30
Instituto de Ciências Humanas Curso de Psicologia CEPPE – Centro de Estudos e Pesquisas em Psicologia e Pedagogia PROTOCOLO DE AVALIAÇÃO E ACOMPANHAMENTO DE PROJETOS E PESQUISAS CIENTÍFICAS [X] Projeto [ ] Relatório Final Título: Autor(es): Professor(es) Orientador(es): Elisana Marta Machado de Souza Tel./e-mail para contato: [email protected] ; fone (17) 3022- 9690 Campus: São José do Rio Preto – SP Disciplina(s): Projeto de Pesquisa em Psicologia Social Data de entrega: Data do parecer: PARECER [ ] APROVADO [ ] APROVADO COM RESTRIÇÔES [ ] NOVA APRESENTAÇÃO JUSTIFICATIVA E SUGESTÕES

Tcc - Pronto[1]

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: Tcc - Pronto[1]

Instituto de Ciências HumanasCurso de PsicologiaCEPPE – Centro de Estudos e Pesquisas em Psicologia e Pedagogia

PROTOCOLO DE AVALIAÇÃO E ACOMPANHAMENTO DE PROJETOS E PESQUISAS CIENTÍFICAS

[X] Projeto [ ] Relatório Final

Título:

Autor(es):

Professor(es) Orientador(es): Elisana Marta Machado de Souza

Tel./e-mail para contato: [email protected] ; fone (17) 3022-9690

Campus: São José do Rio Preto – SP

Disciplina(s): Projeto de Pesquisa em Psicologia Social

Data de entrega: Data do parecer:

PARECER

[ ] APROVADO [ ] APROVADO COM RESTRIÇÔES [ ] NOVA APRESENTAÇÃO

JUSTIFICATIVA E SUGESTÕES

UNIP – UNIVERSIDADE PAULISTA

Page 2: Tcc - Pronto[1]

Instituto de Ciências Humanas

Curso de Psicologia

REPRESENTAÇÃO SOCIAL DA DOAÇÃO DE ÓRGÃOS.

ANDRÉIA MENDES RAMALHO 572110 – 5

DAIANE CRISTINA DE BRITO 572102 – 4

DINÁ MAURA RODRIGUES 952941 – 1

GABRIELA CROCIARI 294005 – 1

NAIARA FERNANDA RIBEIRO 293396 – 9

VANDERCI S. MARQUES JUNIOR 572225 – 0

São José do Rio Preto/SP

2010

Page 3: Tcc - Pronto[1]

UNIP – UNIVERSIDADE PAULISTA

Instituto de Ciências Humanas

Curso de Psicologia

ANDRÉIA MENDES RAMALHO 572110 – 5

DAIANE CRISTINA DE BRITO 572102 – 4

DINÁ MAURA RODRIGUES 952941 – 1

GABRIELA CROCIARI 294005 – 1

NAIARA FERNANDA RIBEIRO 293396 – 9

VANDERCI S. MARQUES JUNIOR 572225 – 0

REPRESENTAÇÃO SOCIAL DA POPULAÇÃO DA CIDADE

DE MÉDIO PORTE DO INTERIOR DO ESTADO DE SÃO

PAULO ACERCA DA DOAÇÃO DE ÓRGÃOS.

São José do Rio Preto/SP

Projeto de pesquisa apresentado à

disciplina Psicologia Institucional do 7º

semestre do curso de graduação em

Psicologia da Universidade Paulista –

UNIP.

Orientadora: Profª Drª Elisana Marta

Machado de Souza.

