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Ano 4 | nº 35 | maio de 2008 www.tiinside.com.br TI VERDE Apelo ecológico sensibiliza, mas corte de gastos é mais convincente Automação chega ao departamento de RH Testes de software inibem erros e riscos A versão corporativa das redes sociais

Revista TI Inside - 35 - Maio de 2008

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Revista TI Inside - 35 - Maio de 2008

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Ano 4 | nº 35 | maio de 2008 www.tiinside.com.br

TI verdeApelo ecológico sensibiliza, mas corte de gastos é mais convincente

Automação chega ao departamento de RH

Testes de software inibem erros e riscosA versão corporativa

das redes sociais

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>editorial

Instituto Verificador de Circulação

Presidente Rubens Glasberg Diretores Editoriais André Mermelstein Claudiney Santos Samuel Possebon Diretor Comercial Manoel Fernandez Diretor Financeiro Otavio Jardanovski Diretor de Marketing Leonardo Pinto Silva

EditorClaudiney Santos

RedaçãoJackeline Carvalho

(Comunicação Interativa)

ColaboradoresCláudio Ferreira, Erivelto Tadeu,

Genilson Cezar, Carolina Chemin e Lilian Cunha (Comunicação Interativa)

ArteEdmur Cason (Direção de Arte); Débora Harue Torigoe

(Assistente); Rubens Jardim (Produção Gráfica); Geraldo José Nogueira (Edit. Eletrônica);

Alexandre Barros e Bárbara Cason (colaboradores)

Departamento ComercialManoel Fernandez (Diretor) Glauco Forli, Fernanda Siqueira

e Otaviano Zanfelice (Gerentes de Negócios) e Ivaneti Longo (Assistente)

Gerente de Marketing e CirculaçãoGislaine Gaspar

AdministraçãoVilma Pereira (Gerente)

TI Inside é uma publicação mensal da Converge Comunicações - Rua Sergipe, 401, Conj. 603,

CEP 01243-001. Telefone: (11) 3138-4600 e Fax: (11) 3257-5910. São Paulo, SP.

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Centro Empresarial Liberty Mall - CEP: 70712-903 - Fone/Fax: (61) 3327-3755 - Brasília, DF.

Jornalista ResponsávelRubens Glasberg (MT 8.965)

ImpressãoIpsis Gráfica e Editora S.A.

Não é permitida a reprodução total ou parcial das matérias publicadas nesta revista, sem autorização

da Glasberg A.C.R. S/A

CENTRAL DE ASSINATURAS 0800 014 5022 das 9 às 19 horas de segunda a sexta-feira

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REDAÇÃO (11) 3138-4600E-mail [email protected]

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Ano 4 | nº 35 |maio de 2008 | www.tiinside.com.br

O consumo que assusta

>sumário

Verde são explicados, mostrando que as empresas estão conscientes de que os recursos naturais não são infindáveis, porém o convencimento do mercado só virá com a necessidade real de aumento da eficiência, sem impacto no consumo. Uma maturidade também revelada no atual uso que as corporações fazem dos seus websites. A evolução no conceito e nas experiências de portais é constante, porém, claro, existem experiências em diferentes estágios. A maturidade é traduzida, principalmente, como aderência ao negócio da empresa e suporte à estratégia.

Também na arena da internet, uma outra reportagem nos mostra como é possível e quais modelos das corporações tem disponíveis para incorporar os conceitos de redes sociais aos seus negócios, principalmente no que diz respeito ao relacionamento com consumidores. Esta edição de TI Inside chega ao mercado em um momento de franca expansão dos negócios. O segmento de PCs bateu novo recorde e agora já assistimos à inversão das vendas de desktops e notebooks, com os portáteis à frente em números absolutos. O crescimento da economia brasileira, com o país conquistando grau de investimento, dá um ânimo acima do convencional na área de TI e em todos os segmentos.

Claudiney Santos / [email protected]

A indústria de tecnologia da informação está em estado de alerta e desenvolvendo soluções que se enquadrem à atual demanda mundial: a preservação do meio

ambiente. À parte da filosofia, CIOs e consultores avisam que o convencimento do mercado virá mesmo pela redução de custo, dinamismo e desempenho que as novas soluções chamadas de TI Verde entregam às empresas.

Números revelados numa pesquisa feitas pela IBM em novembro do ano passado com 1.400 empresas, mostram que os gastos com energia foram os que mais cresceram nos últimos dois anos, ficando à frente dos valores destinados à saúde, folha de pagamento, aluguel e equipamentos.

A boa notícia para o Brasil é que os dados mais significativos da pesquisa apontam que 89% das empresas entrevistadas em nosso país afirmam que a preocupação com o meio ambiente influencia fortemente nas ações para reduzir o uso de energia. Nas empresas dos Estados Unidos, esses números chegam apenas a 38%.

E ela manda um recado claro aos fornecedores: 80% das empresas brasileiras apontam que a eficiência energética é fator decisivo na hora de adquirir produtos de TI, contra 40% nos resultados globais.

Na matéria de capa dessa edição, esses e outros números sobre a adoção de TI

Capa: EDITORIA DE ARTE / CONVERGE

NEWS4 Mais notebooks, menos pCsAbinee registra início da inversão do mercado

6 O help desk está em altaAtividade ganha musculatura ao acompanhar aumento da demanda e novas exigências do mercado

gESTãO8 automaçãoConcessionárias Volkswagem conferem trocam sistema manual por modelo com código de barras

10 a vez do RHTecnologia chega ao gerenciamento de recursos humanos

iNfRA-ESTRuTuRA12 Servidor vulnerávelAtaques a servidor web brasileiro cresce 519%, segundo Cert.br

14 Teste de SoftwareUma prática que reduz falhas e prejuízos

iNTERNET28 Redes SociaisSaiba como aplicar o conceito no meio empresarial

32 Websites corporativosIniciativas estão em plena puberdade iNfRA-ESTRuTuRA

18 TI VerdeRedução de custos convence mais do que preservação ambiental

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Estudo da Abinee (Associação Brasileira da Indústria Eletroeletrônica) aponta que as vendas de PCs atingirão 11.700.000 unidades em 2008, o que representa um crescimento de 17% em relação a 2007. Os equipamentos desktops, no entanto,

perderão 2% do mercado, encerrando o ano com 7,9 milhões de unidades, enquanto o de notebooks crescerá 98%, chegando a 3,790 milhões de unidades.

O mercado brasileiro de PCs movimentou 2,510 milhões de unidades no primeiro trimestre de deste ano, representando 25,6% sobre o mesmo período do ano passado. As empresas renovaram a base instalada de PCs e, também, fizeram novas aquisições, motivadas pela elevação do número de empregados formais no país, segundo o estudo.

Comprovando a tendência de migração, o mercado de notebooks alcançou 664 mil unidades nestes três primeiros meses do ano, 165% superior ao mesmo período de 2007, passando a representar 26% do mercado de PCs no primeiro trimestre. A estimativa da Abinee para 2008 é que, até o final do ano, este percentual atingirá 32,4%.

A participação do mercado ilegal de desktops cresceu de 29%, no quarto trimestre de 2007, para 32%, neste primeiro trimestre. Para o presidente da Abinee, a greve dos auditores da Receita Federal favoreceu este crescimento, em função da retenção de componentes oficiais nas alfândegas. Já, o mercado ilegal de notebooks apresentou redução de 37%, no quarto trimestre de 2007, para 34%, neste trimestre.

Grande parte dos clientes Itaú que usam os canais bankfone e bankline por

meio do cartão de segurança receberão gratuitamente, este ano, um iToken Itaú, dispositivo eletrônico de segurança que gera uma nova senha aleatória em poucos segundos, para realização ainda mais segura de operações financeiras. O banco distribuirá de forma gradual mais de 1,6 milhão de iTokens, como parte do programa mais segurança, desenvolvido, em 2006, para orientar e esclarecer a sociedade sobre o uso com responsabilidade dos canais eletrônicos.

“Possibilitar o amplo acesso a essa ferramenta significa oferecer aos clientes do Itaú ainda mais segurança nas transações e conseqüentemente mais conveniência, pois ampliamos os limites para realizar operações no Itaú Bankline e Itau Bankfone, incentivando ainda mais a utilização destes canais. Esta iniciativa reforça o compromisso do Itaú em ensinar e promover condições para que os clientes tenham o melhor uso do banco”, afirma Luis Antonio Rodrigues, diretor de sistemas de canais eletrônicos do Itaú.

Segundo ele, o Banco vem adotando sistematicamente ferramentas para utilização segura dos canais eletrônicos, como o cartão de segurança, o teclado variável de cinco botões e a criptografia de dados. O iToken é um dispositivo eletrônico no formato de um chaveiro que gera regularmente um código de seis números que aparece em seu visor. Cada código é válido por alguns segundos e expira assim que um novo código é exibido.

Mais notebooks, menos PCs mercado brasileiro começa a inverter base instalada

bANCO iTAú AuMENTA SEguRANçA NOS CANAiS ElETRôNiCOSinstituição distribui iTokens gratuitamente a clientes

Por quase us$ 14 bi, eds passa às mãos da HP

A HP confirmou no último dia 15 de maio a compra da EDS, em um negócio avaliado em

aproximadamente US$ 13,9 bilhões. O preço que será pago pela HP, de US$ 25 por ação, representa um prêmio de mais de 30% em relação ao valor de negociação dos papéis na Nasdaq.

O negócio deve ser efetivado, segundo previsão da HP, no início do segundo semestre, o que poderá dobrar seu volume de negócios na área de serviços de informática. Com a operação, ela surge também como uma forte competidora no mercado com a IBM, que vem obtendo bons resultados financeiros e ocupando a posição

de liderança, graças à sua divisão Global Technology Services.

Segundo estudo do Gartner, o mercado mundial de serviços movimentou cerca de US$ 748 bilhões no ano passado, o que gerou um crescimento de 10,5% sobre 2006. Nesse segmento, o domínio foi da IBM com US$ 54 bilhões em receitas.

Na segunda colocação vinha justamente a EDS cujo faturamento chegou a US$ 22 bilhões. Já a nova dona da EDS, a HP, apresentou receita de US$ 17 bilhões no segmento de serviços - quinta colocada neste mercado que tem a Accenture e a Fujitsu como grandes competidores.

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5000

1º trimestre 2007

2º trimestre 2007

3º trimestre 2007

4º trimestre 2007

1º trimestre 2008

MERCAdO dE PCS NO bRASil - 2007 A 2008 (MilHARES dE uNidAdES)

1.9972.341 2.627

3.019

2.510

+ 25,6%

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>news

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Jaysuave e já há projetos conjuntos

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>news

Receitas com serviços de Ti crescem 11% em 2007

O faturamento mundial da indústria de serviços de TI totalizou US$ 748 bilhões no ano passado, um aumento de 10,5% em relação ao mesmo período de 2006, no qual foi registrada uma receita de US$ 677 bilhões, segundo levantamento realizado pelo Gartner. De acordo com a pesquisa do Gartner, a IBM continua na liderança no ranking dos principais provedores mundiais de serviços de TI com uma

fatia de 7,2% do total dos negócios. A IBM e a Accenture registraram taxas de crescimento muito fortes, de 12,2% e 19,7%, respectivamente, e são as duas companhias entre as seis maiores que apresentam crescimento acima da média do mercado global.

Pesquisa divulgada recentemente pela HDI - Help Desk Institute, associação mundial de profissionais do mercado de help desk e suporte ao cliente, analisou os principais

desafios, o perfil profissional e a as expectativas das empresas, por segmento, em relação aos serviços de help desk. Assim como em 2006, os números atuais apontam para um aumento dos incidentes – em função das mudanças na infra-estrutura e nos produtos. A principal conclusão do estudo é que os gerentes devem estar preparados para mudanças dentro dos Centros de Suporte (CS).

Os funcionários estão gastando 70% do dia no gerenciamento de incidentes, sendo a maioria solucionada no 1º nível. Historicamente, quanto mais alto o nível é escalado para resolução do incidente, mais caro é o suporte. Outra constatação da pesquisa é que o uso de auto-ajuda ainda não aumentou como projetado. Seu sucesso na resolução de incidentes é muito baixo.

Telefone e e-mail são os meios de contato mais usados. Entretanto, com os benefícios de custos mais baixos, auto-ajuda, auto-logging, chats, além do telefone para chamadas mais urgentes, são métodos que começarão a ser mais utilizados.

Noventa porcento dos centros de suporte recebem incidentes por e-mail, no entanto, apenas 67% deles medem a eficiência e eficácia deste canal. A pesquisa também constatou que 81% dos CS – centros de suporte usam suporte/monitoramento remoto e 68% deles não têm planos de mudar estas ferramentas. Enquanto 88% dos CS estão usando sistemas para gerenciamento de incidentes, 30% deles pensam em substituir ou atualizar. Vinte e cinco porcento dos centros de suporte pretendem adicionar ferramentas de auto-ajuda em seus aplicativos.

Em relação ao uso de chat, auto-ajuda e ferramentas de gerenciamento por e-mail, as respostas são mais baixas do que as esperadas e embora sejam tecnologicamente mais estáveis, seu uso fica atrás das ferramentas tradicionais de suporte. Isto mostra talvez que procedimentos, políticas e processos enfatizando o uso destas ferramentas ainda sejam fracas e precisam ser fortalecidas.

