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ESTUDO BÍBLICO

INDUTIVO

SEMINÁRIO TEOLÓGICO EVANGÉLICO BÍBLICO Estudo Bíblico Indutivo, 2ª Edição Direitos Reservados © 2010 Tradução de Evaristo Filho Publicado por SETEB Rua Eufrásio de Oliveira, 38 Mossoró-RN Nenhuma parte desta publicação pode ser reproduzida ou armazenada por qualquer meio sem a devida permissão por escrito do publicador.

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CONTEÚDO

APRESENTAÇÃO .................................................................... 1

Capítulo I: UMA INTRODUÇÃO AO MÉTODO DE ESTUDO BÍBLICO INDUTIVO 1

INDUTIVO OU DEDUTIVO? ...................................................................................................... 1

A ABORDAGEM DEDUTIVA .................................................................................................. 2

O raciocínio dedutivo ...................................................................................................... 2

O estudo dedutivo da Bíblia ............................................................................................ 2

O método “normal” ......................................................................................................... 3

A ABORDAGEM INDUTIVA ................................................................................................... 3

O raciocínio indutivo ........................................................................................................ 3

O estudo indutivo da Bíblia ............................................................................................. 4

UM MÉTODO MELHOR ........................................................................................................ 4

PASSOS DO ESTUDO INDUTIVO DA BÍBLIA .......................................................................... 5

Observação – o que o texto diz? ..................................................................................... 5

Interpretação – o que isso significa? ............................................................................... 6

Aplicação – o que eu devo fazer? .................................................................................... 6

EDIFICANDO UMA PIRÂMIDE SÓLIDA ..................................................................................... 6

Apressando O Processo ....................................................................................................... 7

Um Alicerce Sólido .............................................................................................................. 7

CONCLUSÃO ............................................................................................................................ 8

Capítulo II: OBSERVANDO A PALAVRA DE DEUS .................... 9

OBSERVAÇÃO – O QUE O TEXTO DIZ? .................................................................................... 9

Prepare-se Para a Observação .......................................................................................... 10

Fé ................................................................................................................................... 10

Oração ........................................................................................................................... 11

Prontidão em obedecer ................................................................................................. 11

Autoexame .................................................................................................................... 11

Disposição para aprender .............................................................................................. 11

Gaste tempo suficiente ..................................................................................................... 12

Examine o contexto ........................................................................................................... 12

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Examine A Estrutura .......................................................................................................... 13

Faça Perguntas: Quem? O Que? Onde? Quando? Como? Por quê? ................................ 14

MODELO DE OBSERVAÇÃO ................................................................................................... 14

Quem? ............................................................................................................................... 15

O Que? ............................................................................................................................... 15

Onde? ................................................................................................................................ 16

Quando? ............................................................................................................................ 17

Por quê? ............................................................................................................................ 17

Como? ............................................................................................................................... 17

Capítulo III: INTERPRETANDO A PALAVRA DE DEUS ............. 18

INTERPRETAÇÃO ................................................................................................................... 18

INTERPRETAÇÃO: O SEGUNDO ESTÁGIO DO MÉTODO INDUTIVO ....................................... 18

O PROCESSO DE INTERPRETAÇÃO ........................................................................................ 19

Filtre Os Fatos Da Observação Para Encontrar Os Fatos-Chave ....................................... 20

Determine O Propósito Principal Do Autor ....................................................................... 20

Determine O Fluxo De Pensamento Da Passagem ........................................................... 21

AS REGRAS BÁSICAS DE INTERPRETAÇÃO ............................................................................ 21

Princípios Gerais Da Interpretação Bíblica ........................................................................ 21

os Princípios Gramatical, Histórico E Teológico ................................................................ 22

Os Erros Comuns Da Interpretação Que Devem Ser Evitados .......................................... 22

Trampolim ..................................................................................................................... 22

Alegoria .......................................................................................................................... 22

Ignorar a revelação progressiva .................................................................................... 22

Use “ajudas”, mas use-as cuidadosamente ...................................................................... 23

EXEMPLO DE INTERPRETAÇÃO ............................................................................................. 23

Filtre As Observações Para Encontrar Os Fatos-Chave ..................................................... 23

Declare a intenção ou ponto principal .............................................................................. 23

Descreva o fluir do pensamento ....................................................................................... 23

Algumas questões sobre o “significado” ........................................................................... 24

Versículo 5 ..................................................................................................................... 24

Versículo 6 ..................................................................................................................... 24

Versículo 7 ..................................................................................................................... 24

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Versículo 8 ..................................................................................................................... 24

Versículo 9 ..................................................................................................................... 24

Versículo 10 ................................................................................................................... 24

Versículo 12 ................................................................................................................... 25

Versículo 16 ................................................................................................................... 25

Versículo 17 ................................................................................................................... 25

Versículo 18 ................................................................................................................... 25

Versículo 19 ................................................................................................................... 25

O PRINCÍPIO BÍBLICO ......................................................................................................... 25

Capitulo IV: APLICANDO A PALAVRA DE DEUS ..................... 26

APLICAÇÃO ............................................................................................................................ 26

APLICAÇÃO: O TERCEIRO ESTÁGIO DO MÉTODO INDUTIVO ................................................ 27

O PROCESSO DE APLICAÇÃO ............................................................................................. 27

Tópicos De Aplicação ......................................................................................................... 28

Questões Gerais ................................................................................................................ 28

Questões Específicas ......................................................................................................... 29

Versículo 5 ..................................................................................................................... 29

Versículo 6 ..................................................................................................................... 29

Versículo 7 ..................................................................................................................... 29

Versículo 8 ..................................................................................................................... 30

Versículo 9 ..................................................................................................................... 30

Versículo 10 ................................................................................................................... 30

Versículo 12 ................................................................................................................... 30

Versículo 16 ................................................................................................................... 30

Versículo 17 ................................................................................................................... 31

Versículo 18 ................................................................................................................... 31

SUMÁRIO ............................................................................................................................... 31

Capítulo V: USANDO O ESTUDO INDUTIVO .......................... 32

REVISÃO DOS PRINCÍPIOS DO ESTUDO INDUTIVO ............................................................... 32

A Razão Para O Método Indutivo ...................................................................................... 32

Passos Do Método Indutivo .............................................................................................. 32

A ÊNFASE DO MÉTODO INDUTIVO .................................................................................... 33

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ESTUDOS BIOGRÁFICOS ........................................................................................................ 33

Por Que Fazer Um Estudo Biográfico? .............................................................................. 34

Como Fazer Um Estudo Biográfico .................................................................................... 34

Observação .................................................................................................................... 35

Interpretação ................................................................................................................. 35

Aplicação ........................................................................................................................ 36

ESTUDO DE LIVROS ............................................................................................................... 36

Por Que Estudar Um Livro? ............................................................................................... 37

Como Estudar Um Livro Da Bíblia ..................................................................................... 37

Ler o livro diversas vezes ............................................................................................... 37

Estude o “ambiente” do livro ........................................................................................ 37

Estude o conteúdo do livro ........................................................................................... 38

O tema do livro .......................................................................................................... 38

O desenvolvimento do tema ..................................................................................... 38

Faça um gráfico do desenvolvimento do tema do livro ................................................ 39

Aplique o tema do livro à sua situação ......................................................................... 39

ESTUDO DE TEMAS ............................................................................................................... 40

Por Que Um Estudo Temático? ......................................................................................... 40

Como Fazer Um Estudo Temático ..................................................................................... 40

RESUMO ................................................................................................................................ 41

Capítulo VI: LIDERANDO O ESTUDO INDUTIVO .................... 42

CARACTERÍSTICAS DE UM GRUPO DE ESTUDO INDUTIVO DA BÍBLIA .................................. 42

A Autoridade É As Escrituras ............................................................................................. 42

O Objetivo É Descobrir ...................................................................................................... 43

O Líder É Um Facilitador .................................................................................................... 43

PREPARAÇÃO PARA O ESTUDO ............................................................................................. 43

Estude A Passagem Bíblica Por Si Mesmo ......................................................................... 43

Escreva O Propósito Do Estudo ......................................................................................... 43

Prepare Questões Que Cubram Todas As Três Partes Do Estudo .................................... 44

Revise As Questões ........................................................................................................... 44

Prepare Uma Questão Introdutória Para Estimular Os Membros Ao Estudo Da Bíblia ... 45

LIDERANDO O ESTUDO ......................................................................................................... 45

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O Estudo Deve ABRIR E FECHAR Com Oração ................................................................... 45

O Líder Deve Estar Preparado Para Aprender Com O Grupo ............................................ 45

O Líder Não Deve Responde As Suas Próprias Questões Ou Questões Que Possam Surgir

No Grupo ........................................................................................................................... 45

Não Tema O Silêncio ......................................................................................................... 45

O Líder Nem Sempre Deve Ficar Satisfeito Com A Primeira Resposta Dada .................... 46

As Questões Não Respondidas Pelo Grupo Podem Ser Deixadas Sem Resposta ............. 46

As Respostas Incorretas E Parciais Devem Ser Corrigidas Pelas Escrituras E/Ou Pelo

Grupo, Não Pelo Líder ....................................................................................................... 46

Mantenha A Discussão No Tema Principal Da Passagem ................................................. 46

Não Se Esqueça Das Questões Para Aplicação ................................................................. 47

Controle A Participação Daqueles Que Falam Muito Ou Pouco ....................................... 47

No Fim Do Estudo, O Líder Pode Resumir O Que O Grupo Tem Aprendido ..................... 47

Conclusão: TUDO DE NOVO OUTRA VEZ .............................. 48

Anexo A: COMO NÓS CONSEGUIMOS A BÍBLIA .................... 49

A BÍBLIA É CONFIÁVEL ........................................................................................................... 49

COMO NÓS RECEBEMOS A BÍBLIA ........................................................................................ 49

Inspiração .......................................................................................................................... 49

Preservação ....................................................................................................................... 50

Canonização ...................................................................................................................... 50

Tradução ............................................................................................................................ 51

Iluminação ......................................................................................................................... 51

CONCLUSÃO .......................................................................................................................... 51

Anexo B: A LINGUAGEM DA BÍBLIA ..................................... 52

TIPOS DE LINGUAGEM FIGURADA NA BÍBLIA ....................................................................... 52

Símile ................................................................................................................................. 52

Parábola ............................................................................................................................ 52

Metáfora............................................................................................................................ 52

Alegoria ............................................................................................................................. 52

Hipérbole ........................................................................................................................... 53

Sarcasmo ........................................................................................................................... 53

TIPOS DE LITERATURA NA BÍBLIA .......................................................................................... 53

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História .............................................................................................................................. 53

Instrução ............................................................................................................................ 54

Profecia.............................................................................................................................. 54

Poesia ................................................................................................................................ 54

Apocalipse ......................................................................................................................... 54

Anexo C: ÉFESO – UM ESTUDO BÍBLICO INDUTIVO .............. 55

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APRESENTAÇÃO

Como um sério e dedicado estudante das Escrituras desde a mais tenra idade, eu sempre

fui um ávido devorador de livros que ensinavam como estudar as Escrituras. Eu tenho

dezenas de livros sobre como a estudar a Bíblia e uma vez elaborei minhas próprias ideias

sobre como desenvolver estudos bíblicos. Porém, apenas duas obras tiveram grande

impacto em minha vida nesta área. A primeira foi um livro de Howard Hendricks, que adquiri

de um colportor em 1982. Este livro me fascinou e transformou a visão da Bíblia

completamente, enquanto eu ainda era um adolescente. Desde então jamais deixei de

estudar a Bíblia usando os mais variados métodos, ainda que eu tenha preferência por

alguns.

“Estudo Bíblico Indutivo” foi a segunda obra que impactou a minha vida na área de

estudo métodos da Bíblia, pois chegou às minhas mãos em um momento de grande

necessidade de ter em mãos uma obra prática e acessível para usar no treinamento de

líderes e iniciadores de igrejas. Sua simplicidade, adicionada ao seu reconhecimento da

autoridade da Palavra, sempre me faz voltar aos valores e métodos essenciais do estudo da

Bíblia. É ainda, para mim, uma luz direcionadora em momentos decisivos do exercício

ministerial eclesiástico.

Assim, é com enorme prazer que entregamos essa singela obra àqueles de língua

portuguesa que necessitam de tais alicerces sobre os quais serão construídos ministérios

importantes para a glória de Deus.

Evaristo Filho, pr.

Mossoró, RN, 2010.

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Capítulo I

INTRODUÇÃO AO MÉTODO INDUTIVO

A Bíblia é o livro mais importante que já foi escrito. Ela reivindica ser (não apenas que

tem) a própria palavra do Deus todo-poderoso e infinito, dada para revelar a Si mesmo ao

homem finito. A Bíblia também é a ferramenta mais importante para o líder ou pastor

cristão. A Palavra – viva e eficaz – de Deus é capaz de penetrar os corações e almas daqueles

que nós procuramos ganhar para o Senhor.

Ela nos equipa para as boas obras, que certamente inclui o nosso ministério de

desenvolver igrejas por toda parte. Ela serve como um padrão pelo qual nós medimos e

avaliamos cada doutrina, prática, tradição e cada outro livro. A história, a tradição e o

intelecto humano podem se desviar, mas a Bíblia permanece firme como a verdade de Deus.

Seu ensino é sempre correto. Suas profecias sempre se cumprirão. Suas palavras ajudam-nos

a ganhar o perdido e a resistir ao diabo. A Bíblia é indispensável à nossa vida e ministério

cristão.

Visto que nós cremos que a Bíblia foi dada para a nossa instrução, nós precisamos nos

aproximar dela com cuidado e manejá-la com precisão (2ª Timóteo 2.15). A natureza divina

das Escrituras exige que nós a leiamos com a intenção de aprender dela, ao invés de fazê-la

dizer o que nós queremos ouvir.

Como nós podemos nos assegurar de que nós compreendemos corretamente a Palavra?

O método de estudo indutivo da Bíblia foi projetado para ajudar a cada crente – seja leigo ou

pastor – a compreender melhor o ensino da Palavra de Deus. Este capítulo introduzirá este

simples e efetivo método; e os capítulos seguintes descreverão cada passo com maiores

detalhes.

INDUTIVO OU DEDUTIVO?

A dedução e a indução são dois tipos de lógica ou raciocínio. Ambos tratam com o geral e

o específico. Eles são métodos para se chegar a uma conclusão. Contudo, eles fazem as

coisas exatamente da maneira oposta. O raciocínio dedutivo vai do geral ao específico e o

indutivo vai do específico ao geral. Ambos os métodos são usados por cristãos para estudar

a Bíblia, mas normalmente eles não estão conscientes de como esses métodos afetam ao

seu estudo e conclusões.

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A ABORDAGEM DEDUTIVA

O raciocínio dedutivo é usado pelas pessoas em uma larga variedade de profissões. A

dedução é uma habilidade valiosa e muitos livros têm sido escritos sobre o tema. O intento

desta lição não é minimizar a validade da dedução, mas sugerir que ela é inferior como um

método de estudo da Bíblia.

