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A FOLKCOMUNICAÇÃO NA ERA DA CONVERGÊNCIA MIDIÁTICA DIGITAL: DA FOLKSONOMIA ÀS NARRATIVAS FOLKMIDIÁTICAS TRANSMÍDIA 1 Marcelo Sabbatini 2 Resumo Com a penetração das tecnologias de comunicação e informação de forma cada vez mais ubíqua em todos os âmbitos da vida social, refletimos criticamente sobre os múltiplos conceitos de convergência, tanto no âmbito da relação mídia-cotidiano como sobre os aspectos midiáticos-tecnológicos, ressaltando ser ela fruto da ação humana, na proposta de “cultura de convergência” de Henry Jenkins. Como características das mídias digitais interativas, ressaltamos o advento do receptor-produtor dos bens culturais, segundo uma lógica de participação e de cooperação e a formação de uma inteligência coletiva, traçando paralelos com o ativista midiático da teoria da Folkcomunicação e com o conceito de folksonomia da Ciência da Informação. Para os grupos marginalizados do sistema hegemônico de comunicação, possíveis implicações desta convergência de meios e formatos, incluindo as redes sociais e as ferramentas de construção coletiva do conhecimento são a emergência das plataformas e narrativas transmídia, integrando e complementando as expressões folkcomunicacionais tradicionais. Palavras-chave Folkmídia, convergência digital, transmídia, folksonomia. Abstract With the ubiquitous penetration of information and communication technologies in all contexts of our social life, we critically reflect upon the multiple concepts of convergence, either in the media-life relationship as well as in the media-technology's, highlighting that this process results from human action, as in the “convergence culture” proposed by Henry Jenkins. As main features of the interactive digital media we stress out the rise of the receptor-producer of cultural goods, in a logic of cooperation and the formation of a collective intelligence, drawing a parallel with Folkcomunnication theory and the folksonomy concept from Information Sciences. For groups marginalized from the hegemonic communications system, possible implications of this media and platforms convergence, including social networks and collaborative knowledge building tools, the upcoming of transmedia narratives may integrate and complement traditional Folkcommunication expressions. Keywords Folkmedia, digital convergence, transmedia, folksonomy. RAZÓN Y PALABRA Primera Revista Electrónica en América Latina Especializada en Comunicación www.razonypalabra.org.mx Folkcomunicación NÚMERO 77 AGOSTO - OCTUBRE 2011

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AFOLKCOMUNICAONAERADACONVERGNCIAMIDITICA DIGITAL:DAFOLKSONOMIASNARRATIVASFOLKMIDITICAS TRANSMDIA1 Marcelo Sabbatini2 Resumo Comapenetraodastecnologiasdecomunicaoeinformaodeformacadavez maisubquaemtodososmbitosdavidasocial,refletimoscriticamentesobreos mltiplos conceitos de convergncia, tanto no mbito da relao mdia-cotidiano como sobre os aspectos miditicos-tecnolgicos, ressaltando ser ela fruto da ao humana, na propostadeculturadeconvergnciadeHenryJenkins.Comocaractersticasdas mdiasdigitaisinterativas,ressaltamosoadventodoreceptor-produtordosbens culturais,segundoumalgicadeparticipaoedecooperaoeaformaodeuma intelignciacoletiva,traandoparaleloscomoativistamiditicodateoriada Folkcomunicao e com o conceito de folksonomia da Cincia daInformao. Para os gruposmarginalizadosdosistemahegemnicodecomunicao,possveisimplicaes desta convergncia de meios e formatos, incluindo as redessociais e as ferramentas de construocoletivadoconhecimentosoaemergnciadasplataformasenarrativas transmdia,integrandoecomplementandoasexpressesfolkcomunicacionais tradicionais. Palavras-chave Folkmdia, convergncia digital, transmdia, folksonomia. Abstract Withtheubiquitouspenetrationofinformationandcommunicationtechnologiesinall contextsofoursociallife,wecriticallyreflectuponthemultipleconceptsof convergence,eitherinthemedia-liferelationshipaswellasinthemedia-technology's, highlighting that this process results from human action, as in the convergence culture proposed by Henry Jenkins. As main features of the interactive