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PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO STRICTO SENSU MESTRADO EM BIOCIÊNCIA ANIMAL KAMILA PERUCHI FERNANDES MARTINS CARACTERIZAÇÃO ULTRASSONOGRÁFICA E CITOLÓGICA DE LESÕES ESPLÊNICAS DE CÃES COMPARADAS AO DIAGNÓSTICO HISTOPATOLÓGICO Cuiabá 2017

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO STRICTO SENSU … · A citologia é um método diagnóstico capaz de identificar a predominância ... Nesses casos o exame histopatológico se faz necessário

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PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO STRICTO SENSU MESTRADO EM

BIOCIÊNCIA ANIMAL

KAMILA PERUCHI FERNANDES MARTINS

CARACTERIZAÇÃO ULTRASSONOGRÁFICA E CITOLÓGICA DE LESÕES ESPLÊNICAS DE CÃES COMPARADAS AO DIAGNÓSTICO

HISTOPATOLÓGICO

Cuiabá

2017

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KAMILA PERUCHI FERNANDES MARTINS

CARACTERIZAÇÃO ULTRASSONOGRÁFICA E CITOLÓGICA DE LESÕES ESPLÊNICAS DE CÃES COMPARADAS AO DIAGNÓSTICO

HISTOPATOLÓGICO

Dissertação apresentada à UNIC, como requisito parcial para a obtenção do título de Mestre em Biociência Animal Orientadora: Prof.ª Dr.ª Fabiana Marques Boabaid

Cuiabá 2017

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FICHA CATALOGRÁFICA Dados Internacionais para Catalogação na Publicação (CIP)

Bibliotecária Elizabete Luciano /CRB1-2103

M379c Martins, Kamila Peruchi Fernandes.

Caracterização Ultrassonográfica e Citológica de Lesões Esplênicas de Cães

Comparadas ao Diagnóstico Histopatológico. / Kamila Peruchi Fernandes Martins. Cuiabá-MT, 2017.

67p. Inclui Lista Figuras. Dissertação apresentada à UNIC – Universidade de Cuiabá, como requisito

parcial para obtenção do título de Mestre em Biociência Animal. Orientador: Profª Drª Fabiana Marques Boabaid

1.Avaliação Ultrassonográfica. 2.Baço. 3.Correlação Cito-histológica.

CDU 619

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KAMILA PERUCHI FERNANDES MARTINS

CARACTERIZAÇÃO ULTRASSONOGRÁFICA E CITOLÓGICA DE LESÕES ESPLÊNICAS DE CÃES COMPARADAS AO DIAGNÓSTICO

HISTOPATOLÓGICO

Dissertação apresentada à UNIC, no Mestrado em Biociência Animal, área e concentração em Saúde Animal como requisito parcial para a obtenção do título de Mestre conferida pela Banca Examinadora formada pelos professores:

BANCA EXAMINADORA

___________________________________ Prof.a Dr.a Fabiana Marques Boabaid

UNIC

__________________________________ Prof.ª Dr.a Rosana Zanatta

UNIC

__________________________________ Prof. Dr. Pedro Eduardo Brandini Néspoli

UFMT

Cuiabá, 22 de maio de 2017.

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Dedico esse trabalho ao meu pai Renan Telles Fernandes (in memorian) por ser o seu maior sonho me ver nesse momento e por ter me incentivado durante toda sua vida.

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AGRADECIMENTOS

A Deus, por me fortalecer com seu amor infinito fazendo com que eu nunca

desistisse de cumprir mais essa etapa da minha formação profissional.

A minha mãe Sueli, meu padrasto Luís e meu marido Renan pelo carinho,

cuidado e estímulo para que esse trabalho fosse feito com dedicação.

A minha amiga do coração, Thayanne Caroline Pereira Munhoz que por

tantas vezes me fez companhia, ouviu minhas lamentações e dividiu as dificuldades

e os momentos felizes comigo! Levarei para toda vida nosso lema de mestrado:

trabalho dado é trabalho cumprido! (Risos).

A minha amiga e professora Lívia Saab Muraro que é um exemplo para mim

por estar sempre disposta a obter mais conhecimento e dividi-lo com seus alunos.

Obrigada por ser tão presente nessa caminhada e me fazer enxergar por tantas

vezes o melhor caminho!

A minha orientadora, Profª. Fabiana Marques Boabaid e ao Profº. Glauco

José Nogueira de Galiza que são os responsáveis por moldar todo aprendizado que

adquiri ao longo desses anos, me mostrando sempre o quanto é desafiador o

caminho de um patologista.

A Profª. Rosana Zanatta, Profª Raquel de Souza Lemos, Anna Paula, Karen

e Jéssica do setor de diagnóstico por imagem que se empenharam em me auxiliar

com a coleta de dados e sempre sanaram minhas dúvidas sobre a técnica do exame

ultrassonográfico.

A todas as colegas, médicas veterinárias do HOVET-UNIC,

excepcionalmente a Prof.ª Kelly, Janine, Karyta, Mari de Rosa, Érica e Jaddy. Nós

só conseguimos realizar esse trabalho pela ajuda de vocês!

Aos colegas do laboratório de patologia: Profº Luiz, Dona Dora, Ane e Manu!

Vocês são como uma família para mim. Obrigada por estarem ao meu lado e me

auxiliarem com tanto carinho.

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“Se você quiser meu filho, ficará instruído

e se você se empenhar se tornará hábil.

Se você gosta de escutar, aprenderá, e se

der ouvido, se tornará sábio” (Eclesiástico

6, 32-34).

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RESUMO

Cães com doença esplênica são comuns na clínica veterinária e manifestam sinais clínicos inespecíficos, sendo necessárias técnicas de diagnóstico complementar para a elucidação dos casos. Nesse contexto, exames como ultrassonografia e citologia são frequentemente utilizados. O presente trabalho objetivou caracterizar a aparência ultrassonográfica e citológica das lesões esplênicas de cães e indicar a acurácia desses exames ao compará-los com o diagnóstico histopatológico. A coleta de dados foi realizada a partir dos laudos desses exames e compreendeu o período de janeiro de 2011 a dezembro de 2016. A maioria das lesões encontradas foram neoplásicas, sendo o hemangiossarcoma o mais frequente na histopatologia. O ultrassom teve sensibilidade de 93,75%, especificidade de 25% e acurácia de 65,2%. A citologia apresentou sensibilidade de 62,5%, 87,5% de especificidade e acurácia de 70,83%. As características celulares visualizadas foram comuns conforme a classificação das lesões. A aparência ultrassonográfica das alterações esplênicas foi variável e não pode ser estabelecido um padrão de imagem indicativo para alterações neoplásicas ou não neoplásicas. A histopatologia é o único exame confirmatório, e tanto ultrassom quanto citologia devem ser utilizados como técnicas complementares de diagnóstico, podendo conferir resultados satisfatórios quando associadas. Palavras-chave: Avaliação ultrassonográfica. Baço. Correlação cito-histológica.

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ABSTRACT

Dogs with splenic disease are common in the veterinary clinic and show nonspecific clinical signs, requiring complementary diagnostic techniques to elucidate the cases. In this context exams such as ultrasonography and cytology are frequently used. The present study aimed to characterize the ultrasonographic and cytological appearance of the splenic lesions of dogs and to indicate the accuracy of these tests when comparing them with the histopathological diagnosis. Data collection was performed from the reports of these exams and comprised the period from January 2011 to December 2016. Most of the lesions found were neoplastic, with hemangiosarcoma being the most frequent in the histopathology. The ultrasound had sensitivity of 93,75%, specificity of 25% and accuracy of 70,8%%. The cytology presented sensitivity of 62.5%, 87.5% of specificity and accuracy of 70.8%. The cellular characteristics visualized were common according to the classification of the lesions. The ultrasonographic appearance of the splenic alterations was variable and an indicative image pattern could not be established for neoplastic or non-neoplastic alterations. Histopathology is the only confirmatory examination, and both ultrasound and cytology should be used as complementary diagnostic techniques, and may confer satisfactory results when associated. Keywords: Cytopathologic correlation. Spleen. Ultrasonographic evaluation.

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LISTA DE FIGURAS

Fig. 1 Imagem ultrassonográfica de baço normal de cão em corte longitudinal. A:

Veias esplênicas com aspecto de Y e conteúdo anecogênico. B: Cápsula

hiperecoica e com ecotextura lisa. C: Parênquima uniformemente ecogênico com

fina granulação. ......................................................................................................... 16

Fig. 2: Amostra citológica de baço hígido com predomínio de pequenos linfócitos. . 19

Fig. 3: Corte histológico de baço normal evidenciando os nódulos linfoides com

centro germinativo e bainha periarteriolar. Coloração de HE. ................................... 22

Fig. 4: Relações patológicas sugestivas na hematopoiese extramedular (metaplasia

mieloide) canina. ....................................................................................................... 27

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 12

2. CARACTERIZAÇÃO CITOLÓGICA E ULTRASSONOGRÁFICA DE LESÕES

ESPLÊNICAS DE CÃES COMPARADAS AO DIAGNÓSTICO

HISTOPATOLÓGICO ............................................................................................... 14

2.1 BAÇO ............................................................................................................... 14

2.2 TÉCNICAS DE DIAGNÓSTICO DE LESÕES ESPLÊNICAS EM CÃES ......... 15

2.2.1 Avaliação ultrassonográfica ................................................................... 15

2.2.2 Citologia ................................................................................................... 17

2.2.3 Histopatologia .......................................................................................... 20

2.3 ALTERAÇÕES ESPLÊNICAS DE CÃES ......................................................... 23

2.3.1 Alterações não neoplásicas do baço ..................................................... 23

2.3.2 Neoplasias benignas do baço ................................................................ 28

2.3.3 Neoplasias malignas de células redondas ............................................ 29

2.3.4 Neoplasias malignas epiteliais ............................................................... 33

2.3.5 Neoplasias malignas mesenquimais ...................................................... 33

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................................... 36

3 OBJETIVOS ........................................................................................................... 49

3.1 OBJETIVO GERAL .......................................................................................... 49

3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ............................................................................ 49

4 ARTIGO ................................................................................................................. 50

CARACTERIZAÇÃO ULTRASSONOGRÁFICA E CITOLÓGICA DE LESÕES

ESPLÊNICAS DE CÃES COMPARADAS AO DIAGNÓSTICO

HISTOPATOLÓGICO1 .............................................................................................. 50

ABSTRACT ............................................................................................................... 50

RESUMO................................................................................................................... 51

INTRODUÇÃO .......................................................................................................... 51

MATERIAL E MÉTODOS ......................................................................................... 52

RESULTADOS .......................................................................................................... 53

DISCUSSÃO ............................................................................................................. 54

CONCLUSÕES ......................................................................................................... 56

REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 56

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FIGURAS .................................................................................................................. 58

QUADROS ................................................................................................................ 60

5 CONCLUSÕES GERAIS ....................................................................................... 65

6 ANEXOS ................................................................................................................ 66

6.1 NORMAS DA REVISTA PESQUISA VETERINÁRIA BRASILEIRA ................. 66

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1 INTRODUÇÃO

Os sinais clínicos das afecções esplênicas são pouco específicos e

costumam estar relacionados com a doença primária. O sinal mais comum é o

aumento de volume abdominal com a identificação de massas ou esplenomegalia

difusa no exame físico, sendo necessárias, frequentemente, técnicas de diagnóstico

complementares para a elucidação dos casos (COUTO, 2010; JOHNSON et al.,

1989).

A avaliação ultrassonográfica é indispensável nos casos em que há suspeita

de acometimento esplênico. As massas esplênicas são um desafio diagnóstico para

o exame ultrassonográfico, já que esses aumentos localizados podem ser de origem

neoplásica, hematomas, abscessos, granulomas, cistos, hiperplasia nodular benigna

ou hematopoiese extramedular (ARMBRUST, 2012).

Por meio da imagem também é possível identificar situações emergenciais,

como nas rupturas do órgão com hemoperitônio, sendo essas características

responsáveis por determinar a decisão do médico veterinário por tratamento clínico

ou cirúrgico (HUDSON, 1995; IWASAKI et al.,2003).

As lesões tumorais quando neoplásicas são descritas como benignas,

malignas ou impossível de identificar conforme sua aparência ultrassonográfica

(GARCIA et al., 2012). No entanto, segundo Ballegeer et al. (2007), na maioria das

vezes há significativa dificuldade em realizar essa classificação já que a imagem das

alterações esplênicas são extremamente variáveis e não específicas para cada

afecção.

A citologia é um método diagnóstico capaz de identificar a predominância

celular em um tecido de forma minimamente invasiva. As amostras citológicas de

baço têm como melhor método de coleta a amostragem capilar por agulha fina, já

que oferecem um menor risco de hemorragia (LEBLANC; HEAD; FRY, 2009).

Quando se realiza punção há possibilidade de fragmentos de tecido serem retirados

o que gera uma menor quantidade de células livres (MEINKOTH et al., 2009).

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O exame citológico torna o diagnóstico das lesões mais rápido pela sua

simplicidade e praticidade. As coletas não necessitam de anestesia geral e podem

ser feitas durante o exame ultrassonográfico (GRAÇA, 2007). Islam et al. (2013),

após avaliarem a utilização de aspirados citológicos intra-abdominais guiados por

ultrassonografia, concluíram que a técnica proporcionou maior segurança na escolha

da terapia para o paciente, além de diminuir o tempo de hospitalização e

consequentemente os custos.

A técnica de citologia é capaz de distinguir as lesões entre tecido normal,

hiperplásico ou reativo, inflamação e neoplasias. Outra vantagem da citologia é

determinar o quão maligna a lesão é, oferecendo informações valiosas para o

cirurgião determinar a melhor margem cirúrgica para excisão tumoral. No entanto,

em alguns casos a amostra coletada pode não possuir celularidade suficiente para

se chegar ao diagnóstico (RASKIN, 2011).

Existem casos também, em que a população celular da amostra é tão mista

ou a reação à lesão tecidual é tão severa que o diagnóstico citológico pode ficar

comprometido. Nesses casos o exame histopatológico se faz necessário (WERNER;

WERNER, 2009).

