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ESTADO DE GOIÁS ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA 1 Comissão de Direitos Humanos, Cidadania e Legislação Participativa – Assembleia Legislativa de Goiás Alameda dos Buritis, nº. 231, sala 200, Setor Oeste. Goiânia-GO. CEP:74019-900. Fones (62): 3221-3167/3221-3222 Fax (62): 3221-3167 e-mail: [email protected] ou [email protected] / site: www.maurorubem.com.br Relatório sobre denúncias de Assédio Moral na Superintendência Regional do Trabalho e Emprego do Estado de Goiás 1. Introdução O presente documento cumpre atender ao objetivo de avaliar os encaminhamentos derivados de denúncia de Assédio Moral praticado na Superintendência Regional do Trabalho e Emprego do Estado de Goiás, apresentada à Comissão de Direitos Humanos, Cidadania e Legislação Participativa da Assembleia Legislativa de Goiás, derivado de denúncia apresentada pelo Sindicato dos Trabalhadores no Serviço Público Federal no Estado de Goiás – Sintsep-GO. Importa mencionar que este parecer se sustenta na atribuição regimental desta Comissão de investigar denúncias de lesão ou ameaça aos Direitos Humanos, assim como, de relações de trabalho (inciso XIII, do Artigo 45, da Resolução 1.218 de 3 de julho de 2007 – Regimento Interno Assembleia Legislativa). 2. Mediação Em 8 de outubro de 2010, a Comissão de Direitos Humanos, Cidadania e Legislação Participativa da Assembleia Legislativa de Goiás foi procurada pelo presidente do Sindicato dos Trabalhadores no Serviço Público Federal no Estado de Goiás – Sintsep-GO, Sr. Ademar Rodrigues de Souza, que protocolou por meio do Ofício n. 0138/10 do Sintsep-GO (Anexo I). Destacamos aqui o valor atribuído por esta Comissão a atividades de mediação, uma vez que soma-se ao objetivo principal de promover e defender os

Relatório sobre denúncias de Assédio Moral na ... · assédio moral, passando em seguida aos componentes da mesa dirigente, mencionada acima. Inicialmente, a audiência deu-se

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ESTADO DE GOIÁS ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA

1 Comissão de Direitos Humanos, Cidadania e Legislação Participativa – Assembleia Legislativa de Goiás

Alameda dos Buritis, nº. 231, sala 200, Setor Oeste. Goiânia-GO. CEP:74019-900. Fones (62): 3221-3167/3221-3222 Fax (62): 3221-3167 e-mail: [email protected] ou [email protected] / site: www.maurorubem.com.br

Relatório sobre denúncias de Assédio Moral na Superintendência

Regional do Trabalho e Emprego do Estado de Goiás

1. Introdução

O presente documento cumpre atender ao objetivo de avaliar os

encaminhamentos derivados de denúncia de Assédio Moral praticado na

Superintendência Regional do Trabalho e Emprego do Estado de Goiás, apresentada à

Comissão de Direitos Humanos, Cidadania e Legislação Participativa da Assembleia

Legislativa de Goiás, derivado de denúncia apresentada pelo Sindicato dos

Trabalhadores no Serviço Público Federal no Estado de Goiás – Sintsep-GO.

Importa mencionar que este parecer se sustenta na atribuição regimental

desta Comissão de investigar denúncias de lesão ou ameaça aos Direitos Humanos,

assim como, de relações de trabalho (inciso XIII, do Artigo 45, da Resolução 1.218 de 3

de julho de 2007 – Regimento Interno Assembleia Legislativa).

2. Mediação

Em 8 de outubro de 2010, a Comissão de Direitos Humanos, Cidadania e

Legislação Participativa da Assembleia Legislativa de Goiás foi procurada pelo

presidente do Sindicato dos Trabalhadores no Serviço Público Federal no Estado de

Goiás – Sintsep-GO, Sr. Ademar Rodrigues de Souza, que protocolou por meio do

Ofício n. 0138/10 do Sintsep-GO (Anexo I).

Destacamos aqui o valor atribuído por esta Comissão a atividades de

mediação, uma vez que soma-se ao objetivo principal de promover e defender os

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Alameda dos Buritis, nº. 231, sala 200, Setor Oeste. Goiânia-GO. CEP:74019-900. Fones (62): 3221-3167/3221-3222 Fax (62): 3221-3167 e-mail: [email protected] ou [email protected] / site: www.maurorubem.com.br

Direitos Humanos, o intuito de dotar de eficiência e fluidez o serviço público, buscando

soluções que dentro da legalidade garantam os direitos dos trabalhadores ao mesmo

tempo em que se prioriza o atendimento aos cidadãos pela administração pública.

Assim, mediante à apresentação da denúncia oficiamos o Ministério Público

do Trabalho e o Ministério Público Estadual, buscando estabelecer contato com o

suposto assediador no sentido de agendar audiência entre o superintendente Samuel

Alves Silva e os trabalhadores reclamantes, visando melhor esclarecer os fatos.