JACkEliNE CARvAlHO

Auto Ajuda1º Nivel2º Nivel3º NivelDesktop SupportOutros

Estados Unidos CanadáBrasil, Índia e Austrália

PORCENTAgEM dE iNCidENTES RESOlvidOS EM CAdA PONTO:

A Hdi ENTREviSTOu COM 1000 gERENTES dE SuPORTE Ou POSiçõES EquivAlENTES dE 5 PAíSES:

Poucos centros de suporte (que atendem até 2000 usuários) estão usando DAC – distribuidores automáticos de chamada - em relação aos grandes centros de suporte, que atendem mais de 10 mil usuários. Algumas ferramentas apresentam ROI maior em função das necessidades do suporte, tipo de suporte, tipo de indústria e tipo de clientes/usuários.

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17%

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14%

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Help desk acompanha demandas corporativasAtividade vem ganhando musculatura no país ao acompanhar aumento da demanda e novas exigências do mercado

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>gestãoliliAN CuNHA

toda a rede de concessionárias Volkswagen do País substituiu a conferência manual de mercadorias pelo modelo eletrônico com códigos de barras. A tecnologia possibilitou o total controle e acompanhamento do processo que envolve mensalmente mais de 35 mil veículos, 1.790 toneladas de peças distribuídas em 23 milhões de itens. “Agora que sabemos exatamente quanto tempo os fornecedores levam para entregar as peças, podemos nos organizar melhor e cobrar os atrasos, fazendo-os cumprir os prazos prometidos”, comenta Francischinelli Júnior.

Na prática, cada concessionária cria uma base de dados no portal da Volkswagen – que já existia, mas foi melhorado – e gerencia suas próprias informações, com o suporte técnico da T-Systems. Com mais de 5 mil usuários, entre gerentes de serviço, vendedores e equipe de pós-venda, o portal atende a todas as 560 unidades da concessionária no Brasil e garante a segurança das informações ao permitir o acesso aos dados de acordo com ao departamento do usuário.

Empolgada com os resultados obtidos com a implementação da solução, a Assobrav já planeja criar uma etiqueta com código de barras que acompanhará todos os carros que saírem da fábrica, sendo alimentada com informações a cada evento. Nela, segundo o executivo da Associação, estarão contidos todos os dados referentes ao veículo, como que equipamentos possui, datas de retorno para revisão, bem como o histórico dos problemas mecânicos apresentados. “A iniciativa proporcionaria um atendimento mais rápido e mais completo a cada ida à concessionária”, completa.

Apesar de se tratar de uma solução feita sob medida para a Volkswagen, a T-Systems deixa claro que o conhecimento, o expertise da empresa, pode ser utilizado no desenvolvimento de outras ferramentas para o segmento de concessionárias. “Temos conversado com outras empresas do ramo e podemos sim criar novas soluções”, adianta Carlos Ribeiro, gerente de CRM da T-Systems.

Há cerca de um ano, os funcionários das 560 concessionárias Volkswagen espalhadas pelo Brasil tinham um enorme trabalho todas as vezes que recebiam

um carregamento de peças ou de novos carros. Munidos apenas de uma caneta, os colaboradores abriam caixas e conferiam, item por item, os produtos listados na nota fiscal. Além de demorada, segundo Antonio Francischinelli Júnior, vice-presidente de operações da Associação Brasileira de Distribuidores Volkswagen (Assobrav), o processo era cheio de falhas. A conferência manual pecava, por exemplo, por não confrontar a lista de produtos recebidos com aquela das peças que de fato haviam sido requisitadas, o que resultava, muitas vezes, no recebimento de peças não encomendadas, em detrimento de produtos realmente necessários.

Com o objetivo de otimizar esse processo de recebimento e conferência, ganhando tempo, garantindo a segurança das informações e auxiliando a gestão dos prazos de entrega das encomendas, a Volkswagen e a Assobrav contrataram a européia T-Systems, provedora de tecnologia da informação e comunicações subsidiária do Grupo Deutsche Telekom, já responsável pelo sistema de TI da montadora no mundo inteiro, para desenvolver um sistema de integração que ainda não havia no mercado.

“Nossa maior preocupação era que a solução fosse compatível com os cerca de 70 software voltados às concessionárias existentes no Brasil, muitos dos quais utilizados em nossas unidades, para que todos os sistemas pudessem conversar entre si”, explica Antonio Francischinelli Júnior, vice-presidente de operações da Assobrav. A requisição também envolveu uma solução com interface amigável, que pudesse sofrer evoluções constantes, possibilitando incluir novas aplicações remotamente.

Como resultado, a T-Systems desenvolveu, em parceria com as

Rede de concessionárias Volkswagen substitui a conferência manual de mercadorias por modelo eletrônico com códigos de barras

Entrega no prazo

demandantes, o Barcode, projeto pioneiro na indústria automotiva que permite a automatização de todo o processo de produção e recebimento de veículos e peças e a sua integração junto à montadora alemã por meio de informações armazenadas em coletores móveis, garantindo assim um completo gerenciamento de todo o processo de distribuição em menor tempo bem como o controle preciso dos produtos em estoque.

SuporteA empresa também será responsável,

de acordo com um contrato de três anos, pela manutenção e por qualquer melhoria que se faça no sistema. O contrato com a Intermec, fornecedora dos coletores, também tem duração de três anos, que prevê a manutenção e a troca rápida dos equipamentos quando necessário.

Ao custo inicial de 1,65 milhão de reais (compra da solução) e 100 mil reais (aquisição dos coletores), o projeto teve início em fevereiro de 2007 e, após sete meses,

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>gestão

gENilSON CEzAR

mais perto dos colaboradores da empresa. São soluções tecnológicas que tornam disponíveis portais, com informações online para os colaboradores, que assim passam a fazer sozinhos diversas atividades antes exclusivas dos gestores, como solicitações de férias, pedidos de abonos de faltas, treinamento e pleitos para novos cargos e funções”, explica o executivo. Segundo ele, é uma mudança vital para a área de RH, que até então era vista como centro de custo. “Agora, o RH passa a fazer parte do negócio da empresa. Se livrou das rotinas operacionais, está mais alinhado ao negócio, atuando como centro de resultados, provendo programas de capacitação dos colaboradores, melhorando os processos seletivos e incorporando novos sistemas, como gestão por habilidade e competência”, comenta Morcelli.

ponto críticoNo caso da Marcopolo, o ponto

crítico para a substituição de sistemas de gestão desenvolvidos internamente por um software de mercado, integrado ao ERP, foi realmente a preocupação em mudar o perfil do funcionário, informa Geneci Macedo Pinto, consultora de RH da área de TI do grupo. Não foi uma tarefa fácil, assinala ela. Com uma receita total de 2,1 bilhões de reais em 2007, a Marcopolo opera com 12,8 mil funcionários espalhados por dez unidades fabris - três no Brasil (duas em Caxias do Sul - RS, e outra em Duque de Caxias -RJ) e, sete no exterior (México, Colômbia, Portugal, África do Sul, Índia e Rússia). Exigências de auditagem da ISO-9000, para certificação dos funcionários conforme suas habilidades, motivaram as mudanças que foram introduzidas com a aquisição do sistema Universal RH, desenvolvido pela Ação Informática, para gestão da área de RH. “Passamos a ter um sistema de RH integrado ao SAP ERP, que tem uma flexibilidade muito grande e que mudou a maneira dos colaboradores trabalharem”, conta Geneci. “Com as ferramentas de workflow, que automatiza todos os processos de consulta de informações e as colocam disponíveis aos gestores e colaboradores, via intranet, a empresa ganhou um modelo de gestão ágil e mais produtivo”, afirma.

Uma nova sistemática de gestão do trabalho está em implantação nas empresas brasileiras. Exemplo: um funcionário da fábrica de ônibus

Ciferal, pertencente ao grupo Marcopolo, localizada em Xerém, Duque de Caxias (RJ), que chegou meia hora atrasado ao serviço, entra na intranet da corporação e pede ao seu chefe para abonar o atraso. Automaticamente, a solicitação chega ao gestor da área, que consulta a base de dados na matriz da Marcopolo, em Caxias do Sul (RS), e aprova ou não a solicitação. Todo esse fluxo de dados, através da intranet, realizado em tempo real, revela um novo cenário de interação e colaboração, que está sendo montado com ferramentas avançadas de software de gestão, que chegam ao país em formas igualmente inovadoras de licenciamento, no modelo ASP (Application Service Provider) ou através da prestação de serviços de outsourcing.

O foco estratégico é transformar as

Um novo cenário de interação e colaboração chega ao país em formas igualmente inovadoras de licenciamento: sob o modelo AsP ou através da prestação de serviços de outsourcing

relações entre funcionários e os gestores das áreas de Recursos Humanos das empresas brasileiras, avalia Renato Morcelli, diretor de marketing da ABPO (Associação Brasileira de Provedores de Outsourcing de RH). “A idéia é adotar ferramentas para descentralizar a área de RH. Levar a gestão de RH para

“Headhunter eletrônico,

capaz de disparar um processo de

seleção e escolher um

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A interatividade via web é um dos maiores trunfos das novas tecnologias de gestão de RH, conforme Lucrecia Oliveira, responsável pela unidade de Comércio e Serviços da Benner, provedor de soluções de gestão de negócios para médias e grandes organizações. A empresa tem mais de três mil sistemas implantados em 600 organizações brasileiras, 30% dos quais são soluções voltadas para o gerenciamento da área de RH. “Com uma preocupação cada vez maior em motivar seus colaboradores, buscando desenvolver novas competências, inclusive extracurriculares e até hobbies, as áreas de RH das empresas passaram a ter uma atuação estratégica para criar uma interatividade maior – e boa parte dessa interatividade é via web, permitindo aos funcionários consultar férias, fazer planejamento e requisições online”, diz Lucrecia.

Um dos seus clientes, a Rodonaves, empresa do segmento de transporte, com sede em Ribeirão Preto (SP), busca conquistar essa agilidade para gestão de RH, com uma solução que está 100% na web, relata a executiva. Antes de adotar a solução da Benner Sistemas para a área de RH, a transportadora tinha um software desenvolvido internamente, especificamente para cálculo da folha de pagamento. Com o crescimento da empresa (são hoje 2,4 mil funcionários em 12 filiais e 149 unidades de negócios em todo o país), surgiram outras necessidades.

Recrutamento e seleção de pessoal, por exemplo, é uma das atividades onde a Rodonaves espera ganhar mais eficiência com implantação do novo sistema. “Atualmente a Rodonaves trabalha com aproximadamente 60 currículos por semana, em papel, além daqueles que recebe por e-mail. Esse processo ainda é totalmente manual, mas com o projeto, a idéia é automatizar todo o processo via web. Nosso objetivo é aproveitar melhor as informações oferecidas pelo sistema para gerenciar de forma mais eficiente e estratégica nosso trabalho”, diz Wladimir Paula Dias, gerente de Informática, acrescentando que o investimento, em torno de 130 mil reais, compensa os resultados que a empresa espera obter.

A redução de custos, por sinal, é

outro grande motivador para a implementação das novas tecnologias de gestão de RH. Do ponto de vista comercial, a Ação Informática decidiu lançar uma versão do seu Universal Rh, a Quick Start, com características de menor custo de licença de uso, implementação e infra-estrutura, para atender necessidades de empresas com menor complexidade em sua gestão de RH, especialmente o segmento SMB (small and medium business). O Oracle Business Acelleration permite rápida implementação e possibilidade de hospedagem da solução fora do ambiente da empresa, na modalidade ASP.

Vale o quanto consomeA Elancers, especializada na

construção de produtos para recrutamento e seleção online, com uma clientela formada por grandes

empresas, como Volkswagen, Mitsubishi, Renault, TAM, General Motors e Gol, também trilha o caminho da venda de software como serviço: os clientes fazem um pagamento mensal e tem a solução de tecnologia disponível no seu site na web. Um cliente de pequeno porte, que opta para ter a solução apenas para um usuário, sem muito nível de sofisticação, paga 500 reais mensais. Mas esse custo pode chegar a 5 mil reais por mês, dependendo do número de usuários e da inclusão de outras ferramentas, como prova online, workflow, interface com outros sistemas corporativos. “Trata-se de um headhunter eletrônico, capaz de disparar um processo de seleção e escolher um candidato em menos de um dia”, diz Cesar Antônio Tegon, diretor-presidente da Elancers.

Pesquisa realizada em 2007 pela Associação Brasileira de Provedores de Outsourcing em RH (ABPO) indica que é cada vez mais elevado o índice de adesão das médias e grandes empresas à terceirização de processos de RH. “Com a maturidade do mercado, os serviços de terceirização da área de recursos humanos se expandiram, indo além de fornecer a mão-de-obra necessária à execução das rotinas, agregando metodologia, software, hardware, infra-estrutura de hospedagem de aplicações e rede de comunicações”, diz Renato Morcelli, diretor de marketing da ABPO.

Essa corrida, segundo se revela em números, mostrando que o outsourcing na área de recursos humanos já é uma atividade econômica expressiva no mercado brasileiro. As estimativas da associação são de que, só em 2006, o setor, incluindo os escritórios de contabilidade, movimento no Brasil mais de 700 milhões de reais (340 milhões de dólares). “A contribuição maior para esse montante de negócios veio da terceirização de processos de RH propriamente dita, conhecida como BPO (Business Process Outsourcing)”, afirma ele. “Mas cresce também os negócios realizados dentro do modelo ASP (Application Service Providers. Pelo menos 20,8% das vendas já são feitas na categoria ASP”, indica Morcelli.