Apesar do estudo de Guedes et al. (2000) identificar 83,3% de acertos nos

diagnósticos citológicos e taxas de até 95% quando utilizadas amostras de tumores

de células redondas, poucos são os estudos que buscam determinar esses

resultados para citologia de baço.

Frente às inúmeras possibilidades diagnósticas e as vantagens e limitações

de cada técnica, esse trabalho tem como objetivo descrever as características das

lesões esplênicas visualizadas no ultrassom e na citologia. Além disso, visa

determinar a sensibilidade e especificidade desses exames, afim de fornecer aos

clínicos critérios objetivos para escolha da técnica mais adequada para o diagnóstico

das alterações do baço, de acordo com a limitação de cada paciente.

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2. CARACTERIZAÇÃO ULTRASSONOGRÁFICA E CITOLÓGICA DE LESÕES ESPLÊNICAS DE CÃES COMPARADAS AO DIAGNÓSTICO HISTOPATOLÓGICO

2.1 BAÇO

O baço é um órgão hemolinfático extremamente vascularizado e palpável no

exame físico, sendo considerado o maior órgão linfóide do animal.

Macroscopicamente o baço apresenta consistência macia, coloração vermelho

intenso, quando em estado hígido, com formato semelhante a uma língua, podendo

variar conforme a espécie (SWENSON; REECE, 1996).

Durante a vida fetal o baço atua como órgão hematopoiético, junto com

fígado e medula óssea, que é a única que continua exercendo essa função após o

nascimento (LOPES et al., 2007). No animal adulto, a produção de células

sanguíneas pode se restabelecer em algumas situações patológicas, como em

anemias hemolíticas crônicas ou em distúrbios severos da medula óssea, sendo

denominada hematopoiese extramedular (DENICOLA, 2009).

Uma das funções do baço é o armazenamento de hemácias, que são

liberadas em situações como quadros de hemorragia, hemólise e durante o

exercício. Esta capacidade de armazenamento e contração são responsáveis por

corrigir as quedas no valor do volume globular (REILY, 1985; LOPES et al., 2006).

Ainda em relação à linhagem vermelha, o baço realiza a reciclagem ou

destruição de hemácias velhas ou anormais, processo denominado hemocaterese

(THRALL et al., 2006). A fagocitose de hemácias ocorre na polpa vermelha, onde os

seios venosos são ricos em células do sistema fagocítico mononuclear, ativas

durante esse processo (SWENSON; REECE, 1996). É na hemocaterese que ocorre

a degradação da hemoglobina, a remoção de corpúsculos de Heinz, Howell-Jolly e

parasitas (LOPES et al., 2007).

O baço também possui a capacidade de armazenar plaquetas (LOPES et al.,

2007), maturar reticulócitos (LOPES et al., 2006), participa da formação de

pigmentos biliares e armazena o ferro na forma de ferritina (SWENSON; REECE,

1996).

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Todas essas características anatômicas e funcionais, fazem com que o baço

seja propicio a uma variedade de alterações patológicas. O principal indício de que

algo está errado com esse órgão é a esplenomegalia. O aumento do baço pode ser

simétrico ou assimétrico com ou sem nódulos, alertando para distúrbios circulatórios,

hiperplásicos, inflamatórios e neoplásicos primários ou metastáticos

(MACWILLIAMS, 2009).

2.2 TÉCNICAS DE DIAGNÓSTICO DE LESÕES ESPLÊNICAS EM CÃES

2.2.1 Avaliação ultrassonográfica

O ultrassom é um dos métodos de diagnóstico mais utilizados na clínica

médica de pequenos animais quando há suspeita de afecção envolvendo órgãos

abdominais. Isto se justifica pela técnica não possuir contraindicações, pois não

emite radiação ionizante e não exige a sedação, além de ser acessível e de baixo

custo quando comparada a outras técnicas de diagnóstico por imagem (FIELDS et

al., 2012; SHANAMAN et al., 2013).

No entanto, uma de suas maiores limitações é referente à experiência do

examinador. Para uma boa avaliação, o médico veterinário deve possuir um

excelente conhecimento de anatomia e fisiologia, destreza na formação e

visualização das imagens e saber distinguir a variedade de efeitos e artefatos da

propagação do som nas diferentes estruturas corpóreas (MATTOON; BERRY;

NYLAN, 2015)

Como a ultrassonografia é realizada em tempo real e sua interpretação é

dependente da experiência individual do examinador, faz-se necessária a

padronização das características de ecogenicidade e ecotextura do baço,

comparando-as com as de outros órgãos. Algumas doenças podem ainda alterar os

órgãos utilizados como padrão junto com o baço (VESCOVI et al., 2009).

A avaliação da dimensão do baço é uma das características mais subjetivas

durante o ultrassom. Em casos de diminuição, fica difícil a visualização de suas

estruturas, da ecogenicidade e ecotextura. Quando se nota aumento, o significado

clínico é difícil de ser definido, por possuir vários diagnósticos diferenciais (SANTOS;

MAMPRIM; SARTOR, 2016).

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O baço normal é uniformemente ecogênico. Em cães, se comparado ao

fígado e às corticais renais, é mais hiperecoico. A ecotextura também deverá ser

uniforme, e suas margens lisas (ARMBRUST, 2012). O parênquima pode apresentar

uma fina granulação, sendo a ecotextura menos homogênea (MAHONEY, 2011).

O suprimento sanguíneo desse órgão é realizado pela artéria esplênica,

originada da artéria celíaca. Ela apresenta diâmetro luminar menor do que as veias

esplênicas, parede hiperecogênica e não é visualizada com ultrassom bidimensional

convencional. Além do calibre maior, as veias possuem conteúdo anecogênico e

podem ser visualizadas dentro do parênquima e ao adentrarem na região hilar,

assemelhando-se a um “Y” (SANTOS; MAMPRIM; SARTOR, 2016). Esses vasos,

em geral, podem ser avaliados com Doppler colorido, para determinação do fluxo

sanguíneo e no diagnóstico de torção esplênica, trombose e de algumas massas

(ARMBRUST, 2012).

A cápsula é considerada hiperecóica e sua ecogenicidade é melhor avaliada

quando o feixe sonoro incide perpendicular à sua superfície (Figura 1). Sua

ecotextura deve ser lisa e regular, e a alteração dessa característica auxilia, por

exemplo, na determinação da existência de uma massa adjacente ao baço ou se o

aumento de volume é de sua própria origem (NYLAND; MATTOON, 2015).

Figura 1- Imagem ultrassonográfica de baço normal de cão em corte longitudinal. A: Veias esplênicas com aspecto de Y e conteúdo anecogênico. B: Cápsula hiperecoica e com ecotextura lisa. C:

Parênquima uniformemente ecogênico com fina granulação.

Fonte: Setor de diagnóstico por imagem, HOVET-UNIC.

As massas esplênicas são um desafio diagnóstico para o exame

ultrassonográfico, já que esses aumentos localizados podem ser de origem

A

B

C

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17

neoplásica, hematomas, abscessos, granulomas, cistos, hiperplasia nodular benigna

ou hematopoiese extramedular (ARMBRUST, 2012).

Ao analisar a aparência ultrassonográfica de diversas lesões esplênicas,

percebe-se que as lesões, independentemente de sua origem, podem possuir

características comuns de imagem. Lesões focais de ecogenicidade variável, podem

corresponder a áreas de hiperplasia nodular ou mesmo neoplasias malignas

(SOLBIATI et al., 1983). Alterações difusas de ecogenicidade e ecotextura, por outro

lado, podem ser oriundas de esplenites ou de neoplasias de células redondas

(BALLEGEER et al., 2007; SATO; SOLANO, 2004).

De modo geral, o ultrassom abdominal auxilia no diagnóstico de tumores ao

buscar a identificação de sua origem e se outros órgãos estão envolvidos. Além

disso, é ferramenta essencial no acompanhamento dos pacientes para

estadiamento, evolução e complicações dos tumores (BOOK et al., 2011). Essas

lesões tumorais focais ou multifocais podem ser classificadas em benignas, malignas

ou impossível de se identificar conforme sua ecotextura (GARCIA et al., 2012).

Além da classificação das lesões, o exame ultrassonográfico também serve

de guia em punções aspirativas para exame citológico e auxilia o cirurgião com a

localização exata das afecções para elaboração de um planejamento prévio e coleta

de material para exame histopatológico (GARCIA et al., 2012).

2.2.2 Citologia

A citologia é um método diagnóstico capaz de identificar a predominância

celular em um tecido de forma minimamente invasiva (MEINKOTH et al., 2009). A

técnica é capaz de distinguir as lesões entre tecido normal ou hiperplásico, massa

cística, inflamação, reação à lesão do tecido ou neoplasias. Entretanto, em alguns

casos a amostra pode não possuir celularidade suficiente para avaliação (RASKIN,

2011).

A coleta pode ser feita por diferentes métodos, entre eles a punção

aspirativa com agulha fina, a técnica sem aspiração apenas por capilaridade

(amostragem capilar com agulha fina), imprint em cirurgias ou necropsias e swabs

(MAGALHÃES et al., 2001). No caso do baço, a técnica sem aspiração guiada por

ultrassom é a mais utilizada, por oferecer menor risco de hemorragia e melhor

qualidade da amostra celular (LEBLANC; HEAD; FRY, 2009).

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A obtenção de material celular do baço guiada pelo ultrassom é denominada

técnica de mão livre, na qual não há utilização dos aparatos para biópsia e com

otimização do tempo de realização (GANI; SHAFEE; SOLIMAN, 2011).

As complicações durante a técnica são pouco frequentes. Em dois diferentes

estudos, um envolvendo 29 e o outro 28 cães, nenhum animal submetido à técnica

desenvolveu complicações após a coleta, sendo que no último, 14 pacientes

estavam com trombocitopenia (BALLEGEER et al., 2007; O’KEEFE; COUTO, 1987).

No entanto, esses resultados dependem da habilidade do médico veterinário, do

tamanho da agulha, do local a ser puncionado e do paciente, que deve ser avaliado

quanto a sua função de coagulação (CIVARDI et al., 2007).

Para identificação de processos patológicos, o examinador deve saber

claramente as características citológicas normais do baço. A amostra citológica

esplênica possui quantidade moderada de hemácias, oriundas da polpa vermelha,

assim como macrófagos de bordos citoplasmáticos indistintos, que por vezes

apresentarão quantidade variável de pigmento azul-esverdeado (hemossiderina). A

população linfoide é evidente com o predomínio de pequenos linfócitos que devem

ser menores que os neutrófilos segmentados e possuírem núcleo redondo,

cromatina densa e intensamente basofílica, com citoplasma escasso e levemente

azulado. Também são visualizados linfócitos de tamanho intermediário, assim como

linfoblastos ocasionais (Figura 2). Os linfoblastos possuem tamanho grande, com

núcleo excêntrico e irregular, cromatina clara, por vezes contendo vacúolos,

nucléolos múltiplos e citoplasma basofílico. Podem ser notados também alguns

plasmócitos, raros neutrófilos, mastócitos e agregados plaquetários

(CHRISTOPHER, 2003; RASKIN, 2011).

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Figura 2:- Amostra citológica de baço hígido com predomínio de pequenos linfócitos.

Fonte: RASKIN, 2011.

Para diagnosticar as alterações neoplásicas esplênicas, é preciso também

identificar as características celulares de malignidade para diferenciá-las em

benignas ou malignas. Para serem determinadas como malignas de forma confiável,

é necessário que tenham pelo menos três alterações nucleares e cinco no

citoplasma, sendo as alterações nucleares de maior relevância (ROSOLEM et al.,

2013).

As alterações do núcleo estão relacionadas ao aumento da atividade celular.

O pleomorfismo nuclear deve ser marcante, tanto para alterações de tamanho e

forma, quanto para presença de vários estágios de maturação da mesma linhagem

celular. Figuras de mitose típicas e atípicas, cromatina heterogênea, células

multinucleadas e nucléolos evidentes devem estar presentes (GRANDI; COSTA,

2014).

As características citoplasmáticas anormais incluem anisocitose, perda da

coesão ou amontoados celulares, intensa basofilia pelo aumento da atividade

metabólica e vacuolização. Importante lembrar que amostras de tecido linfoide

normal apresentam anisocitose e alta relação núcleo citoplasma, por ter linfócitos em

vários estágios de maturação (MEINKOTH et al., 2009).

Após a classificação das lesões malignas, a citologia pode identificar o

processo tumoral quanto à origem do tecido ou morfologia. Dessa forma, as

neoplasias de origem epitelial são classificadas como carcinomas, as de origem

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mesenquimal como sarcomas ou neoplasias de células redondas. A última

denominação é dada pela morfologia celular, apesar da origem dessas células

também ser mesenquimal (RASKIN, 2011).

A variedade celular presente normalmente no baço, assim como os casos de

reatividade tecidual podem conduzir a uma interpretação errônea de malignidade.

Isso exige que o patologista clínico esteja atento a informações sobre o histórico, a

descrição macroscópica do tumor e a localização do aspirado para determinar o

diagnóstico (ROSSETO et al., 2008).

A acurácia dessa técnica pode ser variável conforme a distribuição da lesão

ou do tipo celular envolvido. Acredita-se que amostras citológicas de lesões focais

podem apresentar frequentemente resultados falsos negativos, já que podem

conferir uma celularidade não fidedigna da alteração, quando comparadas com

afecções que se distribuem de forma difusa pelo órgão (BALLEGEER et al., 2007).

No entanto, as taxas de acurácia não variam significativamente conforme a

quantidade de lesões focais aspiradas, oscilando entre 61,3% até 62,8% para cães

(BALLEGEER et al., 2007; CHRISTENSEN et al., 2009) ou até 84,9% para seres

humanos (CIVARDI et al., 2001).

Quando levado em conta o tipo celular envolvido, o grau de concordância

entre citologia esplênica e histopatologia é alto, podendo chegar a 100% nos casos

de neoplasias hematopoiéticas (GUEDES et al., 2000; O’KEEFE; COUTO, 1987),

justificado pela esfoliação intensa e superioridade de identificação e diferenciação

dessas células presentes nas amostras (CHRISTOPHER, 2003).