Page 4: Tcc - Pronto[1]

2010

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO..... .................................................................................................................04

I. Inserir título capítulo.............................................................................................................06

II. Inserir título capítulo............................................................................................................07

OBJETIVOS.............................................................................................................................08

HIPÓTESES.............................................................................................................................08

JUSTIFICATIVA................................................................................................................08-09

MÉTODOS...............................................................................................................................10

Participantes.........................................................................................................................10

Instrumentos.........................................................................................................................10

Aparatos de Pesquisa...........................................................................................................10

Procedimentos................................................................................................................10-11

PLANO DE ANÁLISE DE DADOS......................................................................................12

CRONOGRAMA....................................................................................................................13

REFERÊNCIAS......................................................................................................................14

Page 5: Tcc - Pronto[1]

INTRODUÇÃO

O presente projeto de pesquisa tem como objetivo principal compreender as

representações sociais da doação de órgãos presentes na população.

Ao analisar a atual sociedade, caracterizada por frequentes filas na espera de

transplantes e poucas pessoas destinadas a doação de órgãos, investigaremos por meio de

relatos verbais de caráter indireto o motivo de muitos familiares negarem a doação de órgãos

de seus entes queridos e, por conseguinte os fatores que influenciam na aceitação da doação.

Partiremos desse ponto, pois a partir dos relatos verbais, que seriam as representações, vamos

descobrir o motivo das ações, pois a representação da população esta relacionada aos motivos

das ações.

A principio abordaremos conceitos diferentes sobre a representação social, suas

características e conseqüências sobre a população em geral, analisando quais os diferentes

posicionamentos de autores acerca do assunto.

Por conseqüente, observa-se o histórico da doação de órgãos no mundo e sua vinda

para o Brasil, pontuando suas dificuldades encontradas no caminho percorrido.

Em suma, visa observar quais as representações sociais da população, suas duvidas e

anseios acerca do assunto abordado, bem como apresentaremos a seguir um esboço sobre os

aspectos que podem ser fatores primordiais para aceitação ou negação de ser um doador de

órgãos. Buscaremos identificar se o sentido dado ao órgão, religião, o contexto histórico, etc.,

influencia na opção do individuo ou da família do doador, na negação ou na aceitação da

doação.

DOAÇÃO DE ORGÃOS

A lei nº 9.434 de 4 de fevereiro de 1997 dispõe sobre a remoção de órgãos, tecidos e

partes do corpo humano para fins de transplante e tratamentos e dá outras providencias.

Das disposições gerais pode dizer que:

Art. 1º A disposição gratuita de tecidos, órgãos e partes do corpo humano, em vida ou

post mortem, para fins de transplante e tratamento, é permitida na forma desta Lei.

Page 6: Tcc - Pronto[1]

Parágrafo único. Para os efeitos desta Lei, não estão compreendidos entre os tecidos a

que se refere este artigo o sangue, o esperma e o óvulo.

Art. 2º A realização de transplante ou enxertos de tecidos, órgãos ou partes do corpo

humano só poderá ser realizada por estabelecimento de saúde, público ou privado, e por

equipes médico-cirúrgicas de remoção e transplante previamente autorizados pelo órgão de

gestão nacional do Sistema Único de Saúde.

A doação de órgãos em si é um tema chocante que gera anseio e medo nas pessoas, e

que necessita ser esclarecido para que a doação possa ser encarada de maneira mais

compreensiva e não como algo amedrontador. O sensacionalismo divulgado pelas emissoras

contribui para a não doação. Segundo Moraes, Gallani e Meneghin (2006), o transplante e

doação de órgãos humanos são temas polêmicos. A falta de esclarecimento, o noticiário

sensacionalista sobre tráficos de órgãos, a ausência de programas voltados à conscientização e

incentivo à captação de órgãos, contribuem para alimentar mitos e preconceitos.

