Resumão Tri II - Prova i

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  • 8/18/2019 Resumão Tri II - Prova i

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    RESUMÃO SALVAÇÃO

    KENNETH WALTZ – O HOMEM, O ESTADO E A GUERRA, UMA ANÁLISE TEÓRICA.CAP – 6

     A terceira imagem – conflito internacional e anarquia internacional 

    O conflito (e muitas vezes a guerra) está fadado a acontecer, uma vez que os Estados são soberanose seguem suas próprias razões e desejos (não eistindo nen!um órgão acima deles para coibi"los)#

    $ ideia da terceira imagem não % recente, remonta &uc'dides (foi o crescimento do poder atenienseque aterrorizou os lacedemnios e os for*ou + guerra), -o!n $dams#

     .a anarquia não !á !armonia automática# /m Estado usa a for*a quando, avaliando seu poss'velsucesso, ele der mais valor + suas metas do que + paz#

    0ada Estado % o juiz final de sua própria causa (pode a qualquer momento usar da for*a praempregar suas pol'ticas)# 0ontrapondo a imin1ncia do uso da for*a de um Estado, os outros devemestar preparados para rebat1"la ou para pagar o pre*o da fraqueza#

    $s tr1s imagens são parte da natureza# O !omem, o Estado e o 2istema de Estados, sãofundamentais para o entendimento das 34# (pode"se focar em uma imagem, mas não se deveesquecer"se das outras)#

    $s compara*ões serão feitas entre 3ousseau (56 imagem), Espinosa (76 imagem) e 8ant (96imagem)#

    Espinosa tratando da 76 4magem (o !omem), diz que a paião desloca a razão, e como consequ1nciaos !omens ao inv%s de cooperarem uns com os outros se envolvem em querelas e viol1ncia f'sica# $0$/2$ :O 0O.;

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    conflito entre eles % inevitável# =ossibilidades para 8ant> Estado mundial (embora essa análise nãoleve a conclusão que essa seja a resposta)# Outra possibilidade % que todos os Estados ajam a partir de máimas pass'veis de serem universalizadas sem conflito# 8ant teme a primeira e não alimentamuitas esperan*as na @ltima, por isso as combina> que os Estados aprendam bastante e seaprimorem com o sofrimento da guerra, tornando poss'vel um regime legal entre eles, que não se

    sustente somente pelo poder, mas que seja voluntariamente observado# =rimeiro se deve ter umaprimoramento interno dos Estados e depois um regime legal eterno#  2olu*ão de acordo com a96 imagem

     .o n'vel nacional, quando !á um sistema pol'tico adequado, os indiv'duos tem a possibilidade de secomportar eticamente# .o plano internacional, entretanto, esse sistema não % poss'vel# Aas aindaassim alimentamos a esperan*a de paz entre os Estados#

    3O/22E$/

    3ousseau assim como Aontesquieu fazem cr'ticas + Bobbes e + Espinosa# =ara Aontesquieu,

    Bobbes atribui !umanidade antes do estabelecimento da sociedade, sendo que para ele a!umanidade % consequ1ncia desse estabelecimento#

    Outra cr'tica % que o estado de natureza de Bobbes % onde os !omens possuem todas ascaracter'sticas e !ábitos que adquirem em sociedade, mas sem as restri*ões que esta impõe# =ara3ousseau e Aontesquieu o !omem só atacava por fome, uma vez que não con!ecia o orgul!o e ainveja#

    Bá dificuldade de se con!ecer algo como a natureza !umana pura# Esse % um empreendimentoincerto que aumenta a c!ance de se tomar o !omem social como !omem natural (como para Bobbes

    e Espinosa)#

    =ara Aontesquieu o conflito surge da situa*ão social, pois quando o !omem entra em estado desociedade ele perde o sentido de sua fraqueza, fazendo com que a igualdade cesse e que comece oestado de guerra#

    3ousseau desenvolve as causas do conflito levantando 5 perguntas> 7) 2e o estado original denatureza era de paz e calma relativas, por que o !omem o deiouC 9) =or que o conflito surge emsitua*ões sociaisC 5) 0omo o controle do conflito se relaciona com sua causaC

    =or vezes 3ousseau costuma considerar o estabelecimento do Estado atrav%s do 0ontrato 2ocial(eplica*ão filosófica do que aconteceu em termos de processos !istóricos), por%m outras vezes eledescreve"o como ponto culminante de uma longa evolu*ão !istórica (reconstru*ão !ipot%tica dos

     processos !istóricos)#

    $ coopera*ão no estado inicial de natureza não favorecia a coopera*ão, uma vez que os !omensestavam dispersos# $ partir do momento que eles se combinam as op*ões são> cooperar ou morrer#(eemplo dos !omens cooperando para pegar um cervo, quando 7 deles apan!a o coel!o que está aoseu alcance, favorecendo seus interesses imediatos)#

    =ara Aontesquieu e 3ousseau as fontes do conflito não estão tanto na mente dos !omens quanto nanatureza da atividade social# ;oi com a combina*ão de obstáculos naturais e crescimento

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     populacional que os conflitos surgiram (quando cada um atendia a seus próprios interesses não!avia conflito)#

    =ara 3ousseau, a !armonia só eistiria na anarquia se al%m de eu ser perfeitamente racional, pudesse supor que todos tamb%m o são# =ara que o Estado seja pac'fico e a !armonia seja mantida,todos os cidadãos, sem ece*ão, teriam de ser Digualmente bons cristãosF se por um infeliz acaso

    !ouvesse um @nico ego'sta e !ipócrita###, este por certo levaria a mel!or sobre seus pioscompatriotas#

    $ irracionalidade não % a causa de todos os problemas do mundo (no sentido de que no mundo de!omens perfeitamente racionais não !averia conflitos)# E o problema não pode ser resolvidosimplesmente mudando"se dos !omens, por que estes não tem a autopreserva*ão como motiva*ão@nica, e o conflito resulta da busca de qualquer meta (mesmo que para alcan*á"la ten!amos que usar do imperativo categórico)#

    :$ .$&/3EG$ :O E2&$:O

    =ara 3ousseau, Espinosa e 8ant, no estado de natureza os !omens são governados pelos instintos,impulsos f'sicos e direito de apetiteF sendo a liberdade limitada pela for*a dos indiv'duos# $cordosnão são mantidos, pois as leis da justi*a não tem vig1ncia entre os !omens# .ão !á nen!umaobriga*ão social que fa*a ningu%m respeitar os direitos al!eios#

    $lguns !omens se unem e criam regras para controlar a situa*ão de coopera*ão e competi*ão, emeios de faz1"las serem cumpridas# 0abe aos outros seguir o novo padrão, uma vez que os de forade uma sociedade organizada não podem cooperar para enfrentar um grupo unido e que goza dos

     benef'cios de uma divisão social do trabal!o#

    $ passagem do estado de natureza para o civil beneficia o !omem materialmente, e tamb%msubstitui em sua conduta o instinto  pela  ju!"#$  e dá +s suas a*ões a %&'$(")$)* de que antescareciam#

    $ntes de estado civil o !omem tem a liberdade natural (tudo que conseguir % dele), quando entra noEstado civil ele abandona essa liberdade natural e recebe a liberdade civil, o direito de propriedadee a liberdade moral H que o torna sen!or de si mesmo, tendo o poder de prescrever a si mesmo leis aserem obedecidas#

    O Estado entre EstadosEstado civil I possibilidade de vida moral#

    Os teóricos do 0ontrato 2ocial comparam o comportamento dos Estados no mundo ao dos !omensno estado de natureza#

    Bomens em estado de natureza, Estados modernos e !omens que vivam fora de um Estado civil>não tem autoridade acima de si#

    Estado como /.4:$:E $&/$.&EC 3ousseau faz analogias com a confian*a corporativa

    (soberano não pode fazer nada para prejudicar a eist1ncia do Estado) e com o organismo (o corpo pol'tico pode ser considerado como um corpo vivo organizado)#

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    O Estado % uma unidade completa de vontade e propósito, e pode ser distinguido em> os Estadoscomo os temos e os Estados constitu'dos como devem ser# .as 34 o Estado tem de ser consideradocomo agindo em favor de todos# O Estado concretiza suas decisões de acordo com o que % mel!or 

     para os seus membros (vontade geral)# $ unidade do Estado se dá quando !aja condi*ões +efetiva*ão da vontade geral#

    =ara 3ousseau o patriotismo (esp'rito p@blico) % base para um bom Estado# Aas ao mesmo tempoele acredita que o patriotismo esteja arriscado a se perder por causa de interesses subnacionais outransnacionais# =ara o =$&34O&42AO progredir desde crian*a as pessoas devem ser educadasigualmente, recebendo benef'cios e respeitando o Estado, pois assim posteriormente retribuirão oque l!e devem# $ igualdade, advinda do patriotismo evita que os interesses parciais se sustentem,e deste modo garantem a unidade do Estado#

    O .$04O.$

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    levar em conta tamb%m os atos que produzem o conflito e levam ao uso da for*a# Esses atos (causasimediatas da guerra) não podem ser eliminados sem que se altere a estrutura da união da Europa#

    O rem%dio para a guerra entre Estados está apenas numa forma de governo federal que una asna*ões por meio de v'nculos semel!antes aos que já unem os membros individuais delas e que

     pon!a uma, não menos que a outra, sob a autoridade da lei#

    TE+TO - WALTZ – ALGUMAS IMPLICAÇES DA TERCEIRA IMAGEM

    =artindo da afirma*ão Enquanto eistirem na*ões e imp%rios, todos empedernidamente preparados para eterminar seu rival, todos sem ece*ão t1m de estar equipados para a Kuerra, percebe"seduas implica*ões> $ positiva> para que uns Estados sintam a necessidade de se armar, outros temque estar dispostos a usar da for*a para fazer prevalecer sua vontadeF e a .egativa> tem de estar ausente qualquer autoridade capaz de prevenir o uso unilateral da for*a# 2e as condi*ões negativa e

     positiva estiverem presentes, cabe aos pa'ses pac'ficos eaminar seus armamentos, se desejaremevitar a guerra, ou se proteger quando ela ocorra#

    =or que a for*a (ou amea*a) % usadaC =or que os !omens e Estados são mausC 2im, mas não % a@nica razão# Aesmo bons Estados recorrem a ela#

    $ guerra % diverg1ncia entre os Estados (sejam bons ou maus)C &amb%m#

    =ara 3ousseau, a guerra ocorre por que não !á nada que a evite, não eiste um ajuste automático deinteresses#

    &$34;$2 .$04O.$42 E 0OA?304O 4.&E3.$04O.$<

    /m eemplo de caso de conflito dentro de uma economia nacional# Os trabal!adores tem ointeresse de preservar seu emprego e elevar seus salários# Luando se tenta implantar novatecnologia, o trabal!ador perde seu espa*o, deste modo ele, movido por seus próprios interesses, osdefende, não levando em conta o interesse da sociedade como um todo# Luando o interesse de umgrupo % urgente e as circunstJncias permitem, o grupo lutaráF e quando o interesse da sociedadecomo um todo for claro, e ela forte o bastante, controlará o grupo dissidente#