“o ponto crítico para a substituição de sistemas de gestão desenvolvidos internamente por um software de mercado, integrado ao eRP, foi realmente a preocupação em mudar o perfil do funcionário”gENECi MACEdO PiNTO, dA MARCOPOlO

“As áreas de RH das empresas passaram a ter uma atuação estratégica para criar uma interatividade maior – e boa parte dessa interatividade é via web”luCRECiA OlivEiRA, dA bENNER

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eficientes”, garante Sérgio Rubinato, líder de programas estratégicos da Unisys.

No geral, saímos de 70 mil ameaças para quase 400 mil ameaças. “Crescer é normal, porém a velocidade foi absurda. Saltamos de um crescimento quase estável para algo exponencial”, analisa Paulo Vendramini, gerente de engenharia de sistemas da Symantec. Para ele, são vários os fatores que contribuíram para esse fenômeno. O maior deles é o aumento da profissionalização no submundo das ameaças, com o efeito do aumento dos valores das informações. “Acredite se quiser, mas os dados sobre cartões de crédito têm um valor de mercado, assim como os de conta corrente. E ambos em forte alta nos preços”, revela.

profissionalização e políticaSe antes existia o hacker que fazia ele

mesmo toda a operação, agora existe uma especialização no mercado. Existe o sujeito

que rouba as informações e vende para um terceiro que vai “extrair” os valores das contas. Outra atividade em alta é a criação de toolkits vendidos livremente na rede para facilitar a montagem de ataques, assim o hacker não precisa mais desenvolver do zero a sua ameaça. Outra novidade: os reports criados pela Symantec enfatizaram ainda uma mudança de coordenação de ataques, que ainda tem os Estados Unidos como principal ator, mas que já traz uma participação crescente dos países chamados de BRICs (Brasil, Rússia, Índia e China), o que reflete a grande entrada de novos usuários nestes países.

Mas como as corporações devem se comportar ou mudar as suas políticas de segurança? “As grandes empresas possuem uma política bem definida, mas mesmo elas não buscam uma revisão constante de acordo com a evolução dos ataques”, critica Rubinato. No geral, no entanto, o “long tail” da web não é acompanhado por uma consistência nas políticas. Uma forma de tentar estar up-to-date é seguir as diretrizes do Cobit, principalmente as que tratam dos controles de e-commerce.

Para Rubinato, é preciso ter muito cuidado e separar política, processos, procedimentos e atividades, nessa ordem. A partir da política se geram os processos, estes são levados a cabo pelos procedimentos para que seja feita a execução no final a partir das atividades. “Assim é possível obter uma dinâmica de mudanças na política”, garante.

Já Vendramini vê uma mudança de atitude no mercado corporativo, especialmente dentro do conceito de end-point, que é qualquer tipo de dispositivo que tem uma interação com a rede (pode

E m TI, muitas vezes, os números são mais eloqüentes que muitas palavras. Se comparadas com o trimestre anterior, o último de 2007, o número de notificações de

ataques a servidores web brasileiros contabilizado pelo CERT nos primeiros três meses deste ano cresceram 34%. Porém a curva ascendente é tão acentuada na comparação com o mesmo período do ano passado que chega a inimagináveis 519%, valores assustadores e exponenciais que refletem tanto o aumento de internautas na rede como a sofisticação dos atacantes.

No documento do CERT, um dos serviços coordenados pelo Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR (NIC.br) – criado para implementar as decisões e projetos do Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br), responsável por coordenar e integrar as iniciativas de serviços da Internet no país – também é analisada as formas de ataque. “É preciso salientar que o comprometimento de um servidor web permite ao atacante, por exemplo, hospedar e disseminar códigos maliciosos de forma relativamente anônima. Vale lembrar, também, que muitos desses códigos são referenciados como links em e-mails de tentativa de fraude”, afirma Cristine Hoepers, analista de segurança do CERT.br.

Para especialistas do mercado, os números são assustadores mas esperados. “Agora é mais fácil identificar e registrar o que acontece. As ferramentas para detectar os ataques estão mais eficientes e isto se reflete nos índices da pesquisa. O volume de investimento em serviços de monitoração de segurança e as políticas implementadas estão mais

o Centro de estudos, Resposta e Tratamento de incidentes de segurança no Brasil (Cert.br) registrou que o número de notificações de ataques a servidores web na internet brasileira, no primeiro trimestre de 2008, é 519% maior que o mesmo período do ano passado. sua empresa está preparada para os novos desafios de segurança nessa fronteira?

“As ferramentas para detectar os

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>infra-estrutura

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m A i o d e 2 0 0 8 | T i i n s i d e 1 3

“existe um esforço de padronização das máquinas, até porque os ataques investem muito na vulnerabilidade dos sistemas operacionais”PAulO vENdRAMiNi, dA SyMANTEC

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Oser um notebook, um dispositivo móvel ou mesmo um servidor). “Existe um esforço de padronização das máquinas, até porque os ataques investem muito na vulnerabilidade dos sistemas operacionais (veja mais no Box: Windows ou linux?). Em um mundo ideal o administrador precisa da conformidade para checar se está tudo em conformidade, com certa periodicidade. Isto reduz bastante os problemas”, assegura o gerente da Symantec.

Usando a ferramentaA segurança no servidor é apenas o

ponto de maior visibilidade, porém os hackers hoje não tiram mais as máquinas do ar, eles as exploram buscando retirar o máximo de informações do usuário – especialmente que levem a contas ou cartões para fazer dinheiro. “Segurança é algo muito complexo. É difícil equilibrar funcionalidade com os riscos. É preciso ter uma mecânica que gerencie isto. É importante tratar a segurança na camada de servidor, entretanto a política deve ser muito mais do que isto”, aponta Vendramini.

É certo que as ferramentas evoluíram nos últimos anos, mas elas são apenas o tripé de uma política de segurança junto com os processos e as pessoas. A melhor ferramenta do mundo pode ser algo como uma Ferrari na mão de um piloto sem carteira ou da habilidade de um Nakajima – aquele desastrado piloto japonês de Fórmula 1. Assim como o oposto é verdadeiro, não adianta ter as melhores pessoas sem ferramentas que consigam acompanhar a evolução dos ataques.

Rubinato, da Unisys, aponta que as ferramentas atuais estão consolidadas em detecção e na atualização. “Estamos ainda pobres na automatização dos eventos, que poderia ajudar o administrador a minimizar os riscos e fazer ações preventivas. Falta ainda alguma inteligência e acompanhamento das políticas”, explica. Na questão de gerenciamento de eventos, para o analista, o ITIL delimita bem o uso de soluções.

A política ainda é montada a partir do ferramental, até como uma forma de filtrar o que existe no mercado. “Quando falamos em web, os ataques se atém muito ao TCP/IP e ao byte, quando se deveria criar a lei e depois colocar a ferramenta. No entanto, a norma é o contrário”, enumera Rubinato.

Os desafiosNão é por acaso, aliás, que uma

pesquisa sobre ataques aos servidores web chama a atenção. Eles são o “endereço

servidor um zumbi dentro da empresa. “Constatamos no ano passado o aumento no número de páginas falsas de bancos brasileiros (phishing tradicional), ataque que não era comum no Brasil desde 2004”, aponta Hoepers, do CERT.

Entre as mudanças aceleradas no mercado ocorridas nos últimos anos, está a consolidação e virtualização de servidores, que afeta fortemente as máquinas web e pode ser analisada do ponto de vista da segurança. Encarada tanto como algo positivo como uma mera continuidade dos problemas. Se bem aplicada, reafirma as políticas de segurança, cria novas camadas de seguridade e rompe a barreira do estado físico. No entanto, pode ser também a transposição dos erros que ocorriam nas plantações de servidores.

“Vários problemas podem ser resolvidos a partir do datacenter, mas se existia uma vulnerabilidade e nada foi feito, ela vai continuar a ser explorada. A entrada de novas máquinas em operação pode mudar, e para melhor, com a consolidação e virtualização”, garante Vendramini. Quando se falava antigamente de servidor físico, existia todo um processo de compra e implementação, e agora o administrador apenas coloca mais um servidor virtual no ar, ou seja, ele vai “subir a máquina” a partir de uma referência que segue um padrão e uma política.

No entanto, o mercado não é tão otimista. O aumento de ameaças não deve parar e a expectativa é que o volume de ataques continue seu crescimento exponencial. A saída, para os administradores de segurança, é continuar atento, ajustando sua política, processos e ferramentas de acordo com o movimento do mercado.

físico” da vitrine de uma empresa, os websites. Os ataques internos são os mais preocupantes e mais comuns, porém não chamam tanto a atenção quanto o que acontece na “vitrine”. Afinal, um ataque bem-sucedido em um site de e-commerce pode causar danos diretos ao negócio da empresa. “O problema é quando a política de segurança é negligenciada para se atingir objetivos de negócios. A empresa precisa se cuidar e cuidar para não ser um replicador de ataques. Isso faz parte de uma conscientização de quem está na web pública”, argumenta Vendramini.

Em geral as empresas lançam produtos na web e depois vão entender e trancar as portas para os problemas gerados. “A mecânica do online é muito complicada, exige a necessidade de uma dinâmica que muitas vezes apressa os processos sem estar colado com a política”, alerta Rubinato. Entre os ataques mais comuns está a criação de um host de ataque que torna o

Usar Windows ou Linux como forma de diminuir os ataques nos servidores? A dúvida freqüente não segue o padrão da resposta direta e simplista. De concreto, os ataques são voltados para o sistema operacional que tem mais presença na

web, porém cada plataforma possui um potencial de vulnerabilidade. “É claro que a combinação Windows/Apache é a favorita dos hackers por ser dominante. O grau de segurança dos sistemas abertos é um pouco maior porque eles são menos conhecidos no mercado, até pela diversidade dos sabores abertos. Porém isso é relativo, depende da implementação e da habilidade de quem ataca”, garante Rubinato.

Discurso que é corroborado por Vendramini. “Todos os sistemas operacionais têm problemas, a diferença é que o número de ameaças é maior no mundo Windows, por ele ser mais utilizado. O que não quer dizer que os sistemas abertos sejam mais seguros”, admite o gerente da Symantec. Para se ter uma idéia, as 10 maiores ameaças atuais atacam as duas plataformas, sem distinção. O usuário não pode relaxar, uma estatística de volume pura e simples aqui é enganadora.

WindoWs ou Linux?

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>infra-estrutura

etapa final do desenvolvimento, ou seja, só eram realizados após o programa estar pronto. “Isso era ruim, porque quando os testes eram realizados todas as bobagens já haviam sido feitas. Eles só mostravam que o software tinha erros, mas não mudavam a realidade”, critica.

Esse modelo começou a mudar no Brasil há cerca de seis anos, quando uma nova prática surgiu no mercado. “A visão moderna é a de que os testes não são uma atividade, e sim uma disciplina mental. Eles devem seguir o ciclo de vida do sistema”, explica o especialista. Dentro desta nova doutrina, os testes são realizados desde o início, quando o usuário faz a demanda para a equipe de TI.

Quem pede, recebe“Normalmente os usuários não sabem

fazer o pedido direito, ele vem ambíguo, incompleto. Quando testamos as especificações, achamos um monte de problemas”, diz. O consultor conta que

essa é uma etapa importante, pois é muito mais barato achar um problema em um documento do que seis meses depois em um software pronto. Nesta etapa são avaliados pontos como arquitetura e o modo como o programa está sendo escrito. E a rotina de testes deve continuar durante todo o processo, até a entrega do sistema, quando são realizados levantamentos de quesitos como segurança, contingência e performance.

Sobre quem realiza os testes, Martin Tornquist acredita que esse deve ser um trabalho realizado pelo próprio programador, sob orientação de alguém que lhe ensine o que fazer e até onde vai a avaliação. “Um grupo de testes atua ao longo do ciclo de desenvolvimento do sistema como um quality coach – treinador de qualidade. Eles ensinam os desenvolvedores. Hoje espera-se que o programador faça não só bons programas, mas também bons testes, para não serem pegos erros primários depois, atrasando a entrega do sistema”, explica.

O especialista garante que esse é um modelo vencedor. “Já praticamos esse conceito em várias empresas no Brasil, e em todas elas foram encontrados mais erros nas etapas iniciais, o que gerou uma redução de custos, entrega no prazo e aumento de qualidade”, conta. Segundo o consultor, uma boa estratégia de testes costuma gerar uma redução de custos entre 30% e 40%, reduz falhas em produção entre 70% e 90% e gera aumento de produtividade em torno de 30%. “Acreditamos tanto nisso que até fazemos contratos de risco ligados a esses números”, conclui.

Hoje já há empresas oferecendo soluções para automatizar o processo de testes. É o caso da Eccox, que desenvolveu

A realização de testes de software não é um conceito novo, nem no Brasil nem no resto do mundo. No entanto, com o crescimento das práticas de outsourcing

e de offshoring, tem ganhado cada vez mais destaque no País. “Sempre foram feitos testes, mas nos últimos 10 anos o mercado se deu conta de que não é possível para entregar qualquer coisa, é preciso ter custo e qualidade. O Brasil é um dos pólos de outsourcing de produção de software, e percebemos de um tempo para cá um aumento na procura por qualidade”, conta Martin Tornquist, que trabalha com testes no País há 26 anos e é presidente da T&M, consultoria especializada no assunto.