As primeiras experiências com transplantes de órgãos ocorreram nos EUA, na década

de 1950, utilizando-se rins; entretanto, outro fato que impressionou o mundo foi à realização

do primeiro transplante de coração entre humanos. O médico Dr. Christian Barnard, em

Capetown, África do Sul, transplantou, em 03 de dezembro de 1967, o coração de uma mulher

negra para um homem branco, assim como na lenda dos santos Cosme e Damião. No entanto,

tal fato não traz orgulho para civilização, ao invés, comprova a barbárie humana remontando

às experiências nazistas, pois que naquela época vivia-se o apartheid na África do Sul e há

fortes indícios que esse coração foi extraído de uma pessoa viva, mesmo porque não havia

equipamentos precisos nem se trabalhava com o conceito de morte cerebral ( autor – ano)

No Brasil, o desenvolvimento na área dos transplantes se deu com a equipe do

professor Euryclides Zerbini, do Hospital de Clínicas da Faculdade de Medicina da

Universidade de São Paulo, que realizou em 26 de maio de 1968 o primeiro transplante de

coração da América Latina (GRIESBACH, 2006).

Santos e Massarolo( ano) afirmam que a morte é considerada um evento e é esperado

que ocorra o luto durante o processo de doação de órgãos, momento que se inicia após a

confirmação do diagnóstico de morte encefálica.

Famílias de indivíduos com morte encefálica levam um tempo para se recuperarem do choque

e aceitar parcialmente a noticia da morte do seu ente querido. De acordo com Bousso (2008),

o tempo que a família dispõe para se dar conta da realidade da morte da criança é

Page 7: Tcc - Pronto[1]

determinante na sua disposição de considerar a doação de órgãos do filho. Sem uma

compreensão clara por parte dos profissionais da saúde, sobre a experiência da família, pouco

pode ser realizado para auxiliar neste processo de decisão quanto à doação de órgãos.

O Brasil é um país com grandes diferenças sociais, culturais e religiosas, fatores que

dificultam ainda mais o processo de doação de órgãos. É importante que os familiares

recebam um esclarecimento necessário para o processo de doação de órgãos, inclusive o

diagnóstico correto sobre a morte encefálica, para que, somente após esse momento, possam

manifestar o consentimento sobre a retirada dos órgãos do ente morto, pois, mesmo com as

informações recebidas sobre a irreversibilidade do quadro do paciente, a família mantêm a

esperança de vida até o ultimo instante. (SANTOS; MASSAROLO; 2005)

Pode-se observar a importância no esclarecimento dos familiares para dar

continuidade no processo no:

Art. 4o A retirada de tecidos, órgãos e partes do corpo de pessoas falecidas para

transplantes ou outra finalidade terapêutica, dependerá da autorização do cônjuge ou parente,

maior de idade, obedecida a linha sucessória, reta ou colateral, até o segundo grau inclusive,

firmada em documento subscrito por duas testemunhas presentes à verificação da morte.

(Redação dada pela Lei nº 10.211, de 23.3.2001)

Para Santos e Massarolo (ano) revelam que as internações ocorrem de forma

inesperada e decorrem principalmente de causas traumáticas, doenças congênitas ou

adquiridas.

Pode considerar que a carência de órgãos é um dos maiores obstáculos para o aumento

do número de transplantes, sendo que essa falta se deve a vários fatores: problemas culturais e

médico-legais; diagnóstico tardio de morte encefálica; abordagem inadequada do potencial

doador, recusa da família em permitir a doação, dificuldade de transporte rápido do órgão

para o centro transplantador, entre outros (Coelho; Cilião; Parolin; Freitas; Gama Filho; Saad;

Pistori; Martone. 2007)

Considera-se a doação de órgãos como uma forma de comércio entre os seres

humanos e a sociedade. Teve utilização inicial com as córneas, e grande impulso com o

surgimento de novas técnicas cirúrgicas para o transplante renal, a partir de meados de 1950 e

em seguida foram surgindo transplantes de fígado, coração, pulmão, pâncreas e intestino.