    /ma sociedade bem organizada usa vários recursos para eliminar tal uso da for*a (como a cada pa's está tentando pegar o coel!o (vantagem sobre os vizin!os), sem perder o cervo (asvantagens de uma divisão internacional do trabal!o)#

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    =or um lado a a*ão unilateral dos indiv'duos para maimizar seus lucros, % racional, sendo dosresultados considerados bons# =or outro, quando o Estado age para maimizar seus lucros , osresultados são dificilmente associados com o comportamento racional e podem gerar resultadosindesejáveis nas 34# =or eemplo> o monopólio privado no com%rcio dom%stico % tão desejadoquanto o protecionismo no com%rcio eterior# .as 34 % utópico esperar que um pa's formule uma

     pol'tica econmica que traga vantagens a todos os outros pa'ses#2citovszPQ supõe que o interesse de cada pa's, e não o de subgrupos nacionais % a meta da pol'ticado Estado# Ele eemplifica que quando um pa's inicia a pol'tica de prote*ão os outros são tentados asegui"lo, desconsiderando a futilidade em longo prazo dessa pol'tica# Bá, por%m, argumentos afavor da restri*ão# Eemplo de quando uma solu*ão imperfeita % mel!or que nen!uma solu*ão> 2eos Estados reduzissem barreiras, alguns pa'ses se beneficiariam mais que outros, mas em longo

     prazo e em termos absolutos todos os pa'ses seriam beneficiados#

    O EL/4 7) o que está em jogo % de importJnciaecepcional, e 9) na pol'tica internacional, o uso da for*a para influenciar o resultado, não estádescartado# 2endo a regra cardeal do jogo> fa*a o que tiver de fazer para gan!ar#

    U=oder para Bobbes> a capacidade de produzir um efeito pretendido#

    U=ara 0lauseVitz quem usa a for*a impiedosamente obt%m vantagem se o adversário não fizer omesmoF e as 4nstitui*ões sociais podem moderar o grau de selvageria da competi*ão pelo poder#

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    /m sistema % composto de estrutura e unidade de intera*ão# $s defini*ões de estrutura devem ser abstra'das, para que se possa distinguir entre variáveis ao n'vel das unidades, e variáveis + n'vel dosistema# :eve"se abstrair de unidade (institui*ões econ#, l'deres pol'ticos###), das rela*ões (culturais,econmicas, etc)# $ dificuldade % construir conceitos que substituam essas no*ões sist1micas

     básicas# 2e os atributos e intera*ões são omitidos, o que restaC $ resposta % dada se considerarmos o

    significado de rela*ão, que pode significar simultaneamente intera*ão das unidades e as posi*õesque elas ocupam uma face a outra# =ara definir uma estrutura deve"se ignorar como as unidades serelacionam e concentrar"se na sua posi*ão em rela*ão as outras#

    &r1s proposi*ões surgem quando deiamos de lado a personalidade dos atores, seu comportamentoe suas intera*ões> 7) a estrutura % distinta das a*ões e intera*ões, ela pode durar bastante enquantoas outras variamF 9) uma defini*ão de estrutura pode se adequar a dom'nios de substancia bemdiferente, desde que a disposi*ão das partes integrantes seja similarF 5) as teorias desenvolvidas paraum dom'nio podem ser aplicadas a outros (com pequenas modifica*ões)#

    /m sistema % composto de uma estrutura e das partes que interagem# /ma estrutura % estabelecida pela abstra*ão da realidade completa, por isso não pode ser definida por caracter'sticas materiais dosistema# $ estrutura então, deve ser definida pela disposi*ão das partes do sistema e pelo princ'piodessa disposi*ão#

    $ estrutura pol'tica interna>

    $ pol'tica interna % ordenada !ierarquicamente (rela*ões de subordina*ão e superioridade)# Bádentro da pol'tica interna especifica*ões de fun*ões de partes diferenciadas, o que adiciona algumconte@do + estrutura, mas apenas o suficiente para indicar a posi*ão que as unidades ocupam umasem rela*ão +s outras# $ posi*ão das unidades não % estática, mas muda de acordo com ascapacidades relativas#

    /ma estrutura pol'tica interna % definida de acordo com o princ'pio pelo qual % ordenada, pelaespecifica*ão de fun*ões das unidades diferenciadas, e pela distribui*ão das capacidades dessasunidades#

    $s estruturas pol'ticas moldam os processos pol'ticos, isso % percebido quando se comparadiferentes sistemas de governo (na 4nglaterra os poderes eecutivo e legislativo estão fundidos, na$m%rica são justapostos e organizados)#

    $ estrutura opera com uma causa, mas não % a @nica causa em jogo# Aas como identificar e separar as causas estruturais de outras causasC 4sso se faz atrav%s da compara*ão#

    2e identifica os efeitos da estrutura notando diferen*as de comportamento em partes diferentementeestruturadas do sistema pol'tico# Luando !á similaridades estruturais os efeitos serão semel!antes#

    $ estrutura % a organiza*ão e o posicionamento das unidades pol'ticas, e conta com 5 elementosfundamentais (que definem qualquer estrutura pol'tica interna)>

    7# =rinc'pio ordenador, que % no Jmbito dom%stico a !ierarquia (centraliza*ão), caracterizada por uma rela*ão de subordina*ão e superioridade# .o Jmbito internacional esse princ'pio % aanarquia (que tem certa imutabilidade H % dif'cil de ser superada), onde um Estado % igual aooutro e as rela*ões podem se dar atrav%s da coopera*ão (e não imposi*ão de vontades)# .o

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    Jmbito internacional, as Organiza*ões 4nternacionais não tem autoridade suficiente para seimpor sobre os Estados (sem sua aquiesc1ncia)#$s 3ela*ões 4nternacionais são estruturalmente semel!antes a uma economia de mercado#O autor assume que todos os Estados buscam garantir sua sobreviv1ncia (pois sem ela nãoalcan*ariam outros interesses)# =ara tanto devem estar sempre alertas para perceber aestrutura que os constrange e entender como ela serve para recompensar alguns tipos decomportamento e penalizar outros#

    9# :iferencia*ão das unidades e especifica*ão de suas fun*ões> $s estruturas internacionaissomente variam quando !á uma mudan*a no princ'pio ordenador ou atrav%s de varia*ões nascapacidades das unidades# ? a intera*ão entre as unidades que gera as estruturas pol'tico"internacionais#$ soberania % elemento comum a todas as unidades pol'ticas do 2istema 4nternacional# Oque % soberaniaC .ão % os Estados fazendo tudo que bem entenderem, mas antes, dizer queum Estado % soberano significa que ele decide por si mesmo como enfrentar seus problemasinternos e eternos (mesmo se limitar sua liberdade associando"se com outros Estados para

    resolu*ão de um problema)#Os Estados são unidades pol'ticas autnomas semel!antes, por%m com diferen*as decapacidades#

    5# :istribui*ão das capacidades> $s partes de um sistema !ierárquico estão relacionadas deformas que são determinadas pela sua diferencia*ão funcional e pela amplitude de suascapacidades#$s unidades de um sistema anárquico são semel!antes funcionalmente# $ distin*ão entreessas unidades está na sua capacidade (ou incapacidade) de realizar tarefas similares#$ estrutura de um sistema muda, quando !á mudan*as na distribui*ão de capacidades entrevárias unidades#

    Os Estados se posicionam diferentemente segundo o seu poder# Esse poder % estimado nacompara*ão de capacidades de certo n@mero de unidades#

    WALTZ – TEORIA DAS RELAÇES INTERNACIONAIS CAP 6 1 ORDENSANÁR2UICAS E 3ALANÇAS DE PODER 

    Este cap'tulo se propõe a eaminar as caracter'sticas da anarquia e as epectativas acerca dosresultados associados com os dom'nios anárquicos# =ara tanto se faz uma compara*ão entrecomportamento e resultados nos dom'nios anárquico e !ierárquico#

    7# Miol1ncia interna e eterna$ rela*ão entre os Estados % pautada pela viol1ncia, justamente pela possibilidade do uso da for*a aqualquer momento na situa*ão de anarquia# Esse estado % caracterizado como o estado de natureza!obbesiano (guerra de todos contra todos)# Entre !omens, assim como entre Estados a anarquia estáestreitamente relacionada com a viol1ncia#Os conflitos se dão não somente na esfera internacional, muitas das mais destrutivas guerras foramtravadas dentro dos Estados# $s lutas para alcan*ar e manter o poder podem ser mais sangrentas queas lutas entre Estados# .ão !á muita distin*ão entre anarquia e governo, nesse sentido (do uso ounão da for*a), pois ambos estão sujeitos a conflitos# .en!uma ordem !umana % + prova de

    viol1ncia#

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    $ distin*ão entre dom'nios da pol'tica nacional e internacional se dá na estrutura# :este modo, adiferen*a entre pol'tica nacional e internacional, reside não no uso da for*a, mas nos diferentesmodos de organiza*ão para fazer alguma coisa em rela*ão a esse uso# $ssim, o sistema pol'ticointernacional % um sistema de autoajuda e o sistema pol'tico nacional não o %#

    9# 4nterdepend1ncia e integra*ão

    O significado pol'tico de interdepend1ncia depende se o dom'nio % formalmente organizado ou não#

    Luando o dom'nio % formalmente organizado as unidades são livres para se organizarem e seespecializarem, pois não tem razão para temer a crescente interdepend1ncia# =or%m o custo dequebrar essa rela*ão de interdepend1ncia seria alto#

    =ara alcan*ar os fins desejados num ambiente anárquico as unidades semel!antes cooperam e sãofuncionalmente similares e tentam manter certa independ1ncia# -á num ambiente !ierarquizadounidades diferentes interagem, e as unidades diferenciadas tendem + especializa*ão#

    $ interdepend1ncia intra e entre na*ões são coisas diferentes# O autor usa o termo integra*ão parase referir + condi*ão intrana*ões, e interdepend1ncia para a condi*ão entre na*ões# $ integra*ãoaproima as partes de uma na*ão# $ interdepend1ncia entre na*ões as deia vagamente ligadas#

    ? raro quando acontece a integra*ão E.&3E na*ões, pois a estrutura das 34 limita a a*ão dosEstados, uma vez que estes se sentem inseguros em rela*ão +s inten*ões e a*ões do outro#

    • ;az analogia de que os mercados oligopolistas limitam a coopera*ão de firmas da mesma

    forma que as estruturas pol'ticas internacionais limitam a coopera*ão dos Estados# $estrutura das 34 limita a coopera*ão dos Estados, pois este somente se preocupa com adivisão dos gan!os poss'veis que pode favorecer mais os outros do que a si mesmo e com a

     possibilidade de ficar dependente dos outros (atrav%s da coopera*ão)# =or isso os Estadossempre buscam controlar ou diminuir a amplitude de sua depend1ncia#

    • $s estruturas encorajam certos comportamentos e penalizam os que não correspondem a ele#

    Elas encorajam a especializa*ão no dom'nio interno e a manuten*ão da sobreviv1ncia noeterno (manuten*ão da autonomia)#

    5# Estruturas e Estrat%gias

    $s estruturas fazem com que as a*ões ten!am efeitos inesperados# Luando os atores percebem isso, podem tomar medidas (estrat%gias) visando alcan*ar seus objetivos originais#

