Upload
hoangkhanh
View
222
Download
1
Embed Size (px)
Citation preview
COLÉGIO ESTADUAL JAMES PATRICK
CLARK – E.M.N.
PROPOSTA PEDAGÓGICA
CURRICULAR
TERRA RICA – PR
COLÉGIO ESTADUAL JAMES PATRICK CLARK – E.F.M.
PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR 2
PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR
1- APRESENTAÇÃO
Este documento contém a Proposta Pedagógica do Colégio Estadual James
Patrick Clark – Ensino Médio e Normal. Fruto de um trabalho coletivo, elaborado
pelos profissionais desta Escola, orientados e supervisionados pela Equipe de
Ensino do Núcleo Regional de Educação de Paranavaí e irá direcionar o trabalho
docente que reverterá em melhoria no processo ensino/aprendizagem.
A presente Proposta Pedagógica é resultado de leitura e análise dos textos das
Diretrizes Curriculares Estaduais, bem como dos textos das orientações
pedagógicas para o Ensino Médio Organizado por Blocos de Disciplinas Semestrais.
Contemplam desta forma os anseios dos profissionais em atuar com
responsabilidade de forma a contribuir na formação de cidadãos participativos,
compromissados, críticos e criativos que através do conhecimento científico e do
contato com a cultura formal promovam o desenvolvimento social, pela minimização
das desigualdades, lutando por uma sociedade mais justa e humana.
COLÉGIO ESTADUAL JAMES PATRICK CLARK – E.F.M.
PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR 3
2- IDENTIFICAÇÃO DO ESTABELECIMENTO DE ENSINO
Nome : Colégio Estadual James Patrick Clark – Ensino Médio e Normal
(Código : 00361)
Município : Terra Rica (Código : 2750)
Dependência Administrativa : Secretaria de Estado da Educação
Núcleo Regional de Educação : Paranavaí (Código 22)
Entidade Mantenedora : Governo do Estado do Paraná
Ato de Autorização de Funcionamento : Resolução nº. 2858/81 de 30/12/82
Ato de Reconhecimento : Resolução nº. 3061/81 – DOE : 14/01/82
Regimento Escolar : Aprovado pelo NRE – Parecer nº 103/2008 de 30/04/2008
Distância do Colégio ao NRE : 60 Km
Localização : Zona Urbana - Centro
CEP : 87.890-000
FONE/ FAX : 0 (**) 44- 3441-1918
COLÉGIO ESTADUAL JAMES PATRICK CLARK – E.F.M.
PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR 4
3- ORGANIZAÇÃO DA ENTIDADE ESCOLAR
3.1. Espaço Físico :
O Colégio Estadual James Patrick Clark – E.M.N.; é uma construção de 2.092
m2, edificado sobre uma área de 8.100 m2, mantido pelo Governo do Estado do
Paraná. É composto por 4 pavilhões, construídos no sentido leste/oeste, separados
por uma distância que o barulho de uma não prejudica a outra e também ideal do
ponto de vista arquitetônico, pois somente as salas das extremidades ficam
diretamente expostas aos raios solares da manhã ou tarde, contudo, não ficando as
demais prejudicadas em relação à claridade natural e ventilação.
Nesta edificação estão distribuídos: 15 salas de aula, destas 10 possuem TV
Pen Drive e 1 sala adaptada para sala de multimídia, 1 sala adaptada para
jogos/Educação Física, sala da direção, sala da equipe pedagógica, duas salas para
os professores, dois banheiros para professores e funcionários, 2 banheiros
masculinos, 2 banheiros femininos, 1 secretaria, 1 laboratório de ciências equipado
com materiais para experiências e aulas práticas, 1 laboratório de informática
(Paraná Digital), 1 biblioteca com bom acervo bibliográfico, 1 cantina comercial (sem
exploração), 2 cozinhas, 1 amplo refeitório com mesas e bancos (as mesas e bancos
precisando de reparos e/ou substituições) 1 pátio coberto, 1 pátio aberto, 1
almoxarifado, 1 depósito, 1 corredor coberto ligando todos os pavilhões, 1 casa
(Permissionário – ocupada por funcionário), 1 quadra poli esportiva (sem concluir)
onde os professores ministram aulas de Educação Física, 1 palco para
apresentações, 1 churrasqueira e 1 sala para materiais de Educação Física.
Na sala de multimídia estão dispostos os retro projetores, telão, 1 televisor de
29’, DVD e vídeo cassete, TV Pen Drive, para uso dos professores e alunos e ainda
1 câmera digital e 1 data show.
Toda estrutura física se encontra em bom estado de conservação,
apresentando aspecto agradável, limpo e higienizado para conforto de toda
comunidade escolar.
3.2. Níveis e modalidades de Ensino:
( ) Educação Infantil
( ) Ensino Fundamental – 1ª/4ª séries
COLÉGIO ESTADUAL JAMES PATRICK CLARK – E.F.M.
PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR 5
( ) Ensino Fundamental – 5ª/8ª séries
( x ) Ensino Médio
( ) Educação de Jovens e Adultos : ( ) Fundamental ( ) Médio
( x ) Educação Profissional : ( x ) Integral ( ) subseqüente
( ) Educação Especial : ( ) sala de recursos
( ) Centro de Atendimento Especializado : _____
3.3. Quadro Geral de Pessoal :
Nº de Turmas : 22
Nº de Alunos : 650
Nº de Professores : 49
Nº de Pedagogos : 03
Nº de Funcionários Administrativos (Agente Educacional II) : 05
Nº de Funcionários de Apoio (Agente Educacional I) : 08
Nº de Diretores Auxiliares : 01
Nº de Coordenadores Pedagógicos : Estágio : 01 Curso : 01
Nº de Documentadores Escolares : 01
3.4. Turnos de Funcionamento :
( x ) Manhã – 7:30 às 11:50
( x ) Tarde – 12:50 às 17:10
( x ) Noite - 19:00 às 23:10
3.5. Ambientes Pedagógicos :
( ) Salas de recursos
( x ) Sala multimídia
( x ) Laboratório de Ciências
( ) Auditório
( X ) CELEM
( ) Salas de apoio
COLÉGIO ESTADUAL JAMES PATRICK CLARK – E.F.M.
PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR 6
( x ) Laboratório de Informática
( x ) Biblioteca
( ) Classe Especial
( X ) Outros : 1(uma) sala de Geografia e 1 (uma) sala de jogos / Ed. Física
3.6. Organização do Tempo Escolar :
( x ) série ( ) multisseriado ( ) módulos ( ) ciclos
3.7. Organização Curricular :
( X ) Disciplina – Formação de Docentes
( X ) Bloco de Disciplinas – Ensino Médio
( ) Área de Conhecimento
( ) Módulos
( ) Competências e Habilidades
( ) Eixo Gerador
( ) Tema Gerador
( ) Projetos
3.8. Como são ofertados os estudos sobre o Paraná :
( ) Projetos ( x ) Interdisciplinarmente ( ) Disciplinas Específicas
3.9. Avaliação : Formas de Registro :
( ) Parecer Descritivo ( ) Conceitos ou menções ( x ) Notas
3.10. Periodicidade da Avaliação :
( x ) bimestral ( X ) trimestral ( ) semestral
3.11. Intervenções Pedagógicas :
( x ) Recuperação de estudos
( ) Sala de apoio
( x ) Atendimento Individualizado
COLÉGIO ESTADUAL JAMES PATRICK CLARK – E.F.M.
PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR 7
( ) Monitoria
( ) Sala de recursos
( ) Intérprete
( ) Professor de apoio permanente
( x ) Outros : Trabalho realizado com Estagiários IES
3.12. Estratégias para articulação Escola/Família/C omunidade :
Reuniões de acompanhamento :
( ) mensal ( x ) bimestral ( x ) trimestral ( ) semestral
( ) Grupo de Estudos para pais
( x ) Atendimento Individualizado
( x ) Palestras
( x ) Festividades
( x ) Eventos Culturais
( ) Outros : ______________________
3.13. Instâncias colegiadas :
( x ) Grêmio Estudantil
( x ) Conselho Escolar
( x ) APMF
( x ) Conselho de Classe
4- NÍVEIS E MODALIDADES DE ENSINO
Atualmente o Colégio oferta:
4.1. Ensino Médio Organizado por Blocos de Disciplinas Semestral na modalidade
Educação Geral com no mínimo três anos para conclusão do curso é ofertada nos
três turnos: manhã, tarde e noite.
4.2. Curso de Formação de Docentes da Educação Infantil e Anos Iniciais do
Ensino Fundamental em Nível Médio - Integrado na modalidade Normal é ofertado
no período vespertino, e estagiam no período da manhã para integralização da
carga horária de 200 horas de estágio anual.
COLÉGIO ESTADUAL JAMES PATRICK CLARK – E.F.M.
PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR 8
A Escola cumpre o mínimo de 200 dias letivos, 800 horas anuais e 5 aulas de
50 minutos diárias, conforme orientações da LDB/SEED.
No período matutino, as aulas iniciam-se às 07h30min e terminam às 11h50min e
atende 03 turmas de 1ª série, 03 turmas de 2ª série e 02 turmas de 3ª série,
totalizando aproximadamente 240 alunos , todos do Ensino Médio Educação Geral.
À tarde, o Colégio atende aproximadamente 180 alunos em 02 turmas de 1ª
série, 01 turma de 2ª série, 01 turma de 3ª série de Ensino Médio e 01 turma para
cada série (1º ao 4º ano) do Curso de Formação de Docentes da Educação Infantil e
Anos Iniciais do Ensino Fundamental em Nível Médio – Integrado e as aulas iniciam-
se às 12h50min e terminam às 17h10min.
No período noturno, o Colégio atende 02 turmas de 1ª série, 02 turmas de 2ª
série e 02 turmas de 3ª série, num total de aproximadamente 230 alunos . As aulas
têm início às 19h00min e encerram-se às 23h10min.
5- MATRIZ CURRICULAR
A organização curricular da escola atende os princípios da Lei de Diretrizes e
Bases da Educação Nacional nº. 9394/96, com oferta de no mínimo 200 dias letivos
e carga horária de 800 horas anuais num total de 2.400 horas para o Ensino Médio
de Educação Geral; 4.000 para o Curso de Formação de Docentes da Educação
Infantil e Anos Iniciais do Ensino Fundamental – Integrado na modalidade Normal.
Está organizada em série, com avaliações bimestrais e 5 aulas de 50 minutos,
com intervalo de 10 minutos, de manhã entre a 3ª. e 4ª. aula e tarde e noite entre a
2ª. e 3ª. aula.
No período matutino, as aulas têm início às 7:30 horas e término às 11:50; no
período vespertino, início às 12:50 e término às 17:10 e no período noturno as
aulas iniciam-se às 19:00 e terminam às 23:10.
A matriz curricular contempla com mais de 75% de disciplinas da Base
Nacional Comum e na Parte Diversificada oferta a disciplina de Inglês em todas as
séries do Ensino Médio, e a disciplina de Espanhol é ofertada por meio do CELEM.
COLÉGIO ESTADUAL JAMES PATRICK CLARK – E.F.M.
PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR 9
O Curso de Formação de Docentes para a Educação Infantil e Anos Iniciais
do Ensino Fundamental – Integrado, na modalidade Normal contempla com : 2.480
horas/aula de Base Nacional Comum; 480 horas/aula de Fundamentos da
Educação; 320 horas/aula de Gestão Escolar; 720 horas/aula de Metodologias e 800
horas/aula de Estágio Supervisionado, totalizando 4.800 horas/aula , equivalente a
4000 horas/relógio.
6 – MATRIZ CURRICULAR
ESTADO DO PARANÁ
SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO
MATRIZ CURRICULAR ÚNICA – ENSINO MÉDIO ORGANIZADO P OR BLOCOS DE DISCIPLINAS SEMESTRAIS
SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO
NRE: 22 - PARANAVAÍ MUNICÍPIO: 2750 – TERRA RICA ESTABELECIMENTO: 00036-1 – COL. EST. JAMES PATRICK CLARK – EMN ENDEREÇO: RUA DUQUE DE CAXIAS, 802 – CENTRO FONE: (44) 3441 1918 ENTIDADE MANTENEDORA: GOVERNO DO ESTADO DO PARANÁ CURSO: 0010 – ENSINO MÉDIO TURNO: MANHÃ ANO DE IMPLANTAÇÃO: 2011 FORMA: SIMULTÂNEA MÓDULO: 20 SEMANAS
1ª, 2ª e 3ª SÉRIES BLOCO 1 H. A. BLOCO 2 H. A.
BIOLOGIA 04 ARTE 04 ED. FÍSICA 04 FÍSICA 04 FILOSOFIA 03 GEOGRAFIA 04 HISTÓRIA 04 MATÉMÁTICA 06 LEM – ESPANHOL * 04 SOCIOLOGIA 03 LEM – INGLÊS 04 QUÍMICA 04 LÍNGUA PORTUGUESA 06 - Total Semanal 29 Total Semanal 25 Observações: Matriz Curricular de acordo com a LDB n.º 9394/96 *Disciplina de matrícula facultativa ofertada no tu rno contrário no CELEM.
COLÉGIO ESTADUAL JAMES PATRICK CLARK – E.F.M.
PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR 10
ESTADO DO PARANÁ SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO
MATRIZ CURRICULAR ÚNICA – ENSINO MÉDIO ORGANIZADO P OR BLOCOS DE DISCIPLINAS SEMESTRAIS
SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO
NRE: 22 - PARANAVAÍ MUNICÍPIO: 2750 – TERRA RICA ESTABELECIMENTO: 00036-1 – COL. EST. JAMES PATRICK CLARK – EMN ENDEREÇO: RUA DUQUE DE CAXIAS, 802 – CENTRO FONE: (44) 3441 1918 ENTIDADE MANTENEDORA: GOVERNO DO ESTADO DO PARANÁ CURSO: 0010 – ENSINO MÉDIO TURNO: TARDE ANO DE IMPLANTAÇÃO: 2011 FORMA: SIMULTÂNEA MÓDULO: 20 SEMANAS
1ª, 2ª e 3ª SÉRIES BLOCO 1 H. A. BLOCO 2 H. A.
BIOLOGIA 04 ARTE 04 ED. FÍSICA 04 FÍSICA 04 FILOSOFIA 03 GEOGRAFIA 04 HISTÓRIA 04 MATÉMÁTICA 06 LEM – ESPANHOL * 04 SOCIOLOGIA 03 LEM – INGLÊS 04 QUÍMICA 04 LÍNGUA PORTUGUESA 06 - Total Semanal 29 Total Semanal 25 Observações: Matriz Curricular de acordo com a LDB n.º 9394/96 *Disciplina de matrícula facultativa ofertada no tu rno contrário no CELEM.
COLÉGIO ESTADUAL JAMES PATRICK CLARK – E.F.M.
PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR 11
ESTADO DO PARANÁ
SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO
MATRIZ CURRICULAR ÚNICA – ENSINO MÉDIO ORGANIZADO P OR BLOCOS DE DISCIPLINAS SEMESTRAIS
SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO
NRE: 22 - PARANAVAÍ MUNICÍPIO: 2750 – TERRA RICA ESTABELECIMENTO: 00036-1 – COL. EST. JAMES PATRICK CLARK – EMN ENDEREÇO: RUA DUQUE DE CAXIAS, 802 – CENTRO FONE: (44) 3441 1918 ENTIDADE MANTENEDORA: GOVERNO DO ESTADO DO PARANÁ CURSO: 0010 – ENSINO MÉDIO TURNO: NOITE ANO DE IMPLANTAÇÃO: 2011 FORMA: SIMULTÂNEA MÓDULO: 20 SEMANAS
1ª, 2ª e 3ª SÉRIES BLOCO 1 H. A. BLOCO 2 H. A.
BIOLOGIA 04 ARTE 04 ED. FÍSICA 04 FÍSICA 04 FILOSOFIA 03 GEOGRAFIA 04 HISTÓRIA 04 MATÉMÁTICA 06 LEM – ESPANHOL * 04 SOCIOLOGIA 03 LEM – INGLÊS 04 QUÍMICA 04 LÍNGUA PORTUGUESA 06 - Total Semanal 29 Total Semanal 25 Observações: Matriz Curricular de acordo com a LDB n.º 9394/96 Serão ministrada 03 aulas de 50 minutos e 02 aulas de 45 minutos. *Disciplina de matrícula facultativa ofertada no tu rno contrário no CELEM.
COLÉGIO ESTADUAL JAMES PATRICK CLARK – E.F.M.
PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR 12
7 - CURRÍCULO
Identificando o currículo como provisório, inacabado e aberto para inclusão de
saberes e expressões culturais, há espaço para projetos interdisciplinares pontuados
na Agenda 21 Escolar que busca resgatar valores morais, éticos, religiosos, cívicos,
entre outros relegados a níveis inferiores; trabalhar com a auto estima, valorizando o
aluno como ser humano inteligente e capaz; as diversidades excluindo todo tipo de
preconceito; a inclusão educacional responsável como direito constitucional das
pessoas portadoras de necessidades especiais; a Educação Fiscal como
responsabilidade, direito e dever de todos e ainda, eventos em datas comemorativas
que tragam conhecimento, cultura e experienciem formas diferentes de aprender.
Entre os professores há entendimento de que o currículo não é simplesmente
a organização formal das disciplinas e conteúdos e sim um instrumento norteador do
trabalho docente, provisório e inacabado e sempre aberto ä incorporação de saberes
e expressões culturais de seus agentes.
Fazendo uso das palavras da professora Mary Lane Hutner entendemos que
a busca é de que este currículo:
Propõe-se abordar os conhecimentos disciplinares de modo contextualizado, de um ponto de vista questionador, numa perspectiva interdisciplinar, quebrando a rigidez que a legitimidade social e o estatuto de verdade dão a ele. Adota-se uma perspectiva curricular de formação pluridimensional pela qual os conhecimentos escolares devem ser contemplados em suas dimensões científica, artística e filosófica para além do humanismo clássico e da profissionalização específica.
E como dito os profissionais da escola tem a exata noção do que isso significa
e não medirão esforços para que tenhamos uma educação democrática e de
qualidade. Considerando é claro as especificidades e particularidades desta escola.
COLÉGIO ESTADUAL JAMES PATRICK CLARK – E.F.M.
PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR 13
PROPOSTA CURRICULAR DE ARTE
APRESENTAÇÃO
A disciplina de Arte, na Educação Básica, composta de quatro áreas (Música,
Teatro, Artes Visuais e Dança) ocupa um papel importante na formação do aluno.
Baseada num processo de reflexão sobre a finalidade da Educação, a disciplina de
Arte pretende que os alunos adquiram conhecimentos sobre a diversidade de
pensamento e de criação artística para expandir sua capacidade de criação e
desenvolver o pensamento crítico.
A construção do conhecimento em Arte se efetiva na relação entre o estético
e o artístico, materializada nas representações artísticas. Apesar de suas
especificidades, esses campos conceituais são interdependentes e articulados entre
si, abrangendo todos os aspectos do conhecimento em Arte.
Segundo Fischer (2002, p. 23) a Arte está presente desde os primórdios da
humanidade, é uma forma de trabalho criador Através do trabalho o homem
transformou o mundo e a si próprio e, por ele, tornou-se capaz de abstrair, simbolizar
e criar arte.
O ser humano produz, então, maneiras de ver e sentir, diferentes em cada
tempo histórico e em cada sociedade. Por isso, é fundamental considerar as
influências sociais, políticas e econômicas sobre as relações entre os Homens e
destes com os objetos, para compreender a relatividade do valor estético, as
diversas funções que a Arte tem cumprido ao longo da história, bem como o modo
de organização das sociedades (PARANÁ, 1992, p. 149).
A Arte é uma forma de humanização e por meio dela o ser humano se torna
consciente da sua existência individual e social; percebe-se e se interroga, é levado
a interpretar o mundo e a si mesmo. A Arte ensina a desaprender os princípios das
obviedades atribuídas aos objetos e às coisas, é desafiadora, expõe contradições,
emoções e os sentidos de suas construções. Por isso, o ensino da Arte deve
interferir e expandir os sentidos, a visão de mundo, aguçar o espírito crítico, para
que o aluno possa situar-se como sujeito de sua realidade histórica (DCE, 2008,
p.56)
COLÉGIO ESTADUAL JAMES PATRICK CLARK – E.F.M.
PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR 14
Educar os alunos em arte é possibilitar-lhes um novo olhar, um ouvir mais
crítico, um interpretar da realidade além das aparências, com a criação de uma nova
realidade, bem como a ampliação das possibilidades de fruição.
O ensino da Arte é norteado e organizado segundo a perspectiva de que Arte
é forma de conhecimento, é ideologia e é trabalho criador.
Nas aulas de Arte, os conteúdos devem ser selecionados a partir de uma
análise histórica, abordados por meio do conhecimento estético e da produção
artística, de maneira crítica, o que permitirá ao aluno uma percepção da arte em
suas múltiplas dimensões cognitiva e possibilitará a construção de uma sociedade
sem desigualdades e injustiças. O sentido de cognição implica, não apenas o
aspecto.
Para que o processo de ensino e aprendizagem se efetive é necessário,
ainda, que o professor trabalhe a partir de sua área de formação (Artes Visuais,
Música, Teatro ou Dança), de suas pesquisas e experiências artísticas,
estabelecendo relações com os conteúdos e saberes das outras áreas da disciplina
de Arte, nas quais tiver algum domínio.
Neste novo contexto do ensino de arte, devemos abordar a temática “História
e Cultura Afro-Brasileira e Indígena” de acordo com a lei 11.645, de 10 de março de
2008, sancionada pelo Presidente da República, possibilitando a ruptura com uma
hegemonia da cultura européia, ainda presente em muitas escolas. E em 2008, foi
sancionada a lei nº 11.769 em 18 de agosto, que estabelece a obrigatoriedade do
ensino da música na educação básica, reforçando a necessidade do ensino dos
conteúdos dessa área da disciplina de arte.
CONTEÚDOS ESTRURURANTES
São chamados de conteúdos estruturantes por serem conhecimentos de
grande amplitude, conceitos que se constituem em fundamentos para a
compreensão de cada uma das áreas de Arte. Esses conteúdos são divididos em
elementos formais, composição e movimentos e períodos, mas, devem ser
trabalhados de forma articulada e indissociada um do outro.
No conteúdo estruturante elementos formais , o sentido da palavra formal
está relacionado à forma propriamente dita, ou seja, aos recursos empregados numa
COLÉGIO ESTADUAL JAMES PATRICK CLARK – E.F.M.
PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR 15
obra. São elementos da cultura presentes nas produções humanas e na natureza;
são matéria-prima para a produção artística e o conhecimento em arte.
Composição é o processo de organização e desdobramento dos elementos
formais que constituem uma produção artística. Ao participar de uma composição,
cada elemento visual configura o espaço de modo diferente e, ao caracterizá-lo, os
elementos também se caracterizam. Com a organização dos elementos formais, por
meio dos conhecimentos de composição de cada área de Arte, formulam-se todas
as obras, sejam elas visuais, teatrais, musicais ou da dança, na imensa variedade de
técnicas e estilos.
O conteúdo estruturante movimentos e períodos se caracteriza pelo
contexto histórico relacionado ao conhecimento em Arte. Esse conteúdo revela
aspectos sociais, culturais e econômicos presentes numa composição artística e
explicita as relações internas ou externas de um movimento artístico em suas
especificidades, gêneros, estilos e correntes artísticas.
É importante considerar que a disciplina de Arte deve propiciar ao aluno
acesso ao conhecimento sistematizado em arte. O Ensino Médio é uma retomada
dos conteúdos do Ensino Fundamental para o aprofundamento destes e de outros
conteúdos de acordo com a experiência escolar e cultural dos alunos.
A escolha dos conteúdos deve partir da área de formação (Artes Visuais,
Música, Teatro e Dança), de pesquisas e experiências artísticas do professor, e este,
sempre que possível e tiver conhecimento, poderá fazer relações com conteúdos
das outras áreas da disciplina de Arte.
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES DE ARTES VISUAIS
ELEMENTOS
FORMAIS
COPOSIÇÃO MOVIMENTOS E
PERÍODOS
Ponto
Linha
Forma
Textura
Superfície
Volume
Cor
Bidimensional
Tridimensional
Figura e fundo
Figurativo
Abstrato
Perspectiva
Semelhanças
Arte Ocidental
Arte Oriental
Arte Africana
Arte Brasileira
Arte Paranaense
Arte Popular
Arte de
COLÉGIO ESTADUAL JAMES PATRICK CLARK – E.F.M.
PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR 16
Luz Contrastes
Ritmo Visual
Simetria
Deformação
Estilização
Técnica: Pintura,
desenho,
modelagem,
instalação
performance,
fotografia, gravura
e esculturas,
arquitetura, história
em quadrinhos...
Gêneros: paisagem,
natureza-morta,
Cenas do Cotidiano,
Histórica, Religiosa,
da Mitologia...
Vanguarda
Indústria Cultural
Arte
Contemporânea
Arte Latino-
Americana
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES DE MÚSICA
ELEMENTOS
FORMAIS
COPOSIÇÃO MOVIMENTOS E
PERÍODOS
Altura
Duração
Timbre
Intensidade
Densidade
Ritmo
Melodia
Harmonia
Escalas
Modal, Tonal e fusão
de ambos.
Gêneros: erudito,
clássico, popular,
étnico, folclórico,
Pop ...
Música Popular
Brasileira
Paranaense
Popular
Indústria Cultural
Engajada
Vanguarda
Ocidental
Oriental
Africana
COLÉGIO ESTADUAL JAMES PATRICK CLARK – E.F.M.
PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR 17
Técnicas: vocal,
instrumental,
eletrônica,
informática e mi
Latino-Americana
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES DE TEATRO
ELEMENTOS
FORMAIS
COPOSIÇÃO MOVIMENTOS E
PERÍODOS
Personagem:
expressões
corporais,
vocais,
gestuais e
faciais
Ação
Espaço
Técnicas: jogos
teatrais, teatro direto
e indireto, mímica,
ensaio, Teatro-Fórum
Roteiro
Encenação e leitura
dramática
Gêneros: Tragédia,
Comédia, Drama e
Épico
Dramaturgia
Representação nas
mídias
Caracterização
Cenografia,
sonoplastia, figurino
e iluminação
Direção
Produção
Teatro Greco-
Romano
Teatro Medieval
Teatro Brasileiro
Teatro Paranaense
Teatro Popular
Indústria Cultural
Teatro Engajado
Teatro Dialético
Teatro Essencial
Teatro do
Oprimido
Teatro Pobre
Teatro de
Vanguarda
Teatro
Renascentista
Teatro Latino-
Americano
Teatro Realista
Teatro Simbolista
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES DE DANÇA
ELEMENTOS COPOSIÇÃO MOVIMENTOS E
COLÉGIO ESTADUAL JAMES PATRICK CLARK – E.F.M.
PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR 18
FORMAIS PERÍODOS
Movimento
Corporal
Tempo
Espaço
Kinesfera
Fluxo
Peso
Eixo
Salto e Queda
Giro
Rolamento
Movimentos
articulares
Lento, rápido e
moderado
Aceleração e
desaceleração
Níveis
Deslocamento
Direções
Planos
Improvisação
Coreografia
Gêneros: Espetáculo,
industria cultural,
étnica, folclórica,
populares e salão
Pré-história
Greco-Romana
Medieval
Renascimento
Dança Clássica
Dança Popular
Brasileira
Paranaense
Africana
Indígena
Hip Hop
Indústria Cultural
Dança Moderna
Vanguardas
Dança
Contemporânea
ENCAMINHAMENTO METODOLÓGICO
Nas aulas de Arte é necessária a unidade de abordagem dos conteúdos
estruturantes, em um encaminhamento metodológico orgânico, onde o
conhecimento, as práticas e a fruição artística estejam presentes em todos os
momentos da prática pedagógica, em todas as séries da Educação Básica.
COLÉGIO ESTADUAL JAMES PATRICK CLARK – E.F.M.
PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR 19
Para preparar as aulas, é preciso considerar para quem elas serão
ministradas, como, por que e o que será trabalhado, tomando-se a escola como
espaço de conhecimento. Dessa forma, devem-se contemplar, na metodologia do
ensino da arte, três momentos da organização pedagógica:
• Teorizar: fundamenta e possibilita ao aluno que perceba e aproprie a obra artística,
bem como, desenvolva um trabalho artístico para formar conceitos artísticos
• Sentir e perceber: são as formas de apreciação, fruição, leitura e acesso à obra de
arte
• Trabalho artístico: é a prática criativa, o exercício com os elementos que compõe
uma obra de arte.
O trabalho em sala poderá iniciar por qualquer um desses momentos, ou
pelos três simultaneamente. Ao final das atividades, em uma ou várias aulas,
espera-se que o aluno tenha vivenciado cada um deles.
Para facilitar a aprendizagem do aluno e para que tenha uma ampla compreensão
do conhecimento em arte, os conteúdos estruturantes devem estar presentes em
vários momentos do ensino. Sempre que possível, o professor deve mostrar as
relações dos conteúdos que uma determinada área da arte estabelece com as
outras áreas e como apresentam características em comum, coincidindo ou não com
o mesmo período histórico.
A recuperação de estudos deve acontecer a partir de uma lógica simples: os
conteúdos selecionados para o ensino são importantes para a formação do aluno,
então, é preciso investir em todas as estratégias e recursos possíveis para que ele
aprenda. A recuperação é justamente isso: o esforço de retomar, de voltar ao
conteúdo, de modificar os encaminhamentos metodológicos, para assegurar a
possibilidade de aprendizagem. Nesse sentido, a recuperação da nota é simples
decorrência da recuperação de conteúdo.
AVALIAÇÃO
A concepção de avaliação para a disciplina de Arte presente nas DCES é
diagnóstica e processual. É diagnóstica por ser a referência do professor para
planejar as aulas e avaliar os alunos; é processual por pertencer a todos os
momentos da prática pedagógica. Ao ser processual e não estabelecer parâmetros
COLÉGIO ESTADUAL JAMES PATRICK CLARK – E.F.M.
PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR 20
comparativos entre os alunos discute dificuldades e progressos de cada um a partir
da própria produção, de modo que leva em conta a sistematização dos
conhecimentos para a compreensão mais efetiva da realidade.
De acordo com a LDB (n. 9.394/96, art. 24, inciso V) a avaliação é “contínua e
cumulativa do desempenho do aluno, com prevalência dos aspectos qualitativos
sobre os quantitativos e dos resultados ao longo do período sobre os de eventuais
provas finais”. Na Deliberação 07/99 do Conselho Estadual de Educação (Capítulo I,
art.8º), a avaliação almeja “o desenvolvimento formativo e cultural do aluno” e deve
“levar em consideração a capacidade individual, o desempenho do aluno e sua
participação nas atividades realizadas”.
A avaliação deve servir para a reflexão e redimensionamento das práticas
pedagógicas e permitir que se saia do lugar comum, dos gostos pessoais, de modo
que se desvincula de uma prática pedagógica pragmatista, caracterizada pela
produção de resultados ou a valorização somente do espontaneísmo. Ao centrar-se
no conhecimento, a avaliação gera critérios que transcendem os limites do gosto e
das afinidades pessoais, direcionando de maneira sistematizada o trabalho
pedagógico.
O método de avaliação proposto nas DCES inclui observação e registro do
processo de aprendizagem, com os avanços e dificuldades percebidos na
apropriação do conhecimento pelos alunos. O professor deve avaliar como o aluno
soluciona os problemas apresentados e como ele se relaciona com os colegas nas
discussões em grupo. Como sujeito desse processo, o aluno também deve elaborar
seus registros de forma sistematizada. As propostas podem ser socializadas em
sala, com oportunidades para o aluno apresentar, refletir e discutir sua produção e a
dos colegas.
É importante ter em vista que os alunos apresentam uma vivência e um
capital cultural próprio, constituído em outros espaços sociais além da escola, como
a família, grupos, associações, religião e outros. Além disso, têm um percurso
escolar diferenciado de conhecimentos artísticos relativos à Música, às Artes
Visuais, ao Teatro e à Dança.
O professor deve fazer um levantamento das formas artísticas que os alunos
já conhecem e de suas respectivas habilidades, como tocar um instrumento musical,
dançar, desenhar ou representar. Durante o ano letivo, as tendências e habilidades
COLÉGIO ESTADUAL JAMES PATRICK CLARK – E.F.M.
PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR 21
dos alunos para uma ou mais áreas da arte também devem ser detectadas e
reconhecidas pelo professor.
Esse diagnóstico é a base para planejar futuras aulas, pois, ainda que
estejam definidos os conteúdos a serem trabalhados, a forma e a profundidade de
sua abordagem dependem do conhecimento que os alunos trazem consigo.
Essa é outra dimensão da avaliação, a zona de desenvolvimento proximal,
conceito elaborado por Lev Semenovich Vigotsky que trabalha a questão da
apropriação do conhecimento. Vigotsky argumenta que a distância entre o nível de
desenvolvimento real, determinado pela capacidade de resolver um problema sem
ajuda, e o nível de desenvolvimento potencial, determinado pela resolução de um
problema sob a orientação de um adulto ou em colaboração com outro colega, é
denominado de zona de desenvolvimento proximal.
Portanto, o conhecimento que o aluno acumula deve ser socializado entre os
colegas e, ao mesmo tempo, constitui-se como referência para o professor propor
abordagens diferenciadas.
A fim de se obter uma avaliação efetiva individual e do grupo, são necessários
vários instrumentos de verificação tais como:
• trabalhos artísticos individuais e em grupo;
• pesquisas bibliográfica e de campo;
• debates em forma de seminários e simpósios;
• provas teóricas e práticas;
• registros em forma de relatórios, gráficos, portfólio, áudio-visual e outros.
Por meio desses instrumentos, o professor obterá o diagnóstico necessário
para o planejamento e o acompanhamento da aprendizagem durante o ano letivo,
visando às seguintes expectativas de aprendizagem:
• A compreensão dos elementos que estruturam e organizam a arte e sua relação
com a sociedade contemporânea;
• A produção de trabalhos de arte visando à atuação do sujeito em sua realidade
singular e social;
• A apropriação prática e teórica dos modos de composição da arte nas diversas
culturas e mídias, relacionadas à produção, divulgação e consumo.
A avaliação, nesta perspectiva, visa contribuir para a compreensão das
dificuldades de aprendizagem dos alunos, com vistas às mudanças necessárias para
que essa aprendizagem se concretize e a escola se faça mais próxima da
COLÉGIO ESTADUAL JAMES PATRICK CLARK – E.F.M.
PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR 22
comunidade, da sociedade como um todo, no atual contexto histórico e no espaço
onde os alunos estão inseridos.
REFERÊNCIAS
BRASIL. Leis, decretos, etc. Lei n. 5692/71 : lei de diretrizes e bases da educação
nacional, LDB. Brasília, 1971.
BRASIL. Leis, decretos, etc. Lei n. 9394/96: lei de diretrizes e bases da educaç ão
nacional, LDB . Brasília, 1996.
FISCHER, Ernst. A necessidade da arte . Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2002.
PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Departamento de Educação Básica.
Orientações Pedagógicas – Ensino Médio por Blocos . Curitiba: SEED/PR, 2009.
PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Departamento de Ensino de Primeiro
Grau. Diretrizes Curriculares da Educação Básica de Arte . Curitiba: SEED/PR,
2008.
PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Departamento de Ensino Médio. LDP:
Livro Didático Público de Arte . Curitiba: SEED-PR, 2006.
Orientações pedagógicas para o Ensino Médio Organizado por Blocos de Disciplinas
Semestrais: A Inovação do Ensino Médio no Paraná – DEB/SEED. MAIO/2010
COLÉGIO ESTADUAL JAMES PATRICK CLARK – E.F.M.
PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR 23
PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR DE BIOLOGIA
APRESENTAÇÃO
A disciplina de Biologia tem como objeto de estudo o fenômeno VIDA em toda
sua diversidade de manifestação.
O conhecimento do campo da biologia deve propiciar aos estudantes
formação científica por meio de conceitos científicos da biologia. De posse desses
conceitos científicos e comprovação experimental o educando estarão aptos a
buscar novos conhecimentos, terão condições de inserir no mundo em que vivem
que está em constante transformação e de refletir sobre ele.
Assumindo o ensino de Biologia como meio para transformar os educandos e,
por conseguinte, a sociedade, cabe ao professor estabelecer conexões com outras
disciplinas, contextualizando e identificando a interferência de aspectos místicos e
culturais nos conhecimentos do senso comum relacionados a aspectos biológicos.
Mostrando que a Biologia está presente no nosso dia a dia e influência diretamente
as nossas tomadas de decisões. Portanto, o estudo dessa ciência requer uma
postura mais crítica, para que possamos entender os processos biológicos numa
busca constante de compreender o fenômeno “Vida”.
Partindo-se da dimensão histórica da disciplina Biologia, foram identificados
os marcos conceituais, da construção do pensamento biológico a partir dos quais
foram estabelecidos os conteúdos estruturantes:
• Organização dos seres vivos: A classificação dos seres vivos é uma
tentativa de compreender e categorizar as espécies extintas e existentes;
• Mecanismos biológicos: Apresenta uma proposta que privilegia o
estudo dos mecanismos que explicam como os sistemas orgânicos dos seres vivos
funcionam.
• Biodiversidade: Entende-se por biodiversidade um sistema complexo
de conhecimento biológico integrado, dinâmico, envolvendo a variabilidade genética,
a diversidade de seres vivos, as relações ecológicas estabelecidas entre eles e com
a natureza, e os processos evolutivos pelos quais os seres vivos têm sofrido
transformações.
• Manipulação genética: Apresenta propostas voltadas para implicações
COLÉGIO ESTADUAL JAMES PATRICK CLARK – E.F.M.
PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR 24
da engenharia genética sobre a vida, considerando-se que com os avanços da
Biologia molecular, há a possibilidade de manipular o material genético dos seres
vivos, pois os mesmos apontam como a disciplina se constitui como conhecimento, e
como esta tem influenciado na construção de uma concepção de mundo
contribuindo para que se possam compreender as implicações sociais, políticas,
econômicas, e ambientais que envolvam a apropriação deste conhecimento
biológico pela sociedade.
Estes conteúdos foram estabelecidos buscando-se sua historicidade para que
se perceba a não neutralidade da construção do pensamento científico elaborado.
Compreendida assim, é mais uma das formas de conhecimento produzido pelo
desenvolvimento do homem e determinada pelas necessidades materiais deste em
cada momento histórico.
CONTEÚDOS
1ª - SÉRIE
Conteúdo Básico Conteúdo Específico
Classificação dos
seres vivos.
- A evolução molecular e o surgimento da vida
- Características dos Seres vivos: Organização celular, desenvolvimento, crescimento,
metabolismo, reprodução e evolução.
Mecanismos
celulares biofísicos
e bioquímicos
- Química da célula;
- Estrutura celular: membranas, citoplasma e núcleo.
- Tipos celulares e sua morfologia
- Divisão celular
- Metabolismo celular
Sistemas Biológicos:
anatomia,
morfologia e
fisiologia
- A diferenciação celular e a caracterização dos tecidos
- Classificação dos tecidos
COLÉGIO ESTADUAL JAMES PATRICK CLARK – E.F.M.
PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR 25
2ª- SÉRIE
Conteúdo Básico Conteúdo Específico
Classificação dos
seres vivos: critérios
taxonômicos e
filogenéticos.
- Biodiversidade e classificação dos Seres vivos
- Regras de Classificação Taxonômica
- Organismos acelulares: os Vírus
Sistemas Biológicos:
anatomia, morfologia
e fisiologia e
Mecanismos de
desenvolvimento
embriológico.
- Reino Monera: características e organização morfológica das
arqueobactérias e eubactérias.
- Reino Protista: características e organização morfológica de
organizsmos unicelulares e pluricelulares.
- Reino Fungi: características e organização
anatomomorfofisiológica dos fungos e líquens.
- Reino Animal: características e organização
anatomomorfofisiológica dos grupos de invertebrados e
vertebrados.
- Fisiologia: processos metabólicos dos seres humanos.
- Embriologia animal
- Reino Vegetal: características e organização
anatomomorfofisiológica dos grupos vegetais.
3ª - SÉRIE
Conteúdo Básico Conteúdo Específico
Transmissão das
características
hereditárias
- Os trabalhos de Mendel: 1ª, 2ª lei
- Conceitos fundamentais da genética
- Lei de Morgan ou Linkage
- Polialelia
- Herança ligada ao sexo
- Interação gênica e herança qualitativa Poligenia
- Anomalias na espécie humana
Organismos
Geneticamente
Modificados
- Biotecnologias
- Nanotecnologias
COLÉGIO ESTADUAL JAMES PATRICK CLARK – E.F.M.
PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR 26
Teorias evolutivas - Princípios da Evolução da vida
- Os impactos das idéias filosóficas e sociológicas para as teorias
evolutivas
- Herança dos caracteres adquiridos
- Teoria da Seleção Natural (Darwin-Wallace)
- Teoria Sintética da Evolução
- As causas genéticas da evolução: mutações gênicas e
cromossômicas. recombinação e deriva genética.
- Formação de novas espécies
- Genética populacional: teorema de Hardy-Weinberg
- A origem da espécie humana
Dinâmica dos
ecossistemas:
relações entre os
seres vivos e
interdependência
com o ambiente.
- Populações e comunidades
- Ecossistemas
- Ciclos Biogeoquímicos
- Interações biológicas na comunidade
- Biomas terrestres e aquáticos
- O ser humano no ambiente e o impacto na biosfera.
ENCAMINHAMENTO METODOLÓGICO
Para o ensino de Biologia como proposta metodológica propõe-se utilização
do método da prática social que parte da pedagogia histórico-crítica centrada na
valorização e socialização dos conhecimentos da Biologia as camadas populares,
entendendo a apropriação crítica e histórica do conhecimento enquanto instrumento
de compreensão da realidade social e atuação crítica para transformação da
realidade (Saviani 1997, Libâneo 1983).
Abrangendo os conteúdos estruturantes propõe-se a utilização dos recursos
metodológicos diferenciados que poderão ser veiculados a experimentação,
pesquisa do meio (praça, campo, bosque, etc), aulas dialogadas, recursos
COLÉGIO ESTADUAL JAMES PATRICK CLARK – E.F.M.
PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR 27
audiovisuais (TV pendrive) e dos recursos oferecidos pela SEED como: portal dia a
dia educação, TV Paulo Freire, TV escola e internet.
Os conhecimentos serão tratados de forma contextualizada, revelando como
e porque foram produzidos, apresentando a história da Biologia como um movimento
não linear e frequentemente contraditório.
No Ensino da Biologia, enfim, é essencial o desenvolvimento de posturas e
valores pertinentes à relação entre os seres humanos, entre eles e o meio, entre o
ser humano e o conhecimento, contribuindo para a educação que formará indivíduos
sensíveis e solidários, cidadãos e sociedades conscientes dos processos, capazes
assim de realizar ações práticas de fazer julgamentos e tomar decisões.
AVALIAÇÃO
A avaliação é parte do trabalho dos professores, tendo por objetivo a tomada
de decisões a respeito do processo educativo que envolve professor e aluno no
acesso ao conhecimento. "Para cumprir essa função a avaliação deve possibilitar o
trabalho com o novo, numa dimensão criativa que envolva o ensino e a
aprendizagem. Desta forma, se estabelecerá o verdadeiro sentido da avaliação:
acompanhar o desempenho no presente, orientar as possibilidades de desempenho
futuro e mudar as práticas insuficientes, apontando novos caminhos para superar
problemas e fazer emergir novas práticas educativas (LIMA, 2002/2003)" (DCE, p.
31).
Pensar a avaliação num currículo por blocos significa repensar a avaliação a
partir da reorganização e reconstrução do entendimento do tempo escolar. Houve
um ganho no tempo e esse ganho implica em avaliações mais freqüentes.
Para tanto a avaliação contará com técnicas, instrumentos e metodologias
diversificadas, como por exemplo: as ações que envolvem estudo de textos, vídeos,
pesquisa, estudo individual, debates, grupos de trabalho, aulas expositivas
tradicionais e dialogadas, seminários, exercícios, no qual se explicitam relações que
permitem identificar (pela análise) como objeto de conhecimento se constitui. A
seleção de conteúdos, os encaminhamentos metodológicos e a clareza dos critérios
de avaliação elucidam a intencionalidade do ensino, enquanto a diversidade de
COLÉGIO ESTADUAL JAMES PATRICK CLARK – E.F.M.
PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR 28
instrumentos e técnicas de avaliação possibilita aos estudantes variadas
oportunidades e maneiras de expressar seu conhecimento.
REFERÊNCIAS
ANASTASIOU, L. G. C. Avaliação, Ensino e Aprendizagem : anotações para ações
em currículo com matriz integrativa. 13ª ENDIPE. Recife. 2006, p. 69 - 90.
DUSSEL, Ines; CARUSO, Marcelo. A invenção da sala de aula: uma genealogia
das formas de ensinar. São Paulo: Moderna, 2003. (Educação em pauta)
KRASILCHIK, M. O professor e o currículo das ciências. São Paulo: USP, 1987
PARANÁ. SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO. Diretriz Curricular de
Biologia, 2008.
SANTOS, M. A. Biologia educional. 17ª Edição. São Paulo: Ática, 2002.
Orientações pedagógicas para o Ensino Médio Organizado por Blocos de Disciplinas
Semestrais: A Inovação do Ensino Médio no Paraná – DEB/SEED. MAIO/2010
COLÉGIO ESTADUAL JAMES PATRICK CLARK – E.F.M.
PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR 29
PROPOSTA CURRICULAR DE EDUCAÇÃO FÍSICA
APRESENTAÇÃO
Para que se compreenda o momento atual de Educação Física é necessário
considerar a corporalidade e sua origens no contexto brasileiro, abordando as
principais influências que marcam e caracterizam a disciplina e os novos rumos que
estão se delineando. Sendo assim, a Educação Física, na perspectiva de disciplina
articuladora, não pode ser entendida somente como prática dos movimentos, pois
ela por si só não garante efetivamente a sistematização do conhecimento. A
ginástica, o esporte, a dança, os jogos, as brincadeiras e brinquedos e o
conhecimento do corpo, não podem ser pensados unicamente em si; são antes de
tudo componente da cultura humana, da cultura corporal, e assim devem ser
dimensionadas levando-se em conta a multiplicidade de experiências manifestadas
pelo corpo os quais permeiam estas práticas, ou seja, manifestam-se expressões de
alegria, raiva, dor, violência, preconceito, sexualidade dentre outras que tem sentido
amplo no corpo e são historicamente produzidos. De forma alguma, isto quer dizer
que se deva implementar somente aulas teóricas de Educação Física. A reflexão,
organização e registro do professor e dos alunos são elementos fundamentais para
estabelecimento da relação teórica e prática no ensino desta disciplina.
É fundamental que a disciplina de Educação Física proporcione aos alunos
um reconhecimento consciente da expressividade corporal que possibilite uma auto-
estima corporal e autonomia que direciona para limites e possibilidades de
expressão dos indivíduos. Onde o aluno deve ser construído e não manipulado,
desenvolvido e não atrofiado nas ações e movimentos, desenvolvendo assim
grandezas físicas, psíquicas e emocionais fundamentais para formação do cidadão.
O trabalho com a disciplina de Educação Física no Ensino Médio Organizado
por Blocos de Disciplinas Semestrais, tem os mesmos fundamentos do ensino médio
anual, havendo diferença na forma, no modo como o conhecimento será tratado,
considerando a carga horária e o formato semestral da proposta, que proporciona
um repensar sobre como a Educação Física tem sido tratada e constituída dentro
das escolas, contribuindo consubstancialmente para implementar um pensamento
crítico pautado na cultura corporal.
COLÉGIO ESTADUAL JAMES PATRICK CLARK – E.F.M.
PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR 30
Reconhecendo a importância desta disciplina para o desenvolvimento pleno
do indivíduo, buscar-se-á atingir os seguintes objetivos:
o Organizar e praticar atividades corporais, valorizando-as como recurso
para usufruto do tempo disponível, bem como ter a capacidade de alterar
ou interferir nas regras convencionais, com o intuito de torna-las mais
adequadas ao momento do grupo, favorecendo a inclusão dos
participantes. Analisar, compreender e manipular os elementos que
compõem as regras como instrumentos de criações e transformações;
o Participar de atividades de natureza relacional, reconhecendo e
respeitando suas características físicas e de desempenho motor, bem
como a de seus colegas, sem discriminar por características pessoais,
físicas, sexuais ou sociais. Apropriar-se de processos de aperfeiçoamento
das capacidades físicas, das habilidades motoras próprias das situações
relacionais, aplicando-os com discernimento em situações problemas que
surjam no cotidiano;
o Adotar atitudes de respeito mútuo, dignidade e solidariedade na prática
dos jogos, lutas e dos esportes, buscando encaminhar os conflitos de
forma não-violenta pelo dialogo, prescindindo da figura do árbitro. Saber
diferenciar os contextos amadores, recreativos, escolares e o profissional,
reconhecendo e evitando o caráter excessivamente competitivo em
quaisquer destes contextos;
o Conhecer, valorizar, apreciar e desfrutar de algumas das diferentes
manifestações da cultura corporal, adotando uma postura despojada de
preconceitos ou discriminações por razões sociais, sexuais ou culturais.
