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PUBLICADO EM RESUMO NO DOE DE 28/11/2013 PRESTAÇÃO ANUAL DE CONTAS Processo TCM nº 10065-13 Exercício Financeiro de 2012 Prefeitura Municipal de FEIRA DA MATA Gestor: Alex Ronan Viana Mota Relator Cons. Paolo Marconi PARECER PRÉVIO Opina pela rejeição, porque irregulares, das contas da Prefeitura Municipal de FEIRA DA MATA, relativas ao exercício financeiro de 2012. O TRIBUNAL DE CONTAS DOS MUNICÍPIOS DO ESTADO DA BAHIA, no uso de suas atribuições legais, com fundamento no artigo 75, da Constituição Federal, art. 91, inciso I, da Constituição Estadual e art. 1º, inciso I da Lei Complementar nº 06/91, e levando em consideração, ainda, as colocações seguintes: DA PRESTAÇÃO DE CONTAS Este processo se refere à prestação de contas da Prefeitura Municipal de FEIRA DA MATA, exercício financeiro de 2012, de responsabilidade do Sr. Alex Ronan Viana Mota, encaminhada mediante ofício do Presidente do Poder Legislativo e autuada sob o 10200-13, cuja entrada neste Tribunal se deu no prazo legal. As contas do Poder Executivo foram colocadas em disponibilidade pública, para exame e apreciação, junto às contas do Poder Legislativo, pelo período de 60 dias, através do Edital nº 002/2013, cumprindo o estabelecido no art. 31 §3º da Constituição Federal (CF), nos arts. 63 e 95, parágrafo segundo da Constituição Estadual e no art. 54 da Lei Complementar nº 06/91. Não há os autos a comprovação da publicação do referido Ato, em descumprimento ao previsto no art. 48 da Lei nº 101/00 – LRF. O processo foi instruído com a Cientificação/Relatório Anual de fls. 682/763, expedido com base nas análises mensais, elaboradas pela Inspetoria Regional e submetida à análise das Unidades da Coordenadoria de Controle Externo, que emitiram o Pronunciamento Técnico de fls. 765/793. Distribuído por sorteio para esta Relatoria, determinou-se a conversão do processo em diligência externa, com notificação ao Gestor através do Edital nº 211/13, publicado no Diário Oficial do Estado, de 04 de outubro de 2013 tendo ele se manifestado 1

PUBLICADO EM RESUMO NO DOE DE 28/11/2013 PRESTAÇÃO ANUAL DE CONTAS … · locação de software para contabilidade, folha de pagamento, tributos, patrimônio e frotas (R$ 26.400,00),

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PUBLICADO EM RESUMO NO DOE DE 28/11/2013PRESTAÇÃO ANUAL DE CONTASProcesso TCM nº 10065-13Exercício Financeiro de 2012Prefeitura Municipal de FEIRA DA MATA Gestor: Alex Ronan Viana MotaRelator Cons. Paolo Marconi

PARECER PRÉVIO Opina pela rejeição, porque irregulares, das contas da Prefeitura Municipal de FEIRA DA MATA, relativas ao exercício financeiro de 2012.

O TRIBUNAL DE CONTAS DOS MUNICÍPIOS DO ESTADO DA BAHIA, no uso de suas atribuições legais, com fundamento no artigo 75, da Constituição Federal, art. 91, inciso I, da Constituição Estadual e art. 1º, inciso I da Lei Complementar nº 06/91, e levando em consideração, ainda, as colocações seguintes:

DA PRESTAÇÃO DE CONTAS

Este processo se refere à prestação de contas da Prefeitura Municipal de FEIRA DA MATA, exercício financeiro de 2012, de responsabilidade do Sr. Alex Ronan Viana Mota, encaminhada mediante ofício do Presidente do Poder Legislativo e autuada sob o nº 10200-13, cuja entrada neste Tribunal se deu no prazo legal.

As contas do Poder Executivo foram colocadas em disponibilidade pública, para exame e apreciação, junto às contas do Poder Legislativo, pelo período de 60 dias, através do Edital nº 002/2013, cumprindo o estabelecido no art. 31 §3º da Constituição Federal (CF), nos arts. 63 e 95, parágrafo segundo da Constituição Estadual e no art. 54 da Lei Complementar nº 06/91. Não há os autos a comprovação da publicação do referido Ato, em descumprimento ao previsto no art. 48 da Lei nº 101/00 – LRF.

O processo foi instruído com a Cientificação/Relatório Anual de fls. 682/763, expedido com base nas análises mensais, elaboradas pela Inspetoria Regional e submetida à análise das Unidades da Coordenadoria de Controle Externo, que emitiram o Pronunciamento Técnico de fls. 765/793.

Distribuído por sorteio para esta Relatoria, determinou-se a conversão do processo em diligência externa, com notificação ao Gestor através do Edital nº 211/13, publicado no Diário Oficial do Estado, de 04 de outubro de 2013 tendo ele se manifestado

1

intempestivamente, nos termos do processo nº 17146-13, anexado às fls. 801/823.

Dos Exercícios Anteriores

As prestações de contas dos exercícios financeiros de 2009, 2010 e 2011, todas de responsabilidade deste Gestor, foram aprovadas com ressalvas com aplicação de multas de R$ 2.500,00, R$ 5.000,00 e R$ 5.000,00, respectivamente. Quanto ao exercício de 2011 foi imputado, ainda, o ressarcimento de R$ 7.900,00,

DOS INSTRUMENTOS DE PLANEJAMENTO

O alicerce e ponto de partida para qualquer Gestão é o processo de planejamento. A ação planejada na Administração Pública tem como premissa a execução de planos previamente traçados, orientados pelos anseios e necessidades da população, reduzindo assim os riscos e otimizando os recursos do Município.

A Constituição de 1988, em seu art. 165, caput, reforça as atribuições do planejamento e de execução dos gastos públicos, preconizando através de lei de iniciativa do Poder Executivo, a elaboração do Plano Plurianual - PPA, a Lei de Diretrizes Orçamentárias - LDO e a Lei Orçamentária Anual – LOA, os quais passarão a ser objeto de efetivo acompanhamento da gestão, servindo de subsídios para tomadas de decisões e de avaliações periódicas.

Plano Plurianual – PPA

O PPA, contemplado na Carta Magna, no art. 165, inciso I, é o planejamento estratégico das ações governamentais. Com duração de quatro anos, nele serão estabelecidas de forma regionalizada, levando-se em consideração as particularidades e os potenciais de cada Município, a proposição de programas e ações, para as despesas de capital e outras delas decorrentes, bem como para os programas de duração continuada.

A Lei Municipal nº 251, de 12 de novembro de 2009, aprovou o Plano Plurianual – PPA, para o período de 2010 a 2013.

Lei de Diretrizes Orçamentárias – LDO 2

O capítulo da Lei de Responsabilidade Fiscal dedicado ao planejamento dá destaque para o instrumento denominado Diretrizes Orçamentárias, cujas finalidades, inicialmente determinadas no art. 165, § 2º, da Constituição da República, foram ampliadas, conforme se depreende do art. 4º daquela Lei.

A Lei nº 276, de 30 de junho de 2011, aprovou as Diretrizes Orçamentárias –LDO do Município para o exercício de 2012. Não consta nos autos a comprovação da sua publicação, em descumprimento ao art. 48 da Lei de Responsabilidade Fiscal.

