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Panorama da cardiologia Nacional

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ExpedienteVolume XVI - Nº 34 - 2012

Panorama Atual da Cardiologiano Brasil e no Mundo

Conselho EditorialPresidente:

Dr. Mário F. de Camargo Maranhão

Conselheiros:Dr. Armênio GuimarãesDr. Fabio FernandesDr. Evandro Tinoco MesquitaDr. Jorge Pinto RibeiroDr. Michel BatlouniDr. Miguel Barbero MarcialDr. Nabil Ghorayeb

Lúcida Artes Gráficas LtdaRua Carneiro da Cunha, 212 sl 3

11-2339-4711 / 2339-4712E-mail: [email protected]

Diretor - Editor ResponsávelDr. J. Márcio da S. Araú[email protected]

Depto ComercialGilberto Cozzuol

AdministraçãoYvete Togni

RedaçãoCassiana Zanini

Agradecimento:Assessoria de Imprensa do

Hospital Albert Einstein

As opiniões expressasou artigos assinados são

de responsabilidadedos autores.

Inaugurado em, 1.971 o Hospital Albert Ein-stein foi um importante passo na concre-tização do sonho de um grupo de pioneros

que em 1955, liderado pelo médico Manoel Taba-cow Hidal, havia criado a Sociedade Beneficente Is-raelita Albert Einstein - SBIBAE - para construir um centro de excelencia em saúde em retribuição da co-munidade judaica ao País que tão bem os recebeu.

Hoje, temos um complexo hospitalar que ven-ceu todos os desafios que surgiram nestas 4 decadas de existencia. Dentre os fatores chave que fazem do Einstein um polo de excelência, merece destaque a qualidade de seu corpo clínico, composto poor cerca de 5 mil médicos de mais de 50 especialidades e de toda uma ampla equipe de profissionais de enfer-magem e outras areas de apoio.

Entendendo a dimensão que cada individuo representa o Einstein vem investindo na adoção do mais avançados critérios internacionais de atendi-mento hospitalar humanizado.

A SBIBAE, atua em três frentes integradas e igualmente importantes a assistência à saúde, a responsabilidade social e a geração e difusão do conhecimento.

Dedicamos essa edição aos 40 anos do hospi-tal Albert Einstein e desejamos que essas 4 decadas sejam apenas o começo dessa jornada que se funde com a historia da medicina nacional.

Boa leitura a todos.

O editor

Editorial 4 décadas de excelência.

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SumárioCardio Life................................................................06 notícias sobre bem estar, saúde, nutrição

Cardio News............................................................10Noticias sobre Lançamentos de novos medicamentos, Mer-cado Hospitalar e Farmacêutico

Evento..........................................................................16Cobertura e divulgação de eventos da àrea

Perfil............................................................................19Homenagem a um profissional do setor médicoDra. Amanda Sousa

Materia de Capa...................................................20Homenagem aos 40 anos do Hospital Albert Einstein

Artigo...........................................................................40assinado pelo Dr. André Luiz Togni Barros

Opinião......................................................................42Dr. Adib JateneDr. Renato FrançosoRoberto Luiz d´Avila

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Estudo realizado pela Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, mostrou que o con-sumo contínuo de carne vermelha está associado com maior risco de morte, especialmente por câncer e doenças cardiovasculares. Em contrapartida, a substituição da carne vermelha por out-ras fontes de proteína, como peixes, frango, castanhas e legumes reduz o risco de morrer.

Segundo o Dr. Frank Hu, coordenador da pesquisa, as análises envolveram 37.698 homens e 83.644 mulheres, que tiveram sua saúde monitorada por 22 anos e 28 anos, respectivamente, e, a cada quatro anos, suas dietas eram aferidas.

O consumo regular de carne vermelha, sobretudo das processadas (salsichas, mortadela, bacon, etc), foi associada a um maior risco de morte de até 20%. Já as carnes não processadas, como os bifes, aumentam o risco de morrer em até 13%. O aumento de morte por doenças car-diovasculares variou entre 18% e 21%, e o por câncer entre 10% e 16%.

"Nosso estudo adiciona novas evidências dos riscos à saúde de se comer grandes quanti-dades de carne vermelha, o que já foi associado com diabetes tipo 2, doenças coronarianas, der-rame e determinados cânceres em outros estudos", dizem os pesquisadores.

Consumo de carne vermelha eleva risco de morte em até 20%

A rotina diária de empregos em escritórios faz com que muita gente passe boa parte do dia sentada em suas mesas, se movimentando muito pouco. Quando chegam em casa, essas pessoas já estão cansadas, e acabam ficando mais tempo ainda sentadas e inertes. Longos períodos de imobilidade são muito prejudiciais para o corpo. De acordo com uma pesquisa australiana, ficar sentado durante uma hora a mais todos os dias aumenta os riscos de morte dentro de seis anos em 11%. Outro estudo, publicado em 2010 no periódico Journal of Epidemiology, indica que homens que ficam sentados durante seis horas diariamente correm riscos 20% maiores de morrerem em 14 anos do que os que passam apenas três horas por dia sentados ou menos. Para mulheres, essa taxa foi de 60%. Veja abaixo algumas dicas que irão te ajudar a encontrar formas de se movimentar mais durante o horário de trabalho:

•Ao invés de usar o telefone ou o email para perguntar algo a um colega, saia da sua mesa e vá pessoalmente até ele. •Marque de encontrar um colega para fazer café ou tomar água em um momento do dia, e ao invés de ficar sentado, ande pelo escritório. •Tente encaixar uma pequena caminhada durante o seu horário de trabalho, e faça questão de fazê-la, evitando desculpas para ficar sentado. •Prefira usar as escadas ao invés do elevador. Se o seu escritório ficar em um andar muito afastado do térreo, desça do elevador alguns andares antes e siga o restante a pé. •Após o trabalho, não passe o dia no sofá. Realize atividades que vão fazer com que você se movimente, aproveitando a oportunidade para passar mais tempo com a família ou amigos. Fonte: My Health News Daily, 14 de março de 2012

Se movimente mais no trabalho e tenha uma vida mais saudável

Cardio Life

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A solidão pode desencadear uma série de impactos negativos na saúde de uma pes-soa, causando males físicos e ainda mais dano ao estado emocional do indivíduo.

De acordo com pesquisadores da Uni-versidade de Chicago (EUA), o isolamento social está associado ao endurecimento das artérias, maiores taxas de inflamação no corpo e até mesmo problemas com o apre-ndizado e a memória. Outro aspecto nega-tivo desse mal é que ele traz ainda mais solidão, fazendo com que o indivíduo veja suas próprias interações sociais como mais negativas e formem impressões piores das pessoas.

E os efeitos nocivos da solidão não são vistos apenas em humanos. Até mesmo moscas de frutas, quando isoladas das out-ras, têm piores quadros de saúde e morrem antes de insetos que interagiram com out-ros.

“Assim como a ameaça da dor física, a solidão protege o seu corpo social. Ela avisa quando as conexões sociais começam a se desgastar, fazendo com que o cérebro entre

em alerta para ameaças sociais”, explica o pesqui-sador John Cacioppo. “Estar solitário pode produz-ir hiper-reatividade a comportamentos negativos em outras pessoas, então pessoas solitárias vêem esses maus tratos como sendo mais pesados. Isso aumenta a probabilidade de que (a pessoa) caia ainda mais dentro da depressão”, completa.

Ou seja, a solidão não é apenas algo que faz com que as pessoas se sintam infelizes. Ela é um risco para a saúde mental e física do indivíduo. É normal que todos se sintam isolados socialmente em algum momento de suas vidas, mas caso o sentimento se torne muito forte é importante que a pessoa procure ajuda profissional. Solidão pode matar Fonte: Live Science

Solidão pode matar

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Apesar de ser considerado ainda um país de jovens, aproximadamente 11% da popula-ção brasileira é composta por indivíduos com mais de 60 anos.

Estima-se que em 2025 o Brasil terá a sexta maior população de idosos do mundo. Em números absolutos provavelmente teremos quase 40 milhões de idosos.

O segredo para a manutenção da saúde na velhice é entendermos a necessidade de prevenção e de adotarmos um estilo de vida saudável, não só após os 60 anos, mas em to-das as idades.

Por isso, é fundamental uma alimenta-ção mais saudável, evitando excessos calóri-cos, de sal, de açúcar, de álcool, de frituras, e a manutenção do peso dentro de uma faixa ade-quada. Praticar exercícios físicos regularmente também é muito importante.

Nessa faixa etária, sugerimos atividades aeróbias de baixo impacto, como caminhada, natação, hidroginástica, dança, trabalhos resis-

Como ter uma vida saudável depois dos 60?

tidos como a ginástica localizada, musculação e trabalhos com alongamento buscando a ma-nutenção da flexibilidade, mobilidade e equilí-brio.

Cuide-se, pratique exercício físico e tenha uma vida regrada, para desfrutar a terceira idade com saúde. Fonte: Sociedade Brasileira de Cardiologia

10 dicas para combater o colesterol Você sabia que com uma alimentação mais saudável é possível reduzir

sua taxa de colesterol ruim, o LDL?Confira 10 dicas para se proteger deste inimigo da saúde cardiovascular:

•Coma mais frutas e vegetais;•Inclua peixe grelhado ou assado e menos carnes fritas em suas refeições;•Pratique exercícios físicos;•Deixe de fumar •Priorize alimentos ricos em fibras, como aveia, pães integrais e maçãs. As fibras ajudam a reduzir as taxas de colesterol;•Limite a ingestão de gorduras saturadas, como gordura de derivados de leite;•Limite os alimentos ricos em colesterol, como gema de ovo e fígado;•Utilize derivados de leite pobres em gordura, leite desnatado, iogurte desnatado e sorvetes light;•Evite frituras;•Evite lanches rápidos como cachorro-quente e sanduíches gordurosos.

