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Panorama da Agricultura Nacional

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Editorial

Reconhecida como o maior centro de formação de recursos humanos do Brasil na área da saúde, a Faculdade de Me-dicina da Universidade de São Paulo (FMUSP) comple-

ta 100 anos. Segundo ranking elaborado pela Universidade de Xangai, a FMUSP está entre as 100 melhores faculdades de medicina do mundo.

Os números que envolvem a instituição comprovam a exce-lência. São 17 departamentos, 360 docentes, 600 funcio-nários técnicos e administrativos, 1,4 mil alunos de graduação (medicina, fi sioterapia, fonoaudiologia e terapia ocupacional), 1,5 mil alunos de pós-graduação (mestrado e doutorado), mil residentes, 500 alunos de espe-cialização e mais de 200 grupos de pesquisa.

A FMUSP foi pioneira nas novas técnicas que representaram avanços científi cos na área médica, como o primeiro transplante de rim da América Latina (1965), o primeiro transplante de coração da América do Sul e o segundo no mundo (1968), o primeiro transplante intervivos de fígado do mundo (1988) e o primei-ro transplante de fígado em criança (1989).

Esses são uma pequena amostra da grandiosidade da nossa homenageada, veja em nossa matéria de capa a historia completa da FMUSP além disso des-tacamos duas matérias uma delas e um artigo escrito pela Dra Amanda Sousa sobre o instituto “Dante Pazzanese” de Cardiologia e outro artigo escrito pelo dr, Adib Jatene onde ele apresenta “Uma Nova Proposta” para a forma-ção do médico.

Além das matérias que destacamos temos muito mais para sua atualização,

Desejamos boa leitura a todos.

Os Editores

completa 100 anosFaculdade de Medicina da USP

nários técnicos e administrativos, 1,4 mil alunos de graduação (medicina, fi sioterapia, fonoaudiologia e terapia ocupacional), 1,5 mil alunos

econhecida como o maior centro de formação de recursos humanos do Brasil na área da saúde, a Faculdade de Me-dicina da Universidade de São Paulo (FMUSP) comple-

ta 100 anos. Segundo ranking elaborado pela Universidade de Xangai, a FMUSP está entre as 100 melhores faculdades de

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06 ...................................................................NNews

14 ......................................Entrevista -Dr. Jose Eduardo de Sousa

16 .........................Palavra do Diretor - José Otávio Costa Auler Junior - Diretor FMUSP

20 .............Matéria de Capa -100 anos da FMUSP

44 ................................Artigo - Inst. Dante Pazzanese de cardiologia

- Uma Nova Proposta Dr. Adib Jatene.

52 ..................................Saúde - Qualidae de Vida - Sabedoria do Coração

56 .............................................................Atualização - A aliança entre a medicina e a investigação ao serviço da saúde - Como estão as faculdades de medicina no Brasil - Medicina tradicional e moderna, tudo pela saúde.

60 ....................................................................Opinião - Eles estão chegando - Estrangeiros na medicina

62 .......................................................Ponto de Vista - Água, quanto devo beber?

Volume XVII - Nº 36 - 2013

Panorama Atual da Cardiologiano Brasil e no Mundo

Conselho EditorialPresidente:

Dr. Mário F. de Camargo Maranhão

Conselheiros:Dr. Armênio GuimarãesDr. Fabio FernandesDr. Evandro Tinoco MesquitaDr. Jorge Pinto RibeiroDr. Michel BatlouniDr. Miguel Barbero MarcialDr. Nabil Ghorayeb

Diretor e EditorDr. José Márcio da Silva Araú[email protected]

PublicidadeGilberto [email protected]

Administração e CirculaçãoYvete [email protected]

Secretario da RedaçãoChriistian A. Kaufuman

Produção e PublicaçãoLucida Artes Gráfi cas [email protected]

Colaboração Redacional CDN - Comunicação Corporativa

Fotografi a Arquivo

CorrespôndenciaRua Carneiro da Cunha, 212 sl 1Vila da Saúde

ContatoFone - 11- 2339-4710Fax - 11 - 2339-4711

Agradecimentos Cordenadora de Comunicação da FMUSP

As opiniões expressas ou artigos assinados são de

responsabilidade dos autores.

Expediente Sumário

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Descoberta molécula que faz as células de câncer se suicidarem

Um grupo de pesquisadores iden-tifi cou uma molécula chamada TIC10, que pode ser o pontapé inicial para des-truir tumores através de uma reação em cadeia. O achado aconteceu em uma sé-rie de experimentos com camundongos na Universidade da Pensilvânia.

Um dos participantes do estudo afi rma que a nova descoberta trabalha junto com a proteína TRAIL, que já faz parte do nosso sistema imunológico, evi-tando que os tumores se formem e se espalhem. Então, impulsionar essa ação acaba não sendo tão tóxica quanto uma quimioterapia e pode funcionar em uma vasta gama de cânceres, como o de mama, linfático, intestino e pulmão. Os testes iniciais foram todos feitos em camundongos e ainda resta saber se o procedimento vai funcionar da mesma forma em outras espécies. Por isso, o próximo passo é testar a molécula em humanos.

Nortec Química faz acordo de acionistas após se tornar companhia aberta

A Nortec Química, integralmente dedicada à produção de Princípios Ativos Farmacêuti-cos, comunicou a celebração de novo acordo de acionistas, que tem como fi nalidade adequar as cláusulas ao novo cenário da empresa, em virtude de seu registro como companhia aberta na Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e de sua listagem no segmento Bovespa Mais da BM&F Bovespa.

Além disso, a empresa terá que considerar a simplicação da regulação de determinados aspectos da relação de acionistas da companhia e a conversão das ações preferenciais de titularidade do BNDES Participações em ações ordinárias.

Acionista, a BNDESPar solicitou em janeiro a conversão de 2.375.479 ações preferen-ciais em papéis ordinários de emissão da Nortec.

As modifi cações introduzidas pelo novo acordo impactaram nas mudanças da composi-ção do capital social da Nortec, que passou a ser de R$ 19.425.132,53, dividido em 11.877.395 ativos ordinários da companhia.

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Pesquisa propõe gel para reparar dano

cardíaco pós-infartoUma espécie de "remendo" para corações

danificados por infarto, desenvolvido por pesqui-sadores americanos, poderá ser, no futuro, uma opção para ajudar na reabilitação de pessoas com insuficiência cardíaca.

Trata-se de uma mistura à base de mús-culo ventricular suíno, que sofreu um processo para que todas as suas células fossem retiradas.

O material foi, então, convertido no que os cientistas chamam de hidrogel. Ao ser injetado na área necrosada do coração, o material provo-caria a melhora na função cardíaca e o aumen-to do músculo cardíaco.

O hidrogel foi testado em porcos, mas, segundo os autores da pesquisa publicada na revista "Science Translational Medicine", os re-sultados nos animais mostrarão segurança e eficácia suficientes para que estudos em huma-nos sejam realizados.

Um ensaio clínico deve começar a ser feito ainda neste ano na Europa.

ARCABOUÇO

A matriz extracelular injetada via cateter forma uma estrutura em cima da qual as células se organizam. Os autores especulam que esse arcabouço envie sinais e, ao reconhecê-los, as células-tronco do corpo encontrariam base de sustentação e regenerariam o tecido afetado.

Segundo Luís Gowdak, médico-assistente da Unidade Clínica de Coronariopatias Crônicas do InCor (Instituto do Coração da USP), o traba-lho é um capítulo importante na área de medi-cina regenerativa e a estratégia merece ser in-vestigada. Ele faz ressalvas, porém, ao pequeno número de animais do estudo -foram usados apenas 14 porcos, dos quais quatro morreram.

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7 especialidades concentram 53% dos médicos brasileiros

Um total de sete especialidades médicas concentram 53% dos profi ssionais com títulos dentre as 53 áreas reconhecidas no Brasil. A Pe-diatria é a área mais procurada entre os médicos brasileiros, reunindo 30.112 titulados, ou 11,23% do total de especialistas no país. A ela, se juntam Ginecologia e Obstetrícia, Cirurgia Geral, Clínica Médica, Anestesiologia, Medicina do Trabalho e Cardiologia no topo desse ranking.

As quatro primeiras especialidades, que so-mam 37%, pertencem às chamadas áreas bási-cas da Medicina (Tabela 10). Além das primeiras da classifi cação, também se destacam a Ortope-dia e Traumatologia, Oftalmologia, Radiologia e Diagnóstico por Imagem, Psiquiatria, Dermatolo-gia, Otorrinolaringologia, Cirurgia Plástica e Me-dicina Intensiva. Assim, as 15 especialidades do topo concentram 74% do total de médicos titula-dos (197.718).

Na posição oposta, outras dez especialida-des agregam 5.937 profi ssionais, o que represen-ta 2,21% do total. Entre elas, aparecem: Genéti-ca Médica, Cirurgia de Mão, Radioterapia, dentre outras. As três últimas deste grupo contabilizam

em todo o país um total de apenas 908 médicos titulados. A Radioterapia possui 497 profi ssionais (0,19% do total); a Cirurgia da Mão, outros 411 (0,15%); e a Genética Médica um montante de 200 (0,07%).

Idade dos profi ssionais – Outra constatação do estudo é que médicos mais jovens e mulheres – grupos que apresentam tendência de crescimento consistente – tem concentrado suas escolhas nas especialidades básicas. A presença expressiva desses grupos em áreas básicas fragiliza a tese de que as novas gerações de médicos estariam concentradas ou procurando formação em espe-cialidades mais consideradas “rentáveis”, embora elas possam ter maior proporção de candidatos por vaga nas provas de Residência Médica.

O estudo sugere ainda que o futuro número de especialistas poderá sofrer infl uência da oferta de postos de trabalho e de políticas de abertura de vagas de Residência Médica em determinadas especialidades. Esta tendência revela um cenário desafi ador para o Governo: atrair estes profi ssio-nais para atuarem no sistema público de saúde e nas regiões de difícil provimento de profi ssionais.

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FOLKS eSaúde estreiam no mercado

Liderada pelo médico e ex-presidente da Sociedade Brasileira de Informática em Saú-de (SBIS) – Cláudio Giulliano Alves da Costa -, aFOLKS eSaúde, empresa de consultoria e trei-namento, acaba de surgir no mercado a fi m de elevar o nível de conhecimento em eSaúde (saú-de eletrônica, do inglês eHealth), atuando nos setores público e privado.

“O mercado de TI para a Saúde precisa crescer e amadurecer. Para isso, é fundamental que todos tenham maior conhecimento sobre os temas, disciplinas, metodologias, técnicas e tendências da área de informática em saúde, eSaúde (eHealth) e outros assuntos correlatos”, diz Costa, que deixou a medicina clínica para dedicar-se à informática em saúde, tendo con-cluído mestrado em Informática em Saúde pela Unicamp e sido certifi cado em gestão de siste-mas de informação em saúde pela HIMSS nos Estados Unidos.

Outros especialistas fazem parte da em-

presa, bem como professores e instrutores nas áreas de gestão, saúde, planejamento, tecnolo-gia, jurídica e informática em saúde. De acordo com Costa, a equipe tem experiência e capa-cidade de interagir com profi ssionais de dife-rentes áreas, com uma comunicação simples e direta. “São capazes de entender as questões mais básicas dos “bits e bites” até as mais es-tratégicas, atuando assim como integrador das áreas operacionais, táticas e estratégicas das empresas do setor da Saúde”.

O executivo, que também é diretor comer-cial para OPME da Bionexo, pretende realizar todos os meses eventos relacionados à informá-tica em saúde, como workshops, cursos e trei-namentos. “Gestão de TI para Hospitais”, foi o tema do primeiro workshop, que aconteceu no dia 22 de Março de 2013.

Cláudio Giulliano Alves da Costa

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Há exatos cinco anos o Hospital Albert Einstein realizava o primeiro implante de pró-tese aórtica pela técnica minimamente inva-siva, via cateterismo. Daí em diante o proce-dimento veio se revelando tão bom quanto o implante via cirurgia, entretanto, o pouco tem-po de uso não o consolida para a indicação generalizada. De olho neste avanço, o Hospi-tal Albert Einstein (HIAE) assinou um convênio com a Sociedade Brasileira de Hemodinâmica e Cardiologia Intervencionista (SBHCI), para coordenar o cadastro nacional de implantes via cateterismo, onde todos os Serviços que já utilizam a técnica informam seus casos e acompanhamento de seus pacientes.

Na prática, o registro nacional que tem cinco anos de existência e é preenchido ele-tronicamente por cada Hospital, terá a colabo-ração do HIAE para o seguimento dos pacien-tes, coordenação e análises estatísticas.

Comparando com a cirurgia aberta, que conta com mais de 30 anos de história, a introdução da prótese via cateter demanda menos tempo de internação, menos sangra-mento e dor e, ainda, é mais indicada para os pacientes idosos e/ou com comorbidades, cuja cirurgia de grande porte costuma ser con-tra-indicada.