Uma das grandes dificuldades encontradas em todos os países é similar, já que o número de

Page 8: Tcc - Pronto[1]

órgãos disponíveis é insuficiente para demanda encontrada de pacientes que sofrem e morrem

em todo o mundo a espera de órgãos que possam salvá-las. (Steiner. 2004)

Levando em consideração que o processo de doação se inicia quando o indivíduo

adoece e cessa quando chega a óbito, não é fácil e muito menos rápido, pois precisa seguir

regras e burocracia para a sua legalidade perante a lei brasileira. Acredita-se que, para

algumas famílias, a possibilidade de doar os órgãos do seu ente querido pode ser um fator que

possibilita uma maior aceitabilidade e uma forma de encarar o processo doloroso da perda, de

uma forma menos sofrida, pois encaram como sendo uma continuidade do familiar falecido.

O processo de doação de órgãos de cadáveres inicia com a internação do paciente e termina com o sepultamento do mesmo, sendo considerado burocrático, demorado, desgastante e cansativo, porem não sentem arrependimento, pois embora a dor da perda não termine, a atitude de doação traz conforto e satisfação para os familiares. Logo após o aviso da morte do enfermo é feito a solicitação de manifestação da doação, mesmo sendo esse momento doloroso e intenso vivido pelos familiares (Santos; Massarollo, 2005).

Sabe-se que, ainda hoje há preconceitos e receios ligados a questões religiosas,

culturais e falta de informação, tanto de profissionais, como da população. Além disso, a

própria lei é, muitas vezes, ambíguo o que faz com que a fila de indivíduos que necessitam de

transplantes aumente, sendo mais conhecida popularmente como “Fila da Morte”, pois devido

à escassez de doares, muitas pessoas morrem na espera por transplantes.

Para reverter esse quadro que pode salvar vidas e prolongar o bem estar de indivíduos

e de famílias, precisa antes de tudo, haver uma modificação na estrutura hierárquica da saúde

básica, nas faculdades de ensino profissionalizantes de saúde, regularizar e explicitar

claramente a lei sobre doação de órgãos a toda sociedade, ministrar cursos aos profissionais

envolvidos nessa área, para que haja um acompanhamento psicológico aos familiares tanto

antes, durante e após o procedimento realizado. Deve-se ainda esclarecer aos parentes do ente

que faleceu sobre os procedimentos que serão tomados na captação dos órgãos e o tempo

previsto para devolução do corpo aos familiares para que possam completar seu luto. É

importante que se implante um sistema de qualidade para que todos esses fatores não sejam

falhos e que modifiquem o comportamento, as ações e cognições da população como um

todo.

Os autores Roza, Thomé, Ferraz e Schirrmer (2009), mostram uma nova visão sobre a

temática da doação de órgãos e tecidos na lei do consentimento presumido que está

intimamente ligada ao aumento da taxa de doadores, sendo esta uma nova possibilidade para

modificar ações, analisando todos os conteúdos que reforçam ou não a doação, como por

exemplo, o sentido que os indivíduos dão aos órgãos a serem doados, suas crenças, relevância

Page 9: Tcc - Pronto[1]

social, se esta é favorável ou não a doação, pois cada vez mais as pessoas vivem em função da

sociedade, esquecendo da humanidade e voltados cada vez mais para si próprios.

Tendo em vista que todos os seres humanos possuem uma necessidade de se

atualizarem sobre tudo o que os cercam, precisam se ajustarem e se adaptarem no contexto em

que vivem, foi criado as representações sociais.

REPRESENTAÇÃO SOCIAL

De acordo com Manayo a representação social é um termo filosófico que significa a

reprodução de uma percepção retida na lembrança ou do conteúdo do pensamento e nas

ciências sociais são definidas como categorias de pensamento que expressam, explicam,

justificam ou questionam a realidade. Relata que todas as interações humanas, surjam elas

entre duas pessoas ou entre dois grupos, pressupõem e caracteriza representações, sendo que

sempre e em todo lugar, quando alguém se depara com pessoas ou coisas e se familiariza com

elas, tais representações estão presentes( MOSCOVICI, 2005)

Já para Moscovici as representações sociais ocupam, com efeito, uma posição curiosa,

em algum ponto entre conceitos, que tem como seu sentido abstrair sentido do mundo e

introduzir nele ordem e percepções, que reproduzam o mundo de uma forma significativa, e

conclui que a representação social iguala toda imagem a uma idéia e toda idéia a uma

imagem.

