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1 Programa de Educação Continuada a Distância Curso de Servir para Liderar Aluno: EAD - Educação a Distância Parceria entre Portal Educação e Sites Associados

Servir e liderar módulo 1

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Programa de Educação Continuada a Distância

Curso de

Servir para Liderar

Aluno:

EAD - Educação a Distância Parceria entre Portal Educação e Sites Associados

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Curso de Servir para Liderar

MÓDULO I Atenção: O material deste módulo está disponível apenas como parâmetro de estudos para este Programa de Educação Continuada, é proibida qualquer forma de comercialização do mesmo. Os créditos do conteúdo aqui contido são dados aos seus respectivos autores descritos na Bibliografia Consultada.

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MÓDULO I 1.1. Liderança, o princípio do Sucesso

Por que aprender a ser um líder ? Aprender a ser líder ? Sim, Aprender a ser

líder. Uma das “lendas” nesse assunto é de que o líder nasce pronto, quem nunca ouviu

frases do tipo: “Ele é um Líder nato” ou então “Ele têm espírito de Liderança” ? Esses

tipos de afirmações têm fundamento, mas não são restritivas, ou seja, líderes podem ser

formados e a gestão de equipe atualmente exige líderes e com um estilo muito bem

definido. Veremos que existem vários tipos de liderança e suas características.

Em qualquer área, na qual queira obter mais influência, você deve se tornar

um líder. Como podemos definir liderança, um dos assuntos mais abordados na área

empresarial. Seria ter Carisma ? Ou quem sabe ser Influente ? Será que preciso causar

Inspiração ? Preciso ser excelente no Desempenho da minha função ? As respostas

para essas perguntas pode até nos ajudar a ser líder, mas isso é tudo ?

Existem muitas razões para você iniciar a jornada. Existem muitas estradas,

muitos destinos e muitas maneiras de viajar.

A liderança possui um paradoxo em seu âmago – você não pode arrebatá-la

diretamente, ela é um presente que só pode ser dado pelos outros. Eu explico, você se

forma líder ou até nasce líder, mas são os outros que te tornam líder. Ela chega quando

eles reconhecem você, porque ser um líder não tem qualquer sentido sem os outros. Um

líder completamente solitário é como uma só mão batendo palmas, não faz o menor

sentido.

Três áreas se destacam na liderança:

1.1. Autodesenvolvimento

1.2. Habilidades de comunicação e influência

1.3. Pensamento Sistêmico

Você precisa ser forte e ter recursos para fazer a jornada. Você precisa

influenciar e inspirar os outros para juntar-se a você, de outro modo você arrisca ser um

viajante solitário e não um líder. E você precisa de um mapa, pois mesmo sendo forte

você pode se perder em um sistema complexo.

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Em primeiro lugar, ser um líder significa desenvolver-se a si mesmo. À medida

que se torna um líder, você encontra recursos em si mesmo que não sabia que tinha.

Você se torna mais você, porque a maior influência de um líder vem de quem ele é, do

que ele faz e do exemplo que ele dá.

Em segundo lugar, o líder inspira outros para juntar-se a ele na estrada, então

liderança envolve habilidades de comunicar e influenciar.

Em terceiro lugar, um líder precisa olhar para frente, bem como prestar

atenção onde ele esteve e onde ele está agora. O líder vê além da situação imediata. Ele

vê o contexto da jornada inteira. Isso significa que ele precisa compreender o sistema do

qual faz parte, ver além do óbvio, sentir como os eventos se conectam a padrões mais

profundos, enquanto outros apenas vêem acontecimentos isolados. Liderança é uma

combinação de quem você sãoé, habilidades e talentos que você tem e a sua

compreensão da situação ou do contexto em que você está. Embora esses elementos

sejam universais, você juntará as peças de uma maneira única.

A palavra gerenciar tem uma história interessante. Ela deriva da palavra

italiana “maneggio” que significa treinar um cavalo. Existe uma necessidade de liderança

nos negócios, ao mesmo tempo existe um vazio sobre o que isso significa na prática e

como fazer mudanças.

Liderança são parte e resultado das grandes mudanças na prática do

gerenciamento nos últimos 20 anos. Ela toma o lugar do modelo antigo ‘comando e

controle’ de dirigir uma organização. Em muitas empresas, especialmente no Ocidente

nós não obedecemos mais ordens, pelo menos sem uma boa razão. ‘Comando e

controle’, baseado na mentalidade militar foram apropriados 20 anos atrás num clima

social diferente e num ambiente empresarial estável. Para ilustrar um pouco da evolução

da liderança, podemos evoluir um pouco mais sobre o tema de liderança militar, algo

como dito anteriormente ultrapassado. O conceito de liderança militar foi consolidado nos

Estados Unidos da América após a vitória na Primeira e Segunda Guerra Mundial.