Lei Orçamentária Anual – LOA

A Lei Orçamentária Anual estabelece limites de despesas, em função da receita estimada para o exercício financeiro a que se referir, obedecendo aos princípios da unidade, universalidade e anuidade.

A Lei nº 284, de 13 de dezembro de 2011, aprovou o orçamento do Município, fixando-o em R$ 12.738.043,95, sendo R$ 9.299.597,16 relativo ao Orçamento Fiscal e R$ 3.438.446,79 para Seguridade Social, com o respectivo comprovante de sua publicação em meio eletrônico.

O artigo 7º autoriza a abertura de créditos suplementares nos limites e com recursos abaixo indicados:

a) decorrentes de Superávit Financeiro até o limite de 100% (cem por cento), do mesmo, de acordo com o estabelecido no art. 43, § 1º, inciso I e § 2º da Lei 4.320/64;

b) decorrentes do excesso de arrecadação até o limite de 100% (cem por cento), do mesmo conforme estabelecido no art. 43, § 1º, inciso II, § 3º e 4º da Lei 4320/64;

c) decorrentes da anulação parcial ou total de dotações, conforme o estabelecido no art. 43, § 1º, inciso III da Lei Federal 4.320/64, no limite de 50% (cinquenta por cento) das despesas autorizadas;

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Programação Financeira

Consta dos autos a Programação Financeira e o cronograma mensal de desembolso, sendo este o instrumento instituído pelo art. 8º da LRF que possibilita ao Gestor traçar um programa de utilização dos créditos orçamentários aprovados no exercício, bem como efetivar uma análise comparativa entre o previsto na LOA e a sua realização mensal, compatibilizando a execução das despesas, com as receitas arrecadadas no período, devidamente aprovada pelo Decreto nº 11 de 02 de janeiro de 2012.

DAS ALTERAÇÕES ORÇAMENTÁRIAS

Créditos Adicionais Suplementares

Foram abertos e contabilizados através de Decretos do Poder Executivo créditos adicionais suplementares de R$ 4.723.783,21, tendo como fonte de recursos a anulação de dotações e abertos dentro do limite estabelecido pela LOA.

Quadro de Detalhamento da Despesa – QDD

O quadro de detalhamento de despesa é elaborado no início do exercício, discriminando os elementos de despesas pelos projetos/atividades, de cada órgão da estrutura administrativa municipal.

As alterações no detalhamento de despesa servem para dar maior dinamismo na execução orçamentária, em virtude que não há necessidade de autorização legislativa para que sejam promovidas, pois tais lançamentos não podem alterar os valores das dotações do grupo de despesa em cada Projeto/Atividade.

O Decreto nº 102, às fls. 238/256, aprovou o Quadro de Detalhamento da Despesa – QDD para o exercício de 2012, no entanto não ocorreram alterações.

DO ACOMPANHAMENTO DA EXECUÇÃO ORÇAMENTÁRIA

O Tribunal de Contas dos Municípios do Estado da Bahia estabeleceu através da Resolução TCM nº 1255/07 uma nova estratégia de Controle Externo, com a implantação do Sistema

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Integrado de Gestão e Auditoria – SIGA, desenvolvido em modelo WEB, para recepcionar, por meio da internet, dados e informações mensais e anuais sobre a execução orçamentária e financeira das entidades fiscalizadas.

Com o objetivo de aperfeiçoar o controle externo, o TCM instituiu a Resolução nº 1282/09, que dispõe sobre a obrigatoriedade de os órgãos e entidades da administração direta e indireta municipal remeterem a esta Corte de Contas, pelo SIGA, dados e informações da gestão pública municipal, na forma e prazos exigidos, a partir do exercício de 2010.

A 25ª Inspetoria Regional de Controle Externo exerceu a fiscalização contábil, financeira, orçamentária e patrimonial do Município, notificando mensalmente o Gestor sobre as falhas e irregularidades detectadas no exame da documentação mensal. As ocorrências não sanadas ou não satisfatoriamente esclarecidas, devidamente consolidadas no incluso Relatório Anual de fls. 682/763, são:

• não apresentação à 25ª IRCE de 15 (quinze) processos licitatórios, dispensas e/ou inexigibilidades para análise mensal, em descumprimento à Resolução TCM 1060/05: 021/2012-PP – locação de software para contabilidade, folha de pagamento, tributos, patrimônio e frotas (R$ 26.400,00), 014/2012-PP – registro de preços para eventual contratação de empresa especializada em serviços médicos (R$ 1.024.533,51), 017/2012-PP – regime de preços para eventual contratação de serviços de engenharia (R$ 74.250,00), 035/2012-PP – contratação de empresa para organização de vaquejada (R$ 134.334,00), 007/2011-TP – serviços de engenharia construção de quadra poliesportiva (R$ 200.000,00), 008/2011-TP – serviços de engenharia construção de centro referência em assistência social (R$ 200.000,00), 001/2012-D – publicidade de atos oficiais (R$ 13.000,00), 001/2012-I – consultoria em direito administrativo (R$ 60.000,00), 006/2012-D – contribuição para UPB (R$ 9.600,00), 018/2012-I – serviços como assistente social (R$ 32.400,00), 018/2012-D – locação de imóvel em Salvador (R$ 14.832,00), 020/2012-I – assessoria em comunicação (R$ 32.900,00), 021/2012-I – serviços jurídicos (R$ 27.500,00), 022/2012-I – serviços contábeis (R$ 116.000,00), 024/2012-I –

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Valença e Fahel Advogados Associados (R$ 17.100,00), totalizando R$ 2.048.849,51;

Em sua defesa o Gestor apresentou 13 cópias de procedimentos, sendo que apenas um está chancelado pela IRCE (Pregão presencial nº 035/2012 (R$ 134.334,00)), razão porque, apenas este foi considerado por esta Relatoria, permanecendo, portanto, a irregularidade pela não apresentação de 14 processos licitatórios, dispensas e/ou inexigibilidades, totalizando R$ 1.914.515,51.

• ausência de boletim/planilha de medição de obras e/ou serviços, na instrução dos processos de pagamento nºs 1108, 1111, 1021 – R$ 22.821,64, tendo como credor Jader Wilton Lima Santos;

• despesas com publicidade sem que constem dos autos elementos que comprovem a efetiva publicação e seu conteúdo conforme determinado no Parecer Normativo nº 11/2005, através dos processos de pagamentos nºs 63 (R$ 2.500,00), 211 (R$ 2.500,00), tendo como credor a empresa Rádio Carinhanhense Ltda., totalizando R$ 5.000,00;

• ausência de informação no SIGA de dados referentes a licitações, a exemplo de publicações, certidões de prova de regularidade fiscal e trabalhista;

DA ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS - LEI nº 4.320/64

Os Demonstrativos Contábeis foram assinados por Contabilista, devidamente registrado no Conselho Regional de Contabilidade, sendo afixado o selo de Declaração de Habilitação Profissional – DHP, em cumprimento ao disposto na Resolução n° 1363/2011, do Conselho Federal de Contabilidade.

Confronto com as Contas da Câmara

Conforme Pronunciamento Técnico o Demonstrativo de Despesa da Prefeitura do mês de dezembro consignou a movimentação orçamentária e extraorçamentária do Legislativo Municipal, em obediência ao art. 2º da Resolução TCM nº 1.060/05.

Consolidação das Contas

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Os Demonstrativos Contábeis e Anexos exigidos pela Lei Federal n.º 4.320/64, que compõem a presente prestação de contas, foram apresentados de forma consolidada, atendendo ao art. 50 inciso III da LRF.