    Os interesses internacionais estão subordinados aos interesses nacionais# Embora os problemas seencontrem em n'vel global, as solu*ões continuam a depender da pol'tica nacional# Auitas vezes asna*ões não estão dispostas a obedecer aos constrangimentos que l!e são impostos, pois ocomportamento racional (devido aos constrangimentos estruturais), não leva aos resultadosdesejados#

    O @nico rem%dio para um efeito estrutural forte, % uma mudan*a estrutural#

    Z# $s virtudes da anarquia

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    $s unidades numa condi*ão de anarquia devem, para alcan*ar seus objetivos, confiar nos meios que podem gerar e nos acordos que podem fazer para elas próprias#

     .uma economia nacional ou na ordem internacional, os riscos podem ser evitados ou minorados sese passar de uma condi*ão de a*ão coordenada para uma condi*ão de subordina*ão"superioridade#

    $ perspectiva de um governo mundial seria um convite para a prepara*ão da guerra civil mundial>a autoridade central emergente seria incapaz de mobilizar os recursos necessários para criar emanter a união do sistema#

    $ for*a do governo % nacionalmente eercida em nome do direito e da justi*a e os rebeldes lutam para questionar a legitimidade do poder do governo# $ for*a de governo % internacionalmenteestabelecida para o bem da sua própria prote*ão e vantagem, e as guerras entre Estados servem não

     para resolver questões de autoridade, mas para determinar a distribui*ão dos gan!os e perdas, emsuma, definir quem % o mais forte e quem % o mais fraco# .as 34 a for*a serve não só como ultimaratio, mas como a primeira e constante# $ possibilidade do uso da for*a %, nesse sentido, constante#

    $ possibilidade de que conflitos entre as na*ões levem a longas e custosas guerras, tem efeitosensato sobre os Estados, que tentam evita"las#

    N# $narquia e !ierarquia

    Auitos estudiosos pensam nos sistemas pol'ticos internacionais como sendo, mais ou menos,anárquicos, um etremo H o oposto de !ierárquico (salpicados por corpora*ões, alian*as, redes decom%rcio)# =or%m essas duas categorias não parecem abranger a variedade social que con!ecemos#Bá sociedades que não são claramente anárquicas ou !ierárquicas, que não são um terceiro tipo de

    sistema# =or%m, definir as estruturas de acordo com dois princ'pios ordenadores distintos ajuda aeplicar aspectos importantes do comportamento social e pol'tico#

    0omo construir uma teoria de 3ela*ões 4nternacionais> 7) 4maginar as 34 como um dom'nioespec'ficoF 9) descobrir algumas regularidades (tipo leis) dentro delaF 5) desenvolver uma formade eplicar essas regularidades#

    $ teoria da balan*a de poder % uma teoria de 34 eminentemente pol'tica, por%m, mesmo assim nãose tem um enunciado da teoria que seja universalmente aceito#

    $ balan*a de poder % para alguns, algo como uma lei da natureza, para outros % simplesmenteuma afronta, outros ainda a veem como um guia para estadistas, !á tamb%m os que acreditem que %a mel!or garantia de seguran*a de um Estado#

    $ teoria da balan*a de poder faz assun*ões sobre os Estados> são atores unitários que buscam sua preserva*ão, no m'nimo e visam dom'nio universal, no máimo# 2ão racionais e usam dos meiosdispon'veis para alcan*ar seus objetivos#

    =ara que a teoria opere, dois ou mais Estados devem coeistir num sistema de autoajuda#

    Essa teoria % uma microteoria, principalmente no sentido econmico, onde o sistema % feito deintera*ões das suas unidades, e a teoria % baseada em assun*ões sobre seu comportamento#

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    $ teoria da balan*a de poder eplica por que Estados similarmente situados apresentam certasimilaridade de comportamento#

    HOMEM, ESTADO E A GUERRA – KENNETH WALTZ – CAP0TULO 4.

    C$u$ *!'u!u'$" * *5*"!& %"("!$'*

    O cap'tulo pretende mostrar porque um equil'brio de poder alcan*ado por duas grandes pot1ncias % o mais estável# Os problemas de seguran*a nacional em mundos multipolar e bipolar mostram a vantagem de se ter apenas duas grandes pot1ncias em um sistema#

     I=or meio de que crit%rio determina"se que um sistema pol'tico"internacional muda, e por 

    meio de que crit%rio diz"se que um sistema % estávelC2istemas anárquicos são transformados somente por mudan*as em princ'pios

    organizacionais e por mudan*as substanciais no n@mero de componentes principais# :izer que umsistema pol'tico internacional % estável significa duas coisas> que permanece anárquicoF e quenen!uma mudan*a substancias ocorre no n@mero de componentes principais que constituem osistema# Maria*ões substanciais são mudan*as em n@mero, que conduzem a diferentes epectativassobre os efeitos da estrutura nas unidades#

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    e se beneficie dos resultados caso ele aja com efetividade# $ observJncia que um destino comumnão leva necessariamente a divisão justa do trabal!o, nem a qualquer trabal!o# 4sso dependerá dotaman!o do grupo, das desigualdades dentro dele e do carácter dos membros#

    $s incertezas sobre quem amea*a quem, sobre quem faz frente a quem, e sobre quem gan!ae quem perde nas a*ões de outros Estados aceleram quando o n@mero de Estados aumenta# ?imposs'vel que os Estados conciliem dois imperativos conflitantes> agir para seu próprio bem, como

    requerido pela sua situa*ãoF e agir para a estabilidade do sistema ou sobreviv1ncia, como algunsestudiosos recomendam# 0ientistas pol'ticos que defendem a fleibilidade das alian*as nacionaistem que aceitar que a fleibilidade vem acompan!ada do aumento de n@mero, compleidades emultiplica*ão de incertezas#

    $ssim como acontece nos partidos pol'ticos internos, as estrat%gias são elaboradas em partecom o objetivo de atrair e manter aliados# 2e as alian*as são formadas, os Estados vão querer

     parecer parceiros atrativos# =retendentes alteram sua apar1ncia e adaptam seuscomportamentos para aumentar sua elegibilidade# &1m que se tornarem atrativos suficientes em

     personalidade e pol'tico para ser considerada escol!a poss'vel# Luando a pressão % forte demais, oEstado negociaW se alia com qualquer outro para evitar um combate militar#

    =or questão de seguran*a, alian*as devem ser feitas e uma vez feitas, administradas# $s

    alian*as são formadas por Estados que tem alguns, mas não todos, os interesses em comum# Ointeresse comum %> o medo de outros Estados# $s diverg1ncias aparecem quando outros interessesestão em questão# $s alian*as estrat%gicas são sempre produto de um acordo entre as partes,enquanto os interesses dos aliados e suas no*ões sobre como se defender nunca são iguais#

    O jogo da pol'tica de poder, se jogado duramente, pressiona dos jogadores para dentro dedois campos rivais# $ forma*ão de dois blocos, não transforma o sistema multipolar em bipolar#

    Em um sistema multipolar !á bastantes pot1ncias para permitir que qualquer um desen!ar lin!as claras e fias entre aliados e adversários e suficientes para manter baios os efeitos dadeser*ão# Luando o sistema % formado por um n@mero razoavelmente pequeno, as a*ões dequalquer um deles amea*a + seguran*a dos demais# Bá um n@mero bastante para permitir qualquer um de ver o que está !avendo, e o suficiente para fazer o que está ocorrendo uma questãoindiferente#

    $ interdepend1ncia militar varia com a etensão e com a igualdade com a qual as grandes pot1ncias contam com os outros para sua seguran*a# Em um mundo bipolar, interdepend1nciamilitar declina mais nitidamente que a interdepend1ncia econmica# O equil'brio interno % maisconfiável e preciso do que o eterno, a incerteza diminui, e os cálculos são mais fáceis de seremfeitos#

    Em um mundo multipolar os l'deres de ambos os blocos tem que se preocupar com amanuten*ão da alian*a, uma vez que a deser*ão de qualquer um dos aliados pode ser fatal para seus

     parceiros, e com os objetivos e capacidades de oposi*ão do bloco# Em alian*as entre iguais adeser*ão de uma parte amea*a a seguran*a dos outros# .as alian*as entre desiguais a contribui*ão

    do membro inferior % de pequena importJncia# Onde a contribui*ão de um n@mero de partes % muitoimportante para todos, e cada um tem um forte incentivo para persuadir outros em suas visões sobreestrat%gias e táticas e para fazer concessões quando a persuasão fal!a# $ unidade dos membros

     principais tende a durar porque todos entendem o quanto dependem disso#? essencial distinguir a forma*ão de dois blocos de um mundo uma bipolaridade estrutural#

    Em ambos, os l'deres das alian*as tentam obter o máimo de contribui*ão de seus associados# Oscontribuintes são @teis mesmo em um mundo bipolar, mas não são indispensáveis (no multipolar osão)# =or isso, as politicas e estrat%gias os l'deres das alian*as são elaborados com base em seus

     próprios cálculos e interesses# 4gnorar as visões dos aliados só faz sentido quando a coopera*ãomilitar % insignificante#

    $ interdepend1ncia militar no mundo bipolar % baia, enquanto no multipolar % alta# Krandes

     pot1ncias dependem umas das outras para suporte pol'tico e militar em crises e guerras no mundomultipolar#

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     .a balan*a de poder pol'tico antigo (multipolar), fleibilidade de alin!amento levava a umarigidez estrat%gica ou a uma limita*ão da liberdade de decisão# .a nova balan*a de poder (bipolar)!á uma rigidez de alin!amento em um mundo de duas potencias levam a fleibilidade de estrat%giae um alargamento de liberdade e decisão# $s duas superpot1ncias podem fazer planos de longoalcance e eecutar suas pol'ticas da maneira que ac!arem mel!or, não precisando concordar comdemandas de terceiros# $s estrat%gias visam competir com o adversário e não a satisfazer seus

    aliados, suas restri*ões adv%m de seus adversários e não de seus associados# Em um mundomultipolar, os Estados frequentemente agrupam seus recursos com o objetivo de alcan*ar seusinteresses, necessitando buscar pol'ticas comuns#

    III$ primeira grande diferen*a entre pol'ticas de poder nos dois sistemas % que>   no mundo

    multipolar, quem % uma amea*a para quem e quem deverá lidar com as amea*as e problemas %incertoF e no bipolar, quem % um perigo para quem não % duvidoso# O sistema bipolar % um jogo desoma zero, quando um gan!a e o outro perde, sendo que assim, ambas as pot1ncias se preocupamcom guerras ou amea*as de guerras em qualquer local# .o multipolar os perigos são difusos,responsabilidades incertas e defini*ões de interesses vitais facilmente obscurecidos# Luando !á um

    numero de Estados em equil'brio, a pol'tica !ábil de uma pot1ncia % designada a obter umavantagem sobre um Estado, sem antagonizar outros e obrigá"los a uma a*ão conjunta#I!*')*7*)89"$ )$ 7$'!*, )"5u:& )& 7*'";&, 9&5u:& )* '*$#

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    afetado pelos acordos que ele e os outros possam fazer, e quando fazem um acordo devem prever seele vai ser interrompido ou negado pelas a*ões de outros#