Os testes de qualidade e performance representam uma etapa crucial entre o desenvolvimento e a produção de sistemas em empresas altamente dependentes da área de TI e para as quais os serviços prestados ao usuário final são o ponto-central de seus negócios. Enquadram-se nessa categoria principalmente setores como o financeiro e o de telecomunicações, mas também companhias aéreas, de e-commerce, farmacêuticas, de educação, etc. Para empresas com esse perfil, a redução da possibilidade de riscos e o ganho de produtividade são pontos fundamentais para evitar re-trabalho, perda de tempo e de dinheiro mais adiante.

No entanto, qual seria a melhor maneira de fazer esse tipo de trabalho? Tornquist conta que até os anos 90 era consenso os testes serem feitos por uma pessoa ou equipe independente da empresa que estava desenvolvendo o sistema. Além disso, também imperava a idéia de que os testes faziam parte de uma

A prática dos testes de software, apesar de não ser nova no Brasil, ganhou muita visibilidade nos últimos anos. no entanto, é preciso ter consciência de que só a realização dele é insuficiente para aumentar a qualidade e reduzir custos. o segredo está em fazê-los com inteligência e bom senso

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>infra-estruturaum produto para automatizar testes no

ambiente mainframe. “Com nossa solução é possível fazer testes unitários, isolamento, apuração de resultado, guarda de evidências e características. Todo o investimento em testes não é perdido, pois a ferramenta é capaz de guardar os resultados planejados e executados pelas empresas”, explica José Luiz Rivera, gerente do Laboratório de Desenvolvimento de Produtos da Eccox.

Para o especialista, os testes são imprescindíveis, uma vez que, quando não são realizados, a empresa que irá implantar o software corre sérios riscos de paralisação. “Hoje se fala muito em disponibilidade da plataforma no negócio, e se você não testa, não consegue dizer se os requisitos do cliente estão contemplados no produto”, afirma.

Um reflexo interessante da popularização dos testes de software é aumento na procura por uma certificação na área. Ao mesmo tempo, o mercado de trabalho tem dado sinais de procura crescente por este tipo de profissional. “De acordo com números de agências de recrutamento de talentos nos Estados Unidos, 80% das empresas que procuram profissionais para atuar com testes de software já pedem ou dão preferência para quem tem esse tipo de certificação. Além disso, o nível salarial de quem tem é maior para os profissionais qualificados”, conta Fernando Scarazzatto, diretor da

inscrever para a prova, recebeu um material de estudo chamado CBOK (Common Body of Knowledge). Seu programa, desenvolvido através da experiência de diversas empresas colaboradoras, é composto por dez capítulos, que identificam os assuntos que o profissional precisa dominar. A recomendação é que o material seja estudado em seis meses, e quem quiser pode fazer cursos preparatórios. Após ter dominado o conjunto de práticas, o candidato faz então a prova. Se atingir 75% de acerto recebe certificado.

O teste é realizado no Brasil duas vezes por ano, normalmente no começo e no meio do ano. São realizadas baterias em São Paulo, Porto Alegre, Brasília, Florianópolis e Rio de Janeiro. A QAI agora quer levar a avaliação também para Belo Horizonte e Curitiba. Os próximos exames que garantem o selo de certificação CSTE e CSQA acontecem no dia 21 de junho de 2008.

Para realizar a prova, o profissional precisa atuar na área de tecnologia, principalmente em engenharia de software. Também são exigidas habilidades de engenharia de processos, construção e análises de sistemas, planejamento e análise de risco. O candidato necessita ter no mínimo seis anos de experiência, ou formação de quatro anos em universidade conhecida da área de tecnologia, mais três anos de experiência. É bom lembrar que o certificado expira após três anos e precisa ser renovado.

QAI Brasil (Quality Assurance Institute), instituição especializada em serviços de consultoria e treinamentos na área de teste e qualidade de software.

Mercado aquecidoRecentemente, a empresa anunciou

novos números envolvendo duas certificações internacionais de proficiência em engenharia de testes de software: a CSTE (Certified Software Tester) e a CSQA (Certified Software Quality Analyst). O panorama é de que os profissionais de TI vêm encarando a certificação como um meio de ascensão na carreira.

De acordo com Fernando Scarazzatto, diretor da QAI Brasil, o mercado brasileiro possui atualmente um total de 41 profissionais certificados com os selos internacionais CSTE e CSQA. “Ainda é um número inexpressivo em termos mundiais. Mas não tenho dúvidas de que a procura por certificações deste tipo tendem a aumentar bastante daqui pra frente, uma vez que tanto desenvolvedores quanto empresas estatais passaram a exigir um padrão de qualidade no setor de testes que seja reconhecido internacionalmente”, comenta. Além disso, o executivo disse estar notando um crescimento constante pela procura em cada turma, da ordem de 20%.

O processo de obtenção do certificado é muito semelhante com o do PMI (Process Management Institute). O interessado, ao se

OBSTQB (Braz i l ian Software Test ing Qual i f icat ions Board) , braço nacional da ent idade ISTQB ( Internat ional Software Test ing Qual i f icat ions Board) que se dedica ao desenvolv imento de testes e

qual idade de software acaba de f i rmar uma sér ie de parcer ias com univers idades espalhadas por d iversas regiões do país.

O intu i to das parcer ias é incent ivar a lunos formandos em cursos corre latos à tecnologia da informação a buscar uma cert i f icação internacional na área de testes de software. Na prát ica, o incent ivo é concedido em forma de 2 vagas nos exames de cert i f icação do BSTQB. As univers idades, em troca, reservam um espaço em suas insta lações para rea l izar a d ivu lgação dos exames de cert i f icação oferecidos pela ent idade. Algumas delas, inc lus ive, se comprometeram a ceder sa las para a rea l ização destes exames.

Entre as univers idades que já fecharam a parcer ia com a ent idade estão a Univers idade Federa l de Minas Gera is (UFMG), Univers idade Bras i le i ra de Tecnologia de Reci fe (UNIBRATEC), Univers idade Anhembi-Morumbi, Centro Univers i tár io de Bras í l ia (UNICEUB), Univers idade Federa l do Piauí (UFPI ) e PUC – Minas (campus de Contagem e São Gabr ie l ) .

O ISTQB é uma ent idade responsável por cr iar o programa de qual i f icação internacional ISTQB Cert i f ied Tester , por meio do qual mais de 82 mi l prof iss ionais já receberam cert i f icação.

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Page 17: Revista TI Inside - 35 - Maio de 2008

Crescer reduzindo custos. Sim, isso é possível.

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Page 18: Revista TI Inside - 35 - Maio de 2008

>infra-estrutura

1 8 T i i n s i d e | m A i o d e 2 0 0 8

A indústria de tecnologia da informação está em estado de alerta e desenvolvendo soluções que se enquadrem à atual demanda mundial: a preservação do meio ambiente. À parte da filosofia, Cios e consultores avisam que o convencimento do mercado virá mesmo pela economia, dinamismo e desempenho que as novas soluções entregam às empresas

JACkEliNE CARvAlHO E CAROliNA CHEMiN

A Ti que preserva

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“A tecnologia do silício tem baixa eficiência energética e aumenta o consumo na medida em que cresce o volume de dados processados”PEdRO biCudO, dA TgT CONSulT

silvio Pereira, da sun microsystems: o trinômio espaço, calor e alto consumo de energia está enlouquecendo o cliente

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Em novembro do ano passado, a IBM divulgou ao mercado resultados de uma pesquisa global realizada com aproximadamente 1400 empresas de pequeno e

médio portes – 130 delas no Brasil - que identificava, na visão dos entrevistados, os gastos com energia como os que mais cresceram nos últimos dois anos, ficando à frente dos valores destinados à saúde, folha de pagamento, aluguel e equipamentos. Os números da pesquisa, que entrevistou empresas de 50 a 500 funcionários em oito países, indicam que o Brasil está à frente dos outros entrevistados na questão de avaliação do impacto ambiental em seus negócios.

O levantamento identificou que 75% das pequenas e médias empresas brasileiras demonstram preocupação com o meio ambiente e 58% delas implementaram uma política ambiental. Nos resultados globais, 58% têm preocupação com as questões relativas ao meio ambiente e 44% possuem uma política ambiental. Um dos dados mais significativos da pesquisa aponta que 89% das empresas entrevistadas no Brasil afirmam que a preocupação com o meio ambiente influencia fortemente nas ações para reduzir o uso de energia. Nas empresas dos Estados Unidos, esses números chegam apenas a 38%.

A maioria das pequenas empresas em todo o mundo já começou a realizar algumas mudanças básicas para diminuir o consumo de energia, como a utilização de formas de iluminação mais econômicas e o desligamento de quaisquer equipamentos não essenciais após o expediente. Porém, transformações mais profundas e de maior valor financeiro ainda não encontram tanta adesão, como a adoção de prédios ecologicamente sustentáveis, o uso de carros bi-combustível ou a instalação de painéis solares. A única exceção neste ponto é TI.

Segundo a pesquisa, TI se tornou uma prioridade para as empresas SMB (Small and Medium Business) que buscam conter seus gastos com energia. Oitenta e sete porcento das empresas brasileiras apontam que a eficiência energética é fator decisivo na hora de adquirir produtos de TI, contra 40% nos resultados globais.

para que se faça mais com o mesmo ou com menos”, comenta Sérgio Rubinato Filho, gerente de programas estratégicos da Unisys. Na CSN - Cia. Siderúrgica Nacional -, por exemplo, os projetos de infra-estrutura de TI são orientados pelas demandas das unidades de negócios, além de contemplar as necessidades de melhorias.

Há três anos, prevendo o crescimento da empresa e suas filiadas, a equipe de TI decidiu consolidar e virtualizar os servidores Unix e Windows. “Todos os novos servidores e a expansão do processamento passou a contemplar estes dois conceitos, exceto as aplicações que não absorvessem as tecnologias”, conta Francisco José de Oliveira, gerente de suporte técnico da companhia.

A empresa reúne cerca de 300 servidores, sendo 60 Risc/Unix, e trabalha para centralizar todo ou boa parte do processamento em Volta Redonda (RJ), onde está sediada. Um movimento que, por um lado, aumenta a segurança e a flexibilidade no uso dos recursos de TI, e por outro potencializa o consumo de energia elétrica, tendo em vista principalmente os volumes mais altos de movimentação dos dados.

Na CSN tanto o processo de virtualização e quanto de centralização dos servidores estão em curso, sendo mais acelerados no ambiente Risc-Unix, já consolidado em duas máquinas ligadas em cluster para suportar o processamento do ERP (Enterprise Resource Planning) e o ambiente de gerenciamento do banco de dados. A base de quase 240 servidores Windows já conta com 10 máquinas virtualizadas, funcionam como servidores de arquivo.

A decisão de reformular o ambiente de TI da CSN partiu de uma necessidade de negócio. Há três anos, quando o projeto foi definido, a companhia estava em plena atividade de compra de outras organizações e consolidação das áreas de negócios. “Também tinha a questão de compartilhamento de processamento entre máquinas. Hoje conseguimos migrar de um lado para outro tanto em Unix quanto em Windows, algo impossível antes da mudança”, diz Ferreira.

ControleO executivo reconhece que as

Mudança de hábito Uma recente pesquisa da IDC

(International Data Corporation) estima que para cada dólar gasto com TI, 50 centavos são relacionados ao custo da energia. O posicionamento das companhias de pequeno e médio porte é um espelho das preocupações que a grande empresa vive já há um certo tempo. A TI e, conseqüentemente, o volume de dados processados é crescente e imprevisível, o que torna arriscada a expansão do ambiente de TI sem a preocupação com o consumo de energia. Até porque, como lembra Pedro Bicudo, diretor da TGT Consult, “a tecnologia do silício tem baixa eficiência energética e aumenta o consumo na medida em que cresce o volume de dados processados”.

A partir desta constatação, duas grandes tendências – redução de custos e consolidação e virtualização de servidores, com a centralização do processamento – se destacam nas decisões de compra dos CIOs, atualmente. “É grande a pressão

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>infra-estrutura

Cezar Taurion: cloud computing

permite à empresa não

terceirizar parte da infra-

estrutura e pagar apenas pelo consumo

decisões de TI da CSN levam em conta os princípios da TI Verde, de melhor desempenho e economia de energia elétrica, porém não os coloca acima de todas as necessidades. “Em infra-estrutura temos dois radares chamados consumo de energia e controle”, reforça.

Da mesma forma, Marcelo Stellita, gerente geral de serviços de infra-estrutura de TI da Petrobrás, conta que o foco do departamento de TI da Petrobras é melhorar o desempenho cortando custos. “De 2 anos para cá, estamos investindo em virtualização de servidores chegando a ter ganhos de até 70% em alguns casos (quando o servidor físico era muito pouco utilizado ou abrigava pequenas aplicações, departamentais, estruturais, etc.)”, calcula, dizendo que a companhia soma centenas de servidores virtualizados, todos para pequenos usos. “Antes utilizávamos servidores separados para isso e agora usamos servidores virtuais. Apesar de estarmos aumentando o número de servidores virtuais, não acho que eles serão maioria na Petrobras, porque também precisamos de servidores robustos para ações de grande porte”, completa.