O RACIOCÍNIO DEDUTIVO

Em geral, o raciocínio dedutivo vai do geral ao específico. Ou seja, ele começa com uma

ideia ou premissa conhecida e aceita. Esta compreensão pré-existente é, então, comparada

a uma situação específica e uma conclusão é formada. A base para esta conclusão é o fato

de que a ideia geral é verdadeira e que a situação específica a relembra. Em outras palavras:

a ideia geral controla ou, pelo menos, influencia fortemente a maneira como nós olhamos

para uma situação específica. Por exemplo, visto que calçadas cobertas de neve

normalmente são escorregadias, nós trataremos qualquer calçada coberta de neve com

cautela – até mesmo se nós nunca escorregarmos naquela caçada em particular. Nossa

experiência geral com caçadas cheias de neve nos conduz a esta conclusão lógica e razoável.

A Ilustração 1.1 mostra a direção do raciocínio dedutivo.

Ilustração 1.1 – O Raciocínio Dedutivo

A dedução tem uma fraqueza principal. Se nossa compreensão geral estiver errada, assim

será a nossa conclusão. Por exemplo, suponha que um russo ouve alguém falar sobre um

médico. Na Rússia, a maioria dos médicos são mulheres. Consequentemente, seria lógico

para ele deduzir que o médico é uma mulher. Frequentemente, entretanto, ele estará

errado. Há também médicos masculinos na Rússia, e em alguns países a maioria dos médicos

são homens. Neste caso, a influência de nossa experiência anterior pode frequentemente

conduzir-nos no sentido errado. Nós supomos que já sabemos a resposta, ao invés de

continuarmos a procurar por outros indícios da resposta correta.

O ESTUDO DEDUTIVO DA BÍBLIA

O método dedutivo pode ser usado para estudar a Bíblia, mas suas fraquezas limitam a

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sua utilidade. Quando nós estudamos a Bíblia, é importante compreender o que Deus está

dizendo, ao invés de impor a nossa compreensão sobre o texto. Há algumas ocasiões quando

nós não podemos compreender um versículo difícil, e nós confiamos em nossa compreensão

geral das Escrituras para deduzir o que ele provavelmente significa.

Entretanto, este deve ser um último recurso. Nossa primeira etapa deve ser orar, meditar

no versículo, e reler continuamente a fim de tentarmos compreender o que ele quer dizer.

Se nós rapidamente desistirmos supondo que ele é como os outros versículos similares, nós

podemos distorcer seriamente a Palavra de Deus. Por exemplo, dez das onze vezes em que o

Novo Testamento usa a palavra fermento, ele se refere ao pecado. Consequentemente, seria

razoável e lógico supor que a décima primeira vez (Mateus 13.33) também se refere ao

pecado. Entretanto, isso seria errado. Um exame do contexto de Mateus 13.33 mostra que,

nesse versículo, ele se refere ao reino de Deus!

O MÉTODO “NORMAL”

Infelizmente, a dedução é provavelmente o método mais comum de estudo da Bíblia. Em

consequência, aprendem pouco da Bíblia. Visto que se aproximam das Escrituras com sua

compreensão preconcebida de seu significado, eles não podem observar e apreender os

detalhes de um texto particular. Os professores da Bíblia frequentemente sabem o que

querem dizer de antemão e simplesmente vão a Bíblia para encontrar um versículo que

pareça apoiar a sua compreensão. A Palavra de Deus é usada, então, para sustentar a nossa

mensagem, ao invés de comunicar aquelas ideias que o Senhor pretendeu comunicar.

A ABORDAGEM INDUTIVA

O método indutivo, de muitas maneiras, é o oposto do método dedutivo. Ele examina os

detalhes de uma situação e tenta, então, dar forma a um princípio geral deles. É usado

normalmente naquelas situações onde nós não temos um princípio geral que se encaixe e,

consequentemente, somos incapazes de usar a dedução.

O RACIOCÍNIO INDUTIVO

A dedução é essencialmente o processo de usar nosso conhecimento pré-existente. A

indução, por contraste, diz respeito à aprendizagem. Nós supomos que nós ainda não

sabemos as respostas, e examinamos os fatos bem de perto a fim tentar compreender o que

significam.

Nesse método, a ênfase está nos detalhes e nos fatos específicos da situação. A Ilustração

1.2 mostra a progressão do método indutivo.

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Ilustração 1.2 – O Método Indutivo

O ESTUDO INDUTIVO DA BÍBLIA

Quando nós usamos o método indutivo de estudo da Bíblia, nós vamos às Escrituras como

aprendizes. Nós reconhecemos a Deus e que nós ainda não sabemos todas as respostas.

Nossa finalidade é obter a compreensão. Nós vamos à Bíblia com um compromisso de

examinar com cuidado o texto e permitimos que o Senhor nos fale através dele. O método

dedutivo geralmente conduz a um sermão rápido – o método indutivo conduz ao

crescimento espiritual.

UM MÉTODO MELHOR

O método indutivo é superior ao método dedutivo porque faz das Escrituras a autoridade,

e não a nossa compreensão. É melhor também porque ele combina o processo de

compreensão com a aplicação dos princípios bíblicos às nossas vidas.

Porque nós estudamos a Bíblia, nós olhamos como o Senhor tratou com os povos em uma

situação específica, em um tempo específico e em uma cultura específica. Nossa tarefa é

examinar estes fatos e formar, a partir deles, um princípio bíblico. Nós traduzimos, então,

esse princípio à nossa situação equivalente, de modo que nós possamos corretamente

aplicá-lo às nossas vidas.

O processo do método indutivo de estudo da Bíblia, consequentemente, é:

Observação dos fatos no contexto bíblico.

Interpretação para encontrar os princípios que a passagem ensina.

Aplicação do princípio às situações equivalentes em nossas vidas.

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PASSOS DO ESTUDO INDUTIVO DA BÍBLIA

Todas as três etapas do método indutivo do estudo da Bíblia são importantes. Elas são

construídas progressivamente uma sobre a outra para conduzir-nos do texto da Bíblia a uma

aplicação correta às nossas vidas. Essencialmente, as três etapas fazem três perguntas

diferentes sobre o texto.

O que ele diz: [Observação]

O que ele significa? [Interpretação]

O que eu devo fazer? [Aplicação]

O relacionamento entre cada um desses passos é mostrado na Ilustração 1.3. Note a

progressão lógica através dos três passos, começando com o texto da Bíblia e terminando

com a aplicação a nossa vida cristã. Se os passos não foram completados na ordem

apropriada, o resultado é prejudicado.

Ilustração 1.3: Os Três Passos

Observação – o que o texto diz?

A primeira etapa do método indutivo é a observação. É também a mais importante etapa

– da mesma maneira que um alicerce sólido é crítico à construção de uma casa. Nesse

estágio, nós observamos o texto, procurando cada detalhe que nós pudermos encontrar

nele e registrando as nossas observações. A chave para esta etapa é fazer uma série infinita

das perguntas tais como: Quem? O que? Por quê? Onde? Quando? Etc. Estas perguntas nos

ajudam a focar no que a Bíblia diz ao invés de levar as nossas ideias a ela.

Nós também olhamos de perto o contexto do versículo, do parágrafo, do capítulo e do

livro para descobrirmos e compreendermos a situação em que foi escrito. Nesse estágio, é

muito importante não interpretar ou aplicar o texto. Nós devemos primeiramente descobrir

toda a informação; na etapa seguinte (interpretação) nós veremos o que significa.

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Interpretação – o que isso significa?

O processo da interpretação tem duas partes. A primeira parte é determinar o que a

passagem pretendia dizer às audiências originais. A segunda parte é formular a mensagem

da passagem como um princípio bíblico que possa ser aplicado a outras situações similares.

Este é um estágio difícil, requerendo o pensamento sério, oração e a direção do Espírito

Santo. Nesse momento, nós necessitamos comparar toda a nossa compreensão da situação

histórica, geográfica, política, cultural e religiosa original com os fatos que nós descobrimos

no estágio da observação. Todos os fatos que nós perdemos no estágio da observação

impedirão o nosso trabalho aqui.

É agora também o momento de comparar este texto com outras passagens similares para

ver se podem nos ajudar a compreender – precisamos ser cuidadosos para não distorcermos

os fatos do texto que nós estamos estudando. Se o significado da passagem ainda não

estiver claro, pode ser necessário retornar ao estágio da observação e continuar a escavar

para obter mais informação.

Aplicação – o que eu devo fazer?

O estágio final do método indutivo é a aplicação. Neste momento, nós pegamos o

resultado do estágio da interpretação e decidimos como o princípio pode se aplicar à nossa

situação. Visto que nós examinamos com cuidado o contexto original e sabemos os detalhes

dele, nós podemos procurar contextos similares em nossos dias.

A dificuldade desse estágio é determinar qual situação hoje em dia realmente é análoga à

situação original. Nós só podemos dizer que “assim diz o Senhor” se nós pudermos

demonstrar que esta similaridade existe. Se a nossa situação for realmente semelhante a

uma passagem bíblica, então nós podemos supor que o Senhor espera que apliquemos a

mensagem a nós mesmos. Nesse caso, a tarefa mais importante é indicar especificamente e

claramente “o que nós devemos fazer”.

EDIFICANDO UMA PIRÂMIDE SÓLIDA

É importante não pular algumas das etapas ou mudar a ordem. É impossível dizer

corretamente o que uma passagem significa sem primeira e inteiramente a observar, e é

fútil perguntar o que nós devemos fazer sem saber o que o texto significa.

Consequentemente, é crítico que nós gastemos o tempo necessário para usar corretamente

o método indutivo.

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APRESSANDO O PROCESSO

O erro o mais comum em usar o método indutivo é gastar pouquíssimo tempo na fase de

observação. A pessoa que estuda a Bíblia dá uma olhada rápida na passagem e supõe que

sabe o ela que diz. Isto derrota o processo de aprendizagem. O resultado é uma

compreensão da passagem que é exatamente a mesma de quando o processo começou.

Não permitiu que a Escritura nos falasse ou nos ensinasse. Se nos aproximarmos da Palavra

de Deus desta maneira, nossa compreensão bíblica se estagnará.

A Bíblia é viva e eficaz. Nós nunca poderemos compreender inteiramente as

profundidades de seu ensino. Há sempre algo mais a aprender para todo estudante da

Palavra – se nós gastarmos o tempo e o esforço para a compreendermos.

Ilustração 1.4 – Bons e Maus Alicerces

Os obreiros cristãos frequentemente apressam o processo porque estão com pressa para

preparar uma mensagem para os outros. Ou, podem ser preguiçosos. Seja como for, o

resultado desta preparação pobre é a pregação fraca, sem o poder do Senhor por trás dela.

Ser mesquinho no processo pode ser comparado à pirâmide invertida no lado esquerdo da

Ilustração 4.

Uma observação precipitada se expande em uma interpretação rápida, ou uma

interpretação pré-existente é pendurada‖ em um texto que possa ou não sustentá-la.

Finalmente, um sermão (ou uma mensagem) é edificado sobre este alicerce instável.

Infelizmente, este pode ser o tipo mais comum de ensino nas igrejas hoje.

UM ALICERCE SÓLIDO

A pirâmide no lado direito da Ilustração 1.4 demonstra o uso apropriado do método

indutivo. Observe que a observação é a seção maior, seguida pela interpretação, e que a

aplicação é a menor. Entretanto, a aplicação é sólida e válida – sendo baseada em um estudo

completo da palavra.

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O método indutivo pode ser comparado à mineração do ouro. Primeiramente, toneladas

de rochas de ouro-bruto são esmagadas em partes fáceis de lidar e, então, lavadas

(observação). Em seguida, a rocha esmagada é peneirada para encontrar as pepitas de ouro

(interpretação). Finalmente, as pepitas de ouro são derretidas e recebem forma de uma joia

que pode ser usada em outros objetos pelo consumidor (aplicação). O processo produz

somente um pouco de ouro comparado ao peso da rocha original. Entretanto, o resultado é

de valor grande. Da mesma maneira, o resultado de estudar a Palavra usando o método

indutivo vale a pena por todo o esforço requerido.

CONCLUSÃO

O método indutivo de estudo da Bíblia é um método superior para estudar a Palavra.

Conduz a uma compreensão mais exata da Bíblia e promove o crescimento e a

aprendizagem espirituais verdadeiros. Como tal, é o melhor método não somente para

pastores e pregadores, mas também para cada cristão. Todos nós devemos aprender das

Escrituras. Cada plantador ou líder de igreja deve não somente dominar este método, mas

também deve ensiná-lo a cada crente aos seus cuidados.

Os capítulos que seguem descreverão mais detalhada e exatamente como usar cada uma

das três etapas do método indutivo. Haverá tempo também para tornar-se confortável com

cada estágio do processo. O esforço requerido será mais do que equilibrado pela nova

compreensão resultante da Palavra do Deus Vivo.

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Capítulo II

OBSERVANDO A PALAVRA DE DEUS

Todos os cristãos necessitam estudar a Bíblia para seu próprio crescimento espiritual

assim como para o crescimento daqueles sob seu cuidado espiritual. Deus deu a cada crente

o Espírito Santo para ser seu mestre principal.

Nunca devemos nos esquecer da importância de nossa dependência do Espírito de Deus

para ensinar-nos e capacitar-nos a obedecer ao que nós aprendemos. Com a ajuda de Deus,

é possível que cada crente compreenda a Sua Palavra, mesmo se o único livro que tivermos

seja a Bíblia. Além disso, Deus deu algumas pessoas com o papel especial de ajudar as

pessoas a descobrirem as verdades da Escritura e aplicá-las corretamente às suas vidas. É

especialmente importante que um plantador ou pastor de igreja saiba ajudar aos outros a

descobrirem a verdade de Deus com o estudo da Bíblia.

Uma das melhores maneiras de sistematicamente descobrir, compreender e aplicar a

verdade de Deus é o método indutivo de estudo da Bíblia. O método indutivo de estudo da

Bíblia conduz a este processo de descoberta com três etapas básicas que são chamadas de

‘observação’, ‘interpretação’ e ‘aplicação’.

O Espírito Santo nos ensina, mas Deus espera que nós também estudemos a Sua Palavra

usando diligentemente todos os recursos que Ele pôs à nossa disposição. Nós nunca

devemos escolher entre estudar com dedicação ou depender do Espírito Santo – ambos são

importantes!

Este capítulo focaliza na primeira etapa do estudo indutivo da Bíblia – a observação.

Como o capítulo precedente declarou, a observação é como a base de uma pirâmide. Se nós

fizermos um trabalho completo e cuidadoso de observação, a interpretação e aplicação

resultantes serão muito mais exatas. Nosso objetivo deve ser compreender exatamente que

Deus quer que saibamos e façamos e, consequentemente, a observação é uma etapa crítica

no processo.

OBSERVAÇÃO – O QUE O TEXTO DIZ?

A observação diz respeito aos detalhes e aos fatos que são vistos em uma passagem

selecionada da Bíblia. Responde à pergunta “o que o texto diz?”

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Ilustração 2.1 – Observação

Ela mostra claramente os povos, os lugares, os eventos, as circunstâncias, os objetos, o

tempo, os relacionamentos, as opiniões pessoais, as ideias, etc., que estavam na mente e no

contexto do escritor quando o texto foi escrito.

Os estudantes da literatura clássica secular gastam incontáveis horas tentando decifrar o

significado dos grandes textos escritos pelos homens. Em muitos casos, este processo tem

continuado por centenas ou até mesmo milhares de anos desde a escrita dos textos, devido

aos novos entendimentos que emergem constantemente. Tome um minuto para pensar

sobre alguns dos grandes autores clássicos de nosso país, e da busca pelo significado de seus

escritos. Se este esforço é justificado, quanto mais nós devemos nos esforçar para

compreendermos a Palavra viva, eficaz e inesgotável do Deus Todo-Poderoso. Ler

rapidamente uma passagem da Bíblia, e supor que a compreendemos, é uma completa e

total tolice. Há sempre mais a compreender.

