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1 UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” INSTITUTO A VEZ DO MESTRE RESPONSABILIDADE SOCIAL E OS IMPACTOS AMBIENTAIS: UMA ANÁLISE DOS FATORES DE RESPONSABILIDADE SOCIAL E AMBIENTAL NA CIDADE DE SURUBIM – PE. Por: GORETTE CRISTINA LEAL SILVESTRE VIEIRA Orientador: Prof. MÁRIO LUIZ TRINDADE ROCHA Co-Orientadora: Profª. GLÓRIA JESUS DE OLIVEIRA RECIFE – PE 2013

RESPONSABILIDADE SOCIAL E OS IMPACTOS AMBIENTAIS: … · O conceito de Responsabilidade socioambiental, segundo o Conselho empresarial brasileiro para o desenvolvimento sustentável,

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UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

RESPONSABILIDADE SOCIAL E OS IMPACTOS AMBIENTAIS:

UMA ANÁLISE DOS FATORES DE RESPONSABILIDADE SOCIAL E

AMBIENTAL NA CIDADE DE SURUBIM – PE.

Por: GORETTE CRISTINA LEAL SILVESTRE VIEIRA

Orientador: Prof. MÁRIO LUIZ TRINDADE ROCHA

Co-Orientadora: Profª. GLÓRIA JESUS DE OLIVEIRA

RECIFE – PE

2013

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UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

RESPONSABILIDADE SOCIAL E OS IMPACTOS AMBIENTAIS:

UMA ANÁLISE DOS FATORES DE RESPONSABILIDADE SOCIAL E

AMBIENTAL NA CIDADE DE SURUBIM – PE.

Apresentação de monografia ao

Instituto A Vez do Mestre – Universidade

Cândido Mendes como requisito parcial

para obtenção do grau de especialista em

Gestão Estratégica e Qualidade.

Por: Gorette Cristina Leal Silvestre Vieira

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AGRADECIMENTOS

A Deus, sempre presente, concedendo-me coragem para continuar nessa

caminhada em busca do saber, obrigada por tudo de bom que me tem dado.

Aos Professores Mário Luiz Trindade Rocha e Glória Jesus de Oliveira que não

mediram esforços e sempre se dispuseram a ajudar.

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DEDICATÓRIA

Aos meus pais e irmãos,

que sempre acreditaram na minha

capacidade e incentivaram para que eu

lutasse pelos meus sonhos.

Ao meu marido, Flávio,

que me apoiou e foi sempre um grande

companheiro.

Aos meus filhos, Rafael e Manoela,

sinônimos de amor e carinho, minha razão

de viver...

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RESUMO

A questão ambiental não pode ser tratada de forma isolada e seu reflexo cada vez mais está

se refletindo no consumo de produtos, na competitividade das empresas e no mercado, a

cada dia mais globalizado. A Responsabilidade Social é uma forma de conduzir os negócios

da empresa de tal maneira que a torna parceira e corresponsável pelo desenvolvimento

social. Também anda de mãos dadas com o conceito de desenvolvimento sustentável, porque

uma empresa socialmente responsável não é a que cumpre somente as obrigações legais,

mas a que desenvolve ações efetivas junto à sociedade, seja através da melhoria das

condições de trabalho dos próprios empregados, seja de respeitar e atuar com ética perante

os colaboradores. O estudo nos mostra que o meio ambiente é um dos assuntos que está

tendo um grande destaque nos dias de hoje, e a conscientização é de extrema importância

para todos. De acordo com a pesquisa realizada ficou constatado que existem empresas que

se preocupam com o aspecto ambiental, porém há uma resistência por grande parte das

pequenas empresas em não investir nesse setor por conta dos altos custos. No entanto, há

soluções simples, de baixos custos e eficazes bem próximas as mesmas.

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METODOLOGIA

Os métodos utilizados para a execução deste trabalho foram: pesquisas em

livros, internet, consultas a sites e revistas especializadas, matérias jornalísticas,

observação “in loco” e coleta de dados através da aplicação de questionários

direcionados a empresas parceiras na elaboração da pesquisa.

Destacando como autores principais que serviram de referência bibliográfica:

Cavalcanti (2003). Casseti (1999) e Viederman (1994); dentre outros autores que foram

pertinentes na elaboração do mesmo.

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO......................................................................................................... 08

CAPÍTULO I - VERIFICANDO O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL NO MEIO

AMBIENTE

1.1 O Homem, a Natureza e a Economia................................................................ .11

1.2 Legislação Ambiental no Brasil........................................................................ .12

1.3 A Participação do Cidadão no Desenvolvimento Sustentável.................................. 13

1.4 A Importância da Reciclagem...................................................................................14

1.5 Uma Conferência como meio de influência para o Poder Público...........................15

CAPÍTULO II - ANALISANDO AS PRÁTICAS E AÇÕES RELACIONADAS À

GESTÃO AMBIENTAL EM SURUBIM

2.1 A Cidade de Surubim – Breve Histórico...................................................................18

2.2 Práticas e Ações Relacionadas à Gestão Ambiental na Cidade de Surubim.............19

2.3 Ações na Cidade de Surubim.....................................................................................21

CAPÍTULO III – APRESENTANDO PROJETOS SOCIAIS QUE AUXILIAM O

REAPROEITAMENTO DOS PRODUTOS E MATERIAIS QUE PODEM SER

REUTILIZADOS

3.1 A Comunidade Kairós atuando em Surubim...........................................................26

3.2 A questão do polo de confecções na cidade de Surubim........................................29

3.3. Projetos Para a Cidade de Surubim..........................................................................30

3.3.1 Possíveis soluções para o município.............................................................. 32

CONCLUSÃO....................................................................................................... 33

BIBLIOGRAFIA................................................................................................... .37

WEBGRAFIA....................................................................................................... 38

ANEXOS.............................................................................................................. 39

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INTRODUÇÃO

A questão central deste trabalho é a ambiental, e nos dias atuais a mesma não pode ser

tratada de forma isolada. Seu reflexo, cada vez mais está se refletindo no consumo de produtos,

na competitividade das empresas e no mercado, a cada dia mais globalizado. O tema em estudo

será Responsabilidade Social e os Impactos Ambientais, o mesmo foi escolhido devido a

problemas encontrados no cotidiano da cidade de Surubim.

O conceito de Responsabilidade socioambiental, segundo o Conselho empresarial brasileiro

para o desenvolvimento sustentável, é um compromisso permanente por parte dos empresários

na adoção de uma postura e ações de mercado éticas, que contribuam para o desenvolvimento

econômico de forma consoante com a qualidade de vida de seus clientes internos e externos, e

onde é necessário se adotar práticas de produção e consumo sustentável.

Sabe-se da grande importância que o meio ambiente tem na vida dos seres humanos. Porém

o mau uso dos recursos naturais vem causando muitos impactos ambientais, sociais e

econômicos ao longo dos anos e para serem entendidos e compreendidos precisam ser

observados numa visão mais abrangente.

Analisando a situação na cidade de Surubim, ficamos indagando qual a importância da

sustentabilidade e qual a preocupação das empresas com a mesma? Será que existem motivos

que influenciam as empresas a não investirem? O que tem sido feito em favor da população?

Inicialmente um dos motivos para a não contribuição é o investimento alto para a realidade

do mercado, pois as empresas não comportam uma estrutura organizacional para armazenar os

materiais a serem reaproveitados. Para ser feito a abertura desse setor na empresa, é necessário

um investimento no qual o retorno vem em longo prazo, que para o empreendedor se torna

inviável. Porém, existem diversos produtos que reduzem os impactos ambientais que são de

baixo custo, e pode ser utilizada diariamente, como por exemplo, a substituição das sacolas

plásticas, mas é necessário agir com respeito à natureza e conscientizar os consumidores dessa

necessidade.

