensáveis para a proteção dos plan-

téis, mas precisamos recorrer com fre-

qüência à importação de antígenos”,

completa ele.

Voltando às boas notícias, a segunda

parte da Pesquisa de Orçamentos Fami-

liares do IBGE (página 38), que mostra a

quantidade e os gastos mensais dos bra-

sileiros com os alimentos consumidos

domiciliarmente, evidencia que o frango

é a mais democrática das carnes: o con-

sumo da classe com melhor renda é ape-

nas 28% superior ao da classe com ren-

da inferior.

Agradecemos ao Dr. Guilherme de Castro, a Luiz Sesti e sua assesso-ria, ao Professor Paulo Lourenço, a Paulo César Martins, aos pesquisado-res premiados no Avisulat e a todos que colaboraram com a realização desta edição.

4 Avicultura | Produção Animal

Coordenador EditorialJosé Carlos Godoy [email protected] - 9782

ComercialPaulo GodoyChristiane Galusni [email protected]

Redação Érica BarrosMariana [email protected]

Diagramação e arteMundo Agro e Grupo [email protected]

InternetDarcy Jú[email protected]

Circulação e assinaturaCristiane dos Santos(19) [email protected]

Fale com a redaçã[email protected]: (19) 3241 9292

expeDIenTeProdução Animal - AviculturaISSN 1983-0017

Mundo Agro Editora Ltda.Rua Erasmo Braga, 115313070-147 - Campinas, SP

Brasileiro adquiriu 13,202 quilos per capita/ano de carne de frango no período 2008/2009

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registro no Ministério da Agricultura para uso em todas as espécies animais.

• Possui registro no Ministério da Agricultura para uso em todas as espécies animais;

• 52 artigos publicados em revistas científicas com corpo editorial;

• 14 teses de PhD e 9 teses de Mestrado finalizadas;

• Comprovação da eficácia do componente ativo do produto através de ensaios conduzidos nas mais importantes universidades e institutos de pesquisa do mundo, incluindo a University of Guelph (Canadá), o INRA – French National Institute for Agricultural Research (França) e a North Carolina State University (EUA)

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Eventos

6 Produção Animal | Avicultura6 Produção Animal | Avicultura

Maio

26 a 29 de maioFenafrango 2011Local: Parque Municipal de Exposições Wolmar Salton, Passo Fundo, RSRealização: Associação Comercial, Industrial, de Serviços e Agropecuária (Acisa) e Sindicato RuralContato: (54) 3311-1300 Informações: www.fenafrango.com.br E-mail: [email protected]

31 de maio a 2 de junhoConferência Facta 2011Local: Mendes Convention Center, Santos, SPRealização: Fundação APINCO de Ciência e Tecnologia Avícolas (FACTA)Contato: (19) 3243-6555 Informações: www.facta.org.br E-mail: [email protected]

Junho

9 a 11 de junho I Feira de Avicultura e Suinocultura CapixabaLocal: Marechal Floriano, ESRealização: Associação de Avicultores e Suinocultores do ES (AVES e ASES)Contato: (27) 3288-1182Informações: www.associacoes.org.br

Julho

15 a 17 de julho52ª Festa do Ovo de Bastos e XXXVII Encontro de Avicultores e XXXIV Jornada TécnicaLocal: Recinto de Exposições Kisuke Watanabe, Bastos, SPRealização: Sindicato Rural e Prefeitura de BastosContato: (14) 3478-9800

Setembro

6 a 9 de setembro XXII Congresso Latino-americano de AviculturaLocal: Buenos Aires, ArgentinaRealização: Associação Latino-americano de Avicultura (ALA)Informações: www.avicultura2011.com

Outubro

25 a 27 de outubro 22º Congresso Brasileiro de Avicultura Local: Centro de Eventos Imigrantes, em São Paulo, SPRealização: União Brasileira de Avicultura (UBABEF)Contato: (11) 3815-5964Informações: www.ubabef.com.br

2011Fevereiro

7 a 11 de fevereiroShow Rural CoopavelLocal: Cascavel, PRRealização: CoopavelInformações: www.showrural.com.br

Março

15 a 17 de marçoII Simpósio Internacional sobre Gerenciamento de Resíduos Agropecuários e Agroindustriais (Sigera)Local: Foz do Iguaçu, PRRealização: Sociedade Brasileira dos Especialistas em Resíduos da Produção Agropecuária e Agroindustrial (SBERA)Informações: www.sbera.org.br/sigera2011E-mail: [email protected]

22 a 24 de março IX Congresso de Produção e Comercialização de OvosLocal: Hotel JP, Ribeirão Preto, SPRealização: Associação Paulista de Avicultura (APA)Contato: (11) 3832-1422Informações: www.congressodeovos.com.br

29 a 31 de marçoSeminário Latino Americano de Abate e Processamento de Frangos de CorteLocal: Hotel Deville, Maringá, PR Realização: Facta Informações: www.facta.org.br

29 a 31 de março III Simpósio Internacional sobre Exigências Nutricionais de Aves e Suínos Local: Viçosa, MG Realização: Universidade Federal de ViçosaContato: (31) 3899-7300E-mail: [email protected]

Abril

5 a 7 de abrilXII Simpósio Brasil Sul de AviculturaLocal: Centro de Eventos Plínio Arlindo de Nês, Chapecó, SCRealização: Núcleo Oeste de Médicos Veterinários e ZootecnistasInformações: www.nucleovet.com.br E-mail: [email protected]

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Painel do Leitor Escreva para: [email protected]

Dados do USDA com previsões para 2010 indicam que os brasileiros se encon-tram entre os cinco maiores consumidores mundiais de carnes. A informação se refere ao consumo per capita anual, que em 2010, no Brasil, deve ficar em 91,3 kg. Desse total, 40,1 kg serão de carne de frango (44%), 37,3 kg de carne bovi-na (41%) e 13,9 kg (projeção feita no Brasil pela CONAB) de carne suína (15% do total) (Edição 44/dezembro de 2010).

Sou criador de frango pelo sistema integrado e minha pergunta é: Se o preço do frango está em alta e o consumo também porque nós, criadores integrados, não recebemos pela cabeça de frango o devido valor? Christian Silva, Aracaju, SE

Sou criadora de frango para abate da Doux Frangosul e não entendo por-que os produtores estão sem receber desde julho se o preço do frango está em alta. O que está acontecendo com a nossa produção? Todos os criadores fazem um grande investimento para conseguir pagar suas contas e agora perdem o sono e não têm dinheiro. Sobram contas para pagar e avisos de corte de luz. A situação esta cada vez mais difícil para nós. É um desabafo de quem não tem mais esperança.Fernanda Ulrich, Montenegro, RS

Consumo per capita brasileiro cresce em 2010 e 2011

Através da IN 32, o MAPA definiu parâmetros para avaliação do teor de água contida em três novos cortes de carne de frango: (1) coxa, (2) sobrecoxa e (3) coxa com sobrecoxa. Na verdade, a nova IN é apenas um complemento da primeira, cujos parâmetros permanecem inalterados.

Como os parâmetros do total de água nos diversos cortes do frango vão po-der ser identificados nos açougues dos supermercados? Acho difícil. Como o açougueiro vai entender a relação umidade/proteína?O Ministério da Agricultura vai fazer a coleta na indústria e no varejo? Mas, neste caso, se confirmadas irregularidades nos teores do varejo, o consumidor já terá sido lesado. Ou não?José Ronalte Alves, Curitiba, PR

Parâmetros para avaliação do teor de água chegam à coxa e sobrecoxa do frango

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Leia as últimas notícias do setor em www.avisite.com.br

Produção Animal | Avicultura 9

As cinco mais lidas no AviSite em janeiro

Cálculos preliminares indicam que o desastre natural ocorrido em janeiro na região serrana do Rio de

Janeiro afetou ou vem afetando pelo menos um terço da produção de frangos do estado, pois atingiu a área de maior densidade avícola fluminense, caso especial do município de São José do Vale do Rio Preto.

O temporal em si matou milhares e milhares de frangos. Há relatos, por exemplo, de granja para 50 mil frangos, inteiramente povoada, que simplesmente desapareceu.

Carne de frango é a mais ecológica das carnes1

Para os produtores de ovos, a situação ideal do pro-duto é alcançada quando uma caixa de ovos conse-

gue adquirir duas sacas de milho. Isso considerado, a melhor relação de preços ovo x milho dos dois últimos anos foi obtida em março de 2009, mês em que uma caixa de ovos permitiu adquirir 1,96 saca de milho. Já em março de 2010 uma caixa de ovo adquiriu 1,88 saca de milho. Esse índice se manteve relativamente estável mas, a partir de julho de 2010, passa a sofrer forte e contínua redução, agora pela conjuminação de dois fatores desfavoráveis ao setor: a entressafra do grão coincide com o período em que a produção de ovos aumenta naturalmente. Leia mais na página 57.

Ovo x milho: a pior relação de preços dos dois últimos anos

Notícias

4

3

As autoridades de saúde pública e defesa do consumidor da União Europeia exigiram o posi-

cionamento oficial do governo da Alemanha, onde o problema ocorreu. O próximo passo seria a proibição de exportação de frangos e ovos pela avicultura alemã. A descoberta, na primeira semana de janeiro, da presença de resíduos, em níveis elevados, de dioxina em carne de frango e ovos produzidos em algumas regiões germânicas já havia desencadeado rigorosas investigações por parte das autoridades sanitárias alemãs. Leia mais na página 15.

UE exige posicionamento alemão para “escândalo da dioxina”

2

A carne de frango é, para o mundo, a carne mais ecológica. Quem mostra isso é a edição nº 286 da

Revista Super Interessante, da Editora Abril. Através de um infográfico a revista demonstra qual espécie animal – entre bovinos, ovinos, suínos e galináceos – “passa mais despercebida pelo planeta” em termos de conver-são alimentar, de consumo d’água (usada pelo animal e pela produção de grãos consumidos), de espaço ocupa-do por cabeça criada (valores aplicáveis à criação inten-siva) e de emissão de CO2. Pois o “número 1”, confor-me a matéria, é o frango. Leia mais na página 16.

Catástrofe fluminense afeta produção local de frangos

5

A Rússia já não é mais o principal mercado da carne de frango exportada pelos EUA. Em 2010

– e pelo menos até novembro – a liderança (com 14% do total) ficou com o México. E a participação da Rússia, de 24% no mesmo período de 2009, ficou reduzida a apenas 9% nos 11 primeiro meses de 2010.

Bem mais significativo, porém, é o recuo das importações chinesas. Em 2009, entre janeiro e novembro, representaram quase 11% das exporta-ções norte-americanas de carne de frango. No mes-mo período de 2010 essa participação estava reduzi-da a menos de 2%.

México volta a liderar importações de carne de frango dos EUA

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10 Produção Animal | Avicultura

Notícias

Exportação de carne de frango completa 36 anos Depois do grande “boom” em 2001, aumento tem sido praticamente contínuo

Desde 1975

10 Produção Animal | Avicultura

Iniciadas em 1975, com apenas 3,5 mil tonela-das, já em 1980 as exportações brasileiras de

carne de frango ultrapassavam a marca anual das 100 mil toneladas. Mas o grande “boom” do setor só ocorreria um quarto de século depois dos primeiros embarques quando, com nova política de estímulos, as vendas externas do produto alcançaram a marca do milhão de toneladas.

Foi no primeiro ano deste século (2001) que isso aconteceu e, desde então, as exportações brasileiras têm crescido de forma praticamente contínua. Na verdade, nesses 10 anos, a expan-são só foi interrompida em duas ocasiões, mas por fatores estranhos ao setor: em 2006, em decorrência da crise da Influenza Aviária; e em 2009, com a crise econômica mundial. Mesmo assim, neste último caso, manteve-se praticamen-te o mesmo volume do ano anterior (redução de apenas 0,3%).

Uma das melhores demonstrações da pujança atual do setor – que em 2010 contribuiu com cerca de 3,37% da receita cambial brasileira – está na evolução histórica do volume exporta-do: nos primeiros 25 anos foram, ao todo, 7,7 milhões de toneladas de carne de frango. Já nesta primeira década dos anos 2000 exportou-se quase 3,5 vezes mais – perto de 27 milhões de toneladas no curto espaço de 10 anos.

Com esse nível de evolução, as exportações passaram a absorver volume cada vez maior da produção brasileira de carne de frango. Em 2000, elas corresponderam a 15% da produção total. Em 2010, a pelo menos o dobro (31% se alcança-da uma produção de 12,3 milhões de toneladas).

Esse índice, é verdade, deve apresentar ligeira

redução em relação aos dois anos anteriores (2008 e 2009), quando as exportações corres-ponderam a 33% do total produzido no País. Mesmo assim coloca em destaque a importância do segmento exportador para todo o setor pro-dutivo do frango (matrizes, pintos comerciais, produtores, abatedouros, mercado interno, etc.). E isso, somado à contribuição proporcionada ao Brasil na captação de divisas, impõe total apoio oficial à atividade.

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Produção Animal | Avicultura 11

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Não é por menos que o mundo anda nervoso com as perspectivas

de abastecimento de alimentos. A demanda aumenta, as safras sofrem os efeitos das inconstâncias climáticas e o resultado é, simplesmente, frustrante. A ponto de líderes mundiais chegarem a propor o controle dos estoques, dos volumes comercializados e até dos preços.

O caso do milho – essencial na produção das duas carnes mais consu-midas no mundo, a suína e a de fran-go – é bem ilustrativo: paira, sobre o grão, a perspectiva de chegar ao final de 2011 com o menor estoque final mundial dos últimos quatro anos.

No Brasil, a situação não é muito diferente: após encerrar a safra 2007/08 com um estoque final quase 350% superior ao da safra anterior (de 2,5 milhões/t para 11,3 milhões/t, segundo a Conab) e manter esse esto-que acima dos 11 milhões de tonela-das por três anos consecutivos, o País deve chegar ao final de 2011 com um

estoque final pelo menos um quarto menor que o do ano passado. E não porque esteja ocorrendo sensível redu-ção da produção (a última previsão para a presente safra, cuja colheita já está atrasada, é de queda de cerca de 6% e volume ainda superior a 50 milhões de toneladas), mas sim por

que é firme a demanda externa do produto.

Em conseqüência, enquanto os estoques mundiais, apesar de meno-res, tendem a encerrar 2011 com volu-me apenas 2% inferior aos de 2008, os brasileiros caminham para uma queda não muito distante dos 30%.

No Brasil, situação não é muito diferente

Em 2011, o menor nível em quatro anosEstoques mundiais de milho

Se mantiverem a mesma evolu-ção média registrada entre

2005 e 2010, as exportações brasi-leiras de carne de frango ficarão em torno dos 4 milhões de tonela-das neste ano, podendo, em 2012, superar os 4,2 milhões de tonela-das. Se confirmado, esse volume corresponderá a uma expansão da ordem de 10% sobre o que foi exportado em 2010.

Nesse contexto, o item de maior expansão nas vendas brasileiras pode ser o frango inteiro, cujos embarques mensais tendem a supe-

rar as 140 mil toneladas, chegando no ano a 1,7 milhão de toneladas (em 2010, 124 mil/t mensais, 1,488 milhão/t anuais).

Mesmo assim, os cortes conti-nuariam liderando a pauta das ex-portações de carne de frango, mas com um ritmo de expansão menor que o do frango inteiro. Assim, após terem alcançado 1,972 milhão de toneladas em 2010 (média men-sal de 164,4 mil/t), podem no ano que vem superar sozinhos a marca dos 2 milhões de toneladas (a linha de tendência aponta embarques

médios de 170 mil/t mensais).Considerada a evolução mais

recente, industrializados de frango e carne de frango salgada tendem a um crescimento de cerca de 100% em relação a 2005-2007, mas continuarão tendo pequena participação no volume global ex-portado – 10% a 11% do total. Dessa forma, tendo ficado próxi-mos das 360 mil toneladas em 2010, os embarques somados dos dois produtos podem chegar às 480 mil toneladas em 2012 (média de 40 mil/t mês,

Em 2012, embarques devem ficar em torno dos 4 milhões

Venda externa pode superar os 4,2 milhões de toneladas

Frango

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Notícias

12 Produção Animal | Avicultura

Nas projeções da Conab, em 2011 o Brasil deve alojar um volume

total de pintos de corte pouco supe-rior a 6,405 bilhões de cabeças, quantidade que corresponde a um alojamento médio mensal de 533,8 milhões de cabeças.Se confirmado, esse alojamento corresponderá a uma expansão, em uma década, de 85% ou cerca de 6,35% ao ano. Será também um novo e sucessivo recorde

do setor, desde 2001 até agora inter-rompido apenas uma vez: em 2006, ano em que o comércio internacional do frango foi afetado pela crise da Influenza Aviária.

A Conab projeta ainda, a partir desse alojamento, a produção de, praticamente, 12,880 milhões de toneladas de carne de frango. É, quase, o dobro do volume registrado em 2001, quando a produção de

carne de frango ficou em 6,567 mi-lhões de toneladas.

A diferença nos índices de incre-mento do alojamento (+85% entre 2001 e 2011) e do volume de carne de frango dele decorrente (+96% em idêntico espaço de tempo) é facil-mente justificada: aumento da pro-dutividade do frango, cujo peso médio subiu de pouco menos de 1,9 kg para pouco mais de 2 kg.

Previsão estabelece novo e sucessivo recorde do setor

Brasil deve alojar 533,8 milhões de pintos de corte/mês em 2011

Conab

Publicada na edição de 21 de de-zembro de 2010, o texto da Lei nº

12.350/2010 deveria tratar, exclusiva-mente, de questões tributárias refe-rentes à realização, no Brasil, da Copa das Confederações (2013) e do Campeonato Mundial de Futebol (2014), ambos promovidos pela FIFA.

Deveria, porque em seu bojo foram inseridas determinações tribu-

tárias as mais diversas, inclusive uma que altera dispositivos da Lei nº 12.058, de 13 de outubro de 2009, que trata da Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins. E a principal alte-ração diz respeito à extensão da isenção dos dois tributos para, por exemplo, abatedouros avícolas que atuem apenas no mercado interno, o que compreende, em essência, pe-

quenos e médios frigoríficos. Essa isenção já era aplicada ao produto destinado ao mercado externo.

