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Revista de Domingo nº 625

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Revista semanal do Jornal de fato

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Jornal de Fato | SÁBADO e DOMINGO, 12 e 13 de outubro de 2013

ao leitor

15Jornal de Fato | SÁBADO e DOMINGO, 12 e 13 de outubro de 2013

• Edição – C&S Assessoria de Comunicação• Editor-geral – Wil liam Rob son• Editor – Nara Andrade• Dia gra ma ção – Ramon Ribeiro• Projeto Gráfico – Augusto Paiva• Im pres são – Grá fi ca De Fa to• Re vi são – Gilcileno Amorim e Stella Sâmia• Fotos – Carlos Costa, Marcos Garcia, Cezar Alves e Gildo Bento• In fo grá fi cos – Neto Silva

Re da ção, pu bli ci da de e cor res pon dên cia

Av. Rio Bran co, 2203 – Mos so ró (RN)Fo nes: (0xx84) 3323-8900/8909Si te: www.de fa to.com/do min goE-mail: re da cao@de fa to.com

Do MiN go é uma pu bli ca ção se ma nal do Jor nal de Fa to. Não po de ser ven di da se pa ra da men te.

Vez ou outra, a vida nos coloca diante de situações que nos fazem refletir e valorizar tudo aquilo que temos. Muitas vezes reclamamos, estamos insa-

tisfeitos, queremos mais, e esses momentos de reflexão são importantes para percebermos que precisamos de bem menos do que nos parece necessário. E é com esse senti-mento que DOMINGO apresenta a história do jovem Kaio César Queiroz Firmino, de 20 anos.

Portador de paralisia cerebral, Kaio César contrariou todas as expectativas, venceu barreiras impostas pelo pre-conceito e leva uma vida normal, assim como os outros jovens de sua idade. Ele estuda, namora, é blogueiro, cria-dor de uma rádio web que ele mesmo idealizou e ainda arruma tempo para ajudar outras pessoas com seu exem-plo de vida. Kaio César é a prova de que “ser diferente é normal”.

Também nesta edição, DOMINGO traz um projeto que está transformando os dias de crianças hospitalizadas na enfermaria do Hospital Regional Tarcísio Maia (HRTM). Idealizada em parceria da professora Jussara Vilar Formi-ga, da disciplina Saúde da Criança e do Adolescente, com a bibliotecária Vanessa Camilo, ambas da Faculdade de Enfermagem Nova Esperança (FACENE), a biblioterapia promove leituras de histórias infantis, ajudando as crianças a enfrentar melhor o tratamento e a saudade da família e dos amigos.

Seguindo para ser uma das greves mais longas do mo-vimento sindical bancário de Mossoró, o movimento pare-dista dos bancários já ultrapassou os 20 dias. À frente do Sindicato dos Bancários de Mossoró, Anchieta Medeiros fala do movimento, lamenta o comportamento do setor financeiro e diz que greve não interessa ao trabalhador. Confira.

Boa leitura, Nara Andrade

editorial

Exemplo de vida

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Biblioterapia

Colunista Davi Moura: Especial: Campina Grande (PB)

Jovem com paralisia cerebral contraria expectativas, vence o preconceito e leva uma vida normal como a maioria dos jovens de sua idade

Rafael Demetrius: Dicas para sair do vermelho

Adoro comer

Exemplo de vida

Sua carreira

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Projeto de contação de histórias ajuda os pequenos a enfrentar as dificuldades do tratamento

DAVI MOURA

adoro comer

La Suissa

Boi e Brasa

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Nos quatro dias que precederam o feriado da segunda-feira, 30, estive em Campina Grande (PB). A segunda maior cidade do Estado da Paraíba tem um clima mar-avilhoso – diferente do nosso calor mossoroense – e uma característica toda própria: é universitária, com vários estudantes de todos os locais indo morar lá para estudar. Comigo também foi assim. Por um breve, mas inesquecível período de tempo, residi em Campi-na. Cursava Jornalismo na UEPB, mas passei em Pub-licidade na Uern e voltei para minha terra.Quero mostrar, na coluna de hoje, locais especiais onde visitei por lá. Vamos conferir?

Especial: Campina GrandeNinguém melhor para descrever o La Suissa do

que eles mesmos: “Requinte e qualidade. Com essa proposta nasceu em 1991, em Campina Grande, a doçaria La Suissa. A idéia dos empresári-os e apaixonados pela culinária nacional e inter-nacional, Eduardo Amorim e Karla Souza, era trazer para nossa cidade um ambiente sofisticado de lanches e um lugar para encontros sociais e culturais da sociedade campinense. Deu certo. Hoje, a La Suissa já é uma marca consolidada em todo Nordeste e não deixa a desejar em nada para as melhores casas do ramo do Brasil”.

Mesmo já tendo almoçado, não quis perder a oportunidade de provar tudo. Escolhi 3 tortas e sai roubando pedacinhos de todos da mesa. Vamos conferir?

Cheesecake de limão: onde quer que eu vá, as opções de doces com limão sempre são as minhas primeiras eleitas. Até gosto de chocolate, mas limão está no meu coração. Cheesecake é sempre bom, mas confesso que, diante de tantas outras coisas gostosas, este aqui ficou em segundo plano! Hahaha! Adorei o fato de ter muito recheio – per-ceba que a parte do limão é bem generosa, bem grossa. Camada na espessura certa de massa, equilibrando o doce e o azedo. Show!

Torta gelada de morango: logo após o limão, doces com morango me chamam atenção demais – às vezes até mais que o limão. Eu ia escolher o bolo, mas a torta gelada me chamou mais atenção. 3 camadas de creme de morango com uma fina camada de geleia entre elas. Todos na mesa pro-varam e foi paixão absoluta!

Torta gelada de caramelo: só para completar a tríade, encontrei esta torta gelada de caramelo, que é uma outra coisinha que substitui o chocolate pra mim facilmente. Pedi a torta depois de ter co-mido as minhas duas fatias e depois de ter pro-vado as escolhas de todo mundo. Doce feito o paraíso, gostosa feito lembrança de infância na casa da avó, perfeita como amor de mãe! Se eu soubesse que era assim tão boa, teria pedido só ela desde o início. As camadas geladas se uniam com perfeição ao caramelo cremoso, este que estava no ponto certo para ser consumido, sem ser gru-dento demais. A-do-rei!

Parada obrigatória em Campina Grande!

Um dos pontos altos da minha viagem a Campina Grande (PB) foi a visita ao restaurante Boi e Brasa. O nome já te remete à churrascaria desde o início. Mas sabemos que esse conceito antigo de que churrascaria só deve ter carne há muito foi ultrapassado. O Boi e Brasa surgiu da junção das marcas Boi Preto e Sal & Brasa e sua primeira unidade nasceu em Caruaru (PE), em 2010. A de Campi-na Grande é a quarta unidade e prova o quanto o modelo de negócio é rentável e caiu no gosto da cidade.

Conheci Ari Euzébio, um dos sócios do local e que tem uma história bem interessante. Já trabalhou como garçom e tem uma vasta experiência em restaurantes. Conversamos um pouco e deu para perceber que na simplicidade deste homem está um dos fatores do suc-esso da marca. Prova disso é a atenção com os fun-cionários: vários dos que trabalham em CG já vieram dos outros restaurantes da rede.

O rodízio custa R$ 30,00 e inclui saladas, buffet quente e sushis, tirando somente a sobremesa e as bebidas. Válido demais, e só dá para ir com o estôma-go vazio, pois a comida é abundante!

No dia que fui, o destaque dos pratos quentes foi para os camarões, apresentados em sua versão alho e óleo, famosíssima; e com molho bem cremoso. Lembrando sempre que mesmo quem não é fã de carne vermelha vai se deliciar, pois as opções são inúmeras. A ilha com o buf-fet de saladas fica mais ao centro do restaurante. Lá, é possível encontrar vários tipos de vegetais, algumas sala-das com macarrão e até buffet de frios, com queijos e outras opções. Para os fãs de comida japonesa, também há um buffet de sushi – e foi aqui que eu me acabei com força. Opções de nigiris, hossomakis e uramakis. Ponto megapositivo para a opção – em algumas peças – de optar pelo cream cheese fora a parte. Eu amei, pois particular-mente não sou 100% fã do queijinho cremoso.

Além da carne que passa sem parar, outros itens são colocados à mesa: pasteis, farofinha com feijão verde, camarão, pãezinhos. Várias comidinhas para te satis-fazer. As carnes são inúmeras, destaque para o filé com queijo (na foto), o frango com champagne e as costelas – que passam em um grande carrinho e são cortadas na hora direto para o seu prato. Ah, ainda tem carne de javali para quem quiser provar e uma grande cesta de batatas-fritas pra lá e pra cá.

Visita obrigatória! É a certeza de comer bem, pagar um preço justo e sair plenamente satisfeito!

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DAVI MOURA

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adoro comer

JOSÉ NICODEMOS*

conto

Petiscaria Bar3 5

Aproveite e acesse o http://blogadorocomer.blogspot.com para conferir esta e outras delícias!

)( Envie sugestões e críticas para oe-mail: [email protected]

Trata-se de um local pequeno, aconchegante e com uma política que deveria ser adotada em muitos locais: o local só suporta um certo número de pessoas. Caso você chegue com um grupo de amigos e o local já esteja cheio, deve esperar do lado de fora, sentadinho em um banquinho, até desocupar uma mesa. É bom para os clientes que estão comendo, assim não fica ninguém em cima de você atrapalhando. Também é bom para quem espera, pois não precisa ficar feito urubu em cima da mesa dos outros. Adorei!

Tenho que falar do atendimento! Graças ao sistema de “só entra se tiver vaga”, os garçons dão conta do recado. Além de superbem vestidos e aten-ciosos, são educadíssimos e sabem propor bem ao cliente – dão um jeitinho pra tudo que você quiser. Quando eu fui, estava superlotado (como sempre), mas a comida não demorou nadinha e os drinks foram pra lá de rápidos.

Falando neles, vamos conferir tudo que provamos na noite:

Caipiroska de kiwi: vodka e kiwi misturados na medida certa. Desce suave, redondo, e deu para per-ceber que é uma das especialidades da casa, pois du-rante o período que fiquei no bar, vi várias saindo. O copo é uma porção bem boa e o drink é bem prepar-ado, de modo que dá pra sentir bem os pedacinhos do kiwi. Aprovado e tomaria muitos mais! Tem também de morango e de uva, que são lindos.

Caldinho de feijão com bacon: porção bem grande pelo preço e muito saborosa. Pedaços fritos de bacon, consistentes e saborosos. Torradinhas para dar um sabor, mas bem temperadas com cebola. Uma mis-tura perfeita para começar. Esse prato foi acompan-hado pela caipiroska de kiwi: uma combinação per-feita.

Queijo à pomodoro: queijo por cima, queijo por baixo, tudo isso com queijo derretido! Hahaha! Tratam-se de dois bons pedaços de queijo com molho pomodoro e pedaços de tomate por cima. Delicioso, simples e inovador!

Purê de batatas com carne de sol: parece uma versão moderna do escondidinho, mas neste aqui a monta-gem é diferente. O purê de batatas, supercremoso, vem como base. Logo após vem a carne em cubinhos e queijo por cima, na medida certa. Incrível!

Brownie com sorvete: acho que esse docinho con-quistou o espaço merecido e a cada dia mais ganha mais adeptos. Nessa versão, a massa do brownie, por cima, leva castanha e amendoim. O sorvete, de creme, básico, é acompanhado por uma calda deliciosa de maracujá. O doce do sorvete, o crocante do brownie e o azedinho do maracujá o tornam uma sobremesa perfeita para finalizar a noite.

Acho que, devido o clima de barzinho, os drinks e as comidas de boteco, foi o meu local favorito em Campina Grande, pois juntou tudo o que eu amo.

Restaurante do Baixinho

Pizzaria Forno de Pizza

Trata-se de um restaurante bem familiar e parece ser bem conhecido e querido pela população campinense. No dia que fomos, domingo, ele estava bem cheio. Dividido em dois espaços, ambos com mesas bem longas para acomodar várias pessoas, apresenta um cardápio composto de pratos para muita gente, principalmente. Muito embora existam opções individuais e para duplas, o bom mesmo é pedir as porções maiores, pois até pro bolso fica mais barato.