2.2.3 Histopatologia

O exame histopatológico consiste na avaliação do tecido e as células que o

compõe. É considerada a única técnica capaz de identificar com segurança as

lesões neoplásicas. Esse exame auxilia o clínico não só com o diagnóstico, mas

também com informações que determinam o prognóstico e com a decisão para o

melhor plano terapêutico (WERNER; WERNER, 2009).

O clínico desempenha um grande papel para o sucesso do exame. É

responsabilidade do médico veterinário uma boa coleta, sem artefatos e que

represente de forma significativa a lesão, sempre acompanhado de tecido com

aspecto sadio adjacente (KAMSTOCK et al., 2011).

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A obtenção do material pode ser feita através de biópsia incisional quando é

retirado apenas um fragmento do tumor, biópsia excisional quando a lesão é retirada

em bloco ou aquelas guiadas por ultrassom com agulha de corte (percutâneas).

Antes de iniciar qualquer procedimento deve ser levado em conta o estado clínico do

animal, já que o procedimento é cirúrgico e não está livre de riscos (KAMSTOCK et

al., 2011; SIQUEIRA et al., 2008). Quando levado em conta as indicações das

biópsias esplênicas o cuidado deve ser dobrado, pois na maioria das vezes

distúrbios hematológicos como trombocitopenia estão associados (CIVARDI et al.,

2001).

As biópsias abertas possuem maior precisão e confiabilidade diagnóstica

(SIQUEIRA et al., 2008) e são indicadas quando a citologia e a obtenção de material

por agulha cortante não alcançaram resultado satisfatório ou como medida

terapêutica (VAN STEE et al., 2015). Porém, essas técnicas são consideradas

invasivas, necessitam de anestesia geral e o material é removido através de

laparotomia ou laparoscopia (PRADO et al., 2014; WRIGHT et al., 2016).

Atualmente o uso da técnica percutânea guiada por ultrassom é comum.

Entre suas vantagens a possibilidade de fazer o procedimento fora do centro

cirúrgico com anestesia local tornou sua prática rotineira. As lesões são visualizadas

pela imagem e a agulha direcionada ao local exato. Apesar de a coleta ser feita no

local da lesão, uma das maiores desvantagens desse método é a retirada de

fragmentos insuficientes para avaliação. A agulha utilizada é a do tipo tru-cut que

pode ser encaixada em pistolas próprias para biópsias. Antes do disparo o clínico

pode optar por fazer uma pequena incisão com bisturi na pele e o material obtido

possui de 1 a 1,5 cm (PRADO et al., 2014).

O estudo de Pliego et al. (2008) concluiu que, por mais que as amostras das

lesões coletadas percutâneas sejam pequenas, esse tipo de técnica obteve valores

significativos de sensibilidade e especificidade nos casos de neoplasias mamárias.

Esses fragmentos coletados podem ainda servir como suporte para determinação da

realização ou não da biópsia excisional (MARGENTHALER et al., 2006), isso porque

alguns pacientes possuem contraindicações para remoção completa do baço,

principalmente quando há suspeita de metástases, anemias severas que propiciam

arritmias cardíacas ou quando o órgão está atuando como um importante centro de

hematopoiese ou de produção de resposta imune em afecções septicêmicas

(DRAGOMIR et al., 2016; KRISTINSSON et al., 2013; WENDELBURG et al., 2014).

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Para avaliação anatomopatológica deve-se conhecer as características

normais do baço. O esqueleto do baço é formado por trabéculas de tecido conjuntivo

que representa o estroma e a cápsula constituída de tecido conjuntivo denso e

modelado em seu exterior por epitélio simples pavimentoso (mesotélio)

(ABRAHAMSOHN, 2011).

O sistema vascular do baço consiste em veias, artérias e vasos linfáticos

eferentes. A artéria esplênica penetra o parênquima do órgão através do hilo e à

medida que invade o parênquima torna-se arteríola central do centro germinativo.

Essas arteríolas surgem num ângulo reto com os vasos maiores a fim de formarem

uma rede nutritiva e de apresentação de antígenos para os centros germinativos. A

artéria no nódulo linfático é uma característica exclusiva do tecido esplênico (FRY;

MCGAVIN, 2013).

A polpa branca é constituída por densos agregados de linfócitos que formam

os centros germinativos (Figura 3). Os mesmos são divididos em zona central,

intermediária e marginal. A zona central é aquela que rodeia a arteríola central e

possui uma bainha linfóide periarteriolar repleta de linfócitos T. A zona do manto ou

intermediária por sua vez é rica em linfócitos B. A zona marginal é caracterizada por

possuir linfócitos B e células dendríticas apresentadoras de antígenos em meio a

fibras reticulares e finos canais vasculares (STEVENS; BORTIER; VAN MEIR,

2000).

Figura 3:- Corte histológico de baço normal evidenciando os nódulos linfoides com centro germinativo

e bainha periarteriolar. Coloração de HE.

Fonte: ABRAHAMSOHN, 2011.

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A polpa vermelha possui sinusoides esplênicos compostos por células

endoteliais alongadas e estreitas, apoiadas de forma irregular por fibras reticulares

frouxas semelhantes a um barril e cercadas por membrana basal incompleta. Essa

estrutura da parede dos sinusoides é fundamental, pois permite a permeação das

células sanguíneas para área de filtragem denominada de cordões de Billroth ou

cordões esplênicos, constituídos de células de defesa como macrófagos e linfócitos

(ALEX et al., 2015; FRY; MCGAVIN, 2013).

A avaliação anatomopatológica possui grande aplicação no diagnóstico de

tumores e processos não neoplásicos. Em relação às alterações neoplásicas, a

histopatologia consegue classificar a lesão em benigna ou maligna e identifica se o

tumor é de origem epitelial, mesenquimal ou ainda se de células redondas. É capaz

também de estabelecer o prognóstico através da avaliação do pleomorfismo celular

e da invasão de vasos e tecidos adjacentes (EHRHART; WITHROW, 2013).

As alterações não neoplásicas relacionadas a distúrbios circulatórios,

hiperplásicos ou inflamatórios também são identificadas pela histopatologia e

normalmente são visualizadas de forma concomitante nas secções histológicas.

Acredita-se que os mecanismos de formação dessas alterações estão relacionados,

e que apenas através da visualização microscópica das estruturas esplênicas pode-

se chegar a uma conclusão diagnóstica (HARDIE et al., 1995; SPANGLER; KASS,

1999; FERRI et al., 2016).

2.3 ALTERAÇÕES ESPLÊNICAS DE CÃES

2.3.1 Alterações não neoplásicas do baço

As alterações não neoplásicas são frequentes no baço, isso porque a partir

de estímulos infecciosos, imunomediados ou alterações circulatórias esse órgão

pode responder com diversos padrões de alterações (CHRISTENSEN et al., 2009;

EBERLE et al., 2012; HARDIE et al., 1995; SILVA et al., 2016; SPANGLER;

CULBERSTON, 1992).

A esplenite é a inflamação do parênquima esplênico e considerada uma

afecção esporádica em cães. Como este órgão possui várias funções, inúmeras

podem ser as causas dessa resposta inflamatória. Há exemplos como casos de

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doença inflamatória crônica, reações imunomediadas, infecções bacterianas,

hemoparasitoses, infecções fúngicas e traumas abdominais (FERRI et al., 2016).

A esplenomegalia visualizada por meio do exame ultrassonográfico pode ser

difusa ou nodular, quando há formação de abscessos. Além do tamanho, alterações

de ecogenicidade podem ser encontradas (MAHONEY, 2011). É visualizado um

padrão rendilhado e hipoecoico do parênquima e em casos de inflamação crônica

haverá variável redução ou aumento da ecogenicidade (ARMBRUST, 2012).

Quando a inflamação é representada como uma alteração focal, caracterizada por

abscessos, possui ecogenicidade variável, dependendo do tempo em que se iniciou

e se há produção de gás intraparenquimatoso. Esse gás torna a imagem

hiperecoica, formando um halo ao seu redor ou um sombreamento acústico sujo

(ARMBRUST, 2012) e artefato de reverberação (MAHONEY, 2011).

O conteúdo celular em aspirados de baço com esplenites irá variar conforme

o tipo de agente envolvido na doença (RASKIN, 2011). Nos casos de infecções

bacterianas, espera-se observar um infiltrado de neutrófilos íntegros e degenerados,

além de macrófagos e agregados bacterianos intra ou extracelulares (ABDELLATIF

et al., 2014). Nos casos de afecção maligna ou resposta imunológica, um infiltrado

neutrofílico também pode ser notado associado a presença de eosinófilos o que

demonstra a necessidade de maior atenção e experiência do citopatologista

(MACWILLIAMS, 2009).

O infiltrado do tecido esplênico por protozoários como Leishmania spp. e

Babesia spp. acarretam em resposta inflamatória mista, com macrófagos reativos,

aumento do número de plasmócitos, médios linfócitos e neutrófilos. Os

microorganismos podem ser vistos intra ou extracelularmente (BEST et al., 2014;

MÁTHÉ et al., 2006).

As infecções fúngicas sistêmicas que atingem o baço são infrequentes,

porém, quando presentes desencadeiam um infiltrado inflamatório semelhante às

infecções por protozoários (BROWN; THOMPSON; MOHAMED, 2005; SIGLER et

al., 2013).

Na avaliação histopatológica, as esplenites oriundas de distúrbios

circulatórios e infecções bacterianas demonstram um infiltrado de neutrófilos na

zona do manto e ao redor dos sinusoides esplênicos. Nos casos de infecções

crônicas por fungos e protozoários, também podem ser visualizados granulomas

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repletos de macrófagos, linfócitos e plasmócitos, que por vezes possuem os agentes

visíveis em coloração de HE (FERRI et al., 2016).

Os casos de torções esplênicas são melhor identificados por meio de

Doppler, onde se constata a ausência do fluxo sanguíneo com ecos intraluminais

imóveis. A formação de um triângulo ao redor dos vasos pode também ser

associada à torção e infarto. Normalmente a localização do infarto é ventral e

descreve-se também a aparência de um baço com bordos irregulares e com uma

área focal hiperecoica semelhante a um laço, que contorna um fundo difusamente

hipoecoico. Entretanto, é necessário a realização de diagnóstico diferencial com

linfoma difuso associado a trombose, em que também se pode constatar ausência

de fluxo (ARMBRUST, 2012; FRITSCHER-RAVENS et al., 2003; HARDIE et al.,

1995).

Os aspirados citológicos de infartos são pouco descritos, no entanto, quando

realizados, o conteúdo celular se resume a um material necrótico (FRITSCHER-

RAVENS et al., 2003). As características histopatológicas compreendem uma área

delimitada de necrose de coagulação massiva (REINHART et al., 2015).

A hiperplasia nodular é uma alteração comumente observada em animais

idosos. No ultrassom como uma massa focal ou ainda como esplenomegalia difusa.

Possui ecogenicidade mista com nódulos hipoecoicos à hiperecoicos (ARMBRUST,

2012).

Mesmo que alterados, os tecidos hiperplásicos devem possuir células bem

diferenciadas. Os aspirados demonstram conteúdo celular abundante, composto por

uma população de médios e grandes linfócitos, além de mastócitos unidos às

coleções de estroma reticular, plasmócitos, células de Mott e macrófagos. Este

último é visto em maior número e com frequência possuem pigmento de

hemossiderina (CHRISTOPHER, 2003).

Na histopatologia, a hiperplasia nodular é visualizada como uma expansão

delimitada e não encapsulada dos centros germinativos pelo aumento do número e

do tamanho de linfócitos. Além disso, mitoses e precursores hematopoiéticos são

comuns. Na maioria das vezes essa alteração não é patogênica, ao menos se

evoluir para um hematoma (CASTRO et al., 2004; COLE, 2012; RAHMAN et al.,

2013; VALLI et al., 2016).

O hematoma esplênico é resultante de desordens de coagulação, traumas

abdominais, neoplasias ou infartos. Em relação à sua localização, pode ser

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parenquimatoso ou subcapsular, com ecogenicidade variável, e geralmente não há

derrame peritoneal (NYLAND; MATOON, 2015).

O hematoma é de difícil distinção do hemangiossarcoma, pois apresenta

manifestações clínicas e características ultrassonográficas e macroscópicas

semelhantes (PATTEN; BOSTON; MONTEITH, 2016). Apesar do ultrassom ser

considerado um método seguro para identificação e diferenciação de processos

benignos e malignos (GARCIA et al., 2012), o estudo de Mafioletti (2009)

demonstrou que os hematomas foram os principais responsáveis por erros

diagnóstico.

Citologicamente, o hematoma será identificado pela presença de eritrócitos

degenerados, eritrofagocitose e macrófagos com pigmentos de hemossiderina

(RASKIN, 2011). A relação entre a hiperplasia folicular ou nodular linfoide e o

hematoma ocorre porque parte do fluxo arterial é drenado pela zona marginal

adjacente aos nódulos linfóides e sai através de capilares que desembocam nas

veias coletoras, passando pela polpa vermelha. Logo se há alteração na estrutura da

zona marginal ocasionada pela hiperplasia nodular, o fluxo sanguíneo será alterado,

favorecendo a formação de hematomas (COLE, 2012; FRY, MCGAVIN, 2013).

O baço pode ativar sua capacidade hematopoiética em situações em que a

medula está em produção acelerada ou em exaustão, como na anemia hemolítica

aguda e crônica, distúrbios inflamatórios sistêmicos, doenças mieoloproliferativas e

linfoproliferativas. Essa retomada da atividade de produção de células sanguíneas é

denominada hematopoiese extramedular ou metaplasia mieloide, que leva a uma

esplenomegalia infiltrativa (SPANGLER; KASS, 1999). Pode ser considerada normal

em animais idosos, porém merece devida atenção já que em alguns casos pode

estar associada com neoplasia maligna, como o hemangiossarcoma. No estudo de

Flores et al. (2012) em 25 casos de hemangiossarcoma, sete possuíam

hematopoiese extramedular.

