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Revista Nr. 33 Setembro/ Dezembro 2011 Distribuição Gratuita to laurissilva/ madeira Rainer Mirau - Foto gentilmente cedida pelo autor (pormenor) tributo à árvore

Revista leiaSFF 33

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Page 1: Revista leiaSFF 33

Revista Nr. 33Setembro/ Dezembro 2011

Distribuição Gratuita

tribute to trees

laurissilva/ madeira

Rainer Mirau - Foto gentilmente cedida pelo autor (pormenor)

tributo à árvore

Page 2: Revista leiaSFF 33

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nestaedição:

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54

FICHA TÉCNICANr. 33 - maio/ junho 2011

Directora:

Doutora Dina Jardim

Coordenação:

Gualter Rodrigues Lígia Faria Tânia Viveiros

Revisão: Conceiçãp Silva Teresa Pereira

Colaboração:

Cristina SimõesJorge BaptistaEker SommerGilberto BasílioHelena Camacho José DinisRui AfonsecaSara BotoSónia Maria P. Morgado MateusSusana RodriguesTeresa Pereira Teresa Sousa

Patrocinadores:

O Liberal Impressão:

O Liberal, Empresa de Artes Gráficas, Lda

Tiragem: 500 exemplares

Contactos:Escola Secundária de Francisco FrancoRua João de Deus, 99054-527 Funchal

[email protected]@madeira-edu.ptTlfn. - 291202820Fax - 291230342

CAPA

Francisco Franco acima da média 4

Aconteceu

Tribute to Trees 6

Students’ writing inspired in an excerpt from Silent Spring, by Rachel Carson 8

A Poesia saiu à rua 13

Viagem dos Finalistas a Lloret de Mar 17

Visita de EstudoMuseu de Electricidade - Casa da Luz 20Expsição Filatélica 24

Clubes e Projetos

Academia Francisco Franco debate Portugal 26

RS4E - Porto Santo 2009/ 2010conquista o 2º lugar 34

Opinião

MODA, LIBERDADE OU ESCRAVATURA? 43

Jogos de Computador 48

Um Olhar Sobre Vladimir Kush 54

Pormenor de imagem de Rainer Mirau da Laurissilva Madeirense

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3

Doutora Dina JardimPresidente do Conselho Executivo

Tudo depende de nós

É com imensa satisfação que vos apresento mais uma edição da Leia SFF, a revista da comunidade educativa da Escola Secundária de Francisco.

Neste número, agora em mãos, está uma síntese do dinamismo ‘da Francisco Franco’. Nas páginas desta edição, pode encontrar algumas das inúmeras atividades desenvolvidas no último ano letivo. Escrevi “algumas” porque seria quase impossível enumerar tudo o que se fez – e foi muito! – em 2010/2011.

De facto, o último ano letivo, não obstante as sempre incontornáveis adversidades, foi profundamente gratificante para a Escola Secundária de Francisco Franco. A dinâmica dos agentes educativos desta escola, conjugada com a sua competência e dedicação, permitiu, por exemplo, que alguns dos nossos alunos vissem a sua excelência distinguida com prémios, tanto de âmbito regional como nacional.

Além disso, e ainda como consequência da qualidade do trabalho aqui produzido, é justo relembrar os resultados alcançados pelos nossos alunos nos Exames Nacionais do Ensino Secundário: ainda que não tenham atingido aquele patamar que todos desejamos – a escola é, por isso, um itinerário de perfetibilidade – estar acima da média nacional em 11disciplinas, para não falar da superação da média regional em quase todos os Exames, é deveras motivador e gratificante.

Se em 2010/2011 fomos capazes de colocar ‘a Francisco Franco’ em lugar conspícuo, não tenho a menor dúvida de que é possível continuar lá, se todos – alunos, funcionários e professores – continuarem imbuídos do mesmo espírito de trabalho, dedicação e com-petência.

A boa imagem da escola é um reflexo da boa imagem de quem nela trabalha. Daí os meus votos para este letivo: que o profissionalismo, dedicação e competência

façam parte da vivência diária de todos aqueles que protagonizam a Escola Secundária de Francisco Franco!

Tudo depende de nós.

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superou a média do país. Em Físico-Química A, igualou-a. Somente Matemática Aplicada às Ciências Sociais,

Biologia/Geologia e Alemão registaram médias infe-riores às nacionais, apesar de o aproveitamento da-quelas duas disciplinas ser positivo (10,2 valores).

O quadro, onde aparecem reproduzidas as médias dos últimos três anos, permite-nos concluir que hou-ve duas disciplinas que registaram contínua evolução positiva: Biologia/Geologia subiu 1,5 valores e Físi-ca e Química 3,2 valores. Nas restantes, excetuan-do Economia A e Português, as médias têm oscilado.

Estes resultados não são fruto do acaso. São con-sequência do mérito dos alunos, da competência dos professores e da cultura organizacional da escola.

De facto, o Apoio Pedagógico à Turma; os vários pro-jetos de dinamização disciplinar; a realização dos Testes Intermédios; as aulas (em regime de voluntariado) de pre-paração para Exames e Testes Intermédios; o trabalho cooperativo, a partilha de materiais e a planificação con-junta das quartas-feiras; as reuniões intercalares; a utili-zação de plataformas eletrónicas ao serviço do ensino; o dinamismo e capacidade criativa dos docentes perante as adversidades, etc. começam a mostrar-se profícuos.

Para uma escola que não escolhe alunos, estes resultados, naturalmente, gratificantes e animado-res, devem constituir fonte de motivação para todos.

A Escola Secundária de Francisco Franco teve um desempenho acima da média, quer regional quer na-cional, nos últimos Exames Nacionais, de acordo com um documento da Secretaria Regional de Educação e Cultura, apresentado a 13 de setembro, a propósito do “Desenvolvimento do Sistema Educativo Regional”1.

Comparando os resultados das 15 disciplinas das escolas da Madeira, apresentadas no documen-to da SREC, a Secundária Francisco Franco su-perou a média regional em todas as disciplinas, exceto Alemão (exame realizado por 16 alunos)

Por disciplinas, a Francisco Franco foi a melhor escola madeirense em Físico-Química A, Geometria Descritiva A e Economia A e a segunda melhor em Português, Matemática A, História A, História da Cultura e das Artes e Desenho A.

Numa análise comparativa com a média nacional, a Francisco Franco, uma vez mais, aparece muito bem cota-da: teve melhores notas em Português, Matemática A, Ma-temática B, História A, História da Cultura e das Artes, Geo-metria Descritiva A, Desenho A, Geografia A, Economia A, Inglês e Literatura Portuguesa, ou seja, em 11 disciplinas

1 Esta análise reporta-se à primeira fase dos Exames Nacionais e abrange todos os alunos (internos e externos) que os realizaram

DISCIPLINA / ANO

ESFF 2009 ESFF 2010 ESFF 2011 Regional 2011

Nacional 2011

Português 102 98 90 81 89Matemáti-

ca A108 115 102 91 92

Matemáti-ca B

120 93 98 95 89

MACS 96 95 102 95 105Física e Quí-

mica67 75 99 90 99

Biologia/Ge-ologia

87 92 102 98 107

História A 124 128 114 103 100História Cul-

tura das Artes116 97 100 96 89

Geometria Descritiva A

99 78 104 92 91

Desenho A 134 133 143 132 116Geografia A 112 117 111 109 110Economia A 132 125 112 102 106

Inglês 185 143 145 135 137Alemão 78 127 92 100 107

Literatura Portuguesa

126 97 100 96 90

Francisco Franco acima da médiaNos últimos Exames Nacionais

A Presidente do Conselho PedagógicoOs Coordenadores de Departamento

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cer esta singularidade do indivíduo, que se manifesta de um modo mais pleno se a tarefa escolar permitir a livre expressão e experimentação, tornando possível a passa-gem do real ao imaginário, até se alcançar o simbólico, que nos distingue dos animais.

Esta evolução em termos de crescimento do indivíduo, escapa a programas curriculares rígidos, e a modelos tradicionais que se baseiam no paradigma de um ensino baseado na transmissão de conhecimentos que o aluno deve reproduzir. Ambicionar que assim seja, seria preten-der dominar o indominável, o irromper do incerto e surpre-endente.

Se estes princípios cumprem com as leis do desen-volvimento psicológico, a verdade é que parecem ir ao encontro das exigências atuais do mercado de trabalho.

Na atualidade, os empregadores esperam que os jo-vens sejam flexíveis em uma variedade de trabalhos e ambientes sociais, demonstrem capacidade de liderança e de assumir a responsabilidade por resultados, assim como iniciativa e desenvoltura para resolverem proble-mas que não estão previamente definidos. Ou seja, mes-mo considerando as circunstanciais atuais do mercado de trabalho, os empregadores procuram indivíduos com grande capacidade de adaptação (competências gerais) e com competências especializadas (qualificações numa área específica).

A este propósito, recentes investigações no estudo dos casos de desempenhos excecionais (os peritos numa área, os atletas…) sobre as condições pessoais que con-tribuem para o sucesso, têm encontrado factores de or-dem cognitivo e outros de natureza psicológica, como seja o autocontrole, a coragem e a persistência. Estas capaci-dades e força de caráter são impulsionadas pela diversi-ficação das experiências educativas, onde se incluem as atividades, em particular por aquelas que atravessam o erro, a capacidade de suportar nada saber, o vivido como estranho e sem sentido, o desfazer e voltar a fazer. Foi o capital conquistado na criação do mural exterior criado pelas turmas 12º 15 de Oficinas de Artes; 12º 16 e 12 17º, as duas da disciplina de Área de Projeto, com a professo-ra Isabel Lucas que gentilmente contribuiu para a minha compreensão destas dinâmicas.

Cristina Simões Psicóloga

As atividades nas quais os alunos têm um papel ativo, como sejam as que envolvem a produção dos trabalhos da Área de Projeto, as atuações ou as exposições, entre outras, começam por ideias, aparentemente desligadas, em que cada aluno se coloca perante o que pretende ex-plorar e revelar. Do encontro com outro colega que tem também ideias e vontade próprias, nasce uma nova en-tidade inexistente até aí, a obra, e uma melhor compre-ensão de si e do outro, já que o desejo deste não é mais obstáculo ao seu. A obra também surge pelos limites im postos pela realidade.

Poder-se-á pensar que os adolescentes poderiam coo-perar a este nível sem estarem na escola. Não poderiam. Iriam relacionar-se só com os amigos e com quem lhes apetecesse. A escola provoca a necessidade e o desen-volvimento de competências de trabalho em equipa, que o mundo social e laboral mais tarde lhes vai exigir. As ativida-des também têm o propósito de enriquecimento em áreas de conhecimento, com a possibilidade de entrecruzarem-se diversos saberes e competências, como faz apelo o psicólogo Howard Gardner - recente prémio Príncipe das Astúrias - com a Teoria das Inteligências Múltiplas,

Em outras atividades, como seja a participação em conferências, são não só oportunidades de fornecer con-teúdos de uma forma rica apresentados por especialistas e outros elementos da comunidade, como permitem aos alunos compreenderem que “as coisas” podem ser vistas de outra maneira, ou que há outros modos de pensar. Es-tas são experiências que aproveitadas, contribuem para os processos de criação de identidade, por criarem a pos-sibilidade de se valorizar e se interiorizar características de outras pessoas para além dos seus professores.

A psicanálise foi das ciências que permitiu reconhe-

Lê, Divulga, Participa Leia SFF a Revista da tua Escola

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Como anunciado nos dez cartazes espa-lhados pela escola, no dia 14, às 10 horas foi inaugurada uma exposição de fotografias, de-senhos e poemas criados pelos alunos de di-ferentes áreas – Ciências, Artes e Línguas.

De seguida, no dia 23, realizou-se um espe-

Em celebração do Ano Internacional das Florestas, a Escola Francisco Franco pro-moveu, entre os dias 14 e 30 de Março, um evento intitulado A Tribute to Trees, de ca-riz artístico, que contou com a participação de vários alunos e professores de Inglês.

João Bernardo Pestana Silva11º 18

Tribute to Trees

táculo de música, poesia e dança que contou com a presença especial do grupo musical The Leech, e terminou num belo e original momen-to em que todos os alunos e professores pre-sentes tiveram oportunidade de, sob orientação de uma professora, “imitar os sons da floresta”.

Também em diferentes momentos e di-ferentes locais da escola foram declama-dos poemas em língua inglesa, dos quais al-guns da autoria de alunos da nossa escola.

No último dia do evento, foi levado a pal-co o conto The last flower de James Thurber, uma parábola de imagens executada por alu-nos do 11º ano sob orientação da professora Teresa Jardim. Os donativos recolhidos duran-te este evento foram entregues à Associação

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7

dos Amigos do Parque Ecológico do Funchal.Ainda no âmbito desta celebração, os alu-

nos de Artes decoraram maravilhosamente a escola com uma trepadeira natural pendura-da pelo vão das escadas e também com uma Quote Tree colocada à entrada do refeitório.

Note-se ainda a criação, por parte dos pro-

fessores de Inglês, de um blogue com foto-grafias alusivas ao tema do evento, onde po-dem encontrar poemas, citações, canções, vídeos e curiosidades. Podem ainda visitá-lo em: http://atributetotrees.blogspot.com/

Em suma, professores e alunos juntaram es-forços e criaram uma semana memorável que abordou de modo bastante apelativo e criati-vo um tema tão importante como é a floresta.

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Students’ writing inspired in an excerpt from Silent Spring, by Rachel Carson

Silent SpringThe Apple-tree

André Antunes 11th 2

Silent SpringThe Maple

Mariana 11th 10

I was once a tall and vigorous apple-tree which lived in a vast orchard. I lived in harmony with my surroun-dings. A nearby stream provided me with fresh water and the sunshine caressed my leaves. I was also the home to a family of birds that played in my branches, fed on my fruits and delighted me with their singing.

Sadly, everything changed. One day the stre-am stopped providing me with fresh water; ins-tead, pesticides murdered my roots, so my lea-ves fell off and my branches dried up. The birds I harboured also died, poisoned by the toxic air.

The sun was rising in the horizon, and my lea-ves gleamed in the soft light. Everything was beau-tiful in this town. The fields, the birds, the streams, the flowers and the trees - I being one of them, a maple tree among many others. I was happy the-re. The birds flew around me and through my bran-ches, making their nests in my arms, and every year I would see the birth of new lives. The farmers worked and I watched them from afar, as the children played in the roadsides with joyful laughs and smiles.

Then, one day, a white powder came down from the

Rainer Mirau Floresta Amazónia

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Silent SpringThe Laurel

Carolina Santos,11º10

sky, like snow, but it wasn’t as cold or as white as real snow. The following days were filled with disaster. Pe-

ople of all ages were dying from unknown cau-ses. The plants in the fields withered, the birds left their nests in my branches. All the trees beca-me empty and silent. The flowers no longer lived in that town and the streams were now full of dead fish, floating on the surface of small ponds.

The disaster days turned into months, and the small, happy village was now grey and lifeless. Slo-wly, I started dying too. My leaves fell off and my branches died. The water was poisoned – the soil was contaminated -, and slowly, very slowly, I got we-aker and weaker. A year later, I was no longer there, among my fellow trees – but also sickened sisters.

I used to be a beautiful, eye-catching, marvellous laurel, living in a stunning town right in the heart of America. I had countless friends … even the pines were my friends. All together we used to pose for the visitors, who loved to take family pictures with us. I remember feeling just like a movie star, being pho-tographed by so many paparazzi. Once in a while even painters honoured us by painting our beautiful branches.

But all of a sudden everything changed. Every sin-gle person in the town had disappeared. Where had they gone?

My friends were feeling sick and weak. Thank God I was still feeling healthy and so I could give them some support. But that didn’t last. Day after day the situation was getting worse and I started to feel ill, weak and dehydrated. A strange, white powder ho-vered in the air. It smelled like poison, and I tried to keep all my pores closed. But this task was getting harder because the strange powder was soaking up all the water that was left. The air was becoming un-breatheable, and I was starting to despair.

The last thing that I remember is the feeling of gasping for some fresh air.The following days were filled with disaster. People of all ages were dying from unknown causes. The fields withered, the birds left their nests in my branches. All the trees became empty and silent. The flowers no longer lived in that

town and the streams were now full of dead fish, flo-ating on the surface of small ponds.

The disaster days turned into months, and the small, happy village was now grey and lifeless. Slo-wly, I started dying too. My leaves fell off and my branches died. The water was poisoned – the soil was contaminated -, and slowly, very slowly, I got we-aker and weaker. A year later, I was no longer there, among my fellow trees – but also sickened sisters.

My favourite wooden object was a miniature tree. When I first looked at it, I felt that it was the only thing really important there because it was overflo-wing with life through its green leaves and its inte-resting stance, sitting on its own roots. I believe that there’s nothing more important than a living being.