    $ simplicidade das rela*ões em um mundo bipolar e a forte pressão gerada faz as duas pot1ncias serem conservadoras# $ estrutura não determina tudo# =ara eplicar os resultados %necessário ol!ar para as capacidades, a*ões e intera*ões de Estados, bem como a estrutura de seussistemas# $s causas no n'vel nacional e internacional tornam o mundo mais ou menos pac'fico e

    estável (o autor se concentra no n'vel internacional porque os efeitos da estrutura são normalmentenegligenciados ou mal compreendidos e porque ele está escrevendo uma teoria das rela*õesinternacionais e não de pol'tica eterna)#

     .o eemplo da /322 e dos E/$> entre as partes num sistema de autoajuda, as regras dereciprocidade e cautela prevalecem# 2eu interesse na paz e estabilidade os une e o medo os separa#Eles são c!amados de irmãos inimigos e de parceiros adversários#

    IV=osicionamento nacional muda vagarosamente, a econmica e outras bases de poder mudam

    mais rapidamente em uma na*ão principal do que em outras# :iferen*as de taas de crescimentoeconmico não são nem grande e nem estáveis o bastante para alterar a classifica*ão, eceto a longo

     prazo#? custoso manter"seWalcan*ar a posi*ão de lideran*a por Z motivos> a compleidade de

    tecnologia atual significa que a compet1ncia em um assunto não pode ser separado da compet1nciaem outrosF o andamento da tecnologia significa que aqueles que as diferen*as aumentam e semultiplicamF apesar de os E/$ não terem um mercado interno grande o suficiente para permitir acompleta e eficiente eplora*ão de algumas poss'veis tecnologias, ele aproima"se da escalarequerida mais do que qualquer outroF e a lideran*a econmica e tecnológica estão se tornando maisimportantes na pol'tica internacional#

     .as 34 a for*a permanece a arbitro final# $lguns acreditam que a fun*ão de se adquirir armas nucleares % reduzir as distancias em rela*ão +s grandes pot1ncias# .o entanto, não são asarmas nucleares que causam as condi*ões para a bipolaridade, a aquisi*ão delas por outros Estadosnão muda as condi*ões# $s armas nucleares não equalizam o poder das na*ões porque elas nãomudam as bases econmicas de poder de uma na*ão# $s potencias m%dias são incapazes de gastar no mesmo n'vel das grandes em pesquisa, desenvolvimento e produ*ão# Elas não poderiam se unir 

     para fazer o que sozin!as não conseguemC .ão, por dois motivos> for*a nuclear não se soma " atecnologia de ogivas, ve'culos de lan*amento, dispositivos de deten*ão e vigilJncia de sistemas decomando e controle contam mais do que o taman!o das for*as H e a divisão integral dos trabal!osestrat%gicos não % poss'vel por medo de que um deles entre e guerra e que isso seja fatal para todos#

    :izer que a prolifera*ão das armas nucleares mantem intacta a bipolaridade não implica naindiferen*a quanto + prolifera*ão, pois a prolifera*ão em efeitos positivos e negativos# Efeitosnegativos> risco de conflitos entre pequenas pot1ncias#

    $s grandes pot1ncias são fortes não simplesmente por causa de armas nucleares, mastamb%m porque t1m recursos que os permite gerar e manter o poder de todos os tipos, militar eoutros, ao n'vel estrat%gico e tático# $s barreiras para entrar no clube das superpot1ncias nuncaforam tão altas e numerosas#

    V2obre o desenvolvimento do poder militar das grandes pot1ncias> o autor reproduz a

    abordagem de que o poder absoluto % igual + impot1ncia absoluta# $s mel!ores armas não podemser usadas e assim, a distinta vantagem % negada +s pot1ncias# Os n'veis mais baios de viol1nciasão utilizados e não podem ser combatidos com armas de alto poder destrutivo# $ssim, a pot1ncia %frustrada pela sua for*a e o fraco torna"se capaz de comportar"se como se fossem fortes# Entretanto,

    o autor enfatiza o papel do desenvolvimento do poder militar com o objetivo de coagir os Estados anão agirem de forma conflitiva#

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    :esse modo, as pot1ncias trabal!am para garantir a seguran*a enquanto os demais apenas seaproveitam de seu trabal!o# $rmas nucleares estrat%gicas det1m armas nucleares estrat%gicas# Ondecada Estado tem que garantir sua própria seguran*a da mel!or maneira poss'vel, os meios adotados

     por um Estado orienta os esfor*os dos outros# Os gastos das pot1ncias para manuten*ão da paz são@teis# $ for*a % menos vis'vel onde o poder % mais completo e presente# O poder mant%m umaordem, o uso da for*a sinaliza um poss'vel colapso# $ssim, quanto mais poder um Estado tem,

    menos precisa usar da for*a, a for*a pode proteger seus interesses ou trabal!ar seus desejos por outros camin!os#$ posi*ão dos Estados não deve ser identificada pelo o uso da for*a, e a utilidade da for*a

    não deve ser confundida com sua usabilidade# $ for*a militar % mais @til quando dissuadem outrosEstados de atacar, ou seja, quando não precisa ser utilizado em batal!a# O Estado mais forte % o

     pode status quo, o não uso da for*a % o sinal de sua for*a# :eve"se pensar em termos catacl'smicos,o que significa que o crescimento do investimento em armamentos e a decrescente utilidade delesdecorre do objetivo de evitar que as crises ocorram#

    -o!n Berz fala em dilema da seguran*a, que % quando um Estado, com o objetivo deaumentar sua seguran*a se arma, gerando inseguran*a nos outros, que se arma para garantir a suaseguran*a e o resultado final % um circulo vicioso#

    $ssim, quando as armas das grandes pot1ncias impossibilita uma guerra entre elas, asarmas nucleares são @teis e menos custosas, uma vez que seu pre*o % apenas em din!eiro e não emsangue# $s grandes pot1ncias travam mais guerras do que as pot1ncias menores devido + posi*ãoque ocupam no sistema, não por motivos internos#

    $ntes da 2egunda Kuerra Aundial, +s vezes a for*a foi mais variadamente, mais persistentemente e mais amplamente aplicada, +s vezes foi mais conscientemente usada comoinstrumento de pol'tica nacional# :esde a 2egunda Kuerra Aundial percebe"se que as organiza*ões

     pol'ticas e penetra*ão do poder, não o cancelamento da for*a pela paraliza*ão nuclear#O poder não está associado unicamente ao controle, sendo assim, se uma pot1ncia não %

    capaz de trazer a ordem para os outros Estados ela não deia de ser forte# O poder % uma causa entreoutras, das quais ele não pode ser isolado# $ impossibilidade de eercer controle pol'tico sobreoutros não indica debilidade militar# Kuerra do Mietnã ilustra o limite da for*a militar no mundoatual# 2ucessos em zonas perif%ricas significam menos em termos materiais agora do queantigamente# $ diferen*a deriva de uma mudan*a no sistema# $ fal!a americana no Mietnã eratolerável porque nem o sucesso nem o fracasso eram de importJncia internacional# .ão importava oresultado, o duopólio $mericano"3usso permaneceria#

    =oder militar não assegura o poder pol'tico# 0onquistar e governar são processos diferentes#$ inten*ão de um ato e o seu resultado serão raramente id1nticos, porque o resultado % afetado pela

     pessoa ou objeto que agiu sobre e condicionado pelo ambiente no qual ocorreu# O que % ter poder entãoC /m agente % poderoso na medida em que ele afeta os outros mais do que os outros o afetam#=ara ser politicamente pertinente, o poder tem que ser definido em termos de distribui*ão de

    capacidadesF a etensão do poder não pode ser inferido aos resultados que pode obter ou não#VI$ pol'tica internacional % necessariamente um sistema de n@mero pequeno# $s grandes

     pot1ncias da guerra fria eram menos interdependentes e menos dependentes uma da outraeconomicamente do que as antigas grandes pot1ncias# Ailitarmente a decr%scimo deinterdepend1ncia % uma impressionante#

    RELAÇES TRANSNACIONAIS E POL0TICA MUNDIAL

    -osep! 2# .Qe e 3obert O# 8eo!ane

    Os autores iniciam o teto falando sobre a teoria realista, que concentra sua aten*ão nasrela*ões entre Estados, em geral definidas como conflituosas e voltadas para a maimiza*ão do

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     poder, tendo como principais agentes representantes os diplomatas e os militares# Krande parte doscientistas e diplomatas aceitam essa perspectiva da realidade, e esta visão estado"centrista dasrela*ões internacionais prevalece#

      $s intera*ões de diplomatas e militares não se dão no vácuo# 2ão afetadas fortemente pelageografia, natureza da pol'tica dom%stica nos diversos estados e o avan*o da ci1ncia e tecnologia#

    =oucos questionariam que desenvolvimento de armas nucleares alterou dramaticamente a naturezada pol'tica internacional do s%culo XX ou negariam a importJncia da estrutura da pol'tica interna para as rela*ões entre Estados# :a perspectiva estado"centrista, geografia, tecnologia e pol'ticadom%stica compreendem aspectos do ambiente no qual os Estados interagem#

    O ambiente pol'tico interestatal não inclui somente essas for*as con!ecidas e poderosas# $srela*ões intersociais, com significante importJncia pol'tica, tomam espa*o sem o controle doEstado# $pesar da importJncia dessas rela*ões intersociais e de atores transnacionais, elas vemsendo ignoradas pelos teóricos#

      Os autores se propõem a focar nas rela*ões transnacionais " contatos, coalizões e intera*õesatrav%s das fronteiras que não são controladas pela pol'tica eterna dos governos# &ratam dos efeitos

    rec'procos entre as rela*ões transnacionais e o sistema interestatal com importJncia central paraentender da pol'tica mundial contemporJnea#

    Estão interessados em> empresas multinacionais e movimentos revolucionáriosF uniõescomerciais e redes cient'ficasF cart%is internacionais de transporte a%reo e atividades decomunica*ão no eterior# Esperam que suas análises clareiem questões emp'ricas e normativas queestão diretamente relacionadas com os interesses contemporJneos dos c!efes de Estado e estudiososdas 34#

    =rimeiramente, analisam as intera*ões transnacionais e as organiza*ões e seus efeitos na pol'tica interestatal#

    I!*'$#

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    $ inclusão das intera*ões transnacionais resulta na figura 44#

    Os atores transnacionais podem desempen!ar papeis direto vis"+"vis aos governos esociedades estrangeiras, e ignorar seus próprios governos#

    Os atores internacionais são definidos em tr1s categorias> governamentais,intergovernamentais e não"governamentais# 3ela*ões transnacionais, na defini*ão dos autores,

    incluem atividades de organiza*ões transnacionais, eceto entre seus estados nacionais, mesmoquando algumas das suas atividades não envolvem diretamente movimentos atrav%s das fronteiras e podem não ser definidas como intera*ões transnacionais#