Quando a hematopoiese é secundária à anemia hemolítica imunomediada,

ou por agentes infecciosos, o padrão celular consiste em precursores da linhagem

eritroide, principalmente os metarrubrícitos. Linfócitos pequenos e grandes também

devem estar presentes, e devem ser diferenciadas das células eritroides mais

jovens, as quais possuem núcleo redondo com cromatina irregularmente agregada,

que dá aparência de roda de carroça com raios. O citoplasma é azul escuro e pode

conter uma zona clara ao redor do núcleo (MACWILLIAMS, 2009). Precursores

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linfoides, megacariócitos e macrófagos fagocitando hemácias também podem ser

observados. Um grande indicativo de hematopoiese extramedular é a visualização

de célula babá (nurse cell), que consiste em um macrófago rodeado de precursores

eritroides para troca de ferro (RASKIN, 2011).

As características teciduais de hematopoiese extramedular são variadas e,

por vezes, outras alterações histopatológicas estão associadas. Frequentemente se

observa no baço com hematopoiese extramedular, além dos precursores

hematopoiéticos, um aumento de histiócitos e eritrofagocitose exacerbada. Nesses

casos, a desordem clínica é denominada hiperesplenismo, e o diagnóstico etiológico

merece uma atenciosa investigação clínica e epidemiológica (Figura 4) (SPANGLER;

KASS, 1999; YUNFU et al., 2016).

Figura 4:- Relações patológicas sugestivas na hematopoiese extramedular (metaplasia

mieloide)canina.

Fonte: Adaptado de SPANGLER; KASS, 1999.

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2.3.2 Neoplasias benignas do baço

Entre as neoplasias benignas encontradas no baço estão os hemangiomas,

de origem endotelial vascular, e os mielolipomas (CAMPOS et al., 2011).

Geralmente, os hemangiomas se manifestam no ultrassom como áreas

focais bem delimitadas no parênquima esplênico, de aparência cística ou com

ecogenicidade sólida, normalmente hipoecoica, com áreas de calcificação

hiperecoicas que formam um sombreamento acústico (ABOTT et al., 2004).

Durante o ultrassom dificilmente é possível diferenciar os hemangiomas dos

hemangiossarcomas. A utilização do Doppler pode auxiliar na identificação de vasos

organizados e ordenados, com fluxo regular, endotélio intacto e com uma camada

de músculo liso completa. As neoformações malignas, por outro lado, possuem

vasos com trajeto tortuoso e desordenado, muitas vezes fazem conexões com

artérias adjacentes e veias, possuem aparência entrelaçada, além de penetrarem o

tumor de forma radiada (IWASAKA et al., 2003).

Outra característica que pode auxiliar na diferenciação é a observação de

focos de metástase e hemoperitônio (MAHONEY, 2011), sendo esse último não tão

específico, já que estudos comprovam que hematomas e hemangiomas também

causam ruptura esplênica (NYLAND; MATOON, 2015). Mesmo assim, o estudo de

Hammond e Pesillo-Crosby (2008) identificou que de 71 cães com hemoperitônio, 54

(76,1%) receberam o diagnóstico de neoplasia maligna esplênica e 50 (92,6%)

destes eram hemangiossarcomas.

Na avaliação citológica dos hemangiomas se identifica conteúdo sanguíneo

semelhante a contaminação de amostras. Nesses casos pode haver ainda raras

células endoteliais basofílicas e, quando há hemorragia, frequentemente podem ser

observados macrófagos com hemácias fagocitadas ou carregados de hemossiderina

(RASKIN, 2011). Uma característica que pode auxiliar na diferenciação entre

hemangiomas e hematomas é a presença de plaquetas, pois só são vistas nesse

tumor se ocorrer contaminação sanguínea durante a coleta.

Histologicamente, os hemangiomas são classificados em capilares e

cavernosos. Os dois tipos possuem células endoteliais, que nos hemangiomas

capilares formam um emaranhado de pequenos vasos e no hemangioma cavernoso

apresentam-se com grandes reservatórios de sangue com fino estroma entre suas

paredes (KIRCHHOFF; AGNOLI; EGGERT, 1977).

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Os mielolipomas acometem cães e gatos, porém são infrequentes. Em um

estudo de 179 baços esplenectomizados de cães, apenas dois apresentavam

mielolipoma (BANDINELLI et al., 2011). Durante o ultrassom, esses nódulos são os

únicos que possuem aparência hiperecóica exclusiva com hiperatenuação atípica

(ARMBRUST, 2012). Costumam ser solitários e bem delimitados e seu tamanho

normalmente não ultrapassa 5,0 cm de diâmetro (NAL; AGUIAR; GIMENEZ, 2007).

Na citologia há precursores hematopoiéticos como megacariócitos,

mielócitos e eritroblastos com grande quantidade de vacúolos lipídicos ao fundo. A

identificação de hematopoiese extramedular com visualização de gordura é

seguramente característico do mielolipoma (AL-RUKIBAT; ISMAIL, 2006).

Microscopicamente observa-se nódulo bem definido, porém não

encapsulado, composto por células bem diferenciadas de tecido conjuntivo, tecido

hematopoiético, tanto de linhagem mieloide quanto linfoide, e tecido adiposo

(KAMIIE et al., 2009).

2.3.3 Neoplasias malignas de células redondas

As neoplasias de células redondas são assim denominadas pela

característica citomorfológica. Esse grupo de células neoplásicas tem como origem o

sistema hemolinfático e são tipicamente individualizadas, ovais a redondas. Para

diferenciação do tipo neoplásico inserido nesse grupo, o mais importante a ser

avaliado é o aspecto do citoplasma, se há vacúolos, grânulos e que cor possuem

esses grânulos (DENICOLA, 2009; RODRIGUES, 2014).

As neoplasias de células redondas encontradas de forma mais frequente no

baço são os linfomas, mastocitomas, plasmocitomas e os sarcomas histiocíticos

disseminados. As esplenomegalias geradas por esses tumores podem ser tanto

difusas e infiltrativas quanto nodulares (MOORE; AFFOLTER; VERNAU, 2006;

O’BRIEN et al., 2013; PARK et al., 2006; RAMAIAH et al., 2002; TAKAHASHI et al.,

2000).

O linfoma é a segunda neoplasia mais diagnosticada no baço, podendo

acometer outros órgãos linfo-hematopoiéticos sólidos (FIGHERA et al., 2006).

Na avaliação ultrassonográfica, as lesões podem ser vistas de forma focal,

multifocal ou generalizada. O parênquima pode aparecer hipoecoico, possuir

nódulos hipoecoicos ou em alvos, ou até com aumento difuso da ecogenicidade,

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com entremeado nodular hipoecoico difuso (honeycomb-like) (BLACKWOOD et al.,

2004; BALLEGEER et al., 2007; NYLAND; MATOON, 2015).

A avaliação citológica pode ser suficiente para estabelecer o diagnóstico de

linfoma. Quando a amostra é coletada de forma correta, as lâminas possuem alta

celularidade. Esses tumores são compostos por população homogênea de linfócitos

com grau de diferenciação variado. Os linfomas são classificados em linfoma de

células pequenas, intermediárias a grandes ou linfoma com atipia celular

(DENICOLA, 2009).

O grau de malignidade desse tumor é estabelecido após avaliação do

tamanho celular e do número de mitoses. Quanto maior o tamanho da célula e maior

o número de mitoses maior será o grau de malignidade. Os linfomas de alto grau

costumam ser originados de linfócitos B e possuem péssimo prognóstico (RASKIN,

2011; RODRIGUES, 2014; SUZANO et al., 2010).

Na histopatologia os linfomas são classificados com base nos sistemas de

classificação de linfomas humanos não-Hodgkin, como o sistema de Kiel e pela

Working Formulation, que são importantes para estabelecer prognóstico e protocolos

quimioterápicos. A classificação de Kiel identifica os linfomas a partir de sua origem

de diferentes estágios de maturação do centro germinativo e também incluem sua

imunofenotipagem em linfócitos T ou B (GREENLEE et al., 1990). A Working

Formulation faz sua classificação de acordo com o padrão tecidual em folicular ou

difuso e no tipo celular, se pequena e clivada, grande e imunoblástica (CARTER;

VALLI; LUMSDEN, 1986).

Nos casos de linfomas bem diferenciados ou de baixo grau, tanto a

diferenciação citológica quanto histopatológica de processos reativos é pouco

provável. As amostras com diagnósticos sugestivos de linfomas bem diferenciados

devem ser submetidas a técnicas de imuno-histoquímica ou imunocitoquímica (DAS;

PATH, 1999).

O tumor de mastócitos possui apresentação cutânea, porém sua ocorrência

visceral, quando relatada, é observada com maior frequência nos órgãos

hemolinfáticos (LONDON; THAMM, 2013). A forma primária da doença no baço é

pouco comum, quando acontece, os sinais clínicos são muito severos (TAKAHASHI

et al., 2000).

Durante o ultrassom a infiltração de mastócitos pode gerar ecogenicidade

reduzida do parênquima, que não é fácil de ser visualizada e normalmente exige

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comparação com as características de ecotextura e ecogenicidade do fígado e rim

esquerdo. O baço pode estar difusamente aumentado e de contorno irregular com

focos hipoecoicos a isoecoicos (SATO; SOLANO, 2004).

Na citologia, os mastócitos são identificados através da morfologia celular e

dos grânulos intracitoplasmáticos. As amostras possuem boa celularidade, o que

facilita o diagnóstico. Os mastocitomas possuem grânulos arroxeados, finos a

grosseiros quando corados com os corantes do tipo Romanowsky (panótico), porém

nos mastocitomas pobremente diferenciados, esses grânulos são dificilmente vistos

(DENICOLA, 2009). Nesses casos, como alternativa, pode-se utilizar a coloração de

azul de toluidina com resultados satisfatórios (CAMERA; MARTINS, 2012).

A graduação do tumor através da diferenciação da célula pode ser feita.

Mastocitomas grau 1, possuem numerosos grânulos metacromáticos distintos com

núcleo pequeno e uniforme. Os de grau 2, considerados intermediários, possuem

menor quantidade de grânulos e o núcleo varia de forma e tamanho. Já os de grau

3, pobremente diferenciados, são os mais agressivos e de difícil classificação, pois

possuem pouquíssimos ou nenhum grânulo em seu citoplasma, com características

marcantes de malignidade. De maneira geral, eosinófilos são visualizados, e o fundo

possui grânulos púrpuras (RASKIN, 2011).

A graduação histológica é considerada a mais importante para se

estabelecer a agressividade e o prognóstico do tumor. O método mais recentemente

proposto com essa finalidade é o de Kiupel, elaborado em 2011, em que os tumores

são classificados em alto ou baixo grau. Os de alto grau devem possuir uma das

seguintes características em dez campos de maior aumento analisados: sete ou

mais figuras de mitose; três células multinucleadas (com ao menos três núcleos); ao

menos três núcleos bizarros; cariomegalia em ao menos 10% das células (KIUPEL

et al., 2011).

A histiocitose maligna ou sarcoma histiocítico é considerada uma neoplasia

esplênica primária, denominada pleocelular, por possuir células de origem

histiocítica e também fibroblástica. O exame ultrassonográfico costuma identificar

esplenomegalia moderada, com parênquima hipoecoico, contendo áreas

anecogênicas e órgão de contorno irregular (GARMATZ et al., 2007). Segundo

Mahoney (2011), os nódulos podem se apresentar hiperecoicos, com ou sem

conteúdo anecogênico em aspecto de alvo.

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Na citologia são visualizadas lâminas com alta celularidade, células

redondas a ovais ou fusiformes, individualizadas, com várias características de

malignidade como anisocitose, anisocariose, variação na relação normal núcleo

citoplasma e nítido pleomorfismo. O núcleo é excêntrico, com cromatina grosseira e

múltiplos nucléolos evidentes. O citoplasma é moderado a abundante, levemente

basofílico e na maioria das vezes vacuolizado. Além disso, é comum a visualização

dessas células fagocitando hemácias (DENICOLA, 2009).

No exame histopatológico podem ser vistas células fusiformes,

intermediárias entre fibroblastos e macrófagos epitelioides, dispostas em

redemoinhos, com taxa de mitose alta e células multinucleadas. Observa-se

quantidade acentuada de histiócitos, hematopoiese extramedular, eritrofagocitose e

hemossiderose. A disposição das células em mantos ou redemoinhos oblitera a

arquitetura tecidual normal e pode ocasionar infartos (AUDOIN et al., 2003; MOORE;

AFFOLTER; VERNAU, 2006).

Os plasmocitomas extramedulares que acometecem o baço de cães, são

pouco comuns. No ultrassom são observados nódulos hipoecoicos e bem definidos.

As amostras citológicas são abundantes, e demonstram células redondas não

coesas de citoplasma basofílico e bem delimitado. O núcleo é excêntrico e

hipercromático com nucléolos distintos e halo claro perinuclear. Observa-se também

células gigantes, células de Mott e plasmócitos com citoplasma abundante e

eosinofílico (célula em chama). Na histopatologia os tumores são compostos por

células bem diferenciadas ou não, distribuídas em pequenos agrupamentos

entremeados por discreto estroma fibrovascular. Deposição de amiloide é comum e

auxilia na diferenciação de outros tumores de células redondas (BALLEGEER et al.,

2007; FRY; MCGAVIN, 2013; RASKIN, 2011).

O tumor venéreo transmissível é um tumor maligno de células redondas que

recebe esse nome por possuir capacidade de transplantar suas células a partir de

contato. Localiza-se preferencialmente nos órgãos reprodutivos e sua forma

disseminada é incomum (PARK et al., 2006). No exame ultrassonográfico, nota-se

áreas focais hiperecoicas no parênquima esplênico (ALBANESE et al., 2006).

A avaliação citológica compreende lâminas com numerosas células

redondas, não coesas com citoplasma distinto, basofílico e vauolizado. O núcleo é

redondo com a cromatina esparsa e nucléolos evidentes (FLORÉZ et al., 2012). No

exame histopatológico observa-se longos lençóis de células redondas com

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quantidade escassa de estroma fibroso. As células possuem citoplasma escasso, de

bordos distintos, levemente granular, com núcleo hipercromático, com a cromatina

finamente pontilhada e nucléolo evidente. A taxa de mitose é moderada. A distinção

desse tumor dos demais de células redondas é difícil e as características clínicas e

da localização do tumor auxiliam no diagnóstico. Quando possível a realização de

coloração de azul de toluidina para mastócitos e imuno-histoquímica é aconselhável

(GONZALEZ et al., 2000).