Desta forma, salientamos que a realização das mencionadas audiências

públicas ocorreram devido o insucesso das iniciativas de mediação entre

superintendente e trabalhadores realizadas por esta Comissão.

A exemplo de reunião organizada por nosso intermédio nas dependências da

Superintendente Regional do Trabalho e Emprego do Estado de Goiás, em 17 de

novembro de 2010, infelizmente frustrada pelo acirramento de ânimos dos

participantes.

Por fim, passamos a descrever e avaliar a realização das Audiências

Públicas realizadas nas dependências da Assembleia Legislativa de Goiás, nos dias 6

e 14 de dezembro de 2010, tratando de denúncias de prática de assédio moral pelo Sr.

Samuel Alves Silva, Superintendente Regional do Trabalho e Emprego do Estado de

Goiás contra servidores sob sua gestão.

3. Audiência Pública de 6/dez/2010

A Comissão de Direitos Humanos, Cidadania e Legislação Participativa da

Assembleia Legislativa do Estado de Goiás, presidida pelo Deputado Estadual Mauro

Rubem (PT), realizou em 6 de dezembro de 2010 Audiência Pública, no Auditório Solon

Amaral da Assembleia Legislativa do Estado de Goiás, com o propósito de abordar

denúncia de Assédio Moral que ocorre na Superintendência Regional do Trabalho e

Emprego do Estado de Goiás (SRTE-GO).

Foram convidadas as seguintes autoridades e representações para

participarem das Audiências Públicas realizadas: Ademar Rodrigues de Souza,

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Sindicato dos Trabalhadores no Serviço Público Federal – Sintsep-GO; Bruno Cezar da

Luz Pontes, Procuradoria Federal no Estado de Goiás; Januário Justino Ferreira,

Procuradoria Regional do Trabalho da 18ª Região – Goiás; Josemilton Maurício da

Costa, Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Federal – Condsef;

Leoclides Milton Arruda, Ouvidoria Geral – Ministério do Trabalho e Emprego; Luiz

Gonzaga Álvares de Oliveira, Contoladoria Geral da União – GO; Marco Túlio de

Oliveira e Silva, Ministério Público Federal – Procuradoria da República em Goiás;

Maria das Graças Gonçalves da Silva, Comissão de Ética do Ministério do Trabalho e

Emprego; Maria Euzébia de Lima, Central Única dos Trabalhadores – CUT/GO;

Samuel Alves Silva, Superintendência Regional do Trabalho e Emprego SRTE-GO; e

Welton José Luiz de Oliveira, Associação dos Auditores Fiscais do Trabalho de Goiás –

Sindifit-GO.

Estiveram presente na mesa dirigente da audiência o Deputado Estadual

Mauro Rubem; Ademar Rodrigues de Souza (Sintsep-GO); Nalva Oliveira Resende,

(SRTE-GO); Rogério Antonio Expedito (Condsef); Welton José Luiz de Oliveira (Sindifit-

GO).

A Comissão realiza debates em diversas áreas e a aplicação das normas e o

diálogo é a melhor forma de resolver os conflitos. O Deputado Mauro Rubem enfatizou

que o processo de discussão esclarece os problemas levantados, facilitando as

investigações dos direitos violados, garantindo que os violadores sejam pressionados e

punidos na forma da lei.

A audiência pública em tela adotou a dinâmica, conceitualização de assédio

moral por parte de jornalista do Sintsep-GO, depoimentos de servidores vítimas de

assédio moral, passando em seguida aos componentes da mesa dirigente, mencionada

acima.

Inicialmente, a audiência deu-se início com exposição do jornalista do

Sintsep-GO, Sr. Rodrigo Lelis, realizando breve apresentação conceituando o Assédio

Moral, relatando as estratégias do agressor, as conseqüências para a saúde do

indivíduo e o que a vítima deve fazer se passar por situações semelhantes à citada na

audiência.

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O assédio moral entendido como forma de humilhação no trabalho ou terror

psicológico, acontece quando se estabelece uma hierarquia autoritária, que coloca o

subordinado em situações humilhantes, também revelado por atos e comportamentos

agressivos que visam, sobretudo a desqualificação e desmoralização profissional e a

desestabilização emocional e moral dos assediados, tornando o ambiente de trabalho

desagradável, insuportável e hostil, ensejando em muitos casos o pedido de demissão

do empregado, podendo levar à debilidade da saúde do trabalhador, prejudicando seu

rendimento.

A vítima do Assédio Moral deve resistir, procurar conversar com amigos na

empresa, sobretudo com a família; ser solidário com os colegas de trabalho, o que

propicia maior capacidade para o enfrentamento dessas situações de agressões e

humilhações, afinal, todos estão sujeitos ao assédio.