PREPARE-SE PARA A OBSERVAÇÃO

Visto que a Bíblia é a Palavra de Deus, inspirada por Deus, nós não podemos nos

aproximar dela como o fazemos com outro livro qualquer.

Há diversos fatores que afetarão se nós a compreenderemos ou não.

A Escritura diz que um “homem sem o Espírito‖ não pode compreender as coisas que vêm

de Deus” (1 Coríntios 2.14). Visto que somente aqueles que têm se arrependido de seus

pecados e confiado em Cristo para a salvação têm o Espírito Santo, um crente não pode

compreender inteiramente a Bíblia. Isto não significa que somente os crentes podem estar

envolvidos em um estudo da Bíblia. Significa que quando os descrentes estão presentes, eles

são limitados em compreendê-la. O Espírito Santo deseja mostrar-lhes as verdades do

pecado, da justiça e do juízo que estão na Palavra, a fim de conduzi-los à salvação.

Consequentemente, um estudo da Bíblia para descrentes deve focalizar nas verdades

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básicas do Evangelho.

ORAÇÃO

O estudo apropriado da Bíblia será cercado sempre pela oração. Antes de começar o

estudo, nós devemos orar e confessar todo pecado ou outro obstáculo que impeça que nós

aprendamos da Palavra. Nós também devemos orar por iluminação (Salmos 119.18; Efésios

1.18). Durante nosso estudo, também é útil sempre orar por maior clareza quando vemos

algo que nós não compreendemos. E finalmente, quando nós terminamos o estudo, nós

devemos orar sobre como Deus quer que apliquemos o que nós aprendemos à nossa própria

vida e às vidas dos outros.

PRONTIDÃO EM OBEDECER

Tiago diz-nos que nós não devemos somente escutar a Palavra, mas também obedecê-la

(Tiago 1.22-25). Jesus disse também que pôr as suas palavras em prática era como construir

uma casa sobre uma rocha (Mateus 7.24). Não obedecê-las, entretanto, era como construir

sobre a areia (Mateus 7.26). De fato, Jesus parece dizer que dar a verdade espiritual àqueles

que não estão dispostos a obedecer é tão tolo quanto dar pérolas aos porcos (Mateus 7.6).

Deus é muito sério sobre como nós respondemos à Sua Palavra. Quanto mais nós sabemos,

mais severamente nós seremos julgados.

AUTOEXAME

É verdade que um pastor ou um plantador de igreja é responsável por ensinar aos outros.

A Bíblia nos diz para cuidar das Suas ovelhas (João 21.17). Mas isto não o desculpa de

primeiramente aplicá-la à sua própria vida. Um bom cozinheiro prova o alimento enquanto

cozinha para determinar se ele está pronto ou não para ser servido aos outros. Nós devemos

sempre, pelo menos, procurar a aplicação para nós mesmos, mesmo quando nosso objetivo

é pregar aos outros. Entretanto, é ainda mais proveitoso se nós entusiasticamente

compartilharmos da mesma refeição, ao invés de apenas provar um pouquinho.

O estudante das Escrituras nunca deve sentir que alcançou o ponto de compreender a

Palavra plenamente – isso não é possível. É muito melhor ser um “aprendiz”, crescendo

diariamente com o estudo da Palavra e da oração, do que se passar por um “perito”. Um

ministério de ensino será mais rico e recompensador se o mestre estiver compartilhando da

abundância da verdade que está aprendendo do Senhor em uma base diária.

DISPOSIÇÃO PARA APRENDER

Aproxime-se das Escrituras com uma mente aberta. Esteja disposto a deixar Deus ensinar-

-lhe o que a Sua Palavra realmente diz. Esteja sempre disposto a examinar a sua crença

pessoal à luz da Palavra de Deus. Não esteja receoso de mudar seu ponto de vista se Deus

mostrar-lhe a verdade sobre uma questão.

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GASTE TEMPO SUFICIENTE

Há alguns princípios comprovados para compreender o foco geral de uma passagem

bíblica. Se o processo for apressado, o resultado será uma compreensão rasa do texto. É

importante exercitar paciência e determinação para continuar trabalhando até que o texto

esteja bem compreendido.

A primeira etapa é ler o texto diversas vezes para obter uma compreensão geral da

passagem. Isto leva tempo, mas dá muito fruto. Há muitas passagens onde é fácil ficar preso

nos detalhes, a menos que você possa discernir o tema geral através de diversas leituras.

Uma compreensão boa do foco geral da passagem ajudar-lhe-á a manter um contrapeso

apropriado e dividir apropriadamente seu tempo para as diferentes partes do estudo.

EXAMINE O CONTEXTO

O ‘contexto‘ se refere aos versículos que cercam a passagem que está sendo estudada.

Compreender o contexto é uma das ferramentas mais valiosas do estudo da Bíblia; no

entanto, é frequentemente ignorada. Quando nós olhamos o contexto, nós estamos

procurando compreender o que é o tema ou o assunto do livro, do capítulo, e do parágrafo

dos versículos que nós estamos estudando. Olhar o contexto significa examiná-lo.

Sobre o quê falam os versículos anteriores e posteriores?

Qual é o tema do parágrafo?

Qual é o tema do capítulo?

Qual o propósito e o tema do livro?

A passagem é do Antigo ou do Novo Testamento, e o que isto significa?

Um bom exemplo da importância do contexto é Filipenses 4.19, onde Paulo promete que

Deus “suprirá todas as necessidades de vocês”. Muitos entendem que isso seja uma

promessa incondicional para cada um. Muitos reconheceriam que, visto que Filipenses foi

escrita aos crentes, esta promessa é apenas para os cristãos. Entretanto, um estudo mais

profundo do contexto revela que Filipenses é uma carta de agradecimento à igreja dos

Filipenses com respeito à oferta que enviaram para Paulo através de Epafrodito.

O contexto do capítulo quatro está falando especificamente sobre esta generosa oferta

que eles tinham enviado a Paulo mesmo sendo pobres. O contexto do verso 18 mostra que

Deus se agradou daquela oferta. Consequentemente, o contexto do versículo 19 é de uma

promessa àqueles que se sacrificaram financeiramente para o sustento de um plantador de

igrejas (Paulo) que pregava o Evangelho aos perdidos (em Roma, naquele tempo).

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Algumas Bíblias têm notas antes de cada livro que explicam sobre o que é o livro em

particular. Isto pode ser útil. Há também outros comentários e livros disponíveis que

discutem o ambiente e o pano de fundo de um livro ou de um capítulo específico da Bíblia.

Entretanto, é melhor limitar o uso destes recursos até o estágio da interpretação. Não há

nenhum substituto para a sua própria leitura das Escrituras e para permitir que elas lhe

falem com a orientação do Espírito Santo.

Durante o estágio da observação, foque no que você vê na passagem e no contexto.

Gaste um momento para escutar a Deus antes de você pegar um comentário de homens,

mesmo se eles forem de mestres e autores capacitados.

Observar o contexto envolve ler mais do que apenas a passagem em estudo – inclui os

versículos circunvizinhos, o capítulo, ou o livro. Nós damos um passo atrás e olhamos a

passagem à distância antes de seguirmos para um exame mais próximo. As percepções e as

notas sobre o contexto devem ser registradas com cuidado. Serão de grande importância no

estágio da interpretação.

EXAMINE A ESTRUTURA

Tendo olhado a passagem à distância, agora é hora de olhar mais de perto. Leia a

passagem diversas vezes, procurando e registrando alguns dos seguintes detalhes da

estrutura:

Palavras-chave: Note qualquer palavra ou palavras que são repetidas. Frequentemente isto indica o tema.

Comparações e contrastes: É algo que se parece com algo mais ou é o oposto?

Progressão de uma ideia: Uma coisa é construída sobre a outra? Elas estão vinculadas a outras ideias como em uma cadeia?

Verbos: Há algum tipo de ação? Há uma ordem a ser obedecida?

Conjunções: alguma coisa é igual à outra coisa? Frequentemente a conjunção “mas”‖

aparece em contraste e as palavras “como”‖ ou “assim também”‖*e relativos+ podem indicar

comparação.

Ilustrações: O texto fornece ilustrações do que está sendo explicado? Visualize em sua mente a coisa ou ação que está sendo descrita.

Tipo de literatura: Uma passagem bíblica pode ser de história, profecia, alegoria, verdade

didática, lógica, parábola ou muitas outras possibilidades. O Anexo B lista muitos destes tipos

literários. Notar o tipo de literatura da passagem afetará a interpretação no próximo estágio,

assim isso deve ser registrado com cuidado neste estágio.

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FAÇA PERGUNTAS: QUEM? O QUE? ONDE? QUANDO? COMO? POR QUÊ?

O melhor método para descobrir o conteúdo e significado de uma passagem bíblica é

fazer as perguntas-chave sobre ela, e registrar as respostas. A Ilustração 2 mostra as seis

perguntas-chave que devem ser feitas e respondidas.

Ilustração 2 – Questões-Chave da Observação

Há, naturalmente, outras perguntas possíveis, mas estas são as mais importantes. Outras

perguntas tendem a serem variações dessas seis.

De modo ideal, você deve usar cada forma destas perguntas que você puder imaginar

(quanto mais, melhor). Amostras de variações destas perguntas são apresentadas na seção

seguinte. Enquanto você faz as perguntas, anote-as com cuidado, assim como as respostas,

em uma folha de papel. Você necessitará consultá-las no estágio da interpretação.

Se você fizer uma pergunta e não puder encontrar a resposta, anote a pergunta e volte a

ela depois. Não negligencie essas perguntas. Elas podem ser importantes. Ao contrário, ore

sobre elas, medite nelas, e peça que Deus lhe mostre as respostas. Esteja preparado para o

tempo e o esforço que isso exige, mas valerá à pena quando você chegar a uma

compreensão mais clara da passagem. Somente então você será capaz de aplicá-la com

confiança em sua própria vida, e ensiná-la como “assim diz o Senhor...”‖aos outros.

MODELO DE OBSERVAÇÃO

Nós usaremos as seis perguntas para ver o que nós podemos descobrir sobre a verdade

de Deus em uma passagem do Antigo Testamento sobre um jovem chamado para servir a

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Deus. Enquanto nós estudamos esta passagem, tornar-se-á muito claro que ele foi chamado

para uma posição que era radicalmente diferente de seus contemporâneos. Sem dúvida,

alguns serão capazes de se identificar com as lutas que este jovem teve que enfrentar

quanto respondeu ao chamado de Deus. A passagem é encontrada em Jeremias 1.

Abra a sua Bíblia nessa passagem, ore por iluminação, e depois procure as respostas às

seguintes perguntas. Anote especialmente os tipos das perguntas que são feitas. Em seu

próprio estudo, mais tarde, você necessitará elaborar perguntas similares para fazer a

respeito de outras passagens enquanto você as estuda. Escreva as respostas ao lado de cada

pergunta.

QUEM?

A quem esta parte da Escritura é atribuída (v. 1)?

Quem são as pessoas mencionadas nesta passagem (vs. 1-2)?

Quem são os reis mencionados nos versículos 2-3?

Quem são as pessoas que Deus está chamando para trazer o desastre sobre a terra (v.15)?

Os versículos 18-19 listam a principal oposição de Jeremias. Quem serão estas pessoas?

(Outras?)

O QUE?

Qual evento em especial é mencionado no começo do v. 2?

É possível deduzir qual era a posição de Jeremias com o v. 2?

Se for, qual é essa posição?

De acordo com o versículo 2, quais eventos aconteceram no fim do reinado de Zedequias?

O que aconteceu com Jeremias no v. 3?

Qual foi a “palavra do Senhor” que veio para ele (versículo 5)?

Quais são as quatro ações específicas atribuídas a Deus por Ele mesmo no versículo 5?

No versículo 5, qual deveria ser a posição de Jeremias?

Qual era a extensão da posição de Jeremias? Limitada à nação de Israel ou muito mais ampla?

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Qual foi a resposta de Jeremias no versículo 6?

Qual foi a resposta de Deus a Jeremias nos versículos 7-8?

Quais são os dois imperativos que Deus dá a Jeremias nos vs. 7-8?

Quais eram as opções que Jeremias tinha de acordo com o versículo 7?

Qual foi a emoção de Jeremias que Deus tratou na primeira parte do versículo 8?

Quais as duas razões dadas a Jeremias para ele não temer (versículo 8)?

O que o Senhor faz com Jeremias no versículo 9?

O versículo 10 descreve a tarefa de Jeremias. Quais foram os elementos dessa tarefa?

Qual é a progressão notada no versículo 10?

Quais foram as duas coisas que Deus mostrou a Jeremias nos versículos 11-16?

O que o versículo 12 descreve Deus fazendo?

De acordo com os versículos 14-16, o que estava para acontecer com o povo de Deus?

Quais foram as razões específicas de Deus para trazer juízo ao Seu povo (v. 16)?

Quais foram as instruções que Deus deu a Jeremias no versículo 17?

Quais mandamentos foram repetidos desde o começo?

Qual foi a nova promessa (versículo 17)?

O que o povo do versículo 18 faria a Jeremias (versículo 19)?

Qual é a promessa que Deus dá a Jeremias para as batalhas adiante (v. 19)?

(Outras?)

ONDE?

Onde é o ambiente desta passagem de acordo com o v.1?

Onde isto está localizado?

De onde viria o povo descrito no v. 15?

(Outras?)

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QUANDO?

Quando é o período de tempo descrito para o conteúdo em geral deste livro?

No versículo 5, quando Deus conheceu (escolheu) Jeremias?

No versículo 5. Quando Deus separou Jeremias para o ministério?

Quando aconteceu a ação no v. 18?

(Outras)?

POR QUÊ?

Por que Deus está “vigiando” no v. 12?

Por que Deus está pronunciando um juízo sobre Seu povo (v. 16)?

(Outros?)

COMO?

Como Jeremias é descrito no versículo 1?

Como Hilquias, pai de Jeremias, é descrito?

Como Jeremias se dirige a Deus no v. 6?

Como Jeremias responde à Palavra de Deus no v. 6?

Como Deus descreve a Jeremias no versículo 18?

Liste também outras observações que você fez concernentes a Jeremias 1.

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Capítulo III

INTERPRETANDO A PALAVRA DE DEUS

INTERPRETAÇÃO

À parte do Espírito Santo e da oração, a Bíblia é o recurso mais importante que nós temos

como líderes de igreja. Somente a Palavra de Deus, viva e eficaz, pode penetrar os corações

e as almas daqueles a quem nós procuramos ganhar para o reino de Deus. Ela nos equipa

para toda boa obra, o que certamente descreve o nosso ministério de liderar e multiplicar

igrejas através da terra. Ela serve como o único padrão pelo qual nós medimos e avaliamos

toda doutrina, prática ou tradição da Igreja. A história, a tradição e o intelecto humano

podem se desviar, mas a Bíblia permanece sendo a verdade de Deus.

É importante, consequentemente, que nós saibamos “manejar bem a Palavra da

verdade”. Nosso inimigo, Satanás, não poupou nenhum esforço para diminuir a Bíblia e sua

verdade. Ao longo dos séculos, muitas controvérsias diferentes foram criadas por uma

compreensão falsa daquilo que a Bíblia diz. E você, certamente, não quer ser culpado de

adição a ou de apoiar esses falsos entendimentos da Palavra de Deus.