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    Empresas multinacionais, uniões de sindicatos internacionais, organiza*ões religiosasinternacionais, e grandes funda*ões são transnacionais pela defini*ão# .ão significa que sejamcidadãos do mundo ou que são necessariamente controlados por indiv'duos de vários Estados#Krande parte das organiza*ões transnacionais permanece ligada principalmente a uma sociedadenacional particular# Essas organiza*ões são transnacionais, mas não geoc1ntricas, se tornam

    geoc1ntricas apenas quando a composi*ão de sua lideran*a e seu padrão de comportamento indicamque perdeu seus la*os especiais com um ou dois Estados particulares# $s organiza*õestransnacionais tendem a se tornarem geoc1ntricas gradualmente e com bastante frequ1ncia movemnessa dire*ão apenas depois que a pressão vem de fora, particularmente dos Estados !ospedeiros#

    A(;u *5*"!& )$ '*($# com%rcio internacional e financeiroF e comunica*ãoglobal em massa#

    0inco principais efeitos das intera*ões internacionais e organiza*ões> 7# mudan*a deatitudesF 9# pluralismo internacionalF 5# aumento de restri*ões sobre os Estados atrav%s dadepend1ncia e interdepend1nciaF Z# amplia*ão da !abilidade de certos governos influenciaremoutrosF e N# a emerg1ncia de atores autnomos com pol'ticas eternas privadas que podemdeliberadamente se opor ou influenciar nas pol'ticas de Estado (esse efeito depende da presen*a deorganiza*ões transnacionais como atores autnomos ou semiautnomos)#

    $s mudan*as de atitude trazem consequ1ncias para a pol'tica dos Estados, podem ser  promovidos pela rela*ão entre sociedades, por empresas multinacionais e por organiza*õestransnacionais, que criam novos mitos, s'mbolos e normas para legitimar suas atividades ou replicar 

    suas cren*as#O pluralismo internacional significa a vincula*ão dos interesses de grupos nacionais na

    estrutura internacionais, normalmente envolvendo organiza*ões transnacionais com propósitos decoordena*ão# 3efere"se + rela*ão entre organiza*ões não"governamentais internacionais eorganiza*ões nacionais com interesses comuns, que afetam os esfor*os de grupos nacionais parainfluenciar as politicas governamentais#

    $ cria*ão da depend1ncia e da interdepend1ncia % normalmente associada com o transporte ecom as finan*as# Entretanto, a depend1ncia pode se estender a redes de comunica*ão transnacionalou viagens transnacionais#

    $ depend1ncia % traduzida em politica mais diretamente quando certas pol'ticas que osgovernos podem seguir se tornam ecessivamente custosas# $ integra*ão no sistema monetáriomundial pode tornar imposs'vel para um Estado seguir uma pol'tica monetária autnoma semmudan*as drásticas em sua economiaF depend1ncia de compan!ias estrangeiras de tecnologia,capital, e !abilidades administrativas impedem os pa'ses menos desenvolvidos de seguir pol'ticaseconmicas altamente nacionalistas e socialistas# Onde as organiza*ões transnacionais se tornamimportantes para o Estado !ospedeiro, elas podem alterar os padrões dos interesses dom%sticos ao

     ponto de tornar certas pol'ticas etremamente custosas politicamente, mesmo que poss'veleconomicamente#

    Os Estados pequenos ou fracos serão capazes de tomar suas decisões considerando os custos

    e benef'cios das alternativas para eles mesmos, levando em considera*ão a rea*ão de outrosEstados# Estados mais poderosos tem que considerar tamb%m os efeitos de suas próprias pol'ticas nosistema das rela*ões transnacionais# .a medida em que os Estados se beneficiam de um conjunto

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     particular ligado a um arranjo transnacional, terão que ter cuidado para que a reversão + autonomianão desencadeie medidas de retalia*ões por outros Estados grandes que possam destruir todo osistema#

    $s rela*ões transnacionais fazem todos os Estados ficarem dependentes de for*as que elesnão controlam# Eles terão resultados menos imparciais criando novos instrumentos de influ1ncia

     para o uso de alguns governos sobre outros, adicionando poder aos Estados mais fortes, emdesvantagem para aqueles já mais fracos# Os Estados manipulam as intera*ões transnacionais paraalcan*ar resultados eplicitamente pol'ticos# .a medida em que os Estados se tornam dependentesum dos outros, alguns Estados adquirem novos meios de influenciar os outros# $s organiza*õestransnacionais são vantajosas como instrumento de politica governamental eterna, seja por meiodo controle ou por alian*as consensuais#

    $s organiza*ões internacionais autnomas são adversárias potenciais e muitas vezes reais da pol'tica governamental em uma variedade de áreas# Os conflitos entre organiza*ões governamentaise transnacionais podem refletir as pol'ticas de um governo nacional por detrás de uma organiza*ãotransnacional, mas tamb%m pode resultar de diferen*as entre pol'ticas de um Estados !ospedeiro e

    aqueles de uma organiza*ão transnacional, sem um governo sede, que se envolvem na disputa# .ãoapenas uma disputa entre organiza*ões transnacionais ou entre organiza*ões transnacionais eEstados levam a conflitos interestataisF conflitos interestatais podem levar a disputas por influenciaentre organiza*ões transnacionais ou movimentos# $s inter"rela*ões são compleas efrequentemente rec'procas, mas podem ser ignoradas#

    R*($#

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    Os defensores do estado"centrismo tem eclu'do deliberadamente as rela*ões transnacionaisdo sistema interestatal argumentando que sua importJncia pol'tica direta % pequena e que seusefeitos indiretos entram, juntamente com os fatores dom%sticos, na forma*ão da pol'tica eternanacional#

    Os Estados foram e permanecem sendo os atores mais importantes do sistema

    internacionais, agindo e diretamente e por meio de organiza*ões intergovernamentais nas quaisapenas os Estados pertencem# Entretanto, os autores de se perguntam> .ão se deveria prestar maisaten*ão para os efeitos das rela*ões transnacionais nas rela*ões interestatais, e % o paradigma doestado"centrismo adequado se se deseja eaminar esses efeitosC

    ? necessário eaminar as 34 de um foco mais abrangente# Os estudiosos da pol'ticadom%stica tem se distanciado da visão eclusivista do Estado e focado mais amplamente no

     processo pelo qual as sociedades fazem decisões vinculadas# $o definir pol'tica em termos decomportamento estatal unicamente ignoram"se importantes atores não governamentais que alocamvalores e que usam de meios similares aos dos governos para alcan*ar seus objetivos#

    Os autores preferem uma defini*ão de pol'tica que se refere a rela*ões nas quais pelo menos

    um ator emprega recursos com consci1ncia, materiais e simbólicos, incluindo a amea*a ou oeerc'cio da puni*ão, para induzir outros atores a se comportarem diferentemente do que gostariam#/sando essa defini*ão de pol'tica, define"se o mundo da pol'tica como todas as intera*ões politicasentre atores significantes em um sistema mundial no qual um ator significativo % autnomoindividualmente ou uma organiza*ão que controla recursos substanciais e participa em rela*ões

     politicas com outros atores al%m das fronteiras estatais# Esse ator não precisa ser um Estado#$ssim, entende"se que o paradigma estado"centrista % inadequado está se tornando

     progressivamente mais inadequado quando as mudan*as nas rela*ões transnacionais tomam espa*o#Eles se propõem a introduzir uma alternativa de paradigma da politica mundial que substitua a

    análise estado"centrista#

    R*($#

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    atividades transnacionais em ci1ncia básica e uma dos maiores centros de sindicalismotransnacional#

    R*($# nen!uma das escolas anteriores está certa# Os modernistas estão corretos quandoapontam que as mudan*as são relevantes, mas não t1m análises para comprovar sua tese de que taismudan*as levarão a um mundo em que a ideia de Estado"na*ão deiará de ter importJncia# Os

    tradicionalistas, por sua vez, estão corretos ao apontar as fal!as dos modernistas, mas, atrav%s desuas teorias, não conseguem eplicar satisfatoriamente a interdepend1ncia social, econmica eecológica multidimensional de !oje# .Qe e 8eo!ane não se propõem a discutir nem com osmodernistas e nem com os tradicionalistas, porque tanto as mudan*as quanto as perman1nciaseistem# $ proposta deles, então, % desenvolver um quadro teórico coerente para a análise pol'ticada interdepend1ncia, atrav%s de uma mistura das duas escolas anteriores#

    4nterdepend1ncia afeta a pol'tica mundial e o comportamento dos Estados, mas as a*õesgovernamentais tamb%m influenciam padrões de interdepend1ncia# $trav%s da cria*ão de

     procedimentos, regras ou institui*ões de certas atividades, os governos regulam e controlam asrela*ões transnacionais e interestatais# Esses arranjos governamentais são c!amados de regimesinternacionais#

    :urante a Kuerra ;ria, seguran*a nacional era o slogan americano de l'deres pol'ticos paraconseguir apoio da popula*ão# $ retórica da seguran*a nacional justificava estrat%gias de alto custo

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     para suportar a economia e a estrutura pol'tica e militar do mundo livre# &amb%m proveu umaanálise racional para coopera*ões internacionais, alian*as, ajuda eterna e envolvimentos militares#

    O simbolismo da seguran*a nacional % produto da Kuerra ;ria e do sentimento de amea*a que osamericanos sentiam# &al simbolismo gan!ou for*a tamb%m por causa dos analistas realistas, quedefendiam que a seguran*a nacional era o objetivo nacional primário e que as amea*as de seguran*aeram permanentes na pol'tica internacional# Luando a amea*a da Kuerra ;ria diminuiu, a

    competi*ão econmica internacional e conflitos dom%sticos de distribui*ão cresceram, e a visão deuma seguran*a nacional dominada pela preocupa*ão militar passou a diminuir# $ seguran*anacional passou a ter de dividir sua posi*ão de objetivo primário com a interdepend1ncia, quegan!ou espa*o na agenda#

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    interdepend1ncia# $ primeira foca no conjunto de gan!os ou no conjunto de perdas para as partesenvolvidas# $ outra foca nos gan!os relativos e a distribui*ão deles#

    :eve"se entender que uma crescente interdepend1ncia não necessariamente significa um mundo bom e cooperativo em troca de um mundo ruim e conflitivo#

    $ diferen*a entre pol'tica internacional tradicional e pol'tica de interdepend1ncia não % a diferen*aentre um mundo de soma zero e um de não soma zero# $ pol'tica de interdepend1ncia envolve

    competi*ão mesmo quando se pode esperar benef'cios oriundos da coopera*ão# Bá importantescontinuidades, assim como diferen*as, entre a pol'tica tradicional de seguran*a militar e pol'tica deinterdepend1ncia#

    $ interdepend1ncia não se baseia sempre na ideia de depend1ncia m@tua e balanceada# 2ão asassimetrias da interdepend1ncia que geram fontes de influ1ncia para os atores em suas negocia*ões#$tores menos dependentes frequentemente usam da rela*ão de interdepend1ncia como recurso de

     poder de negocia*ão# $ visão tradicional entendia que o poder militar dominava todas as outras formas de poder#