2.3.4 Neoplasias malignas epiteliais

Os carcinomas metastáticos que envolvem o baço, geralmente são oriundos

do fígado, pâncreas ou sistema reprodutivo. As que se iniciam no fígado se movem

de forma retrógrada pelos vasos e as metástases são focais (VALLI, 2007).

As características ultrassonográficas são normalmente de esplenomegalia

nodular hipoecoicas, ou com áreas hipoecóicas de centro hiperecóico (nódulo em

alvo) (CUCCOVILLO; LAMB, 2002; GOERG; SCHWERK; GOERG, 1991).

As características citológicas incluem uma amostra com boa celularidade,

formado por células coesas dispostas em placas e agregados, de formato

arredondado a poligonal, com citoplasma bem delimitado e basofílico. Quando de

origem glandular, o citoplasma apresenta vacúolos ou formação acinar. Como

características de malignidade pode-se ter alta relação núcleo/citoplasma, células

binucleadas, cromatina grosseira, nucléolos evidentes, intensa anisocitose e

anisocariose (MEINKOTH; COWELL; TYLER, 2009).

No exame histopatológico observa-se infiltração esplênica por células

tumorais originadas do órgão primário, dispostas de forma lobular ou difusa e que

podem substituir todo o parênquima esplênico. As células epiteliais apresentam

pleomorfismo celular, núcleos hipercromáticos e alguns com cromatina grosseira.

Áreas de necrose e fibroplasia podem estar presentes (LAISSE; INSUA; PRADO,

2010).

2.3.5 Neoplasias malignas mesenquimais

As neoplasias malignas mesenquimais recebem o nome de sarcomas. Na

maioria das vezes são tumores primários do baço, ou podem ocorrer através de

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metástases por meio da via hematógena (SPANGLER; CULBERSTON; KASS,

1994).

O hemangiossarcoma é um tumor que se origina das células endoteliais dos

vasos e pode estar presente em qualquer órgão do corpo com alta vascularização.

Frequentemente é visto no baço, podendo ser primário nesse órgão (FRY;

MCGAVIN, 2013).

Durante o ultrassom, visualiza-se massa com bordos irregulares, complexas

e heterogêneas, com múltiplas cavitações que possuem bordos hiperecoicos e

conteúdo anecoico. Esse aspecto, associado a metástases em outras vísceras

abdominais e a hemoperitônio, auxilia o na diferenciação de hemangiossarcomas de

hemangiomas e hematomas (WRIGLEY et al., 1988; HAMMOND; PESILLO-

CROSBY, 2008).

Por vezes os pequenos nódulos metastáticos podem passar despercebidos,

o que levou ao desenvolvimento de uma técnica de avaliação ultrassonográfica

associada a utilização de contraste intravenoso. Com essa técnica tornou-se

possível evidenciar pequenos nódulos de hemangiossarcoma de difícil visualização

por método convencional no fígado (O’BRIEN, 2007).

As amostras obtidas por punção aspirativa por agulha fina costumam possuir

poucas células, já que o tecido conjuntivo é extremamente coeso, porém se

comparado a alterações benignas, os tumores malignos tendem a esfoliar uma

maior quantidade de células. Essa característica é considerada como principal

responsável pela dificuldade em diagnosticar, através da citologia, amostras

oriundas de hemangiossarcomas. Além disso, necrose e hemorragia também são

frequentes nesses tumores e impossibilitam a avaliação celular com clareza

(BALLEGEER et al., 2007; CHRISTENSEN et al., 2009).

Na citologia, as células neoplásicas dos hemangiossarcomas possuem

formato fusiforme e alongado em uma ou ambas as extremidades, e estão dispostas

de forma individual ou em agregados não coesos. São pleomórficas,

hipercromáticas, com aumento da relação núcleo-citoplasma, cromatina grosseira ou

densa e nucléolos evidentes. Nesses tumores são comumente observados

eritrofagocitose e hematopoiese extramedular, evidenciada principalmente pela

observação de precursores eritróides (BARGER; SKOWRONSKI; MACNEIL, 2012;

BERTAZZOLO et al., 2005; MACWILLIAMS, 2009).

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Para classificação histológica, os critérios utilizados são o arranjo

histológico, a morfologia celular, a taxa de mitose, a invasão de tecidos adjacentes,

além da ocorrência de trombose, hemorragia, áreas de necrose e infiltrado

linfoplasmocítico. Posteriormente os tumores são divididos em bem diferenciados ou

pouco diferenciados (FLORES et al., 2012).

Microscopicamente, os hemangiossarcomas possuem espaços vasculares

irregulares com células endoteliais imaturas, fusiformes a ovais, que se dispõem em

camadas formando canais rudimentares tortuosos repletos de hemácias. Também

pode ser visto hematopoiese extramedular e infiltrado neutrofílico (HARGIS et al.,

1992).

Outros sarcomas, como fribrossarcomas, lipossarcomas, leiomiossarcomas,

mixossarcomas e sarcomas indiferenciados também podem se originar

primariamente do baço, porém, em menor frequência. Apesar das diferenças

histológicas e de origem celular, o prognóstico dessas neoplasias é tão reservado

quanto nos casos de hemangiossarcoma. A aparência ultrassonográfica

compreende nódulos com ecogenicidade e ecotextura variada. Os aspirados

citológicos demonstram células mesenquimais fusiformes com pequenas variações

entre as classificações. A avaliação histopatológica por vezes necessita de técnicas

imunohistoquímicas para elucidação dos casos (BALLEGEER et al., 2007; GRANDI;

ROCHA, 2014; SPANGLER; CULBERSTON; KASS, 1994).

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3 OBJETIVOS

3.1 OBJETIVO GERAL

Caracterizar a aparência ultrassonográfica e citológica das lesões esplênicas

de cães, além de determinar a precisão dessas duas técnicas diagnósticas ao

compará-las com o resultado da histopatologia.

3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Identificar as alterações esplênicas mais frequentes em cães atendidos no

Hospital Veterinário da Universidade de Cuiabá.

Determinar a capacidade de identificação prévia das afecções esplênicas pela

avaliação ultrassonográfica.

Estabelecer quais as características ultrassonográficas mais comuns em cada

tipo de alteração esplênica observada.

Determinar a acurácia do exame citológico como ferramenta de diagnóstico

rápido.

Comparar as descrições dos exames citológicos de cada lesão com o

diagnóstico histopatológico, afim de estabelecer as características celulares mais

comuns em cada tipo de alteração esplênica.

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4 ARTIGO

Caracterização ultrassonográfica e citológica de lesões esplênicas de cães comparadas ao diagnóstico histopatológico1

Kamila P.F. Martins, Ana P.A. Nascimento, Emanoelly S. da Silva, Lívia S. Muraro, Raquel S. Lemos, Rosana Zanatta, Glauco J.N. de Galiza, Luiz G.S. Oliveira e Fabiana M. Boabaid

ABSTRACT-... 2017. [Ultrasonographic and cytological characterization of splenic lesions of dogs compared to histopathological diagnosis. ] Caracterização ultrassonográfica e citológica de lesões esplênicas de cães comparadas ao diagnóstico histopatológico. Pesquisa Veterinária Brasileira 00(0): 00-00. Hospital Veterinário, Faculdade de Medicina Veterinária, Universidade de Cuiabá, Rua Itália, s/nº, Jardim Europa, Cuiabá, Mato Grosso, 78015-480, Brazil, e-mail: [email protected]

Dogs with splenic disease are common in the veterinary clinic and show nonspecific clinical signs, requiring complementary diagnostic techniques to elucidate the cases. In this context exams such as ultrasonography and cytology are frequently used. The present work aimed to characterize the ultrasonographic and cytological appearance of the splenic lesions of dogs and to indicate the accuracy of these tests when comparing them with the histopathological diagnosis. Data collection was performed from the reports of these exams and comprised the period from January 2011 to December 2016. Most of the lesions found were neoplastic, with hemangiosarcoma being the most frequent in the histopathology. The ultrasound had sensitivity of 93,75%, specificity of 25% and accuracy of 70,8%%. The cytology presented sensitivity of 62.5%, 87.5% of specificity and accuracy of 70.8%. The cellular characteristics visualized were common according to the classification of the lesions. The ultrasonographic appearance of the splenic alterations was variable and an indicative image pattern could not be established for neoplastic or non-neoplastic alterations. Histopathology is the only confirmatory examination, and both ultrasound and cytology should be used as complementary diagnostic techniques, and may confer satisfactory results when associated.

INDEXING TERMS: Spleen, cytopathologic correlation, ultrasonographic evaluation. 1 Recebido em .... Aceito para publicação em ..... 1 Aluna de pós-graduação, Mestrado em Biociência Animal, Faculdade de Medicina Veterinária, Universidade de Cuiabá, Rua Itália, s/nº, Jardim Europa, Cuiabá, Mato Grosso, 78015-480, Brasil. Pesquisa de mestrado com apoio CAPES. *Autor para correspondência: [email protected] 1 Aluno de graduação, Faculdade de Medicina Veterinária, Universidade de Cuiabá, Rua Itália, sn/º, Jardim Europa, Cuiabá, Mato Grosso, 78015-480, Brasil. 1 Laboratório de Patologia Animal, Universidade Federal de Campina Grande, Centro de Saúde e Tecnologia Rural, Avenida Universitária, s/nº, Bairro Santa Cecília, Patos, Paraíba, 58708-110, Brasil 1 Docente da Faculdade de Medicina Veterinária, Universidade de Cuiabá, Rua Itália, s/nº, Jardim Europa, Cuiabá, Mato Grosso, 78015-480, Brasil.

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RESUMO- Cães com doença esplênica são comuns na clínica veterinária e manifestam sinais clínicos inespecíficos, sendo necessário técnicas de diagnóstico complementar para e elucidação dos casos. Nesse contexto exames como ultrassonografia e citologia são frequentemente utilizados. O presente trabalho objetivou caracterizar a aparência ultrassonográfica e citológica das lesões esplênicas de cães e indicar a acurácia desses exames ao compará-los com o diagnóstico histopatológico. A coleta de dados foi realizada a partir dos laudos desses exames e compreendeu o período de janeiro de 2011 a dezembro de 2016. A maioria das lesões encontradas foram neoplásicas, sendo o hemangiossarcoma o mais frequente na histopatologia. O ultrassom teve sensibilidade de 93,75%, especificidade de 25% e acurácia de 65,2%. A citologia apresentou sensibilidade de 62,5%, 87,5% de especificidade e acurácia de 70,83%. As características celulares visualizadas foram comuns conforme a classificação das lesões. A aparência ultrassonográfica das alterações esplênicas foi variável e não pode ser estabelecido um padrão de imagem indicativo para alterações neoplásicas ou não neoplásicas. A histopatologia é o único exame confirmatório, e tanto ultrassom quanto citologia devem ser utilizados como técnicas complementares de diagnóstico, podendo conferir resultados satisfatórios quando associadas.

TERMOS DE INDEXAÇÃO: Baço, correlação cito-histológica, avaliação ultrassonográfica.

INTRODUÇÃO

O baço é um órgão linfoide que pode ser acometido por alterações inflamatórias, hiperpásicas e neoplásicas primárias ou secundárias. No entanto, o diagnóstico clínico das alterações esplênicas pode representar um desafio, já que seus sinais clínicos são pouco específicos e costumam estar relacionados com a doença primária envolvida. A alteração mais comum nos pacientes é o aumento de volume abdominal, com a identificação de esplenomegalia através da palpação durante o exame físico. Devido a isso, frequentemente técnicas de diagnóstico complementares são necessárias para a elucidação desses casos (Johnson et al. 1989, Couto 2010).

A avaliação ultrassonográfica é umas das técnicas de diagnóstico indispensáveis nos casos em que há suspeita de acometimento esplênico. Quando o aumento do baço é confirmado através da imagem ultrassonográfica, o significado clínico da esplenomegalia é difícil de ser definido por possuir vários diagnósticos diferenciais (Santos et al. 2016). Esse aumento esplênico, focal ou difuso, pode ser de origem neoplásica, secundário a alterações circulatórias, abscessos, granulomas, cistos, hiperplasia nodular benigna ou hematopoiese extramedular (Armbrust 2012).

Quando as lesões esplênicas são interpretadas como neoplásicas, podem ser classificadas como benignas ou malignas (Garcia et al. 2012). Entretanto, segundo Ballegeer et al. (2007), na maioria das vezes há significativa dificuldade em realizar essa classificação, já que a imagem das alterações esplênicas são extremamente variáveis e não específicas para cada afecção. O exame de ultrassom, além de possibilitar a visualização das lesões esplênicas, também serve como guia em punções para exame citológico, e auxilia o cirurgião com a localização exata das alterações no órgão, e assim permitir o planejamento da conduta cirúrgica (Garcia et al. 2012).

O exame citológico torna o diagnóstico das lesões mais rápido, pela sua simplicidade e praticidade. As amostras citológicas de baço guiadas por ultrassonografia sem aspiração oferecem um menor risco de hemorragia, mesmo para pacientes com trombocitopenia, e pode ainda proporcionar uma maior segurança na escolha da terapia para o paciente, além de diminuir o tempo de hospitalização e consequentemente os custos (Leblanc et al. 2009, Islam et al. 2013). No entanto, em alguns casos as amostras citológicas coletadas podem não possuir celularidade suficiente, ou a reação a lesão tecidual ser muito severa, acarretando em alterações citomorfológicas que impossibilitam o diagnóstico (Christensen 2009, Raskin 2011). Nessas situações o exame histopatológico se faz necessário (Ménard et al. 1986).

Apesar do estudo de Guedes e colaboradores (2000) identificarem 83,3% de acertos nos diagnósticos citológicos e taxas de até 95% quando utilizadas amostras de tumores de células redondas, poucos são os estudos que buscam determinar esses resultados para citologia de baço em cães (O’Keefe & Couto 1987, Stockhaus & Teske 1998, Ballegeer et al. 2007, Christensen 2009).