Fonte: Sociedade Brasileira de Cardiologia

Cardio Life

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Com um faturamento de cerca de US$ 150 bilhões no mundo, aproximadamente 250 mil funcionários, a GE é uma das maiores or-ganizações do planeta, atuando em segmentos como aviação, energia, serviços financeiros, água, saúde, entre outros. A empresa ameri-cana planeja investir US$ 6 bilhões em TI em saúde em termos globais.

No Brasil

Brasil representa atualmente em torno de 6% da receita global da empresa americana. No entanto, a tendência dos países emergen-tes é de crescimento vertiginoso. Para o seg-mento de saúde no País, a empresa anunciou, uma parceria de formação profissional para

técnicos em saúde com o Senai-SP. O presidente da companhia para a

América Latina, Rogeriu Patrus, informou que a fábrica da GE, localizada em Contagem (MG), receberá melhorias e novos profissionais, che-gando a 750 até 2014.

“PET-CT e Ressonância Magnética estão em fase de aprovação para serem fabricados em Contagem”, adianta Patrus.

Cerca de R$ 550 milhões serão investi-dos no Brasil em 2012: US$ 170 milhões serão direcionados ao Centro de Pesquisa no RJ, e geração de 200 empregos inicialmente; novas linhas de produto e expansão da capacidade produtiva com investimento de aproximada-mente US$ 200 milhões e aproximadamente US$ 200 milhões para a área de energia.

GE investirá US$ 6 bilhões em tecnologia para área de saúde

O Grupo B. Braun adquiriu uma partici-pação de 20% na empresa CeGaT GmbH, na Alemanha, fazendo sua primeira incursão no mercado de diagnóstico genético. Como pro-vedora de serviços de médio-porte no campo da biotecnologia, a CeGaT vem fornecendo o seqüenciamento de genes e a análise bioinfor-mática dos dados gerados desde 2009.

Segundo a B. Braun, a CeGaT foi a primei-ra empresa de biotecnologia do mundo a usar, com sucesso, a nova tecnologia de Seqüencia-mento de Última Geração para diagnósticos genéticos tradicionais. Sua técnica de desen-volvimento de “Painéis de Diagnóstico” permi-tiu o seqüenciamento simultâneo de todos os genes associados a uma determinada doença.

Entre os principais objetivos da parceria estratégica estão melhorar ainda mais a tec-nologia dos Painéis de Diagnóstico existentes e a comercialização destes painéis para novos países.

B. Braun entra no mercado de diagnóstico genético

A multinacional americana MSD (Merck & Co) formou uma joint venture com a Supera, em-presa criada no ano passado pelos laboratórios nacionais Eurofarma e Cristália. A nova companhia, a Supera RX, nasce com um portfólio com cerca de 30 medicamentos e deverá incorporar, no médio prazo, remédios inovadores das três farmacêuticas. As informa-ções são do jornal Valor Econômico.Segundo a reportagem, a MSD terá participa-ção de 51% nessa nova empresa. Cristália e Eurofarma ficam com 24,5% cada. A Supera RX – as duas letras significam medicamentos de prescrição médica – vai absorver uma boa parte do “pipeline” (produtos em desenvolvi-mento) de suas empresas controladoras, que vão manter seus negócios independentes da recém-criada companhia.

MSD forma joint-venture com Cristália e Eurofarma

CardioNews

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A Roche acaba de estabelecer uma par-ceria estratégica com a Technoclone, empresa austríaca especializada em reagentes para diagnósticos cardiovasculares e de trombose. Com a aliança, a Roche trará ao mercado um novo portfólio para análise de hemostasia (pro-cesso fisiológico encarregado de evitar a perda sanguínea em caso de lesões vas-culares).

De acordo com o diretor global da Roche Professional Di-agnostics, Colin Brown, a iniciativa do grupo é mais um reforço para os investimentos no mercado de coagulação. “A experiência da Technoclone e sua proximidade com a comunidade científica está alinhada ao objetivo da Roche de levar progressos em saúde para os pacientes.

Isso inclui compromissos conjuntos em pesquisa clínica e desenvolvimento de futuros rea-gentes como novas técnicas de diagnóstico que se tornarão fa-tores integrantes nas opções de tratamento específicos no futuro”, afirma Brown.

A companhia com sede em Viena foi fundada em 1987 e pos-sui mais de dez patentes interna-cionais em diagnóstico e terapia de doenças vasculares, além de cooperar firmemente com univer-sidades e centros de pesquisa. A aliança reforça a posição única do

Roche firma parceria com Technoclone para expandir portfólio em diagnóstico de coagulação

Grupo Roche na busca de alcançar e entregar soluções personalizadas para atender as mais diversas necessidades clínicas e laboratoriais presentes hoje e no futuro.

Parceria com companhia austríaca expande portfólio de reagentes

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A STERIS é líder mundial em prevenção de infecções, controle de contaminações e tecno-logias cirúrgicas. Possui atendimento emergencial com uma longa lista de tecnologias e serviços inovadores, bem como milhares de clientes em mais de 60 países.

Embora a empresa tenha sido fundada como Innovative Medical Technologies em 1985 e renomeada STERIS em 1987, o histórico vem desde 1894 com a fundação da American Sterilizer Company (AMSCO), uma inovadora líder mundial da área de esterilização.

Atualmente, por uma série de aquisições estratégicas – como a de 2011, quando a SER-CON passou a ser uma empresa STERIS - e de inovação contínua de novos produtos, a STERIS mantém uma das carteiras mais amplas de produtos no setor liderando os esforços para impedir infecção e contaminação na área da saúde - e está sempre ampliando seu alcance com produtos para também atender as necessidades de outros mercados.

STERIS é líder mundial em prevenção de infecções

Com um investimento de R$ 35 mil-hões, a marca Alta Excelência Diagnóstica, pertencente à Dasa, inicia suas atividades em São Paulo, com a inauguração da primeira unidade nos Jardins. O objetivo da empresa é ser uma opção em diagnóstico para o público AAA.

Além da unidade nos Jardins, ainda este ano, a empresa pretende inaugurar duas unidades, sendo uma no Parque Ibi-rapuera e a outra em Alphaville. O intuito é ter oito unidades em funcionamento até 2015. De acordo com o presidente da Dasa, Marcelo Noll Barboza, a marca pos-suía uma demanda de 500 exames de ima-gem por mês, sem o lançamento oficial.

Para as primeiras três unidades foram investidos R$ 23 milhões em novos equipamentos como PET-CT (Discovery 690 com CT de 64 canais (128 projeções)/GE), Ultrassom (IU 22/Philips) e Ressonância Magnética 3 Tesla (Verio/Siemens) e 1.5

Tesla (Espree/Siemens), encontrados em centros de referência mundial.

De acordo com a empresa, a marca tem o objetivo de conciliar medicina diag-nóstica com o conceito de hotelaria. A dire-tora do Alta Excelência Diagnóstica, Clau-dia Cohn, conta que a empresa quer tornar o momento de realização dos exames, em que o cliente está frequentemente mais frágil, em uma experiência diferenciada. As unidades dispõem de atendimento com hostess bilíngue, acompanhamento con-stante no atendimento e check-in individu-alizado.

Além disso, a marca oferece atendi-mento móvel. Na coleta de análises clíni-cas, oferece o Accuvein, dispositivo portátil do mercado, cuja finalidade é facilitar a localização do acesso venoso. O equipa-mento é útil na punção de pacientes ido-sos, pediátricos, com acesso venoso difícil, ou para os pacientes com medo da punção.

Dasa investe R$ 35 mi em marca para público AAA

CardioNews

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Estudo mostra que doenças crônicas, como a hiperten-são, o diabetes e a dislipidemia (colesterol elevado), se não tratada corretamente, pode elevar em até 481% os gastos com medicamentos.

Participaram do estudo 28 mil pessoas que apresenta-vam essas ou outras doenças crônicas. Os dados mostraram que um paciente hipertenso gasta, em média, R$502,12 por ano para tratar a doença. Esse valor sobre para R$531,75 para quem tem colesterol dislipi-demia e para R$ 1.293,68 quan-do a doença é o diabetes.

A grande questão é que, se não tratadas de forma adequa-da, essas doenças podem desen-cadear outras, como acidente vascular cerebral (AVC), infartos e outras doenças do coração.

O estudo mostrou que as despesas com mais de uma des-sas doenças também pode subir consideravelmente, 481%, e chegar até os R$ 2.417,43, para quem passa a ter que controlar, por exemplo, além da hiperten-são, o diabetes e o colesterol e-levado.

Os especialistas recomen-dam às pessoas que sofrem como esses problemas que busquem controlar o peso, man-ter uma alimentação saudável e praticar alguma atividade física, porque o sedentarismo e a obe-sidade agravam as doenças crônicas. Fonte: Press Realease,

Doença crônica tratada de forma errada pode elevar o gasto com

medicamentos em até 481%

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A cama Fawler PLD 1043 possui aciona-mento dos movimentos através de três manive-las escamoteáveis cromadas, leito de chapa de aço perfurada e rodízios de 5”de diâmetro, sen-do dois com freios e dois sem freios em diago-nal. Com cabeceira e peseira removíveis, com estrutura em material termoplástico de alta re-sistência e pára-choque de borracha removível na cabeceira. Acompanha suporte de soro cro-mado. Movimentos: semi-fawler, fawler, flexão, sentado, cardíaco e trendelemburg.

Medworld oferece cama fawler PLD 1043 com

três manivelas

Montados sobre reservatório, os modelos de centrais têm execução simplex, duplex, tri-plex e quadriplex. Com deslocamento unitário de 10 a 228m3/h | 6 a 134 pcm, possuem pressão máxima de 10 bar | 142 PSI. Potência motora unitária de 1 a 30 HP, as centrais dis-põem de reservatório de execução horizontal de 120 a 1.000 litros.