Balanço Orçamentário

O confronto das receitas e despesas previstas com a realizada, conforme previsto no art. 102 da Lei nº 4.320/64, demonstra no quadro abaixo o resultado orçamentário do exercício.

Para um melhor acompanhamento da realização orçamentária, a Associação Brasileira de Orçamento Público – ABOP desenvolveu uma tabela com índices de acompanhamento, tanto da receita quanto da despesa em relação aos valores orçados. Utilizando-se desses critérios, no que concerne aos desvios de 9,94% para a receita e 11,41% para as despesas, conclui-se que a Administração obteve um conceito “regular” para a receita e “deficiente” para a despesa quanto ao planejamento orçamentário do município.

ÍNDICES DA ABOP

CONCEITO CRITÉRIOS

ÓTIMO Diferença < 2,5%

BOM Diferença entre 2,5% e 5%

REGULAR Diferença entre 5% e 10%

DEFICIENTE Diferença entre 10% e 15%

ALTAMENTE DEFICIENTE Diferença > 15%

Fica assim evidente que o orçamento foi elaborado sem atender a critérios adequados de planejamento, inobservando a efetiva realidade financeira da entidade. Com advento da Lei de Responsabilidade Fiscal não mais é permitido às entidades públicas elaborarem seus orçamentos sem as imprescindíveis determinações constantes de suas disposições normativas, sob pena de responsabilidade.

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RECEITA DESPESAPrevista 12.738.043,95 Fixada 12.738.043,95Realizada 14.004.221,54 Realizada 11.285.286,51

Receita Orçamentária

De acordo com o Balanço Orçamentário, a arrecadação foi de R$ 14.004.221,54, superior em 9,94% à sua previsão, o que demonstra que a previsão de receita foi superestimada. As receitas correntes, destinadas a cobrir as atividades governamentais, alcançaram R$ 11.680.833,22, enquanto as receitas de capital, decorrentes de alienação de bens e transferências de capital, foram de R$ 2.323.388,32.

Despesa Realizada

Observa-se que quanto as despesas executadas houve uma economia orçamentária de R$ 1.452.757,44, uma vez que foram realizadas despesas de R$ 11.285.286,51, ante uma fixação de R$ 12.738.043,95. Assim, as despesas efetivamente executadas corresponderam a 88,59% do valor autorizado, resultando no superávit de execução orçamentária de R$ 2.718.935,03.

A Despesa Realizada em 2011 e 2012 comportou-se conforme tabela abaixo:

As despesas com manutenção e o funcionamento dos serviços públicos, classificadas como Despesas Correntes, tiveram uma redução de 3,34% em relação ao exercício de 2011, representando em 2012, 90,65% do total das despesas realizadas no exercício.

Resultado da Execução Orçamentária

Em relação ao exercício de 2011, verifica-se que a receita cresceu 8,60% e a despesa decresceu 19,07%. A execução orçamentária deficitária de R$ 1.050.233,34 do exercício anterior passou a

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Despesas 2011 2012 Variação(%)

Despesas Correntes 10.583.904,93 10.230.160,21 -3,34

Pessoal e Encargos 4.981.954,05 5.277.163,93 5,93

Outras despesas correntes 5.601.950,88 4.952.996,28 -11,58

Despesas de Capital 3.361.456,20 1.055.126,30 -68,61

Total 13.945.361,13 11.285.286,51 -19,07

superavitária no exercício em R$ 2.718.935,03, conforme quadro abaixo:

Balanço Financeiro

Esta peça contábil tem o objetivo de evidenciar o fluxo financeiro ocorrido na entidade, ilustrando a receita e despesa compreendidas na execução orçamentária, bem como os recebimentos e pagamentos de natureza extraorçamentária, conjugados com os saldos em espécie provenientes do exercício anterior, e os que são transferidos para o exercício seguinte.

O resultado do Balanço Financeiro foi o seguinte:

Do total de R$ 16.137.838,57 de ingressos, R$ 14.004.221,54 são orçamentários, R$ 1.549.423,18 de origem extraorçamentária, R$ 513.664,50 oriundos do exercício anterior e R$ 70.529,35 de outras operações.

Balanço Patrimonial

Este instrumento contábil apresenta o estado patrimonial da Entidade ao final do exercício, através de seus investimentos e de sua origem, representando os bens, direitos e obrigações.

A situação patrimonial ao final do exercício sob análise está demonstrada abaixo:

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Descrição 2011 (R$) 2012 (R$) %Receita 12.895.127,79 14.004.221,54 8,60

Despesa 13.945.361,13 11.285.286,51 -19,07Resultado -1.050.233,34 2.718.935,03

RECEITA (R$) DESPESA (R$)

Orçamentária 14.004.221,54 Orçamentária 11.285.286,51

Extra orçamentária 1.549.423,18 Extra orçamentária 3.543.854,44

Saldo exercício anterior 513.664,50 Saldo exercício seguinte 1.012.170,38

Outras operações 70.529,35 Outras operações 296.527,24

Total 16.137.838,57 Total 16.137.838,57

O Resultado Patrimonial do exercício anterior foi composto por um Ativo Real Líquido de R$ 9.892.228,91. De acordo com a Demonstração das Variações Patrimoniais - DVP, houve no exercício um Resultado Patrimonial superavitário de R$ 332.880,67, fato que resultou em um Ativo Real Líquido atual de R$ 10.225.109,58. Ativo Disponibilidade de recursos

Conforme Balanço Patrimonial, as disponibilidades financeiras do Município ao final do exercício, alcançaram o montante de R$ 1.308.697,62, valor este 124,02 % superior ao apresentado no exercício anterior.

O Pronunciamento Técnico destaca que o Balanço Financeiro e o Demonstrativo de dezembro de 2012, registram saldo de R$ 1.308.697,62, enquanto o Balanço Patrimonial consigna o valor de R$ 812.745,42, divergente em R$ 495.952,20.

Na diligência anual o Gestor reconheceu a falha contábil e apresentou os extratos bancários de dezembro/2012 e os relativos a janeiro de 2013, nos quais se comprovam o saldo de R$ 1.308.697,62. Justificou e comprovou também, que teria havido lançamento equivocado no Ativo Realizável em R$ 938.656,70, relativo a Recursos de Convênios, cujo lançamento correto seria R$ 442.704,50.

Diante disso, apresentou ele um novo Balanço Patrimonial, que não foi acatado por esta Relatoria tendo em vista que os demonstrativos contábeis após disponibilidade pública não podem ser alterados. Os eventuais ajustes devem ser realizados nas contas subsequentes com fins de demonstrar de forma correta os saldos

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ATIVO PASSIVO

FinanceiroDisponível 812.745,42

Financeiro 1.426.560,95Realizável 938.656,70

Permanente 12.766.258,26 Permanente 2.865.989,85Passivo Real Ativo Real Liquído 10.225.109,58Total Ativo 14.517.660,38 Total Passivo 14.517.660,38

das contas no Balanço Patrimonial e demais anexos exigidos pela Lei nº 4.320/64, devendo acompanhar as Demonstrações Contábeis notas explicativas sobre o assunto para exame quando de sua apreciação.

Ativo Realizável

Em que pese ter sido registrado no Balanço Patrimonial o valor de R$ 938.656,70, verificou-se que o valor correto é de R$ 442.704,50, proveniente de Recursos de Convênios, como justificado e comprovado pelo Gestor no item anterior.