    0onsequentemente, o pa's com maior for*a militar controlaria as rela*ões internacionais# .oentanto, nos @ltimos anos, as fontes de poder se tornaram mais compleas# O poder pode ser 

     pensado como a !abilidade de um ator de convencer os outros atores a fazerem algo queoriginalmente não fariam# O poder tamb%m pode ser concebido em termos de controle sobre os

     poss'veis resultados# Em qualquer dos casos, a medi*ão de poder não % algo simples# $ interdepend1ncia assim%trica pode ser fonte de poder# .esse caso, entende"se poder como o

    controle sobre recursos ou como potencial para afetar os resultados# /m ator menos dependente emuma rela*ão frequentemente tem um recurso pol'tico significante, porque as mudan*as na rela*ãoserão menos custosas para este ator do que para os outros# Essa vantagem, no entanto, não garanteque os recursos pol'ticos oriundos de assimetrias favoráveis vão levar a padrões similares decontrole sobre os resultados#

    :uas dimensões de poder de interdepend1ncia> 2E.24R4

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    sensibilidade frequentemente gera reclama*ões por esfor*os pol'ticos para alterá"la, particularmenteem pa'ses com sistemas pol'ticos plurais#

    $pesar de os padrões de sensibilidade poderem eplicar onde o sapato aperta, isto %, quais os pontos fracos do Estado, uma pol'tica coerente precisa ser baseada em uma análise das atuais e potenciais vulnerabilidades#

    Estrat%gias para manipular a interdepend1ncia podem gerar contraestrat%gias# 2empre se precisa

    manter em mente que o poder militar domina o poder econmico, considerando que os meioseconmicos serão ineficazes frente ao uso da for*a militar# =or isso, at% a manipula*ão efetiva deinterdepend1ncia assim%trica em uma área não militar pode criar riscos de contrarrea*ão militar#

     .Qe e 8eo!ane, em um gráfico de assimetrias de interdepend1ncia, relacionando os recursos de poder com a sua dominJncia e custos, afirmam que o poder militar, em termos de dominJncia, prevalece sobre a vulnerabilidade não militar, enquanto que esta prevalece sobre a sensibilidade nãomilitar# Em termos de custo, a ordem % contrária# =or isso, em rela*ão ao custo, não !á garantia queos meios militares serão mais efetivos que os econmicos para atingir um determinado objetivo#=or%m, quando os interesses de um pa's se tornam cada vez mais importantes, sabe"se que atend1ncia % usar do poder militar, ainda que os custos sejam altos# Essa ideia de se usar um recursode poder mais efetivo (e mais custoso) geralmente se origina de uma incongru1ncia substancial nadistribui*ão de recursos de poder#

    /m come*o @til para uma análise pol'tica de interdepend1ncia internacional % pensar ainterdepend1ncia assim%trica como fonte de poder entre os atores# 4sso pode ser aplicado tanto pararela*ões entre o governo e os atores transnacionais quanto para as rela*ões interestatais#

    :iferentes tipos de interdepend1ncia geram diferentes influ1ncias pol'ticas# $ sensibilidade pode dar a base para uma significante influ1ncia pol'tica somente quando as regras podem ser tidas comogarantidas, ou quando seria custoso demais para que os Estados mudassem suas pol'ticasrapidamente# 2e um conjunto de regras coloca um ator em desvantagem, provavelmente este ator irátentar mudar as regras se tiver din!eiro o suficiente para tanto# =or isso que a influ1ncia derivada deassimetrias favoráveis de sensibilidade são muito limitadas quando as assimetrias de

    vulnerabilidade são desfavoráveis# Em vários casos atuais, o uso da for*a militar % tão caro, e a amea*a desse uso % tão dif'cil de sefazer cr'vel, que a estrat%gia militar acaba sendo um ato de desespero#

    $ interdepend1ncia assim%trica, sozin!a, não consegue eplicar todos os desenlaces pol'ticos, nemmesmo as rela*ões interestatais# O poder medido em termos de recursos ou potenciais pode ser diferente da ideia de poder medido em termos de influ1ncia# /m dos motivos mais importantes paraisso % que um Estado mais fraco pode se mostrar muito mais comprometido em se fazer coopera*ãodo que um Estado mais forte# O ator mais dependente pode estar mais disposto a sofrer#

     .o entanto, o cenário mundial ainda mostra a tend1ncia + coopera*ão# Os autores dão o eemplo darela*ão do 0anadá com os Estados /nidos> o fato de que o 0anadá possui um poder militar consideravelmente menor do que o estadunidense não impede o 0anadá de bargan!ar e conseguir 

    tirar proveito de sua superioridade econmica em assuntos como o petróleo e o gás natural, sem ter medo de uma retalia*ão militar vinda dos E/$# $l%m disso, as condi*ões da interdepend1nciainternacional contemporJnea tendem a limitar as !abilidades dos estadistas em manipular asassimetrias# 4sso porque o Estado mais fraco pode ter uma mel!or e mais convergente pol'ticainterna do que o Estado mais forte, isto %, este pode ser menos dependente em termos agregados,

     por%m, pode ter uma pol'tica interna mais fragmentada cujos conflitos de interesses podem vir acausar dificuldades na coordena*ão do pa's#

     .Qe e 8eo!ane admitem que a teoria da interdepend1ncia assim%trica não eplica perfeitamentetodos os casos concretos internacionais, sejam eles de sucesso ou de fracasso# Luando a teoriafal!ar para eplicar algum caso, deve"se tentar procurar uma razão mais espec'fica para ele# $t%

     porque, como o sistema pol'tico varia de tempos em tempos e de lugar para lugar, não faz sentidofalar em um modelo teórico que se aplica a todos os casos, sempre e em qualquer lugar#

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    $s rela*ões de interdepend1ncia frequentemente ocorrem dentro de um ambiente de regras e procedimentos que regularizam o comportamento dos atores e controlam os efeitos de tais rela*ões#Esse sistema de arranjos que afetam as rela*ões de interdepend1ncia % c!amado de regimeinternacional#

     .o sistema internacional, esse sistema de regras não funciona com a mesma eficácia que noorganizado plano dom%stico# :a mesma forma, as institui*ões internacionais não são tão poderosas

    nem tão autnomas# $ fraqueza das organiza*ões internacionais e os problemas de impor o direitointernacional +s vezes levam os analistas ao erro de pensar que os regimes internacionais sãoinsignificantes, c!egando ao ponto de ignorá"los completamente#

    =ara se entender esse regime internacional que afeta os padrões de interdepend1ncia, precisa"seol!ar para a estrutura e o processo do sistema internacional, assim como a maneira como um afeta ooutro# O conceito de estrutura difere do de processo# $ estrutura de um sistema se refere +distribui*ão de capacidades entre unidades similares# .o sistema pol'tico internacional, as unidadesmais importantes são os Estados, e a capacidade deles % entendida como suas fontes de poder#=rocesso, nesse sentido, se refere ao comportamento de negocia*ão dos atores dentro de umaestrutura de poder#

    0$=[&/ canais m@ltiplos, aus1ncia de !ierarquia de interesses e papel pequeno da for*a militar#

    0anais m@ltiplos> os canais que conectam as sociedades podem ser interestatais (como eplica orealismo), transgovernamentais (desafia o pressuposto realista de que os Estados são unidades

    coerentes) e transnacionais (desafia o pressuposto realista de que os Estados são as @nicas unidadesimportantes do sistema)# Esses canais se dão atrav%s de la*os informais entre elites nãogovernamentais, organiza*ões internacionais, corpora*ões multinacionais, etc# Esses canaiscomprovam a eist1ncia e relevJncia de outros atores que não os Estados#

    $us1ncia de !ierarquia de interesses> a agenda de rela*ões internacionais tem ficado cada vez maisdiversificada, o que acarreta em uma dificuldade em se determinar qual assunto % mais importante#0omo não % poss'vel fazer uma clara !ierarquia de interesses da agenda, tamb%m não % poss'velafirmar que a seguran*a militar domina a agenda# Auitos interesses da agenda internacional vieramde interesses anteriormente considerados dom%sticos, o que impede uma clara distin*ão entreinteresses dom%sticos e interesses internacionais# $lguns interesses que t1m gan!ado espa*o são asquestões energ%tica, ambiental e populacional#

    =apel pequeno da for*a militar> se o dilema da seguran*a fosse igualmente determinante para todosos pa'ses, a for*a militar seria a maior fonte de poder de um Estado e a sobreviv1ncia seria oobjetivo primário para todos eles# .esse cenário, a for*a militar seria sempre uma componente

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    central do poder nacional# .o entanto, o medo de ataques em geral vem diminuindo, o que significaque a for*a militar tem se tornado irrelevante como um instrumento pol'tico# $l%m disso, a for*anão % sempre um modo apropriado de se atingir objetivos, como % o caso dos objetivos econmicosou ambientais# Os efeitos do uso da for*a são incertos e ainda saem caros para o pa's# Bá duassitua*ões em que a for*a militar volta a ser importante como um instrumento pol'tico> no caso deuma mudan*a social e pol'tica drástica ou no caso em que um pa's se utiliza da for*a militar para

     proteger outro H isso traz uma influ1ncia pol'tica relevante sobre o outro pa's# Luando a teoria realista prevalece, a seguran*a militar % o objetivo dominante para os Estados#

    Luando a teoria da interdepend1ncia complea prevalece, !á uma variedade de objetivos estatais#Essa variedade implica em uma aus1ncia de !ierarquia entre eles# Os objetivos vão variar de acordocom os interesses e nem sempre estarão relacionados# $l%m disso, atores transnacionais tamb%mtrazem diferentes objetivos para a agenda#

    2ob as condi*ões da interdepend1ncia complea, os objetivos variam de acordo com os interesses,mas a distribui*ão de poder e o processo pol'tico tamb%m variam# 2ob o modelo realista, Estadosfortes nos quesitos militar e econmico dominam uma variedade de organiza*ões e interesses,ligando suas próprias pol'ticas em alguns assuntos de outros Estados, tirando proveito dos Estadosmais fracos# Luando esses Estados mais fortes usam sua domina*ão para tirar tal proveito, os

    Estados mais fortes vão, no modelo tradicional, assegurar uma congru1ncia entre a estrutura de poder militar e econmico e o padrão de resultados em cada área de interesse# 2ob as condi*ões dainterdepend1ncia complea, essa congru1ncia % menos provável que ocorra# 0om a for*a militar diminu'da, Estados com alta for*a militar encontram dificuldades de usar sua domina*ão paracontrolar os resultados em assuntos nos quais são fracos# $ssim, + medida que a utilidade da for*adecai e os interesses se equalizam em termos de importJncia, a distribui*ão de poder dentro de cadainteresse se torna importante# $ diferencia*ão de áreas de interesse resulta em uma dificuldade por 

     parte dos Estados mais fortes de fazer liga*ões de interesses, tendendo a reduzir a !ierarquiainternacional de poder, ao inv%s de solidificá"la# $ssim, os Estados procuram outros instrumentos de

     poder, como no caso de Estados menos vulneráveis se utilizarem de sua vantagem assim%trica deinterdepend1ncia como uma fonte de poder#

    $s análises realistas levavam os estadistas a focar nos interesses pol'tico"militares e prestar poucaaten*ão a outros assuntos da agenda# .esses casos, as agendas são altamente influenciadas pelasconsidera*ões do equil'brio de poder global# .a teoria da interdepend1ncia complea, a agenda %afetada por problemas internacionais e dom%sticos, criados pelo crescimento econmico e pelacrescente sensibilidade dos Estados# Aesmo que as capacidades dos Estados não mudem, asagendas podem ser afetadas pela mudan*a de importJncia dos atores transnacionais#