Centrais de Ar Medicinal Comprimido são destaque

Daltech

Primeiro Simulador de Sinais Vitais inteira-mente nacional, com arritmias, o BIOSIM é um simulador microprocessado com tela de cristal líquido e teclado de membrana. Ele fornece simulação de ECG de 12 derivações e formas de onda senoidal, quadrada , retangular , trian-gular, trapezoidal e pulso. Também simula 32 tipos diferentes de arritmias, incluindo atrial, ventricular, onda T alta, ST supradesnivelada, ST infradesnivelada, infarto do miocárdio e for-ma de onda de marcapasso, além de simular também respiração e temperatura.

Simulador de Sinais Vitais Biosim é novidade

Biométrica

A Clean Medical realiza locação de equipamen-tos médicos e hospitalares, com plantão de atendimento 24 horas. Os equipamentos são devidamente embalados e higienizados, aten-dendo clientes de diversas regiões oferecendo aparelhos de variadas marcas e modelos, tais como: DEA (Desfibrilador Externo Automático) das marcas Defibtech e Cardiac Science; bis-turis elétricos das marcas Valleylab e WEM; incubadoras Fanem modelo 1186 e Vision, além de monitores multiparâmetros, oximet-ros, capnógrafos, cardioversores, respiradores, desfibriladores, equipamentos de fototerapia, aparelho de anestesia, eletrocardiógrafos, en-tre outros.

Clean Medical: variedade em locação de equipamentos

De fácil higienização, o Aspiramax 12V com bateria aspira líquidos e secreções. Por-tátil, silencioso e de manuseio simples, é volta-do para uso clínico, odontológico, veterinário e cirúrgico, sendo ideal para ambulâncias e lo-cais sem energia elétrica. Possui vacuômetro e filtro antibactérias.

Aspirador cirúrgico Aspiramax é destaque NS

Há 60 anos como referência no mer-cado, a Mucambo é especializada em fabricar soluções em luvas cirúrgicas, de procedimen-tos e complementares, utilizando matérias-primas nobres, como látex natural, neoprene e nitrila. A Mucambo possui ISO 9001, sendo a primeira empresa brasileira do segmento a conquistar esta certificação. A empresa pos-sui produtos inovadores de grande destaque, como as linhas Sensifree, Sensimax e Sensitex.

Mucambo: referência em luvas cirúrgicas

Para divulgar seus produtos e ou serviços, enviar e-mail para:

[email protected]

CardioNews

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Instituto Dante Pazzanese lança livro comemorativo de 57 anos de História

Instituto Danta Pazzanese de Cardi-ologia, 57 anos de História (1954-2011) é livro o lançado pela institu-

ição em cerimônia realizada na segunda-feira, dia 8 de agosto de 2011. A obra descreve os primeiros passos da instituição fundada pelo médico Dante Pazzanese até os dias de hoje.

O nome do instituto é uma homenagem a seu fundador o Dr. Dante Pazzanese, que ide-alizou em 1954 o Instituto de Cardiologia do Estado de São Paulo, que mais tarde receberia seu nome.

O Dante Pazzanese é um hospital da ad-ministração direta da Secretaria de Estado da Saúde. Começou suas atividades na Avenida Paulista, 392, com o nome de Instituto de Car-diologia do Estado. Em 1958, foi transferido para a Avenida Dr. Dante Pazzanese, 500. Atu-almente, o instituto é um dos maiores centros de tratamento cardiológico do país. São mais de 1,5 mil funcionários e possui 303 leitos dis-tribuídos em três blocos hospitalares.

O ministro da Saúde Alexandre Padilha, o prefeito Gilberto Kassab e o secretário estadual de Saúde, Giovanni Guido Cerri, participaram da cerimônia. Eles foram recepcionados pela diretora-geral do Instituto, Amanda Sousa, e

pelo coordenador do projeto editorial da obra, Eduardo Sousa.

Para o prefeito, foi gratificante participar das comemorações dos 57 anos do Instituto Dante Pazzanese. “São Paulo é uma grande cidade, uma das maiores do mundo. E São Paulo é grande porque tem grandes referên-cias e símbolos. E um deles é o Instituto Dante Pazzanese. Com esse livro, homenageamos aqueles que fizeram parte dessa história, desde o Doutor Dante até os funcionários”, afirmou.

Evento

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Amanda Guerra de Moraes Rego Sousa possui graduação em Medicina pela Escola Paulista de Medicina (1975), Especialização em Car-diologia e Ecocardiografia no Instituto Dante

Pazzanese de Cardiologia, em 1979. Concluiu Doutorado em Cardiologia pela Universidade de São Paulo em 1995 e Livre-docência na mesma Universidade em 1999. Foi Chefe da Seção de Angioplastia Coronária de 1983 a 1991; Diretora do Serviço de Cardiologia Invasiva de 1991 a 2002; Diretora de Divisão de Diagnóstico e Terapêutica de 2002 a 2009 e, atualmente, Di-retora Técnica de Departamento de Saúde do Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia. Foi Diretora Clínica da Fundação Adib Jatene de 2006 a 2009 e atualmente, é Presidente do Conselho Curador da mesma; Vice-diretora do Instituto de Ensino e Pesqui-sa do Hospital do Coração da Associação Sanatório Sírio, onde é gestora do Serviço de Hemodinâmica desde 2005.

É Professora de Pós-graduação da Universidade de São Paulo desde 2000, sendo Presidente da Comissão de Pós-graduação do Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia desde 2005. Em 2006, foi designada Coordenadora do Curso de Dou-torado do Programa de Pós-graduação: Medicina/Tecnologia e Intervenção em Cardiologia (USP/IDPC). Foi Membro Titular do Conselho de Pós-graduação da Universidade de São Paulo de 2007 a 2009, exercendo novo mandato a partir de 2011, sendo a seguir, Membro da Câmara de Normas e Recursos até 2009, voltando a ela a partir de 2011. Foi Membro da Câmara de Aval-iação deste Conselho de 2007 a 2008, sendo Membro Titular do mesmo Conselho de 2009 a 2011.

Foi Membro Suplente do Conselho Universitário da Univer-sidade de São Paulo no biênio 2007/2009, sendo Membro Titu-lar do mesmo Conselho, de 2009 a 2011. Em outubro de 2010 passou a integrar o quadro de Assessores Científicos da Funda-ção de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo - FAPESP. Publicou 228 artigos em periódicos especializados, como autora e/ou co-autora e 1 555 trabalhos em anais de eventos nacio-nais e internacionais. Participou da organização e publicação de 11 livros e possui 71 capítulos publicados. Participou como convidada de 595 eventos no Brasil e no exterior para proferir palestras, integrar mesas-redondas, colóquios e outros. Concluiu orientação de 7 teses de doutorado e possui 3 em andamento. Recebeu 108 prêmios e/ou homenagens.

Entre 1995 e 2009 participou de 70 projetos de pesquisa, sendo que coordenou 8 destes. Atualmente, participa de outros 25 projetos como investigadora. Tem experiência na área de Medicina, com ênfase em Cardiologia Intervencionista, atuando principalmente nos seguintes temas: stents, stents coronários, stents farmacológicos, infarto do miocárdio, e intervenções em síndrome coronária aguda.

Dra Amanda SousaDiretora-geral do Instituto

Dante Pazzanese de Cardiologia

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Hospital Israelita Albert Einstein

Hospital Israelita Al-bert Einstein está completando 40 anos de existência. É uma instituição jovem na

cronologia temporal, mas extremamente madura em seu histórico de conquistas e realizações. Mais que um centro de aten-dimento de excelência em Medicina, é um pólo disseminador de modelos e práticas que contribuem para o desenvolvimento da Saúde, nacional e internacionalmente.

Primeiro hospital fora dos Estados Unidos a obter a respeitadíssima acredi-tação da Joint Commission International (JCI) em 1999 – posição que vem sendo reafirmado a cada nova avaliação –, o Einstein detém inúmeras outras certifica-ções de importantes organizações nacio-nais e internacionais nas áreas médicas de gestão, de qualidade e de sustentabi-lidade.

Dentre elas, vale citar a também pioneira certificação JCI na Modalidade Disease Specific (Doença Específica) para o Centro de Atendimento ao Paciente com Acidente Vascular Cerebral (JCI), a acredi-tação do College of American Pathologists para a Patologia Clinica e Hemoterapia, do American College of Radiology para os serviços de Imagem (mamografia e ultrassonografia) e da Associação Ameri-cana de Bancos de Sangue para a Hemote-rapia, além das certificações ISO 9001 (qualidade), ISO 14001 (meio ambiente) e Leed (edificação sustentável/Green Build-ing) para o pavilhão Vicky e Joseph Safra

completa 40 anos colocando o Brasil em destaque no desenvolvimento da Medicina

Matér ia de Capa

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Hospital Israelita Albert Einstein inaugurado em 2009.

Igualmente ampla é a lista de premia-ções e reconhecimentos. Em 2011, por ex-emplo, o Einstein foi eleito em 2011, pela terceira vez consecutiva, a melhor institu-ição médica da América Latina no estudo da America Economia Intelligence.

A entidade avalia anualmente hospi-tais e clínicas dos países da região segundo critérios como segurança hospitalar, capital humano, gestão do conhecimento, dignidade do paciente e índice geral de qualidade. A pontuação do Einstein foi de 94,05, cerca de 4 pontos percentuais à frente do segundo co-locado. Em outra pesquisa, esta do Datafolha, feita em 2007, foi apontada pelos médicos como o melhor hospital de São Paulo, com a melhor UTI, o melhor centro cirúrgico e o melhor pronto-atendimento.