Ativo Permanente

Adverte-se a Administração para que observe a Resolução CFC nº 1.136/08 e as Normas Brasileiras de Contabilidade Aplicadas ao Setor Público – NBC T 16.9, apropriando a depreciação dos bens tangíveis pelo desgaste ou perda de utilidade por uso, ação da natureza ou obsolescência. Inicia-se a Depreciação com a colocação do uso do bem, e deve ser obrigatoriamente reconhecida pela Entidade, adotando o método que seja compatível com a vida útil econômica do ativo.

O saldo registrado no Ativo Permanente no Balanço Patrimonial é de R$ 12.766.258,26 sendo composto por bens patrimoniais no valor de R$ 7.295.238,80 e R$ 5.471.019,46 de Dívida Ativa. Entretanto, o Anexo XV – Demonstrativo das Variações Patrimoniais, registra saldo de bens patrimoniais de R$ 7.314.258,70, divergindo em R$ 19.020,68.

O Gestor na defesa apresentou quadro com novos valores, com a justificativa de que houve erro de digitação, quando foi registrado em duplicidade o valor de R$ 19.020,68.

Verificou-se também, que foi realizada reavaliação de Bens Móveis da Câmara em R$ 20.687,51 e Reavaliação de Bens Imóveis Câmara em R$ 7.840,00 sem que fosse apresentado o devido Processo Administrativo.

Sobre esse fato informou o Gestor que a Câmara Municipal não apresentou o processo administrativo que deu origem aos registros e que os mesmos foram realizados com base no Balanço Patrimonial de 2011.

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Inventário

Encontra-se nos autos o Inventário contendo a relação com os respectivos valores de bens, constantes do Ativo Permanente, indicando-se a alocação dos bens e números dos respectivos tombamentos, acompanhados por Certidão firmada pelo Prefeito, apresentada na defesa, observando o disposto na Resolução TCM nº 1.060/05, art. 9º, item 18.

O Inventário apresentado totaliza R$ 7.295.238,80, compatível com o registrado no Balanço Patrimonial de 2012.

Dívida Ativa Tributária

No exercício sob exame a cobrança da Dívida Ativa Tributária foi de R$ 1.461,98, que representa 1,49% do saldo da Dívida Ativa Tributária no exercício de 2011, que foi de R$ 98.279,99. Houve inscrição/atualização de R$ 66.941,94, resultando ao final do exercício um saldo de R$ 163.459,95.

De acordo com o Balanço Patrimonial de 2012 o saldo da Dívida Ativa Tributária foi de R$ 5.471.019,46, entretanto consta nos autos às fls. 326/ 369, Livro da Dívida Ativa Tributária e Não Tributária o valor de R$ 5.427.387,21, divergindo em R$ 43.632,25, em descumprimento ao art. 9º, item 28, da Resolução TCM nº 1060/05.

Na diligência anual reconheceu o Gestor a falha contábil, informando que a divergência se deu por conta da falta do lançamento contábil da Divida Ativa não tributária do SAAE .

Estas divergências impactam a variação patrimonial do Município e comprometem a confiabilidade dos dados, desrespeitando os princípios contábeis da continuidade, oportunidade e competência, estabelecidos nos artigos 5º, 6º e 9º da Resolução CFC nº 750/93, devendo a administração ao elaborar as próximas peças contábeis ter um maior zelo no que diz respeito à escrituração contábil, a fim de garantir maior grau de segurança na situação patrimonial ao final do exercício. Os eventuais ajustes devem ser feitos nas contas subsequentes, acompanhados das devidas notas explicativas.

Dívida Ativa Não Tributária

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Quanto a Dívida Ativa não Tributária, houve cobrança de R$ 500,00, que representa 0,035% do saldo do exercício de 2011, que foi de R$ 1.403.260,16, havendo inscrição/atualização no exercício em R$ 3.904.799,35, resultando ao final do exercício um saldo de R$ 5.307.559,51.

No entanto, o Pronunciamento Técnico destacou que houve uma atualização da Dívida Ativa não Tributária em R$ 3.704.399,55, que representa 272,46% do saldo anterior de R$ 1.359.628,01.

Na diligência anual o Gestor informou que realizou correção monetária anual pelo índice IGP-DI e juros de 0,5% ao mês nas dívidas municipais, em conformidade ao prescrito nas Resoluções TCM 1124 e 1125/05.

Passivo

No grupo do Passivo, integrante também do Balanço Patrimonial, estão registradas as dívidas de curto e longo prazos do Município, a seguir representada:

Passivo Financeiro

A Dívida Flutuante apresentava saldo anterior de R$ 3.853.529,04, havendo no exercício inscrição de R$ 1.546.923,18, baixa/confissão de dívida de R$ 3.543.854,44 e cancelamento de R$ 430.036,83, remanescendo saldo no valor de R$ 1.426.560,95.

Consta o registro no valor de R$ 2.500,00 referente a “responsáveis por adiantamento” no Balanço Financeiro e no Anexo XV – Demonstrativo das Variações Patrimoniais, sendo apresentado na defesa à fl. 338 da pasta “AZ”, o comprovante bancário relativo à restituição do adiantamento.

Foram identificadas no Passivo Financeiro obrigações a pagar perante o INSS de R$ 39.635,21 oriundas de retenções de servidores, representando um aumento de 1,29% em relação ao exercício de 2011, quando o saldo era de R$ 35.613,24. 13

PASSIVO VALOR

Passivo Financeiro 1.426.560,95

Passivo Permanente 2.865.989,85

Total do Passivo Real 4.292.550,80

Determina-se ao Gestor que faça imediatamente os recolhimentos devidos, porquanto deixar de repassar à Previdência Social, no prazo legal, as contribuições recolhidas dos servidores caracterizam ilícito penal tipificado como “apropriação indébita previdenciária”, com as cominações previstas na Lei Federal nº 9.983, de 14 de julho de 2000.

Passivo Permanente

A análise da Dívida Fundada do Município demonstra que R$ 2.865.989,85 correspondem às dívidas com o INSS, FGTS, COELBA, SAAE, Precatórios e DESENBAHIA. Em relação ao exercício de 2011 houve um decréscimo de 1,01% em 2012.

Do total da Dívida Fundada do Município, 96,12% corresponderam a compromissos com o INSS e comparando o exercício de 2011 com o de 2012, houve um aumento de 2,45%, evidenciando que administração da dívida de longo prazo não está adequada, podendo comprometer no futuro o equilíbrio das contas públicas municipais. Foram apresentados documentos comprobatórios da Dívida Fundada Interna do Município, porém, em desconformidade ao quanto o disposto no item 39, do art. 9º, da Resolução TCM nº 1.060/05.

Dívida Consolidada Líquida

Conforme valores demonstrados no Balanço Patrimonial do exercício, a Dívida Consolidada Líquida do Município foi correspondente a R$ 1.738,591,14, representando 14,88% da Receita Corrente Líquida de R$ 11.680.833,22, situando-se, assim, no limite de 1,2 vezes a Receita Corrente Líquida, em cumprimento ao disposto no art. 3º, inciso II, da Resolução n.º 40, de 20/12/2001, do Senado Federal.

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Restos a Pagar

Da análise do Balanço Patrimonial, conforme demonstrado na tabela abaixo, ficou evidenciado que não há saldo suficiente para cobrir os Restos a Pagar inscritos no exercício financeiro em exame, havendo assim o descumprimento do artigo 42 da LRF.