    $ eist1ncia de m@ltiplos canais de contato (o primeiro pressuposto da interdepend1ncia complea)nos leva a perceber que não !á uma clara distin*ão entre pol'tica dom%stica e pol'tica internacional,al%m disso, tamb%m nos leva a pensar nos limites das !abilidades dos estadistas em calcular amanipula*ão da interdepend1ncia ou seguir um consistente padrão estrat%gico de liga*ão de

    interesses# Os estadistas precisam levar em considera*ão os efeitos similares e diferentes dasestrat%gias de interdepend1ncia e as implica*ões disso na politiza*ão e controle da agenda# $stransa*ões (em especial as econmicas, em detrimento das de seguran*a) entre as sociedades afetamos grupos de interesses de modos diferentes#

    $ ambiguidade dos interesses nacionais trazem s%rios problemas para os l'deres governamentais#Luando órgãos governamentais t1m interesses divergentes dos do governo central e contatam osórgãos de outros governos para formar coalizões, torna"se dif'cil para os estadistas centralizar o

     poder# Os Estados que mantiverem sua coer1ncia interna (por causa da centraliza*ão do poder) estãomais aptos a manipular a interdepend1ncia desigual do que os Estados fragmentados em grupos deinteresses#

    $ eist1ncia de m@ltiplos canais de interesse leva + previsão de diferentes e significantes papeis

     para as organiza*ões internacionais na pol'tica mundial# =ara os realistas, as organiza*õesinternacionais t1m papel reduzido, limitado pela rara congru1ncia de interesses# =ara os teóricos dainterdepend1ncia, o mundo % formado por m@ltiplos canais de contato e variedade de interesses#

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     .esse mundo, as organiza*ões internacionais t1m papel importante, como para ajudar a formar aagenda internacional e atuar como catalisadores para a forma*ão de coalizões e como arenas parainiciativas pol'ticas de Estados mais fracos#

    $ tabela abaio mostra um lindo resumo do cap'tulo inteiro>

    GOVERNANÇA EM UM MUNDOGLO3ALIZADO

    R&@*'! O. K*&F$* *&*7F S. N*., '.

    I!'&)u#:&

    $pesar 

    de ostermos globaliza*ão nos anos ]^ e interdepend1ncia nos

    anos _^, terem se tornado recorrentemente utilizados, o fenmeno a que se referemnão % novo# $ diferen*a % que !oje, a interdepend1ncia % mais facilmente observada navulnerabilidade dos pa'ses +s mudan*as eternas#

    Os autores definem globaliza*ão como> um estado do mundo envolvendo redes deinterdepend1ncia a distJncias multicontinentais# Essas redes podem estar conectadas atrav%s defluos e influencias de capitais e bens, informa*ões e ideias, pessoas e for*a, bem como substJnciasambientalmente e biologicamente relevantes# Klobaliza*ão e desglobaliza*ão remetem"se aoaumento ou redu*ão do globalismo, ou seja, globaliza*ão % intensifica*ão do Klobalismo# Emcompara*ão com a interdepend1ncia, o globalismo tem duas caracter'sticas especiais>

    7) 3efere"se a redes de coneão (rela*ões m@ltiplas), não simplesmente a liga*ões singulares(e#> interdepend1ncia econmica e militar entre dois pa'ses não % globalismo)#9) =ara que uma rede de rala*ões seja considerada global deve incluir distJncias

    multicontinentais, não simplesmente redes regionais# $ globaliza*ão refere"se a umencol!imento de distancias, mas a uma grande escala# E#> 0oopera*ão Econmica da `siae do =ac'fico ($=E0) % classificada como interdepend1ncia multicontinental, incluindo a$m%rica, a `sia e a $ustrália# $ $2E$. % apenas regional#Klobalismo não implica em universalidade, pois a globaliza*ão % acompan!ada de lacunas

    crescentes, em diversos aspectos, entre os ricos e os pobres# .ão implica nem em !omogeneiza*ãonem em equidade#

    I. A )"%*

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    4nterdepend1ncia e globalismo são ambos fenmenos multidimensionais# $naliticamente,diferenciam"se as dimensões de acordo com os tipos de fluos econeões que ocorrem em redes espacialmente etensas>

    7) Klobalismo econmico> envolve fluos de longa distJncia de bens, servi*os e capitais, einforma*ão e percep*ões que acompan!am as mudan*as de mercado# Envolve tamb%m a

    organiza*ão dos processos que estão ligados e estes fluos# ;luos econmicos, mercados, eorganiza*ões como em empresas multinacionais, tudo fluindo em conjunto#9) Klobalismo militar> refere"se a redes de interdepend1ncia de longa distJncia nas quais a

    for*a e a amea*a ou promessa de uso da for*a são empregados# E#> Ralan*a do &error H E/$ e /322 na Kuerra ;ria#

    5) Klobalismo ambiental> refere"se ao transporte a longa distJncia de materiais pela atmosferaou oceano, ou de patog1neses ou materiais gen%ticos que afetam a sa@de e o bemHestar !umano#

    Z) Klobalismo social e cultural> envolve o movimento de ideias, informa*ão, imagens e de pessoas H que naturalmente carregam consigo ideias e informa*ões# O globalismo de informa*ões e

    ideias % o mais dif'cil de definir, mas o mais difundido# 4nterage com os outros tipos de globalismo,fluindo al%m de fronteiras geográficas e politicas#

    =oder"se"ia imaginar outras dimensões, como a pol'tica, que poderia se referir a aquelesubconjunto do globalismo social que se refere a ideias e informa*ões sobre poder e governan*a#

    =oder"se"ia pensar tamb%m num globalismo legal poderia referir"se a propaga*ão de praticaslegais e institui*ões para uma variedade de questões, incluindo o com%rcio internacional e acriminaliza*ão de crimes de guerra praticados por c!efes de Estado# Klobaliza*ão ocorre em outrasdimensões tamb%m, como ci1ncia, entretenimento, moda e idioma#

    Luando se fala em um decl'nio do globalismo em determinado per'odo deve"se sempre analisar 

    qual a dimensão a que se refere, pois as diferentes formas de globalismo tiveram diferentes per'odosde epansão#

    II. G(&@$("%& )*&- & u* F )* &B&J

    Os autores definem globalismo como um fenmeno com ra'zes antigas, e globaliza*ão comoo processo de crescente globalismo, !oje ou no passado# Auitas vezes, a globaliza*ãocontemporJnea % equiparado a americaniza*ão, especialmente por não"americanos que se ressentemcom a cultura popular americana e do capitalismo que o acompan!a# .o entanto, o globalismo não %intrinsicamente americano, mesmo que na fase atual seja fortemente influenciado pelo que acontecenos E/$# O globalismo % $m%rica"c1ntrico uma vez que maior parte do impulso para a revolu*ãoda informa*ão vem os E/$, e grande parte do conte@do das redes de informa*ões % criada lá#Entretanto, as ideias e informa*ões c!egam ao conteto da politica nacional e culturas locais e sãofiltradas e modificadas por estes#

    $ posi*ão central dos E/$ nas redes globais da origem ao soft poVer> a !abilidade defazer com que outros queiram o que os americanos querem# Aas, o processo % em muitos aspectosrec'proco# O soft poVer % uma realidade, mas não % aplicável para os E/$ em todas as áreas, semfalar que os E/$ não são os @nicos a possui"lo#

    O que !á fundamentalmente diferente no globalismo atualC ? mais rápido, mais barato e

    mais profundo, o grau de densidade do globalismo está dando origem a um aumento da densidadedas redes, da velocidade institucional e da participa*ão transnacional# Luando a interdepend1nciae o globalismo se tornaram mais densos, as rela*ões sist1micas entre diferentes redes se tornaram

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    mais importantes# Bá mais interconeões entre as redes# 0omo resultado, os efeitos sist1micos setornaram mais importantes#

    $ etensão do globalismo significa que as coneões potenciais ocorrem pelo mundo todo,com resultados +s vezes imprevis'veis# E#> transtornos ambientais que afetam popula*ões domundo todoF crises econmicas que se alastram a propor*ões globais (" interdepend1ncia

    financeira)F preocupa*ões !umanitárias e comunica*ões globais

      dramatiza*ão de conflitos einterven*ões militares, e ignorJncia dos conflitos em locais de menor acesso etc#O crescente adensamento do globalismo não % apenas uma diferen*a em grau em rela*ão ao

     passado# $densamento significa que rela*ões diferentes de interdepend1ncia se interceptam mais profundamente em diferentes pontos# Ou seja, eventos em uma área geográfica, em uma dimensão, podem ter profundos efeitos, em outra área geográfica em outra dimensão# O globalismo vemacompan!ado de uma penetrante incerteza# Baverá cont'nuos confrontos entre o aumento cont'nuoda compleidade e incerteza, por um lado, e os esfor*os de governos, participantes do mercado eoutros para compreender e gerenciar esses sistemas interligados cada vez mais compleos#

    III. G(&@$("?$#:& * G&B*'$#$

    $ globaliza*ão não apenas afeta a governan*a, mas % afetada por ela# $ governan*a remeteemerg1ncia e recon!ecimento de princ'pios, normas, regras e procedimentos que fornecem padrõesde comportamento p@blico aceitável, e que são suficientemente seguidas a ponto de produzir regularidades de comportamento# $ governan*a não precisa ser conduzida por governos "organiza*ões internacionais, empresas privadas, associa*ões de empresas, organiza*ões nãogovernamentais e associa*ões de organiza*ões não governamentais estão todos envolvidos na suacondu*ão#

    $o contrário de algumas visões prof%ticas, os Estados"na*ão não estão prestes a seremsubstitu'dos como instrumento primário da governan*a domestica e global# Os autores acreditamque os Estados"na*ão estão sendo suplementados por outros atores H privados e do terceiro setor H em uma mais complea geografia# O Estado % o ator mais importante no cenário da pol'tica global,mas não % o @nico ator importante# .ão apenas a geografia da governan*a % mais complea, mastamb%m as modalidades nos tr1s n'veis>

     O resultado da ampla participa*ão não % a obsolesc1ncia dos Estados, mas a transforma*ão e

    a cria*ão de pol'ticas em novos espa*os de discussão# Kovernan*a % diferente de governo, logo agovernan*a não pode ser entendida como a cria*ão de um governo global# /m governo mundial

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     pode ou não ser desejável H podendo ter consequ1ncias adversas H mas % pouco provável que sejaviável#

    $pesar de pensarem que o governo mundial % inviável, não são complacentes com os efeitosda globaliza*ão sem alguns meios coerentes de governan*a# 0omo laissez"faire tamb%m não %op*ão mais acertada, devendo"se buscar uma solu*ão intermediaria> um conjunto de práticas de

    governan*a que mel!oram a coordena*ão e criam válvulas de seguran*a para pressões pol'ticas esociais, compat'veis com a manuten*ão dos Estados"na*ão como forma fundamental de organiza*ão pol'tica# Estes arranjos vão envolver um conjunto !eterog1neo de agentes, sendo que, a eficáciadestes agentes vai depender das redes nas quais estão incorporados, e suas posi*ões nessas redes#