Diante das inúmeras possibilidades diagnósticas e das vantagens e limitações de cada técnica, esse trabalho tem como objetivo descrever as características das lesões esplênicas vistas no ultrassom e na citologia, comparando com os resultados da histopatologia. Espera-se com isso, estabelecer critérios

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objetivos em que o clínico possa embasar-se para escolher as técnicas diagnósticas mais adequadas frente ao quadro de saúde geral de cada paciente com alterações esplênicas.

MATERIAL E MÉTODOS

O presente estudo foi retrospectivo e prospectivo, observacional, com coleta de dados de casos com alterações esplênicas, realizados no setor de Diagnóstico por Imagem e nos Laboratórios de Patologia Clínica e Patologia Veterinária do Hospital Veterinário da Universidade de Cuiabá, durante o período de janeiro de 2011 a dezembro de 2016. Animais. Os casos selecionados pertenciam a cães oriundos da rotina da clínica médica e cirúrgica de pequenos animais do Hospital Veterinário, que foram encaminhados para avaliação ultrassonográfica do abdômen, e que após a identificação de alterações esplênicas realizaram citologia e exame histopatológico, conforme decisão do médico veterinário responsável. Como critério de inclusão, os pacientes deveriam possuir o diagnóstico histopatológico (padrão ouro), e terem realizado a confirmação das alterações esplênicas observadas no ultrassom e na citologia em um intervalo de até 90 dias. Exame ultrassonográfico do abdome. Para a realização do exame foi utilizado o aparelho de ultrassom portátil modelo My Lab Five (Esaote®). Os transdutores utilizados foram o linear com frequência de 5 a 12 MHz e o setorial com frequência de 6 a 8 MHz. Para ser iniciada a avaliação ultrassonográfica do abdome, o ultrassonografista recebia a requisição para o exame contendo a suspeita clínica. O animal era submetido a tricotomia da região ventral e posicionado em decúbito dorsal, porém para o exame direcionado do baço, os decúbitos laterais esquerdo e direito também foram utilizados. Após o posicionamento aplicava-se gel acústico sobre a pele e o exame era realizado. Quando lesões esplênicas eram detectadas avaliava-se e classificava-se de acordo com seu tamanho, ecogenicidade e ecotextura. Como critério para classificação de tamanho das lesões, aquelas que possuíam até quatro centímetros eram classificados como nódulos e acima disso eram considerados como massas. Citologia por agulha fina. A coleta de material para citologia era percutânea e guiada por ultrassonografia. Antes de iniciar a técnica por meio do ultrassom, todo o gel acústico era removido, e como meio condutor era utilizado álcool etílico líquido.

O local específico no baço a ser puncionado era então identificado e o ultrassonografista segurava o transdutor com uma das mãos, e com a que permanecia livre penetrava o abdômen com uma agulha 25x7, realizando movimentos rápidos para frente e para trás sem ser retirada da lesão. Esse procedimento é denominado técnica de mão livre com amostragem capilar por agulha fina. Com uma seringa de 10 ml, o material contido no canhão da agulha era expelido em uma lâmina de microscopia. Para distribuição uniforme da amostra na lâmina, a técnica de squash foi utilizada, na qual a lâmina com o material é segurada, e sobre ela outra lâmina em ângulo reto e posição transversa é deslizada até o lado oposto de sua superfície. Depois de secas, as lâminas eram submetidas a coloração de panótico para avaliação em microscopia óptica.

Após a coleta, o paciente permanecia na sala de ultrassom para verificação de sangramento ativo secundário ao procedimento. Exame histopatológico. Os fragmentos de tecido para exame histopatológico foram coletados através de biópsias cirúrgicas excisional ou durante o procedimento de necropsia.

O material era fixado em formol 10% tamponado e, após a fixação, os fragmentos eram submetidos à desidratação em concentrações crescentes de álcool etilílico e diafanização em xilol. Posteriormente as amostras eram embebidas em parafina derretida a 60°C e emblocadas. Os blocos de parafina eram cortados a uma espessura de 5 a 7 micrômetros e, em seguida, as lâminas eram secas em estufa. Subsequentemente os cortes eram imersos em xilol e reidratados com banhos sucessivos de álcoois etílico em concentrações decrescentes até a água, para então serem coradas com hematoxilina e eosina. Depois de corada, as lâminas passavam novamente por banhos em álcool e xilol, para então serem embebidas em resina e cobertas por uma lamínula. As lâminas resultantes eram analisadas em microscopia óptica. Análise estatística. Após a coleta dos dados foi calculada a frequência das alterações esplênicas identificadas no ultrassom, citologia e histopatologia. Para determinar a habilidade da ultrassonografia e citologia no diagnóstico das alterações neoplásicas ou não neoplásicas, foram utilizados testes de sensibilidade, especificidade, valor preditivo positivo, valor preditivo negativo e acurácia com auxílio do programa OpenEpi e utilização do diagnóstico histopatológico como confirmatório.

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A aparência ultrassonográfica e citológica das lesões esplênicas foi comparada através de estatística descritiva, ao expor os dados em tabelas com o resultado histopatológico, afim de determinar quais as características de imagem e de citologia são mais frequentes em cada tipo de lesão, assim como verificar a concordância diagnóstica entre as técnicas.

Todos os valores percentuais obtidos foram utilizados com até dois números após a vírgula sendo aproximados para maior valor quando a última casa decimal era igual ou maior que cinco.

RESULTADOS

Durante o período do estudo, foram atendidos 24 cães com lesões esplênicas, nos quais se realizou exame ultrassonográfico, citológico e o histopatológico. Dos 24 cães avaliados, nove eram machos e 15 eram fêmeas, e a idade dos cães atendidos variou de um a 15 anos. Em relação as raças, a Pit Bull foi a mais acometida com 37,5% (9/24), seguida dos sem raça definida com 33,33% (8/24), Rottweiler com 12,5% (3/24), e 4,16% para Beagle (1/24), Labrador (1/24), Dachshund (1/24) e Dogo Argentino (1/24).

Os cães eram encaminhados para realização do ultrassom para investigação de metástases em 45,83% dos casos (11/24), ou ainda, em 33,33% por apresentar o abdômen aumentado de tamanho (8/24), 8,33% por dor a palpação abdominal (2/24) e por sinais de doença renal (2/24) ou em 4,16% por diarreia crônica (1/24). Em relação as complicações após citologia percutânea, apenas uma paciente apresentou coágulo extenso sobre o baço visualizado durante a cirurgia. Os demais foram acompanhados por ultrassonografia e não foi identificado sangramento após a realização da citologia.

Na ultrassonografia foi observado que 87,5% (21/24) dos pacientes examinados tinham suspeita de neoplasia e que apenas 12,5% (3/24) tinham suspeita de lesão não neoplásica. Dentre as lesões não neoplásicas, a impressão diagnóstica foi de 33,33% de hiperplasia nodular linfoide (1/3) assim como de processo inflamatório/infeccioso (1/3) e de alteração sem significado clínico (1/3).

A aparência ultrassonográfica (Quadro 3) de múltiplos nódulos hipoecoicos ou hiperecoicos foram diagnosticados tanto como neoplasia maligna quanto como alterações não neoplásicas. Em um paciente a presença de múltiplos nódulos hipercoicos foram suficientes para a ultrassonografia afirmar que se tratava de um mielolipoma, porém, o mesmo não foi confirmado pela histopatologia, em que o diagnóstico confirmatório foi de hiperplasia nodular. A descrição de nódulo isoecoico foi visualizada em um caso e o primeiro diferencial ultrassonográfico de alteração neoplásica maligna não correspondeu ao diagnóstico histopatológico. A presença de nódulo ou massa que deformavam o contorno do baço foi descrita em quatro animais e todos foram posteriormente diagnosticados como lesões neoplásicas, sendo três malignas e uma benigna.

Ao comparar o resultado do primeiro diferencial ultrassonográfico com o resultado histopatológico a técnica de ultrassom obteve acurácia de 70,83% com valor de 93,75% de sensibilidade e 25% de especificidade além de um valor preditivo positivo de 71,43% e valor preditivo negativo de 66,67% (Quadro 4).

Na citologia, 50% (12/24) das lesões esplênicas foram classificadas como não neoplásicas e 45,83% (11/24) como neoplásicas, enquanto que em um caso foi dado como inconclusivo, apesar da observação de ocasionais eosinófilos e mastócitos degenerados. Na histopatologia, por outro lado, 66,67% (16/24) dos casos foram diagnosticadas como neoplasias e 33,33% (8/24) como lesões não neoplásicas (Quadro 1).

Dentre os casos diagnosticados como processo não neoplásico na citologia, 100% foi considerado como baço reativo (12/12), sendo que destes, 41,67% (5/12) foram dados como hiperplasia nodular na histologia, e, portanto, considerados compatíveis. Em um caso, porém foi atribuído diagnóstico de esplenite eosinofílica em associação as características de baço reativo na citologia, sendo que ao exame histológico só se constatou hiperplasia nodular, sendo dessa forma considerado parcialmente compatível. Um segundo caso parcialmente compatível revelou na histologia, além da hiperplasia nodular, hemangiossarcoma. Os casos não compatíveis com baço reativo consistiam, ao exame histológico, em 25% como hemangiossarcoma (3/12), 8,33% como linfoma (1/12) e um caso como esplenite eosinofílica e histiocitária.

Entre as lesões diagnosticadas como neoplásicas na citologia, 45,45% (5/11) foram classificadas como de origem mesenquimal, seguida das de células redondas com 27,27% (3/11) e de origem epitelial 18,18% (2/11). Em uma amostra (9,10%), foram observadas na citologia, células neoplásicas, por vezes de aspecto epitelial e outras vezes de células redondas. Dos tumores mesenquimais ao exame citológico, todos foram confirmados nessa categoria à histologia, sendo classificados em 60% como hemangiossarcoma (3/5), 20% como hemangioma (1/5) e sarcoma indiferenciado (1/5). Dentre as neoplasias de células redondas à citologia, apenas 33,33% era compatível à histologia (1/3), na qual em

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ambos os exames foi diagnosticado linfoma. Um caso foi considerado parcialmente compatível, pois foi diagnosticado à citologia como linfoma e na histologia sarcoma histiocítico. O caso remanescente diagnosticado como neoplasia de células redondas, foi demonstrado tratar-se na histologia de hiperplasia nodular.

Dos casos diagnosticados como neoplasia de origem epitelial à citologia, 100% foram compatíveis com o resultado histológico (2/2), um dos quais consistia em metástase de carcinoma mucoepidermoide e o outro de um carcinoma renal. Finalmente, o caso em que se observou células neoplásicas de aspecto epitelial e de células redondas à citologia, foi diagnosticado como metástase de um tumor venéreo transmissível à histologia.

A histologia revelou ainda que entre as lesões neoplásicas, 93,75% (15/16) eram malignas, e destas, 81,25% (13/16) foram consideradas primárias do baço e 18,75%(3/16) como metástase. Dentre as neoplasias, o hemangiossarcoma foi diagnosticado com maior frequência, visto em 50% (8/16) dos pacientes, que eram, na maior parte (50%) da raça Pitt Bull (4/8). Em nove casos, além do processo neoplásico, constatou-se, alterações não neoplásicas concomitantes, tais como hematopoiese extramedular em 100% das lesões (9/9), 11,11% com área de infarto (1/9) e hiperplasia nodular (1/9). A hematopoiese extramedular foi observado em associação com todos os casos de hemangiossarcoma.

A citologia obteve acurácia de 70,83% para identificação de lesões neoplásicas, com valor de 62,5% de sensibilidade e 87,5% de especificidade, além de um valor preditivo positivo de 90,91% e valor preditivo negativo de 53,85% (Quadro 2). Quando comparado a classificação histológica das lesões o diagnóstico citológico foi compatível com o histopatológico em 13 casos, parcialmente compatível em quatro casos e não compatível em sete casos.

DISCUSSÃO

A avaliação dos históricos e dos resultados dos exames ultrassonográficos, citológicos e histopatológicos dos pacientes do presente estudo, demonstrou que o principal motivo do encaminhamento dos cães para ultrassonografia foi a suspeita de metástase em órgãos abdominais. Na rotina clínica de pequenos animais a ultrassonografia já é consolidada como a técnica mais indicada para a identificação de neoplasias abdominais, por frequentemente estabelecer a origem dessas lesões e auxiliar, quando aplicável, o planejamento cirúrgico (Garcia et al. 2012). A segunda indicação mais frequente para avaliação ultrassonográfica, ocorreu após a constatação de aumento de volume abdominal durante o exame físico. No estudo de Johnson e colaboradores (1989), dos 100 cães participantes, 79 tiveram a esplenomegalia identificada já durante a palpação abdominal, o que reforça que o aumento de volume do abdômen é o principal sinal clínico responsável pela suspeita inicial do médico veterinário de acometimento esplênico (Couto, 2010).

Das 24 amostras de tecido esplênico estudadas, as alterações neoplásicas foram observadas em 16 casos (66,67%). Resultados parecidos foram relatados em outros estudos, que encontraram taxas de lesões neoplásicas de 54% a 67% (Johnson et al. 1989, Ballegeer et al. 2007, Bandinelli et al. 2011) e assim como na presente pesquisa, a maioria desses tumores foram classificados como malignos. Embora, a avaliação de biopsias esplênicas de cães nos estudos conduzidos por Silva et al. (2016) e Day et al. (1995) tenham obtido valores menores de lesões neoplásicas, com porcentagens de 36% e 44%, respectivamente. O diagnóstico de hemangiossarcoma foi o mais frequente entre as lesões tumorais, especialmente em caninos da raça Pit Bull acima de 5 anos. Apesar da sabida existência de predisposição racial para alguns tumores, não se pode afirmar que existam fatores genéticos envolvidos na prevalência de hemangiossarcoma nesses cães, já que não se realizou um estudo quantitativo das raças caninas mais frequentes na região atendida pelo Hospital Veterinário da Universidade de Cuiabá. As metástases tumorais, por sua vez, são consideradas infrequentes no baço (Fry & MacGavin 2013) sendo aqui presentes em somente 18,75% dos casos.

