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O aproveitamento energético de Resíduos Sólidos Urbanos (RSU) na Matriz Energética Brasileira (MEB) Amilcar Guerreiro Diretor de Estudos Econômicos e Energéticos e Ambientais Empresa de Pesquisa Energética - EPE São Paulo, SP 27 de outubro de 2010 Organização

Sustentabilidade amilcar guerreiro_residuos

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O aproveitamento energético de

Resíduos Sólidos Urbanos (RSU) na

Matriz Energética Brasileira (MEB)

Amilcar GuerreiroDiretor de Estudos Econômicos e Energéticos e Ambientais

Empresa de Pesquisa Energética - EPE

São Paulo, SP

27 de outubro de 2010

Organização

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Agenda

1. Considerações iniciais2. Condicionantes do aproveitamento

energético de RSU no Brasil3. Alternativas tecnológicas

4. Estudo de caso: Campo Grande, MS5. Considerações finais

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1. Considerações iniciais

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Aterro sanitário

(sanitary landfill)

Reciclagem

Compostagem

Recuperação energética

Principais destinos para RSU:(soluções podem ser combinadas)

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Aterro Sanitário Reciclagem Compostagem Recuperação energética

Obs: Aterro sanitário inclui lixões

Fontes: CEMPRE, TetraPak Americas, Notan-ITU Pty e EPA

Destino de RSU em países selecionados

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Aproveitamento Energético do RSU e a Matriz Energética Brasileira – São Paulo, out 2010 6

País Número de incineradores

Capacidademédia de proc.

103 t/ano

Japão 1.893 17

Estados Unidos 168 204

França 100 76

Alemanha 51 238

Itália 51 52

Dinamarca 32 53

Suíça 29 80

Espanha 21 84

Suécia 21 76

Holanda 9 308

Reino Unido 7 250

Incineração em países desenvolvidos

Fonte: Menezes, R.A.A., Gerlach, J.L. e Menezes, M.A. “Estágio atual da incineração no Brasil”.

In VII Seminário Nacional de Resíduos Sólidos e Limpeza Pública. Curitiba, 2000.

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1,37

5,91

2,67

0,62

PAPEL PLÁSTICO METAL VIDRO

Benefício energético da reciclagem de

material encontrado no lixokWh/kg

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2. Condicionantes do aproveitamento energético de RSU no Brasil

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Aproveitamento Energético do RSU e a Matriz Energética Brasileira – São Paulo, out 2010 9

POPULAÇÃO

URBANA

RURAL

RSUresíduos sólidos urbanos

RCDresíduos de construção e demolição

COLETADOS

NÃO

COLETADOS

Material

Orgânico

Material

Reciclável

Material

Inerte

DESTINAÇÃO

ADEQUADAaterros sanitários

DESTINAÇÃO

NÃO ADEQUADAaterros controlados e lixões

O potencial energético dos RSU depende de

Taxa de urbanização

Taxa de coleta

Destinação adequada

Composição

Tecnologia

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69%71%

92%

82%

93%

50%

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80%

90%

100%

Norte Nordeste Sudeste Sul C-Oeste

BRASIL 83%

Fonte: IBGE, Contagem da população 2007

TAXA DE URBANIZAÇÃO

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74%

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70%

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100%

Norte Nordeste Sudeste Sul C-Oeste

Fonte: ABRELPE

BRASIL 84%

TAXA DE COLETA

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DESTINAÇÃO

Fonte: ABRELPE

% municípios por modalidade de

destinação final de RSU

DESTINAÇÃO ADEQUADA = ATERRO SANITÁRIO

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Aproveitamento Energético do RSU e a Matriz Energética Brasileira – São Paulo, out 2010 13

COMPOSIÇÃO

Material Orgânico

Material Reciclável

Material Inerte

65%

30%

Fonte: IBGE, Pesq. Nacional Saneamento Básico ( 2002) e

IPT-SP, Manual Gerenciamento Integrado do Lixo (1998)

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3. Alternativas tecnológicas para o aproveitamento energético de RSU