Escolhemos o filé à parmegiana – substituindo por fr-ango. Sua apresentação era em vasilhas de barro, para mantê-lo aquecido. Eram bem grandes e a quantidade de carne era imensa. Bem imerso no molho, ainda contava com uma generosa camada de queijo e uma de presunto. O frango estava suculento e os bifes eram realmente cavalares – tanto que sobrou. Éramos 7 pessoas e pedimos 2 porções grandes – que servem 8 pessoas, 4 cada.

O acompanhamento principal era o espaguete à bo-lonhesa, além do arroz à grega. Na minha opinião, filé combina com massa. E acho que na deles também, pois a porção de espaguete também era gigantesca.

No final, saiu cerca de R$ 25,00 para cada um, já in-cluindo bebidas e 10%. Ainda deu para levar um restin-ho para casa – que servia bem mais uma pessoa. Para levar a família toda e sair todo mundo de bucho cheio!

Pizza é uma comida universal. Tem gente que diz: “ah, vou viajar, mas não vou comer pizza, pois já tem pizza na minha cidade”. Mesmo assim, sempre tento fazer essa pessoa mudar de ideia. Esta iguaria de origem italiana pode parecer similar em seu formato e sabores, mas tem um sabor diferente a cada local. Tudo muda: a massa, o molho e até o forno na qual é feita. E a cada novo sabor, uma nova experiência. Em Campina Grande visitei o Forno de Pizza, uma das pizzarias mais tradi-cionais e conhecidas da cidade.

Com estacionamento próprio – que é um diferencial – e uma arquitetura com um pé direito mais alto, lembrando um pouco um castelo quando visto de fora, o Forno de Pizza acolhe bem o seu cliente desde a porta. Com um maître esperando para guiá-lo à mesa e um pianista dando boas vindas com o melhor da música, é um prazer sentar-se e degustar com os olhos um cardápio pra lá de recheado. Quem é fã de pizza, sabe que não dá para comparar sempre estilos diferentes. Em alguns locais a pizza é mais fina, em outros o recheio é mais simples, em outras a massa é mais fofinha. Cada caso é um universo particular, cada um com seus pontos positivos. No caso da pizza do Forno de Pizza, tudo é muito grande. As pizzas são mais caras do que o normal – pelo menos pra Mossoró –, então a cobertura é bem generosa e a massa bem alta e fofa.

No dia que fomos, pedimos dois sabores. Ponto posi-tivo para o atendimento, já que o garçom fica de olho para te servir mais uma fatia. Sem se esquecer da carta de drinks, que tem algumas boas opções já conhecidas e algumas novidades. Esta da foto foi metade margue-rita e metade portuguesa. A nossa escolha foi a “Gospel”: frango, queijo catupiry e bacon. Tudo com bacon fica mais gostoso! As crianças também não ficam de fora. Há um espaço kids com temática de circo para os peque-nos se divertirem. Ah, no dia que eu fui, rolou um “parabéns” superespecial, guiado por uma mama me-gassimpática que também atende no local. Adorei!

Quando menos se esperava, a notícia tomou conta da cida-de: seu Moreira, ourives do

Juazeiro do Padre Cícero que vendia, por portas, em Areia Branca, tinha morrido de repente. Não fazia uma se-mana que ele estivera na cidade, ven-dendo suas joias, com sua aparência de homem cheio de saúde, apesar de meio rodado, isto é, ali pelos seus ses-senta anos.

Naquele tempo era assim, inventa-va-se a morte alheia, sem quê nem pa-ra quê. E não era só com pessoas de fora, não. Ninguém podia sair da cidade para tratamento de saúde, as mais ve-zes Mossoró ou Natal, sem que pudesse escapar a esse tipo de boato, que logo corria pelas ruas, rastilho de pólvora.

Deu-se que seu Moreira, nunca de-morando mais de mês sem tornar a Areia Branca, onde, segundo ele mes-mo, realizava maior volume de vendas, o dinheiro corria à beça, tempos de intenso movimento portuário, deu-se que depois do boato de sua morte de-morou-se, meses, para as bandas do Juazeiro. Foi o suficiente para ser acre-ditado morto.

Inicialmente, constantes lamenta-ções – seu Moreira era gente muito boa, não era de aborrecer o freguês pelo atraso nas prestações, antes, ao contrário, insistia em que lhe com-

Morte e vida de seu Moreira

prasse mais. Depois o seu nome calado nas vozes da cidade. Deus o tivesse no outro lado, era um homem bom.

Aconteceu que um dia, que era uma boquinha de noite, um freguês que lhe ficara devendo um bom dinheiro, e que, com quanto tinha espírito irreverente, havia pilheriado no bar onde acabara de tomar umas cervejas com amigos – “Estou bebendo ainda o saldo do di-nheiro que fiquei devendo a seu Mo-reira”. Aliás, sempre fazia isso ao pagar a despesa, sob reprovação religiosa do dono do bar.

E tomou o caminho de casa pelo Be-co da Galinha Morta, como sempre o fazia. Pois imaginem só o que aconteceu. Na metade do beco, sem postes de ilu-minação, portanto já meio escuro, quan-do menos esperava, esbarrou num vul-to, que foi logo cumprimentando-o cordialmente – Boa noite, seu Francisco, trago muita coisa boa para o senhor.

Sim senhor, era seu Moreira em car-ne e osso, a mesma fala de beato do Padre Cícero. E Francisco foi dar cobro de si já em casa, as narinas cobertas de chuma-ços de algodão ensopado de álcool.

Aconteceu que um dia, que era uma boquinha de noite, um freguês que lhe ficara devendo um bom dinheiro, e que, com quanto tinha espírito irreverente, havia pilheriado no bar onde acabara de tomar umas cervejas com amigos

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4 Jornal de Fato | SÁBADO e DOMINGO, 12 e 13 de outubro de 2013

entrevista

13Jornal de Fato | SÁBADO e DOMINGO, 12 e 13 de outubro de 2013

ANCHIETA MEDEIROS ANCHIETA MEDEIROS

Por NARA [email protected]

“O sindicato não impede

ninguém trabalhar; apenas esclarece

a importância da greve”

Bancário desde 1983, o mossoroense José Anchieta de Oliveira Medeiros, de 56 anos, está à frente do Sindi-

cato dos Bancários de Mossoró desde 1990. Em entrevista à revista DOMINGO, ele fala de mais uma greve da categoria, dos prejuízos da população, do trabalho do movimento sindical para evitar o confron-to que acontece ano a ano. Segundo An-chieta Medeiros, a experiência conquista-da ao longo de tantas greves vivenciadas enquanto presidente do sindicato dos ban-cários o ajudou a motivar a categoria que

tende a se desestimular quando a greve é prolongada, principalmente devido à pres-são da população, penalizada pelos efeitos do movimento. Ainda de acordo com o sindicalista, o trabalhador não tem inte-resse de entrar em greve, e lamenta que o sistema financeiro brasileiro, que tem uma alta lucratividade, ainda insista no confronto antigo com seus funcionários, que reivindicam pontos plenamente pos-síveis de serem resolvidos na mesa de negociação, sem que haja necessidade de partir para uma greve.

sua carreira

RAFAEL DEMETRIUS

DOMINGO – A greve dos bancários já ultra-passou os 20 dias, e a categoria rejeitou nesta semana uma proposta da Federação Nacional dos Bancos (FENABAN). Como estão as negocia-ções? Houve algum avanço?

ANCHIETA MEDEIROS – A nego-ciação caminhou de forma lenta neste ano. Nós entregamos a pauta de rei-vindicações em julho e a Fenaban veio

apresentar a primeira proposta apenas em setembro. Uma proposta rebaixada, inclusive se a gente levar em considera-ção a alta lucratividade. A primeira pro-posta foi 6,1 e ela foi rejeitada na mesa de negociação, e depois de mais de uma semana, a Fenaban, já pressionada pela população, pela Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) para que resolvesse a situ-

xHoje, pedimos licença aos profissionais, estudantes e leitores que acompanham nossa coluna para replicar um texto publicado na conceituada revista Exame, e

que aborda trinta dicas que serão capazes de revolucionar seu negócio. São dicas rápidas, direcionadas e de grande impacto. Você que é empresário não pode deixar de ler. Estaremos dividin-do as dicas em duas partes, sendo quinze expostas hoje e as pró-ximas dicas na semana seguinte.

Crie metas – O começo do ano é um bom momento para quem ainda não definiu as metas e objetivos. Além disso, tenha indicadores e métricas para acompanhar como está a evolução do negócio. Isso pode ser feito esporadicamente através do cres-cimento da receita, a produtividade dos funcionários ou a lucra-tividade.

Tenha um analista de redes sociais – Não há mais volta. As empresas precisam estar nas redes sociais e participar ativamente. O ideal é ter um funcionário focado nesta tarefa. Procure um analista de redes sociais que seja criativo, organizado e cordial.

Corte custos – Reveja os custos da sua empresa e, se a conta não estiver batendo, pode ser a hora de cortar alguns gas-tos. Uma dica é verificar com atenção os custos variáveis e fixos. Veja também em que está sendo gasto mais dinheiro do que deveria.

Planeje novos lançamentos – Inovar e diver-sificar o portfólio da empresa pode ser a saída para melhorar o resultado neste ano. A dica é planejar tudo para evitar falhas e ir melhorando o produto conforme tiver retorno e opinião dos próprios clientes.

Capriche no pós-venda – Não adianta tratar o cliente muito bem na hora da venda e deixá-lo de lado quando ele voltar com um problema ou uma reclamação. Invista em um atendimento pós-venda impecável para que o consumidor insa-tisfeito se transforme em um fã da sua marca.

Atue dentro da lei – Contrato social, CNPJ, alvará de funcionamento, nota fiscal e inscrição na Secretaria Estadual da Fazenda. Estas autorizações, além de outras específicas, são es-senciais para que o negócio atue dentro das normas legais. In-forme-se com seu advogado e tenha estes documentos em dia.

Calcule sua margem de lucro – Conhecer os custos envolvidos na produção de um item e qual pode ser sua margem de lucro é essencial para conseguir resultados melhores. Na hora de fazer a conta, tente incluir a parcela de custos fixos operacionais que o preço de vendas deve cobrir.

Dicas para revolucionar seu

negócio

Use o marketing a seu favor – Ter um proce-dimento padrão para momentos de crise é uma forma de usar o marketing a favor do seu negócio. Assuma o erro, planeje uma estratégia e esteja sempre disponível para falar com os clientes.

Aprenda a lidar com conflitos – É função do empreendedor e chefe mediar conflitos dentro da empresa. Para isso, aprenda a ouvir os dois lados, tenha uma postura racional e incentive o diálogo entre os colaboradores.

Retenha talentos – Ser uma empresa pequena não é motivo para não ter talentos. Hoje, muitos talentos são atra-ídos pela ideia de participar de perto das decisões da companhia. Além disso, ofereça a chance da pessoa aprender no cotidiano do negócio.

Evite erros – Muitas vezes sem um profissional espe-cializado em marketing, as pequenas empresas cometem erros básicos em suas estratégias de comunicação. Uma forma de evitar isto é acompanhar e monitorar o comportamento do con-sumidor, suas preferências, necessidades, critérios de compra e uso de produtos.

Leve as reclamações a sério – Entender o que está motivando a reclamação pode ser uma fonte de ino-vação para o seu negócio. Por isso, escute o consumidor e ten-te encontrar uma solução que possa ser aplicada a outros ca-sos.

Tenha um plano de marketing – Reúna sua equipe e comunique a todos o seu plano de marketing. Este documento deve incluir uma análise do ambiente de negócios, as ações de marketing, o planejamento em si e como será feito o controle das metas.

Negocie mais – Saber negociar melhor pode ser a chave para aumentar as vendas. Entre as várias técnicas de negociação, vale observar qual é o motivador de compras. Faça perguntas que te ajudem a perceber os motivos que levam o cliente até você.

