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Relatório Agrupamento de Escolas D. João II CALDAS DA RAINHA AVALIAÇÃO EXTERNA DAS ESCOLAS Área Territorial de Inspeção do Sul 2016 2017

Relatório Agrupamento de Escolas D. João II CALDAS DA RAINHA · 2017-09-18 · Agrupamento de Escolas D. João II C– ALDAS DA RAINHA 1 1 – INTRODUÇÃO A Lei n.º 31/2002, de

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Relatório

Agrupamento de Escolas

D. João II

CALDAS DA RAINHA

AVALIAÇÃO EXTERNA DAS ESCOLAS

Área Territorial de Inspeção

do Sul

2016 2017

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Agrupamento de Escolas D. João II – CALDAS DA RAINHA

CONSTITUIÇÃO DO AGRUPAMENTO

Jardins de Infância e Escolas EPE 1.º CEB 2.º CEB 3.º CEB SEC

Escola Básica D. João II, Caldas da Rainha • •

Escola Básica da Encosta do Sol, Caldas da Rainha •

Escola Básica da Tornada, Caldas da Rainha • •

Escola Básica de Avenal, Caldas da Rainha • •

Escola Básica de Chão da Parada, Caldas da Rainha •

Escola Básica de Nossa Senhora do Pópulo, Caldas da

Rainha • •

Escola Básica de Reguengo da Parada, Caldas da

Rainha • •

Escola Básica de Salir de Matos, Caldas da Rainha • •

Escola Básica do Campo, Caldas da Rainha •

Escola Básica do Coto, Caldas da Rainha •

Escola Básica da Lagoa Parceira, Caldas da Rainha • •

Escola Básica de Salir do Porto, Caldas da Rainha • •

Jardim de Infância do Campo, Tornada, Caldas da

Rainha •

Jardim de Infância do Casal Celão, Caldas da Rainha •

Jardim de Infância do Coto, Caldas da Rainha •

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Agrupamento de Escolas D. João II – CALDAS DA RAINHA

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1 – INTRODUÇÃO

A Lei n.º 31/2002, de 20 de dezembro, aprovou o sistema de avaliação dos estabelecimentos de educação

pré-escolar e dos ensinos básico e secundário, definindo orientações gerais para a autoavaliação e para a

avaliação externa. Neste âmbito, foi desenvolvido, desde 2006, um programa nacional de avaliação dos

jardins de infância e das escolas básicas e secundárias públicas, tendo-se cumprido o primeiro ciclo de

avaliação em junho de 2011.

A então Inspeção-Geral da Educação foi

incumbida de dar continuidade ao programa de

avaliação externa das escolas, na sequência da

proposta de modelo para um novo ciclo de

avaliação externa, apresentada pelo Grupo de

Trabalho (Despacho n.º 4150/2011, de 4 de

março). Assim, apoiando-se no modelo construído

e na experimentação realizada em doze escolas e

Agrupamentos de escolas, a Inspeção-Geral da

Educação e Ciência (IGEC) está a desenvolver

esta atividade consignada como sua competência

no Decreto Regulamentar n.º 15/2012, de 27 de

janeiro.

O presente relatório expressa os resultados da

avaliação externa do Agrupamento de Escolas D.

João II – Caldas da Rainha, realizada pela

equipa de avaliação, na sequência da visita

efetuada nos dias 13, 14, 16 e 17 de março de

2017. As conclusões decorrem da análise dos

documentos fundamentais do Agrupamento, em

especial da sua autoavaliação, dos indicadores de

sucesso académico dos alunos, das respostas aos

questionários de satisfação da comunidade e da

realização de entrevistas.

Espera-se que o processo de avaliação externa

fomente e consolide a autoavaliação e resulte

numa oportunidade de melhoria para o

Agrupamento, constituindo este documento um

instrumento de reflexão e de debate. De facto, ao

identificar pontos fortes e áreas de melhoria,

este relatório oferece elementos para a

construção ou o aperfeiçoamento de planos de

ação para a melhoria e de desenvolvimento de

cada escola, em articulação com a administração

educativa e com a comunidade em que se insere.

A equipa de avaliação externa visitou a escola-

sede do Agrupamento e as escolas básicas de Lagoa Parceira, Avenal, Salir de Matos e Nossa Senhora

do Pópulo, as quatro com educação pré-escolar.

A equipa regista a atitude de empenhamento e de mobilização do Agrupamento, bem como a colaboração

demonstrada pelas pessoas com quem interagiu na preparação e no decurso da avaliação.

ESCALA DE AVALIAÇÃO

Níveis de classificação dos três domínios

EXCELENTE – A ação da escola tem produzido um impacto

consistente e muito acima dos valores esperados na melhoria

das aprendizagens e dos resultados dos alunos e nos

respetivos percursos escolares. Os pontos fortes predominam

na totalidade dos campos em análise, em resultado de

práticas organizacionais consolidadas, generalizadas e

eficazes. A escola distingue-se pelas práticas exemplares em

campos relevantes.

MUITO BOM – A ação da escola tem produzido um impacto

consistente e acima dos valores esperados na melhoria das

aprendizagens e dos resultados dos alunos e nos respetivos

percursos escolares. Os pontos fortes predominam na

totalidade dos campos em análise, em resultado de práticas

organizacionais generalizadas e eficazes.

BOM – A ação da escola tem produzido um impacto em linha

com os valores esperados na melhoria das aprendizagens e

dos resultados dos alunos e nos respetivos percursos

escolares. A escola apresenta uma maioria de pontos fortes

nos campos em análise, em resultado de práticas

organizacionais eficazes.