digital media we stress out the rise of the receptor-producer of cultural goods, in a logic of cooperation and the formation of a collective intelligence, drawing a parallel with Folkcomunnication theory and the folksonomy concept from Information Sciences. For groups marginalized from thehegemoniccommunicationssystem,possibleimplicationsofthismediaand platforms convergence, including social networks and collaborative knowledge building tools, the upcoming of transmedia narratives may integrate and complement traditional Folkcommunication expressions. Keywords Folkmedia, digital convergence, transmedia, folksonomy. RAZN Y PALABRAPrimera Revista Electrnica en Amrica Latina Especializada en Comunicacin www.razonypalabra.org.mx Folkcomunicacin NMERO 77AGOSTO - OCTUBRE 2011Introduo Desdequesefezpresentecomotecnologiatransformadoradasociedadeedacultura, emmeadosdosanos1990,aInternettornou-seobjetodeestudodeumalegiode pensadores, filsofos, comuniclogos, educadores, bibliotecrios, administradores, etc., que viram no conceito de rede digital uma soluo para os males que afligiam o mundo. Vriosforamosmodismoseastendnciasdeumaanlisecientficadasnovas3 tecnologiasdeinformaoecomunicao;sintetizando,poderamosdestacaralguns aspectos deste panorama. Emprimeirolugar,aconvergnciadigital,comaunificaodosfluxos comunicacionais,emtermosdecanais,deprodutosmiditicosemesmodoscontextos ondeocorremacomunicao,emdireoaumasnteserepresentadapelaWeb.Nesta convergncia,ainteratividadedomeiodigitalpermitiriaqueotradicionalreceptor, elementopassivodoprocessocomunicacional,transformasse-seumreceptor-emissor, capazdeproduziramensagem,aomesmotempoqueaconsumisse.Atuandoem comunidadesvirtuais,cooperandolivremente,estesreceptores-emissorescriariamuma inteligncia coletiva, uma ao cognitiva em conjunto maior que as somas das partes. Eaoserdeusolivre,comparticipaoabertaeregidaporgestodemocrtica,esta convergnciadigitaltambmconsistiriaumimportantepassoparasealcanarum estadodecibercidadania,configurandooterceiroentornocaracterizadopelo filsofoespanholJavierEcheverra(1999).FrenteNaturezaeurbanidadedapolis, este seria um novo espao para a atuao social do ser humano, ainda que reconhecida suanaturezapolticaesocial.Emcontraposioideia(algoromntica)dequea tecnologiainformticaaliadasredesdecomputadoressencialmentedemocrticae libertadora, o terceiro entorno reproduz relaes e estruturaseconmicas e de poder, constituindo um neo-feudalismo dominado pelas empresas transnacionais. Apesardessaanliseinicialmentepessimista,Echeverrapropsumprotocolo (idealizado)detesescujoobjetivoseriahumanizaroterceiroentorno,comopor RAZN Y PALABRAPrimera Revista Electrnica en Amrica Latina Especializada en Comunicacin www.razonypalabra.org.mx Folkcomunicacin NMERO 77AGOSTO - OCTUBRE 2011exemplo,consider-loumnovombitoparaodesenvolvimentoeaperfeioamentoda humanidadeemgeral(cosmopolitismo)eparaosindivduosemparticular,comnovas possibilidadesdeaoedeinterao.Nestesentido,deverserconsideradoo componentehumanoesocialdodesenvolvimentotecnolgico,demaneiraqueoxito dependa da percepo social e dos valores humanos. diantedestepanoramaquebuscaremossituaralgumaslinhasdepensamentoede anlise amparadas no aporte terico da Folkcomunicao. Ideada em meados da dcada de1960comoteoriaexplicativadosfluxoscomunicativosrealizadosporcamadas excludas da sociedade, nossa proposta explorar novos camposde aplicao da teoria folkcomunicacional nocontexto das tecnologiasde informao ecomunicao. Assim, aore-contextualizareavaliararelevnciadadisciplinafundadaporLuizBeltropara tempos atuais, percebemos que H,contudo,umaoutradimensodofenmeno,nemsempre perceptvelaolhonu,masquerepercuteintensamentenas conversaesfamiliares,projeta-senosgruposdevizinhanaeacaba sendo incorporada ao universo simblico das comunidades perifricas. Trata-sedomosaicoculturalqueamdiaglobalizadaenseja diariamente,rompendooisolamentosocialemqueoscidados comunsviveramatrecentemente.Costumes,tradies,gestose comportamentosdeoutrospovos,prximosoudistantes,circulam amplamentenaaldeiaglobal.Damesmaforma,padresculturais quepareciamsepultadosnamemrianacional,regionaloulocal ressuscitamprofusamente,facilitandoainteraoentregeraes