O texto da Lei nº 12.350 é longo e exige fôlego. Mas é bom consultá--lo cuidadosamente. Acesse na ínte-gra pelo endereço: www.in.gov.br/visualiza/index.jsp?data=21/12/2010&jornal=1&pagina=1&totalArquivto=152

Isenção vale para estabelecimentos que atuem apenas no mercado interno

Nova lei dispensa PIS e Cofins de pequenos e médios abatedouros

Desoneração fiscal

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Produção Animal | Avicultura 13

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Produção Animal | Avicultura 13

Referindo-se às perspectivas da avicultura de corte norte-america-

na em 2011, Steve Meyer e Len Steiner, analistas do CME Group, em-presa da Bolsa de Chicago, observam que, após o desastroso comportamen-to de 2009, instalou-se em 2010 a expectativa de retomada de parte do terreno perdido pela indústria do frango dos EUA. Mas, concluem, “até agora nada aconteceu e os dados mais recentes indicam que a indústria vem demonstrando pouco apetite para o crescimento”.

Para comprovar, eles elaboraram o gráfico ao lado, que mostra a evolu-ção semanal do alojamento de pintos de corte no país nos últimos 25 anos, ou seja, entre 1987 e 2011 (2011: tendências).

Subdividido em três períodos, o gráfico aponta que os 14 anos decor-ridos entre 1987 e 2000 podem ser considerados a “época de ouro” da indústria do frango, que cresceu então cerca de 60% - mais de 3% ao ano, em média. Foi quando a carne de frango e, especialmente, o peito de frango sem osso e sem pele transfor-maram-se em “preferência nacional”.

O segundo período começa com o

século XXI (2001) e se estende até 2008, quando ocorre a ruptura da economia norte-americana, com des-dobramento mundial. Nesses oito anos, o alojamento de pintos de corte subiu de cerca de 165 milhões de cabeças semanais para 180 milhões de cabeças – menos de 1,5% ao ano.

Com a eclosão da crise econômica no final de 2008, os alojamentos

subsequentes de pintos de corte des-pencam e voltam a registrar valores inferiores aos alcançados em 2001. Um processo que, mais intenso em 2009, seria revertido – esperava-se –ainda no decorrer de 2010. Mas o ano terminou e o volume alojado, embora quase 2% maior que o registrado em 2009, continua sendo quase 2% me-nor que o de 2008.

Volume alojado em 2010 continua sendo 2% menor que o de 2008

Indústria do frango dos EUA registra desaceleraçãoPouco apetite para o crescimento

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14 Produção Animal | Avicultura

Notícias

Uso será vetado em alimentos dietéticos e naturais semi-acabados refrigerados

Confirmando o que já havia sido antecipado pelo AviSite, o governo

da Rússia definiu em 350 mil toneladas a quota de carne de frango a ser impor-tada pelo país em 2011, ao mesmo tempo em que – pela primeira vez des-de a instituição do sistema de quotas, no início dos anos 2000 – deixou de estabelecer os possíveis países fornece-dores e respectivos volumes a serem fornecidos (normalmente, os EUA eram “agraciados” com 75% da quota e grandes exportadores como o Brasil dispunham de um volume ínfimo na quota de “outros fornecedores”).

Como se esperava, os russos tam-bém voltaram atrás na decisão – dura-mente questionada, inclusive interna-mente – de, a partir de 1º de janeiro de 2011, proibir a utilização de carne de frango congelada (mesmo da produção própria) na elaboração de alimentos industrializados.

Mas não deixaram de fazer suas restrições ao produto congelado. Agora, além de estar proibido na produção de alimentos infantis (medida que vigora desde 1º de janeiro do ano passado), o uso da carne de frango congelada está vetado nos alimentos dietéticos, nos alimentos destinados a gestantes e lactantes, nos alimentos considerados

“delicatessens” (pastrami, charque, defumados), em alimentos naturais semi-acabados refrigerados e em pro-dutos alimentícios não sujeitos a proces-samento térmico.

Avicultura russa segue superan-do metas oficiais

No primeiro semestre de 2010, a produção russa de carne de aves au-mentou (dados do governo soviético) 15,9% e atingiu 1,658 milhão de toneladas.

Mantido esse mesmo volume na outra metade do ano, o volume anual deveria superar os 3 milhões de tonela-

das. Mas houve forte desaceleração da produção no segundo semestre. Primeiro, devido às altíssimas tempera-turas de verão no Hemisfério Norte; depois, por conta da quebra de safras e consequente elevação dos custos das matérias-primas.

O resultado – segundo a Meat-Union, entidade que congrega a indús-tria russa da carne – foi uma produção em torno dos 2,9 milhões de toneladas de carnes avícolas, 13% a mais que em 2009. Para 2011 é previsto um cresci-mento de 10%.

Se os 2,9 milhões de toneladas foram efetivamente alcançados, a avi-cultura russa continua superando as metas oficiais. Pois o plano de metas preparado pelo governo para o setor previa a produção comercial, em 2010, de 2,5 milhões de toneladas de carne de aves, 91% desse total representado pela carne de frango.

Pelo programa oficial russo de estí-mulo à produção avícola interna (que pretende substituir as compras externas e já vem fazendo com que a Rússia comece a abandonar o posto de maior importador mundial de carne de fran-go), o volume de carnes avícolas estipu-lado para 2012 deve ser cerca de 30% maior que o alcançado em 2009. Mas, pelo visto, esse índice será amplamente ultrapassado.

Rússia volta atrás, mas impõe algumas restrições

Frango congelado

RÚSSIAMetas de produção de carne de aves para o quadriênio 2009-2012

MIL TONELADAS

2009 2010 2011 2012

Frango 2.050 2.320 2.487 2.635

Descartes* 143 154 158 165

Peru 31 62 81 122

Pato 0,5 3 8 10

Ganso 0,5 1 1 3

TOTAL 2.225 2.540 2.735 2.935

Fonte: Ministério da Agricultura da RússiaElaboração e análises: AVISITE

* Descartes de matrizes e poedeiras

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Produção Animal | Avicultura 15

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Ministros da Agricultura dos 27 países--membros da União Europeia (UE)

reuniram-se no dia 24 de janeiro em Bruxelas para discutir medidas de seguran-ça mais rigorosas para a alimentação ani-mal. Um melhor controle deve separar estritamente a produção de gorduras alimentares da gordura industrial daqui para frente.

A UE planeja estabelecer ainda um sistema de alerta precoce para detecção de dioxina nos alimentos. Laboratórios particu-lares que encontrarem amostras de dioxina serão obrigados a comunicar os resultados às autoridades. Além disso, o processo de licenciamento das empresas produtoras de ração animal deve se tornar mais rigoroso.

“Essas medidas colaborarão para melhorar rapidamente nosso sistema de segurança”, disse o Comissário da União Europeia para Saúde e Defesa do Consumidor, John Dalli. Em fevereiro, as autoridades da UE devem apresentar um projeto de lei a ser discutido pelos Estados-Membros.

Com esse passo, a UE pretende inter-romper a queda acentuada de preços na Europa, desencadeada pelo escândalo da dioxina na Alemanha no início de janeiro.

O comissário Dalli elogiou as medidas emergenciais tomadas pelo governo ale-

mão no escândalo da dioxina e destacou que “não há perigo iminente para a saú-de”. A UE trabalhou para evitar o bloqueio injustificado de importações por parte de países fora do bloco europeu.

A ministra alemã da Agricultura, Ilse Aigner, não encontrou entretanto apoio majoritário na UE para todas as propostas apresentadas pela Alemanha durante o encontro, como um regime mais rigoroso para responsabilizar os fabricantes de ração.

As autoridades europeias também viram com reservas a proposta alemã de uma lista positiva de ingredientes próprios para ração animal.

As informações forma divulgadas pela Dw-World.

O escândalo da DioxinaO matutino português Jornal de

Notícias, ainda nos primeiros dias de janei-ro, relatava que o escândalo das dioxinas em ovos e frangos na Alemanha se alastrou a nove dos 16 estados federados e, segun-do dados oficiais, havia cerca de 150 mil toneladas de rações para animais contami-nadas com gorduras sintéticas.

A gordura para fabricação dessas rações é proveniente da produção de bio-diesel e estava contaminada com dioxinas. Foi vendida a 25 empresas de todo o país

por uma firma do norte da Alemanha, a Harles & Jentzsch.

As gorduras sintéticas em questão são muito mais baratas do que outras gorduras usadas na produção de rações, e as autori-dades judiciais suspeitam que a empresa tentou pura e simplesmente reduzir custos.

Entre meados de novembro e meados de dezembro, a Harles & Jentzsch teria vendido aos fabricantes de rações cerca de três mil toneladas de gorduras sintéticas. Cálculos indicam que elas entraram na produção de cerca de 150 mil toneladas de ração para frangos, galinhas, suínos e perus, segundo um relatório do ministério da agricultura divulgado na imprensa alemã.

As quantidades de dioxinas detectadas em ovos e frangos obrigaram ao encerra-mento de mais de mil explorações avícolas em vários pontos do país, sobretudo na Baixa-Saxônia, onde se concentra a criação de aves e a produção de ovos.

As dioxinas contêm substâncias cance-rígenas, mas as entidades oficiais, em especial o Instituto para a Avaliação de Riscos, tranqüilizaram os consumidores alemães garantindo que os valores encon-trados nos ovos estão abaixo dos limites que a Organização Mundial de Saúde (OMS) considera perigosos.

Legislação deve ser revista para evitar novas contaminações por dioxina

UE discute regras mais duras para fabricantes de ração animal

Segurança alimentar

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16 Produção Animal | Avicultura

Notícias

Carne de frango é a mais ecológica das carnes“Come e bebe pouco e ocupa um espaço mínimo”

Revista Super Interessante

Além de ser, para os brasileiros, a mais democrática das carnes (como

mostra matéria na página 38), a carne de frango é também, para o mundo, a carne mais ecológica.

Quem mostra isso é a edição nº 286 da Revista Super Interessante, da Editora Abril. Através de um infográfico a revista demonstra que espécie animal – entre bovinos, ovinos, suínos e galináceos – “passa mais despercebida pelo planeta” em termos de conversão alimentar, de consumo d’água (não apenas a consumi-da pelo animal, mas também a utilizada na manutenção da propriedade, na irrigação, no cultivo e no processamento de grãos), de espaço ocupado por cabe-ça criada (valores aplicáveis à criação intensiva) e de emissão de dióxido de carbono (CO2, um dos gases do efeito estufa).

Pois o “número 1”, conforme a maté-ria, é o frango. Porque come e bebe pou-co, ocupa um espaço mínimo e apresenta – comparativamente aos outros três ani-mais – a menor taxa de emissão de CO2. Daí a invocação final: “Asas e coxinhas por um mundo melhor”.

Cá entre nós, porém, o frango é ainda mais ecológico que o descrito, já que, para produzir um quilo de carne, necessita de volume menor de ração que o apontado. A revista fala em 2,8 kg, mas hoje já se produz um quilo de carne de frango com até menos de 1,8 kg de ração.

Estudo coloca em xeque futuro da produção animalProdução de alimentos deve aumentar 40%

Sustentabilidade

O governo britânico divulgou estudo – “Foresight Report on Food and

Farming Futures” – desenvolvido nos últi-mos dois anos e que envolveu cerca de 400 pesquisadores de 35 países. Objetivo: tentar levantar os caminhos que o planeta precisa percorrer para estar em condições de, dentro de 20 anos, garantir a sobrevivência alimentar (comida e água) de 8,3 bilhões de pessoas.

O estudo é extenso e pormenorizado mas, em síntese, indica que nas próximas duas décadas será preciso aumentar a produção de alimentos em pelo menos 40%, além de garantir 30% a mais de água potável e 50% a mais de energia.

Produzir mais alimentos com certeza não seria problema não fosse o fato de essa maior produção precisar ser, necessaria-mente, sustentável e ecologicamente corre-ta. E, sob esse aspecto, o estudo, de certa forma, coloca em xeque o futuro da produ-ção animal intensiva.

Por exemplo, passa a ser fundamental a redução de emissão dos agentes causa-dores do efeito estufa. E isso envolve a produção intensiva de bovinos e suínos. Já no aspecto sustentabilidade, o estudo menciona as dificuldades crescentes na produção de carnes dependentes de grãos – caso específico do frango e, outra vez, dos suínos.

A propósito, é citado que diferentes estudos previram que o consumo de carnes no mundo, hoje em torno dos 32 kg per capita, deve chegar aos 52 kg em meados deste século. E – observando que nos países de maior renda o consumo vem se aproximando de um platô – questiona se nas grandes economias emergentes (“como Brasil e China”) ele vai se estabilizar em níveis semelhantes ao de países como o Reino Unido ou vai subir ainda mais e atingir níveis semelhantes ao dos EUA. Mas porque essa preocupação? Porque – afir-mação textual – “um grande aumento no

consumo de carne, especialmente a ‘ali-mentada’ por grãos, terá implicações gra-ves, pois compete por terra, água e outros insumos, além de afetar a sustentabilidade da produção de alimentos”.

Então, o que fazer? Sob esse aspecto o estudo chega a ser utópico ao insinuar que o consumo de alimentos com maior valor agregado (“carnes, alimentos industrializa-dos”) deve ser desestimulado.

Naturalmente, esses são apenas alguns dos detalhes contidos nas mais de 200 páginas do “Foresight Report on Food and Farming Futures”, que também recomenda a redução dos desperdícios (na produção e no consumo) e mais investimentos em OGMs (organismos geneticamente modifi-cados) para se atingir a meta de 40% mais alimentos.

Para acessar a íntegra do estudo: www.bis.gov.uk/assets/bispartners/foresi-ght/docs/food-and-farming/11-546-future--of-food-and-farming-report.pdf

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Produção Animal | Avicultura 17

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Sacrifício sanitário prossegue para conter disseminação

Técnicos da saúde animal do Japão passaram o final de janei-

ro realizando o sacrifício sanitário de 10 mil aves de uma granja de postura da prefeitura de Miyazaki, onde foi detectado o vírus H5N1 da Influenza Aviária. Segundo as auto-ridades, 21 aves do plantel foram encontradas mortas. A presença do vírus foi confirmada em seis de sete aves submetidas a necropsia.

Esse foi o segundo caso registra-do em granja comercial do final do outono (novembro) até janeiro. E em apenas 30 dias de inverno, seis prefeituras (estados ou províncias) do Japão relataram a detecção do vírus: além de Miyazaki, Shimane, Hokkaido, Tottori, Kagoshima e Fukushima. Em quatro delas foram afetadas aves silvestres e/ou cria-ções free-range não comerciais.

Miyazaki é o segundo maior produtor avícola do Japão, logo após a prefeitura de Kagoshima. Dados do Ministério da Agricultura do Japão mostram que, em 2009, produziu 118 milhões de frangos e gerou, com a produção conjunta de aves e ovos, 63,7 bilhões de ienes.

Infelizmente, porém, a ocorrên-cia de Miyazaki não é única. Na seqüência, as autoridades sanitárias locais informavam que o vírus foi detectado em uma segunda granja de postura comercial da província. A granja afetada, localizada na cidade de Shintomi, possui 12 gal-pões e um plantel de 460 mil poedeiras.

Falando à imprensa, o primeiro ministro japonês Naoto Kan ressal-tou que as autoridades sanitárias desenvolvem o máximo esforço para

impedir que o vírus continue a se disseminar pelo país. De sua parte, o Ministério do Meio Ambiente elevou para “3” o nível de alerta para a doença. É o mais alto nível da escala de vigilância contra a Influenza Aviária.

Maiores províncias avícolas do Japão registram Influenza Aviária

Vigilância

Oficiais da saúde japoneses se preparam para a realiza-ção de abate sanitário

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Notícias

18 Produção Animal | Avicultura

BRF tem 4.150 vagas ociosas na indústria de aves e suínosConcorrência do próprio setor também atrapalha

Em falta

O aquecimento da economia está dificultando a contratação de

funcionários na indústria de aves e suínos. A Brasil Foods tem 4.150 vagas ociosas em todo o país.

A concorrência no próprio setor de alimentos e fora dele, como da construção civil e serviços, dificulta as contratações.

Para atrair mão de obra de ou-tras regiões para as suas unidades

de produção, a BRF, que hoje tem 115 mil funcioná-rios, construirá 6.600 unidades habitacionais perto de suas fábricas até 2015. As infor-mações foram divulgadas pela Folha de S.Paulo.

A JBS reabriu no fim de janeiro uma unidade de abate de aves de sua

subsidiária Pilgrim’s Pride, localizada no Estado americano da Geórgia, EUA. A planta havia sido fechada pela Pilgrim’s

antes de esta ter seu controle adquirido pela JBS, em setembro de 2009. Após pedir recuperação judicial no fim de 2008, a Pilgrim’s fechou 10 de suas 37 plantas. Conforme confirmou a asses-

soria da JBS, a empresa investiu US$ 45 milhões na reabertura da unidade, que tem capacidade de abate de 300 mil aves por dia. As informações foram divulgadas pelo jornal Valor Econômico.

Empresa investiu US$ 45 milhões na unidade

JBS reabre planta da Pilgrim’s Pride Na Geórgia, EUA

O Grupo Arantes arrendou a planta do Frango Sertanejo, em Guapiaçu

(SP), para a Céu Azul Alimentos, com sede na capital paulista e unidades de abate e processamento em nove cida-des do interior de São Paulo. O arren-damento é o primeiro passo para a venda da Frango Sertanejo, uma das principais marcas do Arantes, que está em recuperação judicial há quase dois anos. A Céu Azul confirmou, por meio da assessoria de imprensa, tanto o arrendamento quanto o interesse na compra da unidade.

A Céu Azul não revelou o valor do negócio, informou que o arrendamen-to é por longo prazo e que a operação na unidade do Frango Sertanejo reco-meçará assim que houver uma limpe-za e desinfecção, “dentro do prazo possível, seguindo todas as normas e critérios do Ministério da Agricultura”. A companhia informou ainda que avalia a possibilidade de ficar com a marca Sertanejo de frangos, mas que possui outras marcas no mercado, como Santa Rita, Grand Frango e Frango Bino.

Com o fechamento da unidade do Frango Sertanejo, cerca de dois mil funcionários foram dispensados no ano passado. De acordo com a Céu Azul, o número de funcionários con-tratados será o “necessário para toda a reforma e colocar a planta em con-dições de trabalho”. Fundada em 1974, a companhia tem capacidade de abater 400 mil aves por dia e de alo-jar, juntamente com os integrados, 20 milhões de animais.

As informações foram divulgadas pela Agência Estado.

Companhia avalia possibilidade de comprar marca Sertanejo

Grupo Arantes arrenda Frango Sertanejo para a Céu Azul Alimentos

Negócio

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19 Produção Animal | Avicultura

Consumo domiciliar de ovos é menor nas classes de menor renda

Orçamentos Familiares

Considerando que o ovo é uma das proteínas animais mais acessíveis à população, seria

de se esperar que seu consumo nas classes de menor renda fosse dos mais elevados. Mas pare-ce que não é bem assim.