Conforme Anexo XV – Demonstrativo das Variações Patrimoniais, foram cancelados Restos a Pagar Processados em R$ 227.641,92 e Restos a Pagar não Processados em R$ 196.105,67. Foi apresentado à fls. 381/395 o Processo Administrativo nº 002/2012 sem a documentação que comprove a legalidade do seu cancelamento.

É de se observar que o procedimento para cancelamento de dívidas passivas impõe a instauração do competente processo administrativo, instruído com a documentação indispensável, o que não foi observado, devendo o Gestor estar atento para o cumprimento da legislação vigente.

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DESCRIÇÃO VALOR R$

Passivo Permanente 2.865.989,85

(-) Disponibilidades* 1.308.697,62

(-) Haveres Financeiros 0,00

(+) Restos a Pagar Processados do Exercício 181.298,91

(=) Dívida Consolidada Líquida 1.738.591,14

Receita Corrente Líquida 11.680.833,22

(%) Endividamento 14,88%

DISCRIMINAÇÃO

(+) Caixa e Bancos 1.308.697,62

0,00

1.308.697,62

40.079,30

1.137.277,42

131.340,90

(-) Restos a Pagar do Exercício 656.262,24

105.632,95

-630.554,29

VALOR (R$)

(+) Haveres Financeiros

(=) Disponibilidade Financeira

(-) Consignações e Retenções

(-) Restos a Pagar de exercícios anteriores

(=) Disponibilidade de Caixa

(-) Despesas de exercícios anteriores

(=) Saldo

Consta às fls. 370 a Relação de Restos a Pagar, em cumprimento do quanto disposto no item 29, do art. 9º da Resolução TCM nº 1060/05.

Despesas de Exercícios Anteriores

No exercício financeiro de 2012 foram pagas Despesas de Exercícios Anteriores – DEA, de R$ 105.632,95, correspondendo a 0,94% das Despesas Orçamentárias realizadas em R$ 11.285.286,51, mantendo-se o equilíbrio fiscal do Município e a programação estabelecida para o exercício.

Ainda que o artigo 37 da Lei n. 4.320/64 permita que sejam realizadas tais despesas, deve-se entender essa prática como uma exceção, pois a regra é o Planejamento, conforme determina o § 1º, art. 1º da LRF, o que, no caso em tela, vem sendo inobservado por essa Administração.

Demonstração das Variações Patrimoniais

A Demonstração das Variações Patrimoniais registra Variações Ativas de R$ 21.381.479,60 e Passivas de R$ 11.489.250,69, causando um Resultado Patrimonial de Superávit de R$ 9.892.228,91.

DAS OBRIGAÇÕES CONSTITUCIONAIS

Educação – artigo 212 da Constituição Federal

O município cumpriu o determinado no art. 212 da Constituição Federal, aplicando em educação R$ 3.269.662,27, correspondentes a 26,49% da receita resultante de impostos e transferências, de acordo com o Pronunciamento Técnico, dos exames efetuados pela Inspetoria Regional de Controle Externo e registros constantes do SIGA, na documentação de despesa apresentada aí incluídos os “Restos a Pagar”, com os correspondentes saldos financeiros, quando o mínimo exigido é de 25%.

Fundeb – Lei Federal nº 11.494/07

O Município cumpriu o art. 22 da Lei Federal n.º 11.494/07, que instituiu o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais de Educação – FUNDEB,

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aplicando 67,25% dos recursos, correspondentes a R$ 1.724.238,24, na remuneração de profissionais em efetivo exercício do magistério, quando o mínimo exigido é de 60%. Conforme informação da Secretaria do Tesouro Nacional, a receita do Município proveniente do FUNDEB foi de R$ 2.562.479,72.

O Parecer do Conselho Municipal de Educação apresentado na diligência anual está assinado apenas pelo seu presidente às fls. 459/460, estando ausentes as assinaturas dos outros membros do órgão colegiado, não atendendo desta maneira ao previsto no art. 31 da Resolução TCM nº 1.276/08.

Despesas do FUNDEB – art. 13 § único da Resolução TCM nº 1.276/08

O art. 13, Parágrafo único da Resolução TCM nº 1276/08, emitido em consonância ao artigo 21 - §2º da Lei Federal nº 11.494/07 (FUNDEB), estabelece que até 5,00% dos recursos do FUNDEB poderão ser aplicados no primeiro trimestre do exercício subsequente àquele em que se deu o crédito, mediante abertura de crédito adicional. Desta forma, o Pronunciamento Técnico destaca que os recursos do FUNDEB, inclusive aqueles originários da complementação da União corresponderam a R$ 2.563.924,63 e estão dentro do limite determinado no mencionado dispositivo legal.

Débitos pendentes do FUNDEF OU FUNDEB

Conforme registros constantes dos arquivos desta Corte de Contas, encontram-se pendentes de recolhimento as glosas a seguir discriminadas:

Processo Responsável (eis) Natureza Valor R$ Observação

07800-08 EDNON MARTINS RODRIGUES FUNDEB 73.670,65

encaminhada a irce em 26/06/2011 para verificações de contabilização restituição, restitui em 08 par

08947-09 EDNON MARTINS RODRIGUES FUNDEB 2.675,60

vlr. a ser ressarcido até 15/01/2010.proc 06614-12 env a irce p/atestar pg e cont

Foram apresentados na defesa às fls. 462/477, oito extratos bancários da conta FEB que comprovam a transferência para esta conta-corrente os valores de R$ 9.208,83 que perfazem R$ 17

73.670,65 e deverão ser encaminhados para a CCE para os registros devidos.

Quanto à glosa de R$ 2.675,60 o Gestor informou que este valor deverá ser restituído no exercício de 2013.

Determina-se a restituição à conta do FUNDEB R$ 2.675,60 em parcela única, a contar do trânsito em julgado do presente decisório.

Fica o Gestor advertido que a reincidência no desvio de finalidade na aplicação dos recursos do FUNDEB ou o não cumprimento da determinação dos estornos, conforme acima consignado, poderá comprometer o mérito de suas contas futuras.

Aplicação Mínima em Ações e Serviços Públicos de Saúde – art. 77 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias

Foi cumprido o art. 7º, da Lei Complementar 141/12, pois as aplicações realizadas em ações e serviços públicos de saúde foram de R$ 1.398.981,16, correspondentes a 17,28% do produto da arrecadação dos impostos a que se refere o art. 156 e dos recursos de que tratam os arts. 158 e 159, I, alínea b e § 3º, da Constituição Federal, com a exclusão de 1% (um por cento) do FPM, de que trata a Emenda Constitucional nº 55/07, quando a aplicação mínima exigida é de 15%.

Embora seja um órgão colegiado, foi apresentado o Parecer do Conselho Municipal de Saúde apenas assinado por seu presidente, descumprindo o art. 13, da Resolução TCM nº 1.277/08.

Transferência de Recursos ao Poder Legislativo – art. 29-A da C.F.

O valor fixado e transferido para a Câmara Municipal foi de R$ 556.092,91, igual, portanto, ao limite máximo estabelecido pelo art. 29-A, da Constituição Federal.

SUBSÍDIOS DOS AGENTES POLÍTICOS

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A Lei nº 220, fixou os subsídios do Prefeito em R$ 5.600,00, os do Vice-Prefeito em R$ 2.800,00 e os dos Secretários Municipais em R$ 1.600,00, depreendendo-se das informações contidas no Pronunciamento Técnico neste particular que os valores por eles percebidos obedeceram aos parâmetros legais estabelecidos.