diferentes,permitindooresgatedecelebraes,ritosoufestas aparentemente condenados ao esquecimento (MARQUES DE MELO, 2008). Aindamais,tratandoespecificamentedamdiadigital,aFolkcomunicaopresentena Internet ser Capazdepotencializaroacervocognitivoeabagagemculturaldos gruposmarginalizadosedoscontingentesexcludos,aredemundial de computadores propicia condies para a atualizao dinmica desta novadisciplina.Noseubojo,osgneros,formatosetipos folkcomunicacionaisfluemregularmenteatravsdaweb.Semperder RAZN Y PALABRAPrimera Revista Electrnica en Amrica Latina Especializada en Comunicacin www.razonypalabra.org.mx Folkcomunicacin NMERO 77AGOSTO - OCTUBRE 2011asidentidadesquelhesdosentidohistricoevigorintelectual,eles ganham difuso alm das fronteiras em que germinaram e floresceram (MARQUES DE MELO, 2005). Nestalinhadepensamento,destacamosdoiscamposinter-relacionadosonde vislumbramosestepotencialdeatualizao:aconvergnciamiditicaeachamada folksonomia. Planos convergentes Senomundoatualoscontextosdeeducao,comunicao,trabalho,consumoecio convergemcomoadventodeumaSociedadePs-Industrial,esteprocessoacelerado porummovimentoparalelo,quevosmeiosdecomunicao(mdias)esua acompanhanteindstriadedispositivoseaparelhoseletrnicos,compartilhando objetivos,funeselinguagens.Comotecnologiadesntese,seraInterneto principal terreno de confluncia dos diversos formatos comunicativos. Segundo Briggs e Burke (2004), embora o termo convergncia ganhe notoriedade na dcadade1990,quandoasplataformasinformticaspossibilitaramaintegraode textos, imagens estticas ou em movimento, sons e outros tipos de representao em um mesmocanal,estajunojocorriaanteriormente.Atualmente,osmeiosde comunicaotradicionaiscomordio,jornaletelevisosemesclam,sobagideda multimdia;comoadventodainteratividadedaWeb2.0,oconceitoatualizado como: ofluxodedecontedoatravsdemltiplasplataformasdemdia,a cooperaoentremltiplasindstriasdamdiaeocomportamento migratrio das audincias da mdia que iro quase a qualquer lugar em buscadasnovasexperinciasdeentretenimentoquedesejam. Convergnciaumapalavraqueconseguedescrevermudanas tecnolgicas, industriais, culturais e sociais, dependendo de quem est falando e do que se pensa estar falando (JENKINS, 2008, p. 2-3). RAZN Y PALABRAPrimera Revista Electrnica en Amrica Latina Especializada en Comunicacin www.razonypalabra.org.mx Folkcomunicacin NMERO 77AGOSTO - OCTUBRE 2011Paraesteautor,criadordotermoculturadeconvergncia4,estanoumfenmeno essencialmentemiditicooutecnolgico;muitomaisumamudanacultural,na medidaemquedependefortementedosusuriosedeseudesejodeestabelecer conexesentrecontedosdispersos.Nessecontextodeculturaparticipatria,o consumodosprodutossimblicostorna-seumprocessocoletivo,deformaquea combinao de habilidades e a constituio de um corpo amplificado de conhecimentos, apartirdasomadoconhecimentodecadaindivduo,estrelacionadoaoconceitode inteligncia coletiva de Pierre Lvy (1999). Umpontoimportanteadestacardentrododebatesobreaconvergncia,oqualter granderepercussonosdebatesacadmicos,einclusivenaFolkcomunicao,a substituiodosvelhosmeiosdecomunicaopelosnovos,umapolmica reacendidaacadainovaotecnolgicadesenvolvida.Nestesentido,adelimitao propostaporGitelman(2006apudJENKINS,2008)servedereferncia:ummeio emprimeiromomentoumatecnologiaquepermiteoestabelecimentodeuma comunicao, mas tambm uma srie de protocolos e de cdigos culturais associados. Destaconceituao,decorremduasconsequnciasdeinteresseparanossopropsito:a primeira,osmeiosdecomunicaonosodestitudospelasinovaesepornovos sistemascomunicativosqueporventurasurjam;ditodeoutraforma,aintroduode novasmdiasnomataaantiga,massimplesmenteadesloca,mudandoseus contedos, sua audincia ou seu status social, com uma tendncia de complementao, mais do que substituio. Historicamente,podemosobservarqueaescritanoeliminouapalavrafalada,que televisonoaboliuordio,queocomputador(apesardosinmerosalertas apocalpticos)noexterminouolivro.Nestesentido,soaschamadastecnologiasde reproduo (ou de entrega) as que sofrem da impiedosa evoluo das tecnologias. Como exemplo,oVHS,oDVD,oBlue-Ray,oMP4,sotodastecnologiasdeentrega(por sinal,extintasouemviadeextino,frentedistribuiodevdeodigitalatravsda