“A importância dessa parceria é que es-tamos proporcionando crescimento científi-co” declara Claudio Lottenberg, presidente do Hospital Einstein.

Hoje o banco já conta com 418 casos de todo o Brasil, vindos de 18 hospitais, sendo que 84 casos foram realizados no Einstein.

Segundo o diretor de pesquisa do HIAE, Prof. Luiz Vicente Rizzo, “a confiabilidade da informação e ainda, o que fazer com ela, vai favorecer a indicação do procedimento por parte dos médicos”.

Einstein assina parceria para progresso da cardiologia

A Hypermarcas registrou lucro líquido de R$ 124,7 milhões no quarto trimestre, uma alta de 151% em comparação com os R$ 49,6 mi-lhões obtido no mesmo período do ano anterior.

A receita líquida da empresa avançou 22%, para R$ 1,03 bilhão. O principal cresci-mento ocorreu na divisão Farma – segmento da empresa que fabrica produtos farmacêuticos, com marcas como Benegrip, Doril e Epocler. Essa divisão obteve receita líquida de R$ 494,4 milhões no trimestre, crescimento de 31% ante igual período de 2011.

“A Companhia redefiniu, ainda em 2012, o processo de inovação e renovação de seu portfólio de medicamentos, visando melhor priorização de projetos com maior potencial de vendas e rentabilidade”, justificou a empresa no informe do resultado trimestral.

Na divisão consumo, a expansão foi de R$ 14,5% no trimestre, para R$ 532,3 milhões.

As despesas de marketing da empresa cresceram 28,2% no período, com R$ 182,5 milhões.

Ao final do ano passado, a dívida líquida da Hypermarcas era de R$ 2,7 bilhões, ou R$ 43,4 milhões abaixo do observado no final de 2011.

O Ebitda (sigla em inglês para lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) subiu 71%, para R$ 230,2 milhões.

Em todo o ano passado, a Hypermarcas lucrou R$ 203,9 milhões, frente a um prejuízo de R$ 54,7 milhões em 2011. Segundo a em-presa, a receita líquida somou R$ 3,9 bilhões, com crescimento orgânico (desconsiderando aquisições) de 16,5%.

Lucro da Hypermarcas avança e chega a R$ 124,7 milhões

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As operadoras de planos de saúde que negarem autorização aos seus beneficiários para a realização de procedimentos médicos deverão fazer a comunicação por escrito, sem-pre que o beneficiário solicitar. A informação da negativa deverá ser em linguagem clara, indicando a cláusula contratual ou o disposi-tivo legal que a justifique. A nova norma, será publicada no Diário Oficial da União, reforça ainda que a cobertura não poderá ser negada em casos de urgência e emergência.

A ação do Ministério da Saúde está vol-tada à defesa do usuário e da qualidade dos planos de saúde. Cerca de 62 milhões de bra-sileiros têm cobertura de planos médicos e/ou odontológicos no País. Durante o ano de 2012, a Agência Nacional de Saúde Suple-mentar (ANS) recebeu 75.916 reclamações de consumidores de planos de saúde. Destas, 75,7% (57.509) são referentes a negativas de cobertura.

A resposta por escrito poderá ser dada por correspondência ou por meio eletrônico, conforme escolha do beneficiário do plano, no prazo máximo de 48 horas a partir do pedido. É importante observar que, para obter a nega-tiva por escrito, o beneficiário deverá fazer a solicitação. Ele pode telefonar para a opera-dora e anotar o número do protocolo em que fez o pedido.

As operadoras sempre foram obrigadas a informar toda e qualquer negativa de cober-tura. O que muda é que a partir de agora o usuário poderá solicitar a negativa também por escrito e contará com prazo para o rece-bimento. “Além de garantir um direito, a me-dida ajuda a aprimorar o monitoramento das operadoras de planos de saúde. Possibilita inclusive a suspensão de vendas de planos das operadoras que não estejam cumprindo os serviços com os seus usuários”, ressalta o ministro.

Operadoras terão de justificar negativas por escrito

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Estudo di-vulgado indica que para pa-cientes diabé-ticos com arté-rias obstruídas a cirurgia para colocação de pontes (safe-na, mamária e radial) tende a ser uma opção melhor do que a angioplastia para implante de stent – tubo perfurado que facilita a cir-culação sanguínea local. Apesar de a angio-plastia ser uma intervenção menos invasiva e agressiva, o acompanhamento de 1,9 mil pa-cientes comprovou que a longo prazo a opção cirúrgica apresenta melhores resultados.

A investigação desenvolvida ao longo de cinco anos apontou que a mortalidade entre os pacientes submetidos a angioplastia al-cançou 16% – 5 pontos percentuais a mais do que a taxa de pacientes diabéticos que mor-reram após passar por cirurgia (11%). Além disso, a morte por motivos cardíacos para os submetidos à angioplastia chegou a 11%, contra 7% para os operados. A necessidade de novas intervenções também foi menor para os submetidos à cirurgia: 5% contra 13% para os que receberam o stent.

O trabalho contou com a participação de 140 centros cardiológicos de todo o mundo, entre eles, o Instituto do Coração (InCor) do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medici-na da Universidade de São Paulo. A pesquisa está sendo lançada no American Heart Asso-ciation, um dos mais importantes congressos

de cardiologia do mundo, que ocorre nos Esta-dos Unidos, além de publicada na revista New En-gland Journal of Medicine.

Para o car-diologista Whady Hueb, coordena-dor da pesquisa no InCor, o estu-do ajuda a dis-sipar as dúvidas

sobre o resultado dos procedimentos em dia-béticos. Ele lembra que a doença altera a res-posta dos pacientes aos tratamentos. A partir dos dados, o médico explica que a cirurgia protege mais o paciente da morte e do infar-to, além de evitar mais uma nova intervenção.

A partir do estudo, o diretor de Cardio-logia do InCor, Roberto Kalil, acredita que os médicos tenham mais elementos para reco-mendar a cirurgia no tratamento da obstru-ção de artérias em diabéticos. “A posição do médico vai ser mais contundente, com mais dados”, ressaltou em entrevista à Agência Brasil. “A cirurgia é mais traumática, mas a longo prazo é muito melhor”, completou.

Kalil ponderou, entretanto, que em ca-sos menos complexos alguns pacientes dia-béticos deverão continuar a optar pelo stent medicamentoso, por ser um procedimento menos invasivo. Essa tem sido, segundo o médico, a tendência geral para o tratamento de obstrução de artérias, em que o número de cirurgias diminuiu substancialmente nos últimos 15 anos.

Cirurgia traz melhores resultados para diabéticos cardíacos

de cardiologia do mundo, que ocorre nos Esta-dos Unidos, além de publicada na revista New En-gland Journal of Medicine.

diologista Whady Hueb, coordena-dor da pesquisa no InCor, o estu-do ajuda a dis-sipar as dúvidas

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*Dr. José Eduardo M. R. Sousa é diretor-médico do HCor – Hospital do Coração, professor de pós-graduação da Universidade de

São Paulo e membro titular da Academia Nacional de Medicina

TAVI: Experiência e Inovação

Entrevista

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Dr. J. Eduardo SousaComo é possível que um hospital público esteja equiparado a uma das maiores e

mais importantes instituições de saúde privadas no País no que se refere ao TAVI?

O Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia, em São Paulo (SP), foi o segundo Serviço de Hemodinâmica a realizar a técnica de implante transcateter de valva aórtica (TAVI) no Brasil, em 2008, e hoje já acumula 100 casos de pacientes tratados. O diretor do Centro de Intervenções Estruturais do Coração do Instituto, J. Eduardo Sousa (SP), fala sobre a experiência do hospital e da importância da inclusão do procedimento no sistema de saúde brasileiro.

to no SUS na abordagem dos pacientes porta-dores de estenose valvar aórtica?

Eduardo Sousa - O primeiro centro médico que desenvolveu essa técnica no Brasil foi o Hospital Albert Einstein, há cerca de quatro anos. Seis meses depois, nós começamos a utilizar essa tecnologia no Dante Pazzanese graças à criação, nessa instituição, do Cen-tro de Intervenção em Doenças Estruturais do Coração (CIDEC) que hoje tem um orça-mento dedicado ao desenvolvimento desta tecnologia na instituição. O CIDEC congrega os intervencionistas, cirurgiões, clínicos, es-pecialistas em ecocardiografia, tomografia e anestesistas. Assim, temos 100 pacientes tra-tados, dos quais 94 pela via percutânea e seis pelas vias transaórtica e apical do ventrículo esquerdo. Utilizamos predominantemente as próteses da Medtronic, da Edwards, e mais re-centemente fomos incluídos no ensaio clínico com a prótese suíça Symetis. No Brasil temos um grande potencial para criarmos os centros que atuem em benefício dos nossos idosos, pelo SUS. A SBHCI tem trabalhado para que isso seja ampliado, inclusive junto às com-panhias de seguro de saúde. Creio que ainda estamos no início dessa tecnologia entre nós, mas os resultados já alcançados são bastante estimulantes Fonte: site SBHCI

Revista Newcor News - Como o senhor ava-lia o desenvolvimento do implante transcate-ter de valva aórtica (TAVI) desde a consolida-ção do Registro Brasileiro e qual a sua análise sobre a importância de sua incorporação ao Sistema Único de Saúde do Brasil?

Eduardo Sousa - O Conselho Federal de Me-dicina (CFM) reconheceu o implante trans-cateter de valva aórtica como procedimento eficaz e seguro e é extremamente importante que o Sistema Único de Saúde (SUS) incorpore essa tecnologia para beneficiar a população idosa no Brasil. Existem, hoje, mais de 60 mil casos de pacientes tratados por TAVI na Eu-ropa e nos Estados Unidos, com bons resulta-dos clínicos. O estudo randomizado PARTNER demonstrou vantagem do emprego da técni-ca por via percutânea em comparação com os procedimentos cirúrgicos clássicos ou tra-tamento clínico convencional. O forte cresci-mento dessa tecnologia indica que o SUS tem alguma obrigação de oferecê-la à população idosa brasileira, que não é pequena.

Revista Newcor News - No Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia já foram realizados vários procedimentos dessa natureza, mesmo sem cobertura específica do setor público. Qual o impacto da introdução desse tratamen-

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Palavra do Diretor

Perspectivas e desafios da FMUSP para estar entre as 50 melhores escolas

médicas do mundo Criada em 19 de dezembro de 1912,

a primeira escola médica do Estado de São Paulo nascia com uma característica que a acompanharia por todo este centenário: o pio-neirismo. Reconhecida como o maior centro de formação de recursos humanos do Brasil na área da saúde, a FMUSP introduziu no país, com a criação do Hospital das Clínicas, o mo-delo de ensino médico baseado na existência de hospitais universitários vinculados às es-colas médicas, onde são realizadas as aulas práticas associadas a atividades de pesquisa e assistência.

Na liderança do maior sistema de saú-de universitário brasileiro, a FMUSP introduziu novas técnicas que representaram avanços científicos na área médica e permitiram sal-var milhares de vidas. Entre eles, o primeiro transplante de rim da América Latina (1965), o primeiro transplante de coração da América do Sul e o segundo no mundo (1968), o primei-ro transplante intervivos de fígado do mundo (1988) e o primeiro transplante de fígado em criança (1989).

É responsável por cerca de 14% da pro-dução nacional das pesquisas na área médi-ca, 4% de toda a produção científica nacional de todas as áreas (Humanidades, Biológicas e Exatas) e 2,2% de toda a produção da Amé-rica Latina (também de todas as áreas). As pesquisas são desenvolvidas em seus 62 La-boratórios de Investigação Médica.

Desde sua inauguração, manteve o com-promisso com a ética, excelência no ensino, assistência e pesquisa médica. Os cursos mi-nistrados na Faculdade de Medicina da USP

José Otávio Costa Auler JuniorDiretor em Exercício da

Faculdade de Medicina da USP

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estão sustentados nas inovações geradas da produção de conhecimento internacional e da própria unidade. Este modelo educacional proporciona aos alunos uma ampla formação básica e geral, nos três níveis de atenção à saúde (primário, secundário e terciário) e ele-vada formação ética e humanística para que a profissão possa ser exercida com responsa-bilidade social e competência técnica. Essas credenciais fizeram com que, na década de 50, a FMUSP já fosse reconhecida como pa-drão “A” pela Associação Médica Americana, que significava que os médicos formados aqui teriam o mesmo nível daqueles formados nas melhores escolas médicas do mundo.