Consequentemente, os empresários presumiram que o estilo piramidal da hierarquia

militar era melhor maneira de “dirigir” empresas. Esse estilo funcionou enquanto os

Estados Unidos eram absolutos e os países destruídos no pós-guerra ainda estavam com

suas economias e empresas dilaceradas devido às guerras. Mas bastaram os países,

como Alemanha, Japão, Coréia e outros estruturarem-se, estabilizar a economia e a

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soberania e supremacia das Empresas norte-americanas começarem a repensar a forma

de gestão. Nos dias atuais essa estabilidade acabou e o que existe é um ritmo frenético

de mudança. No seu lugar há novos valores como auto-estima e responsabilidade

individual e uma cultura empresarial que valoriza a empregabilidade acima do emprego. A

maneira “comando e controle” de gerenciar estão mortos, embora ela ressuscite,

ocasionalmente em alguns locais para drenar a vitalidade das organizações.

VELHO PARADIGMA

Cliente (Inimigo)

A liderança se transformou ao longo do tempo e ocorreu uma diversificação

muito grande de estilos de liderança, veremos a seguir alguns exemplos de estilo de

liderança. Quero deixar claro que não existe melhor ou pior estilo e sim estilo predileto. A

liderança não é uma ciência exata e dependendo da empresa, do líder e da equipe

aplica-se melhor um estilo de liderança, mas quero deixar bastante claro que o líder

possui seu estilo próprio e nesse curso estaremos focando o estilo de liderança servidora.

Então vamos aos exemplos de estilos de liderança.

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A liderança visionária envolve uma visão globalizada e ampla do ambiente

empresarial, da empresa, seus produtos, serviços, metas, enfim, tudo que envolve seu

“core business”. Através de alinhamento de metas e objetivos com a equipe, o profissional

é capaz de visualizar as tarefas, dividir prioridades e responsabilidades e criar regras

básicas de conduta de equipe que permitem maior integração, pro-atividade e

desenvolvimento conjunto dos estágios de conclusão das tarefas. O líder visionário é

capaz de compatibilizar atuação das rotinas diárias com estratégias da organização num

processo contínuo de realização de etapas e resultados. Com isso, ele abrange o

conhecimento e entendimento das estratégias de curto, médio e longos prazos e o

entendimento do impacto de suas ações.

A liderança participativa envolve uma forte capacidade de preparar e

desenvolver pessoas muito mais pela ação conjunta do que pela utilização de processos

formais já existentes. Por meio de “feedbacks” constantes tanto sobre o desempenho de

seus colaboradores como de seus resultados e de comunicação eficaz, o líder

participativo envolve todos em suas metas, planos de trabalho, análise de problemas,

decisões, planejamento, e execução propriamente dita das tarefas, fazendo com que cada

um dê o melhor de si por comprometimento e engajamento e não por estar obedecendo

normas, procedimentos ou regras. O líder participativo conta com habilidade em persuadir

os demais com o intuito de obter apoio e engajamento na obtenção dos planos propostos.

Já a liderança motivacional enfoca o esforço contínuo para manter um

ambiente positivo e otimista, que busca a melhoria contínua de seus resultados através

da motivação da equipe e do envolvimento desses colaboradores. Ao motivar, este líder

dá a direção ao mesmo tempo em que energiza a equipe.

Finalmente a liderança servidora, a mais difundida e aplicada atualmente nas

empresas. Tudo começou com Robert K. Greenleaf, que, em 1977, recuperou

modernamente a importância desta liderança em seu livro Servant Leadership. Por sua

vez, o próprio Greenleaf afirma a influência de uma obra de 1932, Viagem ao Oriente de

Hermann Hesse. Mas foi com o consultor James C. Hunter, escritor de “O Monge e o

Executivo” e “Como se tornar um Líder Servidor” que ganhou o mundo. Todos se

enganam quando pensam que a liderança servidora é algo recente e inovador. Na

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realidade o que é recente e inovador é adoção das empresas desse tipo de liderança,

pois foi criada em 1995 quando Hunter escreveu “O Monge e o Executivo”. A partir daí,

Hunter começou a difundir a liderança servidora pelas empresas como consultor e nos

últimos 5 anos veio à recompensa com a adoção por parte do mercado.

A liderança servidora é baseada em princípios básicos e elementares, mas os

pilares são o amor e o caráter.

A definição clássica de liderança é “A habilidade de influenciar pessoas para

trabalharem entusiasticamente visando atingir objetivos comuns”. Mas a liderança

servidora de Hunter acrescenta algo mais a essa definição e diz que: “A habilidade de

influenciar pessoas para trabalharem entusiasticamente visando atingir objetivos comuns,

inspirando confiança por meio da força do caráter”.

NOVO PARADIGMA

Cliente

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1.2. Características do Líder Servidor Como vimos no tópico anterior, palavras como Habilidade e influenciar não

podem faltar em qualquer definição de liderança, mas caráter é algo imprescindível em

uma liderança.

O amor que se apresenta na liderança não é o amor carnal, nem a paixão

arrebatadora entre amantes, é algo maior e pleno, com uma abrangência em todas as

esferas e campos. Quando Hunter fala sobre amor ele fala do “ato de se pôr à disposição

dos outros, identificando e atendendo suas reais necessidades, sempre procurando o

bem maior”. E sua verdadeira interpretação é “Amor é o que o amor faz, e não o que se

fala ou o que se pensa”.

Para exemplificar a definição de amor, vamos a dois exemplos dado por

Hunter sobre esse “tipo de amor”.

Inicialmente a estória de São Francisco de Assis onde pediu aos seus

seguidores que pregassem o evangelho em todas as ocasiões, locais e para todas as

pessoas, mas com uma pequena ressalva, só usassem palavras quando fosse

necessário.