Reconhecer e valorizar as diferenças de desempenho, linguagem e
expressividade decorrentes, inclusive, dessas mesmas diferenças
culturais, sexuais e sociais. Relacionar a diversidade de manifestações da
cultura corporal de seu ambiente e de outros, com o contexto que são
produzidas e valorizadas;
o Aprofundar-se no conhecimento dos limites e das possibilidades do próprio
corpo de forma poder controlar algumas de suas posturas e atividades
corporais com autonomia e valoriza-las como recurso para melhoria de
suas aptidões físicas. Aprofundar as noções conceituais de esforço,
COLÉGIO ESTADUAL JAMES PATRICK CLARK – E.F.M.
PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR 31
intensidade e freqüência por meio do planejamento e sistematização de
suas praticas corporais. Buscar informações para o seu aprofundamento
teórico de forma a construir e adaptar alguns sistemas de melhoria de sua
aptidão física;
o Analisar alguns dos padrões de beleza, saúde e desempenho presente no
cotidiano e compreender sua inserção no contexto sócio-cultural em que
são produzidos, despertando para o senso crítico e relacionando-os com
as práticas da cultura corporal de movimento;
o Conhecer, organizar e interferir no espaço de forma autônoma bem como
reivindicar locais adequados para promoção de atividades corporais e de
lazer, reconhecendo-as como uma necessidade do ser humano e um
direito do cidadão, em busca de uma melhor qualidade de vida.
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES
Os conteúdos estruturantes foram definidos e organizados como
conhecimentos de grande amplitude, por serem considerados fundamentais para
compreender o objeto de ensino da disciplina, no caso a Cultura Corporal. Para
tanto devem ser abordados levando em conta os níveis de ensino que os alunos
trazem de modo que possam se ampliados. Desse modo os Conteúdos
Estruturantes propostos para a Educação Física na Educação Básica são os
seguintes e a descrição dos conteúdos básicos e específicos:
Conteúdo Estruturante Conteúdo Básico Conteúdos Esp ecíficos
Futebol
Voleibol
Basquete Coletivos
Handebol
Atletismo
Tênis de Campo Individual
Badminton
ESPORTE
Radicais e Coletivos Skate
COLÉGIO ESTADUAL JAMES PATRICK CLARK – E.F.M.
PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR 32
Beisebol
Esporte Adaptados
Rappel
Rafting
Xadrez
Dama Jogos de Tabuleiro
Trilha
Dramatização mímica Jogos Dramáticos
Improvisação
Tato contato
Cadeira livre
Salve-se com um abraço
JOGOS E
BRINCADEIRAS
Jogos Cooperativos
Dança das cadeiras, etc.
Fandango
Cirandas Danças Folclóricas
Quadrilhas
Break Dança de rua
Funk
Forró
Xote
DANÇA
Dança de salão
Bolero
Ginástica Artística Ginástica de solo (saltos,
giros, deslocamentos, etc)
Ginástica aeróbica
Ginástica anaeróbica
Alongamento Ginástica de Academia
Flexibilidade
Jogos gímnicos
GINÁSTICA
Ginástica Geral Movimentos gímnicos
Judô
Jiu-jitsu Lutas com aproximação
Sumo.
LUTAS
Lutas que mantêm a Karatê
COLÉGIO ESTADUAL JAMES PATRICK CLARK – E.F.M.
PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR 33
Boxe distância
taekenwondo
Esgrima
Capoeira regional
Lutas com instrumento
mediador Capoeira Capoeira de angola
Observação: Os temas referentes à “História e Cultura Afro-brasileira e Africana”
serão contemplados nas diferentes séries sendo relacionados, quando conveniente,
aos conteúdos que serão trabalhados.
ENCAMINHAMENTO METODOLÓGICO
A Educação Física, enquanto ciência, tematiza o movimento humano.
Partindo desse pressuposto, os conteúdos serão trabalhados através de:
Exposições orais, trabalhos individuais, duplas, pequenos e grandes grupos e sem
elementos, demonstrações práticas, jogos interclasses, campeonatos, filmes,
apostilas, transparências, pesquisas, tendo a preocupação de ressaltar o
conhecimento e seu significado na sociedade, oportunizando ao aluno o crescimento
no contexto social e desenvolvendo a expressividade corporal, permitindo ao aluno a
exploração motora, as descobertas em sua realização, vivendo através de atividades
propostas, momentos que lhe dêem condições de criar novos caminhos a partir das
experiências vivenciadas elaborando novas formas de movimento, podendo assim,
atingir níveis mais elevados em seu conhecimento.
O importante a ressaltar no encaminhamento metodológico para aulas de
Educação Física, é o que o aluno traz como referência acerca do conteúdo, leitura
da realidade. Para posteriormente apresentar aos alunos o conhecimento
sistematizado para assimilação e recriação do mesmo. Nesse processo o professor
fará as devidas intervenções pedagógicas para que o aprendizado não fique
desvinculado dos objetivos estabelecidos. Sempre considerando aqui uma
perspectiva transformadora da realidade.
COLÉGIO ESTADUAL JAMES PATRICK CLARK – E.F.M.
PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR 34
AVALIAÇÃO
A avaliação estará a serviço da aprendizagem de todos os alunos e será
formativa, contínua, participativa, descentralizada e fomentadora da compreensão do
ser humano em sua totalidade, representando um instrumento de diagnose e
realimentação, ponto de partida para uma ação voltada para a cidadania. Assim a
avaliação estará em sintonia direta com os principais conteúdos e objetivos que
expressem por sua vez, uma concepção de Educação Física numa perspectiva
contextualizada, visando fornecer informações que permitam compreender melhor
cada aluno e entende-lo nas suas relações. Portanto a avaliação será processada
pelo professor levando-se em conta hábitos e atitudes, freqüência, participações e
desenvolvimento nas atividades práticas e teóricas da disciplina.
REFERÊNCIAS
PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação, Departamento do ensino médio.
Orientações curriculares de Educação Física . Versão preliminar. 2006
REGOLATO, Roseli Aparecida. Textos de Educação Física para a Sala de Aula.
Cascavel, ASSOESTE, 1994.
PARANÁ. Projeto de Correção de Fluxo. Caderno de Educação Física 1, 2. Versão
Preliminar, 1998.
PARANÁ. Projeto Político Pedagógico. Colégio Estadual Santo Inácio de Loyola,
2005.
MORAES, A. C. Orientações curriculares do ensino médio, Brasília: MEC, SEB,
2004.
Orientações pedagógicas para o Ensino Médio Organizado por Blocos de Disciplinas
Semestrais: A Inovação do Ensino Médio no Paraná – DEB/SEED. MAIO/2010
COLÉGIO ESTADUAL JAMES PATRICK CLARK – E.F.M.
PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR 35
PROPOSTA CURRICULAR DE FILOSOFIA
APRESENTAÇÃO
A atual Lei de Diretrizes e Bases da Educação brasileira, Lei 9.394/96,
aprovada em 20 de dezembro de 1996, em seu artigo 36, parágrafo 1], Item III,
determina que o educando ao final do Ensino Médio tenha o “domínio dos
conhecimentos de Filosofia e Sociologia necessários ao exercício da cidadania”.
Sendo assim, considera-se que a filosofia é importante no desenvolvimento social
e cognitivo do educando. A filosofia sendo por excelência uma ciência reflexiva deve
despertar no educando uma atitude critica diante das situações existenciais e
sociais.
A filosofia gira basicamente em torno de problemas e conceitos criados no
decorrer de sua longa tradição histórica,portanto, a filosofia enquanto conjunto de
conhecimentos construídos historicamente reúne grande parte dos temas que
influenciam a vida de nossos estudantes.
Estes conhecimento devidamente utilizados geram discussões promissoras e
criativas que desencadeiam ações e transformações, sendo por essa razão que eles
permanecem atuais. Na atual polêmica mundial e brasileira acerca dos possíveis
sentidos dos valores éticos, políticos, estéticos e epistemológicos , a filosofia
aparece num momento oportuno para resgatar conceitos esquecidos pela atual
sociedade
De acordo com Carneiro (1997, p.102):
Pelo estudo da filosofia, o estudante vai penetrar na natureza da realidade e
da significação dos seus códigos, vai compreender as condições efetivas da
construção do ser histórico, vai penetrar criticamente no mundo do
conhecimento e em toda a sua estrutura axiológica e vai, por fim, equipar-se
de instrumental ético imprescindível para o estabelecimento das
possibilidades e dos limites humanos.
COLÉGIO ESTADUAL JAMES PATRICK CLARK – E.F.M.
PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR 36
Portanto o aluno do ensino médio, através da reflexão filosófica constrói
pontos de referencia que lhe permitem tomar consciência do seu papel de sujeito e
agente de transformações sociais e políticas. Sabemos que a realidade brasileira,
expressa um pragmatismo excessivo nos projetos sócio-educacionais, e que os
conteúdos filosóficos propiciam a reflexão, podendo colaborar com outras disciplinas
na formação, construção e estruturação da cidadania e da consciência crítica do
educando.
O objetivo do ensino de filosofia no Ensino Médio é a formação
pluridimensional e democrática, capaz de oferecer aos estudantes a possibilidades
de compreender a complexidade do mundo contemporâneo, suas múltiplas
particularidades e especializações.ao deparar com os problemas e por meio da
leitura de textos filosóficos, espera-se que o educando possa pensar, discutir,
argumentar e, que nesse processo, crie e recrie para si os conceitos filosóficos,
ciente de que não há conceitos simples.
CONTEÚDOS
ESTRUTURANTES
MITO E FILOSOFIA.
• Mito e filosofia
• O deserto do real
• Ironia e Maiêutica
TEORIA DO CONHECIMENTO
• O problema do conhecimento
• Filosofia e Método
• Perspectivas do Conhecimento
ÉTICA
• A virtude em Aristóteles e Sêneca.
• Amizade.
COLÉGIO ESTADUAL JAMES PATRICK CLARK – E.F.M.
PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR 37
• Liberdade.
• Liberdade em Sartre.
Filosofia Política
• Em busca da essência do político.
• A política de Maquiavel.
• Política e violência.
• A democracia em questão.
Filosofia da Ciência
• O Progresso da Ciência.
• Pensar a Ciência.
• Bioética.
Estética
• Pensar a Beleza.
• A universalidade do gosto.
• Necessidade ou fim da Arte?
• O Cinema e uma nova percepção.
ENCAMINHAMENTO METODOLÓGICO
O professor ao ensinar filosofia no Ensino Médio por blocos deve pensar na
distribuição do conteúdo em função de uma outra perspectiva de tempo, ou seja, de
uma aula geminada (duas aulas juntas) muito embora, tinha a mesma carga horária,
ou ainda o mesmo numero de noras, porem concentrada em um bloco semestral.
Alem dessa preocupação com o tempo, a metodologia a ser utilizada na aula
de filosofia se divide em quatro momentos: a sensibilidade, a problematização, a
investigação e a criação de conceitos.
A sensibilização deve acontecer por meio de assunto ou tema relevante. O
tema pode ser retirado de uma figura, texto, filme ou documentário, texto jornalístico
ou literário, etc., com o objetivo de instigar e motivar possíveis relações entre o
cotidiano do aluno e o conteúdo a ser desenvolvido.
COLÉGIO ESTADUAL JAMES PATRICK CLARK – E.F.M.
PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR 38
O segundo passo é a problematização desse tema. Levantar
questionamentos, perguntas em relação ao tema proposto, com uma abordagem
contemporânea que remeta o aluno a sua própria realidade.
A investigação se dá no momento em que os questionamentos e perguntas
forem levantados, através de atividades individuais e coletivas que dão suporte para
o debate filosófico, dando-lhe um caráter dinâmico e participativo.
Após o tema ser problematizado, investigado, vem o momento da criação do
conceito. É uma nova postura em relação ao assunto que foi estudado, criar uma
nova idéia, rever antigos conceitos e descobrir uma nova forma de ver o conceito
anterior.
O ensino de Filosofia deve ser através de atividades investigativas individuais
e coletivas que organizem e orientem o debate filosófico, se tornando dinâmico e
participativo.
O professor deve ter a preocupação de não ser superficial e de dosar a
realização de todo o processo de ensino desenvolvido, desde a sensibilização para
o problema, passando pelo o estudo de textos filosóficos, até a elaboração de
conceitos, para que se efetive a reflexão filosófica.
AVALIAÇÃO
O critério de avaliação esta dentro do processo da experiência filosófica. O
ensino de filosofia é processo reflexivo, por isso é diagnosticada sua função
avaliativa, ela não tem finalidade em si mesma, ela tem a função de subsidiar e
redirecionar a ação no processo ensino aprendizagem. As avaliações devem ser de
caráter reflexivo que leve o aluno a pensar não somente nas perguntas, mas
também nas respostas que foram formuladas. Seminários, debates, leituras de texto,
pesquisas e analises de recortes de filme fazem parte da avaliação. Ao avaliar o
professor deve ter profundo respeito pelas posições do estudante, mesmo que não
concorde com elas, pois o que está sendo avaliado é a capacidade dele de
argumentar e de identificar os limites de suas posições, assumindo uma nova
postura mediante a formulação de seus próprios conceitos, dinamizando sua visão
de mundo como cidadão críticos, que interage com os conceitos, dilemas e
problemas atuais.
COLÉGIO ESTADUAL JAMES PATRICK CLARK – E.F.M.
PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR 39
REFERÊCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ABBAGNANO, Nicola. Dicionário de Filosofia. São Paulo, Martins Fontes, 2000,
Biblioteca do Professor.
BRASIL. LEI N.º 9.394/96. Lei Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Brasília,
DF: 20 de Dezembro de 1996.
CABALLERO, Alexandre. A Filosofia através dos textos. São Paulo, Cultrix, 1988.
CARNEIRO, Moaci Alves. LDB Fácil : Leitura critico-compreensiva de Artigo a Artigo.
Petrópolis, RJ: Vozes, 1998.
GAARDER, Jostein. O mundo de Sofia: Romance de História a filosofia. São Paulo,
Cia.
Livro Didático Público – Organizado por professores do Paraná.
Portal Dia-a-Dia Educação – http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br
RUSSELL, Bertrand. História do Pensamento Ocidental. Rio de Janeiro, Ediouro,
2001.
SOUZA, Sonia Maria Ribeiro de. Um outro olhar: filosofia. São Paulo, FTD, 1995.
Orientações pedagógicas para o Ensino Médio Organizado por Blocos de Disciplinas
Semestrais: A Inovação do Ensino Médio no Paraná – DEB/SEED. MAIO/2010
COLÉGIO ESTADUAL JAMES PATRICK CLARK – E.F.M.
PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR 40
PROPOSTA CURRICULAR DE FÍSICA
APRESENTAÇÃO
A Física além de buscar o conhecimento geral em relação ao estudo do Universo,
deve também ocupar de todos os ramos da atividade humana. Isto se deve ao
estágio atual em que se encontra a sociedade, com todos os recursos e avanços
tecnológicos que nos surpreendem a cada dia.
Para fundamentar o estudo da Física no Ensino Médio, não podemos esquecer das
contribuições dos grandes filósofos gregos, como Aristóteles, Arquimedes, e outros
que na antigüidade questionaram, para uma melhor aceitação, a explicação para os
fenômenos naturais que os cercavam, sobretudo a Astronomia. De nomes como
Ptolomeu, Kepler, Galileu, Newton, Maxwell, Planck, Einstein, que como muitos
outros não citados, que contribuíram imensamente para o avanço da Física e
conseqüentemente dos avanços tecnológicos apresentados hoje.
Neste caso é importante dar ênfase ao estudo crítico da História da Física, para que
possamos entender as necessidades que nos levaram as grandes descobertas
científicas, entender como as relações sociais e capitalistas influenciaram nas linhas
pesquisadas e nos avanços conquistados, para entendermos como as pesquisas
são geradas atualmente.
A Física no Ensino Médio tem como objetivo desenvolver a capacidade de
investigação física, tornando o aluno capaz de classificar, organizar e sistematizar o
trabalho científico, para que possa compreender a Física presente no seu cotidiano,
compreendendo o funcionamento de novos equipamentos e novas tecnologias, que
abrangem a Física Moderna, e suas aplicações. Também deve possibilitar ao aluno
identificar situações físicas, utilizar modelos físicos, articulando tais conhecimentos
com outras áreas do saber científico.
O ensino da Física terá um significado real quando a aprendizagem partir de idéias e
fenômenos que façam parte do contexto do aluno, possibilitando analisar o senso
comum e fortalecer os conceitos científicos na sua experiência de vida, construindo
um ensino centrado em conteúdos e metodologias capazes de levar os estudantes a
refletir sobre o mundo da ciência sob a perspectiva de que esta ciência não é um
fruto apenas da pura racionalidade científica. Busca-se contribuir para o
COLÉGIO ESTADUAL JAMES PATRICK CLARK – E.F.M.
PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR 41
desenvolvimento de um sujeito crítico, capaz de admirar a beleza da produção
científica e compreender a necessidade desse conhecimento para entender o
universo de fenômenos que o cerca, percebendo a não neutralidade de sua
produção, bem como os aspectos sociais, políticos, econômicos e culturais desta
ciência, seu comprometimento e envolvimento com as estruturas que representam
esses aspectos.
Assim, elencaram-se como conteúdos estruturantes: Movimento, Termodinâmica e
Eletromagnetismo, escolhidos a partir da história da Física enquanto campo de
conhecimento devidamente constituído ao longo do tempo.
Assim, o espaço demarcado pelo Movimento passa a ser associado aos objetivos
que permitem, por exemplo, lidar com os movimentos de coisas que observamos,
identificando seus motores ou as causas desses movimentos, sejam de carros,
aviões, animais, objetos que caem, ou até mesmo as águas do rio ou o movimento
do ar. Nessa abordagem, o Movimento permite desenvolver aspectos práticos,
concretos, macroscópicos e mais facilmente perceptíveis, ao mesmo tempo em que
propiciam a compreensão de leis e princípios de regularidade, expressos nos
princípios de conservação. Fornece, também, elementos pra que os jovens tomem
consciência de evolução tecnológica relacionada às formas de transporte ou do
aumento da capacidade produtiva do ser humano.
O estudo da Termodinâmica será importante com a incorporação das máquinas aos
sistemas produtivos, fatos que ocorreu a partir da revolução industrial, novas
necessidades foram postas para os técnicos e cientistas que trabalharam para o
aprimoramento das máquinas térmica. Fazia se necessário entender as mudanças
relacionadas às trocas de calor, os processos e propriedades térmicas de diferentes
materiais, compreender e lidar com as variações climáticas e ambientais, e ou da
mesma forma, com os aparatos tecnológicos que envolvem o controle do calor em
ambientes.
O Eletromagnetismo torna-se um importante campo de estudo para o estudante do
ensino médio, visto que seu conhecimento e aplicação não estão ligados apenas a
compreensão da natureza, mas também às inúmeras inovações tecnológicas
surgidas nos últimos cem anos, a partir dos trabalhos de Maxwell, cujas equações
levam às quatro leis do Eletromagnetismo Clássico. Aliás, foram as dificuldades de
transformação de referencial nestas equações que deram origem a Teorias da
Relatividade Espacial, proposta em 1905, por Einstein.
COLÉGIO ESTADUAL JAMES PATRICK CLARK – E.F.M.
PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR 42
Além disso, os conteúdos desenvolvidos no âmbito de estudo do Movimento, da
Termodinâmica e do Eletromagnetismo permitem o aprofundamento, as
contextualizações e relações interdisciplinares, os avanços da Física dos últimos
anos e as perspectivas de futuro.
Construir um ensino de Física centrado em conteúdos e metodologias capazes de
levar os estudantes a refletir sobre o mundo das ciências sob a perspectiva de que
esta ciência não é fruto apenas da pura racionalidade científica. Assim, busca-se
contribuir para o desenvolvimento de um sujeito crítico, capaz de admirar a beleza
da produção científica. Assim, busca-se contribuir para o desenvolvimento de um
sujeito crítico, capaz de admirar a beleza da produção científica e compreender a
necessidade deste conhecimento para entender o universo de fenômeno que o
cerca, percebendo a não neutralidade de sua produção, bem como os aspectos
sociais, políticos, econômicos e culturais desta ciência, seu comprometimento e
envolvimento com as estruturas que representam esses aspectos.
A Física é um conhecimento que permite elaborar modelos de evolução cósmica,
investigar mistérios do mundo microscópico, das partículas que compõem a matéria
e, ao mesmo tempo, permite desenvolver novas fontes de energia e criar novos
materiais, produtos e tecnologia.
Não é objetivo da Física apenas transmitir conhecimentos, mas também possibilitar
a formação crítica, valorizando desde a abordagem de conteúdos específicos até
suas implicações históricas. Isso ocorre quando o aluno consegue desenvolver suas
próprias potencialidades e habilidades para exercer seu papel na sociedade,
compreender as etapas do método científico e estabelecer um diálogo com temas do
cotidiano que se articulam com outras áreas do conhecimento.
Nessa proposta, dentro do Ensino Médio Organizado por Blocos de Disciplinas
Semestrais, com base no texto das Orientações Pedagógicas para a disciplina da
Física, entende-se que seu ensino possa permitir que o estudante tenha o
pensamento crítico desenvolvido por meio das discussões onde o contrário se faça
presente. Propõe um ensino que vá além do uso de algoritmos matemáticos para
resolver alguns problemas, mas que permita buscar relações que levem ao
aprofundamento do conteúdo, visto que o ensino excessivamente mecanizado
permite o uso apenas o pensamento analógico e não o pensamento antitético.
Portanto a ciência precisa ser para o estudante uma construção humana com uma
enculturação científica de modo a perceber os avanços que a ciência nos traz.
COLÉGIO ESTADUAL JAMES PATRICK CLARK – E.F.M.
PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR 43
1ª série:
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES
* Movimento
Conteúdos específicos:
Introdução à Física
Introdução à Mecânica
Velocidade
Movimento com trajetória orientada
Equação horária do movimento uniforme
Gráficos do movimento uniforme
Aceleração escalar
Equações do movimento uniformemente variado
Queda livre
Gráficos do movimento uniformemente variado
Lançamento de projéteis
Cinemática angular
Leis de Newton - Lei da Inércia
Segunda lei de Newton
Peso e terceira lei de Newton
Algumas aplicações das Leis de Newton
Decomposição de forças
Força elástica e força de atrito
Dinâmica de movimento circular
Energia - Trabalho de uma força
Energia Cinética
Conservação da energia mecânica
Potência e rendimento
Conservação da quantidade de movimento e colisões
Impulso de uma força
Gravitação
Estática dos corpos rígidos
Fluidostática – Lei de Stevin
Fluidostática – Princípio de Arquimedes
COLÉGIO ESTADUAL JAMES PATRICK CLARK – E.F.M.
PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR 44
2ª série:
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES
* Termodinâmica
Conteúdos específicos:
Termometria
Expansão térmica de sólidos e líquidos
Calorimetria
Mudanças de estado de agregação
Transmissão de calor
Leis dos gases ideais
Termodinâmica
3ª série:
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES
* Eletromagnetismo
Conteúdos específicos:
Óptica - A luz
Espelhos planos
Espelhos esféricos
Refração da luz
Lentes
Ondas - Ondas
Algumas propriedades das ondas
Interferência e ondas estacionárias
Eletricidade - Carga elétrica
Eletrização
Força eletrostática
Campo elétrico
Campo elétrico de várias cargas
Potencial elétrico I e II
Trabalho no campo elétrico
Campo elétrico uniforme
Corrente elétrica
COLÉGIO ESTADUAL JAMES PATRICK CLARK – E.F.M.
PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR 45
Tensão elétrica
Resistores e Lei de Ohn
Associação de resistores I, II e III
Geradores elétricos
Circuitos elétricos com geradores reais
Receptores elétricos
Potência e energia elétrica
Potência dissipada no resistor
O campo magnético
Força magnética
Fontes do campo magnético
Indução eletromagnética
Algumas aplicações da indústria eletromagnética
Ondas eletromagnéticas
“HISTORIA E CULTURA AFRO-BRASILEIRA E AFRICANA”
ENCAMINHAMENTO METODOLÓGICO
A Física é uma ciência que além de buscar o conhecimento do universo, ela se
ocupa de todos os ramos da atividade humana. Para chegar ao estágio atual
inúmeras pessoas, ao longo dos séculos, têm refletido, formulado e testado as mais
variadas hipóteses e teorias para descrever e explicar o comportamento da
natureza. Todo esse trabalho resultou na fantástica quantidade de conhecimentos
acumulados pela Física, a ciência que mais tem contribuído para o contínuo avanço
tecnológico do mundo em que vivemos.
O estudo da Física é um processo de construção do conhecimento que deve ser
mediado pelo professor de forma a realizar as intervenções necessárias para que
este conhecimento possa fazer sentido ao aluno.
É imprescindível que a transmissão desse conhecimento seja pautado na forma de
princípios, leis, conceitos e idéias que alicerçam a teoria e principalmente subsidiam
a sua compreensão, que os alunos percebam que essas idéias não surgiram prontas
em mentes privilegiadas nem brotaram de forma espontânea, fruto da simples
observação da natureza, que elas têm história, são escolhidos por alguma razão e
COLÉGIO ESTADUAL JAMES PATRICK CLARK – E.F.M.
PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR 46
sempre evoluem. Deve-se permitir ao aluno construir uma percepção significativa da
realidade em que vive, para tanto é necessário que o professor utilize de aulas
teórico-expositivas, leitura e análise de textos históricos de divulgação científicos ou
literários, apresentação e análise de filmes de curta duração (recortes de filmes) e
documentários na TV Pen Drive; atividades práticas experimentais ou de pesquisa; e
que a partir desses meios propicie aos alunos estabelecer relações entre o
conhecimento empírico e o científico sem valorizar um e menosprezar o outro.
O ensino de Física tem enfatizado a expressão do conhecimento apreendido através
de diferentes formas de expressão do saber, desde a escrita, com a elaboração de
textos, com uso adequado dos meios tecnológicos, máquina de calcular, ou das
diversas ferramentas ao alcance nos dias de hoje, como a internet, por exemplo.
Todas essas estratégias permitem explicitar e reforçar as relações do conhecimento
científico com outras formas de expressão do saber.
A resolução de problemas, de forma contextualizada, é um tipo de questão que
exige, sobretudo, a reflexão e também pode permitir a pesquisa. Nesse contexto,
são necessários a identificação da situação-problema, o levantamento de hipótese, a
escolha de caminhos para a solução, além da análise dos resultados, principalmente
no que diz respeito à sua coerência com que o aluno conhece da realidade.
Finalmente, para a História da Física, cada lugar tem sua historia, que inclui
contribuições para o desenvolvimento do saber inserido na realidade dos alunos.
Investigar e resgatar a história do desenvolvimento do saber técnico e científico pode
ser uma estratégia significativa na direção do estabelecimento de uma visão da
ciência enquanto atividade humana e social.
Será importante estimular a efetiva participação dos jovens, conscientizando-os de
sua responsabilidade na sociedade em que vivem, em relação à forma de consumo,
propondo ações para minimizar o consumo de água e energia, poluição ambiental
ou poluição sonora, acompanhando o impacto ambiental, identificando problemas e
tentando buscar intervenções significativas. Ações dessa natureza podem fazer com
que os alunos se sintam de fato detentores de um saber significativo, a serviço de
uma comunidade, expressão de sua cidadania.
AVALIAÇÃO
COLÉGIO ESTADUAL JAMES PATRICK CLARK – E.F.M.
PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR 47
A avaliação deve ser contínua para que possa cumprir sua função de auxílio no
processo ensino-aprendizagem. Através da avaliação o professor pode acompanhar
a construção do conhecimento pelo aluno, fazendo diagnósticos, verificando os
vários estágios de seu desenvolvimento.
Avaliar o processo ensino-aprendizagem como um todo, significa que o professor
deve constantemente refletir sobre sua prática pedagógica fazendo intervenções
quando necessário, propiciando ao aluno crescer e amadurecer no conhecimento.
Os alunos serão avaliados coerentemente considerando os conteúdos previamente
estabelecidos com os quais se pretende atingir determinados objetivos. Os
instrumentos que poderão ser utilizados neste processo de avaliação serão
determinados de acordo com a especificidade de cada conteúdo. De modo geral o
professor utilizar-se-á de provas escritas ou orais, pesquisas, atividades
experimentais e seminários que poderão ser realizados individualmente ou em
grupo. É de suma importância que o professor esclareça para o aluno qual/quais
instrumentos utilizará para avaliar determinado conteúdo.
Portanto, a proposta de avaliação é processual, diagnóstica, contínua e cumulativa;
observando e analisando o desenvolvimento dos alunos. Assim a avaliação é um
processo global mostrando com transparência os resultados da ação educativa,
auxiliando o professor a identificar quais objetivos foram atingidos e quais ainda
precisam ser revistos, ou seja, trata-se de uma auto-avaliação, tanto para o
professor como para o aluno.
A recuperação de estudos é um dos aspectos da aprendizagem no seu
desenvolvimento contínuo, pelo qual o aluno com aproveitamento insuficiente dispõe
de condições que lhe possibilitem a apreensão dos conteúdos estudados. Ou seja,
avaliar só tem sentido quando esta se torna instrumento para intervir no processo de
aprendizagem dos discentes, visando o seu aprimoramento.
Esse processo de avaliação e recuperação se torna ainda mais necessário em vista
de que com o Ensino Médio por blocos, o aumento de aulas semanais faz com que
uma unidade planejada de conteúdos seja possível em tempo menor do que o anual.
COLÉGIO ESTADUAL JAMES PATRICK CLARK – E.F.M.
PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR 48
REFERÊNCIAS
FERRARO; G. N.; PENTEADO, P. C. ; SOARES, P. T.; TORRES, C. M. o Campo
elétrico. In: Física: ciência e tecnologia. São Paulo : Moderna, [s.d.]
GASPAR, A. A eletricidade e suas aplicações. São Paulo : Ática, 1996
_____, História da eletricidade. São Paulo : Ática, 1996
MÁXIMO, A. ; ALVARENGA, B. Física. São Paulo : Scipione, 2003. Volume único.- (
Coleção De olho no mundo do trabalho).
_____. Curso de Física. São Paulo : Scipione, 2000. V. 3.
TORRES, C. M. A. et.al. Física: ciência e tecnologia. Volume único. São Paulo :
Moderna, 2001.
BUENO, P. Física: série novo ensino médio. Volume único.São Paulo: Atica,2005.
BONJORNO, José Roberto; BONJORNO, Regina Azenha; BONJORNO, Valter;
RAMOS, Márcio Clinton. Física Completa. São Paulo: FTD,1993
PARANÁ, Djalma Nunes da Silva. Física. São Paulo: Editora Ática, 1ª Edição, 2003.
MENEZES. L. C. A matéria. São Paulo: SBF, 2005
ROCHA. J.F. (org) Origens e evolução das idéias da Física, Salvador: EDUFRA,
2002, 2002.
Revista Eletrônica de Ensino da Ciências.
Diretrizes Curriculares da Educação Básica – Física
GUALTER & André. Física – Editora Saraiva.
Orientações pedagógicas para o Ensino Médio Organizado por Blocos de Disciplinas
Semestrais: A Inovação do Ensino Médio no Paraná – DEB/SEED. MAIO/2010
PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR DE GEOGRAFIA
APRESENTAÇÃO
As últimas décadas têm sido marcadas por intensos debates no pensamento
filosófico e científico em decorrência de transformação, também intensas, no mundo
e na organização das sociedades. As diversas áreas científicas, especialmente as
COLÉGIO ESTADUAL JAMES PATRICK CLARK – E.F.M.
PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR 49
ciências humanas têm efetuando reflexões e análises para compreender os
processos de mudanças e seus desdobramentos.
A geografia tem assumido um papel importante em uma época em que as
informações são transmitidas pela mídia com muita rapidez e em grande volume. É
impossível acompanhar e entender as mudanças e os fatos ou fenômenos que
ocorrem no mundo, sem conhecimentos geográficos.
O impacto ambiental provocado pelo processo de industrialização, as relações de
poder entre as nações e as territorialidades expressas pelos movimentos sociais,
são algumas das questões desafiadoras da atualidade. Para se posicionar diante
dessas questões, é preciso que se exercite a capacidade de questionamento e
argumentação e se disponha a reavaliar constantemente os próprios sonhos e
valores. Acredita-se que essa atitude critica e dinâmica tornará mais interessante a
relação com o conhecimento geográfico.
É no espaço geográfico – conceito fundamental da ciência geográfica que se realizam as manifestações da natureza e as atividades humanas. Por isso compreender a organização e as transformações sofridas por esse espaço é essencial para a formação do cidadão consciente e critico dos problemas do mundo em que vive. Por consequência entende-se o aluno como agente atuante e modificador do espaço geográfico, dentro de uma proposta educacional que requer responsabilidade de todos. (Rigolin, 2006)
O objetivo geral da Geografia é o de conhecer o espaço geográfico como uma
construção histórica e seu uso nos diferentes tempos e espaços, assim
compreendendo a natureza e a sociedade como conceitos fundamentais para a
construção do espaço geográfico, mantendo a relação homem-natureza. Entender
as construções humanas como documento importante que as sociedades, em
diferentes momentos, imprimem sobre a base natural. Tomar consciência do uso
racional dos recursos naturais em compatibilidade, com as necessidades
aproveitando também as fontes alternativas de energia. Ampliar o conceito da
Geografia para além da economia.
A discussão da Geografia no ensino médio oferece subsídios para que o aluno
conheça a (re) organização do espaço na perspectiva das dimensões econômica,
política, socioambiental, cultural e demográfica. O conhecimento inter-relacionado
dessas dimensões aprimora a compreensão sobre os fenômenos naturais e
COLÉGIO ESTADUAL JAMES PATRICK CLARK – E.F.M.
PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR 50
humanos, evidenciando aspectos sócio-espaciais presentes na organização dos
diferentes lugares. Entender esses processos e ações que compõe os diferentes
fenômenos através da análise em escala local, regional, nacional e mundial é
fundamental para que o sujeito possa perceber-se como parte do processo de (re)
organização especial, e dessa forma atuar na busca por melhorias que incidam
diretamente no espaço por ele ocupado.
CONTEÚDOS
Enfatiza-se que os conteúdos básicos recebem abordagens diversas a depender do
conteúdo estruturante a que se relaciona.
1ª Série
• A formação e transformação das paisagens.
•A dinâmica da natureza e sua alteração pelo emprego de tecnologias de exploração
e
produção.
• A distribuição espacial das atividades produtivas e a (re)organização do espaço
geográfico.
• A formação, localização, exploração e utilização dos recursos naturais.
• A transformação técnico-científica-informacional e os novos arranjos no espaço da
produção.
• O espaço rural e a modernização da agricultura.
• O espaço em rede: produção, transporte e comunicação na atual configuração
territorial.
• Formação, mobilidade das fronteiras e a reconfiguração dos territórios.
• O comércio e as implicações sócio-espaciais.
2ª Série
• As diversas regionalizações do espaço geográfico.
• O espaço rural e a modernização da agricultura.
• A circulação de mão-de-obra, do capital, das mercadorias e das informações.
COLÉGIO ESTADUAL JAMES PATRICK CLARK – E.F.M.
PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR 51
• As relações entre o campo e a cidade na sociedade capitalista.
• A formação, o crescimento das cidades, a dinâmica dos espaços urbanos e a
urbanização recente.
• Os movimentos migratórios e suas motivações.
• As manifestações sócio-espaciais da diversidade cultural.
• O comércio e as implicações sócio-espaciais.
3ª Série
• A revolução técnico-científica-informacional e os novos arranjos no espaço da
produção.
• A circulação de mão-de-obra, do capital, das mercadorias e das informações.
• Formação, mobilidade das fronteiras e a reconfiguração dos territórios.
• A transformação demográfica, a distribuição espacial da população e os
indicadores
estatísticos.
• Os movimentos migratórios e suas motivações.
• As manifestações sócio-espaciais da diversidade cultural.
• As diversas regionalizações do espaço geográfico.
• As implicações sócio-espaciais do processo de mundialização.
• A nova ordem mundial, os territórios supranacionais e o papel do Estado.
ENCAMINHAMENTO METODOLÓGICO
A metodologia de ensino deverá permitir que os alunos se apropriem dos conceitos
fundamentais da Geografia e compreendam o processo de produção e
transformação do espaço geográfico. Para isso, os conteúdos da Geografia devem
ser trabalhados de forma crítica e dinâmica, interligados com a realidade próxima e
distante dos alunos.
O conteúdo deverá ser trabalhado estabelecendo propostas a partir de situações
problemas, apresentando uma proposta de ensino, que estimule a investigação e o
despertar para questões que afligem a sociedade, que sejam provocativas e que
possibilitem aos alunos à superação do senso comum. Que permita situar o aluno
COLÉGIO ESTADUAL JAMES PATRICK CLARK – E.F.M.
PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR 52
no contexto histórico, buscando contextualizar as temáticas selecionadas, havendo
nessa perspectiva significado na aprendizagem. Dessa maneira, o aluno poderá
apropriar-se dos conteúdos estabelecidos, desenvolvendo autonomia intelectual e
tornando-se um agente mobilizador para o enfrentamento das questões sociais,
econômicas, ambientais e políticas que afligem a sociedade contemporânea.
Outro recurso metodológico que deverá ser utilizado é a atividade interdisciplinar que
poderá respaldar o estudo geográfico com conhecimentos e habilidades de outros
campos do saber, garantido uma dimensão multidisciplinar ao estudo, sem no
entanto, ocorrer a perda da especificidade da disciplina de Geografia.
Essa proposta educacional deve conduzir o processo de aprendizagem de forma
dialogada, possibilitando o questionamento e a participação dos alunos para que a
compreensão dos conteúdos e a aprendizagem crítica aconteçam. Todo esse
procedimento objetivando que o ensino de Geografia contribua para a formação de
um sujeito capaz de interferir na realidade de maneira consciente e crítica.
É fundamental o estudo de diferentes tipos de mapas, atlas, globo terrestre,
atualizados e em situações em que o aluno possa interagir com esses recursos. O
estudo do meio também deve ocorrer, ou seja, o trabalho com imagens e a
representação dos lugares próximos e distantes são recursos didáticos
interessantes, por meio dos quais os alunos poderão construir e reconstruir as
percepções da imagem local e global.
A geografia ao trabalhar com recortes temporais e espaciais, interpreta as múltiplas
relações entre a sociedade e a natureza de um determinado lugar.
AVALIAÇÃO
A avaliação dos conteúdos da Geografia, de acordo com as Diretrizes Curriculares
Estaduais. se dá através de um processo de intervenção contínua, diagnóstica e
processual, de modo que ofereça ao aluno várias possibilidades de demonstrar seu
aprendizado.
O processo avaliativo deve ser utilizado dialeticamente, como instrumento de análise
do processo ensino-aprendizagem, permitindo visualizar as fragilidades dessa
relação e permitindo ao professor rever continuamente sua prática metodológica.
Assim, a partir da seleção e sistematização dos conteúdos, o professor deve definir
os critérios a serem utilizados para avaliar o conhecimento adquirido pelos alunos no
COLÉGIO ESTADUAL JAMES PATRICK CLARK – E.F.M.
PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR 53
processo ensino-aprendizagem. A definição dos “critérios tem por finalidade auxiliar
a prática pedagógica do professor, posto que é necessário uma constante
apreciação do processo de ensino-aprendizagem” (BATISTA, 2008).
Os instrumentos de avaliação necessitam ser diversificados, fazendo uso da
interpretação de textos, fotos, mapas, figuras, gráficos, tabelas e mapas; relatórios;
pesquisas; seminários; construção de mapas e maquetes, etc.
Tomando um conteúdo específico estabelecer-se-ão os critérios e os instrumentos
de avaliação. Por exemplo:
- Conteúdo específico: os elementos naturais e culturais que compõem as diferentes
paisagens e as alterações provocado pela sociedade de acordo com seu interesses:
econômicos, sociais, políticos ; estabelece-a os critérios e os instrumentos de
avaliação;
- Critérios de avaliação: O aluno deverá reconhecer os interesses que levaram as
mudanças na paisagem localizada no entorno do lugar onde mora.
- Instrumento de avaliação: Produção de um texto.
Portanto, selecionar os conteúdos, organizar o encaminhamento metodológico,
definir critérios e escolher instrumentos de avaliação são elementos relacionados
entre si. Elementos estes que repercutem no processo ensino aprendizagem dos
alunos. Com o resultado da avaliação o professor tem condições de analisar o
resultado de seu trabalho e a possibilidade de replanejar e inovar constantemente
suas aulas.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BATISTA, A.M.P. Critérios de avaliação com enfoque no Ensino Médio, OAC. PDE
SEED, 2008.
CALAI, H.C. O Ensino de Geografia: recortes espaciais para análise. In
CASTROGIOVANNI, A . C. et all (org). Geografia em sala de aula: práticas e
reflexões. Porto Alegre; ed. da UFRGS/AGB, 2003
CARLOS, A. F. A. (org.) A Geografia na sala de aula. São Paulo: Contexto, 1999.
CASTROGIOVANNI, A. C. (org.) Geografia em sala de aula: práticas e reflexões.
Porto Alegre: Ed. UFRS, 1999.
COLÉGIO ESTADUAL JAMES PATRICK CLARK – E.F.M.
PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR 54
CAVALCANTI, L. de S. Geografia, escola e construção de conhecimento. Campinas:
Papirus, 1998.
CORRÊA, R. L. Região e organização espacial. São Paulo Ática, 1986.
GOMES, P. C. da C. O conceito de região e sua discussão. In: CASTRO, I. E. de;
GOMES, P. C. da C e CORRÊA, R. L. (Orgs.) Geografia: conceitos e temas. Rio de
Janeiro: Bertrand Brasil, 2005.
GOMES, P. C. da C. Geografia e Modernidade. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil,
1996.
KAERCHER, N. A. Desafios e utopias no ensino de geografia. In
CASTROGIOVANNI, A. C. (org.) Geografia em sala de aula: práticas e reflexões.
Porto Alegre: Ed. UFRS, 1999.
KATUTA, A. M. A linguagem cartográfica no ensino superior e básico. In:
PONTUSCHKA, N. N.; OLIVEIRA, A. U. de (Orgs.) Geografia em perspectiva. São
Paulo: Contexto, 2002.
PONTUSCHKA, N. N.; OLIVEIRA, A. U. de Geografia em perspectiva: ensino e
pesquisa. São Paulo: Contexto, 2002.
SANTOS, M. A natureza do espaço: técnica e tempo, razão e emoção. São Paulo:
Hucitec, 1996.
______. Metamorfoses do espaço habitado. São Paulo: Hucitec, 1988. SCHAFFER,
N. O. Guia de percurso urbano. In: CASTROGIOVANNI, A. C. (org.) Geografia em
sala de aula: práticas e reflexões. Porto Alegre: Ed. UFRS, 1999.
SIMIELLI, M. E. R. Cartografia no ensino fundamental e médio. In: CARLOS, A. F.
A.(Org.) A Geografia na sala de aula. São Paulo: Contexto, 1999.
SOUZA, M. J. L. O território: sobre espaço e poder, autonomia e desenvolvimento.
In: CASTRO, I. E. et. al. (Orgs.). Geografia: conceitos e temas. Rio de Janeiro:
Bertrand, Brasil, 1995.
VLACH, V. R. F. O ensino da Geografia no Brasil: uma perspectiva histórica. In:
VESENTINI, J. W. (org.). O ensino de Geografia no século XXI. Campinas: Papirus,
2004.
Orientações pedagógicas para o Ensino Médio Organizado por Blocos de Disciplinas
Semestrais: A Inovação do Ensino Médio no Paraná – DEB/SEED. MAIO/2010
COLÉGIO ESTADUAL JAMES PATRICK CLARK – E.F.M.
PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR 55
PROPOSTA CURRICULAR DE HISTÓRIA
APRESENTAÇÃO
A História é feita por todos nós, e está ligada ao passado, que nos traz até o
presente através do conhecimento e da formação econômica, social, política e
cultural.
Sendo um conhecimento construído socialmente, que tem como objetivo de estudo
os processos históricos construídos pelas ações e pelas relações humanas
(atividades, experiências ou trabalhos humanos, entre outros aspectos) praticadas
no tempo. Para isso, é necessário fazer uso de um método científico específico
pautado na análise e na interpretação de documentos deixados pelos sujeitos
históricos do passado (fontes, provas e evidências). São estes elementos que
permitem aos historiadores a compreensão dos processos históricos e possibilitam a
construção de uma narrativa histórica (interpretações e explicações).
Sendo assim, a história pode ser entendida como uma interpretação dos processos
históricos do passado e não só como uma descrição dos fatos como buscando a
cada dia o aprimoramento e o desenvolvimento da cidadania dotada de senso crítico
e espírito participativo, sabendo conviver em família, na escola e na sociedade
mediante a qual se constitui a consciência histórica, favorecendo a compreensão da
vida social com seus contrastes e desigualdades sociais.
O objetivo de História no Ensino Médio é o de facilitar aos alunos a compreensão de
temas abrangentes e grande significado ao longo do desenvolvimento humano.
Contribuindo para a formação da consciência histórica individual e coletiva,
adaptando-as à suas próprias realidades.
Portanto, a compreensão da dinâmica das forças sociais, e políticas valorizam o
contexto sócio-econômico e cultural, no qual homens e mulheres estão inseridos,
enfocando a ação dos grupos sociais que compõem a sociedade, contribuindo para
o crescimento do ser humano como cidadãos e como indivíduos que constrói a sua
própria história.
COLÉGIO ESTADUAL JAMES PATRICK CLARK – E.F.M.
PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR 56
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES
1a. Série
• Relações de trabalho
- Conceito de trabalho.
- O mundo do trabalho em diferentes sociedades.
- A construção do trabalho assalariado.
• Relações de poder
- O Estado nos Mundos Antigo e Medieval.
- O Estado e as relações de poder: Formação dos Estados Nacionais.
• Relações culturais
- As cidades na História.
- Relações culturais nas cidades grega e romana na Antiguidade:
mulheres, plebeus e escravos.
- Relações culturais na sociedade medieval européia: camponeses,
artesãos, mulheres, hereges e doentes.
2a. Série
• Relações de trabalho
- Transição do trabalho escravo para o trabalho livre: A mão-de-obra no
contexto de consolidação do Capitalismo nas sociedades brasileira e
estadunidense.
- Relações de dominação e resistência no mundo do trabalho
contemporâneo (séculos XVIII e XIX).
• Relações de poder
- Relações de poder e violência no Estado.
• Relações culturais
- Movimentos sociais, políticos, culturais e religiosos na sociedade
moderna.
- Urbanização e industrialização no século XIX.
3a. Série
COLÉGIO ESTADUAL JAMES PATRICK CLARK – E.F.M.
PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR 57
• Relações de trabalho
- Urbanização e industrialização no Brasil.
- O trabalho na sociedade contemporânea.
• Relações de poder
- O Estado Imperialista e sua crise.
- Urbanização e industrialização no Paraná.
• Relações culturais
- Movimentos sociais, políticos e culturais na sociedade contemporânea:
é proibido proibir?
- Urbanização e industrialização na sociedade contemporânea.
ENCAMINHAMENTO METODOLÓGICO
Os conteúdos da disciplina de História no Ensino Médio, iniciam-se com questões
problematizadoras vinculadas aos conteúdos e ao contexto sócio-econômico, político
e cultural. Estimulando a prática da investigação para que o educando perceba
como sujeitos históricos.
Além da problematização os conteúdos relacionados às abordagens
contemporâneas estabelecendo relações entre o presente e o passado, bem como a
textos e a conceitos de outras áreas do conhecimento, de forma interdisciplinar,
contribuindo para a construção da narrativa histórica e para que os estudantes
construam sua própria narrativa com base em suas conclusões.