Pelo menos é o que aponta a Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) 2008-2009, do IBGE (leia mais na página 38). Pois enquanto as classes de maior renda mensal (A) consomem no domicílio, em média, 67,1 ovos per capita ao ano, na faixa de menor renda (F) o consumo é

28% menor, ficando em 47,9 ovos per capita ao ano.

Na média, o consumo doméstico de ovos dos brasileiros ficou em 58,2 unidades per capi-ta, volume que corresponde, praticamente, a apenas um ovo por semana. Mas na classe de menor renda nem chega a isso.

O consumo de ovos apresentado pela POF é apresentado em quilos. Para chegar às unidades apontadas, estimou-se peso médio de 55 gra-mas por ovo.

Caderno PosturaAs principais notícias do setor produtor de ovos

Notícias curtas ................................... 19

Dados da Pesquisa Pecuária Municipal ............................................. 20

UE: Gaiola convencional não passa de 31 de dezembro ...................................... 24

Média é de um ovo por semana

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Caderno Postura

20 Produção Animal | Avicultura

Os principais estados e municípios produtores de ovos no Brasil

Mais dados do IBGE

S intetizando resultados da Pesquisa Pe-cuária Municipal (PPM) 2009, do IBGE,

o quadro a seguir mostra, a um só tempo, os 20 principais estados e 20 principais municípios produtores de ovos do Brasil e suas respectivas produções.

No tocante aos estados, o posiciona-mento apontado é similar, aproximadamen-te, aos dados do alojamento de pintainhas de postura (UBABEF), no qual as quatro

primeiras posições são ocupadas por São Paulo, Minas Gerais, Paraná e Rio Grande do Sul.

Quatro primeiras posições são ocupadas por SP, MG, PR e RS

O que mais desperta curiosidade é a presença, na quarta posição, do município de Manaus, cuja produção correspondeu a 25%

de Bastos

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21 Produção Animal | Avicultura

Caxias do Sul - RS - Fone: (54) 2101.8700 FILIAIS: Pindamonhangaba - SP e Recife - PE

Novo site: www.pisani.com.br

• CN 18

• CN 25 F

• CN 48

• Gaiola 100

• Gaiola 115

• Bandeja aberta para ovos tipo 3, 4 e 5

É verdade, neste caso, que na quinta posição deveria estar o Espírito Santo e não Santa Catarina. Mas o que a relação indica é a produção de todos os ovos de galinha, ou seja, para consumo humano e para repro-dução. Daí, por exem-plo, o posicionamento de Santa Catarina à frente do Espírito Santo ou, então, a produção quase similar de ovos de Minas Gerais e Para-ná (quando se sabe que o volume de poedeiras alojadas pelo Paraná corresponde a 60% do total alojado por Minas Gerais).

Idêntica situação é observada em relação aos 20 principais muni-cípios brasileiros pro-dutores de ovos. Assim, algumas das cidades relacionadas estão no rol por também produ-zirem grande volume de ovos férteis. E, aqui, os exemplos mais apa-rentes são os de Rio Verde (GO) e Itapeti-ninga (SP), municípios que se destacam como grandes produtores de pintos de corte.

Mas o que mais desperta curiosidade é a presença, na quarta posição, do município de Manaus, cuja produção, das mais significativas, correspondeu a mais de 25% da produção de Bastos, município líder na produção de ovos de consumo.

Levando em conta que o estado do Amazonas tem ficado com apenas 2% das poedeiras alojadas no País, é surpreendente que so-mente sua capital tenha respondido por mais de 1,6% do volume de ovos levantado pelo IBGE em todo o Brasil.

A propósito: o volume produzido em cada um dos três municípios líderes – Bastos (SP), Santa Maria de Jetibá (ES) e Itanhandu (MG) – correspondeu a, respectivamente, 6,3%, 4,7% e 2,6% do total nacional.

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22 Produção Animal | Avicultura

Caderno Postura

20 municípios respondem por 30% da produção brasileira de ovos

Pesquisa Pecuária Municipal

Detendo 21,5% do plantel de poedeiras alojadas no País, os 20 principais municípios

produtores de ovos responderam por, pratica-mente, 30% da produção nacional.

Os mesmos dados do IBGE permitem con-cluir que enquanto, nacionalmente, cada poe-deira alojada (aves em cria, recria ou produção) proporciona, em média, 183,7 ovos, a média registrada entre os 20 principais municípios produtores de ovos é de 254,4 ovos por poedeira.

Mas essa produtividade é bastante variável mesmo entre os 20 principais produtores. Como mostra o quadro (no qual esses 20 muni-cípios estão ordenados segundo os resultados da relação plantel de poedeiras x ovos produzi-dos), vai desde um máximo de 331,3 unidades até um mínimo de 144,0 unidades por poedei-ra recenseada pela Pesquisa Pecuária Municipal 2009.

A colocação da paulista Rancharia no pri-meiro lugar é bem plausível, pois o município se encontra na principal região produtora de ovos do País. Assim, a simples existência, ali, de um centro coletor de ovos justifica um volume de ovos aparentemente desproporcional ao plantel de poedeiras do município. Mas... e (novamente) Manaus? Registra, de verdade, a produtividade apontada?

Já os municípios colocados nas posições inferiores – casos típicos da goiana Rio Verde e da paulista Itapetininga – têm outra explicação para a baixa relação entre plantel de poedeiras e volume de ovos produzidos: são, como citou anteriormente o AviSite, municípios grandes produtores de pintos de corte. Assim, a produ-tividade apontada advém, essencialmente, de matrizes de corte, não de poedeiras comerciais.

Além desses dois, outros municípios inte-grantes do rol são influenciados pela forte presença de matrizes de corte. Por isso, a pro-dutividade por eles apresentada é, aparente-mente, baixa. Mas excluindo-se as “pontas” (isto é, os municípios com resultados excessiva-mente altos ou baixos) chega-se a uma média de 259,8 ovos por poedeira recenseada.

Média é de 254,4 ovos por poedeira

OVOS DE GALINHARelação entre plantel de poedeiras e ovos produzidos

2009

PLANTEL DE POEDEIRAS Milhões/cab

OVOS PRODUZIDOS

Milhões/dúzias

OVOS POR POEDEIRA Unidades

Rancharia - SP 0,859 23,715 331,3

Manaus - AM 1,949 53,340 328,4

Bela Vista de Goiás - GO 1,100 28,665 312,6

Guararapes - SP 1,461 37,777 310,3

Avaré - SP 1,004 24,959 298,2

Montes Claros - MG 1,618 38,879 288,3

Tupã - SP 1,462 33,675 276,4

Bastos - SP 9,090 202,419 267,2

Itanhandu - MG 3,681 81,789 266,6

Queiroz - SP 0,932 20,306 261,5

Passa Quatro - MG 1,521 32,596 257,2

Guatapará - SP 1,000 21,000 252,0

Inhumas - GO 1,400 28,240 242,0

Santa Maria de Jetibá - ES 7,592 151,842 240,0

Campo Verde - MT 1,646 32,764 238,8

Arapongas - PR 1,396 26,641 228,9

Uberlândia - MG 2,149 38,048 212,4

Salvador do Sul - RS 1,988 34,908 210,7

Rio Verde - GO 1,320 20,355 185,0

Itapetininga - SP 1,821 21,842 144,0

Fonte dos dados básicos: IBGE / Elaboração e análises: AVISITE

Excluindo-se os municípios com resultados excessivamente

altos ou baixos, chega-se a uma média de 259,8 ovos por

poedeira recenseada

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23 Produção Animal | Avicultura

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24 Produção Animal | Avicultura

Caderno Postura

As cidades brasileiras com o maior plantel de poedeiras

Pesquisa Pecuária Municipal II

Os dados da Pesquisa Pecuária Municipal (PPM) 2009 mostram que os municípios de

Bastos (SP), Santa Maria de Jetibá (ES) e Itanhan-du (MG) dispõem, pela ordem, do maior plantel brasileiro de galinhas poedeiras.

Entre os 20 principais municípios relaciona-dos pelo IBGE estão quatro de São Paulo, quatro de Minas Gerais, dois cada de Mato Grosso, Pernambuco, Goiás e Paraná e um cada dos estados do Espírito Santo, Rio Grande do Sul, Amazonas e Santa Catarina.

Correspondendo a apenas 0,36% de todos os municípios brasileiros, em 31 de dezembro de 2009 esses 20 municípios detinham 22,3% das galinhas em criação no País.

Bastos, SP, aparece em primeiro lugar

Gaiola convencional não passa de 31 de dezembro

UE bate o martelo

Considerando que o espaço de tempo originalmente estipulado é plenamente

viável e não deve ser prorrogado, encontro realizado no final de janeiro, em Bruxelas, ratificou – aparentemente, de forma definiti-va – para 31 de dezembro de 2011 o último dia de utilização das gaiolas convencionais hoje utilizadas na União Europeia na postura comercial. Portanto, em no máximo 11 me-ses, a produção de ovos do bloco europeu terá que, obrigatoriamente, adotar um dos seguintes sistemas: uso de gaiolas enriqueci-das (ou equipadas); criação em galpão, mas sobre piso; ou criação free-range (a céu aberto e com galpão apenas para proteção noturna e/ou das intempéries).

Acredita-se que essa decisão seja definiti-va, porque o encontro ocorrido em Bruxelas reuniu todas as partes interessadas no assun-to. Ou seja, não apenas os governos dos estados-membros, mas também entidades representativas dos produtores e da indústria do ovo, entidades de defesa do bem-estar animal e, ainda, entidades representativas dos consumidores. E, pelo que se divulgou, a decisão pelo banimento definitivo das gaio-las convencionais a partir de 1º de janeiro de 2012 foi unânime, recomendando-se, inclusi-ve, a proibição de circulação dos ovos produ-zidos em desacordo com as novas regras – medida cuja implementação ainda será discutida.

Porém, ao mesmo tempo em que, de comum acordo, aceita as novas regras, a União Europeia não pretende ficar sozinha na adoção das novas práticas. Assim, insiste em que o produto importado (ovos ou ovo-produtos) também seja produzido dentro dos mesmos requisitos exigidos do criador europeu.

Encontro reuniu todas as partes interessadas

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25 Produção Animal | Avicultura

Caderno Saúde AvícolaAs principais notícias do setor Trabalhos premiados no Avisulat .........................................25

Tempo de penetração da Salmonella Heidelberg .................... 28Resistência aos desinfetantes ...... 34Empresas e Equipamentos ...............35

Pesquisadores da Região Sul se destacam em premiação no AvisulatEvento aconteceu em Bento Gonçalves, RS, em novembro

Trabalhos premiados

Também preocupado em incentivar a pesquisa e valorizar os profissionais das

áreas avícola, suinícola e de laticínios, o Avi-sulat - II Congresso Brasileiro de Avicultura, Suinocultura e Laticínios (17 a 19 de novem-bro de 2010, Bento Gonçalves, RS), premiou o melhor trabalho científico em cada um dos setores mencionados. A comissão científica do evento recebeu mais de 60 resumos na área de ciência avícola para concorrer ao prê-mio de R$1.000,00. O trabalho vencedor, de autoria de Camila Deves Fin, abordou a influ-ência de aflatoxinas na resposta vacinal de frangos de corte. Mais duas pesquisas recebe-

ram menções honrosas: Sistema de georrefe-renciamento e defesa sanitária animal e Ino-culação de antioxidantes in ovo em frangos de corte.

Organizado pela Asgav (Associação Gaú-cha de Avicultura), pelo Sindilat (Sindicato das Indústrias de Laticínios do RS) e pelo Sips (Sindicato das Indústrias de Produtos Suínos do RS), o Avisulat reuniu cerca de 1.500 con-gressistas em Bento Gonçalves e já foi tema de matéria divulgada na Revista do AviSite (edição 44/dezembro). Agora, você confere, nas próximas páginas, os resumos dos traba-lhos premiados.

Rejane Kielling, Andrea Troller, Maristela Lovatto Flores, Camila Deves Fin, Verônica Lisboa Santos e Bruno Rocha de Melo

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26 Produção Animal | Avicultura

Caderno Saúde Avícola

Influência de aflatoxinas na resposta vacinal de frangos de corte

ResumoPara avaliar a influência de aflatoxinas

na resposta imune humoral de frangos de corte, através da titulação de anticorpos, fo-ram utilizados 60 pintos de um dia da linha-gem Cobb, distribuídos em 2 tratamentos de 30 aves cada, em 6 unidades experimentais, sendo: tratamento I: grupo controle e trata-mento II: grupo intoxicado com 2,8 ppm de aflatoxina. Ambos os tratamentos foram va-cinados com uma vacina inativada oleosa contra o vírus da Bronquite Infecciosa (IBV) aos 7 dias de idade. Decorridos 28 dias de experimento, os animais foram abatidos e realizou-se coleta de soro para titulação de anticorpos anti-IBV, através do método ELI-SA indireto. A média do logaritmo dos títu-los de anticorpos contra IBV foi de 2,14 no grupo controle, sendo esta superior à média do grupo intoxicado, que foi de 1,44. A titu-lação mínima de anticorpos, no grupo into-

xicado, foi de 0,0, demonstrando assim que as aflatoxinas reduzem a eficácia da resposta vacinal em frangos de corte, pois no grupo controle a titulação mínima foi de 1,26. Os valores máximos também foram inferiores no grupo intoxicado (2,89) quando compa-rado com o grupo controle (3,30). A disper-são dos coeficientes comprova que as aflato-xinas interferem na resposta vacinal, pois houve uma amplitude muito grande entre as amostras no grupo intoxicado (86,60%), de-monstrando uma instabilidade na produção de anticorpos, sendo que no grupo controle a dispersão foi de 28,08%. Aplicando-se aná-lise de variância (ANOVA), utilizando-se o teste Bonferroni (P≤0,05), constatou-se que há diferença significativa entre os grupos testados, comprovando-se, assim, que o gru-po intoxicado teve a produção de anticorpos reduzida, devido à presença de aflatoxinas na ração.

Autores: Camila Deves Fin1;2, Carlos Augusto Mallmann1, Ricardo Hummes Rauber2, Paulo Dilkin1, Leandro Zanini Giacomini2

1 – Universidade Federal de Santa Maria.2 – Instituto de Soluções Analíticas, Microbiológicas e Tecnológicas (Samitec).

Camila Deves Fin explica que as aves que rece-bem dietas contaminadas com aflatoxinas estão sujeitas a desenvolver quadros clínicos de doen-ças cujo controle pelo uso de vacinas será difi-cultado. Desta forma, o controle micotoxicológi-co na produção avícola torna-se essencial, pois além de produzir efeitos deletérios diretos à saúde animal, as aflatoxinas interferem, indireta-mente, nos programas de imunização aplicados na avicultura, seja pela redução na síntese pro-téica, ou pela ação direta na Bursa de Fabrícius.Camila lembra que programas de vacinação eficientes são necessários para que se obtenha máxima produtividade e lucratividade na avicul-tura. Mas, para que estes realmente possam ser eficientes, torna-se indispensável a monitoria micotoxicológica da ração fornecida aos ani-mais. “Falhas na imunização ativa dos plantéis permitem o desenvolvimento de infecções sub-clinicas e uma queda do desempenho zoo-técnico dos animais, resultando em um significa-tivo aumento no custo de produção”, finaliza a autora principal.Experimento

realizado durante a pesquisa

Equipe da Samitec que

participou do trabalho

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Inoculação de antioxidantes in ovo em frangos de corteAutores: Fernanda Medeiros Gonçalves1, Verônica Lisboa Santos1, Naiana Einhardt Manzke1, Cristiéle Lange Contreira1, Guilherme Spezia Coutinho1, Fabiane Pereira Gentilini2, Marcos Antonio Anciuti2

1 - UFPel, Universidade Federal de Pelotas.2 - IFSul-CAVG, Instituto Federal Sul-Riograndense Campus CAVG.

ResumoO fornecimento de nutrientes in ovo para

aves representa uma estratégia para a mini-mização dos efeitos negativos relacionados ao longo período de transporte do incubató-rio para a granja de produção. Objetivou-se avaliar a inoculação de um composto de an-tioxidantes (Economase®) via ovo sobre o desempenho inicial de frangos de corte colo-niais. Uma solução do composto, na concen-tração de 1%, foi inoculada dentro de 40 ovos embrionados com 18 dias de incubação. Os ovos proviam de matrizes de frangos de corte da linhagem EMBRAPA 041, com 45 se-manas de idade, sendo que uma amostra de 40 ovos não recebeu o produto in ovo. Os ovos foram pesados e transferidos para ban-dejas com divisórias identificadas, com sepa-ração individual. As aves foram pesadas e identificadas com anilhas numeradas logo

após o nascimento para acompanhamento do desempenho inicial. O peso ao nascimen-to não diferiu entre os tratamentos, entretan-to, as aves que receberam o composto de an-tioxidantes via ovo apresentaram ganho de peso aos sete dias significativamente maior que o grupo controle (p<0.001). Consideran-do a homogeneidade ambiental que os ovos e pintinhos foram expostos, os resultados indi-cam que a inoculação de antioxidantes in ovo proporciona uma melhor qualidade nu-tricional do fluído amniótico, reduzindo os efeitos deletérios proporcionados pela produ-ção de radicais livres, direcionando as reser-vas energéticas para o desenvolvimento ani-mal. Conclui-se que a utilização de antioxidantes in ovo para frangos favorece o desempenho inicial destes animais, sendo necessária a realização de estudos amplos so-bre esta nova tecnologia.

Sistema de georreferenciamento e defesa sanitária animal - GEODSAAutores: Bruno Rocha de Melo1, Ênio Giotto2, Luiz Fernando Sangoi3 e Mauren de Moraes Stefanello4

1 - Médico Veterinário, Mestrando em Geomática / UFSM.2 - Engenheiro Florestal, Prof. Dr. Titular do Depto. de Eng. Rural / UFSM.3 - Médico Veterinário, Prof. Msc. do Colégio Politécnico / UFSM.4 - Graduanda em Engenharia Florestal, CCR / UFSM.