O controle do que é processado e armazenado pela empresa também está sendo aprimorado, para que se tenha um melhor desempenho do ambiente de TI. Stellita conta que os arquivos duplicados estão sendo extraídos do sistema, porque ocupam espaço e são desnecessários. “Estamos também revendo algumas ferramentas de controle de produtividade, para monitoração, controle da área de infra-estrutura, com custo menor e produtividade igual ou melhor”, diz.

A estatal do Petróleo já opera com fornecedores, como Tivit e Diveo, que utilizam as melhores práticas de TI Verde, mas internamente ainda está se lançando no conceito. Para isso, iniciou, este ano, e deve terminar em 2009, a construção de um datacenter no Rio de Janeiro, que utilizará as melhores práticas. O ambiente terá mais de 3 mil metros quadrados e será o principal da companhia.

para o futuroSérgio Rubinato Filho, da Unisys,

defende que as novas tecnologias realmente não causam efeito imediato. O custo de aquisição é praticamente o mesmo quando comparados servidores e outros dispositivos tradicionais com os equipamentos desenvolvidos com a preocupação de economia de energia e melhoria de desempenho. “A diferença

está em como o ambiente é composto. Se gasta mais com lata, silício, etc, mas se economiza em mão-de-obra. Alguns estudos já feitos sobre o tema mostram que, se analisarmos um plano de 3 a 5 anos, a economia de energia, horas extras, ar condicionado, menos reclamação no service desk, etc., resulta em uma variação entre 30% e 40%”, alerta.

Para ele, desempenho é sinônimo de respostas rápidas às demandas de negócios, o que aumenta a necessidade de padronização do parque de hardware, porque as empresas deixam de comprar peças específicas, podendo comprar mais memória ou comprar rapidamente outra máquina e instalá-la sem passar por trâmites burocráticos. A Unisys prevê realizar 70% dos seus negócios com virtualização, o que envolve hardware,

software e serviço.Silvio Pereira, diretor de Sistemas da

Sun Microsystems, brinca que a raiz “Eco” na evolução dos produtos de TI primeiro determina Economia e depois Ecologia. Para ele, está em curso uma mudança de paradigma no processamento, provocada pela importância crescente dos negócios na internet, os sistemas de busca, novos serviços e as tendências de web 2.0. “Isso leva a um consumo intensivo dos datacenters e causa alta densidade computacional. O trinômio espaço, calor e alto consumo de energia está enlouquecendo o cliente”, avalia.

Os novos datacentersO conceito de datacenter está

mudando. E não só em relação aos equipamentos e soluções que estão dentro dele, mas também no que diz respeito à sua concepção física. Com a necessidade de processamento e armazenamento cada vez maior, essas estruturas tiveram que se adequar a questões surgidas num passado recente, como economia de energia e espaço.

“Olhando para o passado e para a situação atual, vemos uma situação onde temos que conectar cada vez mais aparelhos uns aos outros, com muito mais usuários. Dos anos 80 para cá o custo para colocar um usuário na rede caiu bastante. Por outro lado, o custo para manter toda essa rede funcionando, com sua infra-estrutura que necessita de muita energia e refrigeração, subiu”, analisa Helton Capella, gerente de Marketing da APC para o Brasil e América Latina.

de tirAr o sonoPesquisa da iBM feita coM Pequenas e Médias eMPresas no Mundo identificou que:

75% das PMes brasileiras demonstram preocupação com o meio ambiente

58% delas implementaram uma política ambiental

58% têm preocupação com as questões relativas ao meio ambiente

44% possuem uma política ambiental

89% das empresas entrevistadas no Brasil afirmam que a preocupação com o meio ambiente

influencia fortemente nas ações para reduzir o uso de energia

38% das empresas entrevistadas nos estados unidos que a preocupação com o ambiente

influencia fortemente nas ações para reduzir o uso de energia

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>infra-estrutura

2 2 T i i n s i d e | m A i o d e 2 0 0 8

De acordo com o especialista, antigamente havia um conceito de construção de um datacenter tradicional, em que a parte de infra-estrutura normalmente estava ligada à obra civil. Ou seja, uma vez construída, não dava para mexer mais. “As empresas imaginavam um cenário até 10 anos para frente, colocava uma margem de segurança e construíam a infra-estrutura física”, explica. Isso acarretava em uma eficiência muito baixa, principalmente nos primeiros anos, já que uma estrutura projetada para 100 quilovates, por exemplo, começava sua operação consumindo apenas 10 quilovates.

Hoje as infra-estruturas dos datacenters são moduláveis, escaláveis e estão fora da obra civil. “Hoje se você precisa de 10 quilovates, compra apenas isso. Se precisar de mais, você compra, sem fazer grandes obras e interromper o processamento. Tudo pode ser feito no nível dos hacks, e não mais na infra-estrutura das salas. Assim é possível gastar muito com energia, e o custo operacional e o impacto no meio ambiente são menores”, explica Capella.

Segundo o gerente, trabalhar com esse conceito permite uma economia não só de energia, mas de todos os componentes usados na construção de um datacenter. “Por exemplo, num datacenter de um megawate, com vida útil

A área de TI da Siemens desenvolveu no Brasil o conceito Sustainable IT, um conjunto de soluções e serviços capaz de unificar os pilares da sustentabilidade em uma única ferramenta. Baseada nos processos de governança corporativa e em

aspectos ambientais e sociais, a empresa lançou tecnologias programadas para mapear e auxiliar empresas em questões ambientais, eficiência energética, energia verde, geração de créditos de carbono, além de ajudar em temas como segurança e saúde no trabalho.

Algumas soluções que fazem parte deste conceito já estão sendo integradas pela Siemens IT, que planeja lançar outros softwares que farão parte deste conjunto de soluções ainda este ano. Estão disponíveis o SAP Environmental Compliance (EC) e o SAP Environmental Health & Safety (EH&S). O primeiro auxilia empresas em regulamentações ambientais e gerencia créditos de carbono. Trata-se de uma aplicação que permite a integração com sistemas, mesmo não sendo SAP, o que possibilita a conexão entre unidades fabris. O EC também permite o compartilhamento real de dados de várias unidades fabris, com acesso aos processos para gestão de consumos, emissões, medições e exceções.

Já o SAP Environmental Health & Safety (EH&S) gerencia aspectos relacionados à segurança e saúde dos funcionários dentro de uma linha de produção. “Riscos e saúde ocupacional são apenas uma das facetas da gestão de capital humano, que é fator fundamental na geração de lucros no longo prazo”, explica Fernando Demattio de O. Simões, gerente de Marketing e Estratégia da Siemens IT Solutions and Services.

ti sustentáveL

tudo. Isso fazia com que no mesmo local houvesse pontos mais frios ou mais quentes. Na nova concepção a refrigeração é alocada do lado do alto consumo de energia e de dissipação de calor do local”, afirma Helton Capella.

Dentro deste novo conceito, os sistemas de refrigeração são colocados ao lado de onde há maior geração de calor. Há também a possibilidade de selar em um ambiente mais frio um hack ou até mesmo um corredor do datacenter. “Hoje temos a prática da consolidação de servidores, ou seja, eles são menores, ocupam menos espaço, mas produzem muito mais calor. Isso muda o fluxo de temperatura dentro do datacenter. A idéia é concentrar a refrigeração nestes pontos onde é necessário, não sendo necessário baixar a temperatura na sala toda”, diz.

Os equipamentos de refrigeração, por sua vez, também estão cada vez mais modernos e com recursos mais avançados. “Hoje comercializamos equipamentos de alta performance, que acompanham o crescimento da planta e não gastam mais energia do que é necessário”, conta Eduardo Braga, engenheiro de Vendas da Emerson Network Power. Entre as vantagens que estas possuem para a melhoria de performance e a redução do consumo de energia estão uso de volume de líquido variável, ventiladores com capacidade

“É grande a pressão dos

anos 80 para cá. o custo para

colocar um usuário na rede

caiu bastante. Por outro lado,

o custo para manter toda

essa rede funcionando necessita de

muita energia e refrigeração”

HElTON CAPEllA, dA APC

de dez anos, isso vai representar uma economia de: 177 milhões de quilovates/hora em dez anos, 60 milhões de galões de água, 145 mil libras de cobre, 20 mil libras de chumbo, 33 mil libras de plástico, 73 mil libras de alumínio, 12 mil libras de solda e 377 mil libras de aço”, quantifica.

Gelado e baratoOutro grande avanço do lado a infra-

estrutura física está na refrigeração. Também antigamente ligado a toda a estrutura do datacenter, hoje esse item já é altamente customizável. “Antes tínhamos uma máquina grande para todo o ambiente, com um único controle para

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NãO diSPONivEl

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2 4 T i i n s i d e | m A i o d e 2 0 0 8

customizável e sistemas de controle que gerenciam as máquinas para otimizar o uso de energia.

Nas nuvens Também vem ganhando visibilidade,

como forma de minimizar a histeria da redução de custos, o cloud computing. O conceito pode ser definido como paradigma computacional recente, onde dados e serviços residem em datacenters massivamente escaláveis e que podem ser acessados por quaisquer dispositivos conectatos à internet.

O cloud computing aumenta a popularidade do formato da internet, onde o usuário acessa recursos computacionais sem se preocupar com o funcionamento ou instalação da infra-estrutura. Trata-se da evolução de vários conceitos, como grid computing, que acabou mais restrito ao ambiente científico, inclusive pela falta de aplicação; SaaS, que permite ao usuário abrir mão de ter os recursos dentro de casa; e web 2.0, que está gerando demanda por aplicações distribuídas na internet. “Na verdade está se juntando informações que vêm das corporações com aquelas já disponíveis, para apresentar opções ao usuário”, explica Cezar Taurion, gerente de novas tecnologias da IBM.

Ele defende que a grande atratividade do cloud computing é o fato de a empresa não precisar manter tudo o quê necessita dentro de casa. Grandes corporações podem usar recursos de cloud computing sob o modelo de outsourcing. Não precisamos ter o gerador dentro de casa para garantir o fornecimento de energia elétrica, certo?”, questiona o especialista.

E a rede?A migração de aplicativos e dados

para a internet faz com que a rede assuma papel central nas estratégias de TI das empresas de todos os setores e, conseqüentemente, potencialize as necessidades de capacidade e continuidade da infra-estrutura tecnológica. Dentro deste novo cenário, segurança e convergência são termos que se destacam.

As soluções de segurança têm evoluído não só na capacidade de detectar e barrar ameaças, mas também na parte de administração dos serviços. Um exemplo disso é a solução lançada pela Enterasys em junho do ano passado, batizada de DSCC. “É uma ferramenta que consegue conversar com todos os

equipamentos: ela pega as informações, transforma em algorítimos, avalia a apresenta para os executivos”, explica Alexandre José, gerente de engenharia da Enterasys.

Segundo o executivo, o produto é ideal para o atendimento das requisições da lei Sarbanes-Oxley, pois fornece o grau de risco da rede corporativa, gerencia a disponibilidade e trabalha com números exatos. “Com o DSCC os gestores da rede conseguem tirar relatórios para Itil, Cobit e para as normas 21001 e 21002”, acrescenta.

Já em relação à convergência dados/voz, a gama de ofertas é ainda maior. “Tenho um feeling de que em mais três anos no máximo teremos algo entre 60% e 65% dos clientes com grande parte da infra-estrutura de rede totalmente baseada em IP, suportando também o tráfego de vídeo e voz”, prevê Claus Troppmair, diretor de Vendas Corporativas da Juniper.

Para o especialista, o fato de que a

rede é um ponto fundamental para os negócios e que sua importância cresce a cada dia não é novidade. “No entanto, temos notado que elas (as redes) convergem cada vez mais para uma estrutura única de vídeo e voz. Isso exige uma performance de equipamentos de rede muito maior do que grande parte dos fornecedores está preparada para fornecer”, avalia.

Para atender a essa demanda, a empresa têm feito um trabalho forte, sob o mote “negócios de alta performance exigem redes de alta performance”. A idéia é oferecer equipamentos que suportem essas novas requisições sem que ocorra uma degradação da rede. Como exemplo, Troppmair cita a linha de switches da Juniper, que hoje podem possuir portas 10:100 mil e também portas de 10 gigabites. “Todos os nossos equipamentos já vêm com a possibilidade de aquisição de mais portas, ou seja, são escaláveis. Isso significa que não há necessidade de migração de estrutura para o aumento da capacidade”, acrescenta.

Indo mais além, a 3com focou sua estratégia na arquitetura OSN (Open Services Networking), para agregar aos produtos a oferta de serviços, como gerenciamento de rede, controle de SLA (Service Level Agreement) e segurança. “Há um ano, para darmos uma resposta mais efetiva à demanda de nossos clientes, embutimos nas redes a capacidade de prestar esses serviços. Inserimos na nossa linha módulos, como servidores, que executam aplicações e disponibilizam serviços diversos, como vídeo, compressão de dados e PBX IP”, explica Antônio Mariano, diretor de Tecnologia da 3Com.