O professor fará uso ainda de diversos recursos como exposição oral (narrativa,
descritiva, com argumentação, explicação e problematização), estudo dirigido,
proporcionando ao educando condições de pesquisas (uso de imagens, data-show,
retro projetor, portal da educação, TV Paulo Freire, objetos, livros, revistas, jornais,
filmes, músicas, fotografias, pinturas, histórias em quadrinhos, como documentos de
valor na produção do conhecimento histórico), síntese de textos, trabalhos
individuais e/ou em grupos, apresentação de seminários e outros.
AVALIAÇÃO
No decorrer do Ensino Médio o aluno deverá compreender as relações de trabalho,
as relações de poder e as relações culturais, as quais se articulam e constituem o
COLÉGIO ESTADUAL JAMES PATRICK CLARK – E.F.M.
PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR 58
processo histórico, por meio de análise de diferentes documentos históricos, que tem
como finalidade, objetivos e compromissos com a formação humana e com acesso
ao saber geral.
A escola é um dos espaços em que os educandos desenvolvem a capacidade de
pensar. A ação da escola será de mediação entre o educando e os saberes, de
forma que o mesmo assimile estes conhecimentos como instrumento de
transformação da sua realidade social, tornando-se sujeito na construção do
conhecimento, mediante a compreensão e participação nos processos de trabalho,
de criação, de produção e de cultura.
O processo de avaliação será um meio que o educador usa para incentivar e instigar
a busca do conhecimento historicamente construído e, em produção, presente em
outras fontes de estudo, importante na construção da autonomia, ocorrendo de
forma diversificada e desenvolvendo no educando novas capacidades de pensar,
ler, interpretar e reinventar o seu mundo, por meio de atividades de reflexão,
priorizando a formação de conceitos históricos.
A avaliação será um processo formativo, diagnóstico, cumulativo, contínuo,
estimulando o educando na busca de novos conhecimentos.
REFERÊNCIAS:
DAVIS, N. Z. Nas margens . São Paulo: Companhia das Letras, 2000.
DAVIS, N. Z. Culturas do povo: sociedade e cultura no início da França moderna.
São Paulo: Paz e Terra, 2001.
DUBY, G. O Domingo de Bouvines: 27 de julho de 1214. São Paulo: Paz e Terra,
1993.
DUBY, G. Guerreiros e camponeses . São Paulo: Paz e Terra, 1993.
DUBY, G. Guilherme, o Marechal . São Paulo: Paz e Terra, 1993.
FERRO, M. Cinema e história . São Paulo: Paz e Terra, 1992.
GASPARI, E. A ditadura envergonhada . São Paulo: Companhia das Letras, 2002.
GASPARI, E. A ditadura escancarada . São Paulo: Companhia das Letras,
2002.
HOBSBAWN, E. J. A era das revoluções . São Paulo: Paz e Terra, 2001.
HOSBAWN, E. J. A era do capital . São Paulo: Paz e Terra, 2001.
COLÉGIO ESTADUAL JAMES PATRICK CLARK – E.F.M.
PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR 59
HOSBAWN, E. J. A era dos impérios . São Paulo: Paz e Terra, 2001.
HOSBAWN, E. J. A era dos extremos . São Paulo: Companhia das Letras, 2000.
HOLLANDA, S. B. de. As raízes do Brasil . São Paulo: Companhia das Letras,
2000.
HOLLANDA, S. B. Caminhos e fronteiras . São Paulo: Companhia das Letras, 2000.
HOLLANDA, S. B. Visões do paraíso . São Paulo: Companhia das Letras, 2000.
LE GOFF, J. Tempo e memória . São Paulo: Companhia das Letras, 2000.
LE GOFF, J. Para um novo conceito de idade média . São Paulo: Paz e Terra,
1993.
LE GOFF, J. São Luís: uma biografia. São Paulo: Companhia das Letras, 2000.
SKIDMORE, T. Brasil: de Castello a Tancredo (1964-1985). São Paulo: Paz e Terra,
2000.
SKIDMORE, T. Brasil: de Getúlio a Castello (1930-1964). São Paulo: Paz e Terra,
2000.
THOMPSON, E. P. A formação da classe operária . São Paulo: Paz e Terra, 1988.
v.3.
THOMPSON, E. P. As culturas do povo . São Paulo: Companhia das Letras,
2001.
THOMPSON, E. P. Senhores e caçadores . São Paulo: Paz e Terra, 1998.
PROPOSTA CURRICULAR DA LÍNGUA ESTRANGEIRA MODE RNA
APRESENTAÇÃO
O ensino de língua estrangeira é muito importante para a elaboração da própria
identidade, pois na medida em que se aproxima de outra língua e de outra cultura, o
aluno percebe a língua como algo que se constrói e é construído por uma
determinada comunidade. Assim, o aluno consegue perceber-se também como um
sujeito histórico e socialmente constituído; pode perceber também que língua e
cultura são pilares da identidade do sujeito como cidadão e da comunidade como
formação social.
COLÉGIO ESTADUAL JAMES PATRICK CLARK – E.F.M.
PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR 60
Assim podemos entender que a linguagem é outra produção construída nas
interações sociais, marcadamente dialogistas, é um espaço de construções
discursivas inseparáveis das comunidades que as constroem e que são por elas
construídas. É na língua que se percebe, se entende e se constrói a realidade.
O ensino-aprendizagem de língua estrangeira moderna deve ser voltado para o
uso efetivo da língua e não apenas da precisão, para a autenticidade da língua e
contextos, atendendo as necessidades doa alunos no mundo real. A Língua
Estrangeira Moderna deve estar impregnada de valores, tais como: construção de
identidade, cidadania, cultura, inclusão social, função social, formação crítica.
Ao interagir com outras culturas através da Língua Estrangeira Moderna o aluno
deverá se capaz de perceber a língua como algo quer constrói e é construído por
uma determinada comunidade, constatar que língua e cultura são indissociáveis,
perceber a diversidade cultural, ter oportunidade de contrastar outras culturas como
a sua própria, afirmando assim a sua identidade cultural e, até mesmo modificando-
a a partir do contato com a (s) outra(s).
Portanto, o conteúdo estrutural é o discurso entendido como prática social, sob
os seus vários gêneros (leitura, escrita e oralidade ), constituirá o eixo central do
ensino de Língua Estrangeira Moderna – Inglês/Espanhol.
O objetivo da língua inglesa/espanhola é possibilitar ao aluno uma interação com
a cultura e os valores de outros povos, o que pode levá-lo a compará-los com os
nossos, contribuindo para o crescimento pessoal e para uma reflexão crítica sobre
questões culturais e extra-linguísticas. Ou seja, formar um cidadão crítico, capaz de
refletir sobre questões relacionadas à sociedade e de agir de modo a contribuir para
o seu crescimento saudável; formar alunos preparados para continuar seus estudos
e para enfrentar o mercado de trabalho.
CONTEÚDOS
1ª Série
- Verbo to be;
- Verbo there tobe;
- verbo to have;
COLÉGIO ESTADUAL JAMES PATRICK CLARK – E.F.M.
PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR 61
- Verbo simple present;
- Verbo simple past;
- Pronomes pessoais : subjetivo – objetivo – possessive – adjetivo;
- Pronomes demonstrativos;
- Imperativo;
- Verbos regulares;
- Question tags;
- Artigos definidos;
- artigos indefinidos;
- Cidadania;
- Drogas;
- Diversidade cultural;
- Cultura afro-brasileira;
- Gêneros predominantes : informativo – diálogo – anúncio – música;
2 ª Série :
- Caso genitivo;
- Plural dos substantivos;
- Preposições;
- Conjunções;
- Pronomes interrogativos;
- Pronomes indefinidos;
- Presente contínuo;
- Passado contínuo;
- Quantitativos : much – many – little – few;
- Gêneros dos substantivos;
- Grau dos adjetivos;
- Posição dos advérbios;
- Futuro simples;
- Orações Condicionais;
- Diversidade cultural;
- Cultura afro-brasileira;
- Gêneros predominantes : receirtas – música – propaganda – anúncio publicitário;
COLÉGIO ESTADUAL JAMES PATRICK CLARK – E.F.M.
PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR 62
3ª Série:
- Verbos modais;
- Present perfect;
- Past perfect;
- Pronomes relativos;
- Uso do gerúndio;
- Uso do infinitivo;
- Present perfect contínuo;
- Past Perfect continuo;
- Pronomes reflexivos;
- Adition to remarks ( so- also- too- either- neither)
- Voz passiva;
- Reported speech;
- Leitura e interpretação se textos diversificados;
- Diversidade Cultural;
- Cultura afro-brasileira;
- Gêneros predominantes : diálogos – reportagens – música;
Esses conteúdos serão desenvolvidos à medida que aparecerem nos textos em
estudo de acordo com o nível da turma, contemplando conhecimentos lingüísticos
, discursivos e sócio- pragmáticos.
Os conhecimentos linguísticos dizem respeito ao vocabulário, à fonética e às
regras gramaticais, elementos necessários para que o aluno interaja com a língua
que se lhe apresenta.
Os discursivos, aos diferentes gêneros discursivos que constituem a variada
gama de práticas sociais que são apresentadas aos alunos.
Os culturais, a tudo aquilo que sente, acredita, pensa, diz, faz e tem uma
sociedade, ou seja, a forma como um grupo social vive e concebe a vida, fazendo
valer a lei 10.630/03.
Os sócio pragmáticos, aos valore ideológicos, sociais e verbais que envolvem o
discurso em um contexto sócio-histórico particular.
COLÉGIO ESTADUAL JAMES PATRICK CLARK – E.F.M.
PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR 63
Além disso, uma abordagem do discurso em sua totalidade será realizada e
garantida através de atividades significativas em língua estrangeira nas quais as
práticas de leitura escrita e oralidade , interajam entre si e constituam uma prática
sócio-cultural.
ENCAMINHAMENTO METODOLÓGICO
O trabalho com a língua estrangeira na escola não deve ser entendido apenas como
um instrumento para que o aluno tenha acesso a novas informações, mas como uma
nova possibilidade de ver e entender o mundo e de construir significados.
O professor deve trabalhar de maneira a incentivar o aluno a interagir na língua-alvo
de modo que ele aprenda e sistematize conscientemente aspectos escolhidos da
nova língua. Apresentar situações reais com as quais o aluno possa interagir de
uma forma significativa como textos jornalísticos, entrevistas, filmes, textos
científicos, recursos tecnológicos, apresentando assuntos que ele já conheça, que
possa atribuir significados, através de comparações e deduções possíveis devido ao
conhecimento de mundo que ele já tem. O professor deve mostrar ao aluno que em
inglês/espanhol, bem como em português, a palavra pode assumir diferentes
significados, de acordo com o contexto, por isso é importante a contextualização,
contrariando antigos métodos de tradução e estruturalização como forma de
ensino/aprendizagem de uma língua. É importante também que o professor auxilie o
aluno durante esse processo e que os alunos trabalhem em duplas/grupos, pra uma
interação mais efetiva.
AVALIAÇÃO
A avaliação deve ser parte integrante do processo de aprendizagem e contribuir
para a construção de saberes.
Ela é útil para a verificação da aprendizagem dos alunos e servirá principalmente
para que o professor repense a sua metodologia e planeja as suas aula de acordo
com as necessidades de seus alunos. É através dela que é possível perceber quais
são os conhecimentos -linguísticos, discursivos, sócio-pragmáticos ou culturais – e
as práticas – leitura, escrita, ou oralidade – que ainda não foram suficientemente
COLÉGIO ESTADUAL JAMES PATRICK CLARK – E.F.M.
PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR 64
trabalhados e que precisam ser abordados mais exaustivamente para garantir a
efetiva interação do aluno com os discursos em língua estrangeira.
Portanto ela é contínua e cumulativa e abordando os aspectos kkqualitativos que
devem prevalecer sobre os quantitativos.
A avaliação compreenderá em desenvolver os três práticas utilizando-se de
diferentes gêneros e explorando intencionalmente as habilidades individuais. Para
isso serão utilizados diferentes recursos tais como: debates, produção escrita e
leitura de gêneros propícios para cada série.
REFERÊNCIAS
AMADEU, Marques. Edição compacta. Série Novo Ensino Médio. 1ª edição. Ano
2002.
FERRARI, Mariza; RUBIN, G. Sara – Editora Scipione – Série Parâmetros . Ano
2002.
DIRETRIZES CURRICULARES DA REDE PÚBLICA DE EDUCAÇÃO BÁSICA - PR.
– LEM – DCE - SEED
Orientações pedagógicas para o Ensino Médio Organizado por Blocos de Disciplinas
Semestrais: A Inovação do Ensino Médio no Paraná – DEB/SEED. MAIO/2010
COLÉGIO ESTADUAL JAMES PATRICK CLARK – E.F.M.
PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR 65
PROPOSTA CURRICULAR DE LINGUA PORTUGUESA E LITERATU RA
APRESENTAÇÃO
O trabalho pedagógico com a Língua Portuguesa no Ensino Médio, segundo Frigotto
e Ciavatta, implica pensar que “... é no terreno das contradições do sistema
capitalista e da forma especifica em que podemos vislumbrar as possibilidades e os
obstáculos de uma política de constituição e ampliação do nível médio de ensino,
como educação básica e na perspectiva de escola unitária e politécnica”.
Para os alunos trilharem o complexo caminho das interações sociais, é necessário
inseri-la no terreno de contradições do currículo de Língua Portuguesa e Literatura.
Os responsáveis pelo ensino devem orientar-se para oferecer aos alunos a
ampliação do domínio das atividades com linguagem e com a língua, mais
especificamente.
Atualmente podemos trabalhar o código lingüístico de forma que o educando possa
exercer sua cidadania. O professor tem o papel preponderante na sala de aula, pois
a língua é o alicerce de todas as disciplinas. É preciso que o docente interaja a
língua popular do aluno com a língua padrão.
No ensino de literatura, é importante que os alunos tenham conhecimento dos
deferentes estilos literários.
No campo de ação da disciplina de Língua Portuguesa e Literatura, se efetivam nas
deferentes estâncias sociais as práticas de uso real da língua materna enquanto
discurso como postura Bakhtin (1996) “... Os discursos jamais são concebidos
dissociados de uma realidade material, são formados por diferentes vozes que, por
sua vez, representam ideologias muitas vezes contraditórias, opostas, justificadas
pelo seu uso em deferentes esferas sociais” (Barros, 2001).
COLÉGIO ESTADUAL JAMES PATRICK CLARK – E.F.M.
PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR 66
Trabalhar com os gêneros discursivos, nesta perspectiva, é desenvolvido com os
estudantes, práticas de literatura, oralidade, escrita e analise lingüística, envolvendo
a totalidade dos elementos que, segundo Bakhtin, constitui o gênero, ou seja, o
conteúdo, temático a forma composicional e o estilo. É importante, que todos eles
sejam trabalhados de igual maneira, pois são imprescindíveis no entendimento e
aprendizagem de cada gênero.
O trabalho pedagógico com a Língua Portuguesa/literatura tem por objetivo a
proliferação do pensamento, o aprimoramento da expressão, da leitura crítica, bem
como da compreensão do fenômeno estético no âmbito da literatura, de maneira a
contribuir tanto na constituição da identidade dos sujeitos, quanto com a sua
formação para o efetivo exercício da cidadania.
A língua deve ser empregada em diferentes situações de uso, sabendo adequá-la a
cada contexto e interlocutor, descobrindo as intenções que estão implícitas nos
discursos do cotidiano e posicionando-se diante dos mesmos.
Desse modo espera-se que o aluno possa:
-Desenvolver o uso da língua escrita em situações discursivas realizadas por meio
de práticas sociais, considerando-se os interlocutores, os seus objetivos, o assunto
tratado, os gêneros e suportes textuais e o contexto de produção (leitura);
-Refletir sobre os textos produzidos, lidos ou ouvidos, atualizados o gênero e tipo de
texto, assim com0o os elementos gramaticais empregados em sua organização;
-Construir conceitos, distinguir deferentes recursos expressivos responsáveis pela
coerência e coesão textual, diferente categorias gramaticais e pôr em prática as
normas da língua.
No decorrer do curso, espera-se ainda que o aluno domine as deferentes
linguagens, proporcionado ao mesmo contato com uma gama variada de textos
compreensão análise e produção de textos, na abrangência da complexidade que
envolve o processo de uso da língua, engendrado pelas necessidades humanas,
enquanto falantes do idioma;
CONTEÚDOS
COLÉGIO ESTADUAL JAMES PATRICK CLARK – E.F.M.
PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR 67
O ensino da Língua Portuguesa foi ministrado por meio de conteúdos legitimados e
baseados no âmbito da classe social dominante, porém não conseguiam
universalizar o domínio das práticas lingüísticas.
Como conteúdo Estruturante é entendido o conjunto de saberes e conhecimentos de
grande dimensão, que identificam e organizam uma disciplina escolar, estando ainda
relacionado com o momento histórico-social. Na disciplina de Língua Portuguesa o
Conteúdo Estruturante, que atende a perspectiva de uma concepção de linguagem
como prática que se efetive nas diferentes instâncias sociais, é o discurso como
prática social. Desse modo a Língua será trabalhada a partir da linguagem em uso.
Considerando os gêneros discursivos que circulam socialmente, com especial
atenção àqueles de maior exigência na sua elaboração formal.
Para o Ensino Médio Organizado por Blocos de Disciplinas Semestral tem-se uma
proposta de trabalho adequado ao nível de complexidade de cada série, estruturado
da seguinte maneira:
Tabela de sugestão de conteúdos básicos para os trê s anos
1.º ANO – ENSINO MÉDIO – 120 AULAS
- CONTEÚDO ESTRUTURANTE – Discurso como prática social
ESFERAS SOCIAIS DE CIRCULAÇÃO
GÊNEROS DISCURSIVOS ORAIS
E ESCRITOS CONTEÚDOS BÁSICOS
Músicas Elementos extralingüísticos, conteúdo temático, marcas lingüísticas, finalidade. Cotidiana
Piadas Elementos composicionais, polissemia, efeitos de humor/ironia, variação lingüística.
Biografias Marcas linguísticas, adequação ao gênero.
Memórias - Marcas linguísticas; - Contexto de produção e recepção; - Elementos descritivos e verossimilhança.
Contos, contos de fadas tradicionais e
contemporâneas
Contexto de produção, conteúdo temático, intertextualidade, elementos semânticos.
Literária / Artística
Lendas - Estrutura composicional; - Contexto de produção; - Marcas lingüísticas.
Pesquisas - Informatividade, conteúdo temático, finalidade, marcas linguísticas. Científica
Textos científicos e de divulgação
científica
- Informatividade, conteúdo temático, finalidade, marcas linguísticas.
COLÉGIO ESTADUAL JAMES PATRICK CLARK – E.F.M.
PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR 68
Resumo - Elementos composicionais, marcas linguísticas, finalidade e interlocutor.
Escolar Debate regrado
- Turnos de fala; - Argumentatividade; - Interlocutor; - Adequação da fala.
Anúncio de emprego - Marcas linguísticas, interlocutor e elementos composicionais do gênero.
Charge Linguagem não-verbal, recursos gráficos e semântica. Imprensa
Artigo de opinião - Operadores argumentativos, modalizadores, progressão referencial, partículas conectivas e vozes sociais.
Cartaz - Conteúdo temático, informatividade, recursos gráficos e linguagem não verbal. Publicitária
Caricatura - Intencionalidade, ideologia, linguagem não-verbal e contexto de produção.
Carta de emprego - Interlocutor, finalidade do texto, elementos composicionais e marcas linguísticas. Política
Abaixo-assinado - Vozes sociais, elementos composicionais e argumentatividade.
Boletim de ocorrência
- Situacionalidade, elementos composicionais do gênero e escolhas lexicais. Jurídica
Depoimento - Elementos extralingüísticos, turnos de fala e marcas linguísticas.
Midiática Entrevista Linguagem não-verbal, variação linguística, elementos extra-linguísticos.
2.º ANO – ENSINO MÉDIO – 120 AULAS
- CONTEÚDO ESTRUTURANTE – Discurso como prática social
ESFERAS SOCIAIS DE CIRCULAÇÃO
GÊNEROS DISCURSIVOS ORAIS
E ESCRITOS CONTEÚDOS BÁSICOS
Cotidiana Relatos de
experiências vividas
- Elementos extra-linguísticos, turnos de fala, variação linguística, adequação da fala ao contexto.
Crônicas de ficção - Contexto de produção da obra literária, marcas linguísticas, elementos composicionais, intertextualidade.
Paródias - Figuras de linguagem, sentido conotativo e denotativo, intertextualidade, efeitos de humor e de ironia.
Literária / Artística
Textos teatrais - Contexto de produção, elementos extralingüísticos, marcas linguísticas, elementos composicionais do gênero.
Científica Artigos - Marcas linguísticas, informatividade, finalidade, conteúdo temático, sintaxe de concordância e de regência.
COLÉGIO ESTADUAL JAMES PATRICK CLARK – E.F.M.
PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR 69
Relatório - Adequação ao gênero, conteúdo temático, marcas linguísticas, elementos composicionais do gênero.
Escolar Texto argumentativo
- Operadores argumentativos, modalizadores, progressão referencial, partículas conectivas, vozes sociais.
Carta ao leitor - Interlocutor, intencionalidade, operadores argumentativos, marcas linguísticas.
Entrevista oral/escrita
- Papel do locutor e do interlocutor, elementos extra-linguísticos, diferenças e semelhanças entre o discurso oral e escrito, adequação ao contexto, marcas linguísticas.
Notícia - Elementos semânticos (operadores argumentativos, modalizadores, etc.), vozes sociais presentes no texto, ideologia.
Imprensa
Sinopses e resenhas
- Elementos composicionais, marcas linguísticas, finalidade, interlocutor.
Paródia - Intertextualidade, semântica (expressões que denotam ironia e humor), ideologia, intencionalidade.
Publicitária Publicidade comercial
- Linguagem não-verbal, marcas linguísticas, interlocutor, elementos composicionais, semântica (sentido conotativo e denotativo).
Carta de reclamação - Interlocutor, referência textual, operadores argumentativos, adequação ao gênero. Política
Mesa redonda - Conteúdo temático, adequação da fala ao contexto, informatividade, elementos extralingüísticos.
Jurídica Contrato - Interlocutor, marcas linguísticas, finalidade do texto. Estatutos - Interlocutor, marcas linguísticas, finalidade do texto.
Midiáticos
Filmes: adaptações de obras literárias, curta metragens, animações, etc.
- Linguagem não-verbal, intertextualidade, contexto de produção, ideologia, vozes sociais.
3.º ANO – ENSINO MÉDIO – 120 AULAS
- CONTEÚDO ESTRUTURANTE – Discurso como prática social
ESFERAS SOCIAIS DE CIRCULAÇÃO
GÊNEROS DISCURSIVOS ORAIS
E ESCRITOS CONTEÚDOS BÁSICOS
Cotidiana Curriculum vitae - Interlocutor, adequação ao gênero, finalidade do texto.
Esculturas - Linguagem não-verbal, intertextualidade, contexto de produção.
Poemas
- Contexto de produção da obra literária, elementos composicionais, marcas linguísticas, semântica.
Literária / Artística
Romances - Contexto de produção da obra literária, elementos composicionais, marcas linguísticas, semântica.
Científica Palestras - Conteúdo temático, interlocutor, adequação da fala.
Escolar Júri simulado - Turnos de fala, conteúdo temático, argumentatividade, interlocutor, adequação da fala.
COLÉGIO ESTADUAL JAMES PATRICK CLARK – E.F.M.
PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR 70
Crônica jornalística - Contexto de produção, elementos composicionais, marcas linguísticas, ideologia, conteúdo temático.
Mesa redonda - Turnos de fala, conteúdo temático, argumentatividade, interlocutor, adequação da fala ao contexto. Imprensa
Tiras - Linguagem não-verbal, recursos gráficos, semântica (expressões que denotam ironia e humor, figuras de linguagem), marcas linguísticas.
Publicidade institucional
- Linguagem não-verbal, marcas linguísticas, interlocutor, elementos composicionais, semântica. Publicitária
Publicidade oficial - Linguagem não-verbal, marcas linguísticas, interlocutor, elementos composicionais, semântica.
Política Debate - Turnos de fala, conteúdo temático, argumentatividade, interlocutor e adequação da fala ao contexto.
Jurídica Fórum - Turnos de fala, conteúdo temático, argumentatividade, interlocutor e adequação da fala ao contexto.
Leis - Elementos composicionais, adequação ao gênero, marcas linguísticas.
Midiática Telejornal - Conteúdo temático, interlocutor, elementos extra-linguísticos, diferenças e semelhanças entre o discurso oral e escrito, marcas linguísticas.