Já o Projeto Positive Deviance, uma das iniciativas do sólido sistema de Segurança do Paciente, foi contemplado com o SHEA Internacional Award e com o Prêmio Saúde Brasil. Programas como esse, voltados à pre-venção da infecção hospitalar e de falhas no atendimento (de erros na administração de medicamentos à queda de pacientes durante o banho, por exemplo), têm permitido ao Ein-stein manter níveis de performance nesses quesitos semelhantes ao das melhores insti-tuições do mundo.

Em alguns meses de 2010, por exem-plo, foi zero a taxa de infecção hospitalar nas unidades em que o Positive Deviance já es-tava implantado.

completa 40 anos colocando o Brasil em destaque no desenvolvimento da Medicina

Atriun do Hospital Albert Einstein

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Inaugurado em 1971, o hospital foi um importante passo na concretização do sonho do grupo de pioneiros que em 1955, liderado pelo médico Manoel Tabacow Hidal, havia cri-ado a Sociedade Beneficente Israelita Albert Einstein (SBIBAE) para constituir um centro de excelência em saúde como uma retribuição da comunidade judaica ao País que tão bem a ac-olheu após a II Guerra Mundial.

O complexo hospitalar de hoje, sinôni-mo de competência, pioneirismo e inovação, mostra que as gerações que sucederam aos pioneiros seguiram sonhando novos sonhos, com a mesma ousadia e determinação em realizá-los.

Nem poderia ser diferente numa área como a de saúde, onde os desafios se renovam num ritmo impressionante. “Se a Medicina tem vencido um sem-número de problemas de saúde, novas doenças surgem no contexto da vida moderna e do envelhecimento da popu-lação”, afirma o Dr. Cláudio Luiz Lottenberg, presidente da SBIBAE. “Em 1971, quando nos-so hospital foi inaugurado, o Brasil tinha 90 milhões de habitantes. Hoje são 190 milhões. No mesmo período, a população de São Paulo triplicou, passando de 3,7 milhões para mais de 11 milhões. Tudo está mais complexo e de-safiador. Por isso, na nossa jornada em prol da saúde, 40 anos é apenas o começo”, completa ele.

Hospital Albert Einstein

Matér ia de Capa

Realizando sonhos

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Dr. Claudio Lottenberg Presidente da Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Hospital Albert Einstein

Dr. Claudio Lottenberg é mes-tre e doutor em Oftalmologia e presidente

do Hospital Israelita Albert Einstein desde dezembro de 2001. Sua clínica oftalmológica, a Lotten Eyes Oftalmolo-

gia Clínica e Cirúrgica, foi fundada em 1989, possui cinco endereços na cidade de São Paulo e já atendeu mais de 50.000 pacientes. Lottenberg também é autor de mais de 12 livros, ex-Secretário Municipal de Saúde do município de São Paulo e membro do Board do Pan-American Ophtalmo-logical Foundation, Arlington, Texas, USA.

EntrevistaMatér ia de Capa

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Revista Newcor News - Quanto tempo está na gestão do SBIBAE?

Dr. Claudio Lottenberg - Participo da So-ciedade Beneficente Israelita Brasileira Hospi-tal Albert Einstein desde minha infância acom-panhando meu pai que sempre foi um ativista voluntário da comunidade judaica brasileira. Em 1981 passei a integrar seu conselho delib-erativo ainda acadêmico de Medicina e passei a atuar como medico em 1988. Em 1994 fui convidado por meu antecessor, Dr. Reynaldo Brandt, a ocupar um cargo na Diretoria eleita, inicialmente como Secretario e num segundo momento como seu Vice-Presidente. Desde 2001 sou o Presidente desta maravilhosa orga-nização cargo que ocupo voluntariamente.

Revista Newcor News - Por favor, dê um de-poimento sobre a evolução do Hospital Israelita Albert Einstein em todo este tempo que esteve presente no hospital.

Dr. Claudio Lottenberg - O Einstein nasceu com um compromisso expresso de excelên-cia e de qualidade. Numa época que estas mecânicas mal existiam com fundamenta-ção cientifica, nossos fundadores quase que intuitivamente fizeram nascer uma organiza-ção com princípios muito sólidos e valores absolutamente pétreos que a meu ver são em grande parte responsáveis pelo sucesso desta trajetória. A primeira fase foi uma fase heroica, desbravadora onde nosso fundador, o saudoso Professor Manuel Tabacow Hidal sen-sibilizou um grupo de médicos e empresários na grande maioria judeus de que aquele sonho poderia trazer uma contribuição de mudança na pratica a assistência à saúde. Perseverante obteve uma doação da família de Hessel Klabin e comprou uma área numa região distante do grande centro de São Paulo que era o Morumbi e que de certa forma contribuiu para uma mu-dança na própria habitabilidade da região. Foi sucedido por Joseph Feher, um apaixonado por

tecnologia e que se apercebeu que esta pode-ria trazer incrementos importantes na maneira de diagnosticar e tratar as doenças e de ma-neira decisiva partiu na frente adquirindo re-cursos ate então inexistentes em nosso meio. O Einstein avançou e cresceu muito, mas era necessário enxergar isto de forma mais madu-ra e focada e foi o que seu sucessor Reynaldo Brandt fez. Dedicado e muito ordenado, intro-duziu ai sim o processo da qualidade formal que aos poucos se estabeleceu no clima orga-nizacional culminando com a acreditação pela Joint Comission a primeira a ser concedida por esta instituição no plano internacional. A partir de então tudo foi uma consequência de insti-tuição da liderança que me foi passada, mas que recebi impecavelmente estruturada e que tenho na medida do possível dar continuidade. Revista Newcor News - Como é aliar tecnolo-gia e sustentabilidade no SBIBAE? Dr. Claudio Lottenberg - A Sociedade Be-neficente Israelita Brasileira Albert Einstein (SBIBAE) atua em três frentes integradas e igualmente importantes: a assistência à saúde, a responsabilidade social e a geração e difusão do conhecimento. As atividades de assistência à saúde estão concentradas no Hospital Israelita Albert Einstein e na área de medicina diagnóstica e preventiva, que con-tribuem com a sustentabilidade das ações de responsabilidade social, ensino e pesquisa. O Instituto Israelita de Responsabilidade Social Albert Einstein atua em programas próprios ou em conjunto com os gestores públicos da saúde para ajudar a suprir as necessidades as-sistenciais, tecnológicas ou de competências da comunidade e hoje tem também toda uma visão muito consistente em responsabilidade ambiental. As atividades de educação e pes-quisa estão abrigadas no Instituto Israelita de Ensino e Pesquisa Albert Einstein e conferem inovação às outras áreas da SBIBAE.Queremos que toda tecnologia venha para in-

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“cluir as pessoas. Incremento tecnológico, se não utilizado de forma adequada, gera des-perdícios. No mundo contemporâneo, vemos muito uma utilização imprópria, exagero, sem um beneficio de fato a quem se utiliza do re-curso que a rigor é o paciente. Isto merece ser visto com muito cuidado e zelo por todos nós, na área dos processos diagnósticos e na área terapêutica. Não necessariamente os recursos de ultima geração trazem uma resposta que agregue valor para o paciente e a capacidade de diferenciar este aspecto tem sido nosso maior desafio. Equipamentos, medicamentos, salas dedicadas. Tudo isto consome recursos e a capacidade gerencial esta na maneira de melhor utilizá-los. O grande fator que faz a dife-rença nesta empregabilidade tecnológica é o capital humano representado pelos médicos fundamentalmente, mas também pela equipe multiprofissional. O médico é quem atua na relação diária, é ele quem capta, é ele quem indica e é ele quem decide, mas se apoia num trabalho em equipe que nós no Einstein valori-zamos e muito. Temos que fortalecer este elo e seria impróprio, um erro imaginar o contrário. Não existe tecnologia que possa substituir o capital humano.

Revista Newcor News - O que torna o Hospi-tal Israelita Albert Einstein referencia em quali-dade de serviços “hospitalares”?

Dr. Claudio Lottenberg - O Hospital Israel-ita Albert Einstein, embora reconhecidamente um centro de excelência, com certificações e com acreditações, questiona permanente-mente seus processos e a sua qualidade. Diria que vivemos um clima de inconformismo onde sempre achamos que podemos fazer mais e melhor. Trabalhamos com indicadores de pro-cessos, de qualidade e de resultados e isto é monitorado não como uma coleção numérica, mas como um reflexo de tendências que de-vem ser aprimoradas constantemente. Aperfeiçoamos seu uso e os discutimos com absoluta transparência, levantando inconfor-midades por menores que sejam. Queremos acompanhar a atuação de nossos profission-ais, não impondo, mas motivando-os e conv-idando-os a participar das melhores práticas médicas. Esta é a nossa diferença. Uma visão paradigmática apoiada em pessoas que acr-editam que o detalhe faz a diferença.

Esta é a nossa diferença. Uma visão paradigmática apoiada

em pessoas que acreditam que o detalhe faz a diferença.“

Dr. Claudio Lottenberg

EntrevistaMatér ia de Capa

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Alta ComplexidadeReferência em procedimentos de alta

complexidade, o Einstein tem como um de seus expressivos diferenciais os Program-as Integrados estruturados para o atendi-mento nas seis áreas de especialidades definidas como estratégicas: Cardiologia, Ortopedia, Reumatologia, Neurologia, Transplantes, Oncologia, Hematologia e Cirurgia. Em cada uma dessas áreas, uma equipe de médicos e profissionais multidis-ciplinares trabalha para oferecer uma as-sistência completa – desde o diagnóstico até a reabilitação. Para isso, combinam recursos, tecnologias, bem-estruturados procedimentos e protocolos gerenciados e uma abordagem humanizada em favor da eficiência e qualidade dos serviços e aten-dimento prestados ao paciente.