INTERPRETAÇÃO: O SEGUNDO ESTÁGIO DO MÉTODO INDUTIVO

A interpretação responde à pergunta: o que o texto que dizer? Esta sessão apresenta

algumas diretrizes para discernir o que as Escrituras realmente dizem. Nós não pretendemos

tratar deste assunto plenamente, mas somente dar uma introdução. Nós queremos também

usar a mesma passagem de Jeremias 1 e aplicar esses princípios para obtermos uma

compreensão mais clara dessa passagem bíblica.

Ilustração 4.1 – A Interpretação

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O estágio da interpretação segue o estágio da observação do estudo indutivo da Bíblia.

Isto parece óbvio, mas frequentemente todos aqueles que estudam a Bíblia se apressam

para este estágio sem fazer um trabalho completo de observação. Como consequência, a sua

interpretação frequentemente é defeituosa, visto que eles não possuem fatos suficientes

para interpretar a passagem com precisão.

Os estágios de observação, interpretação e aplicação podem ser comparados ao processo

de construir uma casa. A observação seria a coleta dos materiais. A Interpretação é a fase

onde o proprietário de fato constrói a casa a partir dos materiais. A Aplicação é a fase onde

o proprietário se muda para a casa e vive ali. Cada estágio é igualmente importante e todos

são interdependentes. Se os materiais estiverem faltando (observação), não será possível

completar a casa. Se a casa não for construída cuidadosamente (interpretação), morar na

casa será perigoso. Se ninguém morar na casa (aplicação) a construir foi, então, um

desperdício de tempo.

Com esta analogia em mente, fica claro que a interpretação deve ser feita com cuidado,

seriamente e pensativamente. Se em qualquer momento você achar que não tem fatos

suficientes para decifrar o significado da passagem bíblica, você deve retornar ao estágio da

observação e fazer mais perguntas.

Realmente, isto é normal. Raramente nós anotamos tudo o que é importante em uma

passagem, assim como um construtor que quando fica sem material tem que adquirir mais.

O PROCESSO DE INTERPRETAÇÃO

Quando nós interpretamos uma passagem da Escritura, nós procuramos descrever

claramente a situação bíblica original, e indicar a mensagem que Deus comunicou naquela

situação.

Nós podemos, então, com cuidado e seriamente, supor que Deus falaria de uma maneira

similar em uma situação similar – resultando em um princípio bíblico geral.

Portanto, a interpretação envolve:

Compreender a situação e as pessoas bíblicas (audiência) originais.

Identificar a mensagem comunicada àquelas pessoas em seu tempo.

Formular um princípio que resuma esses fatos e que se aplicariam a uma situação semelhante em qualquer época – especialmente hoje.

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Ilustração 4.2 – Usando A Indução Para Descobrir o Princípio Bíblico

O princípio que resulta da interpretação pode ser uma advertência, uma promessa, um

desafio, etc. Uma coisa importante é compreender a situação original da maneira mais clara

possível para que possamos dizer com confiança “assim diz o Senhor” ao aplicarmos à nossa

própria vida e as dos outros.

FILTRE OS FATOS DA OBSERVAÇÃO PARA ENCONTRAR OS FATOS-CHAVE

A interpretação é mais do que uma arte; é uma ciência. Ou seja, é mais do que uma

questão de seguir certas regras – embora as regras e as diretrizes existam. A prática, a

oração e a sensibilidade à direção do Espírito Santo são necessárias a fim de desenvolver a

habilidade de peneirar todos os fatos do estágio da observação, de identificar os mais

importantes e de compreender a mensagem principal da passagem bíblica.

DETERMINE O PROPÓSITO PRINCIPAL DO AUTOR

Quando nós falamos sobre o autor da passagem, nós temos na mente tanto o escritor

humano como também Deus, que guiou a composição. À exceção de algumas profecias que

o escritor humano não compreendia, o propósito do escritor e o propósito de Deus devem

ser o mesmo.

Em alguns casos, o ponto principal pode claramente ser indicado na passagem.

Geralmente, entretanto, será necessário procurar os indícios e as observações chaves. O

contexto é normalmente o indicador mais importante do tópico ou do ponto principal. As

palavras ou frases repetidas também são indícios valiosos. Cada passagem será diferente,

mas você estará procurando a seguinte informação:

Sobre qual assunto o autor está escrevendo?

O que ele está dizendo sobre o assunto?

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O ideal é ser capaz de resumir esses pontos sobre uma dada situação em uma só

sentença concisa. Isto pode exigir várias tentativas antes de acertar. Continuando a analogia

de construir uma casa, isto é como pôr o alicerce corretamente. A descrição mais plena da

mensagem da passagem bíblica será construída sobre esta declaração, como também o será

na aplicação.

DETERMINE O FLUXO DE PENSAMENTO DA PASSAGEM

Uma vez que o propósito (ou mensagem) principal do autor tenha sido declarado, o

próximo passo é descrever como o autor constrói sobre o propósito na passagem bíblica.

Que estilo ele usa? Por quê? Qual método e qual lógica? Por que ele escolheu esta maneira

de apresentá-la? Deve ser possível anotar tanto o conteúdo da passagem como também a

atitude ou a emoção que está sendo comunicada. Os textos podem ser incentivadores,

sarcásticos, irritados, confrontadores, apaziguadores, argumentativos, desafiadores, etc.

AS REGRAS BÁSICAS DE INTERPRETAÇÃO

Embora a interpretação seja essencialmente uma arte a ser desenvolvida com a prática,

há algumas regras básicas que devem ser seguidas. As regras descritas abaixo aceitam que a

Bíblia é a Palavra de Deus, inspirada por Deus, e que Deus pretende que nós a leiamos e

compreendamos. Nem todos concordam com essas afirmações e esta é a fonte de muitas

das discordâncias no mundo religioso, assim como a fonte de muitas seitas.

PRINCÍPIOS GERAIS DA INTERPRETAÇÃO BÍBLICA

1. A Bíblia é a Palavra de Deus e tem a autoridade de Deus.

2. A Bíblia é seu próprio e melhor intérprete, refletindo o caráter de Deus.

3. A fé que salva e o Espírito Santo são necessários para entender as Escrituras.

4. Você deve interpretar a história, ações, atitudes, experiência pessoal, etc., à luz da

Escritura e não as Escrituras à luz dessas coisas1.

5. O propósito primário da Bíblia não é aumentar o nosso conhecimento, mas mudar

as nossas vidas.

6. Cada cristão tem o direito, a responsabilidade e o privilégio de investigar e

interpretar a Palavra de Deus com a ajuda do Espírito Santo.

1 NT: Isso não significa ignorar o contexto sociocultural em que os eventos ou fatos ocorreram como o texto indica logo a seguir.

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OS PRINCÍPIOS GRAMATICAL, HISTÓRICO E TEOLÓGICO

1. Você deve interpretar as palavras de acordo com seu significado no contexto histórico e cultural do autor. Sempre pense em como os ouvintes originais (audiência original) teriam compreendido e reagido à mensagem.

2. É importante entender a gramática de uma passagem bíblica antes de tentar entender a verdade teológica que ela ensina.

3. A linguagem figurada normalmente tem uma intenção principal. Não tente achar muitas coisas

nesse tipo de passagem. (Veja o Anexo A, “A Linguagem da Bíblia”, para ver uma descrição dos

diferentes tipos de linguagem figurada).

4. Você não deve ser o ‘esclarecedor’ de um assunto mais do que as Escrituras, que são claras.

Não adicione seu próprio pensamento ou a tradição de sua igreja ao que a Bíblia diz, porque

você (ou outra pessoa) poderia acreditar que esses pensamentos são realmente bíblicos.

OS ERROS COMUNS DA INTERPRETAÇÃO QUE DEVEM SER EVITADOS

Os três erros comuns na interpretação acontecem por causa da falha em recordar os

atributos-chave das Escrituras.

Trampolim

Este tipo de erro recebe seu nome do trampolim que os ginastas usam para ajudar a

saltar mais alto. O trampolim não é central ao seu desempenho – ele apenas o ajuda a

começar. Este erro ocorre quando o intérprete já sabe o que quer dizer e não está

particularmente interessado em descobrir o significado do texto. Ele olha rapidamente uma

passagem e “salta” dali para algum outro tópico ou ensino que ele quer realmente discutir.

Isto insulta ao Senhor, que escreveu a Palavra para nos comunicar a verdade.

Alegoria

Este método é também muito comum, mas é igualmente inaceitável. Envolve ignorar o

claro significado das Escrituras e tentar encontrar alguma mensagem escondida. Há

certamente algumas passagens que são muito difíceis de compreender. Entretanto, a

maioria das passagens faz sentido quando nós olhamos com cuidado as palavras e a

gramática. Nós nunca devemos procurar significados escondidos quando um é apresentado

claramente. Até mesmo no caso de uma passagem difícil, é melhor admitir que nós ainda

não a compreendemos do que tentar fabricar algum tipo do significado que seja difícil de

sustentar.

Ignorar a revelação progressiva

É impossível compreender uma passagem se nós nos esquecermos da natureza

progressiva da Escritura, pois o Senhor às vezes muda a Sua maneira de tratar com os

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homens. Por exemplo, no Antigo Testamento, Deus exigiu uma série de sacrifícios literais de

animais. Entretanto, estes sacrifícios eram somente provisórios. Quando o Cordeiro perfeito

de Deus morreu no Calvário, Ele cumpriu todos os requerimentos do Antigo Testamento

(Hebreus 9.12). Nenhum sacrifício desse tipo é requerido no Novo Testamento. Se alguém

fosse sacrificar hoje um cordeiro por seu pecado, isso seria um insulto a Cristo.

Consequentemente, as decisões de interpretação devem ser feitas com cuidado e

considerando o ensino mais amplo da Palavra.

USE “AJUDAS”, MAS USE-AS CUIDADOSAMENTE

Há muitas ferramentas e ajudas que auxiliam no processo de interpretação. Estas

incluem: Comentários, Manuais Bíblicos, Bíblias de Estudo com anotações, Bíblias com

Referências Cruzadas, Dicionários, Atlas e muitos outros livros.

Ainda que estes possam ser muito úteis, eles não devem substituir o esforço pessoal para

compreender uma passagem bíblica. Eles foram criados para ajudar, não para fazer o

trabalho por você. Use-os quando for necessário compreender as coisas que não estão claras

a você. Tenha especial cuidado com as Bíblias de referências cruzadas. Frequentemente, elas

indicam apenas outros versículos que têm a mesma palavra ou frase. Os versículos

consultados podem ou não algo a ver com o tópico da passagem.

EXEMPLO DE INTERPRETAÇÃO

Consulte as suas notas de observação sobre Jeremias 1 e trabalhe com o processo de

interpretação. Siga o formato mostrado abaixo.

FILTRE AS OBSERVAÇÕES PARA ENCONTRAR OS FATOS-CHAVE

Enquanto eu vejo as minhas observações sobre Jeremias 1, parece que as observações

mais importantes para mim são... (liste-as em uma folha à parte).

DECLARE A INTENÇÃO OU PONTO PRINCIPAL

O assunto do capítulo é...

O que Jeremias está dizendo sobre este assunto é...

Uma declaração concisa do ponto principal, refletindo as duas ideias acima é...

DESCREVA O FLUIR DO PENSAMENTO

Jeremias desenvolve a intenção ou ponto principal da passagem por...

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ALGUMAS QUESTÕES SOBRE O “SIGNIFICADO”

Enquanto você trabalha usando as declarações acima, pode ser útil considerar as

seguintes questões sobre o significado do texto. Talvez você pense sobre outras questões

que sejam boas ou até melhores. As que seguem são oferecidas para ajudá-lo a começar o

processo.

Versículo 5

Qual o significado de que o Senhor “conhecia” a Jeremias?

O que significa ser “separado”?

Quais são algumas das implicações da declaração “antes de você nascer, eu o separei...”?‖

Versículo 6

Por que Jeremias podia considerar a si mesmo como uma “criança”?

Por que você supõe que Jeremias respondeu da maneira que ele fez?

Versículo 7

Como você caracterizaria um chamado de Deus pelo que você vê neste versículo?

Qual a sua resposta para o que a questão anterior diz sobre Deus e Seu caráter?

Versículo 8

O que as palavras do Senhor dizem sobre a resposta das pessoas para o futuro ministério de Jeremias?

Que motivação há para Jeremias frente à oposição?

Versículo 9

Como o Senhor “colocou as Suas palavras” em Jeremias?

Versículo 10

O que você pensa que a frase “para arrancar, despedaçar, arruinar e destruir; para edificar e plantar” significa?

O que você pode presumir sobre o caráter de Jeremias que o capacitaria a continuar com o plano de Deus?

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Versículo 12

Que princípio você encontra neste versículo concernente ao envolvimento de Deus no ministério daqueles que Ele tem chamado?

Versículo 16

O que este versículo mostra sobre o caráter de Deus, mesmo quando Ele venha julgar Seu próprio povo?

Deus foi justo naquilo que Ele planejou fazer ao povo? Por quê?

Versículo 17

O que poderia ter sido parte do “prepare-se” de Jeremias?

Por que você acha que o Senhor repetiu novamente o que ele já tinha dito antes? (versículo 8).

Versículo 18

Qual o significado e importância das frases “uma cidade fortificada, uma coluna de ferro e um muro de bronze”?

Por que o povo do versículo 18 se oporia à pessoa e mensagem de Jeremias?

Como Deus fortifica e prepara Seu povo hoje para permanecer com Ele?

Versículo 19

O que este versículo mostra sobre o caráter e compromisso de Deus para com aqueles a quem Ele chama?

O PRINCÍPIO BÍBLICO

O passo final no processo de interpretação é tentar declarar o significado da passagem

com um princípio bíblico conciso. A declaração deve ser bem similar à Intenção ou Ponto

Principal. Contudo, o ponto principal se relaciona ao contexto específico de Jeremias há mais

de 2.500 anos atrás. O princípio que você quer formular agora deve ser válido para qualquer

época, especialmente para hoje.

A forma de declarar o princípio seria alguma coisa como: “Neste tipo de situação, nós

devemos...”‖ou “Quando isso acontece, Deus...”. Naturalmente, o fraseado exato do

princípio variará de uma passagem bíblica para outra. E o princípio também deve ser tão

específico quanto possível. Este processo não é fácil, mas é importante. E com a ajuda de

Deus, é possível.

Do meu estudo de Jeremias 1, eu encontrei o princípio bíblico eterno (registre-o)...

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Capitulo IV

APLICANDO A PALAVRA DE DEUS

APLICAÇÃO

Por alguma razão, a parte mais difícil da vida cristã é aplicar as verdades da Escritura à

vida diária. Nós podemos obter muito conhecimento e nossa fé pode aumentar com o nosso

estudo da Bíblia. Contudo, a menos que nós compreendamos como colocar em prática o que

temos aprendido tal estudo não terá grande proveito para nós.

Nos capítulos anteriores, nós coletamos nossos materiais (observação) e os construímos

em um princípio bíblico (interpretação). Agora é hora de viver na verdade (aplicação). A

aplicação pergunta de maneira especial: “o que eu devo fazer?”

Ilustração 4.1 – Aplicação: O que eu devo fazer?

Mesmo quando nós determinamos o que nós devemos fazer, nós ainda precisamos

obedecer ao que a Bíblia ensina. Jesus ensinou que Seus discípulos devem ensinar aos

outros “a obedecer a tudo o que eu lhes ordenei” (Mateus 28.20).