SUFICIENTE – A ação da escola tem produzido um impacto

aquém dos valores esperados na melhoria das aprendizagens

e dos resultados dos alunos e nos respetivos percursos

escolares. As ações de aperfeiçoamento são pouco

consistentes ao longo do tempo e envolvem áreas limitadas

da escola.

INSUFICIENTE – A ação da escola tem produzido um impacto

muito aquém dos valores esperados na melhoria das

aprendizagens e dos resultados dos alunos e nos respetivos

percursos escolares. Os pontos fracos sobrepõem-se aos

pontos fortes na generalidade dos campos em análise. A

escola não revela uma prática coerente, positiva e coesa.

O relatório do Agrupamento apresentado no âmbito da

Avaliação Externa das Escolas 2016-2017 está disponível na página da IGEC.

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Agrupamento de Escolas D. João II – CALDAS DA RAINHA

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2 – CARACTERIZAÇÃO DO AGRUPAMENTO

Localizado no concelho de Caldas da Rainha, o Agrupamento de Escolas D. João II foi criado em junho

de 2004 e tem como sede a Escola Básica D. João II. Atualmente integra os 15 estabelecimentos de

educação e ensino anteriormente identificados, abrangendo cinco freguesias/uniões de freguesia daquele

concelho. Foi avaliado no primeiro ciclo de avaliação externa das escolas, em março de 2011.

É agrupamento de referência no âmbito da Intervenção Precoce na Infância e integra uma unidade de

apoio especializado para a educação de alunos com multideficiência e surdocegueira congénita, na

Escola Básica de Salir de Matos, e uma de ensino estruturado para a educação de alunos com

perturbações do espetro do autismo, na Escola Básica de Nossa Senhora do Pópulo. Oferece o ensino

artístico especializado da música, em regime articulado, e detém um protocolo com o Estabelecimento

Prisional de Caldas da Rainha (EPCR), onde são ministrados cursos de educação e formação de adultos

de habilitação escolar e unidades de formação tecnológica de curta duração.

No presente ano letivo, o Agrupamento é frequentado por 2068 crianças e alunos: 300 na educação pré-

escolar (17 grupos); 671 no 1.º ciclo do ensino básico (35 turmas); 493 no 2.º ciclo (19 turmas); 512 no 3.º

ciclo (21 turmas, incluindo uma de um curso vocacional); 33 formandos em cursos de educação e

formação de adultos, lecionados no EPCR, e 59 em cursos de Português para Falantes de Outras

Línguas, na escola-sede.

Relativamente à ação social escolar, 70% das crianças e alunos não beneficiam de auxílios económicos e,

quanto às tecnologias de informação e comunicação, 89% possuem computador com ligação à internet.

Apenas 4% são oriundos de outros países, maioritariamente do Brasil, de Angola e da Ucrânia. Os dados

da formação académica dos pais e das mães revelam que 26% têm habilitação superior e 28% possuem o

ensino secundário. No que respeita à sua ocupação profissional, 25% exercem atividades de nível

superior e intermédio.

O serviço educativo é assegurado por 176 docentes, 87% dos quais pertencentes aos quadros, o que

evidencia estabilidade profissional. Quanto aos não docentes, num total de 55 trabalhadores, integram

uma psicóloga, 10 assistentes técnicos e 44 assistentes operacionais, quatro dos quais desenvolvendo a

sua atividade a tempo parcial.

De acordo com os dados disponibilizados pela Direção-Geral de Estatísticas da Educação e Ciência,

relativos ao ano letivo de 2014-2015, o Agrupamento, quando comparado com as outras escolas públicas,

apresenta valores das variáveis de contexto que o colocam entre os mais favorecidos, designadamente no

que diz respeito à percentagem de alunos que não beneficiam de auxílios económicos no âmbito da ação

social escolar e à média do número de anos da habilitação dos pais e das mães.

3 – AVALIAÇÃO POR DOMÍNIO

Considerando os campos de análise dos três domínios do quadro de referência da avaliação externa e

tendo por base as entrevistas e a análise documental e estatística realizada, a equipa de avaliação

formula as seguintes apreciações:

3.1 – RESULTADOS

RESULTADOS ACADÉMICOS

No ano letivo de 2014-2015, as taxas de conclusão dos 4.º, 6.º e 9.º anos de escolaridade, quando

comparadas com as das escolas com variáveis de contexto análogas, situaram-se acima dos valores

esperados. Sobressai uma tendência de evolução positiva que importa consolidar, tanto mais que, no 9.º

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Agrupamento de Escolas D. João II – CALDAS DA RAINHA

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ano, aquelas taxas estiveram aquém e em linha com os valores esperados nos anos letivos precedentes

(2012-2013 e 2013-2014).

Quanto aos resultados obtidos nas provas de avaliação externa, em português e em matemática,

estiveram igualmente acima dos valores esperados no último ano letivo em análise, exceto no 6.º ano,

em que ficaram em linha com aquele valor, na disciplina de matemática. Salienta-se que os resultados

observados no 6.º ano são os únicos que não mostram uma tendência consolidada de melhoria ao longo

do triénio 2012-2013 a 2014-2015, o que revela margem de progresso para uma ação educativa mais

eficaz.

Em síntese, nos anos letivos em análise, os resultados dos alunos apresentaram-se globalmente acima

dos valores esperados. Considerando o contexto favorecido do Agrupamento, coloca-se o desafio de

investir na diversificação das estratégias de ensino e de aprendizagem, por forma a permitir a

consistência dos bons desempenhos e uma melhoria sustentada da qualidade do sucesso.