Cabe lembrar que no dia 8 de abril de 2010, os servidores da

Superintendência Regional do Trabalho e Emprego, deflagraram a paralisação do

trabalho, em defesa da implantação da Reestruturação do Plano de Carreira dos

Servidores Administrativos do MTE, exercendo seu direito constitucional de greve.

Em seguida, ouviu-se o primeiro depoimento de vítimas de assédio com a

Sra. Selma Alves Montelo, emocionando-se com a descrição de sua experiência,

comentando inclusive documentos apresentados por projetor instalado no auditório

(Anexo II). Lembrou que fora destituída de sua função de Chefe de Setor de

identificação e Registro Profissional, da Seção de Políticas de Trabalho, Emprego e

Renda da SRTE-GO. Função essa que era exercida da melhor forma possível até a

deflagração da greve.

A servidora Selma Alves Montelo estava usufruindo o direito de greve quando

foi envolvida no episódio referente à liberação de 2.500 (duas mil e quinhentas) CTPS,

pedido realizado pela Superintendência do Trabalho (SINE), para a emissão em seus

postos de atendimento e mutirões. Momento aquele, que não haveria condições para

se fazer a entrega das referidas CTPS.

Segundo a Chefe da Seção e Políticas de Trabalho, Emprego e Renda, Sra.

Istênia Serra Dourada de S. P. e Silva (documento – Anexo II), a destituição da Sra.

Selma é fundada em várias reclamações quanto ao trato com os clientes externos e

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com os colegas do Setor. Fazendo-se necessária a solicitação da troca da chefia,

visando melhor andamento das atividades.

Embora a servidora Selma estivesse amparada por Medida Cautelar do

Superior Tribunal de Justiça, que proíbe a Superintendência Regional do Trabalho e

Emprego em Goiás e quaisquer de suas Autoridades Administrativas, “de todo e

qualquer ato que venha a representar prejuízo administrativo, funcional e financeiro aos

servidores em greve até decisão final do dissídio coletivo”, a Superintendência a

destituiu do cargo.

A Sra. Selma também relatou que o Sr. Samuel Alves Silva, Superintende

Regional do Trabalho e Emprego de Goiás, exigiu lista com horários de entrada e saída

controladas por um segurança, controle de idas ao banheiro (monitorado por câmeras)

dentre outras condutas repressivas.

Relatou-se também, que houve uma reunião dos servidores com o

Superintendente, exigindo um melhor tratamento com os mesmos, o que

posteriormente resultou em perseguições e remanejamento de funções, tornando o

ambiente de trabalho difícil, causando sofrimento físico e psicológico.

O segundo relato de assédio moral foi apresentado pela Sra. Adriana Ferreira

da Silva Oliveira Borges apresentou seu relato (documentos – Anexo II), recordando

que em 3 de setembro de 2009 foi nomeada Chefe Substituta da Seção de Relações

do Trabalho. Porém, no dia 6 de junho de 2010, a servidora se viu obrigada a abdicar

do cargo por questões de saúde. Assim, visto que sua saúde poderia ocasionar

afastamentos do trabalho, solicitou em caráter irrevogável a sua exoneração do cargo.

Entretanto, a Sra. Adriana Borges recebeu informações de que não bastavam

apenas laudos médicos particulares, teria que se submeter à Junta Médica do

Ministério da Saúde, o que está previsto no Decreto nº. 7.003/2009 que regulamenta a

licença para tratamento de saúde.

Feito isso, o Superintendente a obrigou voltar ao trabalho, ameaçando

inclusive comunicar à Brasília a respeito da insubordinação. Assim, a Sra. Adriana

Borges, que é servidora efetiva e se encontrava em estágio probatório, se sentiu

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ameaçada e perseguida. O Superintendente além de ter ameaçado-a, tornou público

seu estado de saúde.

Foi relatado ainda que qualquer pedido e/ou documento encaminhado

formalmente ao Superintendente seria considerado pelo mesmo como uma atitude

hostil, dificultando qualquer tipo de diálogo e solução de conflitos.

Seguindo a ordem de pedido de inscrição, ouviu-se como terceiro relato a

Sra. Raquel Rodrigues da Luz, servidora efetiva da Superintendência, exercendo o

cargo de Administrador, nível superior, cujas atribuições constituiriam em realizar

atividades de execução qualificada referentes a estudos, pesquisas, análise e projetos

sobre administração de pessoal, material, orçamento, organização e métodos, fez uso

da palavra (documentos – Anexo II).

A Sra. Raquel Luz está lotada em uma Agência de atendimento ao público na

parte de seguro desemprego e segundo Luiz Eduardo Lemos da Conceição,

Coordenador-Geral de Recursos Humanos (documento em anexo), não há atribuições

e atividades que possam ser executadas nessa Agência por um(a) Administrador(a).