A Tribute to Trees’ ExhibitionMy Report

My favourite wooden object

There’s a meadow where there is a tree that is half healthy and half of it is on fire – a flaming red. On the right side, the background is covered in smoke. There’s water dripping on the meadow and the tree is burning. On the left side, the background is blue and the tree has green foliage and a brown trunk.

I feel that this drawing tells us about our behaviour. Trees are colourful and gorgeous li-ving beings (left side), and what we do to them is to cut them down, or burn them, filling the sky with smoke and ashes (right side). We try to stop wil-dfires, by using water (water on the meadow) and we end up polluting Mother Nature and killing or-ganisms that are needed for the balance of Nature.

This image represents two different paths - life and death. It suggests that we should prevent trees from being cut or burnt down so that we can give trees the chance to live. ‘Why do we have to choose that path, the path of protecting trees?’ you may ask. The reason is simple: they are a part of us. By killing them, we will be killing ourselves.

My favourite Drawing

Nuno Caires11th 2

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The sun is shining highSplashing gold over the treesPainting beautiful shadows

All over the ground

The wind is blowingThe trees are dancing

Inside the forestInside my mind

Time went by.

The woman and the man lived all alone, until one day they found each other.They came from different places, so communication was difficult.But pretty soon, they started to speak each other’s language.Together they lived new experiences.One day, the woman felt attracted to the man and she started to take care of her appearance.Before long they fell in love with each other and they had children.One day they found a withered flower, the only flower they had seen in years, and they decided to take care of it.Years and years went by and soon there were mea-dows, and forests, and children playing games, and laughter.The world was full of life and joy again.People promised they wouldn’t make the same mis-takes again.But soon big cities appeared, and because of work and schedules, life became too stressful and people were exhausted.

They needed something right away - something to help them cook and travel faster.Soon, electrical appliances, automobiles and other transports were invented.Presently, people could travel really fast and there was microwavable food which was cooked in an ins-tant. And there were paper and plastic packages which could be thrown away.Humanity had discovered an easy way of living.But a colossal amount of waste was being produ-ced...And forests were vanishing fast. Oil was running out, too.Pretty soon the world’s fossil resources had been exhausted...The once bright blue sky had changed into a dull grey, full of toxic gases...And all animals and plants had died out.The human race started to travel to other planets for survival.Nothing was left behind…Now the face of earth was empty and barren… so they thought.Years and years went by.One day, rain started to fall. Hidden in a remote valley, a tiny flower sprouted and opened its petals.

Forest Poems

Márcia GomesCarolina SantosInês FerreiraAmanda CondutoAlunos do 11º 10

The birds are singingThe leaves are swaying

Inside the forestInside my heart

The air is coldThe ground is wetInside the forestInside my body

It’s so cold hereAnd I can’t hold the trees.

I just close my eyesAnd hear the birds’ cries

The leaves swaying around meThe wind holding me tight

I can’t find my way

Rafael Cassiano, Class 11th 8

Continued from The Last Flower, by James Thurber

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Forest Poems

I have a dream that one day, we will all treat Mother Nature as she truly deserves; That one day, we will realize just how much she means to us.We must stop destroying paradise to build parking lots and malls We must start valuing the green in nature, instead of the green in money.All we do is taking from Nature, but we never give anything back: We cut down trees to build our furniture; We cut down trees to build toys; We cut down trees to make the same paper we write on, living under the impression that we will never run

out of trees.One day, the air that we breathe will become the air that we choke in. And that day is not so far away. All

because we live in a world where people are too proud to admit their mistakes.Trees give us air, because without them there would be no oxygen;Trees give us water, because without them there would be no rain;Trees give us food, because without them there would be no fruits. And trees give us beauty, making this world a better place to live in.I have a dream that one day people will come to their senses, and realize that even the smallest gestures

have a huge impact in the world.So why don’t we start recycling our used paper, so they don’t have to cut so many trees?Why don’t we find alternative materials to build our furniture from?Why don’t we try and prevent activities that may start a fire?Why don’t we make sure that children know how important it is to protect the forests?And why aren’t we planting more trees?We want to keep this World evergreen.People say that you don’t know what you have until it is gone. So I beg you: Don’t let it come to that. Do

Something."You must be the change you wish to see in the world."I have a dream today!

Carlos FernandesDaniela PestanaÉrica MendonçaVanessa Pestana12º2

I have a dream today!

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12

“No meu ponto de vista, a criatividade e sobretudo a variedade de atuações contribuí-ram para que o evento não se tornasse cansa-tivo para quem estava a assistir, mas sim uma experiência interessante e simultaneamente enriquecedora.”

Sofia Rei, 12º1

Foi sem dúvida um bom momento onde a ‘brincar’ todos transmitiram uma mensagem muito séria, a de que temos de preservar a Natureza.”

Chantal Freitas, 12º1

“... a escola representou dignamente o dia da árvore mostran-do uma fração do seu potencial artístico por parte de todos os elementos que participaram neste evento/intervenção temática.”

Pedro André Cotrim, 12º1

“ Gostei imenso de todas as atuações, foi sem dúvida um momento bem passado, muito divertido, a mensagem foi-nos transmitida de uma maneira muito bonita, o que permitiu que do início ao fim ninguém perdesse o interes-se.”

Débora Costa, 12º1

“... em termos gerais, o objectivo foi alcançado , ou seja, foi prestado um tributo mercido a todas as árvores que ainda sobre-vivem no planeta que o Homem continua a destruir.”

João Afonso Vargas, 12º1

“ No decurso da apresn-tação, posso salientar que tudo foi muito bem organiza-do desde o modo como foi apresentada a exposição até às diversas atuações.”

André Dias, 12º1

“ Como estou ligada à música, agrada-me imenso este tipo de eventos e, claro, como é evidente, adorei esta atividade. Considero, também, que a escola deveria pro-porcionar mais vezes este género de espetáculos, pois é através da arte que podemos expressar o que sentimos.”

Carla Castro, 12º1

“Acho que ini-ciativas como esta deviam ser mais frequentes, pois in-centivam as pessoas a protegerem o que é mais precioso para a Humanidade, a Natureza.”

Eduardo Santos, 12º1

“Através da música, da poesia, da dança, dos su-portes áudio-visuais, de muita vocação e dedicação, provou-se que ações como estas desenvolvem quali-dades e pensamentos importantes no desenvolvimento cívico e intelectual do estudante.”

João Pedro Nóbrega, 12º1

“... mais do que a iniciativa temática em si, assistiu-se a uma demonstra-ção de organização de um evento escolar sem precedentes, na minha passagem por esta escola.”

Mário Jardim Gouveia, 12º1

“ Na minha opinião, a apresentação de poemas, músicas e bandas, foi interessante e permitiu-me observar os novos talentos musicais desta escola.”

Guilherme Coelho, 12º1

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13

Ahh, livre-se disso!Diga sim à poesia!Pense, sonhe, crie, sinta,liberte-se, exprima-se,abra-se ao mundoe mostre a sua pinta.

A Poesia saiu à rua

A Escola Secundária de Francisco Franco participou no dia 7 de Maio no primeiro festival de poesia de rua, que decorreu no largo do Corpo Santo, organizado pela Criamar.

Dos cinco alunos participantes, Carolina Teixeira, Maria João Berimbau, Maria Isabel Pita, Nuno Fernandes e Ruben Faria, dois receberam o 1º e 3º prémios, respetivamente, Maria João Berimbau com o poema “O Sonho” e Nuno Fernandes com o poema “A Amálgama das Mil Primaveras”.

A criatividade literária dos alunos, o empenho dos professores e a iniciativa da Criamar foram sublinhadas e valorizadas.

No dia 11 de maio esteve patente uma exposição nesta escola, com os poemas destes alunos.

Maria João Berimbau1º prémio no 1º Festival de Poesia

O sonhoO sonho...Mais do que triunfante,presente.Mais do que brilhante,ardente.Mais do que delirante,crente.

Diga sim à poesia!Como pode alguém viver assim?Nunca sabendo o que esperarnem sequer podendo pensar.Poderá chegar a um fim? Vivendo aleatoriamente,deixando levar-se pelo vento...Não querer esforçar o órgão cinzentoé mesmo coisa de demente! É mais fácil! - dizem eles.Pois eu acho é que não sabem viver!Está em muito mau estado, a mente deles:Guiar-se por opiniões feitas- sem as avaliar até -e torná-las eleitas?Alguma vez?!

Lê, Divulga, Participa Leia SFF a Revista da tua Escola

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A Amálgama das Mil Primaveras

Que história esta, tão conhecida, de umaMulher de terras proibidas e de absurdo ventre fértil, Que tantos filhos gerou e, na grega espuma,Guerras encetou, contra o seu sangue hostil;Primordial Gaia se espalhouNo berço da Europa em: Pontos, Oreias e Urano;Que sozinha e graciosamente gerou.Para seu desejo, o último criou como seu igual, senão insano.Com este formou enlace incestuoso que, Gaia, do seu largo seio,Doze Titãs derramou, sem receio.Enfim, temendo o poder dos descendentes, Urano já previa saracoteio;Outros mais germinaram: Ciclopes e Gigantes de membros inúmeros.Assim tomaram forma, o Céu e a Terra.

Adivinhado o negro futuro, Urano, seus filhos encarcerou,No útero de Gaia, e os túmulos tramando.Esta Mãe Terra que gemia das dores de não conseguir parir,

Nuno Fernandes3º prémio no 1º Festival de Poesia

Nasci Figueira Fernandes, a 9 de Maio de 1992, na freguesia de São Pedro. Mais tarde juntaram-se nomes como: Nuno e Juvenal. Ten-cionava ser professor, arqueólogo, jornalista, seguir a comunicação social, mas a minha pai-xão pelo cinema acabou por vencer. Neste mo-mento, estou terminando o secundário na Esco-la Secundária Francisco Franco. Depois disso, só Deus sabe.

Acho que posso dizer que adorei o concurso, não só por ter ganho, claro, mas pela experi-ência fantástica que foi. A declamação na rua, a apresentação de textos nossos e o contacto com o público não muito habituado a este tipo de espetáculos, foram maravilhosos. Senti-me espantosamente bem a declamar poesia, e, mesmo que não fosse minha, penso que me sentiria igualmente “em casa”. Sendo a poesia,

na minha opinião, o lado mais bonito da litera-tura, foi uma honra poder mostrá-la a todos os presentes e tentar fazê-los ver que a Língua Portuguesa é tão gloriosa como outra qualquer, se é que não é mais.

A meu ver, foi uma excelente iniciativa por parte da Criamar e espero que se torne, como João Carlos Abreu disse, uma tradição, repetin-do-se por muitas mais vezes.

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15

Pediu ajuda aos Titãs para que libertassem os irmãos e se vingassem do pai.Apenas, Cronos consentiu em agir;Este, escondido na noite, os testículos do seu progenitor caçou,E o sangue deste, a terra fertilizou, E a sua esposa, mais uma vez, engravidou.Tombava Urano, eunuco, e Cronos o trono apossava.Assim, se segregava o Céu da Terra.

Contente foi o nascimento de Afrodite, Erínias e Melíades,Contudo, revendo-se no seu pai, Cronos temia seus irmãos,Encerrando-os e arruinando quaisquer afinidades.E nisto, Gaia furiosa planeava a sua vendetta:Convencer Zeus, filho de Cronos e Réia,Salvo da fatal mordedura do seu próprio inventor,A libertar do Tártaro os Ciclopes e os Gigantes e, dessa feita,Tornar-se deus do universo e vencer seu criador.Dito e feito, e até as Primaveras fecundavam.

No entanto, Zeus rematava acordo com os Gigantes:Vigiar os Titãs no sombrio Tártaro.Da raiva de Gaia brotaram Andróginos do chão em todos os quadrantes.Para aniquilar o deus do universo, atacavam o lívido Olimpo,Mas uma vez divididos, Zeus os vencera;Mais tarde, a deusa da Terra obrou uma planta,Que imortalidade daria aos Gigantes, Se esta não fosse assolada pelo grande deus;Ainda assim, os Gigantes tentaram invadir os Céus,Escalando as grandes montanhas sobrepostas e, outra vez, saíram derrotados;Desesperada, Gaia enviou Tifão, o seu mais horrendo e último descendente.Depois da carnificina, com seu derradeiro filho morto na espada vitoriosa dos deuses olímpicos,Gaia outorgou o acordo de que jamais contestaria o poder de Zeus,Tornando-se numa deusa olímpica.

Esta é a conhecida história, da mulher mãe que em mil Primaveras se desfezE, hoje, no recanto mais verde pode ser reencontrada,Ainda fértil e magnificente.

Rúben Faria

Rúben Diogo Faria é aluno do 12º ano. Foi no Ensino Secundário que Rúben Faria desenvolveu o interesse pela escrita, mais especifi-

camente, pela poesia. É extrovertido, alegre e sempre sorridente. Contudo, não gosta de se abrir ao mundo naturalmente, então fá-lo através da poesia.

A vida não é um lugarA vida é um caminho.Desde que nascemos,Desde esse momento não vivemos!Caminhamos em direção à morte…

Oh meu Deus!Quem és? Ajuda-meAjuda-me a ultrapassarEsta decadência,Este sofrimento!

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Maria Isabel Pita

O meu nome completo é Maria Isabel Pita Correia. No presente momento, estou no 12º ano, ma-triculada no curso de Línguas e Humanidades. No futuro, gostaria de seguir Direito.

O TempoLeva-nos o tempo a força e vontade,Desfazendo os sonhos e a esperança.Transforma o ser, gera uma mudança,Emerge sempre nova qualidade.

O mundo muda constantemente.Altera-se o costume, a culturaNada dura mais que uma altura,Pois o nada é eterno somente.

É a inconstância do mundoQue faz brotar novas ideias E rompe com a antiga tradição.

Mas germina-se no ser profundo,Estas doces memórias alheiasQue nos aquecem o coração.

Não sei como dizerNão sei como sentirAs palavras que a vida me deixaAs palavras que me magoamAquelas às quais fico sem respostaAquelas que contribuem para a minha deca-

dência!

Não sei se estou vivo,Caminho apenas,Caminho para a morte.Não há outra direcçãoApenas um caminho, sem luzE perco as forças,Sou consumido pelo medo.

A vida destrói sem que eu tenha construídoA vida mata mesmo antes de eu ter vivido.Oh vida, deixa-me!Pára, não me faças sofrer mais.

A história ainda agora começou e…Já me sinto naquela decadência,Naquela vida sem rumo e sem balas,E vivo fazendo representações irreais,Alimentando-me daquilo que representoE esperando pela linha que separa os mun-

dos.

O rio corre pela serra abaixoPois quando atingimos o auge,O tal auge da vida,Caímos sem parar, sem que haja outro augeSem ser o auge do fimO auge daquele poço tão profundo!

Não há como voltarVoltar para repararReparar o que foi feito.Não há uma única direçãoMas são direções sem rumoSem rumo para uma vidaSem rumo para A FELICIDADE!Perde-se assim a vidaPor aquela tão efémera nostalgia.

Saber o que seiConter o que sintoDestrói-me!Não sei lutarNão sei como sobreviver,Mas tenho forçaForça para aprender a sofrer.Já nada me impede,Já nada me importa…

Estou vivo!

Jorge BaptistaProf. de Francês

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Toda a minha emoção!“A vida são sucessivas mortes”E as emoções tem, De se sentir…Gritar!!!Liberdade,Será que a temos?Determinismo,Confiável?A vida é um jogo,A vida é um labirinto…E nós somos simples peões!

à noite, o frio era intenso. Enquanto o autocar-ro ia encurtando a distância até ao seu destino, o cansaço ia tomando conta dos corpos e das mentes de todos os jovens e professores.

Cerca das 10.00 horas de domingo chegá-mos a Lloret, destino de eleição dos finalistas portugueses desde que a Sporjovem começou a organizar esta actividade. Manhã de muito sol, céu azul, convite a uma ida à praia. A expectati-

Chegara finalmente o dia tão esperado por to-dos – sábado, 9 de Abril: embarque para Lisboa e posteriormente a viagem de autocarro até Llo-ret.

Malas feitas, alegria redobrada e espírito de aventura. Os jovens estudantes, após um longo 2.º período com aulas, testes e trabalhos, iriam desfrutar de umas férias únicas e inesquecíveis numa fase tão importante do seu percurso esco-lar no secundário.

Uma vez chegados a Lisboa, ainda houve tempo disponível para ir ao Centro Comercial Vasco da Gama ou ao Colombo preparar o far-nel para a longa viagem de autocarro, cerca de 1300 quilómetros, com a duração aproximada de 18 horas.