Em 2011, passou a ser a primeira esco-la médica da América do Sul a integrar a M8 Alliance, uma rede global de instituições aca-dêmicas de excelência em ensino e pesquisa que auxilia decisores políticos, econômicos e da sociedade civil a desenvolver soluções ba-seadas na ciência para a melhoria da qualida-

de de vida nos cinco continentes. No ranking elaborado pela Universida-

de de Xangai, atualmente a FMUSP está en-tre as 100 melhores faculdades de medicina do mundo. Os investimentos contínuos em ensino, pesquisa e extensão, associados a uma maior internacionalização, buscam in-serir a FMUSP, ainda neste quadriênio, entre as 50 primeiras escolas médicas apontadas pelo Quacquarelli Sumonds Word University Rankings.

No âmbito da internacionalização, a Fa-culdade trabalha para fortalecer a pesquisa, incrementar as publicações científicas e esta-belecer convênios internacionais que possibi-litem uma inserção mais eficiente dos alunos em programas de mobilidade estudantil e dos pesquisadores em estudos internacionais.

Atualmente já mantém parcerias de intercâmbio de graduação com Harvard Uni-versity (Estados Unidos), Michigan University

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Palavra do Diretor

(Estados Unidos), University of Toronto (Ca-nadá), Charité (Alemanha), Julius-Maximilian Universität Würzburg (Alemanha), Erasmus Universiteit Rotterdam (Holanda), Universi-ty of Groningen (Holanda), Universidade de Coimbra (Portugal), Escola de Ciências da Saúde do Minho (Portugal) e Universidad CES (Colômbia), além de acordos com mais uma dezena de instituições para intercâmbio de pós-graduandos, residentes e pesquisadores. A meta é ampliar convênios com outros cen-tros de excelência.

Existe ainda um compromisso para tor-nar as atividades da FMUSP equivalentes às das melhores faculdades de medicina do mundo nas áreas de ensino, pesquisa e as-sistência. O currículo deve ser correspondente aos das mais renomadas universidades para que disciplinas possam ser oferecidas tam-bém para os alunos estrangeiros que buscam intercâmbio local.

Hoje a Faculdade de Medicina da USP tem investido na graduação por meio de pro-gramas de iniciação científica, monitoria e tutoria. Outro avanço é a revisão curricular dos cursos de graduação, promovendo maior integração com o Instituto de Ciências Biomé-dicas (ICB), Instituto de Biociências (IB) e Insti-tuto de Química (IQ) - todos da USP, onde são

ministradas as disciplinas básicas.

O plano inclui ainda uma avaliação pe-riódica, interna e externa (internacional), dos cursos de graduação no final dos ciclos básico e clínico e dos dois anos de internato (5º e 6º anos); modernização das áreas, estimulando o ensino teórico e prático e a expansão das estruturas de ensino por simulação (Centro de Simulação de Ensino em Saúde); ativida-des interdisciplinares, interdepartamentais e interunidades, privilegiando o deslocamento e inserção de docentes em múltiplas áreas; e inovação das tecnologias de ensino, com uti-lização de plataformas interativas de ensino desenvolvidas pela Disciplina de Telemedicina da Instituição.

A formação ética e humanista dos alu-nos, o fortalecimento da integração de alunos e profissionais da saúde, a incorporação de novas metodologias de ensino, a avaliação formativa e a utilização de recursos intera-tivos presenciais e de simulação significam certamente os principais passos da Faculda-de de Medicina da USP para se posicionar en-tre as 50 melhores instituições de ensino da área médica. E, durante todo este processo, a FMUSP estará colaborando para o avanço da medicina no país e estabelecendo novos pio-neirismos.

Detalhes internos do predio da FMUSP

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Faculdade de MedicinaUniversidade de São PauloUniversidade de São PauloUniversidade de São PauloUniversidade de São PauloUniversidade de São PauloUniversidade de São Paulo

Completa

Completa

Completa 100 anos

Matéria de Capa

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Faculdade de MedicinaUniversidade de São PauloUniversidade de São PauloUniversidade de São PauloUniversidade de São PauloUniversidade de São PauloUniversidade de São Paulo

100 anos

Dona de um dos cursos de medicina mais dis-putados do Brasil, além de um centro de pes-quisas reconhecido mundialmente, a Facul-

dade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP) completou 100 anos em 2012, mais precisamente no dia 19 de dezembro.

Com mais de 18 mil funcionários, a instituição, que é responsável pela administração do Hospital das Clí-nicas (HC) da capital paulista, realiza anualmente mais de 1,5 milhão de atendimentos ambulatoriais, 250 mil de emergência, 40 mil cirurgias, 8,6 milhões de exames laboratoriais e 600 transplantes.

A grandiosidade desses números prova a impor-tância da Faculdade não só para a cidade de São Paulo, mas também para outras regiões do Brasil. As comemo-rações do centenário da FMUSP vem sendo realizadas desde o ano passado. O primeiro evento foi uma apre-sentação especial da Orquestra Sinfônica de São Paulo para convidados, na Sala São Paulo, em novembro.

A Faculdade já formou mais de 10 mil médicos e foi justamente o Hospital das Clínicas um celeiro de muitas e fundamentais inovações da área médica brasileira: o primeiro bebê de proveta de um hospital público, pro-gressos decisivos no combate ao câncer e alguns dos primeiros transplantes são realizações da instituição, agora centenária.

Destaques para os transplantes de coração. Ainda na década de 1950, já com a medicina da USP como uma das referências do Brasil, médicos da entidade pes-quisaram arduamente e conseguiram criar os instrumen-tos necessários para o primeiro transplante do País.

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Inauguração

Inauguração

FMUSPprimeira faculdade de medicina

do estado de São Paulo

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A Faculdade de Medicina da USP (FMUSP) comemorou seu cente-nário no dia 19 de dezembro de

2012. E alcança os 100 anos com amplas di-mensões, na liderança de um complexo hos-pitalar em que atuam 18 mil funcionários e que realiza, anualmente, um milhão e 500 mil atendimentos ambulatoriais, 250 mil atendi-mentos de emergência, 40 mil cirurgias, oito milhões e 600 mil exames laboratoriais, um milhão e 600 mil procedimentos de diagnósti-co por imagem e 600 transplantes. Os pacien-tes atendidos vêm de todo o país e muitos de outros países da América do Sul.

Toda essa assistência é possível porque a FMUSP foi a primeira faculdade de medici-na do estado de São Paulo, criada através de um acordo entre o Governo do Estado de São Paulo e a Fundação Rockfeller, e introduziu no Brasil o modelo de ensino médico baseado na existência de hospitais universitários, vincula-dos às escolas médicas e onde são realizadas as aulas práticas associadas a atividades de pesquisa e assistência. Para sua efetivação, o Governo construiu o Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, primeiro hos-pital universitário do país.

O hospital-escola é formado por sete Institutos Especializados - Instituto Central, Instituto da Criança, Instituto do Coração, Instituto de Medicina de Reabilitação, Insti-tuto de Ortopedia e Traumatologia, Instituto de Psiquiatria, Instituto de Radiologia - e dois Hospitais auxiliares. Além do HC, a Faculdade de Medicina é responsável pelo Instituto do Câncer do Estado de São Paulo - que fi cou em primeiro lugar na Pesquisa de Satisfação dos Usuários do SUS, realizada pela Secretaria de

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Estado da Saúde no fi nal de 2010 -, Instituto de Infectologia Emilio Ribas, Projeto Região Oeste (atenção primária) e mantém um pólo de atendimento em Santarém – PA. O mode-lo introduzido pela FMUSP hoje é adotado em todas as principais faculdades de medicina do Brasil.

A FMUSP é almejada por alunos de todo o país, tanto que no último vestibular (FUVEST 2011) foi a carreira mais concorri-da com 49.25 candidatos por vaga, o que faz com que seja o principal centro formador de recursos humanos na área médica do Brasil. Possui 368 docentes responsáveis por lecio-nar aos 1405 estudantes de graduação, nos cursos de Medicina, Fisioterapia, Fonoaudio-logia e Terapia Ocupacional e aos 1.430 alu-nos na pós-graduação estrito senso (Mestrado e Doutorado). A Faculdade também dispõe do maior programa de residência médica de todo o país, hoje com 1.196 residentes. Ainda mantém cursos de especialização, aperfeiço-amento e extensão.

Apesar de ser apenas uma das 40 unida-des de ensino da Universidade de São Paulo, é responsável por cerca de 4% de toda a produ-ção científi ca nacional de todas as áreas (Hu-manidades, Biológicas e Exatas) e 2,2% de

Dr. Arnaldo com a Primeira Turma da Faculdade

Depoimentos

“A Faculdade de Medicina, mesmo com um passado tão grande e tão glorioso, preocu-pa-se com o futuro e convida tanto pessoas de dentro da universidade quanto de fora a pensar e discutir, de uma maneira bem informal, o que está no porvir. Isso é muito importante, porque sem metas específi cas a serem alcançadas, fi ca difícil avançar. Ou-tro aspecto importante é que a Universida-de se apresenta como uma instituição aber-ta ao diálogo com vários outros segmentos sociais, trabalhando em conjunto de forma a contribuir para a melhoria da sociedade.

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toda a produção da América Latina (também de todas as áreas).

Desde sua inauguração, manteve o compromisso com o pioneirismo, excelência no ensino, assistência e pesquisas médicas. Na década de 50, já foi reconhecida como padrão “A” conferido pela Associação Médica Americana, o que signifi cava que os médicos formados aqui teriam o mesmo nível daque-les formados nas melhores escolas médicas do mundo.

Ao longo de sua história foi pioneira na implantação de novas técnicas, que represen-taram avanços científi cos na área médica e permitiram salvar milhares de vidas: Primeiro transplante de rim da América Latina (1965); Primeiro transplante de fígado do continente sul-americano (1968); Primeiro transplante de coração da América do Sul e segundo no mundo (1968); Primeiro transplante intervi-vos de fígado, técnica de retirada de 30% do órgão para sua regeneração em quem rece-be (1988); Primeira cardiomioplastia (1988); Primeiro transplante de fígado em criança (1989); Inauguração do primeiro centro de ressonância magnética público país (1990); Primeira aterotomia de artéria coronária do país e desenvolvimento do primeiro cateter--balão capaz de penetrar numa artéria e eli-minar uma obstrução, antes que ela provoque um enfarte (1990); Nascimento do primeiro bebê de proveta em hospital público do país (1991); Cirurgia inédita na América Latina, com implantação de um ventrículo artifi cial desenvolvido e fabricado no país (1993); Pri-meira cirurgia de auto-implante de coração e segundo transplante cardíaco em criança do país (1993); Desenvolvimento de uma proteí-na artifi cial, capaz de atacar células cancero-sas sem afetar células normais (1994); Criado primeiro ambulatório do país para tratamento de distúrbios obsessivos compulsivos (1994); Primeiro implante coclear do país em pacien-te com surdez profunda (1994); Primeiro cen-tro da América Latina a utilizar a técnica da vaporização transuretral da próstata, capaz

Quero parabenizar a FMUSP por ter iniciado esse processo e que isso sirva de exemplo aos demais, para que não se deitem sobre os louros do passado, mas pensem no futu-ro”, Prof. Dr. João Grandino Rodas, Rei-tor da USP.

“Observamos que hoje existe pouca integra-ção entre pesquisa e pós-graduação. Como sugestão da nossa mesa de trabalho, deve-ria haver membros comuns para participar de comitês e ajudar na comunicação entre as áreas. Também achamos que o paciente deve voltar a ser o centro das atenções. É fundamental a atitude do docente perante o paciente, para que o aluno reproduza esse tipo de atitude; que vivencie o exemplo na prática”, Prof. Dr. Paulo Manuel Pêgo Fer-nandes, Associação Paulista de Medici-na (APM)

“A gestão participativa implica que a infor-mação seja disponibilizada e compartilha-da e que haja responsabilidade por parte de todos. Não é só dar palpites e opiniões e de-pois não assumir as responsabilidades nas etapas de atuação, Prof. Dr. Paulo Andra-de Lotufo, superintendente do Hospital Universitário (HU)

“Observamos que hoje existe pouca integra-

“A gestão participativa implica que a infor-

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de retirar tumores benignos sem comprome-ter a função urinária (1995); Realizado trans-plante cardíaco no mais jovem paciente do país, um bebê de 20 dias (1995); Inaugura-do o mais completo centro de hidroterapia do país (2005); Inaugurado o primeiro Laborató-rio Experimental em Diagnóstico por Imagem (2005); Primeiro hospital público do país a contar com equipamento de Neuronavega-ção (2007); Primeiro hospital público do país a fabricar radiofármacos, substâncias usadas para diagnóstico de câncer em estágio pre-coce (2010), Inaugurado o Centro de Investi-gação Translacional em Oncologia, maior na América Latina (2011).

Em 2011, passou a ser a primeira esco-la médica da América do Sul a integrar a M8 Alliance, uma rede global de instituições aca-dêmicas de excelência em ensino e pesquisa que auxilia decisores políticos, econômicos e da sociedade civil a desenvolver soluções ba-seadas na ciência para a melhoria da qualida-de de vida nos cinco continentes.