A Sra. Raquel Luz mencionou que gostaria de exercer atividades específicas

de Administrador, ou seja, exercer atividades inerentes ao cargo no qual a servidora

prestou o concurso.

Como quarto relato de suspeita de assédio, passou-se a palavra ao Sr.

Walter Ferreira de Araújo, informando que é servidor capacitado lotado na área de

licitações, função que era exercida da melhor forma possível e que se faz necessária

ao bom andamento do pregão presencial e eletrônico. No entanto ao exercer o seu

direito de greve e posteriormente voltar ao trabalho, foi surpreendido com novos

servidores ocupando a sua função.

Em seguida, o quinto relato foi ouvido, proferido pelo Sr. Paulo César Ribeiro

que informou também ser servidor lotado na área de licitações e reafirmou a Medida

Cautelar do Superior Tribunal de Justiça, que proíbe a Superintendência Regional do

Trabalho e Emprego e quaisquer de suas Autoridades Administrativas, “de todo e

qualquer ato que venha a representar prejuízo administrativo, funcional e financeiro aos

servidores em greve até decisão final do dissídio coletivo”.

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Na seqüência, como sexto colaborador o Sr. José Roberto Rodrigues da

Cunha fez uso da palavra comentando, com o uso de documentos (Anexo II) que em

2004 foi instaurando um Processo Administrativo Disciplinar contra ele para

averiguação de furto de veículo oficial em sua responsabilidade. O procedimento

cominou na pena de suspensão de 30 (trinta) dias para o servidor.

O servidor já cumpriu a pena imposta pela Administração Pública, entretanto,

o Sr. José Roberto Cunha teria sido notificado da reabertura do Processo

Administrativo Disciplinar (setembro de 2010), o que ofende princípios constitucionais,

como o da segurança jurídica e o da coisa julgada, configurando de forma clara a

perseguição sofrida pelo servidor em retaliação a greve exercida pelos servidores do

Ministério do Trabalho e Emprego.

Ressalta-se que a penalidade imposta ao servidor já foi cumprida e a

possibilidade punitiva e de ressarcimento ao erário está prescrita (Art. 142; Lei nº.

8.112/80). A reabertura do processo fez com que o servidor passasse por situação

humilhante e vexatória perante os colegas de trabalho, tendo inclusive que solicitar a

mudança de ambiente de trabalho. Sr. José Roberto Rodrigues da Cunha informou que

solicitou em Audiência, equipamentos para localizar veículos que futuramente possam

a serem furtados.

Por fim, realizadas as apresentações dos relatos, a palavra foi ofertada aos

integrantes da mesa diretiva, pelo intermédio do Deputado Mauro Rubem, presidente

da Comissão de Direitos Humanos, Cidadania e Legislação Participativa.

Assim, o primeiro participante da mesa foi Sr. Welton José Luiz de Oliveira

(Sindifit) que mencionou a decisão do Superintendente Sr. Samuel Alves Silvas de sair

do cargo e que após esses conflitos e desgastes os servidores devem procurar não

levar para o trabalho o espírito de intrigas.

Em seguida, como segundo integrante da mesa diretiva ao se pronunciar, foi

dada a palavra ao Sr. Ademar Rodrigues de Souza, Presidente do Sindicato dos

Trabalhadores no Serviço Público Federal – Sintsep-GO, afirmou que o assédio moral

não acontece somente na Superintendência Regional do Trabalho e Emprego de

Goiás, e sim em muitos órgãos tanto da Administração Pública quanto da Privada.

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Segundo o Sr. Ademar Souza o empregador deve respeito ao empregado,

para que o mesmo vá ao trabalho com satisfação, respeitando sempre a dignidade da

pessoa humana.

Na seqüência consensuada pela mesa, ouviu-se Sr. Rogério Antônio

Expedito (Condsef) enalteceu os servidores pela coragem de ir a público e exigir o seu

Direito. É um exemplo para a sociedade goiana, frente a manifestação nacional

ocorrida com a participação de 26 Estados.

Segundo o Sr. Rogério, o Sr. Samuel Alves Silva não teria moral para

continuar ou ser nomeado novamente como Superintendente da Superintendência

Regional do Trabalho e Emprego de Goiás. Após sua saída, o clima mudará, tornando

o ambiente de trabalho saudável e apto para o bom desempenho da Instituição.

A Sra. Nalva Oliveira Rezende, representou o Superintendente Sr. Samuel

Alves, primeiramente explica a ausência do Sr. Samuel que estava de férias e que o

pedido da mesma foi feito antes da Audiência ser marcada.

Em relação à jornada de trabalho ter sido modificada para 8 horas, bem

como o remanejamento de funções, foi uma determinação de Brasília para suprir a

necessidade da falta de servidores da Instituição.

A Sra. Nalva O. Rezende salientou sua concordância com o lema “assédio

moral nunca mais” e se declarou contrária às práticas de assédio moral.