Com relação aos subsídios dos Secretários Municipais, não foram encaminhadas as folhas de pagamento abaixo relacionadas, não tendo este Tribunal condições de dar quitação dos pagamentos efetuados:

Nomes Meses AusentesNailton Pereira de Azevedo Abril a dezembroCelina Santos de Aguiar Novembro e dezembroJean Robson Macedo Novembro e dezembroNagela Maria dos Santos Novembro e dezembroManoel Rodrigues dos Santos Novembro e dezembroMárcio José da Silva Novembro e dezembro

Mesmo solicitado a prestar esclarecimentos na diligência anual sobre estas ausências o Gestor não se pronunciou a respeito, motivo pelo qual, concede-se o prazo de 30 dias do trânsito em julgado deste pronunciamento, para que o Gestor remeta à 2ª CCE as folhas de pagamento acima relacionadas, para análise da regularidade dos pagamentos dos subsídios dos agentes políticos citados e, se constatar irregularidades, deve o órgão Técnico lavrar Termo de Ocorrência.

CONTROLE INTERNO

O Relatório Anual de Controle Interno do exercício reincidentemente não atende completamente às preconizações do art. 74, incisos I a IV, da Constituição Federal e art. 90, incisos I a IV da Constituição Estadual, uma vez que é omisso na avaliação do cumprimento das metas previstas no Plano Plurianual e a execução dos Programas de Governo, além de não analisar os resultados quanto à economia, eficiência e eficácia da gestão orçamentária, financeira, patrimonial e operacional da entidade.

Nele não constam informações e elementos de análise que evidenciem a avaliação das metas previstas em confronto com as 19

realizadas, a análise dos programas em execução, dos aspectos legais e a avaliação dos resultados da ação municipal envolvendo as diversas funções em exercício, através das unidades elencadas, especificamente quanto aos aspectos da eficiência, eficácia e efetividade, ficando o Prefeito ciente que a reincidência em contas futuras poderá incidir negativamente no seu mérito, com a consequente cominação prevista em lei.

DAS EXIGÊNCIAS DA LEI DE RESPONSABILIDADE FISCAL

Pessoal

A Prefeitura, no exercício de 2011, não ultrapassou o limite definido no art. 20, inciso III, alínea 'b', da Lei Complementar nº 101/00 – LRF.

Relativo a 2012, a Prefeitura no 1º quadrimestre não ultrapassou o limite definido no dispositivo legal acima mencionado, pois a despesa com pessoal alcançou R$ 5.563.812,36, que corresponde a 49,93% da Receita Corrente Líquida de R$ 11.143.225,24.

De acordo com o Relatório Mensal de agosto, a despesa de pessoal alcançou R$ 6.271.558,70, correspondendo a 55,68% da Receita Corrente Líquida de R$ 11.263.743,25, constatando-se, assim, o descumprimento ao disposto legal.

Ao final do exercício verificou-se que a despesa com pessoal da Prefeitura alcançou R$ 6.408.305,39 e correspondeu a 54,86% da Receita Corrente Líquida de R$ 11.680.833,22, ultrapassando o limite definido no art. 20, inciso III, alínea 'b', da Lei Complementar nº 101/00 – LRF, conforme demonstrado na tabela abaixo:

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D E S P E S A C O M P E S S O A L

Receita Corrente Líquida 11.680.833,22

Limite máximo – 54% (art. 20 LRF) 6.307.649,94

Limite Prudencial – 95% do limite máximo (art. 22) 5.992.267,44

Limite para alerta – 90% do limite máximo (art. 59) 5.676.884,94

Despesa realizada com pessoal 6.408.305,39

Percentual da Despesa na Receita Corrente Líquida 54,86

Na diligência anual o Gestor contestou o percentual de pessoal de 54,86% apurados pela Inspetoria Regional, em função de inclusão de valores relativos a despesas com locação de sistema, serviço de radiofusão e Cooperativa de Médicos que totalizam R$ 1.046.074,44 terem sido incluídas como despesa com pessoal.

Nesta Relatoria em reanálise dos processos de pagamento no SIGA, constatou-se que dos valores reclamados pelo Gestor, efetivamente apenas R$ 40.275,00 não se constituem como despesa com pessoal, e assim, o valor definitivo de despesa com pessoal no 3º quadrimestre é de R$ 6.368.030,39, que corresponde a 54,52% da Receita Corrente Líquida de R$ 11.680.833,22.

CONTROLE DA DESPESA TOTAL COM PESSOAL

O parágrafo único do art.21, da Lei Complementar nº 101/000 (LRF), dispõe:

“Art. 21

Parágrafo único. Também é nulo de pleno direito o ato de que resulte aumento da despesa com pessoal expedido nos cento e oitenta dias anteriores ao final do mandato do titular de respectivo Poder ou órgão referido no art.20.”

O total da despesa com pessoal efetivamente realizado pela Prefeitura, no período de julho de 2011 a junho de 2012, foi de R$ 5.929.754,66. A Receita Corrente Líquida somou R$ 11.311.067,96, resultando no percentual de 52,42%.Já no período de janeiro a dezembro de 2012, o total da despesa com pessoal realizado pela Prefeitura correspondeu a R$ 6.408.305,39, equivalente a 54,86% da Receita Corrente Líquida de R$ 11.680.833,22, constatando-se assim, acréscimo de 2,44% em relação ao período de julho de 2011 a junho de 2012.

Relatórios Resumidos da Execução Orçamentária e de Gestão Fiscal

Publicidade – arts. 6º e 7º, da Resolução nº 1.065/05

Na diligência anual o Gestor apresentou os comprovantes das publicações dos Relatórios Resumidos da Execução Orçamentária 21

e de Gestão Fiscal, realizadas no Diário Oficial dos Municípios em meio eletrônico, às fls. 1652/1655, cumprindo assim o disposto nos arts. 52 e 55, § 2º, da Lei Complementar nº 101/00 e 6º e 7º, da Resolução TCM nº 1.065/05.

Audiências Públicas

Foi cumprido o § 4º, do art. 9º, da Lei Complementar nº 101/00, que dispõe que “até o final dos meses de maio, setembro e fevereiro, o Poder Executivo demonstrará e avaliará o cumprimento das metas fiscais de cada quadrimestre, em audiência pública na comissão referida no § 1º, do art. 166, da Constituição ou equivalente nas Casas Legislativas estaduais e municipais”. Encontra-se às fls. 396/398 as cópias das atas das audiências públicas.

DAS RESOLUÇÕES DO TRIBUNAL

ROYALTIES – Resolução TCM nº 931/04 e CONTRIBUIÇÃO DE INTERVENÇÃO NO DOMÍNIO ECONÔMICO – CIDE – Resolução TCM nº 1.222/05

Conforme Pronunciamento Técnico o Município recebeu recursos oriundos do Royalties/Fundo Especial e da CIDE em R$ 92.753,44 e R$ 12.990,72, respectivamente, não sendo identificadas despesas incompatíveis com as legislações vigentes. Entretanto, alerta-se ao atual Gestor que segundo o Sistema de Informações e Controle de Contas (SICCO), permanece a pendência de restituição à conta específica do Royalties/Fundo Especial, com recursos municipais, de R$ 2.046,71, devendo ser restituído com recursos municipais em parcela única a contar do trânsito em julgado do presente processo, com remessa da comprovação a esta Corte de Contas, sob pena de responsabilidade e comprometimento de contas futuras.