O apóstolo Paulo fala de aplicar o que tem sido aprendido desta maneira: “Tornem-se

meus imitadores, como eu o sou de Cristo” (1 Coríntios 11.1). O apóstolo João escreve que

“Sabemos que o conhecemos, se obedecemos aos seus mandamentos” (1 João 2.3).

Assim, nós necessitamos buscar maneiras práticas de aplicar as verdades que nós

aprendemos quando estudamos a Bíblia. O apóstolo Tiago escreve, “Assim também a fé, por

si só, se não for acompanhada de obras, está morta” (Tiago 2.17).

Neste capítulo, nós queremos retornar à passagem em Jeremias 1. Nós estudaremos o

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texto outra vez, procurando por princípios bíblicos que nós possamos aplicar às nossas vidas.

Ainda que os princípios se apliquem a cada um, as aplicações práticas podem muito bem

variar de uma pessoa para outra, porque nossas circunstâncias são diferentes.

APLICAÇÃO: O TERCEIRO ESTÁGIO DO MÉTODO INDUTIVO

Há duas questões muito importantes que devem ser tratadas no estágio de aplicação. A

primeira é o fato de que a aplicação deve ser feita sempre para si mesmo e não apenas para

os outros. Não importa se o estudo é para o propósito de crescimento pessoal ou para

ensinar aos outros. Se nós não o aplicarmos a nós mesmos primeiro, nós nos tornaremos

hipócritas. O que quer que seja que ensinemos aos outros sempre deve fluir do que nós já

aprendemos e aplicamos à nossa própria vida. Depois nós podemos ensinar aos outros

quando for necessário.

O segundo ponto importante é assegurar-se de que nosso contexto é o mesmo que o

original. Nós não podemos e não devemos aplicar às nossas vidas uma mensagem dada às

personagens bíblicas a menos que nossa situação seja equivalente. Portanto, grande parte

do estágio de aplicação consiste de perguntar: o que em minha vida é similar à situação

descrita na passagem?‖

Ilustração 4.2 – Como Eu Aplico À Minha Vida?

O PROCESSO DE APLICAÇÃO

A aplicação começa com uma consideração lógica e sistemática das áreas básicas de

nossa vida e ministério que devem ser afetadas pelo princípio bíblico que nós temos visto no

texto. É útil considerar cada tópico e depois perguntarmos a nós mesmos, levantando

questões que nos levem a pensar sobre o que nós devemos fazer em resposta à mensagem.

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Como sempre, este processo deve ser rodeado de oração e acompanhando por uma

disposição de aprender e crescer no Senhor.

TÓPICOS DE APLICAÇÃO

O objetivo final da Aplicação é o desenvolvimento pessoal do caráter e uma maior

efetividade no ministério. Há várias áreas ou tópicos que nós devemos considerar quando

nós tentarmos aplicar a nós mesmos a mensagem de uma passagem pessoal. Esses tópicos

incluem tanto a vida pessoal quanto o ministério. Alguns exemplos são listados aqui:

Fé: O que eu posso aprender sobre a fé pessoal?

Atitudes: Quais atitudes são boas ou más? Quais são os resultados? Como eu posso

mudar as atitudes negativas?

Ações: O que eu devo começar a fazer? O que eu devo parar de fazer?

Pecados: Quais pecados têm sido apontados em mim? Como eu posso acertar as coisas

com Deus/outros?

Desafios: Quais desafios se tornaram claros em minha vida pessoal? Nos relacionamentos

com os outros? Em meu ministério?

Promessas: Quais promessas eu posso reivindicar como sendo minhas? Há condições?

Quais são as implicações para minha vida e ministério?

Caráter: Quais são as qualidades de caráter que eu preciso desenvolver em minha vida e

ministério?

QUESTÕES GERAIS

Um autor lista várias questões de aplicação que são úteis e podem ser feitas a respeito de

qualquer passagem da Escritura. Elas são:

Há um exemplo a seguir?

Há um pecado a evitar?

Há uma oração a repetir?

Há um mandamento a obedecer?

Há uma condição a suprir?

Há um versículo para memorizar?

Há um erro a reconhecer?

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Há um desafio a enfrentar?

QUESTÕES ESPECÍFICAS

Tendo feito as questões gerais de aplicação para Jeremias 1, também é útil olhar cada

versículo ou seção e levantar questões mais específicas. Contudo, diferentemente dos

estágios anteriores, essas questões se relacionam diretamente ao que você deve fazer como

um resultado da mensagem.

Há um número interminável dessas questões específicas, visto que elas diferem em cada

passagem. Você só precisa usar a sua criatividade. O importante é abrir seu coração ao

Senhor e permitir que Ele mostre-lhe o que Ele quer que seja diferente em sua vida.

Alguns exemplos de questões são listados abaixo. Sinta-se livre para adicioná-los

enquanto você trabalha com a passagem.

Versículo 5

O que o ensino deste versículo lhe diz pessoalmente sobre seu relacionamento com Deus, o Criador?

O que este versículo lhe diz pessoalmente sobre o seu chamado para o ministério?

Se você não tem um claro senso de chamado, o que este versículo está dizendo para você?

Você sabe qual é a vontade de Deus para sua vida neste momento?

Que impacto este versículo tem com respeito à sua fé na soberania de Deus?

Você concorda? Você aceita este conceito sem reserva?

Versículo 6

Você se identifica com a hesitação de Jeremias em responder ao desafio de Deus?

Quais têm sido as suas ―desculpas‖?

Você ainda está oferecendo desculpas? O que você deve fazer a este respeito? Versículo 7

O que você pensa pessoalmente sobre a resposta de Deus a Jeremias?

Como você se sente sobre a aparente falta de flexibilidade‖ da parte de Jeremias ao recusar o chamado de Deus?

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Parece que não havia espaço para Jeremias tomar sua própria decisão. O que você sente pessoalmente sobre não ter qualquer escolha real na questão do chamado de Deus? Você tem uma escolha?

Este versículo cria um problema para você na área do livre arbítrio do homem e a soberania de Deus?

Se não cria um problema, como você responderá?

Versículo 8

O que este versículo significa para você pessoalmente?

Como você o aplica à sua situação pessoal e ministerial?

Versículo 9

Como você descreve uma situação na qual Deus tenha se encontrado‖ com você pessoalmente?

Versículo 10

O que este versículo diz para você pessoalmente sobre o objetivo final de Deus para seu ministério?

Você pode ver qualquer similaridade entre a tarefa de Jeremias e a sua como um plantador ou pastor de igreja?

Havia obstáculos que Jeremias teve que enfrentar e vencer para alcançar o objetivo de edificar e plantar novamente. Quais são alguns dos obstáculos que você enfrenta ao avançar para alcançar este mesmo alvo de edificar o reino de Deus por plantar/desenvolver novas igrejas?

Como você se sente sobre a perspectiva de estar em uma posição onde você possa ter que ir contra a tradição e líderes que se oporiam às suas ideias de plantar/pastorear/liderar uma igreja?

Como você trataria com os obstáculos e aqueles que podem ser seus opositores?

Versículo 12

Como o princípio deste versículo pode ser aplicado a você pessoalmente?

O que este versículo faz à sua confiança como um líder de igreja?

Versículo 16

Como você lida com a questão de “outros deuses”‖ em sua própria vida?

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O que você necessita fazer para assegurar-se que sua lealdade é apenas para com Deus e não para com “outros deuses”, isto é, materialismo, nacionalismo, etc.?

Versículo 17

Como você qualifica a sua prontidão nesta questão se ser capaz de permanecer a favor de Deus contra toda oposição?

O que você precisa fazer pessoalmente para se preparar para seu futuro ministério?

Quais são as áreas de sua vida que necessitam ser espiritualmente reforçadas?

Versículo 18

Deus fortificou a Jeremias. Como Deus tem lhe fortificado para permanecer do lado Dele?

O que Deus tem lhe dado para estar com você em todas as circunstâncias?

Como isto faz você pensar/sentir sobre Deus e Sua provisão para você e seu ministério?

SUMÁRIO

A Aplicação que eu vejo para minha vida e ministério em Jeremias 1 é:

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Capítulo V

USANDO O ESTUDO INDUTIVO

As lições anteriores explicaram como o método indutivo de estudo da Bíblia trabalha a

descoberta e aplicação do significado da Palavra de Deus. A ênfase está nas Escrituras e não em

nossa prévia compreensão da passagem. Nós esperamos que isto já tenha aprimorado o seu

estudo da Palavra.

Nós temos usado o método indutivo apenas para examinar umas passagens curtas. Contudo, o

método indutivo de estudo pode ser usado para estudar porções maiores da Bíblia ou para

comparar versículos de diferentes seções – como seria necessário em um estudo de tema ou

biográfico.

Neste capítulo, nós discutiremos algumas das diretrizes para aplicarmos o método indutivo a

esses outros tipos de estudos.

REVISÃO DOS PRINCÍPIOS DO ESTUDO INDUTIVO

Antes de aplicar o método indutivo de estudo da Bíblia mais amplamente, você deve rever os

princípios estudados nos capítulos anteriores.

A RAZÃO PARA O MÉTODO INDUTIVO

O método dedutivo começa com um entendimento pré-existente ou fato que determina o

significado do que está sendo estudado. Quando nós usamos este método para estudar a Bíblia,

nós terminamos tentando fazer com um versículo diga o que nós já compreendemos ao invés de

aprender com ele. Em contraste, quando nós usamos o método indutivo no estudo da Bíblia, nós

vamos à passagem para aprender e permitir que a Palavra fale conosco.

PASSOS DO MÉTODO INDUTIVO

Os três passos do método indutivo – observação, interpretação e aplicação – são mostrados na

Ilustração 5.1. O método indutivo nos conduz através do processo de perguntar o que a Bíblia diz,

o que ela quer dizer e o que eu devo fazer a respeito disso. Começa por gastarmos tempo

examinando bem de perto o conteúdo das Escrituras e termina por colocá-lo em prática em nossa

vida e ministério.

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Ilustração 5.1 – Três Passos

É importante trabalhar através desses passos em ordem, sem pular à frente. O processo é como

uma pirâmide, onde é necessário edificar um largo e forte alicerce de observação antes de

construir nossa interpretação sobre ele e aplicá-lo às nossas vidas.

A ÊNFASE DO MÉTODO INDUTIVO

O método indutivo de estudo da Bíblia pode ser usado para muitos tipos de estudos da Bíblia,

como nós veremos abaixo. Há certo número de princípios gerais que são importantes, não importa

que tipo de estudo você esteja fazendo. Estes incluem:

Fazer muitas boas perguntas tais como “quem?”, “o que?”, “onde?”, “como?” e “por quê?”

Procurar a intenção ou ponto principal.

Compreender o propósito do autor.

Entender a revelação progressiva.

Entender o contexto.

Declarar o princípio bíblico.

Comparar o contexto bíblico e o atual.

Orar.

Consulte os capítulos anteriores para maiores informações sobre esses princípios.

ESTUDOS BIOGRÁFICOS

Estudos biográficos ou estudos de personagens envolvem estudar tudo o que está registrado

sobre uma determinada pessoa na Bíblia. Se isto envolver um grande número de passagens

bíblicas, pode ser útil estudar apenas um evento em particular ou um período de tempo na vida da

personagem. Por exemplo, você pode estudar Paulo durante suas jornadas missionárias ou Davi

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durante sua luta contra o Rei Saul. Contudo, mesmo nessas situações, considere a vida inteira da

pessoa e como a seção escolhida se encaixa com o todo.

POR QUE FAZER UM ESTUDO BIOGRÁFICO?

Todo mundo gosta de uma boa história. É fácil se identificar com os problemas, desafios,

tentações, alegrias e vitórias dos outros quando estes são vistos em forma de história. A Bíblia está

cheia tanto de exemplos negativos como positivos vistos nas histórias das pessoas.

Ao estudar as vidas das personagens bíblicas com suas forças e fraquezas, nós podemos

aprender muitas lições para ajudar-nos a conformar-nos à imagem de Cristo. Uma boa pare da

Bíblia diz respeito à obra de Deus nos indivíduos para levá-los a isto. Por exemplo, com Abraão nós

aprendemos sobre a soberania de Deus em ação; com Daniel nós aprendemos sobre oração; com

Jonas nós aprendemos o que acontece com uma pessoa tentando fugir de Deus; com Paulo nós

aprendemos sobre missões. 1 Coríntios 10.11 é o versículo-chave: “Essas coisas aconteceram a

eles como exemplos e foram escritas como advertência para nós, sobre quem tem chegado o fim

dos tempos”. Quais outros exemplos vêm à sua mente?

Por usarem estórias sobre as vidas das personagens bíblicas, os líderes cristãos podem ser

capazes de comunicar muitas verdades importantes àqueles a quem eles estão procurando

evangelizar. Mas, para aplicar a Bíblia com maior precisão, é necessário compreender o que a

Bíblia está ensinando através da vida da pessoa. Bons princípios de estudo da Bíblia devem ser

aplicados aos estudos biográficos assim como qualquer tipo de estudo da Bíblia.

COMO FAZER UM ESTUDO BIOGRÁFICO

Os estudos indutivos biográficos seguem um padrão similar de observação, interpretação e

aplicação assim como nos textos individuais, com uma significativa exceção. A Ilustração 5.2

mostra como a observação é feita em cada passagem. Contudo, a interpretação requer um passo

extra. Primeiro, o princípio bíblico para cada passagem é determinado. Depois, um princípio

comum é formado a partir dos princípios individuais. Finalmente, a aplicação comum que resume

todas as passagens é formulada e colocada em prática. As seções abaixo expandirão esses

conceitos.

Ilustração 5.2 – Estudo Biográfico

Aplicação Comum

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Observação

A observação envolve examinar detalhadamente todas as passagens relevantes – de uma vez

só. Cada passagem ensina uma verdade específica em um contexto específico. Você necessita

descobrir que verdade é essa para cada passagem antes de proceder com a interpretação. Use os

passos abaixo como um guia:

Selecione a pessoa da Bíblia que você deseja estudar.

Faça uma lista de TODAS AS REFERÊNCIAS bíblicas para essa pessoa. Se estiver disponível, use uma concordância ou dicionário bíblico.

Organize os versículos em ordem cronológica.

Formule e faça tantas questões de observação quando for possível (Quem? O que? Onde? Quando? Como? Por quê?).

Dê atenção especial às indicações de caráter, personalidade, pensamentos ou ações da pessoa que você está estudando. Por exemplo:

o O que nós podemos aprender sobre seus ancestrais e família?

o O significado de seu nome é importante? Ele foi mudado? Se ele foi, qual foi o significado dessa mudança? Por exemplo, Abrão para Abraão, Jacó para Israel, Simão para Pedro, etc.

o Quando e onde ela viveu? O que nós sabemos de outras fontes, tanto bíblias quanto não bíblicas, sobre a vida em seus dias?

o Quais eventos significativos ocorreram em sua vida? (Crises, realizações, chamado para uma tarefa específica, problemas enfrentados, etc.).

o Relacionamentos: O que dizer de seu relacionamento com Deus? Como ele se dava com os outros?

Registre e resuma suas notas para cada versículo.