ENCAMINHAMENTO METODOLÓGICO
Fundamentar a metodologia do trabalho pedagógico com a Língua Materna na
natureza social do discurso e da língua própria significa compreender que são os
produtos das ações com a linhagem que constituem os objetos de ensino.
Nessa perspectiva, é a partir das experiências dos estudantes que a Língua se
transforma em objeto de reflexão, tendo em vista o resultado de sua produção oral
ou escrita ou de sua leitura. Trabalhando dessa forma, o professor valoriza os
alunos, enquanto sujeitos da linguagem, os quais selecionam os recursos mais
coerentes para interpretar, no caso da leitura, e para significar quando produzem
seu texto oral ou escrito.
A oralidade será trabalhada em variados momentos de comunicação através de
vários gêneros e formas com fundamentação na realidade sonora. A linguagem oral
será trabalhada da informalidade para a formalidade e será considerada como sendo
uma forte influência em nossa história cultural, assumindo a fala como conteúdo que
implica conhecimentos relativos ás variedades lingüísticas, às diferentes construções
da língua. Será trabalhada também a sensibilidade de saber ouvir o outro.
COLÉGIO ESTADUAL JAMES PATRICK CLARK – E.F.M.
PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR 71
A leitura será vista como uma prática consistente do leitor perante a realidade. Os
textos serão selecionados a fim de desenvolver a subjetividade do aluno,
considerando para esta seleção a preferência e a opinião do mesmo.
Cultura Afro-brasileira e africana será trabalhada na oralidade e escrita, através de
leitura, debates, depoimentos, interpretação e produção de textos diversos.
Recursos tecnológicos disponíveis tais como Portal diaadiaeducação, TV Paulo
Freire, OAC (Objetivos de Aprendizagem Colaborativa), Folhas serão utilizados nos
conteúdos abordados acima.
AVALIAÇÃO
Reconhecendo a linguagem como processo dialógico, discursivo, a avaliação
precisa ser analisada sob novos parâmetros, precisa dar ao professor pistas
concretas do caminho que o aluno está trilhando para aprimorar sua capacidade
lingüística e discursiva em práticas de oralidade, leitura e escrita.
Nessa concepção, a avaliação formativa, que considera ritmos e processo de
aprendizagens diferentes nos estudantes e, na sua condição de contínua e
diagnóstica aponta as dificuldades, possibilita que a intervenção pedagógica
aconteça a tempo, informando os sujeitos do processo (professor e alunos),
ajudando-os a refletirem e tomarem decisões.
Desse modo, pode-se propor como estratégias questões, discussões, debates,
práticas discursivas e demais atividades que permita avaliar a reflexão que o aluno
faz a partir do texto.
Os alunos serão informados de como serão avaliados.
REFERÊNCIAS
AMARAL, Emília; ANTÔNIO, Severino; FERREIRA, Mauro; LEITE, Ricardo;
Português –Novas Palavras –Literatura Gramática e Redação. Editora FTD. S/ª
FARACO, Carlos Alberto. LÍNGUA E Cultura. Base Editora e Gerenciamento
Pedagógico LTDA.
MAIA, João Domingues. Série Novo Ensino Médio. Volume Único. Editora Ática.
COLÉGIO ESTADUAL JAMES PATRICK CLARK – E.F.M.
PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR 72
PERFEITO, Alba Maria. Concepções de Linguagem, Teorias Subjacentes e Ensino
da Língua Portuguesa In: Concepções de linguagem ensino de língua portuguesa (
Formação de professores EAD 18 0.v.1. ed1.Maringá: EDUEM, 2005. P 27-79.
ROJO, Roxane Helena Rodrigues. Linguagens Códigos e suas tecnologias.
In:MEC/SEB/Departamento de políticas do Ensino Médio, Orientações Curriculares
do Ensino Médio. Brasília: 2004.
SIQUIERA & BERTOLIN. Apostila- Sistema de Ensino. Língua Portuguesa – Novo
Ensino Médio . IBEP
Orientações pedagógicas para o Ensino Médio Organizado por Blocos de Disciplinas
Semestrais: A Inovação do Ensino Médio no Paraná – DEB/SEED. MAIO/2010.
PROPOSTA CURRICULAR DE MATEMÁTICA
APRESENTAÇÃO
O reconhecimento das exigências atuais e a preparação para tantas outras com as quais
certamente os alunos se confrontarão durante e após a escolaridade básica implicam uma
diferente utilização do raciocínio e dos conhecimentos matemáticos, atribuindo ao ensino da
Matemática a dupla função de desenvolver habilidades e competências e de levar o aluno a
adquirir conhecimentos que possam se constituir em chaves para a leitura do mundo em que
vive, bem como para a compreensão e participação no progresso científico e tecnológico.
A Matemática no ensino médio, entendido como etapa final da escolaridade básica, deve se
organizar de tal modo que proporcione ao aluno a aquisição de uma parcela importante do
conhecimento humano, para que ele possa ler e interpretar a realidade e desenvolver
capacidades necessárias para atuação efetiva na sociedade e na sua vida profissional.
Assim, nesta etapa da escolaridade a Matemática vai além de seu caráter instrumental,
colocando-se como ciência com linguagem própria e métodos específicos de investigação, e
com importante papel integrador junto às demais Ciências da Natureza.
O enfrentamento das situações que o jovem terá pela frente na escola e no prosseguimento de
seus estudos, no trabalho e no exercício da cidadania, requer mais do que informações,
exigindo a mobilização de conhecimentos e habilidades.
Aprender matemática de uma forma contextualizada, integrada e relacionada com outros
conhecimentos traz em si o desenvolvimento de competências e habilidades que são
essencialmente formadoras, à medida que instrumentalizam e estruturam o pensamento do
COLÉGIO ESTADUAL JAMES PATRICK CLARK – E.F.M.
PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR 73
aluno, capacitando-o para compreender e interpretar situações, se apropriar de linguagens
específicas, argumentar, analisar, e avaliar, tirar conclusões próprias, tomar decisões
generalizar e para muitas outras ações necessárias à sua formação. (PCN+, p. 111)
Dentro deste contexto, percebe-se a Matemática tendo como finalidade principal contribuir na
formação da cidadania, uma vez que permite a quem a utiliza descrever diferentes aspectos da
realidade, estabelecer relações entre eles e tirar conclusões a partir deles.
A conquista da cidadania está ligada a inserção dos indivíduos, como cidadãos, no mundo do
trabalho, no da cultura e no das relações sociais.
Para a inserção no mundo do trabalho, os novos métodos de produção exigem indivíduos que
assimilem informações rapidamente, que saibam propor e resolver problemas, que sejam
criativos e polivalentes, capazes de se adaptar a continuas mudanças. Deste modo o papel do
ensino da matemática não é preparar mão-de-obra especializada para determinados ramos de
atividades, mas, sim desenvolver uma educação que coloque o aluno diante de desafios que
lhe permitam o desenvolvimento de atividades de responsabilidades, compromisso e
satisfação, possibilitando a identificação de seus direitos e deveres.
Para a inserção do indivíduo no mundo das relações sociais, é importante salientar que a
compreensão e a tomada de decisões, diante de questões políticas e de problemas sociais
contemporâneos, dependem da leitura e interpretação de informações complexas. A sociedade
em que vivemos exige cada vez mais a capacidade de organizar o pensamento, ler e
interpretar dados quantitativos. A matemática contribui para a compreensão das informações,
pois, alem de contar e calcular, ela oferece recursos que nos permitem analisar, medir dados
estatísticos e aplicar cálculos de probabilidades, os quais apresentam conexões importantes
com outras áreas do conhecimento.
Para a inserção do indivíduo no mundo da cultura, a matemática constitui uma ferramenta
importante para a investigação em outras áreas do conhecimento, como Economia, Física,
Química, Biologia, Sociologia, Psicologia e está presente na composição musical, na
coreografia, na arte, nos esportes, etc.. Assim, é fundamental que a matemática seja
reconhecida como ciência aberta e dinâmica, favorecendo o desenvolvimento da capacidade
expressiva e de raciocínio, estimulando a sensibilidade estética, buscando constituir-se como
fonte de prazer intelectual.
Sendo assim, a Matemática não deve ser encarada como uma ciência exata, pura, constituindo
um corpo de conhecimentos construídos com rigor absoluto. É necessário olhar a matemática
como uma ciência viva, fruto da criação e invenção humana, que não evolui de forma linear e
COLÉGIO ESTADUAL JAMES PATRICK CLARK – E.F.M.
PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR 74
logicamente organizada. É uma ciência em constante construção que tem contribuído para a
solução de problemas científicos e tecnológicos.
Por este motivo, o objeto de ensino da Matemática ainda se encontra em processo de
construção, porém, pode se dizer que ele está centrado na prática pedagógica da Matemática,
de forma a envolver-se com as relações entre o ensino, a aprendizagem e o conhecimento.
O ensino da matemática pode ser organizado de forma a permitir que os educandos sejam
capaz de:
- Compreender e apreciar o papel da Matemática como instrumento de evolução da
humanidade;
- Planejar ações e projetar soluções para problemas novos, que exigem iniciativa e
criatividade;
- Compreender e transmitir idéias matemáticas, por escrito ou oralmente;
- Usar o raciocínio matemático para compreensão do mundo;
- Aplicar os conhecimentos matemáticos em situações vivenciadas no cotidiano;
- Fazer estimativas mentais de resultados ou cálculos aproximados;
- Saber aplicar as técnicas básicas de cálculo aritmético;
- Saber utilizar os conceitos fundamentais de medidas em situações concretas;
- Conhecer as propriedades das figuras geométricas planas e sólidas, relacionando-as com
objetos de uso comum, no dia-a-dia ou no trabalho;
- Utilizar a noção de probabilidade para fazer previsões de eventos ou acontecimentos;
- Integrar os conhecimentos algébricos, aritméticos e geométricos para resolver problemas,
passando de um desses conhecimentos para outro, a fim de enriquecer a interpretação do
problema, encarando-o sob vários pontos de vista;
- Investigar idéias matemáticas, resolver problemas, testar hipóteses, induzir, deduzir,
generalizar e inferir resultados;
- Formular conjecturas;
- Comunicar idéias e reflexões através da linguagem matemática;
- Utilizar estratégias diferenciadas na resolução de problemas.
Para atingir os objetivos mencionados anteriormente e melhor compreensão do processo de
ensino e aprendizagem em matemática, existem campos de estudo considerados
fundamentais:
Números e Álgebra: os números fazem parte do nosso cotidiano, em situações diversas, desde
o início das civilizações, como: elaboração de calendários, colheitas, cobrança de impostos,
etc.. Com o passar do tempo as necessidades do homem modificaram-se, surgindo então a
COLÉGIO ESTADUAL JAMES PATRICK CLARK – E.F.M.
PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR 75
necessidade de uma nova forma de pensar a Matemática, levando em conta não somente a
aplicação prática, mas também relacionando o pensamento abstrato, dando origem a álgebra
que não deve ser concebida pelas simples manipulações automáticas dos elementos que a
compõem, analisando os significados que esta produz.
Geometrias: as idéias geométricas abstraídas das formas da natureza que aparecem tanto na
vida inanimada como na vida orgânica e nos rituais das diversas culturas influenciaram muito
o desenvolvimento humano.
No ensino médio, a Educação Matemática também valoriza os conteúdos de Geometria, que
não devem ser rigidamente separada da aritmética e da álgebra. A Geometria é rica em
elementos que favorecem a percepção espacial e a visualização; constitui, portanto,
conhecimentos relevantes, inclusive para outras disciplinas escolares.
O ensino de Geometria deve permitir que o estudante leia com percepção, senso de linguagem
e raciocínio geométricos, fatores que influenciam diretamente para construir e apropriar-se de
conceitos abstratos, sobretudo daqueles que se referem ao objeto geométrico em si.
Funções: as funções estão presentes nas diversas áreas do conhecimento e modelam
matematicamente situações que, pela resolução de problemas, auxiliam o home em suas
atividades. As funções devem ser vistas como construção histórica da variabilidade e da
possibilidade de análise do seu objeto de estudo e por sua atuação em outros conteúdos
específicos da Matemática. Tal mobilidade oferece ao aluno a noção analítica de leitura do
objeto matemático.
Tratamento da informação: é um conteúdo estruturante para criar condições de leitura crítica
dos fatos que ocorrem na sociedade, o qual deve interpretar tabelas, gráficos, dados
percentuais, indicadores e também conhecer as possibilidades de ocorrência de eventos. Tais
domínios são necessários porque no mundo atual as informações são veiculadas de modo mais
acessível e rápido, o que exige senso crítico e análise para a tomada de decisões.
Esses campos norteadores devem contemplar a promoção de alunos, em suas diferentes
motivações, com seus interesses e capacidades, dando, de forma efetiva, condições para sua
inserção no mundo em mudança. Também há que se ter a preocupação de que os jovens
devem compreender conceitos e procedimentos matemáticos necessários não apenas para
possibilitá-los a tirar conclusões e fazer argumentações, mas também como subsídios para a
tomada de decisões em suas vidas pessoais e profissionais.
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES
COLÉGIO ESTADUAL JAMES PATRICK CLARK – E.F.M.
PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR 76
1ª - SÉRIE
1) Teoria dos conjuntos
1.1 Conceito de conjunto.
1.2 Subconjuntos.
1.3 Representações de conjuntos.
Operações entre conjuntos.
2) Funções
2.1 Noção de função; construção de funções; funções crescentes e decrescentes.
2.2 Domínio, conjunto-imagem e gráfico; translação de gráficos.
2.3 Funções injetoras, sobrejetoras, bijetoras, função par e função ímpar.
2.4 Tipos de funções: polinomial do 1.o grau, modular, quadrática, exponencial e logarítmica.
2.5 Máximos ou mínimos da função quadrática.
2.6 Operações com funções: adição, multiplicação por número real, produto, quociente,
composição e inversão.
2.7 Equações e inequações exponenciais e logarítmicas.
3) Progressão aritmética e progressão geométrica
3.1 Noções de sequências numéricas.
3.2 Progressões aritméticas: fórmula do termo geral de uma progressão aritmética;
interpolação aritmética; soma dos termos de uma progressão aritmética.
3.3 Progressões geométricas: fórmula do termo geral de uma progressão geométrica; soma
dos termos de uma progressão geométrica finita; soma dos termos de uma progressão
geométrica infinita.
Geometria Euclidiana Plana
Ângulos: propriedades e medidas.
Congruência de figuras geométricas; congruência de triângulos; os casos clássicos de
congruência.
O postulado das paralelas; duas paralelas cortadas por uma transversal; feixe de paralelas
cortadas por transversais; Teorema de Tales; semelhança de triângulos.
Relações trigonométricas no triângulo retângulo.
Relações métricas no triângulo retângulo; polígonos regulares circunferência e círculo;
Teorema de Pitágoras.
Área de triângulos e de quadriláteros; área de polígonos regulares; área do círculo e do setor
circular.
COLÉGIO ESTADUAL JAMES PATRICK CLARK – E.F.M.
PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR 77
2ª - SÉRIE
1. Trigonometria
1.1 Arcos e ângulos: medidas em graus e em radianos; relações de conversão.
1.2 Funções trigonométricas: domínio, conjunto-imagem, gráficos, período e paridade;
cálculo dos valores das funções trigonométricas em ângulos notáveis.
1.3 Identidades trigonométricas fundamentais; fórmulas de adição, subtração, duplicação e
bissecção de arcos; transformações de somas de funções trigonométricas em produtos.
1.4 Lei dos senos e lei dos cossenos; resolução de triângulos.
1.5 Equações trigonométricas e inequações trigonométricas.
2. Matrizes, Determinantes e Sistemas Lineares
2.1 Conceito e elementos característicos de uma matriz; adição e multiplicação de matrizes;
multiplicação de número por matriz; conceito e cálculo da inversa de uma matriz quadrada.
2.2 Determinante de uma matriz quadrada; propriedades e aplicações.
2.3 Sistemas lineares; regra de Cramer.
2.4 Matrizes associadas a um sistema de equações lineares.
2.5 Resolução e discussão de um sistema linear.
3. Análise Combinatória, Probabilidades e Matemática Financeira
3.1 Razões e proporções; divisão proporcional; regras de três simples e compostas.
3.2 Porcentagens; média aritmética (simples e ponderada), média geométrica.
3.3 Juros simples e compostos.
3.4 Problemas de contagem.
3.5 Combinações; arranjos simples; permutações simples e com repetições; binômio de
Newton.
3.6 Conceito de probabilidade e de espaços amostrais; resultados igualmente prováveis.
3.7 Probabilidade da união e da intersecção de dois eventos em espaços amostrais finitos.
3.8 Probabilidade condicional e eventos independentes.
3.9 Noções de Estatística: frequência absoluta; medidas de tendências central (média, mediana
e moda).
3.10 Interpretação de gráficos e tabelas.
3ª - SÉRIE
1. Geometria Euclidiana Espacial
COLÉGIO ESTADUAL JAMES PATRICK CLARK – E.F.M.
PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR 78
1.1 Retas e planos no espaço: paralelismo e perpendicularismo de retas e de planos; retas
reversas.
1.2 Prismas; pirâmides e respectivos troncos; cálculo de áreas e de volumes.
1.3 Poliedros convexos; fórmula de Euler.
1.4 Cilindro, cone, tronco de cone, esfera; cálculo de áreas e de volumes.
2. Números complexos
2.1 Conceito e operações fundamentais.
2.2 Representação algébrica e polar.
3. Polinômios
3.1 Conceitos; grau e propriedades fundamentais.
3.2 Identidade de polinômios; adição, subtração, multiplicação e divisão de polinômios.
3.3 Raízes reais e complexas de polinômios; algoritmo de Briot-Ruffini.
3.4 Fatoração; produtos notáveis e resto da divisão de um polinômio por x ± a.
4. Equações Algébricas
4.1 Definições; conceito de raiz; multiplicidade de raízes.
4.2 Teorema Fundamental da Álgebra; decomposição de um polinômio em fatores irredutíveis
(do 1.º e do 2.º graus).
4.3 Relação entre coeficientes e raízes; pesquisa de raízes racionais; raízes reais e complexas.
5. Geometria Analítica
5.1 Coordenadas cartesianas; equações e gráficos; distância entre dois pontos.
5.2 Estudo da equação da reta: coeficiente angular (inclinação ou declividade de uma reta),
coeficiente linear; reta na forma geral; reta na forma segmentária; intersecção de retas; retas
paralelas e perpendiculares; feixe de retas; distância de um ponto a uma reta; área de um
triângulo.
5.3 Equação da circunferência; tangentes a uma circunferência; condição para que uma dada
equação represente uma circunferência; identificação do raio e do centro de uma
circunferência de equação dada.
Observação: Os temas referentes à “História e Cultura Afro-brasileira e Africana” serão
contemplados nas diferentes séries sendo relacionados, quando conveniente, aos conteúdos
que serão trabalhados.
ENCAMINHAMENTO METODOLÓGICO
COLÉGIO ESTADUAL JAMES PATRICK CLARK – E.F.M.
PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR 79
A simples resolução de problemas e exercícios, o treino de técnicas de cálculos e a
memorização de fórmulas e processos não são suficientes para atingir as finalidades do ensino
da Matemática. Aprender Matemática é fazer Matemática. É por meio de atividades
matemáticas intencionais, das experiências que vive, é que qualquer pessoa adquire
conhecimento.
Com base no que foi exposto acima, verifica-se que a importância da prática pedagógica do
profissional responsável pela educação matemática, deve estar fundamentada em
metodologias alternativas para que os conhecimentos, por parte dos alunos, ocorra de forma
significativa e permanente.
As tendências apresentadas pela Educação Matemática, constituem uma excelente fonte de
embasamento metodológico.
A resolução de problemas, por meio de proposições de situações investigativas, estimulam o
pensamento e possibilitam as relações entre conteúdos matemáticos e representações de
idéias.
A História da Matemática, mediante um processo de transposição didática e juntamente com
outros recursos didáticos e metodológicos, pode oferecer uma importante contribuição ao
processo de ensino e aprendizagem em Matemática, já que conceitos abordados em conexão
com sua história constituem-se veículos de informação cultural, sociológica e antropológica
de grande valor formativo.
As mídias tecnológicas, como as calculadoras e o computador, devem ser considerados parte
integrante do ensino-aprendizagem de Matemática. Estes instrumentos podem ser utilizados
sempre que oportuno e possível, pois constituem um valioso apoio para o aluno e para o
professor.
A etnomatemática constitui uma importante fonte metodológica na medida em que priorize a
história dos estudantes através do reconhecimento e respeito de suas raízes culturais.
A modelagem matemática parte do pressuposto de que o ensino e a aprendizagem podem ser
potencializados quando se problematizam situações do cotidiano.
Na verdade, a utilização de todo e qualquer recurso ou material didático deve ser aplicada se a
intenção é a produção de conhecimento de qualidade.
É consensual a idéia de que não existe um caminho que possa ser identificado como único e
melhor para o ensino de qualquer disciplina, em particular, da matemática. No entanto, não
podemos deixar de conhecer e aplicar diversas possibilidades de trabalho em sala de aula,
adequando-as aos conteúdos propostos para a construção de nossa prática pedagógica.
COLÉGIO ESTADUAL JAMES PATRICK CLARK – E.F.M.
PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR 80
AVALIAÇÃO
Uma concepção de ensino de Matemática que leve em conta que o conhecimento matemático
é constituído continuamente não pode ter este conhecimento avaliado exclusivamente por um
tipo de instrumento ao final do processo educativo. A avaliação deve ocorrer em diferentes
momentos do processo educativo, em situações formais e informais. Ela deve também utilizar
diversos instrumentos com o objetivo de o professor observar com mais clareza o potencial de
seus alunos e auxiliá-los a serem mais autônomos e responsáveis por seu processo de
aprendizagem.
Com base neste fato, entende-se a avaliação como um meio de aprendizagem que tem como
função auxiliar alunos e professores a identificarem como está ocorrendo a aprendizagem ela
não deve ter caráter de finalização de etapas mas, sim, deve ser parte integrante do processo
de ensino, pois além de identificar conhecimentos que estão sendo ou precisam ser
construídos, que conceitos foram elaborados, estão em processo de elaboração ou não foram
compreendidos, permite ao professor rever as estratégias que vem utilizando, a necessidade de
retomar determinados conteúdos e buscar conhecer mais sobre o pensamento de seus alunos
para oportunizar cada vez mais aprendizagens significativas.
As avaliações podem incluir testes orais e escritos (grupo ou individual), atividades utilizando
a informática, provas, trabalhos escritos, pesquisa, auto-avaliação, etc.. Todas essas formas de
avaliar devem contemplar argumentações, justificativas e explicações. A utilização de formas
inovadoras de avaliação auxilia os alunos quanto ao desenvolvimento de sua capacidade na
aquisição de conhecimento e permite ao professor identificar se os objetivos que propôs foram
atingidos.
REFERÊNCIAS
BARBOSA, J. C. Modelagem Matemática e os professores: a questão da formação.
BOLEMA: Boletim de Educação Matemática, Rio Claro, n.15, p. 5-23, 2001.
BORBA, M. C.; PENTEADO, M. G. Informática e educação Matemática. Belo Horizonte:
Autêntica, 2001.
BRASIL. PCN+ Ensino Médio: orientações educacionais complementares aos Parâmetros
Curriculares Nacionais. Brasília: MEC/Semtec, 2002.
COLÉGIO ESTADUAL JAMES PATRICK CLARK – E.F.M.
PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR 81
D’AMBROSIO, U., BARROS, J. P. D. Computadores, escola e sociedade. São Paulo:
Scipione, 1988.
DANTE, Luiz Roberto. Didática da Resolução de Problemas. São Paulo: Ática, 1989.
LINS, R. C.; GIMENEZ, J. Perspectivas em aritmética e álgebra para o século XXI. 5. Ed.
Campinas, SP: Papirus, 2005.
LUCKESI, C. C. Avaliação da aprendizagem escolar. 14. ed. São Paulo: Cortez, 2002.
MACHADO, Antonio dos santos. Matemática: temas e metas. São Paulo: Atual, 1995. v. 1 a
6.
MACHADO, N. J. Interdisciplinaridade e Matemática. Revista Quadrimestral da Faculdade
de Educação - UNICAMP – Proposições. Campinas, n. 1 [10]. P. 25-34, mar. 1993.
MEDEIROS, C. F. Por uma educação matemática como intersubjetividade. In: BICUDO, M.