Processo Responsável (eis) Natureza Valor R$ Observação

00900-08 EDNON MARTINS RODRIGUES FEP 2.046,71

restituição , com recursos municipais, da importância de r$ 2.046,71 àconta do royalties/fep divergê

RESOLUÇÃO TCM nº 1.060/05

Demonstrativo dos Resultados Alcançados

Não foi encaminhado o Demonstrativo dos Resultados Alcançados pelas medidas adotadas, descumprindo o art. 13, da Lei

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Complementar nº 101/00 – LRF (item 30, do art. 9º, da Resolução TCM nº 1.060/05).

Foi apresentado na defesa como Demonstrativo dos Resultados Alcançados, consultas processuais acerca das ações ajuizadas pelo município, não se constituindo de fato, no Demonstrativo dos Resultados Alcançados na forma prevista no art. 13, da Lei Complementar nº 101/00 – LRF e item 30, do art. 9º, da Resolução TCM nº 1.060/05.

Relatório de Projetos e Atividades

Consta às fls. 399/404 o Relatório firmado pelo Prefeito quanto aos projetos e atividades concluídos e em conclusão, com identificação da data de início, data de conclusão, quando couber, e percentual da realização física e financeira, em cumprimento ao item 32, do art. 9º, da Resolução TCM nº 1.060/05 e parágrafo único, do art. 45, da Lei Complementar nº 101/00 – LRF.

RESOLUÇÃO TCM nº 1.282/09

Como o Pronunciamento Técnico não faz qualquer registro dos dados informados pelo Ente jurisdicionado no Sistema Integrado de Gestão e Auditoria – SIGA, e de seus respectivos relatórios, relativos aos gastos do Poder Executivo Municipal com obras e serviços de engenharia, servidores nomeados e contratados, bem como o total de despesa de pessoal confrontado com o valor das receitas no semestre e no período vencido do ano, além dos gastos com noticiário, propaganda ou promoção, no exercício 2012, conforme disposto nos inc. I, II e III, do § 2º, combinado com o § 3º, ambos do art. 6º da Resolução TCM nº 1.282/09, de 22/12/2009, deixa esta Relatoria de se manifestar sobre estas questões, sem prejuízo de exame e julgamento em eventuais questionamentos.

MULTAS E RESSARCIMENTOS PENDENTES

O Sistema de Informações sobre Multas e Ressarcimentos deste Tribunal registra as seguintes pendências, sendo uma multa e um ressarcimento do Gestor destas contas, ressalvando que venceram em 2013:

Multas

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Processo Multado Cargo Vencimento Valor R$

08731-12 ALEX RONAN VIANA MOTA Prefeito 12/01/2013 5.000,0002149-07 ALOISIO FERRAZ

FILADELFOEx-Prefeito 10/07/2008 500,00

91121-04 ALOISIO FERRAZ FILADELFO

Ex-Prefeito 10/07/2008 1.500,00

09603-07 ALOISIO FERRAZ FILADELFO

Ex-Prefeito 18/07/2008 500,00

07782-08 JOSE BONFIM DA SILVA PEREIRA

Presidente 03/04/2009 1.000,00

08956-09 JOSÉ BONFIM DA SILVA PEREIRA

Presidente 18/02/2010 500,00

08956-09 JOSÉ BONFIM DA SILVA PEREIRA

Presidente 18/02/2010 6.120,00

08947-09 EDNON MARTINS RODRIGUES

Ex-Prefeito 14/12/2009 1.000,00

90486-10 ELISIO PEREIRA DE SOUZA Presidente 30/01/2011 800,00

00900-08 EDNON MARTINS RODRIGUES

Prefeito 06/06/2011 500,00

90654-11 UILSON FRANCISCO DA SILVA

Presidente 19/09/2011 500,00

08724-11 ELISIO PEREIRA DE SOUZA Presidente 19/12/2011 500,00

08856-12 UILSON FRANCISCO DA SILVA

Presidente 15/04/2013 700,00

04235-13 UILSON FRANCISCO DA SILVA

Presidente 15/09/2013 500,00

Ressarcimentos

Processo Responsável(eis) Cargo Vencimento Valor R$

08731-12 ALEX RONAN VIANA MOTA PREFEITO 12/01/2013 7.900,0007187-98 ELIAS PEREIRA DE SOUZA

FILHOPREFEITO 30/06/1999 29.574,32

00362-98 ELIAS PEREIRA DE SOUZA FILHO

PREFEITO 10/10/1999 77.500,00

10708-00 ELIAS PEREIRA DE SOUZA FILHO

PREFEITO 31/03/2001 19.620,90

08558-01 ELIAS PEREIRA DE SOUZA FILHO

EX-PREFEITO 26/08/2001 3.543,04

02257-00 ELIAS PEREIRA DE SOUZA FILHO

PREFEITO 27/06/2000 4.200,00

01535-02 ELIAS PEREIRA DE SOUZA FILHO

EX-PREFEITO 08/06/2002 20.581,03

08155-00 ELIAS PEREIRA DE SOUZA FILHO

PREFEITO 21/11/2000 13.921,92

14037-02 ELIAS PEREIRA DE SOUZA EX-PREFEITO 04/05/2003 6.740,00

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FILHO

12700-02 ALOISIO FERRAZ FILADELFO PREFEITO 26/08/2004 9.437,06

03399-05 ALOÍSIO FERRAZ FILADELFO EX-PREFEITO 18/05/2007 114.881,99

03313-07 ALOÍSIO FERRAZ FILADELFO EX-PREFEITO 26/08/2007 508,12

91121-04 ALOISIO FERRAZ FILADELFO EX-PREFEITO 02/09/2007 16.196,41

02149-07 ALOÍSIO FERRAZ FILADELFO EX-PREFEITO 02/09/2007 8.573,18

Na defesa o Gestor limitou-se a informar que o município está empenhado para realizar as cobranças administrativas e judiciais para recuperação desse crédito, sem apresentar qualquer documento comprobatório.

Registre-se que o Gestor tem por obrigação adotar medidas efetivas de cobrança, inclusive judiciais, das multas e ressarcimentos impostos pelo TCM a agentes políticos municipais, sob pena de responsabilidade, promovendo a sua inscrição na dívida ativa, daqueles que ainda não o foram, já que as decisões dos Tribunais de Contas, por força do estatuído no artigo 71, § 3º da Constituição da República, das quais resulte imputação de débito ou multa, têm eficácia de título executivo.

Ressalte-se que em relação às multas, a cobrança tem de ser efetuada antes de vencido o prazo prescricional, “sob pena de violação do dever de eficiência e demais normas que disciplinam a responsabilidade fiscal”. A omissão do Gestor que der causa à sua prescrição resultará em lavratura de Termo de Ocorrência para ressarcimento do prejuízo causado ao Município. Caso não concretizado, importará em ato de improbidade administrativa, pelo que este TCM formulará Representação junto à Procuradoria Geral da Justiça.

VOTO

Em face do exposto, com base no art. 40, inciso III) c/c o art. 43, da Lei Complementar nº 06/91, vota-se pela rejeição, porque irregulares das contas da Prefeitura Municipal de Feira da Mata, exercício financeiro de 2012, constantes do presente processo, de responsabilidade do Sr. Alex Ronan Viana Mota, pelos seguintes motivos:

• descumprimento do artigo 42 da Lei Complementar 101/00 – Lei de Responsabilidade Fiscal, por não haver disponibilidade de caixa suficiente para quitar os Restos a Pagar do exercício

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em R$ 656.262,24 e das Despesas de Exercícios Anteriores em R$ 105.632,95;

• não apresentação à 25ª IRCE de 15 (quinze) processos licitatórios, dispensas e/ou inexigibilidades para análise mensal, em descumprimento à Resolução TCM 1060/05, totalizando R$ 1.914.515,51.