Levando-se em conta a necessidade cons-tante de aprimoramento dos serviços prestados pelos órgãos veterinários oficiais, que venham a contribuir com a manutenção e melhoria dos status sanitários impactantes no comércio in-ternacional de produtos de origem animal, identificou-se a necessidade da criação de um sistema de vigilância epidemiológica e infor-mação geográfica, SIG, que possibilite: geren-ciar os cadastros de granjas comerciais de aves e suínos, controlar o trânsito intra e interestadual de suínos, aves e ovos férteis, gerenciar o cadas-tro de pontos de risco sanitário, e gerenciar a comunicação de informes sanitários de doen-ças e vacinações. O estudo foi realizado em 213

unidades locais do Instituto Mineiro de Agro-pecuária, contando com a participação de mé-dicos veterinários oficiais e autônomos habilita-dos para a emissão de guias de trânsito animal. Ao final do período de desenvolvimento, im-plantação e análise (24 meses) o sistema de-monstrou resultados efetivos ao cumprimento de seus propósitos. Neste período foram cadas-tradas e georreferenciadas 2.634 granjas de aves, 1.372 granjas de suínos e 1.623 pontos de risco sanitário. Foi emitida uma média mensal de 14.796 GTAs para aves e suínos. A eficiência de seu SIG foi comprovada após utilização em simulados de emergência sanitária realizado em Minas Gerais.

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Caderno Saúde Avícola

RESUMOO presente estudo tem como objetivo determinar o tempo mínimo

para a penetração da Salmonella Heidelberg no interior do ovo depois do contato com material contaminado.

Ovos brancos e vermelhos recém coletados de poedeiras, em granjas comerciais, foram artificialmente contaminados por contato com mara-valha com líquido inóculo de Salmonella Heidelberg em estágio de cresci-mento de 103-104 CFU g-1. De acordo com o tipo (branco ou vermelho), os ovos foram distribuídos em três diferentes grupos com quatro repeti-ções cada: o Grupo de Controle Negativo (sem contaminação artificial), o Grupo de Controle Positivo (analisados externamente após a contamina-ção e internamente depois do período máximo de armazenamento do Grupo de Teste) e Grupo de Teste. Os ovos foram armazenados em tempe-ratura ambiente variável de 25°C a 30°C. No Grupo de Teste, os elementos internos do ovo (gema e albúmen) foram misturados e analisados depois de 1h:00, 1h:30min, 2h:00, 2h30min, 3h:00, 3h:30min, e 4h:00 após a contaminação de Salmonella Heidelberg em 25g dessa amostra. O experi-mento foi realizado em cinco ovos em cada teste. O protocolo de análise incluiu pré-enriquecimento, enriquecimento seletivo, plaqueamento em ágar selecionado, e testes sorológicos e bioquímicos. Os dados coletados foram submetidos à regressão logística e os resultados indicaram a pre-sença de Salmonella Heidelberg 2h:16min depois do contágio em ovos brancos e 2h:44min em ovos vermelhos.

Autores: Fernanda Raghiante1; Ticiana Silva Rocha2; Daise Aparecida Rossi e Paulo Lourenço Silva3

1- DVM, Universidade Federal de Uberlândia, MG.2 - Estudante de Pós-Graduação em Patologia Aviária na Universidade Estadual Paulista, Campus Botucatu, SP.3 - Professores da Faculdade de Medicina Veterinária da Universidade Federal deUberlândia, MG.

TEMPO DE PENETRAÇÃO DA SALMONELLA HEIDELBERG ATRAVÉS DA CASCA DE OVOS COMERCIAIS BRANCOS E VERMELHOS

Salmonella

*Muito interessantes e úteis os resultados

de pesquisa relatados pelo grupo científico do laboratório do Prof. Paulo Lourenço, na Faculdade de Veterinária da Universidade Federal de Uberlândia.

A Salmonella Heidelberg (SH), como bem indicado no artigo, é um muito impor-tante agente de toxi-infecção alimentar em humanos e tem sido muito comumente isolada em rebanhos da avicultura industrial brasileira, principalmente em lotes de matri-zes pesadas e frangos de corte. Um signifi-cante aumento de isolamentos de SH tem ocorrido nos últimos 10 anos, o qual, esti-ma-se, tenha sido causado pela transmissão vertical e disseminação deste sorotipo desde lotes de avós e matrizes positivos. Infeliz-mente, no Brasil, não existem estatísticas organizadas e disponíveis a técnicos, e público em geral, sobre a contaminação dos rebanhos da avicultura industrial por salmo-nelas. Embora a SH não esteja entre os sorotipos de salmonelas cujo controle é oficialmente preconizado pelo PNSA (Plano Nacional de Sanidade Avícola) do Ministério da Agricultura, ela deve, obrigatoriamente, ser controlada com a mesma atenção e esforço dedicados às Salmonellas Enteritidis, Typhimurium, Pullorum e Gallinarum. Estes resultados de tempo de penetração da SH na casca de ovos indicam claramente que os produtores devem estar extremamente atentos às normas de manejo e biosseguri-dade utilizadas na granja, especificamente neste caso, relacionadas com a freqüência de coleta, limpeza e desinfecção dos ovos, tanto comerciais quanto férteis.

* Luiz Sesti, Gerente Técnico Internacional, Ceva Saúde Animal

Ovos foram artificialmente

contaminados por contato com maravalha com liquido inoculo de Salmonella Heidelberg

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INTRODUÇÃO O ovo é provavelmente o alimento que

mais origina surtos de infecção alimentar onde o agente etiológico é a Salmonella spp. (Gast et al., 2005; Gantois et al., 2009). Ovos são comumente contaminados por sal-monela através da casca. Aves hospedeiras transmitem os patógenos pelas fezes que permanecem por longos períodos em aviá-rios desocupados, fato que destaca a impor-tância do meio ambiente na transmissão ho-rizontal (Silva & Duarte, 2002). Salmonella Enteritidis é um sorovares comumente en-volvido em doenças humanas, no entanto, outros sorovares, como a S. Heidelberg está apresentando um crescimento freqüente (Mammina et al., 2003). Salmonella Heidel-berg é detectada na avicultura brasileira desde 1982, caracterizando a importância do surgimento desse sorotipo (Hofer et al., 1997). Centros de prevenção e controle de doenças apontam a S. Heidelberg com a principal fonte de doenças em humanos

causadas pelo consumo de ovos (Gast et al., 2005). Muitos estudos apontam que a Sal-monella é capaz de penetrar nas cascas dos ovos e se multiplicar dentro do ovo (Gast & Holt, 2000; Gast et al., 2005). Vários fatores influenciam no tempo necessário para a pe-netração no ovo, como a casca, o albúmen e a qualidade da casca (Messens et al., 2004); idade da ave (Lapão et al., 2005); tipo e as-pecto físico da ração (Pappas et al., 2005); tempo de estocagem (Chen et al., 2005); ge-nética (Dunn et al., 2005); e programa de luz (Backhouse et al., 2005). A presença da salmonela na gema pode ser resultado da migração da bactéria a partir da casca. É co-nhecido que os poros da casca permitem a penetração da salmonela e o índice está mais relacionado com o tempo de estoca-gem e temperatura do que com o número de poros (Kanashiro et al., 2002). A presença da Salmonella spp. em lotes de aves é cons-

tante e requer que a indústria de postura co-mercial adote contínuas medidas de contro-le durante todos os estágios da cadeia produtiva (Rodrigues, 2005). Manter os avi-ários em boas condições sanitárias e limpar e desinfetar os ovos com produtos químicos depois da postura são as práticas frequente-mente aplicadas na prevenção e redução da contaminação e reprodução bacteriana em ovos (Hammack et al., 1993). Em adição ao uso efetivo de produtos antimicrobianos, uma desinfecção de ovos eficiente requer conhecimento de quando, precisamente, os microorganismos atravessam a casca do ovo para que qualquer tratamento possa ser apli-cado antes que isso aconteça (Hammack et al., 1993; Board & Tranter, 1995). Tendo em vista os pontos sanitários e as perdas econô-micas ocasionadas pela Salmonella e com o intuito de proporcionar à indústria avícola dados úteis sobre os prazos de aplicação de tratamentos preventivos contra o contágio interno do ovo, o presente estudo objetiva determinar o tempo de penetração da Sal-monella Heidelberg em ovos brancos e ver-melhos comerciais contaminados artificialmente.

Desinfecção de ovos eficiente requer conhecimento de quando os microorganismos atravessam a casca do ovo para que qualquer tratamento possa ser aplicado antes que isso aconteça

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Caderno Saúde Avícola

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MATERIAL E METÓDOS A pesquisa utilizou 280 ovos comerciais

brancos e 280 ovos comerciais vermelhos de poedeiras com idade entre 40 e 45 semanas. As aves foram diagnosticadas livres de Salmo-nella spp. antes do início do estudo. Os ovos foram recolhidos imediatamente após a pos-tura (primeira coleta da manhã) e não foram lavados ou submetidos a qualquer processo de higienização. O sorovar de Salmonella Hei-delberg utilizado foi isolado de aves. A amos-

tra isolada foi cultivada em BHI e inoculada em uma concentração de 103-104 CFU g-1 preparada enquanto a cultura estava em fase de crescimento. A contaminação experimen-tal foi realizada com maravalhas esteriliza-das em sacos, umedecidas com água destila-da onde foi espalhado líquido inóculo com quantidade suficiente para alcançar os níveis de 103 a 104 CFU g-1 de Salmonella Heidelberg por grama e depois os ovos foram colocados dentro dos sacos. Os ovos ficaram em conta-tos com as maravalhas contaminadas por 10 minutos em uma temperatura de 25ºC (± 5ºC). O estudo foi realizado em duas fases distintas (teste piloto e fase de determinação) para cada tipo de ovo (branco e vermelho). Durante as duas fases, os ovos foram distri-buídos em três grupos experimentais com quatro repetições cada:

Grupo 1, Controle Negativo sem ino-culação, analisado no final do período de armazenamento;

Grupo 2, Controle Positivo inocula-dos e analisados imediatamente depois da contaminação experimental na hora zero

Grupo 3: Grupo de Teste ovos ante-riormente contaminados pelo contato com maravalhas contendo Salmonella Heidelberg e armazenados à 25°C (± 5ºC) por períodos pré-determinados.

Os testes pilotos determinaram o perío-do mais curto em que a salmonela foi de-tectada dentro do ovo. Os ovos foram tes-tados 2, 4, 8, 10 e 24 horas depois do contato com as maravalhas inoculadas. Depois que o tempo de penetração da bac-téria através da casca foi determinado, deu-se início à fase de verificação, onde foi analisado o material interno, de 1h:00, 1h:30min, 2h:00, 2h:30min, 3h:00, 3h:30min, e 4h:00 após o contágio. Cada amostra era constituída por cinco ovos. Para as análises microbiológicas, as cascas dos ovos foram limpas com álcool 70° GL, quebrados assepticamente em câmara de fluxo laminar e o conteúdo despejado em um béquer estéril e homogeneizado com uma espátula de vidro estéril formando uma mistura de albúmen e gema. As amos-tras foram analisadas utilizando-se meios de culturas tradicionais de acordo com protocolo recomendado pelo USDA/FSIS em 2004.

Os dados foram analisados por regres-são logística simples. A variável dependen-te foi a presença ou não da Salmonella Hei-delberg no conteúdo do ovo, enquanto a variável independente foi o tempo de ava-liação após a contaminação. O software SISVN (Ferreira, 2000) foi utilizado.

RESULTADOS E DISCUSSÃO A contaminação de maravalha foi pa-

dronizada em 103 a 104 CFU/g. A contagem média de salmonela na casca imediata-mente após o contágio experimental na primeira e na segunda fase experimental foi de 8 x 104 CFU/g1 e de 6 x 104 CFU/g, respectivamente.

A sanidade das aves, a desinfecção das instalações e dos ovos são fatores importantes para prevenir e reduzir a contaminação por patógenos e assegurar a saúde dos consumidores

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Na primeira fase, a presença ou ausência da Salmonella Heidelberg no ovo após a inoculação e armazenamento à 22.5°C (± 2ºC) e evoluiu 2,4,8,10 e 24 horas em quatro repetições. Os grupos de Controle Negativo e o Controle Positivo apresentaram contagens negativas e positivas, res-pectivamente, em todas as repetições. Os resultados demonstraram que a Salmonella Heidelberg foi detectada no conteúdo dos ovos quatro horas depois do contato. Esses resultados são semelhantes aos obtidos por Scho-eni et al. (1995) e Oliveira & Silva (2000), que observaram que, após a contaminação externa dos ovos, diferentes sorovares de salmonela foram detectados dentro dos ovos antes de 24 horas de armazenamento. Por ou-tro lado, Messens et al. (2005) observaram em seu estudo de tempo de penetração de Salmonella Enteritidis através da casca que, em média, 38.7% dos ovos testados tinham seu conteúdo contaminado por salmo-nela e que essa penetração ocorreu durante o terceiro dia após a contaminação.

Na segunda fase do estudo, os ovos experimentais foram analisados de 1h:00, 1h:30min, 2h:00, 2h:30min, 3h:00, 3h:30min, e 4h:00 depois da contaminação. Os resultados mostraram que o contágio interno ocor-reu 2h:00 depois da contaminação externa com 103 to 104 CFU/g de Sal-monella Heidelberg, mas em ovos brancos isso aconteceu antes das 2h:30min e em ovos vermelhos do período entre 2h:30min e 3h00. Esses resultados são compatíveis com os constatados por Miyamoto et al. (1998), que contaminaram externamente os ovos de 15 minutos a 3 horas depois da postura e os armazenou a uma temperatura de 25°C e assim obteve uma significativa recuperação de Salmonella depois de duas horas de incubação.

O tempo em minutos depois da contaminação e a contagem de Salmo-nella Heidelberg (log CFU/g) nas cascas dos ovos (imediatamente após a contaminação experimental) foram analisados por regressão logística para determinar o momento exato em que o conteúdo do ovo foi contaminado.

As figuras 1 e 2 apresentam os resultados de regressão logística para ovos brancos e vermelhos, respectivamente. A análise dos dados mostrou que ovos brancos e vermelhos expostos a 103 – 104 CFU/g foram interna-

mente contaminados 2:16min e 2:44min depois do contágio, respectiva-mente. A qualidade dos ovos inclui vários aspectos relacionados à casca (qualidade externa), ao albúmen e a gema (qualidade interna). A base genética e os valores dos parâmetros são diferentes a cada linhagem (Sil-versides et al, 2006). Vários investigadores compararam ovos brancos e vermelhos de linhagens diferentes (Scott & Silversides, 2000; Jones et al., 2010), mas não existem estudos que discutam se esses dois tipos de ovos apresentam diferentes padrões de contaminação.

Singh et al. (2009), em uma pesquisa que comparou ovos de poedeiras diferentes, criadas em sistemas distintos (gaiolas e piso), encontraram um nível mais elevado de contaminação por E.coli em ovos vermelhos do que

Resultados obtidos indicam que limpeza e desinfecção dos ovos têm como objetivo controlar o contágio interno. Tais medidas precisam ser realizadas em ovos brancos até 2h:16min depois da contaminação da casca e em ovos vermelhos até 2h:44min

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Caderno Saúde Avícola

em ovos brancos, mas isso pode ser explica-do pelo fato de que as poedeiras que produ-zem ovos vermelhos são criadas em siste-mas de piso e não utilizam ninhos propriamente, colocando metade dos ovos no chão.

Ovos possuem vários mecanismos de proteção antimicrobiana incluindo barreiras físicas não específicas e moléculas microbici-das altamente eficientes. No entanto, a Sal-monella pode sobreviver e se multiplicar na casca dos ovos apesar da ausência de conta-

minação por fezes, em um ambiente com baixas temperaturas e pouca umidade (Mes-sens et al., 2006). A Salmonella provavelmen-te sobrevive por mais tempo em baixas tem-peraturas devido ao metabolismo mais lento induzido por condições desfavoráveis, como a casca seca dos ovos (Radkowski, 2002).

A penetração das bactérias através das cascas dos ovos é diretamente influenciada pela qualidade da casa, assim como o tempo de armazenamento e a temperatura (Schoeni et al., 1995; Reu, 2006). De acordo com Miyamoto et al.(1998), quanto maior o tem-po de exposição e a temperatura do armaze-namento do ovo, maior a penetração das bactérias através da casca.

A contaminação por Salmonella spp. tam-bém ocorre através do ovário. Nesse caso, a bactéria fica alojada na gema e, consequente-mente, qualquer processo de desinfecção não tem utilidade prática. Entretanto, ade-quadas medidas de higiene devem ser priori-dade em produções de aves poedeiras. É con-veniente salientar que nenhum processo de desinfecção pode prevenir a contaminação dos ovos.

Os resultados obtidos no presente estudo indicam que a limpeza e a desinfecção dos ovos têm como objetivo controlar o contágio interno. Tais medidas precisam ser realiza-das em ovos brancos até 2h:16min depois da contaminação da casca e em ovos vermelhos até 2h:44min.

A sanidade das aves, a desinfecção das instalações e dos ovos são fatores importan-tes para prevenir e reduzir a contaminação por patógenos e assegurar a saúde dos consumidores.

CONCLUSÃO A Salmonella Heidelberg alcança o conte-

údo dos ovos em 2h:16min e 2h:44min após a contaminação da casca, em ovos brancos e vermelhos, respectivamente.

Este artigo foi traduzido da versão original publicada na revista Brazi-lian Journal of Poultry Science - Revis-ta Brasileira de Ciência Avícola, ISSN 1516-635X, v.12, n.4, p. 215 - 219, Oct - Dec 2010.

A íntegra do estudo, com a referência bibliográfica, está disponível em www.avisite.com.br/cet.

Tempo (Horas)

Figura 1 – Regressão logística do tempo de penetração da Salmonella Heidelberg em ovos brancos comerci-ais artificialmente contaminados. Os valores do eixo Y indicam a ausência (-0.1) até a presença (1.1) da bactéria no conteúdo do ovo.

Tempo (Horas)

Figura 2 – Regressão logística do tempo de penetração da Salmonella Heidel-berg em ovos vermelhos comerciais ar-tificialmente contaminados. Os valores do eixo Y indicam a ausência (-0.1) até a presença (1.1) da bactéria no conteúdo do ovo.

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Caderno Saúde Avícola

Autor: Paulo César Martins, Lohmann Saúde Animal

Resistência aos desinfetantes: verdadeiro ou falso?

Quando uma população de bactérias conhe-cida é exposta a diferentes concentrações

de um antibiótico “in-vitro”, em concentrações similares às atingidas nos tecidos de um animal tratado, podemos determinar a eficiência deste antibiótico no laboratório. Esta prova é conheci-da como MIC, Concentração Inibitória Mínima, e é medida em µg/ml (microgramas por mililitro). As concentrações utilizadas para provas de MIC não são aleatórias, elas estão relacionadas às doses terapêuticas utilizadas no campo. O moti-vo das relativas baixas concentrações utilizadas na prova (exemplo: 0,2 - 25 µg/ml ou 0,2 - 25 ppm) se deve ao fato de que doses mais elevadas destas drogas poderiam provocar efeitos colate-rais ou até mesmo tóxicos nos animais tratados. Portanto, através das provas de MIC podemos estabelecer, com algum grau de confiança, se uma amostra de microorganismo é sensível ou resistente a um determinado antimicrobiano, em condições laboratoriais.