Comentou em diversos momentos a ausência do Sr. Samuel Alves Silva,

observando ter enviado na qualidade de substituta do superintendente ofício

informando da impossibilidade de sua presença na mencionada audiência, salientando

a importância de ouvi-lo.

Quanto aos depoimentos das vítimas de assédio moral teceu breves

comentários. Observando ter respondido por ofício solicitando hora e data para que a

servidora Selma A. Montelo buscasse o que fosse de seu interesse na

superintendência no intuito de acompanhar pessoalmente o caso.

Quanto ao depoimento de Adriana Ferreira da S. O. Borges foi observado

que o caso aconteceu em período de greve, onde a superintendência estava sobre

pressão para que a Seção de Relações de Trabalho continuasse a funcionar.

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A Sra. Nalva O. Rezende observou que questionou com a Sra. Raquel R. da

Luz seu pedido para deixar a gratificação que teria conquistado. Observou ainda

quanto aos relatos do Sr. Paulo César Ribeiro e Walter e do Sr. Walter Ferreira de

Araújo que tendo em vista a manutenção do prédio da Praça Cívica a área de licitação

não poderia ficar parada. Era inevitável a formação de nova Comissão de Licitação

para suprir as necessidades que os trabalhadores em greve criaram na referida seção.

Segundo seu relato, seria função do gestor conduzir o órgão da melhor forma

possível, para isso é necessário tomar todas as devidas providências mesmo que

essas ações gerem conflitos e insatisfações por parte dos empregados.

A Sociedade cobraria do Gestor e logicamente o Superintendente cobra dos

servidores. O conflito chegou a essa proporção pela falta de diálogo, principalmente

pela parte do Sindicato, que cortou qualquer tipo de conversa e que já teria entrado

com a representação de Assédio Moral no Ministério Público.

Foi comentado pela Sra. Nalva O. Rezende que as acusações teriam sido

submetidas à Advocacia Geral da União – AGU, dando a entender que as acusações

visavam retirar o Sr. Samuel A. Silva da posição de superintendente, o que seria bem

sucedido uma vez que o mesmo não teria intenção de continuar.

Na seqüência, após a Sra. Nalva O. Rezende declarar encerrada sua fala,

mesmo havendo mais tempo para tanto, a palavra foi aberta ao público em geral. Com

destaque a participação da Sra. Maria Euzébia de Lima (CUT-GO) que afirmou que

tudo o que fora dito seria documentado e que existem outras situações de assédio

moral como de exemplo, a do INCRA. As pessoas que não tem perfil de gestor, não

podem ocupar esse tipo de cargo. Futuramente as indicações deveriam ser feitas aos

servidores de carreira ou a uma pessoa que venha de fora para desempenhar a função

que lhe foi concedida de forma correta, justa e digna.

O Deputado Mauro Rubem que presidia a mesa lamentou a ausência do Sr.

Samuel A. Silva, observando contudo que isto não diminuiria a seriedade e relevância

dos relatos apresentados pelos servidores, realizando publicamente o compromisso de

garantir posteriormente o direito de fala e contraditório ao superintendente, em defesa e

respeito à Democracia.

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Salientamos que na ocasião da realização da audiência do dia 6 de

dezembro de 2010, esta Comissão foi informada pelo Ofício n. 1.200/2010 – Gabinete

SRTE-GO, assinado pela Sra. Nalva Oliveria Resende (Anexo I) solicitando o

adiamento desta para a partir de 14 de dezembro de 2010, contudo, a pedido do

Sintsep-GO e dos trabalhadores assediados a data foi mantida.

O Deputado Estadual Mauro Rubem, antes do encerramento, marcou a

continuação da Audiência Pública sobre Assédio Moral na Superintendência Regional

do Trabalho e Emprego para o dia 14 de dezembro de 2010, no intuito de garantir o

direito de resposta ao Superintendente Sr. Samuel Alves Silva.

Pode-se caracterizar práticas de assédio moral pela intencionalidade, com a

constante e deliberada desqualificação da vítima, seguida de sua conseqüente

fragilização. Entendendo o assédio moral como uma forma de agressão, nota-se como

conseqüência o enfraquecimento psíquico do indivíduo vitimizado, sua

despersonalização, com conseqüência danosas à saúde do trabalhador.

Observando os relatos proferidos pelos servidores que corajosamente se

expuserem publicamente na busca da defesa de seus direitos e da preservação de sua

dignidade, pode-se perceber descrições de conduta abusiva, de natureza psicológica,

que atenta contra a dignidade psíquica, de forma repetitiva e prolongada, o que expôs

os mencionados trabalhadores à situações humilhantes e constrangedoras, tendo por

efeito o mal estar, desânimo e tornando o ambiente de trabalho desagradável,

insuportável e/ou hostil.