E no exemplo mais contemporâneo e que ilustra muito bem a comparação

entre o que se faz e o que se fala e pensa.

“Nos tempos de solteiro, quando saíamos em grupo para aproveitar o que a

noite oferecia, passeávamos em boates e bares bebendo e nos divertindo. Até aí nada de

estranho, mas quando chegava por volta de 3 da manhã um dos amigos do nosso grupo,

o único casado, falava: Acho melhor eu voltar para casa e ficar com minha esposa. Amo

aquela mulher.” Será que amava mesmo ? Eu me pergunto, as atitudes eram

condizentes com as palavras ? E a resposta era não, ele podia sentir qualquer coisa

menos amor.

A liderança servidora cultua o amor devocional. Mas o que é amor

devocional ? É à disposição de uma pessoa para ser atenciosa com as necessidades, os

interesses e o bem-estar de outra pessoa, independente de como se sinta. Ma prática

isso pode ser complicado, pois existem pessoas e pessoas. Fazer isso com quem

gostamos aparentemente é tranqüilo e fácil de aplicar e quando temos que trabalhar com

pessoas resistentes e que nitidamente lutam contra e não tem afinidade com a gente. O

que fazer ? A resposta é, incentive-os, interesse-se pelos problemas deles, ouça-os da

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forma mais plena possível. Não os julgue inimigos e aja como fossem amigos. Pois se

eles se colocam como seus inimigos e você os trata como amigos, eles perceberão e

tornaram-se amigos gradativamente e consequentemente deixará de ter inimigos.

Se você acha que a liderança servidora é para ser aplicada apenas no

trabalho ou na empresa, engano seu. Quando somos pais, pastores, educadores e

diversas outras posições na sociedade precisam pensar como líderes servidores, pois é

assim que nossos liderados esperam que nos comportemos.

Nossos filhos por exemplo nos tomam de exemplo para ter um espelho,

alguém a seguir, e se utilizamos os princípios básicos da liderança servidora, amor e

caráter, fatalmente estaremos formando pessoas decentes e muito provavelmente futuros

líderes.

O papel do líder servidor é ser um facilitador e trabalhar para que os liderados

tenham no líder um porto seguro e um ponto de apoio fundamental para atingir seus

objetivos. O líder servidor tem como principal objetivo, retirar as “pedras do caminho” dos

seus liderados. Precisa estar atento não só aos problemas do trabalho, mas também aos

problemas extra-trabalho, que podem influenciar negativamente na produtividade.

Há um conceito primordial na liderança servidora, o de conta-corrente

emocional. Isso mesmo, conta-corrente. Todos nós criamos uma conta-corrente de quem

nos cerca e convive com a gente. Essa conta-corrente tem o mesmo mecanismo de uma

conta-corrente financeira, ou seja, aceita depósitos e retiradas. A diferença é como são

feitos os depósitos e como são feitas as retiradas.

Os depósitos são a parceria, a cumplicidade, a ajuda, o comprometimento e

todas as ações boas que são realizadas para um determinado indivíduo. Fazendo isso

você está inserindo depósitos na sua conta-corrente com aquela pessoa.

Já as retiradas são as falsidades, a traição, a exposição ao ridículo, à

sonegação de informação, o deboche e todas as ações más realizadas a um indivíduo.

Agindo dessa forma você só está fazendo retiradas da sua conta-corrente com a pessoa.

Portanto, temos uma conta-corrente com cada pessoa e os “saldos” de nossa

conta-corrente podem ser negativos com uns e positivos com outros. Isso é o que

determina se temos “crédito” com as pessoas e eles nos consideram, se farão algo pela

gente ou até mesmo se nos respeitarão.

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O líder busca sempre ter saldos positivos com todos, só assim o time estará

junto ao líder em qualquer situação. Essa metáfora de conta-corrente não se aplica

apenas na empresa, mas em casa com a esposa ou marido, com os filhos, amigos e com

qualquer pessoa. Então, pense muito bem como anda a sua conta-corrente com

determinada pessoa e se tem feito mais retiradas do que depósitos.

Em resumo, liderar é servir. Fiquem atentas as necessidades da equipe, seus

anseios e aja como “pai” com relação a um “filho”, mas não esqueçam que “pai” também

sabe esbravejar, dar bronca, repreender e dizer não. Mas mesmo nesses momentos,

busque o lado educativo, pois há uma grande diferença entre ameaçar e advertir.

1.3. Líder forma Líder, Chefe forma Subordinado

Esse ponto é extremamente simples e complexo ao mesmo tempo. Não é

preciso de um curso para entendermos que “chefe não é líder” e que nem todo chefe é

tão bom quanto ele era quando era um chefiado. Mas vale lembrar alguns detalhes e

características de líder e chefe.

CHEFE LÍDER

Conduz as pessoas Aconselha

Inspira medo Inspira segurança

Digo “eu” Dizemos “nós”

Preocupa-se com as coisas Preocupa-se com as pessoas

Colhe louro (elogios) Distribuem louros (elogios)

Procuram culpados Assume responsabilidades

Fiscaliza Acompanha

Faz mistério Comunica

Forma um grupo de pessoas Forma um time

Enxerga o hoje Imagina o amanhã

E mesmo que não tenhamos um cargo de chefia ou hierarquicamente

importante, isso não impede de sermos líderes em nossas empresas e influenciar outras

pessoas a serem mais entusiasmadas, mais empenhadas e com mais disposição.