As bactérias e fungos também apresentam semelhantes mecanismos de resistência aos desinfetantes. Mas há uma diferença muito im-portante a ser ressaltada: o desinfetante é utiliza-do principalmente com o propósito de diminuir a concentração ou eliminar microorganismos no meio externo, em superfícies ou equipamentos, e não para ser administrado aos animais como tratamento. As dosagens de desinfetantes utili-zadas, na prática, são muito superiores àquelas utilizadas nas provas de MIC. Utilizando como exemplo os desinfetantes à base de quaternários de amônia (QUAT) observamos, no quadro abai-xo, as concentrações indicadas para o controle de alguns microorganismos selecionados, (veja tabela abaixo).

Na prática de campo, as concentrações utili-zadas dos QUAT, para desinfecção de superfícies e equipamentos, podem chegar a 500 ppm,

1.000 ppm ou mais, suficientes para o controle de microorganismos que apresentam elevado grau de resistência, até mesmo de uma bactéria muito resistente a agentes físicos ou químicos, como a Pseudomonas aeruginosa (MIC = 250 ppm), conforme o quadro.

Caso alguma amostra de microorganismo apresente persistência numa superfície ou equi-pamento, após a limpeza e desinfecção, uma alternativa é aumentar a concentração do desin-fetante e/ou seu tempo de exposição. Ao invés de 1:1000 podemos diminuir a diluição para 1:500 ou 1:250 e assim tentar eliminar o micro-organismo. Lembramos que alguns desinfetantes comerciais – de referencia no mercado veteriná-rio nacional e internacional – requerem altas concentrações para serem utilizados: 1 litro do produto comercial (50% de princípio ativo) por 100 – 200 litros de água, respectivamente 5.000 – 2.500 ppm de princípio ativo. Com base neste conceito, a prática de “rodízio”, adotada por alguns técnicos de desinfetantes, é algo altamen-te discutível.

Recordamos que, para monitorar a eficiência do programa de limpeza e desinfecção, os higie-nogramas (provas laboratoriais de pesquisa de microorganismos nas instalações ou equipamen-tos) e outras provas mais sofisticadas, como pesquisa de ATP, estão disponíveis comercialmente.

Por fim lembramos que os princípios ativos das diferentes classes dos desinfetantes, formula-ção do produto, concentração empregada, tem-po de exposição, quantidade de matéria orgâni-ca presente (biofilme), amostras esporuladas ou não de bactérias e fungos, exercem influência direta no resultado da desinfecção. O técnico responsável necessita conhecer muito bem os conceitos envolvidos, incluindo a relação dilui-ção-custo, antes de tomar uma decisão de uso.

Neste texto enviado à Revista do AviSite pelo médico veterinário Paulo César Martins, o autor fala sobre as provas de Concentra-ção Inibitória Mínima, que permitem definir se uma amostra de microorganismo é sensível ou resistente a um determinado antimicrobiano.

Artigo

MIC de quaternários de amônia para algumas amostras de bactérias selecionadas

MIC (µg/ml)

S. aureus E. coli P. aeruginosa

Quaternário de amônia 0,5 50 250

Adaptado de: Antiseptic and Disinfectants: Activity, Action, and Resistance. G. Mcdonnell and D. Russel. Clinical Microbiology Reviews. Jan. 1999. Pg. 147-179. Vol. 12. No. 1

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Poder de fogo contra Salmonellas Empresas e Equipamentos

O risco que as salmoneloses trazem à saúde dos animais e dos humanos é um assunto, a princípio, conhecido por todos. A obviedade das alternativas de tratamento na obtenção de um plantel sau-

dável, porém, é apenas aparente. Como frisado no estudo liderado pelo professor Paulo Lourenço, na página 28, a Salmonella é uma bactéria ardilosa. Deter sua contaminação é um dos maiores trabalhos da indústria de sanidade avícola e, felizmente, essa é uma tarefa cumprida com sincero sucesso. Na tentati-va de demonstrar a gama de opções existente contra a Salmonella, conversamos com as maiores empre-sas do ramo para saber quais são os melhores produtos oferecidos no combate e na prevenção da doen-ça. As informações podem ser conferidas a seguir e foram fornecidas por parte das companhias entrevistadas. As informações divulgadas são de responsabilidade das empresas.

Biovet Mais informações: www.biovet.com.br

Apresentada em frascos de 500ml 1000 doses, a vacina Bio-Enteritidis é destinada ao uso veterinário, sendo constituída por uma cultura de Salmonella Enteritidis cultivada em meio semisintético, inativada e microemulsio-nada em adjuvante oleoso. O produto possui em sua formulação os fagotipos de Salmo-nella Enteritidis prevalentes no território brasi-leiro (PT4, PT4a, PT6a, PT7, PT7a, PT9) e teve seu desenvolvimento em parceria com o Labo-ratório de Enterobactérias IOC/FIOCRUZ. Isto confere ao produto do Laboratório Biovet o mais elevado espectro de proteção contra a S. Enteritidis. Outro importante diferencial do produto está relacionado ao seu baixíssimo grau de reação local após a aplicação, resulta-do de um processo de produção especialmen-te desenvolvido pelo Biovet. Vale lembrar que esta é uma bactéria usualmente encontrada

no trato intestinal de ani-mais domésticos e selva-gens, especialmente nas aves e nos répteis. Inúme-ros sorotipos de Salmonella são patogênicos para os animais e ao homem. As pessoas podem expor-se à bactéria de várias manei-ras, porém, a mais docu-mentada é por meio da ingestão de alimentos de origem animal (ovo, fran-go, leite ou carne) contami-nados e ingeridos crus ou insuficientemente cozidos. Casos de salmone-lose têm sido relacionados ao consumo de ovos ou subprodutos, com identificação da Salmonella Enteritidis.

Bayer Mais informações: www.bayeravesesuinos.com.br

O Baytril® Solução 10% atua contra as infecções dos frangos de corte, avós, matrizes e perus, causadas por bactérias gram-negativas, gram-positivas e micoplas-mas sensíveis ao enrofloxacino. É especial-mente recomendado em infecções mistas por Mycoplasma spp. e Escherichia coli assim como infecções entéricas (colibacilo-se) e Salmonella spp. (tifo aviário e puloro-se); coriza infecciosa causada por Haemo-philus paragallinarum; cólera aviária causada por Pasteurella multocida; onfalites causadas por E. coli e Staphylococcus spp; aerosaculite causada por E. coli; e artrite causada por Mycoplasma sinoviae e Sta-phylococcus spp. Sua fórmula em solução

exclusiva para aves e foi desenvolvida pela Bayer AG (Alemanha). É bem tolera-da e possui ampla margem tera-pêutica. Sua ação bactericida mata as bactérias tanto na fase de crescimento quanto na fase estacionária. Não tem efeito negativo na produção. Já Racu-min® Pó é indicado para o controle de camundongos, ratos e ratazanas em áreas urbanas e rurais. É um raticida em pó hi-dro-repelente que age por con-tato ou ingestão e resiste por mais tempo em condições de alta umidade.

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36 Produção Animal | Avicultura

Caderno Saúde Avícola

Merial Mais informações: www.merial.com.br

Gallimune SE+ST é indicada para aves produ-toras de ovos no controle e na prevenção da salmone-lose aviária. A vacina biva-lente inativada contra Sal-monella Enteritidis (SE) e Salmonella Typhimurium (ST) é produzida a partir de um novo processo: a

“fermentação controlada de nutrientes”, que mantém o formato bacilar original, favorecendo a imunogenicidade. A vacina também apresenta menor reação pós-vaci-nal no sítio de inoculação, soroconversão rápida, forte e duradoura e, quando aplica-da durante o período de recria, reduz a taxa de excreção fecal (SE e ST) e a trans-missão vertical (SE) no período de produ-ção de ovos.

A Novus do Brasil provém soluções efi-cientes para o controle de patógenos como Salmo-nella, E.coli e Campylobac-ter. Estas solu-ções estão baseadas na

tecnologia de ácidos orgânicos

que compõem as linhas Activate® e Acidomatrix®.

A linha Activate® está composta por

misturas altamente concentradas de ácidos orgânicos em forma líquida (Activate® WD) ou em pó (Activate® DA). Esta linha pode ser utilizada na água de bebida e na ração. A linha Acidomatrix® está composta por ácidos orgânicos protegidos de libera-ção lenta no intestino delgado e grosso.

A linha Activate® tem um forte efeito acidificante e bactericida na água de bebi-da ou na ração (dependendo da utilização) assim como no trato gastrointestinal. A utilização de Activate® melhora o desem-penho por promover o equilíbrio da micro-biota gastrointestinal e facilitar a digestão. A linha Acidomatrix® tem um potente efeito bactericida nas condições de baixa acidez do trato intestinal.

Novus Mais informações: www.novusint.com

Ceva Mais informações: www.cevabrasil.com.br

A Linha Corymune da Ceva traz para a avicultura de postura moderna o conceito de que proteção não demanda, necessaria-mente, muito esforço. Utilizando as vacinas Corymune, o manejo se torna muito simplificado, já que em uma única apli-cação podemos ter indu-ção da proteção contra Coriza Infecciosa e Salmo-

nella, podendo ainda a vacina

conter antígenos contra a Doença de New-castle, Bronquite Infecciosa Aviária e a EDS. As vacinas Corymune são recomenda-das para a imunização das aves contra a Coriza Infecciosa causada pelo Avibacte-rium Paragallinarum e Salmonella Enteriti-dis. As vacinas possíveis de serem aplica-das a partir de 8 semanas devem ser injetadas por via subcutânea ou intramus-cular (sob a pele do pescoço ou músculos do peito coxa), em doses de 0,5 ml por ave. Além disso, a vacinação controla a transmissão vertical das doenças por meio de ovos.

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37 Produção Animal | Avicultura

Poly Sell Mais informações: www.polysell.com.br

POLY-PHEN é o produto de eleição que tem se destacado no controle de Salmonellas nos sistemas de produção, inclusive com óti-mos resultados dentro das fábricas de rações. Amplo espectro de ação, alto poder residual, melhor desempenho em presença de matéria orgânica e estabilidade em solução são os grandes diferenciais oferecidos pela Poly Sell com o Poly-Phen. Já o AVT-40 é uma ferra-menta auxiliar importante nos programas de controle de Salmonellas. É o único produto que atua simultaneamente como detergente e de-sinfetante e com a vantagem de não necessitar enxágue, gerando grande economia de água. Por ser concentrado, permite altas diluições e baixo custo.

Pfizer Mais informações: www.pfizersaudeanimal.com.br

Poulvac SE é uma vacina inativada, emulsionada em adjuvante oleoso, que inclui em sua composição três fagotipos de Salmo-nella Enteritidis (SE). Aves jovens são mais sensíveis às infecções por esta bactéria, cau-sadora da salmonelose, devido à imaturidade do seu sistema imunológico e pela ausência de colonização completa de sua flora intesti-nal. Em estudo realizado com grupos de aves imunizadas com a vacina Poulvac SE e outro grupo de controle, foi comprovado que a vacina estimula a capacidade de proteção passiva por meio de desafio experimental. Observou-se uma redução de até nove vezes na produção de ovos positivos, além da pro-

dução de pintos mais resistentes, comprova-dos pela menor excre-ção fecal e reisola-mento em órgãos com fígado, baço e cecos. A vacina deve ser administrada na dose de 0,3ml em cada ave por via sub-cutânea ou intramus-cular. São recomenda-das duas doses durante a fase de crescimento das aves.

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38 Produção Animal | Avicultura

Pesquisa de Orçamentos familiares/ 2ª parte

Brasileiro leva para casa quase 13 quilos de frango e perto de 60 ovos

A Pesquisa de Orçamentos Familiares 2008-2009,

cuja segunda parte foi divulga-da pelo Instituto Brasileiro de Geografia Estatística (IBGE), em dezembro último, mostra que os brasileiros adquirem, para o consumo doméstico, 12,774 kg per capita de carne de frango. Já no consumo de ovos as aquisições ficam resu-midas a apenas 25% desse vo-lume – 3,201 quilos, peso que corresponde a pouco mais de 58 ovos de 55 gramas per capi-ta anualmente.

Correspondentes à média nacional, esses volumes apre-sentam variação significativa conforme a Região brasileira. No caso do frango, o maior consumo per capita está no Norte – quase 19 quilos - en-quanto o menor volume foi re-gistrado no Centro-Oeste – 10,214 quilos per capita, consumo não muito diferente do Sudeste – 10,954 quilos per capita.

Note-se, de toda forma, que os dados se referem ao consu-mo domiciliar da carne de frango in natura. Por isso, os números proporcionalmente menores da Região Sudeste não significam, necessariamente, menor consumo per capita: po-dem resultar, por exemplo, de um maior número de refeições fora do domicílio ou decorrem

Maior consumo per capita está no Norte e o menor no Centro-Oeste

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Produção Animal | Avicultura 39

do aumento de consumo de industrializados, tendência confirmada pelo IBGE.

Em relação aos ovos, o maior consumo per capita domiciliar é observado na Região Sul, onde a quantidade consumida é mais de 30% superior à média nacional. E, a exemplo da car-ne de frango, o menor consumo doméstico é observado nas Regiões Centro-Oeste e Sudeste.

A ressalvar, no tocante à carne de frango, que o IBGE detectou, também, as aquisições de

frango vivo. O volume adquirido para o consu-mo domiciliar correspondeu (média nacional) a quase 2% de toda a carne de frango consumi-da, mas não foi incluído nos presentes dados, referentes, apenas, ao frango abatido.

Já no tocante aos ovos, sobre os quais não há comentários adicionais, não custa observar que o consumo domiciliar anual detectado pelo IBGE corresponde a pouco mais de uma unidade per capita por semana. O que, conve-nhamos, é um quase nada em se tratando desse alimento.

Mas é bom que se saiba que a situação já es-teve pior, muito pior. Na Pesquisa de Orçamen-tos Familiares 2002/2003, o IBGE detectou um consumo per capita anual de 1,716 kg de ovos de galinha, volume que na Pesquisa mais re-cente (2008/2009) subiu para 3,201 kg per ca-pita.

Ou seja: enquanto vários outros alimentos apresentaram forte redução e/ou relativa esta-bilidade no consumo doméstico – feijão, queda de 40%; arroz, queda de 26%; carne de frango, menos 0,14%; carne suína, menos 2,51% - os ovos de galinha mostraram expansão de 86,54%.

Supondo-se peso médio unitário de 55 gra-mas, o consumo doméstico subiu de 31,2 ovos per capita para 58,2 ovos per capita – 27 unida-des a mais. Mesmo isso, porém, não invalida a constatação de que continua sendo um quase nada em se tratando desse riquíssimo alimen-to.

Inteiro ou cortes? Como é o frango que o brasileiro leva para casa

Cerca de 61% da carne de frango adquirida pelos brasileiros para consumo doméstico che-ga em casa sob a forma de frango inteiro. Ou seja: os cortes de frango representam menos de 40% do que se consome nos lares do Brasil.

Essa, entretanto, é apenas a média nacional. Porque nas duas Regiões mais evoluídas econo-micamente o frango inteiro já não representa nem a metade do consumo doméstico total. Ou

A segunda parte da POF A primeira parte da Pesquisa de Orçamentos Familiares 2008-2009 foi divulgada na edição de setembro de 2010

(nº 41) da Revista do AviSite. A matéria revelou, por exemplo, que em uma família que gasta R$420,00 com a alimen-tação, R$15,12 e R$3,36 são destinados para a compra de frangos e de ovos, respectivamente.

Vale lembrar também que a POF 2008-2009 investigou a quantidade e os gastos mensais dos brasileiros com os alimentos consumidos domiciliarmente.

Assinantes podem consultar a edição de setembro e a primeira parte desta pesquisa através da página www.avisite.com.br/revista. Outras informações sobre o IBGE podem ser encontradas no site www.ibge.gov.br.

Números menores da Região Sudeste não significam menor consumo per capita. Podem resultar de um maior número de refeições fora do domicílio ou do

aumento da presença de industrializados

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40 Produção Animal | Avicultura

Pesquisa de Orçamentos familiares/ 2ª parte

40 Produção Animal | Avicultura

seja, corresponde a apenas 46% no Sudeste; e a não mais que 39% na Região Sul – a que, não por acaso, concentra o maior abate e a maior exportação de frangos do País. Assim, em opo-sição, onde se consome mais frango inteiro é na Região Norte, a com menor abate de frangos no Brasil.

Como seria de esperar, os dois principais cortes de frango adquiridos para consumo do-méstico são a coxa e o peito, com um índice de participação quase similar: 12,4% para a coxa e 11,9% (diferença de meio ponto percentual) para o peito. Mas eles também apresentam sig-nificativas diferenças regionais, mesmo entre Sul e Sudeste.

Na Região Sul, por exemplo, a coxa é o prin-cipal corte adquirido para consumo doméstico

(quase 30% do total), enquanto no Sudeste a liderança é do peito de frango (21% do total). Porém, enquanto no Sudeste não há grande di-ferença do primeiro para o segundo corte (coxa, 15,2% do total – 6 pontos percentuais a menos), no Sul essa diferença é de quase 20 pontos percentuais a menos (coxa, 9,8% das aquisições totais de frango abatido).

Calculados a partir do POF 2008-2009, esses índices, de toda forma, não devem ser conside-

rados em seus valores absolutos, sobretudo por-que um expressivo volume de cortes (quase 9% no Nordeste; mais de 12% na Região Sul) não foi devidamente identificado (na tabela, N/E, ou seja, carne de frango não-especificada).

Carne de frango é a mais democrática das carnes

Enquanto o consumo de carne bovina pode variar até 100% entre a menor e a maior classe de renda salarial e o de carne suína chega a re-gistrar variação de até 300% (o que, provavel-mente, envolve também hábitos alimentares, além do nível de renda), a de frango se mostra a mais democrática das carnes: o consumo da classe com melhor renda é apenas 28% supe-rior ao da classe com renda inferior.

Nas Regiões economicamente mais evoluídas frango inteiro já não

representa nem a metade do consumo doméstico total

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Produção Animal | Avicultura 41

Consumo de frango da classe com melhor renda é apenas 28% superior ao

da classe com renda inferior

No período do levantamento do IBGE para a Pesquisa de Orçamentos Familiares, na média, o brasileiro adquiriu 13,202 quilos per capita/ano de carne de frango (o valor se refere à car-ne de aves, mas o frango representa de 98% a 99% desse total). As aquisições de classe de me-nor renda ficaram 14% abaixo dessa média, en-quanto as de maior renda ficaram 10% acima da média.