A sede atual da FMUSP, inaugurada em 1931, é um prédio tombado e foi restaura-do nos últimos anos para modernizar suas instalações sem perder suas características originais. Em 1934, passou a integrar a Uni-versidade de São Paulo e sediou a primeira reunião do Conselho Universitário da então nova Universidade.

Fizeram parte de seu quadro docente personalidades como Arnaldo Vieira de Carva-lho (seu fundador), Alfonso Bovero, Benedicto Montenegro, Alípio Corrêa Neto, Euryclides de Jesus Zerbini, Adib Jatene, Henrique Walter Pi-notti, Jose Aristodemo Pinotti, Angelita Habr--Gama, Silvano Raia e Carlos da Silva Lacaz.

Entre os diversos alunos (graduação, re-sidência e pós) que se destacaram em outras instituições estão Miguel Nicolelis, Paulo Van-zolini, Drauzio Varela, Jairo Bouer e Alexandre Padilha.

“A presença de uma metodologia partici-pativa refl ete as transformações que a es-cola vem passando. Estamos vivendo um momento interessante, com necessidade de transformação, e esse processo refl ete na Administração e no Ensino. Não saí da faculdade preparada para ter gestão pro-fi ssional. É preciso ter um gerenciamento adequado dos processos. Um dos nossos pontos fracos é o tamanho grande da ins-tituição. O ponto forte é a nossa força de trabalho”. Prof. Dra. Clarisse Tanaka, di-retoria de Fonoaudiologia, Fisioterapia e Terapia Ocupacional

“Vozes dissonantes sempre existirão, ainda bem. Você já imaginou se todos falassem as mesmas coisas e gostassem do azul, como seria chato? O que seriam das outras cores? A gente precisa ter divergência de pensamentos, pois só assim a gente ama-durece e cresce. Eu espero que tenha muita divergência e que, na Conferência, possa-mos debater profundamente as questões de base comum de futuro. No fi nal, que todos nós possamos ser convencidos do melhor caminho, com base em toda essa diversidade.” Prof. Dr. Marcos Boulos, ex -diretor da FMUSP

“A presença de uma metodologia partici-

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Início difícilO surgimento da FMUSP aconteceu após a institucionalização das práticas

médicas e de saúde no fi nal do século 19, como explica o coordenador do Museu Histórico da entidade, André Mota. “O forte processo de imigração com o cultivo do café em São Paulo fez com que se criasse um movimento de organização de rede sanitária e, em 1891, foi criada uma lei para implantação da faculdade de medicina na capital paulista”, esclareceu.

Após duas tentativas de criar universidades, em 1912, foi inaugurada a Faculdade de Medicina e Cirurgia de São Paulo, pelo Dr. Arnaldo Vieira de Carva-lho, em lei assinada pelo presidente Francisco de Paula Rodrigues Alves e pelo secretário do interior Altino Arantes. Carvalho foi o responsável por criar o curso, já que exercia o cargo de diretor clínico da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, desde 1894.

“Com alguns prédios emprestados e toda parte clínica locada na Santa Casa, Arnaldo Vieira de Carvalho trouxe alguns professores da Europa no cam-po de cirurgia e anatomia, do Rio de Janeiro, da Bahia e fundou o curso. Com difi culdades para implementar os ensinamentos como gostaria, principalmente estruturais, surge em 1916 a oportunidade de uma parceria com a Fundação Rockefeller”, contou Mota.

Essa instituição norte-americana procurava por locais em toda América La-tina para fundar áreas científi cas. Com intercâmbio de médicos, construção de

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um grande prédio (onde está a faculdade até hoje), novos aparelhos e aporte financeiro, a instituição ganhou corpo e começou a crescer consideravelmente, claro, com pressupostos americanos. A contrapartida do Governo do Estado de São Paulo seria criar um hospital de clínicas, que foi inaugurado em 1944.

Um pouco antes, em 1934, a faculdade foi incorporada à Universidade de São Paulo (USP), o que também auxiliou no crescimento da entidade. Vale lembrar que um dos gran-des idealizadores da FMUSP, Arnaldo Vieira de Carvalho, fundador e primeiro diretor da uni-versidade, morreu em 1920, antes da grande consolidação da instituição. Para homenageá--lo, a universidade ainda é chamada por mui-tos de “casa de Arnaldo”, sem contar a aveni-da do complexo educacional e de saúde, que também leva o nome do médico.

No começo dos anos 1950, a FMUSP já

se posicionava entre as 15 melhores faculda-des de medicina do mundo e a mais impor-tante da América Latina. “Mesmo com esse status inimaginável no começo, o projeto pe-dagógico, sua viabilização e com o fim da Se-gunda Guerra Mundial, além da volta de São Paulo a uma posição de destaque no cenário nacional, nossa universidade de fato se trans-formou em uma referência até internacional”, afirmou Mota.

Vários médicos de renome fazem parte da história da FMUSP. Até para não cometer injustiças, o coordenador do Museu prefere lembrar daqueles que deram início à institui-ção. “Além da figura central do Dr. Arnaldo, tivemos Sérgio Meira, Pereira Barreto, Carlos Botelho, Adolfo Lutz, Emílio Ribas, Vital Brasil e Rubião Meira, todos anteriores à chegada da universidade, com participação importante em sua formação”, citou.

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Faculdade de Medicina/USP“100 melhores do mundo”

Além do Hospital das Clínicas (HC), a Faculdade de Medicina é respon-sável pelo Instituto do Câncer do Estado de São Paulo, o Instituto de Infecto-logia Emilio Ribas, Projeto Região Oeste e mantém um polo de atendimento em Santarém (PA). Toda essa infraestrutura tornou a FMUSP um sonho para alunos de todo o país. No último vestibular da Fuvest, cada vaga na FMUSP foi disputada por 49 candidatos. Para atender a essa demanda, a faculdade possui 368 docentes responsáveis pelo ensino de 1.405 estudantes de gradu-ação e 1.430 alunos na pós-graduação stricto sensu (mestrado e doutorado). A faculdade também dispõe do maior programa de residência médica de todo o país, hoje com 1.196 residentes.

"Embora a FMUSP seja apenas uma das 40 unidades de ensino da Uni-versidade de São Paulo (USP), ela é responsável por cerca de 4% de toda a produção científi ca nacional de todas as áreas: Humanidades, Biológicas e Exatas, e 2,2% de toda a produção da América Latina, também de todas as áreas", afi rma o Prof. dr. André Mota. Na década de 50, a FMUSP foi re-conhecida como padrão "A" conferido pela Associação Médica Americana, o que signifi cava que os médicos formados aqui tem o mesmo nível daqueles formados nas melhores escolas médicas do mundo. "Esse é um dos motivos pelo qual a Faculdade de Medicina da USP está entre as 100 melhores do mundo", diz Mota.

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O Incor é um hospital público universi-tário de alta complexidade, especializado em cardiologia, pneumologia e cirurgias cardíaca e torácica.

Além de ser um pólo de atendimento - desde a prevenção até o tratamento -, o Insti-tuto do Coração também se destaca como um grande centro de pesquisa e ensino.

O Incor é parte do Hospital das Clínicas e campo de ensino e de pesquisa para a Facul-dade de Medicina da USP.

Para a manutenção de sua excelência, o Instituto conta com o suporte fi nanceiro da Fundação Zerbini, entidade privada sem fi ns lucrativos.

O Instituto do Coração foi ofi cializado pelo Decreto-Lei nº 42.817 de 1963, que o de-nominava Instituto de Doenças Cardiopulmo-nares.

Sua concepção como um centro de ex-celência no ensino, pesquisa e assistência em cardiologia, pneumologia e cirurgias cardíaca e torácica, no entanto, data da década de 50, época em que a cardiologia, tanto no Brasil quanto no exterior, iniciava seus primeiros passos como especialidade.

Capitaneados pelos professores Eurycli-des de Jesus Zerbini, na cirurgia, e Luiz Venere Décourt, na clínica, um grupo de médicos da Clínica Médica do Hospital das Clínicas sonha-va em construir um centro de referência para a formação de novos especialistas e para o desenvolvimento de técnicas e tecnologias básicas para a prática da cardiologia no País.

O primeiro transplante da América Lati-na e um dos primeiros do mundo, em 1968, realizado pelas equipes dos doutores Zerbini e Décourt, deu impulso singular ao ideal desses jovens.

O episódio possibilitou reunir energias dispersas, articular iniciativas políticas e re-cursos para que as obras do prédio do Institu-to fossem iniciadas em 1969, com conclusão em 1975.

Dois anos mais tarde, em 10 de janei-ro de 1977, com a operacionalização de seu Ambulatório, o Incor deu início ao atendimen-to a pacientes, que teve impulso signifi cativo a partir da criação da Fundação Zerbini, em 1978, como órgão de apoio às atividades do Instituto.

O Incor

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Inaugurado em maio de 2008, o Ins-tituto do Câncer do Estado de São Paulo Octavio Frias de Oliveira é uma Organiza-ção Social de Saúde, criada pelo Governo do Estado em parceria com a Fundação Faculdade de Medicina para ser o maior hospital especializado em tratamento de câncer da América Latina.

Com 112 metros de altura, construído em uma área aproximada de 84.000 m² na Av. Doutor Arnaldo, próximo à Avenida Paulista, o Icesp é fruto do investimento de R$ 270 milhões em obras e equipamentos.

No prédio, de 28 andares, cerca de 6 mil pacientes com diagnóstico de câncer são aten-didos mensalmente e tratados por alguns dos mais qualifi cados profi ssionais do Brasil nesta especialidade. Uma característica essencial do Instituto é a inovação na assistência prestada, que permite ao paciente ter todas as fases de seu atendimento, do diagnóstico à reabilitação, integradas no mesmo local.

Além do atendimento médico, os profi ssionais do Icesp desenvolvem atividades de en-sino e pesquisa de acordo com o modelo de ensino médico introduzido pela Faculdade de Medicina da USP no país. O objetivo é transformar o Instituto em um centro de pesquisa de referência em nível internacional na área do câncer, inclusive no estudo de novos fármacos e tratamentos inovadores para a doença

tituto do Câncer do Estado de São Paulo Octavio Frias de Oliveira é uma Organiza-ção Social de Saúde, criada pelo Governo do Estado em parceria com a Fundação Faculdade de Medicina para ser o maior hospital especializado em tratamento de câncer da América Latina.

ICESP“Instituto do

Câncer do Estado de São Paulo

Octavio Frias de Oliveira”

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Inaugurado em 19 de abril de 1944, o Hospital das Clínicas da Faculdade de Medici-na da USP - HCFMUSP é uma autarquia esta-dual vinculada à Secretaria de Estado da Saú-de para fi ns de coordenação administrativa e associada à Faculdade de Medicina da USP para fi ns de ensino, pesquisa e prestação de ações e serviços de saúde de alta complexida-de destinados à comunidade.

São órgãos da administração superior do HC o Conselho Deliberativo, a Superinten-dência e a Diretoria Clínica

Conselho Deliberativo: é composto por Professores Titulares da Faculdade de Medici-na. Cabe ao Conselho defi nir as diretrizes bá-sicas das atividades médico-hospitalares, de pesquisa, e de cooperação com os cursos da FMUSP

Diretoria Clínica: tem a atribuição de co-ordenar as atividades médicas e apoiar as de ensino e de pesquisa científi ca das unidades hospitalares.

Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP

O Complexo HC ocupa uma área total de 352 mil metros quadrados com cerca de 2.200 leitos distribuídos entre os seus seis institutos especializados, dois hospitais auxi-liares, uma divisão de reabilitação e um hos-pital associado. Compõem o Complexo:• Prédio da Administração• Instituto Central• Instituto do Coração• Instituto de Ortopedia e Traumatologia• Instituto de Psiquiatria• Instituto de Radiologia• Instituto da Criança• Hospital Auxiliar de Suzano• Instituto de Med. Física e Reabilitação Unidade Vila Mariana Unidade Umarizal• Hospital Auxiliar de Cotoxó• Laboratórios de Investigação Médica• Centro de Convenções Rebouças• Casa da Aids• S.A.M.S.S• Rec. dos Aposentados - G. Vida Esperança• Assoc. Voluntários do Hosp.das Clínicas

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Biblioteca

A Biblioteca existe desde a criação da própria Faculdade de Medicina, estabelecida em 19 de dezembro de 1912. O seu de-senvolvimento vem procurando acompanhar o crescimento da Ins-tituição. Uma das grandes realizações do passado foi a iniciativa precursora do médico e bibliotecário Jorge de Andrade Maia, no campo da documentação científi ca brasileira, na área médica, com o Catálogo Médico Paulista e o Índice Catálogo Médico Brasileiro.

Em 1985 passou a denominar-se Ser-viço de Biblioteca e Documentação, SBD, de-signação que melhor refl ete seus objetivos e funções, acompanhando a evolução na área como biblioteca do conjunto de base SIBi - Sis-tema Integrado de Bibliotecas da USP.

