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Rádio

Iniciei a minha carreira jornalística no meio Rádio em 1989, como produtor e

apresentador do programa “Rádio Blufo” da OPAD (Organização dos Pioneiros “Abel

Djassi”) na Radiodifusão Nacional (RDN). O programa era gravado as sextas-feiras e

transmitido aos domingos das 08h30 as 09h00. Tinha um formato generalista e abordava

essencialmente os direitos das crianças a luz da ideologia política e filosófica do PAIGC

(Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo-Verde). Também tinha rubrica para

as notícias da OPAD e entrevistas. Reservava alternadamente espaço de animação para as

crianças convidadas aos Estúdios e o correio dos ouvintes. Em datas comemorativas e

festivas ligadas a infância a “Rádio Blufo” com o apoio da RDN realizava emissões

especiais directas e interactivas, normalmente com a duração de uma hora e 30 minutos.

Com vista a uma produção e apresentação do programa “Rádio Blufo” de

qualidade, o então Diretor-geral da RDN, Dr. Raimundo Pereira, autorizou o meu estágio

na Rádio Nacional a fim de estar munido de técnicas básicas de produção radiofónica

(produção, realização, registo e montagem, apresentação e animação radiofónica) bem

como as técnicas jornalísticas do meio rádio para elaboração de notícias, entrevistas,

reportagens e debates tendo em conta a minha colaboração com a Rádio no concernente

ao envio de Notas de Imprensa sobre as actividades da organização. A colaboração com

a RDN foi interrompida em Maio de 1990, quando fui chamado para a tropa.

Quando fui colocado em Bissau, no Estado-Maior General das FARP (Forças

Armadas Revolucionárias do Povo), continuei a produzir e apresentar o programa infantil

“Rádio Blufo” da OPAD na Radiodifusão Nacional (RDN) até a suspensão da sua emissão

por imperativos da Lei de Imprensa, (Lei nº4/91, de 3 de Outubro) através da revisão

constitucional de 1991, que deu a abertura política e multipartidária na Guiné-Bissau.

Esta revisão constitucional permitiu a despartidarização das Forças Armadas e a

consequente queda do artigo 4º da Constituição da República, de 16 de Maio de 1984

que dava o PAIGC, partido libertador como a única força política e dirigente da sociedade

guineense.

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De acordo com a Lei de Imprensa, os órgãos da Comunicação Social são os meios

privilegiados para garantir o exercício do direito da liberdade de expressão, de

pensamento, de ideias, de opinião, e entre outros consagrados na Constituição da

República como direitos fundamentais.

Em cumprimento desta lei, os programas das organizações de massa do PAIGC,

nomeadamente, da JAAC e da UDEMU bem como da própria OPAD foram suspensos nas

antenas da RDN.

Como estratégia, o espaço de antena onde se emitia o programa “Rádio Blufo” da

OPAD passou para a tutela da AMIC (Associação dos Amigos da Criança) no mesmo ano

(1991). O programa mudou do formato e tem a nova denominação: “Bantaba di

Prentchéntchés” que em português significa espaço de diversão das crianças.

A AMIC na sua parceria com a ONG Internacional Save the Children (Radda

Barnen) da Suécia, obteve o patrocínio do programa para aquisição de materiais e

equipamentos de produção e de reportagem, os custos de antena na Radiodifusão

Nacional (RDN) e subsídios para a equipa do programa, mais tarde dirigido por Fernando

Saldanha.

De 5 a 16 de Maio de 1997, participei no Curso de Aperfeiçoamento em Jornalismo

de Rádio e no Curso de Formação de Animadores de Rádio que decorreram nas

dependências da Radiodifusão Nacional (RDN) e ministrados pelo Centro Protocolar de

Formação Profissional para Jornalistas (CENJOR) no quadro da Cooperação com Portugal

no domínio da Comunicação Social. A sessão de formação com os jornalistas decorria no

período de manhã e à tarde com os animadores de Rádio. Os cursos não foram

certificados pelo CENJOR. A Jornalista Maria da Conceição da Silva Évora vulga São, era a

Directora-Geral da RDN.

Em Fevereiro 1997, inscrevi como sócio da Associação de Jornalistas da Guiné-

Bissau (AJGB).

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De 2 a 6 de Março de 1998, participei no seminário de formação sobre as Rádios

Comunitárias promovido pela Liga Guineense dos Direitos Humanos em parceria com a

Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID) e orientado

pela Jornalista Ana Guedes, da Rádio Voz da América.

De 15 a 17 de Abril de 1998, participei no seminário nacional de formação de

Jornalistas em matéria dos direitos humanos, organizado pela Associação Nacional de

Jovens Jornalistas em colaboração com a Liga Guineense dos Direitos Humanos. No

mesmo ano (1998), tornei-me membro desta organização da classe jornalística.