Rede) de um mesmo meio de comunicao, a imagem em movimento. RAZN Y PALABRAPrimera Revista Electrnica en Amrica Latina Especializada en Comunicacin www.razonypalabra.org.mx Folkcomunicacin NMERO 77AGOSTO - OCTUBRE 2011A segunda consequncia da definio de Gitelman entender os meios de comunicao comoentidadesdotadaseaomesmoinseridasemdeterminadacultura,possuindoum sistema de produo, recepo e significao prprios. Assim, quaisquermdias,emfunodosprocessosdecomunicaoque propiciam,soinseparveisdasformasdesocializaoeculturaque socapazesdecriar,demodoqueoadventodecadanovomeiode comunicaotrazconsigoumcicloculturalquelheprprioeque fica impregnado de todas as contradies que caracterizam o modo de produo econmica e as consequentes injunes polticas em que um talcicloculturaltomacorpo.Considerando-sequeasmdiasso conformadorasdenovosambientessociais,pode-seestudar sociedadescujaculturasemoldapelaoralidade,entopelaescrita, maistardepelaexplosodasimagensnarevoluoindustrial eletrnica etc. (SANTAELLA, 2003, p. 25) VoltandoaJenkins(2008),gurudaconvergnciadigital,estefenmenomuitomais doqueaintegraodeplataformasedeempresas,nocontextodaindstriade entretenimento global; de fato uma das caractersticas da convergncia o uso que cada usuriofazdainformao,integrandosuasvidas,relaes,memrias,fantasiasao fluxo comunicacional digital. Aoestabelecerosmeiosdecomunicaocomocategoriacultural,serprecisopensar tambmaconvergnciadousurio,oelementohumanoquefarusoeconstruir significados a partir deles. Deparamos-nos, assim, com a perspectiva de que indivduos ougrupostradicionalmenteexcludosdoprocessodecomunicaodemassato caractersticodasociedadedaEraIndustrialencontremsuavozesuavez,emoutras palavras,queconstruamsuaidentidadenosespaosdigitais.Estamosfalando, logicamente, de uma perspectiva folkcomunicacional das mdias convergentes. O poder criador do receptor Otermoeminglschamativoerevelador:broadcast,transmissoampla,deum mesmopontodeemissoparaumaaudinciaomaisvastapossvel.Maisdoqueem qualquer outro momento da histria da comunicao, os meios de massa do sculo XX traziamemseubojoaideiadeuniformidade,portantodepassividade.Masaoser inseridoemumcontextodeinteratividade(nomomentoemqueasredesglobais RAZN Y PALABRAPrimera Revista Electrnica en Amrica Latina Especializada en Comunicacin www.razonypalabra.org.mx Folkcomunicacin NMERO 77AGOSTO - OCTUBRE 2011informticassosomadasaopotencialdocomputador),ousuriotransforma-seno mais em contedo passivo, receptor final da comunicao. Subitamente, ele se torna um produtor de informaes, qui de conhecimento (CASTRO, 2005). Nestesentido,mesmosemteralcanadoosnveisdeparticipaocrtica, democratizanteetransformadoradarealidadequeasprimeirasanlisedasnovas tecnologiasdeinformaoecomunicaoalardeavam,existemevidnciasdequeo modelodecomunicaounilateral,decimaparabaixo,centradonoespecialista,foi colocadoparasempreemchequediantedaemergnciadeumleitor-autor-produtorde mdias e, muitas vezes, de um autor coletivo. Porm, em que medida estas transformaes operadas pelas tecnologias de informao e comunicaorecuperem,internalizem,reprocessemoumesmocriemainformao disponvel nos canais de difuso de uma maneira valiosa e criativa? MaisqueumaabordagemeconmicaaoestabelecimentodeindicadoresnaSociedade daInformaocomoporexemplo,indicadoresestatsticosrelacionadoscoma infraestrutura e os equipamentos de telecomunicaes, recursos tcnicos e humanos e a capacidade de investimento existentes cabe investigar o que se denominou indicadores deimpactosocialdastecnologiasdeinformaoecomunicao,nosentidodeavaliar emquemedidaestastecnologiaspodemcontribuirtransformao,tantonaesferado indivduocomodesuacomunidade,paraodesenvolvimentosocialehumano, utilizandoparaistocritrioscomoousocomsentidoeapropriaosocialdas tecnologiasdeinformaoecomunicao.Emltimainstncia,trata-sedeavaliaro potencial de uma determinada sociedade para transformar a informao de sua realidade edeseuambiente,edestaforma,alcanaraSociedadedoConhecimento,atravsdo processodegeraoeapropriaodeste(FAZIO&GOLDSTEIN,2003).este potencialdetransformaoqueseesperadaFolkcomunicaoenquantosistema paralelocomunicaohegemnicaequedeveriaestarpresentetambmno ciberespao. RAZN Y