A comunidade é de fundamental importância na cobrança por projetos em relação à seleção

do lixo (setor público) e ações das empresas. Logicamente que, para se cobrar primeiro terá que

se conscientizar da sua importância nesse ciclo. Quanto aos órgãos públicos, em nossa cidade,

essa questão precisa ser tratada de maneira mais séria. Uma das maneiras possíveis a ser adotada

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é espalhar por toda, ou grande parte da cidade, lixeiras específicas para cada produto, sendo feita

uma coleta seletiva e também um aterro sanitário. Conscientizando a população a criar hábitos

ecologicamente corretos, para que juntos possamos minimizar esses impactos ambientais, e ao

mesmo tempo, aquecendo o mercado.

Sabendo que, a preocupação ambiental vem ganhando a cada dia, mais

importância, à medida que os efeitos climáticos e a escassez de recursos naturais

provocam prejuízos materiais, observa-se que este tema escolhido é de fundamental

relevância. Assim, se pretende mostrar como diminuir os efeitos poluentes ou

degradantes, de modo estratégico, porque numa economia sustentável se faz necessário

mostrar potenciais no presente e ao mesmo tempo pensando no futuro, tornando assim,

as empresas competitivas no mercado.

A hipótese mais provável para a solução deste problema é de longo prazo, e está

sendo apresentada uma proposta de trabalho que envolve parcerias através de estratégias

e qualidade, para resolução dos mesmos, a partir de ações práticas de recuperação

ambiental, de educação ambiental e de cidadania.

Os métodos utilizados para a execução deste trabalho foram: pesquisas em

livros. Internet, revistas especializadas, matérias jornalísticas e também na observação

“in loco”.

O mesmo está sendo dividido em três capítulos. No primeiro capítulo vemos uma

abordagem sobre o desenvolvimento sustentável no meio ambiente. O segundo capítulo

ressalta as práticas e ações relacionadas à gestão ambiental como forma de avaliar as

empresas que se preocupam com a sustentabilidade e a preservação ambiental da cidade

de Surubim. Já no terceiro capítulo serão apresentados alguns projetos sociais que

auxiliam o reaproveitamento dos produtos e materiais que podem ser reutilizados.

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CAPÍTULO I

VERIFICANDO O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL NO MEIO AMBIENTE

A definição de desenvolvimento sustentável surgiu na década de 1970, através

de estudos das Organizações das Nações Unidas por conta das mudanças climáticas que

estavam ocorrendo, pois a humanidade estava preocupada devido às crises ambientais e

sociais que estavam surgindo sobre o mundo.

Entretanto, o desenvolvimento sustentável deve ser visto de modo crescente,

mesmo de forma pequena, mas com o objetivo de integrar o progresso ao meio

ambiente, buscando meios de não degradá-lo, mas que traga desenvolvimento.

O pesquisador Viederman (1994) enfatiza que esse conceito vai além da simples

preservação dos recursos da natureza e pode ser entendido como o desenvolvimento

econômico e material que leve em conta as consequências das atividades humanas sobre

o ambiente e se utilize de recursos naturais que possam ser renovados, para que não haja

degradação do ambiente ou esgotamento desses recursos. A argumentação do mesmo

sustenta a ideia de que

desenvolvimento sustentável é um processo participativo que cria e almeja uma visão de comunidade que respeita e usa com prudência todos os recursos naturais, humanos, feitos pelas pessoas, sociais, culturais, científicos e assim por diante. A sustentabilidade procura garantir, o máximo possível, que as gerações atuais tenham um elevado grau de segurança econômica e possam ter democracia e participação popular no controle das comunidades. Paralelamente, as gerações atuais devem manter a integridade dos sistemas ecológicos dos quais dependem toda a vida e a produção. Devem também assumir responsabilidades em relação às gerações futuras, para deixar-lhes a mesma visão (Viederman, 1994 : 4)

Segundo Cavalcanti (2003), sustentabilidade significa a possibilidade de se

obterem continuamente condições iguais ou superiores de vida para um grupo de

pessoas e seus sucessores em dado ecossistema.

Tal conceito equivale à ideia de manutenção de nosso sistema de suporte da

vida. Basicamente, trata-se do reconhecimento do que é biofisicamente possível em uma

perspectiva de longo prazo.

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Para que uma sociedade se desenvolva de modo sustentável, ela deve praticar atitudes

que atendam não apenas às suas necessidades, mas também às necessidades das futuras

gerações.

1.1 O Homem, a Natureza e a Economia.

A sociedade humana busca, desde sua origem, formas de otimizar sua estabilidade

no meio em que está inserida. A revolução industrial, além de simbolizar o início da

idade contemporânea, trouxe consigo alguns ideais reformadores, cujos efeitos

perduram até hoje: a exaltação ao lucro e, principalmente, o esgotamento dos recursos

naturais.

Para Casseti (1991), as transformações sofridas pela natureza, através do emprego

das técnicas no processo produtivo, são um fenômeno social, representado pelo

trabalho, e as relações de produção mudam conforme as leis, as quais implicam a

formação econômico-social e, por conseguinte, as relações entre a sociedade e a

natureza.

Para ter uma vida boa no mundo capitalista, é preciso agir sabiamente, investir,

construir e competir. Somente os mais fortes e hábeis sobrevivem. Infelizmente, a nossa

realidade também é assim. Esse fator somado à futilidade e ao caráter consumista de

muitos, gera uma atmosfera não muito agradável.

Entretanto, para acumular capital, é necessário que medidas, nem sempre ecológicas

sejam tomadas. Derrubada de matas exageradas, construção civil e liberação de CO2

pelas inúmeras indústrias espalhadas pelo planeta são exemplos de consequências

negativas para o homem. O problema, contudo, reside no fato de que poucos percebem

a presença de um ciclo vicioso entre industrialização, economia e desintegração da

fauna e da flora.

É preciso entender que o homem surgiu não para competir com o meio ambiente,

mas sim para viver em conjunta harmonia com ele. É uma relação de mutualidade,

cooperação de ambas as partes.

Desenvolver projetos sustentáveis continua sendo uma boa solução para essa

turbulência. Pois diante da utilização cada vez maior dos recursos naturais pela

sociedade de consumo, aumentaram as preocupações com a capacidade do planeta de

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sustentar a vida, sobretudo quando se verifica que a população mundial ainda está

crescendo em ritmo acelerado.

1.2 Legislação Ambiental no Brasil

A Lei nº 6.938 de 1981, é o marco legal de proteção ambiental no Brasil a

Lei da Política Nacional de Meio Ambiente. Essa Lei estabelece princípios, objetivos e

instrumentos da política Nacional do Meio Ambiente, incorpora o Estudo de Impacto

Ambiental no ordenamento jurídico brasileiro e institui o Sistema Nacional do Meio

Ambiente.

A Lei nº 6.938 lista vários instrumentos ambientais. Entre eles:

• Licenciamento Ambiental. O licenciamento é “o procedimento administrativo

pelo qual o órgão ambiental competente licencia a localização, instalação,

ampliação e a operação de empreendimentos e atividades utilizadoras de

recursos ambientais consideradas efetiva ou potencialmente poluidoras ou

daquelas que, sob qualquer forma, possam causar degradação ambiental.”

• Avaliação de Impacto Ambiental. No Brasil, o estudo prévio do impacto

ambiental é exigido sempre que houver a possibilidade de significativa

degradação do meio ambiente. Por exemplo: estradas de rodagem com duas ou

mais faixas de rolamento, ferrovias, portos e aeroportos, oleodutos, gasodutos e

emissários de esgoto sanitário, linhas de transmissão de energia elétrica acima de

20 KV, extração de combustível fóssil e de minério.

• Responsabilidade Civil Ambiental. Quem degrada o meio ambiente responde

administrativa, civil e penalmente por seu ato. “É o poluidor obrigado,

independentemente de existência de culpa, a indenizar ou reparar os danos

causados ao meio ambiente e a terceiros, afetados por sua atividade.”

A Constituição Federal de 1988 estabelece em seu artigo 225: “Todos têm

direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e

essencial à qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de

defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações.”

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Em 1998, foi aprovada a Lei nº 9.605, a Lei dos Crimes Contra o Meio

Ambiente. Na estrutura da administração federal do Brasil, a legislação criou três órgãos

para cuidar do ambiente:

• CONAMA – Conselho Nacional do Meio Ambiente.

• Ministério do Meio Ambiente.