A associação de hematopoiese extramedular com hemangiossarcoma, é relatada por outros autores, que encontraram porcentagens menores, de 28% até 42% (Bertalozzo et al. 2005, Flores et al. 2012). Anormalidades hemostáticas são frequentes em cães com hemangiossarcoma (Hammer et al. 1991) e a hiperestimulação de produção plaquetária já foi associada a secreção do fator de crescimento endotelial vascular pelo tumor, o que poderia justificar, por exemplo, os numerosos megacariócitos observados nesses casos (Clifford et al. 2001).

Dos 24 pacientes avaliados, em apenas um foi descrita a ocorrência de coágulo extenso sobre a cápsula esplênica após realização da coleta para citologia, os demais não apresentaram complicações, que eram verificadas através do ultrassom ou durante a cirurgia, após o procedimento. Esse resultado condiz com outros estudos em que foi utilizada a técnica de coleta de amostras para a citologia por agulha fina

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guiada por ultrassonografia (Ballegeer et al. 2007, Civardi et al. 2007, Islam et al. 2013). Esses resultados têm demonstrado também que esse método é seguro, e pode ser uma valiosa ferramenta para avaliação de lesões esplênicas, principalmente em pacientes com risco cirúrgico (Leblanc et al. 2009, Islam et al. 2013). Observou-se ainda que doze lesões esplênicas classificadas na citologia como não neoplásicas foram, ainda assim, submetidos à esplenectomia em um intervalo de até 60 dias, o que talvez tenha sido influenciado pelo fato que, dentre estes, nove tenham sido considerados como neoplásicos na ultrassonografia, ou ainda devido a outros parâmetros clínicos não constantes nos históricos.

Os diagnósticos citológicos mais frequentes nesse estudo foram de lesões não neoplásicas, com o predomínio de baços reativos. A reatividade esplênica pode ser resultante de uma hiperestimulação dos folículos linfoides esplênicos secundária a resposta inflamatória ou neoplásica e inclusive a fatores angiogênicos que são expressivos em hemangiossarcomas e justifica a coexistência dessas lesões, como observado no paciente 21 (Raskin 2001, Goldschmidt & Hendrick 2002). Entretanto, em quatro casos diagnosticados como baço reativo à citologia, foram identificadas na histopatologia, alterações neoplásicas como hemangiossarcoma (3/4) e linfoma (1/4). É sabido que a esfoliação de células mesenquimais tumorais é pobre durante as coletas citológicas em contraste com a abundância de células linfoides presentes nessas amostras (Fig.1) (Christopher 2003) o que pode dificultar o diagnóstico citológico. O caso diagnosticado como baço reativo na citologia, que correspondia a um linfoma pela histologia demonstra a dificuldade de diferenciação da hiperplasia nodular de linfomas bem diferenciados, como demonstrado por outros autores (Ballegeer et al., 2007). Em alguns casos de linfomas, ainda pode-se fazer necessária a utilização de técnicas moleculares e de imuno-histoquímica para o estabelecimento do diagnóstico (Avery & Avery 2004; Valli et al. 2016).

Assim como a constatação citológica de reatividade esplênica pela variação citomorfológica da população linfoide, observou-se em dois resultados citológicos que o infiltrado de eosinófilos e mastócitos foi associado tanto a alteração hiperplásica em áreas extensas de hemorragia, como associado a processo neoplásico. Os mastócitos e eosinófilos sofrem quimiotaxia para regiões teciduais em cicatrização que normalmente possuem aumento dos fatores de angiogenêse, como a heparina, também presentes em diversas neoplasias (Metcalfe et al. 1997; Puxeddu et al. 2005). Com essas considerações, deve ser enfatizado que a decisão do médico veterinário em encaminhar o paciente para a esplenectomia, mesmo quando diagnosticado uma alteração não neoplásica pela citologia, não deve utilizar só o resultado dessa técnica e sim as alterações clínicas, laboratoriais e de imagem que esse paciente apresenta.

Das alterações neoplásicas identificadas pela citologia, as de origem mesenquimal foram as mais frequentes (5/11), sendo confirmadas em todos os casos pela histopatologia. No entanto, em apenas duas amostras, as características citológicas foram suficientes para a afirmação de malignidade. Esses resultados ocorreram principalmente pela quantidade escassa de células mesenquimais avaliadas, que impossibilitava a visualização de características como pleomorfismo celular e figuras de mitose. Conclusões diagnósticas parecidas foram obtidas no estudo de Ballegeer et al. (2007), que enfatizou a dificuldade de identificação citológica da malignidade de neoplasias mesenquimais. É por esse motivo que em alguns casos a avaliação da arquitetura tecidual por meio da histologia se faz necessária para realização do diagnóstico (Bandinelli et al. 2011; Flores et al. 2012).

A avaliação ultrassonográfica esplênica dos cães participantes dessa pesquisa identificou as lesões em 23 dos 24 casos. No paciente em que o baço apresentava-se sem suspeita diagnóstica, havia por todo mesentério numerosos nódulos que dificultavam a avaliação dos órgãos abdominais. Por meio da histologia a lesão consistia em hemangiossarcoma, presente também na região hilar do baço

A aparência ultrassonográfica das lesões esplênicas foi extremamente variável quando comparada ao diagnóstico histopatológico, impossibilitando o estabelecimento de padrões de imagem para as lesões (Fig.2). Características tidas como indicativas de malignidade, como a aparência de múltiplos nódulos e nódulo em alvo (Cuccovillo & Lamb 2002, Ballegeer et al. 2007) foram descritas aqui em alterações não neoplásicas. Ressalta-se também que por duas vezes, a aparência de pontos e estruturas hipoecoicas foram o bastante para a ultrassonografia indicar uma lesão não neoplásica, porém, em diversas vezes características semelhantes de nódulos/estruturas hipoecoicas bem definidas foram identificadas em lesões que a técnica sugeriu neoplasia. Acredita-se que a variação das conclusões feitas pelo ultrassom frente a esses casos seja consequente da principal indicação da avaliação ultrassonográfica abdominal que era a pesquisa de metástase ou devido ao conhecimento das alterações clínicas presentes nesses pacientes. Observou-se apenas a tendência da presença concomitante de massas que deformam o contorno do baço em lesões malignas, já que estavam presentes em quatro casos. Essas características quando visualizadas de forma isolada foram posteriormente identificadas pela histopatologia como neoplasia benigna (hemangioma) ou hiperplasia nodular. A suspeita diagnóstica de mielolipoma devido a hiperecogenicidade dos nódulos (Armbrust 2012) não foi condizente com o diagnóstico histopatológico,

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sendo essa característica de ecogenicidade mais indicativa de mielolipoma quando associada a presença de nódulo solitário (Nal et al. 2007), diferente do que aqui foi descrito.

Ao comparar os valores estatísticos obtidos de citologia e ultrassonografia, nota-se que a citologia foi mais específica do que sensível, ao contrário do ultrassom, que obteve uma taxa maior de sensibilidade do que especificidade. A acurácia do exame citológico para detecção de lesões neoplásicas foi maior do que a encontrada por Ballegeer et al. (2007), no entanto, o método utilizado diferiu do presente estudo, já que foram considerados apenas os diagnósticos citológicos compatíveis com a classificação histopatológica das lesões. Ao levar em conta esse tipo de classificação a citologia obteve no presente estudo, acurácia de 54,16% menor do que as encontradas em estudos com pacientes animais e humanos (Civardi et al. 2001, Ballegeer et al., 2007). Em relação ao exame ultrassonográfico, não foram observados valores de acurácia em outros estudos para que fossem comparados. Ao relacionar todos os percentuais aqui obtidos, percebe-se que a sensibilidade da ultrassonografia associada a especificidade da citologia quando associadas podem fornecer resultados satisfatórios para que o médico veterinário opte pelo plano terapêutico mais adequado. Apesar disso, poucas são as alternativas para solucionar os casos de doença esplênica e, exceto em pacientes com neoplasias generalizadas, o próximo passo diagnóstico ou terapêutico é a esplenectomia (Fossum 2007).

CONCLUSÕES

A partir dos resultados obtidos, conclui-se que não é possível estabelecer um padrão de imagem

para lesões neoplásicas e não neoplásicas do baço, devido à acentuada variação da aparência ultrassonográfica, embora esse exame tenha se mostrado sensível para detecção de lesões nesse órgão. A citologia, por outro lado, teve especificidade maior, porém menor sensibilidade quando comparado à histologia. Esses exames combinados podem, portanto, atuar como métodos de triagem em pacientes com doença esplênica, porém a confirmação do diagnóstico deve ser baseada na avaliação histopatológica.

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Stockhaus C. & Teske E. 1998. Clinical experiences with fine needle biopsies of the spleen in diagnosis of canine splenomegaly (in German). Kleintierpraxis. 43: 325-336.

Valli, V.E.O., Kiupel, M. & Bienzle, D. 2016. Hematopoietic System, p.102-268. In Maxie, M.G. (Ed.) Jubb, Kennedy and Palmer´s Pathology of Domestic Animals. 6 ed. Elsevier, St. Louis.

Watson A.T., Penninck D., Knoll J.S., Keating J.H. & Sutherland-Smith J. 2010. Safety and correlation of test results of combined ultrasound-guided fine-needle aspiration and needle core biopsy of the canine spleen. Veterinary Radiology & Ultrasound. 52(3):317-322.

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FIGURAS

Fig.1: Comparação de amostras citológicas e histopatológicas de lesões esplênicas de cães. A e B:

Citologia e histopatologia esplênica de hemangiossarcoma. Lâmina de citologia com duas células

fusiformes, individualizadas que possuíam cromatina finamente pontilhada. Panótico, obj. 10x. (A).

A avaliação histopatológica demonstrou proliferação acentuada de células endoteliais neoplásicas

que formavam espaços vasculares repletos de hemácias (B). HE, obj. 10x. C e D: Amostra citológica

e histopatológica de linfoma. Numerosos linfócitos neoplásicos exibindo pleomorfismo moderado e

figuras de mitose são visualizados na citologia. Panótico, obj. 10x. (C). Na histopatologia, os

linfócitos se distribuíam de forma difusa com aumento do número de linfoblastos (D). HE, obj. 40x.

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Fig.2: Comparação das características ultrassonográficas e histopatológicas de lesões

esplênicas de cães. A e B: Ultrassom e histopatologia do paciente 6. Na avaliação

ultrassonográfica foi observado nódulo de ecogenicidade mista e contorno irregular

sugestivo de neoplasia (A). A avaliação histopatológica evidenciou aumento multifocal dos

centros germinativos compatível com hiperplasia nodular (B). HE, obj. 10x. C e D: Ultrassom

e histopatologia do paciente 21. A imagem ultrassonográfica demonstrou uma massa

cavitária de ecogenicidade mista que deformava o contorno do baço (C). Microscopicamente,

adjacente a centros germinativos hiperplásicos, observou-se formação de espaços vasculares

compostos por células endoteliais neoplásicas compatível com hemangiossarcoma. HE, obj.

10x. E e F: Ultrassom e histopatologia de tumor venéreo transmissível (TVT). O ultrassom

evidenciou nódulo hipoecóico com área hiperecoica, lesões cavitárias e contorno irregular

(E). Na avaliação histopatológica foram observadas células redondas distribuídas em cordões

e lençóis difusos. HE, obj.40x.

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QUADROS

Quadro 1. Comparação dos resultados citológicos e histopatológicos de lesões esplênicas de cães

Paciente Raça Idade Diag. citológico Diag.

histopatológico

Compatibilidade

1 SRD 13 a Baço reativo; H.E. Hemangiossarcoma;

H.E.

NC

2 Beagle 7 a Neoplasia

mesenquimal

maligna

Sarcoma

indiferenciado

C

5 Pit Bull 13 a Neoplasia

mesenquimal;

H.E.

Hemangioma; H.E. C

7 Pit Bull 8 a Linfoma Sarcoma histiocítico PC

8 SRD 9 a Neoplasia

epitelial maligna

Metástase de

carcinoma

mucoepidermoide

C

9 Pit Bull 13 a Neoplasia

mesenquimal

maligna; H.E.

Hemangiossarcoma;

H.E.

C

10 Pit Bull 10 a Inconclusivo;

presença de

ocasionais

mastócitos e

eosinófilos

Hemangiossarcoma;

H.E.

NC

11 Labrador 15 a Linfoma Linfoma C

Alterações

neoplásicas

12 Pit Bull 8 a Neoplasia

mesenquimal;

H.E.

Hemangiossarcoma;

H.E.

C

14 SRD 8 a Baço reativo Linfoma NC

15 SRD 4 a Neoplasia de

aspecto epitelial

e de células

redondas

Metástase de TVT PC

17 SRD 13 a Neoplasia

epitelial maligna

Metástase de

carcinoma renal

C

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19 Pit Bull 5 a Baço reativo; H.E. Hemangiossarcoma;

H.E.

NC

20 SRD 6 a Baço reativo Hemangiossarcoma;

H.E.;

NC

21 SRD 12 a Baço reativo Hemangiossarcoma;

Hiperplasia nodular;

H.E.

PC

23 Rottweiler 9 a Neoplasia

mesenquimal

Hemangiossarcoma;

H.E; Infarto

C

3 Pit Bull 10 a Sugestivo de

neoplasia de

células redondas

Hiperplasia nodular NC

4 Dachshund 14 a Baço reativo;

esplenite

eosinofílica

Hiperplasia nodular PC

6 SRD 12 a Baço reativo Hiperplasia nodular C

13 Pit Bull 9 a Baço reativo Hiperplasia nodular C

Alterações

não

neoplásicas

16 Dogo

Argentino

7 a Baço reativo Hiperplasia nodular

e Hematoma;

C

18 Rottweiler 1 a Baço reativo;

presença de

alguns

eosinófilos

Esplenite

eosinofílica e

histiocitária

NC

22 Pit Bull 7 a Baço reativo;

presença de

eosinófilos e

mastócitos

Hiperplasia nodular; C

24 Rottweiler 8 a Baço reativo; H.E. Hiperplasia nodular C

Diag.= Diagnóstico; SRD= Sem raça definida; a= anos; H.E.= Hematopoiese extramedular; TVT= Tumor venéreo transmissível; NC= Não compatível; C= Compatível; PC= Parcialmente compatível.