PALABRAPrimera Revista Electrnica en Amrica Latina Especializada en Comunicacin www.razonypalabra.org.mx Folkcomunicacin NMERO 77AGOSTO - OCTUBRE 2011Narrativas folktransmiditicas? A facilidade de publicao, a convergncia digital e a o deste onipresena destes fluxos comunicacionaisfazcomqueaRedesejaolocalapropriadoparaaobservaodeum fenmenocaroaospesquisadoresdaFolkcomunicao:oembateentreacomunicao hegemnica,representativadeumaculturademassaseaculturapopular.Como ocorremestasapropriaesemediaes,sequeelasocorrem?Comoindcios, percebemosqueaformapelaqualasclassespopularesseapropriamdeelementosda culturademassatambmsoumafontederidicularizaoedepreconceitopelas camadasdominantes,noprocessoquetemsidochamadofavelizaodigital. Contudo,tambmnosfazemrefletirsobrecomoossmboloserepresentaesda indstriaculturalseimpeeinvisibilizammanifestaesqueseriammaisautnticase identitrias destes mesmos grupos. Retomando o conceito de cultura de convergncia, marcada por um fluxo cruzado de demltiplasmdiasemmltiplasplataformas,porumaculturaparticipatrianouso socialdastecnologiasepelaconstituiodeumaintelignciacoletiva,qualsersua importnciaparaombitofolkcomunicacional?Emumprimeiromomento,aobrade Jenkinsrepercutiutofortementenocampodaproduomiditica,aopontodeser chamadogurueumnovoMcLuhan,principalmenteporoutroconceito apresentado, o das narrativas transmdia. Entendido como o uso sinergtico de mltiplos formatos e meios para a conformao de umanarrativaprincipal,estefenmenoemprimeiromomentoassociadocoma economia da comunicao. Neste sentido, uma mesma estria deriva em vrios produtos miditicos. Como exemplo, um filme (ou uma srie deles, como de praxe neste tipo de narrativa,naschamadasfranquias)sedesdobraemvideojogos,histriasem quadrinhos,livros,msica,seriadosnateleviso,brinquedos,parquestemticos,alm de diversos tipos de contedo digital na Internet. Em princpio, tal prtica no parece ser suficientementenova;jnofinaldadcadade1970Hollywoodadotouestaestratgia de diversificao mercadolgica. RAZN Y PALABRAPrimera Revista Electrnica en Amrica Latina Especializada en Comunicacin www.razonypalabra.org.mx Folkcomunicacin NMERO 77AGOSTO - OCTUBRE 2011O que caracteriza as narrativas transmdia, portanto, o fato que cada um desses canais utilizado de maneira complementar e de forma a potenciar o que cada mdia tem de melhor.Outracaractersticasonarrativasauto-contidas,nosentidodequeas narrativas individuais so relativamente independentes. Neste caso a convergncia um equilbrio entre proporcionar nveis mais profundos de leitura e de compreenso atravs das vrias mdias e o perigo da redundncia, que diminui o interesse da audincia. Alm disso,identifica-seaformaodeumabasedefseseguidoresleaisaosprodutosda franquiaeque,emmomentoposterior,transformam-seelesmesmosem emissores/receptoresatravsdofenmenofan-fiction,ouseja,ficoproduzidapelos prprios fs. Contudo,podeparecerumparadoxorelacionarasnarrativastransmdia,to caractersticasdeumaindstriaculturalhomogenizanteeconcentradoradecapitais, comaFolkcomunicao.OprprioJenkins,comoacadmicointerdisciplinar, reconheceoimpactoeaimportnciadaconvergnciamiditicadigitalparaoutros mbitos da vida que no a indstria do entretenimento, ou em seus prprios termos, de propsitosmaissrios,comopodemosobservarementrevistasposteriores (GUALTIERI, 2011). Umaprimeiradecorrnciaseriaoidealdeformaodecidadosconscientese ativamenteparticipantesdosprocessosdemocrticos,paraoqualashabilidadesde colaborao e uma tica de compartilhamento do conhecimento desempenhariam papel fundamental: Os artistas populares trabalhando nas brechas da indstria da mdia perceberamqueelestambmpodemsurfaronovoimperativo econmicoparaproduzirtrabalhosmaisambiciososedesafiadores. Aomesmotempo,estesartistasestoconstruindoumarelaomais colaborativa com seus consumidores: trabalhando juntos, os membros daaudinciapodemprocessarmaisinformaodoqueseimaginava. Paraalcanarseusobjetivosestescontadoresdeestriasesto desenvolvendoummodelomaiscolaborativodeautoria,co-criando contedocomartistasdediferentesviseseexperinciasemum RAZN Y PALABRAPrimera Revista Electrnica en Amrica Latina Especializada en Comunicacin www.razonypalabra.org.mx Folkcomunicacin NMERO 