E foi no âmbito dos procedimentos de alta complexidade que o Einstein registrou um feito marcante em janeiro deste ano: fincou posição como o maior transplan-tador hepático do mundo. Com 1000 pro-cedimentos realizados, superou os Estados Unidos.

No Brasil, o Programa Integrado de Transplante de Órgãos – do Instituto Isra-elita de Responsabilidade Social – ocupa o primeiro lugar no número de transplantes de fígado realizados pelo Sistema Único de Saúde (SUS). A quase totalidade dos transplantes feitos no Einstein – o que in-clui também coração, rim e pâncreas – são por meio do SUS. Nas próximas semanas, o hospital deverá atingir um total de 2.000 transplantes realizados pelos SUS desde 2002.

O Einstein dispõe ainda do Programa de Captação de Órgãos, disponibilizando coordenadores intra-hospitalares em hos-pitais públicos e filantrópicos identificados e selecionados pela Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo. O objetivo é au-mentar as notificações e a efetividade das doações para transplantes. Esse processo, além de garantir a correta preservação dos órgãos e tecidos, contribuiu para o cresci-mento da captação de órgãos. Em 2009, o Estado de São Paulo registrou aumento de 20% na captação graças a esse programa.

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Dr. Luis Roberto Natel de Almeida Diretor de Medicina Diagnóstica e Preventiva Albert Einstein

Revista Newcor News - Há quanto tempo é di-retor de Medicina Diagnóstica e Preventiva do Albert Einstein?

Dr. Luis Roberto - Há quase 4 anos.

Revista Newcor News - O Centro de Medicina Diagnostica e Preventiva do Albert Einstein tem uma área específica para exames cardiopulmo-nares? Como funciona e em qual unidade?

Dr. Luis Roberto - Nas Unidades Jardins e Perdizes-Higienópolis temos áreas específicas, onde são realizados os exames de Ecocardio-grama (Transtorácico, Transesofágico, Fetal, sobre Estresse Farmacológico e Físico) Teste ergométrico e Teste Cardiopulmonar (ou Ergoes-pirométrico), Eletrocardiograma, MAPA (Monitor-ização Ambulatorial da Pressão Arterial), Holter e Eletrocardiograma. Na Unidade Alphaville, estamos ampliando a área física, para oferecer os mesmos tipos de exames das Unidades acima mencionadas. No Centro Médico Ambulatorial (Morumbi), te-mos a maior área dedicada à Cardiologia Diag-nóstica, com maior portfólio de Exames, e uma área anexa com outros exames de imagem voltados para avaliação cardiovascular. Além dos exames acima mencionados temos: • Ecocardiograma Tridimensional Trans-

torácico e Trasesofágico , que permite uma identificação mais detalhada das estruturas cardíacas, sendo muito importante na aval-iação de cardiopatias congênitas e doenças das valvas, além de outras indicações.

• Cintilografia do Miocárdio (com MIBI ou Tálio), que confere maior sensibilidade para detecção de obstruções nas artérias coro-nárias.

• Provas de Função Pulmonar: avaliação da

capacidade respiratória em pacientes com doenças pulmonares e insuficiência cardía-ca.

• Tomografia Computadorizada: utilizada prin-cipalmente para avaliação das artérias coro-nárias, doenças da aorta e cardiopatias con-gênitas

• Ressonância Magnética: muito utilizada para avaliação de pacientes com doenças coronarianas (isquemia miocárdica) e cardi-opatias congênitas.

• Quais os equipamentos que vocês possuem que são considerados os mais modernos em realização de exames cardiopulmonares?

• Ecocardiograma tridimensional transtoráci-co e transesofágico: imagens detalhadas da anatomia cardíaca em três dimensões e em tempo real

• Gama câmara com detectores digitais (CZT): além da melhor qualidade de imagem, re-duz o tempo de exame de quatro a seis horas para apenas duas, com redução da exposição à radiação em três vezes em com-paração aos equipamentos convencionais

• Tomografia Computadorizada Aquilion One, com 320 fileiras. sua cobertura é 5 vezes maior do que a de um tomógrafo da geração anterior, a dose de radiação pode ser bem menor (cerca de 5 vezes em relação ao ante-rior, de 64 fileiras ), o que gera tranqüilidade ao paciente que tiver que fazer um check-up ou repetir um exame; a dose de contraste (líquido injetado no sangue para possibilitar a visualização de vasos e órgãos) também é menor; e cada imagem tem espessura equivalente a 0,5 milímetros, o que gera uma precisão única.

• Ressonância Magnética 3 tesla. Melhora a qualidade de imagem e diminui o tempo de exame.

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Dentre os fatores-chave que fazem do Einstein um pólo de excelência, merece de-staque a qualidade de seu Corpo Clínico, com-posto por cerca de 5 mil médicos de mais de 50 especialidades. São profissionais altamente qualificados e comprometidos com a missão, os valores, os princípios e práticas da institu-ição, compartilhando o objetivo de ter o paci-ente como prioridade máxima e foco central de todas as atividades.

A fim de estreitar essa parceria, o Ein-stein mantém o Programa de Relacionamento com o Corpo Clínico, iniciativa que busca fortal-ecer o envolvimento dos médicos com a institu-ição e suas práticas de qualidade e segurança, por meio de avaliações regulares e ações de valorização e reconhecimento pelo bom des-empenho. A avaliação contempla também a adesão ao Programa de Educação Continuada, que visa que os médicos invistam em sua con-stante atualização.

Ao lado dos recursos humanos – o que inclui não apenas os médicos, mas toda uma ampla equipe de profissionais de enfermagem e outras áreas de apoio – a tecnologia é uma aliada em favor da saúde e da vida. E também nesse âmbito o Einstein conta com um arsenal diferenciado tanto para procedimentos cirúr-gicos como para medicina diagnóstica e pre-

ventiva. Pioneira em alta tecnologia, já na década

de 1970 possuía os dois primeiros equipamen-tos de ressonância magnética da América La-tina. E seguiu incorporando o que há de última geração em dispositivos de diagnósticos, como PET CT, que associa os benefícios da Tomogra-fia por Emissão de Pósitrons aos da Tomogra-fia Convencional, possibilitando a localização, com precocidade e precisão, de lesões tumor-ais de até quatro milímetros de extensão.

Na área de cirurgia, um dos destaques é o da Vinci Surgical System, sistema para a re-alização de cirurgias robóticas, adotado desde 2008. A tecnologia agrega segurança e pre-cisão em procedimentos minimamente invasi-vos de várias especialidades. Até o final deste ano, a instituição deverá atingir a marca de 1.000 procedimentos robóticos.

A mais recente novidade na área cirúr-gica é o Mimic. Trata-se de um simulador de treinamento do da Vinci, que, aliado à reali-dade virtual, reconstitui 39 diferentes cenários cirúrgicos robóticos com a máxima qualidade em precisão e realismo. O aparelho está sendo integrado ao Centro de Simulação Realística do Hospital Israelita Albert Einstein, para apre-ndizado de seu Corpo Clínico e também de pro-fissionais de outras instituições.

Corpo Clínico & Tecnologia

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Dr. Luiz Vicente RizzoDiretor de Pesquisa

Revista Newcor News - Há quanto tempo é diretor de Pesquisa do Albert Einstein?

Dr. Luiz Rizzo - 3 anos

Revista Newcor News - Como funciona o Cen-tro de Pesquisa?

Dr. Luiz Rizzo - O centro de pesquisa realiza atividades próprias de pesquisa e gerencia toda a pesquisa da SBIBAE. Esta dividido em três braços executivos. O centro de pesquisa clínica, o centro de pesquisa experimental e o Instituto do Cérebro, e vários braços de presta-ção de serviço, como o CETEC (nosso biotério e centro de treinamento com animais) e a bibli -oteca.

Revista Newcor News - Quais áreas que Al-bert Einstein está investindo em pesquisa?

Dr. Luiz Rizzo - Investimos em boa pesquisa, entretanto há um privilégio para as áreas es-tratégicas da SBIBAE, Oncologia/Hematologia, Neurologia, Locomotor, Cirurgia e Transplantes.

Revista Newcor News - Qual a importância em ter um centro de pesquisa ligado a um hos-pital?

Dr. Luiz Rizzo - Dados muito claros mostram que as instituições de pesquisa prestam mel-hores serviços de saúde, nossos próprios dados mostram que os funcionários com treinamento formal em pesquisa (mestrado e doutorado) tem desempenho superior à média da institui-ção.

Entrevista

Dr. Luiz Vicente RizzoDiretor de Pesquisa

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Se recursos humanos, tecnologia, políti-cas, protocolos e procedimentos são impor-tantes, não são tudo para fazer a excelência no atendimento. Afinal, pacientes não são apenas pessoas em busca de serviços de saúde. São seres humanos, com toda a com-plexidade de características, necessidades, valores e crenças de cada indivíduo.

É por entender a importância dessa dimensão que o Einstein vem investindo na adoção dos mais avançados critérios inter-nacionais de atendimento hospitalar huma-nizado.

Ele é pioneiro na América Latina na im-plantação do modelo Planetree, uma filoso-fia que coloca o paciente como foco de todo processo assistencial – desde arquitetura, disposição dos serviços, nutrição e entreteni-mento até espiritualidade e terapias integrati-vas, que podem ser ofertadas com o objetivo de minimizar impactos dos tratamentos médi-cos.

Humanização

Qualidade para nós do Hospital Israelita Albert Einstein é sinônimo de Segurança, Humanização e Bem-Estar.