A reflexão sobre os resultados académicos, feita regularmente pelo conselho pedagógico e pelas

estruturas de coordenação educativa e supervisão pedagógica, tem permitido a identificação de áreas a

merecer maior atenção e levado à adoção de medidas destinadas à melhoria do sucesso escolar,

incidindo particularmente nos 2.º, 7.º e 8.º anos de escolaridade, cujas taxas de transição têm vindo a

revelar maiores oscilações e na disciplina de matemática, em geral. A este nível, são de destacar as que

começam a ser implementadas, no âmbito do plano de ação estratégica de promoção da qualidade das

aprendizagens, alicerçadas no trabalho colaborativo entre docentes e na valorização da reflexão sobre as

respetivas práticas de ensino.

Relativamente à análise da qualidade do sucesso, esta assenta na percentagem de níveis superiores a

três nas várias disciplinas. O estudo destes dados, realizado recentemente numa perspetiva longitudinal

(coortes) para as disciplinas de matemática e português, poderá ser potenciado com o seu alargamento

ao 1.º ciclo e a todos os restantes indicadores que são tidos em conta na análise dos resultados escolares.

Efetivamente, o conhecimento mais aprofundado dos percursos académicos dos alunos constitui uma

boa oportunidade para reconhecer os fatores internos explicativos das oscilações que se constatam e

para a introdução de medidas conducentes à melhoria das aprendizagens e dos resultados.

Na educação pré-escolar, é realizado um trabalho sistemático de avaliação dos progressos das

aprendizagens das crianças, que possibilita a identificação das potencialidades e das necessidades de

cada uma e orienta o desenvolvimento da ação educativa.

No que respeita a outras ofertas formativas, a taxa de conclusão do curso de educação e formação

concluído em 2012-2013 foi de 93%, enquanto a do vocacional que decorreu entre 2014-2015 e 2015-2016

foi de 91%, o que se revela bastante positivo. Quanto à formação de adultos, os resultados fornecidos

relativamente ao último quadriénio têm sido, globalmente, mais favoráveis nos cursos de Português

para Falantes de Outras Línguas (em que variaram entre 62% e 97%), do que nas restantes ofertas. No

que respeita a estas últimas, é de salientar que as taxas de sucesso foram, geralmente, mais elevadas

nos cursos ministrados no EPCR (entre 36% e 79%) do que nos que decorreram na escola-sede (entre

15% e 61%).

De acordo com a informação disponibilizada pelo Agrupamento, o abandono escolar foi nulo, no último

triénio.

RESULTADOS SOCIAIS

A educação para a cidadania é uma das prioridades do projeto educativo, efetivamente promovida de um

modo transversal a todos os níveis de educação e ensino, designadamente como oferta complementar,

nos diferentes anos de escolaridade. Assumem aqui relevância os temas e iniciativas do Programa

Educação para a Saúde que, de acordo com as necessidades de cada grupo/turma, concorrem para o

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desenvolvimento da consciência cívica e ecológica, de hábitos de vida saudáveis e de competências que

permitem a tomada de decisões informadas e responsáveis. Neste âmbito, são ainda de referir, entre

outros, os contributos dos programas Desporto Escolar, Eco-Escolas e Parlamento dos Jovens.

Encontram-se instituídos procedimentos que fomentam a participação das crianças e dos alunos e a

assunção de responsabilidades na vida escolar, que contribuem para a sua formação pessoal e social.

Distinguem-se nas rotinas quotidianas da educação pré-escolar e do 1.º ciclo, por exemplo, na avaliação

conjunta das atividades ou na identificação e registo do número de elementos presentes, no âmbito do

plano de segurança. De sublinhar também algumas ações que facilitam o desenvolvimento de atitudes

de cooperação e corresponsabilização como sejam o apadrinhamento dos alunos mais novos por parte dos

mais velhos e a organização do refeitório fixando crianças e alunos de diferentes idades em cada mesa,

que já revela alterações favoráveis no ambiente durante as refeições, numa das escolas.

Na escola-sede, sobressai a participação dos delegados e subdelegados nos conselhos de turma

intercalares e, embora não tenham vindo a ocorrer de forma sistemática, as assembleias com a presença

do diretor são também um exemplo da promoção do envolvimento dos alunos na vida do Agrupamento,

como ocorreu recentemente com a recolha de propostas no âmbito do orçamento participativo. Relevam-

se a disponibilidade manifestada pela direção no acolhimento dos alunos que pretendem apresentar

problemas ou propostas e o incentivo à criação da associação de estudantes, cuja intervenção, enquanto

representante dos seus pares e no âmbito da sua participação nas dinâmicas escolares, poderá ser mais

impulsionada.

Os alunos são conhecedores e, em geral, cumpridores das regras de convivência e das normas em sala de

aula, pelo que o ambiente educativo se revela, globalmente, tranquilo nos diversos estabelecimentos,

sendo esporádicos e devidamente identificados os casos de não cumprimento das mesmas. Os projetos

curriculares de turma refletem as metodologias aplicadas pelos docentes no sentido de garantir o seu

cumprimento. Constitui, porém, um desafio a reflexão e identificação das verdadeiras causas das

eventuais perturbações que ocorrem em sala de aula, designadamente as que derivam de estratégias de

ensino pouco motivadoras e estimulantes.

A dimensão solidária é trabalhada de forma consistente, com o envolvimento ativo de crianças e alunos

em ações de voluntariado (Lar do Montepio e Santa Casa da Misericórdia, Liga Portuguesa Contra o

Cancro) e recolha de bens (roupa, brinquedos, alimentos, tampinhas) destinados a ajudar instituições de

apoio social nas áreas da infância e da terceira idade.

O Agrupamento detém mecanismos que lhe permitem identificar as áreas de prosseguimento de estudos

dos alunos após o 3.º ciclo, ainda que não detenha conhecimento efetivo do impacto da escolaridade nos

mesmos, tal como da adequação da orientação vocacional prestada. Deste modo, a implementação de

procedimentos que o viabilizem constitui uma potencial área de investimento.