4. Audiência Pública de 14/dez/2010

Em 14 de dezembro de 2010, a Comissão de Direitos Humanos, Cidadania e

Legislação Participativa da Assembleia Legislativa do Estado de Goiás, presidida pelo

Deputado Estadual Mauro Rubem (PT), realizou Audiência Pública, no Auditório Costa

Lima, com o propósito de abordar a continuação da denúncia de Assédio Moral que

ocorre na Superintendência Regional do Trabalho e Emprego do Estado de Goiás

(SRTE-GO).

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A mesa dirigente da audiência foi composta pelo Deputado Estadual Mauro

Rubem, presidente desta Comissão; Ademar Rodrigues de Souza (Sintsep/GO;

Neucimar Amorim, representando o Presidente do Sindicato dos Fiscais do Trabalho de

Goiás; Rogério Antonio Expedito (Condsef) e o Superintendente Samuel Alves Silva

SRTE-GO.

A Audiência Pública em tela teve como principal objetivo, ouvir o

Superintendente Samuel Alves Silva, que não pôde comparecer na Audiência passada,

garantindo o direito de se defender de todas as acusações impostas a ele no dia 6 de

dezembro de 2010, conforme o Art. 5º, LV; Carta Magna, que dispõe “aos litigantes, em

processo judicial ou administrativo e aos acusados em geral são assegurados o

contraditório e ampla defesa com os meios e recursos a ele inerentes”.

Primeiramente ressalta-se que o Sr. Samuel Alves Silva teve acesso, na

íntegra, do que foi debatido do dia 6 de dezembro de 2010, através da gravação

realizada em vídeo da referida Audiência transmitida pela TV Assembleia.

O Sr. Samuel A. Silva agradeceu a oportunidade dada e ele de se defender,

pois aquele foi o único momento o qual pôde explicar todas as acusações que em sua

perspectiva seriam impostas a sua pessoa. O fato de não comparecer na primeira

Audiência, era porque estava de férias, que foram programadas antes do agendamento

da Audiência Pública de 6 de dezembro, como mencionado anteriormente.

O Sr. Samuel A. Silva afirmou que chefes também podem sofrer assédio

moral, denominado assédio ascendente, informando que estaria sendo vítima dessa

modalidade de assédio, ao longo de sua fala foram gradualmente apresentados

documentos para subsidiar sua opinião (Anexo III).

Segundo o superintendente, o assedio ascendente caracterizariam os casos

em que os subordinados tentam derrubar o superior, boicotando projetos, fazendo

queixas infundadas, questionando sua autoridade e desrepeitando-o. Muitos

funcionários se juntam contra o chefe acreditando que uma hora ele se sentirá

incomodado e pedirá transferência.

Assédio moral, segundo o superintendente, não seria qualquer aborrecimento

corriqueiro que gera danos. Discussões freqüentes com o chefe por serviço não

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realizado e chamamento de atenção devido a erros nas atividades não devem ser

confundidos como assédio moral.

Durante a greve dos auditores o diálogo e a conciliação foram estabelecidos.

Já em relação à greve dos administradores, o Sr. Samuel A. Silva somente foi

notificado da representação contra ele no Ministério Público e que Deputados

Estaduais e o Ministério do Trabalho foram comunicados. Segundo o superintendente,

foram abertas diversas oportunidades de diálogo, conforme os Boletins Internos da

Superintendência em anexo, o que não se concretizou por parte dos próprios

servidores e do Sindicato que opuseram a uma possível conciliação.

O Sr. Samuel A. Silva mencionou ter procurado a Advocacia Geral da União

– AGU, para verificar se a forma com que conduzia a gestão estava incorreta, tendo em

visto as diversas acusações. A AGU, segundo o superintendente, teria verificado “que

as alegações do Sindicato não procedem, conforme informações e documentos

apresentados pelo Superintendente, não contemplamos nenhuma ilegalidade nos atos

administrativos”.

A partir do momento em que o ambiente de trabalho se torna hostil, fica

inviável a continuação no cargo de Superintendente, haverá sempre o sentimento, a

impressão de insubordinação por parte do gestor e desrespeito por parte dos

servidores.

No que diz respeito à jornada de trabalho, o Sr. Samuel A. Silva observou

que os servidores trabalhavam uma escala de 6 horas, não deixando a instituição pecar

quanto ao serviço prestado, no entanto, era marcado no ponto 8 horas e que

posteriormente foi constatado que os servidores trabalhavam apenas 3 horas.

Fato que teria levado o Superintendente a instaurar um controle de entrada e

saída, feito por um segurança, que usufruiu desse “poder” de forma indevida,

ameaçando funcionários. O próprio Sr. Samuel reconheceu o abuso e advertiu o

funcionário.

A questão levantada pela Sra. Selma A. Montelo, a qual foi proibida de voltar

ao seu local de trabalho para buscar objetos pessoais é fato que não se concretiza,

caracterizando calúnia praticada por servidor(a) insatisfeito(a) com a gestão.