Acerte os impostos – Estar em dia com o paga-mento de tributos e impostos é essencial para pequenas em-presas. Converse com seu contador e programe-se para quitar dívidas desse tipo, se for o caso.

Proteja sua empresa – Se você criou um novo produto, é imprescindível fazer o registro da patente. Esse é um processo que pode ser demorado, mas é a única forma de proteger sua criação. O registro deve ser pedido ao Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI).

Tenha um programa de fidelidade – Clientes fiéis devem ser bem conservados. Uma saída é criar um programa de fidelidade. Para isso, é preciso ter um bom produto, trabalhar a imagem do negócio no mercado e desenvolver um canal de comunicação constante com os consumidores.

Escolha a melhor equipe – O momento de en-trevistar e selecionar um novo funcionário pode ser difícil para quem não estiver preparado. Uma boa tática é usar técnicas mais modernas de seleção, como simulações e jogos online.

ação, apresentou uma nova proposta de 7,1, que nós do comando de greve, reu-nidos também, achamos que era insufi-ciente, se comparada com a alta lucrati-vidade. Então, foi rejeitada novamente, e a orientação foi de fortalecimento da greve, com o objetivo de forçar a Fena-ban a apresentar uma proposta que pu-desse ser aceita pela categoria.

QUAL a adesão da categoria?SE COMPARADA com greves passa-

das, a adesão já foi maior. Nós temos aqui no Brasil 22.330 agências bancá-rias e até o início da última semana ti-nham sido atingidos 52% desse total, o que contabiliza 11.117 agências. A ade-são é forte, consciente de que realmen-te os trabalhadores não aceitam mais ajudar a compor o lucro e não ver uma recompensa no seu salário, no seu dia a dia, na sua condição de trabalho.

QUAL a principal dificuldade enfrentada para mobilizar a categoria?

ENTENDEMOS que 52% já é uma boa resposta, mesmo assim as dificul-dades são várias, inclusive o descum-primento da própria lei de greve. A lei 7.783/89 regulamenta plenamente esse direito do trabalhador, mas existe uma dificuldade de aceitação, por ser uma atividade que atrapalha pessoas que não estão ligadas ao movimento. Tam-bém temos a questão do assédio moral, os gerentes são pressionados a pres-sionar os trabalhadores a descumprir a lei. O próprio órgão patronal, Fenabam, Governo Federal, que aposta nesse con-fronto entre trabalhadores e clientes e imprensa. Isso tudo são dificuldades do desenrolar de uma greve.

QUAIS os serviços paralisados?São todos aqueles do interior das

agências. Ou seja, tudo o que o cliente precisar no interior da agência só fun-cionará 30%.

ESSE percentual está sendo mantido?SIM, porque nós temos obrigação de

cumprir o que é determinado pela lei. E dá para se notar o impacto, porque com 30% não se atende bem como os 100% do período de normalidade. A alternati-va, de acordo com a própria Fenaban, são os caixas eletrônicos, os correspondentes bancários, os correios, opções que servem de um paliativo durante a greve.

EM MUITOS terminais de autoatendimento

(caixas eletrônicos), estão faltando envelopes para depósito, papel nas impressoras das má-quinas, dinheiro. E a população acusa os bancá-rios de estarem recolhendo esses materiais para impedir o atendimento. O que o sindicato tem a dizer sobre isso?

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12 Jornal de Fato | SÁBADO e DOMINGO, 12 e 13 de outubro de 2013 5Jornal de Fato | SÁBADO e DOMINGO, 12 e 13 de outubro de 2013

entrevistadia das criançasESSA é uma pergunta muito boa, para

a gente esclarecer mais uma vez. Quando há uma greve, os serviços, a situação de normalidade fica diferente. Então, a falta desses papéis, desses outros itens acon-tece em decorrência da greve, não é uma ação planejada, para que se retire isso, de maneira nenhuma. Como estamos em greve, há momentos que falta, e a repo-sição é mais lenta, irregular, e quando o cliente chega e não encontra, reclama. É importante até frisar que só os traba-lhadores são chamados para dar explica-ções; em nenhum momento se chama a Fenaban, para explicar por que se deixou chegar a esse ponto de greve. Os traba-lhadores é que têm de estar a todo tempo com o ônus da prova, apesar de a prova ser uma prerrogativa de quem acusa. A Fenaban, que é responsável pelo setor de negociação, não vem a público, não é chamada em nenhum momento para dar explicações. E a gente até agradece a im-prensa por nos permitir informar o que realmente acontece.

APESAR de legítimos, muitas pessoas criti-

cam movimentos como esse, por todos os pre-juízos provocados à população. Já estamos na segunda semana de outubro, e tem aposentado que ainda não recebeu a aposentadoria porque não pode fazer a troca de cartões. O que você diz para essas pessoas?

NÓS temos toda a responsabilidade, porque enquanto trabalhadores, parece que em nossas mentes é incutida a obri-gação de cumprir as leis, diferentemente de políticos, que nós vemos um descum-primento muito acentuado. Nós temos o maior cuidado de em cada caso ir so-lucionando. Por exemplo: quando chega um pensionista ou aposentado que está com a senha bloqueada e que relata es-tar precisando do dinheiro para comprar um remédio ou um alimento, por bom senso, nossos trabalhadores fazem todo o possível para resolver em casos isolados. Lamentamos, pelo fato de estarmos em greve, não podermos resolver todos, se-não seria greve. Mas, todas as vezes que estamos na atividade de greve e chegam pessoas doentes, deficientes, aposen-tados, os sindicatos, os sindicalistas, os próprios trabalhadores se envolvem para resolver. Porque entendemos que a greve não é para prejudicar a terceiros, e prin-cipalmente essa parte da população que sente mais os efeitos do movimento (as-salariados, pensionistas, aposentados).

EM ALGUNS movimentos sindicais, com o passar dos dias e a dificuldade de negociação, a categoria vai se desestimulando e o movimen-to vai perdendo a força. Como está a categoria neste momento?

NÓS já temos algumas passagens por greves e sabemos quais são os mo-

mentos mais críticos. No ano passado, precisamos apenas de 9 dias em greve para resolver; neste ano, já passamos dos 20 dias de greve. A motivação vem da experiência das outras greves, de que devemos manter o foco no que nós estamos reivindicando, além de alertar que devemos fiscalizar os nossos direi-tos. A greve acontece porque alguma parte não está devidamente satisfeita, no caso o trabalhador. Enquanto não surge nenhuma proposta que realmen-te contemple o mínimo das reivindica-ções, a motivação é essa. Temos que continuar pressionando, enquanto não surgir uma proposta, porque sabemos que a greve foi deflagrada pela falta de proposta. Mesmo sabendo que as difi-culdades vão aumentando, estender a greve é também um jogo do patrão para colocar a população contra a categoria e, com isso, diminuir a proposta; eles sabem que se o povo estiver todo con-tra nós, vamos ficar acuados e acabar aceitando menos. O próprio presidente da república anterior era um trabalha-dor e tinha essa motivação, e nós somos da mesma escola, aprendendo a reivin-dicar os nossos direitos.

QUAIS as principais reivindicações do mo-vimento?

ALGUMAS pessoas colocam que nós só pensamos no salário, mas na reali-dade não é bem assim. Uma das nossas principais reivindicações colocada todo ano é o aumento do número de bancá-rios, para acabar com a sobrecarga dos profissionais que atuam hoje, e, con-sequentemente, oferecer um melhor atendimento. Nós também reivindica-mos mais segurança para os clientes, porque trabalhamos diretamente com dinheiro, para evitar a ação de ban-didos, como dispositivos de câmeras, portas giratórias, mais vigilantes nas agências. Também reivindicamos o fim das metas abusivas nocivas à saúde psi-cológica dos trabalhadores. Outra coisa que pedimos é o fim do assédio moral, que é a pressão sobre os funcionários, de forma sutil, para cumprir as metas. Também somos contra a PL 4330, que é a regulamentação da terceirização no setor, que é nociva ao trabalhador, que é um trabalho escravo, mal remune-rado e que os patrões estão querendo implantar, e também ter a regulamen-tação dos salários, que neste ano esta-mos pedindo 11,93% de reajuste, que é a inflação do período mais 5% de pro-dutividade.

QUAL a greve mais longa que os bancários enfrentaram?

UMA greve bastante lembrada pelo movimento sindical aconteceu

em 1961, e durou 69 dias, marcando a história do sindicalismo bancário em Mossoró. E entre as greves dos tempos modernos, a maior foi a de 2004, que durou 23 dias.

QUAIS as principais conquistas dos bancá-rios registradas?

É IMPORTANTE frisar que nada é de graça, que tudo que conquistamos foi através de lutas. Nós conquistamos algumas melhorias durante esse tempo todo de categoria organizada, e hoje em dia lutamos também pela preservação dessas conquistas, que os patrões ten-tam retirar. As mais importantes foram: a redução da jornada de trabalho, a con-venção em nível nacional, o piso salarial, que, apesar de ser ainda inferior ao que achamos justo, já foi uma conquista, os benefícios de vale-refeição, auxílio cesta de alimentação, plano de saúde, a parti-cipação nos lucros e resultados, e isso já foi fruto do nosso trabalho.

MAIS alguma consideração sobre o assunto?É IMPORTANTE lembrar que, ape-

sar de a greve ser um instrumento le-gal, constitucional, o trabalhador não se interessa em fazer a greve em mo-mento nenhum, principalmente no se-tor bancário, que realiza greves emi-nentemente reivindicatórias, nunca políticas nem politizadas. O trabalhador gostaria de ver essas questões sendo resolvidas em mesas de negociação, e é possível ser feito isso. Qualquer ponto que você colocar da pauta de reivindi-cações, é possível resolver sem deixar chegar a uma greve. Nós lamentamos que o setor mais lucrativo no Brasil, que é o setor financeiro, ainda aposte nesse confronto antigo, que desgasta os trabalhadores e faz sofrer a população. Então, ao sindicalista, ao sindicato não interessa fazer a greve; somos pratica-mente, ano a ano, empurrados a fazer a greve, como se estivesse apostan-do se a gente tem coragem ou não de encarar mais um confronto como esse, para lutar pelo que temos direito. Eu acho que a coragem poderia ser aplica-da em outro setor, e não na briga com um setor que tem 30 bilhões de lucro e aposta que o trabalhador não vai cobrar os seus direitos. Também é necessário enfatizar que o sindicato não está proi-bindo ninguém trabalhar; apenas escla-recemos a importância da greve para toda a categoria, inclusive já entramos com uma representação judicial contra uma gerente de uma agência que de-clarou que estávamos proibindo os fun-cionários de trabalhar. Gostaríamos de pedir a compreensão da população, pois somos trabalhadores ordeiros, pacíficos e responsáveis.

A médica ressalta que a culpa não é das crianças, portanto, é preciso que os pais tenham consciência do seu papel e aprendam a dosar o acesso. “O problema é que os pais não têm domínio nem con-trole do tempo das crianças e quando há alguma alteração na saúde, eles sofrem as consequências juntos”, afirma.

O TEMPO IDEALDe acordo com Gracie Ribeiro, as

crianças não devem ficar mais de duas horas por dia na internet, sendo este horário dividido por um intervalo de, no mínimo, uma hora. O período deve ser respeitado rigorosamente para que elas não desenvolvam problemas e o uso de-ve ter qualidade, com acesso a materiais que acrescentem conhecimento.

Além disso, os adultos também pre-cisam respeitar o tempo, que varia de quatro a seis horas por dia, com inter-valos de uma hora. Mas, nem todas as profissões permitem que esse período seja seguido corretamente, por isso, a médica orienta para que as pessoas si-gam, pelo menos, o tempo de descanso recomendado, ou seja, fazer pausas a cada uma hora utiliza-da em frente ao computador.