Interpretação

A Interpretação é um processo de duas partes quando ela envolve mais de uma passagem das

Escrituras – como é frequentemente o caso em um estudo biográfico. Cada uma das passagens

que você seleciona para estudar tem um propósito específico e um ensinamento próprio. Por

causa da unidade da Escritura, esses propósitos nunca se contradirão, mas eles podem ser

diferentes. Normalmente, eles adicionam alguma informação. Cada um desses propósitos deve ser

descoberto e declarado como um princípio bíblico, usando as diretrizes apresentadas nas

discussões anteriores do método indutivo.

Uma vez que esse princípio para cada passagem individual tiver sido declarado é possível

terminar o processo de interpretação por combiná-los cuidadosamente e completamente em um

princípio que resuma a contribuição de cada parte. Suponha que você escolha estudar uma porção

da vida de Davi. Uma passagem ensina que ele foi dedicado à Palavra. Outra enfatiza sua vida de

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oração. Uma terceira enfatiza sua confiança em Deus em tempos de aflição. Um princípio comum

e apropriado pode ser que devamos nos dedicar à Palavra e à oração quando confiarmos em Deus

em tempos difíceis. Este princípio resume o ensinamento de todas as três passagens.

Aplicação

Uma vez que seu estudo da personagem tiver definido um princípio bíblico comum você poderá

comparar a sua situação com a dela e determinar o que você deve fazer. Isto é, você buscará

maneiras nas quais seus contextos (seu e da personagem bíblica) são semelhantes e responder de

acordo com o ensino que você tem visto na Palavra. Enquanto você dá este passo, você pode

querer revisar algumas das passagens que o Espírito Santo trouxer à sua mente; e você deve

permitir que Ele lhe ensine e guie através de todo o processo.

Há muitas questões de interpretação que você pode perguntar para descobrir a aplicação mais

importante para você. Isto inclui:

Como a minha experiência é similar a da personagem bíblica?

Eu tenho os mesmos pontos fortes? As mesmas fraquezas?

Por que Deus inclui esta pessoa na Escritura?

Quais as coisas específicas que Deus quer ensinar-me através do estudo da vida da personagem? Nota: um exemplo de um estudo biográfico sobre a vida de Barnabé é encontrado no Anexo C.

ESTUDO DE LIVROS

A maioria dos estudiosos da Bíblia concorda que a Bíblia tem um tema comum – embora eles

debatam sobre como declará-lo com exatidão. Cada livro da Bíblia desenvolve esse tema comum

por contribuir com alguma coisa única. Um bom exemplo disto é visto nos Evangelhos. Quatro

pessoas escreveram os Evangelhos e cada um escreveu sobre a vida de Jesus. Há muitas

similaridades nos Evangelhos e também muitas diferenças. Cada um foi escrito a partir de uma

perspectiva única.

Mateus – apresenta Cristo como o Messias Judeu (real).

Marcos – apresenta Cristo como o Servo (humilde)

Lucas – apresenta Cristo como o Filho do Homem (humano)

João – apresenta Cristo como o Filho de Deus (divino)

Cada um destes retratos de Cristo é verdadeiro e, contudo, cada um é diferente. Cada livro dos

Evangelhos descreve um importante aspecto ou caráter melhor do que os outros. Os quatros

Evangelhos cooperam para descrever o Senhor mais plenamente.

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Da mesma maneira, todos os sessenta e seis livros da Bíblia cooperam para apresentar a plena

mensagem que Deus tem para nós. Um livro descreve melhor o Seu amor, outro a Sua paciência,

outro a Sua ira. Um livro enfatiza a condição do homem caído e perdido, enquanto outro descreve

nossa gloriosa salvação através da expiação de Cristo.

POR QUE ESTUDAR UM LIVRO?

Visto que todos os sessenta e seis cooperam para nos apresentar a mensagem de Deus, nós

precisamos examinar cuidadosamente cada livro se nós quisermos entender com precisão a sua

contribuição para esta mensagem. Há também outro benefício. Quando nós compreendemos o

tema de cada livro, nós sabemos para onde nos voltarmos rapidamente para encontrar um

problema em particular. Alguém luta com o legalismo? Vá para Gálatas. Nós duvidamos de nossa

salvação? Leiamos Romanos. Alguém questiona a divindade de Cristo? Leia João. Se nós

duvidarmos da seriedade do pecado, nós devemos ler Juízes. Cada livro tem uma ênfase e

mensagem especial.

COMO ESTUDAR UM LIVRO DA BÍBLIA

Um estudo de livro usa os mesmos passos do método indutivo que nós temos aprendido.

Normalmente, o estudo de um livro exige um pouco mais de tempo para ser feito corretamente.

Os benefícios, contudo, facilmente se mostrarão dignos de seu tempo. O estudo de um livro

consiste de quatro estágios:

Leia o livro diversas vezes

Muitos dos livros da Bíblia são simplesmente cartas ou mensagens curtas. Eles foram escritos

para serem lidos do começo ao fim sem interrupção. A melhor maneira de estuda-los é ler diversas

vezes até que você comece a perceber o tema e as ideias repetidas ou enfatizadas.

Alguns dos livros maiores (tais como Isaías e Jeremias) foram escritos ao longo de muitos anos,

mas eles também são dirigidos a uma audiência e nós o entenderemos mais claramente se nós o

lermos em sua inteireza. Uma vez só não é suficiente, assim como não é suficiente olhar apenas

para trechos selecionados do livro. Gaste tempo para lê-lo repetidamente antes de você tentar

interpretá-lo.

Estude o “ambiente” do livro

Há certos fatores que nós chamaremos de o “ambiente” do livro. Você pode encontrar algumas

destas informações no próprio livro ou nas notas de sua Bíblia de Estudo, se você usar uma. Outras

questões exigirão o uso de comentários, manuais bíblicos ou outros auxílios. Quando você

começar o seu estudo, limite seu uso destes auxílios aos fatos introdutórios sobre o livro; não use

o diálogo do comentador. Guarde isto para depois, quando você tiver tempo para deixar as

Escrituras falarem a você primeiro. Quando você começar seu estudo, procure os seguintes fatos

do “ambiente”:

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• Autor – Se possível, encontre quem escreveu o livro e então aprenda o máximo possível sobre essa pessoa. Por que Deus a escolheu como um autor humano? Qual foi a sua experiência de vida? Que tipo de pessoa ele foi? Quem foi sua família? Quando e como ele foi salvo? Qual era a idade dele? Qual era a sua profissão? Responda tantas questões sobre ele quanto você puder.

• Recipientes ou Destinatários – A quem o livro foi escrito? Qual era a situação deles naquela ocasião? Por que você pensa que o livro foi escrito? Como ele foi dado a eles (pregado, profetizado, carta escrita à mão, etc.)? Qual era o relacionamento deles com Deus? Com o autor humano? Qual era a sua situação política? Sua situação religiosa?

• Data – Quando o livro foi escrito? Quais foram os eventos importantes que aconteceram na história naquele tempo? Onde este livro se encaixa na revelação progressiva de Deus ao homem? Qual foi o lapso de tempo em que o livro foi escrito?

• Estilo literário – Que tipo de estilo literário foi usado (poesia, profecia, história, didática, etc.)? Como este estilo afeta a sua interpretação? Como ele afetou afetado aos recipientes?

Estude o conteúdo do livro

Há duas considerações principais no estudo de um livro. A primeira é o tema e a segunda é

como esse tema é desenvolvido. Em outras palavras, o autor procurava comunicar uma ideia

específica para nós e ele fez isso de uma maneira específica. Ambos são importantes.

O tema do livro

Agora que você conhece os muitos fatos sobre o livro, estude o conteúdo do livro.

O livro terá um tema principal que pode ou não ser fácil de determinar. Por exemplo, João

declara claramente o tema de seu Evangelho (João 20.31). Assim acontece com Judas (Judas 3).

Outros escritores são menos claros.

Ilustração 5.3 – Partes de Um Livro

O desenvolvimento do tema

O conteúdo do livro cooperará para comunicar o tema do livro aos recipientes (e a nós).

Enquanto você estuda e faz perguntas, note como o escritor realiza a tarefa.

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Que tipo de atitude ele expressa (autoridade, gentileza, amor, ira, etc.)? Que tipo de linguagem

ele usa – clara, sarcástica, eloquente, persuasiva, etc.? Ele foca na mente ou nas emoções? Como?

Por que você pensa que ele usa essa abordagem?

Faça um gráfico do desenvolvimento do tema do livro

Uma técnica útil no estudo de um livro é fazer um gráfico dos principais temas, personagens,

lugares, etc., que são discutidos no livro.

Frequentemente, um estudo ou comentário da Bíblia incluirá tais gráficos.

Há também outras fontes destes gráficos, como sites da Internet. Contudo, você também pode

fazer os seus.

De fato, seu estudo será muito mais proveitoso se você tentar fazer um gráfico por si mesmo

antes de consultar outras fontes.

Esses gráficos não precisam ser bem elaborados – eles são projetados para ajudar-lhe a ver a

natureza geral do livro.

A Ilustração 5.4 é uma amostra de um gráfico do livro de Atos.

Ilustração 5.4 – Gráfico do livro de Atos dos Apóstolos

Aplique o tema do livro à sua situação

Nesse momento, você deve ter uma boa compreensão de o que o livro diz a partir de sua

observação. Você também deve ter determinado o tema e seu desenvolvimento, isto é, o que o

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livro quis dizer. O passo final é pensar sobre o que você deve fazer. Como nos capítulos anteriores,

isto envolve examinar sua própria vida e situação, para ver quais similaridades existem entre elas

e o contexto original do livro. As questões que você pode querer perguntar a si mesmo para ajudar

neste processo incluem:

• O que em minha vida se assemelha à situação no livro?

• O que em minha vida se assemelha ao autor do livro?

• Como eu teria tratado com esta situação?

• O que particularmente falou ao meu coração enquanto eu lia o livro?

ESTUDO DE TEMAS

Frequentemente, nós queremos estudar um tópico específico. Este tipo de estudo também é

conhecido como “estudo temático” ou “estudo tópico”. As regras normais do estudo indutivo se

aplicarão a ele.

POR QUE UM ESTUDO TEMÁTICO?

Muitos tópicos (ou verdades bíblicas) são desenvolvidos plenamente através das páginas da

Bíblia. Muitos se estendem por ambos os testamentos. O estudo de um livro mostrará apenas uma

porção desses temas. Por exemplo, o ensino sobre a oração está em todo lugar nas Escrituras. O

único modo de estudá-la adequadamente é fazer um estudo temático.

COMO FAZER UM ESTUDO TEMÁTICO

Uma vez que você tenha decidido qual tema estudará, você desejará trabalhar através dos

seguintes passos:

Encontre Os Versículos Relacionados – Notas e referências cruzadas nas margens de sua Bíblia

podem ajudar-lhe a encontrar os versículos que se relacionam ao seu tema. Encontre um versículo

que você sabe que é relevante e então comece a seguir as ligações de versículo a versículo.

Contudo, um método mais completo é usar uma Concordância para procurar todos os versículos

que tratam de seu tópico. Seja cuidadoso, porém, pois os versículos que têm a mesma palavra não

se relacionam necessariamente ao seu tópico.

Organize Os Versículos Em Ordem – O tema que você tem escolhido pode ser desenvolvido

gradualmente através da Bíblia. Leia os versículos que foram escritos primeiros antes dos

posteriores. Dessa maneira, você descobrirá a verdade da mesma maneira que Deus a revelou

originalmente.

Estude E Resuma Cada Versículo Em Contexto – Evite tornar-se culpado de extrair um versículo

de seu contexto e tentar fazê-lo dizer o que você quer que ele diga. Deixe o Espírito lhe falar

através dele. Observe e interprete cada versículo cuidadosamente. Resuma o que ele está

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ensinando sobre o tema.

Resuma O Ensinamento Sobre O Tema – Após você ter estudado os versículos individuais e

conhecido o que eles dizem e significam, resuma seu ensinamento em uma declaração clara que

inclua a contribuição de cada versículo. Este processo é essencialmente o mesmo que o do

método para o estudo biográfico que é mostrado na Ilustração 5.2. A principal diferença é que

cada passagem diz respeito a um tema ao invés de uma pessoa.

Aplique A Verdade – Peça a Deus, de modo sério e compenetrado, para mostrar-lhe como esta

verdade deve mudar sua vida e ministério. Você tem se “olhado no espelho”, agora vá e faça o

que você tem aprendido (Tiago 1.22-25).

RESUMO

O método de estudo de Bíblia indutivo é útil para muitos tipos de estudo da Bíblia. Ele é tão

poderoso porque nos lembra a cada momento que devemos deixar a Bíblia falar conosco, em vez

de forçar a nossa compreensão sobre ela. Até mesmo quando nós estudamos um livro ou

passagens múltiplas (como em um tema ou estudo biográfico), nós precisamos ter cuidado para

estudar cada versículo em seu contexto, de forma que ele possa falar claramente conosco.

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Capítulo VI

LIDERANDO O ESTUDO INDUTIVO

CARACTERÍSTICAS DE UM GRUPO DE ESTUDO INDUTIVO DA BÍBLIA

O estudo indutivo da Bíblia é primeiro e antes de tudo um método para o crescimento pessoal

do cristão. Contudo, ele também é uma forma muito efetiva de ministrar aos outros. Ele pode ser

usado para evangelismo ou para discipulado. E isto normalmente ocorre em um contexto de

grupo.

Um grupo de estudo indutivo da Bíblia é um pequeno grupo de pessoas que se reúnem com o

propósito de estudar a Bíblia. Os membros podem ou não ser crentes – embora, é claro, o líder

deva ser.

O estudo indutivo da Bíblia é uma boa maneira para os descrentes descobrirem a mensagem

que Deus tem para eles, isto é, arrepender-se e confiar em Cristo para a salvação. Se os membros

são descrentes, o líder desejará escolher uma porção das Escrituras para o estudo que explica o

evangelho claramente. O Evangelho de João, e especialmente o capítulo 3, é um bom exemplo. Se

os membros forem crentes, o tópico pode ser qualquer coisa de interesse para eles.

Há algumas diferenças entre um grupo de estudo indutivo da Bíblia e um sermão. Três das mais

importantes diferenças são listadas abaixo.

A AUTORIDADE É AS ESCRITURAS

Em um sermão, a fonte de autoridade frequentemente é percebida como residindo no

pregador. Como resultado, se o orador for muito capaz, as pessoas ouvem o que ele diz, e podem

ou não reconhecer que a mensagem vem de Deus. Por outro lado, a mensagem da Palavra pode

ficar nebulosa ou confusa se o orador for fraco. Em ambas as situações, o pregador ou mestre fica

entre os ouvintes e a Palavra de Deus.

Em contraste, o estudo indutivo da Bíblia permite que cada membro do grupo foque nas

Escrituras. A Palavra viva e eficaz de Deus é capaz de tocar o mais íntimo de uma pessoa, trazendo

convicção ou conforto. Nada permanece entre a Palavra e o ouvinte. Nenhum ser humano

interfere. O Espírito Santo aplica a mensagem diretamente ao coração do leitor.

Obviamente, há um tempo e um lugar para o ensino. Algumas vezes é bom ouvir um mestre

quando as pessoas não estão dispostas a ler a Palavra por conta própria ou quando o mestre tem

uma percepção particularmente boa sobre uma passagem ou assunto. Contudo, o ensino deve ser

equilibrado, onde quer e sempre que seja possível, pelo estudo pessoal das Escrituras. O ensino

deve adicionar ao que nós estamos aprendendo por nós mesmos – ele nunca deve substituir.