• IBAMA – Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos

Naturais Renováveis.

1.3 A Participação do Cidadão no Desenvolvimento Sustentável

São muitas as formas pelas quais se pode atuar em defesa do meio em que

vivemos, de acordo com Boligian et al (2009), podemos contribuir na busca de um

desenvolvimento sustentável das seguintes maneiras:

• Economizando água e divulgando a importância de não deixar torneiras

mal fechadas e com vazamentos;

• Plantando muitas mudas de árvores casa, no bairro e na cidade toda. Isso

poderá auxiliar na recuperação de áreas degradadas, como as margens de

muitos rios urbanos;

• Solicitando à prefeitura ou à associação de moradores uma biblioteca

comunitária e realizando campanhas de doação de livros e revistas que

tratem de problemas ambientais;

• Protestando e denunciando em jornais e emissoras de rádio quando vir

alguma agressão ao meio ambiente. Divulgando também as soluções

possíveis para esse problema;

• Economizando energia elétrica e divulgando a importância do

aproveitamento da luz natural durante o dia;

• Escrevendo cartas para os responsáveis pela poluição, como diretores de

fábricas poluidoras e donos de frota de ônibus e caminhões, e também

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pra órgãos de defesa ambiental, exigindo o controle da emissão de

elementos poluentes na natureza;

• Fiscalizando o trânsito e denunciar as placas de veículos polidores;

• Solicitando à prefeitura do município a coleta seletiva de lixo no bairro

(se não houver).

Cada vez mais estamos sofrendo as consequências dos prejuízos que causamos a

natureza. A situação é muito séria e o futuro não é nada promissor. Toda a população

deve se sensibilizar com esta realidade e buscar orientações sobre atitudes que devem

ser incentivadas e outras que devem ser substituídas na nossa rotina diária.

Vimos, contudo, que a participação individual constitui uma das condições

fundamentais para o alcance do desenvolvimento sustentável. Todos os

comportamentos que possam resultar em agressão ao meio ambiente devem ser

avaliados, de modo que o ser humano busque em sua relação com a natureza, atender às

suas necessidades sem comprometer a preservação do meio ambiente. Ao ser

atuante, todo cidadão porá em prática o lema de uma sociedade sustentável: pensar

globalmente e agir localmente. Sabendo que, o princípio básico do desenvolvimento

sustentável reside na participação democrática, em que cada cidadão possa atuar como

agente transformador da realidade.

1.4 A Importância da Reciclagem

Sabe-se que desde a década de 1970, a produção de produtos descartáveis vem

aumentando vertiginosamente, e, consequentemente, a produção de lixo, principalmente

em países com elevada escala de industrialização. Atualmente, certos governos, ONGS

e movimentos estão cobrando das empresas posturas mais responsáveis e corretas, tanto

no âmbito social quanto no aspecto sustentável, ou seja, o desenvolvimento econômico

deve estar atrelado, direta ou indiretamente, à conservação do meio ambiente. Exemplos

como coleta de pilhas e reciclagem de latas de alumínio são comuns em diversas

cidades brasileiras.

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Além de promover a preservação do meio, o processo de reciclagem gera

inúmeros benefícios para a sociedade, em geral, levando a um aumento na renda

daqueles que realizam coleta, reduzindo os impactos sobre solos, lençóis freáticos, rios,

e vales. Além disso, muitas indústrias realizam periodicamente reciclagem de materiais

de forma a diminuir a quantidade de gastos. Por conseguinte, as economias restantes

podem ser convertidas em investimentos para a melhoria da empresa, podendo gerar

maiores lucros, ofertas de emprego e assistência aos funcionários envolvidos no

processo.

Entretanto, a situação vigente na cidade de Surubim é preocupante: ao visitar o

lixão municipal, percebe-se uma falta de compromisso com a tão falada

sustentabilidade. Infelizmente, a ideia de reciclagem não faz parte daquele cotidiano,

acarretando sérios problemas à população circunvizinha, à fauna e flora local e ao solo

da região.

Com o intuito de reduzir a proliferação do lixo nos municípios, precisa-se de

apoio e incentivo sócio-governamental para que ocorram investimentos na área da

sustentabilidade, sendo estes os principais fatores que contribuem para um possível

crescimento organizado, correto, cuidadoso e proporcional às reais necessidades

humanas. Consequentemente, evita-se a propagação da poluição, geram-se mais

empregos e combate-se a disseminação de inúmeras doenças que podem,

potencialmente, afetar a sociedade mundial. Investindo maciçamente em atos

relacionados direta ou indiretamente ligados à reciclagem, faz-se possível a diminuição

do acúmulo de lixo, logo, ocorrerá uma menor exploração dos recursos naturais, tão

comentados atualmente devido à sua excessiva utilização.

1.5 Uma Conferência como meio de influência para o Poder Público

Para conhecermos os grandes problemas ambientais que atingem a sociedade, é

necessário entender que o meio ambiente não é formado apenas pela flora, fauna, ar e

solo. É o resultado da soma de fatores abióticos e bióticos e da cultura humana, sendo

estes vistos em automática interação. Do surgimento da humanidade até os dias atuais, o

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meio vem sofrendo uma constante modificação por parte daqueles que o constituem.

Antigamente, consistia, por conta da pequena população e urbanização, uma

transformação irrisória. Hoje, no entanto, percebe-se algo bastante vertiginoso, danoso,

desorganizado e desenfreado.

Vive-se, contemporaneamente, na sociedade do consumo e o modelo de

crescimento utilizado pela grande parte dos países aumenta a demanda de recursos

naturais. Precisa-se de mais água, matéria-prima, combustíveis, alimentos, terrenos, etc.

Por outro lado, perde-se qualidade de vida e surgem desafios intrigantes. Uma

verdadeira corrida contra o nosso próprio tempo. As politicas econômicas são orientadas

com o intuito de aumentar a produção, implicando uma maior exploração de recursos

naturais e fontes de energia oriundas da natureza.

Só apenas depois da Segunda Guerra Mundial, gradualmente, os problemas

ambientais passaram a ser vistos de maneira diferenciada. Encarando diversas

catástrofes e transtornos ambientais, o homem decidiu adotar uma nova postura diante

de tais acontecimentos. Era perceptível, portanto, que a natureza não era resistente a

inúmeras e negativas intervenções/agressões humanas em seu ciclo natural. Surgiram,

posteriormente, instituições e movimentos ecológicos com uma gama de objetivos a

serem alcançados, todos eles tendo em comum a defesa da preservação da vida da fauna

e flora. A realização de conferencias contribuiu não somente para incentivar a

conscientização ecológica, mas também para alertar que a degradação do ambiente

comprometeria a estabilidade da população terrestre.

Na década de 70, ocorreu a Conferência das Nações Unidas acerca do Meio

Ambiente Humano ou Conferência de Estocolmo, na Suécia. Durante esse encontro,

chefes de Estado reuniram-se para debater os possíveis rumos da ambiente e seu

desenvolvimento com a intervenção antrópica. Surgiram aí novas polemicas. A

proposta estabelecida pelos países desenvolvidos era, na verdade, congelar as

desigualdades socioeconômicas vigentes no globo. Os países subdesenvolvidos, por sua

vez, defendiam a implementação de uma rápida industrialização, acarretando grandes

impactos em diversas áreas.

A Conferência foi um marco para a humanidade, reiterando a importância da

consciência generalizada, alertando para uma cooperação conjunta de todos os países

envolvidos. Foram estabelecidos princípios os quais ampliaram o conceito de qualidade

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de vida associado à qualidade ambiental e à justiça social. O conceito de

desenvolvimento passou a ser relacionado ao controle de poluição e ao uso racional e

organizado dos recursos naturais, evitando, assim, seu esgotamento e garantindo

benefícios acerca de seu uso moderado.