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Vou dar um exemplo que acredito ser o mais real e que qualifica ambas as

situações: de pessoas que possuíam exímias habilidades técnicas e não foram grandes

líderes e de pessoas que não eram tão brilhantes tecnicamente e são exímios líderes.

Quem não conheceu a maravilhosa seleção de Vôlei masculina da era Bernard, Renan,

William, Montanaro e Bernardinho ? Todos os que citei eram brilhantes jogadores de

vôlei, mas apenas Bernardinho era reserva da seleção. Todos tentaram a carreira de

técnico (líder) de vôlei, mas quem é o atual técnico da nossa seleção de vôlei masculina e

que ganha todos os torneios que disputa ? O reserva Bernardinho. Como você vê, ser

líder é influenciar pessoas a trabalharem juntas para um propósito, com amor, caráter e

determinação e nem sempre os melhores “comandados” serão os melhores

“comandantes”.

Outro exemplo é o atual técnico da seleção feminina de vôlei, José Roberto,

que em 1992 era técnico da seleção masculina e “comandou” a seleção de vôlei nas

olimpíadas para a conquista da medalha de ouro, fato inesperado, pois estávamos

passando por uma renovação na seleção. O fato que ilustra sua posição de liderança

naquela seleção foi quando um repórter antes da final perguntou: “Como você conseguiu

fazer com que esses “meninos” chegassem onde chegaram ?” E ele respondeu dizendo:

“Simples, eu digo a eles para fazer e dar o melhor de si em torno de nossa causa e

acreditem que o companheiro que está ao seu lado na quadra está fazendo o melhor.

Sendo assim, você precisa fazer também o seu melhor”. Isso é habilidade de influenciar

os outros.

E nunca esqueça de duas afirmações: “Líder sempre deixa sua marca, boa ou

ruim, a dúvida é qual marca você deixou” e “Líder forma líder, chefe forma subordinados”.

1.4. Liderança X Poder

No estilo de liderança tradicional, aquela do pós-guerra, a liderança vem

acompanhada do poder e é através dele que se administra. Há um outro fator primordial

nessa binômia Liderança e Poder que se chama Autoridade. Vamos esclarecer cada um

dos três fatores e verificar suas características e aplicação na administração.

A liderança já falamos que tem a ver com influência, e através da influência e

habilidade conquistamos naturalmente autoridade. Graças à autoridade, o líder consegue

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com que os membros da equipe façam (com boa vontade) o que ele precisa e quer. A

frase que melhor define autoridade é: “Farei isso por você” !

Já o poder é a capacidade de obrigar, por causa de sua posição ou força, os

membros da equipe obedecem à sua vontade mesmo que eles preferissem não fazê-lo. A

frase que melhor define poder é: “Faça isso, senão vai ver” !

Uma das mais importantes diferenças entre Poder e Autoridade é que o Poder

pode ser dado, tirado, comprado ou vendido. Já a autoridade é a essência da pessoa,

está extremamente ligado ao seu caráter.

Mas não devemos nos enganar sobre o Poder, ele funciona. Mas o problema

é que funciona por algum tempo. É possível conseguirmos as coisas na base da

imposição, mas o tempo passa e as pessoas adquirem novas habilidades e o poder que

você tem sobre elas também muda, ou melhor diminui ou até mesmo acaba. Por isso a

liderança é baseada na autoridade e não no poder.

Além disso o poder traz uma conseqüência grave e por muitas vezes

irreversível, ele desgasta os relacionamentos. E quando isso ocorre, acaba o respeito, a

participação, a parceria e o principal a vontade de ajudar.

O poder e a autoridade não existem apenas na empresa e na vida

profissional, na nossa vida pessoal também se fazem presentes. Vamos um exemplo bem

básico sobre autoridade e poder na nossa vida pessoal.

Quem nunca pediu ao filho que arrumasse o quarto ? E quem nunca ouviu

uma resposta do tipo “Depois eu arrumo” ou pior, finge que ouviu e ignora. O que muitos

pais fazem é usar o Poder. Aí vem a seguinte frase: “Arrume seu quarto agora que estou

mandando !”. Seu filho imediatamente vai arrumar o quarto, mas não porque tem respeito

e sim porque tem medo. Ele arruma o quarto não porque entende que um quarto

arrumado tem suas vantagens, mas sim porque você quer. O que vai acontecer é que seu

filho vai crescer e se você só cultivou medo, um dia ele não arrumará o quarto e seu

poder sobre ele vai acabar. Já se você como pai ou mãe tiver autoridade sobre ele, o

quarto pode até demorar um pouco para ser arrumado, mas pode Ter certeza que será

arrumado. E o mais valioso de tudo, seus netos também terão quartos arrumados, pois

você terá formado líderes.