A viagem decorreu normalmente, com algu-mas paragens nas estações de serviços, com sol e temperaturas amenas durante o dia, mas,

Viagem dos Finalistas a Lloret de Mar

Jorge BaptistaProf. de Francês

Carolina Teixeira

A 31 de Dezembro de 1993, nascia eu, Carolina Teixeira, pelas vinte e duas horas e quarenta minutos, com apenas 38 semanas. Desde cedo tive a tendência de antecipar as coisas…

Neste momento estou no 12º ano. Paralelamente à escola tenho frequentado algumas activi-dades extra-curriculares, tanto ao nível das artes, como a nível do desporto.

Quero sentir;Mas o cérebro estava cansado…O labirinto complicou,E não tinha o que sentir…O Homem é complexo,E a saída está disfarçada!!Uma gota cai,Cai como uma lágrima que,Alaga o coração,O cérebro e

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iríamos permanecer durante 7 noites.Situado no coração da Costa Brava, esta uni-

dade hoteleira de temática egípcia, situa-se a cerca de 350 m da praia e do centro principal com todos os seus cafés, bares, restaurantes e discotecas. Possui 153 quartos, todos eles ocu-pados pelos estudantes.

Lloret, localidade pacata, viu-se de repente invadida por milhares de estudantes durante as férias da Páscoa, que imprimiram outra cor e outra animação às ruas, à praia, quase deserta até então, às lojas comerciais. A palavra mais ouvida foi Portugal. À noite e nas discotecas a frase entoada e repetida por centenas de vozes foi outra, os que lá foram lembram-se… Curio-

sos (as)? Perguntem-lhes.Lloret oferece todas as condições para umas

férias de sonho tal é a variedade de actividades de lazer: uma ida à praia, ou à piscina do hotel “ trabalhar para o bronze”, desporto, parque de diversão: (Port Aventura em Salou); excursões: (Barcelona com guia), La Roca, o maior outlet da Catalunha); compras… e, sobretudo à noite, discotecas, Revolution e a Colossos com DJs convidados, Pedro Cazanova, Fernando Alvim, Miguel Rendeiro, Rafael Pinho, Oskar DJ, DJ Sergy entre outros. A presença do convidado R.I.O. e a sua actuação na Colossos provocou a loucura geral por parte dos jovens. Um outro momento alto numa das noites na Colossos foi a festa da espuma, proporcionando imagens divertidas com a transformação visual dos jo-vens.

A partir das 23.00 horas, Lloret transforma-va-se radicalmente: a chegada massiva dos

va era muita e o ambiente era propício a muitas aventuras de lazer e a longas noites. Como por encanto, o cansaço desapareceu…

Lloret de Mar é um município de Espanha na província de Girona, comunidade autónoma da Catalunha, com uma população de 32 728 ha-

bitantes (2007). Situa-se na parte sul da Cos-ta Brava a 75 km de Barcelona. Possui 7 km de costa, com 5 praias principais, e atrai cada ano milhares de turistas devido às suas muitas discotecas, cafés, casino e a um clima ameno desde o mês de abril.

Este ano, milhares de jovens, oriundos das várias regiões do Continente, Madeira e Aço-res escolheram o programa elaborado por esta agência de viagens, dos quais 150 eram da Es-cola Francisco Franco.

Dirigimo-nos ao hotel Cleópatra, local onde

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portugueses e dos estrangeiros aos locais de di-versão nocturna dava outra cor, outro brilho, ou-tro movimento às ruas circundantes das disco-tecas. Energias ao rubro, alguns excessos, fruto da irreverência juvenil, as noites eram longas e muitas horas de sono ficaram por cumprir… mas, férias são férias, dormir somente desde o início do dia até à hora do almoço.

Uma das atividades mais apreciadas foi a ida a Barcelona, a segunda maior cidade da Espa-

nha após Madrid, com uma população de 1 621 537 habitantes.

Parámos no Templo Expiatório da Sagrada Família, iniciado pelo arquiteto Antoni Gaudí e pudemos apreciar esta obra-prima de rara bele-za. Passámos pela Torre Agbar, cuja arquitetura se assemelha a um gigantesco míssil com 145 m de altura e 38 andares. Há quem diga que parece mais um símbolo fálico. Os habitantes de Barcelona chamam-lhe supositório. Passámos pelo estádio do Barcelona, o Campo Nou, pará-mos no estádio Olímpico utilizado nos Jogos de 1992 e finalmente chegámos ao porto, o mais importante do Mediterrâneo na chegada e parti-da dos cruzeiros de passageiros. Foi-nos dado tempo livre para vermos as Ramblas.

Um dos lugares mais frequentados de Bar-celona é Las Ramblas, emblemática avenida e local de passeio de Barcelona, ligando a Pra-ça da Catalunha, centro nevrálgico da cidade, ao velho porto, onde se pode ver o monumento dedicado a Cristóvão Colombo. Neste passeio público podemos encontrar quiosques de flores, cafés, restaurantes, lojas comerciais, mas, so-bretudo, admirar as estátuas humanas, obras

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Central Eléctrica do Funchal foi inaugurada em 1897 e fornecia energia elétrica para o abaste-cimento da cidade do Funchal. Em 1978/79, a eletricidade na Madeira passou a ser gerida pela Câmara Municipal do Funchal. A Central Eléctri-ca do Funchal foi desativada em 1989, para se transformar, atualmente, no Museu de Electrici-dade da Madeira, recaindo o papel principal da central térmica na Central da Vitória, situada nos Socorridos. Esta central é a única na Madeira que

Os alunos do 12º ano, turmas 19 e 21 e a tur-ma 29 do 11º ano fizeram uma visita de estudo ao Museu da Electricidade da Madeira – Casa da Luz. A temática desta visita incidiu sobre o abas-tecimento da ilha, os seus projetos futuros (ener-gias alternativas) e quais os comportamentos a adoptar para a redução do consumo de energia.

Fazendo referência a um dos pontos abordados na visita de estudo, a ilha da Madeira verificou uma grande evolução a nível elétrico, pois inicialmente era iluminada através de três candeeiros a azeite, situados nos locais mais importantes da cidade (1846). Estes foram pos-teriormente substituídos por candeeiros a pe-tróleo, que, para além de proporcionarem uma melhor iluminação, eram mais práticos (1866). A

Visita de EstudoMuseu de Electricidade - Casa da Luz

Turmas 12º19 , 12º12, 11º29Maria José RodriguesAnabela

vivas de arte.Chegámos ao dia 17 de abril: o adeus a LLo-

ret e aos dias de férias inesquecíveis, repletos de experiências únicas, com muitos momentos de alegria, de convívio e de camaradagem. Cons-truíram-se novas amizades que irão perdurar no tempo e já nascia dentro de nós um sentimento

tão próprio dos portugueses: a saudade…Entrámos em Lisboa no dia seguinte, após

longa viagem de autocarro, e regressámos, ho-ras depois, ao Funchal.

A avaliação final a esta viagem é bastante po-sitiva, embora seja de melhorar alguns aspetos na sua organização.

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zação de energias renováveis em 20% e por fim aumentar a eficiência energética em 20%.

O plano de ação regional visa maximizar o aproveitamento dos recursos renováveis, fomen-tar as energias alternativas e incentivar a utiliza-ção racional de energia. Posto isto, a R.A.M. está a desenvolver de momento dois projetos, nomea-damente, o Biocombustível Marinho (Porto San-to) e uma Central de Gás (Madeira), sendo ambos os projetos essenciais para a redução de emis-sões de CO2 e utilização sustentável de energia.

Para finalizar, pode dizer-se que a uti-lização das energias renováveis tem vindo a aumentar, ganhando cada vez mais adeptos conscientes da sua importância para a preser-vação do meio ambiente. A visita alertou-nos também para o papel fundamental dos jovens na mudança da mentalidade consumista atual e para a importância da conservação do ambien-te, pois o futuro das gerações seguintes está intimamente interligado às decisões tomadas no presente. A responsabilidade torna-se agora nossa, para transformar esta utopia de um am-biente equilibrado e harmonioso numa realidade.

apresenta um sistema de bombagem de água que possibilita a produção de energia, a fim de abastecer mais do que uma localidade. Existem diversos tipos de produção de energia, entre os quais se encontram as energias térmica, fotovol-táica, eólica, sistémica e de resíduos urbanos.

Na última parte da visita de estudo, fo-ram abordados vários temas, como por exem-plo as estratégias europeias para a energia, o consumo mundial de energia, o plano de pro-moção do desempenho ambiental, o plano de acção da R.A.M. e a meta dos “Três Vintes”. Re-lativamente à União Europeia, a sua estratégia aponta para a segurança do abastecimento de energia, através de energia limpa, para o com-bate às alterações climáticas, levando à promo-ção da competitividade e criação de emprego. A Região Autónoma da Madeira apresenta uma estratégia de acordo com as medidas da União Europeia, cumprindo com a meta dos “Três Vin-tes”. Os “Três Vintes” representam três medi-das relacionadas com o ambiente, que foram estabelecidas pela União Europeia e que de-vem abranger todos os países que nela se in-tegram, tendo como objetivo a diminuição, até 2020, das emissões de CO2 em 20%, a utili-

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Exposição de atividades do grupo de francês

A Escola Secundária de Francisco Franco saiu à rua, pelas mãos dos seus alunos e professores de Francês, à descoberta da presença francesa na nossa ilha, tentando abar-car todas as atividades culturais, comerciais e in-dustriais.

Os alunos de Fran-cês desta escola foram os principais atores des-ta pesquisa. Munidos de máquina fotográfica e de filmar, percorreram as ruas da cidade do Fun-chal e dirigiram-se a lojas, supermercados, centros

comerciais e empresas, a fim de encontrar sinais da cultura francesa.

Através da objetiva dos nossos jovens repórteres, foi possível detetar a forte influência da língua e cul-tura francesas em áreas tão diversas como a saúde, a educação, a imprensa, a arquitetura, a gastrono-mia, os meios de transporte, a decoração, a moda e o lazer.

Para além de todas estas áreas, os alunos de-pararam-se com um vasto leque de palavras ou expressões da língua francesa utilizadas no nosso quotidiano. Quem não conhece ou nunca utilizou os seguintes termos? Promenade, atelier, boutique, lingerie, réveillon, tablier, croissant, palmier, dossier, édredon, ballet, soufflé, vitrine…

Dos inúmeros franceses que visitam ou vivem na ilha da Madeira, os alunos tiveram ainda a oportu-

nidade de entrevistar uma professora, um chefe de cozinha e um grupo de turistas, todos eles de na-cionalidade francesa. A opinião dos entrevistados foi unânime: a Madeira é uma ilha acolhedora, aprazível e de uma beleza ímpar.

Destaactividade resultou uma exposição que es-teve patente a toda a comunidade escolar de 23 a 27 de Maio.

Através da atividade Sur les traces du français à Madère, os alunos foram surpreendidos ao descobri-rem uma cidade que lhes falava em francês a cada esquina.

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portugueses, encontramos plasmados em toda a iconografia os momentos capitais da relação de Por-tugal com as instituições e as questões europeias mais relevantes. Os selos, para além de servirem de taxa para que as cartas possam circular, são profun-dos embaixadores da tradição e da cultura.

Importa ainda sublinhar, como bem diz Maria Ma-nuela Tavares Ribeiro “a imagem, concebida como documento (…) pode destinar-se a cumprir objetivos de aprendizagem e a participar na construção do sa-ber.”

A exposição “ Portugal e a Europa: uma história contada através dos selos” pretende sensibilizar o público mais jovem para a questão do processo de integração de Portugal no seio das Comunidades Europeias e, mais amplamente, despertar os jovens para a cidadania europeia.

Neste sentido, é também objetivo desta exposição promover e facilitar a lecionação destes conteúdos curriculares, alusivos à participação de Portugal no projeto europeu, através da filatelia. Os selos postais bem como toda a imensidão de afinidades dos se-los e que constituem o mundo fascinante da filatelia (carimbos de primeiro dia, carimbos comemorativos, flâmulas, inteiros postais, etc.) são fiéis e férteis re-presentações de múltiplas temáticas e, também, da europeia. Tomando como exemplo os selos postais

Exposição Filatélica

Isabel Valente João Rui da Rocha Pita

A galeria Francisco Franco da ESFF recebeu a exposição «Portugal e a Europa - Uma História Contada Atra-vés dos Selos Portugueses» da res-ponsabilidade da Dra. Isabel Valente.Esta exposição realizou-se numa par-ceria entre a E.S.F.F. e a Universida-de de Coimbra, através do Centro de Estudos Interdisciplinares do séc. XX e da Secção de Filatelia da U.C.

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Neste contexto, ganha particular oportunidade um olhar sobre a filatelia e a sua terminologia de modo a permitir interpretar melhor a temática em exposição.

A este p r o p ó s i -to podem e devem t e c e r - s e b r e v e s cons ide-rações so-bre o Cor-reio. No reinado de D. Manuel I, no Ano da Graça

de Nosso Senhor de 1520, deu-se a criação do Cor-reio em Portugal. A administração do Correio, até final do Século XVIII esteve na mão de particulares. Através do Alvará de 16 de Março de 1797, foi extinto o cargo de Correio-Mor e o Correio passou à Administração do Estado, através da Secretaria de Estado da Repartição dos Negócios Estrangeiros. Esta tutelava a administra-

ção das Pos-tas, Correios e Diligências de Terra e Mar. Em 1799 é pu-blicado um novo regu-lamento que d e t e r m i n a que as car-tas passam

a “receber marcas nominais indicativas do porte a pa-gar pelo destinatário, bem como marcas nominais da localidade de partIda e de chegada”. (Hernâni Matos)

É ainda de sublinhar que o primeiro selo postal co-meçou a circular na Grã-Bretanha, em Maio de 1840. Este selo, des ignado por Penny Black, foi desenhado por Sir Row-land Hill e circulou com as taxas de 1 penny e 2 pence.

N e s t e quadro, não deixa de ser importante referir que no dia 1 de Julho de 1853 fo-ram postos à venda os primeiros selos portugueses com taxas de 5 e 25 reis, com a efígie de D. Maria II.

Com o aparecimento dos primeiros selos postais estavam criadas, as bases para o nascimento da Fila-telia, pela pena de Herpin, no nº 15 do Collectionateur de Timbres-poste, de Novembro de 1864. A palavra fila-telia resulta da junção de dois vo-c á b u l o s gregos, a saber: phi-los+ atéleia, que signi-fica “amor” ao estudo no que concerne ao que é “franco”, e “li-vre”, ou seja, à franquia. Assim, a filatelia é o “ estudo e o conjunto de actividades respeitantes à emissão, promoção, comercialização e colecionismo de se-los e de outros valores filatélicos”. Ou, de um modo mais simples, como se refere no Dicionário de Filate-lia de P. Sá Machado e R. G. Queiroz, é “ o estudo dos selos postais, o hábito ou gosto de colecioná-las”.

Neste horizonte, é preciso referir que a Filatelia en-globa várias modalidades ou classes. São elas: Filatelia tradicional, Filatelia temática, Aerofilatelia, História Pos-tal, Inteiros Postais, Maximafilia, Filatelia Juvenil, Open Class e Literatura Filatélica. No entanto, o selo constitui a peça nobre e a base de qualquer coleção filatélica.

Breve Introdução à filatelia e à terminologia filatélica

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A Escola Secundária de Francisco Fran-co, através da sua Academia, promoveu no passado dia 23 de Março uma conferência su-bordinada ao tema “Portugal, Passado, Pre-sente… Que Futuro?” que contou com a partici-pação de conhecidos jornalistas madeirenses.

Assumindo-se como um espaço de intercâm-bio cultural, a Academia Francisco Franco aliou a vertente de apoio aos alunos estrangeiros e lu-sodescendentes, que lhe deu origem, à vertente da escrita criativa e do debate da Arte e da Cultu-ra Portuguesa, tendo, nos últimos anos, promovi-do diversas ações vocacionadas para estas áreas.

Desta feita, e porque muitos dos seus membros cursam o 12º ano, este projeto da Francisco Fran-co optou por trazer à discussão uma das temáticas que alicerçam o programa de Português deste ní-vel de escolaridade: a essência do ser português.

Assim, durante cerca de 90 minutos, a sala de sessões da escola foi a voz de Portugal, trazendo ao conhecimento da comunidade educativa a reflexão sobre a Nação de figuras da Comunicação Social in-sular, designadamente Daniela Maria, jornalista da RDP/M; António Jorge Pinto, editor do semanário Tribuna; Ricardo Oliveira, director do Diário de No-

tícias; e Roquelino Ornelas, jornalista da RTP/M. O objectivo foi um só: pensar Portugal, entrecruzando olhares de épocas diferentes – Luís de Camões, Al-mada Negreiros e Fernando Pessoa – com os des-tes profissionais da informação da actualidade, de modo a perceber até que ponto se alterou (ou não), ao longo dos tempos, a visão que Portugal tem de si próprio. E as conclusões foram óbvias: se é ver-dade que os tempos mudaram, como dizia o poeta, também não é menos verdade que as opiniões so-bre Portugal se mantêm. O orgulho de ser português permanece e a esperança do advento de um Quinto Império também. “Este é um Portugal utópico” – sus-tentou Ricardo Oliveira – “sobretudo para aqueles que cruzarem os braços a julgar que o que está a dar é ser rasca e parvo… parvos serão aqueles que, embalados pela música dos Deolinda ou por outros sons, preferirem ostentar o título ‘geração sem remu-neração’ em vez de continuar a estudar… parvos se-

Eker SommerSusana RodriguesCoordenadoras da Academia FF

Academia Francisco Franco debate Portugal

Mudam-se os tempos, permanecem as vontades

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rão os que não desenvolverem a capacidade de se desenrascar… parvos seremos nós se não acredi-tarmos no Portugal Positivo, no Portugal com futuro.”