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CAPÍTULO II

ANALISANDO AS PRÁTICAS E AÇÕES RELACIONADAS À GESTÃO

AMBIENTAL EM SURUBIM

2.1 A Cidade de Surubim – Breve Histórico

Surubim é um município do estado de Pernambuco, conhecido como a capital da

vaquejada. Originou-se de uma fazenda de gado, pertencente a Lourenço Ramos da

Costa. A cidade tem este nome em homenagem ao boi Surubim que foi atacado e

devorado por uma onça nas terras do fazendeiro Lourenço Ramos onde hoje se encontra

o atual município. Foi emancipado através da Lei estadual nº 1.931 de 11 de setembro

de 1928 (data em que se comemora seu aniversário).

Localiza-se a uma altitude 07049’59¨ sul e a longitude 35045’17¨ oeste, estando a

uma altitude de 220 metros acima do nivel mar. Sua população estimada em 59.751

habitantes/ IBGE 2012.

Cortado pelo Rio Capibaribe, o município tem uma das maiores barragens do

estado. A barragem de Jucazinho, que abastece cerca de 13 cidades do agreste,

atendendo uma população de aproximadamente 600.000 habitantes.

O clima do município é o tropical, do tipo As'. Porém, pode apresentar

características do semiárido, por estar situado na transição entre os dois biomas. O verão

de Surubim é quente e seco, com máximas podendo alcançar os 35°C, com mínimas

entre 18°C e 22°C. O inverno é chuvoso, com mínimas entre 15°C e 19°C, e máximas

entre 23°C e 28°C.

Municípios limítrofes; Limita-se a norte com os municípios de Vertente do Lério

e Casinhas, a sul com Riacho das Almas e Cumaru, a leste com Salgadinho, João

Alfredo e Bom Jardim e a oeste com Santa Maria do Cambucá e Frei Miguelinho. E tem

como distância até a capital Recife 130 km.

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2.2 Práticas e Ações Relacionadas à Gestão Ambiental na Cidade de Surubim.

Analisando a situação em nossa cidade, percebe-se que existe uma falta de

conscientização relacionada à sustentabilidade e reaproveitamento de materiais. Através

da observação, vê-se que Surubim é uma cidade centralizadora, sendo referência para

muitas cidades vizinhas, como João Alfredo, Casinhas, Santa Maria do Cambucá,

Vertente do Lério, entre outras. Por isso, temos um mercado aquecido e movimentado, o

que aumenta ainda mais as responsabilidades perante a gestão empresarial. E um dos

pontos de diferencial na gestão empresarial é o cuidado com o meio ambiente, através

da gestão ambiental. Surubim pode dar o exemplo a todas essas cidades circunvizinhas

e principalmente a população, pois essa conscientização se faz cada vez mais necessária

para o mercado competitivo e para a vida dos consumidores e das empresas.

De acordo com VALLE (1995), “a qualidade ambiental é parte inseparável da

qualidade total ansiada pelas empresas que pretendem manterem-se competitivas e

assegurar sua posição em um mercado cada vez mais globalizado e exigente.”

Inicialmente, um dos motivos que não contribui para um investimento, é o alto

custo para a realidade de mercado, pois as empresas não comportam uma estrutura

organizacional para abastecerem os materiais a serem reaproveitados. Para ser feita a

abertura desse setor na empresa é necessário um investimento, no qual o retorno vem

em longo prazo e isso para o empreendedor é inviável. Porém, existem diversos

produtos que reduzem os impactos ambientais com baixo custo, que podem ser

utilizados diariamente, como a redução do uso de sacolas plásticas. Agindo dessa forma,

respeitamos à natureza e conscientizamos os clientes.

A gestão ambiental pode ser usada por toda e qualquer empresa: de grande e

pequeno porte, independente do ramo de atividade a qual siga, pois ao contrário do que

muitas pessoas pensam a gestão ambiental não é só reciclar com maquinários

específicos para transformação do produto, mas nos simples atos da economia de água e

energia da empresa, na separação do lixo da própria empresa, buscando soluções

práticas para a eliminação de produtos poluentes ou de difícil desintegração no meio

ambiente, como as sacolas plásticas. Sabe-se que o plástico demora muito tempo para se

decompor na natureza, e a natureza não sabe como se livrar dele.

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Há um tempo não muito distante, ainda mal se falava no destino final de todo o

lixo. Hoje, infelizmente, a realidade não figura de maneira muito diferente. Toneladas

de dejetos produzidas pelos habitantes do município são desperdiçadas e largadas como

algo totalmente desprezível. A questão ambiental, entretanto, tornou-se um dos maiores

desafios dos surubinenses. Além de preservar a integridade sanitária da cidade, precisa-

se de atenção especial à poluição atmosférica, de rios e vias de mobilização, a qual, ano

após ano, vem se agravando no nosso corriqueiro cotidiano. A participação de amplos

setores da população é essencial na busca de um futuro melhor.

O desperdício, por sua vez, torna-se objeto de destaque entre os moradores da

cidade. Com a facilidade de compra fornecida por entidades governamentais e maior

oferta de emprego, os indivíduos gozam de um poder antes não existente para a grande

maioria. A inovação tecnológica consiste um fator elementar para tal acontecimento,

Cita-se também a própria dinâmica capitalista, cujos efeitos geram, rapidamente,

desatualização e obsolescência dos produtos no mercado. Não pode ficar de fora a

influencia exercida assiduamente pelos meios de comunicação, os quais exercem

alienação na crítica de muitos leigos.

O processo acelerado de urbanização em Surubim vem provocando inúmeros

impactos sobre o meio ambiente. A redução vertiginosa da área verde gera,

consequentemente, alterações no comportamento de sua respectiva fauna.

Consequências não positivas da expansão urbana se relacionam a diversos fatores, tais

como derrubada de matas para construção de condomínios e indústrias, e estes vivem

em ascensão. Profissionais da área alegam que é preciso, urgentemente, de apoio de

ambas as partes, povo e governos, para que a atual situação de abandono ambiental seja

posteriormente revertida.

Sociólogos e geógrafos afirmam que o crescimento de uma cidade deve ser

organizado, planejado e gradual, devendo-se deixar espaços para plantio de mudas de

árvores, por exemplo, para que estas, futuramente, estejam mais presentes em nosso

convívio, incrementando, assim, a qualidade do ar e do ambiente, em geral, que estamos

presentes. Faz-se necessário a exaltação de um estágio de harmonização entre homem e

natureza, no qual a população esteja ciente de suas obrigações, interesses e necessidades

com moderação. Vale salientar, inclusive, que o Poder Municipal tome providencias

cabíveis no tocante a fiscalização de habitações, observando e exercendo trabalhos que

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visem a melhoria do saneamento, pois boa parte das casas de nossa cidade não possuem

a devida infraestrutura, desencadeando esgotos a céu aberto, acúmulo de dejetos, insetos

e mal estar para moradores circunvizinhos.

O Departamento de Urbanização da cidade afirma que existem projetos

relacionados à melhor estruturação de saneamento básico para toda a população,

reiterando, ainda, que parques verdes e áreas de proteção ambiental foram criados com

o intuito de acrescentar e proporcionar melhores condições ambientais ao município.

Nota-se também que algumas das recentes construções já estão de acordo com as

propostas estabelecidas pelos órgãos competentes, mas muito ainda há de ser feito,

principalmente no perímetro urbano, já que na área rural o crescimento ainda caminha a

passos lentos.

2.3. Ações na Cidade de Surubim

É notório que a cidade de Surubim não dispõe de um controle organizacional dos

resíduos, acarretando graves consequências, tais como agressão ao solo e a atmosfera

em geral, mananciais, aquíferos subterrâneos, entre outros. No tocante à saúde das

espécies animais, surgem as epidemias patogênicas, vetores de transmissão de doenças,

proliferação de fungos e bactérias. Infelizmente, a maioria dos municípios brasileiros

possui um arcaico circuito logístico de disposição do lixo. Locais são previamente

escolhidos para coleta, ficando alguns indisponíveis para tal atividade, seja por falta de

transporte, vias pavimentadas ou afastadas dos centros urbanos.

Raramente, o circuito utiliza procedimentos diferentes dos habituais, a exemplo

dos processos de compostagem e seleção residual. No entanto, esses processos sofrem

com a falta de apoio, incentivo financeiro e planejamento interno, inviabilizando a sua

futura viabilidade e utilidade para a sociedade vigente. Desperdício e estrago podem ser

originados pelo uso indevido/inadequado dos resíduos sólidos, por conseguinte, tornam-

se constantes, e até mesmo crescentes, as desigualdades sociais, degradação ambiental,

baixa qualidade de vida populacional, principalmente.