Em 2009 passou a denominar-se Divisão de Biblioteca e Documentação, DBD.

A DBD/FMUSP gerencia, organiza e dis-semina a informação na área de Ciências da Saúde para o complexo HC/FMUSP, e defi ne o planejamento e as estratégias que visam os melhores resultados, produtos e serviços para a comunidade.

A estrutura da DBD é constituída por uma Biblioteca Central (BC), duas bibliotecas setoriais especializadas - Centro de Medicina Nuclear (CMN) e Instituto de Radiologia (IN-RAD) e a Biblioteca Satélite do Pacaembu.

A missão da DBD/FMUSP é promover o desenvolvimento das Bibliotecas da FMUSP, capacitando-as a oferecer a docentes, pesqui-sadores e alunos, os serviços e produtos ne-cessários ao desenvolvimento das atividades acadêmicas de ensino, pesquisa e extensão.

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Criado em 1977 como “Museu Histórico da Faculdade de Medicina”, o órgão assumiu a denominação de Museu Histórico “Prof. Car-los da Silva Lacaz” em 1993, em homenagem ao fundador e seu diretor vitalício até 2002, ano de falecimento desse médico e pesquisa-dor da área de Microbiologia e Micologia Mé-dica. O projeto museológico instituído se deu em bases privadas, mas com apoio da elite médica paulista e de parte significativa dos professores e alunos da própria Faculdade.

Dedicou-se a partir de então em reunir materiais, que conseguissem traduzir uma “história oficial” médica e institucional, apoia-do na concepção de uma trajetória histórica linear, progressiva e extremamente cravada por vultos e feitos heróicos. Paralelamente a isso, o Museu Histórico foi capaz de agrupar um vasto acervo documental, com prioridade aos primeiros tempos da institucionalização médica em São Paulo, variando de grupos e especialidades, a partir dos critérios atribuí-dos unicamente por seu diretor.

Nesta direção, a morte do Prof. Carlos da Silva Lacaz em 2002 abriu um hiato em relação ao espaço de poder ocupado anterior-mente pelo ex-diretor. A estrutura administra-tiva do Museu, que até então estava direta-mente subordinada à diretoria foi transferida

para a Comissão de Cultura e Extensão (CCEx), e desde então, o Museu passou a vivenciar um profundo processo de redefinição de suas ca-racterísticas e funções.

A partir do ano de 2007, a Comissão de Cultura e Extensão Universitária (CCEx), presi-dida pelo Prof. Dr. José Ricardo C. M. Ayres, criou a Sub-comissão de Museus responsável por dar novos direcionamentos institucionais ao Museu Histórico. Com o apoio institucional e irrestrito do Diretor da Faculdade de Medici-na, Prof. Dr. Marcos Boulos, do Diretor da Fun-dação Faculdade de Medicina, Prof. Dr. Flávio Fava de Morais, um amplo trabalho foi coorde-nado no sentido da revitalização infra-estrutu-ral e das atividades museológicas do Museu Histórico. Cabe lembrar, que no processo de revitalização infra-estrutural do Museu Históri-co, houve a participação do Banco Santander através de seu Projeto Universidades.

Para que houvesse o acompanhamento da reforma infra-estrutural do Museu Históri-co, bem como a introdução das modificações regimentais e da constituição das novas atri-buições nas áreas da pesquisa, da museolo-gia e educacional, foram contratados os histo-riadores André Mota (Coordenador do Museu Histórico) e Maria Gabriela S.M.C. Marinho (Pesquisadora).

Museu Histórico “Prof. Carlos da Silva Lacaz”

Bula Papal de Clemente VI, 1346.

Primeiro Marcapasso Cardíaco construído no Incor-HC, década de

1960/70. Acervo particular

Primeiro Máquina Coração-Pulmão Artificial construída no Hospital das Clínicas da FMUSP, 1958.

Acervo: Incor-HC

Acervo

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O Prof. Dr. Giovanni Guido Cerri, professor titu-lar do Departamento de Radiologia da Faculda-de de Medicina da USP, foi escolhido novo dire-tor da FMUSP pelo reitor da Universidade, João Grandino Rodas. Cerri encabeçava a lista trípli-ce dos professores titulares eleitos, pelos mem-bros da Congregação e dos conselhos de Depar-tamentos. O novo diretor obteve 162 votos no primeiro escrutínio, numa votação expressiva equivalente a 88,5% do total de votos. Integra-vam a lista tríplice os professores José Otávio da Costa Auler Júnior (Cirurgia) e Tarcísio Eloy Pes-soa de Barros Filho (Ortopedia e Traumatologia). O Prof. Dr. Giovanni Cerri tomou posse após a eleição do novo vice-diretor da FMUSP. Esse é o segundo mandato do médico radiologista frente à Faculdade. O primeiro ocorreu de 2002 a 2006, quando implementou as reformas ne-cessárias para modernização e restauro do pré-dio da FMUSP e deu início à reformulação do

Nova DiretoriaProf. Dr. Giovanni Guido Cerri

Nova Diretoriacurrículo médico, com a inclusão do ensino de Atenção Básica e a integração das disciplinas de humanidades. Giovanni Cerri nasceu em Milão, na Itália, há 57 anos. É professor da FMUSP desde 1979. Formado pela Faculdade de Medicina da USP, em 1976, especializou-se primeiramente em ultrassonografi a e tomografi a computadoriza-da na Universidade de Birminghan, no Alabama (EUA), e posteriormente em tomodensitometria pela Universidade de Saint-Antoine, em Paris. Em 1996, tornou-se professor titular da FMUSP. Cerri é diretor do Instituto de Radiologia do Hospital das Clínicas-FMUSP, diretor-geral do Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (ICESP) e coordenador do Centro de Diagnóstico por Imagem do Hospital Sírio-Libanês. Recen-temente, presidiu a World Federation for Ultra-sound in Medicine and Biology.

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A gestão do Prof. Dr. Giovanni Cerri coincidim com o centenário da Faculdade de Medicina da USP, que aconteceu em de-zembro de 2012. Para defi nir o futuro da ins-tituição, foi criado o movimento Unidade no Centenário, que é resultado da refl exão de vários professores da Faculdade. A proposta do grupo é baseada em uma gestão partici-pativa, descentralizada e com transparência em suas ações. Além de reforçar a posição de liderança nacional no ensino médico, na produção científi ca e na qualidade de assis-tência, a FMUSP pretende dar um salto quali-tativo, projetando a instituição em nível inter-nacional.

Na área de pesquisa, serão estabele-cidos mecanismos para incentivo e apoio às atividades e grupos da instituição, visando à sua integração, com a criação e implemen-tação de um Conselho Central. A diretoria da FMUSP terá o papel de conduzir o processo de transformação, promovendo as condições administrativas e de infraestrutura para a implantação de uma política consistente em pesquisa que será delineada por este órgão

central. Outra meta é criar um fundo institu-cional de suporte à pesquisa.

Já na área assistencial, entre as pro-postas estão a criação e implantação do Con-selho Central de Assistência, que englobará o Conselho Deliberativo do HCFMUSP, Icesp, Emílio Ribas, Região Oeste, Lucy Montoro e Hospital Universitário, visando maior integra-ção entre os diversos órgãos e níveis de aten-ção à saúde. Além disso, será dada prioridade à modernização da infraestrutura do Instituto Central do Hospital das Clínicas (ICHC), melho-rando a disponibilidade para atendimento de convênios, incluindo internação. Outra meta é completar a integração do Icesp e do Insti-tuto Emílio Ribas ao Complexo Hospitalar da FMUSP, reforçando os mecanismos de fl uxo entre eles e os demais hospitais.

Na área de ensino, pretende-se ofere-cer aos alunos da FMUSP com bom desem-penho, avaliados ao longo dos seis anos de curso, o acesso à especialização dentro da própria instituição. Também será promovida a internacionalização por meio de intercâmbios no exterior com o reconhecimento de créditos.

Metas da Nova Diretoria

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A Faculdade de Medicina da USP realizou solenidade em comemoração ao Centésimo Aniversário da Instituição, com concerto da Ba-chiana Filarmônica SESI-SP e inauguração da nova iluminação do prédio.

Sob a regência do maestro João Carlos Martins, a orquestra apresentou repertório for-mado por obras de Johann Sebastian Bach, Luigi Boccherini, Piotr Ilitch Tchaikovsky, Dave Brubeck, Mateus Araújo e Ennio Morriconne.

Além de celebrar os 100 anos da FMUSP, o evento teve como objetivo de reunir todos que fi zeram e que fazem parte da história da Insti-tuição, colaborando para manter o prestígio da escola médica e o histórico de pioneirismos e avanços no modelo de ensino e na assistência médica.

Reconhecida como o maior centro de for-mação de recursos humanos do Brasil na área da saúde, introduziu no país o modelo de ensi-no médico baseado na existência de hospitais universitários vinculados às escolas médicas, onde são realizadas as aulas práticas associa-das a atividades de pesquisa e assistência.

Na liderança do maior sistema de saúde

universitário brasileiro, a FMUSP foi pioneira nas novas técnicas que representaram avan-ços científi cos na área médica e permitiram salvar milhares de vidas. Entre eles, o primeiro transplante de rim da América Latina (1965), o primeiro transplante de coração da América do Sul e o segundo no mundo (1968), o primei-ro transplante intervivos de fígado do mundo (1988) e o primeiro transplante de fígado em criança (1989).

Em 2011, passou a ser a primeira esco-la médica da América do Sul a integrar a M8 Alliance, uma rede global de instituições aca-dêmicas de excelência em ensino e pesquisa que auxilia decisores políticos, econômicos e da sociedade civil a desenvolver soluções ba-seadas na ciência para a melhoria da qualida-de de vida nos cinco continentes.

No ranking elaborado pela Universidade de Xangai, atualmente a FMUSP está entre as 100 melhores faculdades de medicina do mundo. Os investimentos contínuos em en-sino, pesquisa e extensão, associados a uma maior internacionalização, buscam inserir a FMUSP entre as 50 melhores.

FMUSP comemora 100 anos com apresentação da Bachiana

Filarmônica SESI-SP

A orquestra foi regida pelo maestro João Carlos Martins

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A Faculdade de Medicina da USP contemplou, profes-sores da Instituição com a Medalha Institucional do Cente-nário, criada com a fi nalidade de agraciar as pessoas que contribuíram de modo excepcional e decisivo para a valori-zação institucional, cultural, social e acadêmica da FMUSP. A solenidade integrou os eventos comemorativos dos 100 anos da Faculdade.

A homenagem ao Professor Dario Birolini deveu-se à excepcional contribuição à área médica, através de seu pio-neirismo na implantação dos serviços de resgate médico e desenvolvimento da área de atendimento ao trauma no país e na criação da Sociedade Brasileira para o Atendi-mento Integrado do Traumatizado.

A extraordinária contribuição à área médica, através de sua atuação no planejamento e consolidação do Insti-tuto do Coração do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, tornando-o um centro de referência na pesquisa, no diagnóstico e no tratamento de doenças do coração, outorgou a Medalha Institucional do Centenário ao Professor Fúlvio José Carlos Pileggi.

O Professor György Miklós Böhm foi contemplado pelo seu destacado pioneirismo ao instituir, na Faculdade de Medicina da USP, a primeira disciplina estruturada de Telemedicina do Brasil e o primeiro Laboratório de Poluição Atmosférica Experimental na América Latina, além de pa-pel fundamental na consolidação da Fundação Faculdade de Medicina.

A excepcional atuação no desenvolvimento de pes-quisas científi cas e estudos da Oncologia na Faculdade de Medicina da USP, contribuindo para a estruturação e conso-lidação do estudo da Oncologia em todo o Brasil conferiu a homenagem à Professora Maria Mitzi Brentani.

O Professor Silvano Mario Attilio Raia foi agraciado pela sua excepcional contribuição à área médica ao reali-zar o primeiro transplante de fígado com sucesso na Amé-rica Latina e o primeiro transplante de fígado intervivos do mundo.

A solenidade contou ainda com a presença do Mag-nífi co Reitor da USP, Professor João Grandino Rodas, do Secretário de Estado da Saúde, Professor Giovanni Guido Cerri, da Secretária de Estado dos Direitos da Pessoa com Defi ciência, Professora Linamara Rizzo Battistella, e do Di-retor em Exercício da Faculdade de Medicina da USP, Pro-fessor José Otávio Costa Auler Junior.

Indicação destaca pioneirismos e relevantes serviços prestados à medicina.

Professor Dario Birolini

Prof. Fúlvio José Carlos Pileggi

Professor György Miklós Böhm

Professora Maria Mitzi Brentani.