Num verdadeiro hino ao Portugal de hoje, que é o de ontem e também o do futuro, o director do DN

inflamou a plateia da Francisco Franco num discurso patriótico de apelo ao retorno ao espírito do portu-guês quatrocentista, cantado por Camões: “O por-tuguês de hoje que troque o calculismo pelo risco, a dependência pela iniciativa, o ter pelo ser, o facili-tismo pela exigência, o fado pelo pop, os pesadelos pelo sonho, o supérfluo pelo essencial, a incerteza pelo rumo, o palpite pelo conhecimento, as coisas pelas pessoas, o ‘porreiro pá’ pelo ‘faz bem, já’.”

Na mesma linha, Daniela Maria lembrou que o

Portugal da atualidade atravessa momentos difíceis e que, por isso mesmo, tem de repensar-se como já tantas vezes o fez ao longo da História. “Todos nós, e a vossa geração também [dirigindo-se aos jovens presentes], teremos de arregaçar mangas

e trabalhar por este país” – disse, recordando que as dificuldades são “enormes” para todos, para os que perderam o seu posto de trabalho, para aque-les que aos 45 /50 são obrigados a negociar saí-das das empresas, para os jovens licenciados que não encontram respostas no mercado de trabalho. “Vamos ter de reinventar Portugal com brio, com vontade, fazendo BEM tudo aquilo a que nos pro-pomos, não importa se somos médicos ou carpintei-ros, arquitetos ou jardineiros, enfermeiros ou padei-ros” – acrescentou. E arrematou: “Todos devemos

bater-nos para que o mérito seja premiado e seja a garantia para abrir portas a muitos jovens licen-ciados que engrossam a lista dos desempregados. Temos de ser exigentes connosco mas também com os decisores e os dirigentes do nosso país.”

Roquelino Ornelas, por sua vez, recordou as pa-lavras de João Paulo de Oliveira e Costa, autor de O Império dos Pardais, sobre o passado português: “Não há nenhum país, povo ou império que esteja sempre na crista da onda. Portugal aproveitou uma

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conjuntura favorável para assumir um protagonis-mo à escala universal que raramente é desempe-nhado por países de tão pequena dimensão. De-pois, outros aproveitaram a experiência portuguesa e aprofundaram-na. E os que nos ultrapassaram, em vários domínios, ao longo dos séculos XVII e XVIII, foram depois ultrapassados por outras po-tências, das quais algumas já se esboroaram. Por que razão havia de ter sido diferente connosco?...”

Desdramatizando, pois, a perspectiva decaden-tista da História de Portugal, a partir da sentença daquele romancista, o jornalista da RTP/M reconhe-ceu a necessidade de aliar a experiência do passado à sabedoria do presente e construir um Portugal à medida da atualidade. E esse Portugal à medida da

atualidade, segundo acrescentou mais tarde António Jorge Pinto, terá de ter como base fundamental a Educação. “Ela, a Educação, é o garante do futuro, é a base da Nação”, porque “um povo esclarecido é um povo que constrói um futuro de sucesso” – concluiu.

E foi assim, sob a égide de um Portugal que ain-da tem muito para dar, que a Academia Francisco Franco encerrou o debate sobre o ser português, mas não sem antes aclamar a viva voz Policarpo Nóbrega, outro convidado, pela declamação ímpar da “Pedra Filosofal” de António Gedeão, poema que reenvia para o poder mobilizador do sonho numa al-tura, como outras do passado, em que o português se esqueceu de sonhar, apesar de saber que “sem-pre que o homem sonha/o mundo pula e avança”…

Rui AfonsecaProf. Delegado de Química

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A ideiaA ideia de um ano in-

ternacional foi discuti-do pela primeira vez em 2006, durante a reunião de abril do Comité Exe-cutivo da IUPAC. Na se-quência desta reunião, um grupo de trabalho IUPAC desenvolveu um

plano para assegurar a designação da UNES-CO de um Ano Internacional da Química. Esse projeto foi concluído com êxito quando, em abril de 2008, o Conselho Executivo da UNESCO aprovou a proposta para a proclamação pelas Nações Unidas, de 2011 como Ano Internacio-nal da Química (AIQ2011)

ObjetivosOs objetivos do Ano Internacional da Química,

AIQ2011, são aumentar o reconhecimento públi-co da química, na satisfação das necessidades do mundo, incentivar o interesse pela química entre os jovens, e gerar entusiasmo para um fu-turo melhor e criativo da química.

Porquê 2011?O Ano Internacional da Química é uma inicia-

tiva da UNESCO “United Nations Educational, Scientific, and Cultural Organization”. e da IU-PAC “União Internacional de Química Pura e Aplicada”. Com o slogan “Chemistry: our life our future” o ano 2011 foi escolhido para esta come-moração, pelas seguintes razões:

• Comemora-se o 100º aniversário do pré-

mio Nobel em Química concedido a Marie Curie (1867-1934) pela descoberta da radioatividade e dos elementos químicos rádio e polónio.

Marie Curie (1867-1934)• Comemora-se o 100º aniversário da fun-

dação da Associação Internacional de Socie-dades de Química e da Sociedade Portuguesa de Química, proporcionando uma oportunida-de para destacar as vantagens da colaboração científica internacional.

A Escola Secundária de Francisco Franco irá associar-se a estas comemorações, durante a 3ª semana do próximo mês de outubro, com um conjunto de actividades desenvolvidas por alu-nos e professores do Grupo 510, que vão ofere-cer a toda a comunidade escolar uma série de atividades interativas, divertidas e educativas que estarão disponíveis, durante a referida se-mana, nos laboratórios de Química e de Física.

2011 – Ano Internacional da Química

Rui AfonsecaProf. Delegado de Química

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L’Europe représente- 23 langues officielles,- 492 millions de citoyens et- 14 pays participant à la Francophonie.Parmi eux, plus de 70 millions de franco-

phones et plus de 12 millions d’apprenants de français.

Mosaïque de peuples, de cultures et de langues, l’Europe est un véritable laboratoire de la diversité culturelle et linguistique à l’échelle mondiale.

Parce que l’Europe de la diversité culturelle et lin-guistique est une réalité quotidienne, le citoyen euro-péen de demain sera amené à parler, en plus de sa langue maternelle, une seconde langue européenne et avoir une compréhension passive d’une troisième langue.

14 pays sur les 27 de l’Union européenne ont adhéré à l’Organisation Internationale de la Francophonie : Autriche, Belgique, Bulgarie, Chy-pre, France, Grèce, Hongrie, Lituanie, Luxembourg, Pologne, République tchèque, Roumanie, Slovaquie, Slovénie.

Avec l’anglais et l’allemand, le français est l’une des langues de travail de la Commission

une langue européenne

Le français,

européenne et sert de langue pivot au Parlement européen; le français est également la langue du dé-libéré de la Cour de Justice des Communautés euro-péennes (CJCE) et du Tribunal européen de premiè-re instance. La maîtrise du français constitue de ce fait un atout indéniable pour les relations profes-sionnelles au sein des institutions européennes.

Toute l’actualité du français dans le monde: www.diplomatie.gouv.fr/francofil/

Professoras Coordenadorasdo FraNet

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próximas da foz. Todas as ruas abaixo da cota quarenta, onde se situa a Escola Secundária Francisco Franco, foram bacia de sedimentação da lama e dos inertes transportados pela ribei-ra. A rua João de Deus, onde se situa a escola, interseta a avenida Visconde do Anadia contí-gua à ribeira de João Gomes, cujas margens de inundação estão ocupadas por estradas, à direita a avenida Brigadeiro Oudinot e os jardins do campo da barca e à esquerda a avenida vis-conde do Anadia , a secção da ribeira é estrei-tada por uma ponte que liga a avenida Santiago Menor à rua João de Deus e sobre essa ponte existe um posto de abastecimento de combustí-vel. É a partir desta secção da ribeira que o en-tulho se começa a acumular, a água sai então do seu leito e inunda de lama, pedras, água e inertes as ruas. No fundo a ribeira só reclama o que é seu por direito. A César o que é de César.

A ribeira de João Gomes foi ao longo do tempo desprovida do seu espaço, encanada entre talu-des e nos seus leitos de cheia construídas estra-das, edifícios com estacionamentos subterrâne-os , que impermeabilizaram o solo e o subsolo, e em alguns locais as secções da ribeira foram es-treitadas para construção de pontes e rotundas.

Uma manhã de excepcional pluviosidade fez com que os solos das zonas altas onde a ribeira tem a sua nascente se soltassem e, devido à orografia acentuada da ilha, se precipitassem em derrocada pela ribeira em direcção à foz. Os inertes, lama e rocha, foram-se acumulando e os taludes da ribeira, apesar de excecionalmen-te elevados, foram insuficientes, ficando entupi-dos com tanta lama, pedras e inertes. A água abandonou o seu leito normal e inundou as ruas

A César o que é de César

Ribeira de João Gomes no dia 20 de Fevereiro de 2010 17:00 horas

JRASónia Maria P. Morgado Mateus , Prfª Biologia

Ana Cristina Nunes RodriguesJoana Carolina Carvalho MendonçaRicardo José Diniz de Sousa, Alunos

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A peça “Da Pedra ao Diamante” foi um projeto elaborado com muito carinho e dedicação, quer pe-los professores, quer pelos alunos.

A história não foi idealizada por uma pessoa ape-nas, mas contou com as ideias de todo o grupo, con-cretizando-se nas palavras escritas pela professora Cristina Pestana e outros autores.

Assim, “Da Pedra ao Diamante” tornou-se um ob-jetivo de equipa em que houve, para além da coope-ração, a amizade.

Eu gostei muito da experiência que tive na ofici-na de teatro, durante este primeiro ano na Francisco Franco, porque cresci como pessoa, aprendi mais sobre mim e sobre os outros.

Pude fazer o que gosto, representar.Conheci pessoas novas, novas técnicas de repre-

sentação.Tive a experiência de participar numa peça de te-

atro e de estar envolvido no processo de criação e desenvolvimento da minha personagem e das outras e assim ver e fazer parte da criação de uma peça.

A Oficina de Teatro foi muito importante para mim e penso que quem gosta desta arte devia entrar para a Oficina da nossa escola; também porque é uma boa experiência.

Oficina de Teatro Corpus

Hugo Duarte

Maria Isabel Correia

Testemunhos de Alunos

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O teatro sempre foi algo que sinceramente gos-taria de experimentar. Quando soube da existência da Oficina Corpus cá na escola, decidi inscrever-me imediatamente, mas devido a um conflito de horá-rios, só pude fazer parte do núcleo no 11º ano.

Não me arrependi de todo da minha decisão. O teatro é ótimo e foi, sem dúvida, uma experiência maravilhosa.

Aprendi técnicas de representação que contri-buem para a minha vida dentro e fora do palco, pois a capacidade de saber falar em público é cada vez mais valorizada.

Também conheci pessoas que partilham este mesmo gosto pelo teatro, com quem gostei muito de trabalhar e nunca vou esquecer.

A minha experiência no teatro da escola foi fan-tástica e é algo que recordarei pelo resto da vida. Se alguém estiver interessado em integrar no núcleo, não tenha receios, recomendo vivamente a fazê-lo!

Érica Gonçalves

Primeiramente, gostaria de agradecer por me te-rem aceitado no grupo. Foi muito gratificante, vivi mais uma experiência na bela arte que é o teatro. Fez-me despertar mais o interesse pela poesia e aprendi coisas novas, técnicas novas que desconhe-cia do teatro. Foi uma experiência cativante e tencio-no repeti-la para o ano, se assim se proporcionar.

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No âmbito do projeto RS4E nas escolas secundárias foram selecionados 18 trabalhos, “planos de negócios”, do total de 112 apresentados para concurso.

A nossa escola foi representada por dois grupos. O nosso projeto consistiu na produção de imagens

através de filmes e fotografias em três dimensões sem os tradicionais e incómodos óculos.

O concurso realizou-se na ilha do Porto Santo nos dias 29 e 30 do mês de abril, de 2010.

Da sensacional experiência que obtivemos escreve-mos as seguintes linhas para podermos, desta forma, agradecer a todos os que nos apoiaram directa e indirec-tamente.

“MAD 3D” – nome do projecto

É o futuro…o nosso, o vosso, do mundo, do espaço…As barreiras que nos surgiram foram difíceis e pare-

ciam intransponíveis, mas em grupo conseguimos supe-rar.

Os elementos deste grupo ultrapassaram as barreiras pessoais e tornaram-se numa família.

Sabemos que não vivemos sozinhos e como tal, o apoio da nossa turma 12º15ª da Escola Secundaria Fran-cisco Franco foi muito importante, disponibilizando-se

para nos ajudar nos mais diversos vídeos que tivemos que realizar.

Agradecemos ainda à professora Maria José de Eco-nomia C e ao RS4E em especial ao André Nóbrega, pois sem estes não chegaríamos tão longe….

Para estes e todos os que nos ajudaram o nosso muito obrigado!

Regressamos de cabeça erguida, com o espírito sal-vaguardado…

Com as mentes voltadas para o futuro, teremos suces-so assegurado e um 2º lugar conquistado!

Turma 12º15ª

RS4E - Porto Santo 2009/ 2010Conquista o 2º lugar

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as ideias de negócios a um júri externo - composto por representantes de várias empresas e institui-ções regionais - e a uma plateia que, em conjunto, avaliou o desempenho de cada grupo envolvido.

No final do segundo dia foram divulgados os vencedores do projecto RS4E. Do Ensino Se-cundário, em primeiro lugar ficou a Escola Bá-

sica e Secundária Dr. Ângelo Augusto da Silva com o projeto “EVA - Escola de Voluntariado Ami-cus”. O segundo projeto vencedor foi “Eye On Eye” da Escola Jaime Moniz, e o terceiro “SOS Idosos” referente ao grupo participante da Esco-la Básica e Secundária Padre Manuel Álvares.

Dois grupos das turmas 4 e 25 do 12º ano da nossa Escola, orientados respectivamente pelos professores Teresa Sousa e Marco Carvalho, vi-ram premiados os seus trabalhos no culminar das formações do RS4E. Dentro do espírito de inova-ção e empreendedorismo, nove alunos destas turmas tiveram, assim, a possibilidade de defen-

O RS4E - road show for entrepreneurship, é um projecto que tem como principal objetivo permi-tir que estudantes, dos 6 aos 25 anos tenham um primeiro contacto com o fascinante mundo do em-preendedorismo, através do conceito “learning by doing”. As intervenções, adequadas às idades dos alunos, são efetuadas em diversos estabelecimen-tos do ensino básico (1º ciclo), secundário, profis-sional e superior da Região Autónoma da Madeira.

Foi neste espírito que algumas turmas de 12º ano da Escola Secundária de Francisco Fran-co, resolveram aderir a esta proposta formativa, que se revelou uma ferramenta fundamental no complemento da disciplina de Área de Projecto.

As turmas que aderiram a esta iniciativa, formaram grupos e elaboraram uma Ideia de Negócio. Os alu-nos que apresentassem as melhores Ideias teriam a oportunidade de defendê-las no Porto Santo peran-te um júri, colegas e professores de outras escolas.

Nos dias 19 e 20 de maio, 112 alunos e 22 profes-sores do Ensino Secundário e Profissional da Madei-ra, em representação de 22 escolas e 77 turmas, inte-graram o programa de actividades do projecto RS4E.

Além do concurso propriamente dito, as atividades relacionadas com a área do empreendedorismo inclu-íram igualmente, no primeiro dia, a participação dos

alunos numa atividade denominada “Olimpíadas do Empreendedor”, que decorreu nas ruas do Porto Santo.

No segundo dia, foram formalmente apresentadas

RS4E 2010/ 2011

Teresa Sousa Prof.ª de FrancêsMarco CarvalhoProf. de Filosofia

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Divertidos” (primeiro lugar), “ Take Home Chef Res-taurant”, da Escola Profissional de Hotelaria e Tu-rismo da Madeira (segundo lugar) e “KidJoy”, tam-bém da Escola Profissional Atlântico (terceiro lugar).