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Aproveitamento Energético do RSU e a Matriz Energética Brasileira – São Paulo, out 2010 15

Alternativas tecnológicas para

recuperação energética

Gás de lixo (biogás)

Uso direto Geração de energia elétrica

Digestão anaeróbica

Associado à compostagem Geração de energia elétrica

Incineração

Geração de energia elétrica

Outras alternativas

Gaseificação (gás de síntese) Arco de plasma

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Aproveitamento Energético do RSU e a Matriz Energética Brasileira – São Paulo, out 2010 16

Gás de lixo (biogás)

A produção de biogás é crescente enquanto há deposição de RSU e decresce exponencialmente após o fechamento do aterro.

A produção de biogás dependedo material. Por exemplo:alimentos têm decomposiçãorápida e reduzida emissão demetano ao longo do tempo;madeiras, ao contrário, têmdecomposição lenta eelevada emissão de metano.

Evolução típica da produção de biogás em aterro sanitário

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Aproveitamento Energético do RSU e a Matriz Energética Brasileira – São Paulo, out 2010 17

Gás de lixo (biogás)

PRINCIPAIS VANTAGENS redução das emissões de gases de metano receita adicional para aterros existentes (energia +

créditos de carbono) redução de riscos de acidente (ocorrência de auto-

ignição e/ou explosão pelas altas concentrações de metano)

PRINCIPAIS DESVANTAGENS uso energético do gás de lixo não aumenta a vida do aterro recuperação parcial do gás (muitas vezes limitada a 50%)

produção variável de gás, o que implica restrições na definição da potência instalada janela de produção relativamente pequena

custo elevado da planta de aproveitamento energético do gás em razão do prévio tratamento necessário

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Aproveitamento Energético do RSU e a Matriz Energética Brasileira – São Paulo, out 2010 18

Digestão anaeróbica

Processo típica de digestão anaeróbica de RSU

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Aproveitamento Energético do RSU e a Matriz Energética Brasileira – São Paulo, out 2010 19

Digestão anaeróbica

PRINCIPAIS VANTAGENS redução das emissões de gases de efeito estufa maior aderência aos objetivos ambientais,

na medida de sua associação com a reciclagem ecom a possibilidade de compostagem paraprodução de adubos orgânicos

receita adicional para aterros existentes(energia + créditos de carbono)

aumento, em cerca de 30%, da vida útil do aterropelo consumo de parte do volume depositado

PRINCIPAIS DESVANTAGENS necessidade de uma fase prévia de tratamento da

carga de entrada do biodigestor e separação prévia dos resíduos não digeríveis

custo elevado da planta em razão do prévio tratamento necessário

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Aproveitamento Energético do RSU e a Matriz Energética Brasileira – São Paulo, out 2010 20

Incineração

Usina de incineração de lixo em Malmöe, na Suécia

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Aproveitamento Energético do RSU e a Matriz Energética Brasileira – São Paulo, out 2010 21

Incineração

PRINCIPAIS VANTAGENS redução das emissões de metano grande redução do volume de resíduos (85-90%),

com aumento considerável da vida do aterro cinzas produzidas se prestam como

matéria-prima para a indústria do cimento receita adicional para aterros existentes

(energia + créditos de carbono) maior produção de energia

PRINCIPAIS DESVANTAGENS há limites para viabilidade técnica da incineração

(PCI > 2.000 kcal/kg) – PCI menores impõe necessidade de combustível fóssil complementar

emissão de dioxinas, o que exige tratamento dos gases de exaustão

limita reciclagem

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4. Estudo de caso: Campo Grande, MS

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Aproveitamento Energético do RSU e a Matriz Energética Brasileira – São Paulo, out 2010 23

RSU gerado em Campo Grande: comparação com cidades compopulação urbana superior a 1 milhão de habitantes

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Aproveitamento Energético do RSU e a Matriz Energética Brasileira – São Paulo, out 2010 24

RSU gerado em Campo Grande: comparação com cidades compopulação urbana entre 300 mil e 900 mil habitantes