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Segundo consta em documentos em anexo, a Sra. Selma A. Montelo esteve

no SEPROF, para fazer uso do computador para fins pessoais que não era do trabalho,

pois a mesma estava de férias nesta data. Ao adentrar ao Setor, encontrou o servidor

Patrick, que a substituiu, assumindo a coordenação, cumprindo a escala dos 50%

estabelecidos pelo STJ, no entanto a Sra. Selma ordenou rispidamente que ele se

retirasse da mesa.

A substituição da Sra. Selma A. Montelo teria sido motivada por diversas

reclamações a respeito da Chefia do Setor de Registro Profissional quanto ao trato com

os clientes externos e até mesmo com os próprios colegas de Setor. Fazendo-se assim

necessária a solicitação de troca de chefia do setor, visando o melhor andamento das

atividades.

Tal substituição não é motivada pelo fato da Sra. Selma A. Montelo exercer o

seu direito de greve, tão pouco por perseguição, inclusive o servidor Patrick, que a

substituiu, participava do movimento grevista.

O remanejamento de servidores teria ocorrido pela necessidade de reforçar

os trabalhos desenvolvidos na retomada dos serviços de recepção, protocolização,

atuação e encaminhamentos de documentos, atendendo a emergência administrativa,

volume de serviços acumulados em alguns setores e a normalidade do atendimento ao

público.

Em relação a Sra. Raquel Rodrigues da Luz, havia uma representação contra

a mesma, representação essa que o próprio Sr. Samuel A. Silva não deu procedência

por acreditar e confiar no serviço prestado pela servidora. A ausência de pessoal em

determinados setores fez-se necessário o remanejamento de função.

Como a Comissão de Licitação estava parada, devido ao movimento

grevista, a Sra. Nalva O. Resende, Superintendente Substituta, se viu na necessidade

de nomear outros servidores para suprir a demanda daquela seção, visto que é setor

fundamental para a boa gestão do órgão.

Em relação ao caso do Sr. José Roberto Rodrigues da Cunha, o Sr. Samuel

A. Silva considerou como encerrado o Processo Administrativo Disciplinar instaurado

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contra o referido servidor, no entanto, a Corregedoria Setorial recomendou a

instauração imediata de procedimento administrativo, conforme documento em anexo.

Em seguida o Sr. Ademar Rodrigues de Souza destacou que um dos fatos

que caracteriza o Assédio Moral é de que o assediador nunca assume os atos

praticados e o fato de estar “respaldado” pela AGU, leva-se em consideração que é um

órgão que defende o gestor e jamais o trabalhador.

Conforme Sr. Rogério Antônio Expedito comentou que o estado de saúde de

diversos servidores na Superintendência é incontestável, os trabalhadores estão

doentes. O problema foi a forma com que foi realizada a gestão. Em relação a

mudança da carga horária, nenhum servidor se opôs a tal medida, no entanto a forma

com que foi imposta é que caracterizou o assédio moral.

Em seguida a Sra. Tânia Martins Leão, advogada da Condsef, destacou que

o assédio moral está caracterizado, reforçando a culpa daqueles que elegem ou

escolhem pessoas incapacitadas para ocupar funções de gestores públicos.

A vice-presidente a Asmitego, Sra. Daicy S. Penna voltou a confirmar que as

tentativas de conciliação foram frustradas pelo fato do Sr. Samuel não querer se

submeter às exigências dos trabalhadores, usando de sua função como

Superintendente para coibir as reivindicações.

Observa-se que sucintamente foram realizadas falas por parte de servidores,

que rebateram a exposição do Superintendente SRTE-GO, com a participação de

Selma A. Montelo, Adriana Ferreira da S. O. Borges e Raquel R. da Luz.

5. Conclusões

Apesar de carecer de amparo em legislação específica de âmbito federal,

uma vez que o assédio moral nas relações de trabalho será melhor tratado com o

Projeto de Lei n. 2.369/03, do Deputado Federal Mauro Passos, apensado ao Projeto

de Lei n. 33/07 do Deputado Federal Dr. Rosinha do PT, que ainda tramitam na

Câmara Federal.

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Observamos o previsto em legislação goiana, tendo em vista a Lei n.

17.161/10, que dispõe sobre a proibição de assédio moral no âmbito da administração

pública estadual e dá outras providências.

Segundo a referida lei, em seu Artigo 2º,

“considera-se assédio moral qualquer forma de preconceito que implique exposição

do agente público a situações de constrangimento, humilhação e violação de sua

dignidade, desde que caracterizado por repetição sistemática, intencionalidade,

direcionalidade, temporalidade e degradação deliberada de suas condições de

serviço”. (Lei n. 17.161/10)

Assim, imbuídos do mesmo espírito democrático da mencionada legislação

goiana, foi dado ao agressor oportunidade de ampla defesa e contraditório, ouvindo-o

pelo tempo que o mesmo julgou necessário em data marcada conforme sua

conveniência, a exemplo do indicado pelo Artigo 6º da Lei n. 17.161/10.