O melhor grupo de cada segmento de ensino terá a oportunidade de visitar o Business Innovation Centre de Londres. Os segundos e os terceiros pre-miados receberam 500 e 400 euros respetivamente.

der as suas ideias inovadoras de negócio no Porto Santo. Os nossos alunos fizeram o seu melhor na apresentação dos seus projetos – “Cabeleireiro so-bre rodas” (12ª 25) e “Pay Per Buy” (12º 4). A apre-sentação dos alunos do 12º 25 conseguiu, inclu-sive, a maior percentagem na votação do público.

Do Ensino Profissional, os premiados foram a Es-cola Profissional Atlântico com o projeto “Legumes

Luís Plata – 12º 25:

- Muitas vezes encontro-me com uma ideia que, aos olhos de quem sonha, até soa possível. Olho à minha volta e enquanto procuro forma de a tornar real, perco-a… Perco-a porque nunca passou de uma ideia. Com o RS4E encontrei forma de a tornar real.

Joana Pinto – 12º 25

- Com a experiência do RS4E aprendi muito, pude conhecer novas pessoas e novos conceitos ligados aos negócios. Foi uma experiência muito enriquece-dora e divertida e por isso aconselho-a a todos.

João Paulo – 12º 4

- O convívio foi bom, conheci novas pessoas e ganhei alguma confiança para ultrapassar obstá-culos e confiar mais em mim

Sofia Fernandes – 12º 25

- Esta experiência serviu para fazermos novos amigos e para desenvolvermos a noção do que é criar um negócio e de tudo o que isto envolve. Não esperávamos chegar à fase do Porto Santo e então sentimo-nos duplamente premiados com esta expe-riência.

DiogoCova - 12º 25

- As atividades realizadas nos dias 19 e 20 de maio mereceram nota 20, pois estavam bem estru-turadas e foram inovadoras

Joana Freitas – 12º25 - Apesar se não termos ganho nenhum dos pré-

mios valeu a experiência, até porque de certa ma-neira fez-nos ver que uma simples ideia pode vir a tornar-se em algo de Inovador.

Gonçalo Silva – 12º 4

- A criação do projeto em si e os jogos que me fizeram pensar “fora da caixa” foram verdadeira-mente empreendedores.

Ricardo Livramento -12º 4

- O que achei mais interessante foi o facto de estarmos todos iguais (com a t-shirt verde do RS4E), o que nos deixou à vontade para novas amizades e novos projetos.

Deixamos aqui registadas algumas frases dos nossos alunos relativamente a esta experiência:

O livro e a leitura são instrumentos essenciais de exercício de inteligência e de ginástica mental, de comunicação e de informação. Afinal, o livro e a leitura moldaram definitivamente a nossa memória e iden-tidade individuais e coletivas, bem como a nossa visão do mundo.

Cândido Oliveira Martins

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cionados na disciplina de Português, contemplámos os “Textos de carácter autobiográfico” (diários, me-mórias, cartas, autobiografias, romances autobio-gráficos, etc.) informando os alunos sobre a multi-plicidade de opções que poderiam ser escolhidas e trabalhadas por eles.

No segundo trimestre, as apresentações incidi-ram sobre “Textos expressivos e criativos” (poetas do século XX). Estas apresentações pretendiam in-formar, sensibilizar e suscitar uma maior consciência da importância da leitura no processo educativo e formativo do aluno.

No terceiro período, um período muito curto, as sugestões de leitura que versavam os “Textos narra-tivos e descritivos: contos de autor” foram disponibi-lizadas no site da escola, para que todos os interes-sados as pudessem consultar.

Os docentes e discentes envolvidos reconhece-ram a importância deste tipo de actividades na di-vulgação de autores e obras a serem lidas e estu-dadas.

O projecto “Ler +, Escrever melhor”, numa tenta-tiva de criar e desenvolver o gosto pela leitura, efe-tuou ainda algumas “Trocas de Livros”.

No átrio do 2º piso, criou-se um espaço onde dis-

centes e funcionários podiam ver, tocar, folhear, ler

Ler é conhecer o mundo e o Homem. Ler é co-nhecer-se e ser mais feliz. A Escola tem, por isso, um papel fundamental na sensibilização e na promoção da leitura. Nascido na Escola Secundária de Francis-co Franco, o projecto “Ler +, Escrever Melhor” tem como principal objetivo fomentar a leitura e, conse-quentemente, a escrita.

Conscientes de que ler é, cada vez mais, uma ne-cessidade incontornável na formação dos jovens (e dos adultos) que, pretendemos, sejam cidadãos es-clarecidos e conscientes, o “Ler +, Escrever Melhor”, com o intuito de criar/consolidar hábitos de leitura, desenvolveu junto da comunidade escolar uma série de atividades diversificadas ao longo do ano letivo.

A grande aposta do projeto foi a divulgação e apresentação de sugestões de leitura direcionada para alunos de 10º ano, de acordo com as propostas do Plano Regional de Leitura e do Plano Nacional de Leitura.

Em vários encontros, realizados na Sala de Ses-sões, no 1º e 2º períodos, apresentámos às turmas do 10º ano, acompanhadas dos respetivos profes-sores da disciplina de Português, um vasto leque de sugestões de obras.

Assim, num primeiro momento, e de acordo com

os conteúdos programáticos que estavam a ser le-

Ler +, Escrever MelhorUm projecto da Escola

O livro e a leitura são instrumentos essenciais de exercício de inteligência e de ginástica mental, de comunicação e de informação. Afinal, o livro e a leitura moldaram definitivamente a nossa memória e iden-tidade individuais e coletivas, bem como a nossa visão do mundo.

Cândido Oliveira Martins

Teresa Pereira Prof.ª de Português

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pequenos excertos, deixar-se seduzir pela magia dos livros e levar consigo um dos livros colocados para troca.

A mesma proposta, mas dedicada ao pessoal docente, decorreu, uma vez por período, na sala de professores.

“Ler +, Escrever Melhor” um projeto para a Es-

cola e para a Sociedade, para o Presente e para o Futuro.

Ler, ler sempre e ler mais, porque “a literacia é um direito e é condição de cidadania”.

APOLOGIA DA LEITURA A leitura é o alimento do espírito; é o caminho

mais natural para acesso à informação e à cultura, às tradições e ao património de uma comunidade. Em grande medida, ao longo da vida, somos aquilo que lemos. Diz-me o que lês, e dir-te-ei quem és...

“Não basta aprender a ler e a escrever. É preciso (...) ler para compreender. Ler para interpre-tar. Ler para saber. Para ver. Para ser. Ler para par-ticipar. (...) Ler é fundamental. (...) Que se leia para ser mais consciente e mais livre” (Boletim Cultural da Fundação Calouste Gulbenkian, VI série, nº 2, 1984). Sintetizemos:

1. Quem lê, vê mais.2. Quem lê, sente mais.3. Quem lê, vive mais.4. Quem lê, ama mais5. Quem lê, sonha mais.6. Quem lê, decide melhor.7. Quem lê, governa melhor.8. Quem lê, escreve melhor.9. Quem lê, argumenta melhor.10. Quem lê, pensa melhor.

Grupo de História

Lisandra11º 26

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dia, como era a vida antes dele e o que com ele mudou. Nada melhor do que pegar nas recorda-ções dos que da Revolução fizeram parte, para a sentir e entender

Achamos também que seria muito enriquece-dor associar os testemunhos recolhidos de quem viveu o dia, a interpretações plásticas feitas pelo agrupamento das Artes da escola, mais concre-tamente, os alunos do Professor Nélio. Conse-guiríamos assim unir o testemunho real com a interpretação pessoal, a geração passada com a geração presente, a palavra com a imagem.

Nasceu então uma mostra, percorrida pelo gosto agradável que a sensação de objetivo cumprido, no que respeita ao relembrar de Abril de 74, nos traz. Em relação ao cumprimento do Espírito de Abril, já não temos tantas certezas. Compete a cada um de nós avaliá-lo.

A todos um bem-haja! E VIVA O 25 DE ABRIL

A História é feita por personalidades marcan-tes que, por ações valorosas, conseguem mu-danças extraordinárias no percurso das civili-zações. Essas são frequentemente lembradas, homenageadas e estão sempre presentes na nossa memória. Mas a História também é feita pelos cidadãos comuns, aqueles que passam para as gerações futuras como anónimos, mas sem os quais a progressão histórica não se re-alizaria. São eles os GRANDES HOMENS da História, que merecem também a nossa home-nagem.

Pegando neste mote, e sob o pretexto da Co-memoração do 25 de abril, foi pedido aos alunos da disciplina de História da Francisco Franco que recolhessem, junto de familiares ou conhe-cidos que tivessem presenciado o 25 de Abril de 1974, testemunhos da forma como viveram o

A minha avó, Conceição Mendes, residente no Jardim da Serra, estrada do Luzeirão, dei-xa aqui o seu testemunho de como viveu antes, durante e depois da Revolução do 25 de abril.

“Antes do dia da revolução a vida era muito ri-gorosa. Não havia luz, usava-se o petróleo para iluminação, tinha-se de ir à ribeira lavar a roupa e buscar água à fonte. Para enxugar a roupa, acendia-se uma fogueira na lareira. Não havia estradas, andava-se descalço. Os meus filhos, que na altura eram apenas quatro, iam para a escola sem sapatos e tinham de levar um ban-co para se poderem sentar. Quando eles che-

gavam, iam para a serra apanhar moitas para tratar os porcos e as cabras. Tinha-se apenas um conjunto de roupa boa para ir à missa no Domingo e quando se chegava a casa tirava-se e vestia-se a velha, que era para não estragar.

Na altura não se podia falar, dizer o que se pensava e não havia dinheiro. Eu era agricul-tora e bordadeira. O dinheiro vinha do que se cultivava e vendia, mas ganhava-se pouco. Ia comprar meio quilo de massa, 1 dl de azeite, ¼ de quilo de sabão apenas com 20 escudos e 5 tostões de peixe. As coisas eram muito caras, não se tinha dinheiro que chegasse para com-prar o que era preciso e às vezes tinha-se de comprar fiado. A gente tratava porcos, cabras e bois para se poder ter carne em casa e al-guma era vendida para se poder ter dinheiro.

Testemunho de Conceição Mendes

Grupo de História

Lisandra11º 26

25 de abril

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Quando soube da revolução, eu estava em casa. Por volta das 10.00 horas da manhã ouvi, através de um rádio velho que lá tinha, o que tinha acontecido. Ouvi que as tropas e o povo se tinham juntado e que os soldados levavam cra-vos e iam a caminho do Governo porque estavam revoltados e queriam que Marcelo Caetano se retirasse do poder para que Portugal se tornasse num país livre. Também ouvi falar em algumas mortes e que muitos tinham ido parar ao hospital e que as pessoas que estavam na guerra iam voltar a casa. Na altura, o teu avô estava na Ve-nezuela, e só queria que ele voltasse. Foi a mi-nha maior alegria quando ouvi aquelas palavras.

No final da tarde desse dia, ouvi que Mar-celo Caetano se tinha rendido e que a PIDE tinha deixado de existir. E fez-se festa, não

era todos os dias que o povo se tornava li-vre daqueles que queriam mandar na gente.

Depois da revolução começou-se a viver me-lhor, já havia mais dinheiro, as coisas já não eram tão caras, já se ia para o Funchal vender o que se cultivava, já se podia dizer o que se quisesse. Começamos a votar, o trabalho da mulher aumentou e quem vivia do bordado ga-nhava mais. Já não se andava descalço, já se tinha autocarro que vinha até às Corticeiras, para ir ao Funchal comprar as nossas coisinhas.

Lembro que em 1960 o povo dizia que no fu-turo ia haver igualdade para todos. E é o que se vê nos dias de hoje. O povo sempre disse que os velhos sabem de tudo e que têm sempre razão.

Com esta revolução senti-me muito alegre porque finalmente o povo estava em liberdade. “

Depois de construir a casa, o teu bisavô plan-tou muitas árvores de fruto (ameixieiras, ma-cieiras…) e como não tinha dinheiro para pagar uma renda, tudo o que cultivava tinha que dividir com o senhorio.

Francisco – Dividir, avô?Avô – Sim. Quando apanhávamos a fruta

contávamos tudo e metade de tudo quanto pro-duzíamos era para o senhorio…

Francisco – E isso durou muitos anos?Avô – O meu pai morreu com 86 anos e eu já

tenho 87… Faz as contas…Francisco – Foram muitos anos, avô.Avô – Até ao 25 de abril de 1974, a situação

era esta…Francisco – Depois mudou?Avô – Graças a Deus. Agora este terreno é

meu, a casa e as benfeitorias, graças ao 25 de abril, à liberdade que finalmente chegou.

Francisco – Conte-me mais coisas avô…Avô – Antes do 25 de abril não havia liberda-

de. Quer dizer, se a gente falasse ía presa pela polícia - PIDE.

Francisco – Preso por falar…?Avô – Isso mesmo. Por exemplo, não se po-

Como tive o privilégio de ter nascido na de-mocracia do 25 de abril de 1974, e não ape-nas saber aquilo que me foi transmitido pelos meus professores de História, resolvi entrevistar alguém que viveu grande parte da sua vida num regime fascista. E isto porque o meu avô Agosti-nho tem a pronta idade de 87 anos.

Francisco – Avô, estou a fazer um trabalho para a escola e gostava que me falasse do 25 de abril de 1974.

Avô – Sabes quando tinha a tua idade, eu já trabalhava de sol a sol… O meu pai mandava-me trabalhar para ajudar com algum dinheiro para casa. Só os meninos ricos é que iam para a escola, quer dizer os fascistas. Aqui, na casa do avô, éramos muitos e ainda por cima este terre-no não era nosso, só a casa e as benfeitorias.

Francisco – Benfeitorias? O avô pode expli-car melhor?

Avô – Explico, sim senhor. Quando o meu pai era novo construiu esta casa neste terreno que não era dele, mas sim do senhorio (família rica).

O 25 de abril vivido pelo meu avô Agostinho

Francisco

Simone, 11º 26

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estava a passar?Avô – Ao início ligava a telefonia com medo,

mas depois vi que tudo tinha mudado para me-lhor. Por exemplo, no meu trabalho comecei a ganhar melhor, a tua mãe e as tuas tias já pu-deram ir estudar…

Francisco – Mais coisas…Avô – Gostei muito quando apareceram

aqueles senhores da tropa que fizeram a revo-lução e que disseram que podíamos escolher quem nos governasse. Da primeira vez que fui votar nem queria acreditar.

Francisco – Então o avô acha que o 25 de abril valeu a pena?

Avô – Isso nem sequer se pergunta… Cla-ro que valeu. Pelo menos somos um povo livre e vivemos em democracia. Bem sei que agora temos algumas dificuldades, mas nada que se compare ao que era antes do 25 de abril.

dia dizer mal do governo que a PIDE vinha logo em cima.

Francisco – A PIDE?Avô – Sim, era uma polícia política que an-

dava à paisana e levava as pessoas presas. O diário, a televisão e a telefonia, pouco ou nada diziam. Vivíamos todos com medo. Lembro-me de quando estive na tropa, de estar mobilizado para a 2ª guerra mundial e também da fome que passávamos. Era aquele desgosto dos nossos filhos irem para o ultramar e muitos deles não voltarem.

Francisco – Era uma vida dura, avô…Avô – Se era… e não havia a fartura que há

hoje… Lembro-me como se fosse hoje, da re-volução dos cravos, no dia 25 de abril de 74. Ouvi na rádio que tinha havido uma revolução em Lisboa…

Francisco – E o avô teve a noção do que se

Memórias de uma criança…que agora é homem, que agora é livre…

Simone, 11º 26

Testemunho de um simples rapaz, alheio à situação. A visão de uma criança. “Eu tinha 13 anos, era um pequeno rapaz, uma criança.”

“Levantei-me cedo…para mim era um dia como todos os outros. Não reparei na leve brisa da madrugada, nem sequer fixei o nascimento do sol. A banalidade do despertar fazia de mim uma criança igual às outras, nem dei graças pelo novo dia. Mais um dia que nascia, natural e normal. Mas nunca me esqueço…Lembro-me bem…ai…esse 25 de abril permanece na minha memória até aos dias de hoje.

Como sempre, tinha de ir ajudar os meus irmãos mais velhos pela madrugada, éramos uma família pobre e toda a gente lá em casa trabalhava para a manter. Ia sempre com o meu irmão José buscar lenha à serra, mas desde que ele fugira para a França, agora quem me acom-

panhava era o meu outro irmão, o Agostinho. O pai ainda não me deixava ir sozinho, pois eu não passava de uma criança de 13 anos, por isso ia acompanhado mas tinha sempre de ajudar. Na-quela altura um rapazito de 13 anos já trabalha-va muito e eu, praticamente, já não ia à escola.