Já a Cisco aborda o tema virtualização com a mesma maestria dos fornecedores de servidores. “Trabalhamos toda a nossa estratégia de redes e datacenter dentro do conceito consolidação-virtualização-automação”, afirma Rodrigo Uchoa, diretor de Desenvolvimento de Novos Negócios da Cisco. Segundo ele, todas as soluções de infra-estrutura da empresa há tempos são desenhadas e comercializadas dentro do conceito de virtualização.

Para o diretor, o conceito é muito mais importante do que simplesmente reduzir custos e otimizar a área física – trata-se de administrar a infra-estrutura de TI de forma mais simples. “É uma questão de adequar os produtos à demanda do mercado de forma simples, rápida e flexível”, explica.

Colaborou Lílian Cunha

Rodrigo Uchoa, da Cisco: virtualização é mais importante

do que simplesmente

reduzir custos e otimizar a área

física, trata-se de administrar a infra-estrutura de Ti de

forma mais simples.

Claus Troppmair, da Juniper:

demanda por performance de

equipamentos de rede muito maior

do que grande parte dos

fornecedores está preparada para

atender

>infra-estrutura

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UM PRODUTO

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>infra-estrutura

2 6 T i i n s i d e | m A i o d e 2 0 0 8

as empresas do setor de energia só conseguem olhar para o gasto no passado, e não no futuro. Elas conseguem ver o quanto as pessoas usam de energia, mas não podem tomar ações e nem dão ferramentas para o consumidor controlar seu uso e ajudar a combater a degradação do meio ambiente”, afirma Drew Clark, diretor de estratégia do grupo de venture capital da IBM.

Segundo o executivo, com os medidores inteligentes, os consumidores podem, através de uma tela, ver quanta energia estão usando e fazer ajustes em seu consumo de forma a tornar seu uso mais eficiente. “Se você vê que há horas do dia em que não precisa ter o fornecimento no máximo, pode ajustar o consumo para só o necessário”, exemplifica.

Já para a empresa de utility, a ferramenta pode fornecer uma visão geral em tempo real do gasto de energia de ruas, bairros e até mesmo cidades inteiras. “Com essas informações os fornecedores podem ter uma noção exata da demanda, podendo antecipar picos de uso. Assim eles podem se programar e negociar

preços melhores em toda a cadeia de fornecimento”, diz Clark. Isso torna possível um fornecimento mais eficiente, com redução de custos e do impacto ao meio ambiente.

Para montar a solução, a IBM se uniu à e-Meter, startup do Vale do Silício que desenvolveu o software de medição inteligente de uso de energia, à Gridewise, organização não-governamental americana focada em estabelecer standarts para a conservação de energia, e a clientes seus que atuam no setor de fornecimento de energia elétrica. Ao todo já são 150 pilotos rodando em diversos locais do mundo, principalmente em cidades americanas como São Francisco, Houston e Washington. “Atualmente estamos trabalhando pequenos pilotos em cidades menores”, conta o diretor.

A parte da IBM no projeto todo é a construção das “pontes” que fazem todos esses sistemas e equipamentos diferentes conversarem. Oferecendo a camada de integração e os serviços para a costura de todo o sistema, a empresa acaba intermediando o relacionamento entre todas as peças da equação.

Apesar de nenhum dos pilotos já ter se tornado um projeto real, Drew Clark acredita que tanto a tecnologia quanto o mercado já estão prontos. Para ele, inclusive, este tipo de solução pode ir muito além do setor de energia. Mudando-se os coletores de informações, essas ferramentas podem beneficiar outros segmentos críticos de infra-estrutura. “Também temos um projeto na área de recursos hídricos. Os coletores, no caso, são sensores espalhados pela rede de distribuição de água da cidade, que captam informações como queda ou aumento de pressão nos canos, bem como a qualidade da água. Desta maneira, uma distribuidora consegue detectar problemas como um vazamento de forma automática e solucioná-los rapidamente”, diz o executivo. (C.C.)

Quando se fala em TI Verde nos dias de hoje, imediatamente o que vem à cabeça são equipamentos e

sistemas que aumentam a performance das máquinas, geralmente presentes em um datacenter, reduzindo o uso de energia, espaço e refrigeração.

No entanto, há empresas que enxergam muito além desse tipo de aplicação, procurando usos para a tecnologia que melhorem o desempenho de um setor totalmente estrangulado pelo crescimento da população mundial: o de infra-estrutura. Um exemplo disso é a IBM.

Questões como o aquecimento global e a escassez de recursos fundamentais como água e energia deixaram o campo do filosófico e se tornaram problemas reais na vida das pessoas de todo o mundo. No entanto, a busca por soluções inteligentes ganhou uma grande vantagem quando as empresas do setor de infra-estrutura perceberam que qualquer aumento na produtividade não apenas ajuda nas questões ambientais, mas também tem impacto direto na redução de custos.

Sempre de olho em novas oportunidades, a Big Blue, através de seu grupo de Venture Capital, passou a observar startups que estivessem desenvolvendo produtos ligados à redução do impacto da infra-estrutura no meio ambiente.

Um dos primeiros frutos dessa iniciativa está ligado à área de Energia. Pesquisando o mercado, a empresa acabou se interessando por uma solução de medidores de energia, que deixaram de ser um equipamento com apenas a função de medir o consumo, se tornando um software inteligente que troca informações em tempo real com as centrais elétricas.

“Os medidores como são hoje não dão uma visão de como a energia é usada, só dão uma foto estática. Assim,

Grupo de venture capital da iBm busca tecnologias que aumentem a eficiência do setor de infra-estrutura, gerando benefícios para o meio ambiente e redução de custo das operações

do meio ambienteinovação a favor

drew Clark, iBm: aumento na

produtividade não apenas ajuda nas

questões ambientais, mas

também tem impacto direto na

redução de custos

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V Conferência Anual OutsourcingAlavancando Ativos e Serviços de TIpara Melhores Resultados de Negócios

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ClAudiO fERREiRA

Atire o mouse pela janela quem não faz ou fez parte de alguma rede social. O fenômeno mundial que faz com que o MySpace tenha 360 milhões de usuários ou

algo como um em cada quatro internautas do mundo com páginas em seus servidores chama a atenção das corporações que mais e mais buscam pesquisar, entender e, se possível, participar das “conversas” travadas pelos usuários nas listas de discussão e interesse, mas também cogitar a montagem de uma rede social própria, como já fizeram Nestlé, Pepsi e 3M.

No Brasil, aliás, o Orkut se tornou o Bombril das redes sociais. Não, não estamos falando que o site de relacionamento tem as mil e uma utilidades apregoadas pela marca e sim sobre o fato de que a palavra Orkut virou sinônimo de rede social – como o Bombril, que de uma marca de lã de aço virou a própria designação do produto. Essa idéia, no entanto, é limitante, já que a rede criada nos prédios do Google é difundida em larga escala apenas no Brasil, na Índia e em outros países menos votados, e ainda mais pelos parcos recursos se comparada a outras redes.

No mundo, existe hoje um sem número de sites de relacionamento ou redes sociais e a especialização é tremenda. Desde aqueles de caráter executivo ou que conecta universitários e cientistas até os pessoais e voltados para a música – caso do MySpace. O sucesso faz com que as corporações comecem a perceber as possibilidades das redes sociais, como estímulo de marcas, consumo e de relacionamento com o consumidor/usuário (veja ainda o Box: Na sala de aula).

“A discussão está em pauta em muitas empresas, mas ainda estamos na fase do “achismo”. Depois do investimento apressado no Second Life,

>internet

que foi como a bolha da web, as companhias estão um pouco reticentes. Existem alguns projetos interessantes lá fora como a Pepsi, Nestlé, Kodak e Unilever e aqui acho que temos apenas a 3M”, aponta Gil Giardelli, consultor e vice-presidente da Adrenax. Ele afirma que a rede social não traz resultados rápidos e que teme que ocorra o mesmo que aconteceu com os projetos de Intranet no Brasil. “Existiu um modismo, de fazer sem saber como, com muito software e pouco peopleware. Ficaram poucos projetos realmente bons”, completa.

Os objetivosA montagem de projetos locais,

mesmo que já povoando as cabeças

executivas, na prática é algo incipiente. “Estamos na fase do estudo mesmo. Há alguns anos uma cervejaria montou uma rede social, porém não foi para frente. Tivemos alguns clientes que queriam montar, mas ficaram um pouco receosos com a exposição da marca”, revela Lia Alves, gestora do departamento digital da agência Longplay, do Grupo Newcomm. Para ela, um projeto de rede social corporativa depende muito da estratégia da companhia, “acredito que é possível começar com algo mais promocional e depois evoluir para um perfil mais colaborativo”.

Mas quais os objetivos que um projeto de rede social corporativo deve ter em seu escopo? “O primeiro é ampliar o contato com o seu público, expandir a fronteira, e mensurar se o contato gera venda ou brand, ou algo misto. Mas o que impele o cliente é ficar mais próximo do seu público mesmo”, admite Jeff Paiva, gerente de social media da Agência Click. Especialmente as empresas que possuem um SAC muito acessado, podem fazer uso de algo como um SAC 2.0 ou 3.0, com pessoas revisando os problemas e soluções até mesmo de forma independente da companhia diretamente na rede social.

Giardelli aponta que as empresas que visem a abertura de comunicação com os clientes são fortes candidatas. No entanto, ele lembra, existem riscos na montagem de uma rede social. “É como um ser vivo, não tem como controlar totalmente, ele pode se tornar algo que ninguém pensou. Porém, acho mais interessante que intervir em outras redes sociais, ao montar uma rede sua, a empresa consegue humanizar e rejuvenescer a marca”, argumenta, ao citar como potenciais “clientes” os setores de varejo, montadoras de automóveis, telcos e fabricantes de celulares.

Como falamos no início, o mercado brasileiro corre alguns riscos de deformação, ainda mais quando tem como

especialistas mostram como é possível montar um orkut ou myspace e criar uma comunidade de consumidores, colaboradores ou mesmo admiradores

Caia na rede social

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dos investimentos. “Pode chegar a quatro ou seis meses, que é muito. Mas é preciso entender a fundo a estratégia do negócio, fazer pesquisas de consumidor, montar a estratégia e formatar o projeto pensando em todas as demandas – desde aplicativos, a filtros e moderação. E sempre trabalhando junto com o cliente”, garante Lia.

Timing é tudoJá Paiva, da Click, simplifica o tempo-

base em dois meses, um dedicado à análise e outro a montagem do projeto. “Realmente, não se pode demorar muito. Primeiro, recomendo a montagem de uma lista de discussão interna com várias áreas da empresa, para se saber quem está engajado. Isso impede a repetição de erros

de outros investimentos que se tornaram modismo. O primeiro objetivo é gerar lucro, marca é bom, mas não é tudo, e lucrar não exatamente em valores, e sim em ações como redução de chamadas no call-center”, enumera Giardelli.

O grande pavor de muitas empresas nas redes sociais é quando os clientes criam as famosas comunidades: “eu

única ou principal referência de rede social o Orkut. “Ele não é mais uma marca por aqui, virou categoria, é algo como um Band-Aid, Gillete ou Bombril. Muitos executivos falam que queriam um Orkut e não sabem que ele é muito simples e faz sucesso apenas no Brasil. Somente agora é que eles estão abrindo a API para que o usuário brinque com a sua página, por exemplo. Se você comparar com o Facebook ou o MySpace, o Orkut é um fusquinha”, compara Paiva, que se apressa em dizer que os clientes da Click possuem uma visão mais ampla do mercado. E cita o próprio site da Agência Click como uma rede social, no qual existem diversas comunidades com espaços de discussão.

a montagemSe visto corporativamente, com olhos

de quem quer fazer algo que seduza seus consumidores ou a sua comunidade, o Orkut realmente parece algo como uma rede social 1.0. Giardelli, por exemplo, cita o Ning como uma social media que pode servir como um bom exemplo conceitual, “já disseram lá fora que eles vão mudar a web como a estrada de ferro mudou o fluxo de produtos quando da sua implementação”.

O filtro para entender como pode ser criada uma rede social passa pela análise do perfil da empresa, seus objetivos e até mesmo uma análise da marca em outros projetos de social media e no mercado web. “Temos na Click uma área específica para isto, analisamos os dados em cima de um planejamento estratégico e recomendamos o que é interessante para o cliente”, explica Paiva.

Como o tema ainda é muito novo, muitas pequenas agências e consultorias se advogam como especialistas, o que deve ser comprovado. Porém já existem profissionais experimentados. O medo corporativo faz sentido, ainda mais quando se corre o risco de ocorrer algo semelhante ao período da bolha ou mais recentemente com o hype do Second Life. “Ele viveu o boom, deu a caída e agora está começando a voltar como algo mais sólido. Algumas aplicações são interessantes, porém o Second Life ou uma rede social sozinha não é nada. É preciso que o projeto esteja dentro de um plano de mídia bem montado”, aponta Paiva.

Mas quanto tempo é necessário para a montagem de um projeto de rede social, desde a análise até o seu lançamento? O timing pode evoluir de dois até seis meses, de acordo com a complexidade da marca e

odeio...”, algo que pode se reproduzir em alguma escala no site próprio. Como mediar isto é uma grande dúvida do mercado. Entre os especialistas, a visão é que a moderação precisa ser bem soft, caso contrário a comunidade se afasta e vira mesmo inimiga da marca. A empresa precisa deixar as pessoas falarem, e a partir do momento que acontece um comentário fora do padrão, o mediador deve entrar em contato com a pessoa. O mediador precisa ser um educador. “O processo de convivência digital passa pelo sentido de saber que você ou a empresa não tem razão todo o tempo”, alerta Paiva.