Mas como adquirir a autoridade ? É característica de o verdadeiro líder ter

autoridade mesmo sem ter poder. Na verdade, a autoridade supõe uma vida sempre

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limpa, coerente e comprometida. Logo a autoridade é uma decorrência de um modo de

vida, de um carisma. Madre Tereza de Calcutá, João Paulo II e muitos outros foram

exemplos de vida para nós e que marcaram, não pelo poder que tinham, mas pela

autoridade que carregavam dentro de si, com o exemplo de vida, de serviço, de doação e

coerência de suas ações.

Existem profissionais em todas as classes e em todos os campos; como na

política, na religião ou na economia que possuem cargos e fazem uso deles pelo poder e

não conquistam o respeito tão desejado pelo ser humano e, há outros que os exercem

muito mais pela autoridade, pela competência e são amados e respeitados.

Um novo modelo de liderança é proposto, utilizando o modelo da pirâmide

invertida. É preciso ter vontade para escolhermos amar, isto é, sentir as reais

necessidades e não o desejo daqueles que lidera. Para atender a essas necessidades,

precisamos nos dispor a servir e até mesmo nos sacrificar. Quando servimos e nos

sacrificamos, exercemos autoridade ou influência. E quando exercemos autoridade com

as pessoas, ganhamos o direito de sermos chamados de líderes. Vejam a seguir a

pirâmide invertida do modelo de liderança servidora.

MODELO DE LIDERANÇA SERVIDORA

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O que observamos é que hoje não há uma harmonia entre poder e autoridade,

o que seria importante para que houvesse equilíbrio nas relações sociais e familiares,

pois, em geral, quando alguém exerce um cargo e não tem autoridade, vai valer-se muito

mais do poder o que, com certeza, trará sérios problemas nas suas relações.

Como podemos ver, há diferenças significativas entre poder e autoridade e a

escolha de um destes caminhos vai fazer uma grande diferença no trajeto de nossas

vidas. Creio que, se cada um de nós dirigirmos nossa vida com competência e coerência,

poderemos colaborar para que a autoridade se sobreponha aos desmandos do poder e,

assim, estaremos contribuindo para uma sociedade mais harmônica.

1.5. A Liderança não vem com a Gerência

A liderança é quem somos, já a gerência é o que fazemos. Um erro clássico

na administração empresarial é promovermos os chefes e gerentes, excelentes técnicos e

burocratas. A chance de o técnico ser um chefe ou gerente fracassado é grande, caso

não tenha mudanças profissionais (caso não haja como líder) e treinamento. A maioria

das pessoas promovidas a posições de liderança recebe pouco ou nenhum treinamento

sobre a maneira de conduzir o mais valioso recurso e patrimônio da empresa: ou seja,

seus colaboradores. O que acontece nesses casos é que perdemos um ótimo técnico e

ganhamos um péssimo gerente.

Também é verdade que o treinamento não é a fórmula mágica de criar um

líder, precisamos dar condições no trabalho e ter um freqüente acompanhamento.

Um fator que normalmente ocorre com o Gerente é o de acomodação e de

autocracia. Ambos são ingredientes de uma estagnação ou de um declínio.

As pessoas precisam perceber que ao alcançar um objetivo precisam rever

algumas estratégias, pois com certeza teremos novos objetivos a serem alcançados e se

continuarmos fazendo as mesmas coisas que nos levaram a alcançar o antigo objetivo,

possivelmente não seremos capazes de atingir o próximo objetivo. Não estamos falando

de conceitos, caráter ou posturas, mas sim de procedimentos.

As habilidades técnicas orientadas para o resultado que levaram muitos

gerentes a posições de liderança não são necessariamente as melhores ferramentas para

inspirar os outros a fazerem um bom trabalho e alcançar cargos de liderança. Vamos a

exemplos que ilustram esse ponto. Lou Gerstner líder da IBM durante a virada da

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empresa no mercado era quem liderava a empresa de biscoitos Nabisco, ou o Líder da

Burger King (cadeia de fast-food norte-americano) dirigia a Northwest Airlines. O que

quero mostrar é que para ocupar cargos de decisão e gerenciais, independe do negócio

da empresa ou da técnica empregada ao negócio, mas sim de aspectos de liderança e

nesse caso, é o mesmo em qualquer tipo de empresa e em qualquer tipo de negócio.

Liderar de forma servidora significa conquistar as pessoas, envolvê-las de

forma que coloquem seu coração, mente, espírito, criatividade e excelência a serviço de

um objetivo.

Pessoas não são gerenciadas , elas são lideradas. 1.6. O maior Líder da Humanidade: Jesus.

Por tudo que já vimos até agora é impossível encontrar um líder servidor mais

característico do que Jesus Cristo, tivemos outros ao longo da história, como Gandhi,

Madre Teresa de Calcutá e Martin Luther King, mas nenhum comparado a um homem

que influenciou e influencia bilhões de pessoas. Jesus Cristo.

No livro de Mateus, no Novo Testamento, Jesus faz uma declaração definitiva

sobre liderança. A passagem foi interpretada de várias maneiras, mas o fundamental é

que Ele diz que qualquer um que deseje ser o Líder deve primeiro servir.

Ninguém pode negar que esse homem exerceu uma grande influência no

planeta. Não pelo ponto de vista religioso, pois isso é um fato. Uma vez que concordamos

sobre isso, passamos para o segundo ponto dessa conversa. Se Jesus tinha tanta

influência, nós devemos prestar atenção no que ele tinha a dizer sobre liderança. Porque

ele era muito bom nisso. E o que ele falava era o seguinte: as pessoas devem seguir você

de livre e espontânea vontade. Isso significa exercer a liderança por meio da autoridade, e

não do poder.