Eu admirava muito o meu irmão José. Para além de ser o meu irmão mais velho e também aquele com quem me relacionava melhor (éra-mos os melhores amigos), admirava-o porque ele foi o meu único irmão que estudou e nota-va-se logo a sua sabedoria, que na altura, era algo que chamava a atenção. O meu irmão José trabalhava muito para poder pagar os seus es-tudos e ainda para ajudar os pais. Eu lembro-me que ele passava muitas tardes de Domingo a cantar e a tocar na sua viola. Recitava poemas de liberdade e paz e era totalmente contra o re-gime da altura. Era mais um dos revoltados que

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grande atraso e retrocesso. A pobreza que a minha e outras famílias vi-

viam na altura era bem real. Não me refiro ape-nas à pobreza material, ao dinheiro e às pos-ses económicas que de facto se fazia sentir; mas também à pobreza interior. Não tínhamos liberdade, não tínhamos felicidade. Eu não sen-ti muito isso, mas os meus irmãos e os meus pais sentiram… Eu via tristeza nos rostos deles, não entendia porquê. Eu era apenas um peque-no rapaz e ficava um pouco alheio a tudo isso, pois não percebia muito bem as coisas dos adul-tos. Mas uma coisa percebia: O grande medo, o grande descontentamento que as pessoas vi-viam, que as pessoas sentiam. Os seus rostos não se iluminavam, os seus sorrisos já não se esboçavam, as suas vozes já não falavam. O medo era contagioso e eu também acabei por sentir o mesmo, um pouco sem razão, mas sen-tia porque tudo à minha volta era precário…im-perfeito…adormecido…

De repente…. ouvi uma grande gritaria…Es-tava a brincar com a minha mota de pau, cor-ri, corri, corri… Fui à estrada, queria ver o que se passava. Estava entusiasmadíssimo, ainda não sabia de que se tratava, mas estava muito empolgado. Quando saí à rua vi militares junto à capela. Eram as Forças Armadas. Montaram tendas no adro e ali ficaram. Fiquei baralhado, fiquei confuso, não entendia a situação, talvez por ser uma criança. No entanto, fiquei mara-vilhado! Eu nunca tinha visto um militar assim, a poucos metros dos meus olhos. Vim a casa chamar os meus irmãos mais velhos. Eles con-taram-me e eu finalmente entendi o que se es-tava a passar. Era o fim do medo. Era o fim da tristeza! Era o fim do descontentamento! Era a liberdade que saia à rua.

Com o passar do tempo as pessoas come-çaram a sair das suas casas, juntando-se aos militares. Faziam muito barulho. Não me lembro muito bem o que diziam e também não enten-dia muito bem o contexto, mas lembro-me que cantavam e gritavam. Eu, os meus irmãos e os meus primos dirigimo-nos todos para casa da minha tia Luísa. Era das poucas pessoas ricas da aldeia, naqueles tempos. Ela ajudava muito a minha família e foi também a primeira pessoa da zona a comprar uma televisão. Lembro-me

tentava lutar a favor da liberdade de expressão, que era praticamente inexistente na altura. No entanto não teve muita sorte. Perseguiram-no e, para evitar que fosse preso, José fugiu para a França, tal como tantos outros fizeram naquela época. Tinha saudades do meu irmão. Não en-tendia bem porque razão tinha ele mesmo de fugir. Achava estúpido que alguém o prendesse só por cantar umas canções contra o regime di-tatorial, só por recitar uns poemas, só por gritar um pouco palavras contra o Governo. Eu era um rapaz que percebia pouco de política, mas achava ridículo que o prendessem só por isso. Onde estava a liberdade de pensamento? Onde estava a liberdade de expressão?

Enfim, parti nessa manhã com o meu irmão Agostinho, para buscar a lenha para acender o fogão para o almoço. Quando chegámos a casa, ainda cedo, já toda a gente trabalhava. As mi-nhas irmãs tratavam das tarefas domésticas, os homens da casa, que eram poucos, tratavam da fazenda e ajudavam o pai. Faziam as tare-fas mais pesadas. Já quase ninguém estudava. As minhas irmãs tiveram de deixar os estudos porque os meus pais não tinham dinheiro para os pagar e porque tinham de ajudar em casa, nas tarefas. Os meus irmãos desistiram da es-cola porque achavam que não tinham futuro ali. O ensino obrigatório era apenas até ao 4º ano, mas muita gente nem chegava a completá-lo.

A vida antes do 25 de abril era muito difícil, e continuou a sê-lo, mas antes notava-se mais o descontentamento das pessoas. Portugal era um país anacrónico. Para os jovens de hoje é impossível imaginar o que era viver em Portu-gal, neste Portugal antigo… Era rara a família que não tinha alguém a combater em África, os homens deixavam as mulheres e os filhos para irem para a guerra e ninguém do Governo pa-recia se preocupar com isso. O serviço militar durava quatro anos, a expressão pública de opiniões contra o regime e contra a guerra era severamente reprimida pelos aparelhos censó-rio e policial; os partidos e movimentos políticos encontravam-se proibidos, as prisões políticas cheias, os líderes oposicionistas exilados, os sindicatos fortemente controlados, a greve in-terdita, o despedimento facilitado, a vida cultu-ral apertadamente vigiada. Portugal vivia num

Manuel PegadoAdvogado

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brilho! Floresceu um variadíssimo leque de no-vos pensamentos, de novas ideias. O medo de-sapareceu, não se passou a viver melhor de um dia para o outro, mas pelo menos já não havia medo nem descontentamento. Eu, a partir da-quele momento, deixei de banalizar o nascer do novo dia, pois aprendi que cada nova manhã era uma nova conquista…a reconquista da nos-sa liberdade, da liberdade do povo português.”

Normalmente não confiamos no testemu-nho de uma criança. Não acreditamos que as suas memórias e recordações façam parte da História de um povo. Não queremos acei-tar que uma simples criança possa também ter uma visão interessante e importante dos factos. Mas a verdade é que o menino cres-ceu. Hoje é um homem, e sabe dar valor às vivências e às memórias de outros tempos. Um rapaz que viveu bem de perto a Revolu-ção dos Cravos, a Revolução do 25 de abril de 1974, que ainda se recorda daquilo que sentiu, daquilo que pensou, daquilo que vi-veu numa era que não foi, certamente, uma era de ouro…

bem, íamos muito para lá, era uma TV a preto e branco e era pequenina, mas para nós era uma grande tecnologia. Naquela tarde de 25 de abril fomos todos para casa da minha tia. A casa não era muito pequena, mas estava tão cheia de gente que até o parecia. Quase metade da aldeia estava ali, os que não couberam ficaram na rua. Ligou-se a televisão e ouviram-se as no-tícias sobre a Revolução dos Cravos. Depois as pessoas e toda a vizinhança ficaram a falar, a conversar sobre o sucedido, a discutir. Canta-ram aquelas canções conhecidas do continen-te. E continuaram a acompanhar pela TV todo o sucedido.

Eu não sou propriamente a pessoa mais in-dicada para este testemunho, era um pequeno rapaz, uma criança. Não tinha conhecimento político nenhum na altura, no momento não en-tendi o que aconteceu como algo de realmente importante. Mas percebi, no meio envolvente, as diferenças que se deram no país após o 25 de abril de 1974. O meu irmão voltou finalmente da França e já ninguém o queria prender. Havia aquela felicidade, há muito esquecida, no rosto da minha família. Agora o sol brilhava de verda-de e não havia nada que pudesse ofuscar esse

MODA, LIBERDADE OU ESCRAVATURA?

casa, fiquei de boca aberta quando deparei com uma inumerável quantidade de sapatos que a jo-vem senhora possuía e que exibia com evidente prazer. Parecia uma estrela de cinema.

Uma vez entrei numa loja de roupa com um amigo e a empregada convidou-me a comprar umas t-shirts que por ali se vendiam. Disse-lhe que não comprava porque não precisava, pois naquele momento tinha 7 t-shirts e estava, por-tanto, bem fornecido. Pois não me consigo es-quecer do seu ar e da sua exclamação de es-panto por, na sua visão, ter tão poucas…

Conheço pessoas que, quando andam depri-midas ou aborrecidas, vão comprar roupa, para se aliviarem.

Se visitarmos os guarda-roupas de muita gen-te, em especial de gente jovem, deparamos com

Aqui há alguns meses um homem meu co-nhecido queixava-se de que a mulher, com quem casara há já 10 anos, tinha para cima de 50 pares de calças. Também tinha um número incontável de sapatos e botas, de meias, de t-shirts, casacos e o mais que não vale a pena descrever. Mudava de roupa duas vezes por dia e, no meio de tanta fartura, ela continuava a comprar roupa, sempre a comprar. É claro que o casal, de condição média, andava sempre com problemas de dinheiro.

Não mais me esqueço daquele dia em que visitei uma família jovem de modestos empre-gados da hotelaria e, quando me mostraram a

Manuel PegadoAdvogado

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ticos. Se nos dermos ao trabalho de as contar-mos, podemos ficar atónitos pela sua quanti-dade e diversidade. Mesmo aqui na cidade do Funchal, a visita a qualquer Centro Comercial evidencia esta realidade. Lojas e mais lojas de roupas, cosméticos e calçado, em concorrên-cia feroz, tentando destruir-se umas às outras. A grande maioria delas tem saldos que vão até 70%, o que nos dá uma ideia das escandalosas margens de lucro que até há bem pouco tempo praticavam. São alguns dos efeitos benéficos da crise.

E temos que pensar que a produção em mas-sa destes produtos representa um saque enor-me de recursos naturais, um atentado à mãe natureza.

E temos de pensar ainda que, enquanto uma pequena parte do mundo “civilizado” consome demais, a grande parte deste mundo consome de menos, debatendo-se diariamente com faltas gritantes de alimentos e de água. De roupas e cosméticos nem é bom falar.

Muita gente gasta o que tem e o que não tem, socorrendo-se da liberalização dos empréstimos bancários. E passa a vida hipotecado, sempre a pagar prestações elevadas. Porque o dinhei-ro custa caro e os bancos não perdoam. Muita gente, é preciso dizê-lo, tem os guarda roupas cheios mas a despensa vazia. Conheço gente que, para ter um relógio ou umas botas de mar-ca, almoça sandes durante dias a fio e se pri-va de alimentos saudáveis, comendo arroz com massa ou massa com arroz.

Virámo-nos para nós próprios, mas não para o nosso interior. Virámo-nos para a nossa ex-terioridade, narcisicamente, adorando a nossa imagem no espelho. Esquecemo-nos de que temos uma parte mais nobre e mais bela que o exterior, onde podemos cultivar, sem gastar dinheiro, a honradez, a nobreza do carácter, a educação e o respeito, o altruísmo, a solidarie-dade, a veracidade, valores que não passam de moda e se não corrompem como as fatiotas ou o calçado.

Muita gente se lastima da crise que vivemos e anda angustiado com o futuro. Esta crise, po-rém, é como as indigestões. São boas para nos indicar que comemos demais. E, a seguir, jeju-ar.

enormes quantidades de peças, que saturam os vestuários até mais não poder. E, se formos para as casas de banho, o mesmo espetáculo de imensos cremes, shampôs, perfumes, deso-dorizantes, máscaras, tonificantes para a pele, enfim, um nunca mais acabar de produtos de perfumaria e cosmética.

É o que se chama o consumismo.É, porém, mais do que isso, infelizmente.Para muita gente, tal prática tornou-se uma

compulsão, ou seja, transformou-se num impul-so incontrolável, portanto, neurótico. Muita gen-te, em especial gente jovem, empurrada pela busca obsessiva do culto da imagem, compra roupa e cosméticos sem controle ou com pou-co controle, numa procura angustiante de uma perfeição física inatingível. Grande parte das pessoas, esvaziada de valores e de objectivos, sente-se oca e vazia. Tenta então preencher o seu vazio nas lojas de roupa, centrando-se do-entiamente em si própria e no seu exterior.

Esta tendência obsessiva reflete o grau de dependência e de egoísmo em que as pesso-as vivem. Qualquer meia dúzia de costureiros em Paris, Londres ou Milão influencia milhões de pessoas, compelindo-as a gastar o que têm e não têm nos seus produtos, nas suas inova-ções. E o comum das pessoas, que têm em grande apreço a sua “liberdade”, não se aper-cebem que são escravas de meia dúzia de faze-dores de modas e, pior ainda, escravas do seu vazio interior.

Há situações caricatas. Se um pai ou uma mãe pretenderem impedir um jovem de 17 anos de ir a uma discoteca embebedar-se e perder a noite, são bem capazes de enfrentar uma feroz oposição do filho ou da filha, em nome da de-fesa da sua “liberdade”. Todavia, muitos destes jovens não se coíbem de forçar os pais a gastar dinheiro para comprar roupa ou sapatilhas de marca que correspondem a nova” moda”. Não obedecem aos pais, mas deixam-se escravizar pelas aparências e pelo seu estremado egoís-mo.

Que grande pobreza de valores!A economia que criámos alimenta ferozmen-

te esta doença moderna. Se passearmos pelas ruas de qualquer cidade do mundo, a cada passo encontramos lojas de roupa, calçado e cosmé-

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Se esta crise nos levar a perceber que gran-de parte da população consome demais, que as grandes empresas multinacionais estão a sa-quear a natureza, a corromper a nossa juven-tude e a comprometer o nosso futuro, se a crise

nos levar a perceber que estamos no caminho errado dos excessos e da fartura doentia, se a crise nos levar a arrepiar caminho no bom sen-tido, corrigindo o nosso comportamento, então não devemos temê-la mas abençoá-la.

A lógica, na filosofia, é a disciplina que estuda se os argumentos são ou não válidos. Na lógica, não interessa se as premissas ou as conclusões são verdadeiras ou falsas, o que interessa é se do encadeamento das premissas as conclusões são válidas. Para a filosofia, a lógica é o uso

correcto do entendimento e da razão em geral. Logo, a lógica desempenha um papel funda-mental na vida humana, pois se as pessoas não se preocupassem em tentar perceber os racio-cínios (argumentos) das outras pessoas, a vida iria ser uma confusão. Concluindo, na minha opinião, sem lógica as pessoas não poderiam alcançar consensos.

A Lógica

“O mesmo é pensar e ser”

Guilherme Sá 11.º 11

"O mesmo é pensar e ser". Saberemos nós verdadeiramente o que é pensar e ser? Pensar é um termo que utilizamos no nosso dia-a-dia para designar uma atitude, uma “ação mental”, algo que fazemos, por vezes, até inconsciente-mente. Atrevo-me a dizer que é algo natural e ao qual, por vezes, não atribuímos qualquer valor ou significado. Mas, atenção, pensar é fundamental para o ser humano. Qualquer ser humano só o é se pensar. O pensamento diferencia-nos de todos os outros seres. Os animais agem por ins-tinto, agem quando sentem a sua vida em peri-go ou a dos seus. As plantas brotam abrindo-se e fechando-se conforme o Sol. Nós pensamos, nós agimos consoante os nossos raciocínios e a lógica de determinadas coisas. Nós somos seres pensantes e, como seres pensantes, te-mos a possibilidade de sermos livres no nosso pensamento, A nossa mente quase ganha asas até ao inteligível e, nós, como deveríamos fazer diversas vezes, tiramos os pés do sensível e le-vitamos até ao mais profundo da nossa existên-cia. Pois, somos livres seres pensantes.

"O mesmo é pensar e ser". Considero a afir-mação de Parménides absolutamente verdadei-ra. Tendo em consideração a definição de lógica e o quão fundamental é esta para o bom desen-volvimento de um ser humano, apercebemo-nos de que esta afirmação faz sentido. A lógica é uma disciplina da filosofia que estuda os argu-mentos com o objectivo de avaliar se são ou não válidos. As pessoas, ao praticarem uma reflexão acerca de diversos assuntos, estudando-os na lógica, tornam-se seres com um pensamen-to mais crítico e coerente, consequentemente abrangem mais conhecimento. A diferença en-tre este tipo de pessoas e aquelas que não re-alizam uma reflexão mais aprofundada – e que não estudam a lógica da argumentação – é no-tável. Para além de não serem seres tão críti-cos, são mais influenciados por aqueles que os pretendam influenciar negativamente, pois não se apercebem a priori que estão a ser induzidas em erro, aplicando argumentação não válida. Daí a influência do “pensar” no “ser”. Pensar e realizar avaliações sobre a argumentação torna-nos seres mais críticos, torna-nos seres melhor formados.

Inês Ferreira11.º 10

Amanda Conduto 11.º 10

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Cada um a seu tempo, e recorrendo à sua escri-ta, tentou intervir. Camões, ao ver o esbanjamento de riquezas e decadência da sociedade portuguesa, um povo desinteressado das artes e do saber, cheio de ganância e fome de posses e dinheiro. Pessoa abriu já os olhos para uma nação sem vida, quie-ta, adormecida, morta, sem desejos e sem querer conquistas. E estas conquistas já seriam outras, não terras nem mares, mas conquistas interiores, dentro das próprias pessoas. Lutou para domar e derrotar essa inércia que não cessa, e ver Portugal caminhar até à glória, com o V Império, que está predestinado a ser, a unir de novo o mundo através do amor e da amizade.