E qual o futuro, teremos uma avalanche de redes sociais corporativas

tentando seduzir seus clientes/usuários ou não passa de algo que precisa ser estudado a partir do que já existe? Para Lia, da Longplay, veremos os primeiros projetos locais ainda este ano, no segundo semestre. “Especialmente empresas voltadas para educação e, talvez, aquelas ligadas ao consumo com um mote promocional”, completa.

Rede social também virou objeto de estudo, não apenas acadêmico como com fins práticos. Em abril, a JumpEducation – Digital Media Academy, empresa de educação e capacitação de profissionais em novas mídias e negócios digitais,

montou o primeiro curso de Estratégias de Comunicação com Redes Sociais, atraindo algo como 45 profissionais interessados em ouvir profissionais de mercado e uma alta executiva do MySpace sobre o funcionamento e as possibilidades das redes sociais.

A Jump pretende agora oferecer novas turmas, por conta da grande demanda no assunto, e já tem uma nova classe marcada para o dia 25 de junho. “O tema está muito quente, o Orkut, o MySpace e outros sites são campeões de audiência e as corporações querem entender a estratégia. Queremos replicar e atualizar o conteúdo com a nova turma, trazendo os mesmo profissionais do primeiro ou mesmo outros especialistas, afinal o meio digital muda muito rápido”, atesta Maristela Alves, diretora de conteúdo do JumpExec, portal da JumpEducation, e coordenadora das oficinas.

O perfil dos alunos misturou pessoal de agências, assessoria de imprensa e também de corporações. “Os anunciantes precisam entender o tema para aproximar suas marcas até onde o consumidor está. E os intermediários (assessorias e agências de marketing) querem ajudar os seus clientes”, explica Maristela. As aulas/apresentações ministradas pelos profissionais do mercado se centraram no conceito, na mecânica de montagem das redes e em experiências de mercado, com destaque para a apresentação/case do MySpace, talvez o site mais bem sucedido no tema redes sociais em todo o mundo.

nA sALA de AuLA

o mercAdo brAsiLeiro corre ALguns riscos de deformAção, AindA mAis quAndo tem como únicA ou PrinciPAL referênciA de rede sociAL o orkut.

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3 0 T i i n s i d e | m A i o d e 2 0 0 8

A frase não é nova: “se a Microsoft está investindo é porque o mercado vai lucrar com esse produto”. Ainda mais quando a companhia de

Bill Gates coloca 1,2 bilhão de dólares na mesa para comprar uma empresa emergente, no caso a Fast Search and Transfer, que produz sistemas de busca corporativa. Corroborando com essa idéia de mercado em ascensão e olhando a partir do prisma das corporações, o Gartner liberou uma pesquisa recente na qual aponta que algo como 90% das corporações do Global 2000 – grupo que reúne as maiores empresas mundiais – terão a ferramenta até 2012.

A aquisição da Microsoft é tão recente, finalizada em abril, que não existe a área do produto no Brasil, por exemplo. No entanto, executivos da matriz demonstraram toda a sua euforia com a aquisição. “Com nossas companhias combinadas, estaremos

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capacitados a oferecer aos clientes aquilo que eles mais querem, uma estratégia para suas necessidades de busca de informação, da mais básica a mais complexa. Estou incrivelmente entusiasmado para trabalhar

com o time da Fast”, afirmou Jeff Teper, vice-presidente corporativo para Office Business Platform da Microsoft.

O negócio teve um prenúncio de namoro em agosto do ano passado, quando a Microsoft passou a integrar os produtos da Fast na plataforma Sharepoint, e no final do ano foi precedido pelo lançamento de um pacote de busca que reunia a tecnologia do Windows Live Search com o Sharepoint Server. Agora, com as ferramentas da Fast, a empresa sobe ainda mais nessa pirâmide.

Não por acaso, a Microsoft já é colocada entre os grandes players do segmento ao lado de companhias como a Business Objects – agora uma divisão da SAP –, Google, IBM e mais 12 empresas de médio e pequeno porte, de um total de 60 players no nicho. “Os grandes e pequenos fornecedores vão competir pelas oportunidades de negócios usando diferentes estratégias. Muitos vão prover ofertas horizontais específicas para determinados tipos de conteúdo das organizações e outras venderão em OEM

de acordo com pesquisa do Gartner, em quatro anos algo como 90% das grandes corporações terão adotado soluções de busca corporativa. muito mais que uma mera pesquisa como a feita hoje na web, as soluções atendem a uma maior complexidade e estão movimentando o mercado, como a compra da Fast search pela microsoft pela cifra de mais de 1 bilhão de dólares

Não deixe para 2012

“ As soluções atuais estão

amadurecendo do simples

search, a busca simples na qual

aparecem milhares ou milhões de

ocorrências, para oferecer

exatamente aquilo que o

usuário deseja achar”

SéRgiO fORTuNA, dA ibM bRASil

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O gigante se moveSinônimo de busca na web para os

usuários, o Google quer migrar para o segmento corporativo com o lançamento do Google Search Appliance, solução que integra hardware e software e traz features como relevância aprimorada, acesso a mais conteúdos que não apenas web e opções de segurança. Por meio da interface que se assemelha a tradicional caixa de seu site, o usuário pode acessar dados perdidos em servidores web, servidores de arquivo, sistemas de gerenciamento de conteúdo, bancos de dados relacionados e aplicativos corporativos. E, como enfatiza o Google, acessando 220 formatos de arquivo diferentes em 109 idiomas.

Para pesquisas a partir de 500 mil documentos – podendo chegar a 30 milhões – o appliance custa 30 mil dólares. No Brasil a solução é comercializada pela distribuidora Westcon, que sucede a Mude – envolvida no

dentro de soluções de BI, CRM ou ECM (enterprise content mangement). Busca e acesso a informações já são um importante componente para as corporações”, garante Tom Eid, analista do Gartner.

Evolução acelerada

O potencial de crescimento vislumbrado por executivos ligados às empresas interessadas neste segmento também dá sentido às previsões do Gartner (veja mais no Box: Os drivers do mercado). “Todo mundo busca informações na web o tempo todo. E até mesmo dentro do seu computador. As soluções atuais estão amadurecendo do simples search, a busca simples na qual aparecem milhares ou milhões de ocorrências, para oferecer exatamente aquilo que o usuário deseja achar”, garante Sérgio Fortuna, executivo da área de information management da IBM Brasil. A Big Blue, aliás, também comprou uma empresa especialista, a iPhrase Systems, para ajudar a incrementar a sua solução.

Outro gigante, a SAP, também comprou um convite para este mercado ao adquirir a Business Objects. Por tabela a alemã levou o produto Polestar, solução que, como enfatiza o fabricante, pretende atuar dentro do binômio simplicidade e velocidade no campo dos mecanismos de busca para trazer respostas mais velozes. “Os mecanismos de busca da Internet simplificaram a descoberta de informações e documentos espalhados em milhares de máquinas por todo o mundo em poucos segundos. Os usuários de negócios não tinham uma ferramenta ‘self-service’ para explorar os dados corporativos armazenados nos sistemas e bancos de dados da companhia, porém com o Polestar os usuários poderão fazer buscas com palavras familiares para descobrir informações, aumentando a produtividade e a confiança na tomada de decisão”, argumenta Juliette Sultan, vice-presidente de information discovery e delivery da Business Objects.

Não está claro se o mercado já entrou na fase de consolidação de seus players ou se estamos apenas no seu prefácio, mas os valores assustam. Uma empresa especializada no tema como a Autonomy, por exemplo, vale, de acordo com o Gartner, algo como 4 bilhões de dólares – pouco mais de três vezes o valor da Fast Search and Transfer. Pela relevância e crescimento cada vez maior dos dados corporativos é de se esperar que tenhamos um mercado aquecido. No entanto, é estranho que uma empresa como a Autonomy tenha esse valor quando se espera em 2012 que todo o mercado global gire pouco menos de 1,5 bilhão de dólares, não?

caso Cisco – e ainda por canais como a Promon, E-Storage e Datacraft. A meta do Google é estimular os canais locais para que eles vendam a solução e lucrem com serviços agregados.

Fortuna, da IBM, revela que a venda de buscadores corporativos acaba se tornando uma oportunidade para prestar serviços em outras áreas dentro da corporação, agregados ao conteúdo e gerenciamento de dados. “Tecnicamente a implementação de uma solução é fácil, nosso produto faz a indexação automática, por exemplo, mas sempre é necessária alguma customização para ele atender aos requisitos do ambiente corporativo, como segurança”, aponta o executivo da Big Blue.

panacéia nãoEm alguns casos, Fortuna já se

deparou com ambientes pouco ou nada estruturados ou extremamente confusos. “Já encontramos empresas que tinham sites que atendiam pessoas físicas e jurídicas, de forma duplicada. Ou seja, o buscador achava dois links para a mesma informação. E não dá para o buscador remendar algo que foi feito antes, ele fica por cima das camadas, é o cliente precisa resolver a integração”, completa.

Como diferencial, Fortuna aponta que a solução da IBM nasceu voltada diretamente para o mercado corporativo e atendendo a todos os repositórios de informações. “Nos destacamos pela diversidade de bases de busca e temos integrada uma ferramenta de classificação de conteúdo (o Classification), que pode tanto trabalhar dentro do universo Office quanto em e-mail, a partir de uma taxonomia e também com filtros de acesso, a partir do cargo do executivo ou mesmo do caminho da busca realizado”, enumera.

A eficiência de buscas mais rápidas e precisas, além de maior produtividade, pode servir como redutor de custos internos em outras áreas, como call-centers ou mesmo suporte interno, vantagens que não transformam o produto em um remédio eficiente para problemas pré-existentes ou ligados a contínua gestão de seus dados. “As empresas não podem ter a idéia de que vão poder relaxar com a indexação, taxonomia e classificação apenas por ter o buscador. A solução não é mágica, ela facilita, porém não resolve a gestão das informações. Já vi esse relaxamento em empresas grandes por conta de uma expectativa exagerada”, completa Fortuna. (C.F.)

De acordo com a análise do Gartner, alguns fatores servem como importantes drivers para que

as corporações acelerem as compras do ferramental, desde features dos produtos até fatos como a cultura de busca na Internet e mesmo a explosão de conteúdos e dados nas corporações. Veja os principais pontos destacados pela pesquisa:

n melhoria das tecnologias, especialmente de busca e taxonomia, com opções de busca avançada mais eficientes;

n novas funções nos produtos como resultados relevantes, palavras-chaves e campos de busca, além de guias de navegação, múltiplas linguagens e melhor visualização;

n interface de busca presente em aplicações em OEM;

n incremento da busca em repositórios como PCs, caixa de e-mail, Intranet e web em geral;

n aumento exponencial dos dados e conteúdo corporativos;

n popularidade dos mecanismos de busca na web entre os usuários;

n uso do XML como tecnologia de acesso aos conteúdos;

n utilização em maior escala de ferramentas de BI;

n demanda por acesso a informação especializada, seja interna ou do consumidor;

n maior demanda por bookmark social, com os usuários utilizando tags para organizar a produção de conteúdo.

os drivers do mercAdo

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ClAudiO fERREiRA

Se o mercado de portais corporativos fosse uma pessoa, teria algo como 13 anos. Ou seja, tem razoável informação, não é mais ingênua,

questiona muito, mas ainda tem uma estrada para se tornar maduro e adulto. É claro que a sensação do tempo na internet é bem diferente daquela sentida pelas pessoas e a possibilidade de chegar à maturidade na web pode ser uma questão de um ou dois anos. Porém ainda existem desafios para se chegar lá.

Essa é conclusão que pode ser extraída da 3ª Edição pesquisa Índice de Maturidade dos Portais Corporativos Brasileiros (IMP Brasil 2007), realizada pelo Grupo Conectt, e também da conversa com especialistas do mercado. “Passamos da fase de infância e da falta de clareza dos portais. Ainda não estamos na maturidade plena, mas o avanço dos portais é latente. No conceito de Portal cabia tudo e não existia uma cara, agora há uma clareza. Especialmente quando se fala em acessar o conteúdo legado e sobre espaço de colaboração”, argumenta Ricardo Saldanha, líder da pesquisa (veja mais sobre ela no Box: Radiografia do mercado).

A evolução no conceito e nas experiências de portais é constante, porém, claro, existem experiências em diferentes estágios. “O cenário mudou radicalmente nos últimos cinco anos.

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>internet

Como alguns segmentos e empresas investiram mais, há um certo desnível, mas os websites corporativos têm um bom grau de maturidade atualmente”, assegura André Matos, executivo da Lumis, empresa que presta serviços em web para companhias como Magazine Luiza, Coca-Cola, Icatu Hartford e o Novo Telecurso (antigo Telecurso 2000) – da Fundação Roberto Marinho. Para Matos, maturidade é traduzida, principalmente, como aderência ao business da empresa e no suporte a estratégia.