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Material orgânico Outros não recicláveis Recicláveis Inertes

Composição do RSU de Campo Grande e de outras

capitais selecionadas(poder calorífico: 2.350 kcal/kg, índice de umidade típico: 60%)

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Aproveitamento Energético do RSU e a Matriz Energética Brasileira – São Paulo, out 2010 26

Potencial energético do

RSU de Campo Grande

HipótesesAterro sanitário com capacidade de 2 milhões de toneladas

Vida útil estimada do aterro: 11 anos

Tecnologias consideradas:gás de lixo (GDL)digestão anaeróbica (DA)incineração (I)

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Aproveitamento Energético do RSU e a Matriz Energética Brasileira – São Paulo, out 2010 27

Item GDL (*) DA I

Potência, MW 2,5 3,4 13,0

Geração, GWh/ano 19,3 26,2 100,2

Consumo RSU, t/dia 546 546

Rejeitos, t/dia 546 16-30 5,5-11

Vida útil do aterro, anos 11 32 110

Emissões evitadas, tCO2/tRSU 0,432 1,064 0,209

Potencial de geração de energia elétrica a

partir de RSU em Campo Grande

(*) Produção de gás utilizada na geração: 40,6%Fonte: EPE, Nota Técnica DEN 06/08, novembro de 2008

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Aproveitamento Energético do RSU e a Matriz Energética Brasileira – São Paulo, out 2010 28

Item Alt. 1 Alt. 2 Alt. 3

Geração de energia elétrica 19,3 26,2 100,2

Reciclagem 214,1 248,0 10,3

Recuperação total 233,4 274,2 110,5

Vida útil do aterro, anos 11 32 110

Potencial de recuperação energética

a partir de RSU em Campo Grande

Rota 1: Energia elétrica de GDL + Reciclagem (plástico, metal e vidro)Rota 2: Energia elétrica de DA + Reciclagem (todo o material reciclável: papel, plástico, metal e vidro)Rota 3: Energia elétrica de incineração + Reciclagem (metal e vidro)Fonte: EPE, Nota Técnica DEN 06/08, novembro de 2008

Valores em GWh/ano

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1.000

2.000

3.000

4.000

5.000

4% 6% 8% 10% 12% 14%

gás de lixo

digestão anaeróbica

incineração

Limite de viabilidade do investimentoUS$/kW, em função da taxa de desconto

Fonte: EPE, Nota Técnica DEN 06/08, novembro de 2008

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Aproveitamento Energético do RSU e a Matriz Energética Brasileira – São Paulo, out 2010 30

Conclusão

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5. Considerações finais

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País Hoje 2035 Obs

População, 106 hab 190 220

Taxa de urbanização 83% 90% tendencial: 88%

RSU gerado, mil t/dia 173,5 289,1 hoje: 1,1 kg/hab; 2035: 1,46 kg/hab (EU)

Taxa de coleta 84% 95% Sudeste hoje é 92%

RSU coletado, mil t/dia 145,7 274,6

Destinação para aterro 38,6% 70,0% Sul hoje é 58%

RSU disponível, mil t/dia 56,2 192,2

% material orgânico 65% 46% União Europeia

Poder calorífico inf, kcal/kg 2.350 2.950

Potencial de geração de energia elétrica de

RSU no Brasil

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Aproveitamento Energético do RSU e a Matriz Energética Brasileira – São Paulo, out 2010 33

Potencial de geração de

energia elétrica de RSU no Brasil

Com base nessas hipóteses,a potência instalável na tecnologia INCINERAÇÃO é

Rendimento na conversão 20% 35%

Hoje 1.500 MW 1.700 MW

2035 4.650 MW 8.100 MW

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EMPRESA DE PESQUISA ENERGÉTICA - EPE

Muito obrigado!

http://www.epe.gov.brAv. Rio Branco, 1 – 11o andar

20090-003 Rio de Janeiro RJ

Tel.: + 55 (21) 3512 - 3100

Fax: + 55 (21) 3512 - 3199

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