Moscovici em seu livro Textos em Representações Sociais, revela que Durkheim

possui uma concepção bastante estática sobre o assunto, onde para ele essas representações

agem como suportes para muitas palavras e idéias.

A sociologia via as representações sociais como artifícios explanatórios, irredutíveis a

qualquer analise posterior, revelou Moscovici, onde sabia-se que elas existiam nas sociedades,

mas ninguém se importava com sua estrutura ou com sua dinâmica interna, diferente da

psicologia social, que estaria e deveria estar preocupada somente com a estrutura e dinâmica

das representações sociais ( MOSCOVICI, 2005).

Mazzotti diz:

Para Moscovici, sujeito e objeto não são funcionalmente distintos, eles formam um conjunto indissociável. Isso quer dizer que um objeto não existe por si mesmo, mas

Page 10: Tcc - Pronto[1]

apenas em relação a um sujeito (indivíduo ou grupo); é a relação sujeito-objeto que determina o próprio objeto. Ao formar sua representação de um objeto, o sujeito, de certa forma, o constitui, o reconstrói em seu sistema cognitivo, de modo a adequá-lo ao seus sistema de valores, o qual, por sua vez, depende de sua história e do contexto social e ideológico no qual está inserido. (2002, p.17)

Denise Jodelet (2002, p.22): "As representações sociais são uma forma de conhecimento socialmente elaborado e compartilhado, com um objetivo prático, e que contribui para a construção de uma realidade comum a um conjunto social".

Jodelet lembra que a representação social deve ser estudada articulando elementos afetivos, mentais e sociais, e integrando, ao lado da cognição, da linguagem e da comunicação, as relações sociais que afetam as representações e a realidade material, social e ideal (das idéias) sobre a qual elas vão intervir (Jodelet, 2002). Ela sugere que, para abarcar o conjunto de componentes e relações contidos na representação social, vista como saber prático, é preciso responder a três perguntas fundamentais: Quem sabe, e a partir de onde sabe? O que e como se sabe? Sobre o que se sabe, e com que efeito?

A representação social é concebida como um processo social que envolve

comunicação e discurso, ao longo do qual significados e objetos sociais são construídos e

elaborados. Ao se relacionar ao conteúdo de pesquisas orientadas empiricamente, as

representações sociais são operacionalizadas como atributos individuais – como estruturas

individuais de conhecimento, símbolos e afetos distribuídos entre as pessoas em grupos ou

sociedades (WAGNER, 1997).

Em seu artigo, Mary classifica como:

“... é representação é uma construção do sujeito enquanto sujeito social. Sujeito que não é apenas produto de determinações sociais nem produtor independente, pois que as representações são sempre construções contextualizadas, resultados das condições em que surgem e circulam.” (Spink, 1993).

Denise Jodelet, em seu texto classifica e denomina os motivos das representações

sociais no trecho:

Frente a esse mundo de objetos, pessoas, acontecimentos ou idéias, não somos (apenas) automatismos, nem estamos isolados num vazio social: partilhamos esse mundo com outros, que nos servem de apoio, às vezes de forma convergente, outras pelo conflito, para compreendê-lo, administrá-lo ou enfrentá-lo. Eis por que as representações sociais são tão importantes na vida cotidiana (Jodelet, 2001).

Na verdade as representações sociais estão a todo o momento nos cercando, ela é

natural e acontece em várias ocasiões. Assim não se pode desconsiderar que a representação

Page 11: Tcc - Pronto[1]

social é um fator que influencia em nossos comportamentos, pensamentos e ações perante a

sociedade. As representações sociais não são tão simples como se imagina, envolve nela

fenômenos complexos que interagem na ação da vida social do ser humano. Através desta,

podemos estudar e compreender o funcionamento dos indivíduos acerca de sua cognição,

crenças, ideologias, valores, imagens, opiniões, normativos, atitudes, etc. Todas essas

possíveis causas de ações são devidas à aparência e o sentido que a sociedade da a elas.