77AGOSTO - OCTUBRE 2011momentoemquemuitospoucosartistassesentemconfortveisem mais de uma mdia (JENKINS, 2008). OutropontodeconflunciaentreaculturadeconvergnciaeaFolkcomunicaoo reconhecimentodadiversidadecultural.Namedidaemqueaparticipaodeusurios situadosnosmaisdiversospontosdoglobocriamimensosrepositriosdeproduo cultural,potencialmenteaculturanohegemnica,provenientedosgruposdebase, teriamaiorvisibilidade,nomaisemudecidaspelavozamplificadadosmeiosde massaouafastadaspelasvriasestruturasdeexclusoquemoldamnossaexperincia cultural cotidiana (NAVARRO, 2010, p. 20). Jenkins vai mais alm e sugere que os mecanismos de co-criao que tm como matria prima as narrativas transmdia, esto conformando uma nova forma de cultura popular, caracterizada pela ampla participao, pela criatividade das expresso de raiz, baseada emumaeconomiadetrocadesinteressada.Nela,primaadissoluodospapisde produtor e consumidor, ainda que diferentes nveis de status e de influncia dentro dessa cultura participatria possam ser percebidos. Entretanto,JenkinsimediatamentecontrapeopensamentodoantroplogoGrant McCracken,paraoqualaculturapopularentendidaemseusentidomaistradicional, comseussmboloseseusherisnoapropriadadeformaamplaeirrestrita,mas refleteestruturasdeclasseehierarquiasquedeterminamquempoderiarealizarestas interpretaesdarealidade.OuparautilizarumconceitoatualdaFolkcomunicao, depende dos ativistas miditicos. Neste ponto, o dilema no foi solucionado: ser que na nova cultura convergente digital eles ainda sero necessrios? Dequalquerforma,seconsiderarmososmecanismosalternativosdecomunicao proporcionadospelaculturapopular,comocompreendidonaperspectiva folkcomunicacional, no nos distante imaginar a aplicao das narrativas transmdia a este contexto. O potencial multimiditico-convergente do cordel, do repente, das festas populares,doex-voto,dosgrafitos,doartesanato,datatuagem,dossantinhos,da RAZN Y PALABRAPrimera Revista Electrnica en Amrica Latina Especializada en Comunicacin www.razonypalabra.org.mx Folkcomunicacin NMERO 77AGOSTO - OCTUBRE 2011xilogravura,somenteparacitaralgunsobjetosdaFolkcomunicao,parece-nosfeito sob medida para uma narrativa transmiditica. A catalogao dos excludos: folksonomia Mais do que um termo, uma prtica social, ancorada em uma tecnologia. E ainda mais, surgidaemumcontextointernacionalquedesconheceateoriadaFolkcomunicao. Portanto,maisalmdoradicalfolk,podemosestabeleceralgumarelaoentre folksonomia5 e Folkcomunicional? Antesdemaisnada,convmentenderdoquesetrataafolksonomia.Naspalavrasde seu criador, ela seria o resultado da atribuio livre e pessoal de etiquetas a informaes ou objetos(qualquercoisacomURL),visandosuarecuperao.A atribuiodeetiquetasfeitanumambientesocial(compartilhadoe abertoaoutros).Aetiquetagemfeitapeloprprioconsumidorda informao (WAL, 2005). Nestadefinio,aexpressolivreepessoalserademaiorimportnciaparanossa anlise;nestemomentocaberecordarqueaideiadecriaodeumhipertexto colaborativoremeteaoprprioconceitodehipertexto,comopodeserobservadonos projetosdeVannevarBush(1945)eTedNelson(1960).Estespioneiros,aindaque utpicos, trouxeram como caracterstica a coletividade para sua construo. congregar os documentos de forma a criar uma biblioteca universal, ambos como uma espcie de memria coletiva(AQUINO, 2007, p. 5).Na atualidade, estes projetospioneiros para suapocavoseconcretizandoatravsdachamadaWeb2.0esuacaractersticade colaborao. A novidade da folksonomia melhor entendida em funo da compreenso de como os sistemas de representao, organizao e recuperao da informao se organizaram ao longodotempo:mediantevocabulrios(taxonomias)controladosqueno necessariamenterepresentamaformacomoousuriopensaesecomunica.A RAZN Y PALABRAPrimera Revista Electrnica en Amrica Latina Especializada en Comunicacin www.razonypalabra.org.mx Folkcomunicacin NMERO 77AGOSTO - OCTUBRE 2011complexidadeinerentedestessistemasimplicaaatuaodeumprofissional especializado, um documentalista. Por outro lado, Poderamosdizerqueafolksonomiaumaespciedevocabulrio descontrolado. Isso no quer dizer que o esquema seja uma desordem total,oquepoderemosperceberaolongodessetexto.Naverdade, trata-sedeummecanismoderepresentao,organizaoe