Professor Silvano Mario Attilio Raia

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Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia

O Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia, criado em 1954, é uma Unidade Hospitalar da Administração Direta da Secretaria de Estado da Saúde do Estado de São Paulo, sendo exclusivamente voltada ao diagnóstico e tratamento das doenças cardiovasculares. É também um dos 160 hospitais brasileiros e um dos 43 paulistas categorizados como Hospitais de En-sino dos Ministério da Saúde e da Educação e, desde 1991, é Entidade Associada da Universi-dade de São Paulo.

Com três edifícios, que somam 60.000 m² de área construída (fi gura 1), dedica-se à as-sistência, ao ensino e à pesquisa na área de Medicina Cardiovascular.

Seu Corpo Clínico reúne 2.010 servidores, sendo 284 médicos, 176 enfermeiros, 606 técnicos de enfermagem, 163 profi ssionais de outras áreas da Sáude (Nutrição, Psicologia, Fisioterapia, Assistência Social, Educação Física e Terapia Ocupacional, Farmácia, Fonoaudio-logia, Odontologia) 10 engenheiros, além de funcionários da Administração e de Apoio.

Amanda Guerra de Moraes Rego Sousa*

Complexo Hospitalar do Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia

Artigo

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Nas atividades assistenciais, dedica-se no Ambulatório (23 seções médicas, 243.374 atendimentos em 2012) e no Pronto Socorro (porta aberta, 43.617 consultas em 2012) ao atendimento eletivo e de emergência de pa-cientes exclusivamente do Sistema Uníco de Saúde – SUS.

Dispõe de Cirurgia Cardiovascular de ponta (12 salas cirúrgicas e 1 sala para pro-cedimentos híbridos), realizando 8 a 10 cirurgias cardíacas, 4 a 6 cirurgias vasculares periféricas e 2 a 4 implantes de marcapas-sos/disfribiladores por dia. Adicionalmente, com 6 laboratórios de cateterismo cardíaco e 1 de eletrofisiologia possui avançada área de Cardiologia Intervencionista, com mais de 11.000 procedimentos anuais, incluindo an-gioplastias coronárias, tratamento percutâ-neo das cardiopatias congênitas e valvulares, terapêutica endovascular com emprego de stents e ablações para o tratamento das ar-ritmias cardíacas.

Contribuiu pioneramente, em âmbito nacional e internacional, com a introdução de diversas técnicas percutâneas e cirúrgicas, al-gumas que mudaram a prática da Medicina Cardiovascular, entre as quais citam-se:

• correção anatômica da transposição das grandes artérias (Adib Jatene, 1978);

• • correção geométrica do aneurisma

do Ventrículo Esquerdo (Adib Jatene, 1980);

• • realização do primeiro implante de

stent coronário de Palmaz - Schatz em humanos (Eduardo Sousa,1987):

• • realização do primeiro implante de

stent coronário farmacológico com rapamicina no mundo (Eduardo Sou-sa, 1999).

O Dante Pazzanese igualmente voltou-se para o ensino na área Cardiovascular, ten-do criado sua Residência Médica em 1959 (a primeira voltada à especialidade no País), contando hoje com mais de 1.700 egressos. Posteriormente, foram criadas as residências em Cirurgia Cardiovascular e Vascular Periféri-ca, conferindo-lhe tradição no ensino médico especializado, na área. Em 2012, foi consti-tuída a residência na Enfermangem, ligada à Escola de Enfermagem da Universidade de São Paulo – USP

Após sua ligação à USP em 1991, o In-stituto Dante Pazzanese de Cardiologia teve metade de seu corpo clínico à época (90 de 180 médicos) titulados pelo Programa de Doutorado Direto da Disciplina de Cardio-Pneumologia da Faculdade de Medicina da USP (1992-2005). Em 2006, aplicou seu próprio Programa de Pós-Gra-duação que, aprovado pelo Conselho Universitário da USP e pela CAPES (nota 4), iniciou suas atividades de ensino e pesquisa pós-graduados, em abril de 2007. O Programa de Doutorado USP-IDPC está voltado à: Medicina/Tecnologia e Inter-venção em Cardiologia e é constituido por:

• Graduada em Medicina pela Escola Paulista de Medicina (1975), Especia-lização em Cardiologia e Ecocardio-grafia no Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia (1979).

• • Diretora Técnica de Departamento de

Saúde

Amanda Guerra deMoraes Rego Sousa*

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Continua pag. 46

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• • 1 área de concentração: - Medicina/Tecnologia e Intervenção em Cardiologia

• 6 linhas de pesquisa:

- Terapêutica Intervencionista Endovascular;

- Fisiopatologia e Estratégias Terapêuticas nas Síndromes Coronárias Agudas;

- Imagens Invasivas e não Invasivas em Medicina Cardiovascular de Adultos e em

Cardiologia Pediátrica;

- Farmacologia Cardiovascular e Tratamento das Arritmias Cardíacas;

- Cirurgia Cardiovascular e Tecnologia Aplicada ao Aparelho Circulatório;

- Epidemiologia Cardiovascular.

• 14 Disciplinas:

- Metodologia Científi ca;

- Cardiologia Intervencionista;

- Estudos Avançados em Síndromes Coronárias Agudas;

- Pesquisa em Medicina Cardiovascular: Planejamento, Execução e Avaliação;

- Dislipidemias e Prevenção Cardiovascular;

- Farmacoterapêutica Cardiovascular;

- Cardiologia Pediátrica;

- Emergências Cardiovasculares;

- Arritmias e Estimulação Cardíaca;

- Imagens em Medicina Cardiovascular;

- Cirurgia Cardiovascular;

- Conceitos de Tecnologia em Medicina(Biogenharia):

- Bioestatística;

- Genoma, Transcriptoma e Proteoma Aplicados à Cardiologia.

• 21 Docentes Permanentes;

• 7 Docentes Colaboradores;

• 67 alunos matriculados, sendo 61 médicos, 4 engenheiros e 2 tecnólogos, • dos quais 22 já defenderam suas teses de Doutorado entre 2011-2012.

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Com 21 anos de ligação à Universidade, o Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia re-fl ete hoje o forte perfi l de academização que o caracteriza.

Além das evoluções na área médica, o IDPC dedicou-se a capacitar outros profi ssionais da Saúde, iniciando Programas de Aprimora-mento em nove áreas: Nutrição (1970), Psicolo-gia (1980), Enfermagem (1981, com 236 egres-sos), Serviço Social (1983), Biologia na área de Doença de Chagas (1985), Fisioterapia (1996), Educação Física (2005), Odontologia (2007) e Fonoaudiologia (2010). Reune, portanto a cada ano, cerca de 400 aprendizes, confi gurando-se assim numa verdadeira Escola voltada aos di-versos aspectos da Saúde Cardiovascular.

A qualidade de seus Programas de Apri-

moramento, em especial na área de Enferma-gem Cardiovascular, é amplamente reconheci-da no Estado e no país, sendo um paradígma assistencial neste campo do saber, atuando fre-quentemente na Secretaria de Estado da Saúde na propagação de conhecimentos e capacita-ção de outros profi ssionais da área, no que diz respeito: à Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE); aos Processos de Trabalho; à Enfermagem em Cardiologia Intervencionista e nas Unidades de Terapia Intensiva; em Indica-dores de Qualidade e Quantidade Assistenciais e Gerenciais, assim como ao Ensino e Pesquisa na especialidade.

A produção institucional, no triênio 2009-2012 é a que esta disposta nas tabelas de 1 e 2.

Diretoria do Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia

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Tabela 1. Produção Bibliográfica do IDPC no quadriênio 2009-2012

Tabela 2. Produção Técnica do IDPC no quadriênio 2009-2012

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A discussão sobre a falta de médicos para atuar na periferia das grandes cidades ou em municípios remotos, ambos carentes desses profi ssionais, vem mobilizando todos os administradores públicos, especialmente os prefeitos, que não conseguem contratá--los para o Programa Saúde da Família (PSF), mesmo oferecendo remuneração igual ou su-perior a R$ 10 mil mensais. A proposta de al-gumas importantes fi guras da administração é ampliar a oferta de vagas pela abertura de novos cursos e, simultaneamente, importar médicos formados no exterior.

Mas nenhuma dessas propostas seria capaz de corrigir a demanda atual. Novos cur-sos só vão formar médicos após seis anos. Formar novos médicos no sistema atual signi-fi ca considerar a residência médica indispen-sável. Porém o número de vagas para residên-cia, apesar das 1.260 criadas recentemente pelo Ministério da Saúde, é ainda inferior ao número de graduandos. Também a residência médica existe apenas em grandes hospitais, que utilizam toda a moderna tecnologia. Des-se modo, a residência médica forma especia-listas e subespecialistas que não vão traba-lhar com a população carente, mas agravar as

distorções, indo atuar em áreas mais ricas e centrais das cidades.

Por outro lado, importar médicos envol-ve grande risco, desde que essa importação não seja feita de países onde o ensino médico prime pela qualidade.

Existe contingente signifi cativo de alu-nos brasileiros buscando sua graduação em países onde há facilidade de ingresso e cujos cursos não formam o profi ssional com a qua-lidade mínima exigida. Uma vez formados, querem exercer a atividade no Brasil. A tenta-tiva de acordos bilaterais reconhecendo auto-maticamente os diplomas tornou-se inviável, levando os Ministérios da Educação (MEC) e da Saúde a elaborar o Exame Nacional de Revalidação de Diplomas Médicos Expedidos por Instituições de Educação Superior Estran-geiras (Revalida), para uniformizar os critérios nas universidades federais encarregadas des-sa revalidação. Uma proposta ouvida no MEC é de que tais profi ssionais poderiam trabalhar por dois anos, sob supervisão de tutores, e só depois prestar o exame para revalidação. Pro-põem até reduzir as exigências do Revalida para facilitar a aprovação, o que nos parece inadmissível.

Uma nova propostaDr.Adib Jatene - é cardiologista, professor emérito da Faculdade de Medicina da USP, diretor-geral do Hospital do Coração e foi ministro da Saúde.

Artigo

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Nenhuma dessas duas propostas, por-tanto, resolveria o nosso problema. Entendo que é o momento de propor um pré-requisito para a residência médica: cumprir dois anos no Programa Saúde da Família, supervisio-nado pela sua escola. Isso traria impacto de três ordens: fornecer o profissional para locais pouco atrativos, envolver a escola na assistên-cia e reformar o ensino médico.

Diante da gravidade da situação em que nos encontramos, é ingênuo pensar que man-tendo a situação atual se consiga corrigir as desigualdades. São necessárias medidas que podem ser consideradas radicais para mudar. Vivemos um tempo de mudança e o ensino médico deve mudar pensando na população desassistida, cuja condição precisa ser recu-perada.

Parto do pressuposto de que nenhum país do mundo, mesmo gastando mais de US$ 7 mil per capita por ano, consegue ofe-recer a moderna tecnologia a todos indistinta-mente (assinale-se que gastamos menos de US$ 900 per capita). Mesmo porque 80% dos casos, que procuram o médico, podem ser tratados sem esses recursos, que, entretanto, devem ser postos à disposição de quem deles precisa.

Assim, o curso médico deve formar um profissional capaz de atender um paciente em situação de emergência e em situação eletiva, basicamente fazendo diagnóstico e orientan-do a terapêutica com base em história clíni-ca detalhada e nos sinais obtidos pelo exame físico. Essa característica da Semiologia se está perdendo, já que é mais fácil lançar mão de exames de imagem.

Mas para o curso formar um profissional

é preciso que se garanta um exercício da ativi-dade onde, com esses pressupostos, ele pode-ria atuar. É necessário expor o recém-formado a atuar junto à população, supervisionado pela sua escola, antes de induzi-lo a escolher uma área de especialidade, o que, ao fim, é o

que faz a residência médica. De pouco adianta preparar esse médico

se o enviarmos diretamente para a residên-cia, que só existe em hospitais que detêm toda a tecnologia e onde se internam os 20% que necessitam dela. Antes de o curso prepa-rar especialistas precoces, deve fazê-los atuar como médicos capazes de atender a popula-ção, sem usar a moderna tecnologia.

Além da supervisão pela sua escola, es-ses médicos devem contar com especialistas na área em que atuam e com possibilidade de leitos para eventuais internações, cons-tituindo uma rede de serviços assistenciais. Para que a proposta se torne eficaz é ainda necessário corrigir a desigualdade na oferta de vagas.

Enquanto no Tocantins existe uma vaga para cada 4.068 habitantes e em Minas Gerais, uma para 6.665, em São Paulo há uma vaga para 13.193 e no Pará, uma para 19.456. Nas regionais de São Paulo a mesma desigualdade se verifica. Enquanto a regional de São José do Rio Preto tem uma vaga para 3.391 habitantes, a de Ribeirão Preto dispõe de uma para 4.712, a regional da Grande São Paulo conta com uma para 20.700 e a regional de São José dos Campos, uma para 28.957.