22

Apenas estabelecendo um programa que defina, explicitamente, direcionamentos

acerca da sistematização e articulação, é que se viabilizará a plenitude e execução

prática da teoria em discussão. A nível do Governo Federal, Estadual e Municipal,

necessita-se de um maior engajamento nas propostas estabelecidas, além de minimizar

ao máximo o nível burocrático na área publica e privada de serviços, com a finalidade

de acelerar possíveis avanços ligados à melhoria da condição de limpeza urbana dos

municípios brasileiros, não apenas pela questão estética, mas, acima de tudo, pela

questão da saúde e da preservação do meio e suas espécies. Ressaltando, também, que a

participação da sociedade e fator indispensável para a realização das atividades

anteriormente propostas.

Surubim passa, nos últimos anos, por um processo de expansão demográfica

bastante visível, surgindo novas edificações residenciais, industriais e comerciais de

maneira intensa, porém, este crescimento precisa fomentar um maior impulso para a

organização urbana. Por diversos motivos, tal proporcionalidade tem se mostrado

inferior a desejada para os padrões almejados, trazendo a tona fatores mal aceitos pela

população do município: esgotos a céu aberto, lixão em más condições de

funcionamento e falta de uma coleta seletiva adequada. O problema é generalizado e

causa um fenômeno conhecido como “efeito dominó” em todas as partes agregadas ao

funcionamento da cidade.

O solo localizado nos arredores do lixão municipal sofre, intensa e

constantemente, com a poluição gerada por dejetos postos na área. O lixo sólido –

embalagens plásticas, papel, metal e vidro, por exemplo – acumula-se no ambiente e

leva anos, décadas ou até mesmo séculos e milênios para entrar em processo de

decomposição. Tal fato, além de afetar a fauna e flora, afeta o ciclo de saneamento

público, levando ao entupimento de valas, córregos, caixas de esgotos e bueiros.

Sucessivamente, durante períodos de fortes chuvas e tempestades, estes locais citados

tornam-se obstruídos pelo acúmulo de resíduos, resultando em enchentes que, em

grande parte dos casos, acarretam grandes prejuízos a sociedade.

Áreas de lixão, infelizmente, ainda consistem um foco atrativo para a população

carente, largada às margens da sociedade. O desemprego e a falta de oportunidades são

fatores que impulsionam a migração dessa parcela da população para esses ambientes

insalubres. Restos de lixo tornam-se itens de sobrevivência, sendo utilizados para a

23

própria alimentação e para possíveis vendas. A dura realidade vivenciada por esses

indivíduos configura-se como uma espécie de degradação humana, na qual inúmeras

famílias põem a vida dos seus respectivos integrantes em jogo.

Procuradas, pessoas ligadas à Prefeitura Municipal, salientam que o fechamento

do lixão a céu aberto é um projeto aspirado há um bom tempo pelo conselho municipal.

Trata-se de uma adequação necessária para que sejam respeitadas as diretrizes previstas

pelas normas que visam à preservação do meio ambiente. Teoricamente, com a

desativação do lixão, caminhões e automóveis relacionados à coleta nos bairros

realizarão descarga de materiais em locais aptos para tal serviço, como galpões

apropriados. Alega-se, ainda, que os residentes da área possam receber benefícios, numa

tentativa de melhorar suas condições de vida, dando-lhes moradia e alimentação digna

de seres humanos.

Algumas empresas na cidade de Surubim possuem uma visão diferente do

aproveitamento do plástico usado no dia a dia. Isso pode ser visto em alguns supermercados

da cidade como Kipreço e Bom Dia. Em conversa com os gerentes, Romildo José e

Fernando Barbosa, foi percebido algo em comum entre as duas empresas. Os mesmos

deixaram bem claro como os supermercados trabalham esse tema e como se preocupam com

o meio ambiente e mostraram suas dificuldades em não aproveitar melhor os materiais.

A princípio eles disseram que os materiais recicláveis estocados são todos os tipos de

plástico, e revendidos posteriormente a um fornecedor de sacolas plásticas. Ou seja, o

fornecedor de sacolas dos supermercados, também recicla o plástico vendido. Tendo assim

um lucro extra e procura também não agredir o meio ambiente.

Quanto às caixas de papelões que trazem mercadorias, como não existe um local para

estocar, as mesmas são repassadas a uma pessoa que recolhe diariamente e encaminha para

fábricas de reciclagem. Essa atitude foca também o apelo social, que além de uma ajuda de

custo para o cidadão, garante uma renda extra para a família do mesmo, trabalhando desta

forma, a responsabilidade social e ambiental de maneira simples e direta.

A questão ambiental vem ganhando tanta evidência e importância que até jogos

como Pernambuco da Sorte, Caruaru da Sorte, entre outros títulos de capitalização para ter

seu funcionamento adequado aos parâmetros da legislação, tem que haver em suas

obrigações uma parcela de contribuição para com o meio ambiente. Na cidade de Surubim,

há um título de capitalização que premia em sorteios semanais os seus compradores que é o

KI SORTE.

24

O KI SORTE é um sorteio de prêmios promovido pela ECOAPLUB – Associação

Aplub de Preservação Ambiental – uma entidade sem fins lucrativos sediada em Porto

Alegre – RS. Com o objetivo de incentivar a angariação de contribuições para a preservação

da Floresta Amazônica e de todo seu bioma. Ao realizar a contribuição, conforme

especificado no Certificado de Contribuição, se faz uma colaboração para a preservação do

nosso eco sistema ambiental, além de participar de sorteios de prêmios. É repassado da

empresa KI SORTE para a APLUB 33,33% do valor arrecadado dos títulos vendidos e 6%

da premiação. Ressaltando também, que os bilhetes não vendidos, são recolhidos e enviados

para ser feito o seu reaproveitamento.

A ECOAPLUB, entidade socioambiental associada ao Grupo APLUB, promove a

preservação ambiental e o desenvolvimento sustentável. Criada em 2008, atua direta e

intensamente na conservação de cerca de um milhão de hectares em plena floresta

amazônica, área que o Grupo APLUB mantém praticamente intacta e inexplorada, desde sua

aquisição, em 1974. Além disso, a ECOAPLUB apoia diversos projetos de instituições que

desenvolvem trabalhos de cunho social.

Com o intuito de ampliar as atividades de seu programa socioambiental e de

comprometimento com o meio ambiente, o Grupo APLUB, que, em mais de 35 anos de

conservação dessa reserva na Amazônia, já investiu um valor que ultrapassa os R$ 65

milhões, busca agora parcerias para expandir a abrangência de suas ações em prol do

desenvolvimento sustentável e da preservação da natureza.

Para viabilizar seu projeto, a ECOAPLUB, com a participação de empresas nele

engajadas, promove o lançamento de títulos de capitalização e de planos de

contribuição, com realização de sorteios e distribuição de prêmios nos principais

mercados do país.

Outros resíduos importantes que podem ser reaproveitados e boa parte da

população descarta de maneira errada, são as pilhas e baterias de celular, causando ao

meio ambiente efeitos prejudiciais, como a liberação de mercúrio, cádmio e chumbo.

Além de trazer diversos efeitos nocivos ao ser humano como, alergias, náuseas e

vômitos, diarreias, diminuição do apetite e do peso, dores de estômago e gosto metálico

na boca, instabilidade, com diminuição do sono e inibição das células de defesa do

organismo.

25

Durante muitos anos, não houve preocupação com a reciclagem de pilhas e

baterias. Mas, com o passar do tempo e o avanço das tecnologias, esses materiais

tornaram-se artigos relevantes no dia a dia e de fácil acesso, e seu descarte começou a

preocupar. Em função disso, o Conselho nacional de Meio ambiente (CONAMA)

elaborou uma resolução nº 257/97, que disciplina o descarte e o gerenciamento

adequado de pilhas e baterias usadas. A resolução entrou em vigor em 22 de julho de

2000, e passou a responsabilizar fabricantes, importadores e comerciantes pela coleta

destes produtos no final de sua vida útil. Além disso, na mesma resolução, em seu Art.