Aqui tem Planetree

Mais Contato Físico O toque reduz a ansiedade, a dor e o stress e beneficia os pacientes, seus familiares e a equipe. Enfermeiros, médicos e outras pessoas da equipe em geral acham que uma simples massagem no pescoço e nos ombros pode ser uma forma muito útil de se lidar com o estresse

Para o Einstein, enxergar cada detalhe da vida do paci-ente também faz parte do cuidado.Einstein, o primeiro hospital da América Latina recon-hecido pelo Planetree, uma respeitada organização americana que certifica Instituições de Saúde quando o assunto é humanização no atendimento

Conforto EspiritualO Planetree reconhece o papel essencial que a espiri-tualidade tem na cura da pessoa como um todo. Dar suporte às famílias e à equipe na correlação com seus próprios recursos internos melhora o ambiente de cura. As capelas, jardins, labirintos e salas de meditação ofe-recem oportunidades para reflexão e oração. Os religio-sos são vistos como membros essenciais da equipe de saúde. Conheça mais sobre Planetree no site:

www.einstein.br

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Responsabilidade SocialAlém desses endereços, a marca Ein-

stein está em muitos outros lugares, como na Comunidade de Paraisópolis, onde a SBIBAE mantém desde 1997 um programa voltado à promoção da saúde e qualidade de vida dos moradores da região. Para citar apenas uma das iniciativas ali desenvolvidas: o programa de atendimento integral à saúde (incluindo medi-camentos) beneficia hoje cerca de 10 mil crian-ças com idades de 0 a 10 anos.

Os já citados transplantes realizados pelo SUS e as parcerias com o setor público são outras frentes de exercício da responsabilidade social. Atualmente, a instituição oferece apoio técnico-operacional a 35 unidades públicas de saúde espalhadas pela Grande São Paulo, além de estar à frente de dezenas de projetos sociais que englobam assistência, capacitação de recursos humanos, pesquisa, gestão de pro-cessos e incorporação de tecnologias.

Outro endereço que não leva o logotipo, mas leva o espírito de excelência do Einstein é o Hospital Municipal Dr. Moyses Deutsch, con-hecido como Hospital do M’Boi Mirim, insta-lado na Zona Sul de São Paulo. Desde 2008, ele é integralmente gerido pelo Einstein, que lá vem implantando processos e práticas que alavacam a qualidade dos serviços e aten-dimento de saúde prestados aos moradores daquela região, uma das mais carentes da ci-dade.

A Sociedade também contribui para melhorar as condições do sistema de saúde brasileiro. Em 2002, empreendeu o Projeto It-inga, um conjunto de ações para o desenvolvi-mento social e econômico sustentável para o município de Itinga, com aproximadamente 14 mil habitantes, no Vale do Jequitinhonha, no nordeste semi-árido de Minas Gerais, uma das regiões mais pobres do País.

A instituição também se faz presente em outras missões - aqui e no exterior -, mobi-lizando médicos, profissionais de enfermagem,

recursos materiais e medicamentos em situa-ções como a epidemia de dengue no Rio de Janeiro, em 2008; e do Haiti, desvastado pelo terremoto de 2010.

A presença do Einstein se estende a in-úmeras outras frentes, como na coordenação do Banco Público de Sangue de Cordão Umbili-cal e Placentário do Estado de São Paulo (Re-decord), que integra a rede BrasilCord, mantida pelo Ministério da Saúde. Ou ainda nas ativi-dades de ensino e pesquisa desenvolvidas por meio do Instituto de Ensino e Pesquisa Albert Einstein. Ou ainda nos conhecimentos e ex-pertises médicas e de gestão que compartilha com outros profissionais e instituições públicas e privadas e que seguem se multiplicando... Do complexo do Morumbi – que é talvez a sua face mais conhecida – aos lugares onde o nome Ein-stein não está estampado é este o propósito da instituição: levar uma gota de Einstein a cada vez mais lugares, porque de cada uma dessas gotas germinarão novas sementes da excelên-cia em atendimento à saúde, em favor da vida.

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Einstein contabiliza 2.000 transplantes pelo SUS

O Programa Integrado de Transplante de Órgãos – do Instituto Israelita de Responsabi-lidade Social (IIRS) do Hospital Israelita Albert Einstein (HIAE) – acaba de atingir a marca de 2.000 transplantes de órgãos sólidos pelo Siste-ma Único de Saúde (SUS).

A instituição é destaque na medicina por ser o maior transplantador de fígado do mundo, ultrapassando até mesmo os Estados Unidos. Nestes casos, a sobrevida chega aos patamares americanos, perto de 90%.

Desde 2002, o Einstein é credenciado pelo Sistema Nacional de Transplante (SNT) para a realização de cirurgias de transplante pelo SUS. A partir daí, a instituição tornou-se re-sponsável pelo maior número de transplantes

de fígado da América Latina. De lá para cá, no total, foram 2.000 procedimentos realizados pela filantropia, sendo que 1.150 apenas de fígado – o que o destaca como o maior trans-plantador desse tipo de órgão do mundo. Se acrescentarmos os procedimentos custeados pelos convênios e seguradoras e particulares, o número total passa para 2.128.

“A demanda, pelo SUS, é muito maior, claro. Afinal, atende pessoas que, sem essa ajuda, não teriam condições de arcar com as despesas de uma cirurgia desse porte e acabar-iam morrendo”, explica Ben-Hur Ferraz Neto, gerente-médico do Programa Integrado de Transplante de Órgãos do HIAE. “Atingir esse número demonstra o sucesso desse programa,

Programa do Instituto Israelita de Responsabilidade Social é responsável pelo maior número de transplantes de fígado

do mundo. Sobrevida chega perto dos 90%

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criado para ajudar a população e dar acesso às melhores práticas cirúrgicas possíveis”, acres-centa.

Acompanhamento – A partir do momen-to em que o indivíduo é encaminhado ao Ein-stein, por médicos de todas as regiões do País, ele se torna um paciente do hospital para sem-pre. O acompanhamento começa na primeira avaliação, segue pelo tempo em que fica na lista de espera por um órgão e permanece por todo o período pós-transplante.

Uma vez por mês, o Einstein realiza re-uniões com os pacientes e familiares que es-peram ser chamados para o transplante. Uma equipe multidisciplinar formada por médicos, enfermeiros, psicólogos, nutricionistas e até dentistas esclarece dúvidas e ressalta a im-portância de cuidados com a saúde.

Os dentistas, por exemplo, falam a im-portância da saúde bucal, já que a cavidade oral e os dentes podem ser focos de infecção e disseminar problemas para o resto do corpo. As nutricionistas oferecem o serviço de aval-iação nutricional pré e pós-transplante, já que é preciso manter-se o mais saudável possível para a cirurgia e, depois, ter uma boa evolução com o novo órgão.

Sistema de Transplantes brasileiro – É o maior sistema público de transplantes do mundo. Mais de 95% dos transplantes são fi-nanciados pelo SUS. Além disso, viabiliza a dis-tribuição dos medicamentos anti-rejeição (imu-nossupressores) por toda a vida do paciente transplantado.

Capacitação de recursos humanos – Para os profissionais do Einstein, ainda mais importante do que comemorar o número de transplantes realizados pelo SUS é manter as suas iniciativas pioneiras na capacitação de profissionais para o aumento da doação de órgãos no país.

Uma das frentes de trabalho é o curso de Pós-Graduação Lato Sensu em Doação, Capta-ção e Transplante de Órgãos e Tecidos, que tem duração de um ano, é multiprofissional e visa à formação de coordenadores intra-hospitalares

de transplantes.“Nosso objetivo é treinar profissionais de

todo o país e fazê-los conhecerem a legislação, o funcionamento do sistema, a ética que deve ser aplicada e as formas possíveis de transfor-mar um paciente com morte encefálica em do-ador”, explica o enfermeiro Tadeu Thomé, coor-denador de Projetos do Programa Integrado de Transplante de Órgãos do HIAE.

Simulação realística – Outra forma de trabalho que o Einstein encontrou foi elaborar um curso especial para treinar profissionais da área da saúde em abordagem familiar e na manutenção hemodinâmica de doadores de órgãos e tecidos. São dois dias de curso, com aulas práticas e teóricas, no Centro de Simu-lação Realística (CRS), do Instituto Israelita de Ensino e Pesquisa (IIEP) da instituição.

Para as comissões de transplantes são criados cenários com robôs, para procedimen-tos clínicos, e cenários com atores, para trein-amento comportamental, como entrevista com familiar doador adulto ou entrevista com famil-iar doador criança.

Há também treinamento teórico sobre o processo de doação-transplante, identificação de potenciais doadores, diagnóstico de morte encefálica, manutenção do potencial doador, critérios de viabilidade de doadores, entre ou-tros.

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Centro de CardiologiaO Centro de Cardiologia possui uma estrutura preparada para atender os

pacientes em todos os estágios da doença cardiovascular, desde a prevenção, passando pelo diagnostico e tratamento ate a reabilitação.

O Centro de Intervenção Cardiovascular fun-ciona 24 horas por dia, com equipes especializadas em cardiopatias congênitas e adquiridas, com grande experiência na realização de cateterismos e angioplas-tia coronária de urgência para tratamento de paciente com infarto agudo do miocárdio. Nosso Centro de In-tervenção foi o primeiro do Brasil a ser credenciado para a realização de Implantes percutâneos de valva aórtica, em 2009, e também o primeiro centro paulista a realizar fechamento percutâneo de apêndice atrial (auriculeta esquerda) para reduzir o risco de trombo-embolismo (formação e desprendimento de coágulos) de pacientes com fibrilação atrial.

O Centro Diagnostico Cardiopulmonar dispõe

de equipamentos de última geração e profissionais al-tamente capacitados prontos a atender, desde recém-nascidos até idosos, em seus setores de Ecocardiogra-fia e Métodos Gráficos. Sempre com a excelência que caracteriza a marca Einstein.