Mas Jesus passou por problemas como qualquer outro líder, e o maior

problema foi o da confirmação. Aproveitando o assunto, vou relembrar uma frase da ex-

primeira-ministra da Inglaterra, Margareth Thatcher: ”Ser Líder é como ser uma Dama na

Sociedade. Se você tiver que lembrar às pessoas que você é, é porque você não é”.

Quando alguém apregoa que é líder, tem que provar. Não com palavras e discursos e sim

com gestos e atitudes com a demonstração da força do caráter. E não foi diferente com

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Jesus. Através de pregações, milagres e solidariedade Jesus provou ser o messias, ser o

líder que o povo esperava.

É assim também com os líderes empresariais, os líderes familiares, os líderes

religiosos, enfim todo líder precisa ganhar a confiança dos liderados e isso só acontece tal

qual aconteceu com Jesus, com confirmações.

Em seguida, serão apresentadas as "7 atitudes daqueles que lideram

baseados no estilo de Jesus".

Em primeiro lugar, toda atitude tem que ter paciência para ter repercussão e

retorno. É preciso perseverar e não desistir no meio do caminho, mesmo com as

tentações demoníacas. E Cristo foi colocada à prova várias vezes durante sua vida e

soube esperar o melhor momento para mostrar ao mundo a sua Missão.

Em segundo lugar, as atitudes para serem tomadas precisam de pro atividade. Cristo não se sentou e esperou que o Pai e o Espírito Santo fizessem seu

papel - como fazem alguns gerentes. Ele assumiu sua responsabilidade nesta Trindade e

fez a sua parte.

Em terceiro, temos que em cada atitude Confiar em si. Se você não acredita

naquilo que faz, quem acreditará? Sem qualquer tipo de arrogância, Cristo convencia pela

sua própria convicção. Quantas pessoas duvidaram que ele era o Messias e ele nunca

duvidou disso e começou a série de eventos de provações ?

Ter expectativas positivas sobre as pessoas também foi uma característica

fundamental em Jesus Cristo. Neste quarto ponto, Cristo sempre esperou o melhor das

pessoas. Muitos gestores acabam desconfiando da sua própria equipe. O resultado desse

tipo de atitude são pessoas desmotivadas e em permanente estado de alerta contra

possíveis investidas agressivas de seus superiores.

O princípio que julgo mais importante é o quinto - o da humildade. A definição

mais determinante é: “Humildade é a capacidade de reconhecer a importância do outro”.

Quantos gerentes são capazes de reconhecer que seus sucessos só são obtidos porque

contam com uma equipe competente?

O sexto princípio é definido pela expressão "capacidade de compreender".

Nós costumeiramente chamaríamos isso de empatia, mas Jesus dá ao tema um sentido

bem mais amplo. Ele pregou que é preciso entender com a mente, o coração e a alma.

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O sétimo e último princípio manifesta a crença. Trata-se de acreditar. Jesus

sempre apostou que, somente quem acredita é capaz de fazer acontecer.

Um outro ponto importante foi que Jesus sempre primou por saudáveis

relacionamentos. Um relacionamento desta natureza é aquele em que a distância

(posição social, por exemplo) é quebrada. Quando João fala “que o verbo se fez carne e

habitou entre nós”, ou quando Paulo fala do esvaziamento de Jesus, uma grande

mensagem que deixaram é que Jesus quebrou a distância que os homens construíram

entre eles e Deus. Através de Jesus aprendemos que se relacionar implica quebra de

distanciamento, interesse e amor pelas pessoas, ser gentil e amável com todos, não fazer

discriminações, acreditar no potencial e possibilidades dos outros, abrirem espaço para

que os outros cresçam, saber perdoar, ser um incentivador e etc. (você pode acrescentar

algo mais a esta lista ?).

Laurie B. Jones (autora do livro “Jesus, o maior Líder que já existiu”) destaca

a força das relações que Jesus mantinha com as pessoas. Afirma que ele dava às

pessoas uma visão maior do que elas mesmas, ele estava aberto às pessoas e às suas

idéias, acreditava na sua equipe, tratava todos como iguais, responsabilizava os membros

do seu grupo, passava tempo com eles, agradecia em público e em particular, servia a

sua equipe, defendia os membros da sua equipe, via as pessoas como sua maior

realização, entre outros pensamentos esposados pela autora.

John Maxwell (autor de vários livros, entre eles: “Segredos da Atitude: O que

todo líder precisa saber”) propõe algumas perguntas em nível de reflexão sobre a

importância de se manter relacionamentos saudáveis; "Como está sua capacidade de

interação pessoal ? Você se dá bem com estranhos ? Interage bem com qualquer tipo de

pessoa ? Consegue encontrar pontos comuns rapidamente ? E quanto a relacionamentos

a longo prazo ? Você é capaz de manter os relacionamentos ?”.