RECONHECIMENTO DA COMUNIDADE

A informação resultante da aplicação de questionários no âmbito da presente avaliação externa revela

uma opinião da comunidade educativa sobre a ação do Agrupamento que é, globalmente, favorável. Os

alunos manifestam-se bastante satisfeitos. Quanto aos pais e encarregados de educação, destacam o

trabalho desenvolvido na educação pré-escolar, a atuação dos diretores de turma e o ambiente de

segurança existente. Os aspetos menos positivos evidenciados por alunos e pais remetem para os

almoços que são servidos, nomeadamente na educação pré-escolar, enquanto os trabalhadores revelam

menor satisfação quanto ao respeito por parte dos discentes e ao conforto e adequação dos espaços.

A valorização dos sucessos dos alunos ganha expressão na exposição dos seus trabalhos e na promoção

da sua participação frequente em concursos e projetos, várias vezes distinguidos ou premiados. O facto

de serem ativamente envolvidos em iniciativas que têm visibilidade na comunidade concorre no mesmo

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sentido, com destaque para os momentos comemorativos e de celebração, em que é emblemático o Dia do

Agrupamento. Ainda assim, importa concretizar a atribuição de prémios de mérito prevista no

regulamento interno, de modo a distinguir os alunos que revelem atitudes exemplares de superação das

suas dificuldades, alcancem excelentes resultados escolares, produzam trabalhos académicos de

excelência, realizem atividades curriculares ou de complemento curricular de relevância ou desenvolvam

iniciativas ou ações de reconhecida relevância social.

Regista-se a disponibilidade para acolher e corresponder às solicitações locais. São exemplos o

comprometimento com a inclusão dos alunos com necessidades educativas especiais, nomeadamente

através da criação de duas unidades especializadas, a promoção das atividades de enriquecimento

curricular no 1.º ciclo e o empenho na elaboração de horários para os alunos do ensino artístico

especializado da música em regime articulado, conjugados com os do Conservatório de Caldas da

Rainha.

Destaca-se a oferta de um leque diversificado de clubes e projetos, como os que se desenvolvem em

articulação com o município no âmbito do [email protected] (Mandarim no 1.º ciclo, entre

outras atividades), bem como de três disciplinas de língua estrangeira e de várias áreas temáticas como

oferta de escola no 3.º ciclo, adaptando as opções formativas aos interesses dos alunos e contribuindo

para o enriquecimento do currículo.

É também de assinalar a oferta de cursos vocacionais, de Português para Falantes de Outras Línguas e

de educação e formação de adultos, no sentido de dar resposta às necessidades de qualificação de grupos

específicos da comunidade. A este nível, distingue-se o desenvolvimento de uma cooperação consolidada

com o EPCR, com o qual mantém um protocolo desde 2002-2003.

Em síntese, a ação do Agrupamento tem produzido um impacto consistente e acima dos valores

esperados na melhoria das aprendizagens e dos resultados dos alunos e nos respetivos percursos

escolares. Os pontos fortes predominam na totalidade dos campos em análise, em resultado de

práticas organizacionais generalizadas e eficazes. Tais fundamentos justificam a atribuição da

classificação de MUITO BOM no domínio Resultados.

3.2 – PRESTAÇÃO DO SERVIÇO EDUCATIVO

PLANEAMENTO E ARTICULAÇÃO

A articulação curricular, sublinhada como ponto fraco na anterior avaliação externa, mantém-se uma

prioridade, patente no projeto educativo e prevista no plano de ação estratégica.

Na educação pré-escolar, estão consolidadas as práticas colaborativas de planeamento e avaliação da

ação educativa, salvaguardando as especificidades de cada grupo de crianças. O plano de atividades e

articulação, produzido anualmente por aquele departamento curricular, apresenta um conjunto de

iniciativas que, partindo das necessidades comuns aos diferentes grupos e tendo por base um tema

aglutinador, interligam, intencionalmente, experiências e oportunidades de aprendizagem. Por sua vez,

os projetos curriculares de grupo, a partir do diagnóstico e das características das crianças, definem as

opções educativas, refletindo igualmente uma abordagem integrada e globalizante das diferentes áreas

de conteúdo das orientações curriculares.

Nos restantes departamentos, tem vindo também a ser incrementado o trabalho colaborativo entre

docentes, essencialmente entre aqueles que lecionam o mesmo ano de escolaridade e ou disciplina, o

qual inclui a planificação dos conteúdos, a construção de instrumentos de avaliação e a preparação de

atividades comuns. Ainda assim, afigura-se pertinente o aprofundamento de uma ação mais consistente

entre os professores de reforço e os das turmas do 1.º ciclo envolvidas naquela medida de promoção do

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sucesso, bem como entre aqueles que, no 2.º e no 3.º ciclo, lecionam em coadjuvação, tal como

preconizado no plano de ação estratégica de promoção de qualidade das aprendizagens.

O propósito de promover a interdisciplinaridade revela-se no preenchimento de uma grelha de

articulação que integra os projetos curriculares de turma. No entanto, ressalvando aqueles que remetem

para as temáticas desenvolvidas na área da educação cívica, são escassos os exemplos em que esses

registos vão para além da realização/exposição de trabalhos e de visitas de estudo envolvendo diversas

disciplinas. Com efeito, a articulação de conteúdos afins ocorre essencialmente de modo informal,

dependendo mais da afinidade e do conhecimento que os docentes têm das matérias lecionadas pelos

seus colegas do que de uma gestão integrada dos saberes multidisciplinares, tendo em vista a

maximização do ensino e das aprendizagens.