As conclusões consignadas nos Relatórios e Pronunciamentos técnicos submetidos à análise desta Relatoria levam a registrar, ainda, as seguintes ressalvas:

• descumprimento do limite da despesa com pessoal, estabelecido no art. 20, inciso III, “b”, da Lei Complementar nº 101/00, tendo gasto o equivalente a 54,52% da RCL;

• Reincidência no descumprimento de determinação deste Tribunal quanto à não restituição à conta do FUNDEB de R$ 2.675,60, relativos a exercícios anteriores e no descumprimento de determinação deste Tribunal quanto à não restituição à conta do FEP de R$ 2.046,71, relativos a exercícios anteriores;

• divergências detectadas nos valores registrados nos balancetes mensais e os Anexos que compõem esta Prestação de Conta, que afetam o resultado da Execução Orçamentária e Patrimonial do exercício, demonstrando descontrole na elaboração das peças contábeis;

• orçamento elaborado sem critérios adequados de planejamento;

• tímida cobrança da dívida ativa;

• omissão na cobrança de multas e ressarcimentos imputados a agentes políticos do Município;

• descumprimento das Resoluções TCM nº 1.276/08 e 1.277/08, em decorrência da ausência dos Pareceres do Conselho Municipal de Educação e de Saúde assinados por seus membros;

• descumprimento da Resolução TCM 1.060/05 – item 36 do art. 9º, pela não apresentação dos processos de cancelamentos de

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dívidas ativas e passivas em conformidade ao previsto na legislação;

• deficiente Relatório do Sistema de Controle Interno;

• não apresentação do Relatório de Transmissão de Governo, em descumprimento à Resolução TCM 1.311/12;

• ausência da relação analítica dos elementos que compõem o Ativo Realizável (Resolução TCM nº 1.060/05, art. 9º, item 24);

• ausência do demonstrativo contendo o último lançamento no livro diário (Resolução TCM nº 1.060/05, art. 9º, item 27);

• apresentação de comprovantes por meio de certidões ou extratos emitidos pelos órgãos pertinentes, demonstrando os saldos das dívidas registradas no Passivo Permanente do Balanço Patrimonial do exercício em desacordo ao previsto na Resolução TCM nº 1.060/05, art. 9º, item 39;

• outras ocorrências consignadas no Relatório Anual expedido pela CCE, a a exemplo de ausência de boletim/planilha de medição de obras e/ou serviços, na instrução dos processos de pagamento nºs 1108, 1111, 1021; despesas com publicidade sem que constem dos autos elementos que comprovem a efetiva publicação e seu conteúdo conforme determinado no Parecer Normativo nº 11/2005, através dos processos de pagamentos nºs 63 (R$ 2.500,00), 211 (R$ 2.500,00), tendo como credor a empresa Rádio Carinhanhense Ltda., totalizando R$ 5.000,00; ausência de informação no SIGA de dados referentes a licitações, a exemplo de publicações, certidões de prova de regularidade fiscal e trabalhista;

Por esses motivos, aplica-se ao Gestor, com arrimo no art. 71, inciso I, c/c o art. 76, da mesma Lei Complementar, multa de R$ 20.000,00 (vinte mil reais) e o ressarcimento ao Erário, com recursos pessoais, de R$ 5.000,00 (cinco mil reais), referente a despesas com publicidade sem que constem dos autos elementos que comprovem a efetiva publicação e seu conteúdo, lavrando-se para tanto a competente Deliberação de Imputação de Débito, nos termos regimentais, quantias estas que deverão ser quitadas no prazo e condições estipulados nos seus arts. 72, 74 e 75. 27

Determinações ao Gestor:

1− Adotar medidas efetivas de cobrança das multas e ressarcimentos relacionados acima, aplicadas a agentes políticos do Município, inclusive dele próprio, sob pena de responsabilidade, promovendo a sua inscrição na dívida ativa, daqueles que ainda não o foram, inclusive com promoção de ação executiva judicial, já que as decisões dos Tribunais de Contas, por força da estatuído no artigo 71, § 3º da Constituição da República, das quais resulte imputação de débito ou multa, têm eficácia de título executivo.

2− Restituir, à conta do FUNDEB, o valor de R$ 2.675,60, no prazo de 60 (sessenta) dias a contar do trânsito em julgado deste pronunciamento e de, referentes a exercícios anteriores, em parcela única, devendo a CCE acompanhar o cumprimento desta determinação, ficando o Gestor advertido que a reincidência no desvio de finalidade na aplicação dos recursos do FUNDEB ou o não cumprimento da determinação dos estornos, conforme acima consignado, poderá comprometer o mérito de suas contas futuras;

3− Restituir, à conta do FEP, o valor de R$ 2.046,71, relativos a exercícios anteriores, em parcela única, devendo a CCE acompanhar o cumprimento desta determinação, ficando o Gestor advertido que a reincidência no desvio de finalidade na aplicação dos recursos do FEP ou o não cumprimento da determinação dos estornos, conforme acima consignado, poderá comprometer o mérito de suas contas futuras.

4− Adotar medidas urgentes para os recolhimentos de “INSS” em R$ 39.635,21, porquanto deixar de repassar à Previdência Social, no prazo legal, as contribuições recolhidas dos contribuintes, caracteriza ilícito penal tipificado como “apropriação indébita previdenciária”, com as cominações previstas na Lei Federal nº 9.983, de 14 de julho de 2000.

5− Encaminhar à 2ª CCE no prazo de 30 (trinta) dias a contar do trânsito em julgado deste processo os processos de pagamento de subsídios reclamados no Pronunciamento Técnico, conforme consignado neste decisório.

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Determinações à CCE:

• Examinar as folhas de pagamento de subsídios que deverão ser apresentadas pelo Gestor, conforme determinado acima e, se constatar irregularidades, lavrar Termo de Ocorrência.

Determinações à SGE:

• Extrair os documentos de fls. 462/477, referentes à restituição da glosa do FUNDEB em R$ 73.670,65 e encaminhar para a 3ª Diretoria de Controle Externo, para fins de registro.

Em face das irregularidades consignadas nos autos, notadamente descumprimento do art. 42 da Lei de Responsabilidade Fiscal e da Lei nº 8.666/93, determina-se a formulação de representação, por intermédio da Assessoria Jurídica deste TCM, ao douto Ministério Público Estadual, com fundamento nos arts. 1º, inciso XIX e 76, inciso I, letra “d”, da Lei Complementar nº 06/91.

SALA DAS SESSÕES DO TRIBUNAL DE CONTAS DOS MUNICÍPIOS DO ESTADO DA BAHIA, em 26 de novembro de 2013.

Cons. Paulo Maracajá PereiraPresidente

Cons. Paolo Marconi Relator

Este documento foi assinado digitalmente conforme orienta a resolução TCM nº01300-11. Para verificar a autenticidade deste parecer, consulte o Sistema de Acompanhamento de Contas ou o site do TCM na Internet em www.tcm.ba.gov.br e acesse o formato digital assinado eletronicamente.

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