Para dar ideia do que isso representa, basta citar que, para a carne bovina, os volumes ad-quiridos ficaram 31% e 35% abaixo e acima da média, respectivamente.

O “frango de padaria” no consumo doméstico

Dados da POF 2008-2009 revelam que o consumo doméstico de carne de frango dos brasileiros vai além dos 12,774 kg per capita re-presentados pelo frango abatido in natura.

Na verdade, o produto in natura correspon-de a 92% do volume total adquirido para con-sumo doméstico – o que significa dizer que o per capita efetivo nos lares do Brasil anda pró-ximo dos 14 kg (mais exatamente, 13,925 kg per capita). E como se distribuem os 8% restan-tes?

O frango vivo representa menos de 1% do total, mas sua venda ainda persiste. E é maior,

claro, nas Regiões onde é mínimo o número de abatedouros avícolas – Norte e Nordeste.

A seguir, representando 2% do total, vêm os empanados de frango. Que têm na Região Sul do País praticamente o dobro do consumo ob-servado na Região Sudeste (nesta, 188 gramas; no Sul, 365 gramas per capita). Mas, curiosa-mente, o consumo do Sudeste é apenas 69 gra-mas superior ao da Região Norte (119 gramas).

Quanto ao frango assado – o chamado “frango de padaria” – em cuja rubrica a POF in-clui também o produto defumado, responde por 5% do consumo doméstico.

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Exportação

No volume

10,71

1,23

0,64

0,65

0,46

0,11

26,88

13,09

% do total nacional

No volume

5,56

2,37

2,23

0,46

0,38

27,03

16,03

% do total nacional

PR

Item exportado

Cortes

Inteiro

Salgada

Industrializados de peru

Industrializado

Cortes de peru

Ovo fértil

TOTAL

1Posição

4

6

16

29

37

60

79

1Part.%

6,16

4,29

1,01

0,58

0,50

0,21

0,14

12,89

US$ milhões

873,401

607,915

142,805

82,089

70,492

29,139

19,498

1.825,339

Var. anual %

28,59

13,83

-21,29

-17,61

-9,50

-26,00

64,02

12,43

Mil t

509,995

417,257

47,934

24,817

25,344

17,845

4,253

1.047,445

Var. anual %

11,34

5,44

-31,50

-26,66

-17,95

-26,26

15,92

3,06

Na receita

13,01

9,06

2,13

1,22

1,05

0,43

0,29

27,19

Valor VolumeParaná

SC

Item exportado

Cortes

Inteiro

Industrializado

Salgada

Industrializados de peru

Cortes de peru

TOTAL

1Posição

1

4

6

8

22

32

1Part.%

15,23

4,35

3,72

3,35

0,78

0,37

27,80

US$ milhões

1.154,430

329,493

282,167

253,714

58,952

28,308

2.107,064

Var. anual %

16,46

23,7

1,96

35,64

27,96

76,38

18,14

Mil t

624,449

216,777

92,178

86,942

18,109

14,799

1.053,254

Var. anual %

-0,53

8,93

6,60

19,11

15,33

25,59

3,90

Na receita

17,20

4,91

4,20

4,20

3,78

0,88

31,39

Valor VolumeSanta Catarina

No volume

7,34

1,11

0,75

0,25

0,35

21,08

11,29

% do total nacional

RSItem exportado

Inteiro

Cortes

Industrializado

Salgada

Industrializados de peru

Cortes de peru

TOTAL

1Posição

4

5

30

35

77

80

1Part.%

4,35

3,39

0,58

0,54

0,19

0,18

9,23

US$ milhões

668,722

521,264

88,934

83,093

29,063

27,066

1.418,142

Var. anual %

19,11

13,97

-10,01

4,57

-1,69

57,84

14,02

Mil t

439,791

285,999

43,241

29,265

9,712

13,579

821,587

Var. anual %

7,63

-0,38

-1,14

-1,86

-17,76

25,05

3,75

Na receita

9,96

7,76

1,32

1,24

0,43

0,40

21,13

Valor VolumeRio Grande do Sul

Item exportado

Cortes

Inteiro

Industrializados de peru

Cortes de peru

Salgada

TOTAL

1Posição

5

9

16

19

23

1Part.%

4,75

3,14

1,27

0,74

0,48

10,38

US$ milhões

192,032

127,132

51,412

29,964

19,264

419,804

Var. anual %

24,23

62,00

12,83

82,60

64,61

36,86

Mil t

105,356

85,281

11,672

12,362

6,985

221,656

Var. anual %

8,26

26,50

3,53

27,15

56,30

16,54

Na receita

2,86

1,89

0,77

0,45

0,29

6,25

No volume

2,19

0,30

0,32

0,18

5,69

2,70

Valor % do total nacionalVolumeGoiás

GO

No volume

1,79

6,45

4,65

% do total nacional

SP

Item exportado

Cortes

Inteiro

TOTAL

1Posição

29

81

1Part.%

0,56

0,19

0,75

US$ milhões

294,443

101,722

396,165

Var. anual %

10,69

-3,02

6,81

Mil t

181,329

69,926

251,255

Var. anual %

-1,81

-0,41

-1,43

Na receita

4,39

1,52

5,90

Valor VolumeSão Paulo

42 Produção Animal | Avicultura

A carne avícola na balança comercial dos estadose grandes regiões exportadoras

1 – Posição e % de participação do item na pauta exportadora da Unidade Federativa, da Região ou do Brasil. Assim, por exemplo, em Santa Catarina somente a exportação de cortes de frango foi responsável pela geração de 15% da receita cambial obtida pelo Estado no exercício passado. A ressaltar que os números foram extraídos de informações divulgadas na internet pela SECEX/MDIC, cujos números abrangem apenas os 100 principais produtos exportados por cada UF, Região brasileira ou Brasil. Daí a ausência de informações sobre as exportações de ovos de consumo e de material genético. Isso também explica porque, apesar da presença de Pernambuco na relação, não há qualquer menção ao Nordeste: o frango exportado pela avicultura pernambucana correspondeu ao 32º produto da pauta local; mas não se colocou entre os 100 principais produtos exportados pela Região Nordeste.

E ssencial para o Brasil na geração de divisas – pelo menos 3,5% da receita cambial do País

em 2010 – a exportação de produtos avícolas ad-quiriu importância capital para vários estados brasileiros.

Veja-se o caso, muito especial, de Santa Cata-rina, Estado em que mais de 25% da receita cam-bial foi propiciada pelas carnes de frango e de peru. Ou, ainda, do Distrito Federal, cujas expor-tações, embora incipientes, contaram com o frango para gerar quase três quartos da receita cambial local.

E por falar nas vendas externas catarinenses, em 2010 o Estado permaneceu na liderança das exportações avícolas brasileiras, mantendo a mesma posição por 36 anos consecutivos, ou seja, desde que realizou, pioneiramente, os pri-meiros embarques do setor, em 1975.

Na sequência, a partir de Santa Catarina e or-denadas segundo a receita cambial obtida no ano que passou, as 10 Unidades Federativas (UF) em que carne de frango (cortes, inteiro, indus-trializados, salgada), carne de peru (cortes e in-dustrializados) e ovos férteis se colocaram entre

os 100 principais produtos exportados pela res-pectiva UF. Ou seja: não estão computadas neste balanço as exportações de ovos de consumo e de material genético.

Complementando a matéria, as três princi-pais Regiões exportadoras – pela ordem, Sul, Centro-Oeste e Sudeste – e um sumário das ex-portações avícolas brasileiras. Que – considera-das apenas as carnes de frango e de peru – gera-ram receita cambial 10,63% maior que a de 2009 e trouxeram para o País divisas da ordem US$6,7 bilhões

PIONEIRO Santa Catarina mantém liderança das

exportações avícolas brasileiras há 36 anos consecutivos, desde

que realizou os primeiros embarques do setor, em 1975

Page 43: Produção Animal | Avicultura 3 · 2012. 6. 11. · 8 Produção Animal | Avicultura Painel do Leitor Escreva para: imprensa@avisite.com.br Dados do USDA com previsões para 2010

Produção Animal | Avicultura 43

No volume

10,71

1,23

0,64

0,65

0,46

0,11

26,88

13,09

% do total nacional

No volume

5,56

2,37

2,23

0,46

0,38

27,03

16,03

% do total nacional

PR

Item exportado

Cortes

Inteiro

Salgada

Industrializados de peru

Industrializado

Cortes de peru

Ovo fértil

TOTAL

1Posição

4

6

16

29

37

60

79

1Part.%

6,16

4,29

1,01

0,58

0,50

0,21

0,14

12,89

US$ milhões

873,401

607,915

142,805

82,089

70,492

29,139

19,498

1.825,339

Var. anual %

28,59

13,83

-21,29

-17,61

-9,50

-26,00

64,02

12,43

Mil t

509,995

417,257

47,934

24,817

25,344

17,845

4,253

1.047,445

Var. anual %

11,34

5,44

-31,50

-26,66

-17,95

-26,26

15,92

3,06

Na receita

13,01

9,06

2,13

1,22

1,05

0,43

0,29

27,19

Valor VolumeParaná

SC

Item exportado

Cortes

Inteiro

Industrializado

Salgada

Industrializados de peru

Cortes de peru

TOTAL

1Posição

1

4

6

8

22

32

1Part.%

15,23

4,35

3,72

3,35

0,78

0,37

27,80

US$ milhões

1.154,430

329,493

282,167

253,714

58,952

28,308

2.107,064

Var. anual %

16,46

23,7

1,96

35,64

27,96

76,38

18,14

Mil t

624,449

216,777

92,178

86,942

18,109

14,799

1.053,254

Var. anual %

-0,53

8,93

6,60

19,11

15,33

25,59

3,90

Na receita

17,20

4,91

4,20

4,20

3,78

0,88

31,39

Valor VolumeSanta Catarina

No volume

7,34

1,11

0,75

0,25

0,35

21,08

11,29

% do total nacional

RSItem exportado

Inteiro

Cortes

Industrializado

Salgada

Industrializados de peru

Cortes de peru

TOTAL

1Posição

4

5

30

35

77

80

1Part.%

4,35

3,39

0,58

0,54

0,19

0,18

9,23

US$ milhões

668,722

521,264

88,934

83,093

29,063

27,066

1.418,142

Var. anual %

19,11

13,97

-10,01

4,57

-1,69

57,84

14,02

Mil t

439,791

285,999

43,241

29,265

9,712

13,579

821,587

Var. anual %

7,63

-0,38

-1,14

-1,86

-17,76

25,05

3,75

Na receita

9,96

7,76

1,32

1,24

0,43

0,40

21,13

Valor VolumeRio Grande do Sul

Item exportado

Cortes

Inteiro

Industrializados de peru

Cortes de peru

Salgada

TOTAL

1Posição

5

9

16

19

23

1Part.%

4,75

3,14

1,27

0,74

0,48

10,38

US$ milhões

192,032

127,132

51,412

29,964

19,264

419,804

Var. anual %

24,23

62,00

12,83

82,60

64,61

36,86

Mil t

105,356

85,281

11,672

12,362

6,985

221,656

Var. anual %

8,26

26,50

3,53

27,15

56,30

16,54

Na receita

2,86

1,89

0,77

0,45

0,29

6,25

No volume

2,19

0,30

0,32

0,18

5,69

2,70

Valor % do total nacionalVolumeGoiás

GO

No volume

1,79

6,45

4,65

% do total nacional

SP

Item exportado

Cortes

Inteiro

TOTAL

1Posição

29

81

1Part.%

0,56

0,19

0,75

US$ milhões

294,443

101,722

396,165

Var. anual %

10,69

-3,02

6,81

Mil t

181,329

69,926

251,255

Var. anual %

-1,81

-0,41

-1,43

Na receita

4,39

1,52

5,90

Valor VolumeSão Paulo

comercial dos estadose grandes regiões exportadoras

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Exportação

44 Produção Animal | Avicultura

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Produção Animal | Avicultura 45

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46 Produção Animal | Avicultura

AviGuia: produtos, serviços e empresas

O Grupo EW, multinacional atuante no campo de genética

avícola e do qual fazem parte as empresas Lohmann e Hy-Line, criou a empresa Lohmann do Brasil, que passará a comercializar as linhagens Lohmann LSL e Lohmann Brown,

distribuídas anteriormente pela Hy-Line do Brasil.

Segundo o Diretor Geral desta última companhia, Rogério Belzer, a ação foi motivada pela demanda e crescimento das vendas, tanto da Hy-Line quanto da Lohmann. “Em poucos países a mesma empresa distri-bui as duas linhagens. Esta é uma ação que segue uma estratégia mundial do Grupo EW, pois com estruturas únicas e foco direcionado, podemos atender melhor as expectativas e necessidades dos clientes. Inclusive, já havíamos começado a separar as equipes de vendas e, então, a criação da Lohmann do Brasil foi um caminho natural”, avaliou Belzer.

A direção será assumida pelo médico veterinário Tiago Lourenço. “A evolução genética das linhagens Lohmann é evidente e demandou uma unidade de negócios independente. A

Hy-Line auxiliou muito no desenvolvi-mento da marca Lohmann no merca-do interno e agora esta nova estrutura-ção propiciará o melhor desenvolvimento das equipes técnicas e de vendas específicas”, afirma Lourenço. “Ambas as empresas pode-rão desenvolver atuações mais focadas e segmentadas, dentro das característi-cas de cada linhagem, o que é alta-mente positivo para os parceiros co-merciais das duas companhias”, destacou. O Grupo EW foi fundado em 1932 na Alemanha. Atualmente, possui 35 empresas em 15 países e cerca de 4 mil colaboradores, que atuam em diferentes segmentos, como alimentação, saúde humana e animal, além de ser líder em genética avícola. Algumas empresas de genética avícola do grupo são Aviagen, H&N, Lohmann e Hy-Line. Para mais informações: www.hylinedobrasil.com.br.

Grupo EW cria a Lohmann do BrasilNova unidade de negócios

Linhagens da empresa eram distribuídas pela Hy-Line

TIAGO LOURENÇO

assume direção da Lohmann do Brasil

A Vaccinar Nutrição e Saúde Animal reforça a estrutura de

sua força de vendas com a contra-tação de Homero Borin Junior, que assume a Gerência Regional Aves da Região Sul do país e Paraguai.

Formado em zootecnia e com mestrado em produção animal, Homero acumula uma vasta experi-ência de 25 anos no segmento de nutrição animal em importantes empresas do setor, sempre atuante em cargos técnicos, comerciais e gerenciais.

A nova contratação foi realiza-da dentro da filosofia de trabalho da Vaccinar: buscar profissionais com excelente formação acadêmica

aliada a uma compro-vada experiência.

Homero tem o desafio de desenvolver estratégias para am-pliar ainda mais a participação da em-presa no segmento de avicultura, abrindo mercado, criando novas parcerias através de um trabalho consis-tente e transparente na comercialização dos produtos Vaccinar. Saiba mais sobre a empresa em: www.vaccinar.com.br.

Vaccinar reforça equipe de profissionais Contratação

Homero Borin assume Gerência Regional do Sul e Paraguai

BORIN 25 anos em

nutrição animal

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Produção Animal | Avicultura 47

Leia as últimas notícias sobre as empresas do setor em www.avisite.com.br

Planejado para ser um site mais interativo e dinâmico, a nova pági-

na da GSI Brasil traz mais informação com maior facilidade, garantindo as melhores soluções para o negócio de seus clientes. O novo portal apresenta uma página dinâmica com destaque

para os produtos, recursos interativos em design moderno e fácil navegação. Conheça o novo site da GSI: www.gsibrasil.ind.br.

De cara nova I

Site ainda garante melhores soluções para negócios

Novo portal da GSI traz informações com mais facilidade

Novo portal apresenta

página dinâmica

A Granja Planalto, em parceria com a Hubbard do Brasil, realizou no

dia 11 de janeiro o Workshop Técnico Planalto, em Pará de Minas, MG. O principal objetivo do evento foi divulgar a linhagem Hubbard Flex e apresentar resultados de campo do novo produto comercializado pela empresa. O evento contou com a participação de empre-sários e técnicos da avicultura de corte e de matrizes, laboratórios e compa-nhias de nutrição que atuam na região.

Durante a abertura do workshop, os Gerentes da Área Comercial de

Corte e de Matrizes Pesadas da Planalto, Robson Luiz de Carvalho e Carlos Alberto Ceron, agradeceram a presença dos convidados e enfatizaram a importância deste tipo de evento para a troca de informações e integra-ção dos profissionais.

Inaugurando o ciclo de palestras, José Flávio Neves Mohallem, Presidente da Granja Planalto, fez uma apresentação sobre “Cenários”; na sequência, Alberto Minoru Miyasaka, Diretor Geral da Hubbard do Brasil, discorreu sobre o “Group Gruimaud”

e Márcio Bastieri, Veterinário da Área Comercial de Matrizes Pesadas da Planalto, apresentou “Considerações sobre a Matriz Hubbard Flex”. Para finalizar, Alysson Polzonoff, Gerente Técnico da Hubbard Brasil, apresentou “Performance do Frango Hubbard Flex”.

Após o ciclo de palestras os convi-dados aproveitaram um coquetel, ao lado de toda a equipe Comercial da Planalto e da Hubbard do Brasil reali-zado no Hotel Suntory. Saiba mais: www.granjaplanalto.com.br.

Evento

Objetivo foi divulgação da linhagem Hubbard Flex

Planalto realiza workshop técnico em MG

PARTICIPANTESEquipe Planalto e Equipe Hubbard

durante workshop

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48 Produção Animal | Avicultura

AviGuia: produtos, serviços e empresas

Equipe durante 5° Reunião de Distribuidores

Para 2011

Crescimento planejado para este ano é de cerca de 20%

A Poli-Nutri realizou durante o mês de janeiro, encontros regionais com todos

os profissionais de sua equipe de vendas. Os eventos aconteceram em Campinas (SP), Florianópolis (SC) e Eusébio (CE), onde tra-balharam intensamente no alinhamento de estratégias e objetivos para 2011.

Segundo o gerente nacional de vendas, Aldo Barbugli, a companhia, neste ano, acelerou uma série de ações que permitirão atender com maior precisão as novas de-mandas do mercado, investindo em tecno-logia, logística e serviços. “O crescimento de nossa empresa em 2010 foi fruto do empenho de toda a equipe, de uma maior aproximação com o mercado e mais agilida-de em entender as necessidades dos clien-tes, isso faz a diferença da Poli Nutri”, diz Aldo.