Enquanto Camões honrou e imortalizou heróis e factos passados, Pessoa aparece como um profeta da glória que está para vir, enunciando a vinda dum Messias, que será locomotiva da nação portuguesa. Ainda assim, a mensagem que ambos transmitem tem muito em comum e, conjugada e tida em conta, já deveria ter bastado para que a actualidade já fos-se outra.

Camões e Pessoa

Rui Paulino,12º 2

Camões e Pessoa poderiam ter sido bons vizi-nhos ou amigos de café, já que, apesar dos quase 400 anos que distanciam um do outro, o que acabam por abordar parece ser contemporâneo.

É um facto que, para além de ambos terem visto o seu país mergulhado na inércia e em declínio, ten-taram educar e alertar para a necessidade do sonho e da vontade, encorajando, assim, a ação. Às tantas, Camões retornou ao mundo na pele de Pessoa, por sentir que a sua obra pouco ou nada mudou na men-talidade e sociedade portuguesas, e porque gostava de tentar de novo.

É claro que o factor tempo leva a algumas dife-renças entre eles. Enquanto na época de Camões os portugueses buscavam um império material no Oriente, na forma de sedas ricas e especiarias exóti-cas, o Império de que fala Pessoa é de espírito, cul-tura e fé.

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- Falar… não gosto desta palavra!Sentir…não gosto desta palavra!Ouvir…não gosto desta palavra!Sorrir…(grita) Eu Não Gosto Desta Palavra!!!Amar, sofrer, odiar, morrer!Não gosto destas palavras.De que gosto afinal?Escrever (pausando dando a impressão de que

gosta de escrever) não gosto desta palavra.Ler … não gosto desta palavra.Desenhar… não gosto desta palavra.Escola, não gosto desta palavra!Disciplina!, não gosto desta palavra!!!Educação?, não gosto desta palavra.Sonhar?! Oh sonhar!... (falando entre os den-

tes) não gosto desta palavra.Laranja!...não gosto desta palavra.Amarelo, rosa, flor! Não gosto destas palavras.(fazendo-se passar por público) Então e nós? (entusiasmado) Nós, nós e noz! …Não gosto

destas palavras!Eu não uso fato, nem sei de que é que estou

para aqui a palavrear!(mostrando que já sabe)Luz!, não gosto desta palavra!Sombra? Nem por sombra gosto desta pala-

vra!Som? (grita) Não gosto desta palavra!Batida? Ah! Palavra abatida.Óbvio? É óbvio que não gosto desta palavra!(sobe para cima da cadeira, espreita ao fundo,

e grita)Navio!(salta)Palavra afundada!(Senta-se finalmente, mostrando-se pouco in-

teressado)É verdade sim senhor que (suspense) não gos-

to desta palavra!Viver (sentimento forte) é grande o VIVER, mas

A Voz do Silêncio

(Estando sobre um palco escuro, vazio com apenas uma cadeira no centro e um holofote de pouca in-tensidade, o artista, estando de pé, expressa as suas emoções. Emoções estas de nervosismo, raiva, dor, intriga mas principalmente muito amor, amor ao sentido da palavra).

Joana Soares

… (grita) eu não gosto desta palavra!(como quem sonha diz) Caminhar, flutuar, voar,

imaginar eu não gosto destas palavras!!!(tremendo de nervosismo e raiva) Porquê? Por-

que odeio esta palavra?(levanta-se e grita) Palavra para quê? Se eu não gosto de tal palavra!Falar para quê? Se eu não gosto desta pala-

vra!Digo-vos…! O quê? Se eu não gosto de palavra

nenhuma!?O certo, o erradoO verdadeiro ou falso!A palavra que não encontro?A palavra que não procuro!A palavra que não se diz.A palavra que faz de mim um Homem feliz!(dirigindo-se ao publico) Devem perguntar-se,

que palavra é essa?Respondo-vos o quê? Se não gosto destas pa-

lavras!?Aliás! Eu gosto de apenas uma…Uma palavra!A palavra… dita pela voz do silêncio!(terminando) Palavras para quê? Se não preci-

so de dizer mais nada!?Pois vos digo:O Silêncio Vos Dirá A Tal Palavra!

ConclusãoEste texto serve para mostrar o verdadeiro sen-

tido da palavra.Para quem não percebeu a palavra em causa,

é a palavra visto que quase todas as falas acabam em “gosto desta palavra”. E quando os espetado-res se perguntarem “afinal que palavra é essa?” no seu pensamento estão a pensar na tal palavra.

No fundo é para fazer pensar “não gosta dessa palavra, mas repete em quase todo o discurso, ou seja, na verdade gosta dessa palavra” ou seja o ódio está para o amor assim como a palavra está para o sentido da própria.

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paz de suportar centenas de milhares de jogadores simultaneamente. Geralmente são jogados online e apresentam pelo menos um mundo comum.

MMOGs permitem que jogadores se ajudem e compitam entre si em grande escala, e algumas ve-zes tenham uma interação com sentido com pessoas de todo o mundo. Incluem uma variedade de estilos de jogabilidade e representantes de vários géneros de jogos. Muitos MMOGs requerem que os jogado-res invistam muito do seu tempo no jogo. Quase to-dos os MMOGs têm uma subscrição mensal, mas alguns podem ser jogados de graça, por exemplo Astro Empires,Guerra Khan,Travian, Galactic Wars, Tribal wars, DC Universe Online e RuneScape.

É comum os jogadores confundirem o termo MMO com o termo multiplayer. Um jogo multiplayer é aquele em que vários jogadores podem jogar ao mesmo tempo, porém existe um limite no número de jogadores. Um MMO é um jogo em que teoricamente não existe limite no número de jogadores, ou o nú-mero é muito alto, normalmente na casa dos milhões de jogadores.

Existem vários tipos de MMOG. Eis alguns:

MMORPG MMO role-playing game – jogo de interpretação de personagem online em massa. O jogador “incorpora” um personagem, geralmente mágico ou com poderes extra-humanos. Podem ser escolhidas várias classes, como por exemplo um vampiro, um lobisomem ou um bruxo. Ex: World of Warcraft, Ragnarök, Final Fantasy XIV. Estes jogos permitem a milhares de jogadores criarem persona-gens em um mundo virtual dinâmico ao mesmo tem-po na Internet.

MMORTS MMO real time strategy – jogo de es-tratégia em tempo real online em massa. O jogador comanda um exército e/ou nação, podendo formar alianças, captar recursos e atacar outros jogadores

Jogos de Computador

Um jogo de computador é um programa de en-tretenimento (jogo virtual) onde a plataforma é um computador pessoal.

Os Jogos possuem diversas variações e sub-espécies. As classificações são as mais diversas e variam inclusive em relação à melhor denominação a ser dada para um tipo de jogo. Uma classificação possível para os jogos pode ser a seguinte: plata-forma, corrida, luta, desporto, simulação, musical, estratégia, tiro, aventura, tabuleiro, ação, e quebra-cabeça. Outra classificação possível é através de siglas:

• FPA – First Person Adventure• FPS - First Person Shooter • TPS - Third Person Shooter • RPG - Role Playing Game • MMORPG - Massive Multiplayer Online Role-

Playing Game • MMOG - Multi Massive Online Games • MMOSG - Massively Multiplayer Online So-

cial Game • WBMMOG - Web Based Massive Multiplayer

Online Games • RTS - Real-time strategy • TBS - Turn-based strategy

Os dois tipos de classificações podem ser combi-nados entre si dependendo do jogo em questão.

Graças à possibilidade de acesso à Internet deu- -se o surgimento de um género de jogo que reúne milhares de jogadores em um único espaço virtu-al. Um massively multiplayer online game (MMOG, nome em inglês para um “jogo electrónico online multijogador em massa”) é um jogo electrónico ca-

Helena Camacho Prof.ª Grupo InformáticaJoão Hugo, Rui AlexandreDaniel FilipeXavier Gomes José Ricardo Alunos do10º 28

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to, cada empresa que produz jogos é especializada em um determinado tipo de jogos que abordam uma certa faixa etária. Por esta razão, a variedade de jogos existentes e dos jogos a serem criados é muito notável e devemos ter isso em consideração quando falamos deste domínio.

Os especialistas chegaram à conclusão de que jogos de computador são realmente úteis e impor-tantes, pois podem realmente desenvolver a imagi-nação dos jogadores e usar a sua inteligência e ve-locidade de reação. Esta utilidade, no entanto, deve ser entendida com limites. Há também um efeito mui-to óbvio que os jogos de computador criam que é a dependência da determinação de seus utilizadores.

Todos estes elementos devem ser considerados ao se decidir sobre quais são os benefícios e des-vantagens de jogos de computador. A conclusão geral a que os psicólogos chegaram é que os jogos de computador são realmente capazes de incitar a inteligência dos jogadores, mas que eles devem ser usados com medida. É por isso que os pais são aconselhados a prestar grande atenção às ativida-des de seus filhos e também para os jogos que eles jogam para perceber se estes afetam o seu compor-tamento de alguma forma.

Eis algumas sugestões de jogos pesquisados pe-los meus alunos. A ordem pela qual eles aparecem é indiferente ou seja é uma questão de gosto pessoal.

• Nome do Jogo: Counter-StrikeLinks: http://www.sitecs.net/

(visa a parte estratégica), como em Age of Empires, Eve Online, Stronghold: Crusader, Saga, Beyond Protocol e Ballerium.

MMOFPS MMO first person shooter – jogo de tiro em primeira pessoa online em massa. O jogador “in-corpora” um soldado e/ou mercenário, usando armas e bombas contra outros jogadores (visa a acção).

MMOBGMMO browser game – jogo de navega-dor online em massa. Jogos que não necessitam de instalação. São jogados diretamente nos navegado-res de internet. Ex: Dragon Fable, Guerra Khan, Hat-trick, oGame.

Existem alguns Web sites que classificam os me-lhores jogos de computador nos últimos sete dias, três meses, no último ano ou mesmo nos últimos tempos. Esta classificação é efetuada pelo próprio site e inclusive por quem joga, numa escala de 1 até 10.

Eis alguns Links:

• GameSpothttp://www.gamespot.com/

• IGN: http://uk.pc.ign.com/

A indústria de jogos de computador está constan-temente a desenvolver suas técnicas e estratégias a fim de fazer mais jogos e mais atraentes. No entan-

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http://store.steampowered.com/

Descrição: Counter-Strike (também abreviado por CS) é um popular jogo de computador, mais especificamente uma modificação do jogo Half-Life para jogos online. É um jogo de tiro em primeira pessoa baseado em rondas no qual as equipas de contra-terroristas e terroristas combatem-se até à vi-tória. Requer muita estratégia, trabalho de equipa, e habilidade para ser um vencedor. É acessível atra-vés da Steam. A Steam é um software criado pela Valve para tentar combater a pirataria e fornecer

serviços como atualização automática de jogos aos utilizadores. A Valve é a empresa que criou o jogo Counter-Strike. O Counter-Strike foi um dos respon-sáveis pela massificação dos jogos por rede no início do século, sendo considerado o grande responsá-vel pela popularização das LAN houses no mundo. Muitas pessoas levam-no a sério e recebem salários fixos, existem mesmo equipas profissionais, e que são patrocinados por grandes empresas como a In-tel e a NVIDIA. Pode consultar o seguinte link http://

www.sitecs.net/melhores-do-mundo.htm para saber as melhores equipas a nível mundial.

• Nome do Jogo: Travian

Link: http://www.travian.pt/

Descrição: É um dos mais populares “browser games” (jogos de browser) no mundo. Como jogador de TRAVIAN, irás construir e aumentar o teu próprio império, organizar um grandioso exército e lutar, jun-tamente com a tua aliança, contra os teus inimigos.

• Nome do Jogo: Tribo Link: http://www.tribalwars.com.pt/ Descrição: Jogo de browser sobre a era medieval

baseado na idade média. Cada jogador é senhor de uma pequena aldeia na qual deve ajudar a ganhar poder e glória.

• Nome do Jogo: World of Warcraft

Link: http://www.battle.net/wow/

Descrição: É um MMORPG da produtora Blizzard, um jogo on-line, de acção e aventura, no mundo fan-tástico de Azeroth, introduzido no primeiro jogo da série, Warcraft: Orcs & Humans em 1994. Joga-se com um programa cliente ligado a uma rede de servi-dores. O acesso aos servidores é pago e requer uma chave original que acompanha o produto. É um dos mais populares MMORPG de todo o mundo, contan-do com mais de 12 milhões de jogadores (dados di-vulgados pela Blizzard em 7 de outubro de 2010).

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de Minecraft começou por volta do dia 10 de maio de 2009. A Jogabilidade foi baseada nos jogos Dwarf Fortress, Dungeon Keeper e Infiniminer.

O jogo envolve o manuseio do jogador, bem como a interação de vários tipos de blocos entre si num ambiente tridimensional. O jogador assume um per-sonagem que pode destruir, criar ou transformar blo-cos, podendo fazer amontoados deles e montarem edifícios.

O jogo também possui o modo Multiplayer, onde os jogadores Premium (que pagaram pelo jogo) po-dem conectar-se a partir de um IP de servidor. Esses servidores não são administrados pela Mojang AB, mas sim por pessoas físicas, que pagam e realizam a manutenção do servidor. O jogo possui grande

destaque nos media quando foi considerado um dos melhores jogos independentes de 2010. Também vendeu mais de 1 milhão de cópias no dia 12 de Ja-neiro de 2011, pouco depois da versão Beta do jogo ter sido lançada.

• Nome do Jogo: League Of Legends

• Nome do Jogo: Left 4 Dead 2

Link: http://www.l4d.com/game.html

Descrição: Left 4 Dead 2, assim como seu an-tecessor, é um jogo Multiplayer de Survival, coope-ração FPS. Como o original, Left 4 Dead 2 passa-s durante uma pandemia apocalíptica, e foca quatro sobreviventes lutando contra os Zombies. Os so-breviventes devem abrir o seu caminho através dos níveis, parar nos abrigos que servem como check-points e ser um veículo de resgate no final da cam-panha.

• Nome do Jogo: MineCraft

Link: http://www.minecraft.net/

Descrição: Minecraft é um jogo que permite a construção usando blocos (cubos) dos quais o mun-do é feito. Foi criado por Markus “Notch” Persson e atualmente está em versão Beta. O desenvolvimento

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Trackmania Nations é um dos jogos da série Tra-ckmania. É um jogo de corrida que pode ser jogado sozinho ou em modo online, onde vários países se confrontam. Foi lançado uma expansão dessa ver-são chamada “Trackmania Nations Forever”.

O jogo tem a particularidade de ser totalmente

gratuito, podendo-se fazer o download via internet, mas também disponível nas versões box de Track-mania United e TrackMania United Forever. O Track-mania Nations, assim como os outros jogos da série TrackMania, permite a construção de pistas com um editor de pistas, o processo de construção é simples e é como “LEGO” onde se vai juntado várias peças (asfalto, postes, construções especiais) até construir uma pista definitiva. Há também um editor de veícu-los onde o utilizador pode pintar o carro da maneira que ele quiser.

Quero agradecer a colaboração dos meus alunos e inclusive do meu colega de grupo Regedor.

Divirtam-se e bons Jogos!!

Link: http://www.leagueoflegends.com/

Descrição: League of Legends é um RTS em for-mato de RPG produzido e distribuído pela Riot Ga-mes. Foi lançado para o sistema Microsoft Windows e Mac OS. O jogo é uma combinação de role-playing game (traduzido como jogo de interpretação de per-sonagens) e de estratégia em tempo real. Este jogo é jogado em equipa. O objetivo consiste em eliminar o “Nexus” (Base) da equipa adversária, que se situa na base protegida por torres. Os “champions” são personagens controlados pelo jogador. Estes podem ser escolhidos antes do início da partida, que dura

geralmente 50 minutos, embora o tempo varie con-forme a equipa que está a jogar.

• Nome do Jogo: TrackMania

Link: http://official.trackmania.com/indexUk.php Descrição: Jogo de corrida desenvolvido pela

equipa francesa Nadeo. É uma mistura de jogos ar-cada, lego e puzzle. Permite que os jogadores criem as suas próprias pistas e que joguem todos em LAN, possui também uma variedade de modos de com-petição.

Em jogos multiplayer não tem o problema de os carros chocarem uns nos outros, o que faz com que se torne mais fácil de jogar. Actualmente existem 4 jogos básicos da série: -Track Mania; -Track Mania Sunrise; -Track Mania United; -Track Mania Nations.

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Redes sociais: revolução ou epidemia?