     .en!uma !ierarquia % suscept'vel de ser aceitável ou efetiva em redes de governan*a#$s estruturas de governan*a podem ser denominadas redes m'nimas H redes porque o

    globalismo % mais bem caracterizado como em rede, do que um conjunto de !ierarquiasF m'nimas porque a governan*a a n'vel global só será aceitável se não suplantar o governo nacional, e se asintrusões na autonomia dos Estados e comunidades são justificáveis em termos de resultadoscooperativos# (/.4O E/3O=E4$, por eemplo)

    IV. C&%& & ;(&@$("%& $5*!$ $ ;&B*'$@"(")$)* )&%!"9$J

    Os autores acreditam que a globaliza*ão tem importantes efeitos nos Estados, mas que o caráter destes efeitos depende mais da natureza do Estado, e das rela*ões Estado"sociedade, do que daglobaliza*ão em si# Os Estados vão continuar sendo importantes, e as suas estruturas internas serãocruciais para sua !abilidade de adaptar"se a globaliza*ão, e aos efeitos que esta terá sobre eles#

    =rimeiro " não se deve superestimar a etensão das mudan*as futuras# $ integra*ão econmicaglobal ainda tem um longo camin!o a percorrer# :o ponto estritamente econmico, isso pode ser 

    considerado ineficiente# Aas do ponto de vista pol'tico"econmico % considerado inefici1ncia@til que prove um amortecedor para as diferen*as na pol'tica domestica e permite a abertura daeconomia global# 0om o tempo e integra*ão do mercado, essa inefici1ncia @til vai erodir, mas ainda!á um longo camin!o pela frente#

    2egundo " apesar de a globaliza*ão ter forte impacto em pol'ticas distributivas e desigualdade,esses impactos não são muito claros# $ globaliza*ão contemporJnea % conduzida muito menos pelamigra*ão de trabal!adores, diferentemente do s%culo X4X# $ globaliza*ão em forma de com%rcioentre Estados ricos e pobres aumentam a desigualdade de renda, como previsto pelo modelo deBecPsc!er"O!lin, mas tem suas causas não tanto na migra*ão, mas em outro causador potencial> atecnologia e a altera*ão da composi*ão das for*as de trabal!o# $pesar dessa ambiguidade, aglobaliza*ão controversa#

    &erceiro H os impactos da globaliza*ão nos Estados variam substancialmente de acordo com osistema pol'tico"econmico# $ globaliza*ão interage com a pol'tica dom%stica, mas não produz osmesmos resultados em todos os lugares, mas tamb%m não se mostra irrelevante#

    O globalismo enfraquece as institui*ões EstataisC :epende do tipo de Estado e do tipo defun*ão# Estados mais fortes sentem a pressão do mercado, mas o n@cleo de sua pol'tica permaneceforte, já os Estados mais fracos, sofrem pressão e não tem redes de seguran*a e nem institui*õesgovernamentais fortes para ampará"los# 0ertamente, os impactos da globaliza*ão são grandes, masdependem do taman!o, do poder e da cultura pol'tica domesticas dos Estados envolvidos#

    :izer que os Estados permanecem como @nicos atores importantes do 24 % ignorar a emerg1nciade outros atores significantes e as limita*ões que eles impõem a autonomia dos Estados# Aas dizer que tudo está diferente % ignorar o fato de que os Estados modernos são resistentes e engen!osos#

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    $s fronteiras estão se tornando mais porosas, e alguns controles mais problemáticos, a governan*adom%stica não está fácil#

    $ssim, não se pode dizer que tudo mudou, nem que nada mudou# $ questão não está tanto namanuten*ão ou erosão da autoridade, mais nas mudan*as na forma de pensarmos o espa*o#

    Os autores acreditam que a governan*a continuará centrada nos Estados# .o entanto, a imagem

    de Estado vai se tornar cada vez mais nublada# $s ag1ncias de Estados estão se conectando a redescom atores do setor privado e setor terciário, e as redes transacionais e rea*ões transnacionais estãose tornando mais importantes# $s redes transnacionais vão se tornar mais compleas e agovernan*a vai eigir uma etensiva rede de coopera*ão, regras !ierárquicas tendem a tornarem"semenos efetivas#

    V. G&B*'$#$ )& ;(&@$("%&- '*;"%*, '*)* * &'%$

    0omo os Estados agem + necessidade de regulamenta*ões H governan*a H e em consequ1ncia, +coopera*ãoC O que encontramos não % um governo mundial, mas a eist1ncia de regimes de

    normas, regras e institui*ões que governam um n@mero surpreendente de questões de pol'ticamundial# $ governan*a % mais concentrada entre pa'ses desenvolvidos, mas muitas vezes temalcance global#

    A. C&&7*'$#:& "!*'*!$!$( $!'$B )* '*;"%* "!*'$9"&$" $ 7'&5*&'$ )"* u* :& 7'$ )$' %u"!$ $!*#:& $ *$ 7$'!*, 7&'u* !'$@$(F$'*%& "& %$" !$')*

    Os interesses internos dos Estados são afetados pela a*ão de outros Estados e atores, assim,desenvolve"se uma demanda por regimes internacionais# Os governos tornam"se dispostos a trocar 

     parte de sua liberdade legal de a*ão para receber em contrapartida alguma influencia nas a*ões dosoutros atores# $l%m de interesses puramente dom%sticos, atores transnacionais mostram interesse de

    fazer com que as transa*ões transfronteiri*as se tornam mais previs'veis e pressionam por acordosdesse tipo# Em face dos efeitos do crescimento da interdepend1ncia global e dos problemasderivados desses dilemas, os governos são solicitados a responder de acordo com um desses quatrocamin!os>

    7) /nilateral> podem ser isolacionistas e protecionistas diminuindo o globalismoF ou podemaumentar a governan*a global# =ode decorrer da aceita*ão dos Estados das normasdesenvolvidas por outros, podendo advir de um processo voluntário ou altamente coercivo#

    9) 3egimes Rilaterais ou minilaterais (n@mero pequeno de Estados)> constru'dos quando umconsenso mais amplo % dif'cil ou muito custoso# /ma consequ1ncia pode ser a mudan*a nostatus quo, piorando a situa*ão dos não"participantes ou for*ando"os a participar de arranjosque são piores que o status quo, antes que qualquer coopera*ão ten!a sido tentada#

    5) 3egional> o m@tuo recon!ecimento das leis e politicas um do outro pode promover coopera*ão sem a necessidade de !armoniza*ão etensiva de leis#

    Z) Aultilateral> % em n'vel global# Os Estados criam regimes internacionais e cedem parte deseu poder para uma organiza*ão intergovernamental para governar questões espec'ficas# $coopera*ão multilateral tornou o mundo mais pac'fico, prospero e mais claro, mas tamb%maumentou a interdepend1ncia e a globaliza*ão, o que amea*a enfraquecer esse mecanismo# $difusão do poder aumenta a legitimidade dessas organiza*ões, mas tamb%m torna as decisõesmais dif'ceis de serem tomadas# Bá tamb%m uma demanda por transpar1ncia, que pressupõe

    a incursão de normas democráticas de presta*ão de contas na arena internacional# $ difusãodo poder e as pressões por transpar1ncia tornam os acordos mais dif'ceis# ? poss'vel dizer 

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    que a globaliza*ão está promovendo crescentes coneões reais entre áreas temáticas, mas aon'vel da governan*a, a liga*ão entre elas % pequena#

    3. G&B*'$#$ T'$$9"&$( * T'$;&B*'$%*!$(O multilateralismo interestatal tradicional está sob pressão, em parte, devido a for*as que podem

    ajudar eventualmente a prover novos modelos de governan*a global# O bloco em constru*ão dagovernan*a global vai incluir não apenas Estados concebidos como atores unitários, mas tamb%mum compleo conjunto de agentes, redes e organiza*ões#

     Agentes em rede

    ;irmas privadas, O.Ks, e subunidades do governo podem ter papel independente ou quaseindependente# Esses agentes ajudam a criar ou eacerbar os dilemas de difusão do poder,transpar1ncia, e impasses, que afligem as O4# =odem tamb%m ter um papel crucial na governan*a,operando como partes de redes# Os atores estão se envolvendo mais em arranjos de governan*a nãocontrolados pelos eecutivos e legislaturas dos Estados# $ governan*a global está se difundindo

     para>

    7# na aus1ncia de medidas legislativas, judiciarias e outros tribunais, estendemsuas interpreta*ões de regras em regras de decisão# Ou seja, estabelecem regras que devemser seguidas pelos Estados, sem que ten!am sido criadas unicamente por eles# E#> &ribunalde -usti*a EuropeuF 0onsel!o da OA0###

    9# 3edes corporativas transnacionais> respondem na aus1ncia da governan*a fornecendo suas próprias formas de governan*a# E#> empresas de computadores e lin!as a%reas formamalian*as para gan!ar vantagens competitivas#

    5# O.Ks> fornecem servi*os, mobilizam a*ões pol'ticas, fornecem informa*ões e análises#$s rela*ões desses tr1s setores na governan*a não podem ser analisadas isoladamente, e nem em

    termos de soma zero# $lguns Estados podem ser favorecidos quando as O.Ks desempen!am um papel maior na defini*ão da agenda, assim pressionando outros governos a agirem# $s parceriasdos setores p@blicoWprivado e terciário tamb%m tem se tornado mais eplicitas# 0orpora*õestransnacionais e O.Ks +s vezes trabal!am juntas e as vezes com O4 para fornecer servi*os#

    `reas de coordena*ão intergovernamentais eistem em rela*ões competitivas e cooperativascom atores do setor privado e terciário que fornecem um grau de governan*a para um n@mero detemas de politica global# /ma caracter'stica marcante de muitos destes arranjos % que ascapacidades quase judiciais e capacidades legislativas soft avan*aram muito mais rápido que aslegislativas !ard ou capacidades eecutivas#

    $s O4 podem se mover de maneira incremental, e podem interpretar seus mandatos# Entretantonão podem fazer grandes movimentos formais na aus1ncia de suporte de um amplo consenso sobreseus próprios propósitos, ou de institui*ões que uma orienta*ão definitiva, baseada na vastaepressão das visões sociais#

    O dilema dos regimes intergovernamentais % Eficácia vs#

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    O soft poVer repousa na atratividade de alguns atores, e de seus princ'pios, para outros#$queles atores que estão em conformidade com normas amplamente admiradas e que gan!aminflu1ncia como consequ1ncia disso, são aqueles que det1m soft poVer#

    $s normas não operam automaticamente, mas atrav%s das atividades dos agentes em rede#Aesmo leis internacionais obrigatórias não encontram cumprimento automático e universal# Auito

    menos automáticos são os efeitos do soft laV#=ara compreender a governan*a global no s%culo XX4 % necessário ir muito al%m doentendimento sobre a coopera*ão multilateral entre Estados# &eremos que entender como osagentes, em rede, interagem em um conteto de rápidas mudan*as de normas# Kovernan*a tente aser fragmentada e !eterog1nea#

    VI. I%7("9$#

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    compromissos vinculativos, sendo que, mesmo as normas claras podem ser ignoradas pelosgovernos sem ter muita rep