O crescimento planejado para 2011 é de cerca de 20%. A empresa vai continuar com o foco estratégico nas áreas de bovinos e aqua, além de aves e suínos, segmentos onde já é referência. Seguirá investindo na capacitação da equipe e na busca de novos talentos em áreas geográficas estratégicas.

“O empenho de todos, dos técnicos aos nossos representantes, é fundamental para que sigamos a nossa evolução e todos se-jam beneficiados”, explica Aldo. Para mais informações: www.polinutri.com.br.

Poli-Nutri reúne equipe de vendas para alinhar estratégias

De cima para baixoEquipes de Campinas (SP),

Florianopólis (SC) e Eusébio (CE)

O novo web site da Val-Co do Brasil já está no ar. O portal

apresenta a linha completa de pro-dutos, notícias e novidades, informa-ções sobre financiamento e orçamen-tos, além de mostrar aos clientes a história e valores da empresa. O site

também auxilia o produtor a encontrar um representante Val-Co mais próxi-mo. Acesse o site: www.valcobrasil.com.br.

De cara nova II

Portal apresenta linha completa de produtos

Val-Co do Brasil lança novo site

Site ajuda a encontrar

representante da empresa

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Produção Animal | Avicultura 49

A constante elevação do pre-

ço dos principais insumos

nutricionais da produção

avícola, o milho e o farelo de soja, já

provoca preocupação nos setores de

corte e postura. Principalmente por-

que os próximos dois meses são, tra-

dicionalmente, período em que

pode haver retrocesso nas cotações

do frango e do ovo – basta avaliar-se

as médias históricas. E os aumentos

consecutivos do farelo e do milho

elevaram os preços dos insumos a

patamares pré-crise mundial. O mi-

lho, por exemplo, teve em janeiro de

2011 a mais alta média em 36 me-

ses, R$30,50. É o maior valor desde

dezembro de 2007, quando a saca

foi comercializada ao preço médio

de R$32,76. Essas cotações são do

interior de São Paulo, mas servem de

referência para todo o país e ilus-

tram o desafio dos próximos meses:

ter em foco o crescimento projetado

para 2011, mas mantendo o equilí-

brio e a viabilidade. Pelo cenário

atual, não parece tarefa fácil.

Produção de pintos de corteOUTUBRO/2010513,130 milhões

2,01%*

Produção de carne de frangoDEZEMBRO/2010

1.112,104 toneladas10,10%

Exportação de carne de frangoDEZEMBRO/2010

315.316 toneladas0,17%

Oferta interna de carne

de frangoDEZEMBRO/2010

796,786 toneladas14,60%

Alojamento de matrizes de

posturaDEZEMBRO/2010

81,161 mil-10,42%

Alojamento de pintainhas de

posturaDEZEMBRO/20106,131 milhões

18,35%

Desempenho do frango vivo

JANEIRO/2011R$1,96kg23,80%

Desempenho do ovo

JANEIRO/2011R$37,08/cxa.

16,60%

MilhoJANEIRO/2011R$30,50/saca

57,95%

Farelo de Soja

JANEIRO/2011763,00/ton.

2,42%

Produção e mercado em resumoCotações em alta do milho e farelo de soja preocupam setor

Estatísticas e Preços

*todas as porcentagens são variações anuais

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50 Produção Animal | Avicultura

Estatísticas e Preços

Produção de pintos de corteRompida uma tradição: volume de outubro não foi o maior do ano

Evolução mEnsal MILHÕES DE CABEÇAS

MÊS 2008/2009 2009/2010 VAR. %

Novembro 431,662 462,635 7,18%

Dezembro 443,854 493,895 11,27%

Janeiro 417,755 472,898 13,20%

Fevereiro 406,918 448,957 10,33%

Março 425,628 510,371 19,91%

Abril 455,711 497,581 9,19%

Maio 461,811 500,989 8,48%

Junho 482,089 500,788 3,88%

Julho 500,270 512,451 2,44%

Agosto 482,678 514,822 6,66%

Setembro 467,938 496,915 6,19%

Outubro 503,041 513,130 2,01%

EM 10 MESES 4.603,838 4.968,902 7,93%

EM 12 MESES 5.479,355 5.925,432 8,14%

Fonte dos dados básicos: UBA – Elaboração e análises: AVISITE

Quem atua na avicultura de corte sabe que outubro é, normalmente, o mês

de maior produção de pintos de corte. Por-que, fundamentalmente, é quando se pre-para a oferta das Festas, um dos melhores períodos de consumo do ano.

Porém, em outubro de 2010 foi dife-rente. Pois, conforme a APINCO, os pintos de corte produzidos no mês tiveram volu-me inferior ao de agosto. Assim, a quanti-dade registrada no mês ficou em 513,1 mi-lhões de cabeças, o que significou aumentos de 2% sobre outubro/09 e de pouco mais de 3% sobre o mês anterior, setembro/10. Este último índice, porém, é nominal. Porque, considerado o volume diário, a produção dos dois meses foi abso-lutamente a mesma (16,5 milhões/dia em agosto e setembro).

Tal estabilidade, por sinal, não se resu-me ao bimestre citado: começou a ser ob-servada em março de 2010. Tanto que, em oito meses (março a outubro), o volume diário de pintos produzidos não saiu da fai-xa dos 16 milhões de cabeças, com varia-ção de 3% entre a menor e a maior produ-ção (em idêntico período do ano passado a variação entre a menor e a maior produção foi de 14%).

Graças a essa estabilidade, a produção brasileira de pintos de corte - que no início do ano passado chegou a registrar incre-mentos superiores a dois dígitos - em outu-bro apresentava evolução anual da ordem de 8% em relação aos mesmos dez meses de 2009, ficando próxima dos 4,970 bi-lhões de cabeças. Isto corresponde a uma média de 497 milhões de cabeças/mês e projeta para 2010 volume em torno de 5,965 bilhões de cabeças, 7% a mais que em 2009.

Ainda não se sabe se a estabilidade an-terior foi mantida nos dois meses finais de 2010 – cuja maior parte, aliás, só chegou ao mercado, como frango, agora em 2011. O certo, apenas, é que nos 12 meses en-cerrados em outubro de 2010 o volume produzido registrava incremento de 8,14% e somava 5,925 bilhões de pintos de corte.

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Produção Animal | Avicultura 51

Produção de carne de frangovolume anual cresce quase 90% na década e chega aos 12,3 milhões de toneladas

Evolução mEnsalMIL TONELADAS

MÊS 2009 2010 VAR. %

Janeiro 889,681 1.000,611 12,47%

Fevereiro 780,499 870,352 11,51%

Março 862,047 966,853 12,16%

Abril 830,420 1.026,166 23,57%

Maio 901,884 1.072,142 18,88%

Junho 892,223 1.041,178 16,69%

Julho 956,585 1.067,354 11,58%

Agosto 1.004,081 1.056,971 5,27%

Setembro 956,166 997,524 4,33%

Outubro 957,625 1.070,510 11,79%

Novembro 979,969 1.030,498 5,16%

Dezembro 1.010,062 1.112,104 10,10%

Em 12 meses 11.021,242 12.312,263 11,71%

Fonte dos dados básicos: UBA – Elaboração e análises: AVISITE

Após enfrentar pequena redução em 2009 (como efeito da recessão eco-

nômica mundial, queda de -0,10% sobre o ano anterior – a única ocorrida na década) a produção brasileira de carne de frango voltou ao ritmo normal e fechou 2010 com volume da ordem de 12,3 milhões de to-neladas e crescimento de 11,71% sobre o ano anterior.

Os números da APINCO apresentam, à primeira vista, uma expansão excessiva. Mas – repetindo – é apenas a volta ao rit-mo normal, já que o volume registrado corresponde a um incremento médio de 5,6% no biênio 2009-2010.

Por sinal, esse índice de incremento está ligeiramente aquém do índice dece-nal, já que na primeira década dos anos 2000 a produção evoluiu a uma média de 6,58%, aumentando quase 90% no período. Não só isso: ele permanece abai-xo, também, do índice de expansão regis-trado entre 2001 e 2008, período em que a produção brasileira de carne de frango evoluiu a uma média de, praticamente, 8% ao ano.

De toda forma, a expansão observada em 2010 não esteve relacionada apenas a um retorno à normalidade. Foi determina-da, também, pela proibição, no primeiro semestre, da produção da carne de frango levemente temperada. Sem aditivos, caí-ram o peso médio e o faturamento do frango então comercializado, perda com-pensada (ao menos em relação ao fatura-mento) com o prolongamento do tempo de criação e concomitante aumento do peso do frango. E se isso agravou o desem-penho econômico do setor na primeira metade do ano, na outra metade ajudou a minimizar as dificuldades no abastecimen-to de carne bovina. Aparentemente, po-rém, o aumento de 6% do segundo se-mestre de 2010 (em relação ao primeiro semestre) foi insuficiente para o atendi-mento integral da demanda, visto que nes-se período o produto conseguiu alcançar preços nunca antes registrados. Ou será que, até então, o frango sempre esteve subvalorizado?

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52 Produção Animal | Avicultura

Estatísticas e Preços

Senão totalmente, os efeitos da crise econômica mundial sobre as exporta-

ções brasileiras de carne de frango come-çam a ser superados. Pois depois de ter amargado uma estagnação em 2009, o setor viu o volume embarcado em 2010 voltar a crescer: aumentou ao redor de 5% em relação a 2008 e 2009 e, aproxi-mando-se dos 3,820 milhões de tonela-das, alcançou novo recorde histórico.

Aliás, a década encerrada em 2010 foi toda marcada por sucessivos recordes, in-terrompidos em apenas duas ocasiões. Em 2006, quando os efeitos da Influenza Avi-ária no Hemisfério Norte reduziram seve-ramente os negócios internacionais com a carne de frango; e em 2009, em decorrên-cia da crise econômica.

Fora isso, as exportações brasileiras apresentaram índices de evolução até cer-to ponto inacreditáveis. Dessa forma, após levar 27 anos para alcançar o primeiro mi-lhão de toneladas (as exportações come-çaram em 1975 e o feito só foi alcançado em 2001), rapidamente o setor passou a multiplicar o volume exportado.

Assim – e apesar das reduções de 2006 e 2009 – encerrou a década inicial dos anos 2000 com incremento de 320% - o que dá uma expansão média superior a 15% ao ano. Nesse meio tempo, o maior exportador do planeta (EUA) foi desbancado (2004) e, desde então, o Bra-sil mantém-se como líder mundial nas ex-portações de carne de frango. E se, como previu o USDA, o mundo exportou 8,666 milhões de toneladas de carne de frango em 2010, o produto brasileiro respondeu por 44% desse total.

Nos resultados alcançados, apenas um senão: no desempenho econômico, que ainda continua ligeiramente aquém do recorde de 2008. Dois anos atrás, as exportações de carne de frango propicia-ram receita de, aproximadamente US$6,950 bilhões. Em 2010, embora te-nham aumentado 17% em relação a 2009, totalizaram 6,808 bilhões.

Em outras palavras, a quebra no recor-de de receita fica para 2011.

Exportação de carne de frangoEmbarques atingem novo recorde e aumentam mais de 300% na década

Evolução mEnsalMIL TONELADAS

MÊS 2009 2010 VAR. %

Janeiro 274,781 233,324 -15,09%

Fevereiro 263,222 282,471 7,31%

Março 306,539 331,941 8,29%

Abril 329,922 309,942 -6,06%

Maio 303,767 322,151 6,05%

Junho 329,014 325,272 -1,14%

Julho 317,207 360,526 13,66%

Agosto 301,257 347,921 15,49%

Setembro 289,951 337,637 16,45%

Outubro 335,445 333,406 -0,61%

Novembro 268,615 319,802 19,06%

Dezembro 314,785 315,316 0,17%

Em 12 meses 3.634,504 3.819,709 5,10%

Fonte dos dados básicos: UBA – Elaboração e análises: AVISITE

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Produção Animal | Avicultura 53

oferta interna de carne de frango15% maior que o do ano anterior, total disponibilizado em 2010 correspondeu a 44,5 kg per capita

Evolução mEnsalMIL TONELADAS

MÊS 2009 2010 Var.

Janeiro 614,900 767,287 24,78%

Fevereiro 517,277 587,882 13,65%

Março 555,508 634,912 14,29%

Abril 500,498 716,224 43,10%

Maio 598,117 749,991 25,39%

Junho 563,210 715,906 27,11%

Julho 639,378 706,828 10,55%

Agosto 702,824 709,050 0,89%

Setembro 666,215 659,887 -0,95%

Outubro 622,180 737,104 18,47%

Novembro 711,354 710,696 -0,09%

Dezembro 695,278 796,786 14,60%

Em 12 Meses 7.386,739 8.492,553 14,97%

Fonte dos dados básicos: UBA – Elaboração e análises: AVISITE

A partir dos dados da APINCO relativos à produção brasileira de carne de

frango e daqueles relativos às exportações divulgados pela SECEX/MDIC, chega-se à conclusão de que em 2010 a indústria aví-cola disponibilizou, internamente, pouco mais de 8,492 milhões de toneladas de carne de frango, volume cerca de 15% su-perior ao registrado em 2009.

É oportuno lembrar, entretanto, que, por força da crise econômica mundial, no ano retrasado a oferta interna não se ex-pandiu, mantendo os mesmos níveis do ano anterior, 2008. Isso considerado, o vo-lume disponibilizado nos últimos dois anos apresentou evolução média de 7,25% ao ano, índice visivelmente superior ao do crescimento vegetativo da população que, segundo o censo 2010 do IBGE, evoluiu na última década a uma média pouco supe-rior a 1,17% ao ano.

Esse comportamento, aliás, não ficou restrito ao último biênio: manteve-se no decorrer de toda a primeira década dos anos 2000. Dessa forma, enquanto nesse período a população brasileira aumentou cerca de 12,5%, o volume de carne de frango disponibilizado internamente teve incremento de 67%, evolução de pratica-mente 50% na disponibilidade per capita de carne de frango.

Tendo uma disponibilidade per capita próxima a 30 kg per capita em 2000, o brasileiro viu essa disponibilidade chegar aos 44,5 kg per capita em 2010, volume que correspondeu a um incremento de mais de 13% em relação ao disponibiliza-do em 2009. Ressalve-se que a maior par-te desse alto nível de crescimento esteve concentrada no primeiro semestre do ano, período em que a oferta interna total foi quase um quarto maior que a do mesmo semestre de 2009. No segundo semestre do ano a expansão foi de apenas 7%.

Nas previsões do setor, a avicultura de corte crescerá cerca de 5% em 2011. Isso vai corresponder a uma disponibilidade per capita da ordem de 46,3 kg, quase 50% a mais que o per capita ofertado in-ternamente 10 anos atrás.

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54 Produção Animal | Avicultura

Estatísticas e Preços

54 Produção Animal | Avicultura

alojamento de matrizes de posturaCom números corrigidos, acréscimo no volume alojado recua; mas ainda assim tem expansão de 18% no ano

Evolução mEnsal(OVOS BRANCOS E VERMELHOS)

MILHARES DE CABEÇAS

MATRIZES DE POSTURA % OVO BRANCO

MÊS 2009 2010 VAR.% 2009 2010

Janeiro 16,736 79,451 374,73% 87,23% 83,97%

Fevereiro 29,311 54,331 85,36% 81,24% 74,16%

Março 17,549 50,609 188,39% 59,22% 79,36%

Abril 83,830 40,810 -51,32% 67,14% 66,35%

Maio 82,784 69,370 -16,20% 75,57% 64,54%

Junho 89,356 80,594 -9,81% 67,60% 72,47%

Julho 84,867 71,065 -16,26% 68,64% 77,82%

Agosto 100,270 79,449 -20,76% 61,16% 54,02%

Setembro 65,483 91,674 40,00% 84,73% 53,16%

Outubro 34,185 70,176 105,28% 49,42% 58,93%

Novembro 37,926 98,255 159,07% 63,33% 65,51%

Dezembro 90,597 81,161 -10,42% 73,75% 78,15%

EM 12 MESES 732,894 866,945 18,29% 67,84% 68,46%

Fonte dos dados básicos: UBA – Elaboração e análises: AVISITE

Até novembro de 2010, o aloja-mento de matrizes de postura

apresentava incremento de 33% no ano e de quase 38% em 12 meses. Mas ao divulgar os números de de-zembro, a UBABEF também retificou valores do quadrimestre agosto-no-vembro (havia duplicidade de informa-ções). Com isso, o índice de incremen-to anual foi menor que o prenunciado, mas ainda assim, significativo.

No ano foram alojadas 866.945 matrizes de postura, 68,46% delas re-presentadas por linhagens produtoras de ovos brancos. Isso representou au-mento de 18,29% sobre o alojamento de 2009 e de 11,86% sobre 2008. Mas o recorde continua imbatível - 951 mil matrizes alojadas em 2004.

Mas não só isso. Na prática, o volu-me de matrizes de postura alojadas no fechamento desta que foi a primeira década do século XXI ficou, em valo-res reais (isto é, considerando-se o crescimento vegetativo da população), abaixo daquele registrado nos cinco primeiros anos da década. Não só isso: registrou, em 10 anos, crescimento negativo, porquanto as cerca de 867 mil matrizes de postura alojadas no ano ficaram quase 14% abaixo do to-tal alojado em 2000 = 1,006 milhão de matrizes de postura.

Naturalmente, grande parte desse comportamento é explicada pelo au-mento de produtividade do setor. Mas não há dúvida de que o setor de pos-tura vem registrando, no Brasil, um ín-dice de evolução aquém do que seria normal e desejável, situação que pare-ce estar ligada, exclusivamente, ao ní-vel de consumo do produto.

Em 2010, foram alojadas 866.945 matrizes de

postura. Apesar disso, recorde de 2004 continua

imbatível

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Produção Animal | Avicultura 55

Os dados finais de 2010 da UBABEF mostram que o alojamento de pin-

tainhas comerciais de postura no ano que passou totalizou 78,228 milhões de cabe-ças aumentando praticamente 29% em relação ao ano anterior.

Há quem lembre que parte dos núme-ros de 2009 não correspondeu à realidade e, assim, a variação anual tende a ser me-nor que a registrada pelos levantamentos oficiais.

Se tudo aponta nessa direção, o mais importante é constatar que em relação a 2007 – quando, supostamente, as distor-ções nos números foram menores ou ine-xistiram – obtém-se, aproximadamente, o mesmo índice de variação alcançado entre 2009 e 2010 – cerca de 30%. E isso corres-ponde, no último triênio, a uma expansão média anual próxima, mas inferior a 10% ao ano.