Vivemos em constante busca de aceitações da sociedade, pois o individuo é um ser

sociável e não consegue viver fora desta. Então muitas pessoas se comportam e agem

diferentemente de seus pensamentos em prol a um status na sociedade, indo às vezes ate

contra seus princípios morais. Porém, temos que levar em consideração que as representações

sociais são muito importantes na formação e apropriação da realidade do ambiente em que

vivem, a compreensão deste a elaboração mental e ambiental da realidade.

A idéia de Jodelet diz que geralmente, reconhece-se que as representações sociais -

enquanto sistema de interpretação que reagem nossa relação com o mundo e com os outros –

orientam e reorganizam as condutas e as comunicações sociais. Da mesma forma, elas

intervêm em processos variados, tais como a difusão e a assimilação dos conhecimentos, o

desenvolvimento individual e coletivo, a definição das identidades pessoais e sociais, a

expressão dos grupos e as transformações sociais.

Segundo Denise, as representações sociais são sempre representação de alguma coisa,

objetos e de alguém. Serve como base para interpretação e simbolização, e isso é utilizado

como forma de saber a modernização e internalização da realidade para o individuo.

A comunicação social aparenta ser uma condição de possibilidade e de determinação

das representações e do pensamento social. Sendo esta, importantíssima para a modificação

de comportamentos, pensamentos e ações dos indivíduos inseridos na sociedade, no qual sem

ela não podemos compreender os fenômenos para que haja a mudança.

As representações como ditas anterior mente são importantíssima para o convívio em

sociedade, pois elas preenchem algumas funções no funcionamento da identidade social e na

adequação sociocognitivo.

Tendo em vista que a comunicação e as representações sociais modificam formas de

cognição e ações, a pesquisa pretende investigar as representações sociais que a população

possui acerca da doação de órgãos.

Há muitos autores que criticam a teoria das representações sociais por determinarem

que seja uma teoria vaga, porém mostrou-se que é suficientemente precisa para o crescimento

Page 12: Tcc - Pronto[1]

do campo da pesquisa e sendo muito importante para ter um embasamento teórico para o

campo da pesquisa em psicologia social.

Tomando como partida os critérios de representações sociais, estamos constantemente

sendo influenciados e influenciando a representação, seja ela em um campo especifico ou no

geral. Sendo assim fonte de conhecimento e que este não se petrifique.

OBJETIVOS

Objetivo geral

Investigar e compreender as representações sociais da doação de órgãos presentes na

população.

Objetivos específicos

Verificar os motivos de muitos familiares recusarem a doação de órgãos do ente

querido.

Identificar os fatores, indicados pela população de São José do Rio Preto, que

contribuem para aceitação da doação de órgãos.

Hipóteses

A falta de esclarecimento sobre a doação de órgãos, isso pode ser uma das

possibilidades que dificultam as pessoas a doarem ou permitirem que seus familiares

doem.

A Falta de conhecimento sobre a doação e transplantes de órgãos, desconhecimento

sobre a morte encefálica, medo do tráfico de órgãos;

Receio em relação a equipe médica causar a morte dos pacientes para conseguir os

órgãos;

Por causa do narcisismo e individualismo atual, as pessoas dão sentidos e significados

aos órgãos, deixando assim menos susceptivos a doação.

As crenças religiosas e morais, podem tanto favorecer como desfavorecer a doação de

órgãos.

O sonho de ser eterno ou lembrado por várias gerações pode facilitar a aceitação de

doação, pois se acredita que o ser ainda vive em partes.

Page 13: Tcc - Pronto[1]

Justificativa

Devido ao baixo número de doadores de órgãos presentes no Brasil e a crescente fila

de espera por transplante “chamada fila da morte”, daí uma das importâncias desse estudo a

fim de viabilizar as pesquisas qualitativas sobre o tema. Essa pesquisa ajudará em modo geral

a compreensão da percepção de uma população acerca do processo de doação de órgãos.