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O OBJETIVO É DESCOBRIR

A teoria educacional tem forte e repetidamente comprovado que nós aprendemos e

lembramos melhor de alguma coisa quando nós a descobrimos por nós mesmos. Ter alguém nos

contando o que é pescar é muito inferior a realmente ir pescar e experimentar a pescaria por nós

mesmos. O mesmo acontece com a verdade da Palavra de Deus.

Quando nós descobrimos a verdade nas páginas da Bíblia, nós provavelmente compreendemos,

cremos e praticamos mais do que quando alguém a prega para nós. Para capacitar esta

descoberta, um grupo de estudo indutivo da Bíblia deve ser pequeno o suficiente para permitir

interação entre os membros. Menos de 10 pessoas seria o ideal, embora alguns líderes possam

estimular a interação em grupos maiores.

O LÍDER É UM FACILITADOR

Visto que o melhor método de aprender a verdade espiritual é descobri-la por nós mesmos, o

líder de um estudo indutivo da Bíblia deve ajudar aos membros a descobrirem a verdade na

passagem ao invés de contá-la. Isto é realizado através do uso habilidoso de questões. As questões

são o caminho para dirigir a atenção dos membros aos fatos importantes na passagem, sem

realmente contar-lhes. Elas guiam, mas permitem que eles descubram. Este é o objetivo.

Deve ser óbvio, portanto, que as questões que você escolhe para perguntar ao grupo são muito

importantes. Não haverá tempo durante um grupo de estudo para fazer todas as questões que o

grupo pode pensar. Ao contrário, a responsabilidade do líder do grupo é estudar a passagem

antecipadamente e anotar quais as questões que são mais úteis para ele. Isto inclui todas as áreas

– observação, interpretação e aplicação. O número de questões necessárias depende da duração

do tempo da sessão de estudo, mas você não precisará de muitas, visto que você permitirá que

haja tempo suficiente para discutir as respostas. Você também deve definitivamente permitir que

os membros do grupo perguntem e respondam suas próprias questões – especialmente enquanto

eles obtêm experiência no processo.

PREPARAÇÃO PARA O ESTUDO

Antes do estudo, o líder do grupo deve planejá-lo cuidadosamente.

ESTUDE A PASSAGEM BÍBLICA POR SI MESMO

É importante que o líder descubra a verdade central e a aplicação principal da passagem. O

líder deve observar, interpretar e aplicar a passagem por si mesmo, de acordo com as diretrizes do

estudo indutivo da Bíblia ensinadas anteriormente.

ESCREVA O PROPÓSITO DO ESTUDO

O líder deve decidir a direção geral que o estudo bíblico do grupo tomará. Esta direção não

deve ser muito específica. Lembre-se de que o Espírito Santo talvez ensine ao grupo de uma

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maneira que você não antecipou.

PREPARE QUESTÕES QUE CUBRAM TODAS AS TRÊS PARTES DO ESTUDO

O líder deve preparar-se para liderar o grupo na aplicação da interpretação saudável baseada

em cuidadosa observação. Ele fará isto guiando o grupo através do mesmo processo de

descoberta pelo qual ele já passou. As questões que estimulam o pensamento devem ser

construídas uma sobre a outra, de maneira que a discussão se concentre no propósito e aplicação

principal da passagem. As questões não devem requerer respostas simples do tipo “sim ou não”.

Ao contrário, elas devem guiar o grupo para examinar os versículos em busca dos fatos, significado

e aplicação. Não há problema se isso exigir muitos minutos e diversas tentativas para

adequadamente responder a questão. As questões devem ajudar os membros a descobrirem –

não insulte a inteligência deles.

As lições anteriores lhe mostraram como preparar esses três tipos de questões e você recebeu

a tarefa de preparar um estudo de exemplo. Em todos os futuros estudos que você liderar, você

deve trabalhar através do mesmo processo.

Enquanto estiver preparando-os, você deve pensar em muitas questões para usar no grupo.

Após você completar o estudo da passagem por si mesmo, você precisará classificar suas questões

para identificar as mais úteis ou informativas e usar apenas estas para guiar aos outros no estudo

do texto.

Assegure-se de incluir diversas questões para cada um dos passos – observação, interpretação

e aplicação. Lembre-se do exemplo de edificar uma pirâmide com uma forte base. É preferível ter

mais questões de observação que questões de interpretação e até mesmo poucas de aplicações.

Isto não significa que a aplicação seja menos importante – é a coisa mais importante. Contudo, é

preciso várias questões para liderar os membros do grupo de estudo ao ponto de descobrirem a

aplicação que é mais necessária às suas vidas. Guiar as pessoas à descoberta por habilidosamente

elaborar questões é difícil, mas é recompensador.

REVISE AS QUESTÕES

Quando as questões forem formuladas, o líder deve perguntar:

• As minhas questões são claras?

• Cada uma delas é prontamente entendida?

• As questões fazem o grupo procurar a passagem?

• As questões de observação proporcionam uma base sólida sobre a qual fazer perguntas de interpretação e aplicação?

• As questões conduzem o grupo através de toda a passagem?

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• As questões de aplicação levam o grupo a ações específicas?

PREPARE UMA QUESTÃO INTRODUTÓRIA PARA ESTIMULAR OS MEMBROS AO ESTUDO DA BÍBLIA

A questão introdutória pode focar em como esta passagem fala a uma situação específica com

a qual os membros do grupo se identificam. Por exemplo, 1 Pedro foi escrito a igrejas enfrentando

perseguição. Ao estudar este livro, você pode perguntar: como você age quando é perseguido por

ser um cristão? Como as pessoas a quem Pedro estava escrevendo reagiram à perseguição?

LIDERANDO O ESTUDO

O ESTUDO DEVE ABRIR E FECHAR COM ORAÇÃO

Estudar a Bíblia não é apenas um processo mecânico. Ele requer a ajuda do Espírito Santo para

abrir nossos olhos à verdade que Deus quer nos comunicar. Nós devemos orar por iluminação

antes de estudarmos e depois devemos pedir ao Senhor para ajudar-nos a aplicar o que nós

aprendemos após o estudo.

O LÍDER DEVE ESTAR PREPARADO PARA APRENDER COM O GRUPO

Lembre-se de que o mesmo Espírito Santo que fala ao líder fala aos outros. Outros perceberão

coisas que o líder não perceberá. Se o líder não estiver preparado para aprender, então, ele

parecerá um “perito”. A presença de um “perito” pode matar qualquer discussão honesta. Em

muitos casos, as pessoas não querem compartilhar suas opiniões na presença de um perito que

pode corrigi-las.

O LÍDER NÃO DEVE RESPONDE AS SUAS PRÓPRIAS QUESTÕES OU QUESTÕES QUE POSSAM SURGIR NO GRUPO

O líder deve evitar responde às suas próprias questões. Isso limitará o pensamento do grupo.

Se o líder responde às suas próprias questões, elas parecerão como um teste com respostas

corretas. Muitas pessoas relutarão em responder questões que elas podem errar. Quando há

muita hesitação após certa questão, o líder deve estar alerta para reformular a questão no caso do

grupo ter dificuldade de entender.

Semelhantemente, as questões que surgem dentro do grupo devem ser devolvidas ao grupo

para sua consideração. Por exemplo, “Samuel tem uma questão sobre _____________. O que

vocês pensam sobre isso?”‖Ou, você pode dirigir as questões de Samuel a uma pessoa específica

no grupo: “Tânia, como você responderia a questão de Samuel?”

NÃO TEMA O SILÊNCIO

O líder deve dar tempo suficiente para que a questão seja respondida. Aí pode haver algum

tempo de silêncio – o que é perfeitamente normal. As pessoas precisam de tempo para pensar. O

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silêncio é uma pressão de grupo que funciona em benefício do líder.

O LÍDER NEM SEMPRE DEVE FICAR SATISFEITO COM A PRIMEIRA RESPOSTA DADA

Se o líder constantemente aceitar uma resposta e passar à seguinte, o grupo pode cair no

padrão de questão/resposta, questão/resposta. É melhor que o grupo tenha uma discussão, não

um questionário. Ao solicitar diversas respostas à questão é mais provável que haja uma discussão

natural. A primeira resposta dada frequentemente não é a mais completa ou perceptiva. Algumas

vezes pode haver mais de uma resposta. Ao gastar tempo para discutir outras respostas se ganha

um entendimento maior da passagem.

AS QUESTÕES NÃO RESPONDIDAS PELO GRUPO PODEM SER DEIXADAS SEM RESPOSTA

O líder deve se controlar para não responder as questões que o grupo não tem sido capaz de

responder. Responder seria o mesmo que sufocar o pensamento individual e grupal. Além disso,

se nós confiamos que o Espírito Santo é o verdadeiro Mestre, nós temos de confiar que uma

questão não respondida é algo com que o grupo não está pronto para lidar naquele momento. A

pergunta sem resposta pode atiçar a curiosidade do grupo para trazer a resposta na próxima

semana.

AS RESPOSTAS INCORRETAS E PARCIAIS DEVEM SER CORRIGIDAS PELAS ESCRITURAS E/OU PELO GRUPO, NÃO PELO LÍDER

Haverá respostas erradas e declarações incorretas. A reação natural é que o líder corrija e/ou

repreenda. Mas assim o grupo pode ficar desencorajado a se abrir. Isto matará uma discussão

aberta e honesta. Ao invés de corrigir uma resposta parcial ou incorreta, o líder pode fazer uma

das seguintes coisas:

• Pedir a pessoa que respondeu para reler o texto ou pedir para ela consultar outro texto.

• Perguntar ao grupo se ele concorda ou não com a resposta.

• Pedir ao grupo para citar outras Escrituras relacionadas para apoiar ou corrigir a resposta.

MANTENHA A DISCUSSÃO NO TEMA PRINCIPAL DA PASSAGEM

Satanás é um mestre em desviar a atenção das pessoas da verdade principal. A discussão de

Jesus com a mulher samaritana (João 4) é um bom exemplo de uma tentativa para desviar Cristo

de tratar com as reais necessidades da mulher.

É provável que algumas boas questões surjam durante a discussão. Se elas não se relacionam

ao tema principal, o líder deve dizer alguma coisa assim: “Samuel, está é uma questão

interessante. Mas, visto que ela não se relaciona com nosso tema hoje, nós a deixaremos para

responder depois do estudo”. Ou “Samuel, sua questão è muito importante e merece um estudo

específico. Nós planejamos fazer um estudo depois. Hoje, porém, nós queremos focar no tema

desta passagem”.

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NÃO SE ESQUEÇA DAS QUESTÕES PARA APLICAÇÃO

A meta do estudo não é apenas obter conhecimento sobre a palavra de Deus, mas descobrir

como obedecer de maneira prática à Palavra de Deus. O líder não deve temer o uso de questões

diretas que levem as pessoas à ação. Os membros do grupo não devem querer ser como o homem

de Tiago 1.22-24 que não agiu de acordo com o que aprendeu. O líder deve ajudar a cada um a ser

tão específico quanto possível na aplicação, de maneira que a ele possa olhar depois de uma

semana e ver o progresso que a pessoa fez na aplicação da Escritura a sua vida.

CONTROLE A PARTICIPAÇÃO DAQUELES QUE FALAM MUITO OU POUCO

A maioria dos grupos tem pessoas ansiosas para responder cada questão; a maioria responderá

ocasionalmente e algumas pessoas terão que ser realmente encorajadas a participar. Para aqueles

que sempre respondem, o líder necessita dizer alguma cosia como esta: “Samuel, nós podemos

sempre contar com você para uma resposta. Vamos ouvir o que Tânia pensa sobre

_____________”.

Para aqueles que raramente participam, o líder deve pedir-lhes para ler o texto ou responder

uma questão de observação que seja fácil de ver a resposta no texto. Enquanto elas adquirem

confiança, tais pessoas podem ser encorajadas a participar em questões mais fáceis de

interpretação e aplicação.

NO FIM DO ESTUDO, O LÍDER PODE RESUMIR O QUE O GRUPO TEM APRENDIDO

O líder deve evitar adicionar uma nova informação que o grupo não considerou. Adicionar uma

nova informação não apenas estabelece o líder como o “perito”, mas também mostra uma falta

de confiança na liderança do Espírito Santo para revelar o que Ele quer que o grupo descubra

naquela ocasião. É melhor afirmar o que o grupo tem aprendido e seguir em frente.

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Conclusão

TUDO DE NOVO OUTRA VEZ

Agora que aprendeu e praticou os princípios básicos do estudo bíblico indutivo – observação,

interpretação, aplicação – você precisa estar ciente de que esses passos do estudo da Bíblia devem

se repetir vez após vez enquanto você viver, pois não são princípios que você lê e depois não

precisa mais usá-los. Muito pelo contrário! Eles devem seguir com você por toda sua vida,

ajudando-o a aproveitar melhor o seu tempo de leitura e estudo da Palavra de Deus.

Então, que tal você começar agora mesmo, novamente, a colocar em prática os princípios

aprendidos nesses estudos? Pegue a sua Bíblia, escolha um texto, estude-o indutivamente, e

continue crescendo na graça e no conhecimento de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo (2 Pedro

3.18)!

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ANEXOS

Anexo A

COMO NÓS CONSEGUIMOS A BÍBLIA

A BÍBLIA É CONFIÁVEL

A Bíblia tem sido atacada frequentemente, apesar de seu ensino claro sobre a sua origem

divina, e os milagres e as profecias cumpridas provarem a sua autoridade. É compreensível que

Satanás não poupe nenhum esforço para minar nossa ferramenta mais poderosa. Ele quer que os

obreiros do Senhor duvidem de seu valor, questionem a sua exatidão e a ignorem ou

negligenciem. Mas compreender a origem e a transmissão da Bíblia da parte de Deus nos ajuda a

apreciar esta ferramenta maravilhosa e sua centralidade para o sucesso de nosso ministério.

Escrito por mais de 40 autores diferentes, em três idiomas, em um período de mais de 1.400

anos, a Bíblia é o maior empreendimento literário da história. E a sua unidade, consistência e falta

de contradição provam que Deus é seu autor principal, guiando cada autor humano para assegurar

que o produto fosse exatamente como Ele planejou.

COMO NÓS RECEBEMOS A BÍBLIA

O Senhor tem agido, e ainda age para trazer uma Bíblia confiável até nós. Este processo

começou com os autores originais e continua quando nós abrimos a Sua Palavra hoje. Há diversos

estágios neste processo.

INSPIRAÇÃO

O termo inspiração literalmente significa “soprado por Deus”‖ e afirma que a Bíblia é o produto

do Deus vivo (2 Timóteo 3.16). Porque a Bíblia é um produto divino, ela deve ser abordada como

tal.

A Bíblia não é meramente o produto do pensamento humano, mas a Palavra de Deus, falada

através dos lábios do homem e escrita com a pena do homem. Todos os profetas e apóstolos

reivindicaram falar e escrever as palavras de outro: o próprio Deus. Até mesmo Jesus, o Filho de

Deus, professou que Ele falou apenas as palavras que lhe foram dadas por Seu Pai. De acordo com

2 Pedro 1.20-21:

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Antes de mais nada, saibam que nenhuma profecia da Escritura provém de interpretação

pessoal, pois jamais a profecia teve origem na vontade humana, mas homens falaram da parte de

Deus, impelidos pelo Espírito Santo.

É importante notar que é a própria Bíblia que é inspirada, não os escritores humanos da Bíblia.