6º, classifica os tipos de pilhas e baterias e estabelece o limite da quantidade de

mercúrio, chumbo e cádmio que as pilhas comuns podem possuir.

Diante desta importância e da pouca consciência de muitos de seus clientes, até

por pouca informação a respeito do assunto, o Banco Santander, preocupado com o bem

estar de seus clientes e do meio ambiente, lançou o projeto papa pilhas. Em Surubim,

foi implantado há cerca de três anos, existindo um coletor dentro da própria agência

bancária. A aceitação da população foi boa, pois a agência de Surubim é uma das que

mais recolhem pilhas e baterias do interior do estado. O banco Santander também

disponibiliza de outros projetos de separação do lixo, porém, essa coleta é interna para o

material das próprias agências, como papel, plástico, papelão, entre outros resíduos

usados na reciclagem e no dia a dia dos funcionários.

Outra empresa da cidade que tem preocupação de disponibilizar lixeiras

seletivas para uso dos clientes é os Correios. Dentro do seu estabelecimento, possui

lixeiras, facilitando a separação rápida. Porém foram encontrados dois problemas

básicos: um. É a falta de conscientização da população que não deposita o lixo nas

lixeiras. Outro problema é não existir empresas disponíveis para receber os

determinados resíduos depositados. Diante desses problemas, a própria gerente

reclamou da falta de auxílio da prefeitura da cidade que não tem dado apoio necessário

para essa coleta diferenciada.

Uma empresa sozinha pode não fazer muita diferença, mas se todas adotarem

políticas em favor do meio ambiente vai representar um grande ganho; faz-se necessário

adotar uma postura consciente, pois atitudes fazem bem ao meio ambiente e a

economia.

26

CAPÍTULO III

APRESENTANDO PROJETOS SOCIAIS QUE AUXILIAM O

REAPROVEITAMENTO DOS PRODUTOS E MATERIAIS QUE PODEM SER

REUTILIZADOS

A Lei da Política Nacional de Resíduos Sólidos, aprovada em 2010, começa a

mudar a maneira como o país trata os resíduos. Em primeiro lugar é preciso evitar gerar

resíduos sempre que possível. Procurar consumir sem desperdícios e reutilizar os

produtos que antes eram descartados.

Segundo a lei, a responsabilidade pela destinação adequada dos resíduos sólidos

é de todos: governos, empresas e toda sociedade. É a chamada responsabilidade

compartilhada

A prefeitura local tem um projeto em processo de desenvolvimento, segundo o

prefeito da cidade de Surubim Túlio Vieira. Esse projeto visa à obtenção de um aterro

sanitário na cidade. Com o propósito de sanar o grande problema do lixão de Surubim

que se encontra a céu aberto prejudicando o meio ambiente, e, também toda a

população, entre outros aspectos. Segundo a secretária de obras Patrícia, da gestão

anterior, o grande problema da prefeitura nesse caso em especial é a falta de recursos

financeiros e uma das soluções apontadas pela mesma, foi à ajuda dos empresários

locais, como também a ajuda de prefeituras de cidades circunvizinhas.

Após a pesquisa realizada foi detectado que boa parte das empresas da cidade

não possui em seu planejamento algo voltado para a gestão ambiental.

3.1 A Comunidade Kairós atuando em Surubim

A Comunidade Kairós localizada na cidade de Taquaritinga do Norte foi

fundada no dia 17 de janeiro de 2006 por Jorge Gomes de Azevedo com o objetivo de

resgatar pessoas marginalizadas para a sociedade.

27

Inicialmente foi idealizado um projeto social com a criação de uma fábrica de

reciclagem onde seriam reciclados: plásticos, papeis vidros e latas. A princípio não se

tinha visão até que ponto o projeto: “o lixo que vira luxo, vamos reciclar para preservar

o meio ambiente”, iria chegar.

Um dos integrantes do projeto Ricardo Kairós, começou a juntar material nas

ruas onde passava e levar para a comunidade. Certo tempo depois apareceu André, que

foi para a comunidade em busca de ajuda. Como ele tinha uma boa experiência no ramo

de reciclagem, foi quem deu o pontapé inicial. Começaram então a articular sobre todo

processo operacional e atuar apenas nas redondezas.

“Com o passar do tempo, vimos à necessidade de outras cidades do estado terem

o nosso serviço prestado, e estendemos também para Surubim, pois o desenvolvimento

da cidade é visto, e consequentemente aumenta a questão do lixo. Procuramos o apoio

da comunidade e das empresas que a cada dia estão se esforçando para obter uma

cidade desenvolvida e também sustentável. Sabemos que não é fácil, mas contamos com

o apoio de todos a quem procuramos, afirma Ricardo”

Existem diversas empresas que apoiam o projeto de reciclagem. Empresas essas,

que visam o bem estar do meio ambiente e de todo planeta. Ajudam, guardando o

material que se pode reaproveitar. Em Surubim são exemplos de empresas parceiras:

Pan Cristal, Gráfica Agreste, Leal Imóveis, Frigolândia entre outras, e empresas de

outras cidades como Rota do Mar, Rótulo do Corpo conhecidas no mercado nacional.

A população é de suma importância, pois é com a sensibilidade e a vontade de

todos ajudarem que o trabalho fica mais fortalecido. A coleta é feita semanalmente

através do caminhão Kairós, mas pretende-se fazer diariamente para diminuir o estoque

de material nas residências.

Todo processo começa pelo recolhimento, sendo eles: papel, papelão, ferro,

alumínio, cobre, sobras de tecidos, onde são levados para o centro de distribuição em

Taquaritinga, local onde é feita a triagem dos materiais, embalados em sacos específicos

chamados de big-bag e posteriormente são passados pelas máquinas para serem

prensados, ficando armazenados até completarem uma quantidade viável e

encaminhados para fábricas nas cidades de Vitória de Santo Antão e Campina Grande,

28

para ser feita a reciclagem e posteriormente retornar aos consumidores. Todo esse

processo conta com 10 máquinas para poder ser finalizado o trabalho.

As despesas financeiras tornam-se altas, por conta dos vários processos e dos

investimentos em caminhões para agilização da logística. Além de gastos com

combustíveis e manutenção dos mesmos.

Uma das maiores dificuldades encontradas, ainda é a falta de conscientização

das empresas e de muitas pessoas. Alguns ainda não querem acreditar no trabalho, por

ser uma comunidade religiosa. Entretanto, sabe-se que a reciclagem é uma saída para

amenizar a quantidade de lixo produzida por cada cidadão e esta é uma prática que

deveria ser uma rotina para toda a população.

Segundo VALLE (1995), “reciclar o lixo significa refazer o ciclo, permite trazer

de volta, à origem, sob a forma de matéria-prima aqueles materiais que não se degradam

facilmente e que podem ser reprocessados, mantendo as suas características básicas”.

Dessa forma, entendemos que reciclar é encontrar uma maneira de fazer uso de algo que

já não era utilizado.

Não há como não produzir lixo (resíduos) nas indústrias, nos comércios e nas

casas, mas podemos diminuir essa produção. O grande volume de resíduos é um

problema para o meio ambiente e para nossa qualidade de vida. O aumento do consumo

provoca aumento da quantidade de resíduos, como embalagens que jogamos fora e

produtos antigos que são substituídos por novos.

É importante adquirir apenas o que se faz necessário, sem desperdício, e com

menos produção de lixo. Repensando a forma como se consome, eliminando as compras

desnecessárias, reutilizando tudo o que for possível e separando materiais para

reciclagem de modo tal, que o consumo se torne sustentável.

A geração de resíduos cresce com o aumento do consumo e as embalagens são o

maior indicador desse crescimento. Quanto maior o consumo, maior a produção de

embalagens. E embalagem é algo que se paga, leva para casa e joga fora. O consumo

consciente de embalagens é levar em conta que toda embalagem vai de carona em

nossas compras e tem um impacto n natureza, seja na sua fabricação ou no seu descarte.