Por outro lado, apesar da concretização de reuniões entre docentes dos três ciclos que lecionam a mesma

área/disciplina, não se encontram ainda sistematizados os modos de desenvolvimento vertical do

currículo que garantam a sequencialidade das aprendizagens entre os diferentes níveis/ciclos e anos de

escolaridade, o que se mantém uma área a merecer investimento e revela que não está totalmente

superado o ponto fraco identificado na anterior avaliação externa.

São, porém, de distinguir as estratégias bem consolidadas de transição entre a educação pré-escolar e o

1.º ciclo e que passam pelas visitas das crianças de cinco anos às salas de aula do 1.º ciclo, por momentos

de leitura dos alunos do 4.º ano de escolaridade nos jardins de infância, pelo apadrinhamento dos alunos

do 1.º ano pelos do 4.º, pela transferência da informação necessária e pela participação das educadoras

na elaboração das fichas de diagnóstico do 1.º ano. Na passagem para a escola-sede sobressai o

envolvimento dos alunos do 4.º ano em projetos e outras iniciativas do plano anual de atividades, com

destaque para o Dia do Agrupamento. De referir ainda a transmissão de informações entre os docentes

titulares e diretores de turma, bem como por parte dos professores da educação especial, no que

concerne aos alunos com necessidades educativas especiais.

Algumas das ações previstas contemplam a valorização do contexto local, com saídas no meio

envolvente, na educação pré-escolar e no 1.º ciclo, ou as visitas à biblioteca municipal e à cidade de

Caldas da Rainha, e a realização de atividades na mata Rainha D. Leonor. A contextualização do

currículo é, no entanto, uma área com margem de desenvolvimento, como forma de aproximar os

processos de ensino às realidades concretas dos alunos e de, promovendo a relação entre a teoria e a

prática, conferir mais sentido às aprendizagens.

PRÁTICAS DE ENSINO

Na educação pré-escolar, a informação vertida nos projetos curriculares de grupo reflete um bom

conhecimento das especificidades de cada criança e a correspondente seleção das estratégias educativas,

priorizadas para dar resposta aos interesses e necessidades de cada uma e do respetivo grupo.

Os projetos curriculares de turma sistematizam as principais dificuldades individuais e coletivas

diagnosticadas e enunciam ainda um conjunto de metodologias consideradas adequadas para a turma e

para os alunos que revelam dificuldades. Apesar disso, a referência demasiado genérica à adoção de

metodologias personalizadas de trabalho e de aprendizagem adequadas aos objetivos visados ou à

diversificação das técnicas de ensino em sala de aula e dos materiais de suporte não evidencia os modos

como os docentes se propõem adaptar o ensino às diferentes capacidades e ritmos dos alunos, quer aos

que manifestam dificuldades quer àqueles que revelam maiores potencialidades, aspeto que merece

aprofundamento.

Distingue-se a adequação das respostas às crianças e aos alunos com necessidades educativas especiais,

resultante de um trabalho articulado dos docentes da intervenção precoce e da educação especial com os

técnicos e as famílias e com os restantes docentes, cujo impacto se reflete num sucesso quase pleno, o

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Agrupamento de Escolas D. João II – CALDAS DA RAINHA

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que evidencia a consolidação do ponto forte assinalado na anterior avaliação externa. Nas unidades de

apoio especializado e de ensino estruturado observa-se uma ação particularmente centrada no

desenvolvimento de competências funcionais ajustadas às especificidades de cada aluno,

proporcionando-lhes oportunidades de interação com os seus pares, dentro e fora do contexto escolar,

facilitadoras da inclusão. São de relevar os momentos de sensibilização para a diferença e de

esclarecimento junto dos restantes alunos dos estabelecimentos onde se situam aquelas unidades, sobre

as problemáticas associadas e o funcionamento das mesmas.

No âmbito do plano anual de atividades salienta-se a dinamização de um conjunto de iniciativas que

enriquecem as aprendizagens das crianças e dos alunos e estimulam a melhoria dos seus desempenhos,

como sejam os torneios e competições desportivas e uma grande variedade de projetos e concursos nas

áreas do empreendedorismo, do ambiente, da matemática, das línguas, e da leitura e da escrita, estas

últimas em ligação com as bibliotecas escolares. Merece referência o projeto Histórias Vividas, Contadas

e Partilhadas, desenvolvido pela educação pré-escolar, que fomenta a construção conjunta de histórias

entre os diversos grupos e jardins de infância. De realçar também a relevância das visitas de estudo em

que os alunos são envolvidos e que permitem a diversificação dos contextos.

Na educação pré-escolar, registam-se evidências de um trabalho assente em metodologias de descoberta,

experimentação e resolução de problemas, proporcionando situações indutoras da autonomia e da

criatividade. No ensino básico, porém, merece incremento a implementação regular e generalizada de

formas de aprendizagem cooperativa, de metodologias ativas e de estratégias de ensino estimulantes e

diversificadas. Um maior protagonismo dos alunos na construção do conhecimento aumenta a sua

própria motivação em sala de aula, o que também propiciará a melhoria do ambiente de ensino e

aprendizagem.

Salienta-se a dinamização de iniciativas que fomentam o gosto pela ciência, nomeadamente as Hortas

Pedagógicas, a Semana das Experiências e o Clube das Ciências. Distinguem-se ainda as atividades do

Dia do Agrupamento, em que alunos mais velhos ajudam os mais novos na realização de experiências.

Apesar disso, poderão ser mais frequentes as atividades de caráter prático e laboratorial, sobretudo no

2.º ciclo. A valorização da dimensão artística assume relevo nas opções de música, jornalismo,

vídeo/fotografia, dança e educação tecnológica.