O Centro de Imagem em Cardiologia, que ofer-ece tecnologia de ponta na área cardiovascular, como tomógrafos multislice com 320 fileiras de detectores (Aquilion One) para realização de angiotomografia das artérias coronárias, PET-CT (tomografia por emissão de pósitrons, Ressonância Magnética 3 Tesla e exames de Medicina Nuclear. Tudo isso comandado por equipe médica altamente qualificada na área de Imagem em Cardiologia.

Nosso Centro dispõe de três sistemas de suporte circulatório (também chamados ventrí-culo ou coração artificial), que podem assum-ir a função do coração nos casos de falência cardíaca refratária às medidas clínicas. Tais sistemas possibilitam que o paciente estabilize a função cardíaca até o transplante ou até que a função do coração se restabeleça, como por exemplo, após um infarto extenso ou miocard-ite (inflamação do músculo cardíaco). O siste-ma Impella tem a vantagem de poder ser im-plantado na própria sala de hemodinâmica, por meio de procedimento minimamente invasivo, porém não pode ser utilizado por tempo pro-longado. Já os sistemas Abiocor e BerlinHeart-Excor são implantados no centro cirúrgico, po-dem ser utilizados por vários meses, e a bomba permanece para fora do corpo ligada por tubos ao coração e ao console que fornece energia para seu funcionamento.

O sistema Excor ainda tem a vantagem de poder ser implantado em crianças e adultos.

Além disso, alinhado à missão da Socie-dade Beneficente Israelita Brasileira Albert Ein-stein, o Centro de Cardiologia desenvolve ações em parceria com o Instituto Israelita de Ensino e Pesquisa e com o Instituto Israelita de Re-sponsabilidade Social para o desenvolvimento de projetos de pesquisa e educação na área de Cardiologia. Dentre esses projetos, destacam-se:• Programa de Residência Medica em Car-

diologia, aprovado pelo MEC• Projeto de Capacitação de Profissionais do

Sistema Único de Saúde (SUS)• Protocolo de Infarto Agudo do Miocárdio do

Hospital Municipal Moyses Deutsch• Curso de Simulação Realística em Urgên-

cias e Emergências Cardiológicas

Contamos ainda com o Centro de Cirurgia Cardíaca Minimamente Invasiva e Robótica que foi o pioneiro na America Latina ao realizar as primeiras

cirurgias cardíacas robóticas em Março de 2010.

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• 8.655 funcionários. Destes, aproximada-mente 40% tem ensino superior

• 68% feminino e 32% masculino• 60% dos cargos de liderança são ocupados

por mulheres• Idade média: 34 anos• Tempo médio dos funcionários na institui-

ção: 5 anos• Cerca de 6.000 médicos cadastrados

Pavilhão Vicky e Josef Safra

• 16 andares• 70 mil m2 de área construída• 200 novos consultórios de várias especiali-

dades• 20 novas salas cirúrgicas• 41 apartamentos para internação-dia• 1.500 vagas de estacionamento

Responsabilidade Social

• Total de 1.907 transplantes, sendo 97% fei-tos pelo SUS, desde 2002.

• Hospital Municipal Dr. Moysés Deutsch - M'Boi Mirim, em 2010:

• 219.585 atendimentos de Pronto-Socorro• 601.175 exames diagnósticos• 16.454 internações• 4.285 partos

Parcerias em muitos endereços

O Hospital Municipal Dr. Moysés Deutsch é ap-enas um dos muitos endereços de parcerias com a Prefeitura de São Paulo. O Einstein mantém cerca de 1.350 profission-ais distribuídos em:

Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Albert Einstein em 2010

• 12 unidades básicas de saúde (UBS), inclu-sive as de Jardim Helga e Jardim das Pal-mas, inauguradas em 2009;

• 75 equipes de saúde da família (compos-tas por 75 médicos, 75 enfermeiros, 150 auxiliares e 383 agentes comunitários de saúde);

• 18 equipes de saúde bucal;• 5 núcleos de apoio à saúde da família;• 4 unidades de Assistência Médica-Ambula-

torial (AMA).

Ensino e Pesquisa

• 129.757 profissionais treinados, incluindo cursos e eventos nacionais e internacionais

• 1.470 alunos matriculados nos cursos téc-nicos e de complementação, de graduação e de pós-graduação lato sensu

• 380 artigos publicados em revistas cientí-ficas indexadas, dos quais 198 ocorreram em revistas com alto valor de impacto.

• Pesquisa: o IIEP tem mais de 240 estudos em desenvolvimento, com investimentos de R$ 18,5 milhões, sendo R$ 5,9 milhões da Sociedade e o restante de fontes exter-nas (agências e órgãos de fomento, doa-ções e parcerias com o Ministério da Saúde e a indústria farmacêutica).

• Cerca de 50 pesquisadores (incluindo pós-graduandos, pós-docs e pesquisadores contratados) envolvidos em mais de 100 projetos de pesquisa em andamento, nos centros de Pesquisa Clínica, Pesquisa Ex-perimental e Instituto do Cérebro.

Einstein em números

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Novas perspectivas na revascularização da lesão de tronco

de artéria coronária esquerda

A doença arterial de tronco de coronária esquerda é encon-trada em cerca de 5% de to-

dos os pacientes submetidos a uma cine-angiocoronariografia e é responsável por uma alta mortalidade quando comparada à doença arterial coronária uniarterial, bi-arterial e triarterial, devido a sua frequente associação com doença multiarterial e à grande extensão do miocárdio em risco.

Tradicionalmente, a abordagem a este tipo de lesão é feita através da cirur-gia de revascularização miocárdica pelo “by-pass” de um enxerto arterial (CABG).

A importância da cirurgia de revascu-larização data da década de 70 e 80, onde ficaram comprovados os benefícios em fa-vor desta com relação ao tratamento medi-camentoso.

No inicio da era da angioplastia, o sucesso do tratamento percutâneo da lesão de tronco de coronária esquerda não protegida foi desfavorável. Um destes es-tudos que randomizou 127 pacientes com lesão de tronco de coronária esquerda para a realização de angioplastia percutânea, obteve uma taxa de sucesso de dilatação de cerca de 94%, porém com uma taxa de sobrevida em 4 anos apenas de 36%, taxa comparada com aqueles pacientes sub-metidos ao tratamento medicamentoso.

Dr. André Luiz Togni Barros

CRM-SP 99.057Especialista em Cardiologia pela USP e SBC.

e-mail: [email protected]

Artigo

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Sendo assim, este procedimento fi-cou reservado apenas para aqueles pa-cientes com lesão de tronco de coronária esquerda protegido por uma anastomose funcional (cirurgia prévia) ou para aqueles pacientes que não eram elegíveis para a cirurgia de revascularização tradicional. O guidelines da ACC/AHA de 2006 classifi-cou a angioplastia percutânea para tronco de coronária esquerda não protegida como classe III.

Com o avanço das técnicas per-cutâneas (PCI) houve melhora significativa na segurança do procedimento e melhora nas taxas de sobrevida, porém com ele-vadas taxas de reestenose, com necessi-dade de novos procedimentos em até 30% dos casos.

Com o advento dos stents farma-cológicos (DES), a necessidade de novo procedimento de revascularização foi sig-nificativamente reduzida.

O estudo SYNTAX (Synergy between PCI with Taxus and Cardiac Surgery), pros-pectivo, randomizado, controlado e mul-ticêntrico, comparando a PCI com DES (Taxus) com cirurgia de revascularização (CABG), randomizou 1800 pacientes com lesão de tronco de coronária esquerda ou envolvimento em três vasos (triarterial). Estes pacientes foram avaliados por uma equipe que consistia em um cardiologista intervencionista e um cirurgião cardíaco, para avaliar a possibilidade de realização dos dois procedimentos em questão para todos os pacientes antes da randomização.

O estudo foi desenhado para avaliar a não inferioridade dos objetivos primários

compostos por: morte, acidente vascular encefálico, infarto do miocárdio ou neces-sidade de novos procedimentos de revascu-larização.

Após um ano, a mortalidade foi simi-lar nos dois grupos, com uma maior taxa de acidente vascular encefálico no grupo CABG (p=0.003) e uma tendência a uma maior taxa de infarto do miocárdico no grupo PCI (p=0.11). Outra diferença foi uma maior necessidade de novos procedi-mentos de revascularização no grupo PCI (13.5%) comparado à CABG (5.9%).

Após três anos de seguimento, o estu-do SYNTAX continua mostrando os mesmos achados, outros achados podem surgir nos próximos anos. Um aspecto importante do estudo SYNTAX, foi o uso do SYNTAX score, que avaliou a complexidade anatômica das lesões dos pacientes (calcificações, pre-sença de lesões em bifurcações, oclusão completa, presença de trombos e outros fa-tores). Os pacientes com risco intermediário e alto, pelo SYNTAX score, tiveram maiores taxas de eventos adversos no grupo PCI.

Na decisão entre PCI e CABG, é im-portante considerarmos a extensão da doença arterial coronariana (CAD) e suas associações.

No estudo SYNTAX, a análise de sub-grupos com lesão de tronco de coronária esquerda isolada ou lesão de tronco de coronária esquerda associada à lesão em mais um vaso têm menores eventos adver-sos no grupo PCI. Do outro lado, pacientes com lesão de tronco de coronária esquerda e com lesão em dois ou três vasos, têm menores eventos adversos no grupo CABG.

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O Conselho Nacional de Educa-ção acaba de tornar sem efei-to decisões da Secretaria de

Educação Superior (Sesu) do Ministério da Educação (MEC) sobre a redução de vagas em cursos de medicina.

Até 1996, o país possuía 82 facul-dades de medicina, das quais 33 eram privadas (40%). Em 12 anos, entre 1996 e 2008, foram criadas 98 novas faculdades, das quais 68 privadas (70%).

Existiam ainda, sob análise do MEC, mais de 50 pedidos de autorizações de novas faculdades, praticamente todas privadas e sem infraestrutura mínima para ministrar um curso médico.