A. V. Educação Matemática. São Paulo: Cortez, 1987. P. 13-44.
NETO, Ernesto Rosa. Didática da Matemática. São Paulo: Ática, 1987.
MIGUEL, A.; MIORIM, M. A. História na educação matemática: propostas e desafios. Belo
Horizonte: Autêntica, 2004.
RIBNIKOV, K. História de las Matemáticas. Moscou: Mir, 1987.
SCHOENFELD, A. H. Heurística na sala de aula. In: KRULIK. S.; REYS, R. E. A resolução
de problemas na matemática escolar. São Paulo: Atual, 1997.
SCHUBRING, G. O primeiro movimento internacional de reforma curricular em matemática
e o papel da Alemanha. In: VALENTE, W. R. (Org) Euclides Roxo e a modernização do
ensino de matemática. São Paulo: SBEM, 2003, p. 11-45.
VYGOTSKY, L. S. Pensamento e Linguagem. 3. ed. São Paulo: Martins Fontes, 2000.
Orientações pedagógicas para o Ensino Médio Organizado por Blocos de Disciplinas
Semestrais: A Inovação do Ensino Médio no Paraná – DEB/SEED. MAIO/2010
PROPOSTA CURRICULAR DE QUÍMICA
APRESENTAÇÃO
O conhecimento químico, assim como todos os demais saberes, não é algo pronto,
acabado e inquestionável, mas em constante transformação. Esse processo de
elaboração e transformação do conhecimento ocorre em função das necessidades
COLÉGIO ESTADUAL JAMES PATRICK CLARK – E.F.M.
PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR 82
humanas, uma vez que a ciência é construída por homens e mulheres, portanto,
falível e inseparável dos processos sociais, políticos e econômicos. “A ciência já não
é mais considerada objetiva nem neutra, mas preparada e orientada por teorias e/ou
modelos que, por serem construções humanas com propósitos explicativos e
previstos, são provisórios” (CHASSOT, 1995, p. 68).
O desenvolvimento da sociedade no contexto capitalista passou a exigir das ciências
respostas precisas e específicas a suas demandas econômicas, sociais, políticas,
etc. A partir das décadas de 1960 e 1970, o processo de industrialização brasileiro
influenciou a formação de cursos profissionalizantes com métodos que privilegiavam
a memorização de fórmulas, a nomenclatura, as classificações dos compostos
químicos, as operações matemáticas e a resolução de problemas.
Tais cursos baseavam-se na pedagogia tradicional que, além do mais, confundia
conceitos com definições. Para um melhor entendimento de parte dessa afirmação,
Mortimer (2000) lembra que, muitas vezes, ao ensinar densidade, usa-se a
expressão matemática d = m/v. O aluno calcula o valor da massa, do volume e da
densidade facilmente, porém muitas vezes quando solicitado que explique o
funcionamento dos decímetros nos postos de gasolina, não relaciona o que estudou
na aula de Química com o que vê no dia-a-dia. “[...] Na verdade esse aluno não
aprendeu um conceito, mas apenas sua definição” (MORTIMER, 2000, p. 274).
Observa-se que o aluno apenas memoriza a definição matemática do conceito, mas
não o compreende, pois isso ocorre principalmente quando o entendimento e
aplicação de um conceito químico são relacionados à compreensão de outros já
conhecidos. Qual seria, então, a concepção de ensino de Química que superaria as
abordagens tradicionais do objeto de estudo da disciplina?
Acredita-se numa abordagem de ensino de Química voltada à construção e
reconstrução de significados dos conceitos científicos nas atividades em sala de aula
(MALDANER, 2003, p. 144). O ensino de Química, na perspectiva conceitual, retoma
a cada passo o conceito estudado, na intenção de construí-lo com a ajuda de outros
conceitos envolvidos, dando-lhe significado em diferentes contextos.
COLÉGIO ESTADUAL JAMES PATRICK CLARK – E.F.M.
PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR 83
Isso ocorre por meio da inserção do aluno na cultura científica, seja no
desenvolvimento de práticas experimentais, na análise de situações cotidianas, e
ainda na busca de relações da Química com a sociedade e a tecnologia. Isso implica
compreender o conhecimento científico e tecnológico para além do domínio estrito
dos conceitos de Química.
Nestas Diretrizes, propõe-se que a compreensão e a apropriação do conhecimento
químico aconteçam por meio do contato do aluno com o objeto de estudo da
Química: as substâncias e os materiais. Esse processo deve ser planejado,
organizado e dirigido pelo professor numa relação dialógica, em que a
aprendizagem dos conceitos químicos constitua apropriação de parte do
conhecimento científico, o qual, segundo Oliveira (2001), deve contribuir para a
formação de sujeitos que compreendam e questionem a ciência do seu tempo. Para
alcançar tal finalidade, uma proposta metodológica é a aproximação do aprendiz
com o objeto de estudo químico, via experimentação.
No ensino tradicional, a atividade experimental ilustra a teoria, que serve para
verificar conhecimentos e motivar os alunos. As aulas de laboratório seguem
procedimentos como se fossem receitas que não podem dar errado, isto é, obter um
resultado diferente do previsto na teoria.
Na abordagem conceitual do conteúdo químico, considera-se que a experimentação
favorece a apropriação efetiva do conceito e “o importante é a reflexão advinda das
situações nas quais o professor integra o trabalho prático na sua argumentação”
(AXT, 1991, p. 81). Na proposta de Axt, a experimentação deve ser uma forma de
problematizar a construção dos conceitos químicos, sendo ponto de partida para que
os alunos construam sua própria explicação das situações observadas por meio da
prática experimental.
Desse modo, os aprendizes são levados a desenvolver uma explicação provável que
se aproximada dos conceitos e teorias científicas pelos docentes, permite uma
melhor compreensão da cultura e prática científica na reflexão de como são
construídos e validados os conceitos cientificamente aceitos. Isso possibilita aos
alunos uma participação mais efetiva no processo de sua aprendizagem, rompendo
COLÉGIO ESTADUAL JAMES PATRICK CLARK – E.F.M.
PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR 84
com a ideia tradicional dos procedimentos experimentais como receitas que devem
ser seguidas e que não admitem o improviso, a modificação e as explicações
prováveis do fenômeno estudado. Para tanto é necessário que a atividade
experimental seja problematizadora do processo ensino-aprendizagem, sendo
apresentada antes da construção da teoria nas aulas de ciências, e não como
ilustrativo dos conceitos já expostos (forma tradicional da abordagem experimental).
Esses fundamentos buscam dar sentido aos conceitos químicos, de modo que se
torna muito importante a experimentação na atividade pedagógica. Entretanto, não
são necessários materiais laboratoriais específicos.
A importância da abordagem experimental está no seu papel investigativo e na sua
função pedagógica de auxiliar o aluno na explicitação, problematização, discussão,
enfim, na significação dos conceitos químicos. Diferentemente do que muitos
possam pensar, não é preciso haver laboratórios sofisticados, nem ênfase
exagerada no manuseio de instrumentos para a compreensão dos conceitos. O
experimento deve ser parte do contexto de sala de aula e seu encaminhamento.
“Muitos professores acreditam que o ensino experimental exige um laboratório montado com materiais e equipamentos sofisticados, situando isto como a mais importante restrição para o desenvolvimento de atividades experimentais. Acredito que seja possível realizar experimentos na sala de aula, ou mesmo fora dela, utilizando materiais de baixo custo, e que isto possa até contribuir para o desenvolvimento da criatividade dos alunos. Ao afirmar isto, não quero dizer que dispenso a importância de um laboratório bem equipado na condução de um bom ensino, mas acredito que seja preciso superar a idéia de que a falta de um laboratório equipado justifique um ensino fundamentado apenas no livro texto (ROSITO, 2003, p. 206).”
A importância da abordagem experimental está no seu papel investigativo e na sua
função pedagógica de auxiliar o aluno na explicitação, problematização, discussão,
enfim, na significação dos conceitos químicos. Diferentemente do que muitos
possam pensar, não é preciso haver laboratórios sofisticados, nem ênfase
exagerada no manuseio de instrumentos para a compreensão dos conceitos.
O experimento deve ser parte do contexto de sala de aula e seu encaminhamento
não pode separar a teoria da prática, num processo pedagógico em que os alunos
se relacionem com os fenômenos vinculados aos conceitos químicos a serem
formados e significados na aula (NANNI, 2004). Outra questão relacionada ao
ensino de Química é a valorização do formalismo matemático no ensino de
COLÉGIO ESTADUAL JAMES PATRICK CLARK – E.F.M.
PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR 85
determinados conteúdos. Por exemplo, no ensino de concentração das soluções, na
maioria das vezes, privilegia-se o trabalho com as unidades de concentração das
soluções nas suas diversas formas – molaridade, título, concentração comum,
molalidade entre outras, o que dificulta a compreensão do significado das
concentrações das soluções no contexto social em que os seus valores são
aplicados. Sem dúvida, os números, os resultados quantitativos subsidiam a
construção do conceito químico de concentração e, portanto, são ferramentas
necessárias para o entendimento deste conceito. Sendo assim, a explicação das
concentrações de medicamentos, das substâncias dissolvidas nas águas dos lagos,
rios e mares, das substâncias presentes no cotidiano e das soluções utilizadas nas
indústrias pode ser mais bem compreendido se estiver atrelado à linguagem
matemática.
Outro cuidado a ser tomado no ensino de Química é evitar a ênfase no estudo das
soluções esquecendo outros tipos de dispersões. As suspensões e as dispersões
coloidais, por exemplo, constituem um importante escopo de saberes a serem
explorados no meio em que os alunos vivem, pois nesse conteúdo estuda-se:
poluição das águas, sangue, características do leite, os particulados na atmosfera,
entre outros. Tais conteúdos devem compor os currículos escolares de química
qualitativamente, como forma de explorar o meio em que estão inseridos os
aprendizes.
Nestas diretrizes, propõem-se um trabalho pedagógico com o conhecimento químico
que propicie ao aluno compreender os conceitos científicos para entender algumas
dinâmicas do mundo e mudar sua atitude em relação a ele. Por exemplo, numa
situação cotidiana, faz sentido para todas as pessoas separar os resíduos orgânicos
dos inorgânicos? Para alguém que tenha estudado e compreendido plásticos –
resíduos orgânicos – a resposta é sim. Provavelmente essa pessoa terá mais
critérios ao descartar esse material, pois sabe que o tempo de sua degradação na
natureza é longo. Então, conhecer quimicamente o processo de reciclagem e re-
aproveitamento pode contribuir para ações de manuseio correto desses materiais.
Isso não significa que as pessoas que desconhecem tais processos e os conceitos
científicos sejam incapazes de compreender a importância de separar e dar o
destino adequado a resíduos orgânicos e inorgânicos. Porém, o ensino de Química
pode contribuir para uma atitude mais consciente diante dessas questões.
COLÉGIO ESTADUAL JAMES PATRICK CLARK – E.F.M.
PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR 86
Cabe ao professor criar situações de aprendizagem de modo que o aluno pense
mais criticamente sobre o mundo, sobre as razões dos problemas ambientais. Essa
análise proporcionará uma visão mais abrangente dos diversos motivos que
levaram, por exemplo, a substituição da madeira pelo plástico.
De acordo com Bernardelli (2004), muitas pessoas resistem ao estudo da Química
pela falta de contextualização de seus conteúdos. Muitos estudantes do Ensino
Médio têm dificuldade de relacioná-los em situações cotidianas, pois ainda se espera
deles a excessiva memorização de fórmulas, nomes e tabelas. Portanto, meio
ambiente está intimamente ligado à Química, uma vez que o planeta vem sendo
atingido por vários problemas que correspondem a esse campo do conhecimento.
Grande parte da humanidade sabe da potencialização do efeito estufa e do
consequente aumento da temperatura da Terra, dos problemas causados pelo
buraco da camada de ozônio na estratosfera, por onde passam os nocivos raios
ultravioletas que atingem a superfície com maior intensidade.
O agravamento do efeito estufa e os danos à camada de ozônio decorrem da
atividade humana. O efeito estufa ocorre pela presença do dióxido de carbono na
atmosfera, que teve suas taxas aumentadas significativamente em função da queima
de combustíveis fósseis e das florestas. Por sua vez, os danos na camada de ozônio
decorrem da liberação de gases na atmosfera como os clorofluorcarbonetos
(aerossóis) e os óxidos de nitrogênio (motores de combustão interna). A situação é
ainda mais delicada nos grandes centros urbanos devido à necessidade de
transporte para um grande contingente populacional, o que potencializa a emissão
daquelas substâncias.
A crescente urbanização da população mundial trouxe o crescimento do número de
consumidores e a demanda de aumento da produção. Isso gerou a instalação de
indústrias que, muitas vezes, tornam potencialmente perigoso o uso de substâncias
químicas em grandes quantidades. O transporte dessas substâncias pelas vias
aéreas, marítimas ou terrestres pode se tornar um grande risco de poluição e
agressão ambiental.
A crença de que o crescimento econômico está vinculado à exploração de recursos
naturais tidos como inesgotáveis e sempre substituíveis pelos avanços da ciência e
COLÉGIO ESTADUAL JAMES PATRICK CLARK – E.F.M.
PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR 87
tecnologia, permeou o pensamento capitalista por muito tempo e apenas
recentemente começou a ser questionada.
“...devemos criar condições favoráveis e agradáveis para o ensino e
aprendizagem da disciplina, aproveitando, no primeiro momento, a vivência
dos alunos, os fatos do dia-a-dia, a tradição cultural e a mídia, buscando com
isso reconstruir os conhecimentos químicos para que o aluno possa refazer a
leitura do seu mundo (BERNARDELLI, 2004, p. 02). “
Essas idéias podem desencadear críticas que condenam a Química e outras
ciências, pois é um equívoco imaginar que seriam capazes de resolver plenamente
esses problemas. Um exemplo disso é a modificação dos catalisadores e dos
processos produtivos, cujo resultado é a diminuição dos custos e dos volumes de
efluentes. Sabe-se, porém que, atualmente, o custo para a produção de um
catalisador é muito alto e que apenas minimiza essa situação, mas não a resolve.
Apesar disso, os incentivos à compra de automóveis e a ênfase no transporte
particular continuam na sociedade capitalista.
Assim, o conhecimento científico e a tecnologia não são bons ou maus a priori, o
que se evidencia é a racionalidade desta sociedade baseada no lucro, no consumo
desigual e no desperdício. Essas são as grandes causas dos nossos problemas
ambientais.
A Química tem forte presença no suprimento de demanda de novos produtos, que é
cada vez maior nas áreas surgidas nos últimos anos: biotecnologia, química fina,
pesquisas direcionadas para oferta de alimentos e medicamentos, entre outras.
Essas questões podem e devem ser abordadas nas aulas de Química por meio de
uma estratégia metodológica que propicie a discussão de aspectos sócio-científicos,
ou seja, de questões ambientais, políticas, econômicas, éticas, sociais e culturais
relativas à ciência e à tecnologia (SANTOS, 2004).
Por exemplo, quando se trabalha o conteúdo básico Radioatividade, é necessário
abordá-lo para além dos conceitos químicos, de modo que se coloquem em
discussão os aspectos históricos, políticos, econômicos e sociais diretamente
relacionados ao uso da tecnologia nuclear e das influências no ambiente, na saúde e
nas possíveis relações de custo-benefício do uso dessa forma de energia.
COLÉGIO ESTADUAL JAMES PATRICK CLARK – E.F.M.
PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR 88
Nessa perspectiva, é preciso superar a mera transmissão de conteúdos realizada
ano após ano com base na disposição sequencial do livro didático tradicional e que
apresenta, por exemplo, uma divisão entre Química Orgânica e Química Inorgânica,
que afirma, entre outros aspectos, a fragmentação e a linearidade dos conteúdos
químicos, bem como o distanciamento da Química em relação a outros saberes. É
preciso desvencilhar-se de conceitos imprecisos, desvinculados do seu contexto.
“O impacto sobre o meio ambiente é decorrente de dois vetores que se
juntam criando bases ideológicas da chamada sociedade de consumo. Um
primeiro vetor corresponde à visão otimista de história e de capacidade infinita
de inovação tecnológica, que permitiria uma dinâmica sem limites do
processo de transformação da natureza em bens e serviços. O segundo vetor
corresponde à ânsia consumista que o capitalismo conseguiu disseminar na
consciência da humanidade e que se identifica na busca [...] acelerada, sendo
a própria razão de ser da atividade econômica e a razão ontológica do
processo civilizatório (BUARQUE, apud MALDANER, 2003, p. 120).”
Por exemplo, ainda se ouve falar da analogia do modelo atômico de Dalton, criado
em 1803, com a “bola de bilhar”. Essa analogia foi utilizada por livros didáticos do
último quarto do século XX, com o intuito de facilitar a aprendizagem e a
“visualização” da proposta de Dalton. Do mesmo modo os materiais didáticos
compararam o modelo de Thomson, de 1878, com um “pudim de passas”. As
analogias ajudam a compreendê-los, mas é importante usá-las criteriosamente, pois
se trata de um modelo que explica o comportamento atômico de uma determinada
época.
O uso dessas analogias é perigoso porque pode levar a interpretações equivocadas
e imprecisas sobre os conceitos fundamentais da Química. Além disso, muitas
analogias já não despertam o interesse do aluno do Ensino Médio porque, pela
mídia, ele tem acesso a ilustrações e animações bem mais atraentes e explicativas.
Quanto à seleção dos conteúdos, é comum alguns professores de Química
enfatizarem o trabalho com temas como: lixo, efeito estufa, camada de ozônio, água,
reciclagem, química ambiental, poluição, drogas, química da produção, etc. Nestas
diretrizes propõe-se que o ponto de partida para a organização dos conteúdos
curriculares sejam os conteúdos estruturantes e seus respectivos conceitos e
COLÉGIO ESTADUAL JAMES PATRICK CLARK – E.F.M.
PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR 89
categorias de análise. A partir dos conteúdos estruturantes o professor poderá
desenvolver com os alunos os conceitos que perpassam o fenômeno em estudo,
possibilitando o uso de representações e da linguagem química no entendimento
das questões que devem ser compreendidas na sociedade.
O aluno tem um saber prévio (senso comum ou concepção alternativa) sobre, por
exemplo, drogas e lixo. Sabe, também, que é importante preservar a água limpa. No
entanto, cabe ao professor de Química dar-lhe os fundamentos teóricos para que se
aproprie dos conceitos da Química e do conhecimento científico sobre esses
assuntos para que desenvolva atitudes de comprometimento com a vida no planeta.
“Os Modelos Atômicos compõem a base da construção do pensamento
químico, sendo norteadores da forma como a comunidade química
explica os fenômenos observados. Essas representações, portanto,
são maneiras de expressar sistemas complexos e de difícil
entendimento, pois, envolvem múltiplos fatores. A complexidade
desses sistemas não é simplificada ao se propor um modelo, contudo,
é uma forma de traduzir o fenômeno de maneira que seja possível seu
estudo e entendimento. Assim, os modelos não podem ser entendidos
como a realidade. Eles devem ser estudados como produção humana
e expressão de pensamentos e possibilidades de um grupo de
pesquisadores influenciados por fatores sócio-político-econômicos e
culturais (CICILLINI & SILVEIRA, 2005, p. 06)”
CONTEÚDOS
ESTRUTURANTES
- Matéria e sua natureza
- Biogeoquímica
- Química Sintética
CONTEÚDOS BÁSICOS
MATÉRIA
- Constituição da matéria;
- Estados de agregação;
- Natureza elétrica da matéria;
COLÉGIO ESTADUAL JAMES PATRICK CLARK – E.F.M.
PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR 90
- Modelos atômicos ( Rutherford, Thonsom, Dalton, Bohr...).
- Estudo dos metais.
- Tabela periódica.
Solução
- Substancia: simples e composta;
- Misturas;
- Métodos de separação;
- Solubilidade;
- Concentração;
- forças intermoleculares;
- Temperatura e pressão;
- Densidade;
- Dispersão e suspensão;
- Tabela periódica.
LIGAÇÃO QUÍMICA
- Tabela periódica;
- Propriedades dos materiais
- Tipos de ligações químicas em relação as propriedades dos materiais;
- Solubilidade e as ligações químicas;
- Interações intermoleculares e as propriedades das substâncias moleculares;
- Ligações de hidrogênio;
- Ligação sigma e PI;
- Ligações polares e apolares;
- Alotropia.
REAÇÕES QUÍMICAS
- Reações de oxi-redução
- Reações exotérmicas e endotérmicas;
- Diagramas das reações exotérmicas e endotérmicas;
- Variação de entalpia;
- Calorias
- Equações termoquímicas;
- Princípios da termoquímica;
- Lei de Ress;
- Entropia e energia livre;
COLÉGIO ESTADUAL JAMES PATRICK CLARK – E.F.M.
PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR 91
- Calorimetria;
- Tabela Periódica.
VELOCIDADE DAS REAÇÕES
- Reações químicas;
- Lei das reações químicas;
- Representação das reações químicas;
- Condições fundamentais para ocorrência das reações químicas. (natureza dos
reagentes, contato entre os reagentes,teoria de colisão)
- Fatores que interferem na velocidade das reações (superfície de contato,
temperatura, catalisador, concentração dos reagentes, inibidores);
- Lei da velocidade das reações químicas;
- Tabela periódica.
RADIOATIVIDADE
- Modelos Atômicos (Rutherford);
- Elementos químicos (radioatividade);
- Tabela periódica;
- Reações químicas;
- Velocidade das reações;
- Emissões radioativas;
- Leis da radioatividade;
- Cinética das reações químicas;
- Fenômenos radiativos ( fusão e fissão nuclear);
EQUILIBRIO QUÍMICO
- Reações químicas reversíveis;
- Concentração;
- Relações matemáticas e o equilíbrio químico (constante de equilíbrio);
- Deslocamento de equilíbrio (princípio de Le Chatelier): concentração, pressão,
temperatura e efeito dos catalizadores;
- Equilíbrio químico em meio aquoso (pH, constante de ionização, Ks).
- Tabela periódica
GASES
- Estados físicos da matéria;
- Tabela periódica;
COLÉGIO ESTADUAL JAMES PATRICK CLARK – E.F.M.
PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR 92
- Propriedades dos gases (densidade/ difusão e efusão, pressão x temperatura,
pressão x volume e temperatura, pressão x volume e temperatura x volume);
- Modelo de partículas para os materiais gasosos;
- Misturas gasosas;
- Diferença entre gás e vapor;
- Leis dos gases
FUNÇÕES QUÍMICAS
- Funções Orgânicas
- Funções Inorgânicas
- Tabela Periódica
ENCAMINHAMENTO METODOLÓGICO
É importante que o processo pedagógico parta do conhecimento prévio dos
estudantes, no qual se incluem as idéias pré-concebidas sobre o conhecimento da
Química, ou as concepções espontâneas, a partir das quais será elaborado um
conceito científico.
A concepção espontânea sobre os conceitos que o estudante adquire no seu dia-a-
dia, na interação com os diversos objetos no seu espaço de convivência, faz-se
presente no início do processo de ensino-aprendizagem. Por sua vez, a concepção
científica envolve um saber socialmente construído e sistematizado, que requer
metodologias específicas para ser disseminado no ambiente escolar. A escola é, por
excelência, o lugar onde se lida com o conhecimento científico historicamente
produzido.
Entretanto, quando os estudantes chegam à escola, não estão desprovidos de
conhecimento. Uma sala de aula reúne pessoas com diferentes costumes, tradições
e idéias que dependem também de suas origens, isso dificulta a adoção de um único
encaminhamento metodológico para todos os alunos, além disso, o professor deve
abordar a cultura e história afro-brasileira (Lei n. 10.639/03, sendo obrigatório a
abordagem de conteúdos que envolvam a temática de história e cultura afro-
brasileira e africana), história e cultura dos povos indígenas respaldado pela Lei n.
11.645/08 e educação ambiental com base na Lei 9795/99, que institui a Política
COLÉGIO ESTADUAL JAMES PATRICK CLARK – E.F.M.
PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR 93
Nacional de Educação Ambiental, relacionando-os aos conteúdos estruturantes de
modo contextualizado.
- A abordagem teórico metodológico mobilizará para o estudo da Química presente
no cotidiano dos alunos, evitando que ela se constitua meramente em uma
descrição dos fenômenos, repetição de fórmulas, números e unidades de medida.