O mesmo autor conta a história de um pai cujo filho ainda adolescente saiu de

casa, após romper o relacionamento familiar. Após muita procura o pai, como última

alternativa, colocou um anúncio em um jornal de grande circulação, dizendo assim:

Querido Paco, encontre-me na frente do prédio do jornal amanhã ao meio-dia... Tudo está

perdoado... eu amo você. Na manhã seguinte, em frente ao prédio do jornal reuniram-se

quase 800 "Pacos" desejando recuperar relacionamentos rompidos. Minha pergunta é:

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quantos Pacos podem ser restaurados se você deixar de cuidar dos interesses pessoais e

partir para a manutenção de relacionamentos saudáveis ?

Karl Menninger (psicólogo e autor de “Eros e Tânatos - O Homem Contra Si

Próprio”), afirmou que o "amor cura as pessoas... tanto aquelas que dão, quanto àquelas

que recebem". Ou seja, manter relacionamentos saudáveis é uma via de mão dupla na

qual você e o outro são abençoados.

O exemplo mais palpável sobre a liderança de Jesus e através da servidão é

dado no livro “Jesus, o maior Líder que já existiu”. Onde compara Jesus a um empresário

que montou uma equipe com 12 pessoas que estavam longe de serem perfeitas, mas

conseguiu treiná-las e motivá-las para cumprirem sua missão com sucesso.

Seu objetivo era construir, e não destruir; educar, e não explorar; dar apoio e

fortalecer, e não dominar. A força e a esperança do mundo estão em pequenos grupos de

pessoas conduzidos por líderes que incorporem ao trabalho valores fundamentais, como

cooperação, boa vontade e amor.

Não há a menor dúvida de que Jesus é realmente o maior líder na

humanidade, pois montar uma equipe de 12 pessoas totalmente diferentes e fazer com

que eles fizessem o que Jesus tinha como missão, é algo inquestionável. Para termos

uma idéia de como era árdua e difícil à tarefa de formar essa equipe, vamos conhecer

cada um dos apóstolos e seu perfil.

Simão Pedro, Petrus (pedra de arremesso) Chamava-se Simão, era filho de Jonas e Maria, como irmão mais novo tinha

André. Nascido em Betsaida, Cafarnaum. Pescava um dia às margens do rio Jordão

quando Jesus o chamou. Daí por diante passou a seguir o Mestre .

Chegou a negar o Jesus, a quem amava , possuía uma fé intensa, mas às

vezes se mostrava fraco e incrédulo. Presenciou a transfiguração, mas não apareceu no

Calvário. Fortalecido pelo Espírito Santo no dia de Pentecostes, se pois a pregar o

Evangelho aos judeus e gentios.

Presidiu a eleição de Matias, escolhido para suceder a Judas, bem como o

Concílio de Jerusalém, depois do qual se dispersaram os Apóstolos, a fim de, seguindo a

determinação do Mestre, ir pregar o Evangelho a toda criatura, batizando-as em nome do

Pai, do Filho e do Espírito Santo.

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André Filho de Jonas e irmão de Pedro, também um pescador. Antes de conhecer o

Mestre, era discípulo de João Batista. Após a dispersão dos Apóstolos, evangelizou na

Ásia Menor, na Capadócia e possivelmente na Rússia, onde é venerado.

De acordo com os "Atos de André e Bartolomeu" (os dois Apóstolos estão

tradicionalmente ligados e devem ter viajado muito juntos), eles pregaram em Epiro,

Trácia, Galácia, Bitnia, Cítia, Danúbio e Acaía, países do Oriente Médio ou Europa

Oriental. Convenceu João a escrever o documento no quais os Quatro Evangelhos estão

baseados. Foi ousado e um disseminador do Evangelho do Amor.

Simão Zelot Natural da Galiléia, tinha o sobrenome Cananeu (Zelot). Da mesma forma que

Felipe, Simão parece ter ido primeiro ao Egito. Como a tradição sinóptica diz que Jesus

enviou seus discípulos aos pares, talvez eles tenham realmente viajado juntos.

Simão, no entanto, parece ter voltado através da África do Norte, Espanha e

Bretanha (segundo uma determinada tradição). Ele deve ter voltado por terra à Ásia

Menor e de lá se juntado a outros Apóstolos orientais na Pérsia. Com Felipe e Marcos,

discípulos de Pedro, Simão provavelmente ajudou a estabelecer os ensinamentos de

Jesus no Egito.

João, Boanerges Era irmão de Tiago o Maior, filho de Zebedeu e Salomé, seu sobrenome

Boanerges. Era pescador, natural de Jerusalém, e discípulo de João Batista antes de o

ser de Jesus. Foi companheiro inseparável de Pedro. Nos primeiros tempos da Igreja,

coube-lhe impor as mãos aos recém convertidos em Samaria. Evangelizou os

Samaritanos. Jesus, ao morrer, confiou-lhe a mãe, da qual cuidou até morrer, durante o

reinado de Trajano. Os ensinamentos de João são preservados no seu Evangelho e nas

três epístolas, embora possam ter sido escritas por um discípulo.

O Apocalipse é realmente atribuído ao próprio João, mas foi claramente

escrito por uma diferente pessoa ou escola daquela do Evangelho e das Epístolas.

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Bartolomeu (Natanael) Conhecido também como Natanael, natural de Caná da Galiléia. Bartolomeu

teria sido apresentado a Jesus por Felipe, que talvez fosse seu irmão. Assim como Tomé,

era um viajante e a tradição o localiza em áreas como Índia, Armênia, Irã, Síria e por

algum tempo na Grécia, com Felipe (Phrygia).