Adicionalmente, a inspiração se refere não à qualidade literária do que está escrito, mas a sua

origem e caráter.

PRESERVAÇÃO

Desde o início, a natureza singular da Bíblia foi compreendida. Homens fiéis sempre exerceram

o maior cuidado em copiar precisamente o texto bíblico. Eles cometeram poucos erros e o número

massivo de manuscritos descobertos nos capacita a encontrar e consertar os erros que foram

feitos. As seções na Bíblia onde nós não temos evidência suficiente para positivamente conhecer o

texto original são poucas, e nenhuma delas envolve quaisquer questões ou doutrinas

significativas.

Considerando as multidões de copistas, as centenas de anos copiando, as numerosas

linguagens às quais a Bíblia foi copiada, a extensa área geográfica e as numerosas tentativas de

destruir a Bíblia, é maravilhoso que nós tenhamos um texto tão confiável e preciso. Deus

claramente tem trabalhado para preservá-lo para nosso uso.

CANONIZAÇÃO

O termo Cânon ou cânone foi emprestado de uma palavra grega que significa regra ou padrão.

O Cânon tem sido usado pelos cristãos desde o quarto século para identificar uma lista de livros

com autoridade divina que pertencem ao Antigo e ao Novo Testamento pelo qual todos os outros

livros seriam medidos.

Muitos dos pais e dos concílios da igreja primitiva contribuíram, com a ajuda de Deus, para a

tarefa de canonização. Eles examinaram os testemunhos dos próprios livros, as credenciais do

autor, a concordância do livro com outros livros aceitos e a aceitação do livro pela Igreja. A

formação dos cânones do Antigo e do Novo Testamento foi um processo ao invés de um evento e

foi feita sob a supervisão do Espírito Santo.

No tempo de Jesus, o Antigo Testamento consistia de a lei, profetas e escritos. No começo da

era cristã, todos os 39 livros do Antigo Testamento eram geralmente aceitos, com o Cânon mais

antigo que sobreviveu datando de 170 D.C. A formação do Cânon do Novo Testamento, com os

atuais 27 livros, foi completado no século IV. Tem havido uma concordância geral dentro da Igreja

de que a Bíblia é composta pelos atuais 66 livros.

A exceção a essa harmonia são os livros Apócrifos. Os livros apócrifos são rejeitados pelos

Protestantes, mas aceitos pela Igreja Ortodoxa e pela Católica Romana. Contudo, há uma

diferença significativa entre os apócrifos e os outros 66 livros. Os apócrifos não reivindicam ser a

Escritura, contêm erros, e lhe foi negado o status de canônico pela comunidade Judaica. Contudo,

os apócrifos têm um estilo devocional que apela à adoração litúrgica da Igreja Católica Romana e

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da Ortodoxa. Os apócrifos contêm diversas obras nas quais a Igreja Romana encontrou utilidade

durante a luta contra os Protestantes na Reforma, o que pode ter influenciado o Concílio de

Trento a incluí-los no Cânon da Igreja Católica Romana em 1548 D.C.

TRADUÇÃO

Homens piedosos trabalharam e trabalham de maneira que cada pessoa possa ouvir a Palavra

em seu próprio idioma. A tarefa é enorme e contínua. Os idiomas modernos e as culturas

frequentemente variam grandemente desde os tempos bíblicos e mudam constantemente. Os

tradutores devem escolher as melhores palavras e frases para manter o significado dos idiomas

originais e ainda ser fácil para qualquer um de qualquer idade ou nível educacional

compreendê-las.

Nenhuma tradução é perfeita, mas os estudiosos modernos, os novos manuscritos descobertos

e o crescimento no entendimento bíblico ajudam nesta tarefa sem fim. A comparação constante

com o texto no idioma original é necessária para assegurar que qualquer tradução específica

tenha precisamente o significado da Palavra de Deus. Deus usa homens talentosos, educados e

capazes que dependem de Sua direção e sabedoria neste passo contínuo e vital.

ILUMINAÇÃO

Quando o cristão lê, estuda e medita na Palavra, o Espírito Santo revela o significado para ele. O

processo de iluminação também nunca termina ou, pelo menos, não deveria. É um esforço em

comum. O homem não pode aprender sem o Espírito (1 Coríntios 2.11-14; Salmos 119.18) e o

Espírito não ensina sem os esforços do homem (2 Timóteo 2.15; Salmos 119.97-99; Provérbios

2.1-5).

Ensinar a Palavra de Deus é uma honra especial (2 Timóteo 4.17), mas também é uma séria

responsabilidade (Tiago 3.1). Isso nunca deve ser feito sem uma preparação séria e regada com

muita oração. E mais: Deus tem feito todas as provisões necessárias para nós termos um texto

confiável em nossa linguagem e tem nos capacitado para entender a Sua Palavra através da ajuda

do Espírito. Nada é necessário além de nossa decisão de manejá-la corretamente e fielmente

usá-la para desenvolver a nossa própria vida cristã, antes de tudo, e depois para o nosso ministério

aos outros. Que privilégio ser parte deste processo de levar a Palavra de Deus a um mundo

necessitado e moribundo!

CONCLUSÃO

Deus tem supervisionado a transmissão de Sua Palavra desde o escrito inicial até quando nós a

abrimos para buscar instruções às nossas vidas. Contudo, ela é um livro vivo e espiritual, e só pode

ser compreendida quando séria e reverentemente nos aproximamos dela, e quando permitimos

que o Espírito Santo abra os nossos olhos às verdades que ali se encontram. Graças ao Senhor por

seu maravilhoso livro para guiar-nos!

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Anexo B

A LINGUAGEM DA BÍBLIA

Quando nós estudamos a Palavra de Deus, nós estamos procurando sua intenção e significado

literal. Nós queremos compreender a mensagem que o Senhor deseja comunicar através dela.

Mas é importante reconhecer que, como toda grande literatura, os escritores da Bíblia

frequentemente usaram figuras de linguagem para comunicar a verdade. Em adição, eles usaram

muitos tipos diferentes de literatura em seu significado. Estudar a Bíblia com precisão requer que

nós reconheçamos essas diferenças, e tratemos cada passagem de acordo com o tipo de

linguagem e literatura usado.

TIPOS DE LINGUAGEM FIGURADA NA BÍBLIA

SÍMILE

Uma símile compara duas coisas similares, usando palavras tais como “assim como”,

“semelhantemente” ou “que”. O Salmo 1 compara o justo com uma árvore plantada à beira de

águas correntes. Ambos dão fruto e prosperam.

PARÁBOLA

Uma parábola é uma símile em forma de uma estória. Jesus ajudou os discípulos a entenderem

Seu reino por contar uma parábola sobre trabalhadores que eram pagos igualmente embora

alguns tivessem que trabalhar mais tempo do que outros. Ele começa com as palavras, “Pois o

Reino dos céus é como um proprietário que saiu de manhã cedo para contratar trabalhadores para

a sua vinha” (Mateus 20.1).

METÁFORA

Uma metáfora compara duas coisas similares sem usar palavras óbvias tais como “assim

também” ou “como”. Em Jeremias 1.18, o Senhor disse a Jeremias, “E hoje eu faço de você uma

cidade fortificada, uma coluna de ferro e um muro de bronze...”.

ALEGORIA

Uma alegoria é uma longa metáfora. Em Juízes 9.7-15, Jotão conta uma história sobre um

espinheiro que se torna rei sobre outras árvores frutíferas para descrever um líder político

corrupto.

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HIPÉRBOLE

Uma hipérbole expressa alguma coisa em termos extremos para dar uma posição. Quando

Jesus diz que uma pessoa que julga aos outros tem uma trave nos olhos e não sabe, ele está

dizendo alguma cosia que é fisicamente impossível. O que ele quer dizer, contudo, é que uma

pessoa que está consciente de seus pecados é totalmente incapaz de avaliar os pecados de outras

pessoas.

SARCASMO

O Sarcasmo critica por usar elogios imerecidos ou ridículos. Paulo critica os coríntios orgulhosos

por escrever, “Vocês já têm tudo o que querem! Já se tornaram ricos! Chegaram a ser reis – e sem

nós! Como eu gostaria que vocês realmente fossem reis, para que nós também reinássemos com

vocês!” (1 Coríntios 4.8).

Decidir quando os escritores bíblicos estão usando a linguagem figuradamente é um trabalho

sério. É um erro grave ignorar um dos mandamentos de Deus por reivindicar que eles estão em

linguagem figurada. Por outro lado, dizer que cada versículo na Bíblia deve ser interpretado

literalmente leva a problemas difíceis. Por exemplo, quando o Senhor se referiu a Jeremias como

“uma cidade fortificada, uma coluna de ferro e um muro de bronze” (Jr 1.18), Ele estava usando a

linguagem figurada. O mesmo é verdadeiro quando o Senhor disse que Ele estava escolhendo

Jeremias para “para arrancar, despedaçar, arruinar e destruir; para edificar e plantar” (Jr 1.10).

Como nós podemos saber a diferença entre a linguagem literal e a figurada? Você pode fazer

algumas perguntas simples como estas:

A passagem declara que ela é figurada? (“Ouçam outra parábola...”, Mateus 21.33).

A passagem se torna absurda ou impossível se ela for interpretada literalmente? (“Vejo

uma panela fervendo; ela está inclinada do norte para cá. O SENHOR me disse: ‘Do

norte se derramará a desgraça sobre todos os habitantes desta terra’”, Jr 1.13-14).

A passagem descreve Deus, que é Espírito, como se Ele tivesse um corpo físico e outras

qualidades estritamente humanas? (“O SENHOR estendeu a mão, tocou a minha

boca...”,‖ Jr 1.9). Se as questões acima não se aplicam, então, o versículo provavelmente

pode ser interpretado literalmente.

TIPOS DE LITERATURA NA BÍBLIA

HISTÓRIA

A Bíblia está cheia de relatos históricos e biografias. Por exemplo, o livro dos Juízes conta a

história de Israel entre a época da conquista da terra por Josué e o reino do Rei Saul. O livro de

Neemias é um diário de Neemias sobre a reconstrução dos muros de Jerusalém. Os Evangelhos

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são biografias de Jesus e incluem Seus ensinos. O livro de Atos registra os acontecimentos

significativos na história primitiva da Igreja.

INSTRUÇÃO

Através de toda a Bíblia você encontrará diretrizes, comandos, princípios, provérbios, doutrinas

e conselho prático. A parte principal do livro de Levítico contém instruções detalhadas para os

sacerdotes Israelitas. Os Provérbios dão conselhos sobre finanças, relacionamentos e trabalho. As

cartas de Paulo às igrejas específicas estão cheias de doutrina e de diretrizes práticas para a vida

cristã.

PROFECIA

A maioria da literatura profética é um relato escrito dos sermões pregados originalmente ao

povo de Deus. Isaías, Jeremias e Ezequiel, os livros proféticos maiores, são coleções de sermões

dados ao longo da carreira destes profetas. Estes livros não foram projetados para serem lidos do

começo ao fim como uma única unidade. O segredo para compreender estes livros é encontrar o

começo e o fim dos sermões individuais e ler de um sermão ao seguinte. Quase todos os sermões

trataram dos períodos históricos dos escritores. Alguns dos sermões trataram do futuro que está

além das vidas dos profetas.

POESIA

Na literatura poética da Bíblia cada emoção humana é expressa. Muitos livros bíblicos contêm

poesia. Os Salmos e o Cântico dos Cânticos são inteiramente poesia, e muitos dos livros proféticos

são predominantemente poéticos.

APOCALIPSE

Algumas profecias são escritas em um tipo especial de literatura conhecida como

“Apocalíptica”. A palavra “apocalipse” significa “revelação”, porque revela os eventos que

ocorrerão no futuro. O livro de Daniel e o livro do Apocalipse são bons exemplos desta literatura.

As passagens apocalípticas são altamente simbólicas e é necessário compreender o simbolismo

a fim interpretar a mensagem. A mensagem central na literatura apocalíptica é a segunda vinda de

Cristo e sua vitória final sobre Satanás. Tipicamente, o todo da criação está envolvido nos eventos

vindouros.

(Compilado de Inch and Bullock, eds., 1981. Literatura e Significado da Escritura. Baker Book

House).

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Anexo C

ÉFESO – UM ESTUDO BÍBLICO INDUTIVO

COMO PAULO FUNDOU A IGREJA DE ÉFESO

INTRODUÇÃO

Jesus ordenou que fizéssemos discípulos de todas as nações. Nós realmente podemos fazer

isto? Quanto você pode fazer isso? Quantas pessoas você poderia ganhar para Cristo em, digamos,

dois anos? Qual o tamanho da área geográfica você poderia saturar com o Evangelho nesse

tempo? Em Atos 19, o apóstolo Paulo foi capaz de proclamar o Evangelho para cada um em uma

grande área em mui pouco tempo. Se quisermos nos tornar líderes ou plantadores de igrejas

efetivos, nós precisamos estudar como Paulo realizou isto e tentar usar o mesmo método que ele

usou. Vamos examinar os métodos que Paulo usou nesta sua bem-sucedida plantação de igreja.

ORAÇÃO

Gaste um tempo orando para que Deus abra os nossos olhos e corações para entendermos

como Ele quer falar conosco através desta passagem.

LEIA ATOS 19:1-10

Leia a passagem cuidadosamente e completamente – quer silenciosamente ou em voz alta.

OBSERVAÇÃO

O primeiro passo é descobrir o que a Bíblia diz. Olhe de perto a passagem e responda as

questões abaixo.

Do contexto (Atos 18.18-28):

Quando Paulo chegou a Éfeso em Atos 19.1, ele encontrou alguns discípulos. Como você pensa que estas pessoas se tornaram discípulos?

Quem esteve envolvido em fazer aqueles discípulos e como?

Da Passagem (Atos 19.1-10):

Quais fraquezas foram descobertas por Paulo nestes discípulos e o que ele fez a respeito?

Onde Paulo começou sua obra em Éfeso?

O que mudou na estratégia de Paulo e por quê?

Qual foi o resultado do ministério de Paulo em Éfeso?

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INTERPRETAÇÃO

O segundo passo é descobrir o que a Bíblia quer dizer. Pense na mensagem desses versículos,

discutindo as seguintes questões:

Por que Lucas foca na resposta de Paulo à doutrina do Espírito Santo nos primeiros oito versículos desta passagem?

No versículo 8, Paulo argumentou persuasivamente. Mas nos versículos 9 e 10, ele preferiu focar no treinamento dos discípulos. A partir do texto, qual foi a resposta a cada um desses métodos e qual método você acha que a passagem tende a encorajar?

Resuma em uma sentença, ou duas, o ponto principal desses versículos. Declare-o em termos

de um princípio bíblico, se possível. Escreva-o no espaço abaixo:

O princípio desta passagem:

APLICAÇÃO

O terceiro passo é decidir como esta verdade se aplica às nossas vidas e ministérios. Pense

sobre as seguintes questões enquanto você examina o texto outra vez:

1. Para que eu ministre como o Apóstolo Paulo ministrou, as duas atividades mais importantes que eu tenho que fazer são:

2. Com base nesta passagem, como eu devo ministrar para minimizar mais efetivamente a perseguição e maximizar a disseminação do evangelho?

RESUMO

Conhecer a verdade não é suficiente. Nós temos que aplicá-la. O passo final é obedecê-la. Gaste

mais um tempo orando pela ajuda de Deus para responder em obediência às coisas que você tem

visto nesta passagem.

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