Não só isso. Como 10 anos antes fo-ram alojadas no País perto de 58 milhões de pintainhas de postura, o incremento na década foi de não mais que 35%, índice que corresponde a uma variação média de apenas 3% ao ano.

Naturalmente, o aumento de produti-vidade que beneficiou as matrizes de pos-tura e que foi mencionado na página ao lado, alcançou também as pintainhas de postura. Assim, o aumento na produção de ovos foi significativamente maior que o observado em relação ao plantel produtor. Tanto que pode-se estimar que a produ-ção brasileira de ovos deve ter encerrado 2010 com um volume cerca de 50% maior que o registrado em 2000.

O que preocupa é a expansão obser-vada entre 2009 e 2010. Com um plantel menor, o setor de postura atravessou 2010 enfrentando grandes dificuldades, a ponto de o preço médio do ovo ter regis-trado o menor valor do quadriênio 2007-2010.

O que esperar, então, de um exercício em que o plantel é maior e os custos de produção estão brutalmente elevados? O setor vai precisar utilizar toda a sua capaci-dade gerencial.

alojamento de pintainhas de posturavolume alojado aumentou 15% ao ano no último biênio

Evolução mEnsal(OVOS BRANCOS E VERMELHOS)

MILHÕES DE CABEÇAS

PINTAINHAS COMERCIAIS DE POSTURA % OVO BRANCO

MÊS 2009 2010 VAR.% 2009 2010

Janeiro 4,990 5,723 14,70% 74,87% 76,94%

Fevereiro 4,790 5,502 14,87% 75,92% 73,30%

Março 5,161 6,162 19,39% 75,27% 78,60%

Abril 4,951 6,448 30,24% 75,30% 78,69%

Maio 4,797 6,551 36,58% 72,92% 76,99%

Junho 5,209 7,156 37,40% 74,77% 78,25%

Julho 5,173 7,241 39,96% 72,84% 77,20%

Agosto 5,046 7,193 42,54% 71,86% 76,09%

Setembro 5,145 6,818 32,52% 73,80% 77,35%

Outubro 5,025 6,595 31,25% 72,91% 75,47%

Novembro 5,251 6,708 27,73% 71,03% 75,07%

Dezembro 5,181 6,131 18,35% 73,75% 72,19%

EM 12 MESES 60,718 78,228 28,84% 73,76% 76,41%

Fonte dos dados básicos: UBA – Elaboração e análises: AVISITE

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56 Produção Animal | Avicultura

Estatísticas e Preços

Mesmo permanecendo com o preço inalterado em R$1,90/kg durante 17

dos 31 dias de janeiro (o que demonstra relativa estabilidade no período), o frango vivo comercializado no interior paulista en-cerrou o primeiro mês de 2011 com um va-lor 9,5% inferior ao da abertura do ano – R$2,10/kg, cotação que vigorou durante a maior parte de dezembro/10 e que por ora, representa recorde absoluto no setor. Na média, o produto ficou com um preço 5,73% menor que o do mês anterior.

Em suma, o desempenho do frango vivo em janeiro esteve absolutamente den-tro do normal, seguindo a regra, natural, de que o consumo (e, por decorrência, de-manda e preços) recua sensivelmente a cada início de novo exercício, comparativa-mente ao encerramento do exercício ante-rior.

Foi assim em nove dos últimos 11 anos, o que quer dizer que esta regra também tem exceções. E as duas registradas nesse período ocorreram após crises que compe-liram o setor a reduzir a produção e ocasio-naram, na sequência, menor oferta do pro-duto.

Nada disso ocorreu desta vez. Como foi dito, no mês anterior o frango vivo al-cançou seu melhor preço de todos os tem-pos. E, em relação a anos anteriores, o re-trocesso nos preços foi, de certa forma, moderado. Mais: não foi ocasionado pela combinação de alta oferta e baixa deman-da, como se viu em várias ocasiões anterio-res. Quer dizer: a queda, no mês, foi devida exclusivamente ao forte retrocesso no con-sumo. E isso se refletiu não apenas no fran-go, mas nos alimentos em geral, até mes-mo na ainda escassa carne bovina.

Dito isso, a conclusão que fica é a de que uma simples retomada do consumo ocasionará nova reversão da situação do frango, mesmo porque prevalece a opinião de que o suprimento de carne bovina con-tinuará apertado, favorecendo o consumo das demais carnes. E essa reversão, com nova valorização do produto, deve come-çar a ocorrer a partir de fevereiro, ainda que de forma lenta.

Mas por que “de forma lenta”? Por-que, normalmente, o mercado só apresen-ta verdadeira reação a partir do quarto ou quinto mês do ano, após cumpridas as tra-dicionais obrigações financeiras de todo iní-cio de ano. E, desta vez, essa lentidão pode

causar sérios problemas ao setor, porquan-to os custos de produção evoluem de for-ma bastante acelerada. Atenção, portanto, pois preço melhor não significa, necessaria-mente, lucro. Não pelo menos, com os atu-ais preços do milho.

FRANGO VIVOMédia mensal e variações anual e

mensal em treze mesesMÊS MÉDIA

R$/KGVARIAÇÃO %

ANUAL MENSAL

JAN/10 1,58 -6,07% -3,80%

FEV/10 1,63 -9,37% 3,37%

MAR/10 1,52 -9,28% -6,57%

ABR/10 1,41 -11,85% -7,46%

MAI/10 1,40 -13,29% -1,02%

JUN/10 1,35 -27,98% -3,01%

JUL/10 1,57 -12,96% 15,71%

AGO/10 1,62 8,50% 3,19%

SET/10 1,93 40,52% 19,26%

OUT/10 1,84 22,85% -4,67%

NOV/10 1,85 20,19% 0,54%

DEZ/10 2,08 26,52% 12,29%

JAN/11 1,96 23,80% -5,73%

média e variação anual entre 2000 e 2010

ANO R$/KG VAR. %

2000 0,91 14,57%

2001 0,97 6,47%

2002 1,13 16,49%

2003 1,45 28,31%

2004 1,49 2,75%

2005 1,35 -8,72%

2006 1,16 -14,70%

2007 1,55 33,62%

2008 1,63 5,16%

2009 1,63 0,15%

2010 1,65 0,94%

2011* 1,96 18,70%

* Média entre 03/01 e 31/01/11

Desempenho do frango vivo em janeiro de 2011 Como manda a regra, preço médio do mês recuou 5,73% em relação a dezembro

FRango vivoPREços HisTÓRiCos E PREço EFETivo Em 2011

PREÇO HISTÓRICO (MÉDIA 1999/2009): preço em dezembro do ano anterior igual a 100

PREÇO MÉDIO EFETIVO EM 2011 (R$/KG, granja, interior paulista)

Fonte dos dados básicos: JOX - Elaboração e análises: AVISITEObs.: valores finais arredondados, daí eventuais diferenças nos percentuais

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Produção Animal | Avicultura 57

No primeiro mês de 2011, o ovo ob-teve preço 16,60% superior ao do

mesmo mês de 2010 e, assim, superou a inflação acumulada no período. Mas... e daí?

A aparente recuperação continua in-suficiente para cobrir perdas registradas no início dos últimos dois anos. Com isso, o preço médio alcançado em janei-ro continua aquém daqueles registrados nos mesmos meses de 2008 e 2009. Su-pera, sim, o preço de janeiro de 2007, mas até isso em valores nominais, pois, considerada a inflação acumulada, a mé-dia mais recente parece ser, senão a pior, uma das piores dos anos 2000.

Não só isso: em relação ao mês ante-rior, dezembro de 2010, o preço médio alcançado em janeiro recuou 4,33% e, o que é mais preocupante, colocou-se como o terceiro menor preço dos últi-mos 12 meses. Isso, em momento em que o principal insumo do produto, o mi-lho, registra evolução de preços galo-pante.

Nas contas do setor, a melhor rela-ção de preços entre ovo e milho é de 1:2 – o valor de uma caixa de ovos sendo suficiente para adquirir duas sacas de mi-lho. Em 2010, por exemplo, o setor pro-dutivo conviveu com essa relação entre fevereiro e julho. Mas a partir daquele mês, com as cotações do ovo em queda e a majoração praticamente continua nos preços do milho, a relação passou a registrar deterioração também contínua. Mas os piores resultados vêm sendo re-gistrados em 2011. No último dia de ja-neiro, por exemplo, uma caixa de ovos adquiria não mais que 1,2 saca de milho, 40% menos que o volume adquirido há apenas seis meses.

Analisada essa situação sob outro ângulo – o do volume de ovos necessá-rios para adquirir idêntica quantidade anterior de milho – constata-se que sete meses atrás, em junho de 2010, perto de 7,8 caixas de ovos eram suficientes para adquirir uma tonelada de milho. No final de janeiro passado a quantidade de cai-

xas havia subido para 13,8 unidades, um volume de ovos quase 80% maior que o de meados do ano passado.

Mais que necessária, a retomada de preços do ovo é indispensável. E isso deve começar a ocorrer a partir do início

de fevereiro, quando o consumidor re-torna, ainda que paulatinamente, à roti-na. Mas, sem dúvida, vai ser preciso o esforço adicional do setor produtivo. Descartar galinhas mais velhas talvez seja obrigação contínua no decorrer de 2011.

Desempenho do ovo em janeiro de 2011 Preço alcançado no mês não foi de todo ruim; custo é que corroeu o eventual ganho do produtor

ovo ExTRa bRanCoPREços HisTÓRiCos E PREço EFETivo Em 2011

PREÇO HISTÓRICO (MÉDIA 1999/2009): preço em dezembro do ano anterior igual a 100

PREÇO MÉDIO EFETIVO EM 2011: (R$/caixa, no atacado paulista)

OVO BRANCO EXTRAEvolução de preços no atacado paulistano (R$/CAIXA DE 30 DÚZIAS)

MÊS MÉDIA R$/CX

VARIAÇÃO % ANUAL MENSAL

JAN/10 31,80 -14,97% -11,38%

FEV/10 39,67 -8,90% 24,74%

MAR/10 40,96 -12,73% 3,27%

ABR/10 37,75 -16,96% -7,84%

MAI/10 39,12 -6,50% 3,63%

JUN/10 41,16 -4,55% 5,21%

JUL/10 37,89 2,62% -7,95%

AGO/10 37,15 -0,66% -1,94%

SET/10 37,08 9,45% -0,20%

OUT/10 36,74 17,21% -0,75%

NOV/10 36,83 18,82% 0,25%

DEZ/10 38,76 8,01% 5,23%

JAN/11 37,08 16,60% -4,33%

média e variação anual entre 2000 e 2010

ANO R$/CX VAR. %

2000 23,12 16,89%

2001 24,07 4,11%

2002 27,88 15,83%

2003 39,67 42,29%

2004 34,47 -13,11%

2005 33,48 -2,87%

2006 27,48 -17,92%

2007 39,42 43,45%

2008 43,62 10,65%

2009 38,63 -11,37%

2010 37,93 -1,82%

2011* 37,08 -2,07%

* Média entre 03/01 e 31/01/11

Fonte dos dados básicos: JOX - Elaboração e análises: AVISITEObs.: valores finais arredondados, daí eventuais diferenças nos percentuais

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Estatísticas e Preços

Matérias-PrimasMilho alcança maior média em 36 meses

Farelo de soja: a maior cotação em 15 meses

Fonte das informações: www.jox.com.br

O farelo de soja (FOB, interior de SP) foi comercializado em janeiro de 2011 ao preço médio de R$763,00/tone-

lada, valor 0,39% maior que o de dezembro de 2010 – R$760/t. Na comparação com janeiro de 2010 – quando o preço médio era de R$745/t – a cotação atual registra au-mento de 2,42%. O preço médio do farelo de soja em janei-ro é o mais alto desde outubro de 2009, quando a tonelada do insumo foi comercializada à média de R$772,00, no inte-rior de São Paulo.

Valores de troca – Farelo/Frango vivoA elevação do preço do farelo de soja e a queda do preço

do frango vivo no mês de janeiro acarretaram piora no poder de compra do avicultor. Neste mês foram necessários 389,3 kg de frango vivo para adquirir uma tonelada do insumo, significando uma queda de 6,14% no poder de compra em relação à dezembro de 2010, quando foram necessários 365,4 kg de frango vivo para obter uma tonelada do produto.

Valores de troca – Farelo/OvoDe acordo com os preços médios dos produtos, em ja-

neiro de 2010 foram necessárias aproximadamente 25 caixas de ovos (valor na granja, interior paulista) para adquirir uma tonelada de farelo de soja. O poder de compra do avicultor de postura em relação ao farelo piorou na comparação com dezembro de 2010: queda de 5,58%, uma vez que em de-zembro último 23,6 caixas de ovos adquiriram uma tonelada de farelo. Em relação a janeiro de 2010, a melhora no poder de compra é de 20,69%, pois naquele período uma tonelada de farelo de soja custava, em média, 30 caixas de ovos.

Depois de um leve retrocesso em dezembro passado, as cotações do milho voltaram à rotina de altas. O preço

médio do insumo, saca de 60 kg, interior de SP, fechou janeiro de 2011 a R$30,50 – valor 8,35% maior que a média de R$28,15 obtida pelo produto em dezembro. O valor atual é aproximadamente 58% maior que o de um ano atrás, já que o milho registrou média de R$19,25/saca em janeiro de 2010.

O preço atual é o maior em mais de 36 meses: apenas em dezembro de 2007 o valor do insumo no interior paulista foi mais alto, alcançando média de R$32,76/saca.

Valores de troca – Milho/Frango vivoO preço do frango vivo (interior de SP) fechou janeiro a

R$1,96/kg - média 5,77% menor que a de dezembro de 2010. Por isso, foram necessários 259,4 kg de frango vivo para se obter uma tonelada do insumo, considerando-se a média mensal de ambos os produtos em janeiro. Este valor represen-ta queda no poder de compra de 13% em relação ao mês anterior, uma vez que em dezembro a tonelada do milho “cus-tou” 225 kg de frango vivo, aproximadamente.

Valores de troca – Milho/OvoO preço do ovo, na granja (interior paulista, caixa com 30

dúzias), encerrou janeiro cotado a R$30,58, queda de 5,21% sobre o mês anterior. O recuo no preço do ovo e o aumento no preço do milho fizeram com que o setor precisasse de maior quantidade de ovos para adquirir uma tonelada do in-sumo: em janeiro foram necessários 16,6 caixas de ovos para adquirir uma tonelada do produto. Em dezembro foram ne-cessárias 14,5 caixas/t, uma queda de 12,5% no poder de compra do produtor.

58 Produção Animal | Avicultura

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60 Produção Animal | Avicultura

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Produção Animal | Avicultura 61

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Ponto Final

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A importância dos laboratórios de diagnóstico para a avicultura brasileira

Antonio Guilherme Machado de Castro

é Diretor do CAPTAA - Descalvado/SP, Diretor da FACTA e Presidente da Comissão de Sanidade da UBABEF

A moderna indústria avícola brasileira tem na profilaxia das doenças um dos pilares de sua sustentação. Hoje,

o ganho genético extraordinário alcançado nos últimos anos, não poderia ser tão bem aproveitado se não tivesse sido conduzido e alicerçado num planejamento sanitário se-guro com monitoria através de exames labo-ratoriais e isolamento.

O isolamento sanitário dos plantéis, em seu sentido mais amplo, é um dos principais fatores que cria as condições indispensáveis para o desenvolvimento natural e artificial-mente induzido contra os vários desafios sa-nitários que a ave enfrenta.

A partir deste conhecimento básico, o técnico estabelece um plano de monitoria sanitária e profilaxia das doenças.

O que destaca a avicultura brasileira no cenário mundial é a sua boa condição sani-tária. É sobremaneira gratificante observar o nível de excelência em sanidade e produção que alcançamos na avicultura brasileira. Técnicos, órgãos públicos e empresários tra-balham, cada vez mais, para manter e me-lhorar este padrão.

A indústria de produtos biológicos, seg-mento importante da atividade avícola, tem correspondido a esta expansão. Produzimos hoje todas as vacinas indispensáveis para a proteção dos plantéis avícolas. Carece o País, entretanto, da produção de antígenos para o trabalho de rotina nos laboratórios de diagnóstico. Precisamos recorrer com freqüência à importação destes produtos, o que acarreta ônus e transtornos ao setor.

Segundo dados da UBABEF, encerramos 2010 com a produção de 12,4 milhões de to-neladas e exportações de quatro milhões de toneladas, gerando uma receita cambial de US$ 7,390 bilhões. O consumo ficou em 44 quilos per capita, tornando a carne de fran-go a mais consumida no Brasil. Desta ma-neira, a avicultura brasileira, além de pro-mover o desenvolvimento sócio econômico, gera 5 milhões de empregos diretos.

Somente é possível manter este nível com um bom apoio laboratorial. Assim sendo, precisamos de uma rede de labora-tórios públicos e privados cada vez mais eficiente e com capacidade para diagnósti-co rápido com técnicas moleculares e se-qüenciamento com foco na prevenção, não só de enfermidades clássicas, mas também das mais ameaçadoras, como Newcastle e Influenza Aviária.

Só um grave problema sanitário pode prejudicar esse excelente momento avícola que atravessamos. Precisamos blindar cada vez mais a nossa avicultura sob o ponto de vista sanitário, intensificando e apressan-do as medidas da IN59 do MAPA, consoli-dando o programa de regionalização, for-talecendo os GEASE’s estaduais (Grupo Especial de Atendimento Sanitário Emer-gencial) e melhorando a infra-estrutura nos estados para acompanhar a evolução do setor.

Não podemos esquecer a Influenza Avi-ária. Segundo dados da OIE, no ano de 2010 vários focos do H5N1 foram registra-dos em países como Japão, Rússia e China, entre outros. Já nos primeiros dias de 2011, a Coréia notificou surtos de Influenza de alta patogenicidade. É fundamental e ur-gente intensificar o programa de vigilância ativa para Influenza Aviária e doenças de Newcastle, credenciando laboratórios pú-blicos e privados para executar esta moni-toria e, com isso, detectar possíveis focos.

É bom ressaltar que pelo tamanho e im-portância da nossa avicultura temos pou-cos laboratórios credenciados nesta área. Assim sendo, equipar, qualificar e melho-rar a estrutura laboratorial brasileira para diagnóstico só vai contribuir para manter e aumentar nossa eficiência. Trabalho nessa área há mais de 30 anos e acompanhei de perto toda a evolução sanitária da avicul-tura brasileira. Não podemos retroceder e colocar em risco o que conseguimos com muito trabalho e profissionalismo.

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Produção Animal | Avicultura 63

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