Mateus (Levi) O primeiro dos quatro evangelistas, Mateus, que tinha o apelido de Levi,

natural de Cafarnaum, era coletor de impostos. Por causa desta profissão ele era

bastante antipático aos judeus, os quais o zombavam de sujo e falso. Chamado por

Jesus, de forma serena, Mateus o acompanhou em suas peregrinações, presenciou seus

milagres e ouviu seus ensinamentos, que mais tarde compendiou em seu Evangelho,

primitivamente redigido em aramaico. Este evangelho não existe mais, mas pode ter sido

à base do evangelho grego, mais tarde associado a seu nome. Destinou-se aos judeu-

cristãos, objetivando demonstrar-lhes que era Jesus o Messias prometido de Israel. Diz à

tradição que ele, após a morte de Jesus, pregou na Palestina e em seguida na Etiópia,

onde ressuscitou a filha do rei.

Judas (Tadeu) Descendente da linhagem real de Davi, irmão de Tiago o Menor, e primo de

Jesus. Natural da Galiléia. A tradição diz ter evangelizado na Mesopotâmia, Palestina,

Síria e a Arábia. É localizado na Armênia nos anos de 43 a 66, onde se juntou os quatro

outros Apóstolos do Oriente. Judas aparentemente viajou acompanhado de Simão o

Zelot, quinto Apóstolo a ir ao Oriente.

Tomé Chamado de Dídimo, natural da Galiléia. Tomé foi um, dos mais influentes e

produtivos dentre os vários discípulos que foram para o Oriente, incluindo Bartolomeu,

André, Simão e Judas. Os ensinamentos destes homens ficaram perdidos para as Igrejas

do Ocidente, mas continuam atuais para as tradições ortodoxas e orientais. Ao contrário

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de Pedro e Felipe, estes Apóstolos não eram casados. Tomé, em particular, foi muito

estimado e há evidências de que tenha viajado não só à Pérsia, mas até mesmo à Índia,

provavelmente acompanhado por Bartolomeu e Judas, trazendo talvez um Evangelho

Hebraico original de Matias à Índia. Tomé criou linhas apostólicas de sucessão em todos

os lugares por onde passou no Oriente, indo de sinagoga em sinagoga.

Tiago (Maior) Nasceu em Jerusalém. Filho de Alfeu, sempre se espelhou em sua Mãe.

Buscando o primeiro lugar, ser vencedor, tinha como irmão João o discípulo do amor. Seu

sobrenome Boanerges, lhe concedeu que foi chamado "Guanerjes", que significa filho do

trovão, de garra e de guerra. Foi o primeiro bispo de Jerusalém, cuja igreja dirigiu entre 42

e 62 d.C. Os primeiros cristãos o chamavam "O Justo", devido à sua grande piedade.

Felipe Natural de Betsaida, perdeu o pai exatamente na ocasião em que conheceu o

Mestre, não deve ser confundido com Felipe o Servo (Diácono). Felipe viajou ao Egito,

Etiópia (África) e ao Norte, rumo à Grécia onde viveu em Hierápolis com suas quatro

filhas, que eram profetizas. Duas delas permaneceram virgens e muito conhecidas por

suas previsões. Felipe, que era um judeu helenístico, era antes de mais nada um

evangelista para as sinagogas judaicas de língua grega da Phrygia e dos arredores da

Grécia e Macedônia. Felipe evangelizou grande parte da Ásia Menor e da Galatia.

Acredita-se que foi por causa da migração da Galatia para Gaul (França), que a tradição

surgiu em Gaul.

Tiago (Menor) Tendo como irmão Mateus (o coletor de impostos), e sendo filho de Alfeu, se

diferenciava violentamente em sua ideologia política, antes de se tornar discípulo de

Jesus. Mateus era um funcionário romano, enquanto Tiago se tornava um zelot

revolucionário como Simão. Ele tinha um outro irmão, José e uma irmã Salomé, que

aparece em algumas tradições Cristãs apócrifas. O Apóstolo Judas também havia sido

um zelot galileu antes de se tornar discípulo de Jesus. Tiago, aparentemente,

permaneceu na Galiléia onde nasceu, na maior parte de seu ministério, viajando, certa

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vez, à Armênia. João era o discípulo "bem-amado"; Tomé, o "Mestre Maior"; Tiago, "o

Justo", "por causa dele o céu e a terra vieram a existir" e Pedro "aquele para quem foram

entregues as chaves do céu". A tradição de cada Apóstolo o proclamou como o maior.

Judas (Iscariotes) Nasceu em Queriote, seu sobrenome Iscariotes, suicidou-se do feito (Judas a

Cristo traiu).

Como podemos constatar a tarefa de Jesus foi difícil e teve todo o tipo de

resistência, mas ele como Líder, nunca desistiu e formou uma equipe que pregou, amou,

conquistou seguidores e deu continuidade a sua missão, ainda há alguém com algum tipo

de dúvida que Jesus é o maior líder da humanidade ? E lembrando que Jesus utilizou a

liderança servidora. Nós veremos no próximo módulo, até lá.