Buscaremos ainda compreender de que maneira a representação social da doação de órgãos

influencia a subjetividade da população de São José do Rio Preto para a negação deste

processo, bem como os fatores contribuintes para esse processo.

O conhecimento dos motivos de recusa poderá oferecer elementos importantes para os

profissionais que atuam obtendo órgãos, deixando uma visão clara acerca do que possa estar

interferindo na aceitação desse processo.

Considera-se a futura pesquisa sendo de grande relevância social, visto que o número

de doadores de órgão é baixo com relação ao numero de pessoas que esperam na fila de

transplante e, sendo assim, é preciso que a humanidade esteja ciente da representação da

doação de órgãos dentro de sua concepção para que assim possa obter ferramentas para

entender e resignificar esse fenômeno, obtendo uma maior naturalidade e aceitação das

pessoas com relação à doação de órgãos mesmo em situações dolorosas.

Page 14: Tcc - Pronto[1]

MÉTODO

Participantes

Serão participantes desta pesquisa quinze (15) moradores da cidade de São José do

Rio Preto, com idade acima de 18 anos, independentemente de sexo, escolaridade ou nível

social.

Instrumentos

Para a realização desta pesquisa serão utilizados os seguintes instrumentos:

Questionario, elaborado para esse estudo, contendo questões referentes à doação de

órgãos (Apêndice A). O questionario será aplicado mediante autorização prévia

através da assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido.

Termo de consentimento livre e esclarecido da Instituição: com a assinatura e

colaboração dos diretores do shopping concordando com a realização da pesquisa

dentro do estabelecimento e nos arrumando um local apropriado. Nesse termo

constaram todas as informações acerca dos objetivos, aspectos éticos e benefícios do

estudo (Anexo 01).

Termo de consentimento livre e esclarecido, contendo a garantia de sigilo da

identidade, de que a participação no estudo é voluntária e que os participantes foram

informados com clareza acerca dos procedimentos a que serão submetidos, sobre os

objetivos da pesquisa e o uso que será feito das informações coletadas (Anexo 02).

Aparatos de pesquisa

Para a realização desta pesquisa serão necessários: gravador (MP3), papéis,

canetas e computador.

Procedimentos

Para realização dessas entrevistas, serão abordadas aleatoriamente em um

Shopping Center, na cidade de São Jose do Rio Preto pessoas acima de 18 anos.

Os entrevistados serão abordados nos corredores de circulação interna do Shopping,

sendo que, após a anuência na participação, o entrevistado será convidado a se dirigir aos

espaços para descanso, localizados próximo aos corredores de circulação. Tais espaços

possuem a privacidade e conforto, necessários para a efetivação da entrevista.

Será solicitada a assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido.

Page 15: Tcc - Pronto[1]

Na entrega do questionário será apresentado o Projeto de Pesquisa, o Termo de

Consentimento e autorização para gravação da entrevista, informando sempre sobre o

absoluto sigilo de dados.

As informações de nossa pesquisa serão coletadas através de entrevistas gravadas com

os sujeitos que responderam as perguntas feitas pelo entrevistador que utilizou como

referência o roteiro de entrevistas semi-dirigido que estará anexado ao projeto de pesquisa.

Posteriormente os questionários serão transcritas uma por uma e submetidas a uma

análise de conteúdo do tipo categorial, que fornecerá dados e confirmaremos com

embasamento teórico para a elaboração da conclusão da presente pesquisa.

Page 16: Tcc - Pronto[1]

PLANO DE ANÁLISE DE DADOS

As entrevistas serão transcritas e seus respectivos conteúdos analisados de acordo com

a técnica de análise de conteúdo proposta por Minayo (2004), cujo escopo consiste na

construção de categorias que permitam a descoberta e a classificação das idéias, conceitos e

representações sociais que suportam os discursos dos entrevistados e a comparação dessas

com as hipóteses inicialmente estabelecidas e com a literatura pesquisada.