recuperaodeinformaesquenofeitoporespecialistas annimos,oquemuitasvezespodelimitarabuscapornotrazer determinadaspalavras-chave,massimummodoondeosprprios indivduosquebuscaminformaonaredeficamlivrespara represent-la,organiz-laerecuper-la,realizandoestasaescom basenosensocomumetendoassimumnovolequedeopesao efetuarumapesquisaparaencontraralgumdado(AQUINO,2007,p. 10) Da rede de associaes nasce um significado, criado coletivamente pelo prprio usurio dainformao,deformaindependentedocontextodecriao-emisso.Estanatureza caticadafolksonomia,terrepercussosobreoqueserconsideradoimportanteou no, nos meios de comunicao digital. Surge ento uma nova forma de gatekeeping, baseadanapopularidadeatribudapelosconsumidoresdainformao,comobem ressalta um dos profetas do ciberespao: Assim,oFlickr[redesocialdedicadaaocompartilhamentode fotografias e imagens] divide o mundo em categorias populares, que realmente interessam ao pblico on-line. Na Flickrland , o mundo composto de arquitetura, praias, telefones-cmeras, cachorros, Europa, amigos,lua-de-meleassimpordiante.Ninguminventouesse esquema, e o melhor que um processo constante e democrtico. um produto da interao de grupo, como pegadas deixadas numa rea virgemporumamanadadebises.Afolksonomyquaseintil para procurar informao especfica e acurada, mas isso no interessa. Elaofereceumcomportamentoderebanhomuitobaratoeassistido por mquinas; senso comum ao quadrado; uma corrida s nascentes da semntica.comosevocjogasseumcaiaqueemumrioagitadoe deslizassenoapenaspelaspginasdawebmastambmporrtulos, conceitos e ideias (STERLING, 2005) Tambmimportantenotarqueoatualconceitodeetiquetagemedebookmarking socialjencontravanaCinciadaInformaoenaBiblioteconomiasuaorigem,na formadaindexaocoletivaoudemocrtica,umaabordagemdadocumentao baseada na atuao dos usurios e na utilizao de seus prprios termos, na medida em RAZN Y PALABRAPrimera Revista Electrnica en Amrica Latina Especializada en Comunicacin www.razonypalabra.org.mx Folkcomunicacin NMERO 77AGOSTO - OCTUBRE 2011quecadaindivduoterumainterpretaoprpriaesubjetivadeumrecursode informao (HIDDERLEY & RAFFERTY, 1997 apud BRANDT, 2009). ParaRomoeMoreira(2008,p.15),afolksonomiacapazdecriarumdiscurso ideolgico,fazendocircularoutrosmodosdedizer,organizar,indexaresignificaras 'coisasasaber',promovendoaheterogeneidadecomograndemoedadetrocanarede eletrnica, levando formao desentidos plurais e ordenadosao sabor do quanto a memria discursiva permite ao sujeito dizer de si e do outro. portantonestecunhosocial,nacapacidadedegeraodesentidoatravsdo coletivo, na liberdade de expresso, na desintermediao do especialista e na formao decomunidadesaoredordeinteressescomunsqueidentificamosopotencialda folksonomia enquanto objeto de estudo folkcomunicacional. Consideraes Atravsdesteestudoexploratrio,investigamoscomodoisconceitosdaliteratura cientficaarespeitodamdiaedaconvergnciadigital:oadventodasnarrativas transmdia,porumlado,edafolksonomiaporoutro.Ambosprocessospossuemuma basetecnolgicapormveemnosprotocolosdeaoculturalenaapropriaodo processodeproduo-recepoporpartedosusuriodeInternetseucarter dinamizador da comunicao. Entretanto,antesdeassumirdeformainconsequenteumaposturatecno-utpicaa respeitodopotencialtransformadorqueasmdiasdigitaistrazemconsigo, fundamentalteremconsideraoaspossibilidadesreaisdequeistoacontea,neste momentohistrico.Assim,queosgruposfolkcomunicacionaisseapropriemdesta linguagemedatecnologiaqueasustenta,entretanto,passarporquestesmais complexas, como a incluso digital-social-informacional6. RAZN Y PALABRAPrimera Revista Electrnica en Amrica Latina Especializada en Comunicacin www.razonypalabra.org.mx Folkcomunicacin NMERO 77AGOSTO - OCTUBRE 2011Nesteponto,muitomaisqueosaspectostecnolgicos,econmicoseinfra-estruturais, devemos centrar o foco da incluso no elemento humano, no contexto social da questo, reconhecendo-ocomoelementocentraldofuncionamentodosistemascio-tcnico caracterizadopelociberespao.Paratanto,acapacitaoegeraodecontedo,os mecanismoseinfra-estruturassociaisdesuautilizaoeoentendimentoplenodoqu significaatecnologia,paraqusequerutilizarequemsebeneficiardel,podero,a nosso ver, serem estudados a