Em 2008, o Exame Nacional de De-sempenho de Estudantes (Enade) identi-ficou 17 escolas, entre as que tinham for-mandos, com nota inferior a três (em uma escala de um a cinco).

Alarmado com a situação, o então ministro Fernando Haddad, após discutir o problema, concordou em recriar a Comissão de Especialistas do Ensino Médico, presi-dida por mim e com maioria absoluta de membros da Associação Brasileira de Edu-cação Médica (ABEM), inclusive com quatro ex-presidentes. Todos os membros têm am-pla atuação e experiência na área.

Decisões equivocadas sobre escolas de medicina

ADIB JATENE, cardiologista, é professor eméri-to da Faculdade de Medicina USP e diretor-geral do Hospital do Coração. Foi ministro da Saúde (governos Collor e FHC)

ADIB JATENE

Opinião

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Após uma revisão dos pré-requisitos que a entidade que deseja abrir o curso médico deveria observar, foi explicitado que, como item eliminatório, a entidade teria de possuir um complexo médico-hos-pitalar com pelo menos quatro leitos por vaga pretendida. Seria necessário ter tam-bém uma residência médica reconhecida pelo Ministério da Saúde e um pronto-so-corro em atividade.

Alem disso, a instituição deveria pos-suir um complexo ambulatorial, contando tanto com unidades básicas com o Pro-grama de Saúde da Família quanto com ambulatórios de especialidades.

Desse modo, estaria garantido o campo de treinamento e dimensionado o número de vagas. Na hipótese de a insti-tuição não possuir complexo próprio, seria permitido um convênio, por período não in-ferior a dez anos, sem compartilhamento com outra instituição.

Quanto às escolas existentes cujo de-sempenho no Enade foi insatisfatório, de-cidiu-se fazer uma visita ao local com pelo menos dois membros da comissão.

Eles, após entrevistas com docentes e com discentes e visitas às instalações, aval-iaram as condições para a oferta do curso e elaboraram relatórios circunstanciados.

Na impossibilidade de indicar o fe-chamento da escola, optaram por reduzir o número de vagas, deixando o mínimo tolerável, capaz de beneficiar não apenas

os alunos, mas também a população que seria atendida pelos egressos dessas esco-las.

Baseado nesse trabalho sério, de pes-soas que doaram seu tempo na expectativa de melhorar o ensino médico, foi que a Sesu acolheu as indicações e reduziu o número de vagas em várias escolas médicas. Isso aconteceu depois de ampla discussão com a comissão de especialistas -que, reitero, avaliou com o maior cuidado a situação do ensino nessas entidades.

De repente, o Diário Oficial da União publica uma decisão por unanimidade do Conselho Nacional de Educação (CNE) res-taurando o número de vagas previamente existentes, desconsiderando o trabalho da comissão, que levou mais de dois anos para ser executado -sem nem sequer dar uma oportunidade para nos manifestarmos.

Decisões equivocadas como essas servem para desmotivar os que ainda acre-ditam ser possível corrigir as iniquidades, criadas por influência empresarial ou políti-ca, e para reforçar a ideia de que não adi-anta lutar por dias melhores.

Mas ainda há gente neste país que acredita, mesmo com as instituições atuais e com os conselhos suscetíveis a pressões, ser possível avançar.

Decisões como a do CNE não nos farão desistir. Elas nos alimentam para continuarmos a luta, que antes de ser nos-sa deveria ser do CNE.

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A sociedade brasileira tem assistido estarrecida à crescente incidência de acidentes envolvendo motoris-

tas embriagados, com consequente morte de inocentes. A qualquer hora do dia ou da noite, especialmente nos fins de semana, o noticiário é pródigo em revelar os dados desta epidemia que nos assola ceifando vidas, em maior parte, jovens e promissoras. A funesta adicção de ál-cool e drogas, associada à irresponsabilidade e veículos potentes, causa tragédias irreparáveis nas vidas de famílias que jamais serão con-fortadas.

Não são apenas as vidas daqueles que assumem a direção dos veículos, incapacita-dos para tal, que estão em jogo. As pessoas que desafortunadamente se encontram na linha de passagem, na hora errada, no lugar er-rado, apenas exercendo seu direito de ir e vir, são vítimas desta calamidade.

O governo de São Paulo vem encetando intensa campanha publicitária contra a venda de bebidas alcoólicas a menores de 18 anos visando conscientizar os proprietários desses pontos de venda da sua responsabilidade na redução do consumo por adolescentes. A “lei seca” assustou muita gente, no início, e hoje ninguém mais se preocupa com ela. Enquanto isso, as estatísticas engordam, pessoas mor-rem e outras são feridas, muitas delas muti-ladas. O custo financeiro de cuidados a essas vítimas onera sobremaneira o sistema público de saúde, mas se torna menor diante do sofri-mento dos que perdem familiares vitimados por inconsequentes.

Álcool, direção e morte“Não podemos dosar a alcoolemia e nem mesmo

atender ao crescente número de vítimas, mas temos que mostrar nossa indignação”

Renato Françoso é conselheiro do Cremesp e representante do Estado de

São Paulo no Conselho Federal de Medicina

Dr. Renato Françoso

Opinião

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Por trás de tudo isso está uma realidade presente na vida dos nossos cidadãos – a im-punidade. O motorista alcoolizado não se dis-põe a realizar o teste do “bafômetro”, nem concorda com a dosagem sanguínea, e está tudo certo. Tem o direito de não produzir prova contra si próprio, mesmo tendo assumido o risco de matar ao dirigir embriagado. Se com-provado que não estava apto a dirigir, ainda as-sim, paga fiança, vai para casa e aguarda todo o longo e quase sempre inócuo processo, que resulta em quase nada, em termos de punição. E assim vamos nós. Víti-mas de nossas próprias leis. Vítimas de um sistema policial permissivo e um judiciário moroso, com leis que permitem interpretações que benefi-ciam apenas o infrator.

Nós, médicos, que nos prontos-socorros convivemos com a triste re-alidade de atender as vítimas desta doença social, nos sentimos impo-tentes apenas tentando minimizar as consequências dos acidentes, caso a caso. Não podemos dosar a al-coolemia, mesmo estando evidente a embriaguez. Não temos à disposição recursos técnicos para o melhor aten-dimento do crescente número de víti-mas. Tampouco podemos intervir na condenação dos infratores e, menos ainda, na gradação das punições. No entanto, precisamos mostrar à so-ciedade nossa indignação. E acredi-tar, pelo menos nós, que é possível reverter este dramático panorama no qual as mortes e mutilações são dignas de Estados que enfrentam guerras. Devemos ocupar os espaços possíveis na mídia, nos organismos sociais, clubes de serviço e escolas, levando a reflexão sobre o que cabe a cada setor da sociedade reali-zar, para que experimentemos uma

forma de vida mais civilizada. Esta também é mais uma das nossas responsabilidades.

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O Brasil vive estranha contradição no que se refere à assistência em saúde. Por um lado, pode se orgulhar de possuir um dos maiores modelos públicos com acesso universal: o Sistema Único de Saúde (SUS) – que cobre a totalidade da população

em ações de vigilância e programas de prevenção e oferece tratamento para mais de 145 mil-hões de pessoas que dele dependem exclusivamente para realizar consultas, exames, cirurgias e internações.

Por outro, uma das maiores políticas sociais do mundo sofre com a falta de financiamento que impede que os avanços se multipliquem e se consolidem. O volume de recursos investidos no SUS está aquém das suas necessidades e, principalmente, das possibilidades existentes dentro do caixa público. Em consequência, essa visão distorcida acentua as desigualdades no acesso, impedindo que o sistema alcance plenamente seus objetivos.

Estamos na contramão da história. Estudos comprovam que os países com melhores in-dicadores de saúde são aqueles com sistemas universais de assistência, com forte participação do Estado no financiamento, na gestão e na prestação de serviços. É o caso da Alemanha, França, Itália, Espanha, Inglaterra, entre outros.

De forma global, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o gasto público em saúde equivale a 60%, contra 40% do privado. Há países nos quais o percentual público chega a 80%. No entanto, o Brasil insiste em descumprir a lição. Aqui, os investimentos do governo nesta área-chave representam 45%, para cobrir a totalidade dos brasileiros, contra 55% do privado, que, em princípio, atende apenas um quarto da população brasileira.

Tínhamos a esperança de que em dezembro esta lógica fosse rompida com a aprovação, no Senado, do projeto que regulamenta a Emenda Constitucional 29. No entanto, após 11 anos de tramitação e luta, assistimos uma votação que terminou sem garantir a injeção dos recursos esperados para o SUS.

Não teremos os sonhados 10% das receitas correntes brutas da União. Na prática, em 2012, o nível federal aplicará o empenhado em 2011 (R$ 72 bilhões) mais a variação do PIB de 2010 para 2011, somando cerca de R$ 86 bilhões. A medida equivale ao que já é feito atu-almente. A maior parte da fatura continuará com os estados e municípios, que devem destinar, respectivamente, 12% e 15% de suas receitas à saúde.

Se os senadores tivessem tido a ousadia da mudança, o cenário seria bem diferente. Com a aprovação do projeto original – apresentado por Tião Viana – a saúde receberia um incremento de R$ 35 bilhões, chegando a um orçamento de R$ 107 bilhões. Assim, o país romperia defini-tivamente com seu descompromisso histórico e ingressaria no rol das nações que compreendem suas obrigações sociais, justamente aquelas mais desenvolvidas.

Enfim, 2012 já acena com um desafio: retomar a luta pelo financiamento digno da saúde brasileira. Para nós, médicos, este é um compromisso que deve ser efetivamente cumprido.

A saúde em contradição

Roberto Luiz d´Avila

é presidente do Conselho Federal de Medicina (CFM)

Opinião

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