Gracie Ribeiro, pediatra

O problema é que os pais não têm domínio nem controle do tempo das crianças e quando há alguma alteração na saúde, eles sofrem as consequências juntos”“

Page 6: Revista de Domingo nº 625

Criança eSer diferente é

ORM L tecnologiaPediatra diz que relação do público infantil com as tecnologias é necessária, mas é preciso que as crianças sejam orientadas para usufruir do seu tempo no computador, tablet, vídeo game e diversos outros aparelhos, de forma saudável e educativa

Contrariando todas as expectativas e vencendo todo tipo de preconceito, o jovem Kaio César, de 20 anos, portador de paralisia cerebral, leva uma vida normal aos jovens de sua idade

6 11Jornal de Fato | SÁBADO e DOMINGO, 12 e 13 de outubro de 2013

superação

)) Blogueiro e criador de uma Rádio web, Kaio César sonha em ser radialista profissional

Ele é um jovem de 20 anos, es-tudante de ensino médio, que pretende prestar vestibular

para o curso de Comunicação Social, com o objetivo de se tornar um radialista pro-fissional, blogueiro desde os 15 anos, acabou de lançar uma rádio web, onde apresenta um programa diário das 11h às 15h, e que faz planos de se casar com a namorada.

Se você acha que estamos falando de um garoto normal, acertou.

Kaio César Queiroz Firmino leva uma vida normal para um jovem de sua idade, mesmo tendo nascido com paralisia ce-rebral e em decorrência desse problema precisar da ajuda de uma cadeira de rodas para se locomover.

O jovem é uma daquelas pessoas que surpreende a todos que o conhecem. Sor-ridente, apesar dos problemas que enfren-ta no dia a dia, ele é um exemplo de vida para aquelas pessoas consideradas nor-mais e que só reclamam da vida. Como forma de se expressar, ele decidiu criar um blog aos 15 anos, que há pouco mais de duas semanas, transformou em uma rádio web (www.radiomossorogospel.com.br).

Em seu programa diário, com cerca de quatro horas de duração, ele fala sobre tudo que acontece em Mossoró. “Leio notícias da cidade, dou dicas para pes-soas que como eu são portadoras de al-guma deficiência, falo um pouco de reli-gião. O programa traz de tudo um pouco. E depois da criação da rádio, o número de acessos a minha página aumentou bastante”, comenta.

Kaio César diz que também posta ví-deos no youtube, mais voltados para a comédia, com o objetivo de chamar a atenção da sociedade, já que para ele é muito difícil encontrar deficientes que se expressam na internet.

“Eu não achei nenhum deficiente que tenha um blog como eu, procurei duran-te meses. Encontrei apenas um fora do país. Não estou querendo me vangloriar falando isso, até porque tudo que eu fa-

A globalização e a disseminação das informações contribuíram para o desenvolvimento da co-

municação, além de impulsionarem a fabricação de produtos eletrônicos que, consequentemente, se adéquam a esta demanda. No entanto, o que normal-mente é utilizado para facilitar o conta-to com pessoas de diferentes lugares, para aprender um novo idioma e ampliar o conhecimento, pode se tornar preju-dicial à saúde e desencadear diversas doenças, sobretudo nas crianças.

De acordo com a pediatra do Hapvi-da Saúde, Gracie Ribeiro, a relação do público infantil com as tecnologias é ne-cessária, mas é preciso que as crianças sejam orientadas para usufruir do seu tempo no computador, tablet, vídeo ga-me e diversos outros aparelhos, de forma saudável e educativa. “Há mais benefí-cios que malefícios, devido ao acesso à

informação, a possibilidade de sociabi-lizar e a facilidade ao conhecimento, já que tudo está na rede e as crianças po-dem usufruir disso”, revela.

No entanto, a médica alerta para que os pais tenham cuidado com o tempo que as crianças passam em frente a es-ses produtos, pois o descontrole pode gerar o vício e, a partir disso, causar problemas como distúrbios de compor-tamento, dores de cabeça e até mesmo crises convulsivas. “Esse contato pode ajudar na atividade cerebral, mas o uso excessivo dos aparelhos eletrônicos ge-ra desequilíbrio e prejudica a saúde da criança”, afirma Gracie Ribeiro.

Tendo em vista a relação do usuário com a internet, uma pesquisa da Norton Cybercrime Report, divulgada no último ano, revelou que o brasileiro passa mais de 30 horas semanais na internet, uma média superior a mundial, que é de 24

horas. Devido a estes e outros aspectos, a pediatra alerta que esse tempo exces-sivo gasto na internet pode fazer com que a criança perca o contato interpes-soal e se isole da família, dos amigos e da sociedade.

Jornal de Fato | SÁBADO e DOMINGO, 12 E 13 de outubro de 2013

dia das crianças

!A médica alerta para que os pais tenham cuidado com o tempo que as crianças passam em frente a esses produtos, pois o descontrole pode gerar o vício e, a partir disso, causar problemas como distúrbios de comportamento, dores de cabeça e até mesmo crises convulsivas

AN

ço tem a ver com minha religião, eu sou evangélico. Mas, acho importante ter esse espaço para me expressar”, frisa.

O blogueiro diz que morou um tempo no estado de São Paulo, mas não se adap-tou por causa do frio. Mesmo assim, não gostou de ter vindo para Mossoró, e fala que quando chegou não gostava da cidade, até começar a escrever o blog. “Como o blog fala das coisas da cidade, eu comecei a ver que aqui tem muita coisa boa e não era ruim como eu pensava”, lembra.

Cursando o 1º ano do ensino médio, Kaio César fala dos planos de prestar vestibular para Rádio e TV, uma das ha-bilitações do Curso de Comunicação So-cial da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN). Para ele, a for-mação superior pode ajudá-lo a realizar o sonho de ser um radialista profissional. “Espero um dia ter espaço em uma das rádios da cidade, apesar de achar que vai ser um pouco difícil encontrar uma opor-tunidade”, frisa.

Page 7: Revista de Domingo nº 625

10 Jornal de Fato | SÁBADO e DOMINGO, 12 e 13 de outubro de 2013 7Jornal de Fato | SÁBADO e DOMINGO, 12 e 13 de outubro de 2013

superaçãosolidariedade

CRIANçAS E PAIS FELIzES Internado há quase 15 dias devido

um problema de artrite, Francisco Thiar-ly Alves de Souza, de 11 anos, diz que, além do tratamento que as vezes é dolo-rido, devido às medicações, é ruim ficar no hospital por que está longe de casa e tem saudade dos amigos, de brincar.

A mãe do menino, Andréia Alves de Souza, diz que acha importante a visita das estudantes, porque ajuda os peque-nos pacientes a se distraírem, a passar o tempo. “Eles acabam esquecendo o problema, é muito bom”, fala.

Já a mãe do pequeno Gustavo Mazi-le Santana Torres, de 2 anos e 6 meses, que está internado há mais de 5 dias devido uma infecção na perna, afirma que a leitura anima o seu filho, que vive perguntando quando vai para casa.

Ao todo, o projeto que teve início no mês de setembro, já atendeu 37 crianças.

A coordenadora pede o apoio dos mossoroenses com a doação de livros de histórias infantis, para poder aumentar a variedade da biblioteca do projeto. As doações podem ser feitas na sede da FA-CENE, que fica na Avenida Presidente Dutra, Alto de São Manoel, ou entrar em contato com a Faculdade que o grupo vai buscar o livro onde o doador estiver.

PRECONCEITONamorando há um ano e meio a jovem

de 19 anos, Monalisa Medeiros, também portadora de paralisia cerebral, de quem afirma estar quase noivo, Kaio César diz que ainda enfrenta muito preconceito. “As pessoas não aceitam o fato de eu ser como sou, de ter um programa de rádio na internet, de estar pensando em casar com minha namorada. São muitos tipos de preconceito, até de algumas pessoas da família, que acham que a gente não tem condições de cuidar um do outro, por exemplo”, comenta.

Para ele, tem muita gente aparente-mente normal que é mais deficiente do que pessoas com deficiência. Porque ele diz que não adianta ser normal se não tiver caráter.

“Se eu tivesse a chance de nascer de novo e Deus perguntasse se eu queria nascer normal ou deficiente. Eu diria a ele que eu queria nascer deficiente”, afir-ma.

Kaio explica que o preconceito está em todos os lugares que a gente possa imaginar, principalmente, porque a maioria das pessoas julga sem saber do que estão falando.

“Antes eu sofria muito com o precon-ceito das pessoas, hoje eu dou risada com tudo isso”, ressalta.

ANJO DA GUARDA Em seu perfil nas redes sociais, Kaio

César faz questão de adicionar o maior número de pessoas portadoras de algu-ma deficiência.

Ele diz que busca dar dicas, ajudando essas pessoas a enfrentarem as barreiras impostas com o preconceito.

“Eu fui criado com muito amor e ca-rinho e faço questão de passar para essas pessoas um pouco do amor que eu rece-bo, principalmente, para aquelas pesso-as que se sentem abandonadas”, fala.

Kaio César é considerado por muitas pessoas como um Anjo da Guarda, por-que além de todas as suas ocupações e de ter seus próprios problemas, ele en-contra tempo para ajudar, conversando, falando sobre a importância de encarar as dificuldades, superar o preconceito e levar uma vida normal.

)) Sempre com um sorriso, Kaio César

surpreende a todos com seu

exemplo de superação

Kaio César, blogueiro e criador de uma Rádio web

Antes eu sofria muito com o preconceito das pessoas. Hoje eu dou risada”“

Page 8: Revista de Domingo nº 625

8 Jornal de Fato | SÁBADO e DOMINGO, 12 E 13 de outubro de 2013

superação

9Jornal de Fato | SÁBADO E DOMINGO, 12 e 13 de outubro de 2013

solidariedade

BiblioterapiaProjeto de contação de histórias, desenvolvido por grupo de faculdade de enfermagem, leva alegria a crianças internadas da enfermaria infantil do HRTM

Idealizado pela professora Jussara Vilar Formiga, da disciplina de Saúde da Criança e do Adolescen-

te, e pela bibliotecária Vanessa Camilo, ambas da Faculdade de Enfermagem Nova Esperança (FACENE), em Mossoró, um projeto tem transformado os dias de crianças internadas no Hospital Regio-nal Tarcísio Maia (HRTM).

Denominado Biblioterapia, o projeto consiste na contação de histórias duas vezes por semana para cada criança pre-sente no hospital, inclusive a ala de ur-gência e emergência, onde a rotativida-de dos paciente é bem maior do que na ala de internamentos.

Além das idealizadoras, o projeto conta com a colaboração da ouvidora da faculdade, Ângela Rodrigues Gurgel, e de um grupo de estudantes de enferma-gem de diferentes períodos do curso.

A colaboradora Ângela Gurgel expli-ca que como o projeto está iniciando agora, foi decidido que seria seleciona-do um número menor de estudantes, mas que nas próximas edições do pro-jeto serão abertas mais vagas para ou-tros estudantes poderem participar, facilitando assim o atendimento da de-manda e aumentando o número de vi-sitas ao hospital.

As visitas acontecem sempre nas segundas e quartas-feiras, das 18h às 20h.

A proposta do projeto é ajudar na recuperação das crianças que estão nas alas pediátricas do hospital. Segundo a coordenadora da Biblioterapia, essa é uma maneira encontrada para distrair os pequenos, seus pais, e ainda possibi-litar conhecimentos para novos públi-cos.

)) Leitura de historinhas muda

realidade da enfermaria infantil

“A gente realmente acredita que pro-jetos desse tipo ajudam no tratamento, na aceitação do ambiente hospitalar. Possibilita as crianças uma viagem para outros mundos através da leitura. Além disso, algumas crianças criam um vín-culo com a contadora de histórias e quer que a leitura sempre seja feita pela mes-ma estudante”, frisa Jussara Vilar.

O grupo realiza tanto leituras individu-ais, como leituras coletivas, dependendo da idade das crianças presentes no mesmo quarto. A idade da criança também é fun-

damental na hora de escolher a história que será contada. “A criança pode escolher a história que quer ouvir entre os livros indicados para sua idade. Além disso, ela pode escolher se quer ouvir a história, ler sozinha, ou ler e contar para a conta-dora”, lembra Ângela Rodrigues.

E cada criança tem a sua história pre-ferida, as participantes do projeto afir-mam que os meninos preferem histórias de aventura, de super-heróis, enquanto as preferidas das meninas são as histó-rias de princesas.