Page 17: Tcc - Pronto[1]

CRONOGRAMA (refazer)

O seguinte cronograma foi construído para execução da pesquisa no ano letivo de

2011, conforme conteúdo programático da disciplina de Situações Práticas em Psicologia e

Estudos Orientados.

ANO 2011 Fever

eiro

Març

o Abril

Mai

o

Junh

o

Julh

o

Ago

sto

Sete

mbr

o

Outu

bro

Nove

mbro

Levantamento

Bibliográfico X X X X            

Coleta de dados   X X        

Avaliação parcial dos

dados       X    

Avaliação dos dados          X  X  X      

Elaboração texto final             X  X  

Entrega da pesquisa                  X

REFERÊNCIAS

Page 18: Tcc - Pronto[1]

BOUSSO, Regina Szylit. O processo de decisão familiar na doação de órgãos do filho: uma

teoria substantiva. Texto contexto - enferm., Mar 2008, vol.17, no.1, p.45-54. ISSN 0104-0707

COELHO, J.C.U. et al. Opinião e consentimento da população da cidade de curitiba sobre

doação e transplante de órgãos. Rev. Assoc. Méd. Brás. Vol. 53. nº 5. São Paulo Sept-Oct.

2007. In:

http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-

42302007000500018&lang=pt

JODELET, D. As representações Sociais: um domínio em expansão. Tradução de Lilian Ulip.

ed. UERJ. Rio de Janeiro, 2001.

MINAYO, M. C. S. O desafio do conhecimento: pesquisa qualitativa em saúde. 8. ed. São

Paulo: Hucitec, 2004.

MORAES, E. L. de; MASSAROLLO, M. C. K. B. Recusa de doação de órgãos e tecidos para

transplante relatados por familiares de potenciais doadores. Acta Paul Enferm, São

Paulo: 2009; 22(2):131-5. In: http://www.scielo.br/pdf/ape/v22n2/a03v22n2.pdf

MORAES, M. W. de; GALLANI, M. C. B. J.; MENEGHIN, P.  Crenças que influenciam

adolescentes na doação de órgãos. Rev. esc. enferm. USP vol.40 no.4 São Paulo Dec. 2006.

In: http://www.scielo.br/pdf/reeusp/v40n4/v40n4a05.pdf

ROZA B. de A.; THOMÉ T.; FERRAZ NETO B.. SCHIRMER J. Doação de órgãos e tecidos

no Brasil: podemos evoluir? Art. de Revisão. O Mundo da Saúde São Paulo, 2009;33(1):43-

48. in: http://www.saocamilo-sp.br/pdf/mundo_saude/66/43a48.pdf.

SANTOS MJ, MASSAROLLO MCKB. Processo de doação de órgãos: percepção de

familiares dedoadores cadáveres.Rev Latino-am Enfermagem 2005 maio-junho; 13(3):382-7.

In: http://www.scielo.br/pdf/rlae/v13n3/v13n3a13.pdf

STEINER, P.; trad. VIEIRA, M.C.R.; Tempo social, revista de sociologia da USP: A doação

de órgãos: a lei, o mercado e as famílias. Vol. 16, n. 2. 2004, pp. 101-128. In:

Page 19: Tcc - Pronto[1]

http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-

20702004000200005&lang=pt

TRAIBER C. LOPES M. H. I.; Educação para doação de órgãos. Scientia Medica, Porto

Alegre: PUCRS, v. 16, n. 4, out./dez. 2006. In:

http://revistaseletronicas.pucrs.br/ojs/index.php/scientiamedica/article/viewFile/2286/1785

WAGNER, Wolfgang. “Descrição, explicação e método na pesquisa das Representações

Sociais”. In: GUARESCHI, Pedrinho (org). Textos em Representações Sociais. Petrópolis;

Ed. 3. Vozes, 1997.