Quadro 2. Tabela 2X2 para obtenção dos valores preditivos positivos, negativos e precisão do

diagnóstico citológico

Citologia

Histopatologia (Padrão ouro)

Total Neoplasia (Positivo)

Não neoplásicas (Negativo)

Neoplasia (Positivo) 10 1 11

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Quadr

o 3. Comparação das características de imagem e impressão diagnóstica ultrassonográfica de lesões esplênicas de cães com o resultado da histopatologia

Paciente Aparência ultrassonográfica Impressão diagnóstica Diag. histopatológico

1 Nódulo hipoecoico e contorno bem

definido; nódulo de ecogenicidade

mista e contorno mal definido

Neoplasia maligna Hemangiossarcoma; H.E.

2 Massa de ecogenicidade mista com

cavitações e contorno mal definido

Neoplasia maligna Sarcoma indiferenciado

3 Severamente aumentado; múltiplos

nódulos em alvo

Neoplasia maligna Hiperplasia nodular

4 Nódulo isoecoico e contorno bem

definido; múltiplos nódulos

hipoecoicos de contorno mal definido

Neoplasia maligna Hiperplasia nodular

5 Nódulo de margem hipercoica e centro

hipoecóico deformando o contorno do

baço

Neoplasia maligna Hemangioma; H.E.

6 Múltiplos nódulos hipoecoicos,

anecoicos e de ecogenicidade mista

com margens mal definidas

Neoplasia/Metástase Hiperplasia nodular

7 Ecogenicidade reduzida; nódulo em

alvo

Neoplasia maligna Sarcoma histiocítico

8 Múltiplos nódulos anecoicos,

hipoecoicos e de ecogenicidade mista

que deformam o contorno do baço

Neoplasia/Metástase Metástase de carcinoma

mucoepidermoide

9 Aumentado de tamanho; múltiplos

nódulos hipoecoicos e hiperecoicos de

contorno mal definido

Neoplasia/Metástase Hemangiossarcoma; H.E.

10 Ecotextura levemente heterogênea Sem alterações dignas de

nota

Hemangiossarcoma; H.E.

11 Severamente aumentado e

difusamente heterogêneo

Neoplasia maligna Linfoma

12 Severamente aumentado de tamanho;

massas de ecogenicidade mista que

deformam o contorno do baço

Neoplasia maligna Hemangiossarcoma; H.E.

13 Aumentado de tamanho; múltiplos

nódulos hipoecoicos de contorno mal

Neoplasia/Metástase Hiperplasia nodular

Não neoplásicas (Negativo)

6 7 13

Total 16 8 24

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definido

14 Aumentado de tamanho; difusamente

hipoecoico; nódulo hipoecoico de

contorno bem definido

Neoplasia maligna Linfoma

15 Nódulo de contorno bem definido,

hipoecoico com área hiperecoica e

cavitações

Neoplasia maligna Metástase de TVT

16 Múltiplos nódulos hiperecoicos de

contorno bem definido

Mielolipoma Hiperplasia nodular;

congestão

17 Ecotextura heterogênea; múltiplos

nódulos hipoecoicos e de

ecogenicidade mista que deformam o

contorno do baço

Neoplasia/Metástase Metástase de carcinoma

renal

18 Aumentado de tamanho; pontos

hipoecoicos difusamente dispersos

Processo

inflamatório/infeccioso

Esplenite eosinofílica

19 Aumentado de tamanho; múltiplos

nódulos hipoecoicos de contornos bem

definidos

Neoplasia maligna Hemangiossarcoma; H.E.

20 Aumentado de tamanho; forma

alterada; múltiplos nódulos

hipoecoicos de contorno bem definido;

massa de ecogenicidade mista e

contorno mal definido

Neoplasia maligna Hemangiossarcoma; H.E.

21 Aumentado de tamanho; massa de

ecogenicidade mista e com cavitações

deformando o contorno do baço

Neoplasia maligna Hemangiossarcoma;

H.E.; Hiperplasia linfoide

22 Aumentado de tamanho; múltiplas

áreas hipoecoicas de contorno mal

definido; Massa circular hipoecoica

com centro de ecogenicidade mista

Neoplasia maligna Hiperplasia nodular

23 Aumentado de tamanho e levemente

heterogêneo; estruturas arredondadas

e hipoecoicas que deformam a cauda

do baço

Neoplasia maligna Hemangiossarcoma;

H.E.; Infarto

24 Aumentado de tamanho e

heterogêneo; estruturas circulares

hipoecoicas e bem definidas.

Hiperplasia nodular Hiperplasia nodular

Diag.= Diagnóstico; H.E.= Hematopoiese extramedular; TVT= Tumor venéreo transmissível.

Quadro 4. Tabela 2X2 para obtenção dos valores preditivos positivos, negativos e precisão do diagnóstico ultrassonográfico

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Ultrassonografia

Histopatologia (Padrão ouro)

Total Neoplasia (Positivo)

Não neoplásicas (Negativo)

Neoplasia (Positivo) 13 6 19

Não neoplásicas (Negativo)

2 2 4

Total 15 8 23

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5 CONCLUSÕES GERAIS

Conclui-se com esse estudo, que as lesões neoplásicas esplênicas foram as

mais frequentes em cães atendidos no Hospital Veterinário da Universidade de

Cuiabá.

As características citológicas identificadas foram comuns conforme a

classificação das lesões sendo a malignidade de neoplasias mesenquimais difícil de

ser estabelecida pela escassez de células presentes nas amostras. A padronização

da aparência ultrassonográfica das lesões não pode ser estabelecida devido à

variedade das características de imagem presentes em lesões com o mesmo

diagnóstico histopatológico.

Observou-se a partir dos resultados que a ultrassonografia tem alta

sensibilidade e a citologia maior especificidade, no entanto apenas a histopatologia

deve ser considerada como diagnóstico confirmatório. Apesar disso, a associação

da avaliação ultrassonográfica e citológica possibilita resultados satisfatórios para

condução de casos em que o paciente não tenha condição de passar por um

procedimento cirúrgico.

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6 ANEXOS

6.1 NORMAS DA REVISTA PESQUISA VETERINÁRIA BRASILEIRA

INSTRUÇÕES AOS AUTORES

Os artigos devem ser submetidos através do Sistema Scholar One, link <https://mc04.manuscriptcentral.com/pvb-scielo>, com os arquivos de texto na versão mais recente do Word e formatados de acordo com o modelo de apresentação disponíveis no ato de submissão e no site da revista (www.pvb. com.br). Devem constituir-se de resultados de pesquisa ainda não publicados e não considerados para publicação em outro periódico.

Apesar de não serem aceitas comunicações (Short commu-nications) sob a forma de “Notas Científicas”, não há limite mínimo do número de páginas do artigo enviado.

Embora sejam de responsabilidade dos autores as opiniões e conceitos emitidos nos artigos, o Conselho Editorial, com a assistência da Assessoria Científica, reserva-se o direito de sugerir ou solicitar modificações aconselháveis ou necessárias. Os artigos submetidos são aceitos através da aprovação pelos pares (peer review).

NOTE: Em complementação aos recursos para edição da revista é cobrada taxa de publicação (paper charge) no valor de R$ 2.000,00 por artigo editorado, na ocasião do envio da prova final, ao autor para correspondência.

1. Os artigos devem ser organizados em Título, ABSTRACT, RESUMO, INTRODUÇÃO, MATERIAL E MÉTODOS, RESULTADOS, DISCUSSÃO, CONCLUSÕES, Agradecimentos e REFERÊNCIAS:

a) o Título deve ser conciso e indicar o conteúdo do artigo; pormenores de identificação científica devem ser colocados em MATERIAL E MÉTODOS.

b) O(s) Autor(es) deve(m) sistematicamente abreviar seus nomes quando compridos, mas mantendo o primeiro nome e o último sobrenome por extenso, como por exemplo:

Paulo Fernando de Vargas Peixoto escreve Paulo V. Peixoto (inverso, Peixoto P.V.); Franklin Riet-Correa Amaral escreve Franklin Riet-Correa (inverso, Riet-Correa F.). Os artigos devem ter no máximo 8 (oito) autores;

c) o ABSTRACT deve ser uma versão do RESUMO em português, podendo ser mais explicativo, seguido de “INDEX TERMS” que incluem palavras do título;

d) o RESUMO deve conter o que foi feito e estudado, indicando a metodologia e dando os mais importantes resultados e conclusões, seguido dos “TERMOS DE INDEXAÇÃO” que incluem palavras do título;

e) a INTRODUÇÃO deve ser breve, com citação bibliográfica específica sem que a mesma assuma importância principal, e finalizar com a indicação do objetivo do artigo;

f) em MATERIAL E MÉTODOS devem ser reunidos os dados que permitam a repetição da experimentação por outros pesquisadores. Em experimentos com animais, deve constar a aprovação do projeto pela Comissão de Ética local;

g) em RESULTADOS deve ser feita a apresentação concisa dos dados obtidos. Quadros (em vez de Tabelas) devem ser preparados sem dados supérfluos,

apresentando, sempre que indicado, médias de várias repetições. É conveniente expressar dados complexos, por gráficos (=Figuras), ao invés de apresentá-los em Quadros extensos;

h) na DISCUSSÃO devem ser discutidos os resultados diante da literatura. Não convém mencionar artigos em desenvolvimento ou planos futuros, de modo a evitar uma obrigação do autor e da revista de publicá-los;

i) as CONCLUSÕES devem basear-se somente nos resultados apresentados;

j) Agradecimentos devem ser sucintos e não devem aparecer no texto ou em notas de rodapé;

k) a Lista de REFERÊNCIAS, que só incluirá a bibliografia citada no artigo e a que tenha servido como fonte para consulta indireta, deverá ser ordenada alfabetica e cronologicamente, pelo sobrenome do primeiro autor, seguido dos demais autores (todos), em caixa alta e baixa, do ano, do título da publicação citada, e, abreviado (por extenso em casos de dúvida), o nome do periódico ou obra, usando sempre como exemplo os últimos fascículos da revista (www.pvb.com.br). 2. Na elaboração do texto devem ser atendidas as seguintes normas: a) A digitação deve ser na fonte Cambria, corpo 10, entrelinha simples; a página deve ser no formato A4, com 2cm de margens (superior, inferior, esquerda e direita), o texto deve ser corrido e não deve ser formatado em duas colunas, com as legendas das Figuras no final (logo após as REFERÊNCIAS). As Figuras e os Quadros devem ter seus arquivos fornecidos separados do texto. Os nomes científicos devem ser escritos por extenso no início de cada capítulo. b) a redação dos artigos deve ser concisa, com a linguagem, tanto quanto possível, no passado e impessoal; no texto, os sinais de chamada para notas de rodapé serão números arábicos colocados em sobrescrito após a palavra ou frase que motivou a nota. Essa numeração será contínua por todo o artigo; as notas deverão ser lançadas ao pé da página em que estiver o respectivo número de chamada, sem o uso do “Inserir nota de fim”, do Word. Todos os Quadros e todas as Figuras têm que ser citados no texto. Estas citações serão feitas pelos respectivos números e, sempre que possível, em ordem crescente. ABSTRACT e RESUMO serão escritos corridamente em um só parágrafo e não devem conter citações bibliográficas. c) no rodapé da primeira página deverá constar endereço profissional completo de todos os autores (na língua do país dos autores), o e-mail do autor para correspondência e dos demais autores. Em sua redação deve-se usar vírgulas em vez de traços horizontais; d) siglas e abreviações dos nomes de instituições, ao aparecerem pela primeira vez no artigo, serão colocadas entre parênteses, após o nome da instituição por extenso; e) citações bibliográficas serão feitas pelo sistema “autor e ano”; artigos de até dois autores serão citados pelos nomes dos dois, e com mais de dois, pelo nome do primeiro, seguido de “et al.”, mais o ano; se dois artigos não se distinguirem por esses elementos, a diferenciação

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será feita através do acréscimo de letras minúsculas ao ano. Artigos não consultados na íntegra pelo(s) autor(es), devem ser diferenciados, colocando-se no final da respectiva referência, “(Resumo)” ou “(Apud Fulano e o ano.)”; a referência do artigo que serviu de fonte, será incluída na lista uma só vez. A menção de comunicação pessoal e de dados não publicados é feita no texto somente com citação de Nome e Ano, colocando-se na lista das Referências dados adicionais, como a Instituição de origem do(s) autor(es). Nas citações de artigos colocados cronologicamente entre parênteses, não se usará vírgula entre o nome do autor e o ano, nem ponto-e-vírgula após cada ano, como por exemplo: (Priester & Haves 1974, Lemos et al. 2004, Krametter-Froetcher et. al. 2007); f) a Lista das REFERÊNCIAS deverá ser apresentada em caixa alta e baixa, com os nomes científicos em itálico (grifo), e sempre em conformidade com o padrão adotado nos últimos fascículos da revista, inclusive quanto à ordenação de seus vários elementos.

3. Os gráficos (=Figuras) devem ser produzidos em 2D, com colunas em branco, cinza e preto, sem fundo e sem linhas. A chave das convenções adotadas será incluída preferentemente, na área do gráfico (=Figura); evitar-se-á o uso de título ao alto do gráfico (=Figura). 4. As legendas explicativas das Figuras devem conter informações suficientes para que estas sejam compreensíveis, (até certo ponto autoexplicatívas, independente do texto). 5. Os Quadros devem ser explicativos por si mesmos. Entre o título (em negrito) e as colunas deve vir o cabeçalho entre dois traços longos, um acima e outro abaixo. Não há traços verticais, nem fundos cinzas. Os sinais de chamada serão alfabéticos, recomeçandos, se possível, com “a” em cada Quadro; as notas serão lançadas logo abaixo do Quadro respectivo, do qual serão separa-das por um traço curto à esquerda.