De 4 a 23 de Agosto de 1999, tirei o Curso de Formação Profissional de Técnicas

de Rádio e Jornalismo Político ministrado pelo Centro Protocolar de Formação

Profissional para Jornalistas (CENJOR) em Bissau e certificado em Lisboa.

De 1 de Outubro de 1999 a 30 de Setembro de 2000, fui Consultor e Director da

Rádio Comunitária de Bafata.

De 28 de Março e 1 de Abril de 2000, no quadro do programa de formação de

Jornalistas da Rádio Comunitária de Bafata, participei na sessão de formação sobre as

técnicas de produção e de animação comunitária do programa “Rádio Guneyi” da Plan

Internacional/Senegal que teve lugar na região senegalesa de Louga.

Com a cessação do contrato com a Plan Internacional fui trabalhar para a estação

privada de Rádio Galáxia de Pindjiguiti como Jornalista Repórter.

De Outubro de 2001 a Dezembro de 2002, fui Director da Rádio Sintchan Oco

instalada na cidade de Gabú, região do mesmo nome, capital comercial do país.

Propriedade do Jornalista e Empresário José Rodrigues Santy, proprietário da Rádio

Galáxia de Pindjiguiti, a primeira rádio privada do país.

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Quando exercia a directoria da Rádio Sintchan Oco, elaborei em Maio de 2002, o

projecto denominado “Apoio a Difusão de Mensagens sobre a Saúde Reprodutiva na

região de Gabú e Reportagens nas Tabancas” submetido ao Fundo das Nações Unidas

para População (FNUAP ou UNFPA).

A 1 de Junho de 2002, a Radio Sintchan Oco e o UNFPA assinaram um

Memorando de Acordo de financiamento do projecto para o período de sete (7) meses

(Junho a Dezembro de 2002).

O projecto visava a produção e difusão de mensagens sobre a saúde sexual e

reprodutiva e a realização de reportagens nas tabancas sobre os problemas que afectam

as populações e as respectivas comunidades com vista a mudança de atitudes, hábitos,

comportamentos e práticas nefastas.

Aliás, a Rádio Sintchan Oco de Gabú com a capacidade de cobertura regional,

serve-se de suporte e êxito de intervenção comunitária dos projectos sectoriais que visam

a participação das populações nas actividades dos mesmos e a melhoria das suas

condições de vida e do desenvolvimento comunitário locais.

E, para a execução do projecto, a Rádio “Sintchan Oco” criou dois programas

radiofónicos generalistas: O Programa “Saúde di nô populaçon” aborda os temas da

saúde no geral e em particular, a saúde reprodutiva e componentes comuns:

planeamento familiar e métodos de contracepção; o sexo e a sexualidade; a mortalidade

materno-infantil, o mutualismo para a saúde; os cuidados obstétricos de urgência e

neonatal; a mutilação genital feminina motivada por razões (psicossociais, sociológicas,

higiénicas, estética, místicas e religiosas); os direitos à saúde e direitos reprodutivos; o

casamento e a gravidez precoce nos adolescentes e jovens; o VIH/SIDA e as Infecções

Sexualmente Transmissíveis (IST), etc.

Enquanto, o Programa “Repórter na tabanca” trata dos temas relacionados com

os problemas da população e do desenvolvimento das comunidades rurais, reportando

os exemplos de boas práticas e experiências bem-sucedidas mormente a convivência e a

paz social; as dimensões de pobreza (rendimento, segurança, educação e saúde); a

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democracia e os valores democráticos; a cidadania (direitos dos cidadãos); a gestão de

territórios de tabancas; as relações entre homens e mulheres (género); a justiça e o direito

consuetudinário (usos e costumes); o poder tradicional; a agricultura e a pastorícia; a

educação e a cultura; a história e a vida das populações nas suas tabancas, etc.

Entretanto, o projecto viria a servir-se do modelo para alargar a parceria entre as

Rádios Comunitárias e o FNUAP.

Em 2001, inscrevi-me como membro do Sindicato Nacional de Jornalistas e

Técnicos da Comunicação Social (SINJOTECS).

De 18 a 22 de Fevereiro de 2002, participei no seminário de formação em matéria

de população e desenvolvimento organizado pela Direcção-geral do Plano através da sua

Unidade de Coordenação da Política Nacional de População (UNIPOP) e financiado pelo

FNUAP com a assistência técnica do Centro de Estudos e Pesquisas em Desenvolvimento

da População (CERPOD) com sede no Mali.

De 20 a 24 de Maio de 2002, participei no seminário de formação de Animadores

das Rádios Comunitárias parceiras da Campanha Radiofónica “Sou Criança e Tenho os

Meus Direitos” organizado pela Plan Internacional Guiné-Bissau.

De 10 a 14 de Março de 2003, participei no Workshop Internacional de Formação

para o Fortalecimento de Parcerias entre as Redes Locais de Rádio FM e as Agências da

Saúde Reprodutiva sobre VIH/SIDA, organizado pela ONG norte-americana PMC

(Population Media Center) e financiado pelo Fundo das Nações Unidas para População

(FNUAP), em Joanesburgo, Africa do Sul.