É avaliar, durante as compras, se as embalagens são mesmo necessárias e se são feitas

de materiais ambientalmente amigáveis (material reciclado, feito de fontes renováveis,

fáceis de reciclar ou que possibilitem sua reutilização).

29

3.2 A questão do polo de confecções na cidade de Surubim

Nos últimos anos, tem sido perceptível uma acelerada expansão no setor de

indústrias têxteis e de confecção. Através de estudos e pesquisas, tornou-se necessário

descobrir a eficácia na proteção ambiental e, paralelamente, os custos negativos gerados

para a natureza. Percebeu-se, no entanto, que a grande maioria das lavanderias e anexos

não aderem a tecnologia de ponta que objetivasse a redução da poluição sobre o meio

ambiente. Além disso, não são adotadas práticas como a reciclagem em massa de

produtos, redução de resíduos sólidos e líquidos, economia de energia através de placas

solares, por exemplo, entre inúmeros outros.

É evidente que há necessidade da criação de meios para a conservação da

natureza, desde o tratamento de efluentes lançados pela indústria à reutilização de

materiais e redução do consumo de água. Tudo isso se faz necessário para que ocorra

não só o desenvolvimento econômico surubinense, mas também para a concretização do

crescimento sustentável. É notório que o setor têxtil e de lavanderia, bastante presente

no município, é diretamente ligado às atividades poluentes, já que se visualiza sua

participação na degradação da natureza ao seu redor, algo extremamente influente na

qualidade de vida da população local. Apesar de todo esse impacto negativo gerado pela

industrialização crescente, é essencial perceber o lado positivo desse processo

conturbado e intenso. Os ramos acima citados são importante fonte geradora de

emprego, renda e desenvolvimento de outros polos da economia municipal e regional.

Seria um equívoco desprezar os benefícios possibilitados pela implantação das novas

indústrias no polo de desenvolvimento municipal.

Os instrumentos de comando e controle correspondem ao sistema no qual o

poder público estabelece, de maneira planejada e articulada, normas e cria uma espécie

de monitoria da qualidade ambiental, regulando as atividades relacionadas e

gerenciando sanções e penalidades, por meio da legislação (LEAL, 1997). O valor

estabelecido pela multa necessita estar além do previsto, com a finalidade de

desestimular as indústrias cujas produções geram enormes quantidades de poluição a

não exceder o limite proposto por lei. É uma atividade que proporciona um equilíbrio e

30

favorece a estrutura vigente contra possíveis danos futuros (SEROA DA MOTTA,

2000). Faz-se essencial notar que tais instrumentos econômicos e em processo de

elaboração e adaptação, infelizmente, ainda não consistem uma prática concreta do

principio do usuário “poluidor-pagador”. Embora ainda não estejam em uso, sofrem

dificuldades burocráticas, legais e jurídicas, para serem postos em prática.

3.3 Projetos para a Cidade de Surubim

A prefeitura local tem um projeto em processo de desenvolvimento, segundo o

prefeito Vieira, o mesmo visa à obtenção de um aterro sanitário na cidade, com o

propósito de sanar o grande problema do lixão de Surubim que se encontra a céu aberto,

prejudicando o meio ambiente. Até porque a nova Política Nacional de Resíduos

Sólidos (Lei nº 12.305/10) diz que, até 2014, todos os municípios brasileiros terão que

transformar os seus depósitos inadequados de lixo, os chamados “lixões”, em aterros

sanitários.

Aterro sanitário é um depósito onde são descartados resíduos sólidos não

recicláveis, corretamente identificados como rejeitos, produtos que não servem mais

para nada. Deve ter um controle de quantidade e tipo de lixo, sistemas de proteção ao

meio ambiente e monitoramento ambiental.

Foi detectado também que boa parte das empresas da cidade não possui em seu

planejamento algo voltado para a gestão ambiental, por falta de recursos. Porém é

sabido que tanto as empresas como a população podem cuidar melhor do lixo sem

gastar quase ou absolutamente nada, pois o projeto Kairós semanalmente se encarrega

de recolher e selecionar o lixo. Bastando apenas que os interessados procurem o ponto

de apoio da Kairós.

É notória a quantidade de bolsas plásticas espalhadas pela cidade, e um dos

motivos é a falta de conscientização das pessoas e das empresas. Recentemente a

empresa dr. Cidade trouxe para Surubim e região o projeto de bolsas retornáveis de

papel, com alta resistência e durabilidade, agregando valores as empresas parceiras

através da publicidade nas sacolas. Contribuindo com a diminuição de uso de sacolas

31

plásticas e conscientizando as pessoas a retornarem com as bolsas para efetuarem novas

compras. Ressaltando ainda, a maneira como são confeccionadas, vale salientar o

cuidado da empresa prezando pelo meio ambiente, pois usa papel kraft certificado pelo

FSC, garantindo o manejo responsável das fontes de extração do papel, tanto para a

produção como para as alças de papel. A impressão é feita com tinta a base de água,

garantindo que após a degradação da sacola de papel não teremos a poluição do lençol

freático pela tinta, como acontece com as tintas à base de solvente. A distribuição das

sacolas é realizada através de empresas parceiras, geralmente mercadinhos e

supermercados. Esse projeto é apoiado pela prefeitura local.

Sabe-se que o plástico é um material altamente resistente e pode durar até 400

anos no meio ambiente. O consumo excessivo de sacolas plásticas é um grande

problema ambiental, pois são bilhões de sacolas que sujam as cidades, florestas e

oceanos, sendo depósito para água das chuvas e berçário para mosquitos, entupindo

bueiros e causando a morte de animais.

No mundo, os problemas ambientais de grande impacto começam a surgir com o

fortalecimento da sociedade industrial. A partir daí, a necessidade de conservação se

solidifica.

Reduzir o consumo de sacolas plásticas é, portanto, só o começo de uma

sociedade mais sustentável. Na defesa do meio ambiente, cada um faz a sua parte na sua

casa, na sua rua, na sua cidade. Sem esquecer o restante do mundo. Afinal ao olharmos

o planeta Terra, de imediato imaginamos os milhões de seres humanos, animais,

plantas, as riquezas minerais que o compõem.

O controle ambiental se dá através de programas e ações que reduzam os

impactos sobre os meios. Além dos meios físicos água, gelo e ar e dos meios biológicos

fauna e flora, há que se observar também os meios sócio – econômicos.

Quando olhamos o planeta Terra o que vemos, na verdade, é o planeta vida. Ou

dizendo de outra forma, vemos a única manifestação de vida até agora registrada em

todo o universo. Exercer a cidadania passa pela preservação do meio ambiente, e cada

um fazendo a sua parte o planeta agradece. O equilíbrio ecológico é responsabilidade de

todos.

32

3.3.1 Possíveis soluções para o município

Ao mesmo tempo em que estimula o hábito de reciclar, reduzir e reutilizar

materiais, a organização ligada à coleta seletiva impulsiona uma melhor aceitação do

tema da preservação do meio ambiente e seus respectivos recursos naturais, tão

cobiçados atualmente pelo ser humano moderno. É preciso haver uma consciência

coletiva para reutilizar resíduos. O destino ao qual os materiais residuais são enviados

no final do processo deve oferecer qualidade, planejamento e ênfase à integridade

socioambiental. Seguem, abaixo, exemplos de possíveis soluções para o município:

• Implantação de sistemas alternativos de coleta residual diretamente nos

domicílios, contando com a atuação de catadores capacitados e devidamente

protegidos, por todo o perímetro urbano da cidade.

• Realizar previamente um estudo da capacidade e viabilidade técnica relacionada

à maneira da implantação da coleta exercida por catadores, através de gráficos,

dados sobre nível de urbanização, saneamento, entre outros fatores que auxiliem

na execução do projeto.

• Criação de postos de coleta distribuídos por todo o município, seja na área

urbana ou rural, para possíveis programas de entrega voluntária, nos quais a

própria população de disponibiliza a entregar seus respectivos resíduos

materiais. Este método, além de não ser oneroso, busca uma maior participação

popular.

• No caso de grandes indústrias e empresas, podem-se desenvolver postos de

atendimento agendado, devido ao maior volume do lixo gerado.