partir da folksonomia e das narrativas folktransmiditicas apresentados aqui. Como contraponto, diante da intuio de que, por definio considerados excludos e marginalizados,estescoletivosestejamisoladosdoterceiroentorno,estejamdo ladodeldafossadigital,caberiatambmindagarqualapresenaefetivadas manifestaes folk no mbito digital. Assim, Esse territrio mostrou-se frtil, principalmente para a germinao e o cultivoderelatossobreasatividadesdesenvolvidaspelosagentes folkcomunicacionais,ampliandoconsideravelmenteseuraiodeao. Almdegarantirasobrevivnciadevriosgnerosouformatosde expressopopular,awebpermitemultiplicarosseusinterlocutores, bem como ensejar o intercmbio entre grupos e pessoas que possuem identidades comuns, mesmo distanciados pelageografia(MARQUES DE MELO, 2005) Osdadoselaboradosporestepesquisador,apartirdebuscasporpalavras-chaveno Google, mostrou uma ampla presena de termos relacionados com a Folkcomunicao e comsuasexpressesnaInternet.Eseestescontedosestopresentes,queusofaro eles da lgica de atuao em rede social e da convergncia miditica? Propomosagorainvestigar,deformaemprica,qualousoquetantodasnarrativas transmdia, como da folksonomia, para a constituio de uma ao coletiva, baseada na culturadeparticipaoenaformaodeumaintelignciacoletiva,queamparemos fluxoscomunicacionaisdosgruposfolkcomunicacionaisnociberespao.Esperamos RAZN Y PALABRAPrimera Revista Electrnica en Amrica Latina Especializada en Comunicacin www.razonypalabra.org.mx Folkcomunicacin NMERO 77AGOSTO - OCTUBRE 2011queestetrabalhoilumineasprimeirasviasdeanliseparaqueesteobjetivoseja alcanado pelos pesquisadores da Folkcomunicao. Referncias Aquino,MariaClara.Hipertexto2.0,folksonomiaememriacoletiva:umestudodas tagsnaorganizaodaweb.RevistadaAssociaoNacionaldosProgramasdePs-GraduaoemComunicaoE-Comps,Braslia,v.9,ago.2007.Disponvelem: . Acesso em 12 jun. 2011. Brandt,MarianaBaptista.EtiquetagemeFolksonomia:umaanlisesobapticados processosdeorganizaoerecuperaodainformaonaWeb.(Disserataode mestrado). Universidade de Braslia, 2009. 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1TrabalhoapresentadonoCONFIBERCOM20111oCongressoMundialdeComunicaoIbero-Americana, promovido pela Confederacin Iberoamericana de Asociaciones Cientficas y Acadmicas de la Comunicaci, realizado em So Paulo, Brasil, nos dias 3 a 6 de agosto de 2011. 2DoutoremTeoriaeHistriadaEducaopelaUniversidaddeSalamanca(Espanha),Mestreem Comunicao SocialpelaUniversidadeMetodista deSo Paulo. Professor Adjunto do Departamento de FundamentosScio-FilosficosdaEducao,doCentrodeEducaodaUniversidadeFederalde Pernambuco.Professor-pesquisadordaUniversidadeAbertadoBrasilUAB.PesquisadordaRedede Estudos e Pesquisa em Folkcomunicao Rede Folkcom. Email: [email protected]. 3O termo novas, que a partir dos anos 1990 caracterizou boa parte da produo acadmica nos campos da comunicao, da educao, das cincias sociais e reas afins tem sido progressivamente abandonado. No somente a novidade passou; o mais breve exame histrico nos mostra que as redes telemticas esto presentes entre ns h pelo menos cinquenta anos. 4Jenkins(2008)resgataIthieldeSolaPoolcomooprofetadaconvergncia,precoceemsua identificaodarelaobiunvocaqueexistiaentreummeiodeseumeioeseuusofoierodidapela convergncia, entendida como uma fora constante de unificao, mas sempre em tenso dinmica com a mudana. 5Neologismo, contrao de folk e taxonoomia, significando, grosso modo, taxonomiia do povo. 6A questo do acesso, ou dabrechadeparticipao reconhecidapor Jenkins como um impedimento para a realizao plena da cultura participatria e da inteligncia coletiva que seriam caractersticas da convergnciadigital.Contudo,similaramuitosargumentossobreainclusodigital,serpreciso reconheceradicotomiatecnologiaversuscontedo,prevalecendooltimoparaquequalquertipode mudanasejapossvel:enquantoofocopermanecernoacesso,areformapermanecerfocadana tecnologia; assim que comearmos a falar de participao, a nfase mudar para os protocolos e prticas culturais (JENKINS, 2008, p. 23). RAZN Y PALABRAPrimera Revista Electrnica en Amrica Latina Especializada en Comunicacin www.razonypalabra.org.mx Folkcomunicacin NMERO 77AGOSTO - OCTUBRE 2011