Um exemplo de um diagrama de uma rede social. O nó com maior grau de centralidade

de intermediação está representado em amarelo: VIKIPÉDIA

social? Você está numa posição vulnerável, e vá-rias pessoas têm acesso à sua informação pes-soal, violando, de certa forma, a sua segurança. Por exemplo, as crianças devem ter cuidado com os pedófilos ou alguém que lhes queira dar um Action Men ou uma Barbie. Isso não vai aconte-cer na internet.

É muito giro ter muitos amiguinhos no Facebook, mas de que ma-neiras influenciam as suas relações pessoais? Para uma vida feliz, devemos construir e fortalecer as re-lações entre amigos ou família, o que pode ser nulo se for viciado numa rede social. As relações interpes-soais tornam-se mais gastas, impessoais e cultivam a falta de contacto com outras pessoas na realidade.

Elas são algo visto como uma “enorme revolução”e algo fundamental. É bom que tenha algum tipo de en-tretenimento ao fazer parte de uma certa rede social, mas lembre-se que, apesar do bom, há sempre o mau. Seja discreto acerca do que partilha sobre si e não se deixe influenciar por este fenómeno. Há tan-tas coisas fora do monitor do computador. Dedique-se a um bom livro, porque os livros não fazem mal a ninguém. Um café com um bom livro? Ainda melhor.

Se nunca ouviu falar do Facebook (a rede mais popular agora), do Twitter, do Hi5 ou Myspace, o mais provável é que tenha adormecido durante uns bons anos ou que viva debaixo de uma rocha.

O século XXI já é considerado como “o sécu-lo do social”, graças a vários aspectos, um destes sendo as redes sociais. Mas o que é uma rede so-cial? Podemos ver que uma rede social é uma es-pécie de “estrutura social” onde se reúnem várias pessoas, que partilham vários aspectos entre si.

A este fenómeno é impossível fugir. Pergun-te a cinco jovens se têm ou tiveram algum perfil numa rede social e, provavelmente receberá uma resposta unânime e afirmativa. E para analisar este fenómeno, verifiquemos os prós e os contras.

Mesmo que uma pessoa não seja exatamen-te considerada sociável, é sempre positivo esta-belecer contactos e encontrar pessoas com os mesmos interesses que nós. Tem família ou ami-gos distantes de si? O mais provável é que consi-ga estabelecer contacto com eles, porque as re-des sociais facilitam a comunicação à distância. Uma rede social também permite a conversação instantânea, para os mais preguiçosos ou para pessoas que não são muito amigas do telefone.

E a sua privacidade? Mesmo com certas opções para a privatização do perfil, há sempre uma parte de nós que vagueia pela vasta savana que é o Fa-cebook (ou outro). Uma pessoa deve mentalizar-se que “privacidade” e “rede social” são palavras que não são muito compatíveis. Tal como na “vida real”, é normal que se queira sentir seguro. E numa rede

Leandro Contreras, nº17, 12º 24

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Alguma vez imaginou uma criatura nunca antes vista ou chegou mesmo a sonhar com aquele lugar paradisíaco? E já tentou transmitir ao mundo os sen-timentos suscitados por esses objectos estéticos? A arte é como a energia do mundo físico, ninguém a consegue descrever com exatidão, não se cria nem se destrói, apenas se transfere entre corpos, cum-prindo a tarefa inicial para a qual foi delineada, a de satisfazer o fruidor, como o artista se sente realizado pela expressão do seu mundo. Assim o faz Vladimir Kush.

Este artista russo diz pintar os locais, e não só, onde cada um de nós tem a sensação de já ter es-tado, nos seus sonhos. À mão de Kush os sonhos ganham forma e a alma exulta arte. Mais verídicos e mais tocantes do que alguma vez possa ter imagina-do. Liberte-se, sinta, viva e venha conhecer o mundo de Vladimir Kush.

Vladimir Kush

Vladimir Kush é um pintor que se dedica ao rea-lismo metafórico, nasceu a 29 de Março de 1965 na capital russa, Moscovo. Tendo começado a revelar os seus dotes artísticos por volta dos três anos de idade, aos sete anos já frequentava uma escola de artes. Neste local terá sido fortemente influenciado por obras de artistas renascentistas, impressionistas e arte moderna.

Aos dezassete anos entra na Escola de Pintura, Escultura e Arquitetura de Moscovo. Após passar al-guns tempos no serviço militar e pintar retratos na ArbatStree Moscovo, em 1987 começa a exibir os seus trabalhos através da Organização União de Ar-tistas.

Três anos mais tarde Vladimir parte para Los An-geles com dois outros artistas russos, iniciando assim o que ele chamou de “Odisseia Americana”. Apesar de ter começado por pintar retratos no APíer de San-ta Mónica e no Havai, seria por essas alturas que o seu talento começaria a alcançar sucesso após um comerciante francês ter mostrado interesse na sua obra e lhe ter organizado uma exposição em Hong Kong, numa conceituada galeria. Pouco depois Kush publicou o seu primeiro álbum e trabalho num gran-de painel que seria apresentado na televisão. Desde esse momento o seu sucesso atingiu todo o mundo.

Em 2001 abriu a sua primeira galeria –Kush Fine

Art – no Havai. Dois anos depois abre uma outra em Las Vegas e em 2005 uma em Nova Iorque e em Laguna Beach.

No ano de 2008 cria, com ajuda de JanLange, o filme “MetaphoricalVoyage”.

A sua obra, atualmente, expande-se um pouco por todo o mundo e pode ser conhecida nos livros “Jorney to theEdgeof Time”,“MetaphoricalJorney” e “Bronze Dropof Time”.

Note-se que o trabalho de Kush tem sido muitas vezes confundido com as obras de Salvador Dali, pintor surrealista. Saliente-se ainda que Vladimir Kush também cria esculturas em bronze e metais preciosos que têm alcançado grande prestígio a ní-vel mundial.

Caraterísticas da sua obra

Existem caraterísticas peculiares na obra de Vla-dimir Kush que considerei pertinente referir:

Semelhança, no sentido em que Vladimir consegue retratar com excelência qualquer objeto ou paisagem, criando um realismo inigualável.

Ironia, pois utiliza-a frequentemente de modo a criar uma espécie de encantamento e fantasia os ob-jetos, atribuindo-lhes novas formas, nova vida.

Fuga às formas atuais, Vladimir confere no-vas formas aos objectos com base no aspecto esté-tico e emocional.

Beleza e elegância, as obras deste artista, desde a pintura à escultura são dotadas de uma beleza e de uma elegância parcas, conseguidas pela leveza e amor que Kush parece depositar em cada trabalho.

Algumas obras

Um Olhar Sobre Vladimir KushJéni José Sá Quintal10º2 Sonhos em papel

Thetwelve

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ThetwobirdsArriveloftheflowership

Thetwo

DescentoftheMediterreanean

Theflightofthesun

Always TogetherFiery Dance

African Sonata

Butterfly Apple

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A obra que escolhi intitula-se “SunrisebytheOce-an”, que em português significa “O nascer do Sol à beira-mar”, e é da autoria de Vladimir Kush.

A escolha deste quadro não foi aleatória. Na ver-dade, selecionei esta magnífica obra por me identi-ficar com fulcrais aspetos que nela se representam, que abaixo mencionarei detalhadamente.

O primeiro contacto que tive com a obra trans-mitiu-me de imediato a sensação de tranquilidade e esperança, esculpida quer pelos tons amarelo e castanho, quer pela luz irradiada pelo sol em últi-mo plano e seus reflexos na água que penetra pela areia.

Ao apresentar-nos um ovo fraturado em duas partes, cuja gema se ostenta entre essas duas par-tes da casca, o autor deixa transparecer a ideia do nascimento, de uma nova vida, não fosse a simbo-logia do ovo. Mas é necessário atentar que a gema não é na verdade uma gema, mas sim um sol, em formação, algures no Oceano. O facto de o Sol nas-

Sunrisebytheocean

cer de um ovo poderá estar associado a um mito que reza que a Terra teria tido origem de um ovo lançado no Oceano por um pássaro gigante.

Porém, a nível pessoal, considero que a posição central do Sol, proveniente do ovo, simboliza muito mais que isso. Simboliza a renascimento que cada um de nós é capaz de alcançar se decidir mudar a sua vida, alterar o seu rumo, facto este que se com-plementa com a associação do ovo na Páscoa, pois se bem refletirmos Jesus Cristo morre todos os anos por essa época, simbolicamente, no entanto continu-amos a utilizar o ovo como aspeto típico, isto porque Jesus faleceu mas voltou a nascer, ressuscitou, ideia esta transparecida pelo Ovo. Assim, por mais que tenhamos que morrer, metaforicamente, perante as dificuldades da vida podemos sempre renascer, nas-cer de novo, tal como o Sol nasce todos os dias para cada um de nós, sendo muitas vezes nós próprios que não queremos acreditar na mudança, num fu-turo melhor, enclausurando-a na nossa mente, ape-

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rança e confiança de que seria capaz. Posso então associar a este sentimento que na obra de Kush tão bem está patente o poema “Sísifo” de Miguel Torga:

“Recomeça...

Se puderesSem angústiaE sem pressa.E os passos que deres,Nesse caminho duroDo futuroDá-os em liberdade.Enquanto não alcancesNão descanses.De nenhum fruto queiras só metade.

E, nunca saciado,Vai colhendo ilusões sucessivas no pomar.Sempre a sonhar e vendoO logro da aventura.És homem, não te esqueças!Só é tua a loucuraOnde, com lucidez, te reconheças.”

Por fim realço a presença de alguns troncos per-didos na praia e uma figura feminina junto à água. Acredito que estes elementos venham precisamen-te frisar que o recomeço é duro e só é conseguido pelos mais fortes, os que vão à luta, aqueles que mesmo que tenham que cair se erguem de imedia-to. Mas é dos maiores sofrimentos que surgem as maiores glórias, as maiores vitórias, portanto acre-ditar que é preciso recomeçar. Sabendo que haverá sempre alguém para suportar a nossa decisão se-jam os nossos pais ou os nossos amigos no meio do caos, tal como por entre as nuvens ainda abaladas pela mudança, que se observam nesta obra, surgem pássaros exuberantes que parecem espalhar a Boa Nova. Dizem que somos capazes e que “tudo vale a pena se a alma não é pequena”.

A arte diz o indizível, exprime o inexprimível, tra-duz o intraduzível.

Leonardo Da Vinci

nas, como uma gema dentro de um ovo.Esta ideia de que o nascer de novo é uma escolha

pessoal também nos é apresentada pelas pequenas figuras humanas junto ao gigantesco ovo que pare-cem estar a construi-lo.

É como se estes humanos pressagiassem que seria necessário consertar aquele objeto para mais tarde voltar a acontecer a rutura. No fundo, unir as partes que se separaram com vista a possibilitar à pessoa que decidiu mudar a sua vida a continuá-la sem mais fraturas, sem mais mágoa, sem sinais de drástica mudança, visto que o que se pretende é levar adiante o caminho selecionado. Poder-se-ia ainda olhar as duas parcelas de casca do ovo como simbologia de um pai e uma mãe, dois seres idênti-cos aos olhos de Deus, que se uniram para formar um novo ser, e que o trazem à vida após 9 meses protegidos no ventre da mãe, tal como a gema en-volta pela clara. Foi da abertura destes dois seres (que são apoiados pelos seus entes queridos que podem ser entendidos como os homens nas guin-dastes junto ao ovo) que nasceu um novo humano e se aprofundarmos essa simbologia está patente pois a gema é o Sol e o Sol irradia Luz, ora costumamos dizer que uma mãe dá à luz.Então estas três perso-nagens constituem os elementos imprescindíveis de uma família, como as duas partes do ovo e a gema configuram à pintura de Vladimir Kush uma grande-za e imensidão descomunal.

Além disso, três é o número da perfeição, bem como o exemplo de perfeição da Igreja é semeado pela Santíssima Trindade.

A complementar esta ideia de uma nova vida, contrapõe-se ao último plano (Sol e Mar) e ao segun-do plano (duas partes da casca e pequenos homens em construção), um primeiro plano no qual se pode observar a figura de um Homem nu puxando uma espécie de canoa. Este elemento só vem realçar a necessidade de um recomeço, a capacidade de se erguer após um episódio menos risonho. Parece-me ainda que este homenzinho terá sido fruto da rutura do ovo, dado que ainda parte da sua canoa está na água do mar que penetra da areia, água essa que nos conduz até ao esplêndido sol que exulta uma nova vida. Essa figura até parece um pouco confor-mada com o ocorrido, como se não fosse uma situa-ção nova, isto é, como se já tivesse lutado duramen-te num passado menos próspero e tivesse sentido necessidade de voltar a nascer várias outras vezes e em cada uma delas com mais vigor, com mais espe-

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Uma busca incessante,Pelo equilíbrio…O frio da razão,Adocica-se pelo doce,O doce de sentir eSONHAR…Uma janela abre-se,E vens até mim…Um beijo quente,Que me lembra aquelaTarde de mil beijos,Tarde de sedução,Tarde de Verão…Em que a água fria,Salpica-nos,Refresca-nos eÉ palco da felicidade…

O cérebro pensa,Pensa a preto e branco,E o coração sente,Sente e dá cor à razão.A saudade sente-se,A distância vive-se…O tempo passa,As recordações recordam-se…A esfera da razão,Gira flutuantemente!O quadrado da emoção,Liga-te a mim, eTambém nos separa…A vida é uma busca,

Carolina Teixeira 12 ‘ 3

O cérebro pensa

Um dia sonhei

Um dia sonhei;Queria ir mais além…Deixar o comum,Abandonar o banal,Agarrar o futuro,Explorar o especial…Um dia sonhei,O Mundo estava melhor,O Amor já não era uma loucura,A Paixão não era incertaAs desilusões já não deflagravam,As multidões só cantavam…Um dia sonhei,As mágoas tinham-se apagadoAs fantasias tinham-se realizadoUm dia sonhei,E espero não acordar…

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As Velas Ardem Até ao Fim,

de Sándor Márai

Um belo romance que nos convida a refletir sobre a amiza-de, o amor e o tempo. A leitura desta obra leva-nos até um pe-queno castelo de caça na Hun-gria, onde dois homens, amigos inseparáveis na juventude, se

sentam a jantar depois de qua-renta anos sem se verem. Um, passou muito tempo no Extremo Oriente, o outro, ao contrário, perma-neceu na sua propriedade. Mas ambos viveram à espera deste momento, pois entre eles interpõe-se um segredo de uma força singular...

Ler, ler mais, ler sempre.

Os Bichos, de Miguel Torga

Um belo livro de contos onde os animais se apresentam com um sentir humano. Confronta-dos com esta nova perspetiva, somos nós, pessoas, que nos reconhecemos menos pessoas, ou então seres humanos vesti-

dos de animais.Vários contos para pensarmos e refletirmos so-

bre a nossa humanidade.

Teresa PereiraProf.ª de Português

ANOS CURIOSOS DA ERA CRISTÃ

José Dinisprof. Eletrotécnia

Circula na INTERNET a curiosidade matemática da capicua obtida pela soma do ano de nascimento com a idade que perfazem, neste ano de 2011, todos os nascidos no século XX. É o caso do autor que, nascido em 55 e próximo da idade de 56 anos, obterá 111 na soma destas duas parcelas. O mesmo acontecerá com todos os membros da nossa comunidade educativa. Na era cristã o mesmo fenómeno já ocorreu em todos os séculos, pelo que somos os protago-nistas da 20ª ocorrência desta curiosidade. Outro exemplo é o do Marquês de Pombal que, em 1711, ao completar 12 anos obteria também 111 na soma com 99, a parcela retirada da sua data de nascimento (1699). A fórmula para estes anos curiosos é Ac=100SN+11 em que SN é o século de nascimento.

Na tentativa de encontrar capicuas com quatro uns lembrei-me das crianças nascidas em 1999, atualmente com 12 anos, e suficientemente sortudas para atingirem a idade do homem mais idoso da atualidade que é de 112 anos. Estes terão atravessado 2 passagens de século e uma de milénio e considerarão 999 como data de nascimento e ao acrescentarem a idade de 112 anos obterão a capicua 1111. O mesmo poderá ter acontecido com os velhinhos de 112 anos no longínquo ano de 1111.

Após esta análise casuística e a identificação das variáveis passei à generalização deduzindo a fórmula para os anos auspiciosos da era critã:

Ac= 1000M+10Ps+10Ps-1+ …+100em que M é o milénio cujo fim foi atravessado e Ps é o nº de passagens de século vividas. NOTA: Ps só pode tomar

os valores 1 ou 2 ADENDA: O leitor poderá comprovar a validade da fórmula na tabela de aplicação da figura em que incluo o próximo

ano curioso

11223

12121

10111111201121113011

M Ps Ac

Sugestões de Leitura

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Desporto Escolar

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