O médico recém-formado deve estar pronto, ao sair da escola, para trabalhar jun-to à população no PSF, por dois anos, como pré-requisito para buscar a residência médica. Assinale-se que quando eu cursei a Faculdade de Medicina, de 1948 a 1953, o curso era de seis anos. Hoje continua de seis anos, mas as-sistimos a uma avassaladora acumulação de conhecimento e tecnologia.

E o modelo deve abranger todos os recém-formados. Dessa forma, se tomarmos como parâmetro o último ano, em que mais de 13 mil médicos foram formados em dois anos, cobriríamos toda a demanda para uma área que não é atrativa, mas precisa ser atendida.

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A sabedoria do coração Processo Conexão Natural dá especial atenção às práticas bioenergéticas que, por meio da ativação da glândula timo, despertam todo o potencial do coração. Ve-jam, a seguir, um texto captado na internet que nos oferece um excelente panorama das atuais pesquisas científi ca sobre o coração.

Hoje, as novas descobertas da neuroci-ência e da cardioenergética nos mostram que o coração não é apenas uma fantástica bom-ba de sangue para o corpo, ou uma metáfora romântica para sentimentos entre pessoas. As pesquisas da nova ciência demonstram que o coração possui talentos e características pró-prias, que ultrapassam a nossa capacidade ra-cional de compreensão e abrem caminho para uma atuação pessoal e profi ssional mais cria-tiva, produtiva e saudável. “Dispomos hoje de provas científi cas de que o coração nos envia sinais emocionais e intuitivos para nos ajudar a governar a nossa vida. Em vez de simplesmente bombear sangue, o coração dirige e promove o alinhamento de muitos sistemas do corpo, de modo a fazer com que funcionem em harmonia uns com os outros.” ( Doc Childre e Howard Mar-tin – Institute HeartMath- Califórnia- USA)

Alguns fatos surpreendentes sobre o cora-ção redescoberto pela ciência:

- O campo elétrico do coração é 40 a 60 vezes superior ao campo elétrico gerado pelo cérebro. Registros já mostram também que o seu campo magnético é de 4.000 a 5.000 vezes mais potente que o do cérebro, e podem ser me-didos até 3 metros.

- Os batimentos cardíacos são gerados a partir do interior do próprio coração, não preci-sando de uma ligação com o cérebro para con-tinuar a bater. Os cientistas ainda não sabem exatamente o que o faz o coração de um feto começar a pulsar.

- Dentro do coração existe um pequeno cé-rebro, um sistema nervoso independente, com aproximadamente 40.000 neurônios, o cérebro do coração. Este complexo neuronal é gerador de uma inteligência própria, diferenciada e al-tamente intuitiva, que processa informações e envia sinais para o cérebro, em seu sistema límbico e neocórtex, esta a parte do cérebro res-ponsável pelo raciocínio e pensamento.

O coração comunica-se com o cérebro e o corpo de quatro maneiras:

1. comunicação neurológica (sistema nervoso)2. Comunicação biofísica (ondas de pulsação)3. Comunicação bioquímica (hormônios)4. Comunicação energética (campos eletro-

magnéticos)

- Cada batida do coração carrega informa-ção para as células do corpo, numa linguagem

A sabedoria do coração

Saúde

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inteligente que influencia diretamente a nossa maneira de perceber, pensar e reagir ao mun-do. Os ritmos cardíacos geram campos eletro-magnéticos específicos, de maior ou menor coerência, que impactam diretamente o funcio-namento de todos os órgãos, especialmente as funções cerebrais, impactando a performance individual.

- Já está comprovado por testes que, quando cérebro e coração estão em sincronia energética, mais inteligência e intuição ficam disponíveis para os indivíduos.

• (Fontes: Instituto HeartMath – Califórnia – EUA; livro memória das Células, Dr. Paul Pe-arsall; livro The Biology of Transcendence, John Pearce, entre outros)

Como vemos pelas novas descobertas, a qualidade do campo energético do coração afe-ta os ritmos cardíacos, que, por suas vez, influen-ciam diretamente as funções fisiológicas e ce-rebrais. Mudanças poderosas e surpreendentes ocorrem quando usamos as técnicas da cardio-consciência para experimentar intencionalmen-te sentimentos positivos e coerência nos ritmos

do coração. Podemos, então, concluir que o co-ração é o grande maestro dos sistemas físicos e cognitivos, aquele que dá o ritmo e regula a maior ou menor coerência do corpo humano.

Se sentimos frustração, medo, raiva, má-goa, etc, criamos um campo energético interno e externo desordenado e incoerente, e as pes-soas sentem-se confusas, pouco criativas, com reduzida clareza mental. Se, ao contrário, viven-ciamos o que chamamos as freqüências supe-riores do coração – sentimentos como amor, apreciação, compaixão, alegria, entusiasmo, perdão, gratidão, entre outros – produzimos um campo coerente e ordenado, que se irradia como informação para todas as células do nos-so corpo, gerando maior equilíbrio, maior clare-za mental, máxima criatividade e bem-estar.

Na verdade, os sentimentos são códigos de acesso ao que chamamos de Sabedoria do Coração, que podemos definir como a capaci-dade do indivíduo de gerar níveis excepcionais de energia interior, criando a excelência dos es-tados mentais, emocionais, espirituais e físicos.

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A saúde é amplamente reconhecida como o maior e o melhor recurso para se ob-ter a qualidade de vida.

Tanto se ouve falar em programas de TV que os cuidados com a saúde refl ete no seu dia-a-dia e no seu bem estar...Afi nal você vi-vendo com qualidade, tem mais disponibilida-de para realizar coisas novas e positivas.

Saúde e qualidade de vida são dois te-mas estreitamente relacionados, no nosso co-tidiano Isto é, a saúde contribui para melho-rar a qualidade de vida e esta é fundamental! Pois sem saúde não fazemos nada.

Há um bom tempo que a qualidade de vida tem sido assunto na vida das pessoas e das organizações. Há sempre alguém baten-do na mesma tecla: você deve melhorar a sua qualidade de vida.

E o que seria afi nal esta qualidade de vida? Seria bem materiais? Seria estar com status social? Seria relacionar-se melhor?

Quando se fala em qualidade de vida, o ser humano pensa automaticamente em um padrão de conforto mais elevado. Assim, mui-tos imaginam que cargos importantes, casa, carro, eletrodomésticos, Internet, roupas de grife, celular e outras coisas que podem me-lhorar a qualidade de vida.

Defi nitivamente errado, qualidade de vida tem tudo a ver com a saúde física e men-tal de uma pessoa. E está relacionada com a superação de desafi os, porque o ser humano não vive sem desafi os. E a necessidade de conquistar e de se superar é uma característi-ca de quem busca melhorias em sua vida.

Se a qualidade tem relação direta com a superação de desafi os e a capacidade de realização do ser humano, é natural admitir picos de oscilação positiva e negativa durante toda a sua existência. Você não vai conseguir tudo, por maior que seja o esforço, mas pode conquistar muito, dependendo do seu esforço.

Na prática, o que isso quer dizer? Mo-mentos bons e ruins fazem parte da vida de qualquer pessoa, portanto, a forma como você administra esses momentos e as lições que você aprende a partir deles que determi-na a sua qualidade de vida.

Quer aumentar a sua qualidade vida? Não espere por milagres e soluções mágicas. Nada muda se você não tomar atitudes con-cretas para mudar seus hábitos a fi m de ex-trair melhores resultados. Tenha tempo para você,para se cuidar. Tenha tempo e momen-

Qualidade de Vida

Saúde

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tos de lazer com sua família e seus amigos. Administre bem as fi nanças. Arrume tempo para cuidar do seu corpo, ele é uma máquina que deve ser cuidada. Arrume tempo para re-laxar, meditar, estar próximo a natureza e orar sempre. Estar em sintônia com Deus é a base para estar em equilíbrio. Viva em harmonia com as pessoas e dê o melhor de si, evite se expor a situações de stress.

Eis aqui umas dicas preciosas:

Torne -se mais produtivo: Planeje e pen-se no que você não faz e no que você pode fazer para conquis-tar o padrão de vida que deseja. O que você está fazendo para extrair o melhor da vida e o me-lhor de si mes-mo? Suas me-tas e objetivos estão alinhados com os seus valores? Você usa o tempo a seu favor? Pratica alguma atividade física?

Reveja seus valores: Valores energizam o espírito e contribuem para aumentar o sen-tido de realização. Pergunte-se: o que você de-seja para si mesmo? Como você quer viver? Quem você quer se tornar? Que exemplo você quer deixar? O que lhe faz realmente bem?

Avalie seus desejos e necessidades: você precisa de tudo o que você compra?

Seus desejos são legítimos ou cada vez que você se deprime vai para o shopping e estoura o limite do cartão? Existe algo que você pode abrir mão para desperdiçar menos tempo e energia e aumentar a sua qualidade de vida?

Examine seus relacionamentos: que tipo de pessoas você atrai? Que tipo de relaciona-mento você deseja?Como você se relaciona

com as pessoas? Você tem bons amigos? Quantas pessoas pode con-tar de verdade nas horas de difi culda-de?

Refl ita sobre seu emprego e sua empresa: qual é a empresa ideal para você? Como está o clima orga-nizacional? Os va-lores da empresa estão alinhados com os seus? Será que é isso mes-mo que você quer para sua carreira? A zona de conforto

é sua eterna morada?

Torne-se menos infl uenciável: quan-to mais você pensa pela cabeça dos outros, mais maria vai com as outras você se torna. Não fuja da sua responsabilidade, mas não assuma a parte dos outros. Quanto mais você espera dos outros, mais você se frustra, por-tanto, não espere nada, não reclame e con-tinue fazendo a sua parte. Lembre-se você responde pelos seus atos no seu dia a dia pe-rante as pessoas e dentro de uma empresa...

Você tem bons amigos? Quantas pessoas pode con-tar de verdade nas horas de difi culda-de?

seu emprego e sua empresa: qual é a empresa ideal para você? Como está o clima orga-nizacional? Os va-lores da empresa estão alinhados com os seus? Será que é isso mes-mo que você quer para sua carreira? A zona de conforto

Refl ita e comece a mudar seu estilo de vida e seja feliz!

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MedicinaA medicina é uma área do conhecimento as-

sociada à restituição e conservação do estado de saúde. O âmbito de atuação da medicina atraves-sa desde a prevenção à cura da doença. Ela não trata apenas de trabalhar no sentido de erradicar uma doença, ela busca o bem-estar geral tanto aos níveis físico, como ao mental e psicológico. A medicina engloba variadas ciências na sua prá-tica (química, biologia, física, anatomia, etc.) por sua vez a investigação usa como recurso todas es-sas ciências para garantir que a medicina possa diagnosticar e tratar a doença de modo eficaz. A medicina evoluiu muito desde o seu começo, por isso hoje em dia, estão definidas e desenvolvidas imensas especialidades como a pediatria, dedi-cada à saúde da criança, a cardiologia, centrada no coração, a dermatologia ligada às doenças de pele.

InvestigaçãoA investigação é um processo vital da me-

dicina. Este processo trata, de modo muito resu-mido, de aplicar as mais variadas áreas do saber científico, para desvendar problemas relacionados

A aliança entre a medicina e a investigação ao serviço da saúde

Não existe Medicina sem In-vestigação e a investigação não existiria sem a medicina. Atualmen-te a saúde de cada indivíduo é as-segurada e acompanhada desde o primeiro momento de vida pela Me-dicina, e não teríamos chegado a um programa medicinal eficaz que melhora a qualidade de vida e vem aumentando a sua esperança mé-dia, sem o recurso à investigação. E é dessa aliança entre a Medicina e a Investigação ao serviço da saúde que estamos falando.

com a doença, os seus mecanismos e a cura. A in-vestigação médica se reflete a maioria das vezes na procura de desenvolvimentos farmacológicos e a busca de novos medicamentos que tragam a melhoria da qualidade da vida humana. A inves-tigação médica tem o reconhecimento da socie-dade total, como a própria medicina. São indiscu-tíveis as vitórias que a investigação já trouxe ao longo da história, como por exemplo a descoberta do hoje tão conhecido antibiótico, que revolucio-nou para sempre o rosto da medicina.

A sua aliançaPor tudo o que já foi referido, é inegável o

avanço que a medicina tomou e continua a seguir, por conta da investigação médica. Ao longo do tempo, o seu crescimento foi “travado” por opini-ões públicas que apontavam o lado ético que, por vezes foi afetado pelo trabalho da investigação médica. Mas estão claros todos os benefícios que resultam da investigação para a prática da medi-cina compensam quando se trata de promover a saúde humana. Sendo esta uma aliança que ja-mais será quebrada.