Uma mudança importante é que os websites atuais são construídos de forma mais profissional que há quatro ou cinco

anos. No mundo corporativo não se usa mais a solução caseira – salvo empresas de médio porte para baixo – e “criativa” de se fazer um site. Os projetos são mais bem estruturados e é comum nas empresas, mesmo aquelas que reformulam seus portais, gastarem em planejamento, definam a navegabilidade e a usabilidade do site antes de seu lançamento. Assim como as metodologias dos provedores e mesmo o ferramental de construção evoluiu. “A corporação sabe que precisa estar de acordo com a cobrança dos clientes na rede, que aumentou muito também. Há alguns anos, as informações demoravam mais para ser publicadas, enquanto hoje é tudo automático. O tempo de resposta é maior”, alerta Matos.

Resistência zeroAssim como não há mais a empresa

que resiste à web, o pensamento é não só estar lá como montar algo duradouro e que reafirme os valores e o pensamento corporativo. “As empresas, principalmente as grandes, sabem que ao abrir suas informações interna ou externamente elas têm apenas a ganhar, deixar de ser apenas números e se humanizar. Já na intranet, fazer com que o usuário colabore para melhorar o ambiente é essencial para que o site ganhe vida”, compara Tiago Luz, gerente de Search, Midia Online e Data Intelligence da Mídia Digital, empresa que desenvolveu sites para o HSBC e Tecnisa, por exemplo.

os websites corporativos, de acordo com a pesquisa imP Brasil 2007, estão em plena puberdade e crescendo. mas ainda há um bom caminho até a fase “adulta”, tanto em uso como na adoção de conceitos como web 2.0

“Ainda encontramos

executivos que caem de pára-

quedas na administração

dos projetos. não existe uma visão executiva de que os portais podem trazer resultado.”

TiAgO luz, dA MídiA digiTAl

À beira damaturidade

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Mas qual o perfil que pode ser chamado de ideal ou maduro quando falamos em portais corporativos? De acordo com a análise do estudo IMP, o site precisa se apoiar fortemente em três grandes pilares: tecnologia, conteúdo e colaboração. No primeiro, o site deve ser web-based, apoiado por frameworks, promovendo a integração a legados e com uma lógica SOA (Service Oriented Architecture) ou arquitetura orientada a serviços. No conteúdo, precisa ter fluxo e gestão nas informações geradas, com facilidade de acesso e recuperação do conteúdo, e baseado fortemente nos conceitos de web 2.0. Já o pilar de colaboração, parte da utilização do meio digital como acelerador do processo, viabilizando a localização e acesso a especialistas e conhecimento.

Mas, claro, os três precisam trabalhar de forma integrada e sistêmica, que é o que vai diferenciar o grau de maturidade dos estágios abaixo e significar a diferença entre a inovação e o crescimento e o uso pouco efetivo da web. “O problema é que o mundo corporativo ainda é conservador. O usuário está sempre na frente, a área de TI tem uma série de preocupações e está acima delas o uso de ferramentas colaborativas, por isso a adoção é mais lenta nas organizações, salvo algumas exceções. Esse é um aspecto para discussão, assim como o uso do conceito Web 2.0”, garante Saldanha.

EntendimentoNo entanto, a corporação precisa

entender aquilo que faz sentido trabalhar no seu portal. Algumas empresas, por exemplo, lidam direto como o consumidor final, e uma presença forte na web é fundamental. “No geral existem tendências fortes como o uso de ferramental 2.0, que pode trazer benefícios para qualquer empresa, numa escala maior ou menor. Tornar o portal uma área de troca com o cliente ou com os colaboradores, no qual estes contribuem para o sucesso da corporação, é primordial para todo mundo”, explica Matos.

Na pesquisa, 83% das companhias participantes ainda possuem um uso limitado do seu portal, “basicamente um repositório de informações e conteúdos; mais estático que dinâmico. E a maioria dos usuários utiliza primordialmente para consulta (com 32%)”. Ou como um site que “além de veicular informações e conteúdos, também fornece serviços (solicitações, agendamentos, etc) e links para outros sistemas corporativos. Usuários utilizam para consulta e também para solicitar ou

“os websites corporativos têm um bom grau de maturidade atualmente”ANdRé MATOS, dA luMiS

aprovar serviços (51%)”. Já os sites que evoluíram para um aspecto forte de colaboração, o estágio que seria o mais evoluído, ficam com apenas 5% (veja o quadro comparativo ao lado).

O investimento dos portais foca tanto em direção à Internet como intranet. A abordagem é que é diferente para um e outro, assim como a forma e mesmo os benefícios, porém ambos devem trabalhar integrados. “O que temos visto com freqüência é uma maior comunicação entre os dois, o conteúdo acaba ficando mais próximo. A abordagem não é igual, mas os serviços podem ser comuns em alguns pontos”, argumenta Matos. Enquanto o portal externo tem muito a ver com a marca e a sua percepção, a intranet deve focar na inteligência.

A idéia de maturidade passa pelos ambientes de internet e intranet, para Saldanha, organizador da pesquisa, de forma diferente. “A infra-estrutura pode ser similar. O que muda é o tratamento, o que está relacionado com o B2C deve ser trabalhado de modo diferente. As respostas e as necessidades na intranet são outras”, garante o analista.

O conceito de Web 2.0, com o uso de blogs e participação dos usuários, deve ser a tônica em uma e outra rede. Luz, da Mídia Digital, cita os exemplos de seus clientes, “enquanto a Tecnisa buscou fortemente a participação do cliente com blogs e outras ações, o HSBC buscou ampliar a experiência da comunidade que acessa a intranet, trazendo mais informações e ampliando o conteúdo de RH”.

MiopiaUma das questões da pesquisa,

quem deve liderar o projeto, corrobora para a visão de puberdade do mercado.

quAl dESTAS dESCRiçõES CARACTERizA MElHOR A iNTRANET Ou PORTAl dA EMPRESA?

quAl áREA dA ORgANizAçãO lidERA Ou é RESPONSávEl PElA iNTRANET?

32% 5% 12%

51%

41%

15% 5%

39%

Ela é basicamente um repositório de informações e conteúdos; é bem mais estática do que dinâmica. A maioria dos usuários utiliza primordialmente para consulta.

Além de veicular informações e conteúdos, ela também fornece serviços (solicitações, agendamentos, etc) e links para outros sistemas corporativos. A maioria dos usuários utiliza para consulta e também para solicitar ou aprovar serviços.

Ela tem conteúdo, é dinâmica e oferece serviços – mas vai além, pois muitos sistemas estão diretamente integrados no ambiente (os funcionários os utilizam dentro da própria intranet, sem ter que colocar outra senha nem mudar de layout). Pode haver funcionalidades de colaboração, mas elas não são o item principal. Boa parte das pessoas a utiliza como ferramenta de trabalho, principalmente individual.

Ela tem tudo que as anteriores têm – e ainda mais. Além de dar fácil acesso a informações, serviços e sistemas, ela também estimula o encontro das pessoas, a colaboração e a inovação. Pode haver um diretório detalhado dos colaboradores, permitindo que sejam identificados pelos temas de interesse comum ou por projetos realizados. As comunidades de prática seguem objetivos claros, com papéis bem definidos, podendo haver também iniciativas de e-learning (ensino a distância). Boa parte das pessoas a utiliza para trabalhar, inclusive em equipe.

TI (Tecnologia da Informação), Informática ou área similar define os rumos sozinha, com pouca ou nenhuma participação das outras áreas.

Comunicação, Marketing, RH (Recursos Humanos) ou área similar, com participação de TI com foco maior em operacionalizar, sem que ela se envolva muito com os rumos da intranet propriamente dita.

Um comitê envolvendo mais de uma área, que normalmente tem mais foco em decisões tático-operacionais.

Um comitê envolvendo mais de uma área, desdobrado em estratégico e operacional, contando pontualmente ou regularmente com a participação da alta direção nas decisões sobre os rumos da intranet.

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>internetComo mostrou a pesquisa da IMP, algo

como 80% dos portais são administrados por áreas em separado, apenas 15% com comitês que envolvem áreas corporativas e 5% com comitês que contam com participação da alta direção.

“O problema é que TI, normalmente, tem uma visão míope, porque não olha o business. Já Marketing e RH possuem um olhar mais de comunicação. Mas como o portal é horizontal ele deve extrapolar isto tudo. A idéia do comitê é o nível mais maduro, no qual é possível estabelecer uma governança”, admite Saldanha. É claro que as corporações não vão todas evoluir ao mesmo tempo em direção aos comitês, mas algo como 40% (o dobro do que existe hoje), já mostraria uma visão mais “adulta” do mercado.

Luz, da Mídia Digital, concorda que existe a divisão atual, com uma área no comando, e aponta que a menos ruim é quando fica a cargo do setor de RH. “Mas ainda encontramos executivos que caem de pára-quedas na administração dos projetos. Ainda não existe uma visão executiva de que os portais podem trazer resultado. Acredito que isto depende do tamanho da empresa, no HSBC, por exemplo, existe uma visão muito profissional”, compara.

Mirar naquilo que a Web 2.0 traz em termos de participação e colaboração dos usuários é, ou deveria ser, uma meta para os portais, porém não existe uma receita de bolo. Usar ou não blogs deve estar relacionado a se a ferramenta é apropriada ao business e não pela sua utilização em si.

“Vejo o uso do Web 3.0 (também chamado de web semântica) como uma evolução. Faz sentido quando se tem um grande volume de informações e serviços, e associar a uma semântica da 3.0 pode ser importante. No entanto, ainda não vejo isso ser usado na prática”, afirma Matos. Avançar no mundo 3.0 pode ser algo inevitável de acontecer, uma necessidade a medida que o volume de informações cresce exponencialmente, até para que a empresa use no seu próprio site outros serviços e conteúdos criados por terceiros.

Integração Entre as ferramentas, o Ájax se tornou

sinônimo de Web 2.0, mas ele não está sozinho. Soluções que visam a melhoria do acesso, da navegabilidade e da integração com as bases de dados da companhia são mandatórias. Hoje, de acordo com os números levantados na pesquisa, 63% dos portais já trazem integrações básicas, 17% tem uma boa integração e 5% estão no patamar de uso profundo das informações

de todas as bases, ou seja, apenas 15% têm pouca ou nenhuma integração.

Assim como os aspectos de busca e colaboração, quanto mais elevados maior o grau de maturidade do portal, são bons indicadores do quanto a integração entre as bases de dados são importantes. “Quanto mais fácil e dinâmico for a recuperação da informação melhor. Não importa ter mil ou milhões de documentos, mas sim quantas vezes eles foram reutilizados. É muito complicado ter um portal que não inclua busca, mas isto não quer dizer que a empresa acordou para o reuso dos seus dados”, aponta Saldanha. Hoje, apenas 2%

“no conceito de Portal cabia tudo e não existia uma

cara, agora existe uma

clareza. especialmente quando se fala em acessar o

conteúdo legado e sobre espaço

de colaboração”RiCARdO

SAldANHA, dA CONECTT

Nas edições anteriores a pesquisa IMP era aberta, com as respostas captadas por meio de um site. Este ano, as pessoas tinham que se candidatar a participar e a idéia era focar mais na qualidade das repostas

que na quantidade, o que fez com que o número de participantes caísse de 150 para 67 nesta última versão. Dentre as que responderam, de acordo com a análise da pesquisa, as empresas de grande porte e de serviços são as que tem portais mais bem estruturados. Quanto maior a organização, mais informações, mais desafios na infra-estrutura e maior o apelo para que elas invistam.

rAdiogrAfiA do mercAdo

das companhias da pesquisa possuem recuperação de conteúdos em alto nível.

Existe uma necessidade latente de organizar o conteúdo nos portais, porém essa é a última fronteira a ser alcançada aqui, assim como a colaboração plena é a última linha para se atingir a idéia de maturidade. “Falta estruturação aqui. Tem muito a ver com a governança da comunidade”, analisa Saldanha.

Ligado intimamente ao conteúdo, a gestão de conhecimento também engatinha se analisados os números da pesquisa. Apenas 5% das empresas “utilizam a intranet não só como repositório, mas também para fomentar a inovação, explorando intensivamente funcionalidades e políticas de colaboração”, como afirma o documento do IMP.

“Acho que importante ter uma visão dos três pólos de atuação do portal (tecnologia, conteúdo e colaboração), porém de forma integrada. Não verificamos um salto estrondoso mas enxergamos uma maior agregação de valor. O cenário geral é que a proposição de valor está mais clara e as empresas estão avançando”, Saldanha, analisa a pesquisa como um todo em comparação com a feita no ano anterior. O futuro? Para os analistas de mercado, devemos evoluir rápido para melhores graus de maturidade, talvez, no próximo ano, os portais sejam um rapaz de 18 anos, saindo da puberdade e quase adulto.

Veja mais alguns dados da pesquisa, a partir das múltiplas questões:

51%

47%0%

56%

Característica do portal – o básicoo vêem como um veículo de informações e conteúdos que também fornece serviços (solicitações, agendamentos, etc) e links para outros sistemas corporativos. A maioria dos usuários utiliza para consulta e também para solicitar ou aprovar serviços.

Visão da alta organização – visão maduraa analisam como algo útil ou crítico para o business

dos sites de intranet não tem funcionalidades para automatizar tarefas. Os fluxos dependem de papel e carecem de agilidade e controle das respostas.

intranet e os fluxos de trabalho – os extremospossui portais nos quais a maior parte dos processos está bastante automatizada, inclusive os complexos, utilizando ferramentas avançadas de BPM (Business Process Management) integradas na intranet.

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