)) Kaio exibe a aliança que representa o compromisso com a namorada Monalisa Medeiros

)) www.radiomossorogospel.com.br

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9Jornal de Fato | SÁBADO E DOMINGO, 12 e 13 de outubro de 2013

solidariedade

BiblioterapiaProjeto de contação de histórias, desenvolvido por grupo de faculdade de enfermagem, leva alegria a crianças internadas da enfermaria infantil do HRTM

Idealizado pela professora Jussara Vilar Formiga, da disciplina de Saúde da Criança e do Adolescen-

te, e pela bibliotecária Vanessa Camilo, ambas da Faculdade de Enfermagem Nova Esperança (FACENE), em Mossoró, um projeto tem transformado os dias de crianças internadas no Hospital Regio-nal Tarcísio Maia (HRTM).

Denominado Biblioterapia, o projeto consiste na contação de histórias duas vezes por semana para cada criança pre-sente no hospital, inclusive a ala de ur-gência e emergência, onde a rotativida-de dos paciente é bem maior do que na ala de internamentos.

Além das idealizadoras, o projeto conta com a colaboração da ouvidora da faculdade, Ângela Rodrigues Gurgel, e de um grupo de estudantes de enferma-gem de diferentes períodos do curso.

A colaboradora Ângela Gurgel expli-ca que como o projeto está iniciando agora, foi decidido que seria seleciona-do um número menor de estudantes, mas que nas próximas edições do pro-jeto serão abertas mais vagas para ou-tros estudantes poderem participar, facilitando assim o atendimento da de-manda e aumentando o número de vi-sitas ao hospital.

As visitas acontecem sempre nas segundas e quartas-feiras, das 18h às 20h.

A proposta do projeto é ajudar na recuperação das crianças que estão nas alas pediátricas do hospital. Segundo a coordenadora da Biblioterapia, essa é uma maneira encontrada para distrair os pequenos, seus pais, e ainda possibi-litar conhecimentos para novos públi-cos.

)) Leitura de historinhas muda

realidade da enfermaria infantil

“A gente realmente acredita que pro-jetos desse tipo ajudam no tratamento, na aceitação do ambiente hospitalar. Possibilita as crianças uma viagem para outros mundos através da leitura. Além disso, algumas crianças criam um vín-culo com a contadora de histórias e quer que a leitura sempre seja feita pela mes-ma estudante”, frisa Jussara Vilar.

O grupo realiza tanto leituras individu-ais, como leituras coletivas, dependendo da idade das crianças presentes no mesmo quarto. A idade da criança também é fun-

damental na hora de escolher a história que será contada. “A criança pode escolher a história que quer ouvir entre os livros indicados para sua idade. Além disso, ela pode escolher se quer ouvir a história, ler sozinha, ou ler e contar para a conta-dora”, lembra Ângela Rodrigues.

E cada criança tem a sua história pre-ferida, as participantes do projeto afir-mam que os meninos preferem histórias de aventura, de super-heróis, enquanto as preferidas das meninas são as histó-rias de princesas.

)) Kaio exibe a aliança que representa o compromisso com a namorada Monalisa Medeiros

)) www.radiomossorogospel.com.br

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superaçãosolidariedade

CRIANçAS E PAIS FELIzES Internado há quase 15 dias devido

um problema de artrite, Francisco Thiar-ly Alves de Souza, de 11 anos, diz que, além do tratamento que as vezes é dolo-rido, devido às medicações, é ruim ficar no hospital por que está longe de casa e tem saudade dos amigos, de brincar.

A mãe do menino, Andréia Alves de Souza, diz que acha importante a visita das estudantes, porque ajuda os peque-nos pacientes a se distraírem, a passar o tempo. “Eles acabam esquecendo o problema, é muito bom”, fala.

Já a mãe do pequeno Gustavo Mazi-le Santana Torres, de 2 anos e 6 meses, que está internado há mais de 5 dias devido uma infecção na perna, afirma que a leitura anima o seu filho, que vive perguntando quando vai para casa.

Ao todo, o projeto que teve início no mês de setembro, já atendeu 37 crianças.

A coordenadora pede o apoio dos mossoroenses com a doação de livros de histórias infantis, para poder aumentar a variedade da biblioteca do projeto. As doações podem ser feitas na sede da FA-CENE, que fica na Avenida Presidente Dutra, Alto de São Manoel, ou entrar em contato com a Faculdade que o grupo vai buscar o livro onde o doador estiver.

PRECONCEITONamorando há um ano e meio a jovem

de 19 anos, Monalisa Medeiros, também portadora de paralisia cerebral, de quem afirma estar quase noivo, Kaio César diz que ainda enfrenta muito preconceito. “As pessoas não aceitam o fato de eu ser como sou, de ter um programa de rádio na internet, de estar pensando em casar com minha namorada. São muitos tipos de preconceito, até de algumas pessoas da família, que acham que a gente não tem condições de cuidar um do outro, por exemplo”, comenta.

Para ele, tem muita gente aparente-mente normal que é mais deficiente do que pessoas com deficiência. Porque ele diz que não adianta ser normal se não tiver caráter.

“Se eu tivesse a chance de nascer de novo e Deus perguntasse se eu queria nascer normal ou deficiente. Eu diria a ele que eu queria nascer deficiente”, afir-ma.

Kaio explica que o preconceito está em todos os lugares que a gente possa imaginar, principalmente, porque a maioria das pessoas julga sem saber do que estão falando.

“Antes eu sofria muito com o precon-ceito das pessoas, hoje eu dou risada com tudo isso”, ressalta.

ANJO DA GUARDA Em seu perfil nas redes sociais, Kaio

César faz questão de adicionar o maior número de pessoas portadoras de algu-ma deficiência.

Ele diz que busca dar dicas, ajudando essas pessoas a enfrentarem as barreiras impostas com o preconceito.

“Eu fui criado com muito amor e ca-rinho e faço questão de passar para essas pessoas um pouco do amor que eu rece-bo, principalmente, para aquelas pesso-as que se sentem abandonadas”, fala.

Kaio César é considerado por muitas pessoas como um Anjo da Guarda, por-que além de todas as suas ocupações e de ter seus próprios problemas, ele en-contra tempo para ajudar, conversando, falando sobre a importância de encarar as dificuldades, superar o preconceito e levar uma vida normal.

)) Sempre com um sorriso, Kaio César

surpreende a todos com seu

exemplo de superação

Kaio César, blogueiro e criador de uma Rádio web

Antes eu sofria muito com o preconceito das pessoas. Hoje eu dou risada”“

Page 11: Revista de Domingo nº 625

Criança eSer diferente é

ORM L tecnologiaPediatra diz que relação do público infantil com as tecnologias é necessária, mas é preciso que as crianças sejam orientadas para usufruir do seu tempo no computador, tablet, vídeo game e diversos outros aparelhos, de forma saudável e educativa

Contrariando todas as expectativas e vencendo todo tipo de preconceito, o jovem Kaio César, de 20 anos, portador de paralisia cerebral, leva uma vida normal aos jovens de sua idade

6 11Jornal de Fato | SÁBADO e DOMINGO, 12 e 13 de outubro de 2013

superação

)) Blogueiro e criador de uma Rádio web, Kaio César sonha em ser radialista profissional

Ele é um jovem de 20 anos, es-tudante de ensino médio, que pretende prestar vestibular

para o curso de Comunicação Social, com o objetivo de se tornar um radialista pro-fissional, blogueiro desde os 15 anos, acabou de lançar uma rádio web, onde apresenta um programa diário das 11h às 15h, e que faz planos de se casar com a namorada.

Se você acha que estamos falando de um garoto normal, acertou.

Kaio César Queiroz Firmino leva uma vida normal para um jovem de sua idade, mesmo tendo nascido com paralisia ce-rebral e em decorrência desse problema precisar da ajuda de uma cadeira de rodas para se locomover.

O jovem é uma daquelas pessoas que surpreende a todos que o conhecem. Sor-ridente, apesar dos problemas que enfren-ta no dia a dia, ele é um exemplo de vida para aquelas pessoas consideradas nor-mais e que só reclamam da vida. Como forma de se expressar, ele decidiu criar um blog aos 15 anos, que há pouco mais de duas semanas, transformou em uma rádio web (www.radiomossorogospel.com.br).

Em seu programa diário, com cerca de quatro horas de duração, ele fala sobre tudo que acontece em Mossoró. “Leio notícias da cidade, dou dicas para pes-soas que como eu são portadoras de al-guma deficiência, falo um pouco de reli-gião. O programa traz de tudo um pouco. E depois da criação da rádio, o número de acessos a minha página aumentou bastante”, comenta.

Kaio César diz que também posta ví-deos no youtube, mais voltados para a comédia, com o objetivo de chamar a atenção da sociedade, já que para ele é muito difícil encontrar deficientes que se expressam na internet.

“Eu não achei nenhum deficiente que tenha um blog como eu, procurei duran-te meses. Encontrei apenas um fora do país. Não estou querendo me vangloriar falando isso, até porque tudo que eu fa-

A globalização e a disseminação das informações contribuíram para o desenvolvimento da co-

municação, além de impulsionarem a fabricação de produtos eletrônicos que, consequentemente, se adéquam a esta demanda. No entanto, o que normal-mente é utilizado para facilitar o conta-to com pessoas de diferentes lugares, para aprender um novo idioma e ampliar o conhecimento, pode se tornar preju-dicial à saúde e desencadear diversas doenças, sobretudo nas crianças.

De acordo com a pediatra do Hapvi-da Saúde, Gracie Ribeiro, a relação do público infantil com as tecnologias é ne-cessária, mas é preciso que as crianças sejam orientadas para usufruir do seu tempo no computador, tablet, vídeo ga-me e diversos outros aparelhos, de forma saudável e educativa. “Há mais benefí-cios que malefícios, devido ao acesso à

informação, a possibilidade de sociabi-lizar e a facilidade ao conhecimento, já que tudo está na rede e as crianças po-dem usufruir disso”, revela.

No entanto, a médica alerta para que os pais tenham cuidado com o tempo que as crianças passam em frente a es-ses produtos, pois o descontrole pode gerar o vício e, a partir disso, causar problemas como distúrbios de compor-tamento, dores de cabeça e até mesmo crises convulsivas. “Esse contato pode ajudar na atividade cerebral, mas o uso excessivo dos aparelhos eletrônicos ge-ra desequilíbrio e prejudica a saúde da criança”, afirma Gracie Ribeiro.

Tendo em vista a relação do usuário com a internet, uma pesquisa da Norton Cybercrime Report, divulgada no último ano, revelou que o brasileiro passa mais de 30 horas semanais na internet, uma média superior a mundial, que é de 24

horas. Devido a estes e outros aspectos, a pediatra alerta que esse tempo exces-sivo gasto na internet pode fazer com que a criança perca o contato interpes-soal e se isole da família, dos amigos e da sociedade.

Jornal de Fato | SÁBADO e DOMINGO, 12 E 13 de outubro de 2013

dia das crianças

!A médica alerta para que os pais tenham cuidado com o tempo que as crianças passam em frente a esses produtos, pois o descontrole pode gerar o vício e, a partir disso, causar problemas como distúrbios de comportamento, dores de cabeça e até mesmo crises convulsivas

AN

ço tem a ver com minha religião, eu sou evangélico. Mas, acho importante ter esse espaço para me expressar”, frisa.

O blogueiro diz que morou um tempo no estado de São Paulo, mas não se adap-tou por causa do frio. Mesmo assim, não gostou de ter vindo para Mossoró, e fala que quando chegou não gostava da cidade, até começar a escrever o blog. “Como o blog fala das coisas da cidade, eu comecei a ver que aqui tem muita coisa boa e não era ruim como eu pensava”, lembra.

Cursando o 1º ano do ensino médio, Kaio César fala dos planos de prestar vestibular para Rádio e TV, uma das ha-bilitações do Curso de Comunicação So-cial da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN). Para ele, a for-mação superior pode ajudá-lo a realizar o sonho de ser um radialista profissional. “Espero um dia ter espaço em uma das rádios da cidade, apesar de achar que vai ser um pouco difícil encontrar uma opor-tunidade”, frisa.