Oportunamente, salientamos que a legislação goiana entende a prática de

assédio moral como infração grave e sujeita o infrator às penalidades de advertência,

suspensão e demissão (Art. 3º, Lei n. 17.161/10).

Destarte, sem a pretensão de constituir um tribunal ou qualquer espécie de

corte com intuito de avaliar e emitir uma opinião conclusiva sobre os fatos, as

audiências em tela foram desenvolvidas com o intuito de dar visibilidade ao sensível

problema trazido pelos trabalhadores da Superintendência Regional do Trabalho e

Emprego em Goiás.

Salientamos a posição desta Comissão de atuar enquanto mediador na

questão com o intuito de auxiliar na elucidação dos problemas presente e/ou derivados

das relações de trabalhos daquele órgão.

Após acompanhar os diversos relatos e ouvir ambas as partes no processo,

fica em nossa opinião caracterizado assédio moral praticado pelo Superintendente da

Superintendência Regional do Trabalho e Emprego em Goiás.

Segundo os relatos, pode-se perceber descrições de conduta abusiva, de

natureza psicológica, que atenta contra a dignidade psíquica, de forma repetitiva e

prolongada, o que expôs o trabalhador à situações humilhantes e constrangedoras,

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tendo por efeito o mal estar, desânimo e tornando o ambiente de trabalho

desagradável, insuportável e/ou hostil.

No caso concreto, verificou-se o dano psíquico-emocional plenamente

comprovado cujo fator desencadeador foi a atitude do Superintendente Sr. Samuel

Alves Silva, com o provável direito de reparação e indenização.

6. Recomendações

Tendo em vista o exposto, no intuito de promover e defender os Direitos

Humanos, tendo em vista o patrocínio de relações de trabalho democrática e

orientadas pela legalidade, contribuindo para a consolidação do Estado Democrático de

Direito, recomendamos à todos os órgãos e instituições públicas, especialmente a

Superintendência Regional do Trabalho e Emprego:

1) maior cuidado na nomeação de gestores, avaliando se os mesmos

possuem habilidade e capacidade para a função, naquilo que compete à

gestão de pessoas de forma isenta de condutas pregressas que caracterizem

assédio moral;

2) adoção de estratégias e dinâmicas de gestão compartilhada, privilegiando

relações participativas e democráticas no trabalho;

3) estabelecimento de ouvidoria com atuação autônoma, com canais de

denúncia e/ou comunicação de práticas de assédio moral no âmbito do

trabalho, garantindo proteção à integridade e dignidade da vitima;

4) realização de campanhas no âmbito do trabalho que possam instruir os

servidores, auxiliando os trabalhadores a saber como devem agir para

identificar, caracterizar e documentar práticas de assédio moral, bem como,

estimular condutas interpessoais que inibam essas práticas (tratamento cortês

indiscriminado e universal, eliminação da hipercompetição entre servidores,

etc);

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5) atenção, assistência e cuidados às vítimas de assédio moral, com a oferta

de serviços de assistência social, médica, psicológica e jurídica.

Importa mencionar que o presente relatório será enviado, com todos os seus

anexos, ao Sindicato dos Trabalhadores no Serviço Público Federal, à

Superintendência Regional do Trabalho e Emprego de Goiás, à Organização

Internacional do Trabalho, ao Ministério Público do Trabalho – Procuradoria Regional

no Trabalho da 18ª Região e ao Ministro do Trabalho e Emprego. Informamos que

todos os participantes que assinaram com seus endereços eletrônicos as listas de

presença nas audiências públicas receberão a versão digital deste relatório via e-mail.

Enquanto compromisso estabelecido nas audiências públicas, o mesmo

relatório será encaminhado à presidente eleita Dilma Rousseff e aos presidentes de

todos os partidos da base aliada ao Governo Federal, no intuito de chamar atenção e

contribuir para a temática.

Oportunamente, recomendamos a discussão e a aprovação do Projeto de Lei

n. 33/2007, ao qual se encontra apensado o Projeto de Lei n. 2.369/2003, atualmente

em tramitação na Câmara dos Deputados, que tratam do assédio moral nas relações

de trabalho, entendendo contribuir substancialmente para a superação desse tipo de

agressão.

Assim, tendo em vista a atribuição temática desta Comissão, buscando

contribuir para a promoção e defesa dos Direitos Humanos nas relações de trabalho e

em contribuição para o Estado Democrático de Direito, conclui-se este relatório.

MAURO RUBEM PT-GO Deputado Estadual

Presidente da Comissão de Direitos Humanos, Cidadania e Legislação Participativa

Goiânia, 28 de dezembro de 2010.