- Sendo assim, quando o conteúdo químico for abordado na perspectiva do
conteúdo estruturante Biogeoquímica, é preciso relacioná-lo com a atmosfera,
hidrosfera e litosfera. Quando o conteúdo químico for abordado na perspectivado
conteúdo estruturante Química Sintética, o foco será a produção de novos materiais
e transformações de outros, na formação de compostos artificiais. Os conteúdos
químicos serão explorados na perspectiva do conteúdo estruturante Matéria e sua
natureza por meio de modelos ou representações. E é imprescindível fazer a
relação do modelo que apresenta a estrutura microscópica da matéria com o seu
comportamento macroscópico.
- Para os conteúdos estruturantes Biogeoquímica e Química Sintética,a significação
dos conceitos ocorrerá por meio das abordagens histórica,sociológica, ambiental,
representacional e experimental a partir dos conteúdos químicos. Porém para o
conteúdo estruturante Matéria e sua natureza, tais abordagens são limitadas.
Os fenômenos químicos na perspectiva desse conteúdo estruturante, podem ser
amplamente explorados por meio das suas representações, como fórmulas químicas
e modelos.
- O conteúdo básico Funções Químicas não deve ser apenas explorado
descritivamente ou classificatoriamente. Este conteúdo básico deve ser explorado
de maneira racional, por que o comportamento das espécies químicas é sempre
relativo à outra espécie com a qual a interação é estabelecida.
AVALIAÇÃO
Nestas Diretrizes, a avaliação deve ser concebida de forma processual e formativa,
sob os condicionantes do diagnóstico e da continuidade. Esse processo ocorre em
interações recíprocas, no dia-a-dia, no transcorrer da própria aula e não apenas de
modo pontual, portanto, está sujeita a alterações no seu desenvolvimento.
A partir da Lei de Diretrizes e Bases da Educação n. 9394/96, a avaliação formativa
e processual, como resposta às históricas relações pedagógicas de poder, passa a
COLÉGIO ESTADUAL JAMES PATRICK CLARK – E.F.M.
PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR 94
ter prioridade no processo educativo. Esse tipo de avaliação leva em conta o
conhecimento prévio do aluno e valoriza o processo de construção e reconstrução
de conceitos, além de orientar e facilitar a aprendizagem. A avaliação não tem
finalidade em si, mas deve subsidiar e mesmo redirecionar o curso da ação do
professor, em busca de assegurar a qualidade do processo educacional no coletivo
da escola.
No modelo tradicional e positivista de ensino, a avaliação é tão somente
classificatória, caracterizada pela presença de alunos passivos, submetidos às
provas escritas, explicitando uma relação de poder e controle do professor que
verifica o grau de memorização de suas explanações pelo aluno. Por sua vez, aos
alunos, restaria acertar exatamente a resposta esperada, única e absoluta.
Em Química, o principal critério de avaliação é a formação de conceitos científicos.
Trata-se de um processo de “construção e reconstrução de significados dos
conceitos científicos” (MALDANER, 2003, p. 144). Valoriza-se, assim, uma ação
pedagógica que considere os conhecimentos prévios e o contexto social do aluno,
para (re)construir os conhecimentos químicos. Essa (re)construção acontecerá por
meio das abordagens histórica, sociológica, ambiental e experimental dos conceitos
químicos.
Por isso, ao invés de avaliar apenas por meio de provas, o professor deve usar
instrumentos que possibilitem várias formas de expressão dos alunos, como: leitura
e interpretação de textos, produção de textos, leitura e interpretação da Tabela
Periódica, pesquisas bibliográficas, relatórios de aulas em laboratório, apresentação
de seminários, entre outras. Esses instrumentos devem ser selecionados de acordo
com cada conteúdo e objetivo de ensino.
Em relação à leitura de mundo, o aluno deve posicionar-se criticamente nos debates
conceituais, articular o conhecimento químico às questões sociais, econômicas e
políticas, ou seja, deve tornar-se capaz de construir o conhecimento a partir do
ensino, da aprendizagem e da avaliação. É preciso ter clareza também de que o
ensino da Química está sob o foco da atividade humana, portanto, não é portador de
verdades absolutas.
COLÉGIO ESTADUAL JAMES PATRICK CLARK – E.F.M.
PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR 95
Estas Diretrizes têm como finalidade uma avaliação que não separe teoria e prática,
antes, considere as estratégias empregadas pelos alunos na articulação e análise
dos experimentos com os conceitos químicos. Tal prática avaliativa requer um
professor que compreenda a concepção de ensino de Química na perspectiva
crítica.
Finalmente, é necessário que os critérios e instrumentos de avaliação fiquem bem
claros também para os alunos, de modo que se apropriem efetivamente de
conhecimentos que contribuam para uma compreensão ampla do mundo em que
vivem.
Para a avaliação dos conteúdos mencionados acima se espera que o aluno:
- Entenda e questione a Ciência de seu tempo e os avanços tecnológicos na área da
Química;
- Construa e reconstrua o significado dos conceitos químicos;
- Problematize a construção dos conceitos químicos;
- Tome posição frente a situações sociais e ambientais desencadeadas pela
produção do conhecimento químico.
- compreenda a constituição química da matéria a partir dos conhecimentos sobre
modelos atômicos estados de agregação e natureza elétrica da matéria;
- Formule o conceito de soluções a partir dos desdobramentos deste conteúdo
básico, associando substâncias, misturas, métodos de separação , solubilidade,
concentração, forças intermoleculares, etc;
- Identificar a ação dos fatores que influenciam a velocidade das reações químicas,
representações condições fundamentais para ocorrência , lei da velocidade,
inibidores;
- compreenda o conceito de equilíbrio químico, a partir dos conteúdos específicos:
concentração, relações matemáticas e o equilíbrio químico, deslocamento de
equilíbrio, concentração, pressão, temperatura e efeito dos catalisadores, equilíbrio
químico em meio aquoso;
- Elabore o conceito de ligação química, na perspectiva da interação entre o núcleo
de um átomo e eletrosfera de outro a partir dos desdobramento deste conteúdo
básico;
COLÉGIO ESTADUAL JAMES PATRICK CLARK – E.F.M.
PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR 96
- Entenda as reações químicas como transformações da matéria a nível
microscópico, associando os conteúdos específicos que compõem esse conteúdo
básico;
- Reconheça as reações nucleares entre as demais reações químicas que ocorrem
na natureza, partindo dos conteúdos específicos que compõe esse conteúdo básico;
- Diferencie gás de vapor, a partir dos estados físicos da matéria, propriedades dos
gases, modelos de partículas e as leis dos gases;
- reconheça as espécies químicas, ácidos, bases, sais e óxidos em relação a outras
espécie com a qual estabelece interação.
REFERÊNCIAS
ALFONSO - GOLDFARB, A. M. Da alquimia à química. São Paulo: Landy, 2001. AXT, R. O papel da experimentação no ensino de ciências. In: MOREIRA, M. A; AXT, R.Tópicos em ensino de ciências. Porto Alegre: Sagra, 1991. BELTRAN, N. O.; CISCATO, C. A .M Química. São Paulo: Cortez, 1991. BERNARDELLI, M.S. Encantar para ensinar – um procedimento alternativo para o ensino de química. In: Convenção Brasil Latino América, Congresso Brasileiro e Encontro Paranaense de Psicoterapias Corporais. 1.,4.,9., Foz do Iguaçu. Anais... Centro Reichiano, 2004. CD-ROM. BRAVERMAN, H. Trabalho e capital monopolista: a degradação do trabalho no século XX. 3.ed. Rio de Janeiro: LTC, 1987. CHASSOT, A. A ciência através dos tempos. 2. ed. São Paulo: Moderna, 2004. CHASSOT, A. Para que(m) é útil o ensino. Canoas: Ed. da Ulbra, 1995. GOODSON, I. F. Currículo: teoria e história. São Paulo: Vozes, 1995. HOBSBAWM,E. A era das revoluções.1789-1848.2.ed.,Lisboa: Editorial Presença (col. Biblioteca de Textos Universitários, n.21), 1982. KRASILCHIK, M. Reformas e realidade: o caso do ensino das ciências. Perspectiva. São Paulo, v.14, n.1, p.85-93, jan/mar. 2000. MALDANER, O. A. A formação inicial e continuada de professores de química: professor/pesquisador. 2.ed. Ijuí: Editora Unijuí, 2003. MACEDO, E; LOPES, A. C. A estabilidade do currículo disciplinar: o caso das ciências.In: LOPES, A. C. MACEDO, E. (org.). Disciplinas e integração curricular: história e políticas. Rio de Janeiro: DP &A,2002. MORTIMER, E. F., MACHADO, A. H., ROMANELLI, L. I. A proposta curricular de química do Estado de Minas Gerais: fundamentos e pressupostos. Química Nova [on line]. São Paulo, v. 23, n. 2, abr 2000. NANNI, R. A natureza do conhecimento científico e a experimentação no ensino de ciência. Revista Eletrônica de Ciências: v.26, Maio 2004.Secretaria de Estado da Educação do Paraná 72 Orientações pedagógicas para o Ensino Médio Organizado por Blocos de Disciplinas Semestrais: A Inovação do Ensino Médio no Paraná – DEB/SEED. MAIO/2010
COLÉGIO ESTADUAL JAMES PATRICK CLARK – E.F.M.
PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR 97
VANIN, J. A. Alquimistas e químicos: o passado, o presente e o futuro. São Paulo: Moderna, 2002. VIDAL, B. História da química. Lisboa: Edições 70, 1986 PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Superintendência de Ensino. Departamento de Ensino de Segundo grau. Reestruturação do ensino de 2º grau – química. Curitiba: SEED/DESG, 1993. ROCHA, G. O. A pesquisa sobre currículo no Brasil e a história das disciplinas escolares. In: Santos, E. H. ; Gonçalves, L. A. O. (org.). Currículo e Políticas Públicas. Belo Horizonte: Autêntica, 2003. ROSITO, B. A. O ensino de ciências e a experimentação. In Construtivismo e ensino de ciências: reflexões epistemológicas e metodológicas. 2.ed. Porto Alegre: EDIPUCRS, 2003. RUSSEL, J.B. Química geral. São Paulo: McGraw-hill,1986. SANTOS, W. L. P. MÓL, G.S.; Química e sociedade: cálculos, soluções e estética. São Paulo: Nova Geração, 2004. SAVIANI, D. A nova lei da educação: trajetórias, limites e perspectivas. 3 ed. Campinas: Autores Associados, 1997. SCHNETZLER, R. Um estudo sobre o tratamento do conhecimento químico em livros didáticos dirigidos ao ensino secundário de Química de 1875 a 1978. Química Nova, v.4, n.1, p.6-15, 1981. SCHWARTZMAN, S. Formação da comunidade científica no Brasil. Rio de Janeiro: FINEP, 1979. SILVEIRA, H. E. A história da ciência na formação de professores de química; alguns aspectos da alquimia. Informativo UNIFIA, anoIII, n.25, set.2007,p.4. SILVEIRA, H. E. e CICILLINI, G.A. Modelos atômicos e representações no ensino de química. Revista Enseñanza de las ciências, Granada, Espanha, v.extra, 2005.
PROPOSTA CURRICULAR DE SOCIOLOGIA
APRESENTAÇÃO
O ensino de sociologia deve possibilitar o resgate de saberes já construído pelos
alunos, de modo que esse conhecimento subsidie ou alavanque a tessitura de
outros, que possam desvelar a trama das relações sociais onde os sujeitos se
inserem.
Dessa forma, acredita-se ser possível construir uma relação de conteúdos
estruturantes de sociologia, não os encadeando de forma rígida e engessada, mas,
sim, possibilitando os professores e alunos a organizarem conceitos ou temas a
COLÉGIO ESTADUAL JAMES PATRICK CLARK – E.F.M.
PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR 98
partir das necessidades locais e coletivas, buscando a totalidade através de inter-
relação e não como simples soma das partes.
A compreensão de um conteúdo ou conceito deve ser mediada pela necessidade de
entender os fenômenos do cotidiano de uma outra perspectiva que não seja a do
senso comum, chegando-se à síntese necessária ao entendimento da sociedade, à
luz do conhecimento científico.
De acordo com as DCE de Sociologia (2006, p.25) Na escola, o pensamento
sociológico se consolida na articulação entre experiências e conhecimentos
fragmentados com experiências e conhecimentos compreendidos como totalidades
complexas.
A partir desses pressupostos, procura-se dar um tratamento teórico aos problemas
decorrentes do modo como a sociedade capitalista está organizada, cujas
características mais evidentes são:
- desigualdades sociais e econômicas;
- exclusão do mundo do trabalho;
- relações sociais conflituosas;
- descaso frente a problemas socioambientais;
- negação da diversidade cultural, de gênero e étnico-racial.
Sendo assim, o aluno do Ensino Médio irá construir dialeticamente, através do
estudo da sociologia, partindo dos conhecimentos que já dispõe a compreensão
mais elaborada das determinações históricas nas quais se situa e, mais que isso, na
capacidade de intervir e transformar as práticas sociais cristalizadas.
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES
Os conteúdos estruturantes da disciplina de sociologia propostos são:
- O processo de Socialização e as Instituições Sociais;
- a Cultura e a Industria Cultural;
- Trabalho, Produção e Classes Sociais;
- Poder, política e Ideologia; e
- Cidadania e Movimentos Sociais.
COLÉGIO ESTADUAL JAMES PATRICK CLARK – E.F.M.
PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR 99
ENCAMINHAMENTO METODOLÓGICO
No ensino de Sociologia, é fundamental a adoção de múltiplos instrumentos
metodológicos, os quais devem adequar-se aos objetivos pretendidos, seja a
exposição, a leitura e esclarecimento do significado dos conceitos e da lógica dos
textos (teóricos, temáticos, literários), a análise, a discussão, a pesquisa de campo,
bibliográfica ou outros.
As metodologias devem colocar o aluno como sujeito de seu aprendizado; podendo
ser leitura, o debate, a pesquisa de campo ou análise de filmes, sendo importante
que seja constantemente provocado a relacionar a teoria com o vivido, a rever
conhecimentos e reconstruir coletivamente novos saberes.
As práticas pedagógicas trabalhadas com método contribuem para
construção do pensamento científico. De acordo com as Diretrizes Curriculares de
Sociologia, as aulas desta disciplina podem ser atraentes e despertar nos alunos
processos de identificação de problemas sociais, para tanto é proposto:
- Aulas expositivas dialogadas;
- Exercícios escritos e oralmente apresentados e discutidos;
- Leitura de textos clássicos-teóricos, teórico-contemporâneos, temáticos, etc.
- Debates e seminários de temas relevantes fundamentados em leitura e
pesquisas;
- Análise críticas: de filmes, documentários, músicas, propagandas de TV;
análise crítica de imagens (fotografias, charges, tiras, publicidade);
Ressalta-se, ainda, que o Livro didático Público de Sociologia é importante porque
dá suporte teórico e metodológico às aulas desta disciplina e constitui, portanto, um
apoio a prática dos professores e aprendizado dos alunos.
CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO
A avaliação no ensino da Sociologia deve perpassar todas as atividades
relacionadas à disciplina e ser pensada e elaborada de forma transparente e
COLÉGIO ESTADUAL JAMES PATRICK CLARK – E.F.M.
PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR 100
coletiva, ou seja, seus critérios devem ser debatidos, criticados e acompanhados por
todos os envolvidos no processo pedagógico.
As formas de avaliação em Sociologia, portanto, acompanham as próprias práticas
de ensino e de aprendizagem da disciplina, seja a reflexão crítica nos debates, que
acompanham os textos ou filmes, seja a participação nas pesquisas de campo, seja
a produção de textos que demonstrem a capacidade de articulação entre teoria e
prática, enfim várias podem ser as formas, desde que tenha como perspectiva ao
selecioná-las a clareza dos objetivos que se pretende atingir, no sentido da
apreensão, compreensão e reflexão dos conteúdos pelo aluno. Por fim, entendemos
que não só o aluno, mas também professores e a instituição devem constantemente
se auto-avaliarem em suas dimensões práticas e discursivas e principalmente em
seus princípios políticos com qualidade e democracia.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ABRAMOVAY, Ricardo. O que é fome? São Paulo: Brasiliense, 1991.
ABRAMOVAY, Ricardo. O futuro das regiões rurais. Porto Alegre: Ed UFRGS,
2003.
ADORNO, Theodor W. Textos escolhidos . São Paulo: Nova Cultural, 1996. (Os
Pensadores).
ARANTES, Antônio. O que e cultura popular . São Paulo: Brasiliense, 1990.
ARAÚJO, Luiz Bernardo Leite. Religião e modernidade em Habermas. São Paulo:
Loyola.1996. Col. Filosofia; 37.
BENEDICT, Ruth. O Crisântemo e a Espada. São Paulo: Perspectiva, 2002.
BOAS, Franz. Antropologia Cultural. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2005.
BOBBIO, Norberto. As teorias das formas de governo . Brasília: UNB, 1985.
BOBBIO, Norberto. Estado, governo e sociedade: por uma teoria geral d a
política. Riode janeiro: Paz e Terra, 1990.
BOSI, Alfredo. Cultura Brasileira: temas e situações. São Paulo: Ática, 1991.
BOURDIEU, Pierre. A Miséria do Mundo. Petrópolis: Vozes, 2003.
BRANDÃO, Carlos Rodrigues. O que e folclore . São Paulo: Brasiliense, 1989.
BRANDÃO, Carlos Rodrigues. A educação como cultura . São Paulo: Brasiliense,
1985.
COLÉGIO ESTADUAL JAMES PATRICK CLARK – E.F.M.
PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR 101
CALDEIRA, Teresa Pires do Rio. Cidade de Muros. São Paulo: Editora 34, 2000.
CARVALHO, Lejeune Mato Grosso de. (org.) Sociologia e ensino em debate. Ijuí:
Ed.Universidade Ijuí, 2004.
CASTELLS, Manuel. A questão urbana . Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1983.
CASTELLS, Manuel. A sociedade em rede . São Paulo: Paz e Terra, 2000.
CASTELLS, Manuel. O poder da identidade. São Paulo: Paz e Terra, 1999.
CHAUÍ, Marilena. Convite à filosofia . São Paulo: Ática, 1995.
CHAUÍ, Marilena. Cultura e democracia: o discurso competente e outra s falas .
São Paulo: Cortez, 1990.
COHN, Gabriel (Org.) Weber. São Paulo: Ática, 1991. Coleção grandes cientistas
sociais –13.
CUNHA, Euclides da. Os sertões . Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1991.
DAMATTA, Roberto. A Casa e a Rua: espaco, cidadania, mulher e morte no Brasil.
Rio de Janeiro: Rocco, 1991.
DAMATTA, Roberto. O que faz o brasil, Brasil? Rio de Janeiro: Rocco, 1991.
ELIAS, Norbert. O processo civilizador . Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1993. Vol. 2.
EVANS-PRITCHARD, Eduard E. Bruxaria, Oráculos e Magia entre os Azande. Rio
de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 2004.
FILHO , Evaristo de Moraes (Org.) Auguste Comte . São Paulo: Ática, 1983. Col.
Grandes cientistas sociais; 7.
FOUCAULT, Michel. Vigiar e punir: nascimento da prisão . Petrópolis, Vozes,
1987.
FREYRE, Gilberto. Casa grande & senzala: introdução a historia da sociedade
patriarcal no Brasil. Rio de Janeiro: Record, 2000.
FREITAG, Bárbara. A teoria crítica: ontem e hoje . São Paulo: Brasiliense, 1993.
GENTILI, Pablo. Pedagogia da exclusão : crítica ao neoliberalismo em
educação .Petrópolis: Vozes, 2001.
GENTILI, Pablo. Neoliberalismo, qualidade total e educação . Petrópolis: Vozes,
1994.
GEERTZ, Clifford. A Interpretação das Culturas. São Paulo: LTC, 1989.
GEERTZ, Clifford. Nova Luz sobre a Antropologia. Rio de Janeiro: Jorge Zahar,
2001.
GEERTZ, Clifford. O Saber Local. Petropolis: Vozes, 2001.
COLÉGIO ESTADUAL JAMES PATRICK CLARK – E.F.M.
PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR 102
GRUPPI, Luciano. Tudo começou com Maquiavel – as concepções de Estad o
em Marx,Engels, Lênin e Gramsci. Porto Alegre: L&PM, 1986.
IANNI, Octavio (Org.) Marx. São Paulo: Ática, 1988. Coleção grandes cientistas
sociais –10.
LAPLANTINE, François. Aprender antropologia . São Paulo: Brasiliense, 1991.
LARAIA, Roque de Barros. Cultura: um conceito antropológico . Rio de Janeiro:
Jorge Zahar, 2004.
LAS CASAS, Frei Bartolomeu de. O Paraíso Destruído . Porto Alegre: L & PM, 1984.
LEACH, Edmund Ronald. A diversidade da antropologia . Lisboa: Edicões 70,
1989.
LÉRY, Jean de. Viagem à Terra do Brasil . Belo Horizonte: Itatiaia, 1980.
MALINOWSKI, Bronislaw. Uma Teoria Científica da Cultura. Lisboa: Edições 70,
1997.
MARTINS, Jose de Souza. Exclusão Social e a Nova Desigualdade. São Paulo:
Paulus, 1997.
MARX, K. e ENGELS F. Textos sobre educação e ensino . São Paulo: Editora
Moraes,1992.
MARX, K. e ENGELS, F. A ideologia alemã . São Paulo: Martins Fontes, 1989.
MARTELLI, Stefano. A religião na sociedade pós-moderna: entre seculari zação
e dessecularização. São Paulo: Paulinas, 1995.
MATOS, Olgária C. F. A escola de Frankfurt: luzes e sombras do Iluminism o.
São Paulo: Moderna, 1993.
MAUSS, Marcel. Ensaio sobre a dádiva. Lisboa: Edições 70, 1989.
MAUSS, Marcel. Esboço de uma teoria geral da magia. Lisboa: Edições 70,
2000.18
MEAD, Margaret. Sexo e Temperamento. São Paulo: Perspectiva, 2000.
MEKSENAS, Paulo. Sociedade, filosofia e educação . São Paulo: Loyola, 1994.
MONTAIGNE, Michel de. Ensaios . São Paulo: Abril Cultural, (Os Pensadores),
1972.
MUNFORD, Lewis. A cidade na historia . São Paulo: Martins Fontes, 1982.
ORTIZ, Renato. Mundialização e Cultura. 2aed. São Paulo: Brasiliense, 1996.
ORTIZ, Renato. Cultura Brasileira e Identidade Nacional. 5aed. São
Paulo:Brasiliense,1998.
PORTELLI, Hugues. Gramsci e a questão religiosa . São Paulo: Paulinas, 1984.
COLÉGIO ESTADUAL JAMES PATRICK CLARK – E.F.M.
PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR 103
PRZEWORSKI, Adam. Capitalismo e social-democracia . São Paulo: Companhia
das Letras, 1989.
RADCLIFFE-BROWN. A. R. Estrutura e Função nas Sociedades Primitivas.
Lisboa: Edições 70, 1989.
RIBEIRO, Darci. O povo brasileiro . São Paulo: Cia das Letras, 1995.
RODRIGUES, José Albertino (Org). Émile Durkheim . São Paulo: Ática, 1990.
Coleção grandes cientistas sociais – 1.
ROMERO, Silvio. Historia da literatura brasileira . Rio de Janeiro: José Olympio,
1960.
SADER, Eder. Quando novos personagens entram em cena: experiências e lutas
dos trabalhadores na grande São Paulo. São Paulo: Paz e Terra, 1995.
SADER, Emir (Org.) Gramsci: sobre poder, política e partido . São Paulo:
Brasiliense,1992.
SANTOS, José Luiz dos. O que é cultura. São Paulo: Brasiliense, 1986.
SINGER, Paul. O capitalismo: sua evolução, sua lógica e sua dinâm ica . São
Paulo: Moderna, 1987. (Coleção Polêmica)
STADEN, Hans. Duas viagens ao Brasil . Belo Horizonte: Ed Itatiaia, 1988.
VELHO, Otavio Roberto. O fenômeno urbano. Rio de Janeiro: Zahar, 1979.
VIANNA, Oliveira. Populações Meridionais do Brasil. Belo Horizonte: Itatiaia,
1987.
WEBER, Max. A ética protestante e o espírito do capitalismo . São Paulo:
Pioneira, 1996.
WEFFORT, Francisco. (org.) Os Clássicos da Política . Vol. 1. São Paulo:
Ática,1994.
WEFFORT, Francisco. (org.) Os Clássicos da Política . Vol. 2. São Paulo:
Ática,1994.