Em Novembro de 2003, fui contratado pela Radio Sol Mansi, Emissora Católica

Guineense, para produzir dez (10) programas radiofónicos para a sensibilização das

populações sobre a democracia e cidadania com vista a participação nas eleições

legislativas antecipadas, que viriam a ser adiadas. A produção foi financiada pela OSIWA e

os programas foram gravados em formato de K7 e CD nos Estúdios da Rádios Sol Mansi

em Mansoa e distribuídos para transmissão em todas as rádios comunitárias do país.

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De 5 a 16 de Janeiro de 2004, participei no curso de Capacitação em Organização

e Gestão Empresarial do Negócio da Media organizado e administrado pela MICRO-TIPS

com o patrocínio financeiro da Fundação OPEN SOCIETY, uma ONG norte americana de

promoção da democracia, boa-governação e liberdade de imprensa.

De Julho de 2005 a Dezembro de 2009, desempenhei as funções de Director da

Rádio Comunitária Number One “Voz de Gabú” reequipado com o apoio da ONG

REDECO (Rede de Media Comunitárias da Guiné-Bissau) no quadro do Acordo de

Parceria assinado entre a Rádio e a Open Society Initiative for West Africa (OSIWA).

De Março de 2006 a Dezembro de 2007, fui correspondente da PlusNews-

Português na Guiné-Bissau, uma Agência de Informação sobre VIH/SIDA que pertence a

Rede Integrada de Informação Regional (IRIN) ao serviço do Escritório para Coordenação

de Assuntos Humanitários das Nações Unidas (OCHA) com sede na Africa do Sul.

De 24 a 27 a Abril de 2006, participei no Workshop de formação de PlusNews-

Português destinado aos correspondentes nos países lusófonos realizado em Namaacha,

Moçambique com o apoio financeiro da UNICEF.

De 11 a 17 de Novembro de 2006, participei na 9ª Conferência Mundial da

Associação Mundial das Rádios Comunitárias (AMARC) sob o lema “As Vozes do Mundo

e as Ondas Livres” realizada em Aman, capital da Jordânia. Na conferência de Jordânia

inscrevi como membro da AMARC Africa.

De 12 a 16 de Fevereiro de 2007, participei no seminário de formação de gestores

das rádios comunitárias em matéria da gestão financeira organizado pela ONG REDECO.

Em Junho de 2007, fui contratado pela Representação da Organização Africana de

Propriedade Intelectual (OAPI) na Guiné-Bissau para produzir e distribuir em formato K7 e

CD, os programas e spots publicitários da campanha de divulgação de informação e de

sensibilização sobre a importância do registo do direito da propriedade industrial no

comércio.

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De 26 a 28 de Setembro de 2007 participei na formação de Jornalistas e

Animadores de Rádio “Juntos pelo Bem-Estar das Crianças na Guiné-Bissau”, organizado

pela Secretaria de Estado da Comunicação Social em parceria com o Fundo das Nações

Unidas para a Infância (UNICEF).

De 5 a 9 de Novembro de 2007, participei no Atelier Regional sobre a

Comunicação e Plaidoyer para a Segurança dos Produtos da Saúde Reprodutiva nos

Media para Jornalistas e Comunicadores Tradicionais da África Francófona realizado no

Senegal. O atelier foi organizado pela Rede Africana de Jornalistas em População e

Desenvolvimento com sede em Kinshasa, República Democrática do Congo (RDC) em

colaboração com os escritórios do FNUAP de Harare, Zimbabué e de Dakar, Senegal. O

atelier foi uma ocasião para a minha inscrição como membro desta organização africana.

De 22 a 26 de Junho de 2009, fui facilitador do seminário de capacitação de

produtores e apresentadores do programa de saúde reprodutiva nas rádios comunitárias

em técnicas de recolha, tratamento e difusão de informação e de mensagens educativas

para as populações rurais, organizado pelo PTA “Oferta dos Serviços de Saúde

Reprodutiva de Qualidade e de Prevenção do VIH/SIDA” do Serviço de Saúde da Família

através da Direcção de Informação, Educação e Comunicação para a Saúde (DIECS) do

Ministério da Saúde Pública em colaboração com a Rede de Jornalistas em Matéria de

População e Desenvolvimento “REJOPOD”.

Para além deste seminário, fui facilitador de vários seminários do género bem

como do seminário de formação em Técnicas de Elaboração de Projectos de Patrocínios

de Programas Radiofónicos destinado aos Directores e Responsáveis Administrativos e

Financeiros dos Media parceiros da REDECO/OSIWA.

Em 10 de Setembro de 2009, participei no 1º Seminário de Formação sobre a

Importância da Propriedade Intelectual à Intenção de Jornalistas promovido pela

Estrutura Nacional de Ligação da Organização Africana de Propriedade Intelectual

(OAPI/Guiné-Bissau).