As bibliotecas escolares funcionam como um recurso educativo muito relevante, complementar às

práticas letivas, promovendo um conjunto de projetos e de exposições que articulam as diferentes

disciplinas. Sobressaem as iniciativas para o desenvolvimento de competências de pesquisa e do

trabalho autónomo, bem como uma diversidade de atividades e concursos que estimulam a leitura e a

escrita. A este nível distinguem-se, igualmente, as dinâmicas potenciadoras da interação com as

famílias (Família a Ler, Prazer de Ler, Batalha da Leitura/Poesia).

Os recursos multimédia são, em geral, bastante aproveitados por parte dos docentes no apoio ao

desenvolvimento de conteúdos programáticos, ainda que os quadros interativos possam ser mais

potencializados. De igual modo, o uso de computadores em sala de aula por parte dos alunos é uma

prática pontual, sendo as tarefas relacionadas com a pesquisa e realização de trabalhos remetidas para

casa ou para as bibliotecas escolares.

O acompanhamento da atividade dos docentes é realizado pelos coordenadores e subcoordenadores dos

diferentes departamentos curriculares, essencialmente no que concerne à verificação do cumprimento

do currículo, nos processos de planificação e elaboração dos instrumentos de avaliação e na reflexão

sobre os resultados dos alunos. Sublinha-se a observação de aulas entre pares, entendida como medida

de promoção do sucesso, recentemente encetada, que irá permitir recolher informação pertinente para

reflexões enriquecedoras acerca do trabalho realizado em sala de aula. A generalização desta prática,

quer numa lógica de partilha quer no âmbito da supervisão pedagógica, constitui um mecanismo de

melhoria da ação educativa e do desenvolvimento profissional a consolidar e a generalizar.

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MONITORIZAÇÃO E AVALIAÇÃO DO ENSINO E DAS APRENDIZAGENS

A avaliação das aprendizagens é o tema principal do documento matrizes curriculares e critérios de

avaliação que, sistematizando princípios e procedimentos adequados à especificidade de cada nível de

educação e ensino, configura um instrumento orientador da ação dos docentes, neste domínio. Nas suas

diversas modalidades, a avaliação emerge aqui como um elemento integrante e regulador dos processos

de ensino e de aprendizagem, o que se verifica, em parte, nas práticas avaliativas. Ainda assim, existe

margem de progresso no que diz respeito à vertente formativa, em particular, no retorno que é dado aos

alunos acerca dos seus desempenhos e do modo como podem aperfeiçoá-los.

Registam-se evidências da utilização de diferentes instrumentos e fontes de recolha de informação que

permitem diversificar os modos de avaliar embora, no que respeita ao domínio dos conhecimentos e

capacidades, os testes assumam um peso demasiado preponderante na classificação dos alunos. Os

critérios de avaliação são divulgados e é fornecida informação regular aos pais e encarregados de

educação, acerca do desempenho dos respetivos educandos. É explícito o intervalo de cotações

correspondente à tipologia de apreciações descritivas definida, no entanto, a não indicação da

percentagem que os alunos dos 2.º e 3.º ciclos obtêm nos testes não favorece o seu papel mais ativo na

regulação das aprendizagens nem a total transparência do processo.

O acompanhamento do desenvolvimento do currículo tem merecido a atenção do Agrupamento através

do estabelecimento de mecanismos que o facilitam. Um deles é a utilização de testes únicos por

disciplina/ano de escolaridade, aplicados simultaneamente em todas as turmas, e cujos resultados são

alvo de análise em sede de conselho pedagógico e de departamento curricular. Estes testes, cuja

frequência é, no mínimo, trimestral, resultam do trabalho colaborativo dos docentes no processo de

elaboração e na construção das matrizes de correção, o que contribui para garantir a respetiva validade

e fiabilidade. Importa, todavia, que a sua utilização não se sobreponha a práticas diferenciadas de

ensino e de avaliação.

Estão implementados procedimentos sistemáticos de recolha de dados sobre o sucesso dos alunos que

permitem a sua monitorização regular. Decorrente da operacionalização do plano de ação estratégica,

regista-se uma avaliação específica de cada uma das medidas de promoção do sucesso escolar, em

comparação com as metas determinadas, o que se releva, por facilitar a readequação atempada das

estratégias e a tomada de decisões fundamentadas sobre a utilização dos recursos. Contudo, como já foi

sublinhado, existe margem para aprofundamento dos processos de monitorização dos resultados (na sua

análise longitudinal, ao nível da qualidade do sucesso, ou mesmo no que diz respeito ao êxito de cada

módulo, nos cursos de educação e formação de adultos) que, em articulação com o processo de

autoavaliação, concorrerão para uma melhor compreensão dos mesmos e para a consolidação dos

progressos.

O trabalho realizado em torno da prevenção e da resolução dos casos de abandono e desistência tem sido

eficaz, para o que tem contribuído a oferta de percursos alternativos ao ensino regular, o

acompanhamento por parte da psicóloga e uma boa articulação com a rede social local.

Em suma, tendo em conta os juízos avaliativos formulados neste domínio, o Agrupamento apresenta

uma maioria de pontos fortes nos campos em análise, em resultado de práticas organizacionais

eficazes, o que justifica a atribuição da classificação de BOM no domínio Prestação do Serviço

Educativo.

3.3 – LIDERANÇA E GESTÃO

LIDERANÇA

As metas e as estratégias que sustentam a ação educativa são delineadas tendo por lema a formação da

verdadeira “escola do futuro”, sem descurar (...) a promoção de uma cultura de cidadania. O projeto

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educativo define um conjunto de prioridades, em diferentes vertentes, e estabelece as formas de

intervenção para cada uma, o que faz dele um documento orientador da ação do Agrupamento. O ponto

fraco sublinhado na anterior avaliação externa, (“a inexistência de hierarquização, calendarização e

quantificação de objetivos e metas”) embora mantendo-se, é, em parte, minorado pela correspondência

com o plano de ação estratégica de promoção da qualidade das aprendizagens. Este último, projetado

para o biénio 2016-2017 a 2017-2018, operacionaliza as estratégias definidas no que respeita aos modos

como o Agrupamento se propõe incrementar o sucesso escolar.