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12 Jornal de Fato | SÁBADO e DOMINGO, 12 e 13 de outubro de 2013 5Jornal de Fato | SÁBADO e DOMINGO, 12 e 13 de outubro de 2013

entrevistadia das criançasESSA é uma pergunta muito boa, para

a gente esclarecer mais uma vez. Quando há uma greve, os serviços, a situação de normalidade fica diferente. Então, a falta desses papéis, desses outros itens acon-tece em decorrência da greve, não é uma ação planejada, para que se retire isso, de maneira nenhuma. Como estamos em greve, há momentos que falta, e a repo-sição é mais lenta, irregular, e quando o cliente chega e não encontra, reclama. É importante até frisar que só os traba-lhadores são chamados para dar explica-ções; em nenhum momento se chama a Fenaban, para explicar por que se deixou chegar a esse ponto de greve. Os traba-lhadores é que têm de estar a todo tempo com o ônus da prova, apesar de a prova ser uma prerrogativa de quem acusa. A Fenaban, que é responsável pelo setor de negociação, não vem a público, não é chamada em nenhum momento para dar explicações. E a gente até agradece a im-prensa por nos permitir informar o que realmente acontece.

APESAR de legítimos, muitas pessoas criti-

cam movimentos como esse, por todos os pre-juízos provocados à população. Já estamos na segunda semana de outubro, e tem aposentado que ainda não recebeu a aposentadoria porque não pode fazer a troca de cartões. O que você diz para essas pessoas?

NÓS temos toda a responsabilidade, porque enquanto trabalhadores, parece que em nossas mentes é incutida a obri-gação de cumprir as leis, diferentemente de políticos, que nós vemos um descum-primento muito acentuado. Nós temos o maior cuidado de em cada caso ir so-lucionando. Por exemplo: quando chega um pensionista ou aposentado que está com a senha bloqueada e que relata es-tar precisando do dinheiro para comprar um remédio ou um alimento, por bom senso, nossos trabalhadores fazem todo o possível para resolver em casos isolados. Lamentamos, pelo fato de estarmos em greve, não podermos resolver todos, se-não seria greve. Mas, todas as vezes que estamos na atividade de greve e chegam pessoas doentes, deficientes, aposen-tados, os sindicatos, os sindicalistas, os próprios trabalhadores se envolvem para resolver. Porque entendemos que a greve não é para prejudicar a terceiros, e prin-cipalmente essa parte da população que sente mais os efeitos do movimento (as-salariados, pensionistas, aposentados).

EM ALGUNS movimentos sindicais, com o passar dos dias e a dificuldade de negociação, a categoria vai se desestimulando e o movimen-to vai perdendo a força. Como está a categoria neste momento?

NÓS já temos algumas passagens por greves e sabemos quais são os mo-

mentos mais críticos. No ano passado, precisamos apenas de 9 dias em greve para resolver; neste ano, já passamos dos 20 dias de greve. A motivação vem da experiência das outras greves, de que devemos manter o foco no que nós estamos reivindicando, além de alertar que devemos fiscalizar os nossos direi-tos. A greve acontece porque alguma parte não está devidamente satisfeita, no caso o trabalhador. Enquanto não surge nenhuma proposta que realmen-te contemple o mínimo das reivindica-ções, a motivação é essa. Temos que continuar pressionando, enquanto não surgir uma proposta, porque sabemos que a greve foi deflagrada pela falta de proposta. Mesmo sabendo que as difi-culdades vão aumentando, estender a greve é também um jogo do patrão para colocar a população contra a categoria e, com isso, diminuir a proposta; eles sabem que se o povo estiver todo con-tra nós, vamos ficar acuados e acabar aceitando menos. O próprio presidente da república anterior era um trabalha-dor e tinha essa motivação, e nós somos da mesma escola, aprendendo a reivin-dicar os nossos direitos.

QUAIS as principais reivindicações do mo-vimento?

ALGUMAS pessoas colocam que nós só pensamos no salário, mas na reali-dade não é bem assim. Uma das nossas principais reivindicações colocada todo ano é o aumento do número de bancá-rios, para acabar com a sobrecarga dos profissionais que atuam hoje, e, con-sequentemente, oferecer um melhor atendimento. Nós também reivindica-mos mais segurança para os clientes, porque trabalhamos diretamente com dinheiro, para evitar a ação de ban-didos, como dispositivos de câmeras, portas giratórias, mais vigilantes nas agências. Também reivindicamos o fim das metas abusivas nocivas à saúde psi-cológica dos trabalhadores. Outra coisa que pedimos é o fim do assédio moral, que é a pressão sobre os funcionários, de forma sutil, para cumprir as metas. Também somos contra a PL 4330, que é a regulamentação da terceirização no setor, que é nociva ao trabalhador, que é um trabalho escravo, mal remune-rado e que os patrões estão querendo implantar, e também ter a regulamen-tação dos salários, que neste ano esta-mos pedindo 11,93% de reajuste, que é a inflação do período mais 5% de pro-dutividade.

QUAL a greve mais longa que os bancários enfrentaram?

UMA greve bastante lembrada pelo movimento sindical aconteceu

em 1961, e durou 69 dias, marcando a história do sindicalismo bancário em Mossoró. E entre as greves dos tempos modernos, a maior foi a de 2004, que durou 23 dias.

QUAIS as principais conquistas dos bancá-rios registradas?

É IMPORTANTE frisar que nada é de graça, que tudo que conquistamos foi através de lutas. Nós conquistamos algumas melhorias durante esse tempo todo de categoria organizada, e hoje em dia lutamos também pela preservação dessas conquistas, que os patrões ten-tam retirar. As mais importantes foram: a redução da jornada de trabalho, a con-venção em nível nacional, o piso salarial, que, apesar de ser ainda inferior ao que achamos justo, já foi uma conquista, os benefícios de vale-refeição, auxílio cesta de alimentação, plano de saúde, a parti-cipação nos lucros e resultados, e isso já foi fruto do nosso trabalho.

MAIS alguma consideração sobre o assunto?É IMPORTANTE lembrar que, ape-

sar de a greve ser um instrumento le-gal, constitucional, o trabalhador não se interessa em fazer a greve em mo-mento nenhum, principalmente no se-tor bancário, que realiza greves emi-nentemente reivindicatórias, nunca políticas nem politizadas. O trabalhador gostaria de ver essas questões sendo resolvidas em mesas de negociação, e é possível ser feito isso. Qualquer ponto que você colocar da pauta de reivindi-cações, é possível resolver sem deixar chegar a uma greve. Nós lamentamos que o setor mais lucrativo no Brasil, que é o setor financeiro, ainda aposte nesse confronto antigo, que desgasta os trabalhadores e faz sofrer a população. Então, ao sindicalista, ao sindicato não interessa fazer a greve; somos pratica-mente, ano a ano, empurrados a fazer a greve, como se estivesse apostan-do se a gente tem coragem ou não de encarar mais um confronto como esse, para lutar pelo que temos direito. Eu acho que a coragem poderia ser aplica-da em outro setor, e não na briga com um setor que tem 30 bilhões de lucro e aposta que o trabalhador não vai cobrar os seus direitos. Também é necessário enfatizar que o sindicato não está proi-bindo ninguém trabalhar; apenas escla-recemos a importância da greve para toda a categoria, inclusive já entramos com uma representação judicial contra uma gerente de uma agência que de-clarou que estávamos proibindo os fun-cionários de trabalhar. Gostaríamos de pedir a compreensão da população, pois somos trabalhadores ordeiros, pacíficos e responsáveis.

A médica ressalta que a culpa não é das crianças, portanto, é preciso que os pais tenham consciência do seu papel e aprendam a dosar o acesso. “O problema é que os pais não têm domínio nem con-trole do tempo das crianças e quando há alguma alteração na saúde, eles sofrem as consequências juntos”, afirma.

O TEMPO IDEALDe acordo com Gracie Ribeiro, as

crianças não devem ficar mais de duas horas por dia na internet, sendo este horário dividido por um intervalo de, no mínimo, uma hora. O período deve ser respeitado rigorosamente para que elas não desenvolvam problemas e o uso de-ve ter qualidade, com acesso a materiais que acrescentem conhecimento.

Além disso, os adultos também pre-cisam respeitar o tempo, que varia de quatro a seis horas por dia, com inter-valos de uma hora. Mas, nem todas as profissões permitem que esse período seja seguido corretamente, por isso, a médica orienta para que as pessoas si-gam, pelo menos, o tempo de descanso recomendado, ou seja, fazer pausas a cada uma hora utiliza-da em frente ao computador.

Gracie Ribeiro, pediatra

O problema é que os pais não têm domínio nem controle do tempo das crianças e quando há alguma alteração na saúde, eles sofrem as consequências juntos”“

Page 13: Revista de Domingo nº 625

4 Jornal de Fato | SÁBADO e DOMINGO, 12 e 13 de outubro de 2013

entrevista

13Jornal de Fato | SÁBADO e DOMINGO, 12 e 13 de outubro de 2013

ANCHIETA MEDEIROS ANCHIETA MEDEIROS

Por NARA [email protected]

“O sindicato não impede

ninguém trabalhar; apenas esclarece

a importância da greve”

Bancário desde 1983, o mossoroense José Anchieta de Oliveira Medeiros, de 56 anos, está à frente do Sindi-

cato dos Bancários de Mossoró desde 1990. Em entrevista à revista DOMINGO, ele fala de mais uma greve da categoria, dos prejuízos da população, do trabalho do movimento sindical para evitar o confron-to que acontece ano a ano. Segundo An-chieta Medeiros, a experiência conquista-da ao longo de tantas greves vivenciadas enquanto presidente do sindicato dos ban-cários o ajudou a motivar a categoria que

tende a se desestimular quando a greve é prolongada, principalmente devido à pres-são da população, penalizada pelos efeitos do movimento. Ainda de acordo com o sindicalista, o trabalhador não tem inte-resse de entrar em greve, e lamenta que o sistema financeiro brasileiro, que tem uma alta lucratividade, ainda insista no confronto antigo com seus funcionários, que reivindicam pontos plenamente pos-síveis de serem resolvidos na mesa de negociação, sem que haja necessidade de partir para uma greve.

sua carreira

RAFAEL DEMETRIUS

DOMINGO – A greve dos bancários já ultra-passou os 20 dias, e a categoria rejeitou nesta semana uma proposta da Federação Nacional dos Bancos (FENABAN). Como estão as negocia-ções? Houve algum avanço?

ANCHIETA MEDEIROS – A nego-ciação caminhou de forma lenta neste ano. Nós entregamos a pauta de rei-vindicações em julho e a Fenaban veio

apresentar a primeira proposta apenas em setembro. Uma proposta rebaixada, inclusive se a gente levar em considera-ção a alta lucratividade. A primeira pro-posta foi 6,1 e ela foi rejeitada na mesa de negociação, e depois de mais de uma semana, a Fenaban, já pressionada pela população, pela Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) para que resolvesse a situ-

xHoje, pedimos licença aos profissionais, estudantes e leitores que acompanham nossa coluna para replicar um texto publicado na conceituada revista Exame, e

que aborda trinta dicas que serão capazes de revolucionar seu negócio. São dicas rápidas, direcionadas e de grande impacto. Você que é empresário não pode deixar de ler. Estaremos dividin-do as dicas em duas partes, sendo quinze expostas hoje e as pró-ximas dicas na semana seguinte.

Crie metas – O começo do ano é um bom momento para quem ainda não definiu as metas e objetivos. Além disso, tenha indicadores e métricas para acompanhar como está a evolução do negócio. Isso pode ser feito esporadicamente através do cres-cimento da receita, a produtividade dos funcionários ou a lucra-tividade.

Tenha um analista de redes sociais – Não há mais volta. As empresas precisam estar nas redes sociais e participar ativamente. O ideal é ter um funcionário focado nesta tarefa. Procure um analista de redes sociais que seja criativo, organizado e cordial.

Corte custos – Reveja os custos da sua empresa e, se a conta não estiver batendo, pode ser a hora de cortar alguns gas-tos. Uma dica é verificar com atenção os custos variáveis e fixos. Veja também em que está sendo gasto mais dinheiro do que deveria.