Atualização

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O ensino da medicina no BrasilO Brasil é o país com maior número de uni-

versidades e cursos de medicina proporcional-mente ao seu número de habitantes. A oferta de faculdades é imensa, público ou privado sendo que o número do privado é bastante superior. Atu-almente existem mais de 180 escolas de ensino médico. O estado de São Paulo, seguido de Minas Gerais surgem nos primeiros lugares da lista com o maior número de faculdades. Este crescimento do número de universidades no Brasil onde cur-sar medicina teve vários momentos. O aumento mais destacado foi no período entre os anos 60 e 69 principalmente no sudeste do país. No ano de 1996 aumenta o número de faculdades do setor privado. E de 2000 a 2011 mais 77 novas univer-sidades acrescem ao número de cursos de medi-cina, uma vez mais no privado.

As melhores faculdadesO curso de medicina USP (Universidade de

São Paulo) está classifi cado como sendo o melhor no Brasil. A USP prima pela sua qualidade de ensi-no, é conceituada como sendo a primeira na lista

Como estão as universidades de medicina no Brasil

Para muitos cursar medicina é um sonho que começou bem cedo, ain-da naquela época em que éramos crianças. Seja pelo estatuto da pro-fi ssão ou pelo salário, realizar esse sonho não é fácil e exige empenho, dinheiro, muita dedicação e força desde os primeiros anos enquanto es-tudante. Depois vem a competição por uma vaga na faculdade que é aper-tada, e claro no fi nal é necessário escolher a melhor faculdade.

com o melhor curso e os melhores professores. A universidade federal do Mato Grosso é também muito reconhecida no ensino da medicina, apre-sentando as melhores médias nas classifi cações do desempenho dos seus alunos. E no ensino pú-blico, oferecendo o melhor curso gratuito no país está a Universidade federal de ciências da saúde de Porto Alegre, nesta área de ensino especializa-do.

O estado atualApesar da oferta atual ser imensa, de gran-

de qualidade, conceituada e distribuída por vários estados do Brasil, o estado quer aumentar ainda mais o número de vagas para cursar medicina. Isto porque apesar do ensino ter aumentado bastante, segundo informação da organização mundial da saúde, o Brasil tem ainda um número inferior de médicos comparando com países como a Argen-tina ou o Uruguai. A proposta é criar os cursos em estabelecimentos de ensino que ainda não ofere-cem a medicina. Ao mesmo tempo, se pretende aumentar o número de oportunidades de residên-cia médica por todo o Brasil.

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Medicina tradicional

Não existe uma defi nição única da medi-cina tradicional. No fundo ela é o conjunto de métodos e prática no tratamento de doenças, construídos com base em experiências pessoais que foram sendo passados de geração em gera-ção. A medicina tradicional está muito ligada à medicina popular, centrada no saber e segredos populares. É comum o uso de variadas plantas medicinais pois o conhecimento de todas as suas particularidades, aplicações e fi nalidades foi ampla mente explorado pelos curandeiros. Sendo uma medicina que vem da observação ao longo de várias gerações e em diferentes culturas, ela se diferencia de acordo com cada uma dessas culturas (medicina chinesa, tibeta-na, africana). E foi cada uma dessas culturas, que contribuiu em parte em muitas das terapias que hoje vemos na medicina moderna.

Medicina moderna

A medicina tradicional evoluiu e deu lu-gar à medicina moderna no fi nal do século XV.A medicina moderna se carateriza pela procura por proporcionar o alívio rápido e imediato da dor e dos sintomas. O recurso a químicos é co-mum, ao contrário da medicina tradicional que se baseia nos recursos que a própria natureza

Medicina tradicional e moderna, tudo pela saúde.

A medicina sendo ela tradicional ou moderna, tem um único propósito: a preservação da saúde do ser humano. Embora sejam vertentes diferentes da medicina, uma complementa a ou-tra na sua essência, e são indiscutivelmente dois lados que têm muito a aprender um com o outro.

nos oferece. Por este motivo a medicina moder-na traz alguns efeitos colaterais que não surgem na medicina tradicional, fruto da utilização de produtos sintetizados ou tratamentos químicos agressivos. Antes da medicina moderna, a maio-ria dos problemas de saúde eram associados a problemas do foro espiritual, ligado ao paranor-mal. Isto porque não havia o conhecimento do funcionamento do corpo humano e das causas para poder fazer um diagnóstico.

Existe lugar para as duas vertentes da medicina na so-ciedade atual?

A resposta a esta pergunta é sim. As duas medicinas se podem complementar, e são mui-tos os especialistas que quando não encontram uma resposta numa, a buscam na outra. A pró-pria medicina moderna se baseia em muitos dos conhecimentos trazidos pela tradicional e pela experiência do povo ao longo da história da humanidade. Naturalmente que o avanço da medicina moderna a torna mais preparada para proporcionar o alívio e o conforto de modo mais rápido e efi caz que a medicina tradicional. Mas quando se atinge um momento no qual a espe-rança de uma cura na medicina moderna já não existe, muitos são aqueles que buscam na me-dicina tradicional e cultural a cura e a saúde tão desejadas.

Atualização

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Foi preciso que, de 10 a 15 de dezembro, o Jornal Nacional levasse aos quatro ventos a crítica situação do ensino médico no país para que o MEC, enfim, cumprisse seu papel, como agente do estado brasileiro, e criasse, através da Portaria de 1/2/2013, os critérios para a abertura de novas escolas médicas.

Vê-se que não era tão difícil assim, para o governo, enfim, governar essa área que tra-ta diretamente da formação de profissionais, que vão cuidar da saúde de nossa população. Não deixa de ser um grande avanço, depois do amplo domínio, nesse setor, do chamado mer-cado na abertura desses cursos. Afinal, foram 44 na era FHC, 52 na era Lula e 18 somente nos dois últimos anos do atual governo fede-ral, num total, hoje, de 197 faculdades, o que, em números absolutos, só perde para a Índia.

O ensino médico, a sua qualidade e a abertura indiscriminada de escolas têm ocu-pado um espaço privilegiado de debate entre as entidades médicas e o próprio governo. Propostas de avaliação dos alunos e das insti-tuições fazem parte dessa agenda. São Paulo, através do Cremesp, procurou os seus cami-nhos, com a avaliação obrigatória dos forman-dos a título de pesquisa sobre a qualificação do ensino. A aplicação do chamado teste de progresso durante todo o curso e não isolada-mente do seu “produto final” tem o amplo aval das entidades médicas e sua implementação ganha contornos cada vez mais definidos por nossas entidades. O tempo dirá se a intenção do MEC de definir os locais de abertura de es-colas em regiões pré-determinadas, com vista a ali fixar os profissionais, terá ou não suces-so. Pela nossa avaliação, a resposta seria que não.

O CFM acaba de lançar o estudo “De-

mografia Médica 2”, em que são avaliados os cenários e os indicadores de distribuição e migração médica no Brasil. Neste são con-firmados os dados de que a fixação dos mé-dicos e demais profissionais de saúde acom-panham a presença de estabelecimentos de saúde, vantagens de infraestrutura, maior presença do estado, melhores condições de trabalho,remuneração, atualização, carreira e qualidade devida. Aliás, como em qualquer profissão, os fatores hoje dominantes são as vantagens oferecidas pelo “mercado”, tanto na especialização quanto na região ou local de trabalho.

A conclusão lógica seria a de que, en-tão, na ausência do “incentivo do mercado” e diante das flagrantes necessidades das popu-lações, esses incentivos fossem supridos pelo estado brasileiro, com a criação das reais con-dições de atração dos profissionais de saúde para os locais chamados de “difícil provimen-to”.

Parece que o caminho escolhido pelas autoridades será ainda o da improvisação mal feita. Provavelmente, será anunciada, com os ornamentos de praxe, a boa nova da importa-ção de médicos estrangeiros (!!), já que faltam médicos no Brasil (tese contestada pelo estu-do Demografia 1) e os que por aqui exercem sua profissão “não se imbuem do esperado patriotismo”.

A notícia já se anuncia pelas vozes “au-torizadas”. Clamam os prefeitos de todo o país (os mesmos que precarizam o trabalho médi-co) pela chegada dos profissionais redentores. Prepara-se o desembarque diante da plateia atônita, frente a essa grande demonstração de iniquidade nacional.

Eles estão chegandoAloísio Tibiriçá Miranda

É 2º vice-presidente do Conselho Federal de Medicina (CFM), conselheiro federal pelo estado do Rio de Janeiro.

Opinião

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Mais uma vez em pauta a discussão em torno da importação de médicos estrangeiros ou formados no exterior. Não poderíamos nos abster de reiterar nosso posicionamento sobre matéria tão relevante. Hoje somos mais de 380 mil médicos no País, o que nos coloca na 5ª. colocação no mundo, em números absolutos. Temos 197 escolas, perdendo apenas para a Índia (1,2 bilhão de hab.), superando a China (1,3 bilhão de hab.) e os Estados Unidos que detêm, respectivamente, 150 e 134 faculdades. Nossa pequenina Paraíba, com uma população de cerca de 3,8 milhões de almas, conta com 6 escolas médicas e, pelo menos, mais 2 em fase de implantação – um recorde, com certeza. Formam-se por ano, aproximadamente, 16500 esculápios no Brasil e 500 a 600,em nosso meio. Como se não bastasse, a Presidente Dilma Rousseff anunciou recentemente a intenção de criar mais 4500 vagas anuais para medicina.

Será que precisamos trazer profissionais do exterior? E como seria a revalidação de diploma desses profissionais, via decreto? Faltam médicos em nosso meio? Não existe ainda um consenso em relação ao número ideal de médicos/ habitante. Pesquisa realizada pelo CFM/CREMESP evidenciou que no Brasil tal coeficiente é de 1,95/1000, o que nos remete ao patamar de diversos países de 1º. mundo, a exem-plo do Canadá e dos Estados Unidos.Temos sim, má distribuição dos profissionais que se concentram nas grandes cidades e capitais, por falta de políticas públicas que priorizem a interiorização do médico. Em João Pessoa, onde pontificam mais de 3000 esculápios, a relação é de 4/1000, o dobro da média nacional; no entanto, mais de 15% das equi-pes da ESF não dispõem de médicos, devido a diversos fatores, entre os quais, a falta de condições adequadas de trabalho e de segurança, a fragilidade do vínculo trabalhista e a baixa remuneração. Não é impor-tando médicos que vamos corrigir tal distorção.

Não cultivamos a xenofobia, mas defendemos a revalidação dos diplomas estrangeiros nos moldes do REVALIDA, que é aplicado anual-mente pelo MEC. Precisamos sim, garantir a qualificação profissional daqueles que pretendem atuar em nosso País, em defesa da população menos favorecida, para que não incorramos no erro de oferecer uma assistência médica medíocre, de segunda categoria, para o pobre.

Médicos Estrangeiros

É presidente do Conselho Regional de Medicina do Estado da Paraíba (CRM-PB)

João Medeiros Filho

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Desde que somos pequenos e ingressa-mos nos primeiros anos da escola, ouvimos nos-sos pais e professores dizendo o quanto é im-portante que bebamos água. Mas ao longo de nossas vidas somos bombardeados com muitas informações confl itantes, não sobre a impor-tância do líquido, mas sobre a quantidade exa-ta que precisa ser ingerida para que tenhamos uma vida saudável.

O site LifeHacker entrou em contato com uma médica especializada no assunto e con-seguiu respostas bem interessantes. Segundo a Dra. Pamila Brar — que trabalha em San Die-go, nos Estados Unidos —, existe uma diferença importante entre as quantidades necessárias para um homem e uma mulher — sempre dei-xando claro que as quantidades são baseadas em pessoas de altura e idade medianas.

Enquanto um homem precisa beber cer-ca de três litros de líquidos ao longo do dia — água, sucos e outros alimentos que contenham líquidos —, mulheres necessitam de cerca de 2,2 litros. Isso representa cerca de 13 copos e 9 copos de água, respectivamente. Vale ressaltar que pessoas com maior atividade física preci-

Água: quanto devo beber por dia?

sam de mais líquidos para a reidratação.

Por que a água é tão importante?

Simplesmente porque toda a sua vida de-pende dela. Cerca de 70% do seu corpo é basea-do em água e você pode imaginar o quanto suas funções corporais poderiam ser alteradas no caso de ocorrer a falta de líquidos no seu corpo. Como a Dra. Brar disse ao LifeHacker: “Desidra-tação faz você se sentir cansado. A quantidade certa de água vai ajudar seu coração a bombear sangue com mais efi ciência e água pode ajudar o sangue a transportar oxigênio e nutrientes para suas células.”.

Ela ainda diz que a água é essencial para dar energia aos músculos e evitar câimbras e outras lesões musculares. Há ainda uma série de benefícios que a água pode levar às outras funções do corpo humano.

Isso inclui a facilitação no processo de digestão e até mesmo a prevenção para dores de cabeça e outros problemas de saúde. Como você pode ver, a expressão “Água é vida” real-mente é verdadeira. Fonte: Dra. Pamila Brar Li-feHacker

Ponto de Vista

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