Consequentemente, o acúmulo de materiais dispensados em locais indevidos,

torna-se menor, assim como a agressão ao meio ambiente.

33

• Capacitação de equipes, por conta de órgãos municipais envolvidos, para criar,

elaborar, executar e acompanhar projetos relacionados à implantação de coleta

seletiva em todos os bairros, comunidades e distritos. É essencial a ampla

utilização da comunicação entre as partes para que seja estabelecida a

participação em massa.

Apesar de simples e pouco onerosas, as soluções expostas e outras que não

foram aqui citadas, são tratadas com pouca ou nenhuma atenção daqueles envolvidos no

processo. Faz-se necessária a adoção de práticas em escolas, juntas publicas e privadas,

e, impreterivelmente, no âmbito familiar, que visem a maior aceitação e execução das

praticas indispensáveis para o bom funcionamento da esfera da coleta, separação e

reutilização dos objetos dispensados. Este tipo de comportamento traz a tona não

somente melhores condições ambientais, mas também gera novas oportunidades de

emprego e renda para quem mais necessita. É uma prática que une o útil e essencial ao

agradável.

CONCLUSÃO

Muitos estudos demonstram que as agressões ao meio ambiente comprometem a

dinâmica dos processos que ocorrem na biosfera. Diante desse fato, aumentaram os

debates em torno das questões ambientais, o que indica uma crescente preocupação da

sociedade com a natureza.

Analisando o tema desenvolvido em pesquisa, fica visível que parte da

população tem sua parcela de culpa em relação aos cuidados ambientais. E uma das

formas de mudar essa situação é investindo na conscientização das crianças dentro das

escolas. Sabe-se que é no ambiente escolar que a criança tem seus primeiros contatos

com a sociedade e com seus futuros problemas. As escolas deveriam investir em

programas relacionados à área, ensinando e conscientizando a tratar o lixo de maneira

34

correta, pois as crianças serão os adultos de amanhã e serão eles que poderão mudar

todo o cenário.

Para isso é necessário um apoio conjunto entre escolas, empresas e prefeituras,

cada um contribuindo de maneira correta o reultado será benéfico para toda população.

Existem diversos aspectos que podem ser trabalhados, principalmente por parte dos

gestores municipais, e uma das maneiras seria colocar coletores seletivos nos principais

pontos da cidade, como avenidas, centros comerciais e outros pontos estratégicos.

Como pesquisado, a cidade de Surubim também enfrenta alguns problemas em

relação aos impactos ambientais. Porém, já existe uma movimentação, por parte de

alguns empresários e comunidades, buscando diminuir ou até mesmo tentar reverter a

atual situação. Entende-se que para haver um melhor desenvolvimento sustentável é

preciso um gama de fatores convergindo em direção a uma solução. Infelizmente,

poucos têm acesso a métodos mais eficientes contra a poluição, quer seja por falta de

capital para investimento, quer seja pela ausencia de conscientização.

Por outro lado, detectou-se que para haver a redução de impactos,

principalmente em pequenas empresas, não são necessários projetos altamente

dispendiosos. Ações e iniciativas simples como palestras populares, substituição de

sacolas plásticas descartáveis por sacolas renováveis (constituídas por papelão reciclado

ou tecido, por exemplo), prática de coleta seletiva e, acima de tudo, a participação de

toda a comunidade, seriam as melhores opções caso não haja condições para altos

investimentos.

Segundo pesquisa, boa parte das empresas locais não possui um programa de

sustentabilidade, algo que pode dificultar a execução de certas ações. Embora ainda haja

muitas irregularidades no que tange a redução dos impactos, percebeu-se que existe

paralelamente a toda essa situação, empresas comprometidas com o meio ambiente.

Além disso, há comunidades/organizações não governamentais que realizam a coleta

seletiva, em pontos pré-determinados, de garrafas PET com o intuito de melhorar a

situação de poluição.

Outro caso que necessita de atenção é a atual situação do lixão da cidade que

ainda encontra-se numa situação inapropriada para a preservação do ambiente: a céu

35

aberto. A prefeitura informou que um projeto de instalação/criação de um aterro

sanitário já está em desenvolvimento.

Fato é que a cidade vive um momento de intenso crescimento. O mercado e as

indústrias estão cada vez mais movimentados e aquecidos. Entretanto, como se sabe,

todo o progresso tem suas consequencias, nem sempre agradáveis. A exemplo da

Revolução Industrial, iniciada no século XVIII na Inglaterra, a industrialização traz

consigo uma maior tendência à emissão de poluentes e resíduos na atmosfera,

comprometendo a fauna e a flora local.

Precisa-se, portanto, de uma maior conscientização não somente dos empresários

e executivos em geral, mas também de toda a população. Trata-se de uma ação

conjunta, da qual todos são responsáveis e fazem parte. Algumas soluções acerca do

assunto foram apresentadas e disctudas, porém cada cidadão tem a missão de colocá-las

em prática.

Elaborar estratégias para que a sociedade se desenvolva de maneira sustentável é

um dos grandes desafios. Devemos pensar de forma global, refletindo como nossas

atitudes interferem no ambiente e no planeta e agir de forma local começando com

nossa própria rotina de vida, em casa, no trabalho e na rua. O mais importante não é a

economia gerada pela adoção de algumas práticas sustentáveis, mas saber que os

impactos ambientais foram diminuídos. Porque isso faz bem para o planeta.

A partir de tais ideias, podem-se criar novos rumos que levem um número maior

de pessoas a se sentirem incentivadas e confiantes no tocante à mudança de seus

hábitos. Perceber nitidamente que há um problema ambiental e social a ser resolvido

entre nós, apesar de ser uma batalha árdua e extensa, através da conscientização

generalizada, consiste a melhor maneira para se iniciar esse trajeto. Empresas,

corporações e organizações paralelas vêm realizando, em certa parte dos casos, um

trabalho importante, essencial e visionário, adotando, por conseguinte as novas

ideologias que cercam a comunidade global para um mundo melhor.

Com toda essa mobilização, tornamo-nos os principais beneficiados,

evidentemente. É fundamental que cada indivíduo tenha consciência de suas

responsabilidades, pois somente assim as futuras gerações não sofrerão as

consequencias da exaustão ou do comprometimento dos recursos naturais. Vivamos,

36

portanto, em um meio cujo equilíbrio seja perceptível e que tenha um aspecto

harmonioso, estabelecido entre homem e natureza.

O tempo não para. O planeta não para de rotacionar. . Clama-se por um

ambiente preservado. Faz-se necessário agir, tomar iniciativas que visem o bem comum,

urgentemente. Mahatma Gandhi, com suas sábias palavras, deixou claro que não

podemos esquecer nunca a determinação e a atitude: “Você nunca sabe que resultados

virão da sua ação. Mas se você não fizer nada, não existirão resultados.”

37

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

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BOLIGIAN, et al. Geografia Espaço e Vivência. São Paulo: Atual, 2009.

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WEBGRAFIA

www.mma.gov.br – CONAMA. Acesso em: 20.05.2013 www.meioambientenews.com.br – Legislação Ambiental. Acesso em 03.06.2013 www.cebds.org.br - Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável. Acesso em 12.05.2013 www.jusbrasil.com.br – Constituição Federal. Acesso em 12.05.2013

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ANEXOS

QUESTIONÁRIO COMUNIDADE KAIRÓS – PROJETO DE RECICLAGEM

1. O que levou vocês a terem a ideia de recolher material para reciclagem na cidade de Surubim?

2. Como é a participação da população no projeto?

3. Em quais cidades é realizado esse trabalho?

4. Durante o tempo em que o projeto vem sendo realizado, qual a maior dificuldade encontrada na execução?

5. Quais os reais benefícios desse projeto?

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PROCESSO OPERACIONAL RECICLAGEM (PRÉ-SELEÇÃO E MAQUINÁRIO)

LOGÍSTICA E PROCEFABRIC

ROCESSO OPERACIONAL (TRITURAÇÃO, PRBRICADOS E PRONTOS PARA VENDA)

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O, PRODUTOS