Planeje novos lançamentos – Inovar e diver-sificar o portfólio da empresa pode ser a saída para melhorar o resultado neste ano. A dica é planejar tudo para evitar falhas e ir melhorando o produto conforme tiver retorno e opinião dos próprios clientes.

Capriche no pós-venda – Não adianta tratar o cliente muito bem na hora da venda e deixá-lo de lado quando ele voltar com um problema ou uma reclamação. Invista em um atendimento pós-venda impecável para que o consumidor insa-tisfeito se transforme em um fã da sua marca.

Atue dentro da lei – Contrato social, CNPJ, alvará de funcionamento, nota fiscal e inscrição na Secretaria Estadual da Fazenda. Estas autorizações, além de outras específicas, são es-senciais para que o negócio atue dentro das normas legais. In-forme-se com seu advogado e tenha estes documentos em dia.

Calcule sua margem de lucro – Conhecer os custos envolvidos na produção de um item e qual pode ser sua margem de lucro é essencial para conseguir resultados melhores. Na hora de fazer a conta, tente incluir a parcela de custos fixos operacionais que o preço de vendas deve cobrir.

Dicas para revolucionar seu

negócio

Use o marketing a seu favor – Ter um proce-dimento padrão para momentos de crise é uma forma de usar o marketing a favor do seu negócio. Assuma o erro, planeje uma estratégia e esteja sempre disponível para falar com os clientes.

Aprenda a lidar com conflitos – É função do empreendedor e chefe mediar conflitos dentro da empresa. Para isso, aprenda a ouvir os dois lados, tenha uma postura racional e incentive o diálogo entre os colaboradores.

Retenha talentos – Ser uma empresa pequena não é motivo para não ter talentos. Hoje, muitos talentos são atra-ídos pela ideia de participar de perto das decisões da companhia. Além disso, ofereça a chance da pessoa aprender no cotidiano do negócio.

Evite erros – Muitas vezes sem um profissional espe-cializado em marketing, as pequenas empresas cometem erros básicos em suas estratégias de comunicação. Uma forma de evitar isto é acompanhar e monitorar o comportamento do con-sumidor, suas preferências, necessidades, critérios de compra e uso de produtos.

Leve as reclamações a sério – Entender o que está motivando a reclamação pode ser uma fonte de ino-vação para o seu negócio. Por isso, escute o consumidor e ten-te encontrar uma solução que possa ser aplicada a outros ca-sos.

Tenha um plano de marketing – Reúna sua equipe e comunique a todos o seu plano de marketing. Este documento deve incluir uma análise do ambiente de negócios, as ações de marketing, o planejamento em si e como será feito o controle das metas.

Negocie mais – Saber negociar melhor pode ser a chave para aumentar as vendas. Entre as várias técnicas de negociação, vale observar qual é o motivador de compras. Faça perguntas que te ajudem a perceber os motivos que levam o cliente até você.

Acerte os impostos – Estar em dia com o paga-mento de tributos e impostos é essencial para pequenas em-presas. Converse com seu contador e programe-se para quitar dívidas desse tipo, se for o caso.

Proteja sua empresa – Se você criou um novo produto, é imprescindível fazer o registro da patente. Esse é um processo que pode ser demorado, mas é a única forma de proteger sua criação. O registro deve ser pedido ao Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI).

Tenha um programa de fidelidade – Clientes fiéis devem ser bem conservados. Uma saída é criar um programa de fidelidade. Para isso, é preciso ter um bom produto, trabalhar a imagem do negócio no mercado e desenvolver um canal de comunicação constante com os consumidores.

Escolha a melhor equipe – O momento de en-trevistar e selecionar um novo funcionário pode ser difícil para quem não estiver preparado. Uma boa tática é usar técnicas mais modernas de seleção, como simulações e jogos online.

ação, apresentou uma nova proposta de 7,1, que nós do comando de greve, reu-nidos também, achamos que era insufi-ciente, se comparada com a alta lucrati-vidade. Então, foi rejeitada novamente, e a orientação foi de fortalecimento da greve, com o objetivo de forçar a Fena-ban a apresentar uma proposta que pu-desse ser aceita pela categoria.

QUAL a adesão da categoria?SE COMPARADA com greves passa-

das, a adesão já foi maior. Nós temos aqui no Brasil 22.330 agências bancá-rias e até o início da última semana ti-nham sido atingidos 52% desse total, o que contabiliza 11.117 agências. A ade-são é forte, consciente de que realmen-te os trabalhadores não aceitam mais ajudar a compor o lucro e não ver uma recompensa no seu salário, no seu dia a dia, na sua condição de trabalho.

QUAL a principal dificuldade enfrentada para mobilizar a categoria?

ENTENDEMOS que 52% já é uma boa resposta, mesmo assim as dificul-dades são várias, inclusive o descum-primento da própria lei de greve. A lei 7.783/89 regulamenta plenamente esse direito do trabalhador, mas existe uma dificuldade de aceitação, por ser uma atividade que atrapalha pessoas que não estão ligadas ao movimento. Tam-bém temos a questão do assédio moral, os gerentes são pressionados a pres-sionar os trabalhadores a descumprir a lei. O próprio órgão patronal, Fenabam, Governo Federal, que aposta nesse con-fronto entre trabalhadores e clientes e imprensa. Isso tudo são dificuldades do desenrolar de uma greve.

QUAIS os serviços paralisados?São todos aqueles do interior das

agências. Ou seja, tudo o que o cliente precisar no interior da agência só fun-cionará 30%.

ESSE percentual está sendo mantido?SIM, porque nós temos obrigação de

cumprir o que é determinado pela lei. E dá para se notar o impacto, porque com 30% não se atende bem como os 100% do período de normalidade. A alternati-va, de acordo com a própria Fenaban, são os caixas eletrônicos, os correspondentes bancários, os correios, opções que servem de um paliativo durante a greve.

EM MUITOS terminais de autoatendimento

(caixas eletrônicos), estão faltando envelopes para depósito, papel nas impressoras das má-quinas, dinheiro. E a população acusa os bancá-rios de estarem recolhendo esses materiais para impedir o atendimento. O que o sindicato tem a dizer sobre isso?

Page 14: Revista de Domingo nº 625

DAVI MOURA

14 Jornal de Fato | SÁBADO e DOMINGO, 12 e 13 de outubro de 2013 3Jornal de Fato | SÁBADO E DOMINGO, 12 e 13 de outubro de 2013

adoro comer

JOSÉ NICODEMOS*

conto

Petiscaria Bar3 5

Aproveite e acesse o http://blogadorocomer.blogspot.com para conferir esta e outras delícias!

)( Envie sugestões e críticas para oe-mail: [email protected]

Trata-se de um local pequeno, aconchegante e com uma política que deveria ser adotada em muitos locais: o local só suporta um certo número de pessoas. Caso você chegue com um grupo de amigos e o local já esteja cheio, deve esperar do lado de fora, sentadinho em um banquinho, até desocupar uma mesa. É bom para os clientes que estão comendo, assim não fica ninguém em cima de você atrapalhando. Também é bom para quem espera, pois não precisa ficar feito urubu em cima da mesa dos outros. Adorei!

Tenho que falar do atendimento! Graças ao sistema de “só entra se tiver vaga”, os garçons dão conta do recado. Além de superbem vestidos e aten-ciosos, são educadíssimos e sabem propor bem ao cliente – dão um jeitinho pra tudo que você quiser. Quando eu fui, estava superlotado (como sempre), mas a comida não demorou nadinha e os drinks foram pra lá de rápidos.

Falando neles, vamos conferir tudo que provamos na noite:

Caipiroska de kiwi: vodka e kiwi misturados na medida certa. Desce suave, redondo, e deu para per-ceber que é uma das especialidades da casa, pois du-rante o período que fiquei no bar, vi várias saindo. O copo é uma porção bem boa e o drink é bem prepar-ado, de modo que dá pra sentir bem os pedacinhos do kiwi. Aprovado e tomaria muitos mais! Tem também de morango e de uva, que são lindos.

Caldinho de feijão com bacon: porção bem grande pelo preço e muito saborosa. Pedaços fritos de bacon, consistentes e saborosos. Torradinhas para dar um sabor, mas bem temperadas com cebola. Uma mis-tura perfeita para começar. Esse prato foi acompan-hado pela caipiroska de kiwi: uma combinação per-feita.

Queijo à pomodoro: queijo por cima, queijo por baixo, tudo isso com queijo derretido! Hahaha! Tratam-se de dois bons pedaços de queijo com molho pomodoro e pedaços de tomate por cima. Delicioso, simples e inovador!

Purê de batatas com carne de sol: parece uma versão moderna do escondidinho, mas neste aqui a monta-gem é diferente. O purê de batatas, supercremoso, vem como base. Logo após vem a carne em cubinhos e queijo por cima, na medida certa. Incrível!

Brownie com sorvete: acho que esse docinho con-quistou o espaço merecido e a cada dia mais ganha mais adeptos. Nessa versão, a massa do brownie, por cima, leva castanha e amendoim. O sorvete, de creme, básico, é acompanhado por uma calda deliciosa de maracujá. O doce do sorvete, o crocante do brownie e o azedinho do maracujá o tornam uma sobremesa perfeita para finalizar a noite.

Acho que, devido o clima de barzinho, os drinks e as comidas de boteco, foi o meu local favorito em Campina Grande, pois juntou tudo o que eu amo.

Restaurante do Baixinho

Pizzaria Forno de Pizza

Trata-se de um restaurante bem familiar e parece ser bem conhecido e querido pela população campinense. No dia que fomos, domingo, ele estava bem cheio. Dividido em dois espaços, ambos com mesas bem longas para acomodar várias pessoas, apresenta um cardápio composto de pratos para muita gente, principalmente. Muito embora existam opções individuais e para duplas, o bom mesmo é pedir as porções maiores, pois até pro bolso fica mais barato.

Escolhemos o filé à parmegiana – substituindo por fr-ango. Sua apresentação era em vasilhas de barro, para mantê-lo aquecido. Eram bem grandes e a quantidade de carne era imensa. Bem imerso no molho, ainda contava com uma generosa camada de queijo e uma de presunto. O frango estava suculento e os bifes eram realmente cavalares – tanto que sobrou. Éramos 7 pessoas e pedimos 2 porções grandes – que servem 8 pessoas, 4 cada.

O acompanhamento principal era o espaguete à bo-lonhesa, além do arroz à grega. Na minha opinião, filé combina com massa. E acho que na deles também, pois a porção de espaguete também era gigantesca.

No final, saiu cerca de R$ 25,00 para cada um, já in-cluindo bebidas e 10%. Ainda deu para levar um restin-ho para casa – que servia bem mais uma pessoa. Para levar a família toda e sair todo mundo de bucho cheio!

Pizza é uma comida universal. Tem gente que diz: “ah, vou viajar, mas não vou comer pizza, pois já tem pizza na minha cidade”. Mesmo assim, sempre tento fazer essa pessoa mudar de ideia. Esta iguaria de origem italiana pode parecer similar em seu formato e sabores, mas tem um sabor diferente a cada local. Tudo muda: a massa, o molho e até o forno na qual é feita. E a cada novo sabor, uma nova experiência. Em Campina Grande visitei o Forno de Pizza, uma das pizzarias mais tradi-cionais e conhecidas da cidade.

Com estacionamento próprio – que é um diferencial – e uma arquitetura com um pé direito mais alto, lembrando um pouco um castelo quando visto de fora, o Forno de Pizza acolhe bem o seu cliente desde a porta. Com um maître esperando para guiá-lo à mesa e um pianista dando boas vindas com o melhor da música, é um prazer sentar-se e degustar com os olhos um cardápio pra lá de recheado. Quem é fã de pizza, sabe que não dá para comparar sempre estilos diferentes. Em alguns locais a pizza é mais fina, em outros o recheio é mais simples, em outras a massa é mais fofinha. Cada caso é um universo particular, cada um com seus pontos positivos. No caso da pizza do Forno de Pizza, tudo é muito grande. As pizzas são mais caras do que o normal – pelo menos pra Mossoró –, então a cobertura é bem generosa e a massa bem alta e fofa.