Apesar disso, importa estabelecer uma relação mais objetiva entre as atividades previstas no plano

anual e as prioridades do projeto educativo, de modo a garantir a respetiva concretização e favorecer a

sua monitorização e avaliação. Com efeito, esta decorreu, nos últimos anos letivos, essencialmente, da

análise das informações descritas em atas de natureza diversa, pelo que se mantém a necessidade de

definir metas fundadas em fontes de informação objetiva e em indicadores avaliáveis que facilitem o

acompanhamento efetivo do grau de concretização das prioridades delineadas e permitam redirecionar

as atividades e as estratégias previstas.

O conselho geral, cuja atuação é marcada por uma sintonia com a direção, pode, contudo, assumir uma

posição mais pró-ativa e crítica relativamente a aspetos como o processo de autoavaliação e a

monitorização do projeto educativo. Por sua vez, o diretor exerce uma ação mobilizadora dos diversos

órgãos, valorizando as lideranças intermédias que são, em geral, comprometidas com as funções que

desempenham e assumem uma dinâmica impulsionadora dos seus pares. A equipa de direção é

empenhada e disponível para o diálogo com os diversos elementos da comunidade educativa,

preconizando um clima de abertura e de bem-estar.

Assinala-se o estabelecimento de parcerias e de projetos que fortalecem as relações institucionais com

outras entidades e contribuem com soluções para os problemas e necessidades, rentabilizando assim

recursos em benefício das crianças e alunos e da qualidade do serviço prestado. Regista-se uma forte

ligação com as autarquias, alicerçada numa colaboração recíproca.

O incentivo à participação dos pais e encarregados de educação reflete-se numa boa colaboração por

parte da respetiva associação, constituindo uma mais-valia, pelo cariz interventivo que exerce no âmbito

do conselho geral ou nas relações que estabelece com a direção.

GESTÃO

O Agrupamento organizou um documento (lançamento do ano letivo) que regista a legislação vigente e

os critérios de gestão relativamente a aspetos importantes da organização escolar como sejam a

constituição dos grupos e das turmas, a elaboração de horários ou a distribuição do serviço docente e

que, anexo ao projeto educativo, torna pública a toda a comunidade aquela informação. Nele se expressa

o primado dos critérios pedagógicos, visando assegurar as condições necessárias ao sucesso educativo. O

horário letivo diário facilita a participação dos alunos em atividades de enriquecimento curricular e o

desenvolvimento das que são inerentes ao ensino artístico especializado da música. Na constituição das

turmas, é assegurada, sempre que possível, a continuidade dos grupos do 1.º para o 2.º ciclo.

No que concerne à distribuição do serviço docente, destaca-se a manutenção das equipas pedagógicas e

das direções de turma, tendo em conta o perfil e as competências profissionais de cada um e as

respetivas preferências. Por exemplo, para diretor de turma, são escolhidos docentes que assegurem a

execução das tarefas inerentes e a liderança do conselho de turma, bem como uma boa comunicação com

os alunos e os pais e encarregados de educação. Não obstante o trabalho conjunto no âmbito dos

conselhos de ano, não são desenvolvidas estratégias de gestão de recursos humanos promotoras de

trabalho colaborativo que impeçam o isolamento de alguns docentes que lecionam em escolas mais

pequenas, contribuindo, deste modo, para a renovação das práticas.

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A gestão dos não docentes é assegurada pelas respetivas coordenadoras e pelos coordenadores de

estabelecimento, em articulação com a direção. Constata-se alguma alternância de funções, na escola-

sede, e a circulação entre estabelecimentos, sempre que necessário. Há um reconhecimento das

competências dos trabalhadores, sendo-lhes atribuídas tarefas em que têm oportunidade de fazer uso de

capacidades e conhecimentos específicos, como ocorre na afetação de assistentes operacionais ao apoio a

crianças e alunos com necessidades educativas especiais.

Existe uma boa interação com o Centro de Formação da Associação de Escolas Centro-Oeste ao qual a

direção transmite as necessidades diagnosticadas que, presentemente, visam dar resposta às ações do

plano de ação estratégica. Todavia, para os não docentes a formação tem sido mais escassa, não

dispondo o Agrupamento de um plano que anteveja iniciativas que permitam suprir essa carência. Há

espaço para um maior investimento neste domínio, nomeadamente através da dinamização de

momentos de partilha de conhecimentos, promovendo a rendibilização dos recursos internos, como

previsto no compromisso assumido pelos professores que frequentam a formação sobre apoio tutorial

específico.

Os circuitos de comunicação interna e externa são em geral funcionais e adequados, e muito assentes no

contacto direto com os alunos, as famílias e entre os profissionais. Internamente, a acessibilidade à

informação está alicerçada na transmissão de notas informativas divulgadas em placard e por correio

eletrónico, bem como na proximidade entre pares, a qual contraria as distâncias físicas entre os diversos

estabelecimentos de educação e ensino. Há margem de progresso no que diz respeito aos modos de

divulgação dos projetos e iniciativas do plano anual de atividades que, embora presentes na página do

Agrupamento, beneficiariam de um maior destaque, como estratégia de mobilização da comunidade

educativa.