No dia que fomos, pedimos dois sabores. Ponto posi-tivo para o atendimento, já que o garçom fica de olho para te servir mais uma fatia. Sem se esquecer da carta de drinks, que tem algumas boas opções já conhecidas e algumas novidades. Esta da foto foi metade margue-rita e metade portuguesa. A nossa escolha foi a “Gospel”: frango, queijo catupiry e bacon. Tudo com bacon fica mais gostoso! As crianças também não ficam de fora. Há um espaço kids com temática de circo para os peque-nos se divertirem. Ah, no dia que eu fui, rolou um “parabéns” superespecial, guiado por uma mama me-gassimpática que também atende no local. Adorei!

Quando menos se esperava, a notícia tomou conta da cida-de: seu Moreira, ourives do

Juazeiro do Padre Cícero que vendia, por portas, em Areia Branca, tinha morrido de repente. Não fazia uma se-mana que ele estivera na cidade, ven-dendo suas joias, com sua aparência de homem cheio de saúde, apesar de meio rodado, isto é, ali pelos seus ses-senta anos.

Naquele tempo era assim, inventa-va-se a morte alheia, sem quê nem pa-ra quê. E não era só com pessoas de fora, não. Ninguém podia sair da cidade para tratamento de saúde, as mais ve-zes Mossoró ou Natal, sem que pudesse escapar a esse tipo de boato, que logo corria pelas ruas, rastilho de pólvora.

Deu-se que seu Moreira, nunca de-morando mais de mês sem tornar a Areia Branca, onde, segundo ele mes-mo, realizava maior volume de vendas, o dinheiro corria à beça, tempos de intenso movimento portuário, deu-se que depois do boato de sua morte de-morou-se, meses, para as bandas do Juazeiro. Foi o suficiente para ser acre-ditado morto.

Inicialmente, constantes lamenta-ções – seu Moreira era gente muito boa, não era de aborrecer o freguês pelo atraso nas prestações, antes, ao contrário, insistia em que lhe com-

Morte e vida de seu Moreira

prasse mais. Depois o seu nome calado nas vozes da cidade. Deus o tivesse no outro lado, era um homem bom.

Aconteceu que um dia, que era uma boquinha de noite, um freguês que lhe ficara devendo um bom dinheiro, e que, com quanto tinha espírito irreverente, havia pilheriado no bar onde acabara de tomar umas cervejas com amigos – “Estou bebendo ainda o saldo do di-nheiro que fiquei devendo a seu Mo-reira”. Aliás, sempre fazia isso ao pagar a despesa, sob reprovação religiosa do dono do bar.

E tomou o caminho de casa pelo Be-co da Galinha Morta, como sempre o fazia. Pois imaginem só o que aconteceu. Na metade do beco, sem postes de ilu-minação, portanto já meio escuro, quan-do menos esperava, esbarrou num vul-to, que foi logo cumprimentando-o cordialmente – Boa noite, seu Francisco, trago muita coisa boa para o senhor.

Sim senhor, era seu Moreira em car-ne e osso, a mesma fala de beato do Padre Cícero. E Francisco foi dar cobro de si já em casa, as narinas cobertas de chuma-ços de algodão ensopado de álcool.

Aconteceu que um dia, que era uma boquinha de noite, um freguês que lhe ficara devendo um bom dinheiro, e que, com quanto tinha espírito irreverente, havia pilheriado no bar onde acabara de tomar umas cervejas com amigos

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Page 15: Revista de Domingo nº 625

Jornal de Fato | SÁBADO e DOMINGO, 12 e 13 de outubro de 2013

ao leitor

15Jornal de Fato | SÁBADO e DOMINGO, 12 e 13 de outubro de 2013

• Edição – C&S Assessoria de Comunicação• Editor-geral – Wil liam Rob son• Editor – Nara Andrade• Dia gra ma ção – Ramon Ribeiro• Projeto Gráfico – Augusto Paiva• Im pres são – Grá fi ca De Fa to• Re vi são – Gilcileno Amorim e Stella Sâmia• Fotos – Carlos Costa, Marcos Garcia, Cezar Alves e Gildo Bento• In fo grá fi cos – Neto Silva

Re da ção, pu bli ci da de e cor res pon dên cia

Av. Rio Bran co, 2203 – Mos so ró (RN)Fo nes: (0xx84) 3323-8900/8909Si te: www.de fa to.com/do min goE-mail: re da cao@de fa to.com

Do MiN go é uma pu bli ca ção se ma nal do Jor nal de Fa to. Não po de ser ven di da se pa ra da men te.

Vez ou outra, a vida nos coloca diante de situações que nos fazem refletir e valorizar tudo aquilo que temos. Muitas vezes reclamamos, estamos insa-

tisfeitos, queremos mais, e esses momentos de reflexão são importantes para percebermos que precisamos de bem menos do que nos parece necessário. E é com esse senti-mento que DOMINGO apresenta a história do jovem Kaio César Queiroz Firmino, de 20 anos.

Portador de paralisia cerebral, Kaio César contrariou todas as expectativas, venceu barreiras impostas pelo pre-conceito e leva uma vida normal, assim como os outros jovens de sua idade. Ele estuda, namora, é blogueiro, cria-dor de uma rádio web que ele mesmo idealizou e ainda arruma tempo para ajudar outras pessoas com seu exem-plo de vida. Kaio César é a prova de que “ser diferente é normal”.

Também nesta edição, DOMINGO traz um projeto que está transformando os dias de crianças hospitalizadas na enfermaria do Hospital Regional Tarcísio Maia (HRTM). Idealizada em parceria da professora Jussara Vilar Formi-ga, da disciplina Saúde da Criança e do Adolescente, com a bibliotecária Vanessa Camilo, ambas da Faculdade de Enfermagem Nova Esperança (FACENE), a biblioterapia promove leituras de histórias infantis, ajudando as crianças a enfrentar melhor o tratamento e a saudade da família e dos amigos.

Seguindo para ser uma das greves mais longas do mo-vimento sindical bancário de Mossoró, o movimento pare-dista dos bancários já ultrapassou os 20 dias. À frente do Sindicato dos Bancários de Mossoró, Anchieta Medeiros fala do movimento, lamenta o comportamento do setor financeiro e diz que greve não interessa ao trabalhador. Confira.

Boa leitura, Nara Andrade

editorial

Exemplo de vida

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Biblioterapia

Colunista Davi Moura: Especial: Campina Grande (PB)

Jovem com paralisia cerebral contraria expectativas, vence o preconceito e leva uma vida normal como a maioria dos jovens de sua idade

Rafael Demetrius: Dicas para sair do vermelho

Adoro comer

Exemplo de vida

Sua carreira

p4

p14

p6

p 13

p8

Projeto de contação de histórias ajuda os pequenos a enfrentar as dificuldades do tratamento

DAVI MOURA

adoro comer

La Suissa

Boi e Brasa

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1

Nos quatro dias que precederam o feriado da segunda-feira, 30, estive em Campina Grande (PB). A segunda maior cidade do Estado da Paraíba tem um clima mar-avilhoso – diferente do nosso calor mossoroense – e uma característica toda própria: é universitária, com vários estudantes de todos os locais indo morar lá para estudar. Comigo também foi assim. Por um breve, mas inesquecível período de tempo, residi em Campi-na. Cursava Jornalismo na UEPB, mas passei em Pub-licidade na Uern e voltei para minha terra.Quero mostrar, na coluna de hoje, locais especiais onde visitei por lá. Vamos conferir?

Especial: Campina GrandeNinguém melhor para descrever o La Suissa do

que eles mesmos: “Requinte e qualidade. Com essa proposta nasceu em 1991, em Campina Grande, a doçaria La Suissa. A idéia dos empresári-os e apaixonados pela culinária nacional e inter-nacional, Eduardo Amorim e Karla Souza, era trazer para nossa cidade um ambiente sofisticado de lanches e um lugar para encontros sociais e culturais da sociedade campinense. Deu certo. Hoje, a La Suissa já é uma marca consolidada em todo Nordeste e não deixa a desejar em nada para as melhores casas do ramo do Brasil”.

Mesmo já tendo almoçado, não quis perder a oportunidade de provar tudo. Escolhi 3 tortas e sai roubando pedacinhos de todos da mesa. Vamos conferir?

Cheesecake de limão: onde quer que eu vá, as opções de doces com limão sempre são as minhas primeiras eleitas. Até gosto de chocolate, mas limão está no meu coração. Cheesecake é sempre bom, mas confesso que, diante de tantas outras coisas gostosas, este aqui ficou em segundo plano! Hahaha! Adorei o fato de ter muito recheio – per-ceba que a parte do limão é bem generosa, bem grossa. Camada na espessura certa de massa, equilibrando o doce e o azedo. Show!

Torta gelada de morango: logo após o limão, doces com morango me chamam atenção demais – às vezes até mais que o limão. Eu ia escolher o bolo, mas a torta gelada me chamou mais atenção. 3 camadas de creme de morango com uma fina camada de geleia entre elas. Todos na mesa pro-varam e foi paixão absoluta!

Torta gelada de caramelo: só para completar a tríade, encontrei esta torta gelada de caramelo, que é uma outra coisinha que substitui o chocolate pra mim facilmente. Pedi a torta depois de ter co-mido as minhas duas fatias e depois de ter pro-vado as escolhas de todo mundo. Doce feito o paraíso, gostosa feito lembrança de infância na casa da avó, perfeita como amor de mãe! Se eu soubesse que era assim tão boa, teria pedido só ela desde o início. As camadas geladas se uniam com perfeição ao caramelo cremoso, este que estava no ponto certo para ser consumido, sem ser gru-dento demais. A-do-rei!

Parada obrigatória em Campina Grande!

Um dos pontos altos da minha viagem a Campina Grande (PB) foi a visita ao restaurante Boi e Brasa. O nome já te remete à churrascaria desde o início. Mas sabemos que esse conceito antigo de que churrascaria só deve ter carne há muito foi ultrapassado. O Boi e Brasa surgiu da junção das marcas Boi Preto e Sal & Brasa e sua primeira unidade nasceu em Caruaru (PE), em 2010. A de Campi-na Grande é a quarta unidade e prova o quanto o modelo de negócio é rentável e caiu no gosto da cidade.

Conheci Ari Euzébio, um dos sócios do local e que tem uma história bem interessante. Já trabalhou como garçom e tem uma vasta experiência em restaurantes. Conversamos um pouco e deu para perceber que na simplicidade deste homem está um dos fatores do suc-esso da marca. Prova disso é a atenção com os fun-cionários: vários dos que trabalham em CG já vieram dos outros restaurantes da rede.

O rodízio custa R$ 30,00 e inclui saladas, buffet quente e sushis, tirando somente a sobremesa e as bebidas. Válido demais, e só dá para ir com o estôma-go vazio, pois a comida é abundante!

No dia que fui, o destaque dos pratos quentes foi para os camarões, apresentados em sua versão alho e óleo, famosíssima; e com molho bem cremoso. Lembrando sempre que mesmo quem não é fã de carne vermelha vai se deliciar, pois as opções são inúmeras. A ilha com o buf-fet de saladas fica mais ao centro do restaurante. Lá, é possível encontrar vários tipos de vegetais, algumas sala-das com macarrão e até buffet de frios, com queijos e outras opções. Para os fãs de comida japonesa, também há um buffet de sushi – e foi aqui que eu me acabei com força. Opções de nigiris, hossomakis e uramakis. Ponto megapositivo para a opção – em algumas peças – de optar pelo cream cheese fora a parte. Eu amei, pois particular-mente não sou 100% fã do queijinho cremoso.

Além da carne que passa sem parar, outros itens são colocados à mesa: pasteis, farofinha com feijão verde, camarão, pãezinhos. Várias comidinhas para te satis-fazer. As carnes são inúmeras, destaque para o filé com queijo (na foto), o frango com champagne e as costelas – que passam em um grande carrinho e são cortadas na hora direto para o seu prato. Ah, ainda tem carne de javali para quem quiser provar e uma grande cesta de batatas-fritas pra lá e pra cá.

Visita obrigatória! É a certeza de comer bem, pagar um preço justo e sair plenamente satisfeito!

Page 16: Revista de Domingo nº 625