AUTOAVALIAÇÃO E MELHORIA

O Agrupamento não tem procedido à autoavaliação sistemática do seu funcionamento nem definido

planos estratégicos de melhoria. De facto, as principais ações de aperfeiçoamento implementadas ou em

implementação têm resultado mais de respostas a solicitações exteriores, como as resultantes da

anterior avaliação externa e do recente Programa Nacional de Promoção do Sucesso Escolar, do que de

uma dinâmica consistente de autorregulação e melhoria. Na sua revisão de outubro de 2016, o projeto

educativo recupera e integra as conclusões de cada um dos domínios da avaliação externa realizada em

2011, mantendo, no geral, o que respeita aos pontos fracos então identificados. Por exemplo, tendo sido

criada uma equipa para a autoavaliação em 2011 não foi dada continuidade ao trabalho então encetado,

apenas retomado pouco antes do atual processo avaliativo.

Com efeito, a equipa de autoavaliação em exercício de funções foi constituída formalmente em janeiro de

2017, sob a designação de Observatório da Qualidade. Integra 21 membros, na sua maioria, docentes,

foi formada por convite pessoal do diretor, em outubro de 2016. Ao longo dos três meses de

funcionamento, a equipa, que contou com a assessoria de uma empresa, procedeu à análise do modelo

Common Assessment Framework – CAF Educação 2013, definiu os critérios de ponderação, recolheu e

analisou um extenso conjunto de dados e elaborou um relatório de autoavaliação apresentado no âmbito

deste processo de avaliação externa. No entanto, este ainda não foi apreciado pelo conselho geral e não

existe um plano de divulgação e de discussão do mesmo nos diversos setores da comunidade educativa,

no sentido de promover o envolvimento e corresponsabilização de todos os profissionais nas ações de

melhoria que venham a definir-se.

Reconhece-se o trabalho reflexivo em torno de várias áreas e atividades do Agrupamento, como é

exemplo a análise dos resultados escolares, bem como a definição de ações de melhoria que incidem

sobre o aperfeiçoamento dos processos de ensino, como as que começam a ser implementadas no âmbito

do plano de ação estratégica. Porém, a autoavaliação não tem sido o suporte de decisões estratégicas e

estruturantes, como a revisão do projeto educativo e a construção do referido plano. Constitui-se, pois,

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como prioritário o aprofundamento e consolidação do processo de autoavaliação, através de mecanismos

mais estruturados e continuados, conducente a planos de ação com impacto positivo na melhoria das

práticas profissionais e do serviço prestado.

Em resumo, tendo em conta os juízos avaliativos formulados neste domínio, o Agrupamento apresenta

uma maioria de pontos fortes nos campos em análise, em resultado de práticas organizacionais eficazes.

Tais fundamentos justificam a atribuição da classificação de BOM no domínio Liderança e Gestão.

4 – PONTOS FORTES E ÁREAS DE MELHORIA

A equipa de avaliação realça os seguintes pontos fortes no desempenho do Agrupamento:

O envolvimento das crianças e dos alunos em múltiplos programas, projetos e iniciativas que

concorrem para a sua formação integral e incentivam a melhoria dos seus desempenhos;

A diversidade da oferta formativa, adaptada aos interesses dos alunos e das famílias e

enriquecedora do currículo;

O trabalho desenvolvido na educação pré-escolar, assente na descoberta e na resolução de

problemas, que proporciona experiências estimulantes e relevantes para o progresso das

aprendizagens das crianças;

A ação concretizada no âmbito da educação especial, centrada nas especificidades das crianças

e alunos com necessidades educativas especiais e facilitadora da inclusão;

O dinamismo das bibliotecas escolares enquanto espaços privilegiados para iniciativas

multidisciplinares e em interação com as famílias, potenciadoras da aquisição de competências

nos domínios da leitura e da escrita, da pesquisa e do trabalho autónomo;

O estabelecimento de parcerias e a dinamização de projetos que fortalecem as relações

institucionais com outras entidades e contribuem com soluções para os problemas e

necessidades, mobilizando recursos em benefício das crianças e alunos e da qualidade do serviço

prestado.

A equipa de avaliação entende que as áreas onde o Agrupamento deve incidir prioritariamente os seus

esforços para a melhoria são as seguintes:

A sistematização e concretização dos modos de gestão articulada do currículo que garantam a

sequencialidade entre os diferentes níveis/ciclos e anos de escolaridade e fomentem a

interdisciplinaridade, tendo em vista a maximização do ensino e das aprendizagens;

A implementação intencional e generalizada de práticas de diferenciação pedagógica em sala de

aula, com recurso mais regular a formas de aprendizagem cooperativa, metodologias mais

ativas e estratégias de ensino mais estimulantes e diversificadas, promotoras de uma maior

motivação e autonomia de todos os alunos;

A definição de metas fundadas em fontes de informação objetiva e em indicadores avaliáveis

que facilitem o acompanhamento efetivo do grau de concretização das prioridades delineadas e

permitam redirecionar as atividades e as estratégias previstas;

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O aprofundamento e consolidação do processo de autoavaliação, através de mecanismos mais

estruturados e continuados, conducente a planos de ação com impacto positivo na melhoria das

práticas profissionais e do serviço prestado pelo Agrupamento.

07-07-2017

A Equipa de Avaliação Externa: Helder Guerreiro, Isabel Barata e Sérgio Vieira

Concordo.

À consideração do Senhor Inspetor-Geral da Educação e Ciência, para homologação.

A Chefe de Equipa Multidisciplinar da Área

Territorial de Inspeção do Sul

Maria Filomena Aldeias

2017-08-17

Homologo.

O Inspetor-Geral da Educação e Ciência

Por delegação de competências do Senhor Ministro da Educação

nos termos do Despacho n.º 5477/2016, publicado no D.R. n.º 79,

Série II, de 22 de abril de 2016